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Armando Castelar Armando Castelar Pinheiro Pinheiro IPEA e UFRJ IPEA e UFRJ Congresso Nacional de Direito Bancário, FEBRABAN Congresso Nacional de Direito Bancário, FEBRABAN São Paulo, 11 de agosto de 2003 São Paulo, 11 de agosto de 2003 Impacto das Decisões Impacto das Decisões Judiciais no Custo Judiciais no Custo Crédito no Brasil Crédito no Brasil

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Armando Castelar Armando Castelar

PinheiroPinheiroIPEA e UFRJIPEA e UFRJ

Armando Castelar Armando Castelar

PinheiroPinheiroIPEA e UFRJIPEA e UFRJ

Congresso Nacional de Direito Bancário, FEBRABANCongresso Nacional de Direito Bancário, FEBRABANSão Paulo, 11 de agosto de 2003São Paulo, 11 de agosto de 2003

Impacto das Decisões Impacto das Decisões Judiciais no Custo Judiciais no Custo Crédito no BrasilCrédito no Brasil

Impacto das Decisões Impacto das Decisões Judiciais no Custo Judiciais no Custo Crédito no BrasilCrédito no Brasil

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O Mercado de Crédito no Brasil

Volume de crédito é pequeno e decresceu no agregado desde o Plano Real

Mercado é segmentado, tanto na oferta quanto na demanda:

Bancos públicos mais voltados para operações de prazo mais longo e certos setores (p. ex., rural e habitação)

Pelo lado dos tomadores mercado divide-se em varejo, middle e corporate.

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Outros fatos estilizados O baixo volume de crédito é um limitante do

crescimento

Aumenta custos do investimento

Reduz eficiência econômica

Segmentação prejudica pequenas empresas e aumenta custos administrativos

Alto custo do crédito é uma causa fundamental para explicar o baixo volume de crédito

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O que não deu certo?

Redução da inflação

- Instabilidade macro não sumiu

Entrada de bancos estrangeiros

- Tecnologia e experiência na concessão de

crédito

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Fatores que contribuem para elevar os juros

Setor público consome grande parte da poupança privada

Elevada taxa passiva (em 2002, 17,8%)

Spreads elevados. Em 2002, 30,0%:

Pessoa física 51,4%

Pessoal jurídica 14,5%

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Decomposição do spread (Banco Central, agosto 2002)

Impostos 29%

Despesas administrativas 14%

Margem líquida 40%

Inadimplência 17%

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O que fazer para reduzir o custo do crédito? Aumentar poupança pública

Expandir corrente de comércio exterior

Redução dos tributos

Atitude pró-ativa de promoção da concorrência

Reduzir inadimplência

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Causas da Inadimplência

Capacidade de pagar:

Insucesso no projeto ou no emprego (risco

comercial)

Instabilidade econômica (risco de mercado)

Disposição a pagar:

Falta de incentivos para que devedores

paguem -- oportunismo

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Formas de reduzir inadimplência

(1) Selecionar adequadamente os devedores:Bancos de dados com informações

negativas e positivasTecnologia para usar essas informações Pessoal devidamente treinado

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Formas de reduzir inadimplência

(2) Aumentar incentivos para que devedor pague:Ameaça de inscrever em listas negras

(SPC, Serasa etc.)Leis de proteção aos direitos do credor

devidamente aplicadas pelo judiciárioMelhorar qualidade das garantias

pessoais e reais

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Garantias

Em 2002, spreads no financiamento de veículos foi de 20%, contra 47% para financiamento de outros bens.

O que faz uma garantia ser boa? Bons registros de propriedade Mercado secundário líquido Possibilidade de rápida retomada em caso de

inadimplência

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Alguns dos esforços atuais vão nessa direção

Central de Risco de Crédito

Cédula de Crédito Bancário

Separação de juros e principal

Clarificação sobre anatocismo no SFN

Prioridade a empréstimos com garantias

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Lei das Falências

Prioridade dada ao fisco e aos trabalhadores é vista como anulando grande parte do valor das garantias

“Credores acabam trabalhando para fisco.”

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Nova Lei das Falências (em discussão)Nova Lei das Falências (em discussão)

Tenta facilitar recuperação da empresa e discussão procurou introduzir o espírito de maior equilíbrio na proteção aos diferentes credores

Passo correto, mas ficam questões: Proteção aos trabalhadores e ao fisco deveriam

ser atenuadas Comunicação com sociedade civil e judiciário em

particular Muitas cobranças judiciais nunca chegam ao

estágio da falência

Tenta facilitar recuperação da empresa e discussão procurou introduzir o espírito de maior equilíbrio na proteção aos diferentes credores

Passo correto, mas ficam questões: Proteção aos trabalhadores e ao fisco deveriam

ser atenuadas Comunicação com sociedade civil e judiciário em

particular Muitas cobranças judiciais nunca chegam ao

estágio da falência

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Outras medidas que podem reduzir os spreads

Informações melhores e mais disseminadas

Cadastro de informações positivas

Maior compartilhamento de informações

Redução da informalidade

Reformas tributária e trabalhista e redução da regulação corporativa

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Outras medidas que podem reduzir os spreads

Fomentar competição entre credores

Melhorar informação e garantias

Facilitar migração entre instituições financeiras

Atribuir clara responsabilidade institucional pelo fomento à competição

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Proteção Legal e Judicial aos Credores

Leis e, principalmente, tribunais não protegem adequadamente os credores

Morosidade da justiça é o principal problema

Legislação processual dá inúmeras oportunidades de adiar o pagamento de dívidas

Parcialidade e falta de previsibilidade: diferenças na interpretação da lei e “politização” do judiciário

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Impacto da Eficiência do Judiciário no Volume de Crédito Há diferenças na razão crédito/PIB

para cada estado não explicadas por diferenças de renda per capita

Estados com judiciário mais ineficiente têm menores volumes de crédito

Diferenças na qualidade do judiciário são quase tão importantes como na renda per capita para explicar a razão crédito/PIB em cada estado

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Outras medidas que podem reduzir os spreads

Reduzir morosidade e aumentar segurança jurídica das cobranças judiciais

Reformas no código de processo, da notificação das partes à execução de garantias

Utilizar Juizados Especiais para cobrança de pequenos empréstimos?

Melhorar acesso à informação e debater posicionamento dos magistrados

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Avaliação do judiciário pelas empresas no Brasil

Agilidade Imparcialidade Custos

Bom e Ótimo 1,2 26,1 15,0

Regular 8,1 44,4 38,5

Ruim e Péssimo 90,8 25,6 41,5

Sem opinião 0,0 4,0 5,0

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Avaliação do Judiciário pelos magistradosAvaliação do Judiciário pelos magistrados

Agilidade Custas Despesas Previsibilidade Imparcialidade

Muito bom 2,1 5,4 2,0 5,7 39,3

Bom 11,7 22,8 15,5 40,6 46,1

Regular 39,9 43,4 49,9 34,8 11,5

Ruim 34,7 22,0 24,4 12,6 2,1

Muito ruim 11,6 6,5 8,2 6,2 1,0

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Relevância de fatores responsáveis pela morosidade da JustiçaRelevância de fatores responsáveis pela morosidade da Justiça

Muito relevante

Relevante Pouco relevante

Sem nenhuma relevância

Insuficiência de recursos (humanos, materiais etc.) 70,3 24,2 4,4 1,1

Deficiências do ordenamento jurídico 53,3 33,6 10,8 2,4

Ineficiência administrativa 30,3 47,2 20,7 1,8 Formalismo processual exagerado 52,7 33,2 12,7 1,4

Mau funcionamento do Ministério Público 8,9 27,6 44,0 19,4

Mau funcionamento dos Cartórios 29,2 44,9 21,7 4,2

Forma de atuação dos advogados 42,8 40,1 14,9 2,2

Atitude passiva de juizes e outros operadores do direito à morosidade do sistema judicial

28,6 43,7 20,4 7,3

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Com relação ao vigente ordenamento jurídico cível, o que lhe parece relevante para explicar a morosidade da Justiça?

Com relação ao vigente ordenamento jurídico cível, o que lhe parece relevante para explicar a morosidade da Justiça?

Muitoimportante

Importante Poucoimportante

Semnenhuma

importânciaLegislação substantiva:

Instabilidade 30,3 34,3 28,4 7,0

Anacronismo 30,7 41,5 22,2 5,7

Existência de contradições 18,3 34,5 36,4 10,8

Inadequação 26,1 41,2 25,8 6,9

Legislação processual:

Muitas possibilidades deprotelar decisões

82,0 14,9 2,8 0,3

Possibilidade de recurso aum número excessivo deinstâncias

80,1 15,8 3,7 0,4

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Freqüência com que partes privadas recorrem à justiça apenas para explorar morosidade do JudiciárioFreqüência com que partes privadas recorrem à justiça apenas para explorar morosidade do Judiciário

Muitofreqüente

Algofreqüente

Poucofreqüente

Nunca ouquase nunca

ocorreTrabalhista 30,7 22,5 24,1 22,7

Trib. Esfera Federal 62,1 28,4 7,4 2,1

Trib. Esfera Estadual 54,6 34,0 9,7 1,7

Trib Esfera Municipal 49,9 32,3 14,8 3,0

Comercial 31,5 43,8 20,9 3,9

Propriedade Industrial 12,6 27,4 45,7 14,3

Direitos Consumidor 10,7 21,7 41,3 26,3

Meio Ambiente 10,7 23,7 39,3 26,3

Inquilinato 24,9 37,8 27,5 9,8

Mercado de crédito 42,0 35,4 17,7 4,9

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Freqüência com que decisões do juiz são mais baseadas em suas visões políticas do que na leitura rigorosa da lei.

Freqüência com que decisões do juiz são mais baseadas em suas visões políticas do que na leitura rigorosa da lei.

Muito freqüentemente

4,1

Freqüentemente 21,0

Ocasionalmente 52,2

Raramente 20,8

Nunca 2,0

Muito freqüentemente

4,1

Freqüentemente 21,0

Ocasionalmente 52,2

Raramente 20,8

Nunca 2,0

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Freqüência com que as decisões dos magistrados são “politizadas”, por tipo de causa (%)

Freqüência com que as decisões dos magistrados são “politizadas”, por tipo de causa (%)

Muito freqüente

Algo freqüente

Pouco freqüente

Nunca ou quase nunca

ocorre Trabalhista 17,0 28,1 25,9 12,0 Tributária 10,5 28,1 34,3 9,9 Comercial 3,2 14,4 43,6 16,7 Propriedade Industrial 1,9 10,5 35,1 20,1 Direitos do Consumidor 12,0 29,6 25,8 13,4 Meio Ambiente 17,1 28,2 22,1 10,9 Inquilinato 4,9 15,2 35,1 22,7 Previdenciária 14,7 31,3 27,1 9,6 Mercado de Crédito 12,0 27,4 26,9 10,3 Privatização 25,0 31,4 17,5 5,5 Regulação de Serviços Públicos

17,9 32,5 20,9 7,4

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Tensão entre respeito aos contratos vs. atenção aos interesses de segmentos sociais menos privilegiados(%)

Tensão entre respeito aos contratos vs. atenção aos interesses de segmentos sociais menos privilegiados(%) Amostra

Total Juízes

Federais Idade <40

RG, SP, RJ e DF

Posição A Os contratos devem ser sempre respeitados, independentemente de suas repercussões sociais

21,2

21,0

16,3

29,4

Posição B O juiz tem um papel social a cumprir, e a busca da justiça social justifica decisões que violem os contratos

78,8

79,0

83,7

70,6

Amostra Total

Juízes Federais

Idade <40

RG, SP, RJ e DF

Posição A Os contratos devem ser sempre respeitados, independentemente de suas repercussões sociais

21,2

21,0

16,3

29,4

Posição B O juiz tem um papel social a cumprir, e a busca da justiça social justifica decisões que violem os contratos

78,8

79,0

83,7

70,6

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Concorda mais com posição

(A) (B) Outras

respostas Sem

opinião Grandes empresários 72% 15% 7% 6% Lideranças do segmento de pequenas e médias empresas 45% 50% 5% 0% Dirigentes de entidades de representação sindical 24% 73% 3% 0% Senadores e deputados federais 44% 39% 17% 0% Executivos do governo federal 77% 15% 8% 0% Membros do judiciário e Ministério Público 7% 61% 32% 0% Imprensa 52% 32% 16% 0% Religiosos e ONGs 22% 53% 22% 3% Intelectuais 50% 30% 18% 2% Total 48% 36% 14% 2% Fonte: Bolívar Lamounier e Amaury de Souza, 2002, “As Elites Brasileiras e o Desenvolvimento Nacional: Fatores de

Consenso e Dissenso”, Idesp. Fonte: Bolívar Lamounier e Amaury de Souza, 2002, “As Elites Brasileiras e o Desenvolvimento Nacional: Fatores de

Consenso e Dissenso”, Idesp.

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Em que tipos de causas deve prevalecer a posição A ou B?Em que tipos de causas deve prevalecer a posição A ou B?

Trabalhista Regulação Direitos doConsumidor

MeioAmbiente

Deve sempreprevalecer A 10,2 13,4 7,5 9,4

Em geral deveprevalecer A 12,3 17,3 10,9 9,1

As duas têmigual chance deprevalecer

26,5 30,9 20,3 17,8

Em geral deveprevalecer B 42,1 26,6 45,6 42,2

Deve sempreprevalecer B 8,9 11,8 15,7 21,5

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Em que tipos de causas deve prevalecer a posição A ou B?Em que tipos de causas deve prevalecer a posição A ou B?

Inquilinato Previdenciária Mercadode Crédito

Comercial

Deve sempreprevalecer A

14,5 11,5 15,8 19,2

Em geral deveprevalecer A

29,6 16,1 28,9 37,3

As duas têm igualchance de prevalecer 30,6 24,1 27,8 28,4

Em geral deveprevalecer B

21,0 37,3 20,2 12,0

Deve sempreprevalecer B

4,4 11,0 7,3 3,1

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Algumas observações finais O mercado de crédito não é o único afetado pela

morosidade e a baixa segurança jurídica

O investimento e a eficiência da economia como um todo são particularmente prejudicados, levando a um crescimento mais lento da economia

Há quem se beneficie com esses problemas, ou pelo menos tenha benefícios em certas áreas, a despeito de perdas em outras

Uma melhoria significativa dessa situação vai exigir perseverança, transparência e muito diálogo.

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“Desde o século XIX, as nações vêm copiando as leis do Ocidente para dar aos seus cidadãos um aparato institucional que lhes permita criar riqueza. Eles continuam a copiar essas leis hoje em dia, e obviamente isso não funciona. A maioria dos cidadãos não consegue usar a lei para converter suas poupanças em capital. Porque isso ocorre e o que é necessário fazer para que a lei funcione permanece um mistério.” (Hernando de Soto, the Mystery of Capital, 2000)

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Juristas e Economistas ou Juristas versus Economistas?“Enquanto a eficiência constitui-se no problema

fundamental dos economistas, a justiça é a preocupação que norteia os homens do direito (...) é profunda a diferença entre uma disciplina que procura explicar a vida econômica (e, de fato, todo o comportamento racional) e outra que pretende alcançar a justiça como elemento regulador de todos os aspectos da conduta humana. Esta diferença significa, basicamente, que o economista e o jurista vivem em mundos diferentes e falam diferentes línguas.”(George Stigler, 1992, “Law or Economics?)