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Trabalhos de pesquisa e
estudos clnicos
Ortodontia & Esttica
Ortodontia Multidisciplinar
Ortoreview
Marketing na Ortodontia
Ortodontia: a simetria e a esttica do sorriso
Apoio cultural
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172 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3
OrtodontiaSPO - Vol. 40, n. 3 (julho/agosto/setembro/2007) - So Paulo: VM Comunicaes - Diviso Cultural, 2005
Periodicidade Trimestral
ISSN 0030-5944
1. Ortodontia. 2. Ortopedia Funcional dos Maxilares.
I. VM Comunicaes - Diviso Cultural II. Ttulo
CDD 617.64
Black D4
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| 173No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO
Editorial
D aqui h um ano estaremos reunidos em mais um congressovoltado para a Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares.
Com um novo formato, que privilegia mais cincia e informao
tecnolgica para todos, o 16oCongresso Brasileiro de Ortodontia- Orto 2008-SPO promete ser um dos maiores eventos j ocorridos
na especialidade. Isto foi o que pudemos sentir com a realizao
do OrtoNews 2007, o encontro que lanou, oficialmente, o Orto
2008-SPO.
Eventos dessa natureza so fundamentais para a atualizao dos
profissionais da rea, uma vez que apresentam os ltimos avanos
na Ortodontia mundial. Dessa forma, sentimo-nos honrados em
realizar um encontro desse porte e contribuir, assim, para o cres-
cimento dos especialistas brasileiros em Ortodontia e Ortopedia
Funcional dos Maxilares.
E dentro dessa misso de levar conhecimento e informaes
atualizadas, a SPO traz, tambm, a terceira edio deste ano da
revista OrtodontiaSPO, com destaque para o caderno cientfico
que publica trabalhos originais da produo cientfica de grandespesquisadores nacionais e internacionais.
Na parte de informaes e servios, confira a entrevista sobre
Ortodontia e Ocluso, com o professor Emlio Zanatta. E na
seo Ortodontia & Esttica, acompanhe a terceira parte da srie
de matrias sobre o Tratamento Ortodntico Precoce, que aborda,
desta vez, a M-Ocluso da Classe III.
Em Marketing na Ortodontia, Plnio Thomaz faz interessantes
Reflexes para o Dia do Dentista, trazendo dicas e recomenda-
es importantes para o exerccio da profisso. E em Ortodontia
Virtual, Moacyr Menendez fala sobre a revoluo do VoIP nas
ligaes telefnicas.
A revista OrtodontiaSPO est pronta e em suas mos.
Boa leitura!
Julio Wilson VigoritoDiretor Responsvel
PROMOVENDOOCRESCIMENTO
Jairo Corra
Presidente da SPO
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Capa:Imagens de paciente cedidaspelo Dr. Alexander Macedo
Indexada na:BBO - Bibliografia Brasileira de OdontologiaLILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Cincias da Sade
EditorialFalta .......................................................................................................................173
Ortopesquisa Estudo das relaes interarcadas em modelos montados em articulador panadent:
comparao entre RC e MIH
Dental interarch relatioship study on panadent articulator mounting: comparison
between CR and CO (Soo Young Kim Weffort, Camila Matos Santiago Reis, Solange
Mongelli de Fantini) ............................................................................................179
Anlise da relao carga/deflexo de fios ortodnticos de titnio-nibio e ao
inoxidvel
Load/Deflection relation of titanium-niobium and stainless steel arch wires
(Ronaldo Alves Bastos, Flvio Augusto Cotrim-Ferreira, Paulo Eduardo Guedes
Carvalho, Auro Seity Kimura, Grasiela Panassolo, Jlio de Arajo Gurgel) ...... 191
Estudo comparativo da resistncia ao cisalhamento de braquetes ortodnticos
de policarbonato
A comparative study about shear bond strength of polycarbonate orthodontics bra-
ckets(Mrlio Vincius de Oliveira, Matheus Melo Pithon, Antnio Carlos de Oliveira
Ruellas, Fbio Loureno Romano) .....................................................................197
Pigmentao dentria aps remoo de braquete ortodntico Dental pigment, after orthodontic bracket removal(Srgio Ricardo da Silva, Ktia de Jesus
Nevello Ferrer, Maria Helena Castro de Almeida, Renato Castro de Almeida) ..........202
Ortoclnica Tratamento ortodntico cirrgico da Classe III com deficincia maxilar
Surgical orthodontic treatment of the Class III and maxillary deficiency
(Renata de Cassia Gonalves, Ary dos Santos-Pinto, Joo Roberto Gonalves, Dirceu
Barnab Raveli) ...................................................................................................209
209
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| 175No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO
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SUMRIO
Dentes com dilacerao radicular: Reviso da literatura e apresentao de um
caso clnico
Tooth with root dilaceration: literature review and a case report (Snia Rodrigues
Dutra, Karine Cabral, Elizabeth Maria Bastos Lages, Alexandre Fortes Drummond,
Ariane Martins Saraiva Figueira) ........................................................................216
Ortodivulgao Anlise cefalomtrica frontal de Ricketts: Paradigma 2000
Frontal cephalometric analysis of Ricketts: Paradigm 2000
(Joo M. Baptista) ...............................................................................................222
Ortoinformao Ortoreview
Resumo de artigos ...............................................................................................228
Ortodontia & Esttica
Tratamento ortodntico precoce - Parte III: m-ocluso da Classe III ...............232
Marketing na Ortodontia
Reflexes para o Dia do Dentista ..........................................................................241
Ortodontia Virtual
A revoluo nas ligaes telefnicas...................................................................242
Eventos
Orto2008-SPO lanado durante o OrtoNews ...................................................244
Ortodontia Multidisciplinar
Ortodontia e ocluso ...........................................................................................246
Normas de Publicao......................................................................................249
228
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176 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3
DIRETORRESPONSVEL: Prof. Dr. Julio Wilson Vigorito
EDITORESDECADERNOSESPECIAIS:
Ortocincia:Prof. Dr. Julio Wilson Vigorito Ortoinformao:
Prof. Dr. Flvio Augusto Cotrim Ferreira Ortoreview:Profa.
Dra. Gladys Cristina Dominguez Ortotecnologia:Prof. Dr.
Moacyr Menndez Ortoservios:Prof. Ricardo Fidos Horliana Conselho editorial:Prof. Dr. Jos Rino Neto, Prof. Dr. Joo
Batista de Paiva, Prof. Dr. Andr Tortamano, Profa. Dra. Solange
Mongelli de Fantini Relatores:Prof. Dr. Jlio Wilson Vigo-
rito, Profa. Dra. Gladys Cristina Dominguez, Prof. Dr. Flvio
Augusto Cotrim Ferreira
CONSELHOCIENTFICO Membros internacionais:Argentina:
Prof. Dr. Jos Carlos Elgoyhen, Prof. Dr. Miguel Angelo Cac-
cione Bolvia:Prof. Dr. Guillermo Aranda Chile:Prof. Dr.
Jayme Koiffman, Profa. Dra. Anka Sapunar Colmbia: Prof.
Dr. Guillermo Rubio, Prof. Dr. Eduardo Rodriguez Equador:
Prof. Dr. Patrcio Moralez EUA:Prof. Dr. Richard Kulbersh,
Prof. Dr. Richard P. McLaughlin, Prof. Dr. Valmy Pamgrazio-
Kulbersh Itlia: Prof. Dr. Santiago Isaza, Prof. Dr. Rafaele
Schiavoni Japo:Prof. Dr. Fujio Miura Letnia:Profa. Dra.
Ilga Urtane Mxico:Prof. Dr. Robert Justus Peru:Prof. Dr.
Augusto Sato, Prof. Dr. Manuel Adriazola Pando Venezuela:
Profa. Dra. Adalsa Hernandez
Membros nacionais:AL: Prof. Dr. Anthony Menezes Leahy
(Macei) BA: Prof. Dr. Julio Cesar Motta Pereira (Feira de
Santana) CE: Prof. Dr. Pedro Csar Fernandes dos Santos
(Fortaleza) MA: Prof. Dr. Benedito Viana Freitas (So Lus)
MG: Prof. Dr. Marcos Nadler Gribel (Belo Horizonte),
Profa. Dra. Tereza Cristina R. da Cunha (Pouso Alegre) MS:
Prof. Dr. Paulo Cezar Rodrigues Ogeda (Campo Grande)
PE: Prof. Dr. Luiz Garcia da Silva (Caruaru) PR:Prof. Dr.Tieo Takahashi (Londrina) RJ: Prof. Dr. Antonio Rego de
Almeida (Rio de Janeiro), Prof. Dr. Paulo Cesar de Lyra Braga
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A revista OrtodontiaSPO editada eproduzida pela VM Comunicaes.Editor:Haroldo J. Vieira([email protected]) Jornalista responsvel e redatora:Laelya Longo - Mtb 30.179
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Cecilia Felippe Nery - Mtb 15.685 Editora assistente e reviso:Ana Lcia Zanini Luz ([email protected]) Diretora de arte:Miriam Ribalta ([email protected]) Redator publicitrio:Luciano Bitencourt ([email protected]) Designer grfico:Cristina Sigaud ([email protected]) Assistente de arte:Eduardo de Paula Costa ([email protected]) Produtor grfico:Sandro Tom de Souza ([email protected])
Prof. Dr. Ben Hur Godolphim (Porto Alegre), Prof. Dr. Clber
Bidegain Pereira (Uruguaiana), Prof. Dr. Djalma Roque Woi-
tchunas (Passo Fundo), Prof. Dr. Luiz Eduardo Schroeder de
Lima (Cruz Alta), Prof. Dr. Wilmar Antnio Ferrazzo (Santa
Maria) SC:Prof. Dr. Joo Maria Baptista (Florianpolis)
SE:Prof. Dr. Alexandre de Albuquerque Franco (Aracaju) SP:Prof. Dr. Alael Barreiro Fernandes de Paiva Lino (Santo
Andr), Prof. Dr. Antnio Carlos Passini (Sorocaba), Prof.
Dr. Camillo Morea(So Paulo), Prof. Dr. Eduardo Sakai (So
Paulo), Profa. Dra. Fernanda de Azevedo Corra (So Paulo),
Prof. Dr. Flvio Vellini Ferreira (So Paulo), Prof. Dr. Hugo
Jos Trevisi (Presidente Prudente), Prof. Dr. Joo Grimberg
(So Paulo), Prof. Dr. Jorge Abro (So Paulo), Prof. Dr. Jos
Fernando Castanha Henriques (Bauru), Prof. Dr. Jurandir An-
tonio Barbosa (Jundia), Prof. Dr. Leopoldino Capelozza Filho
(Bauru), Profa. Dra. Liliana vila Maltagliati (So Bernardo do
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Fuerte Bakor (Santo Andr), Profa. Dra. Sonia Maria de Lima
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Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares no assume
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EXPEDIENTE
REVISTAORTODONTIASPO
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| 177No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO
SOCIEDADEPAULISTADEORTODONTIAEORTOPEDIAFUNCIONALDOSMAXILARES
Presidente
Dr. Jairo Corra
1oVice-Presidente
Dr. Osny Corra
2aVice-Presidente
Profa. Gladys Cristina Dominguez Rodriguez
Secretrio Geral
Prof. Joo Grimberg
1oSecretrio
Dr. Alfredo Manuel dos Santos
Tesoureiro Geral
Dr. Nivan Marton
1oTesoureiro
Dr. Luiz Srgio Alves Machado
Diretor Social
Dr. Dulio MandettaComisso Cientfica
Prof. Norberto dos Santos Martins,
Prof. Eduardo Sakai, Prof. Sylvio Corra Fiza
Comisso Fiscal
Dr. Reynaldo Baracchini, Dr. Seiti Ishi
Assessoria Presidencial
Prof. Cleber Bidegain Pereira, Profa. Fernanda de
Azevedo Corra, Profa. Lucy Dalva Lopes, Dr. Mrio
Wilson Corra, Dra.Vera Claudia L Romain
Assessor para assuntos Internacionais
Prof. Jos Eduardo Pires Mendes
Assessor para assuntos NacionaisDr. Ager de Lorenzo
Assessor para assuntos do Interior
Prof. Gasto Moura Neto
Conselho Consultivo - Ex-Presidentes
Dr. Paulo Affonso de Freitas
(Fundador - Primeiro Presidente)
Dr. Jairo Corra
(Fundador - Segundo e atual Presidente)
Dr. Reynaldo Baracchini
(Fundador - Terceiro Presidente)
Dr. Osny Corra
(Quarto Presidente)Prof. Julio Wilson Vigorito
(Quinto Presidente)
Fundador do Boletim da Sociedade Paulista de
Ortodontia
Prof. Manoel C. Muller de Arajo
Fundador da Revista Ortodontia
Dr. Paulo Affonso de Freitas (gesto Dr. Jairo Corra)
DIRETORIA
SPO Central:Rua Tumiaru, 227 Ibirapuera So Paulo SP 04008-050 Tels.: (11) 3884-3113/9393 Fax: (11) [email protected] www.spo.org.br
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| 179No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO
ESTUDODASRELAESINTERARCADASEMMODELOSMONTADOSEMARTICULADORPANADENT:COMPARAOENTRERC EMIH
DENTALINTERARCHRELATIOSHIPSTUDYONPANADENTARTICULATORMOUNTING: COMPARISONBETWEENCR ANDCO
SOOYOUNGKIMWEFFORT*CAMILAMATOSSANTIAGOREIS**
SOLANGEMONGELLIDEFANTINI***
RESUMOOs tratamentos da ocluso levaram escolha da relao cntrica (RC) como posio de referncia devido sua reprodutibi-
lidade, o que favorece maior preciso do diagnstico. Este estudo prospectivo props-se a observar as diferenas entre RC e
MIH (mxima intercuspidao habitual), avaliando-se as seguintes caractersticas inter-oclusais: sobressalincia, sobremordida,
relao de molares, de caninos, desvio de linha mdia dentria inferior, e posio do primeiro contato oclusal em RC. A amostrafoi de 30 participantes, dividida em grupo sintomtico, caracterizado por sinais e sintomas de disfuno temporomandibular
de origem muscular e outro assintomtico ou controle. Foram obtidos registros de MIH e RC, sendo este ltimo, obediente
tcnica power centric (Roth). Para as comparaes entre os grupos sintomtico e assintomtico, foi utilizado o teste t,
e entre RC e MIH, o teste t pareado. O teste de McNemar avaliou as associaes entre as variveis estudadas. Em RC,
comparada MIH, observou-se sobressalincia significantemente maior (p
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SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI
INTRODUOEREVISODALITERATURAIniciar um tratamento ortodntico requer por parte do
ortodontista, diagnstico minucioso e desenvolvimento de um
plano de tratamento com objetivos precisos e mensurveis.
A relao cntrica (RC) tem sido considerada posio de
referncia para qualquer tratamento onde as relaes oclusais
encontrem-se comprometidas, por permitir o registro inter-
maxilar de forma estvel e reproduzvel1,5-6, 10,16,23,28,31,40,48,52.
Para Roth41 (1995), a RC significa no apenas uma posio
de referncia, mas, principalmente, representa um objetivo
de tratamento. Para este autor, a RC no uma posio de
esforo, e sim, posio fisiolgica determinada pela muscula-
tura, na qual os cndilos esto assentados em suas respectivas
fossas articulares.
Com modelos montados em articulador na posio de
relao cntrica, revelam-se informaes muitas vezes no
observadas na manipulao dos modelos de estudo orto-
dnticos tradicionais, de forma esttica, em MIH (mxima
intercuspidao habitual)3,6-7,19-20,24,41,46-47,49,51.
As diferenas entre as duas posies citadas podem ser
observadas nos trs planos do espao, tanto no nvel condilar,
por meio do instrumento IPC (indicador de posio condi-
lar)4,7,16,46 quanto no nvel dentrio, por meio do exame das
relaes interdentrias.
Muitos estudos2,23,26-27,43 tm mostrado que, na maioria
dos casos, o sistema neuromuscular posiciona a mandbula de
forma a estabelecer o maior nmero de contatos oclusais pos-
sveis, s expensas de uma posio final incorreta dos cndilos.
O deslocamento mandibular evidencia-se freqentemente
pela distrao condilar, o que ocorre devido presena de
contato prematuro7, usualmente localizado no setor posterior
das arcadas12,29,38-39,46.
A importncia do assentamento condilar na correo
ortodntica foi ressaltada por Cordray5(2002). O autor sugeriu
que as discrepncias entre RC e MIH devam ser identificadas
e eliminadas quando a ocluso reorganizada. Recomenda a
montagem em articulador semi-ajustvel com finalidade de
diagnstico e tratamento em Ortodontia, como um objetivo
ideal, o que permite avaliar as variaes da posio condilar
usando-se o IPC.
Nesta linha de pensamento, Crawford7 (1999) pesquisou
deslocamentos condilares entre RC e MIH e constatou cor-
relao significante com os distrbios temporomandibulares.
Por esta razo, os indivduos sintomticos requerem ateno
redobrada por parte dos ortodontistas, pois estes no apre-
sentam estabilidade articular, so de difcil manipulao, e
exigem desprogramadores de longo prazo para alcanar-se o
necessrio relaxamento muscular e obter-se um registro com
confiabilidade41.
A associao dos distrbios temporomandibulares com
os aspectos oclusais no tem mostrado evidncia cientficasuficiente para ser considerada sem controvrsias18,30,33. Con-
tudo no se pode ignorar o envolvimento da ocluso com as
DTM sob o ponto de vista funcional.
No intuito de melhor compreender a importncia da mon-
tagem dos modelos em articulador para o diagnstico ortodn-
tico, o objetivo do presente estudo foi o de observar possveis
diferenas entre RC e MIH avaliando-se as seguintes caracters-
ticas oclusais: relao de molares, de caninos, sobressalincia,
sobremordida e desvio de linha mdia dentria inferior em
pacientes sintomticos e assintomticos. Determinou-se, ainda,
a posio do primeiro contato oclusal em RC.
MATERIALEMTODOSA amostra foi composta por 30 participantes, no des-
programados, sem distino de gnero, com idades entre 19
e 30 anos, dividida em dois grupos, um sintomtico (n=15) e
outro assintomtico ou controle (n=15). O grupo sintomtico
foi caracterizado por sinais e sintomas de disfuno tempo-
romandibular de origem muscular, com ou sem estalidos
nas articulaes temporomandibulares, determinados aps
anamnese e exame clnico, segundo critrio do Research
Diagnostic Criteria (RDC)11. Foram excludos portadores
de demais tipos de DTM. O Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido n 82/05, aprovado pelo Comit de tica em
Pesquisa da Fousp, foi submetido e assinado por todos os in-
tegrantes da amostra aps esclarecimento dos procedimentos
e objetivos da pesquisa.
Foram obtidos modelos superiores e inferiores em gesso
tipo Durone tipo IV, na cor verde (Dentsply), finalizados se-
gundo a tcnica do modelo bipartido25. De posse dos modelos
preparados, foram ento realizados os registros de MIH e de
RC, sem desprogramao prvia, sendo este ltimo, obediente
tcnica power centric descrita por Roth (ano) apud Wood
et al49(1994) modificada por Fantini15 aps manipulao bi-
manual da mandbula8.
O registro da RC segundo a tcnica mencionada realizado
em duas etapas, com dois segmentos de cera Delar (Bite Re-
gistration Wax, Delar Corp., Lake Oswego, OR). O primeiro
destina-se ao registro da regio anterior e o segundo, ao do
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| 181No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO
SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI
setor posterior das arcadas. Esta tcnica indicada especial-
mente para pacientes no desprogramados, pois a contrao
dos msculos elevadores da mandbula, favorvel ao melhor
assentamento condilar50, estimulada pela associao entre
a pequena resistncia ao fechamento mandibular imposta
pelo operador na regio do mento, e do apoio dos incisivosinferiores na cera anterior, obtida na primeira etapa do registro,
j resfriada e endurecida, que age como um ponto de fulcro
(Figuras 1a e 1d).
Para o registro em MIH foi utilizada cera rosa extradura
(Moyco Beaty Pink Wax, Moyco In., Philadelphia, PA),
preparada com uma nica espessura. Aps plastificao ade-
quada, a cera foi adaptada arcada superior e o participante,
instrudo a ocluir fortemente. Aps resfriamento com jato
de ar, a lmina foi retirada, os excessos foram recortados,sendo plastificada novamente, apenas nas reas edentadas,
recolocada na boca e o participante instrudo a ocluir mais
uma vez (Figuras 2a e 2d).
Figura 1aMani-pulaobimanualda RC.
Figura 1bRegistroda poroanteriorna tcnicapower cen-tric comcera Delarplastifi-
cada emgua a58.
Figura 1cResfria-mento daporoposterioraps re-
gistro damesma.
Figura 1dRegistrosde RCprepara-dos para amontagemem articu-lador.
Figura 2aRegistroda MIH
em lminanica deceraBeautyPink.
Figura 2bRecortedos exces-sos.
Figura 2cAps plas-tificaosuave dasbordas doregistro, acera po-sicionadapara nova
edentaoem MIH.
Figura 2dRegistrode MIHadaptadoao modelode gessosuperior.
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182 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3
SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI
Para padronizao da tcnica, todos os registros e
montagens dos modelos foram realizados por um mesmo
operador.
Os modelos superiores foram montados em articulador
semi-ajustvel Panadent - modelo PSH aps transferncia
do arco facial (Figura 3). Os modelos inferiores foram mon-tados utilizando-se os registros de RC. O gesso empregado
na montagem foi de alta resistncia e presa ultra-rpida
(Rutenium).
De posse dos modelos montados, foram observadas as
seguintes caractersticas oclusais em RC e MIH: relao de
molares e de caninos nos lados direito e esquerdo, sobres-
salincia, sobremordida e desvio de linha mdia dentria
inferior (Figuras 4a e 4d e 5a e 5d). Foi demarcado tambm,
o primeiro contato oclusal na posio de RC, com carbono
vermelho (Arti-fol 8 - Bausch), Figura 6.
Figura 3Modelosmontadosem arti-
culadorPanadentcom re-gistros decera emRC.
Figura 4aSobremor-dida emMIH.
Figura 4bSobressa-lincia emMIH.
Figura 4c
Relaomolar deClasse I- ladodireito.
Figura 4dRelaomolar de
Classe I- lado es-querdo.
Figura 5aSobre-mordidaem RC.
Figura 5bSobres-
salinciaem RC.
Figura 5cRelaomolar deClasseII - ladodireito.
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| 183No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO
SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI
Para realizar as comparaes das medidas de sobremor-
dida e sobressalincia entre os grupos sintomtico e assin-
tomtico, foi utilizado o teste t de Student no-pareado.
A relao de molares, caninos e os desvios da linha mdia
entre os grupos foram comparados pelo teste qui-quadrado de
homogeneidade. Para verificar a possvel associao entre asalteraes de sobressalincia e sobremordida e as mudanas
de relao molar e de caninos foi adotado o mtodo Anova
de dois fatores. Sendo esta anlise significativa, realizaram-se
as comparaes mltiplas de Bonferroni.
As comparaes entre RC e MIH das medidas de sobres-
salincia e sobremordida foram feitas pelo teste t de Student
pareado e adotou-se o teste de McNemar nas comparaes das
categorias de relao molar, de caninos e de desvio da linha
mdia. Adotou-se o nvel de significncia de 5%.
RESULTADOSAs mdias, os desvios padro e os valores mnimo e
mximo observados das medidas de sobremordida e sobres-
salincia em RC e MIH, e as comparaes entre os grupos
sintomtico e assintomtico so apresentados na Tabela 1.
As mdias e os desvios padro das medidas de sobremor-
dida e sobressalincia, assim como as variaes das relaes
de canino e de molar, da linha mdia, tanto em RC quanto
em MIH e as comparaes entre elas so apresentados nas
Tabelas 2 a 4, respectivamente.
TABELA 1 -VALORES MDIOS, DESVIOS PADRO, VALORES MNIMOS E MXIMOS DAS MEDIDAS DE SOBRESSALINCIA, SO-BREMORDIDA EM RC E MIH E RESULTADOS DAS COMPARAES ENTRE OS GRUPOS
Medida Grupo Mdia DP Mnimo Mximo N p
Sobressalincia
RC
Assintomtico 3,37 1,44 1,0 6,0 150,504
Sintomtico 3,76 1,68 0,0 6,4 15
Total 3,57 1,55 0,0 6,4 30
Sobressalincia MIH
Assintomtico 2,45 1,00 0,5 4,0 150,858
Sintomtico 2,37 1,39 0,0 5,0 15
Total 2,41 1,19 0,0 5,0 30
Sobremordida
RC
Assintomtico 1,71 1,98 -1,0 5,0 150,474
Sintomtico 1,15 2,24 -4,0 4,0 15
Total 1,43 2,10 -4,0 5,0 30
Sobremordida
MIH
Assintomtico 3,29 1,65 0,0 6,0 150,467
Sintomtico 2,83 1,81 0,0 6,0 15
Total 3,06 1,72 0,0 6,0 30
Figura 6ae 6bPrimeiroponto decontatoem RClocaliza-do nossegundosmolaresperma-nentes dolado es-querdo.
Figura 5dRelaomolar deClasseII - ladoesquerdo.
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SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI
Os resultados das associaes das variaes da relao
de canino e relao de molar com as variaes de sobremor-
dida e sobressalincia em RC e MIH so apresentados nas
Tabelas 5 e 6.
DISCUSSOMuitos autores tm questionado a validade da montagem
dos modelos em RC13,30,35-37.Para responder tal questo h que
TABELA 2 -VALORES MDIOS E DESVIOS PADRO DAS ME-DIDAS DE SOBRESSALINCIA E SOBREMORDIDA EM RC EMIH E A COMPARAO ENTRE AS DUAS POSIES
Medida Mdia DP N p
SobressalinciaRC 3,57 1,55 30
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TABELA 4 -COMPARAO ENTRE RC E MIH DA PREVALNCIA DE COINCIDNCIA OU DE DESVIOS PARA OS LADOS DIREITO EESQUERDO DA LINHA MDIA INFERIOR
Linha Mdia RCLinha Mdia MIH
Total pCoincidente Direito Esquerdo
Coincidente 7 23,3% 1 3,3% 0 0,0% 8 26,7%
0,180Direito 4 13,3% 11 36,7% 0 0,0% 15 50,0%
Esquerdo 0 0,0% 0 0,0% 7 23,3% 7 23,3%
Total 11 36,7% 12 40,0% 7 23,3% 30 100,0%
TABELA 5 -RESULTADO DAS ANOVAS DA SOBRESSALINCIAE SOBREMORDIDA E VARIAES DA RELAO DE CANINOS ERELAO DE MOLARES DOS LADOS DIREITO E ESQUERDO
Medida Fator Valor F p
Sobressalincia
RC
Canino
D 2,13 0,140
E 2,58 0,096
MolarD 5,47 0,011
E 5,22 0,031
Sobressalincia
MIH
CaninoD 0,35 0,710
E 0,51 0,609
MolarD 2,20 0,131
E 1,07 0,310
Sobremordida
RC
CaninoD 1,77 0,192
E 1,89 0,172
Molar D 1,52 0,238
E 0,05 0,821
Sobremordida
MIH
CaninoD 1,57 0,228
E 1,55 0,232
MolarD 1,56 0,230
E 0,76 0,390
TABELA 6 -COMPARAES MLTIPLAS PARA A MEDIDA DESOBRESSALINCIA RC ENTRE AS VARIAES DE CLASSESDO MOLAR DIREITO
Comparao Diferena
mdia
Erro
Padro p
Inalterado vs Alterao deCl I /Cl III
-0,97 0,553 0,277
Inalterado vsAlterao de
Cl I/ClII3,41 1,405 0,068
Alterao deCl I/Cl II
Alterao deCl I/ Cl III
4,38 1,446 0,017
resultaram numa determinada relao entre arcadas. Estes s
podem ser identificados e medidos por meio da montagem dos
modelos em articulador que, por sua vez, possua acessrios
destinados a este fim.
O reflexo dos deslocamentos condilares entre RC e MIH
descritos, sobre a face dos pacientes, tambm ser influenciado
por determinadas caractersticas morfolgicas craniofaciais.
Destacam-se o tipo facial, se mais vertical ou horizontal, e o
tipo de mandbula, que pode apresentar um ngulo gonaco
mais agudo ou mais obtuso. Sendo assim, para deslocamen-
tos condilares iguais poderiam ser observadas, por exemplo,
aberturas de mordida anterior de magnitudes distintas, se os
pacientes exibissem caractersticas faciais diferentes, como
aquelas encontradas em dlicos e braquifacias.
Outro aspecto que compromete a preciso do exame cl-
nico em RC decorre da influncia do sistema neuromuscular,
que dificulta a correta localizao da mandbula durante o
referido procedimento. H tambm, as limitaes importantes
do campo visual impostas pelas bochechas, alm da completa
impossibilidade de analisarem-se as relaes entre as arcadas
numa vista lingual. Com isso, fica evidente a limitao do
exame clnico sempre que se pretenda maior preciso no diag-
nstico ortodntico, o que aponta para as vantagens do exame
em modelos montados em articulador5,9,18,23,24,40,43,47-48,52.
Atentos para as questes referidas, diversos estudos
tm abordado o tema das discrepncias entre as posies de
RC e MIH, tanto no nvel articular quanto no dentrio 6-7,16,17,20,22,32,40,46,48-49,51.
No presente estudo transversal, foram comparadas al-
gumas caractersticas interoclusais de um grupo sintomtico
e outro, assintomtico, ambos no desprogramados, tais
como sobremordida, sobressalincia, relaes de caninos,
de molares e situao da linha mdia inferior em relao
superior. Foram tambm estudadas possveis associaes entre
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SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI
os valores de sobressalincia e
sobremordida e as mudanas
das relaes de molares e de
caninos, nas duas posies
mandibulares consideradas.
Os resultados no apon-taram para diferenas esta-
tisticamente signif icantes
(p>0,05) entre os grupos
sintomtico e assintomtico,
em relao s medidas de so-
bressalincia e sobremordida
(Tabela 1). Esta ausncia de
associao entre magnitude
da sobremordida anterior e
sintomatologia de DTM foi
j relatada por Pullinger, et
al34(1988) e Pullinger et al31
(1987), aps estudo sobre a
etiologia desta disfuno.
Porm em estudo onde fo-
ram avaliadas determinadas
caractersticas oclusais como fatores de risco para a DTM,
Pullinger et al33(1993) encontraram associao significante
com a mesma em casos de sobressalincia maior que 6 mm
- 7 mm (p0,050).
Tendo em vista os resultados iniciais citados, ambos
os grupos foram unificados, sendo ento, analisados sem
distino quanto sintomatologia de distrbios temporo-
mandibulares. As caractersticas oclusais foram avaliadas
nos trs planos do espao - vertical (sobremordida), sagital
(sobressalincia) e transversal (linha mdia) - nas posies
de RC e MIH.
Em RC, observou-se sobressalincia significantemente
maior (p
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SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI
acha importante ou no, eliminar os referidos contatos e
interferncias dentrias.
A anlise da relao da linha mdia inferior com a su-
perior no evidenciou diferenas entre RC e MIH quanto
prevalncia dos tipos de desvio (Tabela 4), embora tenham se
observado oito casos (26,6%) de linha mdia coincidente emRC e 11 (36,6%) em MIH. Vinte e um casos permaneceram
sem alterao (70%). A dimenso do desvio de linha mdia
inferior variou de 0 mm a 2,2 mm. Com resultados seme-
lhantes quanto prevalncia da variao das dimenses dos
desvios, Pullinger et al31(1987)encontraram em populao
assintomtica, valores entre 0 (28%) e 2 mm (26%). Por sua
vez, Cordray6(2006) verificou que a prevalncia de linhas
mdias inferior e superior coincidentes foi significantemente
maior (p=0,002) em RC (70%) do que em MIH (65,6%).
Verificou, tambm, diferena estatisticamente significante
nas alteraes entre RC e MIH, sendo que a linha mdia
inferior mostrou-se sem alterao em 78,7% da amostra
(p=0,002).
Na comparao das mudanas das medidas de sobres-
salincia e sobremordida com as variaes das relaes de
molares e de caninos, foi observada associao significativa
entre maior variao na sobressalincia entre RC e MIH e
as variaes da relao molar dos lados direito (p=0,011) e
esquerdo (p=0,031), Tabela 5.
Com a anlise de comparaes mltiplas observou-se que
as alteraes de relao molar entre Classes I e II esto asso-
ciadas a valores mdios maiores de sobressalincia em RC, do
que as variaes entre Classes I e III (p=0,017), Tabela 6.
As mudanas de Classe I para Classe II (de MIH para
RC) foram observadas em 11 casos (36,6%) na relao
de molares e em 13 casos (43,3%) na relao de caninos,
dentre eles nove foram simultneos em caninos e molares.
Esses resultados concordam com os de Cordray6(2006), que
encontrou mudanas de relao molar e/ou de canino em
40,9% da amostra.
Alm da avaliao estatstica realizada, a anlise
descritiva dos dados permitiu constatar que o primeiro
contato dentrio em RC localizou-se, na maioria dos casos
(86,6%, n=26), no segundo molar permanente, sendo trs
deles com contatos simultneos em ambos os lados. Ob-
servou-se somente um caso de primeiro contato no terceiro
molar e um, em primeiro pr-molar. Os outros dois casos
restantes apresentaram contato no primeiro molar perma-
nente do lado esquerdo. Estes resultados concordam com
os de Wood, Elliot49(1994), onde os autores encontraram
predominncia (92,6%) de contato prematuro no dente mais
posterior. Esta ocorrncia pode apresentar impl icaes
clnicas indesejveis. Roth39(1973)j aler tara em estudo
de tipos especficos de contatos dentrios, associao
da severidade dos sintomas de disfuno de ATM com alocalizao mais posterior das interferncias oclusais39.
McCollum29(1927); Dyer12(1963); Stuart45(1964) tambm
verificaram a influncia do contato prematuro como fator
etiolgico primrio de DTM. Vrios autores7,18-20,24,35,44,46,48,50
concordam sobre o conceito do deslocamento condilar
como resultado do contato oclusal posterior prematuro,
onde este age como fulcro, sendo ento, a origem da dis-
trao condilar8-9,31,40,42.
No presente estudo, embora no tenham sido feitas as
mensuraes no nvel condilar, foi possvel identificar com
nitidez, as mudanas tridimensionais no nvel oclusal, avalian-
do-se as relaes maxilomandibulares. Naqueles casos onde as
ms-ocluses no mudaram de classe, ainda assim foi possvel
identificar diferenas de intensidade das mesmas.
Este trabalho destaca apenas uma das facetas envolvi-
das no diagnstico ortodntico. No se deve considerar o
articulador como um instrumento sofisticado ou de difcil
manipulao. O treino adequado para o uso deste e para os
registros em RC e MIH permite, ao longo do tratamento orto-
dntico, analisar aspectos funcionais, ao comparar montagens
intermedirias com a inicial, determinantes em alguns casos,
para que sejam atingidos os objetivos propostos.
O fato de no haver, at o momento, evidncias que
comprovem a relao entre fatores oclusais e etiologia
da DTM, no justifica possveis negligncias em relao
ocluso funcional durante os tratamentos ortodnticos.
Tampouco, a complexidade tcnica envolvida nos procedi-
mentos descritos, mencionada por alguns autores, deveria ser
entendida como justificativa para minimizar a significncia
das questes funcionais.
CONCLUSOO presente estudo permitiu as seguintes concluses:
1. A comparao entre grupos sintomticos e assintomticos
no revelou diferenas estatisticamente significantes entre
os grupos, o que possibilitou a unificao da amostra.
2. As discrepncias significativas entre RC e MIH observadas
no nvel dentrio, modificaram o diagnstico, tanto no
sentido vertical quanto horizontal e transversal, devendo
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SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI
ser levadas em conta sempre que visada a ocluso funcional
como objetivo de tratamento.
3. As comparaes entre RC e MIH evidenciaram em RC:
Aumento estatisticamente significante da sobressalincia
e diminuio da sobremordida.
Prevalncia significantemente menor de relao de Classe Ientre caninos direito e esquerdo, e molares do lado direito,
com conseqente aumento da prevalncia das relaes de
Classe II.
As variaes da relao molar dos lados esquerdo e direito
apresentaram associao significativa com maior variao
na sobressalincia.
O primeiro contato dentrio localizou-se na maioria dos
casos no segundo molar permanente.
Endereo para correspondncia:Soo Young Kim Weffort
Av. Prof. Lineu Prestes. 2.227 - Cidade Universitria05508-000 - So Paulo - SPTel.: (11) [email protected]@usp.br
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ANLISEDARELAOCARGA/DEFLEXODEFIOSORTODNTICOSDETITNIO-NIBIOEAOINOXIDVEL*
LOAD/DEFLECTIONRELATIONOFTITANIUM-NIOBIUMANDSTAINLESSSTEELARCHWIRES
RONALDOALVESBASTOS**FLVIOAUGUSTOCOTRIM-FERREIRA***
PAULOEDUARDOGUEDESCARVALHO****AUROSEITYKIMURA*****
GRASIELAPANASSOLO******JLIODEARAJOGURGEL*******
RESUMO
Visando comparar a relao carga/deflexo de fios ortodnticos retangulares de ao inoxidvel e titnio-nibio, foram sele-
cionados fios 0,019 x 0,025 pr-contornados das seguintes marcas: Abzil Lancer, 3M Unitek e Ormco, em ao inoxidvel,
e da marca Ormco em titnio-nibio. A metodologia consistiu em posicionar os fios pr-contornados em um manequimortodntico, com aparelho fixo colado e ausncia do incisivo central superior direito. O conjunto foi fixado a uma mquina
universal de ensaios, Emic 10000, provida de uma ponteira de ao, que transmitiu cargas no centro do segmento do fio sele-
cionado, correspondente ao incisivo extrado. A aplicao de foras era mensurada por um programa de computador, gerando
automaticamente grficos e tabelas da relao carga/deflexo. Os resultados mostraram uma menor relao carga/deflexo
nos fios de ao inoxidvel da marca 3M Unitek, seguidos pela Ormco. No entanto, os fios de titnio-nibio da Ormco apre-
sentaram valores mdios de carga/deflexo estatisticamente menores em relao a todos os fios de ao inoxidvel avaliados,
independentemente de suas marcas comerciais.
Unitermos - Fios ortodnticos; Ligas; Ao inoxidvel; Nibio; Biomecnica.
ABSTRACTAiming to compare load/deflection relation of rectangular arch wires of stainless steel(SS) and titanium-niobium, were se-
lected pre-conformed 0.019x 0.025 arch wires of next marks: Abzil Lancer, 3M Unitek and Ormco, in stainless steel, and
Titanium-niobium from Ormco. The methodology consisted in installation the arch wires in orthodontic simulator, with bond
fixed orthodontics appliances and absence of right maxillary central incisive. The simulator was fixed in a Universal Tests
Machine, Emic 10000, where a stainless steel ferrule transmitted load in the middle of arch wires segment of incisive absence.
According to transmitting of loads, the software measured the deflection of arch wire and automatically created graphics and
tables of load/deflection relation. The results showed a lower load/deflection relation in 3M Unitek stainless steel arch wires,
followed by Ormco samples. The Ormco titanium-niobium presented the statistically lowest load/deflection relation, when
compared with all stainless steel brands tested.
Key Words -Orthodontic Wires; Alloys; Stainless Steel; Niobium; Biomechanics.
* Resumo da Dissertao apresentada ao curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de So Paulo - Unicid.** Professor coordenador do curso de Especializao em Ortodontia do Instituto de Ensino e Pesquisa de Cruzeiro - IEPC/SP; Mestre emOrtodontia pela Universidade Cidade de So Paulo - Unicid.*** Professor doutor associado do curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de So Paulo - Unicid.**** Professor doutor associado do curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de So Paulo - Unicid e do curso de Espe-cializao em Ortodontia da Universidade Metropolitana de Santos - Unimes.*****Cirurgio-Dentista especialista em Ortodontia; Aluno do curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de So Paulo- Unicid.****** Cirurgi-Dentista; Aluna do curso de Especializao em Ortodontia da Universidade Metropolitana de Santos - Unimes.******* Professor doutor da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Filosofia e Cincias da Universidade Estadual Paulista - Unesp;Mestre e doutor em Ortodontia - FOB-USP.
Recebido em: jun./2006 - Aprovado em: jul./2007
Trabalho original
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RONALDOALVESBASTOS FLVIOA. COTRIM-FERREIRA PAULOE. GUEDESCARVALHO AUROSEITYKIMURA GRASIELAPANASSOLO JLIODEARAJOGURGEL
INTRODUOAo longo dos anos os pesquisadores se preocuparam
com a aplicao da fora ideal e a movimentao dentria
dentro do espao periodontal (ligamento periodontal) com
reabsoro e neoformao ssea segundo teoria clssica de
presso-tenso16,24. O ideal do movimento dentrio depende
da aplicao de foras leves3. Estas foras esto relacionadas
com a espessura do fio, seco transversal, caracterstica da
liga, organizao anatmica e deformao15.
A relao carga x deflexo tem sido avaliada para rela-
cionar quanto de fora libe-
rada para cada milmetro de
ativao, bem como o limite
de elasticidade conhecendo-
se o grfico de determinado
fio13. Os testes para avaliar a
relao carga x deflexo dos
fios ortodnticos podem ser
realizados por flexo (dobra-
mento transversal)1-2,5,7,22; ou
por trao21,25.
A rigidez representa a
magnitude de fora necessria
para se fletir um fio6e fatores
como o material, a dureza, o
tratamento trmico, a forma
e a medio da seo trans-
versal, a largura do braquete,
a distncia interbraquetes,
o comprimento do fio e a incorporao de alas, afetam a
rigidez12,28. Dessa forma fios com baixa rigidez produzem
foras mais suaves e fisiolgicas23.
Ao longo dos anos, muitos pesquisadores tm se preocu-
pado com as propriedades das ligas ortodnticas. A seleo
de um fio dependia da dureza do fio, pois quanto maior esta
fosse, maior o esforo para deformao27ou se baseava na
relao carga/deflexo9.
O princpio do mdulo varivel6props que a rigidez
do fio deveria ser controlada pelo mdulo de elasticidade ao
invs do calibre do fio. As ligas de nquel-titnio demons-
traram maior atividade durante o nivelamento dos arcos
dentrios, os de beta-titnio durante os estgios intermedirios
e os de ao inoxidvel e cromo-cobalto durante a fase de
finalizao17 .
Estudos das propriedades mecnicas das ligas, testes de
deflexo de segmentos de arcos, desempenho dos fios orto-
dnticos foram realizados ao longo dos anos20,23,29.
O ao inoxidvel, que teve apario em 1929, tem di-
versos trabalhos demonstrando o sucesso clnico, difundindo
em todo os Estados Unidos8. Devido a sua composio tipo
austentico13,23e propriedades como resistncia a corroso ebiocompatibilidade11esta liga obteve vasta aceitao. Con-
tudo, o ao apresenta limitaes por exibir grande variao
de valores para limite elstico e mdulo de elasticidade13,23,
alm da possibilidade de gerar reaes alrgicas18.
A liga de titnio-nibio,
considerado como metal bio-
compatvel19, uma liga que
aceita dobras muito bem,
dificilmente fratura e possui
rigidez 20% menor que a
exibida pelo TMA e 70% da
oferecida pelo ao inoxidvel
conforme informaes do
fabricante. Entretanto, valores
diferentes foram encontrados:
rigidez 14% maior que o
TMA e 50% inferior ao do
ao inoxidvel10. De qualquer
modo, no recomendado
para mecnicas de retrao
ou fechamento de espaos por
deslizamento13.
Tendo em vista a anlise
da relao carga/deflexo dos fios ortodnticos retangulares
de ao inoxidvel e titnio-nibio, na medida de 0,019 x
0,025 o presente trabalho avaliou e comparou os valores
mdios da relao carga/deflexo dos fios de ao inoxidvel
das marcas Abzil, 3M Unitek e Ormco, bem como dos fios
de TiNb da marca Ormco.
MATERIALEMTODOSForam avaliados para o estudo cinco amostras de fios
de cada marca comercial, totalizando 20 fios testados, nos
dois diferentes tipos de liga selecionados, todos na medida
0,019 x 0,025, pr-contornados para o arco superior com
o mesmo comprimento total de 180 mm divididos em dois
grupos, sendo que:
Grupo 1 -Formado por 15 amostras constitudas de liga de
ao inoxidvel, sendo cinco exemplares de cada uma das
A RIGIDEZREPRESENTAAMAGNITUDEDEFORANECESSRIAPARASEFLETIRUMFIO6 EFATORESCOMOOMATERIAL,
ADUREZA, OTRATAMENTOTRMICO,AFORMAEAMEDIODASEO
TRANSVERSAL, ALARGURADOBRAQUETE, ADISTNCIAINTER-
BRAQUETES, OCOMPRIMENTODOFIOEAINCORPORAODEALAS,
AFETAMARIGIDEZ12,28. DESSAFORMAFIOSCOMBAIXARIGIDEZ
PRODUZEMFORASMAISSUAVESEFISIOLGICAS23.
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seguintes marcas comerciais: Abzil, 3M Unitek e Ormco.
Grupo 2 -Formado por cinco amostras constitudas de liga
titnio-nibio da marca comercial Ormco.
Utilizou-se um manequim ortodntico, contendo dentes
em resina, alinhados e nivelados, com bons contatos inter-
proximais. O incisivo central superior direito foi previamente
removido, a fim de que, no segmento de fio compreendido
entre a face mesial do incisivo central superior esquerdo e a
face mesial do incisivo lateral superior direito, fossem apli-
cadas as foras de deflexo. Braquetes, prescrio Edgewise,
que foram colados do segundo pr-molar superior esquerdo ao
segundo do lado direito e tubos com canal de encaixe 0,022 x
0,030, da mesma prescrio, que foram devidamente colados
nos primeiros molares de ambos os lados.
O manequim ortodntico foi fixado uma base metlica,
composta por duas placas de ao de 10 mm de espessura
soldadas em um ngulo de noventa graus com o solo. O
manequim foi apoiado na placa vertical com dois parafusos
para fix-lo no sentido vertical e outro parafuso frontal para
proporcionar o ajuste do manequim no sentido horizontal.
Na placa horizontal, um orifcio permite a fixao da base
mquina de ensaios por meio de parafusos (Figura 1).
Utilizou-se tambm uma Mquina Universal de Ensaios,
Emic -10000, MUE 003, que funcionou com uma clula de
carga de 50 Newtons (N), com trmino em formato cnico de
8 mm de dimetro na regio da ponta, que ficou em contato
com o fio ortodntico e responsvel pela aplicao da fora
no corpo de prova.
Depois de posicionado todo o conjunto, a ponteira met-
lica que foi alinhada no centro do segmento de fio escolhido
aplicou a fora neste, de forma a distribu-la uniformemente
sobre o corpo de prova. A clula de carga e a ponteira estive-
ram sob coordenao do programa de computador Tesc verso
2.0, que comandou todo o ensaio.
O equipamento foi, ento, programado para aplicar cargas
que provocassem deflexes no segmento de fio de 1,0 mm a
3,0 mm, com registro da fora necessria a cada intervalo de
0,5 mm de deflexo. A velocidade da aplicao desta fora
foi constante e de um milmetro por minuto (1 mm/min),
Figuras 2 e 3.
O programa de computador avaliou a quantidade de
carga desprendida pela mquina de ensaios para atingir a
deflexo de 1,0 mm; 1,5 mm; 2,0 mm; 2,5 mm e 3,0 mm,
com preciso digital de centsimos de Newtons (N), para
cada corpo de prova.
Os resultados geraram grficos carga/deflexo. Depois
que se realizou a leitura dos resultados, os mesmos foram
dispostos em tabelas, sendo submetidos anlise de desvio
padro e testes de significncia estatstica.
RESULTADOSOs resultados obtidos foram submetidos anlise de sig-
nificncia estatstica, com a finalidade de avaliar a magnitude
de relao carga/deflexo, levando em considerao os dois
Figura 1Base metlica parafixao do manequim mquina de testes eponteira de ao, com140 mm de compri-mento e 20 mm dedimetro, terminandono formato cnico com8mm de dimetro naregio da ponta.
Figura 3Fio ortodn-tico fixadoao manequimortodntico eposicionadona Mquina
Universal deEnsaios. Obser-var o momentodo teste, noqual o fio apre-senta 2,5 mmde deflexo.
Figura 2Fio ortodn-tico fixadoao manequimortodntico e
posicionadona MquinaUniversalde Ensaios.Observar omomento doteste, no qualo fio apresen-ta 1,5mm dedeflexo.
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RONALDOALVESBASTOS FLVIOA. COTRIM-FERREIRA PAULOE. GUEDESCARVALHO AUROSEITYKIMURA GRASIELAPANASSOLO JLIODEARAJOGURGEL
tipos de ligas e as diferentes marcas. Para comparar as dife-
renas de fora calcularam-se as mdias e os desvios para as
grandezas estudadas. Posteriormente, utilizou-se o teste t de
Student, para comparar as mdias e verificar se as diferenas
existentes apresentavam significncia estatstica.
Tendo por base os valores encontrados, durante os en-
saios das amostras, foram selecionados os valores mdios de
deformao para cada intervalo de fora aplicada, juntamente,
com os respectivos desvios padro. Estes valores podem ser
visualizados na Tabela 1.
Analisando esta tabela, pode-se observar para cada
intervalo de deflexo, que uma maior quantidade de fora
necessria para defletir o fio a partir das marcas comerciais:
Abzil, Ormco e 3M Unitek em ordem decrescente, nas ligas
de ao inoxidvel.
Verifica-se que a fora necessria para defletir o fio de
titnio-nibio, em qualquer intervalo de deflexo, muito
menor do que a necessria para defletir qualquer uma das
marcas dos fios de ao inoxidvel.
A Tabela 2 apresentada a seguir, expe a anlise esta-
tstica, mediante a aplicao do teste t de Student, para a
avaliao da significncia das possveis variaes existentes
entre os dois diferentes tipos de ligas e diferentes marcas
comerciais analisadas.
DISCUSSOA busca por um mtodo capaz de orientar a escolha de
uma determinada liga adequada em cada situao clnica,
vem sendo proposta por muitos autores, cujos experimentos
variaram desde deflexo e dobramento1,4-5,7,22,28-30.
Visando padronizar estes ensaios, a American Dental
Association, em 1977, lanou uma especificao (New Ame-
rican Dental Association Specification n 32 for Orthodontic
Wires not Containing Precious Metals, 1977) que consistia
em ensaios de flexo e dobramento. No entanto, os resultados
desta especificao 32 apresentaram valores diferentes, princi-
palmente para fios de calibre inferior a 0,020; em relao aos
ensaios de trao e de outros ensaios de flexo e dobramento
que utilizavam metodologias distintas. Dessa forma, alguns
autores propuseram eleger o ensaio de trao2-3,21 e metodo-
logias diversas para os ensaios de flexo e dobramento2,5,7,22,29
que fossem mais confiveis para a obteno das propriedades
mecnicas dos materiais.
Devem-se considerar os possveis fatores que poderiam
influenciar, direta ou indiretamente, os resultados obtidos: es-
pessura do fio; composio do fio; espao entre os braquetes;
atrito ou frico dentro da canaleta de encaixe do braquete.
A composio do fio outro fator de extrema relevncia.
O ortodontista possui, hoje, uma gama de opes de fios
TABELA 1 -VALORES MDIOS E DESVIOS PADRO RELATI-VOS S FORAS EM GRAMA FORA (GF) PARA CADA DE-FLEXO EM MILMETROS (mm) NOS INTERVALOS DE 1.0, 1.5,2.0, 2.5, 3.0 mm DOS FIOS DE 0.019x 0.025 NAS DIVERSASMARCAS COMERCIAIS E LIGAS ESTUDADAS
Marcas
Deformao (mm)
1 1,5 2 2,5 3
Abzil (ao)Mdia 2517 3886 4694 5318 5734
dp 188 148 87 69 65
3M Unitek
(ao)
Mdia 2254 3378 4002 4792 5198
dp 177 147 100 88 84
Ormco (ao)Mdia 2495 3780 4598 5098 5435
dp 158 118 67 54 45
Ormco (TiNb)Mdia 1175 1703 2160 2579 2987
dp 69,7 61,6 47 34,9 42,3
dp = Desvio Padro
TABELA 2 - VALORES DAS FORAS EM GRAMA FORA (GF)OBTIDOS PELA APLICAO DO TESTE T DE STUDENT ERESPECTIVOS NVEIS DE SIGNIFICNCIA PARA A COMPARA-O DA RELAO CARGA/DEFLEXO ENTRE OS FIOS AVA-LIADOS NOS INTERVALOS DE DEFLEXO EM MILMETROS(mm) DE 1.0, 1.5, 2.0, 2.5 E 3.0.
MarcasDeformao (mm)
1 1,5 2 2,5 3
Abzil
ao
Unitek aot 2,33 5,45 8,13 10,22 11,57
S 0,05 0,001 0,001 0,001 0,001
Ormco aot 0,23 1,26 1,89 5,54 8,86
S NS NS NS 0,001 0,001
Ormco
TiNb
t 14,95 30,45 57,47 79,21 79,17
S 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001
Unitek
ao
Ormco aot -2,28 -4,74 -7,25 -6,59 -5,57
S NS 0,01 0,001 0,001 0,001
OrmcoTiNb
t 12,66 23,52 41,18 52,2 52,74
S 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001
Ormco
ao
Ormco
TiNb
t 17,8 34,78 66,59 87,44 88,35
S 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001
t = valor de Student Valores limites de t:
S = Significncia 0,05 - 2,31
NS = No significante 0,01 - 3,36
0,001 - 5,04
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fabricados com diversas ligas metlicas que apresentam
grandes variaes em relao s propriedades mecnicas dos
materiais. Este fato decorre de cada liga possuir um mdulo
de elasticidade, gerando uma diferena na elasticidade entre
dois fios de mesmo calibre e comprimento. Esta afirmativa
torna-se visvel quando, ao se relacionar os valores obtidosentre as ligas de ao inoxidvel e titnio-nibio (Tabelas 1 e
2), observa-se uma grande diferena entre a fora necessria
para flexionar, em um mesmo intervalo de deflexo, um fio
ortodntico de ao inoxidvel de qualquer marca comercial
analisada e um fio ortodntico de titnio-nibio.
Estudos com relao distncia interbraquetes20reve-
laram que dentes maiores e/ou braquetes menores permitem
uma maior extenso de fio livre, gerando foras menores.
Ao contrrio, dentes menores e/ou braquetes maiores geram
foras maiores.
Fatores como espessura e formato do fio utilizado, super-
fcie da liga metlica que compe o arco ortodntico, forma
do contorno do arco ortodntico, empresa fabricante dos fios
ortodnticos e outros, influenciam o deslize do fio pela canaleta
do braquete, durante ensaios de deflexo. Neste sentido, estu-
dos realizados por Taylor26(1996) concluram que um espao
maior ou igual a 0,003 necessrio para mecnica de deslize,
revelando que aumentado-se a espessura do fio, aumentam-se as
foras friccionais, dificultando a movimentao dentria.
Analisando a Tabela 2, observou-se que no houve
diferena significante entre os fios de ao inoxidvel entre
as marcas Abzil e Ormco nos intervalos de deflexo em mi-
lmetros de 1,0, 1,5 e 2,0, bem como quando comparadas as
marcas 3M Unitek e Ormco na deflexo de 1,0 mm.
Estudando as Tabelas 1 e 2, pode-se notar que as ligas
de titnio-nibio apresentaram uma rigidez em mdia 50%
menor que a exibida pelas ligas de ao inoxidvel analisadas.
Este fato vem a concordar com os resultados apresentados por
Dalstra et al10(2000) e a discordar com o fabricante (Ormco)
que afirmou ser a rigidez 70% menor que a oferecida pelo
ao inoxidvel. A sensibilidade ao uso clnico da liga de ti-
tnio-nibio mostrou-se de fcil manipulao na confeco
de dobras e alas sendo, dessa maneira, indicada para ajustes
de finalizao de casos10,13. Como limitao, ter-se-ia baixa
rigidez e o atrito desconhecido, no sendo assim, recomen-
dado para mecnicas de retrao ou fechamento de espao
por deslizamento14. Fica claro que a liga de titnio-nibio
apresenta-se ainda com um vasto terreno a ser explorado
devido a quase inexistente pesquisa a seu respeito.
CONCLUSODe acordo com a metodologia empregada neste trabalho,
verificou-se uma tendncia de menores valores mdios de car-
ga/deflexo dos fios de ao inoxidvel, respectivamente, nas
marcas comerciais 3M Unitek seguida pela Ormco e Abzil, em
todos os intervalos de deflexo. Analisando comparativamente
a relao carga/deflexo dos fios de ao inoxidvel e titnio-
nibio, observou-se que estes ltimos apresentaram valores
mdios estatisticamente inferiores, nos mesmos intervalos de
deflexo que os fios de ao inoxidvel, independentemente
da marca do fio de ao inoxidvel comparada.
Endereo para correspondncia:Ronaldo Alves BastosPraa Serzedelo Correa, 15 - apto. 202 - Copacabana22040-050 - Rio de Janeiro - RJTel.: (21) [email protected]
FATORESCOMOESPESSURAEFORMATODOFIOUTILIZADO,
SUPERFCIEDALIGAMETLICA
QUECOMPEOARCOORTODNTICO,FORMADOCONTORNODOARCOORTODNTICO, EMPRESAFABRICANTEDOSFIOSORTODNTICOSEOUTROS,
INFLUENCIAMODESLIZEDOFIOPELACANALETADOBRAQUETE,
DURANTEENSAIOSDEDEFLEXO.NESTESENTIDO, ESTUDOSREALIZADOS
PORTAYLOR26(1996) CONCLURAMQUEUMESPAOMAIOROUIGUAL
A0,003 NECESSRIOPARAMECNICADEDESLIZE, REVELANDOQUEAUMENTADO-SEAESPESSURADOFIO, AUMENTAM-SEASFORAS
FRICCIONAIS, DIFICULTANDOAMOVIMENTAODENTRIA.
RONALDOALVESBASTOS FLVIOA. COTRIM-FERREIRA PAULOE. GUEDESCARVALHO AUROSEITYKIMURA GRASIELAPANASSOLO JLIODEARAJOGURGEL
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RONALDOALVESBASTOS FLVIOA. COTRIM-FERREIRA PAULOE. GUEDESCARVALHO AUROSEITYKIMURA GRASIELAPANASSOLO JLIODEARAJOGURGEL
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| 197No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO
ESTUDOCOMPARATIVODARESISTNCIAAOCISALHAMENTODEBRAQUETESORTODNTICOSDEPOLICARBONATO
A COMPARATIVESTUDYABOUTSHEARBONDSTRENGTHOFPOLYCARBONATEORTHODONTICSBRACKETS
MRLIOVINCIUSDEOLIVEIRA*MATHEUSMELOPITHON**
ANTNIOCARLOSDEOLIVEIRARUELLAS***FBIOLOURENOROMANO****
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar a resistncia ao cisalhamento da unio e o ndice de Remanescente do Adesivo (IRA) de
braquetes de policarbonato Composite (Morelli, Sorocaba, Brasil). Foram utilizados 45 incisivos inferiores permanentes bovinos
divididos em trs grupos (n=15). As colagens foram realizadas com compsito Transbond XT seguindo as recomendaesdo fabricante, ou seja, condicionamento do esmalte com cido fosfrico 37%, lavagem, secagem, aplicao de XT primer e
colagem propriamente dita, diferenciando apenas os brquetes utilizados. No Grupo 1 (Controle), foram utilizados braquetes
metlicos (Morelli, Sorocaba, Brasil), nos Grupos 2 e 3 foram utilizados braquetes de policarbonato, sendo que no Grupo 3 as
bases dos braquetes foram jateadas previamente com xido de alumnio (50 m). Aps a colagem, os corpos-de-prova foram
armazenados em gua destilada a 37C em estufa por 24 horas. Em seguida realizou-se o ensaio de resistncia ao cisalhamento
de toda amostra velocidade de 0,5 mm por minuto em mquina Instron de ensaios mecnicos. Os resultados (MPa) mostraram
no haver diferenas estatsticas significantes entre os Grupos 1, 2 e 3 (p>0,05). Os resultados do IRA evidenciaram maior
nmero de fraturas na interface braquete/compsito.
Unitermos - Resistncia ao cisalhamento; Colagem dentria; Braquetes ortodnticos.
ABSTRACT
The objective of the present study was to evaluate the shear bond strength and the Adhesive Remnant Index (ARI) of polycar-
bonate brackets Composite (Morelli, Sorocaba, Brasil). Forty-five bovine permanent lower incisors divided into three groups
(n = 15). The bonded to the enamel surfaces using Transbond XT composite according to the manufacturers recommenda-
tions, that is, 37% phosphoric acid etching, washing, drying, application of primer XT and, finally, the bonding procedure
itself, different only the brackets. In Group 1 (control), metallic orthodontic brackets were used (Morelli, Sorocaba, Brasil),
in Groups 2 and 3 polycarbonate brackets were used. In Group 3 the bases of polycarbonate brackets were sandblasted with
(50 m) aluminium oxide particles. After bonding, the samples were stored in distilled water at 37oC for 24 hours and then
submitted to shear bond strength test at a crosshead speed of 0.5 mm/min. The results (MPa) showed no statistically signifi-
cant difference between Groups 1,2 and 3 (P > 0.05). A greater number of fractures in the bracket/composite interface were
evidenced by the ARI scores.
Key Words -Shear strength; Dental bonding; Orthodontic brackets.
* Especialista em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Alfenas - Unifal.** Especialista em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Alfenas - Unifal; Mestrando em Ortodontia pelaFaculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.*** Mestre e doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Professor adjuntode Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Professor do curso de Especializao emOrtodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Alfenas - Unifal.**** Mestre e doutorando em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Universidade Estadual de Campinas - Unicamp;Professor do curso de Especializao em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Alfenas - Unifal.
Recebido em: ago./2006 - Aprovado em: jul./2007
Trabalho original
8/21/2019 Articulo Paradigma 2000
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MRLIOVINCIUSDEOLIVEIRA MATHEUSMELOPITHON ANTNIOCARLOSDEOLIVEIRARUELLAS FBIOLOURENOROMANO
INTRODUOO emprego do condicionamento cido da superfcie den-
tria, proposto por Buonocore4 (1955), possibilitou aumento
na unio entre a superfcie do esmalte e o material resinoso,
proporcionada pelo embricamento mecnico da resina nas
microporosidades produzidas pelo cido.
Diante disto, Newman11(1965) idealizou a colagem de
braquetes de policarbonato na face vestibular dos dentes com
a finalidade de eliminar as bandas metlicas, e comprovou que
a colagem desses acessrios no esmalte dentrio condicionado
com cido apresentava resistncia adesiva suficiente para ser
utilizado clinicamente, revolucionando, assim, a instalao
dos aparelhos ortodnticos.
O advento da colagem de braquetes simplificou a mon-
tagem do aparelho ortodntico fixo e promoveu a reduo
das fases e do tempo de tratamento, proporcionando avano
significativo na teraputica ortodntica15. Alm disso, apresen-
tou importantes vantagens como maior facilidade de remoo
da placa bacteriana com conseqente reduo das gengivites
e hiperplasias, no utilizao de separadores, ausncia de
espaos gerados pelas bandas aps a remoo do aparelho,
possibilidade de colagem de braquetes em dentes parcialmente
irrompidos, menor probabilidade de descalcificaes geradas
por infiltraes, maior facilidade na deteco de crie, alm
de melhora acentuada na esttica3.
A queda de braquetes em conseqncia de fatores como
falhas na tcnica de colagem, pouca retentividade de deter-
minadas bases de braquetes, ao da fora mastigatria15e
reduo do tamanho das bases dos braquetes por motivos
estticos7, constitui problema rotineiro na clnica ortodntica
e resulta em atrasos no tratamento e aumento do custo da
manuteno do aparelho ortodntico fixo.
Com o objetivo de minimizar esses problemas foi intro-
duzido recentemente no arsenal odontolgico um dispositivo
condicionador micromecnico Microetcher, que acoplado
ao equipo odontolgico possibilita o jateamento com xido
de alumnio (25 m 100 m de dimetro) das superfcies
dentrias ou das bases dos braquetes.
O jateamento da base do braquete com xido de alum-
nio uma tcnica simples, de baixo custo, que proporciona
melhora da reteno devido formao de micro rugosi-
dades que aumentam a rea da superfcie de contato com o
sistema adesivo7-8,10,14-15,18-20. Essa tcnica tambm pode ser
utilizada com a finalidade de reciclar braquetes e facilitar a
colagem em dentes restaurados21ou com coroas metlicas ou
cermicas15. Diversos autores verificaram melhora na adeso
quando as bases dos braquetes foram jateadas previamente
a colagem9-10,17, 22.
O objetivo deste trabalho foi avaliar as qualidades
adesivas de braquetes metlicos, de policarbonato conven-
cionais e de policarbonato com a base jateada com de xido
de alumnio.
MATERIAISEMTODOSNeste estudo in vitro, foram utilizados 45 incisivos
inferiores permanentes bovinos, devidamente limpos, armaze-
nados em soluo de formol a 10% e estocados em geladeira
temperatura aproximada de 6C.
Os dentes foram includos em anis de PVC (Tigre,
Joinville, Brasil) com gesso pedra especial tipo V (Durone -
Dentsply, Petrpolis, Brasil), de forma que apenas suas coroas
ficaram expostas. Na incluso, as superfcies vestibulares
dessas coroas foram posicionadas perpendicularmente base
do troquel com o auxlio de esquadro de vidro em ngulo de
90 com finalidade de possibilitar correto ensaio mecnico.
Aps a remoo dos excessos e cristalizao do gesso, todos
os corpos-de-prova foram armazenados em gua destilada
em geladeira.
Previamente colagem, as superfcies vestibulares dos
dentes receberam profilaxia com taa de borracha (Viking,
KG Sorensen, Barueri, Brasil), com pedra-pomes extrafina
(S.S.White, Juiz de Fora, Brasil) e gua por 15 segundos; em
A QUEDADEBRAQUETESEMCONSEQNCIADEFATORESCOMOFALHASNATCNICADECOLAGEM,
POUCARETENTIVIDADEDEDETERMINADASBASESDEBRAQUETES,
AODAFORAMASTIGATRIA15EREDUODOTAMANHODASBASES
DOSBRAQUETESPORMOTIVOSESTTICOS7, CONSTITUIPROBLEMA
ROTINEIRONACLNICAORTODNTICAERESULTAEMATRASOSNOTRATAMENTO
EAUMENTODOCUSTODAMANUTENODOAPARELHOORTODNTICOFIXO.
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seguida procedeu-se lavagem com spray ar/gua por 15 se-
gundos e secagem com jato de ar livre de leo e umidade pelo
mesmo perodo de tempo. A cada cinco profilaxias a taa de
borracha foi substituda para padronizao do procedimento.
Aps a profilaxia foi realizado o condicionamento do esmalte
com cido fosfrico a 37% (Dentsply, Petrpolis, Brasil) por15 segundos, lavagem e secagem pelo mesmo tempo.
Os corpos-de-prova foram divididos aleatoriamente em
trs grupos (n=15) como detalhado abaixo:
Grupo 1:Aplicao de XT primer no esmalte, leve jato de ar,
colocao do compsito Transbond XT na base do braquete
metlico, posicionamento e remoo dos excessos.
Grupo 2:Aplicao de XT primer no esmalte, leve jato de ar,
colocao do compsito Transbond XT na base do braquete de
policarbonato, posicionamento e remoo dos excessos.
Grupo 3:Jateamento prvio da base do braquete de policar-
bonato, aplicao de XT primer no esmalte, leve jato de ar,
colocao do compsito Transbond XT na base do braquete
de policarbonato jateada, posicionamento e remoo dos
excessos.
As bases dos braquetes do Grupo 3 foram jateadas com
xido de alumnio com partculas de 50 micrmetros a dis-
tncia de 5 cm do braquete por dez segundos2,20, utilizando o
aparelho microjato (Bio-art, So Carlos, Brasil).
Todas as colagens foram fotoativadas com aparelho de
luz halgena XL 1500 (3M ESPE, St. Paul, USA) a distncia
de 1 mm da base do braquete por 40 segundos, dez segundos
em cada face mesial, distal, incisal e gengival). A intensi-
dade de luz foi aferida a cada fotoativao com radimetro
(Demetron, Danbury, USA), mantendo intensidade de 550
mW/cm2.
No Grupo 1 (Controle) foram util izados braquetes
metlicos de incisivos centrais superiores, cdigo 10.30.201
(Morelli, Sorocaba, Brasil) com rea da base de 14,02 mm,
e nos Grupos 2 e 3 braquetes de policarbonato Composite
de incisivo centrai superior direito, cdigo 10.17.001 (sis-
tema Roth, Morelli, Sorocaba, Brasil), com a mesma rea
de base.
Aps a colagem, os corpos-de-prova foram armaze-
nados em gua destilada e mantidos em estufa durante
24 horas, temperatura de 37C. O teste de resistncia
ao cisalhamento foi realizado em mquina universal de
ensaios mecnicos (Instron Corp, Canton, USA), operando
a uma velocidade de 0,5 mm/min, atravs de ponta ativa
em cinzel. Os resultados de resistncia ao cisalhamento,
foram obtidos em Kgf, transformados em N e divididos
pela rea da base do braquete fornecendo resultados em
MPa (MegaPascal).
Aps realizao do teste de resistncia ao cisalhamento,
a superfcie vestibular de cada corpo-de-prova foi avaliada
em lupa estereoscpica (Carl Zeiss, Gttingen, Alemanha)com aumento de oito vezes para ser quantificado o ndice
de Remanescente do Adesivo (IRA), conforme os escores
preconizados por Artun, Bergland1(1984), ou seja, 0= nenhuma
quantidade de compsito aderido ao esmalte; 1= menos da
metade de compsito aderido ao esmalte; 2= mais da metade
de compsito aderido ao esmalte; 3= todo o compsito aderido
ao esmalte.
Os resultados do teste de resistncia ao cisalhamento
da unio foram submetidos anlise de Varincia (Anova) e,
posteriormente, ao teste de Tukey para comparao do con-
trole com os demais tratamentos. Na avaliao dos escores
do IRA foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis.
RESULTADOSNa comparao dos valores de resistncia ao cisalhamen-
to (Tabela 1) no foram encontradas diferenas estatsticas
significantes entre os Grupos: 1 Braquetes metlicos, 2
Braquetes de Policarbonato e 3 Braquetes de policarbonato
com bases jateadas com xido de alumnio.
Na avaliao do ndice de Remanescente do Adesivo
(IRA), no houve diferena estatstica significante entre os
grupos como mostrado na Tabela 2.
TABELA 1 -VALORES DE RESISTNCIA AO CISALHAMENTOE ANLISE ESTATSTICA DOS GRUPOS AVALIADOS
Grupos Mdia (desvio-padro) Anlise estatstica (Tukey 5%)
1
2
3
13,45 (3,5)
10,86 (3,4)
13,22 (4,3)
a
a
a
Letras iguais ausncia de diferena estatstica significante (p>0,05)
TABELA 2 - VALORES MDIOS DO NDICE DE REMANESCEN-TE DO ADESIVO (IRA) E COMPARAO ESTATSTICA
Grupos Mdia Anlise estatstica
1
2
3
2,0
2,0
1,1
a
a
a
Letras iguais ausncia de diferena estatstica significante (p>0,05)
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DISCUSSONa busca pela esttica dos aparelhos or todnticos, as
indstrias de materiais se esforam ao mximo na tentativa
de se conseguir braquetes ortodnticos esteticamente acei-
tveis e que permitam movimentao dentria semelhante
aos braquetes metlicos. Essa preocupao se deve princi-
palmente maior procura de tratamento ortodntico por
pacientes adultos.
Os braquetes de policar-
bonato apresentam esttica
aumentada quando comparado
aos braquetes metlicos; no
entanto, outras caractersticas
apresentadas pelos metlicos
tambm devem estar presen-
tes nestes braquetes Dentre
essas caractersticas citam-se
a resistncia fratura, menor
frico, estabilidade dimen-
sional e resistncia de cola-
gem adequada superfcie
dentria. A preocupao com
a resistncia de colagem
superfcie dentria dos bra-
quetes de policarbonato j
preocupava os pesquisadores
a um certo tempo. Newman12
(1973) na tentativa de se conseguir melhor adesividade dos
braquetes de policarbonato, lixou suas bases obtendo melhora
na resistncia colagem.
O presente trabalho se props avaliar a resistncia ao
cisalhamento de braquetes de policarbonato Composite
convencionais e tambm aps suas bases terem sido jateadas
com xido de alumnio.
Os resultados do presente estudo demonstraram no
haver diferenas estatsticas significantes entre os grupos, o
que discorda dos trabalhos de Newman et al10(1994); Newman
et al13(1995); Velasquez22(1998); Sant`Anna et al17(2002);
Mondelli9(2004). Por outro lado, corroboram com os achados
de Newman12(1973); Hanson et al5(1983), Julien6(1994), que
no evidenciaram diferena estatstica significante.
Apesar do jateamento no ter aumentado significativa-
mente a fora de adeso na interface estudada, esse tratamento
no a prejudicou. Cabe ressaltar que todos os tipos de trata-
mento utilizados obtiveram valores que possibilitam a sua
utilizao clnica, uma vez que superaram os seis a oito MPa
propostos por Reynolds, Fraunhofer16(1976) para suportar as
presses mastigatrias. Com relao ao g