28
1 FACULDADE ALFREDO NASSER INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA ARTES VISUAIS: A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL Esmerinda D’ Aparecida Neves APARECIDA DE GOIÂNIA 2010

ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

1

FACULDADE ALFREDO NASSER

INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

ARTES VISUAIS: A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE

INFANTIL

Esmerinda D’ Aparecida Neves

APARECIDA DE GOIÂNIA

2010

Page 2: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

2

ESMERINDA D’ APARECIDA NEVES

ARTES VISUAIS: A CRIANÇA O DESENHO A EXPRESSIVIDADE

INFANTIL

Artigo de Conclusão do Curso de Pedagogia,

apresentado ao Instituto Superior de Educação da

Faculdade Alfredo Nasser, sob orientação da prof.(a)

Ms. Milna Martins Arantes, como parte do requisito

para a conclusão do curso de Pedagogia.

APARECIDA DE GOIÂNIA

2010

Page 3: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

3

FOLHA DE AVALIAÇÃO

ARTES VISUAIS: A CRIANÇA O DESENHO A EXPRESSIVIDADE

INFANTIL

Aparecida de Goiânia, ______ de dezembro de 2010.

EXAMINADORES

Orientadora: Profª. Ms. Milna Martins Arantes – Nota: ________ / 70

Primeiro Examinador: _________________________ – Nota: ________ / 70

Segundo Examinador: _________________________ – Nota: ________ / 70

Média Parcial – Avaliação da Produção do Trabalho: ________ / 70

Page 4: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

4

ARTES VISUAIS: A CRIANÇA O DESENHO A EXPRESSIVIDADE

INFANTIL

Esmerinda D’ Aparecida Neves ¹

Resumo: O objetivo desse artigo é fazer com que os educadores da educação

infantil repensem sobre as concepções e metodologias a respeito do ensino da Arte,

em especial as artes visuais, sobre sua prática e técnicas, valorizando a expressão e a

criação da criança, uma vez que a maneira como a criança brinca ou desenha reflete

na sua forma de pensar e sentir. Para tanto, este artigo é sistematizado a partir de um

estudo de cunho bibliográfico, respaldado em autores que historicamente vem

contribuindo para o ensino de arte no país. Pretende-se, portanto, reafirmar a

importância da arte e das artes visuais na sala de aula como prática educativa

significativa no desenvolvimento das crianças.

Palavras-chave: Arte visual. Criança. Desenho. Ensino. Aprendizagem.

INTRODUÇÃO

Este artigo tem como finalidade mostrar o quanto a Arte Visual é importante para a

criança, pois através da arte as crianças conseguem expressar seu sentimento e suas

habilidades pelo desenho. Apresentar qual contribuição que ela tem dado à escola na

formação da criança e no seu desenvolvimento.

Mostrar que para ensinar arte visual o professor deve ter uma formação apropriada

(faculdade e cursos na área de artes), pois assim conseguirá oferecer diversas obras/conteúdos

para os alunos e não somente pedir para que eles copiem o que já está pronto. Tendo em vista

que o professor deve despertar o interesse das crianças sobre as aulas de artes visuais desde a

primeira fase, deixando claro que o mesmo deve transformar o conteúdo em brinquedo, uma

vez que o brinquedo estimula a capacidade da criança de aprender e faz com que ela tenha

apreciação artística e interesse pela leitura dos diversos tipos de artes (escultura, pintura e

arquitetura).

É importante destacar que o trabalho educacional com Artes Visuais não visa formar

artistas, mas ampliar a capacidade criativa dos alunos e possibilitar que eles conheçam a

linguagem artística e tenham um olhar sensível para o mundo, aprendendo a representá-lo.

_______________________

¹ Aluna do 8º período do curso Pedagogia da Faculdade Alfredo Nasser, sob orientação da Profª: Ms. Milna

Martins Arantes, como parte dos requisitos para a conclusão desse curso.

Page 5: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

5

Para o desenvolvimento deste artigo será trabalhado alguns autores (as) como: Fusari e

Ferraz (2001), Hernandez (2007), entre outros. O objetivo deste artigo é propor novas formas

de ver a Arte Visual na educação infantil, a Lei de Diretrizes e Bases – de 1961 nº 5.692/71 e

a lei nº 9394/96 – serão também de extrema importância para a pesquisa.

Este trabalho está organizado da seguinte forma: na primeira parte a “História da

Arte”, posteriormente a Arte nas Leis Diretrizes e Bases, seguido pela “Cultura Visual

Perspectiva Conceitual” e “Arte visual”, logo após “O ensino das artes visuais - Pensando o

Currículo”, “A expressividade infantil”, “O desenho Infantil”, “A criança e as imagens”, “O

jogo e a brincadeira nas aulas de Arte” concluindo no último tópico “Linguagens visuais nas

Aulas de Arte com Crianças”.

Nas considerações finais reafirma-se a importância da arte e das artes visuais no

contexto educacional, em especial na educação infantil.

O ensino das Artes: perspectivas históricas e configuração legal

Ensinar Arte é selecionar produções artísticas e seus autores, verificar pesquisas

existentes da época e através da tecnologia transmitir as obras existentes para os alunos,

portanto, arte não é uma matéria que deve ser considerada de pouco significado e para mudar

essas concepções cabe aos professores de arte ensinar melhor essa linguagem.

De acordo com Fusari e Ferraz (2001), o professor de arte deve conhecer e

compreender melhor a forma de ensinar as linguagens artísticas, uma vez que o professor

reconhece sua atuação verá a necessidade de melhorar e, conseqüentemente, de construir sua

história diante da arte. As práticas educativas desenvolvidas em sala estão ligadas a uma

pedagogia, isto é, a uma teoria de educação escolar. Segundo estas autoras, para alguns

educadores a educação é pensada de forma idealista, sendo muito influente e capaz de mudar

por si só as práticas sociais. Já para outros educadores é a sociedade, através de suas práticas,

que “manda” na educação escolar a qual é considerada reprodutora dessa sociedade, sendo

incapaz de mudá-la.

Percebe-se que ambas precisam ser consideradas e compreendidas, pois tais

posicionamentos serão assumidos para atingir uma posição mais realista e/ou progressista, na

qual a arte pode ou não contribuir nas transformações sociais, culturais. Neste sentido, passa-

se agora discutir duas vertentes e seus desdobramentos para o ensino de arte na escola. A

Page 6: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

6

saber, a tendência idealista liberal (Pedagogia Tradicional, pedagogia Nova e pedagogia

Tecnicista) e a tendência realista progressista.

A Pedagogia Tradicional

A pedagogia tradicional é uma proposta de educação centrada no professor e a sua

metodologia tem como princípio a transmissão dos conhecimentos através da aula do

professor, freqüentemente expositiva, numa seqüência predeterminada e fixa, enfatiza a

repetição de exercícios com exigências de memorização. Nessa pedagogia é valorizado o

conteúdo livresco e a quantidade. O professor fala, o aluno ouve e aprende e não é favorável

ao sujeito que aprende um papel ativo na construção dessa aprendizagem, que é aceita como

vinda de fora para dentro.

Conforme Fusari e Ferraz (2001), a visão da educação tradicional acredita no limite do

pensar da criança e seu desenvolvimento da capacidade de assimilar informações e

principalmente as funções da consciência de perceber, sentir, pensar, como na recordação da

aula anterior ou da aula do momento e, assim, pode-se dizer que a escola tradicional limita o

pensamento da criança enquanto deveria facilitar a criação do conhecimento do aluno, porque

ela não se preocupa em formar sujeito que pensa e tenha criatividade no seu trabalho, ou seja,

a escola não tem se preocupado com a formação crítica, pessoas que questionam, ela “forma”

alunos que “reproduzam” conhecimentos. No caso das aulas de arte, por vezes, o aluno não

pode por si só escolher o que quer desenhar ou de que cor pintar, sempre tem que ter a

influência ou a “ordem” de um adulto e/ou professor (esta perspectiva encaixa no pensamento

reprodutivista de ensino).

Segundo Fusari e Ferraz (2001, p. 27), está presente desde o século XIX nas aulas de

arte das escolas brasileiras a tendência tradicional, “quando predominava uma teoria estética

mimética, isto é, mais ligada às cópias do “natural” e com a apresentação de “modelos” para

os alunos imitarem”. As produções artísticas que se assemelham com as coisas ou com os

seres de seu mundo buscam uma estética mais realista, através de “cópias” do ambiente, ou

através de produções mais idealista que é como gostariam que fosse.

De acordo com a disciplina de arte-educação, discute-se que o modelo proposto pelo

educador seria fixado pela repetição em busca sempre do seu aprimoramento, trabalha-se a

coordenação motora da criança, o desenho do natural e observação, representação e cópias de

objetos e, assim, propõe-se a construção geométrica de cada desenho feito para ilustrar a aula

e estes exercícios devem ser continuados até que tenham criado o hábito de arte.

Page 7: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

7

Do ponto de vista do professor, na sua metodologia, a aula de arte na escola tradicional

é executada através de exercícios propostos em sala, no qual seriam fixados pela repetição,

buscando sempre o seu aprimoramento juntamente com o trabalho da coordenação da criança.

Com isso o professor deve ter sempre em seu planejamento atividades que valoriza aquilo que

está sendo trabalhado e não desvincular atividades que não tenha relação com o assunto.

Pedagogia Nova

A Pedagogia Nova é a interação entre professor-aluno, onde o professor é auxiliar das

experiências. Conforme Fusari e Ferraz (2001, p. 31), a Pedagogia Nova teve início no final

do século XIX na Europa e nos Estados Unidos, e o Brasil teve seus reflexos por volta de

1930. “Já de início o Escola-novismo contrapõe-se à educação tradicional, avançando um

novo passo em direção ao ideal de assumir a organização de uma sociedade mais

democrática”. Assim, os educadores que apóiam essa concepção passam a acreditar que as

pessoas poderiam ter um convívio mais agradável na sociedade, portanto a educação escolar é

muito importante para colocar os estudantes no seu ambiente social. Mas para alcançar tais

objetivos, é preciso que haja experiências cognitivas e que ocorra de maneira ativa,

progressiva, levando em consideração a motivação, o interesse e as iniciativas individuais do

aluno.

Dessa forma, os professores de Arte que aderiram à concepção da Pedagogia Nova no

Brasil começaram a trabalhar diferentes métodos e atividades que motivassem os interesses

individuais dos alunos, que posteriormente transformavam-se em conteúdo de ensino. O

trabalho de Arte era desenvolvido através do interesse dos alunos na observação da

comunidade, e eles recebiam também orientações para realizar trabalhos em equipes, onde a

criatividade individual somava-se com a do grupo.

.

Pedagogia Tecnicista

De acordo com Fusari e Ferraz (2001), a pedagogia tecnicista aparece no exato

momento em que a educação é considerada insuficiente no preparo dos profissionais. Essa

pedagogia foi desenvolvida nas escolas brasileiras entre 1960 e 1970. Nessa pedagogia o

professor é visto como o instrutor ou técnico.

Page 8: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

8

De início, essa nova tendência de pensar a educação visava um aumento de eficiência

da escola, tendo como objetivo a preparação de indivíduos mais competentes e produtivos

conforme a exigência do mercado de trabalho. A tendência tecnicista parte do princípio de que

a melhor forma de adaptar o indivíduo à sociedade capitalista é fazer com que ele receba

certas informações a partir do eixo estímulo-resposta, ou seja, o aluno recebe a informação, à

qual deverá apresentar uma resposta adequada.

Essa tendência, conforme estas autoras têm por objetivo a rápida profissionalização da

mão de obra a partir do treinamento do aluno. As aulas passam a se organizar através de

recursos audiovisuais, textos programados ou livros didáticos. Portanto:

A valorização do processo de industrialização e do desenvolvimento econômico

explicita-se pelo empenho em incorporar-se o moderno, o tecnológico, no currículo.

O professor passa a ser considerado como um “técnico” responsável por um

competente planejamento dos cursos escolares (FUSARI; FERRAZ, 2001, p. 41).

Assim, as autoras deixam claro que é válido o uso da tecnologia nas aulas de artes,

pois esses recursos ajudam o professor a ampliar e modificar a forma atual de ensino-

aprendizado, uma vez que o uso dessas tecnologias (ex.: os recursos audiovisuais) chamam

mais a atenção dos alunos.

Tendência Progressista

Desde os anos 1960 muitos educadores estavam preocupados com a educação escolar,

discutia-se a melhoria do ensino nas práticas sociais. Através dessa discussão, buscava-se uma

proposta pedagógica que conscientize a sociedade para uma democracia popular, vinculada às

propostas educacionais apresentadas pela pedagogia libertadora de Paulo Freire teoria crítica

dos conteúdos, as quais enfatizam a importância da qualidade de ensino aprendizagem.

A educação escolar deve assumir o ensino do conhecimento acumulado e em

produção pela humanidade, isto é, deve assim a responsabilidade de dar ao educando

o instrumental necessário para que ele exerça uma cidadania consciente, crítica e

participante. Isto implica em que o trabalho pedagógico propicie uma crítica ao

social, no sentido de transformá-lo (FUSARI; FERRAZ, 2001, p.46).

No ensino da arte, tem-se um grupo de educadores vinculados ao movimento pela

Arte- Educação em busca da construção do ensino da arte que valorize a arte como objeto de

conhecimento próprio, que possui uma trajetória histórica e contribui de forma significativa

Page 9: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

9

para o desenvolvimento humano, não só por possibilitar a expressão, criatividade,

imaginação, entre outros, mas por ser a arte uma linguagem, um conhecimento e produção

humana que precisa ser apropriada e (re) significada no cotidiano das práticas educativas de

forma a democratizar este saber, que historicamente está sob a égide da classe dominante.

Leis Diretrizes e Bases

De acordo com Carneiro (2007, p. 24), a primeira Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, a Lei nº 4.024 de 20 de dezembro de 1961, “[...] teve uma gestação lassa

e penosa”. Essa Lei, que ficou treze anos no Congresso, estabeleceu nova estrutura para os

currículos do ensino primário e médio. Ela conseguiu:

[...] flexibilizar a estrutura do ensino, possibilitando o acesso ao ensino superior,

independentemente do tipo do curso que o aluno tivesse feito anteriormente. Por

outro lado, a flexibilidade se dava, também, em nível da migração interna do aluno

que, através do mecanismo de aproveitamento de estudos, poderia, a partir de então,

migrar de um ramo para outro de ensino, sem ter de recomeçar como se nada

houvera antes (p. 25).

Assim, essa Lei trouxe grande inovação para os alunos, pois permitia, ao término de

qualquer ramo do ensino médio, o acesso ao nível superior mediante o vestibular, e nessa

situação de troca de ramos o aluno não perderia mais os anos antes cursados.

Ainda segundo Carneiro (2007, p. 25), a segunda Lei de Diretrizes e Bases, a Lei nº

5.692/71, denominada a Lei da Reforma do Ensino de 1º e 2º graus, teve, também: “um

processo gestatório lento, embora impermeável a debates e à participação da sociedade civil”.

É visto que essa Lei foi promulgada dando continuidade à anterior, porém com um caráter

meramente tecnicista. Conforme este essa não pode ser propriamente considerada uma Lei de

Diretrizes e Bases da Educação, por que:

Primeiro, lhe faltava um sentindo de inteireza. Tratava do ensino de forma

esquartejada, uma vez que focava somente os ordenamentos organizacionais da pré-

escola e do 1º e 2º graus, deixando de lado o ensino superior. Depois, a substância

educativa, energia vivificadora de uma LDB, era substituída pela mera “razão

técnica”, com inegáveis prejuízos para os aspectos de essencialidade do “processo

educativo”. Estes aspectos nunca podem ser sufocados pelos elementos da

organização do ensino, sob pena de se oferecer uma subeducação (CARNEIRO,

2007, p. 26).

Page 10: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

10

Para tanto, o autor deixa claro que essa reforma de 1971 não pode ser considerada

totalmente “positiva” na educação, uma vez que ela não visava o ensino superior, contudo,

dava seqüência ao ensino tecnicismo.

Segundo Iavelberg (2003, p. 115) A LDB 5692/71:

Introduz a educação artística no currículo escolar do ensino fundamental e médio.

Os professores de desenho, música, trabalhos manuais, canto coral e artes aplicadas

passaram a trabalhar com essas práticas como “atividades artísticas.

Conforme Souza e Silva (2002, p. 40), a lei 9.394/96 das Diretrizes e Bases da

Educação Nacional significou um grande avanço para a área, pois, a arte passa a ser

considerada obrigatória na educação básica. “O ensino da arte constituirá componente

curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o

desenvolvimento cultural dos alunos” (art. 26 § 2º).

De acordo com Iavelberg (2003), muitos arte-educadores passam a trabalhar a partir de

três formas de aprendizagem significativa em arte: “fazer artístico do aluno, a apreciação do

aluno (dos próprios trabalhos, dos de colegas e dos de artistas) e a reflexão sobre a arte como

objeto sociocultural e histórico” (p. 118).

Cultura Visual: aproximações conceituais

A cultura visual para Hernandez (2007) é um campo de estudos que fundamenta seus

aspectos entre a teoria de estudos que trabalha com a abordagem da cultura e apresenta uma

reflexão sobre a produção visual. Vivem e trabalham em um mundo visualmente complexo,

portanto devem ser complexos na hora de utilizar todas as formas de comunicação, não

apenas as palavras escritas. Para Hernandez (2007, p. 24) “Se não ensina aos estudantes a

linguagem do som e das imagens, não deveriam ser eles considerados analfabetos da mesma

maneira como se saíssem da universidade sem saber ler ou escrever?” Por isso é importante

aceitar o fato de que aprender como se comunicar com gráficos, música, cinema é tão

essencial como comunicar-se com palavras.

Ao utilizar a expressão cultura visual para sugerir outro rumo para a educação das

artes visuais este autor defende que estão vivendo um novo regime de visualidade. Uma

consequência em relação a diferentes práticas educativas é que nos faz propor a necessidade

de ajudar crianças a irem mais além da tradicional obsessão por ensinar a ver e a promover

experiências artísticas. Em um mundo dominado por dispositivos visuais e tecnologias da

Page 11: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

11

representação, nossa finalidade educativa dever ser a de facilitar experiências reflexivas

críticas.

De acordo com Rogoff (1998 apud Hernandez, 2007, p. 45)

O aparecimento da cultura visual como um campo de investigação transdisciplinar e

transmetodológico não significa outra coisa senão uma oportunidade de repensar, a

partir de outro ângulo, alguns dos problemas mais espinhosos deste momento

cultural. Para ele, tanto em termos dos objetos de investigação como de seus

processos metodológicos, a cultura visual reflete mudanças sofridas, desde os anos

1960, por diferentes campos de conhecimento (história da arte, lingüística e crítica

literária, estudos dos meios, estudos culturais e feministas).

Contudo, a cultura visual nos apresenta uma proposta em que obras de arte e imagens

ganham uma dimensão cultural, a fim de entender o papel da arte, da imagem na vida e na

cultura tão diversificada da contemporaneidade.

Para Walker e Champlin (2002 apud Hernandez, 2007), a visão tem muito mais

influência em nossa capacidade de opinião do que o que ouvimos ou lemos, ou seja, a visão

desperta a subjetividade. Por isso:

Não nos soa estranho que hoje se fale com preocupação do aumento de “analfabetos

visuais” e que surjam vozes clamando pela reestruturação da Escola, dos museus e

das universidades, de maneira que, nestas instituições seja possível aprender práticas

vinculadas a um novo alfabetismo visual (p. 29).

Nessa mesma linha de raciocínio, Freedman (2000 apud Hernandez, 2007, p. 51) diz

que:

[...] A cultura visual está em expansão da mesma maneira que o campo das artes

visuais. Este campo inclui as belas artes, a televisão, o cinema e o vídeo, a esfera

virtual, a fotografia de moda, a publicidade, etc. A crescente penetração dessas

formas de cultura visual e da liberdade com que estas formas cruzam os limites

tradicionais pode ser apreciado na utilização das belas artes nos anúncios

publicitários, na imagem gerada por computador nos filmes e nas exposições de

vídeos nos museus.

Assim, de acordo com este autor, a cultura é a forma de viver e a cultura visual dá

forma ao nosso mundo, ao mesmo tempo em que é nossa forma de olhar o mundo. Opõe-se ao

elitismo das Belas Artes como uma linha divisória das práticas com imagens no contexto

escolar, e destaca três objetivos que podem proporcionar os fundamentos de um enfoque

social no trabalho com a cultura visual: o desenvolvimento de idéias, a visualização e a

reflexão crítica.

Page 12: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

12

Ainda de acordo com este autor, a forma é essencial para a cultura visual, a imediatez,

a sedução da forma é o que faz com que a cultura visual seja tão poderosa. E por isso, nos

aproximamos da cultura visual, da relação com a forma, o sentimento e o conhecimento com

a aprendizagem.

No sentido de semiose cultural, Freire (1983) já sustentava que a leitura do mundo

precede a leitura da palavra, e nesse caso, toda leitura é influenciada pela experiência de vida

do leitor. Essa abordagem a partir da experiência do leitor é proposta também por Manguel

(2001 apud Cava, 2009). Em uma perspectiva narrativa, o autor afirma que nenhuma narrativa

suscita por uma imagem é definitiva, exclusiva, pois o que se vêem é sempre a imagem

traduzida pelos termos da própria (existência), digo experiência. E propõe uma leitura que

alcança as emoções do leitor, ou seja, de como as emoções do leitor afetam e são afetadas pela

leitura das imagens.

Hernandez (2000) adiciona a expressão compreensão crítica à abordagem da cultura

visual. Para o autor o significado de “crítica” é avaliação e juízo que resultam de diferentes

modelos de análise (semiótico, estruturalista, intertextual, discursivo), para ele é mais

conveniente utilizar os termos representações e artefatos visuais em vez de imagens. Para ele

a cultura visual é importante não só como estudo, mas também em termos de negócios,

experiências de vida diária, de forma que todos possam se beneficiar do seu estudo.

Segundo Hernandez (2007), este campo de estudo apresenta-se móvel, pois a cada dia

se incorporam novos aspectos relacionados tanto às representações quanto aos artefatos

visuais. Nessa perspectiva, não há receptores nem leitores, mas sim construtores na medida

em que a aproximação não é passiva nem dependente, mas sim interativa e adaptado com as

experiências que cada sujeito vive diariamente.

A educação das artes visuais pode incorporar as contribuições dos estudos da cultura

visual no sentido da revisão de seus fundamentos, de suas finalidades e das práticas

pedagógicas de modo que possa responder às mudanças nas representações visuais e

nas experiências de subjetivização das sociedades no cotidiano. (HERNANDEZ,

2007, p. 44).

Portanto, o autor fala que para a educação das artes incorporar contribuições nos

estudos da cultura visual, é preciso que haja uma série de propostas e ele cita algumas:

“propostas metodológicas (a intertextualidade, a desconstrução, a análise crítica do discurso);

interesse da comunidade de pesquisadores em educação das artes visuais sobre temas que

versam sobre as relações entre cultura visual e a educação (HERNANDEZ, 2007, p. 44).

Page 13: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

13

Arte visual

A arte visual é tradicionalmente estudada pelos desenhos, pintura, gravura, escultura,

enfim, sob o ângulo da visão uma vez que cada uma dessas modalidades artísticas revelam-se

diferentemente no âmbito visual, mas, todas se compõem de expressões e representações da

vida.

Contudo, Fusari e Ferraz (2001, p. 77), diz que:

“[...] estamos considerando também outras modalidades de arte como a fotografia,

as artes gráficas, os quadrinhos, a eletrografia, o texto, a dança, a publicidade, o

cinema, a televisão, o vídeo, a holografia, a computação, pelas suas características

de visualidade”.

Para tanto, o professor deve levar em consideração o contato que os alunos têm com o

universo de visualidade do mundo contemporâneo, ou seja, deve pensar em aulas que

possibilite nos modos de observar, expressar e comunicar das crianças.

Ainda de acordo com as autoras o homem faz, cria e inventa formas que entendem-se

melhor as manifestações artísticas visuais e, consequentemente, poderemos compreendê-las

nas suas inserções culturais.

“[...] não existe nenhuma dimensão de visualidade que não tenha suas raízes no

mundo cultural. Desde os primeiros registros visuais do homem pré-histórico, até os

últimos avanços tecnológicos, a expressão visual vem se ampliando no domínio das

linguagens artísticas e através do próprio imaginário cultural” (FUSARI E

FERRAZ, 2001, p. 82)

Pensar nessa intermediação de fazer do cotidiano, do pensar, do construir em artes

visuais deve-se estudar os elementos de visualidade e algumas das modalidades compositivas

que estão presentes na maioria das formas.

O conceito que temos de espaço está relacionado à nossa ambiência visual, isto é,

quando observamos objetos, pessoas, pinturas, são feito segundo mobilizações de

experiências visuais já decodificadas. “[...] neste processo, encontram-se nuances visuais das

inter-relações existentes entre os dois espaços: o da massa espacial e o definido pela área

externa e ambiência” (FUSARI e FERRAZ, 2001, p. 83).

Ainda de acordo com estas autoras (2001, p. 84), quando a organização espacial

resulta na integração simultânea entre duas dimensões (altura e largura) está diante da

superfície. “[...] Logo, a superfície é um elemento plástico que se articula como plano, área ou

Page 14: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

14

pelas linhas de seus limites, cuja organização pode criar efeitos de maior ou menor

movimento, tensão, repouso”. Outro aspecto a ser considerado é a possibilidade das áreas

delimitadas possuírem cor, textura, luz e sombras próprias.

Dessa maneira verifica-se que é possível perceber a presença de elementos visuais na

arte, no cotidiano, na natureza, onde se apresentam em várias situações indicadas por

movimentos (reais ou aparentes) direções, ritmos, contrastes, tensões, entre outros. É

necessário vivenciar atividades práticas, nas quais se possa lidar diretamente com a linguagem

visual para saber expressar, comunicar, enfim, pensar visualmente.

O ensino das artes visuais Pensando o Currículo

De acordo com Cava (2009, p. 66) “o homem, desde o período mais tenro de sua vida,

busca formas de expressão, comunicar-se, dar sentido a algo, procura superar sua

individualidade, suas limitações, ou seja, procura um mundo repleto de significação”. Assim,

através do processo perceptível que é à base do professor de conhecimento e recriação do

mundo, o homem toma consciência de seu universo.

Conforme Cava (2009), o artista, através de sua obra, revela e interpreta componentes

desta sociedade. Vigotsky (2003 apud CAVA, 2009, p. 67) afirma que “o artista é um

indivíduo insatisfeito com o mundo à sua volta e pela sensação de impotência em intervir na

realidade acaba por transformar suas angústias em arte”. Ao compartilhar com essa mesma

perspectiva Ferraz e Fusari e Argan (1993, 1996, apud CAVA, 2009, p. 67) entendem que a

arte acontece em formas particulares de manifestações de atividade criativa dos seres

humanos ao interagirem com o mundo em que vivem “estas manifestações possibilitam que o

homem transcenda as limitações das ocorrências do dia a dia, levando-o a descobrir novas

maneiras de ver tudo o que o circunda”. Deste modo, estes autores entendem a arte como

produto de embate entre o homem e o mundo, é através dela que o indivíduo interpreta,

descobre e recria sua realidade, a fim de compreender o contexto que o circunda e relacionar-

se com ele.

Estudar, em sala de aula, as obras dos grandes mestres da história da arte previamente

admirados pelos alunos ou passíveis de serem admirados por eles, certamente constitui uma

atitude muito mais “tranqüila” do que se aventurar a olhar para as produções mais recentes,

que exigem do espectador uma postura muito mais participativa, extrapolando muito os

limites do deleite com o belo, pois:

Page 15: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

15

Se continuar a ser negligenciada pela escola, a arte contemporânea permanecerá

acessível a apenas um número restrito de pessoas, um grupo privilegiado que se

sobrepõe a grande massa de espectadores impossibilitada de compreender essa

tendência artística (BARBOSA, 1992, p. 184).

Portanto, a arte contemporânea não deve ser descuidada e cabe ao professor de arte

familiarizar-se com a história da arte e com a arte contemporânea, e isso será possível a partir

do momento que freqüentarem exposições e acompanharem as publicações sobre o assunto,

pois cabe ao educador a tarefa de auxiliar o aluno a produzir uma leitura crítica das obras com

as quais irá interagir.

“O currículo precisa ser concebido como um projeto em permanente transformação, na

qual a visão de educação e o papel da escola são constantemente reorientados, segundo os

avanços teóricos e práticos dos temas e das questões a ele conectados” (IAVELBERG, 2003,

p. 25). Isto é, o currículo deve estar sempre em transformação uma vez que os professores e as

escolas estão sempre sendo orientados e “atualizados” conforme os avanços teóricos. Vale

ressaltar que a cada objetivo, podem-se relacionar conteúdos de vários tipos a diferentes ações

de aprendizagem dos estudantes. Ao fazer arte, ao apreciar e ao refletir sobre a arte, o aluno

pode assimilar conteúdos que correspondem a esse objetivo. Portanto, para este autor (2003,

p. 26) “os conteúdos são capacidades e respondem ao que se quer ensinar, são inter-

relacionados, mas podemos analisá-los separadamente para melhor compreender sua

natureza”.

Ainda de acordo com Iavelberg (2003) “os currículos passam a priorizar a questão da

diversidade nas estratégias individuais que os alunos constroem para aprender e para

contemplar conteúdos no âmbito da tipologia dos conteúdos” (p. 35). Pois, saberes de

diferentes naturezas são organizados para estruturar as experiências de aprendizagem dos

estudantes, e as orientações didáticas passam a considerar os métodos de aprendizagem desses

saberes pelos estudantes.

Na década de 1990, a formação de currículos e programas deixa de ser

responsabilidade apenas dos supervisores, coordenadores e técnicos da secretaria. Os

professores devem participar do processo direta ou indiretamente e, em um segundo

momento, como (parcerias permo) parceristas permanentes e reformuladores do documento

local. Segundo Iavelberg (2003, p. 37) “a divisão por ciclos torna mais elástico aquilo que se

espera de cada série. A diversidade, resultante de ritmos pessoais, históricos escolares e

culturas de origem, não será um fator de limitação”. Portanto, cabe ao professor o papel de

Page 16: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

16

promotor da aprendizagem, através do planejamento de suas ações e da articulação entre a

construção do projeto educativo-institucional e a do projeto curricular.

A expressividade infantil

Do ponto de vista de Ferraz e Fusari (1993), compreender o processo de conhecimento

da arte pela criança significa mergulhar em seu mundo expressivo, por isso é preciso saber

por que e como ela o faz. Portanto:

A criança se exprime naturalmente tanto do ponto de vista verbal, como plástico ou

corporal e sempre está motivada pelo desejo da descoberta e por suas fantasias. Ao

acompanhar o desenvolvimento expressivo da criança, percebe-se que ele resulta das

elaborações de sensações, sentimentos e percepções vivenciadas intensamente. Por

isso, quando ela desenha, dança e canta o faz com vivacidade e muita emoção (p.

55).

Assim a expressão infantil é, a mobilização para o exterior de manifestações

interiorizadas que formam um repertório constituído de elementos cognitivos e afetivos.

Assim, desde bem pequenas as crianças vão desenvolvendo uma linguagem própria, traduzida

em signos e símbolos.

Para a criança, essa linguagem ou comunicação que ela exercita com parceiros visíveis

ou invisíveis, acontece junto com seu desenvolvimento afetivo, perceptivo e intelectual e

resulta do exercício do conhecimento da realidade. Nessa mesma linha de raciocínio Pillar diz

que:

Em seu trabalho, a criança constrói noções a partir das vinculações que estabelece

com o que foi percebido nas suas experiências sensoriais e motrizes. Esta

acumulação de impressões sobre o que a rodeia e que vai constituir-se com base

sobre a qual se organizam suas habilidades perceptivas e expressivas (PILLAR,

1988, p.16).

Conforme Ferraz e Fusari (1993, p. 56) um dos compromissos do professor é, adequar

o seu trabalho para o desenvolvimento das expressões e percepções infantis. Através desse

trabalho podem-se enriquecer suas experiências de conhecimento artístico e estético, e isto se

dá quando: “elas são orientadas para observar, vir, ouvir, tocar, enfim perceber as coisas, a

natureza e os objetos a sua volta. Sentir, perceber, fantasiar, imaginar, representar fazem parte

do universo infantil e acompanham o ser humano por toda vida”.

Page 17: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

17

No que se referem aos aspectos perceptivos da criança, as obras de Vygotsky (1987) e

Morozova (1982) (apud Ferraz e Fusari, 1993) trazem grandes contribuições para o

aprofundamento dessas idéias. Vygotsky (1987) fala: “na precocidade da “percepção de

objetos reais”, com suas formas e significados”. Morozova (1982) fala que: “a percepção

cognitiva tem uma grande importância, tanto para a criação como para qualquer atividade

infantil”. Em ambos os casos, durante as criações as crianças vão aprendendo a perceber os

fenômenos a sua volta. Elas aprendem a nomear esses fenômenos, sua utilidade, seus aspectos

formais ou qualidades estéticas, bem como a conhecer suas principais funções. Mas, para que

isso ocorra, é necessária a colaboração do outro, do professor, dos pais, pois, sozinha, ela nem

sempre consegue atingir as diferenciações, muitas vezes, sua atenção é dirigida às

características não-essenciais e sim as mais destacadas das imagens, onde muito das vezes são

as imagens mais brilhantes, mais coloridas, mais estranhas. Compete ao professor ajudar a

criança a perceber também outras qualidades formais e a ver o conjunto dos elementos que

compõem o objeto, a imagem, o som e a cena.

No campo da visualidade o essencial é o desenvolvimento da visão, que faz conhecer

as principais qualidades das coisas e a discriminá-las. Mas, nem sempre o que se vê tem

correspondência exata com o real. Por isso Ferraz e Fusari (1993, p. 59) dizem que:

O ideal é que se trabalhe a observação e a analise utilizando os aspectos físicos,

intuitivos e o contato mais profundo com as formas e uma observação que procura

envolver todos os ângulos visuais possíveis, investigando os objetos e fenômenos

tanto com a visão como também com os demais sentidos.

Assim, é visto a importância de trabalhar com as crianças a observação e a análise

usando-se o aspecto físico, pois através desta observação as crianças conseguem desenvolver

suas percepções pessoais, principalmente para ampliar as suas leituras do mundo.

Para as autoras, é importante explicar o processo imaginativo das crianças, com isso

destacam alguns pontos:

O primeiro aspecto é entender que a atividade imaginativa é uma atividade criadora

por excelência, ou seja, a imaginação se constitui de novas imagens, idéias e conceitos.

Vygotsky (1990, p.17), ao falar da imaginação, chama a atenção para a sua infinita

possibilidade de poder “criar novos graus de combinações, mesclando primeiramente

elementos reais [...] combinando depois imagens de fantasia [...] e assim sucessivamente.”

Com isto, o processo imaginativo adquire autonomia e diversos graus de complexidade e

Page 18: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

18

quanto maior a variedade de experiências, maior a possibilidade para a atividade criadora e

imaginativa.

O segundo aspecto é reconhecer que a produção imaginativa tem relação com a

realidade, e é também constituída de novas elaborações, entre as quais as afetivas e as sociais,

o que a torna singular.

O terceiro ponto é considerar o resultado do processo imaginativo.

De maneira geral, para as crianças pequenas, o fazer e a apreciação em cada uma das

linguagens artísticas devem estar ligados às atividades lúdicas. Experienciando ludicamente a

observação e o contato com as formas de diversos materiais artísticos as crianças se

expressam, ao mesmo tempo em que desenvolvem suas potencialidades estéticas.

O desenho Infantil

Segundo Cava (2009, p. 9), as crianças têm necessidade de desenhar e desde o final do

século XIX, muitos teóricos se dedicaram a entender essas marcas fascinantes feitas por elas,

os motivos que as levam mudarem seus rabiscos. “Como o grafismo infantil é uma das formas

de expressividade da criança, entendemos ser relevante para a práxis do educador conhecer as

etapas do desenvolvimento gráfico infantil”. Os nomes dados as etapas do desenvolvimento

gráfico infantil será baseado em Piaget (1975).

A forma de uma criança conhecer o objeto passa por significativas transformações em

sua evolução no processo de adaptação ao meio a que se dá por seguidos movimentos de

equilibração. Inicialmente, predomina-se a ação nas reações com o objeto, é o período

sensório motor, que se estende até os dezoitos meses aproximadamente, nesse período,

segundo Piaget (1975), o desenho é totalmente involuntário, os movimentos são

desordenados, porém proporciona prazer (som do giz deslizando no papel, o gesto o

movimento do braço). Na fase seguinte, período pré-operacional, a criança ainda não opera

mentalmente sobre os objetos, o que só conseguirá fazer a partir de aproximadamente sete

anos e de acordo com este autor, essa é a fase dos porquês, onde a criança adora encher folhas

com desenhos (muita gente, carros, animais). Nesta fase surge o caráter semiótico, isto é, do

símbolo, da representação. Portanto, é visto que evolução do desenho compartilha o processo

Page 19: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

19

de desenvolvimento, passando por etapas que caracterizam a maneira da criança se situar no

mundo.

Nessa mesma linha de raciocínio Vygotsky (1991), comenta a experiência de “certo

grau de abstração” na atitude da criança que desenha, ao liberar conteúdos de sua memória,

reconhece o papel da fala nesse processo, afirmando que a linguagem verbal é a base da

linguagem gráfica constituída pelo desenho. Embora focalize diferentes aspectos do desenho,

as concepções dos dois autores, a saber, Piaget (1975) focaliza o sujeito do ponto de vista

epistêmico e Vygotsky (1991) contempla o ponto de vista social, eles aproximam-se em

relação à importância do desenho no processo de desenvolvimento da criança e a

característica de que a criança desenha o que a interessa, representando o que sabe de um

objeto.

Também pesquisando o papel do desenho na construção de conhecimento, Pillar

(1996, p.51) afirma que “[...] ao desenhar, a criança está inter-relacionando seu conhecimento

objetivo e seu conhecimento imaginativo”. E, simultaneamente, “[...] está aprimorando esse

sistema de representação gráfica”. Ao comparar diferentes procedimentos de desenhar, a

autora ressalta a importância do desenho espontâneo para a compreensão das idéias das

crianças pesquisadas, pois “[...] permitiu que se coletassem dados sobre a natureza e função

do desenho durante o processo de apropriação dessa linguagem”.

Para tanto, o desenho espontâneo propicia conhecer o universo simbólico da criança e

é importante, pois, a criança experimenta de modo criativo a sua expressão sem a intervenção

do adulto e cabe ao professor observar, acompanhar e estimular o desenvolvimento gráfico de

seus alunos, sempre incentivando para posteriormente a própria criança contar a história do

seu desenho.

Contudo, Coll (2000 apud CAVA, 2009), salienta o poder da interpretação da imagem

visual. O desenho propicia oportunidade de que o mundo interior se confronte com o exterior,

isto é, a observação do real se depara com a imaginação e o desejo de significar. Para esta

autora, esses códigos visuais são importantes para as pessoas se conduzirem para diversos

locais com independência. Portanto, o desenho é estímulo para exploração do universo

imaginário, e a autora ressalta ainda, que o desenhar envolve diferentes operações mentais,

selecionar, relacionar estímulos e representar podem favorecer a formação de conceitos.

Page 20: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

20

Moreira (1984, p. 51) quando analisa as implicações relativas à escolarização, acentua

a necessidade do respeito ao desenho infantil não apenas pelo espaço de liberdade de

expressão que constitui, como também pela sua condição de linguagem. Ela ressalta a

importância da escola, em particular a pré-escola, evitar que “[...] do desenho-certeza se passe

a certeza de não saber desenhar”. Propõe-se, assim, a observação atenta que, envolve até

mesmo a posição espacial que permite a adequada visibilidade, forma de compreensão do

desenho da criança, evitando interpretações precipitadas.

Assim, sobre a representação espacial presente no desenho, Ostrower (1995, p. 173-

174) destaca seu caráter de linguagem universal, pois é sustentada por vivências comuns a

todos os seres humanos. A autora refere-se ao caráter de metalinguagem que é a linguagem de

formas de espaço, pois: “[...] as formas de espaço constituem tanto o meio como o modo de

nossa compreensão. [...] fornecendo as imagens para nossa imaginação, o espaço se torna

mediador entre a experiência e a expressão.” E essa linguagem que se constitui o “referencial

ulterior” da linguagem verbal, motivo pelo qual a autora comenta que qualquer que seja a

língua, “[...] é preciso recorrer a imagens do espaço a fim de tomar conhecimento de algo e

comunicá-lo a outros”. Para tanto, possibilita a ampliação da compreensão e da valorização do

desenho espontâneo infantil e deixa claro a importância da atividade de desenhar para a

elaboração conceitual dos objetos e eventos pelas crianças.

O jogo e a Brincadeira nas aulas de Arte

Conforme Ferraz e Fusari (1993), tem sido mais do que discutida a relevância e o

significado do jogo, do brinquedo e da brincadeira para a criança. De um lado há a amenidade

do divertir-se; do outro, a seriedade da coisa feita com cuidado, com muita importância, pelo

caráter que a envolve.

As atividades lúdicas são também indispensáveis à criança para apreensão dos

conhecimentos artísticos e estéticos uma vez que possibilitam o exercício e o

desenvolvimento da percepção, da imaginação, das fantasias e de sentimentos. O brincar nas

aulas de arte pode ser uma maneira prazerosa e até ajuda as crianças a compreender e

assimilar mais facilmente o mundo cultural e estético. Outro ponto é que a prática artística é

vivenciada pelas crianças pequenas como uma “atividade lúdica, onde “o fazer” se identifica

Page 21: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

21

com “o brincar”, o imaginar com a experiência da linguagem ou da representação” (FERRAZ

e FUSARI, 1993, p. 84).

Contudo, chama-se a atenção dos professores que forem lidar com a arte junto às

crianças, pois precisam conhecer um pouco mais sobre a função e o desenvolvimento dos

jogos e brincadeiras na vida infantil e principalmente, saber interligá-los nas aulas escolares,

pois:

A ação de brincar é muito importante na infância porque “cria uma zona de

desenvolvimento proximal da criança”. Quando brinca, a criança modifica os

hábitos e comportamentos usuais, mostrando-se mais e em maior grandeza. No

brinquedo é como se ela fosse maior do que é na realidade (VYGOTSKY, 1989, p.

117).

Ainda de acordo Ferraz e Fusari (1993, p. 85), brincar na infância é o meio pelo qual a

criança organiza suas experiências, descobre e recria os seus sentimentos e pensamentos a

respeito do mundo, das coisas e das pessoas com as quais convive. Por isso, “quanto mais

intensa e variável for a brincadeira e o jogo, mais elementos oferecem para o desenvolvimento

mental e emocional infantil”. Assim, o brinquedo contém todas as tendências do

desenvolvimento de forma condensada, sendo ele mesmo, uma grande fonte de

desenvolvimento.

Vygotsky (1991) afirma que o desenvolvimento da criança ocorre ao longo da vida e

segundo este autor a criança usa as interações sociais como formas de acesso a informações e

por isso aprendem que a brincadeira, mesmo sendo livre e não estruturada, possui regras. Para

o autor todo tipo de brincadeira está embutido de regras, assim, a criança aprende a regular

seu comportamento pelas reações, quer elas pareçam agradáveis ou não. Para este autor o

brincar é essencial para o desenvolvimento cognitivo da criança, pois os processos de

simbolização e de representação a levam ao pensamento abstrato.

Vygotsky (1989, p. 109) afirma que:

É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. [...] é no

brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa

esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não dos

incentivos fornecidos pelos objetos externos.

Portanto a brincadeira, o jogo são atividades específicas da infância, em que a criança

recria a realidade usando sistemas simbólicos. Essa é uma atividade social, com contexto

cultural e social. É uma atividade humana criadora, na qual a imaginação, a fantasia e a

Page 22: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

22

realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de

ação pelas crianças, assim como de novas formas de construir reações sociais com outros

sujeitos, crianças e adultos. O jogo é uma maneira de as crianças interagirem entre si,

vivenciarem situações, manifestarem indagações, formularem estratégias e, ao verificarem

seus erros e acertos, poderem reformular sem punição seu planejamento e suas novas ações.

porém, a modernidade tem interferido nesta função criativa do brincar uma vez que as

crianças têm optado por jogos tecnológicos e mecanizados.

Mas, para que o brincar seja mais eficaz na sua função de desenvolvimento subjetivo e

objetivo da criança, não podemos perder de vista sua característica primordial e fundamental

que é a de dar o lugar da criança de sujeito, ou seja, permitir que ela possa criar e recriar

situações e normas exercendo sua individualidade e se desenvolvendo com isso. E que a

criatividade aflore, inclusive na tentativa de se fazer sujeito mediante as circunstâncias atuais.

A arte e o jogo são concebidos, como recursos pedagógicos que colaboram no

desenvolvimento das capacidades humanas das crianças, tornando-as mais sensíveis,

comunicativas, imaginativas e mais atentas a tudo que as cerca. A atividade lúdica é uma

forma de expressão e apropriação do mundo das relações, das atividades e dos papéis dos

adultos. A criança, por intermédio dessas atividades, atua, mesmo que simbolicamente, nas

diferentes esferas humanas, reelaborando sentimentos, conhecimentos, significados e atitudes.

Segundo Vygotsky (1991, p. 97), a criança, quando brinca, demonstra e assume

comportamento mais desenvolvido do que aquele que tem na vida real. As atividades lúdicas

oportunizam situações de atuação coletiva, possibilitam imitações de comportamentos mais

avançados com as semelhanças, exercício de funções e papéis para os quais a criança ainda

não está apta, o conhecimento e o contato com objetos reais e com aqueles criados para

atender aos seus desejos de experimentação.

A atividade lúdica exerce grande influência na formação dos processos psíquicos

voluntários, pois a criança necessita desenvolver, ao brincar, a concentração e a atenção. As

situações de brincadeira exigem uma maior concentração. A brincadeira exerce, de acordo

com o autor, uma grande influência no desenvolvimento da personalidade, pois, ao praticá-la,

a criança passa a conhecer as condutas, os papéis sociais e as interações dos adultos, e esse

conhecimento serve de modelo de referencial para a sua própria conduta, promovendo as

qualidades indispensáveis para o estabelecimento das interações atuais e futuras com seus

semelhantes.

Page 23: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

23

As atividades lúdicas retratam a variada realidade que cerca as crianças. Os

argumentos vivenciados e os conteúdos dessa atividade são retirados das diversas atividades

humanas, entre outras, do trabalho, do lazer, das relações interpessoais, dos objetos e dos fatos

relevantes da época em que vivem. Quanto mais a criança amplia os conhecimentos da

realidade, mais ricos e variados são os argumentos e os conteúdos usados nas brincadeiras.

Linguagens visuais nas Aulas de Arte com Crianças

Se pretender trabalhar as linguagens visuais na escolarização artística infantil, é

preciso caracterizar quais conceitos são essenciais para integrá-los aos já conhecidos pelas

crianças. Isto implica definir também os procedimentos e técnicas pedagógicas a serem

utilizados nas atividades de ver apreciativamente e expressar prazerosa e ludicamente as

formas visivas.

A brincadeira também contribui de maneira significativa para o desenvolvimento da

linguagem, pois requer da criança um determinado nível de desenvolvimento de comunicação

verbal. Nas situações lúdicas, as crianças são instigadas a expressar suas vontades e suas

intenções de forma compreensível. As necessidades de comunicação e de se fazer

compreender impulsionam o exercício, o aperfeiçoamento e o desenvolvimento coerente da

linguagem.

A brincadeira, atividade principal no período pré-escolar, caracteriza-se pelo

predomínio da imaginação sobre a regra, no final do período pré-escolar, evolui para o

predomínio da regra sobre a imaginação, transformando-se em jogo de regras. Transforma-se

num espaço fértil para a aprendizagem e desenvolvimento de outras capacidades,

fundamentais nesse estágio de desenvolvimento infantil.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebe-se um distanciamento entre o desejo do professor de ensinar Arte e o interesse

do aluno em aprender, por esse motivo é de suma importância que professores do ensino

infantil dêem maior ênfase nas Artes Visuais e preocupem de verdade com o aprendizado das

Page 24: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

24

crianças. Para que os educadores não cometam mais erros tradicionalistas, como tem ocorrido

por muito tempo. A arte visual contribui na construção do conhecimento sensível da criança,

ajuda a trabalhar a coordenação motora, e ajuda a ampliar suas leituras de mundo. Ela pode

ser considerada uma expressão do universo cognitivo e afetivo de cada um, pois revelam o

que sentem e pensam.

A arte pode ser uma reelaboração da realidade, pois cada pessoa vê uma mesma coisa

de maneira diferente e reconstrói usando formas, ritmos, linguagens e elementos diversos.

Portanto, em hipótese alguma os trabalhos infantis devem ser comparados com os de

nenhuma outra criança, pois cada uma aprende no seu limite e no seu tempo.

Sabe-se que muita coisa mudou em relação à Arte Visual, mas ainda precisa melhorar,

pois há muitos professores que interpretam e ensinam a Arte como cópia/mera reprodução

impedindo assim a criança de pensar e desenvolver a sua habilidade diante do desenho.

Contudo, a atuação do educador é fundamental no apoio ao processo, cuidando da condição

de liberdade de expressão e sustentação da manifestação.

Vale ressaltar ainda que as atividades lúdicas são indispensáveis à criança para

apreensão dos conhecimentos artísticos e estéticos, uma vez que possibilitam o exercício e o

desenvolvimento da percepção, da imaginação, das fantasias e de sentimentos. E as

brincadeiras na infância é o meio pelo qual a criança organiza suas experiências, descobre e

recria seus sentimentos e pensamentos a respeito do mundo, pois o brincar nas aulas de arte

pode ser uma maneira prazerosa de a criança experimentar novas situações e ajudá-la a

compreender e assimilar mais facilmente o mundo cultural.

Portanto, conclui-se que o papel dos educadores é de valorizar cada vez mais o ensino

de Arte e mostrar o quanto as Artes Visuais é importante para a criança, principalmente nas

fases iniciais.

Abstract: The aim of this article was to make the children educators to rethink the

conceptions and methodologies concerning the teaching of art, especially the visual

arts, about his practice and techniques, emphasizing the creation and expression of

the child, since the way a child plays or draws reflects in their way of thinking and

feeling. this article is a systematic study of bibliographical nature, supported by

authors who historically has contributed to arts education in the country. The aim is

thus to reaffirm the importance of art and visual arts in the classroom as a significant

practice in educational development of children.

Keywords: Visual Arts. Child. Drawing. Education. Learning.

Page 25: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

25

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Ana Mãe. Teoria e prática da educação artística. São Paulo, Cultrix, 1975.

_______Arte educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1986.

CARNEIRO, Moaci Alves. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva artigo a artigo. 14 ed. Rio

de Janeiro: Vozes, 2007.

CAVA, Laura Célia Sant’Ana Cabral. Ensino das artes: pedagogia. São Paulo: Pearson

Prentice Hall, 2009.

FERRAZ, Maria Heloísa Corrêa de Toledo; FUSARI, Maria F. de Rezende. Metodologia do

ensino de arte. São Paulo: Cortez, 1993.

FUSARI, Maria F. de Rezende; FERRAZ, Maria Heloísa C. de Toledo. Arte na Educação

Escolar. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2001.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. 3 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 178.

HERNANDEZ, Fernando. Catadores da Cultura visual: proposta para uma nova narrativa

educacional. Porto Alegre: Editora Mediação, 2007.

HERNANDEZ, Fernando. Cultura Visual, mudança educativa e projeto de trabalho. Porto

Alegre: Artmed, 2000.

IAVELBERG, Rosa. Para gostar de aprender arte: sala de aula e formação de professores.

Porto Alegre: Artmed, 2003.

MOREIRA, A. A. A. O espaço do desenho: a educação do educador. São Paulo: Loyola, 1984.

OSTROWER, F. A construção do olhar. In NOVAES, A. (Org.) O olhar. São Paulo:

companhia das Letras, 1995.

Page 26: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

26

PILLAR, A. D. P. Desenho e construção de conhecimento na criança. Porto Alegre: Artes

Medicas, 1996.

PILLAR, A. D. P. Fazendo Artes na Alfabetização. Porto Alegre: Kuarup, 1988.

SOUZA, Paulo Nathanael Pereira de; SILVA, Euripedes Brito da. Como entender a LDB. São

Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos

psicológicos superiores. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

Page 27: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

27

Dedico este trabalho aos meus amados pais Sebastião e Isabel

(mãe que já partiu para o mundo espiritual, mas que com certeza está

muito feliz por mais essa conquista em minha vida) e aos meus filhos

Paulo Henrique e Kárita Thais.

Page 28: ARTES VISUAIS A CRIANÇA, O DESENHO E A EXPRESSIVIDADE INFANTIL - Esmerinda Neves

28

AGRADECIMENTO

Muito obrigada a Deus por mais esta conquista em minha vida. Aos meus filhos pela

compreensão, apoio e carinho que tiveram. As colegas de sala que sempre me ajudaram

quando precisei.

Aos professores que dividiram seus conhecimentos e experiências durante o curso e

em especial a minha orientadora Milna Martins Arantes, a qual teve muita paciência e atenção

e que em momento algum mediu esforços para ajudar-me.