Aquisição Do Português Como Língua Estrangeira Em Um Contexto Multilíngue

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Artigo conta a experiência da pesquisadora com o ensino de português para alunos búlgaros no contexto universitário.

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XXI Jornadas de Jvenes Investigadores de AUGM

UNNE, Corrientes, 14 al 16 de octubre de 2013

p 000-000

5AQUISIO DO PORTUGUS COMO LNGUA ESTRANGEIRA EM UM CONTEXTO MULTILNGUECarolina Cardoso Dutra Evangelista

Universidade de So Paulo.

Faculdade de Educao.

So Paulo - Brasil.

[email protected] entender com o desenvolvimento desta pesquisa como se d a influncia de outras lnguas estrangeiras no aprendizado do portugus em um pas onde o contato e exposio lngua lusfona se representa improvvel: a Bulgria. O trabalho resulta da observao na experincia como professora convidada do Instituto Cames de Sfia, para lecionar cultura brasileira e lngua portuguesa a alunos do curso de Letras nas cidades de Sfia e Veliko Trnovo. A observao enriquecedora e fora do lugar comum se deu em duas Universidades distintas com alunos em dois contextos diferentes: a) na Universidade de Sfia Sv. Kliment hridski: onde os alunos tem as habilitaes blgaro/portugus, sendo portugus sua segunda lngua de estudo, depois do blgaro; e b) Universidade de Veliko Trnovo Santos Cirilo e Metdio, onde os alunos tm blgaro/(outra lngua) e a terceira, portugus. No primeiro caso, o portugus tem a mesma carga horria e relevncia do blgaro, j no segundo, o blgaro e a outra lngua escolhida possuem carga horria maiores e, consequentemente, exigem mais dedicao dos alunos. Tentaremos verificar primeiro com produes escritas (selecionamos ditados e produes autnticas, algumas j dispostas no artigo), e depois com produes orais (corpus recolhido, mas ainda no analisado), as facilidades e dificuldades da influncia de outras lnguas como o ingls, espanhol, francs ou alemo na aquisio do Portugus como Lngua Estrangeira (PLE) com trs ou mais alunos diferentes. O blgaro tambm ser levado em considerao como lngua materna dos estudantes, com as lnguas em questo, eles representam o contexto multilngue buscado, apesar de os estudantes se comunicarem essencialmente em blgaro entre eles. Exploraremos tambm como corrigir os equvocos dos alunos por meio de atividades direcionadas ao aprendizado do portugus desenvolvidas especificamente durante esta pesquisa. Por meio das teorias analisadas, definiremos conceitos-chave da lingustica aplicada, sobretudo na aquisio de uma lngua estrangeira, utilizando a viso de especialistas como Edward Sapir e Ferdinand Saussure. Durante a anlise do corpus propriamente dita, nos muniremos de bases tericas para a argumentao procurando a aplicao das teorias levando em considerao o contexto em que os estudantes se encontram. E desde j, percebemos que apesar do suposto facilitamento pelo saber de outras lnguas na aquisio do portugus, durante a aprendizagem detectamos algumas dificuldades que devem ser trabalhadas para que o conhecimento anterior do aluno ajude mais do que dificulte o objetivo final: o de falar portugus. O trabalho ainda est em andamento, tendo corpus ainda a ser analisado, mas que a poca da jornada estar no finalizado, pois entendemos que esta uma pesquisa de muitos anos, mas mais completo. Palavras-chave: Portugus como Lngua Estrangeira (PLE) Aquisio Contexto Blgaro.AQUISIO DO PORTUGUS COMO LNGUA ESTRANGEIRA EM UM CONTEXTO MULTILNGUEEVANGELISTA, Carolina

O presente trabalho que est desenvolvido parcialmente neste artigo, resulta da observao e anlise das produes escritas e faladas de alunos blgaros do curso de letras em dois contextos, duas cidades e duas Universidades distintas.

Tentaremos verificar dentre outras possibilidades em qual medida o adulto nessas condies lingusticas poder apreender o portugus com certa fluncia mesmo passando da idade crtica para a aquisio da linguagem, absorvendo, assim aos princpios da teoria da Gramtica Universal (GU), ou se ele conseguir absorver as estruturas apenas do portugus superficialmente apenas. Pois, em contraste com a realidade de uma criana, que adquire sua(s) lngua(s) materna(s) sem esforo consciente dos 25 aos 30 meses, na realidade adulta, necessrio longos anos de rduo estudo para se adquirir ainda que imperfeitamente, a lngua estrangeira. Verificaremos, assim, como se d com alunos que j aprenderam e possuem certo domnio de outras lnguas a aquisio do portugus.

Exploraremos os equvocos de produes escritas tentando verificar tambm a melhor forma de corrigi-las ao longo do aprendizado no contexto da sala de aula.

Tentaremos tambm verificar a relao entre saber uma ou mais lnguas, alm da materna, e o aprendizado do portugus, o quanto isto ajuda ou atrapalha.1. O porqu do contexto blgaro

A experincia na Bulgria, deu-se em convite do Instituto Cames de Sfia, parceiro em duas universidades blgaras: a Universidade de Sfia Sv. Kliment hridski e a Universidade de Veliko Trnovo Santos Cirilo e Metdio. Como professora convidada de cultura brasileira, participamos do II Seminrio de Pesquisa e Formao na Universidade, realizado na Universidade de Veliko Trnovo, uma iniciativa de cooperao entre as Faculdade de Educao da Universidade de So Paulo (Brasil) e a Faculdade St. Cyril e St. Methodius, em Veliko Trnovo (Bulgria), que teve como objetivo identificar, ampliar e aprofundar pontos de interesse para cooperao entre as duas universidades enfatizando a formao para a docncia e a pesquisa, tentando principalmente fomentar na universidade blgara a pesquisa na graduao e ps-graduao, que ainda no explorado. Apresentamos neste seminrio um outro trabalho, intitulado Formao do Pesquisador, participamos da organizao da Semana das Culturas dos Pases de Lngua Oficial Portuguesa e realizamos nas duas cidades as oficinas de cultura brasileira: So Paulo, letra e msica: linguagem e construo de uma identidade, composta de trs partes a) Por que So Paulo? Um olhar para o incio do sculo XX; b) So Paulo terra de imigrantes; e c) Expresses artsticas atuais em So Paulo.

A intensa experincia nos deixou grandes aprendizados e algumas questes a serem estudadas e aprofundadas e este trabalho comea a desenvolver alguns aspectos que sero largamente ampliados at a realizao da XXI Jornada de Jovens Pesquisadores da AUGM.1.1 As distintas realidades no contexto blgaro

Na Bulgria estivemos a frente de alunos que possuam dois contextos diferentes principais:

1. Os alunos da Universidade de Sfia tm as habilitaes blgaro/portugus, sendo blgaro a primeira lngua de estudo e portugus a segunda, as duas com o mesmo nvel de importncia e carga horria. Neste panorama os patamares de alcance dos nveis da lngua portuguesa tendem a ser um pouco mais homogneos, j que, a priori, os alunos comeam a estudar portugus na universidade, mas j estudaram e falam relativamente bem outras lnguas como o ingls, francs ou espanhol, por exemplo. Salvo algumas excees, que j estudaram o portugus anteriormente.

2. Na Universidade de Veliko Trnovo Santos Cirilo e Metdio os alunos tm o blgaro como primeira lngua, uma outra lngua como segunda e a opo de escolher o portugus, como terceira lngua, sendo que a carga horria do portugus menor que a das outras duas lnguas. Eles geralmente falam uma segunda lngua e esto estudando a terceira e quarta. A dedicao ao portugus tambm tende a ser menor que a dos alunos do contexto n. 1, pois a cobrana da terceira lngua tambm menor.

Neste quadro, estruturamos inicialmente como mtodo a anlise das produes escritas de dois alunos diferentes, que at o final do trabalho ampliaremos para trs.

O primeiro, que chamaremos de aluno A, est no segundo ano de Letras na Universidade de Sfia, estudou alemo por 12 anos, ingls por nove, e espanhol e francs por quatro anos. Comeou a estudar portugus realmente na faculdade, mas j tinha gosto pela lngua e dividia este querer saber com sua professora de espanhol, que lhe dava algumas lies tambm em portugus. O segundo, aluno B, est no primeiro ano de Letras da Universidade de Veliko Trnovo, tendo como primeira lngua blgaro, segunda espanhol, terceira portugus e j havendo estudado ingls por nove anos e espanhol por cinco anos na escola.2. Antes das anlises um pouco da teoria

Parte-se de que sabemos os sons produzidos e entendemos como funciona o aparelho fonador do ser humano, que percebemos o conceito de lngua, suas relaes entre si, seus tipos e suas variaes.

Do aparelho fonador podemos afirmar que a lngua humana tem a funo de articular os sons para a execuo das palavras, e a partir delas temos as linguagens, que assim, qualquer serhumano em perfeitas condies de suas faculdades mentais passa a se comunicar. Temos a fala, segundo Sapir, como fenmeno fsico e concreto que pode ser analisado seja diretamente, com ajuda do ouvido humano, ou com mtodos e instrumentos anlogos ... No cabe falar, rigorosamente, de rgos da fala; existem, somente, rgos fortuitamente teis produo dos sons da linguagem: os pulmes, a laringe, o palato, o nariz, a lngua, os dentes e os lbios so utilizados pela fala, mas no devem ser considerados essenciais.

Partimos tambm do conceito de lngua: parte social da linguagem que, em forma de sistema, engloba todas as possibilidades de sons existentes em uma comunidade, segundo Saussure (2002), e necessria para que possamos entender a fala. Sabemos tambm que por ser um sistema pode-se delimit-la e defini-la por meio de suas unidades. Ainda para o linguista genebrino a lngua a linguagem menos a fala, assim sendo, temos na fala e na lngua duas unidades da linguagem, a primeira seria a parte fsica, a segunda a social.3. Comeando as anlises

O primeiro corpus a ser trabalhado uma pesquisa escrita desenvolvida pelo Aluno A, a qual se intitula O Crioulo de Cabo Verde. Este texto se representa autntico, pois escrito pelo prprio aluno sobre o vdeo Cape Verde University Collaboration (Creole Version), disponvel no Youtube. Utilizamos o termo autntico para adjetivar o texto, seguindo os princpios de Nitrini (1997), os quais tendem a dizer que no existe realmente produo original ou totalmente criativa, pois toda a obra passa por um processo de influncia. Ela trata a originalidade como um caso de estmago, em que ideias e textos j existentes precisam ser digeridos e transformados, ressignificados pelo autor, sobretudo no caso do contedo. Para Nitrini, assim, a originalidade nada mais do que essa capacidade de ressignificao, que passam necessariamente pelo conhecimento anterior do escritor. A pesquisa foi realizada para a matria optativa de Dialetologia Portuguesa, em que o aluno poderia pesquisar qualquer aspecto de dialetos do portugus, um exemplo de outro trabalho realizado para esta matria foi Os Dialetos Paulistas.

Consideramos este um texto muito bom para o ano em que o aluno se encontra, e observamos a utilizao do monitor, segundo a hiptese de Krashen (1977). Para este terico da lingustica aplicada, o monitor, desenvolvido pelo ambiente formal da aprendizagem a sala de aula , nada mais que um editor da produo, que se utiliza da gramtica aprendida para se autocorrigir. Krashen desenvolve esta teoria a priori para a fala, mas achamos de grande valia mencion-la aqui, para ressaltar a qualidade do texto escrito, j que na aprendizagem consciente diferente da aquisio (que ele compara aprendizagem das crianas de apreender a primeira lngua) o monitor pode ajudar.

Temos no pargrafo nmero 3: Podemos dividir o kabuverdianu em 2 variantes principais os de Sul , chamados Sotavento, e os de Norte , conhecidos como Barlavento, mas os ambos so considerados uma lngua. Este trabalho vai-se concentrar no dialeto mais falado (66% da populao), o da Ilha de Santiago, que faz parte dos dialetos de Sul . (grifos nossos)

Percebemos alguns erros comuns que podemos atribuir ao estilo do autor. No caso de os ambos, que na frase um pronome j que se refere s duas variantes de crioulo , percebemos que o uso do artigo funciona como determinante, que faz o autor pens-lo talvez como um numeral, como na construo os dois, precedendo assim uma construo j internalizada. O mesmo equvoco cometido no pargrafo 13, na frase: Os ambos falantes fazem s vezes uma omisso dos artigos definidos e indefinidos, no singular, como no plural.

No pargrafo 4, conseguimos apreender algumas variaes de estilo, apesar de muito bem escrito, os falantes nativos sentem um certo estranhamento ao ler o texto: construes como o vdeo representa, Sendo isso, umas observaes (para texto escrito). Podemos entender como influncia das variantes, que pode ser dada pelo conhecimento de quaisquer uma das lnguas estudadas, ou simplesmente pela falta de fluncia, mas que podem ser facilmente trabalhadas com um aluno neste nvel de proficincia.

Observamos tambm, neste contexto, um erro de artigo, que no dado pela falta de conhecimento da estrutura da lngua, mas talvez por no se ter a certeza da desinncia correta para a palavra razo: este razo.

A anlise continuar mais minuciosa e explorando tambm outras teorias. Os Anexos 2 e 3 tambm sero analisados, pois so a produo do aluno B.

4. Concluses parciais

A princpio observamos facilidades quando se aprende uma lngua sabendo outras. Apesar de algumas confuses comuns, possvel comparar estruturas, palavras parecidas, pontos gramaticais.

Para os alunos que j estudaram espanhol ele ajuda muito no incio principalmente em relao do lxico e gramtica que so muito parecidos. Mas na sequncia do aprendizado pode apresentar obstrues, pelas suas diferenas, como o uso do conjuntivo, regras de pontuao ou acentuao, por exemplo.

Observamos certas dificuldades na conversao, em que naturalmente o aluno utiliza do lxico de outras lnguas quando no tem total certeza em portugus, tentaremos tambm utilizar de gravaes para exemplificao na continuao da pesquisa.

Para a continuao da pesquisa e dos trabalhos com o portugus como lngua estrangeira, ressaltamos a aprendizagem desta lngua como facilitadora no aprendizado de outras lnguas, j que esta lngua possui o elemento descodificador do espanhol, do italiano e do francs, decodificador este dado pelo sistema fontico voclico de 12 entidades, composto de sete fonemas orais e cinco nasais, diferente das outras lnguas que possuem menos. Isso ajuda a fazer certa publicidade da lngua para que os alunos se motivem ainda mais para o aprendizado.5. Referncias bibliogrficasCHOMSKY, Noan. Logical Structure of Linguistic Theory. New York: Springer, 1955.KRASHEN, S. The monitor model for second language performance. In: BURT, M.; DULAY, H.; FINOCCHIARO, M. (Eds.). Viewpoints on English as a second language. New York, Regents, 1977. NITRINI, Sandra. Literatura Comparada: Histria, Teoria e Crtica. So Paulo: Edusp, 1997.

PINKER, Steven. The Language Instinct. New York: William Morrow and Company, 1994.SANTOS, Carlos. Lngua + Linguagem = Comunicao. Cadernos do CNLF, Srie IV, n. 12. Artigo resultante do IV Congresso Nacional de Lingustica e Filologia, realizado no Rio de Janeiro, 2000.

SAPIR, Edward. Language: An introduction to the study of speech. New York: Harcourt, Brace and Company, 1921.SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de lingstica geral. Organizado por Charles Bally e Albert Sechehaye. Prefcio de Isaac Nicolau Salum. 24. ed. So Paulo: Cultrix, 2002.5. Anexos

Anexo 1Georgi Pavlov BELINSKI, 1750, Universidade de SFIA SV. KLIMENT HRIDSKIO CRIOULO DO CABO VERDE

1. Nesta pesquisa vou tentar explicar as diferenas entre a norma padro da lngua portuguesa, que se fala em Portugal, e o crioulo, falado na Ilha de Santiago no Cabo Verde. Para visualizar essas diferenas, vou analisar um vdeo de dois falantes nativos de kriolu.

2. A maioria dos cabo-verdianos fala hoje em dia o kabuverdianu (Endruschat/Schmidt-Radefeldt 2008:249a) como lngua materna. O crioulo tem umas variaes. Nas cidades com mais influncia da lngua portuguesa se fala um crioulo levinho, enquanto nas aldeias e locais mais distantes existe um crioulo pesado/fundo. A fala tambm depende dos outros fatores como ocupao e educao do falante, etc (Endruschat/Schmidt-Radefeldt 2008:249b). O kriolu um fator importante para a integrao da populao das Ilhas de Cabo Verde e existem tendncias para o tornar uma lngua oficial.

3. Podemos dividir o kabuverdianu em 2 variantes principais os de Sul, chamados Sotavento, e os de Norte, conhecidos como Barlavento, mas os ambos so considerados uma lngua. Este trabalho vai-se concentrar no dialeto mais falado (66% da populao), o da Ilha de Santiago, que faz parte dos dialetos de Sul.

4. O vdeo representa uma entrevista com o reitor da Universidade de Cabo Verde. Sendo isso, os falantes o reitor e o jornalista tm um nvel de educao alto, que facilita a compreenso do crioulo. Como o vdeo tem uma durao de 6 minutos, pesquisada ser somente a primeira parte at o minuto 3:00. importante notar, que a consistncia do lxico portugus no kriolu kabuverdianu entre 90% e 95%. Pesquisados sero por este razo sobretudo o sotaque e as alteraes das formas nominais e o uso delas, como tambm umas observaes sobre a gramtica, fazendo analogias com a norma padro do portugus europeu (PE).

5. Desde o incio da entrevista se observa a pronunciao da fonema l em palavras como o nome do reitor, Antnio Correia e Silva, realizada como palatal e no dental, como no caso do portugus europeu. Este tipo de pronncia se conserva no s no fim da palavra, mas tambm numa posio interior e no incio social, cultural, poltico, licenciatura.

6. Na preposio de e tambm nos substantivos universidade, presidente e o adjetivo verde (de Cabo Verde), por exemplo, a fonema e sofre uma reduo e se transforma em /i/, em vez de manter a posio //, como seria na norma padro. Esta alterao tpica para uns dialetos do portugus do Brasil (PB), a diferena sendo que a consoante anterior (no caso d, t) no obtenha africatizao e no se realiza como /d/. claro que isso no uma regra geral, pois em algumas palavras como o verbo conseguir, conjugado na 3 pessoa do singular, o e final no vdeo pronunciado como //. A reduo ocorre tambm no meio da palavra, por exemplo homem - /:mim/. No incio, o e omitido estudante - /studanti/.

7. O vogal o tambm sofre uma reduo, como na norma padro do PE. O diferente no kriolu que esta reduo no to forte. O som sob acento efetuado como // - /frm/, enquanto nos todos os outros casos tem as caratersticas do /u/ - /kabu/, /anu/, /planu/, etc. 8. interessante que a consoante s tem uma realizao dupla. Em palavras como anos, pessoas, homens, quer dizer, quando tem uma posio final, ouvimos um /s/ claro, que no caracterstico para o PE. Quando a consoante se encontra no meio da palavra, ela pronunciada como // - crescimento, inscrio. Parecido o caso com o z, que em posio final transmitido como /z/ e no // - capaz. Aqui podemos traar um paralelo com os dialetos fluminenses, que mostram caratersticas parecidas, em que se refere realizao dos consoantes em posio intervoclica.

9. No crioulo existe, similarmente ao PE, uma nasalizao. Ela empregada mais ou menos na mesma maneira e no existe uma diferena grande.

10. Como j disse, o kriolu tem para a sua base a lngua portuguesa na verso europeia e por este razo o lxico, utilizado no primeiro, tem origens portugueses. Durante o tempo, um parte deste lxico se alterou, sob a influncia de outros idiomas e fatores, e hoje em dia se podem notar umas diferenas. No vdeo ouvimos o reitor da Universidade de Cabo Verde explicar sobre o interesson dos estudantes em continuarem a educao, sobre a dimenson do projeto. As palavras, utilizadas no PE, so interesse e dimenso.

11. O sufixo -on no caraterstico para a lngua portuguesa. Ele se pode encontrar nas outras lnguas romnicas como o espanhol e o francs, por exemplo. Por isso possvel que exista uma influncia de uma delas na formao das palavras no crioulo.

12. No kabuverdianu, o interesson e o dimenson tm uma nasalizao muito forte /inters/, /dimes/. Outras palavras alteradas so por exemplo mudjer /mudr/ mulher e adjuda /duda/ ajudar. A preposio para reduzida a p. Est reduo ocorre tambm na fala informal do portugus europeu, mas o vdeo representa uma discusso no alto registo do kriolu.

13. A gramtica tambm sofre umas alteraes. A mais notvel a falta de conjugao dos verbos eles s se conjugam em uma pessoa, tempo e declinao. Os ambos falantes fazem s vezes uma omisso dos artigos definidos e indefinidos, no singular, como no plural. Quando eles os pem, os artigos no so concordados e no correspondem ao gnero do substantivo, em acordo com a norma padro. porque s existem 2 formas do artigo indefinido m para o singular e ns para o plural. Observa-se e o uso de substantivos no singular para o plural ser marcado. Uns exemplos: um instituio novo, n tem 3400 (e)studante, dois ano. Os pronomes pessoais e possesivos existem num variante prprio l com significao de ele, ela, n para a 1 pessoa do plural, com a forma possesiva ns n tem, l representa, ns governo. O pronome interrogativo quanto trocado por cant, /kant/ - quanto(s) (e)studante(s) (a) universidade tem.

14. Predomina o uso do verbo ter em vez do verbo haver para designar a existncia de qualquer coisa tem muito mais lies, universidade tem 3400 estudantes. O fenmeno pode tambm ser observado na forma brasileira do portugus.

15. A durao de uma ao no presente no expressada com a construo gramatical estar + a + infinitivo ou estar + gerndio como no PE ou PB, utiliza-se a construo t + verbo continua t cresce , t adjuda.

16. A forma de tratamento, utilizada pelo jornalista para enderear o reitor da Universidade de Cabo Verde, nomeando o ttulo dele nesta maneira so mostrados o respeito dele e a distncia social entre os ambos, exatamente como seria na norma padro. 17. Nesta pequena pesquisa tentei mostrar as diferenas entre o portugus europeu e o desenvolvido dele crioulo de Cabo Verde. A relao entre os ambos mais que evidente. O kriolu formado no base do PE, mas durante o tempo as lnguas perderam a conexo entre si. O kabuverdianu mostra uma gramtica e um lxico simplificados, notvel tambm a influncia de outros idiomas, sejam africanos ou europeus. interessante tambm apontar que existem umas semelhanas na evoluo do PB e o crioulo. No entanto, as lnguas possuem uma inteligibilidade mtua, que no significa que ainda so o mesmo idioma.

ENDRUSCHAT, Anette / SCHMIDT-RADEFELDT JRGEN (2008) Einfhrung in die portugiesische Sprachwissenschaft, Tbingen, Gunter Narr Verlag Tbingen. Arquivos eletrnicos:BSCWEBTEAM, Cape Verde University Collaboration (Creole Version) (11.06.2009), YouTube [Consult.: Junho 2013]. Disponvel em WWW: .

ETNOLOGUE, LANGUAGES OF THE WORLD, Kabuverdianu, [Consult.: Junho 2013], Disponvel em WWW: .INSTITUTO DE LINGUSTICA, TERICA E COMPUTACIONAL, Projecto Diversidade Lingustica na Escola Portuguesa (2005), [Consult.: Junho 2013]. Disponvel em WWW: .Anexo 2

Anexo 3

Carolina Evangelista, editora, bacharel em Letras habilitao Portugus/Alemo. Aluna de graduao de Licenciatura em Portugus e Alemo da Faculdade de Educao da USP. Desenvolve este projeto de Iniciao Cientfica, orientada pelo Prof. Dr. Valdir Heitor Barzotto. Trabalha no eixo Brasil-Bulgria com a Formao do Pesquisador.

A idade crtica o perodo comprovado biologicamente em que o ser humano em condies ditas normais est propenso a adquirir, se em contato, qualquer tipo de linguagem. Em muitos estudos ele variante: Pinker (1994) afirma ser aos seis anos; outros especialistas dizem at sete, e em um grau um pouco mais dificultoso at 12 anos.

A GU, em sua atual forma pensada por Chomsky (1955), afirma que determinados preceitos so comuns a todas as lnguas, e a linguagem como um todo. pela gramtica universal que qualquer ser humano consegue adquirir a linguagem e se comunicar em seu determinado contexto.

Apesar de haver planos para abrir no ano de 2014 um programa em cultura ibero-americana para os estudantes de letras em portugus e espanhol, na Universidade de Sfia. Sendo que para ps-graduao, a Universidade de Veliko Trnovo encontra-se ainda defasada.

Kriolu, kabuverdianu ou kriolu kabuverdianu como os habitantes do Cabo Verde chamam a prpria lngua

Pode ser influncia do espanhol?

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