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8/2/2019 Aquele de Cuja Mo Fugiu o Anjo - Poemas J.T.Parreira
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J.T.Parreira
AQUELEAQUELEAQUELEAQUELEDE CUJA MO FUGIU O ANJODE CUJA MO FUGIU O ANJODE CUJA MO FUGIU O ANJODE CUJA MO FUGIU O ANJO
Poemas
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J.T.Parreira, 2011Capa: Delacroix,Jac lutando com o Anjo (detalhe)
Edio: Sammis Reachers
http://poesiaevanglica.blogspot.com/http://poesiaevanglica.blogspot.com/8/2/2019 Aquele de Cuja Mo Fugiu o Anjo - Poemas J.T.Parreira
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ndicendicendicendice
FORTUNA CRTICA 5
JACOB 6APENAS LZARO 7A VINDA DO FILHO DO HOMEM 8A LIO DE MSICA 9A PARBOLA DO AMIGO IMPORTUNO 10O REGRESSO DE LZARO 11O BOM SAMARITANO 12
UM CNTICO DOS CNTICOS 13OUTRO CNTICO DOS CNTICOS 14DOIS HOMENS SUBIRAM AO TEMPLO 15SBADO 16A LTIMA CEIA 17NOVO SALMO CXXXVII 18EM MEMRIA 19SALMO CXXXVII PARA CAMILO PESSANHA 20OS EXPULSOS DO PARASO 21ENTRADA TRIUNFAL 22O GALO 23OLARIA 24OS HSPEDES DE LOT 25O DOLO 26MAGNIFICAT 27OS SALMISTAS 28DIGAMOS QUE FALO DE OUTRA COISA 29NAZARETH 30POEMA NA 1 PESSOA DO PLURAL 31
SALMO QUE PODERIA SER DE DAVID 32DISCURSO AOS JOVENS 33O PROFETA ELIAS ENTRA NO CU 34AS LGRIMAS DE JESUS 35LTIMA REVISO DA MATRIA DOS POEMAS 36
NOTA BIOBIBLIOGRFICA 37
OUTROS EBOOKS DO AUTOR 38
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FORTUNA CRTICAFORTUNA CRTICAFORTUNA CRTICAFORTUNA CRTICAJOANYR DE OLIVEIRA (Grande Poeta de Braslia e da Nova Poesia Evanglica):
Joo Tomaz Parreira um nome exponencial da poesia evanglica contempornea.(escrito em 1983)
RUI MIGUEL DUARTE (Professor universitrio e Poeta):
Com Joanyr de Oliveira, do Brasil, e Brissos Lino, de Portugal, J. T.Parreira assina em1974 o Manifesto da nova poesia evanglica, proclamao de poetas cristos delngua portuguesa cujo alvo era a renovao da dico potica evanglica. Motivada poresprito de misso em obedincia a Jesus Cristo como seu Senhor confessado e emdilogo com a poesia e a criao literria secular, a poesia evanglica pretende honrar o
Criador, assumindo o seu papel de cooperadora naquilo que uma das caractersticasda imagem de Deus na criatura humana, a capacidade e vontade de criar.Cristo de confisso evanglica, um grande nmero dos seus poemas tem inspiraobblica, tanto do Antigo como do Novo Testamento, e reflecte a relao do autor com otexto sagrado, enquanto leitor atento, exegeta, recriador de ambientes, sentimentos ede diegeses a partir do texto inspirador.
BRISSOS LINO (Pastor, Professor universitrio e Poeta):
Os interesses essenciais de J.T.Parreira esto centrados na interaco entre a divindade
e a humanidade, mas as suas preocupaes so invariavelmente com o ser humano, nasua relao com Deus, mas tambm em tudo o que tem que ver com a profundidade,os valores, a beleza e o sofrimento dos homens, como o prprio bem expressou ementrevista concedida a um programa de televiso em 2002.
GEREMIAS DO COUTO (Pastor, Jornalista e Escritor)
Considero-o (a JTP) um arteso refinado das letras e referncia mpar na literatura dacomunidade evanglica lusfona.
ABRO DE ALMEIDA (Escritor):
A esplendida poesia de Joo Tomaz Parreira.
SAMMIS REACHARS (Poeta e Antologista):
Um dos maiores poetas evanglicos em lngua portuguesa.
JOO PEDRO MARTINS (Economista, Escritor):
Joo Tomaz Parreira um autor incontornvel no escasso universo da literatura feitapor evanglicos. A sua poesia Poesia Gourmet.
FERNANDO LUIS PREZ POZA (Editor e Poeta galego):
Joo Tomaz Parreira, amigo y autor muy apreciado por m e m editorial
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Jacob
Aquele de cuja mo fugiu o Anjona luta corpo a corpoo nico homem que viu entrarno cu uma escada
E cento e quarenta e sete anos viveuentre rebanhos e no sangue das uvaslavou os seus vestidos
e lavrouno fundo de Raquel e Lia doze filhos
Entre os quais o mais parecidoconsigo foi Jos o sonhadore expiroue foi somado morte do seu povo.
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APENAS LZARO
Lzaro estende-se na mo pedinteespera pelo anjo que o coloque no cu
Por agoraestende-se no cho do ricoe tem paragens cardacasno corao das palavras
Ser que teve alegriasenxugou a chuva empoeiradana face dos seus filhosamaciou o corpo com o linho?
Por agora s os anjos baixampara lhe lamberem as mosque so as suas asas.
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A VINDA DO FILHO DO HOMEM
No pas dos judeus as figueiras precedem o veroprecede um arco-ris de granizoos ramos e as folhas
O fogo abre o caminho s cinzasque ungem os altares do holocaustoo sol preceder a escuridoe as estrelas abordaro o mar com violncia
As pgadas nunca estolonge dos passos do caminhoprecedem o ladro ao redor da casa.
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A LIO DE MSICA
Mas quando David enviava os sons da harpapara os cus, a harpa seduzidapelos seus dedos, um sorrisoassomava ao esprito de Saul.Baixavam os olhos ao corao sanguneovia dentro de si o tranquiloconsolo que a msica fazia, a moque levava odor a jardim
ao mesmo tempo que as pombasse desprendiam das cordasassim velava a harpa de David.
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A PARBOLA DO AMIGO IMPORTUNO
Sou o vizinho importuno que todas as manhsjunta as vogais e as consoantesao de leve por cima das coisase por no achar o ncleo da palavraadequadaassoma olhos discretos por entre as brumaspara pedir a Deus o azul escritono cu pela larga mo
um po sem remorsos, a gualimpa em seus olhos quando chora.
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O REGRESSO DE LZARO
Tudo o que fez foi preceder a sua sombraaliviar em todos os olhos um espantoe encontrar o calor dos outros corpostudo o que fez, da morte regressadofoi sonhar de novo, procuraro fogo amassado num po quenteLzaro, saindo do fundo do silnciocomo um cntico.
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O BOM SAMARITANO
Tive fome de po e puseste a minha mesanuma toalha em linho derramadaa sede, tive-a como um dia quentea ondular entre os lbios e a guae ungiste meu corpo com um leoquando a noite oxidou as minhas chagasestive ao frio e teus vestidos colorirama palidez da minha carne nua
e na tua cama inclinei os meus ouvidosos teus mveis abriram gavetaspara os meus cristais de chuva.
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UM CNTICO DOS CNTICOS
Achem o meu amoros meus vestidosj no ouso poluir com as gotas da noiteos meus ps j perfumamo leitoAchem o meu amorque deixou- dizem- o rosto num lenoque deixou perfume
na murcha aldraba da portaquando bateu, exaustono meu silncio.
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OUTRO CNTICO DOS CNTICOS
Atravesso todas a s ruas com o outonotriste nos meus olhos, com reflexosretardados ao aviso inesperado de uma sombraa noite desfigura as ruasO perfume que deixaste declina medida que perco em meus sentidoso rudo dos teus passosPiso descala o efmero das folhas
molho os olhosa espreitar por frestasna minha face ferida j no hlugar para a claridadee no posso falar de belezacom os guardas da cidade.
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DOIS HOMENS SUBIRAM AO TEMPLO
O publicano levava o corao bocaum corao escondido que receiaa faca de ponta dos olharesa sua voz ressoa aqume o esprito de Deus volta a comover-secom o homemO fariseu reparte, num cu de sombrasinos angelicais, vai tocando a sua vida
como no outono uma rvorepela voz abaixo as folhas caem.
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SBADO
Vede que caminho sobre o meu prprio diacomo naquele em que pousei a luzsobre todo o jaspe e as pedraso dia stimo da minha obraem que dei cordainconsumvel ao universoVede como afino nos lbios dos mudosuma cano outrora esquecida
como os cegos aprendem a conheceros meus dedos, vedee podem ter nos olhos o volume dos diascomo o fio inconstil da noiteVede que a minha tnica compridadobra e desdobra sbadoscomo vosso Senhor ainda trabalhapara manter os astros como pssaros
no ramo mais alto.
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A LTIMA CEIA
Olho estas mos suavizadas pelo poeste vinho e a tarde a pendurar-seem vossos olhos e a tristezamorrerei depois de ter bebidoconvosco o fruto zimoe do po ter enchido os vossos coraese deste hino ter dado a volta mesa.
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NOVO SALMO CXXXVII
Ficam-me muito bem estas lgrimasnas margens assentadochoro Sio a contemplar as saudadesdois lrios nos meus olhospor Jerusalmsobre as guas do Eufratesficam-me bem estas lgrimasencostadas minha mo
direita quais pensamentosdigoque me ficam bem estas lgrimassentado beira da noitee do dia que partilham o riocomo quem v as nuvens passarno cume dos ventos.
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EM MEMRIA
para o jovem Ricardo
Fui s margens da terra despedir um amigonunca a morte me parecera to envelhecidato gasta pelos olhos que entreolhampor detrs de lgrimas escondidosO meu amigo no envelhecer maiso seu cabelo com a passagem dos dedos
no preparar mais o rosto e as roupaspara estar perto de nsJ c no est a sua dvidaque no sabia onde prcomo as mos ou como a vozE os lugares agora esto desertosem que era costume pr os olhos.
(11/1999)
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SALMO CXXXVII PARA CAMILO PESSANHA
Quem arrancou nossa carne magoadade dentro destas paredesquem nos levou desta casacom mos enganosas de feltroquem foi que partiu as vidraascom as formas do frio das pedrasquem encheu nosso fogocom to escura cinza
como uma gua barrentaquempartiu e derramoupelo cho as nossas lirasarco e cordasdesgrenhando o somcomo cabelos puxados pelo vento.
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OS EXPULSOS DO PARASO
Levamos connosco os olhos nussabemos que pisamosa sombra dos nossos novos corpose j nada transparente
Levamos o peito como uma nascenteo nosso corao como a guacobre pedras e respira
o seu prprio sangue
Levamos nos lbios apertadoso silncio como uma lngua mortalevamos o spro e a argilaque nos define a inocncia
Levamos para nos lanar ao frio
esta forma de morte, nossa almaexpulsos do meio do parasos Deus lhe abre as portas.
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ENTRADA TRIUNFAL
Nunca o salmo descera s ruasdando alegrias s pernas das crianase sonhos nos olhos dos velhosnunca o dia pousara to equilibradono perfil do horizontepara erguer as portas soalheiraspara entrar o Senhornunca os ramos e suas carcias
chegaram to verdadeiros aos rostosestendidos do novelo das ventanias.
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O GALO
Um galo feriu o arcom suas setas vocaisao cantardespertou uns olhos nas gavetas da noiteEis o que deixou o galocom um gume de facauma sombra no coraodo apstolo rude
assentado roda do lume.
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OLARIA
Jeremias, 18, 3-4
E desci casa do oleiroe vi as suas mos a encantar o barro
eis que pedalavao vento sobre as rodasno seu andar levssimo de nuvem
Como o vaso de barro que faziacomo um corao, se quebraem suas mostorna a entrar no grandesegredo da argila nuapara fazer dele outro vasoda lama ressequida
nas mesmas moscomo se no estivessem jem ferida.
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OS HSPEDES DE LOT
Numa praa de Sodoma, numa casa cercadavisveis anjos na beleza do corpotraziam ambos nos ps a csmica poeiraa poeira da floresta das estrelaslavaram a noite na casa de Lota noite dos seus olhos, e das mose comeram o po do amargorTraziam ambos a urgncia dos avisos
as palavras do Senhor.
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O DOLO
Vuestra arrogancia
inmvil, vuestra fria
belleza, acabarn
un dia.
Angel Gonzalez
H muito que no dobra os joelhosNunca lutou para sairinteiro de um bloco de matriade pedra ou de mrmore a palma rugosa das mosos seiossem comoo algumahirtos
olhos at cinza dos diasS a queda lhe traz a liberdadequando se parte em mil asas.
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MAGNIFICAT
Nada mais quieto que os ouvidose os lbios de Mariaa manh pairava como calmapluma desprendida de uma aveO anjo em cada palavra decifravao cdigo de Deuscomo um profeta antigoA luz atravessava o vento
cada vez que o anjo abriacom palavras o corao da Serva do SenhorNada mais quieto que o peito de Mariapairando entre as ondasde sangue e alegria.
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OS SALMISTAS
Nascidos entre liras, cujas cordasresistem s carcias e aos saltosentre os dedos, os salmistasso como as muitas guasque saltam entre pedras nas aldeias
A msica cresce em saltoscomo a cerva e o gamo
que vo em campo abertoiluminados por relmpagos
Os salmistas levantam-se de manhpor causa da insnianos seus dedos, levantam-separa plantar as hastes do somentre o silncio.
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DIGAMOS QUE FALO DE OUTRA COISA
Uma famlia sem abrigobate s portas e ningumparece respirar do outro ladodigamos que falo de Belm
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NAZARETH
Jess mozo haca casas
Miguel de Unamuno
Vivia numa pequena cidadeonde o limite do mundoparava nas montanhas
Sua presena era discreta
como leve brisa que se erguedesde a erva e sobeat ao ar limpo das ramagens
Foi seu primeiro e no nicomilagre a sabedoriae erguer casas, como carpinteirofoi o seu primeiro jbilo
Os dias passaramdeixando p nas memriasda infncia, quem dele recordavao seu olhar, o que diziasentia-se com um corpoa saltar do cho para um rio em paz.
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POEMA NA 1 PESSOA DO PLURAL
A tristeza, por vezes, nos resumea um olhar de chuvaa melancolia presanos cabelos, procuramossacudi-la com os dedosque sobramdo tdio das mosA tristeza por vezes
to frgil que partimosa tristezacom um suspiro de cristal.
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SALMO QUE PODERIA SER DE DAVID
Mesmo que o vento apaguecom altas nuvens o perfil dos montese sozinhos os meus olhos cheguemao fundode mim mesmo e no encontrem nadaE uma chuva cai das rvoresfolhas e gua oxidem o outonoe as palavras que esperava
se fechem na corola por faltar o solalarei o meu corao beira dos cusesperarei de l Quem me socorre
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DISCURSO AOS JOVENS
No deixeis para amanha vossa humilde tarefa de olharpela honra dos mais velhosde pequeno que um rio faz o destinodas suas guas poderosasnenhum pssaro novo em demasia
para se lanar no altoimvel cu
Escrevo-vosporque cada diavos trar um surpresa preciso decant-la at gotamais simples do sangue
Uma nvoa que se levantee se envolva nas coisascomo um rio de cinza Vos escrevoporque sois fortes dissipai-a
todavia
que os dias de solno vos enganemBem e Mal j no so as fronteirasque jamais deveriam tocar-sepor isto vos escrevopara que o vosso corao se movana verdade.
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O PROFETA ELIAS ENTRA NO CU
Num vento que deforma as nuvensElias ao som de cascos de fogoentra no CuA poeira csmica com que os astrosse aveludamna via celeste transparentequase aproxima as estrelas, mesmo aquelasque passaram de moda, enquanto fazem
cavalos imprevistos companhiaao profeta que acabou de entrar no Cu.
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AS LGRIMAS DE JESUS
Ningum viu nos olhos de Jesusdois lagos plcidosque iluminavam em voltaolhos que foram os primeirosa ver o princpioda mecnica celestee que agora demoravamcada lgrima nas rbitas
antes de a deixarem cairsobre o velho chocomo uma ddiva frescacomo nevetocada pelo vento, que estremecea atmosfera do vero.
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LTIMA REVISO DA MATRIA DOS POEMAS
Aqui est a minha poesiaPara baixo tenho puxado as estrelascomo Abrao, perdendo o dedoentre constelaesTenho desviado do circuito especialpoucos verbos sagradoscomo adorar, pr terra nos joelhoselevar a voz sobre os telhados
certas frases do quotidianotm sido pedra para os meus salmosonde o mrmore brilhaO que faz assim a minha poesiao mesmo que o deslizar da msicacontra Jeric e seus muros fracassados?Perdoem a minha poesiateria quando acordo os sonhos
inteis, pssaros de barrose me no fosse permitidover mais almdo que as costas do meu Deus.
1999
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Nota BiobibliogrficaNota BiobibliogrficaNota BiobibliogrficaNota Biobibliogrfica
Joo Tomaz (do Nascimento) Parreira, Lisboa, 1947. Poeta. 6 livros depoesia (Este Rosto do Exlio,1973; Pedra Debruada no Cu, 1975;Pssaros Aprendendo para Sempre, 1993; Contagem de Estrelas, 1996;Os Sapatos de Auschwitz, 2008; e Encomenda a Stravinsky, 2011 ) Umensaio teolgico (O Quarto Evangelho-Aproximao ao Prlogo, 1988)e participao em Antologias. Escreve na revista evanglica Novas deAlegria desde 1964 e no Portal da Aliana Evanglica Portuguesa. Najuventude escreveu poesia e artigos no suplemento juvenil do"Repblica", entre 1970-1972, sob a direco de Raul Rego. Tendo
comeado em 1965 tambm no Juvenil do "Dirio de Lisboa", de MrioCastrim. Est representado no Projecto Vercial, a maior base de dadosda literatura portuguesa.Edita os blogs Poeta Salutor e Papis na Gaveta, e colabora emConfeitaria Crist e Liricoletivo.
http://www.portalevangelico.pt/http://www.portalevangelico.pt/http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/parreira.htmhttp://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/parreira.htmhttp://www.poetasalutor.blogspot.com/http://www.poetasalutor.blogspot.com/http://papeisnagaveta.blogspot.com/http://papeisnagaveta.blogspot.com/http://confeitariacrista.blogspot.com/http://liricoletivo.blogspot.com/http://liricoletivo.blogspot.com/http://liricoletivo.blogspot.com/http://confeitariacrista.blogspot.com/http://papeisnagaveta.blogspot.com/http://www.poetasalutor.blogspot.com/http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/parreira.htmhttp://www.portalevangelico.pt/8/2/2019 Aquele de Cuja Mo Fugiu o Anjo - Poemas J.T.Parreira
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NA ILHA CHAMADA TRISTE (Poemrio onde o autor verseja sobre oapstolo Joo em seu exlio em Patmos. 20 pgs. em pdf Paradescarregar, clique AQUI.
3 IRMOS Antologia - Um pouco do melhor da Poesia Evanglica em
L P t P d J T P i Gii J i J d
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