Articulo Paradigma 2000

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  • 8/21/2019 Articulo Paradigma 2000

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    Trabalhos de pesquisa e

    estudos clnicos

    Ortodontia & Esttica

    Ortodontia Multidisciplinar

    Ortoreview

    Marketing na Ortodontia

    Ortodontia: a simetria e a esttica do sorriso

    Apoio cultural

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    172 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3

    OrtodontiaSPO - Vol. 40, n. 3 (julho/agosto/setembro/2007) - So Paulo: VM Comunicaes - Diviso Cultural, 2005

    Periodicidade Trimestral

    ISSN 0030-5944

    1. Ortodontia. 2. Ortopedia Funcional dos Maxilares.

    I. VM Comunicaes - Diviso Cultural II. Ttulo

    CDD 617.64

    Black D4

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    | 173No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO

    Editorial

    D aqui h um ano estaremos reunidos em mais um congressovoltado para a Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares.

    Com um novo formato, que privilegia mais cincia e informao

    tecnolgica para todos, o 16oCongresso Brasileiro de Ortodontia- Orto 2008-SPO promete ser um dos maiores eventos j ocorridos

    na especialidade. Isto foi o que pudemos sentir com a realizao

    do OrtoNews 2007, o encontro que lanou, oficialmente, o Orto

    2008-SPO.

    Eventos dessa natureza so fundamentais para a atualizao dos

    profissionais da rea, uma vez que apresentam os ltimos avanos

    na Ortodontia mundial. Dessa forma, sentimo-nos honrados em

    realizar um encontro desse porte e contribuir, assim, para o cres-

    cimento dos especialistas brasileiros em Ortodontia e Ortopedia

    Funcional dos Maxilares.

    E dentro dessa misso de levar conhecimento e informaes

    atualizadas, a SPO traz, tambm, a terceira edio deste ano da

    revista OrtodontiaSPO, com destaque para o caderno cientfico

    que publica trabalhos originais da produo cientfica de grandespesquisadores nacionais e internacionais.

    Na parte de informaes e servios, confira a entrevista sobre

    Ortodontia e Ocluso, com o professor Emlio Zanatta. E na

    seo Ortodontia & Esttica, acompanhe a terceira parte da srie

    de matrias sobre o Tratamento Ortodntico Precoce, que aborda,

    desta vez, a M-Ocluso da Classe III.

    Em Marketing na Ortodontia, Plnio Thomaz faz interessantes

    Reflexes para o Dia do Dentista, trazendo dicas e recomenda-

    es importantes para o exerccio da profisso. E em Ortodontia

    Virtual, Moacyr Menendez fala sobre a revoluo do VoIP nas

    ligaes telefnicas.

    A revista OrtodontiaSPO est pronta e em suas mos.

    Boa leitura!

    Julio Wilson VigoritoDiretor Responsvel

    PROMOVENDOOCRESCIMENTO

    Jairo Corra

    Presidente da SPO

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    174 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3

    173

    179

    Capa:Imagens de paciente cedidaspelo Dr. Alexander Macedo

    Indexada na:BBO - Bibliografia Brasileira de OdontologiaLILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Cincias da Sade

    EditorialFalta .......................................................................................................................173

    Ortopesquisa Estudo das relaes interarcadas em modelos montados em articulador panadent:

    comparao entre RC e MIH

    Dental interarch relatioship study on panadent articulator mounting: comparison

    between CR and CO (Soo Young Kim Weffort, Camila Matos Santiago Reis, Solange

    Mongelli de Fantini) ............................................................................................179

    Anlise da relao carga/deflexo de fios ortodnticos de titnio-nibio e ao

    inoxidvel

    Load/Deflection relation of titanium-niobium and stainless steel arch wires

    (Ronaldo Alves Bastos, Flvio Augusto Cotrim-Ferreira, Paulo Eduardo Guedes

    Carvalho, Auro Seity Kimura, Grasiela Panassolo, Jlio de Arajo Gurgel) ...... 191

    Estudo comparativo da resistncia ao cisalhamento de braquetes ortodnticos

    de policarbonato

    A comparative study about shear bond strength of polycarbonate orthodontics bra-

    ckets(Mrlio Vincius de Oliveira, Matheus Melo Pithon, Antnio Carlos de Oliveira

    Ruellas, Fbio Loureno Romano) .....................................................................197

    Pigmentao dentria aps remoo de braquete ortodntico Dental pigment, after orthodontic bracket removal(Srgio Ricardo da Silva, Ktia de Jesus

    Nevello Ferrer, Maria Helena Castro de Almeida, Renato Castro de Almeida) ..........202

    Ortoclnica Tratamento ortodntico cirrgico da Classe III com deficincia maxilar

    Surgical orthodontic treatment of the Class III and maxillary deficiency

    (Renata de Cassia Gonalves, Ary dos Santos-Pinto, Joo Roberto Gonalves, Dirceu

    Barnab Raveli) ...................................................................................................209

    209

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    | 175No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO

    222

    SUMRIO

    Dentes com dilacerao radicular: Reviso da literatura e apresentao de um

    caso clnico

    Tooth with root dilaceration: literature review and a case report (Snia Rodrigues

    Dutra, Karine Cabral, Elizabeth Maria Bastos Lages, Alexandre Fortes Drummond,

    Ariane Martins Saraiva Figueira) ........................................................................216

    Ortodivulgao Anlise cefalomtrica frontal de Ricketts: Paradigma 2000

    Frontal cephalometric analysis of Ricketts: Paradigm 2000

    (Joo M. Baptista) ...............................................................................................222

    Ortoinformao Ortoreview

    Resumo de artigos ...............................................................................................228

    Ortodontia & Esttica

    Tratamento ortodntico precoce - Parte III: m-ocluso da Classe III ...............232

    Marketing na Ortodontia

    Reflexes para o Dia do Dentista ..........................................................................241

    Ortodontia Virtual

    A revoluo nas ligaes telefnicas...................................................................242

    Eventos

    Orto2008-SPO lanado durante o OrtoNews ...................................................244

    Ortodontia Multidisciplinar

    Ortodontia e ocluso ...........................................................................................246

    Normas de Publicao......................................................................................249

    228

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    176 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3

    DIRETORRESPONSVEL: Prof. Dr. Julio Wilson Vigorito

    EDITORESDECADERNOSESPECIAIS:

    Ortocincia:Prof. Dr. Julio Wilson Vigorito Ortoinformao:

    Prof. Dr. Flvio Augusto Cotrim Ferreira Ortoreview:Profa.

    Dra. Gladys Cristina Dominguez Ortotecnologia:Prof. Dr.

    Moacyr Menndez Ortoservios:Prof. Ricardo Fidos Horliana Conselho editorial:Prof. Dr. Jos Rino Neto, Prof. Dr. Joo

    Batista de Paiva, Prof. Dr. Andr Tortamano, Profa. Dra. Solange

    Mongelli de Fantini Relatores:Prof. Dr. Jlio Wilson Vigo-

    rito, Profa. Dra. Gladys Cristina Dominguez, Prof. Dr. Flvio

    Augusto Cotrim Ferreira

    CONSELHOCIENTFICO Membros internacionais:Argentina:

    Prof. Dr. Jos Carlos Elgoyhen, Prof. Dr. Miguel Angelo Cac-

    cione Bolvia:Prof. Dr. Guillermo Aranda Chile:Prof. Dr.

    Jayme Koiffman, Profa. Dra. Anka Sapunar Colmbia: Prof.

    Dr. Guillermo Rubio, Prof. Dr. Eduardo Rodriguez Equador:

    Prof. Dr. Patrcio Moralez EUA:Prof. Dr. Richard Kulbersh,

    Prof. Dr. Richard P. McLaughlin, Prof. Dr. Valmy Pamgrazio-

    Kulbersh Itlia: Prof. Dr. Santiago Isaza, Prof. Dr. Rafaele

    Schiavoni Japo:Prof. Dr. Fujio Miura Letnia:Profa. Dra.

    Ilga Urtane Mxico:Prof. Dr. Robert Justus Peru:Prof. Dr.

    Augusto Sato, Prof. Dr. Manuel Adriazola Pando Venezuela:

    Profa. Dra. Adalsa Hernandez

    Membros nacionais:AL: Prof. Dr. Anthony Menezes Leahy

    (Macei) BA: Prof. Dr. Julio Cesar Motta Pereira (Feira de

    Santana) CE: Prof. Dr. Pedro Csar Fernandes dos Santos

    (Fortaleza) MA: Prof. Dr. Benedito Viana Freitas (So Lus)

    MG: Prof. Dr. Marcos Nadler Gribel (Belo Horizonte),

    Profa. Dra. Tereza Cristina R. da Cunha (Pouso Alegre) MS:

    Prof. Dr. Paulo Cezar Rodrigues Ogeda (Campo Grande)

    PE: Prof. Dr. Luiz Garcia da Silva (Caruaru) PR:Prof. Dr.Tieo Takahashi (Londrina) RJ: Prof. Dr. Antonio Rego de

    Almeida (Rio de Janeiro), Prof. Dr. Paulo Cesar de Lyra Braga

    (Rio de Janeiro), Prof. Dr. Roberto Schirmer Wilhelm (Rio de

    Janeiro) RN: Prof. Dr. Rildo Medeiros Matoso (Natal) RS:

    A revista OrtodontiaSPO editada eproduzida pela VM Comunicaes.Editor:Haroldo J. Vieira([email protected]) Jornalista responsvel e redatora:Laelya Longo - Mtb 30.179

    ([email protected]) Editora assistente:

    Cecilia Felippe Nery - Mtb 15.685 Editora assistente e reviso:Ana Lcia Zanini Luz ([email protected]) Diretora de arte:Miriam Ribalta ([email protected]) Redator publicitrio:Luciano Bitencourt ([email protected]) Designer grfico:Cristina Sigaud ([email protected]) Assistente de arte:Eduardo de Paula Costa ([email protected]) Produtor grfico:Sandro Tom de Souza ([email protected])

    Prof. Dr. Ben Hur Godolphim (Porto Alegre), Prof. Dr. Clber

    Bidegain Pereira (Uruguaiana), Prof. Dr. Djalma Roque Woi-

    tchunas (Passo Fundo), Prof. Dr. Luiz Eduardo Schroeder de

    Lima (Cruz Alta), Prof. Dr. Wilmar Antnio Ferrazzo (Santa

    Maria) SC:Prof. Dr. Joo Maria Baptista (Florianpolis)

    SE:Prof. Dr. Alexandre de Albuquerque Franco (Aracaju) SP:Prof. Dr. Alael Barreiro Fernandes de Paiva Lino (Santo

    Andr), Prof. Dr. Antnio Carlos Passini (Sorocaba), Prof.

    Dr. Camillo Morea(So Paulo), Prof. Dr. Eduardo Sakai (So

    Paulo), Profa. Dra. Fernanda de Azevedo Corra (So Paulo),

    Prof. Dr. Flvio Vellini Ferreira (So Paulo), Prof. Dr. Hugo

    Jos Trevisi (Presidente Prudente), Prof. Dr. Joo Grimberg

    (So Paulo), Prof. Dr. Jorge Abro (So Paulo), Prof. Dr. Jos

    Fernando Castanha Henriques (Bauru), Prof. Dr. Jurandir An-

    tonio Barbosa (Jundia), Prof. Dr. Leopoldino Capelozza Filho

    (Bauru), Profa. Dra. Liliana vila Maltagliati (So Bernardo do

    Campo), Prof. Dr. Luis Antnio de Arruda Aidar (Santos), Prof.

    Dr. Marco Antonio Scanavini (So Bernardo do Campo), Prof.

    Dr. Mrio Vedovello Filho (Araras), Prof. Dr. Moacyr Menndez

    Castillero (So Paulo), Prof. Dr. Norberto dos Santos Martins

    (Santo Andr), Prof. Dr. Omar Gabriel da Silva Filho (Bauru),

    Prof. Dr. Renato Cipriano (So Paulo), Prof. Dr. Ricardo Fidos

    Horliana (Santos), Prof. Dr. Rubens Simes de Lima (Jundia),

    Prof. Dr. Sebastio Interlandi (So Paulo), Profa. Dra. Silvia

    Fuerte Bakor (Santo Andr), Profa. Dra. Sonia Maria de Lima

    (So Bernardo do Campo), Prof. Dr. Sylvio Alves de Aguiar

    (So Paulo), Prof. Dr. Sylvio Correa Fiuza (So Paulo), Profa.

    Dra. Vanda Beatriz T. C. Domingos (So Paulo), Profa. Dra.

    Wilma Alexandre Simes (So Paulo)

    RESPONSABILIDADE EDITORIAL - Todas as matrias inseridasnas edies da revista OrtodontiaSPO so de inteira respon-

    sabilidade dos respectivos autores. A Sociedade Paulista de

    Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares no assume

    a responsabilidade pelas publicaes.

    Webmaster:Deborah Magnani ([email protected]) Marketing: Aluzio do Canto ([email protected]) Executivo de contas:Jonas Ribeiro Borges ([email protected]) Assistente comercial:Silvia Bruna ([email protected])

    Administrao:Jos Fernando Marino ([email protected]) Circulao e assinaturas:Alexandre Becsei ([email protected]) Tiragem (comprovada):5.000 exemplares - circulao nacional Auditoria:

    Impresso e acabamento:Nywgraf Editora Grfica Redao, Marketing e Publicidade:VM Comunicaes - Rua Capito Rosendo, 3304120-060 - So Paulo - SP - Tel.: (11) 2168-3400Fax: (11) 2168-3430 - [email protected]

    EXPEDIENTE

    REVISTAORTODONTIASPO

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    | 177No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO

    SOCIEDADEPAULISTADEORTODONTIAEORTOPEDIAFUNCIONALDOSMAXILARES

    Presidente

    Dr. Jairo Corra

    1oVice-Presidente

    Dr. Osny Corra

    2aVice-Presidente

    Profa. Gladys Cristina Dominguez Rodriguez

    Secretrio Geral

    Prof. Joo Grimberg

    1oSecretrio

    Dr. Alfredo Manuel dos Santos

    Tesoureiro Geral

    Dr. Nivan Marton

    1oTesoureiro

    Dr. Luiz Srgio Alves Machado

    Diretor Social

    Dr. Dulio MandettaComisso Cientfica

    Prof. Norberto dos Santos Martins,

    Prof. Eduardo Sakai, Prof. Sylvio Corra Fiza

    Comisso Fiscal

    Dr. Reynaldo Baracchini, Dr. Seiti Ishi

    Assessoria Presidencial

    Prof. Cleber Bidegain Pereira, Profa. Fernanda de

    Azevedo Corra, Profa. Lucy Dalva Lopes, Dr. Mrio

    Wilson Corra, Dra.Vera Claudia L Romain

    Assessor para assuntos Internacionais

    Prof. Jos Eduardo Pires Mendes

    Assessor para assuntos NacionaisDr. Ager de Lorenzo

    Assessor para assuntos do Interior

    Prof. Gasto Moura Neto

    Conselho Consultivo - Ex-Presidentes

    Dr. Paulo Affonso de Freitas

    (Fundador - Primeiro Presidente)

    Dr. Jairo Corra

    (Fundador - Segundo e atual Presidente)

    Dr. Reynaldo Baracchini

    (Fundador - Terceiro Presidente)

    Dr. Osny Corra

    (Quarto Presidente)Prof. Julio Wilson Vigorito

    (Quinto Presidente)

    Fundador do Boletim da Sociedade Paulista de

    Ortodontia

    Prof. Manoel C. Muller de Arajo

    Fundador da Revista Ortodontia

    Dr. Paulo Affonso de Freitas (gesto Dr. Jairo Corra)

    DIRETORIA

    SPO Central:Rua Tumiaru, 227 Ibirapuera So Paulo SP 04008-050 Tels.: (11) 3884-3113/9393 Fax: (11) [email protected] www.spo.org.br

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    | 179No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO

    ESTUDODASRELAESINTERARCADASEMMODELOSMONTADOSEMARTICULADORPANADENT:COMPARAOENTRERC EMIH

    DENTALINTERARCHRELATIOSHIPSTUDYONPANADENTARTICULATORMOUNTING: COMPARISONBETWEENCR ANDCO

    SOOYOUNGKIMWEFFORT*CAMILAMATOSSANTIAGOREIS**

    SOLANGEMONGELLIDEFANTINI***

    RESUMOOs tratamentos da ocluso levaram escolha da relao cntrica (RC) como posio de referncia devido sua reprodutibi-

    lidade, o que favorece maior preciso do diagnstico. Este estudo prospectivo props-se a observar as diferenas entre RC e

    MIH (mxima intercuspidao habitual), avaliando-se as seguintes caractersticas inter-oclusais: sobressalincia, sobremordida,

    relao de molares, de caninos, desvio de linha mdia dentria inferior, e posio do primeiro contato oclusal em RC. A amostrafoi de 30 participantes, dividida em grupo sintomtico, caracterizado por sinais e sintomas de disfuno temporomandibular

    de origem muscular e outro assintomtico ou controle. Foram obtidos registros de MIH e RC, sendo este ltimo, obediente

    tcnica power centric (Roth). Para as comparaes entre os grupos sintomtico e assintomtico, foi utilizado o teste t,

    e entre RC e MIH, o teste t pareado. O teste de McNemar avaliou as associaes entre as variveis estudadas. Em RC,

    comparada MIH, observou-se sobressalincia significantemente maior (p

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    180 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3

    SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI

    INTRODUOEREVISODALITERATURAIniciar um tratamento ortodntico requer por parte do

    ortodontista, diagnstico minucioso e desenvolvimento de um

    plano de tratamento com objetivos precisos e mensurveis.

    A relao cntrica (RC) tem sido considerada posio de

    referncia para qualquer tratamento onde as relaes oclusais

    encontrem-se comprometidas, por permitir o registro inter-

    maxilar de forma estvel e reproduzvel1,5-6, 10,16,23,28,31,40,48,52.

    Para Roth41 (1995), a RC significa no apenas uma posio

    de referncia, mas, principalmente, representa um objetivo

    de tratamento. Para este autor, a RC no uma posio de

    esforo, e sim, posio fisiolgica determinada pela muscula-

    tura, na qual os cndilos esto assentados em suas respectivas

    fossas articulares.

    Com modelos montados em articulador na posio de

    relao cntrica, revelam-se informaes muitas vezes no

    observadas na manipulao dos modelos de estudo orto-

    dnticos tradicionais, de forma esttica, em MIH (mxima

    intercuspidao habitual)3,6-7,19-20,24,41,46-47,49,51.

    As diferenas entre as duas posies citadas podem ser

    observadas nos trs planos do espao, tanto no nvel condilar,

    por meio do instrumento IPC (indicador de posio condi-

    lar)4,7,16,46 quanto no nvel dentrio, por meio do exame das

    relaes interdentrias.

    Muitos estudos2,23,26-27,43 tm mostrado que, na maioria

    dos casos, o sistema neuromuscular posiciona a mandbula de

    forma a estabelecer o maior nmero de contatos oclusais pos-

    sveis, s expensas de uma posio final incorreta dos cndilos.

    O deslocamento mandibular evidencia-se freqentemente

    pela distrao condilar, o que ocorre devido presena de

    contato prematuro7, usualmente localizado no setor posterior

    das arcadas12,29,38-39,46.

    A importncia do assentamento condilar na correo

    ortodntica foi ressaltada por Cordray5(2002). O autor sugeriu

    que as discrepncias entre RC e MIH devam ser identificadas

    e eliminadas quando a ocluso reorganizada. Recomenda a

    montagem em articulador semi-ajustvel com finalidade de

    diagnstico e tratamento em Ortodontia, como um objetivo

    ideal, o que permite avaliar as variaes da posio condilar

    usando-se o IPC.

    Nesta linha de pensamento, Crawford7 (1999) pesquisou

    deslocamentos condilares entre RC e MIH e constatou cor-

    relao significante com os distrbios temporomandibulares.

    Por esta razo, os indivduos sintomticos requerem ateno

    redobrada por parte dos ortodontistas, pois estes no apre-

    sentam estabilidade articular, so de difcil manipulao, e

    exigem desprogramadores de longo prazo para alcanar-se o

    necessrio relaxamento muscular e obter-se um registro com

    confiabilidade41.

    A associao dos distrbios temporomandibulares com

    os aspectos oclusais no tem mostrado evidncia cientficasuficiente para ser considerada sem controvrsias18,30,33. Con-

    tudo no se pode ignorar o envolvimento da ocluso com as

    DTM sob o ponto de vista funcional.

    No intuito de melhor compreender a importncia da mon-

    tagem dos modelos em articulador para o diagnstico ortodn-

    tico, o objetivo do presente estudo foi o de observar possveis

    diferenas entre RC e MIH avaliando-se as seguintes caracters-

    ticas oclusais: relao de molares, de caninos, sobressalincia,

    sobremordida e desvio de linha mdia dentria inferior em

    pacientes sintomticos e assintomticos. Determinou-se, ainda,

    a posio do primeiro contato oclusal em RC.

    MATERIALEMTODOSA amostra foi composta por 30 participantes, no des-

    programados, sem distino de gnero, com idades entre 19

    e 30 anos, dividida em dois grupos, um sintomtico (n=15) e

    outro assintomtico ou controle (n=15). O grupo sintomtico

    foi caracterizado por sinais e sintomas de disfuno tempo-

    romandibular de origem muscular, com ou sem estalidos

    nas articulaes temporomandibulares, determinados aps

    anamnese e exame clnico, segundo critrio do Research

    Diagnostic Criteria (RDC)11. Foram excludos portadores

    de demais tipos de DTM. O Termo de Consentimento Livre

    e Esclarecido n 82/05, aprovado pelo Comit de tica em

    Pesquisa da Fousp, foi submetido e assinado por todos os in-

    tegrantes da amostra aps esclarecimento dos procedimentos

    e objetivos da pesquisa.

    Foram obtidos modelos superiores e inferiores em gesso

    tipo Durone tipo IV, na cor verde (Dentsply), finalizados se-

    gundo a tcnica do modelo bipartido25. De posse dos modelos

    preparados, foram ento realizados os registros de MIH e de

    RC, sem desprogramao prvia, sendo este ltimo, obediente

    tcnica power centric descrita por Roth (ano) apud Wood

    et al49(1994) modificada por Fantini15 aps manipulao bi-

    manual da mandbula8.

    O registro da RC segundo a tcnica mencionada realizado

    em duas etapas, com dois segmentos de cera Delar (Bite Re-

    gistration Wax, Delar Corp., Lake Oswego, OR). O primeiro

    destina-se ao registro da regio anterior e o segundo, ao do

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    | 181No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO

    SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI

    setor posterior das arcadas. Esta tcnica indicada especial-

    mente para pacientes no desprogramados, pois a contrao

    dos msculos elevadores da mandbula, favorvel ao melhor

    assentamento condilar50, estimulada pela associao entre

    a pequena resistncia ao fechamento mandibular imposta

    pelo operador na regio do mento, e do apoio dos incisivosinferiores na cera anterior, obtida na primeira etapa do registro,

    j resfriada e endurecida, que age como um ponto de fulcro

    (Figuras 1a e 1d).

    Para o registro em MIH foi utilizada cera rosa extradura

    (Moyco Beaty Pink Wax, Moyco In., Philadelphia, PA),

    preparada com uma nica espessura. Aps plastificao ade-

    quada, a cera foi adaptada arcada superior e o participante,

    instrudo a ocluir fortemente. Aps resfriamento com jato

    de ar, a lmina foi retirada, os excessos foram recortados,sendo plastificada novamente, apenas nas reas edentadas,

    recolocada na boca e o participante instrudo a ocluir mais

    uma vez (Figuras 2a e 2d).

    Figura 1aMani-pulaobimanualda RC.

    Figura 1bRegistroda poroanteriorna tcnicapower cen-tric comcera Delarplastifi-

    cada emgua a58.

    Figura 1cResfria-mento daporoposterioraps re-

    gistro damesma.

    Figura 1dRegistrosde RCprepara-dos para amontagemem articu-lador.

    Figura 2aRegistroda MIH

    em lminanica deceraBeautyPink.

    Figura 2bRecortedos exces-sos.

    Figura 2cAps plas-tificaosuave dasbordas doregistro, acera po-sicionadapara nova

    edentaoem MIH.

    Figura 2dRegistrode MIHadaptadoao modelode gessosuperior.

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    182 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3

    SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI

    Para padronizao da tcnica, todos os registros e

    montagens dos modelos foram realizados por um mesmo

    operador.

    Os modelos superiores foram montados em articulador

    semi-ajustvel Panadent - modelo PSH aps transferncia

    do arco facial (Figura 3). Os modelos inferiores foram mon-tados utilizando-se os registros de RC. O gesso empregado

    na montagem foi de alta resistncia e presa ultra-rpida

    (Rutenium).

    De posse dos modelos montados, foram observadas as

    seguintes caractersticas oclusais em RC e MIH: relao de

    molares e de caninos nos lados direito e esquerdo, sobres-

    salincia, sobremordida e desvio de linha mdia dentria

    inferior (Figuras 4a e 4d e 5a e 5d). Foi demarcado tambm,

    o primeiro contato oclusal na posio de RC, com carbono

    vermelho (Arti-fol 8 - Bausch), Figura 6.

    Figura 3Modelosmontadosem arti-

    culadorPanadentcom re-gistros decera emRC.

    Figura 4aSobremor-dida emMIH.

    Figura 4bSobressa-lincia emMIH.

    Figura 4c

    Relaomolar deClasse I- ladodireito.

    Figura 4dRelaomolar de

    Classe I- lado es-querdo.

    Figura 5aSobre-mordidaem RC.

    Figura 5bSobres-

    salinciaem RC.

    Figura 5cRelaomolar deClasseII - ladodireito.

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    | 183No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO

    SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI

    Para realizar as comparaes das medidas de sobremor-

    dida e sobressalincia entre os grupos sintomtico e assin-

    tomtico, foi utilizado o teste t de Student no-pareado.

    A relao de molares, caninos e os desvios da linha mdia

    entre os grupos foram comparados pelo teste qui-quadrado de

    homogeneidade. Para verificar a possvel associao entre asalteraes de sobressalincia e sobremordida e as mudanas

    de relao molar e de caninos foi adotado o mtodo Anova

    de dois fatores. Sendo esta anlise significativa, realizaram-se

    as comparaes mltiplas de Bonferroni.

    As comparaes entre RC e MIH das medidas de sobres-

    salincia e sobremordida foram feitas pelo teste t de Student

    pareado e adotou-se o teste de McNemar nas comparaes das

    categorias de relao molar, de caninos e de desvio da linha

    mdia. Adotou-se o nvel de significncia de 5%.

    RESULTADOSAs mdias, os desvios padro e os valores mnimo e

    mximo observados das medidas de sobremordida e sobres-

    salincia em RC e MIH, e as comparaes entre os grupos

    sintomtico e assintomtico so apresentados na Tabela 1.

    As mdias e os desvios padro das medidas de sobremor-

    dida e sobressalincia, assim como as variaes das relaes

    de canino e de molar, da linha mdia, tanto em RC quanto

    em MIH e as comparaes entre elas so apresentados nas

    Tabelas 2 a 4, respectivamente.

    TABELA 1 -VALORES MDIOS, DESVIOS PADRO, VALORES MNIMOS E MXIMOS DAS MEDIDAS DE SOBRESSALINCIA, SO-BREMORDIDA EM RC E MIH E RESULTADOS DAS COMPARAES ENTRE OS GRUPOS

    Medida Grupo Mdia DP Mnimo Mximo N p

    Sobressalincia

    RC

    Assintomtico 3,37 1,44 1,0 6,0 150,504

    Sintomtico 3,76 1,68 0,0 6,4 15

    Total 3,57 1,55 0,0 6,4 30

    Sobressalincia MIH

    Assintomtico 2,45 1,00 0,5 4,0 150,858

    Sintomtico 2,37 1,39 0,0 5,0 15

    Total 2,41 1,19 0,0 5,0 30

    Sobremordida

    RC

    Assintomtico 1,71 1,98 -1,0 5,0 150,474

    Sintomtico 1,15 2,24 -4,0 4,0 15

    Total 1,43 2,10 -4,0 5,0 30

    Sobremordida

    MIH

    Assintomtico 3,29 1,65 0,0 6,0 150,467

    Sintomtico 2,83 1,81 0,0 6,0 15

    Total 3,06 1,72 0,0 6,0 30

    Figura 6ae 6bPrimeiroponto decontatoem RClocaliza-do nossegundosmolaresperma-nentes dolado es-querdo.

    Figura 5dRelaomolar deClasseII - ladoesquerdo.

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    184 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3

    SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI

    Os resultados das associaes das variaes da relao

    de canino e relao de molar com as variaes de sobremor-

    dida e sobressalincia em RC e MIH so apresentados nas

    Tabelas 5 e 6.

    DISCUSSOMuitos autores tm questionado a validade da montagem

    dos modelos em RC13,30,35-37.Para responder tal questo h que

    TABELA 2 -VALORES MDIOS E DESVIOS PADRO DAS ME-DIDAS DE SOBRESSALINCIA E SOBREMORDIDA EM RC EMIH E A COMPARAO ENTRE AS DUAS POSIES

    Medida Mdia DP N p

    SobressalinciaRC 3,57 1,55 30

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    | 185No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO

    SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI

    TABELA 4 -COMPARAO ENTRE RC E MIH DA PREVALNCIA DE COINCIDNCIA OU DE DESVIOS PARA OS LADOS DIREITO EESQUERDO DA LINHA MDIA INFERIOR

    Linha Mdia RCLinha Mdia MIH

    Total pCoincidente Direito Esquerdo

    Coincidente 7 23,3% 1 3,3% 0 0,0% 8 26,7%

    0,180Direito 4 13,3% 11 36,7% 0 0,0% 15 50,0%

    Esquerdo 0 0,0% 0 0,0% 7 23,3% 7 23,3%

    Total 11 36,7% 12 40,0% 7 23,3% 30 100,0%

    TABELA 5 -RESULTADO DAS ANOVAS DA SOBRESSALINCIAE SOBREMORDIDA E VARIAES DA RELAO DE CANINOS ERELAO DE MOLARES DOS LADOS DIREITO E ESQUERDO

    Medida Fator Valor F p

    Sobressalincia

    RC

    Canino

    D 2,13 0,140

    E 2,58 0,096

    MolarD 5,47 0,011

    E 5,22 0,031

    Sobressalincia

    MIH

    CaninoD 0,35 0,710

    E 0,51 0,609

    MolarD 2,20 0,131

    E 1,07 0,310

    Sobremordida

    RC

    CaninoD 1,77 0,192

    E 1,89 0,172

    Molar D 1,52 0,238

    E 0,05 0,821

    Sobremordida

    MIH

    CaninoD 1,57 0,228

    E 1,55 0,232

    MolarD 1,56 0,230

    E 0,76 0,390

    TABELA 6 -COMPARAES MLTIPLAS PARA A MEDIDA DESOBRESSALINCIA RC ENTRE AS VARIAES DE CLASSESDO MOLAR DIREITO

    Comparao Diferena

    mdia

    Erro

    Padro p

    Inalterado vs Alterao deCl I /Cl III

    -0,97 0,553 0,277

    Inalterado vsAlterao de

    Cl I/ClII3,41 1,405 0,068

    Alterao deCl I/Cl II

    Alterao deCl I/ Cl III

    4,38 1,446 0,017

    resultaram numa determinada relao entre arcadas. Estes s

    podem ser identificados e medidos por meio da montagem dos

    modelos em articulador que, por sua vez, possua acessrios

    destinados a este fim.

    O reflexo dos deslocamentos condilares entre RC e MIH

    descritos, sobre a face dos pacientes, tambm ser influenciado

    por determinadas caractersticas morfolgicas craniofaciais.

    Destacam-se o tipo facial, se mais vertical ou horizontal, e o

    tipo de mandbula, que pode apresentar um ngulo gonaco

    mais agudo ou mais obtuso. Sendo assim, para deslocamen-

    tos condilares iguais poderiam ser observadas, por exemplo,

    aberturas de mordida anterior de magnitudes distintas, se os

    pacientes exibissem caractersticas faciais diferentes, como

    aquelas encontradas em dlicos e braquifacias.

    Outro aspecto que compromete a preciso do exame cl-

    nico em RC decorre da influncia do sistema neuromuscular,

    que dificulta a correta localizao da mandbula durante o

    referido procedimento. H tambm, as limitaes importantes

    do campo visual impostas pelas bochechas, alm da completa

    impossibilidade de analisarem-se as relaes entre as arcadas

    numa vista lingual. Com isso, fica evidente a limitao do

    exame clnico sempre que se pretenda maior preciso no diag-

    nstico ortodntico, o que aponta para as vantagens do exame

    em modelos montados em articulador5,9,18,23,24,40,43,47-48,52.

    Atentos para as questes referidas, diversos estudos

    tm abordado o tema das discrepncias entre as posies de

    RC e MIH, tanto no nvel articular quanto no dentrio 6-7,16,17,20,22,32,40,46,48-49,51.

    No presente estudo transversal, foram comparadas al-

    gumas caractersticas interoclusais de um grupo sintomtico

    e outro, assintomtico, ambos no desprogramados, tais

    como sobremordida, sobressalincia, relaes de caninos,

    de molares e situao da linha mdia inferior em relao

    superior. Foram tambm estudadas possveis associaes entre

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    186 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3

    SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI

    os valores de sobressalincia e

    sobremordida e as mudanas

    das relaes de molares e de

    caninos, nas duas posies

    mandibulares consideradas.

    Os resultados no apon-taram para diferenas esta-

    tisticamente signif icantes

    (p>0,05) entre os grupos

    sintomtico e assintomtico,

    em relao s medidas de so-

    bressalincia e sobremordida

    (Tabela 1). Esta ausncia de

    associao entre magnitude

    da sobremordida anterior e

    sintomatologia de DTM foi

    j relatada por Pullinger, et

    al34(1988) e Pullinger et al31

    (1987), aps estudo sobre a

    etiologia desta disfuno.

    Porm em estudo onde fo-

    ram avaliadas determinadas

    caractersticas oclusais como fatores de risco para a DTM,

    Pullinger et al33(1993) encontraram associao significante

    com a mesma em casos de sobressalincia maior que 6 mm

    - 7 mm (p0,050).

    Tendo em vista os resultados iniciais citados, ambos

    os grupos foram unificados, sendo ento, analisados sem

    distino quanto sintomatologia de distrbios temporo-

    mandibulares. As caractersticas oclusais foram avaliadas

    nos trs planos do espao - vertical (sobremordida), sagital

    (sobressalincia) e transversal (linha mdia) - nas posies

    de RC e MIH.

    Em RC, observou-se sobressalincia significantemente

    maior (p

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    | 187No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO

    SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI

    acha importante ou no, eliminar os referidos contatos e

    interferncias dentrias.

    A anlise da relao da linha mdia inferior com a su-

    perior no evidenciou diferenas entre RC e MIH quanto

    prevalncia dos tipos de desvio (Tabela 4), embora tenham se

    observado oito casos (26,6%) de linha mdia coincidente emRC e 11 (36,6%) em MIH. Vinte e um casos permaneceram

    sem alterao (70%). A dimenso do desvio de linha mdia

    inferior variou de 0 mm a 2,2 mm. Com resultados seme-

    lhantes quanto prevalncia da variao das dimenses dos

    desvios, Pullinger et al31(1987)encontraram em populao

    assintomtica, valores entre 0 (28%) e 2 mm (26%). Por sua

    vez, Cordray6(2006) verificou que a prevalncia de linhas

    mdias inferior e superior coincidentes foi significantemente

    maior (p=0,002) em RC (70%) do que em MIH (65,6%).

    Verificou, tambm, diferena estatisticamente significante

    nas alteraes entre RC e MIH, sendo que a linha mdia

    inferior mostrou-se sem alterao em 78,7% da amostra

    (p=0,002).

    Na comparao das mudanas das medidas de sobres-

    salincia e sobremordida com as variaes das relaes de

    molares e de caninos, foi observada associao significativa

    entre maior variao na sobressalincia entre RC e MIH e

    as variaes da relao molar dos lados direito (p=0,011) e

    esquerdo (p=0,031), Tabela 5.

    Com a anlise de comparaes mltiplas observou-se que

    as alteraes de relao molar entre Classes I e II esto asso-

    ciadas a valores mdios maiores de sobressalincia em RC, do

    que as variaes entre Classes I e III (p=0,017), Tabela 6.

    As mudanas de Classe I para Classe II (de MIH para

    RC) foram observadas em 11 casos (36,6%) na relao

    de molares e em 13 casos (43,3%) na relao de caninos,

    dentre eles nove foram simultneos em caninos e molares.

    Esses resultados concordam com os de Cordray6(2006), que

    encontrou mudanas de relao molar e/ou de canino em

    40,9% da amostra.

    Alm da avaliao estatstica realizada, a anlise

    descritiva dos dados permitiu constatar que o primeiro

    contato dentrio em RC localizou-se, na maioria dos casos

    (86,6%, n=26), no segundo molar permanente, sendo trs

    deles com contatos simultneos em ambos os lados. Ob-

    servou-se somente um caso de primeiro contato no terceiro

    molar e um, em primeiro pr-molar. Os outros dois casos

    restantes apresentaram contato no primeiro molar perma-

    nente do lado esquerdo. Estes resultados concordam com

    os de Wood, Elliot49(1994), onde os autores encontraram

    predominncia (92,6%) de contato prematuro no dente mais

    posterior. Esta ocorrncia pode apresentar impl icaes

    clnicas indesejveis. Roth39(1973)j aler tara em estudo

    de tipos especficos de contatos dentrios, associao

    da severidade dos sintomas de disfuno de ATM com alocalizao mais posterior das interferncias oclusais39.

    McCollum29(1927); Dyer12(1963); Stuart45(1964) tambm

    verificaram a influncia do contato prematuro como fator

    etiolgico primrio de DTM. Vrios autores7,18-20,24,35,44,46,48,50

    concordam sobre o conceito do deslocamento condilar

    como resultado do contato oclusal posterior prematuro,

    onde este age como fulcro, sendo ento, a origem da dis-

    trao condilar8-9,31,40,42.

    No presente estudo, embora no tenham sido feitas as

    mensuraes no nvel condilar, foi possvel identificar com

    nitidez, as mudanas tridimensionais no nvel oclusal, avalian-

    do-se as relaes maxilomandibulares. Naqueles casos onde as

    ms-ocluses no mudaram de classe, ainda assim foi possvel

    identificar diferenas de intensidade das mesmas.

    Este trabalho destaca apenas uma das facetas envolvi-

    das no diagnstico ortodntico. No se deve considerar o

    articulador como um instrumento sofisticado ou de difcil

    manipulao. O treino adequado para o uso deste e para os

    registros em RC e MIH permite, ao longo do tratamento orto-

    dntico, analisar aspectos funcionais, ao comparar montagens

    intermedirias com a inicial, determinantes em alguns casos,

    para que sejam atingidos os objetivos propostos.

    O fato de no haver, at o momento, evidncias que

    comprovem a relao entre fatores oclusais e etiologia

    da DTM, no justifica possveis negligncias em relao

    ocluso funcional durante os tratamentos ortodnticos.

    Tampouco, a complexidade tcnica envolvida nos procedi-

    mentos descritos, mencionada por alguns autores, deveria ser

    entendida como justificativa para minimizar a significncia

    das questes funcionais.

    CONCLUSOO presente estudo permitiu as seguintes concluses:

    1. A comparao entre grupos sintomticos e assintomticos

    no revelou diferenas estatisticamente significantes entre

    os grupos, o que possibilitou a unificao da amostra.

    2. As discrepncias significativas entre RC e MIH observadas

    no nvel dentrio, modificaram o diagnstico, tanto no

    sentido vertical quanto horizontal e transversal, devendo

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    18/76

    188 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3

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    SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI

    ser levadas em conta sempre que visada a ocluso funcional

    como objetivo de tratamento.

    3. As comparaes entre RC e MIH evidenciaram em RC:

    Aumento estatisticamente significante da sobressalincia

    e diminuio da sobremordida.

    Prevalncia significantemente menor de relao de Classe Ientre caninos direito e esquerdo, e molares do lado direito,

    com conseqente aumento da prevalncia das relaes de

    Classe II.

    As variaes da relao molar dos lados esquerdo e direito

    apresentaram associao significativa com maior variao

    na sobressalincia.

    O primeiro contato dentrio localizou-se na maioria dos

    casos no segundo molar permanente.

    Endereo para correspondncia:Soo Young Kim Weffort

    Av. Prof. Lineu Prestes. 2.227 - Cidade Universitria05508-000 - So Paulo - SPTel.: (11) [email protected]@usp.br

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    Clin North Am 1976;20:761-88.43. Shafagh I, Amirloo R. Replicability of chin-point guidance and

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    of incisal bite force on condylar seating. Angle Orthod1994;64(1):53-61.51. Wood DP, Korne P H. Estimated and true hinge axis: a comparison

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    litating occlusions: a physiologic approach. Part II: the treatmentposition. J Prosthet Dent 1988;60(1):15-8.

    SOOYOUNGKIMWEFFORT CAMILAMATOSSANTIAGOREIS SOLANGEMONGELLIDEFANTINI

  • 8/21/2019 Articulo Paradigma 2000

    20/76

    | 191No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO

    ANLISEDARELAOCARGA/DEFLEXODEFIOSORTODNTICOSDETITNIO-NIBIOEAOINOXIDVEL*

    LOAD/DEFLECTIONRELATIONOFTITANIUM-NIOBIUMANDSTAINLESSSTEELARCHWIRES

    RONALDOALVESBASTOS**FLVIOAUGUSTOCOTRIM-FERREIRA***

    PAULOEDUARDOGUEDESCARVALHO****AUROSEITYKIMURA*****

    GRASIELAPANASSOLO******JLIODEARAJOGURGEL*******

    RESUMO

    Visando comparar a relao carga/deflexo de fios ortodnticos retangulares de ao inoxidvel e titnio-nibio, foram sele-

    cionados fios 0,019 x 0,025 pr-contornados das seguintes marcas: Abzil Lancer, 3M Unitek e Ormco, em ao inoxidvel,

    e da marca Ormco em titnio-nibio. A metodologia consistiu em posicionar os fios pr-contornados em um manequimortodntico, com aparelho fixo colado e ausncia do incisivo central superior direito. O conjunto foi fixado a uma mquina

    universal de ensaios, Emic 10000, provida de uma ponteira de ao, que transmitiu cargas no centro do segmento do fio sele-

    cionado, correspondente ao incisivo extrado. A aplicao de foras era mensurada por um programa de computador, gerando

    automaticamente grficos e tabelas da relao carga/deflexo. Os resultados mostraram uma menor relao carga/deflexo

    nos fios de ao inoxidvel da marca 3M Unitek, seguidos pela Ormco. No entanto, os fios de titnio-nibio da Ormco apre-

    sentaram valores mdios de carga/deflexo estatisticamente menores em relao a todos os fios de ao inoxidvel avaliados,

    independentemente de suas marcas comerciais.

    Unitermos - Fios ortodnticos; Ligas; Ao inoxidvel; Nibio; Biomecnica.

    ABSTRACTAiming to compare load/deflection relation of rectangular arch wires of stainless steel(SS) and titanium-niobium, were se-

    lected pre-conformed 0.019x 0.025 arch wires of next marks: Abzil Lancer, 3M Unitek and Ormco, in stainless steel, and

    Titanium-niobium from Ormco. The methodology consisted in installation the arch wires in orthodontic simulator, with bond

    fixed orthodontics appliances and absence of right maxillary central incisive. The simulator was fixed in a Universal Tests

    Machine, Emic 10000, where a stainless steel ferrule transmitted load in the middle of arch wires segment of incisive absence.

    According to transmitting of loads, the software measured the deflection of arch wire and automatically created graphics and

    tables of load/deflection relation. The results showed a lower load/deflection relation in 3M Unitek stainless steel arch wires,

    followed by Ormco samples. The Ormco titanium-niobium presented the statistically lowest load/deflection relation, when

    compared with all stainless steel brands tested.

    Key Words -Orthodontic Wires; Alloys; Stainless Steel; Niobium; Biomechanics.

    * Resumo da Dissertao apresentada ao curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de So Paulo - Unicid.** Professor coordenador do curso de Especializao em Ortodontia do Instituto de Ensino e Pesquisa de Cruzeiro - IEPC/SP; Mestre emOrtodontia pela Universidade Cidade de So Paulo - Unicid.*** Professor doutor associado do curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de So Paulo - Unicid.**** Professor doutor associado do curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de So Paulo - Unicid e do curso de Espe-cializao em Ortodontia da Universidade Metropolitana de Santos - Unimes.*****Cirurgio-Dentista especialista em Ortodontia; Aluno do curso de Mestrado em Ortodontia da Universidade Cidade de So Paulo- Unicid.****** Cirurgi-Dentista; Aluna do curso de Especializao em Ortodontia da Universidade Metropolitana de Santos - Unimes.******* Professor doutor da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Filosofia e Cincias da Universidade Estadual Paulista - Unesp;Mestre e doutor em Ortodontia - FOB-USP.

    Recebido em: jun./2006 - Aprovado em: jul./2007

    Trabalho original

  • 8/21/2019 Articulo Paradigma 2000

    21/76

    192 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3

    RONALDOALVESBASTOS FLVIOA. COTRIM-FERREIRA PAULOE. GUEDESCARVALHO AUROSEITYKIMURA GRASIELAPANASSOLO JLIODEARAJOGURGEL

    INTRODUOAo longo dos anos os pesquisadores se preocuparam

    com a aplicao da fora ideal e a movimentao dentria

    dentro do espao periodontal (ligamento periodontal) com

    reabsoro e neoformao ssea segundo teoria clssica de

    presso-tenso16,24. O ideal do movimento dentrio depende

    da aplicao de foras leves3. Estas foras esto relacionadas

    com a espessura do fio, seco transversal, caracterstica da

    liga, organizao anatmica e deformao15.

    A relao carga x deflexo tem sido avaliada para rela-

    cionar quanto de fora libe-

    rada para cada milmetro de

    ativao, bem como o limite

    de elasticidade conhecendo-

    se o grfico de determinado

    fio13. Os testes para avaliar a

    relao carga x deflexo dos

    fios ortodnticos podem ser

    realizados por flexo (dobra-

    mento transversal)1-2,5,7,22; ou

    por trao21,25.

    A rigidez representa a

    magnitude de fora necessria

    para se fletir um fio6e fatores

    como o material, a dureza, o

    tratamento trmico, a forma

    e a medio da seo trans-

    versal, a largura do braquete,

    a distncia interbraquetes,

    o comprimento do fio e a incorporao de alas, afetam a

    rigidez12,28. Dessa forma fios com baixa rigidez produzem

    foras mais suaves e fisiolgicas23.

    Ao longo dos anos, muitos pesquisadores tm se preocu-

    pado com as propriedades das ligas ortodnticas. A seleo

    de um fio dependia da dureza do fio, pois quanto maior esta

    fosse, maior o esforo para deformao27ou se baseava na

    relao carga/deflexo9.

    O princpio do mdulo varivel6props que a rigidez

    do fio deveria ser controlada pelo mdulo de elasticidade ao

    invs do calibre do fio. As ligas de nquel-titnio demons-

    traram maior atividade durante o nivelamento dos arcos

    dentrios, os de beta-titnio durante os estgios intermedirios

    e os de ao inoxidvel e cromo-cobalto durante a fase de

    finalizao17 .

    Estudos das propriedades mecnicas das ligas, testes de

    deflexo de segmentos de arcos, desempenho dos fios orto-

    dnticos foram realizados ao longo dos anos20,23,29.

    O ao inoxidvel, que teve apario em 1929, tem di-

    versos trabalhos demonstrando o sucesso clnico, difundindo

    em todo os Estados Unidos8. Devido a sua composio tipo

    austentico13,23e propriedades como resistncia a corroso ebiocompatibilidade11esta liga obteve vasta aceitao. Con-

    tudo, o ao apresenta limitaes por exibir grande variao

    de valores para limite elstico e mdulo de elasticidade13,23,

    alm da possibilidade de gerar reaes alrgicas18.

    A liga de titnio-nibio,

    considerado como metal bio-

    compatvel19, uma liga que

    aceita dobras muito bem,

    dificilmente fratura e possui

    rigidez 20% menor que a

    exibida pelo TMA e 70% da

    oferecida pelo ao inoxidvel

    conforme informaes do

    fabricante. Entretanto, valores

    diferentes foram encontrados:

    rigidez 14% maior que o

    TMA e 50% inferior ao do

    ao inoxidvel10. De qualquer

    modo, no recomendado

    para mecnicas de retrao

    ou fechamento de espaos por

    deslizamento13.

    Tendo em vista a anlise

    da relao carga/deflexo dos fios ortodnticos retangulares

    de ao inoxidvel e titnio-nibio, na medida de 0,019 x

    0,025 o presente trabalho avaliou e comparou os valores

    mdios da relao carga/deflexo dos fios de ao inoxidvel

    das marcas Abzil, 3M Unitek e Ormco, bem como dos fios

    de TiNb da marca Ormco.

    MATERIALEMTODOSForam avaliados para o estudo cinco amostras de fios

    de cada marca comercial, totalizando 20 fios testados, nos

    dois diferentes tipos de liga selecionados, todos na medida

    0,019 x 0,025, pr-contornados para o arco superior com

    o mesmo comprimento total de 180 mm divididos em dois

    grupos, sendo que:

    Grupo 1 -Formado por 15 amostras constitudas de liga de

    ao inoxidvel, sendo cinco exemplares de cada uma das

    A RIGIDEZREPRESENTAAMAGNITUDEDEFORANECESSRIAPARASEFLETIRUMFIO6 EFATORESCOMOOMATERIAL,

    ADUREZA, OTRATAMENTOTRMICO,AFORMAEAMEDIODASEO

    TRANSVERSAL, ALARGURADOBRAQUETE, ADISTNCIAINTER-

    BRAQUETES, OCOMPRIMENTODOFIOEAINCORPORAODEALAS,

    AFETAMARIGIDEZ12,28. DESSAFORMAFIOSCOMBAIXARIGIDEZ

    PRODUZEMFORASMAISSUAVESEFISIOLGICAS23.

  • 8/21/2019 Articulo Paradigma 2000

    22/76

    | 193No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO

    RONALDOALVESBASTOS FLVIOA. COTRIM-FERREIRA PAULOE. GUEDESCARVALHO AUROSEITYKIMURA GRASIELAPANASSOLO JLIODEARAJOGURGEL

    seguintes marcas comerciais: Abzil, 3M Unitek e Ormco.

    Grupo 2 -Formado por cinco amostras constitudas de liga

    titnio-nibio da marca comercial Ormco.

    Utilizou-se um manequim ortodntico, contendo dentes

    em resina, alinhados e nivelados, com bons contatos inter-

    proximais. O incisivo central superior direito foi previamente

    removido, a fim de que, no segmento de fio compreendido

    entre a face mesial do incisivo central superior esquerdo e a

    face mesial do incisivo lateral superior direito, fossem apli-

    cadas as foras de deflexo. Braquetes, prescrio Edgewise,

    que foram colados do segundo pr-molar superior esquerdo ao

    segundo do lado direito e tubos com canal de encaixe 0,022 x

    0,030, da mesma prescrio, que foram devidamente colados

    nos primeiros molares de ambos os lados.

    O manequim ortodntico foi fixado uma base metlica,

    composta por duas placas de ao de 10 mm de espessura

    soldadas em um ngulo de noventa graus com o solo. O

    manequim foi apoiado na placa vertical com dois parafusos

    para fix-lo no sentido vertical e outro parafuso frontal para

    proporcionar o ajuste do manequim no sentido horizontal.

    Na placa horizontal, um orifcio permite a fixao da base

    mquina de ensaios por meio de parafusos (Figura 1).

    Utilizou-se tambm uma Mquina Universal de Ensaios,

    Emic -10000, MUE 003, que funcionou com uma clula de

    carga de 50 Newtons (N), com trmino em formato cnico de

    8 mm de dimetro na regio da ponta, que ficou em contato

    com o fio ortodntico e responsvel pela aplicao da fora

    no corpo de prova.

    Depois de posicionado todo o conjunto, a ponteira met-

    lica que foi alinhada no centro do segmento de fio escolhido

    aplicou a fora neste, de forma a distribu-la uniformemente

    sobre o corpo de prova. A clula de carga e a ponteira estive-

    ram sob coordenao do programa de computador Tesc verso

    2.0, que comandou todo o ensaio.

    O equipamento foi, ento, programado para aplicar cargas

    que provocassem deflexes no segmento de fio de 1,0 mm a

    3,0 mm, com registro da fora necessria a cada intervalo de

    0,5 mm de deflexo. A velocidade da aplicao desta fora

    foi constante e de um milmetro por minuto (1 mm/min),

    Figuras 2 e 3.

    O programa de computador avaliou a quantidade de

    carga desprendida pela mquina de ensaios para atingir a

    deflexo de 1,0 mm; 1,5 mm; 2,0 mm; 2,5 mm e 3,0 mm,

    com preciso digital de centsimos de Newtons (N), para

    cada corpo de prova.

    Os resultados geraram grficos carga/deflexo. Depois

    que se realizou a leitura dos resultados, os mesmos foram

    dispostos em tabelas, sendo submetidos anlise de desvio

    padro e testes de significncia estatstica.

    RESULTADOSOs resultados obtidos foram submetidos anlise de sig-

    nificncia estatstica, com a finalidade de avaliar a magnitude

    de relao carga/deflexo, levando em considerao os dois

    Figura 1Base metlica parafixao do manequim mquina de testes eponteira de ao, com140 mm de compri-mento e 20 mm dedimetro, terminandono formato cnico com8mm de dimetro naregio da ponta.

    Figura 3Fio ortodn-tico fixadoao manequimortodntico eposicionadona Mquina

    Universal deEnsaios. Obser-var o momentodo teste, noqual o fio apre-senta 2,5 mmde deflexo.

    Figura 2Fio ortodn-tico fixadoao manequimortodntico e

    posicionadona MquinaUniversalde Ensaios.Observar omomento doteste, no qualo fio apresen-ta 1,5mm dedeflexo.

  • 8/21/2019 Articulo Paradigma 2000

    23/76

    194 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3

    RONALDOALVESBASTOS FLVIOA. COTRIM-FERREIRA PAULOE. GUEDESCARVALHO AUROSEITYKIMURA GRASIELAPANASSOLO JLIODEARAJOGURGEL

    tipos de ligas e as diferentes marcas. Para comparar as dife-

    renas de fora calcularam-se as mdias e os desvios para as

    grandezas estudadas. Posteriormente, utilizou-se o teste t de

    Student, para comparar as mdias e verificar se as diferenas

    existentes apresentavam significncia estatstica.

    Tendo por base os valores encontrados, durante os en-

    saios das amostras, foram selecionados os valores mdios de

    deformao para cada intervalo de fora aplicada, juntamente,

    com os respectivos desvios padro. Estes valores podem ser

    visualizados na Tabela 1.

    Analisando esta tabela, pode-se observar para cada

    intervalo de deflexo, que uma maior quantidade de fora

    necessria para defletir o fio a partir das marcas comerciais:

    Abzil, Ormco e 3M Unitek em ordem decrescente, nas ligas

    de ao inoxidvel.

    Verifica-se que a fora necessria para defletir o fio de

    titnio-nibio, em qualquer intervalo de deflexo, muito

    menor do que a necessria para defletir qualquer uma das

    marcas dos fios de ao inoxidvel.

    A Tabela 2 apresentada a seguir, expe a anlise esta-

    tstica, mediante a aplicao do teste t de Student, para a

    avaliao da significncia das possveis variaes existentes

    entre os dois diferentes tipos de ligas e diferentes marcas

    comerciais analisadas.

    DISCUSSOA busca por um mtodo capaz de orientar a escolha de

    uma determinada liga adequada em cada situao clnica,

    vem sendo proposta por muitos autores, cujos experimentos

    variaram desde deflexo e dobramento1,4-5,7,22,28-30.

    Visando padronizar estes ensaios, a American Dental

    Association, em 1977, lanou uma especificao (New Ame-

    rican Dental Association Specification n 32 for Orthodontic

    Wires not Containing Precious Metals, 1977) que consistia

    em ensaios de flexo e dobramento. No entanto, os resultados

    desta especificao 32 apresentaram valores diferentes, princi-

    palmente para fios de calibre inferior a 0,020; em relao aos

    ensaios de trao e de outros ensaios de flexo e dobramento

    que utilizavam metodologias distintas. Dessa forma, alguns

    autores propuseram eleger o ensaio de trao2-3,21 e metodo-

    logias diversas para os ensaios de flexo e dobramento2,5,7,22,29

    que fossem mais confiveis para a obteno das propriedades

    mecnicas dos materiais.

    Devem-se considerar os possveis fatores que poderiam

    influenciar, direta ou indiretamente, os resultados obtidos: es-

    pessura do fio; composio do fio; espao entre os braquetes;

    atrito ou frico dentro da canaleta de encaixe do braquete.

    A composio do fio outro fator de extrema relevncia.

    O ortodontista possui, hoje, uma gama de opes de fios

    TABELA 1 -VALORES MDIOS E DESVIOS PADRO RELATI-VOS S FORAS EM GRAMA FORA (GF) PARA CADA DE-FLEXO EM MILMETROS (mm) NOS INTERVALOS DE 1.0, 1.5,2.0, 2.5, 3.0 mm DOS FIOS DE 0.019x 0.025 NAS DIVERSASMARCAS COMERCIAIS E LIGAS ESTUDADAS

    Marcas

    Deformao (mm)

    1 1,5 2 2,5 3

    Abzil (ao)Mdia 2517 3886 4694 5318 5734

    dp 188 148 87 69 65

    3M Unitek

    (ao)

    Mdia 2254 3378 4002 4792 5198

    dp 177 147 100 88 84

    Ormco (ao)Mdia 2495 3780 4598 5098 5435

    dp 158 118 67 54 45

    Ormco (TiNb)Mdia 1175 1703 2160 2579 2987

    dp 69,7 61,6 47 34,9 42,3

    dp = Desvio Padro

    TABELA 2 - VALORES DAS FORAS EM GRAMA FORA (GF)OBTIDOS PELA APLICAO DO TESTE T DE STUDENT ERESPECTIVOS NVEIS DE SIGNIFICNCIA PARA A COMPARA-O DA RELAO CARGA/DEFLEXO ENTRE OS FIOS AVA-LIADOS NOS INTERVALOS DE DEFLEXO EM MILMETROS(mm) DE 1.0, 1.5, 2.0, 2.5 E 3.0.

    MarcasDeformao (mm)

    1 1,5 2 2,5 3

    Abzil

    ao

    Unitek aot 2,33 5,45 8,13 10,22 11,57

    S 0,05 0,001 0,001 0,001 0,001

    Ormco aot 0,23 1,26 1,89 5,54 8,86

    S NS NS NS 0,001 0,001

    Ormco

    TiNb

    t 14,95 30,45 57,47 79,21 79,17

    S 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001

    Unitek

    ao

    Ormco aot -2,28 -4,74 -7,25 -6,59 -5,57

    S NS 0,01 0,001 0,001 0,001

    OrmcoTiNb

    t 12,66 23,52 41,18 52,2 52,74

    S 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001

    Ormco

    ao

    Ormco

    TiNb

    t 17,8 34,78 66,59 87,44 88,35

    S 0,001 0,001 0,001 0,001 0,001

    t = valor de Student Valores limites de t:

    S = Significncia 0,05 - 2,31

    NS = No significante 0,01 - 3,36

    0,001 - 5,04

  • 8/21/2019 Articulo Paradigma 2000

    24/76

    | 195No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO

    fabricados com diversas ligas metlicas que apresentam

    grandes variaes em relao s propriedades mecnicas dos

    materiais. Este fato decorre de cada liga possuir um mdulo

    de elasticidade, gerando uma diferena na elasticidade entre

    dois fios de mesmo calibre e comprimento. Esta afirmativa

    torna-se visvel quando, ao se relacionar os valores obtidosentre as ligas de ao inoxidvel e titnio-nibio (Tabelas 1 e

    2), observa-se uma grande diferena entre a fora necessria

    para flexionar, em um mesmo intervalo de deflexo, um fio

    ortodntico de ao inoxidvel de qualquer marca comercial

    analisada e um fio ortodntico de titnio-nibio.

    Estudos com relao distncia interbraquetes20reve-

    laram que dentes maiores e/ou braquetes menores permitem

    uma maior extenso de fio livre, gerando foras menores.

    Ao contrrio, dentes menores e/ou braquetes maiores geram

    foras maiores.

    Fatores como espessura e formato do fio utilizado, super-

    fcie da liga metlica que compe o arco ortodntico, forma

    do contorno do arco ortodntico, empresa fabricante dos fios

    ortodnticos e outros, influenciam o deslize do fio pela canaleta

    do braquete, durante ensaios de deflexo. Neste sentido, estu-

    dos realizados por Taylor26(1996) concluram que um espao

    maior ou igual a 0,003 necessrio para mecnica de deslize,

    revelando que aumentado-se a espessura do fio, aumentam-se as

    foras friccionais, dificultando a movimentao dentria.

    Analisando a Tabela 2, observou-se que no houve

    diferena significante entre os fios de ao inoxidvel entre

    as marcas Abzil e Ormco nos intervalos de deflexo em mi-

    lmetros de 1,0, 1,5 e 2,0, bem como quando comparadas as

    marcas 3M Unitek e Ormco na deflexo de 1,0 mm.

    Estudando as Tabelas 1 e 2, pode-se notar que as ligas

    de titnio-nibio apresentaram uma rigidez em mdia 50%

    menor que a exibida pelas ligas de ao inoxidvel analisadas.

    Este fato vem a concordar com os resultados apresentados por

    Dalstra et al10(2000) e a discordar com o fabricante (Ormco)

    que afirmou ser a rigidez 70% menor que a oferecida pelo

    ao inoxidvel. A sensibilidade ao uso clnico da liga de ti-

    tnio-nibio mostrou-se de fcil manipulao na confeco

    de dobras e alas sendo, dessa maneira, indicada para ajustes

    de finalizao de casos10,13. Como limitao, ter-se-ia baixa

    rigidez e o atrito desconhecido, no sendo assim, recomen-

    dado para mecnicas de retrao ou fechamento de espao

    por deslizamento14. Fica claro que a liga de titnio-nibio

    apresenta-se ainda com um vasto terreno a ser explorado

    devido a quase inexistente pesquisa a seu respeito.

    CONCLUSODe acordo com a metodologia empregada neste trabalho,

    verificou-se uma tendncia de menores valores mdios de car-

    ga/deflexo dos fios de ao inoxidvel, respectivamente, nas

    marcas comerciais 3M Unitek seguida pela Ormco e Abzil, em

    todos os intervalos de deflexo. Analisando comparativamente

    a relao carga/deflexo dos fios de ao inoxidvel e titnio-

    nibio, observou-se que estes ltimos apresentaram valores

    mdios estatisticamente inferiores, nos mesmos intervalos de

    deflexo que os fios de ao inoxidvel, independentemente

    da marca do fio de ao inoxidvel comparada.

    Endereo para correspondncia:Ronaldo Alves BastosPraa Serzedelo Correa, 15 - apto. 202 - Copacabana22040-050 - Rio de Janeiro - RJTel.: (21) [email protected]

    FATORESCOMOESPESSURAEFORMATODOFIOUTILIZADO,

    SUPERFCIEDALIGAMETLICA

    QUECOMPEOARCOORTODNTICO,FORMADOCONTORNODOARCOORTODNTICO, EMPRESAFABRICANTEDOSFIOSORTODNTICOSEOUTROS,

    INFLUENCIAMODESLIZEDOFIOPELACANALETADOBRAQUETE,

    DURANTEENSAIOSDEDEFLEXO.NESTESENTIDO, ESTUDOSREALIZADOS

    PORTAYLOR26(1996) CONCLURAMQUEUMESPAOMAIOROUIGUAL

    A0,003 NECESSRIOPARAMECNICADEDESLIZE, REVELANDOQUEAUMENTADO-SEAESPESSURADOFIO, AUMENTAM-SEASFORAS

    FRICCIONAIS, DIFICULTANDOAMOVIMENTAODENTRIA.

    RONALDOALVESBASTOS FLVIOA. COTRIM-FERREIRA PAULOE. GUEDESCARVALHO AUROSEITYKIMURA GRASIELAPANASSOLO JLIODEARAJOGURGEL

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    25/76

    196 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3

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    RONALDOALVESBASTOS FLVIOA. COTRIM-FERREIRA PAULOE. GUEDESCARVALHO AUROSEITYKIMURA GRASIELAPANASSOLO JLIODEARAJOGURGEL

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    | 197No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO

    ESTUDOCOMPARATIVODARESISTNCIAAOCISALHAMENTODEBRAQUETESORTODNTICOSDEPOLICARBONATO

    A COMPARATIVESTUDYABOUTSHEARBONDSTRENGTHOFPOLYCARBONATEORTHODONTICSBRACKETS

    MRLIOVINCIUSDEOLIVEIRA*MATHEUSMELOPITHON**

    ANTNIOCARLOSDEOLIVEIRARUELLAS***FBIOLOURENOROMANO****

    RESUMO

    O objetivo deste estudo foi avaliar a resistncia ao cisalhamento da unio e o ndice de Remanescente do Adesivo (IRA) de

    braquetes de policarbonato Composite (Morelli, Sorocaba, Brasil). Foram utilizados 45 incisivos inferiores permanentes bovinos

    divididos em trs grupos (n=15). As colagens foram realizadas com compsito Transbond XT seguindo as recomendaesdo fabricante, ou seja, condicionamento do esmalte com cido fosfrico 37%, lavagem, secagem, aplicao de XT primer e

    colagem propriamente dita, diferenciando apenas os brquetes utilizados. No Grupo 1 (Controle), foram utilizados braquetes

    metlicos (Morelli, Sorocaba, Brasil), nos Grupos 2 e 3 foram utilizados braquetes de policarbonato, sendo que no Grupo 3 as

    bases dos braquetes foram jateadas previamente com xido de alumnio (50 m). Aps a colagem, os corpos-de-prova foram

    armazenados em gua destilada a 37C em estufa por 24 horas. Em seguida realizou-se o ensaio de resistncia ao cisalhamento

    de toda amostra velocidade de 0,5 mm por minuto em mquina Instron de ensaios mecnicos. Os resultados (MPa) mostraram

    no haver diferenas estatsticas significantes entre os Grupos 1, 2 e 3 (p>0,05). Os resultados do IRA evidenciaram maior

    nmero de fraturas na interface braquete/compsito.

    Unitermos - Resistncia ao cisalhamento; Colagem dentria; Braquetes ortodnticos.

    ABSTRACT

    The objective of the present study was to evaluate the shear bond strength and the Adhesive Remnant Index (ARI) of polycar-

    bonate brackets Composite (Morelli, Sorocaba, Brasil). Forty-five bovine permanent lower incisors divided into three groups

    (n = 15). The bonded to the enamel surfaces using Transbond XT composite according to the manufacturers recommenda-

    tions, that is, 37% phosphoric acid etching, washing, drying, application of primer XT and, finally, the bonding procedure

    itself, different only the brackets. In Group 1 (control), metallic orthodontic brackets were used (Morelli, Sorocaba, Brasil),

    in Groups 2 and 3 polycarbonate brackets were used. In Group 3 the bases of polycarbonate brackets were sandblasted with

    (50 m) aluminium oxide particles. After bonding, the samples were stored in distilled water at 37oC for 24 hours and then

    submitted to shear bond strength test at a crosshead speed of 0.5 mm/min. The results (MPa) showed no statistically signifi-

    cant difference between Groups 1,2 and 3 (P > 0.05). A greater number of fractures in the bracket/composite interface were

    evidenced by the ARI scores.

    Key Words -Shear strength; Dental bonding; Orthodontic brackets.

    * Especialista em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Alfenas - Unifal.** Especialista em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Alfenas - Unifal; Mestrando em Ortodontia pelaFaculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.*** Mestre e doutor em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Professor adjuntode Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ; Professor do curso de Especializao emOrtodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Alfenas - Unifal.**** Mestre e doutorando em Ortodontia pela Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Universidade Estadual de Campinas - Unicamp;Professor do curso de Especializao em Ortodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Alfenas - Unifal.

    Recebido em: ago./2006 - Aprovado em: jul./2007

    Trabalho original

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    198 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3

    MRLIOVINCIUSDEOLIVEIRA MATHEUSMELOPITHON ANTNIOCARLOSDEOLIVEIRARUELLAS FBIOLOURENOROMANO

    INTRODUOO emprego do condicionamento cido da superfcie den-

    tria, proposto por Buonocore4 (1955), possibilitou aumento

    na unio entre a superfcie do esmalte e o material resinoso,

    proporcionada pelo embricamento mecnico da resina nas

    microporosidades produzidas pelo cido.

    Diante disto, Newman11(1965) idealizou a colagem de

    braquetes de policarbonato na face vestibular dos dentes com

    a finalidade de eliminar as bandas metlicas, e comprovou que

    a colagem desses acessrios no esmalte dentrio condicionado

    com cido apresentava resistncia adesiva suficiente para ser

    utilizado clinicamente, revolucionando, assim, a instalao

    dos aparelhos ortodnticos.

    O advento da colagem de braquetes simplificou a mon-

    tagem do aparelho ortodntico fixo e promoveu a reduo

    das fases e do tempo de tratamento, proporcionando avano

    significativo na teraputica ortodntica15. Alm disso, apresen-

    tou importantes vantagens como maior facilidade de remoo

    da placa bacteriana com conseqente reduo das gengivites

    e hiperplasias, no utilizao de separadores, ausncia de

    espaos gerados pelas bandas aps a remoo do aparelho,

    possibilidade de colagem de braquetes em dentes parcialmente

    irrompidos, menor probabilidade de descalcificaes geradas

    por infiltraes, maior facilidade na deteco de crie, alm

    de melhora acentuada na esttica3.

    A queda de braquetes em conseqncia de fatores como

    falhas na tcnica de colagem, pouca retentividade de deter-

    minadas bases de braquetes, ao da fora mastigatria15e

    reduo do tamanho das bases dos braquetes por motivos

    estticos7, constitui problema rotineiro na clnica ortodntica

    e resulta em atrasos no tratamento e aumento do custo da

    manuteno do aparelho ortodntico fixo.

    Com o objetivo de minimizar esses problemas foi intro-

    duzido recentemente no arsenal odontolgico um dispositivo

    condicionador micromecnico Microetcher, que acoplado

    ao equipo odontolgico possibilita o jateamento com xido

    de alumnio (25 m 100 m de dimetro) das superfcies

    dentrias ou das bases dos braquetes.

    O jateamento da base do braquete com xido de alum-

    nio uma tcnica simples, de baixo custo, que proporciona

    melhora da reteno devido formao de micro rugosi-

    dades que aumentam a rea da superfcie de contato com o

    sistema adesivo7-8,10,14-15,18-20. Essa tcnica tambm pode ser

    utilizada com a finalidade de reciclar braquetes e facilitar a

    colagem em dentes restaurados21ou com coroas metlicas ou

    cermicas15. Diversos autores verificaram melhora na adeso

    quando as bases dos braquetes foram jateadas previamente

    a colagem9-10,17, 22.

    O objetivo deste trabalho foi avaliar as qualidades

    adesivas de braquetes metlicos, de policarbonato conven-

    cionais e de policarbonato com a base jateada com de xido

    de alumnio.

    MATERIAISEMTODOSNeste estudo in vitro, foram utilizados 45 incisivos

    inferiores permanentes bovinos, devidamente limpos, armaze-

    nados em soluo de formol a 10% e estocados em geladeira

    temperatura aproximada de 6C.

    Os dentes foram includos em anis de PVC (Tigre,

    Joinville, Brasil) com gesso pedra especial tipo V (Durone -

    Dentsply, Petrpolis, Brasil), de forma que apenas suas coroas

    ficaram expostas. Na incluso, as superfcies vestibulares

    dessas coroas foram posicionadas perpendicularmente base

    do troquel com o auxlio de esquadro de vidro em ngulo de

    90 com finalidade de possibilitar correto ensaio mecnico.

    Aps a remoo dos excessos e cristalizao do gesso, todos

    os corpos-de-prova foram armazenados em gua destilada

    em geladeira.

    Previamente colagem, as superfcies vestibulares dos

    dentes receberam profilaxia com taa de borracha (Viking,

    KG Sorensen, Barueri, Brasil), com pedra-pomes extrafina

    (S.S.White, Juiz de Fora, Brasil) e gua por 15 segundos; em

    A QUEDADEBRAQUETESEMCONSEQNCIADEFATORESCOMOFALHASNATCNICADECOLAGEM,

    POUCARETENTIVIDADEDEDETERMINADASBASESDEBRAQUETES,

    AODAFORAMASTIGATRIA15EREDUODOTAMANHODASBASES

    DOSBRAQUETESPORMOTIVOSESTTICOS7, CONSTITUIPROBLEMA

    ROTINEIRONACLNICAORTODNTICAERESULTAEMATRASOSNOTRATAMENTO

    EAUMENTODOCUSTODAMANUTENODOAPARELHOORTODNTICOFIXO.

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    | 199No3 |V. 40 |Jul-Set 2007 |OrtodontiaSPO

    MRLIOVINCIUSDEOLIVEIRA MATHEUSMELOPITHON ANTNIOCARLOSDEOLIVEIRARUELLAS FBIOLOURENOROMANO

    seguida procedeu-se lavagem com spray ar/gua por 15 se-

    gundos e secagem com jato de ar livre de leo e umidade pelo

    mesmo perodo de tempo. A cada cinco profilaxias a taa de

    borracha foi substituda para padronizao do procedimento.

    Aps a profilaxia foi realizado o condicionamento do esmalte

    com cido fosfrico a 37% (Dentsply, Petrpolis, Brasil) por15 segundos, lavagem e secagem pelo mesmo tempo.

    Os corpos-de-prova foram divididos aleatoriamente em

    trs grupos (n=15) como detalhado abaixo:

    Grupo 1:Aplicao de XT primer no esmalte, leve jato de ar,

    colocao do compsito Transbond XT na base do braquete

    metlico, posicionamento e remoo dos excessos.

    Grupo 2:Aplicao de XT primer no esmalte, leve jato de ar,

    colocao do compsito Transbond XT na base do braquete de

    policarbonato, posicionamento e remoo dos excessos.

    Grupo 3:Jateamento prvio da base do braquete de policar-

    bonato, aplicao de XT primer no esmalte, leve jato de ar,

    colocao do compsito Transbond XT na base do braquete

    de policarbonato jateada, posicionamento e remoo dos

    excessos.

    As bases dos braquetes do Grupo 3 foram jateadas com

    xido de alumnio com partculas de 50 micrmetros a dis-

    tncia de 5 cm do braquete por dez segundos2,20, utilizando o

    aparelho microjato (Bio-art, So Carlos, Brasil).

    Todas as colagens foram fotoativadas com aparelho de

    luz halgena XL 1500 (3M ESPE, St. Paul, USA) a distncia

    de 1 mm da base do braquete por 40 segundos, dez segundos

    em cada face mesial, distal, incisal e gengival). A intensi-

    dade de luz foi aferida a cada fotoativao com radimetro

    (Demetron, Danbury, USA), mantendo intensidade de 550

    mW/cm2.

    No Grupo 1 (Controle) foram util izados braquetes

    metlicos de incisivos centrais superiores, cdigo 10.30.201

    (Morelli, Sorocaba, Brasil) com rea da base de 14,02 mm,

    e nos Grupos 2 e 3 braquetes de policarbonato Composite

    de incisivo centrai superior direito, cdigo 10.17.001 (sis-

    tema Roth, Morelli, Sorocaba, Brasil), com a mesma rea

    de base.

    Aps a colagem, os corpos-de-prova foram armaze-

    nados em gua destilada e mantidos em estufa durante

    24 horas, temperatura de 37C. O teste de resistncia

    ao cisalhamento foi realizado em mquina universal de

    ensaios mecnicos (Instron Corp, Canton, USA), operando

    a uma velocidade de 0,5 mm/min, atravs de ponta ativa

    em cinzel. Os resultados de resistncia ao cisalhamento,

    foram obtidos em Kgf, transformados em N e divididos

    pela rea da base do braquete fornecendo resultados em

    MPa (MegaPascal).

    Aps realizao do teste de resistncia ao cisalhamento,

    a superfcie vestibular de cada corpo-de-prova foi avaliada

    em lupa estereoscpica (Carl Zeiss, Gttingen, Alemanha)com aumento de oito vezes para ser quantificado o ndice

    de Remanescente do Adesivo (IRA), conforme os escores

    preconizados por Artun, Bergland1(1984), ou seja, 0= nenhuma

    quantidade de compsito aderido ao esmalte; 1= menos da

    metade de compsito aderido ao esmalte; 2= mais da metade

    de compsito aderido ao esmalte; 3= todo o compsito aderido

    ao esmalte.

    Os resultados do teste de resistncia ao cisalhamento

    da unio foram submetidos anlise de Varincia (Anova) e,

    posteriormente, ao teste de Tukey para comparao do con-

    trole com os demais tratamentos. Na avaliao dos escores

    do IRA foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis.

    RESULTADOSNa comparao dos valores de resistncia ao cisalhamen-

    to (Tabela 1) no foram encontradas diferenas estatsticas

    significantes entre os Grupos: 1 Braquetes metlicos, 2

    Braquetes de Policarbonato e 3 Braquetes de policarbonato

    com bases jateadas com xido de alumnio.

    Na avaliao do ndice de Remanescente do Adesivo

    (IRA), no houve diferena estatstica significante entre os

    grupos como mostrado na Tabela 2.

    TABELA 1 -VALORES DE RESISTNCIA AO CISALHAMENTOE ANLISE ESTATSTICA DOS GRUPOS AVALIADOS

    Grupos Mdia (desvio-padro) Anlise estatstica (Tukey 5%)

    1

    2

    3

    13,45 (3,5)

    10,86 (3,4)

    13,22 (4,3)

    a

    a

    a

    Letras iguais ausncia de diferena estatstica significante (p>0,05)

    TABELA 2 - VALORES MDIOS DO NDICE DE REMANESCEN-TE DO ADESIVO (IRA) E COMPARAO ESTATSTICA

    Grupos Mdia Anlise estatstica

    1

    2

    3

    2,0

    2,0

    1,1

    a

    a

    a

    Letras iguais ausncia de diferena estatstica significante (p>0,05)

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    200 |OrtodontiaSPO|Jul-Set 2007 |V. 40 |No3

    MRLIOVINCIUSDEOLIVEIRA MATHEUSMELOPITHON ANTNIOCARLOSDEOLIVEIRARUELLAS FBIOLOURENOROMANO

    DISCUSSONa busca pela esttica dos aparelhos or todnticos, as

    indstrias de materiais se esforam ao mximo na tentativa

    de se conseguir braquetes ortodnticos esteticamente acei-

    tveis e que permitam movimentao dentria semelhante

    aos braquetes metlicos. Essa preocupao se deve princi-

    palmente maior procura de tratamento ortodntico por

    pacientes adultos.

    Os braquetes de policar-

    bonato apresentam esttica

    aumentada quando comparado

    aos braquetes metlicos; no

    entanto, outras caractersticas

    apresentadas pelos metlicos

    tambm devem estar presen-

    tes nestes braquetes Dentre

    essas caractersticas citam-se

    a resistncia fratura, menor

    frico, estabilidade dimen-

    sional e resistncia de cola-

    gem adequada superfcie

    dentria. A preocupao com

    a resistncia de colagem

    superfcie dentria dos bra-

    quetes de policarbonato j

    preocupava os pesquisadores

    a um certo tempo. Newman12

    (1973) na tentativa de se conseguir melhor adesividade dos

    braquetes de policarbonato, lixou suas bases obtendo melhora

    na resistncia colagem.

    O presente trabalho se props avaliar a resistncia ao

    cisalhamento de braquetes de policarbonato Composite

    convencionais e tambm aps suas bases terem sido jateadas

    com xido de alumnio.

    Os resultados do presente estudo demonstraram no

    haver diferenas estatsticas significantes entre os grupos, o

    que discorda dos trabalhos de Newman et al10(1994); Newman

    et al13(1995); Velasquez22(1998); Sant`Anna et al17(2002);

    Mondelli9(2004). Por outro lado, corroboram com os achados

    de Newman12(1973); Hanson et al5(1983), Julien6(1994), que

    no evidenciaram diferena estatstica significante.

    Apesar do jateamento no ter aumentado significativa-

    mente a fora de adeso na interface estudada, esse tratamento

    no a prejudicou. Cabe ressaltar que todos os tipos de trata-

    mento utilizados obtiveram valores que possibilitam a sua

    utilizao clnica, uma vez que superaram os seis a oito MPa

    propostos por Reynolds, Fraunhofer16(1976) para suportar as

    presses mastigatrias. Com relao ao g