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ARAUTO | Sábado, 5 de agosto de 2017 Pág. 3 Para quem vive a instantaneidade proporcionada pela tecno- logia das redes sociais e dos aplicativos de conversa no celular, talvez pouco se utilize do e-mail, já nos dias de hoje. Rapidez é tudo. Mas quem viveu outros tempos, em que a informática não chegava tão perto, lembra, até com certa nostalgia, das correspondências enviadas pelo Correio. Não que isso acabou, claro que não. A agência dos Correios segue firme e forte, mas o foco das comunicações interpessoais chegou a outra esfera. Pois além das cartas, muito comum era a troca de cartões postais. Tá, para a garotada que nasceu na era digital, vamos lá: diz o Wikipédia que o cartão-postal, bilhete-postal ou simplesmente postal, é uma simplificação da carta. Trata-se de um pequeno retângulo de papelão fino, com a intenção de circular pelo Correio sem envelope, tendo uma das faces destinada ao endereço do destinatário, postagem do selo, mensagem do remetente e na outra alguma figura. Os pri- meiros cartões-postais emitidos (hoje conhecidos como intei- ros–postais) eram de monopólio oficial e já vinham selados. Com o decorrer dos anos outros países passaram a autorizar as indústrias a imprimirem estes cartões-postais para circu- larem pelos Correios, depois de serem devidamente selados no valor do porte fixado. Os cartões ainda existem, é claro, e geralmente são comprados em viagens, para mostrar pontos turísticos. Na imagem acima, uma coleção de postais antigos, com imagens bem humoradas, guardados nas gavetas e nos baús de memórias de vera-cruzenses. Saudosos cartões postais Unidos pelo sangue e amor incondicional No dia 5 de agosto de 1987, a capa do Vera- -cruzense trazia como foto em destaque o cumprimen- to do prefeito Guido Hoff A alegria parece de criança, mas todos eles já contabilizam mais de 60 aniversários. En- quanto tantos parentes, nos dias de hoje, brigam por he- rança e desavenças familiares, eles inspiram. O encontro de irmãos da família Junhkerr é uma verdadeira quermesse. São três dias de festa, de risadas, de recordações, de passeios e até mesmo uma espécie de acam- pamento, pois todos dormem na casa do irmão que sedia o encontro. Alice Schweickardt tem 75 anos e mora em Rincão Del Rey, Rio Pardo. Luci Bartz soma 73 anos e vive em Ponte Andréas. Armando Junhkerr, 72 anos, mora em São José da Reserva, Santa Cruz, origem de toda família. Sônia Petry tem 62 anos, e a “nenê” da família é de Linha Alta. E todos eles foram a Vila Progresso, na casa da irmã Rosa Maria Pauli, 65 anos. Nesta semana ocorreu a oi- tava edição do encontro, que nasceu da ideia de reunir as quatro irmãs e o irmão para passear, todos juntos. Ainda que se visitem em muitos momentos do ano, em confraternizações, aniversários, o mês de agosto foi o escolhido para o evento deles, que a cada ano é em uma casa. São três dias e duas noites de convívio total. Cada um leva algumas delícias para a mesa e a quermesse está feita, tem até troca de presentes entre todos, para marcar a felicidade pelo reencontro. Rosa, a anfitriã da vez, tratou de preparar cucas e pães caseiros para aguardar os irmãos, seu companheiro, Hildor Becker, e a esposa de Armando, que se somaram ao grupo. NOITE DO PIJAMA E a programação? É farta, assim como a mesa. Eles apro- veitam para visitar sobrinhos e outros familiares, atualizar as notícias dos parentes, da cidade e se divertir. Preparam as refeições e no dia dedicado ao passeio na cidade, também escolhem um restaurante para almoçar. Teve a noite do bingo, junto à sede do Independente, sem contar que a hora do sono é outra alegria. Se fosse com as crianças, se chamaria de Noite do Pijama. Mas a ideia é a mes- ma. A sala vira dormitório e a fo- lia ocorre até a hora de fazerem a oração e deitar. “Sorte que não tenho muitos vizinhos gruda- dos, porque iam dizer que era casa de louco”, diverte-se Rosa. Aliás, as piadas e as risadas são a tônica deste momento tão bonito e que poderia servir de exemplo a todas as famílias. Os filhos de Roberto e Luiza Junhkerr nasceram em casa, em São José da Reserva. Menos a Rosa, que teimava em estar sentada e precisou nascer no hospital, lembraram os irmãos. Da infância, eles recordam com alegria das brincadeiras com- partilhadas, de subirem nos pés de árvores frutíferas, e especial- mente do carinho da mãe, muito estudiosa, e que sempre fez questão de estimular o apren- dizado e repassar valores aos filhos. “Nós nunca brigamos, sempre fomos muito unidos”, garantem, sem hesitar. “É MUITO AMOR” Todos eles se casaram, alguns se tornaram viúvos, se uniram a outros companheiros. Todos têm a alegria de terem filhos e netos, e já há bisnetos para ale- grar a família. Mas o que os une? Parece coro de igreja, mas todos respondem ao mesmo tempo: “é muito amor”. O sen- timento que um nutre pelo ou- tro parece ir além dos laços de sangue. É amizade, é parceria, é cuidado, zelo, respeito e cum- plicidade. Se no dito popular, agosto é o mês do desgosto, para os irmãos Junhkerr, é o mês da alegria. “Enquanto nós vivermos, vamos sempre fazer este encontro”, atestam eles, que exibem a felicidade ao celebrar a amizade, o amor e o companhei- rismo com o frescor e a energia da juventude e a maturidade e sabedoria que o tempo trouxe. FOTOS ARAUTO FOI NOTÍCIA HÁ 30 ANOS ao presidente José Sarney, durante a estada em Brasília junto à comitiva do PFL. E como manchete naquela edição: Está sendo criado o CMD vera-cruzense. O Con- selho Municipal do Desporto era uma reivindicação da comunidade e a coordena- ção deste conselho estaria a cargo do professor Adilo Selli. O CMD funcionaria em uma das salas do ginásio Segefredo Werner e caberia a ele organizar os torneios de integração popular, o campeonato da Liga Muni- cipal de Futebol e organizar a participação do município em eventos e competições fora de Vera Cruz.

ARAUTO | Sábado, 5 de agosto de 2017 Pág. Unidos pelo ...admv2.sizing.com.br/projetos/arauto/images/PagMat/Pag053305/MAIS... · para marcar a felicidade pelo reencontro. Rosa, a

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ARAUTO | Sábado, 5 de agosto de 2017 Pág. 3

Para quem vive a instantaneidade proporcionada pela tecno-logia das redes sociais e dos aplicativos de conversa no celular, talvez pouco se utilize do e-mail, já nos dias de hoje. Rapidez é tudo. Mas quem viveu outros tempos, em que a informática não chegava tão perto, lembra, até com certa nostalgia, das correspondências enviadas pelo Correio. Não que isso acabou, claro que não. A agência dos Correios segue fi rme e forte, mas o foco das comunicações interpessoais chegou a outra esfera.

Pois além das cartas, muito comum era a troca de cartões postais. Tá, para a garotada que nasceu na era digital, vamos lá: diz o Wikipédia que o cartão-postal, bilhete-postal ou simplesmente postal, é uma simplifi cação da carta. Trata-se de um pequeno retângulo de papelão fi no, com a intenção de circular pelo Correio sem envelope, tendo uma das faces destinada ao endereço do destinatário, postagem do selo, mensagem do remetente e na outra alguma fi gura. Os pri-meiros cartões-postais emitidos (hoje conhecidos como intei-ros–postais) eram de monopólio ofi cial e já vinham selados. Com o decorrer dos anos outros países passaram a autorizar as indústrias a imprimirem estes cartões-postais para circu-larem pelos Correios, depois de serem devidamente selados no valor do porte fi xado. Os cartões ainda existem, é claro, e geralmente são comprados em viagens, para mostrar pontos turísticos. Na imagem acima, uma coleção de postais antigos, com imagens bem humoradas, guardados nas gavetas e nos baús de memórias de vera-cruzenses.

Saudosos cartões postais

Unidos pelo sangue e amor incondicional

No dia 5 de agosto de 1987, a capa do Vera--cruzense trazia como foto em destaque o cumprimen-to do prefeito Guido Hoff

A alegria parece de criança, mas todos eles já contabilizam mais de 60 aniversários. En-quanto tantos parentes, nos dias de hoje, brigam por he-rança e desavenças familiares, eles inspiram. O encontro de irmãos da família Junhkerr é uma verdadeira quermesse. São três dias de festa, de risadas, de recordações, de passeios e até mesmo uma espécie de acam-pamento, pois todos dormem na casa do irmão que sedia o encontro. Alice Schweickardt tem 75 anos e mora em Rincão Del Rey, Rio Pardo. Luci Bartz soma 73 anos e vive em Ponte Andréas. Armando Junhkerr, 72 anos, mora em São José da Reserva, Santa Cruz, origem de toda família. Sônia Petry tem 62 anos, e a “nenê” da família é de Linha Alta. E todos eles foram a Vila Progresso, na casa da irmã Rosa Maria Pauli, 65 anos.

Nesta semana ocorreu a oi-tava edição do encontro, que nasceu da ideia de reunir as quatro irmãs e o irmão para passear, todos juntos. Ainda que se visitem em muitos momentos do ano, em confraternizações, aniversários, o mês de agosto foi o escolhido para o evento deles, que a cada ano é em uma casa. São três dias e duas noites de convívio total. Cada um leva algumas delícias para a mesa e a quermesse está feita, tem até troca de presentes entre todos, para marcar a felicidade pelo reencontro. Rosa, a anfi triã da vez, tratou de preparar cucas e pães caseiros para aguardar os irmãos, seu companheiro, Hildor Becker, e a esposa de Armando, que se somaram ao grupo.

NOITE DO PIJAMAE a programação? É farta,

assim como a mesa. Eles apro-veitam para visitar sobrinhos e outros familiares, atualizar as notícias dos parentes, da cidade e se divertir. Preparam as refeições e no dia dedicado ao passeio na cidade, também escolhem um restaurante para almoçar. Teve a noite do bingo, junto à sede do Independente, sem contar que a hora do sono é outra alegria. Se fosse com as crianças, se chamaria de Noite do Pijama. Mas a ideia é a mes-ma. A sala vira dormitório e a fo-lia ocorre até a hora de fazerem a oração e deitar. “Sorte que não tenho muitos vizinhos gruda-dos, porque iam dizer que era casa de louco”, diverte-se Rosa.

Aliás, as piadas e as risadas são a tônica deste momento tão bonito e que poderia servir de exemplo a todas as famílias. Os filhos de Roberto e Luiza Junhkerr nasceram em casa, em São José da Reserva. Menos a Rosa, que teimava em estar sentada e precisou nascer no hospital, lembraram os irmãos. Da infância, eles recordam com alegria das brincadeiras com-

partilhadas, de subirem nos pés de árvores frutíferas, e especial-mente do carinho da mãe, muito estudiosa, e que sempre fez questão de estimular o apren-dizado e repassar valores aos filhos. “Nós nunca brigamos, sempre fomos muito unidos”, garantem, sem hesitar.

“É MUITO AMOR”Todos eles se casaram, alguns

se tornaram viúvos, se uniram a outros companheiros. Todos têm a alegria de terem fi lhos e netos, e já há bisnetos para ale-grar a família. Mas o que os une?

Parece coro de igreja, mas todos respondem ao mesmo tempo: “é muito amor”. O sen-timento que um nutre pelo ou-tro parece ir além dos laços de sangue. É amizade, é parceria, é cuidado, zelo, respeito e cum-plicidade. Se no dito popular, agosto é o mês do desgosto, para os irmãos Junhkerr, é o mês da alegria. “Enquanto nós vivermos, vamos sempre fazer este encontro”, atestam eles, que exibem a felicidade ao celebrar a amizade, o amor e o companhei-rismo com o frescor e a energia da juventude e a maturidade e sabedoria que o tempo trouxe.

FOTO

S A

RAU

TO

No dia 5 de agosto de 1987, a capa do Vera--cruzense trazia como foto em destaque o cumprimen-to do prefeito Guido Hoff

FOI NOTÍCIA HÁ 30 ANOS

ao presidente José Sarney, durante a estada em Brasília junto à comitiva do PFL. E como manchete naquela edição: Está sendo criado o CMD vera-cruzense. O Con-selho Municipal do Desporto era uma reivindicação da comunidade e a coordena-ção deste conselho estaria a cargo do professor Adilo Selli. O CMD funcionaria em uma das salas do ginásio Segefredo Werner e caberia a ele organizar os torneios de integração popular, o campeonato da Liga Muni-cipal de Futebol e organizar a participação do município em eventos e competições fora de Vera Cruz.