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AS DIFICULDADES NO PROCESSO DE ENSINO DO CONTEÚDO DE HISTÓRIA DO BRASIL COLONIAL. Daniel Rodrigues de Lima Professor-Tutor Externo: Júlio César Queiroz de Souza Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Licenciatura em História (HID0167) – Prática do Módulo IV 19/10/2012 RESUMO As dificuldades no processo de ensino do conteúdo de História do Brasil Colonial é tema abordado em nosso paper. O objetivo geral de nosso artigo é identificar as dificuldades que os professores possuem no Ensino de História do Brasil Colonial. A metodologia utilizada para conseguirmos os nossos objetivos consistiu em analisar obras bibliográficas acerca do assunto de História do Brasil Colonial, para podermos conceituar o tema, fizemos abordagem do livro didático utilizado pelos professores, para sabermos o espaço destinado aos conteúdos de História do Brasil Colonial e entrevistas com os professores, onde estes nos elencaram várias dificuldades acerca do ensino dos conteúdos de História do Brasil Colonial. Por fim, entendemos que apesar de diversas dificuldades para o ensino que vão desde salas superlotadas de alunos, falta de interesse pela disciplina de história, dificuldade de leitura e interpretação dos textos de história e até a falta de acompanhamento das famílias nos desempenhos dos estudantes, onde diante destes enfrentamentos os professores buscam nas metodologias através das mídias eletrônicas ensinarem um conteúdo de história do Brasil Colonial, onde sejam visualizadas rupturas e permanências com o processo histórico em que os alunos estão inseridos, e com isso, transformar e formar sujeitos críticos e reflexivos para o viver em sociedade. Palavras-chave: Dificuldades de Ensino. Conteúdos. Brasil Colonial. . 1 INTRODUÇÃO O tema de nosso paper será “As Dificuldades no processo de ensino do conteúdo de História do Brasil Colonial”.

AS DIFICULDADES NO PROCESSO DE ENSINO DO CONTEÚDO DE HISTÓRIA DO BRASIL COLONIAL

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AS DIFICULDADES NO PROCESSO DE ENSINO DO CONTEÚDO DE HISTÓRIA DO BRASIL

COLONIAL.

Daniel Rodrigues de LimaProfessor-Tutor Externo: Júlio César Queiroz de Souza

Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVILicenciatura em História (HID0167) – Prática do Módulo IV

19/10/2012

RESUMO

As dificuldades no processo de ensino do conteúdo de História do Brasil Colonial é tema abordado em nosso paper. O objetivo geral de nosso artigo é identificar as dificuldades que os professores possuem no Ensino de História do Brasil Colonial. A metodologia utilizada para conseguirmos os nossos objetivos consistiu em analisar obras bibliográficas acerca do assunto de História do Brasil Colonial, para podermos conceituar o tema, fizemos abordagem do livro didático utilizado pelos professores, para sabermos o espaço destinado aos conteúdos de História do Brasil Colonial e entrevistas com os professores, onde estes nos elencaram várias dificuldades acerca do ensino dos conteúdos de História do Brasil Colonial. Por fim, entendemos que apesar de diversas dificuldades para o ensino que vão desde salas superlotadas de alunos, falta de interesse pela disciplina de história, dificuldade de leitura e interpretação dos textos de história e até a falta de acompanhamento das famílias nos desempenhos dos estudantes, onde diante destes enfrentamentos os professores buscam nas metodologias através das mídias eletrônicas ensinarem um conteúdo de história do Brasil Colonial, onde sejam visualizadas rupturas e permanências com o processo histórico em que os alunos estão inseridos, e com isso, transformar e formar sujeitos críticos e reflexivos para o viver em sociedade. Palavras-chave: Dificuldades de Ensino. Conteúdos. Brasil Colonial. .

1 INTRODUÇÃO

O tema de nosso paper será “As Dificuldades no processo de ensino do conteúdo de História

do Brasil Colonial”.

O desenvolvimento de tal tema foi elaborado a partir do componente curricular da prática do

quarto módulo de estudos do Centro Universitário Leonardo Da Vinci (UNIASSELVI) do Curso de

Licenciatura em História.

Com isso, temos como objetivos a atingir: Geral: Identificar as dificuldades que os

professores possuem no Ensino de História do Brasil Colonial. Enquanto os específicos são:

Conceituar o que é História do Brasil Colonial; Analisar o espaço destinado nos livros didáticos ao

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conteúdo de Brasil Colonial; e Identificar como os professores interveem para poderem suprir as

dificuldades.

O tema é relevante no sentido de sermos talvez pioneiros em tratar sobre as dificuldades que

o conteúdo de História do Brasil Colonial proporciona ao professor, pois não conseguimos

encontrar suportes bibliográficos que tratassem exclusivamente do tema. Porém somente do ensino

de História do Brasil por completo.

Algumas obras nos servem como referencial teórico, em que nos permitem analisar e

compreender o tema proposto.

Em “Formação do Brasil Contemporâneo: Colônia”, o historiador, Caio Prado Júnior, nos

permite desenvolver a partir de suas ideias uma análise acerca do que representa esse período do

Brasil Colonial para nossa formação enquanto Estado Nação, além de nós ajudar a conceituar o que

vem a ser História do Brasil Colonial.

Os professores Evandro André de Souza e Thiago Juliano Sayão com a obra “História do

Brasil Colonial”, também, nós ajudam a compreender o período em questão e, com isso, podermos

conceitua-lo.

A historiadora Circe Bittencourt com o artigo “Identidade Nacional e Ensino de História do

Brasil”, nos ajuda a entender de forma geral a disciplina, pois o ensino desta permite com isso a

construção do sentimento de identidade nacional, onde se busca ensinar uma história não dogmática

que privilegia grupos de heróis como principais agentes históricos, mas uma história onde todos que

compõem a sociedade são agentes em seu processo histórico.

A metodologia empregada consiste nos diálogos e entrevistas com os professores Marcelo

Monteiro e Janaína Barreto, onde nos permitiram entender quais são suas dificuldades no ensino do

conteúdo de História do Brasil Colonial.

Além disso, analisamos o livro didático que estes professores utilizam em suas aulas para

entendermos qual o espaço do conteúdo, onde temos o livro “História: Sociedade e Cidadania” de

Alfredo Boulos Junior (2009) como fonte de analise, em que este é relativo ao sétimo ano do ensino

fundamental.

O artigo segue com os seguintes itens: 2) História do Brasil Colonial, onde buscamos

conceituar o que vem a ser este período de acordo com a historiografia; 3) O espaço destinado pelo

livro didático ao conteúdo de História do Brasil Colonial, em que verificamos o espaço relegado a

esse conteúdo; 4) As dificuldades dos professores no ensino de História do Brasil Colonial, que

neste tópico elencamos as dificuldades encontradas pelos professores e mostramos como estes

utilizam de metodologias apoiadas em materiais didáticos como o vídeo e a imagem para

trabalharem os conteúdos em sala; Considerações finais e, por fim, as referências bibliográficas e

fontes que fundamentaram nossas análises e discussões.

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2 BRASIL COLONIAL: FORJANDO CONCEITOS

O período compreendido que vai 1500, com a chegada dos portugueses ao território que

posteriormente o denominariam de Brasil, até 1822 com sua Independência política em relação a

Portugal, é o que tradicionalmente a historiografia tratou como Brasil Colônia. Onde Boris Fausto

divide o período colonial brasileiro da seguinte forma:

Podemos dividir a história do Brasil Colonial em três períodos muito desiguais em termos cronológicos: o primeiro vai da chegada de Cabral à instalação do governo geral, em 1549; o segundo é um longo lapso de tempo entre a instalação do governo geral e as últimas décadas do século XVIII; o terceiro vai dessa época à Independência, em 1822. O que justifica essa periodização não são os fatos apontados em si mesmos, mas sim aquilo que expressam. O primeiro período se caracteriza pelo reconhecimento e posse da nova terra e um escasso comércio. Com a criação do governo geral inicia-se a montagem da colonização que irá se consolidar ao longo de mais de dois séculos, com marchas e contramarchas. As últimas décadas do século XVIII são uma referência para indicar um conjunto de transformações na ordem mundial e nas colônias, que dão origem à crise do sistema colonial e aos movimentos pela independência. (1995, p.41)

Souza e Sayão (2011) entendem a colonização do Brasil como um processo de dominação

dos portugueses, onde segundo os autores: “Temos que entender que o processo de povoamento e

colonização do Brasil não foi um ‘conto de fadas’, mas sim um processo histórico doloroso,

principalmente para os povos nativos, processo este repleto de rupturas”. (2011, p.39).

Caio Prado Júnior dando sentido à colonização portuguesa no Brasil nos informa que:

[...] No alvorecer do séc. XV, a história portuguesa muda de rumo. Integrado nas fronteiras geográficas naturais que seriam definitivamente suas, constituindo territorialmente o Reino, Portugal se vai transformar num país marítimo; desliga-se, por assim dizer, do continente e volta-se para o Oceano que se abria para o outro lado; não tardará, com suas empresas e conquistas no ultramar, em se tornar uma grande potência colonial. (1997, p.20-21)

Dessa forma compreendemos que colonizar um território consistia em tomar posse e

dominar, onde se buscava povoar, defender e administrar seu novo empreendimento econômico,

Prado Junior salienta:

Nestas condições, ‘colonização’ ainda era entendida como aquilo que dantes se praticava; fala-se em colonização, mas o que o termo envolve não é mais que o estabelecimento de feitorias comerciais, como os italianos vinham de longa data praticando no Mediterrâneo, a Liga Hanseática no Báltico, mais recentemente os ingleses, holandeses e outros no Extremo-Norte da Europa e no Levante; como os portugueses fizeram na África e na Índia. Na América a situação se apresenta de forma inteiramente diversa; um território primitivo habitado por rala população indígena incapaz de fornecer qualquer coisa de realmente aproveitável. Para os fins mercantis que se tinham em vista, a ocupação não se podia fazer nas simples feitorias, com um reduzido pessoal incumbido apenas do negócio, sua administração e defesa armada; era preciso ampliar estas bases, criar um povoamento capaz de abastecer e manter feitorias que se fundassem e organizar a produção de gêneros que interessassem ao seu comércio. A idéia de povoar surge daí, e só daí. (1997, p. 24).

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Compreendemos que o termo colonização é um conceito que significa o estabelecimento ou

fundação de áreas comerciais fora dos domínios de origem, que podem funcionar como entrepostos

de comercio com estabelecimentos militares, mas sem intenção de povoamento (feitorias) como na

África e Índia, o outro tipo de colonização é a do tipo de exploração e povoamento de uma dada

região, onde se transplanta e cria-se um aparelho burocrático, politico, administrativo e militar com

o objetivo de povoar e servir como lugar fornecedor de riquezas em forma de matéria primas à

metrópole, e depois como local de escoamento de produtos manufaturados ou industrializados,

fazendo com isso o pacto colonial funcionar.

3 O ESPAÇO DESTINADO PELO LIVRO DIDÁTICO AO CONTEÚDO DE HISTÓRIA

DO BRASIL COLONIAL.

Pretendemos neste momento entender o espaço reservado que os autores de livros didáticos

legaram aos conteúdos de História do Brasil Colonial, onde o livro didático base que utilizamos será

“História: Sociedade e Cidadania” de Alfredo Boulos Junior, que é utilizado nos sétimos anos de

ensino fundamental, pelos professores de história Marcelo Monteiro da Escola Estadual Rosina

Ferreira da Silva e Janaina Barreto da Escola Estadual Maria Rodrigues Tapajós.

O livro didático é um material produzido sob a encomenda do Ministério da Educação

(MEC), onde foram distribuídos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE),

fazendo parte do Plano Nacional do Livro Didático-PNLD.

É um recurso didático produzido de acordo com a percepção da História Integrada, ou seja,

busca-se integrar História Geral e do Brasil em um padrão de acordo com a periodização

cronológica em estudo, onde as subdivisões didáticas da história são: Pré-história, História Antiga,

História Medieval, História Moderna e Contemporânea. Acerca desse estudo de Historia Integrada a

historiadora Circe Bittencourt nos informa:

Em decorrência dessa corrente de análise, surgiu uma produção didática denominada História Integrada. Trata-se de uma abordagem que apresenta inovações, dentre elas a de procurar introduzir o tempo sincrônico, que permite estabelecer nas relações tempo/espaço e contexto histórico, apesar de manter a lógica de construção de conteúdos pela ordenação cronológica. [...]. (2004, p.187)

A obra que analisamos é desenvolvida em suas divisões em quatro unidades, composta ao

todo de quinze capítulos, onde temos as seguintes divisões em unidades: 1ª) A Europa medieval, 2ª)

Árabes, africanos e chineses, 3ª) Mudanças na Europa e, por fim, 4ª) América e Europa.

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O que observamos é que dos quinze capítulos da obra apenas três tratam especificamente da

colonização portuguesa na América, onde o capítulo onze da unidade quatro do livro fala dos

“Povos indígenas no Brasil” antes da chegada dos europeus e o que esta representou a essas

populações, o capítulo quatorze intitulado “Colonização portuguesa: administração”, que trata das

primeiras expedições extrativas de pau-brasil, da implantação das capitanias hereditárias, da

instalação do governo geral e da expansão do catolicismo e a ação dos missionários no território a

colonizar e o capítulo quinze que trata sobre “A economia e sociedade colonial”, buscando

visualizar a economia açucareira, a sociedade colonial, a presença dos holandeses no Brasil e a

Guerra dos Mascates.

Diante disso, o que percebemos é que o espaço ao conteúdo de Brasil Colonial é bem pouco,

onde podemos entender que se torna muito difícil seu ensino, pois se tenta em poucas páginas

ensinar aos alunos sobre processo tão complexo que é a formação do Brasil.

Devido a essa falta de espaço ao conteúdo de História do Brasil em todos os seus períodos, a

historiadora Circe Bittencourt, informa que:

A diminuição de conteúdos de História do Brasil nas diferentes séries do ensino fundamental e médio possui um significado que não se situa na História Integrada enquanto possiblidade de organização e seleção de conteúdo, mas na fundamentação teórica e na lógica que a sustenta. Se a produção de História Integrada tem reservado pouca importância a História Nacional, isso se deve a uma postura teórica metodológica e a uma opção sobre as finalidades do ensino de História. Dessa forma, em sentido oposto à atual forma de organização de conteúdos, poderia ser feita uma História Integrada inversa, na qual a História Brasileira constituísse a maioria dos tópicos e capítulos, dependo da abordagem e da opção diante da problemática nacional e da concepção sobre a posição econômica e política que o país ocupa na nova ordem mundial capitalista. (2004, p.188-189)

Acreditamos e concordamos com a autora, pois entendemos que a História do Brasil

enquanto disciplina deve ter um maior espaço nos programas da disciplina de História, e com isso, o

conteúdo de História do Brasil Colonial passa a ser amplamente explicitado e trabalhado em sala de

aula, pois são de extrema importância para entendimento de nossas relações políticas

administrativas e além, de nos dar entendimento acerca da formação do Brasil como Nação,

pressupostos esses que são herança de nosso período colonial.

4 AS DIFICULDADES DOS PROFESSORES NO ENSINO DO CONTEÚDO DE HISTÓRIA DO BRASIL COLONIAL: NAS ESCOLAS ESTADUAIS ROSINA FERREIRA DA SILVA E MARIA RODRIGUES TAPAJÓS.

Nossa forma para compreender as dificuldades dos professores em ensinar o conteúdo de

História do Brasil Colonial, consistiu em entrevistas, em que elaboramos duas perguntas apenas,

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que são as seguintes: 1ª) Quais as dificuldades do ensino de História do Brasil Colonial; e 2ª) Como

fazer para amenizar tais dificuldades.

Com tais questionamentos nos dirigimos aos professores de História Marcelo Monteiro e

Janaina Barreto.

Nas conversas com os professores encontramos um discurso semelhante sobre as

dificuldades em ensinar História do Brasil colonial, onde de acordo com as suas palavras temos:

Janaina (Escola Estadual Maria Rodrigues Tapajós)- As maiores dificuldades são a falta de vontade dos alunos de aprenderem a disciplina de História, além disso, somam-se as dificuldades de leitura e História requer muita leitura e interpretação de texto, salas lotadas que causam a dispersão e falta de atenção dos alunos, além da falta de acompanhamento dos pais com relação à estada dos filhos na escola.Marcelo (Escola Estadual Rosina Ferreira da Silva)- As dificuldades maiores são fazer com que os alunos se concentrem nas aulas, onde o déficit de atenção é enorme. Os alunos acerca do entendimento do assunto de História do Brasil colonial possuem dificuldades, pois não compreendem e não conseguem visualizar as diferentes temporalidades históricas, e como o Brasil está inserido no tempo e espaço histórico.

Diante do exposto pelos professores podemos elencar que as principais dificuldades no

ensino de História do Brasil Colonial e no ensino da disciplina de História em Geral são: salas com

número excessivo de educandos o que dificulta a atenção, dificuldades em ler e interpretarem os

textos históricos, falta de interesse dos estudantes pelas aulas, o não acompanhamento do

desempenho escolar dos filhos por parte dos pais, e ainda em grande parte os colegiais não

possuírem na faixa etária de 11 e 12 anos de idade, no 7º ano do ensino fundamental, grande

capacidade de abstrair sobre os assuntos da disciplina, ocasionando grandes dificuldades de

entender e compreender o que é ensinado.

Corroborando com que os professores nos dizem acerca destas dificuldades Deocirna

Campos, que em um estudo sobre e História e prática pedagógica em escolas públicas do Rio

Grande do Sul nos informa sobre as dificuldades dos professores em ensinar a disciplina, onde

temos:

[...] a criança antes dos 12 anos de idade [...] não teria condições de perceber o tempo histórico, devido a grande necessidade de abstração que os conteúdos de História exigem nesse momento. Devido à sua relação ainda muito direta com o conhecimento apresentado de forma mais concreta e presente (a história da família, do bairro, da cidade e até mesmo do Estado) a criança não consegue abstrair, entender o que sejam 4000 anos antes de Cristo. Dessa forma, os professores sentem-se desafiados e impotentes ao mesmo tempo. (2000, p. 136)

Além destas dificuldades elencadas destacamos ainda, por termos analisado o livro didático,

a falta de espaço que possui a História do Brasil, onde assuntos tão complexos como História do

Brasil Colonial, possuem apenas alguns capítulos com poucas informações acerca do conteúdo.

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Outra questão é a prática pedagógica no ensino de História, também torna por vezes seu

ensino enfadonho, onde se privilegiam apenas aulas expositivas e com conteúdos escritos no

quadro, sem a intervenção de outros recursos didáticos, onde o livro às vezes é o único recurso

utilizado, com isso, causa um desestímulo por parte dos alunos em querer aprender o conteúdo.

Acerca dessa questão é que propomos o segundo questionamento onde perguntamos: o que

se pode fazer diante destas dificuldades:

Janaina- precisamos lançar mão de uma metodologia onde possamos fazer com que os alunos passem a ver a disciplina de História e seus conteúdos como tão importante quanto às outras disciplinas, onde se tem a necessidade de nos auxiliarmos das novas tecnologias para poder ter um ensino mais dinâmico e proveitoso, mostrando que o entendimento de História do Brasil Colonial pode nos informar sobre as nossas formas politicas, econômicas, sociais e culturais, onde temos heranças identificando as permanências e rupturas com relação ao período.Marcelo- o professor pode suprir essas dificuldades de falta de atenção é com uma metodologia, onde a história do Brasil colonial esteja mais próxima à realidade cotidiana dos alunos, mostrando que estes fatos do Brasil colonial estão presentes ainda hoje em seu dia-a-dia, acerca do entendimento do ensino o professor deve se auxiliar do vídeo e da imagem concatenados com o conteúdo do livro didático, creio que ajuda o ensino do conteúdo e da disciplina de História em geral.

Verificamos que as dificuldades no ensino não só dos conteúdos de História do Brasil

Colonial, existem, assim como da disciplina em geral, onde se busca auxílio das novas

metodologias para poder elaborar práticas que façam com que os educandos possam se interessar

pela disciplina História, pois está é de extrema importância para compreensão do ser humano ao

longo do tempo histórico, onde, a partir disto, o homem se entenda enquanto sujeito e agente de sua

história, e com isso, podendo influenciar e ser influenciado pelo processo histórico que está

inserido.

Acreditamos diante dos que os nos informaram os educadores e obras que analisamos que a

história do Brasil Colonial apesar de possuir suas dificuldades em seu ensino, deve ser trabalhada de

uma forma dinâmica e próxima da realidade dos alunos, onde o auxílio dos recursos didáticos é

imprescindível, pois, com isso, os profissionais da educação escapam de aulas meramente

expositivas e passam a ter aulas mais ilustrativas e compreensivas, fazendo os educandos se

interessarem e terem prazer em aprender o conteúdo ensinado.

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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O assunto em questão “As Dificuldades no processo de ensino do conteúdo de história do

Brasil Colonial”, foi desenvolvido de uma maneira em que buscamos verificar que dificuldades

eram essas, onde os educadores Marcelo Monteiro e Janaina Barreto, que lecionam no ensino

fundamental de duas escolas da rede estadual de ensino, nos proporcionaram a identificação de

quais são esses problemas e como fazer para supri-las.

Conseguimos atingir todos os objetivos elencados, onde conceituamos o que é História do

Brasil Colonial, verificou-se o ínfimo espaço ao qual é reservado o conteúdo de História do Brasil

colonial nos livros didáticos e que os professores se utilizam de metodologias novas auxiliadas

pelas mídias tecnológicas para suprir as dificuldades que os alunos têm em aprender os conteúdos, e

os educadores de os ensinarem.

O nosso objetivo geral foi alcançado devido à identificação das dificuldades dos professores

em ensinar o conteúdo de História do Brasil Colonial, onde nos indicaram as seguintes dificuldades:

salas com número elevado de alunos o que dificulta o trabalho e o atendimento do educador aos

educandos; dificuldades de ler e interpretarem os textos que são propostos acerca do conteúdo de

História do Brasil Colonial; a falta de acompanhamento dos pais ou responsáveis dos alunos em seu

desempenho escolar; falta de interesse dos alunos pelas aulas de História e dificuldade na abstração

e cognição devido à faixa etária dos alunos do 7º ano do ensino fundamental não os permitirem de

forma tão eficiente processo.

Além dessas problemáticas elencadas contemplando nosso objetivo geral dissemos ainda

que as dificuldades estão presentes no ensino de Brasil Colonial devido a: pouco espaço reservado

aos conteúdos de História do Brasil e a prática pedagógica de alguns profissionais que não possuem

domínio de conteúdo, e com isso, prendem-se totalmente ao livro didático e fazem os alunos

copiarem extensos textos do quadro branco em seus cadernos, com isso, fazendo uma aula

enfadonha e chata, dificultando seu ensino.

Por fim, muito ainda há a se pesquisar sobre as dificuldades em ensinar conteúdos de

História do Brasil Colonial aos nossos alunos, contudo acreditamos ter encontrado vários problemas

e algumas formas de tentar amenizá-los para um ensino mais prazeroso e, por conseguinte um

aprendizado eficiente e eficaz, capaz de formar alunos críticos e reflexivos através do ensino da

disciplina de História.

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REFERÊNCIAS

BITTENCOURT, Circe. Identidade Nacional e Ensino de História do Brasil. In: KARNAL, Leandro (org.). História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2004.

CAMPOS, Derocina Alves. A História e a Prática Pedagógica. In: ALVES, Francisco das Neves; TORRES, Luiz Henrique (orgs.). Anais do IX Ciclo de Conferências Históricas. Rio Grande do Sul: Fundação Universidade do Rio Grande, 2000.

FAUSTO, Boris. História do Brasil. 2ª ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1995.

PRADO JUNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo: Colônia. 23ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1997.

SOUZA, Evandro André de; SAYÃO, Thiago Juliano. História do Brasil Colonial. Indaial: UNIASSELVI, 2011.

FONTES

BOULOS JÚNIOR, Alfredo. História: Sociedade e Cidadania. 7º Ano. São Paulo: FTD, 2009.

Entrevista concedida pelo professor Marcelo Monteiro de Oliveira da Escola Estadual Rosina Ferreira da Silva, onde leciona do 7° ao 9° nos turnos matutino e vespertino, em 21.08.2012.

Entrevista concedida pela professora Janaína Barreto, que leciona no ensino fundamental e médio na Escola Estadual Maria Rodrigues Tapajós, em 21/09/2012.