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Trabalho Final de Graduao
Desenvolvimentode uma fonte tipogrficapara composio
de textos de jornais
Fernando de Moraes Caro
a n v
q k g r
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Universidade de So Paulo
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Orientador: Prof. Dr. Lus Cludio Portugal do Nascimento
Dezembro de 2007
Trabalho Final de Graduao
Desenvolvimentode uma fonte tipogrficapara composio
de textos de jornais
Fernando de Moraes Caro
a n v
q k g r
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Agradecimentos a Eliane Stephan, Ericson Straub,
Priscila Farias, Rodolfo Capeto e Vicente Gil.
Agradecimentos especiais a Christian Schwartz, Crystian Cruz,
Erik Spiekermann, Fernando Mello, Gerard Unger, Luciano Cardinali,
Mrcio de Freitas, Marcos Kiyoto, Tadeu e Ricardo do LPG e Sheila Goto.
Agradecimentos muito especiais a Chico Homem de Melo e Cludio Portugal.
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Abstrato
O objetivo deste trabalho o desenvolvimento de uma fonte de texto para
jornais impressos em geral. O que faz necessrio um projeto especfico a esse
caso so, principalmente, o uso econmico do espao da pgina e a baixa qua-
lidade de impresso. Para que a letra permanea legvel a essas situaes,
necessrio que se busque alto grau de legibilidade. Outros fatores relevantes
no projeto so o conforto e a fluidez da leitura.
A pesquisa divide-se dois: questes relacionadas a alfabetos de jornais
e design de fontes. Na primeira parte, foram estudadas legibilidade, reada-
bility, impresso e diagramao de jornais e as caractersticas de uma fonte
de texto. Foi feito tambm o levantamento dos tipos utilizados por vinte e
cinco jornais brasileiros e internacionais e escolhidos sete, para uma anlise
mais profunda. Quanto ao estudo de design tipogrfico, na outra parte de
pesquisa, foram procuradas informaes que deram o embasamento para
execuo da fonte. No final da pesquisa, foram elaborados os requisitos, que
deram suporte ao projeto.O processo de projeto se deu pela criao de seis alternativas de fon-
tes, desenvolvidas at o arquivo digital, para que pudessem ser avaliadas em
composies de textos. Para a ajudar na escolha daquela mais promissora,
foram montadas pranchas com as alternativas, as quais foram apresentadas
para leigos e designers. A partir do caminho escolhido, o detalhamento foi
feito por meio de sub-alternativas para se determinar com maior preciso o
desenho das letras.
A fonte desenvolvida uma fonte serifada, buscando ser compacta, para
permitir ganho de espao na pgina, e, ao mesmo tempo, possuir espaos in-
ternos abertos, para ter bom grau de legibilidade. Elementos pequenos, como
pontuao e acentos, foram desenhados em tamanhos maiores, permanecendo
legveis em corpos pequenos. Pela maior presena de siglas e dados numricos
em jornais, letras maisculas e algarismos possuem dimenses compactas,
para no apresentarem destaque exagerado no texto. O eixo norteador da
variao de espessura das letras inclinado, buscando reforar o movimento
horizontal de leitura.
Para as verses complementares da fonte, procurou-se manter prximo
ao grau de legibilidade da verso regular. O itlico possui baixa inclinao e
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caracteres largos, com o objetivo de ter grandes espaos internos. O negrito
foi desenvolvido expandindo as hastes da fonte regular, de modo que a regio
aumentada maior para o exterior, do que para o interior das letras, para
que as contraformas no ficassem fechadas.
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Sumrio
Introduo pgina 11
Definio de termos bsicos de tipografia pgina 15
Elementos das letras
Classificao dos tipos
Tipografia em jornais pgina 21
Histrico de fontes de texto em jornais
Legibilidade
Aspectos que influenciam na legibilidade
Conforto da leitura (Readability)
Funcionamento da leitura
Aspectos que influenciam em readability
Principais mtodos cientficos para medio
de legibilidade e readabilityFontes de texto e fontes de ttulo
Economia de espao
Diagramao de jornais
Tecnologia de impresso de jornais
Estudos de caso
Levantamento de fontes usadas em jornais
Concluses sobre o levantamento de fontes
Fontes de jornais no mundo
Fontes de jornais no Brasil
Desenho de fontes pgina 61
Metodologia de criao de fontes
Desenho manual e no computador
Ordem de desenho das letras
Ajustes ticos
Modulao vertical
Modulao horizontal
Espessura de linha
1.
2.
2.1.
2.2.
3.
3.1.
3.2.
3.2.1.
3.3.
3.3.1.
3.3.2.
3.3.3.
3.4.
3.5.
3.5.1.
3.6.
3.7.
3.7.1.
3.7.1.1
3.7.2.
3.7.3.
4.
4.1.
4.1.1.
4.1.2.
4.2.
4.2.1.
4.2.2.
4.2.3.
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Equliro entre cheos e vazos
Ink Traps
Establdade da letra
Curvas Bzer
Outros tpos de curvas
Espaamento de entreletra
Regra determnao do espaamento de entreletra de Walter Tracy
Kerning
Hinting
Formatos de arquvos de computador de fontes
Programas de gerao de fontes
Requisitos de projeto pgina 83
Processo de projeto pgina 87
Esboo do projeto
Gerao de alternatvas do projeto
Detalhamento da letra
Apresentao da soluo desenvolvida pgina 115
Legbldade da soluo desenvolvda
Caracterstcas de uso em jornas da soluo desenvolvda
Fludez horzontal da letura da soluo desenvolvdaUndade formal da soluo desenvolvda
Aplcaes de uso para a fonte desenvolvda
Referncias para consulta pgina 141
Lvros
Perdcos
Endereos na Internet
Trabalhos de graduao
Apndice pgina 147
Troca de correspodncas pessoas por e-mal
com desgners estrangeros de fontes
Rotero de perguntas apresentadas para desgners de fontes
em entrevstas pessoas
Entrevsta por escrto com o desgner de tpos Ercson Straub
Relatro do processo de trabalho realzado durante o prmero
semestre de trabalho (tal como solctada pela dscplna TFG 1)
4.2.4.
4.2.5.
4.2.6.
4.3.
4.3.1.
4.4.
4.4.1.
4.4.2.
4.5.
4.6.
4.7.
5.
6.
6.1.
6.2.
6.3.
7.
7.1.
7.2.
7.3.7.4.
7.5.
8.
8.1
8.2.
8.3.
8.4.
9.
9.1.
9.2.
9.3.
9.4.
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11Introduo
Esse trabalho tem como finaldade a crao de uma fonte de texto para uso
em jornas mpressos. No fo escolhdo um jornal especfico como foco de
trabalho, mas dirios brasileiros de modo geral. Pretende-se criar um tipo
com boa letura, nclusve para pessoas com problemas de vso e dosos, os
quas ocupam uma porcentagem relevante dos letores desse tpo de publcao.
Para sso, alm de ser necessro o estudo de legbldade, precso tambm
conhecer as peculardades de dagramao e de mpresso de jornas para
desenhar letras adequadas a esse meo.
Um trabalho de crao de tpos para jornas pede uma famia completa
com dversas verses e que atendam s necessdades dessa publcao. Essas
verses vo desde a fonte para manchetes, funconando em tamanhos grandes
e com o mpacto necessro para ttulos, como a letra dos classficados que
buscam o mximo de economia de espao, mantendo certo grau de leitura.
A famia de fontes para o jornal londrno The Guardan, desenvolvda entre
2004 e 2005, por Christian Schwartz e Paul Barnes, possui ao todo mais de200 fontes. a nca famia tpogrfica usada pelo jornal, em contraposo
maora dessas publcaes, que utlzam dferentes desenhos de letras, para
dar a resposta para cada problema.
Apesar da necessdade de crao de um conjunto completo de fontes,
este trabalho se limitar criao das verses de texto. Pela pouca experi-
nca que tenho em desenho tpogrfico, prefer me focar em um recorte do
problema, procurando melhor refinamento no resultado, do que um projeto
mais plural. Esse trabalho deixar encaminhado um projeto maior, o qual
poder ser completado futuramente.
O jornal provavelmente o mpresso com maor presena na vda das pessoas.
Apesar de a Internet ser muito utilizada hoje como fonte de informao, o
dro mpresso anda possu grande mportnca, prncpalmente quanto
credbldade e a notcas e opnes consstentes. Mesmo com o uso ntenso
dos jornas, no h no Brasl trabalhos tcncos em tpografia no assunto ou
tpgrafos naconas que se dedquem a sso. Mesmo quanto dagramao,
so poucos os projetos grficos desenvolvidos por designers brasileiros. A
ltma reforma grfica dos jornas de maor crculao em So Paulo, Folha e
1. Introduo
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12 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
Estado de So Paulo, foram feitas por empresas estrangeiras, respectivamente,
Garca Media e Cases. O desenvolvimento dessa rea do design grfico poderia
valorizar questes brasileiras, como no uso da acentuao no portugus. Pela
falta de familiaridade com esse sinal grfico, alguns designers internacionais
costumam desenh-los sem muito rigor, geralmente pequenos demais, o que
dificulta a leitura de palavras acentuadas. Na lngua portuguesa, existem pa-
lavras que se diferenciam entre si simplesmente pela presena ou no de um
acento. Esse trabalho procura investir nessa rea pouco explorada no Brasil.
H tambm o interesse pessoal na escolha do tema. Durante a gradua-
o, cheguei a ensaiar alguns trabalhos de desenvolvimento de fontes, mas de
menor complexidade. Considerei que realizar o Trabalho Final de Graduao
nessa rea seria a oportunidade de estudar e me aprofundar em design de
tipos. Optei por um tema mais complexo, que tivesse diversas questes a se-
rem abordadas no projeto, como de impresso e diagramao, com maiores
referncias, mas pouco original, ao invs de um tema ainda menos explorado,
mas com poucas balizas para um iniciante no assunto.
Uma das peculiaridades desse impresso so as colunas de texto mais estreitas
que o comum. Para uma fonte se adaptar a essas condies, precisa ter os
caracteres mais condensados. Sobre as condies de impresso, o desenho
da letra tambm precisa de adaptaes. Gerard Unger, designer holands
especializado em fontes de jornais, afirmou, em uma comunicao pessoal,
que, embora a tecnologia de impresso tenha melhorado muito nesse tipode impresso nos ltimos anos, ainda no possui a qualidade de um livro, por
exemplo, e preciso haver adaptaes do desenho de fontes a esse meio.
Alexander Lawson fala sobre a necessidade se desenhar fontes de acordo com
as peculiaridades de jornais e acompanhando os avanos da impresso:
Tipos de jornais raramente so escolhidos para a composio de livros,
no entanto constituem um grupo tipogrfico significante, simplesmente
porque muitas pessoas o lem. importante, portanto, que excepcionais
designers continuem a voltar sua ateno para a produo desses tipos,
tentando unir desenhos contidos a cada inovao tecnolgica.
Outra questo a imagem associada ao desenho. A maior parte desse tipo de
publicao preenchida por letras, as quais so grandes responsveis pela
personalidade da publicao. Hoje, muitos jornais pelo mundo possuem fontes
de uso exclusivo, que do identidade ao impresso. Como o caso do jornal
portugus Pblico (2006), do jornal canadense The Globe e, no Brasil, da Folha
de So Paulo, Folha Serif (1996) e, mais recentemente, d O Estado do Paran,
com a Estado Serif (2006).
1. LAWSON, Alexander S.
Anatomy of typefaces. Boston:David R. Godine, 2005.
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13Introduo
Sobre as referncas de consulta, apesar do grande esforo de algumas edto-
ras em traduzr lvros de tpografia, como a Cosac Nafy e a Altamra, anda
so poucas as publicaes em portugus. Para aprofundamento no estudo
sobre tpografia, precso procurar referncas em outras lnguas, em ngls
prncpalmente. Em desenhos de fontes especficamente, as referncas so
anda menores, mesmo fora do Brasl. Em contraposo a essa dficuldade
de acesso bibliografia, existem endereos na Internet com informaes
relevantes sobre o assunto. Como a pgina Letritas ( letritas.blogspot.com)
do desgner chleno Juan Pablo De Gregro, em que h poucas nformaes
com embasamento terco, mas, em maor quantdade, observaes prtcas,
apropradas ao ambente da Internet.
A parte de pesqusa desse caderno se dvde em duas partes: tpografia em
jornas e desenho de tpos. A prmera parte estuda as caracterstcas cons-
deradas mportantes para uma fonte de texto para jornas. Analsando desde
aspectos mportantes para o funconamento de uma fonte de texto, como a
legibilidade e conforto na leitura, como aspectos especficos de jornais, como
a economia de espao e a tecnologia de impresso. No fim dessa seo,
analsado o levantamento de fontes de texto de alguns jornas brasleros e
internacionais, a partir de imagens digitalizadas e alguns estudos de casos
de trabalhos consagrados nessa rea.
Na parte que diz a respeito de desenho de fontes, so tratadas questes
tcncas de execuo do projeto. Tratando de metodologa de projeto, ajustestcos, espaos de entreletra e tpografia em computador. Ao fim da pesqusa,
foram escrtos os requstos de projeto, que mostram os concetos que devem
ser segudos pela fonte projetada.
Em seguda, neste caderno, tratado sobre o processo de projeto e a
apresentao da fonte desenvolvida. Sobre o processo de elaborao, fala-se da
gerao de alternativas, que apontam possibilidades, caminhos de fontes para
jornas, que depos fo o escolhdo aquele que se mostrava mas promssor e
seu detalhamento at o produto final. Aps essa parte, feta a apresentao
da famia de fontes, fazendo refernca aos requstos de projeto.
No apndce, esto o processo de desenvolvmento da pesqusa, as con-
versas com desgners estrangeros por e-mal e o rotero de perguntas para a
entrevsta com desgners de fontes brasleros.
Fontes desenvolvidas
pelo autor antes deste projeto
Perpetua
Maria Antonia
Unicase
COCO GELADO
NARIU
HANDWRINTING
Pops negrito
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15Definio de termos bsicos de tipografia
2.1. Elementos das letras 2
Altura-de-x. Distncia da base ao topo da letra x minscula em uma fonte.
a regio que contm a maior parte de informao de desenho das letras
minsculas de um alfabeto.
Ascendentes e descendentes. Hastes que ultrapassam a regio da altura-de-x.
As ascendentes so as que esto acima dessa regio, como as letras b, k, l, e
descendentes abaixo, como letras p, g,j. Esto presentes somente nas letras
minsculas, as maisculas no possuem ascendentes, nem descentes. Esses
termos tambm so chamados de extensores.
Linha-de-base. Linha da base da letra x, que serve de referncia para o ali-
nhamento horizontal de todas as letras.
Fonte e tipo. Seguindo ao rigor do termo, tipo, em tipografia, o nome dado
ao desenho das letras de um alfabeto, independente de seu tamanho. Dessa
forma, so tipos: Garamond, Times New Roman, Helvetica. J fontes so apli-
caes de tipos em composies de texto, como Garamond, corpo 12 pontos,
entrelinha 14 pontos. Entretanto, neste trabalho ser usado o significado que
se popularizou dessas palavras, ou seja, as duas significando tipo. O termo
alfabeto tambm ser usado com esse mesmo sentido.
Serifas. Traos no fim e no comeo de. Na maior parte das vezes em que
aparecem, as serifas so horizontais, localizando-se na base ou no topo da
letra. H tambm situaes em que so verticais, como do lado direito das
letras E e L.
Terminais. Terminaes das hastes curvas, geralmente, de forma arredondada.
comum nas letras a, r, c,j, em tipos com serifa.
Eixo. Linha que determina a variao de espessura de um trao.
2. Nesse pequeno glossrio,so colocadas as definiessobre tipografia que seconsiderou necessrias parao entendimento deste trabalho.Para mais informaes sobreterminologia tipogrfica,nomes de caracteres e traduode termos em ingls consultar:
BRINGHURST, Robert,traduo de Andr Stolarski.Elementos do Estilo Tipogrfico
(verso 3.0). So Paulo:Cosac Naify, 2005.
2. Definio de termos bsicos de tipografia
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16 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
espaos
internos
serifas terminais
ascendente
eixocontraste
altura-de-x
descendentes
Contraste. Diferena entre a maior e a menor espessura de uma linha.
Espaos internos. Regies vazias envolvidas pelas letras. Podem ser tanto
fechados, como a metade de baixo da letra a, e abertos, como a parte de cima
da mesma letra. Tambm chamado de miolo ou contraforma.
Corpo. Tamanho de uma fonte. Geralmente medido em pontos, pelo espao
ocupado pela fonte verticalmente. No h consenso de como medi-lo a partir
das letras impressas, mas um pouco maior que a distncia do ponto supe-
rior do caractere mais alto de uma fonte e o ponto inferior do caractere com
maior projeo para baixo.
Entrelinha.Distncia, geralmente medida em pontos, entre a linha-de-base
e a seguinte, em um texto.
Peso.Medida das larguras das hastes, a escurido de uma letra, sem levar em
conta o tamanho no qual a fonte est aplicada. No medido quantitativa-
mente, mas genericamente, por adjetivos, como regular, negrito, bold, light.
3.Nesta classificao foram
priorizados grupos de tipos
serifados por serem mais
comuns para composio
de textos em jornais.
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17Definio de termos bsicos de tipografia
2.2. Classificao dos tipos 3
Humanista (ou Venetian)
Influncia do Renascimento
(sculos 15 e 16)
Traos caligrficos
Eixo bastante inclinado
Referncia da pena chata
Contraste moderado do trao
Ligao entre haste e serifa
por uma curva
Grande abertura das terminaes
Exemplos: Jenson e Centaur
Old style (ou Geralde)
Influncia do Maneirismo
e do Barroco (sculo 17)
Letra mais desenhada,
influncias atenuadas
da escrita caligrfica
Eixo inclinado Contraste moderado do trao
Ligao entre haste e serifa
por uma curva
Abertura moderada das terminaes
Exemplos: Garamond e Bembo
Transicional
Influncia do Racionalismo
e Neoclassicismo (sculo 18)
traos geomtricos, menos caligrficos
Eixo ligeiramente inclinado ou vertical
Contraste acentuado do trao
Ligao entre haste e serifa por
uma pequena curva ou ausncia dela
Abertura moderada das terminaes
Exemplos: Baskerville e Fournier
Aaon
Aaon
Aaon
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18 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
A a o n
Aaon
Aaon
Moderna (ou Didone)
Influncia do Romantismo
(sculos 18 e 19)
Traos geomtricos, menos caligrficos
Eixo vertical
Contraste acentuado do trao
Ligao brusca entre haste e serifa,
sem presena de curvas
Abertura fechada das terminaes
Exemplos: Bodoni e Didot
Sem serifa
Influncia do Modernismo (sculo 20)
Ausncia de serifas
Ausncia de eixo
Leve variao de espessura do trao
ou nenhuma variao
H fontes com aberturas fechadas
(Grotescas) e abertas (Humanistas)
Exemplos: Helvetica e Frutiger
Egpcia
Influncia da Publicidade (sculo 19)
Serifas da mesma espessura
das hastes principais
Ausncia de eixo
Leve variao de espessura entre
as hastes ou nenhuma variao
Exemplos: Rockwell e Claredon
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19Definio de termos bsicos de tipografia
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21Tipografia em jornais
3.1. Histrico de fontes de texto de jornais 4
Antes da inveno da mquina que industrializou a composio tipogrfica,
em 1884,o modo de impresso era em grande parte artesanal. A matriz de
tipos de chumbo era composta manualmente e, depois, o papel era colocado
junto matriz em uma prensa movida mo. Apesar do modo de impresso
arcaico, os tipos eram razoavelmente bem impressos nos tamanhos de letra
dos jornais, de seis a nove pontos. A tecnologia de impresso dessa poca era
usada tanto para livros, como para dirios e era herdada da impresso de
tipos como a Bodoni e a Didot, de desenho muito sofisticado, em que eram
usadas em uma mesma letra, hastes muito finas e grossas.
Com a industrializao de composio e impresso de tipos, os jornais
passaram a serem impressos mais rapidamente, mas com qualidade inferior.
A prensa do papel com a matriz passou a ser feita automaticamente por meio
de cilindros, que precisavam ter presso maior para imprimir, para compensara falta de umidade que tinham os tipos nesse novo modo de impresso. Alm
da m qualidade de prensa, decorrente da velocidade como precisava ser feita.
Isso gerava em textos impressos mais carregadas de tinta e, conseqentemente,
maior peso da letra. Prejudicando a leitura, pois o excesso de tinta fechava os
espaos internos das letras,dificultando a identificao dos caracteres.
A resposta nos desenhos de fontes para jornais aos novos mtodos de
impresso veio somente em 1920, com o incio de pesquisas de legibilidade.
A empresa americana Mergenthaler Linotype Company criou as fontes Ionic
(1925), Excelsior (1931), Opticon (1935), Paragon (1935) e Corona (1941), que
foram conhecidas como o Grupo de Legibilidade da Linotype (Linotypes
Legibility Group). Essas fontes procuravam chegar ao limite de legibilidade
para leitura em jornais. O desenvolvimento dessas fontes estabeleceu con-
ceitos importantes para desenho de fontes com alto grau de legibilidade.
A Ionic, a qual fazia parte desse grupo, tinha altura-de-x maior que as fontes
normalmente usadas em jornais, dando destaque rea mais importante
leitura. As serifas foram tambm engrossadas para no sumirem na impresso.
A Excelsior tinha espaos internos expandidos, para compensar a tendncia
de serem fechados pela grande carga de tinta aplicada durante a impresso.
3. Tipografia em jornais
4. Grande parte do contedohistrico da pesquisa foibaseada no captuloNewspaper Types do livroLAWSON, Alexander S. Anatomy
of typefaces. Boston: David R.Godine, 2005.
Primeiras fontes de jornais.
mais a cima est a fonte Ionice logo abaixo a Corona. Essasso fontes que buscavamresistir a baixa qualidadede impresso do comeodo sculo 20, por meio decaractersticas como grandealtura-de-x, baixo contrastedas hastes e caractersticasespecficas de cada letraexageradas.
abfg
abfg
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22 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
A Opticon foi a adaptao da qualidade das fontes feitas pela Linotype aos
dirios europeus, que utilizavam papeis jornais menos absorventes. O peso
geral do tipo foi aumentado para garantir o mesmo resultado na impresso. A
Corona, alm das caractersticas j citadas das outras fontes, possua caracte-
res mais estreitos para ter economia de espao em texto. Essas fontes tiveram
grande sucesso e foram utilizadas por grande parte dos jornais americanos
e pelo mundo.
Outra empresa americana de produo e distribuio de tipos, que fez
concorrncia com a Mergenthaler Linotype Company, com fundao um pouco
mais recente, em 1912, a Intertype Corporation. As principais fontes dessa
companhia foram: Ionic (1928), Regal (1935), Rex (1939), Imperial (1957), Royal
(1960). Seguindo as mesmas preocupaes com a legibilidade e em prever o
resultado da impresso do jornal.
A fonte Times New Roman, criada por Stanley Morrison para o jornal ingls
The Times, aparece a primeira vez publicada em 1932. A crtica principal de
Morrison era de que as fontes usadas pelos jornais na poca tinham aparncia
antiquada a aquele momento, remetiam a um perodo ultrapassado. Tinham
sido baseadas nos tipos Transicionais e Modernos dos sculos 18 e 19 e no
eram mais apropriadas. Foi, portanto, foi criada a fonte Times, a partir de
uma leitura das fontes Old Style, com o eixo inclinado, em contraposio ao
eixo vertical e racionalista das fontes clssicas de jornal. uma fonte com
maior refinamento do que se havia utilizado at o momento para jornais. Noentanto, nos Estados Unidos, a tecnologia de jornais no era capaz de impri-
mir corretamente o alto contraste da fonte entre as hastes finas e grossas e
pela delicadeza das serifas. A Times foi mais usada em livros e deixada para
utilizao futura em jornais. O prprio jornal The Times a substituiu em 1972
pela Times Millenium, de Walter Tracy, mais adequada impresso e voltou a
ser usada na dcada de 1980 pela melhoria da qualidade de impresso. Tracy,
no livroLetters of Credit , escreve um captulo sobre a fonte Times New Roman.
Alm dos problemas que a fonte possua para a impresso da poca, cita outros
problemas de desenho, como incoerncia e plgio da fonte Plantin.
As fontes que se tornaram padro para os jornais enquadram-se dentro
da classificao as transicionais, ou seja, com eixo vertical norteando a va-
riao entre linhas finas e grossas, terminais em crculo e serifas achatadas.
Apesar se serem classificadas dessa maneira, constituem um grupo com ca-
ractersticas prprias. Duas fontes fugiram a essa regra, a Linotype Modern,
de Walter Tracy, e Olympian, de Matthew Carter. A Linotype Modern tem
desenho semelhante Bodoni, mas com menor contraste entre as hastes. A
Olympian possui as formas Old Style, com eixo inclinado. Ambas mantendo o
alto grau de legibilidade.
5. TRACY, Walter. Letters
of Credit. Boston:David R. Godine, 2003.
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23Tipografia em jornais
O desenho que se afirmou para as fontes de jornais de uma poca
datada, mas, pela seriedade e frieza passadas pelo desenho e pela credibili-
dade da tradio, permaneceram at hoje. uma linguagem que se associou
s fontes de jornal e que ainda usada por grande parte dos jornais.
3.2. Legibilidade
Legibilidade o grau com que letras individualmente so reconhecidas. Isso
no significa somente a capacidade de identificar uma determinada letra, mas
a eficincia como isso acontece, o tempo que leva. Se na leitura de um texto
o olhar do leitor parar para identificar uma determinada letra, essa fonte
possui problema em legibilidade. Em condies normais de leitura, como em
manchetes de jornais, ttulos em corpos grandes, a legibilidade no precisa
necessariamente ser buscada aos seus limites. Legibilidade um fator essencial
principalmente para letras em tamanhos pequenos e longa distncia. Em
textos de grande importncia, pois est relacionada ao cansao e rapidez
de leitura.
A legibilidade ganha importncia, levando-se em conta que so muitas
as pessoas que possuem dificuldades de viso e que so leitores de jornais.
Como os idosos, pblico considervel dos dirios. Outros fatores que tambm
do importncia legibilidade em jornais so a compactao dos caracteres
para economia de espao, corpos pequenos utilizados no texto e a qualidadeinferior de impresso, gerando distores na letra, os quais sero analisados
neste relatrio.
3.2.1. Aspectos que influenciam na legibilidade
Altura-de-x. Quanto maior a altura-de-x em relao ao tamanho total da
fonte, maior aparentar ser e mais fcil ser a identificao dos caracteres.
No entanto no deve ser grande o bastante de modo que ascendentes e des-
centes no sejam percebidas, pois prejudicaria sua legibilidade. Os extensores
precisam ter tamanho suficiente para que a letra n no seja confundida com
a h, por exemplo.
Mrs Eaves odg Corona odgAltura-de-x.A comparao entre os tiposMrs Eaves e Corona mostracomo a altura-de-x maiortraz a impresso de se ter a
fonte em corpo maior.
se
se
Comparao entre
os tipos Frutiger e Univers.
A maior legibilidade do pri-meiro em relao ao segundo dada principalmente pelasterminaes abertas, que fazemcom que as partes das letrassejam vistas com maior clareza.
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24 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
Espaos internos. A legibilidade tambm pode ser determinada pelo grau
de clareza que cada linha que compe a letra possui. A maior separao des-
sas linhas torna mais evidente a percepo de suas partes. Isso significa que,
quanto maior forem os espaos internos, vazios de uma letra, as hastes sero
melhor percebidas, principalmente em corpos pequenos. Uma fonte com
grande altura-de-x, tem seus espaos internos maiores, mas tambm pode
t-los otimizados, de modo a melhorar a legibilidade. As letras com os espaos
vazios crticos so e, a e g, por serem menores que no restante do alfabeto.
Identificao da letra. As letras, alm de necessitarem de grandes espaos
internos para serem lidas, precisam ter sua forma relacionada ao sinal corres-
pondente que se formou ao longo da histria. A letra a, para ser identificada
com tal em um tipo, tem de possuir sua forma prxima s letras as de outrasfontes que vieram antes e, pelo conjunto de formas, estabeleceram o desenho
essencial da letra.
A legibilidade depende de como o caractere se diferencia dos outros.
O i e o L minsculo so letras parecidas entre si, so hastes verticais, e ne-
cessitam ser desenhadas de modo a serem lidas como distintas. Em algumas
fontes sem serifa, como a Meta Plus, o L minsculo tem uma pequena curva
na base, se aproximando da mesma letra maiscula. Em outras fontes, com
a Offi cina Sans, alm da diferenciao do L minsculo, letra I possui uma
Forma essencial da letra.A imagem busca seaproximar formaessencial da letra a,formada na histria.Os tipos que compema imagem so Jenson,Garamond, Caslon,Baskerville, Bodoni,Century Schoolbook.
Redesenho da imagemde FRUTIGER, Adrian.traduo de Karina Jannini.Sinais e smbolos: desenho,
projeto e significado. SoPaulo: Martins Fontes, 2001.
Espaos internos.A imagem ao lado buscamostrar como os espaosinternos das letras ajudam
na sua identificao.
(Imagem retirada do livro:SPENCER, Herbert. The Visible
Word. Nova Iorque: VisualCommunication Books, 1969.)
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25Tipografia em jornais
haste horizontal em cada ponta, aproximando-se verso com serifa da le-
tra. Em fontes serifadas, a diferenciao entre essas duas letras dada pela
prpria seria ou tambm pela altura. Geralmente, as letras com ascendentes
so levemente mais altas que as maisculas.
Outros exemplos de letras confundveis entre si so: rn e m, t e f, b e h
(de algumas fontes itlicas), G e o C com serifas na parte inferior e superior.
A partir da pesquisa de Ovink6 em 1938, oram testadas at quando uma
letra pode sofrer variaes de forma sem perder legibilidade. Foi concludo
que a letra a, como desenhada antigamente (assim como neste alfabeto)
mais legvel do que em fontes como Futura (como se fosse a letra d, mas sem
ascendente). Descobriu tambm que as duas formas do g, a mais antiga, com
dois espaos fechados, e a mais recente, com um nico, so igualmente leg-
veis. O ponto da letra i, para a letra possuir legibilidade, precisa ser grande
e afastado da haste. Mas seu formato pouco influi. E o gancho da letra t no
pode ser omitido, sem perdas na leitura.
Cattell 7 ranqueou o alfabeto por ordem de clareza de identificao,
buscando o grau de legibilidade da letra individualmente, sem levar em conta
o conjunto da palavra. Obteve a seguinte seqncia em ordem decrescente:
d, k, m, q, h, b, p,w, u, l,j, t,v, z, r, o, f, n, a, x,y, e, i, g, c, s. Descobriu que as
ormas do s, g, c, x azem-nos de difcil identificao. Concluiu tambm que as
letras estreitas f, i,j, l, t so constantemente conundidas umas com as outras.
As letras largas, pelo contrrio, so mais fceis de serem identificadas.
Visibilidade. O contraste que a tinta da letra faz com o papel tambm um
ator relevante para a legibilidade. Quanto mais escuro or a tinta de impresso
e mais claro for o papel, com maior nitidez as formas das letras sero vistas.
Isso influenciado pelo tipo de papel, da tinta e pela luminosidade que um
texto lido. Para jornais, isso deve ser levado em conta, j que, pela baixa qua-
lidade de impresso, a tinta no to negra e o papel, levemente acinzentado.
Isso pode ser compensado por um leve aumento no peso da letra.
Peso da letra. Quanto maior or o peso da haste, mas echados ficam os espaos
internos. Entretanto linhas muito leves tendem a serem imperceptveis em
corpos pequenos e a longa distncia. O peso intermedirio o mais adequado
ou um peso ligeiramente mais pesado que o regular, que preferido por pes-
soas com dificuldades de viso.
Em letras com seria, em que h variao entre as espessuras de hastes,
as partes mais finas das hastes e as serias no podem ser muito finas de modo
a serem de difcil percepo em tamanhos pequenos e longa distncia. Esse
o caso dos tipos Modernos (ver classificao de tipos, seo 2.2.).
aagg
t t
Illustrator
Illustrator
Illustrator
Univers
ITC Offi cina Sans
Adobe Caslon Pro
6. Pequisas citadas em:SPENCER, Herbert. The VisibleWord. Nova Iorque: VisualCommunication Books, 1969.
7. Pequisas citadas em:SPENCER, Herbert. The VisibleWord. Nova Iorque: VisualCommunication Books, 1969.
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26 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
Serifada e sem serifa. Essa questo no claramente resolvida quanto le-
gibilidade, mas alguns pesquisadores, como Rolf Rehe , afirmam haver ligeira
superioridade em letras com serifa. A serifa e os terminais funcionariam como
um fator de diferenciao, um elemento qualificador da forma. Por exemplo,
a diferenciao entre as letras I e L minscula, j citada anteriormente.
Pesquisas feitas em 1974, pela American Newspaper Publishers Association 8,
mostram que fontes com serifa so lidas de sete a dez mais palavras por mi-
nuto a mais do que as sem serifa. Isso foi feito usando-se fontes clssicas sem
serifa, como Helvetica e Futura.
Maisculas e minsculas. Segundo David Jury 9, a partir da busca da fonte
mais apropriada para a sinalizao viria na Gr Bretanha, conclui-se que no
h grandes diferenas, em sinalizao, entre palavras compostas em caixa-
baixa ou alta. Os testes foram feitos pela maior distncia em que cada fonte
permanecia legvel. Percebeu-se que a diferena era sutil o suficiente para a
escolha de acordo com o desenho da fonte mais apropriado para representar
aquela situao de uso.
Pesquisas feitas por Poulton, Hailstone e Foster 1010 mostram que pala-
vras escritas somente em maisculas apresentam vantagens em tamanhos
muito pequenos, com em bulas de remdio. Segundo o estudo, as caixas-altas
so mais distinguveis entre si, possuem desenho mais distinto, do que as
caixas-baixas.
Entretanto em textos, a composio em minsculas mostra-se com vi-sivelmente maior eficincia na leitura do que em maisculas.
3.3. Conforto na leitura (Readability)
O termo readability no possui traduo direta para o portugus, e mesmo
em muitas outras lnguas, que no sejam o ingls. O termo leiturabilidade
um neologismo, nem sempre aceito por todos. O uso desse termo costuma ser
traduzido por legibilidade, embora seja diferente na medida em que leva em
conta no somente a leitura das letras, mas a composio de texto, as letras
em conjunto. Nesse estudo, ser usado o termo em ingls, para deixar claro
a situao de que se est tratando.
Segundo Walter Tracy 212, readability a facilidade de ler um texto. Se um
livro pode ser lido por vrias horas, sem se cansar a vista, ento possui bom
readability. o grau de conforto visual da leitura.
Readability tambm pode ser visto como a eficincia no entendimento
de um texto, a facilidade de compreend-lo. Se um texto mal composto e
confuso, isso leva o leitor ter mais esforo para compreend-lo e, portanto,
8. Pequisa citada em:MOEN, Daryl.Newspaper
Layout and design. Iowa:Iowa University Press, 1995.
9. REHE, Rolf F. Typography:how to make it most legible.Carmel: Design ResearchInternational, 1976.
10. JURY, David. About Face:Reviving the rules of typography.Brighton: Rotovision, 2004.
11. Pequisas citadas em:SPENCER, Herbert. The Visible
Word. Nova Iorque: VisualCommunication Books, 1969.
12. TRACY, Walter.Letters
of Credit. Boston: DavidR.Godine, 2003.
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27Tipografia em jornais
torna-se mais cansativo sua leitura. Logo, legibilidade um ator importante
para se ter bom readability, pois garante eficincia no reconhecimento dos
caracteres, mas somente legibilidade no suficiente.
Esse termo torna-se mais relevante, quanto maior or o texto a ser lido.
mais importante ser levado em conta em jornais, por exemplo, do que em
publicaes de rpida consulta, como dicionrios e listas telenicas. No en-
tanto mais relevante em livros do que em jornais, pela extenso dos textos.
Isso permite que letras de jornais tenham dimenses mais econmicas, o que
no seria adequado em livros, pois tornariam cansativa a leitura. Em listas
telefnicas a fonte pode ser ainda mais compacta, pois a leitura no passa
de algumas palavras, como a fonte Bell Centethenial, de Matthew Carter.
Enquanto readability tem maior peso em livros que em jornais, legibilidade
uma questo mais de jornais que de livros. Pela m qualidade de impresso,
pela economia de espao e pela menor corpo utilizado.
Readability est relacionado tanto ao desenho da onte, como de quem
diagrama o texto. Portanto uma fonte desenhada adequadamente para um
uso, no garante que ter boa leitura. o caso do uso que o jornal USA Today
faz da fonte Gulliver, de Gerard Unger. Nesse jornal, a fonte diagramada,
buscando maior economia de espao, com as dimenses de entreletras e o
entrelinhas muito estreitas, tornando a leitura difcil.
3.3.1.Funcionamento da leitura
Javal 1313 descobriu que alsa a idia de que a leitura unciona como um mo-
vimento contnuo e suave pela linha do texto. A leitura eita por pequenos
saltos de pontos em pontos, em que so lidas algumas palavras. Em cada
pausa, o tempo mdio para leitura de um quarto de segundo e durante o
movimento de ponto a ponto lido praticamente nada. Na leitura, em tama-
nhos normais de ontes em texto, o olho v claramente quatro letras de uma
s vez, enquanto que a leitura perimetral responsvel pela leitura de doze
a quinze letras.
Cattell 1414, a partir de uma srie de experimentos, concluiu que o olho
humano reconhece uma palavra to rapidamente, quando uma nica letra.
O leitor adulto fluente possui na memria um banco de dados da orma de
algumas palavras. Quando l um texto, capaz de reconhec-las, no lendo
letra por letra, mas pelo desenho geral da palavra, sua extenso e silhueta.
Do mesmo modo, palavras desconhecidas, so lidas por um tempo maior. Por
meio de outras pesquisas, oi descoberto que, em tamanhos muito pequenos,
de modo que as letras no possam ser identificadas, palavras podem ser re-
conhecidas por sua orma geral.
13. Pequisa citada em:SPENCER, Herbert. The VisibleWord. Nova Iorque: VisualCommunication Books.1969.
14. Pequisa citada em:SPENCER, Herbert. The Visible
Word. Nova Iorque: VisualCommunication Books.1969.
USA Today.
Composio de textocom a onte Gulliver,de Gerard Unger
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28 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
Durante a leitura tambm so eitos movimentos em sentido contrrio,
da direita para esquerda, que so chamados de regresses. Essas uncionam
para corrigir o reconhecimento errado de uma palavra. Em um texto bem com-
posto e com a onte adequada, h menos regresses. Assim sendo, as pausas
tambm ocorrem em menos reqncia e por um perodo mais curto.
3.3.2. Aspectos que influenciam em readability
Pelo ato do aspecto geral da palavra ser importante para a leitura, as ascen-
dentes e descendentes podem uncionar como um aspecto de dierenciao
para o reconhecimento das palavras, do distino sua orma geral. Textoscompostos somente em letras maisculas possuem a altura uniforme das
palavras, tornando-as mais difceis de serem dierenciadas umas das outras.
Palavras escritas em caixas-altas so lidas de modo mais devagar, e, portanto,
levam a adiga na leitura mais rapidamente.
Para a leitura da palavra como um bloco nico, as serifas podem ser
outro elemento que ajudam no reconhecimento. Esse arremate das hastes
funciona como unificador das letras entre si, sendo mais fcil identificar a
palavra por inteiro e no letra por letra.
Surpresas e desvios na malha de texto prejudicam a leitura. Letras com
desenho muito dierente das demais, muitas palavras em negrito, chamam
ateno para detalhes nos caracteres, levando o leitor a perder de vista o ra-
ciocnio do texto. Isso resulta na orma do texto se sobrepondo ao contedo.
As letras que compem um texto devem ter unidade ormal, para que a lei-
tura seja contnua. Da mesma orma, a proporo de cheios e vazios, pretos e
brancos, deve ser semelhante de letra para letra, para que a mancha de texto
se mostre em tom uniorme, sem que haja ocos escuros ou claros. Isso torna
o texto mais conortvel para ser lido.
A diagramao tambm influi na qualidade de leitura. Linhas muito lon-
gas no texto levam em pouco tempo o leitor ao cansao. Ao fim da leitura de
my own precautions, I was still safe enough, the mere
my own precautions, I was still safe enough, the mere
Saltos do olhar nosentido da leitura
Regresses
Pontos de ocodo olhar
Funcionamento da leitura.
Pontos de oco e os saltosdo olhor de uma pessoacom leitura fluente, acima,e outra em estgio inicialde alabetizao, abaixo.
(Redesenhada do livro:JURY, David. About Face:
Reviving the rules of typography.Brighton: Rotovision, 2004.)
readability
READABILITY
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29Tipografia em jornais
uma linha, pela distncia, o encontro do incio da seguinte fica dificultado. Ao
mesmo tempo, linhas muito curtas como so comum em jornais, pelo retorno
mais constante linha inerior, tambm leva adiga em longas leituras.
Em jornais, outro fator que reduz o grau de readability a economia de
espao. O grau a que isso levado, nesse tipo de publicao, mais difcil de
ser aceito em livros, mas comum em jornais pela curta extenso de textos. As
ontes de textos em dirios em geral (que sero visualizadas na seo 3.7.1.)
possuem as larguras dos caracteres mais estreitas que o comum. Alm disso
so diagramadas, com entrelinha e entreletra apertadas.
3.3.3. Principais mtodos cientficos para medio
de legibilidade e readability1515
Velocidade de percepo. O leitor colocado em frente do material a ser lido
e exposto por um curto perodo de tempo (cerca de um dcimo de segundo).
A partir disso, determina-se se uma letra ou palavra, em certas condies,
pode ser lida nesse tempo.
Percepo distncia. Determina a distncia mxima a que uma palavra
pode ser lida. Esse mtodo principalmente usado para avaliar fontes em
projetos de sinalizao.
Velocidade de leitura. Medido pelo tempo em que um texto lido. Depois
aplicado um questionrio para verificar sua compreenso. Segundo Tinker1616,
o melhor mtodo disponvel para se medir legibilidade. tambm o mais
reqentemente usado.
Medio do movimento do olho. Por meio de uma mquina de medio do
olhar sobre o leitor, conhecem-se os pontos de pausa no texto, a reqncia,
o tempo de parada e os momentos de regresso de leitura. capaz de medir
os pontos no texto onde h problemas para leitura.
3.4. Fonte de texto e fonte de ttulo
Existe outra maneira de classificao de ontes, que no seja a histrica, di-
vidindo-as pelo uso: para textos e para ttulos. Essa separao da tipografia
passou a azer sentido a partir do comeo do sculo 19, com a publicidade e,
junto a isso, os cartazes, anncios, placas. Antes disso, a mesma tipografia
utilizada para o texto de um livro era usada tambm para o ttulo, com pe-
quenas alteraes. Os tipos desenhados para publicidade, eram eitos mais
15. Apesar deste item tratartambm de legibilidade, oiescolhido coloc-lo depoisde se alar sobre readability.
16. Pequisa citada em:REHE, Rol F. Typography:how to make it most legible.Carmel: Design ResearchInternational, 1976.
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30 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
com a finalidade para chamar a ateno para o anncio do que preocupados
com questes de legibilidade. Serviam para dar personalidade, o carter do
material impresso.
A separao entre esses dois tipos de ontes pode tambm ser eita pelo
tamanho em que usada. Fontes de texto so usadas at 14 pontos. Acima
disso, a leitura em textos passa a ficar difcil, deixa de ser pela palavra inteira
e passa a ser de letra por letra. As palavras ficam grandes demais para serem
apreendidas de uma s vez. Essa a razo pela qual, em livros inantis as ontes
so usadas em corpos grandes, a criana recm alabetizada costuma ler cada
letra, ao contrrio do adulto que identifica a palavra inteira de uma vez.
Fontes usadas em textos se ampliadas podem ser usadas para ttulos.
A simples ampliao torna detalhes de desenho da letra mais evidentes, fa-zendo com que a onte transmita maior personalidade. No entanto o caminho
contrrio, o uso de uma fonte de ttulos em texto, leva ao mau resultado. As
caractersticas de fontes de texto (que sero analisadas a seguir) so mais
restritivas.
Uma onte no possui bom uncionamento em composies de texto, se
as letras orem muito dierentes de seu desenho natural, ligaturas chamativas
ou com personalidade muito evidente. As letras precisam ter formas prxi-
mas entre si, para que a leitura flua sem nenhum estranhamento. Em textos,
no se pode fazer com que o leitor interrompa a leitura para observar algo
de inusitado.
Segundo David Jury 1717:
Tipos de texto so desenhados para funcionar em proximidade um do outro,
gerando um fluxo visual contnuo, um movimento dinmico da esquerda
para a direita, a idia de que o olho do leitor capaz de ler, sem hesitao,
pelas linhas do texto, reconhecendo a essncia da forma de cada palavra.
Um estilo consistente precisa estar incorporado forma para o leitor se
sentir confortvel. Sem surpresas, a regra para boa composio de texto
The Queen was surprised by the report.
Quickly looking at her agenda, she suggested
they wait until after the Quarterly Review
before discussing the German Question.
Relieved that someone knew the way, Ruth explained her
plight. Right, said the woman Ill come with you.
Rugby Road is just a few minutes from home. Report-ing the incident to friends, Ruth said she felt rather fool-
the burgers: so grim, grudging and greedy
to people engaging in struggle
Funcionamento da leitura.
Esta imagem mostra como,
em uma fonte, letras com
maior personalidade de
desenho, podem destoar
das outras, gerando
certo distrbio na leitura.
De cima para baixo, as fontes
so: Bookman, Bembo,Cheltenham e Galliard Italic.
17.Traduo do autor.
Pgina 32, JURY, David.
About Face. Brighton:Rotovision, 2004.
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31Tipografia em jornais
que se precisa ser previsvel, normal, invisvel para o leitor (para tipos de
ttulo, o que vale o oposto).
A.W. Dwiggins 818 diz sobre a mesma questo: Um tipo que lhe para no meio de uma
sentena e lhe pede para admirar sua esperteza um tipo ruim. Ao mesmo tempo
em que as letras precisam ter formas prximas entre si, precisam tambm
ser suficientemente distintas, para que cada uma seja lida com clareza, sem
dvidas. Letras claras, com legibilidade, ajudam na leitura, pois evita pausas
ou regresses no texto para corrigir um reconhecimento de letra incorreto.
Jury lista algumas caractersticas importantes para que uma fonte tenha
bom funcionamento em texto. feita a ressalva de que no necessrio ter
todos estes requisitos para uma fonte ser utilizada como texto, mas alguns
deles j levam ao bom resultado:
Formas abertas. Ao contrrio das formas fechadas em si, que leva a leitura
mais individualizada da letra, formas abertas fazem com que as letras pr-
ximas sejam mais integradas, ajudando na leitura da palavra de uma s vez.
Ato essencial para a leitura fluente.
Serifas finas e que se liguem por meio de uma curva a estrutura da letra.
Serifas egpcias, que possuem a mesma espessura da haste da letra prejudicam
a leitura, pois se confundem com a parte principal da letra. J as serifas mais
finas so melhores distinguveis e funcionam, assim como as formas abertas,deixando os caracteres mais unidos entre si, facilitando a leitura da palavra.
Ascendentes e descendentes bem marcadas. Como a leitura fluente feita
por blocos de palavras, os extensores ajudam a definir o contorno da palavra.
Fontes com ascendentes e descendentes sutis tendem a funcionarem do mesmo
modo que a leitura de maisculas, ou seja, letra a letra.
Momento da esquerda para a direta. Esse conceito mais abstrato que os
anteriores e pode ser expressado de algumas maneiras. Momento da esquerda
para a direita significa o movimento passado pelo desenho das letras que faz
com que o olho seja levado de uma letra para a seguinte, o que ajuda a uma
leitura mais fluida. Contrapondo o desenho da escrita ocidental marcada por
linhas verticais marcadas. Uma das formas de momento a variao da espes-
sura das letras regida pelo eixo inclinado, caracterstico das fontes OldStyle.
Outra forma de trazer o movimento horizontal letra faz-la com formas
caligrficas, mais prximas escrita a mo e menos com traos geomtricos,
mas no a ponto de torn-la cursiva ou itlica. H ainda outra maneira de
deixar as letras mais interligadas, aplicando uma leve inclinao. Esse um dos
18. Traduo do autor.DWIGGINS, A. W. in: CABARGA,Leslie.Logo, Font and Lettering
Bible. Cincinnati: How DesignBooks, 2004.
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32 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
recursos usados na onte Syntax, de Hans Eduard Meier, a qual possui meio
grau de inclinao. Essa uma fonte sem serifa em que se buscou ter a mesma
qualidade para leitura que as seriadas.
No artigo La Emancipacin de las sansserif: Nuevas estratgias de di-
seo tipogrfico 1919 so escritos as maneiras e os recursos usados nas fontes
contemporneas sem serifa, assim como na Syntax, para se ter boa leitura
em textos.
Deve-se, no entanto, ter ateno no uso desses recursos que nem sem-
pre esto de acordo com os conceitos semnticos de uso, a que se pretendeter. Traos fortes caligrficos tendem a ser associados a algo descontrado,
inormal, enquanto desenhos mais geomtricos rieza, seriedade.
3.5. Economia de espao em jornais
Em jornais sempre houve a preocupao com o melhor uso do espao, pela ques-
to econmica: quanto menos espao o texto ocupar, menos pginas sero im-
pressas e menor ser gasto com a produo do jornal. Outra razo para as fontes
de jornais serem compactas para melhor caberem nas estreitas colunas desse
impresso. Geralmente a composio de textos em jornais justificada, ou seja,
todas as linhas de texto possuem a mesma extenso e, para isso, espao entre
as palavras, entreletra e, algumas vezes, a largura das letras so deixadas mais
estreitas ou compridas. Alm disso, algumas palavras no fim das linhas so
hifenizadas para se adaptarem a largura do texto. Esses ajustes devem ser
quase imperceptveis, mas quanto mais largas orem as letras, maiores sero,
o que pode gerar um texto mal diagramado e de difcil leitura. Problema se-
melhante tambm acontece se o texto for desalinhado direita. Nesse caso, as
dimenses da onte so mantidas e cada linha ter um comprimento. Caso a
abcefno
abcefno
Syntax.
letras com
meio grau
de inclinao.
Linotype
Finnegan.
traos caligrficos
incorporados a
ormas romanas,
como as pseudo-
serias.
19. MIDDENDORP, Jan.
La Emancipacin de las
sansseri:Nuevas estratgias
de diseo tipogrfico.
In: Buenos Aires: Tipogrfica,
Revista de diseo, n.70,
abril-maio, 2006.
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33/155
33Tipografia em jornais
largura dos caracteres no seja adequada, os comprimentos das linhas tero
grande variao, tornando a leitura tambm cansativa.
Segundo Mrcio de Freitas 20, designer da Folha de So Paulo, o jornal
precisou sofrer adaptaes para concorrer com as informaes da Internet. O
leitor de jornais, acostumado com o meio digital para ler notcias, no busca
textos longos, mas sucintos e diretos. Pelo grande aumento das fontes de in-
formao, as pessoas, esto mais seletivas no que vo ler e possuem menos
tempo para jornais. Portanto h cada vez menos espao para os textos e uma
fonte com economia de espao, garante que haja mais informao no espao
reduzido da pgina.
Uma fonte de jornal deve encontrar a equao correta entre economia de
espao e legibilidade, sem que uma se sobreponha a outra. Quanto mais
condensada uma letra, menores os espaos internos, essenciais para a legi-
bilidade. Segundo Gaultney 2121, letras estreitas prejudicam tambm readability,
acentuando o sentido vertical da forma, levando as letras a serem lidas mais
individualmente. Larguras normais de letras fazem com que a leitura flua
melhor.
H situaes, no entanto, em que os aspectos de economia e legibili-
dade funcionam em conjunto, como altura-de-x elevada. Isso pode significar
extensores mais curtos, o que permite que as linhas do texto estejam mais
prximas entre si. Ao mesmo tempo em que se tem a regio til de leitura
otimizada, pode se ter entrelinhas mais justas.W. A. Dwiggins fez experimentos grficos com o objetivo de chegar a uma
fonte econmica, mas que no aparentasse ser. A soluo encontrada por ele
foi de condensar ao limite algumas letras que considerava mais apropriadas
para isso, sem perderem suas caractersticas e mantendo-se legveis. As letras
que escolheu foram a, s, t, f, e,r, letras j estreitas naturalmente, preservando
a largura das outras. A fonte Eldorado a que melhor explicita esse conceito
de economia de Dwiggins.
20. Como informado ementrevista com o autor,em 3 de abril de 2007.
21. GAULTNEY, Victor.El equilibrio entre legibilidad
y economa en el diseo de tipos:
tcnicas prcticas para
el diseador.
Disponvel em:
www.unostiposduros.com(visitado em 14/09/2007)
abefgjnorstz
abefgjnorstz
Eldorado
Olympian
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34 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
Matthew Carter, entretanto, desenhou a fonte para jornais Olympian por
um processo, para se obter economia, quase oposto ao de Dwiggins. Grande
parte das letras so estreitas, sendo que somente fontes com espaos inter-
nos menores, como a, e, f, g,j, r, e, s, so deixados mais largos. Desse modo,
Carter procurou manter certa legibilidade a essas letras.
Para Christian Schwartz 2222, designer americano, o desenho de fontes
comprimidas para jornais no um fator imperativo. Quando perguntado
quanto a essa questo:
No necessariamente [as fontes de texto de jornais precisam ser conden-
sadas] se [...] for larga e aberta, pode ser usada [em corpo] um pouco
menor sem perder readability, comprimindo mais texto numa pgina de
outra maneira. No entanto a maioria dos editores tem a atitude de que
um maior corpo de letra sempre mais legvel do que um menor, e nove a
cada dez escolhero um tipo mais estreito que deixar o texto 0,25 ponto
maior. Mesmo que ligeiramente menor, tipos mais largos aparentam mais
legveis.
E para Erik Spiekermann 2323, designer alemo, quando perguntado sobre a
mesma questo:
Esses parmetros ainda so aplicveis. Mas existem ainda outros modelos.
[A fonte de jornais] Gulliver de Gerard Unger no estreita, mas larga.Entretanto to grande no corpo que pode ser usado um pouco menor
e caber mais linhas em uma coluna com poucas palavras por linha. Isso
pode apresentar um problema para lnguas que possuem palavras grandes,
como o alemo.
Existem basicamente duas maneiras de medio da largura dos caracteres
de uma fonte:
Largura do alfabeto em caixa-baixa (Lowercase alphabet leght). Extenso
de um alfabeto em caixa-baixa (de a at z) composto pela fonte. um mtodo
de comparao rpida da economia de espao ente dois ou mais tipos, mas
no leva em conta o uso mais constante de algumas letras, como as vogais,
que so mais usados em um texto.
Caracteres por paica (Character per Pica). uma mdia do nmero de
caracteres que cabem em uma paica 2424 a partir de um texto. a medida mais
comum usada para medir a largura de um alfabeto.
22. Comunicao pessoal pore-mail com Christian Schwartzem 26 de maio de 2007.
23. Comunicao pessoal pore-mail com Erik Spiekermannem 20 de abril de 2007.
24. Paica a medidageralmente utilizada paramedir a largura de colunasde texto. Equiva a 12 pontos.
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35Tipografia em jornais
3.5.1. Diagramao de jornais
Tamanho da letra. Na histria dos jornais, tamanhos maiores de fontes
foram cada vez mais requisitados com objetivo de melhorar a leitura. Em
contrapartida, tamanhos pequenos tendiam a serem usados com a finalidade
de economia de espao. Antes do sculo 20, o padro de corpo de letra para
jornais era de 6 pontos. Em 1925, com a preocupao maior dos editores com a
legibilidade, foi criada a Ionic para uso em 6 pontos e meio, mas pela grande
altura-de-x aparentava ter 8 pontos. Em 1931, a Excelsior foi elaborada com o
tamanho padro de 7 pontos e a Olympian, em 1970, para 9 pontos.
Hoje se imagina que o ideal, um tamanho confortvel para leitura, que
mantenha certa economia de espao, seja em torno de 9 e 10 pontos. No en-
tanto o tamanho da fonte depende tambm da altura-de-x, o tamanho tico
da fonte. A Times com 10 pontos, por exemplo, corresponde a Corona ou
Imperial com 9.
A Folha de So Paulo hoje usa 10,5 pontos na fonte de texto e a principal
justificativa da recente troca da Folha Minion para a Chronicle Text, projeto
de 2006, foi de aparentar ser maior, utilizando mesma entrelinha. Portanto
ainda hoje existe a preocupao com o tamanho do corpo da letra.
Largura de colunas. Segundo Daryl Moen 2525, a largura da coluna de texto
do jornal historicamente est mais associada ao anncio publicado do que a
questes de leitura. Anncios em jornais so vendidos para ocuparem a largurada coluna. Quanto menor, mais propaganda caber no jornal.
Tinker e Paterson 2626 pesquisaram que para uma fonte de 10 pontos a lar-
gura ideal da coluna de 18 a 24 paicas. No entanto os jornais usam larguras
de 9 a 15 paicas, muito abaixo do ideal.25. MOEN, Daryl.NewspaperLayout and design. Iowa: IowaUniversity Press, 1995.
26. Pesquisa citada em:MOEN, Daryl.NewspaperLayout and design. Iowa:Iowa University Press, 1995.
Projeto grfico do jornal
Folha de So Paulo de 2006.A fonte de texto Folha Minionfoi substituda pela ChronicleText. Apesar das duasutilizarem a mesma entrelinha,a segunda aparenta ser maior,pela grande altura-de-x e porter caracteres mais largos.
Folha Minion(projeto de 1996)
Chronicle Text(projeto de 2006)
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36 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
A largura estreita de textos tambm est relacionada economia de
espao do jornal. Usar colunas pequenas significa mais divises por pgina
de jornal que, alm de haver mais espao para propaganda, h tambm mais
lugares para se colocar pequenas notcias ou imagens. como se multiplicasseo espao da pgina, buscando fazer seu maior aproveitamento.
Composio do texto. Assim como em jornais as fontes de texto so otimi-
zadas para melhor aproveitamento de espao, a composio do texto segue o
mesmo sentido. comum em jornais entreletras mais apertadas e entrelinhas
mais compactas que o comum.
Pelo fato da largura da coluna de texto em jornais ser estreita, os espaos
da entreletra e entre as palavras mais apertados contribuem para a menor
hifenizao do texto justificado e, em textos alinhados esquerda, para menor
variao da extenso da linha.
3.6. Tecnologia de impresso de jornais
Como foi analisada na seo sobre o histrico, a rapidez de produo
dos jornais levou pior qualidade do resultado impresso. As fontes ti-
veram, portanto, que sofrer adaptaes a esse novo meio. Desses tem-
Composio de textos
em livros e jornais.Nas duas imagens ao lado, somostradas composies de textocom a mesma fonte, Swift, masde formas diferentes. O livroO design brasileiro antes do design(organizao de Rafael Cardoso),
imagem de cima, possui umadiagramao mais arejada, comestrelinha e largura de colunae corpo de letra maiores. Emcontraposio, o jornal PubliMetro, imagem de baixo, possuiespaos mais econmicos.
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37Tipografia em jornais
pos at hoje, houve avanos na tecnologia de impresso. Como assinala
Gerard Unger 2727:
Passados vinte e cinco anos, a impresso de jornal passou por um avano
espetacular quanto ao papel e a qualidade de impresso, a introduo
da cor e o registro muito mais preciso. Essas mudanas quase que no
foram anunciadas, sendo ofuscadas pela chegada da Internet. Para tipos
de texto, o jornal no mais um ambiente em que sobreviver o principal
objetivo. Hoje, jornais no possuem somente a questo do papel cinza ba-
rato, da tinta rala e da impresso rotativa veloz, e desenho de tipos no
precisa mais focar em sobreviver tecnologia mecnica e oferecer basi-
camente legibilidade. Agora h tambm espao para criar um ambiente,
para dar ao papel uma clara identidade; existe a oportunidade para pre-
ciso e refinamento. Uma conseqncia disso que designers de jornais
podem agora olhar para alm do grupo tradicional de fontes de jornais.
(No sentido inverso, um tipo de jornais pode ser usado fora do jornal
uma ocorrncia no incomum).
No entanto, quando perguntado se hoje devemos levar em conta os aspectos
de impresso, ou se j chegamos a um determinado nvel de qualidade, com
o qual no temos mais que nos preocupar. Foi dada a seguinte resposta 2828:
Hoje em dia, tipos de jornais so muito mais amigveis do que eram nosanos 1980. () Entretanto a impresso ainda no ideal, em comparao
com a de livros, brochuras etc. Portanto voc ainda precisa do tipo adap-
tado a esse ambiente.
Segundo Mrcio de Freitas 2929, editor de arte do jornal Folha de So Paulo, a
baixa qualidade do papel torna a impresso menos ntida do que em papeis
lisos. A tinta possui um tipo de aditivo para secagem mais rpida, somando-se
isso com a velocidade em que so feitas as impresses, tem-se como resultado
a tinta fique apagada, sem saturao. As razes da m qualidade de jornais
so o carter efmero e a necessidade de se imprimir rapidamente. H ainda
o problema de que, no Brasil, no dispomos da tecnologia avanada para
impresso. Essas afirmaes so confirmadas por Unger 3030:
O papel nos jornais comparativamente rugoso e acinzentado, as tintas de
impresso de jornais so ralas e a impresso em velocidades muito rpidas
( o papel pode chegar velocidade de 60 mph ou 80 kmh ). Essas condies
exigem formas de letras fortes, robustas e tolerantes, com detalhes que
possam sobreviver investida.
27. GERARD UNGER,informaes sobrea fonte Coranto emwww.gerardunger.com.
28. Comunicao pessoal pore-mail com GERARD UNGERem 17 de maio de 2007.
29. Como informado ementrevista com o autor,em 3 de abril de 2007.
30. Comunicao pessoal por
e-mail com GERARD UNGERem 17 de maio de 2007.
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38 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
Outro fator importante para o desenho de tipos de texto para jornais a
absoro do papel. Deve-se levar em conta, ao projet-la, um leve ganho
de peso no processo de impresso. Schwartz 3131 afirmou que o uso de papeis
absorventes de jornais d ainda mais importncia para letras com espaos
vazios abertos:
[Legibilidade e espaos internos abertos,] isso muito importante, no
somente para leitura, mas para ter certeza de que os textos sero repro-
duzidos corretamente. A tecnologia melhorou, mas a impresso de jornais
ainda absorvente, ento o texto tem tendncia a ganhar peso no processo
de impresso. Mantendo formas internas muito abertas, garante-se que
no sero fechados pela tinta.
3.7. Estudos de caso
3.7.1 Levantamento de fontes usadas em jornais 3232
Nas pginas a seguir, so mostradas imagens digitalizadas de tipos de texto
em 25 jornais da Europa, Estados Unidos, Uruguai e Brasil. Para cada exem-
plar, so mostradas uma imagem em tamanho real e outra ampliada quatro
vezes. realizada uma breve anlise para cada um, procurando identificar a
fonte e a maneira como foi diagramada na pgina, com o tamanho o corpo,
entrelinha e a largura da coluna de texto.
O objetivo desta seo conhecer o contexto de uso de fontes jornais,
buscar caractersticas especficas de diagramao dos jornais brasileiros e
quais as qualidades comuns nos tipos escolhidos em jornais.
Digital e impresso.A comparao entre as duasimagens mostra as alteraesque sofrem as formas dasletras quando so impressasem jornais, como aumentode peso, perda de detalhese decrscimo da nitidez.
31. Comunicao pessoalpor e-mail com CHRISTIANSCHWARTZ em 26 de maiode 2007.
32. As imagens dos jornaisutilizadas neste relatrio noreproduzem fielmente as coresdo original. Na digitalizao,foi perdido o contraste realdo papel e da tinta, que aquiaparece em maior intensidade.
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39Tipografia em jornais
33. No h uma convenoexata entre a relao do corpo
de um tipo e seu tamanho real,
ou seja, pela letra impressa,
no possvel avaliar sua
altura em pontos, somente
recorrendo-se ao arquivo
digital da fonte. Nesse estudo,
a medio foi feita pela
distncia vertical da
descendente ascendente,
o que d um resultadoaproximado, mas que
funciona, at certo ponto
comparativamente. Esse tipo
de medio d o valor de
aproximadamente um ponto
menor do que o valor no
arquivo digital. H tambm
outros fatores que influenciam
na percepo do tamanho
da letra, como a altura-de-x,
largura dos caracteres e formas
com terminaes abertas
ou fechadas. Esses fatores
podem passar a impresso
de tamanhos diferentesde letras para corpos iguais.
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Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):corpo da letra (aproximado 3333) :Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):Corpo da letra (aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
The Times
Inglaterra
1 de janeiro de 2007
Releitura do estilo Transicional
8 pontos
9 pontos
9,5 paicas
Le Monde
Frana
13 de dezembro de 2006
Releitura do estilo Transicional
8,5 pontos
10 pontos
12,5 paicas
Uso de itlico no corpo do texto,
pouco comum em jornais.
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40 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):
Corpo da letra(aproximado):Entrelinha:
Largura da coluna:
Comentrios:
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):
Corpo da letra (aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
La TribuneFrana14 de dezembro de 2006
Miller Text(releitura do estilo Transicional)9 pontos10,5 pontos10,7 paicas
Algarismos de texto, poucocomuns em jornais.
El PasEspanha26 de fevereiro de 2007
Times New Roman(estilo Old Style)9 pontos10 pontos11 paicas
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41Tipografia em jornais
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):
Corpo da letra (aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
Die WeltAlemanha14 de dezembro de 2006
Estilo do LinotypeLegibility Group9 pontos10 pontos11,7 paicas
Coluna um pouco mais larga queo comum em jornais, mas no osuficiente para o texto em alemo,o que gera grande variao dosespaos entre palavras.
Fonte com pouca variaode espessura da linha
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):Corpo da letra(aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
El MundoEspanha26 de fevereiro de 2007
Imperial(estilo do Linotype Legibility Group)8,5 pontos10 pontos11 paicas
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42 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):
Corpo da letra (aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
Die ZeitAlemanha28 de dezembro de 2006
Adobe Garamond Pro(estilo Old Style)10,5 pontos11,5 pontos16 paicas
Escolha do tipo e diagramaopouco usuais em jornais. Fonte,entrelinha e coluna com poucaotimizao de espao, o que oaproxima das revistas e livros.A grande largura de coluna se faznecessria pela grande freqn-cia de longas palavras no alemo.
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):
Corpo da letra(aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
San Antonio Express-NewsEstados Unidos27 de fevereiro de 2007
Nimrod (estilo do Linotype LegibilityGroup)8,3 pontos10 pontos10,7 paicas
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43Tipografia em jornais
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):Corpo da letra (aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
Atlanta Journal-ConstitutionEstados Unidos5 de dezembro de 2006
Quiosco (fonte contempornea)9 pontos10,3 pontos10,8 paicas
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):
Corpo da letra(aproximado):Entrelinha:
Largura da coluna:
Comentrios:
La RepublicaUruguai21 de fevereiro de 2005
Times New Roman(releitura do estilo Old Style)9 pontos10,5 pontos10,8 paicas
Mesmo em algumas impressesde dirios de hoje em diaa fonte Times New Roman nose mostra robusta o suficientea esse meio de impresso,apresentando hastes finase serifas apagadas.
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44 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):Corpo da letra(aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
USA TodayEstados Unidos7 de dezembro de 2006
Gulliver (onte contempornea)9 pontos9,5 pontos10,5 paicas
Embora a onte Gulliver tenhasido desenvolvida com grandeeconomia de espao (grandealtura-de-x e letras estreitas)oram aplicados na diagramaoentrelinha e entreletra muitoapertados, os qual tornamdifcil a leitura.
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):Corpo da letra (aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
Valor EconmicoBrasil25,26 e 27 de maio de 2007
Coranto (onte contempornea)9,5 pontos11 pontos10,8 paicas
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45Tipografia em jornais
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):
Corpo da letra(aproximado):Entrelinha:
Largura da coluna:
Comentrios:
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):
Corpo da letra (aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
Folha de So PauloBrasil21 de fevereiro de 2005
Folha Minion(releitura do estilo Old Style)10 pontos11 pontos10,5 paicas
Uso de uma fonte desenvolvidapara uso universal, com algumasalteraes para esse meio.
Folha de So PauloBrasil25 de maro de 2007
Chronicle Text(releitura do estiloTransicional)9,5 pontos11 pontos10,8 paicas
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46 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):Corpo da letra(aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
Jornal da TardeBrasil26 de maio de 2007
Utopia (releitura do estilo Transicional)9 pontos10,5 pontos10,8 paicas
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):
Corpo da letra (aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
Estado de So PauloBrasil5 de abril de 2007
News 705(estilo do Linotype Legibility Group)9 pontos10,5 pontos11 paicas
Entreletra e espao entre palavrasmuito justos, que dificultama leitura.
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47Tipografia em jornais
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):Corpo da letra(aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):Corpo da letra (aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
O GloboBrasil28 de maio de 2007
Cheltenham(estilo do Linotype Legibility Group)9 pontos11 pontos10,8 paicas
Uso de entreletra largaem relao ao que comumem jornais, para economiade espao. As serifas so altase curtas, o que permite
justamente o oposto, letrasmais prximas.
Jornal do BrasilBrasil25 de maro de 2007
Century Oldstyle9,5 pontos11 pontos11,5 paicas
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48 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):Corpo da letra(aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):
Corpo da letra aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
Publi MetroBrasil3 de agosto de 2007
Swift (fonte contempornea)8 pontos10 pontos9,3 paicas
Jornal dirio gratuito deSo Paulo. Essa a ediobrasileira do jornal distribudoem 21 pases.
Colunas de texto estreitas.
DestakBrasil4 de junho de 2007
Century Schoolbook(estilo do Linotype Legibility Group)8,5 pontos10,5 pontos9 paicas
Jornal dirio gratuitode So Paulo. Colunasde texto estreitas. Usodo falso itlico, ou oblquo
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49Tipografia em jornais
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):
Corpo da letra(aproximado):Entrelinha:
Largura da coluna:
Comentrios:
O Estado do ParanBrasil20 de maio de 2007
Utopia(releitura do estilo Transicional)9 pontos12 pontos10,8 paicas
Entreletra, espao entrepalavras e entrelinha largos,incomuns para a economiarequisitada nos jornais.
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):Corpo da letra(aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
Lance (jornal de esportes)Brasil26 de maio de 2005
The Sans (fonte contempornea)9 pontos11,5 pontos11 paicas
Fonte sem serifa,pouco usada em dirios.
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50 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):
Corpo da letra (aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
Estado de MinasBrasil25 de maro de 2007
The Antigua light(fonte contempornea)9,5 pontos11 pontos10,8 paicas
A fonte foi ligeiramente condensadapara se adaptar s estreitas colunasdos jornais.
Uso da verso mais clara da fonte,o que pode dificultar a identificaodas letras nos tamanhos pequenosusados nos jornais.
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):
Corpo da letra (aproximado):Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
Folha de LondrinaBrasil9 de junho de 2007
Helvetica(estilo Sem serifa Grotesca)9 pontos10,5 pontos11 paicas
Fonte sem serifa,pouco usada em dirios.
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51Tipografia em jornais
today by Tony Blair.But the increasingly controversial
nature of the policy was highlighted whenthe former education secretary Estelle
Morris accused the government of serialmeddling in secondary eduction.In an article in tomorrows Education
Guardian she writes: Another round ofstructural change wont by itself achieveuniversally high standards. Worse thanthat it could be a distraction. In five yearstime, whose children will be going tothese new academies? Will choice andmarket forces once again squeeze out thechildren of the disadvantaged?
Today, the prime minister will say: It isnot overnment edict that is determinin
failing schin challen
mber of acn 40 and 5
Nome do jornal:Origem:Data:
Fonte (aproximada):
Corpo da letra(aproximado):
Entrelinha:Largura da coluna:
Comentrios:
The GuardianInglaterra12 de setembro de 2005
The Guardian (fonte de usoexclusivo do jornal, releituradas fontes egpcias)8 pontos9,5 pontos
12,7 paicas
Reproduo feita a partir doarquivo digital, por no se terdisponvel o jornal impresso,como nos casos anteriores.
Uso de algarismos de texto,pouco comuns em jornais.
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52 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
3.7.1.1. Concluses sobre o levantamento de fontes usadas em jornais
De maneira geral, existe certa uniformidade quanto ao tamanho das fontes
de texto usadas nos jornais analisados, ficando a maioria entre 9 e 9,5 pontos.
Entretanto essas fontes aparentam ter variao do corpo um pouco maior do
que mostram os nmeros. O tamanho tico de uma fonte sofre interferncia
de fatores intrnsecos ao desenho da letra, como altura-de-x, largura dos ca-
racteres e formas com terminaes abertas ou fechadas. Jornais brasileiros
de grande circulao, como Folha e Estado de So Paulo e O Globo, do Rio de
Janeiro, utilizam tipos maiores visualmente que em jornais estrangeiros. Essa
caracterstica dos impressos no Brasil torna ainda mais crtica o uso da fonte
nas colunas estreitas do jornal. Sendo maiores, as letras ocupam mais espao
horizontal, o que dificulta sua diagramao em textos justificados.
Os dirios gratuitos Destak e Publi Metro, distribudos em So Paulo, so
excees a essa regra. Possuem formatos de pgina menores e, conseqen-
temente, colunas e corpo reduzidos no texto. Como so publicaes que no
recebem dinheiro com a distribuio dos exemplares, mas com a venda de
anncios, a economia de espao ainda maior.
A largura dos blocos de texto, nos jornais levantados, varia pouco, em
torno de 11 paicas, dimenso vinda do formato do papel dividido em seis co-
lunas. Como j foi dito, nos jornais de distribuio gratuita, a coluna ainda
mais estreita. Mesmo utilizando formato menor de papel, esses jornais mantm
a diviso por seis colunas. A exceo regra vem dos jornais alemes, comcolunas maiores para melhor acomodarem as longas palavras da lngua. O
dirio Die Zeit utiliza colunas de 16 paicas, quase uma vez e meia o tamanho
usual.
Apesar de j terem se passado quase noventa anos desde quando foi
introduzido em jornais, o estilo de desenho de fontes do Linotype Legibility
Group ainda predominante entre os jornais. Desde casos que utilizam as
fontes desse grupo, at novos desenhos inspirados nelas, como o caso do
Chronicle Text. Esta fonte retoma um desenho antigo, mas adaptando s
questes funcionais desse impresso. Mesmo em jornais como The Times e
Le Monde, que introduziram novas linguagens, com tipos de mesmo nome
que as publicaes, atualmente utilizam letras que do continuidade ao de-
senho tradicional.
Em contraposio, fontes sem serifa, que poderiam estar associados a
algo mais contemporneo, de formas mais simples, so pouco utilizadas em
texto de jornais. Dentro das fontes levantadas, aparecem somente em dirio de
esportes e em um jornal que no est entre os de maior tiragem do Brasil.
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53Tipografia em jornais
3.7.2. Fontes de jornais no Mundo
Mercury Text (1999), Hoefler & Frere Jones
A fonte Mercury Text foi criada para usos em jornais de forma geral. Com o
objetivo de atender s diferentes necessidades de impresso, desde o papel
jornal mais liso ao mais absorvente, foram criadas quatro pequenas variaes
para o peso regular da fonte. A verso mais pesada o peso que se pretende
que a fonte seja impressa sem alteraes e usada em papeis mais lisos. A
mais leve a maior compensao, para que, quando seja impressa, o papel
com grande absoro de tinta, deixe a letra mais pesada e mantenha o peso
originalmente concebido. Todas essas verses possuem o mesmo espaamento
entreletras, para que a definio do peso adequado da letra possa ser feita
mesmo com a diagramao finalizada, sem alterar o espao ocupado pelotexto. Esse tipo de versatilidade da fonte permite o uso da Mercury em outros
impressos, como revistas, as quais possuem papel mais liso.
Em jornais o uso de siglas, como de partidos polticos, empresas, rgos
pblicos, e nomes prprios so mais freqentes do que o comum. O grande
nmero de letras maisculas faz com que a mancha de texto no seja uni-
forme, tenha destaque em excesso nessas letras. As fontes de texto em geral
possuem maisculas altas e mais pesadas que o corpo normal do texto. Esse
destaque faz sentido em livros, pois marca melhor o incio das frases, mas em
jornais torna-se exagerado. Para se adaptar ao uso, a Mercury foi desenvolvida
dando menor destaque a essas letras. As maisculas foram desenhadas um
pouco mais baixas e mais estreitas. As espessuras das linhas tambm foram
deixadas mais finas.
Para os numerais o mesmo caso, tambm so constantes, como em
dados estatsticos. Com o objetivo de reduzir o destaque, o uso de algarismos
de texto, com ascendentes e descendentes, comuns em livros, seriam apro-
priados, mas os autores da fonte optaram por pelos algarismos alinhados
com altura reduzida. Consideraram que a outra opo no seria adequada
imagem desejada em jornais, passaria uma idia de leveza, descontrao.
Dimenses da Mercury Text.Imagem retirada da pginada Internet de venda da fonte(www.typography.com).
Grades, adaptaesda letra aos modosdistintos de impresso.Diferentes verses da fonte
Poynter Text, Frere-Jones, quepossuem idia semelhante Mercury Text, para apresentaro mesmo resultado em distintostipos de impresso.(No se tinha disponvel o arquivodigital da Mercury Text).
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54 Desenvolvimento de uma fonte tipogrfica para composio de textos de jornais
The Guardian (2003), Christian Schwartz e Paul Barnes
Este um projeto de uma famia com mas de 200 fontes, com a tentatva
de cumprir com todas as necessidades do jornal. Possui variaes com e sem
serifa, com diversos pesos e com verses para ttulos e para texto, todos com
itlicos correspondentes.
Ao invs de partir de uma fonte clssica de textos para jornais, optou-se
por crar um desenho novo. A nsprao foram os tpos egpcos, mas com
serifas afinadas e o maior contraste.A transio da verso com serifa e sem sutil. O natural dessa passagem,
genericamente falando, reduzir o contraste e retirar as serifas. No caso do
The Guardan, a verso serfada j possu baxo contraste, aproxmando-se
da diferena de espessuras de linha de um ti