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UNIDADES INTEGRADAS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO-UNIPÓS
VALDITE BARROS DA COSTA
AS DIFICULDADES NA IMPLANTAÇÃO DAS REDES DE ATENÇÃO A SAÚDE NAS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS
PÓS-GRADUAÇÃO EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
TERESINA-PIABRIL/2015
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AS DIFICULDADES NA IMPLANTAÇÃO DAS REDES DE ATENÇÃO A SAÚDE NAS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS
Valdite Barros da Costa¹
Nome da orientadora²
RESUMO: O presente artigo tem com objetivo levantar os aspectos relevantes que envolvem a complexidade na organização da Rede de Atenção à Saúde frente aos atendimentos de Urgência e Emergência, através do levantamento bibliográfico e análise dos achados teóricos. Os critérios de inclusão foram: artigos nacionais acerca da temática publicados no período de 2009 e 2014 com texto completo, incluindo manuais de normas e rotinas, portarias regulamentadoras e publicações indexadas. Observamos que o ponto de partida para a adequação dos serviços de saúde à demanda de atendimentos começa do despertar dos gestores e profissionais em dar mais resolutividade na assistência aos pacientes. Experiências apontam que a integração dos diferentes níveis de atenção auxilia na cobertura mais efetiva da população que necessita de cuidados integrais e continuados, que são as Redes de Atenção às Urgências e Emergências. As deficiências incluem a gestão, organização e execução dos atendimentos que não atendem às políticas de saúde. Realizados por profissionais despreparados e falta de adequação às exigências dos modelos atuais de atenção à saúde e continuidade do cuidado.
Palavras-chave: Urgência e Emergência. Redes de Atenção à Saúde. A sistência.
ABSTRACT: This article presents raise the relevant aspects involved in the complexity in the organization of the Health Care Network opposite the Emergency calls and Emergency, through the literature review and analysis of theoretical findings. Inclusion criteria were: national articles on the theme published from 2009 to 2014 with full text, including manuals of rules and routines, regulatory ordinances and indexed publications. We note that the starting point for the adequacy of health services to the demand for care begins the awakening of managers and professionals to give more resolution in the patient care Experiences point that the integration of different levels of care helps more effective coverage of the population requires comprehensive and continuous care, which are the care Networks to Emergencies and Emergencies. Weaknesses include the management, organization and execution of visits that do not meet health policies. Performed by unprepared professionals and lack of compliance with the requirements of current models of health care and continuity of care.
Keywords: Emergency care; Health care networks; Assistance
1 Graduada em Enfermagem pela Faculdade …2 Graduação da orientadora
1 INTRODUÇÃO
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O serviço de atendimento às urgências e emergências passa por
transformações devido ao aumento da mortalidade por causas externas (200% em
20 anos): uso crescente de moto e de bicicleta como meios de transporte; Crianças,
idosos e mulheres como vítimas de acidentes e violências. Aumento da mortalidade
por doença cardiovascular e metabólica: envelhecimento da população. Assistência
hospitalar restrita e frágil devido a dificuldade de composição das escalas.
Estrangulamento, filas e insatisfação dos usuários do SUS (SES, 2009).
O aumento da demanda implica em desafios para gestores e profissionais,
que seriam atender a demanda e manter a qualidade da assistência, centrada no
cuidado imediato e na reabilitação do paciente. Apesar do esforço muitos serviços
acabam não conseguindo alcançar o nível esperado, ocasionando a insatisfação da
clientela e o insucesso da cobertura.
Os serviços de emergência estão sempre lotados e os pacientes que
realmente necessitam desses serviços, como por exemplo, cardiopatas e vítimas de
trauma, têm que esperar durante horas pela assistência adequada. Exigem para o
seu manejo adequado a implantação de modelos de atenção à saúde que, em geral,
expressam-se num tipo de classificação de riscos (MENDES, 2010).
Ao longo da busca pela excelência nessa modalidade de atendimento existem
marcos legais que ajudaram na implantação de serviços, como a Portaria nº
2.048/GM, de 05/11/2002 que regulamenta o atendimento das urgências e
emergências); Portaria nº 1.863/GM, de 29/09/2003 instituindo a Política Nacional de
Atenção às Urgências, a ser implantada em todas as unidades federadas,
respeitadas as competências das três esferas de gestão; Portaria nº 1.864/GM, de
29/09/2003 que institui o componente pré-hospitalar móvel da Política Nacional de
Atenção às Urgências, por intermédio da implantação de Serviços de Atendimento
Móvel de Urgência em municípios e regiões de todo o território brasileiro: SAMU-
192); dentre outras.
Atualmente a modelagem da rede ideal para atenção às urgências deve
perseguir a lógica da regionalização e adotar uma “linguagem única”. Segundo
Mendes (2010), os elementos Constitutivos das Redes de Atenção à Saúde são: a
população, os sistemas de apoio, os sistemas logísticos, o sistema de governança, o
modelo de atenção à saúde, os componentes que são formados pelos pontos de
atenção à saúde e pela atenção primária à saúde.
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Segundo os estudiosos, as redes de atenção à saúde devem constituir um
conjunto de instituições articuladas, com capacidade de resolução, através da
integração de normas operacionais, sistemas de informação e recursos logísticos,
que atendam às necessidades dos usuários. E, ainda definem como áreas
prioritárias a saúde materna, infantil, saúde mentas e urgência e emergência.
Consideram-se as barreiras mais comuns à implantação das redes de
atenção à saúde: os sistemas de informação deficientes; a atenção primária à saúde
de baixa qualidade; o protagonismo da atenção especializada; a cultura
organizacional; os incentivos econômicos em sentido contrário ao da conformação
das redes de atenção à saúde; a debilidade na gestão integrada dos sistemas de
saúde; a valorização relativa, pelos usuários, das ações de atenção secundária e
terciária; a pouca tradição no uso da gestão da clínica; e a fragilidade dos sistemas
logísticos na saúde (MENDES, 2007).
O presente artigo tem com objetivo levantar os aspectos relevantes
que envolvem a complexidade na organização da Rede de Atenção à
Saúde frente aos atendimentos de Urgência e Emergência, através do
levantamento bibliográfico e análise dos achados teóricos.
Esse tipo de estudo torna-se importante para a formação
profissional, visto que a partir dessa busca o ganho de conhecimento e
aprimoramento técnico-científico são evidentes, auxiliando na elaboração
de protocolos assistenciais nesses serviços, apesar das poucas
publicações sobre a temática.
2 METODOLOGIA
A revisão integrativa da literatura consiste na construção de uma análise
ampla da literatura, contribuindo para discussões sobre métodos e resultados de
pesquisas, assim como reflexões sobre a realização de futuros estudos. O propósito
inicial deste método de pesquisa é obter um profundo entendimento de um
determinado fenômeno baseando-se em estudos anteriores (MENDES, 2008).
Para a elaboração deste trabalho, realizou-se uma pesquisa na Biblioteca
Virtual de Saúde - BVS, utilizando como descritores, de acordo com os Descritores
5
em Ciências da Saúde (DeCs): urgência e emergência; redes de atenção à saúde;
assistência.
Os critérios de inclusão foram: artigos nacionais acerca da temática
publicados no período de 2009 e 2014 com texto completo, incluindo manuais de
normas e rotinas, portarias regulamentadoras e publicações indexadas.
A amostra totalizou 08 publicações que atenderem a todos os critérios. A
análise do conteúdo encontrado nos artigos estudados seguiu os seguintes passos:
identificação das ideias centrais; comparação entre as diferentes concepções
presentes nos textos.
Na primeira etapa os dados foram analisados conforme Minayo (2008) que
prevê a análise temática. Foi realizada uma leitura dos dados e a categorização dos
resultados, ou seja, após a seleção dos artigos, os mesmos foram lidos e analisados
na íntegra, agrupados de acordo com a afinidade temática. Na segunda etapa, os
artigos selecionados por categoria foram lidos buscando-se seus núcleos temáticos,
que foram analisados e discutidos comparativa e continuamente, com a literatura
permitindo a compreensão de seus significados.
Após leitura e verificação dos conteúdos foram elaboradas as seguintes
categorias para análise dos mesmos: o processo de implantação das redes de
atenção às urgências e emergências e as dificuldades que envolvem a assistência
seguindo esse modelo de atenção.
3 RESULTADOS
A análise foi realizada utilizando duas categorias de análise elaboradas após
a leitura das produções científicas selecionadas, que foram agrupadas na mesma
categoria em consonância com os núcleos temáticos.
Realizando a leitura e definindo as categorias chegou-se as seguintes: na
primeira abordou-se o processo de implantação das redes de atenção às urgências
e emergências, onde 04 publicações contemplaram a discussão, utilizando-se
portarias, normas e rotinas e notas técnicas, que foram a melhor forma de descrever
a evolução das políticas e os marcos legais.
6
Uma observação importante é que em grande parte das publicações nota-se
a preocupação com o conhecimento dos profissionais em relação ao processo de
formação das redes de atenção aos serviços de urgência e emergência e no sistema
de saúde como um todo.
Na segunda categoria, discutiu-se as dificuldades que envolvem a assistência
seguindo essa modelo de atenção, visto que para alguns profissionais chega como
algo desconhecido, apesar do acesso às informações.
3.1 Processo de formação das redes de atenção às urgências e emergências
A Organização Mundial da saúde (2005) discute as redes de serviços de
saúde. O objetivo do trabalho é analisar estas redes para: efetuar um diagnóstico
dos recursos da rede e de sua produção de serviços (oferta); identificar os principais
fatores que afetam a produção de serviços; estimar a demanda da atenção de saúde
da população; determinar as brechas de atenção (estudo de oferta e demanda); e
identificar e propor alternativas de solução que permitam dar conta das
necessidades de serviços não cobertos.
Observamos que o ponto de partida para a adequação dos serviços de saúde
à demanda de atendimentos começa do despertar dos gestores e profissionais em
dar mais resolutividade na assistência aos pacientes. O modelo assistencial vigente
caracteriza-se de forma fragmentada, não contemplando a finalidade esperada, por
isso, a necessidade de rever esse modelo.
O conceito de integração da atenção é a colocação junta de insumos,
processos, gestão e organização dos serviços relacionados com diagnóstico,
tratamento, cuidado, reabilitação e promoção da saúde. A integração é o meio para
se acessarem serviços de qualidade, eficientes e satisfatórios para os usuários. Com
base nesta definição, a integração da atenção não é o desaparecimento dos
programas, nem a colaboração entre eles (MENDES, 2010).
Experiências apontam que a integração dos diferentes níveis de atenção
auxilia na cobertura mais efetiva da população que necessita de cuidados integrais e
continuados.
As redes de atenção à saúde são definidas como conjunto articulado de
instituições promotoras de saúde com distintas capacidades de resolução,
localizadas num espaço geográfico-populacional, interrelacionadas funcionalmente
7
através do apoio de normas operacionais, sistemas de informação e recursos
logísticos, de modo a oferecer uma resposta adequada às necessidades de saúde
da população. Os princípios das redes são a autonomia empresarial, a
complementaridade e a integralidade, a eficiência, a qualidade e a participação
comunitária (MENDES, 2010).
Nos estudos analisados, a importância de se conhecer a situação da saúde
da população é uma etapa essencial na determinação das ações nos serviços de
saúde, principalmente porque nos encontramos numa processo de transição
demográfica e mudanças de estilo de vida. E, consequentemente ocorre uma
mudança do perfil da clientela.
A situação de saúde caracteriza-se pelo envelhecimento da população e
pelos estilos de vida não saudáveis que aumentam as enfermidades crônicas e as
co-morbidades, pressionando a demanda por serviços. Por outro lado, o aumento
das expectativas e maior participação dos usuários exigem que os serviços sejam
customizados segundo as preferências individuais ou de grupos (MARQUES, 2011).
As redes são construídas, idealmente, a partir de um processo de gestão da
clínica, o que significa que elas decorrem de diretrizes clínicas desenvolvidas sob a
forma de linhas-guia. Além dos protocolos clínicos da atenção às urgências e às
emergências em todos os níveis do sistema. Todas essas diretrizes clínicas são
estratificadas em riscos, o que é da essência da gestão da clínica (MENDES, 2010).
Notamos que um dos principais motivos da melhoria dos modelos de atenção
à saúde é a mudança do perfil epidemiológico, o aumento de mortes ocasionadas
por acidentes, por causas externas e doenças crônicas.
A Política Nacional de Atenção às Urgências teve como marco inicial a
Portaria GM nº 1.863, de 29 de setembro 2003, proposta como meio de responder a
situação do quadro brasileiro de morbimortalidade relativo a todas as urgências,
inclusive as relacionadas ao trauma e à violência, contempladas no Anexo da
Portaria MS/GM nº 737, de 16 de maio de 2001 – Política Nacional de Redução da
Morbimortalidade por Acidentes e Violências.
Marques (2011) evidencia que a organização da atenção às Urgências e
Emergências tem se tornado um desafio para os gestores públicos da saúde.
Observa-se, no contexto mundial, um aumento constante da demanda por serviços
de urgência, com conseqüente pressão sobre as estruturas hospitalares e
profissionais que atuam diretamente na porta de entrada desses serviços. Ademais,
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a urgência pode ser considerada como a principal causa de insatisfação da
população que utiliza o sistema de serviços de saúde.
Um estudo realizado no estado de Minas Gerais mostrou que deve ser
considerado o quadro epidemiológico da situação de saúde para se organizar as
redes de atenção às urgências e emergências, e assim decide-se pela implantação
de um projeto voltado para essa assistência.
A construção da rede realiza-se de forma coletiva, por meio da realização de
oficinas de trabalho presenciais, onde se discutiu temas como a análise de situação
da rede; escolha do modelo de atenção a urgência e emergência; construção dos
territórios sanitários e níveis de atenção; modelagem dos pontos de atenção
secundária e terciária; e, modelagem dos sistemas de apoio, logístico e de
governança das redes (MARQUES, 2009).
Nesse sentido, o conhecimento adquirido e compartilhado nessas oficinas
auxiliaram os profissionais na tomada de decisões acerca da assistência,
contribuindo para o fortalecimento das redes de atenção.
A Portaria nº 2048/GM do Ministério da Saúde ressalta, dentre seus
princípios, a importância do envolvimento de toda a rede de assistencial – rede
básica de saúde, programas de saúde da família (PFS), serviços ambulatoriais
especializados, serviços de diagnóstico e serviços de atendimento pré-hospitalar
implantados (fixo ou móvel) e rede hospitalar de níveis secundários e terciários -
atuando na hierarquização dos atendimentos, além de permitir uma
melhor organização da assistência e articulação dos serviços (OLIVEIRA;
TRINDADE, 2010).
A Portaria Nº 1.600, DE 7 DE JULHO DE 2012 que reformula a Política
Nacional de Atenção às Urgências e institui a Rede de Atençãoàs Urgências no
Sistema Único de Saúde (SUS). No seu artigo 2ª propõe como algumas diretrizes
da Rede de Atenção às Urgências:
I - ampliação do acesso e acolhimento aos casos agudos demandados aos serviços de saúde em todos os pontos de atenção, contemplando a classificação de risco e intervenção adequada e necessária aos diferentes agravos;
II - garantia da universalidade, equidade e integralidade no atendimento às urgências clínicas, cirúrgicas, gineco-obstétricas, psiquiátricas, pediátricas e às relacionadas a causas externas (traumatismos, violências e acidentes);
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III - regionalização do atendimento às urgências com articulação das diversas redes de atenção e acesso regulado aos serviços de saúde;
IV - humanização da atenção garantindo efetivação de um modelo centrado no usuário e baseado nas suas necessidades de saúde;
V - garantia de implantação de modelo de atenção de caráter multiprofissional, compartilhado por trabalho em equipe, instituído por meio de práticas clinicas cuidadoras e baseado na gestão de linhas de cuidado;
VI - articulação e integração dos diversos serviços e equipamentos de saúde, constituindo redes de saúde com conectividade entre os diferentes pontos de atenção.
Com base na leitura desse artigo podemos evidenciar os objetivos das Redes
de Atenção à Saúde (RAS): integralidade da assistência, conforme os conceitos já
mencionados a organização da Rede de Atenção às Urgências tem a finalidade de
articular e integrar todos os equipamentos de saúde, objetivando ampliar e qualificar
o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência e emergência
nos serviços de saúde, de forma ágil e oportuna.
Assim como também o acesso ao serviço, a qualidade da assistência e a
resolutividade fazem parte do processo de trabalho e implantação eficaz desse
renovada conceito de cuidado.
Mendes (2011) afirma que as RAS tem no fortalecimento da atenção básica,
um aliado importante. Segundo a mesma portaria supracitada, esse componente
Atenção Básica em Saúde tem por objetivo a ampliação do acesso, fortalecimento
do vínculo e responsabilização e o primeiro cuidado às urgências e emergências, em
ambiente adequado, até a transferência/encaminhamento a outros pontos de
atenção, quando necessário, com a implantação de acolhimento com avaliação de
riscos e vulnerabilidades.
3.2 Dificuldades na implementação da assistência
As ações de Urgência e Emergência e suas deficiências apresentam-se para
a sociedade como a ponta mais visível do sistema de saúde em todo o mundo. No
Brasil, prevalece uma organização atomizada, fragmentada e inadequada para o
enfrentamento do quadro epidemiológico, onde predominam condições crônicas com
alta frequência de agudizações (MARQUES, 2011).
10
Por isso, os problemas devem detectados desde a gestão, organização e
execução dos serviços. Vemos que os profissionais que estão prestando a
assistência são os que mais são responsabilizados pelos resultados, porém
trabalham em condições inadequadas e mesmo assim tendo que prestar assistência
com qualidade.
Outra evidência é a obtenção de informação, no sentido de melhorar a
performance de prestadores de serviços aos pacientes e para dar suporte aos
processos de governança e gestão.
Para alcançar os objetivos desta função, os seguintes processos devem ser
desenvolvidos: identificar as necessidades de informação, internas e externas, dos
sistemas integrados de saúde; desenhar a estrutura do sistema de informação;
definir e capturar os dados e informações; manter a confidencialidade dos pacientes;
analisar e transformar dados em informações; integrar os dados; transmitir, reportar
e prover feedback em dados e informações; e assimilar e usar as informações
(MENDES, 2010).
Comumente percebemos que a equipe envolvida no cuidado apresenta
alguns pontos falhos que merecem destaque: despreparo, desmotivação e
desinteresse pela busca de novas práticas.
O objetivo da função de gestão dos recursos humanos é propiciar aos
componentes do sistema de saúde e aos prestadores identificar e prover um número
apropriado de pessoal qualificado para cumprir a missão do sistema e atender às
necessidades dos pacientes. Para isso, os líderes do sistema integrado devem
definir as competências e as qualificações das equipes para que se cumpram a
missão do sistema e garantir os recursos humanos necessários, clínicos e
administrativos, através de relações convencionais empregados-empregadores, de
contratos ou de outros arranjos (MENDES, 2010).
Conforme a ideia dos autores discutidos, a essência das redes de atenção é a
integração dos diferentes níveis de assistência, porém essa organização não é fácil
de se estabelecer quando um dos níveis encontra-se desestruturado. Isso impede
que os demais possam garantir resolutividade no final do atendimento, deixando a
população insatisfeita, principalmente no serviço de urgência e emergência que lida
com o risco de morte, o que acarreta danos emocionais à família.
Os sistemas integrados de saúde devem estabelecer serviços preventivos nos
níveis primário, secundário e terciário. Para isso deve ser desenvolvido um plano de
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serviços preventivos, baseados em evidências. O plano envolve a avaliação das
necessidades de serviços preventivos, o que inclui: a definição da população-alvo; o
número de pessoas nesta população; a distribuição da população por idade e
gênero; e um inventário dos serviços preventivos apropriados segundo idade e
gênero (MENDES, 2010).
Além da organização do serviço, deve-se atentar à formação dos profissionais
acerca do conhecimento referente às condutas no atendimento à urgências e
emergências de qualquer natureza, no qual, em geral, é insuficiente para seu
enfrentamento (OLVEIRA; TRINDADE, 2010).
Os padrões desta função envolvem: atenção aos pacientes provida
apropriadamente; entrada dos pacientes nos níveis adequados de atenção;
informação adequada aos pacientes nos serviços de emergência; existência de
processos para monitorar a propriedade da atenção; existência de programa de
monitoramento da assistência farmacêutica; existência de comunicação entre os
diversos serviços para dar suporte à continuidade da atenção; informação aos
pacientes de necessidades de saúde que necessitam de seguimento; transferências
de pacientes entre os serviços realizados de acordo com as necessidades de saúde
dos pacientes ; e altas dos pacientes realizadas de acordo com as necessidades de
saúde (MENDES, 2010).
Por isso, comumente, os profissionais, frente a situações de urgências,
acabam por impulso encaminhar o paciente a uma outra unidade de maior
complexidade, sem mesmo realizar uma avaliação adequada, por insegurança e
desconhecimento sobre como proceder o atendimento. Resultando numa demanda
maior que a oferta do serviço, causando filas e constrangimentos.
A reestruturação de ambiência, localização dos profissionais frente aos
equipamentos, carrinhos de emergência e a manipulação dos materiais também se
faz essencial. Na medida do possível, deve estar habilitada, inclusive, com uma área
física destinada ao atendimento de urgências e uma sala de observação para
paciente com tempo de permanência de até 8 horas (OLIVEIRA; TRINDADE, 2010).
Em um estudo realizado por Souza (2011) apontou que infelizmente na ainda
paira a cultura de “ambulancioterapia”, sem nenhum critério para o transporte do
paciente crítico (ou grave), na maioria das vezes esses pacientes são transferidos
apenas com o condutor e 01 técnico de enfermagem, sem o menor treinamento
específico, mostrando um despreparo técnico e um desconhecimento do conteúdo
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das políticas públicas e suas determinações dentro do serviço de urgência e
emergência.
O termo de Acolhimento atualmente substituindo a expressão “triagem”, que,
segundo o dicionário Aurélio significa seleção, escolha, separação, levando a uma
concepção de uma prática de exclusão social, visto que “escolhe” quem, como e
quando o sujeito deverá ser atendido.
O atraso na detecção, formulação de diagnóstico precoce, planejamento da
assistência e a implementação de um tratamento rápido e efetivo de doenças para
as quais existem conhecidas medidas de prevenção e controle, com o conseqüente
agravamento dos casos, perda de qualidade e duração de vida para os doentes
geram um grande impacto sobre ao processo assistencial além do aumento de custo
para o sistema (OLIVEIRA; TRINDADE, 2010).
Ressalta-se que classificar não quer dizer atender, conforme os protocolos e
a classificação de risco utilizada, existe uma grande diferença entre a priorização
(categorização) do paciente com o manejo clínico (atendimento).
Em todos os estudos ficou comprovado que na grande maioria dos serviços
de urgência, ainda persiste uma triagem que separa os pacientes por especialidades
médicas, e ainda sendo feito por funcionários não capacitados, como seguranças e
recepcionistas.
Souza (2011) destaca que “Classificar requer que informações suficientes
sejam coletadas para colocar o paciente em determinada categoria enquanto o
manejo requer um entendimento muito mais profundo das necessidades do
paciente”.
Apontando as fragilidades das Redes de Atenção às Urgências e
Emergências, Oliveira; Trindade (2010) contemplam: a necessidade de criação de
instrumentos para monitorização, avaliação e proposição de mudanças e
incrementar as estruturas regionais, existem deficiências no acolhimento,
desintegração das Unidades básicas na rede de urgência e emergência e
financiamento é insuficiente para as Unidades de Urgência, havendo dificuldade na
contra referência, como também insuficiência em números de leitos de retaguarda e
com complexidade de assistência incompatível com as necessidades dos pacientes
atendidos nas grandes emergências.
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4 CONCLUSÃO
O atendimento às urgências e emergências sofreu transformações juntamente
com a mudança do perfil epidemiológico e as causas de morbi-mortalidade. Sendo
que o número de morte causada por acidentes de trânsito e as complicações por
doenças crônicas vem aumenta a demanda nesses serviços e, frequentemente a
oferta dos mesmos encontra-se em um momento de adequação.
As políticas públicas de saúde são baseados em marcos legais que
regulamentam essa assistência de maneira igualitária, garantindo o acesso de
qualidade e uma assistência eficaz. Porém com as exigências atuais das
necessidades de saúde da população o sistema de saúde precisa passar por
reformulação. As Redes de Atenção à Saúde surgem no sentido de melhorar o
acesso aos serviços e aumentar a resolutividade dos mesmos e a continuidade do
cuidado.
Apesar de inovadoras, as propostas de melhoria do serviços depende de
vários aspectos, desde a gestão até a execução do cuidado, os profissionais
envolvidos devem ter o compromisso de prestar a assistência baseada nos
protocolos, classificação de risco e acolhimento.
Ainda é necessário muitas modificações, sejam elas organizacionais ou
estruturais que garantam aos profissionais, gestores e usuários a prestação
adequada dos serviços, principalmente nas urgências e emergências, onde ocorrem
situações que envolvem a sensibilidade dos envolvidos.
Quanto à produção científica, nota-se a necessidade de estudos mais
atualizados quanto à implementação dessa política, evidenciando os resultados
reais da mesma.
REFERENCIAS
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