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Vitamina C na prevenção do envelhecimento cutâneo Vitamin C in prevention of skin aging Cintia Meneses Barros Nutricionista. Patrícia Martins Bock Farmacêutica, Mestre em Fisiologia. Docente do Centro Universitário Metodista do Sul IPA, Porto Alegre/RS Autor para correspondência: Patrícia Martins Bock Endereço: Rua Avaí, n o 137/402 CEP 90050-200 Porto Alegre-RS Fone: (51)33161224 ou (51) 81125269 e-mail: [email protected] Palavras-chave: Vitamina C; Ácido ascórbico; Derivados da vitamina C; Envelhecimento cutâneo; Antioxidantes. Keywords: Vitamin C; Ascorbic acid; Derivatives of vitamin C; Skin Aging; Antioxidants. RESUMO O envelhecimento da pele ocorre por acúmulo de radicais livres nas células epiteliais. Existem dois tipos de processos de envelhecimento: o intrínseco, de natureza genética, e o extrínseco causado por exposições repetitivas aos raios ultravioleta. O objetivo deste estudo foi revisar na literatura, evidências da utilização da vitamina C na prevenção do envelhecimento. A vitamina C é um antioxidante aliado na prevenção do envelhecimento, com capacidade de detoxificar esses radicais livres. Este nutriente pode ser administrado de maneira tópica, na forma de cremes, que o contenham ou seus derivados, ou de maneira oral pela ingestão de alimentos ou suplementos, sendo ambos eficazes na prevenção e proteção do envelhecimento cutâneo. Existem vários estudos experimentais que demonstram a eficácia desta vitamina na proteção a processos oxidativos. No entanto, há mais relatos de estudos na utilização tópica, sendo necessárias mais evidências sobre o uso oral da vitamina C na prevenção do envelhecimento cutâneo. ABSTRACT The aging of the skin occurs for accumulation of free radicals in the epithelial cells. Two types of aging processes exist: the intrinsic one, of genetic nature, and the extrinsic one caused for repetitive expositions to the rays ultraviolet. The objective of this study was to revise in literature evidences of the use of vitamin C in the prevention of the aging. Vitamin C is an antioxidant substance in the prevention of the aging, with capacity of to eliminate these free radicals. This nutrient can be used in topical way, in the form of creams It contend or its derivatives, and in oral way with food ingestion or supplements, being both efficient in the prevention and protection it cutaneous aging. Some experimental studies exist that demonstrate to the effectiveness of this vitamin in the protection the oxidatives processes. However, it has more reports of studies in the topical use, being necessary more evidences on the oral use of vitamin C in the prevention of the cutaneous aging.

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Vitamina C na prevenção do envelhecimento cutâneo

Vitamin C in prevention of skin aging

Cintia Meneses Barros – Nutricionista.

Patrícia Martins Bock – Farmacêutica, Mestre em Fisiologia. Docente do Centro Universitário

Metodista do Sul – IPA, Porto Alegre/RS

Autor para correspondência:

Patrícia Martins Bock

Endereço: Rua Avaí, no137/402 CEP 90050-200 Porto Alegre-RS

Fone: (51)33161224 ou (51) 81125269

e-mail: [email protected]

Palavras-chave: Vitamina C; Ácido ascórbico; Derivados da vitamina C; Envelhecimento

cutâneo; Antioxidantes.

Keywords: Vitamin C; Ascorbic acid; Derivatives of vitamin C; Skin Aging; Antioxidants.

RESUMO

O envelhecimento da pele ocorre por acúmulo de radicais livres nas células epiteliais. Existem

dois tipos de processos de envelhecimento: o intrínseco, de natureza genética, e o extrínseco

causado por exposições repetitivas aos raios ultravioleta. O objetivo deste estudo foi revisar

na literatura, evidências da utilização da vitamina C na prevenção do envelhecimento. A

vitamina C é um antioxidante aliado na prevenção do envelhecimento, com capacidade de

detoxificar esses radicais livres. Este nutriente pode ser administrado de maneira tópica, na

forma de cremes, que o contenham ou seus derivados, ou de maneira oral pela ingestão de

alimentos ou suplementos, sendo ambos eficazes na prevenção e proteção do envelhecimento

cutâneo. Existem vários estudos experimentais que demonstram a eficácia desta vitamina na

proteção a processos oxidativos. No entanto, há mais relatos de estudos na utilização tópica,

sendo necessárias mais evidências sobre o uso oral da vitamina C na prevenção do

envelhecimento cutâneo.

ABSTRACT

The aging of the skin occurs for accumulation of free radicals in the epithelial cells. Two

types of aging processes exist: the intrinsic one, of genetic nature, and the extrinsic one

caused for repetitive expositions to the rays ultraviolet. The objective of this study was to

revise in literature evidences of the use of vitamin C in the prevention of the aging. Vitamin C

is an antioxidant substance in the prevention of the aging, with capacity of to eliminate these

free radicals. This nutrient can be used in topical way, in the form of creams It contend or its

derivatives, and in oral way with food ingestion or supplements, being both efficient in the

prevention and protection it cutaneous aging. Some experimental studies exist that

demonstrate to the effectiveness of this vitamin in the protection the oxidatives processes.

However, it has more reports of studies in the topical use, being necessary more evidences on

the oral use of vitamin C in the prevention of the cutaneous aging.

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Introdução

O envelhecimento da pele ocorre por acúmulo de danos moleculares nas células

epiteliais. Existem dois tipos de processos que podem levar ao envelhecimento cutâneo: o

primeiro sendo de natureza genética, chamado de envelhecimento intrínseco, que não é

passível de intervenção, tendo como exemplo, mudanças hormonais associadas à menopausa.

O segundo ocorre por acúmulos de danos ao DNA, causados por exposições repetitivas aos

raios solares ultravioleta e efeitos químicos que são os chamados processos oxidativos, sendo

identificado como envelhecimento extrínseco (IVIÉ, 2008; SHIBAYAMA et al, 2007;

VELASCO et al, 2004).

Espécies reativas de oxigênio, incluindo os radicais livres, são geradas por reações

fotoquímicas provocadas por exposição aos raios ultravioleta. Estes são os principais

causadores dos processos oxidativos, que por sua vez, são os mediadores dos efeitos

deletérios do envelhecimento da pele. Como conseqüência podem danificar o DNA,

membrana das células e proteínas, como colágeno e elastina. (FARRIS et al, 2005; IVIÉ,

2008).

O ácido ascórbico é uma vitamina hidrossolúvel, que age como um antioxidante,

detoxificando os radicais livres das células e combatendo os processos oxidativos. Desta

forma, é um aliado na prevenção do envelhecimento da pele. Este nutriente pode ser fornecido

ao organismo de duas maneiras, por via oral - ingerido através de alimentos ou medicamentos

que contenham a vitamina - e de maneira tópica, sendo aplicado na forma de cremes ou

produtos semelhantes (LUNN, 2007; SHIBAYAMA, 2008).

Metodologia

O presente artigo foi elaborado através de pesquisa bibliográfica em bases de dados

nacionais e internacionais, através dos periódicos da CAPES e pesquisas realizadas on-line e

em bibliotecas, através de livros e artigos, publicados preferencialmente nos últimos 10 anos.

Uso tópico da vitamina C e derivados

A vitamina C pode ter importantes efeitos no anti-envelhecimento, corrigindo perdas

estruturais e funcionais da pele. Isto foi demonstrado em uma pesquisa realizada com trinta e

três voluntárias, que aplicaram um creme contendo 3% de vitamina C no seu antebraço, por 4

meses no inverno. O resultado encontrado foi que a região tratada com o creme contendo a

vitamina, teve aumento da atividade proliferativa da epiderme e do número de vasos

sangüíneos novos. Com isso, a vitamina C pode estar relacionada à regeneração da epiderme,

tendo um efeito foto-protetor na pele. Após o fim do tratamento, as células foram analisadas

por 2 meses, não havendo diferenças significativas em sua evolução (SAUERMANN et al,

2004).

Na França, foi comprovado que a aplicação tópica de creme contendo 5% da vitamina,

melhorou a aparência de peles fotodanificadas, por ativar a síntese de fibras elásticas

dérmicas, aumentando a densidade e diminuindo assim a profundidade de sulcos dérmicos. A

pesquisa foi realizada com vinte voluntárias saudáveis, com idade entre 51 e 59 anos. Dentre

elas, uma foi excluída, por motivo de doença. Das dezenove mulheres, dez aceitaram fazer

biopsia da pele após seis meses de tratamento. O estudo consistiu na aplicação de dois

cremes, um contendo 5% da vitamina na sua composição e um segundo creme sem adição do

nutriente, para ser analisado o efeito placebo entre as voluntárias. Os cremes foram aplicados

no antebraço e na parte baixa do pescoço, sendo analisados 3 e 6 meses após aplicação diária,

comparando com análise feita no inicio do estudo. A biopsia consistiu na retirada de 3

milímetros da pele do antebraço para análise (HUMBERT et al, 2003).

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A semelhança dos estudos, referente a aplicação tópica de cremes contendo uma

porcentagem de vitamina C no seu conteúdo, sugere a eficácia do nutriente na proteção

cutânea contra danos às células epiteliais. Os resultados demonstram que a vitamina protege a

pele contra radicais livres formados por exposição solar repetitiva, podendo criar uma camada

fotoprotetora na epiderme. Também é interessante ressaltar, que mesmo uma baixa

porcentagem e um tempo relativamente curto, quando se tratando de cuidados estéticos, se

mostram eficientes aos cuidados da pele.

O ácido ascórbico é uma vitamina instável em temperaturas altas e facilmente oxidada.

Por este motivo, foram sintetizados a partir da própria vitamina, derivados anfifílicos

chamados de Isostearil 2-O-L-ascorbil fosfato dissódico (VCP-IS-2Na) e ácido L-ascórbico 2-

fosfato (VCP-Na), que se caracterizam por sua estabilidade em diferentes soluções aquosas e

faixas de pH e por sua não-redutibilidade. Estes derivados são utilizados na fabricação de

cremes e assemelhados, que são aplicados de maneira tópica na pele (SHIBAYAMA et al,

2008).

Em alguns estudos realizados no Japão, foram demonstrados efeitos efetivos no uso

de VCP-IS-2Na no fornecimento de vitamina C para a pele. A vitamina C sendo aplicada

diretamente na pele não obteve diferença nos resultados. O objetivo era estudar os efeitos do

pré-tratamento em fibroblastos com VCP-IS-2Na na proteção contra lesão celular induzida

pelos efeitos físicos (UVA e UVB) e químicos (H2O2) que são relacionadas com os processos

oxidativos das células, causando o envelhecimento da pele. No segundo estudo, o autor

confirmou que derivados de vitamina C melhoraram e promoveram a síntese de colágeno tipo

I em fibroblastos na pele (SHIBAYAMA et al, 2007; SHIBAYAMA et al, 2008).

O tratamento da pele com ácido ascórbico e seus derivados é eficaz no

embranquecimento da pele por inibir a síntese de melanina em melanócitos. Este processo

ocorre porque VCP-IS-2Na inibe a atividade tirosinase celular em células de melanoma e

melanócitos diminuindo assim a síntese de melanina, evitando a conversão de tirosina em

eumelanina ou feomelanina. Também foi notado no decorrer da pesquisa que VCP-IS-2Na é

mais eficaz que a vitamina C e VCP-Na no embranquecimento da pele, isso pode ter ocorrido

por esses dois componentes serem menos resistentes a altas temperaturas e efeitos oxidativos

(MATSUDA et al, 2007).

A eficácia dos derivados da vitamina C na proteção e promoção na síntese de

colágeno, embranquecimento da pele e na inibição da síntese de melanina, podem ser notados

por alguns estudos realizados. Isto ocorre provavelmente, pela melhor estabilidade desses, em

diferentes faixas de pH, temperaturas, exposições solares e outros processos que oxidam

facilmente o nutriente. A vitamina C isoladamente utilizada, não apresenta resultados

representativos para as pesquisas, fazendo com que o uso de derivados, ganhe um espaço

maior no mercado. Também é possível notar, que existem outras formas de fornecer a

vitamina ao organismo, mesmo que de maneira tópica, tornando-a eficiente da mesma forma.

Existem outras maneiras possíveis para analisar a eficácia da vitamina C e seus

derivados. Um destes métodos é a aplicação dos derivados em modelo de pele humana in

vitro. Foi realizado um experimento, utilizando Magnésio L-ascorbil-2-fosfato (AsPM), um

derivado da vitamina C, nesse modelo de pele, onde, houve melhora e uma regeneração na

junção dérmica-epidérmica (DEJ). Esta melhora ocorreu porque este derivado aumentou o

número de fibroblastos e queratinócitos, que são as proteínas responsáveis pela síntese desta

junção. Quando a DEJ sofre alterações dermatológicas, pode ocorrer o envelhecimento

cutâneo (MARRIONNET et al, 2006).

A aplicação dos derivados da vitamina C, Ascorbil tetra-isopalmitato (ATIP) e

Magnésio ascorbil fosfato (MAT), demonstraram o aumento da umidade no estrato córneo e

da hidratação das camadas celulares profundas. Porém, foi MAT que apresentou maiores

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benefícios para o tratamento da pele. A vitamina C que também foi utilizada para comparar

sua eficácia diante dos seus derivados não apresentou resultados representativos. A pesquisa

comparou estes dois derivados mais o ácido ascórbico, em uma análise que foi realizada em

dois momentos. O primeiro in vitro, onde utilizou-se um sistema aquoso e um lipídico,

mostrando uma boa atividade antioxidante dos derivados mesmo em baixa concentração. E o

segundo in vivo onde foi aplicado diariamente no antebraço de 40 voluntários uma solução

contendo estes derivados por 4 semanas (CAMPOS et al, 2008).

É possível notar a variedade de derivados da vitamina C que são eficientes na proteção

contra danos moleculares na pele. A grande quantidade de estudos com estes derivados, abre

um leque de oportunidades na área da estética e proteção contra o envelhecimento, que é uma

das maiores preocupações da população atualmente. Equipes relacionadas a este tema, que se

envolvam na produção, aplicação e orientação sobre o nutriente, fazem com que cada vez

mais profissionais ligados à busca pela beleza, surjam, para atender a demanda de seu público

alvo. A aplicação tópica da vitamina na pele, protegendo contra radicais livres provenientes

de efeitos físicos e químicos, confirma a eficácia desde nutriente, mostrando que a vitamina C

e seus derivados, se relacionam com a qualidade de vida e bem estar do ser humano.

Uso oral da vitamina C

A ingestão de vitamina C, um potente antioxidante encontrado em alimentos frescos, é

importante, pois previne o acúmulo de radicais livres no organismo, que são os principais

causadores do envelhecimento. Esta afirmação pôde ser confirmada em um estudo realizado

nos Estados Unidos, sobre ingestão alimentar e envelhecimento da pele. Foi mostrado que

mulheres com menor ingestão de alimentos ricos em vitamina C, tinham a pele mais

enrugada, seca e atrofiada, do que mulheres que tinham uma boa ingestão de alimentos com o

nutriente. Maior ingestão de vitamina C demonstrou um aumento na foto-proteção da pele. O

estudo foi realizado com 4.025 mulheres com idade entre 40 e 74 anos. Os dados alimentares

foram colhidos por recordatório 24 horas e questionário para outros dados também analisados

(COSGROVE et al, 2007).

Na Suécia um estudo realizado sobre os hábitos alimentares de gregos e suecos,

concluíram que a pele fotoenvelhecida pode ser influenciada pelos alimentos consumidos e

que suecos têm menores problemas relacionados à danos cutâneos. Foi realizado um

questionário com 453 indivíduos com 70 anos ou mais. O questionário colheu dados dos

hábitos alimentares do ano anterior das pessoas pesquisadas. Os alimentos contidos no

questionário eram comumente consumidos por cada população. A análise biológica da pele,

foi avaliada pelo método de microtopografia não-invasiva, no dorso das mãos, avaliando

assim o processo de envelhecimento da pele. A vitamina C é um antioxidante que está

relacionada nos nutrientes que diminuem os dados actínicos da pele. Com base nisto, suecos

por terem uma ingestão elevada de alimentos ricos em antioxidantes, apresentam menores

problemas de pele. Entre os alimentos relacionados no questionário estavam inseridos as

hortaliças e as frutas frescas, que são os mais consumidos por está população (PURBA et al,

2001).

Pesquisa com mulheres vegetarianas e não-vegetarianas, avaliou qual dieta é mais

eficiente no controle aos danos oxidativos. O resultado encontrado foi que a dieta vegetariana,

é mais rica em antioxidantes, entre eles a vitamina C. O aumento do nível plasmático de

vitamina C no organismo diminuiu os níveis de danos oxidativos, que são os maiores

responsáveis pelo envelhecimento. Também foi avaliado, que antioxidantes ingeridos através

do consumo de alimentos, são mais eficazes na redução dos danos no DNA, do que com a

suplementação (KRAJČOVIČOVÁ-KUDLÁČKOVÁ et al, 2008).

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Uma dieta adequada é extremamente importante para a prevenção do envelhecimento

cutâneo. Há dificuldade principalmente de idosos, em ingerir alimentos frescos, como frutas e

hortaliças, que são os alimentos ricos na vitamina C. A dificuldade está relacionada com

problemas na mastigação, preparação e na aquisição destes produtos. A ingestão inadequada

da vitamina, está vinculada com maior probabilidade de ocorrer doenças relacionadas ao

envelhecimento, como acidente vascular cerebral e problemas cardíacos. O ácido ascórbico,

diminui a glicação de proteínas, com esta diminuição o processo de envelhecimento torna-se

mais lento (BARTALI et al, 2003; NELSON et al, 2003; KRONE et al, 2004).

Em um estudo realizado na Finlândia com uma população de idosos fumantes do sexo

masculino, observou-se que a suplementação de vitamina E associada a uma dieta com altos

níveis de vitamina C, tornou-se benéfica para este grupo populacional. Esta junção de

vitaminas diminuiu os riscos de doenças relacionadas ao envelhecimento, refletindo em

menores índices de mortalidade. Os benefícios na combinação destas vitaminas, ocorrem

provavelmente, por ambas serem potentes antioxidantes, neutralizando assim processos de

estresse oxidativo que são as principais causas do envelhecimento humano (HEMILÄ et al,

2009).

Suplementação de antioxidantes por via oral, entre eles a vitamina C, na forma de

cápsulas, são consideradas potentes seqüestradoras de radicais livres. Este método é bastante

utilizado pelas pessoas que não conseguem manter uma alimentação balanceada, necessitando

desta maneira, suplementar os nutrientes que estão em carências no seu organismo. Porém, a

suplementação de vitamina C e outros antioxidantes, podem não ser benéficos para o

metabolismo. Estudo relata que há uma maior incidência de câncer de pele em mulheres que

aderem a este tipo de suplementação, diferente dos homens. Isto pode ocorrer por causa da

diferença metabólica entre os sexos ou pela ingestão dietética diferenciada de ambos. Outra

hipótese, é que a suplementação de vitamina C em níveis elevados, quantidade não mostrada

no estudo, podem fazer a vitamina agir como um pró-oxidante, que desencadeia a produção

de efeitos oxidativos, tendo assim, um efeito contrário do esperado, causando assim danos na

pele (HERCBERG et al, 2007).

Considerações finais

As informações descritas no presente trabalho nos permite reconhecer a importância

de uma alimentação rica em antioxidantes. Estes são essenciais na proteção à fotodanos,

ocasionados por radicais livres, provenientes de processos físicos e químicos. Além disso, é

possível analisar que existem vários estudos que mostram a eficácia da vitamina C, na

proteção da pele, em duas formas de administração, que são: o uso tópico e o uso oral. Ambos

os métodos são de grande importância para o ramo da estética e com grande relação com a

qualidade de vida dos seres humanos. Entretanto, existem mais estudos que relatam o

tratamento da vitamina C na pele, de maneira tópica, com aplicação de produtos que

contenham o nutriente ou seus derivados na composição. Existem poucos estudos que

apresentam resultados do uso oral do nutriente, tanto na ingestão de alimentos como na

utilização de suplementos. Portanto, são necessários mais estudos que comprovem a eficácia

da vitamina C, em seu uso oral na prevenção e proteção do envelhecimento da pele.

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