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Trimestral - março 2012 - edição gratuita Jornal da Escola Secundária Manuel de Arriaga Este número foi financiado por: Desenvolvido no: ESCOLA SECUNDÁRIA MANUEL ARRIAGA Ao saíres da sala, lembra-te que há colegas em aula... Respeita-os!!! da Esc. Sec. Manuel de Arriaga centro audiovisual e multimédia escolar EDIÇÃO CONJUNTA COM O JORNAL FAZENDO Daniela Pinheiro

Arauto

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jornal da ESMA

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E S CO L A SECUNDÁRIA M A N U E L ARRIAGA

Ao saíres da sala, lembra-te que há colegas em aula... Respeita-os!!!

da Esc. Sec. Manuel de Arriaga

c e n t r o a u d i o v i s u a le m u l t i m é d i a e s c o l a r

EDIÇÃO CONJUNTA COM

O JORNAL FAZENDO

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EDITORIAL

que fazemos para... proteger o planeta? Nós perguntámos...

1 – Tens preocupações ambientais?

2 – O que fazes diariamente para contribuir para que o planeta não

seja tão cinzento?

3 – Como imaginas o ambiente do nosso planeta daqui a dez anos? E

a qualidade de vida do Homem?

4 – Sabes que a nossa atmosfera se encontra já bastante poluída. Se

continuarmos a poluí-la, o que acontecerá ao Homem?

Todos nós já vimos a imagem do planeta

Terra via satélite – e não só, também

em outras paisagens deslumbrantes –

e somos unânimes de que se trata de

uma das mais belas imagens já vistas…

O azul dos oceanos e o verde da

vegetação predominam e a imagem

é a de um lugar equilibrado e

harmonioso, belo, tranquilo, azul…

Mas, da forma como temos vindo a

tratar este nosso planeta, essa será

uma imagem que, rapidamente,

passará a ser uma recordação!! Não

querendo adotar o discurso de

ambientalistas radicais, apenas nos

mostramos pessoas preocupadas

com o que nos rodeia, como pessoas

informadas e conscientes que somos.

Queremos, nesta edição, apelar a uma

reflexão… apelar a um raciocínio em

contraponto, de modo a evitar que O

planeta azul caminhe a cada pequeno

passo para um planeta desbotado e

cada vez mais cinzento…, assim indo ao

encontro das reflexões que, mais uma vez,

os próximos Encontros Filosóficos vão

promover na nossa Escola, debatendo

as temáticas relativas aos oceanos e à

sustentabilidade, palavra já difícil de

encontrar em cada canto do nosso

planeta… no entanto, a esperança…

Dizermos que usamos as escadas

e não o elevador, que andamos a pé

curtas distâncias em vez de irmos

de carro, que reciclamos o que nos

é possível no dia a dia, são pequenos

gestos que devem tornar-se hábitos

saudáveis nas gerações mais novas

Mas tal significa, também, que

ainda temos muito a aprender até nos

tornarmos pessoas ambientalmente

corretas… A segunda edição do

Arauto neste ano letivo propõe, assim,

todas estas reflexões…para que nunca

cheguemos a ser o “planeta cinzento”

Patrícia Garcia15 anos,10º ano

1- Sim, penso que atualmente qualquer pessoa deve ter porque cada vez mais a poluição tem vindo a aumentar e se continuar assim graves problemas ambientais vão surgir.

2- Faço reciclagem, reduzo, reutilizo e tento transmitir tanto aos meus irmãos mais novos como às minhas primas mais novas que devem pôr em prática os 3 R´s porque afinal de contas, se não o fizermos quando crescermos é que vamos sofrer com o planeta poluído.

3- Imagino 2 coisas: se o Homem mudar a tempo e começar já a mudar de atitude, utilizando recursos renováveis, aprendendo a não poluir e arranjar maneiras de compensar o mal que já está feito, imagino um planeta “cinzento muito clarinho” e ao longo do tempo vai ficar branco. Caso o Homem não mude, o planeta para além de “preto” vai ficar inabitável.

4- Como toda a gente já sabe, a atmosfera fornece-nos o oxigénio, também contém ozono que filtra as radiações prejudiciais aos seres vivos e o ozono mantem o equilíbrio térmico do planeta (efeito estufa). Se continuarmos a poluí-la da maneira como estamos a fazer, para além da falta de oxigénio iremos ter um desequilíbrio térmico.

1- Sim, porque na atualidade existe cada vez mais poluição e por isso todos nós devemos ter a preocupação de proteger o ambiente, já que este é tão importante para nós.

2- Tento reutilizar alguns recipientes em vez de os deitar para o lixo e não deito lixo para o chão, mas acho que todos nós deviríamos reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos.

3- Caso a poluição continue a aumentar, o planeta estará bastante poluído e deixará de existir espaço para colocar os nossos resíduos. O ser humano terá mais dificuldade em respirar, pois como a atmosfera estará mais poluída não haverá tanto oxigénio. Esta poderá estar mesmo tão tóxica que será fatal aos seres humanos respirá-la. O clima será muito instável e a temperatura será mais elevada pois o aquecimento global irá agravar-se.

4- Na Atmosfera existe o oxigénio que é muito importante para realizarmos a nossa respiração. O aumento da poluição fará com que a nossa respiração se torne muito mais difícil de realizar. Também é na atmosfera que existe a camada de ozono, que tem como função filtrar os raios ultravioleta, raios, estes muito prejudiciais aos seres vivos. A poluição faz com que esta camada de ozono desapareça e caso a poluição continue a aumentar, esta camada poderá desaparecer, fazendo com que os seres vivos, incluindo os seres humanos, fiquem expostos diretamente a estas radiações.

Pedro Capelas12 anos, 7º ano

1- Sim, tenho.

2- Reciclo todos os dias o lixo no ecoponto, tento fazer o minímo de lixo na escola e em casa e passo a mensagem às outras pessoas.

3- Se continuármos a poluir o nosso planeta, daqui a dez anos,começará a haver menos árvores e isso retirará o oxigénio, haverá o aquecimento global, o ar ficará mais poluido, começará a haver mais doenças, a taxa de morte aumentará para as pessoas e para os animais. O mar ficará mais poluído devido aos residuos que produzimos, matando gradualmente os peixes.

4- A atmosfera, se a continuarmos a poluir não conseguirá aguentar por muito mais tempo. Ela será destruida. Em consequência disso não haverá oxigénio, ficaremos expostos ao sol e aos raios ultravioleta. Isso queimará e matará tudo.

André Bettencourt17 anos, 12º ano

1- Claro que sim penso que hoje em dia todos deveríamos ter. 2- Tento ter cuidado em não deitar nada para o chão, reduzir ao máximo o número de viagens em que tenha de utilizar a mota, podendo deslocar-me a pé; tenho pena que não consiga reciclar, pois torna-se difícil com os contentores de reciclagem longe de casa. 3- Não consigo prever um grande futuro para o nosso planeta em tão curto espaço de tempo, penso que a nova geração, essa sim, começa a perceber e a preservar mais o nosso planeta porque já está criando hábitos mas, daqui a dez anos, prefiro dizer que quanto mais conheço os humanos, mais gosto dos animais. A qualidade de vida do Homem já está a mudar e a este ritmo não sei mesmo o que já será de se esperar. Chegámos a um ponto crítico na vida humana: ou

Alda Cipriano55 anosChefe do Pessoal Não Docente

1- Sim, tenho. O ambiente é muito importante para o Homem e todos os seres vivos.

2- Faço a reciclagem minuciosamente em casa e no trabalho. Tento informar e motivar quando vejo algo errado.

3- Se o Homem continuar a ignorar os problemas do nosso planeta, o ambiente vai piorar e a vida dos seres vivos também, não esquecendo os vegetais.

4- O Homem deixará de existir pois a poluição aumenta as doenças, o ambiente ficará quente e pesado, as águas contaminadas, o solo e o ar. Como o Homem necessita de tudo isto para viver, perderá qualidade de vida e saúde.

Marta Pereira15 anos,10º ano

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que fazemos para... proteger o planeta?

Inês Junqueira12 anos, 7º ano

1- Sim, preocupo-me com estas questões porque quero que o planeta se mantenha habitável. 2- Para contribuir para que o planeta seja mais azul costumo deitar sempre o lixo para o caixote do lixo e, se puder, para o respetivo ecoponto, fecho a torneira sempre que a água não é necessária e abro a cortina da janela em vez de acender as luzes.

3- Como a poluição tende a aumentar, daqui a dez anos, imagino um Mundo cada vez mais poluído, com menos espaços verdes e com grande zonas urbanas repletas de fábricas que poluem o ar. Como consequência, a qualidade de vida do Homem diminuirá, sendo o ar menos respirável e ficando, cada vez mais, com problemas de saúde. 4- Acontecerá aquilo que já referi antes, mas espero que a Humanidade tenha a capacidade de conseguir mudar este aspeto, de forma a permitir um futuro mais saudável aos habitantes da Terra.

Beatriz Mano18 anos, 12º ano

1- Sim, sem dúvida, atualmente todos devíamos pensar um bocadinho no ambiente do nosso planeta, afinal é aqui que vivemos.

2- O que eu faço é pouco comparado com o que podia ser feito mas separo o lixo, porque tenho um mini ecoponto em casa e tento comprar produtos com o minímo de caixas e plásticos, na medida do possível, apesar de, por vezes, ser uma tarefa difícil.

3- Como diz o ditado popular “cada um colhe, aquilo que semeia” e, neste caso, não é diferente. A soiedade, ao longo dos anos, tem vindo a ter comportamentos muito pouco adequados quanto à protecção do planeta. Existe imensa informação e sensibilização neste âmbito mas acabamos por passar ao lado disso e até podemos ter a percepção das

Carlos Moreira29 anosProfessor de Matemática

1- Sim, todos nós temos o dever de manter o ambiente que nos rodeia limpo e equilibrado.

2- Pequenos atos podem fazer grandes diferenças, por isso faço reciclagem do lixo doméstico e não deito lixo para chão, são alguns dos exemplos simples e que fazem toda a diferença para preservarmos o ambiente que nos rodeia.

3- Com certeza daqui a dez anos o ambiente que nos rodeia estará bem pior, embora nos países desenvolvidos as preocupações ambientais já façam parte do quotidiano da população, a maior parte dos países do planeta estão em vias de desenvolvimento, e para terem um crescimento económico rápido não olham aos meios para atingirem os fins, portanto podemos concluir que com a gradual degradação do meio ambiente a qualidade de vida do homem vai piorar na mesma proporção.

4- O constante aumento da poluição da nossa atmosfera, numa situação extrema e teórica pode levar á extinção do homem, pois o equilíbrio natural para a nossa sobrevivência no planeta pode ser posto em causa. Nos dias de hoje já algumas consequências que são visíveis, como as doenças respiratórias, alergias, chuvas acidas entre outras.É necessário que seja feita uma reflexão urgente a nível planetário em que não se olhe para o ambiente como um problema para o desenvolvimento económico, mas como solução para o aumento da nossa qualidade de vida. Está na hora de os políticos abrirem os olhos.

mudamos ou muda o planeta e nós seremos bastante afectados. 4- Como considero a poluição como o cancro da Terra, penso que ou lutamos muito e salvamos o nosso planeta e nós mesmos ou então morreremos com ele.

A edição de 2012 dos Encontros Filosóficos decorrerá entre os dias 2 e 5 de Maio, tendo como tema Os Oceanos e a Sustentabilidade.

Há muito que se sabe que os oceanos

são determinantes para a vida na Terra, dado que detêm quase 98% do volume de água existente à superfície do planeta. Neste sentido, os oceanos desempenham um papel fundamental na regulação do clima, atuando como acumulador e distribuidor de energia solar e amenizando as oscilações térmicas.

Os oceanos são uma fonte do oxigénio

que respiramos e um sumidouro do dióxido de carbono que produzimos, além de uma importante fonte de recursos alimentares. Finalmente, servem de suporte a um amplo conjunto de atividades de caráter social, cultural e económico. As enormes massas de água dos oceanos regulam em grande parte o clima do planeta, bem como o balanço das trocas entre os ambientes dos continentes e os corpos de água; a temperatura do globo está, portanto, ligada intimamente à dinâmica dos oceanos. Alterações nas correntes marinhas alteram a distribuição dos organismos - como as algas - que desempenham um papel decisivo na produção de oxigénio.

Entendendo que o desenvolvimento

sustentável pretende garantir que a satisfação das necessidades presentes não irá comprometer a capacidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades, o objetivo dos

consequências destes atos mas, não mudamos. Creio que, ano após ano, de acordo com o que observamos e ouvimos diariamente, as coisas não vão melhorar, pelo contrário. Certas coisas podem parecer um pouco exageradas mas muitas serão verídicas e com certeza que a qualidade de vida humana vai diminuir devido aos comportamentos indevidos. 4- Não sei o que acontecerá ao certo mas muita coisa é especulada acerca deste tema. Se o Homem continuar a adotar estes tipos de comportamentos, provavelmente as doenças respiratórias vão ser mais comuns, infecções, etc.; como já referi anteriormente, o nosso futuro não será muito verde nem azul e sim bastante cinzento.

MARIA DO CÉU BRITO

XIX ENCONTROS FILOSÓFICOSXIX ENCONTROS FILOSÓFICOS consiste em promover uma educação para a sustentabilidade, alertando para as novas exigências e desafios que as sociedades contemporâneas têm pela frente.

Para isso, pretendeu-se estimular

uma reflexão sobre a natureza das interações cada vez mais complexas entre as dimensões ecossistémica, social, cultural e económica que servem de contexto às atividades humanas. Daqui decorre a intenção de contribuir para a facilitação do acesso às ferramentas conceptuais necessárias à compreensão de que as nossas ações podem contribuir de forma decisiva para as mudanças à escala global, não se podendo, portanto, considerar isoladamente cada uma destas vertentes.

Esta reflexão faz tanto mais sentido

na Região Autónoma dos Açores, dado que vem na sequência das diretivas do CREB, o qual associa ao conceito de sustentabilidade o de identidade arquipelágica. Este conceito, criado por Vitorino Nemésio por referência ao modo de ser do açoriano e à sua relação com o mundo, caracteriza uma identidade profundamente marcada por uma antiquíssima relação com o Atlântico.

Os ENCONTROS FILOSÓFICOS

visam promover a reflexão em torno de problemas atuais. Nesse sentido, a abordagem da questão da sustentabilidade terá como horizonte o debate entre os paradigmas ecocêntrico e antropocêntrico, bem como uma visão sistémica da relação do homem com a natureza.

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momentos

Desenha, escreve, ilustra, comenta,

desabafa... Esperamos pela tua contribuição

na caixa preta ou directamente no:

[email protected]

J oana,Desde o primeiro dia que te viO meu coração parou,Avariou,Apenas trabalhava para ti.

As células queixavam-seCom a falta de atenção,Mas ele – o coração,Apenas trabalhava para ti.

O meu coração Mudou de corPara um vermelho mais forteTão intensoComo o meu amor por ti.

Quando apareces,Para mim o mundo desaparece,Os problemas resolvem-seE os becos sem saídaParecem finalmente abertos.

Para mim, As letras do alfabeto não chegamPara descrever o que sinto por ti.

Se não acreditavasAqui tens a provaDo que realmenteSinto por ti.

E u amo-te,Mas não seiComo o dizer,És o que me faz sofrer.

Eu amo-te,Mas não seiComo o mostrarÉs o que me faz chorar.

Eu quero ver-te,Todos os diasMeu amor.

Eu quero, Todos os dias,Te dar calor.

Eu quero amar-te,Mas, tens de me deixar,Porque ... eu ...

AS PESSOAS TROÇAM DE MIM!!

As pessoas troçam de mim mas não há nada de mais injusto que troçar da aparência de alguém. Mais ainda quando se trata da aparência física.

Como tu, e todas as pessoas vítimas de rejeição, devias revoltar-te!Ninguém deve ser discriminado por causa do seu físico, da sua origem racial, da

sua religião...As pessoas são muitos estúpidas porque troçam uns dos outros e batem-se e isso

não devia acontecer mas, infelizmente, existe!!!Não te deixes intimidar pelos que troçam de ti.

Um desabafo para nos fazer pensar

S e tu soubesses que não há dia em que não passes pelos meus pensamentos

Como se de um hábito se tratasse, mesmo que por escassos momentos

Se tu soubesses que me agarro às memória como medo de te perder

Como se contigo se tornasse mais fácil viver

Se tu soubeste que eclipsaste todas as luzes e que eu estou completamente apagada

E que não encontro anda que te eclipse e me deixe iluminada

Se tu soubesses como me dói a dor que me deixaste ainda antes de te ires embora

Porque é que não a levaste em vez de me deixares com ela a toda a hora?

Se tu soubesses a altura do pedestal onde te pus

Descê-lo-ias e virias cá baixo dar-me alguma luz?

Mas tu não sabes nem eu te vou fazer saber

Prefiro endoidecer com dignidade do que saibas que estou a enlouquecer

A escuridão é dura e eu não te tenho para me iluminar

Mas pensando bem nunca te tive, limitei-me a imaginar

Mãe, minha querida mãe.Mãe, és a melhor do Mundo,Mundo onde vivemos felizes contigo.Contigo estamos bem de vidaVida onde nos recebeste lindamente, Lindamente é o lar que criaste para

nós.Nós gostamos muito de ti,De ti temos orgulho.Orgulho porque nunca desistes,Nunca desistes daquilo que te faz viver,Viver do que somos,Somos do mesmo sangue,Sangue o teu que corre em nós.Nós queremos dar-te um beijo,Beijo de um dia feliz.

Feliz dia da mãe!

Poema à mãe

A s pessoas vêm e vão,Umas nascem e outras morrem,Tal como as pessoas de que gostamosE sentimos a falta.Elas deixam saudadeE marcam o nosso coração,Como as pessoas maravilhosasQue eram.Havia coisas nelas que nos fascinavam.Há coisas na vida que perdemosE outras que ganhamosCom dignidade.Eras espectacular,Deixaste muitas saudades.

P.S. Deixaste muitas saudades, sentimos muito a tua falta.

Dedicado a Hélio Lobão

O coração é um símbolo do

amor,

Isso significa que este

coração é o que eu sinto

E o que és para mim...

... o meu amor...

A flor é o símbolo do

romantismo,

Por isso é que eu gosto das

flores.

Celinho

Tiago Gomes

La Ragazza

Pedr

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Anónimo

Carla Dutra

Carla Dutra

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ENTREVISTA A…

1- Qual a situação ambiental do Mar dos Açores neste momento?

A situação ambiental é genericamente boa já que não há grandes fontes de poluição, a qualidade da água varia entre o bom e o excelente e há recursos em abundância, incluindo os fabulosos cetáceos e tubarões dos Açores. Obviamente, como almejamos a perfeição, temos que reconhecer os problemas existentes, como seja a presença da alga invasora Caulerpa

FREDERICO CARDIGOS – Diretor Regional dos Assuntos do Mar

webbiana no Porto da Horta e a diminuição de alguns dos mananciais piscícolas.

2- Quais a medidas impostas para a diminuição das ameaças identificadas?

Temos implementado um plano para combate à alga invasora e atribuímos limites máximos de captura para as espécies mais sensíveis. Apesar de ainda não existirem grandes problemas na área turística, temos legislado e promovido códigos de conduta para essas atividades. Para além disso, em paralelo, mantemos um rigoroso sistema de monitorização ambiental e dos efluentes das indústrias potencialmente mais perigosas. 3- Quais as maiores dificuldades na prevenção dessas ameaças?

A maior dificuldade é a falta de recursos financeiros, o que se materializa sob diversas formas. Por exemplo, no caso da alga invasora, não podemos aumentar o esforço na sua remoção porque é economicamente incomportável.

4- Qual a ilha dos Açores mais “saudável” do ponto de vista ambiental?

Em termos marinhos, todas as ilhas estão entre o muito bom e o razoável, sendo a ilha de São Miguel a que está mais explorada. Se associarmos o ponto de vista terrestre, a análise é muito mais complexa porque as fragilidades de umas são as qualidades das outras. Exemplificando, São Miguel tem os maiores problemas de poluição, que afetam, por exemplo, a qualidade da água nas Lagoas, mas, ao mesmo tempo, tem das mais bonitas paisagens do

arquipélago. A ilha Graciosa é excelente em quase tudo, mas “peca” pela intrusão salina existente na água de consumo. As Flores são quase perfeitas, mas a gestão de resíduos ainda é muito limitada.

Enfim, estão todas bem, mas todas têm

alguns pontos a merecer atenção.

5- O que é que cada um de nós (estudantes) pode fazer para melhorar o estado do ambiente?Primeiro que tudo há que respeitar o

ambiente, ou seja, por exemplo, usar os

recipientes para o lixo, economizar água

e eletricidade e estimar o extraordinário

património ambiental que nos rodeia.

Depois, é essencial estarem atentos e

intervir se considerarem que alguma

coisa está errada ou que, simplesmente,

não pareça fazer sentido. Perguntar

não é um direito apenas, é um

dever de cidadania. Para além disso,

podem participar nas atividades das

organizações não governamentais para

o ambiente. No caso da ilha do Faial há

duas organizações deste tipo: a Azórica e

o Observatório do Mar dos Açores. Tenho

a certeza que ambas gostariam muito de

poder contar com a vossa colaboração

voluntária!

O projeto lançado pelo Observatório do Mar dos Açores (OMA), Centro de Ciência e Parque Natural da Ilha do Faial, financiado pela Direção Regional da Ciência, Tecnologia e Comunicações, no âmbito da rede de Centros de Ciência dos Açores, estará aberto até 31 de Maio.

Este conta com uma exposição interativa, com mais de 30 experiências sobre os tradicionais quatro elementos - Terra, Ar, Água, Terra e Fogo, estando estas exposições divididas por dois locais da ilha do Faial, sendo que os dois

primeiros elementos localizam-se na Antiga Fábrica da Baleia, em Porto Pim, e os elementos posteriores localizam-se no Centro de Interpretação do Vulcão dos Capelinhos, na freguesia do Capelo.

Estas experiências ensinam regras básicas da física, de forma muito eficiente e lúdica, de fácil aprendizagem, através das diversas experiências, de forma cativante e destinadas a qualquer faixa etária, apesar de serem mais indicadas para os jovens.

Para além destes parâmetros, a exposição ainda é mais apelativa pelo facto de ter entrada gratuita e de ter assistentes muito prestáveis, sempre prontos a ajudar.

É uma experiência recomendável a qualquer pessoa, para ser vista sozinha ou em grupo.

Ver o Clima… nos Ombros de Gigantes

Uma das experiências mais atrativas no módulo do ar é a denominada “O Ar ou Tu”. Nesta, existem dois hemisférios de um círculo metálico, que se encaixam, formando um espaço isolado dentro da bola. De seguida “dá-se à bomba”, cerca de 50 vezes, para retirar todo o ar de dentro da esfera, e depois duas pessoas puxam os hemisférios, cada uma um hemisfério, auxiliados por uma estrutura de apoio presa a cada hemisfério, tentando separar os mesmos. A separação acaba por não ser tão fácil como seria de esperar.

Esta experiência demonstra a força exercida pelo ar e pela diferença de pressão relativamente ao meio externo, e faz-nos pensar nas aplicações em que é usada, tanto sem ar, no caso desta atividade, como com excesso de ar, como os amortecedores pneumáticos.

Encontra-se patente no Museu da nossa Escola, até ao final deste 2.º período, uma exposição de aviões em miniatura à escala. Ali poderão ser observados miniaturas de aviões comerciais, bombardeiros e caças, bem como livros, revistas e catálogos alusivos à temática da aviação civil e militar.

Esta actividade insere-se no plano de actividades do Museu de Escola que prevê uma exposição temporária por cada período lectivo.

Recorde-se que no primeiro período esteve patente uma exposição sobre filatelia. Para o terceiro período apresentaremos uma exposição fotográfica alusiva ao historial do Liceu da Horta.

A Comissão Dinamizadora do Museu

da Escola

Exposição temporária no Museu da Escola

SARA CARDIGOS

GUILHERME SOARES E JORGE SALVADOR

Módulo do Ar - Antiga Fábrica da Baleia

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ANA CEBOLA E BEATRIZ VALE

PARA SABER MAIS SOBRE AGRICULTURA BIOLÓGICA…O professor de Biologia, Pedro

Medeiros, que pratica regularmente este tipo de agricultura, disponibilizou-se para responder a algumas perguntas sobre esta atividade.

1. Pode explicar-nos um pouco mais este assunto? O que é a agricultura biológica?

A agricultura biológica é uma forma de produção agrícola que minimiza o impacto ambiental, reduzindo a poluição, integrando a biodiversidade e aproximando o ecossistema agrário de um ecossistema natural. Podem ser utilizados produtos de apoio baseados em extratos de plantas e micro-organismos. Na base, recorre-se à combinação de plantas de forma a resultar uma otimização do crescimento com benefício mútuo entre as culturas combinadas em consociação (policultura). Favorece-se a existência de insetos e outros organismos auxiliares, que ajudam no controlo dos fungos e

dos insetos que podem prejudicar a cultura.

2. O que o levou a iniciar a “carreira” neste campo?

Sempre me chocou a utilização de pesticidas de síntese química que, pela sua persistência no ambiente e pelas suas propriedades de bioacumulação, chegam ao ser humano através da teia alimentar. São produtos que se vão acumulando no organismo, vindo a desencadear anomalias a médio prazo. Por outro lado, os pesticidas não seletivos destroem elos da teia alimentar, comprometendo a sobrevivência das populações de seres vivos, das quais, nós próprios também dependemos.

3. O que é que planta, especificamente?

Neste momento, acompanho uma plantação de proteas. Comecei com a variedade Leucospermum Tango e estou a diversificar, com novos setores

com outras variedades. Potenciando a biodiversidade, nas entrelinhas das proteas e nas bordaduras dos terrenos.

4. De que maneira o faz? Despende muito do seu tempo? É uma prioridade ou um passatempo?

Faço-o nos tempos livres da escola. Sendo a docência a atividade principal, é nela que coloco a prioridade. Procuro organizar-me de forma a otimizar a utilização do tempo. Envolvo colaboradores, porque sozinho não é possível fazer tudo. E eles vão-se integrando e assumindo também a responsabilidade por tarefas específicas.

5. É muito interessante exportar as suas proteas? Explique-nos um pouco como se procede a essa exportação.

As flores são colhidas, calibradas (cor tadas por comprimentos predefinidos), separadas e embaladas por tamanhos em caixas de cartão. Estas seguem via aérea para um cliente

na Holanda, o qual faz vendas diretas e através de leilão.

6. Para onde, em que quantidades e com que frequência exporta os seus produtos?

As nossas flores são exportadas uma vez por ano, durante os meses de janeiro e fevereiro. Faço parte de um grupo de produtores, integrado na Cooperativa de Agricultores da Ilha do Faial e que, no conjunto, exportou para a Holanda cerca de 117 000 proteas em 2011.

O primeiro selo postal surgiu na Inglaterra no dia 6 de Maio de 1840 e foi feito por Rowland Hill (1795-1875), membro do Parlamento inglês. O selo era conhecido como "one penny black", selo negro, que trazia o rosto da rainha Vitória em branco e revelou-se uma invenção muito prática. Antes da criação do selo, o destinatário é que deveria pagar a tarifa e isso gerava um número enorme de devoluções. Os primeiros selos tinham apenas três desenhos: a efígie, o brasão e a cifra, ou uma mistura

deles. Somente no começo do século XX começaram a surgir os selos com motivos comemorativos. A filatelia surgiu então como um passatempo entre os seus apreciadores através de casas de filatelia, que equivaliam ao índice Dow Jones de hoje, uma vez que realizavam avaliações dos preços dos selos a nível mundial.

A Secção Filatélica da Associação

Académica de Coimbra é um orgão da Univesidade de Coimbra a que os estudantes e habitantes da cidade podem associar-se.

O objetivo é que o Coleccionador compre, venda, troque as suas espécies filatélicas entre os colegas, ou adquira à própria Associação.

Desde selos portugueses a estrangeiros, passando por temáticas das mais variadas espécies, tudo é possível encontrar na SF/AAC.

Deixo-vos aqui um artigo que encontrei na Internet sobre a AAC e a sua Secção Filatélica.

Filatelia é o estudo e o colecionismo de selos postais e materiais relacionados. A filatelia tem várias áreas de estudo, a saber: filatelia tradicional, história postal, pré-filatelia, marcofilia, inteiros postais, filatelia temática, aerofilatelia, astrofilatelia, maximafilia, filatelia juvenil, literatura filatélica, selos fiscais, classe aberta e um quadro.

Filatelia - a história contada nos selosFilatelia não é somente a arte de

colecionar selos. É também a arte de apreciar e armazenar fatos históricos importantes para a humanidade. Quem já não se deparou com selos postais e ficou a admirar os seus desenhos? Através da arte da filatelia podemos ficar a conhecer melhor o tema da história médica.

Recolha realizada pelo professor Carlos Lobão

O Projeto PEAS (Projeto de Educação Afetivo Sexual) desenvolve-se no âmbito da Educação para a Sexualidade e tem como objetivos criar contextos de debate e partilha de conhecimentos, ideias e reflexões sobre aspetos ligados à Afetividade, Emoções, Comportamentos de Risco e Doenças Sexualmente Transmissíveis.

O Projeto abarca todos os níveis de ensino, com a preocupação de envolver os alunos, quer em termos cognitivos, quer emocionais, nas diversas problemáticas, ao longo da escolaridade.

Assim, desde há 5 anos que o projeto se desenvolve com a colaboração de técnicos locais: médicos, enfermeiros, psicólogos e professores com formação na área. Para além desta inestimável colaboração, convidamos habitualmente uma personalidade com prestígio para trabalhar as questões dos Afetos e da Sexualidade, com pais, docentes e a comunidade em geral. Em 2009, decorreu uma conferência com o dr. Juan Ambrósio; em 2010 foi palestrante, o dr. Laborinho Lúcio; em maio de 2011, a drª Dalila Paulo realizou uma oficina holística, com o objetivo de promover a autoanálise e a auto-compreensão das emoções.

No último dia 2 de dezembro de 2011 decorreram as duas primeiras sessões sobre Sida e sobre Prevenção dos Riscos,

associados a certos comportamentos. Estas sessões foram dirigidas a todos os alunos do 10º ano e, como vem sendo hábito, com a imprescindível colaboração da dra. Fátima Pinto.

Na semana de 13 a 17 de fevereiro, decorreram as sessões dirigidas aos 7ºs anos de escolaridade que incidiram sobre o tema ”Afetividade”, em contexto de sala de aula, pelo segundo ano consecutivo, com a colaboração da psicóloga da nossa escola, Ana Félix.

Na semana de 23 a 27 de fevereiro, em contexto de sala de aula, decorreram as sessões dirigidas aos 8ºs anos de escolaridade que incidiram sobre o tema ”Adolescência”, com a colaboração da dra. Sónia Goulart que, desde o início deste projeto, tem disponibilizado a sua preciosa colaboração.

No dia 28 de fevereiro decorreu a sessão dirigida aos 11ºs anos de escolaridade que incidiram sobre o tema ” Aborto e IVG”. Desde que existimos como projeto, o dr. Luís Decq Mota tem tido sempre disponibilidade para colaborar com a nossa escola.

Estão a ser agendadas as sessões dirigidas aos 9º e 12º anos de escolaridade sobre os temas “Planeamento familiar” e “Família”, respetivamente, bem como a conferência anual sobre Afetos e Sexualidade dirigida a pais, docentes e comunidade em geral.

Desde já, o nosso muito obrigado a todas as pessoas que nos têm apoiado, direta ou indiretamente, principalmente aos nossos preciosos colaboradores que, desde sempre, se disponibilizaram para que este trabalho pudesse ser desenvolvido.

A comissão do PEAS:Prof. Paulo Gonçalves, Prof. Cecília

Bastos e Prof. Mª do Céu Brito

Cátia

Silv

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Ficha técnica: Propriedade – Escola Secundária Manuel de Arriaga. Coordenação: Professores Adalberto Branco, Lígia Pereira, Paula Casqueiro, Paulo Ruas, Susana Salema. Colaboraram neste número: professores

Carlos Lobão, Victor Rui Dores, Ilídia Quadrado, José Serpa, Paulo Gonçalves, Cecília Bastos, Maria do Céu Brito, Carlos Moreira, Pedro Medeiros; a funcionária Alda Cipriano; os alunos Beatriz Castro, Ana Cebola, Beatriz

Vale, Mariana Pacheco, Patrícia Garcia, Marta Pereira, Pedro Capelas, André Bettencourt, Inês Junqueira, Beatriz Mano, Sara Cardigos, Guilherme Soares, Jorge Salvador, Susana Vieira, Carla Dutra, Tiago Gomes, Renato

Pinto, Daniela Pinheiro, Celinho, Lénia Oliveira, Cátia Silva; o pseudónimo La Ragazza; a Comissão Dinamizadora do Museu da escola; os convidados Frederico Cardigos, Pedro Galvão, Ana Luís.

Ano 2012, Mês de Março. Impressão: Gráfica O Telegrapho, Horta. Tiragem: 1000 exemplares.

PAULO RUAS

A ÉTICA APLICADA AOS ANIMAIS E AO AMBIENTE

1. Peter Singer e Tom Regan são dois conhecidos proponentes da ideia de que a dignidade moral dos indivíduos não depende da espécie a que pertencem. Fazem-no, no entanto, a partir de perspetivas éticas bastante distintas. Pedia-lhe que esclarecesse as principais diferenças que os separam.

Singer é um utilitarista, pensa que a nossa obrigação ética fundamental é contribuir tanto quanto possível para uma melhor qualidade de vida — para um maior bem-estar — daqueles que serão afectados pelas nossas escolhas. Nesta perspectiva, seria arbitrário ignorar o bem-estar dos animais, pelo que é inaceitável matar e fazer sofrer animais quando os benefícios que daí advêm são pouco importantes e poderiam ser obtidos prejudicando muito menos — ou não prejudicando de todo — os animais. Regan, pelo contrário, é um deontologista. Defende que a nossa obrigação prioritária é respeitar certos direitos morais — o direito à vida, à liberdade e à integridade e física e psicológica. Como pensa que muitos animais têm estes direitos, Regan conclui que não é aceitável matá-los, aprisioná-los ou fazê-los sofrer, mesmo que daí resulte um maior bem-estar global.

2. As implicações para o que é (ou não é) moralmente permissível fazer no quadro da nossa relação com os animais não humanos decorrentes das teorias de Singer e Regan são muito distintas. Gostaria que nos explicasse estas diferenças, e também o papel que lhes pode ser atribuído numa avaliação

dos méritos e deméritos de cada uma das teorias.

A perspectiva de Regan tem implicações práticas mais radicais do que a de Singer. Um utilitarista não pode defender consistentemente, por exemplo, a abolição das experiências científicas com animais ou o fim da criação de animais destinados à alimentação. Ele terá de defender apenas que estas práticas devem ser profundamente reformadas no sentido de garantirem um maior bem-estar aos animais. Regan é intransigente. Defende que as práticas referidas, entre outras, têm de ser pura e simplesmente abolidas, pois entende que estas assentam num desrespeito sistemático pelos direitos dos animais.

3. A ideia de que os animais têm dignidade moral não é pacífica. Filósofos como Carl Cohen e Jan Narveson têm-se oposto a esta ideia com alguma veemência e impacto mediático. De facto, as implicações económicas resultantes da introdução de restrições severas na forma como tratamos os animais não são negligenciáveis, e ajudam a explicar uma parte desse impacto. Mantendo, no entanto, o problema no terreno da filosofia, o que caracteriza estas duas posições?

Cohen e Narveson têm posições diferentes sobre esta questão. Cohen pensa que os animais têm estatuto moral. Nega apenas que tenham direitos morais como Regan os entende e argumenta que só os seres humanos têm esses direitos. Narveson é mais radical, pois alega que os animais não têm qualquer estatuto moral. Em seu entender, portanto, não temos quaisquer obrigações para com

os animais. O seu sofrimento, diz-nos ele, não importa nada moralmente.

4. As teorias de Cohen e de Narveson têm sido igualmente criticadas. Que debilidades lhes podem ser apontadas?

Co h e n , e m b o r a e x p o n h a engenhosamente algumas das implicações práticas mais perturbantes da perspectiva de Regan, não consegue explicar realmente por que razão só os seres humanos hão-de ter direitos morais. Ele não fundamenta a sua argumentação numa perspectiva ética definida – e isto é uma debilidade. Narveson, pelo contrário, justifica a sua posição a partir de uma teoria bem definida, que consiste numa versão de contratualismo. Para ele a ética, no fundo, justifica-se como uma espécie de acordo entre os agentes racionais: cada um aceita certas obrigações na condições de os outros também as aceitarem; assim todos ficarão a ganhar, todos recolherão os benefícios da cooperação social. Nesta perspectiva os animais ficam excluídos, dado que não são agentes morais, não têm a capacidade de participar num acordo sobre princípios. O problema desta perspectiva é que deixa de fora não só os animais, mas também os seres humanos das gerações futuras. Dado que esses seres humanos não poderão beneficiar-nos, por que razão, à luz da perspectiva de Narveson, haveremos de nos preocupar com os seus interesses?

5. A ética ambiental tem obtido nos últimos anos o favor de muitos departamentos de filosofia em universidades prestigiadas, e também nos media. No entanto, algumas das posições defendidas neste âmbito, em particular as propostas de J. Baird Callicott, mereceram fortes objeções da parte de filósofos como Singer e Regan.

Quer explicar-nos o que subjaz a esta discordância?

Há muitas diferenças entre Singer e Regan, mas nisto — tal como Narveson e Cohen, aliás — ele estão de acordo: são os indivíduos que têm estatuto moral, as nossas obrigações morais são deveres para com indivíduos. Callicott rompe completamente com este individualismo. Ele defende — ou começou por defender — que a nossa obrigação ética fundamental é preservar a «comunidade biótica», um todo que ultrapassa os indivíduos. Assim, mais do que preocupar-nos com os animais ou com as pessoas considerados individualmente, temos de assegurar a integridade dos ecossistemas e a conservação das espécies. Se for necessário, podemos e devemos sacrificar os indivíduos em função da preservação da comunidade biótica.

6. Dir-se-ia que não precisamos de uma ética ambiental (que obrigaria a reconhecer dignidade moral aos ecossistemas) para admitir que temos obrigações morais bastante fortes em relação ao ambiente. É assim?

Sim, é essa a verdade. Mesmo que pensemos que só os interesses dos seres humanos têm importância moral, teremos de admitir uma obrigação muito forte de conservar o ambiente – isto desde que não ignoremos os interesses dos seres humanos das gerações futuras, claro. Mas por que razão haveríamos de ignorar os seus interesses? Não gostaríamos que os nossos antepassados nos tivessem legado um ambiente deplorável. Por isso, por uma questão de consistência, temos de nos empenhar em legar um ambiente são às pessoas que venham a existir dentro de séculos.

Pedro Galvão

É professor na Faculdade de Letras de Lisboa. Em 2008 publicou Do ponto de vista do universo, a dissertação de doutoramento que apresentou no Departamento de Filosofia da Faculdade onde ensina. Publicou vários artigos, traduções e livros na área da ética, em particular as duas coletâneas de ensaios A ética do aborto e Os animais têm direitos?

Mais informação em:http://pedrogalvao.weebly.com/index.html

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A TIRA DA BEATRIZ SOARES

Está a decorrer na nossa escola mais uma edição do Projeto Parlamento dos Jovens, coordenado pelas professoras Paula Menezes e Ilídia Quadrado. Os temas deste ano são Redes Sociais: combate à discriminação e Redes Sociais: participação e cidadania para o 3º ciclo e secundário, respetivamente.

Numa primeira fase, os alunos constituíram-se em listas de 10 elementos, tendo aparecido duas listas para ambos os ciclos. Estas efetuaram, dentro dos prazos, a sua campanha eleitoral e no dia 16 de Janeiro decorreram as eleições para eleger os deputados à Sessão Escolar. A 23 de Janeiro realizaram-se ambas as Sessões Escolares e foram redigidos os respetivos Projetos de Recomendação. Nesta sessão foram também eleitos os deputados que representaram a nossa escola na Sessão Regional que decorreu na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos

“Sabeis quem foi Frances Dabney?” é o título do próximo trabalho cénico do Clube de Teatro “Sortes à Ventura” e que será apresentado em Maio de 2012, no Dia da Escola.

Com texto e encenação do professor Victor Rui Dores, pretende-se com esta peça lançar alguns olhares sobre a

A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens da Horta foi criada pela Portaria n.º777/92, de 10 de Agosto, e reorganizada pela Portaria n.º1226-SN/2000, de 30 de Setembro, e desde a sua criação o sentido de missão pautou o trabalho de todos aqueles que integraram esta Comissão procurando sempre cumprir para que os direitos da Criança, de uma forma geral, fossem salvaguardados.

A CPCJ da Horta tem procurado promover os direitos das crianças e a sua afirmação junto da comunidade civil e a colaboração com outras entidades, através da realização de fóruns, conferências, visitas às escolas e promoção do plenário de jovens.

Este ano realiza-se a V Semana dos Direitos subordinada ao tema “Absentismo e Abandono Escolar”. Esta Semana dos Direitos divide-se em dois momentos.

Um primeiro, já realizado no dia 24 de Fevereiro, com conferências proferidas pelo Prof. Doutor Daniel Sampaio no Auditório da Escola Secundária Manuel Arriaga, dirigida a professores e alunos, e no Auditório da Biblioteca Pública e Arquivo João José da Graça, esta dirigida a pais, técnicos e público em geral.

O segundo momento da Semana dos Direitos de 2012 decorrerá no dia 17 de março, altura em que se realizará o plenário de Jovens na Assembleia

Legislativa da Região Autónoma dos Açores, onde haverá a apresentação de trabalhos e debate sobre o tema do absentismo e abandono escolar.

O absentismo e o abandono escolar têm sido, desde sempre, os motivos de mais queixas junto da Comissão e consome a maior percentagem de casos trabalhados pelos técnicos. A questão principal é que, muitas vezes, a desmotivação pela escola não é o primeiro problema mas o resultado de muitas outras problemáticas, algumas delas graves, que conduzem ao desnorte dos nossos adolescentes.

Um desses motivos de desânimo e desinteresse pela escola é o bullying, tema central das conferências do Prof. Doutor Daniel Sampaio.

A realização da Semana dos Direitos só é possível graças ao apoio de diversas entidades: Câmara Municipal da Horta, Junta de Freguesia da Conceição (onde se situa a sede da CPCJ), Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Biblioteca Pública e Arquivo Regional João José da Graça, Escola Secundária Manuel Arriaga, Escola Básica e Integrada da Horta, Restaurante Canto da Doca, Padaria Popular e a todos os elementos da Comissão de Proteção e Jovens da Horta.

A CPCJ conta com a sua ajuda de todos para cumprir com o seu objetivo: todas as crianças têm Direito a ser felizes!

V SEMANA DOS DIREITOSANA LUÍS (MEMBRO DA CPCJ)

PARLAMENTO JOVEMAçores, a saber, Carolina Correia e Cláudia Faria pelo 3ºciclo e Graça Silva e Simone Rodrigues pelo Secundário. Esta sessão ocorreu no dia 12 de Março para o ensino secundário e 13 de Março para o 3º ciclo.

No dia 12 de Março, à noite, decorreu também a Sessão do Euroscola. Nesta sessão, dois jovens de cada escola apresentaram um trabalho com a mesma temática do Parlamento dos Jovens do secundário, mas no âmbito europeu. O trabalho da nossa escola foi defendido pelas alunas Simone Rodrigues e Sofia Feitor. Destas sessões ficou apurado o projeto do secundário, em 4º lugar, permitindo a participação da nossa escola na Sessão Nacional na Assembleia da República nos dias 28 e 29 de Maio. Quanto ao básico, ficámos além do 4º lugar pelo que a nossa participação termina nesta fase. Relativamente à Sessão do Euroescola, obtivemos o 4º lugar entre nove escolas concorrentes.

importância que representou, a vários níveis, a permanência da família norte-americana Dabney na ilha do Faial durante o século XIX.

Com este trabalho, o “Sortes à Ventura” associa-se ao “Projeto Cidadania e Sustentabilidade para o século XXI. Caminhos para uma comunidade sustentável nos Açores”, coordenado pelo Conselho Nacional de Educação e que envolve uma turma da nossa Escola.

Em vias de completar 24 anos de actividade ininterrupta, o Clube de Teatro “Sortes à Ventura” registou, neste ano lectivo, um número recorde de inscrições.

Clube de Teatro “Sortes à Ventura”revisita a família Dabney

PROF. ILÍDIA QUADRADO

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