Argumento raciocínio ou arrazoado por meio do qual se procura mostrar ou evidenciar a veracidade,...
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A ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
Argumento raciocínio ou arrazoado por meio do qual se procura mostrar ou evidenciar a veracidade, procedência ou exatidão da afirmação feita. Tem a finalidade
Argumento raciocnio ou arrazoado por meio do qual se procura
mostrar ou evidenciar a veracidade, procedncia ou exatido da
afirmao feita. Tem a finalidade de construir provas ou de
destru-las. Argumentar = fazer brilhar e iluminar.
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Argumentao conjunto de procedimentos lingusticos e lgicos
utilizados pelo enunciador para convencer o enunciatrio. Objetivo
trazer para junto do argumentador o interlocutor, fazendo valer seu
ponto de vista.
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convencer = levar o ouvinte a aceitar a tese defendida pelo
orador persuadir = fazer com que o ouvinte, alm de aceitar a tese
do orador, passe a divulg-la e a pratic-la.
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Processo de convencimento mais fcil em situaes informais e
orais. mais difcil atravs de textos escritos
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Argumento no uma prova inequvoca da verdade implica um juzo do
quanto provvel ou razovel. deve ser verossmil, isto , ter aparncia
de verdade.
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Argumentos so inmeros, criados para cada situao, para cada
pblico, para cada necessidade. Finalidades da Argumentao no Direito
1. comprovar os fatos 2. comprovar as consequncias desses mesmos
fatos.
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A argumentao e a linguagem forense so indissociveis na composio
das peas processuais (convencimento ou persuaso do ouvinte).
Direito no examina fatos, mas suas verses.
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Magistrado levar em considerao uma srie de situaes,
acontecimentos, opinies, sentimentos, posies, princpios, modos de
pensar, que se constituiro nas verses apresentadas sua apreciao por
parte dos envolvidos no processo.
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Deciso do juiz fundamento nas normas de convivncia
estabelecidas para a sociedade, mas considerando as verses do fato
apresentadas por ambas as partes.
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Materializao do Direito convencimento do magistrado melhor
discurso argumentativo, mais verossmil, pois a partir dele que o
juiz apreende a realidade que lhe apresentada).
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Verso mais verdadeira, a mais crvel, a mais verossmil discurso
constitudo de argumentos concatenados pelo raciocnio lgico sobre o
qual incide o contexto e as circunstncias histricas, sociais e
culturais dos envolvidos nesse processo
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Advogado deve dar prioridade queles argumentos que mais se
adequam defesa de sua tese. Prtica do Direito tem estreita relao
com a capacidade de argumentao de seus operadores
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todo argumento passvel de um contra- argumento toda tese
passvel de uma anttese. Operador do Direito precisa interpretar e
avaliar o fato (pesquisas das circunstncias histricas, sociais e
culturais, alm da pesquisa jurdica.
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Argumentar uma atitude tica (capacidade de convencer sem
mentiras, sem coao, sem manipulaes psicolgicas, sem ardis, sem a
utilizao de meios violentos. uma atitude de seduo (utilizao de
meios no violentos para conseguir a adeso do outro, dando-lhe boas
razes para que adira sua tese.
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Ato de argumentar relao de comunicao emissor (orador) receptor
(o outro ou o auditrio), mensagem (aquilo que o emissor quer que o
receptor aceite).
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argumentao pressupe uma ligao entre o orador e seu auditrio.
adaptao do orador ao seu auditrio adeso do auditrio s teses do
orador.
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relao orador/auditrio um dos pilares da teoria da argumentao
perelmaniana. recursos argumentativos identificao entre aqueles que
pretende persuadir e a tese que est defendendo.
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orador deve conhecer previamente o perfil do auditrio ao qual
se dirige e as teses por ele majoritariamente adotadas, a fim de
criar vnculo com o auditrio
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Auditrio caracterizado 1.pela multiplicidade de meios, segundo
os quais uma mensagem transmitida (TV, literatura, rdio e, mais
recentemente, Internet) 2. pela indeterminao de quem a recebe, pois
no conseguimos precisar quantas pessoas, realmente, so alcanadas
por um pronunciamento etc.
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orador define quem deseja convencer: adultos, crianas,
funcionrios pblicos, homens, mulheres, evanglicos etc. Pesquisa de
opinio usada para conhecer as expectativas e o perfil de um
auditrio previamente definido (no meio poltico, na publicidade e
nos meios de comunicao)
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arte de argumentar exige habilidades de: dialogar buscar
entender o mundo, o outro e a si mesmo ler, interpretar, redigir e
se comunicar entendimento e releitura das normas, procurando
interferir nos conflitos e resolv-los
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negociar pesquisar e captar o novo operar com as tcnicas
jurdicas tradicionais lidar com tecnologias compreender novos
problemas agir e pensar multidisciplinarmente.
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raciocnio lgico criatividade sensibilidade conhecimento
(pesquisa de outros campos do saber)
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Elaborao de um argumento em um texto jurdico alm de associar a
norma a um fato concreto, necessrio que o advogado estabelea
coerncia entre esta norma e o fato, com o objetivo de ter a adeso
do auditrio tese apresentada.
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Valverde (2004, p. 32) (lgica formal) para seguir um raciocnio
coerente, adota-se como ponto de partida : uma premissa maior (a
lei) qual se associa uma premissa menor (fato concreto), a fim de
se alcanar a concluso (tese).
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Caminho transcorrido pela lgica formal (Premissa maior,
premissa menor, concluso)no suficiente na rea jurdica. Argumentante
tambm deve operar com conceitos subjetivos adotados pela sociedade
como norteadores e avaliadores de condutas.
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Elaborao de argumentos em uma petio inicial: Premissa maior =
ponto de referncia. Art. 39 da Lei de Crimes Ambientais (prev a
priso de at um ano para quem matar animais da fauna brasileira sem
a devida autorizao). Premissa menor = fato concreto. Alguns
banhistas mataram um tubaro mangona, na Praia de Joatinga, Rio de
Janeiro, no dia 26.04.2003. Logo (tese) Esses banhistas devem ser
condenados pena de recluso.
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conceitos subjetivos ligados ao comportamento humano (valores
culturais), empregados como elementos contextualizadores do ato,
serviro para embasar os argumentos que podero justificar a conduta
dos banhistas, livrando- os da pena de recluso
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Em que circunstncia esse animal foi morto? Havia acontecido
algum ataque de tubaro, em praias cariocas? Qual o estado
psicolgico dos banhistas no momento em que executaram tal ato? Eles
tinham conhecimento de que a espcie morta est em extino?
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Fora de um argumento no pode ser determinada isoladamente,
porque ela depende da forma como ele se articula numa cadeia ou
numa rede de vrios argumentos.
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Estrutura do processo essencialmente dialtica, desde o
oferecimento pelas partes das respectivas razes, at a produo e
exame de provas, passando pela prpria deciso judicial. Pelo fato de
no haver verdade absoluta, a verdade dos argumentos sempre
parcial.
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Normas processuais obrigam as partes a responderem uma outra,
pois os argumentos contrrios e as concluses precisam ser refutados
e no podem simplesmente ser ignorados.
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Elaborao da petio inicial o procedimento de argumentao deve
estar em harmonia com a legislao, de modo que o texto produzido
deve primar pela coerncia, possibilitando sua compreenso e
interpretao pelo leitor.
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Referncias FETZNER. Nli Luza Cavalieri. Argumentao jurdica:
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Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2004.
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VIANA, Joseval Martins. Manual de redao forense e prtica
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RODRIGUEZ, Vctor Gabriel. Argumentao jurdica. Campinas: LNZ, 2002
SILVA, De Plcido. Vocabulrio jurdico. 24. ed.. Rio de Janeiro:
Forense, 2001.