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AS 1000 PERGUNTAS MAIS IMPORTANTES QUE VOCÊ DEVERIA FAZER A SI MESMO * Planeta

As 1000 Perguntas - Alyss Thomas

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AS

1000PERGUNTASMAIS IMPORTANTES

QUE VOCÊ DEVERIA FAZER A SI MESMO

*

Planeta

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Este livro vai ajudá-lo a ajudar a si mesmo. Você

entenderá alguns sentimentos - como autossa-

botagem, estresse, ansiedade, depressão, amarras ao

passado -, o m odo como eles se desenvolvem e o

que fazer para aplacá-los e dar a grande virada. A

renomada terapeuta Alyss Thomas concilia teoria e

prática ao propor um a série de exercícios que o

levarão a fazer um balanço da sua vida. Porque

apenas ao tom ar consciência de suas atitudes e

emoções você será capaz de m udar aquelas que o

estão boicotando.

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Talvez você faça ou já tenha pensa­

do em fazer terapia. Talvez prefira se

aconselhar com os amigos. M uitas

vezes, pedir ajuda é tranquilizador e

reconfortante, e há ocasiões em que

a experiência ou a opinião de outra

pessoa realmente nos auxilia a enfren­

tar problemas não resolvidos para que

possamos seguir em frente. Mas será

que alguém o conhece m elhor do que

você mesmo?

Se você aprender a fazer a si próprio

as perguntas certas - e respondê-las

honestam ente -, será capaz de deixar

a emoção de lado para avaliar as si­

tuações por que passa, com um a per­

cepção mais realista de seus valores e

atitudes.

Neste livro, a psicoterapeuta Alyss Tho-

mas reúne os temas que mais ouve em

seu consultório e o conduz à busca

das respostas para que você não caia

mais em arm adilhas que o levam a um

estado de ansiedade ou depressão ou a

repetir com portam entos que põem a

perder alguns relacionam entos.

Algumas das 1000 perguntas mais im ­

portantes que você deveria fazer a si

mesmo:

•Você acha m uito difícil dizer não?

• Você sabe relaxar de verdade?

• Você vive ansioso?

• D o que tem mais medo, e por quê?

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• Você é invadido por um a tristeza sem

motivo aparente?

•Acha que precisa ser mais generoso

com seus amigos do que eles são com

você, para que continuem sendo seus

amigos?

• Você vive no passado?

• Qual foi a prim eira grande decepção

ou desapontam ento que teve em seu

relacionamento?

• Quais são as qualidades essenciais que

você exige de um relacionamento?

ALYSS THOMAS e psicoterapeuta.

C om o integrante do G roup Analysis

de Londres, trabalha tanto com adul­

tos com o com crianças. Atualm ente,

vive em Devon, na Inglaterra. Alyss é

tam bém poeta.

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C opyright © Alyss T hom as, 2005

Título original: The 1000 most important questions you wül ever ash yourself

Coordenação editorial: D ébora G uterm an Assistente editorial: C ristiane P eroni Preparação: Fátim a C outo Revisão: Francisco José M. C outo Diagramação: Gustavo A bum rad

D ados In ternacionais de C atalogação n a Publicação (CIP) (C âm ara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Thomas, AlyssAs 1000 perguntas mais im portantes que você deveria fazer a si mesmo / Alyss Thom as ; tradução Sonia Pinheiro. - São Paulo :Editora Planeta do Brasil, 2009.

T ítulo original: The 1000 m ost im portan t questions you will ever ask yourself.ISBN 978-85-7665-457-5

1. A utoconfiança 2. A utodom ínio 3. C onduta de vida 4. Controle (Psicologia) 5. Emoções 6. M udança de vida - A contecim ento 7. Realização pessoal 8. Solução de problem as (Psicologia)I. Título.

09-06082 CDD-158

índices para catálogo sistemático:

1. Mudanças na vida pessoal : Psicologia aplicada 158

2009Todos os d ireitos desta edição reservados à E d i t o r a P l a n e t a d o B r a s i l L t d a .

A venida Francisco M atarazzo, 1500 - 3“ an d a r - conj. 32 BEdifício New York05001-100 - São Paulo-SPw w w .editoraplaneta.com .brvendas@ editorap laneta .com .br

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Agradeço a todos os m eus professores, passados e presentes, que m e ensinaram mais do que posso me lembrar. O brigada tam bém a G areth e Benny po r terem im aginado e tornado possível este projeto.

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Sumário

IntroduçãoUm novo oráculo de mudança Porque você não precisa de conserto A armadilha da negatividade, dos queixumes, da desesperança, da baixa autoestima, do remorso e da culpa Mas por que devo fazer isso?PensarSerá que eu mereço?Negação e justificação Como funciona este livro

CAPÍTULO 1Pergunte a você mesmoO que eu realm ente quero?Perguntas vitais AçãoO que você deseja esclarecer?Plano de ação Confiança e autoestima Avalie sua autoestimaSete exercícios para promover a autoestima Exercício de autoconfiança Planejando o sucesso Treze resultados vitoriosos AutossabotagemAté que ponto você mesmo se sabota?

CAPÍTULO 2Escolha seus valoresQuais são os seus valores?Escolha seus valores A lista de valores

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8 Sumário

63 Exercício com os valores67 Pôr em prática os valores: tom ar decisões69 U m a base ética

CAPÍTULO 372 Tempo, estresse, ansiedade e relaxamento72 Tudo o que você precisa saber sobre estresse e adm inistração

do tem po72 A dm inistração do tem po74 Perguntas para a m anhã e para a noite74 E ncontre a pergun ta certa75 Estresse76 Qual é o seu nível de estresse?78 Como lidar com os fatores causadores de estresse80 Você é afetado p o r agentes in ternos e invisíveis de estresse?81 Contagem de pontos83 O que lhe ensinaram sobre o m odo de en fren tar o estresse?84 Diga não85 Q uestionário do “não ”89 Ansiedade - O que é isso?91 Para com preender a ansiedade93 Você sofre de sintomas físicos de ansiedade?94 Sintomas m entais e em ocionais de ansiedade96 Você apresenta sintomas emocionais e mentais de ansiedade?98 Você tem um com portam ento ansioso?

100 Você sabe relaxar de verdade?101 Perguntas sobre relaxam ento103 M editação atenta104 Você é um a pessoa atenta?105 Como reconhecer a m editação aten ta106 Exercício de visualização

CAPÍTULO 4110 Lidar com o passado110 Você vive no passado?116 Sobreviver ao passado

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Q ue tipo de talentos, percepção e aptidões seu passado lhe deu?A transferência com o arm adilha Recordações difíceis ou desagradáveis Perguntas sobre recordações desagradáveis Seguir em frente: um mito R epensar o passado Afirmações negativas de vidaIdentifique e reescreva suas afirmações negativas de vidaFicar em perradoDepressãoQ uestionário sobre depressão Tristeza e perdaVocê sofre de tristeza não resolvida ou oculta?Estresse pós-traum ático

CAPÍTULO 5Felicidade, alegria e criatividadeLiberdadeCuriosidadeAlegriaQual é o seu quociente de alegria?Você é infeliz?Tijolos para constru ir sua felicidade Até que pon to você é feliz?Escreva um diário de felicidade CriatividadeQ uestionam ento criativo Q uestionário da criatividade A “pergun ta m ilagrosa”Como resolver problem as de form a criativa Bem-estar

CAPÍTULO 6Relacionamentos e comunicaçãoQ uestionário exploratório para casais

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10 Sumário

185 As fases cíclicas de um relacionamento187 Que fase você está atravessando?193 Avalie sua habilidade para se comunicar como casal196 Expectativas200 Comportamentos positivos e negativos em um casal201 Avalie a si mesmo e ao seu par 204 Protesto saudável206 C o m o a d m in is t r a r c o n f li to s207 Comportamentos aceitáveis e inaceitáveis210 Perdão e reconciliação211 Diferenças de personalidade212 Você é extrovertido ou introvertido?215 Segurança e apego217 Q u a l é s e u e s tilo d e a p e g o ?220 Questionário do apego223 Inteligência sexual

CONCLUSÃO226 Esperança

228 Notas, referências e leituras adicionais

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... seja paciente com tudo o que não está resolvido em seu coração. Tente am ar as próprias in terroga­ções, como se fossem quartos trancados ou livros escritos num idiom a estrangeiro. Não procure ago­ra as respostas que não podem ser dadas, pois você não seria capaz de vivê-las. E o im portan te é viver tudo. Por enquanto , apenas viva as perguntas. Tal­vez então, pouco a pouco, sem mesm o perceber, você possa, em um dia distante, conviver com as respostas.

Rainer Maria Rilke, Carta a um jovem poeta, 1934

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Introdução

Aquele que s upera a si mesmo é um forte.Lao-tsé, Tao Te Ching

O conhecim ento favorece o ser. A autoconsciência nos ajuda a evoluir, a ter um m elhor desem penho na arte de viver e a nos co­nectar aos outros. Perm ite-nos aprim orar a qualidade de nossa vida e a das pessoas que nos cercam. Este livro o ajudará a desenvolver certos tipos de autoconsciência. Ao responder às perguntas, você am pliará sua percepção, chegará a conclusões, irá além de algu­mas de suas atuais limitações e fará novas descobertas a respeito de quem você é e de quem pode vir a ser.

Não se obrigue a perco rrer o livro do início ao fim; dê prefe­rência às partes que parecem lhe falar neste m om ento. Mas, por outro lado, se perceber que não quer de m aneira algum a ler deter­m inado trecho, talvez seja interessante investigar a razão dessa re­sistência. Se reagir fortem ente a alguns tópicos, talvez haja um a boa razão para isso. Talvez eles façam parte da história que você vem contando a si próprio , a respeito de quem você é e do que pode ou não pode fazer - tom ando po r base o passado. Este livro se propõe a atualizá-lo no aqui e agora de sua vida. No passado, limites foram traçados pai a cada um de nós, e aprendem os a funcionar den tro de um determ inado código de norm as que nos indicava o que podía­mos ou não podíam os fazer, ousar ou acreditar. O que será diver­tido neste livro e represen tará um desafio é o fato de lhe fornecer ideias e ferram entas para abrir sua própria caixa de P andora de atitudes, com portam entos, emoções, pensam entos e convicções. Você poderá escolher quais deseja conservar, alterar ou descartar. Poderá desafiar a si mesmo, crescer, m udar, p rogred ir - no seu p ró ­prio ritm o. Poderá adquirir segurança, confiança e um a elevada autoestim a. Aqui você encontrará um tesouro de inform ações que lhe serão úteis, dadas de m aneira d ireta e compreensível.

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14 Introdução

Superar a si próprio representa mais do que a metade da luta con­tra qualquer problema. Somos muito hábeis em criar problemas que levarão décadas para serem resolvidos por nós. Outras vezes, são os outros que nos causam problemas, especialmente quando somos crianças, e leva muito tem po até escaparmos da armadilha específica em que nos encontramos. Como psicoterapeuta, tive acesso privile­giado ao universo interno de muitas centenas de indivíduos que me confiaram seus problemas, alegrias e segredos e, em lugar de culpar os outros, sentiram-se especialmente interessados em descobrir o que eles mesmos estavam fazendo para que tudo desse errado. Este livro é o resultado de algumas perguntas persistentes que venho fazendo a mim mesma durante todos esses anos em que ouvi pessoas que se sentiam, de alguma forma, insatisfeitas ou infelizes.

Como e p o r que as pessoas prejudicam a p rópria vida, e com o podem deixar de fazê-lo? O que nos im pede de ser felizes e reali­zados? O que nos im pede de alcançar o que realm ente desejamos? Existem, é claro, razões externas de vários tipos para que as coisas não deem certo, e talvez o m undo seja um lugar ruim , perigoso e difícil. Em algum m om ento, coisas difíceis e até impossíveis suce­dem a todos nós, e, nesse caso, nossa única opção é escolher que atitude tom ar quando algo desafiador acontece. Mas não é esse o assunto deste trabalho. Este livro existe para ajudá-lo a viver m elhor a sua vida, aconteça o que acontecer, e m ostra com o você poderá evoluir a pon to de ser você m esm o a solução infalível, po r mais difícil que seja a situação - e que o to rnará capaz de sentir tanto a alegria quanto a felicidade.

Um novo oráculo de mudançaMuitas vezes recorrem os a vários m étodos diferentes para ten­

tar prever o fu turo . Antigos oráculos, com o o I ching ou o tarô, nos ajudam a ob ter esclarecim ento a respeito de questões e p roble­mas difíceis e complicados. Esses antigos oráculos são a inda m uito populares. E ntretanto , surgiram em culturas m uito diferentes da nossa e representam valores que já não nos servem, tais com o o papel das m ulheres, m ostrado com o imutável. Este livro nos con­

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vida a ver com novos olhos a nossa necessidade de fazer perguntas e de encon trar as respostas que nos são mais apropriadas. Em bora respeitando e valorizando a sabedoria tradicional, o livro tam bém oferece um a visão direta e atualizada, baseada em princípios lógi­cos e sólidos. Q uestionar a nós mesmos é um m étodo m uito eficaz para fazer avançar nossa vida.

Porque você não precisa de consertoÉ fácil sentir-se vulnerável e inseguro, sentir que deve existir

alguém que tem as respostas certas para você. Não é m uito difícil formar-se com o terapeuta, conselheiro ou líder de sem inários e o ferecer às pessoas soluções, m odelos e conselhos de com o refor­m ular sua vida. Será que essas pessoas o conhecem m elhor do que você mesm o se conhece? R ecrutar ajuda profissional pode às vezes ser tranquilizador e reconfortan te, e existem ocasiões em que vá­rios tipos de terapia realm ente ajudam a en fren tar problem as não resolvidos, para poderm os seguir em frente. As vezes a experiência de outra pessoa é fundam ental para ajudá-lo a avaliar-se mais p re­cisam ente com m aior clareza. E ntretanto , é prejudicial im aginar que existe algo de errado em você, algo que precisa ser consertado. Muitas pessoas tentam convencê-lo de que podem lhe oferecer algo que ninguém pode lhe dar: um a boa atitude e a capacidade de fazer a si próprio as perguntas certas. E é disso que tratam os neste livro.

As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo aborda a psicologia po r um a via diferente daquela encontrada em outros livros e program as populares de autoajuda. Este livro não se refere apenas a m udanças de com portam ento ou à contestação de antigas convicções - em bora isso tam bém esteja incluído. E apresen­tado em form a de questionário, para conduzi-lo a um a m elhor per­cepção de seus valores, atitudes e emoções inconscientes. A percep­ção é por si mesma transform adora. Você perceberá que as perguntas continuarão a atuar m uito depois que tiver fechado o livro. Por isso, os questionários apresentam um form ato “leve” e não contêm as per­guntas rotineiras dos questionários psicológicos destinados a traçar um perfil. Sua intenção é refrescar sua memória.

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16 Introdução

A armadilha da negatividade, dos queixumes, da desesperança, da baixa autoestima, do remorso e da culpa

Chega a ser im pressionante o simples fato de sermos capazes de levantar da cama. Para que se dar a esse trabalho? Vencer a si p ró­prio já representa mais que a m etade da batalha. Criar em si m esm o a atitude correta de m odo a estar p ron to para as coisas boas que estão po r acontecer pode exigir um trem endo esforço. Muitas vezes não é o problem a que representa na verdade um problem a, mas sim as atitudes às quais estamos apegados. Será impossível ler este livro sem m udar de atitude, pelo m enos um pouquinho. Se ainda não está p ronto , volte para a cama, mas lembre-se constantem ente de que este livro an im ador e determ inado estará à sua espera.

Mas por que devo fazer isso?Por que deveria se dar ao trabalho de se interessar pelas per­

guntas deste livro? Parece que custará m uito esforço, e como saber se vai servir para algum a coisa? Experim ente e tire suas conclusões. Tente aplicar o m étodo a um a pequena área da sua vida. Tente algo que pareça fácil e pouco am eaçador. Depois vá em frente, anim ado pelos resultados obtidos. Não com ece po r um grande problem a contra o qual venha lu tando há décadas.

PensarWilliam Bion, um psiquiatra nada convencional, criou seu m é­

todo em parte p o r ter trabalhado com soldados traum atizados, de­pois da Segunda G uerra M undial. Ele percebeu que algumas pes­soas se esforçam ao m áxim o para não pensar a respeito de fatos que não desejam encarar. Bloqueiam esses fatos e os encerram em um departam ento isolado da m ente. Além disso, algumas pessoas im pedem , de form a inconsciente, que os outros pensem livrem en­te ou os desafiem p o r m eio de ideias e pensam entos que elas não desejam ouvir.

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Bion sentiu-se fascinado pelo processo do pensam ento em si mesm o. O que nos perm ite pensar nossos próprios pensam entos originais e chegar a nossas próprias conclusões, e o que, pelo con­trário, o im pede? Por que às vezes é tão difícil pensar com clareza? Em parte porque na escola, p o r algum motivo, não nos ensinaram a utilizar ferram entas conceituais de pensam ento - as crianças po­deriam chegar ã conclusão de que tinham coisas m elhores a fazer do que freqüen tar a escola. Em parte porque fomos treinados a m an ter em funcionam ento bloqueios ao pensam ento , para não serm os levados a questionar demais a realidade. E em parte por­que nos sentim os aterrorizados dian te da possibilidade de sabero que realm ente desejamos. E provável que todos nós tenham os esses pensam entos inconscientes, ou “im pensados”, que estão logo ali, esperando apenas que tenham os ap rend ido a perm itir sua en trada. Alguns desses pensam entos podem ser libertadores ou criativos.

Bion criou um conceito, que denom inou “m enos K”, que re­presenta a força que existe em cada um de nós e que gostaria de nos m an ter na ignorância. E o sabotador, o resistente, aquele que tem todas as desculpas e que deseja se m an ter pequeno e m edroso. Em oposição a esse, Bion form ulou o conceito “O ”, a força desco­nhecida que leva a crescer e evoluir, que tam bém existe in te rna­m ente - o incessante processo do potencial hum ano, que o famoso psicoterapeuta Carl Rogers descreveu com parando-o a brotos de batata que crescem em um porão escuro. Independen tem en te da distância, com o tem po, esses brotinhos encontrariam o cam inho para a luz. Todos nós, se conseguirm os luz e espaço em quantidade suficiente, podem os crescer, am adurecer e florescer.

Será que eu mereço?Buscar o que eu quero não seria um a dem onstração de egoís­

mo? Eu não m ereço; devo pensar prim eiro nos outros, considerar em prim eiro lugar a família; não sou bom o bastante para ter as coisas que desejo. Esta é um a velha m ensagem de m edo, restrição e limitação. Os outros podem se sentir invejosos se você levar um a

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18 Introdução

vida feliz fazendo exatam ente o que acha melhor. Talvez eles não o aprovem. Q uem você pensa que é para ter planos tão ambiciosos?

Se algum dia se pegar pensando coisas desse tipo, está na h o ra de p a ra r com isso. Você não veio a este p laneta para realizaro que o u tra pessoa p rogram ou para você. Está aqui para se sen tir realizado, e n inguém , a não ser você m esm o, pode saber o que considera “ser um a pessoa realizada”. Talvez seja algo m uito dife­ren te do que você pensava que era ser um a pessoa feliz e realiza­da - ou m uito d iferen te da noção que outras pessoas têm disso. Existe um a voz insistente den tro de você, que sabe o que você qu er fazer e o tipo de pessoa que deseja ser. Já parou para escutaro que essa voz costum a dizer?

Negação e justificaçãoVocê certam ente já ouviu outras pessoas dizendo coisas assim,

e, com certeza, tem suas versões favoritas delas: Você não tem tem ­po. Vive ocupado demais ganhando d inheiro e sobrevivendo, não pode en fren tar mais nada. Sua m ãe não gostaria disso. Os ratos roeram seu dever de casa. Não pode aparecer num a academ ia sem antes em agrecer um pouco. Qual é a sua desculpa favorita no m o­m ento? De agora em diante não vai mais precisar dela. Se isso o assusta, deixe o livro de lado po r algum tem po, até se acostum ar com a ideia de que não vai mais ter que fingir ser alguém que não é. Depois que responder a todas as perguntas deste livro, você nunca mais vai te r que se defender, se explicar ou se justificar para outra pessoa.

Negação é algo que todos nós praticam os. Muitas vezes é até saudável. Não querem os en fren tar tudo o tem po todo, e afastar cer­tos pensam entos e realidades que nos causam ansiedade ajuda-nos a tocar a vida. Por outro lado, a negação pode se to rnar um hábito. Você já deve ter encontrado m uita gente capaz de negar verdades óbvias, sim plesm ente porque é inconveniente e doloroso demais perm itir que um a certa verdade desagradável estrague o dia.

No en tan to , algum as pessoas podem levar anos e anos negan ­do algum a coisa que obviam ente as está incom odando . Em lugar

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de reco n h ecer que essa verdade lhes faz mal, têm esperança de que essa verdade deixe de existir. Essa estratégia de negação não funciona a longo prazo. H á um a lei da psicologia - e laborada pelo p ró p rio F reud - que diz que tudo o que é negado, ignora­do ou rep rim ido um dia há de voltar. Os esqueletos guardados den tro do arm ário não se to rnam invisíveis p o r m ilagre. Ficam lá, acum ulando poeira, e, eventualm ente, alguém os encontrará. Não é fisicam ente possível apagar algo que nos aconteceu. Esses fatos re to rnam , talvez de um je ito que não nos perm ite reconhecê- -los im ediatam ente , tal com o na form a de dificuldades psicológi­cas e em ocionais, ou de sintom as físicos de estresse. E em parte p o r isso que alguns m étodos terapêuticos ou de au toajuda podem func ionar bem a curto prazo, mas, a longo prazo, é preciso mais do que pensam ento positivo e m udanças de com portam en to para m odificar o m odo com o você de fato se sente.

Como funciona este livroEste livro oferece um a caixa de ferram entas com conceitos e

soluções originais, práticos e elegantes, que podem ser aplicados a todo tipo de situação. Você pode usá-las para analisar po r que tudo deu errado, mas, m elhor ainda, pode usá-las para aprim orar e to rnar mais claro seu próprio estilo de vida, suas metas e sonhos - e para solucionar problem as cotidianos. Em lugar de convencê-lo a ter pensam entos positivos, sensatos e felizes, o m étodo de fazer perguntas a si mesm o perm ite-lhe solucionar as coisas de m aneira realista e prática. Você não tem que “te r pensam entos positivos”; pelo contrário, aprende a abrir cam inho para os pensam entos posi­tivos que teria naturalm ente se o seu nível de estresse, seu am biente e sua situação não o limitassem tanto. Você escolherá pensam entos positivos. E se to rnará mais positivo, cheio de energia e saudável, se estiver preparado para isso.

Em cada capítulo, você passará po r um processo natural de pensam ento. Fazendo perguntas, ap renderá a transform ar proble­mas em conceitos abstratos. Se for capaz de transform ar um pro­blem a ou um a preocupação em um conceito adequado, será mais

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20 Introdução

fácil enfrentá-los. Encarando-os de form a conceituai, não vai senti­dos com o algo pessoal nem se envolver em ocionalm ente. Saberá separar o jo io do trigo. U m a vez transform ados em valores e p re ­dicados abstratos, é m uito mais fácil lid a r com os p rob lem as e dificuldades, que deixam de ser tão com plicados e perturbadores. Você então fará o cam inho inverso, passo a passo, para aplicar à situação que o p reocupa a resposta que deu à pergunta. Se isso lhe parece difícil, não é não; mas requer tem po e raciocínio, e é um processo gradual. U m a boa ho ra para trabalhar com partes deste livro são os m om entos livres, talvez quando você estiver afastado da sua ro tina norm al.

Não se esforce para seguir o livro do princípio ao fim. Escolha um capítulo que lhe pareça interessante e com ece po r aí. Se deseja trabalhar apenas um capítulo, dê preferência ao capítulo 2: “Esco­lha seus próp iios valores” - esse vai causar um im pacto em todas as áreas de sua vida.

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CAPÍTULO 1

Pergunte a você mesmo

A vida é o que acontece enquanto estamos fazendo outros planos.Atribuído a John Lennon

O que eu realmente quero?O que eu quero? Essa é um a pergun ta boba. E claro que você

sabe o que quer. O u não sabe? Q uantas pessoas você conhece que decidiram o que queriam , trataram de consegui-lo e agora estão m uito con ten tes consigo mesmas? Por que será que algum as pes­soas conseguem exatam ente o que querem e outras nunca che­gam a isso? Tente fazer esta pergun ta “simples” a algumas pessoas e verá que um a quantidade su rp reenden te delas há m uito tem po não pensa nisso.

D eterm inar o que rea lm en te se qu er pode ser m uito assus­tad o r - talvez você o consiga, ou pode ten tar e correr o risco de falhar; ou pode dar certo, e você teria que m udar algumas coisas. Pode parecer mais fácil ficar exatam ente no m esm o lugar e não te r que m udar nada. Só que isso é fácil a curto prazo, mas, a longo prazo, é m uito desagradável sentir-se frustrado com o fato de não haver realizado algo que poderia ter alcançado p o r não ter perce­bido as oportun idades que teve a não ser depois que elas passa­ram - que só deu valor ao que tinha depois de perdê-lo.

O que eu realmente desejo? é um a pergun ta assustadora, e seria mais confortável ignorá-la. Mas ela nunca desaparece. E um a da­quelas perguntas insistentes - tal com o “existe vida após a m or­te?” - , que o seguem , como um cachorrinho fiel, aonde quer que você vá. Ela está sem pre ali. O fato de não saber a resposta para essa pergun ta conduz a muitos conflitos e infelicidade. Você diz sim àquilo que não quer, e não àquilo que quer - sim plesm ente po r não te r com preendido que é necessário, todos os dias da sua vida, prestar atenção a essa pergun ta crucial.

Tente perguntar-se agora: O que é que eu quero?

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22 Pergunte a você mesmo

Dê-se um tem po para refletir sobre a pergun ta com a m áxima atenção. Respire, concentre-se e perceba o que lhe vem à m ente. A note as respostas à m edida que surgirem e espere para ver se não aparece mais um a outra. Imagine-se em diversas situações de vida; no trabalho, p o r exem plo, ou em férias com a pessoa amada. Exa­m ine a pergunta outra vez, em cada um a dessas situações. Perm ita que as respostas bro tem do íntim o do seu ser, e, mesm o que pare­çam não fazer sentido nesse exato m om ento, anote-as. Im agine que tem um propósito singular na vida, que é só seu, e que você sabe exatam ente qual é. Como se sente? O que isso lhe parece? Como é ser um a pessoa que sabe exatam ente do que precisa e o que quer, e se sente confiante o bastante para ir em busca desse objetivo?

O que importa é não parar de questionar.A lbert Einstein

Você pode utilizar este livro para enfrentar problem as e situa­ções e pode tam bém utilizá-lo com o ajuda na geração de novas ideias. Fazer a p e rg u n ta certa lhe servirá de base para lidar com questões que, de ou tro m odo, pareceriam acim a da sua capaci­dade. A m en te hum ana não consegue lidar com a com plexidade do nosso dia a dia, a não ser que seja dividida em bocados deglu- tíveis. Fazer a pe rg u n ta certa é a parte mais difícil na solução de qua lquer p rob lem a ou processo criativo. Dizem que A lbert Eins­tein, quando lhe pei'guntaram o que faria se tivesse um a hora para salvar o m undo da destruição nuclear, re spondeu que utilizaria os prim eiros 55 m inutos para analisar e co m p reen d er o p rob le­ma, e as ideias surgiriam nos cinco m inutos finais. Talvez ele não conseguisse salvar o m undo a tem po, mas teria ideias to ta lm ente novas e originais.

E instein disse tam bém que n en h u m prob lem a pode ser resol­vido se continuarm os pensando de acordo com o m esm o padrão inicial, que deu origem ao problem a. Suas palavras textuais fo­ram: não se pode resolver um prob lem a m an tendo a m esm a dis­posição m ental que lhe deu origem . Temos que passar a um nível superio r de pensam ento para te r um a visão panorâm ica, e um a

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 23

das m elhores m aneiras de fazê-lo é p o r m eio de perguntas. Fazer as perguntas certas ajuda a descrever e analisar o p rob lem a com precisão. Você com eça a se libertar das ideias equivocadas que o aprisionam e passa a pensar de um m odo novo, livre das ideias velhas e desgastadas.

Fazendo perguntas, temos certeza de estar focados no proble­m a certo.

s n 3 Q s *

Anthea pega este livro porque está se sentindo um pouco deprim ida , e acre­dita que a causa disso é o re lacionam ento que m antém há dois anos com o na­m orado George, que frequentem ente , durante o inverno, insiste em viajar com um grupo de am igos para esquiar. Ele deixa Anthea em casa porque ela não só não tem cond ições financeiras de fazer a viagem com o não está m uito interessada em esquiar. In fe lizm ente, ela costum a fica r bastante deprim ida durante o inverno (a síndrom e da d is tú rb io afetivo sazonal afeta m uita gente, que passa por fases de ­pressivas porque o espectro da luz solar, que levanta o ânim o, fica mais restrito). Isso reforça sua tendência a se sentir rejeitada e a faz pensar que o nam orado a deixou para trás porque se d iverte m ais longe dela. Q uando ele voltar, pretende ins istir com ele para que se com prom eta a se casar com ela, ou ela porá um fim ao re lacionam ento. Mas, ao chegar em casa com seu exem plar do livro, Anthea descobre que o capítu lo “ R e lacionam entos” fica lá no fina lz inho, e que, antes de chegar lá, é preciso passar por questionários a respeito de sua autoestim a e seu grau de depressão. Isso altera seu estado de espírito, perm itindo-lhe encarar o pro­blema de um outro ponto de vista, isto é, ela pode fazer a lgum a coisa para se sentir m elhor em vez de fica r esperando pela volta de George. Com re lu tância , sente-se levada a a dm itir que o am or de George pelo esqui não é a causa da sua insegu­rança. Essa sensação - que costum a sentir durante seus re lacionam entos - tem raízes próprias e precisa ser en tend ida e enfrentada para que ela possa m anter um re lacionam ento do tipo daqueles em que duas pessoas reservam um espaço para explorar seus interesses independentes.

Como saber se estamos fazendo as perguntas certas? É impos­sível te r certeza, mas um a coisa que você pode fazer é exam inar todas as suas opiniões a respeito de um problem a ou a respeito de

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24 Pergunte a você mesmo

algo que você gostaria de aprim orar. O talento consiste em saber detectar a causa exata do problem a.

George acha que gostaria de ser um escrito r e acredita que seria m esm o um escrito r se tivesse tem po para escrever. 0 problem a é que ele não tem tem po, todo m undo vive a requisitá-lo , inclusive sua nam orada, que é m uito possessiva. Sente- -se tão estressado com tudo isso que a única coisa que consegue fazer quando chega em casa depois do traba lho é preparar um café e sentir-se dep rim ido por levar uma vida tediosa e banal.

0 que George deveria fazer para descobrir por que desperd iça um tem po valioso é responder a todas as perguntas do capítu lo 3, “ A dm in is tra r o seu te m p o ” . Por exem plo: ele pode chegar à conclusão de que perde umas c inco horas por semana deprim ido , tom ando café. Se fosse uma pessoa organizada, em dois anos essas c inco horas sem anais seriam tem po su fic ien te para escrever um livro, e ele tem que conco rda r que tem po não é o verdadeiro prob lem a. O assunto é bem mais com plexo, e George com eça a ponderar se realm ente deseja ser um escritor. Na verdade, esqu iar é o que ele m ais gosta de fazer, e não está de m odo algum d isposto a abandonar essa ativ idade. Para ser sincero, seu em prego é que está lhe causando mal-estar, e ele gostaria mais de ser um bom instru tor de esqui e, talvez, de escrever um livro destinado àqueles que desejam aperfe içoar sua técn ica e, com isso, sentir-se tão realizados quan to ele se sente em descidas livres, fora das pistas. George com eça a sentir-se an im ado d iante da possib ilidade de seguir um novo cam inho . O verdadeiro problem a, adm ite , é te r acred itado - por que foi issoo que disse seu pai, e ele detesta contra ria r o pai - que é indispensável te r um em prego seguro, com o o seu cargo com o consu lto r hotline em uma com panh ia de software. Ele é e fic iente no em prego e apreciado pelos clientes, mas, na verdade, só está ali pelo d inheiro . Sua outra paixão é c ria r program as de software, sua ocu ­pação nas horas vagas. Surgem novas opções, e com eça a fica r claro que uma das coisas que precisa fazer é deixar de ten ta r agradar ao pai m antendo um “em prego estável” ; fa lando francam ente , um em prego estável não faz o seu gênero, mas ele tem e confron ta r a visão paterna de m undo para cam inhar com as próprias pernas. Mas será assim mesmo? Depois de com preender tudo isso, ta lvez não seja tão d i­fícil. É possível ganhar a vida de outras m aneiras, m ais de acordo com tudo aquilo de que gosta, desde que esteja d isposto a viajar e m udar de atitude.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 25

Portanto, acreditar que lhe falta tem po para se to rnar um es­critor é um a desculpa conveniente para o fato de ter m edo da liber­dade resultante da aceitação dos riscos. Na verdade, para George, “falta de tem po” significa relutância em enfren tar os problem as implícitos. Ele está sim plesm ente se recusando a descobrir todo o seu potencial.

Para George, são duas as perguntas corretas a fazer: “Do que é que eu tenho mais m edo?” e “Será que eu quero passar o resto da m inha vida com essas limitações?”.

Perguntas vitaisEsta é a parte d ifíc il. Você pode pular este capítu lo, ou só vo ltar a ele quando

sentir vontade. No entanto, trata-se de um capítu lo curto , e não vai tom ar m uito tem po. Você já respondeu s inceram ente a estas perguntas? A lguém já lhe fez estas perguntas? 0 que aconteceu quando lhe perguntaram ?

Você pode aplicar estas perguntas a qua lquer área de sua vida, à sua escolha.

■ Sou feliz?■ Como seria a m inha vida se eu um dia acordasse e visse realizados todos os

m eus sonhos m ais caros?■ 0 que faço na vida que im pede que isso aconteça?■ Até que ponto sou positivo e otim ista?° Como expresso m inha cria tiv idade e a ponho para funcionar?■ 0 que, especificamente, desejei ser ou fazer desde meus tempos de criança?■ Sei o que realm ente quero?■ Vivo de acordo com m eus próprios valores internos?■ Meu estilo de vida me perm ite realizar m uitas das coisas que realm ente

desejo?■ S into-m e ligado ao próxim o e a uma com un idade significativa?■ Tenho um sentido de propósito ou rum o que m e mostra quem sou e que

aqu ilo que faço tem valor? Existem palavras que possam expressá-lo?

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26 Pergunte a você mesmo

* Aventura e risco fazem parte da m inha vida em quan tidade suficiente?* Qual é a m inha a titude típ ica d iante de um problem a sério?■ De que m odo as decepções im portantes que tive na vida afetaram m inha

capacidade de levar a vida do je ito que eu queria?■ Desisto com facilidade?■ Do que tenho m ais m edo, e por quê?* Acon tece-m e com certa frequência chegar a um ponto do qual sei que posso

ir m ais adiante, para encon trar apenas mais um obstácu lo no cam inho? Esse padrão costum a se repetir com frequência? Se esse padrão repetitivo pertencesse a um film e ou a uma canção, qual seria o títu lo da canção ou do filme?

■ Em relação à vida co tid iana, o que me deixa mais frustrado ?■ Em relação à vida co tid iana, o que é m ais im portante para mim?

Exam ine d em o rad am en te cada p erg u n ta . Reflita a respeito delas p o r um d ia ou m esm o um a sem ana e p e rceb a o que lhe vem à m en te . N ão deixe de a n o ta r as respostas, de m odo a po ­d e r co n ferir seu progresso e as m udanças ao longo do tem po. Tente descobrir com o se sen te com essas perg u n tas a lhe m arte ­la r a m ente . Veja o que acon tece quan d o se esquece delas. T ente im p ed ir que essas p e rg u n tas ten h am algum im pacto sobre sua vida - verá que é impossível.

AçãoÉ o processo pelo qual tom am os algum as m edidas para pô r

em prática o que aprendem os. E nesse pon to que muitas vezes em ­pacamos, po r que é m uito difícil. Por m uito tem po nos acostum a­mos a nos esconder debaixo das cobertas ou a nos distrair com atividades triviais em lugar de vivenciar a do r de um novo desafio. A ação depende de experiências vividas an teriorm ente. A prende­mos com nossas experiências e depois agimos de acordo com elas. Sem a ação não aprendem os nada de novo, a não ser como conti­

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 27

n u ar sobrevivendo no m esm o estado em que estamos. Depois de te r respondido a um a série de perguntas do livro, é preciso que você conduza sua própria experiência científica. Teste sozinho no­vas atitudes e ideias e veja se são de algum a ajuda. Se as coisas não funcionarem , volte ao início para um novo exame.

ErrosQ uando partim os para a ação, sem pre com etem os erros, e é

im portan te m an ter um a boa atitude em face dos erros. Os erros são parte im portan te do aprendizado: eles nos ensinam o que p re­cisamos aprender. O músico Miles Davis disse certa vez: “Não tenha m edo de errar; os erros não existem ”. Se você não com eter erros, não ap renderá nada de novo. Aqueles que acham que você deveria saber como fazer algum a coisa com perfeição com etem quase sem­pre um erro fundam ental, que pode im pedir o p róprio aprendiza­do e o dos outros. São inum eráveis as coisas que se pode ap render por in term édio dos erros.

O que você deseja esclarecer?Experim ente passar em revista suas próprias ações e dê início

a algumas novas atividades. Então avalie o efeito que tiveram sobre sua vida. Isso o ajuda a ajustar o foco, para que você descubra o que deveria estar m erecendo sua atenção em m eio a tanta coisa banal que tem que fazer e às exigências que os outros lhe fazem de que você satisfaça às necessidades deles. O mais im portan te é que as prioridades sejam as suas, e não aquilo que os outros acham que você deveria ser e que deveria fazer.

Plano de açãoQ uando tive r organizado seu p lano de ação, esse será seu contra to consigo

m esm o, que servirá de guia para m antê-lo no cam inho certo e a ting ir suas p rio ri­dades sem se deixar desviar por assuntos que d istra iam sua atenção.

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28 Pergunte a você mesmo

É preciso rever seu plano de ação constantem ente e fazer os ajustes neces­sários quando a situação mudar. O que você não consegu ir realizar dentro de um determ inado prazo deve passar para a lista seguinte, para não ser esquecido.

Se seguir seu plano de ação durante um ano, ficará im pressionado com a quan tidade de coisas que com eçarão a se ajustar. Q uando decid im os realm ente fazer a lgum a coisa e fazem os disso uma prioridade, ficam os espantados com o que se pode a lcançar passo a passo.

Escreva seu plano de açãoQuais são as dez coisas que você mais deseja m udar ou executar na sua vida

e que são prioridades verdadeiras? A lgum as delas podem já estar acontecendo. Outras podem precisar de ajustes ou talvez sejam algo to ta lm ente novo.

Agora

12

3456

78

910

Nos próximos dois anos

l2

3456

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 29

7 8

9 _________________1 0 __________________

Nos próximos cinco anos

1

2

3 4 5 6 7 8 9 _________________

10

A longo prazo

1

2

3 4 5 6

7 8

9 10

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30 Pergunte a você mesmo

Que ações específicas são necessárias para que você atinja essas prioridades?

Data Concluídas?Sim Não

Hoje

Esta semana

Este mês

Este ano

No próxim o ano

A longo prazo

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De que forma você poderia sabotar ou atrasar alguma dessas ações?

1 _______________________________________________________________

As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 31

2 ___________________________________________________________

3

4 5

0 que você poderia inventar para evitar sair da linha?

(Por exem plo, m ostre seu piano de ação a uma pessoa amiga que possa a judá-lo a se m anter firm e, ou diga a todo m undo que você irá à academ ia três vezes por semana, de m odo que se sinta envergonhado se não for.)

1

2

3

4 5

Confiança e autoestima

Autoestima e autovalorizaçãoPodem os definir autoestim a com o acreditar em si próprio , ser

autoconfiante, respeitar-se e ter um a atitude positiva em relação a você mesmo. U m a boa autoestim a é fundam ental. Trata-se de um a qualidade mágica que atrai boas experiências e tudo aquilo que você quer. Um a autoim agem negativa o im pedirá de ob ter tudo o que m erece e destrói relacionam entos, pois fica difícil para outra pessoa am ar ou respeitar alguém que não se am a ou não se respei­

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32 Pergunte a você mesmo

ta. Um relacionam ento em que as duas pessoas têm baixa autoesti- m a pode ser m uito difícil.

A autoestim a, com o o dinheiro , pode ocasionar dificuldades para quem a tem em excesso: outras pessoas podem não gostar de você e achá-lo convencido ou presunçoso. Podem sentir necessida­de de forçá-lo a baixar um pouco a bola. Alguns de nós ap rende­mos a parar de “nos m ostrar” e tentam os nos apagar um pouco. Es­condem os algumas das nossas qualidades e o apreço que sentimos po r nós mesmos. Deixamos que os outros falem bem de nós e nos façam os elogios de que tanto precisamos.

O im portan te é desenvolver a autoestim a ao máximo. Se não recebeu estím ulo suficiente duran te a infância, é difícil adquirir autoestim a na idade adulta, mas esse trabalho é um bom investi­m ento em você mesmo. N inguém pode fazê-lo p o r você. Não existe substituto para um a boa autoestim a. Roupas maravilhosas, acessó­rios e viagens de férias podem fazer com que você se sinta bem , mas, se não houver um a base de autoestim a, tudo isso não passará de um estím ulo tem porário.

A autovalorização é sem elhante à autoestim a. É o valor que você mesm o se dá, e não depende das coisas que você faça ou al­cance. É parte do seu eu intrínseco, como ser hum ano singular e especial. E algo que você possui e cuja ausência é no tada quando você não está presente.

Avalie sua autoestimaQuanto você acha que vale?Este questionário é d iv id ido em A e B. Dê um a nota a cada pergunta traçando

um círcu lo em to rno de 1 ou 2. 0 núm ero 1 sign ifica eu concordo, e o núm ero 2 sign ifica concordo p lenam ente. Se d iscordar to ta lm ente, escreva um zero.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 33

Seção A

Você acredita que é uma pessoa fabulosa, dotada de qua lidades singulares?

1 2

Você se ama, se aprecia e se preocupa consigo mesmo? 1 2Sente prazer em passar um bom tem po em sua própria com panhia? 1 2Fala a respeito de si m esm o com outras pessoas de form a respeitosa e apreciativa?

1 2

Valoriza tudo o que já realizou, sem se p reocupar com as ativ idades em que não é tão bem -suced ido - a fina l, n inguém sabe fazer tudo?

1 2

Valoriza a fo rm a com o foi capaz de superar tan tas d ificu ldades? 1 2Q uando alguém o critica , você ouve com atenção, pensa a respeito da crítica, incorpora tudo o que lhe parecer útil e ignora o restante?

1 2

Consegue se m anter calm o, despreocupado e firm e quando outros à sua volta agem de form a exigente, crítica ou difícil?

1 2

Sabe tom ar conta de si mesmo? 1 2Q uando alguém lhe faz um elogio, sabe aceitá-lo com sim plic idade? 1 2

Seção BDê as notas da m esm a form a nesta seção e some separadam ente os pontos o b ti­dos nas seções A e B.

Acha que deve se com porta r de uma m aneira específica d iante de outras pessoas, para que elas gostem de você?

1 2

Precisa ser mais generoso com seus am igos do que eles são com você, para que continuem sendo seus amigos?

1 2

Acha que deve fazer coisas que não que r só para m anter um relacionam ento?

1 2

Veste-se de m odo a não desperta r m uita a tenção ou não parecer d iferente? Ou, por ou tro lado, gasta m u ito tem po e energia com sua aparência porque pensa que não seria aceito sem a m aqu iagem , as roupas, o carro , etc.?

1 2

Acha m esm o m uito d ifíc il d izer não? 1 2Se alguém o critica , sua reação é defender-se ou levar para o lado pessoal, sentindo-se ofend ido e magoado?

1 2

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34 Pergunte a você mesmo

Bem lá no fundo , você se sente im produ tivo e inútil, e acha que, se as pessoas o conhecessem de verdade, n inguém gostaria de você?

1 2

Detesta fica r sozinho consigo mesmo? 1 2Participa com frequência de ativ idades que sabe que são autodestrutivas ou nocivas à sua saúde e ao seu bem-estar?

1 2

Ao falar de si, você o faz de maneira negativa, queixosa ou autodeprecia- tiva, a tal ponto que as pessoas nem percebem suas boas qualidades e podem chegar a te r má impressão de você?

1 2

PontuaçãoA contagem dos pontos se faz separadam ente para as seções A e B.

Seção A15-20Você tem uma notável autoestim a e func iona m uito bem nesse quesito. Ou você teve uma excelente criação ou se esforçou m uito para chegar a esse ponto. M uito bem! É im portante lem brar que poucas pessoas têm esse aito nível de autoestim a, e talvez lhe seja d ifíc il en tender as necessidades e a titudes de pessoas que s im ­p lesm ente não acred itam em si próprias da mesma form a que você.

10-15Você tem uma ótima autoestima. Acredita de verdade em si mesmo, tem autoconfian­ça e gosta de ser a pessoa que é. Talvez seja um pouco inseguro, mas isso é humano, e você quase sempre sabe como lidar com esse sentimento. Sabe tam bém que preci­sa trabalhar um pouco sua autoestima, que esta não surge por acaso, mas está disposto a fazer esse esforço para o seu próprio bem. Você não é do tipo que aceita por muito tem po situações que tenham um im pacto negativo em seu amor-próprio.

5-10Você se esforçou para te r uma boa autoestim a e está bem c ien te do que é preciso para desenvolver segurança e autoconfiança duradouras. Talvez alguma experiência d ifíc il em sua vida o tenha afetado de m odo adverso e provavelm ente, para seguir em frente, você precisa se esforçar um pouco para re forçar sua confiança. Você tem a lgum as boas atitudes básicas a seu próprio respeito e poderá reforçá-las se prestar mais atenção ao processo de se autovalorizar.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 35

1-5Embora tenha a lgum as a titu de s básicas sadias a seu p róp rio respeito, sua a u ­toestim a é m u ito baixa. C ertam ente existe uma razão para isso, e você deve conhecê -la m u ito bem . C on tinua r nesse estado de baixa autoestim a p re jud ica sua saúde m enta l e seu bem -estar, e pode se to rna r parte de um c írcu lo v ic ioso que se a u tope rpe tua : você se sente pouco con fian te , então se re tra i, se to rna passivo ou esqu ivo e perde as ocasiões em que poderia a p re n d e r a ser m ais co n fian te . O segredo está em p ra tica r com portam en tos associados à autoestim a positiva; se fize r isso sem pre , eles se to rna rão m ais na tu ra is e deixarão de ser exercícios.

Seção B10-20Você está bata lhando contra a baixa autoestim a, e, às vezes, pode achar que a vida é m esm o m uito d ifíc il. Talvez não tenha desenvolvido um forte sentido de identidade própria e, em a lgum as épocas, deve te r sido fac ilm ente contro lado ou in fluenciado por outras pessoas. É sensível à crítica ou a ju lgam entos negativos. Nem sem pre é confiante o bastante para corre r os riscos inerentes à busca de uma situação m elhor e, provavelm ente, tem e fica r sozinho. É uma luta ten ta r se livrar do hábito de pensar e agir negativam ente contra você mesmo.

Há uma coisa que você pode fazer que lhe será de ajuda im ediata: iden tifi­car uma área na qual tem certeza de que se sente confiante. Passe em revista as habilidades, ta lento ou experiência que adqu iriu em certas áreas - por exem plo, você sabe que cozinha bem. Pense em com o adqu iriu a técn ica necessária. Tente trans ferir essa hab ilidade para outra área na qual se sente menos confiante, mas na qual deseja se sair bem. Por exem plo, se você é bom cozinheiro, sabe apren ­der e arm azenar novas inform ações, tem ta lento para organização, tem o dom da cria tiv idade, gosta de tra ta r bem os outros e sabe valorizar e apreciar o que é bom. Esses dons podem ser transferidos para a lgum a área que ainda não experim entou. Por exem plo, artesanato, um esporte coletivo ou com eçar um novo projeto no seu trabalho. A d qu irir novos ta lentos reforça a autoestim a e, autom aticam ente, vai fa ­zer com que você se to rne mais confiante.

Uma dica valiosa é com eçar a acred ita r que vale a pena o esforço - m esm o que nem sem pre saiba por que está fazendo isso e até m esm o sem ter vontade de fazê-lo.

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36 Pergunte a você mesmo

Sete exercícios para promover a autoestimaSe passar a lgum tem po fazendo estes exercícios - em bora in ic ia lm ente eles

possam parecer um pouco tediosos focalizará sua m ente em algo que ela quer m uito que você faça. Com certeza será bem -suced ido. Se alguns dos exercícios o fizerem lem brar-se de ocasiões em que se sentiu mal, não se preocupe com isso e acred ite que este processo natural de cura vai dar certo.

1 Pense nas atitudes e com portam entos representados peias perguntas da Seção A do questionário sobre autoestim a. Se algum a delas lhe pareceu d ifíc il ou estranha, com ece a praticá-la. Se já tem o costum e de fazê-lo, faça- -o mais um pouco. Por exem plo, ten te aceita r os elogios com s im p lic idade e nunca fin ja que não se im porta com elogios. Durante as próxim as semanas, ten te aum entar a contagem de pontos da Seção A.

2 Procure a com panh ia de pessoas descontraídas e autoconfiantes. Aprenda alguma coisa com elas e ten te copiar a lgum as de suas atitudes. Ao m esm o tem po, tra te de passar um tem po proveitoso na sua própria com panh ia.

3 Isto é urgente: evite a com panh ia de pessoas que o fazem sentir-se mal consigo m esm o, ou que se sentem bem agredindo-o de a lgum a form a. Nunca perm ita tal coisa. Se isso costum a lhe acontecer, seja enérgico e faça a igum a coisa a respeito. Pratique prim e iro os outros exercícios, até sentir-se melhor. Não espere que aquele tipo de pessoa que gosta de vê-lo "para baixo” venha em sua ajuda.

4 Faça um lista de suas boas qua lidades e ta lentos ind ividua is e dignos de adm iração. Na lista podem ser incluídas coisas boas que outros d isseram a seu respeito. Então com porte-se com o se realm ente acreditasse que todas elas são verdadeiras. Será que essa pessoa agiria de m odo d iferente para com você se soubesse que essas coisas são verdadeiras?

5 Faça um á lb u m ou um c a d e rn in h o de a u toe s tim a . C o lec ione aí todos os re fo rços p os itivos que receber, de q u a lq u e r fo n te : por exem p lo , ca rtas e ca rtõe s com m ensagens pos itivas , re fe rê n c ia s , te s te m u n h o s ou ava liações p os itivas em tra b a lh o s fe ito s d u ra n te a lgum cu rso . Não de ixe de a n o ta r as co isas p os itivas q ue as pessoas lhe d igam e g u a rd e - -a s no seu á lb u m , para q ue lhe s irvam de es tím u lo . C o lec ione e log ios. Escolha e m on te c u id a d o s a m e n te seu á lb u m de m odo que f iq u e b on ito e a trae n te , q ue lhe seja p raze roso o lh a r e o e s tim u le a a u m e n tá -lo . Ele

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 37

será um re cu rso va lioso sem pre que se se n tir d e p r im id o ou p re c isa r de e n co ra ja m e n to .

6 Procure sem pre desenvolver novas habilidades e realizar coisas novas, de m odo a sentir-se orgulhoso de si mesmo. Receba e aceite elogios, reconheci­m ento e honrarias.

7 Valorize, com em ore e expresse explic itam ente não só o que há de especial em você, quais os pontos em que é único e d iferente dos dem ais, assim com o tudo o que tem em com um com os outros.

E x e rc íc io de a u to c o n fia n ç aÉ correndo riscos e agindo que se adqu ire confiança. E com o ganhar con ­

fiança? Você é do tipo a ltam ente cauteloso, que tem e corre r riscos, ou sente pra­zer com a novidade e o entusiasm o inerentes a certa dose de risco e aventura? A rriscando-se pouco, será menos capaz de se arriscar no fu turo.

Lem bre-se das coisas boas que já lhe acon teceram . Pode ser q u a lqu e r coisa - uma viagem especia l, um a am izade duradou ra , m uda r para um novo em prego ou casa nova, te r um filho , uma realização im portante , a conc lusão de um projeto re levante. Perceba com o sua partic ipação pessoal co n trib u iu para que essas coisas acontecessem .

Faça uma lista de dez coisas boas que já lhe aconteceramPodem ser de qua lque r época de sua vida.

1

2

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38 Pergunte a você mesmo

Coisas que você já fezAgora faça uma lista das coisas que realizou e das qua lidades pessoais dem ons­tradas por você que contribu íram para que essas realizações im portantes aconte- cessem. Terá que pensar m uito se acha que essas coisas "sim plesm ente acontece­ra m ” . Qual fo i a sua contribu ição para que tudo desse certo?

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78

910

Qualidades pessoais que você demonstrouSão qua lidades pessoais a perseverança, a am izade, te r m ente aberta e ser e n tu ­siasta, traba lhador ou determ inado.

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78

910

Sinta-se orgulhoso do que realizou e do m odo com o o fez. Você pode realizar mais a inda, m uito mais, se con tinua r pensando positivam ente a seu respeito.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 39

Planejando o sucessoSomos mais bem-sucedidos quando im aginam os que o resulta­

do será o m elhor possível e fazemos planos para que isso aconteça. Para tal, é preciso ter em m ente metas ou resultados definidos. Se não tiver em m ente o resultado, é improvável que chegue lá.

Para que resultados tem mais vontade de se esforçar? Leia no­vam ente as perguntas vitais do início deste capítulo e preste a ten­ção à pergunta a respeito de valores, no capítulo 2.

Treze resultados vitoriosos0 que o faria sentir-se fe liz e satisfeito de verdade? Faça uma lista dos seus

desejos e sonhos para cada um dos tóp icos desta seção. Não é preciso dem orar- -se m uito preenchendo a lista - trata-se apenas de um rápido inventário dos re­sultados que você gostaria de a lcançar. Se achar que a lgum dos seus desejos não é realizável, ponha-o na lista assim m esm o. Bastam umas poucas palavras para cada tóp ico.

Isto não é o m esm o que seu plano de ação, que tem com o fina lidade de fin ir tarefas realistas e executá-las. 0 assunto aqui é o cam inho que você gostaria de seguir. Fique à vontade, seja inventivo e brincalhão, sonhe acordado.

1 Família e re lac io n am e n tos :_______________________________________________2 Estilo de v id a :___________________________________________________________

3 Viagens, lazer, recreação, d ive rsã o :_______________________________________4 Educação, aprendizado, novos conhecim entos e técn icas:

5 Dinheiro:6 Sentido de realização ou propósito, seja ind ividua l, seja com outra pessoa:

Page 39: As 1000 Perguntas - Alyss Thomas

40 Pergunte a você mesmo

7 C ria tiv id ad e :______________________8 S e xu a lid ad e :______________________

9 F e lic id a d e :______________________10 Saúde e b e m -e s ta r:______________________

11 C o m prom issos :______________________12 Trabalho e c a rre ira :______________________

13 Lar e local de re s id ê n c ia :______________________

A esta a ltura você já deve te r escrito a lgum as palavras sob cada um dos tóp icos referentes aos resultados que deseja a lcançar. Essas m esm as palavras deverão ser copiadas para os tóp icos a seguir. Para isso, decida quais são as mais im portantes para você e quais as menos im portantes por enquanto . Só você pode dec id ir a “ im po rtânc ia ” - todas essas coisas são im portantes, mas algum as mais do que as outras.

Resultados mais relevantes

l _______________________________________________________________

2 3 4

5

6

Outros resultados importantes, que devem ficar em segundo plano por enquanto, mas que manterei em mente

l

2

3 4

5

6 7

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 41

Parabéns! Você s im plesm ente e sem fazer m uito esforço acaba de organizar sua vida num quadro e de dec id ir qual o cam inho que deseja seguir quanto às coisas m ais im portantes para você.

Agora que esses resultados foram claram ente defin idos, sempre que possível, você tom ará decisões e fará escolhas que o guiarão em direção aos resultados a lm e­jados. Ao m esm o tem po, deixará de lado as escolhas que ficaram para mais tarde.

Podem surg ir d ificu ldades se os resultados forem conflitantes: por exem plo, se você quer, ao m esm o tem po, te r filhos e ganhar m uito d inheiro . Quando surg i­rem esses conflitos, a não ser que sua energia seja ilim itada, é preciso re form ular p rioridades quan to aos resultados a lm ejados para os próximos anos, para foca lizar ou os filhos ou o d inhe iro - mas, a longo prazo, você pode se esforçar por ambos.

AutossabotagemSerá que, de algum a form a, você im põe limites ao p róprio su­

cesso e costum a atrapalhar tudo? E um autossabotador? Costum a adiar seus planos e d im inuir o ritmo?

O que isso significa? O u sua vida tom ou rumos muito inespera­dos, e nesse caso seus valores e metas m udaram radicalmente, ou você tentou ir mais devagar devido a fatores de autossabotagem. Esses fato­res não incluem, é claro, a sabotagem externa, que não é culpa sua.

Fatores de autossabotagemDe quais desses fatores você pode dizer, honestam ente, que

nunca foi culpado?

■ m onólogos negativos, do tipo “não consigo fazer isso”, ou “não sou bom o suficiente”

■ baixa autoestim a■ falta de confiança■ convicção de que não é digno ou de que não m erece o que

é bom■ baixo nível de expectativa■ prioridades confusas

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42 Pergunte a você mesmo

a valores m al definidosB desorganização■ procrastinaçãoB m edo do sucesso■ m edo do fracassoB m edo de tom ar decisões* culpar os outros ou as circunstâncias■ inventar desculpas e acreditar nelas■ fugir das pressões, com petição ou aborrecim entos B culpaD m edo de tom ar a decisão errada■ m edo de ped ir o que deseja e precisa* não ped ir ajuda* isolar-se demais e não com unicar seus pensam entos e senti­

m entos■ ser paciente demais, to lerar situações ruins ou que outros o

m altratem■ m edo do que os outros vão pensar ° ser incapaz de dizer “não ”■ m an ter relações com pessoas que acham que sabem como

você deve passar o seu tem po■ pensar em suas necessidades po r últim o■ enganar a si mesm o° negar que algumas coisas precisam de ajuste■ passar seu tem po com pessoas que não acreditam em você H perm itir que tirem vantagem de você■ colocar-se no papel de vítima, com portar-se de form a passiva

ou desam parada e achar que nada pode ser m elhorado

De quantos desses fatores você adm ite ser culpado?Esses fatores podem ser os únicos culpados p o r im ped ir que

você leve a vida que deseja e m erece. Tom ar consciência deles pode fazer um a grande d iferença e ser o com eço de um a atitude to ta lm ente nova. Esses são os bandidos da sua vida e você pode derrotá-los.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 43

Diz-se que a autossabotagem é muitas vezes o “pior inim igo”. Éo resultado não só de toda a negatividade, dos sentim entos desagra­dáveis e das experiências ruins de nossa vida, como tam bém de tudo que dizemos a nós mesmos a respeito dessas experiências. Comete­mos autossabotagem quando ficamos presos a sentim entos negativos, dizendo a nós mesmos que tal coisa não vale o esforço e que coisas boas só acontecem aos outros. Isso é geralm ente o resultado de um condicionam ento que com eçou na infância. Aprendem os a esperar pouco, nos sentimos im potentes diante dos problem as da vida e ten­tamos nos consolar e nos distrair de m odo a não nos sentirmos tris­tes, amargos ou zangados por causa das coisas que não temos.

Otim ism o e esperança são o m elhor tratam ento para a autos­sabotagem, com binados com a capacidade de en ten d e r que, na m aioria das vezes, o que nos detém são nossas próprias atitudes de­pressivas, os constantes pensam entos negativos e as atitudes vindas da infância e não enfrentadas.

Linda trabalhava com o enferm eira odontológica. Fazia bem seu trabalho, e os pacientes gostavam m uito da sua personalidade cord ia l. Os dentistas gostavam de traba lha r com ela e se ofereceram para lhe pagar um curso que lhe perm itiria chefia r o departam ento de ciru rg ia dentária . Ela conversou com o m arido a respei­to da oferta, e am bos dec id iram que não era uma boa ideia. Linda teria que viajar sem analm ente para as aulas, o que tom aria m uitas horas, estudar nos finais de semana e nem sem pre chegar em casa a tem po de fazer o jantar. Talvez o m arido tem esse que ela viesse a ganhar mais do que ele, e disse que ela precisava fica r em casa todas as noites com as crianças, já que ele teria que traba lha r até tarde m uitas vezes.

Nesse exemplo, os dois parceiros estão sabotando o progresso e um a m aior independência financeira de Linda. E m uito mais cômo­do para eles continuar vivendo em seu atual padrão de vida e capaci­dade. Anos mais tarde, ainda ocupam os mesmos em pregos e vivem no mesm o padrão. Precisam ser cautelosos com as despesas, e Lin­da começa a sentir os prim eiros sinais da síndrom e do ninho vazio,

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44 Pergunte a você mesmo

porque os filhos estão deixando a casa paterna. Foi isso o que Linda aceitou, m anter o status quo sem correr o risco de virar o jogo.

Até que ponto você mesmo se sabota?Leia as perguntas seguintes e escolha as que m ais se parecem com você: A, B, C ou D.

1 Você dec ide econom izar para fazer um curso de capacitação que lhe perm itiria ganhar bem mais do que ganha no m om ento. Seu tem po ficaria sobrecarregado, e haveria um exam e no final. Qual seria sua a titude mais provável?

a. Você separa o dinheiro em uma conta à parte e trata de ajeitar as coisas antecipadamente, de modo a ter tempo disponível. Você completa o curso.

b. Você poupa o dinheiro e reserva tempo para o curso, mas acha as aulas muito tediosas, então começa a faltar a algumas. Não faz todos os trabalhos de casa e passa com dificuldade nos exames.

c. Tenta arranjar tempo para o curso, mas há muito mais coisas para fazer, então deixa o curso para outra ocasião.

d. Seus amigos o convidam para participar de uma viagem maravilhosa, e você não quer perder a ocasião, então gasta na viagem o dinheiro que havia economizado para o curso.

2 Sua casa ou apartam ento parece um ch ique iro , sua mãe está chegando para passar uns dias, e você precisa fazer uma faxina. Como você provavelm ente resolveria a situação?

a. Você reserva duas noites e o dia todo de sábado, faz compras, liga o som e dá uma geral na casa.

b. Deixa tudo para a última hora, mas acaba dando conta muito bem, embora, quando sua mãe chegar, talvez ela o encontre ainda com o espanador na mão e a roupa para passar empilhada no sofá. Quando ela chega, você a recebe alegremente, faz um café para ela e mostra que trabalhou bastante.

c. Quando ela chega, a casa não parece muito melhor do que estava antes de começar a faxina, porque você iniciou pela limpeza do armário da cozinha

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 45

e encon trou um m onte de coisas que nem lem brava que tinha. Você pede

desculpas pela bagunça.

d. Você nem liga para o fato de sua mãe ser uma fanática por a rrum ação. Dá

uma passada de aspirador, em pilha os jorna is e pronto.

3 Você gostaria m uito de dar uma grande festa para com em ora r seu aniversário, que deve acontecer em breve. Adoraria com em ora r em grande estilo com os amigos, a lguns dos quais m oram a uma d istância de um dia de viagem . O que você faria com m aior probabilidade?

a. Reserva o local e m anda os convites com uns dois meses de antecedência,

para que todos possam reservar a data na agenda.

b. C om unica a todos que vai da r a festa e só reserva o local quando a maioria dos

que podem vir tive r respond ido; então avisa por te le fone a hora e o local.c. Você dá a festa, mas não convida m uita gente porque acha que nem todos

viriam de tão longe só para uma festa de aniversário.

d. Você sonha em dar a festa, mas ela nunca chega a se realizar porque daria

m uito traba lho para organizar. Acaba sa indo com a lguns am igos para tom ar

uns drinques.

4 Você está se sa indo m uito bem no trabalho, e o gerente dá a entender que você está em prim eiro lugar na fila para prom oção quando um colega se despedir dentro de poucos meses. O que você faria?

a. Trabalha m ais a inda para provar que tem valor e que é ind ispensável.

b. Continua ag indo da mesm a form a, mas esforça-se para dar uma boa

im pressão às pessoas certas.

c. Continua ag indo da mesm a fo r m a - e espera que suas qua lidades excepcionais sejam reconhecidas.

d. Relaxa e com em ora antec ipadam ente com a tu rm a do escritó rio do andar

de baixo.

5 Você tem um desejo ou uma am bição secretos. É algo que você sem pre quis. Ao planejar outra vez suas prioridades para o ano, nota que há algum tem po já não se esforça para consegu ir o que quer. O que você faz?

a. A rranja tem po e tra ta de fazer o que é preciso.

b. Começa a con ta r às pessoas qual é o seu projeto e, aos poucos, ele vai se

to rnando mais real.

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46 Pergunte a você mesmo

c. Planeja cuidar do assunto, mas não se sente seguro quanto à melhor forma de começar e se distrai com muitas outras coisas que também precisa fazer.

d. Fala muito no assunto, mas neste momento há coisas mais importantes ocupando seu tempo.

6 Você recebeu o fo rm u lá rio para a declaração de renda, mas havia se esque­c ido to ta lm ente do assunto, e agora tem poucas sem anas para entregá-la, ou pagará um a m ulta. O que você faz?

a. Começa o mais cedo possível.b. Preocupa-se em saber onde vai arranjar o dinheiro, e faz tudo no último instante.c. Coloca sobre sua mesa, na pilha de coisas a fazer, e torce para que tudo dê certo.d. Nem quer pensar em um assunto tão deprimente. Melhor pagar a multa do

que se aborrecer com isso.

7 Um dia você nota que a ca ixa -d ’água da sua casa está vazando. Qual destas atitudes você adotaria?

a. Telefona para todo mundo até conseguir um encanador que possa vir imediatamente.

b. Pede a seu irmão ou a um amigo que venha dar uma olhada.c. Tenta fazer sozinho um conserto provisório, mas não confia muito em suas

habilidades de encanador e se preocupa com o que deve fazer.d. Coloca um balde sob o vazamento e torce para que o problema se resolva.

8 Você tem um prazo para fazer algo im portante. Qual desses roteiros se pare­ce mais com você?

a. Você está trabalhando nisso há tempos e acredita que deve terminar alguns dias antes do prazo.

b. Entra num frenesi na última hora - fica duas noites seguidas sem dormir para terminar a tarefa e caí duro de exaustão.

c. Fica morrendo de medo de não conseguir terminar a tempo e fica muito preocupado.

d. Perde o prazo porque não gosta de se estressar. Inventa uma desculpa criativa e entrega tudo com uma ou duas semanas de atraso.

9 Um prim o m ais m oço vem estudar na sua c idade e você d iz à sua fam ília que vai se encon trar com eie, convidá-lo para jan ta r e se to rna r am igo dele. No

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 47

entanto, você está m uito ocupado com um traba lho extra e sem em pregada em casa. O que provavelm ente faria?

a. Telefona para o prim o im edia tam ente e com b ina encon trá -lo daí a 15 dias.b. Liga assim que pode e explica que está m uito ocupado, mas gostaria de

encon trá -lo em breve.c. Você acaba ligando fina lm ente , porque a essa a ltura está se sen tindo cu lpado;

prom ete convidá-lo para sair um dia desses, e a prom essa se torna uma fonte

de estresse.

d. Sua intenção é te le fonar para ele, mas esse dia nunca chega.

10 Como você reage quando surge uma nova oportunidade?a. Consegue a b rir um espaço para ela.

b. Aproveita a oportun idade , mas isso o deixa estressado porque já é ocupado

dem ais.

c. Acha que deveria tom a r a lgum a a titude - mas deixa a oportun idade passar.d. Você não acha que é uma oportun idade .

11 Um projeto im portante no qual você trabalha está chegando ao final. O que você faz?

a. Continua partic ipando do projeto, para vê-lo te rm inado .

b. Reclama do estresse, sente-se cansado, mas consegue levá-lo até o fim .

c. Começa a pensar em seu próxim o projeto, que lhe parece mais interessante.

d. Sente-se ented iado e não con tinua no projeto - os outros têm que se

encarregar dos detalhes fina is.

12 Você delineou metas para si m esm o, que deveriam ser ating idas no final da próxima semana. Mas, inesperadam ente, alguns parentes ou am igos requisitam seu tem po. Eles nem parecem perceber que você está ocupado e sob pressão. O que você acha que faria?

a. Explica-lhes que está ocupado e que estará à d isposição deles no fina l da

próxim a sem ana.b. Tenta conjugar suas necessidades e as deles, e procura não perder o equilíbrio.

c. Dá p rim e iro atenção à fam ília ou aos am igos e só depois cu ida da sua

obrigação - se sobrar tem po. Fica exausto e um pouco m agoado porque

ninguém se deu ao traba lho de perguntar se está tudo bem com você.

d. Deixa o te le fone desligado e não faz nada.

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48 Pergunte a você mesmo

13 Seu nam orado/sua nam orada é c ium ento/a e faz questão de saber todos os dias onde você está e o que está fazendo. Ele/ela não gosta que você tenha um tem po só seu, e sem pre insiste em cance la r todos os seus encontros com amigos ou exige ir jun to . Como você resolveria isso?

a. Deixa claro que seu tem po lhe pertence e que não vai to le ra r que ele/ela aja

com o se não confiasse em você.b. Tenta com preender e cede em a lguns pontos, mas sente uma insatisfação

cada vez m aior se, apesar da sua boa vontade, ele/ela insiste nesse com por­

tam ento .c. Você se ressente, mas acaba cedendo e ace itando levar uma vida mais

reclusa.d. Concorda e, aos poucos, perm ite que seu par decida com quem você pode

se encontrar. Acha natural que, agora que fo rm am um casal, a outra parte

não queira que tenham vida social independen te .

14 Que atenção você dá à sua saúde a longo prazo?

a. Você se exercita, tem uma dieta saudável, descansa adequadam ente e pro­cura tra tam ento assim que nota a lgum problem a de saúde ou odontológico.

b. Você se cuida e m antém uma a titude despreocupada. Às vezes com ete um

excesso, mas m antém -se den tro de um lim ite razoável.

c. Você se exercita ocasionalm ente , segue uma dieta saudável quando é possível

e se cu ida quando tem tem po para isso. Sabe que deveria se cu id a r melhor,

mas, no m om ento, há coisas mais im portantes em sua vida.

d. Você fum a, bebe, com e tudo o que quer, não sente necessidade de fazer exercícios regu larm ente e ra ram ente dá atenção a s in tom as físicos, mesm o

quando eles lhe causam mal-estar.

15 Você costum a deixar coisas por fazer, tais com o não a b r ira correspondência ou não responder e não pagar as contas em dia, de modo que isso acaba criando um problem a m uito m ais dem orado para resolver?

a. Raram ente, isto é, quase nunca,

b. O casionalm ente.

c. Às vezes.

d. Com frequênc ia .

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 49

Classificação quanto a autossabotagem

Núm ero de respostas: A______ B_______ C_______ D_______

É provável que suas respostas tenham sido uma m istura de A, B, C e D. Nes­se caso, você deve ler os resultados da contagem de pontos para cada letra em que m arcou três ou mais respostas.

Se a maioria foi AVocê é mais organizado que a maioria das pessoas e sente-se m uito satisfeito quan­do vê tudo resolvido. Geralm ente faz tudo o que disse que faria, é eficiente e con­fiável. Sabe que é responsável por si m esmo e não pode cu lpar os outros quando falha. É exigente consigo mesmo. Talvez não lhe sobre m uito tem po para exam inar informações ou sentim entos, portanto não costum a parar para se questionar por que está fazendo alguma coisa. Você deveria relaxar um pouco de vez em quando e reavaliar seus valores e prioridades. Ou talvez suas metas sejam bitoladas. Você costum a realizar o que se propõe a fazer, mas nem sempre o faz com prazer.

Se a maioria foi BEm gera l, você é um a pessoa o rganizada e e fic ie n te , e, sem a la rde , cos tum a realizar m uitas coisas. Prefere te r a lgum a autonom ia e não cede a u tom a ticam e n ­te às pressões externas. Cuida bem de tudo, inc lus ive de si p róprio , e gosta de co labo ra r com o próxim o. Em a lgum as ocasiões ta lvez fiq ue m ais ansioso do que deveria, por exem plo, ten ta nd o a je ita r as coisas para todo m undo. Você às vezes se coloca em ú ltim o lugar em sua lista de p rio ridades. Talvez sofra de estresse e esgotam ento por excesso de obrigações, e deveria lem brar de tra ta r bem de si m esm o e tra ça r m etas realistas e realizáveis para não se se n tir fru s tra do ou fracassado. Pode ser que, d is fa rçadam en te , você tenha pouca au tocon fiança , e deveria perceber com o as pessoas o aprec iam e va lorizam sua capac idade . Não perm ita que abusem de você.

Se a maioria foi CParece que você está sem pre às voltas com projetos confusos ou inacabados, com m uitas coisas a inda por fazer. Por ser uma pessoa cria tiva - essa é sua m ar­ca registrada - , que m antém m uitas opções em aberto, é flexível e espontâneo. Entretanto, seria m uito bom se pudesse d e fin ir suas m etas com m ais firm eza e

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50 Pergunte a você mesmo

as reavaliasse a intervalos de a lguns meses. Caso contrá rio , co rre o perigo de não levar até o fim as coisas que são im portantes para sua vida. Existe tam bém a possib ilidade de que sua autoestim a seja pouca e de que você seja pouco co n ­fian te e duv ide de sua capac idade de ser bem -suced ido . D uvidar de si m esm o pode sabotá-lo e so lapar possíveis sucessos. Por causa disso, você pode estar se lim itando em certas áreas - assim não terá que en fren ta r nem o m edo do fracasso nem o do sucesso. Muitas vezes subestim a seu talento e sente-se mais ansioso do que deveria. Pode tam bém sentir-se cu lpado e reagir às pressões de m odo co n ­fuso, o que con funde tam bém os dem ais, de m odo que as outras pessoas não sabem m uito bem quem você é. Desvia-se m uitas vezes do que é rea lm ente im ­portante para você e se deixa gu ia r pelas c ircunstânc ias . Cuidado para não perder de vista seu próprio bem -estar e suas necessidades. Você se acom oda às neces­sidades alheias, em lugar de a tender às suas, e pode sentir re lu tância em dizer “ não” a exigências absurdas, que coloca acim a dos seus próprios interesses.

Se a maioria foi DEmbora possua m uito charm e e tenha sem pre à mão uma desculpa criativa, você não é a pessoa m ais confiável do m undo quando se trata de exigências e prio­ridades, inclusive as suas próprias. É capaz de ded ica r m uito tem po ao que é im portante para você m esm o e se especializa nos vários modos de desperd içar o tem po. Não aprecia exigências externas, p rinc ipa lm ente as que se referem às coisas que não são do seu interesse. Para se proteger, evita, sem pre que pode, o estresse e as pressões exercidas por outras pessoas. Costuma praticar a negação e a procrastinação, e, por esse m otivo, perde m uitas oportun idades. Seria bom se você fosse capaz de d e fin ir seus próprios anseios e prioridades, já que não costum a c u m p rir in te iram ente as im posições dos outros. A inda está se rebelando contra as expectativas que os outros tinham a seu respeito? Tem suas próprias ex­pectativas realistas, ou coloca tão alto suas m etas que elas se to rnam inatingíveis, ou tão baixo que nem vale a pena se dar ao trabalho? Está em luta contra valores e prioridades confusos? Culpa outras pessoas pelo fato de sua vida g irar em torno de um círculo? Quais os resultados que deseja realm ente obter? O que você quer, s inceram ente, ser daqui a dez anos - e com o fará para chegar lá?

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CAPÍTULO 2

Escolha seus valores

O capítulo 1 foi dedicado a determ inar prioridades, metas e planos de ação e a como lidar com a autoconfiança e a autoestima. As vezes fica m uito difícil e confuso equilibrar prioridades confli­tantes e um a mescla de emoções, mais a ideia de que, às vezes, você m esm o sabota suas m elhores intenções. Este capítulo consiste em um a longa série de perguntas fundam entais para ser bem-sucedido no restante do trabalho que este livro vai ajudá-lo a pô r em prática.

Quais são os seus valores?Talvez você já tenha pensado de várias maneiras a esse respeito,

talvez não. Se souber definir bem quais são os seus valores, terá um noção clara de quais são suas prioridades. Você sabe m uito quem você é e do que precisa para m anter um a noção exata de quem é. Assim, em um a situação difícil, provavelmente saberá o que fazer. Q uando tudo na vida correr bem, você progredirá naquilo que con­sidera realm ente im portante. Saberá viver a própria vida, e não a vida que os outros delinearam para você.

O que são valores?Um valor é uma convicção ou atitude que lhe servirá de guia na vida.

Todos nós possuímos valores, e eles sustentam e dirigem a nossa vida. Se não conhecem os nossos valores, eles irão, de toda form a, dirigir a nossa vida, então é m elhor saber quais são eles. Você po­derá escolher positivam ente e optar pelos valores que lhe agradam e o fazem sentir-se bem , em vez de op tar pelo tipo de valores com os quais acabam os nos contentando, que é o que acontece quando não nos damos ao trabalho de defin ir o que querem os.

Muitos dos nossos valores são herdados - de nossos pais, por exemplo - e já não são mais relevantes ou úteis para nós. Pode ser muito destrutivo agarrar-se a valores ultrapassados, que já não servem

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52 Escolha seus valores

ou que não nos fazem justiça. Às vezes precisamos m udar nossos va­lores. As vezes precisamos nos m anter fiéis a nossos verdadeiros valo­res - porque são um com ponente essencial de um a firme noção de autovalorização. Diferentes instituições e religiões têm seus próprios sistemas de valores, que servem como princípios organizadores, de tal m odo que cada um sabe o que se espera dele se quiser continuar per­tencendo à instituição. No século XXI temos a possibilidade de esco­lher entre a segurança que nos dá o fato de aceitarmos esses valores sem discutir ou o desafio criativo representado pelo questionam ento de valores já estabelecidos e pela criação dos nossos próprios.

«-se-'»

Os valores na vida cotidianaOs pais de Jim estavam convictos de que as crianças, em bora devessem

ser bem tratadas, não eram tão im portantes quan to os adultos, cujas decisões as crianças tinham que aceitar sem questionar ou d iscutir. Jim nunca havia per­cebido a que ponto isso o havia afetado, até te r os próprios filhos e perceber que falava com eles exatam ente com o seu pai havia fa lado consigo. “ Obedeça e não d iscu ta .” Felizm ente, já que é um hom em bondoso, foi capaz de ouvir o que seus filhos d iz iam quando continuavam a desafiá-lo, ex ig indo que ele ouvisse o que eles próprios tinham a d izer sobre o assunto. Aos poucos, J im percebeu que fa la ­va igualzinho ao pai, mas que não queria tra ta r os filhos do m esm o m odo, e sim te r com eles uma relação íntim a e encorajadora, em vez de ser um pai d istante e autoritário , e ficou s inceram ente preocupado com a possib ilidade de que os filhoso vissem dessa fo rm a. Percebeu que agia assim s im p lesm ente porque acreditava vagam ente que devia educa r os filhos do m esm o m odo que seu pai o havia educa ­do. J im é um hom em que valoriza as relações pacíficas e harm oniosas e tem um forte sentido de igua ldade entre as pessoas, inclusive as crianças. Portanto, agir de form a conflitan te com esses valores não deixaria de lhe causar estresse. Os valores herdados estavam em perm anente conflito com seus próprios valores pessoais.

Escolha seus valoresEscolha-os nas listas a seguir, mas sinta-se à vontade para

acrescentar os seus, se não estiverem nas listas. Você tem direito

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 53

a apenas cinco valores prioritários, e a cinco de prioridade mé­dia em cada categoria. Não pode haver mais do que cinco em cada seção. Isso pode ser difícil. Ser obrigado a escolher apenas dez valores o faz pôr em foco aquilo que é realm ente im portante para você. O utra coisa que talvez aconteça é que você pode descobrir que alguns dos valores escolhidos são conflitantes entre si. Se isso acontecer, é um a indicação de em que áreas de sua vida você vem passando por confusão, sentimentos contraditórios ou obtendo maus resultados.

Ao escolher sua lista de valores, perceberá que às vezes escolhe valores que se opõem entre si. Caso se sinta feliz com um estilo de vida ocupado, rico e complexo, tendo que se equilibrar entre dife­rentes valores e prioridades, isso não tem importância. Por outro lado, se quer minimizar e m anter em foco a simplicidade, terá que restringir seus valores, de modo que sejam compatíveis.

Se você m antém um relacionamento e está fazendo este exer­cício jun to com seu par, ambos aprenderão muito a respeito um do outro. E im portante que cada m em bro do casal se sinta livre para escolher os próprios valores, mesmo que sejam diferentes dos escolhidos pelo parceiro. Se em seu relacionamento a aceitação eo respeito dos valores de cada um forem valorizados, o relaciona­m ento se aprofundará. Por outro lado, é preciso que alguns valores fundamentais sejam comuns aos dois, ou não terão um terreno co­mum a ambos. Os casais que vivem bem geralmente são influencia­dos pelos valores um do outro, mas sem perm itir que eles anulem os seus próprios.

Q uando estudou a seção ded icada aos valores da fam ília , Barry refletiu sobreo tipo de vida dom éstica que gostaria de levar, mas nunca pudera. Seus pais eram pessoas caladas e trabalhadoras, que, percebia ele, nunca chegavam a gozar das coisas pelas quais haviam lutado tanto. Valorizavam a “ fam ília u n id a ” , mas, ape­sar disso, as refeições em fam ília eram apressadas e tensas, e todos tinham que a judar a tira r a mesa mal haviam acabado de comer. Raram ente ficavam algum tem po sem fazer nada, s im plesm ente gozando o prazer de estarem jun tos. União, para eles, s ignificava traba lha r duro em con jun to . Os fins de sem ana eram reserva­

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54 Escolha seus valores

dos a a lgum a tarefa. M esm o durante as férias, quando iam para a casa dos avós, a m aior parte do tem po se passava cozinhando, a rrum ando a casa e levando os avós em viagens curtas.

Barry escolheu com o as c inco prioridades para sua vida familiar.- fe licidade, saúde, com partilhar, abundância e foco espiritual. As c inco prioridades m édias escolh idas foram sentir-se ligado aos outros, tranqü ilidade, foco em ativ idades externas, educação sólida e a tiv idades esportivas. Percebeu que alguns desses valores conflitavam ; por exem plo, tranqü ilidade e vida esportiva ta lvez fossem in­com patíveis. Então foi preciso dec id ir qual deles era m ais im portante. Precisou tom ar a lgum as decisões para organizar sua vida de m odo que suas prioridades co incid issem com as coisas que lhe davam prazer. Para consegui-lo, teve que reorganizar o m odo com o adm inistrava seu tem po.

< se >

Todos esses valores se eqüivalem e são neutros. Não existe res­posta certa ou errada a qualquer dessas perguntas. Mas existem as que são certas para você. Com o tem po, vai no tar que seus valores evoluem e m udam , e será interessante rever este capítulo dentro de seis meses ou um ano.

Responda à perguntas sobre valores e perceberá que isso tor­nará mais eficiente o processo de perguntas e respostas usado neste livro.

A lista de valoresEis aí uma lista de 195 valores. Nos exercícios que se seguem, você deverá

escolher a lguns deles, inc luí-los em sua vida e fazer deles uma prioridade, ou então recusá-los e descartá-los da sua vida. Você concordará com m uitos dos va­lores da lista; com alguns concordará fortem ente, e outros lhe serão indiferentes, ou você vai d iscordar deles. O im portante é determ ina r quais são os seus próprios valores, não porque acha que isso pode agradar a outra pessoa, ou porque isso pode fazê-lo parecer uma pessoa m elhor ou por achar que “deve" se com porta r de determ inada m aneira. Valores escolh idos dessa form a não o a judarão m uito a cria r para si o tipo de vida que deseja, porque, nos m om entos de tensão, não vai ser fiel

........... * *

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 55

a eles. Um valor deve ser algo a respeito do qual você tenha sentim entos fortes ou que seja realm ente im portante para você.

Os valores estão separados em diversas categorias, com eçando pelos mais abstra tos, que se referem a questões esp iritua is, passando depo is a questões m ais pragm áticas, referentes ao estilo de vida. À m edida que fo r cu m p rin d o cada etapa, verá que certos valores em determ inada categoria se sobrepõem a outros. Isso o ajudará a descobrir e to rna r m ais claras certas coisas a seu respeito. Por exem plo, você pode descobrir que m uitos dos valores que escolheu nas diversas categorias incluem a cria tiv idade, no entanto, você nunca pensou que pudesse fa ­zer da cria tiv idade uma prio ridade em sua vida co tid iana. Se não realizar algo que efetivam ente dê vazão a um valor im portante em sua vida, isso poderá se to rna r uma fon te de tensão, estresse, depressão e outros sintom as.

Este será o exercício mais dem orado do livro - mas só precisa ser fe ito uma vez, e você começará a sentir os efeitos dentro de poucas semanas ou meses. Os valores listados podem não inc lu ir a lgum valor especial que lhe seja caro. Há um espaço para incluí-los. Ao final do exercício, você terá em cada seção suas listas ind iv idua li­zadas. Utilize para isso os espaços do livro ou faça-o em um caderno à parte.

1. Valores individuaisSão mais abstratos do que práticos e se referem a certos aspectos profundos de nós m esm os. Passe em revista seu passado rem oto e talvez chegue à conclusão de que desde a infância vem aspirando a esses valores. Talvez você não tivesse usado essas palavras, nem m esm o tivesse pensado nisso conscien tem ente , mas os valores em si m esm os referem -se a qua lidades im em oria is com partilhadas por m ilhões de seres hum anos, independentem ente de época ou de cu ltu ra .

A seção ded icada aos valores pessoais d ife re das outras seções pelo fa to de não ser necessário escolher a lguns valores e deixar outros de lado. Talvez você não queira deixar de lado nenhum deles, ou então apenas a lguns. Entretanto, durante este exercício e nos dias subsequentes, ten te concen tra r a atenção em apenas dez, e perceba qual é o resultado. S ublinhe ou m arque com um asterisco seus dez valores, ou anote-os. Quais destes valores hum anos fundam en ta is são realm ente im portantes para você?

1 D ignidade2 Respeito por si próprio3 Respeito pela natureza e pelo m eio am biente

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56 Escolha seus valores

4 Respeito pelo próxim o5 Igualdade6 Liberdade7 A m or8 Conexão com o próxim o ou in terdependência9 Autonom ia ou independência

10 Aceitação e to lerância11 Compaixão12 Conhecer a si m esm o13 Confiar em si m esm o14 Viver de acordo com seus valores15 Defender, por palavras ou ações, o que lhe parece certo16 Bom hum or17 Compaixão18 Pacifism o19 Serenidade20 Sabedoria21 Outros, à sua escolha

2. Valores espirituaisSão apenas dez os valores espiritua is de nossa lista. Quais você considera mais insp iradores ou elevados? Aqui tam bém não é preciso exc lu ir nenhum deles, mas concentre-se nos c inco que lhe parecem m ais produtivos. Substitua um ou mais deles pelos seus próprios.

1 Quero que haja em m inha vida um fa to r espiritua l e insp irador2 Pratico a m editação ou partic ipo de a lgum a trad ição religiosa ou espiritua l3 A fé é im portante para m im4 M inhas crenças são im portantes para m im , ou a noção de que as coisas

acontecem com o deveriam5 Gosto de me sentir conectado a um todo m aior do que eu6 A vida tem um propósito, um valor ou um a direção7 A vida é curta - viva o m om ento8 Depende de m im fazer da m inha vida algo m elhor9 Não professo qua lque r código espiritua l

10 Não tenho interesse a lgum pela espiritua lidade

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 57

3. Qualidades pessoaisEntre suas qua lidades, quais são as suas preferidas, as que considera seu ponto forte? Esta seção se baseia em uma das p rinc ipa is noções da psicologia positiva, que d iz que seus resultados serão m elhores se você se apo iar em seus pontos for­tes, em vez de se p reocupar com suas fraquezas. Escolha dez qua lidades que con ­sidera com o sua m arca registrada, depois escolha dez qua lidades nas quais você gostaria de se concen tra r para desenvolvê-las m ais um pouco. Como são quarenta os itens da lista, pelo menos m etade terá que fica r de lado por enquanto.

1 Paciência2 Tolerância3 Força4 Confiança5 A titude positiva6 Ser enérgico7 Ter a m ente aberta8 Ter opin iões claras e defin idas9 Ser focado

10 Ser divergente, isto é, focado em várias coisas ao m esm o tem po11 Ter um nítido sentido de d ireção12 Ser dotado de visão13 Ser d inâm ico14 Ser dotado de m agnetism o pessoal, carism a ou autoridade15 Ser atraente e te r charm e16 Ser flexível ou espontâneo e seguir o fluxo17 Ser sensível e realista18 Ser pragm ático19 Ser estim u lan te e encorajador20 Ser despreocupado e d ivertido21 Ter senso de hum or22 Ser prestativo23 Ser encorajador24 Ser confiável25 Ser inflexível quando necessário26 Ser carinhoso

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58 Escolha seus valores

27 Ser bom amigo28 Ser e fic iente e realizador29 Ser instru ído, perceptivo e bem inform ado30 Ser capaz31 Ser tranqü ilo e fácil de conviver32 Ser gentil e considerado33 Ser um bom m em bro da fam ília ou de uma equipe34 Ser traba lhador35 Ser uma pessoa decid ida36 Ser gentil37 Saber sentir em patia ou com paixão38 Ser um bom ouvinte39 Ser organizado e d isc ip linado40 Ser orig inal e inovador

4 . Valores referentes à imagemComo você gosta que o vejam? O que prefere que outras pessoas adm irem em você? Escolha, nesta lista de 25 sugestões, com o gostaria de ser visto, valorizado ou adm irado por outras pessoas. Acrescente suas qua lidades, as que considera mais atraentes, caso essas não façam parte da lista, mas só é perm itido escolher um total de dez qua lidades - se ad ic ionar um a, será preciso tira r outra.

1 Popular entre as pessoas em geral2 Am ado por a lgum as poucas pessoas especiais3 M uito am ado e bem tra tado, cercado por pessoas que o am am4 Ser conhecido5 Dono de um estilo reconhecível à prim eira vista6 Uma pessoa valorizada ou reconhecida pelas coisas que faz7 Um a boa pessoa, gentil, amorosa e útil na opin ião dos que a conhecem8 Uma pessoa forte9 D ivertido e bom com panhe iro

10 Bem a justado e adaptado às pessoas que o cercam11 A lguém que se destaca12 Talentoso13 Aventuroso14 Um grande realizador

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 59

15 Um ótim o pai de crianças encantadoras16 Receber reconhecim ento pelos tem pos d ifíce is que enfrentou17 Ser fam oso ou te r um status elevado18 Ser visto com o socia lm ente refinado19 Ser aqu ilo que mostra20 Um especialista ou autoridade em seu cam po de ação21 A lguém que faz d iferença22 A lguém que atrai pela aparência23 Ser adm irado por suas realizações24 Um ótim o anfitrião, cu jo lar é adm irado25 Dono de um estilo de vida próprio

5. Valores a que você mais recorre como ajudaA vida, durante boa parte do tem po, exige esforço e d ispênd io de energia. Se não tom ar cu idado, perderá o contro le e perceberá que está func ionando como tanque vazio. De onde você retira energia? Quais são suas p rinc ipa is fontes de inspiração, encorajam ento e sustento? O que o faz sentir-se realm ente bem? Faça dez escolhas nesta lista de 25 fontes energéticas que m erecem prio ridade em qua lque r inspeção do seu estilo de vida.

1 Passar a lgum tem po em meio à natureza2 Solidão, ou passar a lgum tem po sozinho3 Ouvir m úsica4 Ver film es5 A dm ira r obras de arte6 Assistir a espetáculos artísticos7 Ler8 Passar o tem po com um par querido9 Passar tem po com jovens ou crianças

10 Passar o tem po na com panh ia de parentes11 Passar tem po com um mestre, um am igo inspirador, um terapeuta, um

professor ou um grupo12 Estudar e a dqu irir conhecim entos13 A prender novas habilidades14 Expressar-se c r ia tiv a m e n te -fa ç a uma lista de ativ idades criativas que já lhe

foram úteis

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60 Escolha seus valores

15 Receber de outras pessoas avaliações agradáveis e apreciativas16 O cupar o tem po com atividades criativas, tais com o decoração do lar ou

jard inagem17 Ter sexo s ign ificativo18 Levar vida social entre amigos19 Exercitar-se para aprim orar seu cond ic ionam ento fís ico e a saúde20 Passar tem po com anim ais22 Receber agrados23 Sair de férias ou viajar para longe de casa24 Estar ligado a uma grande rede de am igos, colegas e contatos25 A legrar-se com uma realização

6. Valores referentes ao estilo de vidaOs valores a seguir se referem à pergunta: “ Como viver m elhor a m inha vida?" Eis mais uma oportun idade de parar para pensar em com o realm ente gostaria de viver a vida. É com um acordar certo dia e descobrir que está ag indo exatam ente com o esperam de você - mas será que foi você m esm o que escolheu esse estilo de vida? É o m elhor para você ou você apenas o suporta por enquanto , porque se sente preso a um com prom isso im portante, que você valoriza? Ou será que uma coisa levou a outra? Esta seção trará à tona prob lem as não resolvidos. Por exem plo: se não ganha o su fic ien te para m anter um estilo de vida do seu agrado, pode ser que você tenha se conform ado com um em prego não m uito exigente, mas que lhe de i­xa tem po para outras coisas. Escolha, nesta lista de quarenta, dez estilos de vida. In fe lizm ente não há tem po para um núm ero maior.

1 Levar uma vida pacata2 Ter uma vida m uito ocupada3 Ter um estilo s im ples de vida4 Trabalhar para te r o que é bom5 Fazer tudo para te r uma vida confortável e p roporc ionar conforto à fam ília6 Trabalhar para ser rico e te r segurança7 Trabalhar para gozar de status e prestígio8 Educar seus filhos do m odo que lhe parece acertado9 V iver pensando nos filhos

10 Colocar a fam ília e o lar em prim eiro lugar11 Encontrar o equ ilíb rio entre lar e trabalho

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 61

12 Dar prim azia ao traba lho13 Colocar as necessidades dos outros à fren te das suas14 Dar preferência às próprias necessidades15 Fazer uma contribu ição à sociedade16 Trabalhar em prol das causas em que acredita17 Prim eiro o trabalho, depois a diversão18 Prim eiro a diversão, depois o traba lho19 Fazer o que tem que ser fe ito20 Ser organizado21 Sentir prazer com a ação22 Gostar de passar tem po à toa23 Ser espontâneo24 Aprim orar-se25 Cuidar dos outros26 Possuir uma bela casa27 Possuir coisas belas28 Gastar d inhe iro viajando29 Gastar d inhe iro em program as30 Ter m uitos amigos31 Ter poucos amigos íntim os32 M anter um re lacionam ento responsável com um parceiro33 Ser solteiro ou m anter vários re lacionam entos passageiros34 Fazer m uito sexo35 Não despender m uito tem po e energia em sexo36 Poupar d inhe iro37 Gastar d inheiro38 Investir em hobb ies e coisas do seu interesse39 Investir em educação e aprim oram ento profissional40 M udar seu estilo de vida

7. Valores que conferem poderValores que conferem poder são aqueles que o fazem sentir-se livre, d inâm ico, forte e poderoso. Escolha c inco na lista abaixo.

1 A u tod isc ip lina2 Realizações

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62 Escolha seus valores

3 Ser responsável por outras pessoas4 Ter responsabilidades im portantes5 Não te r responsabilidades6 Ser saudável e ter bom preparo físico7 Ser e fic iente e com petente8 Ser ta lentoso ou bem qua lificado9 Ter boa aparência

10 Ter d inheiro11 Ter uma extensa rede de apoio12 Ser livre para tom ar as próprias decisões13 Ser in tim am ente ligado ao seu par14 Vencer as próprias lim itações e os obstáculos15 A cred ita r em si m esm o, apesar de tudo

8. Valores referentes a atitudesSão os valores que têm a ver com suas preferências quan to às a titudes básicas da vida cotid iana. É m uito m ais d ifíc il m udá-los, já que fazem parte da sua personali­dade e da sua constitu ição psicológica. Escolha dez, dentre estes vinte.

1 Ser confiante2 Ser positivo e otim ista3 Ser realista4 Ter senso de hum or5 Ser to lerante6 Ter a m ente aberta7 Saber exatam ente qual é sua opin ião em assuntos im portantes8 Precisar de m uitas inform ações antes de tom ar uma decisão ou aceitar

partic ipa r de um projeto9 Ser receptivo

10 Ser aventureiro e curioso11 Ser am istoso12 Ser cauteloso13 A prec iar os riscos14 Preferir m ú ltip los contatos e a tividades estim ulantes15 Preferir dedicar-se a uma coisa de cada vez16 Dizer sim a um excesso de experiências novas

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 63

17 Recusar um excesso de experiências novas18 Preferir segurança19 Dar preferência a m udanças20 Enfrentar a vida de peito aberto

Exercício com os valoresVocê agora já tem sua com binação própria e exclusiva de valores, em uma

série de seis listas.Se você fez até o fim este exercício, perceberá que desencadeou um pro­

cesso de pensam ento que pode dem orar a se com pletar. Não há necessidade de passar ao próxim o exercício enquanto não se sentir pronto para isso. Mas, quando estiver, é por meio deste exercício que aplicará seus valores a áreas específicas de sua vida.

Utilize os espaços em branco ou um caderno e escreva uma lista de dez valo­res para cada tóp ico. Será preciso reler constantem ente as oito listas já feitas. Verá que lhe é perm itido se lecionar apenas c inqüen ta valores ao todo, o que o obriga a escolher os que representam suas reais prioridades e a foca r nelas sua energia e atenção. Isso pode forçá-lo a a lgum as escolhas difíceis!

1. Valores pessoais que são fundam entais para mimEstes são os valores essenciais para m im , e não são negociáveis.

1 2 ______________________________3 4 5

6 ;______________________________ 7 8 9

10

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2. Quero que meu estilo de vida esteja de acordo com os seguintes valores

1 __ ______________________________________________________________2 ______________

3 4 ______________________________________________________5

6 ___________________________________________:_________________________

7 ______________________________________________________8 9 ________________

10

3. Quero que minha vida cotidiana esteja de acordo com os seguintes valores

1 2

3

4 5

6 -________________

7 _____________________________________________________8 9

10 ________________________________________________________________

4. Gostaria que minha relação comigo mesmo e com o próximo esteja de acordo com os seguintes valores

6 4 Escolha seus valores

12

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 65

3

4

5

6 7 8 9

10

5. Valores que me representamGostaria que as pessoas com as quais convivo me vejam desta form a.

1 2

3

4

5 6

7 8

9 r_____________10

6. Valores que conduzem ao aprimoramento pessoal e ao sucessoQuero enfatizar estes valores para que eles me a judem a a ting ir m inhas prioridades oessoais e a me sentir bem com igo mesmo.

1 ________________________________________________

2 3

4

b

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66 Escolha seus valores

6 7

8 9

1 0 _______________________________________________________

7. Valores inspiradoresEstes são os valores que mais me inspiram e m otivam , que devo te r sem pre em m ente e quero que me sirvam de guia.

1

2 __________________________________________________________3 4 5

Onde aplicar seus valoresJá tendo dec id ido quais são suas prioridades, o estágio seguinte é pensar em

com o aplicá-los à sua vida cotidiana.Pense em dez m udanças práticas que pode adotar nos três próximos m e­

ses, para que esses valores se enraízem mais firm em ente em sua vida cotidiana. Lembre que essas m udanças devem ser m udanças de verdade, porém realistas. Talvez seja bom pensar de antem ão no que fará quando surgirem conflitos de in ­teresses. Eis a essência do exercício sobre valores? o que é realm ente im portante para você?

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 67

9 ______________________________1 0 _______________________________________________________

Pôr em prática os valores: tomar decisõesVocê é incapaz de tomai' decisões? Elas são um teste para seus

valores, prioridades, firmeza de propósito, clareza e discernimento. As vezes é difícil tomar uma decisão porque isso exige que você saiba clara­mente quais são seus verdadeiros valores e objetivos e se m antenha firme em seu ponto de vista. Pode ser de grande ajuda recorrer a algum método na hora de tomar um a decisão, mesmo que peque­na, que reforce sua escolha de valores. Seus valores são seus e não podem ser desprezados, contestados ou tirados de você. Se você sabe quais são e vive de acordo com eles, estará menos sujeito a conflitos, procrastinação e confusões, e alcançará mais rapidam en­te seus objetivos. Devo dizer também que haverá decisões difíceis de tomar, e, em determinadas situações, é mesmo muito difícil de­cidir. As pessoas tomam suas decisões das maneiras as mais diversas. Talvez você seja um daqueles que decidem rapidam ente e partem logo para a ação, ou pode ser um daqueles que preferem ponderar o assunto durante um bom tempo. Tanto um quanto outro estilo têm suas vantagens, mas também seus senões.

Tente se lembrar de uma época em que tomou a decisão erradaDecisão errada é aquela que, com o você veio a perceber depois, deu m aus resul­tados.

Você dec id iu rápido dem ais ou dem orou demais?

Pensou bastante - ou pensou pouco - no im pacto que essa decisão teria sobre outras pessoas?

Tinha noção de quais seriam as conseqüências a longo prazo? Ou a cu rto prazo?

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68 Escolha seus valores

O que você acha que as pessoas im portantes para você pensavam a seu respeito enquanto estava tom ando essa decisão?

Quais fo ram os motivos que o levaram a tom ar tal decisão?

Por que não voltaria a tom ar essa m esma decisão?

Quais foram , na época, os valores que o levaram a fazer essa escolha?

Revendo os fatos, que outra decisão você teria tomado?

Que lição você tira dessa experiência?

Tente se lembrar de uma época em que tomou a decisão certaDecisão certa é aquela cu jos resultados o satisfazem até hoje.

Você tom ou a decisão rap idam ente ou levou a lgum tem po pensando?

Que valores o levaram a tom ar tal decisão?

O que as pessoas do seu meio pensaram da sua escolha?

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 69

Como você soube na época que era a decisão certa?

Revendo os fatos, o que ihe mostra que foi uma decisão certa?

Uma base éticaÉ muito estressante levar a vida sem ter em mente uma base

ética. Tudo que se faz provoca um efeito - não só sobre os outros, mas sobre você mesmo. Cada uma de suas ações contribui para a formação da pessoa que você se tornará. Na hora, você pode não perceber que as suas ações terão conseqüências sobre a pessoa que você vai ser. Quando se é jovem, é comum pensar que o futuro se resolverá sozinho. Viver de acordo com um código de ética o livra da culpa ou da preocupação com as conseqüências de algumas de suas ações. E serve também para facilitar a tomada de decisão, já que, em determinadas situações, você sabe qual é a coisa certa a fazer. Sem um código de ética pessoal, você pode se sentir perdido em um m ar de estados de espírito e impulsos passageiros e não tem como traçar uma diretriz para seu próprio comportamento.

O conceito budista de carma, a lei de causa e efeito, é muito útil neste caso. Segundo essa teoria, toda ação traz consigo uma conseqüência. Se aceitar a teoria de que não existe ação sem con­seqüências, isso o ajudará a pensar a respeito dos resultados que realmente deseja alcançar. Se deseja ser magro, sempre que com­prar uma barra de chocolate saberá que isso torna menos provável que você atinja seu ideal de magreza.

Com base nessa filosofia de causa e efeito, alguns budistas acre­ditam que você passará por tudo aquilo que tiver causado ao pró-

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ximo - que a experiência voltará para você porque somos todos parte de um mesm o sistema no qual tudo se com unica. E essa ideia conduz à crença de que é m elhor tra tar os outros da form a como gostaríam os que nos tratassem.

Pense em algo que você fez no ano passado e que não o satisfez inteiramente. Pense nos efeitos causados a outras pessoas envolvidas.Que efeitos isso ainda tem sobre você? Como ainda o afeta?Pense em algum a ação positiva sua que o tenha deixado contente.Qual foi o efeito que essa ação teve sobre sua vida e sobre a vida de outra ou outras pessoas envolvidas? Como essa ação ainda o afeta?

Princípios éticosPrincípios éticos são os valores que nos servem de guia e

que poderão ajudá-lo a pensar quando estiver em m eio a um a situação dúbia na qual pode haver um acen tuado conflito de in­teresses, ou que carrega consigo um forte po tencial de m agoar as pessoas. Q uando surg ir um prob lem a, ten te exam iná-lo segundo a óptica desses princípios. N em todo m un d o resolve problem as segundo a óptica dos princíp ios da lista a seguir - p o r exem plo, os recursos são gera lm ente distribuídos de form a injusta, e há pessoas que agem de form a ética p a ra com alguns, mas não para com outros.

Para início de conversa, pense nos três prim eiros valores éticos:

H Fazer o bem - o que prom overá o bem em m aior escala? Pode ser o m aior bem para o m aior núm ero de pessoas ou para um a só.

■ Respeito pela autonom ia - o que perm itirá às pessoas envolvi­das fazer suas próprias escolhas?

* Cooperação e ajuda ao próxim o.

A seguir, faça suas escolhas den tre os valores da lista abaixo. Podem ser in tensam ente pessoais ou servir como guia geral.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 71

Respeito

Evitar causar mal aos outros ou causaro m enor mal ou mágoa possível

Falar de form a positiva

F idelidade ou lealdade e c u m p rir os acordos

Justiça

Retidão

Igualdade e aceitação da d iversidade

Veracidade

Agir positivam ente quando fo r necessário

versus desrespeito

versus uma ação que faça mal ou magoe

versus conversa que terá um efeito negativo, ou conversa superfic ia l, tal com o fofocaversus achar que há bons motivos que jus tificam quebra r um acordo ou contra to

versus in justiça ou ausência de justiça

versus falta de retidão ou de generosidade

versus cons idera r que algum as pessoas são m elhores ou piores do que as outras

versus d is torcer de liberadam ente a verdade ou fa lta r com a verdade

versus manter-se à parte, não interferir ou agir apenas com o observador quando algo tem que ser feito

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CAPÍTULO 3

Tempo, estresse, ansiedade e relaxamento

Tudo o que você precisa saber sobre estresse e administração do tempo

Até mesmo as palavras estresse e boa administração do tempo po­dem provocar ansiedade. Parece que elas só existem para fazê-lo sentir-se inadequado, e que todo mundo, menos você, já resolveu esse impasse. De certa forma, tudo o que existe de prático a res­peito desses assuntos pode ser escrito no verso de um envelope, e faz parte deste livro, apresentado de forma compreensível. Embora administrar o tempo, o estresse e a ansiedade sejam coisas total­mente diferentes, estão intimamente ligadas entre si.

A maioria de nós sofremos de vez em quando de problemas de estresse e dificuldade de adm inistrar nosso tempo, resultantes da necessidade de nos equilibrarmos entre prioridades conflitan­tes e o mal-estar universal que resulta de “coisas demais a fazer e tem po de m enos”. Somos pobres de tempo. E inevitável nos sen­tirmos estressados, já que a vida é intrinsecam ente estressante, e isso não é culpa sua. Há momentos em que tudo parece escapar ao controle, e para essas horas é ótimo ter algumas dicas de como adm inistrar o tempo. M elhor ainda seria familiarizar-se com as técnicas de administração do tem po em épocas mais calmas, de m odo a ter algo em que se apoiar quando tudo parecer degringo­lar inesperadam ente - o que não deixará de acontecer. O tempo é um recurso, e podemos usá-lo da form a que nos for mais ade­quada, em vez de nos adaptarmos a ele e deixar-nos governar por um ritmo que nos é imposto.

Administração do tempoA maior parte das técnicas de administração do tempo se pare­

cem; pedem que você estabeleça prioridades e então faça a lista das coisas a fazer, por ordem de importância, e vá riscando as que tiver

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 73

concluído. Você precisa de um a agenda, um caderno ou um p ro ­gram a de com putador. E im portan te ano tar tudo, para que nada seja esquecido. O problem a com esse tipo de sistema é que faz com que você sinta que fracassou, caso não consiga m arcar com o execu­tadas algumas tarefas em sua agenda diária, sem anal ou mensal. E a razão pela qual nem sem pre podem os fazer algum a coisa que faz parte da lista “para hoje” é que podem os estar ocupados fazendo outra coisa que pode ser igualm ente im portante, mas que não está na lista. A técnica tradicional de adm inistração do tem po não leva em conta que temos que lidar com interrupções constantes e um fluxo contínuo de com unicação e inform ações que nos chegam , mais o fato de term os que nos ajustar às necessidades de várias ou­tras pessoas além de nós. E, além disso, esse tipo de m étodo se ba­seia em muitos “deve”, “tem qu e” e culpa - um m étodo puram ente lógico, que não funciona bem para m uita gente, porque não é um je ito divertido nem criativo de viver a vida.

A noção de que não se deve deixar para am anhã o que se pode fazer hoje é um a receita que ensina a agir como o coelho em Alice no País das Maravilhas, que vivia afobado e correndo em círculos, tentan­do ser cada vez mais rápido. Nem sem pre é possível fazer tudo hoje, e muitos assuntos im portantes terão que ser adiados para a próxim a semana, até mesm o para o próxim o ano. Leva tem po chegar aonde queremos. Se você trata o tem po como um inimigo que tem que ser derrotado, ele tam bém não vai ser bom para você - sem pre vai existir alguma coisa que você terá deixado de fazer, alcançar ou or­ganizar. Por que não se to rnar amigo do tempo? E se você im aginar que tem o tem po exato para fazer tudo o que realm ente importa? Muitas filosofias espirituais dão ênfase ao aqui e agoi'a. Basta viver o m om ento e fazer o que tem que ser feito agora.

As vezes é m elho r não fazer nada até que ten h a estabelecido que valores, p rioridades e realizações são rea lm en te im portan ­tes, p o r que, se não estiverem bem claros, você não será capaz de lu ta r p o r eles de form a eficiente e p e rd e rá tem po em táticas de adiam ento. Você não vai q u e re r passar seu tem po fazendo coisas que acha que é obrigado a fazer, mas sim aquelas que q u er fazer. E o resu ltado será sentir-se um fracassado desorganizado. Expe-

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rim en te passar um dia em casa a cada sem ana ou a cada mês, e não espere fazer m uita coisa. Dê-se tem po para respirar, pensar e deixar que tudo se resolva. Utilize esse tem po para refle tir so­bre suas metas, seus sonhos, valores e reais prioridades. Você vai p e rceber que, em vez de desperd içar tem po sem fazer nada, esse tem po dando tem po a si m esm o para sim plesm ente existir vai lhe dar mais ânim o para en fren ta r o restan te da sem ana.

Perguntas para a manhã e para a noiteCrie o hábito de fazer a si m esm o as perguntas certas todas

as m anhãs. Algo como o slogan da Microsoft: “A onde você quer ir hoje?”. O u como:

■ Em que eu quero me concen trar hoje?■ Como eu gostaria de m e sentir no final do dia?■ Quais são as coisas que eu realm ente gostaria de resolver

hoje?■ O que posso fazer para me sentir bem no dia de hoje?

Encontre a pergunta certaSó você m esm o pode saber qual é a pergunta certa para você. Essa pergunta

pode m udar a cada dia, ou se m anter a mesma durante meses a fio. Focalize a pergunta enquanto respira profundam ente e com calm a, e veja com o se sente. Se ela o faz sentir-se estressado e ansioso, isso é sinal de que não é a pergunta certa. A pergunta deve ser algo a seu respeito, sobre com o a judar a si m esm o a atravessar o dia da m elhor maneira possível, e deve fazê-lo sentir-se tranqü ilo . Focar a pergunta certa o deixará relaxado, alerta e com a certeza de que está contro lando um aspecto da sua vida.

À noite, pouco antes de dorm ir, é m uito útil concentrar-se em uma pergunta, ta lvez algo que venha ocupando sua m ente e que você gostaria de resolver. Por exem plo, com o d izer a sua mãe que não vai passar o Natal com ela. Isso vai per­m itir que a pergunta con tinue a tuando enquanto você dorm e.

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Ao acordar, reserve a iguns m inutos para escrever em seu d iário a lgum a coisa a respeito da pergunta. Experimente fazer isso por alguns dias até esclarecer o pro­blema. Às vezes é possível acabar com o estresse s im plesm ente escrevendo sobre ele, re fle tindo de verdade sobre ele, descrevendo-o e esclarecendo-o por escrito.

Anote a lgum as perguntas para fazer a si m esm o pela m anhã e à noite, para que sua m ente com ece a exam iná-las enquanto você estiver ocupado com outras coisas.

Perguntas para a manhã

1 2 3 4 5

Perguntas para a noite

1

2 3 4 5

Estresse

Por que ficar estressado?H á muitas razões - que podem ser um a característica só sua

e da situação em que você se encontra mas há causas para o estresse que já foram claram ente entendidas. As pessoas que pas­sam p o r situações de vida estressantes tendem a ser mais ansiosas. U m a vida estressante quer dizer qualquer coisa que altera sua vida

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de m odo significativo, nem sem pre de m odo negativo - na verda­de, um sucesso m arcante pode ser um a grande fonte de estresse. Entre os fatos causadores de estresse podem os citar o casam ento, um a separação ou divórcio, ter um filho, novas responsabilidades, problem as de saúde ou perdas. Os fatores de estresse aum entam o seu nível geral de estresse, principalm ente se vários deles aconte­cem num intervalo de poucos anos. Talvez você os enfrente bem no m om ento em que acontecerem - os outros podem até pensar que você en fren tou tudo m uito bem - , mas isso tem um preço. Seu nível in terno de estresse pode ir aum entando aos poucos, e essa ansiedade finalm ente virá à tona quando você tiver resolvido tudo e achar que já pode seguir em frente.

Qual é o seu nível de estresse?M arque quais desses agentes causadores de estresse aconteceram em sua

vida nos ú ltim os c inco anos.

□ M orte de uma pessoa querida

^ Ser vítim a de um crim e

i ] A cidente ou traum a

□ Divórcio

□ Separação

□ M udar de casa

] M udança para outra localidade

I— | Q ualquer perda ou m udança s ignificativa, por exem plo, ser dem itido 1— 1 por ser considerado desnecessário

] Problem as sérios de saúde - seus ou de a lguém m uito próximo

] Preocupação com algum membro da família - adolescentes, por exemplo

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo

□ Disputas jud ic ia is

] Problem as com parentes

] Desentend im ento sério com pessoa da fam ília

□ Ser assediado ou m altratado

I— | Preocupações sérias com as finanças ou m udanças sign ificativas de— situação financeira

□ Preocupações sérias com o lar

| Problem as de re lacionam ento

I | P roblem as com álcool ou drogas - seus ou de alguém m uito próxim o

] Perda de independência

] Perda da m obilidade

□ Perda de coisas que você considerava garantidas

I— | Uma grande conquista pessoal (sim , isso tam bém pode ser causa— de m uito estresse)

□ Excesso de afazeres, m ais do que você pode enfren ta r fis icam ente

[ | Falta do que fazer, não te r um propósito, sentir-se ented iado

□ Problem as no trabalho

| Sentir-se solitário ou isolado

□ Falta de tem po para relaxar ou se exercitar

□ Filhos que deixam a casa paterna

| Apaixonar-se

] Um novo-m em bro na fam ília

| Problem as causados por desastres naturais ou m eteorológicos

□ D ificu ldade constante de d o rm ir o sufic iente

Núm ero de agentes causadores de estresse que você enfrentou:

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Mesmo que tenha m arcado apenas dois ou três dos fatores aci­ma, você tem todo o direito de achar que a vida tem sido difícil. E ntretanto , terá o direito de sentir-se estressado? O estresse não é criado propriam ente p o r esse fatos - mas sim po r nossa reação à situação e tudo que dizemos a nós mesmos a respeito dela. E o m odo como nos com portam os em face da situação que leva a p ro­blemas de longa duração induzidos pelo estresse. O que conta não é o problem a em si mesmo, mas o que nós dizemos a nós mesmos a respeito do problem a. E po r isso que algumas pessoas se sentem tão estressadas porque têm que levar o gato ao veterinário, enquan­to outras são capazes de dirigir um a em presa, criar três filhos e ainda arranjam tem po para ir à m anicure e fazer um ja n ta r para oito pessoas.

E ntretanto , se en fren tou cinco ou mais desses fatores geradores de estresse no espaço dos últim os cinco anos, você corre o risco de passar po r vários problem as relacionados ao estresse, incluindo aí baixa autoestim a, depressão, rom pim ento de um relacionam ento ou doenças relacionadas ao estresse. Pessoas que tentam enfren tar tudo sozinhas sem buscar ajuda podem acabar perdendo o rum o, sentir-se incapazes para o trabalho ou beber em excesso. Você é vulnerável e precisa de apoio e de m uito tem po para relaxar e se recuperar - tem po só para você, sem se sentir culpado p o r isso.

Como lidar com os fatores causadores de estresse

Muitas pessoas o fazem de form a inteligente, o que exige algu­ma presença de espírito. Talvez seja preciso m udar radicalm ente de vida para se dar conta de seus verdadeiros problem as ocultos. Você não pode se dar ao luxo de um a dose a mais de estresse, como, por exemplo, aceitar um cargo m uito trabalhoso ou dar apoio a outras pessoas que não lhe retilbuem da mesma forma. Até mesmo um pequeno estresse pode agir como a gota d ’água que faz transbordar o copo e levá-lo a agir como um a pessoa estressada: tenso, irritado, chorão, explosivo à m enor provocação, agressivo, exausto, sofrendo de dores de cabeça constantes e outros sintomas psicossomáticos.

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Muitas pessoas não são educadas para serem em ocionalm en­te com petentes. São capazes de en fren tar grandes desafios, mas jam ais ap renderam a lidar com suas emoções. Q uando se sentem vulneráveis, assustadas ou diante do desconhecido, a única coisa que sabem fazer é esconder seus sentim entos.

Charlie é um bom exem plo de pessoa que se sentiu excessivam ente estressa­da de uma form a para a qual não estava preparada. Só pediu ajuda quando tudo desandou, a ponto de ele perceber que não suportava m ais viver dessa form a. Charlie era jogador de rúgbi, e, na escola e na facu ldade, seu fu tu ro parecia pro­missor. Ele treinava assiduam ente. A lém disso, gozava de grande popu laridade e levava vida social intensa. Treinava m uito, jogava m uito, fazia parte da tu rm a dos descolados e mostrava um tem peram en to rebelde - achava que podia fu m a r e beber a noite toda, e que isso não prejud icaria seu desem penho.

Sua vida m udou devido a c ircu n s tâ nc ias sobre as qua is não tin ha con tro le - e que não tinha a m enor noção de com o enfren tar. Charlie perdeu o pai aos 19 anos de idade. Ele s im p lesm ente se fechou e não tocava nesse assunto com n inguém - não queria que os outros percebessem o que sentia. Para ele, era h um ilhan te perceber que estava inseguro e perd ido sem o pai, e escondeu isso de todo m undo. De certa fo rm a, achava que a d m itir q u a lqu e r " fra q u e za ” o faria parecer um fracassado. Seu desem penho com eçou a ca ir porque com eçou a beber a inda m ais e a usar q u a lq u e r droga que lhe oferecessem .

Q uando percebeu que precisava desesperadam ente exam inar seus senti­mentos, dec id iu que afastar-se por a lgum as sem anas seria a solução. A fam ília lhe fo rneceu o d inhe iro para uma viagem ao exterior, e ele partiu, com três amigos da facu ldade , para uma viagem aventurosa à Am érica do Sul. Foram assaltados à mão arm ada, e todos os seus pertences foram roubados. Charlie considerou-se hum ilhado e violentado, com o se o tivessem estuprado. Achava que deveria te r enfren tado o p istoleiro - em vez disso, entren tanto, havia ficado sem ação. As férias que deveriam a judá-lo a recuperar-se converteram -se em mais um fator de estresse que ele não conseguia resolver.

Charlie dec id iu abandonar a facu ldade - não se sentia capaz de enfren ta r os colegas depois do que lhe havia acontecido. Não queria com paixão, e, de a lguma form a, achava que o que havia acontecido tinha sido cu lpa sua e que deveria ter sido capaz de se defender. Voltou a m orar com a mãe, uma m u lher com preensiva,

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mas ele não aceitou seus conselhos, e com eçaram a brigar. Para ocupar a m ente, Charlie arran jou um em prego em uma fábrica e passava as noites e fins de sem a­na bebendo. Odiava o fato de te r perd ido a oportun idade de seguir uma brilhante carre ira com o esportista, e isso o fazia beber ainda mais, para não te r que encarar sua decepção.

Um a figura salvadora surgiu na vida de Charlie, uma nam orada carinhosa e paciente que conseguiu fica r ao lado dele - em bora não morassem jun tos - e que, aos poucos, persuadiu-o a buscar a juda. Ela disse que ou ele buscava ajuda ou ela o deixaria, e ele aceitou fazer uma tentativa, com o ú ltim o recurso. Um m édico ind icou -lhe um program a em que se ensinava a lidar com o estresse. No início, Charlie achava tudo uma perda de tem po; nas prim eiras sessões, ficava em bur- rado e era pouco com unica tivo, mas insistia em d izer que estava tudo bem. E chegou o dia em que se viu fo rçado a adm itir que o curso fazia sentido. O m elhor de tudo é que havia outros rapazes com os quais ele podia se iden tifica r e que não se im portavam em fa lar das coisas ru ins que lhes haviam acontecido. Percebeu que m uitos outros rapazes tinham uma vida d ifíc il, que ele não era o único, que não era vergonhoso sentir-se mal consigo m esm o e que n inguém o ju lgaria mal por isso. Embora Charlie levasse ainda a lgum tem po para resolver sua vida, com eçou a aprender novas atitudes a respeito de si mesmo. O p rim e iro passo foi adm itir que se sentia vulnerável e solitário. Suas ideias de com o deve ser um hom em - durão, d istante, pouco em otivo - estavam p re jud icando sua vida tan to quanto os traum as que havia sofrido.

Você é afetado por agentes internos e invisíveis de estresse?A perda do pai, quando Charlie ainda era jovem e em oc iona lm ente depen­

dente dele, continuará sendo uma fonte invisível de estresse por toda a vida. Isso afetará sua percepção de tudo o que lhe acon tecer ao longo dela.

Há coisas que nos acontecem quando som os jovens que afetam para sem ­pre, de modo sign ificativo, nossa vida. Há coisas que jam a is se apagam . E elas criam para nós um estresse adicional em situações ou em re lacionam entos fu turos que, de a lgum a form a, nos façam lem brar essa experiência precoce.

Esses agentes de estresse internos acrescentam um peso extra a qua lque r tipo de tensão que venham os a sofrer.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo

Você já passou por estas situações de estresse?

□ Conflito com os pais

] Separação dos pais ou d isso lução da fam ília

] Períodos em que ficou longe dos pais forçado pelas c ircunstânc ias

□ Ausência persistente ou negligência por parte dos pais

] V iolência ou m aus-tratos

□ S ituações de luto, p rinc ipa lm ente m orte de um dos pais

] Um evento traum ático

□ Longos períodos de doença ou hospitalização

□ Problem as na escola ou na facu ldade

□ Ter filhos sem estar preparado para isso

Ser d iscrim inado de algum a form a pelos colegas (por exem plo,□ por m otivo de raça, opção sexual, capacidade ou incapacidade de

aprendizado)

] Levar vida isolada ou solitária durante a infância ou a adolescência

□ Ter que cu ida r de um parente durante a infância ou a adolescência

I— | Ser obrigado a assum ir responsab ilidade excessiva pelos irmãos— m enores ou te r um irm ão que precisava de atenção especial

I— I Ter que m udar de residência em uma hora ru im ou passar por— m udanças freqüentes de escola ou residência

Ter que deixar a casa paterna sem estar pronto para isso ou, pelo ] contrário, te r que con tinua r m orando com os pais m esm o sentindo-

-se pronto para m orar sozinho

Contagem de pontosQuantos desses fatores causadores de estresse você e n fre n to u? ________

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Se você enfrentou mais de um desses fatores, com o isso o afeta ainda hoje? Se você foi um adolescente solitário, essa experiência por acaso lhe deu uma percepção maior da importância que têm para seus filhos as amizades e a participação em grupos? Você deve ter aprendido muita coisa que pode ser útil a você e a outras pessoas.

Se você en fren tou dois ou três desses fa tores, é provável que já os tenha supe ra ­do em grande parte, mas eles a inda o afe tem . Por exem plo, se um dos seus pais foi neg ligente e não havia n inguém m ais para protegê-lo, isso vai a fe tá-lo sem pre, até ce rto ponto. Tem noção de q u a n to isso o afeta a inda hoje? Já conversou sobre isso com pessoas que o am am e o com preendem atualm ente? Você pode d ize r m uitas coisas para a ju d a r na com preensão do p rob lem a. Se não refle tiu m uito sobre esses prob lem as, usando a com preensão que se a tinge com a idade, já está na hora de ded ica r a lgum tem po a pensar em com o lida r com isso de uma fo rm a m ais de acordo com sua vida atual.

Se passou por mais de três desses fatores causadores de estresse, você foi p rem ia­do com uma grande quan tidade de experiências causadoras de estresse. Talvez você tenha as tenha enfrentado e d igerido bem, ou pode tê-las esquecido. Mas por toda a sua vida, sem pre que determ inadas situações ocorrerem , tudo o que sentiu quando era jovem pode ser estim ulado novam ente, o que pode fazê-lo com portar- -se de form a com plexa, nem sem pre com preensível para os outros.

« ' Q e . ' 3

Aos 14 e 15 anos, Hayley era m altratada na escola, e, quando se queixou aos pais, eles lhe d isseram que a vida é dura, que todos têm que aprender a lutar pelos próprios d ire itos e se m anter firm es. Hayley aprendeu que não adiantava correr para casa para que papai e m am ãe a apoiassem ou consolassem . Percebeu que tam bém os professores raram ente a apoiavam ou se davam ao traba lho de a judá- -la. Com isso, aprendeu a desconfia r de pessoas em posição de autoridade, que d itavam as regras, mas não se preocupavam realm ente em saber o que acontecia com as pessoas.

Hoje em dia, quando Hayley passa por situações em que precisaria se m os­tra r firm e para obter aqu ilo que quer, chega a entra r em pânico. Volta a racioc i­nar com o antigam ente: “ Tenho que fazer isto sozinha, n inguém vai me a ju d a r’’ . É com o se, bem lá no fundo, acreditasse que está sozinha no m undo, apenas com os recursos de uma m enina de 14 anos para enfrentá-lo . É preciso lem brá-la de

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que ela hoje tem em sua vida pessoas que te riam enorm e prazer em ajudá-la a resolver seus problem as.

O que lhe ensinaram sobre o modo de enfrentar o estresse?

Todos nós recebem os dicas daqueles que nos cercam para li­dar com o estresse. Dos pais, p o r exem plo - e elas podem ser de tal form a absorvidas pelo inconsciente que nem percebem os quan­do um a atitude nossa corresponde a um a situação passada que de­flagra um a reação de estresse. Algumas pessoas possuem tam bém traços in ternos de personalidade que as tornam mais propensas a sofrer de estresse, enquan to outras parecem ser natu ralm ente mais pragm áticas e despreocupadas.

Q uando estamos muito estressados, regredimos a hábitos da in­fância profundam ente arraigados ou a atitudes mentais inconscientes relacionadas ao nosso instinto de sobrevivência, que parece ameaça­do. Assim, quando você se sente muito estressado, pode agir de forma menos racional. Pode se mostrar irritado, mal-humorado ou retraído. As pessoas podem dizer que essa pessoa nem parece você, e você sabe que isso é verdade, mas não consegue agir de forma diferente.

Q ue m ensagens ocultas você in teriorizou sobre o m odo de agir diante do estresse?

Será que algumas destas lhe soam familiar, ou você tem sua própria versão delas?

Estilo estressado independenten Tenho que resolver isso sozinho■ Ser forte é não m ostrar sentim entos■ M inha função é fazer com que todos se sintam bem■ Nas horas críticas não posso confiar nas pessoas■ As pessoas não estão aí para me ajudar0 Deixem-me sozinhoa Eu mesm o posso fazer isso m elhorQ Não quero falar nisso, pode deixar que eu resolvo

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Estilo estressado dependente■ Não sei fazer nada sozinho■ E ntrar em pânico - e atrair a atenção de alguém■ Eu não aguento■ Perdi o controle dos m eus sentim entos■ Agir como se fosse indefeso, para que alguém venha em seu

socorro* Não me abandone* Tenho que contro lar e m anipular as pessoas, ou elas não me

darão o que quero

Q uando você age de acordo com essas afirmações, sem o saber está reagindo ao que foi gravado em sua m ente em tem pos passa­dos e será incapaz de pensar com clareza.

E possível substituir essas antigas formas de pensar po r outras mais realistas e úteis, tais como:

■ Posso en fren tar isso se m e derem a ajuda e o apoio de que necessito

■ Posso confiar em que outras pessoas me ajudarão na hora em que eu precisar

■ Não é errado ped ir ajuda* Não estou sozinhoQ Posso ter certeza de que há gente disposta a me ajudar

- ou escreva as suas próprias.

Diga nãoÉ m uito im portan te na vida saber dizer não com firmeza. Sem

isso, os desejos e caprichos de outras pessoas podem dom inar sua vida. Seja dono do seu tem po e evite o estresse com a palavra “não ”. Dizer não, de form a confiante e firme, é um a ótim a m aneira de m an ter seus planos e projetos em meta. Mas pode ser estressante dizer não, porque isso significa lidar com desejos, compromissos e prioridades conflitantes. Você é um capacho? Dizer “n ão ” lhe causa

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ansiedade, ou você sabe fazer isso e se m an ter firme? Você costum a ser bem -sucedido quando diz “n ão ”?

Sua eficiência com o uso da palavra “não ” é não apenas um indicador de suas habilidades interpessoais, com o tam bém da sua capacidade de cuidar bem se si mesm o e de suas necessidades. Mui­tas evidências reforçam e crença de que vivem mais e m elhor as pessoas que não se im portam com que os outros possam pensar delas e que não se deixam contro lar e m anipular mais do que o absolutam ente necessário. D entro de limites razoáveis, vivem a vida como acham que devem - e isso ocasionalm ente significa saber dizer “n ão ” de form a construtiva e amistosa. Saber dizer “n ão ” sig­nifica que você tam bém pode dizer “sim” com sinceridade. Pensar mais a respeito do “não ” leva tam bém a pensar sobre o “sim”.

Portanto , o que sua capacidade de dizer “n ão ” e o m odo como você o faz lhe dizem a respeito de você mesmo?

IQuestionário do “ não”Escolha a resposta - A, B ou C - que se parece mais com seu estilo e depois some os pontos no final.

1 Você havia p lanejado passar a noite resolvendo assuntos dom ésticos - há m uita coisa que você vem adiando e, fina lm ente , conseguiu arran jar tem po para isso. Uma amiga querida telefona e d iz que precisa que você vá à casa dela essa noite, porque está passando por um a crise em seu re lacionam ento e que r conversar com alguém im ediatam ente. 0 que você faz?

a. Sai correndo na mesm a hora.b. Fica preocupada por a lgum tem po, mas chega à conclusão de que o p rob le­

ma dela é mais urgente do que o seu, e acaba indo para lá, com um certo

atraso.c. Diz a ela que irá, mas antes precisa de umas duas horas para resolver a lgu ­

mas coisas, e pede a ela que faça um jan ta r para as duas.

d. Diz que hoje está m uito ocupada, mas pode se encontrar com ela em outro dia.

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2 A vendedora de uma com panh ia de te lem arke ting telefona à noite para sua casa querendo vender-lhe um produto que você não quer. A moça é a ten­ciosa e você não quer magoá-la. O que você faz?

a. Conversa com ela duran te uns v in te m inutos.

b. Conversa por a lguns m inutos e, a seguir, d iz que sente m uito , você precisa

desligar porque o cachorro está vom itando.c. Depois de a lguns m om entos você d iz que não pode conversar agora e que,

não, não quer que ela torne a ligar.d. Responde risp idam ente e desliga.

3 Você está com m uita pressa no seu horário de a lm oço porque precisa fazer várias coisas, com o despachar uma encom enda pelo corre io. Uma amiga a convida para a lm oçar com ela porque tem ótim as novidades para contar. O que você faz?

a. Vai ao alm oço, na esperança de que, de a lgum jeito, vai dar tem po para tudo.

b. Vai ao a lm oço mas fica estressada, o lhando o tem po todo para o relógio.

c. C oncorda em se encon tra r com ela, mas avisa que só pode fica r meia hora.

d. Diz que está m u ito ocupada hoje, mas pode m arcar para outro dia.

4 Sua irmã ou sua m elhor amiga tem um encontro com o novo nam orado e lhe pede em cim a da hora para tom ar conta do filho dela. O que você faz?

a. C oncorda im edia tam ente, com o sem pre.

b. Sente-se usada, mas acaba concordando.c. Diz que está bem por esta noite, mas que não vai estar sem pre d isponível.

d. Diz que você tam bém é uma pessoa ocupada e que esta noite não é possível.

5 Um colega do escritório insiste há m uito tem po que vocês precisam a lm oçar jun tos um dia desses para conversar sobre o que os dois têm em com um . Um dia, os dois estão sozinhos no escritório, e ele volta a insistir para que m arquem um dia nesta m esma semana. O que você faz?

a. Concorda sem pensar.

b. Fica em dúvida, mas concorda , para não m agoar o colega.c. Vai ao a lm oço, mas m antém a conversa apenas em assuntos do escritório.

d. Deixa claro que deseja m anter uma d istância profissional e não aceitará sair

sozinho com ele.

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6 Você chega ao restaurante onde reservou uma mesa para um encontro. Você tem apenas uma hora disponível. Ao chegar lá, o garçom d iz que houve um excesso de reservas e vai haver uma pequena dem ora. O restaurante está lotado. O que você faz?

a. Prefere aguardar, na esperança de que sua mesa não demore.b. Pergunta de quanto tempo vai ser a espera e explica que tem um horário a

cumprir.c. Diz que não pode esperar e sai.d. Reclama e vai embora.

7 Você se inscreveu para uma aula noturna na qual está m uito interessada. Então fica sabendo que seu com panhe iro pretende usar o carro exatam ente nessa noite e acha que precisa dele m ais do que você. O que você faz?

a. Desiste da aula, mesmo que se sinta desapontada.b. Explica que tem uma aula, e chegam a um acordo: ele irá buscá-la depois

da aula.c. Diz que é sua vez de usar o carro e que, definitivamente, não vai abrir mão hoje.d. Nem se dá ao trabalho de discutir, pois já havia avisado da aula.

8 Você está tra tando de um negócio que im p lica vender com desconto cem exem plares do seu produto mais caro. M esm o assim , o preço é conveniente porque esse produto tem tido pouca saída. Mas, no ú ltim o m inuto , seu c liente telefona d izendo que está atravessando uma crise finance ira e só pode pagar 60% do preço com binado. O que você faz?

a. Concorda em vender pelo preço oferecido pelo cliente.b. Negocia com ele o valor - por exemplo, dividir a diferença.c. Oferece negociar o valor do frete, e isso é tudo o que pode oferecer.d. Diz que o negócio será desfeito a não ser que ele pague o preço combinado.

9 Você está p lanejando uma viagem de férias com um grupo de amigos. Q uando com eçam a d iscu tir qual seria a m elhor data, fica claro que todos preferem ir a lguns dias antes do que você gostaria. O que você faz?

a. Verifica a data em que os outros estão livres e se acomoda, mesmo que isso signifique perder duas entrevistas de negócios muito importantes.

b. Reclama por ter que perder as entrevistas, mas acaba concordando em ir junto com o grupo.

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c. Pede aos am igos que o a judem a resolver o prob lem a e chegam a um acordo

que lhe agrada, para que você não tenha que perder as entrevista.

d. Diz que não vai v ia jar se para isso tive r que fa lta r às entrevistas.

Contagem de pontosContagem de “ nãos” : A _____ B_____ C _____ D _____

Se a maioria foi ÃSerá que existe a lgum a coisa que você não com preende a respeito de d izer não? Você é d ip lom ático , sim , mas sem pre à própria custa. Os outros podem explorá- -lo, e com certeza eles o fazem . M uitas vezes fica d ifíc il respeitar a lguém que não defende seus próprios interesses, e você transm ite a ideia de que não passa de um capacho.

Por que você tem m edo de d izer não? Pense em duas situações em que de­testa te r que dizer não e peça a um am igo para pensarem jun tos sobre os diversos modos que você poderia usar para d izer um não firm e e defin itivo . Escolha quais deies o deixariam menos desconfortável e experim ente-os. Perceba com o se sente quando faz isso e tam bém o efeito que causa. Assum a de novo a direção.

Se a maioria foi BVocê é um bom d ip lom ata e detesta m agoar as pessoas. Às vezes d iz sim quando preferiria d izer não, e isso pode dar um a im pressão dúb ia. Você tende a dar pre­ferência às necessidades alheias e deixar para pensar nas suas em outra ocasião. Sente-se exausto ou explorado e nunca tem tem po para si mesmo? Sente-se res­sentido porque os outros parecem esquecer que você tam bém tem necessidades? Precisa de que gostem de você? Isso faz com que procure sem pre agradar aos outros? Costuma oferecer ajuda ou fazer promessas que depois não pode cum prir? Já pensou em dar às suas necessidades pelo menos a m esm a im portância que dá às necessidades alheias? Reserve algum tem po toda semana só para você e deixe bem claro que tam bém tem assuntos seus, im portantes, a resolver. O seu probiem a deve estar em com o equ ilib ra r exigências conflitantes, e você precisa rever quais são suas reais prioridades.

Se a maioria foi CVocê sabe d izer não com m uito tato, mas de m aneira firm e, e sabe com o e q u ili­b rar suas necessidades e as das outras pessoas. Você não tem m edo de d izer não

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de m aneira firm e quando precisa. Sabe de te rm ina r quais são suas prio ridades e se m anter fie l a elas sem ser inflexível. D izer não não lhe causa estresse porque você já dec id iu qua is são suas prio ridades e tem uma a titude realista a respeito de quantas coisas pode fazer ao m esm o tem po. O casionalm ente você cede à pressão, mas dec ide que não voltará a fazê-lo, porém , na m aioria das vezes, sabe d izer não de fo rm a clara e firm e sem se sentir desnecessariam ente cu lpado ou confuso por isso.

Se a maioria foi DVocê vive segundo suas próprias regras. Não sente d ificu ldade em d izer não e em estabelecer lim ites entre o que considera aceitável e inaceitável. Deve tê-lo apren ­d ido há longo tem po, e isso é uma parte essencial do seu estilo, que o ajuda a se m anter focado e fazer as coisas a seu m odo. Por outro lado, existe algo nesse estilo que sugere que você às vezes é rígido sobre a questão do não porque quer estar sem pre no contro le. Seus am igos talvez lhe tenham dado um apelido do gênero Motosserra. Que tal se de vez em quando você concordasse com outra pessoa sobre o m odo de fazer as coisas?

Ansiedade - O que é isso?U m a pequena dose de ansiedade pode até ser útil e servir como

motivação - po r exem plo, preocupação em cum prir um prazo, o que o faz trabalhar até mais tarde algumas noites para não correr o risco de não term inar um trabalho. Mas se passar desse pon to - por exem plo, se ficar o tem po todo preocupado achando que não vai term inar a tem po - , isso pode prejudicar sua saúde e deixá-lo m entalm ente desequilibrado. Muitas pessoas que se sentem mal de saúde estão, na verdade, sofrendo de ansiedade sem o saber. Será que você é mais ansioso do que pensa que é?

Seria m uito bom com preender o que é ansiedade. Ansiedade em excesso pode causar coisas com o ataques de pânico ou de ago- rafobia - m edo de sair de casa ou de conhecer outras pessoas. Isso pode obrigá-lo a restringir sua vida para não ter que se expor às coisas que o deixam ansioso. E, se não tom ar cuidado, pode fazê-lo

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p erd er inúm eras oportunidades im portantes. Muitas pessoas que sofrem de ansiedade levam um a vida reclusa para não ter que en­fren tar seus medos, e geralm ente põem em causas externas a culpa da ansiedade e de sua incapacidade de funcionar a contento.

Kelly sente-se m uito ansiosa em aviões. Diz a todo m undo que “ ode ia ” voar e acom panha nos notic iários qua lque r notícia sobre acidentes e desastres aeroviá- rios, que reforçam sua opin ião de que é m uito perigoso voar. M ark, irm ão de Kelly, se interessa por transportes e às vezes cita estatísticas que provam que voar é, na realidade, o meio mais seguro de transporte . E explica tam bém quais são as cau ­sas dos acidentes e com o elas são pouco prováveis. Q uando ele fala essas coisas, Kelly parece “ sair do a r” e não entende seus argum entos, e M ark já percebeu que ela está com uma aparência agitada, bebe m uito e insiste que as opin iões dele estão “ erradas” ; ela é que está certa. Ele gostaria m uito que ela aceitasse voar até a A lem anha para visitá-lo e à fam ília dele no Natal, mas ela insiste que ele é quem deveria v ir com a fam ília para um Natal “ em casa” , em bora ele já viva na A lem anha há mais de dez anos. Todas as vezes em que d iscu tem o assunto, ela m enciona a história de com o ficou aterrorizada quanto enfren tou uma tu rbu lênc ia em um voo transatlântico . Nessa ocasião, ela viajava sozinha pela prim eira vez e tinha sofrido um ataque de pânico, descontro lando-se. Pensou que ia m orrer e foi preciso sedá-la. Ela ficou m uito preocupada com o que os outros passageiros haviam pensado a seu respeito, e dec id iu que tem que evitar de todos os modos que o fato se repita, m esm o que isso s ign ifique perder um Natal com a fam ília . O sim ples fato de pensar em sub ir em um avião a faz sentir-se mal, e Kelly acha que a única solução é evitar com ple tam ente as viagens aéreas, assim esse sentim ento desagradável acabará desaparecendo.

Na verdade, se Kelly sem pre evitar voar, isso não vai curar seu problem a - porque ela poderá com eçar a sentir pânico em outras áreas de sua vida. Por exem plo, pode passar a te r m edo de viajar de trem e evitar isso tam bém . Isso acontece porque ela se convenceu de que seus sintomas de ansiedade têm um a causa ex terna objetiva, e, portan to , não há nada que ela possa fazer, a não ser evitar a cau­sa. Em bora, se levarmos em conta seu nível de desconforto e terror,

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essa atitude pareça com preensível, não é assim que funciona. Os sintomas de ansiedade se iniciam den tro dela e não são “causa­dos” pelo voo, mas po r seu próprio m edo. Na realidade, Kelly tem m edo de ter m edo, e ligou essa ideia à experiência de voar. N unca se questionou a respeito da raiva que sente po r seu irm ão m orar em outro país ou p o r que se sentiu tão envergonhada diante dos outros passageiros.

Se um dia Kelly tiver coragem suficiente para procurar tratam en­to, descobrirá que não precisa restringir sua vida por causa da ansie­dade, mas que todos os que sofrem de ansiedade precisam de ajuda para se livrar dela. Mesmo que você não sofra de ataques de pânico tão severos quanto o de Kelly, os problemas de ansiedade são bastante comuns. Infelizmente, na escola não se ensina às pessoas o básico para entender e lidar com a ansiedade, por isso os ataques de pânico não são entendidos pela maioria. Se en tender o que é ansiedade e como lidar com ela , você assumirá o controle e o poder, e novas oportuni­dades se abrirão.

Para compreender a ansiedadeA nsiedade não passa de m edo com outro nom e. Se algo nos

assusta, ficamos ansiosos. Se o cachorro do vizinho am eaça m ordê- -lo sem pre que você passa, você começa a se sentir um pouco preo­cupado sem pre que sai de casa. E fácil en ten d e r qual é a razão de sua ansiedade, e essa não lhe causará preocupação, pois é norm al sentir-se dessa forma.

No entanto , há pessoas que passam a se sentir ansiosas mesm o quando nada de assustador lhes aconteceu. O u sentem-se estres­sadas e ansiosas m uito depois que os fatos causadores de estresse aconteceram . Isso as faz pensar que existe algo errado com elas.

A ansiedade afeta as pessoas de diferentes modos: p o r m eio de sintomas físicos; p o r m eio de sintomas m entais e emocionais; po r meio de m udanças de com portam ento.

Portanto, o que lhe acontece no plano físico quando você se sente ansioso? Imagine-se na seguinte situação: é um lindo dia de verão e você passeia pela rua, relaxado e contente, quando ouve,

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bem atrás de você, o som da buzina de um carro e o ranger de freios. Um carro estava na contra-m ão - é um a rua de m ão única, e você sabe disso mas você vinha andando distraído pelo m eio da rua. Antes mesm o de pensar no que está acontecendo, você corre ou pula o mais rápido possível pa ia sair da fren te do carro. Isso leva apenas alguns segundos.

Só depois de ter xingado o m otorista e con tinuar cam inhan­do para o café é que você com eça a perceber suas reações físicas. No seu cérebro instalou-se um a reação de ansiedade que p reparou seu corpo para um a reação im ediata ao perigo. Suas pernas estão bambas, e é preciso sentar-se, vem um a vontade danada de ir ao banheiro.

Q uando você está em perigo - po r exem plo, sendo perseguido p o r um crocodilo - , seu ritm o cardíaco se acelera, para que o san­gue seja mais facilm ente enviado aos braços e pernas, pois é preciso que braços e pernas se m ovim entem mais rapidam ente para esca­par ao perigo. Para m an ter o coração funcionando nesse mesm o ritm o, há necessidade de mais oxigênio, e a respiração se acelera. Os músculos ficam prontos para a ação, e isso o deixa tenso, trêm u­lo e com form igam entos. Como seus m em bros precisam de sangue extra, o sangue é desviado do estômago, e isso o faz sentir enjoo ou o que popularm ente cham am os “um bolo na boca do estôm ago”. O sangue tam bém é desviado do cérebro, o que pode provocar tontura. E nquanto o coração bom beia sangue mais depressa para o corpo, sua tem peratura se eleva, produzindo prim eiro um a sen­sação de calor, depois o suor e, no final de tudo, talvez frio.

Tudo isso acontece porque essa reação de ansiedade existe para protegê-lo do perigo - instantaneam ente. A explicação mais com um é que a aptidão para reagir im ediatam ente ao perigo, seja lu tando, seja fugindo, foi transm itida seletivam ente à nossa espécie para que os indivíduos pudessem sobreviver, e todos nós a h erda­mos. Reagimos ao perigo da m esm a form a que reagiam nossos an­cestrais, há muitos m ilhares de anos, em bora nossos estilos de vida e nossa m aneira de pensar a respeito de nós mesmos pareçam tão diferentes. E quando isso acontece a um de nós, não é m uito difícil en ten d e r po r quê.

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No entanto , m uita gente sente essa reação ansiosa de lu tar ou fugir quando não há qualquer ameaça de perigo externo à vista. Você pode sofrer um ataque de pânico sem motivo aparente. O u sentir- -se incrivelm ente p reocupado e ansioso p o r coisas sem im portân­cia. Você passa po r todas as alterações físicas e a agitação inerentes a um a reação de lu tar ou fugir, mas não sabe p o r quê.

Você sofre d@ sintomas fís icos de ansiedade?Esses variam de pessoa para pessoa, mas alguns deles fazem parte da lista

abaixo. Você passa, ocasionalm ente ou com frequência, por situações em que sente mais do que três dos seguintes sintomas? (Não leve em conta aqueles relacionados a alguma doença física de que sofra.) Muitas pessoas não com preendem que sofrem de ansiedade ou de síndrom e de pânico; acreditam que têm uma doença física.

□ Tonteira ou vertigem

] Tremores

□ Calor e suor sem razão aparente, seguidos de sensação de frio

□ Fraqueza e instab ilidade

Vontade de ir ao banheiro com frequência m aior que o normal

[ M úsculos tensos ou retesados

] Respiração rápida

] Pressão no peito

] Boca seca

[ Náusea

□ Tremores ou que im ação no estômago

□ Sensação de fo rm igam ento

] A um ento do ritm o cardíaco ou palpitações

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Contagem de pontosNúm ero de sintom as físicos de ansiedade ________

Se você sente m ais do que dois desses sintom as com frequência e tem cer­teza de que não se devem a um problem a de saúde, isso indica que você sofre de ansiedade. Talvez já esteja acostum ado a esse nívei de ansiedade e isso não o preocupe. No entanto, se fatos estressantes acontecerem em sua vida, isso pode levá-lo a uma espira l de ansiedade. É im portante tre ina r seu corpo para relaxar e não su cum b ir a pensam entos negativos ou irritantes.

Sintomas mentais e emocionais de ansiedadeO que você pensa e sente quando seu corpo produz os sin­

tomas físicos da reação de ansiedade? A não ser que com preen­da o problem a, é m uito provável que você se sinta descontrolado. Pessoas que passam repetidas vezes pela experiência da reação de ansiedade costum am achar que existe algo de errado com elas. Po­dem ficar com m edo de estar sofrendo de um a doença cardíaca, de m orrer ou de estar enlouquecendo. Esses pensam entos já são por si mesmos assustadores, e podem desencadear um a seqüência de sintomas físicos. Então você com eça a se p reocupar com a pos­sibilidade de que haja algo realm ente errado acontecendo. De re­pente, você se encon tra sob um desagradável ataque de pânico. Como vemos, pensam entos ansiosos e m edos podem desencadear os sintomas físicos.

Além disso, algum as pessoas sofrem de fobias específicas, tais com o m edo de vomitar, m edo de insetos alados ou fobias sociais. Esses m edos profundam ente arraigados produzem todos os desa­gradáveis sintomas de ansiedade. As pessoas que sofrem de fobias podem sentir-se descontroladas e incapazes de ajudar a si mesmas. C ontinuam tendo o mesm o pensam ento negativo segundo o qual m orrerão se ficarem expostas às coisas que as perturbam . Geral­m ente são m uito resistentes a conselhos ou sugestões práticas. Até

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que consigam com preender qual a função desem penhada po r sua fobia, não é provável que se livrem dela.

Pam não se sente bem em am bientes superlo tados, com o avant-prem ières e festas m uito concorridas. Um a amiga a convidou para um vernissage em uma galeria. Ela se sente insegura, mas vai assim m esm o, porque acha que deve en­fren tar o problem a e não que r desapontar a am iga. Mas pouco antes de chegar lá, ao estacionar o carro, ela pensa: “ E se eu não consegu ir aguentar e todos perce­berem o meu pânico?". No m om ento em que tem esse pensam ento, seu coração dispara. Ela o percebe im edia tam ente e passa a resp irar m ais rápido. A seguir tem mais pensam entos assustadores: "Ai, meu Deus! Vou entra r em pânico de novo” . Esse tem or a faz com eçar a entra r de fato em uma espiral de ansiedade.

No fina l tem os sintom as exagerados de ansiedade ou um

ataque total de ansiedadePerdendo o contro le

Mais sintom as físicos

Tudo com eça aqui, com um pensam ento negativo (aparentem ente) ins ign ifican te

Espiral de ansiedade: Como se produzem a ansiedade e os ataques de pânico

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96 Tempo, estresse, ansiedade e relaxamento

Você apresenta sintomas emocionais e mentais de ansiedade?Todos nós sofrem os de alguma ansiedade m ental. Isso é norm al, e só se

torna um problem a quando pensam entos negativos, solapadores, que provocam ansiedade, com eçam a p re jud ica r de maneira regular sua qua lidade de vida e você não consegue contro lá-los.

Marque quantos destes sintomas você experimentaVocê sofre com pensam entos invasivos e preocupantes dos quais não consegue se livrar.

Confere tudo com pu ls ivam ente - por exem plo, preocupa-se, antes de dor­mir, em verifica r várias vezes se a porta dos fundos está trancada.

□ É obsessivo quanto à lim peza e a lavar as mãos.

Sente necessidade de contro lar com ple tam ente o am bien te - por exem plo, não perm ite que n inguém desarrum e sua cozinha.

□□

□Passa bom tem po im ag inando coisas terríveis - por exem plo, tece

□ fantasias freqüentes a respeito de catástrofes ou de coisas m uito ruins que podem lhe acontecer.

□ Tem pesadelos com frequência .

I— | As pessoas d izem que você é pessim ista ou que vê sem pre o lado negativo— das coisas.

□ Há algum a coisa em sua m ente que o incom oda m uito.

Você se ocupa com “ pensam entos negativos g lobais” - isto é, generaliza I— | com base em uma experiência . Por exem plo, se chove durante alguns— dias, logo pensa que vai chover o verão inteiro, e você não poderá dar suas

cam inhadas, o que o fará engordar e fica r fora de form a.

| _ ] Você tem medo de sair, ou, quando sai, geralmente quer voltar logo para casa.

Sofre, reconhecidam ente , de uma fobia ou m edo específico - tal com o□ medo de locais fechados, ou m edo de contam inação - que reduz

substancia lm ente , de form a regular, sua qua lidade de vida.

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Procura evitar cu idadosam ente as coisas que o preocupam , em lugar de□ enfren ta r o desafio - por exem plo, tem m edo de grupos, então evita ir para

a facu ldade .

I— | Sofre com pensam entos invasivos e constantes de autocrítica ou— autoacusatórios do tipo "Sou go rdo /inú til/bu rro e m ereço me sentir m a l” .

I— | Se um vendedor se com porta de fo rm a rude ou não vem atendê-lo , você— passa dias pensando nisso.

□ Sente-se mal por dias seguidos quando d iscu te com a iguém .

I— | Sente-se vulnerável ou tem m edo de não consegu ir dar conta da vida sem— 1 ajuda.

| P reocupa-se dem ais com o que os outros vão pensar de você.

□ Vive com m edo de perder o contro le.

3 ] Frequentem ente deseja escapar para um lugar seguro ou voltar para casa.

□ Tenta pôr a cu lpa nos outros pelo que está sentindo.

Diz a si m esm o com frequência que está se portando com o um bobo.

□ Fica bravo com alguém por fazê-lo sentir-se assim .

I— | Desconfia frequentem en te de estar tendo um ataque cardíaco ou um— derram e.

J Acha que está en louquecendo.

J Sente que sua m ente está em baralhada e confusa.

Contagem de pontosNúm ero de s intom as m entais de a n s ie d a d e :________

Se a p re sen ta r de q ua tro a se is desses s in tom as, com certeza , pode relaxar! Você ge ra lm e n te consegue se m an te r m e n ta lm e n te ca lm o q u a n d o é p rovo­cado. Sabe que a v ida m u itas vezes causa ans iedade e estresse, mas que o segredo está em com o você se com porta . Talvez os outros pensem que você às vezes chega a ser descansado dem ais, com o se “ não qu isesse se da r ao tra b a lh o ” de se p reo cup a r tan to qua n to eles. É bom va lo riza r que um estado de

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e sp írito re laxado é saudáve l, e que as ou tras pessoas poderiam a p re n d e r com o seu exem plo .

Se apresentar regu larm ente de seis a doze desses sintom as, seria bom prestar atenção a seu estado m ental e em ocional. Você se deixa levar m uitas vezes pelo hábito de pensar negativamente? Lem bre-se de m anter para consigo m esm o uma a titude anim adora, positiva e respeitosa. Quando fo r tom ado por pensam entos negativos e ansiedade, procure se contro lar e im ped ir energ icam ente que eles tom em conta de sua vida.

Se apresentar m ais de quinze, sua qua lidade de vida está sendo seriam ente p re ju ­d icada por esses s intom as desagradáveis. Você precisa se esforçar para enfren ta r alguns dos seus medos e fazer tudo para que eles não o im peçam de viver bem a sua vida. Com ece por a lgum a coisa pequena e vá aum entando aos poucos. Que tal p rocurar ajuda profissional, com o uma terapia ou um program a para tra ta r da ansiedade? Você não deveria ace ita r ou to lerar esses sintom as.

Você tem um comportamento ansioso?Em que m uda seu com portam ento quando você se sente an­

sioso? Pense em um a situação que costum a deixá-lo ansioso e em com o você a enfrenta.

M uita vezes o p ior que você pode fazer para m an ter sua ansie­dade em ação é ten tar fugir da presença dos fatores individuais que fazem disparar essa ansiedade. Você evita situações que o fazem sentir-se ansioso porque acredita que, como se sente tão ansioso, a ansiedade só pode ser causada pela situação. Isso significa, na ver­dade, render-se aos seus m edos e, com isso, perm itir que o m edo passe a d itar as regras e a governar sua vida. O m edo é um grande tirano que adora nos transform ar em covardes. Q uanto mais per­mitim os que ele governe nossa vida, mais forte ele se torna. Mas quando decidim os enfrentá-lo, confrontá-lo ou mesm o ignorá-lo, nossa coragem aum enta.

Se você não se sente bem den tro de um superm ercado cheio de gente, obrigue-se a fazer com pras regu larm en te em um super­m ercado. Se evitar superm ercados e fizer as com pras em peque­

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nas m ercearias de bairro , ou encom endá-las para serem entregues em sua casa, jam ais ap ren d erá a lidar com a ansiedade em relação a superm ercados e reforçará para si m esm o a m ensagem de que lhe é impossível lidar com isso. Convoque amigos e paren tes para ajudá-lo - en tre tan to , se eles se o ferecerem para fazer as com pras em seu lugar, não estarão ajudando a resolver bem o problem a, mas apenas ajudando-o a se m an te r à m argem da vida. O que eles fazem, na verdade, é conco rdar que seus m edos são dem ais para você. Talvez eles prefiram vê-lo mais d ep en d en te deles.

A ansiedade tam bém pode se m anifestar de m aneiras mais su­tis e estar ligada à autoestim a.

e ^

Claire é uma moça divertida, de 29 anos, traba lhadora e atraente. Trabalha na área financeira com o consultora de investim entos e pensões. É com petente, os c lientes gostam do seu je ito s im pático e amistoso, e ela lhes dá conselhos sensa­tos. Esforça-se m uito por esses c lientes e procura estar em dia com novos produtos e atualizações. Conhece bem o m ercado de ações e gostaria m uito de traba lhar para uma em presa maior, que lhe desse a oportun idade de traba lha r para clientes mais ricos. Um a colega lhe fala na possib ilidade de um em prego que parece bem ten tado r - mas, quando o em prego é anunciado , haverá um teste para preencher a vaga, e a am iga diz a Claire que um hom em que am bas conhecem vai concorrer. Embora m ais jovem e m enos experiente do que ela, ele é d inâm ico e confiante, e está certo de que vai consegu ir o cargo. Ele até já está com un icando a todo m undo que esse será o próxim o passo em sua carre ira.

Claire não diz nada e vai para casa pensar no assunto, e se pergunta se deve ou não se inscrever para o em prego. Ela rea lm ente detesta en trevistas para em prego, porque a de ixam ansiosa e ela não sabe m u ito bem vender o seu peixe. A cred ita que sua aptidão deveria ser ju lgada levando em conta seu desem penho an te rio r e que não deveria te r que provar que é boa naqu ilo que faz. Chega a se sen tir mal só de pensar que vai te r que se sentar d ian te de um a banca exam i­nadora. E se ela se sen tir in tim idada , se lhe der um branco na m em ória e não souber o que dizer?

Depois de d iscu tir o assunto com o nam orado, Claire se dá conta de que esse tipo de sentim ento já a pre jud icou antes, e que não tem nada a perder

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cand idatando-se ao cargo. M esm o ansiosa por causa da entrevista, não que r que isso lhe sirva de desculpa, pois percebe que é ela m esma quem se im pede de progredir. Sente-se tam bém motivada pela possib ilidade de um salário melhor, acom panhado de bônus por produtiv idade.

Ao chegar para a entrevista , C laire se m antém m uito ca lm a, porque se preparou. Fez um a sessão de ioga, seguida de m assagem , no dia anterior, e reservou m uito tem po para se preparar. Anotou tudo o que não q ue r esquecer de d ize r e núm eros para dem onstra r seu h is tó rico de resu ltados com a lguns c lien tes, e faz uma apresen tação conv incen te . Não deixa de d ize r aos en trev is ­tadores que está nervosa e não é boa em entrevistas, mas sabe que é a pessoa certa para o cargo. Procura usar sua g rande fac ilidade de co m un icação para se d ir ig ir às pessoas presentes na sala, em lugar de fica r focada em sua ansiedade. Claire foi nom eada para o cargo porque se d ispôs a se esfo rçar para en fren ta r sua ans iedade - e com isso todos os seus esforços fo ram recom pensados. 0 hom em que estava certo de consegu ir o cargo não se preparou tão bem , e isso ficou bem evidente.

s ' © Q s *

Você sabe relaxar de verdade?O re laxam en to é a peça-chave p a ra um a vida livre de ansie­

dade. Se você ded ica r algum tem po a a p re n d e r com o re laxar p ro fu n d am en te , seu nível de ansiedade estará baixo quando você tiver que passar p o r acon tec im en tos estressantes, e você não e n tra rá em um a espiral de ansiedade. Se o seu nível básico de ansiedade fo r sem pre elevado, q u an d o tiver que en fre n ta r algum desafio vai te r mais d ificu ldade p ara resolvê-lo do que um a pessoa que costum a tre in a r p a ra se m an te r calm a e dona de si m esm a. U m a das razões que levou C laire a consegu ir o em ­p rego foi o fato de ela - apesar de toda a sua ansiedade - te r se esforçado m uito , an tes de co m parecer à entrevista, p a ra m an te r a m en te relaxada. Sua p rá tica da ioga já lhe havia perm itido ating ir níveis p ro fu n d o s de re laxam en to reg u la rm en te , e um a das razões iniciais que haviam levado C laire a p ra ticar ioga foio fato de te r pe rceb id o que ela, sua m ãe e sua irm ã tinham to ­das um a ten d ên c ia à ansiedade e a viver sem pre à be ira de um

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a taque de nervos. Sem pre que um a coisinha à toa acon tec ia em casa, o fato e ra tra tado com o se fosse um a calam idade, e Claire já estava cansada disso. Valorizava um a vida de paz e h a rm o n ia e com eçou a recusar deixar-se envolver. Talvez a m ãe e a irm ã ten h am se sen tido o fendidas ao n o ta r que C laire se desligou um pouco delas, e a acusaram de p e rd e r tem po “não fazendo n a d a ”, mas C laire com eçou a sentir-se m elhor.

As vezes as pessoas pensam que sabem re laxar - p o r exem ­plo, ficam mais despreocupadas quan d o bebem , se exercitam ou cuidam do ja rd im e do rm em bem , p o rta n to ju lg am que não têm p ro b lem a em relaxar. N em percebem que o fato de não po ­d erem ficar paradas, com d ificu ldade de se concen tra r, e te rem sem pre que se o cu p ar com algum a coisa são sintom as de gen te que não sabe relaxar.

Perguntas sobre relaxamentoA quantas destas perguntas você pode responder “ S im ” ?

1 Você partic ipa de a lgum a a tiv idade com o fim específico de consegu ir rela­xar? (Tem que ser a lgum a coisa que não tenha qua lque r outro fim , a não ser fazê-lo relaxar.)

2 Já tre inou a lgum tipo de re laxam ento ou meditação?3 Você procura relaxar, consc ien tem ente e de form a regular?4 Você se esforça por se m anter ca lm o, equ ilib rado e focado sem pre que a

vida se torna estressante?5 Você tem tem po e d ispõe de um espaço para relaxar ocasionalm ente sem

ser interrom pido?6 Você se sente fe liz em “ s im p lesm ente ” relaxar sem te r que fazer ou partic ipa r

de a lgum a coisa ou de uma diversão?

Contagem de pontosA quantas dessas perguntas você respondeu s im ? ________

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102 Tempo, estresse, ansiedade e relaxamento

Menos do que duasTalvez você não saiba bem o que é relaxar. Talvez não entenda para que serve - po­rém, m ais cedo ou mais tarde, será afetado pelo estresse e não terá acum u lado reservas em seu organism o. Aprenda a relaxar agora, quando ainda não precisa seriam ente disso.

2 - 4Você tem um ideia geral do que é relaxar e reserva tem po para esse fim , mas às vezes a vida o ocupa tan to que você não se perm ite usar o tem po necessário para fazê-lo. Lem bre-se de que relaxar deve ser uma prio ridade se deseja se sentir bem; portanto, não perm ita que as pressões ocupem seu tem po de relaxam ento.

Mais de 4Você sabe m uito bem com o é im portante relaxar conscien tem ente , e sabe cu idar bem disso. Continue assim! Não perm ita que pessoas agitadas, sem pre ocupadas, perturbem sua paz de espírito; ela é preciosa e precisa de espaço e proteção.

Faça uma pausaEsta é um a técnica para ajudar a aliviar os sintom as de todo

tipo de estresse ou preocupação.

1 Preste atenção ao que está na sua m ente e que o incom oda. C ontrole a respiração. Respire abdom inalm ente, com calm a e suavidade. Não respire com o diafragma, nem rapidamente.

2 Procure perceber como o p roblem a o está afetando. Simples­m ente observe - não tente m udar nada. Se puder, descubra em que lugar do seu corpo se localiza o problem a. Perceba exatam ente como é esse problem a, se ele tem form a, cor ou um nom e. Permita-se sentir tudo o que vier.

3 Pergunte a você mesm o o que pensa sobre o problem a. Ape­nas perceba o que pensa. Então ten te in te rrom per quaisquer pensam entos negativos e inúteis, e concentre-se em pensa­m entos construtivos e positivos. Por exem plo: Se o pensam en-

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 103

to foi “Acho que vou m o rrer”, diga a você mesmo: “Sei que vou vencer isto”.

4 Decida que vai dar a você mesm o um tem po antes de agir. C ontinue respirando.

5 Faça o que precisa ser feito, cuidando bem de você mesmo e de suas necessidades duran te o processo. C ontinue observando com o se sente e pensa enquanto se esforça para chegar ao resultado. Tente a lternar o foco de atenção - algum a atenção na situação problem ática, algum a atenção em você mesmo. N unca dê toda a sua atenção ao problem a, e sem pre preste atenção em si mesm o e no m odo com o está se saindo.

Meditação atentaÉ um recurso para derro tar o estresse m ental e em ocional e

para m elhorar sua qualidade de vida. Trata-se de um a técnica que com bina autopercepção, viver o presente e ficar atento. E ensinada em vários cursos de m editação e relaxam ento. Q uem se encontra nesse estado de m editação atenta se m antém relaxado, mas atento e presente. A m editação atenta consiste em prestar a quantidade certa de atenção em algum a coisa: o bastante para mantê-lo focado e alerta, mas suficientem ente relaxado para se sentir calmo e equili­brado, sem se deixar p ren d er in teiram ente ao que se passa ao redor. A atenção se equilibra en tre estar atento ao que faz e, ao mesmo tem po, prestar atenção a si mesmo. Você tem consciência do estado da sua m ente, dos seus sentim entos e do seu corpo. (Há horas em que é totalm ente impossível praticar a m editação atenta - quan­do se está passando po r emoções m uito fortes, do r ou choque, por exemplo. Q uando alguém en tra em estado de choque, em estado de lutar ou fugir, ou se sente entorpecido, seu corpo e sua m ente apenas lutam para sobreviver.)

A palavra “atenção” tam bém pode significar consideração ou cuidado; po r exem plo, ser atencioso com alguém em um relaciona­m ento, ou tom ar cuidado com suas opiniões, tal com o discordar da m aioria só po r discordar, em vez de pensar bem no assunto.

T re inar a m editação a ten ta consiste em usar a resp iração

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104 Tempo, estresse, ansiedade e relaxamento

com o ânco ra ou foco, p a ra a ting ir a percep ção de co rpo e m en ­te. Exercícios resp ira tó rios sim ples da ioga pod em ser m uito úteis, assim com o in sp ira r co n tan d o até três, p re n d e r a resp i­ração p o r um m om en to e a seguir ex p ira r co n tan d o até três. Insp ire pelas narinas e exp ire pela boca. R eten h a o ar n a região em to rn o do um bigo, e não no tórax, e resp ire suave e p ro fu n d a ­m en te . Se não tiver o háb ito de q u a lq u er p rá tica da resp iração , é m e lh o r com eçar deitado , ou sen tado em um a posição re laxada e confortável. E possível que nas p rim eiras vezes você sin ta um a leve ton te ira ; se isso acontecer, basta re sp ira r um pouco m enos p ro fu n d am en te . Este exercício serve p a ra todas as horas. Em bo­ra pareça sim ples, seria m uito bom você lem brar-se de praticá-lo várias vezes ao dia.

Você é uma pessoa atenta?Faça o teste

□ Sua atenção é d ispersiva ou você tem d ificu ldade em se concentrar?

I— | Você se sente mal consigo m esm o de um m odo inde fin ido ou gostaria de 1— 1 estar em outro lugar?

□ Às vezes você é insensível às próprias necessidades, ou as ignora ou reprime?

I— | Você às vezes se desliga do que está acontecendo aqui e agora no m undo 1— 1 à sua volta?

Costuma pensar mais em realizar ou em a ting ir o resultado fina l em lugar ] de prestar atenção su fic ien te à experiência presente e aos processos dos

quais participa?

Você se obriga a seguir pela vida em alta ve locidade durante a m aior parte I— | do tem po? Não se preocupa com quanto exige de si m esm o, só que r ver a '— ' tarefa te rm inada , de m odo que, m esm o que esteja cansado ou com fom e,

não se perm ite um descanso?

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 105

Acha que relaxam ento, m editação ou ioga são um a perda de tem po, ou só□ para mulheres? Não concordaria em praticar regu larm ente a lgum a técn ica

ou fazer exercício de m editação atenta?

Contagem de pontosA quantas perguntas sobre a titude atentiva você respondeu s im ? ________

Se disse sim a mais de duas, seria m uito bom para você p raticar a lgum a técn ica sim ples de re laxam ento atento, que pode consis tir apenas em lem brar-se de respi­rar e contro lar-se antes de a lgum a situação estressante.

Como reconhecer a meditação atentaVocê sabe que está em estado de m editação aten ta quando...

■ Percebe que está em sintonia e respira de form a ritm ada.■ Sente-se equilibrado e atuante; participante, mas calmo.■ Perm ite que os pensam entos e sentim entos se to rnem per­

ceptíveis sem reprimi-los, mas, ao m esm o tem po, não perm ite que o distraiam.

* E capaz de concentrar-se em algum a coisa, mas ao mesm o tem po se cuida.

■ Se for necessário, consegue m anter-se focado e concentrado sem se distrair facilm ente.

Estar em estado de m editação aten ta dá-lhe um a base firme para en fren tar tudo o que vida lhe trouxer. Significa não ter que sucum bir às ansiedades e aos m edos e poder en fren tar as fontes constantes de estresse. Viver em estado de m editação aten ta signifi­ca viver um pouco desligado das preocupações cotidianas, sabendo que há den tro de você um a reserva de tranqüilidade que não pode ser am eaçada po r tudo de superficial que acontece na vida. Como se fosse um lago profundo cujas águas são encrespadas pelo vento.

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106 Tempo, estresse, ansiedade e relaxamento

As camadas superiores podem estar agitadas, mas lá no fundo as águas perm anecem claras e serenas.

Exercício de visualizaçãoAlgumas pessoas sabem que imaginar-se em um a situação agra­

dável e relaxante realm ente as ajuda a relaxar p rofundam ente . Se isso acontece com você, sua im aginação pode ser de grande ajuda. Você pode utilizar a visualização que sugerim os abaixo ou criar as suas próprias. Para algumas pessoas dá certo gravá-la antecipada­m ente em um a fita, para não terem que se p reocupar com deta­lhes. Você pode, inclusive, acrescentar um fundo musical com um a m elodia suave da sua preferência.

Esse exercício com bina tradicionais técnicas budistas de treina­m ento da m ente e técnicas atuais de relaxam ento e visualização.

VisualizaçãoEscolha um a posição fisicam ente confortável, em um lugar

onde ninguém virá perturbá-lo p o r cerca de vinte m inutos a um a hora, dependendo do tem po livre de que pu d er dispor. Pode fazer isso pouco antes de ir dormir. Evite usar roupas apertadas e p rocu­re deitar-se ou sentar-se em um a posição confortável, com as costas e as pernas retas e apoiadas. M elhor ainda se você pu d er fazer isso em um aposento sossegado e pouco ilum inado.

Feche os olhos e com ece a se concen trar em sua respiração. Comece a perceber o ar que en tra p o r suas narinas e sai pela boca. Observe sua respiração p o r alguns m inutos. Este exercício tem por finalidade focar sua atenção, para que ela não saia vagando p o r aí. Se em qualquer m om ento, du ran te o exercício, você se distrair, seja com seus próprios pensam entos ou com coisas que acontecem do lado de fora, traga sua m ente de volta, suavem ente. A prenda a se desligar de todos os pensam entos que afloram. Veja-os partir com o trens que deixam a estação - mas não suba em qualquer des­ses trens, sim plesm ente veja-os passar. Sem pre que se distrair, use a respiração com o se fosse um a âncora que o m antém no lugar. Essa parte do exercício é im portante, pois dela depende o relaxam ento

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 107

tanto do corpo quanto da mente. Por isso, não passe para a próxi­ma etapa enquanto não se sentir à vontade.

E im portante m anter o tempo todo a respiração abdominal, de modo que, se cruzar os dedos logo acima do umbigo, percebe que os dedos se separam ligeiramente quando você inspira. Enquanto isso, relaxe a parte da frente do corpo e respire suavemente.

Agora passe algum tempo examinando e observando as sensa­ções do corpo. Deixe vagar sua atenção por todo o seu corpo, da ponta dos dedos dos pés até o topo da cabeça. Perceba as sensações do seu corpo. Se ele estiver tenso, sucessivamente contraia e relaxe cada cadeia de músculos. Contraia ao inspirar e relaxe ao expirar. Se perceber desconforto, dor, ardor ou tensão em alguma área, passe algum tempo extra concentrando a respiração nessa área. Inspire junto com o ar um sentimento de paz e bem-estar; ao expirar, ponha para fora as antigas tensões, preocupações e ansiedades. Você pode também visualizar-se inspirando uma luz vermelha, brilhante, ener- gizante, que começa a enchê-lo e aquecê-lo a cada respiração. Deixe que essa cálida luz vermelha energizante o faça sentir-se confiante, relaxado e em paz.

Volte agora a atenção para seus pensam entos e sentimentos. A m edida que prossegue com seu exercício de respiração, preste atenção ao tipo de pensam entos e sentimentos que lhe vêm à m en­te hoje. Seja qual for seu estado de espírito, não se deixe dom inar muito por ele. Apenas perceba-o; seja ele qual for - nebuloso, con­fuso, facilmente descartável, preocupante, neutro (norm alm ente podemos ser tomados por estados de espírito de vários gêneros) - , não o leve muito a sério. Simplesmente perceba que é assim que se sente hoje e reserve toda a sua atenção para seu exercício de respiração. Se um determ inado pensam ento ou sentim ento con­tinuar particularm ente insistente, você poderá examiná-lo mais tarde, mas não se ocupe com ele neste m om ento.

Agora, enquanto respira, preste atenção a sua testa, entre os olhos, e, com o olhar da sua mente, comece a se imaginar em um lugar do qual goste muito mesmo e onde se sinta contente, relaxa­do e feliz. Escolha o lugar - um lugar onde gostaria de estar exata­mente agora.

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108 Tempo, estresse, ansiedade e relaxamento

Continue respirando e perceba detalhadam ente com o é estar nesse lugar. Perceba a tem peratura, os sons, a sensação de ar ou água tocando sua pele, as cores e tudo o que está à sua volta. Veja quem está com você - se houver alguém ao seu lado. Preste atenção às roupas que usa e perceba que sensação elas lhe dão. Simples­m ente goze o prazer de estar aqui. E um lugar particularm ente es­pecial e energizante, onde se sente com pletam ente seguro, e para o qual você pode voltar sem pre que quiser.

Você pode p referir ficar aqui onde está, ou pode seguir adian­te. Se quiser continuar, visualize a si m esm o cam inhando em dire­ção a um a pequena colina ou ladeira, onde há belas construções que o atraem . C ontinue andando - se estiver andando - , sinta o solo sob seus pés e lembre-se de respirar.

Ao se aproxim ar das construções, você se dá conta de que exis­te alguém especial esperando-o. Você vai até o lugar onde está essa pessoa ou ser. Ao vê-la, percebe que ela traz um a m ensagem para lhe entregar. Passe algum tem po observando essa pessoa e conti­nue respirando. Aproxime-se dela e note cuidadosam ente os deta­lhes dos cum prim entos e as palavras que vocês trocam . Essa pessoa sabe que você veio buscar a m ensagem , portan to você só tem que ped ir e esperar. Aceite o que vier.

Q uando achar que chegou a hora, despeça-se e volte ao pon to de partida.

D urante a viagem de volta, aproveite para refletir sobre o que lhe foi d ito ou en treg u e , sabendo que p o d e voltar ali sem pre q ue precisar.

Você está de volta ao seu pon to de partida, em paz e energiza- do. Fique po r aí o tem po que achar necessário antes de com eçar a p restar atenção aos dedos dos seus pés. Mexa os dedos, alongue- -se e com ece, len tam ente, a en tra r novam ente no aposento. E im­portan te que essa transição seja feita len tam ente, e que você leve consigo a sensação de paz relaxada e de bem-estar. Tente respi­ra r enquan to pensa: “Sinto-me bem e feliz”. C ontinue respirando enquan to tom a consciência de sua presença no aposento; note os sons à sua volta e preste atenção ao que sente a respeito desse re­torno. Só abra os olhos quando se sentir p ron to para isso. Cuide-

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 109

-se bem até que se sinta com pletam ente p resente no aqui e agora. Não inicie im ediatam ente algum a tarefa agitada ou estressante, mas permita-se relaxar.

Q uando ten tar esse exercício pela prim eira vez, talvez ele o faça dormir. Isso é ótim o, se for o que precisa, mas, voltamos a advertir, seja cuidadoso consigo mesm o quando acordar. Tente manter-se conectado, em sua ro tina cotidiana, com o exercício de respiração e o relaxam ento; reserve tem po para isso, em vez de pensar que não pode se dar ao luxo de sentir-se em paz, já que tem tantas coi­sas para fazer. Arranje tem po e dê mais atenção à sensação de paz e bem-estar, e ela só fará aum entar.

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CAPÍTULO 4

Lidar com o passado

O passado nunca morre. Ele nem, mesmo é passado.William Faulkner

H á um a parte sua que ainda vive no passado? Sente-se condicio­nado a reagir a situações presentes de acordo com acontecim entos passados? Infelizm ente o passado não desaparece sim plesm ente, só porque você deseja esquecê-lo. Na verdade, jam ais nos esquece­mos de coisa algum a que nos tenha acontecido. Mesmo que já não tenham os um acesso direto a essas experiências e m em órias, elas estão guardadas den tro de nós.

O con teúdo deste capítu lo pode não p arecer an im ador - es­tar preso ao passado, deprim ido e ten tan d o en fren ta r tristezas não resolvidas. Eu, com o psico terapeuta, descobri que as pes­soas sentem um grande alívio quando recebem as ferram entas que lhes perm item desligar-se do passado. Sim plesm ente negar ou não p erceb er que estam os ligados a ele é o que nos m antém em pacados no m esm o lugar. Enfrentá-lo abre novas possibilida­des de m udança, aventura e otim ism o. Algumas pessoas pensam que aqueles que vivem no passado são “au to indu lgen tes”: coisas ruins aconteceram , e elas insistem em se m an te r am uadas até que todos se desculpem e virem a página. Prefiro considerar essas pes­soas com o gente que não sabe com o p ro ced er de o u tra m aneira, p o r isso con tinuam zangadas, vingativas ou traum atizadas. Não se pode p ro g red ir enq u an to sentim entos fortes com o esses blo­queiam o cam inho.

Você vive no passado?Antes de con tinua r a leitura, responda a este questionário introdutório.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 111

1 Quantas vezes você conta as m esm as histórias sobre o que lhe aconteceu em seus prim eiros anos de vida?

a. As pessoas ficam com os olhos parados e ouvem educadamente, mas você continua contando assim mesmo.

b. Você conta histórias algumas vezes, quando elas servem para ilustrar algo que você está dizendo.

c. Algumas pessoas lhe fazem perguntas sobre o passado, mas você prefere não falar nisso.

d. Você às vezes fala sobre o passado, mas só quando isso é relevante.

2 Você costum a reclam ar que os preços subiram em com paração com os tem pos passados?

a. Com frequência.b. Às vezes.c. Você não se lembra muito bem de quanto custavam as coisas.d. Quase nunca.

Você perdeu um anim al de estim ação há m uitos anos?a. Você nunca teve outro porque não suportaria a dor de perdê-lo.b. Você pode ter tido outros animais depois disso, mas não é a mesma coisa.c. Você nunca mais teve outro porque se desinteressou de animais de

estimação.d. Você teve outros, e os ama da mesma forma.

4 Você gosta de experim entar coisas novas, tais com o com idas, m oda, viagens ou experiências?

a. Prefere se manter fiel àquilo que conhece e de que gosta.b. Às vezes experimenta coisas novas.c. Não é ligado a qualquer comida em especial, produtos ou experiências, você

aceita o que vem.d. É eclético, curioso e aventuroso em seus gostos.

5 Seu professor de m atem ática lhe disse que você era incapaz em m atem ática e não adiantava nada con tinua r ten tando ensinar a você. Como vem lidando com isso?

a. Acreditou e nunca mais foi adiante com a matemática.

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112 Lidar com o passado

b. Enfrentou a m atem ática até aprende r o ind ispensável.

c. Vem ten tando evitar ao m áxim o a m atem ática , em bora isso lim ite suas op ­

ções.d. Procura a lguém que saiba ensinar, de m odo que a falta de aptidão para os

núm eros nunca lhe crie problem as.

6 Você remói coisas dolorosas, ofensivas ou negativas que outras pessoas lhe d isseram ou disseram a seu respeito?

a. Você tem m em ória de elefante, não esquece nunca.

b. Tenta esquecer, mas às vezes volta a pensar nelas.

c. Por que eu haveria de me preocupar com o que elas pensam?

d. Pensa sobre todas essas coisas, até en tender bem o que houve.

7 Gosta de aprender, estudar e descobrir novas inform ações e áreas do conhe­cim ento , ou de aperfe içoar seus conhecim entos e aptidões?

a. Você ra ra m ente lê livros, fre q ü e n ta cu rso s ou assiste a p rogram as e d u ca ­

tivos - p re fe re a v ida p rá tica .

b. Gosta de ler e de assistir à televisão.c. Acha que uma educação fo rm al é irrelevante e uma perda de tem po.d. Tem m uito interesse pelos estudos, faz os cursos que pode e sem pre está

lendo a lgum livro.

8 Aceita sem d ificu ldade novas inform ações?a. As pessoas vivem se que ixando de que lhe contaram a lgum a coisa da qual

você não se lem bra ou de que você não presta atenção quando lhe contam

a lgum a coisa.b. Você às vezes acha m uito cansativo ace itar novas inform ações.

c. Nem sem pre se interessa o bastante para se da r ao traba lho.

d. Gosta de te r contato com ideias novas e se esforça para processar as novas

inform ações.

9 Até que ponto você vive o m om ento presente?a. M uitas vezes se surpreende sonhando acordado com o passado, ou

p lanejando o fu tu ro .b. Vive o presente, mas, por outro lado, tam bém pensa m u ito no passado.

c. Vive o presente; o que passou, passou.

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d. Tenta viver o presente, mas aproveita a lgum as iições específicas que o pas­

sado lhe deu.

10 Você é m uito esquecido?a. Sua m em ória de longo prazo é bem m e lhor que a m em ória recente; você

tende a esquecer detalhes e inform ações banais.

b. Parece esquecer um as coisas e lem brar-se de outras.

c. Acha d ifíc il guardar info rm ações se não ano ta r tudo de form a organizada.d. G eralm ente se lem bra do que é im portante.

11 Você às vezes pensa que cai sem pre nas m esm as situações ou tem que enfren ta r os m esm os problem as, vezes sem conta, pela vida afora?

a. Sim, com certeza.

b. Sim, há coisas que con tinuam acontecendo novam ente, sem que você queira.

c. Não. Você tenta segu ir adiante, esquecer e nunca repe tir o passado.

d. Quando isso acontece, você tenta com p re en de r qua i o padrão que está

repe tindo para solucioná-lo .

12 Depois de a lgum tem po em um novo re lacionam ento, este com eça a fazê-lo lem brar-se de antigos relacionam entos?

a. Você só teve um re lac ionam ento sério na vida; ou, sim , seus parce iros têm

sem elhanças m arcantes.

b. Você tenta esco lher pessoas d iferentes, mas, às vezes, elas se parecem mais

do que a p rincíp io se pareciam .c. Todas as pessoas são diferentes.

d. A lgum as coisas são d iferentes, outras são iguais; você tenta entender o que d irige suas escolhas.

Contagem de pontosSome quantos pontos m arcou em cada categoria:A :_____ B : _____ C: _____ D :_______

Até que ponto você vive no passado? M uito poucas pessoas m arcarão pontos em apenas uma categoria; leia os com entários a respeito de cada categoria em que m arcou dois ou mais pontos.

As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 113

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114 Lidar com o passado

AAs pessoas que m arcam prefe renc ia lm ente A são aquelas que passaram por ex­periências m arcantes em seus prim eiros anos de vida, as quais, por a lgum motivo, não conseguiram aceitar. Por exem plo, ta lvez você tenha m udado de residência e deixado sua vida para trás, ta lvez tenha sofrido perdas ou d ificu ldades sobre as quais n inguém falava ou que você não soube aceitar, ou teve que enfren ta r m uitas coisas sozinho quando era ainda m uito jovem . Provavelm ente tem opin iões conservadoras e resiste a m udanças e novas inform ações porque isso pode lhe parecer incôm odo ou am eaçador. Você não deve gostar de que contra riem suas opin iões. Q uando se sente seguro, é capaz de aceita r m udanças, mas não gosta de ser forçado.

BProvavelm ente você vive no passado m uito m ais do que pensa. Às vezes ele re­torna sorra te iram ente e o d istra i. Talvez existam coisas no passado que m ereçam toda a sua atenção e com preensão. Você procurou desligar-se delas, adorm ecê-las ou evitá-las durante anos? Ou disse a si m esm o para não ser tão bobo e seguir em frente? Você não é tão lógico quan to gostaria de ser e é afetado por emoções que não consegue controlar. Perm ita-se explorar seus verdadeiros pensam entos e sentim entos e talvez descubra que tudo pode se resolver.

CVocê tem um a a titu d e d e fin id a a respe ito do passado: o que passou passou, e você não q u e r se fixa r nisso. E n tre tan to , boa parte de sua energia é u tilizada para esqu e ce r o passado e im p e d ir que ele o a fete. Isso o im pede de absorver novas in fo rm ações , de se a da p ta r a m ud a nça s , e o faz in to le ra n te em re lação a tu d o o que am eace seu s ta tu s q u o cu id ad o sam e n te e rig ido . O passado não vai m atá -lo agora, se você bo tá -lo em d ia , o que lhe pe rm itirá re laxar a respe ito dele .

DVocê é perceptivo e tem noção dos efeitos que o passado causa em sua vida. Tenta tira r lições das experiências passadas, e, sem pre que percebe qua lque r padrão repetitivo, prefere enfrentá-lo . Conhece bem a própria história e com o esta fez de você a pessoa que é - isso tem o nom e de "com pe tênc ia b iográ fica ” . Você sabe de onde veio, e isso o ajuda a d e te rm ina r para onde vai. É capaz de fazer novas

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 115

escolhas porque tem perfeita noção das escolhas que fez no passado, e da razão pela qual as fez.

Linha do tempoDesenvolva sua com petência biográfica e p reencha a sua linha

do tem po (logo a seguir). Funciona com o um currículo de vida, só que visual, mas, em vez de se concen trar em sua carreira, mos­tra todos os aspectos de sua vida. Na sua linha do tem po, registre todos os fatos significativos, relacionam entos, lugares, conquistas, perdas, recordações e datas dos quais consiga se lembrar. Dê um a relevância especial a todos os pontos de transição - concluir o en­sino fundam ental, deixar a casa dos pais, en tra r para a faculdade, seu prim eiro relacionam ento sério, etc. Para cada fato, trace um linha vertical e, ao lado, um texto descritivo. Tente escrever um a história com pleta de sua vida até os dias de hoje. Você pode, inclu­sive, im aginar os possíveis desdobram entos futuros.

Faça sua linha do tempo

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116 Lidar com o passado

Sobreviver ao passadoO que você pensa da seguinte frase: “Q uando a vida é dura, só

os durões seguem em fren te”? O u do que disse o filósofo Nietzs- che: “O que não me m ata me fortalece”?

Essa é um a m aneira de encarar a do r das m udanças e dos rom ­pim entos. A vida consiste em um a série de fases que term inam em rom pim ento . Os rom pim entos fazem parte do ciclo da vida; po r exem plo, tornar-se adulto e deixar a casa dos pais, ter filhos, atingir a m aturidade, en fren tar os grandes desafios que todos nós temos que encarar. Cada rom pim ento é um corte com o que é velho para dar lugar ao novo. Nessas ocasiões, as pessoas como que se que­bram e desintegram , para que possam se expandir a fim de acom o­dar e in tegrar a nova realidade. Muitas vezes encontram os pessoas que se sentem esmagadas po r essa pressão, ou até adoecem . Todo processo de m udança é, po r si mesm o, doloroso; po r isso, deseja­mos que o tem po pare e a vida não m ude, e que nada aconteça de errado. Mas, na vei'dade, não há nada de errado nesse processo de m udança, a não ser a nossa aversão e resistência a ele. Nós so­brevivemos. E, mais do que sobreviver, crescemos, evoluímos e nos aperfeiçoam os como pessoas. Nós nos tornam os mais complexos, adquirim os novas aptidões, talentos, sensibilidade e com preensão; nos tornam os pacientes e perspicazes. Pense em todos os cataclis­mos a que já sobreviveu desde que deixou para trás a infância. Que coisas você ap rendeu com eles?

Nosso crescim ento e desenvolvim ento contínuos dependem de nossa capacidade de vivenciar com pletam ente cada aconteci­m ento de nossa vida - sem nos sentirm os derro tados p o r não o term os evitado. O crescim ento se dá quando alguém consegue en ten d e r o que lhe aconteceu, encarando abertam en te o fato e resolvendo-o in te rnam en te . Assim, desenvolve-se a noção de com ­petência e confiança de que podem os en fren ta r tudo o que a vida nos trouxer. E preciso te r esperança, senso de hum or, bons com ­panheiros e um pouco de autodisciplina que sirvam de apoio em nossa longa jo rn a d a para a frente.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 117

...........iBWQue tipo de talentos, percepção e aptidões seu passado lhe deu?

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10

A transferência como armadilhaDá-se o nom e de transferência a um fenôm eno que acontece

em todo relacionam ento e que consiste em o lhar um a pessoa com a qual nos relacionam os hoje através da lente de um a experiên­cia que vivemos no passado. Na m aioria das vezes, nem chegam os a percebê-lo, mas, no caso de relações íntimas, a transferência é m uito mais intensa. Pode levar a pessoa a não ouvir o que a outra pessoa diz, mas sim aquilo que pensa que a pessoa disse, e há um a diferença sutil en tre as duas coisas. O que você pensa que a outra pessoa disse tem a ver com sua p rópria história e suas expectativas. Em um nível m uito sutil, podem os “esperar” que alguém se com­porte do mesm o m odo com o alguém se com portou no passado. Seus com portam entos podem nos parecer iguais, mesm o quando não são. Esse tipo de m al-entendido de com unicação dá origem a brigas e infelicidade.

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118 Lidar com o passado

As expectativas construídas com base no passado geram m ui­ta negatividade: você sofreu um abandono no passado e ficou só, assim, o fu turo será de solidão tam bém , com o sem pre tem sido, e você não acredita em ninguém que diz que quer ficar para valer. Situações assim é que deram origem ao conceito de profecias au- torrealizáveis.

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0 nam orado de Joanne pergunta-lhe se ela pode co locar o lixo lá fora, porque ele está m uito ocupado consertando o contro le rem oto da televisão. A prim eira reação de Joanne é fica r zangada. Fica m esm o ofendida - com o é que ele pode fica r lá no sofá dando ordens? Então perde a paciência - é sem pre ela quem leva o lixo para fora, e ele quase nunca ajuda com nada. Ela trabalha em tem po integral e ainda faz uma facu ldade , mas ele acha que ela não tem nada para fazer à noite a não ser a rrum ar a bagunça que ele faz.

Joanne tem 33 anos e ainda está vivendo uma história que aprendeu com seus pais, que não tinham m uito d inheiro , mas traba lharam duro para que ela e sua irmã Laura tivessem tudo de que precisavam e uma boa instrução. Joanne e Laura tiveram aulas de m úsica e tudo o que queriam e precisavam . Laura fez facu ldade de m úsica, mas Joanne se rebelou contra a expectativa dos pais de que ela fizesse o mesmo, e, em vez de se preparar para uma carre ira ao te rm i­nar o colegial, viajou para a índia e, durante a lguns anos, trocou várias vezes de em prego e de nam orado. Joanne se lem brava dos prim eiros anos do casam en­to de seus pais - achava que a mãe sem pre trabalhava m uito e se sacrificava pela fam ília, enquanto o pai chegava em casa, sentava d iante da televisão e ficava esperando que lhe servissem o jantar. Pedia que lhe trouxessem as bebidas na mão e nunca era visto a judando no serviço dom éstico. Joanne lem bra-se de que ele f i­cava insistindo para que ela fosse a judar a mãe, mas ele m esm o ficava sentado. Ela odiava o modo com o ele fazia a mãe dela trabalhar, e, quando descobriu o fem in is ­mo, to rnou-se crítica e negativa em relação ao pai por ser tão d istante e passivo.

Quando Steve, o nam orado de Joanne, lhe pede para levar o lixo para fora,o que ela ouve não é um s im ples pedido, mas sim todos os hom ens de sua vida, a com eçar pelo pai, que ela acha que eram todos uns preguiçosos, exploradores que aceitavam as gentilezas das m ulheres com o se fossem uma obrigação. Está decid ida a não aceitar mais esse tipo de coisa, e d iz a Steve que vá co locar o lixo lá fora, ou vá em bora.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 119

Steve, que acabou de co locar as baterias no contro le remoto, olha para ela. Não consegue entender d ire ito o que ela disse, nem por que ela ficou tão hostil de repente, e pede-lhe que repita o que disse.

“Você escu tou ” , ela diz, "eu já cansei de ouvir você me d izendo o que eu tenho que fazer. Eu ponho o lixo para fora toda sem ana, e você nunca me ajuda. Não é preciso você me d izer quando eu tenho que fazer isso! Você fica aí sentado a noite toda, assistindo a essa porcaria de fu tebol. Sou eu que faço as com pras e cozinho e a rrum o tudo, e você nem me pergunta se eu quero a ju d a .”

“ Ei” , d iz Steve, pegue leve. Eu só lem brei você de levar o lixo para fora porque você me pediu para lem brar. Eu conserte i o contro le remoto - só foi preciso trocar as pilhas. Pensei que íamos assistir àquele film e que você q ue r ver.”

Ele ficou pálido; sem pre se sente m uito mal quando Joanne o acusa assim , e não consegue entender o que deu errado. Acha tudo isso m uito estressante; seus pais brigavam m uito e acabaram se separando.

Se Jo an n e e Steve tiverem suficiente bom-senso, irão p rocurar ajuda a essa altura, porque o conflito em que estão é grande de­mais para qualquer um deles en ten d e r direito. Steve está sentindo algo parecido com a sensação de catástrofe que sentiu quando sua m ãe exigiu que o pai dele saísse de casa. Jo anne está vivenciando novam ente a raiva adolescente que sentia contra o pai p o r tirani­zar a m ãe dela - com o ela vivenciava isso na época. A essa altura, as reações de ambos podem acabar com o relacionam ento se eles não forem capazes de o lhar para trás e com preender que seus sen­tim entos de hostilidade não têm nada a ver com o presente. Estão ambos presos ao passado e nem o percebem - ambos pensam que a “culpa” é do outro.

Não é m uito fácil esquecer o passado e enxergar as coisas de m aneira diferente. Todos nós temos histórias diversas de relaciona­m entos, experiências e interações que contribuíram para form ar e condicionar nossa personalidade. E ntretanto , o passado nos im pe­de de apreciar o presente e de aproveitar o que temos agora. Ficar preso ao passado é um hábito persistente, difícil de mudar. Existem muitos program as de autoajuda que sugerem desligar-se e seguir em frente. Mas com o se desligar? Não é tão fácil quanto parece,

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120 Lidar com o passado

porque nos agarram os tenazm ente ao nosso sentido de quem so­mos. Mesmo que a vida possa ser m elhor, é mais seguro ficar onde estamos, em terreno conhecido, do je ito que sem pre fomos - e sim plesm ente não sabemos com o ser diferentes.

A prender a desligar-se de velhas mágoas e seguir em frente não é o mesm o que esquecer o que se passou. Esse negócio de es­quecer, ou “eu não quero p en sar/fa la r nisso”, é um m odo de evitar algo que causa do r ou estresse. A tática do avestruz não dá certo para sem pre. Podem os reprim ir ou negar o im pacto que certos tópicos exerceram sobre nós - ou nos tornarm os irritáveis ou sen­síveis quando outras pessoas tocam no assunto - , mas esses tópicos continuam sendo um a fonte adorm ecida de estresse.

Jo an n e e Steve conseguiram perceber o que estava acontecen­do com eles, porque ambos discutiram o assunto com amigos ínti­mos, e um dos velhos amigos de Steve reconheceu que ele estava revivendo um padrão familiar: sentir-se assustado e desm oraliza­do duran te um relacionam ento. Steve era o irm ão caçula e o mais am edron tado pelas brigas dos pais. C ontou a Jo an n e com o se sen­tia quando ela gritava com ele, e com o isso era injusto. Considerava que fazia a sua parte e dividia com ela as responsabilidades, mas que não tinha je ito para cozinhar e arrum ar a casa. Em sua família, era a m ãe quem fazia esses serviços, e ele nunca se sentia confiante em um a cozinha. E Jo an n e tornava tudo mais difícil atacando-o de m aneira tão agressiva.

Jo an n e chorou m uito enquan to conversavam, pois tocava em pontos im portantes e m uito dolorosos. Ambos com preenderam que não precisavam continuar reencenando o m esm o dram a. E Jo anne com preendeu, pela prim eira vez - já que seus pais nunca haviam lhe dado um a explicação - , que a m ãe fazia tudo para o pai quando ele chegava em casa porque ele estava exausto; ele sofria de encefalite miálgica, e se sentia culpado ao ver a m ulher trabalhar tanto , p o r isso m andava que as filhas adolescentes a ajudassem . Jo an n e percebeu tam bém que Steve era sensível às suas m udanças de h u m o r e tinha dificuldade de lidar com seu estilo beligerante. Ela gostava m uito de Steve e parou de fazer suposições a respeito do com portam ento dele p a ia com ela; e ele concordou em ajudar

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um pouco mais na cozinha, com a condição de que ela não criticas­se demais os seus erros. Essa conversa os un iu ainda mais, porque fez com que se com preendessem melhor.

Recordações difíceis ou desagradáveisComo saber se você vive preso ao passado? Você processa suas

experiências de vida de m odo a p o d er um dia desligar-se delas, ou você as “esquece”, e p o r isso não pode reexaminá-las e colocá-las no devido lugar? Em diferentes m om entos da vida, olham os para o passado de um novo pon to de vista. Se esse pon to de vista é fixo e imutável, só pode ser porque não foi exam inado. Se conseguimos in tegrar o conhecim ento e a com preensão do passado, ficamos li­vres para m udar e fazer novas escolhas.

E as lem branças estressantes, dolorosas, até mesm o traum áticas que existem em sua vida? Elas podem não ser mais do que aconteci­m entos banais da vida cotidiana, com o perdas e desapontam entos vividos du ran te a infância, ou um a infância infeliz, ou dificuldade para se estabelecer na vida; ou podem ser realm ente sérias, como traum as, luto, abandono, maus-tratos ou traição.

Perguntas sobre recordações desagradáveisQuais são suas piores lem branças? Podem ser de qua lque r época da sua vida. Não pense m uito, s im p lesm ente anote as que lhe vierem à m em ória.

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Como se sente hoje a respeito dessas lembranças? Escolha uma resposta:

a. Aconteceu, já me recuperei, não se pode viver no passado.b. Aconteceu e às vezes ainda penso no assunto, mas isso já não me afeta

mais.c. Às vezes penso sobre as coisas e percebo que elas afetaram o m odo com o

vivo m inha vida e a lgum as das escolhas que fiz.d. Não consigo esquecer o que aconteceu, e penso dem oradam en te no assunto

todos os dias.

e. A inda tenho pesadelos ou re lem bro cenas; e/ou tenho medos persistentes,

tais com o fobias, ou sinto m uita d ificu ldade em ir a de term inados lugares ou

realizar de term inadas coisas.

Contagem de pontosSe você escolheu A ou B, isso que r d izer que experiências e re lacionam entos pas­sados deixaram em você alguns prob lem as mal resolvidos. Embora você lide bem com isso, eles podem estar in fluenc iando alguns de seus com portam entos e a titu ­des. Isso pode acontecer de form a sutil a ponto de parecer que não -há qua lque r ligação com os fatos de origem . No entanto, você pode fica r na defensiva quando forem abordados determ inados tóp icos. Em a lgum as ocasiões, as pessoas mais próximas podem achar seu com portam ento estranho ou im próprio . É com o se você não conseguisse perm itir que aquela parte sua que ainda está presa a essas m em órias am adureça.

Se sua escolha foi C, você é uma pessoa reflexiva, que conhece m uito bem a si m esm a. Isso lhe tem sido útil, pois você consegue separar as coisas em sua m ente e, com o tem po, colocá-las em seu devido lugar. Essa percepção o torna capaz de a judar outras pessoas.

Se escolheu D, apenas a lgum as de suas lem branças foram parc ia lm ente resolvi­das, e seria m uito bom se você pudesse, de a lgum a form a, apressar esse proces­so, para não te r que carregá-las consigo por toda parte. Isso m elhoraria m uito a sua vida.

Se esco lheu E, isso ind ica c la ra m e n te que você precisa de a juda para e n fre n ­ta r esses p rob lem as do passado que , no seu caso, não fo ram de m odo a lgum

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reso lv idos. Por que não pesqu isa os tip os de a juda d ispon íve is e esco lhe o que lhe seria m ais útil? Por que dem orou ta n to a p ro cu ra r a juda? E n fren ta r tra um a s e m edos passados não é tão ru im , desde que escolha para a ju d á -lo um a pes­soa capaz de apo iá -lo co rre ta m en te . O p io r já acon te ceu . T irá-lo do fu n d o do a rm ário e to rn a r a g ua rdá -lo cu id ad o sam e n te no lugar ce rto não vai to rn a r as co isas p iores.

Seguir em frente: um mitoE nfrentar as lem branças do passado, as perdas e m udanças

não é o mesm o que esquecer o passado e seguir em frente, com o se nada tivesse acontecido. Mágoas profundas m igram do nosso pas­sado para o presente, e curá-las e transcendê-las é um a tarefa séria. Muitas vezes, as pessoas pensam que o que têm a fazer é m udar de assunto e evitar tudo o que provoque ecos ou m em órias penosas. Pensam que a coisa certa é seguir em frente. Por exem plo: pensam que m orar em um a casa que se parece um pouco com a casa em que viviam seus pais traria de volta, de algum m odo, os sentim entos da infância. O u então alguém lhes deu, quando eram crianças, um a li­m onada que detestaram , e hoje em dia detestam tudo o que tenha o mais leve sabor de limão e tom am o m aior cuidado em rem over o limão de tudo que lhe servem. Evitar o limão é evitar o verdadeiro problem a, que é: como pode essa lembrança ter ainda um efeito tão forte sobre você?

Lem branças como essa são cham adas de “lem branças encobri- doras”. Trata-se de um tipo de lem brança que serve de substitutivo a um a variedade de sentim entos, ressonâncias e outras lem branças ligadas a experiências que não foram inte iram ente processadas e com preendidas. Essas experiências não foram exam inadas à luz da reflexão nem digeridas. Sim plesm ente “aconteceram ”. São coisas que engolim os e que ainda percorrem nosso organism o porque não fomos capazes de metabolizá-las. Lem branças desse tipo re­querem nossa atenção paciente e nossa com preensão; precisamos refletir sobre elas e po n d era r sobre o m odo como nos afetaram. Se

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124 Lidar com o passado

o conseguirm os, nossa experiência de vida vai se to rnar um a fonte de força pessoal.

Repensar o passadoTodos nós possuím os algum as convicções básicas que nos

vêm da in fância lo n g ín q u a e que afetam nossa au toestim a e confiança em algumas situações. Não são coisas que pensamos cons­c ien tem en te , m as sim coisas que dissem os a nós m esm os em de­co rrên c ia de experiências pelas quais passam os, ou coisas que os adu ltos nos disseram quan d o éram os crianças. Parte do p ro ­b lem a dessas convicções básicas ocultas é que não percebem os com ple tam en te que elas estão ali. P erm anecem to ta lm en te ocul­tas. A penas alguém que o co n h eça m uito bem seria capaz de suspeitar de sua existência, en q u an to você m esm o jam ais chega a suspeitar de q u an to se m an tém fiel à velha m an eira de ver as coisas. O u tro p ro b lem a dessas convicções é que se tra ta de an ti­guidades. São relíquias, inventadas p o r você q u an d o a inda era criança ou m uito jovem , e sua visão de m u n d o exa m uito mais lim itada. São decisões que você tom ou p a ra en fre n ta r a vida. Elas o salvaram de te r que en fre n ta r cada nova situação a p a rtir de um novo p o n to de vista, e agora im pedem efetivam ente que você ap re n d a a resolver p rob lem as p o r si m esm o. De n ad a lhe servem na vida adu lta em um a rea lidade com plexa com posta p o r m últip las cam adas.

Você conserva convicções básicas, originadas no passado, que acha que jam ais m udarão? Terá você recebido na infância m en­sagens de que você era mau, m alcriado, feio, gordo, e não um a criança esperta; que não era um a criança bonita, que era pouco popular e indesejada?

Afirmações negativas de vidaSecretam ente, m ergulhado em seus m om entos mais sombrios,

você pensa coisas assim a respeito de si mesmo?

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As 1000 perguntas rnais importantes que você deveria fazer a si mesmo 125

0 “N inguém m e am a.”■ “Tenho que ser bom o tem po todo .”■ “Nem adianta tentar.”° “Sou sem pre aquele que vai e m b o ra /é deixado para trás.”D “N ada do que eu faça vai dar certo .”Q “Não m ereço ter aquilo que tanto desejo.”H “Não tenho amigos próxim os.”■ “Não tenho o direito de ser como sou.”■ “N unca me darão a atenção de que preciso.”■ “Tenho que ser sem pre bonzinho e tom ar conta dos outros

para que eles me am em .”D “Sou burro , então não adianta tentar.”B “Os outros sem pre se dão m elhor/possuem mais do que eu .” ° “N unca vou te r o que quero .”B “Não posso confiar em n inguém .”° “Tenho que fazer tudo eu m esm o.”B “Tenho que ser sem pre simpático e sedutor para conseguir a

atenção de que preciso.”° “No fim dá tudo errado .”E “Não sirvo para...”° “Vou tentar, mas certam ente vou falhar.”■ “N unca vou ter d inheiro suficiente.”■ “Não vou sobreviver.”■ “Sou inútil.”

Essas afirm ações sobre a vida d itarão algum as de nossas ati­tudes e com portam entos se não perceberm os que elas querem dirigir o show. Elas ten tam nos p ro teg er - de co rre r riscos demais, de agitação dem ais ou de um possível desapon tam ento ou fracas­so. Elas tam bém nos im pedem de nos em penharm os a fundo em investir - em nós mesm os, em nossas aptidões e talentos, e em novos e fascinantes projetos e relacionam entos.

D escubra quais são suas afirm ações negativas. M esm o que se sinta constrangido, você pode perguntar a um a pessoa íntim a se n o to u em você algum a ten d ên c ia a ser excessivam ente cau te lo ­so devido a convicções negativas a respeito de si m esm o. Essa

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126 Lidar com o passado

pessoa pode ter notado coisas que você diz frequentem ente: que você “está cansado dem ais”, que você “não aguenta” ou que “não conseguiria” fazer determ inada coisa. Descobrir quais são suas afirmações negativas de vida é m uito im portante. Depois que perceber quais são, elas começam a p erder o poder que têm sobre você. Comece a prestar atenção às coisas negativas que diz a si mesmo.

Identifique e reescreva suas afirmações negativas de vida

É im portante traduz ir essas a firm ações negativas em positivas e recond ic io ­nar sua m ente para que acred ite em coisas mais favoráveis. Todas as opin iões que você tem a respeito de si p róprio precisam ser:

■ úteis■ práticas■ realistas■ constru tivas■ positivas

Se não acred ita em si mesmo, quem vai acreditar? Você não irá longe sem afirm ações positivas. As pessoas que se recusam a acred ita r em si m esm as ge­ra lm ente são com panhe iros desagradáveis. A cred ita r em si m esm o é a pedra fundam en ta l para re lacionam entos bem -suced idos, para o sucesso em geral e a fe lic idade.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 127

Traduza suas opiniões autolimitantesEscolha uma ou duas de suas a firm ações negativas de vida e reescreva-as

em form a de a firm ações positivas a seu próprio respeito. Por exem plo: se você costum a a firm ar: "Eu sem pre acabo tendo que resolver sozinho os problem as d i­fíce is ” , pode trans fo rm ar essa frase em: "Há m uita gente a quem eu posso pedir ajuda e apoio, sem pre que dese ja r” . Se uma convicção básica negativa é: “ Nunca vou te r uma casa bonita que seja m in h a ” , você pode escrever: “ Ter uma casa bo­nita é uma das m inhas prioridades, e vou traba lha r m uito para conseguir isso” .

A firm ações positivas de vida são m esm o m uito im portantes, portanto, não se apresse, para poder p roduzir a firm ações que soem realm ente bem, sejam cons­tru tivas e úteis.

Suas afirmações positivas

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Ficar emperradoTodos nós ficamos ocasionalmente emperrados. E aquele mo­

m ento em que parece que não podemos andar para a frente, como se forças invisíveis nos empurrassem para trás. A cada esforço para seguir adiante, acontece alguma coisa que nos impede de fazê-lo. Algumas vezes é m elhor ceder, pois não se pode contrariar a maré. Às vezes é mais inteligente não fazer nada, para não correr o risco de piorar a situação. Mas às vezes é preciso fazer algo diferente para sair do atoleiro e continuar o caminho. O que, no final das contas, exige maior esforço, continuar no atoleiro ou sair dele? Depende da situação.

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128 Lidar com o passado

B Pense em alguma época do passado em que ficou emperrado, mas conseguiu se livrar e seguir em frente.

ra O que o ajudou a agir?■ O que o faria decidir-se a agir agora?

Toda saída é uma entrada para outro lugar Tom Stoppard, teatrólogo

Maneiras de sair do atoleiroSão coisas simples que podem ajudá-lo a seguir adiante quan­

do se sentir atolado. Todos têm suas favoritas - aqui estão algumas que podem lhe ser úteis:

B Mude de localidade. Vá para um lugar diferente, seja um lugar onde nunca esteve, seja um lugar onde você tem certeza de que vai sempre se sentir bem. Se não pode m udar de casa, tire umas férias. Se não pode tirar férias, passe um fim de semana fora. Se não puder passar um fim de semana fora, dê um jeito de fazer algo novo e diferente, por exemplo, algo desafiador ou que o faça adquirir novas aptidões. Não está com vontade? Essè é o problema.

■ Faça um a arrumação. Não na casa toda, mas num a área, mesmo que pequena, e transforme-a em algo novo, alegre e organizado. Coloque ali alguns de seus objetos favoritos, ou compre novos. Então use esse espaço para atividades novas e agradáveis, para sonhar ou para fazer planos. E como se fosse um feng shui para a mente.

0 Jogue fora alguma velharia.■ Faça duas ou três coisas difíceis ou tediosas que vem adiando -

só uma ou duas por dia, mas não faça tudo imediatamente. Pelo menos coloque uma carta no correio.

81 Pratique algumas boas ações aleatórias. Dê a uma pessoa uma coisa que seja útil para ela. Isso será feito por razões puram ente egoístas - para fazer com que você se sinta bem.

a Sorria - existem pesquisas que demonstram que as pessoas que sorriem muito sentem-se m elhor internam ente.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 129

Faça a terapia do riso, tal como assistir a um filme muito en­graçado. Se a sua vida fosse transformada em um roteiro de comédia, como seria o roteiro?Converse a respeito da situação com alguém que você tenha certeza de que não está em perrado no m om ento - não com alguém que tam bém esteja, pois essa pessoa vai se identificar com você, encorajá-lo e lhe fazer com panhia. Tente falar com vários hom ens a respeito do problem a - eles estão mais habituados a oferecer soluções e tendem m enos a apoiar suas razões para continuar em pacado. Experimente cercar-se de música inspiradora e elevada, e de fragrãncias ou aromas do seu agrado. Isso funciona para algumas pessoas. “Levante-se e sinta o cheirinho do café.” Trate de fazer mais exercícios, especialmente ao ar livre, se for possível, a não ser que já faça exercícios diariamente em uma academia.Arrisque-se. Faça alguma coisa difícil. Faça mais. Desafie mais a si mesmo. Faça algum a coisa que deixe as pessoas espantadas. Isso faz desaparecer a dor que sente por causa de outras coisas difíceis, e faz com que se sinta mais com ­petente.Mude de paradigma. Isto quer dizer ser criativo e redefinir o problema. Q uer dizer examinar o problem a de um novo ponto de vista. Descreva o problema por escrito, usando a primeira pessoa. Depois mude, use o pronom e “ele” ou “ela” e tente descrevê-lo do ponto de vista de alguém totalmente diferente de você. Por exemplo, se você é um a m ulher solteira de 32 anos e m ora em um a cidade grande, tente escrever sua história do ponto de vista de um bombeiro casado, de 55 anos de idade e que m ora em um a cidade do interior. Isso lhe parece ridículo? Ele certamente veria a sua vida e seus problemas de modo totalmente diferente do seu.Pense em um a época da sua vida em que chegou a um beco sem saída. Como se sentiu ao retom ar o caminho? Como você fez para se reorientar?O que você gostaria mesmo de fazer, mas não faz?

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130 Lidar com o passado

■ Pense nas coisas que realmente o deixaram frustrado na in­fância. Como as enfrentou? De alguma forma semelhante ao modo como enfrenta as frustrações atualmente? Poderia enfrentá-las de modo diferente?

■ Quais as circunstâncias que o fazem sentir-se em sua m elhor forma?

■ E, acima de tudo, invente seu próprio modo criativo de sair do atoleiro.

Depressão

Você é deprimido?A depressão é uma das principais razões que mantêm as pessoas

presas ao passado. Muitas pessoas são deprimidas sem se dar conta disso. Um adulto em cada quatro sofre de depressão em alguma época de sua vida. Essa afirmação parece ser verdadeira para a maio­ria dos países e culturas, embora as estatísticas costumem ser mais elevadas nas áreas urbanas. Muitas pessoas são deprimidas e não o percebem. E é por isso que permanecem emperradas e incapazes de seguir adiante. Hoje em dia a depressão é reconhecida como uma das doenças sérias dos nossos tempos, com milhões de pessoas afetadas em todos os países, e, no entanto, a doença nem sempre é reconhecida, diagnosticada e tratada. Ainda se considera vergo­nhoso admiti-la, como se a depressão fosse uma espécie de fracasso. E muito comum em pessoas entre 25 e 44 anos de idade, e, em sua forma mais grave, pode levar o paciente a descuidar-se e a ferir a si mesmo e, às vezes, ao suicídio. O núm ero de mulheres diagnostica­das como deprimidas é ligeiramente maior que o de homens.

Uma forma de depressão é ficar atolado em questões do pas­sado, incapaz de se libertar delas. Vá você para onde for, essa coisa sombria não desgruda. A depressão é um a doença perigosa porque corrói o otimismo e a esperança e torna as pessoas passivas, impo­tentes e incapazes de agir de forma eficaz para m elhorar a situação. Ficar deitado, recusar ajuda e perder a esperança parecem ser as únicas opções possíveis.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 131

A depressão corrói a motivação e a força in terio r das pessoas, que parecem apáticas e agem como se fossem seus piores inim i­gos, levando a família a p e rd er a paciência com elas. Se você estiver deprim ido, perde todo o sentido de ambição ou desejo, e a única coisa que consegue é em purrar para a frente o dia e a noite. Sente- -se inadequado e subavalia sua capacidade, e talvez tenha que traba­lhar mais para compensá-lo. Sente-se lento e não quer saber de m o­vim ento ou de exercitar-se. As pessoas lhe dizem para tocar sua vida, ser mais alegre e parar de incomodá-las com sua atitude soturna.

Na verdade, a depressão é norm al. E um a reação in teiram ente lógica às condições difíceis da vida. Faz sentido desistir quando to­das as portas parecem se fechar para você. Ficar deprim ido é sinal de que você atingiu um beco sem saída. Não dá para seguir em frente porque o cam inho que você seguia é com o se não existisse mais. A depressão é um a reação à dificuldade que tanto pode se ex terna quanto in terna. M uita gente se deprim e devido a fatos ne­gativos - po r exem plo, pe rd er o em prego ou um a doença séria. En­tretan to , as pessoas às vezes se deprim em sem um a causa ex terna aparente, porque têm um a velha tendência a fases de melancolia, à introspecção, ao isolam ento ou à autocrítica.

Ficamos deprim idos po r razões de todos os tipos: te r que en­fren tar um a perda ou m udança, doença, invalidez, ou en fren tar que se é, de algum m odo, diferente; sentir-se irrealizado e sem opor­tunidades de p a rtir em ou tra direção; estar em perrado em um a situação ou em um relacionam ento que você não pode rom per po r causa da responsabilidade ou compromisso; viver a vida dos outros em lugar de viver para si mesmo, ou viver segundo regras impostas p o r outros em vez de seguir as próprias; sentir-se isolado, sem per­tencer a um a com unidade que lhe dê a oportun idade de interação de alto nível e retribuição. Até boas notícias podem deixar alguém tem porariam ente deprim ido, porque podem significar o fim do antigo e fam iliar estilo de vida.

Existem vários tipos de depressão. As crianças às vezes se sentem deprim idas devido a alguma coisa que não conseguem enfrentar ou controlar, e ninguém percebe que elas precisam de ajuda. Isso pode evoluir e causar episódios de depressão na idade adulta. Pessoas que

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132 Lidar com o passado

na infância passaram por sérios agentes causadores de estresse - como a m orte de um dos pais ou a dissolução da família - são vul­neráveis ã depressão na idade adulta. Muitas vezes um a pessoa está deprim ida sem causa aparente, mas ela pode carregar dentro de si problem as complexos que não consegue com preender.

No final das contas, só você pode encon trar um a saída, e o m e­lho r que outras pessoas podem fazer é oferecer-lhe com preensão e apoio em vez de ju lgam ento . Elas podem fazer mais mal do que bem se ten tarem persuadi-lo a sair da depressão antes que você esteja p ron to para isso, porque esse tipo de cura não passa de um disfarce e não trata das causas ocultas. A causa inaparen te pode ser o fato de você estar ten tando aceitar algum a coisa difícil que aconteceu, ou algum a coisa im portan te para o seu sentido de iden­tidade não está funcionando na sua vida.

Pete é vendedor de carros e traba lha para uma grande concess ionária . É ele que sustenta sua fam ília e tem uma próspera carte ira de c lien tes. É fe liz e bem -suced ido , e tem com a m u lh e r três filhas encan tadoras. Existe, no entanto, algo que poucos de seus am igos e colegas sabem - secre tam ente , desde os 6 anos de idade, ele sem pre desejou escrever poesia. Ele se lem bra bem de que o pai lhe d isse um dia para não ser rid ícu lo , que n inguém ganha a vida escrevendo poesia. Pete fez o que todos que riam que fizesse - e parte dele m esm o tam bém desejava: fez sucesso na carre ira e é ó tim o pai e m arido. Pete e a m u lh e r gozam de con fo rto m ateria l, e todos na fam ília vão bem . 0 antigo desejo de escrever poesia con tinua ins istente, mas ele d iz a si m esm o que isso é um a in fan tilidade rid ícu la . De vez em q uando escreve um poem a, mas tem vergonha de m ostrá-lo às pessoas, até m esm o à m ulher. Surge a d ificu ld a de quando ele envia secre ta ­m ente um poem a para um concurso e é c lass ificado em segundo lugar - nem m esm o a m u lh e r sabia que ele havia fe ito isso. Pete inveja as pessoas cria tivas e não consegue en tender com o elas atingem o sucesso apenas b rincando com as palavras, a m úsica e as tin tas em lugar de venderem objetos reais. Para fa la r a verdade, ele sem pre c ritico u as pessoas que ficam em casa fazendo coisas cria tivas em vez de te rem um em prego de verdade. Com o o pai, ele desencora ­jou a filha de “ perder te m p o " em a tiv idades não profiss ionais, e a fam ília tem o desem penho por m eta.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 133

Se Pete con tinua r por m uito tem po não ciando atenção ao desejo de escrever poesia, isso se tornará um sintom a que não o deixará em paz e lhe causará uma doença. Ele vai acabar se deprim indo . O sintom a da depressão está ali para obrigá- -lo a fazer as m udanças necessárias a fim de que ele possa expressar essa parte sua que foi deixada de lado - e que, no seu caso, poderia ser cham ada de “ poeta in te rio r". 0 que acontece é que Pete com eça a piorar. Tem d ificu ldade de se le­vantar pela m anhã, não se preocupa com sua meta de vendas, não responde aos te lefonem as e se torna m al-hum orado e calado em casa. Gostaria de poder ped ir dem issão do em prego , de e n tra r para um a u n ive rs id ad e e e s tu da r escrita c r ia ­tiva - mas é o tipo de desejo que não pode confessar para n inguém . A m u lher e as filhas g radua lm ente se a justam ao seu com portam ento d istante e continuam a se ocupar com sua vida sem ele. Acham que ele está apenas atravessando um perío­do de mau hum or e o deixam de lado. N inguém percebe que Pete está descendo a ladeira rapidam ente , sem nada onde se segurar. Ele com eça a beber mais.

E possível perm anecer anos a fio em um beco psicológico sem saída e realizar bem tudo aquilo que os outros p lanejaram para você. Por exem plo, é possível desem penhar o papel de m arido e pai m odelo sem nunca encon trar tem po para os próprios interes­ses. Sua família pode gostar que você continue assim, se isso for do interesse dela. Mas, para você, isso significa m o rrer lentam ente, e você com eça a m ostrar sintomas como do r de cabeça ou problem as digestivos, a beber m uito e a se distrair com vários projetos e ocupa­ções, a ter casos que term inam mal. Você se torna irritadiço, ansioso ou retraído, sente-se confuso e perde a autoconfiança. Você não tem um motivo que o anim e a levantar-se da cama.

A depressão traz consigo um a oportun idade perigosa: ela lhe diz que o que você faz ou o seu estilo de vida não são in teiram ente do seu agrado. M ostra que há anseios e desejos não realizados, ou conflitos de interesse que você não reconhece nem para si mesmo. O u que você está afundado em um atoleiro que o sufoca lenta­m ente. A depressão lhe dá a oportun idade de fazer algo radical para m udar a situação. Existe algum a sabedoria na depressão - ela não perm ite que você continue ignorando algum tipo de problem a oculto que está exigindo sua atenção.

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134 Lidar com o passado

s n s e ^ >

No caso de Pete, sua depressão teve um resultado benéfico porque ele conse­guiu um meio de lidar com ela. Sua mulher, Lindy, achou que Pete andava estressa­do pelo trabalho e insistiu para que ele d im inuísse o ritmo. Para isso, foi preciso em atestado da m édica dele, que percebeu im ediatam ente que ele estava m elancólico e fora do seu estado normal, e aconselhou um m edicam ento antidepressivo. Se por um lado Pete ficou contente por ela levar a sério seu estado de espírito, por outro lado a sugestão do rem édio não lhe agradou. Ele não gostava de tom ar remédios, nem m esm o um com prim ido para dor de cabeça, e desagradava-lhe a ideia de uma m edicação contro lando sua mente. A m édica concordou e sugeriu terapia. Isso tam bém não agradou a Pete - isso não servia para ele. A doutora o desafiou e disse que ele precisava pôr tudo para fora em lugar de fica r guardando as coisas para si mesmo. Com quem ele poderia falar?, foi o que ele pensou. E chegou à conclusão de que não precisava fa lar com ninguém , mas podia escrever sobre tudo isso. A doutora havia lido um artigo intitu lado “ A escrita com o form a de te rap ia” , e deixou que Pete fizesse com o queria, com a condição de voltar dentro de um mês para m ostrar o que havia p rod uz id o . Ela sugeriu ta m bé m que ele lesse a lguns livros de uma lista q ue havia no final do artigo, com a indicação “ Encontre sua voz in terior” .

O resu ltado foi que Pete gostou dos exercícios de escrita, gostou tan to que não conseguia parar, e escreveu tan to que parecia estar hab ituado a isso. Com a justifica tiva de que se tratava de "te rap ia ” , e de que ele estava fazendo aquilo em benefício de sua fam ília sofredora, ele não achava que era uma perda egoísta de tem po, com o teria achado em outros tem pos. Ele litera lm ente descreveu sua cura da depressão, porque escrever era algo que ele s im p lesm ente adorava fazer e nunca perm itira a si m esm o dedicar-se a isso. Com o tem po, voltou a escrever poesia e dec id iu seguir um curso on line para aprender a técn ica . A m u lher e as filhas de Pete ficaram espantadas com sua transform ação em escrito r com pulsivo, mas concordaram que isso fazia bem a ele. A filha caçula, Lucy, encorajou-se a lhe m ostrar a lguns contos que vinha escrevendo. Com o tem po, Pete com eçou a fazer m ais sucesso com os contos e poemas que produzia. Desde que lhe deram tem po para fazer o que gostava, passou a sentir a vida de m odo mais positivo.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 135

Questionário sobre depressãoAqui está uma lista de 26 sintom as de depressão. Todos nós sentim os a l­

guns deles ocasionalm ente. Estamos sem pre seguindo um fluxo. Você só deve se considera r dep rim ido se tiver sentido c inco ou m ais desses s in tom as ao longo dos ú ltim os três meses. Um ou dois desses sintom as, por si m esm os, não ind icam depressão.

1 Você teve que enfren ta r luto, más notícias, d ivórcio ou separação, m udança de residência, uma perda, a lteração incôm oda ou falta da saúde nos ú ltim os três anos.

2 Acha que não há m uito com que se alegrar ou já não sente prazer com as coisas de que gostava antes.

3 Passa parte do dia sentindo-se triste , infe liz ou m elancólico.4 Sente-se p ior pela m anhã.5 Sente-se cansado, esgotado ou letárg ico por m ais que descanse.6 Evita todo tipo de exercício.7 Está com excesso de peso ou magro dem ais e não se sente capaz de fazer

algo a respeito disso, e/ou está sem apetite, ou abusa de a lim entos que levantam o ânim o, tais com o carbo idra tos ou chocolate.

8 Bebe de form a persistente, ou tem surtos de bebedeiras, num a quan tidade que sabe que é pre jud ic ia l.

9 Passa m uito tem po preocupando-se com seus problem as, pensando ou fixado neles, sem chegar a uma conclusão.

10 D iscute ou resiste quando as pessoas lhe dão um conselho, fazem sugestões constru tivas ou lhe trazem soluções.

11 Você chora m uito.12 Passa mais do que uma hora por dia assistindo à te levisão ou ocupado em

outra coisa apenas com o in tu ito de escapar do que sente no m om ento presente.

13 Não se cu ida bem - por exem plo, descuida da saúde ou da aparência.14 Adia as coisas a ponto de c ria r problem as.15 Bem lá no fundo , percebe que existe algo im portante que precisa mudar,

mas não se sente com coragem para enfrentá-lo .16 Sente que há sonhos e desejos irrealizados ou algo “ que deveria faze r”

pesando em sua m ente.

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136 Lidar com o passado

17 Im pede-se de se interessar a rdentem ente por a lgum a coisa ou de partic ipar de ativ idades das quais gostaria de tom ar parte.

18 Há algo que secretam ente deseja fazer, mas não se perm ite.19 Tem a sensação de que tem que a tu ra r um com prom isso grande dem ais, tal

com o um traba lho de que não gosta, em lugar de seguir o que lhe interessa p rofundam ente.

20 Você mora ou traba lha ao lado de alguém que não gosta de você ou não o trata com respeito.

21 Outras pessoas o consideram cín ico, crítico ou negativo.22 Passa m uito tem po só ou tem poucos am igos íntim os.23 Sente-se incom preend ido com frequência , ou sente-se d iferente da maioria

das pessoas de uma form a que o incom oda.24 Evita sair de casa a não ser que tenha que fazê-lo.25 Sente-se apris ionado pelas c ircunstânc ias da vida e que há pouca coisa, ou

nada, que você possa fazer.26 Sofre de baixa autoestim a ou é pouco confiante, o que o im pede de fazer

m uitas coisas.

A lém disso, se seu m édico d iagnosticou que você sofre de depressão e lhe receitou antidepressivos, podem existir mais sinais c lin icam en te perceptíveis e dos quais você não se dá conta.

Contagem de pontosA quantas questões você respondeu s im :_______

5 - 7Talvez você esteja so frendo de uma depressão leve ou m oderada. É m uito im ­portan te en tender e avalia r os m otivos, para que isso não co n tinue assim . Talvez você deva da r a si m esm o um a força para sair da s ituação. Pode ser algo com o uma viagem , um a m udança de am b ien te ou de c ircu n s tâ nc ias , ou abandonar a lgum a coisa a que não deseja co n tin u a r preso. Se acha que entendeu as causas e se sente capaz de enfren tá -las com o tem po , então não é nada sério.

7 - 1 2É provável que você sofra de depressão m oderada, m esm o que não o perceba. (Às vezes as pessoas se acostum am tanto com a s ituação que não percebem que

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 137

há algo errado.) É m uito im portante buscar a lgum a ajuda - do seu m édico, por exem plo, de um bom am igo ou de um terapeuta bem escolhido, para com eçar a enfren ta r a depressão. Se você a ignorar, ela não vai passar.

Acima de 12Essa contagem é um sinal de depressão que vai de m oderada a grave. É im por­tan te com eçar a en fren ta r os prob lem as que o im pedem de sentir-se realizado. É possível que você esteja severam ente dep rim ido e tenha perd ido a esperança de que algo possa m elhorar em determ inadas áreas de sua vida. Mas você não es­taria lendo este livro se não tivesse esperança a lgum a, portanto é im portante que encontre a lguém para a judá-lo a o lhar as coisas com novos olhos.

Enfrente a depressão passo a passoSe está d e p rim id o , esta é a p rim e ira coisa a faze r para e n fre n tá -la . Per­

g un te a si m esm o qua is as c in c o co isas que você pode faze r e q ue o fa riam sentir-se um pouco m elhor - hoje, am anhã, depois de am anhã até a próxima se­m ana. Que sejam só co isas pequenas, com o p repara r um ja n ta r de lic ioso para você m esm o, m arca r um a sessão de m assagem ou m arca r um e n co n tro com um am igo de verdade . São passos pequenos, mas são o com eço de um a nova jo rnada .

O que vale é o sim ples fato de ten ta r a judar-se a sair da depressão. Você terá que ser paciente e com preensivo consigo m esm o. Não deve ser autopunitivo, descuidar-se ou ser autocrítico . Isso não ajuda em nada.

1 2 ___________________________________________________________________3 _____________________________________________________________4 _

5 _

Agora exam ine-se para checar se está sabotando a si m esm o. Anote c inco razões que você tem para não poder ou não ser capaz de pôr em prática essas sugestões por pelo m enos c inco dias. Depois de anotá-las, exam ine-as bem. Quem ou o que poderia a judá-lo a vencer esses obstáculos?

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138 Lidar com o passado

1

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5

Dê uma chance a você m esm o. Você m erece uma vida melhor, mais realiza­da, mas, in fe lizm ente, você é a única pessoa que pode dar esses pequenos passos inic ia is para que tudo isso aconteça.

O que a depressão está lhe dizendo?Em psicoterapia, diz-se que um sintoma contém a semente da cura.

Ninguém se deprime sem que haja uma boa razão para isso. Quando as serpentes perdem a pele, diz-se que elas se recolhem e ficam irri­tadas. Os sintomas da depressão são um meio de forçá-lo a se descartar da velha pele para revelar a vida nova que existe sob ela. A depressão é um aviso de que você precisa encontrar uma nova maneira de agir. Ás vezes uma parte de nós sabe disso, mas temos medo de seguir adiante porque isso implica mudanças, estresse e rompimento.

Imagine que isso é uma verdade no seu caso: o que isso quer dizer? Quais são os sonhos, desejos e ambições que você abando­nou? Você vem tentando suprimir uma parte da sua vida? O que lhe acontecerá se não for fiel a si mesmo e deixar que os outros tomem as decisões em seu lugar ou o influenciem, mesmo que não conheçam um a história de vida que é só sua?

Tristeza e perdaA depressão se assemelha à tristeza em suas manifestações - há

muitos sintomas que são comuns a ambas, tais como sentir-se tris­te, desanimado, infeliz, desesperançado e letárgico. Uma diferença im portante entre a tristeza e a depressão é que existe quase sempre um problem a crônico de autoestima que não foi considerado. As

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 139

pessoas deprimidas se culpam; têm baixa opinião de si mesmas e invariavelmente subestimam sua aptidão. Uma pessoa recentem en­te enlutada também se culpa e se sente responsável, e acha, por exemplo, que deveria ter feito mais pela pessoa que faleceu, ou mesmo que poderia ter impedido sua morte se tivesse agido de outro modo. Mas no luto isso é um estágio temporário no processo de tristeza, e a pessoa enlutada geralmente passa, com o tempo, a ver as coisas de modo mais realista.

A perda de um a pessoa amada é um a das experiências mais desafiadoras que temos que enfrentar. Cada um lida com ela de forma diferente, embora alguns especialistas em tristeza a descre­vam como um processo que as pessoas atravessam por estágios, tais como negação, raiva, culpa, aceitação e recuperação. Na verdade as pessoas enfrentam a tristeza de forma individual, e não existe uma m aneira “certa” de sentir-se triste ou de se recuperar. Poucas pesso­as estão realmente preparadas para dar conselhos realmente úteis a esse respeito, a não ser que também tenham passado por isso - e, mesmo assim, o jeito delas pode não ser o seu. Afirmações do tipo “o tempo é a m elhor cura” são mais que inúteis quando um a pessoa está em meio ao sofrimento. No entanto, conversar com pessoas que passaram por uma perda semelhante pode ser confortador, se elas tiverem conseguido sobreviver bem ao processo.

Muita gente acha que deveria “superar” a m orte de alguém próximo ou im portante, e que é um a prova de fraqueza sentir-se triste e consternada depois de alguns anos. Diz-se às vezes que se deve deixar o m orto “partir”. Isso é inútil e pouco realista. Sua relação com essa pessoa, viva ou morta, é um a parte im portante de você, e não há como erradicá-la - ou a pessoa - de sua vida simples­m ente porque você não a vê mais. E preciso conservar sua relação com o morto. A pessoa pode estar morta, mas a relação continua bem viva, e não é preciso m atar também a si mesmo abrindo mão da própria vida. Você precisa continuar m antendo um a ligação do seu próprio jeito, de modo a poder viver de um a forma plena. Viver a vida pela metade porque se perdeu alguém especial é algo a ser combatido.

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140 Lidar com o passado

Tristeza oculta ou não reconhecidaMuitas pessoas sofrem dos sintomas de tristeza sem que esses

sejam reconhecidos. E complicado viver em um a cultura que va­loriza seguir adiante, “acabar logo com isso”, enfrentar os fatos e evitar a vulnerabilidade ou a dem onstração de emoções. Tris­teza, luto e perda não são facilmente com preendidos - a não ser por aqueles que têm que passar por essa experiência devastadora e dolorosa. Isso quer dizer que a tristeza de muitas pessoas nem é percebida e não é considerada. Fica submersa e toma a form a de sintomas variados - que parecem não ter ligação com a situação que os originou.

A tristeza não reconhecida inclui as perdas que não foram to­talmente lamentadas, e a tristeza duradoura é causada por uma perda significativa. Qualquer perda significativa tem conseqüên­cias imprevistas e complexas quanto à sensação de ego e identi­dade, que será alterada para sempre pela perda dessa relação e oportunidade.

A tristeza oculta também inclui as perdas que não foram corre­tamente identificadas ou percebidas. Como a “síndrome do ninho vazio”, que é a tristeza dos pais quando os filhos deixam a casa paterna para, por exemplo, ir para a universidade. As razões que levaram os jovens a partir podem ser positivas, eles estão progre­dindo na vida, mas seus pais se sentem abandonados. Não é apenaso fato de a casa já não ser ocupada pela desordem adolescente ou de os pais se sentirem solitários sem eles. Os pais são obrigados a enfrentar uma outra perda, mais interior, de serem pais de um jo ­vem dependente. Ninguém mais precisa deles diariamente. Parte da identidade dos pais foi construída em torno do fato de serem pais, e, por algum tempo, podem não saber mais quem são ou para que vivem, sem filhos para cuidar. Precisam de algum tempo para reconhecer e vivenciar esse luto e poder criar outro espaço em que novas atividades e um novo sentido de identidade se enraízem.

O utra fonte de tristeza oculta é a perda da infância. Até a mais feliz e saudável das crianças é um pouco perdida pelos pais quando passa da infância à adolescência. A antiga relação nunca se restabelece. E os adolescentes também sentem isso - ficam con-

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 141

fusos, sem saber se preferem a segurança da infância ou ser livres e independentes.

Moira sofreu de tristeza oculta quando sua filha de 3 0 anos, Jacqu i, fez um aborto. Embora apoiasse a decisão da filha e cu idasse dela depois, Moira, em particu lar, calava, mas lam entava o aborto. Isso porque o aborto representou o fim de sua expectativa de se to rna r avó, e porque a lim entava a fantasia de ded ica r aos netos o tem po que não tinha podido ded ica r aos próprios filhos. O com panhe iro de Jacqui não estava interessado em te r filhos, e am bos levavam um estilo de vida agitado. O fa to de Jacqu i se sentir horrorizada ao descobrir que estava grávida aborreceu Moira, mas ela sabia que não seria pruden te dar sua opin ião pessoal. E teve que conviver com a tristeza da ideia de que talvez nunca seria avó.

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Uma característica da tristeza oculta é que só pode ser com­partilhada com algumas poucas pessoas. Trata-se na verdade de tristeza pelo próprio futuro, um futuro perdido ou que m udou totalm ente.

Você sofre de tristeza não resolvida ou oculta?A quantas destas perguntas você responderia sim?

1 Você se sente ofendido, m agoado ou zangado por razões aparentem ente pequenas ou insign ificantes - por exem plo, a lguém esbarra em você na rua e você perde o controle?

2 Chora à toa, por exem plo, ao ler ou assistir a histórias, de pessoas que, ao que parece, não têm qua lque r ligação com você?

3 Sente-se invadido por fortes sentim entos que brotam "sem m otivo a lg u m ” ?4 Sente necessidade de escondera lgunssen tim entos , tais com o vu lnerab ilidade

ou vontade de chorar?5 Sente-se mal ou triste perto de pessoas que inadvertidam ente o fazem

lem brar-se de alguém que você perdeu? Evita situações desse tipo?

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142 Lidar com o passado

6 Conta m uitas histórias a respeito do passado, às vezes repetindo a mesma história que as pessoas já ouviram antes?

7 Tem uma sensação insistente de remorso ou culpa que parece bloqueá-lo?8 Você se tranca em si m esm o ou se refugia em um m undo de fantasia quase

que diariam ente?9 Acha d ifíc il fazer planos constru tivos e o tim istas para o fu tu ro e pô-los em

prática?

Contagem de pontosA quantas perguntas respondeu “ s im ’'? ______

1 - 3Todos nós tem os que enfren ta r continuam ente perdas e m udanças, e, em bora essas já o tenham afetado, você está c iente do fato e lida com o problem a da m e­lhor m aneira possível. Mas não se esqueça de se cu ida r nessa área. Não passe por c im a da sua sensib ilidade nem diga a si m esm o para deixar de ser tão bobo e não pensar nisso. Ouça o que seus sentim entos estão ten tando lhe d izer nessas situações. Existem coisas de que você precisa ou pelas quais anseia? Precisa de tem po para dar atenção aos seus sentim entos e entendê-los?

Acima de trêsVocê sofreu perdas e d ificu ldades, e é possível que ainda não tenha se conform ado com a lgum as delas. Você pode até aparen ta r ser forte d ian te de tudo, mas será que está ten tando ignorar a lguns de seus sentim entos m ais profundos? Sente-se cu lpado ou zangado por a lgum a coisa que aconteceu no passado? Acredita que as coisas não podem m elhorar ou que você não tem ânim o para um recomeço? Você estaria, com efeito, im pedindo-se de levar a vida adiante porque velhas perdas e problem as ainda o bloqueiam ?

Dicas para sobreviver à tristezaE m uito difícil en fren tar um a tristeza que custa a passar. E im­

portan te receber toda ajuda e todo apoio necessários e recorrer aos outros sem pre que precisar.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 143

É muito im portante enxergar benefícios em sua perda e com preender o que ganhou com isso; os que agem dessa forma recuperam mais facilmente o bem-estar. Conseguem superar m elhor a dor do que aqueles que se sentem vítimas ou se comportam de maneira totalmente negativa em relação à perda.Escreva a história da sua perda. Enfrente os sentimentos difíceis e traduza-os em palavras. Rememore os fatos relativos a essa perda e escreva contando como tudo aconteceu. O processo vai suscitar emoções negativas e, inicialmente, pode fazê-lo sentir-se pior. Entretanto, com o passar do tempo, você notará que houve benefícios significativos. Poder contar a história da perda de form a coerente o ajudará a aceitá-la melhor.Fale sobre a sua perda, procure ter muitos contatos sociais e não se isole. Escolha amigos e companheiros compreensivos com os quais se sinta à vontade para falar.Tire algum tempo para pensar em suas perdas, para poder estar sempre em dia com seus sentimentos a respeito delas. Permita a si mesmo tirar algum tempo para sentir essa dor, de modo que ela não o surpreenda quando você menos estiver esperando.M antenha um diário com seus sonhos e lembranças e com suas reflexões sobre eles; sempre que se lem brar de algo novo, dê-lhe tempo e espaço.Faça alguma coisa especial e significativa que funcione como uma reação direta e como um a afirmação a respeito do que aconteceu.Reserve um lugar em sua casa e em sua vida para reviver e celebrar suas lembranças. Por exemplo, um lugar especial para guardar objetos queridos.Não deixe de falar nas pessoas que m orreram e não deixe que elas sejam esquecidas.Faça algo criativo relacionado a certas características da pessoa que você perdeu e que mostre o que sente e pensa dela. Escreva ou fale com elas.

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144 Lidar com o passado

■ Seja paciente; esse é um processo para a vida toda e nunca termina.

" Caso ainda se sinta culpado, peça ajuda, pois a culpa pode bloqueá-lo durante anos.

H Invista em novas amizades e ocupações; utilize a oportunidade para realizar mudanças positivas e recomeçar a vida.

■ Também pode ser de grande ajuda procurar pessoas que passaram por problemas semelhantes.

Estresse pós-traumáticoPessoas que passaram por experiências traumatizantes, como

estupro, assaltos, tornados ou acidentes, podem se recuperar ra­pidam ente dos efeitos físicos do trauma. Entretanto, há pessoas que sentem mais dificuldade em se recuperar dos efeitos emo­cionais e psicológicos, que podem durar meses ou anos. Podem desenvolver um a síndrom e conhecida como distúrbio de estresse pós-traumático (DSPT). Muitas delas apresentam um a versão leve e nem chegam a perceber que estão sob o efeito da síndrome. Enfrentar os sintomas do DSPT é muito semelhante a lidar com os efeitos da perda. Pessoas traumatizadas necessitam en tender o que lhes aconteceu. Precisam encarar sentimentos difíceis, que podem ser de tristeza, desespero, culpa, vergonha, raiva, hum i­lhação, im potência ou medo. E im portante que reconstruam a história do que aconteceu, do modo como o enfrentaram na hora e de como se sentem atualm ente. Precisam recuperar a noção de controle sobre sua vida. Necessitam revelar e com partilhar os sentim entos dolorosos a respeito do que se passou e falar com pessoas solidárias e compreensivas.

Há evidências de que o DSPT costuma ser mais grave em pes­soas que já passaram por experiências perturbadoras antes desse incidente traumático, tais como perdas durante a infância. Nesse caso, os acontecim entos precedentes deverão ser relem brados e incluídos na história do que lhes aconteceu. E m uito bom ter com quem falar logo após o acontecim ento. Tal como acontece quando se sofre um a perda, as pessoas encontram forças se pu­

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 145

derem en tender o significado do incidente, e lucrarão m uito se tira­rem disso algum ensinam ento . R elem brar um traum a traz com o resultado m uita pertu rbação em ocional, o que obriga as pessoas a reavaliarem toda a sua vida e a pensar de fo rm a diversa sobre si mesmas. Pode tam bém fazê-las sentir-se m uito isoladas, po rque se sentem sozinhas nessa experiência. Escrever ou falar sobre sua história é essencial para que possam se reorgan izar e sentir-se li­gadas às dem ais pessoas.

O que não é entendido reaparece inevitavelmente sob a forma de um fantasma esquecido e não pode descansar enquanto

o mistério não for resolvido e o encanto quebrado.Sigm und Freud (1909)

Tal com o acontece com a perda, o traum a, para ser curado, pede atenção cuidadosa. Precisam os de tem po para lam en tar o que nos acon teceu e para co m p reen d er com o m udam os em con­seqüência disso. Tudo indica que os que se recuperam bem de acontecim entos traum áticos são os que conseguem co m p reen d er bem os fatos e suas próprias reações a ele. Essas pessoas sabem d ar um sentido ao que aconteceu.

Como reconhecer os sintomas do DSPT

■ Tem dificuldade em dorm ir?■ Você se irrita com facilidade?H Sente dificuldade em se concentrar?■ Está sem pre vigilante?■ Costum a reviver a experiência traum ática? Por exem plo, tem

sonhos, flashes de m em ória ou im agens recorren tes que o fa­zem sofrer?

■ Sente angústia física ou psíquica quando algum a coisa o faz lembrar-se do fato, m esm o que indiretam ente?

■ Evita sentim entos, pensam entos, pessoas, atividades, lugares ou situações que o fazem lembrar-se do trauma?

* Não consegue lembrar-se de um aspecto im portante do trauma?

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146 Lidar com o passado

■ Reduziu a variedade de seus interesses e atividades?H Perdeu a esperança no futuro?■ Tornou-se mais desligado?■ Sua capacidade de se expressar em ocionalm ente se to rnou

mais lim itada e restrita?■ Passou a ter pensam entos e com portam entos obsessivos?

Se você apresenta mais do que três desses sintomas de form a contínua e persistente, e se esses sintomas surgiram depois de você te r passado p o r um a experiência traum ática, seria bom p rocurar ajuda. Todos nós podem os apresentar esses sintomas tem poraria­m ente, mas se eles persistem duran te meses, isso significa que você necessita de mais ajuda e apoio para se recuperar.

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CAPÍTULO 5

Felicidade, alegria e criatividade

A felicidade nos faz bem . Extensas pesquisas já provaram que pensar positivam ente e sentir-se bem consigo m esm o nos faz mais criativos, nos dá m aior capacidade de resolver problem as e con­flitos e nos faz pensar de m aneira m enos rígida. As pessoas felizes são mais generosas e solidárias com o próxim o e resolvem os p ro ­blem as de m odo mais eficiente e com pleto.

Existem algumas coisas que podem os fazer todos os dias, sem m uito esforço, para elevar nosso nível de bem -estar e felicidade, e desse m odo aum entar nossa eficiência. Reagimos rap idam ente ao am biente que nos cerca e a pequenos fatos que m elhoram nosso estado de espírito - pense em com o se sente d iferente se alguém lhe diz um a palavra gentil ou lhe dá um presentinho.

A alegria é algo mais p ro fundo do que aquele tipo de felicida­de que varia segundo as circunstâncias. E um a qualidade ou dom intrínseco que vem do fato de estarmos vivos e não depende ape­nas das condições externas. Assim, podem os sentir m om entos de alegria mesm o quando estamos passando p o r tem pos difíceis. Sen­tir alegria é um direito humano, muitas vezes negligenciado ou su­bestim ado. Costum am os achar que temos que nos con ten tar com algumas migalhas, em lugar de nos sentarm os à m esa para partici­par do banquete com pleto. A alegria não é o tipo de coisa para a qual temos tem po e disposição se apenas sobrevivemos, lutamos, “vamos in d o ” e “dando conta do recado”. Será que é isso mesmo? Será que a alegria tem que d ep en d er das coisas que possuímos, ou depende da nossa disponibilidade para viver em estado de conten­tam ento, assim com o fazer um a pausa para sentir o perfum e das flores enquanto cam inha, sentir-se grato e apreciar a com panhia das pessoas que vê diariam ente e talvez não valorize devidam ente? Q uem decide o que temos o direito de apreciar, e quando?

Alguns de nós fomos criados em um am biente influenciado pelo pensam ento calvinista ou puritano. Um a das ideias centrais

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dessa filosofia, transm itida através das gerações, é a de que temos que trabalhar du ro para m erecer qualquer coisa, e que a alegria, o descanso e o prazer, com o um fim em si mesmos, são coisas frívo­las, um a perda de tem po ou autoindulgência - isso se parece com a opinião de que o sexo deve servir apenas à procriação, em vez de ser um prazer.

LiberdadeQ uantas vezes agimos livre e espontaneam ente e fazemos coi­

sas sem ser obrigados pela preocupação ou pela necessidade? Um ato espontâneo de vontade não é algo condicionado pelo m edo, pela expectativa ou pelo dever, mas serve como form a de autoex- pressão criativa (não me refiro aqui a atos de puro egoísmo que incom odam , aborrecem ou prejudicam outras pessoas). Fazer um a opção pessoal pela liberdade exige coragem e decisão. Por exem ­plo: decidir que deseja abandonar um a carreira lucrativa, porém estressante, e ap ren d er um a profissão que lhe dê um m aior sentido de realização e satisfação pessoal. O u tirar um dia de folga, não porque quer sim plesm ente m atar trabalho, mas porque quer m ui­to passar esse dia com um a pessoa especial. O u dizer ou fazer um a coisa pouco convencional e inovadora, usar o pensam ento criativo ou sugerir algo novo que pode m elhorar a qualidade de vida de todos. Muitas vezes, o que nos im pede de agir assim é o m edo de ultra­passar os limites da prisão que construím os para nós mesmos. Nós nos tornam os criaturas prisioneiras do hábito.

A teoria do falso ego é popular en tre os psicólogos. Segundo essa teoria, há dois m étodos de educar. Um pelo qual o indivíduo é m oldado e treinado para “ser” e “fazer” o que se espera dele; com o resultado, a pessoa desenvolve um ego falso e com placente que se am olda às exigências externas e, com isso, conquista aceitação, aprovação e a sensação de ser um a pessoa ajustada e sem elhante às pessoas do seu meio. Crianças às quais só é oferecido am or e acei­tação condicionais - isto é, só se sentem verdadeiram ente amadas quando satisfazem certas condições que lhes são impostas, do tipo “Seja boazinha” ou “Fique quieta e m e deixe em paz” - podem

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crescer pensando que não m erecem ser am adas e que devem se com portar de determ inada m aneira para ob ter o am or e a atenção de que necessitam. Podem sentir-se m ortas e vazias p o r dentro , têm baixa autoestim a e esperam pouco da vida.

O outro tipo de educação oferece à criança, den tro de um li­m ite p ruden te , um espaço livre de pressões externas, para brincar, fantasiar e descobrir quem é. Dão-lhe a oportun idade de explorar e ap ren d er po r si mesma, e ela cria a certeza de que, m esm o que alguns dos seus com portam entos sejam reprovados pelos adultos, é p rofundam ente am ada e amável pelo que é. Em bora um a criança educada dessa form a tàm bém possa ap render a m entir, a adaptar seu com portam ento às expectativas de outrem e a m anipular pes­soas para ob ter o que quer, seu falso ego será m enos im portan te para ela e não determ inará tanto seu com portam ento.

Talvez tenham os todos um a p eq u en a dose de falso ego, já que precisam os rep resen ta r um papel em certas horas. No rom ance Guerra e paz, Tolstói descreve um hom em que vive um a vida de sofrim ento, opressão e dificuldades. O que ele acaba ap ren d en d o é que o mais im portan te é en co n tra r a liberdade in te rio r para p o d e r d irig ir do seu je ito a p ró p ria vida e amar. O p io r vai aconte­cer a todos nós: vamos todos m orrer, e n ada nem n inguém pode alte rar isso. Se vivermos com essa ideia em m ente , sabendo que o tem po pode nos faltar, serem os capazes de aproveitar ao m áxim o o que tem os aqui e agora. Os filósofos existencialistas considera­vam que esta é a essência absoluta da liberdade: fazer de nossa vida o que quiserm os.

CuriosidadeAs crianças vêm ao m undo prontas para fazer perguntas. São

desbravadoras e aventureiras. Vivem cheias de curiosidade criativa e querem saber tudo. Com efeito, pesquisas m ostram que os bebês são excelentes aprendizes desde seu prim eiro dia de vida. Tudo o que conseguem e realizam na vida baseia-se nos conhecim entos e aptidões que acum ulam . Um pesquisador disse que as crianças buscam respostas a quatro perguntas fundam entais:

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■ O que é isso ? Essa pergun ta está ligada à exploração de cate­gorias e conceitos.

B Que coisa leva a outra coisa ? se refere à descoberta de seqüên­cias.

* O que faz as coisas acontecerem ? refere-se à descoberta de causa e efeito.

s Que coisas podemos controlar? refere-se às aptidões.

Essa curiosidade natural é um a excelente ferram enta para a sobrevivência, que perm ite que as crianças com preendam o seu m undo e obtenham o que precisam . Por que tentam os lim itar as perguntas das crianças ou nos sentim os entediadas p o r elas?

AlegriaA felicidade, o prazer e o êxtase fazem parte da alegria. En­

tretan to , alegria é mais do que simples prazer; nela está im plícito tam bém o nosso direito de escolher e op tar pelo contentam ento , a felicidade e o prazer. Sentir alegria nos dá a oportun idade de tom ar conhecim ento de um a faceta da nossa natureza que já está presente em nós. Escolhem os pessoas, atividades e objetos que nos perm item sentir e participar da alegria, do êxtase, do prazer e do contentam ento .

Cada indivíduo é um canal individual para a alegria e o con­ten tam ento , que é revelado p o r suas relações e escolhas positivas de atividades e objetos externos de todo tipo, que exprim em sua ideia de ego. E fácil percebê-lo em pessoas ocupadas com algumas atividades que causam prazer intenso e entusiasm o, tais com o surfe ou esqui, ou o prazer que sente um am ante desses esportes d iante de um a prancha ou um esqui novo.

Crescer e evoluir trazem consigo m aior capacidade de sentiro prazer de viver. Schutz, um psicólogo radical que escreveu na década de 1970, descreveu a alegria com o “um prazer que bro ta da realização do m eu potencial”. As pessoas mais instruídas declaram , na vida adulta, ter um m aior sentido de realização do que os que rejeitaram a instrução ou a profissionalização, pois são reconheci­

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das e pagas de acordo com seu investim ento na aquisição de sabe­doria, conhecim ento e com petência.

Se passarmos tem po suficiente nos divertindo, provavelm ente seremos m enos negativos, invejosos ou destrutivos. Então, po r que isso seria considerado autoindulgência ou perda de tem po? Por que é “m elho r” fazer um trabalho m açante do que ocupar o tem po fazendo aquilo de que se gosta? U m a das m elhores coisas do m un­do é sentir-se to talm ente absorvido em fazer algo que realm ente se gosta de fazer.

Qual é o seu quociente de alegria?Pense cu idadosam ente nestas perguntas para aqu ila ta r se você reserva um

espaço razoável em sua vida para a alegria espontânea e o prazer. M arque todas as perguntas às quais você respondeu "S im ” .

□ Tem certeza de que sabe atuar bem em seu am b iente habitual?

□ Acha que consegue lidar de form a com petente com várias situações?

□ Acha que tem ocasião de pôr em prática m uitos de seus talentos?

□ Tem a oportun idade de expressar livrem ente seus sentim entos?

I— | Tem tem po su fic ien te para as coisas que considera m ais im portantes para — você?

□ Tem am izades variadas, positivas e enriquecedoras?

□ Acha que partic ipa s ign ifica tivam ente de sua com un idade com o um todo?

□ Sente prazer e alegria regu larm ente e tem tem po para se divertir?

□ Sente a lgum tipo de ligação espiritua l com a vida?

I— | Você acred ita que traba lha ativam ente para a lcançar sua realização pessoal,— 1 em ocional ou criativa?

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Contagem de pontosQuantos pontos você m arcou sobre 1 0 :______

O que você pode fazer para c ria r em sua vida m ais oportun idades para se sentir alegre?

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Você é infeliz?Por que tanta gente se sente infe liz ou não realizada? Antes de exam inarm os

a fe lic idade, vamos dar uma olhada na in fe lic idade. A lgum as de suas causas bási­cas já foram identificadas. Caso se iden tifique com qua lque r das seguintes causas de infe lic idade, você pode - com um pouco de esforço - alterá-las com pletam ente. Todos estes fatores podem ser a lterados desde que você os identifique.

1 Você é irracional? Baseia suas decisões e atitudes cotidianas em motivos ilógi­cos ou infundados? Suas atitudes e opiniões o enfraquecem ou prejudicam ?

2 Você projeta sua versão da realidade nas pessoas e nos fatos? Por exem plo, imagina que seu novo nam orado ou nova nam orada será seu par ideal para toda a vida antes m esm o de conhecer bem essa pessoa? Você se recusa a perceber que seu novo e m aravilhoso sócio o está enganando?

3 Sua vida é lim itada pelo medo? Você evita d e lib e ra d a m e n te ir em busca de seus va lores esco lh idos ou suas m etas e p rocu ra d e libe rad a m e n te e v ita r q u a lq u e r esfo rço , m uda nça , ro m p im e n to , perda e decepção? Você é m otivado por a lgum destes m edos: m edo do novo, m edo de m udanças, do fu tu ro , da d ife re nça , de ser ju lg a d o ou c rit ic a d o , de d e fe n d e r a si m esm o, m edo do sucesso, do fracasso ou da decepção , de esta r e rrado, de d ize r a ve rdade , m edo da so lidão , do esfo rço ou d is c ip lin a , m edo do so frim ento?

4 Você acha que não “vale a pena” esforçar-se por um a coisa difícil? Vive de m odo a fazer o m enor esforço em certas áreas?

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5 Não percebe que pode ganhar a própria fe lic idade por m eio de pensam ento e p lanejam ento, de acordo com seus próprios valores?

6 Tem má opin ião de sua própria e fic iência e habilidade?7 Tem a im pressão de que seu estado de ân im o e suas atitudes são contro lados

por outras pessoas ou por acontecim entos externos?8 Prefere fug ir dos problem as que precisam ser so lucionados e dos desafios

que precisam ser enfrentados?9 Tem uma a titude pessim ista a respeito da possib ilidade de consegu ir o que

realm ente deseja?

Tijolos para construir sua felicidadeDe acordo com pesquisas recentes, há coisas específicas que

você pode fazer para construir sua felicidade, e outras que redu­zem suas chances de ser feliz. Por exemplo, na idade adulta, o dado mais im portante para determ inar até que ponto as pessoas são fe­lizes é saber se m antêm um bom relacionamento. Isso leva a crer que vale a pena fazer dos seus relacionamentos um a prioridade im­portante. Esteja você m antendo ou não um relacionamento a dois, os relacionamentos positivos são mesmo essenciais. Com efeito, um relacionamento extremamente satisfatório pode compensar outros fatores da vida ligados à infelicidade, como problemas financeiros. Outro fator que leva a prever felicidade e bem-estar é o grau de instrução de uma pessoa. Tudo leva a crer que quanto mais instruído você for, maior será sua probabilidade de sentir que tem um propó­sito na vida e que se considere realizado.

Vamos supor que você tenha decidido que a felicidade é a sua meta e o resultado que deseja obter dentro de cinco anos. Você estaria disposto a mudar? Acredita que pode ser feliz e que tem direito á felicidade? O questionário que virá a seguir é baseado nos fatores que aparecem em muitas pesquisas sobre a felicidade, os quais demonstram que existem fatores definidos que influenciam as pessoas a se considerarem felizes ou não. Por exemplo: até certo ponto, o dinheiro faz as pessoas felizes. A falta de dinheiro também

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pode fazê-lo sentir-se infeliz. Mas, um a vez atingido um nível de vida confortável, o aum ento da riqueza não traz mais felicidade. Sentir-se realizado e valorizado e po d er dar contribuições à sua co­m unidade e à sociedade parecem ser fatores m uito mais ligados à felicidade. As pessoas que construíram do nada um a em presa bem- -sucedida e depois a venderam podem se sentir desoladas sem ela e dizer que o d inheiro não com pensa a perda do sentido de valori­zação e propósito.

R esponder a estas perguntas - algumas das quais podem provo­car m uita reflexão - vai forçá-lo a passar algum tem po pensando no que faz felizes as pessoas. E em particular o que o faz sentir-se feliz e como conseguir aum entar essa sensação. Algumas das perguntas não serão do tipo que lhe viriam logo à m ente ao pensar na palavra felicidade. Se perguntarm os a várias pessoas o que as faria felizes, muitas responderiam : “G anhar na lo teria”. No entanto , pesquisas com ganhadores da lo teria não m ostram que a m aioria delas esteja mais feliz do que o restante de nós. Talvez você possa se divertir fazendo estas perguntas a outras pessoas, além de a você mesmo, e com isso realizar sua p rópria pesquisa sobre felicidade.

Parece que a felicidade consiste em ter condições razoáveis de vida e um a atitude feliz. Por sua vez, um a atitude feliz é em grande parte de term inada p o r nossos valores e metas e pelo com porta­m ento que resulta disso. A felicidade tem a ver com o m odo como você se relaciona com o seu m undo. Por exem plo, pessoas m uito pobres do Terceiro M undo declaram que são m uito felizes, já que esse nível de pobreza é norm al e não in terfere com outros aspectos da vida delas que influenciam o m odo com o elas se enxergam - que tem a ver com um a vasta red e social ou com crenças esp iri­tuais. Essas pessoas aceitam sua situação e não perdem m uito tem ­po desejando um a vida diferente. E o fato de não aceitarm os a nós mesmos, nossa vida ou nossa situação que cria mais infelicidade, aliado a um a ausência de metas positivas. Com efeito, podem os dizer que esta pode ser a arte da felicidade: atingir um estado de aceitação daquilo que se tem, e, ao m esm o tem po, esforçar-se para alcançar m aior realização naquilo que for possível.

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Até que ponto ¥ocê é feliz?

Questionário da felicidadeEm cada pergunta, trace um círcu lo em torno de um núm ero, depois some tudo no final.

Dinheiro - Você possui o suficiente para satisfazer às suas necessidades e, conse­quentemente, não se preocupa com ele?

4 No meu caso, isso é uma verdade absoluta0

21

Para m im é parcia lm ente verdadeiroNão é o meu caso, mas estou me esforçando para ganhar mais

Voc ê gasta dinheiro em loteria?3O

Não, nunca

0oirn, a S V 6Z 6S

Sim, toda semana

Você aceita sua situação na vida e se sente feliz com ela?4 Simn Não

Senmu

te-se realizado em seu trabalho ou em sua ocupação rotineira, e utiliza nele tos dos seus talentos?

4n

Esse é bem o meu casoo2

Lsse e em pane o m eu caso Esse não é o meu caso

1 Não é de modo algum o meu caso. Trabalho para viver, não vivo para trabalhar

Você tem algum relacionamento com uma pessoa que você ama e na qual confia que o ajuda a sentir-se feliz?4 No meu caso, isso é uma verdade absoluta

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3 Para m im é parc ia lm ente verdadeiro2 Não é o meu caso, mas eu gostaria que isso acontecesse0 Defin itivam ente não é o m eu caso

Família - Minha vida familiar [incluindo as crianças, se você tem filhos] é rica e compensadora; adoro passar meu tempo com eles.4 No meu caso, isso é to ta lm ente verdadeiro3 No meu caso, é parc ia lm ente verdadeiro1 Não é verdade no meu caso, mas eu gostaria que fosse0 Não é verdade no meu caso, nem sei com o poderia v ir a ser assim

Amizades e apoio - Tenho muitos amigos, muitos dos quais diferem entre si, e culti­vo ativamente essas relações.4 Essa s ituação se parece m uito com a m inha3 Essa s ituação se parece bastante com a m inha1 Essa s ituação não se parece com a m inha

0Essa s ituação não é nada parecida com a m inha - não tenho m uita vida so­cial nem me re laciono com m uitas pessoas

Instrução - Minha instrução tem sido satisfatória até hoje e me ajuda a realizar meu potencial.4 No m eu caso, isso é uma verdade, e investi m uito em instrução3 No m eu caso isso é parc ia lm ente verdade1 Isso não é verdade no m eu caso0 Isso não é verdade no m eu caso; não me interesso m uito por cu ltura

Hobbies/atividades extraprofissionais/interesses: Participo de uma grande variedade de atividades e tenho muitos interesses ou hobbies dos quais gosto muito.4 Isso se parece m uito com igo3 Isso se parece um pouco com igo0 Isso não se parece m uito com igo0 Isso não se parece nada com igo; não cu ltivo m uitos interesses

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 157

Existe alguma coisa que você gosta de fazer - pode ser qualquer coisa que não seja prejudicial nem autodestrutiva - que lhe dá a maior adrenalina e para a qual você gostaria de ter mais tempo?

2 Sim0 Não

Bem-estar - Como você descreveria o que considera bem-estar? Escolha a respostaque mais se aproxima da sua descrição.

5 Sinto-me saudável, anim ado e adoro viver4 Sinto-me bem a maior parte do tem po e aproveito m inha vida3 Às vezes me sinto desanimado, mas, em geral, procuro ver o lado bom das coisas1 Eu não diria que me sinto bem a maior parte do tem po

Saúde - Você goza de boa saúde e cuida bem de si mesmo?4 Sou saudável e bem -d isposto e prefiro um estilo de vida saudável

3G eralm ente cu ido bem de m im m esm o, mas gosto tam bém de gozar as co i­sas boas da vida

2Tenho alguns prob lem as de saúde, mas esforço-m e para viver bem apesar disso

0Saudável ou não, não dou atenção à m inha saúde e faço regu larm ente coisas que sei que não me fazem bem

Televisão: quanto tempo em média você passa por semana vendo TV ?4 Menos de qua tro horas3 De qua tro a dez horas2 Dez horas ou mais0 Vejo TV quase que o tem po todo

Noção de autonomia: até que ponto você acha que é dono da própria vida?5 Acho que sou dono da m inha vida até onde isso é possível

3Gozo de bastante autonom ia em m inha vida, em bora a inda perm ita que os outros me in fluenciem mais do que desejo

2 Gozo de a lgum a autonom ia, mas ela é restrita

0Não tenho o d ire ito de op inar m uito sobre m inha vida, e não posso fazer nada para m udar isso

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As pessoas costumam descrevê-lo como uma pessoa alegre e animada? ¥ocê ri muito ou faz rir os outros?4 G eralm ente sou m uito an im ado e rio m uito3 Sou an im ado a m aior parte do tem po e rio às vezes2 Sou do tipo norm al, mas não diria que rio tan to assim0 Não acho que sou an im ado ou que tenho m uita coisa para me fazer rir

¥ocê se culpa ou critica quando as coisas dão errado, quando comete um erro ou não acerta alguma coisa logo de saída?4 Não2 Sim, a lgum as vezes1 Sim, m uitas vezes0 Sim, o tem po todo

0 que aprendeu com a experiência: você diria que aprende muitas coisas com suas experiências de vida e que isso, com o tempo, provoca mudanças em seu modo de agir?4 Sim, m uitas vezes; m udei m uito por causa das coisas que aprendi3 Sim, aprendo com a experiência; costum o pôr em prática parte do que aprendo2 Eu aprendo um as coisas, mas, na prática, isso não m uda meu je ito de agir0 ■Aprendo coisas, mas são outras coisas que têm que mudar, não eu

Autoimagem - Você diria que a imagem que tem de si mesmo se parece com a ima­gem que os outros têm de você? Ou é diferente?

3Pelo que sei, a m aneira com o os outros me veem co inc ide m uito com a m a­neira com o eu m esm o me vejo

0Acho que há uma grande d iferença entre a pessoa que sou in teriorm ente eaqu ilo que os outros veem

Nuni dia normal, quando não há nada realmente difícil a enfrentar, como você se sente?4 Acho que o dia vai ser ótim oO00

Eu me sinto bem com essa possibilidade Não acho que o dia vai ser m uito bom Acho que vai ser um dia péssimo

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 159

Os outros diriam que você é um otimista ou um pessimista?

4Um otim ista . Vejo o lado bom de quase tudo e tenho esperanças no fu tu ro ; as pessoas com entam o meu je ito radiante e d izem que vejo tudo cor-de-rosa

3 Um otim ista, em bora seja tam bém realista quando necessário1 Nem uma coisa nem outra; encaro a vida com o ela é

0Há problem as sérios em excesso e não vejo m uita coisa que possa me deixar otim ista

Quando tem que tomar uma decisão, quem você leva em consideração?

3Faço o que é m elhor para m im , mas sem pre levo em consideração o ponto de vista dos outros, e de que m odo a m inha decisão irá afetá-los

1 Penso mais nos outros do que em m im m esm o0 Penso m ais em m im m esm o

Conseguiu realizar algum dos seus sonhos e desejos infantis?4 M uitos deles3 A lguns deles1 N enhum0 Não me lem bro de te r tido sonhos e desejos

Seu trabalho ou sua vida cotidiana lhe dão a oportunidade de ajudar outras pessoas?4 Sim, passo m uito tem po cu idando de outras pessoas e a judando-as3 Sim, passo parte do m eu tem po cu idando de outras pessoas e a judando-as0 Não ocupo meu tem po cu idando de outras pessoas e a judando-as

Sente-se valorizado e apreciado tanto pelo que faz quanto pelo que é?4 Sim, durante boa parte do tem po3 Sim, às vezes

1Às vezes me sinto apreciado, mas acho que os outros não me valorizam o su fic iente

0 M uito raram ente me sinto apreciado ou valorizado pelo que faço

Tem um credo espiritual ou se interessa por assuntos espirituais, e isso o tem ajudado?3 Sim0 Não - ou eu não sei

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Contagem de pontosEscreva quantos pontos você m a rc o u :____

Mais de 70Você é alguém excepcionalm ente feliz - e já deve saber disso. Todos nós compraríamoso que você tem, se fosse possível engarrafá-lo - um tem peram ento radiante somado a uma atitude positiva, muita autoconfiança, acredita firm em ente nas coisas pelas quais se esforça e tem uma boa dose de sorte. Você foi muito d inâm ico durante toda a vida e ama os dividendos que isso lhe trouxe. Sem querer deixá-lo muito convencido, há muita coisa que as pessoas podem aprender com você a respeito de como conseguiu aprim orar a própria vida e fazer dela algo com pensador e divertido.

50-70Você é uma pessoa excepcionalm ente fe liz e gera lm ente é anim ado, constru tivo e faz o m elhor que pode com o que tem . Aproveita a vida e não perde tem po com negatividade ou reclam ações. Você é uma in fluência positiva.

35-50Você é gera lm ente uma pessoa feliz e gosta de aproveitar a vida ao m áxim o.

Abaixo de 35Existem períodos em que você não se sente particu la rm ente feliz, e sua contagem de pontos ind ica que esta ta lvez seja a hora de fazer a lgum a coisa para m udar essa situação. Será que não encontra um meio de aceita r as coisas que não pode m od i­fica r e de fazer algo d iferente a respeito das coisas que dependem de você? Talvez venha passando por tudo isso m uito sozinho. Que tal escolher um am igo para ser seu “ com panhe iro de fe lic ida d e ” - a lguém com quem se abrir e se divertir? Tente escolher suas ativ idades e re lacionam entos com a intenção específica de aproveitá- -los com o co laboradores na construção da sua fe lic idade.

0 que está atrapalhando sua possibilidade de ser feSiz?

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Escreva um diário de felicidadeUm projeto de pesquisa em que foi pedido aos participantes que

escrevessem um diário de felicidade m ostrou que aqueles que escre­veram o diário declararam que se sentiram significativamente mais felizes do que o grupo de controle, que não escreveu o diário. Esse é um meio simples de se m anter focado em seu potencial de felicidade e de aumentá-lo. Em seu diário, faça a si mesmo perguntas do tipo:

■ O que significa para mim ser mais feliz e contente?a Quais são os possíveis resultados positivos para os aconteci­

m entos desta semana?■ Tornei-me mais positivo?13 Estou me to rnando mais positivo?■ Sinto-me mais confiante e criativo?B Estou vivenciando mais coincidências positivas?B Costum o prestar atenção à m inha intuição e aos m eus senti­

m entos interiores?H O que tenho feito para m udar positivamente?H O que estou fazendo para te r um a vida mais feliz?

Imaginação e diversãoH á diversão suficiente em sua vida? Por mais estranho que pa­

reça, precisam os de diversão para sermos saudáveis, tanto na in­fância quan to na vida adulta. Algumas pessoas não têm na infância oportunidades suficientes para diversão e aventura, e isso pode li­m itar seu repertó rio no futuro. A diversão não tem que custar caro necessariam ente, mas exige im aginação, e ficar em casa diante da TV não é, definitivam ente, tão divertido assim. Você deixa em sua vida um espaço para a diversão, a aventura, a exploração e com pa­nhias interessantes? Estas perguntas têm p o r finalidade aum entar sua percepção da quantidade de diversão que houve no passado e que há hoje em sua vida.

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1 Na infância, o que você fazia para se divertir?2 O que o fazia rir?3 Quais eram suas aventuras mais em ocionantes?4 O que você mais gostava de fazer?5 Com que você se divertia e o que o deixava mais anim ado?6 Q ue tipo de com entário você ouvia dos adultos a respeito da

diversão?1 Como adulto, o que você considera divertido?8 Quais são suas principais form as de se divertir? São bem

variadas?9 Como você passa a m aior parte do seu tem po livre?

10 Q uem seria um bom com panheiro de aventuras?11 Se não houvesse problem as de tem po e dinheiro , o que você

gostaria de fazer?

CriatividadeA criatividade é um a manifestação espontânea do ego. A propria

vida, vivida de form a autêntica, é um a arte criativa. O romancista Jo- seph C onrad escreveu na introdução a um a de suas histórias que “o artista se dirige àquela parte do nosso ser [...] que é um dom, e não um bem adquirido - e, po r isso mesmo, mais duradoura”. Essa nossa parte criativa é um a parte nata do ser, e dura a vida toda. A criativi­dade não é um a m ercadoria. Todo trabalho criativo é feito tendo ele mesmo por finalidade. Se tem ou não um valor financeiro, isso não é autom aticam ente relevante para ju lgar seu valor criativo.

Até que p o n to você é criativo? Tem po tencial p a ra se to rn a r mais criativo? As pessoas d iferem m uito q u an to ao po tencia l de criatividade que dem onstram em sua vida d iária e q u an to ao tipo de con tribu ição criativa que dão ao m undo . P or exem plo, há di­ferenças no tipo e na q u an tid ad e de obsessão, paixão e dedicação em pregadas p o r alguém que com põe m úsica com o profissão e alguém que com põe um a canção ocasionalm ente. Pesquisas no cam po da criatividade investigaram quais seriam as condições que prom ovem a criatividade nos indivíduos e se a criatividade p ode ser d e lib e rad am en te desenvolvida e aum en tada . E studan­

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do as pessoas criativas, com eçam -se a d istingu ir os tipos de perso ­nalidade. Fica claro tam bém que a criatividade pode ser in cen ti­vada p o r de term inadas condições. S u rp reen d en tem en te , m uitas pessoas ex trem am en te criativas sobreviveram a condições m uito distan tes do ideal, tais com o pobreza na infância, privação ou negligência, e usaram essas experiências dolorosas com o um a espécie de força m otriz p a ra sua vida e seu trabalho . A boa n o ­tícia a esse respeito é que não é preciso sentir-se desencorajado pelas d ificuldades da vida - p o r exem plo , a pressão do tem po mas é preciso lu ta r pelo d ire ito a te r sua p ró p ria fo rm a de ex­pressão criativa. N ão é preciso esp era r até “te r tem po suficien­te ”, ou “um lugar a p ro p ria d o ” - sim plesm ente faça o que pode fazer. Se você tem paixões ou obsessões pessoais, é im p o rtan te a rran ja r tem po p ara elas.

A criatividade é um a fe rram en ta para tudo na vida, não ape­nas para a “a rte”, e não tem nada a ver com o arquétipo do “artis­ta to rtu rad o ”. As pessoas criativas m ostram possuir certo talen to para viver e sobreviver que lhes perm ite pensar p o r si mesmas e en co n trar suas próprias soluções. H á um a certa ligação en tre a criatividade e a capacidade de lidar com os fatores geradores de estresse. Pessoas dotadas de pensam ento criativo sabem en ­fren ta r a falta de au toconfiança e a dúvida que sentem a respeito do p róp rio valor, ou os problem as e crises da vida. E ncontram soluções singulares, feitas sob m edida, para situações que outras pessoas considerariam p reocupan tes ou insolucionáveis. Se não conseguem um em prego, m ontam um pequeno negócio; se o n e ­gócio dem ora a deslanchar, diversificam. Com o diz o ditado, se a vida lhe dá limões, fazem um a lim onada - e a lim onada é tão deliciosa que todos a querem , e o p rob lem a logo passa a ser com o en co n trar um a boa em presa para engarrafar o p rodu to . As pes­soas criativas percebem que, em bora a lim onada ten h a perd ido a popu laridade quando passou a ser um p ro d u to com ercial insosso e fabricado em massa, os tem po m udaram , e há novam ente p ro ­cura p o r ela.

As pessoas criativas têm características como: um a forte no ­ção de ego, autodisciplina, flexibilidade, m ente aberta, esperança,

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otim ism o e responsabilidade. Sabem que tudo tem seu lado bom e que, consequentem ente , haverão de descobrir qual é. Em lugar de se sentirem vítimas quando coisas ruins acontecem , aproveitamo fato com o um a nova oportun idade de aprendizado. São pessoas difíceis de rotular, que se reinventam periodicam ente e podem p arecer contraditórias aos olhos dos dem ais - po r exem plo, as m ulheres criativas podem trabalhar de form a afirmativa e inde­p en d en te em carreiras dom inadas p o r hom ens sem com prom eter suas qualidades m aternais e de em patia. Q uer você se considere ou não pertencen te ao tipo criativo, é possível ter um a atitude criativa diante da vida.

Cultive o hábito de fazer a si m esm o perguntas criativas. Faça isso sem pre que tiver que en fren ta r um problem a. Faça-o q u an ­do sen tir aquela vaga im pressão de que as coisas não cam inham exatam ente do je ito que você quer. Fazer a si m esm o as perguntas certas ajuda a tocar a vida p a ra a fren te . Perguntas que o enco ra­jem a se m ostrar inventivo, im aginativo, polivalente, brincalhão, original, curioso e sem pre com a m en te aberta. Perguntas que o libertem do velho estribilho: “O que será que os outros vão p en ­sar disso?”.

Questionamento cria tivoQ uando fizer a si m esm o estas perguntas, leve o tem po que fo r preciso para

estudá-las com pletam ente. Relaxe. Use a im aginação. Consulte seu eu in terior e veja o que sente; ignore as repostas inte lectua is autom áticas e superfic ia is que vierem à mente.

1 Qual é a oportunidade excepcional de aprendizado que esta situação me dá?2 Im agine-se no fu tu ro . Examine a s ituação com o se a estivesse vendo daqu i a

dez ou m esm o vinte anos. 0 que você acha? O lhando para a situação com o se fosse um fato passado, o que você m udaria em seu modo de agir?

3 Como posso ap lica r m inhas qua lidades básicas a esta situação?

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4 Como posso agir para que tudo dê certo para todo mundo?5 Quais seriam as vantagens, a longo prazo, desta situação?6 O que aconteceria se eu agisse da m aneira X? O que aconteceria se eu

agisse de m aneira to ta lm ente diferente?7 M inha visão da situação é positiva e otim ista? Se não é, será que, com m inha

expectativa negativa, estou im pondo lim itações à m inha capacidade de resolver problem as de form a criativa?

Faça suas próprias perguntas criativas

Criatividade pessoalN inguém pode lhe ensinar qual é o m odo criativo de viver

sua p ró p ria vida, com o fazer as coisas ou com o ser apenas você m esm o. O im p o rtan te é você saber que pode ad o tar um a for­m a criativa de au toexpressão . N ão im p o rta se isso q u e r dizer passar horas so n h an d o acordado , ser um a d o n a de casa cria ti­va, escrever um d iário , co n stru ir um a cabana de troncos, in ic iar um a coleção de objetos que você aprecia, c riar um a nova grife de acessórios, c ria r ciência ou incen tivar a criativ idade de ou ­tras pessoas - crianças, p o r exem plo. Isso d ep en d e só de você. Se a lguém te n ta r lim itar, qu estio n ar ou co n tro la r o tem po que você ded ica à criatividade, você tem que se p ro teg e r ferozm ente . Você não tem que explicar a n in g u ém o que está fazendo, pois

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pode d em o ra r algum tem po até que você re ú n a forças p a ra um p ro je to , e en q u an to isso pode p a rece r que você não está fazen­do nada. Podem p en sa r que você en lo u q u eceu , caso passe o dia d esen h an d o luvas bordadas, mas, se os ou tros não conseguem e n te n d e r p a ra que serve isso, pode ser que eles não ten h am de­senvolvido a p ró p ria criatividade.

Questionário da criatividade

Seção AM arque A, B, C ou D em cada pergunta (apenas uma resposta para cada per­gun ta ).

A = m uito parecido com igo B = parecido com igo na m aior parte C = não se parece m uito com igo D = não se parece nem um pouco com igo

Você tem uma grande variedade de interesses? A B C DVocê tem uma grande variedade de hobb ies? A B C DTem um forte sentido de identidade própria e única? A B C DVocê se considera independente em sua m aneira de pensar? A B C DVocê se considera brincalhão? A B C DDescreveria a si m esm o com o uma pessoa imaginativa? A B C DEstá aberto a uma grande variedade de novas experiências? A B C DVocê se considera pouco convenciona l ou convencional? A B C DJá produziu muitos trabalhos em seu cam po de atividade criativa? A B C DÉ capaz de enfren ta r vários desafios diferentes? A B C DTem uma m aneira pessoal ou orig inal de resolver problemas? A B C DJá soube utilizar situações difíceis e sofrim entos pessoais com o estím ulo para um traba lho criativo?

A B C D

Sente-se fo rtem ente m otivado a enfren ta r desafios criativos? A B C D

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 167

Em sua infância , deram -lhe oportun idade para pôr em prática seus interesses criativos?

A B C D

Você, ou alguém da sua família, já apresentou sintom as psiquiá­tricos?

A B C D

O cupou-se em estudos intensivos em sua área preferida de c ria ­tiv idade e os pôs em prática?

A B C D

Você é bom na geração de novas ideias em quase todas as si­tuações?

A B C D

Gosta de usar a intuição, isto é, de descobertas feitas por acaso? A B C DVive cercado por pessoas que o am am e respeitam e que o apoiariam e apreciariam suas conqu istas criativas?

A B c D

Mesm o quando está m uito ocupado, arranja tem po para se en­tregar a a tiv idades criativas?

A B c D

Seção BM arque novam ente A, B, C ou D depois de cada pergunta, mas note que a ordem das respostas foi alterada, de m odo que:

A = não se parece em nada com igo;B = não se parece m uito com igo;C = é parecido com igo na m aior parte;D = é m uito parecido com igo.

Você tem um código de crenças firm e ou rígido, de m odo que sabe quase sem pre com o in terp re tar fatos e informações?

A B C D

É m uito autocrítico? A B C DTem m edo de que c ritiquem seu trabalho? A B C DTem m edo do que possam pensar de você? A B C DÉ ocupado demais? A B C DSente-se pressionado pela obrigação de te r que lidar com exi­gências excessivam ente conflitantes?

A B C D

Q uando você era criança ou adolescente, seu tem po era m uito controlado?

A B C D

Tem problem as com a pressão exercida por pessoas da fam ília se você q u ise r se ded ica r a a lgum a coisa?

A B C D

Você não se considera criativo? A B C D

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Contagem de pontosAgora some os pontos: A ____ B _____C _____D _____

Não é possível m arcar m ais do que 30 pontos em cada um desses.

Se você marcou uma maior quantidade de AVocê é c ria tivo de ve rdade e, p rovave lm en te , já sabe disso. C ertam en te se sente m u ito d escon fo rtáve l, pode até se s e n tir m al, caso não tenha com o dar vazão a p ro p ria da à sua c ria tiv ida de . Seu im pu lso c ria tivo é a m ola m estra do seu se n tid o de ego, e isso o faz d ife re n te das pessoas que não sentem o m esm o im pu lso . Você tem pelo m enos um a paixão c ria tiva , e isso é o que m ais gosta de fazer. Sua contagem de pontos dem onstra até que pon to você se ded ica a uma vida c ria tiva . Q ua lque r con tagem ac im a de 20 s ign ifica que você se ded ica a suas paixões e obsessões c ria tivas e a cos tum ou-se a a rra n ja r te m po para elas, acon teça o que acon tecer. Talvez você possa g a n h a r a vida com um tra ba lho c ria tivo , se assim dese ja r e se ta m bé m a c re d ita r firm e m e n te em si m esm o. Se a sua contagem fo i aba ixo de 20, é possível que tenha s ido fo rçad o a lu ta r por seu d ire ito de ser um criador, e ta lvez essa luta não tenha acabado a inda. Esperam os que este q ue s tion á rio o tenha levado de volta a focar-se em sua ide n tid a de c ria tiva , que deve ser o foco p rim á rio de sua v ida . P rocure es tím u lo c ria tivo de q ua lid ad e , em q u a n tid a d e su fic ie n te , para não fic a r b loqueado ou de ixa r secar sua c ria tiv ida de .

Se marcou uma maior quantidade de iVocê é, por natureza, um a pessoa cria tiva e deixa essa m arca em uma grande variedade de a tiv idades e situações. Aonde você vai, leva ju n to uma c o n tr ib u i­ção cria tiva personalizada, e tem fa c ilida d e em resolver prob lem as e encon tra r novas so luções. Tem m uito senso de hum or. É provável que dem onstre durante toda a sua vida interesses cria tivos sérios. Tomara que tenha tam bém criado opo rtun idades para aprim orá -los e reserve tem po para eles sem pre que possível. Se ainda não o fez, seria bom para você receber m ais fo rm ação, estudo ou tre i­nam ento em sua área, e a com panh ia de pessoas com as m esm as inc linações lhe seria m uito ú til, para d iscu tir com elas seu traba lho . Talvez a inda precise ap rim o ra r m ais a lguns ta len tos ou ganhar m ais confiança para poder m arcar um núm ero m aior de respostas com um A. P rocure estim u lar-se aprec iando

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 169

traba lhos cria tivos de alto nível de pessoas de outras áreas, seja a ópera, seja a neu rops iqu ia tria .

Se marcou uma maior quantidade de CDentro de você há um ser cria tivo que deseja aparecer - e você anseia por autoex- pressão. É possível que tenha sido m uito reprim ido quando criança, ou que lhe te ­nham fa ltado oportun idades para cu ltiva r e desenvolver esse lado seu. Se algum as de suas respostas foram A ou B, é im portante levar esse seu lado m uito mais a sé­rio. A cria tiv idade não expressada m uitas vezes cria uma sensação de frustração, de estar em pacado, sem saber o que fazer a seguir, ou de téd io . Com ece por algo s im ples, um passo a cada dia, e faça tudo o que puder para arran jar tem po para novas atividades. Um a boa ideia é com eçar um caderno ou á lbum de anotações - anote por escrito todas as ideias que lhe vierem à cabeça, sem censurá-las. Vale a pena escrever pela m anhã, logo ao acordar. Seria bom esperar a lguns meses antes de ler o que escreveu; então releia tudo, ten tando descobrir tem as e suas obsessões criativas ocultas.

Se marcou uma maior quantidade de DA cria tiv idade não é sua linguagem preferida, e talvez você considere excêntricas as pessoas criativas e a cria tiv idade. Entretanto, se leu até este ponto, isso mostra que deseja aprender a desenvolver sua cria tiv idade. Experim ente conversar com pessoas cria tivas a respeito do traba lho delas, ou m atricu le-se num curso sobre um assunto que sem pre lhe interessou. Siga o conselho dado aos C, logo acim a* e procure fazer todo o possível para aprim orar sua confiança e sua autoestim a. Você sofre de ansiedade? Entre para um curso de re laxam ento ou de m editação, porque seu cérebro pensará com m aior clareza se você estiver relaxado. Procure adotar uma a titude flexível a respeito do traba lho criativo e procure partic ipa r de uma va­riedade m aior de ativ idades em geral, de m odo que os lobos esquerdo e d ire ito do seu cérebro sejam estim ulados. Acredita-se que a cria tiv idade exige uma síntese da a tiv idade dos dois lobos, o esquerdo e o d ire ito. Se no seu traba lho d iá rio você se ocupa apenas com ativ idades que dependem do lobo esquerdo, isso pode lhe dar uma visão lim itada. Uma boa m aneira de estim u lar seu centro de c ria tiv idade é ler rom ances e poesia, assistir a palestras e visitar galerias de arte, pois os artistas e as pessoas inovadoras enxergam as coisas de m odo d iferente e desafiam nossa percepção rotineira.

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A “pergunta milagrosa”Essa pergunta é utilizada em terap ias focadas na solução de problem as, para

incentiva r as pessoas e enxergarem além de suas restrições e lim itações com uns e para despertar sua im aginação criativa e assim a judá-las a mudar.

Im agine que am anhã de m anhã você vai acordar e encon trar tudo m udado. A conteceu um m ilagre. Você se sente em paz, relaxado e feliz. As preocupações que o a torm entavam sim p lesm ente desapareceram . Os sonhos que pareciam d is ­tantes ou m esm o impossíveis se realizaram da noite para o dia. Não falta nada em sua vida, e você se sente com pleto.

Passe algum tem po exam inando com o se sente nessa s ituação e sentindo-se feliz. Procure captar todos os detalhes de com o se sente, e o que m udou.

Agora olhe bem para o seu cenário m ilagroso. O que ele lhe d iz a seu próprio respeito?

170 Felicidade, alegria e criatividade

Que e lem entos desse cenário já existem?

Quais são os e lem entos desse cenário que você já vem traba lhando para conseguir e para os quais vem se preparando?

O que ainda precisa fazer para com p le ta r o cenário?

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 171

O que mais tem que fazer ainda para que o cenário fique o mais parecido possível com o que você imaginou?

Dê a si m esm o um prazo para com p le ta r todas as etapas.

Como resolver problemas de forma criativaResolver prob lem as pode ser d ivertido se nos livrarm os dos sentim entos d i­

fíceis e desagradáveis que costum am acom panhá-los. A preocupação, o medo e a ansiedade m uitas vezes nos im pedem de o lhar com novos olhos o processo de resolver problem as. Pessoas que passam m uito tem po fazendo palavras cruzadas não têm m edo de problem as, pelo contrário, gostam do exercício m ental que eles propõem . M uitas vezes a solução do problem a é algo orig inal e surge devido a uma maneira de pensar to ta lm ente d iferente. Passe algum tem po exam inando um problem a atual. Utilize as perguntas para a judá-lo a encarar o problem a de form a d iferente e encontre uma variedade de soluções inovadoras.

1 Defina o problem a. Identifique e descreva com clareza o problem a tal com o você o vê no m om ento.

2 In form e-se de tudo o que se relaciona ao prob lem a. Pesquise e estude d iferentes aspectos do problem a em geral. Por exem plo, se o seu problem a é sentir-se solitário, exam ine os motivos da solidão em sua vida. Estude em pro fund idade tudo o que se refere à solidão, para conhecer e entender realm ente o assunto. Procure saber com o d iferentes pessoas em situações d iferentes lidam com esse problem a. Não é preciso ju lgar - apenas in form e- -se. Fale com outras pessoas a respeito da solidão e de com o elas a en fre n ta m . Tente m anter-se pessoalm ente desligado do problem a: o problem a não é apenas seu, é uma cond ição hum ana m uito mais am pla. Escreva um diário com entando suas experiências e descobertas.

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3 Torne a d e fin ir o prob lem a. A defin ição está 100% exata? Por exem plo: o problem a não é o fato de eu me sentir solitário, e sim o fato de eu não ter m uitas oportun idades de encon trar pessoas que eu considere interessantes. Seja preciso e exato em relação à verdadeira origem do problem a.

4 Faça um lista de ideias novas em uma grande folha de papel. Anote todas as soluções que lhe vierem à cabeça (m e lhor a inda se você puder fazer isso com um grupo de am igos). Por mais rid ícu las que elas pareçam , não censure ou esconda suas ideias - anote-as. Deixe que as ideias continuem flu in do - você está p rocurando quan tidade , e não qua lidade. Não com ece a analisar ou c ritica r as ideias, não com ece a achar que são bobas ou pouco práticas. É hora de b rincar com as ideias, e você se surpreenderá com a variedade que vai brotar da sua cabeça se você se soltar. Quando term inar, deixe o papel de lado por alguns dias. Pense nelas. Esqueça-se do assunto e durante a lguns dias deixe que o problem a ten te encon trar a própria solução. M antenha-se receptivo a qua lque r ideia inspirada que lhe venha à m ente.

5 Agora com ece a pensar em a lgum as soluções verdade iram ente práticas. Quais são as soluções frívolas que você pode riscar da página? Separe dez soluções viáveis para o seu problem a, soluções que a lgum as pessoas poderiam adotar, m esm o que você não se sinta seguro a respeito delas.

a.

b . -_____c.

d. _________________________________________________

e . _____________________ _______________________________f. g. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------

h . ____________________________ -________________________________

172 Felicidade, alegria e criatividade

j. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

6 Examine sua lista de “ so luções” . Quais lhe parecem certas? Quais delas você estaria d isposto a tentar? Examine todas elas e im agine-se ten tando cada uma. Verifique com o se sente in ternam ente ao fazer isso. O que o im pede de se sentir bem enquanto explora as soluções? Enquanto faz esse exame, poderá rede fin ir a inda m ais o problem a. A essa a ltura, ele parecerá d iferente

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 173

de quando você com eçou o processo. Esteja aberto a novas m aneiras de pensar sobre o problem a.

Ponha em prática as soluções que lhe parecerem m ais agradáveis, e, se elas não func ionarem , você tem ainda uma lista para tentar.

Bem-estarA ntigam ente, as pesquisas psicológicas se restringiam a sofri­

m entos psicológicos e doenças, e nossos m odelos de psicologia eram , até certo ponto , mais baseados na com preensão das pato­logias do que em com preender o que ajuda ou o que faz com que as pessoas se sintam bem e gozem de bem -estar psicológico e em o­cional. Isso m udou, e agora os pesquisadores de. psicologia positiva passaram a estudar os fatores que fazem as pessoas se sentirem bem na vida e de que m odo podem os aproveitá-los para otim izar nosso bem-estar.

Podem os definir o bem -estar com o um estado geral de saúde e felicidade, levando em conta os aspectos social, físico, am biental e psicológico, que in teragem en tre si.

Padrões de bem-estarA lguns pesquisadores criaram uma defin ição precisa de seis padrões m ensuráveis de bem-estar. Veja quantos pontos você marca em cada um deles. Dê a si m esm o uma nota de 1 a 5.Aceitação de si mesmoEste padrão mede a a titude positiva que alguém tem sobre si m esm o, se aceita a si m esm o tal com o é e reconhece todas as características que lhe são próprias e suas experiências passadas.Nota de 1 a 5 : _____

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174 Felicidade, alegria e criatividade

Relacionamentos positivosTrata-se da capac idade de m an te r re lac ionam entos te rnos, encora jadores, ín ­tim os e baseados na con fiança , de ser capaz de p ro funda com preensão, de se p reocupar com o bem do p róx im o e saber conecta r-se p ro fundam en te com outras pessoas. Embora tan to hom ens quan to m ulheres dec larem que isso é fu n da m en ta l ao seu bem -estar, parece que as m ulheres são m ais com pe ten tes nessa área.Nota de 1 a 5 : _____

AutonomiaUma pessoa dotada de autonom ia em alto grau conduz sua vida segundo seus pró­prios valores, não se de ixa,gu iar por fatos externos e sabe tom ar as próprias de­cisões. Sabe enfrentar as pressões para pensar nem se com portar segundo suas preferências pessoais, e não segundo o que é ditado pela sociedade.Nota de 1 a 5 : _____

Domínio do ambienteIsto quer d izer capacidade de aproveitar ao m áxim o as oportun idades e, ao m esm o tem po, m anter sob contro le as a tividades diárias. Trata-se de pessoas que se con ­sideram com petentes para adm in is tra r seu m undo externo e sabem cria r ou optar por um am bien te em que se s intam bem.Nota de 1 a 5 : _____

Noção de propósitoQuem percebe que a vida tem um propósito possui valores e metas; sabe que a vida tem um sentido, e tem uma d ire triz e um m otivo para viver.Nota de 1 a 5 : _____

Crescimento pessoalAs pessoas em processo de cresc im ento pessoal se interessam pela vida e pelo aprendizado. Com preendem que estão crescendo e se aperfe içoando, e durante toda a vida se m antêm abertas a novas experiências. Percebem que seu com por­tam ento, suas aptidões, seus conhecim entos e suas atitudes m elhoram com o tem po, e aprim oram a própria e fic iência e sabedoria.Nota de 1 a 5 : _______

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Contagem de pontosDe 1 a 30, sua contagem total de pontos quan to ao bem -estar é ______

Se suas notas fo ram mais baixas em algum a área, é nessa que você deve concen tra r sua atenção. Pense em quais dos seus valores e metas você pode buscar apoio para m elhorar seu bem -estar nessa área. Se traba lha r com afinco, verá que sua contagem de pontos aum entará com o tem po. Volte a fazer essas perguntas a si m esm o ao fina l de a lgum as sem anas ou meses.

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CAPÍTULO 6

Relacionamentos e comunicação

Poucas coisas na vida nos trazem mais felicidade do que uma amizade íntima, duradoura,

aconchegante e imparcial com nosso melhor amigo.David Myers, pesquisador da área da felicidade

Em m uitas nações e culturas, as pessoas que se descrevem com o “casadas” geralm ente se consideram bem mais felizes do que as não casadas. Além disso, as pessoas casadas ou que vivem um a un ião ou associação rom ântica estável são m enos sujeitas à depressão, talvez p o rque um a união estável ajude a u n ir as pes­soas quando as coisas vão mal. Com o vimos no capítu lo anterior, um casam ento feliz e saudável - ou o seu equivalente - contribui g randem en te para a felicidade. Por ou tro lado, o rom pim ento de um re lacionam ento - com o acontece tantas vezes - provoca m ui­ta angústia. Precisam os de re lacionam entos para serm os felizes, mas nem sem pre eles duram m uito tem po. Q uando eles se rom ­pem , nós nos sentim os com o se tivéssemos falhado; m uitas vezes as separações são inam istosas, am argas e dolorosas.

Você se sente feliz em seu relacionam ento? O que está erra­do? O que to rna tão difíceis os relacionam entos? Esse cam po exige um grande esforço - mas se você p rocurar um terapeu ta de ca­sais, ele dará im portância a aspectos específicos do relacionam ento que abordará com você. Isso porque as pesquisas vêm m ostrando que certos com portam entos e atitudes em um relacionam ento, tais como, po r exem plo, consideração, aceitação e respeito quanto à individualidade e defeitos do outro, predizem satisfação po r m ui­to tem po. Pelo contrário, existem atitudes e com portam entos, tais com o não dar ouvidos ao outro, que dem onstram a má qualidade e fazem prever a ru p tu ra do relacionam ento. Existem sinais típicos que indicam com portam entos positivos e negativos em um relacio­nam ento . A boa notícia é que é possível ap ren d er com portam entos

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 177

adequados para m an ter um bom relacionam ento, ou melhorá-los com o tem po.

Você pode usar este capítulo como um guia básico para m an­te r um bom relacionam ento. Pode tam bém usá-lo para diagnosti­car em que pon to está seu relacionam ento e que rum o você quer que ele tome.

Se no m om ento você não tem um relacionam ento , pod erá usar o questionário para avaliar o que acon teceu de e rrado no an terio r e para de te rm in ar suas m etas e valores para um relacio­nam en to futuro . De um a form a ou de ou tra , estes questionários o ajudarão a co m p reen d er que os re lacionam entos bem -sucedidos não são um a questão de sorte, com o pensa m uita gente. Os rela­cionam entos dão certo ou fracassam d ep en d en d o de com o as pes­soas (a) enxergam e (b) tratam um a à outra. Os relacionam entos bem -sucedidos acontecem quando os parceiros sentem igualm en­te, um pelo ou tro , um alto grau de envolvim ento, confiança, ded i­cação e sinceridade em ocional e estão am bos dispostos a assum ir a responsabilidade p o r cultivar e p ro teg er esse re lacionam ento . Isso exige um esforço co n tín u o dos dois lados. Am bos devem d a r e receber igualm ente, em bora cada qual con tribua com atri­butos e dons diferentes.

Você conhece algum casal cujo re lacionam ento considera bem -sucedido? O u um casal que parece estar sem pre em crise, ou algum ou tro que vive brigando? Observe o com portam en to deles. O que dá certo e o que não dá? Q uando ela o critica, que efeito isso provoca nele? Q uando ele a agride, qual recado está dando para ela?

Esta parte do livro se aplica igualm ente a todo tipo de relacio­nam ento sexual e de com panheirism o, hétero ou homossexual. Não acreditam os que o casam ento tradicional seja o único tipo “nor­m al” de relacionam ento.

Todos estes processos o ajudarão a focar a atenção e a pensar em seu relacionam ento e fazê-lo progredir. E possível que tragam à tona as diferenças en tre vocês. Q uando essas diferenças forem reveladas, estabeleçam quais serão as regras para lidar com esses conflitos.

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178 Relacionamentos e comunicação

Questionário exploratório para casaisEste questionário deve ser respondido ind iv idua lm ente e pelo casal. Isso a b ri­

rá vários cam pos para reflexão, exploração e d iscussão ind ividua l ou con jun ta . Não ten te responder a todas as perguntas de uma vez só - é um questionário longo, e mais im portante do que escrever as respostas é o processo de re fle tir e passar a com preender m elhor o seu par.

Vocês se amam?Parceiro 1 _________ _____________________ ______________________________________________

Parceiro 2 ______________________________________________________________________________

Como descreveria seus sen tim en tos em relação ao seu par?Parceiro 1 _____________________•________________________________________________________

Parceiro 2

Como descreveria o que seu par sente em relação a você?Parceiro 1 _____________________________________________________

Parceiro 2

Descreva o re lac ionam ento entre seus pais enquanto você era c riança. Do que você se lembra?Parceiro 1 __________________________________ ____________________________________________

Parceiro 2

O que você aprendeu sobre a d ife rença entre os papéis m ascu lino e fem in ino?Parceiro 1 ____________________________________________________________________________

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 179

Parceiro 2

R elem bre e descreva uma cena típ ic a de seus pais. Por exem plo, com o eles enfren tavam os co n flito s ou desen tend im en tos . Eles lhe deram um bom m odelo do papel que cabe a você em seu re lac ionam ento atual?Parceiro 1 .................................. ...................................................... ........ ..................... .... .................................

Parceiro 2

Em seu re lac ionam ento a tua l, o que é igual e o que é d ife re n te em sua m aneira pessoal de e n fren ta r co n flito s e desentend im entos?Parceiro 1 .._ .... .................................... ................... .._........................ ..................... .............................. ........

Parceiro 2

Como seus pais resolviam a questão da in tim id a d e e do afastam ento?Parceiro 1 ........... ........................................ .... .................. ....................... ......... .........................

Parceiro 2

Pensando no re lac ionam ento en tre seus pais, o que a a titu d e deles lhe ensinou sobre re lacionam entos?Parceiro 1 ............_ ...._.._ ................................................. ......... ........................ .............................................

Parceiro 2

Vê alguma semelhança com o modo como você vive seus próprios relacionamentos?Parceiro 1 ............................................. ............................... ........ ........................................................................

Parceiro 2

Page 179: As 1000 Perguntas - Alyss Thomas

0 que lhe parece m ais com pensador em seu re lac ionam ento atual?Parceiro 1 _____ __________________________________________________________

180 Relacionamentos e com unicação

Parceiro 2

Quais as qua lidades do seu par que você m ais aprecia?Parceiro 1 __________________________________________________

Parceiro 2

Am bos se esforçam para co n s tru ir e sus ten ta r o re lac ionam ento? Fazem isso igualm ente?Parceiro 1 _____________________________________________________________________________

Parceiro 2

Cada um incen tiva o c resc im en to e o desenvo lv im ento do outro?Parceiro 1 --- --------------------------------------------------------------------------------------------------

Parceiro 2

Qual fo i a p rim e ira grande decepção ou desapontam ento que vocês sentiram em seu re lacionam ento?Parceiro 1 ______________________________________________________________________________

Parceiro 2

De que fo rm a cada um de vocês lidou com isso na época?Parceiro 1 ______________________________________________________

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 181

Parceiro 2

O que vocês pensam a respe ito d isso hoje?Parceiro 1 ____________________________________

Parceiro 2

Descreva uma cena típ ica do m odo com o vocês dois lidam com os problem as, desen tend im en tos e d if icu ld a d e s no seu re lac ionam ento .Parceiro 1 __________________________________________________ __________________________

Parceiro 2

O que vocês acham disso? G ostariam de agir de outra form a?Parceiro 1 _____________ ,___________________________________________

Parceiro 2

O que vocês acham m ais desafiador ou d if íc il em seu re lacionam ento?Parceiro 1 _______________________ ____________________________________________

Parceiro 2

Existe a lgum a coisa que você gostaria de m udar em seu par? Se fo r o caso, ex is­te a lgum a coisa em que você se d ispõe a m udar em troca?Parceiro 1 _____________________________________ ;_______________________________________

Parceiro 2

Page 181: As 1000 Perguntas - Alyss Thomas

182 Relacionamentos e comunicação

Você se sen te seguro para se m os tra r abe rto , v u ln e rá ve l, fra n c o e para reve­la r fa ce ta s sensíve is a seu par? Seu par pode faze r o m esm o em re lação a você?Parceiro 1 ........................................................................................................................... ..................................

Parceiro 2

Em que vocês do is são igua is ou parecidos?Parceiro 1 ______________________________________

Parceiro 2

Em que vocês são d iferentes? Como fazem para ace ita r as d iferenças?Parceiro 1 ________________________________________________________________-—

Parceiro 2

Quais são as d ife re n tes aptidões, h ab ilidades e vantagens que cada qual traz para o re lac ionam ento?Parceiro 1 ______________________________________________________________________________

Parceiro 2

Acha que existe uma troca jus ta e igual em seu re lac ionam ento?Parceiro 1 ____________________________________________________________

Parceiro 2

É fá c il ou não para você d is c u tir sexo e suas p re fe rênc ias sexuais com seu par?Parceiro 1 ________________ ______________________________________________________________

Page 182: As 1000 Perguntas - Alyss Thomas

As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 183

Parceiro 2

É fá c il ou não para você d is c u tir d in h e iro e sua s ituação finance ira?Parceiro 1 _____________________________________________________________ ___

Parceiro 2

Em que você acha que seu par poderia a juda r mais?Parceiro 1 ___ ______ ____________________________________

Parceiro 2

Acha que seu par lhe dá atenção su fic ien te? Do que você sente fa lta?Parceiro 1 ___________________________________________________________________

Parceiro 2

O que você m ais aprecia e va loriza em seu re lac ionam ento? Quais as ca rac te rís ­tica s que você gostaria de ver m ais desenvolvidas?Parceiro 1 ______________________________________________________________________________

Parceiro 2

Vocês se d ive rtem com o casal por tem po su fic ien te?Parceiro 1 _______________________________________________

Parceiro 2

Page 183: As 1000 Perguntas - Alyss Thomas

Vocês têm com prom issos con jun tos? Como eles a fe tam o re lacionam ento?Parceiro 1 ...............................................................................----------------------------- _ .... ...................

184 Relacionamentos e comunicação

Parceiro 2

Você passa a lgum tem po fazendo coisas sem a com panh ia do seu par? Como cada um se sente a respe ito do fa to de o outro te r a tiv idades separadas?Parceiro 1 .......................................-............. ................... ....................... .................. -.................. ................... ..

Parceiro 2

Conseguem m anter am izades e interesses separados?Parceiro 1 ........................................................ .........................................

Parceiro 2

Vocês estão de acordo a respe ito de questões básicas, ta is com o criação dos filho s , ou a respe ito de assuntos com o fazer com pras, ta re fas dom ésticas, f in a n ­ças e refeições?Parceiro 1 .......................______ ______________________________________________ ____________

Parceiro 2

Na sua op in ião , qual é o p ropósito do re lac ionam ento de vocês?Parceiro 1 ............... ...... ................. ......................................-______ ______________

Parceiro 2

Quais são suas m etas para o próxim o ano em relação ao re lacionam ento?Parceiro 1 ................... ....... -_______________________ ______________________________ _

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 185

Parceiro 2

E qua is as m etas para os próxim os c inco anos? E depois?Parceiro 1 _____________________________________________________

Parceiro 2

Quais são suas m etas para você m esm o para o ano próxim o e para os c inco seguintes? Como elas a fetarão seu re lac ionam ento? Que im p a c to te rá seu re lac io ­nam ento sobre essas metas?Parceiro 1 ______________________________________________________________________________

Parceiro 2

As fases cíclicas de um relacionamentoCada relacionam ento é um a jo rn ad a que passa p o r um a série

natural de fases e se transform a à m edida que evolui e am adurece. Q uando conhecer todas as fases, o lhando de fora, saberá reconhecê- -las facilm ente em outros casais, mas não é assim tão fácil en tender quando estiver passando p o r urna delas. Esses estágios de evolução podem ser com parados às fases de crescim ento e evolução atraves­sadas pelas criancinhas e pelos jovens até atingirem a m aturidade. Estamos sem pre crescendo e am adurecendo, e essas fases nunca são perfeitam ente com pletadas. As vezes tam bém regredim os, para com pletar algo que não pudem os com pletar an teriorm ente. Cada estágio, en tre tan to , se apoia no estágio anterior, e é impossível sal­tar um a fase. Sua evolução duran te a prim eira infância tam bém pode afetar seu relacionam ento, porque os problem as pelos quais passou em cada fase da infância podem ser reativados quando atin­gir a fase equivalente em seu relacionam ento.

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186 Relacionamentos e comunicação

Se souber em que fase do relacionam ento você se encontra, poderá en ten d e r muitas das dificuldades que está atravessando e o que fazer a respeito delas. Cada fase traz consigo seus desafios e conflitos.

Cada fase da jo rn ad a do relacionam ento tem seus desafios par­ticulares, que têm que ser resolvidos antes que o casal siga adiante. As fases vão da euforia ao se apaixonar até alcançar a profundeza da verdadeira intim idade - isso se as tarefas de cada fase forem concluídas com sucesso.

Cada fase tem sua finalidade. Cada fase tem tam bém um li­m ite de tem po - depois de algum tem po é preciso ceder espa­ço ã fase seguinte. Não existe um tem po padrão para a duração de cada fase, e às vezes elas levam anos para se com pletar, mas pode-se p e rceb er quando um a fase esgotou seu p ró p rio lim ite de tem po. As coisas não parecem cam inhar tão bem com o antes, e você percebe que é preciso m u d ar algum a coisa para que tudo con tinue sendo bom e saudável para ambos. E preciso fazer novos acordos a respeito de alguns aspectos do re lacionam ento . E n tre­tan to , se você p rog red iu e ap ren d eu m uita coisa na fase anterior, isso lhe será útil na nova fase.

Q uando a transição de um a fase para ou tra com eça a acon­tecer, os casais podem se sentir confusos e inseguros, ou podem en tra r em conflito p o r não en tenderem as m udanças que estão ocorrendo. As transições en tre as fases são a época em que os casais enfren tam as m aiores dificuldades e é quando m uitos relaciona­m entos term inam . Essas transições nunca são fáceis ou claras para ninguém . No entanto , será m uito útil e an im ador en ten d e r que a transição faz parte de um a evolução saudável.

O u tra com plicação possível é que um a pessoa pode atingir a fase seguinte do relacionam ento em um a época diferente do seu par. O relacionam ento, então, apresentará características típicas das duas fases, e quando isso acontece há dificuldades especiais a serem ajustadas, e costuma haver conflito e um a sensação de desen­tendim ento , traição ou perda. Por exem plo: o m em bro do casal que não m udou e continua no estágio simbiótico inicial pode não com preender ou se sentir am eaçado pelo que lhe parece um a m u­

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 187

dança súbita em seu par, que, de repen te, não quer que fiquem ju n tos sozinhos tanto tem po e sente vontade de sair para outros compromissos sem o outro.

Em qual dessas fases se encontra seu relacionam ento? Você e seu par estão ambos na m esm a fase ou em fases diferentes? Se estiverem em fases diferentes, será preciso en tra r em acordo para resolver o conflito, levando em conta as diferenças e individuali­dades de cada um.

Escolha um a das fases que vêm a seguir. Pode ser que você e seu par estejam em diferentes fases de evolução; portan to , seria bom exam inarem essas perguntas de form a independen te , assim com o fazê-lo em conjunto.

Que fase você está atravessando?

Fase 1 do relacionamento - Só nós doisEsta é a fase inicial de um relacionam ento que costumamos cha­

m ar de “apaixonar-se”. Vocês não se cansam um do outro e vão para todo lado de mãos dadas - isso se conseguirem sair da cama. H á paixão e rom ance, e os desejos de ambos são atendidos ao máximo, já que cada um está recebendo do outro tanta atenção. N enhum dos dois pede ao outro que m ude em algum a coisa. Tudo é tão em o­cionante e prazeroso que nen h u m dos dois quer pô r em risco o relacionam ento m ostrando com portam entos que possam ser inacei­táveis para o outro. Ambos adoram e são adoráveis. Nesta fase, prefe­rem enfatizar as semelhanças e tudo que têm em comum. É como se, de repente, você tivesse finalm ente encontrado alguém que entende profundam ente quem você e é tudo que você precisa.

Se, depois de alguns meses, cada um decide que vale a pena con tinuar o relacionam ento, vocês terão um a base sólida para sua construção. Essa fase simbiótica tem um a finalidade: é o que per­m ite criar um vínculo forte ou um a ligação afetiva. Muito tem po é passado o lhando o ou tro nos olhos e criando te rn u ra e intim ida­de. Isso será um a fonte de força e união quando passarem à fase seguinte. Sem pre será possível re lem brar esse sentim ento de acei­

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188 Rei acionamentos e comunicação

tação e fam iliaridade em que se baseia o relacionam ento. O tem po que se leva nessa fase é um tem po bem gasto, se o relacionam ento for para d u ra r m uito tem po. Se a in tenção não era de que fosse durável, os conflitos vão surgir quando essa fase term inar, e talvez seja a hora de term inar tudo.

Se você vive hoje um relacionam ento em que faltou essa fase, ou ela não se com pletou, po r exem plo, devido à distância geográ­fica ou porque acontecim entos da vida o im pediram , a ligação en­tre vocês pode nunca chegar a ser tão forte. Se um dos parceiros ou ambos têm m edo da intim idade verdadeira, essa fase pode não acontecer adequadam ente, e o relacionam ento vai sofrer po r isso nos estágios posteriores.

Se nenhum dos dois consegue realizar p lenam ente esse está­gio, há o perigo de ficarem em pacados nesse ponto. O par conti­nua na fase simbiótica, mas de m aneira pouco sadia, o que pode levar a relacionam entos com plicados - ou de codependência - no qual tentam continuar fundidos um no outro, e para isso evitam conflitos ou exprim ir diferenças. Um dos motivos que leva a não q uerer passar ao estágio seguinte é a existência de um a relação de dependência hostil, em que os casais ficam presos um ao outro em ciclos constantes de conflitos e de dor. Não suportam viver separa­dos e independentes, mas tam bém não suportam ficar ju n tos de form a harm oniosa.

Fase 2 do relacionamento - Só eu e vocêEsse estágio pode com eçar poucos meses depois do estágio 1.

O u pode dem o rar mais um pouco a acontecer. M uitas vezes traz desconforto , po rq u e é nesse m om ento que você percebe que você e a pessoa am ada são d iferentes e até existem algum as coisas nessa pessoa que você não aprecia! Isso pode ser um choque, e você se pergunta: “O que acon teceu a nós, àquele sen tim ento de serm os um só?” Pode ser um tem po de desapontam ento e desi­lusão, a descoberta d ep rim en te de que um a das prom essas feitas na fase 1 - “Vou cu idar de você para sem pre” - é pouco realista. Cada um percebe que tem que cu idar de si, pois o ou tro tem um a vida p ró p ria separada.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 189

Se o casal conseguiu ultrapassar bem esse estágio e continua unido, está na h o ra de com eçar a discutir coisas tais com o as ex­pectativas e necessidades individuais de cada um , e dar início a um acordo a respeito do relacionam ento.

Muitos relacionam entos não sobrevivem a essa transição, pois é quando podem perceber que as diferenças en tre ambos são gran­des demais, e vocês não en tendem como não perceberam isso an­tes. Um de vocês - ou ambos - com eça a q uerer passar m enos tem ­po ju n to com o outro - p o r exem plo, deseja sair em separado com os próprios amigos, em vez de fazer tudo em conjunto, ou pode querer um tem po só p ara si, de privacidade. O ou tro parceiro pode achar isso m uito difícil, considerando-se excluído ou rejeitado. Se um dos parceiros - ou ambos - é um a pessoa insegura, com pouca autoestim a, pode ser um a época perigosa.

A segunda fase tam bém tem sua finalidade: cada um reencon­tra a si m esm o e redescobre que existem um “eu” e um “você”, que haviam sido suplantados pelo “nós”. Cada qual tem que se definir novam ente como pessoa à parte e independen te . Sem isso, o rela­cionam ento ficaria estagnado, e nenhum dos dois poderia continu­ar am adurecendo e se desenvolvendo com o um indivíduo dotado de vida própria.

Fase 3 do relacionamento - Eu sou euD urante esse período, um ou os dois podem com eçar a par­

ticipar mais de atividades separadas. Os indivíduos com eçam a se redescobrir com o pessoas separadas. R etornam aos velhos amigos ou retom am atividades que não são com partilhadas pelo outro, e podem até encon trar novos interesses e oportunidades interessan­tes. Por um certo tem po, cultivar o “eu ” se to rna mais im portan te do que cultivar o “eu e você” ou o “nós”.

E nessa hora que as pessoas com eçam a achar que o outro está se preocupando em excesso consigo mesm o e se to rnando egoís­ta. A necessidade de autonom ia, autoexpressão e realização parece passar a ser mais im portante do que o relacionam ento, e o antigo sentim ento de segurança aconchegante dá a impressão de estar tem ­porariam ente perdido. Pode parecer que algo precioso se perdeu, e

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190 Relacionamentos e comunicação

que não estão mais apaixonados. Pode ser um a época complicada, pois há muitos interesses conflitantes. Cada membro do casal está lutando por sua independência e liberdade, porém, ao mesmo tem­po, quer que a outra pessoa esteja ali quando precisar dela - mas segundo seus próprios termos e quando se sentir pronto. Se um dos dois entra nesse estágio antes do outro, isso vai ser um choque para quem ficou para trás, que pode ver nisso um abandono. Se ambos passam por esse estágio ao mesmo tempo, podem se encontrar ape­nas rapidamente. Casos e atração por outras pessoas podem ame­açar a integridade do relacionamento e causar tanto sofrimento e raiva que não dá para entender o que está acontecendo.

Essa é mais uma transição à qual muitos casais não sobrevivem. Cada qual pode estar sinalizando “Não preciso mais de você”, e se sentir preso e limitado se o outro não lhe dá o espaço necessário. Por outro lado, algumas pessoas podem se sentir carentes e se tornar pe­gajosas, se acham que seu amor as está trocando por outros interes­ses e preocupações, e que não é mais núm ero 1 na vida do outro.

Essa fase do relacionamento se parece com a da criança de 2 para 3 anos de idade que quer aprender a fazer as coisas de forma independente e quer fazê-las sem ajuda. Mas, se alguma coisa não dá certo, quer que a mamãe apareça imediatamente. Os adoles­centes voltam a passar por essa fase quando exigem alta dose de autonomia e independência, mas querem que os pais arrumem suas coisas e paguem as contas deles. Nesses jovens, as afirmações de independência chegam a ser cômicas ou absurdas para os adul­tos. Da mesma forma, algumas pessoas, durante essa fase, parecem estar dizendo: “Deixe-me em paz, mas fique por perto para o caso de eu precisar”.

Depois que o casal tiver entendido e resolvido essa questão e tiver estabelecido seu grau de independência e união, essa fase faz com que cada um possa realizar m elhor seu potencial do que conseguiria sozinho. Podem se apresentar ao m undo de uma nova forma, confiantes de que seu par estará ali, nos bastidores, quando for preciso. O casal aprende a importância da confiança, do per­dão e da tolerância.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 191

Fase 4 do relacionamento - Voltando ao “nós”Depois que cada m em bro do casal houver restabelecido um a

noção mais firme de sua identidade no m undo e começado a se esforçar com afinco em prol dos próprios interesses e da própria evolução, já pode começar a voltar a pensar em termos de “nós”.O casal pode se unir novamente, sabendo valorizar e com preender m elhor as necessidades e a diversidade individual de cada um. Pas­sam mais tempo juntos conversando sobre o relacionamento e o que esperam dele.

Nessa fase, o esforço e a atenção são mais dirigidos ao equi­líbrio entre o “nós” e o “eu”. O casal oscila entre períodos de profunda intim idade e períodos de separação e independência, época em que um a ênfase excessiva no “nós” ainda parece amea­çadora ao sentido de ego dos indivíduos. O casal se sente dividido entre o m edo de subm ergir no “nós” ou ser cada um independen­te e sozinho. Alguns casais podem testar se podem mesmo contar com o outro, ou se poderão m anter um a vida própria sem sofrer recriminações.

Os problemas desse período podem levar a conflitos e sofri­mento, já que os relacionamentos podem levar à polarização. Um dos parceiros pode mostrar necessidade de se sentir independente e terá medo de ser abafado pelo outro, enquanto o outro sentirá falta de um a intimidade constante e ficará carente e exigente. Pro­blemas inconscientes com respeito à segurança e à independência, originados na infância, podem vir à tona.

«^ 6

A mãe de Joe foi abandonada pelo m arido, o pai de Joe, quando ele tinha cerca de 4 anos. Ela dependia do apoio em ocional de Joe, e quando ele foi ficando mais velho, ten tou su tilm ente contro lar e restring ir suas ativ idades fora de casa, para que ele ficasse em casa com ela à noite. 0 resu ltado é que Joe sente alergia a m ulheres que dão a im pressão de que rer contro lar sua vida, e faz questão de sair todas as noites. Esse com portam ento resulta naqu ilo que ele tan to detesta - uma m u lher exigente, que vive reclam ando e esperando por ele em casa. Isso o convence de que todas as m ulheres são choronas e dependentes, e ele dec ide que prefere viver sozinho para poder “ te r seu espaço” .

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192 Relacionamentos e comunicação

s n ©

Se os problemas da fase 4 forem resolvidos com sucesso e os dois entrarem num acordo - isso leva algum tempo o casal che­gará a um a maior satisfação e profundidade.

Fase 5 do relacionamento - InterdependênciaDepois de alguns anos, o casal já atingiu algumas certezas bá­

sicas: os dois sabem que se amam, mas seguem também com sua própria vida pessoal. Esses aspectos são igualmente importantes para eles e não representam ameaça. Cada parceiro é um indiví­duo satisfeito com a própria vida e seguro, ao mesmo tempo que encontra profunda satisfação no relacionamento.

Esse é o estágio do pacto realista. Ambos já desistiram da ideia de um parceiro idealizado que preencheria todos os seus desejos. Cada qual está disposto a se dedicar ao outro, desde que seja um compromisso de parte a parte. Por interm édio de conversas, o ca­sal se esforça muito para m anter o relacionamento, cum prir seus compromissos e levar adiante seus planos. Os dois tornaram-se rea­listas e não esperam que o relacionamento se resolva sozinho.

Se um dos parceiros atinge esse estágio antes do outro, esse parceiro pode desejar mais intimidade e contato, enquanto o outro ainda está tentando afirmar a própria independência. E preciso ter paciência.

Este é, acima de tudo, o estágio da maturidade, baseado na va­lorização e no respeito mútuos. Cada um encoraja o outro a evoluir e crescer, em vez de tentar, por meio de controle e manipulação, que o outro realize todos os seus desejos. A franqueza e a vulnerabi­lidade aumentam. A essa altura, cada indivíduo atingiu a compre­ensão de que há pontos em que deve ceder, mesmo quando isso não lhe agrada, e geralmente se esforça para que o relacionamen­to dê certo, sem sentir ressentimento pelas obrigações inerentes. Ambos reconhecem o valor profundo do relacionamento. Embora nenhum relacionamento possa ser considerado como garantido para sempre, o casal terá construído algo sólido, e ambos se sentem prontos para enfrentar juntos o futuro.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 193

Em qual dessas fases você está?Sabe identificar os desafios particulares que está enfrentando

nessa fase do seu relacionamento?

Avalie sua habilidade para se comunicar como casalA boa com un icação é a essência de um bom re lacionam ento. Prestando

atenção ao m odo com o um casal se com un ica , podem os prever com precisão sua p robab ilidade de sucesso. A com un icação inc lu i o m odo com o se cum prim en tam ou se despedem , dem onstrações de aceitação, se ouvem um ao outro, com o con ­to rnam conflitos e conseguem que seus desejos sejam satisfeitos, com o enfren tam d iferenças e desavenças, o m odo com o dem onstram com preensão e em patia e com o vivem a vida cotid iana. Se os parceiros dem onstram hab ilidade interpessoal um para com o outro, cada um deles se sente respeitado, valorizado e com preen­dido, e suas necessidades pessoais são levadas em conta.

O questionário servirá para a judar vocês a avaliarem e pensarem se, com o casal, são hábeis com un icadores. Essa é uma boa previsão de com o será seu re lacionam ento a longo prazo - e que aspectos da com un icação podem ser traba ­lhados para obter um bom resultado.

Pensem em qual seria a reação provável de vocês com o casal nas seguintes situações:

1 Depois de um dia longo, trabalhoso e estressante, vocês se reencontram . Como seria a prim eira parte da noite que vão passar juntos?

a. Um dos parceiros está preocupado e não presta muita atenção ao outro.b. Um de vocês, ou ambos, entra em um estado de espírito negativo.c. Um tenta tratar bem o outro, mas acha que isso não é justo.d. Antes de mais nada, vocês se sentam e passam algum tempo entrando

novamente em sintonia.

2 Q uando entram em conflito ou há um desentend im ento a respeito de algo im portante, a a titude m ais provável seria:

a. Não entender qual é o verdadeiro motivo do conflito ou não aceitar a versão do outro?

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194 Relacionamentos e comunicação

b. Permitir que a conversa se torne negativa ou crítica, dando origem a discussões?c. Vai cada qual para um lado, para evitar uma discussão?d. Trocam muitas ideias até chegarem a um acordo aceitável para ambos?

3 Am bos precisam desesperadam ente de umas férias. Um quer ir para uma praia, para relaxar e esfriar a cabeça. O outro prefere uma viagem m ovim en­tada. Qual seria o resultado mais provável?

a. Vocês viajam para o lugar preferido pelo parceiro mais persuasivo e dominante; o outro não gosta muito, mas tenta se conformar.

b. Vocês viajam para o lugar preferido pelo parceiro mais persuasivo e dominante, mas o outro não para de reclamar.

c. Viajam para lugares diferentes.d. Escolhem um lugar onde cada um pode fazer algumas coisas sozinho, mas

podem também passar parte do tempo juntos.

4 Se vocês m oram jun tos, com o fica resolvida a questão das compras?a. Fazem as compras juntos - às vezes a situação fica tensa, mas vocês dão

um jeito.b. Cada qual faz parte das com pras ind iv idua lm ente , quando quer, e brigam por

causa das coisas escolh idas,c. Um dos dois fica quase sempre com essa responsabilidade.d. Discutem como vão fazer, e ou fazem um rodízio ou encontram outra maneira

de dividir as obrigações, o tempo e a despesa.

5 Vocês têm opin iões d iferentes a respeito de um assunto de licado e d iscordam to ta lm ente da opin ião um do outro. O que aconteceria mais provavelmente?

a. Evitam discutir e fingem estar de acordo.b. Criticam um ao outro e se sentem infelizes.c. Decidem que um dos dois é superior e tem o direito de decidir.d. Cada qual ouve e admite a opinião do outro, mesmo que continue não

concordando.

6 Seu par se em briaga em uma festa e se com porta de form a inconveniente. O que você provavelm ente faria?

a. Tentaria fingir que nada está acontecendo.b. Faria críticas e ficaria com raiva.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 195

c. Acharia que o prob lem a não é de seu e voltaria para casa sozinho.

d. Levaria a pessoa para casa em segurança e esperaria uma opo rtun idade para

fa la r do acontecido e de com o se sentiu no dia seguinte.

7 Seu parceiro anda ocupado e estressado e lhe faz m uitas exigências. Você tam bém está atarefado. Você, provavelm ente, agiria deste modo:

a. Deixaria tu d o para a judá-lo e faria tudo o que pudesse.

b. A judaria , mas se sentiria exausto e explorado.

c. Daria bons conselhos sobre a m e lhor m aneira de ele a dm in is tra r o tem po.d. Você se ofereceria para a jud a r no que fo r possível, porque sabe que o outro

faria o m esm o por você.

8 Você já dec id iu o que quer fazer no fim de semana. Seu par tam bém decid iu o que quer fazer, e isso exige sua partic ipação. Qual seria a saída provável?

a. Os dois acham que vão passar o fim de sem ana jun tos.

b. Um de vocês se zanga porque o outro não q ue r fazer a m esm a coisa e vai estragar seu fim de semana.

c. Um de vocês faz exatam ente o que pretendia e, se o outro não q u ise r ir jun to , tudo bem.

d. D iscutem o assunto bem antes do fim de sem ana e chegam a uma solução que os dois consideram razoável.

PontosMaioria de respostas ÂEm geral vocês acham que a relação de vocês é de in tim idade. Às vezes acham que é m uito íntima e que têm m uita coisa em com um . Entretanto, isso nem sem ­pre facilita a com un icação . Talvez estejam negando ou evitando as d iferenças en­tre vocês. Talvez não percebam que veem as coisas através de dois te lescópios to ta lm ente d iferentes. Vocês podem achar que sabem quem é o seu par e o que esse está pensando, mas, na verdade, ele ainda pode surpreendê-lo . Seria bom ouvirem um ao outro com m aior atenção, sem se fiarem em suposições, e aceita­rem m elhor as d iferenças entre as personalidades dos dois.

Maioria de respostas BEmbora baseada no bom com panhe irism o, há m uita com un icação negativa na relação de vocês, e isso poderia vir a reduzir para am bos o valor e a longevidade

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196 Relacionamentos e comunicaçao

do re lacionam ento. Nota-se uma tendência ao afastam ento, a ficarem am uados ou a pun ir um ao outro. Ou então um dos dois acha justo com portar-se mal. Vocês perm item que a conversa adqu ira um tom negativo, e isso prejud ica a confiança e o sentido de segurança entre ambos. Seria bom cu ltiva r um clim a mais am istoso e de mais aceitação, e não expressar tanta crítica nem pôr a cu lpa no outro.

Maioria de respostas CEsse re lacionam ento não parece su fic ien tem ente justo em certo aspecto. Trata-se do fato de um de vocês se esforçar mais sinceram ente? Ou um de vocês é m uito possessivo? Um dos dois mostra m aior cu idado e interesse do que o outro? Um de vocês acha que o outro se sente tão seguro do re lacionam ento que não acha ne­cessário se esforçar? Vocês ficam rem oendo problem as e ficam parados no m esm o lugar? De que form a esse re lacionam ento poderia se to rna r uma am izade entre iguais? Seria bom co locar as cartas na mesa e dec id ir se estão prontos, decid idos e preparados para dar um ao outro o que cada um precisa.

Maioria de respostas DVocês dem onstram que existe um re lacionam ento social positivo entre ambos. Sa­bem consertar com entários negativos, am en izar situações tensas e entabu la r uma d iscussão positiva dos prob lem as delicados, de form a am istosa, franca e dem ons­tradora de aceitação. Escutam atentam ente um ao outro, de fo rm a respeitosa. Com preendem e concordam que para m anter esse re lacionam ento é preciso es­forço, e fazem isso com o bons com panheiros em pé de igualdade. Consideram um ao outro parceiros e com panheiros confiáveis. Sabem chegar a acordos que sejam bons para os dois, respeitam e encorajam o cresc im ento e a evolução do parceiro, que não veem apenas com o parceiro, mas sim com o pessoa independente. Dão um ao outro gratificação, com panh ia e apreço, e isso faz com que o re lacionam en­to seja uma experiência agradável a m aior parte do tem po.

ExpectativasO que você espera do seu par? E o que ele ou ela espera de você? Esclarecer o que cada um espera do outro permite dar um tom

construtivo ao seu relacionamento. E preciso haver um equilíbrio

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 197

de expectativas. Não há equilíbrio quando se espera que um a pes­soa faça todo o trabalho doméstico enquanto a outra fica sentada, esperando ser servida - a não ser que tenha havido um acordo claro quanto a essa expectativa, e os dois tenham concordado que isso é justo e desejável. Esse é um exemplo óbvio, mas existem ex­pectativas bem mais sutis, que são difíceis de abolir, pois acabam se integrando à estrutura do relacionamento.

Quando Am anda e Dan com eçaram a namorar, ele logo descobriu que ela cozinhava m uito bem. Em um de seus prim eiros encontros, ela sugeriu que ele fos­se um dia ao seu apartam ento , e ela faria um jan ta r para ele. Ela tra tou de m ontar um cenário m uito sedutor. A lém de velas, luz indireta, flores, m úsica rom ântica, incenso e roupa de cama nova, houve um jan ta r delicioso, fe ito por ela. Claro que ela já havia se inform ado com antecedência de quais eram os pratos preferidos dele e das respectivas com binações, e passou a m aior parte do dia preparando tudo para a noite.

Q uando Dan chegou, adorou tudo e aceitou prazerosam ente o clim a de se­dução. Com entou várias vezes a com ida gostosa, perguntou com o ela havia des­coberto que bouillabaisse era um dos seus pratos favoritos - e disse que a dela era m uito m elhor do que uma, deliciosa, que havia com ido na Provença. Am anda per­cebeu que ele gostava de boa com ida e continuou a coz inhar para ele, convidando- -o para jan ta r várias vezes por semana. Ele não podia re tribu ir a gentileza porque ainda morava com a m u lher enquanto tom avam providências para o d ivórcio. Além disso, ele estava sem d inhe iro porque a m u lher o tinha deixado sem nada. Quando Am anda não estava em casa, ou não podia coz inhar por a lgum motivo, ele comia fora e a encontrava depois. Então Am anda fazia para si m esma um sanduíche ou uma sopa quando chegava em casa.

Quando o d ivórc io foi assinado, ele não tinha lugar para morar. Am anda achou norm al que ele fosse m orar na casa dela por uns tem pos. Ele aceitou assim que ela ofereceu, e, com seis meses de nam oro, estavam m orando jun tos. Ele ofereceu uma ajuda para as despesas da casa, mas ela disse que por enquanto não se importava que ele fosse apenas um convidado. Por a lgum tem po tudo continuou a ser com o antes, e eles eram felizes. Dan saía cedo para o trabalho; Am anda lavava a louça do jan ta r da véspera e arrum ava o apartam ento antes de ir para o trabalho, poucas horas depois. 0 em prego dela era de m eio expediente,

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porque ela estava m ontando em casa um pequeno negócio próprio. E percebeu que já não se dedicava tan to a isso desde que Dan viera m orar com ela, já que ele ocupava a m aior parte do seu tem po.

Ao fina l de dezo ito m eses, esse es tilo de v ida havia se to rna d o um háb ito , e A m anda com eçou a suge rir que Dan a judasse um pouco na coz inha , mas ele exp licou que não era bom co z in he iro e que co z in h a r o deixava nervoso, porque achava que não estava à a ltu ra dela . Ele até fazia a lgum a co isa, mas era com o se não serv isse para nada - ligava o fo rno m u ito a lto e que im ava a co m id a , em parte porque ficava espe rando que ela tirasse as co isas do fo rno na hora certa .

Só aos poucos Am anda foi percebendo que Dan esperava que ela cozinhasse para ele todo dia, com pouquíssim a ajuda da parte dele. De vez em quando ele dava d inhe iro para as despesas da casa, mas, na maioria das vezes, s im plesm ente se esquecia disso e dava a im pressão de não te r uma noção m uito realista do preço das coisas. Parecia achar que, já que ela já com prava as coisas "para si m esm a” e teria que pagar as contas de todo je ito , não havia necessidade de que ele con ­tribu ísse com m uito.

Quando, um dia, ela o interpelou sobre a expectativa dele de que ela fosse a única encarregada da cozinha, ele ficou m uito o fend ido e se recusou a d iscu tir o assunto. Deu a entender que não queria ser incom odado com coisas assim e que tinha preocupações maiores e mais im portantes, tais com o seu d ivórc io e seu novo traba lho com o sócio em uma firm a de advocacia. E m udou de assunto, elogiando sua beleza e d izendo que gostava m uito dela.

Am anda percebeu, ta rde dem ais, que tinha sido uma boba e que o fato de ter se apaixonado por Dan e fazer tudo para lhe agradar a havia im ped ido de pensar d ire ito. Ela m esma havia contribu ído para que Dan criasse a expectativa de que ela agisse com o a sua mãe e resolvesse todos os assuntos dom ésticos. Dan e Am anda nunca haviam fa lado das expectativas de cada um quan to a um re lacionam ento, e a s ituação havia s im p lesm ente acontecido . A expectativa de Dan - sobre a qual ele nunca havia pensado m uito - era de que as m ulheres se encarregavam dos banais assuntos dom ésticos e o hom em batalhava fora de casa. Esperava que ela lhe servisse com o base de apoio. E, com o Am anda o havia seduzido com seus dotes cu linários, esperava encon trar com ida do m esm o nível na mesa todas as noites. A lgum as das expectativas de Am anda com binavam bem com as de Dan. Ela esperava apoiá-lo e ser um a boa dona de casa, e ser solidária sem pre que Dan precisasse dela. Mas, por outro lado, esperava que Dan contribuísse com algum a

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 199

coisa, de form a justa e igualitária , e ficava esperando por algo que nunca aconte­cia. Ela, por seu lado, tam bém esperava apoio quando estava com m uito traba lho ou enfren tando problem as em seu negócio. Mas percebeu que, quando estava cansada, estressada ou ocupada, Dan se mostrava especia lm ente exigente. Se ela não conseguisse te r o jan ta r pronto na hora que ele queria , ele saía para com er fora sozinho e nunca a convidava para ir jun to .

Q uando percebeu tudo isso, Am anda ficou m uito aborrecida, mas Dan nunca estava d isposto a d iscu tir o assunto. Depois de a lguns meses de estresse, em que pensava no que fazer, ela pediu a ele que fosse em bora. Dan ficou m uito o fend ido e falou pouco, mas m andou-lhe m uitos e belos buquês de flores, com cartões ro­m ânticos em que a cham ava de “ m inha coe lh inha ” . Am anda não teve coragem de exig ir que d iscutissem os problem as que precisavam ser resolvidos se quisessem con tinua r jun tos, e o re lacionam ento fracassou. Dan quase que im ed ia tam ente arran jou outra pessoa, e Am anda preferiu con tinua r sozinha por a lgum tem po até pensar bem nos m otivos pelos quais o re lacionam ento tinha sido uma sucessão de erros.

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Se Amanda e Dan tivessem desde o início deixado claras quais eram suas expectativas, talvez o relacionamento nunca tivesse de­colado. Quem seria capaz de dem onstrar que queria para compa­nheira um misto de mãe, m ulher sedutora e capacho? Era mais fácil camuflar os problemas. E fácil criticar Dan, mas, na verdade, ele apenas agiu de acordo com o modo como estava condicionado a agir - queria uma vida pacata, e Amanda jamais havia desmentido seriamente a ideia dele de que era uma coelhinha trabalhadora que havia aparecido na hora certa. Esclarecer logo no início quais são suas expectativas faz toda a diferença no tipo de relacionamen­to que você acabará tendo.

Quais são suas expectativas em um relacionamento?

■ Quais são as qualidades essenciais que você exige em um relacionamento?

° Quais são as qualidades que você gostaria de encontrar em um parceiro ideal?

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200 Relacionamentos e comunicaçao

■ O que você acha que espera do seu par?■ O que ele ou ela espera de você?■ De ambos os lados, quais dessas expectativas desagradam ou

não correspondem à realidade?■ O que cada um espera do outro é justo, realista e equitativo?

Fazer um contratoUm contrato é um acordo que duas (ou mais) pessoas estabe­

lecem em conjunto e que ambas concordam em cumprir. Pode ser muito útil estabelecer um contrato para o seu relacionamento, que não precisa ser rígido e deverá ser revisto regularmente. E um a boa m aneira de conservar a saúde do relacionamento e ajuda a não es­quecer o que cada um espera do outro e como isso está sendo cum­prido. Não se trata de um contrato legal, mas sim de um acordo explicitamente discutido, de forma que as duas pessoas envolvidas saibam exatamente o que é esperado delas e o que podem esperar em troca.

Comportamentos positivos e negativos em um casal

Comportamentos que dão certoCasais bem-sucedidos costumam m onitorar quase que con­

tinuam ente seu relacionamento e procuram agir de uma forma que leve igualmente em conta as necessidades de cada um. Casais bem-sucedidos podem aprender a ser ainda mais bem-sucedidos e a superar dificuldades de comunicação se forem capazes de identificá-las e superá-las. Alguns comportamentos demonstram ao outro que é amado, que você é sensível às necessidades dele e que pode contar com você quando precisar. Daremos a seguir uma lista de comportamentos que, combinados, servem para criar um relacionamento sadio e feliz. A prender e colocar em prática esses comportamentos não é falta de sinceridade, mas, pelo contrário, vai dem onstrar ao seu par que você está se esforçando para tornar tudo melhor.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 201

Avalie a si mesmo e ao seu par

Comportamentos positivos em um casal

Quando seu par aborda um tóp ico desagradável, ele/ ela o faz de fo rm a amável e gentil e escolhe a hora apropriada para isso?

Seu par trata você em pé de igualdade?

Seu par trata você com respeito?

Ele ou ela se interessa e se preocupa s inceram ente com seu bem-estar?Ele ou ela faz coisas para você espontaneam ente e com prazer?Seu par leva em consideração tan to as próprias neces­sidades quan to as suas?

Seu par encoraja você a crescer e evoluir?

Seu par lhe dá satisfação sexual?

Ele ou ela cham a sua atenção de form a gentil e apro ­priada quando necessário?

Com preende você?

Escuta com atenção o que você lhe diz?

Aceita você do je ito que você é?

Está ao seu lado quando você precisa?

Aum enta sua autoestima?

Demonstra visive lm ente que o/a ama e aprecia?

Parceiro 1 Parceiro 2

□ □□ □□ □□ □□ □□ □□ □□ □□ □□ □□ □□ □□ □□ □□ □

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202 Relacionamentos e comunicação

Faz dem onstrações físicas de carinho, e não apenas as sexuais?

Seu par tem tem po para você?

Seu par sabe deixar para trás os problem as, desaven­ças e erros passados?Ele ou ela parece sem pre te r uma visão positiva a seu respeito?

É sincero e honesto com você?

Tem interesse de saber m ais sobre você?

Am bos já fa laram a fundo do passado de ambos?

Acha que seu par sabe quais são alguns de seus so­nhos e metas e os com preende e apoia?Seu par perm ite que você in fluencie a vida dele/dela e adapta os próprios planos para a tender à sua con­veniência?

Quantos desses com portam entos positivos de um casal você m arcou com o seus? Parceiro 1 _____ Parceiro 2 _____

Comportamentos negativos em um casalQuantos dos com portam entos descritos abaixo são seus tam bém ? E do seu

par? Esta lista pode ser encarada com o um m anual de com o te r um re lac ionam en­to horrível! São coisas que não se deve fazer. Cada um desses com portam entos serve com o aviso de que o re lacionam ento vai mal se con tinua r assim. Se você perceber que costum a adotar regu larm ente um desses com portam entos, está na hora de parar e pensar.

Parceiro 1 Parceiro 2

□ □□ □□ □□ □□ □□ □□ □□ □□ □

Parceiro 1 Parceiro 2

Começar uma discussão de form a agressiva ou crítica. □ □C riticar com frequência . □ □Reclam ar de tudo. □ □

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 203

Parceiro 1 Parceiro 2

Queixar-se. □ □Não tra ta r o outro em pé de igualdade, considerando-o seja superior, seja inferior a você. □ □Não atender a pedidos razoáveis. □ □Ceder com fac ilidade a pedidos pouco razoáveis. □ □Concordar em aceitar com portam entos inaceitáveis do seu par. □ □Culpar seu par pelo que você sente. □ □Reagir mal ou ficar na defensiva quando seu par discorda de você ou faz uma crítica construtiva de forma gentil. □ □Não escutar. □ □Não perm itir que ele/ela o in fluencie , ou, pelo con trá ­rio, adaptar seus planos de acordo com a conveniência do outro.

□ □Im ped ir o progresso do outro. □ □Demonstrar, por m eio da linguagem corporal, ind ife ­rença ou falta de interesse. □ □

Calar-se ou em burra r para pun ir o outro. □ □

Manter-se d istante com frequência . □ □

Tomar certas atitudes por causa de c iúm e. □ □

Q uerer m andar no outro. □ □

Q uerer contro lar o outro. □ □Exigir que seus desejos sejam a tendidos, m esm o que o outro esteja doente ou ocupado. □ □

Fazer menos que a metade do trabalho. □ □

Recusar-se a fa lar de determ inados tópicos. □ □Fazer coisas que estão em desacordo com seu con tra ­to de casal. □ □

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204 Relacionamentos e comunicação

Recusar-se a aceita r responsabilidades.

Não va lorizar ou não notar as coisas.

G uardar ressentim ento.

Sabotar sua confiança e sucesso.

A outra pessoa quer que você cu ide dela - mas não faz o m esm o por você.Desentendim entos e brigas constantes por causa de assuntos corrique iros.

Falar mal do parceiro para os outros.

Quantos desses com portam entos positivos de um casal você m arcou com o seus?Parceiro 1 _____Parceiro 2 _____

0 que você gostaria de mudar?

Protesto saudávelSaber protestar quando uma coisa não lhe agrada é m uito saudável. Todos

nós precisam os nos zangar e nos a firm ar de form a apropriada para que nossas necessidades sejam respeitadas e para que não passem por c im a de nós nem

Parceiro 1 Parceiro 2

□ □□ □□ □□ □□ □□ □

□ n

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 205

nos tra tem mal. As perguntas abaixo vão fazer com que você perceba m elhor os prob lem as que precisam ser tra tados com firm eza saudável.

Q uando era criança, você era ouvido quando dizia o que queria?

P erm itiam -lhe d izer "n ã o ” quando você não queria a lgum a coisa?

Q uando estava com raiva ou zangado, com o você o expressava? A lguém o levava a sério?

Hoje, com o age quando se zanga?

Se o seu par faz a lgum a coisa que realm ente o aborrece, com o você age? (Por exem plo, você mostra sua raiva abertam ente , se retrai, fica de mau hum or, castiga o outro de m odo que se sinta tão mal quan to você, prefere a passividade?)

Sabe com o d izer ao seu par e às pessoas à sua volta o que você quer?

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Acha que seu par ou as outras pessoas próxim as não lhe dão o devido valor, ou o exploram?

206 Relacionamentos e comunicação

Acha que às vezes perde o contro le devido à raiva? Ou que sua raiva é expressada de modo m uito ind ire to ou passivo?

Essas perguntas e respostas lhe m ostram um pouco do que você aprendeu na infância e vem pondo em prática desde então a respeito de regras para ex­pressar seu d ire ito de protestar de form a apropriada, ped ir o que quer, d izer não e im por seus lim ites às outras pessoas.

Como administrar conflitosConflitos existem em todos os relacionam entos. Se de vez em

quando surgirem conflitos ou você tiver sentim entos negativos a respeito do seu par, isso não quer dizer que exista algo de errado. Um relacionam ento bem -sucedido não quer dizer ausência total de negatividade ou diferenças, mas sim um relacionam ento em que a negatividade e as divergências de opinião são tratadas e resolvidas francam ente e com delicadeza.

Os conflitos surgem por muitas razões, todas elas devido ao fato de as pessoas terem pontos de vista diferentes: diferenças de personalidade, a m aneira de am ar e a história pessoal de cada um,o fato de estarem atravessando fases diferentes do relacionam ento (ver capítulo 4), falhas de com unicação e o fato de as pessoas dese­

ja rem coisas diferentes ou terem um a agenda p rópria que faz com que tentem conduzir um a situação de m odo a que ela se adapte às

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 207

próprias necessidades. Muitas vezes nem percebem os que fizemos algo que aborreceu ou m agoou a outra pessoa porque estamos to­talm ente ocupados com outra coisa.

Um relacionam ento no qual os conflitos não podem ser ex­pressados geralm ente não é um relacionam ento saudável. No en­tanto, conflitos tratados com agressividade e de form a desastrada são causa de m uitos sofrimentos.

O que é um a briga justa? Para ter um relacionam ento saudá­vel e durável é preciso que concordem em se guiar po r algumas di­retrizes com uns aos dois. Por exem plo, algumas pessoas cresceram em famílias barulhentas e agitadas, e falar alto é norm al para elas. O utras pessoas, criadas em lares tranqüilos, nos quais raram ente se levantava a voz, a não ser para expressar raiva ou frustração ex­trem a, podem considerar inaceitável que o outro grite com elas porque se esqueceram de com prar cebola.

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Comportamentos aceitáveis e inaceitáveisPense nesses com po rtam en tos que podem su rg ir em s ituações de con flito

e decida qua is são aceitáveis para você ou não. Se você e seu par d iscordam , então precisam chegar a um acordo que am bos sejam capazes de respeitar. Usar q u a lqu e r uma destas estratég ias d im in u i as chances de resolver bem um conflito .

1 G ritar ou levantar a voz.2 Falar palavrões ou usar linguagem injuriosa.3 Recorrer à agressão física.4 Usar com o argum ento o passado ou assuntos que não têm a ver com o

tóp ico em questão.5 In ic ia r a d iscussão criticando o parceiro ou usar a crítica para in tim ida r o

outro, para que ele m ude.6 F icar ca lado ou recusar-se a d iscu tir o prob lem a, m udando de assunto ou

não prestando atenção ao que é dito.7 Não escutar quando o outro levanta uma questão im portante.

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208 Relacionamentos e comunicação

8 Tratar o assunto num tom de voz ofensivo ou agressivo.9 Jogar no outro a cu lpa por seus m aus sentim entos.

10 Q ua lquer outro com portam ento que seja desagradável para você.

Durante uma briga ou desen tend im ento de quais dos com portam entos acim a você seria capaz?

Quais deles você aceitaria no seu par?

Quais deles o seu par acha aceitáveis?

Quais deles são inaceitáveis para o seu par?

Que tipo de acordo vocês precisam firm a r para terem certeza de que seus desen­tend im en tos serão justos?

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 209

Como administrar conflitos com habilidadeG eralm ente um conflito adm inistrado com habilidade, usan­

do a com unicação de m aneira correta, tem m aior chance de levar a um a solução razoável - ou as pessoas envolvidas a concordarem em aceitar suas diferenças. As pessoas são capazes de aceitar um certo nível de desentendim ento , mas não o desrespeito, acusações ou hum ilhação. Resolver um conflito de m aneira habilidosa requer estas seis técnicas de adm inistrar conflitos:

* Escolham de com um acordo um lugar e um a hora apropria­dos para discutir, quando nen h u m dos dois estiver cansado, estressado ou preocupado.

* Com binem um limite de tem po - não estendam a discussão po r horas a fio.

■ Pensem antes, m uito bem , no que vão dizer; po r exem plo, não aproveitem a ocasião para pô r para fora seus piores e mais negativos sentim entos, tais como hostilidade e ressentim ento. U m a discussão proveitosa não é um a livre expressão de negatividade, mas sim um a form a adulta de negociar.

■ Deem tem po a cada um para ouvir aten tam ente o pon to de vista do outro.

■ Cada qual deve repe tir o que o outro disse, da form a com o o com preendeu, usando o mais possível o m esm o tipo de lin­guagem utilizada pelo outro , sem acrescentar distorções di­tadas pela raiva. Por exemplo: “Acho que você está querendo dizer que não aceita que eu fique fora tanto tem po e que quer que eu ajude mais com as crianças” soa m uito m elhor do que “Você vive reclam ando que eu nunca estou aqui. Você devia saber que eu estou sem pre ocupado”.

■ Cada um deve ter sua chance de expor o que o está aborrecendo e o que gostaria que mudasse. Isso deve ser dito de form a respei­tosa, sem acusações. Por exemplo: “Q uando você bate a porta é como se me rejeitasse e me botasse para fora”. E não: “Por que você vive batendo a porta? Será que não sabe fechar direito?”

■ Tudo aquilo que você gostaria que a ou tra pessoa mudasse no com portam ento dela deve ser exposto como um pedido

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210 Relacionamentos e comunicaçao

positivo, como: “Eu ficaria m uito contente se antes de sair de m anhã você me trouxesse o chá”, m uito m elhor do que: “Você não liga mais p a ra m im , você n u n ca faz o m eu chá de m an h ã”.

“ Antes de encerrarem a discussão, tentem chegar a um acordo que seja razoável para ambos, mesm o que tenham que deixar para depois a solução ideal. C om binem o que cada um vai fazer para m elhorar a situação e m arquem um a nova discussão para daí a algum tem po a fim de discutir com o vão as coisas.

Em qual dessas técnicas você se sai m elhor? E pior?

Perdão e reconciliaçãoÀs vezes, esquecer o que passou - ou perdoar o que alguém nos

fez - é a única m aneira de nos libertar e seguir em frente. Mesmo não parecendo um a boa ideia esquecer as mágoas que outras pes­soas nos causaram , isso nos deixa prontos para um fu turo melhor, em vez de nos sentirm os perm anen tem ente infelizes ou deixarm os que o acontecido m arque para sem pre o relacionam ento. Em bo­ra tirar a desforra possa de algum a form a fazer-nos sentir m elhor tem porariam ente, o perdão parece ser mais benéfico à saúde da vítima. Pessoas que sabem perdoar sofrem m enos de ansiedade e depressão, têm m enos com portam entos hostis e são, geralm ente, mais saudáveis. A capacidade de perdoar pode estar relacionada ao grau de satisfação e intim idade que sentim os em um relaciona­m ento - isto é, é mais fácil perd o ar quando com preendem os o que levou a pessoa a com eter o ato que nos aborreceu. E interessante no tar que a dificuldade em perd o ar a si p róprio está associada à baixa autoestim a, à raiva e à ansiedade.

O processo de perdoar passa p o r três estágios:

1 Você se sente capaz de reconhecer e discutir o que houve?Isto quer dizer: não negar nem deixar de falar no que aconte­ceu, e m ostrar que acredita que a culpa é da outra pessoa - do contrário , não haveria o que perdoar.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 211

2 Você consegue se desligar?Por exemplo: seria capaz de sentir em patia e com preender o que a ou tra pessoa estava sentindo naquele m om ento, e de ten tar en ten d e r o que a motivou? Se ficar com raiva, use isso com o combustível para levá-la a um a m udança positiva, se possível.

3 Sente-se capaz de discutir o fato de maneira franca e honesta?Para que seja possível perdoar, é preciso que a outra pessoa esteja disposta e reconhecer a gravidade do que fez e en tenda bem com o fez você se sentir. (Muitas vezes, as pessoas negam ou m inim izam a im portância do que aconteceu.) Se o outro não consegue ver as coisas do seu pon to de vista, você não terá como perdoá-lo com pletam ente.

Diferenças de personalidadeElas são responsáveis po r m uitos conflitos, porque tem os a ten ­

dência a im aginar que todo m undo é igual a nós e pensa exatam en­te com o pensam os - ou então que, se as pessoas são diferentes de nós, elas estão erradas. Muitas vezes não nos damos conta de que as outras pessoas nem sem pre estão ligadas na m esm a onda que nós e que, nesse caso, não conseguim os en ten d e r autom aticam ente qual é a delas.

A m aior e mais básica é a diferença en tre extroversão e in tro ­versão. Em bora todo m undo saiba disso, essa diferença ainda causa m uitos desentendim entos en tre casais. Isso porque esses dois tipos fundam entais veem o m undo e se relacionam com ele de form a diferente. Se você é um introvertido, dificilm ente conseguirá ver as coisas do pon to de vista de um extrovertido. Não querem os di­zer que um tipo é m elhor do que o outro, eles sim plesm ente são diferentes. Extroversão e introversão são com o as duas pontas de um a vara, e nós todos estamos em algum pon to en tre esses dois ex­tremos. A m aioria das pessoas tem características pertencentes aos dois tipos, mas com a predom inância de um deles. Sabe-se que ser extrovertido ou introvertido faz parte do seu tem peram ento nato,

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212 Relacionamentos e comunicação

portan to é algo que não pode ser fundam entalm ente alterado. No entanto , as vivências e as situações podem nos forçar a ado tar ca­racterísticas do tipo oposto ao nosso. Se você é introvertido, nadao im pede de ado tar na vida social as cai'acterísticas de um extro­vertido. Assim mesm o, você nunca será natu ralm ente do tipo que cham am “a alm a da festa”, com o são os enturm ados extrovertidos. E talvez prefira, secretam ente, passar a noite na com panhia de um bom livro ou de apenas um a ou duas pessoas.

Você é extrovertido ou introvertido?M arque A ou B em cada pergunta, depois some seus pontos no final.

1 Se receber um convite para um a festa para m uitos convidados, vocêa. Sente-se coagido a comparecer?b. Sente-se animado e cheio de energia, e espera ansiosamente pelo dia?

2 Como é o seu c írcu lo de amizades?a. Tem um grupo pequeno de amigos leais, que conhece bem e com os quais

adora se encontrar?b. Tem um vasto círculo de amizades, que inclui pessoas de tipos variados,

amigos, colegas, conhecidos, e considera a todos como amigos?

3 Você:a. Sente-se mal e cansado quando passa tempo demais na companhia de

outras pessoas?b. Sente-se mal e cansado se passar muito tempo sozinho ou com um grupo

pequeno de pessoas?

4 Você:a. Gosta de verdade de estar consigo mesmo e acha que ficar algum tempo

sozinho lhe faz bem?b. Sente que pode ficar um tempinho consigo mesmo?

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 213

5 Se fica r sozinho em casa num final de sem ana, você:a. Se sentiria bem em ficar em casa?b. Sentiria necessidade de sair, encontrar os amigos ou arranjar alguma

diversão?

6 Você:a. Se sente cansado se é obrigado a passar o dia trabalhando intensivamente

com outras pessoas?b. Sente-se cheio de energia pelo contato com outras pessoas no trabalho?

7 Assim que chega em casa v indo do traba lho, você:a. Prefere uma atividade sossegada, quieta e relaxante?b. Quer logo conversar com alguém, ligar a TV ou o rádio?

8 Sua tendência é:a. Interessar-se intensamente e se envolver com seus assuntos e atividades

favoritas, de modo que chega a perder a noção do tempo?b. Tem uma grande variedade de interesses, mas salta facilmente de um para

o outro?

9 Você:a. Acha difícil concentrar-se em um ambiente barulhento ou quando é

interrompido?b. Gosta de ver muita atividade ao seu redor e adora ser interrompido?

10 Você diria que:a. É muito difícil as pessoas chegarem a conhecê-lo de saída; elas só o apreciam

e o compreendem inteiramente depois de conhecê-lo por algum tempo?b. É muito fácil conhecê-lo?

Contagem de pontosA _____ (in trovertido)B _____ (extrovertido)

Compare sua contagem de pontos com a do seu par e conversem sobre isso.

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214 Relacionamentos e comunicação

Comunicação e preferência quanto a estilo de vidaEssas perguntas certam ente ilustraram algumas diferenças

quanto ao estilo de vida preferido p o r extrovertidos e introverti­dos. Em bora cada qual possa conviver com o outro , é exaustivo viver o tem po todo de form a diferente daquela que se prefere. Se você é um introvertido e trabalha o dia todo na com panhia de ou­tras pessoas, precisará passar algum tem po sozinho ao chegar em casa, ou quem sabe um a conversa a dois lhe dê a oportun idade de ap ro fundar um a questão. Se você é um extrovertido mas não faz m uitos contatos duran te o dia, ao chegar em casa estará fam into p o r com panhia, diversão e estímulo.

Os introvertidos obtêm sua energia inspiradora do seu m un­do interior, ao passo que os extrovertidos recebem do ex terior a energia e a inspiração; dessa form a, temos necessidades diferen­tes quanto a estím ulo externo. Além disso, o introvertido prefere tem po para pensar com profundidade antes de apresentar o que resultou do seu pensam ento - e pode estar certo de que ele pen­sou cuidadosam ente e p o nderou dem oradam ente tudo. Por outro lado, o extrovertido costum a pensar em voz alta para chegar a um a opinião, mas isso certam ente não será a sua palavra final sobre o assunto. Dessa form a, um introvertido pode dar um a im portância indevida aos com entários aleatórios de um extrovertido, ao mesm o tem po que um extrovertido pode não se dar conta de que o in tro ­vertido acabou de dizer algo m uito im portan te que talvez tenha levado semanas para pensar. Assim, os introvertidos têm a certeza de que disseram algum a coisa - mas, na verdade, apenas pensaram nela e nem se lem braram de abrir a boca para comunicá-la. E os ex­trovertidos podem dizer a mesm a coisa tantas vezes que você deixa de prestar atenção.

Essa diferença no m odo de se com unicar e de preferências quanto ao estilo de vida não são apenas superficiais, mas resultam de duas m aneiras in te iram ente distintas de pensar e de ap reender

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 215

a realidade. Ser capaz de entender, aceitar e valorizar as diferenças en tre vocês to rna mais forte um relacionam ento. Muitas vezes os introvertidos e os extrovertidos se atraem , já que suas diferenças, um a vez com preendidas, são com plem entares e reforçam a rela­ção. Um relacionam ento que reúna ambas as características é mais equilibrado.

Segurança e apegoConsidera-se que o apego é um dado fundam ental da vida em o­

cional adulta. Desde o nascim ento, nossa segurança e nossa saúde física e em ocional se baseiam nos laços que criamos com outras pessoas. A autoestim a e a segurança em ocional estão in tim am ente ligadas. Na prim eira infância, essa segurança depende da proxi­m idade física; na idade adulta, precisam os de proxim idade em o­cional e carinho, em patia e com preensão. H á muitas evidências de que um apego seguro na infância propicia um com portam ento saudável tanto em ocional quanto psicológico na vida adulta, assim com o relacionam entos m enos problem áticos. Os adultos capazes de se apegar fortem ente dem onstram m aior capacidade de estabe­lecer relações de com panheirism o.

Jo h n Bowlby foi um psicólogo e pesquisador inglês, pioneiro, nos anos 1950 e 60, no estudo dos transtornos do apego, da sepa­ração e da perda. Ele percebeu que as crianças separadas po r m ui­to tem po de suas mães (ou da cuidadora principal) começavam a m ostrar sintomas de vários distúrbios psicológicos que in titu lou transtorno do apego. Ele concluiu que, na infância, nós nos sentimos bem a respeito de nós mesmos e do m undo à nossa volta quando temos adultos confiáveis a quem podem os recorrer. Pesquisas feitas pelos inúm eros seguidores de Bowlby deram origem a proced im en­tos com uns em centros infantis de saúde, tais com o perm itir que os pais perm aneçam no hospital com os filhos. Antes disso, não eram bem com preendidos a do r e o sofrim ento indescritíveis das crianças ao se verem separadas dos pais p o r razões diversas - como doença, dificuldades financeiras da família, evacuação em caso de guerra. M uita gente cresceu sem um a base segura e pode atestar

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216 Relacionamentos e comunicação

com o isso sem pre as fez sentir-se infelizes, inseguras e incapazes de m an ter relacionam entos satisfatórios.

As crianças que experim entaram um a forte sensação de apego estão bem preparadas para desfrutar de relacionam entos estáveis e seguros na idade adulta. Aqueles que confiam m enos nos outros sentem mais dificuldade em se apegar a outras pessoas. E com o se esperassem o tem po todo que algum a coisa dê errado, e não con­seguem se soltar em um relacionam ento porque estão sem pre um pouco ansiosas, na expectativa de mais abandono, falta de seguran­ça, perda e até m esm o hostilidade.

Todo m undo tem um estilo próprio de dem onstrar apego, que é um a fusão de suas experiências de infância, dos padrões de ape­go em sua família e de sua personalidade e preferências. H á quatro padrões diferentes de apego: seguro, ansioso, evasivo e ambivalente. N enhum deles é constante, e a m aioria das pessoas m ostra diferen­tes combinações desses atributos em m om entos diversos. Se em um casal pelo menos um dos parceiros dem onstra um estilo seguro de apego, o relacionam ento tem mais probabilidades de ser estável do que relacionam entos em que ambos os parceiros m ostram ter ca­racterísticas do tipo de apego ansioso ou evasivo. Na idade adulta, as pessoas se sentem m uito mais autoconfiantes se m antêm um re­lacionam ento que lhes dá a sensação de segurança. No entanto, as pessoas inseguras tendem a repetir o passado: escolhem parceiros segundo seus modelos do passado, e podem atuar segundo padrões de ansiedade, hostilidade e m edo do abandono ou de se sentirem aprisionados. Desse m odo atraem a atenção e se sentem vivos.

Os relacionam entos dão certo quando neles está suben tend i­da um a sensação de segurança e estabilidade. Isso não quer dizer que se to rnarão relacionam entos convencionais e tediosos, mas sim que, no final do dia, você pode con tar com seu par à sua espera. Q ue ele não vai fugir com a pianista do clube noturno! As pessoas seguras de si mesmas tendem a estabelecer relacionam entos segu­ros. Não gostam de provocar ansiedade e hostilidade ou de fazer com que o outro se sinta inseguro. E, provavelm ente, já que não tem em a independência dos filhos, darão a eles condições que lhes perm itam sentir-se seguros.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 217

Qual é seu estilo de apego?Com qual destes você se parece? (Seria útil lem brar-se de re lacionam entos

anteriores, assim com o pensar em seu re lacionam ento atual, para perceber que padrões vão se to rnando mais evidentes com o tem po.) São apenas três seções; escolha em cada uma delas qual das qua tro “ respostas” é uma descrição mais fiel do seu je ito de ser. Elas representam quatro estilos de apego, que serão descritos ao final.

1 Até que ponto você precisa de in tim idade com seu par o tem po todo, e até que ponto prefere m ante r certa distância?

a. Você gosta de se sen tir íntim o do seu par. Confia nele e lhe dá motivos para

con fia r em você.

b. Você gosta de in tim idade e de sentir-se ligado ao seu par, mas às vezes tem e

que o re lac ionam ento não dure.

c. Você gosta de sexo e in tim idade às vezes, mas prefere m anter sua

independência e seus sentim entos sob contro le .d. Você gosta de in tim idade e de sentir-se ligado ao seu par, mas isso às vezes

lhe dá c laustrofob ia ou a im pressão de estar preso. Você nem sem pre tem

certeza do que pensa a respeito de sentir-se dependente do seu par, ou a

respeito de a outra pessoa depender tan to de você.

2 Q uando seu par sai ou se ausenta por longo tem po, qual dessas atitudes se parece mais com a sua?

a. Você sente saudades, mas se m antém em contato duran te a ausência dele e

espera com ansiedade a sua volta. Porém aproveita o tem po para fazer outras

coisas, tais com o encon tra r os am igos ou ad ian ta r seu trabalho.

b. Sente saudades e não se sente bem por a lgum tem po. Acha d ifíc il con tinu ar

v ivendo sua vida e pensa m u ito na pessoa ausente.

c. Quase não sente a falta da pessoa ausente e se ocupa m uito com outras coisas; talvez tenha encontros com outras pessoas duran te essa ausência.

d. No com eço sente m uitas saudades da pessoa ausente, mas, quando eía volta,

você já se acostum ou a te r uma vida independen te e custa a se reacostum ar

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218 Relacionamentos e comunicação

a te r essa pessoa por perto. Falando francam en te , não se sente 100% feliz

com o reencontro.

3 Você está esperando que seu par volte para casa, mas ele/ela chega m uito mais ta rde do que você previa. Por a lgum motivo, ele/ela não teve com o te le fonar para exp lica r por que se atrasaria. Q uando ele/ela chega, com o você reage?

a. Durante a espera, você com eçou a fazer outra coisa. Sente-se con ten te e

aliv iado porque seu par chegou, em bora, obviam ente , que ira saber o que

aconteceu. Mas quando ele/ela chega você lhe dá um grande abraço.

b. Você se preocupa, sente m edo e ansiedade, não consegue se concen tra r em nada e passa várias horas ten tando descob rir onde está seu par, para saber

o que está ocorrendo. Im agina diversos desastres que podem te r acontecido.

Quando ele/ela entra pela porta, você com eça a fa la r im ed ia tam ente da sua

p reocupação e exige que a pessoa diga onde estava.

c. Quando ele/ela chega, você age com o se nada tivesse acontecido.

d. Quando eçe/ela chega, fina lm ente , você já passou por todo tipo de em oção, e seus sentim entos podem estar confusos. Talvez prefira não fa la r no assunto.

Pode sen tir raiva ou re je itar e ind ire tam ente tra ta r mal a pessoa por te r ficado

longe, ou ag ir com o se não se im portasse com o atraso.

Quatro estilos diferentes de apego ATrata-se do apego seguro, quando existe uma base de segurança. Vocês se sen­tem seguros e confiantes em seu re lacionam ento, e isso porque, provavelm ente, desenvolveram em seu ín tim o uma noção de segurança. Não são especia lm ente c ium entos ou possessivos em relação um ao outro e aceitam que cada qual tenha tem po e interesses separados, em bora, por outro lado, valorizem intensam ente a relação de in tim idade que existe entre vocês. Am bos se sentem com o indivíduos autônom os, capazes de levar vida autônom a, mas de serem , ao m esm o tem po, in ­te rdependentes. Sabem exam inar com olhar objetivo seu re lacionam ento e pensar e fa lar de form a clara sobre isso. Aceitam o fato de que, com o adultos, a inda ne­cessitam de uma base segura - não precisam lu tar contra esse fato, nem negá-lo. A lgum as pessoas chegam a pensar que é um estilo seguro ou tedioso dem ais para elas. Mas, na verdade, é um estilo m uito saudável e não obriga n inguém a evitar m udanças e aventura.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 219

BEsse estilo de apego é mais ansioso. Você sente d ificu ldade em confia r to ta lm ente em seu parceiro, e coisas sim ples, com o um atraso ou um aparente interesse do outro em m ais a lguém , podem deixá-lo m uito inseguro. Você tem e a rejeição. Seu com portam ento pode ser do tipo pegajoso e possessivo e talvez você seja c ium e n ­to. Às vezes não consegue evitar com portar-se assim , m esm o que isso possa levar a outra pessoa a se afastar. Leva tem po para aprender a sentir-se seguro, e você vai precisar do apoio e da com preensão do seu par. Se ele tam bém é inseguro, pode ser d ifíc il para vocês darem um ao outro a segurança de que am bos precisam .

CVamos fa lar do estilo evasivo de apego. Você d iz a si m esm o que deve se m anter d istante, não se envolver dem ais, fica r de pé atrás. Tem a tendência a se sentir apris ionado ou enro lado em uma teia, e não gosta de se sentir responsável pelos prob lem as de outra pessoa. Em um re lacionam ento, lança mão de tá ticas varia­das para m anter uma d istância segura do seu par, pois acha que um excesso de in tim idade e proxim idade é su focante ou ameaçador. A uma certa a ltura, pode pôr fim a um re lacionam ento porque prefere sentir que m antém o contro le sobre sua própria vida. Talvez use a re jeição ou a crítica com o tática para não corre r o risco de ser você o rejeitado.

DTrata-se do estilo am biva lente de apego. Isso que dizer te r ocasionalm ente senti­m entos confusos a respeito do seu par, o que pode levá-lo a m udar de opin ião com frequência a respeito do re lacionam ento. Ora é caloroso e carinhoso, ora que r fica r só e critica m uito o seu par, para quem é m uito d ifíc il en tender o que representa para você. Às vezes você se sente ansioso e solitário, em outros m om entos sente- -se abafado e prefere ser deixado em paz. Você sofre m uito quando as pessoas o decepcionam . Talvez exigissem de você, quando ainda era jovem dem ais para isso, que fosse independente e autossufic iente, o que o deixou um pouco confuso, de m odo que nem sem pre sabe o que quer. Sabe que deseja um re lac ionam en­to íntim o e é capaz de perm anecer em um re lacionam ento assim , mas precisa com preender suas inseguranças m ais profundas antes de se p e rm itir ser mais vulnerável.

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220 Relacionamentos e comunicação

Questionário do apegoEsta é uma boa m aneira de explorar ainda mais sua história de apego, e de

perceber m elhor com o ela in fluencia seu re lacionam ento. Pesquisas vêm m ostran­do que faz m uita d iferença em seu modo de enfren ta r a vida ser capaz de entender e re fle tir sobre a própria situação em ocional e de exam inar e expressar os próprios sentim entos quanto a isso. Este é um questionário im portante, e pode provocar sensações fortes. É m elhor levar um bom tem po exam inando estas perguntas e só voltar ao questionário depois de ponderar suas respostas. Você pode fazer isso jun to com seu par, quando tiverem tem po bastante para ponderar pro fundam ente os problem as envolvidos, o que dará a am bos a oportun idade de perceber com o o passado e o presente estão conectados ao seu re lacionam ento, e o que podem fazer para aprim ora r seu re lacionam ento atual.

Do que você se lem bra quanto ao seu estilo de apego na infância? Por exem plo: Sentia-se seguro? Era confiante ou carente? Ficava ansioso, reservado, ou sentia- -se abandonado quando sua mãe o deixava em a lgum lugar? Tinha certeza de que ela voltaria e se sentia feliz ao reencontrá-la?

Quem eram as pessoas, lugares ou anim ais aos quais você se sentia apegado quando era criança? O lhando para o passado, o que esses re lacionam entos s ign i­ficavam para você?

Quem você acha que o entendia m elhor quando você era criança? A quem você recorria quando estava preocupado?

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 221

Cite a lgum as palavras que descrevam com o se sentia a respeito de seus cu idado- res quando você era criança.

Você passou pela perda de a lgum a figura im portante à qual era apegado? Como isso o afetou?

Você passou por a lgum a experiência traum ática ou assustadora associada a a lgum dos seus p rinc ipa is cuidadores? Em caso afirm ativo, com o isso o afetou? A lgum de seus cu idadores representava uma ameaça?

Como você enfrentava as coisas que não saíam do je ito que você queria , e com o se consolava?

Como se sentiu no prim e iro dia em que foi deixado na escola?

Como foram seus prim eiros dias na escola, no colegial ou em novos em pregos depois disso?

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Como você se conforta ou se acalm a hoje em dia, quando está aborrecido, cansa­do ou deprim ido?

222 Relacionamentos e comunicação

O que o faz sentir-se relaxado e seguro atualm ente?

Quais são as coisas que o fazem sentir-se mais amado, seguro e confiante em um relacionam ento?

Tem m edo de ser abandonado? É do tipo pegajoso ou possessivo, m esm o que isso to rne d ifíc il para outras pessoas fica rem com você?

Você fica aflito e d istante, e ocasionalm ente se sente desligado das pessoas mais próxim as de você?

Costuma cu idar de outras pessoas m ais do que elas cu idam de você? Desem pe­nha um papel específico nos relacionam entos?

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 223

Inteligência sexualSexo é um a ocasião de prazer, alegria, con ta to e de um a liga­

ção significante. O ferece re laxam en to físico e liberação . O sexo é essencial p a ra a m aio ria de nós com o fon te de cura, bem -estar, re laxam ento , au toexpressão , carinho , êxtase, sensualidade, in ti­m idade, fusão, liberação das tensões e do estresse, e um a form a de recreação p len a de significados. Nossa percep ção de id en ti­dade sexual é essencial à nossa p e rcepção da nossa id en tid ad e mais p ro fu n d a e ao nosso bem -estar. M uitas vezes pagam os um alto p reço p ara o b te r o sexo que desejam os, pois a necessida­de de atividade sexual é m uito im p o rtan te para nós. N ada mais nos dá essa sensação. Q uem já não se m ostrou até certo p o n to transigen te só para conseguir sexo? (Mas essa transigência vale sem pre a pena?)

Em um relacionam ento de casal, o sexo é muitas vezes o adesivo da relação, p rendendo um ao outro como ímãs atraídos por um a força profunda e misteriosa. Sexo de boa qualidade confere signi­ficado, vitalidade e união, e a m aioria das pessoas concorda que o m elhor sexo acontece dentro de um a relação íntim a e amorosa.

Inteligência sexual é pensar de form a inteligente e criativa a respeito de sexo. Isso é m uito difícil den tro do contexto da nossa cultura atual, em que se confunde sexo com sexualidade. Como a religião, o sexo é um a dessas áreas em que recebem os muitas inform ações prejudiciais, tais com o a associação en tre sexo e pe­cado ou culpa, em que tudo é ju lgado de um a perspectiva de cer­to /e rra d o , em que as pessoas fingem que o sexo não acontece ou negam sua im portância. H á tam bém a atitude segundo a qual sexo lhe faz bem e deve ser praticado o mais possível, com binada com todos os com plexos problem as da exploração sexual, do abuso, das doenças sexualm ente transmissíveis, da aids, dos debates acerca da m oralidade das pessoas públicas que m antêm casos, e da in to lerân­cia quanto às cham adas m inorias e preferências sexuais. Tudo isso

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224 Relacionamentos e comunicação

com binado ao fato de muitas pessoas se considerarem sexualm en­te inadequadas. Nossa energia sexual é muitas vezes reprim ida e distorcida: as m ulheres se preocupam com sua im agem corporal ou dificilm ente se sentem sexualm ente estimuladas; os hom ens são obcecados com penetração sexual e desem penho. Os terapeutas se­xuais geralm ente dão conselhos sobre técnicas sexuais que podem ajudá-lo a relaxar e sentir-se mais confiante, tais com o dedicar tem ­po a toques afetuosos e se fixar m enos em sexo genital. E ntretanto , essas técnicas não atingem o âm ago da sua identidade sexual.

O sexo é um recurso im portante e criativo a ser utilizado do m odo que lhe agradar, mas é difícil olhar com clareza tudo o que se refere a ele. A energia sexual de um a pessoa está intim am ente ligada à sua força vital e deve ser respeitada e cultivada. A m aneira de encarar o sexo define quem as pessoas são como indivíduos - gay ou hétero, m acho ou fêmea, passivo ou dom inante, conservador ou aventurei­ro. O tantra é um a tradição que encara a sexualidade de um a form a diferente, segundo a qual a visão ocidental do sexo é considerada muito limitada. Os casais são encorajados a utilizar a energia sexual existente entre eles como um a ferram enta criativa para construir um sentido de expansão e gozo. O foco não é conseguir um orgasmo, e encoraja-se um a abordagem mais feminina, isto é, prestar mais aten­ção ao que se sente e ao que lhe dizem seus cinco sentidos, ao mesmo tem po perm anecendo em paz e atento durante toda a experiência.

Explore sua inteligência sexualPense em um a experiência sexual memorável. Ouais foram os

com ponentes que a deixaram m arcada em sua m emória?

■ Para você, o sexo é um a expressão de prazer e alegria?■ Você se sente sexualm ente experien te e confiante?■ C onsidera o sexo com o um a aventura e um a realização?■ Sua sexualidade exprim e seus valores fundam entais?■ Já discutiu suas necessidades e expectativas sexuais com seu par?■ Você leva em consideração as necessidades do seu par? Para

você, elas são tão im portantes quan to as suas? O u m enos im­portantes?

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 225

Se o seu par fizesse sexo com ou tra pessoa, o que você sentiria? E o que você pensa a respeito de fazer o mesmo?Já pensou em com o m anter viva a atração sexual em seu relacionam ento?Existem aspectos do seu eu sexual ou fantasias que você ainda não explorou? O que o impede?Existem aspectos que você considera em baraçoso m encionar? Em caso afirmativo, com o poderia tocar no assunto?Sente-se feliz e confiante em relação ao seu corpo e à sua sexualidade? Em caso negativo, quais seriam os próxim os passos para rem ediar isso?Até que ponto a sexualidade e a espiritualidade estão ligadas para você?Se você já sofreu abuso sexual de qualquer tipo, como isso ainda afeta seu relacionam ento? Sente-se capaz de discutir o assunto com seu par?Já experim entou rejeição ou discrim inação devido à sua orientação sexual? Como isso afetou sua relação com sua p rópria sexualidade?Como seria a experiência sexual dos seus sonhos?

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CONCLUSÃO

Esperança

Por meio da esperança conseguimos realizar grandes coisas.

Pense na vida que tem agora. Responda a estas perguntas e dê a si m esm o uma nota segundo a seguinte escala:

A = o tem po todo B = quase o tem po todo C = m uitas vezes D = a lgum as vezes E = só umas poucas vezes

j | Expresso de maneira ativa os valores que escolhi.

j | Embora nem sem pre saiba explica por quê, sinto-m e esperançoso e otim ista.

| | Estou aprendendo, crescendo e me desenvolvendo com o pessoa.

| | Busco energicam ente as metas que escolhi.

j | Vejo a m im m esm o com o uma pessoa bem -suced ida e eficiente.

| | Sei que posso enfren ta r os prob lem as pelos quais estou passando agora.

! | Acho que m inhas experiências passadas deram -m e sabedoria para o futuro.

| | Sei que, se eu fo r persistente, um dia ating ire i m inhas metas.

I [ Percebo e ponho em prática meu potencia l de fe lic idade e cria tiv idade.

[ _ ] M eus re lacionam entos são uma fonte de consolo, ca rinho e inspiração.

j [ Reflito a respeito de m im mesmo e expresso meus valores e meus sentimentos.

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 227

Q uando ousamos sonhar e viver segundo nossos valores pes­soais mais caros, estim ulantes e revigorantes, podem os trabalhar ju n tos im buídos de esperança.

A esperança é um dom fantástico do espírito hum ano, facil­m ente suplantado pelo peso m orto do cinismo e da negação e que, no en tanto , revive quando lhe é dada a oportun idade de respirar e crescer.

e - ^

Q ue suas esperanças e seus valores possam criar asas, voar alto e encon trar a profundidade e a am plidão de um a atitude esperan­çosa, positiva, livrem ente escolhida para servir à sua vida pessoal e tam bém à vida de todos nós.

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Notas, referências e leituras adicionais

Capítulo 1A relação en tre autoestim a, sentim entos positivos a respeito

de si mesm o e do m undo ao red o r e um a vida mais bem resolvida está extensam ente docum entada. Como exem plo, ver A. Isen, “T he Facilitating Influence of Positive Affect on Social Behaviour and Cognitive Processes” (Influência facilitadora do afeto positivo sobre o com por­tam ento social e os processos cognitivos), em C. R. Snyder & S. J. Lopez, Handbook of Positive Psychology (M anual de psicologia posi­tiva) (Nova York: O xford Press, 2002).

Capítulo 2Muitos trabalhos no cam po da psicologia positiva focalizam os

valores - a com eçar po r A. H. Maslow, Motivation and Personality (Motivação e personalidade) (Nova York: H arper and Row, 1970).

Podem os defin ir os valores com o fundam entalm ente morais, adotados po r escolha e um código que guia as escolhas de alguém e preenche suas necessidades. Não existem duas pessoas com valo­res idênticos.

V ictor Frankl, sobrevivente de um cam po de concentração, que descreveu com o algum as pessoas sobreviveram e outras não, afirm ou que, para sobreviver a experiências difíceis, precisam os descobrir seu sentido. Os valores são a principal form a de senti­do. E n tre tan to , não chegam os hoje em dia a um consenso social a respeito dos valores, e recai sobre nós, indivíduos, o ônus de defini-los para nós m esm os e en co n tra r m eios para vivenciá-los e realizá-los. Ver V. E. Frankl, M a n ’s Search for Meaning (Nova York: Pocket Books, 1976), edição em português: Em busca de sentido (Petrópolis: Vozes, 1986).

O capítulo trata tam bém da capacidade de escolher para si m esm o e pô r em prática determ inadas metas ligadas aos valores. Veja mais em:

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a sí mesmo 229

Snyder, C. R., Thepsychology ofHope: You Can Get Therefirom Here (A psicologia da esperança - com o chegar lá) (Nova York: Free Press, 1994).

M cDermott, H. D. & Snyder, C. R., The Great Big Book ofHope: Help Your Children Achieve TheirDreams (O pequeno grande livro da esperança: ajude seus filhos a realizarem seus sonhos) (Oakland: New H arbinger, 2000).

Capítulo 3Em nossos dias, novas abordagens da psicologia positiva a respeito

do estresse e de como lidar com ele são muito mais otimistas e menos fatalistas do que eram no passado. Elas mostram como algumas pessoas conseguem ser versáteis e adaptativas em reação aos agentes causado­res de estresse. Essas pessoas, consequentemente, se tom am mais fortes e eficientes e percebem m elhor o sentido das coisas. Veja mais em:

Seligman, M. E. P., Learned Optimism: Hoiv to Change Your Mind, and Your Life (Otim ismo aprendido: com o m udar sua m ente e sua vida) (Nova York: Pocket Books, 1998).

Capítulo 4Existem num erosas técnicas, livros e terapias com diferentes

abordagens psicoterapêuticas para lidar com o passado. No en tan ­to, a questão central parece ser a distinção en tre o que constitui um a form a doentia de autopreocupação, autoindulgência e auto- piedade e o que constitui negação, fuga e um a falta generalizada de com petência em ocional ou percepção. Parece ser consenso ge­ral que as experiências têm que ser in teiram ente conscientizadas e com preendidas antes de deixá-las para trás.

Para um a lista com pleta dos critérios para um diagnóstico ofi­cial de distúrbio de estresse pós-traum ático (DSPT), assim com o de depressão e de qualquer outro problem a psicológico, leia mais em Diagnostic and Statistic M anual of MentalDisorders (M anual estatístico e diagnóstico de doenças m entais), 4a ed. (W ashington: A m erican Psychiatric Association, 1994).

Ainda é boa leitura o artigo sem inal de Sigm und Freud, “Mour- n ing and M elancholia”, que pode ser encontrado no vol. 14 da

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230 Notas, referências e leituras adicionais

Standard Edition of the Complete Psychological Works of Sigmund Freud (Londres; H ogarth, 1971), edição em português: Sigm und Freud, Edição standard brasileira das obras psicológicas completas (Rio de Jane i­ro: Imago, 1980). A citação de Freud, de 1909, está em “Analysis o f a Phobia in a Five-Year-Old Boy” (“Análise de um a fobia em um m enino de cinco anos”), da Standard Edition, vol. 10.

W innicott, D., Playing and Reality (Londres: Penguin, 1971) - edição em português O brincar e a realidade (Rio de Janeiro : Imago, 1975) - é outro texto clássico que descreve em cores vivas com o a evolução da relação en tre a criança e a m ãe é a base da criatividade e da saúde.

Capítulo 5Pesquisas sobre felicidade e criatividade m erecem hoje m aior

atenção. Veja mais em http ://w w w .eur.n l.fsw /research /happiness, site da W orld Database of Happiness, da Universidade Erasmus, Roterdã, H olanda.

Algumas das sugestões sobre o bem -estar foram encontradas na pesquisa citada po r Keyes, C. I. M. & Lopez, S. J, em “Toward a Science o f M ental H ealth: Positive D irections and Interventions” (Por um a ciência da saúde m ental: instruções para o diagnóstico e intervenção), no Handbook of Positive Psychology (M anual de Psicolo­gia Positiva) (Nova York: O xford Press, 2002).

Veja também:Csikszentmihalyi, M., Flow: The Psychology of Optimal Experience (Nova York: H arper Perennial, 1991), edição em português: A psicologia da felicidade (São Paulo: Saraiva, 1992)._______________, Creativity (Criatividade) (Nova York: H arper Col-lins, 1996)._______________ . Beyond Boredom and Anxiety (Além do tédio eda ansiedade) (San Francisco: Jossey-Bass, 2001).

Capítulo 6A no ta in trodu tó ria foi re tirada de D. G. Myers, The Pursuit of

Happiness: Who Is Happy and Why ? (A busca da felicidade: quem são as pessoas felizes, e po r quê?) (Nova York: Avon, 1992).

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As 1000 perguntas mais importantes que você deveria fazer a si mesmo 231

Ver também:Beck, A., Love Is Never Enough (O am or nunca é bastante)

(Nova York: H arper & Row, 1998).G ottm an, J., Why Marriages Succeed and Fail (Nova York: Firesi-

de, 1995), edição em português: Por que os casamentos fracassam ou dão certo (São Paulo: Scritta, 1995). Esse pesquisador realizou estu­dos fascinantes usando um apartam ento-laboratório para observar com o se com unicavam os casais.

Schwartz, P., Peer Marriages (Casamentos igualitários) (Nova York: Free Press, 1994). Esse au to r in troduziu a ideia de que os casam entos m odernos bem-sucedidos m udaram substancialm ente e hoje em dia se baseiam m uito mais na amizade.

Tannen, D., YouJustDon’t Understand: Wotnen andM en in Conver- sation (Nova York: Morrow, 1990), edição em português: Você simples­mente não me entende, (São Paulo: Best Seller, 1992). Esse livro é m uito citado, e as observações de Tannen a respeito das expectativas cie hom ens e m ulheres em um a conversa são um a ótima leitura.

Wcl wood. J ., fourney of the Heart: The Path to Deeper Fulfillment in Relationships (Nova York: H arper Collins, 1985), edição em po rtu ­guês: A viagem do coração - o relacionamento íntimo como caminho para o amor (São Paulo: Siciliano, 1991). E um livro fácil de se ler, sobre os aspectos espirituais de um a relacionam ento, assim como:

_______________(O rg .), Challenge of the Heart: Love, Sex and In-timacy in Changing Times (Desafios do coração: amor, sexo e intim i­dade em tem pos de m udança) (Boston: Sham bhala, 1985) - um a coletânea de artigos de diversos autores.

O Indicador de Tipos de Briggs, que inclui a escala de extro­versão e introversão, en tre outras quatro escalas de personalidade - que, no total, somam dezesseis tipos - , pode ser encontrado em, p o r exem plo, Kroeger, O. & Tuesen, J. M., Type Talk: The 16 Perso- nality Types that Determine how We Live, Love and Work (Falando de tipos: os 16 tipos de personalidade que determ inam com o vivemos, amam os e funcionam os) (Nova York: Bantam Doubleday, 1998).

U m a in trodução à teoria do apego pode ser encontrada em Holmes, ].,John Bowlby and Attachment Theory (John Bowlby e a teo­ria do apego) (Londres: Routledge, 1993).