Artur Azevedo - O Bilontra

7/22/2019 Artur Azevedo - O Bilontra

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O BILONTRAde Artur Azevedo

Revista fluminense

do ano de 1885

em 1 prlogo, 3 atos

e 17 quadros

Em colaborao com oreira !ampaio

"sica de diversos autores

188#

Representada pela primeira ve$ no

%eatro &ucinda do Rio de 'aneiro,

Em () de 'aneiro de 188#*

Empresa +raga "nior


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-o .ei/oto

0om os argumentos de

-rtur -$evedo

e2

oreira !ampaio


3/83

PERSONAGENS ATORES-4!%6************************************************************************************!enor 0ol9s %R-+-&:******************************************************************************!enor ;ama

0E6


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PRLOGO

QUADRO I

S"" $( *"s" $ F"ust!#&

CENA I

-4!%6 $%&!s u(0R-


6/83

-6-0&E% V .or causa daquela conta***R+ER6: V


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-4!%6 C&( s&''!s& *t'"9$!t&0V ra, 0omendadorW essa agoraW decostume daquele animalW !e eu ansiava pela vinda de Hossa E/cel>nciaW V Ento,E/celentPssimo, queira sentar?seW***Du'"#t$ t&" " *$#", &:" $s*!"& %$" %&'t"

%&' $ s"='"( &s ($!'!#:&s0.0E6s eleitos, representando metade ouum tero de deputado, venceria, em ve$ de cinq^enta mil rMis di9rios, vinte e cinco milrMis ou de$esseis mil, seiscentos e sessenta e seis rMisW

-4!%6 V as o 0omendador em tal caso s teria direito [ metade de umvoto e talve$ a um tero Os ($!'!#:&s $ 8$> $( /u"#& $s%!"( %$" %&'t", /u$$#t'$"4'$(S*

0E6


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-4!%6 SS V 0onsummatum estW Eis o "ltimo canto de um miser9vel poemaque principiou no 'ardim do !antana, continuou num gabinete particular daM"!s

M&$'#, e acabar9*** sabe , desgraado***-4!%6 V ra, no me aborreasW la que para a mostarda subir?me ao nari$

no preciso muitoW%R-+-&: V -meaas?meX-4!%6 V u dineiro, ou ruaW%R-+-&: V Hem comigo, e daqui a oito ou de$ anos***-4!%6 V O mariolaW


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0!


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-4!%6 6 O*!&s!"$S V


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0R V Ele M aqui um rei de copas,E ele M tambMm um rei de pausW

; 7u$, #& 9!( "s *&%"s, t$( su4!& " u( t'&*S V Esto todosX% "& %'&s*


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@ue um coitado0ondenado,

!em ser ouvido nem ceirado,!e'a ou no culpado

%ncias imediatas eenMrgicas* "( " *&'t$.

C&%"

OGATINA ? A &-"t!#" $u s&u.or_i alMm contente eu vouW

- vida eu levo assim,@ue o mundo alegre M para mim*@ue importa que a oral,

6o sei por qu>, me queira malX:ei de cantar e rir,

6o ei de nunca me afligirW&eviana sou, talve$, porMm,

ilsofa tambMmW@uem se prostrar

6o meu altar!er9 rico e feli$*

ortuna dou+enigna sou


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-tM cos imbecisWEu sou fa$enda papafinaW!em me adorar ninguMm me v>Y.ois a .rincesa ogatina

6o 9 de negar que tem seu qu>*

0R V descarada a tal meninaW&iTes no 9 quem mais le d>W reino as casa ilumina!e inda daqui bem longe a v>W

; V +emW +astaW 6o te mandei camar para ouvir cantarolasW;-%6- V Estou [s tuas ordens, papai*; V -pro/ima?te* 0oneces este cavaleiroX;-%6- D$s$#:&s".S V ?lo pessoalmente, porque M o mais conspPcuo dos

meus vassalos* "'$> !#*!#")s$.S 6o te inclinesY M a verdade*;-%6- V as o que teno eu de comum com este su'eitoX

=-


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; E'-u$#&)s$ *&( 8!&


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;-%6- V s nunca sedu$iram*

&%ER-! V W&%ER- V @uebrem?le a castana na bocaW

B"!"& $ *&'&s

;Ms!*" $ T'!st3& &s S"#t&s0

;As L&t$'!"s *$'*"( F"ust!#&, t&("#& "s ("!s -'"*!&s"s %&s!5J$s.0

&%ER-! V +elo mancebo p9lido,%u vais reconecer

6este momento m9gico6osso imortal poderW

-4!%6 V &indas so!em questoW

6unca vi%anta uriW

&%ER-! V +elo mancebo p9lido, etc*

E#t'"( &s *&'t$s3&s *&( u( (&8!($#t& $ "#5".0


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C&'& $ *&'t$s3&s.S

W que dia de '"biloWEl?rei 6osso !enor- ogatina e/tica

+em longe manda p]rW

Ct!#u" u( t'


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0oplas

bem tolo o que imagina@ue a princesa ogatina.ara os omens conecer

6ecessita os omens ver*!e assim fosse, era ociosoeu poder misterioso,.ois bastava?me, afinal,!er uma simples mortal

eu querido.rotegidoWH> tu l9

.ra ver quanto vale a que aqui est9W

Eu coneo fidalguia,0lero, povo e burguesia,E, na classe militar,!ou bastante popular*Entretanto, meu pe/ote, preciso que se note\uitos 9 com que me dou,as no sabem quem eu sou*

eu querido, etc*

6!.E%R E#t'"#& *&( &!s u'4"#&s.S V l9W c9 esto os melrosW +emdisse eu que no me escapavamW

-4!%6 V +onitoW aP est9 o que queriasW6!.E%R A&s u'4"#&s.S V .rendam aqueles su'eitosW-4!%6 V .render?nos a nsX enos essaW @ual foi o nosso crimeX6!.E%R V 6o teno que dars"t!s9"sY o poder M o poder, disse alguMm que

podia* - polPcia est9 disposta a no poupar as casa de 'ogo* HamosW

-4!%6 V E se pagarmos a multaX6!.E%R V caso muda de figura* !o quatro mil rMis por cabea*-4!%6 V 6o fa$ isso por menosX6!.E%R V 6o, senor\ preo fi/o e dineiro [ vista*-4!%6 V :um*** isso M que M o diaboW;-%6- V %ratando?se de duas pessoas, bem podia fa$er um

abatimento$ino***6!.E%R V 6o posso, creia que no posso***9 dou pelo custo*** E($#"#&.S

@uero di$erY M o preo da lei*-4!%6 V omem de ve$ em quando esquece?se de que M autoridade, e s

se lembra de quando M negociante*

;-%6- V EntoX 6em sendo por atacadoX6!.E%R V 6adaW @uatro mil rMisW


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-4!%6 V H9 l9, no 9 remMdio* T!'"#& & 4&s& & *&$t$ u#s #=/u$!s $"-u("s #&t"s $ /u!#:$#t&s '+!s.S pior M que s teno tr>s mil e setecentos*** %ome\no princPpio do m>s darei o resto*

6!.E%R V -i, que o amigo quer divertir?seW lem que quando estou com ometro***quero di$erY com a vara*** no brincoW A&s u'4"#&s.S HamosW

;-%6- V Esta bem, no se $angue* -qui esto os quatro mil e tre$entos quefaltam6!.E%R R$*$4$#& & !#:$!'&*S V -W isto agora simW @uerem reciboX;-%6- V 6o M preciso,*6!.E%R V 6em eu dava*-4!%6 V Risque nosso nome do borrador, e passe bem*6!.E%R T!'"#& & *:"%+u $ *u(%'!($#t"#&.S V @uer como autoridade, quer

como negociante, sempre [s ordens da freguesia* Es%!''".S;-%6- VD&(!#us...6!.E%R V 6o faa caso, constipei?me***0orre aqui um ar***-4!%6 V 6o deve estranar, pois M um ar marino*

6!.E%R A&s u'4"#&s.S V HamosW S"$( & I#s%$t&' "#"#& (u!t& !-$!'&, $(u!t& $8"-"' &s u'4"#&s, /u$ u'"#t$ " *$#" $8"'"( " &'(!' $ %+, s $s%$'t"#&s u"s 8$>$s $( /u$ & !#s%$t&' !ss$ HamosWS

-4!%6 V aldito vPsporaW Estamos sem vintMm;-%6- V 6o tens meio de arran'ar dineiroX-4!%6 V %eno um s, mas muito arriscado &-"t!#" 9"> u( -$st& $

9u't"'.S .ouco mais ou menos***;-%6- V


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render em menos tempo, o oper9rio dormia, refa$endo as foras para recomear no diaseguinte a tarefa da vMspera D"#&):$ u(" %$5" " 9$''"($#t".S %omaW Hem comigoW

-4!%6 V %ira isso para l9W @ue maniaW*** 6o me aborreasW .odes ser muitoboa pessoa, mas Ms bisbiloteiro e maanteW 6o me dir9s o que poderei ganar comeste ferroX

%R-+-&: V .elo menos onraW-4!%6 ***e calos* E, calos, por calos, antes preg9?los que apan9?losW%R-+-&: V Essa m9/ima M digna de ti* s calos so os anMis do oper9rio*-4!%6 V -nMis que no vo para o prego, vivaW !abes que maisX Hou para a

camaW%R-+-&: V E eu para o -rsenalW S"$( *"" u( %&' s$u "&.S

CENA IV

+-6:!%-!, /u$ $#t'"( $( *us3&, $#t'$ $$s, & 0E6


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-&E=-6X-&E=-6 viuX-&E=-6W W mas ainda espero em s***


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0E6


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0E6!".S

C&'& $ $(&!&'$s F&'".S

"sica de ;omes 0ardimS

0aia o muro do convento@ue no serve para nada,E aparea num momentoRua nova e bem calada*

0aia o muroW caiaW 0aiaW tu que profanaoW

6o temos quem nos acuda,6em quem nos estenda a moW

u#t"()s$ &s &!s *&'&s $( **$'t"#t$. O (u'& t$( *"=& "&s %&u*&s. N& 9!( &*&'& $s"4" *&(%$t"($#t$, $!1"#& 8$' t&" " 'u" & S$#"&' D"#t"s.0

QUADRO IVA Ru" & S$#"&' D"#t"s.

CENA I


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6o 9 que negarW;Ct!#u" " (s!*" #" &'/u$st'" "t+ & 9!( & /u"'&.0

4 R0E; V +em , meus amigosW -gora que estamos dissolvidos, M precisotratar da vida, que a morte M certaW .ortanto, voltemos [ nossa antiga profissoW

%


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-4!%6 V O 0omendad*** quero di$erY +aro***0E6


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C&%"

@uem tentar-panar!em tardar

!orte grande,0amar?me mandeW0omo eu c9,

6inguMm 9WE aqui est94m bilete

@ue bem prometeW.rofeta souW0onvicto estous,ique com este da +aia,.orque a tal emancipao,-nda no anda todo dia,@ue atM parece lograoW

;D$*"("#&.0EntoX HamosW que bonito n"meroW 5*1(3W0-R&6- V Hou e/perimentar mais esta ve$* @uanto custaX;-%6- V 9 disse, de$ tostTes, o preo da casa*0-R&6- V Empresta?me, seu austino, para no ir l9 dentro agoraX-4!%6 ;At'"%":"&.0V que*** s teno pelegas grandes***0-R&6- ;Est'"#:"#&.0V .elegasX***-4!%6 ;E($#"#&.0V 6otas*** notas,*** queria eu di$er*0-R&6- V Ento espere aP, moo* ;S"!.0

CENA IV-4!%6, ;-%6-,$%&!s0-R&6-

-4!%6 V @ue vieste fa$er aquiX;-%6- V artei?me de te esperar [ porta* EntoX Recebeste alguma coisaX-4!%6 V %r>s ceques do +ancoY tr>s contos de rMis*;-%6- V +ravoW Hamos ao +anco e de l9 a uma roleta magnPficaW Hais

centuplicar essa quantiaW -nda daPW-4!%6 V Espera um pouco\ dei/a vir a pequena com os de$ tostTes* 6o

quero despedir?me [ francesa*

;-%6- V 6o temos um instante a perderY o +anco vai fecar*-4!%6 V 6esse caso, "sW ;S"$( %$& 9u#&K $#t'" C"'&!#".0


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E vou sorumb9tico,lando pro co\as eis que, de s"bito,Eu ouo uma vo$


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Em poucos versos contar?les- mina istria aqui vou\ meu passado lembrar?les,@ue to depressa mudou*Eu fui isto que esto vendoY

0omo domin remei***as fui descendo*** descendo***E em princ>s me transformei*

;T'"#s9&'(")s$0 6o satisfeito do meu fados de l9,Repara que desgraceiraW!e no cessa a quebradeira, meu futuro ali est9W

;O:"#& %"'" " !'$!t"0O cMusW que ve'oW vem ali o EntrudoW


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;Os $stu"#t$s *"#t"( u(" *"#53& $s%"#:&" $ s"$(, "*&(%"#:"&s $ "%"u!&s%$& %&8&. Du'"#t$ & *"#t& $#t'"( F"ust!#& $ &-"t!#", 8$st!&s *&(& #& /u"'&

%'$*$$#t$. V


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;-%6- ;I$(.0V uma francesa que, pelos modos, filou um su'eito* ;E#t'"M"$(&!s$$ G'!*:"', s$-u'"#& R"9"#!.0

CENA IV

! E!!, -


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.ode ser que noW

%


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C&'& $ *"!1$!'&s

;Ms!*" $ G&($s C"'!(.0

Hiva o nosso amigo,

6osso defensor,@ue M da nobre classe6obre protetorWHiva o fecamento,@ue abre os coraTesWHiva a cai/eiradaWora os tais patrTesW

%%4&-R V +asta, '9 disseW +asta de demonstraoW ;V$#& & *&($#"&'.0Omeu nobre amigoW por aquiX

0E6


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s v9rios g>neros, coitadosa$er a trou/a podero*as o deus ."blico decertoEm maus lenis nunca os por9,E assim o teatro, embora aberto,

-s portas nunca fecar9*

oram aqui de cambulada, etc*

-4!%6 V Ento, moram aquiX***;-%6- V @ue sei euW a Opera, a %ragMdia, o


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P&!s /u$ !$ /u$( /u!s$' ;S&& $ &9!*$!$.0u#t&s

%R-+-&: V @ue grande vagabundoW

6o tem mais correoW Engana a todo mundo !em consideraoW-4!%6 V %orna?me furibundo %amana amolaoW -tM o fim do mundo e of_rece ocupaoW%R-+-&: ? !e no tocas o instrumento, Rufa ao menos o tamborW


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.or um talento l"cido, assombrosoW%


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Est'"#-u"&'$s$ P"'!s9 muito tempo estrangulam a paci>ncia do p"blico*** 6o Mnova a C'u> " M&'t"nem oAss"ss!#& %&' A(&', nem oR$(&'s& V!8&, nem&3&, &C&*:$!'&, que no M outro seno o Gu!" " Mt"#:", que no M outro seno oF!"*'$

N($'& 22* as vou reanimar uma grande figura, imensa no romance, decrescida noteatro, mas sempre interessante e eterna*

%ncia que te proporcionoW 6otemes que eu te obrigue a assinar termo de bem viverX

06


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Eu protesto que ag^ento o repu/oE te posso com os pMs esmagarW

O.ER- V @ue me toques duvidoW.ERE%- V la l9, no me assustesWO.ER- V !ou mais forte, ver9sW

.ERE%- V u( s!#" "& '$-$#t$ " &'/u$st'".S a$ favorX

Ms!*".S

B"!"& "s :&'"s

-4!%6 A &-"t!#".S V .ara falar?te francamenteY ainda no vi coisa que meencesse as medidas*

;-%6- V %alve$ que entre os spedes encontres alguns que te agradem*-4!%6 V 0omo entre os spedesX;-%6- V !im, porque os teatros do muitas ve$es ospedagem a outros

g>neros de espet9culos, que no so nem a tragMdia, nem o dramalo, nem a pera, etc*-4!%6 V -W compreendo*** @ue temos entoX

;-%6- V -Estu!"#t!#" F!-"'&, por e/emplo*-4!%6 V 6ada\ estudiantina '9 ouvimos uma, e M quanto basta*;-%6- V C"%!t3& V&Q$', que M coisa papafina e "nica no seu g>nero*-4!%6 V -, simX @ue fa$ esse 0apitoX algum mestre?de?armasX;-%6- V 6o\ M um m"sico*-4!%6 V @ue instrumento tocaX;-%6- V mais vulgar, porMm no o menos apreciado* Hais verW F">$#&

u( s!#" %"'" $#t'&.S EW capitoW

CENA VII

! E!!, &0-.%F HKER, $%&!s &%R-+-&:


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0-.%F HKER E#t'"#& " *u>!' u( '$"$&)%!"#&, "ss$#t$ s&4'$ u"s'&"s.S V 09 estouW

-4!%6 V 4m reale'oW***O.ER- V W***0-.%F HKER V 4m reale'o?pianoW :9 muito quem diga que qualquer pode

tocar este instrumento em que teno recebido 'usta e merecida celebridade* umenganoW preciso bravura e e/presso* Eu, como pianista, teno a e/presso e, comocapito, teno a bravuraW -W este instrumento tem tambMm os seus segredos, comooutro qualquer* E, seno, ve'am*** T&*".SA#"#t$***A$-'&***A99'$tt"t&***R"$#t"#&***

A$-'$tt&***P! (&ss&***P'$st&***P'$st!ss!(&***P'$st!ss!ss!(&***;-%6- V 6o 9 d"vidaY o 0apito com seu instrumento vai longeW-4!%6 V Hai, sim\ e quem o manda sou eu*0-.%F V E vou mesmo*P!"#&, %!"#&, s$ 8" t"#&* S"! t&*"#&.S-4!%6 V Este capito est9 no matoW @ue mais temosX;-%6- V %emos o +osco, o grande +oscoW*** F">$#& u( s!#".S Entre o

+oscoW U( $$9"#t$ $#t'" $ "t'"8$ss" " *$#" /u"#& %"ss" %$'t& $ F"ust!#&, s"! &

T'"4":& $ u(" "s %$'#"s.S%R-+-&: A F"ust!#&.S Hem trabalarW Hem, ao menos, ser perna de elefanteW-4!%6 V O !enorW*** que sarnaW***;-%6- V +em, s me resta mostrar?te os leTes nubianos*-4!%6 V 6ada de brincadeirasW


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RE0RE V EntoX 6o se faam de 43&s, porque to 43&como to 43&, o pobretambMm 8$8$*

-4!%6 V O amigo, ole que no M 8$8$Y M vive*RE0RE V Eu bem sei, seu &ut@, eu bem sei*** as disse 8$8$muito de

%'$%s!t&para levar a coisa ao superlativoW

A;0- V as que dese'as, mortal ousadoX.ERE%- ?D!t$s)#&us *$ /u$ ust$ %'$t$#$WO.ER- V E prontoW%R-;


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52/83

1o* E.RE;-sW

(o* E.RE;-


53/83

CENA IV

! E!!, %R-+-&:

-4!%6 V +om\ as bicas pegaram* -rran'ei uns trinta ou quarenta bodes***

Hou atM a bileteria*** V"! " s"!' $ $#*t'" & T'"4":&, /u$ t$( $#t'"& *&( &"*$#$&' #" (3&.S%R-+-&: V 4m momentoW-4!%6 F&'" $ s!.S V ra bolasW sto '9 passa de desaforoW***%R-+-&: V %oma este acendedorW-4!%6 V .ois atM gasistaXW Hoc> tem mais profissTes que o 0onde de onte

0ristoW%R-+-&: I(%$'tu'48$.SV Hai acender o g9s do poro*-4!%6 V 6o me aborreas, seno quei/o?me ao empres9rio, que ali

vem***%R-+-&: V %empo vir9 em que te 9s de arrepender***

-4!%6 V sso '9 M um estribilo*** le, pona?o em m"sica, e aparea* OT'"4":& s"!.S

;-%6- V .arece que 9 grande influ>ncia*O *t'")'$-'" $#t'" $ s!#" %"'" " &'/u$st'"K %&u*& $%&!s &u8$)s$ "ouverture*S

CENA V

! E!!, E.RE!AR

E.RE!AR D"#& 4!:$t$s " F"ust!#&.S VE**& D&("#! ("t!#" $! ($"%&'t$' ! "#"'&

-4!%6 V Essa M boaW :o'e mesmo*** no M preciso &("#! ("t!#"*** :&$($s(&, "#t$s $ "*"4"' & $s%$t*u&.

E.RE!AR V T"#t& ($-!&'... As%$tt$'...;-%6- V E ns, vamos***E.RE!AR VA!&*** "!&... S& &*u%"t!ss!(&, $ st %$' *&((!#*!"'$ &

s%$t"*&&.S"$( F"ust!#& $ &-"t!#".S

CENA VI

E.RE!AR, &06%R-?RE;R-, $%&!s u("-%RD, u(-%R $ 8'!"s

%$ss&"s06%R-?RE;R- E#t'"#& *&( u( *"st!5" $ u( %"%$ #" (3&.S V .rontoXE.RE!AR V .rontoW

A At'!> $#t'" *$'*"" %&' (u!t"s %$ss&"s, /u$ " *u(%'!($#t"(, $ !'!-$)s$ %"'" &9u#&. Ru(&' $ *$'s"53& !(%$'*$%t=8$ u'"#t$ "-u( t$(%&.S

06%R-?RE;R- Ou8!#& %"'"' " &'/u$st'".S V ora de cenaW*** fora decenaW*** A%!t". A *$#" $s8">!")s$ *&(& %&' $#*"#t&. S 9!*"( " At'!> $ & At&', "&

9u#&, $ *&st"s %"'" & %4!*&. N&8& "%!t&. S&4$ & %"#& $ 4&*" $ &u8$)s$ u("-'"#$ s"8" $ %"("s.S

QUADRO X


54/83

A s"" & T$"t'& S3& P$'& $ A*#t"'", 8!st" " *"!1", $( #&!t$ $ $s%$t*u& $ $$#*:$#t$ '$".

CENA NICA

- -%RD, o -%R, $%&!s & E.RE!AR, E.RE;-


55/83


56/83

-&E=-6ndioW***;-%6- V .ara o lado do %esouroW-4!%6 V


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60/83

1o* .R.RE%AR V .erdo, meus senoresY teno todos os documentosW -Mgua M meio?sangue* :9 de correrW

(o* .R.RE%AR V @ual meio?sangue nem meio?sangueW .rotestamosW3o* .R.RE%AR V um abusoW 6o temos cavalos para vir um animal

visivelmente estrangeiro bifar?nos os pr>miosW !e ele falasse, aviam de ver que tina

sotaqueW1o* .R.RE%AR V .ois se M visivelmente estrangeiro, M provavelmentenacionalW

(o* .R.RE%AR V a istria da !avana e outros*1o* .R.RE%AR V E o -imorMX(o* .R.RE%AR V .ois confessoY o -imorM no M pungaW1o* .R.RE%AR V as tem?no feito passar por tal* :9 de restituir todos os

pr>mios que tem ganoW***(o* .R.RE%AR V ra tire o cavalo da cuvaW Eu ei de restituir bem sei o

qu>W1o* .R.RE%AR V Ento cale?se e dei/e correr o marfim*** quero di$erY a

MguaW%


61/83


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&:- 6H- ;E#t'"#& $ "#5"#&)s$ #&s 4'"5&s & B'"s!.0V O meu querido+rasilW

+R-!& V 0omo somos infeli$esW -mamo?nos como nunca duas folas p"blicasse amaram*** %udo nos apro/imar9 um do outro\ entretanto***

&:- 6H- V Entretanto, feridos de morte por esta terrPvel molMstia causada

pelo desfavor p"blico, temos ambos o pM na sepultura*+R-!& V as noW morrer de pindaPba ser9 uma vergonaW&:- 6H- V ra se***+R-!& V Essa medona enfermidade no nos matar9W&:- 6H- ? 0omo evita?loX+R-!& V !uicidando?nos*&:- 6H- V suicPdioX***+R-!& V suicPdio, simW 4nir?nos?emos no seio da morte, '9 que no seio da

vida no nos foi dado fa$e?lo*&:- 6H- V$(. A 8&> 8"!)s$):$s " %&u*& $ %&u*& $#9'"/u$*$#&.0

+R-!& ;I#t$''&(%$#& " $!tu'"0V 9X&:- 6H- V ra se *** E tuX+R-!& V agora*** ;Ct!#u"( " $'. C"$( "& "& u( & &ut'&, '$s(u#-"#&

s$(%'$, "t+ /u$ s$ :$s $1t!#-u$ " 8&>. S&t"( &s &'#"!s "s (3&s, $!1"( %'$#$' &s4'"5&s $ $1%!'"(.0

CENA II

! E!!, "!E-6-

R

;Ms!*" $ M!-u$ C"'&s&0


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!E-6- Eu sou a !emana menina garbosa,$#t'"#& " *&''$'. @ue, apenas nascida, '9 d9 que falarW

6o 9 quem me vena no verso ou na prosaW

Hitrias brilantes pretendo ganarW0onquanto na corte 'ornais liter9rios!em mil sacrifPcios no possam vingar,Eu $ombo da f"ria dos ventos contr9rios,-legre e contente, vivendo a cantarW!onetos, romances, caradas, artigos,ncias, qual M o primeiro poeta brasileiroX*** 6o respondemX***

6o querem responderX***4- HD 6- .&-%- V ;onalves


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W comissoX


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-0-0 V uito obrigado, mina senora* ;R$8$'


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-4!%6 V 6o, no me ei de quei/arW Recapitulemos, mina senora,recapitulemosW - ciosidade, que M muito boa pessoa e se mostrou empenada emservir?me, levou?me [ sua pessoa e a senora prometeu proteger?me* @uis 'ogar naloteria* 6oW isto no vale nada* -ntes as cartasW V -s cartas puseram?me na dependura*s contos

de rMis por meio de documento falso* Esse dineiro maldito no me aproveitou*** perdiatM o "ltimo vintMm na roleta* recorri ao cUmbio [ porta do teatroY nada fi$, seno pregarum escandaloso calote* resultado das corridas foi aquele que se viuW - estas oras o+aro '9 descobriu que M to +aro quanto eu, e s que uma folapornogr9fica M o meio mais seguro de te fa$eres valerX

-4!%6 V 0omo assimX;-%6- V +aro tem calcanares de -quiles por todo o corpoY est9 assim***

de calcanares de -quiles* !e ele te mostrar m9 cara, bumbaW primeiro artigoW

0ontinuaX D9sW segundo artigoW E o bom do omem no ter9 remMdio seno cegar [sboas* @ue queres tu, afinal de cantasX dote da rapariga, no MX .ois fa$es o que eudigo, e dou uma perna ao diabo, se no te saPres bemW

-4!%6 V s um dem]nioW;-%6- V -gora M que sabesX 4m dem]nio, simW um dem]nio, e dos mais

temPveisW

C&%"s

%u, na verdade, Ms um pateta,s tal e qual um anM DM\@ualquer criana analfabeta%e poder9 passar o p9W+ofeW por &"ciferW ao cabo


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6um ano ceio de acontecimentosYil setecentos e noventa e tr>s*

6aquele tempo o Hidigal famoso,ais rancoroso do que um bico mau,

%ina 'urado aos deuses seus prender?me,.ara meter?me na polPcia o pauW

Eu preso fui e, na en/ovia imunda,+9rbara tunda sem tardar sofri\` vista, pois, de tanta bordoada,

6o tendo nada que fa$er, ? morri*

0erto 'ornal que nesse tempo avia


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;-%6- V 6o sei\ naturalmente porque os recitativos estavam '9 em moda nosMculo passado*

-4!%6 V E di$er que ainda o'e se ouve oA(&' $ M$&nos c9s de famPliaW *"s"*" "("'$", *&$t$

8$'$ $ *"5"s *&( u(" %$'#" 8$'$ $ &ut'" "("'$".0&4!%RI!!- V Est9s muito bem, acredita*;-%6- V 4m papagaio*4 L


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!"bito $9s que le dar9sW-+O+R- V .ois com rigor

-s barraquinas quis impor,e$?se greve!em tardarW

6inguMm deve que no deve pagar*


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;A& $8"#t"' & %"#&, "-u#s t'"4":"&'$s $st3& "#& " t!(" $(3& s4"''"/u!#:"s . Out'&s "'("( "& 9u#& u( 9&-& $ "'t!9=*!& . V'!"s %$ss&"s & %&8&$st3& $s%$'" $ /u$ *&($*$ " 9$!'".0

-4!%6 ;E#t'"#& " &-"t!#".0V as , ento, qual M a nossa barracaX

;-%6- V -quela* bonita, einX `B"''"*" " F$!*!"$*-4!%6 V


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-4!%6, ;-%6-, .H, "&4!%RI!!-, 1C, (C, 3C, NC E66! $ ("!s17 E66!,9&'("#& u(" $s*"" . Os %"ss$"#t$s "-'u%"()s$ .C$ss"( &s %'$-J$s.

arca e coro dos meninos*

;Ms!*" $ G&($s C"'!(0

6s somos os vinte e umY6o falta aqui nenumW

+arulentos,%urbulentos,.ra$enteiros,


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-ponta para o fundo* utao0

QUADRO XVII

A%&t$&s$ " V!t&' Hu-&

;A &'/u$st'" $1$*ut" " M"'s$:$s".0

];C"! & %"#&0^

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Artur Azevedo - O Bilontra