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CONINFRA — CONGRESSO DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES 25 A 28 DE JUNHO DE 2008 São Paulo - Brasil 02-037 CONINFRA — CONGRESSO DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES 25 A 28 DE JUNHO DE 2008 LEVANTAMENTO DE PNEUS INSERVÍVEIS, MANAUS (AM) RESUMO Embora sejam conhecidos os impactos decorrentes do descarte inadequado dos pneus inservíveis, não há referências seguras quanto ao quantitativo gerado nas cidades brasileiras. Com a finalidade de analisar a potencialidade de Manaus, quanto ao aproveitamento desses resíduos na composição do asfalto, foi realizado um levantamento referente ao número de pneus descartados na cidade de Manaus, utilizando ferramentas de análise espacial (SIG) e equipamento de localização (GPS). Na primeira etapa realizou-se a coleta de informações e identificação dos locais de funcionamento de borracharias e distribuidoras de pneus. A segunda etapa consistiu em adquirir par de coordenadas geográficas para cada local identificado na etapa anterior, lançá-los em uma imagem da cidade de Manaus, proveniente do satélite Ikonos. O software utilizado foi o ARCGIS 8.0, programa da ESRI, que fez a interface computador-usuário e a manipulação do banco de dados. Segundo os resultados obtidos, a cidade de Manaus tem potencial para construir, aproximadamente, 45km de revestimento com asfalto-borracha, por mês, se todos os pneus inservíveis fossem destinados a essa finalidade. PALAVRAS-CHAVE: Pneus Inservíveis, Manaus, Asfalto Borracha, Diagnóstico. ABSTRACT Although the current impacts of the inadequate discard of the useless tires are known, there are no safe references as for the quantitative generated in the Brazilian cities. With the purpose of analyzing the potentiality of Manaus, as for the use of those residues in the composition of the asphalt, a concerning survey was accomplished to the number of discarded tires in the Manaus city, CONSUELO ALVES DA FROTA Coordenadora do Grupo de Geotecnia/UFAM CLEUDINEI LOPES DA SILVA Grupo de Geotecnia/Mestrando – PPGEC/UFAM MARIA DAS GRAÇAS RUFINO DOS SANTOS Msc, Grupo de Geotecnia/UFAM DIEGO MENESES DE MELO Grupo de Geotecnia/Mestrando – PPGEC/UFAM CARLOS PETRÔNIO DA SILVA LEITE Doutorando – PPG/UnB MARCELLOS LÚCIO ROCHA MARCIÃO SEMOSBH – Prefeitura Municipal de Manaus

Artigo 02-037 - Pneus Inserv+¡veis

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LEVANTAMENTO DE PNEUS INSERVÍVEIS, MANAUS (AM)

RESUMO Embora sejam conhecidos os impactos decorrentes do descarte inadequado dos pneus inservíveis, não há referências seguras quanto ao quantitativo gerado nas cidades brasileiras. Com a finalidade de analisar a potencialidade de Manaus, quanto ao aproveitamento desses resíduos na composição do asfalto, foi realizado um levantamento referente ao número de pneus descartados na cidade de Manaus, utilizando ferramentas de análise espacial (SIG) e equipamento de localização (GPS). Na primeira etapa realizou-se a coleta de informações e identificação dos locais de funcionamento de borracharias e distribuidoras de pneus. A segunda etapa consistiu em adquirir par de coordenadas geográficas para cada local identificado na etapa anterior, lançá-los em uma imagem da cidade de Manaus, proveniente do satélite Ikonos. O software utilizado foi o ARCGIS 8.0, programa da ESRI, que fez a interface computador-usuário e a manipulação do banco de dados. Segundo os resultados obtidos, a cidade de Manaus tem potencial para construir, aproximadamente, 45km de revestimento com asfalto-borracha, por mês, se todos os pneus inservíveis fossem destinados a essa finalidade. PALAVRAS-CHAVE: Pneus Inservíveis, Manaus, Asfalto Borracha, Diagnóstico. ABSTRACT Although the current impacts of the inadequate discard of the useless tires are known, there are no safe references as for the quantitative generated in the Brazilian cities. With the purpose of analyzing the potentiality of Manaus, as for the use of those residues in the composition of the asphalt, a concerning survey was accomplished to the number of discarded tires in the Manaus city,

CONSUELO ALVES DA FROTA Coordenadora do Grupo de Geotecnia/UFAM

CLEUDINEI LOPES DA SILVA

Grupo de Geotecnia/Mestrando – PPGEC/UFAM

MARIA DAS GRAÇAS RUFINO DOS SANTOS Msc, Grupo de Geotecnia/UFAM

DIEGO MENESES DE MELO

Grupo de Geotecnia/Mestrando – PPGEC/UFAM

CARLOS PETRÔNIO DA SILVA LEITE Doutorando – PPG/UnB

MARCELLOS LÚCIO ROCHA MARCIÃO SEMOSBH – Prefeitura Municipal de Manaus

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using tools of space analysis (GIS) and localization equipment (GPS). In the first stage it took place the collection of information and identification of the places of tire repair operation and dealers of tires. The second stage consisted of acquiring pair of geographical coordinates for each identified place in the previous stage, to place them in an image of the Manaus city, originating from the Ikonos satellite. The used software was ARCGIS 8.0, ESRI program that made the interface computer-user and the manipulation of the database. According to the obtained results, the Manaus city has potential to build, approximately, 45km of covering with asphalt-rubber, a month, if all of the useless tires were destined to that purpose. KEY WORDS: Useless tires, Manaus, asphalt-rubber, diagnosis INTRODUÇÃO O Departamento Nacional de Trânsito mostra que a frota de veículos automotores no país duplicou entre 1990 e 2003, passando de 18 milhões para 36 milhões de veículos. Em 2006, a mesma já ultrapassava os 44 milhões (DENATRAN, 2006). Tal quantitativo gera, conseqüentemente, um incremento no consumo de pneus que, ao chegarem ao final da sua vida útil, tornam-se resíduos bastante problemáticos para a sociedade. Os pneus inservíveis são temas recorrentes em debates sobre impactos sanitários e ambientais pelo país e no mundo. As carcaças de pneus constituem-se resíduos sólidos difíceis de serem decompostas pela natureza e, quando são compactadas na forma integral, retornam à superfície na forma original (Gomes et al. 1993). Sua armazenagem é também problemática, por ocuparem grandes espaços, bem como o seu descarte constitui, igualmente, uma grande preocupação para as revendedoras de pneumáticos. A solução de serem moídos para, então, serem descartados, acarreta um alto custo. Portanto, é comum serem deixados em terrenos baldios, tornando-se locais ideais para a proliferação de insetos e roedores, que transmitem diversos tipos de doenças, entre elas a dengue. Logo, uma ameaça à saúde pública. Além disso, oferecem grandes riscos de incêndio porquanto inflamam com muita facilidade, produzindo uma fumaça negra altamente poluidora que liberam compostos na sua combustão, podendo os resíduos ser carregados para os cursos d’água superficiais ou aqüíferos subterrâneos, ocasionando contaminação, tornando a água imprópria para o consumo (IPT, 2000). Em Manaus tal material era descartado no seu aterro controlado. Porém, tornou-se proibitiva tal prática, a partir da Resolução CONAMA no. 258/99 que coibiu, desde a data de sua publicação, em 02/12/99, a destinação final de tal resíduo em aterros sanitários, mar, rios, lagos ou riachos, terrenos baldios ou alagadiços, além da queima a céu aberto Conquanto sejam conhecidos os impactos negativos decorrentes desse material, em geral, não há referência quanto ao quantitativo gerado nos municípios, nos estados e no país. Com a finalidade de analisar a potencialidade do Município de Manaus, quanto ao aproveitamento dos citados resíduos na composição do asfalto, foi realizado um levantamento atinente ao número de pneus inservíveis gerados na capital do Estado do Amazonas, utilizando-se ferramentas de análise espacial (SIG) e equipamento de localização GPS, proporcionando, assim, a criação de um banco de dados.

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ÁREA DE ESTUDO A cidade de Manaus situa-se entre as coordenadas 2o57’ e 3o10’ Latitude Sul e 59o53’ e 60o07’

Longitude Oeste, tendo como seu centro geográfico, instituído pelo Decreto Municipal 2924 de 07 de agosto de 1995, o cruzamento da Avenida Max Teixeira com a Avenida Torquato Tapajós (Rodovia AM-010). Sua divisão em bairros e zonas, juntamente com suas respectivas populações, está apresentada na Tabela 1 e Figura 1.

Tabela 1. Dados Populacionais de Manaus (IBGE, 2006) POPULAÇÃO ZONA BAIRRO

BAIRRO ZONA Centro 25.435Aparecida 4.812Praça 14 8.684Cachoeirinha 20.334Raiz 13.011Educandos 12.659Colônia Oliveira Machado 9.893Santa Luzia 6.511Morro Da Liberdade 9.680Betânia 8.600São Lázaro 10.226Crespo 5.524Japiim 50.121Distrito Industrial 4.500São Francisco 14.445

Sul

Petrópolis 36.185

240.620

Chapada 5.188N. S. Das Graças 11.226São Geraldo 4.720Presidente Vargas 7.776Adrianópolis 6.305Aleixo 17.073Flores 60.998

Centro-Sul

Pq 10 De Novembro 28.455

141.741

Cidade Nova 279.339Cj. João Paulo II 6.600Colônia Santo Antônio 11.701Novo Israel 14.982Colônia Terra Nova 34.613Monte Das Oliveiras 136.892

Norte

Santa Etelvina 25.749

509.876

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Tabela 1. Continuação POPULAÇÃO ZONA BAIRRO

BAIRRO ZONA Glória 5.205Santo Antônio 11.544São Raimundo 10.108São Jorge 15.895Vila Da Prata 7.130Compensa 53.377Tarumã 46.096Ponta Negra 14.644Lírio Do Vale 12.058Nova Esperança 14.460Santo Agostinho 12.412Área de Transição (São João) 2.500

Área de Transição (23 De Set.) 1.880

Oeste

Área de Transição (Izmael Aziz) 2.385

209.694

Alvorada 53.603Dom Pedro 14.210Da Paz 14.056Planalto 14.744

Centro-Oeste

Redenção 29.219

125.832

Coroado 37.147São José Operário 113.895Tancredo Neves 49.156Jorge Teixeira 135.481Distrito Industrial II 43.865Zumbi Dos Palmares 20.195Armando Mendes 19.192Mauazinho 13.895Colônia Antônio Aleixo 12.216

Leste

Puraquequara 15.719

460.761

MANAUS 1.688.524

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OESTE

LESTE

NORTE

SUL

CENTRO-SUL

CENTRO-OESTE

TARUMÃ

PURAQUEQUARA

CIDADE NOVA

DISTRITO INDUSTRIAL II

FLORESPONTA NEGRA

COROADO

JAPIIM

ALEIXO

VILA BURITI

COL TERRA NOVA

JORGE TEIXEIRA

MAUAZINHO

DISTRITO INDUSTRIAL I

CENTRO

ALVORADA

COL ANTÔNIO ALEIXOCOMPENSA

SÃO JOSÉ OPERÁRIOPLANALTO

DA PAZ

SANTA ETELVINA

PARQUE 10 DE NOVEMBRO

SÃO JORGE

CRESPO

REDENÇÃO

PETRÓPOLIS

DOM PEDRO

LÍRIO DO VALE

CHAPADA

MONTE DAS OLIVEIRAS

TANCREDO NEVES

RAIZ

ADRIANÓPOLIS

COL SANTO ANTÔNIO

ZUMBI DOS PALMARES

CACHOEIRINHA

N S DAS GRAÇAS

ARMANDO MENDES

SÃO FRANCISCO

NOVO ISRAEL

NOVA ESPERANÇA

SANTO AGOSTINHO

SÃO RAIMUNDO

EDUCANDOS

SANTO ANTÔNIOGLÓRIA

SÃO LÁZARO

APARECIDA

BETÂNIA

COL OLIVEIRA MACHADO

PÇA 14 DE JANEIRO

VILA DA PRATA

STA LUZIA

N

EW

S

ManausManausDivisão Geográfica

Figura 1. Mapa de Localização dos Bairros do Município de Manaus.

De acordo com a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2006), a cidade de Manaus, está dividida em seis zonas geográficas, possui uma população de 1.688.524 habitantes e uma área de 11.401.km2, o que representa uma densidade demográfica de 148 hab/km2. O presente dado coloca Manaus, em termos populacionais, na posição de oitava maior cidade brasileira. A maior parte desse contingente populacional encontra-se nas zonas Leste e Norte da cidade, sendo a Cidade Nova o bairro mais populoso, com aproximadamente 280.000 habitantes. O crescimento populacional e urbanístico de Manaus, com o intuito de transformar a cidade em moderna metrópole, acarretou: abastecimento insuficiente de água; alta poluição da maioria de seus igarapés; esgotamento do aterro municipal, localizado no bairro do Tarumã; aumento crescente nos índices de criminalidade e violência; alto índice de moradores nas ruas da região central da cidade; sub-dimensionamento da rede de transporte coletivo — incapaz de atender a demanda com eficiência; comprometimento da fluidez viária, em razão do incremento permanente da frota de veículos. Segundo estatísticas do Instituto Municipal de Trânsito (IMTRANS), Manaus possui uma frota de 362.245 veículos, ou seja, praticamente um veículo para cada cinco habitantes (PMM, 2007). A Zona Leste é a região mais delicada de Manaus, decorrente dos seus graves problemas: de infra-estrutura, devido ao baixo poder aquisitivo de seus habitantes, do surgimento de bairros por meio das chamadas “invasões” e de um sistema viário desarticulado, dificultando o planejamento do

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sistema de transporte coletivo, bem como o atendimento de urgência e segurança pública. Conquanto o poder público venha realizando permanentes intervenções em relação aos serviços urbanos básicos, tais soluções, ainda, são lentas e onerosas. Nessa região, conforme entrevistas e levantamentos do Instituto Municipal de Planejamento e Informática (IMPLAN), é grande a incidência de doenças imuno-preveníveis e as decorrentes ou agravadas pela má nutrição (Silva, 2004). A DESTINAÇÃO DOS PNEUS INSERVÍVEIS Segundo a Resolução CONAMA no. 258/99, os pneus são constituídos basicamente por borracha, aço, tecido de náilon ou poliéster, visando às características necessárias ao seu desempenho e segurança. A citada resolução trata da disposição final dos pneus, não abordando a questão de possíveis soluções para este passivo ambiental. Em 1999 estimava-se haver no Brasil, aproximadamente, 100 milhões de carcaças de pneus inservíveis, descartados em aterros, terrenos baldios, margens de estradas e fundo de rios, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Pneus Remodelados (ABIP, 1999). É importante ressaltar que a questão dos pneus inservíveis deve ser inserida na política pública de resíduos urbanos municipais, tratando a questão como problema de saúde pública e ambiental. Proporcionar, por exemplo, um tratamento ou aproveitamento deste material e não simplesmente oferecer uma “destinação final adequada”, que possa levar um maior ganho ambiental e econômico para a sociedade. Apesar das suas limitações, a citada Resolução, que entrou em vigor em 2001, é um grande avanço para a solução da problemática dos pneus inservíveis, pois vem obrigando, principalmente, os fabricantes e revendedores a contribuírem para a preservação do meio ambiente (Silva, 2004). Seu Art. 1º menciona: “As empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis existentes no território nacional na proporção definida nesta Resolução relativamente às quantidades fabricadas e/ou importadas”. Deve ser observado que essa Resolução não define o que é destinação final, ambientalmente adequada e que, desde 2004, a referida proporção abrange 100% dos pneus fabricados. Em Manaus o poder público municipal tomou medidas de urgência em 2004, com a definição de um Ecoponto, ou seja, um local de recepção dos pneus inservíveis, como forma de atender o Art. 10º da referida resolução que proferi: “os fabricantes e os importadores poderão criar centrais de recepção de pneus inservíveis, a serem localizadas e instaladas de acordo com as normas ambientais de demais normas vigentes, para armazenamento temporário e posterior destinação final ambientalmente segura e adequada”. Dessa forma, atendeu-se à Resolução quanto ao local de coleta, mas ficou o questionamento: o que fazer com os pneus, dentro da ótica de “disposição final adequada”, uma vez que o citado texto proíbe a disposição em aterros sanitários. Como exemplos do aproveitamento dos pneus inservíveis, tem-se a trituração para uso: na produção de tapetes de automóveis, em artefatos de vedação e amortecimento, em solados de sapatos, em pisos industriais. A construção civil, também, mostra que pode utilizá-los: em argamassas para construção, na contenção de encostas, na canalização de córregos, na drenagem de gases em aterros sanitários e na simulação de recifes, em benefício da indústria pesqueira. Pneus velhos, além disso, podem gerar energia ao substituir com vantagens o carvão em fornos industriais. Outra boa forma

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de reaproveitamento é o seu emprego como combustível para alimentar os fornos das fábricas de cimento, que já estão equipadas para amenizar a emissão de poluentes na atmosfera. Na Europa, essas empresas consomem 40% dos pneus inservíveis, o que ainda não é viável no Brasil por não contarmos com fornecimento regular de pneus usados em quantidade necessária (Santos, 2002). Uma utilização cada vez mais incentivada pelo governo dos EUA (Colinas, 2003) e que vem sendo desenvolvida em algumas cidades brasileiras é o “asfalto modificado com borracha”. O asfalto-borracha é uma mistura de asfalto, borracha moída de pneus (BMP), diluente e alguns aditivos especiais, onde o teor da borracha é no mínimo 18% em peso. Esta mistura é efetuada a quente, sob condições controladas, e o produto final obtido, além de contribuir para minimizar os problemas de disposição de pneus em aterros sanitários, apresenta vantagens com relação ao asfalto convencional, sendo algumas: maior resistência ao envelhecimento, melhor comportamento em altas e baixas temperaturas e maior flexibilidade (Colinas, 2003). Os pavimentos com asfalto-borracha apresentam maior atrito entre os pneus dos veículos e, uma sensível redução do nível de ruído (Colinas, 2003). Estados como Rio Grande do Sul, e de forma incipiente São Paulo, Paraná, Bahia e Ceará, já aplicaram está alternativa. O Grupo de Geotecnia da Universidade Federal do Amazonas (GEOTEC/UFAM), também, utilizou esta alternativa em projeto de pesquisa, na busca de novos materiais e visando contribuir com o grave problema dos pavimentos regionais MATERIAIS E MÉTODOS O levantamento de campo foi realizado em duas etapas. A primeira etapa foi do tipo tabular, com a descrição do ponto coletado, a identificação do local (se borracharia ou distribuidora), o responsável ou proprietário, o endereço (logradouro e bairro) e a quantidade de pneus descartados ou recebidos por mês. A segunda etapa consistiu em adquirir um par de coordenadas geográficas, com um Global Positioning System (GPS) do tipo Garmin-Emap, de cada ponto identificado na primeira etapa, sendo posteriormente lançados num arquivo do tipo matricial — uma imagem da cidade de Manaus oriunda do satélite Ikonos, devidamente georeferenciada e fornecida pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM). O período de coleta dos dados foi de julho a outubro de 2004. Com tais informações criou-se um banco de dados, que pôde ser armazenado, analisado e manipulado por meio de um Sistema de Informações Geográficas (SIGs). Um sistema automatizado de dados que representam objetos e fenômenos, em que a localização geográfica é uma característica inerente à informação e indispensável para analisá-la (Aronoff, 1989). De forma bem simples, um SIG pode ser visto como um sistema composto por um banco de dados, software, dedicado à execução de operações sobre tais dados (análise espacial) e pelo hardware, conclui Teixeira et al. (1992). O software utilizado neste trabalho, para o cadastramento das borracharias e distribuidoras, foi o ARCGIS 8.0, programa da ESRI, que realizou a interface computador-usuário e toda a manipulação do banco de dados

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RESULTADOS E DISCUSSÕES De posse do mapa do Município de Manaus, com identificação de todos os seus logradouros, uma equipe de cinco membros do Grupo de Geotecnia da Universidade Federal do Amazonas percorreu a cidade, identificando e tabulando os dados referentes as borracharias e distribuidoras de pneus. Numa segunda etapa eram coletadas as coordenadas de cada ponto, identificado anteriormente, com auxílio de um GPS. Tais atividades foram realizadas num período de quatro meses. Parte dos dados obtidos em campo é apresentada na Tabela 2. Entretanto, a Figura 2 mostra todos os pontos concernentes as borracharias e as distribuidoras identificadas. Após lançamento dos referidos pontos na imagem de Manaus (Figura 2), confrontou-se esta localização com aqueles de campo tabulados (logradouro e bairro). Os resultados foram bastante satisfatórios, não sendo observadas discrepâncias relevantes entre o campo e a imagem de satélite. A Figura 3 apresenta a distribuição dos 423 pontos de funcionamento de borracharia ou distribuidoras de pneus, nas seis zonas geográficas da cidade, identificados com um par de coordenadas geográficas, segundo o Datum do GPS devidamente configurado para SAD 69.

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Tabela 2. Dados coletados em campo.

Pontos GPS COORD_W COORD_S Borracharias/Distribuidoras Bairro Pneu/Mês198 60,00138 3,03583 Borracharia BR São José Operário 300 199 60,00606 3,03978 Borracharia 7 Irmãos São José Operário 120 208 60,02495 3,06200 Borracharia São José Operário 200 210 60,02394 3,08997 Borracharia Zumbi dos Palmares 120 215 60,03555 3,11358 Borracharia Zumbi dos Palmares 100 216 60,02400 3,11470 Borracharia São José Operário 80 217 59,98512 3,09509 Borracharia Pneu Aco Zumbi dos Palmares 160 222 59,98794 3,13271 Borracharia São José Operário 120 227 60,01339 3,07700 Borracharia Jorge Teixeira 200 229 59,93794 3,03777 Borracharia Itaúba Jorge Teixeira 120 233 59,94123 3,04443 Borracharia Jorge Teixeira 200 238 59,95511 3,07332 Borracharia Tancredo Neves 60 239 59,95028 3,06202 Borracharia Tancredo Neves 80 245 59,92984 3,03027 Podium Pneus Cidade Nova 300 251 60,03785 3,11367 Tip Top Pneus Coroado 300 252 60,03808 3,11366 Borracharia Coroado 30 253 60,03848 3,11379 Nego Pneus Coroado 120 254 60,04195 3,11327 Leão Pneus Coroado 120 266 59,99995 3,09953 Borracharia Chicão Armando Mendes 100 270 60,04399 3,11207 Borracharia Mestre Bráulio Armando Mendes 80 304 59,95588 3,05638 Borracharia Jorge Teixeira 120 320 60,04631 3,06892 Borracharia Val Motos São José Operário 120 331 59,99811 3,11788 Borracharia Puraquequara 40 334 59,99811 3,11788 Borracharia Col. Antônio Aleixo 30 337 60,00424 3,11410 Borracharia Padrão Col. Antônio Aleixo 60 340 60,02514 3,12198 Borracharia JW Jorge Teixeira 200 345 59,99811 3,11788 Borracharia Cidade Nova 120 347 59,99811 3,11788 Borracharia Cidade Nova 80 348 60,00047 3,09474 Borracharia Aleixo 500 349 60,00177 3,09574 Borracharia Aleixo 40 350 59,98072 3,11145 Borracharia Jota Japiim 220 351 59,98065 3,11159 Borracharia Brasil Japiim 240 352 59,98233 3,11493 Araújo Pneus Japiim 400 354 60,02479 3,06925 Borracharia Amazonas Flores 40 360 60,00773 3,01110 Prince Byke Novo Israel 60 362 59,98067 3,09194 Estrela De Davi Cidade Nova 200 370 59,95460 3,07202 Borracharia Douglas Cidade Nova 400 372 59,95127 3,06474 Borracharia São José Cidade Nova 200 373 59,95138 3,06494 Borracharia Amarelinho Cidade Nova 200 377 59,93843 3,07097 Borracharia São Francisco Flores 2000 383 59,93996 3,06942 Borracharia M.C. Presidente Vargas 50 386 59,94122 3,06928 Borracharia 24 Horas SantoAntônio 240 389 60,02436 3,08514 Borracharia São Pedro Centro 40 391 60,02391 3,08897 Recauchutadora Pneu Zero SantoAntônio 200 400 60,06088 3,08931 Borracharia Vila da Prata 100 421 59,95405 3,02997 Borracharia Jonatas Planalto 200 422 59,96248 3,01762 Borracharia Jonas Planalto 200

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Figura 2. Mapa de localização dos pontos de borracharias e distribuidoras na cidade de Manaus.

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Figura 3. Mapa de localização dos pontos de borracharias e distribuidoras na cidade de Manaus por

Zona. A coleta dos pneus inservíveis começou a ser realizada em caráter de urgência por um órgão municipal em set/2004. Foram coletadas nesse primeiro mês 170 toneladas, enquanto no mês seguinte, out/2004, outras 176 toneladas. Após tal recolhimento, os pneus eram enviados para dois locais. No primeiro destino eram encaminhados diretamente para uma empresa do Distrito Industrial de Manaus, que após triturar os mesmos, aproveitava-os como combustível, consumindo em média 400 pneus/dia. O segundo destino era o Ecoponto (Figuras 4 e 5), um galpão de propriedade do citado órgão, localizado no bairro do Aleixo (Manaus-AM). Em dezembro de 2004, por decisão da então administração municipal, o Ecoponto foi desativado e, a partir daí a coleta passou a ser efetuada diretamente pela citada empresa, que usava os mesmos como combustível, ou pelos serviços de limpeza pública. Neste último caso, ao serem descartados no aterro controlado da cidade, os materiais eram separados dos demais resíduos, sendo colocados em containeres da referida empresa industrial. Um fato curioso: à medida que a coleta passou a ser efetuada de uma forma contínua, houve uma redução significativa no número de pneus recolhidos. Fato semelhante foi observado por José Carlos Arnaldi, da secretaria executiva da ANIP: “a medida em que aumenta o número de Ecopontos distribuídos pelo País, diminui a quantidade de pneus recolhidos". O motivo, segundo ele, é a existência de inúmeras aplicações para os pneus inservíveis, o que tem tornado difícil para a ANIP recolher e reciclar todo o pneu recomendado pela legislação

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(FNU, 2004). Atualmente, essa atividade é realizada em Manaus somente pela mencionada empresa do Distrito Industrial. Segundo o poder público municipal, são coletadas, aproximadamente, 25 toneladas de pneus inservíveis por mês, sendo os mesmos triturados e fornecidos para uma fábrica de cimento, que os utiliza como combustível em suas caldeiras.

Figura 4. Ecoponto – Início da coleta de pneus inservíveis

Figura 5. Ecoponto – Armazenagem de pneus inservíveis após dois meses de coleta

O levantamento efetivado apontou que a cidade de Manaus descarta em torno de 30.000 pneus/mês. No entanto, tal levantamento considerou apenas os pneus inservíveis deixados pelos usuários nas borracharias e distribuidoras de pneus da referida cidade. Segundo informações da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP, 2003), cerca de um terço dos consumidores, ao realizarem troca de pneus, costumam levar os pneus usados para o domicílio. Portanto, se considerarmos tais dados, o número de pneus inservíveis gerados no município de Manaus pode chegar a 45.000 unidades/mês. Cada quilômetro de pavimento construído com asfalto borracha pode demandar em torno de 1000 pneus (Sandroni et al, 2002). Logo, a cidade de Manaus, de acordo com os resultados apontados pelo levantamento, teria um potencial para construir cerca de 45km de revestimento asfáltico por

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mês, se todos os pneus inservíveis fossem destinados a tal fim. No entanto, seria necessária a realização de campanhas educativas para que a população deixasse de levar os pneus usados para casa, além de definir estratégias de coletas visando esse objetivo. A Lei Municipal no. 746/2003 autorizou o poder público municipal a implementar o uso de asfalto ecológico (asfalto com pneus descartados em sua composição), nas atividades de pavimentação e recapeamento das vias da cidade. Infelizmente, tal medida, até o presente momento, ainda não foi implementada. CONCLUSÕES As principais conclusões do levantamento foram:

O serviço de limpeza urbana municipal não possui dados básicos que possam estimar o número de pneus inservíveis;

A cidade não possui um sistema de gerenciamento de coleta voltado para o recolhimento dos pneus inservíveis;

O monitoramento dos pontos, referentes a borracharias e distribuidoras, com a utilização das ferramentas SIG, consistiu em uma ferramenta extremamente eficiente, em um processo de gerenciamento;

O sistema de coleta diferenciada de pneus inservíveis realizado, inicialmente, pelos órgãos públicos em parceria com alguns revendedores, procurou contribuir para o problema do descarte, com a criação do Ecoponto, que garantiu a coleta desse material por certo período, e o aproveitamento por empresas industriais, cumprindo parcialmente o previsto na Resolução 258/99 do CONAMA;

Com a extinção do Ecoponto o quantitativo recolhido diminuiu significativamente e, certamente o problema voltará a se agravar;

É extremamente preocupante o descarte de 30.000 pneus inservíveis/mês, oriundos de carcaças deixados pelos usuários nas borracharias e distribuidoras de pneus na cidade de Manaus;

A cidade de Manaus deve gerar em torno de 500.000 carcaças de pneus/ano. Portanto, tem um potencial para construir, aproximadamente, 45km de revestimento com asfalto-borracha por mês, se todos os pneus inservíveis fossem destinados a essa finalidade.

AGRADECIMENTOS Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas (FAPEAM) pelas bolsas concedidas; à Universidade Federal do Amazonas (UFAM), pela infra-estrutura disponibilizada; e à Prefeitura Municipal de Manaus pelo apoio em campo.

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Sandroni, M.; Pacheco, E. B. A. V. (2002). Os destinos dos Pneus Inservíveis. Jornal de Plásticos, v.1093/4, 01 out. 2002. Rio de Janeiro.

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