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Artigo Drawlio Joca Os clientes e a população possuem razões de sobra para reclamar das filas intermináveis nos ban- cos. Faltam cada vez mais funcionários para agilizar o atendimento, enquanto sobram caixas eletrônicos nas salas inseguras de autoatendimento. Isso porque as instituições financeiras têm fechado postos de trabalho, principalmente nas regiões Sudeste e Sul, ao invés de gerar empregos. Segundo pesquisa inédita de emprego no siste- ma financeiro, lançada recentemente pela Contraf- CUT, em conjunto com o Dieese, os bancos fecharam 1.364 postos de trabalho no primeiro trimestre deste ano. Eles desligaram 8.236 bancários e contrataram apenas 6.882. É uma inversão do que ocorreu no ano passado, quando houve um aumento de 3.139 vagas no mesmo período. As demissões estão concentradas nos grandes bancos privados, principalmente em razão das fu- sões do Itaú-Unibanco e Santander-Real, contrarian- do os compromissos assumidos publicamente pelos presidentes dessas empresas de que não haveria fechamento de postos de trabalho. O Conselho Admi- nistrativo de Defesa Econômica (CADE) do Ministério da Justiça, que aprovou as fusões, precisa dizer para a população quais foram as contrapartidas sociais. Os números somente não foram piores porque houve mais contratações nos bancos públicos, espe- cialmente no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal. Mas ainda há carência de pessoal para acabar com as filas, o que tem motivado a Contraf- CUT e os sindicatos, em parceria com outras entida- des representativas, a fazer mobilizações, como a campanha “Mais empregados para a Caixa, mais Caixa para o Brasil”. Além da redução do emprego, está havendo também uma diminuição na remuneração média dos trabalhadores. Os desligados no primeiro trimestre recebiam remuneração média de R$ 3.939,84. Já os contratados têm salários médios de R$ 1.794,46, o que representa uma diferença de 54,45%, isto é, menos da metade. É a velha política da rotatividade para baixar salários e aumentar lucros. Os números revelam também que, em vez de avanços na igualdade de oportunidades, cresceu a discriminação contra as bancárias. Os bancos paga- ram às mulheres contratadas menos do que aos homens. O salário médio das trabalhadoras admiti- das no período foi de R$ 1.535,34, enquanto a remu- neração média dos homens chegou a R$ 2.022,56 – uma diferença de 24,09% em prejuízo das bancárias. Os bancos, que gastam milhões de reais para propagandear responsabilidade sócio-ambiental, mos- tram que não fizeram a lição de casa, dando um mau exemplo para a sociedade. E recursos financeiros não faltam para esse setor da economia. Mesmo com a crise mundial, os lucros seguem invejáveis. No primeiro trimestre deste ano, os 50 maiores bancos lucraram R$ 7,5 bilhões, segundos dados do Banco Central. Nada justifica, portanto, a rotatividade que está sendo feita com a redução de salários e a discrimina- ção das mulheres. Um dos dispositivos defendidos pelos trabalhadores para frear essa rotatividade é a ratificação do Brasil à Convenção 158 da Organiza- ção Internacional do Trabalho (OIT), que dificulta a demissão imotivada. Aliás, a facilidade dos bancos em dispensar empregados, especialmente aqueles com mais tem- po de trabalho e com maior remuneração, o que exige o pagamento de indenizações mais elevadas, rasga o discurso patronal de flexibilizar a legislação traba- lhista para reduzir os encargos previstos para a resci- são de contratos. Mas, acima de tudo, está na hora de os bancos pararem de andar na contramão e fazer a sua parte para manter postos de trabalho e gerar novos empregos, além de baratear o crédito e baixar juros, tarifas e spread. O Brasil só vai caminhar para frente com emprego, distribuição de renda e desen- volvimento. Carlos Cordeiro Presidente da Contraf-CUT Bancos andam na contramão do emprego APOSENTADOS Assembleia do CE retifica minuta, mas seguirá maioria dos Sindicatos do País Bancários presentes à assembleia extraordinária, realizada pelo Sindicato dos Bancários do Ceará, no último dia 29/7, decidiram por retificar, principalmente, o índice de reajuste, para a inflação mais 10% de ganho real. No entanto, segue-se a maioria das assembleias dos Sindicatos do País, onde prevaleceu a proposta da Conferência Nacional (pág. 3) Sindicato reúne beneficiários de ações contra o BB Haverá um café da manhã no Ponta Mar Hotel, dia 12/8, a partir das 8 horas (pág. 3) CEE/Caixa define pauta específica dos empregados A pauta de reivindicações será entregue à direção do banco, no mesmo dia da entrega da pauta da Fenaban aos banqueiros (pág. 4) SEEB/CE entrega ao BNB contraproposta da licença- prêmio Diretores do Sindicato encaminharam ao banco contraproposta para finalizar acordo sobre a ação judicial da licença- prêmio (pág. 4) XXIII edição do Campeonato de Futsoçaite dos Bancários Campeonato inicia em 8/8, a partir das 8h30, no Complexo Racha Soçaite. Decisão do STF tem caráter liminar e pode ser alterada

Artigo APOSENTADOS Decisão do STF tem caráter liminar e … · Mas ainda há carência de pessoal para acabar com as filas, o que tem motivado a Contraf-CUT e os sindicatos, em

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Artigo

Drawlio Joca

Os clientes e a população possuem razões desobra para reclamar das filas intermináveis nos ban-cos. Faltam cada vez mais funcionários para agilizaro atendimento, enquanto sobram caixas eletrônicosnas salas inseguras de autoatendimento. Isso porqueas instituições financeiras têm fechado postos detrabalho, principalmente nas regiões Sudeste e Sul,ao invés de gerar empregos.

Segundo pesquisa inédita de emprego no siste-ma financeiro, lançada recentemente pela Contraf-CUT, em conjunto com o Dieese, os bancos fecharam1.364 postos de trabalho no primeiro trimestre desteano. Eles desligaram 8.236 bancários e contrataramapenas 6.882. É uma inversão do que ocorreu no anopassado, quando houve um aumento de 3.139 vagasno mesmo período.

As demissões estão concentradas nos grandesbancos privados, principalmente em razão das fu-sões do Itaú-Unibanco e Santander-Real, contrarian-do os compromissos assumidos publicamente pelospresidentes dessas empresas de que não haveriafechamento de postos de trabalho. O Conselho Admi-nistrativo de Defesa Econômica (CADE) do Ministérioda Justiça, que aprovou as fusões, precisa dizer paraa população quais foram as contrapartidas sociais.

Os números somente não foram piores porquehouve mais contratações nos bancos públicos, espe-cialmente no Banco do Brasil e na Caixa EconômicaFederal. Mas ainda há carência de pessoal paraacabar com as filas, o que tem motivado a Contraf-CUT e os sindicatos, em parceria com outras entida-des representativas, a fazer mobilizações, como acampanha “Mais empregados para a Caixa, maisCaixa para o Brasil”.

Além da redução do emprego, está havendotambém uma diminuição na remuneração média dostrabalhadores. Os desligados no primeiro trimestrerecebiam remuneração média de R$ 3.939,84. Já oscontratados têm salários médios de R$ 1.794,46, oque representa uma diferença de 54,45%, isto é,menos da metade. É a velha política da rotatividadepara baixar salários e aumentar lucros.

Os números revelam também que, em vez deavanços na igualdade de oportunidades, cresceu adiscriminação contra as bancárias. Os bancos paga-ram às mulheres contratadas menos do que aoshomens. O salário médio das trabalhadoras admiti-das no período foi de R$ 1.535,34, enquanto a remu-neração média dos homens chegou a R$ 2.022,56 –uma diferença de 24,09% em prejuízo das bancárias.

Os bancos, que gastam milhões de reais parapropagandear responsabilidade sócio-ambiental, mos-tram que não fizeram a lição de casa, dando um mauexemplo para a sociedade. E recursos financeirosnão faltam para esse setor da economia. Mesmo coma crise mundial, os lucros seguem invejáveis. Noprimeiro trimestre deste ano, os 50 maiores bancoslucraram R$ 7,5 bilhões, segundos dados do BancoCentral.

Nada justifica, portanto, a rotatividade que estásendo feita com a redução de salários e a discrimina-ção das mulheres. Um dos dispositivos defendidospelos trabalhadores para frear essa rotatividade é aratificação do Brasil à Convenção 158 da Organiza-ção Internacional do Trabalho (OIT), que dificulta ademissão imotivada.

Aliás, a facilidade dos bancos em dispensarempregados, especialmente aqueles com mais tem-po de trabalho e com maior remuneração, o que exigeo pagamento de indenizações mais elevadas, rasgao discurso patronal de flexibilizar a legislação traba-lhista para reduzir os encargos previstos para a resci-são de contratos. Mas, acima de tudo, está na hora deos bancos pararem de andar na contramão e fazer asua parte para manter postos de trabalho e gerarnovos empregos, além de baratear o crédito e baixarjuros, tarifas e spread. O Brasil só vai caminhar parafrente com emprego, distribuição de renda e desen-volvimento.

Carlos Cordeiro

Presidente da Contraf-CUT

Bancos andam nacontramão do

emprego

APOSENTADOS

Assembleia do CE retifica minuta,mas seguirá maioria dos

Sindicatos do País

Bancários presentes à assembleia extraordinária,realizada pelo Sindicato dos Bancários do Ceará,

no último dia 29/7, decidiram por retificar,principalmente, o índice de reajuste, para a

inflação mais 10% de ganho real. No entanto,segue-se a maioria das assembleias dos

Sindicatos do País, onde prevaleceu a propostada Conferência Nacional (pág. 3)

Sindicato reúnebeneficiários de açõescontra o BBHaverá um café da manhã no Ponta MarHotel, dia 12/8, a partir das 8 horas(pág. 3)

CEE/Caixa define pautaespecífica dos empregadosA pauta de reivindicações será entregueà direção do banco, no mesmo dia daentrega da pauta da Fenaban aosbanqueiros (pág. 4)

SEEB/CE entrega ao BNBcontraproposta da licença-prêmioDiretores do Sindicato encaminharam aobanco contraproposta para finalizaracordo sobre a ação judicial da licença-prêmio (pág. 4)

XXIII edição doCampeonato deFutsoçaite dos

BancáriosCampeonato inicia em8/8, a partir das 8h30,no Complexo Racha

Soçaite.

Decisão do STF tem caráterliminar e pode ser alterada

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DICA CULTURAL

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Secretária de Imprensa

XXIII FUTSOÇAITE

Home Page: www.bancariosce.org.br

Endereço Eletrônico: [email protected] .b rTelefone geral : (85) 3252 4266 – Fax: (85) 3226 9194

Tribuna Bancária: [email protected] – (85) 3231 4500 – Fax: (85) 3253 3996Rua 24 de Maio, 1289 - 60020.001 – Fortaleza – Ceará

Presidente: Marcos Saraiva – Diretor de Imprensa: Tomaz de AquinoJornalista Resp: Lucia Estrela CE00580JP – Repórter: Sandra Jacinto CE01683JP – Soliania Alves – JP 2243/CE

Estagiários: Camila Queiroz e Darlano Dídimo – Diagramação: Normando Ribeiro CE00043DGImpressão: Encaixe (85) 3252 2431 – Tiragem: 11.500 exemplares

A dica cultural desta semanainclui três filmes que contam a histó-ria da vida do mais respeitado equestionado revolucionário de to-dos os tempos, Ernesto Guevara dela Serna, ou simplesmente Che. Asproduções mostram a saga do ar-gentino desde 1952, quando aindaera estudante de medicina, até asua morte em 9 de outubro de 1967,na Bolívia.

Dirigida pelo brasileiro WalterSalles (Central do Brasil), a primeiraprodução se chama “Diários de Mo-tocicleta” (2004). A trama conta asaventuras vividas por Guevara e seuamigo Alberto Granado pelos maisdiferentes países da América do Sul,a bordo de uma velha motocicletaNorton 500, conhecida como “LaPoderosa”. Mais do que uma jornadapara conhecer a cruel realidade daspopulações dessas regiões, esta éuma viagem de autodescoberta, aqual mudou a visão de mundo deChe e o transformou em um revolu-cionário.

Impressionado com o resultadode “Diários”, o diretor norte-america-no vencedor do Oscar, StevenSoderbergh, decidiu que queria con-

Trilogia de filmes retrata avida de Che

tinuar o que Salles começou, retra-tando o resto da vida de Guevara.Como havia muitos fatos para con-tar, o cineasta dividiu o filme em dois.Na primeira parte, “Che – O Argen-tino” (2008), o personagem-título,Fidel Castro e outros guerrilheirosorganizam a Revolução Cubanacom o objetivo de destituir o dita-dor Fulgêncio Batista do poder.Alternando cenas das batalhascom a célebre entrevista que Checoncedeu a uma jornalista ameri-cana, o filme é ideologicamenteenriquecedor.

Já em “Che – a Guerrilha” (2008),o argentino parte em direção a Bolí-via para também tentar montar umaforça armada no interior do País.Entretanto, o exército boliviano, con-tando com o apoio da CIA, aperta ocerco aos guerrilheiros e acaba cap-turando Guevara, que é executadosem piedade. O filme, que teve pré-estréia nacional na semana passa-da no Cine Ceará, deve entrar nocircuito comercial em 18/9. “Diáriosde Motocicleta” pode ser encontradonas principais locadoras do Estado,e “O Argentino” ainda não tem datapara chegar em DVD.

A bola vai rolar!

CONVENÇÃO 158 DA OIT

Uma ação em tramitação noSupremo Tribunal Federal (STF)pode fazer vigorar novamente aConvenção 158 da Organização In-ternacional do Trabalho (OIT) quegera polêmica no direito trabalhis-ta: determina que as empresaspercam o direito de demitir semmotivo. Atualmente, as empresastêm liberdade para dispensar osempregados sem motivo aparentedesde que paguem uma indeniza-ção, que é a multa de 40% sobre oFGTS do empregado. A outra pos-sibilidade para demissão é a justacausa; nessas circunstâncias, o tra-balhador perde quase todos os di-reitos da rescisão.

A Convenção 158 da OIT esta-

STF analisa ação contra decreto deFHC que suspendeu convenção

No último dia 24/7, a Lei de Co-tas para Pessoas com Deficiênciachegou à maioridade. Infelizmente,a lei não é suficientemente conheci-da nem respeitada. Com isso, per-dem as pessoas com deficiência eperdem as pessoas ditas “normais”,que acabam por não ter a oportuni-dade de conviver com a diferença.Em comemoração à passagem des-te aniversário de 18 anos e com aintenção de refletir sobre a situaçãodas pessoas com deficiência, a Tri-

buna Bancária traz uma reportagemsobre a história de vida de bancáriosque ousaram enfrentar as condiçõesadversas e fazer “da queda um pas-so de dança, do medo uma escada,do sonho uma ponte, da procura umencontro”.

Banco do Nordeste/Passaré,célula de atendimento e relaciona-mento funcional. Roberto PonteMoreira, cadeirante, nos recebe commuita disposição e bom humor. Nasala repleta de bancários, são visí-veis o respeito e a admiração pelocolega de trabalho, uma das dezoitopessoas com deficiência que traba-lham no banco. “Nesta sala temossempre de pensar a acessibilidadede todas as pessoas e temos delevar em conta o Beto. Isso é umdireito dele, o banco não faz mais doque sua obrigação”, declara a geren-te de ambiente, Célia Matos. O ban-cário trabalha com recursos huma-nos e já atuou no planejamento e naárea de avaliação. Segundo o pró-prio Roberto, o seu negócio é solu-ção de problemas.

Beto ingressou no banco em1982, quando ainda não havia a Leide Cotas. Seis anos mais tarde, so-freu um acidente que agravou a si-tuação dele, o que o levou a umafastamento de 14 anos. Até que em2004 veio a proposta para voltar atrabalhar no Banco do Nordeste, queofereceu uma cadeira de rodas ade-quada, de fibra, e todo suporte rela-tivo à questão da acessibilidade. “Ain-da falta banheiro e estamosesperando por um elevador”, contaRoberto, que ainda assim sente-sebastante contente com o local detrabalho e recorda emocionado oconvite para voltar a trabalhar naempresa. Para o bancário, aindaexiste muito preconceito com as pes-soas com deficiência, mas isso fazparte de uma questão cultural e tam-bém do nível de maturidade das pes-soas. Enquanto alguns ainda nãoabriram a mente, Roberto, pai de 3filhos, aos 47 anos, vai tocando suavida. Ele cursa Gestão de RH, suasegunda graduação, à noite.

Ainda no BNB, conversamoscom Nádia Líbia, deficiente auditiva,24 anos. Ela ingressou no bancoatravés das cotas, em maio de 2005,seu primeiro emprego. Nádia usaaparelho auditivo em um dos ouvi-dos desde os cinco anos de idade eaprendeu a falar com a mãe – ela é,portanto, uma surda oralizada. Apósa entrada no banco, teve o segundoaparelho custeado pelo BNB, emparceria com a Camed. “Não sintopreconceito. Desde que entrei aqui,recebi muita atenção e nunca sentinenhuma diferença em relação aosoutros funcionários”, afirma a bancá-ria. Ela trabalha na área de recupe-ração de crédito e sua maior aliada éjustamente a voz, pois orienta agên-cias por telefone. Nádia cursa Direitoe faz planos para o futuro: “quemsabe trabalhar no setor jurídico aquido banco?”.

Saindo do BNB, chegamos àagência do Banco do Brasil da Praçado Carmo, no Centro de Fortaleza.Celso Farias, também deficiente audi-tivo, 47 anos, nos espera para a entre-vista. Com ele está a esposa, Cristiane

Deficiência = superação+ capacidade

Farias, intérprete de Libras (LínguaBrasileira de Sinais), língua que Celsoaprendeu aos seis anos, quando ain-da morava em Corumbá (MT). Eleconta que, alguns anos depois, suafamília se mudou para o Rio de Janei-ro para que ele pudesse estudar noInstituto Nacional de Educação deSurdos, única escola do País, na épo-ca, com ensino dirigido para pessoascom deficiência auditiva.

A inserção no mundo bancárioaconteceu na adolescência, aos 17anos, ao trabalhar durante 12 anosno extinto Banerj. Posteriormente,Celso foi ainda empregado durantesete meses do Banco Real já emFortaleza, mas a aprovação numconcurso, em que tirou 2º lugar nadisputa com pessoas com deficiên-cia em todo o Nordeste, levou-o aoBanco do Brasil, onde está há umano e quatro meses. No banco, ele éresponsável pela verificação de che-ques e liberação de cartões novosno setor de Suporte.

A gerente de administração,Evalda Coutinho, afirma que, no iní-cio, a comunicação foi um empecilhoao trabalho com Celso. “No começo,a gente tinha muita dificuldade deentendê-lo. A comunicação aconte-cia através de papel e caneta”. En-tretanto, depois de um curso de Li-

De acordo com a Lei de Cotas, as empresas que têm a partir de 100funcionários devem cumprir uma cota, proporcional ao seu tamanho, comcargos para trabalhadores reabilitados ou pessoas com deficiência.

Assim, empresas com até 200 empregados deverão reservar 2% dasvagas. De 201 a 500 trabalhadores, a cota é de 3%, de 501 a milfuncionários, 4% das vagas para pessoas com deficiência e de 1.001empregados em diante, 5%.

Hoje, há 7 mil bancários com deficiência (64% da cota mínima), ouseja, há mais de 2,5 mil vagas ociosas no sistema financeiro. Segundo oIBGE, o Brasil tem 25 milhões de pessoas com deficiência.

Apesar da importância da Lei das Cotas, o Senado analisa um projetode lei que, se aprovado, pode eliminar cerca de 200 mil vagas no mercadode trabalho destinadas a pessoas com deficiência. De autoria do presiden-te da Casa, José Sarney (PMDB-AP), o projeto 112/06 propõe mudançase pode dificultar a possibilidade de acesso ao emprego formal e digno daspessoas com deficiência.

bras de três semanas a situaçãomelhorou consideravelmente. “Hoje,muitos colegas já conseguem secomunicar com ele”, diz ela, que fazquestão de informar que Celso é umdos mais animados bancários daagência, além de inteligente e bas-tante produtivo. A companheira detrabalho avalia a experiência comoum aprendizado muito rico: “Quemdera em toda empresa as pessoaspudessem conviver com uma pes-soa com deficiência. Foi muito grati-ficante entrar no mundo do Celso”,finaliza ela, enquanto Celso sorri degratidão.

Depois de posar para fotos, Cel-so Farias, que é membro do Conse-lho Deliberativo da Associação dosAmigos do Instituto Cearense deEducação de Surdos, lembrou-nosde deixar bastante explícito, no tex-to, um apelo: que as pessoas surdastenham espaço como bancárias.Satisfeito com o atual trabalho noBanco do Brasil, ele lembra que nouniverso das empresas particularesa situação é bem desfavorável paraos surdos. “Meu sonho é que osbancos privados aceitem os surdos,que são capazes de fazer qualquercoisa. No Sudeste e no Sul a situa-ção é diferente, mas aqui no Nordes-te ainda há muito preconceito”.

LEI DE COTAS

belece que as empresas só po-dem demitir por justa causa e quan-do houver dificuldade financeira,mudanças tecnológicas ou com-provação de que o trabalhador nãoestá executando adequadamentea função. A Convenção visa proi-bir demissões por questões pes-soais ou por rebaixamento de sa-lário, por exemplo.

No ano passado, o presidenteLula apresentou ao Congresso umaproposta para retomada da Con-venção. O texto foi rejeitado pelaComissão de Relações Exteriores eDefesa Nacional e agora será exa-minado pelas comissões de Traba-lho; de Constituição e Justiça e tam-bém pelo plenário.

A XXIII edição do Campeo-nato de Futebol Soçaite dos Ban-cários, versão 2009, terá início nopróximo sábado, 8/8, no Comple-xo Racha Soçaite. A competiçãoserá disputada por 12 equipes,que são: BNB, APCEF-1,Unibanco, Bradesco, Real, BNBCalouros-6, APCEF-2, AABB, Itaú,Bradesco Prime, BB Metropolitanoe BicBanco.

Conforme resolução definidadurante a reunião do Conselho deRepresentantes, as 12 equipes jo-garão entre si na primeira fase,classificando-se para a segundaetapa as oito melhores colocadas.Os confrontos da 1ª rodada serãoos seguintes:

Campo 1:8h30 – BNB X APCEF-210h – BicBanco X Itaú

Campo 2:8h30 – Bradesco Prime X BB

Metropolitano10h – Bradesco X BB CalourosCampo 3:8h30 – AABB X Real10h – APCEF-1 X Unibanco

Para Ribamar Pacheco, secre-tário de Esporte e Lazer do Sindica-to dos Bancários do Ceará, “a quan-tidade de equipes para estamodalidade significa o quanto osbancários reconhecem o trabalhoefetuado pelo Sindicato, em que omesmo busca proporcionar aos ban-cários e seus filhos a participaçãoem atividades que procuram fazer ocongraçamento entre os diversosseguimentos da nossa categoria.Isto se constata pelo número deequipes que irão disputar o cam-peonato este ano”.

Roberto Ponte e Celso Farias são exemplos de superaçãodentro de suas unidades

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BANCO DO BRASIL

Dirigentes do Sindicato dos Ban-cários do Ceará se reuniram, no dia29/7, em sua sede, com represen-tantes da Superintendência do Ban-co do Brasil. Além de ter como obje-tivo o aumento do canal denegociação entre o banco e a entida-de, a conversa visou debater algu-mas questões de interesse do fun-cionalismo, com destaque para aspéssimas condições de trabalho emalgumas agências do Estado.

Representando o Sindicato, es-tiveram presentes os diretores e fun-cionários do Banco do Brasil, BoscoMota, Plauto Macedo e CarlosEduardo, além do presidente, Mar-cos Saraiva. Na ocasião, eles pedi-ram uma melhoria no diálogo entreo SEEB/CE e a Super, mirando prin-cipalmente o bem-estar do banco ede seus funcionários. “Estamos nosaproximando da Campanha Salariale essa relação é mais do que neces-sária. Objetivamos uma rede perma-nente de comunicação”, ressaltouCarlos Eduardo.

O superintende do BB no Ceará,Sérgio Peres, que recentemente as-sumiu o cargo no Estado, prometeuum caminho aberto de negociações.“No meu entender, o Sindicato, pelapercepção que possui, pode dar umauxílio muito grande para a minhagestão. O meu desejo é criar umpacto com o SEEB/CE”. Já paraMarcos Saraiva, não vivemos maisem uma época de exacerbações deatitudes, por isso a importância do

Dirigentes do SEEB/CE debatem problemas comrepresentantes da Super/BB

ininterrupto diálogo com a Super.“Sabemos que ela pode funcionarcomo uma interlocutora entre o Sin-dicato e a presidência do Banco doBrasil”, afirmou.

Além dessa temática, os dirigen-tes levaram para a mesa de reuniãoalgumas denúncias feitas por diver-sos funcionários do banco no Estado,que reivindicam, dentre outras coi-sas, melhorias nas condições de tra-balho, o fim da sobrecarga no atendi-mento e da intensa cobrança pormetas. Bosco Mota ressaltou as pés-simas condições da agência deMessejana que, devido a grande de-manda de atendimento, está levandoinsatisfação tanto para os clientes

como para os bancários. “Temoscasos de funcionários que foramagredidos por clientes”, revelou.

Visando resolver problemas naárea, o gerente de administração daSuper, Luiz Antônio Schueber, dis-se que o programa “Excelência noAtendimento” do Banco do Brasilserá implantado nas principais agên-cias do Ceará nos próximos meses.“Há uma percepção de que o bancocresceu muito e que não foi acom-panhado pela tecnologia”, declarou.Os dirigentes do Sindicato promete-ram um monitoramento da instala-ção do programa, e uma nova reu-nião deverá acontecer depois daconclusão do processo.

O Sindicato dos Bancá-rios do Ceará realizou assem-bleia extraordinária, com apresença de 109 bancários desua base, para discutir e deli-berar sobre a aprovação ouretificação da minuta de rei-vindicações dos bancáriosaprovada durante a 11ª Con-ferência Nacional dos Bancá-rios. A assembleia aprovou aretificação de algumas cláu-sulas, como a do índice dereajuste que ficou assim: ainflação do período mais 10%de ganho real. Entretanto, oCeará seguirá a maioria dasassembleias realizadas em ou-tros Sindicatos do País, quedeliberaram por ampla maio-ria manter a decisão da Con-ferência Nacional (inflaçãomais de 5% de aumento real).

Além da retificação daminuta, os bancários do Cea-rá autorizaram a diretoria doSindicato a realizar negocia-ções coletivas, celebrar con-venção coletiva de trabalho,convenções/acordos coleti-vos aditivos, bem como con-venção/acordo de PLR e,caso sejam frustradas as ne-gociações, defender ou ins-taurar dissídio coletivo detrabalho. Durante a assem-bleia foi deliberado tambémque o percentual do descon-to assistencial a ser feito nossalários dos bancários em ra-zão da contratação a ser rea-lizada, será tratado em outra

AUMENTO – Índice de reajuste: recomposição da inflação do período mais10% de ganho real para todas as verbas.

ESTRATÉGIA – Mesa geral da Fenaban, além de mesas específicas nosbancos públicos, inclusive com recomposição das perdas salariais.

VIGÊNCIA – Suprimir o item "b" da Cláusula 108, mantendo-se a vigênciade um ano para todo a Convenção Coletiva de Trabalho.

PRINCIPAIS RETIFICAÇÕES PROPOSTAS PARA AMINUTA DA CAMPANHA SALARIAL

CAFÉ DA MANHÃ

No próximo dia 12/8, a partir das7h30, o Sindicato realiza um café damanhã com os beneficiários dasações do anuênio e do indébito tribu-tário sobre o abono-98 dos funcioná-rios do Banco do Brasil. O eventoocorre no Ponta Mar Hotel (Av. BeiraMar, 2200 – Meireles).

Durante o evento, o Jurídico doSindicato estará presente para tirardúvidas sobre os próximos passosdas ações, com apresentação dohistórico dos processos.

Em 1998, o Banco do Brasil re-tirou o anuênio de todos os funcioná-rios. Diante disso, o Sindicato entroucom uma ação na Justiça requeren-do o retorno do benefício – ação estaganha em todas as instâncias. A

Sindicato reúne beneficiários depassivos trabalhistas do BB

partir da decisão judicial, o banco jáfez um adiantamento do anuênio nafolha de junho e a volta do benefícioresultou num aumento em torno de10,5% para o funcionalismo. Quantoaos valores atrasados, compreendi-dos entre o período de 1998 a maiode 2009, o banco deverá pagá-losintegralmente e fará os cálculos rela-tivos a quanto cada bancário temdireito a receber. “É importante res-saltar que essa fase de cálculo ébastante delicada e demanda tem-po. Pedimos aos funcionários do BBque tenham calma e aguardem maisinformações, pois o Sindicato vaiacompanhar de perto esse proces-so”, afirmou o diretor do SEEB/CE,Bosco Mota.

8h às 9h: café;

9h às 9h45: apresentação, com data show, da história das ações e suascausas geradoras, consequências e potencial de aprendizado para aclasse trabalhadora, pensando as vitórias e seus efeitos concretos;

9h45: esclarecimentos adicionais.

Drawlio Joca

Os diretores do SEEB/CE cobraram melhorias nas condições de trabalhodos funcionários do Banco do Brasil

A assembleia foi realiizada na quarta-feira, dia 29/7, no Sindicato

Maioria dos sindicatos mantéminflação + 5%. CE retifica índice

ARTIGO

Muitos trabalhadores recebe-ram com preocupação a notícia damedida liminar concedida, no últi-mo 15/6, pela Ministra Ellen Gracie,do Supremo Tribunal Federal (STF).Por força dessa decisão, emprega-dos aposentados da CompanhiaIntegrada de DesenvolvimentoAgrícola do Estado de SantaCatarina (Cidasc) deverão ser des-ligados da empresa.

Não é correto se concluir, noentanto, que com a decisão liminaracima mencionada, o Supremo Tri-bunal Federal tenha alterado seuentendimento sobre a situação dosempregados que se acham no gozoda aposentadoria voluntária.

Uma decisão de caráter liminar,tal como a proferida pela MinistraEllen Gracie, reflete apenas a com-preensão imediata do magistrado,o qual poderá, inclusive, alterá-laquando do julgamento da Recla-mação proposta. Além disso, adecisão destacada é de naturezamonocrática, ou seja, proferida ape-nas por um dos onze ministros doSTF. Somente quando há decisãoda composição plenária do Tribu-nal ou de suas turmas é que sepoderia cogitar na existência dealteração da jurisprudência.

Importante relembrar que atémaio de 1998, a aposentadoriaera, de fato, qualificada, pelos Tri-bunais, como causa de extinçãode contrato de trabalho, de manei-ra que aqueles que obtinham oaludido benefício previdenciáriosumariamente perdiam o empre-go. Em 10 de dezembro de 1997,foi editada a Lei nº 9.528 por meioda qual se adicionou dois parágra-fos ao art. 453 da CLT em quepreviam a hipótese do desligamen-to do empregado, caso o mesmopassasse a fruir da aposentadoriaespontânea.

Essa história tem seu cursoalterado em 14 de maio de 1998,quando o Supremo Tribunal Fede-ral, em decisão liminar, suspendeuos novos parágrafos adicionadosao art. 453 da CLT ante a compre-ensão de que a aposentadoria es-

A situação dos empregadosaposentados frente às decisões doSupremo Tribunal Federal

pontânea não enseja o término docontrato de trabalho. Em 11 de outu-bro de 2006, o STF julgou definitiva-mente as Ações Diretas deInconstitucionalidade – ADIns, denº 1721 e 1770, em que confirmou ainconstitucionalidade dos disposi-tivos tornavam inconciliável o gozoda aposentadoria com o prossegui-mento da relação de emprego. Emface disso, o Tribunal Superior doTrabalho chegou a cancelar a Orien-tação Jurisprudencial de nº 117 daSBDI-I, por ser incongruente com adecisão proferida pela SupremaCorte Brasileira.

Muitos empregadores, diantedessa realidade, alteraram seusnormativos ou manuais, para asse-gurar que o gozo da aposentadorianão ocasionaria o término do con-trato de trabalho. essa garantia,quando existente, também assumesignificativa relevância sob o aspec-to jurídico.

No julgamento das Ações Dire-tas de Inconstitucionalidade, o Mi-nistro Carlos Ayres Britto, em seuvoto, destacou: “...a Constituição

versa a aposentadoria como um

benefício. Não com um malefício. E

se tal aposentadoria se dá por efeito

do exercício regular de um direito

(...), é claro que esse regular exercí-

cio de um direito não é de colocar o

seu titular numa situação jurídico-

passiva de efeitos ainda mais drás-

ticos do que aqueles que resulta-

riam do cometimento de uma falta

grave. (....) Não enxergo, portanto,

fundamentação jurídica para dedu-

zir que a concessão de aposentado-

ria voluntária ao trabalhador deve

extinguir, instantânea e automatica-

mente, a relação empregatícia.”

Portanto, as medidas liminaresentão noticiadas pela grande im-prensa, decididamente, não refle-tem o entendimento já sedimentadopela composição plenária do STF,não havendo razão para alarmismo,isso considerando o atual cenário.

Carlos Chagas – assessorjurídico do Sindicato dos Ban-cários do Ceará

PROGRAMAÇÃO:

oportunidade, dentro da campa-nha salarial.

“É importante ressaltar que acategoria presente a essa assem-bléia deliberou de forma democrá-tica pela retificação da minuta daCampanha Salarial 2009" disse o

secretário geral do Sindicato dosBancários do Ceará, Ricardo dePaula, ressaltando que nossa baseseguirá a deliberação, por amplamaioria, em nível nacional pelaaprovação da proposta daContraf-CUT.

Page 4: Artigo APOSENTADOS Decisão do STF tem caráter liminar e … · Mas ainda há carência de pessoal para acabar com as filas, o que tem motivado a Contraf-CUT e os sindicatos, em

CEE/CAIXA

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Drawlio Joca

LICENÇA-PRÊMIO

CriseO ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou dia 28/7 que o

Brasil já saiu da crise financeira internacional. Ele declarou, no entanto,em discurso durante abertura do 7º Congresso Internacional Brasil

Competitivo, que ainda há muita coisa a ser feita. Bernardo contou que opresidente Lula solicitou que fosse feita uma reavaliação, setor por setor,

para saber quem está bem e qual setor ainda precisa de uma maiorinterlocução com o governo.

Bolsa FamíliaO ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que o novo valor doBolsa Família começará a ser pago a partir de setembro. Ele adiantou que

o percentual de reajuste do benefício será de 10%. No início de julho, aministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que o governo

estuda uma política permanente de reajuste para o programa.Atualmente, o Bolsa Família beneficia cerca de 11 milhões de famílias e a

estimativa é de que chegue ao final do ano com mais de 12 milhões defamílias.

Call centersO Ministério da Justiça, Tarso Genro,divulgou, dia 28/7, um balanço que

mostra que o setor de telefonia é o queregistra mais reclamações entre os

segmentos de serviços de atendimento aoconsumidor (SACs), com 57% do total dedemandas. Os dados foram apresentados

quase um ano após a publicação, em31/7/ 2008, do decreto que regulamentou

os serviços de call center. As novasregras, no entanto, entraram em vigor

apenas no dia 1º/12 do ano passado. Deacordo com o balanço, o setor de

telefonia conseguiu ser cinco vezes piorque o de cartão de crédito. O Ministérioda Justiça informou ainda que vai criar

este mês um mecanismo para queconsumidores possam fazer reclamações

sobre call centers através da internet.

“Não está tudo resolvido. O governo tem sido

compensado com um bom índice de aprovação,

mas ainda há muita coisa a ser feita”Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, ao falar dos reflexos da crise econômica no Brasil

Lavagem de dinheiroUma circular do Banco Central

consolidando em uma únicalegislação as regras que os bancos

terão que seguir para prevenir ecombater crimes de lavagem de

dinheiro e financiamento deterrorismo foi publicada na ediçãode 28/7 do Diário Oficial da União.

Pela novas regras – que aumentamo poder de fiscalização do BC–,

será identificada nas operações detodos os clientes do sistema

financeiro a “origem dos recursosdas operações das pessoas e dos

beneficiários efetivos”. Haverá aindaavaliação sobre a “compatibilidadedas operações com o patrimônio

constante dos cadastrosrespectivos”.

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No último dia 28/7, diretores do Sindicatodos Bancários do Ceará, Tomaz de Aquino,Carmen Araújo e Pedro Moreira, fizeram aentrega oficial ao Banco do Nordeste dacontraproposta para liquidação da ação dalicença-prêmio, com os percentuais indicadosna consulta realizada com os funcionários doBNB beneficiários da ação. De acordo com aconsulta, a maioria das pessoas pesquisadassugeriu para acordo o percentual de 70% ouainda de 65% sendo acrescido de uma quan-tidade de 24 dias de licença a serem utiliza-dos. A superintendente de DesenvolvimentoHumano, Eliane Brasil, informou que acontraproposta poderá ser apreciada pela Di-retoria do Banco na reunião desta semana.

Sindicato entrega contraproposta à direção do BNB

Na segunda-feira, 27/7, em Fortaleza, o Banco do Brasil deu posse a24 novos bancários, aprovados no último concurso. Participaram da possepelo Sindicato, o diretor Bosco Mota e o diretor eleito do SEEB/CE, LuciusSpartacus, ambos funcionários do BB. A cerimônia de posse foi naGerência Regional de Pessoas (Gepes) de Fortaleza.

Dos empossados, 3 funcionários serão lotados em Itapipoca, 3 paraTauá, 1 para Tururu, 2 para Fortaleza, 1 para Aracati, 1 para Catarina, 1para Acaraú, 1 para Jijoca de Jericoacoara, 1 para Pacoti, 1 paraBanabuiú, 1 para Iracema, 2 para Itaiçaba, 1 para Itarema, totalizando 18novos funcionários para o Ceará. Para o Piauí serão seis novos bancários,sendo 1 para Piracuruca, 2 para Esperantina, 1 para Miguel Alves, 1 paraJosé de Freitas, 1 para Cristino Castro/BEP.

Posse de novos bancários do BB

BANCO DO BRASIL

A Comissão Executiva dos Em-pregados da Caixa Econômica Fe-deral (CEE/Caixa), órgão da Contraf-CUT, debateu na reunião realizadaem São Paulo, no dia 29/7, a estraté-gia da mesa específica dentro daCampanha Nacional 2009. Decidiuque entregará a pauta específicadefinida no 25º Conecef, realizadoem Brasília no final de abril, no mes-mo dia da entrega da minuta geral dereivindicações à Fenaban, que aindanão está marcada.

Os integrantes da CEE/Caixatambém debateram, com base nasresoluções do Conecef, os temasprioritários da campanha específica:novo PCC, isonomia de direitos en-tre novos e antigos, ampliação dosdireitos dos aposentados, contra-tação de novos empregados emelhoria das condições de trabalho,respeito da jornada de trabalho de 6horas e democratização da gestãoda empresa.

“A nossa expectativa, quandoassinamos o acordo do ano passa-do, era que o PCC já estivesse resol-vido antes do início da Campanha

Bancários da Caixa definemprioridades da mesa específica

Salarial de 2009, conforme compro-misso assumido pela empresa. Masa Caixa não tem demonstrado dispo-sição de cumprir o compromisso, porisso achamos importante desenvol-ver uma campanha específica parao PCC, com material de divulgaçãodas propostas dos empregados”, afir-ma Jair Ferreira, representante daFetec/Centro Norte e coordenadorda CEE/Caixa.

A empresa também havia assu-mido o compromisso, na campanhapassada, de equacionar o problemareferente à manutenção do tíquete-refeição na aposentadoria para osempregados que ingressaram naCaixa antes de 1995 – o que atéagora não ocorreu.

“Outra questão prioritária, quenão dá para adiar mais, é acontratação de novos trabalhadores,diante do gigantesco aumento dacarga de trabalho gerado, entre ou-tras razões, pela ampliação da atua-ção da Caixa nos programas sociaisdo governo federal e da incorporaçãodas atribuições dos caixas-retpv, quesobrecarregou as agências”, diz Jair.

Drawlio Joca

Secretaria de Imprensa

A Comissão Nacional dos Fun-cionários do BNB (CNFBNB/Contraf-CUT) esteve reunida com a Superin-tendência de DesenvolvimentoHumano do Banco (SDH) no últimodia 30/7, para debater as pendênciassobre a implantação do ponto eletrôni-co. A implantação do ponto eletrônicoexige a assinatura de um aditivo aoacordo salarial vigente, estabelecidoentre o Banco e a Contraf-CUT.

A proposta de acordo apresen-tada pelo Banco foi alterada em vá-rios pontos pela Comissão Nacional,com apoio do assessor jurídico doSindicato, Carlos Chagas. A propos-ta remetia à CLT e à CIN Pessoalalguns dos aspectos que exigemmais reflexão jurídica e política, vezque mexem importantes de interes-se dos trabalhadores, tal como ajornada de trabalho de 6 horas

Na reunião que aconteceu namanhã do dia 30/7, no Passaré, aárea da TI do BNB demonstrou o quejá está consolidado do ponto eletrô-nico e o que está em fase de conso-lidação no sistema. Está em faseexperimental o registro do ponto e orelatório simplificado para osgestores. Outras fases em consoli-dação são o registro e controle dependências do ponto; fechamentodiário e mensal do ponto; dispensado ponto; extensão da jornada, rela-tórios e parâmetros do sistema dehorários de trabalho.

Ficou definida na reunião a acei-

BNB: reunião abre perspectivade acordo sobre ponto eletrônico

tação do banco de horas pelaCNFBNB/Contraf-CUT resguardan-do a premissa básica de vigilânciaquanto a prestação de horas extras.Para fortalecer essa tese, a propostada Comissão é que para cada horaextra, o trabalhador receba 1,5 hora(uma hora e meia) de indenização oufolga, e que o período das folgasadvindas seja de no máximo 60 dias,e que findo esse período a indeniza-ção seja imediata. E ainda que hajalimite de horas para acúmulo, comteto de estoque, com controle diáriopelos funcionários.

A Comissão Nacional sugeriu a

exclusão de algumas cláusulas doacordo do ponto eletrônico, por en-tender que ferem direitos dos traba-lhadores. A discussão dessa supres-são ficou para o próximo encontroque está agendado para o dia 5/8, às15 horas, no Passaré.

Para o coordenador daCNFBNB/Contraf-CUT, Tomaz deAquino, “estamos pactuando pon-tos importante para os trabalhado-res do BNB, referendando o bancode horas na perspectiva de acabarcom o trabalho gratuito, geradopela extrapolação de jornada dosbancários”.

Uma próxima reunião sobre o ponto eletrônico ficou agendadapara o dia 5/8, no Passaré