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Circuito das Artes 2009 artes cênicas e musicais instituto de artes do pará 2009

Artes Cênicas - 2009

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Catálogo com os bolsitas do IAP - Instituto de Artes do Pará

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Circuito das Artes 2009artes cênicas e musicais

instituto de artes do pará2009

Circuito das Artes 2009artes cênicas e musicais

instituto de artes do pará 2009

C578 Circuito das Artes: artes cênicas e musicais 2009. — Belém: IAP, 2009

[40p.]: il.

Catálogo da 8ª edição da Bolsa de Pesquisa, Experimentação e Criação Artística.

ISBN: 978-85-89095-46-4

1. Arte brasileira — Parà — Séc. XXI. 2. Artes cênicas e musicais. 3. Artistas paraenses. I. Instituto de Artes do Pará

CDD — 709.8115

Circuito das Artes 2009 - Artes Cênicas e Musicais

Junto à conclusão da oitava versão do programa anual de bolsas do Instituto de Artes do Pará, o ano de 2009 também significou atingir uma década - a primeira - do pleno funcionamento desse mesmo centro de experimentação em arte. Nesses dez anos, um representativo número de artis-tas paraenses submeteu ao feitio de editais públicos seus projetos, o que parece expressar uma tendência - nova - a de pensar e tratar a criação artística através da pesquisa e da experimentação.

A pesquisa em arte pode caracterizar uma busca por novos repertórios. No caso das bolsas do IAP se junta à experimentação, com ela se confunde, torna-se uma necessidade do artista contemporâneo e representa um dos aspectos fundamentais que concorrem para a verdadeira qualificação da obra de arte hoje.

Jaime BibasPresidente do Instituto de Artes do Pará

Experimentação e Criação Musical: Percursos e Desafios

Maria José Moraes

A música, como toda arte, tem seu próprio meio, aquele material que a manipulação criativa do músico torna mais sensível, moldando-o numa forma diferente da que encontramos no dia a dia. Novas estéticas sonoras foram sempre permeadas pela descoberta de novos recursos que se transformam e transformam as artes. É a técnica também, ou o modo de fazer, que altera a lingua-gem, o discurso estético, o conteúdo. A troca de ideias, a experimentação de novos conceitos, a necessidade de confrontação com outras realidades e o aprendizado multicultural caracterizam a cultura contemporânea.

Hoje, falar sobre a natureza da música, ou do que a música representa é uma das mais difundidas atividades culturais, embora, ela conserve um caráter de abstração que resiste a qualquer definição determinada. Estamos rodeados de música por todos os lados, porém, a nossa relação com ela é algo difícil de ser formalizado e cuja compreensão se dá no âmbito da intuição e da sensibilidade. Devido a sua presença marcante em todos os âmbitos da vida moderna faz-se necessário então, desvendar de modo formal, sua natureza.

Nos trabalhos de música apresentados na 8ª Edição da Bolsa de Pesquisa, Experimentação e Criação Artística do Instituto de Artes do Pará, cada compositor desenvolve caminhos próprios na realização do processo composicional; cada peça apresenta suas singularidades que requerem um percurso diferenciado de investigação, sistematização e construção do processo criativo. Entretanto, há modelos gerais que constituem um corpus de conhecimento coletivo e que retor-nam com frequência nos compositores já que compartilham de um mesmo contexto cultural.

Finalizar um produto não precisa ser sinônimo de produto terminado, produto acabado. A fi-nalização e o contato com o público podem ser vistos como estar prontos para iniciar um novo processo de transformação.

Ver-O-Peso Suíte para Quintetos de Argentino NetoTendo como inspiração o Complexo Ver-O-Peso, com seus sons e sua arquitetura característica da segunda metade do século XVII, Argentino enfrenta o desafio de traduzir essa riqueza de sonoridades, em uma com-posição para dois quintetos instrumentais, de jazz e de sopros (madeiras). No processo de criação ele faz uma análise técnica e formal da elaboração dessas composi-ções e discute sobre questões culturais, sociais e histó-ricas constantes no trabalho de campo. A partir de suas reflexões e embasado por extenso aporte teórico, ele vislumbra uma relação estreita entre paisagem sonora e audiovisual. Observa-se influência de vários estilos musicais percorrendo o universo sonoro que perpassa as raízes populares e regionais, como o carimbó, até o jazz e música erudita modal, tonal e pós-tonal do século XX. Argentino descreve qual uma pintura, os sons do Ver-O-Peso, onde cada ambiente soa como um movimento musical independente.

Pesquisa, Composições, Arranjos e Direção Musical

Argentino Netoquinteto amazônix (quinteto de sopros)

Flauta: Davi Silva Oboé: Thiago Santos

Clarinete: Anderson Paes Trompa: Jairo MoraesFagote: Regis Falcão

jazz quintetoSaxofone Tenor, Teclados e Escaleta: Argentino

NetoGuitarra: André Macleuri

Contrabaixo: Maurício PanzeraPercussão: Aline Rhará

Percussão: Waldiney Machado

agradecimentos aos músicos que aceitaram comigo o desafio e à cidade de Belém do Pará, que nos proporciona o Ver-O-Peso, um lugar onde fervilham sons e imagens, cheiros e sabores, onde também fervilham ideias.

Carimbó Lata de Kleber Benigno

Um trabalho singular de música instrumen-tal, instrumento de construção e pesquisa de novas sonoridades. A magia da música de Kleber inicia com a elaboração e confecção de seus próprios instrumentos percussivos tornando-os veículos de ação na construção de seu universo sonoro onde utiliza a fusão rítmica e melódica originárias de lugares com culturas rítmicas variadas.

Com objetivo principal de fortalecer e di-vulgar esse paradigma, ele se apropria de elementos sonoros e instrumentos contem-porâneos já consagrados dentro de uma sonoridade percussiva universal, com o pensamento de tornar essa linguagem mais acessível às pessoas. Para tal, utiliza recur-sos composicionais que fundem elementos tão distintos como carimbó, siriá, samba de cacete, banguê, a música indígena, músi-ca negra e o jazz, tornando esse resultado etnomusical, rico em elementos místicos que nos traz uma nova dimensão sensorial atemporal.

músicos participantes da mostra final

tecladosEdgar Matos

contrabaixoAdelbert Carneiro

Quinteto vocal Celebrare

percussãoKleber Benigno,Heraldo Santos

e João Paulo

luthierZet

Suíte Guitarradas Amazônicas de André MacleureGuitarrada é um gênero musical paraense, instrumental. Originou-se da fusão do ca-rimbó, choro, jovem guarda e influências sonoras, de países vizinhos, como o me-rengue, a cumbia e o zouk. André percebe a guitarrada como uma maneira própria de se tocar a guitarra.

Destaca-se, neste projeto, a importância de se aprofundar estudos sobre este fenô-meno, levando em conta principalmente aspectos etnomusicológicos, ou seja, os elementos musicais dentro de um contexto sócio-histórico, não significando, portanto, que este enfoque contextualizado resulte em descaso pelos aspectos estruturais da música.

André preocupa-se com a valorização e a difusão da música paraense, utilizando nes-se processo de experimentação e criação elementos que fazem parte da pesquisa histórica e musical, agregando também, sua sensibilidade criativa na busca de ul-trapassar limites e alcançar através de sua percepção a divulgação da própria visão do que é a guitarrada.

coordenação, pesquisa e criação

André Pereira Souza de Sousamúsicos participantes:

Daniel Adjares · Diego de Jesus · Heraldo

Santos · Leandro Machado · Maurício Panzera

agradecimentos

Joaquim de Lima Vieira (Mestre Vieira)

Aline Queiroz · Givaldo Pastana

Eliazar Caetano · Darien Vincent

O ESPECTADOR NOS “BOLSOS” E “MANGAS” DOS PROCESSOS DE CRIAÇÃO DE CENA DO IAP

Wlad Lima

Perto de completar dez anos de existência, o Programa de Bolsa de Pesquisa, Experimentação e Criação Artística do Instituto de Artes do Pará - IAP, tomou diferentes rumos. Como poderíamos identificar essa trajetória de mutações?

Em princípio, podemos perceber significativas alterações nas políticas públicas para a cultura, mais especificamente, no fomento ao teatro do Estado do Pará. Durante toda a década de 90 do século anterior e os primeiros anos do século XXI, o governo do Estado do Pará, e em particular, a prefeitura da cidade de Belém, pouquíssimo incentivaram a produção teatral local.

Duas das premissas fundamentais do fomento ao teatro - a produção e a circulação de espetá-culos - não foram atendidos por meio de editais públicos, democraticamente organizados. Mal posso citar outros aspectos estruturantes - impensáveis pelos gestores culturais desse “período de eternidade” - mas, necessários e justos ao nosso fazer teatral: financiamento à instalação dos grupos de teatro em sedes permanentes de trabalho ou mesmo, em salas de ensaio; incentivo a programa de formação profissional; criação de políticas de produção e publicação da memória dos grupos, biografias de artistas e a reflexões críticas de suas respectivas obras, etc.

Em consequência desse contexto abstêmio de políticas culturais para o teatro local, o programa de bolsa do IAP - realmente a única ação existente por muitos pares de anos - acabou se dese-nhando como “a tábua de salvação” da produção cênica paraense, quiçá, belenense, em razão - não tão aceitáveis assim - das barreiras geográficas da comunicação. Neste quadro sócio-artístico deficiente, para cada artista contemplado, a bolsa do IAP foi no início, encarada, como “a saída” para a produção de novos espetáculos de teatro.

Com o passar dos anos e, basicamente, com o retorno dos editais de fomento, federal e estadual caracterizados como prêmios - Prêmio Myriam Muniz e Prêmio Cláudio Barradas, respectivamente

- as mudanças vieram paulatinamente. Agora, o artista já pode conceber seu projeto ao programa de bolsa do IAP, mais na direção da pesquisa, ora objetivando alcançar um resultado de criação concluído ora desemborcar por caminhos mais experimentais na renovação da linguagem teatral, que revelam processos, em vez de produtos.

Por tudo isso ou apesar de tudo, é possível arriscarmos identificar duas tendências que caracte-rizam os projetos de teatro contemplados em 2009:1. exposição pública do processo de construção da pesquisa, mais que uma obra em conclusão;2. dirigir o foco cênico sobre outras performances espetaculares, não necessariamente subs-

tanciadas como teatro.

O público já pode conferir essas novas tendências dos resultados (uma prestação de contas pública) do programa de bolsa de pesquisa, experimentação e criação artística de teatro, nas dependências do Instituto de Artes do Pará - IAP.

Makunaima: herança da gestualidade e sonoridade indígena no povo paraense de Alberto Silva NetoO resultado público dessa pesquisa é apresentado aos espectadores como uma “demonstração técnica”. Uma considerável parte da cena compõe-se pela trajetória de pesquisa desse criador no próprio instituto. O formato “demonstração” defende, em cena, que esta pesquisa nunca está sozinha; ela é um continuum, está integrada a duas outras pesquisas anteriores - que diferente-mente da atual, resultaram em obras cênicas: Tambor de Água e Parésqui.

Mas o que de “novo” apresenta este resultado para pesquisa em arte?

É possível observar que o pesquisador levanta a hipótese de existir grande possibilidade de enri-quecer o trabalho vocal do ator, principalmente o ator amazônida, quando este se põe em busca de uma possível sonoridade indígena. A fonte dessa sonoridade estaria nas narrativas tradicionais preservadas e repassadas oralmente, por representantes das etnias indígenas existentes na região.

pesquisa

Alberto Silva Neto

colaboração

Milton Aires

Teatro com Boneco, como atua o ator do grupo In Bust Teatro com Bonecos e outras possibilidades de Paulo Ricardo NascimentoO pesquisador também seguiu a tendência de apresentar aos espectadores, como resulta-do público, uma “demonstração técnica”. Os exercícios desenvolvidos, com novos atores-manipuladores, sobre a orientação do pes-quisador Paulo Ricardo são expostos em uma ordem de complexidade crescente, criando na cena uma compreensão paradidática do fazer teatral com bonecos - das mãos nuas a contracena de atores, personagens de atores e personagens-bonecos. O ponto de partida da dramaturgia sobre o qual se trabalha nesse processo está centrado em histórias de vida dos atores e personagens construídos em contextos diversos.

Mais do que um resultado pronto ou o sim-ples acesso ao processo de construção de cenas, o espectador é levado a compreen-der etapas da aprendizagem do trabalho do ator-manipulador.

pesquisador/diretor

Paulo Ricardo Nascimento

atores colaboradores/

manipuladores

Cleice Maciel · Michel Amorim

Rodrigo Braga

confecção de bonecos a partir da

sugestão dos atores

Anibal Pacha

leitura crítica dos escritos

de pesquisa

Adriana Cruz · Anibal Pacha · Wlad Lima

contribuição bibliográfica

Walmor Nini Beltrame

Do dia-a-dia à cena, ao som do Tecnobrega de Maurício Franco

O resultado público dessa pesquisa é apresentado aos espectadores como uma “vivência tecnocênica”. A obra propõe que o espectador enxergue, em zoom, detalhes que compõem as performances do Tecnobrega (DJs, Vjs, a espetacularização da vida, da venda, da dança etc.) Pedaços que precisam ser reconectados pelo espectador, para que ele próprio assuma o seu novo papel na contemporaneidade: ser espectador-performer. O jogo é mais para ser vivido e não mais, ser só visto. A obra-vivência anuncia que a “cena” repousa na para-fernália hipermidiática que, ao ampliar a percepção do espectador, o transforma em performer. Impossível, com a proposta, não ser um (a) homem-mulher da ação.

A presença dos frequentadores do Tecnobrega da “vida-real” - que se fizeram bailarinos na prática - na cena da invenção, da ficção, intensificou e dissolveu as fronteiras - real/ficcional.

pra festa ficar melhor só falta você!!

performers

Maurício Franco · Evanha Vieira

Patrícia Kossissi · Sandra Perlin · Lucas Alberto

concepção de luz

Milton Aires

pesquisa musical

Patrícia Kossissi · Evanha Vieira

operação de sonoplastia

Evanha Vieira

vídeos e videomaker

Lucas Alberto

figurinos

Mauricio Franco

dramaturgia

Sandra Perlin · Maurício Franco

produção

Evanha Vieira

direção

Maurício Franco

agradecimentos

Aldo Carvalho, Nando Lima, Ester Sá,

André Mardock, Margareth Vieira,

Paulo Vieira (mutante),

Régia Ferreira, Kleiton Matos,

"Paty Rubi, Wladimire Aleide, A Big charme",

Fundação Curro Velho / Casa da Linguagem

Antes de concluir, não poderia me isentar de tecer algumas considerações sobre a importância de cada uma dessas pes-quisas para a construção do conhecimento do teatro do Estado do Pará:

Com Makunaima: herança da gestualidade e sonoridade indí-gena no povo paraense foi possível reconhecer a sonoridade indígena como possibilidade vocal na construção do trabalho do ator de teatro. Pois é possível detectar, com rapidez e pro-priedade, a inexistência de outras pesquisas - sobre o objeto em questão - realizadas por artistas-pesquisadores das artes cênicas da cidade de Belém do Pará;

Em Teatro com Boneco, como atua o ator do grupo In Bust Teatro com Bonecos e outras possibilidades é gestado um fator de complexidade para pensarmos o teatro com bonecos: se o princípio de criação fundante está sustentado, menos por um ator-manipulador e mais por um manipulador-ator (inversão minha, sem responsabilidade do pesquisador), como qualifi-car este fazer teatral construindo uma proposta metodológica específica para o treinamento desse profissional?

Sem se filiar a nenhuma tendência acadêmica de abordagem, a pesquisa de Maurício Franco dá-se a análise por diferentes vias: estudos da performance; etnocenologia etc. O Tecnobrega como performance; como um amplo sistema de práticas perfor-mativas em conexão. Por dentro da obra-vivência Do dia-a-dia à cena, ao som do Tecnobrega, a certeza de que toda perfor-mance tem sua dinâmica própria, pois, propõe formas não-convencionais de preparação do performer. Formação adqui-rida na obra-em-vida; performance gestando o seu performer.

Para concluir, gostaria de dividir uma preocupação justa, a uma mu-lher de teatro que sou. Penso, que não há que se temer uma aparente fragilidade dos resultados e a não presença de produtos acabados, nos resultados cênicos dos artistas-pesquisadores beneficiados com o programa de bolsas do Estado! Mas, julgo que se faz necessário, salvaguardar este mesmo progra-ma, de imperdoáveis soluções precárias de empregabilidade de artistas. Defendo isto por acre-ditar que ainda há no horizonte, uma expectativa - que a cada ano se renova - de que o financiamen-to do Programa de Bolsas do IAP instaura, de fato, perspectivas para a emergência (e urgência) de pes-quisas, experimentações e criações artísticas sobre novos objetos de teatro. Considerando, é claro, que todo e qualquer objeto de pesquisa é, substancialmente, sujeito.

DANÇA: QUE ESCORRE E QUE VOA

Giselle Moreira

A dança nesta cidade tem sua linha do tempo atravessando três séculos. Ao final do séc. XIX se fez presente como parte integrante das grandes óperas aqui trazidas para fomentar a vida artístico-cultural da Belém do Grão-Pará. No século seguinte, houve a configuração de quatro importantes movimentos deste período e foram eles: o Movimento das Pastorinhas (décadas 20 e 30), como reverberação da passagem de Ana Pavlova pelo Teatro da Paz e Palace Theatre; o Movimento de Inércia (década 40), que se refere à inexistência da dança local; o Movimento Classicista (década 50) que, inaugurado por Augusto Rodrigues, prima pelo ensino da metodologia da dança clássica e espetáculos de balé clássico e, por fim, o Movimento Transgressor (final da década 60), que através de Marbo Giananccinni e Eni Corrêa anunciou a chegada de novas tendências de experimentação da dança local. Esses dois últimos movimentos caminharam paralelos até os dias atuais, constituindo o cenário da dança em Belém.

As criações apresentadas neste catálogo validam a contemporaneidade da dança em Belém no séc. XXI. Estas se deram por meio de ramificações, prolongamentos que tem origem no núcleo Transgressor e que fazem a dança de hoje. O esboço a seguir é um olhar poético extraído da imaginação num sobrevoo sustentado pelo Vem-de-Som de Ercy Souza e um banho fruído na Dança Líquida de Waldete Brito. Vem-de-Som foi concebido a partir do reconhecimento de sentimentos e sensações de um som solto no vento e no tempo. Dança Líquida vem do mar, que vai e que vem, que encharca, umedece e seca nos corpos que se banham ao vento e encan-tam pelo movimento.

Dança Líquidade Waldete Brito

direção e roteiro

Waldete Brito

intérpretes criadores

Elyene Lima, Nely Lopes, Edson Lima

captação de imagens

Nely Lopes Waldete Brito, Marcelo Rodrigues

edição das imagens

Waldete Brito, Marcelo Rodrigues

videomaker

Marcelo Rodrigues

locação de imagens

Ilha de Mosqueiro, Ilha de Caratateua

Pesquisa Dedicada à memória do Bailarino e Coreógrafo

Ronald Bergman - Bolsista/Pesquisador 2009.

Vem-de-Somde Ercy Souza

direção executiva

Glaucio e Ana Flávia Sapucahy

direção artística

Ercy Souza e Luiza Monteiro

direção teatral

Márcio Moreira

coreografia

Ercy Souza, Luiza Monteiro e

Grupo de Dança Moderno em Cena

iluminação

Tárik Coelho

cenografia

Ercy Souza e Wanderlon Cruz

trilha sonora

Cabrale, Ercy Souza e Nelly Brito

intérpretes-criadores

Aline Maués, Adrielly Emilly, Carla Araújo, Déborah Lago, Iam Vasconcelos,

Luciana Imbiriba, Luiz Henrique Conceição, Luiz Thomaz Conceição, Rayssa Miranda,

Suanny Lopes e Suzana de Souza Luz

agradecimentos

Ao Instituto de Artes do Pará - IAP, pela oportunidade do desenvolvimento artístico local;

A Companhia Moderno de Dança, pela formação pessoal deste pesquisador;

A professora e amiga Luiza Monteiro, parceira nesta pesquisa;

Ao Grupo de Dança Moderno em Cena, grupo que realizou o processo e o produto desta pesquisa;

Ao Colégio Moderno, na pessoa da professora Marlene Vianna, pelas parcerias e incentivos incansáveis.

Aos vendedores ambulantes que contribuíram no processo, representados pelo vendedor de apitos "titia" Pedro Abraão;

Ao Diretor musical Júnior Cabreli, pela trilha composta, especificamente, para o produto apresentado;

Ao Diretor teatral e amigo Marcio Moreira, pelo apoio antes mesmo da preparação do projeto e durante este processo;

Ao Governo do Estado do Pará;

A Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves - FCPTN;

As Empresas: Sol Informática e Maroni S/A.

Vem de vento, vem de mar,Vem do movimento de entrelaçar,A vibração do corpo se põe A dançar.

Balança braço, agita perna, Chacoalha corpo.Corpo que brinca no ar e balança ao mar.

Vento a escorrer, água a voar. Corpo que circula entre o mar e o ar. Corpo que vai, corpo que vem, Corpo que se entrega Ao movimento do mar.

Movimento que se dissolve Dissolve na espuma do mar E ecoa pelo ar.

Mar visível, vento invisível, Som audível,Movimento indizívelÉ a dança do corpo Na superfície do mar e do ar.

Vem de vento, vem de tempo, vem de dentro,Vem com teu corpo,Comigo dançar.Te liberta corpo, te dissolve corpo,

Te contorce corpo, ecoa corpo,Te põe a dançar.Dança no tempo, dança no vento E te entrega ao mar.

Te liberta corpo, te entrega corpo, te move corpo,Te põe a bailar.Te dissipa no ar e dança ao som que vem de lá.

Não pensa corpo, te move corpo, sente corpo, Segue teu instinto que está a te incitar,Não silencia, fala, grita, Escreve o fio da tua históriaNa superfície corpórea Do manto incorpóreo.

Corpo que se ressente Do tempo presenteCorpo causa, corpo efeitoCorpo posto, corpo propostoCorpo líquido, corpo ventaniaÉ o corpo a corpoQue vem do ventoQue vem do marQue se liberta do tempo E do espaço E se põe a dançar.

Corpo evidente Que se move consciente,Corpo imanente Que transcende o presente,Corpo que dança, Dança com gentileza,Do mar ao ar.

Que gira ao vento E se perde no ar,Corpo ventania

Que mergulha Nas ondas do mar,Corpo que ressoa

A dançaQue vem do mar, ar.

Ronald Bergman (in memoriam)

Pela segunda vez, e seguidamente, o Instituto de Artes do Pará selecionou entre os bolsistas de 2009, Ronald Bergman, cuja investigação na linguagem cênica, em dança contemporânea, tinha o foco dirigido a traços étnicos de nossa identidade cultural. Em 2008, Negra Memória, cruzaria pesquisas e experimentações com a sua própria história pessoal.

Entretanto o caminho do artista-pesquisador foi interrompido bruscamente, o que parece sustar, por um tempo, a importante e significativa teia de relações que impregnavam seu processo criativo corporal. Penso que os estudiosos dessa linguagem, atentos ao trabalho de Ronald, tem por obrigação restabelecer essas conexões que ele plantou com zelo e talento.

Assim essas sementes poderão germinar se cultivadas junto com a saudade que ele deixou em todos nós porque se foi daqui.

Jaime Bibas

Bolsas de Pesquisa de Ronald Bergman

2003 · A Água e seus Mitos Femininos - Alma D'Agua

2006 · Corpo Aberto (Arte sem Barreiras)

2008 · Negra Memória

2009 · Videodança: Um olhar sobre o esquecimento

Maria José Pinto da Costa de MoraesDoutoranda em Etnomusicologia - UFBA-UFPAProfessora da Escola de Música da Universidade Federal do Pará[email protected]

Wlad LimaAtriz e diretora de teatroSocióloga e Dra. em Artes CênicasProfessora-pesquisadora da Escola de Teatro e Dança da UFPAArticuladora da Rede Teatro d@ [email protected]

Giselle da Cruz MoreiraDoutora em Artes CênicasProfessora da UEPA (Universidade do Estado do Pará) e IFPA (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará)Autora do livro O Episódio [email protected]

Analíse CríticaSa

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Argentino Campos de Melo Neto - Argentino NetoMúsico, compositor, arranjador, instrumentista, estudante do curso de licenciatura plena em Música da Universidade do Estado do Pará, tendo também atuado na direção de audiovisuais, gravação de CDs e shows musicais.Contatos: 9908 5561 / [email protected]

Kleber Moraes Benigno - PaturiMúsico, percussionista, pesquisador de instrumentos musicais da Amazônia, começou estudando percussão erudita na Fundação Carlos Gomes, integrante do Grupo Manari, tendo participação em várias gravações de cds e shows no Brasil e no exterior.Contatos: 81151182 / [email protected]

André Pereira Souza de SousaMúsico, compositor, multi-instrumentista autodidata, estudante do Curso de Licenciatura Plena em Música na Universidade do Estado do Pará-UEPA e de Violão Clássico (técnico) na Escola de Música da Universidade Federal do Pará - EMUFPA.Contatos: 8174 4178 / [email protected]

Alberto da Cunha e Silva NetoGraduado em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, é professor da ETDUFPA- Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará, ator, diretor e dramaturgo em diversos espetáculos teatrais. Desenvolveu atividades de pesqui-sa sobre estudos contemporâneos do corpo, e como apresentador de programas televisivos, diretor do Usina Contemporânea de Teatro.Contatos: 8156 1070 / [email protected]

Paulo Ricardo Silva do NascimentoAtor-manipulador e integrante do grupo In Bust Teatro com Bonecos desde a sua fundação, em 1996. No cenário teatral desde 1984, participou de festivais de teatros como Bonecos Brasil 92: XVI Festival Internacional da A.B.T.B., projetos de práticas teatrais como Projeto Palco Giratório do SESC Nacional, destacado articu-lador da classe teatral.Contatos: 99418071 / [email protected]

Maurício Indayaçu Salgado FrancoIniciou as atividades artísticas em 1997. Cursou oficinas de artes plásticas e cê-nicas, participou do Curso de Iniciação Teatral e Curso Técnico de Formação de Ator. Trabalhou como ator, cenógrafo, figurinista e diretor de diversos espetáculos teatrais. Desenvolve atividades de cunho educacional e artístico.Contatos: 8837 9176 / [email protected]

Waldete Brito Silva de Freitas - Waldete BritoGraduada em Educação Física, Mestre em Artes Cênicas e doutoranda. Bailarina, coreógrafa e pesquisadora de dança contemporânea. Em 1998 criou a Cia. Experimental de Dança Waldete Brito, núcleo de pesquisa e dança contemporâ-nea o qual dirige.Contatos: 9146 2494 / [email protected]

Ercy Araújo de Souza - Ercy SouzaGraduado em Direito, atua na dança, educação, corpo escola e círculos. Participou de projetos de olhares e estudos contemporâneos sobre o corpo. Recebeu pre-miação da Bolsa Funarte de Estímulo à Criação Artística em Dança, pela FUNARTE, e é professor da Companhia de Dança Moderno desde 2007.Contatos: 8124 8583 / [email protected]

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

governadoraAna Júlia Carepa

vice-governador do estadoOdair Santos Corrêa

secretário de estado de cultura

Edilson Moura da Silva

câmara setorial de desenvolvimento

socioculturalCincinato Marques de Souza Júnior

instituto de artes do paráJaime de Oliveira Bibas

conselho diretor do iapCincinato Marques de Souza Júnior

Cláudio de Souza BarradasJorge Leal Eiró da Silva Lutfala de Castro Bitar

instituto de artes do paráPraça Justo Chermont, 236

Nazaré · CEP: 66.035-140Belém · Pará · Brasil

Fone: +55 (91) 4006.2900 · 4006.2913

www.iap.pa.gov.br/blog

FICHA TÉCNICA

gerência de artes cênicas e musicaisFernando Augusto Lima de Queiroz

Ana Cláudia Pinto da CostaCézar Escócio de Faria Júnior

Paulo Sérgio AssunçãoCecília Cleyde Benayon Bezerra

fotografi asElza Lima

projeto gráfi coPaulo Assunção & Nando Lima

revisão de textoValéria Andrade

assessoria de comunicaçãoMárcia Carvalho