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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração Andréa Simões Marinho Beatriz Barrionuevo Heise Braga Igor Roberto de Azevedo Ricardo Beozzo Junqueira de Andrade AQUISIÇÃO E POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO DA MARCA LINENSE: um estudo de caso no Laticínios Milklins Laticínios Milklins Ltda. Lins/SP LINS SP 2011

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Administração

Andréa Simões Marinho

Beatriz Barrionuevo Heise Braga

Igor Roberto de Azevedo

Ricardo Beozzo Junqueira de Andrade

AQUISIÇÃO E POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO

DA MARCA LINENSE: um estudo

de caso no Laticínios Milklins

Laticínios Milklins Ltda.

Lins/SP

LINS – SP

2011

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ANDRÉA SIMÕES MARINHO

BEATRIZ BARRIONUEVO HEISE BRAGA

IGOR ROBERTO DE AZEVEDO

RICARDO BEOZZO JUNQUEIRA DE ANDRADE

AQUISIÇÃO E POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO DA MARCA LINENSE:

um estudo de caso no Laticínios Milklins

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração, sob a orientação da Profª. M.Sc. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame e orientação técnica da Profª. Especialista Ana Beatriz Lima.

LINS – SP

2011

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ANDRÉA SIMÕES MARINHO

Marinho, Andréa Simões; Braga, Beatriz Barrionuevo Heise; Azevedo, Igor Roberto; Andrade, Ricardo Beozzo Junqueira de

Aquisição e posicionamento estratégico da marca Linense: um estudo de caso no Laticínios Milklins / Andréa Simões Marinho; Beatriz Barrionuevo Heise Braga; Igor Roberto Azevedo; Ricardo Beozzo Junqueira de Andrade. – – Lins, 2011.

93p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2011.

Orientadores: Máris de Cássia Ribeiro Vendrame; Ana Beatriz Lima

a) Administração Estratégica. 2. Marca - posicionamento. 3. Marca Linense. 4. Laticínios Milklins Ltda. I Título

CDU 658

M29a

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ANDRÉA SIMÕES MARINHO

BEATRIZ BARRIONUEVO HEISE BRAGA

IGOR ROBERTO DE AZEVEDO

RICARDO BEOZZO JUNQUEIRA DE ANDRADE

AQUISIÇÃO E POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO DA MARCA LINENSE:

um estudo de caso no Laticínios Milklins

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Aprovada em: ___/___/___

Banca Examinadora:

Profª. Orientadora: Máris de Cássia Ribeiro Vendrame

Titulação: Mestre em Administração pela Unimep.

Assinatura: ________________________________

1º Prof.(a):_______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ________________________________

2º Prof.(a):_______________________________________________________

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura: ________________________________

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DEDICATÓRIA E AGRADECIMENTOS

Gostaríamos de agradecer a todos que nos ajudaram a concluir, não

só esse trabalho, mas também mais essa etapa de nossas vidas.

A Deus, que sempre com mãos fortes nos tem segurado!

A família, que nos ensinou a não dividir, mas a somar; a não

criticar, mas contribuir; a não pedir, mas lutar para conseguir; a

não fingir, mas ser ético. Valores que foram e serão

importantíssimos para nossas vidas.

Aos familiares, tios, primos, avós, bisavós, que sempre

estiveram presentes nos ajudando no que fosse preciso.

Aos amigos, que não mediam esforços para nos ajudar, sempre

com uma “forcinha”, “quebrando um galho”, que em fim

contribuíam para esse final. Pessoas inesquecíveis que sempre

estarão em nossos corações, em nossas melhores lembranças. Pois o

que é bom a gente não se esquece!

E por fim, aos mestres, que não só nos ensinaram a sermos

profissionais, mas transmitiram valores impreteríveis que sem

dúvida nos garantirá sucesso!

Andréa, Bia, Igor e Ricardo

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e a Nossa Senhora Aparecida,

por me iluminarem e me darem forças e coragem para enfrentar todas

as barreiras e dificuldades impostas durante mais essa etapa da minha

vida.

À minha família,

Meu pai, minha mãe, meu irmão, minha cunhada, meu avô

e minhas avós por todo carinho e atenção. Meu irmão, obrigada pela

paciência e por sempre me aconselhar. Amo vocês. Em especial meu avô

Zé por seu amor ainda estar vivo no meu coração.

Aos meus amigos,

De ontem, de hoje, de sempre. Obrigada por terem paciência

para aturar minhas chatices, e também por estarem presentes sempre

em que eu precisei de vocês. Denise, Priscila, Lara, Yasminni, Maísa,

Cássio, Carolláine, Felipe, Kelly e Lucas.

Aos... Como defini-los?

Pessoas especiais que o destino colocou na minha vida.

Agradeço a vocês pelo simples fato de me fazerem bem. Luiz Antônio,

Cristina, Luiza, Lúcia, Israel e Caio; Tiago, Luciane e Miguel; Edson,

Rosana, Matheus e Bruno; e é claro, Celso e Eliana.

Aos meus amores,

Juliana e Giovana. Com vocês eu descobri um dos

significados da palavra “amor” e como ele pode ser grande. E é claro, Bê

e Nilza. Sem vocês nada disso seria possível.

E por último, ao pessoal do ônibus,

Eu não poderia me esquecer de vocês, que nesses quatro anos

de idas e vindas estavam junto comigo nessa rotina cansativa, mas

sempre dando boas risadas que tornaram esses momentos mais alegres.

Andréa

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AGRADECIMENTOS

Dedico ao meu pai e minha mãe que me deram a vida e me ensinaram a vivê-la com

dignidade, não bastaria um obrigado. Que iluminaram os caminhos obscuros com afeto e

dedicação para que trilhasse sem medo e cheios de esperanças, não bastaria um muito obrigado.

Que se doaram inteiros e renunciaram aos seus sonhos, para que, muitas vezes, pudessem realizar

os meus. Pela longa espera e compreensão durante essas longas viagens, não bastaria um

muitíssimo obrigado. A vocês, pais por natureza, por opção e amor, não bastaria dizer, que não

tenho palavras para agradecer tudo isso. Mas é o que acontece agora, quando procuro arduamente

uma forma verbal de exprimir uma emoção ímpar. Uma emoção que jamais seria traduzida por

palavras.

Amo vocês.

Quero agradecer a Deus que me deu tudo, o Dom da vida.

Aos meus pais por me ensinarem e me apoiarem o caminho da vida.

As minhas avós por todo amor de cada dia.

Ao meu irmão por estar sempre ao meu lado quando eu precisar.

Ao meu namorado pela paciência.

Aos mestres, que antes de ensinarem, me fizeram aprender.

Aos colegas de sala pelo convívio fraternal e familiar.

Obrigada a todos...

Beatriz

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AGRADECIMENTOS

Meus sinceros agradecimentos a todos aqueles que de alguma forma doaram

um pouco de si para que a conclusão deste trabalho se tornasse possível:

Á Deus Jeová, pois a todo tempo com sua infinita misericórdia me ajudou e sempre com palavras de bom ânimo me fez seguir em frente. Me fez descobrir o quanto é importante crer e se esforçar para conseguir conquistar nossos objetivos e o mais importante, fez-me sentir o quanto é bom ver os sonhos se tornarem realidade. A minha família, que sempre esteve do meu lado me encorajando, dando-me forças para que eu não desistisse. Que sempre a disposição estava para me ajudar, tanto nos bons quanto nos maus momentos durante esses quatros anos. Meu “pé direito”, meu alicerce, minha coluna, meu menestrel. A vocês meu sincero obrigado! A minha querida mãe, que em orações pedia para que onde ela não estivesse, o Senhor estivesse! Como sou grato a ti. Agradeço por ter em mim parte de ti, pois esse seu sentimento chamado amor que transborda em seu sorriso, resumi tudo o que és, simplesmente mãe. Aos meus tios, Cláudio, Cláudia e Celso, prima Jessica e avós João e Julia, que sem perceber contribuíram imensamente, com carinho, afeto, com palavras sinceras, que nos momentos mais difíceis foi como a fresca, revitalizando-me, com surpresa.

As amizades, que fiz e que suportarão o tempo! Porque tempo e

separação nunca existirão, serão apenas oportunidades dadas (tirada) pela

vida para que a maturação comum possa se dar.

E para que cada pessoa possa ser cada vez mais a expressão do outro

sob a forma ampliada e refletida do eu individual aprimorado

Igor R. Azevedo

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AGRADECIMENTOS

Ao meu pai Waldir, por todo amor e dedicação que sempre teve comigo,

por me apoiar em todas as etapas da minha vida, meu agradecimento por estar

ao meu lado em todos os momentos importantes. Pai batalhador e amigo

obrigado por tudo.

À minha mãe Zélia, por se dedicar a mim e minha família. Por me apoiar

sempre sem medir esforços, sempre me motivando e mostrando que sou capaz

de alcançar os meus sonhos. Meu eterno agradecimento a esta mãe amiga.

A toda a minha família e amigos, em especial meu imenso

agradecimento aos meus irmãos Oscar e André pela atenção que sempre

tiveram comigo, por todos os conselhos e confiança. Por me apoiarem e

estarem sempre ao meu lado.

À minha esposa Ana Laura por me apoiar e incentivar, pela

compreensão nos momentos de ausência, pela atenção e motivação nesses

anos em busca da minha realização profissional. E principalmente pelo amor.

Em especial ao meu filho Gustavo, meu estímulo diário. Todos os meus

esforços e planos são para que ele tenha um futuro brilhante e se torne um

grande homem.

Aos meus professores, meu agradecimento pela dedicação, paciência e

conhecimento transmitido, que de alguma forma contribuíram para a conclusão

desse trabalho. Menção especial as professoras Máris de Cássia Ribeiro

Vendrame e Ana Beatriz Lima que diretamente nos auxiliou na elaboração e

conclusão desse trabalho.

Aos meus colegas de sala e parceiros desse trabalho Andréa, Beatriz e

Igor pela dedicação na elaboração e conclusão deste.

Ricardo

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RESUMO

Um grande desafio, nos dias atuais, para as empresas de bens de

consumo é fazer com que sua marca se destaque no mercado, chamando a atenção positivamente do consumidor na hora da compra. Estatísticas realizadas pelo Departamento de Agricultura dos estados Unidos, 2010, afirmam que o mundo demanda cada vez mais por produtos lácteos como base de uma alimentação rica em nutrientes que seja natural. Mas com o avanço tecnológico e o agressivo crescimento da concorrência, as empresas estão lançando no mercado produtos muito semelhantes na sua capacidade de atender aos anseios do consumidor, ficando cada dia mais difícil diferenciar um produto do seu concorrente. Por esse fato, a Milklins para se manter competitiva no mercado utilizou-se de estratégias de marketing, como a aquisição de uma marca com objetivo de criar vantagem competitiva. A marca adquirida foi a Linense, já bastante conhecida na região de Lins e com grande potencial de mercado. Para se certificar que a estratégia era viável e fosse eficiente, foi usado a administração estratégica como base de implementação, identificando com isso as ameaça e oportunidades existentes. A Milklins buscou trazer à lembrança dos consumidores o que a marca oferecia de melhor, ou seja, sua qualidade, confiabilidade além de ser um produto natural. Palavras-chave: Administração estratégica. Marca – posicionamento. Marca Linense. Laticínios Milklins Ltda.

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ABSTRACT

Nowadays, the great challenge for consumer goods companies is to make their brand show up in the market, drawing attention positively of the consumer at the time of purchase. Statistics achieved by United States Department of Agriculture, 2010, affirms that the world increasingly demand for dairy products as the basis of a rich in nutrients diet and it is natural. But with the technological progress and aggressive growth of the competitors, the companies are launching products on the market that are very similar in their ability to find the needs of the consumer, becoming more and more difficult to differentiate a product from your competitor. Because of this, Milklins to be able to remain competitive in the market it is used of marketing strategies as the acquisition of a mark with the aim to create competitive advantage. The mark that was acquired is Linense, already enough known in the region from Lins and with a great market potential. To ensure that the strategy was feasible and effective, strategic management was used as the basis for implementation, identifying with it the existing threat and opportunities. The Milklins brought to the mind of the consumer the best that the mark offered, like its quality, reliability, besides being a natural product Keywords: Strategic management, Brand positioning, Linense brand, Milklins dairy.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Logo da empresa Lacticínios Milklins Ltda. .................................. 26

Figura 2: Organograma da empresa Lacticínios Milklins Ltda. .................... 27

Figura 3: Embalagem do Projeto Viva Leite ................................................. 36

Figura 4: Processo de administração estratégica ........................................ 46

Figura 5: Logo da Linense e dos Lacticínios Milklins Ltda. .......................... 69

Figura 6: Embalagens da Sacode e da Moema ........................................... 70

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Produção de leite fluido em mil toneladas ................................... 22

Quadro 2: Exportações brasileiras de lácteos.............................................. 23

Quadro 3: Critérios para escolha de elementos de marca ........................... 39

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA: Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

CETEC: Centro Tecnológico

CEDET: Centro de Desenvolvimento Profissional Tecnológico

ESALQ: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPEA: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

LACI: Laboratório de Análises Químicas e Controle Industrial

S.I.F.: Serviço de Inspeção Federal

SMP: Segmentação, mercado alvo e posicionamento

USP: Universidade de São Paulo

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................. 17

CAPÍTULO I - LATICÍNIOS MILKLINS: CONQUISTANDO NOVOS

MERCADOS ................................................................................................ 19

1 O MERCADO DE LATICÍNIOS NO BRASIL .................................. 19

1.1 Evolução da pecuária leiteira no Brasil ........................................... 19

1.2 Grandes eventos que mudaram o mercado de laticínios no Brasil . 19

1.2.1 O livre mercado ............................................................................... 20

1.2.2 O leite longa vida ............................................................................ 20

1.2.3 Coleta de leite a granel ................................................................... 21

1.3 Brasil x exportações leiteira ............................................................ 21

1.4 A pecuária leiteira no estado de São Paulo .................................... 23

1.4.1 A pecuária leiteira na nossa região ................................................. 24

1.4.2 Os impactos das fusões e aquisições na pecuária leiteira .............. 24

1.5 Laticínios Milklins Ltda .................................................................... 25

1.5.1 Evolução histórica ........................................................................... 25

1.5.2 Organograma funcional da empresa ............................................... 27

1.5.3 Gestão de pessoas ......................................................................... 28

1.5.4 Missão ............................................................................................. 29

1.5.5 Valores ............................................................................................ 29

1.5.6 Processo produtivo.......................................................................... 29

1.5.6.1 Recepção do leite no laticínio x análise laboratorial ........................ 30

1.5.6.2 Pasteurização x empacotamento .................................................... 30

1.5.6.3 Distribuição ..................................................................................... 31

1.5.6.3.1 Vendas diretas .............................................................................. 31

1.5.6.3.2 Vendas a distribuidores ................................................................. 31

1.5.6.3.3 Vendedores ................................................................................... 32

1.5.6.3.4 Transportadores ............................................................................ 32

1.5.7 Produtos .......................................................................................... 32

1.5.7.1 Leites ............................................................................................... 32

1.5.7.2 Bebidas lácteas ............................................................................... 33

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1.5.7.3 Queijos ............................................................................................ 33

1.5.7.4 Outros derivados ............................................................................. 34

1.5.8 Departamento de controle de qualidade ......................................... 34

1.5.9 Zelando pelo meio ambiente ........................................................... 35

1.5.9.1 Projeto Água Limpa ......................................................................... 35

1.5.10 Projeto Viva Leite: uma parceria com o governo do estado de

São Paulo .................................................................................................... 36

1.5.11 Projeto de expansão ......................................................................... 37

CAPÍTULO II – UMA ABORDAGEM NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO

E POSICIONAMENTO DE UMA MARCA ................................................... 38

2 MARCA ........................................................................................... 38

2.1 Conhecendo os critérios para escolher os elementos da marca ..... 39

2.1.1 Memorabilidade ............................................................................... 39

2.1.2 Significância .................................................................................... 40

2.1.3 Atratividade ..................................................................................... 40

2.1.4 Transferibilidade .............................................................................. 40

2.1.5 Adaptabilidade ................................................................................ 41

2.1.6 Proteção .......................................................................................... 41

2.2 Compreendendo a imagem e uma marca ....................................... 41

2.3 Definindo os logotipos e símbolos ................................................... 42

2.4 Adquirindo uma marca .................................................................... 43

2.4.1 O processo de aquisição estratégica .............................................. 45

2.5 Estabelecendo o posicionamento da marca .................................... 47

2.6 Entendendo a segmentação do mercado ........................................ 49

2.7 Selecionando o mercado-alvo ......................................................... 49

2.8 Estabelecendo relação x categoria ................................................. 50

2.9 Avaliando as oportunidades de extensão da marca ........................ 50

2.9.1 Sondando os clientes para a extensão da marca ........................... 51

2.10 O valor de uma marca ..................................................................... 51

2.10.1 Benefícios decorrentes de um alto valor de marca .......................... 53

2.11 Estratégias de diferenciação ........................................................... 54

2.11.1 Diferenciação baseada no produto .................................................. 55

2.11.2 Diferenciação baseada nos funcionários ......................................... 55

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2.11.3 Diferenciação baseada na imagem .................................................. 56

2.11.4 Diferenciação baseada no canal ...................................................... 57

2.12 Propaganda ..................................................................................... 57

2.12.1 Meios de fazer propaganda ............................................................. 59

2.13 A importância da marca no setor de laticínios ................................. 59

CAPÍTULO 3 – A PESQUISA...................................................................... 63

3 INTRODUÇÃO ................................................................................ 63

3.1 Relato e discussão sobre o processo estratégico de aquisição da

marca Linense pelos Laticínios Milklins ....................................................... 64

3.1.1 Missão da Milklins no tocante à aquisição da marca Linense ......... 65

3.1.2 Objetivos da Milklins com a nova marca Linense ............................ 65

3.1.3 Análise interna e externa ................................................................. 66

3.1.3.1 Análise interna para obtenção da marca Linense ........................... 66

3.1.3.2 Análise externa para obtenção da marca Linense .......................... 67

3.1.4 Estratégias para solidificar e posicionar a marca Linense no leque

de produtos da Milklins ................................................................................ 68

3.1.4.1 Marcas guarda-chuva: Linense e Milklins ........................................ 69

3.1.4.2 Estratégias mistas: Sacode e Moema .............................................. 70

3.1.5 Implementando as estratégias escolhidas ...................................... 70

3.1.6 Estabelecendo vantagens competitivas .......................................... 71

3.1.6.1 Vantagem competitiva: análise fundamentalista .............................. 72

3.1.6.2 Vantagem competitiva: análise técnica e fundamentalista ............... 73

3.1.6.3 Importância da vantagem competitiva ............................................. 74

3.1.6.4 Milklins, Linense e a vantagem competitiva ..................................... 74

3.1.7 Benefícios para Milklins na obtenção da marca Linense................. 75

3.2 Parecer final .................................................................................... 76

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ................................................................ 77

CONCLUSÃO .............................................................................................. 78

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 79

APÊNDICES ................................................................................................ 82

ANEXOS ...................................................................................................... 90

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17

INTRODUÇÃO

Uma marca traz consigo toda uma identidade, características sentidas

pelas pessoas que as adquiri. Sendo, portanto, importantíssimo que a

percepção passada pela empresa no momento da divulgação seja condizente

com o produto em si, pois essa percepção é que traz o sucesso ou o fracasso

de uma marca.

A empresa, ao posicionar um produto no mercado, fazendo com que seja

lembrado pelo consumidor no ato da compra, agindo como agente facilitador

deve ter a preocupação de transmitir, através da marca, qualidade,

responsabilidade social, praticidade, conforto e outras características que farão

a diferença na hora da dúvida de que produto levar.

A Milklins ao realizar a aquisição da marca Linense considerou todos

esses aspectos, pois sabia que a marca trazia consigo: tradição, qualidade e

um produto final condizente com o divulgado.

A aquisição e o posicionamento da marca Linense não deixou de ser um

desafio, pelo fato de ser uma marca conhecida, houve empenho dos

profissionais que fizeram com que o impacto fosse sempre presente para uma

imagem positiva.

Com o objetivo de descrever o processo estratégico de aquisição e

lançamento da marca Linense, foi realizada uma pesquisa de campo no

período de fevereiro a outubro de 2011 nos Laticínios Milklins.

Diante dos levantamentos desenvolvidos, surgiu a seguinte questão:

As estratégias utilizadas pela Milklins para o posicionamento da marca

Linense no mercado é garantia de sucesso?

Em resposta para tal questionamento surgiu à seguinte hipótese.

Diante do estudo realizado, conclui-se que sim, as estratégias utilizadas

pela Milklins são garantia de sucesso, devido a alto comprometimento de seus

colaborares e as técnicas administrativas empregadas. Também pelo fato do

mercado estar em expansão.

Para a comprovação desse questionamento, foram desenvolvidos os

métodos de pesquisa: estudo de caso, observação sistemática e também, foi

realizada e acompanhada a história da evolução da empresa.

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As técnicas utilizadas foram: roteiro de estudo de caso (Apêndice A);

roteiro de observação sistemática (Apêndice B); roteiro de histórico da Milklins

(Apêndice C); roteiro de entrevista para o gerente de marketing (Apêndice D);

roteiro de entrevista para o administrador da Milklins (Apêndice E).

Este trabalho foi desenvolvido em três capítulos: O capítulo I foca a

evolução histórica da empresa. O capítulo II discorre sobre a história e

importância da marca com o produto. O capítulo III demonstra a pesquisa

realizada na Milklins.

Por fim, são apresentadas a Proposta de Intervenção e a Conclusão.

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19

CAPÍTULO I

LATICÍNIOS MILKLINS: CONQUISTANDO NOVOS MERCADOS

1 O MERCADO DE LATICÍNIOS NO BRASIL

1.1 Evolução da pecuária leiteira no Brasil

A pecuária leiteira no Brasil teve início em 1532, quando a expedição

colonizadora de Martim Afonso de Souza trouxe da Europa da vila de São

Vicente os primeiros bois e vacas. Nestes quase cinco séculos de existência, a

evolução da produção deu-se por pequenos produtores e sem grandes

evoluções tecnológicas. (RUBEZ, 2003)

Conforme Rubez (2003), a partir de 1950 e final dos anos 60, o leite tipo

B ganhou expressão nacional por sua qualidade. A pecuária leiteira entrou em

uma fase moderna, onde foram realizados investimentos significativos em

genéticas provadas, alimentação balanceada, melhorias e aumento de planteis

visando à melhoria da produtividade e intensificação da produção. Mas, mesmo

assim, o progresso continuou tímido em relação aos países tidos como

desenvolvidos na pecuária leiteira.

De acordo com Rubez (2003), na década de 80, uma grande evolução

do mercado que passou a exigir produtos melhores e em maiores quantidades,

deu início a uma nova era de todo o setor produtivo da cadeia de laticínios,

onde os criatórios cresceram e se intensificaram. Paralelamente, as indústrias

do setor também evoluíram.

1.2 Grandes eventos que mudaram o mercado de laticínios no Brasil

Segundo Rubez (2003), pode-se citar ainda nos últimos 20 anos quatro

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20

grandes eventos que mudaram muito o mercado de laticínios.

1.2.1 O livre mercado

O Livre mercado, imposto pelo presidente Fernando Collor pela portaria

nº 43 da extinta Sunab, decretou o final do tabelamento de leite.

Essa medida e outras tomadas pelo governo federal objetivavam

modernizar o país para concorrer com o mercado internacional, mas muitas

dessas medidas deveriam ser tomadas gradativamente e sempre em acordo

com os setores produtivos.

O impacto no setor de laticínios foi que os produtores foram pegos de

surpresa e tiveram uma redução no preço do leite que passou a ser ditado

pelos laticínios. Os Laticínios, por fim, tiveram um bom momento por

pressionarem os preços de compra muito para baixo, deixando os produtores

sem saída.

1.2.2 O leite longa vida

O Leite Longa Vida foi a maior transformação do setor de laticínios em

suas caixinhas cartonadas.

Começou no início da década de 80 com um garoto propaganda

chamado Nelson Piquet, então iniciante em sua carreira brilhante como piloto

de Fórmula 1.

A partir daí, o Longa Vida começou sua escalada e no período de 1990 a

2002 sua taxa de crescimento foi de 30% ao ano, algo jamais visto nas

histórias de laticínios.

Esse crescimento foi impulsionado pelo aquecimento da economia e

pela ida da mulher ao mercado de trabalho exigindo, assim, mais praticidade e

dinamismo nas coisas de casa.

O Longa Viva também representou uma grande mudança no setor

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produtivo do leite, criando novas bacias leiteiras e fazendo crescer muito as

indústrias de laticínios.

1.2.3 Coleta de leite a granel

A primeira utilização no país foi em 1976 na Cooperativa de Laticínios de

São José dos Campos, no Vale do Paraíba.

É um produto que se não for armazenado e transportado corretamente

estraga muito rápido, por isso, esse tipo de coleta é praticamente o único

utilizado, aposentando o tradicional tambor de 50 litros.

A dificuldade encontrada para esse tipo de transporte era a logística de

coleta dos pequenos produtores, precariedade das estradas rurais, falta de

energia em muitos locais e o alto valor do investimento dos sistemas de

refrigeração.

A grande virada desse tipo de transporte veio em meados dos anos 90

com a abertura do mercado, trazendo fabricantes de tanques e equipamentos

para esse fim e da estabilização da economia.

Com isso, a necessidade das indústrias por aumento de produtividade,

volume e qualidade incentivou que fizessem investimentos nas propriedades

produtoras de leite.

1.3 Brasil x exportações leiteira

As exportações, ainda não eram tratadas com o devido respeito pelo

Brasil, mas certamente de grande potencial de desenvolvimento e de mercado.

O mundo demanda produtos lácteos como base de uma alimentação rica em

nutrientes e que seja natural.

Os países ditos de primeiro mundo incluídos na tabela abaixo, mais a

Nova Zelândia, têm alto nível de produtividade, atendendo completamente seus

mercados internos. Eles têm programas agressivos de exportação de seus

excedentes para os grandes consumidores que não são auto-suficientes.

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Produção de Leite Fluido em Mil Toneladas

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Canadá 7.734 7.905 7.806 8.041 8.212 8.270 8.280 8.350 8.350

México 9.784 9.874 10.164 10.051 10.657 10.907 10.866 11.176 11.330

Estados Unidos 77.289 77.488 80.255 82.455 84.211 86.174 85.874 87.450 88.690

Argentina 7.950 9.250 9.500 10.200 9.550 10.010 10.350 10.600 11.070

Brasil 22.860 23.317 24.250 25.230 26.750 27.820 28.795 29.480 30.846

União Européia

135.069

133.969

134.672

132.206

132.604

133.848

133.700

134.200

134.700

Rússia 33.000 32.000 32.000 31.100 32.200 32.500 32.600 31.740 31.400

Ucrânia 13.400 13.787 13.423 12.890 11.997 11.524 11.370 10.950 10.570

Índia 36.500 37.500 37.520 41.000 42.890 44.500 48.160 50.300 52.500

China 17.463 22.606 27.534 31.934 35.252 34.300 28.445 29.100 30.500

Japão 8.400 8.329 8.285 8.137 8.007 7.982 7.910 7.790 7.800

Austrália 10.636 10.377 10.429 10.395 9.870 9.500 9.326 9.400 9.700

Nova Zelândia 14.346 15.000 14.500 15.200 15.640 15.141 17.397 16.897 18.642

Total dos países selecionados

394.431

401.402

410.338

418.839

427.840

432.476

433.073

437.433

446.098

Fonte: USDA (United States Department of Agriculture, 2010)

Quadro 1: Produção de leite fluído em mil toneladas O mundo hoje tem aproximadamente 7 bilhões de habitantes dos quais

1,3 bilhões está na China e 1,2 bilhões, na Índia, o que totaliza 2,5 bilhões ou

quase 36% da população mundial. A China cresceu 10% nos últimos 10 anos e

a Índia 17,6%.

A China teve sua produção aumentada em aproximadamente 63% entre

2003 e 2009. Em 2009 produzia 28.445 mil toneladas de leite, valor esse igual

ao Brasil em 2009.

Já a Índia, aumentou nesse mesmo período 33%, tendo em 2009 uma

produção de 48.160 mil toneladas de leite. (USDA, 2010)

A União Européia com uma população de 500 milhões em 2010 tem

crescido entre 0,15% e 0,1% ao ano nos últimos 10 anos e esbanja uma

produção de leite no valor de 133.700 mil toneladas com uma pequena queda

de 1% entre 2003 e 2009.

Quase metade da população mundial está na China e Rússia e nos países árabes (os maiores importadores de frango brasileiro) e africanos (“o Brasil tem corpo na América, mas o coração na África”), com os quais temos profundas afinidades. Esse é o caminho da mina. Devemos esquecer os Estados Unidos, União Européia, que além de protegerem a ferro e fogo seus produtores, estão entupidos de leite até o teto. (RUBEZ, 2003, p.1).

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A União Européia está estagnada em termos de produção, tem-se um

mercado interno saturado e já muito tomado pelos grandes exportadores de

leite. A exemplo disso, tem-se a Nova Zelândia com a Cooperativa de Lácteos

Neozelandesa, Fonterra, que teve recentemente transferido seu escritório de

Hamburgo na Alemanha para Amsterdam na Holanda; esse último,

considerado um centro líder mundial de avanços em lácteos e alimentos.

A Fonterra ainda possui um sistema online de comércio de lácteos, a

Global Dairy Trade, onde empresas credenciadas no mundo todo podem

vender seus produtos nessa plataforma.

Exportações brasileiras de lácteos

Ano US$ Kg

1996 19.256.881 7.786.083

1997 9.409.578 4.303.508

1998 8.105.089 3.000.017

1999 7.520.039 4.398.355

2000 13.360.878 8.927.628

2001 25.029.993 19.371.274

2002 40.246.251 40.122.771

2003 48.507.991 44.444.475

2004 95.381.109 68.240.347

2005 130.093.248 78.365.662

2006 138.534.474 89.058.200

2007 273.286.774 96.578.560

2008 509.180.971 142.466.118

2009 151.765.409 64.413.702

2010 155.517.842 58.241.853 etnoF: (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)

Quadro 2: Exportações brasileiras de lácteos 1.4 A pecuária leiteira no estado de São Paulo

Um importante marco da pecuária leiteria do estado foi no final da

década de 90, quando São Paulo perdeu a segunda colocação no ranking de

produção para Goiás e em 2004 já estava em quinto lugar segundo dados do

IBGE. (RUBEZ, 2006)

As bacias leiteiras do estado diminuíram e não conseguiram ser

repostas pelas novas. Em contrapartida, o estado de São Paulo continua sendo

o maior consumidor nacional, representando 27,2% do consumo e tem também

o maior programa de distribuição de leite em programas sociais (1 milhão de

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litros por dia). (RUBEZ, 2006)

Em 2006, o estado de São Paulo possuía 356 empresas de laticínios,

sendo 125 inscritas no Sistema de inspeção Federal - SIF e 231 no Sistema de

Inspeção do Estado de São Paulo – SISP. (RUBEZ, 2006)

O volume de leite processado no estado de São Paulo nas indústrias

que possuem inspeção, segundo a pesquisa da Leite Brasil em 2005, é de

5.744.000 litros por dia dos quais 3.752.000 litros são destinados a Leite fluido

e 1.992.000 litros para os produtos derivados. (RUBEZ, 2006)

1.4.1 A pecuária leiteira na nossa região

Restringindo a área para as mesorregiões de Araçatuba, Bauru, Marília

e São José do Rio Preto têm-se as seguintes porcentagens em relação ao

recebimento e processamento do estado: 8,9%, 8,5%, 2,3% e 23,5%

respectivamente, totalizando 43,2% do volume do estado em empresas de

controle do SIF e para o número de empresas têm-se 4,2%, 8,1%, 2,8% e

10,7% respectivamente.

Especificamente nessa mesorregião, Bauru tem um recebimento e

processamento de 287.236 litros por dia. (RUBEZ, 2006)

1.4.2 O impacto das fusões e aquisições na pecuária leiteira

O mercado das indústrias de laticínios vem sofrendo as mesmas

mudanças do mercado em geral. Grandes empresas sofrem fusões e adquirem

outras menores.

Tais mudanças vêm dificultando a operação das empresas menores em

função do aperto de mercado feito pelas grandes corporações formadas,

devido ao grande volume de compra de leite e venda de produtos, garantindo

assim, preços menores, mas ganhos melhores no volume processado.

As 15 maiores empresas do estado são aquelas que recebem mais de

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100.000 litro diários. Estas representam, no recebimento, 71,9% do total de

leite, as que recebem entre 50.001 e 100.000 litros diários representam 9,2%

do total de leite, as que recebem entre 10.001 e 50.000 litros diários

representam 16,2% do total de leite e, por fim, as menores que recebem até

10.000 litros diários representam 2,7% do total de leite. (RUBEZ, 2006)

1.5 Laticínios Milklins Ltda.

1.5.1 Evolução histórica

A Empresa Laticínios Milklins Ltda. tem sua sede na Rua Voluntária

João Batista de Arruda, s/nº, Bairro Bom Viver IV, no município de Lins, estado

de São Paulo.

Suas atividades iniciaram-se em 18 de outubro de 1991, tendo como

atividade principal a preparação do leite, quando a cidade de Lins era

considerada a segunda maior bacia leiteira do Estado e alguns agropecuaristas

de Lins e região uniram-se para explorar o ramo de laticínio e subprodutos de

leite.

No início, o laticínio trabalhava apenas com vendas a granel,

recepcionava o leite do produtor fazendo o devido resfriamento e pasteurização

para outros laticínios.

O Laticínio possui uma relação de aparelhamento de alta tecnologia, o

qual proporciona uma eficiente fiscalização do leite recepcionado em suas

dependências por meio de análises laboratoriais verificando a densidade, a

acidez e a qualidade do produto.

O tempo foi passando e surgiu a necessidade de aumentar o ramo de

atuação e a empresa começou a produzir produtos derivados do leite, tais

como: queijos, iorgutes e doces de leite. Com isso, utilizou em média 80% de

suas matérias-primas com o leite tipo B e 20% de leite tipo C, produzindo leites

desnatado e semidesnatado.

Em 2003, a empresa possuía um capital social fixo de R$ 737.651,00

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(setecentos e trinta e sete mil, seiscentos e cinquenta e um reais), divididas em

737.651 quotas no valor de R$ 1,00 (um real) cada, integralizadas em moedas

do país e distribuídas entre 37 sócios, sendo sócio majoritário sendo o Sr.

Waldir Junqueira de Andrade, com um total de 139.036 quotas.

Em 2006, a empresa totalizava um capital fixado em R$ 2.420.724,00

(dois milhões, quatrocentos e vinte mil e setecentos e vinte e quatro reais),

divididas em 2.420.724 quotas no valor de R$ 1,00 (um real) cada, distribuídas

entre 16 sócios, sendo que a empresa OGAR Empreendimentos e

Participações Ltda. tinha a maior parte do número das quotas, no total de

2.012.579, assim sendo, considerada a sócia majoritária do Laticínio.

Atualmente, a empresa possui o mesmo capital fixado em R$

2.420.724,00 (dois milhões, quatrocentos e vinte mil e setecentos e vinte e

quatro reais), divididas em 2.420.724 quotas no valor de R$ 1,00 (um real)

cada, sendo que a empresa Tradição do Ivinhema Agropecuária Ltda. é a que

possui a maior parte do número de quotas, totalizando de 2.012.579, sendo

considerada a sócia controladora do Laticínio.

Fonte: Departamento de Marketing Milklins, 2011

Figura 1 – Logo da empresa Lacticínios Milklins Ltda.

A maioria dos sócios são produtores de leite que entregam matéria-

prima para a empresa. A empresa é composta por um Conselho de

Administração, composta por três sócios, com mandato de dois anos,

prorrogáveis por mais dois anos. Ao término do exercício social, no terceiro

mês subsequente, é realizada assembleia geral ordinária visando a prestar

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contas do período findo.

O crescimento econômico da empresa, nos últimos anos, fez com que,

em alguns momentos, sofresse uma readequação na sua estrutura

organizacional e societária.

Devido à necessidade de mudanças, a diretoria da empresa elaborou

um organograma com o objetivo de acelerar os processos de tomadas de

decisão, pelos departamentos e setores da empresa, de acordo com as suas

particularidades e, ainda, melhorar o fluxo de informações, poder de decisão e

a descentralização.

1.5.2 Organograma funcional da empresa

Fonte: Departamento de Recursos Humanos Milklins, 2011

Figura 2 – Organograma da empresa Laticínios Milklins Ltda.

O organograma do Laticínios Milklins é bem enxuto, com uma estrutura

pequena. Por ser uma empresa familiar, tem poucos níveis hierárquicos.

A presidência, o mais alto nível da empresa é quem toma as decisões

estratégicas diárias para o bom funcionamento da mesma. Juntamente com o

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presidente, o vice-presidente tem seu papel em dividir a responsabilidade de

autorização de pagamento dos compromissos firmados por ela.

Logo abaixo da presidência têm-se as gerências, que são compostas

pela: industrial, comercial e administrativa.

A gerência industrial é responsável por toda a gestão e controle da

produção. Faz programações de produção, controle de perdas, controle das

manutenções preventivas e corretivas da fábrica, controle de insumos de

produção, solicitações de compra de insumos, descarte de resíduos, produção

de novas fórmulas, desenvolvimento de novos produtos e processos.

O laboratório cuida de todas as análises de insumos, da qualidade da

matéria-prima, do leite, faz também o controle de qualidade dos produtos

acabados dentro das normas exigidas pela Agência Nacional de Vigilância

Sanitária (ANVISA).

O supervisor de produção comanda a fábrica em seu funcionamento,

das rotinas de máquinas e controla o bom andamento da produção, através da

inspeção das pessoas, das máquinas e dos produtos em linha de produção.

A gerência comercial é responsável por todos os contatos comerciais,

pela: abertura de novos clientes, prospecção de novos mercados e produtos,

pelo atendimento de pós-vendas de clientes especiais, marketing, pelas

promoções e eventos da empresa.

Os representantes são aqueles que cuidam dos clientes corporativos

após a abertura do mesmo, da melhoria de exposição de produtos, de um

melhor controle de qualidade nos estabelecimentos, do atendimento pós-venda

e tratamento de assuntos de problemas e devoluções de mercadorias.

Os vendedores são os tomadores de pedidos de pequenos clientes que

não possuem contratação de compra mínima ou estipulada, fazem visitas aos

clientes diariamente ou com menor freqüência, dependendo do volume médio

de compra.

A gerência administrativa é responsável pelas rotinas internas da

empresa, documentações, bancos, pelos pagamentos e pela elaboração de

relatórios de gestão.

1.5.3 Gestão de pessoas

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A Milklins mantém com seus 30 colaboradores uma relação de respeito,

transparência e diálogo contínuo. Por ser uma empresa familiar, a hierarquia é

baixa, o que torna o contato dos colaboradores com seus dirigentes mais

próximo, garantindo um ambiente de trabalho agradável.

Para a empresa valorizar o trabalho de seus profissionais é necessário

que haja uma aliança entre o desenvolvimento pessoal e profissional, os quais

geram bons resultados para o negócio. Assim, investem em capacitação e

iniciativas, estimulando a busca de auto-desenvolvimento e de uma melhor

qualidade de vida; oferece um amplo leque de benefícios, mantém canais de

comunicação interna que possibilitam a troca de ideias e o crescimento em

conjunto.

1.5.4 Missão

Desenvolver e comercializar de forma segura e saudável produtos de

qualidade, com retorno satisfatório para os empregados, tendo consciência e

total respeito ao meio ambiente, de maneira a gerar grandes resultados.

1.5.5 Valores

- Ética e responsabilidade social;

- Compromisso e parceria com clientes, funcionários e fornecedores;

- Qualidade Total; e

- Perseverança.

1.5.6 Processo produtivo

Os produtos derivados do leite produzidos pela Milklins passam por

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processos que podem ser descritos pelas seguintes etapas:

a) recepção do leite no laticínio;

b) análise laboratorial;

c) pasteurização;

d) empacotamento; e

e) distribuição;

1.5.6.1 Recepção do leite no laticínio x análise laboratorial

O laticínio produz os leites empacotados tipo B e C, desnatado e

semidesnatado, os queijos mussarela, prato, ricota, nozinho, provolone, minas

frescal, e também manteigas, doce de leite e bebidas lácteas.

O processo inicia-se com a recepção do leite vindo dos produtores,

passando por uma análise laboratorial em que é coletada uma amostra para

verificar a densidade, acidez e a qualidade do leite recepcionado.

Após esta etapa, o leite é medido em uma balança, passando por um

filtro para retirar parte da sujeira que contém nele, e em seguida, é

encaminhado para o tanque de resfriamento no qual será armazenado.

1.5.6.2 Pasteurização x empacotamento

O segundo passo é a pasteurização. O leite, vindo do tanque gelado,

passa pelo tanque de equilíbrio, indo para a pasteurizadora e classificadora de

leite que retira todas as impurezas, padronizando o leite por tipo B ou C.

Em seguida, o leite passa pelo homogeneizador para quebrar as

partículas de gordura, elevando a uma temperatura de 75º C e depois baixando

para 5º C, ocorrendo um choque térmico que elimina micróbios existentes.

Neste momento, o leite é armazenado em uma câmara fria já estando

pronto para o empacotamento ou fabricação de seus subprodutos. No caso do

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queijo, o processo continua por mais cinco dias, pois o produto sofre o

processo de cura e secagem.

Para a transformação de bebidas lácteas, o leite pasteurizado é

misturado com os insumos necessários para a obtenção dos resultados

desejados. Já para a manteiga, existem dois equipamentos específicos que

são utilizados para se obter os pontos ideais, que são o maturador e a

batedeira. Para o doce de leite, a matéria-prima é aquecida e adicionada à

mistura do processo de fabricação. Após esta etapa, o produto já é envasado.

Finalizados os processos necessários, os produtos são embalados em

uma máquina a vácuo e armazenados em uma geladeira à disposição do

consumidor.

A empresa possui uma câmara fria de experiências com os queijos

parmesãos, mussarelas e outros tipos de queijo. Esses produtos chegam a

ficar armazenados em torno de seis meses para o processo de curagem. Isto é

possível devido ao sistema de apoio que é composto pela caldeira à lenha, que

é extremamente importante em todos os processos da empresa, pois gera

vapor necessário às máquinas utilizadas na produção.

No sistema de água gelada, os compressores são resfriados com

amônia para garantir o resfriamento desejado nas máquinas de pasteurização.

1.5.6.3 Distribuição 1.5.6.3.1 Vendas diretas

São aquelas feitas pelo próprio Milklins através do departamento

comercial. Essas vendas são efetuadas a grandes clientes com plano de

compra definido, seja ele diário, semanal ou mensal, dependendo do produto.

1.5.6.3.2 Vendas a distribuidores

São empresas que representam a marca nas cidades vizinhas, compram

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os produtos e os revendem em outras praças. As praças são divididas

conforme rotas de entrega e população abrangida.

1.5.6.3.3 Vendedores

São pessoas contratadas do Milklins, trabalhando em modo de salário

fixo + comissão, que fazem as vendas a pequenos estabelecimentos. Eles são

responsáveis também pela captação de novos clientes dentro de sua área de

atuação definida pelo Milklins.

1.5.6.3.4 Transportadores

São os responsáveis pela entrega dos produtos de vendas feitas através

das vendas diretas e dos vendedores.

1.5.7 Produtos

A Milklins possui um mix de produtos que atende a demanda de Lins-SP

e região, seguindo um padrão de qualidade com características próprias para

que seus consumidores possam identificá-los.

Umas dessas características é a forma com que os produtos são

fabricados, alguns de forma artesanal.

Outra particularidade é a matéria-prima. O leite utilizado na fabricação

dos produtos é de animais criados livres em pastos que só se alimentam de

capim, o que agrega ainda mais valor à qualidade dos produtos oferecidos,

tornando-os mais saudáveis.

1.5.7.1 Leites

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São dois os tipos de leite oferecidos pela empresa, o tipo B e C

pasteurizado. O leite, ao chegar à área de produção, passa por análises

microbiológicas e físico-químicas e, após liberado, o mesmo passa pelo

processo de pasteurização, ajustando a gordura do leite para 0%, se desejado

e/ou homogeneizar.

A segunda etapa é o envasamento do leite, feito por máquinas

específicas.

Logo após, são armazenados em caixas plásticas dentro de câmaras

com temperaturas de 5º graus até a hora da expedição.

1.5.7.2 Bebidas lácteas

O Sacode é a bebida fermentada fabricada pela Milklins. A primeira fase

do seu processo de fabricação é a mesma do leite. Nela, o leite é aquecido a

80ºC e depois resfriado a 40ºC. Adicionam-se os fermentos e depois de 6

horas forma-se uma superfície de gelo e fermento.

Tal mistura é quebrada e misturada, adicionando os demais insumos

que vão dar sabor e textura à bebida. Concluída essa etapa, a bebida pode ser

envasada e distribuída.

1.5.7.3 Queijos

Também no processo de fabricação de queijo, a primeira parte é a

mesma dos demais produtos. Na segunda fase o leite é aquecido a 36•‹C e

adicionado insumos, fermentos, cloreto de cálcio e corante.

Após algumas horas, o leite é coalhado e é iniciada a fase de separação

do coalho do soro. A massa (coalho) é posta em formas de acordo com o

queijo que se deseja obter e é prensado para que o restante do soro seja

eliminado.

Em seguida, ele é levado a um tanque onde vai ser salgado, ficando lá

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por um tempo que vai variar de acordo com o tamanho do queijo. É posto para

secar durante 24h. Este processo tem por objetivo escorrer todo o restante da

salmoura que ficou no queijo.

Por fim, é embalado e levado para uma câmara fria até a venda.

1.5.7.4 Outros derivados

O doce de leite é produzido através do processo de leite integral,

padronizado, de boa qualidade e coado. Logo são adicionados outros

ingredientes. A agitação e o aquecimento devem ser contínuos durante toda a

fabricação do derivado.

A manteiga é produzida através de um creme obtido de gordura láctea,

que depois é pasteurizado para eliminar os microorganismos. Logo é resfriado

e colocado por um tempo em repouso com as devidas condições de

armazenagem para melhoria física e biológica. Após esse tempo, ocorre a

bateção, que é a transformação do creme e manteiga.

É feita a lavagem da manteiga para retirada do excesso de soro e, por

fim, o processo de expremedura, que é a fase onde se consegue a

consistência final da manteiga.

1.5.8 Departamento de controle de qualidade

A empresa possui um pequeno laboratório, bem equipado, onde são

realizadas as análises microbiológicas e físico-químicas necessárias,

demonstrando a qualidade da matéria-prima recebida, assim como, a dos

produtos acabados.

Também possui convênios com laboratórios externos onde são

realizadas as análises mais específicas e detalhadas sobre as matérias-primas

recebidas. Essas análises são de extrema importância para a qualidade do

produto e servem para garantir que o consumidor adquira um produto confiável.

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35

O Serviço de Inspeção Federal (S.I.F.), sujeito ao Ministério da

Agricultura, é quem realiza a fiscalização sanitária dos produtos da Milkilins,

garantindo que a empresa esteja dentro dos padrões de qualidade

estabelecidos, defendendo a saúde e os interesses de seus consumidores.

Na empresa há um funcionário do Ministério da Agricultura que está

presente diariamente na empresa a fim de cumprir sua rotina de trabalho. A

cada 2 anos em média, seu superior regional localizado em Bauru, faz o que é

chamado de auditoria do sistema produtivo completo a fim de certificar ou

mesmo encontrar falhas.

Caso seja encontrada alguma falha, uma notificação é expedida pelo

S.I.F. com prazo para correção. Caso o prazo não seja cumprido, a empresa

pode ser multada, ter o certificado do S.I.F. suspenso ou mesmo ser impedida

de continuar a operação, dependendo da gravidade das falhas encontradas.

Para o controle de leite cru recebido dos produtores, são feitas coletas

aleatórias mensalmente nos reservatórios de leite cru e enviadas a um

laboratório determinado por aquele órgão, que no caso do Laticínios Milklins é

a Clínica do Leite na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ,

esta é uma unidade da Universidade de São Paulo - USP localizada em

Piracicaba – SP. Lá são feitas as análises físico-químicas especificadas pelo

S.I.F. para aquele produto. Para o leite embalado, o laboratório indicado é o

Laboratório de Análises Químicas e Controle Industrial – LACI, que está

localizado no Centro Tecnológico - CETEC em Lins.

Outra atribuição do S.I.F. é a aprovação e registro do rótulo de um novo

produto onde as informações ali contidas devem retratar com os dados

nutricionais informados pelo fabricante do produto.

Por fim, o Ministério da Agricultura, por meio do S.I.F., deve receber

através de seu site na internet o mapa geral fornecido pela Milklins da entrada

de leite, produção e venda de qualquer produto.

1.5.9 Zelando pelo meio ambiente

1.5.9.1 Projeto Água Limpa

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A empresa Milklins está preocupada com a sustentabilidade e por isso

realiza o tratamento de toda a água utilizada em seus processos de produção.

Possui uma estação de tratamento que capta a água utilizada na

produção, passando por tanques de decantação para a separação de sólidos e

tratamento da água, a qual é descartada sem agredir o meio-ambiente.

1.5.10 Projeto Viva Leite: uma parceria com o Governo do Estado de São

Paulo

Fonte: Departamento de Marketing Milklins, 2011

Figura 3 – Embalagem do Projeto Viva Leite.

O Programa Viva Leite do Governo do Estado de São Paulo foi

implantado em 1993 para atender uma demanda dos produtores de leite

paulistas a escoar por excesso de produção de leite e, ao mesmo tempo,

atender a população carente através da distribuição gratuita desse leite. Essa

demanda dos produtores surgiu por conta do encerramento do programa

federal que havia sido implantado pelo governo Sarney e encerrado pelo

governo Collor, causando um grande problema para a cadeia de produção do

leite.

Para a implantação desse programa foram realizados vários estudos,

baseados no mapa da fome elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada (IPEA). Atualmente o programa distribui 130 milhões de litros de leite

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pasteurizado, com no mínimo 3% de gordura e enriquecido em ferro, vitaminas

A e B, atendendo 625 mil crianças e 85 mil idosos, (SILVA, 2007).

Para a participação das empresas nas licitações do Viva Leite, elas

devem estar com suas obrigações trabalhistas e tributárias em dia e, com isso,

participam de um pregão presencial ou eletrônico do tipo menor preço para

atender determinados blocos ou regiões.

A Milklins decidiu participar das licitações do Programa Viva Leite para

elevar a sua produção diária e melhorar o aproveitamento de sua estrutura

produtiva, participando pela primeira vez no pregão em 2006. O volume de

leite fornecido pela Milklins ao Programa Viva Leite é de 170 mil litros por mês

para entidades do interior e 300 mil litros por mês para entidades da grande

São Paulo.

1.5.11 Projeto de expansão

Em 2011, o Laticínios Milklins está com um projeto de expansão de sua

marca e, para isso, está investindo na aquisição e no processo estratégico de

lançamento da marca Linense.

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38

CAPÍTULO II

UMA ABORDAGEM NO PROCESSO DE AQUISIÇÃO E POSICIONAMENTO

DE UMA MARCA

2 MARCA

A utilização e aplicação de marcas existem há séculos como um meio de diferenciar os bens de um fabricante dos bens de outro. Na verdade, a palavra “brand” (marca em inglês) deriva do nórdico antigo brand, que significa “queimar”. Isso porque as marcas a fogo eram, e de certa maneira ainda são, usadas pelos proprietários de gado para marcar e identificar os seus animais. (KELLER, 2007, p.02).

Segundo Tavares (1998), marca é um nome, termo, signo, símbolo

distinto ou combinado com o objetivo de identificar a promessa de benefícios,

integrar bens ou serviços, que possibilitem o aumento do valor de um produto

além de seu propósito, tendo um diferencial competitivo e sustentável.

Kotler e Keller (2006) enfatizam que as marcas identificam a origem ou o

fabricante de um produto e permitem que os consumidores – sejam indivíduos

ou organizações – atribuam responsabilidade pelo produto a determinado

fabricante ou distribuidor. Desta forma, os consumidores podem avaliar um

produto idêntico de forma diferente, dependendo de como sua marca é

estabelecida. À medida que a vida dos consumidores torna-se mais complexa,

agitada e corrida, a capacidade que as marcas têm de simplificar a tomada de

decisão e reduzir riscos é inestimável.

Para Sampaio (1999), a marca age como um facilitador operacional,

eliminando processos de decisão relativamente complexos a cada momento da

existência; como um elemento catalisador, acelerando, de forma segura, esses

processos decisórios; e como forma de expressão social, transformando essas

decisões em fatos de interação social.

De acordo com Aaker (1998), uma marca é um nome diferenciado e/ou

símbolo (tal como um logotipo, marca registrada, ou desenho de embalagem)

destinado a identificar os bens ou serviços de um vendedor ou de um grupo de

vendedores e a diferenciar esses bens e serviços daqueles dos concorrentes.

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Para as empresas não importa o quanto realmente valha a marca, mas

sim, o quanto ela representa na mente do consumidor, o quanto ela pode

influenciar de forma emocional na decisão de compra.

2.1 Conhecendo os critérios para escolher os elementos da marca

Conforme Keller (2007), os elementos das marcas são aqueles recursos

próprios que servem para identificá-las e diferenciá-las. A maioria das marcas

fortes emprega diversos elementos de marca. A Nike possui o inconfundível

logo que transmite a ideia de movimento rápido, o estimulante slogan “Just do

it” e o mitológico nome “Nike” baseado na deusa alada da vitória.

Tais elementos podem ser escolhidos para construir o máximo de brand

equity possível.

De acordo com Keller (2007), os elementos podem ser escolhidos em

seis critérios, conforme o quadro e as definições a seguir.

1- Memorabilidade

Facilmente reconhecido;

Facilmente lembrado;

Através de fronteiras;

4 - Transferibilidade

Dentro de categoria de produtos.

2 - Significância

Descritivo;

Persuasivo;

5 – Adaptabilidade

Flexível e Atualizável.

3 - Atratividade

Divertido e Interessante;

Rica imagem visual e verbal;

Esteticamente agradável;

6 – Proteção

Legal e competitivo.

Fonte: Keller, 2007, p.93

Quadro 1: Critérios para escolha de elementos de marca

2.1.1 Memorabilidade

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É uma condição para construir e alcançar um alto nível de lembrança

de uma marca.

Para atingir essa meta podem ser escolhidos elementos de marca que

sejam memoráveis e, portanto, facilitem a lembrança espontânea ou

reconhecimento do consumidor na hora de fazer a compra. Por exemplo:

marca Tigre para tubos e conexões e reforçá-lo com um símbolo de tigre faz

com que o consumidor identifique melhor o produto, induzindo-o a comprar.

2.1.2 Significância

Além de elementos de marca para construir lembranças podem

escolher elementos cujo significado favoreça a formação de associação da

marca. Esses elementos podem assumir vários significados tanto no conteúdo

descritivo como no persuasivo.

2.1.3 Atratividade

As associações sugeridas por um elemento de marca podem não estar

necessariamente relacionadas com o produto, pode escolher elemento de

marca rico em imagens visuais e verbais, divertidas ou interessantes.

2.1.4 Transferibilidade

Em geral, quanto menos específico o nome, mais facilmente ele pode

ser transferido através de sua categoria. O Puma, por exemplo, tem conotação

de um felino ágil e, portanto, como marca, pode ser apropriada para uma

variedade de produtos, ao passo que Limpol, obviamente, não permite a

mesma flexibilidade.

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2.1.5 Adaptabilidade

Concerne à adaptabilidade do elemento de marca ao longo de tempo.

Devido à mudança nos valores e nas opiniões do consumidor, ou simplesmente

à necessidade de permanecer atual, os elementos de marca precisam ser

atualizados com o tempo.

2.1.6 Proteção

Diz respeito até que ponto o elemento de marca pode ser protegido,

tanto no sentido legal quanto no competitivo.

2.2 Compreendendo a imagem e uma marca

A imagem da marca é um conjunto que possui uma percepção e uma

necessidade. Os consumidores não conhecem e nem têm como conhecer tudo

o que é possível saber, em detalhes principalmente, a respeito de uma

empresa. Por isso, eles podem imaginar ou esperar, tendo ou não uma

evidência objetiva. Assim, percepções são formadas atuando como elementos

de influência sobre o comprador, tendo a mesma relevância que fatores

concretos e podendo perfeitamente determinar a decisão de compra. (KELLER,

2006)

A imagem da marca inclui as maneiras de como ela tenta atender as

necessidades psicológicas e sociais dos clientes. O conjunto de imagens

refere-se ao aspecto mais intangível da marca, reflete como as pessoas

pensam na marca abstratamente e não o que pensam que a marca realmente

faz. Podem ser formadas várias associações de imagens, diretamente ou

indiretamente. Quatro categorias de associações intangíveis devem ser

destacadas, conforme Keller (2007):

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a) perfis de usuário;

b) situações de compra uso/consumo;

c) personalidade e valores;

d) história, legado e experiência.

Segundo Keller (2007), o tipo de pessoa ou organização que usa a

marca forma um dos conjuntos de associações de imagens de marca. Pode ter

como resultado desse conjunto o perfil ou a imagem mental que os clientes

fazem dos usuários, reais ou idealizados. Associações desses usuários com a

marca podem ser baseadas em fatores psicográficos ou demográficos.

Os fatores psicográficos estão baseados na atitude em relação à vida, à

carreira, aos bens materiais ou instituições financeiras. Um exemplo seria que

o usuário de uma marca pode ser visto como tradicional ou conservador.

(KELLER, 2007)

As imagens do usuário podem estar relacionadas com o tamanho ou

com o tipo de organização. Algumas empresas são vistas como agressivas

enquanto outras como carinhosas, tudo depende das atitudes de cada uma.

(KELLER, 2007)

Já o fator demográfico, por exemplo, pode ser destacado como sexo

(masculino ou feminino), idade (jovem/adulto), raça (brasileiro/outras

nacionalidades) e renda (questão salarial). (KELLER, 2007)

De acordo com Keller (2007), o conjunto de imagens do usuário pode

concentrar-se em questões mais amplas de maneira perceptiva de um grupo

como um todo, não focando somente nas características de apenas um

indivíduo, por exemplo, os clientes verem uma marca como popular ou líder no

mercado por acreditarem que ela é usada por muitas pessoas.

Segundo Aaker (1998), a marca pode assumir traços de personalidades,

é outra associação que pode ser feita pelos consumidores. A personalidade da

marca reflete como as pessoas se sentem em relação à mesma, bem como o

que a marca é ou faz e de como é comercializada e promovida. Uma marca

pode ser caracterizada, assim como uma pessoa, como moderna, fora de

moda, cheia de vida ou exótica.

2.3 Definindo os logotipos e símbolos

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Mesmo que o nome da marca seja o elemento central, os elementos

visuais são de extrema importância na construção do brand equity

principalmente no que se refere à lembrança.

Os logotipos e símbolos são utilizados como um meio de indicar origem,

propriedade ou associação, representando a marca nos seus produtos e

serviços. (AAKER, 1998)

São vários os tipos de logotipos, indo desde nomes corporativos, que

são mais usados por empresas cujos nomes de marca são fortes, até logotipos

totalmente abstratos, também podem ser considerados como símbolos, que

podem não ter nenhuma relação com o nome de marca ou com o nome

corporativo. (AAKER, 1998)

Os símbolos, muitas vezes, estão nos logotipos para reforçar ou

enriquecer o significado da marca de alguma maneira, alguns sendo

representações literais do nome da marca, facilitando a obtenção da lembrança

na mente dos consumidores.

Logotipos e símbolos são de natureza intangível e abstrata e tem a

vantagem da versatilidade que, ao longo do tempo, podem ser atualizados

sempre que for necessário. (KOTLER; KELLER, 2006)

A utilização de personagem para a divulgação do produto/serviço é outra

forma de logotipo, alguns sendo animações, mas são figuras normais. Alguns

exemplos de personagens são o cachorro do IG, o boneco Toddynho e o Zé

gotinha do Ministério da Saúde.

O significado dos personagens não está diretamente ligado ao

produto/serviço e sim à marca da empresa, podem assim ser transferidos às

outras categorias dos produtos/serviços da organização com relativa facilidade.

(KOTLER; KELLER, 2006)

2.4 Adquirindo uma marca

Até os anos 80 eram raros os processos de aquisição envolvendo

grandes empresas. Estas práticas passaram a ser mais comuns no mercado

tendo as empresas que se adequar a esta nova dinâmica, pois agora atuam em

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um ambiente de competição mais intenso e com uma perspectiva global

(LOPES; OLIVEIRA, 2009).

Segundo Rossetti (2001), aquisição é considerada como a captura de

novos recursos no marketing como marcas e/ou força de vendas, que a

empresa acha difícil desenvolver internamente e, além disso, não são capazes

de comprar como recursos, independentes no mercado externo.

As empresas estão se valendo desta prática descrita acima, pois

objetivam ganhar mercado, obter vantagem competitiva, eliminar concorrentes

e, assim, reduzir custos.

Além disso, para Rossetti (2001), os objetivos predominantes das

aquisições, podem ser analisados sob a ótica de: crescimento, amplificação da

competitividade, diversificação de produtos e negócios.

A marca passa a ter uma grande importância no processo de aquisição

por constituir um ativo intangível, muito difícil de ser copiado. Fica evidente que

a empresa consegue fixar e manter um nome forte na lembrança do

consumidor de forma positiva e, com isso, trabalhar a imagem da organização,

obtendo vantagem competitiva frente aos demais concorrentes. (ROSSETTI,

2001)

Mas Rossetti (2001) alerta dizendo que o processo de aquisição pode

trazer vantagens e desvantagens para as empresas, como as citadas abaixo:

a) maior poder de mercado: com uma nova marca, novos produtos serão

lançados no mercado, aumentando a capacidade da empresa para

competir;

b) superação de barreiras: com a aquisição espera-se entrar mais

facilmente em um mercado;

c) custo no desenvolvimento de um novo produto: introduzir um produto

novo requer muito mais investimento do que lançar um produto de

marca já existente, permitindo um retorno e entrada no mercado com

maior rapidez;

d) maior diversificação: por meio de aquisição, é a maneira mais fácil de

obter variedade de produto e diferencial.

De acordo com Rossetti (2001), a empresa adquirente pode encontrar

alguns problemas para atingir o sucesso, tais como:

a) avaliação inadequada do alvo: não foi realizado um estudo completo

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da empresa a ser adquirida;

b) gerentes abertamente focalizados em aquisições: podem não

perceber outros tipos de estratégias mais adequadas para as

circunstâncias da empresa;

c) análise externa: os consumidores não têm boas recordações da

marca devido problemas ocorridos anteriormente à aquisição.

As empresas que realizam aquisições e não conseguem obter

resultados satisfatórios devido às razões expostas acima, devem passar por

uma reestruturação a fim de corrigir falhas e tentarem, assim, alcançar um

desempenho melhor no mercado.

2.4.1 O processo de aquisição estratégica

Atualmente é evidente que as empresas só alcançam notoriedade e

sucesso se utilizarem uma estratégia eficaz e eficiente.

O conceito de estratégia é bem antigo e foi muito utilizado nas guerras

pelos militares, que tinha como objetivo lidar com o planejamento e condução

de campanhas, o movimento e divisão de forças e a burla do inimigo.

Esse conceito evoluiu passando a fazer parte do vocabulário das

empresas que começaram a utilizá-lo como conjunto de regras de tomada de

decisão para a orientação do comportamento de uma organização. (ANSOFF;

MCDONNELL, 1993)

Segundo Piragibe, Balbo e Garrido (2010), a administração estratégica é

um processo contínuo e interativo, que mantém a empresa integrada ao seu

ambiente, tanto o externo quanto o interno, estabelecendo uma direção

estratégica e tomando as atitudes necessárias para atingi-las com sucesso

sem se esquecer da satisfação do cliente.

Embora seja difícil saber com certeza se uma empresa está seguindo a

melhor estratégia, é possível reduzir a probabilidade de se cometer erros. Para

isso, a empresa, ao escolher a estratégia, deve fazer de forma cuidadosa e

sistemática, além de acompanhar o processo de administração estratégica.

Segundo Barney e Hesterly (2007), o processo de administração

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estratégica é um conjunto sequencial de análises e escolhas que podem

aumentar a probabilidade de que uma empresa escolherá uma boa estratégia,

isto é, uma estratégia que gere vantagem competitiva.

Um exemplo do processo de administração estratégica é apresentado na

figura 4.

Fonte: Barney e Hesterly, 2007, p.05

Figura 4 - Processo de administração estratégica O processo de administração estratégica começa quando a empresa

define sua missão. A missão de uma empresa é seu propósito de longo prazo,

define tanto o que a empresa objetiva ser no longo prazo quanto o que quer

evitar neste ínterim. Enquanto a missão é uma declaração ampla de seus

propósitos, os objetivos são alvos específicos e mensuráveis que a empresa

pode utilizar para avaliar até onde está realizando sua missão.

As próximas duas fases é a análise externa e a interna da organização.

A análise externa busca identificar as ameaças e oportunidades em seu

ambiente competitivo. Já a análise interna ajuda a empresa a identificar suas

forças e fraquezas organizacionais, seus recursos e capacidades mais

prováveis para vantagem competitiva.

Munida de uma missão, de objetivos e de análises externas e internas

completas, a empresa está pronta para realizar suas escolhas estratégicas, isto

é, pronta para escolher sua teoria de como obter vantagem competitiva.

Baseado no processo de administração estratégica, o objetivo ao se

fazer uma escolha estratégica é optar por uma estratégia que respalde a

missão da empresa, com objetivos consistentes, com exploração das

oportunidades internas e externas e que neutralize as ameaças.

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De acordo com Barney e Hesterly (2007), a implementação da estratégia

ocorre quando uma empresa adota políticas e práticas organizacionais

consistentes com sua estratégia. Três políticas e práticas organizacionais

específicas são particularmente importantes para a implementação:

a) estrutura organizacional;

b) seus sistemas formais e informais de controles;

c) sua política de remuneração.

As empresas que adotam as especificações acima possuem maior

probabilidade de conseguir implementar suas estratégias e gerar vantagem

competitiva, que nada mais é do que a capacidade que a empresa tem de

gerar maior valor econômico que as rivais. O valor econômico é simplesmente

a diferença entre os benefícios percebidos ganhos por um cliente que compra

produtos ou serviços de uma empresa e o custo econômico total desses

produtos ou serviços (BARNEY; HERTERLY, 2007).

2.5 Estabelecendo o posicionamento da marca

Marca é uma palavra que carrega consigo toda identidade, uma forma

de expressão que faz parte do cotidiano das pessoas por elas terem em mente

um nome ao lembrar-se de um produto ou serviço e ao mesmo tempo,

representa o jeito de ser da empresa e seus princípios. Além disso, as

empresas utilizam das marcas em suas ações estratégicas para melhor

posicionar o seu produto ou serviço na tentativa de se obter sucesso no

mercado.

Para Kotler e Keller (2006), toda estratégia de marketing é construída de

acordo com o trinômio segmentação, mercado alvo e posicionamento (SMP). A

empresa descobre as necessidades e os grupos diferentes no mercado,

estabelece como alvo as necessidades e os grupos que é capaz de atender de

forma superior e, então, posiciona seu produto e sua imagem de modo que o

mercado-alvo os diferencie.

Segundo Kotler e Keller (2006), o posicionamento é a ação de projetar o

produto e a imagem da empresa para ocupar um lugar diferenciado na mente

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do público-alvo.

De acordo com Keller (2007), o posicionamento implica em identificar e

determinar pontos de paridade e pontos de diferença para criar a imagem da

marca adequada.

Kapferer (1992) define posicionamento como a ênfase nas

características distintivas que fazem uma marca diferente de seus

competidores e atraente para o público. É o ato de relacionar uma faceta de

uma marca a um conjunto de expectativas, necessidade e desejo dos

consumidores.

Aaker (1996) descreve a posição de uma marca como a parcela de

identidade proposta de valor da marca que deve ser ativamente comunicada ao

público-alvo com uma vantagem em relação às marcas concorrentes.

Keller (2003) define posicionamento de uma marca como a criação de

superioridade da marca na mente dos consumidores. O posicionamento

envolve convencer os consumidores das vantagens de seus produtos contra a

concorrência e ao mesmo tempo aliviar preocupações em relação a possíveis

desvantagens.

O objetivo é posicionar a marca na mente dos consumidores, a fim de

maximizar a vantagem potencial da empresa. Um bom posicionamento de

marca ajuda a orientar a estratégia de marketing, esclarecendo a essência da

marca, que objetivos ela ajuda o consumidor alcançar e como o faz de maneira

inconfundível.

2.6 Entendendo a segmentação de mercado

Um segmento de mercado é formado por um grupo específico de

consumidores que possuem necessidades, comportamentos de compra e/ou

características similares.

Desta forma, Tuleski (2009) define segmentação como o processo de

dividir o mercado em grupos de potenciais consumidores com necessidades

e/ou características similares e que estão propensos a ter um mesmo

comportamento de compra.

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O fundamento da segmentação é relativamente simples. Baseado na

ideia de que um produto não é capaz de satisfazer as necessidades e desejos

de todos os consumidores, já que eles são muitos, estão dispersos em várias

regiões e possuem hábitos de compra e gostos diferenciados, deste modo, não

se pode tratar todos da mesma forma.

O objetivo da segmentação é, portanto, concentrar esforços de

marketing em determinados alvos que a empresa considera adequados para

serem explorados comercialmente.

Para Keller (2007), definir um segmento com base no benefício faz com

que fique claro qual deve ser o ponto de diferença ou benefício desejado ideal

para estabelecer o posicionamento.

2.7 Selecionando o mercado-alvo

De acordo com Keller (2007), um mercado-alvo consiste em um conjunto

de compradores que possuem necessidades e características comuns, às

quais a empresa decide atender.

É, portanto, identificar apropriadamente os grupos de clientes que a

empresa irá dirigir seus esforços, bem como avaliar a atratividade de cada

segmento de mercado e selecionar, de acordo com os recursos que tem

disponível, um ou mais segmentos.

A empresa Acnase visou aos jovens como um mercado importante. As

chaves para o sucesso estratégico é a definição do mercado-alvo e o

desenvolvimento de um mix de marketing adequado.

Conforme Ferrel e Pride (2001), uma organização deve examinar se tem

recursos e habilidades necessárias para criar um mix de marketing que irá

satisfazer às necessidades de seu mercado-alvo.

Segundo Ferrel e Pride (2001), quando uma empresa seleciona o

mercado-alvo errado, todas as suas outras decisões de marketing são um

desperdício de tempo.

A seleção cuidadosa do mercado alvo é fundamental para os esforços

de marketing produtivos. Alguns produtos e empresas não dão certo porque os

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profissionais de marketing não identificam apropriadamente os grupos de

clientes para os quais devem dirigir seus esforços.

2.8 Estabelecendo relação x categoria

Os clientes têm consciência de que no Brasil a Nestlé é uma marca líder

em alimentos.

Entretanto, muitas vezes os profissionais de marketing precisam

informar aos consumidores a que categoria a marca pertence, pois essa

incerteza pode causar problemas na hora da escolha de um produto.

A relevância do conceito de categoria de produto é explícita nos

conceitos de posicionamento. Tipicamente, os profissionais de marketing

assumem que os clientes agrupam produtos em níveis variados de

especialidade, de forma hierárquica.

Na mente dos clientes, os produtos são inicialmente agrupados em

classes, depois em categorias de produtos, tipo de produto e, ao final, por

marca. A organização em categoria de produtos que está na memória do

cliente tem um importante papel em sua tomada de decisão.

De acordo com Keller (2003), a profundidade da consciência a marca

esta relacionada à probabilidade de que a marca seja lembrada, enquanto sua

amplitude refere-se à lembrança em diferentes situações de uso.

2.9 Avaliando as oportunidades de extensão da marca

Vários princípios estão relacionados ao modo adequado de introduzir a

extensão de uma marca, estratégia esta que deve ser avaliada seguindo

etapas relacionadas. Para ajudar na tomada de decisão devem ser

empregados o julgamento gerencial e a pesquisa com o consumidor.

Conforme Oliveira e Jorvino (2008), a avaliação das extensões de

marca passa por várias etapas, que são:

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a) definir o conhecimento atual e desejado do consumidor sobre a

marca;

b) identificar candidatas à extensão com base nas associações de

marca-mãe e no ajuste de extensão com a marca-mãe;

c) avaliar o potencial de extensão;

d) avaliar candidatas à extensão;

e) avaliar vantagens competitivas de acordo com a percepção dos

consumidores;

f) elaborar programa de marketing para lançar a extensão; e

g) avaliar os efeitos de extensão sobre a marca.

2.9.1 Sondando os clientes para a extensão da marca

Segundo Mittal, Newman e Shett (2001, p.29): “a utilização do termo

consumidor para referir-se ao mercado de bens de consumo é didática, pois na

prática, o termo usado nas lojas, bancos e prestadores de serviços é cliente”.

Para saber se uma possível extensão de marca obtenha sucesso, nada

melhor do que analisar os consumidores. É muito importante que uma pesquisa

seja feita, onde os consumidores podem ser sondados diretamente,

perguntando quais produtos acreditam estar ligados à marca, perceber se a

maioria acha que há uma extensão proposta e que a mesma já está sendo

vendida.

É preciso trabalhar em pesquisas consistentes de maneira a descobrir

em que áreas da mente dos clientes as marcas são percebidas. Um dos fatores

mais importantes é a redução da complexidade, pois nada e nem ninguém

pode representar todas as coisas para todas as pessoas.

É necessário que haja uma reflexão sobre o que é verdadeiramente

importante e, também, é essencial que a empresa tenha uma imagem positiva

para que seus clientes em potêncial, mesmo sem ter tido nenhuma experiência

anterior, façam sua escolha.

2.10 O valor de uma marca

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Segundo Aaker (1998), o valor de uma marca, que na linguagem anglo-

saxônica é designado por brand equity, beneficia produtos e serviços com o

poder que ela possui e isso está relacionado a criar diferenças em relação aos

concorrentes.

É necessário criar estruturas mentais que transmitam conhecimento aos

consumidores sobre os produtos e serviços de tal maneira que torne a decisão

da compra mais clara, gerando, assim, valor à empresa.

Para que estratégias de criação de valor de marca obtenham sucesso, a

empresa precisa saber qual o propósito da sua marca e representar uma ideia

singular na mente do consumidor, este sendo convencido de que existe uma

diferença significativa entre as marcas, ainda que os produtos ou serviços

sejam da mesma categoria.

Ao longo do tempo ocorreu um avanço significativo das marcas,

evoluindo, trazendo benefícios e vantagens para o mercado.

Dessa maneira, abriu novas oportunidades, aqueceu a economia do

mercado e aumentou a competição saudável entre as empresas pela busca da

liderança na mente do consumidor. A marca tornou-se um ativo valioso que

pode atuar como um diferencial de grande importância nas transações que

envolvem fusões e aquisições.

Inicialmente, o conceito de valor de marca era definido como “conjunto

de atributos e associações que os consumidores conectam ao nome da marca”

(BIEL, 1993, apud OLIVEIRA, 2005, p. 71), ou seja, estava fortemente

associada à noção de imagem da marca, esta que se instala na mente dos

consumidores e reflete as percepções e reações individuais de cada um deles.

Com o passar dos anos, algumas marcas, principalmente por causa das

frequentes compras e fusões de grandes grupos multinacionais, atribuíram um

suposto valor monetário, dessa forma, ganhou importância por envolver marcas

com alto grau de conhecimento e volume de investimentos.

De acordo com Kotler e Keller (2006), o valor de marca é:

a) definido unicamente em termos dos efeitos decorrentes de

investimentos na marca, considerando-o como um ativo em si mesmo;

b) um fato de que diferentes resultados de venda de um produto ou

serviço são obtidos por causa do nome da marca ou de seus

elementos associados, se comparados a outros resultados onde o

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produto ou serviço não se utilizou de uma identificação de marca;

c) uma adição de valor ao produto ou serviço como resultado de

investimentos realizados sobre a marca;

d) é uma forma de criar valor para uma marca;

e) um denominador comum para auxiliar no entendimento das

estratégias de marketing, bem como para avaliar o valor de uma

marca;

f) uma forma pela qual uma marca pode ser explicitada ou explorada em

benefício da empresa.

Dessa forma, o conceito de Valor de Marca é entendido como:

Um conjunto de associações e comportamentos por parte dos consumidores de uma marca, distribuidores e empresa mantenedora da marca que permite à marca obter maior volume de vendas ou maiores margens de mercado do que seria possível sem o nome da marca, assim como uma mais forte e sustentável vantagem diferencial sobre os concorrentes. (MARKETING SCIENCE INSTITUTE, apud OLIVEIRA, 2005, p. 98).

2.10.1 Benefícios decorrentes de um alto valor de marca

Um grande objetivo estratégico das empresas é a vantagem de ter uma

marca forte, pois hoje os consumidores compram as marcas e não mais os

produtos. Essa estratégia e seus componentes constroem e fortalecem o

posicionamento e a imagem da marca tanto no mercado como na mente dos

consumidores.

Os principais benefícios que resultam de uma marca forte são o baixo

custo de gerenciamento de marca e a alta rentabilidade do negócio. Porém,

existem outras formas para categorizar os benefícios advindos de uma marca

forte que são os benefícios relacionados ao crescimento e os benefícios

relacionados à rentabilidade. (KOTLER; KELLER, 2006)

Alguns exemplos de benefícios relacionados ao crescimento são a

habilidade de uma marca para atrair novos consumidores, facilidade de

introdução de extensões de linha, resistência à atividade competitiva e

capacidade de internacionalização. Já alguns relacionados à rentabilidade são

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advindos das ações que promovem fidelidade à marca, do preço premium

estimado, da baixa relação entre a propaganda e as vendas, da baixa

elasticidade do preço e da possibilidade de extensão comercial.

Aaker (1998) salienta que, para as empresas com uma marca de valor

reconhecido, os benefícios para a organização são:

a) maior lealdade dos consumidores;

b) maiores margens de negociação do preço;

c) inelasticidade de resposta do consumidor a aumento de preços;

d) elasticidade de resposta do consumidor a diminuições de preço ou

descontos;

e) menor vulnerabilidade frente às ações competitivas do mercado;

f) menor vulnerabilidade para comercializar em tempos de crise;

g) oportunidades adicionais de comercialização de licenciamentos,

aumentando a exposição da marca e seu conjunto de associações;

h) maior cooperação e suporte por parte de quem comercializa os

produtos – vendedores ou representantes;

i) maior eficácia e eficiência nas comunicações de marketing, pois se

tornam menos suscetíveis aos ataques dos anúncios competitivos,

mais responsivas a estratégias criativas e menos vulneráveis a

reações negativas quando da repetição concentrada de uma

mensagem;

j) oportunidades adicionais de extensão de marca na mesma linha ou

para uma nova categoria de produto.

2.11 Estratégias de diferenciação

O termo estratégia foi originalmente aplicado à arte do serviço militar.

Porém, no que se refere aos negócios, “uma estratégia é um plano de ação

amplo por meio do qual uma organização pretende alcançar seus objetivos e

realizar sua missão”. (ETZEL; WALKER; STANTON, 2001, p.57)

Segundo Kotler e Keller (2006), os profissionais de marketing devem

partir do princípio de que é possível diferenciar tudo.

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As marcas podem ser diferenciadas com base em muitas variáveis. A

Swatch oferece relógios coloridos e da moda. Todavia, em mercados

competitivos, as empresas podem precisar dar um passo além. Dentre outras

dimensões que uma empresa pode usar para diferenciar sua marca, pode-se

citar: a credibilidade dos funcionários, dos canais e a sua imagem.

2.11.1 Diferenciação baseada no produto

As marcas podem ser diferenciadas de acordo com diversas dimensões

do produto (formato, características, desempenho, durabilidade, confiabilidade,

conservação, estilo e design) ou do serviço (atendimento ao cliente, facilidade

de pedido, entrega, instalação, treinamento do cliente, consultoria ao cliente,

manutenção e reparos.

Para Dalrymple e Parsons (2003), diferenciação do produto não é

apenas a exclusividade que o produto oferece, mas o que é especial,

consistente e crível.

Além dessas preocupações específicas, um posicionamento mais

genérico das marcas é a qualidade superior, que permite ofertar um produto

que não apenas satisfaça às necessidades dos consumidores, mas os

surpreenda. Essa estratégia de marketing possibilita um maior ganho, pois

qualidade superior permite que se cobre um preço superior, beneficiado-se

com compras repetidas mais frequentes, com a fidelidade do cliente e

recomendações boca a boca.

2.11.2 Diferenciação baseada nos funcionários

As empresas podem obter vantagem competitiva através de seus

funcionários. Para tanto, devem manter seu pessoal bem treinado e motivado.

Os funcionários do McDonald’s são gentis e os da Disney são animados. São

pequenos detalhes que fazem a grande diferença na hora do cliente escolher

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por um produto ou serviço.

Segundo Kotler e Keller (2006), os funcionários bem treinados

apresentam seis características:

a) competência: possuem a habilidade e o conhecimento necessários;

b) gentileza: são simpáticos, atenciosos e prestativos;

c) credibilidade: são dignos de crédito;

d) confiabilidade: realizam o trabalho com consistência e precisão;

e) presteza: atendem rapidamente às solicitações dos clientes;

f) comunicação: esforçam-se para compreender o cliente e comunicam-

se com clareza.

2.11.3 Diferenciação baseada na imagem

Os compradores reagem distintamente às imagens de diferentes

empresas e marcas. Por esse motivo, é de extrema importância que a imagem

escolhida pela empresa seja a mais correta possível. A extraordinária

participação de mercado mundial do Marlboro (em torno de 30 por centro) tem

a ver com o fato de a imagem do caubói-machão estar em sintonia com os

muitos fumantes. O ninho de passarinho da Nestlé passa a impressão de

cuidado e amor que também está em consonância com a maioria dos

consumidores.

No entanto, o conceito de imagem e identidade deve ser diferenciado.

Segundo Kotler e Keller (2006), identidade é o modo como a empresa busca

identificar ou posicionar a si mesma ou a seu produto e continua definindo que

imagem é o modo como o público vê a empresa e os seus produtos.

Uma identidade eficaz precisa exercer três funções: estabelecer a

personalidade do produto e a proposta de valor; comunicar essa personalidade

de forma diferenciada; transmitir poder emocional além da imagem mental.

Para que a identidade funcione, a mesma deve ser transmitida ao público por

meio de todos os tipos de veículo de comunicação e contato com a marca que

estiverem disponíveis. Por isso, ela deve ser difundida em anúncios, relatórios

anuais, folhetos, catálogos, embalagens, papéis timbrados, envelopes e

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cartões de visita. (KOTLER; KELLER, 2006)

2.11.4 Diferenciação baseada no canal

A empresa pode obter vantagem competitiva pela maneira como projeta

a cobertura, a especialidade e o desempenho de seus canais de distribuição.

O sucesso da Caterpillar no setor de terraplanagem é baseado em parte

no desenvolvimento de um canal eficiente, seus vendedores são encontrados

mais facilmente e são muito bem treinados, (KOTLER; KELLER, 2006)

Quando uma empresa decide diferenciar seus produtos e serviços

baseados no canal de distribuição, isto envolve toda a cadeia genérica de

valor, portanto, todos os colaboradores diretos ou indiretamente deverão estar

envolvidos. (KOTLER; KELLER, 2006)

Ainda assim, para que a estratégia de diferenciação seja eficaz é

importante que a empresa considere os desejos e as necessidades dos

consumidores. (KOTLER; KELLER, 2006)

Os atributos diferenciadores só terão valor se os consumidores

perceberem e aprovarem as mudanças. (KOTLER; KELLER, 2006)

2.12 Propaganda

A propaganda é uma das estratégias da empresa que são utilizadas

como uma técnica para criar opinião pública favorável a um determinado

produto, serviço, instituição ou ideia, que visa a orientar o comportamento

humano num determinado sentido, fazendo com que todos os produtos e

serviços sejam divulgados aos clientes. (KELLER, 2007)

Para que isso ocorra de maneira eficaz, é necessário que haja uma

análise geral do mercado. Todas as mensagens direcionadas para o público-

alvo precisam ser percebidas, entendidas e aceitas individualmente, por cada

uma das pessoas. É necessário redirecionar para as pessoas, que são o

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principal foco, todas as propagandas que são feitas para, assim, obter um

resultado eficiente.

De acordo com Keller (2007), a propaganda pode ser definida como

qualquer forma paga e impessoal de ideias, bens ou serviços por um

patrocinador identificado. Ela desempenha um papel importante. Embora seja

reconhecida como um meio poderoso para criar associações de marcas fortes,

favoráveis e exclusivas, seus efeitos específicos muitas vezes são difíceis de

identificar ou prever.

A propaganda precisa ser clara, transparente, objetiva, agradável e

surpreendente, preparada para a venda, pois o cliente não tem tempo e nem

boa vontade para tentar descobrir o que estão tentando passar para ele através

do anúncio ou da embalagem. Através de uma comunicação eficaz consegue

informar (conhecimento), persuadir (criar simpatia), lembrar (repetição) e

reforçar (convencer que escolheu a opção certa) para os clientes sobre os

produtos ou serviços adquiridos da marca escolhida. (KOTLER; KELLER,

2006)

Segundo Kotler e Keller (2006), as principais características da

propaganda são: a penetração, o aumento da expressividade e a

impessoalidade.

A penetração usa o processo de repetição da mensagem para que

assim o consumidor consiga receber e fixar todas as informações e compará-

las com a da concorrência. Se esse processo for de grande escala, transmite

para os clientes uma impressão positiva sobre o poder, o tamanho e o sucesso

da organização.

Outra característica é o aumento da expressividade que acontece

quando a empresa divulga seus produtos ou serviços usando várias maneiras

de se expressar, através de forma artística, usando mais cores, impressões e

sons.

Já a impessoalidade significa que o público não tem a obrigação de

prestar atenção e nem responder, ou seja, como se a propaganda fosse um

discurso de uma pessoa só.

O efeito que a propaganda pode causar nos consumidores nem sempre

é previsível, por isso é preciso verificar qual o meio de propaganda se adaptará

melhor com o objetivo estabelecido.

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2.12.1 Meios de fazer propaganda

De acordo com o produto, é uma forma de se fazer propaganda. A

propaganda na televisão é um dos meios mais utilizados, onde as pessoas

visualizam o produto, com uma melhor memorização dos produtos e é

reconhecida na maioria das vezes como o mais poderoso meio de propaganda

por permitir visão, som e cor. (KELLER, 2007)

Segundo Keller (2007), um meio de comunicação considerado de alta

penetração é o rádio, que tem a capacidade de atingir uma grande parte da

população no Brasil, superando até a televisão.

Outro meio é a mídia impressa, que fornece informações detalhadas do

produto e por permitir a cada leitor empreender seu próprio ritmo, conseguindo,

assim, assimilar a propaganda por completo. (KELLER, 2007)

A mídia eletrônica é um meio que vem se desenvolvendo cada vez mais,

por ter a capacidade de atingir vários públicos, como também um número maior

de clientes e, por ser rápido e dinâmico, atendendo às constantes mudanças

do mercado.

Kotler e Keller (2006) complementam afirmando que outros benefícios

advindos desse valor são de gerar maior interesse de investidores, a

capacidade de atrair melhores empregados e de conseguir maior apoio por

parte dos acionistas.

2.13 A importância da marca no setor de laticínios

As marcas oferecem vários benefícios aos clientes e empresas, pois

além de diferenciar os produtos e tornar mais fácil a tomada de decisão do

consumidor adicionam valor aos mesmos, cujo valor emerge da experiência de

utilização da própria marca. (KOTLER; KELLER, 2006)

A marca é mais que um cartão de visita, é um elemento intemporal, já

que remete com mesmo poder ao passado, presente e futuro das empresas.

Porém, por mais contraditório que possa ser uma marca, envelhece não

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só gradativamente como também como sinônimo de desgaste.

Portanto, quando uma empresa decide posicionar uma marca, ela deve

ter seus objetivos bem definidos e sempre agir legalmente, pois qualquer erro

pode se tornar irreversível, como o caso do leite adulterado da Parmalat.

Nesse sentido, quando se consideram marcas de produtos alimentícios

à percepção quanto à qualidade, credibilidade, confiança na origem do produto,

segurança, benefício econômico e social é ainda maior por se tratar da

segurança alimentar e saúde pública.

As marcas podem apresentar um determinado nível de qualidade, então,

os consumidores que tiverem uma experiência positiva com o produto/serviço

com certeza optarão por adquiri-lo novamente. Isto proporciona à empresa uma

previsibilidade e segurança de demanda, além de criar defesas contra a

concorrência. Há também a questão da lucratividade, em que o consumidor se

dispõe a pagar um preço mais alto pelo produto/serviço variando entre 20 a 25

por cento a mais (KOTLER; KELLER, 2006).

A competitividade no mercado de laticínios vem crescendo a cada dia,

portanto, a qualidade passa a ser o grande diferencial para as indústrias que já

estão, em sua grande maioria, estimulando os produtores de leite com

programas de pagamento pela qualidade, bonificando os que atendem às

exigências e penalizando os que não atendem aos parâmetros estipulados.

(CERQUEIRA, 2008)

A percepção de qualidade de um produto alimentar é determinada pelas

relações entre a expectativa de qualidade, por meio dos sinais intrínsecos e

extrínsecos; a experiência de qualidade, por meio do desempenho dos

atributos sensoriais durante o consumo; e a crença nos atributos de confiança.

Nesta perspectiva, Grunert, Bech-Larsen e Bredahl (2000) apresentam

quatro dimensões de qualidade que norteiam a percepção dos consumidores

de produtos lácteos:

a) dimensão hedonista: relacionada ao prazer sensorial e,

principalmente, ligada ao sabor, aroma e aparência. Está vinculada ao

processo de expectativa e experiência de qualidade;

b) dimensão de saúde: relacionada às formas em que o consumo do

produto irá afetar a saúde dos consumidores. Está vinculada aos

sinais intrínsecos e extrínsecos antes da compra e aos atributos de

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confiança;

c) dimensão de conveniência: está relacionada ao tempo e ao esforço

que tem de ser gasto ao comprar, armazenar, preparar e consumir o

produto. Ela faz parte do processo de expectativa e experiência de

qualidade;

d) dimensão de processo: refere-se ao interesse dos consumidores com

as características do processo de produção do produto, mesmo

quando estes aspectos não fazem parte do produto físico final. Esta

dimensão está ligada à credibilidade da comunicação dos atributos de

confiança.

No passado, os consumidores tinham em sua concepção à ideia de

“sadios” de como os alimentos eram produzidos, sobretudo aqueles que tinham

contato com o meio rural. A segurança alimentar está relacionada à presença

associada aos gêneros alimentícios no momento de ingestão pelo consumidor.

Hoje, os novos consumidores perdem o contato de como são produzidos

os alimentos que ingerem com a introdução de novas tecnologias no processo

de industrialização.

Os consumidores estão mais exigentes com a qualidade ao adquirir um

produto, com isso, as empresas estão mais atentas aos controles de qualidade

de seus produtos.

Nos últimos tempos, a população tem se decepcionado na busca por

produtos seguros e de boa qualidade. Na visão atual do consumidor, o conceito

de qualidade de um produto não é só o aroma, a aparência e a padronização

do produto, mas sim em adquirir alimentos que não causem danos à saúde.

O leite e seus outros derivados são vistos como um alimento essencial

nas dietas do dia a dia, sendo consumido basicamente pela sua importância

como alimento, transitando no território da saúde.

Bebe-se leite por necessidade, não por prazer, de modo que hoje estão

mudando o leite, acrescentando aromas, gostos e até mesmo criando produtos

que ajudam mais na saúde, deixando assim, um produto mais gostoso e mais

atraente aos consumidores.

Existem marcas que produzem seus produtos que ajudam muito na

saúde, por exemplo: os iogurtes de vários sabores enriquecidos com Cálcio,

Ferro, Zinco, Fósforo e Vitaminas para complementar a alimentação das

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crianças. Para pessoas que têm o intestino desregularizado existem os iogurtes

para ajudar e para as pessoas com idade, há um iogurte enriquecido de cálcio

e vitamina D para a manutenção dos ossos. Há também um iogurte com 0% de

gordura e sem adição de açúcar e outro que ajuda na imunidade.

A marca é, portanto, um ativo que requer cuidados especiais, pois ela

representa a empresa e transmite através das cores, do design sua

personalidade e benefícios oferecidos através de seus produtos. (LOPES;

OLIVEIRA, 2009)

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CAPÍTULO III

A PESQUISA

3 INTRODUÇÃO

A demanda nacional de leite e derivados vêm crescendo de forma

expressiva. O crescimento do consumo é estimulado pelo fato do crescimento

populacional e com melhoria de renda da população.

A diversificação na produção de derivados, a melhoria na qualidade de

produção primária de leite e o aumento da produção interna, que corresponde

a 97% do mercado local, são fatores que também impulsionam o mercado.

O mercado do leite e derivados depende de vários fatores, tais como:

população, crescimento demográfico, poder aquisitivo, hábito dos

consumidores, qualidade e preço dos produtos ofertados no mercado,

existência de produtos concorrentes e/ou substitutos.

O Brasil representa um mercado consumidor de 173 milhões de

pessoas e com grande potencial para o incremento do consumo de produtos

lácteos (BARROS, 2002).

Diante desse cenário e atenta ao crescimento do mercado, também

consciente da alta competitividade, atrelada a esse fato, a Milklins como

estratégia mercadológica, decidiu adquirir a marca Linense como fator de

incentivo à competitividade, atuando com estruturas voltadas para o marketing.

Os elementos do composto mercadológico na indústria de alimentos são

inúmeros e podem influenciar na decisão de compra, como por exemplo,

quanto a seu aspecto físico, características nutricionais e organolépticas,

finalidades, tipo de embalagem e apresentação visual, garantias, marcas e

logotipos.

Com o objetivo de descrever o processo estratégico de aquisição e

lançamento da marca foi realizada uma pesquisa de campo no período de

fevereiro a outubro de 2011 nos Laticínios Milklins.

Os Laticínios Milklins Ltda. têm sua sede na Rua Voluntária João Batista

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de Arruda, s/nº, Bairro Bom Viver IV, no município de Lins, estado São Paulo.

Para a realização da pesquisa utilizou-se de técnicas de estudo de caso

(Apêndice A), observação sistemática (Apêndice B), histórico (Apêdice C),

roteiro de entrevista para o gerente de marketing (Apêndice D) e roteiro de

entrevista para o administrador da Milklins (Apêndice E).

Segue relato e discussão da pesquisa.

3.1 Relato e discussão sobre o processo estratégico de aquisição da marca

Linense pelos Laticínios Milklins

O Laticínio Milklins iniciou suas atividades em 18 de outubro de 1991,

tendo como atividade principal a preparação do leite, quando a cidade de Lins

era considerada a segunda maior bacia leiteira do estado de São Paulo e

alguns agropecuaristas de Lins e região uniram-se para explorar o ramo de

laticínio e subprodutos do leite.

O tempo foi passando, surgiu a necessidade de aumentar o ramo de

atuação e a empresa começou a produzir produtos derivados do leite, tais

como: queijos, iorgutes e doces de leite.

Em 2010, a empresa decidiu expandir seu negócio devido a sua

capacidade de produção não estar sendo totalmente utilizada e junto a isso

com o objetivo de atualizar seu mix de produtos, a conquista de novos clientes

e mercados, utilizou da estratégia de aquisição de marca para essa expansão.

Adquiriu, portanto, a marca Linense, que pertencia a uma cooperativa da

cidade de Lins que produzia leites e derivados, uma marca bastante conhecida

e bem posicionada em toda a região.

A cooperativa Linense, era formada por pequenos produtores rurais que

disponham a maioria de seu tempo com o cuidado no processo de manejo

natural de seus animais.

O reconhecimento da marca na época ocorreu por ser uma marca

reconhecida pela qualidade dos produtos oferecidos, pois vinham de vários

sítios humildes, mas onde as vacas tinham e têm tratamento ímpar, sendo

alimentadas de capim, vivendo livres.

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Barney e Hesterly (2007) defendem que a administração estratégica é

um processo que vai desde a escolha da Missão de uma empresa, até a

obtenção da vantagem competitiva.

Por este motivo, a Milklins vem planejando o lançamento da marca há

um ano, utilizando de ferramentas como: análise de mercado, análise interna e

análise externa.

A estratégia consiste em elevar seu nível de produção, utilizando da

capacidade ociosa que a Milklins dispunha e se beneficiando nos lançamentos

de novos produtos, sem elevados custos com lançamento e posicionamento da

marca, pelo fato de a marca Linense ainda estar viva na memória dos

consumidores.

Para a aquisição e solidificação da marca seguiu-se o seguinte processo

de administração estratégica: missão, objetivos, análise interna e externa,

implementação e solidificação da marca para se ter a vantagem competitiva.

Segue o processo.

3.1.1 Missão da Milklins no tocante à aquisição da marca Linense

Uma empresa não se define pelo seu nome, estatuto ou produto que faz;

ela se define pela sua missão. Somente uma definição clara da missão é razão

de existir da organização e torna possíveis, claros e realistas os objetivos da

empresa. (BARNEY; HESTERLY, 2007)

A Milklins buscou resgatar a marca conceituada no mercado nacional,

com excelência de qualidade e reconhecimento dos produtos Linense para

aumentar seu portfólio de produtos, alavancar vendas e aumentar sua

competitividade.

3.1.2 Objetivos da Milklins com a nova marca Linense

Os objetivos da empresa são mensurados de forma mais estreita que a

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missão, abrangendo apenas alvos específicos que ela pretende atingir. De

acordo com o grau de avaliação dos objetivos (alta ou baixa qualidade), é que

a empresa poderá verificar se estes estão ou não ligados à sua missão. Sendo

assim, é possível selecionar quais objetivos são importantes para a

organização, no processo de administração estratégica. (BARNEY;

HESTERLY, 2007)

Elevar a participação de mercado do Laticínios Milklins, com o

lançamento de novos produtos com a já reconhecida marca Linense,

agregando valores e atingindo mercados diferenciados.

3.1.3 Análise interna e externa

Barney e Hesterly (2007) classificam como análise externa e interna, um

processo simultâneo a ser realizado pela empresa, a fim de identificar

“ameaças e oportunidades” além de “forças e fraquezas” que a empresa

possui.

3.1.3.1 Análise interna para obtenção da marca Linense

Na obtenção da marca Linense, a empresa Milklins realizou uma análise

interna com o objetivo de evidenciar as deficiências e qualidades da empresa e

mostrar as suas forças e fraquezas, determinando a força do produto atual no

mercado.

Vários aspectos foram destacados na análise do ambiente interno: os

aspectos organizacionais, a abrangência dos processos, os níveis de controle e

a avaliação do sistema pela alta adestração, os critérios de avaliação dos

pontos fracos e fortes e o acesso às informações necessárias à alta

administração.

O setor de finanças fez a análise do índice de lucratividade, liquidez,

alavancagem, de giro e períodos de cobranças, análise dos sistemas do

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planejamento e controle financeiro/ contábil.

Os aspectos da produção foram a instalação industrial, processo

produtivo, programação e controle da produção, qualidade, sistema de custos,

pesquisa e desenvolvimento, cadeia de suprimentos e processo produtivo e

recursos humanos. Foram consideradas as atitudes da alta administração

quanto ao fator humano da empresa, quanto à rotatividade dos empregados,

ao índice de absenteísmo, à eficácia dos programas de recrutamento, seleção,

treinamento e desenvolvimento.

Quanto aos aspectos organizacionais, pode-se salientar como exemplo

a estrutura organizacional, sistema de planejamento, sistema de informações

operacionais e gerenciais, capacitação, comportamento e atitudes da alta

administração e chefias, capacitação e habilidades dos empregados, controle

de qualidade e domínio do mercado consumidor.

Quanto à abrangência dos processos foi examinado pela empresa o

sistema que é composto por: áreas funcionais, unidades organizacionais,

grupos de indivíduos e os indivíduos.

Já os critérios de avaliação dos pontos fortes e fracos consideraram

alguns aspectos como o histórico da empresa, opiniões pessoais dos

consultores e executivos da empresa e análise em literatura e análise

orçamentária.

Quanto ao acesso às informações necessárias à alta administração

pode ser usado os aspectos como observação pessoal, conversas pessoais,

questionários, experiências e práticas reuniões, documentos publicados,

periódicos, livros, revistas, e indicadores econômicos e financeiros.

3.1.3.2 Análise externa para obtenção da marca Linense

Na obtenção da marca Linense, a Milklins trabalhou a função de

identificar alguns casos, como as oportunidades e as ameaças, comparar a

margem de lucro com seus concorrentes, conhecer o nível de competitividade

no mercado ao adquirir a marca.

Segundo Hitt, Ireland e Hoskisson (2002) oportunidade é uma condição

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no ambiente geral que, se explorada, ajuda a empresa a obter competitividade

estratégica.

São consideradas como oportunidades de uma empresa situações que

ela realmente tem condições e/ou interesse de usufruir; caso contrário, a

situação pode tornar se uma ameaça. (OLIVEIRA; 2007)

Segundo o autor, ameaças são forças ambientais incontroláveis pela

empresa, que criam obstáculos a sua ação estratégica, mas que poderão ou

não ser evitadas, desde que reconhecidas em tempo hábil.

Na análise externa, a Milklins avaliou o segmento demográfico, o

mercado, a evolução tecnológica, os aspectos financeiros e os

socioeconômicos, aspectos culturais, o mercado de mão-de-obra e os

concorrentes.

Uma das maiores ameaças são os concorrentes. De acordo com Oliveira

(2007), para a adequada análise dos concorrentes, os executivos das

empresas devem, por meio de um processo de empatia – em que se coloca no

lugar do concorrente - efetuar a análise externa e interna dos seus principais

concorrentes. Somente por meio desse procedimento a empresa poderá ter

adequado posicionamento competitivo perante os mesmos.

3.1.4 Estratégias para solidificar e posicionar a marca Linense no leque de

produtos da Milklins

Ansoff e McDonnell (1993), estratégia é um conjunto de regras de

tomada de decisões, que direcionam o comportamento das organizações,

estipulando o sentido do crescimento e do seu desenvolvimento, fazendo com

que as empresas estruturem suas políticas operacionais para o alcance de

seus objetivos.

Cada empresa possui seu próprio estilo de gerir seus negócios.

Conforme seu setor, seu porte e sua posição competitiva, a organização adota

uma estratégia de marca para conquistar o mercado. As empresas optam por

adotar estratégias de marca conforme a alternativa que melhor se adapte ao

encaminhamento traçado pela direção da organização.

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Desta forma, cria seus próprios objetivos, como aumentar seu

desempenho no mercado, utilizar melhor seus recursos físicos, incrementar

suas vendas, entre outras.

Visão sistemática nos objetivos, metas, políticas e planos, são condições

ímpares para concretizarem situações que trarão consequentemente vantagem

competitiva para a organização. (BARNEY; HESTERLY, 2007)

Os principais estilos de estratégias de marcas utilizadas pelas empresas

são: marca guarda chuva e estratégia mista, tendo essas suas definições

abaixo.

A Milklins, por sua vez, utiliza-se das marcas: Milklins, Linense, Sacode

e Moema.

3.1.4.1 Marcas guarda-chuva: Linense e Milklins

Fonte: Departamento de Marketing Milklins, 2011.

Figura 5 – Logo da Linense e dos Lacticínios Milklins Ltda.

Essa estratégia consiste em chamar todos os produtos da empresa por

um único nome.

A Milklins utiliza-se dessas marcas para comercialização de diversos

produtos, como: leite, queijos, manteiga e o doce de leite.

De acordo com Semenik e Bamossy (1995), este conceito de marca

guarda-chuva é mais bem empregado quando a empresa possui produtos de

qualidade e preços similares. Além disso, a força da marca se positiva na

mente dos consumidores, auxilia no lançamento de novos produtos sem valor

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adicional, uma vez que não é preciso fazer pesquisa em relação ao nome, nem

esforço adicional para divulgar e posicionar a marca.

No entanto, Souza e Nemer (1993) apontam que essa opção pode trazer

riscos também como: problemas que ocorram com um determinado produto

podem ameaçar todos os outros.

3.1.4.2 Estratégias mistas: Sacode e Moema

Fonte: Departamento de Marketing Milklins, 2011.

Figura 6 – Embalagens da Sacode e da Moema.

Essa estratégia possui características da marca guarda-chuva, que foi

explicada no item anterior. Para Souza e Nemer (1993), essa estratégia

consiste em personalizar os produtos sem abandonar o aval da marca guarda-

chuva, que pode ou não ser o nome da empresa.

Segundo o autor, a vantagem evidenciada nesta escolha é poder contar

com a legitimação, ou seja, com o endosso da marca guarda-chuva e/ou nome

da empresa, o que diminui os custos de lançamento. Por outro lado, caso o

produto não tenha uma boa aceitação, poderá haver prejuízos para a imagem

da organização.

3.1.5 Implementando as estratégias escolhidas

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A empresa, com base em sua missão, com seus objetivos bem

definidos, com o risco diminuído, respaldada pelas análises internas e

externas, já pode escolher a estratégia que melhor se adapta e que gere

competitividade para a empresa.

Segundo Barney e Hesterly (2007), a implementação da estratégia

ocorre quando uma empresa adota políticas e práticas organizacionais

consistentes com sua estratégia.

Ou seja, como no caso da Milklins, tratando de uma estratégia de marca,

a empresa deve focar em seu público-alvo, no benefício percebido pelo

consumidor, na inovação, na criatividade e no seu desempenho.

A habilidade de implementar uma estratégia depende do ajuste da

estrutura da empresa, de seus controles gerenciais e de sua política de

remuneração serem consistentes com essa estratégia. Desta forma, a empresa

alcança vantagem competitividade.

3.1.6 Estabelecendo vantagens competitivas

Com uma boa estratégia traçada e implantada com êxito, consegue-se

identificar os fatores existentes que podem ou que já se tornaram uma

vantagem competitiva, ou desvantagem competitiva. (BARNEY; HESTERLY,

2007)

A vantagem competitiva é quando a empresa possui a capacidade de

gerar maior valor econômico do que as suas rivais. Este valor econômico é

simplesmente a diferença dos benefícios que um cliente percebe na compra de

produtos ou serviços de uma empresa e o custo econômico total desses

produtos e serviços.

Uma empresa tem vantagem competitiva quando cria mais valor econômico do que suas rivais, e valor econômico é a diferença entre os benefícios percebidos pelo consumidor associados à compra de produtos ou serviços de uma empresa e o custo para produzir e vender esses produtos ou serviços. (BARNEY; HESTERLY, 2007, p.13).

Em outras palavras, pode-se dizer que a vantagem competitiva de uma

organização é a diferença do valor econômico que ela consegue criar e o que

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as suas rivais também conseguem, verificando, assim, no mercado competitivo

quem está na frente.

Segundo Barney e Hesterly (2007), existem dois tipos de vantagem

competitiva: a temporária e as sustentáveis. A temporária é a que se estende

por pouco tempo e a sustentável é a que se estende por muito tempo.

Existe também a desvantagem competitiva. Ela possui dois tipos que

podem ser encontradas dentro da empresa: as desvantagens temporárias e as

sustentáveis.

Outra classificação existente, além das vantagens e desvantagens

competitivas, é a paridade competitiva, que é quando os valores econômicos

da empresa e dos concorrentes se igualam.

Apesar dos conceitos e teorias sobre vantagem competitiva, estes

fatores não são simples de mensurar, pois as percepções dos consumidores

não são fáceis de medir e estas percepções é que é o resultado dos benefícios

decorrentes dos produtos e serviços.

Os custos totais associados aos produtos é outro ponto que dificulta na

hora de mensurar a vantagem competitiva, pois corre o risco de não mostrar os

custos exatos de todos os produtos.

Pelo motivo de ser difícil mensurar a vantagem competitiva entre as

empresas, existem outras formas de identificá-las: A primeira é a análise

fundamentalista, que ocorre através do desempenho contábil e financeiro, e a

segunda é a mensuração, que é feita através de uma comparação entre a

análise técnica e fundamentalista.

3.1.6.1 Vantagem competitiva: análise fundamentalista

De acordo com Barney e Hesterly (2007), uma das mensurações da

vantagem competitiva é através do desempenho contábil da empresa, que é

calculada usando as informações divulgadas no seu balanço patrimonial,

aplicando padrões e princípios contábeis que são amplamente aceitos.

Com a aplicação desses princípios contábeis, é possível identificar se

existe vantagem competitiva comparando as informações contábeis entre a

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empresa analisada e os seus concorrentes.

Para analisar e comparar as empresas, a maneira encontrada é através

dos índices financeiros ou contábeis, que são de fácil entendimento e, dessa

forma, sendo possível medir o desempenho das empresas analisadas.

Esses índices financeiros que são utilizados agrupam-se entre índices

de lucratividade, de liquidez, de alavancagem e de atividade.

O índice de liquidez é a capacidade que a empresa analisada tem para

cumprir com suas obrigações de curto prazo, já o índice de lucratividade

relaciona o lucro da empresa com seu ativo. Com o índice de alavancagem é

possível analisar como é a eficiência do retorno dos recursos próprios ou de

terceiros e também a flexibilidade da empresa.

Por fim, existem os índices de atividade, onde uma análise contábil ou

financeira realmente expõe a situação de uma empresa. Nesses índices são

analisados o giro de estoque e o giro das contas a pagar e a receber.

3.1.6.2 Vantagem competitiva: análise técnica e fundamentalista

Dentro de uma empresa, a vantagem competitiva pode ser mensurada e

analisada através da análise técnica e fundamentalista.

A análise fundamentalista verifica se o que está acontecendo na

empresa naquele momento é a realidade que os sócios esperam, sendo

possível apontar os fatos indesejáveis, como os custos excessivos em

determinados setores da empresa.

Já a análise técnica tem como objetivo analisar os fatos do ambiente

externo, como por exemplo, o mercado interno e externo e as variações das

matérias-primas. Se for o caso de uma empresa com o capital aberto, a análise

técnica também analisará o comportamento de suas ações na bolsa de valores.

Outro fator que também é possível utilizar na realização de uma análise

técnica são as informações divulgadas por algum concorrente.

Na união das informações dessas duas análises, tanto a técnica, quanto

a fundamentalista, é possível encontrar alguns pontos em que podem haver

vantagem competitiva.

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Assim, a empresa passa a enxergar pontos que posteriormente

conseguirá uma vantagem competitiva, estabelecendo metas a serem

alcançadas de maneira a atingir esse objetivo.

No entanto, é bom ressaltar que o cenário econômico está sempre em

mudança. Por esse motivo, a empresa não tem condições de implementar

identicamente as estratégias utilizadas no passado, pois o que deu certo antes

não terá o mesmo resultado hoje por causa da constante mutação do cenário

econômico.

3.1.6.3 Importância da vantagem competitiva

Quando uma empresa tem vantagem competitiva sobre seus

concorrentes, financeira ou mercadológica, significa que ela está um passo à

frente das demais, deixando muito bem posicionada no cenário em que atua.

(BARNEY; HESTERLY, 2007)

Essas vantagens competitivas são importantes por serem oportunidades

que a empresa possui em determinado momento no mercado, podendo utilizá-

las com consciência e aproveitando-as melhor. No caso de desvantagem

competitiva, poderão ser minimizadas e, se não souberem aproveitá-las com

eficiência, elas provavelmente irão aumentar.

3.1.6.4 Milklins, Linense e a vantagem competitiva

Segundo Barney e Hesterly (2007, p.280-281), “quanto mais

relacionadas são as empresas compradora e alvo, mais valor econômico as

fusões e aquisições criam.”

Com base no conceito acima, o valor econômico da Milklins aumentou a

partir do momento em que foi feita a aquisição da marca Linense vai aumentar

mais com as estratégias que estão sendo implementadas com sucesso.

Dessa forma, a Milklins e a Linense terão vantagem competitiva no

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mercado em relação aos seus concorrentes conseguindo, por este motivo,

alguns benefícios.

3.1.7 Benefícios para a Milklins na obtenção da marca Linense

Os benefícios são decorrentes das vantagens competitivas que foram

estabelecidas a partir da aquisição da marca Linense.

A aquisição tem como resultado vários benefícios, como por exemplo,

maior poder de mercado por possuir mais recursos e, conseqüentemente, mais

capacidade para atuar no mercado competitivo.

Outro benefício é que com a aquisição pode-se eliminar um concorrente,

ganhando mais um nome para atuar no mercado. Por isso, a Milklins

conseguirá evitar a competição excessiva por ter outra marca para participar no

mercado competitivo.

Como a marca Linense já teve muito sucesso no passado, ela é

conhecida por boa parte do público-alvo e, por isso, será mais fácil e mais

rápido de lançá-la novamente no mercado.

Por este motivo, seriam superadas todas as barreiras existentes, se

fosse o caso do lançamento de uma marca nova e desconhecida para os

clientes.

Não serão necessários tantos gastos com propaganda e outros meios de

marketing, pela marca Linense ainda estar presente na memória dos clientes

do público-alvo e, assim, só será preciso resgatar essa lembrança e fazer com

que ela fique presente na mente deles.

A Milklins atua há vários anos no mercado de laticínios, por isso tem

mais chances de acertar na hora de desenvolver os produtos da marca

Linense, diminuindo os riscos de erros que poderiam acontecer por falta de

experiência.

O custo de desenvolvimento dos novos produtos será mais baixo por se

tratar das mesmas matérias-primas dos produtos da Miklins. Assim sendo, será

adquirida uma quantia maior de matérias-primas de maneira a reduzir o custo

total de produção para a empresa.

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3.2 Parecer final

Diante do estudo realizado, conclui-se que as estratégias são a base

fundamental para o crescimento e a expansão dos Laticínios Milklins e com a

constante busca pelo aprimoramento das mesmas, tendo em vista que as

empresas necessitam sobreviver num mercado cada vez mais competitivo.

As ferramentas que são utilizadas poderão dar meios de se obter

maiores vantagens competitivas e auxiliar no planejamento estratégico das

empresas.

As estratégias de marketing adotadas pelos Laticínios Milklins são

eficientes e eficazes, pelo fato de utilizar da estratégia de aquisição de marca,

a fim de ter um aumento de produtividade e do portfólio de produtos, menores

custos com divulgação e posicionamento, alavancagem de outros produtos da

marca, além da vantagem competitiva.

A realização do trabalho foi de grande importância, pois a pergunta

problema foi respondida e foi comprovada a hipótese de que as estratégias

adotadas pelos Laticínios Milklins em seu processo de expansão são

suficientes para garantir o sucesso e a competitividade da nova marca Linense.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Embasados na pesquisa realizada nos Laticínios Milklins Ltda. no

período de fevereiro a outubro de 2011 e nas referências utilizadas, sugerem-

se à empresa as seguintes propostas:

a) que, para a utilização das análises de vantagem competitiva, a

empresa tenha à sua disposição informações econômico-financeiras

atualizadas, que permitirão a realização de análises comparativas

entre os seus concorrentes;

b) também é interessante que seus resultados sejam mensurados

mensalmente e que os gestores tenham acesso a esses resultados;

c) maior divulgação de seus projetos sócio-ambientais nos meios de

comunicação da cidade de Lins e região, tais como panfletos e a

imprensa falada e escrita, com o intuito de conscientizar, cada vez

mais, seus clientes sobre a importância da preservação do meio

ambiente;

d) produção do leite longa vida com a já consagrada marca Linense,

poderia gerar mais vendas e até mesmo tornar líder de mercado

regional;

e) produção de requeijão cremoso, com a marca Linense, com o valor

mais acessível e com a mesma textura e cremosidade que o requeijão

Promissão, sendo uma marca de combate, podendo assumir parte do

mercado do concorrente;

f) atualizar suas embalagens, com formato e cores mais modernas, sem

perder a ideia de um produto tradicional, natural;

g) as estratégias adotadas mostraram resultados positivos, com isso

propõe-se a busca constante de aperfeiçoamento das mesmas.

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CONCLUSÃO Diante do contexto geral da pesquisa, conclui-se que quando ocorre a

aquisição de uma marca, para que o lançamento desta seja um sucesso, é

necessário que haja um processo estratégico tendo como objetivo posicioná-la

corretamente no mercado.

Com base no trabalho realizado, percebe-se que a Milklins conseguiu

fazer uma análise interna e externa, utilizando-as como base para decidir sobre

quais estratégias tomar, implementando-as corretamente, com o objetivo de

conseguir sempre vantagem competitiva no mercado em relação aos seus

concorrentes.

É importante salientar que as estratégias, quando estruturadas de

acordo com a necessidade e a realidade do mercado atuante, tornam-se o fator

preponderante para o êxito do processo expansivo.

Nesse trabalho foi constatado que as estratégias utilizadas têm

correspondido favoravelmente no processo de expansão da Milklins e no

posicionamento estratégico da Linense.

O posicionamento da marca Linense foi estrategicamente planejado por

ser uma marca que ainda está viva na memória dos consumidores, sendo

necessário trazer a lembrança da marca e o que ela proporcionava de bom

para eles, o que gera benefícios para a Milklins no lançamento dos novos

produtos da marca Linense.

Partindo desses fatos, conclui-se que as estratégias adotadas pelos

Laticínios Milklins correspondem aos objetivos propostos para o processo de

expansão e para o lançamento e posicionamento da marca Linense.

O tema abordado é de importância para todas as empresas, sendo um

assunto envolvente e atual. Por isso, conclui-se que o tema não se encerra por

aqui e que basta administrar os recursos corretamente, executar a teoria básica

que agrega o conhecimento que a empresa apresentará melhores resultados

através da prática.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – Roteiro de estudo de caso

1 INTRODUÇÃO

Será realizada uma pesquisa no período de fevereiro a outubro

2011 na cidade de Lins, analisando qual a opinião dos consumidores

sobre a marca Linense. Essa pesquisa visa identificar se a marca ainda

permanece viva na mente dos consumidores, qual o impacto que a

recolocação da mesma terá no mercado. A empresa fabricante da marca

atua na área de Laticínios na região de Lins.

1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado

a) Descrição das estratégias utilizadas pela Milklins.

b) Depoimentos do gerente de marketing para o desenvolvimento do

estudo de caso;

c) Pesquisa com população Linense, a fim de identificar se os

consumidores se lembram da marca Linense e qual sua opinião.

1.2 Discussão

Será feita uma análise confrontando a teoria sobre as estratégias

de marketing utilizadas pela Milklins, com a intenção de saber se estão

sendo eficientes.

1.3 Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou

modificação de procedimentos.

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APÊNDICE B – Roteiro de observação sistemática

I – IDENTIFICACAO

1Razão social:............................................................................................

2 Endereço:................................................................................................

3 Sócios:.....................................................................................................

4 N° de funcionários:..................................................................................

II – ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Histórico da empresa

2 Estratégias de marketing

3 Reconhecimento da marca pelos clientes

4 Meios de divulgação da marca

5 Qualidade dos produtos e qual o valor agregado

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APÊNDICE C – Roteiro histórico da Milklins

I – IDENTIFICAÇÃO

1 Razão Social:......................................................................................................

2 Endereço:............................................................................................................

3 Sócios:................................................................................................................

4 N° de funcionários:..............................................................................................

II – ASPECTOS HISTÓRICOS DA EMPRESA

1 Data da fundação

2 Evolução das atividades econômicas

3 Diversificação dos produtos

4 Percentual de vendas

5 Quantidades de fornecedores

6 Diversificação das atividades

7 Outros

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APÊNDICE D – Roteiro de entrevista para o Gerente de Marketing

I – IDENTIFICAÇÃO

1 Escolaridade:......................................................................................................

2 Tempo de empresa:............................................................................................

3 Cargo:.................................................................................................................

4 Outras experiências:...........................................................................................

II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Quais são as medidas tomadas pela empresa para a divulgação da

marca? Quais são os tipos de propaganda?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

2 Quais as atitudes que a empresa poderia tomar para mudar a opinião

dos clientes que tem uma visão negativa da empresa?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

3 Qual sua opinião sobre a recente aquisição da marca Linense? O que

você acha que esta marca vai acrescentar a Milklins e aos funcionários?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

4 Qual o contato que a empresa tem com os seus clientes? Você acha que

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eles têm uma visão positiva dos produtos? Será que a Milklins tem conseguido

suprir a necessidade dos consumidores?

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5 A Milklins realiza pesquisas de mercado para identificar se seus

produtos estão sendo bem aceitos? Existe SAC na empresa? E CRM?

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APÊNDICE E – Roteiro de entrevista para o Administrador da Milklins

I – IDENTIFICAÇÃO

1Escolaridade:.......................................................................................................

2Tempo de empresa:.............................................................................................

3 Cargo:.................................................................................................................

4Outras experiências:............................................................................................

II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Você tem contato com os clientes da Empresa? Se sim, você acha que a

visão deles sobre a empresa é positiva?

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2 Quais as atitudes que a empresa poderia tomar para mudar a opinião

dos clientes que tem uma visão negativa da empresa?

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3 Quais são as medidas tomadas pela empresa para a divulgação da

marca?

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4 Qual sua opinião sobre a forma que a Milklins trabalha? O que você

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acha que deveria mudar?

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5 Qual a sua opinião sobre a recente aquisição da marca Linense? O que

você acha que esta marca vai acrescentar a Milklins?

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ANEXOS

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ANEXO A

Foto 1: Caminhão descarregando no Laticínios Milklins Ltda.

Foto 2: Funcionários trabalhando no Laticínios Milklins Ltda.

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ANEXO B

Foto 3: Produtos armazenados no Laticínios Milklins Ltda.

Foto 4: Produto Sacode armazenado no Laticínios Milklins Ltda.

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ANEXO C

Foto 5: Doce de Leite preparado para transporte.

Foto 6: Igor, Andréa, Beatriz e Sr. Gentil (Milklins).