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1
ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO DE UMA VARIANTE DO GENE CD40L E O PÊNFIGO 1
FOLIÁCEO 2
3
Carolina Maciel CamargoI, Danielle Malheiros
II, Maria Luiza Petzl-Erler
III 4
5
I Graduanda do curso de Ciências Biológicas na Universidade Positivo, Curitiba, PR, Brasil. 6
II Doutora em Genética, professora titular na Universidade Positivo, Curitiba, PR, Brasil. 7
IIIDoutora em Genética Humana, coordenadora do Laboratório de Genética Molecular 8
Humana, Departamento de Genética, Universidade Federal do Paraná. 9
10
Correspondência: 11
Dra. Danielle Malheiros, Universidade Positivo, Rua Professor Pedro Viriato Parigot de 12
Souza, 5300 - Cidade Industrial, Curitiba, PR, Brasil. 13
E-mail: [email protected]. 14
15
Palavras-chave: fogo selvagem, CD40L, rs3092945, doença autoimune, estudo de associação 16
caso-controle. 17
18
19
20
21
22
23
24
2
RESUMO 25
26
O pênfigo foliáceo (PF) é uma doença autoimune endêmica no Brasil, de etiologia 27
complexa e pouco conhecida. O gene CD40L, localizado no cromossomo X, codifica a 28
molécula CD40L, expressa principalmente em células T CD4+ ativadas e de papel 29
fundamental na resposta imune celular e humoral. Em razão de suas funções, variabilidade e 30
associações com diversas doenças autoimunes, esse gene é candidato a conferir 31
susceptibilidade ao PF. O polimorfismo rs3092345 (-726T>C) está localizado na região 32
promotora do referido gene e sua associação com o PF já foi encontrada em estudo anterior. O 33
objetivo do presente trabalho foi analisar uma amostra independente de pacientes e controles e 34
subsequentemente reunir esta amostra à já genotipada para ampliar o tamanho da amostra. 35
Para tanto, a genotipagem dos pacientes e controles foi feita através da técnica PCR-RFLP. 36
Foram analisados 155 pacientes e 95 controles. Foi observado apenas um aumento no número 37
de portadores do alelo T em pacientes (OR = 2,50; P = 0,045). Contudo, quando esta amostra 38
foi reunida à amostra já analisada anteriormente, a associação previamente encontrada, de 39
maneira geral, permaneceu. Foi observada uma frequência maior de alelos T (OR = 1,69; P = 40
0,030), uma diminuição de C (OR = 0,58), e uma frequência maior de portadores do alelo T 41
(OR = 4,80; P = ≤10-3
) em pacientes da amostra conjunta de homens e mulheres. A 42
frequência do alelo T foi maior em homens pacientes do que em controles (OR = 3,34, P = 43
0,017), e tendências de associações foram observadas em mulheres. Diferenças 44
estatisticamente significativas também foram encontradas em afrobrasileiros e eurobrasileiros. 45
Os resultados não reproduzem totalmente aqueles do estudo anterior, no entanto, a associação 46
foi confirmada na amostra conjunta. Fica assim demonstrada a importância do tamanho da 47
amostra para os estudos de associação. Os resultados desse estudo levam-nos a concluir que o 48
polimorfismo analisado tem influência na patogênese do PF. 49
3
INTRODUÇÃO 50
51
O pênfigo é um grupo de dermatoses bolhosas autoimunes, raras e órgão-específicas, 52
cuja manifestação cutânea consiste em vesículas e bolhas na pele (Cunha e Barraviera, 2009). 53
A formação de bolhas ocorre através da acantólise (perda de adesão entre os queratinócitos), 54
mediada por autoanticorpos patogênicos que se acumulam nas superfícies dos queratinócitos e 55
são direcionados contra proteínas desmossômicas, as desmogleínas (Dsg) (Martel e Joly, 56
2001; Gonçalves et al., 2011). No pênfigo foliáceo, o antígeno reconhecido é a Dsg1. A 57
doença ocorre no mundo todo, mas sua forma endêmica – o pênfigo foliáceo endêmico (PF) 58
ou fogo selvagem – ocorre no Brasil, além de outros países, porém aqui apresenta sua maior 59
incidência (Campbell et al., 2001; Qian et al., 2012). 60
A etiologia do PF ainda é obscura, mas a agregação temporal e geográfica da doença 61
sugere que a exposição recorrente a determinados fatores ambientais é crucial para o seu 62
desenvolvimento (Diaz et al., 2008). A exposição a picadas de insetos hematófagos parece 63
estar envolvida com a etiologia do PF: Lutzomyia longipalpis (mosquito palha), reduviídeos 64
(barbeiros) e simulídeos (borrachudos) (Qian et al., 2012). A etiologia do PF (fig. 1) parece 65
ocorrer em duas fases. Foi proposto que, em um primeiro estágio, um antígeno ambiental que 66
possui uma sequência semelhante ao domínio EC5 da Dsg1 desencadeia uma resposta não 67
patogênica à Dsg1. Nessa fase, o indivíduo não apresenta lesões cutâneas. A seguir, em certos 68
indivíduos que apresentam susceptibilidade genética, ocorre o fenômeno de espalhamento 69
intramolecular de epítopos, através do qual algum dano tecidual acaba por expor epítopos ou 70
ainda antígenos diferentes daqueles que geraram a resposta não patogênica inicial, e que antes 71
não eram detectados pelo sistema imune, levando à produção de autoanticorpos anti-Dsg1 72
direcionados contra aos domínios EC1 e EC2 e induzindo a acantólise (Culton et al., 2008). 73
4
Para aqueles que acabam por desenvolver a doença, o período entre as duas fases pode durar 74
até 10 anos (Qaqish et al., 2009). 75
O PF é uma das poucas doenças autoimunes nas quais apenas a interação entre o 76
autoanticorpo com o antígeno é capaz de originar todos os sintomas (Hans-Filho et al., 1999). 77
Pacientes com pênfigo apresentam depósitos intercelulares de imunoglobulinas, 78
predominantemente IgG4, mas também IgG1, IgG2, IgE e IgM, nas membranas dos 79
queratinócitos (Aoki et al., 2005; Calvanico et al., 1991; Qian et al., 2011), juntamente com 80
depósitos de complemento, especialmente C3 (Martel e Joly, 2001). A resposta celular 81
também é essencial na patogenia do PF já que as células B, no estágio da produção de 82
autoanticorpos, requerem a interação com células T auxiliares CD4+, especialmente do tipo 83
Th2 (Culton et al., 2008; Lin et al.,2000). Esse fato foi confirmado por Lin et al. (2000), que 84
demonstraram que linfócitos T CD4+, os responsáveis por regular a produção de anticorpos, 85
proliferam e apresentam uma resposta antígeno-específica restrita ao HLA-DR e direcionada 86
ao Dsg1 em pacientes com PF. 87
Aproximadamente 18% dos casos de pacientes com PF são familiares, e a agregação 88
familial evidencia a importância de fatores genéticos no desenvolvimento da doença (Castro e 89
Proença, 1983). 90
Alelos de genes do complexo MHC estão diretamente associados com o PF e doenças 91
autoimunes em geral. Os produtos dos alelos associados a maior susceptibilidade poderiam 92
facilmente interagir e apresentar autoantígenos, iniciando assim uma resposta de células T 93
autorreativas. Alternativamente, poderiam falhar na indução de tolerância central ou 94
periférica. Moléculas HLA classe II, por exemplo, possuem pockets que interagem com 95
aminoácidos de peptídeos ligantes. Polimorfismos das moléculas HLA II, portanto, podem 96
alterar esses sítios de ligação e, assim, os produtos de diferentes alelos ligam conjuntos 97
diferentes de antígenos exógenos e de autoantígenos (Tron et al., 2005). Há comprovada 98
5
associação entre o PF e alelos de HLA-DRB1. Foi proposto que os produtos dos alelos 99
associados à susceptibilidade aumentada compartilham um epítopo representado pela 100
sequência de aminoácidos LLEQRRAA nas posições 67-74 no terceiro domínio hipervariável 101
da molécula, o que sugere que a herança dessa sequência esteja envolvida com o 102
desenvolvimento da doença (Moraes et al., 1997). Entretanto, essa hipótese não foi 103
corroborada em outro estudo (Pavoni et al., 2003). 104
Com relação a outros genes, já foram encontradas associações de variantes genéticas 105
de interleucina 6 (IL6), interleucina 4 (IL4) (Pereira et al., 2004), morte celular programada 1 106
(PDCD1) (Braun-Prado e Petzl-Erler, 2007), CD40, CD40L e BLYS (Malheiros e Petzl-Erler, 107
2009), CD86, CTLA4 e CD28 (Dalla-Costa et al., 2010) com o PF. Associações não foram 108
encontradas com fator de necrose tumoral (TNF), linfotoxina alfa (LTA) (Roxo et al., 2003), 109
antígeno 4 de linfócito T citotóxico (CTLA4) (Pavoni et al., 2006), BAX e TP53 (Kohler e 110
Petzl-Erler, 2006) e desmogleína 1 (DSG1) (Petzl-Erler e Malheiros, 2005). 111
O gene que codifica CD40L, o ligante de CD40 (também chamado CD40L, CD154, 112
TRAP, TNFSF5 ou CD40LG), é um candidato a susceptibilidade para doenças autoimunes, 113
devido ao papel essencial que apresenta nas respostas imunes. Em humanos, ele está 114
localizado no cromossomo X, posição Xq26-Xq27, é composto de 12-13 kb, e contém em 5 115
éxons e 4 íntrons (van Kooten e Banchereau, 2000). 116
A molécula CD40L é um potente mediador da resposta inflamatória. Pertence à 117
superfamília TNF, e pode ocorrer como proteína transmembrana ou na forma solúvel, o que 118
evidencia as suas funções de citocina (Vaitaitis e Wagner, 2010). A molécula é expressa 119
principalmente em células T auxiliares CD4+ ativadas, e em menor escala em CD8+. Pode 120
também ser encontrada em plaquetas, macrófagos, basófilos, eosinófilos, células natural 121
killers e monócitos, entre outros (Vaitaitis e Wagner, 2010). A molécula CD40 é expressa em 122
linfócitos B, células dendríticas, macrófagos, e em células não hematopoiéticas, tais como 123
6
queratinócitos e fibroblastos (Malheiros e Petzl-Erler, 2009). Enquanto a expressão de CD40 124
é constitutiva, CD40L é expressa somente após a interação do MHC de classe II com o 125
receptor da célula T e a ativação da célula T. A expressão de CD40L também é autorregulada 126
pela própria ligação do ligante com seu receptor (Thusberg e Vihinen, 2007). 127
A interação entre células T e B, mediada pela ligação de CD40 e CD40L, desencadeia 128
o sinal coestimulatório que induz a proliferação e diferenciação das células B, mudanças de 129
classe das imunoglobulinas, secreção de anticorpos, prevenção da apoptose das células B do 130
centro germinativo, maturação de afinidade, geração de células B de memória e produção de 131
IL-2 pelos dendrócitos (Lobo et al., 2000; Malheiros e Petzl-Erler, 2009). 132
A molécula CD40L está relacionada a várias doenças autoimunes, tais como lúpus, 133
diabetes tipo 1, artrite reumatoide e pênfigo (Goules et al., 2006; Caproni et al., 2007). 134
Associações entre variantes de CD40L com a susceptibilidade ao PF foram observadas 135
por Malheiros e Petzl-Erler (2009). Análises do SNP -726T>C (rs3092945) demonstraram 136
que este polimorfismo está associado fortemente com susceptibilidade ao PF. O objetivo 137
desse trabalho foi analisar uma amostra independente, ampliar a amostra inicialmente 138
analisada e refazer a análise de associação caso-controle do polimorfismo com o PF. 139
140
MATERIAIS E MÉTODOS 141
142
Amostra 143
Uma amostra constituída de 186 pacientes com PF e 105 indivíduos controle foi 144
genotipada para esse estudo. Entretanto, por razões de pareamento de estratos populacionais 145
que serão abordadas posteriormente, para as análises foram utilizados 155 pacientes e 95 146
controles - amostra esta que foi somada àquela anteriormente analisada por Malheiros e Petzl-147
Erler (2009), composta por 150 pacientes e 167 controles. Indivíduos consanguíneos, que 148
7
apresentavam outras doenças autoimunes e/ou aqueles com informações faltantes ou 149
incompletas sobre etnia ou sexo foram excluídos da amostra. 150
A coleta de sangue dos pacientes foi realizada principalmente no Hospital Adventista 151
do Pênfigo de Campo Grande, MS. 152
Os indivíduos controle analisados são residentes nas proximidades das regiões 153
endêmicas do PF. A coleta de sangue desses indivíduos foi realizada, em grande parte, no 154
Hospital Adventista do Pênfigo (Campo Grande, MS). 155
As coletas de sangue foram acompanhadas de uma extensa averiguação clínica e 156
pessoal de pacientes e controles, realizada através de entrevistas. Todos os indivíduos 157
assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, após terem recebido informações 158
sobre os objetivos da pesquisa. Os pacientes incluídos no estudo foram diagnosticados com 159
pênfigo foliáceo através de critérios clínicos e histológicos. 160
A amostra é bastante diversificada em relação aos grupos étnicos que a compõem. 161
Portanto, os indivíduos foram classificados segundo a sua origem: eurobrasileiros (EU, de 162
ascendência predominantemente europeia), amostra composta por 83 pacientes e 57 controles; 163
afrobrasileiros (AF), sendo 29 pacientes e pacientes e 13 controles; e mulatos claros (MC), 164
amostra composta de 43 pacientes e 25 controles. 165
Hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh166
Extração de DNA 167
O DNA dos indivíduos já havia sido obtido através da técnica de extração que utiliza 168
fenol-clorofórmio-álcool isoamílico (FCI) (Sambrook et al., 1989), e as amostras encontram-169
se armazenadas sob condições adequadas no Laboratório de Genética Molecular Humana 170
(LGMH) da Universidade Federal do Paraná. A concentração de uso de todas as amostras foi 171
ajustada para 20 μg/ml. 172
8
Genotipagem 173
O polimorfismo investigado está localizado na região promotora do gene CD40L, mais 174
especificamente na posição -726T>C. Toda a parte prática do estudo foi realizada no 175
Laboratório de Genética Molecular Humana da Universidade Federal do Paraná. 176
A genotipagem do SNP (Single Nucleotide Polymorphism) -726T>C (rs3092945) foi 177
realizada através da técnica PCR-RFLP (PCR - polimorfismo de comprimento de fragmentos 178
de restrição). Através dessa técnica, o fragmento que contém a posição variável é amplificado 179
por PCR e, em seguida, o mesmo é submetido a uma digestão com enzima de restrição LweI, 180
cujo sítio de clivagem (5'GCATC3') abrange a posição polimórfica -726T>C. Os tamanhos 181
esperados do produto de PCR, bem como aqueles dos fragmentos resultantes após a digestão, 182
são mostrados na figura 2. 183
Os oligonucleotídeos iniciadores utilizados nas amplificações foram a montante 5’ – 184
ATCTTCACAGCAACCTAC – 3’, e a juzante 5’ – CACTAAACTCAATGAAAGCC – 3’ 185
(Malheiros e Petzl-Erler, 2009). 186
A reação de PCR compunha-se de 0,04 μg de DNA; 0,6 μM de cada oligonucleotídeo 187
iniciador; tampão 1X (comercial, provido com a Taq polimerase Fermentas); 2 mM de 188
MgCl2; 0,2 mM de cada dNTP; 0,5 U de Taq Polimerase; e água ultrapura q.s.p. para 10 μl. 189
As amplificações foram realizadas segundo a seguinte ciclagem: desnaturação inicial por 3 190
minutos à temperatura de 95°C, seguida de 35 ciclos de desnaturação por 15 segundos a 95°C, 191
anelamento por 30 segundos a 56°C, extensão a 72°C por 40 segundos e, por fim, uma etapa 192
de alongamento por 5 minutos a 72ºC e 5 minutos a 10°C para o resfriamento. 193
A qualidade das amplificações foi verificada através de eletroforese em gel de agarose 194
1%, a 100 V durante 40 minutos. 195
Posteriormente, os amplicons foram submetidos à digestão, segundo a seguinte reação: 196
2 μl de produto de PCR; 0,3 U de enzima de restrição LweI; tampão 1X (comercial, provido 197
9
com a enzima de restrição) e água ultrapura q.s.p. para completar 6,0 μl. Para que a clivagem 198
dos amplicons ocorresse, a mistura foi submetida a uma temperatura de 37ºC por 2 horas. 199
O produto da digestão foi então misturado ao corante (tampão de carregamento e 200
GelRed) e submetido a uma corrida eletroforética em gel de agarose 3%, a uma voltagem de 201
95 V durante 1 hora e 30 minutos. 202
O padrão de bandas obtido segundo a metodologia descrita acima pode ser observado 203
na figura 3. 204
205
Análise estatística 206
As frequências genotípicas, alélicas e de indivíduos portadores foram determinadas 207
através de contagem direta, e foram comparadas entre pacientes e controles através do teste 208
exato de Fisher em tabelas de contingência 2X2. Todas as análises foram realizadas para 209
homens e mulheres separadamente. Análises comparativas entre os diferentes estratos e 210
amostras populacionais foram realizadas da mesma forma. Foram considerados 211
estatisticamente significantes os valores de P inferiores a 0,05, indicando associação da 212
variante com a doença ou diferença significativa entre amostras populacionais. As análises 213
estatísticas foram realizadas através do programa computacional GraphPad Prism 6. 214
O equilíbrio de Hardy-Weinberg para a distribuição de genótipos foi estimado com o 215
programa Hardy-Weinberg Calculator (Court, 2005-2008). 216
Para cada alelo foi estimada uma razão de chances (OR), obtida pelo método de Woolf 217
(Woolf, 1955) e utilizando-se o programa computacional GraphPad Prism 6. Os valores da 218
OR refletem o risco relativo (RR) quando se estudam características raras, como é o caso 219
desse estudo. Portanto, os valores da OR representam a chance que um portador de um 220
determinado polimorfismo genético tem de desenvolver certa patologia em relação à mesma 221
chance de um indivíduo que não possui aquela variante. Uma OR de valor 1 indica que as 222
10
chances de um portador de desenvolver a patologia são as mesmas de um não portador. ORs 223
maiores de 1 significam que as chance de desenvolver a doença são maiores para os 224
portadores do alelo e valores abaixo de 1 indicam uma menor chance. 225
226
RESULTADOS 227
228
O gene CD40L está localizado no cromossomo X e, portanto, todas as frequências e 229
análises de interesse foram calculadas para homens e mulheres separadamente. Todas as 230
amostras foram inicialmente subdivididas em eurobrasileiros (EU), mulatos claros (MC) e 231
afrobrasileiros (negros e mulatos médios e escuros, AF). 232
Na amostra genotipada para esse estudo, os estratos MC e AF foram unidos em um 233
único subgrupo denominado AFRO, sem prévios testes de homogeneidade, considerando-se 234
que o tamanho da subamostra AF era muito pequeno (apenas 29 pacientes e 13 controles). Os 235
estratos populacionais AFRO e EU foram comparados através de um teste de homogeneidade 236
para avaliar se estas etnias poderiam ser analisadas em conjunto. Não houve diferença 237
significativa entre esses estratos em pacientes (P = 0,074) ou em controles (P = 1,000) e, 238
portanto, as amostras foram agrupadas em uma amostra total. 239
Ajustes foram realizados em homens e mulheres da amostra total e dentro do subgrupo 240
AFRO para que as quantidades de indivíduos pertencentes às diferentes ancestralidades 241
fossem proporcionais nas amostras de pacientes e controles. Pacientes e controles da amostra 242
total e de ambos os subgrupos (AFRO e EU) encontram-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg 243
(HW). 244
Foram comparadas, entre pacientes e controles da amostra total (tabela 1), as 245
frequências alélicas, genotípicas e de indivíduos portadores das variantes alélicas. Há uma 246
maior quantidade de portadores do alelo T em pacientes (OR = 2,50; P = 0,045). Não foram 247
11
encontradas outras diferenças estatisticamente significantes entre pacientes e controles dessa 248
amostra. Todas as subamostras encontram-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg (HW). 249
Análises realizadas nas subamostras EU e AFRO também não mostraram diferenças 250
significativas entre pacientes e controles. 251
No estudo realizado por Malheiros e Petzl-Erler (2009), 150 pacientes e 167 controles 252
haviam sido genotipados. Para assegurar a qualidade das genotipagens, foi realizada uma 253
tipagem confirmatória de 45 dos 54 indivíduos que apresentavam genótipo T/C, C/C ou C. 254
Nesta retipagem, o genótipo de 27 indivíduos foi confirmado. Dos restantes, 14 tinham sido 255
genotipados anteriormente como T/C, mas foram alterados para T/T; 3 eram C/C mas foram 256
retipados como T/C e 1 homem teve seu genótipo alterado de C para T. Deste modo, as 257
frequências alélicas e de portadores dos alelos foram calculadas novamente para todos os 258
estratos populacionais. 259
O subgrupo AF foi unido ao MC em um subgrupo AFRO, já que o primeiro era muito 260
pequeno (29 pacientes e 24 controles) para que testes de homogeneidade fossem realizados. 261
Os subgrupos não se mostraram homogêneos para que as amostras pudessem ser reunidas em 262
uma única amostra total. Contudo, como possivelmente a diferença entre África e Europa é 263
significativa (com base nos resultados dos estudos populacionais citados adiante, na 264
Discussão), justifica-se a união dos estratos em uma amostra total, mesmo sem a realização de 265
testes de homogeneidade, desde que sejam feitos ajustes das proporções dos diferentes 266
estratos. As proporções também foram ajustadas no subgrupo AFRO. Todas as amostras 267
encontram-se em equilíbrio de HW. 268
Os resultados das análises da amostra total são mostrados na tabela 2. Foram 269
encontradas diferenças estatisticamente significativas entre pacientes e controles. Na amostra 270
conjunta de homens e mulheres pacientes, há um aumento da frequência de alelos T (OR = 271
2,66; P = 0,005), e diminuição de C (OR = 0,37). Este efeito é provavelmente causado pela 272
12
frequência aumentada de homens hemizigotos T (OR = 10,71; P = 0,009) em pacientes, e 273
diminuição da frequência de homens C também em pacientes (OR = 0,09). Pelo mesmo 274
motivo, há um aumento significativo de portadores de T em pacientes da amostra conjunta de 275
homens e mulheres (OR = 2,81; P = 0,001), e uma tendência de diminuição do número de 276
portadores de C em pacientes (OR = 0,49; P = 0,061). 277
Em eurobrasileiros (tabela 3) da amostra de Malheiros e Petzl-Erler (2009), há um 278
aumento significativo na freqüência de alelos T (OR = 3,02; P = 0,021), assim como uma 279
diminuição na freqüência de alelos C (OR = 0,33) em pacientes. Os portadores do alelo T são 280
mais frequentes em pacientes (OR = 16,88; P = 0,004). Essas associações na amostra 281
conjunta de homens e mulheres refletem as associações encontradas em homens, nos quais há 282
um aumento de alelos T (OR = 10,87; P = 0,040) e uma diminuição de alelos C (OR = 0,09) 283
em pacientes, sendo que nenhuma associação foi encontrada em mulheres. 284
As frequências alélicas, genotípicas e de indivíduos portadores dos diferentes alelos da 285
amostra AFRO de Malheiros e Petzl-Erler estão descritas na tabela 4. Há um aumento 286
estatisticamente significativo do número de portadores do alelo T (OR = 3,03; P = 0,017) em 287
pacientes. Não foram diferenças significativas nas outras comparações. 288
Testes de homogeneidade foram feitos entre todos os estratos da amostra genotipada 289
para este estudo com os estratos da amostra analisada anteriormente. Os subgrupos EU foram 290
homogêneos em pacientes e controles, ao contrário de AFRO em controles (P = 0,04). 291
Entretanto, como todos os indivíduos são teoricamente pertencentes a uma mesma amostra, 292
esses estratos também foram analisados conjuntamente. Apesar de os estratos totais EU e 293
AFRO não apresentarem homogeneidade, esses subgrupos foram unidos em uma única 294
amostra, o que se justifica devido às diferenças significativas entre africanos e europeus (ver 295
acima na linha 265). Ajustes foram realizados em homens e mulheres para que a quantidade 296
13
de indivíduos de diferentes ancestralidades fosse proporcional em pacientes e controles das 297
amostras total e AFRO. 298
As frequências alélicas, genotípicas e de indivíduos portadores dos diferentes alelos da 299
amostra total estão descritas na tabela 5. Pacientes e controles encontram-se em equilíbrio de 300
HW. Diferenças significativas foram encontradas nas frequências alélicas, genotípicas e de 301
portadores da amostra conjunta de homens e mulheres e nos homens. A frequência do alelo T 302
é maior em homens pacientes (OR = 3,34, P = 0,017), e a frequência do alelo C, por sua vez, 303
é menor em pacientes (OR = 0,29). Também foi observada uma maior frequência de alelos T 304
(OR = 1,69; P = 0,030) e um decréscimo de alelos C (OR = 0,58) em pacientes da amostra 305
conjunta de homens e mulheres. Devido a esses resultados, a quantidade de portadores de T é 306
significativamente maior em pacientes do que em controles (OR = 4,80, P≤10-3
). Apesar de 307
não terem sido encontradas diferenças estatisticamente significantes para mulheres, existem 308
tendências de um aumento do número de portadoras do alelo T em pacientes (OR = 6,76; P = 309
0,070). 310
As análises dos subgrupos AFRO das duas amostras podem ser observadas na tabela 6. 311
Há um aumento do número de portadores do alelo T em pacientes (OR = 3,84; P = 0,021) da 312
amostra conjunta de homens e mulheres. Isso é efeito do aumento de homens hemizigotos 313
para o alelo T em pacientes (OR = 4,53; P = 0,038), acompanhado de uma diminuição de 314
homens de genótipo C em pacientes (OR = 0,22). Não houve diferenças significativas entre as 315
mulheres. Pacientes e controles encontram-se em equilíbrio de HW. 316
Diferenças estatisticamente significativas também foram encontradas nos 317
eurobrasileiros da amostra conjunta (tabela 7). Há um aumento significativo na freqüência do 318
alelo T (OR = 2,28; P = 0,015) e uma diminuição da freqüência de alelos C (OR = 0,44). 319
Também há um aumento do número de portadores do alelo T em pacientes (OR = 5,97; P = 320
0,010). Não foi encontrada qualquer associação do polimorfismo em homens, mas há uma 321
14
tendência de associação negativa do genótipo C/C com a doença em mulheres (OR = 0,10; P 322
= 0,074). Há também tendências de aumento da freqüência do alelo T (OR = 2,17; P = 0,057) 323
e de diminuição da freqüência de alelos C em pacientes mulheres (OR = 46). A amostra de 324
mulheres controles está fora do equilíbrio de HW (HW = 0,038), porém o valor está próximo 325
ao limiar. 326
327
DISCUSSÃO 328
329
Considerações sobre a composição da amostra 330
O tamanho das amostras de pacientes e de indivíduos controle é um importante 331
indicador de qualidade de um estudo de associação. Tendo consciência desse fato, os 332
indivíduos genotipados nesse trabalho foram analisados independentemente e conjuntamente 333
com a amostra previamente analisada por Malheiros e Petzl-Erler (2009). Ainda assim, o 334
tamanho amostral não é o ideal para estudos de associação com genótipos ou alelos pouco 335
frequentes na população. Contudo, deve-se levar em conta que o PF é uma doença rara e, 336
deste modo, o tamanho das amostras do nosso estudo é considerável. Além disso, estudos 337
iniciais, mesmo com falta de significância estatística, podem indicar possíveis tendências que 338
podem ser reproduzidas em estudos posteriores. 339
A escolha de quais populações serão amostradas é também um fator importante, pois 340
uma das principais fontes de resultados espúrios em análises de associação é a estratificação 341
populacional (Balding, 2006), que ocorre quando casos e controles apresentam frequências 342
alélicas distintas devido a diferentes ancestralidades (Cardon e Palmer, 2003). Para que uma 343
falsa associação seja encontrada em razão da estratificação populacional, duas condições 344
devem ser atendidas: 1) a frequência do alelo de interesse deve variar substancialmente entre 345
os estratos, e 2) a prevalência da doença deve também variar nas diferentes etnias (Marchini 346
15
et al., 2004). Para evitar falsos resultados e com o objetivo de efetuar as análises de 347
associação nos diferentes estratos, a amostra foi inicialmente subdividida em três subgrupos: 348
um com indivíduos de origem predominantemente europeia (EU), outro com indivíduos 349
mestiços de origem predominantemente africana (AF) e um terceiro composto por indivíduos 350
também mestiços, mas com predominância de ancestralidade europeia (MC). 351
352
Considerações sobre a qualidade das genotipagens 353
A técnica utilizada para genotipagem foi PCR-RFLP, e possíveis erros inerentes a essa 354
técnica são: digestão parcial do amplicon pela enzima de restrição e erros de leitura ou de 355
interpretação. Para mitigar tais erros, as seguintes medidas foram tomadas. (1) Em todas as 356
digestões, foram incluídos no mínimo três indivíduos de genótipos já conhecidos (um 357
homozigoto para o alelo T, um homozigoto para o alelo C e um heterozigoto). (2) Foi feita a 358
tipagem cega de 20 indivíduos, cujos genótipos eram desconhecidos no momento da digestão, 359
e depois comparados por outro pesquisador no banco de dados do laboratório; todos os 20 360
genótipos (T/T) foram confirmados para o SNP em questão. (3) Para evitar erros de 361
genotipagem devido à digestão parcial, todos os indivíduos heterozigotos T/C e homo e 362
hemizigotos C/C e C foram genotipados no mínimo três vezes. 363
364
Considerações sobre a análise da posição -726 T>C 365
Polimorfismos de CD40L vêm sendo associados a diversas doenças que envolvem o 366
sistema imunitário. Até o ano de 1999, eram conhecidas pouco mais de 74 mutações desse 367
gene, muito heterogêneas entre si e com diferentes resultados na funcionalidade e estrutura da 368
molécula (Garber et al., 1999). 369
Alelos deletérios que causam a falha na expressão de proteínas CD40L funcionais são 370
a causa da síndrome do hiper-IgM ligada ao X, uma imunodeficiência causada pela não 371
16
produção de IgG, IgA e IgE (Thusberg e Vihinen, 2007). A superexpressão de CD40L está 372
relacionada com diversas doenças autoimunes, tais como lúpus, diabetes tipo 1 e artrite 373
reumatoide (Goules et al., 2006; Caproni et al., 2007). Lleo et al.(2012) demonstraram que 374
pacientes com cirrose primária biliar têm menores níveis de DNA metilado no promotor do 375
gene CD40L em células T CD4+, o que resulta em superexpressão da molécula transcrita. Um 376
SNP localizado no íntron 4 do gene CD40L foi analisado em populações asiáticas e está 377
associado positivamente com a ocorrência da doença de Kawasaki, uma vasculite 378
imunológica que atinge jovens e crianças (Onouchi et al., 2004). A superexpressão de CD40L 379
observada nesses pacientes pode levar à superestimulação de CD40, assim estabelecendo e 380
perpetuando o desenvolvimento da doença (Vaitaitis e Wagner, 2010). 381
Existem também evidências de participação do sistema CD40-CD40L na patogênese 382
do pênfigo. Caproni et al. (2007) demonstraram que o número de células CD40+ e CD40L+ 383
infiltrantes na derme, de cópias de RNAm de CD40L e de quantidade de CD40L solúvel em 384
pacientes com pênfigo vulgar (PV) e PF é maior do que nos controles. Segundo Aoki-Ota et 385
al. (2006), administração de anticorpos anti-CD40L no inicio do desenvolvimento de PV em 386
camundongos foi o bastante para inibir a produção de autoanticorpos anti-Dsg3. 387
Estes estudos (Caproni et al., 2007; Aoki-Ota et al., 2006; Malheiros e Petzl-Erler, 388
2009) sugerem que a interação CD40-CD40L seja crucial nos processos imunológicos que 389
precedem à síntese de autoanticorpos no pênfigo. A interação das células T CD40L+
com 390
dendrócitos CD40+
é necessária para iniciar a função da célula T e subsequente ativação da 391
resposta imune humoral dependente de células T, levando à proliferação e diferenciação das 392
células B. Além disso, a ativação de queratinócitos e células endoteliais pelo CD40L pode 393
levar à superexpressão de moléculas de adesão e produção de mediadores parácrinos, como 394
quimiocinas e citocinas, assim aumentando a resposta inflamatória. Queratinócitos e células 395
endoteliais, quando ativadas, podem secretar IL-1, IL-6, TNF-α e óxido nítrico, mediadores 396
17
químicos que podem contribuir com a acantólise (Caproni et al., 2007). No pênfigo, ocorre 397
também uma superexpressão de CD40L solúvel em pacientes. O CD40L solúvel é produzido 398
por células T ativadas, e pode mediar a produção de anticorpos ao se ligar ao receptor CD40 399
em células B em linfonodos e outros tecidos, e atuar como citocina em células epiteliais, 400
aumentando a apresentação de antígenos no epitélio (Goules et al., 2006). 401
A expressão da molécula CD40L em células T é regulada de acordo com o estágio de 402
desenvolvimento das células – o ligante é expresso em células T maduras ativadas, simples 403
positivas, e quase que exclusivamente em células T CD4+ (Lobo et al., 2000). Essa regulação 404
da expressão de CD40L sugere que polimorfismos nas regiões regulatórias 5’ e 3’ podem ser 405
importantes na resposta imune (Malheiros e Petzl-Erler, 2009). O conhecimento das regiões 406
regulatórias do promotor do gene CD40L é de grande importância para a compreensão da 407
sequência de eventos que levam à produção de citocinas em estágios inflamatórios iniciais. 408
Esses fatores motivaram o estudo do polimorfismo -726T>C. 409
Alterações em nucleotídeos em uma região promotora podem mudar a própria 410
conformação do promotor, incluindo seus elementos regulatórios, afetar a ligação de fatores 411
de transcrição, e regular a expressão gênica (Crow e Yixin, 2001). Steiper et al. (2008) 412
evidenciou a importância da região promotora do CD40L ao comparar a sua sequência entre 413
várias espécies de mamíferos, e descobriu que diversas regiões no promotor do gene CD40L 414
são altamente conservadas. 415
A regulação do transcrito do gene CD40L pode ocorrer através do reconhecimento de 416
sequências na região promotora do gene por intermédio de vários elementos – NF-AT, EGR, 417
AP-1, NF-kB, AKNA, e TFE3/TFEB (Steiper et al., 2008). O fator de transcrição NF-AT tem 418
um papel essencial na transcrição de citocinas e fatores de transcrição expressos em células T 419
logo após sua estimulação. Na região 5’ do gene CD40L, existem três sítios de ligação de 420
fatores de transcrição NF-AT, localizados em -62 a -69, -258 a -265 e -761 a -756 a montante 421
18
do sítio de início de transcrição. O mais distal tem o maior efeito entre os três na regulação da 422
transcrição de CD40L (Lobo et al., 2000). Steiper et al.(2008) demonstrou que esse sítio de 423
ligação de 6 pb é conservado em todos os primatas, o que evidencia ainda mais a importância 424
dessa região. Essa é a única região regulatória conhecida que fica perto da região da variante -425
726T>C (Cron, 2003). Porém, não existem evidências de que esse polimorfismo mude a 426
afinidade com esses fatores de transcrição. 427
Não existem muitas informações sobre a frequência da variante CD40L -726T>C em 428
populações mundiais. A frequência alélica de -726C em controles eurobrasileiros observada 429
nesse estudo (10,5%) é mais alta do que aquela descrita pelo projeto HapMap em duas 430
amostras de eurodescendentes (5% e 2,8%). Contudo, ambas as amostra descritas pelo 431
HapMap estão fora do equilíbrio de Hardy-Weinberg, e a amostra de eurodescendentes 432
analisada neste estudo não é composta por europeus, mas por indivíduos miscigenados com 433
origem predominantemente europeia. A frequência do alelo C observada no presente estudo 434
(18%) é próxima àquela encontrada na amostra de controles afrobrasileiros (N = 4101) 435
analisada por Ndila (2009) (C = 22,6%), da amostra de afrodescendentes disponível no 436
HapMap, na qual a frequência do alelo C é de 31%. De modo geral, observando as 437
frequências alélicas de -726C descritas em amostras europeias pelo projeto HapMap e em 438
amostras africanas descritas pelo HapMap e por Ndila (2009), há uma tendência no aumento 439
da frequência do alelo C em africanos em comparação com europeus. Essa diferença foi 440
corroborada pelo presente estudo. 441
Estudos sobre associações do polimorfismo deste gene com doenças também são 442
escassos. Sabeti et al. (2002) encontraram uma pequena e significante redução no risco para a 443
malária (OR=0,52; P=0,002) em homens hemizigotos para o alelo -726C, e uma tendência à 444
associação foi encontrada para as mulheres. Ndila (2009) encontrou também forte evidência 445
de proteção contra a malária exercida pelo alelo C do polimorfismo rs3092945 (OR=0,65, 446
19
P=3,4x10-8
). Manjurano et al. (2012) encontrou um aumento significativo do genótipo T/T 447
em relação a T/C e C/C em pacientes de malária do sexo feminino (OR = 5,27; P = 0,01), mas 448
não encontrou a associação em homens. Até o momento, outras análises desse SNP e 449
associação com doenças são inexistentes. 450
No PF, a frequência do alelo T está aumentada em pacientes, enquanto que o oposto 451
ocorre com o alelo C e, portanto, o risco de PF diminui pela presença do alelo C. Malheiros e 452
Petzl-Erler (2009) descreveram associação do polimorfismo com o PF em mulheres e homens 453
da amostra total. A frequência do alelo T estava aumentada (OR = 3,65), acompanhada de um 454
decréscimo do alelo C (OR = 0,27; P = 10-6
) em pacientes. Após a tipagem confirmatória e 455
alteração dos genótipos de alguns indivíduos, as análises foram refeitas na amostra total, de 456
eurobrasileiros e de afrobrasileiros. A associação permaneceu nas amostras conjuntas de 457
homens e mulheres e em homens da amostra total e de eurobrasileiros, mas desapareceu em 458
mulheres em ambos os casos, apesar de existirem tendências de associação em mulheres 459
eurobrasileiras. Na amostra conjunta de homens e mulheres da amostra total, a frequência do 460
alelo T está aumentada (OR = 2,66) e a de C diminuída (OR = 0,37; P = 0,005) em pacientes. 461
Na amostra de indivíduos genotipados para esse estudo, foram encontradas diferenças 462
estatisticamente significantes em relação ao aumento do número de portadores do alelo T em 463
pacientes. Além disso, as frequências alélicas, genotípicas e de portadores mantiveram-se no 464
sentido do aumento da frequência do alelo T em pacientes quando comparados aos controles, 465
o que pode ser observado na amostra de homens, mulheres e amostra conjunta de homens e 466
mulheres. A não reprodutibilidade total do estudo, porém, não significa que a associação não 467
é verdadeira, especialmente se o efeito genético da variante for fraco. Normalmente, estudos 468
de associação com pequeno tamanho amostral não têm poder suficiente para detectar 469
pequenos efeitos (Hirschhorn et al., 2002), o que pode ser o caso deste estudo. Portanto, 470
provavelmente o limitado tamanho da amostra do presente estudo influenciou a não 471
20
observância de diferenças estatisticamente significativas entre pacientes e controles (exceto 472
pelo número de portadores do alelo T que foi significativamente maior em pacientes). 473
Desta maneira, fica evidenciada a importância deste trabalho no que concerne ao 474
aumento do número amostral analisado para esta variante. A associação encontrada por 475
Malheiros e Petzl-Erler (2009) foi confirmada com a análise conjunta das amostras do estudo 476
anterior e deste estudo. Foram observadas diferenças estatisticamente significativas em 477
homens afrobrasileiros e da amostra total, e nas amostras conjuntas de homens e mulheres da 478
amostra total e das subamostras de eurobrasileiros e afrobrasileiros. Foram encontradas 479
tendências de associação em mulheres de origem predominantemente européia e da amostra 480
total. Os resultados são similares àqueles de Sabeti et al. (2002), que encontrou significante 481
redução no risco para a malária em homens C+, e tendências de associação em mulheres. 482
Em suma, os resultados levam-nos a concluir que o polimorfismo analisado influencia 483
a susceptibilidade/resistência ao PF. É possível que isso seja efeito do aumento de afinidade 484
que o polimorfismo rs3092945 exerce entre os fatores de transcrição e seus sítios de ligação 485
que se localizam na região promotora do gene CD40L, aumentando a expressão dessa 486
molécula e propiciando um aumento da resposta inflamatória e da resposta imune humoral na 487
patogenia do PF. O polimorfismo rs3092945 poderia também estar em desequilíbrio de 488
ligação (LD) com o marcador genético que realmente apresenta associação com a 489
susceptibilidade ao pênfigo. 490
Possivelmente, como sugerido para a malária, as associações seguem um modelo de 491
herança cujo poder de detecção é mais limitado em mulheres, ou poderia haver diferença real 492
entre homens e mulheres no efeito biológico do alelo (Sabeti et al.,2002), o que explicaria os 493
resultados distintos observados em homens e mulheres. 494
495
496
21
AGRADECIMENTOS 497
498
À Universidade Federal do Paraná, ao LGMH, e à Universidade Positivo pelo apoio 499
financeiro. 500
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689
690
691
692
693
29
Figura 1. Etiopatogenia do FS (AOKI et al., 2008). 694
695
696
Figura 2. Localização da posição variável –726C>T no fragmento amplificado por PCR, 697
mostrando que o alelo T é clivado pela enzima de restrição, originando dois fragmentos. O 698
perfil eletroforético esperado para os três genótipos é: 447 bp (pares de bases) para o genótipo 699
C/C; 196 e 251 bp para o genótipo T/T e 196, 251 e 447 bp para o genótipo T/C. *Sítio de 700
restrição. 701
702
703
704
705
706
30
Figura 3. Padrão de bandas em gel de agarose dos fragmentos de restrição. Genótipos 707
possíveis: T/T, T/C, C/C. 708
709
710
711
Tabela 1. Frequências alélicas, genotípicas e de portadores de CD40L -726 (T,C) na amostra 712
total de indivíduos analisados no presente estudo. 713
Pacientes
Controles
OR 95% IC P
150 % 86 %
T 214 91,8 T 118 90,1 1,24 0,59-2,60 0,700
C 19 8,2 C 13 9,9 0,80 0,38-1,69
T+ 145 96,7 T+ 81 94,2 2,50 1,06-5,89 0,045
C+ 18 12,0 C+ 12 14,0 0,90 0,41-1,98 0,842
Mulheres 83 Mulheres 45
T/T 69 83,1 T/T 37 82,2
T/C 13 15,7 T/C 7 15,6 0,99 0,36-2,71 1,000
C/C 1 1,2 C/C 1 2,2 0,53 0,03-8,82 1,000
T 151 91,0 T 81 90,0 1,12 0,46-2,67 0,824
C 15 9,0 C 9 10,0 0,89 0,37-2,13
T+ 82 98,8 T+ 44 97,8 1,86 0,11-30,52 1,000
C+ 14 169 C+ 8 17,8 0,94 0,36-2,44 1,000
HW 0,666 HW 0,362
Homens 67 Homens 41
T 63 94,0 T 37 90,2 1,70 0,40-7,21 0,707
C 4 6,0 C 4 9,8 0,58 0,14-2,48
OR = Odds ratio; HW = Hardy-Weinberg; IC = intervalo de confiança. 714
715
716
+
Sentido da
corrida
447 pb
251 pb
196 pb
-
31
Tabela 2. Frequências alélicas, genotípicas e de portadores de CD40L -726T>C na amostra 717
total de Malheiros e Petzl-Erler (2009), após retipagem e correção de alguns genótipos. 718
Pacientes Controles OR 95% IC P
135 % 141 %
T 204 94,0 T 171 85,5 2,66 1,34-5,27 0,005
C 13 6,0 C 29 14,5 0,37 0,18-0,74
T+ 134 99,3 T+ 125 88,7 2,81 1,50-5,25 0,001
C+ 13 9,6 C+ 27 19,1 0,49 0,24-0,99 0,061
Mulheres 82 Mulheres 59
T/T 70 85,4 T/T 46 78,0
T/C 12 14,6 T/C 11 18,6 0,72 0,29-1,76 0,493
C/C 0 0 C/C 2 3,4 0,13 0,00-2,81 0,163
T 152 92,7 T 103 87,3 1,84 0,82-4,10 0,152
C 12 7,3 C 15 12,7 0,52 0,24-1,20
T+ 82 100,0 T+ 57 96,6 7,17 0,33-152,24 0,173
C+ 12 14,6 C+ 13 22,0 0,60 0,25-1,44 0,272
HW 0,475 HW 0,219
Homens 53 Homens 82
T 52 94,1 T 68 82,9 10,71 1,36-84,05 0,009
C 1 5,9 C 14 17,1 0,09 0,01-0,73
OR = Odds ratio; HW = Hardy-Weinberg; IC = intervalo de confiança. 719
720
Tabela 3. Frequências alélicas, genotípicas e de portadores de CD40L -726T>C em 721
eurobrasileiros (EU) da amostra de Malheiros e Petzl-Erler (2009). 722
Pacientes Controles OR 95% IC P
95 % 116 %
T 145 96,0 T 152 88,9 3,02 1,17-7,77 0,021
C 6 4,0 C 19 11,1 0,33 0,13-0,85
T+ 95 100,0 T+ 107 92,2 16,88 0,97-293,90 0,004
C+ 6 6,3 C+ 17 14,7 0,39 0,14-1,03 0,074
Mulheres 56 Mulheres 55
T/T 50 89,3 T/T 45 81,8
T/C 6 10,7 T/C 8 14,5 0,67 0,21-2,09 0,574
C/C 0 0 C/C 2 3,6 0,18 0,00-3,85 0,232
T 106 94,6 T 98 89,1 2,16 0,78-5,98 0,147
C 6 5,4 C 12 10,9 0,46 0,16-1,28
T+ 56 100,0 T+ 53 96,4 5,28 0,24-112,54 0,243
C+ 6 10,7 C+ 10 18,2 0,54 0,18-1,60 0,292
HW 0,672 HW 0,062
Homens 39 Homens 61
T 39 100,0 T 54 88,5 10,87 0,60-195,98 0,040
C 0 0 C 7 11,5 0,090 0,00-1,65
OR = Odds ratio; HW = Hardy-Weinberg; IC = intervalo de confiança. 723
32
Tabela 4. Frequências alélicas, genotípicas e de portadores de CD40L -726T>C na amostra 724
em afrobrasileiros (AFRO) da amostra de Malheiros e Petzl-Eler (2009). 725
Pacientes Controles OR 95% IC P
55 % 41 %
T 71 87,7 T 44 75,9 2,25 0,92-5,52 0,109
C 10 12,3 C 14 24,1 0,44 0,18-1,08
T+ 46 83,6 T+ 32 78,0 3,03 1,21-7,55 0,017
C+ 10 18,2 C+ 13 31,7 0,70 0,27-1,77 0,480
Mulheres 26 Mulheres 17
T/T 20 76,9 T/T 12 70,6
T/C 6 23,1 T/C 4 23,5 0,90 0,21-3,85 1,000
C/C 0 0 C/C 1 5,9 0,20 0,00-5,38 0,394
T 46 88,5 T 28 82,4 1,64 0,48-5,59 0,528
C 6 11,5 C 6 17,6 0,61 0,18-2,07
T+ 26 100,0 T+ 16 94,1 4,81 0,18-125,40 0,395
C+ 6 23,1 C+ 5 29,4 0,72 0,18-1,87 0,728
HW 0,506 HW 0,432
Homens 29 Homens 24
T 25 86,2 T 16 66,7 3,12 0,80-12,10 0,111
C 4 13,8 C 8 33,3 0,32 0,08-1,24
OR = Odds ratio; HW = Hardy-Weinberg; IC = intervalo de confiança. 726
727
Tabela 5. Frequências alélicas, genotípicas e de portadores de CD40L -726T>C na amostra 728
conjunta total de Malheiros e Petzl-Eler (2009) e do presente estudo. 729
Pacientes Controles OR 95% IC P
277 % 239 %
T 412 92,17 T 298 86,9 1,69 1,06-2,71 0,030
C 35 7,83 C 43 12,5 0,58 0,36-0,94
T+ 271 97,8 T+ 216 90,4 4,80 1,92-12,02 ≤10-3
C+ 34 12,3 C+ 40 16,7 0,69 0,42-1,14 0,166
Mulheres 170 Mulheres 104
T/T 141 82,9 T/T 82 78,8
T/C 28 16,5 T/C 18 17,3 0,90 0,47-1,74 0,867
C/C 1 0,6 C/C 3 2,9 0,19 0,01-1,89 0,148
T 310 91,2 T 182 87,5 1,36 0,77-2,40 0,302
C 30 8,8 C 24 11,5 0,73 0,41-1,29
T+ 169 99,4 T+ 100 96,2 6,76 0,74-61,33 0,070
C+ 29 17,1 C+ 21 20,2 0,80 0,43-1,49 0,520
HW 0,757 HW 0,125
Homens 107 Homens 135
T 102 95,3 T 116 85,9 3,34 1,20-9,27 0,017
C 5 4,7 C 19 14,1 0,29 0,11-0,83
OR = Odds ratio; HW = Hardy-Weinberg; IC = intervalo de confiança. 730
731
33
Tabela 6. Frequências alélicas, genotípicas e de portadores de CD40L -726T>C na amostra 732
conjunta de afrobrasileiros (AFRO) de Malheiros e Petzl-Eler (2009) e do presente estudo. 733
Pacientes
Controles
OR 95% IC P
94 % 89 %
T 124 86,7 T 109 82,0 1,43 0,74-2,76 0,320
C 19 13,3 C 24 18,0 0,69 0,36-1,33
T+ 90 95,7 T+ 76 85,4 3,84 1,20-12,29 0,021
C+ 18 19,1 C+ 22 24,7 0,72 0,35-1,46 0,377
Mulheres 49 Mulheres 44
T/T 34 69,4 T/T 33 75,0
T/C 14 28,6 T/C 9 20,5 1,51 0,57-3,96 0,472
C/C 1 2,0 C/C 2 4,5 0,48 0,04-5,61 0,999
T 82 83,7 T 75 85,2 0,88 0,40-1,96 0,841
C 16 16,3 C 13 14,8 1,12 0,51-2,49
T+ 48 98,0 T+ 42 95,5 2,28 0,20-26,11 0,601
C+ 15 30,6 C+ 11 25,0 1,32 0,53-3,30 0,645
HW 0,748 HW 0,213
Homens 45 Homens 45
T 42 93,3 T 34 75,6 4,53 1,17-17,54 0,038
C 3 6,7 C 11 24,4 0,22 0,05-0,85
OR = Odds ratio; HW = Hardy-Weinberg; IC = intervalo de confiança. 734
735
Tabela 7. Frequências alélicas, genotípicas e de portadores de CD40L -726T>C na amostra 736
conjunta de eurobrasileiros (EU) de Malheiros e Petzl-Eler (2009) e do presente estudo. 737
Pacientes
Controles
OR 95% IC P
178 % 173 %
T 271 95,1 T 229 89,5 2,28 1,16-1,45 0,015
C 14 4,9 C 27 10,5 0,44 0,22-0,85
T+ 176 98,9 T+ 162 93,6 5,97 1,30-27,36 0,010
C+ 14 7,9 C+ 24 13,9 0,53 0,26-1,06 0,085
Mulheres 107 Mulheres 83
T/T 95 88,8 T/T 67 80,7
T/C 12 11,2 T/C 13 15,7 0,65 0,27-1,51 0,386
C/C 0 0 C/C 3 3,6 0,10 0,00-1,98 0,074
T 202 94,4 T 147 88,6 2,17 1,02-4,62 0,057
C 12 5,6 C 19 11,4 0,46 021-0,97
T+ 107 100,0 T+ 80 96,4 9,34 0,47-183,54 0,082
C+ 12 11,2 C+ 16 19,3 0,53 0,23-1,19 0,149
HW 0,538 HW 0,038
Homens 71 Homens 90
T 69 97,2 T 82 91,1 3,36 0,69-16,37 0,187
C 2 2,8 C 8 8,9 0,290 0,06-1,44
OR = Odds ratio; HW = Hardy-Weinberg; IC = intervalo de confiança. 738