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recursos minerais aracaju

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  • 5RECURSOS MINERAIS E METALOGENIA

    5.1 Jazimentos Minerais

    Foram cadastrados 449 jazimentos minerais naFolha Aracaju NW compreendendo minas, depsi-tos, garimpos, ocorrncias e indcios, agrupadossegundo a classificao de substncias metlicas,rochas e minerais industriais, gemas e minerais depegmatitos e rochas ornamentais (figura 5.1; qua-dro 5.1). A rea investigada contm expressiva di-versidade e densidade de bens minerais onde sedestacam, pela atividade extrativa e pelo potencialeconmico/metalogentico, os jazimentos de co-bre do vale do Cura; a cromita da regio deUau; os calcrios que ocorrem extensivamentenos mais diversos setores da folha; os dolomitos, amagnesita e as formaes ferrferas de Remanso eSento S; os mrmores da regio de Juazeiro e deCura; os jazimentos talcferos de Casa Nova; asmineralizaes de nquel e amianto de So Joo doPiau; a vermiculita de Paulistana; as pedrassemi-preciosas da regio de Sento S e Casa Novae os sulfetos macios (metais base) da regio deJuazeiro e Uau. As principais informaes dos ja-zimentos cadastrados na rea esto disponveis noquadro anexo 1 (Listagem dos Recursos Minerais).Informaes complementares podero ser obtidasna Base META (Banco de Dados de OcorrnciasMinerais da CPRM). Garimpos e minas sem infor-

    maes de reservas foram classificados como jazi-mentos pequenos a mdios.

    Segue-se a descrio dos recursos mineraiseconmicos ou potencialmente econmicos maissignificativos, bem como aqueles de contedo me-talogentico/previsional.

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    SC.24-V (Aracaju NW)

    Substncias Metlicas

    (118)(29)

    (50)

    Rochas e Minerais Industriais

    Rochas Ornamentais

    Gemas e Minerais de Pegmatitos

    (252)

    Figura 5.1 Distribuio do nmero de jazimentos porclasse de substncias.

  • Quadro 5.1 - Freqncia de ocorrncia dos recursos minerais.

    STATUS RECURSOS MINERAIS IND CIO OCORRNCIA GARIMPO DEPSITO MINA

    TOTAL

    Chumbo - 2 - 1 - 3 Cobre 8 57 - 19 2 86 Cromo - 2 1 - 2 5 Ferro - 3 - 3 - 6 Mangans 1 1 - - 1 3 N quel - 3 - 2 - 5 Pirita/Pirrotita 1 1 - 1 - 3 Titnio/Ilmenita/Rutilo 1 2 3 - - 6

    SU

    BS

    TN

    CIA

    S

    ME

    TLI

    CA

    S

    Tungstnio - 1 - - - 1 Amianto 2 2 2 - 1 7 Argila - 2 - - - 2 Brio 1 - - - - 1 Calcrio 1 37 13 38 - 89 Calcrio Calc tico - 3 1 32 - 36 Calcrio Dolom tico - 1 2 13 - 16 Calcita - 1 3 - - 4 Cianita - 12 - - - 12 Dolomito - 4 - 1 - 5 Fsforo 2 1 - 1 - 4 Gipsita - 1 - - 4 5 Grafita - 5 - 2 - 7 Granada - 9 - - - 9 Granito (brita/paralelep pedo) - 1 2 - - 3 Grauvaca (brita) - - 1 - - 1 Magnesita - 2 - - 2 4 Salitre 1 1 6 - - 8 Talco - 21 10 2 3 36

    RO

    CH

    AS

    E M

    INE

    RA

    IS IN

    DU

    STR

    IAIS

    Vermiculita - 1 1 - 1 3 gata/Calcednia - 1 - - - 1 Ametista 1 4 10 - 1 16 Berilo - 1 - - - 1 Citrino - - 1 - - 1 Esmeralda - 1 - - - 1 Feldspato - - 3 - - 3 Jaspe - 1 - - - 1 Muscovita 1 5 - - - 6 Prsio - 1 - - - 1 Quartzo/Cristal-de-Rocha - 4 5 - 1 10 Silexito - 2 - - - 2 Turmalina - 5 1 - - 6

    GE

    MA

    S E

    MIN

    ER

    AIS

    DE

    P

    EG

    MA

    TITO

    S

    Turquesa - - 1 - - 1

    Mrmore - 3 19 - 6 28

    RO

    CH

    AS

    O

    RN

    AM

    EN

    T.

    Quartzito - - 1 - - 1

    71

  • 5.1.1 Substncias Metlicas

    5.1.1.1 Chumbo

    Foram cadastradas apenas trs ocorrncias dechumbo, podendo-se destacar o depsito de BrejoGrande da Martinha/Morro da Galena (278Pb), mu-nicpio de Sento S (BA), borda norte da Chapadade Diamantina e a ocorrncia da Fazenda Esplana-da/Serrote da Esplanada (258Pb), municpio de So-bradinho (BA).

    O depsito de Brejo Grande da Martinha cons-titudo por galena disseminada em lentes de dolo-mitos basais da Formao Caboclo ou por aglome-rados de galena incrustados em veios de quartzo.O minrio estratiforme se apresenta com texturafina, ao passo que nos remobilizados hidrotermaisa galena ocorre em cristais bem desenvolvidos.Alm do minrio sulfetado (galena associada a pra-ta e disseminaes de pirrotita, pirita e menos fre-qentemente calcopirita), tem-se uma faixa de mi-nrio oxidado (cerussita) associado a um materialargilo-arenoso, frivel, com caulinita.

    Quanto ao carter gentico da mineralizao es-tratiforme, Conceio Filho et al. (1986), sugeriramuma mineralizao singentica similar ao modelosabkha. Entretanto, Rocha & Misi (1992), advogamuma origem relacionada circulao de salmourashidrotermais geradas por compactao da prpriabacia, durante o evento de subsidncia, e que al-canaram o stio de deposio atravs de condutoscriados pelas grandes falhas extensionais que sec-cionam a seqncia.

    A reserva medida do minrio sulfetado de1.157.119t com 0,57% de Pb e a reserva indicada da ordem de 2.415.388t (Neves et al., 1980). Segun-do Conceio Filho et al. (1986), a CBPM bloqueouuma reserva da ordem de 1 milho de toneladascom teor mdio de 2% de Pb. O minrio oxidadoapresenta uma reserva medida de 170t de minriocom 1,66% de Pb e uma reserva indicada de 543t deminrio com 1,75% de Pb (Neves et al., 1980).

    A ocorrncia de galena do Serrote da Esplanadaest contida em veios de calcita, com quartzo subor-dinado, encaixados em calcrios cristalinos. Foramconstatados at 10% de Pb, 0,35% de Zn e 20ppm deAg, na zona mineralizada. A mineralizao restrita eat o momento desprovida de interesse econmico.

    5.1.1.2 Cobre

    O cobre representa o principal recurso mineraleconmico da Folha Aracaju NW, totalizando 86 ja-

    zimentos cadastrados, com destaque para o Distri-to Cuprfero do Vale do Rio Cura, no Cinturo Sal-vador-Cura (CSC) e para o Fragmento RiachoSeco (FRC) incluso no Terreno Pernambuco-Alago-as Oeste. Estas expressivas reas cuprferas locali-zam-se nos municpios baianos de Jaguarari (CSC)e de Cura (CSC e FRC).

    Destacam-se, tambm, pelo seu contexto geol-gico, as mineralizaes cuprferas associadas aogreenstone belt do Complexo Capim, no Bloco deSerrinha, e aquelas relacionadas Seqncia qu-mico-exalativa Baixa do Rancho do Complexo Bar-reiro, no Bloco de Sobradinho (279Cu). Regis-tram-se ainda as mineralizaes associadas aoscarbonatos e clsticos finos basais da FormaoCaboclo do Grupo Chapada Diamantina de BrejoGrande da Martinha/Fazenda Brejinho (280Cu) e asocorrncias/indcios relacionadas aos corpos demetabasitos associados aos filitos da FormaoFrei Paulo, Terreno Vaza-Barris da Faixa Sergipana.

    Os jazimentos do Distrito Cuprfero do Vale doRio Cura ocorrem predominantemente em ro-chas metabsico-metaultrabsicas cumulticas, di-ferenciadas (Lindenmayer, 1980; Mandetta, 1982).Estas rochas constituem trs tipos principais: piro-xenitos e noritos, noritos e gabros e corpos gabri-cos. As mineralizaes de cobre esto fortementerelacionadas s rochas piroxenticas e melanorti-cas (Delgado & Dalton de Souza, 1975). As rochasde composio nortico-gabrica so pobrementemineralizadas a estreis.

    A mineralizao sulfetada composta por calco-pirita, pirita, bornita, pirrotita e calcosita, ocorrendocomo grnulos disseminados na rocha hospedeiraou preenchendo fissuras e planos de foliao e decisalhamento. A mineralizao oxidada est repre-sentada por malaquita, azurita, crisocola e, s ve-zes, cuprita. As maiores concentraes de oxida-dos ocorrem em zonas de cisalhamento, associa-das a corpos metamfico-metaultramficos, e me-nos freqentemente em gnaisses e migmatitos. Azona de oxidao tem uma profundidade mdia de15 a 20m, podendo atingir at 30m (Seixas, 1985).As minas Caraba (379Cu) e Barana-Imburana(354Cu) respondem por 70% das reservas de mi-nrio de cobre do vale do Cura.

    Os depsitos de cobre do Fragmento RiachoSeco esto relacionados s rochas metamficasanfibolitizadas do complexo homnimo, em ntimaassociao com rochas calcissilicticas e por ve-zes metacarbonatos. A mineralizao primria estrepresentada por calcopirita (80%), bornita, covelli-ta, calcosita, pirita e pirrotita, que ocorrem predomi-

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    SC.24-V (Aracaju NW)

  • nantemente disseminadas na rocha hospedeira,com freqente remobilizao em fraturas. O min-rio oxidado, que constitui os principais jazimentosaflorantes, compe-se de impregnaes de mala-quita e/ou crisocola, atingindo at 15m de profundi-dade. A mineralizao mista (sulfetos e oxidados),atinge, em mdia, 30m de profundidade. Os princi-pais corpos mineralizados correspondem aos de-psitos de Bom Recurso (94Cu), e Lagoa do Mas-sap/Lagoa Pequena (95Cu).

    O quadro 5.2 mostra as reservas de cobre, em1996, nos municpios de Jaguarari e Cura.

    5.1.1.3 Cromo

    As mineralizaes de cromo, em nmero de cin-co, se concentram ao longo da zona limtrofe entreo Cinturo Salvador-Cura (CSC) e o Bloco deSerrinha (BS). A mina da Fazenda Vrzea do Maca-co (406Cr) e a mina da Fazenda Logradouro do Ju-venal (407Cr) inseridas no CSC e no BS, respecti-vamente, constituem as principais concentraescromitferas da rea.

    Os depsitos esto representados por nveis decromititos estratiformes, freqentemente descont-nuos, com extenses variveis e largura mdia de5m, contidos em serpentinitos e eventualmente empiroxenitos, que se apresentam encaixados em

    migmatitos estromticos e granulitos. O minrio macio com granulao fina a mdia, com teor vari-ando de 33 a 42% de Cr2O3 (Seixas, 1985). As re-servas deste metal, na Folha Aracaju NW, esto dis-criminadas no quadro 5.3.

    5.1.1.4 Ferro

    Os jazimentos de ferro mais importantes da Fo-lha Aracaju NW esto associados aos possanteshorizontes de formaes ferrferas bandadas dafcies xido, pertencentes Unidade Serra de Ca-pivara do Grupo Colomi, na regio de Remanso/Sento S (BA); secundados pelas mineralizaesferrferas de transio da fcies xido para a fciessilicato, associadas ao Complexo Lagoa do Ale-gre, na regio de Casa Nova (BA), sem registroscadastrais.

    As formaes ferrferas do Grupo Colomi apre-sentam leitos cinza-escuros de espessuras milim-tricas a centimtricas de xido de ferro (magnetitadominante em relao hematita, embora possaestar ausente um dos dois componentes) e menoscomumente o silicato de ferro e magnsio (grneri-ta), alternados com leitos flsicos de quartzo e/oumetacherts. A granulometria dos xidos de ferro si-tua-se entre 0,05 e 0,50mm, e do quartzo entre 0,10e 0,60mm. Dalton de Souza et al. (1979) estimampara a rea do projeto uma reserva de cerca de4.320 000.000m3 ou 14.256.000.000t de f.f. associ-adas ao Grupo Colomi, utilizando uma densidademdia de 3,3 (quadro 5.4).

    5.1.1.5 Mangans

    A nica ocorrncia de mangans com potencialeconmico diz respeito mina paralisada de BrejoGrande da Martinha/Serra da Gameleira (276Mn),borda norte da Chapada Diamantina, municpio deSento S. O xido de mangans ocorre preenchen-

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    Programa Levantamentos Geolgicos Bsicos do Brasil

    Quadro 5.2 Reservas de cobre nos municpios de

    Cura e Jaguarari (BA).

    RESERVA (1996)

    MUNICPIO

    QUANTIDADE (t)

    MEDIDA

    INDICADAMINRIO CONTIDO(t)

    TEOR %

    Cura 18.288.438 242.814 1,33 3.027.723

    Jagurari 41.806.864 760.885 1,82 2.403.483

    Fonte: Anurio Mineral Brasileiro (1997).

    Quadro 5.3 Reservas de cromo no municpio de Uau (BA).

    RESERVA (t)

    MINA

    MEDIDA

    INDICADA INFERIDAMINRIO CONTIDO (t)

    TEOR MDIO% Cr2O3

    Faz. Vrzea do Macaco 158.280 56.265 33,41 a 37,00 119.772 4.216

    Faz. Logradouro do Ju-venal

    54.574 20.443 37,46

    Fonte: Seixas (1985).

  • do fraturas numa seqncia sltico-arenosa da For-mao Caboclo, bem como nos sedimentos psam-ticos da Formao Tombador subjacente. O min-rio tem colorao cinza-escura a preta, granulaofina, estrutura macia e densidade alta. Possui umareserva indicada de 4.249t e reserva inferida de8.739t, para um teor mdio de 42% de Mn.

    5.1.1.6 Nquel

    As concentraes de nquel esto associadas aoTerreno/Complexo Brejo Seco da Faixa Riacho doPontal (9, 13, 15Ni) e ao Complexo Uau do Blocode Serrinha (359, 404Ni/Cu).

    Na Faixa Riacho do Pontal destaca-se a jazidade nquel latertico (15Ni), situada na localidade deBrejo Seco, municpio de So Joo do Piau. O mi-neral-minrio do tipo silicatado, ocorrendo sob aforma de garnierita nas lateritas que recobrem umcorpo serpentintico (serra do Bacamarte). A reser-va medida da ordem de 20.007.510t de minrio eteor de 1,56% (Anurio Mineral Brasileiro, 1997).

    As ocorrncias de nquel/cobre do Bloco de Ser-rinha correspondem a mineralizaes sulfetadasde baixos teores, disseminadas em nveis piroxen-ticos de corpos de metaultrabasitos, a exemplo daocorrncia do Stio do Chic (359Ni/Cu).

    5.1.1.7 Pirita/Pirrotita (sulfetos macios)

    As duas ocorrncias de pirita/pirrotita (sulfetosmacios) cadastradas, denominadas Fazenda Boa

    Esperana/Alvo Sabi (185pi/pt) e Fazenda Coiqui(380pi/pt), situam-se no Bloco de Sobradinho e noBloco de Serrinha, respectivamente.

    O jazimento da Fazenda Boa Esperana/AlvoSabi, est associado seqncia tipo greenstonebelt do Complexo Rio Salitre, municpio de Juazeiro(BA). A mineralizao subaflorante de pirita estencaixada na zona de contato entre o embasamen-to gnissico-migmattico e a seqncia metavulca-no-sedimentar qumico-exalativa da Unidade BaixoVale do Rio Salitre. Manifesta-se em superfcie atra-vs de uma faixa de afloramentos descontnuostipo gossan com extenso aproximada de 2,5km,composta por rochas lateritizadas contendo local-mente feies tipo boxwork. O material lateritizadoexibe colorao marrom, aspecto macio ou poro-so e densidade mdia a elevada. Anlises geoqu-micas de amostras do gossan acusaram teores deat 1.080ppm de Cu, at 506ppm de Zn e 148ppmde Pb (Ribeiro, 1984).

    A mineralizao constituda essencialmentepor pirita (90%) com alguma pirrotita, traos de cal-copirita e galena. A pirita tem granulometria grossae em algumas sees exibe uma estratificao gra-dacional, sugerindo uma deposio clstica dossulfetos, a partir de provveis concentraes sulfe-tadas proximais (Ribeiro et al., 1993). Anlises qu-micas revelaram baixos teores de Cu, Pb, Zn, Ni, Aue Ag (Ribeiro, 1984). A seo mineralizada atraves-sada pelo furo 05 (CBPM) mostra no intervalo de 35a 63,70m, uma rocha esverdeada, de granulaofina a mdia, composta por clorita e tremolita, comnveis de diopsidito e nveis alterados tipo gossan,com teores de pirita (15%) e dois nveis de piritamacia (60%).

    A partir dos resultados dos furos de sonda e daextenso da faixa potencialmente mineralizada in-dicada pelas anomalias geofsicas, foi estimadauma reserva geolgica da ordem de 9.500.000t depirita/pirrotita (Ribeiro et al.,1993).

    A concentrao de sulfetos macios de Coiqui(municpio de Uau) tem por hospedeira um nvelde metandesito da seqncia tipo greenstone beltdo Complexo Capim, com extenso contnua pormais de 5km, com largura mdia de 200m, na dire-o NNW-SSE, ocorrendo ainda, de modo descon-tnuo, para N-NW. Furos de sonda confirmaram acontinuidade em subsuperfcie das mineralizaessulfetadas, anteriormente sugeridas pela prospec-o geofsica. Sees polidas de amostras de tes-temunhos de sondagem atestam maior concentra-o de pirrotita em relao pirita e menos fre-qentemente calcopirita. Anlises qumicas detec-

    73

    SC.24-V (Aracaju NW)

    Quadro 5.4 Reservas estimadas das formaes

    ferrferas na regio de Remanso/Sento S (BA).

    GR

    UP

    OC

    OLO

    MI

    LOCALIDADE VOLUME (m3) PESO (t)

    Serra dos Colomis 3.422 x 106

    112.926 x 105

    Serra do Choro 188 x 106

    6.204 x 105

    Serra do Morro 14 x 106

    462 x 105

    Serra da Bicuda 306 x 106 10.098 x 105

    Serra da Jacobina +Serra da Poo 276 x 10

    69.108 x 10

    5

    Serra da Melancia 51 x 106

    1.683 x 105

    Serrote do Tabuleiro 35 x 106

    1.115 x 105

    Serrote do Limoeiro 13 x 106 429 x 105

    Serra da Castela /da Gameleira 8 x 10

    6264 x 10

    5

    Serrotes de Sento S 7 x 106

    231 x 105

    Total 4.320 x 106

    142.560 x 105

    3,3 Densidade mdia do minrio de ferro.Fonte: Dalton de Souza et al. (1979).

  • taram apenas baixssimos teores de cobre em umnmero reduzido de amostras (Seixas, 1985).

    5.1.2 Rochas e Minerais Industriais

    5.1.2.1 Amianto

    O jazimento de amianto com potencial econmi-co (1am) situa-se prximo localidade de BrejoSeco, municpio de So Joo do Piau-PI. A minera-lizao constituda por fibras de crisotila que for-mam veios irregulares preenchendo fraturas de umcorpo serpentintico pertencente ao Complexometaplutono-vulcano-sedimentar Brejo Seco, com-ponente do terreno homnimo da Faixa Riacho doPontal.

    A mina tem uma reserva medida de 587.758t deminrio, com 23.922t de fibras de crisotila e teor de4,07% e reserva indicada de 296.000t de minrio(Figueira, 1998).

    5.1.2.2 Calcrio / Calcita / Calcrio Calctico /Calcrio Dolomtico / Dolomito

    Estas rochas carbonticas constituem o recursomineral mais abundante da rea, totalizando 150ocorrncias cadastradas, cuja extrao est direcio-nada para o fabrico artesanal da cal. Apesar da ex-pressiva potencialidade para insumos agrcolas(corretivos de solos), no se tem conhecimento doaproveitamento dos depsitos de calcrios dolomti-cos e dolomitos para tal fim. Fato similar ocorre comos calcrios calcticos, que tambm no tm umautilizao mais nobre como, por exemplo, na inds-tria cimenteira ou de cermica. A denominao cal-crio est sendo usada para as rochas carbonticassem especificao qumica. A classificao calcriocalctico inclui os termos puro e impuro.

    Os principais jazimentos de rochas calcriaspara fins industriais ocorrem na Unidade Castela,do Grupo Colomi, na unidade plataformal Barra Bo-nita, do Complexo Casa Nova da Faixa Riacho doPontal, no Complexo Barro, do Fragmento Icaiarae no Complexo Lagoa das Contendas, do TerrenoAlto Moxot.

    Os depsitos de dolomito esto, em quase suatotalidade, associados seqncia metacarbonti-ca Castela, do Grupo Colomi, nos municpios baia-nos de Remanso e Sento S. Esses jazimentos,hospedeiros das mineralizaes de magnesita, for-mam possantes pacotes que podem alcanar es-pessuras da ordem de 350m (serra dos Colomis) e

    450m (serra da Castela). Os metacarbonatos daFaixa Riacho do Pontal se concentram em quatroplos distintos: setor sudoeste, englobando os mu-nicpios piauienses de Dom Inocncio e So Joodo Piau, contendo expressivos depsitos, caren-tes de anlises qumicas; setor sul-sudeste, munic-pio de Petrolina (PE), com depsitos de calcriosdolomticos; setor leste, margeando a borda lesteda faixa dobrada, abrangendo municpios pernam-bucanos de Ouricuri e Santa Maria da Boa Vista,com predominncia de significativos depsitos decalcrios calcticos, e o setor do klippe de Barra Bo-nita, municpio de Cura-BA, abrigando depsitosde calcrios calcticos. Ainda na Faixa Riacho doPontal merece registro a extensa lente de calcriocalctico do Complexo Santa Filomena, no munic-pio de Paulistana (PI). Os depsitos de metacarbo-natos do Fragmento Icaiara (municpio de Parna-mirim-PE) e do Complexo Lagoa das Contendas(municpio de Cabrob-PE) so ambos francamen-te calcticos.

    5.1.2.3 Magnesita

    Os jazimentos de magnesita situam-se nos muni-cpios baianos de Sento S e Remanso, notada-mente no primeiro, onde se encontram as minas doPico do Serrote e Pau Ferro (265mg) e da Serra daGameleira (266mg). Constituem espessos corposlenticulares de magnesita inclusos nos metadolo-mitos da Unidade Castela do Grupo Colomi. A mag-nesita possui colorao cinza-claro, esbranquia-da e rosada, estrutura macia, granulao mdia agrossa, bem cristalizada, s vezes com drusas demagnesita hialina. Associam-se, por vezes, peque-nas lentes de rochas talcferas e/ou formaes ferr-feras bandadas.

    Para Queiroz (1997) a origem destes depsitosde magnesita estaria relacionada substituio dodolomito pelo MgCO3 atravs de solues hidroter-mais que interagem num processo gradual e pro-gressivo. Por outro lado Barbosa (1965, apud Dal-ton de Souza et al., 1979) atribui a origem da mag-nesita ao metamorfismo regional. O CaCO3 das ca-madas dolomticas, durante o processo de meta-morfismo migraria para zonas de alvio de presso(zonas axiais de estruturas dobradas), recristali-zando-se, ento, MgCO3 nas zonas tectnicas demaior presso.

    Segundo o Anurio Mineral Brasileiro (1997) omunicpio de Sento S apresenta, em 1996, uma re-serva medida de 29.514.641t de minrio e reservaindicada de 21.461.890t.

    74

    Programa Levantamentos Geolgicos Bsicos do Brasil

  • A maior parte da produo atual est voltadapara o aproveitamento da magnesita como pedraornamental.

    5.1.2.4 Fsforo

    As ocorrncias de fsforo, situam-se no mbitodo Complexo Serrote da Batateira, Bloco de Sobra-dinho, no municpio de Juazeiro (BA).

    A mineralizao est relacionada a rochas argi-losas alteradas, em ntima associao com nveisde rochas quartzticas e calcissilicticas. O depsi-to do Serrote da Batateira (421P) consta de dois n-veis, ambos descontnuos em profundidade. At15m de profundidade as espessuras oscilam entre5m e 11m. Os teores tambm crescem com a pro-fundidade at 11,5% de P2O5 (Gomes, 1990). O mi-nrio formado por argilominerais do grupo da clo-rita, talco, xido e hidrxido de ferro. Os minera-is-minrios so flor-apatita, hidroxiapatita e carbo-nato-flor-apatita. Ocorre crosta arenofosfticaaflorante no topo da rocha calcissilictica. Para osdois nveis, a reserva total foi estimada em 660.000tcom 8 a 11% de P2O5 (Gomes, 1990). A mineraliza-o fosftica primria estaria associada a interva-los de trmino de precipitao qumico-carbonti-ca e incio de sedimentao carbontica impura.Os processos tectnicos e hidrotermais foram defundamental importncia para a remobilizao econcentrao das mineralizaes fosfticas, vistoque os nveis talcosos mineralizados e com alto teo-res de P2O5 encontram-se argilizados (Leite, 1983).

    5.1.2.5 Gipsita

    As concentraes de gipsita esto localizadasna Serra do Incio (Serra Vermelha), englobando omunicpio de Paulistana-PI (30, 31gp) e o municpiopernambucano de Ouricuri (109, 110gp). A gipsitaocorre como camada ou bolses horizontalizadosencaixados em calcrios, margas e siltitos da For-mao Santana, pertencente seqncia mesozi-ca ps-rifte do Grupo Araripe.

    Segundo Figueira (1998) as minas Curitiba(30gp) e do Bredo (31gp) apresentam reservas in-feridas da ordem de 600.000t e 100.000t, respecti-vamente.

    5.1.2.6 Talco

    Cerca de 60% das 36 ocorrncias cadastradas,esto associadas Seqncia qumico-exalativaMacambira do Complexo Lagoa do Alegre, munic-

    pio de Casa Nova (BA). Secundariamente, os de-psitos de talco ocorrem relacionados s metam-ficas/metaultramficas do Complexo Monte Ore-be/Terreno Monte Orebe da Faixa Riacho do Pon-tal, alm de corpos dispersos de insignificante ex-presso econmico-metalogentica.

    Os jazimentos do Complexo Lagoa do Alegretm por hospedeiras rochas metamficas/metaul-tramficas, em associao com micaxistos, forma-es ferrferas bandadas e metacherts/quartzitos.Grande parte dessas ocorrncias apresenta-secomo megaxenlitos inclusos em metagranitides.As mineralizaes formam corpos lenticulares e ir-regulares que se alinham s feies tectnicas ci-salhantes mais marcantes. O talco do tipo lame-lar, por vezes crenulado, de colorao verde-claro,cinza-claro e esbranquiado. No corpo do minriopodem ser encontradas impurezas de tremolita,actinolita, vermiculita, biotita, clorita, micas bran-cas e/ou impregnaes de xido de ferro nas par-tes mais superiores. Por vezes associam-se cristaiscentimtricos de turmalina. As principais concen-traes talcferas constam das minas Baiana/StioPlanta (222tl) e da Fazenda Cacimba I (203tl) e dogarimpo da Fazenda Joo Soares/Baixa Fechada(219tl).

    As reservas de talco de Casa Nova, em 1996,so as seguintes: Reserva Medida 866.774t, Re-serva Indicada 52.036t e Reserva Inferida 80.055t (Anurio Mineral Brasileiro, 1997).

    5.1.2.7 Vermiculita

    A ocorrncia de vermiculita de importncia eco-nmica (Fazenda Boa Vista/Mina Massap - 14ve)est associada a um plton mfico-ultramfico deprovvel idade trissica/jurssica, intrusivo no Com-plexo Casa Nova/Terreno Casa Nova da Faixa Ria-cho do Pontal, no municpio de Paulistana PI. Ocorpo mineralizado possui forma alongada, comeixo maior medindo 2,2km e largura mxima de900m, atravessado por veios de pegmatito. A vermi-culita ocorre sob a forma de lamelas centimtricasdisseminadas ou em veios pegmatides de compo-sio mineralgica similar ao da rocha hospedeira,com granulao mais grossa constituindo livrosque podem atingir espessuras de at 10cm. A ori-gem do depsito atribuda alterao de biotita eflogopita pela lixiviao dos lcalis, transforman-do-os em vermiculita (Parente & Oliveira, 1986).

    Segundo o Anurio Brasileiro (1997) a Mina Mas-sap apresenta, em 1996, os seguintes parme-tros: Reserva Medida 1.147.325t, Reserva Indica-

    75

    SC.24-V (Aracaju NW)

  • da 1.201.007t, Reserva Inferida 393.600t e umaproduo bruta de 86.653t de minrio.

    5.1.2.8 Areias Quartzosas (Areias Especiais)

    A extensa faixa de areia retrabalhada pelo ventoque ocorre na margem norte da represa de Sobra-dinho, embora no conste do cadastramento mine-ral, merece destaque pelo seu potencial econmi-co. Esta faixa de direo E-W tem cerca de 90km deextenso por 20km de largura mdia, extrapolandoo limite ocidental da folha. Estes sedimentos quart-zosos so inconsolidados, bem selecionados, decolorao esbranquiada a cinza-claro, granula-o fina a mdia, com gros arredondados a subar-redondados. Segundo Angelim (1997) anlisesgranulomtricas de nove amostras indicaram umagrande predominncia da frao arenosa fina (

  • 5.2 Metalogenia Previsional

    A Carta Metalogentica/Previsional congrega 68reas mineralizadas ou com potencialidade deabrigar concentraes minerais. Na individualiza-o e classificao potencial destas reas pros-pectveis foram considerados, entre outros par-metros, a ambincia geolgica; o status do jazi-mento cadastrado (mina, depsito, garimpo, ocor-rncia e indcio); as anomalias geoqumicas, geof-sicas e/ou indcios petrolgicos, e os metalotec-tos/mineralotectos identificados.

    A numerao das reas potenciais, na carta me-talogentica/previsional, est disposta em ordemcrescente de oeste para leste e de norte para sul.As reas de uma mesma substncia mineral, inde-pendente do segmento tectonoestratigrfico aoqual esteja associada, possuem numerao nicaseguida de letras-ndices.

    Essas reas esto descritas a seguir, segundoas entidades tectnicas definidas neste trabalho.

    5.2.1 Provncia Borborema

    Domnio da Zona Transversal

    Calcrio, Calcrio Calctico (Calcrio Dolomti-co, Mrmore) (reas IIc, IId, IIk, IIl, IIm, IIn, IIo)

    O Fragmento Ouricuri/Complexo Metaplutnicoencerra enclaves de metacarbonatos que constitu-em as reas prospectivas IIc e IId. A primeira con-tm depsitos de calcrios em corpos lenticularesque gradam lateral e longitudamente para rochascalcissilicticas, enquanto na rea IId a anlise qu-mica de uma amostra do jazimento revelou um cal-crio calctico.

    O Fragmento Icaiara hospedeiro de duasreas distintas de calcrios calcticos: a rea IIkabriga trs depsitos de metacarbonatos como en-claves em metagranitides, ao passo que as mine-ralizaes da rea IIl esto contidas no Complexometassedimentar Barro e se estendem para norte,alm dos limites da Folha Aracaju NW.

    O Complexo Lagoa das Contendas do TerrenoAlto Moxot abriga na rea IIm jazimentos de calc-rios calcticos que tm continuidade para leste naFolha Aracaju NE.

    As reas IIn e IIo inclusas, respectivamente, noscomplexos Riacho da Barreira e So Caetano, doTerreno Alto Paje, constituem prolongamentosde reas contguas da Folha Aracaju NE, prospec-

    tveis para calcrio calctico, porm sem conter re-gistros diretos de mineralizaes.

    Faixa Riacho do Pontal

    Amianto, Nquel (Cr, Cu, Au, Ag) (reas Ia, Ib)

    As reas prospectivas para amianto e nquel situ-am-se no mbito do Complexo Brejo Seco/TerrenoBrejo Seco, relacionadas a complexos mfico-ul-tramficos. A rea Ib inclui a mina de amianto dotipo crisotila (1am) e o depsito de nquel do tipo si-licatado (garnierita) (15Ni), associados ao corpomfico-ultramfico diferenciado de Brejo Seco. Area Ia corresponde ao corpo mfico-ultramficoindiferenciado de So Francisco, porm sem mine-ralizaes conhecidas. Secundariamente, estasreas so indicadas para Cr, Cu, Au e Ag (anoma-lias geoqumicas/mineralgicas).

    Calcrio, Calcrio Calctico, Calcrio Dolomti-co, (Mrmore) (reas IIa, IIb, IIe, IIf, IIg, IIh, IIi)

    A rea IIa abriga grande nmero de depsitosde calcrio associados Seqncia plataformalBarra Bonita do Complexo Casa Nova/TerrenoCasa Nova; a rea IIb diz respeito a um corpo lenti-cular de calcrio incluso em fragmento antigo dafaixa dobrada; a rea IIe constitui um horizonte decalcrio associado aos quartzo xistos do Comple-xo Monte Orebe; a rea IIf contm depsitos decalcrio calctico puro, pertencentes ao ComplexoSanta Filomena, constituindo um jazimento comreserva estimada em cerca de 65 milhes de tone-ladas de calcrio, apropriado para uso em fins no-bres, tais como, clarificao de acar e farma-cutico (depsitos 21/23/24cc); a rea IIg abrigadepsitos e garimpos de calcrios dolomticos daUnidade Barra Bonita; as reas IIh e IIi encerramdepsitos de calcrios calcticos da Unidade Bar-ra Bonita.

    Talco (Ouro) (reas IVa, IVb)

    As reas selecionadas apresentam-se favor-veis a abrigar depsitos de talco, associados a cor-pos metamfico-metaultramficos inclusos na uni-dade vulcanognica do Complexo Monte Orebe,notadamente a rea IVb, onde foram cadastradascinco ocorrncias talcferas. Essas reas incluemainda anomalias de ouro em concentrado de bateiae em solo, as quais podem estar associadas a mi-

    77

    SC.24-V (Aracaju NW)

  • neralizaes hidrotermais em zonas de cisalha-mento.

    Ouro (reas XIIa, XIIb)

    As reas indicadas constituem duas faixas de di-reo SSE-NNW a NNE-SSW que tm por metalo-tectos zonas de cisalhamento de baixo e mdiongulo incluindo anomalias geoqumicas de Au eBa em concentrado de bateia. A rea XIIa delimitaa interface xistosa Barra Bonita e a Seqncia me-tagrauvquica Mandacaru do Complexo CasaNova, englobando lascas de litofcies cratnicas.A rea XIIb demarca o limite SSE da Faixa Riachodo Pontal com metagranitides transamaznicosdo Crton do So Francisco. As anomalias de b-rio sugerem efeito de remobilizao hidrotermalcom eventual concentrao de ouro ao longo daszonas de cisalhamento antigas e/ou reativadaspela tectnica brasiliana da faixa dobrada.

    Terreno Pernambuco-Alagoas Oeste /Fragmento Riacho Seco

    Quartzo (Barita, Feldspato, Turmalina,Corndon, Berilo) (rea XVI)

    O Terreno Pernambuco-Alagoas, apesar deabrigar diversas ocorrncias minerais, foi contem-plado apenas com a rea XVI, situada no extre-mo-leste, associada s rochas metaplutnicas doComplexo Belm do So Francisco. Ela represen-ta uma continuidade da rea XIIa da Folha AracajuNE, a qual foi caracterizada por Santos (1998),como uma regio de jazimentos relacionados aoLineamento Pernambuco, constituda por files dequartzo puro, quartzo com barita, alm de diquespegmatticos com feldspato, turmalina, corndon,berilo e granada. Estes veios de quartzo com teo-res de slica variando entre 96,4% e 99,4% consti-tuem o distrito de Paje (Cunha & Silva, 1982, apudMedeiros, em editorao), podendo ser aproveita-dos para a produo de silcio metlico. No exis-tem registros das referidas mineralizaes na reaselecionada.

    Cobre (reas VIIIc, VIIId)

    O Fragmento Riacho Seco/Complexo RiachoSeco abriga mineralizaes cuprferas associadasa corpos de rochas bsicas anfibolitizadas e estru-turalmente controladas. A superposio das linea-

    es L2 e L3 origina nas zonas de charneira das do-bras F3 uma pronunciada estrutura em rodding, se-gundo a qual se alongam os corpos de minrio(CBPM, 1983). A rea VIIIc corresponde aos dep-sitos da Fazenda Bom Recurso (94Cu) e Lagoa doMassap/Lagoa Pequena (95Cu), enquanto a reaVIIId circunscreve vrios corpos de rochas meta-bsicas de pequeno porte.

    Faixa Sergipana

    Calcrio, Calcrio Calctico, Dolomito, Mrmo-re (Cu, Pb, Zn, P, Ba, F, Ag) (reas IIp, IIq,IIr,IIs; IIIa, IIIb, IIIc, IIId, IIIe, IIIf, IIIg)

    A rea IIp uma extenso da rea XXVI imediata-mente a sul, Folha Aracaju SW, regio de Euclidesda Cunha, onde ocorrem extensos e possantes ja-zimentos de calcrios calcticos explotados parautilizao na agricultura (Kosin et al., em editora-o), associados unidade autctone/parautcto-ne da Formao Acau da Cobertura Pericratnicade Estncia. Verifica-se ainda nesta regio a ocor-rncia de cobre (calcopirita, bornita e malaquita)em veios de calcita contidos em dolomitos basaisda Formao Acau, interface com seqncia psa-mtico-pseftica da Formao Juet subjacente(Leal, 1980). Esse autor faz referncia a alto teor debrio (5.000ppm) assinalado em uma amostra cole-tada no calcrio basal da Formao Acau queaflora no rio Cambai, norte de Bendeng (FolhaAracaju NW), a qual poderia indicar uma paragne-se calcrio-barita com associao de sulfetos. Ko-sin et al. (em editorao) comparam a ambincia eos tipos litolgicos da unidade a modelos de sabkhacosteira ou de concentraes sin-sedimentares di-agenticas portadoras de mineralizaes dePb-Zn-Cu-F-Ba-Ag. Esses autores ressaltam aindaanomalias de fosfato (< ou = 1% de P2O5) na litof-cies calcarenitos oolticos e calcirruditos da Forma-o Acau.

    A unidade alctone da Formao Acau (reasIIIa a IIIg) portadora de diversos jazimentos demrmores na rea IIIa, alguns em atividade extrati-va. A seqncia terrgeno-carbontica desta uni-dade alctone uma continuidade para norte daseqncia do Grupo Estncia da regio de Eucli-des da Cunha, retromencionada, podendo-se ad-vogar a mesma potencialidade metalogentica.Na regio da Serra da Borracha foi detectada umasignificativa ocorrncia de oxidados de cobre nainterface clstica psamtico-pseftica da Forma-

    78

    Programa Levantamentos Geolgicos Bsicos do Brasil

  • o Juet (no cartografada)/dolomitos estromti-cos da Formao Acau (Conceio Filho & Sales,1988).

    As reas IIq e IIr correspondem aos dois seg-mentos aflorantes da Formao Olhos dgua noTerreno Vaza-Barris, que contm possantes ban-cos de metacarbonatos interestratificados com me-tassedimentos filitosos, potencialmente prospect-veis para calcrio e/ou mrmore. Pode-se inferirainda possibilidade de ocorrncia de mineraliza-es sedimentognicas plumbo-zincferas e tam-bm de brio, flor e fsforo. A rea IIs ocupadapor uma lente de calcrio da unidade MNm1 doGrupo Macurur.

    5.2.2 Crton do So Francisco

    Bloco de Sobradinho

    Talco, Ferro, Cianita, (Cu, Zn) (reas Va, Vb)

    Os jazimentos de talco esto relacionados a ro-chas metamficas/metaultramficas hidrotermal-mente alteradas da Unidade Macambira do Com-plexo Lagoa do Alegre. A rea Va onde se encon-tram as principais concentraes talcferas (minasBaiana/Stio Planta - 222tl, da Fazenda Cacimba I -203tl e da Fazenda Cacimba-Macambira - 204tl),apresenta anomalias geoqumicas de cromo, co-bre, zinco e nquel, sugerindo possveis zonas sul-fetadas de Cu + Zn associadas s rochas metam-ficas/metaultramficas e metassedimentares qu-mico-exalativas, ocorrendo ainda concentraesde cianita em micaxistos afetados por zonas de ci-salhamento. A rea Vb compreende ortognaisseque encerra megaxenlitos da Unidade Macambi-ra contendo corpos de talcoxistos. Estas duas re-as comportam tambm significativos jazimentosde ferro de transio da fcies xido para a fciessilicato, que estruturam diversas elevaes topo-grficas (Dalton de Souza et al., 1979; Angelim,1997).

    Cobre, (As, Au, Ag) (reas VIIIa, VIIIb)

    A rea VIIIa compreende a seqncia metavul-cano-sedimentar qumico-exalativa da UnidadeBaixa do Rancho do Complexo Barreiro, incluindoconcentraes sulfetadas e oxidadas de cobre as-sociadas a anomalias geoqumicas de As, Au e Ag.O contexto geolgico francamente favorvel aabrigar concentraes econmicas da referida pa-

    ragnese mineral. Pode-se inferir ainda a probabili-dade de mineralizaes de sulfetos macios (pirita+ pirrotita + calcopirita + esfalerita) associadas aouro e prata. A rea VIIIb circunscreve restritossegmentos das unidades Serra da Ingrata e Bo-queiro da Ona do Complexo Barreiro represen-tando a continuidade da rea I da Folha AracajuSW, que segundo Kosin et al. (em editorao) con-tm duas ocorrncias de pseudomalaquita associ-adas a metaquartzo prfiro e zona anmala para Cuem sedimentos de corrente.

    Ouro, (Cr, Ni, Co, Pb) (reas XIIc, XIId, XIIe)

    As reas XIIc e XIId esto balizadas por dois cor-pos metaultrabsicos de direo NNE-SSW, tecto-nicamente deformados por zonas de cisalhamentotranscorrentes transamaznicas. Apresentam po-tencialidade para concentraes aurferas em zo-nas de alterao hidrotermal. A rea XIIe congregalittipos da Unidade Sobradinho do Complexo RioSalitre, portadora de anomalias geoqumicas deAu, Cr, Ni, Co e Pb. Potencialidade para mineraliza-es de metais-base associadas s formaes qu-mico-exalativas (metacherts, formaes ferrferas,rochas calcissilicticas) ou mineralizaes aurfe-ras filonianas.

    Ouro, (Antimnio) (reas XIIf, XIIg, XIIh, XIIi,XIIj)

    A rea XIIf consta de expressivos indcios geo-qumicos de ouro em concentrados de bateia e an-timnio em sedimentos de corrente, relacionados seqncia metavulcano-sedimentar, terrgenagrossa, da Unidade Serra da Ingrata do ComplexoBarreiro. Veios de quartzo associados a zonas decisalhamento so passveis de conter concentra-es destes metais. A rea XIIg inclui significati-vas anomalias geoqumicas de ouro em concen-trados de bateia de aluvio, de solo e de horizon-tes laterticos relacionados Unidade Boqueirode Ona do Complexo Barreiro. Horizontes de me-tapelitos piritosos inclusos nessa unidade so po-tenciais hospedeiros de mineralizaes aurferas,bem como possveis concentraes em remobili-zados quartzosos em zonas de cisalhamento. Asreas XIIh, XIIi e XIIj apresentam indcios mineral-gicos de ouro (pintas em concentrado de bateia)relacionados a zonas de cisalhamento de direoNE-SW que cortam metagranitides transamaz-nicos.

    79

    SC.24-V (Aracaju NW)

  • Quartzo, Turmalina (rea XIII)

    A rea XIII constitui uma faixa de direo NE-SWque comporta duas ocorrncias de turmalina (106,135tu) e uma de quartzo (124qz) associadas a veiosde quartzo e pegmatitos em suposta zona de cisa-lhamento transamaznico que cortaria ortognaissesdo embasamento cratnico.

    Pirita, Pirrotita, (Cu, Pb, Zn, Co, Ni, Au) (reaXIVa)

    A rea XIVa compreende a seqncia metavul-canognica da Unidade Baixo Vale do Rio Salitrepertencente ao greenstone belt do Complexo RioSalitre, a qual abriga concentraes subaflorantesde sulfetos macios (pirita + pirrotita calcopiri-tagalena), balizados em superfcie por faixa de ro-chas lateritizadas tipo gossan (185pi/pt). Jazimen-tos subaflorantes de grafita (181 a 184gf) constitu-em horizonte descontnuo associado a nvel de me-tachert negro piritoso, incluindo ainda ocorrnciade brio (178Ba), dolomito (180do) e mangans(193Mn). A rea est circunscrita por cortejo deanomalias geoqumicas de Cu, Pb, Zn, Co e Ni. Ocontexto geolgico potencialmente favorvel aabrigar mineralizaes de sulfetos macios (meta-is-base) e ouro.

    Fsforo (reas XVa, XVb)

    As reas prospectivas para fsforo constituemduas faixas de direo NE-SW da seqncia meta-vulcano-sedimentar do Complexo Serrote da Bata-teira apresentando indcios, ocorrncias e um de-psito. A rea XVa uma continuao da Ilha doFogo na qual ocorre crosta latertica fosftica(296P/cn); a rea XVb encerra o depsito do Serro-te da Batateira (421P), alm de indcios e ocorrn-cias. A mineralizao fosftica tem por metalotec-tos a associao litolgica quartzito/rocha calcissi-lictica/rocha talcosa argilizada, conjugada a zo-nas de cisalhamento.

    Cinturo Salvador-Cura

    Cobre, (Au, Ni) (reas VIIIe, VIIIf)

    As mineralizaes cuprferas do vale do Curaesto associadas a corpos de rochas metabsi-co-metaultrabsicas encaixadas em paragnaissesdo Complexo Tanque Novo-Ipir e em ortognaisses

    do Complexo Caraba metamorfizados na fciesanfibolito alto a granulito. Del Rey (1985) elege doismetalotectos principais das mineralizaes de co-bre da Mina Caraba (379Cu) e adjacncias:

    controle litolgico os sulfetos de cobre estofortemente relacionados a rochas piroxenti-cas e norticas interbandadas com piroxenitos(melanoritos), sendo que os noritos, gabro-no-ritos e gabros so normalmente mais pobresem cobre;

    controle estrutural os sulfetos esto posicio-nados segundo as zonas de charneiras de do-bras F2, formando corpos cilindrides descon-tnuos (charutos ou rods) paralelizados ao eixob2 e lineao L2

    As mineralizaes secundrias, de grande im-portncia econmica na rea, esto relacionadas zonas de cisalhamento/mobilizados hidrotermais.Nestas zonas as rochas metabsicas/metaultrab-sicas podem se transformar total ou parcialmenteem biotititos ou biotita-clorita xistos. Muitas vezesno se observa uma relao direta entre os corposmetabsicos/metaultrabsicos alterados e o min-rio oxidado em zonas de cisalhamento (Seixas,1985).

    A rea VIIIe circunscreve os principais jazimen-tos do Distrito Cuprfero de Cura, tais como as mi-nas Caraba (379Cu), Barana-Imburana (354Cu) eos depsitos de Surubim (350Cu), Senhor de Lis-boa (348Cu), Lagoa da Mina (376Cu), Pirulito(375Cu), Lagoa da Bota Sela (390Cu) e Chico Fer-reira (352Cu). A rea VIIIf, de potencialidade inferior,inclui ocorrncias e raros depsitos. As reas sofavorveis a abrigar secundariamente mineraliza-es de Au e Ni.

    Cinturo Salvador-Cura / Bloco deSerrinha

    Cromo, (Cu, Ni) (reas XVIIa, XVIIb)

    As reas mineralizadas/potenciais para cromosituam-se na zona limtrofe entre o Cinturo Salva-dor-Cura e o Bloco de Serrinha. As mineraliza-es esto relacionadas a corpos metabsico-me-taultrabsicos diferenciados encaixados nos com-plexos Caraba (rea XVIIa) e Santa Luz (reaXVIIb) que abrigam as minas da Fazenda Vrzeados Macacos (406Cr) e da Fazenda Logradouro doJuvenal (407Cr), respectivamente. Estas reas se-lecionadas so indicadas, secundariamente, paraa prospeco de cobre e nquel.

    80

    Programa Levantamentos Geolgicos Bsicos do Brasil

  • Bloco de Serrinha

    Pirita, Pirrotita, (Cu, Pb, Zn, Co, Ni, Au) (reaXIVb)

    A rea selecionada circunscreve a seqnciagreenstone belt do Complexo Capim submetida ametamorfismo de fcies anfibolito alto a granulito,portadora de indcios/ocorrncias de cobre sulfeta-do e oxidado em superfcie, assim como de minera-lizaes de pirita + pirrotita cobre (sulfeto maci-o), em subsuperfcie, associados a nveis de me-tandesitos (Fazenda Coiqui - 380pi/pt).

    Coberturas Cratnicas

    Cobertura Cratnica Colomi (Grupo Colomi)

    Magnesita, Dolomito, Ferro, (Au) (reas VIIa,VIIb)

    Os depsitos de magnesita, dolomito e forma-es ferrferas bandadas esto relacionados Se-qncia metapsamtico-carbontico-ferrfera Colo-mi. A rea VIIa apresenta predomnio de depsitosde formaes ferrferas bandadas de baixo teor, ede dolomitos, com raras ocorrncias de magnesita;a rea VIIb comporta as minas de magnesita daSerra da Gameleira (266mg) e do Serrote e Pau Fer-ro (265mg) , jazimentos de dolomito e, secundaria-mente, corpos de formaes de ferrferas banda-das. As concentraes de magnesita ocorremcomo corpos lenticulares dentro das extensas epossantes camadas de dolomito da Unidade Cas-tela. As formaes ferrferas bandadas pertencem Unidade Serra da Capivara.

    As reas selecionadas apresentam possibilida-des de depsitos de magnesita em reas tectoni-camente favorveis no mbito dos dolomitos, decorpos lenticulares de minrio de ferro de alto teorem zonas de enriquecimento supergnico ou mine-ralizaes de ouro nas formaes ferrferas em re-mobilizados silicosos em zonas de cisalhamento.

    Cobertura Cratnica Espinhao-So Francisco(Grupo Chapada Diamantina-Grupo Una)

    Calcrio Calctico, Calcrio Dolomtico, (Mr-more), (Pb, Zn,Cu) (rea IIj)

    A rea IIj circunscreve metacarbonatos das uni-dades Nova Amrica e Gabriel, da Formao Sali-

    tre (Grupo Una) constituindo uma extenso da reaXIIa (Folha Aracaju SW) na qual so lavrados calc-rios com especificaes para a indstria cimenteirae para uso agrcola. Existem ainda indcios geoqu-micos significativos de Cu, Pb e Zn (Kosin et al., emeditorao).

    Chumbo, Cobre (reas IXa, IXb, IXc)

    A rea IXa congrega depsitos de Pb e Cu asso-ciados ao horizonte dolomtico basal da FormaoCaboclo, interface com seqncia psamtica subja-cente da Formao Tombador, pertencentes aoGrupo Chapada Diamantina na regio de BrejoGrande da Martinha (Morro da Galena - 278Pb e Fa-zenda Brejinho - 280Cu). Zonas hidrotermalmentealteradas relacionadas interface da seqnciacarbontica/clstica inferior e superior so pass-veis de conter concentraes econmicas de mi-nrio stratabound, alm de remobilizao e recon-centrao destes bens minerais em zonas de fratu-ramento/falhamento secundrios, preenchidos porvenulaes quartzosas ou zonas hidrotermalmentealteradas. As reas IXb e IXc representam a conti-nuidade das reas IIa e IIb da Folha Aracaju SWque, segundo Kosin et al. (em editorao) possuemcontexto faciolgico e litoestratigrfico algo similarao da rea IXa da regio de Brejo Grande da Marti-nha, ou seja, interface entre sedimentos sltico-argi-lticos com nveis carbonticos da Formao Cabo-clo e arenitos e pelitos subordinados sotopostos daFormao Tombador. Esses autores se reportamtambm a anomalias de Cu e Zn e Cu, Pb e Zn emsedimento de corrente na interface Tombador/Ca-boclo.

    Ametista, Quartzo, Citrino (rea XI)

    A rea XI abriga as principais concentraes depedras semipreciosas da Folha Aracaju NW (Minado Careta - 270qz/ci, Mina do Trechinho - 274at eMina da Cabeluda - 275at), cujas mineralizaesesto condicionadas a falhas/fraturas em arenitoshidrotermalmente alterados da Formao Tomba-dor do Grupo Chapada Diamantina.

    5.2.3 Bacia do Araripe

    Gipsita (rea X)

    A rea selecionada abrange a faixa de exposi-o da Formao Santana do Grupo Araripe porta-dora de expressivos jazimentos de gipsita (minas

    81

    SC.24-V (Aracaju NW)

  • Curitiba - 30gp, do Bredo - 31gp, da Serra do Incio- 109gp e da Fazenda Paje - 110gp).

    5.2.4 Formaes Superficiais

    Mrmore (Calcrio Calctico, Calcrio Dolomti-co) (rea IIIh)

    A fcies marmorizada do calcrio da FormaoCaatinga largamente explotada como pedra or-

    namental nos vales do rio Salitre e dos riachos doTouro e da Carnaba.

    Areias Quartzosas (Areias Especiais)(reasVIa, VIb, VIc, VId)

    As areias elicas da margem norte da represa deSobradinho so potencialmente aproveitveis nosetor cermico, fabrico de vidros, de cimento Por-tland ou utilizadas em sondagem como areia de fra-turamento para poos.

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    Programa Levantamentos Geolgicos Bsicos do Brasil

    5 RECURSOS MINERAIS E METALOGENIA5.1 Jazimentos Minerais5.1.1 Substncias Metlicas5.1.1.1 Chumbo5.1.1.2 Cobre5.1.1.3 Cromo5.1.1.4 Ferro5.1.1.5 Mangans5.1.1.6 Nquel5.1.1.7 Pirita/Pirrotita

    5.1.2 Rochas e Minerais Industriais5.1.2.1 Amianto5.1.2.2 Calcrio / Calcita / Calcrio Calctico / Calcrio Dolomtico / Dolomito5.1.2.3 Magnesita5.1.2.4 Fsforo5.1.2.5 Gipsita5.1.2.6 Talco5.1.2.7 Vermiculita5.1.2.8 Areias Quartzosas

    5.1.3 Gemas e Minerais de Pegmatitos5.1.3.1 Ametista, Quartzo

    5.1.4 Rochas Ornamentais5.1.4.1 Mrmore

    5.2 Metalogenia Previsional5.2.1 Provncia Borborema5.2.2 Crton do So Francisco5.2.3 Bacia do Araripe5.2.4 Formaes Superficiais