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B S m f f i T i f i M i
H n B f l l B H H H H 1 3 B B M
p H B I M H H B f t t
H f f l H B I B I H B B H B I
E M f f l W f l W f f l M B W I l B ^
E P B H M B f f l f f l B W B B B I
Captulo 15 | Complementao do Art igo,
209
Captulo 16
| Submisso do Art igo para
Publicao,
223
Captulo 17
| Avaliao de Artigo Cientfico,
235
Captulo 18| E statstica,
255
Captulo 19
| Preparao de Tabelas,
275
Captulo 20| Preparao de Figuras,
299
Captulo 21
| tica,
327
Captulo 22 | Vale a Pena Publicar Artigo
Cientfico?,
343
Captulo 23 | Como Ter Art igo Aprovado para
Publicao,
351
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orno Redigir Publicar e Avaliar
( l t l
1
Respeite o direito autora
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Naciona l
O G E N | G r u p o E d i t o r i a l N a c i o n a l r ene a s ed i to r a s G u a n a b a r a K o o g a n ,
S an t os , R oc a , A C F a r m ac u t i c a , F o r ens e , M t odo , LT C , E . P . U . e F o r e n s e
U n i v e r s i t r i a ,qu e pub l i ca m n as r eas c ien t f i ca , t cn ica e p r of i s s iona l .
E s s as em pr es as , r e s pe i t adas no m er cado ed i to r i a l , cons t r u r am ca t -
logos in igua lve i s , com obr as que t m s ido dec i s ivas na f o r m ao
acadm ica e no ape r f e ioam ento de v r ia s ge r aes de p r of i s s iona i s
e de e s tudan te s de Adm in i s t r ao , Di r e i to , E nf e r m agem , E ngenha r ia ,
F i s io te r ap ia , Medic ina , Odonto log ia , E ducao F s i ca e m ui ta s ou t r a s
c inc ia s , t endo s e to r na do s in n im o de s e r i edade e r e s pe i to .
Nos s a m is s o p r ove r o m e lhor con tedo c ien t f i co e d i s t r ibu - lo de
m ane i r a f l ex ve l e conven ien te , a p r eos jus tos , ge r ando bene f c ios e
s e r v indo a au to r e s , docen te s , l iv r e i r os , f unc ion r ios , co labor ador es e
acionis tas .
Nos s o com po r tam e nto t i co incond ic iona l e nos s a r e s pons a b i l idade
s oc ia l e am bien ta l s o r e f o r ados pe la na tu r eza educac iona l de nos s a
a t iv idade , s em com pr om ete r o c r e s c im ento con t nuo e a r en tab i l idade
do gr upo .
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GUANABARA
KOOGAN
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Os autores deste livro e a
EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA .
empenharam
seus melhoresesforospara assegurar que as informaes e os procedimentos
apresentados no texto estejam em acordo com os padres aceitos poca da
publicao , e todos os dados foram atualizados pelas autoras at a data da
entrega dos originais editora.
Entretanto, tendo em conta a evoluo das
cincias da sade, as mudanas regulamentares governamentais e o constante
fluxo de novas informaes sobre teraputica medicamentosa e reaes ad-
versas a frmacos, recomendamos enfaticamente que os leitores consultem
sempre outras fontes fidedignas, de modo a se certificarem de que as infor-
maes contidas neste livro esto corretas e de que no houve alteraes
nas dosagens recomendadas ou na legislao regulamentadora.
Adicional-
mente, os leitores podem buscar por possveis atualizaes da obra em http:ll
gen-io.grupogen.com.br.
18
Os autores e
a
editora se empenharam para citar adequadamente e dar
o
devido
crdito a todos os detentores de direitos autorais de qualquer m aterial utiliza-
do neste livro, dispondo-se a possveis acertos posteriores caso, inadvertida
e involuntariamente, a identificao de algum deles tenha s ido omitida.
h
Direitos exclusivos para a lngua portuguesa
Copyright 2012 by
EDITORA GUANABARA KOOGA N LTDA.
Uma editora integrante do GENI Grupo Editorial Nacional
Travessa do Ouvidor, 11
Rio de Janeiro - RJ - CEP 20040-040
Tels.: (21) 3543-0770/(11) 5080-0770
I
Fax: (21) 3543-0896
www.editoraguanabara.com.br
I
www.grupogen.com.br
I
editorial.saude@
grupogen.com.br
Reservados todos os direitos. proibida a duplicao ou reproduo deste
volume, no todo ou em parte, em quaisquer formas ou por quaisquer meios
(eletrnico, mecnico, gravao, fotocpia, distribuio pela Internet ou
outros), sem permisso, por escrito, da
EDITORA GUANABARA KOOGAN LTDA.
H
Capa: Bruno Sales
Editorao eletrnica: I l e r a
Projeto grfico: Editora Guanabara Koogan
b
Ficha catalogrfica
P493a
Pereira, Mauricio Gomes
Artigos cientficos:com o redigir, publicar e avaliar / Mauricio Gomes Pereira.
- [Reimpr.]. - Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2013.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-277-1928-5
1.Redao tcnica. 2. Relatrios tcnicos. 3. Publicaes cientficas - Normas.
4. Pesquisa - M etodologia. 5. Leitura. I. Ttulo.
11-5595. CDD: 808.066
CDU: 808.1:6
http://www.editoraguanabara.com.br/http://www.editoraguanabara.com.br/http://www.grupogen.com.br/http://www.grupogen.com.br/http://www.grupogen.com.br/http://www.editoraguanabara.com.br/7/21/2019 Artigos cientficos 23
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T odo l iv r o do t ipo que o l e i to r t em em m os um pr o je to co labor a -
t ivo . Num er os as pes s oas m e a juda r am dur an te o t em po em que o e s c r ev i .
P r opo r c iona r am r e f e r nc ia s , a rt igos e l iv r os pa r a cons u l t a , l e r am or ig ina i s -
m e s m o to dos os cap tu los - , apon ta r am e r r os , s uge r i r am d i r ees e o f ize ram
com boa von tade , de m ane i r a des in te r e s s ada . I m pos s ve l iden t i f i ca r todas ,
especif icar o que f izeram e agradec- las . Delas guardo lembranas agradveis e
pr o f und o r econhec im ento . As pes s oas que m e a juda r a m s abem o que f ize ram
e, sem elas , ter ia s ido muito dif ci l escrever es te l ivro. O mnimo que posso
f aze r m enc iona r a lgum as , em or de m a l f ab t i ca .
Ant n io A genor Br ique t de L em os , b ib l io tec r io e ed i to r , p r o f e s s or da
Unive r s idade de Br as l i a
Beatr iz Meireles For taleza, dentis ta , Univers idade de Bras l ia*
Eduardo Freitas da Silva, es tat s t ico, professor da Univers idade de Bras l ia*
r ika F az i to , ep idem io log i s ta , Min i s t r io da S ade*
Leopoldo Luiz dos Santos Neto, mdico, professor da Univers idade de Bras l ia
Luciana Balduno Sollaci , bibliotecr ia , Hospital Sarah Kubitschek, Bras l ia*
Mn ica Rebouas , m dica , Unive r s idade Ca t l i ca de Br as l ia*
Or lan do R ibe i r o G ona lves , m dico e b ib li f i lo , Min i s t r io da S ade
Paulo Srgio Sier ra Beraldo, mdico, Hospital Sarah Kubitschek, Bras l ia
Pedro Luiz Tauil , mdico, professor da Univers idade de Bras l ia
Ros ana C am po s Coe lho , enf e r m e i r a , S ec r e ta r i a da S ade do Dis t r i to F ede r a l*
Simnides Bacelar , mdico e biblif i lo, professor da Univers idade de Bras l ia
T a s Ga lvo , f a r m acu t i ca , Unive r s idade F ede r a l do A m azonas *
*Or ien tados ( a s ) pe lo au to r em pr ogr am as de ps - gr aduao s ens o e s t r i to ,
m e s t r a d o o u d o u t o r a d o
Quer o expr es s a r m eu r econhec im ento ao com pe ten te t r aba lho execu-
tado na E di to r a Guanaba r a Koogan , em es pec ia l , a Alu i s io Af f ons o , a J u l i ana
Af f ons o e a Glauce L eandr es .
Sou grato, em especial , Univers idade de Bras l ia , que me acolheu nas lt i-
m as dcadas e m e pr opor c ion ou a in f r ae s t r u tu r a e a s opor tun idades , e s s encia i s
para que eu produzisse o presente l ivro.
Maurcio Gomes Pereira
Braslia, julho de 2011
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Balllil
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"No pequeno servio ajuntar o disperso, abreviar o largo, apartar o seleto, e
fazer que facilmente se ache no captulo de cada matria oprincipal que a ela
pertence..."
Antn io de Sousa Macedo, 1606-1682, escritor e diplomata portug us. Em: Eva, e ave, ou
Maria tr iunfante. 5. ed. Lisboa: Off. de Antonio Pedrozo Galram, 1734, p. x.
Estamos na era da comunicao. natural que o pbl ico consumidor de
l i teratura c ient f ica espere encontrar somente boas comunicaes c ient f icas.
Esse pbl ico ser cada vez mais r igoroso no que seleciona para ler . Por isso,
os resul tados das pesquisas precisam ser cuidadosamente preparados e comu-
nicados de maneira competente e a t raente . Esse o caminho para conquis-
tar o le i tor . Em meados do sculo 20, havia pouca compet io para publ icar .
Sobrava espao nas revistas c ient f icas. Parte da tarefa dos edi tores daquela
poca estava vol tada para cat ivar autores e conseguir textos originais. Hoje
no mais assim. A disputa por um lugar nas pginas de peridicos c ient f i -
cos tornou-se acirrada. A oferta supera em muito a capacidade de absoro.
Em numerosas revistas de prest gio, a taxa de recusa a l ta , superior a 90%.
Aprender a escrever bons art igos c ient f icos, saber apresentar as evidncias
cient f icas e l idar efet ivamente com edi tores e revisores passou a ser funda-
mental para o objet ivo de publ icao. Esses assuntos so minuciosamente
abordados neste l ivro.
Alguns postulados est iveram sempre presentes durante a preparao do
l ivro. Dois deles so aqui mencionado s. O prim eiro refere-se necessidade de
apresentar um enfoque sistemt ico, organizado, para a redao e para a inter-
pretao dos resul tados de uma pesquisa . Esse conjunto de informaes con-
tm os ingredientes p ara entend er a lgica da comu nicao cient fica . A nfase
reside na descrio do raciocnio usad o em estu dos c l nicos e em invest igaes
epidemiolgicas. O domnio dessa lgica tende a tornar as pessoas mais aptas
em questes de planejamento e conduo de pesquisas, de anl ise cr t ica das
inform aes e do que incluir no re la to de um a invest igao.
O segundo postulado relaciona-se deciso de incluir um nmero consi-
dervel de concei tos e apl icaes de epidemiologia e esta t st ica . Esse conhe-
cimento auxi l ia as pessoas a usarem cri teriosamente as evidncias c ient f icas,
evidncias essas que const i tuem a base de sustentao para as concluses de
uma pesquisa . O bom uso da epidemiologia e da esta t st ica confere credibi l i -
dade ao re la to de um a invest igao.
O l ivro dest ina-se , inic ia lmente , queles que precisam escrever textos c ien-
t f icos. Incluo nesse g rupo os a lunos d e inic iao cient f ica , de discipl inas em
que so exigidos t rabalhos de concluso de curso e os frequenta dores de c lubes
de revista . Ser t i l como matria de reflexo para quem atua nas reas de
edi torao cient fica , reviso de textos, ensino de nvel superior e invest igao
de maneira geral .
Uma das caracterst icas de
Artigos Cientficos: Como Redigir, Publicar e
Avaliar
a nfase na redao com o propsi to de publ icar em peridico de
prest gio. Quem escreve texto c ient f ico no deseja simplesmente redigi- lo,
pretende publ ic-lo. Escrever somente no basta ; publ icar certo essencial , o
objet ivo maior, a meta a a lcanar. Somente quando divulgamos corretamente
o nosso t rabalho que damos a conhecer o que f izemos. As providncias para
subm eter o texto ao edi tor de um perid ico cient f ico, com mais probabi l id ade
de v-lo aprovado para publ icao, so realadas, assim como a organizao
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VS | ] A r t i g o s Ci e n t i c o s | ComoRedigir, P u b l i c a r e Av a l i a r
do s is tema de comunicao cientf ica. Esse mater ial auxil ia em
decises quanto ao envio de ar t igos para publicao e a l idar
com editores e revisores .
Um trao adicional a ser des tacado diz respeito forma de
abor dagem dos t em as , o que to r na a obr a apr opr iada pa r a a
interpretao de textos cientf icos . Quem escreve deve revisar
o seu texto. Redao e reviso so os dois lados de um a m esm a
m oeda e , por todo o l iv r o , encon t r am - s e o r i en taes que s e r -
vem, s imultaneamente, para a redao e a avaliao de textos .
Muitas or ientaes es to em tabelas , o que facil i ta o seu uso.
As s i tuaes retratadas - de aplicao das tcnicas da epide-
miologia, da es tats t ica e da metodologia cientf ica - fazem do
l iv r o um e lem en to f ac i l i t ador pa r a o apr end izado des s as m a t -
r ias e para a compreenso de conceitos complexos .
A am pla gam a de tp icos abor dados , hab i tua lm ente d i s -
pe r s a em v r ia s f on te s , encon t r a - s e r eun ida em um n ico
com pndio . Os t em as e s to d i s pos tos de m odo a s e r em u t i -
l i zados em es tudo ind iv idua l , pa r a que cada um conduza o
pr pr io r i tm o, e com o tex to pa r a apr end izagem em gr upo .
P or anos , m in i s t r e i cur s os e pa le s t r a s - e con t in uo a f az - lo -
sobre tpicos relacionados ao tema desta obfa; dentre os quais ,
m e todo log ia c ien t f i ca , ep idem io log ia , e s t a t s t i ca , com o le r
r ev i s t a s m dicas , ava l i ao c r t i ca da in f or m ao , m edic ina
bas eada em ev idnc ia s , r edao c ien t f i ca e m e todo log ia de
ens ino . E nvolv i - m e em ed i to r ao de pe r id ico c ien t f i co e
f o r m ule i cen tenas de pa r ece r e s pa r a p r o je tos e a r t igos , r e s u-
m os em congr es s os , t r aba lhos de conc lus o de cur s o e p r o to -
co los s ubm e t idos a com i t s de t i ca . Alm d i s s o , s ou l e i to r e
co lec ionador inve te r ado de l iv r os . P or e s s e s cam inhos , acu-
m ule i cons ide r ve l quan t idade de r e la tos bem e labor ados e
f o r m as e legan te s de apr e s en tao de r e s u l t ados de pes qu i s a s .
I gua lm en te , r eun i exem p los de e r ros , de s li ze s e ou t r a s im p er -
f e ies de com unicao c ien t f i ca . O m dico f r ancs , Albe r t
S chwe i tze r , 1875- 1965 , P r m io Nobe l da P az em 1952 , a f i r -
m ou: " Dar o exem plo no a m e lhor m ane i r a de in f luenc ia r
os outros . a nica." Resolvi divulgar os relatos e os exem-
p los que co lh i ou adap te i de m odo a a lcana r am pla aud in-
cia - maior do que a res tr i ta s minhas salas de aula ou aos
leitores de meus ar t igos .
P r ocur e i expor o m a ior nm er o de pa r t i cu la r idades s obr e
cada seo de um ar t igo cientf ico, sobretudo seus aspectos
r edac iona i s , com v i s t a ao ape r f e ioam ento da com unicab i l i -
dade . A inc lus o de m a te r i a l s obr e como no fazer, a ant tese
da boa r edao , pa r eceu- m e to im por tan te quan to r eve la r o
que pode ser fei to. Forneci as referncias para as fontes pass -
ve i s de s e r em us adas com o m a te r i a l ad ic iona l de l e i tu r a ou que
dessem supor te s af irmaes feitas . Com relao aos relatos
de e r r o ou m ane i r a s des e legan te s de com unicao , bus que i
no em i t i r op in io depr ec ia t iva s obr e os s eus au to r e s nem
identif ic- los - e espero ter conseguido.
Acredito que Artigos Cientficos: Como Redigir, Publicar e
Avaliar preencha uma lacuna. Os lei tores iro dispor de mater ial
e de con tedo ter ico e prtico, que os auxil iar a redigir , apresen-
tar e interpretar cr i t icamente tex tos cientf icos. Espero, ainda, que
seja de leitura agradvel, pois dediquei meus esforos a isso.
Ao te r m ina r , t r ans c r evo duas f r a s e s . Um a , de au to r des co-
nhecido, com o intuito de es timular a escr i ta cientf ica: "S
quando d ivu lgam os nos s o t r aba lho que t em os r econhec i -
m ento" . A ou t r a f r a s e t em r e lao com a m inha pos io de
ex-aluno da Univers idade Livre de Bruxelas , na Blgica, e o
m eu f a s c n io por ce r tos pe r s onagens da His t r i a da Medic ina ,
den t r e os qua i s, o ana tom is ta nas c ido naqu e la c idade , Andr e as
Ves a l ius , 1514- 1564 . No f im do p r e f c io de s ua m onum enta l
obr a A estrutura do corpo humano, escreveu: "Adeus , e faa
bom us o de nos s os bem - in tenc ionad os e s f o ros ".
Maurcio Gomes Pereira
Braslia, julho de 2011
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O livro Artigos C ientficos: Como R edigir; Publicar e Avaliar composto por
24 cap tulos, todos e laborados pelo mesmo autor, o que confere unidade con-
cei tuai ao con tedo.
Os t rs cap tulos inic ia is const i tuem introd uo aos tpicos Publ icao cien-
t f ica e Redao de textos. O de nmero 4 descreve a est rutura de um trabalho
cient f ico original , como ela hoje habi tualmente encontrad a em peridicos c ien-
tficos na rea das cincias da sade. Essa estrutura detalhada nos Captulos 5 a
8. As demais partes do artigo - Referncias, Ttulo, Autoria, Resumo e Palavras-
chave - so analisadas nos Captulos 9 a 13.
Tpicos re lacionados complementao do texto, com o propsi to de sub-
meter o art igo para publ icao, const i tuem ass unto dos C ap tulos 14 a 16. Nos
de nmero 17 a 21, so abordados temas complementares, tambm teis para
auxi l iar a preparao do texto e aumentar a probabi l idade de sua aprovao
pelos edi tores e revisores, as pessoas que opinam ou decidem se um trabalho
deve ou no ser publ icado. Esses temas so a maneira como um texto ava-
l iado, a esta t st ica que os t rabalhos devem conter , a preparao de tabelas e
figuras e os aspectos ticos das investigaes.
Na parte f inal da obra , h come ntrios sob re se vale a pena p ubl icar art igo
cient f ico, na qual so mencionados recursos que auxi l iam o escri tor em sua
tarefa de redigir o texto (Cap tulo 22) e so t raados cam inhos p ara ter o mate-
ria l aprovado para publ icao (Cap tulo 23). No l t imo cap tulo, foram reuni-
das as
dicas
dispostas ao longo do l ivro.
E x e m p l o s
Os exemplos esto organizados em pargrafos prprios, ident i f icados pela
palavra
Exemplo
(o u
Exemplos
) , seguida do nme ro da seo em que esto
local izados. Dessa maneira , f icam separados da parte terica , o que pode faci-
litar a leitura e a reviso do assunto.
Os textos em idioma est rangeiro, com algumas excees, foram traduzidos
ou adaptados para o portugus. As referncias que acompanham o materia l
permitem local izar o documento no idioma original .
T a b e l a s e f i g u r a s
Tabelas e f iguras esto ident i f icadas em ordem n um rica no interior d e cada
cap tulo, como se faz em um art igo cient f ico. O nme ro da tabela ou f igura
antecedido p elo do cap tulo: por exemplo, a Tabela 1.1 pertence ao Cap tulo 1,
enqu anto a Figura 4.1, ao Cap tulo 4.
As tabelas ocup am posio de destaque na com unicao cient fica , pois tm
poder de sntese e faci l i tam a le i tura e a compreenso do texto. Empreguei-as
profusamente . A maioria do materia l nelas includo refere-se a orientaes
para o relato de investigaes e para a avaliao crtica de artigos cientfi-
cos. Provm de fontes prest igiadas, como a Associao Brasi le i ra de Normas
Tcnicas (ABNT) e o Comit Internacio nal de Edi tores de Revistas Mdicas (o
Grupo de Vancouver) . Esto tambm dispostas em tabelas muitas inst rues
disponveis em
sites
de peridicos c ient f icos e
checklists
ut i l izados para aval iar
a abrangncia e a qual idade dos re la tos.
I n s t r u e s p a r a l e i t u r a d o l i v ro
Se o le i tor decidir ler o l ivro do com eo ao f im, ser apresentado orden ada-
mente aos temas e inst rues de como melhorar sua comunicao cient f ica .
Acom panh ar o processo desde as e tapas inic ia is de redao at a publ icao.
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VS | ]
Artigos Cientfico s | Como Red igir, Publicar
e
Avaliar
Em caso de ut i l izar o l ivro como referncia , em procedi-
mento no l inear de le i tura - como se faz com dicionrio,
enciclopdia ou jornal - , o le i tor ter orientao no sumrio
que aparece no inc io de cada cap tulo e no ndice remissivo
ao f im do l ivro. Encontrar tambm diret r izes no interior
dos cap tulos. Algo como
Orientao de leitura sobre amostra
para apesquisa (ver seo 6.6).
Optando por le i tura sequencial
ou temt ica , vale a pena, de inc io, inspecionar todo o l ivro,
superfic ia lmente , para ter viso panormica do seu contedo
- ou para ident i f icar passagens candidatas a re le i tura .
O le i tor mais interessado em aspectos prt icos e imedia-
tos da redao cientfica deve dirigir-se ao Captulo 4, espe-
cialmente s sees 4.3 e 4.4, nas quais consta a est rutura
do art igo cient f ico, depois detalhada nos Cap tulos 5 a 8.
Posteriormente , procuraria as orientaes sobre referncias,
t tulo, autoria , resumo e palavras-chave, que constam dos
Captulos 9 a 13. O Captulo 24 ser de leitura proveitosa pelas
dicas nele agrupadas. Na fase de reviso final e envio do artigo
para publ icao, os Cap tulos 14 a 17 merece m inspe o pelas
orientaes que contm sobre a matria .
Cada cap tulo contm sees e subsees, de modo que a
maioria dos tpicos abrange um ou poucos pargrafos, o que
pode faci l itar a le itura e a pesquisa p or assunto.
As referncias cruzadas (por exemplo, ver 5.12) auxi l iam
no direcionamento dos le i tores para informaes adicionais
sobre o mesmo assunto.
Sugestes em c a d a cap tu lo
H uma seo de sugestes ao final de cada captulo, na
qual constam
dicas
para l idar com os problemas re lacionados
matria abordada. N o se t ra ta de receita nica, mas de indi-
caes que podem ser te is, no implicando reduzir a redao
apl icao de simples regras. As indicaes raramente fu ncio-
nam isoladamente; e las auxi l iam as pessoas, principalme nte as
que j esto em processo de redao, a esclarecer pontos obs-
curos, a encontrar caminho s, a local izar di ferente perspect iva
e a melhor organizar os fa tos e argumentos na est rutura do
art igo. Essas sugestes esto reunidas n o Cap tulo 24.
Muitas regras para a real izao de invest igaes c ient -
f icas e para a preparao de art igos so intui t ivas. Outras,
como assinalou o mdico espanhol Sant iago Ramn y Cajal ,
1852-1934, Prmio Nobel de Medicina em 1906, const i tuem
"est mulos a lentadores e admoestaes paternais que quis-
ramos ter recebido nos princpios da nossa ( . . . ) carrei ra aca-
dmica." A l inha divisria entre uma e outra categoria no
n t ida , mas o propsi to consist iu em incluir , nas sugestes, as
que se encontram no grupo dos est mulos a lentadores.
Diretr izes para redao cientf ica
Numerosas dire t r izes para re la to de invest igaes esto
ci tadas, t ranscri tas ou interpretadas . A maioria su rgiu nas l t i -
mas dcadas, e o propsi to foi a judar os autores a no come-
terem falhas e omisses na comunicao cient f ica . Passou-se
a exigir nmero crescente de requisi tos metodolgicos nos
rela tos e , dessa maneira , a lcanar uniformidade de apresen-
tao e melhor qual idade da publ icao. Meno s normas
de Vancouver, ao CONSORT e a tantas outras tornaram-se
comuns em inst rues para autores de textos c ient f icos.
natural que os requisi tos exigidos na publ icao sejam ado-
tados na e laborao de futuras pesquisas. Trata-se da maneira
pela qual as di re t r izes para a divulgao das invest igaes
influenciam o modo como a c incia conduzida. Seguir di re-
t r iz e s pode se r um cami nho adequado p a ra me l hora r a comu-
nicabi l idade. Em consequncia , a l imento a pretenso de que
as pessoas expostas ao contedo desta obra estaro mais aptas
a conduzir , re la tar e interpretar invest igaes.
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Sumrio
C a p t u l o 1 1 P e s q u i s a e C o m u n i c a o C i e n t f i c a , 7
C a p t u b 2 1 C a n a i s d e C o m u n i c a o C i e n t f i c a , 7
C a p t u l o 3 1 P l a n e j a m e n t o , R e d a o e R e v i s o d o T e x t o ,
17
C a p t u l o 4 1 E s t r u t u r a d o A r t i g o C i e n t f i c o ,
27
C a p t u l o 5 1 I n t r o d u o d o A r t i g o , 41
C a p t u l o 61 M t o d o , 5 7
C a p t u l o 7 1 R e s u l t a d o s , 81
C a p t u l o 8 1 D i s c u s s o , 103
C a p t u l o 9 1 R e f e r n c i a s B i b l i o g r f i c a s ,
131
C a p t u l o 1 0 1 T t u l o ,
147
C a p t u l o 1 1 1 A u t o r i a ,
157
C a p t u l o 1 2 1 R e s u m o , 167
C a p t u l o 1 3 1 P a l a v r a s - c h a v e , 179
C a p t u l o 1 4 1 E s c o l h a d o P e r i d i c o , 193
C a p t u l o 1 5 1 C o m p l e m e n t a o d o A r t i g o ,
209
C a p t u l o 1 6 1 S u b m i s s o d o A r t i g o p a r a P u b l i c a o ,
223
C a p t u l o 1 7 1 A v a l i a o d e A r t i g o C i e n t f i c o , 235
C a p t u l o 1 8 1 E s t a t s t i c a , 255
C a p t u l o 1 9 1 P r e p a r a o d e T a b e l a s , 275
C a p t u l o 2 0 1 P r e p a r a o d e F i g u r a s , 299
C a p t u l o 2 1 1 t i c a ,
327
C a p t u l o 2 2 1 V a l e a P e n a P u b l i c a r A r t i g o C i e n t f i c o ? ,
343
C a p t u l o 2 3 1 C o m o T e r A r t i g o A p r o v a d o p a r a P u b l i c a o ,
351
C a p t u l o 2 4 1 S n t e s e d a s S u g e s t e s s o b r e R e d a o C i e n t f i c a , 357
n d i c e R e m i s s i v o , 369
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Captulo 1 | Pesquisa e Comunicao Cientfica
T a b e l a 1 . 2 E t a p a s n a e l a b o r a o d o a r t i g o c i e n t f i c o e a l o c a l i z a o d o s t e m a s n o s c a p t u l o s d o p r e s e n t e l i v r o
Etapas
Captulos
1. Redao da estrutura do texto: introduo, mtodo, resultados e discusso
4 a 8
2. Preparao das demais partes: referncias bibliogrficas, t tulo, autoria, resumo e palavras-chave
9 a 13
3. Reviso, com pleme nta o e subm isso do material para publica o em peri dico cientfico 14 a 16
i
1
-3- Publicao de artigo cientfico
Quando o autor julga que o ar t igo es t pronto, ele o envia
para um entre os milhares de per idicos cientf icos exis tentes
na atualidade. Ao chegar redao, o mater ial examinado
pelo editor , o qual no pode publicar qualquer coisa que lhe
chega s mos. Dev e zelar para qu e somente textos de qualida de
e condizentes com a pol t ica editor ial do per idico sejam nele
divulgados . Por isso, fei ta a separao entre os que so logo
rejeitados , por serem de imediato julgados inapropr iados , e os
demais , potenciais candidatos divulgao. Para auxil i- lo na
avaliao dos ar t igos que ultrapassam a tr iagem inicial , o editor
conta com um s is tema de apoio, a reviso por pares - d i t a t am -
bm reviso por especialis tas , arbitragem por pares ;peer review,
em ingls . O procedimento d credibil idade ao per idico que o
uti l iza. delineado para recusar textos inadequados e melhorar
a clareza e a preciso dos selecionad os para pub licao. A s is te-
mtica empregada consis te em examinar cada ar t igo e ver if icar
s e im por tan te , o r ig ina l , bem apr es en tado e adequado pa r a
apa r ece r em f u tu r o nm e r o do pe r id ico .
Na even tua l idad e de r ecebe r pa r ece r e s f avor ve i s dos e s pe -
cialis tas que o examinem, o ar t igo aceito aps as cor rees
pe r t inen te s e p r ogr am a do pa r a pub l i cao . O exem pla r da
r ev i s ta , quan do pr on to , c i r cu la en t r e ind iv duos e ins t i tu ies
que , de a lgum a f o r m a , concor r em pa r a m ant - l a , com o as s i -
nan te s e a s s oc iados de en t idade c ien t f i ca . Mui tos s o t am -
bm adqui r idos ou env iados a b ib l io tecas , e um gr upo s e le to
d i s pos to em bas es e le t r n icas de p r e st g io . Com os p r oced i -
m entos m oder nos de indexao dos pe r id icos c ien t f i cos em
bases de dados eletrnicos , os ar t igos nelas includos so pas-
s ve i s de s e r em r ecupe r ados , no im por ta onde f o r am publ i -
cados . Assim, a indexao da revis ta nas pr incipais bases de
dados to r no u- s e pa r m e t r o pa r a ava l i a r a qua l idade dos t ex tos
cientf icos .
' - E v o l u o d a c o m u n i c a o
cientifica nas cincias da sade
Com par ao en t r e os a r t igos c ien t f i cos de a lgum as dca -
das pas s adas com os de ho je m os t r am gr andes m udanas .
4
O s
a tua i s s o de m enor ex tens o e em f or m a to padr on izado . A
s ua e s t r u tu r a com pos ta por qua t r o s ees que e s pe lham as
etapas do processo de pesquisa e do raciocnio cientf ico apli-
cado aos achados : a in t r oduo , o m todo , os r e s u l t ados e a
d i s cus s o .
O pes qu i s ador t em tem po l im i tado pa r a l e r e o t ex to con-
c i s o e a un i f o r m idade na d i s pos io dos a s s un tos f ac i l i t am a
le i tu r a . Os t tu los dos a r t igos , ao con t r r io do s eu t am anho ,
to r na r am - s e m a is ex tens os pa r a ve icu la r m a ior quan t idade
de in f or m ao . Des s e m odo , a s e leo do que deva s e r l ido
s e ja fe i t a m a is f ac i lm ente pe la ins peo dos t tu los . O nm er o
de au tor e s t am bm aum entou . A com plex idade das pes qu i s a s
r eque r que m a is pes s oas co labor em na s ua r ea l i zao . Out r o
im por tan te m ot ivo pa r a o c r e s c im ento do nm er o de au to -
res po r ar t igo a valor iza o da prod u o cientf ica. Os pes-
qu i s ador es s o p r e s s ionados a pub l i ca r , v i s to s e r em ava l i ados
pe lo que apa r ece com s eus nom e s na l i t e r a tu r a e s pec ia l izada .
Os r e s um os , s egu indo o que acon tece com o p r pr io t ex to do
a r t igo , to r na r am - s e m a is bem es t r u tu r ados . F or am des envol -
vidos s is temas de palavras-chave, para que se recupere ef icien-
tem ente a r t igos por bus ca em bas es de dados com putador i -
zados .
As r egr a s pa r a a s ubm is s o de a r t igos c ien t f i cos f o r am
ape r f e ioadas , com a incor por ao do que pas s ou a s e r con-
s ide r ado boa r edao c ien t f i ca . No s om ente ques to de '
f o r m a de apr e s en tao dos a s s un tos , m as t am bm de s e leo
e o r gan iza o dos a r gum en tos pa r a s us ten ta r a va l idade d a
inves t igao e da conc lus o do au tor . Concom i tan tem ente ,
s u r g i r am ou t r a s ex ignc ia s que r e f l e t i r am as novas dem an-
das da s oc iedade . Ques tes com o conf l i to de in te r e s s e s e
p u b l i c a o d u p l i c a d a,pas s a r am a t e r luga r nas ins t r u es
pa r a au to r e s de pe r id icos c ien t f i cos . Os a s pec tos t i cos das
pes qu i s a s to r na r am - s e f oco de in tens o deba te , o que s e r e f l e -
t i u n a s n o r m a s p a r a p e s q u i s a s e m s e r es h u m a n o s . A m e n o
e a des c r i o das t cn icas e s ta t s t i ca s no r e la to das inves -
t igaes f o r am incen t ivadas , m es m o ex ig idas , no im por -
t ando o g r au de com plex idade . Ree labor a r am - s e os c r i t r ios
de r ev i s o e apr ovao , de m odo que os t ex tos s e lec ionados
pa r a pub l i cao , em m dia , s o de m e lhor qua l idade que no
pas s ado . -
E s to aqu i r e la tadas apenas a lgum as m udanas na com u-
n icao c ien t f i ca . Num er os as ou t r a s ocor r e r am e p r oduz i r am
r eaes , adap taes e novas s o lues , r epe r cu t indo n a m ane i r a
com o os r e s u l t ados das pes qu i s a s s o ho je apr e s en tados . As
m odi f i caes in f lu r am pos i t ivam ente no p lane jam ento e na
condu o das inves t igaes .
v
^ R e v o l u o d i g i t a l e
c o m u n i c a o a o t o r - e d i t o r
Ar t igo pub l i cado , em te r m os idea i s , aque le co locado
d i s pos io da com unidade c ien t f i ca em f or m a apr opr iada .
Acontec im entos r ecen te s , e s pec ia lm ente na in f or m t ica e nas
te lecom unicaes , r evo luc iona r am o s e to r . Os com putador es ,
a expresso mais vis vel da revoluo digital , es to conectados
em r ede m un dia l pe la in te r ne t , o que m ud ou a s ca r ac te r s t i ca s
do t r aba lho em qua lque r cam po. No que conce r ne ao t em a
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V S | ]
Artigos
C ie n t ic o s
|
C o
m
o Re d i g i r ,
Publicar
e A v a l i a r
deste l ivro, a via e le t rnica faci l i tou a comunicao entre autor
e edi tor , assim como todo o processo edi toria l e a divulgao
dos art igos c ient f icos. Nas normas de Vancouver constam as
seguintes observaes.
5
"A publicao em formatos e le trn icos c riou oportun idades para
acrescenta r de ta lhes ou sees in te iras apenas na verso e le tr n i-
ca , o rganizando informaes ad ic iona is , e s tabe lecendo links o u
extra indo partes de a rt igos e as s im por d ian te . Os au tores prec i-
sam traba lhar com os ed ito res no desenvolv imento ou uso desses
novos form atos de publicao e devem submete r rev iso de es -
pec ia l istas mate ria is p a ra poss ve l u t i l izao em publicaes e le -
trn icas sup lementa res ."
Um autor pode submeter , por meio ele t rnico, seu texto
para publ icao em peridico cient f ico, assim como acompa-
nhar, da mesma maneira , a avaliao de seu art igo. Em alguns
peridicos, o texto acei to para publ icao e em condies de
divulgao logo exposto na pgina e le t rnica da revista .
No presente , pelo menos cinco t ipos de materia l c ient f ico
so encontrados na internet :
o O contedo da prp ria verso impressa do art igo
o As inform aes que comp lemen tam a verso impressa ,
sob a forma de texto, figura, tabela, detalhes da anlise
esta t st ica e resul tados secundrios; tam bm m ateria l su-
plementar como udio, vdeo e
slides
Um a verso ampliada do texto
Os art igos que, embo ra julgados adequados para publ i -
cao, no so includos no peridico im presso, simp les-
mente por questes de espao
Os peridicos exclusivamente e le t rnicos.
A internet no est l imitada apenas aos aspectos reala-
dos. Oferece mais. Pela l iberdade de espao, o meio ele t r-
nico permite outras composies, como divulgao de mate-
ria l dest inado pr-publ icao impressa , pareceres sobre
art igos, cartas dos le i tores e comentrios induzidos sobre o
texto. No entanto, a simples disposio de mais espao no
just i f icat iva para fa l tar com as vir tudes de um bom texto.
A aval iao de art igo a ser divulgado em meio ele t rnico, de
modo que const i tua evidncia c ient f ica de boa qual idade,
deve seguir os mesmos cri trios de qual idade apl icados aos
a r t i gos i mpre ssos . E l e s t ambm podem se r t r a t ados como
semelhantes publ icao impressa e aparecerem em bases
de referncias bibl iogrficas, passveis de serem ci tados na
l i teratura c ient f ica .
I n f o r m a r e s
cientficas
m
i n t e r n e t
A internet t rouxe enormes faci l idades ao usurio de publ i -
caes cientficas, dentre as quais, conexo com bases de
dados, faci l idade de acesso a um imenso volume de infor-
maes em texto integral , rapidez de pesquisa e interao do
usurio com todo o sistema. Uma das mais re levantes expres-
ses do emprego da internet na medicina o acesso imediato
s bases de dado s de materia l c ient f ico. Nos exemplos adiante ,
so re lacionadas t rs delas de uso gratui to e amplam ente ut i l i -
zadas no Brasi l. Os Cap tulos 13 e 14 t razem mais inform aes
sobre o assunto.
Ao lado de abundantes aspectos a l tamente posi t ivos, a
internet tambm tem fragi l idades. As informaes que com-
porta nem sempre tm o mesmo nvel de qual idade. Parte do
materia l no p assou pelo f i l t ro da reviso p or pares, caracters-
t ica dos peridicos de boa qual idade .
Exemplos 1.7 Bancos de dados de art igos
cient f icos na internet
Exempl o 1 M EDLINE
Pela abrangncia, facilidade de acesso e gratuidade, o
MEDLINE se f i rmou como a base de dados mais ut i l izada
para a recuperao de informaes c ient f icas sobre sade no
Brasi l e em todo o mundo. Existem numerosos outros bancos,
embora nenh um se j a t o usado como o M ED LINE.
Exemplo 2 LILACS
A LILACS (Li teratura Lat ino-Americana e do Caribe em
Cincias da Sade) apareceu em 1982 e tornou-se o mais
abrangente ndice bibl iogrfico da produo cient f ica e tc-
nica da regio.
Exemplo 3 SciELO
Em 1997, foi implantada a SciELO (
Scientific Electronic
Library Online),
que no um a base de dados como a LILACS,
mas bibl ioteca de revistas c ient f icas em formato ele t rnico.
Ambas r epre sen t am con t r i bu i o re l evan t e pa ra a d i vu l ga -
o e uso de resul tados de pesquisa da Amrica Lat ina.
Em decorrncia das faci l idades e le t rnicas crescentes, o
modelo t radicional de comunicao cient f ica centrado na
verso impressa est sendo al terado para outro, focado na
publ icao ele t rnica e no acesso l ivre e i rrest r i to ao m ateria l
publ icado.
6
Os peridicos c ient f icos e le t rnicos de acesso
intei ramente l ivre emergiram.
Acesso livre
ou
acesso aberto
signif ica ausncia de custos para o le i tor e para a inst i tuio
pelo uso da informao.
A pesquisa f inanciada co m recursos pb l icos deve ser dis-
ponibi l izada gratui tam ente para o pbl ico. Essa a opinio de
parte considervel da com unidad e cient f ica . Equivale a devol-
ver sociedade o que foi invest ido na pesquisa . Nos Estados
Unidos, os art igos,publ icados provenientes de pesquisas com
recursos pbl icos devem estar disponveis em texto integral
no PubMed, que gratui to, no mximo 12 meses depois de
publ icados. O acesso l ivre a art igos c ient f icos est mudan do a
estratgia das editoras.
7
Em algumas revistas, o acesso fica res-
t r i to a assinantes apenas durante curto perodo, que pode ser
seis meses, como no 1AMA (
Journal of the American Medicai
Association
) , ou um pouco mais em outros peridicos. Aps o
prazo est ipulado pelos edi tores, o acesso ao texto completo
l ivre . As vezes, requer-se regist ro ou assinatura indiv idual s em
custos.
Exemplos 1.8 Revistas c ient f icas em formato ele t rnico
de l ivre acesso na in ternet
Exempl o 1
Directory ofOpen Access Journals
(DOAJ)
8
Em 1992, foi publ icada a primeira revista e le t rnica na rea
da sade, a
Online Journal of Clinicai Trials,
com textos com-
pletos. Em julho de 2010, estavam regist radas n o
Directory of
Open Access Journals
5.160 revistas e le t rnicas em regime de
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. o r n u i i i
Somos aprendizes de uma arte na qual ningum se torna mestre.
E r n e s t H e m i n g w a y , 1 8 9 8 - 19 6 1 , e sc r i t o r n o r t e - a m e r i c a n o , a p r o p s i t o d a a r t e
d e e s c re v e r .
I n t r o d u o , 2
N e c e s s i d a d e d a d i v u l g a o d a s p e s q u i s a s , 2
Pr e p ar a o d e ar t i g o c i e n t fi c o , 2
Pu b l i c a o d e ar t i g o c i e n t fi c o ,
3
Evo l u o d a c o m u n i c a o c i e n t fi c a n as c i n c i as d a sa d e ,
3
R e v o l u o d i g i t a l e c o m u n i c a o a u t o r - e d i t o r , 3
" - In fo r m a e s c i e n t fi c as n a i n t e r n e t , 4
Pe r i d i c o s d e ac e sso l i vr e , 4
C o m p e t i o p a r a p u b l i c a r , 5
Rac i o c n i o c i e n t fi c o , 5
S u g e s t e s , 5
C o m e n t r i o fi n al , 6
R e f e r n c i a s , 6
1
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VS | ] r t i g o s C i e n t i c o s | C om o R e d i g i r , P u b l i c a r e A v a l i a r
mensagem subjacente neste l ivro de que uma pesquisa
j s termina quando Os seus resultados so divulgados de
form a adequada. O art igo cientfico a mane ira mais eficien-
te de faz-lo . Este captu lo in trodutrio contm general idades
sobre esses temas, e os assuntos nele tratados so retomados
nos demais captu los .
T a b e l a 1 . 1 P r o c e s s o s e n v o l v i d o s n a p u b l i c a o d e
ar t ig o c i en t f i co
Real izao da inves t igao
Comunicao dos resu l tados : a e laborao do a r t igo c ien t f ico*
* O tema do presente livro.
I
;
I n t r o d u o
Professores univers i trios , profiss ionais liberais e es tu dan-
tes de n vel superior dedicam p arte considervel de seu tem po
para a real izao de pesquisas . de toda convenincia que o
produto desse esforo alcance as pessoas que dele possam se
beneficiar. Por meio da publicao em peridico cientfico ,
os resultados da invest igao chegam s pessoas certas . Um
texto bem preparado valoriza a pesquisa, porm nem todos se
sentem vontade para redigir um bom relato de invest igao.
Acreditam que no foram suficientemente--. t reinados para tal
empreendimento . Em consequncia, possvel que uma exce-
lente pesquisa no seja devidamente apreciada s implesmente
por no haver relato adequado sobre ela.
H dois processos na publicao cientfica que nos in te-
ressa realar (ver Tabela 1.1). Um a realizao da pesquisa,
cujo objet ivo maior consis te na produ o de conhecim ento . O
outro versa sobre a t ransmisso dos resultados dessa pesquisa
para a comunidade cientfica. Embora ambos estejam relacio-
nados, sendo um a sequncia do outro , exigem habil idades
distintas.
Os temas enfocados neste l ivro se referem ao segundo
tpico mencionado, qual seja, a elaborao do relato da pes-
quisa com vis tas sua publicao. O tema est l imitado a tra-
balhos escri tos sob a forma de art igos orig inais . No engloba
apresentaes orais e outras modalidades de d ivulgao cien-
tfica, que tm especificidades prprias. O autor deste livro, ao
escrev-lo , teve em m ente a pesquisa aplicada em seres hu ma -
nos - e no a investigao bsica ou de outra natureza, com o
a que envolve animais ou plantas . Os exemplos so da rea da
sade e enfocam , principalmente, a pesquisa cl n ica e a epide-
miolgica.
O domnio dos meandros da comunicao cientfica tem
o efei to salu tar de influenciar posi t ivamente o modo como
um a pesquisa real izada. Quem sabe como relatar u t i l iza esse
mesmo conhecimento para p lanejar e executar uma invest iga-
o. O inverso pode no ser verdadeiro . Quem pesquisa nem
sempre es t preparado para comunicar os resultados de uma
investigao.
N e c e s s i d a d e d a
divulgao das pesquisas
Os cientis tas precisam escrever.
1
O mesmo se aplica a
p ro fes so res u n iv ers i t r io s , p ro f i s s io n a i s l i b e ra is e es tu d an -
tes de n vel superior. Para que os resultados de uma inves-
t igao alcancem aqueles com interesse no assunto , exis tem
canais apropriados de d ivulgao. O fato cientfico d ivul-
gado pela publicao, que ates ta a exis tncia da pesquisa
e p o d e co n fe r i r - lh e u ma esp c ie d e s e lo d e q u a l id ad e , a
d ep en d er d e o n d e p u b l i cad a . Para s e r ace i to em p er i -
dico cientfico de prest g io , um texto necessi ta es tar em
fo rma ap ro p r i ad a . A p u b l i cao ad eq u ad a fa r co m q u e o
resu l t ad o d a in v es t ig ao s e to rn e d i sp o n v e l n o s i s t ema d e
co mu n icao c i en t f i ca . Co m a o rg an izao q u e h o je ex i s t e ,
o re l a to d a p esq u i sa p o d e s e r fac i lmen te en co n t rad o , l i d o ,
ju lg ad o e , a d ep en d er d a imp o r tn c ia o u p ecu l i a r id ad e d a
o b ra , s e rv i r d e ap o io e re fe rn c ia a t rab a lh o s p o s te r io res
so b re o as su n to . Ou t ra imp o r tan te co n seq u n c ia d a d iv u l -
g ao co r re t a a l can ar aq u e les q u e p ro m o v em a ap l i cao
p r t i ca d o s co n h ec imen to s .
Pesquisa no publicada, logicamente, no alcana a comu-
nidade cientfica, o que s ignifica contribuio nula para o
acervo de conhecimentos . Por sua vez, pesquisa indevida-
mente publicada pode jamais chegar ao conhecimento dos
cientis tas ou isso ser fei to tardiamente. Acontece, por exem-
plo , com as teses de doutorado que nunca so divulgadas sob
form a de artigo ou de l ivro . Outra i lus trao o trabalho pio-
neiro de Mendel .
Exemplo 1 .2 A publicao dos resultados das pesquisas
de Gregor Mendel , 1822-1884
O rel ig ioso e botnico austraco publicou, em 1865, suas
experincias p ioneiras sobre hereditariedade em peridico de
circulao res tri ta pertencente sociedade regional de h is tria
natural d a Bomia, regio da Europa Central , po.ca perte n-
cente ao Imprio Austro-Hngaro. Suas ideias permaneceram
desconhecidas da comunidade cientfica at serem descober-
tas em 1901. Acredita-se que a obra no teria s ido ignorada
por tanto tempo se t ivesse s ido publicada em peridico cien-
t fico de maior p rest g io . A viso de que o trabalho de M endel
foi ignorado no perodo 1866-1901 contestada.
2,3
1
P r e p a r a o d e a r t i g o c i e n t fi c o
Pensar, planejar, escrever e rever so os passos a percorrer
por quem se d ispe a redigir e comunicar, de maneira efet iva,
o que tem a d izer ao seu pblico .
1
raro produzir-se texto
que, logo na primeira verso, adquira a forma ideal e sat is-
faa o prprio autor, os editores e os leitores exigentes. Muitas
revises so necessrias para chegar a tal ponto . Embora haja
comumente esse fazer e refazer do que fo i produzido com
vistas ao seu aperfeioamento , t rs etapas podem ser identi-
ficadas no processo de preparo de uma publicao cientfica
(ver Tabela 1.2). Conta-se a histria da investigao (etapa 1),
acrescentando-se as partes que lhe fal tam, como o t tu lo , o
resum o e as referncias b ibl iogrficas (etapa 2). A com plemen -
tao desse material , para cu mprir as exigncias dos editores ,
resulta no art igo pronto para sua submisso a um peridico
cientfico (etapa 3).
7/21/2019 Artigos cientficos 23
19/401
Ca p i t u l o I
|Pesquisa e Comunicao Cientfica
acesso aberto, em todas as reas, das quais 2.137 permit iam
consul ta por art igo. Estavam disponveis cerca de 420 mil art i -
gos de texto completo gratui tos para uso. O nmero de peri -
dicos de c incias da sade em texto com pleto era o segu inte:
50 de odontologia , 29 de enfermagem, 377 de medicina geral
e 140 de sade pbl ica . Somente so includas nessa base de
peridicos as que ut i l izam um sistema de controle de qual i -
dade para a seleo de artigos.
Exempl o 2 Public Library of Science (PL oS)
9
A
Public Library of Science
uma bibl ioteca pbl ica de
cincias, dos Estados Unidos, que adota o sistema de acesso
l ivre. Edi ta vrios peri dicos c ient ficos, entre os quais,
PLoS
Medicine.
Esse peridico si tua-se entre os dez de maior pres-
t gio em medicina interna, com fator de impacto de 13,05 no
ano de 2009. Fator de impacto um indicador que expressa o
nm ero de vezes que um peridico c i tado (ver 14.6) . Outros
peridicos dessa organizao, com os respect ivos fa tores
de impacto, so:
PLoS Biology
(12,91);
PLoS Genetics
(9,53),
PLoS Pathology
(8,97),
PLoS Computational Biology
(5,75),
PLoS Neglected Tropical Diseases
(4,69) e
PLoS One
(4,35). O
mod elo de f inanciamento adotado nessa bibl ioteca requer que
seja efetuado pagamento dos custos de publ icao pelos auto-
res do artigo.
Exempl o 3
Open Access Central
10
Essa ent idade tem o prop si to de a lbergar revistas de acesso
aberto de medicina, biologia e mesmo de outras reas. Tem
como l ema
"maximizar a comun icao de pesquisa cientfica
por meio do acesso livre".
A SciELO, j menc ionad a no cap tulo, i lust rao de bibl io-
teca virtual de acesso aberto.
: C o m p e t i o p a r a p u b l i c a r
Dois temas centrais abordad os no cap tulo so a redao de
um art igo e a sua publ icao. Esses dois temas so mais bem
apresentados como um apenas: a preparao de art igo com
mais possibi l idades de ser acei to em peridico cient f ico de
prest gio. O objet ivo do autor de um art igo t-lo publ icado
e no simplesmente escrev-lo. Existe forte compet io para
publ icar uma vez que o nmero de art igos c ient f icos subme-
t idos aos edi tores excede em muito o nmero possvel de ser
acei to. Nos p eridicos de prest gio, a taxa de acei tao de art i -
gos inferior a 10%.
Um caminho para ter razoveis possibi l idades de publ i -
car em peridico cient f ico de prest gio produzir texto de
qual idade superior . Embora necessrio, no sufic iente .
Torna-se conveniente entender o processo de aval iao de
textos c ient f icos e os meandros da publ icao, o que evi tar
mal-entendidos e frust raes. Isso envolve, de um lado, ques-
tes re lacionadas boa est ruturao do art igo, a local izao
correta da argumentao cient f ica nessa est rutura e um tom
de l i nguagem adequado pa ra uma rev i s t a a cadmi ca . O ob j e -
t ivo fazer com que os revisores sejam capazes de entender
o re la to, apreci-lo e bem aval iar o manuscri to. H tambm
outros ngulos a l idar como a autoria , a t ica , a escolha do
pe r i d i co adequado , a fo rma de submi sso do ma t e r i a l aos
edi tores, a resposta s sol ic i taes do edi tor e mui tos mais,
como detalhado nos prximos cap tulos deste l ivro. Existem
as convenes, bem estabelecidas, para serem seguidas e as
regras no escri tas. Desenvolver habi l idades para l idar com
esses temas pode resul tar em benefc ios de publ icao, a lm
de ser um apaixonante desafio inte lectual . Entre as habi l i -
dades para a lcanar a meta da publ icao do art igo est a
capacidade de antecipar o que ser provavelmente acei to ou
rejei tado pelos edi tores. Para termos de comparao, vale
lembrar as palavras de Nicolau Maquiavel , 1469-1527, o pen-
sador e escri tor i ta l iano, quando se referiu ao que acontecia
na esfera pol t ica .
"Qu ando os problemas so prev istos de longe , o que s home ns de
ta len to podem fazer, os males que de les poderiam advir so logo
curados ; mas qua ndo, por fa l ta de prev idnc ia , e les so padec idos
a t um ponto em que se to rnam percep tve is pa ra todos , j no
exis te mais remdio ."
Como se desenvolve a habi l idade de antever qual idades
e problemas no texto c ient f ico? De um lado, aprende-se a
maneira dos bons autores apresentarem os resul tados das suas
pesquisas. tambm conveniente saber como outros fa lharam
e t iveram seus art igos recusados para publ icao, de modo a
evi tar os mesm os erros. O prese nte l ivro est repleto de exem-
plos de ambos os casos, de form as adequadas de apresentar os
resul tados de uma invest igao e erros frequentemente come-
t idos.
Em sntese , o autor far constar do re la to o que const i tui
uma b oa comu nicao cient f ica , ou seja , aqui lo que os conhe-
cedores do assunto buscam e esperam encontrar no texto.
i i ' - Raciocnio cientfico
Para bem alcanar o objet ivo de publ icao em peridico
de prest gio, a compreenso da lgica do raciocnio c ien-
t f ico essencial , visto a sua importncia na concatenao
das ideias, fa tos e argumentos para sustentar as concluses.
O rac i oc n i o que fundament a a comuni cao c i en t f i c a mo-
derna e os modos de l idar com as evidncias so abordados
por todo o l ivro. Em muitas si tuaes, o certo e o errado
esto bem estabelecidos; exemplos so mostrados. Em outras
ocasies, no existe certo nem errado, mas diferentes formas
de abordagem. Nesses casos, so sugeridos caminhos para a
redao e apre sen t adas fo rmas pa ra aprofun da r o e s t udo da
matria .
A lgica, ou sua fa l ta , estar estampada no re la to de uma
invest igao. Tendo o art igo cient f ico em m os, o le i tor veri f i -
car se o autor reuniu matria adequada e sufic iente para que
se possa formar opinio sobre a invest igao e sua concluso.
Os detalhes para sustentar a concluso do autor e para a com-
preenso do que foi fe i to devero constar do re la to. De outra
maneira , no se poder concordar ou discordar do autor. Em
invest igao defic iente ou texto incompleto, as fa lhas se torn a-
ro aparentes pela leitura do relato. So esses os textos candi-
datos a re je io quando submetidos para publ icao.
:
S u g e s t e s
A redao cient f ica const i tui complexa apresentao de
fatos e argumentos, guiada por processo elaborado de racioc-
nio, que desafia os invest igadores e empolga os mais exigentes.
Escrever mome nto de reflexo, que favorece a compre enso e
7/21/2019 Artigos cientficos 23
20/401
V S | ]
Artigos Cien tficos | Como Redigir, Publicar e Avaliar
o aperfeioam ento pessoal . No entanto, t ra ta-se de tarefa para
ser aprendida e exerci tada com empenho e perseverana. O
hbi to da le i tura contribui para o melhoramento da redao.
Exerci tar-se cont inuadamente na arte de escrever tambm.
O artigo publicado reflete as caractersticas do autor e
mesmo da inst i tuio que ele representa . conveniente ter
esse aspecto em considerao ao prepar-lo. Fazer o melhor
para si mesmo e sua inst i tuio submeter para publ icao
somente b ons textos c ient ficos.
O autor deste l ivro espera que muitos le i tores tenh am a sorte
de, se j no o so, virem a ser includos na categoria dos apai-
xonados pela le i tura c ient f ica . O mdico e escri tor mineiro
Pedro Nava, 1903-1984, em seu l ivro
Cho de Ferro
, assinalou:
"Felizes os que se deixam arrastar pelo amor da cincia." Esse
direcionam ento tend e a facil i tar o domnio dos princpios e da
prt ica da argum entao cient f ica , o que se refle te na redao
dos resul tados de um a invest igao.
- V R e fe r n c i a s
1. BarrassR.Os cientistas precisam escrever: guia de redao para cientistas,
engenheiros e estudantes. 2
a
ed. So Paulo: T.A. Queiroz; 1986.
2. Kessel
R.
Mendel-forgotten or ignored? J R Soe Med. 2002;95(9):474.
3. Keynes M. M endel-both ignored and forg otten. J R Soe Med.
2002;95(11):576-7.
4. Sollaci LB, Pereira MG. The introduction, methods, results, and dis-
cussion (IMRAD) structure: a fifty-year survey. J Med Libr Assoc.
2004;92(3):364-7.
5. ICMJE. International Committee of Medical Journal Editors. Uniform
requirements for manuscripts submitted to biomedical journals: writing
and editing for biomedical publication. 2008 [acesso em 18 mai 2009];
Disponvel em: http://www.icmje.org/.
6. Castro R. Impacto da internet no fluxo da comunicao cientfica em
sade. Rev Sade Pblica. 2006;40:57-63.
7. Marques E Ao alcance de todos: acesso livre a artigos cientficos ganha
fora e muda estratgia de editoras. P esquisa FAPESP. 2006;129:24-7.
8. DOAJ. Directory of Open Access Journals. Sweden: Lund University Libra-
ries; 2011 [acesso em 8 fev201 1]; Disponvel em: http://www.doaj.org/.
9. PLoS Medicine, [acesso em 8 fev 2011]; Disponvel em: http://www.plos-
medicine.org/.
10. Open Access Central, [acesso em8fev 2011]; Disponvel em: http://www.
openaccesscentral.com/.
http://www.icmje.org/http://www.doaj.org/http://www/http://www/http://www.doaj.org/http://www.icmje.org/7/21/2019 Artigos cientficos 23
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n a i s a e L o s n u s i i
P (7
a
o
n t
Se lemos algo com dificuldade, o autor fracassou.
Jo rge L u s B orges , 1899-1986 , e sc r i to r a rgen t ino .
I n t r o d u o , 5
O que pe r i dico cie ntf ico ,
8
Tipo s de pe r i dico cie ntf ico e s ua s ca r a cte r s tica s , 9
O que a r tigo cie ntf ico , 10
Tipo s de a r tigo cie ntf ico e s ua s ca r a cte r s tica s , 10
O que a r tigo cie ntf ico o r igina l , 1 0
P blico - a lv o do a r tigo cie ntf ico , 1 1
I ns tr u e s a o s a uto r e s , 12
A s s o cia o Br a s ile ir a de N o r m a s T cnica s (A BN T), 12
N o r m a s d e V a n c o u v e r , 12
Q u e n o r m a s a d o t a r ? , 15
' S u g e s t e s ,
15
Co m e nt r io f ina l ,
15
R e f e r ncia s , 7 5
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/ [ ( ( ) r t i g o s C ie n t ic o s | Como Redigir, Pub l i c a r
e
A v a l i a r
ma sbia deciso do autor de texto c ient f ico selecionar
atentamente o veculo de comunicao que ut i l izar para
a divulgao dos resul tados de sua pesquisa . A escolha certa
promove o art igo e o autor na comunidade cient f ica . Escolha
errada tem o efei to oposto. Esconde o texto das pessoas que
seriam os seus le i tores preferenciais, aquelas que o c i tariam e
fariam os resul tados da invest igao serem conhecidos da co-
mun idade cient f ica . A seleo do peridico depende de m uitos
fatores, dentre os quais, o teor da mensagem e a audincia a
alcanar. Diversos tpicos re lacionados comunicao entre
o autor e seu pbl ico so t ra tados no cap tulo, dentre os quais,
os t ipos de peridico e de art igo, a c lientela-alvo e as norm as
de publ icao.
O invest igador tem sua disposio muitas formas para
difundir os resul tados de suas pesquisas. Cinco modal idades
de comunicao cientfica escrita esto listadas na Tabela 2.1.
Cada qual representa uma forma de divulgao dos resul tados
da mesma pesquisa em diferentes momentos ou a audincias
distintas.
Maneira usual de comunicao consiste na apresentao
dos resul tados da pesquisa em reunies ou congressos, sob a
forma de re la to oral , pster , resumo, aula ou texto mais e la-
borado , even t ua l ment e d i s t r i bu do e pub li cado nos r e spec t i -
vos anais. Se a pes quis a recebe financiamento, de pra xe qu e,
ao termin-la , se ja prep arad o rela trio para o rgo f inancia-
dor. Nele constaro os detalhes de planejamento e execuo,
os resul tados a lcanados e suas respect ivas interpretaes e
concluses. A pesquisa pode representar t rabalho de conclu-
so de curso, um requisi to para a obteno de grau univer-
sitrio.
A apresentao em congresso, o re la trio para rgo
financiador e os t rabalhos de concluso de curso dev em
ser levados adiante . A t ransformao em art igo recomen-
dada, pois essa a forma preferencialmente c i tada, pelos
cient istas, em revises da l i teratura e em trabalhos de pes-
quisa . Considera-se que uma invest igao s estar completa
quando seus resul tados a lcanarem a comunidade cient f ica
de mane i ra adequada .
Nas c incias da sade e em numerosas outras reas, o
a r t i go pub l i cado em pe r i d i cos o me i o ma i s adequado de
comuni cao . Tende -se a cons i de ra r
conhecimen to cientfico
novo
aqu i l o que apa rece pub l i cado em pe r i d i co i ndexado
em base de dados de prest gio.
1
T a b e l a 2 . 1 P r i n c i p a i s c a n a i s d e c o m u n i c a o
c i en t f i c a e sc r i t a
Anais de eventos
Relatrios
Teses e dissertaes
Livros
Perid icos
0 cjjue perid ico cien tfico
A Associao Brasi le i ra de Normas Tcnicas (ABNT) assi -
nala que publ icao peri dica c ient f ica impressa :
"Um dos t ipos de publicaes se riadas , que se apresen ta sob for-
ma de rev is ta , bo le t im, anurio e tc . , ed i tada em fasc cu los com
des ignao numrica ou c ronolgica , em in te rva los pre fixados
(period ic idade), por tempo inde te rminado , com a co laborao ,
em gera l , de d iversas pessoas , t ra tand o de as suntos d iversos , den-
tro de uma pol t ica ed ito ria l de fin ida , e que ob je to de Nmero
In te rnac iona l Normatizado (ISSN)".
2
Para os significados de ISSN
e ISBN, ver Tabela 2.2.
Durante o processo de c lassi f icao dos peridicos no
QUALIS, o sistema brasileiro para avaliao da produo cien-
tfica nacional (ver seo 14.12), foi considerado que somente
os veculos com corpo editorial reconhecido, que utilizam a
reviso por pares e dotados de ISSN fossem considerados peri-
dicos cientficos.
Os peridicos c ient f icos tm funes a preencher (ver
Tabela 2.3) e precisam da sustentao da sociedade para
exercer efic ientemente o papel que lhes dest inado.
3
'
4
Den t re
as a t r ibuies t radicionais dos peridicos c ient f icos esto
a de divulgar a c incia e const i tui r-se em memria do que
publ icado. Outra f inal idade, essencial em pases menos
desenvolvidos, consiste em tre inar revisores e autores em
metodologia c ient f ica , com vista a melhorar a qual idade da
Tab e l a 2 . 2 Si gn i f i c ado s da s s i g l a s ISSN e ISBN
ISSN (Interna tional Standard Serial Number) : nmero in te rnac iona l
normatizado para publicaes se riadas . Iden tif icador in te rnac iona l
para o t tu lo de um a publicao perid ica . N o Bras i l , o Ins t i tu to
Bras i leiro de Informao em Cinc ia e Tecnologia (IBICT) a tua
como o cen tro nac iona l da rede in te rnac iona l , h t tp : / /www.ib ic t .b r/
Exemplo: ISSN 0104-4230 identifica aRevista da Associao Mdica
Brasileira.
ISBN (Interna tional Standard Book Number) : s is tema in te rnac iona l
padronizad o u t i l izado para iden tif ica r obras b ib l iogr ficas e
softwares. No Bras i l , a Fundao Bib lio teca Nac iona l a tua como o
centro nac iona l da rede in te rnac iona l , h t t p : / /w w w .b n .b r /p o r t a l /
Exemplo : ISBN 85-85637-15-3 iden tif ica o l iv roA comunicao
cientfica.
1
T a b e l a 2 . 3 F u n e s d o p e r i d i c o c i e n t f i c o
Divulgar os resu ltados das pesquisas pa ra a comu nidade c ien tf ica e
a sociedade.
Cons ti tu ir-se em memria da c inc ia .
Fornecer dados para a avaliao da produo de cientistas e
instituies.
Favorecer a implementao de c ri t rios de qua lidade para rea l izao
e divulgao da pesquisa.
Consolidar reas de pesquisa.
Cons ti tu ir-se em cenrio para tre in a r rev isores e au tores em an lise
crtica de artigos cientficos e, assim, concorrer para melhorar a
qualidade da cincia.
http://www.ibict.br/http://www.bn.br/portal/http://www.bn.br/portal/http://www.ibict.br/7/21/2019 Artigos cientficos 23
23/401
cincia . Muitas pessoas com pretenso de publ icar art igo dis-
pem de bons temas ou informaes val iosas sobre e les, mas
tm pouca habi l idade em comunicao. Os edi tores de peri -
d i cos podem desempenha r r e l evan t e funo , aux i l i ando-os
sob diversas formas, dentre as quais, minist rar cursos, dist r i -
buir materia l didt ico e prover assessoria para a preparao
dos textos.
Tipos cie peridico cientfico
e suas caractersticas
Os peridicos c ient f icos so classi f icados de diversas
maneiras.
5,6
C lassific a o t e m t ic a d os p e r i d ic o s
Existem peridicos que abrigam textos de todas as reas,
como as revistas
Science
e
Nature
, e os vol tados para um dado
campo do conhec i ment o :
Annals o f Internal Medicine, Annual
Review of Medicine, British Medical Journal
e
Revista da
Associao Mdica Brasileira.
M esmo em de t e rmi nado campo,
tm-se revistas gerais e especial izadas. Exemplos de revistas
gerais em medicina so
Annals of Internal M edicine
e
British
Medical Journal
e , dentre as especial izadas,
Endocrinology
e Jornal de Pediatria.
Algumas se caracterizam por publ icar
art igos de cunho metodolgico, como o
Journal of Clinical
Epidemiology
e
Statistics in Medicine.
Para mais sobre c lassi -
f icao temt ica ver a adotada no
Journal of Citation Reports
(JCR). Alguns exemplos re t i rados do JCR so mostrados no
Captulo 13.
Captulo 2 | Canais de Comunicao Cientfica
Peridicos c ient f icos propr iamen te di tos e peridicos c ien-
t f icos prt icos representam outra forma de classi f icao.
7
O s
primeiro s t razem o re la to de pesquisas originais, ao passo qu e
os de cunho prt ico tm o objet ivo principal da educao con-
t inuada. Esses fazem chegar aos profissionais da rea extensa
gama de informaes, de pesquisas originais ou no. Muitos
peridico s sobre sade tm dupla f inal idade, ao mesm o tem po
cientfica e prtica, caso da
Revista da Associao Mdica
Brasileira
e do JAMA. Como i lust rao, os amplos objet ivos
do peridico norte-americano esto t ranscri tos na Tabela 2.4.
Class ificao cie per idi cos cia
B ib lio t e c a Nac io nal c ie M e d ic ina,
n o r t e - a m e r i c a n a
Em publ icao da
National Library o f Medicine, os
pe r i -
dicos da rea biom dica esto classificados , pela finalidade
declarada de cada um , em quatro categorias: os de pesquisa , os
clnicos, os de reviso e os gerais (ver Tabela 2.5).
Tradicionalmente , as revistas so classi f icadas em nvel
internacional , nacional e local . As de c i rcui to internacional
tm ma ior prest gio, so mais procura das pelos autores e , con-
sequentemente , torna-se mais di f c i l publ icar um art igo nelas.
A classi f icao de uma revista como inter nacional fe ita com
base na indexao do peridico em bases de dados de pres-
t gio, t ipo MEDLINE/PubMed e ISI (
Institut e for Scientific
Tabela 2.4 Objetivos da Revista da Associao Mdica Americana
Objetivo geral
Promover a c inc ia e a a r te da medic ina , ass im como a melhora da sade pbl ica .
Objetivos especficos
Publ icar a r t igos or ig ina is impor tan tes , documentados e rev isados por pares , nas reas c l n ica e labora tor ia l , em amplo
espec t ro de tp icos mdic os . ,
Fornecer aos mdicos educao cont inuada em c inc ia , bs ica ou ap l icada , com o obje t ivo de subs id ia r dec ises c l n icas
baseadas em evidnc ias .
Poss ib i l i t a r aos mdicos a tua l izao em ml t ip las reas da medic ina , a lm do prpr io campo de a tuao .
M e l h o r a r a s a d e p b l i c a i n t e r n a c i o n a l m e n t e p e l o i n c r e m e n t o d a q u a l i d a d e d a a s s i s t n c ia m d i c a , d a p r e v e n o d e
doenas e de pesquisas , e manter os le i tores bem informados .
Fomentar deba tes equi l ibrados e responsve is sobre assuntos cont rover t idos re lac ionados m edic ina e ass i s tncia sade .
Predizer impo r tan te s aspec tos e tend ncias da medi c ina e da ass i s tnc ia sade .
Info rma r os le i tores sobre aspec tos n o c l n icos da medic ina e da sade pbl ica , t a i s com o pol t i cos , f i losficos , t icos ,
lega is , ambienta i s , econmicos , h i s tr icos e cu l tura i s .
Reconhecer que , a lm de a lcanar esses obje t ivos espec f icos , o per idico tem responsabi l idade soc ia l de melhorar as
condies de v ida da populao e promover a in tegr idade da c inc ia .
Divulgar a po l t i ca da Assoc iao Mdica Amer icana , quando apropr iado , mas sem pre ju zo da independncia ed i tor ia l ,
ob je t iv idade e responsabi l idade .
Alcanar o n ve l mais e levado de qua l idade t ica jorna l s t ica e produzi r publ icao que se ja opor tuna , conf ive l e
agradvel de ler.
Fonte: adaptado deJournal of American Medicai Association (JAMA) 2008.
8
7/21/2019 Artigos cientficos 23
24/401
/ [ ( ) r t i g o s C i e n t i c o s
|Como Redigir, Publicar e Avaliar
Tip o s d e p er i d ico c i en t f i co n a rea b io md ica e su as ca rac te r s t i cas
Tipos
de peridico
Caracter s t icas
Pesquisa Dedica- se prefere nc ia lm ente a re la tos de inves t igaes or ig ina is na rea das c inc ias b iom dicas , inc lu ind o-se as
c inc ias bs icas ; ensa ios c l n icos de agentes te raput icos , e fe t iv idade de tcnicas e mtodos te raput icos e de
tes tes d iagns t icos ; es tudos ep idemiolgicos , compor tamenta i s e educac iona is de in te resse para a rea da sade .
Cl n ico ou pr t ico Tem por obje t ivo pr inc ipa l doc ume ntar o es tado a tua l da pr t ica em sade , d i sponib i l izar in form ae s te i s para
o t re inamento ou a educao cont inuada de tcnicos . I s so ocor re por meio da publ icao de re la to de casos ,
d i scusso e apresentao de novas tcnicas , ava l iao de pr t icas a tua is e comentr ios .
Reviso Con tm o es tado a tua l de conh ec im entos ou pr t icas , in tegra recentes avanos com pr inc p io s e pr t icas ace i tas
ou resume e ana l i sa pontos de v i s ta de consenso em re lao a cont rovrs ias . O per idico de rev iso proporc iona
i n f o r m a e s b s i c a s p a r a t c n ic o s , p e s q u i s a d o r e s , e s t u d a n t e s, r e s i d e n te s e o u t r o s q u e d e s e j a m u m p a n o r a m a
gera l de um campo temt ico ; por vezes , contm his tr ico .
Gera l Con tm e lemen tos dos t ipos ac ima descr i tos e , f requ entem ente , t raz come ntr ios e an l i ses sobre temas soc ia i s ,
po l t i cos ou econmicos . , normalmente , des t inado a um pbl ico mais amplo e no es t l imi tado a uma
espec ia l idade .
Fonte: BIREME 1997.
9
Para o original em ingls, verNational Library of Medicine 2008.
1
Information).
O uso da indexao do peridico como cri trio
de qualidade objeto de in tenso debate, t ratado nos captu los
13 e 14. A classificao brasileira est baseada no tipo de inde-
xao dos peridicos (ver 14.12, Classificao QUALIS).
L J'* L 0 CjjUC? 8 f I C JQ cientifico
O art igo cientfico a unidade de informao do peri-
dico cientfico. Segundo a ABNT, artigo cientfico
"parte de
uma publicao com autoria declarada, que apresenta e discute
ideias, mtodos, tcnicas, processos e resultados nas diversas
reas do conhecimento".
11
O conjunto de art igos compe o nmero do peridico (ou
fascculo). Esses , reunidos, form am u m volum e. Tanto os fas-
cculos como os volumes so numerados.
Exemplos 2 .4 Periodicidade de algumas
revis tas cientficas
Ex emp lo 1
Revista da Associao Mdica Brasileira
No ano de 2009, foram divulgados seis fascculos , de n mero
1 a 6 , que formam o volume 55. A publicao b imestral .
Ex emp lo 2
New Erigi and Journal of Medicine
Em 2009, os nmeros de 1 a 26, do prime iro semestre, forma-
ram o volume 360; os nmeros
1
a 27, do segundo semestre, cons-
tituram o volume 361. Trata-se de publicao semanal da Asso-
ciao Mdica de Massachusetts(Massachusetts
Medicai
Society).
O limite mximo de palavras , de referncias e de i lus traes
usualmente adotado est ass inalado na mesma tabela. Embora
haja l imites , a preferncia dos editores por art igos curtos .
Preferem publicar dois art igos curtos em lugar de um extenso
(ver 23.8A, Tamanho do art igo).
Exemplos 2 .5 Tipos de art igo cientfico
Ex emp lo I Termin o lo g ia emp reg ad a p ara id en t i f i ca r as
mo d a l id ad es d e a r t ig o c i en t f i co "
Os t ipos de art igo mencionados nas instrues para auto-
res de 19 peridicos cientficos brasi leiros na rea de cirur-
gia, publicados em 1993, foram os seguintes: art igo orig inal ,
reviso, relato de caso, cartas ao editor, sesses anatomocl-
n icas , comunicao, atual izao, invest igao experimental ,
editorial , resum o com entado, tcnica cirrgica, es tado da arte,
art igo especial , nota prvia, progressos em cirurgia, ensino e
educao cirrgica, normas e ro t inas , novos mtodos.
Exemplo 2 Art igos acei tos na Revis ta da Associao
Mdica Brasi leira
15
As respectivas instrues para autores indicam que
a
Revista da Associao Mdica Brasileira
t em p o r o b je -
t iv o p u b l i ca r a r t ig o s q u e co n t r ib u am p ara o co n h ec imen to
md ico e q u e n o t en h am s id o p u b l i cad o s em o u t ro s p e r i -
dicos . Aceita-se para pub licao textos nas categorias art igos
orig inais , revises , correspondncias , ponto de v is ta, pano-
rama in ternacional , beira do lei to e imagem em medicina.
In fo rma-se t amb m q u e t rab a lh o s d e o u t ra n a tu reza p o d e-
ro ser acei tos para publicao, dependendo da avaliao do
Conselho Editorial .
T i p o s d e a r t i g o c i e n t f i c o
e suas caractersticas
H diversas modalidades de art igo cientfico , maneiras de
classific-los e terminologias para design-los .
12 ,13
A d ep en d er
do material de que disponha, o autor escolher a modalidade
mais adequada para d ivulgar o seu trabalho, dentre as acei tas
no peridico ao qual submeter o seu texto (ver Tabela 2 .6).
Entende-se p or art igo cientfico orig inal , o texto pu blicado
como relato , em primeira mo, dos resultados de uma pes-
quisa. Significa o relato de dados originais. Em ingls,
original
article, research article, scientific article
e por vezes s imples-
men te
paper.
Conforme a ABNT,
"parte de uma publicao
que apresenta temas ou abordagens
originais .
11
,
7/21/2019 Artigos cientficos 23
25/401
Ca p u l o 2 | C a n a i s de Com un ic ao Cientfica 3 'il
T a b e l a 2 . 6 T i p o s d e a r t i g o s c i e n t f i c o s e s u a s c a r a c t e r s t i c a s *
T i p o s d e a r t i g o
S i g n i f i c a d o
Palavras*
(n)
I l u s t r a e s*
(n)
Refernc ias
(n)
Orig ina l
Rela to , em pr imei ra mo, dos resu l tados de pesquisa .
3.000 5 40
C o m u n i c a o b r e v e
Descr io concisa de novos achados .
1.000
1
10
Rela to de casos
Ar t igo or ig ina l , com pequeno nmero de casos (a t dez) .
1.000 1
10
Reviso
Aval iao c r t i ca de mater ia l publ icado; s n tese da par te mais
re levante das pesquisas sobre um tema; a op in io qua l i f icada
sobre um assunto ; t ipos de rev iso : nar ra t iva e s i s temt ica .
4.000 5
100
C o r r e s p o n d n c i a
(car ta ao ed i tor )
Comentr ios no so l ic i tados , em gera l b reves , sobre tema de
in te resse dos le i tores , v inculados usua lmente a a r t igo publ icado
em fasc cu lo an te r ior do per idico .
500
1
10
Edi tor ia l
Opin io de espec ia l i s ta ; a v i so do ed i tor , dos me mb ros do
Conse lho Edi tor ia l ou de convidado.
1.000 1 10
R e s e n h a Reviso c r t i ca de uma obra ( l iv ro , software, v deo) ; descreve-se o
que contm e emi te -se opin io .
1.000 1 10
C o n s e n s o
R e c o m e n d a e s s o b r e u m t e m a , p o r e x e m p l o , s o b r e d i a g n s t i c o ,
t r a t a m e n t o e p r e v e n o d e d e t e r m i n a d o a g r a v o s a d e ,
formuladas por grupo de espec ia l i s tas .
3.000
5
30
O u t r o s t i p o s
Mater ia l que no se enquadra nas ca tegor ias mencionadas , caso
de re la to de confernc ias , monograf ias e es tudos ter icos .
Varivel
Var ive l Var ive l
* Os nmeros situados nas trs ltimas colunas so aproximaes. Representam limites mximos aceitos em revistas biomdicas. A tendncia a reduo des-
ses nmeros, visto a presso por artigos curtos.
1
0 nmero de palavras refere-se apenas ao texto, excludos ttulo, resumo, tabelas, figuras e referncias.
Em termos m dios, uma pgina con tm 250 palavras se em papel A4, espao duplo, fonte Times New Roman, tamanho 12.
* Ilustraes compreendem tabelas e figuras (ver 19.1, Terminologia).
N a s c i n c i a s d a s a d e , a s s i m c o m o e m m u i t a s o u t r a s r e a s , o
a r t i g o c i e n t f i c o o r i g i n a l a f o r m a d e p u b l i c a o r e c o m e n d a d a
p a r a d i v u l g a r o s r e s u l t a d o s d e u m a i n v e s t i g a o . C o n s t i t u i a
m a i o r p a r t e d o m a t e r i a l e n c o n t r a d o n o s p e r i d i c o s d e p e s -
q u i s a . T a m b m a p a r e c e , e m m a i o r o u m e n o r p r o p o r o , n a s
d e m a i s m o d a l i d a d e s d e p e r i d i c o .
O p r e s e n t e l i v r o a b o r d a a r e d a o d e a r t i g o s c i e n t f i c o s o r i -
g i n a i s p r o v e n i e n t e s d e i n v e s t i g a e s e m p r i c a s ; v e r a c la s s i f i c a-
o d a T a b e l a 2 .7 . N o e n t a n t o , m u i t o s d o s e n s i n a m e n t o s n e l e
c o n t i d o s s o a p l i c v e i s a o u t r o s t i p o s d e a r t i g o .
y . J P b l i c o - a l v o d o a r t i g o c i e n t if i c o
c o n v e n i e n t e o a u t o r c o n h e c e r a c l i e n t e l a p a r a a q u a l o
t e x t o e s t a r e n d e r e a d o ; v e r o E x e m p l o 2 . 7 e a T a b e l a 2. 8 . P e l o
n o m e e t i p o d e p e r i d i c o , t e m - s e i n d i c a o d a s c a r a c t e r s t i c a s
d o p b l i c o q u e a l c a n a . A i n s p e o d e a l g u n s f a s c c u l o s f o r -
n e c e i n f o r m a e s a d i c i o n a i s .
A d e l i m i t a o d o p b l i c o - a l v o t e m , p e l o m e n o s , d u a s j u s -
t i f i c a ti v a s : n o s e p o d e e s c r e v e r u m n i c o t e x t o p a r a t o d o s o s
t i p o s d e l e i t o r; e, u m a v e z d e l i m i t a d a a a u d i n c i a , t m - s e d e l i -
n e a d o s , g r o s s o m o d o , o s c r i t r i o s p a r a c o m p o r o c o n t e d o ,
a f o r m a d o a r t i g o a s e r p r e p a r a d o , a s d e f i n i e s a c o n s t a r , o s
t e r m o s a u t i li z a r e a l i n g u a g e m a a d o t a r .
A l i n g u a g e m u s a d a e m p e r i d i c o s d e p e s q u i s a p o d e s e r d i f e -
r e n t e d a e m p r e g a d a e m r e v i s t a s d e d i v u l g a o c i e n t f i c a e n d e r e -
T a b e l a 2 . 7 C l a s s i f i c a o d o s p r i n c i p a i s t i p o s d e e s t u d o
a c e i t o s e m p e r i d i c o s c i e n t f i c o s d a r e a d e b i o l o g i a e
s a d e
Tipo s de es tudo Caracter s t icas
Estud o empr ico Descr io de pesquisas or ig ina is .
Class i f icadas em:
Pesquisa experimental: o f e n m e n o
i n v e s t i g a d o s o b c o n d i e s
i c o n t r o l a d a s , d i t a d a s p e l o
i n v e s t i g a d o r ; e m c i n c i a s d a
s a d e , c o n h e c i d o c o m o estudo
ranomizao (ver seo 4 .6B) .
Pesquisa observacional, e s t u d o
de s i tuaes que ocor rem
n a t u r a l m e n t e s e m i n t e r v e n o d o
inves t igador ; representadas pe los
es tudos ep idemiolgicos , c l n icos e
d e s c r i e s d e f e n m e n o s n a t u r a i s ,
novas espc ies , es t ru turas , funes ,
mutaes e var iaes .
Reviso da l i t e ra tura Aval iao c r t i ca de mater ia l publ ic ado
(ver seo 5 .10 e seguin tes ) .
Es tud o ter ico Rela to em que o au tor u t i l i za a
l i t e ra tura para desenvolver teor ia ou
r e f o r m u l a e s q u e l e v a m p r o d u o
de conce i tos novos e apresentao de
h i p t e s e s e m o d e l o s d e r e p r e s e n t a o
da rea l idade .
7/21/2019 Artigos cientficos 23
26/401
/ [ ( ( ) r t i g o s Cie n t ic o s | Como Redigir , P u b l i c a r e Av a l i a r
Tabe l a 2 . 8 T i pos de l e i t o r de pe r i d i co c i en t f i co da
rea da s c i nc i a s da sade
Pesquisador: p rocura in forma es re lac ionadas s suas pesquisas
Profissional, especialista (clnico, sanitarista): busca atualizao para
aplicao prtica dos resultados
Es tudante : acumula conhec imentos como parte da formao
cientfica
adas a pblico mais amplo, como a
Cincia Hoje,
da Sociedade
Brasileira para o Progre sso da Cincia (SBPC). Uma coisa escre-
ver para o especialista; outra, para o no especialista, o universi-
trio ou o grande pblico, havendo ainda uma infinidade de seg-
mentos da sociedade, aos quais o texto poderia ser endereado.
Ao refle t i r sobre os tpicos mencionados neste cap tulo,
pode-se comb inar tema, peridico, t ipo de art igo e de pbl ico,
com o propsi to de preparar o texto mais adequado para a
ocasio, dentro das nor mas ado tadas no peridico ao qual ser
submetido.
Exemplo 2.7 Lei tores de peridicos selecionados
Um a revista de biologia molecular tem seu pbl ico rest r