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Informativo da União Nacional dos Acionistas Minoritários do Banco do Brasil - UNAMIBB Av. do Contorno, 6437 - Sala 301 - Savassi - CEP: 30110-039 - Belo Horizonte (MG) - Ano XXX - Nº 109 - Janeiro a Abril/2018 Na página 2, uma fábula, de autoria da nossa presidente Isa Musa de Noronha, mostra como os assistidos dos fundos de pensão foram enganados por gestores incompetentes e/ou mal intencionados. O que a UNAMIBB pretende trazer em seu jornal? Algumas vezes somos criticados por re- produzir matéria de jornais e re- vistas. Não é falta de assunto ou imaginação. É que, em nosso pe- riódico, tentamos pinçar na mídia aquilo que pode ser de interesse do associado. É certo que vivemos um con- texto de incertezas e, mais uma vez, o futuro do BB e de nossas Caixas: PREVI e CASSI são mo- tivos de preocupações. Fala-se novamente em privatizar o BB e com isso acabar com a CASSI e a PREVI. Não alimentamos tais amea- ças, mas não nos escondemos de discuti-las. O Banco do Brasil sempre foi alvo do mercado, pois muitos defendem o afastamento do Estado do sistema financeiro. A UNAMIBB não aceita es- ses discursos, pois nascemos na década de 80 com o objetivo de construir uma trincheira em de- fesa de nosso maior e mais im- portante banco estatal. E ressal- tamos: defender o BB é defender seu funcionalismo de hoje e de ontem, pois o BB não existiria não fosse a competência e dedicação de seus funcionários ativos e os do passado, agora aposentados. O Brasil tem pela frente, entre outros, os desafios de enfatizar a qualidade da educação, fomentar a inovação e ampliar investimen- tos. Em infraestrutura esperamos ter ainda mais oportunidades. O Banco do Brasil, além do orgulho por sua história, certamente esta- rá presente nos empreendimen- tos futuros. Ao vivenciar esse momento crucial da vida do país, o Banco do Brasil sabe que precisará au- mentar sua contribuição. Quando se reconhece hoje a força eco- nômica que vem do interior, vale lembrar que a presença do BB e seus funcionários nos mais remo- tos municípios do país faz parte de sua história. O que a UNAMIBB espera é que o Banco do Brasil possa es- tar preparado para crescer e con- tinuar a atender seus milhões de clientes com qualidade e preste- za, tornando-se cada vez mais forte e com isso, fortalecendo suas caixas: a de assistência e a de previdência complementar. Fique conosco, associado UNAMIBB. Você é parte da histó- ria. UNAMIBB precisa de apoio para defender o BB e seu funcionalismo EDITORIAL Artigo traça um paralelo dos investimentos da Previ em antes e depois da Lava Jato. Complementado com uma entrevista do atual presidente da entidade. Confira na página central. Por que o BB não pode ser privatizado? Confira os argumentos de José Aristophanes Pereira nas páginas 7 e 8. Como as falsas notícias estão trazendo maior credibilidade à mídia tradicional. Página 3

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Informativo da União Nacional dos Acionistas Minoritários do Banco do Brasil - UNAMIBBAv. do Contorno, 6437 - Sala 301 - Savassi - CEP: 30110-039 - Belo Horizonte (MG) - Ano XXX - Nº 109 - Janeiro a Abril/2018

Na página 2, uma fábula, de autoria da nossa presidente Isa Musa de Noronha, mostra

como os assistidos dos fundos de pensão foram enganados por gestores incompetentes e/ou mal

intencionados.

O que a UNAMIBB pretende trazer em seu jornal? Algumas vezes somos criticados por re-produzir matéria de jornais e re-vistas. Não é falta de assunto ou imaginação. É que, em nosso pe-riódico, tentamos pinçar na mídia aquilo que pode ser de interesse do associado.

É certo que vivemos um con-texto de incertezas e, mais uma vez, o futuro do BB e de nossas Caixas: PREVI e CASSI são mo-tivos de preocupações. Fala-se novamente em privatizar o BB e com isso acabar com a CASSI e a PREVI.

Não alimentamos tais amea-ças, mas não nos escondemos de discuti-las. O Banco do Brasil sempre foi alvo do mercado, pois muitos defendem o afastamento do Estado do sistema financeiro.

A UNAMIBB não aceita es-ses discursos, pois nascemos na década de 80 com o objetivo de construir uma trincheira em de-fesa de nosso maior e mais im-portante banco estatal. E ressal-tamos: defender o BB é defender seu funcionalismo de hoje e de ontem, pois o BB não existiria não fosse a competência e dedicação de seus funcionários ativos e os

do passado, agora aposentados.

O Brasil tem pela frente, entre outros, os desafios de enfatizar a qualidade da educação, fomentar a inovação e ampliar investimen-tos. Em infraestrutura esperamos ter ainda mais oportunidades. O Banco do Brasil, além do orgulho por sua história, certamente esta-rá presente nos empreendimen-tos futuros.

Ao vivenciar esse momento crucial da vida do país, o Banco do Brasil sabe que precisará au-mentar sua contribuição. Quando se reconhece hoje a força eco-nômica que vem do interior, vale lembrar que a presença do BB e seus funcionários nos mais remo-tos municípios do país faz parte de sua história.

O que a UNAMIBB espera é que o Banco do Brasil possa es-tar preparado para crescer e con-tinuar a atender seus milhões de clientes com qualidade e preste-za, tornando-se cada vez mais forte e com isso, fortalecendo suas caixas: a de assistência e a de previdência complementar.

Fique conosco, associado UNAMIBB. Você é parte da histó-ria.

UNAMIBB precisa de apoio para defender o BB e seu funcionalismo

EDITORIALArtigo traça um paralelo dos investimentos

da Previ em antes e depois da Lava Jato.

Complementado com uma entrevista do atual presidente da entidade.

Confira na página central.

Por que o BB não pode ser privatizado? Confira os argumentos de José

Aristophanes Pereira nas páginas 7 e 8.

Como as falsas notícias estão trazendo maior credibilidade à mídia tradicional. Página 3

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Notícias do BBrasil | 2

DiretoriaPresidente

Isa Musa de Noronha

Vice-presidente Altair de Castro Pereira

Diretor SecretárioJosé Sana

Diretor AdministrativoAntonio Carlos Dias

Diretor FinanceiroRaimundo Vítor Santos

Jornal Notícias do BBrasil

Jornalista Responsável: Luzia Lobato - MG-04651JPEdição, Editoração e Projeto Gráfico: Luzia Lobato

Impressão: Editora O Lutador (31) 3439-8000

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não representam neces-sariamente a opinião do jornal ou da UNAMIBB e são de responsabilidade dos articulistas.

É uma publicação da União Nacional dos Acionistas Minoritários do Banco do Brasil - UNAMIBB Registro nº 916 Livro B - Cartório Jero Oliva - Belo Horizonte - MG

Fundador: Cyro Verçosa

Endereço: Av. do Contorno, 6437 - Sala 301 Savassi - Belo Horizonte - MG CEP: 30110-039Fone: (31) 3194 5900Fax: (31) 3194 [email protected]

Eremildo é um inocente ou idio-ta. Mora em um Fundo de Pensão na maior pindaíba e passa os dias a vigiar o senhorio, pra ver se da mesa dele caem algumas migalhas para seu pra-to. O pior é que Eremildo não precisa-va disso!

Como inquilino desse Fundo de Pensão, paga pontualmente seu alu-guel, cumpre com todas as suas obri-gações, exceto votar nas assembleias dos condôminos. É que, idiota, Eremil-do não acredita que votação alguma vai melhorar seu Fundo de pensão. Outros condôminos já tentaram abrir os olhos de Eremildo: “olhe, meu ami-go, o senhorio só faz o que lhe dá a telha porque a gente se omite, não comparece às assembleias, não se candidata a síndico e nunca estamos a fim de votar em algum outro condômi-no que não seja da panela do síndico ou do senhorio”.

Com tal omissão, o senhorio deita e rola e o síndico e seus comparsas não ficam atrás. Mas Eremildo é um idiota, não se esqueçam. Sobrinho da velhinha de Taubaté, passa os dias di-zendo que vai fazer e acontecer, mas não tira o traseiro da poltrona. Todo dia 20, corre a conferir o que o síndico e o senhorio botaram em sua conta. É que o Fundo de Pensão é assim mesmo... Ganha tanto aplicando o que lhe pa-gam os condôminos que pode se dar ao luxo de, mensalmente, molhar a mão dos moradores do Fundo de Pen-são.

Completamente inocente ou idiota, Eremildo achou o maior barato quando o senhorio (e o síndico) deixaram de cobrar dele todo mês o aluguel.

“Criamos um fundo de reserva”,

Eremildo, o Inocente?(Uma fábula de Isa Musa de Noronha)

anunciaram, eufóricos, o senhorio e o sindico... Idiota, Eremildo ficou super. feliz e sequer cogita de que um dia a lagoa pode secar.

Enquanto isso, as mesas do senho-rio e do síndico transbordam de miga-lhas, mas todas elas caem nas mãos de terceiros: é financiamento de cam-panha para o partido da simpatia de-les, é comprando micos. Compraram tantos micos que quem passa lá pelas bandas de Botafogo acha que está entrando no “planeta dos macacos”. Compram de tudo, é avião caindo, na-vio afundando, hotel falido, resorts em praia deserta e cheia de coral, hospital tombado pelo patrimônio histórico e até parque temático em cidade de pe-regrinação religiosa. É que, enquanto Eremildo é um inocente ou idiota, o se-nhorio e o síndico são muito espertos.

Como todo inocente ou idiota, Eremildo sequer se mira no exemplo danoso de seus vizinhos; outros con-dôminos que moravam em um outro Fundo de Pensão. Os coitados, tão

idiotas quanto Eremildo, fecharam os olhos a mil e uma travessuras do se-nhorio deles que um dia a pensão fe-chou e foram todos despejados: sem teto, sem sequer receber as migalhas mensais...

De vez em quando, senhorio e sín-dico se reúnem às portas fechadas em belas poltronas de couro, entornam uísque e se embucham de acepipes tramando que novas maldades vão fa-zer com seus inquilinos... Idiota, Ere-mildo fica cá de fora, na calçada em frente ao Fundo de Pensão apurando os ouvidos para ouvir as gargalhadas. Enquanto isso, entre as sombrias pa-redes do palácio, senhorio e síndico combinaram com o poder federal uma ação de despejo que em breve botará no olho da rua o inocente ou idiota do Eremildo....

(Obs.: “Eremildo, o Idiota” é um perso-nagem de Elio Gaspari. Tomei empres-tado dele, o nome, porque esse ai, de minha criação, é inquilino de um fundo de pensão)

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Notícias do BBrasil | 3

Em 8 de abril de 1984, o “New York Times” publicou a reportagem “O império em expansão de Donald Trump”. Descrevia-se um evento es-portivo no qual uma multidão, incluin-do “alguns dos mais ricos, poderosos e famosos nova-iorquinos”, cercava aos gritos o empresário, então com 37 anos, como se fosse “estrela de rock”.

Trump não reclamou.Ao longo do último mês, já pre-

sidente dos Estados Unidos e des-gostoso da cobertura cada vez mais negativa, o mesmo Trump chamou o jornal de “fake news” (notícia ou no-ticiário falso) pelo menos três vezes.

A exemplo de outros políticos, ele usa a seu favor uma expressão cria-da para descrever outra coisa, uma pandemia anterior à eleição america-na: sites e indivíduos que produzem narrativas sensacionalistas, aparen-temente jornalísticas, mas falsas, para ganhar dinheiro com publicida-de em plataformas como Facebook e Google.

Em sua versão distorcida, “fake news” tornou-se clichê para diversos governantes interessados em des-merecer o jornalismo crítico ou sim-plesmente verdadeiro.

Em recente entrevista ao Yahoo! News, por exemplo, o ditador da Sí-ria, Bashar al-Assad, descartou como notícia falsa o relatório da Anistia In-ternacional sobre assassinatos em prisões de seu país.

O “NYT” se armou para o comba-te com Trump e seus tuítes, eles pró-prios uma fonte de falsidades.

Três dias antes da posse, o jor-nal anunciou ter separado US$ 5 mi-lhões (R$ 15,5 milhões) adicionais para a cobertura do novo governo. Desde então, tem publicado enun-ciados como “Trump não vai voltar atrás em sua mentira sobre fraude eleitoral. Aqui estão os fatos”.

O diário tomou a frente na rea-ção institucional aos desmandos do presidente americano, mas os outros dois principais jornais do país, “The Washington Post” e “The Wall Street Journal”, também adotaram cober-tura obstinada, ainda que menos agressiva. Evitam, por exemplo, usar

a palavra “mentira”.Jornalismo forte

A resposta não se restringe aos EUA. Em levantamento do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalis-mo, da Universidade de Oxford (In-glaterra), feito com 143 editores e executivos de veículos de comunica-ção de 24 países, inclusive o Brasil, 70% afirmaram que a preocupação generalizada com notícias falsas for-talecerá o jornalismo em 2017.

Para tanto, segundo um editor ir-landês destacado no estudo, a mídia de qualidade precisa ser “mais afir-mativa sobre seu jornalismo e sobre como ele é feito, articular os valores que sustentam esse jornalismo”. No “NYT”, desde a eleição de Trump, os anúncios de assinatura levam frases como “Verdade. É vital para a demo-cracia”.

O combate contra as notícias fal-sas parte de base mais firme do que se pensava. Segundo levantamento do Centro de Pesquisas Pew (EUA), 56% dos americanos consumidores de informação conseguem identificar a fonte da notícia. Para o estudo, o resultado é positivo e “especialmente relevante à luz das notícias fabrica-das”.

A pesquisa também mostra, po-rém, que essa capacidade de identifi-cação cai se a notícia é acessada via rede social: 10% dos entrevistados chegaram a errar, apontando como fonte o Facebook, que não produz notícias, só as distribui.

É mais uma indicação de que o foco da proliferação de notícias fal-sas está nas plataformas de tecno-logia, que estimulam a produção e o consumo de enunciados sensaciona-listas e sem base. A solução, portan-to, não pode partir só das organiza-ções jornalísticas.

Lamentavelmente o estudo mos-tra que “as pessoas se mostram mais dispostas a compartilhar um texto do que a lê-lo, formam opinião baseada num sumário ou num sumário de um sumários”. Um comportamento típico do “consumo contemporâneo de in-formação”, em que a capacidade de atenção é cada vez menor.

Invenção deliberada de fatosNão acredite em que tudo o que você lê na internet

(Reportagem de NELSON DE SÁ na Folha de são Paulo)

O Banco do Brasil registrou lucro lí-quido ajustado de R$ 11,1 bilhões em 2017, crescimento de 54,2% no perío-do. O resultado foi impactado princi-palmente pelo aumento das rendas de tarifas, redução das despesas de pro-visão e das despesas administrativas, se comparado a 2016.

Ações do banco chegaram a subir 5% após o balanço do quarto trimestre e reforçam a tendência de recupera-ção da estatal.

O Banco do Brasil fechou a tempo-rada de balanços do quarto trimestre de 2017 das quatro maiores institui-ções financeiras do País.

A estatal anunciou um lucro líquido ajustado de R$ 3,188 bilhões no quar-to trimestre de 2017, 82,5% acima na comparação com o mesmo período de 2016. O lucro superou a estimati-va mais alta de analistas de mercado consultados pela Bloomberg, que es-peravam uma variação entre R$ 2,75 bilhões e R$ 2,83 bilhões.

A margem financeira bruta foi de R$ 14,548 bilhões nos três últimos meses de 2017, uma baixa de 5,1% em rela-ção a um ano antes. Já as despesas com PDD (provisões para devedores duvidosos) tiveram queda de 24,7%, para R$ 5,637 bilhões. Já no consoli-dado de 2017, o ROE (retorno do pa-trimônio) do BB atingiu 12,3% contra 8,8% no ano anterior.(Fonte: Agência Estado)

MAS.... E O “DIDA”????O ex-presidente do Banco do Brasil

(BB) e da Petrobras, Aldemir Bendine, estaria revelando à Polícia Federal (PF) detalhes de esquemas de propi-na envolvendo a instituição financeira e o Partido dos Trabalhadores (PT). A informação é do blog de Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Bendine teria contado aos respon-sáveis pelas investigações de irregu-laridades que havia um esquema de liberação de empréstimos a empresas envolvendo o BB à época em que esta-va à frente da instituição. As empresas envolvidas devolviam entre 1% e 2% do valor das transações para quatro in-termediários, que redistribuíam o mon-tante entre o próprio Aldemir Bendine, pessoas próximas a ele, ao PT e parti-dos aliados.

Como agravante, o Sr. Bendine te-ria dito que “no dia em que a caixa-pre-ta do BB for aberta terá que ser cons-truído um presídio só para o pessoal envolvido nessas fraudes”.

Pois que tragam urgente um cha-veiro que saiba arrombar essa caixa—preta!

LUCRO DO BB 2017

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Notícias do BBrasil | 4

“QUE TIRO FOI ESSE?”Março nasce com a afi rmação do ex-presidente do BB, Aldemir Ben-dine de que “no dia em que a caixa--preta do BB for aberta terá que ser construído um presídio só para o pessoal envolvido nessas fraudes”. (blog de Lauro Jardim, do jornal O Globo.)

Contudo... em 2017 a manchete era:

“Bendine deverá esclarecer injeção de dinheiro da Previ em obra da Odebrecht.”

A prisão do ex-presidente da Petro-bras Aldemir Bendine pela Opera-ção Lava Jato está relacionada a depoimentos de delatores da Ode-brecht sobre o pedido de propina feito por ele para facilitar a situação da empreiteira na estatal.

A Odebrecht, enrolada na Lava Jato, estava sem receber da Petro-bras.

Mas há outro capítulo da ligação de Bendine com a Odebrecht que precisa ser melhor esclarecido: a injeção de recursos, mais de R$ 800 milhões, da Previ – fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil –, em um empreendimen-to imobiliário da Odebrecht em São Paulo em 2012.

No período, Bendine era presiden-te do Banco do Brasil. O fundo de pensão – que havia tomado um prejuízo gigantesco com a Odebre-cht após investir recursos no com-plexo turístico da Costa do Sauípe – voltou a aportar recursos num projeto da empreiteira. (Murilo R a-mos - 27/07/2017 - Revista Época)

E A GENTE SE PERGUNTA.... “QUE TIRO FOI ESSE?”

E então, vem o Presidente da Previ declarar:

(Folha de São Paulo – 09/03) “Pre-vi vai zerar seu défi cit no fi m do pri-meiro trimestre.”

É o que diz o presidente Gueitiro Genso ao anunciar um novo sistema

de avaliação dos investimentos para evitar riscos.

Previ, o maior fundo de pensão do país, com 200 mil associados e R$ 165 bilhões em investimentos, a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil está virando uma página de sua história centenária. Na sex-ta-feira, dia 9 de março, o presiden-te da entidade, Gueitiro Genso, no cargo desde 2015, anunciou a re-versão de perdas de R$ 16 bilhões

e um novo sistema que será usa-do na avaliação dos investimentos para evitar riscos desnecessários. A Previ deixará o comando de to-das as empresas vendendo ações -- inclusive as da Vale. “Seremos cada vez mais um minoritário de re-ferência.” Nos últimos três anos, a fundação teve perdas com a reces-são e investimentos alvo da Lava Jato.

Uma de suas maiores apostas, a BRF, mudou de gestão. Sob co-mando do grupo ligado a Abílio Di-niz, teve prejuízo de R$ 1,1 bilhão e foi pega por duas operações da Polícia Federal. A mais recente ex-plodiu na manhã em que a BRF fa-ria reunião, pressionada por Previ e Petros, para decidir sobre a troca do conselho da empresa. “Não tem nada de cunho pessoal. A compa-nhia precisa de um novo ciclo.”

Em matéria da Folha de São Paulo,

o Presidente da Previ explica:

Folha - Quando a Previ reverterá seu défi cit?

Gueitiro Genso - Até o fi m deste trimestre. Como conseguiram re-verter um défi cit de R$ 16 bilhões? Nunca tivemos rombo. Nosso asso-ciado não teve que botar a mão no bolso. Os 12 ativos [investimentos] da carteira de renda variável, que concentra 95% eram de empresas como Ambev, Itaú, Bradesco, Vale e Petrobras, cujas ações estavam marcadas [pelo mercado] abaixo do que deveria. A Vale chegou a R$ 8 [a ação]. Hoje é R$ 41. As ações sofreram com a crise desde 2014 e, agora, estão voltando ao nível do que valem. Por isso chegamos ao equilíbrio.

Haverá superávit neste ano?

Já estamos até conversando com os associados [dos dois planos da Previ] para saber o que fazer com superávit neste ano, porque há chances.

O que farão com os recursos? Pro-vavelmente vamos reduzir a meta atuarial [rendimento mínimo exigi-do]. Hoje, ela é de INPC [infl ação] mais 5%. Com infl ação e juro bai-xos, o que a gente quer que con-tinue, só aplicar em renda fi xa não me garante a meta. [Reduzindo a meta], eu posso com os meus de-sinvestimentos [venda de ações] ir comprando títulos públicos.

Vocês vão sair da Vale?

Ficamos na Vale por duas décadas sem vender uma ação. Recente-mente, participamos da revisão do acordo de acionistas que levou a empresa a ter seu controle diluído. Já temos metade de nossas ações livres para serem vendidas, mas vamos ainda esperar porque o mo-mento para a Vale é positivo e que-remos aproveitá-lo. Ainda temos três anos de [validade] de acordo de acionistas. A decisão de saída será tomada, mas no momento certo.

Isso é só com a Vale ou com todas

Nunca tivemos

rombo. Nosso associado

não teve que botar a mão

no bolso.

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Notícias do BBrasil | 5

“QUE TIRO FOI ESSE?”as outras empresas?

Esse movimento de 50% mais uma (controle) acabou. Não queremos mais ser ativos em acordos de acionistas. Queremos ser cada vez mais um investidor minoritário de referência. Não estaremos na ges-tão das empresas mais. Preciso de retorno, estável e de longo prazo. A Previ entrou em investimentos alvo da Lava Jato ou que deram errado, como a Oi.

Como a nova estratégia pode ga-rantir risco baixo nas empresas in-vestidas?

Desde outubro desenvolvemos um rating de governança para as em-presas em que investimos. Com base em questionário de 50 per-guntas, testamos as informações prestadas pelas empresas para saber, por exemplo, se seguem as práticas socioambientais, se, de fato, estão comprometidas com retornos de longo prazo ou se nos expõem a um risco maior do que estamos dispostos a assumir. Não há uma agência que calcule o ra-ting de governança de uma empre-sa. É o que estamos criando aqui e isso vai defi nir também se investi-mos ou não numa companhia. Ou desinvestimos.

Pode dar um exemplo como esse rating funciona?

Estar no Novo Mercado [que exige mais transparência das empresas] não é garantia de tudo. Você pode ter uma empresa com fl uxo de re-sultado de longo prazo e acionistas com perfi l de curto prazo. Para o rating de governança da empresa, isso é ponto negativo, sinal de que teremos instabilidade em algum momento, o que não vamos mais suportar.

Nesse rating, a BRF seria C?

Não. A discussão ali é diferente.

Mas vocês querem destituir o con-selho.

Somos acionistas. Nossa respon-sabilidade foi propor uma assem-

bleia. Há uma chapa com nomes que fomos buscar. A gente espera que essa chapa seja eleita para re-discutir a estratégia da companhia.

Mas o que levou a isso? Foi só o prejuízo bilionário ou o envolvimen-to da BRF em operações da Polícia Federal?

Não tinha a mínima ideia dessa operação [Trapaça], nem da ante-rior [Carne Fraca]. A assembleia era o único poder que a gente tinha na BRF. A gente que essa empre-sa tem capacidade de crescimento com as marcas fortes [Sadia e Per-digão]. As duas marcas são orgu-lho dos brasileiros.

Sem participar da estratégia, como vão garantir retorno?

É o conselho que vai decidir isso [estratégia].

Teriam candidato a presidente da

empresa?

Nada de cunho pessoal. A gente acha que a companhia precisa de um novo ciclo. Mas isso [a troca de presidente] quem decide é o con-selho.

A operação da PF ajudou a reforçar a necessidade de troca do conse-lho?

A gente perdeu R$ 600 milhões com isso.

Ajudou ou não?

Sob nenhum aspecto isso foi bom. Somos investidores. Isso prejudica. A gente não quer, por poder, olhar para o ativo a qualquer custo. Não somos ativistas.

Esse rating de governança é tam-bém um jeito de difi cultar ingerên-cias políticas?

Não há ingerência política na Pre-vi. Na Sete [Brasil, empresa inves-tigada na Lava Jato por corrupção], entramos com R$ 180 milhões só. Nossa área técnica foi acionada quando, em um segundo momento, queriam que colocássemos mais R$ 1 bilhão e tanto. Não entramos. À época [2010], quando o investi-mento foi feito, entraram fundos de pensão, bancos, fazia sentido. Na JBS, não entramos. O fundo Eldo-rado [pego na operação Greenfi eld] foi reprovado por unanimidade [na Previ]. No fundo Global Equity [também pego na Greenfi eld], co-locamos só R$ 80 milhões. Fomos vítimas de um fundo.

Então pouco do défi cit saiu da Lava Jato?

Isso aqui não existe. Com a Sete, provisionamos as perdas, ela está em recuperação judicial. Na Inve-par, o problema é a contaminação pela OAS [pega na Lava Jato]. Mesmo com a recessão, a Invepar teve desempenho de 75% acima da nossa meta. Algumas coisas acabam se mistifi cando.

Sobre a Previ Quantos são?

200 mil associados, funcionários do BB

Quais são os planos?

Plano 1 e Previ Futuro - R$ 12 bi-lhões. É o valor pago por ano pela Previ para os 103 mil aposentados e pensionistas; a maior parte está no Plano 1, daqueles que entraram até 1997 no banco. E R$ 165 bi-lhões é o valor de investimentos da carteira dos Plano 1 e do Previ Futuro.”

(da Folha em 09/03/2018)

A Previ entrou em

investimentos alvo da Lava Jato ou que

deram errado, como a Oi.

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A autogestão em saúde é a única opção, dentro do siste-ma de saúde privado brasileiro capaz de oferecer qualidade nos serviços de saúde sem que os custos se tornem proibi-tivos para a imensa maioria da população. Trata-se de um sistema solidário de gerenciamento da saúde, sem fins lu-crativos e que evita a intermediação normalmente exercida pelas operadoras de planos de saúde tradicionais.Como funcionaUm grupo de pessoas de uma mesma empresa torna-se associado a um Plano que é destinado especificamente para serviços de saúde. A arrecadação é utilizada apenas na medida em que os serviços são solicitados. O fundo de

Autogestão:

Na CASSI o Plano Associado, conta com cerca de 409 mil vidas, entre ativos, aposentados, pensionistas e dependen-tes. Dessas vidas, 53% são do sexo masculino e 47% do sexo feminino. E o tempo médio de permanência no plano é de 39 anos.

Por faixa etária, a população do Plano Associados está as-sim distribuída:FAIXA ETÁRIA DOS PARTICIPANTES % % ACU-MULADOAté 23 anos de idade 25,2 25,224 a 38 anos de idade 18,1 43,339 a 53 anos de idade 19,6 62,954 a 68 amos de idade 24,8 87,7Mais de 68 anos de idade 12,3 100,00Como se observa, mais de 37% dos participantes encon-tram-se nas faixas acima de 53 anos, sendo 12,3% com idade superior a 68 anos. E a Cassi já possui quase 90 par-ticipantes com mais de 100 anos de idade.Entre os contribuintes para o Plano Associados, cerca de

reserva, quando não utilizado, permanece para o grupo. É como se este grupo de pessoas depositasse todo mês uma quantia de dinheiro num fundo de reserva, e usasse esse dinheiro nas consultas, exames ou internamentos daqueles que necessitaram dentro grupo. O dinheiro que sobra conti-nua neste fundo de reserva e pode ser usado em outro mo-mento para fins da saúde dos membros do mesmo grupo.Quem mantém o plano?O Plano é pela empresa e seus associados. Qual a principal diferença entre um plano de autogestão e um plano tradicional?

CASSI – A Escolha pela AutogestãoMuito mais vantagem

Tradicional:

92 mil são funcionários da ativa (48,3%), 80 mil são apo-sentados (41,6%) e 19 mil são pensionistas (10,1%), totali-zando cerca de 191 mil contribuintes. O Plano tem 218 mil dependentes. De posse desses números, conclui-se que há uma razão média de contribuinte/dependente igual a 0,88 e de contribuinte/participante igual 0,47. Esses indicadores revelam que menos da metade dos participantes financia o custeio do Plano Associados e que há mais dependentes do que contribuintes no plano.Entre os contribuintes ativos, 27,5% não têm dependentes; 23,8% têm um dependente e; 24,3% têm dois dependentes. Ou seja, 75,6% dos contribuintes ativos têm até dois depen-dentes. Entre os contribuintes aposentados, 25,2% não têm dependentes e 58,6% têm um dependente, concluindo-se que a grande maioria (84%) tem, no máximo, um depen-dente.Com base nesse perfil do corpo social, é possível concluir que o Plano Associados requer, entre outras mudanças, a adoção de medidas que viabilizem receitas possam manter o atendimento exemplar que a CASSI sempre proporcio-nou.

Assim sendo, o fundo de reserva, quando não utilizado, vai para o dono do plano, e não para os associados.

Assim sendo, a ausência de impostos e lucros reduz significativamente o valor das contribuições. O fundo de reserva não utilizado permanece à

disposição da entidade e somente é usado em seu benefício.

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Notícias do BBrasil | 7

Desde o advento do Progra-ma Nacional de Desestatização, no Governo Collor(Lei 8.031/91), depois revitalizado com FHC(Lei 9.491/97), numerosas e proemi-nentes empresas de variados se-tores da Economia – mineração, siderurgia, financeiro e telecomuni-cações, dentre outros – foram ven-didas e privatizadas. Também, des-de essa época surgem, de forma recorrente, notícias de venda, ou privatização, do Banco do Brasil, do qual o Tesouro Nacional detém o controle acionário, com pouco mais de 50% das ações de mando, a que se somam os 9% das pos-suídas pela Previ(Fundo de pensão dos funcionários do BB).

Dessa mesma época, até os pri-meiros anos do século atual, datam o recrudescimento das críticas e a estigmatização dos bancos públi-cos, notadamente os estaduais, por debilidade financeira, má gestão, ou sujeição política aos respectivos governos. Essa “onda saneadora” terminou por retirar do cenário ban-cário nacional cerca de 20 bancos estaduais, inclusive o prestigioso Banco do Estado de São Paulo. Resistiram e restam, hoje, somen-te 5, de pouca expressão, no Pará, Sergipe, Espirito Santo, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. E, somen-te para lembrar, o artigo 2º, inciso I, da Lei 9.491, está lá dizendo que “poderão ser objeto de desestati-zação, nos termos desta Lei, “(...) inclusive instituições financeiras...”

Para me situar no contexto des-sas considerações, devo dizer, reiterando declarações anteriores, que, pessoalmente, sou um libe-ral, adepto do estado mínimo, en-xuto, “desaparelhado” e regulador. A condução, pelo Estado, de ativi-dades de natureza intrinsecamen-te privada já mostrou a sua face perniciosa. A exposição de agentes estatais à frente de tais empreen-dimentos, gerindo contratos de produção e de compra e venda de bens e serviços, conquanto entu-siasme o nacionalismo ufanista e a crença de sinceros adeptos do

“estado fazedor”, constitui uma tentação e uma porta aberta para desvios de conduta, corrupção e escândalo.

Diferentemente, no âmbito das instituições financeiras, “banco” não é uma atividade naturalmente privada. Em todo mundo, e ao lon-go da História, os bancos sempre foram normatizados pelo Poder Pú-blico, haja vista a grande permea-bilidade de suas funções, o amplo alcance social e a repercussão econômica de seus movimentos, o que os qualificam como atividade estratégica de inarredável interes-se público.

Um bom exemplo da natureza singularmente pública dos ban-cos encontramos na recente cri-se(2008-2010), centrada no liberal sistema bancário americano. A que-bradeira repercutiu mundo afora, levando, excepcionalmente, aquele arraigado liberalismo econômico a se curvar a uma nova doutrina in-tervencionista, fundada no conceito do “too big to fail”(grande demais para quebrar).

Em nosso país, onde são seve-ras as desigualdades econômicas, sociais e regionais, se desenvol-veu, paradoxalmente, um dos sis-temas bancários mais modernos do mundo, de alta eficiência opera-cional, seguro e de elevada lucra-tividade, porem estruturado sobre distorções, ainda sem soluções sa-tisfatórias.

Uma das mais graves distor-ções, o oligopólio, que estimula a cartelização, alcança, aqui, sua ex-pressão máxima, vez que apenas 5 bancos (BB - CEF - Itau - Bradesco e Santander), todos sediadas no Sudeste, controlam mais de 80% do mercado! Essa desastrada de-formação reclama ações de contro-le e monitoramento permanentes, por parte da Sociedade, porquanto banco é tão básico para a satisfa-ção de suas necessidades que não pode ser liberado de cuidadosa re-gulamentação e controle. Um va-lioso corolário desse entendimen-to evidencia que o banco público, ou estatal, não é uma excrescên-

cia, nem uma afronta ideológica a ideais liberais. Ao contrário, pode ser, até, um companheiro neces-sário, para dar ao próprio sistema bancário indicadores comparativos de desempenho(benchmark) e, so-bretudo, para atuar, prontamente, como poder moderador, no equilí-brio de fluxos financeiros setoriais distorcidos, nas correções de insu-ficiências creditícias regionais e no reparo de conjunturas adversas e de atividades anticíclicas.

Ademais, aquele temor de mal-feitos, que pesa sobre o banco pú-blico, como resquício de desvios e práticas pouco republicanas, é, atualmente, sobremaneira minimi-zado, quando se têm presentes a rígida normatização e fiscalização do Banco Central; a disciplina su-pranacional dos acordos de Basi-leia; o SisCoaf-Sistema de Con-trole da Atividade Financeira; a transparência, apoiada nos meios digitais de comunicação; a Lei An-ticorrupção(Lei 12.846/2014) e as boas regras de governança.

Ao delinear as dimensões e realçar as cores mais marcantes desse quadro peculiar do sistema bancário brasileiro, quero tirar al-gumas conclusões para justificar o meu entendimento – ainda que mo-desto – de que o Banco do Brasil S.A. se tornou blindado por impe-dimentos que o tornam invendá-vel, como disse no título e explico a seguir:

Impedimento político institucio-nal: Será procedimento estúpido de politica econômica, verdadeiro crime de lesa pátria, a retirada do controle do Banco do Brasil pelo estado brasileiro, desfazendo-se de um instrumento estratégico vital, para seu balizamento e orientação do processo de desenvolvimento sócio econômico do Brasil. Ressal-te-se, ainda, o fato de que o Banco do Brasil, com um patrimônio de cultura bancária e creditícia secular e incomensurável, faz parte de um estratégico tripé bancário público, junto com a CEF e o BNDES que,

O Banco do Brasil é invendávelJosé Aristophanes Pereira*

Continua na página 8...

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Notícias do BBrasil | 8

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mesmo praticando, ocasionalmen-te, algumas ações superpostas e concorrentes, não pode, no con-junto, prescindir das características próprias e exclusivas de cada uma das pernas desse portentoso tripé, ao qual se juntam os bancos regio-nais, BNB e BASA. Por isso, já se faz necessário, e não seria imperti-nente, cogitar-se da criação de um Conselho coordenador dos bancos públicos, com funções de acompa-nhamento, avaliação de desempe-nho e prevenção de conflitos, no que disser respeitos à tutela dos interesses do controlador.

Não é demais insistir na impor-tância do instrumento bancário como agente de políticas públicas e de intervenção na ordem econô-mica. Mesmo em sociedades que abominam o dirigismo estatal, en-contramos agentes bancários de âmbito mundial, regional ou mul-tinacionais dedicados, segundo as conveniências e doutrinas do momento, a influenciar e amparar programas e projetos que corres-pondam aos seus interesses. São exemplos notáveis o Banco Mun-dial/BIRD(Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento), o Banco Interamericano de Desen-volvimento(BID) e o caçula multi-lateral Banco do BRICS. E não se faça o contraditório, dizendo que estes são indutores de grandes in-vestimentos, com crédito dirigido,

enquanto os outros – “dispensá-veis”, ou “supérfluos” – são da vala comum do “varejo”. Falácia! No fi-nal da linha, todo dinheiro se mate-rializa em pessoas.

Impedimento prático de mer-cado: Raciocinando por absurdo e admitindo-se a enigmática de-claração do festejado economista Gustavo Franco, segundo a qual o Banco do Brasil “está pronto para ser privatizado, mas não pode ser comprado pelo Itaú, nem pelo Bra-desco”(Eu acrescentaria: e muito menos pelo Santander), cabe uma primeira pergunta:

Quem pode comprar, mesmo que obtenha permissão do Cade, o maior banco do Brasil, com ativos de R$1,37 trilhão(sem incluir o mus-culoso apêndice da Previ, com um patrimônio de R$190 bilhões),34,6 milhões de correntistas, bilhões em lucros anuais expressivos, com montante superior a R$11 bilhões, em 2017 ?!

E, tentando esclarecer o enigma da declaração do Dr. Gustavo, aquele “pronto” significaria que existiu um projeto prévio de aprontamento, para privatização do Banco do Brasil?!

Há algum tempo, em período marcado pela buliçosa administra-ção do Presidente Paulo Cafarelli, o Banco do Brasil vem passando por constantes e expressivas mu-

danças, apontando para objetivos que, alegadamente, se conformam com a maximização de receitas e a diminuição de custos, num merca-do de alta competitividade e muta-ções.

São sensíveis reformas, em andamento: estruturais, que redu-ziram o tamanho físico do banco, em número de dependências e funcionários; operacionais, com a adoção pioneira de ousadas tec-nologias digitais e creditícias, com novas modalidades, tudo voltado para “equiparar a rentabilidade do Banco do Brasil(BB) a dos seus concorrentes privados”.

As entrevistas públicas do dinâ-mico e, aparentemente, autônomo CEO do BB, falam de seguras e de-terminadas ações de aprontamento do banco, com uma ambiciosa vi-são de futuro, mas sem entusias-mo pela missão pública. Cabe es-clarecer e botar mais ênfase nessa momentosa questão, esclarecendo porque o BB está pronto para a pri-vatização, no dizer do Dr. Gustavo Franco, que não sabe o que diz, ou sabe demais...

*José Aristophanes Pereira é apo-sentado do Banco do Brasil e foi Diretor da Região Norte (DIROP) e posteriormente Diretor de Planeja-mento (DIPLA), do Banco do Brasil

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