21
Volume 2, Número 1 ISSN 2527-0532 João Pessoa, 2018 Artigo ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA: PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Páginas 125 a 145 125 ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA: PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL Denise de Oliveira Cirqueira dos Santos 1 RESUMO - Atualmente, saber compreender a fala, a leitura e o texto, bem como, se expressar por meio deles, é extremamente importante, já que são habilidades decisivas para que uma pessoa possa exercer seu papel de cidadania no meio social em que está inserida. A sociedade exige indivíduos capazes de interagir e transformar nas mais variadas esferas e situações sociais, tornando-se, assim, necessário a apropriação da língua e suas variações de uso. Nesse contexto, esse trabalho tem como tema o ensino da Língua Portuguesa, focalizando a abordagem do uso de diversas práticas pedagógicas que desenvolvam a habilidade linguística do aluno, compreendendo a leitura, a escrita, a oralidade e a gramática como apoio para aprimorar o produto final (texto oral e escrito). Palavras-chave: Leitura; Escrita; Oralidade. ABSTRACT - Currently, the ability to understand a speech, a read, and a text, as well as, know how to express through them, it is extremely important, once these skills are crucial for a person exert its role of citizenship within the social environment where is inserted. The society requires individuals able to interact and transform in various spheres and social situations, thus making necessary an appropriation of the language and its use variations. In this context, this work has as theme, “The teaching of the Portuguese Language”, focusing on the approach of using different pedagogic practices to develop the students’ language abilities, including reading, writing, orality, and grammar as support to improve the final product (oral and written text) Keywords: Reading; Writing; Orality. 1 Graduada em Matemática pela Faculdade de Ciências Humanas de Vitória - FAVIX. Pós - Graduada em Metodologia do Ensino Fundamental e Médio com ênfase em Matemática pela FATEH

Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145125

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUAPORTUGUESA: PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Denise de Oliveira Cirqueira dos Santos1

RESUMO - Atualmente, saber compreender a fala, a leitura e o texto, bem como, seexpressar por meio deles, é extremamente importante, já que são habilidades decisivaspara que uma pessoa possa exercer seu papel de cidadania no meio social em que estáinserida. A sociedade exige indivíduos capazes de interagir e transformar nas maisvariadas esferas e situações sociais, tornando-se, assim, necessário a apropriação dalíngua e suas variações de uso. Nesse contexto, esse trabalho tem como tema o ensinoda Língua Portuguesa, focalizando a abordagem do uso de diversas práticas pedagógicasque desenvolvam a habilidade linguística do aluno, compreendendo a leitura, a escrita, aoralidade e a gramática como apoio para aprimorar o produto final (texto oral e escrito).

Palavras-chave: Leitura; Escrita; Oralidade.

ABSTRACT - Currently, the ability to understand a speech, a read, and a text, as wellas, know how to express through them, it is extremely important, once these skills arecrucial for a person exert its role of citizenship within the social environment where isinserted. The society requires individuals able to interact and transform in variousspheres and social situations, thus making necessary an appropriation of the languageand its use variations. In this context, this work has as theme, “The teaching of thePortuguese Language”, focusing on the approach of using different pedagogic practicesto develop the students’ language abilities, including reading, writing, orality, andgrammar as support to improve the final product (oral and written text)

Keywords: Reading; Writing; Orality.

1 Graduada em Matemática pela Faculdade de Ciências Humanas de Vitória - FAVIX. Pós -Graduada em Metodologia do Ensino Fundamental e Médio com ênfase em Matemática pelaFATEH

Page 2: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145126

INTRODUÇÃO

A educação , num sentido amplo, exerce papel importante no processo deconstrução da vida social, que cria estrumentos para a sobrevivência, codifica alinguagem para a comunicação,enfim, estabelece meios de continuidade dos saberesconquistados.

Este trabalho mostra algumas estratégias metodológicas para o ensino da línguaportuguesa, de modo que promova a reflexão nas práticas adotadas pelos professores.

Tendo em vista que a Língua Portuguesa é considerada a língua oficial de 8países, sendo a 6ª mais falada no mundo, estando evidente em nossa vida profissional esocial. Além do exercício da cidadania, o seu estudo mais aprofundado permite que oindivíduo esteja apto para se comunicar e compreender nos mais diversos níveis delinguagem e situações do cotidiano. Ter o domínio da norma culta, tanto oral quantoescrita, influenciará para o sucesso pessoal e profissionaldo educando.

Como o homem vive em sociedade, torna-se indispensável as práticas de leitura,escrita e produção textual, o domínio de tais práticas constitui um poderoso caminhopara ascensão econômica e social de indivíduos e grupos. Segundo os ParâmetrosCurriculares Nacionais, (1998, p.96)

Cabe, portanto, à escola viabilizar o acesso do aluno ao universo detextos que circulam socialmente, ensinar a produzi-los e interpretá-los[…], todas as disciplinas têm a responsabilidade de ensinar utilizar ostextos de que fazem uso, mas é a Língua Portuguesa que deve tomarpara si o papel de fazê-lo de modo mais sistemático.

A escola moderna tem como centro o aluno, ela quem deve se adquar paraatender às necessidades de seus educandos , favorecendo o desenvolvimento da fala,escrita, leitura e produção textual e oral, de modo que a criança consiga se inserir einteragir com o meio social em que vive.

Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na (re)construção doconhecimento, temos o professor. Ele deve considerar o conhecimento que seu aluno jápossui e o meio social em que ele está inserido, para que possa estabelecer asestratégias metodológicas que apropriarão em seu planejamento. Tais práticas sãoimportantes, como podem ser verificadas de acordo com Xavier, (2016, p.12)

Page 3: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145127

O professor deve, portanto, considerar essa experiência do aluno edesenvolver atividades que contribuam para o aperfeiçoamento de suaforma de dar sentido às coisas do mundo. Um dos modos deenriquecer esse processo é utilizar textos dos mais variados gêneros,que divirtam, emocionem, envolvam o aluno.

Outro fator de suma importância é a que o professor precisa ter o hábito, oprazer e o domínio da leitura e produção de ideias (oralidade e escrita). Não há comoensinar e exigir algo que o mesmo não o faça, portanto, o primeiro desafio é a formaçãodo professor leitor/escritor. Não se trata de apreciar todos os diversos gêneros e tipos detexto, mas sim, de (re)conhecer as características que os compõem, os níveis delinguagem, intencionalidade, etc. Segundo Charão (2014, p.42) “[...] a formação deprofessores como mediadores de leitura precisa partir, justamente, do despertar delepara a importância da leitura em sua própria vida”. Dessa forma, haverá uma reflexãoentre a relação dos textos com a vida.

O professor, através de uma reflexão sobre a sua prática pedagógica, poderámelhorar o seu desempenho, seja criando ou adaptando novas ideias e,consequentemente, melhorará o desempenho de seus alunos, bem como, tornando-os empotenciais leitores, escritores e oradores.

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUAPORTUGUESA

Nossa língua é uma de nossas heranças culturais, possui diversas variações e,pode ser dividida na fala (algo individual e passível a mudanças) e na escrita (algosocial, pois deverá ser compreendida por quem a lê). Ao professor cabe (re)construircultura a partir de uma cultura/conhecimento estabelecidos. Isto exige que o mesmopossua as capacidades de observar, analisar e criticar o próprio mundo em que trabalha.

Para isso, presume-se que o professor (re)conheça a necessidade das mudanças aserem realizadas, de modo que essas façam sentido para si mesmo, para os alunos e paraa comunidade. Logo, é indissociável que antes de propor alguma estratégia, o educadordeva conhecer a clientela com que irá trabalhar e a comunidade em que a mesma estáinserido. Dessa forma, primeiramente haverá a compreensão do mundo e do homem e,assim poderá compreender o papel da educação, da escola e seu próprio, dentro doprojeto educativo.

Page 4: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145128

Cada comunidade possui sua peculiaridade é será formada por inúmeroscidadãos (uma gama de particularidades, níveis de conhecimento e aprendizagem).Sabendo que não existe uma fórmula única de método capaz de atingir a todos osindivíduos (alunos) e, por conseguinte, desenvolver a leitura, a escrita e a oralidade ostrês grandes eixos da linguagem.

Para muitas crianças a escola é único ambiente em que ela tem contato comtextos, então cabe ao educador adotar estratégias criativas para despertar o interesse pelaleitura, já que é através dela que desenvolvemos o processo de busca de informação econstrução do conhecimento. Contudo, o que se observa é que apesar de ser consideradotão importante, o gosto de ler nem sempre é desenvolvido na escola, visto que a leiturarestringe-se ao hábito de ler, pois, na maioria das vezes, é realizada somente aoambiente escolar como uma atividade por obrigação. Desse modo, o aluno ler na escolanão pelo prazer que a leitura lhe proporciona, mas por saber que é algo que precisa serfeito, como cumprimento de uma atividade escolar. (VILLARDI, 2005).

O primeiro obstáculo a ser enfrentado é a falta de familiaridade (tanto alunoquanto professor) com o texto literário, havendo um distanciamento do leitor sobre anatureza da literatura, seu caráter ficcional, poético e artístico. Para começar o professorprecisa ter um perfil leitor e ser conhecedor dos objetivos e características de cada tipode texto. Segundo Silva (2003, p.103),

O ensino de leitura sempre pressupõe três fatores: as finalidades, osconteúdos (textos) e as pessoas envolvidas no processo, ou seja, ascaracterísticas dos alunos e da turma a ser trabalhada. Sem a presençadesses três fatores, o trabalho com a leitura/literatura corre o risco dese tornar vazio ou um “receituário” em que se repetem esquemas jáprontos.

Desse modo, o professor selecionará textos que possam: despertar o interesse deseus alunos; ser compreendidos e; ter alguma significação com o conteúdo em estudo.

Uma estratégia relevante é a do Letramento Literário, Rildon Cosson (2009),consistida em quatro etapas:

1. Motivação: preparação do aluno para a leitura do texto;2. Introdução: apresentação do autor, da obra e o objetivo da leitura;3. Leitura: acompanhamento da leitura por parte do aluno e do

professor;

Page 5: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145129

4. Interpretação: construção coletiva e individual do sentido dotexto.

Para Cosson (2009, p.65)

“Na escola é preciso compartilhar a interpretação e ampliar ossentidos construídos individualmente. A razão disso é que, por meiodo compartilhamento de suas interpretações, os leitores ganhamconsciência de que são membros de uma coletividade e de que essacoletividade fortalece e amplia seus horizontes de leitura”.

Aliado à leitura encontra-se a escrita, esta que representa um verdadeiro desafioaos alunos devido às inúmeras dificuldades e deficiências ao nível da escrita, como:falta de bases gramaticais, falta de motivação, pouco conhecimento sobre o tema, tipode texto e gênero textual, dificuldade em expressar seus pensamentos (ordenar de formacoerente e coesa) no papel, dentre outros. Uma estratégia importante, que englobe aleitura, a escrita, além da cidadania, é o jornal escolar.

Produzir um jornal escolar é mais do que transmitir informações. É umaatividade em grupo, que exige conhecimento prévio do assunto, realizado através depesquisas, debate e leitura, requer, também, conhecimento sobre fatos da realidadeverificação de problemas, da cultura e de preferências. O primeiro passo é definir otamanho e as seções, depois, as pautas e a periodicidade do veículo. Ao professor cabedistribuir as tarefas, coordenar o trabalho, promover debates sobre o assunto,diponibilizar material de fácil leitura e que despertem o interessem do aluno.

Todo texto elaborado deve passar pela reescrita, um componente fundamental noprocesso de escrita, é um método que permite que o aluno observe e corrija os errosgramaticais, de concordância, para que o texto atinja os objetivos que se propõe.Implica, também, em mudar, cortar ou incorporar novas ideias, desse modo desenvolveo senso crítico e as possibilidades da língua. O educando percebe que o ato de escreveré um processo em que ele aprende a reconhecer não só as suas falhas, como também ados outros, assim procura evitá-las, o que resultará em bons textos.

Não basta apenas saber escrever bem, ainda tem que saber interpretar o que ouvee responder perguntas com lógica e clareza, a criança necessita ter as ideias organizadase a linguagem oral desenvolvida. Para que isso ocorra, é essencial que o professorpromova atividades em que simulem fatos do cotidiano com diferentes níveis dalinguagem. Dessa forma, estimulando e organizando as ideias antes de falar em cadatipo de comunicação.

Page 6: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145130

Nesse sentido, Araújo (1965, p. 25) enfatiza:

A linguagem evolui dentro das possibilidades de cada aluno, emsituações ricas de estímulo e satisfação, num clima emocional econvidativo. Quando o ambiente escolar favorece a expressãoespontânea, a criança manifesta-se livremente sem problemas e semconstrangimento.

O debate e a discussão mediada são estratégias importantes para a formaçãoeducacional de nossos alunos, pois estimula o desenvolvimento do pensamento crítico ea prática da elocução, além de auxiliar no processo de desenvolvimento do raciocíniológico.

As regras do debate formal baseiam-se comumente no trabalho do General HenryMartyn Robert, autor das Regras de Ordem de Robert*. Essa obra busca:

oferecer os métodos de organizar e conduzir reuniões, as obrigaçõesdos dirigentes, e os nomes das moções ordinárias, mas também umadeclaração sistemática em referência à cada moção, quanto ao seuobjeto e efeito, se ela pode ser emendada ou debatida, se debatível aextensão à qual ela abre a questão principal ao debate, ascircunstâncias sob as quais ela pode ser feita, e quais outras moçõespodem ser feitas enquanto ela está pendente. (Prefácio de Regras deOrdem de Robert – Ed. 1915)

Portanto, a preparação do debate deve obedecer a alguns pontos, a saber: A resolução a ser debatida deve ser previamente trabalhada de forma ampla e

irrestrita; Os grupos devem ser organizados; As regras do debate devem ser estipuladas, incluindo tempo de exposição que

cada grupo terá à disposição; Os grupos devem ter tempo hábil para pesquisar o tópico em questão e construir

uma argumentação lógica; Os grupos devem reunir evidências e exemplos que servirão de suporte para sua

argumentação; Os grupos devem ter em mente que contra-argumentos devem ser previamente

preparados para que possam sustentar o debate; Os grupos devem organizar uma ordem de fala entre seus integrantes;

Page 7: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145131

O professor organizará a sala previamente, dando espaço para ambos os gruposde debatedores e os jurados.É ampla a quantidade de estratégias metodológicas abrangendo a oralidade, uma

bem significativa nas aulas de Língua Portuguesa, é o seminário, além de desenvolvera oralidade, ele aprofunda o conhecimento em determinado tema.

Para que haja eficácia no ensino de gêneros orais, é necessário um conjuntosistemático, planejado de atividades, com a finalidade específica para oensinoaprendizagem de um determinado gênero, neste caso específico, o seminário.

De acordo com os PCNs a escola deve “organizar um conjunto de atividadesque possibilitem ao aluno desenvolver o domínio da expressão oral e escrita emsituações de uso público da linguagem” (p.35), devendo ela levar em conta o contextode produção, as características dos gêneros e suportes.

Enfim, os objetivos centrais do estudo da língua portuguesa são o decompreender e ser compreendido em qualquer situação comunicativa. Para isso, éimportante ter clareza, objetividade, ser interessante e ser organizado de formaplausível. Fazendo parte dessa organização estão presentes os elementos de construçãotextual, a coesão e a coerência.

A coesão é a união das ideias de forma clara e ordenada, mantendo uma relaçãode significância entre as ideias (parágrafos). Quando se fala em coerência, refere-se àlógica, sem que haja distorções, tornando o texto de difícil entendimento. Todo textopossui uma intencionalidade, quando esse se desenvolve de forma objetiva, clara,organizada, e o “diálogo” entre os interlocutores (escritor/leitor e falante/ouvinte) fluiestabelecendo uma boa comunicação, tem-se um texto coerente.

ANÁLISE LINGUÍSTICA E ENSINO DA GRAMÁTICA

Os PCNs sugerem, como metodologias para o ensino da Língua Portuguesa,atividades que incluam o uso da língua, como a interpretação e produção de textos oraise escritos em diferentes tipos e gêneros textuais, e posteriormente, de atividades quevisem a reflexão sobre a nossa língua e as possibilidades de seu uso.

O eixo da reflexão é o que denominamos de análise linguística, então tendocomo obetivo tornar o educando leitor e produtorde textos coerentes, tal análiseconstitui-se num estrumento capaz de refletir a organização do texto escrito; umtrabalho que perceba o texto como resultados de opções temáticas e estruturais feitaspelo autor, tendo em vista seu interlocutor e a intencionalidade para com o mesmo.

Page 8: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145132

Dessa forma, o aluno deverá compreender a forma de como o texto foi organizado,observando os seguintes fatores: elementos gramaticais; tipo de discurso; sequência deideias defendidas pelo professor; interlocutor; o contexto da produção e; os efeitos desentidos provocados pelos recursos linguísticos usados.

Segundo Mendonça (2006, p.205), “o termo “análise” linguística surgiu paradenominar uma nova perspectiva de reflexão sobre o sistema linguístico e sobre os usosda língua, com vistas ao tratamento escolar dos fenômenos gramaticais, textuais ediscursivos”. Assim, cria-se um novo entendimento do ensino da gramática,contrapondo-se ao ensino da gramática tradicional baseado na prescrição da língua. Emsuma, o ideal seria estratégias metodológicas englobando as regras gramaticais combase nos usos das mesmas na linguagem, contribuindo para a formação de leitores-escritores.

A gramática tradicional objetiva estabelecer regras de uma língua,desconsiderando o caráter flexível, a variação e o funcionamento da mesma . De acordocom Faraco e Castro (2000, p.180):

A crítica básica e fundamental dos linguistas ao ensino tradicionalrecai sobre o caráter excessivamente normativo do trabalho com alinguagem nas escolas brasileiras. Segundo essa crítica, as nossasescolas, além de desconhecerem a realidade multifacetada da língua,colocou de forma desproporcional a transmissão das regras econceitos presentes nas gramáticas tradicionais, como o objeto nuclearde estudos, confundindo, em consequência, ensino de língua com oensino de gramática.

Esse pensamento tradicional é refletido por alguns autores de livro didático, emque demonstram mais preocupação com o ensino da gramática isolado de todo ocontexto da língua. Tal pensamento também é compartilhado por alguns professores,pois acreditam que o ensino da língua portuguesa divide-se a análise linguística e aanálise gramatical. Tal fundamento contrasta com PCN de Língua Portuguesa para oEnsino Fundamental (1998, p.60)

[...] não se deve sobrecarregar os alunos com um palavreado semfunção, justificado exclusivamente pela tradição de ensina-lo. O doque deve ser ou não ensinado é muito simples; apenas os termos quetenham utilidade para abordar os conteúdos e facilitar a comunicação

Page 9: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145133

nas atividades de reflexão a língua excluindo-se tudo o que fordesnecessário e costuma apenas confundir os alunos.

Ensinar algo sem utilidade resulta em baixo índice de aproveitamento dosalunos, apesar de estudar a gramática por anos, o aluno não consegue internalizar aaplicação prática do que está em “estudo” em seu dia a dia, consequentemente adquireum conceito sobre a dificuldade do estudo da língua portuguesa e fica inseguro quantoao uso de sua língua materna. Dessa forma o ensino torna-se: descontextualizado;fragmentado; baseado em memorização de regras; predominando o ensino da normaculta; inflexível; prescritiva; dentre outros.

O ponto de partida para se elaborar uma estratégia de ensino para LínguaPortuguesa, é atrelar a análise linguística ao saber linguístico do aluno, tendo comoreferência as variedades da língua de acordo com a região ou esfera social em que omesmo vive. Sugere-se que o professor realize atividades comparativas dos níveissemânticos, morfológicos e sintáticos de diferentes variedades linguísticas, visando,então, o desenvolvimento e a internalização da linguagem pelo aluno. Possenti (1996,p.70) justifica esse método afirmando que existe “uma gramática na mente dos falantesque funciona como a fonte das formas linguísticas produzidas”. Para ele a escola nãodeve apenas ensinar uma variedade no lugar da outra, mas também, ensinar asvariedades que os alunos não conhecem, levando em conta que devemos prepará-lospara executar seu papel de cidadão em qualquer localidade ou meio social. Deve-sepromover um ensino menos centrado na metalinguagem e mais em situações que levemo aluno a dominar as modalidades de uso.

Usando esse método, o educando terá contato com diversos tipo de texto(diferentes contextos e situações) o que proporcionará condições para comparação eanálise da construção e alterações de oração, assim, refletirá as funções dos elementosgramaticais dentro do texto. Possenti (1996) define a linguagem como uma forma deinteração e com esse método, a gramática é internalizada.

Concordando com esse método, Mattos e Silva (2006, p.282) esclarecem que,

Os professores de português, por necessidades exigidas por nossasociedade discriminatória, têm de explicitar a seus estudantes quecertos usos variáveis são censurados em certas situaçõessocioculturais. [...] (o professor) se tiver uma boa formaçãolinguística, especificamente sociolinguística, deverá demonstrar, porexercícios, o valor social das variantes de um elemento variável noportuguês do Brasil.

Page 10: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145134

As variações linguísticas são resultantes das transformações do espaço e tempoe podem ser resumidas em três tipos: regional/geográfica, social e estilística.

A variação regional/geográfica consiste nas diferenças da língua entre falantesprovenientes de regiões ou países diferentes. Apesar da língua portuguesa ser a línguaoficial em vários países, as variedades são inúmeras, tanto no campo fonético, quantono morfológico, sintático e léxico.

A variação social está relacionada à organização socioeconômica e cultural dacomunidade, considerando a classe social, idade, grau de escolaridade e a profissão dosujeito.

Por fim, tem-se a variação contextual ou estilística, manifestada em diferentessituações comunicativas de nosso cotidiano, linguagem coloquial e culta. O uso dalinguagem adequada depende da situação em que ocorre a prática social (casa, trabalho,escola, amigo, etc.), pelos papéis envolvidos (pai, filho, professor-aluno, amigo-amigo),e, pelo o tema da comunicação (violência, brincadeira, religião). Bortoni-Ricardo (2004,p.109), explica que

Esse monitoramento também está associado aos tipos de eventos.Encontramos maior ou menor monitoramento entre eventos que sãomediados pela língua escrita e eventos mediados pela língua oral;entre eventos de explicação de um conteúdo e eventos de motivação;entre eventos dos corredores, e assim, sucessivamente.

Essas mudanças ocorrem de acordo com o tipo de interação, de forma a adaptar-se ao interlocutor e ao contexto da situação, assim sendo, são inerentes à fala, àcomunicação e aos diferentes papéis sociais de cada interlocutor.

AS DIFERENÇAS E/OU SEMELHANÇAS ENTRE LÍNGUA FALADA ELÍNGUA ESCRITA

Não se pode confundir as línguas falada e escrita, já que são dois meios decomunicação diferentes.

Dessa forma, pode-se destacar algumas características que são comuns entre asduas; tais como:

Dialogicidade: interação entre os interlocutores;

Page 11: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145135

Usos estratégicos: recursos válidos para ressaltar, concordar, refutar,dentre outros, o tema em questão;

Funções interacionistas: ato de compreender e se fazer sercompreendido, (intencionalidade);

Envolvimento: consiste em uma forma de chamar a atenção e/oudespertar a curiosidade do leitor/ouvinte para a informação que o escritor falantepretende passar;

Situcionalidade: diz a respeito das variações linguísticas de acordocom o evento e interlocutor em questão;

Coerência, a informação deve fazer sentido para quem vai recebe-lo e;Dinamicidade, consiste na fluência do dialogo.

No que tange às particularidades, a língua falada é mais espontânea, nãohavendo uma preocupação com gramática normativa. Os falantes estão em presença e oenunciado vai sendo construído a partir da interação entre eles, por isso não se trata deuma prática. A língua falada possui elementos que contribuem para o entendimento einteração entre os interlocutores, os marcadores conversacionais.

Segundo Marcushi (2003, p.136), “os marcadores conversacionais podem serdivididos em três tipos de evidências: verbais, não verbais e suprassegmentais”. Osverbais formam uma classe de palavras ou expressões sem fins para contribuição denovas informações. São notados no início do discurso (e aí? opa!), no meio (hum! daí),no fim (né?, não foi?), e é percebido que os seus usos dependem da intencionalidade nomomento, como de apoio (sabe, né?), retificação (entende?), de hesitação (ah, eh), deatenuação de conversa (ah para, né, fala sério), dentre outros. Os não verbais referem-seà expressão facial (enfatiza o estado de espírito do interlocutor sobre a situação),gesticulação ou qualquer outra manifestação física que contribua para a comunicação. Eos recursos suprassegmentais são as pausas como fim de verificação de que ointerlocutor está acompanhando o seu raciocínio e, o tom de voz.

O contexto da escrita é diferente, há um distanciamento entre o escritor e oleitor, a linguagem precisa ser mais clara e objetiva, de tal maneira que não hajadúvidas e mal entendimentos quanto a informação que se pretende transmitir

Pode-se afirmar, que a sintaxe escritas e falada são distintas, enquanto aprimeira é um processo, permitindo o planejamento e reescrita até o seu resultado final(a parte em que o leitor terá contato) a última, por ser espontânea, não há essapreocupação quanto ao desenvolvimento das ideias, até porque, em caso de dúvida, há apossibilidade de readequação.

Page 12: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145136

Dessa forma a escola deve propor atividades que envolvam produção textual eoralidade para que a criançã possa aprender as relações existentes entre a fala e aescrita, facilitando assim seu desenvolvimento social e o uso assertivo e consciente dalíngua

A CARACTERIZAÇÃO DE CATEGORIAS DE TEXTO

Identificar, diferenciar e caracterizar as categorias dos textos é um dos objetivosdo ensino da Língua Portuguesa. Segundo Bronckart (1997, p.71)

[...] texto designa: toda unidade que veicula uma mensagem, isto é,um fato do discurso: uma expressão falada ou escrita formando umtodo significativo independente de sua extensão. Pode ser formadoapenas pela linguagem verbal (um poema, um romance), apenas pelalinguagem visual (um desenho, uma pintura), como também pelaslinguagens e visuais (uma em quadrinhos, um filme e etc.).

Assim, ao se analisar um texto circulante em uma sociedade e cultura, tanto adiferenciação, quanto a identificação do mesmo, dependem de sua caracterização, amesma sendo feita por alguns critérios como: o conteúdo temático; a estruturacomposicional; intencionalidade; características da superfície linguística e; as condiçõesde produção. A categoria de texto é um conjunto de textos com características comuns,mas distintas de outras categorias. São exemplos de categoria: carta; conto; fábula;novela; romance; e; etc. Em suma, é o resultado da relação entre o gênero e a tipologiado texto.

O primeiro critério mencionado é o conteúdo temático, consiste na informaçãoque se pretende passar, e o que se espera na leitura e compreensão, dessa forma,estabelecer gênero mais apropriado.

Seguindo os critérios apontados tem-se, a estrutura composicional, a sequência(roteiro) do texto, como por exemplo, a estrutura de uma carta que contém: local e data;vocativo; saudação; introdução; corpo; despedida e; assinatura. Isso considerando asfunções da mesma, o do estabelecimento de contato, realização do propósito e afinalização do contato.

O terceiro critério é a intencionalidade, diz respeito aos objetivos que o escritorpretende alcançar com o seu texto (informar, convencer, divertir, esclarecer, etc.). Os

Page 13: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145137

textos do tipo argumentativo têm como função convencer/persuadir o leitor a fazer algoou concordar com o ponto de vista do autor. Sempre que ele constrói um texto, temcomo função de entrar num processo (enunciação), onde será colocado todo o seuconhecimento sobre o mundo e, assim, o seu interlocutor ser capaz de compreender assuas intenções.

O próximo critério são as características da superfície linguística do texto ouestilo, consiste no uso da língua nos planos fonológico, morfológico, sintático,semântico, pragmático, lexical, frasal e textual. Travaglia (2007, p.64) exemplifica

[...] se tomarmos a forma verbal “presente do indicativo” que aparecenos textos narrativos (história ou não história), injuntivos,dissertativos dos mais variados gêneros, veremos que ela exercepapéis ou funções deferentes em cada caso. Na narrativa passada,pode ter papel de relevo emocional, na narrativa presente real, suafunção é marcar a relação entre o tempo da enunciação e o referencialcomo simultânea.

Então, os usos de tais recursos visam auxiliar a interação entre o escritor e oleitor levando-se em conta o contexto histórico, social, e econômico dos interlocutores.Faz-se necessário ressaltar que não se trata somente do recurso linguístico utilizado,mas também de suas relações com a categoria.

O último critério são as condições de produção, baseia-se em observar quemproduz, para quem, quando, onde, o suporte, o serviço, etc. Inclui-se aqui a esfera deação social, formação social, domínio discursivo dos interlocutores. Para fim de melhorcompreensão será transcrito um exemplo dado por Araújo (2006, p.156) de comogênero pode mudar de acordo com o suporte e a influência na comunicação.

[...] o suporte é determinante para distinguir o gênero exemplificando,tomemos o seguinte texto:Paulo,Parabéns! Você passou no vestibular!Um abraço!Sua mãe, Maria.Esse texto, se for escrito em um pequeno pedaço de papel e colocadopor Maria sobre a mesa da sala, para que Paulo, ao chegar de umaviagem tenha contato com o fato exposto, tal texto é um bilhete. SePaulo estiver trabalhando, em chegar em casa “correndo” para apenas

Page 14: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145138

tomar um banho e ir à faculdade [...] ao ouvir na secretária eletrônicaesse texto, ele muda para um recado. Se Paulo fizer uma viagem denegócios, e, no local em que estiver, abrir sua caixa de mensagens nainternet, e deparar com esse texto, ele terá um e-mail. Numa outrasituação, se Paulo tiver feito um vestibular numa cidade distante ondesua mãe mora, e caso Paulo não possuísse telefone, sendo que seuresultado lhe será informado por sua mãe que lhe enviará umtelegrama com esse texto, temos assim um novo gênero. Podemosperceber que em todos os gêneros, o conteúdo não mudou, teve omesmo fim, no entanto, o que determinou a caracterização dogênero – bilhete, recado, e-mail, telegrama – foi exatamente o suporte,ou seja, o gênero acabou por ser identificado graças a sua relação como suporte.

Pelo exemplo de Araújo (2006), pode-se compreender que o tipo decomunicação e o meio utilizado influenciam na caracterização do texto.

Enfim, ao se pensar em elaborar e/ou analisar um texto, deve-se ter em mente asdiversas características que o compõe e é a partir da relação dessas características e dotexto com o leitor/ouvinte que serão definidos os gêneros e tipos textuais adequados.

Tipologia textual

A tipologia textual é definida pela predominância de algumas estruturassintáticas, sua relação com a função do texto, é a forma como o texto é apresentado. Ostipos de texto que serão abordados nesse trabalho são: narrativo, descritivo, dissertativo(argumentativo), injuntivo ou diretivo e, por fim, o preditivo. O tipo de texto serádefinido a partir da atitude do locutor diante da informação que pretende passar, diantedo(s) interlocutor(es), e a atitude deste(s), por sua vez, diante do que está sendoenunciado, tudo isso estabelecendo uma relação de comunicação.

Na narração, as situações abordadas (ações, eventos) são marcadas com asequência de fatos que ocorrerão no decorrer do texto. As organizações desses fatospossuem uma relação de anterioridade e de posterioridade em relação ao temporeferencial. Assim, a narração possui um narrador (pode ou não participar dosacontecimentos), os personagens, o tempo e o espaço. Sua estruturação básica é:introdução (apresenta os personagens, o tempo e o espaço); desenvolvimento(construção da trama a partir dos atos dos personagens até o clímax) e; desfecho(conclusão do clímax).

Page 15: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145139

Na descrição, não há uma progressão temporal. A ordenação das situações se dánuma relação de simultaneidade. Nesse tipo de texto, os aspectos de um objeto, pessoa,cena, etc., descritos inserem-se em um momento estático do texto, não havendo, assim,uma relação de anterioridade e posterioridade entre os fatos que figuram a coisadescrita. Esse tipo de texto é comumente associado à narração, cumprindo váriasfunções. Neis (1985, p.61) aponta algumas delas:

Contribuir o cenário da narrativa; Fazer o retrato de uma personagem; Exprimir ponto de vista de um personagem; Introduzir enunciados explicativos de ações anteriores; Assumir as apreciações e os conhecimentos do autor; Anunciar prospectivamente ações mais ou menosprevisíveis; Estabelecer as ísotopias do contexto; etc.

Dessa forma, são dados significativos que serão acrescentados à narrativa com aintenção de dar uma grande riqueza de detalhes ao leitor.

Na dissertação, a ideia central é a defesa de um ponto de vista, logo, baseia-se naargumentação, apresentada de forma lógica e coerente e, no desenvolvimento do tema.Para isso, sua estrutura é dividida em três partes essenciais, tese (introdução), antítese(desenvolvimento) e nova tese (conclusão). Os textos argumentativos, além deopinativos, buscam persuadir o leitor.

Já a injunção, em relação ao tempo referencial, é caracterizada pela indiferença àsimultaneidade ou não das situações, esse tipo de texto indica como realizar uma ação esua ordenação das situações é feita de maneira a atingir o fim pretendido.

Por fim, há a predição caracteriza-se por predizer algo ou o levar o interlocutor acrer em alguma coisa, a qual ainda vai ocorrer, como previsões astrológicas emeteóricas. No texto há a predominância dos verbos no futuro do indicativo eexpressões temporais que remetem para uma dimensão posterior à da produção do texto.

Em suma, essas relações entre os interlocutores e o modo enunciativo vãoestabelecer o tipo de texto adequado para a interação dos mesmos. Travaglia (1991,p.50) explica que:

[...] a descrição instaura o interlocutor como “voyeur” do espetáculo, anarração o instaura como assistente, o “espectador não participante”, adissertação, como ser pensante, que raciocina, e a injunção, como

Page 16: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145140

aquele que realiza aquilo que se requer, ou se determina que seja feito,aquilo que se deseja que seja feito ou aconteça.

Cada uma dessas situações estabelece um tipo de discurso especifico,configurando efeito de sentidos distintos.

Gêneros textuais

O gênero textual é a forma como a língua é empregada nos mais variados textosda comunicação, portanto, não pode ser visto como uma construção acabada,considerando a sua estrutura interna, já que é produzida e produtora de história dasdiferentes situações sociais. Como concorda Brandão (2000, p.37) ao dizer que

Assumir uma concepção de linguagem como interação social, portantodialógica, significa considerar o texto em suas múltiplas situações deinterlocução, vê-lo como produto de trocas verbais sociais situadas nadinâmica de uma dada comunidade linguística. Desse modo, quandoum indivíduo atua – fala/escreve, ouve/lê um texto – ele antecipa outem uma visão do texto como um todo acabado justamente peloconhecimento prévio do paradigma dos gêneros a que ele teve acessonas relações de linguagem.

Logo, entende-se que o professor deva propor situações em que o aluno possaexercitar as práticas sociais de interação, tanto oral quando escrita, seus diferentesgêneros. Esse sendo definido como um conjunto de textos que apresentemcaracterísticas sócio comunicativas baseadas pelos conteúdos, propriedades funcionais,estilo e composição.

EXPECTATIVA DE APRENDIZAGEM EM LÍNGUA PORTUGUESA NO 5°ANO

As expectativas definem as intenções básicas de aprendizagem de umdeterminado processo de ensino para um determinado período de tempo, ou seja, asproficiências mínimas que se pretendem que o aluno construa, e não o máximo possívela ser conseguido em um delimitado tempo.

Page 17: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145141

Definir as expectativas de aprendizagem permite orientar o processo de ensino,dando-lhe mais objetividade, clareza, progressões coerentes e suas implicaçõesdidáticas. Por exemplo, no processo é preciso ser determinado: o modo em que oaprendizado acontece; o objeto de ensino e; identificar os conteúdos.

O critério de seleção de conteúdos relaciona-se à proficiência leitora e escritorapretendida para o aluno. Isto é, promover o desenvolvimento de todos os conhecimentosque o educando precisa ter para participar de maneira adequada e suficiente dos diversaspráticas de linguagem que se realizam nas diferentes circunstâncias sociais decomunicação, quer seja oral ou escrita.

Segundo Brasil (1998, p.65 e 66),

[...] é preciso avaliar sistematicamente seus efeitos (do tratamentodidático) no processo de ensino, verificando se está contribuindo paraas aprendizagens que se espera alcançar [...] os conteúdosselecionados podem não corresponder às necessidades dos alunos ouporque se referem a aspectos que já fazem parte do seu repertório, ouporque pressupõem o domínio de procedimentos ou de outrosconteúdos que não tenham, ainda, se constituído para o aprendiz, demodo que a realização das atividades pouco contribuirá para odesenvolvimento das capacidades pretendidas.

Dessa forma, a seleção dos conteúdos deve ter uma relevância para o aluno, istoé, a aplicabilidade do estudo do objeto em sua vida.

Para Vygotsky (1984, p 48), “aprendizado e desenvolvimento se relacionam demaneira complexa e dinâmica”. Isso porque a aprendizagem converte-se emdesenvolvimento no decorrer da vida social do aluno.

Ao fim do 5º Ano, com base nos PCN (1998) espera-se que o aluno saiba:Compartilhar a escolha de obras, os comentários e os efeitos das obras lidas

com os colegas;Usar o conhecimento que tem sobre os autores para interpretar o texto; Perceber no texto lido a relação de tipologia e gênero textual; Planejar o texto antes e quando estiver escrevendo, levando-se em conta a

intencionalidade, o leitor e a situação; Pesquisar matérias de leitura que auxiliem na produção escrita;Revisar e reescrever um texto; Selecionar o material que será usado de melhor forma no texto;

Page 18: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145142

Aprofundar e reorganizar o conhecimento; fazendo resumos, relacionando asinformações lida com relevância do tema;

Elaborar textos escritos como base para exposições orais;Narrar oralmente fatos do cotidiano e debater sobre eles.Enfim, espera-se que o professor use estratégias metodológicas capazes de

estimular o hábito de leitura em seus alunos e gradativamente ir escolhendo textos deescrita e conteúdo mais complexos, com o fim de ir ampliando o vocabulário, sensocrítico e conhecimento.

CONCLUSÃO

Este trabalho procurou propor variadas estratégias metodológicas, que que visemauxiliar a prática docente, tornando as aulas de língua portuguesa mais atrativas esignificativas aos alunos, assim, adquirindo um caráter proficiente.

O ensino atual da disciplina foca a prática do cotidiano e mescla atividades defala, leitura e produção de texto desde cedo. Tais atividades baseiam-se na propostaconstrutivista consistidas na concepção interacionista da linguagem, a relação entre oindivíduo e a sociedade, além do efeito da interação social, da linguagem e da culturasobre o processo de ensinoaprendizagem. Dessa forma, a criança observa o que o outrofala, o porquê fala e, como fala, internalizando e se apropriando do que viu e ouviu.

Assim, a escola não tem como ensinar a língua materna para a criança, já que elaé própria do homem. O papel da escola é o de desenvolver a linguagem já adquiridapelo aluno para que o mesmo possa ser capaz de se expressar e compreender emqualquer esfera e situação social.

Para que esse desenvolvimento ocorra, a escola juntamente com o professordeve elaborar atividades que ponham os educandos em contato com as variedades delínguas e manifestações verbais/orais e promover a reflexão dos diferentes usos dalíngua em suas interações sociais. Tais atividades consistem em: estudar os tipos egêneros textuais; produzir diferentes tipos e gêneros textuais; analise linguística (comoforma de aprimoramento de um texto) e; a linguagem formal na oralidade.

Então, pode-se afirmar que o professor que é leitor, escritor, pesquisador,comprometido, mediador e interacionista procura buscar caminhos que valorizem aspotencialidades dos alunos e reconhece a diversidade de nível de aprendizagem dosmesmos, notadamente ensina melhor, cumprindo o seu papel de professor e também deeducador.

Page 19: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145143

REFERÊNCIAS

AGUIAR, Lilian Maria Martins De. “Educação na Idade Média”. Brasil Escola.Disponível em <http//brasilescola. uol.com.br/historiag/educação-na-idade-media.htm>.Acesso em 30 de abril de 2016.

ANTUNES, J. Aula de Português: encontro e interação. São Paulo: Parábola Editorial,2003.

ARAÚJO, Maria Yvonne Atalécio de. Experiencias de linguagem oral na EscolaPrimária. Rio de Janeiro: Editora Nacional de direito, 1965.

BEZERRA, Mª Auxiliadora. “Seminário” mais que uma técnica de ensino: umgênero textual. Trabalho apresentado em congresso, 2003.

BORDINI, Maria da Glória; AGUIAR, Vera Teixeira. Literatura: a formação do leitor(alternativas metodológicas). Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.

BORTONI-RICARDO, S.M. Educação em língua materna: a sociolinguística na salade aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.

BRANDÃO, H.N. (org). “Textos, gêneros do discurso de ensino”. In Brandão, H.N.(coord). Aprender a ensinar com textos. (gênero do discurso na escola: mito, conto,cordel, discurso político, divulgação científica). São Paulo: Cortez, 2000.

BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: primeiro esegundo ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa. Secretaria de EducaçãoFundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRONCKART, J.P. Atividades de linguagem, textos e discursos. Por uminteracionismo sócio-discursivo. São Paulo: EDUC, 1997.

CAMPOS, A. A formação do leitor através do método recepcional. In: Cadernos deEnsino da FAPA – n° 2 – 2° SEM, Porto Alegre, 2006. Disponível em:www.fapa.com.br/cadernosfapa. Acesso em 18/05/2016.

Page 20: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145144

CASTILHO, Ataliba T. A língua falada no ensino de português. São Paulo: Contexto,1998.

CHARÃO, Cristina. Políticas Públicas. Formação do professor leitor é o primeirodesafio de políticas de incentivo à leitura nas escolas. Ano 8, n° 42, DEZ 2014/JAN2015. São Paulo: Segmente, 2014.

CHAROLLES, M. Introdução aos problemas da coerência dos textos. In: Galves,C.,Orlandi, P.F; Otoni, P. (org). Texto: leitura e escrita. Campinas: Pontes, 1997.

COSSON, Rildon. Letramento literário: teoria e prática, São Paulo: Contexto, 2009.

FARACO, C.A. Castro G. Por uma teoria linguística que Fundamente o Ensino daLíngua Materna. Educar em revista., V. 15, p.179 – 194, Curitiba: UFPR, 2000.

FÁVERO, Lopes Leonor; ANDRADE, Maria Lucia C.V.O.; AQUINO, Zilda G.O.Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino da língua materna. São Paulo:Contexto, 2005.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1990.

MARCUSHI, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. SãoPaulo: Cortez, 2003.

MATÊNCIO, M.L.M. Referenciação e retextualização de textos acadêmicos: umestudo do resumo e da resenha. In: III Congresso Internacional de Abralin. 2003, Rio deJaneiro. Anais... Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2003.

MATTOS E SILVA, R.V. Tradição gramatical e gramática tradicional. São Paulo:Contexto, 2006.

MENDONÇA, Marcia. Análise linguística no ensino médio: um novo olhar, um outroobjeto. In: BUNZEN, Clécio.; MENDONÇA, Marcia (org.). Português no ensino médioe formação do professor. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.

Page 21: Artigo PORTUGUESA:PARAO5°ANODOENSINOFUNDAMENTALrevistatcbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/04/2110.pdf · Para desempenhar o papel de mediador e facilitador na ... extensão à

Volume 2, Número 1ISSN 2527-0532

João Pessoa, 2018

Artigo

ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA:PARA O 5° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Páginas 125 a 145145

NEIS, A. Ignácio. Por que uma Linguística Textual? In: Letras de hoje, n° 18, junho.Porto Alegre: PUC – RS, 1985.

PASSARELLI, Lílian Maria Ghiuro. Ensino e correção na produção de textosescolares. São Paulo: Telos, 2012.

POSSENTI, S. Por que (não) ensinar gramática na escola. São Paulo: Mercado dasLetras, 1996.

ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da Educação no Brasil (1930/1973).Petrópolis: Vozes, 1984.

RUIZ, Eliana Maria Severino Donaio. Como se corrige redação na escola. Campinas:Mercado de Letras, 2001.

SAVIANI, Demerval. Educação brasileira: estrutura e sistema. São Paulo: Autoresassociados, 2000.

SCHNEUWLY, Bernad; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola.Tradução de Roxane Rojo e Glais Sales Cordeiro. Campinas: Mercado das Letras, 2004.

SILVA, Ezequiel T. da. Leitura na Escola e na Biblioteca. São Paulo: Papirus, 2003.

SOARES, Magda. Linguagem e escola. Uma percepção social. São Paulo: Ática, 1986.

TRAVAGLIA, L.C. Das relações possíveis entre tipos na composição de gêneros.Trabalho apresentado no 4. Simpósio Internacional de Estudos de Gêneros Textuais(SIGET). Florianópolis, 2007.