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Arte...actividade determinante durante o ano a que respeita este relatório, trabalhando-se no desenvolvimento de diversos projectos deque resultarão exposições e respectivos catálogos,

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Arte

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Valores em euros

Encargos com pessoal 1 959 575

Despesas de funcionamento 65 046

Iniciativas directas 1 024 305

Investimento 50 979

Total 3 048 926

Receitas 544 588

Exposição PermanenteReaberto o Museu em Julho de 2001e modernizado o espaço da loja e livraria,foi superiormente decidido terminar a obrageral de beneficiação dos seus espaçospúblicos através da substituiçãodos equipamentos técnicos e de outrasintervenções de renovação e melhoramentoda Sala de Exposições Temporárias.

Do projecto se encarregou a arquitectaTeresa Nunes da Ponte e a obra,acompanhada em permanênciapelos Serviços Centrais, concluiu-se dentrodos prazos previstos, para permitirestabilizar as condições ambientaisnecessárias à exposição que marcoua reabertura da sala, dedicada às aguarelasde Turner, tendo como tema paisagensmarítimas, que foi inaugurada no primeirotrimestre de 2003.

Entendeu-se prioritário na actividade de2002 reafirmar a importância da ExposiçãoPermanente e recuperar o público, afastadodo seu convívio durante o período das obrasreferidas nos relatórios dos dois anosanteriores. Continuou-se assim o trabalhoiniciado no segundo semestre de 2001,para o que se contou com o Serviçode Comunicação, nomeadamente atravésde notícias veiculadas pela Newsletter.

A informação fornecida pelo site do Museuna Internet foi actualizada, acrescentandomais 73 peças das várias secções,

acompanhadas por textos da autoriadas respectivas responsáveis, introduzindonovos campos de consulta destinadosà bibliografia específica de cada peçae respectiva proveniência, e criandominisites para a divulgação das exposiçõestemporárias.

A organização de duas exposições de obrasem foco, nos espaços da ExposiçãoPermanente, foi mais uma medida útil parachamar a atenção para o facto de o conhecimento da colecção permanentesó poder ser percepcionado e melhorentendido através de múltiplas visitas.

Testou-se também a eficácia das soluçõesmuseográficas aplicadas na renovação,tendo sido alterado o que se provou,através da prática, poder ser melhorado,como sejam tabelas, pequenos acertosem algumas vitrinas e alterações pontuaisna iluminação e colocação de bancosao longo do percurso para descansodos visitantes e contemplação das obras expostas.

Pela generalidade das reacções do público,pode-se referir que as obras, para alémde necessárias, actualizaram a apresentaçãode modo muito positivo.

Dos resultados avaliados quantitativamentese dá notícia, no final deste texto,em Visitantes.

Exposições TemporáriasAs exposições temporárias, que haviam sido consideradas prioritárias no período de encerramento do Museu, entre 1999 e 2001, não se constituíram comoactividade determinante durante o ano aque respeita este relatório, trabalhando-se no desenvolvimento de diversos projectosde que resultarão exposições e respectivoscatálogos, dentro e fora do Museu, entre 2003 e 2005.

›› Museu Calouste Gulbenkian

Vaso (pormenor),Egipto ou Síria,período mameluco,primeira metadedo século XIV,(inv. 2370). Peçacedida pelo Museupara figurar naexposição “Glassof the Sultans”,(Museu Benaki,Atenas).

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A exposição “Exotica. Os DescobrimentosPortugueses e as Câmaras de Maravilhasdo Renascimento”, que inauguraraem Outubro de 2001, prolongou-se atéaos primeiros dias do ano seguinte.

As obras de renovação do Museu haviamcontemplado um espaço entre a Arte doExtremo Oriente e o início da Arte Europeia,para realização de pequenas exposições,centradas numa só peça ou num núcleode obras, que se guardam nas Reservas,seja por razões de conservação, sendo pernicioso estarem expostasem permanência, seja porque nãose integram no projecto museológicodelineado para a Exposição Permanente.

Em 2002, no âmbito da iniciativa “Uma Obra em Foco” destacaram-se duaspeças: a escultura Hermes da Vestal Túcia,da oficina de Antonio Canova,e um desenho de Francesco Guardi,recentemente adquirido, que eraacompanhado pela pintura da colecçãoda qual constituía estudo preparatório.O projecto museográfico destasapresentações foi da responsabilidadedo designer Mariano Piçarra.

Projectos de ExposiçõesRespondendo ao interesse de museusdos Estados Unidos em apresentaruma exposição com obras da ColecçãoGulbenkian, continuou-se a trabalharna elaboração do guião e na investigaçãopara uma mostra significativa dasqualidades de bibliófilo que foi CalousteGulbenkian, seleccionando-se livrosproduzidos pela cultura islâmica e pelaEuropa Ocidental entre a Idade Médiae o início do século XX. Prevê-se a suaitinerância nos Estados Unidos em 2004 e 2005.

Igualmente se programou uma exposiçãode arte islâmica, que inclui tecidos, tapetes,cerâmicas e livros, a apresentar em dataainda não determinada no Centro Culturalde Abu Dhabi.

Continuou o trabalho conducente à realização da exposição “Goa e o Grão Mogol”, iniciativa importantepara um melhor conhecimentodas relações culturais mantidas entre Portugal e a Índia islâmica nos séculos XVI e XVII.

Em colaboração com a Tate Britain, foi possível mostrar no início de 2003 uma qualificada selecção de aguarelas deTurner, pertencentes àquele Museu e a quese juntarão obras deste pintor existentesna Colecção Gulbenkian.

No segundo semestre de 2003, e no âmbitoda realização na Fundação Gulbenkian doCongresso Internacional da Associação deEstudo dos Têxteis Antigos, mostrar-se-áo núcleo de bordados otomanos da Colecção,acompanhado de catálogo no qual se temvindo a trabalhar.

No âmbito da continuação da apresentaçãode peças das Reservas do Museu, como“obras em foco”, será mostrado logo noinício de 2003 um núcleo de moedas gregasantigas da cidade de Cízico, seguindo-seum painel de azulejos de Iznik e um núcleode quatro obras de Félix Ziem. Os estudosconducentes à efectivação destas iniciativasforam sendo feitos pelos especialistasdas diversas áreas.

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Hermes da VestalTúcia, oficina deAntonio Canova

(1757-1822),Roma, 1818-1819

(inv. 2214),escultura

apresentada noâmbito da iniciativa

“Uma Obra em Foco”.

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Participações em ExposiçõesTemporáriasO Museu continuou a ser muito solicitadopara o empréstimo de obras da sua colecçãopara exposições temporárias, sendo ospedidos analisados em função da qualidadedos projectos, das condições de conservaçãodas peças e da segurança das instituiçõesque as pretendem. Tem-se igualmenteem conta o conhecimento mais aprofundadoque possa advir da inclusão das nossaspeças em contextos específicosdas respectivas áreas de investigação.

Ao longo de 2002, o Museu CalousteGulbenkian colaborou através do empréstimode peças suas com museus e instituiçõesculturais prestigiadas, que a seguirse referem:

› Museu Nacional de Soares dos Reis,Porto – 11 desenhos para a exposição“Desenhos de Mestres Europeus nas ColecçõesPortuguesas” (22 de Novembro de 2001a 17 de Fevereiro de 2002);› Fundação de l’Hermitage, Lausana –pintura de John Singer Sargent, Mulhere Criança Dormindo num Barco, para a exposição “L’ImpressionnismeAméricain, 1880-1915” (7 de Junho a 20 de Outubro de 2002);› Palácio de Versalhes e Galeria de Arteda Hypo-Kulturstiftung, Munique – par demostardeiras de Durand, para a exposição“Madame de Pompadour – L’Art de l’Amour”(14 de Junho a 15 de Setembro de 2002);› Rijksmuseum, Amesterdão – esculturaBaco, de Jan Van Logteren, para a exposição“Rococo in Nederlan” (2 de Novembrode 2001 a 3 de Fevereiro de 2002);› Museu de Belas-Artes, Lyon – A Florestade Fontainebleau no Outono, de Diazde la Peña, para a exposição “L’Écolede Barbizon” (22 de Junho a 9 de Setembro de 2002);› Museu do Prado, Madrid – 11 desenhospara a exposição “Desenhos de MestresEuropeus em Colecções Portuguesas” (10 de Maio a 21 de Julho de 2002);› Galeria de Arte Moderna, Bolonha –pintura Jarra com Rosas, de Fantin-Latour,para a exposição “La Natura della Natura

Morta” (30 de Novembro de 2001 a 24 de Fevereiro de 2002);› The Phillips Collection, Washingtone Museu de Belas-Artes, Boston – pinturaNatureza-morta, de Claude Monet,para a exposição “Impressionist Still Life”(22 de Setembro de 2001 a 13 de Janeirode 2002 e 17 de Fevereiro de 2002a 9 de Junho de 2002);› Instituto do Mundo Árabe, Paris –4 cerâmicas da Síria, para a exposição“Saladino e a Arte dos Ayoubidas”(22 de Outubro de 2001 a 3 de Março de 2003);› Museu Picasso, Barcelona – 5 obrasde René Lalique para a exposição“Paris-Barcelona” (28 de Fevereiroa 26 de Maio de 2002);

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Natureza-morta, de Claude Monet (1840-1926), França,c. 1872 (inv. 450), obra cedida para figurar na exposição“Impressionist Still-Life” (The Phillips Collection,Washington, e Museu de Belas-Artes, Boston).

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Par de mostardeiras, de Antoine-Sébastien Durand, França,c. 1751-1752 (inv. 287 A/B), cedido para a exposição“Madame de Pompadour – L’Art de l’Amour” (Palácio deVersalhes e Galeria de Arte da Hypo-Kulturstiftung, Munique).

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› Museu Benaki, Atenas – duaspeças de vidro (vaso e garrafa)para a exposição “Glass of theSultans” (Fevereiro-Maio de 2002);› Museu Alemão de História,Berlim – duas peças, centro demesa e espátula, para a exposição “Die Offene Taffel”

(25 de Novembro de 2002 a Março de 2003);

› Metropolitan Museumof Art, Nova Iorque –

tapeçaria segundocartão de GiulioRomano, A Barca deVénus, para a

exposição “Tapestry inthe Rennaissance:

Art and Magnificence” (12 de Março

a 19 de Junho de 2002);› “Mairies” de Paris VI e Paris XIII – 3 pisa-papéis para a exposição“Bibliothèques Parisiennes, Architecture etDécor” (Paris VI: 12 de Setembroa 26 de Outubro de 2002; Paris XIII:30 de Outubro a 29 de Novembro de 2002).

AquisiçãoTendo em vista preservar a colecçãodo Museu Calouste Gulbenkian comoexemplo superior de gosto e intuiçãodo Coleccionador, não está previstoaumentá-la com outras obras de arte,excepção feita para peças que tenhamuma relação evidente com outras existentes no acervo.A aquisição no mercado leiloeiro emNova Iorque (Christie’s) de um desenhode Francesco Guardi – Capricho com Arcoem Ruínas – justificava-se plenamentepor ser um estudo preparatório para umadas belas pinturas do alargado núcleo desteautor na colecção, o Capricho (inv. 531).O desenho foi mostrado em 2002,como se refere em Exposições.

PublicaçõesA grande procura do álbum das colecções,nas versões portuguesa e inglesa, publicado no momento da reabertura do

Museu, levou a que aquelas edições seesgotassem. Assim, foi feita 2.a edição emambas as línguas, tendo também sidoeditado na versão espanhola, prevendo-se jáem 2003 uma edição em francês.

As duas “obras em foco” justificavam aedição bilingue dos respectivos desdobráveis(português/inglês). O que foi dedicado àescultura de Antonio Canova – Hermes daVestal Túcia – teve textos da autoria daconservadora Rosa Figueiredo, queintroduziu a obra através da informaçãoprévia sobre o que é o neoclassicismoe incluía os dados biográficos do escultor,a aproximação da obra a outras desua autoria e, finalmente, a chamadade atenção para outra escultura de Canovaexistente em Portugal.

O desdobrável sobre Capricho com Arcoem Ruínas e Templo Circular era dedicadoao desenho de Francesco Guardi adquiridopelo Museu, como já anteriormente referido.

Os textos incluídos são da autoriade Manuela Fidalgo, que responde pelo

Garrafa,Egipto ou Síria,

período mameluco,primeira metade

do século XIV(inv. 2370).

Esta garrafa emvidro esmaltado, degrandes dimensões,

foi uma das peçascedidas pelo Museu

para figurar naexposição “Glass of

the Sultans” (MuseuBenaki, Atenas).

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Capricho, de Francesco Guardi, Veneza, final do século XVIII(inv. 531), uma das vinte obras deste pintor que integram

o acervo do Museu Calouste Gulbenkian.

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núcleo dos Desenhos, Estampas e Livrosda Colecção, e de Luísa Sampaio,responsável pela colecção de Pintura.Aqui se realça a importância do desenhona obra de Francesco Guardi, do qualse fornecem os dados biográficos e cujaprodução se contextualiza no ambientecultural, artístico e social da Venezasua contemporânea. Igualmente se destacaa atenção para o importante núcleo daspinturas existentes na Colecção e pelointeresse que Gulbenkian lhe dedicou.

Com a renovação do Museu, tornou-seimperioso editar um novo roteiro para ovisitante, fazendo-se a selecção das peçasa destacar e elaborando os respectivostextos, para publicação no primeirosemestre de 2003.

Especialistase Estágios no MuseuEstiveram no Museu, a convite, as especialistas de arte islâmica Elaine Wrighte Sheila Canby, no intuito de proporcionarum mais actualizado conhecimento dosmanuscritos da Colecção, e iniciaram-seos contactos com Daniel Walker, especialistaem tapetes orientais, no sentido de, coma conservadora responsável pelo núcleo,produzir em 2004 o catálogo científicodos tapetes da Colecção Gulbenkian.Foi elaborado o respectivo projecto.

Danièle Gaborit, conservadora dos“Objets d’Art” do Museu do Louvre,esteve no Museu para observação de algunsdos marfins europeus medievais do acervocom afinidades com os das colecçõesdaquele museu, tendo sido convidada afazer o catálogo científico de todos osmarfins da Colecção Calouste Gulbenkian.

A conservadora do sector de Desenho,Gravura, Livros Manuscritos Ocidentaise Livros Impressos, orientou a pesquisade um mestrando da Universidade Novade Lisboa, e a conservadora responsável peloServiço Educativo coordenou estágios brevesde uma técnica do Museu Lasar Segall,São Paulo, Brasil, e outra do Museu Nacionalde São Tomé e Príncipe.

ConcertosDevidamente divulgados, inclusive atravésde um desdobrável editado para o efeito,e acompanhados por pequena publicaçãodos programas, realizaram-se, ao longodo ano, 10 dos habituais Concertosde Domingo no Átrio da Biblioteca/Museu,em colaboração com o Serviço de Músicae que tiveram uma assistência superior a 2000 pessoas.

Nestes concertos intervieram: o QuartetoLacerda (Alexandre Stewart e Regina Aires,violinos; Alexandre Delgado, viola, e HilaryAlper, violoncelo); a soprano Lúcia Lemose o pianista João Paulo Santos; o Corode Câmara de Lisboa (sob a direcção deTeresita Gutierrez Marques); o violinistaTiago Nato e a pianista Anna Tomasik;a soprano Rute Dutra e o pianista NicholasMenair; a soprano Paula Pires de Matose a pianista Ilda Ortin; o violinista BrunoMonteiro; o violoncelista José Luís Oliveira;o flautista Pedro Couto Soarese a guitarrista Marta Costa; e, finalmente,o Coro Bach, que, sob a direcçãode Andrew Swinnerton, realizou o concerto de Natal.

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“Uma Obra em Foco” –Capricho com Arcoem Ruínas e TemploCircular, desdobrávelem edição bilingue(português/inglês).

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Divulgação, Permutae Ofertas de PublicaçõesPara além do enriquecimento do sitena Internet, com a introduçãode informação sobre mais peças constantesna Exposição Permanente e da pontualnotícia das actividades com caráctertemporário, o Museu mantém umatradicional política de permuta depublicações com museus e instituiçõesculturais, tanto no País, como noestrangeiro, dando assim notícia da sua actividade editorial.

O retorno é naturalmente feito, recebendoo Museu grande número de publicações(catálogos de exposições e outras) e muitasdelas, pelo grande interesse para o públicofrequentador da Biblioteca de Arte, para aí transitam, logo ficando à disposição dos leitores.

Dispondo a Fundação de um distribuidorpara as suas publicações, as ediçõesdo Museu estão presentes em livrariasao longo de todo o país.

Contactos houve do estrangeiro, no sentidodo interesse em publicações do Museuda Fundação traduzidas noutras línguas,nomeadamente o catálogo do mobiliáriofrancês do século XVIII em inglês e ocatálogo das jóias de René Lalique eminglês, o que se pondera vir a produzirnum futuro próximo.

FotografiaAo longo de 2002, o Serviço Fotográficoexecutou 100 negativos, 802 provasem papel, 2380 transparências a cor,389 diapositivos de 35 mm e 62 CD’scom 1720 imagens digitalizadas.

Deu-se continuidade à actualizaçãodos ficheiros fotográficos, bem comoao tratamento das imagens entradasno Arquivo.

Prosseguiu-se a introdução de peçasda Colecção na base de dados de registos(negativos, provas e transparências).

Os fotógrafos deram resposta àsnecessidades para as exposições temporáriase respectivos catálogos, assim comoà cobertura fotográfica de todasas actividades ligadas ao Museu.

Conservação e RestauroIniciou-se a intervenção do restaurodo biombo chinês de laca do século XVII(inv. 1024) e tornou-se necessária umapequena intervenção no regulador francês(inv. 195), atribuído a Bernard (II)van Risen Burgh, que deverá regressarem breve à Exposição Permanente.

Foram restauradas sete molduras de outrastantas pinturas da Colecção.

Procedeu-se a uma profunda limpezada pintura de Hubert Robert, Le Tapis Vert,removendo vernizes antigos.

Continuaram-se pequenas intervençõesde rotina de conservação e limpeza de peçasexpostas e das Reservas.

O Museu cedeu as suas instalações própriaspara restauro de peças do acervo do Centrode Arte Moderna José de Azeredo Perdigão,nomeadamente desenhos de Jorge Pinheiro,Bernardo Marques e de Ofélia Marquese do núcleo de autores britânicos,para exposições organizadas por aqueleServiço, e de três pinturas de Amadeode Souza-Cardoso.

Aspecto da sessão“Ouvir a Obra de

Arte: O Conservadore a Investigação”,pela conservadora

Isabel PereiraCoutinho,

integrada num ciclode “conversas sobre

temas museológicos”,promovido pelo

Museu.

››Carlos Azevedo

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Conferências, Colóquiose CursosDestinadas ao público em geral, masconsiderando prioritariamente o interesseque os assuntos poderiam despertar entreos futuros profissionais dos museus,realizaram-se quatro “conversas sobre temasmuseológicos”, com intervenções do directore das conservadoras, tendo como objectivoprincipal transmitir experiências desenvolvidasao longo de anos de actividade.

Realizaram-se as seguintes sessões, entre Novembro e Dezembro: “A Arte deColeccionar”, pelo director, João Castel-BrancoPereira; “Ouvir a Obra de Arte: O Conservadore a Investigação”, pela conservadora IsabelPereira Coutinho; “Um Museu de Raiz.Apontamentos de uma Experiência”, pela conservadora Fernanda Passos Leite, que integrou a equipa responsável pelaorganização do Museu de Cochim, na Índia,iniciativa do Serviço Internacional, quedecorreu entre 1996 e 2000; e, por último,“Exposições Temporárias: O Trabalho nosBastidores”, pelas conservadoras Maria RosaFigueiredo e Manuela Fidalgo.

O Museu apoiou o curso “Escrita Criativano Museu Calouste Gulbenkian”,que decorreu nas suas instalações soba coordenação de Anne-Marie da Cruz Filipe,ao longo de seis sessões, resultando emtextos dos participantes inspirados porpeças da Colecção.

Dado o sucesso de ambas as iniciativas,está prevista a sua repetição, no próximoano, com abordagem de outras temáticas.

A conservadora Maria Rosa Figueiredoproferiu uma conferência no Museu Henriquee Francisco Franco, no Funchal, sobre “Rodin: Génese e Evolução de uma Obra Revolucionária”.

O director-adjunto, Nuno Vassallo e Silva,participou em três colóquios internacionais,apresentando comunicações sobre ocoleccionismo em Portugal no final doséculo XIX (Newport, Rhode Island, EUA), o impacto dos Jesuítas em Portugal nodomínio da arte (Boston, EUA) e ourivesariada Índia Portuguesa no século XVIII (Lisboa).

O director foi convidado a participar nas“Giornate di Studii sui Musei”, que serealizaram em Palermo, a 17 de Abril,falando sobre a realidade museológicaportuguesa, com incidência no MuseuGulbenkian e suas actividades, e no colóquio “Comment les Muséess’Enrichissent-ils?”, organizadopelo Museu do Louvre, onde,a 27 de Setembro, apresentou acomunicação “Le Musée CalousteGulbenkian. Une Collection Close?”

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Álbum do MuseuCalouste Gulbenkian,edição em espanhol.

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Procedeu-se a umaprofunda limpezada pintura deHubert Robert,Le Tapis Vert, c. 1775(inv. 626).A imagem revela ametade esquerdajá intervencionada,que contrasta com asuperfície da telaantes da limpeza.

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Catarina Gomes Ferreira

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Colaboração com outrosServiços da Fundaçãoe Instituições no ExteriorNo âmbito da colaboração que vem sendodada ao Serviço Internacional, a conservadoraFernanda Passos Leite colaborou naelaboração do catálogo e na montagemda exposição “Traditional Arts of Portugal”,realizada em Jacarta, Indonésia.

A conservadora Maria Rosa Figueiredo,responsável pela colecção de medalhasrenascentistas da nossa colecção,enquanto representante do Museu na FIDEM(Federação Internacional da Medalha),e agora delegada de Portugal, participouna organização por parte do nosso paísna Exposição do XXVIII Congresso,que decorreu na Casa da Moeda de Paris.Colaborou também na exposição

de medalhística, por ocasião do EncontroFIDEM, no início de 2002, em Alcobaça,e na exposição das medalhas portuguesas,que haviam integrado a representaçãooficial portuguesa em Paris, realizadana Sociedade Nacional de Belas-Artes.Redigiu textos para diversos catálogosde exposições de medalhística.

Como especialistas nas suas áreas deconhecimento, a conservadora FernandaPassos Leite foi convidada a colaborarno roteiro da Casa-Museu Dr. AnastácioGonçalves, escrevendo sobre os tapetesda colecção, e o director-adjunto escreveuno mesmo roteiro, bem como na publicaçãodedicada ao Convento da Madre de Deus,sobre ourivesaria.

A conservadora Manuela Fidalgoacompanhou o desenvolvimento do processode trabalho conducente à publicação,por editores privados, conforme contratosestabelecidos, dos fac-símiles do ApocalipseGulbenkian e do Livro de Horas de Afonsod’Este, que ficarão disponíveis no iníciode 2003. A mesma conservadora coordenouo trabalho relacionado com a publicaçãoEncadernação Passo a Passo, também deeditor privado, cuja formatação resulta daexposição feita neste Museu em 1998, comocomplemento à exposição “O Livro, Objectode Arte”. Continuou a ocupar-se daitinerância da exposição “Para uma Culturada Paz e da Não-Violência”, que o Museuorganizara em 2000 com o apoio daComissão Nacional da UNESCO, apresentadaao longo do ano em Castelo Branco, Viseu,Aveiro, Figueira da Foz e Barreiro. Com aconservadora Maria Rosa Figueiredo, deu uma aula sobre “Embalagens, Seguros e Transportes”, no Curso deCuradoria e Organização de Obras de ArteContemporânea, organizado pela Faculdadede Belas-Artes de Lisboa e pelo CAMJAP.

Serviço EducativoO Serviço Educativo orientou 561 visitas àsgalerias da Exposição Permanente, com umtotal de 8794 participantes. Incluem-seneste número os grupos de diferentesescalões de ensino, desde os do 1.º cicloaté ao ensino superior, bem como alunos

Visita do Presidenteda República

de Cabo Verdeao Museu.

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Visita doVice-primeiro-ministroda República Popular

da China ao MuseuCalouste Gulbenkian.

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de escolas profissionais e associaçõesde tempos livres, de formaçãode professores e de cursos de museologiae também grupos com necessidadeseducativas especiais, de formação de guias-intérpretes, associações culturaisportuguesas e estrangeiras, séniores, amigosde museus, jornalistas, etc.

Para além das habituais visitas às galeriasdo Museu, continuaram a efectuar-seas visitas à exposição “Exotica –Os Descobrimentos Portugueses e as Câmarasde Maravilhas do Renascimento” até ao seuencerramento, em Janeiro. Realizaram-seainda as costumadas actividades por ocasiãodos dias internacionais dos Museuse da Criança.

O Serviço Educativo recebeu ao longodo ano estagiários com formação emHistória e História da Arte que, nos casosde concretização positiva da suaaprendizagem, ficarão credenciados paracolaborar, como trabalhadoresindependentes, no atendimento aos diversostipos de grupos que recorrem ao Museue noutras actividades, como cursosou oficinas, apoiando assim as monitorasdo Serviço. O Serviço Educativo temprevistos outros tipos de acções com o seupúblico, esperando para as concretizar podercontar no futuro próximo com espaçospróprios nas instalações da Fundação,mas inexistentes no Museu.

VisitantesA acção divulgadora da reabertura do Museuteve os efeitos desejados, pelo aumentosignificativo do número de visitantes.Após o afluxo que a reabertura em 2001provocara, devido a uma compreensívelcuriosidade de revê-lo e conhecer asmelhorias introduzidas no seu equipamento eas novas peças expostas, pode-se considerarque este ano trouxe a recuperação degrupos encaminhados através dos agentesturísticos, com a inclusão do Museu noscircuitos mais procurados.

Também o público nacional regressou aoconvívio do Museu e o hábito adquirido de recurso aos Serviços Educativos foi reforçado.

O Museu foi visitado por um totalde 143 012 pessoas, número altamentesignificativo no contexto dos museusdo País.

Entre as visitas especiais, refiram-seo Presidente e o Ministro dos NegóciosEstrangeiros de Cabo Verde, o Vice-primeiro--ministro da República Popular da China,a Ministra Federal dos NegóciosEstrangeiros da Bélgica, a Governadorada Região de Bruxelas, o Secretário-Geralda OCDE e os oradores daConferência Internacional“Globalização – Ciência, Cultura

e Religiões”, entre os quais o PrémioNobel da Medicina Sydney Brennere Mário Vargas Llosa.

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Um grupo devisitantes muitojovens peranteo conjunto delacas japonesas.

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Visita guiada aoMuseu. Na Galeriado Extremo Oriente,um grupo de alunosregista informaçõessobre peças emexposição.

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Ballet Gulbenkian, Solo for Two, coreografia de Mats Ek.

››Amir Sfair Filho

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Valores em euros

Encargos com pessoal 1 096 787(com excepção dos quadros artísticos)

Despesas de funcionamento 160 264

Iniciativas directas 11 578 017(inclui despesas com pessoal e funcionamento)

Orquestra Gulbenkian 5 737 413

Coro Gulbenkian 836 836

Ballet Gulbenkian 2 599 588

Outras iniciativas

Grandes Orquestras Mundiais 1 165 827

Recitais e música de câmara 1 007 428(inclui Música Antiga)

26.os Encontros Gulbenkiande Música Contemporânea 190 719

Cursos de aperfeiçoamentoartístico, musicologiae edições discográficas 40 206

Subsídios e bolsas 193 342

Plano de descentralizaçãocultural 18 312

Subsídios e incentivoà criação musical 23 329

Bolsas de estudo 151 701

Total 13 028 410

Receitas 2 175 622

Terminado o período excepcional decorrenteda programação do Porto 2001 – CapitalEuropeia da Cultura, o ano de 2002 foimarcado, no plano nacional, por conhecidasrestrições financeiras que afectaram muitoespecialmente os organismos de produçãodo Estado no sector das artes doespectáculo, dificultando a sua capacidadede articulação eficaz com os circuitosartísticos internacionais. Este facto veiosem dúvida reforçar ainda maisas responsabilidades associadas à Temporadade Música e Dança da Fundação,

›› Serviço de Música

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através do Serviço de Música, no querespeita à manutenção de uma presençaportuguesa regular nesses circuitos, quer emtermos da actividade da Orquestra, do Coroe do Ballet Gulbenkian como agrupamentospermanentes, quer no plano da apresentaçãoao público português de conjuntose artistas convidados do mais alto nívelinternacional.

Em todas as vertentes da sua temporada,o Serviço de Música voltou assim a contarcom muitos dos expoentes máximos dequalidade na criação e interpretação musicale ballética do nosso tempo – compositorese coreógrafos, maestros e solistas, gruposde câmara e orquestras – entrecruzandosempre a vinda de artistas convidadoscom a própria produção contínuados agrupamentos residentes e contribuindodeste modo para continuar a oferecerao público português uma referênciainsubstituível de qualidade na vidaartística nacional.

Ao longo das duas temporadas atravessadaspelo ano de 2002 verificaram-se, por outrolado, algumas alterações significativas

na filosofia da programação adoptada peloServiço. Assim, realizaram-se pela últimavez os tradicionais Encontros Gulbenkiande Música Contemporânea e já não tiveramlugar as habituais Jornadas Gulbenkiande Música Antiga. Em ambos os casos,considerou-se que estes eventos tiveram,na devida altura, uma importância decisivapara a implantação dos repertórios pré-romântico e de vanguarda nos hábitosde audição do público, alcançandoao longo dos anos um sucesso evidentejunto da crítica e dos espectadores.Partiu-se agora do princípio de quea perda da unidade temática e daconcentração intensiva, característicasdos Encontros e das Jornadas, no formatoanteriormente adoptado, poderia ser comvantagem compensada por uma ofertade concertos nestes dois domíniosao longo de todo o ano, quer sob a formade pequenas séries de concertos temáticos,quer através de concertos individuais, quer ainda pela apresentação de obras dediversos períodos da história da músicano seio de um mesmo programa.Procura-se, deste modo, fazer chegar amúsica antiga e a música contemporânea

O maestroLawrence Foster,

actual directorartístico e maestro

titular da OrquestraGulbenkian,

regendo no GrandeAuditório da

Fundação.

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a um público ainda mais vasto,possibilitando ao mesmo tempo a criaçãonos espectadores de hábitos de audiçãoregular destes repertórios ao longode toda a temporada, para lá de umsimples evento anual isolado, sem qualquer prejuízo da qualidade ouda quantidade dos eventos programados.Por outro lado, espera-se que esta opçãovenha permitir igualmente uma maiorflexibilidade na calendarizaçãodos programas destas áreas, em funçãodas disponibilidades de datas por partetanto dos intérpretes comodos compositores.

A prioridade concedida à salvaguardada estabilidade da programação artísticada temporada fez, no caso do Serviçode Música, incidir especialmente sobreos respectivos programas de subsídiosas restrições orçamentais que afectaramtransversalmente a Fundação em 2002.Apesar dessas restrições, contudo, o Serviço não deixou de manter umaintervenção na generalidade dos domínioshabitualmente abrangidos pela sua acção em anos anteriores.

Iniciativas DirectasOrquestra Gulbenkian € 5 025 565

No ano em que comemorou o seu40.º aniversário, a Orquestra Gulbenkianmanteve como actividade principal a suaintervenção na Temporada Gulbenkiande Música e Dança. De um totalde 87 apresentações públicas que oagrupamento realizou durante 2002,49 foram integradas na referida programação.

Paralelamente ao repertório sinfónico maisconsagrado, que a Orquestra dá a ouvirregularmente ao público, também obrasorquestrais menos conhecidas foram maisuma vez incluídas na sua programação,através de um considerável alargamentoe diversificação do seu repertório.A este nível, será de referir a aberturaao repertório operático com o iníciode um ciclo das três óperas de Mozartsobre libretos de Lorenzo da Ponte – As Bodas de Fígaro, Cosí fan Tutte e DonGiovanni –, uma iniciativa que se prolongarápor mais dois anos, mas também aapresentação de obras como o Concerto para

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Heidi Brunnere J. Schmeckenbecherem As Bodas deFígaro, de Mozart,ópera em versão deconcerto, no GrandeAuditório.

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O violoncelistaIvan Monighetti,

a compositoraFranghiz Ali-Zadeh

e o maestroMuhai Tang,

com a OrquestraGulbenkian, na

primeira audiçãoabsoluta da obra

Mersiye daquelaautora.

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O pianistaEmanuel Ax

no Grande Auditório.

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Clarinete de Gerald Finzi, as Cantatas n.os 1e 2 de Webern, e a Suite n.º 2 de “Bacchuset Ariane” de Roussel, entre outras. No querespeita a esta renovação de repertório,foi contudo na habitual colaboraçãoda Orquestra nos Encontros Gulbenkiande Música Contemporânea que a expressãoteve maior significado, através da estreiaabsoluta da obra Mersiye – Concerto paraVioloncelo e Orquestra, da compositoraFranghiz Ali-Zadeh, e da estreia nacionaldas obras Musical Theatre, de Tan Dun, Tao, de Louis Andriessen, e a Sinfonia n.º 3,de Ysang Yun. Já fora do âmbito dosEncontros, a Orquestra Gulbenkian deutambém em primeira audição mundial as obras Judas, de António Pinho Vargas,com o Coro Gulbenkian (Festival de MúsicaSacra de Viana do Castelo), o Concerto n.º 2para Piano e Orquestra, de Philippe Fénelon(Festival de Música de Coimbra),e Kreuzgang, de João Rafael (Comemorações dos 500 Anos do Mosteiro dos Jerónimos).

No plano internacional, e em conjunto com o Coro Gulbenkian, a Orquestra deslocou-se a Malta, onde apresentou o Te Deum,

de João de Sousa Carvalho, por ocasiãoda conclusão do restauro do Pátio de Honrado Palácio dos Grão-mestres em Medina,intervenção da responsabilidade do ServiçoInternacional da Fundação. Também em2002, é ainda de assinalar o lançamento nomercado discográfico de um registo comKyrie e Gloria de João Domingos Bomtempo,resultado da gravação de um concerto aovivo com o Coro e a Orquestra Gulbenkian,sob a direcção de Michel Corboz, registoeditado pela Strauss/Portugalsom.Por outro lado, prosseguindo com o planode descentralização que mantém desde asua criação, a Orquestra Gulbenkianapresentou-se em 32 concertos forade Lisboa, incluindo presenças nos maisimportantes festivais de música nacionais,entre os quais os do Algarve, Coimbra,Évora, Leiria e Sintra.

No ano de 2002, a Orquestra Gulbenkianfoi dirigida pelos maestros Rudolf Barshai,Filip Bral, Jean-Claude Casadesus, JesusLopez-Cobos, Michel Corboz, Manuel IvoCruz, Tan Dun, Fernando Eldoro, José Ramón Encinar, Peter Feranec, Osvaldo Ferreira,

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Gabriel Garridodirige o EnsembleElyma e o Studiodi Musica AnticaAntonio il Versono Grande Auditório.

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Lawrence Foster, Marcello Giannini, Günther Herbig, John Nelson, Steven Osgood,Max Rabinovitsj, Kaspar de Roo, PinchasSteinberg, Muhai Tang, Yaron Traub, GloriaIsabel Ramos Triano, Neil Varon e MichaelZilm. No que respeita a solistas, actuaramcom a Orquestra, entre outros, os sopranosKaran Armstrong, Annette Dasch, VéroniqueGens, Elena Prokina e Christiane Oelze, osmeio-sopranos Heidi Brunner, Monica Groope Iris Vermillion, o contratenor Kai Wessel,os tenores John Mark Ainsley, Joan Caberoe Markus Shäfer, os barítonos MichaelEbbecke, David Evittz, Peter Harvey e LuísRodrigues, os baixos Stephen Bryant, PeterLika e Michael Schöpper, o clarinetistaMichael Collins, os pianistas João Aboim, Elizabeth Allen, Boris Berezovsky, SequeiraCosta, Bella Davidovich, Radu Lupu, Mikhail

Rudy e Jasminka Stancul, os violinistas Salvatore Accardo, Daniel Rowland, DmitrySitkovetsky, Maxim Vengerov e Frank PeterZimmermann, os violetistas KhatchatourAmirkhaninan e Barbara Friedhoff, os violoncelistas Ivan Monighetti e Jian Wange a harpista Carmen Cardeal.

No ano de 2002, Lawrence Foster assumiuas funções de maestro titular e directorartístico da Orquestra Gulbenkian, mantendoClaudio Scimone o estatuto de maestrohonorário.

Coro Gulbenkian € 798 238

A actividade do Coro Gulbenkian no anode 2002 esteve, como habitualmente,

Eduardo Saraiva

William Christiedirige Les Arts

Florissants,no Grande Auditório.

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estreitamente ligada à temporada deconcertos da Fundação, conhecendo nesteâmbito 14 das suas 35 actuações públicas.Assim, assegurando a apresentação dorepertório coral-sinfónico em conjunto coma Orquestra Gulbenkian, este agrupamentoparticipou na interpretação de obras comoa Missa em Dó Menor, K. 427, de Mozart,o Magnificat em Ré Maior e a PaixãoSegundo São Mateus, de J. S. Bach,a Rapsódia para Contralto, op. 53,de Brahms, Carmina Burana, de Orff,e Daphnis et Chloé, de Ravel,participando igualmente na óperaAs Bodas de Fígaro, de Mozart,que abriu o ciclo de óperasdeste compositor com libretosde Da Ponte a apresentar até 2004.

Também no quadro da temporada, o Coroparticipou nos 26.os Encontros Gulbenkiande Música Contemporânea, apresentandosob a direcção do maestro Jorge Mattaa obra Libera Me, de Constança Capdeville.Ainda no campo da música dos nossos dias,será de sublinhar a colaboração desteagrupamento com Les Percussionsde Strasbourg e o EnsembleIntercontemporain que, sob a direcçãode Emilio Pomarico, deu a ouviras obras Nihil Imterit e Omnia Mutatanti,de Emmanuel Nunes, num concertorealizado no Centro Cultural de Belém,integrado numa retrospectiva dedicada aeste grande compositor português.

No plano internacional, o Coro Gulbenkiancontou 8 actuações, das quais seráde realçar mais uma das suas habituaiscolaborações com a prestigiada Orquestrado Século XVIII, desta vez numa digressãoao Japão, onde, sob a direcçãodo carismático maestro Frans Brüggen,foi dada a ouvir a Nona Sinfonia,de Beethoven. Por outro lado, o Coro Gulbenkian colaborou ainda coma Orquestra da Ciudad de Granada, naquelacidade espanhola, para apresentação daMissa Solemnis de Beethoven, sob adirecção de Josep Pons. À parte disso,salienta-se também a deslocação doagrupamento a Copenhaga, assimcomo a Malta, onde apresentou, com aOrquestra Gulbenkian, o Te Deum de Joãode Sousa Carvalho, e dois outros programas

diferentes a cappella. O Coro teve aindauma intensa actividade de descentralizaçãoem todo o país, em particular nos festivaisde música de maior destaque. Para alémda regular colaboração com a OrquestraGulbenkian, no ano de 2002 o Coroapresentou-se em conjunto com o CoroInfantil da Academia de Santa Cecília,o Ensemble Intercontemporain,Les Percussions de Strasbourg,a Orquestra da Ciudad de Granadae o Remix Ensemble.

Em 2002, o Coro Gulbenkian foi dirigidopelos maestros Frans Brüggen, MichelCorboz, Fernando Eldoro, Lawrence Foster,Jorge Matta, Emilio Pomarico, Josep Pons,Kasper De Roo e Michael Zilm.

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A meio-sopranoSusan Graham,acompanhadapelo pianistaMalcom Martineau,no Grande Auditório.››

O maestro RiccardoMuti dirige aOrquestra Sinfónicado Teatro alla Scalade Milão, no Coliseudos Recreios.

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Eduardo Saraiva

Eduardo Saraiva

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Ballet Gulbenkian, Prumo, coreografia de Henrique Rodovalho.

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Ballet Gulbenkian € 2 259 100

O Ballet Gulbenkian realizou58 espectáculos, dos quais 24 no âmbitoda Temporada de Música e Dança noGrande Auditório Gulbenkian, 21 em outraslocalidades do território nacional e 13 emoutros países (Alemanha e Espanha).

O repertório apresentado inclui dez obras,sendo duas em estreia mundial – Prumo,do brasileiro Henrique Rodovalho,e Charmes, do catalão Cesc Gelabert(ambos a colaborarem pela primeira vezcom o Ballet Gulbenkian) –, e três emestreia portuguesa – Annonciation, deAngelin Preljocaj, Solo for Two, de MatsEk, e Minus 7, de Ohad Naharin. Nestaprogramação prosseguiu-se a orientaçãono sentido de proporcionar ao públicouma panorâmica muito diversificada erepresentativa da criação coreográficado nosso tempo, nela se incluindo algunsdos autores internacionalmente maisconsagrados. Em reposição, o BalletGulbenkian dançou as seguintes obras:Lunar, de Rui Horta, See Blue Through,de Didy Veldman, Cantata, de MauroBigonzetti, Stamping Ground, de JiriKylian, e Chameleon, de Ohad Naharin.

Prumo, a primeira das duas obras referidascriadas expressamente para o BalletGulbenkian, é uma coreografia abstractacaracterizada pelo perfeito entrelaçamentodo geometrismo espacial com o domovimento corporal. Henrique Rodovalhoteve como colaboradores Hendrik Lorenzene Shell Júnior, respectivamentepara a criação da música e do cenárioe figurinos.

Com Charmes, Cesc Gelabert prestouhomenagem a um grande compositortambém originário da Catalunha, FredericoMompou (1893-1987). Os figurinos deLydia Azzopardi e o cenário de JonBerrondo evocam a atmosfera da cidadee do tempo em que Mompou passou umperíodo importante da sua vida: Paris, nosanos 20. A estreia absoluta deste bailadoocorreu a 26 de Setembro de 2002 noTeatro del Liceu de Barcelona, no contextoda digressão que o Ballet Gulbenkianefectuou em Espanha, e que incluiu 6

espectáculos naquela cidade.Esta apresentação da companhia foisaudada em termos entusiásticos pelacrítica espanhola. Assim, por exemplo,lia-se no La Vanguardia (Barcelona, 28 deSetembro de 2002): “Um excelente iníciode temporada para o Liceu. O BalletGulbenkian apresentou um programa detrês coreografias, que se sucederam emcrescendo, desde a milimetricamentepausada See Blue Through de Veldman,até à explosão final com a tradição dafesta popular de Cantata de Bigonzetti,após a estreia de Charmes de CescGelabert”. Por sua vez, o crítico do ABCescreveu: “O Ballet da FundaçãoGulbenkian entrará na história do novoLiceu como a primeira companhia a impora dança contemporânea no renovadoedifício” (Pablo Melendez-Haddad, ABC,Madrid, 30 de Setembro de 2002). E o seucolega do El Periódico afirmou: “A visitaao Liceu desta companhia constitui umaproposta marcada pela emotividade,com três obras calorosas magnificamenterepresentadas. O Ballet Gulbenkian exibetambém um alto nível de formaçãoprofissional, que deveríamos tomar comoreferência para superar o nosso” (GonzaloPérez de Olaguer, El Periódico, Barcelona,30 de Setembro de 2002).

O plano de digressões internacionaisda Companhia incluiu, logo apósBarcelona, a cidade de Valência (TeatroPrincipal), e, por outro lado, Weimar(Viehauktionshalle). Em Portugal, e paraalém do Grande Auditório Gulbenkian,actuou em Santa Maria da Feira(Europarque), Coimbra, Montemor-o-Novo,Viana do Castelo, Portimão (26.º Festival“Música em Leiria“), Viseu, Figueira da Foze Lisboa (Teatro Municipal de São Luiz).

As funções de directora artísticacontinuaram a ser desempenhadaspor Iracity Cardoso; as de ensaiadorpor Vítor Garcia e (em acumulação comas funções de bailarina) PascaleMosselmans. Georges Garcia, Ivan Kramar,Leda Fernandes, Marta Munsó, BirteLundwall, José Grave, Alphonse Pouline Karl Burnett foram os professoresconvidados que colaboraram com a companhia.

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Outras Iniciativas

Grandes OrquestrasMundiais € 365 609

A Fundação associou-se mais uma vezao Banco Português de Investimentose à ONI para a produção do ciclo“Grandes Orquestras Mundiais”, que no anode 2002 contou com 8 concertos porgrandes agrupamentos sinfónicos do maiorprestígio internacional, seis pertencentesainda à temporada de 2001-2002e dois já à temporada subsequente.Apresentaram-se, assim, sucessivamente,no palco do Coliseu dos Recreios, o Coro e a Orquestra da Ópera de Mannheim, como maestro Adam Fischer; a Orquestra deParis, com o maestro Georges Prêtre; a Orquestra Sinfónica de Londres, com omaestro Bernard Haitink; a NationalSymphony Orchestra, com o maestroLeonard Slatkin e o violinista Joshua Bell;a Orquestra de São Petersburgo, como maestro Nikolai Alexeev e a violinistaElisabeth Batiashvili; a Orquestra GiuseppeVerdi de Milão, com o maestro RiccardoChailly e o pianista Nelson Freire. Porúltimo, no Grande Auditório da Fundação,foi a vez do grupo de música antiga Les Ars Florissants, dirigido por WilliamChristie, que trouxe a Portugal o projecto“Le Jardin des Voix”, envolvendo umaplêiade de jovens solistas vocaisseleccionados por audições em toda aEuropa, dois dos quais portugueses: osoprano Orlanda Isidro, e o baixo JoãoFernandes.

Recitais por artistasconvidados € 748 512

Os recitais solísticos da temporadadistribuíram-se em 2002 pelos habituaisciclos, procurando cobrir as várias áreasdo repertório de música de câmara.Assim, no Ciclo de Piano estiveram entrenós Emanuel Ax, Michel Béroff,Pedro Burmester, Sequeira Costa(em continuação da integraldas sonatas para piano de Beethoveniniciada no ano anterior), Richard Goode,Angela Hewitt, Evgeny Kissin,

Zoltan Kocsis, Andrea Lucchesini,Radu Lupu, Artur Pizarroe Maurizio Pollini.

O Ciclo de Música de Câmara contou coma participação das violinistas ViktoriaMullova (com a pianista Katia Labêque)e Sarah Chang (com o pianista Leif OveAndnes), dos violoncelistas Heinrich Schiff(com o pianista Till Fellner) e PieterWiespelway, do Beaux-Arts Trio,dos quartetos Borodine, Hagen, Kellere de Tóquio, e do Nash Ensemble (com o barítono Wolfgang Holzmair).

No Ciclo de Canto participaram os sopranosSusan Graham (com o pianista MalcomMartineau) e Felicity Lott (em doisrecitais, no primeiro com Graham Johnsone no segundo com Malcolm Martineau)e os barítonos Dietrich Henschel(com Michael Schäfer), Dmitri Hvorostovsky(com Mikhail Arkadiev), Simon Keenlyside(com Malcom Martineau) e ThomasQuasthoff (com Charles Spencer),realizando-se igualmente um recitala duo com o soprano Galina Gorchakovae o barítono Sergei Leiferkus(com Semion Skigin).

Depois da realização, em Outubro de 2001,da última edição das Jornadas Gulbenkiande Música Antiga, a partir da temporadade 2002-2003 esta área fundamental dorepertório passou a ser integradana programação de fundo da temporadade concertos, sob a forma de mais umciclo autónomo. De Outubro a Dezembrode 2002 tiveram assim lugar doisconcertos do grupo Huelgas Ensemble,dirigido por Paul van Nevel (obraspolifónicas de da Rore e de Lasso),um do Ensemble Elyma, dirigido por Gabriel Garrido (estreia portuguesamoderna das Matinas de Defuntosde David Perez), e um do grupo La Reverdie (obras de Dufay econtemporâneos).

Em complemento a este conjunto de ciclosde música de câmara, teve lugarigualmente no Auditório 2 a habitual sériede recitais pelos solistas da OrquestraGulbenkian, com cinco programas ao longode 2002.

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Ballet Gulbenkian,Annonciation,coreografia deAngelin Preljocaj.

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Ballet Gulbenkian,Minus 7,coreografia deOhad Naharin.

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26.os EncontrosGulbenkian de MúsicaContemporânea € 180 963

De 20 de Maio a 2 de Junho decorreram,no Grande Auditório Gulbenkian e noGrande Auditório da Culturgest, os 26.os Encontros Gulbenkian de MúsicaContemporânea, dedicados ao tema “Oriente/Ocidente: Aproximações e Cruzamentos”.

A segunda metade do século XX, com odesenvolvimento dos meios decomunicação, o crescente desejo desuperação cultural das fronteiras políticas eétnicas, e sobretudo o ideal de alargamentodas fronteiras da própria linguagemmusical, pôs em causa o edifício deconceitos essencialmente eurocêntricos que presidiam até então às práticas erepresentações da música erudita de matriz

ocidental. Assim, alguns compositoreseuropeus e norte-americanos deixaram-sefascinar pelas manifestações musicais,literárias, filosóficas e religiosas de paísescomo o Japão, a China, a Índia e a Indonésia. Por outro lado, muitoscompositores de países asiáticosassimilaram a lição da vanguarda musicalocidental. No intuito de aprofundar o seuestudo, deslocaram-se inclusivamente àAlemanha, à França e aos Estados Unidos,e alguns vieram a fixar residência nestes países.

Destes movimentos recíprocos nascerammúsicas enriquecidas pela interpenetraçãode elementos euro-americanos e asiáticos,pelo que se refere tanto aos parâmetrosmelódico, rítmico e tímbrico como aosprincípios estruturadores do discursomusical. São particularmente chamativasas experiências de junção de instrumentos

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O compositorTan Dun

dirige a obraOrchestral Theatre,

integrada nos26.os Encontros

Gulbenkiande Música

Contemporânea.

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ocidentais e instrumentos tradicionaisasiáticos, ou de exploração dos primeirosno sentido de reproduzir efeitos tímbricosespecíficos dos segundos.

Ao longo de nove concertos,os 26.os Encontros Gulbenkian ilustraram,a título exemplificativo, este panoramade aproximações e cruzamentos entre amúsica erudita ocidental e a músicatradicional e erudita de países asiáticos,mediante a apresentação de obras de 21 compositores.

Dos Estados Unidos ouvimos John Cage e,em associação com ele, Lou Harrisone Morton Feldman, e ainda Terry Riley.A Europa esteve representada pelo francêsOlivier Messiaen, o holandês LouisAndriessen, o britânico Jonathan Harveye as portuguesas Constança Capdevillee Isabel Soveral. Desta última foiexecutada a obra Inscriptions sur unePeinture, inspirada num quadro deJosé de Guimarães (Regresso aoLago do Oeste, da série “China”)que esteve em exposição na FundaçãoGulbenkian durante todo o períododos Encontros.

Por outro lado, do quadrante asiáticochegou-nos a voz dos três países onde maisamplamente se verificou a busca de diálogomusical com o Ocidente: primeiro, o Japãoe a República da Coreia; mais recentemente,a China. Foram apresentadas obras dosjaponeses Toru Takemitsu e Keiko Harada;dos coreanos Ysang Yun e Younghi Pagh-Paan; e dos chineses Tan Dun,Qu Xiao-Song, Chen Qigang, Guo Wenjing,Mo Wuoping e Xu Shuya. Ainda dois outrospaíses asiáticos estiveram presentes nestesEncontros: o Uzbequistão e o Azerbeijão,através de obras, respectivamente,de Dmitri Yanov-Yanovsky e FranghizAli-Zadeh. Desta última compositora foidada a primeira audição absoluta de Mersya,para violoncelo e orquestra, encomendadapela Fundação Gulbenkian.

No programa dos 26.os Encontros Gulbenkianassumiu particular relevo a presença,também como intérpretes, de dois doscompositores atrás referidos: Tan Dun e Terry Riley.

O chinês Tan Dun, radicado em Nova Iorquedesde 1986, é um dos representantesmáximos da conexão musicalOriente-Ocidente. Entre as suas obras maiscélebres contam-se: a ópera Marco Polo,a Symphony 1997 (composta paraa cerimónia da reintegração de Hong-Kongna China), 2000 Today: a World Symphonyfor the Millenium (transmitida em 1 deJaneiro de 2000 por 55 cadeias de televisãodos cinco continentes), música para filmes(Tan Dun recebeu o Óscar da Academiade Hollywood para a melhor músicaoriginal, destinada ao filme O Tigre e oDragão, de Ang Lee), e o ciclo OrchestralTheatre em quatro partes. Foi precisamentea versão integral deste ciclo que Tan Dunveio dirigir em Lisboa, no dia 25 de Maio,com a Orquestra Gulbenkian. Trata-sede uma obra de vastas dimensões em queo compositor leva ao extremo a suaexperiência de utilização da orquestraocidental como meio de criação desituações teatrais, com o recurso a cantoresde tradição ocidental e oriental, imagensde vídeo, jogos de espacialidadee a participação do próprio público.Quanto a Terry Riley, um dos criadoresparadigmáticos da música minimalistanorte-americana, surgiu-nos desta veztransfigurado em intérprete de músicatradicional indiana, numa sessão deimprovisação a duo com o contrabaixistaStefano Scodanibbio.

Além dos já mencionados, cabe destacar,entre os intérpretes destes Encontros:o Nieuw Ensemble de Amesterdão e o Remix Ensemble (que pela primeira vezcolaboraram em concertos da FundaçãoGulbenkian), o Grupo de PercussãoDrumming, a Orquestra SinfónicaPortuguesa e o Coro Gulbenkian; os maestros Emilio Pomarico, Stefan Asbury,Jorge Matta, Josep Pons e Muhai Tang; e os solistas John Tilbury, TomokoMukayama (piano), Ivan Monighetti(violoncelo), Nancy Allen Lundy, Hua-HuaZhang, Stephen Bryant (canto), e SongYang (actriz da Ópera de Pequim).

Os concertos do Remix Ensemble/CoroGulbenkian e do Grupo Drumming tiveramo apoio da Culturgest. O da OrquestraSinfónica Portuguesa foi organizado em

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colaboração com o Teatro Nacional de São Carlos.

Com esta 26.ª edição, a Fundação Gulbenkiandeu por concluída a série de Encontros deMúsica Contemporânea que vinham arealizar-se com regularidade anual desde1977, e que desempenharam um papelfundamental no sentido de proporcionarao público português, de modo sistemático,amplas panorâmicas das tendênciasestéticas dominantes na música eruditados séculos XX e XXI.

Cursos de aperfeiçoamentoartístico e musicologia € 25 705

Dando continuidade ao apoio à formaçãomusical e ao aperfeiçoamento artístico,foram promovidos cursos em diversas áreasdisciplinares ministrados por pedagogos degrande prestígio internacional; algumas destas acções realizaram-se aoabrigo do protocolo celebrado para este fimentre o Serviço de Música e a EscolaSuperior de Música Rainha Sofia, de Madrid.Neste quadro, orientaram os cinco cursosorganizados pela Fundação em 2002o professores Emmanuel Nunes(Composição), Hans Schellenberger (Oboé),Natalia Shakovskaya (Violoncelo) e Sequeira Costa (Piano).

Foi publicado, entretanto, com coordenação editorial de Rui VieiraNery, o volume de actas do colóquio “A Música no Brasil Colonial”, que em Outubro de 2002 tinha reunido na Fundação uma vintena de especialistasportugueses e brasileiros nesta temática.Esta publicação recebeu excelentesreferências críticas na imprensaespecializada, não só em Portugal eno Brasil, como nos Estados Unidos.

Subsídiose Bolsas de Estudo

Plano de descentralizaçãocultural € 18 312

O essencial da intervenção do Serviçode Música no âmbito da descentralizaçãomusical no País foi feito através dasdigressões já mencionadas dos seusagrupamentos artísticos permanentes– Orquestra, Coro e Ballet Gulbenkian –em colaboração com entidadesautárquicas ou com festivais demúsica regionais. Paralelamente, contudo,tiveram mais uma vez lugar na Golegã,Leiria, Mafra, Portimão, Porto, Santa Mariada Feira, Tomar e Torres Novas recitaisde música de câmara por agrupamentosformados por instrumentistas da Orquestra Gulbenkian.

Ballet Gulbenkian,Charmes,

coreografia deCesc Gelabert.

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Amir Sfair Filho

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Incentivo à criação musical € 21 078

No quadro do plano de incentivo à criaçãomusical, foram feitas encomendasaos seguintes compositores:

› Franghiz Ali-Zadeh (nascida no Azerbeijãoem 1947 e radicada em Berlim desdea década de 90), Mersiye, para violonceloe orquestra, estreada a 2 de Junho nos 26.os Encontros Gulbenkian de MúsicaContemporânea pela Orquestra Gulbenkiansob a direcção de Muhai Tang e tendocomo solista Ivan Monighetti;› Emmanuel Nunes, Improvisations II –Portrait para Viola Solo, encomenda emconjunto com o Festival Nuova Musicada Bienal de Veneza, onde foi estreada a 28 de Setembro de 2002, pelo violetistaChristophe Desjardins. Está prevista a sua primeira audição portuguesa,pelo mesmo intérprete, na temporadaGulbenkian 2003-2004.

Bolsas de estudo no País € 30 544

No ano de 2002, e com incidência no anolectivo de 2002-2003, o Serviço de Músicamanteve a política adoptada nos últimosanos relativamente à atribuição de bolsasde estudo para frequência de escolasde música no País.

Assim, no que respeita à selecção de novosbolseiros, manteve-se a colaboração como Prémio Jovens Músicos, organizado pelaRDP, considerando-se que este procedimentovem privilegiando uma avaliaçãodos candidatos bastante ponderada,assente numa aferição directa do potencialtécnico-artístico dos mesmos. Por outrolado, foi aberto concurso para renovaçãode bolsas de estudo, nele se mantendocomo prioritário o apoio a casosde aproveitamento escolar acima da médiana respectiva área vocacional.Neste quadro, para o ano lectivo de 2002-2003, foram atribuídas 23 bolsas

de estudo, 19 das quais constituindorenovações de bolsas concedidas em anosanteriores. A distribuição das bolsasde estudo por áreas disciplinares foi a seguinte: flauta (2), oboé (3),clarinete (3), fagote (1), trompete (1),trompa (1), violino (5), viola (2), violoncelo (1), piano (3) e saxofone (1).

Bolsas de estudono estrangeiro € 119 858

Também para o ano lectivo de 2002-2003,foram concedidas pelo Serviço de Música15 bolsas de estudo para aperfeiçoamentoartístico ou pós-graduação emestabelecimentos de ensino superiorem Londres, Birmingham, Berlim, Salzburgoe Madrid. Estas bolsas corresponderama renovações do apoio a bolseiros já seleccionados no ano anterior e em plenafrequência dos cursos entretanto iniciados.As disciplinas abrangidas foram: violino (4),viola (2), violoncelo (3), contrabaixo (1),harpa (1), piano (2) e canto (2).

Refira-se que com este programa a Fundaçãocontinua a ser a instituição portuguesa,pública ou privada, que presta o maissignificativo apoio deste tipo à formaçãoavançada de jovens músicos portuguesesno estrangeiro.

Outros subsídios € 2 250

Paralelamente aos subsídios anteriormentereferidos, a Fundação apoioufinanceiramente, à semelhança de anosanteriores, projectos na área da música e da dança de mérito reconhecido peloseu contributo para a dinamização cultural,quer no País quer no estrangeiro,designadamente uma iniciativade homenagem a Michel Giacometti e oconcerto comemorativo do 96.º aniversáriodo compositor Fernando Lopes Graça.

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Arq. Fot. CAMJAP / Carla Lemos Ferreira

Exposição “Assinaturas do Invisível”, Galeria de Exposições Temporárias da Sede da Fundação.

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Valores em euros

Encargos com pessoal 1 986 174

Despesas de funcionamento 138 726

Iniciativas directas 2 197 065

Total 4 321 965

Receitas 246 015

As questões relacionadas com a educaçãoe o desenvolvimento de novos públicos têmconstituído, desde há longo tempo,prioridades para o Centro de Arte ModernaJosé de Azeredo Perdigão (CAMJAP).Aumentar o número de visitantes,diversificar as suas proveniências e verreduzida a média das suas idades, pode-seafirmar que constitui um paradigmada actuação de uma grande maioriadas instituições museológicas. O Centrode Arte Moderna não tem fugido a estemodelo. Para tal tem desenvolvido um muitovasto conjunto de iniciativas na áreada educação e da divulgação.Estas acções foram-se configurando ao longodos últimos anos, criando uma progressivasolidez e suscitando uma crescente adesão.Pode-se aqui falar numa adequadaarticulação entre um público quepermanentemente aumenta e um modeloeducativo em desenvolvimento em extensãoe também em qualidade.

Em 19 de Dezembro de 2002 o Conselho deAdministração tomou uma série de decisõestendentes não somente a formalizar masigualmente a reforçar estas orientações.Pelos antecedentes referidos, o SectorEducativo, agora criado, constitui-sejá como uma referência obrigatóriano contexto museal português.

Avançaram igualmente os trabalhosde reestruturação das reservas, procurando-senovas formas de arrumação que permitammelhor utilização dos espaços e melhorescondições de arrumação e conservação

›› Centro de Arte ModernaJosé de Azeredo Perdigão – CAMJAP

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das obras. Na prossecução destes objectivos iniciou-se a substituição deequipamentos e a rearrumação com novosmateriais de embalagem. Também o acervo do Museu foi acrescentado com novas obras.

O Centro prosseguiu os seus objectivosorientadores nomeadamente na áreado estudo e da investigação, sendode particularizar os avanços no trabalhoda equipa que prepara a edição do catálogoraisonné de Amadeo de Souza-Cardosoe a realização de numerosas exposiçõestemporárias.

Exposições Temporárias

Jorge Pinheiro € 72 328

Exposição antológica da obra de JorgePinheiro, comissariada por João Pinharanda,em que foram mostradas algumas das obrasmais importantes dos seus tão diferentesmomentos. Foi igualmente feito um filmeem “realidade virtual” em que se visitouuma exposição de projectos nuncarealizados. Decorreu entre 28 de Fevereiroe 16 de Junho. Esta exposição ganhouo prémio AICA 2002.

Lourdes Castro, Grand Herbierd’Ombres € 4 182

Entre 21 de Novembro de 2002 e Janeiro de2003, foi mostrado na Sala de ExposiçõesTemporárias do piso 1 do Centro estaimportante obra de Lourdes Castro. Realizada na ilha da Madeira em 1972 estaobra é composta por mais de uma centenade imagens de plantas fixadas em ozalide.A técnica condiciona uma tal fragilidadeque esta obra jamais fora exposta.

Maria Beatriz € 5 592

Mostrou-se nesta exposição uma nova sériede trabalhos de Maria Beatriz, denominadaVita Brevis. Esta artista, que reside emAmesterdão desde meados dos anos 70,não tem tido em Portugal uma visibilidadefrequente.

A exposição decorreu entre 16 de Janeiroe 10 de Março.

Catarina Leitão, NaturezaDomesticada € 8 141

A artista mostrou nesta exposiçãoum conjunto de esculturas e de pinturassobre uma natureza conformada de acordocom a visão de uma sociedade determinadapelo consumo. Os elementos dessa naturezaapresentaram-se confortáveis, práticos,quase descartáveis, se necessário, emanandoda obra uma fina e crítica ironia.Esteve patente ao público entre 4 de Julhoe 15 de Setembro.

Carlos Nogueira, A Ver € 8 728

Este artista construiu para a Salade Exposições Temporárias do Centrouma muito complexa instalaçãodenominada A Ver. Alterando as dimensões e subvertendo o espaço perceptivo, CarlosNogueira faz-nos regressar a esse espaçoalterado como forma de construção poética.

A instalação foi mostrada entre 17 de Outubro de 2002 e 19 de Janeirode 2003.

Vista daexposição antológica

de Jorge Pinheiro,Museu do CAMJAP.››

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António Sena € 17 240

Esta exposição deu a ver a produçãopictórica a partir de inícios dos anos90 deste decisivo artista. Esteve patenteentre 3 de Outubro de 2002 e 19 de Janeirode 2003 na Galeria de ExposiçõesTemporárias do piso 1 da Sede da Fundação.

“Assinaturasdo Invisível” € 33 673

Organizada pelo London Institute estaexposição consistia no desenvolvimentode um projecto feito com o CERN e queconsistia em convidar artistas a visitarprolongadamente esta importante instituiçãocientífica e verem em que aspecto estavisita, bem como os contactos nelaocorridos, poderiam constituir uma fontede inspiração para novas obras.

Foram mostradas obras de Ken Mcmullen,Roger Ackling, Jérôme Basserode, RichardDeacon, Patrick Hughes, Tim O'Riley, PaolaPivi, Monica Sand, Bartolomeu dos Santose do teórico John Berger. A exposiçãoesteve patente na Galeria de ExposiçõesTemporárias da Sede entre 7 de Novembrode 2002 e 19 de Janeiro de 2003.

Projecto “Slowmotion” € 19 368

Entre 14 de Março e 4 de Agosto o Centrode Arte Moderna em colaboração como projecto “Slowmotion” apresentouexposições de Catarina Campino,Pedro Cabral Santo, Francisco Queiróz,João Onofre, Filipa César, Bruno Pachecoe Pedro Dinis Reis.

Este projecto constituiu-se como umnecessário reexame da produção vídeono panorama artístico português e foicomissariado por Miguel Wandschneider.O Serviço de Belas-Artes da Fundação foium dos parceiros da iniciativa.

O Centro de Arte Moderna apresentouesta sequência do projecto no seu halle em espaços da Sede (Galeria deExposições Temporárias do piso 1).

Exposições RotativasEstas exposições são realizadas com obraspertencentes ao acervo do Centro,dificilmente apresentáveis no contextoda exposição permanente da Colecção.No ano de 2002 foram mostradasas seguintes exposições:

› “Esculturas”, de Gonçalo Duarte;› “Múltiplos”, de Sonia Delaunay – gravurae cerâmica;› “Construcionistas Britânicos”;› “Paisagens”, de Bernardo Marques.

Exposição deLourdes Castro,Grand Herbierd’Ombres,Museu do CAMJAP.››

Exposição de MariaBeatriz, série VitaBrevis, na Salade ExposiçõesTemporárias doCAMJAP.

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Exposição deCatarina Leitão

NaturezaDomesticada,

Sala de ExposiçõesTemporárias do

CAMJAP.

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Exposição deAntónio Sena

no Edifício-Sededa Fundação.

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Obras Cedidasda Colecção do CAMJAPPara Portugal› Casa da Cerca – Centro de ArteContemporânea de Almada: “Luís Dourdil –O Lápis como Instrumento Soberano”,cedência de duas pinturas de Luís Dourdil,de 23 de Março a 5 de Maio; “ArtistasBritânicos. Trabalhos sobre Papel, 1956-1971” – cedência do conjuntode 47 trabalhos britânicos sobre papelque integram a colecção do CAMJAP;“Ofélia Marques, 61 Obras sobre Papel”,de 30 de Novembro de 2002 a 2 de Fevereiro de 2003 – cedência de61 desenhos pertencentes à Colecção.› Centro Cultural de Belém: “Retrospectivade José Pedro Croft”, de 9 de Maioa 31 de Agosto – cedência de uma esculturae de duas gravuras.› Fábrica da Pólvora de Barcarena, Oeiras:“Sob Vigilância”, exposição integradano Festival de Imagem de Oeiras,de 27 de Setembro a 6 de Outubro –cedência de uma obra de João Pedro Vale.› GRI – Gabinete das RelaçõesInternacionais do Ministério da Cultura:cedência de 18 obras para integrarema exposição “Surrealismo em Portugal 1934-1952”, no Círculo de Bellas Artesde Madrid, de 9 de Janeiro a 3 de Fevereiro.› Galeria de Vilar / Cooperativa Árvore,Porto: “Dominguez Alvarez – Um ImaginárioGalaico-Português”, de 27 de Junhoa 28 de Julho – cedência de pinturase desenhos para integrar a exposição deinauguração da Galeria Vilar, novo espaçode exposições da Cooperativa Árvore.› Fundação Júlio Resende: “Lugar do Desenho“,exposição sobre Almada Negreiros,de 27 de Março a 27 de Abril – cedênciade 10 desenhos.› Museu do Chiado: cedência de 3 pinturasde Amadeo de Souza-Cardoso, que integrarama reposição da colecção permanente de obrasdo século XX, de 19 de Junho a 6 de Outubro.› Museu de Serralves, Porto: “Antológica deJoão Vieira”, de Janeiro a Março de 2002 –cedência de 8 obras.› Museu de Tapeçarias de Portalegre:prorrogação de empréstimo do ano anterior(cedência de tapeçarias de Manuel Casimiroe de Eduardo Nery para a inauguraçãodo Museu).

› Sociedade Nacional de Belas-Artes deLisboa e Museu de Évora: “Retrospectivade José Júlio Andrade dos Santos”,de 6 de Junho a 20 de Setembro – cedênciade 14 obras (desenhos e pintura).› Torre do Tombo: exposição “Os Séculosdo Século”, de 7 de Dezembro de 2002a 31 de Março de 2003 – cedência de obrasde José de Almada Negreiros. A exposiçãointegrou obras pertencentes aos ServiçosCentrais, à Biblioteca de Arte e um retratodo Senhor Gulbenkian, pertencente aopatrimónio artístico da Fundação – a recolhae coordenação dos empréstimos estiverama cargo do Centro de Arte Moderna.

Para o estrangeiro› Fundación Cultural Mapfre Vida, Madrid:“A Geração do 14. Novecentismoe Vanguardia nas Artes Plásticas Espanholas1906-1926”, de 16 de Abril a 16 de Junho –cedência de uma pintura de Amadeode Souza-Cardoso e de uma pinturade Sonia Delaunay.› Fundação Catalunha-Portugal, Barcelona:“Fundação Calouste Gulbenkiane a Recuperação do Património HistóricoPortuguês no Estrangeiro”, de 14 de Marçoa 21 de Abril – cedência da pintura de Joséde Almada Negreiros, Retrato de FernandoPessoa, em colaboração com o ServiçoInternacional da Fundação.› Gagosian Gallery, Nova Iorque: “ArshileGorky Portraits”, de 19 de Março a 27 de Abril – cedência de uma pinturade Arshile Gorky pertencente ao depósitoda Diocese da Igreja Arménia da América (Oriental).› Kunstmuseum de Wolfsburgo, Alemanha:“Blast to Freeze: British Art in the Ageof Extremes”, de 14 de Setembro de 2002a 5 de Janeiro de 2003 – cedência de novasobras pertencentes à colecção de artebritânica contemporânea.› Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia:“Los Ismos de Ramón Gómez de la Sernay un Apéndice Circense”, de 9 de Outubroa 15 de Dezembro – cedência de duaspinturas de Robert Delaunay, de 4 de Junhoa 25 de Agosto.› Museo Thyssen-Bormemisza, Madrid:“Robert y Sonia Delaunay”, de 7 de Outubrode 2002 a 12 de Janeiro de 2003 –cedência de duas obras de Sonia Delaunay.

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Para além do empréstimo de obras o Centrode Arte Moderna colaborou com diversasinstituições – através de pesquisasefectuadas, elaboração de informação e produção de textos para catálogos – e, igualmente, com outros Serviços da Fundação.

Prosseguiu-se a elaboração de textos sobreartistas portugueses contemporâneos parao novo Roteiro da Colecção.

Organizaram-se duas conferências sobrequestões relacionadas com a conservaçãoe o transporte de pintura, por David Jones,conservador principal da Tate Gallery,de Londres – 21 e 22 de Maio.

Participação emConferências e SemináriosParticipou-se na Faculdade de Ciênciase Tecnologia da Universidade Nova de Lisboana conferência sobre ciência e arte,realizada no dia 23 de Outubro.

Sector de EducaçãoPor ter sido criado um novo Sector deEducação no CAMJAP em Julho de 2002, fez-se sentir a necessidade de dividir estetexto numa referência à primeira e à segunda metades do ano.

Na primeira parte serão referidas, porum lado, as diversas iniciativas de caráctereducativo desenvolvidas no Museu (cursose visitas guiadas), e, por outro lado,

a actividade desenvolvida pelo CentroArtístico Infantil (CAI) até final de Junhode 2002, altura em que foi integradono novo Sector de Educação do Centrode Arte Moderna.

A segunda parte corresponderá ao conjuntototal de actividades realizadas peloSector de Educação, integrando já a equipado ex-CAI.

Iniciativas de carácter educativo –1.ª parte (Janeiro-Junho)

Visitas guiadas € 25 177

Esta categoria contempla as visitasguiadas para público em geral, realizadas aos fins-de-semana durante todo o ano; para grupos escolares (todos os níveisde ensino), gerais e temáticas, disponíveis durante todo o ano; para grupos organizados mediante pedidosespecíficos (língua estrangeira, temáticas,empresas, etc.) e as visitas-jogo, um conjunto de visitas lúdicas para criançasdos 3 aos 10 anos, também disponíveisdurante todo o ano.

Nos primeiros seis meses de actividadeverificou-se um significativo crescimentoquer em termos de público escolare infantil, quer em termos de públicoem geral (visitas ao fim-de-semana).As visitas escolares e infantis tiveramum acréscimo de marcações passandoa realizar-se uma média de 73 visitaspor mês. No que se refere às visitas de fim-de-semana foram realizadasde Janeiro a final de Junho 42 visitas,que abrangeram cerca de 626 utentes.

Observação: Os valores definitivossão fornecidos para todo o ano ediscriminados por categoria no quadroda página 68.

Cursos € 5 534

Cursos e acções de formação que,reflectindo as temáticas e áreas de maiordebate actual, procuram potenciar o papeldo Museu e sua colecção na difusãoe conhecimento da arte moderna

Bárbara AssisPacheco,

s/título, 2001,guache sobre papel.

Col. FCG/CAMJAP.

››Arq. Fot. CAMJAP / José Manuel Costa Alves

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e contemporânea, bem como na formaçãonas áreas da educação artística e educação em museus.

Os 5 cursos ministrados, que contaram com170 participantes, dividem-se em duascategorias: cursos de informação artísticapara professores e cursos teóricos parapúblico em geral.

Cursos de informação artística paraprofessores: total 60 participantes› Percursos no Espaço e no Tempo:30 participantes› Educação e Cultura Visual: 30 participantes

Cursos teóricos para público em geral:total 110 participantes› O Riso na Arte – 15 participantes› Arte Contemporânea, Teoria e Práticas:70 participantes› A Caverna do Ser (sobre a origem da obrade arte): 25 participantes.

Centro Artístico Infantil (CAI)

O CAI desenvolveu o programa previstono plano de actividades para o ano de 2002até ao mês de Setembro.

Actividades formativas – cursose oficinas € 40 715

No conjunto das actividades formativas paracrianças e adultos, tiveram lugar no CAI22 iniciativas, entre cursos, workshopsintegrados e ateliês artísticos para crianças.No total, as 738 horas de formaçãocontemplaram 353 formandos.

Cursos para adultos

Os cursos para monitores na áreada expressão musical, dramática e poéticarealizaram-se em formato semestral. O curso para formação de monitoresde expressão plástica e o ProgramaIntegrado de Artes Visuais decorreram no calendário lectivo anual.O Curso Integrado para Animadoresde Expressões Artísticas realizou-se numa versão experimental, na sequência de

um projecto de actividades educativasno âmbito da Educação Estética e daPedagogia das Artes, reunindo um grupode 26 participantes, entre estudantes,professores, animadores e artistas plásticos.

Ateliês para crianças

Os ateliês artísticos para criançasdesenvolvidos ao longo do ano lectivona área da música, do drama, da plásticae da animação do livro, foram frequentadospor 199 crianças entre os 4 e os 12 anos de idade.

Actividades de sensibilização

Mantiveram-se as itinerânciasdas exposições, o acolhimento de visitantescom objectivos específicos, nomeadamentealunos das escolas superiores de educaçãoe outros, em recolha de materiais paraelaboração de trabalhos ou teses.

Exposição temática/itinerâncias € 16 522

O programa do CAI tem valorizadoe desenvolvido o contacto com outras instituições, sobretudo através da cedência por empréstimo das exposições temáticas.No ano de 2002, a exposição “Da Galeriaà Poesia” esteve em Bragança, na EscolaSuperior de Educação, onde foi visitada por700 crianças e 70 adultos. Em Braga,no Centro de Criatividade “Abre-te Sésamo”,esteve patente a exposição “Abraço aPicasso”, que recebeu 820 visitantes.Sem previsão no plano anual realizou-seuma mostra com o objectivo de expor partedo trabalho desenvolvido no âmbito doateliê “Primeiro Olhar” para pais e filhos,dos últimos dois anos.

Ateliês abertos

À semelhança dos anos anteriores, os ateliêsabertos tiveram lugar aos fins-de-semanade modo a receber as crianças que nãotinham ainda qualquer ligação às actividades de continuidade do CAI.

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De Janeiro a Março realizaram-se 3 ateliêscom temáticas centradas em jogos ópticos e na actividade jornalística, de queresultaram dois suplementos ao Jornaldo CAI. No total recebemos 376 crianças.

Documentação € 15 334

Foram editados 3 números do Jornal do CAI,com publicação trimestral, num totalde 4700 exemplares.

Do caderno temático “Da Galeria à Poesia”,que sintetiza o trabalho desenvolvidono CAI em torno deste tema, foram feitos200 exemplares (fotocópia).

2.ª parte (Julho-Dezembro)

O que se segue constitui um balançoda programação e funcionamento do Sectorde Educação do Centro de Arte Moderna faceaos seus objectivos e linhas orientadoras, desde o seu início em 1 de Julho de 2002a Dezembro do mesmo ano. A partir de

Julho, a equipa do antigo Centro ArtísticoInfantil integrou o novo Sector de Educação.Como consequência, parte da programaçãoinicial do CAI foi reformulada para secoadunar com os objectivos do novo Sector.

Programa de iniciativas educativas

Foram estabelecidos três grandes gruposna programação – público infantil(dos 3 aos 10 anos), público juvenil(dos 10 aos 16-18 anos), público adulto(acima dos 16-18 anos) – e dentro destescriadas variáveis de oferta que se dirigema grupos mais específicos: grupos escolares(infantis e juvenis), crianças individuais(infantis e juvenis), famílias (conjugaçãoadultos e público infantil), professorese outros agentes educativos (das áreasde educação artística, belas-artes, históriade arte, sociologia da arte, curadoria, entreoutras), público interessado (actividadesdirigidas a todos os interessados nastemáticas da arte contemporânea, com ointuito de alargar e fidelizar novas audiências),grupos organizados de adultos e turistas.

Michael Biberstein,s/título, 1995,

acrílico sobre tela.Col. FCG/CAMJAP.

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Foram lançadas as bases para o trabalho compúblico com necessidades especiais e compúblico sénior, estando em curso o início doestabelecimento de parcerias com algumasinstituições relevantes nestes domínios.

Actividades de Verão –Julho a Setembro

Ludoteca e ateliês de Verão € 7 488

A Ludoteca – actividade lúdica criativa –é o espaço por excelência para o encontrodas crianças em situação de férias escolares.

Foram realizados dois ateliês de Verãoque envolveram 361 crianças, um dedicadoà matemática e outro às artes plásticas.O ateliê de artes plásticas “Viajar no Verãopela Gulbenkian” conjugou as actividadesplásticas com repetidas visitas temáticasao Museu Gulbenkian e ao Centro de ArteModerna.

Total de horas: 365.Total de utentes: 3031 crianças (dos 4 aos 13 anos).

Visitas guiadas € 25 177

Esta categoria contempla as visitasguiadas para público em geral, realizadasaos fins-de-semana durante todo o ano;as visitas para grupos escolares (todos osníveis de ensino), gerais e temáticas,disponíveis durante todo o ano; as visitaspara grupos organizados mediante pedidosespecíficos (língua estrangeira, temáticas,empresas, etc.) e as visitas-jogo,um conjunto de visitas lúdicas para criançasdos 3 aos 10 anos.

Total anual de visitas previstas: 583.Média prevista por mês: 50.Total anual de visitas realizadas: 809.Média realizada por mês: 74.Total anual de utentes: 14 918.

Visitas – adultos € 6 484

Visitas de fim-de-semanaVisitas em torno da colecção permanentee das exposições temporárias

que proporcionam espaços de discussão,debate e aprendizagem a partir de percursosguiados a uma selecção temática de obraspresentes nas salas do Museu. Duram todo o ano e são diferentes cada fim-de-semana, permitindo cobrirum alargado panorama de temáticase problemáticas.

Total de visitas: 91.Total de utentes: 1236.

Visitas para grupos organizadosVisitas gerais ou temáticas para gruposorganizados, que procuram respondera diferentes tipos de interesses e a pedidosespecíficos, em língua portuguesaou estrangeira.

Total de visitas: 59.Total de utentes: 1087.

Visitas guiadas para escolase outras instituições(jovens e crianças) € 18 443

Total de visitas previstas: 493.Total de visitas realizadas: 659.Total de utentes: 12 595.

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Catarina Leitão,s/título, 2001aguarela sobre papel.Col. FCG/CAMJAP.

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Visitas à Colecção Permanente

Visitas que, tomando como ponto de partidaas obras actualmente expostas no CAMJAP,procuram traçar diversos percursos(cronológicos ou não) e abordar algumasdas questões mais importantes relacionadascom o universo da arte modernae contemporânea.

Total de visitas: 242.

Total por faixa etária:› 10 aos 13 anos – 429.› 13 aos 16 anos – 3064.› 16 aos 18 anos – 2031.› Total de utentes: 5524.

Visitas temáticas específicas

Conjunto de visitas que se articulamem torno de temas específicos e/oudas exposições temporárias, procurandoresponder a algumas das necessidadesmanifestadas pelas escolas nos últimos anoslectivos e criando, sempre que possível,abordagens que cruzam várias áreasdisciplinares (história, história de arte,português, filosofia, antropologia,sociologia, entre outras).

Total de visitas (exposições temporárias;modernismo; apropriações e citações;olhar, ver, interpretar; artes e letrasno modernismo; núcleo de arte britânica;outros períodos históricos): 155.

Total de visitantes por faixa etária:› 10 aos 13 anos – 111.› 13 aos 16 anos – 462.› 16 aos 18 anos – 2768.› Total de utentes: 3341.

Visitas-jogo para crianças

Conjunto de visitas em forma de jogo ondeo diálogo orientado e o recurso a materiaisde apoio únicos e extremamente apelativosreforçam um processo de descobertae aprendizagem lúdica, através docontacto directo com as obras dacolecção e os múltiplos percursos que elas possibilitam.

Total de visitas: 257.

Total de visitantes por faixa etária:› 3 aos 6 anos – 3035.› 6 aos 10 anos – 695.› Total de utentes: 3730.

Ateliês

A categoria “ateliês” contempla dois tiposde actividade: ateliês de continuidadee ateliês temporários. Os ateliês decontinuidade, dirigidos a crianças, jovense famílias, são ateliês de longa duração(semestrais ou anuais), onde se promoveum trabalho de continuidade com osparticipantes através do cruzamentode diferentes linguagens artísticas(animação do livro, expressão dramática,artes visuais, expressão plástica) e apelandoà utilização de todos os sentidos de uma forma integrada.

Total: 13.Total de utentes: 192.

Os ateliês temporários para crianças(grupos escolares e individuais) e famíliassão ateliês temáticos em tornoda programação de exposições temporáriasdo Centro de Arte Moderna. Estes ateliêssó tiveram início em Setembro de 2002.

Total: 7.Total de utentes: 63.

Cursos

Vide páginas 62 e 63.

Outros EventosConversas com artistas

Conversas abertas ao público coma presença de artistas representadosna Colecção ou nas exposições temporárias(actividade em colaboração com o Sectorde Conservação). Destaque para “Conversacom Lourdes Castro”.

Total de utentes: 80.

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Outras ActividadesPrograma de estágios

Foi estabelecido um programa de estágios noSector de Educação, para licenciados em áreasde interesse para o Museu e seu trabalhoeducativo, com a duração de 3 meses.

Construção de parcerias

A este nível, para além das parcerias como CITEN e com o Sector de Conservação quetêm expressão na programação já enunciada,está em curso a primeira fase deum projecto de parceria com a EscolaSecundária Fernão Mendes Pinto, do Pragal.

Actividades de representação

Em 16 de Setembro de 2002 o Sector de Educação esteve representadonas Jornadas de Educação e Museus,promovidas pelo Museu das Comunicaçõesem colaboração com a Associação de Professores de História (APH) atravésda sua coordenadora, que aí apresentoua comunicação: “O Papel Educativo dosMuseus – Novos Desafios, Novas Relações”.No dia 6 de Dezembro o Sector esteverepresentado no Projecto For Art –I Seminário “Educação Artística” aconvite do Instituto Piaget de Viseu,onde a coordenadora apresentou a mesmacomunicação, bem como o programaeducativo do CAMJAP e suas linhasorientadoras.

Departamento ACARTEPrémio ACARTE/Maria Madalena de Azeredo Perdigão € 12 988

O prémio referente a 2002 foi atribuídoa Eric Costa, pela cenografia do espectáculoSeria Preciso Uma Grande Chuvada paraApagar as Pegadas, encenado por JoãoGalante. O Júri fala de um espaçominuciosamente trabalhado, poderoso comouma ideia que se torna matéria, legível,orgânico e eficaz na sua multiplicaçãocénica. Saliente-se que o valor do prémio

– € 10 000 – será reflectido no orçamentodo próximo exercício.

C.CVIS21 – Ciclo de Cinemae Vídeo no Início do Século € 17 812

› O Homem-Teatro, filme de Edgar Pêra (Portugal).› 10, uma série de quatro curtas-metragens:O Duplo, de Sandro Aguilar, Dieci Minuti allaFine, de Daniele Cipri e Franco Maresco,Kalkitos, de Miguel Gomes e Mathias Mueller,e Beacon, de Christophe Girardet. Estasessão foi realizada em colaboração como Festival Internacional de Curtas-Metragensde Vila do Conde.› CCM, vídeo e fotografias, uma instalaçãode Luciana Fina e Moritz Elbert.

Europa América € 2 875

Uma junção de artistas na área da electrónica e imagem: Lee Ranaldo e Leah Singer(Nova Iorque), David Toop (Londres) e os portugueses Rafael Toral e João Paulo Feliciano.

Teatro de Marionetas € 27 439

Numa retrospectiva sobre a fabulosa carreirado grupo Teatro de Marionetas do Porto,realizou-se a apresentação em Lisboade vários espectáculos: Miséria, Exit,Macbeth, Nada ou o Silêncio de Beckette Os 3 Porquinhos. Uma oportunidade para

Exterior do Centrode Arte ModernaJosé de AzeredoPerdigão, fachadaonde se situa aentrada principal.

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Carlos Azevedo

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Lisboa ver, pela primeira vez, alguns dosespectáculos que fazem a história do teatrode marionetas contemporâneo português.

Danças na Cidade 2002

Integrado no festival internacional de dançacontemporânea “Danças na Cidade”,apresentou-se o módulo “Partiturase Paisagens”, título que os programadoresLuciana Fina e Mark Deputter escolherampara este conjunto de iniciativas unidasem torna da imagem, do movimento e do multimédia. O festival foi co-financiadopela União Europeia, através do ProgramaOperacional da Cultura – FEDER.Apresentaram-se obras, dentro de diversasáreas, de Alice Chauchat, André Guedes,Charlotte van den Eynde e Ugo Dehaes, Claudia Triozzi, Cuqui Jerez, Donata d’Urso,Erwin Wurm, Fabrice Lambert, João Galante Laurent Goldring, Lília Mestre e MetteEdvarsen, Luciana Fina e os realizadores

convidados Myriam Gourfink, PauloHenrique, Sónia Baptista e Studio Azzurro.

Natal na Gulbenkian € 2 847

Apresentação da versão portuguesa do filmeA Idade do Gelo, durante uma semana,com duas sessões diárias.Para a sessão da manhã convidaram-seinstituições de crianças menos favorecidas:Caritas, Cerciama, Unicef, Crinabel, Centrosde Acolhimento da Casa da Encosta/Casado Infantado/Casa do Parque, Externato GrãoVasco, Casa do Gaiato, IAC – Institutode Apoio à Criança, Obra do Ardina, CasaPia e internos no Instituto Portuguêsde Oncologia e no Hospital de DonaEstefânia. Estas crianças receberam todasum lanche e uma pequena festa no hall doCAMJAP com duas escultoras de balões. As sessões da tarde foram preenchidascom os alunos do ensino básico de escolas oficiais.

Total de utentes por tipo de actividade

Actividades de carácter sensibilizador Visitas às exposições 16 70820 258 utentes Ateliês abertos/temáticos 800

Ludoteca 2 670 Conversas com artistas 80

Actividades de carácter formativo Cursos de informação artística 170 715 utentes para professores e cursos teóricos

para o público em geralCursos para monitores nas áreas 154de expressão artística (anuais) Ateliês artísticos para crianças (anuais) 391

Total de utentes no ano 2002 20 973

Total de utentes por tipo de visita

Visitas para adultos Visitantes fim-de-semana 1 2362654 utentes Grupos organizados 1 087

Exposições itinerantes 131 Exposições trabalhos ateliês 200

Visitas para crianças e jovens Visitas à colecção permanente 5 52414 054 utentes Visitas temáticas 3 341

(exposições temporárias) Visitas-jogo 3 730 Exposições itinerantes 1 459

Total de visitas guiadas Museu/Exposições 16 708

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Jazz em Agosto € 186 835

A 19.ª edição do “Jazz em Agosto”,prosseguindo as orientações que lhe têmvindo a ser conferidas, debruçou-sesobre múltiplas tendências do jazzcontemporâneo, num movimentode inquietação que continua a marcara programação deste festival. Com especialênfase para dois nichos geográficos que vêmdemonstrando uma vitalidade excepcional– Chicago e Reino Unido –, esta edição nãodispensou, contudo, uma significativaparticipação de músicos oriundos de outraslatitudes, incluindo um número importantede músicos nacionais, igualmenteempenhados em rasgar novos horizontes.Como habitualmente, a programação nãose esgotou nos espectáculos que ocuparamvários espaços da Fundação, desenvolvendo-setambém através de diversas iniciativascomplementares, de que se destaca arealização de duas conferências conduzidas,respectivamente, por Jorge Lima Barreto epor John Corbett, uma mesa-redonda commúsicos britânicos mediada pelo críticoamericano Bill Shoemaker, e uma acção de formação coordenada pelo músicoamericano Ken Filiano. Num total de 13 concertos, que incluíramum espectáculo de dança, apresentaram-senesta edição do “Jazz em Agosto”os seguintes grupos: Trygve Seim, ChicagoUnderground Quarteto, Essência Trio,Fred Anderson Trio, Jeb Bishop Trio,Paul Dunmall Octeto, Barry Guy NewOrchestra, LIP Quarteto e Keith TippettTapestry Orchestra.

6869

Rui Chafes,Durante o Sono, 2002,ferro.Col. FCG/CAMJAP.

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Arq. Fot. CAMJAP / José Manuel Costa Alves

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Rui Vasconcelos, s/título, 2001, encáustica sobre papel(Projectos de Criação Artística).

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Valores em euros

Encargos com pessoal 447 744

Despesas de funcionamento 157 096

Iniciativas directas 113 930

Subsídios e bolsas 1 223 400

Total 1 942 170

Receitas 198 546

O Serviço de Belas-Artes prosseguiu,em 2002, a actividade de apoio à criação,divulgação e investigação nas diferentesáreas artísticas no âmbito da suacompetência – artes plásticas, arquitecturae design, história da arte, arqueologiae património, cinema e teatro – continuandoa dar prioridade à sua missão distributivapara a qual é especialmente vocacionado.A referida actividade concretiza-se atravésda atribuição de bolsas e subsídios,conforme os programas, normas e prazos aprovados.Os seus objectivos principais são promovere apoiar novos projectos de qualidade,dinamizando o meio artístico nacionale divulgar a arte e os artistas portuguesesnos circuitos internacionais, privilegiandoparcerias com entidades relevantes nacionais e estrangeiras.Em complemento, o Serviço de Belas-Artestem desenvolvido actividades directas(exposições, prémios, conferênciase projectos inovadores), em consonânciacom a sua missão e objectivos.

Artes Plásticase Exposições € 331 961

Acordo tripartido € 49 864

A Fundação Luso-Americana parao Desenvolvimento (FLAD), o Institutode Arte Contemporânea do Ministério daCultura e a Fundação Calouste Gulbenkian

7071

›› Serviço de Belas-Artes

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mantiveram em 2002 o protocolo decolaboração que visa o apoio à divulgaçãoda arte portuguesa no estrangeiro, atravésda concessão de subsídios a artistas,galerias e instituições culturais portuguesas,para a sua participação em exposiçõese eventos internacionais. Ao abrigo desteprograma, foram contempladas 22 iniciativas,repartidas entre os apoios dados às galeriasportuguesas para participação em feirasinternacionais de arte (Berlim, Colónia,Bruxelas, Basileia, Milão e Miami), e aosartistas nacionais para participação emeventos internacionais (Manifesta 4,Bienal de Pontevedra), ou em exposiçõesindividuais e colectivas, a convite deinstituições museológicas (P.S.1Contemporary Art Center de Nova Iorque)e de curadores estrangeiros (Harm Lux,Lawrence Weiner e Jack Wendler).

Projectos de criação artística € 24 281

Em 2002 foram apoiados 7 projectos quecontinuaram a consubstanciar a procurade excelência artística que preside a estalinha programática. Os projectos apoiados,oriundos de áreas diversificadas da criaçãoartística, reforçam a lógica disciplinarmentetransversal deste programa.

Apoio à produçãode exposições € 45 439

Esta linha programática partedo pressuposto de que a existênciade um cenário alargado de produçõesexpositivas independentes é essencial paraa solidificação de um tecido criativo,bem como para a formação de públicos.

De facto, o campo das produções expositivasé revelador da profissionalizaçãodas profissões artísticas, contribuindopara uma melhor qualidade dos processos demediação artística. Este factor reflectiu-senos destinatários dos apoios atribuídosneste programa durante o ano de 2002,já que foram beneficiários artistas, curadorese produtores (ligados a estruturasou independentes). Assim, foram apoiados18 projectos, sendo de assinalar a atribuiçãode apoios a exposições efectuadasnos Açores, sinal de uma cultura artísticalocal emergente. Outro dado a reter emrelação aos apoios atribuídos é o facto de,sendo em menor número em relação a anosanteriores, terem sido objecto de subsídiosmais significativos, o que comprova umamaior possibilidade selectiva em funçãoda qualidade dos projectos submetidosa apreciação.

Projectos de desenvolvimentoe criação artística € 104 107

Durante o ano de 2002 foram apoiados 39 projectos na área de desenvolvimento pessoal dos agentesartísticos, bem como a solidificação das estruturas que operam na distribuição,formação e divulgação artísticas.Apresentado no Centro de Arte ModernaJosé de Azeredo Perdigão (CAMJAP),o projecto de intervenção urbana “Lisboa Capital do Nada” contou com o apoio do Serviço de Belas-Artes,através da concessão de um subsídio para a publicação do “livro-memória”.

Arranqueda Fábrica da Pólvora € 24 940

O “Lugar-Comum” – Centro deExperimentação Artística, instaladona recuperada Fábrica da Pólvorade Barcarena, é um espaço únicoem Portugal e exemplar na Europa,vocacionado para o desenvolvimentode projectos que utilizam as novastecnologias. O apoio concedido respondeua uma solicitação formulada pelo ClubePortuguês de Artes e Ideias, no sentido de uma contribuição da Fundação paraa aquisição de equipamento base inicial.

Miguel Ângelo Rocha,s/título, 2002,

lona(Projectos de Criação

Artística).

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Exposição“Daciano da Costa,Designer” € 17 616

A pedido da Associação para o Museu dos Transportes e Comunicações,foi apresentado de 17 de Janeiro a 10 deMarço, no Edifício da Alfândega do Porto, a exposição “Daciano da Costa, Designer”.Da iniciativa do Serviço de Belas-Artese comissariada pelo arquitecto João PauloMartins, a exposição dedicada à obradaquele designer português foi apresentada na Sede da Fundação, em 2001.

Exposição “Do Estádio Nacional ao Jardim da Fundação CalousteGulbenkian. Francisco Caldeira Cabral e a Primeira Geraçãode Arquitectos Paisagistas” € 42 250

No ano de 2002, o Serviço de Belas-Artesprocedeu à organização de uma exposiçãosobre o Modernismo na Arquitectura

Paisagista em Portugal, comissariada pela Professora Teresa Andresen, a inaugurar em Outubro de 2003, na Sede da Fundação.

Com especial destaque para o estudodo Jardim Gulbenkian e da sua importânciano contexto da cidade de Lisboa,a exposição pretende dar a conhecer a obrado Professor Francisco Caldeira Cabrale da primeira geração de arquitectospaisagistas portugueses.

Esta iniciativa insere-se num ciclo de trêsgrandes exposições sobre a FundaçãoGulbenkian, iniciado em 2001, com aexposição dedicada à obra do designerDaciano da Costa, e a concluir em 2005,com a apresentação da obra dos autoresdo projecto arquitectónico da Sede.

Catálogo Do Estádio Nacional ao Jardim da Fundação CalousteGulbenkian. Francisco Caldeira Cabral e a Primeira Geraçãode Arquitectos Paisagistas € 23 464

7273

Exposição “Dacianoda Costa, Designer”,17 de Janeiro a 10 de Março de2002. Edifício daAlfândega do Porto.Museu dosTransportes eComunicações.

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Estudos de Arte, Arqueologiae Património € 135 532

História da artee arqueologia € 62 854

História da arte

Foi atribuído, no âmbito deste programa,um subsídio para apoio à realizaçãodo 3.º Encontro Nacional de História da Arquitectura, que teve lugar na Curia,numa organização da Faculdade de Arquitectura da Universidade de Coimbra; dois subsídios para apoio a visitas deestudo universitárias, da MAUMAUS à“Manifesta”, em Frankfurt, e da Faculdadede Letras de Lisboa ao Egipto; 3 subsídiospara o desenvolvimento de trabalhosde investigação e divulgação,nomeadamente à Real Irmandade de Santa Mafalda, para o plano deactividades no Mosteiro de Arouca, e à MediaLine, para o lançamento da revista,on-line, Património; e 8 subsídios parapossibilitar a participação em estágios e reuniões científicas internacionais de especialistas portugueses de reconhecidae elevada qualidade.

Arqueologia

Foram concedidos 7 subsídios a trabalhosde campo e investigação, levados a cabo porarqueólogos, investigadores e instituiçõesespecializadas, incluindo os projectos deescavação do Palácio de Mênfis, no Egipto,dirigido pela Professora Doutora MariaHelena Trindade Lopes, da UniversidadeNova de Lisboa, a escavação do Ribat daArrifana, na Costa Vicentina, dirigido pelaProfessora Doutora Rosa Varela Gomes,também da Universidade Nova de Lisboa, e oapoio ao projecto “Villa Romana do Rabaçal”,desenvolvido pela Associação de Amigos daVilla Romana do Rabaçal, presidido pelo Dr. Miguel Pessoa; 3 subsídios para apoio apublicações científicas e de divulgação,incluindo o apoio à edição do volume 4 doJournal of Iberian Archaeology, editado pelaADECAP, sob a direcção do Professor DoutorVítor Oliveira Jorge e à publicação doestudo L’Établissement Phoénicien d’Abul

(Portugal) a cargo da Mission ArchéologiqueFrançaise au Portugal; 3 subsídios paraa realização de reuniões científicasinternacionais em Portugal, incluindoa IV Reunião sobre Escultura Romana daHispânia, organizada pela Faculdade deBelas-Artes de Lisboa e o encontrointernacional sobre “Palácios Islâmicos naBacia do Mediterrâneo (Séculos VIII-XIV)”,realizado pela Museu Nacional de Arqueologia; e 4 subsídios para possibilitar a participação em estágios e reuniõescientíficas internacionais de especialistas portugueses de reconhecida e elevadaqualidade.

Património € 18 000

O “Apoio para a Recuperação e Valorizaçãodo Património Artístico”, relativo ao anode 2001, foi atribuído a um projecto –seleccionado entre um universode 4 candidaturas missão, dando origem à atribuição de um subsídio no montantede € 15 000 ao projecto apresentado pelaParóquia de São Sebastião de Carreiras,Portalegre, para a recuperação dosfrescos quinhentistas da Igreja Paroquialde Carreiras.

Foi ainda decidida a atribuição, fora desteprograma, de um subsídio no montante de€ 3000 ao projecto apresentado pelo MuseuLimiano – Museu dos Terceiros, de Ponte deLima, para a reedição de um conjunto depublicações relativas ao espólio do referidomuseu e às suas iniciativas culturais.

Projecto intersectorial de apoioà edição e investigação € 24 750

No âmbito deste programa, foram atribuídos11 subsídios de apoio à edição de obras tãodiversas como as Actas do V ColóquioLuso-Brasileiro de História da Arte,publicadas pela Universidade do Algarve,de um conjunto de monografias sobreartistas contemporâneos portugueses,pela Mimesis Multimédia, dos volumes 18,19 e 20 de O Arqueólogo Português, peloMuseu Nacional de Arqueologia, ou da revistaPrototipo #007. Cidade em Performance,pela Stereomatrix, Arquitectura.

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Prémios Gulbenkiande História da Artee Arqueologia € 29 928

Foram atribuídos os Prémios Gulbenkian deHistória da Arte e de Arqueologia, relativosaos biénios de 2000-2001 e 1999-2000,respectivamente. O Prémio Gulbenkian deArqueologia foi, por decisão unânime doJúri, atribuído a Jorge de Alarcão, pela obraConímbriga, o Chão Escutado, editada pelaEdicarte. O Júri foi constituído pelosProfessores Doutores Maria de JesusSanches, da Faculdade de Letras do Porto,Ana Arruda, da Faculdade de Letras deLisboa, João Cardoso, da UniversidadeAberta de Lisboa, e Helena Catarino, daFaculdade de Letras de Coimbra.O Prémio Gulbenkian de História da Arte foi,por decisão unânime do Júri, atribuídoa Pedro Dias, pela obra A Arquitectura dosPortugueses em Marrocos 1415-1769, editadaem 2000 pela Portugal Telecom. O Júri foiconstituído pelos Professores Doutores LúciaCardoso Rosas, da Faculdade de Letrasdo Porto, Bernardo Pinto de Almeida,da Faculdade de Belas-Artes do Porto,Justino Maciel, da Faculdade de CiênciasSociais e Humanas da Universidade Novade Lisboa, e pela Dr.ª Lurdes Craveiro,da Faculdade de Letras de Coimbra.

Os membros do Júri decidiram ainda fazeruma menção honrosa a dois trabalhosde elevado mérito, publicados no períodoem apreço: a dissertação de doutoramentodo Professor Doutor Walter Rossa,da Faculdade de Arquitectura de Coimbra,DiverCidade: Urbanografia do Espaçode Coimbra até ao Estabelecimento Definitivoda Universidade, e a dissertaçãode doutoramento da Professora DoutoraDalila Rodrigues, directora do Museude Grão-Vasco, Modos de Expressãona Pintura Portuguesa: o Processo Criativode Vasco Fernandes (1500-1542).

Teatro € 149 783

O Sector de Teatro, acompanhandoas necessidades emergentes dos diversosagentes da cena artística teatral, tem vindoa repensar a sua estratégia de subsídios,alterando os seus programas de apoio.

Os sete programas existentes foramreduzidos para quatro, em 2002. Presidiua esta decisão a necessidade de atribuirapoios mais substanciais, decisivos parao desenvolvimento profissional dosintervenientes desta área. Os programasde apoio à “Dramaturgia Portuguesa” e a“Novos Encenadores” continuam a darprovas da sua eficácia no desenvolvimentodas energias artísticas que se propõempromover. O programa de “Acções de Formação”passou a designar-se de “Formação eInvestigação na Área Teatral”, tendo sidoalargado o campo de intervenção. Foi criadoum novo programa, “Consolidação de

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A Arquitecturados Portuguesesem Marrocos(1415-1769),do Professor DoutorPedro Dias(capa do catálogo)(Prémio Gulbenkiande História da Arte2000-2001).

››Entrega dos PrémiosGulbenkian deHistória da Arte e deArqueologiaaos respectivosvencedores,Professores DoutoresPedro Dias e Jorgede Alarcão,o Presidente daFundação, Dr. EmílioRui Vilar, e oDirector do Serviçode Belas-Artes,Pintor Manuelda Costa Cabral(da esquerda paraa direita).

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Estruturas Teatrais”, com o objectivo deapoiar estruturas teatrais com mais dequatro anos de existência, colmatando as suas necessidades mais urgentes.

Dramaturgia portuguesa € 26 212

Com o objectivo de promover a dramaturgiaportuguesa foram atribuídos subsídios acinco projectos. Destaca-se o facto de dois deles abordarem situações dramáticasrelacionadas com as ex-colónias africanas.São eles, Vim-te Buscar de Luís CarlosPatraquim, pelo Bica Teatro, e Infa 72de Fernando Sousa, pelo Teatro Focus.

No Porto, o Ensemble levou à cena ooriginal de Luísa Costa Gomes, José Matias,Entretém para Quatro Mulheres.

Novos Encenadores € 70 988

Este programa continuou a apoiarcriadores em início de carreira, intervindona construção e consolidação do seu

trabalho artístico. Este ano, as candidaturasforam abertas a projectos multidisciplinares,com ênfase no trabalho teatral. Atravésdeste programa, muitos projectos encontramas vias necessárias para a sua concretização.

Este ano foram subsidiados 21 projectos,destacando-se o trabalho de Amândio

José Matias,Entretém para Quatro

Mulheres, de LuísaCosta Gomes,

pelo Ensemble –Sociedade de Actores

(Programa de Apoioà Dramaturgia

Portuguesa).

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Um Mês no Campo,de Ivan Turgueniev,

encenação dePedro Penin

(Programa de Apoioa Novos Encenadores).

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Pinheiro, Nuno Nunes, Pedro Penim parao Teatro Praga, e Maria Duarte parao Projecto Teatral.

Formação e investigaçãona área teatral € 20 372

O grupo Visões Úteis foi apoiado para ainvestigação artística. Patrícia Portela,Paula Varanda, André Murraças e FranciscoParreira foram outros criadores apoiados, todoseles, para acções de formação no estrangeiro.Foram ainda subsidiadas acções de formação einvestigação no âmbito dos Encontros ACARTE.

Consolidação de estruturasteatrais € 32 211

Este ano marcou o arranque deste programa.Foram seleccionados três projectos: apoioà edição da publicação comemorativa dos25 anos de actividade da companhia TrigoLimpo, apoio para um estudo de viabilizaçãoda expansão do Chapitô, e apoio parao Projecto Move-Ce, estudo para a consolidaçãoda gestão do CEM – Centro Em Movimento.Para além destes projectos, também oTeatro da Cornucópia teve um subsídio dereforço para a edição do livro comemorativodos 25 anos de actividade.

Centro de Estudos de Teatroda Faculdade de Letras de Lisboa

Prosseguiu o apoio a este Centro de Estudosde Teatro, para o “Estudo da Intervençãoda Fundação Calouste Gulbenkian no Teatroem Portugal”. Este levantamento seráconcluído em 2004, dando assim corpoà necessidade de informatização do arquivodo Sector, contribuição imprescindível parao estudo do teatro em Portugal.

Cinema € 73 115

Filmes de carácterexperimental € 31 190

O Serviço prosseguiu o apoio que tem vindoa prestar a jovens cineastas que,

na sequência da sua formação académica,têm vindo a desenvolver projectos na áreado cinema experimental, atravésda realização de filmes sobre temas de arte.Assim, foi concedido ao Laboratóriode Criação Cinematográfica da UniversidadeNova de Lisboa um subsídio destinadoà realização de vídeos dedicados à obrade artistas portugueses, que apresentaramos seus trabalhos em exposições organizadaspelo CAMJAP durante o ano de 2002. Foramigualmente concedidos alguns apoios paraa realização de documentários também sobrea obra de artistas nacionais, destacando-seos filmes sobre José Pedro Croft e Ana Hatherly.

Projecto“O Nosso Caso” € 27 434

Em 2002, deu-se por concluídoo financiamento do projecto de execuçãode seis videogramas sobre a história e aestética do cinema português do últimoquartel do século XX, como formade abordagem crítica da criaçãocinematográfica portuguesa atravésda imagem. Este projecto, da autoriados cineastas Serge Saguenail e ReginaGuimarães, teve a duração de três anos,durante os quais se pôde constatara excepcional qualidade dos trabalhosrealizados.

Apoio à divulgaçãodo cinema portuguêsno estrangeiro € 13 820

Foram concedidos alguns subsídios como objectivo de comparticipar em encargosresultantes da apresentação de filmesportugueses no estrangeiro, integradosem festivais ou projectos de carácterinternacional, como o Festival du FilmBelfort-Entrevues, e o ciclo “CinémaPortugais: des Films qui Permettentla Pensée” em França e o “Formel Super 8Film Festival” na Suíça. Por outro lado,a AporDOC – Associação pelo Documentário recebeu um subsídiodestinado à preparação do seminário sobrecinema documental, que teve lugarem Serpa e que integrou o projecto

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“International Documentary Film Eventsin Portugal 2002”.

Workshop “Laboratóriode Cinema” € 671

Em 2002, o Serviço procedeu ainda aosúltimos pagamentos relativos ao projecto“Dar o Corpo ao Manifesto” que consistiuna apresentação, no CAMJAP, em Dezembro de 2001, de 6 curtas-metragens financiadas pela Fundação e da autoriade sete jovens realizadores.

Bolsasde Estudo € 646 939

Bolsas de estudode especializaçãoe valorização profissional € 597 204

Prosseguiu, em 2002, a intervençãodo Serviço junto de artistas, investigadorese profissionais através da concessãode bolsas de estudo de especializaçãoe valorização profissional, no País

e no estrangeiro, nas áreas artísticas da suacompetência. Esta acção, que se mantémpraticamente desde o início das actividadesdistributivas da Fundação, tem sidounanimemente considerada de grandeimportância para o desenvolvimento da vida artística e cultural do País.

O concurso deste ano registou um númeromuito elevado de candidaturas (265), que sedistribuíram pelos diversos domínios deespecialização contemplados: a arquitecturae o urbanismo, as artes visuais e o design,o teatro e o cinema, a história da arte,a estética, a arqueologia e o património,a museologia e a conservação,a gestão das artes.

O Júri do concurso, constituído porespecialistas dos quadros da Fundaçãoe exteriores a ela, emitiu pareceres sobreas candidaturas que lhe foram transmitidas,tendo seleccionado os projectos de maiorqualidade e oportunidade que entendeucorresponderem às necessidadesde especialização e de aperfeiçoamentoprofissional a nível do país e cujosproponentes reuniam condições capazesde garantir resultados positivos e úteisdos trabalhos a realizar no âmbito das bolsas.

Renata Sancho,Paisagem, 2001,

filme Super 8, 17 min.(Apoio à Divulgação

do Cinema Portuguêsno Estrangeiro).

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Reunidas e orçamentadas todas aspropostas do Júri, foi aprovado o planodas novas bolsas a conceder em 2002-2003,num total de 30, com a seguintedistribuição:

Os projectos aprovados contemplaramo desenvolvimento de estudos depós-graduação, particularmente dedoutoramentos, a realização de trabalhosde pesquisa, criação artística e de reflexãoteórica e a participação em estágios deactualização e valorização profissionalou em programas de “residência artística”no estrangeiro, com a seguinte distribuiçãopor países:

Ainda no que se refere a estas bolsas,regista-se a prorrogação, ao abrigo das normasregulamentares em vigor, de 18 das bolsasconcedidas em anos anteriores, por forma apermitir a continuação dos estudos iniciadoscom o apoio da Fundação, sendo de realçaros excelentes resultados obtidos pela quasetotalidade dos nossos bolseiros, resultadosque periodicamente nos vão sendo transmitidosatravés de relatórios das actividadesdesenvolvidas, confirmados por pareceresescritos pelos respectivos orientadores.

As bolsas destinadas a estudos nos EUAforam concedidas em parceria com a FLAD,no quadro de um acordo estabelecido háanos entre as duas Fundações. Assim, cabea ambas a escolha das bolsas a atribuire a partilha, em partes iguais, dos encargoscom as mesmas.

Bolsas “Exemplares” € 49 735

Estas bolsas, a que o Serviço continua adedicar grande atenção, têm como objectivopermitir uma especialização, ao mais altonível e em áreas consideradas prioritárias,de artistas e profissionais que procuramobter em instituições estrangeirasde reconhecido mérito uma qualificaçãode excelência e de repercussão garantidanas suas carreiras artísticase profissionais.

Nesta área, o Serviço manteve o protocolo,estabelecido há quatro anos, coma Künstlerhaus Bethanien de Berlim, tendosido seleccionado, por concurso, o artistaRui Calçada Bastos, que presentementebeneficia do programa de “residênciae workshop” oferecido por aquelainstituição. Esta bolsa é comparticipadapor recurso ao legado financeiro de João Hogan e, por isso, designada “Bolsa João Hogan”,em memória do artista. No campo da curadoria, o Serviço financiaos estudos do curador Miguel Amado, queconclui presentemente o mestrado “Curatingand Commissioning” no Royal Collegeof Art, em Londres.

Em parceria com a FLAD, prosseguiuo protocolo estabelecido com aExperimental Intermedia Foundationde Nova Iorque para a concessão de umabolsa de curta duração destinada àrealização de um estágio nessa instituição,como forma de premiar o artista queapresente a concurso o melhor projectoinédito na área da arte experimentalmultimédia. Margarida Garcia foi a artistaseleccionada para beneficiar desta bolsa,denominada “Bolsa Ernesto de Sousa”,em homenagem ao artista que foi pioneirona referida área da arte multimédia.

7879

Artes Visuais3

Arquitecturae Urbanismo

5

Fotografia2

Gravura1

Arqueologia1

Museologia2

Teatro2

Cinema3

Património1

História da Arte3

Conservaçãoe Restauro

2

Design2

Teoriae Sociologia

da Arte1

Cenografia1Desenho

1

Reino Unido9

EUA7

França3

Holanda2

Itália2

Alemanha2

Espanha3

Portugal2

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Valores em euros

Encargos com pessoal 155 696

Despesas de funcionamento 25 777

Iniciativas directas 101 002

Total 282 475

Receitas 18 226

Maioritariamente vocacionada para o estudoda literatura de língua portuguesa, a revistaColóquio/Letras é considerada, desde 1971– data da sua fundação – como a maisimportante publicação nessa área.Sem vinculação a escolas ou ideologias,de marcado carácter ensaístico,a revista apresenta nas suas páginasestudos de maior fôlego, comentáriosmais concisos e recensões críticas.Ao longo da sua história, a publicaçãotem ainda divulgado importantes inéditosde autores contemporâneos e aspectosdos espólios de escritores já falecidos.

No sentido de contribuir para uma certaequanimidade de juízo no que respeita àprosa novecentista portuguesa, editaram-se,em 2002, os números duplos 159/160e 161/162 da Colóquio/Letras.Com a publicação de artigos panorâmicos,os seus principais objectivos foram lembrarautores ou injustamente caídosno esquecimento – Tomaz de Figueiredo,Domingos Monteiro, Branquinho daFonseca –, ou muito pouco estudados– Ruben A., Fernanda Botelho, AugustoAbelaira, Paulo Castilho, Leonel Brim –, eainda recordar alguns nomes de referênciana ficção portuguesa do século XX – RaulBrandão, José Cardoso Pires, Maria Velhoda Costa, Mário Cláudio. Para analisar

a obra de cada um destes escritores – aindapresentes quer através de variados inéditospor eles assinados quer atravésde iconografia que permite ilustrar-lhes,por vezes de forma surpreendente, a vidae a obra –, a revista convidou credenciadosensaístas como Helena Carvalhão Buescu,Artur Anselmo, Teresa Seruya, Clara Rocha,Fernando Matos Oliveira, Maria da GraçaAbreu, Agripina Vieira, Cristina RobaloCordeiro, Mafalda Ivo Cruz, Luís Mourão,Paula Morão, Américo António LindezaDiogo, Manuel de Freitas e Carlos F. Jorge.

Contendo também originais de nomesconsagrados – Sophia de Mello BreynerAndresen, Fernando Assis Pacheco, JoséBento, João Rui de Sousa – e de outrosmuito menos conhecidos, mas de relevantequalidade literária – Luís Amorim de Sousa,Leonel Brim, Fernando Villas-Boas, Nunesda Rocha, Gonçalo M. Tavares –, estesnúmeros recordam a passagemdos centenários dos portugueses JoséRodrigues Miguéis e José Régioe dos brasileiros Augusto Meyer e CarlosDrummond de Andrade. A literatura dosdois países é, como habitualmente,ocupação prioritária das secções de Notase Comentários e Recensões Críticas,consagradas a dezenas de livrosde publicação recente.

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