AS DIMENSÕES AMBIENTAIS EM TESES E DISSERTAÇÕES

Universidade de São Paulo

Instituto de Física

Instituto de Química

Instituto de Biociências

Faculdade de Educação

AS DIMENSÕES AMBIENTAIS EM TESES E DISSERTAÇÕES RELACIONADAS À FORMAÇÃO DE

PROFESSORES DE DISCIPLINAS DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

Sandra Regina Brandini Souza

São Paulo

2013

Sandra Regina Brandini Souza

AS DIMENSÕES AMBIENTAIS EM TESES E DISSERTAÇÕES RELACIONADAS À FORMAÇÃO DE

PROFESSORES DE DISCIPLINAS DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA

Dissertação de mestrado apresentada ao Instituto de Química, Instituto de Física, Instituto de Biociências e à Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Mestre em Ensino de Ciências.

Área de concentração: Ensino de Química

Orientador: Prof. Dr. Mauricio dos Santos Matos

São Paulo

2013

A U T O R I Z A Ç Ã O

Eu, Sandra Regina Brandini Souza, RG 16.450.762-0, autorizo que minha

dissertação de mestrado, intitulada As dimensões ambientais em teses e

dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de

Ciências Natureza esteja disponibilizada em formato digital ao público, mediante

acesso on-line via Web, a partir desta data, em especial nos seguintes sites:

a) Site do Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ensino de Ciências - USP; b) Site da CAPES; c) Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP.

São Paulo, 13 de dezembro de 2013.

SANDRA REGINA BRANDINI SOUZA e-mail [email protected]

Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pelo Serviço de Biblioteca e Informação

do Instituto de Física da Universidade de São Paulo

Brandini- Souza, Sandra Regina As dimensões ambientais em teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza. – São Paulo, 2013. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação, Instituto de Física, Instituto de Química e Instituto de Biociências. Orientador: Prof. Dr. Mauricio dos Santos Matos Área de Concentração: Ensino de Ciências – Modalidade Química Unitermos: 1. Química (Estudo e ensino); 2. Formação de professores; 3. Educação ambiental; 4. Meio ambiente. USP/IF/SBI-083/2013

DEDICATÓRIA

À minha filha Bárbara, meu grande e infinito amor, razão de

toda minha existência.

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Hélio e Alice, por me darem a vida e ensinar a vivê-la com dignidade

e humildade, iluminando meus caminhos com amor incondicional, dedicação,

presença e apoio em todas as etapas da minha vida.

Ao meu esposo Guilherme, companheiro de anos, por todo apoio e incentivo nesta

jornada, assumindo a responsabilidade de cuidar da nossa filha e de nossa casa

durante o período que estive ausente.

Aos meus irmãos, Marta e Ronaldo, pelas palavras de força e encorajamento nos

momentos que precisei.

Ao meu Orientador, Prof. Dr. Mauricio dos Santos Matos, por me aceitar como aluna,

pela paciência, dedicação, orientação, disponibilidade e importantes ensinamentos

para realização deste trabalho.

Ao Programa de Pós-Graduação Interunidades em Ensino de Ciências, por

conceder a oportunidade de realizar um sonho.

Aos Docentes que ministraram as disciplinas que cursei durante o mestrado, pelas

importantes contribuições para a minha formação.

Aos Professores Marcelo Tadeu Motokane e Sérgio Adas, pela dedicação à leitura

deste trabalho e pelas importantes contribuições para a finalização desta pesquisa

no exame de qualificação.

À CAPES, pelo apoio financeiro concedido para o desenvolvimento desta pesquisa.

Ao Educador Dr. Antonio Vitor Rosa, pela disponibilidade, solicitude e incentivo

constante.

À técnica do LAIFE, Idalina Nóbile Ambrósio, pelo carinho, amizade, cuidados e

cafés nos momentos de cansaço.

À Beatriz, amiga que conquistei neste percurso, pelo carinho, companheirismo e

preocupação durante os meses que permaneci em Ribeirão Preto, amenizando a

saudade de casa e dos que me são caros, tornando os meus dias menos solitários.

Aos meus amigos de longa data, por se fazerem presentes desde o início, com

palavras, telefonemas e mensagens, sempre torcendo pelo sucesso da minha

empreitada.

Aos amigos de pensionato, que mesmo em tão tenra idade, me acolheram com

muito carinho e proporcionaram momentos de muita alegria. Com vocês, aprendi

que ser jovem é somente uma questão de espírito.

"Sonhe com o que você quiser. Vá para onde você queira ir. Seja o que você quer ser, porque você possui apenas uma vida e nela só temos uma chance de fazer aquilo que queremos. Tenha felicidade bastante para fazê-la doce. Dificuldades para fazê-la forte. Tristeza para fazê-la humana. E esperança suficiente para fazê-la feliz."

Clarice Lispector

RESUMO

BRANDINI-SOUZA, S.R. As dimensões ambientais em teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, 2013. 196 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

Analisou-se teses e dissertações relacionadas à formação de professores de

disciplinas da área de Ciências da Natureza, defendidas no período de 1987 a 2011,

buscando-se identificar a presença de dimensões ambientais (DA) e as principais

características dessa produção. O corpus de análise foi definido a partir da

recuperação e seleção de resumos de teses e dissertações disponíveis no Banco de

Teses da CAPES. O processo de recuperação foi realizado por meio do uso de

combinações de palavras-chave que se mostraram representativas e com potencial

para recuperação do conjunto de interesse. Após essa etapa, todos os resumos

recuperados foram lidos e analisados, o que resultou na seleção final de um

conjunto de 1042 resumos de teses e dissertações relacionadas à formação de

professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, como também de um

subconjunto de 101 resumos (9,7%) que mostraram contemplar alguma DA. O

procedimento de análise ocorreu em duas etapas. Na primeira, executou-se um

estudo quantitativo, a partir da comparação de alguns descritores previamente

definidos. Na segunda etapa, a partir da construção de categorias de análise,

caracterizou-se as dimensões ambientais presentes nos resumos, apropriando-se da

metodologia de análise de conteúdo, segundo Bardin (2010). Como resultado,

observou-se uma tendência de crescimento tanto nas pesquisas relacionadas à

formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, quanto em

seu subconjunto que apresentou alguma DA. No entanto, observou-se que a DA

apareceu nas pesquisas somente a partir de 1998, apresentando um crescimento

irregular no período analisado, porém mostrando uma tendência de crescimento nos

últimos três anos. O processo de categorização do subconjunto de 101 resumos

resultou na identificação de dez categorias de análise que expressam as DA. No que

diz respeito às DA encontradas a partir das dez categorias, constatou-se que os

termos mais recorrentes no subconjunto são Meio Ambiente na categoria “Conceito

Ambiental” e Educação Ambiental na categoria “Campo/ Área de

Conhecimento/Pesquisa de Caráter Ambiental”, sendo, portanto, as DA mais

representativas no subconjunto de 101 teses e dissertações, sugerindo, a partir dos

termos encontrados, a influência dos documentos oficiais e legislações que

institucionalizam a Educação Ambiental de forma direta ou indireta em todos os

níveis e modalidades de ensino. Conclui-se, portanto, que o campo de pesquisa

sobre formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza

também se apropria das discussões que vêm se apresentando nos principais

eventos de Educação Ambiental no Brasil. Espera-se que este trabalho tenha

contribuindo com os diversos mapeamentos que estão sendo realizados, tanto no

campo de pesquisas sobre formação de professores de disciplinas da área de

Ciências da Natureza, como no de Educação Ambiental.

Palavras-chave: Formação de Professores; Educação Ambiental; Meio Ambiente.

ABSTRACT

BRANDINI-SOUZA, S.R. Environmental dimensions in thesis and dissertations related to teachers education in the disciplines of the field of the Nature Sciences, 2013. 196 p. Thesis (Master) - University of Sao Paulo, Sao Paulo, 2013. Thesis and dissertations related to the education teachers in the disciplines of the

field of the Sciences of the Nature, defended within the period of 1987 to 2011 have

been analyzed, aiming to identify the presence of Environmental Dimensions (ED)

and the main characteristics of such production. The corpus of the analysis has been

defined based upon recovery and selection of abstracts of thesis and dissertations

available at the Thesis Database from CAPES. The recovery process was done by

using combined keywords that were meant to be representative and with high

potential of retrieve the set of information proposed. After this step, all recovered

abstracts were read and analyzed, which lead to the selection of a final set of 1042

abstracts of thesis and dissertations related to the teachers education in the

disciplines of the field of the Nature Sciences, as well as a subset of 101 abstracts

(9,7%) some that shown some ED. The procedure of the analysis was performed in

two steps. In the first step, a quantitative study, from the comparison of some

previously defined descriptors was performed. In the second step, upon the

construction of analysis categories, the environmental dimensions existing at the

abstracts were characterized, using the methodology of the content analysis,

according to Bardin (2010). As result, a growth either in researches related to

teachers education in the disciplines of the field of the Nature Sciences, as in its

subset that presented some EA, was observed. However, it was observed that the

ED appears in researches only 1998, presenting an irregular growth within the

analyzed period, albeit picturing a trend to growth in the latest three years. The

categorization process the 101 abstracts subset resulted in the identification of ten

categories of analysis the express the ED. In regards of the ED found based upon

the 10 categories, it has been reckoned that the most recurring designations in the

subsets are Environment at the category "Environmental Concept" and

Environmental Education in the category "Field/Area of Knowledge/Research of

Environmental Shape", being, therefore, the most representatives ED in the subset of

the 101 abstracts, suggesting, from the found terms, the influence of the official

documents and legislation that direct or indirectly enact Environmental Education at

all levels and modes of teaching. It has been concluded, therefore, that the field of

the research about the formation of teachers in the subjects of area of the Nature

Sciences also appropriates of the discussions that are presenting themselves in the

main events of the Environmental Education in Brazil. It is expected that this study

has contributed with the several mappings that are being conducted either in the field

of teachers education research the disciplines of the area of Nature Sciences, as in

Environmental Education.

Keywords: Teacher Education; Environmental; Education Environment.

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ANPEd Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CCA Grupo de Pesquisa Ciência, Comportamento e Ambiente

CEFET/MG Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais

C&T Ciência e Tecnologia

COMPED Comitê dos Produtores de Informação

CTS Ciência Tecnologia e Sociedade

CTSA Ciência Tecnologia Sociedade e Ambiente

CUML Centro Universitário Moura Lacerda

DA Dimensão Ambiental

DCN Diretrizes Curriculares Nacionais

DCNEA Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Ambiental

DEdIC Departamento de Educação, Informação e Comunicação

FACEG Faculdade de Educação de Guaratinguetá

FAVIC Faculdade Visconde de Cairú

FFCLRP Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto

FIC Faculdades Integradas de Cruzeiro

FPC Formação de Professores de Ciências

FURB Universidade Regional de Blumenau

FURG Universidade Federal do Rio Grande

GT Grupo de Trabalho

GEPEQ Grupo de Pesquisa em Ensino de Química

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IES Instituições de Ensino Superior

INEP Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais

ISULPAR Instituto Superior do Litoral do Paraná

LAIFE Laboratório Interdisciplinar de Formação do Educador

LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MACKENZIE Universidade Presbiteriana Mackenzie

MEC Ministério da Educação

PCN Parâmetros Curriculares Nacionais

PD Produção Discente

PNEA Política Nacional de Educação Ambiental

PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

ProNEA Programa Nacional de Educação Ambiental

PUC- MINAS Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

PUC-CAMPINAS Pontifícia Universidade Católica de Campinas

PUC-GOIÁS Pontifícia Universidade Católica de Goiás

PUC-RIO Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

PUC-RS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

PUC-SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

RBE Revista Brasileira de Educação

RCNEI Referenciais Curriculares Nacionais para Educação Infantil

SEMA Secretaria Especial do Meio Ambiente

UBC Universidade Braz Cubas

UCDB Universidade Católica Dom Bosco

UCP Universidade Católica de Petrópolis

UDESC Universidade do estado de Santa Catarina

UEA Universidade do estado do Amazonas

UECE Universidade Estadual do Ceará

UEL Universidade Estadual de Londrina

UEM Universidade Estadual de Maringá

UENF Universidade Estadual do Norte Fluminense

UEPB Universidade Estadual da Paraíba

UEPG Universidade Federal de Ponta Grossa

UFAL Universidade Federal de Alagoas

UFBA Universidade Federal da Bahia

UFC Universidade Federal do Ceará

UFES Universidade Federal do Espírito Santo

UFF Universidade Federal Fluminense

UFG Universidade Federal de Goiás

UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

UFMS Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

UFMT Universidade Federal do Mato Grosso

UFPA Universidade Federal do Pará

UFPB Universidade Federal da Paraíba

UFPE Universidade Federal de Pernambuco

UFPEL Universidade Federal de Pelotas

UFPI Universidade Federal do Piauí

UFPR Universidade Federal do Paraná

UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte

UFS Universidade Federal de Sergipe

UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

UFSCar Universidade Federal de São Carlos

UFSM Universidade Federal de Santa Maria

UFU Universidade Federal de Uberlândia

ULBRA Universidade Luterana do Brasil

UMC Universidade de Mogi das Cruzes

UMESP Universidade Metodista de São Paulo

UNAERP Universidade de Ribeirão Preto

UNB Universidade de Brasília

UNEB Universidade do Estado da Bahia

UNESA Universidade Estácio de Sá

UNESC Universidade do Extremo Sul Catarinense

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Ed. a Ciência e a Cultura

UNESP Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

UNICID Universidade Cidade de São Paulo

UNICSUL Universidade Cruzeiro do Sul

UNIFESP Universidade Federal de São Paulo

UNIFIEO Centro Universitário Fieo

UNIGRANRIO Universidade do Grande Rio

UNIJUI Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

UNILASALLE Centro Universitário La Salle

UNIMEP Universidade Metodista de Piracicaba

UNINOVE Universidade Nove de Julho

UNIPLAC Universidade do Planalto Catarinense

UNIPLI Centro Universitário Plínio Leite

UNIR Universidade Federal de Rondônia

UNIRIO Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

UNISAL Centro Universitário Salesiano de São Paulo

UNISANTOS Universidade Católica de Santos

UNISINOS Universidade do Vale do Rio dos Sinos

UNISUL Universidade do Sul de Santa Catarina

UNIUBE Universidade de Uberaba

UNIVALI Universidade do Vale do Itajaí

UNOESTE Universidade Estadual do Oeste do Paraná

UPF Universidade de Passo Fundo

USF Universidade São Francisco

USP Universidade de São Paulo

UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná

UTP Universidade Tuiuti do Paraná

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Descrição das atividades desenvolvidas para a recuperação dos conjuntos de resumo de interesse. ........................................................................................................... 63

Figura 2 Esquema ilustrativo das diferentes combinações de palavras-chave utilizadas nesta pesquisa e que visaram à recuperação de resumos de teses e dissertações do Banco de Teses da Capes, provenientes de pesquisas relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza. ...................................................................... 64

Figura 3 Gráfico de distribuição, por ano de defesa, do número de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, defendidas no Brasil durante o período de 1987 a 2011. ..................................................... 71

Figura 4 Gráfico de distribuição, por ano de defesa, do número de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza e que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011. ................................................................................... 72

Figura 5 Gráfico de distribuição, por ano de defesa e por nível de pós-graduação, do número de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, defendidas no Brasil durante o período de 1987 a 2011. .... 77

Figura 6 Gráfico de distribuição, por nível de pós-graduação, do número de teses e dissertações sobre formação de professores de Ciências, que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011. ................................................................................................................................... 79

Figura 7 Gráfico comparativo, apresentando a distribuição percentual, por dependência administrativa da IES, das teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e de seu subconjunto, composto apenas por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011. ...................................................................... 81

Figura 8 Gráfico comparativo de distribuição percentual, por Grandes Regiões do Brasil, do conjunto de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza e de seu subconjunto, composto apenas por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011. ...................................................................................................... 87

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Conjunto de descritores utilizados para a caracterização das teses e dissertações analisadas na pesquisa ..................................................................................................................... 66

Quadro 2 Detalhamento das teses e dissertações, relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. ........................................................................................ 145

Quadro 3 Detalhamento, por níveis de ensino, das teses e dissertações presentes no subconjunto que mostrou contemplar alguma dimensão ambiental. Valores calculados considerando o número de citações de cada nível de ensino no conjunto de resumos analisados, especificando cada um dos resumos em relação à presença do nível de ensino pesquisado. ....................................................................................................................................... 146

Quadro 4 Detalhamento, por área curricular, das teses e dissertações presentes no subconjunto que mostrou contemplar alguma dimensão ambiental. Valores calculados considerando o número de citações de cada área curricular de resumos analisados, especificando cada um dos resumos em relação à presença da área curricular citada. ..... 147

18 Sandra Regina Brandini Souza

LISTA DE TABELAS Tabela 1 Distribuição, por ano de defesa, das teses e dissertações referentes à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011. .............................................................. 69

Tabela 2 Distribuição, por ano de defesa e por nível de pós-graduação stricto sensu, das teses e dissertações referentes à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011 e percentuais calculados em relação ao número de produções do conjunto FPC em cada um dos níveis de pós-graduação de cada ano. ............................................................ 75

Tabela 3 Distribuição, por dependência administrativa das IES, das teses e dissertações referentes à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011. ............................ 80

Tabela 4 Distribuição, por ano e por dependência administrativa das IES, das teses e dissertações referentes à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011. ..................................................................................................................................................... 82

Tabela 5 Distribuição, por Grandes Regiões do Brasil (IBGE), das teses e dissertações referentes à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011. ............................ 86

Tabela 6 Distribuição, por IES localizadas na Região Sudeste, das teses e dissertações relativas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011. ............................ 89

Tabela 7 Distribuição, por IES localizadas na Região Sul, das teses e dissertações relativas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011 ............................. 91

Tabela 8 Distribuição, por IES localizadas na Região Centro- Oeste, das teses e dissertações relativas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011 ...................................................................................................................................................... 92

Tabela 9 Distribuição, por IES localizadas na Região Nordeste, das teses e dissertações relativas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011. ............................ 93

Tabela 10 Distribuição, por IES localizadas na Região Norte, das de teses e dissertações relativas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do


seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011. ............................ 94

Tabela 11 Distribuição, por estado, das teses e dissertações sobre formação de professores de Ciências da Natureza e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental. Valores relativos ao período de 1987 a 2011. ........................... 95

Tabela 12 Presença, em frequência e em número absoluto, dos diferentes níveis de ensino

citados no subconjunto FPC-DA. ..................................................................................................... 99

Tabela 13 Presença, em frequência e em número absoluto, das diferentes disciplinas da área de Ciências da Natureza citadas no subconjunto FPC-DA. ............................................. 101

Tabela 14 Categorias de Dimensão Ambiental identificadas no FPC-DA. ............................. 104

Tabela 15 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Conceito Ambiental” identificados no subconjunto FPC-DA .................................................... 106

Tabela 16 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Campo/ Área de Conhecimento/ Pesquisa de Caráter Ambiental” identificados no subconjunto FPC-DA. ...................................................................................................................................................... 108

Tabela 17 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Aspecto, Dimensão, Temática ou Questão Ambiental Expressa de Forma Genérica” identificados no subconjunto FPC-DA. ......................................................................................... 110

Tabela 18 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria

“Problema Ambiental” identificados no subconjunto FPC-DA. .................................................. 112

Tabela 19 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Caráter Ambiental Presente em Diferentes Expressões, Adjetivando-as ou Qualificando-as” identificados no subconjunto FPC-DA. ......................................................................................... 115

Tabela 20 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Recurso Natural” identificados no subconjunto FPC-DA. .......................................................................... 117

Tabela 21 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Relação CTSA” identificados no subconjunto FPC-DA. ............................................................................ 119

Tabela 22 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Elementos da Flora e Fauna” identificados no subconjunto FPC-DA. ................................... 120

Tabela 23 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Fenômeno Natural” identificados no subconjunto FPC-DA. ..................................................... 122

Tabela 24 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Interação Homem-Natureza” identificados no subconjunto FPC-DA. .................................... 123

Tabela 25 Distribuição percentual e em número absoluto das categorias de dimensão ambiental identificadas por resumos no subconjunto de 101 teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, por ano, defendidas no período de 1998 a 2011. .............................................................................. 148


Sumário

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 20

1.1 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO .................................................... 20 1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO E PROBLEMATIZAÇÃO DA PESQUISA. ...................................... 23

2 REFERENCIAIS TEÓRICOS ................................................................................. 26

2.1 OS DEBATES ACADÊMICOS SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES. ........................ 26 2.2 A PRODUÇÃO ACADÊMICA SOBRE FORMAÇÃO DE PROFESSORES ........................... 31 2.3 A ORIGEM DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUA INSTITUCIONALIZAÇÃO NO BRASIL ...... 38 2.4 A TEMÁTICA AMBIENTAL NO PROCESSO EDUCATIVO - DA EDUCAÇÃO INFANTIL AO

ENSINO SUPERIOR.................................................................................................... 49

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 60

3.1 CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DA PESQUISA ........................................................ 60 3.2 DETALHAMENTO DO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO DOS RESUMOS DE TESES E

DISSERTAÇÕES ........................................................................................................ 62 3.3 IDENTIFICAÇÃO DO SUBCONJUNTO DE TESES E DISSERTAÇÕES QUE APRESENTARAM

ALGUMA DIMENSÃO AMBIENTAL EXPRESSA EM SEUS RESUMOS ................................... 65 3.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS. .......................................................... 66

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 68

4.1 SELEÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO CONJUNTO DE TESES E DISSERTAÇÕES .............. 68

4.1.1 Caracterização Quantitativa da Produção Discente Analisada ........................ 68 4.1.2 Caracterização Quanto ao Nível de Pós-Graduação Stricto Sensu Relacionado à Produção Discente ................................................................................................. 74 4.1.3 Caracterização Quanto à Distribuição de Teses e Dissertações por Dependência Administrativa das IES ........................................................................ 80 4.1.4 Caracterização Quanto à Distribuição de Teses e Dissertações pelas Grandes Regiões do País (IBGE) ............................................................................................ 86 4.1.5 Caracterização Quanto à Distribuição de Teses e Dissertações pelas IES, nas Grandes Regiões do País (IBGE) ............................................................................. 88 4.1.6 Caracterização Quanto à Distribuição de Teses e Dissertações pelos Estados .................................................................................................................................. 95 4.1.7 Caracterização do Subconjunto FPC-DA Quanto aos Níveis de Ensino Citados nos Resumos das Teses e Dissertações. ................................................................. 99 4.1.8 Caracterização do Subconjunto FPC-DA Quanto às Áreas Curriculares Citadas nos Resumos das Teses e Dissertações. ............................................................... 101

4.2 CATEGORIZAÇÃO DAS DIMENSÕES AMBIENTAIS DO SUBCONJUNTO FPC-DA. ........ 103

4.2.1 Identificação da Categoria “Conceito Ambiental” ........................................... 105 4.2.2 Identificação da Categoria “Campo/Área de Conhecimento/Pesquisa de Caráter Ambiental” .................................................................................................. 107


4.2.3 Identificação da Categoria “Aspecto, Dimensão, Temática ou Questão Ambiental Expressa de Forma Genérica” ............................................................... 109 4.2.4 Identificação da Categoria “Problema Ambiental” .......................................... 111 4.2.5 Identificação da Categoria “Caráter Ambiental Presente em Diferentes Expressões Adjetivando-as ou Qualificando-as” ..................................................... 113 4.2.6 Identificação da Categoria “Recurso Natural” ................................................. 116 4.2.7 Identificação da Categoria “Relação CTSA” ................................................... 118 4.2.8 Identificação da Categoria “Elementos da Flora e Fauna” ............................. 119 4.2.9 Identificação da Categoria “Fenômeno Natural” ............................................. 121 4.2.10 Identificação da Categoria “Interação Homem-Natureza” ............................ 122

4.3 IDENTIFICAÇÃO DE POSSÍVEIS TENDÊNCIAS RELACIONADAS ÀS DIMENSÕES

AMBIENTAIS NO PERÍODO INVESTIGADO. ................................................................... 125

5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 127 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 132 APÊNDICES ........................................................................................................... 141

APÊNDICE A – DETALHAMENTO DO CONJUNTO DE TESES E DISSERTAÇÕES

RELACIONADAS À FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE DISCIPLINAS DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA

NATUREZA QUE MOSTRARAM CONTEMPLAR ALGUMA DIMENSÃO AMBIENTAL EM SEUS

RESUMOS. .............................................................................................................. 142 APÊNDICE B - DETALHAMENTO, POR NÍVEL DE ENSINO PESQUISADO, DAS TESES E

DISSERTAÇÕES PRESENTES NO SUBCONJUNTO QUE MOSTROU CONTEMPLAR ALGUMA

DIMENSÃO AMBIENTAL. ............................................................................................ 146 APÊNDICE C – DETALHAMENTO, POR ÁREA CURRICULAR, DAS TESES E DISSERTAÇÕES

PRESENTES NO SUBCONJUNTO QUE MOSTROU CONTEMPLAR ALGUMA DIMENSÃO

AMBIENTAL. ............................................................................................................ 147 APÊNDICE D – DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL E EM NÚMERO ABSOLUTO DAS CATEGORIAS

DE DIMENSÃO AMBIENTAL IDENTIFICADAS NO CONJUNTO DE TESES E DISSERTAÇÕES

RELACIONADAS À FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE DISCIPLINAS DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA

NATUREZA, DEFENDIDAS NO PERÍODO DE 1998 A 2011. ............................................ 148

ANEXO ................................................................................................................... 149

RESUMOS DO SUBCONJUNTO DE 101 TESES E DISSERTAÇÕES

RELACIONADAS À FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE DISCIPLINAS DA ÁREA

DE CIÊNCIAS DA NATUREZA, RECUPERADOS DO BANCO DE TESES DA

CAPES ................................................................................................................. 150


1 INTRODUÇÃO

1.1 Estrutura e Organização da Dissertação

O presente trabalho refere-se à pesquisa de mestrado do Programa de Pós-

Graduação Interunidades em Ensino de Ciências da Universidade de São Paulo,

apresentada para a obtenção do título de mestre. O presente documento está

estruturado em cinco itens principais, compreendendo a introdução, referencial

teórico, metodologia, resultados e discussão, e conclusão, apresentando-se,

também, como elementos pós-textuais, referências, apêndices e anexos.

No item 1. 2, apresenta-se uma breve contextualização da temática envolvida

neste trabalho, explicitando-se a questão de pesquisa e os objetivos propostos,

facilitando a compreensão das principais características do trabalho desenvolvido,

tendo como foco de análise a produção científica discente dos cursos de pós-

graduação stricto sensu, relacionados à formação de professores de disciplinas da

área de Ciências da Natureza (Química, Física, Biologia e Ciências).

No item 2, introduz-se o referencial teórico. No item 2.1, apresenta-se alguns

debates acadêmicos referentes à formação de professores, no intuito de explicitar o

interesse crescente de pesquisadores sobre este tema, e consequentemente,

consolidando “a formação de professores” como um importante campo de pesquisa.

No item 2.2, apresenta-se alguns mapeamentos de pesquisas sobre formação de

professores, realizadas no Brasil, no intuito de facilitar a compreensão e discussão

de aspectos importantes levantados nestas pesquisas, que possam corroborar, a

partir de comparações, no entendimento de algumas características identificadas no

presente trabalho. No item 2.3, introduz-se à temática ambiental a partir de um

breve histórico sobre a origem da Educação Ambiental, resultado das preocupações

com a problemática ambiental decorrentes da crise civilizatória, apresentando vários

eventos no âmbito internacional e nacional. Delineando assim, um referencial teórico

de contextualização para a compreensão dos debates que surgiram e, como esta

discussão impactou nas políticas educacionais brasileiras, como também na


produção científica analisada. No item 2.4, apresenta-se algumas considerações

sobre a abordagem da Temática Ambiental no processo educativo formal brasileiro,

a partir de uma breve análise de algumas legislações, diretrizes curriculares e

documentos oficiais nacionais que regulamentam e orientam a apropriação do tema

abordado, perpassando os currículos em todos os níveis de ensino. Desta maneira,

foram delineados alguns aspectos temporais e textuais que contribuam para o

entendimento de como a dimensão ambiental foi incorporada nas pesquisas

analisadas neste trabalho.

No item 3, apresenta-se a sistematização da metodologia utilizada neste

trabalho. Assim, no item 3.1, explicita-se às características do tipo de estudo, bem

como a caracterização do objeto de análise, delimitando os resumos de teses e

dissertações referentes à formação de professores de disciplinas da área de

Ciências da Natureza, defendidas no período de 1987 a 2011, como corpus de

análise deste estudo. No item 3.2, apresenta-se os detalhamentos, etapas e os

critérios estabelecidos para recuperação do conjunto de resumos de teses e

dissertações referentes à formação de professores de disciplinas da área de

Ciências da Natureza, presentes no Banco de Teses da Capes, no período pré-

estabelecido. No item 3.3, especifica-se os critérios estabelecidos para identificação

do subconjunto de teses e dissertações referentes à formação de professores de

Ciências da Natureza que expressaram alguma dimensão ambiental em seus

resumos. No item 3.4, apresenta-se o delineamento das opções metodológicas

utilizadas para a análise do conjunto de resumos de teses e dissertações

recuperados nas etapas anteriores.

No item 4, apresenta-se os resultados e discussões. Deste modo, no item 4.1,

mostra-se os resultados relativos à seleção e caracterização do conjunto de

resumos recuperados sobre formação de professores de disciplinas da área de

Ciências da Natureza e do seu subconjunto que expressaram alguma dimensão

ambiental, explorando-se as informações qualitativas e quantitativas da análise

destas produções. No item 4.2, apresenta-se as dez categorias de análise das

Dimensões Ambientais elaboradas a partir dos pressupostos teóricos da análise de

conteúdo, segundo Bardin (2010) e, a frequência com que as categorias emergentes

aparecem, bem como dos elementos que compõem cada categoria. No item 4.3,


apresentam-se as análises realizadas nas dez categorias emergentes que

expressam as dimensões ambientais encontradas, distribuídas no período de 1998 a

2011. Período no qual a Dimensão Ambiental foi incorporada nas pesquisas sobre

formação de professores de disciplinas da Área de Ciências da Natureza.

No item 5, apresenta-se a conclusão, levantando-se aspectos importantes da

análise quantitativa e qualitativa encontrados neste trabalho, ponderando as

limitações textuais do nosso objeto de análise. E também algumas lacunas

encontradas para futuros estudos, pois a mesma está longe de ser conclusiva.

Diante do exposto, intenciona-se aprofundar os estudos num futuro doutorado.

Como elementos pós-textuais apresenta-se o conjunto de Referências citadas

no corpo da dissertação e que serviram como importantes fontes de

contextualização para interpretação dos resultados obtidos nas análises. Nos

Apêndices encontram-se as tabelas e quadros utilizados em algumas análises. Nos

Anexos, disponibiliza-se os resumos, na integra, do subconjunto de teses e

dissertações sobre formação de professores de disciplinas de Ciências da Natureza

que contemplaram alguma dimensão ambiental, recuperadas do Banco de Teses da

Capes.


1.2 Contextualização e Problematização da Pesquisa.

Neste item da dissertação, é apresentada uma breve contextualização da

temática envolvida neste trabalho, explicitando-se a questão e os objetivos

propostos pela pesquisa. Primeiramente, para facilitar a compreensão das principais

características do trabalho desenvolvido, precisamos contextualizar alguns aspectos

da temática associada à pesquisa.

A cada ano que passa, a temática ambiental vem ampliando a sua

importância no campo das ações e da pesquisa sobre formação de professores

devido, principalmente, a uma legitimação social mais ampla desta temática que

entende a formação ou educação ambiental dos sujeitos como uma possibilidade de

reação, mudança ou resposta ao quadro ambiental preocupante instalado pela crise

ambiental que tem, nos últimos anos, mobilizado tanto a sociedade civil como os

governos das diferentes nações.

Na esfera educativa brasileira, já há um consenso sobre a necessidade da

presença da temática ambiental em todos os níveis de ensino. Por exemplo, a

Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), aprovada em 1999 e

regulamentada em 2002, instituiu a Educação Ambiental como obrigatória em todos

os níveis de ensino, considerando-a componente urgente e essencial,

principalmente no ensino fundamental.

É nesse contexto de valorização da temática ambiental que propomos esta

pesquisa, que está associada a um conjunto de pesquisas, desenvolvidas e em

andamento, do Grupo de Pesquisa “Ciências, Comportamento e Ambiente (CCA)”

do Departamento de Educação, Informação e Comunicação (DEdIC), da Faculdade

de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da Universidade de São

Paulo, que visa compreender as relações entre a Educação Ambiental e a Educação

em Ciências em seus múltiplos aspectos e em diferentes contextos.

Publicações recentes desse grupo de pesquisa (BARBOSA, 2010; MARIA,

2010; MATOS, 2009) têm enfatizado a possibilidade de se caracterizar a formação

ambiental, envolvida em diferentes processos formativos, por meio da compreensão

das relações entre as dimensões ambiental e formativa.


No entanto, o presente trabalho diferencia-se das demais pesquisas

desenvolvidas pelo grupo CCA por assumir, como objeto de estudo, a produção

científica discente dos cursos de pós-graduação stricto sensu no Brasil, ocorrida

durante o período de 1987 a 2011. Mais especificamente, a pesquisa foca seu

estudo no conjunto de teses e dissertações relacionadas à formação de professores

de disciplinas da área de Ciências da Natureza (Química, Física, Biologia e

Ciências), buscando responder a seguinte questão de pesquisa:

Quais características e tendências podem ser observadas no conjunto de teses

e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área

de Ciências da Natureza (Química, Física, Biologia e Ciências) defendidas no

Brasil, no período de 1987 a 2011, mais especificamente em relação à

apropriação da dimensão ambiental nestas pesquisas?

A partir dessa pergunta, foi proposto como objetivo geral:

Caracterizar e reconhecer possíveis tendências no conjunto de teses e


Ciências da Natureza (Química, Física, Biologia e Ciências) defendidas no Brasil

no período de 1987 a 2011, principalmente em relação à apropriação da

dimensão ambiental nestas pesquisas.

Como objetivos específicos, a pesquisa buscou:

Caracterizar, por meio do uso de alguns descritores, previamente definidos, o

conjunto de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de

disciplinas da área de Ciências da Natureza, como também de seu subconjunto

que mostrou contemplar alguma dimensão ambiental.

Reconhecer possíveis tendências expressas pelo conjunto de pesquisas

analisadas.


Identificar, por meio da construção de categorias, as diferentes dimensões

ambientais expressas nos resumos das pesquisas analisadas, bem como a

representatividade, em cada ano e no período total analisado, de cada uma

dessas dimensões.


2 REFERENCIAIS TEÓRICOS

Neste item, procurou-se aprofundar um pouco mais sobre o tema formação de

professores, sistematizando alguns debates acadêmicos sobre o assunto, bem como

apresentar alguns mapeamentos realizados sobre o tema.

Em relação à temática ambiental, introduziu-se o tema a partir de discussões

sobre a origem da Educação Ambiental, perpassando pela sua institucionalização no

Brasil e o impacto nas legislações e documentos oficiais que regulamentam o

processo educativo da Educação Infantil ao Ensino Superior.

2.1 Os Debates Acadêmicos Sobre Formação de Professores

Sobre o tema formação de professores, Bastos e Nardi (2008) discorrem

sobre os debates acadêmicos que emergiram nos últimos anos e que consideram

diferentes focos de preocupação. Segundo os autores, a formação de professores,

como foco de pesquisa, tornou-se objeto de interesse relativamente recente no meio

acadêmico, tornando-se uma área de conhecimento e investigação complexa,

surgindo da necessidade de compreensão da formação de professores dentro de um

contexto no qual novos saberes e novas práticas ultrapassam concepções

reducionistas, na busca de oferecer soluções para os problemas educativos que

assolam a democratização do ensino, como também na busca por uma educação de

qualidade.

De acordo com García (1998), as pesquisas sobre formação de professores

cresceu quantitativamente e qualitativamente durante o período de 1983 a 1998,

quando foi constatado um incremento na preocupação de conhecer mais e melhor a

maneira como se desenvolve o processo de aprender a ensinar. Nas palavras de

García (1999, p. 24), a formação de professores foi se “apresentando

progressivamente como uma potente matriz disciplinar”. O autor aponta que as


perspectivas e enfoques que foram utilizados para abordar essa problemática

também foram evoluindo, juntamente com os problemas. Percebeu-se, também,

uma preocupação maior em ampliar os modelos de análise, nos quais o foco inicial

centrava-se, principalmente, nos professores em formação, aparecendo, pouco a

pouco, na literatura, pesquisas a respeito dos professores principiantes e dos

professores em exercício.

A análise dos processos de inovação e mudança e de suas implicações

organizacionais, curriculares e didáticas fez com que, cada vez mais, a pesquisa

sobre formação de professores fosse percebida como uma necessidade indiscutível.

As questões sobre formação de professores e trabalho docente têm

despertado o interesse de pesquisadores, visto o aumento observado na produção

científica sobre o tema. Este aumento é explicado por André (2010) como resultado

da grande visibilidade que a mídia vem dando ao assunto, e, mais ainda, pelo

recente surgimento de eventos e publicações dedicadas às questões de formação

docente, podendo-se, desta forma, considerar que a formação de professores vem

se consolidando como campo de pesquisa.

Na delimitação de uma área de estudo sobre formação de professores,

encontramos diferentes aspectos que são abordados na literatura sobre o assunto.

Por exemplo, a formação docente deve estar nos processos de aprendizagem da

docência (MIZUKAMI, 1986) e deve ser um processo contínuo de desenvolvimento

profissional, que tem início na experiência escolar e prossegue ao longo de toda

vida, indo além dos momentos de aperfeiçoamento, abrangendo, também, questões

relativas a salário, carreira, clima de trabalho, estruturas, níveis de participação e de

decisão (IMBERNÓN, 2002).

García (1999) define como objeto da formação docente:

“(...) os processos de formação inicial ou continuada, que possibilitam

aos professores adquirir ou aperfeiçoar seus conhecimentos,

habilidades, disposições para exercer sua atividade docente, de

modo a melhorar a qualidade docente da educação que seus alunos

recebem” (p. 24).


Recentemente, alguns autores vêm utilizando o conceito de desenvolvimento

profissional docente em substituição ao de formação inicial e continuada. García

(2009) justifica a preferência desta nova terminologia, afirmando que a mesma

marca mais claramente a concepção de “profissional do ensino” e porque o termo

“desenvolvimento” sugere evolução e continuidade, rompendo com a tradicional

justaposição de formação inicial e continuada.

Os estudos sobre as questões de formação continuada de professores

envolvem um número expressivo e crescente de autores (PERRENOUD, 2000;

NÓVOA, 1992; entre outros), que apontam a insuficiência da formação inicial para o

desenvolvimento profissional do professor, mesmo a que é realizada em nível

superior, sendo necessário levar em conta o saber do professor e a escola como

local de formação docente.

O que se percebe na literatura educacional é que há um consenso em torno

da ideia de que nenhuma formação inicial, mesmo aquela oferecida em nível

superior, é suficiente para o desenvolvimento profissional (CANDAU, 2001;

SANTOS, 1998). Desta forma, destaca-se a necessidade de se pensar uma

formação continuada que valorize tanto a prática realizada pelos docentes no

cotidiano da escola quanto o conhecimento que provém das pesquisas realizadas na

universidade, de modo a possibilitar a articulação entre teoria e prática na formação

e na construção do conhecimento profissional do professor.

Os debates sobre formação de professores, que procuram resgatar a “prática”

no trabalho docente, aparecem no discurso de vários autores. Schön (2000) ressalta

a existência de um conhecimento prático, que fundamenta o trabalho do professor

em aula, o que chamou de “conhecimento-na-ação”, bem como a importância de

habilidades de “reflexão-na-ação”, permitindo ao professor um movimento contínuo

de adaptação de seu ensino a contextos de atuação que são incertos e singulares.

Nessa mesma perspectiva, Stenhouse, na década de 1980, divulga, por meio de

suas obras, a imagem do professor como um “investigador” de sua própria prática.

Para Alarcão (1996, p.181), “(...) os processos de formação implicam o sujeito

num processo pessoal, de questionação do saber e da experiência numa atitude de

compreensão de si mesmo e do real que o circunda”. Essa é a característica


principal do pensamento e da ação reflexiva. Alarcão (2011, p.43) ainda discorre

sobre o que ela chama de “(...) apoteótica recepção” que os educadores brasileiros e

de outros países tiveram em relação ao conceito de “professor reflexivo”, conceito

este que atualmente é duramente criticado no Brasil. No entanto, a autora, apesar

das críticas a esse conceito, continua a acreditar nas potencialidades do paradigma

de formação do professor reflexivo, propondo que a formação desse professor deva

ocorrer no contexto coletivo de uma escola que também seja reflexiva, organizada

de modo à propiciar condições de reflexividade individuais e coletivas.

Em outras abordagens, diversos autores vêm defendendo a ideia do professor

como um intelectual crítico. Entre eles, Giroux (1997) defende que o professor, ao

delimitar o próprio pensamento, assume a postura de intelectual, capaz de

reconhecer sofrimentos, cujas causas exigem compaixão, relacionando os fatos

passados e imediatos à opressão, compreendendo-os e relevando-os, mantendo,

assim, a esperança da transformação. Para esse autor, o professor torna-se mais do

que um intelectual, assumindo a condição de intelectual transformador, convicto de

uma sociedade mais justa e igualitária, possuindo a capacidade de inovar para

mudar e melhorar a sua prática pedagógica.

Alguns autores consideram essencial compreender como os professores

lidam com as questões cotidianas da docência, suas histórias de vida e seus

percursos profissionais. Consideram que os professores apresentam determinadas

convicções, conhecimentos, habilidades e disposições que interferem, de alguma

forma, no trabalho docente, mas que não se formaram em virtude de conhecimentos

acadêmicos, e sim, de fatos ligados à sua trajetória profissional e pessoal. Esta

perspectiva é discutida por Goodson (2001); García (1999); Nóvoa (2000); Tardif

(2002), entre outros.

Shulman (1986) e outros autores deram destaques ao conhecimento do

professor acerca da matéria a ser ensinada. Esse autor, ao trazer o conhecimento

relacionado ao conteúdo a ser ensinado para o centro das discussões, propõe três

categorias de conhecimento relacionado ao conteúdo: conhecimento da matéria,

conhecimento curricular do conteúdo e o conhecimento pedagógico do conteúdo.


Na literatura, também encontramos o discurso do professor-pesquisador,

apontado por Coutinho e Sommer (2011) como um conceito concebido originalmente

por Lawrece Stenhouse e que reforça o caráter formador da pesquisa, como

também salientava Paulo freire, em seu livro Pedagogia da Autonomia. Neste livro,

Freire (1996) esclarece sua concepção de pesquisa como algo inerente à docência.

Segundo esse autor:

“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. (...) Ensino

porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago (...).

Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou

anunciar a novidade”. (FREIRE, 1996, p. 32)

Para Delizoicov, Rosset e Slongo (2010), as questões ligadas à formação de

professores estão em evidência tanto nos órgãos institucionais, responsáveis pela

elaboração de políticas públicas, quanto nas instituições de ensino superior. Isto

pode ser visto pelas recentes reformas decorrentes da LDB/1996 e a recente Política

Nacional de Formação dos Profissionais do Magistério, que atribui à Coordenação

de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), tradicionalmente

voltada ao ensino superior, a responsabilidade para organizar a formação inicial e

continuada dos profissionais da Educação Básica.

Diante destes e outros tantos debates que ocorrem dentro da academia,

assistimos ao crescimento de um número expressivo de pesquisas do tipo “estado

do conhecimento”, que visam conhecer o que dizem as pesquisas a respeito de um

tema específico, bem como revelar temáticas e metodologias em certo recorte

temporal, fornecendo elementos importantes para o aperfeiçoamento da pesquisa

num determinado campo de saber. André (2010) considera fundamental a existência

de estudos desse tipo, principalmente para o acompanhamento do processo de

constituição de um novo campo de pesquisa. Desta forma, frente à essa perspectiva,

abordaremos, no próximo item, alguns pontos importantes levantados em pesquisas

recentes sobre a produção acadêmica referente à formação de professores.


2.2 A produção Acadêmica Sobre Formação de Professores

Neste item, apresentamos uma síntese dos resultados de alguns

mapeamentos realizados nos últimos anos, com o objetivo de mostrar como a

produção acadêmica sobre formação de professores vem se consolidando enquanto

campo de pesquisa e, principalmente, sistematizar alguns referenciais contextuais

para compreensão e discussão de aspectos importantes implícitos nos dados desta

pesquisa.

Os estudos realizados por André et. al. (1999), no qual o corpus de análise

foram as teses e dissertações defendidas nos programas de pós-graduação stricto

sensu em educação no país, de 1990 a 1996, apontaram dados importantes nas

pesquisas sobre formação de professores, no período investigado. A análise das

teses e dissertações analisadas pelas autoras mostrou que a produção discente

praticamente dobrou no período de 1990 a 1996. Entretanto, o número de trabalhos

sobre formação de professores não acompanhou tal crescimento, mantendo uma

proporção de 5% a 7% sobre o total da produção discente. Entre os 248 trabalhos

caracterizados como formação de professores, 76% versaram sobre formação

inicial, 14,8% focaram a formação continuada e 9,2% abordaram o tema identidade

docente.

Em relação à formação inicial, os estudos realizados por André et. al. (1999),

mostraram que 40% do total das pesquisas focalizaram o curso Normal, 22,5% as

licenciaturas específicas e apenas 9,2% os cursos de pedagogia. Na formação

continuada, foi apontado que 43% dos estudos analisaram propostas de governo ou

de secretarias de educação, 21% programas e cursos de formação, 21% processos

de formação e 14% questões sobre a prática pedagógica. O tema identidade e

profissionalização docente, que representou menos de 10% do total das 284 teses e

dissertações sobre formação de professores, defendidas no período analisado,

mostrou aparecer com certa constância.

Em síntese, os estudos realizados na década de 1990 por André et.al. (1999)

sobre formação de professores revelou que a maioria dos trabalhos se concentrava


na formação inicial. O curso Normal foi o mais estudado, juntamente com as

Licenciaturas específicas. Mesmo havendo poucos estudos sobre cursos de

Pedagogia, os estudos apresentaram a educação ambiental, juntamente com outros

temas transversais, como um dos conteúdos emergentes na formação inicial.

Também foi observado que as teses e dissertações sobre formação continuada,

apesar de não terem apresentado um número expressivo, revelaram contemplar

conteúdos mais abrangentes, cobrindo diferentes níveis de ensino, contextos

variados, meios e materiais diversificados.

No mesmo estudo, também foram analisados 115 artigos, no período de 1990

a 1997, em dez periódicos com expressiva acessibilidade, considerando-se a

importância da instituição divulgadora e sua circulação nacional. A análise dos 115

artigos indicou a presença significativa dos seguintes temas: identidade e

profissionalização (28,7%), formação continuada (26,1%), formação inicial (23,5%) e

prática pedagógica (21,7%). Os quatro temas abordados nos periódicos

demonstraram certa regularidade, diferente do que aparece na produção discente de

teses e dissertações. Em geral, foi observado um discurso bastante ideologizado e

politizado, abrangendo aspectos amplos e variados da formação docente, definindo

práticas e políticas de formação, em contraposição às teses e dissertações, que

revelaram temas e conteúdos bem específicos, deixando lacunas sobre ações e

políticas de formação.

No Grupo de Trabalho “Formação de Professores” da ANPEd, André et. al.

(1999) encontraram 70 trabalhos, dos quais 41,3% textos incidiram sobre a

formação inicial, 21,4% textos sobre formação continuada, 17,1% dos textos sobre

identidade docente, 14,2% dos textos sobre a prática pedagógica e apenas 0,8%

dos textos apresentaram-se como revisão de literatura. Também foi identificado que

a formação inicial concentrou o maior número de trabalhos, em correspondência

direta com a produção discente de teses e dissertações, e diferente do que aparece

nos periódicos, onde a formação inicial não possui o mesmo peso. Comparando os

resultados com a produção discente, verificaram também uma inversão de

prioridades, com os cursos de licenciatura ganhando mais atenção e prioridade no

GT, contrastando com a priorização do curso Normal pela produção discente.


Como parte de um estudo de uma pesquisa mais ampla, denominada Estado

do Conhecimento sobre Formação de Professores, apoiada pelo Comitê dos

Produtores de Informação (COMPED), do Instituto Nacional de Pesquisas

Educacionais (INEP), Brzezinski e Garrido (2001) realizaram um estudo sobre os

trabalhos apresentados do GT Formação de Professores, durante reuniões anuais

da ANPEd, no período de 1992 a 1998. A amostra se constitui de 70 trabalhos, dos

quais foram organizados segundo cinco descritores: formação inicial de professores,

formação continuada, práticas pedagógicas, profissionalização docente e revisão da

literatura. Do universo destes trabalhos, foram identificadas pesquisas versando

sobre a formação inicial (40%), formação continuada (24%), profissionalização

docente (16%), práticas pedagógicas (14%), e como revisão da literatura (6%).

No presente estudo, as autoras optaram por desdobrar as formações inicial e

continuada em dois descritores distintos. Consequentemente, o subdescritor

licenciaturas acabou por reunir o maior número de trabalhos, quando comparado à

modalidade Normal e à Pedagogia, confirmando a tendência observada por André et

al (1999), que também verificaram que os trabalhos nos GT de Formação de

Professores incidiram sobre a licenciatura. Assim, dos 28 trabalhos que trataram da

formação inicial, 4 focalizaram os cursos de modalidade normal, 8 de formação de

professores de educação em cursos de pedagogia e 16 analisaram a formação de

professores nas licenciaturas. A maior preocupação encontrada nas pesquisas foi

com a formação docente em curso superior.

Ainda, no que se refere às licenciaturas, Brzezinski (1993), em pesquisa

documental realizada no período de 1980 a 1992, mostrou a inadequação da

formação nos cursos de licenciatura, particularmente no que se refere à dicotomia

entre formação pedagógica e formação específica. Neste trabalho, a formação

pedagógica aparece de forma fragilizada e a autora cita a descaracterização das

faculdades de Educação, que, segundo a autora, mais deformam do que preparam o

licenciando para o magistério.

As críticas aos cursos de licenciatura deram origem a intensos debates sobre

Formação de Professores em âmbito nacional (BRZEZINSKI e GARRIDO, 2001).

Como consequência, foram criados muitos “fóruns de licenciaturas” em vários campi

de universidades. As autoras citam alguns casos investigados, entre eles, um estudo


de caso que colocou em evidência a falta de projeto para a formação do professor e

as tensões entre os professores formadores das disciplinas específicas e aqueles

responsáveis pela formação pedagógica. Em outro estudo sobre o alunado de

licenciaturas, as autoras relataram que o estudo mostrou que os cursos de

licenciaturas começaram a ser frequentados pelas camadas populares, impondo

adaptações curriculares para responder a essa nova realidade. Surgiram, também,

relatos de propostas curriculares inovadoras, das quais algumas procuraram

enfrentar a fragmentação curricular, por meio de eixos articuladores ou de atividades

interdisciplinares, enquanto outras desenvolveram experiências envolvendo

licenciandos e professores da escola básica, em projetos que buscavam relacionar

teoria e prática ou ensino e extensão.

Brzezinski (1992), em uma análise de um programa de Formação de

Professores, comprovou a possível articulação entre nove licenciaturas, por meio de

projetos apoiados nos princípios da interdisciplinaridade, qualidade e verticalidade

do saber, o que possibilitou estabelecer relações entre as disciplinas específicas e

as pedagógicas. Os resultados também revelaram a possibilidade de articulação

entre a graduação e a pós-graduação lato sensu, assim como revelaram ações de

valorização docente, tanto no contexto das universidades como nas políticas

desenvolvidas pelas secretarias de educação estadual e municipal. A

interdisciplinaridade mostrou ser de grande importância nos programas de formação

de profissionais da educação, assim como a concepção de formação assumida

pelos pesquisadores do GT, na qual a formação é identificada, cada vez mais, como

processo contínuo de desenvolvimento profissional.

Diante destes e de outros casos estudados nos trabalhos apresentados,

Brzezinski e Garrido (2001) concluem que eles oferecem perspectivas para uma

nova concepção de formação inicial do profissional da Educação, bem como

possibilita constatar a relação entre referenciais teóricos e a prática expressa neles,

isto é, quando o saber se articula ao saber fazer e ao ser, de forma que

conhecimento, experiência, valores e compromissos sejam assumidos como

elementos necessariamente integrados.

Para Brzezinski e Garrido (2001), a análise dos trabalhos apresentados no GT

Formação de Professores mostrou-se rica diante da diversidade de enfoques,


fundamentos teóricos, metodologia de pesquisas e das contribuições sobre a

temática.

Em outro estudo sobre Formação de Professores, Manzano (2008) esboça

um panorama sobre o tema, no período de 1995 a 2005, no intuito de entender o

estado em que se encontra o campo educacional, por meio da análise de artigos da

Revista Brasileira de Educação (RBE), da Associação Nacional de Pós-Graduação.

A análise dos artigos mostrou que 9,8% dos trabalhos se referiam ao tema formação

de professores e, seguindo as tendências de outros estudos, também mostrou um

crescimento significativo de trabalhos sobre formação de professores.

Do total de artigos publicados sobre a temática, 75% eram artigos de autores

brasileiros e 25% de estrangeiros, sendo a maioria dos trabalhos oriunda do

conjunto de pesquisas apresentadas nas reuniões anuais da ANPEd. É importante

destacar que a RBE surge na chamada “Década da Educação”, havendo um

progressivo destaque às discussões da temática “formação docente”, indo ao

encontro da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 (LDB 9394/96) que

enfatiza a valorização do magistério e eleva o nível da formação dos professores da

Educação Básica.

André (2009), em seu artigo no qual discute a produção acadêmica sobre

formação de professores, apresenta e examina uma análise da produção acadêmica

discente no período de 1999 a 2003, comparando os dados com o levantamento

anterior, buscando verificar se houve mudanças nos temas priorizados, emergentes

e silenciados, bem como as tendências teóricas e metodológicas das pesquisas.

Na análise do conteúdo dos resumos, realizada pela autora, foi verificado que

o interesse dos pós-graduandos pelo tema Formação de Professores cresceu ao

longo dos anos, passando de 11% para 16% em apenas cinco anos. Na distribuição

regional, foi verificada que a Região Sudeste manteve a maior proporção das

pesquisas, com 54%. Em seguida, vieram as Regiões Sul (25%), Norte e Nordeste

(12%) e Centro-Oeste (9%). Sabendo-se que a Região Sudeste concentra o maior

número de programas de pós-graduação, muitos com linhas de pesquisa sobre

Formação de Professores, é natural que essa região contribua com o maior

percentual de pesquisas sobre o tema.


Na comparação entre os anos de 1990 e 2000, André (2009) revela que no

período de 1990 a 1998, do total de teses e dissertações defendidas, 6% trataram

do tema Formação de Professores, passando para 14% nos cinco anos seguintes,

deixando evidente o aumento do interesse dos discentes sobre o tema.

Em relação aos temas e subtemas tratados na produção discente dos

programas de pós-graduação, a comparação entre os dois períodos (1990-1998 e

1999-2003) mostra uma grande mudança. Nos anos 1990, a grande maioria das

pesquisas focava a formação inicial (72%), enquanto que, nos anos de 2000, a

maioria dos trabalhos investigava questões relacionadas à identidade e

profissionalização docente (41%), havendo uma mudança de foco dos cursos de

formação em direção ao tema “saberes docentes”.

As pesquisas que, nos anos de 1990, tinham como foco principal a formação

inicial, tanto nas disciplinas pedagógicas, como nas específicas, mostraram

claramente um distanciamento e a falta de articulação entre as disciplinas dessas

áreas. Apenas nos últimos anos do período analisado é que foi observado o

surgimento de estudos sobre interdisciplinaridade na licenciatura, no magistério do

Ensino Médio, nos projetos e nas práticas de formação continuada.

Em relação à algumas previsões realizadas no estudo anterior, André (2009)

cita que os referenciais teóricos sobre processos reflexivos, despontados na década

de 1990, firmaram-se definitivamente nos anos de 2000, assim como os conteúdos

emergentes na época, tais como a temática ambiental, que se efetivou de tal forma,

que a preocupação central dos pós-graduandos nesses estudos foi, em geral,

investigar como essas questões eram tratadas nos cursos de formação inicial e na

formação continuada, caracterizando-se como um importante dado para

comparação com os resultados obtidos nesta pesquisa.

Questões relativas à saúde do professor foram frequentes nos anos de 2000,

porém, foram poucos os estudos que abordaram os processos de aprendizagem dos

alunos. Contudo, houve um número expressivo de pesquisas sobre formação

continuada, despontando-se estudos sobre representações de licenciandos. Embora

haja um número representativo desses estudos, André (2009) acredita que há muito

ainda a se conhecer sobre as representações dos alunos, futuros professores.


O uso de tecnologia também apareceu em ascensão e o tema identidade e

profissionalização docente mostrou uma consolidação nas pesquisas produzidas nos

anos 2000, em oposição ao silenciamento observado para questões de gênero, etnia

e competências que, em estudos anteriores, se apresentavam como temas

emergentes nas pesquisas educacionais.

Segundo André (2009), alguns temas, como condições de trabalho,

organização sindical e plano de carreira, essenciais no campo de formação de

professores, mostraram-se ainda pouco privilegiados, enquanto que o tema

“políticas de formação” apresentou apenas um tímido crescimento no período

analisado. Outro quadro que não mudou na comparação entre os estudos foi a

presença dos temas dimensão política na formação do professor e a formação do

professor para atuar em diferentes contextos educativos tais como movimentos

sociais, educação de jovens e adultos e educação indígena.

No entanto, temas como formação de professores de cursos superiores,

condições de trabalho, questões sobre a saúde dos docentes, o uso de tecnologias

educacionais e a educação à distância na formação de professores apareceram

como temas emergentes.

Todo esse conjunto de informações, provenientes de pesquisas que mapeiam

as produções acadêmicas relacionadas à área de Formação de Professores, fornece

um conjunto de informações contextuais e comparativas importantes para

compreender algumas características e tendências da produção discente

relacionada à Formação de Professores de disciplinas da área de Ciências da

Natureza, foco desta pesquisa.


2.3 A Origem da Educação Ambiental e Sua Institucionalização no Brasil

Neste item, são sistematizadas algumas informações a respeito do

pensamento ambiental, bem como um breve histórico sobre a origem da educação

ambiental, com o objetivo de organizar a nossa compreensão sobre o “ambiental” e

situar a sua importância para a sociedade como um todo e para as produções

acadêmicas analisadas nesta pesquisa. Nesta perspectiva, são apresentados vários

eventos que delineiam um referencial contextual importante para a compreensão de

eventos e legislações ambientais e seus impactos nas políticas educacionais

brasileiras, como também na produção científica analisada nesta pesquisa.

De acordo com Andrade (2001), a evolução do pensamento ambiental está

diretamente associada ao desenvolvimento das ciências, ao longo da história da

civilização, assim como as degradações e alterações ambientais processadas no

planeta Terra. O pensamento ambiental foi sendo construído à medida que várias

correntes do pensamento científico iam amadurecendo, juntamente com os

problemas ambientais que envolviam a opinião pública decorrentes do processo

civilizatório.

Ao longo da história, encontramos diversos exemplos de situações que

demostram, mesmo de forma isolada e reduzida, que as preocupações com o meio

ambiente são antigas. Com o avanço da ciência, aliado à técnica, iniciou-se a

Revolução Industrial com todas as suas consequências negativas em relação às

formas de exploração dos recursos naturais e humanos, cujas consequências são

visíveis nos problemas ambientais contemporâneos. Dessa forma, a visão do

crescente processo de industrialização e do desenvolvimento centrado na Ciência e

Tecnologia (C&T) como sinônimo de progresso começou a ser questionada por

muitos.

Para Angotti e Auth (2001), com a exploração desenfreada da natureza e os

avanços científicos e tecnológicos, foi tornando-se mais evidente que tais avanços

não beneficiaram a todos, gerando desigualdade social. Assim, os questionamentos

sobre a intervenção dos seres humanos no ambiente e seus impactos se tornaram


bem expressivos a partir da década de 1960, liderados por diversos movimentos de

contestação, como o da contracultura e o ecologista/ambientalista.

Segundo Tozzoni-Reis (2004), a década de 1960 pode ser considerada uma

referência quanto à origem das preocupações com a perda da qualidade ambiental,

decorrentes das Revoluções Industriais, no decorrer das quais a relação do homem

com a natureza vem se tornando cada vez mais predatória. É válido ressaltar, então,

que a Educação Ambiental tem sua origem no movimento ecológico e na crítica

radical à sociedade capitalista da década de 1960.

Dessa forma, a constatação da problemática ambiental e da crítica à estrutura

do conhecimento científico e tecnológico acumulado fez com que a educação fosse

citada como um recurso que poderia auxiliar na busca teórica e prática de soluções.

A partir da Conferência de Estocolmo, em 1972, os rumos da Educação

Ambiental começam a ser definidos, inserindo esta temática na Agenda

Internacional. O plano de ação da Conferência de Estocolmo incluía como seu

principal pilar conceitual que a solução dos problemas ambientais passa,

necessariamente, pela educação ambiental do cidadão. Pode-se dizer que foi nesse

momento que nasceu o que chamamos de Educação Ambiental.

Em 1975, lança-se em Belgrado (capital da antiga Iugoslávia) o Programa

Internacional de Educação Ambiental, no qual são definidos os princípios e

orientações para o futuro.

Cinco anos após a conferência de Estocolmo, em 1977, acontece em Tbilisi,

na Georgia (ex-União Soviética), a Conferência Intergovernamental sobre Educação

Ambiental, cuja organização ocorreu a partir de uma parceria entre a UNESCO e o

Programa de Meio Ambiente da ONU (Pnuma). A partir desse encontro, inicia-se um

amplo processo, em nível global, orientado para criar as condições que formam uma

nova consciência sobre o valor da natureza e para reorientar a produção de

conhecimento baseada nos métodos da interdisciplinaridade e nos princípios da

complexidade.


Esse campo educativo tem sido fertilizado transversalmente, e isso tem

possibilitado a realização de experiências concretas de educação ambiental, de

forma criativa e inovadora, por diversos segmentos da população e em diversos

níveis de formação. Este último, considerado o principal marco que define a EA,

estabeleceu seus princípios, objetivos e estratégias.

“Foi a partir desse reconhecimento do potencial da educação, como

elemento relevante no enfretamento da crise ambiental, que as

primeiras iniciativas de EA se desencadearam como processos

sinérgicos, que tinham sua face mais visível e dinâmica nos

organismos internacionais e nos governos de diversos países, mas

que despertaram ações esparsas nos movimentos da sociedade civil,

e nas atividades, em geral espontâneas e pontuais, de educadores e

de escolas interessados na questão ambiental e na formulação de

respostas para superação”. (LIMA, 2005, p. 81).

De acordo com Amaral (2001), a conceituação exposta a seguir, apesar de

enunciada anos depois da Conferência de Estocolmo, pode ser considerada como

representativa dessa nova perspectiva educacional:

“O ambiente é concebido como uma totalidade, incluindo os aspectos

naturais e aqueles que resultam da ação humana. A Educação

relativa ao ambiente aparece como uma dimensão da educação de

abordagem interdisciplinar, orientada para a resolução de problemas

e aberta para a realidade local, devendo ser integrada dentro de

todas as formas escolares e extraescolares, gerais e especializadas,

do processo educativo”. (UNESCO, 1993 apud AMARAL, 2001,

p.75).

O documento da Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e

Sociedade, Educação e Consciência Pública para a Sustentabilidade, realizada em

1977, na Tessalônica (na Grécia), chama atenção para a necessidade de se

articularem ações de Educação Ambiental baseadas nos conceitos de ética e


sustentabilidade, identidade cultural e diversidade, mobilização, participação e

práticas interdisciplinares (SORRENTINO, 1998).

Durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento (RIO 92), foi elaborado pela sociedade civil e planetária outro

documento internacional – Tratado de Educação Ambiental para Sociedades

Sustentáveis e Responsabilidade Global. O documento estabelece princípios da

educação para sociedades sustentáveis, destacando a necessidade de formação de

um pensamento crítico, coletivo e solidário, de interdicisplinaridade, de multiplicidade

e diversidade. Estabelece, ainda, uma relação entre as políticas públicas de EA e a

sustentabilidade, apontando princípios e um plano de ação para educadores

ambientais e reconhecendo a Educação Ambiental como um processo político

dinâmico, em permanente construção, orientado por valores baseados na

transformação social.

A Agenda 21, documento também concebido e aprovado pelos governos

durante a Rio 92, é um plano de ação concebido para ser adotado global, nacional e

localmente, por organizações do sistema das Nações Unidas, governos e pela

sociedade civil, em todas as áreas em que a ação humana impacta o meio

ambiente.

A importância da Ciência e Tecnologia (C&T) é reafirmada na Agenda 21.

Neste documento, é reconhecida a relevância da ciência na formulação de políticas

voltadas às questões ambientais, de modo a permitir uma participação mais efetiva

de todos os países na promoção do desenvolvimento sustentável. Assim, no capítulo

35 intitulado “Ciência para o Desenvolvimento Sustentável”, encontra-se o seguinte

trecho:

“Devem-se aplicar os conhecimentos científicos para articular e

apoiar as metas de desenvolvimento sustentável por meio da

avaliação científica da situação atual e das perspectivas futuras do

sistema Terra. Essas avaliações (…) devem ser usadas nos

processos de tomada de decisões, assim como nos processos de

interação entre as ciências e a formulação de políticas. (...) É de

crucial importância que os cientistas dos países em desenvolvimento

participem plenamente dos programas internacionais de pesquisa


científica que tratam dos problemas mundiais de meio ambiente e

desenvolvimento, de modo que todos os países participem em pé de

igualdade das negociações sobre questões mundiais relativas ao

meio ambiente e desenvolvimento”. (AGENDA 21, 1992, p. 1)

Ao comparar a Conferência realizada em Estocolmo, em 1972, com a

Conferência realizada no Rio de Janeiro, em 1992, pode-se notar uma mudança de

foco, o qual pode ser relacionado com concepções diferentes acerca do Meio

Ambiente. A de Estocolmo era firmada basicamente na relação homem-natureza, já

a segunda, no Rio, tinha como eixo o desenvolvimento sustentável (REIGOTA,

1994).

A Sustentabilidade seria fruto de um movimento histórico recente que passa a

questionar a sociedade industrial enquanto modo de desenvolvimento. Seria o

conceito-síntese desta sociedade, cujo modelo se mostra esgotado. A

sustentabilidade pode ser considerada um conceito importado da ecologia, mas cuja

operacionalidade ainda precisa ser provada nas sociedades humanas (ROSA,

2007).

Novaes (2003) realça que a sustentabilidade é conquistada pela

implementação regional ou local de desenvolvimento com a participação dos

indivíduos, com o desígnio de diagnosticar os problemas locais, focada na visão das

necessidades e do bem-estar humano, para entender os conflitos envolvidos e

pactuar as maneiras de resolvê-los.

Para Guimarães (2001), os indivíduos constituem o centro e a razão do

processo de desenvolvimento por estarem inerentemente ligados ao ambiente em

que vivem e dele não podem ser separados. Assim, deve-se interceder para a

adequação das dimensões da sustentabilidade para que o desenvolvimento caminhe

para um novo desenho, considerando sua complexidade e intangibilidade.

Corroborando com esse pensamento, Franco (2000) comenta que:

“O conceito de desenvolvimento sustentável é, portanto, muito

complexo e controvertido, uma vez que para ser implantado exige

mudanças fundamentais na maneira de pensar, viver, produzir,


consumir, entre outras. (...) Ele exige a participação democrática de

todos na tomada de decisão para as mudanças que se farão

necessárias para a implantação do mesmo”. (p. 26-27).

Por fim, em documento oficial (Plano Internacional de Implementação),

iniciativa das Nações Unidas, em 2005, é instituída a implementação da Década da

Educação Para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014). O documento

representa uma conquista para a Educação Ambiental e ganha sinais e

reconhecimento de seu papel no enfrentamento da problemática socioambiental, na

qual reforça mundialmente a sustentabilidade a partir da Educação (BRASIL, 2007).

No documento, consta que a Década da Educação para o Desenvolvimento

Sustentável – DEDS – é uma iniciativa ambiciosa e complexa. Seus fundamentos

conceituais, repercussões socioeconômicas e incidência no meio ambiente e na

cultura afetam todos os aspectos da vida. O objetivo global da DEDS é integrar os

valores inerentes ao desenvolvimento sustentável em todos os aspectos da

aprendizagem, com o intuito de fomentar mudanças de comportamento que

permitam criar uma sociedade sustentável e mais justa para todos. A DEDS

fundamenta-se na visão de um mundo onde todos tenham a oportunidade de se

beneficiar da educação e de aprender os valores, comportamentos e modos de vida

exigidos para um futuro sustentável e para uma transformação positiva da

sociedade.

Porém, o documento que institui a DEDS considera que a educação para o

desenvolvimento sustentável não deve ser equiparada à Educação Ambiental. Ainda

no documento, a Educação Ambiental é citada como disciplina ou área bem

estabelecida na qual enfatiza a relação dos homens com o ambiente natural, as

formas de conservá-lo, preservá-lo e de administrar seus recursos adequadamente.

Portanto, desenvolvimento sustentável engloba Educação Ambiental, colocando-a

no contexto mais amplo dos fatores socioculturais e questões sociopolíticas de

igualdade, pobreza, democracia e qualidade de vida.

A perspectiva de desenvolvimento – envolvendo mudança social e evolução

das condições – é também central para qualquer análise do desenvolvimento

sustentável. O conjunto de objetivos de aprendizagem do desenvolvimento


sustentável é, portanto, de largo alcance. Desenvolvimento sustentável deve ser

integrado em outras disciplinas e não pode, em função do seu alcance, ser ensinado

como uma disciplina independente.

O documento destaca o papel da Ciência e Tecnologia (C&T), propondo que

a ciência seja considerada de maneira ampla, incluindo as Ciências Sociais, as

Ciências Naturais e a Ciência Formal, além das abordagens tradicionais de

aprendizagem e compreensão. Assim, o Desenvolvimento Sustentável deve fornecer

uma compreensão científica do que seja sustentabilidade. Em relação à Tecnologia,

o documento faz referência a esta como uma ferramenta necessária para que as

pessoas possam ser capazes de provocar mudanças a partir da aprendizagem de

suas aplicações. Desta forma, a tecnologia deve sempre ser aplicada com os

objetivos de sustentabilidade, protegendo o meio ambiente e promovendo as

necessidades pessoais e econômicas da população.

Sauvé (2005) faz severas críticas à proposição da “educação para o

desenvolvimento sustentável”. Para a autora, a educação é vista como um

instrumento a serviço da conservação do meio ambiente a longo prazo, em função

de um desenvolvimento (crescimento) econômico sustentável em detrimento ao

“desenvolvimento humano”, sendo a economia uma entidade a parte, fora da esfera

social, determinando a relação das sociedades com o meio ambiente. Esta

concepção de educação utilitarista e a representação “recursista” da educação para

o desenvolvimento sustentável mostram-se nitidamente reducionistas, segundo a

autora.

A educação ambiental passa a ser, dentro deste quadro, um instrumento a

serviço do desenvolvimento sustentável, perdendo seu reconhecimento como lugar

de interdisciplinaridade e diálogo dos saberes, ficando limitada a uma dinâmica de

“gestão de recursos”.

No entanto, Sauvé (2005) acredita, ainda, que é possível ter em vista uma

Educação Ambiental que possa ser realizada dentro de um contexto de crítica social,

no qual a relação com o meio ambiente não é, a priori, uma questão de

compromisso social, e menos ainda de consenso planetário. A Educação Ambiental

deve contribuir para o desenvolvimento de sociedades responsáveis, associando a


ela uma ética da responsabilidade, mais rica que a ética da sustentabilidade, indo na

direção de uma responsabilidade de ser, de saber e de agir, o que implica

compromisso, lucidez, autenticidade, solicitude e coragem, reconhecendo e

valorizando a diversidade dos modos de apreender o mundo e de a ele vincular-se.

A partir dos debates ocorridos no âmbito internacional sobre a temática em

questão, começaram a surgir, no Brasil, a partir de 1972, estudos e propostas mais

sistematizas de Educação Ambiental. Vários setores, como órgãos governamentais,

Organizações Não-Governamentais (ONGs), escolas e outras instituições

educacionais têm contribuído para sua realização, pautando o desenvolvimento de

propostas de Educação Ambiental a partir da problemática ambiental e de sua

relação com a educação.

O processo de institucionalização da Educação Ambiental no Brasil teve início

em 1973, com a criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA),

vinculada à Presidência da República. Outro passo na institucionalização da

Educação Ambiental foi a Lei nº 6.938, de 31/08/81, que instituiu a Política Nacional

de Meio Ambiente (PNMA). Em seu artigo 2º, inciso X, afirma a necessidade de

promover a “Educação Ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a educação

da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio

ambiente.” Assim, a EA nasceu como um princípio e um instrumento da política

ambiental.

Em termos de Constituição brasileira, a Constituição Federal, em 1988,

estabeleceu, no inciso VI do artigo 225, a necessidade de “promover a Educação

Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a

preservação do meio ambiente”.

Anos mais tarde, com a participação do MEC, durante a Rio 92, foi produzida

a Carta Brasileira para Educação Ambiental, que, entre outras coisas, reconheceu

ser a Educação Ambiental um dos instrumentos mais importantes para viabilizar a

sustentabilidade como estratégia de sobrevivência do planeta e, consequentemente,

de melhoria da qualidade de vida humana.


Na LDB/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394,

de 20/12/96) – é feita referência à Educação Ambiental, no artigo 32, inciso II,

segundo o qual exige para o Ensino Fundamental a “compreensão ambiental natural

e social do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se

fundamenta a sociedade”; e, no artigo 36, § 1º, segundo o qual os currículos do

Ensino fundamental e Médio “devem abranger, obrigatoriamente, (...) o

conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política,

especialmente do Brasil”.

No período de 1995 a 1998, o Ministério da Educação elaborou os

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que, vinculados às Leis de Diretrizes e

Bases (LDB/96), visam estabelecer diretrizes para o currículo do Ensino

Fundamental, servindo como referência nacional para a prática educacional e ações

políticas no âmbito da educação, além de reafirmar a responsabilidade do Estado

com o Ensino Fundamental. Neles, os conteúdos a serem ensinados estão dispostos

em dois grupos: Áreas Convencionais e os Temas Transversais (Ética, Meio

Ambiente, Orientação Sexual, Pluralidade Cultural, Trabalho e Consumo, e Saúde)

(FIGUEIRÓ, 2000). Entende-se como Tema Transversal o conjunto de valores,

atitudes e comportamentos mais importantes que devem ser ensinados (GAVIDIA,

1996).

Em 1999, ocorreu a aprovação da Política Nacional de Educação Ambiental

(PNEA), por meio da Lei n° 9.795, de 27/04/1999, e regulamentada pelo decreto

4.821, de 25 de junho de 2002. A PNEA institui, no Art. 5, a inclusão da Educação

Ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino e, de modo transversal,

orientados pelos Parâmetros e Diretrizes Curriculares Nacionais, incluindo a

adequação de programas de formação continuada de educadores. A Política

Nacional de Educação Ambiental define EA como:

“(...) processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade

constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e

competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem

de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua

sustentabilidade”. (BRASIL, 1999).


Em relação à formação docente, a PNEA propõe que a capacitação de

recursos humanos deve-se voltar para “a incorporação da dimensão ambiental na

formação, especialização e atualização dos educadores de todos os níveis de

ensino” (Art.8, § 2, inciso II), determinando que a “dimensão ambiental deve constar

dos currículos de formação de professores, em todos os níveis e em todas as

disciplinas”.

Decorrente da PNEA, foi criado, no âmbito do Ministério do Meio Ambiente e

do Ministério da Educação, o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA),

que reafirma, como suas primeiras diretrizes, a transversalidade e a

interdisciplinaridade. O ProNEA, na mais recente versão, publicada em 2004,

sinaliza um novo patamar de compreensão do processo educativo, apresentando

alguns princípios pedagógicos da dimensão crítica e democrática da educação

ambiental: respeito à liberdade, liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar

a cultura, o pensamento, a arte e o saber; transversalidade construída a partir de

uma perspectiva inter e transdisciplinar.

Nesse sentido, a contribuição pedagógica para a construção de uma nova

relação entre homem e meio ambiente deveria se dar por meio da inserção das

questões ambientais, de forma transversal, na estrutura curricular dos conteúdos

tradicionais, enriquecida com exemplos, práticas, experiências, materiais educativos,

mídias e atividades extraclasses, aproximando o estudante com o ambiente em que

ele vive. Na concepção de Oliveira (2007):

“A transversalidade da questão ambiental é justificada pelo fato de

que seus conteúdos, de caráter tanto conceitual (conceitos, fatos e

princípios), como procedimentais (relacionados com os processos de

produção e de ressignificação dos conhecimentos), e também

atitudinais (valores, normas e atitudes), formam campos com

determinadas características em comum: não estão configurados

como áreas ou disciplinas; podem ser abordados a partir de uma

multiplicidade de áreas; estão ligados ao conhecimento adquirido por

meio da experiência, com repercussão direta na vida cotidiana;

envolvem fundamentalmente procedimentos e atitudes, cuja

assimilação deve ser observada em longo prazo” (p. 108).


Dias (1998) conceitua a Educação Ambiental como um conjunto de conteúdos

e práticas ambientais, orientadas para a resolução dos problemas concretos do

ambiente, por meio do enfoque interdisciplinar e de uma participação ativa e

responsável de cada indivíduo e da comunidade.

É neste contexto que a Educação Ambiental (EA) se apresenta com a difícil

tarefa de reverter o pensamento ainda corrente, com o intuito de ensinar às atuais e

próximas gerações a importância do meio ambiente. De acordo com Dias (1998), a

Educação Ambiental pretende desenvolver o conhecimento, a compreensão, as

habilidades e a motivação do homem para adquirir valores, mentalidades e atitudes

necessários para lidar com questões e problemas ambientais e encontrar soluções

sustentáveis.

Para Leff (2002), a Educação Ambiental exige uma integração de

conhecimentos e aproximações sistêmicas, holísticas e interdisciplinares que, se

limitadas à reorganização do saber disponível, são insuficientes para satisfazer essa

demanda de conhecimentos. A questão ambiental requer novos conhecimentos

teóricos e práticos para sua compreensão e resolução. Dessa forma, a Educação

Ambiental induz a um desenvolvimento de conhecimentos em diversas disciplinas

científicas. Por isso, o autor apresenta a interdisciplinaridade como um processo de

intercâmbio entre os diversos campos e ramos científicos, nos quais são

transferidos, incorporados e assimilados métodos, conceitos e termos.


2.4 A Temática Ambiental no Processo Educativo - da Educação Infantil ao Ensino Superior.

Como discutido anteriormente, a PNEA institui a obrigatoriedade da inserção

da Educação Ambiental em todos os níveis e modalidade de ensino. Desta forma,

pretendemos tecer algumas considerações referentes à apropriação da Temática

Ambiental na esfera educativa, perpassando todos os níveis de ensino, a partir de

uma breve análise de legislações e documentos oficiais que regulamentam e

orientam a educação nacional.

Um primeiro aspecto importante a ser observado é que mesmo após a

regulamentação da Educação Ambiental (EA) em todos os níveis de ensino e

campos do saber, a legislação e as políticas educacionais não têm conseguido

sinalizar, induzir ou sensibilizar os gestores escolares para a inserção da EA no

universo escolar, principalmente por não haver nenhuma menção à Educação

Ambiental na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN). No caso da

Educação infantil, a situação á ainda mais grave, por não haver alusão alguma sobre

a EA na Política Nacional de Educação Infantil (BRASIL, 1996).

No entanto, apesar de as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de

Pedagogia não fazerem referência, de forma explícita, propõem que o curso de

Pedagogia promova, dentre outros, estudos “de conhecimentos ambiental-

ecológicos (Art. 2º)”; “(...) realize pesquisas que proporcionem conhecimentos” (...)

“sobre processos de ensinar e de aprender em diferentes meios ambiental-

ecológicos (Art. 5º. Inciso X)”; e determina, no Art. 6º, que a “sustentabilidade, entre

outras problemáticas centrais da sociedade contemporânea, deve compor o núcleo

básico do curso”.

Nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI), de 07 de

abril de 1998, a Educação Ambiental é citada no inciso IV, apenas de forma indireta:

“as Propostas Pedagógicas das Instituições de Educação

Infantil, ao reconhecer as crianças como seres íntegros, que

aprendem a ser e conviver consigo próprios, com os demais e o


próprio ambiente de maneira articulada e gradual devem buscar

(...) a interação entre as diversas áreas de conhecimento e

aspectos da vida cidadã( ...)”.(BRASIL, DCNEI, 1998).

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI),

documento elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), em 1998, com o objetivo

de auxiliar os professores, também não contempla a expressão “Educação

Ambiental” em nenhum de seus três volumes, apropriando-se da temática ambiental

apenas de forma indireta.

Por exemplo, em seu primeiro volume, na qual a discussão sobre a

preservação do meio ambiente está presente, apresenta os objetivos gerais da

Educação Infantil (EI): “observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade,

percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador

do meio ambiente e valorizando as atitudes que contribuam para a sua conservação”

(BRASIL, 1998, p. 63). Portanto, O RCNEI mostra-se de acordo com o que

estabelece a PNEA.

Em seu terceiro volume, o RCNEI possui um eixo temático sobre a “Natureza

e Sociedade”, reunindo conteúdos e assuntos pertinentes às áreas das Ciências

Humanas e Naturais, com o objetivo de desenvolver na criança as capacidades de

“explorar o ambiente, para que possa se relacionar com as pessoas, estabelecer

contato com os pequenos animais, com plantas e com objetos diversos,

manifestando curiosidade e interesse”. (BRASIL, 1998, p.175).

De acordo com o RCNEI, o “trabalho com os conhecimentos derivados das

Ciências Humanas e Naturais deve ser voltado para a ampliação das experiências

das crianças e para a construção de conhecimentos diversificados sobre o meio

social e natural” (BRASIL, 1998, p.166).

Segundo Dias e Pequeno (2012), mesmo que nesse eixo, através de amplos

objetivos, as questões ambientais possam ser exploradas, há uma ausência de

análise crítica da relação sociedade e natureza, o que não favorece o

desenvolvimento da Educação Ambiental crítica e transformadora, exigindo, assim, a


inserção dessa questão nos processos de formação inicial e continuada de

professores que atuam na Educação Infantil.

Para o Ensino Fundamental (EF), o MEC publicou, em 1997, os Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCN). Estes parâmetros propõem a necessidade da

presença de temas transversais no currículo, contemplando os temas: Ética,

Orientação Sexual, Meio Ambiente, Saúde, Pluralidade Cultural e Trabalho e

Consumo. Estes temas agregam uma série de valores humanos a serem

desenvolvidos nas escolas, caracterizando-se como temas de urgência e

abrangência nacional.

De acordo com Amaral (2001), os autores dos PCN, ao escolherem o Meio

Ambiente como um dos temas transversais, levaram em conta que grande parte dos

ambientalistas concorda com a necessidade de se construir uma sociedade mais

sustentável, socialmente justa e ecologicamente equilibrada. Corroborando para

este pensamento, Valdanha Neto e Kawasaki (2011) discorrem que:

“(...) é neste cenário que surge a importância de se incluir o Meio

Ambiente nos currículos escolares como tema transversal e uma

Educação Ambiental que responda às questões socioambientais

colocadas na sociedade e na escola. (...) a incorporação desses

temas nos PCN é um marco importante para a inclusão da EA nas

escolas”. (p. 4).

O Conselho Nacional de Educação (CNE), em contraposição aos PCN,

desenvolveu outra proposta nacional comum. Dessa forma, em 1998, foram

publicadas as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental

(DCNEF) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM)

como orientações curriculares obrigatórias e comuns para todos os estados do

Brasil, legitimando, portanto, a não obrigatoriedade dos PCN (BONAMINO &

MARTÍNEZ, 2002). Contudo, os PCN se estabeleceram com extrema importância no

contexto curricular da educação nacional. Apesar do movimento do CNE em

enfatizar as DCN, o MEC se imbuiu de publicar os PCN, em larga escala. O CNE

sustenta, ainda, que as DCN estão de acordo com os princípios da Constituição

Federal / 88, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional / 96, bem como


pelas orientações significativas oferecidas pelo Programa Nacional de Direitos

Humanos, Decreto nº 1.904/96, e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº

8.069/90 (VALDANHA NETO & KAWASAKI, 2011).

Na Resolução da Câmara de Educação Básica (CEB), nº 2, de 7 de abril de

1998, publicada no DOU (Diário Oficial da União) de 15/4/98 – Seção I, p. 31,

alterada pela Resolução CNE/CEB, n.º 1, de 31 de janeiro de 2006, são instituídas

as DCNEF, estabelecendo no Art. 3º, inciso IV, que:

“(...) A base comum nacional e sua parte diversificada deverão

integrar-se em torno do paradigma curricular, que vise a estabelecer

a relação entre a educação fundamental e a “vida cidadã através da

articulação entre vários dos seus aspectos como: 1. (...) 4. O meio

ambiente”. (BRASIL, CNB/CEB, 2006, grifo nosso).

Dessa forma, é explícita a presença da temática ambiental nas DCNEF como

um dos aspectos a serem articulados de modo a favorecer a relação entre a

Educação Fundamental e a vida cidadã.

Apesar de entender que os PCN não devem ser os únicos referenciais

curriculares para a escola básica, não há como negar a sua relevância no contexto

curricular do país, tendo atualmente um importante papel na prática educativa de

escolas brasileiras. Além disso, esses parâmetros serviram e ainda servem como

referência para elaboração de livros didáticos e outros materiais didáticos e

curriculares (VALDANHA NETO e KAWASAKI, 2011).

Assim, os conteúdos do tema transversal “Meio Ambiente” para o Ensino

Fundamental, presente nos PCN, estão distribuídos em três blocos. Nos 1º e 2º

Ciclos: Ambiente Construído; Sociedade e Meio Ambiente; Produção e Bem Estar

Social. Nos 3º e 4º: Os Ciclos da Natureza; Sociedade e Meio Ambiente; Manejo e

Conservação Ambiental.

De acordo com Amaral (2001), os conteúdos presentes nos PCN possuem a

pretensão de embutir determinada concepção de meio ambiente. O documento

reconhece que o equilíbrio da natureza é resultado de um cenário de movimento e

transformações e, portanto, ocorre em um plano dinâmico. Considera que a questão


ambiental não se limita aos ambientes naturais intocados pelo ser humano e nem ao

fenômeno da poluição, mas abrange o ambiente humano com todas as suas

características e problemática. Ainda, considera cada cidadão responsável pela

qualidade ambiental, como parte integrante da natureza, percebendo seu papel na

relação homem-natureza. Dessa forma, sendo capaz de dominar alguns

procedimentos de manejo e conservação de recursos naturais.

Para o autor, são depositadas excessivas esperança e responsabilidade na

Educação Ambiental, enfatizando aspectos instrumentais utilitários, bem como

estimula o engajamento ativista e idealista na luta da qualidade ambiental. Ainda, de

forma equivocada, dá a entender que são orientações exclusivas e específicas de

Educação Ambiental. Por fim, refere-se aos PCN como um completo retrocesso

quanto à sua implementação, excluindo o professor, ignorando suas concepções

prévias acerca do ambiente e da Educação Ambiental, bem como suas condições de

trabalho, colocando o professor como um mero transmissor de ideias contidas no

referido documento.

Para o Ensino Médio é dada uma nova identidade na etapa final da Educação

Básica e tendo como função principal consolidar a formação geral do educando,

oferecendo-lhe uma formação ética e autonomia intelectual. Assim, foram

elaboradas as DCNEM (Resolução CEB, nº 3, de 26 de junho de 1998), a fim de

expressar os princípios gerais da LDB e seus pressupostos filosófico-pedagógicos,

possuindo, portanto, força de lei. Nas DCNEM, também não há referência direta

sobre a Educação Ambiental, porém consta, no Art.10, que a base nacional comum

dos currículos do Ensino Médio deverá ser organizada em áreas do conhecimento, a

saber:

“(...) II – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias,

objetivando a constituição de habilidades e competências que

permitam ao educando: a) Compreender as ciências como

construções humanas, entendendo como elas se desenvolvem por

acumulação, continuidade ou rupturas de paradigmas, relacionando

o desenvolvimento científico com a transformação da sociedade; (...)

d) compreender o caráter aleatório e não determinístico dos

fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos adequados para


medidas, determinação de amostras e cálculo das probabilidades;

(...). III – Ciências Humanas e Tecnologias, objetivando a

constituição de competências e habilidades que permitam ao

educando: (...) c) Compreender o desenvolvimento da sociedade

como processo de ocupação de espaços físicos e as relações da

vida humana com a paisagem, em seus desdobramentos político-

sociais, culturais, econômicos e humanos; (...) g) entender o impacto

das tecnologias associadas às ciências naturais na sua vida pessoal,

nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e

na vida social”. (BRASIL, DCNEM/1998).

Assim como nos PCNEM (2000), e no PCN+ (2006) (Orientações

Educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais), documento

criado sem uma pretensão normativa e com um caráter complementar aos PCNEM,

também não é identificada qualquer referência direta à Educação Ambiental.

A expressão “Educação Ambiental” também não está presente, nos PCNEM,

parte III – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Porém, é possível

notar algumas citações referentes à problemática ambiental. Ao fazer referência em

promover competências e habilidades para contextualização sociocultural de

conteúdos, cita:

“(...) Utilizar elementos e conhecimentos científicos e tecnológicos

para diagnosticar e equacionar questões sociais e ambientais, (...)

Reconhecer o sentido histórico da ciência e da tecnologia,

percebendo seu papel na vida humana em diferentes épocas e na

capacidade humana de transformar o meio (...)”. (BRASIL, 2000, p.

13).

Na área de conhecimento da Biologia, é possível perceber que a temática

ambiental está presente. Segue um exemplo de citação no PCNEM:

“(...) O conhecimento de Biologia deve subsidiar o julgamento de

questões polêmicas, que dizem respeito ao desenvolvimento, ao

aproveitamento de recursos naturais e à utilização de tecnologias

que implicam intensa intervenção humana no ambiente, cuja

avaliação deve levar em conta a dinâmica dos ecossistemas, dos


organismos, enfim, o modo como a natureza se comporta e a vida se

processa”. (BRASIL, 2000, p. 14).

Também como exemplo, na área de conhecimento de Física, o PCNEM cita:

“Nesse sentido, deve ser considerado o desenvolvimento da

capacidade de se preocupar com o social e com a cidadania. Isso

significa reconhecer-se cidadão participante (...) conscientizando-

se de problemas e soluções. (...) para emissão de valores de

opiniões e juízos de valor em relação às situações sociais nas

quais os aspectos físicos sejam relevantes. Como por exemplo,

(...) as opções para o uso de diferentes formas de energia, as

escolhas de procedimentos que envolvam menor impacto

ambiental sobre o efeito estufa ou a camada de ozônio”. (BRASIL,

2000, p. 28).

Na área de conhecimento da Química, também pode ser observada a

presença da temática ambiental nos PCNEM, como mostra o trecho a seguir:

“Pode-se também procurar entender e avaliar como esses processos

de transformação e os usos dos materiais produzidos modificaram o

ambiente (...) e qual o papel do cidadão e da sociedade frente às

modificações ambientais. Esses conhecimentos exigem (...)

reconhecer o papel da Química no sistema produtivo, (...) apontando

a importância do emprego de processos de processos

ambientalmente limpos, controle e monitoramento da poluição,

divulgação pública de índices de qualidade ambiental”. (BRASIL,

2000, p. 35)

Nos PCN+, relativos à área de Ciências da Natureza, Matemática e suas

Tecnologias do Ensino Médio, é possível perceber que a problemática ambiental

está presente também em algumas citações. Por exemplo, no item 4 relativo ao

tema estruturador “interação entre os seres vivos” descrito nos conhecimentos de

Biologia, consta citações sobre “Problemas ambientais brasileiros e o

desenvolvimento sustentável” (BRASIL, 2006 p. 22).


Ainda dentro dos conteúdos de Biologia, os PCN+ citam que “(...) as escolas

poderão trabalhar conceitos que vão desde ecologia e impacto humano no meio

ambiente...” (BRASIL, 2006, p.34) e também sugerem, como estratégia para

abordagem de temas, “estudos do meio”, para que os alunos tenham a oportunidade

de:

“(...) avaliar as condições ambientais, identificando, por

exemplo, o destino do lixo e do esgoto, o tratamento dado à

água, o modo de ocupação do solo, as condições dos rios e

córregos e a qualidade do ar (...)”. (BRASIL, 2006, p. 27).

Na parte de conhecimentos de Física dos PCN+, é possível também verificar

algumas citações referentes à temática ambiental, tais como:

“(...) Temas relevantes e atuais merecem atenção, como a

nanotecnologia, além de outros de forte relação com aspectos

sociais, como as contribuições da Física nas questões

ambientais (...)”. (BRASIL, 2006. p. 56).

No capítulo referente aos Conhecimentos de Química também encontramos

algumas citações indiretas em relação à Educação Ambiental, como mostrado nos

trechos selecionados, a seguir:

“(...) a contextualização no currículo da base comum poderá

ser constituída por meio da abordagem de temas sociais e

situações reais de forma dinamicamente articulada, que

possibilitem a discussão (...) de aspectos sociocientíficos

concernentes às questões ambientais, (...) articuladamente aos

conteúdos químicos (...), pois propicia que os alunos

compreendam o mundo social em que estão inseridos e

desenvolvam a capacidade de tomada de decisões, (...) sobre

questões relativas à Química e à Tecnologia, e desenvolvam

também atitudes (...) em busca da preservação ambiental (...)”.

(BRASIL, 2006, p.119).


De uma maneira geral, os PCNEM e PCN+ deixam claro que o ensino de

Ciências da Natureza deve ser realizado de forma contextualizada, considerando a

Ciência e Tecnologia e suas implicações sociais, culturais e ambientais. Portanto,

pautado na perspectiva CTSA (Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente).

Sem pretensão de discorremos sobre todo o conteúdo presente nos referidos

documentos, optamos por apresentar algumas considerações de como a temática

ambiental é abordada, no intuito de ratificar que a Educação Ambiental, preconizada

na PNEA, está presente, ainda que de forma indireta, nos documentos oficiais que

dão as orientações legais para o Ensino Médio em relação ao tema abordado nesse

trabalho.

Na perspectiva da Educação Superior, os estudos tem focalizado sua atenção

no diagnóstico e discussão sobre as deficiências e limitações na formação ambiental

de profissionais e nas propostas que incorporação da temática ambiental no

currículo dos cursos de formação inicial e continuada, preconizando a

ambientalização curricular1 como um movimento que não se dissocia do processo de

institucionalização da Educação Ambiental iniciado há mais de trinta anos (ZUIN,

FARIAS & FREITAS, 2009). Nesse sentido, os avanços obtidos em termos de

institucionalização da Educação Ambiental no campo escolar têm constituído um

desafio incontornável para o conjunto das Instituições de Ensino Superior. No

entanto, esse é um processo incipiente entre as Instituições Brasileiras de Ensino

Superior, dependente de mudanças efetivas nas estruturas acadêmicas e

institucionais que permitam o questionamento, a revisão e o desenvolvimento de

perspectivas epistemológicas, metodológicas, éticas e políticas mais adequadas à

dimensão dos desafios colocados pela questão ambiental.

Nessa perspectiva, é necessário que a universidade assuma o seu papel no

compromisso da construção de uma sociedade mais sustentável e solidária, fundada

na ética e justiça social. A própria Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA

1 A chamada “ambientalização curricular” pode ser conceituada como um processo contínuo de produção

cultural voltado à “formação de profissionais comprometidos com a busca permanente das melhores relações possíveis entre a sociedade e a natureza, atendendo aos valores da justiça, solidariedade e da equidade, aplicando os princípios éticos universalmente reconhecidos e o respeito às diversidades”(JUNYENT et al, 2004, p. 21, tradução nossa).


reforça a necessidade desse processo formativo em seu artigo 11, quando ressalta

que “(...) Os professores em atividade devem receber formação complementar em

suas áreas de atuação, com o propósito de atender adequadamente ao

cumprimento dos princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental”

(BRASIL, Lei 9.795/99).

Na PNEA – Política Nacional de Educação Ambiental – a Educação Ambiental

é considerada como um componente essencial e permanente da educação nacional

em todos os níveis e modalidades do processo educativo (Art. 2º), mas expressa a

prioridade da “incorporação da dimensão ambiental na formação, especialização e

atualização” de educadores, professores e de outros profissionais de todas as áreas

do conhecimento, e atenta para que na formação técnico-profissional de todos os

níveis seja inserido conteúdo que trate da ética ambiental nas atividades

profissionais a serem desenvolvidas (Art. 10, § 3º). Também ressalta que, na

formação inicial de professores, a dimensão ambiental deve constar dos currículos

em todos os níveis e em todas as disciplinas, sendo que, para os professores em

atividade, deve haver formação complementar em suas áreas de atuação (Art. 11).

Tais premissas são corroboradas pela Lei 10.172/01 (Plano Nacional de Educação),

que dispõe sobre os cursos de formação de professores, determinando a inclusão

de temas relacionados às problemáticas tratadas nos temas transversais.

Também, no Art. 10, § 1º, da PNEA, consta que (...) a Educação Ambiental

não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino. § 2º (...)

Nos cursos de pós-graduação, extensão e nas áreas voltadas ao aspecto

metodológico da educação ambiental, quando se fizer necessário, é facultada a

criação de disciplina específica (BRASIL, Lei 9.795/99/99).

Em 2007, a Coordenação-Geral de Educação Ambiental – CGEA/SECAD

6/MEC –, elaborou a Proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais, que sugere:

“1. Inclusão obrigatória de atividade curricular disciplina ou projetos

interdisciplinares obrigatórios na formação inicial de professores

(magistério, pedagogia e todas as licenciaturas), incluindo

conhecimentos específicos para a práxis pedagógica da educação

ambiental e sobre legislação e gestão ambientais; 2. Incentivo à


atuação pedagógica interdisciplinar, cooperativa, investigativa e

transformadora da Educação Ambiental, com a interação de equipes

com diferentes formações, incluindo estágios, pesquisa e extensão”

(MEC/SECAD, 2007).

Em 2012, como uma tentativa de tornar visível a PNEA no campo das práticas

e políticas curriculares, foi aprovada as Diretrizes Curriculares Nacionais para a

Educação Ambiental – Resolução N° 2, de 15 de junho de 2012, estabelecendo,

assim, os princípios e objetivos de observância obrigatória.

Para Oliveira e Carvalho (2012), esse documento deve servir “para orientar

mais objetivamente a inserção da Educação Ambiental em diferentes

especificidades no ensino formal, na busca de orientações pedagógicas que

permitam a diferentes grupos o reconhecimento e valorização das diferenças étnicas

e culturais e a constituição da cidadania ambiental, promovendo transformações de

valores que culminam em relações mais solidárias”.

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental – DCNEA –

representam a vanguarda em termos de política educacional. O conteúdo normativo

das diretrizes para a Educação Ambiental não traz grandes novidades em termos

daquilo que já vem sendo discutido nos espaços de formação acadêmica na área da

Educação Ambiental. Contudo, há de se considerar a importância desse documento

na institucionalização da Educação Ambiental nos espaços formais de ensino e nas

práticas educativas, mesmo que de forma impositiva. Portanto, esperamos que, nos

próximos anos, possamos esperar um maior impacto das DCNEA para a Educação

Ambiental e em todos os níveis e modalidades de ensino do processo educativo.


3 METODOLOGIA

3.1 Caracterização do Objeto da Pesquisa

O presente trabalho caracteriza-se como um uma pesquisa do tipo estado da

arte ou pesquisa de revisão bibliográfica. Para André et al. (1999, p. 308), esse tipo

de estudo consiste em trabalhos de revisão de literatura, que fazem um balanço do

conhecimento, baseando-se na análise comparativa de vários trabalhos que incidem

sobre a temática. Ferreira (2002, p. 258) considera que estes estudos trazem o

desafio de mapear e discutir certa produção acadêmica, tentando responder quais

aspectos e dimensões vêm sendo destacados e privilegiados em épocas e lugares

diferentes, de que formas e em que condições têm sido produzidas certas

dissertações de mestrado, teses de doutorado, publicações em periódicos e

comunicações em anais de congressos e seminários. Assim, podemos considerar

que esse tipo de pesquisa analisa, num recorte temporal definido, as evoluções

históricas, tendências temáticas e metodológicas, os principais resultados das

investigações, problemas e limitações, as lacunas e áreas não exploradas, dentre

muitos outros aspectos que devem ser objeto de análise em relação à produção

acadêmica em uma determinada área de pesquisa (MEGID NETO & PACHECO,

2001).

Podemos caracterizar os estudos de estado da arte como pesquisas

descritivo-explicativas, principalmente porque intencionam, num primeiro momento,

identificar, descrever e explicar determinados fatos ou fenômenos, tais como a

produção científica discente no País, objeto de estudo desta pesquisa, buscando-se

compreender o significado dessa produção no contexto da área da pesquisa.

Para a realização de pesquisas do tipo estado da arte, Romanowski (2002)

aponta a necessidade dos seguintes procedimentos:

Definição dos descritores para direcionar as buscas a serem

realizadas;


Localização dos bancos de pesquisas, teses e dissertações, catálogos

e acervos de bibliotecas físicas e eletrônicas que possam proporcionar

acesso às coleções de periódicos, assim como aos textos completos

dos artigos.

Estabelecimento de critérios para a seleção do material que compõe o

corpus de análise do estado da arte.

Desta maneira, para a constituição do corpus de análise desse trabalho,

foram selecionados resumos das dissertações e teses, presentes no Banco de

Teses da CAPES2 (Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior), defendidas no período de 1987 a 2011, referentes a pesquisas

relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da

Natureza (Química, Física, Biologia e Ciências), e de seu subconjunto que mostrou

contemplar alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos por meio de

palavras ou expressões diretamente associadas à referida dimensão.

2 O Banco de Teses da CAPES disponibiliza, por meio de uma ferramenta de busca, disponibilizada pelo próprio

Banco, o acesso a resumos de teses e dissertações provenientes dos diferentes Programas de Pós-Graduação stricto sensu do Brasil, a partir no ano de 1987. O referido Banco armazena resumos de teses de doutorado e dissertações de mestrado acadêmico e profissionalizante, podendo ser acessado por meio do endereço eletrônico <http://www.capes.gov.br/servicos/banco-de-teses/>.


3.2 Detalhamentos do Processo de Recuperação dos Resumos de Teses e Dissertações

O processo de recuperação dos resumos de teses e dissertações


Natureza no Banco de Teses da Capes, foco de interesse para esta pesquisa. está

ilustrado na Figura 1.

A recuperação dos resumos foi iniciada por meio do uso de combinações de

palavras-chave que se mostraram representativas e com potencial para recuperação

do conjunto de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de

disciplinas da área de Ciências da Natureza (Química, Física, Biologia e Ciências). O

conjunto de palavras-chave e as possíveis combinações utilizadas no processo de

recuperação dos resumos são ilustradas na Figura 2.


Figura 1 Descrição das atividades desenvolvidas para a recuperação dos conjuntos de resumo de interesse.


Figura 2 Esquema ilustrativo das diferentes combinações de palavras-chave utilizadas nesta pesquisa e que visaram à recuperação de resumos de teses e dissertações do Banco de Teses da Capes, provenientes de pesquisas relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza.

No intuito de evitar a perda de informações, optamos pelo uso de todas as

combinações possíveis de palavras, buscando recuperar o maior número de

resumos de interesse, mesmo compreendendo que o uso de todas as combinações

resultaria na presença de um número expressivo de ruídos (pesquisas que não são

foco de interesse deste trabalho).

Definidas as palavras-chave, os resumos foram recuperados por meio de um

programa desenvolvido especialmente para este trabalho, em linguagem PHP3, o

que possibilitou a extração de todas as informações dos resumos em campos pré-

definidos, organizados em planilha Excel, além de possibilitar a exclusão automática

de resumos repetidos.

Devido à opção do estudo em considerar todas as possíveis combinações

apresentadas na Figura 2, a primeira recuperação realizada resultou num número

expressivo de resumos de pesquisas que não faziam parte do conjunto de interesse

3 O script e automatização utilizado no processo de captação, desenvolvido pelo Analista de Sistemas

Guilherme Souza, foi criado especialmente para resgatar trabalhos do Banco de Teses de Capes.


desta pesquisa. Assim, para a seleção da produção discente de interesse foi

necessária à leitura de cada um dos resumos, buscando-se reconhecer e selecionar

apenas as pesquisas que mostraram possuir alguma relação com a formação de

professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza (Química, Física,

Biologia e Ciências).

Para esse processo de seleção, foram estabelecidos alguns critérios para

inclusão ao conjunto de interesse, tais como: pesquisas relacionadas à formação

inicial, continuada ou em serviço; envolvendo oficinas, capacitações, treinamento,

orientações etc.; ou pesquisas que expressaram direta ou indiretamente um

processo formativo ou educativo, mesmo em contextos formativos interdisciplinares

e multidisciplinares, contemplando pesquisas nas quais o professor de Ciências,

Química, Física e Biologia é investigado frente à algum tema ou problemática e junto

com professores de outras áreas disciplinares, como também pesquisas que

discutem algum aspecto na formação desses professores, envolvendo discussões

relacionadas à práticas pedagógicas, concepções e representações de professores,

perfil dos professores, diagnósticos de saberes, relatos de experiências, pesquisa-

ação como caminho de formação docente, contribuições para formação, práticas

docentes frente aos livros didáticos, documentos oficiais, conteúdos curriculares etc.

3.3 Identificação do Subconjunto de Teses e Dissertações que Apresentaram Alguma Dimensão Ambiental Expressa em Seus Resumos

Paralelamente à identificação do conjunto de teses e dissertações

relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências

Natureza, foi feita a identificação do subconjunto de pesquisas que apresentaram

alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Esse processo de

identificação foi realizado mediante o reconhecimento da presença de termos ou

expressões diretamente associados à referida dimensão, tais como: Educação

Ambiental, água, Cerrado, sustentabilidade, socioambiental, meio ambiente,

poluição, problemas ambientais etc.


3.4 Procedimentos de Análise dos Dados

A análise dos dados recuperados a partir do Banco de Teses da Capes está

dividida em duas etapas: estudo quantitativo e análise de conteúdo, segundo Bardin

(2010).

O estudo quantitativo foi realizado a partir de descritores pré-definidos

(Quadro 1) e permitiu caracterizar a representatividade no conjunto total das teses e


Ciências da Natureza, como também a do subconjunto de pesquisas que

apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Além da

análise da representatividade no conjunto e subconjunto selecionados, o estudo

quantitativo também permitiu a verificação de possíveis tendências de variação (em

número absoluto e em porcentual) de cada um dos descritores, dentro do período

analisado.

De

scri

tore

s

Título da Tese ou dissertação

Ano da defesa

Nível de pós-graduação stricto sensu

Instituição de Ensino Superior

Dependência administrativa

Estado*

Grandes Regiões do Brasil (IBGE)*

Nível de ensino pesquisado**

Área curricular** *Descritores obtidos indiretamente, a partir das informações coletadas no Banco de Teses da Capes. ** Descritores obtidos a partir de leitura exploratória dos resumos coletados.

Quadro 1 Conjunto de descritores utilizados para a

caracterização das teses e dissertações analisadas na pesquisa

Alguns descritores (título da tese ou dissertação, ano da defesa, nível de Pós-

Graduação stricto sensu, instituição de ensino superior, dependência administrativa)

foram obtidos na própria página do Banco de Teses da Capes, enquanto que outros

descritores foram obtidos indiretamente, ou por meio dos próprios descritores


presentes no Banco de Teses (estado, Grandes Regiões do Brasil segundo a

classificação do IBGE, a partir da localização das instituições de ensino superior), ou

por meio de uma análise do texto do resumo (nível de ensino pesquisado, área

curricular). Para a análise e identificação das dimensões ambientais expressas no

subconjunto de teses e dissertações que apresentaram alguma dimensão ambiental

expressa em seus resumos, foi utilizada a metodologia da análise de conteúdo4,

que, segundo Bardin (2010), caracteriza-se como um conjunto de técnicas de

análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de

descrição do conteúdo das mensagens. A opção pela análise de conteúdo nessa

pesquisa visou possibilitar a inferência de conhecimentos relativos às condições de

produção do conjunto de pesquisas de interesse, inferência esta que recorre a

indicadores, quantitativos ou não.

Entre as técnicas da análise de conteúdo, optamos pela análise por

categorias (BARDIN, 2010, p.199). Essa análise foi realizada por meio de operações

de desmembramento do texto em unidades e categorias, segundo reagrupamentos

analógicos. Dentre as diferentes possibilidades de categorização, optou-se pela

investigação por temas (ou análise temática), por se mostrar rápida e eficaz na

condição de se aplicar a discursos diretos (significações manifestas) e simples.

Assim, diante de um dos objetivos deste trabalho, que é o de reconhecer as

dimensões ambientais expressas nos resumos de teses e dissertações relacionadas

à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza,

iniciamos os estudos, reconhecendo termos ou expressões diretamente

relacionados à temática ambiental, assumindo-os como unidade de base, definida

por Bardin (2010) como unidade de registro. E, a partir das unidades de registro, foi

reconhecido o contexto no qual elas estavam inseridas, possibilitando a extração de

categorias emergentes de dimensões ambientais presentes na produção discente

analisada.

4 Possui duas funções: a heurística, na qual a análise de conteúdo enriquece a tentativa exploratória e aumenta

a propensão a descobertas; e a função de administração da prova, na qual as hipóteses, sob a forma de questões ou de afirmações provisórias, servem de diretrizes que, a partir do método de análise sistemática, serão confirmadas ou não.


4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Seleção e Caracterização do Conjunto de Teses e Dissertações

Neste item, são apresentados os resultados relativos à seleção e

caracterização do conjunto de teses e dissertações relacionadas à formação de

professores de Ciências da Natureza analisadas nesta pesquisa, explorando as

informações qualitativas e quantitativas provenientes da análise dessas produções.

O processo de recuperação de resumos, descrito no item 3 desta Dissertação

resultou na recuperação de um conjunto de 1042 resumos identificados como FPC

(teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área

de Ciências da Natureza). A partir deste conjunto, foi identificado um subconjunto de

101 resumos identificados como FPC-DA (teses e dissertações que apresentaram

alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos), representando um

percentual de 9,7%. Esse resultado indica uma apropriação significativa da temática

ambiental na FPC, quando considerada a ampla gama de temáticas possíveis de

serem contempladas nessas pesquisas.

4.1.1 Caracterização Quantitativa da Produção Discente Analisada

A Tabela 1 mostra a distribuição, no período de 1987 a 2011, do número de

teses e dissertações relativas à formação de professores de disciplinas da área de

Ciências da Natureza (designado como FPC), assim como de seu subconjunto

(identificado com a sigla FPC-DA), composto por trabalhos que apresentaram

alguma dimensão ambiental.


Tabela 1 Distribuição, por ano de defesa, das teses e dissertações referentes à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011.

Ano de Defesa

FPC* FPC-DA** % FPC-DA**

1987 3 0 0,0 1988 3 0 0,0 1989 3 0 0,0 1990 5 0 0,0 1991 3 0 0,0 1992 3 0 0,0 1993 5 0 0,0 1994 5 0 0,0 1995 4 0 0,0 1996 12 0 0,0 1997 17 0 0,0 1998 19 3 15,8 1999 26 2 7,7 2000 32 5 15,6 2001 38 2 5,3 2002 38 6 15,8 2003 67 9 13,4 2004 61 7 11,5 2005 61 6 9,8 2006 71 4 5,6 2007 78 4 5,1 2008 111 9 8,5 2009 112 17 15,2 2010 134 14 10,4 2011 131 13 9,9

Total Geral 1042 101 9,7

*FPC: Conjunto de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza. ** FPC-DA: Subconjunto de FPC composto por resumos que apresentaram alguma dimensão ambiental.

A partir da tabela 1, pode ser observado que a temática ambiental aparece

nesse tipo de produção apenas a partir de 1998, estando ausente durante o período

de 1987 a 1997. A apropriação da temática ambiental a partir desta data ocorreu,

provavelmente, como reflexo da intensa valorização social e educacional do

“ambiental” em anos anteriores. Nesse período, alguns fatos e eventos importantes

ocorreram no Brasil, colocando a temática ambiental em evidência. Por exemplo, a

partir da Eco 92 e da Rio 92, foi produzida, com a participação do MEC, a Carta

Brasileira para Educação Ambiental, na qual é reconhecida a falta de

comprometimento do poder público em relação à institucionalização da Educação

Ambiental em todos os níveis de Ensino.


A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) promulgada em

1996, também faz referência direta à importância da temática ambiental no ensino,

servindo como base aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do Ensino

Fundamental, que introduziu a temática ambiental neste nível de ensino, a partir do

eixo “Meio Ambiente”, assumido como um dos temas transversais.

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM, 2000),

a temática ambiental está presente nos textos referentes às Ciências da Natureza,

Matemática e suas Tecnologias, sendo apontada, em diversos momentos, como

uma temática a ser considerada no Ensino Médio, principalmente devido ao impacto

do desenvolvimento científico e tecnológico no meio ambiente, no intuito de

desenvolver no educando uma visão articulada do ser humano em seu meio natural,

assumindo a posição de construtor e transformador deste meio.

Outro marco importante é aprovação da PNEA (Política Nacional de

Educação Ambiental), em 1999, regulamentada pelo decreto de 2002, que instituiu a

Educação Ambiental como obrigatória em todos os níveis de Ensino.

Observando os dados da tabela 1, não é possível identificar um padrão de

regularidade nas variações dos percentuais listados, no período analisado, indicando

que o aumento do número de trabalhos do conjunto FPC não corresponde,

necessariamente, a um aumento proporcional do número de trabalhos que

incorporam alguma temática ambiental.

A tendência de crescimento no número de pesquisas do conjunto FPC pode

ser observada na figura 3:


Figura 3 Gráfico de distribuição, por ano de defesa, do número de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, defendidas no Brasil durante o período de 1987 a 2011.

A partir da análise da figura 3, podem ser observadas duas fases distintas. No

período de 1987 a 1995, o número de teses e dissertações defendido em cada ano

permaneceu aproximadamente constante. No período de 1995 a 2011, foi observado

um crescimento significativo do número de teses e dissertações do conjunto FPC,

mostrando a existência, a partir de 1995, de uma tendência de crescimento da

produção acadêmica, em nível de pós-graduação stricto sensu, envolvendo estudos

relacionados à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da

Natureza.

Entre os períodos de 2001 a 2002, 2003 a 2005, 2008 a 2009 e 2010 a 2011,

foi observado uma interrupção nesse crescimento, com pouca variação do número

de produções acadêmicas.

Os aumentos mais significativos foram observados nos períodos de 2002 a

2003, 2007 a 2008, e 2009 a 2010, ocorridos, provavelmente, pelo acúmulo de teses

e dissertações que deveriam ter sido defendidas em anos anteriores e que

resultaram na estabilização observada nos períodos de 2001 a 2002, 2003 a 2005,

2008 a 2009 e 2010 a 2011.

Ano de defesa


Nas palavras de García (1999, p. 24), a formação de professores foi se

“apresentando progressivamente como uma potente matriz disciplinar”, resultando

num aumento considerável no número de estudos e pesquisas sobre o tema,

durante o período de 1988 a 1998, consolidando os estudos sobre formação de

professores como um importante campo de pesquisa. A observação sobre essa

consolidação também é frisada por André (2010), apontando que as questões sobre

formação de professores têm despertado interesse dos pesquisadores e resultando

no aumento da produção científica sobre o tema. A autora afirma que esse aumento

é devido à visibilidade que a mídia vem dando ao assunto, e, mais ainda, pelo

recente surgimento de eventos e publicações dedicadas às questões de formação

docente.

A análise do gráfico (Figura 4) de variação do número de teses e dissertações

do subconjunto FPC-DA também mostrou, a partir de 1998, a existência de uma

tendência de crescimento dessa produção, mesmo que de forma muito irregular.

Figura 4 Gráfico de distribuição, por ano de defesa, do número de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza e que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011.

Ano de defesa


Apenas a partir do ano de 1998, conforme já relatado, a dimensão ambiental

aparece nas defesas de teses e dissertações do conjunto analisado. No entanto,

nota-se que tal crescimento não é constante e nem proporcional ao número de teses

e dissertações defendidas sobre formação de professores de disciplinas de Ciências

da Natureza. Porém, é possível verificar saltos quantitativos importantes nos anos

de 1998, 2000 e 2003 e 2009, sempre precedidos por uma queda observada nos

anos de 1999, 2001 e no período de 2004 a 2006.

Apenas entre os anos de 2006 e 2007 foi verificada uma momentânea

estabilização no número de teses e dissertações defendidas. O maior crescimento

no número de defesas de teses e dissertações ocorreu entre os anos de 2007 a

2009, com uma subsequente queda até o ano de 2011. Mesmo assim, os últimos

três anos representaram os anos de maior produção, sugerindo uma tendência de

crescimento da inserção da dimensão ambiental em teses e dissertações

relacionadas à formação de professores das disciplinas da área de Ciências da

Natureza.

Entre os anos de 2007 e 2011, verifica-se, por meio da análise da figura 4, um

salto quantitativo no conjunto FPC-DA, demonstrando que as questões ambientais

estão cada vez mais evidência, tanto pela atenção que a mídia vem dando ao tema,

como pela presença de ações políticas voltadas exclusivamente à sustentabilidade

do planeta.

Esse período de maior incidência de pesquisas do conjunto FPC-DA surge

justamente após a implementação do documento que instituiu a Década da

Educação para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2014), configurando-se como

uma das iniciativas oficiais rumo à sustentabilidade do planeta, e que reconhece a

importância da Educação Ambiental para o enfrentamento da problemática

ambiental, pautado no desenvolvimento sustentável.

André (2009), em estudo realizado sobre a produção científica de trabalhos

que discutem a formação de professores, cita que alguns conteúdos, considerados

emergentes na década de 1990, tais como os relacionados à temática ambiental,

firmaram-se definitivamente nos anos 2000, sugerindo que a inserção da temática


ambiental na produção discente analisada nesta pesquisa também tenha se firmado

nessa época, o que é compatível com a análise dos dados da Figura 4.

4.1.2 Caracterização Quanto ao Nível de Pós-Graduação Stricto Sensu Relacionado à Produção Discente

Analisando a distribuição do número de teses e dissertações do conjunto

FPC, por nível de pós-graduação (tabela 2), verifica-se maior incidência de trabalhos

produzidos em nível de mestrado acadêmico, seguido de teses de doutorado e das

produções em nível de mestrado profissionalizante.

Observa-se também que as produções por nível de pós-graduação do

subconjunto FPC-DA, verifica-se que a dimensão ambiental está presente em 7,4%

das pesquisas em nível de doutorado, 10,1% no nível de mestrado acadêmico e

10,9% no nível de mestrado profissionalizante. No entanto, esses resultados não

refletem nenhuma especificidade da produção discente analisada em relação ao

nível de Pós-Graduação stricto sensu, e sim apenas as diferenças existentes na

oferta de Programas de Pós-Graduação que contemplam esses diferentes níveis,

sendo o mestrado acadêmico o de maior oferta, seguido do doutorado e do

mestrado profissionalizante.

De acordo com o relatório publicado pela assessoria de imprensa da Capes5

(Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) referente à

avaliação trienal de 2007 - 2010 foram avaliados 2.718 programas de pós-graduação

stricto sensu, o que correspondem a 4.099 cursos, dos quais 2.436 são mestrados

acadêmicos, 1.420 doutorados e 243 mestrados profissionais. Portando,

acreditamos ser natural a maior concentração de pesquisas sobre formação de

professores de Ciências da Natureza e do seu subconjunto que apresenta alguma

5 Capes. Cresce 20,8% o número de cursos de mestrados e doutorados no Brasil. Publicado por Assessoria de

Comunicação Social. Terça, 14 de Set. de 2010. Disponível em: http://www.capes.gov.br/servicos/sala-de-imprensa/36-noticias/4073-cresce-208-o-numero-de-cursos-de-mestrados-e-doutorados-no-brasil# Acesso em: 16 de abril de 2013.

http://www.capes.gov.br/servicos/sala-de-imprensa/36-noticias/4073-cresce-208-o-numero-de-cursos-de-mestrados-e-doutorados-no-brasil

http://www.capes.gov.br/servicos/sala-de-imprensa/36-noticias/4073-cresce-208-o-numero-de-cursos-de-mestrados-e-doutorados-no-brasil


dimensão ambiental incida também, em ordem decrescente, nos níveis de mestrado,

seguido do doutorado e por último, no nível de mestrado profissionalizante.

Tabela 2 Distribuição, por ano de defesa e por nível de pós-graduação stricto sensu, das teses e dissertações referentes à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011 e percentuais calculados em relação ao número de produções do conjunto FPC em cada um dos níveis de pós-graduação de cada ano.

ANO DOUTORADO MESTRADO PROFISSIONALIZANTE

FPC FPC-DA FPC-DA % FPC FPC-DA FPC-DA% FPC FPC-DA FPC-DA%

1987 1 0 0,0 2 0 0,0 0 0 0

1988 0 0 0,0 3 0 0,0 0 0 0

1989 1 0 0,0 2 0 0,0 0 0 0

1990 1 0 0,0 4 0 0,0 0 0 0

1991 0 0 0,0 3 0 0,0 0 0 0

1992 2 0 0,0 1 0 0,0 0 0 0

1993 0 0 0,0 5 0 0,0 0 0 0

1994 0 0 0,0 5 0 0,0 0 0 0

1995 2 0 0,0 2 0 0,0 0 0 0

1996 2 0 0,0 10 0 0,0 0 0 0

1997 5 0 0,0 12 0 0,0 0 0 0

1998 4 0 0,0 15 3 20,0 0 0 0

1999 2 0 0,0 24 2 8,3 0 0 0

2000 12 1 8,3 20 4 20,0 0 0 0

2001 9 1 11,1 29 1 3,4 0 0 0

2002 9 2 22,2 29 4 13,8 0 0 0

2003 15 2 13,3 52 7 13,5 0 0 0

2004 10 2 20,0 50 5 10,0 1 0 0

2005 6 0 0,0 51 6 11,8 4 0 0

2006 17 1 5,9 50 3 6,0 4 0 0

2007 13 1 7,7 58 3 5,2 7 0 0

2008 16 0 0,0 73 6 8,2 22 3 13,6

2009 17 1 5,9 75 12 16,0 20 4 20,0

2010 34 4 11,8 72 8 11,1 28 2 7,1

2011 24 0 0,0 83 10 12,0 24 3 12,5 Total Geral 202 15 7,4

730 74 10,1

110 12 10,9

*FPC: Conjunto de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza. **FPC-DA: Subconjunto de FPC composto por resumos que apresentaram alguma dimensão ambiental.

Ao analisarmos a distribuição de teses e dissertações dentro do subconjunto

FPC-DA, ao longo do período analisado, verificamos que a dimensão ambiental

esteve contemplada, de forma mais significativa (em números absolutos), nas teses

de doutorado defendidas em 2002, 2003, 2004 e 2010; nas dissertações de


mestrado acadêmico defendidas em 1998, 2000, 2002, 2003, 2004, 2005, 2009,

2010 e 2011; e nas produções do mestrado profissional, defendidas em 2008, 2009,

2010 e 2011.

Porém, em termos percentuais (calculados em relação ao número de

produções do conjunto FPC em cada um dos níveis de pós-graduação de cada ano),

a presença deste subconjunto mostrou ser mais significativa nas teses de doutorado

defendidas em 2001 (11,1%), 2002, (22,2%), 2003 (13,3%), 2004 (20%) e 2010

(11,8%); nas dissertações de mestrado acadêmico defendidas em 1998 (20%), 2000

(20%), 2002 (13,8%), 2003 (13,5%), 2004 (10%) e 2005 (11,8%); e nas produções

do mestrado profissionalizante defendidas em 2008 (13,6%), 2009 (20%) e 2011

(12,5%)

Apesar de o mestrado profissionalizante ter sido instituído há pouco tempo, os

dados revelam o interesse pela temática ambiental dos trabalhos produzidos neste

tipo de mestrado, a partir no ano de 2008. Cabe ressaltar que o mestrado

profissionalizante nasce regulamentado desde 1995, seguido de portarias6 e

resoluções que tentam estabelecer as diferenças entre os cursos acadêmicos e

profissionais.

O período de maior incidência de produções do conjunto FPC, em nível de

doutorado, ocorreu entre os anos de 2000 a 2011. Porém, no ano de 1988, 1991,

1993 e 1994, não foi identificada nenhuma tese de doutorado no conjunto analisado.

Trabalhos do conjunto FPC, em nível de mestrado, também podem ser

identificados desde 1987, ano da criação do Banco de Teses da CAPES,

apresentando apenas uma tímida presença até o ano de 1995. Porém, a partir deste

ano, a produção de teses e dissertações do conjunto FPC apresentou um

crescimento significativo, como pode ser observado na figura 5.

6 Portaria publicada no Diário Oficial de 11/01/99, Seção I, pág. 14, que dispõe sobre o reconhecimento dos

mestrados profissionalizantes.


Figura 5 Gráfico de distribuição, por ano de defesa e por nível de pós-graduação, do número de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, defendidas no Brasil durante o período de 1987 a 2011.

Analisando a Figura 5, observa-se que a tendência de crescimento do número

de teses e dissertações do conjunto FPC é marcada por duas fases distintas,

compreendendo os períodos de 1987 a 1995 e 1995 a 2011. Na primeira fase, há

uma baixa e constante produção. De forma distinta, na segunda fase, observa-se um

crescimento significativo da produção discente do conjunto FPC analisado, podendo

ser identificada uma tendência de crescimento na produção discente em todos os

níveis de pós-graduação stricto sensu, com um crescimento mais pronunciado da

produção em nível de mestrado acadêmico.

Também pode ser destacado o grande aumento, entre os anos de 2002 a

2003, da produção analisada em nível de mestrado acadêmico, e no período de

2007 a 2008, das produções em nível de mestrado acadêmico e mestrado

profissionalizante. Os números obtidos também revelam um rápido aumento na

produção dos cursos de mestrado profissionalizante, alcançando, em 2011, o

mesmo número de produções do doutorado, resultado do aumento do número de

cursos de mestrado profissionalizante na área de Educação nos últimos anos.

Ano de defesa


Em relação ao mestrado profissionalizante, encontramos na literatura, vários

debates, tanto em prol da implementação desta modalidade de ensino, bem como

críticas a esse modelo recente de pós-graduação stricto sensu.

Para Barros, Melo e Valentim (2005), o mestrado profissional é considerado

como uma forma de capacitação profissional transformadora por meio da

incorporação do método científico, voltado para um público fora da academia,

intencionando a formação de recursos humanos para a prática profissional e

transformadora, preservando a vinculação entre ensino versus pesquisa,

fundamental para a qualidade da formação, de alto nível, no ingresso imediato no

mundo do trabalho.

No entanto, Severino (2006) refere-se ambígua política que o poder público

brasileiro vem desenvolvendo em relação ao mestrado, cujo objetivo parece ser em

prol da desativação desse modelo, de forma que todo investimento em termos de

incentivo e financiamento tem se dirigido prioritariamente ao doutorado, já que o país

precisa mesmo é de doutores. Para o autor é um grave erro extinguir o mestrado

acadêmico, deixando ao doutorado a tarefa de formar pesquisadores.

Entre as medidas oficiais que vem ameaçando o mestrado acadêmico, é a

aprovação do mestrado profissionalizante, que de acordo com o autor, vem

provocando um impacto negativo na característica básica da pós-graduação stricto

sensu, ou seja, a Pesquisa. (grifo nosso)

Diante dos vários debates que vem ocorrendo dentro da academia em relação

à proliferação do mestrado profissionalizante, e a pressão incisiva que a Capes vem

fazendo para “flexibilização” do mestrado, inclusive na redução do prazo,

acreditamos também que tais medidas trazem efeitos prejudiciais para a qualidade

das pesquisas. Entendemos que o mestrado acadêmico é uma formação inicial para

professores/pesquisadores para atuar no nível superior. Dessa forma, não vemos a

necessidade da criação de mestrado profissionalizante na área de Educação, já que

o modelo de pós-graduação lato sensu se propõe inserir no mercado de trabalho,

profissionais qualificados em seu lócus de atuação, ou seja, no ensino básico.


Na figura 6, é apresentada a distribuição, por nível de pós-graduação stricto

sensu, do número de teses e dissertações relacionadas ao subconjunto FPC-DA.

Figura 6 Gráfico de distribuição, por nível de pós-graduação, do número de teses e dissertações sobre formação de professores de Ciências, que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011.

A partir da análise da Figura 6, é possível verificar alguns saltos quantitativos

no número de produções do subconjunto FPC-DA. Todavia, devido à pequena

quantidade de trabalhos, não é possível obter maiores informações. No entanto,

comparando as figuras 5 e 6, observa-se algumas similaridades, principalmente em

relação às diferenças entre os perfil de crescimento da produção analisada nos três

níveis de pós-graduação estudados para os conjuntos FPC (Figura 5) e FPC-DA

(Figura 6).

As primeiras produções do subconjunto FPC-DA, nas quais a dimensão

ambiental mostrou-se presente, remetem-se apenas ao nível de mestrado

acadêmico, aparecendo produções em nível de doutorado a partir de 2000 e em

nível de mestrado profissional apenas a partir de 2008.

Ano de defesa


4.1.3 Caracterização Quanto à Dependência Administrativa das IES

O número de teses e dissertações do conjunto FPC do seu subconjunto FPC-

DA, distribuídos por dependência administrativa, é apresentado na tabela 3.

Analisando os dados da tabela 3, observa-se a predominância do número de teses e

dissertações sobre formação de professores de Ciências da Natureza nas

Instituições de Ensino Superior (IES) Federais, bem com no subconjunto de teses e

dissertações que discutem alguma dimensão ambiental em seus resumos, seguido

de IES Estaduais e Particulares, e apenas uma IES Municipal, que possui um único

trabalho sobre formação de professores de Ciências da Natureza, no entanto, sem

contemplar a dimensão ambiental em seu resumo.

Tabela 3 Distribuição, por dependência administrativa das IES, das teses e dissertações

referentes à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011.

Dependência Administrativa das IES FPC* FPC-DA**

Federal 509 45 Estadual 343 39

Municipal 1 0

Particular 189 17

Total geral 1042 101 *FPC: Conjunto de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza. **FPC-DA: Subconjunto de FPC composto por resumos que apresentaram alguma dimensão ambiental.

A distribuição percentual, por dependência administrava, do número de teses

e dissertações do conjunto FPC e do seu subconjunto FPC-DA que contempla a

dimensão ambiental pode ser bem visualizada na figura 7.


Figura 7 Gráfico comparativo, apresentando a distribuição percentual, por dependência administrativa da IES, das teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e de seu subconjunto, composto apenas por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011.

Observa-se que 48,8% das teses e dissertações do conjunto FPC encontram-

se distribuídos em Instituições de Ensino Superior (IES) Federais, 32,9% em

Estaduais, 18,1% em IES Particulares e apenas 0,1% em IES Municipais.

A mesma tendência de decréscimo é verificada no subconjunto FPC-DA,

distribuída na seguinte ordem: 4,3% em IES Federais, 3,7% em Estaduais e 1,6%

em particulares, enquanto que, na esfera Municipal, não foi observada a presença

de nenhuma tese ou dissertação.

A distribuição, por ano e por dependência administrativa, do número de teses

e dissertações do conjunto FPC e do seu subconjunto FPC-DA que mostrou

contemplar alguma dimensão ambiental, pode ser visualizada na tabela 4.

Dependência Administrativa


Tabela 4 Distribuição, por ano e por dependência administrativa das IES, das teses e dissertações

referentes à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011.

ANO ESTADUAL FEDERAL MUNICIPAL PARTICULAR

FPC FPC-DA FPC FPC-DA FPC FPC-DA FPC FPC-DA

1987 0 0

2 0

0 0

1 0 1988 2 0

1 0

0 0

0 0

1989 1 0

2 0

0 0

0 0 1990 3 0

1 0

0 0

1 0

1991 0 0

2 0

0 0

1 0 1992 1 0

2 0

0 0

0 0

1993 2 0

2 0

0 0

1 0 1994 0 0

3 0

0 0

2 0

1995 2 0

2 0

0 0

0 0 1996 3 0

8 0

0 0

1 0

1997 7 0

4 0

0 0

6 0 1998 7 1

9 2

0 0

3 0 1999 9 1

9 1

0 0

8 0

2000 13 1

10 1

0 0

9 3 2001 11 1

15 1

0 0

12 0

2002 9 2

23 4

0 0

6 0 2003 24 1

27 4

0 0

16 4

2004 24 4

31 3

0 0

6 0 2005 22 2

30 4

0 0

9 0

2006 26 3

36 1

0 0

9 0 2007 22 2

37 0

0 0

19 2

2008 36 2

52 4

0 0

23 3 2009 36 7

57 8

0 0

19 2

2010 40 6

74 7

0 0

20 1 2011 43 6

70 5

1 0

17 2

Total Geral 343 39

509 45

1 0

189 17 *FPC: Conjunto de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza.

**FPC-DA: Subconjunto de FPC composto por resumos que apresentaram alguma dimensão ambiental.

Ao analisar a distribuição das pesquisas do subconjunto FPC-DA, verifica-se

a mesma tendência, no período analisado.

Entre os anos de 1987 a 1995, é possível observar que a produção discente

relacionada à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da

Natureza ocorreu de forma tímida, não sendo observada nenhuma pesquisa que

apresentasse alguma dimensão ambiental, estendendo-se essa última tendência

até 1997.


No período de 1996 a 1999, verificou-se o aumento das pesquisas do

conjunto FPC. O maior número de pesquisas, distribuídos por ano, nesse período,

conforme observado, concentra-se nas Instituições de Ensino Superior (IES) no

âmbito da esfera federal, seguido da estadual e, por último, nas IES particulares. A

dimensão ambiental aparece no conjunto de pesquisas, nesse período, nos anos de

1988 e 1999, sendo três na esfera federal e duas na estadual e nenhuma na esfera

particular.

Inicia-se um processo de crescimento da produção discente de FPC entre os

anos de 2000 e 2002, sendo que a maior incidência continua na esfera federal (48

trabalhos), seguido da estadual (33 trabalhos) e na particular (27 trabalhos). O

mesmo ocorre com o subconjunto FPC-DA: 6 trabalhos na esfera federal, 4 na

estadual e 3 na particular.

A partir de 2003, a produção discente de FPC começa a crescer

consideravelmente, bem como o seu subconjunto FPC-DA. É possível verificar, a

partir da tabela 4, que a tendência de crescimento é maior na esfera federal quando

comparado ao aumento dessa produção discente no âmbito da esfera estadual e

particular.

O maior número de pesquisas do conjunto FPC, no âmbito das IES federais,

pode ser explicado pelas diversas políticas de expansão que ocorreram nos últimos

anos, como resposta à discussão sobre a elitização do acesso à educação,

considerada, na década de 90, como umas das formas de exclusão social. Assim,

visando superar essa situação, foi elaborado, em 2001, o Plano Nacional de

Educação - PNE (2001-2010), fixando metas para atender o maior número de

estudantes, em todos os níveis de ensino da Educação Superior.

A primeira fase dos programas de expansão, denominada Expansão I do

ensino superior federal, compreendeu o período de 2003 a 2007 e teve como

principal meta a interiorização do ensino superior público federal, aumentando o

número de campi7. O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão

7 BRASIL. MEC. Análise sobre a Expansão das Universidades Federais 2003 a 2012. Brasília, 2012.


das Universidades Federais (Reuni)8, instituído pelo Decreto nº 6.096, de 24 de abril

de 2007, é uma das ações integrantes do Plano de Desenvolvimento da Educação

(PDE), em reconhecimento ao papel estratégico das universidades federais para o

desenvolvimento econômico e social.9

Portanto, o maior número de pesquisas sobre formação de professores de

disciplinas da área de Ciências da Natureza, que se concentra no âmbito das

instituições públicas federais, pode ser explicado, principalmente, pela primeira fase

dos programas de expansão (2003 a 2007), aumentando o número de vagas para

alunos tanto da graduação e, consequentemente, na pós-graduação, já que o plano

expansionista prevê todos os níveis de ensino superior.

Sampaio, Balbchesky e Peñalosa, relatam que as Universidades Estaduais,

diferentemente das Federais e das Particulares, estão fora do âmbito de atuação do

MEC, sendo mantidas e fiscalizadas por seus respectivos Estados. Isso significa que

a interface desse segmento com os órgãos federais se dá esporadicamente,

mediante pleitos de apoio financeiro adicional. Na década de 1980, é deflagrada a

expansão das universidades estaduais, e entre 1980 e 1996, o número de

universidades estaduais cresceu na ordem de 178,0%, superado apenas pelo

crescimento das universidades particulares (195,0%). Com a expansão das

Universidades Estaduais, é também esperada a expansão dos cursos de pós-

graduação stricto sensu, o que pode explicar o aumento das pesquisas do conjunto

FPC no decorrer do período analisado.

De acordo Durham (1998), a partir da década de 60 houve um aumento

extraordinário de instituições privadas e algumas delas passaram a reivindicar o

status de Universidade. Entre 1980 a 1997, o aumento foi muito significativo em

relação ao crescimento das universidades públicas. No entanto, na sua totalidade,

8 REUNI. Reestruturação e Expansão das Universidades Federais. Disponível em: <http://reuni.mec.gov.br/>.

Acesso em: 10 de abril de 2013.

9 O Reuni teve como principais objetivos: garantir as universidades condições necessárias para a ampliação do

acesso e permanência na educação superior; assegurar a qualidade por meio de inovações acadêmicas; promover a articulação entre os diferentes níveis de ensino, integrando a graduação, a pós-graduação, a educação básica e a educação profissional e tecnológica; e otimizar o aproveitamento dos recursos humanos e da infraestrutura das instituições federais de educação superior.


as instituições de ensino superior privadas não institucionalizaram a pesquisa,

dependendo integralmente da mensalidade paga pelos alunos para financiar as

pesquisas.

A autora relata que, a partir da LDB/96, os critérios para o credenciamento

das instituições particulares como universidades passam a exigir a titulação do corpo

docente nos níveis de ensino stricto sensu. No entanto, as Instituições de Ensino

Superior (IES) privadas não formam esse tipo de profissional, tendo que recorrer à

contratação desses profissionais oriundos de universidades públicas. Dessa forma,

anteriormente a LDB/96, o sistema privado se diferenciava por serem

estabelecimentos puramente de ensino, enquanto que o sistema público era

reconhecido pela intensa pesquisa desenvolvida.

Recentemente, esta realidade começou a apresentar mudanças,

principalmente devido à ampliação da pesquisa e do número de programas de pós-

graduação nas universidades privadas. Porém, devido à escassez de recursos

financeiros e ao alto custo das pesquisas nas áreas biológicas e de exatas, as

pesquisas nas áreas de Ciências Humanas acabam por ser mais privilegiadas

nestas Instituições, constituindo-se, cada vez mais, como um lócus representativo

das pesquisas em Educação e, consequentemente, das pesquisas relacionadas à

formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza.

Esse fato, relatado por Durham (1998), pode explicar o baixo número de

pesquisas relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de

Ciências da Natureza encontradas nas IES privadas, mesmo havendo um maior

número de instituições privadas no Brasil, em comparação com o número de

instituições públicas existentes.


4.1.4 Caracterização Quanto à Distribuição de Teses e Dissertações pelas Grandes Regiões do País (IBGE)

A distribuição de teses e dissertações do conjunto de FPC e do subconjunto de

FPC-DA pelas Grandes Regiões do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), pode ser verificado na tabela 5:

Tabela 5 Distribuição, por Grandes Regiões do Brasil (IBGE), das teses e dissertações referentes à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011.

Grandes Regiões do Brasil FPC* FPC-DA**

SUDESTE 493 51

SUL 257 22

NORDESTE 136 6

CENTRO-OESTE 82 9

NORTE 74 13


Na comparação entre os dados da tabela 5 com a figura 8, podemos perceber

que a maior concentração da produção científica nos programas de pós-graduação

stricto sensu relativa ao conjunto FPC encontra-se na Região Sudeste, com

percentual de 47,3% do total, seguida de 24,7% na Região Sul, 13,1% na Região

Nordeste, 7,9% na Região Centro-Oeste e, por último, 7,1% na Região Norte.

Na análise do conteúdo dos resumos, realizada por André (1999), também foi

verificado, na distribuição regional, que a região sudeste concentrou o maior

percentual das pesquisas, com 54% do total da produção analisada. Em seguida,

vieram as regiões Sul (25%), Norte e Nordeste (12%) e Centro-Oeste (9%).

Sabendo-se que a região Sudeste concentra o maior número de programas de pós-

graduação, muitos com linhas de pesquisa sobre formação de professores, é natural

que essa região contribua com o maior percentual de pesquisas sobre o tema.


Ao comparar a distribuição do subconjunto de teses e dissertações sobre

FPC-DA a partir da figura 8, observa-se que não segue o mesmo padrão de

distribuição de teses e dissertações do conjunto FPC por Região.

47,3%

24,6%

13,1%

7,9% 7,1%4,9%

2,1% 0,6% 0,9% 1,2%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

SULDESTE SUL NORDESTE CENTRO-OESTE NORTE

% do conjunto de teses e dissertações sobre FPC

% do subconjunto de teses e dissertações sobre FPC-DA

Figura 8 Gráfico comparativo de distribuição percentual, por Grandes Regiões do Brasil, do conjunto de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza e de seu subconjunto, composto apenas por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011.

Ao verificarmos a distribuição por regiões do subconjunto FPC-DA

constatamos que ainda há no Sudeste a predominância da incidência de trabalhos,

com 4,9% do total, seguida de 2,1% na Região Sul, 1, 2,% na Região Norte, 0,9% na

Região Centro-Oeste e 0,6 % na Região Nordeste.

Tanto no Sudeste como no Sul, o resultado nos parece previsível, já que são

as regiões onde há o maior número de universidades, tanto públicas como privadas,

com cursos de Pós-Graduação stricto sensu. O Norte chamou a atenção mesmo

tendo o menor número de teses e dissertações sobre formação de professores de

disciplinas da área de Ciências Natureza e o menor número de universidades. A

Região Norte apareceu em terceiro lugar no que diz respeito ao desenvolvimento de

Grandes Regiões do Brasil


trabalhos sobre formação de professores de disciplinas da área de Ciências da

Natureza que contemplam alguma dimensão ambiental.

Este fato pode ser explicado pelas linhas de pesquisa dos programas de pós-

graduação stricto sensu em Ensino de Ciências e Matemática da UFPA e Ensino de

Ciências da Amazônia UEA. Na leitura exploratória dos resumos da Região Norte

(Anexo I)10 é possível notar a valorização das questões ambientais regionais no

ensino de Ciências.

4.1.5 Caracterização Quanto à Distribuição de Teses e Dissertações pelas IES, nas Grandes Regiões do País (IBGE)

A tabela 6 refere-se à distribuição de teses e dissertações, por instituição de

ensino superior da Região Sudeste, do conjunto FPC e do seu subconjunto FPC-DA,

no qual há a presença de alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos,

no período de 1987 a 2011.

10 Numeração dos resumos em anexo que apresentaram alguma dimensão ambiental na Região Norte: PD023,

PD034, PD057, PD063, PD065, PD070, PD072, PD075, PD 079, PD089, PD091, PD097 e PD101.


Tabela 6 Distribuição, por IES localizadas na Região Sudeste, das teses e dissertações relativas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011.

IES *FPC **FPC-DA

USP 115 8 UNESP 93 15 UNICAMP 40 4 UFSCAR 33 2 UFMG 28 4 UFRJ 27 3 UFF 20 2 PUC-SP 18 0 UNIMEP 17 2 UFU 16 3 FIC 12 1 PUC- MINAS 11 2 PUC-RIO 8 0 PUC- CAMPINAS 7 0 UNICSUL 6 1 UENF 5 0 UMC 4 1 UNIRIO 3 0 FACEG 3 0 UMESP 3 0 UNISANTOS 2 0 UNINOVE 2 0 UNIUBE 2 0 CEFET/MG 2 0 UNIGRANRIO 2 0 MACKENZIE 1 0 UNOESTE 1 0 UCP 1 1 UNIFESP 1 0 CUML 1 0 UNIFIEO 1 0 UNISAL 1 1 UNESA 1 1 UNICID 1 0 UNAERP 1 0 USF 1 0 UBC 1 0 UNIPLI 1 0 UFES 1 0

Total geral 493 51


Desta forma, foi possível observar quais Instituições de Ensino Superior da

Região Sudeste mostraram-se mais representativas na produção das teses e

dissertações analisadas nesta pesquisa. Como resultado, observou-se (Tabela 6)

que a USP concentra o maior número de trabalhos do conjunto FPC na Região

Sudeste, seguido da UNESP, PUC (SP, RJ, MG e CAMPINAS), UNICAMP e


UFSCAR. No entanto, a concentração de resumos do subconjunto FPC-DA

mostrou-se maior na UNESP.

Considerando que a PUC é uma instituição de ensino privado, o número de

teses e dissertações mostrou-se representativo no conjunto sobre FPC, quando

somadas estas instituições existentes na Região Sudeste. Este fato pode ser

explicado, conforme já relatado anteriormente, que as pesquisas nas Áreas de

Ciências Humanas acabam sendo mais privilegiadas, devido à escassez de recursos

financeiros. Portanto, pode-se concluir que há nestas IES um número relevante de

cursos stricto sensu na área de Educação. Provavelmente por serem pesquisas de

baixo custo.


ensino superior da Região Sul e, do conjunto FPC e do seu subconjunto FPC-DA, no

qual há a presença de alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos, no

período de 1987 a 2011.


Tabela 7 Distribuição, por IES localizadas na Região Sul, das teses e dissertações relativas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011

IES *FPC **FPC-DA

UFSC 56 6

PUCRS 33 1

UFRGS 26 1

UEL 22 0

UNIJUI 19 2

UFSM 16 0

UEM 15 5

ULBRA 13 3

UFPR 11 0

UEPG 10 2

ISULPAR 7 0

UFPEL 6 0

UNISINOS 6 0

UPF 3 0

UNISUL 3 1

UTFPR 2 1

UTP 2 0

UNIVALI 1 0

UNILASALLE 1 0

FURG 1 0

UDESC 1 0

UNIPLAC 1 0

FURB 1 0

UNESC 1 0

Total geral 257 22


Como observado, a Região Sul, ocupa o segundo lugar na produção do

conjunto FPC, sendo observado, na Tabela 7, que a maior parte da produção de

teses e dissertações, defendidas no período de 1987 a 2011, concentra-se na

UFSC, seguida da PUC-RS, UFRGS, UEL, UNIJUI, UFSM, UEM, ULBRA, UFPR e

UFPG. A maioria dos trabalhos do subconjunto FPC-DA, defendidos nas IES na

Região Sul, concentra-se na UFSC (6 trabalhos), seguida da UEM (5 trabalhos),

ULBRA (3 trabalhos), UNIJUI (2 trabalhos) e UEPG (2 trabalhos).



ensino superior da Região Centro-Oeste e, do conjunto FPC e do seu subconjunto

FPC-DA, no qual há a presença de alguma dimensão ambiental expressa em seus

resumos, no período de 1987 a 2011.

Tabela 8 Distribuição, por IES localizadas na Região Centro- Oeste, das teses e dissertações relativas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011

IES *FPC **FPC-DA

UFG 26 2 UNB 22 3 UFMT 21 2 UFMS 8 1 UCDB 4 1 PUC GOIÁS 1 0

Total geral 82 9


A produção de trabalhos do conjunto FPC e do subconjunto FPC-DA na Região

Centro-Oeste (tabela 8) ocupa o quarto lugar na distribuição de trabalhos desses

dois conjuntos, concentrando-se, principalmente, na UFG, UNB e UFMT.

Para explicar os dados, seriam necessários estudos complementares, no intuito

de analisar os Programas de Pós-Graduação destas universidades. Porém, no

momento, apenas nos detemos a relatar os dados observados.



ensino superior da Região Nordeste e, do conjunto FPC e do seu subconjunto FPC-

DA, no qual há a presença de alguma dimensão ambiental expressa em seus

resumos, no período de 1987 a 2011.

Tabela 9 Distribuição, por IES localizadas na Região Nordeste, das teses e dissertações relativas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011.

IES *FPC **FPC-DA

UFPE 38 3 UFRN 27 1 UFBA 21 0 UFC 13 0 UFAL 10 0 FAVIC 6 0 UFPI 5 1 UFPB 5 1 UFS 4 0 UECE 3 0 UEPB 3 0 UNEB 1 0


Analisando a Tabela 9, observa-se que a Região Nordeste possui o maior

número de IES, quando comparada às Regiões Centro-Oeste e Norte, possuindo,

também, o maior número de trabalhos do conjunto FPC. Destacam-se as seguintes

Instituições de Ensino Superior (IES), em ordem crescente de produção: UFPE,

UFRN, UFBA, UFC E UFAL. Porém, há poucos trabalhos do subconjunto FPC-DA,

ficando atrás da Região Centro-Oeste e Norte em relação a este tipo de produção.

Também, apontamos aqui, a necessidade de estudos posteriores no que diz

respeito aos cursos de Pós-Graduação destas Universidades para compreender os

dados levantados neste estudo.



ensino superior da Região Norte e, do conjunto FPC e do seu subconjunto FPC-DA,

no qual há a presença de alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos,

no período de 1987 a 2011.

Tabela 10 Distribuição, por IES localizadas na Região Norte, das de teses e dissertações relativas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos. Valores relativos ao período de 1987 a 2011.

IES *FPC **FPC-DA

UFPA 41 8 UEA 32 5 UNIR 1 0


Na Região Norte, conforme observado na tabela 10, nota-se três IES que

tiveram produções do conjunto FPC. No entanto, quase 99% de toda a produção

mostrou estar concentrada em apenas duas IES: UFPA e UEA. Como já discutido

anteriormente, a incidência de teses e dissertações do subconjunto FPC-DA também

mostra-se muito representativa nesta Região, principalmente quando se considera a

presença de apenas duas universidades que concentram a totalidade do conjunto da

produção do subconjunto FPC-DA, caracterizando, portanto, a existência de uma

alta produção destas duas IES da Região Norte em relação a esse tipo de produção,

principalmente quando comparada às Regiões Centro-Oeste e Nordeste, nas quais

há um número maior de IES.


4.1.6 Caracterização Quanto à Distribuição de Teses e Dissertações Distribuídas por Estados do Brasil

A Tabela 11 refere-se à distribuição do número de teses e dissertações do

conjunto de FPC e de e do subconjunto de FPC-DA, por estado, no período de 1987

a 2011.

Tabela 11 Distribuição, por estado, das teses e dissertações sobre formação de professores de Ciências da Natureza e do seu subconjunto, composto por trabalhos que apresentaram alguma dimensão ambiental. Valores relativos ao período de 1987 a 2011.

Estado Número de IES*** * FPC **FPC-DA

SP 23 353 34

RS 10 124 7

RJ 10 80 8

PR 7 69 8

SC 7 64 7

MG 5 59 9

PA 1 41 8

PE 1 38 3

AM 1 32 5

BA 3 28 -

RN 1 27 1

GO 2 27 2

DF 1 22 3

MT 1 21 2

CE 2 16 -

MS 2 12 2

AL 1 10 -

PB 1 8 1

PI 1 5 1

SE 1 4 -

RO 1 1 -

ES 1 1 -

22 83 1042 101 *FPC: Conjunto de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza.

**FPC-DA: Subconjunto de FPC composto por resumos que apresentaram alguma dimensão ambiental.

***IES: Instituição de Ensino Superior.


Ao compararmos os dados, por estado, apresentados na tabela 11, verifica-se

que a maior incidência de trabalhos do conjunto FPC encontra-se no estado de São

Paulo, com 353 teses e dissertações defendidas no período de 1987 a 2011,

concentradas em 23 IES, tanto públicas como particulares. Sendo que o maior

número de trabalhos, como relatado anteriormente, concentra-se, em ordem

decrescente, nas seguintes IES: USP, UNESP, UNICAMP, UFSCar, PUC e

UNIMEP. No entanto, a partir da análise da tabela 6, observa-se que, em relação à

produção do subconjunto FPC-DA, a UNESP ocupa a primeira posição do estado

de São Paulo, seguida da USP e UNICAMP. As outras IES (UMC, UNICSUL,

UNIMEP e UNISAL) também apresentam produções deste subconjunto FPC-DA,

porém, a quantidade de trabalhos é muito pequena quando comparada à produção

destas três universidades públicas citadas. A baixa produtividade nessas IES deve-

se ao fato de serem instituições pequenas e privadas, apresentando um volume

pequeno de pesquisas quando comparada às três mais importantes universidades

públicas do estado de São Paulo.

Como verificado na tabela 6, a produção discente do Estado de São Paulo

relacionada à formação de professores de disciplinas das áreas de Ciências da

Natureza, como também do subconjunto que apresenta alguma dimensão ambiental,

exerce grande impacto na Região Sudeste em relação à quantidade dessas

produções, principalmente devido ao fato de o Estado de São Paulo possuir o maior

número de IES, tanto públicas como particulares.

No Estado do Rio Grande do Sul, observa-se a presença de 124 trabalhos do

conjunto FPC, distribuídos em 10 IES. A incidência desses trabalhos nas IES deste

estado, em termos de quantidade, encontra-se na seguinte ordem: PUC-RS,

UFRGS, UNIJUI, UFSM e ULBRA, conforme pode ser observado na tabela 7. Nas

outras cinco universidades do Estado, o número de teses e dissertações desse

conjunto mostra-se pouco expressivo em relação às universidades citadas. As

dimensões ambientais discutidas nos resumos desses trabalhos aparecem, em

ordem decrescente, nas seguintes universidades: PUC-RS, UFRGS, ULBRA e

UNIJUI.

Assim como o Estado do Rio Grande do Sul, o Estado do Rio de Janeiro

também aparece com 10 IES que apresentaram trabalhos do conjunto FPC-DA,


destacando-se duas IES: UFRJ e UFF. Porém, o número de teses e dissertações do

conjunto FPC é menor em relação ao estado do Rio Grande do Sul, mesmo havendo

proximidade na quantidade de produção de trabalhos do subconjunto FPC-DA.

Os Estados do Paraná e Santa Catarina apresentam o mesmo número de

Instituições de Ensino Superior (IES) que possui trabalhos do conjunto FPC e do seu

subconjunto FPC-DA, apresentando, também, valores próximos na produção desses

dois conjuntos, destacando-se, na produção do conjunto FPC, as seguintes IES do

Paraná: UEL, UEM, UFPR e UEPG, com destaque especial para a UEM, que

mostrou ser a IES com maior percentual de trabalhos do subconjunto FPC-DA.

O Estado de Minas Gerais possui 5 IES associadas a essa produção

destacando-se a UFMG e UFU, com 59 trabalhos do conjunto FPC e 9 do

subconjunto FPC-DA, valor próximo daqueles encontrados nos Estados do Paraná,

Santa Catarina, Rio de janeiro, Pará e Rio Grande do Sul.

Os Estados do Pará, Pernambuco e Amazonas chamam a atenção por

possuírem um número expressivo de teses e dissertações tanto do conjunto FPC,

quanto de seu subconjunto FPC-DA, mesmo apresentando uma IES em cada estado

associada a essa produção.

Os Estados da Bahia, Rio Grande do Norte, Goiás, Distrito Federal, Mato

Grosso, Ceará, Mato Grosso do Sul e Alagoas também possuem uma quantidade

significativa de trabalhos do conjunto FPC. No entanto, a dimensão ambiental

discutida nesses trabalhos não é expressiva, sendo que nos estados da Bahia,

Ceará e Alagoas, tal discussão é totalmente ausente. Neste caso, seriam

necessários estudos posteriores para verificar este fato.

Constatamos, também, que nos estados do Maranhão, Acre, Amapá, Roraima

e Tocantins, há ausência de trabalhos sobre o tema desta pesquisa. Neste caso,

seria oportuno fazer um levantamento dos cursos de pós-graduação das IES

situados nestes estados, com a finalidade de explicar o fato. Porém, como este não

é o foco principal desse trabalho, limitamo-nos em relatar apenas o que está

explícito nos dados da tabela. Contudo, ressaltamos que, diante dos dados

apresentados, e considerando a sua importância, cabe um estudo aprofundado a ser


realizado posteriormente, no intuito de esclarecer as lacunas levantadas nesta

dissertação.


4.1.7 Caracterização do Subconjunto FPC-DA Quanto aos Níveis de Ensino Citados nos Resumos das Teses e Dissertações

Neste item e no item 3.1.6, é focalizada a caracterização de alguns aspectos

do subconjunto FPC-DA (Apêndice A). Mais especificamente neste item, é realizada

uma caracterização quanto aos níveis de ensino citados nos resumos, organizados

na tabela 12.

Na Tabela 12 são apresentados os níveis de ensino citados, identificados a

partir da leitura exploratória do conjunto de resumos em Anexo sobre formação de

professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza que apresentam alguma

dimensão ambiental.

Tabela 12 Presença, em frequência e em número absoluto, dos diferentes níveis de ensino citados no subconjunto FPC-DA.

Nível de Ensino* N° absoluto Frequência (em %)**

EF 46 45,54

EM 31 30,69

ES 28 27,72

EI 3 2,97

Total de Citações 108

*Siglas utilizadas para os níveis de ensino: EI: Educação Infantil; EF: Ensino Fundamental; EM: Ensino Médio; ES: Ensino Superior. **FPC-DA: Frequência calculada em relação ao Subconjunto de FPC composto por resumos que apresentaram alguma dimensão ambiental.

Observa-se que os níveis de ensino citados nos resumos do subconjunto

FPC-DA contemplaram, em maior número, o Ensino Fundamental (45,54%), seguido

do Ensino Médio (30,69%) e Ensino Superior (27,72%). Na Educação Infantil,

apenas três (2,97%) pesquisas referiram-se a alguns aspectos relacionados

diretamente à formação de professores. A identificação das pesquisas, por nível de

ensino, encontra-se no Apêndice B desta dissertação.

Também foi verificada, durante a leitura exploratória, a presença de dois

trabalhos na modalidade de ensino Educação Profissional e Tecnológica e apenas


um trabalho na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em dois resumos,

não foi possível identificar o nível de ensino11.

Conforme observado, as pesquisas sobre formação de professores de

disciplinas da área de Ciências da Natureza que contemplam alguma dimensão

ambiental aparecem em maior número em trabalhos relacionados ao Ensino

Fundamental I e II e ao Ensino Médio, quando comparados aos trabalhos que

focalizam o Ensino Superior.

Este fato nos parece positivo, indicando que há uma preocupação maior por

parte dos pesquisadores nos aspectos referentes à inserção da temática ambiental

na Educação Básica. No entanto, acreditamos ser de grande relevância as

pesquisas sobre essa temática também no Ensino Superior, tanto na formação

inicial de professores que irão atuar na Educação Básica, quanto na formação em

serviço dos professores atuantes nos diferentes níveis de ensino.

Em relação à Educação Infantil (EI), foi observada baixa ocorrência de

pesquisas sobre FPC que contemplem a dimensão ambiental. Considerando a

existência do Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (RCNEI, 1998)

e das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil (DCNEI, 1999) fazerem

referência à temática ambiental, como um conteúdo a ser desenvolvido neste nível

de ensino, podemos questionar a falta de pesquisas sobre o tema, foco deste

trabalho. Assim como, questionar a formação de professores atuantes na EI, já que

as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia propõem que o

curso promova, dentre outros, estudos de “conhecimentos ambientalmente

ecológicos”. Outro fato que pode ser considerado e questionado é a formação

destes professores no que diz respeito à área de Ciências da Natureza.

11 Identificação das pesquisas: EJA: PD050; ET: PD 066, PD087; Não identificadas: PD003, PD080.


4.1.8 Caracterização do Subconjunto FPC-DA Quanto às Áreas Curriculares Citadas nos Resumos das Teses e Dissertações

Na tabela 13, é apresentado o número de citações, por área curricular,

identificado nos resumos do subconjunto FPC-DA por meio de leituras exploratórias

dos 101 resumos, presentes no anexo desta dissertação.

Tabela 13 Presença, em frequência e em número absoluto, das diferentes disciplinas da área de Ciências da Natureza citadas no subconjunto FPC-DA.

Áreas do Conhecimento N° Absoluto Frequência ( %)

CIÊNCIAS 52 51,48

BIOLOGIA 33 32,67

QUÍMICA 27 26,73

FÍSICA 7 6,93

Total de citações 119

*FPC-DA: Frequência calculada em relação ao Subconjunto de FPC composto por resumos que apresentaram alguma dimensão ambiental.

A partir da leitura dos 101 resumos, identificamos uma maior frequência das

disciplinas de Ciências (51,48%), seguida da Biologia (32,67 %), Química (26,73 %)

e Física (6,93%), indicando uma maior atenção por parte dos discentes de pós-

graduação stricto sensu, em focar, no Ensino Fundamental, as suas produções

relacionadas ao subconjunto FPC-DA.

Provavelmente, as discussões sobre formação de professores de disciplinas

da área Ciências da Natureza, neste nível de ensino, ocorram devido à formação

generalizada das licenciaturas curtas em Ciências, ou pelo fato de os professores do

Ensino Fundamental serem formados, fundamentalmente, por licenciados em

Ciências Biológicas, de forma que a dimensão ambiental, até pelo pressuposto do

discurso ecológico, derivado desta licenciatura, acaba por refletir no número maior

de trabalhos sobre formação de professores de Ciências da Natureza que discutem

a temática em questão.


As áreas de Química e Biologia também são alvos de um número expressivo

de pesquisas, apresentando, porém, uma quantidade menor da produção de FPC-

DA quando comparada com as produções envolvendo a área de Ciências.

Em sentido oposto, observa-se que a área de Física não recebe a mesma

atenção, aparecendo apenas três trabalhos isolados dentro do subconjunto FPC-DA,

envolvendo o Ensino Médio e o Ensino Superior.

Conforme pode ser visto do quadro 3 (Apêndice C), é possível notar que as

citações ocorrem em algumas pesquisas dentro de contextos interdisciplinares ou

em conjunto com outras áreas curriculares. Os trabalhos que fizeram referência

apenas à área geral de Ciências da Natureza no Ensino Médio foram considerados

como citações das áreas de Física, Química e Biologia, assumidas como um

conjunto.

Os dados expressos nas tabelas 12 e 13 chamam a atenção no que diz

respeito à dimensão ambiental incorporada nas pesquisas sobre formação de

professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza. Conforme já relatado

anteriormente, um dos critérios usados para classificação do conjunto de pesquisas


Natureza (Química, Física, Biologia e Ciências) foi a inclusão de trabalhos

relacionados à formação em contextos interdisciplinares e multidisciplinares. Assim,

estranha-se a pouca ocorrência destes contextos em trabalhos que mostraram

contemplar alguma dimensão ambiental, principalmente pelo fato de os sistemas e

conceitos ambientais possuírem um caráter multidisciplinar e interdisciplinar,

podendo ser utilizados como potencializadores desses contextos no universo

educacional, como expresso nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL,

1997), que associa a temática Ambiental aos temas transversais e interdisciplinares.

Assim, os dados obtidos nesta pesquisa sugerem que a dimensão ambiental vem

sendo tratada dentro de disciplinas específicas e isolada. Neste caso também

indicamos a necessidade de aprofundamento em estudos posteriores.


4.2 Categorização das Dimensões Ambientais do Subconjunto FPC-DA

As categorias de análise das Dimensões Ambientais (DA) foram

elaboradas a partir dos pressupostos metodológicos da análise de conteúdo,

estabelecidos por Bardin (2010). Analisou-se os textos presentes nos resumos

do subconjunto FPC-DA composto por 101 teses e dissertações sobre

formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza que

contemplam alguma DA, identificando-se termos ou expressões relacionados à

temática ambiental, tais como: Educação Ambiental, Meio Ambiente,

Sustentabilidade, Água, Reciclagem, Socioambiental, Poluição, Natureza,

Saber Ambiental, Princípios Ecológicos, Enfoque Ambiental etc. A partir dessa

primeira análise, os termos e expressões identificados foram analisados, de

forma a reconhecer possíveis significados atribuídos a eles, com a finalidade

de possibilitar inferências sobre a mensagem, realizando operações de

classificação por diferenciação, seguida de agrupamentos, de acordo com o

contexto, definindo, assim, as categorias de análise das dimensões ambientais.

Após a definição das categorias de análise, identificou-se a quantidade

(em número absoluto) e a frequência (em %) dos termos e expressões

(elementos constitutivos de cada categoria, também denominados unidades de

registro) que remetem-se à temática ambiental no subconjunto de 101 teses e

dissertações que apresentaram alguma dimensão ambiental (FPC-DA). Em

etapa posterior, identificou-se a quantidade e a frequência das categorias

emergentes, no subconjunto analisado. Cabe ressaltar que, nestas etapas, foi

considerada a frequência dos termos e expressões no subconjunto de

resumos, bem como a frequência das categorias que expressam a dimensão

ambiental, e não a frequência contida em cada resumo, por entendermos as

limitações textuais, tanto de qualidade como de quantidade, do nosso objeto de

estudo (os resumos), e que os mesmos não representam a totalidade de

informações presentes nos trabalhos completos.


As categorias de análise identificadas, que representam as dimensões

ambientais do conjunto FPC-DA, são apresentadas na Tabela 14.

Tabela 14 Categorias de Dimensão Ambiental identificadas no FPC-DA.

Categorias de Dimensão Ambiental Nº (%)

Conceito Ambiental 64 63,33

Campo/Área de Conhecimento/Pesquisa de Caráter Ambiental 63 62,37

Aspecto/Dimensão, Temática ou Questão Ambiental Expressa de Forma Genérica 43 42,25

Problema Ambiental 39 30,69

Caráter Ambiental Presente em Diferentes Expressões Adjetivando-as ou Qualificando-as 29 28,71

Recurso Natural 10 9,90

Relação CTSA 8 7,92

Elementos da Flora e Fauna 5 4,95

Fenômeno Natural 5 4,95

Interação Homem-Natureza 4 3,96

*FPC-DA: Subconjunto de FPC composto por resumos que apresentaram alguma dimensão ambiental ** Número de trabalhos que contemplaram uma dimensão ambiental específica no conjunto FPC-DA. *** Percentual relativo ao número de trabalhos que contemplaram uma dimensão ambiental específica, dividido pelos

101 trabalhos do conjunto FPC-DA.

Como pode ser observado na Tabela 14, foram identificadas 10

categorias que expressam a Dimensão Ambiental (DA) no subconjunto de 101

teses e dissertações. Verificamos a seguinte ocorrência, a partir no número de

elementos totais encontrados, em ordem decrescente: Conceito Ambiental

(66,33%); Campo/Área de conhecimento/ Pesquisa de Caráter Ambiental

(62,37); Aspecto, Dimensão, Temática ou Questão Ambiental Expressa de

Forma Genérica (42,251%); Problema Ambiental (30,69%); Caráter Ambiental

Presente em Diferentes Expressões Adjetivando-as ou Qualificando-as

(28,71%); Recurso Natural (9,90%); Relação CTSA (7,92%); Elementos da

Fauna e Flora (4,95%); Fenômeno Natural (4,95%) e Interação Homem-

Natureza (3,96%).

Nos itens a seguir é apresentada a descrição de todas as categorias

identificadas, bem como a frequência de sua ocorrência no subconjunto FPC-

DA.


4.2.1 Identificação da Categoria “Conceito Ambiental”

A categoria identificada como “Conceito Ambiental” mostrou ser a

dimensão ambiental mais representativa do conjunto FPC-DA, estando

presente em 63,33% dos resumos analisados deste conjunto. Esta categoria é

formada por termos e expressões apresentados com o significado de ideia,

noção ou representação social de qualquer conhecimento de caráter ambiental,

podendo este se configurar como um conceito científico ou não.

Alguns exemplos, a partir de trechos identificados (marcados em negrito)

em alguns resumos analisados (identificados pelos códigos à esquerda), são

apresentados a seguir:

PD015 “(...) desde que mantenha a meta de alterar as relações humanas frente ao

Meio Ambiente”.

PD019 “(...) muitas das práticas sugeridas envolvem o contato com a natureza e

abordam pouco a questão social.”

PD023 “(...) não alcançam significação na formulação de uma postura voltada à

conservação ambiental”.

PD023 “(...) não alcançam significação na formulação de uma postura voltada à

conservação ambiental”.

PD025 “(...) procurou-se neste trabalho pesquisar quais as percepções de alunos,

formandos em Ciências-Habilitação em Biologia, sobre sustentabilidade”.

PD040 “(...) O sistema educativo tem sido eleito como um segmento essencial na luta

pela preservação do presente e do futuro do planeta.”

PD099 “(...) identificar as ideias dos docentes sobre suas práticas e suas concepções

a respeito de ensino de Ciências, meio ambiente (...)”.

Um detalhamento de cada elemento identificado na categoria de

“Conceito Ambiental”, bem como a sua ocorrência (em número absoluto e em

frequência de ocorrência), é apresentado na tabela 15.


Tabela 15 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Conceito Ambiental” identificados no subconjunto FPC-DA*.

Conceito Ambiental Nº (%)**

Meio Ambiente*** 50 49,50

Sustentabilidade 14 13,86

Química Verde 6 5,94

Natureza 6 5,94

Conservação 4 3,96

Preservação 4 3,96

Formação Ambiental 2 1,98

Biodiversidade 2 1,98

Produtos Verdes 1 0,99

Educador Ambiental 1 0,99

Microssistema: Micro, Meso e Exossistema 1 0,99

Toxicologia 1 0,99

Bioma 1 0,99

Movimento Ambientalista 1 0,99

Reciclagem 1 0,99

Ecologismo 1 0,99

Tecnologias limpas 1 0,99

Ecossistemas 1 0,99

Habitat Ecológico 1 0,99

Prevenção 1 0,99

*FPC-DA: Subconjunto de FPC composto por resumos que apresentaram alguma dimensão ambiental. **percentual relativo ao número de trabalhos que contemplam a presença do conceito ambiental específico,

dividido pelos 101 trabalhos do conjunto FPC-DA. ***Também nomeado pelos termos “meio” ou “ambiente”.

Como observado na Tabela 15, os elementos da categoria “Conceito

Ambiental” que aparecem de forma mais frequente no subconjunto FPC-DA,

composto por 101 resumos de teses e dissertações, são: Meio Ambiente

(49,50%), Sustentabilidade (13,86%), Química Verde (5,94%), Natureza

(5,94%), Conservação (3,96%), e Preservação (3,96%).

A presença desses termos já era esperado, pois todos, se constituem

como conceitos-chave na temática ambiental e muito legitimados no contexto

educacional, sendo previsível a sua presença em pesquisas relacionadas à

formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza. Os

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) se constituem como um bom

exemplo da apropriação da expressão “meio ambiente” pelo contexto

educacional. De acordo com esse documento (BRASIL, 1997) o conceito de

meio ambiente vem sendo construído, sendo definido de modo diferente por

especialistas de diferentes ciências. Porém, há um consenso que a ideia do


termo “meio ambiente” não se configura como um conceito que deva ser

estabelecido de modo rígido e definitivo, sendo mais relevante estabelecê-lo

como uma “representação social”, ou seja, uma ideia que evolui ao longo do

tempo.

4.2.2 Identificação da Categoria “Campo/Área de Conhecimento/Pesquisa de Caráter Ambiental”

A categoria identificada como “Campo/Área de conhecimento/Pesquisa

de Caráter Ambiental” mostrou ser a segunda dimensão ambiental mais

representativa do conjunto FPC-DA, estando presente em 62,73% dos resumos

analisados deste conjunto. Esta categoria foi identificada a partir de termos e

expressões apresentados nos resumos analisados que expressam Áreas

específicas de conhecimento, consolidadas como campo de estudo e pesquisa,

de natureza científica e que possuem discussões de caráter ambiental.




PD002 “(...) a implementação de ações educativo-pedagógicas no campo da

Educação Ambiental”.

PD037 “(...) motivo pelo qual é hoje tratada em várias políticas internacionais como

sendo a unidade ideal de manejo e gestão ambiental”.

PD039 “(...) reduzida ao ensino da Ecologia, quer como atividade paralela, quer

como apêndice da educação científica.”

PD040 “(...) a Educação Ambiental vem recebendo, nas últimas décadas, uma

atenção de caráter científico, provocando maior mobilização social”.


PD046 “(...) á necessidade de divulgação esclarecimento aos professores sobre o que

é a Biotecnologia e suas aplicações(...)”.

PD089 “(...) uma compreensão considerada integrada acerca da Agroecologia

expressa nos documentos oficiais e pelos organizadores do curso(...)”.

PD094 “(...) na formação inicial de professores de Química em relação aos

conhecimentos e técnicas da Química Ambiental(...).”


“Campo/ Área de Conhecimento/Pesquisa de Caráter Ambiental”, bem como a

sua ocorrência (em número absoluto e em frequência de ocorrência), é

apresentado na tabela 16.

Tabela 16 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Campo/

Área de Conhecimento/ Pesquisa de Caráter Ambiental” identificados no subconjunto FPC-DA*.

Campo/Área de Conhecimento/Pesquisa de Caráter Ambiental Nº (% )**

Educação Ambiental 55 54,45

Química Ambiental 5 4,95

Ecologia 5 4,95

Gestão Ambiental 1 0,99

Física Ambiental 1 0,99

Campo Ambiental 1 0,99

Química das Águas 1 0,99

Biotecnologia 1 0,99

Agroecologia 1 0,99

*FPC-DA: Subconjunto de FPC composto por resumos que apresentaram alguma dimensão ambiental. **percentual relativo ao número de trabalhos que contemplam a presença do conceito ambiental específico,

dividido pelos 101 trabalhos do conjunto FPC-DA.

Conforme observado na Tabela 16, a frequência dos elementos que

constituem a categoria “Campo/ Área de Conhecimento/Pesquisa de Caráter

Ambiental” e que aparecem de forma mais representativa no subconjunto de

101 resumos de teses e dissertações são: Educação Ambiental (54,45%),

Química Ambiental (4,95%) e Ecologia (4,95%), podendo ser destacada a

grande representatividade da Educação Ambiental neste conjunto, quando

comparadas a algumas áreas já bem consolidadas no contexto da pesquisa

científica, como é o caso da Química Ambiental e da Ecologia. Por outro lado,

se considerarmos a natureza educacional do conjunto investigado, acaba


sendo natural o protagonismo da Educação Ambiental nesta dimensão

ambiental, principalmente por ser o único campo de conhecimento/pesquisa

citado, no conjunto analisado, que se relaciona diretamente com o universo

educacional, mesmo considerando que a Educação Ambiental ainda se

configura como um campo de pesquisa ainda em formação (KAWASAKI,

MOTOKANE, MATOS, 2006).

4.2.3 Identificação da Categoria “Aspecto, Dimensão, Temática ou Questão Ambiental Expressa de Forma Genérica”

A categoria identificada como “Aspecto, Dimensão, Temática ou

Questão Ambiental Expressa de Forma Genérica” mostrou ser a terceira


presente em 42,25% dos resumos analisados deste conjunto. Esta categoria foi

identificada a partir do reconhecimento da presença de expressões que se

refere ao “Ambiental” a partir de termos vagos, abrangentes, geralmente

citados de forma introdutória, não específica, e às vezes, sem fazer referência

a qualquer outra dimensão ambiental nos resumos.




PD001“(...) O exame deste material permitiu identificar elementos da visão dos

professores sobre a temática ambiental no que tange: ao enfoque dado a esta

temática; (...)”.


PD009 “(...) Busca entender, a partir de seus depoimentos, dimensões da formação

desses futuros professores de Ciências e Biologia, no que se referem à questão

ambiental”.

PD017 “(...) perceber nos entrevistados qual a visão que têm a respeito de abordar

temas ambientais na disciplina de Química para o Ensino Médio, quais temas

ambientais são considerados mais importantes; (...)”.

PD037 “(...) utilizando-se das orientações das metodologias da Pesquisa - Ação e

complementada pelo Ensino pela Pesquisa, e empregando-se como eixo norteador

das discussões a dimensão ambiental da microbacia do Ribeirão dos Peixes. (...)”.

PD075 “(...) o ambiente considerando o aspecto Patrimonial, além disso, é baseado

nos elementos ambientais do conhecimento construído no cotidiano escolar de

professores estudantes do Ensino Médio (...)”.

PD082 “(...) professores de ciências em exercício no período de coleta de dados

foram convidados a responder um questionário que objetivou identificar as suas

percepções quanto à problemática ambiental e a abordagem deste assunto nas

aulas”.


“Aspecto, Dimensão, Temática ou Questão Ambiental Expressa de Forma

Genérica”’, bem como a sua ocorrência (em número absoluto e em frequência

de ocorrência), é apresentado na tabela 17.

Tabela 17 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Aspecto, Dimensão, Temática ou Questão Ambiental Expressa de Forma Genérica” identificados no subconjunto FPC-DA*.

Aspecto, Dimensão, Temática ou Questão Ambiental Expressa de Forma Genérica Nº (%)**

Questões Ambientais

21 20,80

Temática Ambiental

19 18,81

Problemática Ambiental 6 5,94

Tema Ambiental

5 4,95

Dimensão Ambiental

5 4,95

Elementos Ambientais

1 0,99 *FPC-DA: Subconjunto de FPC composto por resumos que apresentaram alguma dimensão ambiental. **percentual relativo ao número de trabalhos que contemplam a presença do conceito ambiental específico,



Conforme observado na Tabela 17, a frequência dos elementos que constituem

a categoria “Aspecto, Dimensão, Temática ou Questão Ambiental Expressa de

Forma Genérica” e que aparecem de forma mais representativa no subconjunto

de FPC-DA são: Questões Ambientais (20,80%) e Temáticas Ambientais

(18,81%).

4.2.4 Identificação da Categoria “Problema Ambiental”

A categoria identificada como “Problema Ambiental” mostrou ser a

quarta dimensão ambiental mais representativa do conjunto FPC-DA, estando


identificada a partir do reconhecimento da presença, nos resumos analisados,

de um conjunto de termos e expressões que estão diretamente ligados às

consequências da intervenção humana nos diferentes ecossistemas da terra,

comprometendo a qualidade de vida e a sustentabilidade do planeta.




PD006 “(...) A escolha pela temática ambiental deu-se pelo fato de, em Ibirubá, a

degradação ambiental ter-se manifestado muito cedo, sendo resultado da ação

antrópica sobre o meio natural (...)”.

PD013 “(...) O presente trabalho traz um estudo sobre as relações da Química com

os problemas ambientais, e como tais questões são tratadas nos cursos de formação

inicial de professores de química”.

PD036 “(...) investiga qual a compreensão que um grupo de professores de Química

de Criciúma, cidade comprometida pela exploração e uso do carvão (...)”.


PD036 “(...) utilizou um texto que discute sobre a região Sul do Estado de Santa

Catarina como área crítica nacional em termos de controle de poluição (...)”.

PD039 “(...) visando à superação da atual crise ambiental”.

PD068 “(...) indicaram uma generalizada preocupação acerca da ação antrópica e

suas ligações com as mudanças climáticas globais”.

PD094 “(...) A problemática do lixo".

PD049 “(...) O contexto da enchente ocorrida em Muriaé, provocada pela ruptura da

barreira de contensão de dejetos de bauxita da Mineradora Rio Pomba-

Cataguases(...)”.


“Problema Ambiental”, bem como a sua ocorrência (em número absoluto e em


Tabela 18 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Problema Ambiental” identificados no subconjunto FPC-DA*.

Problema Ambiental Nº (%)**

Problema(s) Ambiental(ais) 10 9,90

Crise Ambiental 7 6,93

Poluição 4 3,96

Degradação 3 2,97

Exploração de Recursos Naturais 2 1,98

Mudanças Climáticas 1 0,99

Acidente Radioativo de Goiânia 1 0,99

Causas Ambientais 1 0,99

Chuva Ácida 1 0,99

Crise Ecológica 1 0,99

Crise Energética 1 0,99

Crise Humana Ambiental 1 0,99

Devastação 1 0,99

Enchente 1 0,99

Impactos Ambientais 1 0,99

Lixo 1 0,99

Resíduos Sólidos 1 0,99

Riscos à natureza 1 0,99

*FPC-DA: Subconjunto de FPC composto por resumos que apresentaram alguma dimensão ambiental. **Percentual relativo ao número de trabalhos que contemplam a presença do conceito ambiental específico,



Conforme observado na Tabela 18, a frequência de ocorrência dos

elementos que constituem a categoria “Problema Ambiental”, e que aparecem

de forma mais representativa no subconjunto FPC-DA, são: Problema(s)

Ambiental(ais) não explicitado e citado de forma genérica (9,90%), Crise

Ambiental (6,93%), Poluição (3,96%), Degradação Ambiental (2,97%) e

Exploração de Recursos Naturais (1,98%)

Esses resultados chamam a atenção pela generalidade na apropriação

da problemática ambiental, mostrando um tímido direcionamento das

pesquisas em relação à discussão de problemas ambientais específicos.

4.2.5 Identificação da Categoria “Caráter Ambiental Presente em Diferentes Expressões Adjetivando-as ou Qualificando-as”

A categoria identificada como “Caráter ambiental presente em diferentes

expressões, adjetivando-as ou qualificando-as” mostrou ser a quinta dimensão

ambiental mais representativa do conjunto FPC-DA, estando presente em

28,71% dos resumos analisados deste conjunto. Esta categoria foi identificada

a partir do reconhecimento da presença, nos resumos analisados, de um

conjunto de termos e expressões que apareciam apenas como termos

genéricos qualificados por diferentes adjetivos ambientais, resultando em

expressões com diferentes significados dentro de um contexto.





PD006 “(...) resultado do presente estudo aponta para a necessidade de se repensar

o modelo de desenvolvimento vigente, cabendo à escola e a seus atores (professores-

alunos-pais) conduzirem um processo de reflexão capaz de permitir a constituição de

novas consciências de qualidade ambiental”.

PD014 “(...) espero que este estudo possa contribuir para apontar alguns caminhos

que viabilizem a compreensão dos complexos fenômenos sócio-ambientais nos

sistemas de ensino”.

PD022 “(...) influência das concepções e de elementos de natureza contextual e

subjetiva na construção de práticas inovadoras em uma perspectiva

socioambiental”.

PD039 “(...) tendo sido recorrente sua definição, por parte dos professores, a partir

apenas de pressupostos ecológicos”.

PD040 “(...) Desde abril de 1999, o Brasil passou a possuir uma legislação

ambiental que dispõe, entre outros, (...)”.

PD049 “(...) O projeto, produto desta dissertação, foi pautado na lógica emancipatória

e na busca do saber ambiental, valores fundamentais na formação da cidadania

plena almejada pela educação”.

PD100 “(...) o referencial histórico cultural como suporte teórico da reflexão sobre o

ensino de conceitos e a possível contribuição no desenvolvimento da consciência

ecológica”.


“Caráter ambiental presente em diferentes expressões adjetivando-as ou

qualificando-as”, bem como a sua ocorrência (em número absoluto e em



Tabela 19 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Caráter Ambiental Presente em Diferentes Expressões, Adjetivando-as ou Qualificando-as” identificados no subconjunto FPC-DA.*

Caráter Ambiental Presente em Diferentes Expressões, Adjetivando-as ou Qualificando-as Nº (%)**

Termos adjetivados pelo socioambiental¹ 18 17,82

Termos adjetivados pelo ecológico/s/a/as² 15 14,85

Termos adjetivados pelo ambiental³ 10 9,90 *FPC-DA: Subconjunto de FPC composto por resumos que apresentaram alguma dimensão ambiental. **Percentual relativo ao número de trabalhos que contemplam a presença do conceito ambiental específico, dividido pelos 101 trabalhos do conjunto FPC-DA.

¹Termos encontrados que foram adjetivados pelo socioambiental: fenômenos,

conflitos, perspectiva, pressupostos, mudanças, educação, problemas,

exploração de ambientes, representação, aspectos, questões e busca da

sustentabilidade.

²Termos encontrados que foram adjetivados pelo ecológico/a/os/as:

consciência, sucessão, pressupostos, trilhas, perspectiva, princípios,

abordagens, interações, transições, ligações e marketing.

³Termos encontrados que foram adjetivados pelo o ambiental: Saber,

perspectiva, discurso, discussão, enfoque, qualidade, realidade, fenômenos,

legislação, abordagem, e marketing.


elementos que constituem a categoria “Caráter ambiental presente em

diferentes expressões, adjetivando-as ou qualificando-as”, e que aparecem de

no subconjunto FPC-DA, são: Termos adjetivados pelo socioambiental

(17,82%), Termos adjetivados pelo ecológico/s/a/as (14,85%) e Termos

adjetivados pelo Ambiental (9,90%).

A presença tão significativa do adjetivo socioambiental não é uma mera

casualidade, indicando um posicionamento em relação à marca do social no

ambiental. Leff (2002) discute o social e o ambiental em uma só palavra para

manifestar o surgimento de uma nova relação entre natureza e cultura, na qual

a consciência ambiental se manifesta por uma angústia de separação e uma

necessidade de reintegração entre o homem e a natureza.


4.2.6 Identificação da Categoria “Recurso Natural”

A categoria identificada como “Recurso Natural” mostrou ser a sexta




de um conjunto de termos e expressões que apareceram com o significado de

recurso natural, caracterizado pelo conjunto de elementos da paisagem natural,

ou elementos da natureza, ou obtidos a partir dela, úteis ao homem e ao

processo de desenvolvimento, sobrevivência e conforto da sociedade, podendo

ser renovável ou não.




PD037 “(...) a bacia hidrográfica, devido à sua delimitação física, representa uma

temática bastante adequada para o desenvolvimento de um programa de Educação

Ambiental.”.

PD052 “(...) considerando como ponto de partida a questão de uma eventual

escassez futura de água e representações do ciclo da água”.

PD069 “(...) forma racional do Homem utilizar todos os recursos renováveis,

permitindo que estes se renovem na natureza para, assim, continuarem a servir ao

Homem(...)”

PD085 “(...) instauramos na sala de aula um ambiente de discussões sobre a

produção e a distribuição de energia elétrica e suas relações com o desenvolvimento

humano, (...)”.



“Recurso Natural”, bem como a sua ocorrência (em número absoluto e em


Tabela 20 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Recurso Natural” identificados no subconjunto FPC-DA.*

Recurso Natural № (%)**

Bacia/Microbacia Hidrográfica 3 1,99

Água 2 1,99

Atmosfera Terreste 1 0,99

Energia Elétrica 1 0,99

Fontes Energéticas 1 0,99

Recursos Hídricos 1 0,99

Recursos Renováveis 1 0.99

*FPC-DA: Subconjunto de FPC composto por resumos que apresentaram alguma dimensão ambiental. **Percentual relativo ao número de trabalhos que contemplam a presença do conceito ambiental específico, dividido pelos 101 trabalhos do conjunto FPC-DA.


elementos que constituem a categoria “Recurso Natural”, e que aparecem de

forma mais representativa no subconjunto FPC-DA, são: água (1,99%) e

Bacia/Microbacia Hidrográfica (1,99%).

Esses resultados revelam a presença significativa de dois tipos de

recursos naturais: aqueles relacionados à água, e outros relacionados à

energia, compreendendo, respectivamente, 60% e 20% dos recursos naturais

citados na produção analisada.


4.2.7 Identificação da Categoria “Relação CTSA”

A categoria identificada como “Relação CTSA” mostrou ser a sétima


presente em 7,92% dos resumos analisados deste conjunto, o mesmo

percentual encontrado para a dimensão “Recurso Natural”. Essa categoria foi


de um conjunto de termos e expressões que enfatizavam relações sociais,

culturais, tecnológicas e ambientais, definidas como relações Ciências-

Tecnologia-Sociedade (CTS) ou Ciências-Tecnologia-Sociedade - Ambiente

(CTSA).




PD083 “(...) com ênfase para as questões sócio-ambientais na perspectiva CTS”.

PD093 “(...) A importância e necessidade do trabalho concomitante às perspectivas

da Educação Ambiental e do enfoque Ciência-Tecnologia-Sociedade também foram

identificadas”.

PD085 “(...) Instauramos na sala de aula um ambiente de discussões sobre a

produção e a distribuição de energia elétrica e suas relações com o desenvolvimento

humano, em uma perspectiva que articulou Ciências, Tecnologia, Sociedade e

Ambiente (CTSA)”.

PD098 “(...) foi possível conhecer suas concepções a respeito de Ciência, Tecnologia,

Meio Ambiente e da perspectiva de ensino CTSA”.



“Relação CTSA”, bem como a sua ocorrência (em número absoluto e em


Tabela 21 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Relação CTSA” identificados no subconjunto FPC-DA.*

Relação CTSA № (%)**

CTSA 4 3,96

CTS 4 3,96 *FPC-DA: Subconjunto de FPC composto por resumos que apresentaram alguma dimensão ambiental. **Percentual relativo ao número de trabalhos que contemplam a presença do conceito ambiental específico, dividido pelos 101 trabalhos do conjunto FPC-DA.

Como observado na tabela 21, a sequência dos elementos constitutivos

da categoria “Relação CTSA” é pouco representativa no conjunto de resumos

sobre teses e dissertações das disciplinas de Ciências da Natureza,

aparecendo como CTSA (3,96%) e CTS (3,96%). Ressaltamos que a sigla CTS

foi considerada como elemento desta categoria apenas nos resumos do qual

havia discussões ambientais, decorrentes da abordagem CTS (Ciência,

Tecnologia, Sociedade), de acordo com os exemplos citados desta categoria.

4.2.8 Identificação da Categoria “Elementos da Flora e Fauna”

A categoria identificada como “Elementos da Flora e Fauna” mostrou ser

a oitava dimensão ambiental mais representativa do conjunto FPC-DA, estando

presente em 4,95% dos resumos analisados deste conjunto. Essa categoria foi


de um conjunto de termos e expressões que se referem ao conjunto de plantas

que crescem em uma determinada região (Flora) e o coletivo para vida animal

de uma determina região (Fauna), podendo ser citados também apenas como

Flora e/ou Fauna.





PD024 “(...) As temáticas de trabalho mais frequentes, assim como as práticas dizem

respeito aos resíduos sólidos e a flora”.

PD031 “(...) Nesta pesquisa nos propusemos a investigar o ensino de Cerrado

desenvolvido por professoras do ensino fundamental (...)”.

PD077 “(...) As relações e interações ecológicas tenho o conceito de comunidade

vegetal como elemento central, e sua interdependência com os demais níveis de

organização Biológica (...)”.

PD088 “(...) a noção de ambiente como algo que se restringe a aspectos da

fauna e da flora”.


“Elementos da Flora e Fauna”, bem como a sua ocorrência (em número

absoluto e em frequência de ocorrência), é apresentado na tabela 22.

Tabela 22 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria

“Elementos da Flora e Fauna” identificados no subconjunto FPC-DA*.

Elementos da Flora e Fauna № (%)**

Cerrado 3 2,97

Flora 2 1,98

Fauna 1 0,99

Comunidade Vegetal 1 0,99


Conforme observado na tabela 22, a frequência dos elementos que

constituem a categoria “Elementos da Flora e Fauna” e que aparecem no

subconjunto de 101 resumos de teses e dissertações de forma mais

representativa são: Cerrado (2,97%), Flora (1,98%).


A Fauna (0,99%) é explorada apenas em um resumo, indicando a falta

de discussões sobre a vida animal que fazem do meio natural e, deveria ser

objeto de estudos de cunho ambiental, principalmente nas licenciaturas de

Ciências e Biologia.

4.2.9 Identificação da Categoria “Fenômeno Natural”

A categoria identificada como “Fenômeno Natural” mostrou ser a

penúltima dimensão ambiental mais representativa do conjunto FPC-DA,

estando presente em apenas 4,95% dos resumos analisados deste conjunto.

Essa categoria foi identificada a partir do reconhecimento da presença, nos

resumos analisados, de um conjunto de termos e expressões que se referiram

a algum acontecimento natural, sem intervenção humana.




PD012 “(...) a proposição de que o ensino das ciências, além de proporcionar

conhecimentos para compreender os fenômenos da natureza, também deve

considerar as relações entre a ciência, a tecnologia e a sociedade”.

PD014 “(...) foi construída uma problemática em torno da limitação compreensiva e da

incapacidade discursiva que as sociedades contemporâneas apresentam diante dos

complexos fenômenos ambientais, (...)”.

PD065 “(...) dar condições intelectuais aos alunos para compreender processos

naturais e tecnológicos presentes no mundo que os rodeia (...)”.

PD077 “(...) as abordagens didáticas em Ecologia, geralmente reducionistas, não

consideram a complexidade dos fenômenos ecológicos, (...)”.



“Fenômeno Natural”, bem como a sua ocorrência (em número absoluto e em


Tabela 23 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Fenômeno Natural” identificados no subconjunto FPC-DA*.

Fenômeno Natural Nº (%)**

Fenômeno(s) Natural(ais) 3 2,97

Fenômenos Ecológicos 1 0,99

Processos Naturais 1 0,99


Conforme observado, na tabela 23, a frequência dos elementos que

constituem a categoria “Fenômeno Natural” e que aparecem no subconjunto de

101 resumos de teses e dissertações é pequena, aparecendo como

Fenômeno(s) Natural(ais), não explicitado, citado de forma genérica (2,97%),

Fenômenos Ecológicos (0,99%) e Processos Naturais (0,99%). Portanto, é

uma dimensão ambiental pouco representativa nas pesquisas sobre formação

de professores de disciplinas de Ciências da Natureza.

4.2.10 Identificação da Categoria “Interação Homem-

Natureza”

A categoria identificada como “Interação Homem-Natureza” mostrou ser

a dimensão ambiental menos representativa do conjunto de dimensões

ambientais identificadas para FPC-DA, estando presente em apenas 3,96%

dos resumos analisados deste subconjunto. Essa categoria foi identificada a

partir do reconhecimento da presença, nos resumos, de um conjunto de termos


e expressões que se referiram à interação homem-natureza, contemplando

tanto os aspectos naturais quanto os culturais, como também os espaços de

relações sociais humanas.




PD015 “(...) Consideramos a relação homem-natureza como parte dos processos de

transformação da atualidade, no campo da cultura e na totalidade da vida societária

(...)”.

PD017 “(...) Os resultados principais mostraram um caráter egocêntrico nas coleções

didáticas analisadas, além da ausência de propostas que desenvolvessem atitudes e

comportamento proambientais ou visão individual da relação homem-ambiente”.

PD056 “(...) uma mudança de atitude na relação homem natureza nos parece ser o

grande desafio para uma prática docente comprometida com os aspectos sócio-

políticos (...)”.

PD091 “(...) A atual crise ambiental tem origem nas relações da humanidade com a

natureza”.


“Interação Homem-Natureza”, bem como a sua ocorrência (em número

absoluto e em frequência de ocorrência), é apresentado na tabela 24.

Tabela 24 Frequência e número absoluto dos elementos constitutivos da categoria “Interação Homem-Natureza” identificados no subconjunto FPC-DA*.

Interação Homem-Natureza Nº (%)**

Relação Homem-Natureza 4 3,96



Conforme observado, na tabela 24, a frequência dos elementos que

constituem a categoria “Interação Homem-Natureza” no conjunto de 101

resumos que discutem a dimensão ambiental, é pequena, sendo considerada

como Relação-Homem Natureza (3,96%), portanto uma dimensão pouco

explorada nas pesquisas sobre formação de professores de disciplinas de

Ciências da Natureza.


4.3 Identificação De Possíveis Tendências Relacionadas às Dimensões Ambientais no Período Investigado

No Apêndice D, apresentamos as dez categorias emergentes que

representam as Dimensões Ambientais (DA) encontradas nos resumos do

subconjunto FPC-DA, composto por 101 teses e dissertações, distribuídas no

período de 1998 a 2011.

A partir dos dados disponíveis, observa-se que não é possível verificar, no

período analisado, nenhuma tendência específica em relação à ocorrência das

diferentes dimensões ambientais identificadas. No entanto, é possível destacar a

presença de uma estabilização na quantidade de produções do subconjunto FPC-

DA nos últimos três anos analisados, compreendendo o período de 2009 a 2011,

sendo este o período de maior incidência de pesquisas que incorporam alguma

temática ambiental.

As categorias mais representativas do conjunto da produção analisada

correspondem a Dimensões Ambientais DA1 a DA5, sendo que a DA1 (Conceito

Ambiental) e a DA2 (Campo/Área de Conhecimento/Pesquisa de Caráter Ambiental)

ocorrem com maior frequência, provavelmente por abarcar conceitos e expressões

presentes nos documentos oficiais e legislações que institucionalizam a temática

ambiental no universo educacional.

As dimensões ambientais DA6, DA7, DA8, DA9 e DA10 mostram-se pouco

representativas quando comparadas com as cinco primeiras dimensões. No entanto,

é possível verificar, no Apêndice D, que a Dimensão Ambiental DA6 (Recurso

Natural), apesar de sua pouca incidência, surge a partir do ano de 2005, mantendo-

se presente na produção analisada até o ano de 2011.

Outra especificidade observada está relacionada à categoria DA7 (Relação

CTSA) que aparece nas produções analisadas apenas nos três últimos anos

analisados, sendo sua incidência de forma contínua.


Como hipótese preliminar, considerávamos que a ocorrência desta categoria

fosse maior, diante da influência dos PCNEM e PCN+, documentos nos quais há

orientações para que o ensino de Ciências da Natureza se desenvolva de forma

contextualizada, interligando Ciência, Tecnologia e suas implicações sociais e

ambientais.

Apesar de não reconhecermos nenhuma tendência no quadro analisado, é

possível reconhecer a influência dos termos e expressões mais citados nas

categorias emergentes, ao comparamos com os documentos oficiais e legislação

que institucionalizaram a Educação Ambiental de forma direta ou indireta, nas

práticas educativas.


5 CONCLUSÃO

Ao concluirmos esta pesquisa, partimos de duas ponderações. Na primeira,

assumimos o reconhecimento da abrangência dos critérios estabelecidos para a

inclusão das pesquisas sobre formação de professores de Ciências da Natureza em

nosso escopo de trabalho. Na segunda, entendemos as limitações textuais dos

resumos presentes no Banco de Teses da Capes. Compreendendo estas

ponderações, podemos elaborar uma síntese dos resultados obtidos nesta pesquisa.

Assim, o estudo quantitativo, realizado a partir da comparação dos

descritores, revelou que as pesquisas sobre formação de professores de Ciências

da Natureza apresentaram um crescimento significativo, no período de 1987 a 2011.

Desta forma, podemos considerar que há uma tendência de crescimento nas

pesquisas sobre formação de professores de disciplinas da área de Ciências da

Natureza nos cursos de pós-graduação stricto sensu, principalmente a partir do ano

de 1996, logo após a promulgação da LDB/96.

Dessa forma, tanto nas palavras de Garcia (1999) quanto nas de André

(2009, 2010), concluímos que as pesquisas sobre formação de professores de

disciplinas da área de Ciências da Natureza também se consolidam nos programas

de pós-graduação em Educação e Ensino de Ciências, como importante campo de

pesquisa.

Em relação à dimensão ambiental incorporada nas pesquisas sobre formação

de Ciências da Natureza, a presente pesquisa revelou que do total de teses e

dissertações que foi possível recuperar, 9,69% discute a temática em questão.

Consideramos este percentual significativo, devido aos diversos temas que a área

de Ciências da Natureza abrange. No entanto, a dimensão ambiental incorporada

nessas pesquisas aparece somente a partir de 1998 e que, apesar de apresentar um

crescimento, não possui regularidade. Os últimos três anos representam os anos de

maior produção, sugerindo uma tendência de crescimento da inserção da dimensão

ambiental em teses e dissertações sobre formação de professores de disciplinas da


área de Ciências da Natureza. O que de fato, demostra que as questões ambientais

estão cada vez mais em destaque.

Próximo deste período, alguns eventos importantes ocorreram no Brasil em

relação à institucionalização da Educação Ambiental, tais como: a Eco 92 e a Rio

92, a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira) promulgada em 1996,

que também faz referência à temática ambiental no ensino. Vinculado a LDB/96, o

MEC elaborou os PCN, introduzindo a temática ambiental a partir do eixo “Meio

Ambiente” como um dos temas transversais. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais

para o Ensino Médio (PCNEM, 1999), a problemática ambiental está presente nos

textos referentes às Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias.

Outro marco importante foi a aprovação da PNEA (Política Nacional de

Educação Ambiental) em 1999, regulamentada pelo decreto de 2002, que institui a

Educação Ambiental como obrigatória em todos os níveis de Ensino.

Em estudo realizado por André (2009) sobre a produção científica de

trabalhos que discutem a formação de professores, a autora cita que conteúdos

emergentes, na década de 1990, firmaram-se definitivamente nos anos de 2000, tais

como a temática ambiental. Desta forma, a inserção da temática ambiental nas

pesquisas sobre formação de professores de Ciências da Natureza, como é de se

esperar, também mostrou seguir a mesma tendência.

Dessa maneira, podemos concluir que a tendência de crescimento observada

nas pesquisas sobre formação de professores de Ciências da Natureza deve

aumentar nos próximos anos, bem como a incorporação da temática ambiental

nessas pesquisas, sofrendo, talvez, influência das Diretrizes Curriculares Nacionais

para Educação Ambiental (DCNEA), aprovada em julho de 2012.

Em relação à incidência de pesquisas, distribuída nos níveis de ensino dos

programas de pós-graduação stricto sensu, foi possível observar que há maior

ocorrência de pesquisas sobre formação de professores de Ciências da Natureza,

no nível de Mestrado Acadêmico, seguido do Doutorado e por último, no Mestrado

Profissionalizante. A mesma tendência é observada na incorporação da dimensão

ambiental nestas pesquisas. Esse fato pode ser explicado pelo número de


programas de pós-graduação stricto sensu existente em nosso país. Consideramos

de extrema relevância o crescimento de pesquisas sobre formação de professores

de disciplinas da área de Ciências da Natureza no nível de Doutorado a partir do ano

de 2000, revelando um quadro promissor de pesquisadores sendo formados,

corroborando para que a formação de professores de Ciências da Natureza se

consolide enquanto campo de pesquisa.

Ao compararmos a incidência do conjunto de pesquisas sobre formação de

professores de Ciências da Natureza e de seu subconjunto que contempla a

dimensão ambiental distribuídas nas Grandes Regiões do país, verificamos que a

maioria dessas pesquisas concentra-se nas Regiões do eixo Sudeste-Sul. Esse

resultado parece-nos previsível, visto que, nessas Regiões, concentra-se o maior

número de universidades públicas e particulares. O maior número de pesquisas

sobre a temática em questão concentra-se no estado de São Paulo, em 23

universidades, sendo que há maior incidência de pesquisas, foco deste trabalho, na

USP, seguido da UNESP, UNICAMP e UFSCar. No que diz respeito à dimensão

ambiental, a UNESP apresenta o dobro de pesquisas. Nos estados do Maranhão,

Acre, Amapá, Roraima e Tocantins, constatamos ausência de trabalhos sobre o

tema desta pesquisa. Para compreender esta lacuna, serão necessários ainda,

estudos mais aprofundados.

Ainda, no conjunto de pesquisas que discutem a temática ambiental,

verificamos que os níveis de ensino mais pesquisados são: Ensino Fundamental e

Ensino Médio. Este fato demostra preocupação dos discentes em pesquisar a

formação de professores de disciplinas da área de Ciências Natureza na Educação

Básica. Porém, acreditamos serem imprescindíveis às pesquisas que focam a

formação inicial dos professores, visto que, uma boa formação de professores

implica em reflexo na qualidade de ensino.

Constatamos, também, que as áreas de conhecimento de Ciências e Biologia

são as que mais apresentaram a temática ambiental no conjunto de pesquisas sobre

formação de professores de Ciências da Natureza, provavelmente decorrentes do

discurso ecológico derivado destas licenciaturas.

No que concerne às dimensões ambientais encontradas a partir das dez


categorias de análise, constatamos que os termos que mais se destacam são: Meio

Ambiente e Sustentabilidade como “Conceito Ambiental”; Educação Ambiental,

como “Campo/ Área de Conhecimento/Pesquisa de Caráter Ambiental”; Temática

Ambiental e Questões Ambientais como “Aspecto, Dimensão, temática ou

Questão Ambiental Expressa de Forma Genérica”, Problema(s) Ambiental(ais)

citados de forma geral como “Problemas Ambientais” e Socioambiental como

“Caráter Ambiental presente em diferentes expressões adjetivando-as ou

qualificando-as”. Desta maneira, sugerindo, a partir dos termos e expressões

encontrados, a influência dos documentos oficiais e legislações que institucionalizam

a Educação Ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino.

Assim, a dimensão ambiental mais discutida é Educação Ambiental

enquanto “Campo/Área de pesquisa” e Meio Ambiente enquanto “Conceito

Ambiental”. Desta forma, podemos concluir que o campo de pesquisa sobre

formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza também se

apropria das discussões que vêm se apresentando nos principais eventos de

Educação Ambiental no Brasil, na busca de propostas que incorporam a perspectiva

de “ambientalização curricular”.

Cabe ressaltar que os resumos de pesquisas realizadas nos programas de

pós-graduação stricto sensu, objeto de análise desse trabalho, se nutrem do

universo educacional, e não podemos ser contundentes e afirmar que as mesmas

sofreram influência dos eventos citados. No entanto, para trabalhos futuros

recomendamos a leitura das teses e dissertações do subconjunto que discute a

dimensão ambiental, no intuito de identificar como a questão ambiental foi

incorporada nessas pesquisas.

A presente pesquisa está longe de ser conclusiva, apresentando muitas

lacunas para serem investigadas, principalmente no conjunto de teses e

dissertações sobre formação de Professores de Ciências, visto que, não foi possível

analisar os resumos, devido ao tempo destinado ao mestrado. Contudo, como

proposta de continuidade deste trabalho num futuro doutorado, há intenção de

aprofundarmos nossos estudos, investigando quais aspectos sobre a formação de

professores de disciplinas da área de Ciências Natureza vêm sendo discutidos, bem

como, quais as temáticas mostram-se mais recorrentes nessas pesquisas.


Reconhecendo que nosso trabalho possui um recorte pequeno diante do

número de pesquisas coletadas, esperamos que, ainda assim, tenhamos

contribuindo com os diversos mapeamentos que vêm sendo realizados na

comunidade científica, tanto no campo de pesquisas sobre formação de professores

de Ciências da Natureza, como no de Educação Ambiental.


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APÊNDICES


APÊNDICE A – Detalhamento do conjunto de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza que mostraram contemplar alguma dimensão ambiental em seus resumos.

PD* TÍTULO ANO NÍVEL** PROGRAMA DE PÓS-

GRADUAÇÃO IES***

PD001 A temática ambiental e a perspectiva do professor de ciências.

1998 M EDUCAÇÃO UNESP

PD002 A educação ambiental e o ensino de ciências em escolas do ensino fundamental em Teresina-PI e Timon-MA: uma pesquisa de intervenção.

1998 M EDUCAÇÃO UFPI

PD003 Concepções de ambiente e educação ambiental em professores de ciências: múltiplos signifcados?

1998 M EDUCAÇÃO UFMG

PD004 O papel do sistema educacional e do desempenho dos professores na determinação de problemas no ensino médio de química.

1999 M EDUCAÇÃO UFMT

PD005 O ambiente e o ensino de ciências: a fala do professor como um dos elementos de sua formação continuada.

1999 M EDUCAÇÃO UNICAMP

PD006 (Des)consideração das questões ambientais no ensino formal de ciências - o caso das escolas de Ibirubá.

2000 M EDUCAÇÃO NAS CIÊNCIAS UNIJUI

PD007

A prática da educação ambiental no âmbito escolar: um estudo de caso, no ensino fundamental, realizado em uma escola municipal de Belo Horizonte.

2000 M EDUCAÇÃO PUC MINAS

PD008 A educação ambiental na formação de professores: um estudo de caso na PUCRS.

2000 M EDUCAÇÃO PUCRS

PD009 Concepções de meio ambiente: um olhar sobre um curso de licenciatura em ciências biológicas.

2000 M EDUCAÇÃO UFF

PD010 Educação ambiental e paradigmas de interpretação da realidade: tendências reveladas.

2000 D EDUCAÇÃO UNICAMP

PD011 A temática ambiental nas propostas de trabalho do futuro professor de ciências.

2001 M EDUCAÇÃO ESCOLAR UNESP

PD012 O uso da abordagem aprendizagem centrada em eventos: uma experiência com o enfoque CTS no ensino fundamental.

2001 D EDUCAÇÃO UFSC

PD013 A articulação do conhecimento químico com a problemática ambiental na formação inicial de professores.

2002 M EDUCAÇÃO UFSC

PD014 A educação ambiental nos contextos escolares: para além da limitação compreensiva e da incapacidade discursiva.

2002 M EDUCAÇÃO UFF

PD015 A práxis ambiental e a educação escolar. 2002 D EDUCAÇÃO UFRN

PD016 A Educação Ambiental no Ensino Superior: Opção Curricular da Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná, Campus de Irati.

2002 M EDUCAÇÃO UEPG

PD017 Temas Ambientais na Química do Ensino Médio: Visões de Professores, Licenciandos e Livros

2002 M ENSINO DE CIÊNCIAS USP

PD018 Aspectos sócio-científicos em aulas de química. 2002 D EDUCAÇÃO UFMG

PD019

Representações Sociais sobre a Temática Ambiental de Licenciandos em Ciências Biológicas: subsídios para repensar a formação inicial de professores.

2003 M EDUCAÇÃO PARA A CIÊNCIA UNESP

PD020 A formação de professores das séries iniciais da educação básica numa abordagem ecológica


PD021

Interações de licenciadas, formadores e professores na elaboração conceitual de prática docente: módulos triádicos na Licenciatura de Química

2003 D EDUCAÇÃO UNIMEP

PD022 Introdução da temática ambiental na escola: para além das concepções do professor.

2003 M EDUCAÇÃO UFSCAR

PD023 A Biodiversidade e o desenvolvimento sustentável nas escolas do ensino médio de Belém, Pará, Brasil.

2003 D CIÊNCIAS BIOLÓGICAS UFPA

PD024 A educação ambiental nas escolas municipais de educação infantil de São Carlos.

2003 M EDUCAÇÃO UFSCAR

PD025 Educação ambiental e sustentabilidade: as idéias dos alunos de um curso de Biologia.

2003 M EDUCAÇÃO UNIMEP

PD026 Uma proposta interdisciplinar de educação, nas primeiras quatro séries do ensino fundamental, na perspectiva do desenvolvimento sustentável.

2003 M ENSINO DE CIÊNCIAS E

MATEMÁTICA ULBRA

PD027

O ensino de ciências de 1a a 4

a séries do ensino

fundamental: desenvolvendo temas geradores com ênfase nos princípios do desenvolvimento sustentável.


MATEMÁTICA ULBRA

PD028 Meio Ambiente: representações e prática dos professores e professoras de ciências e biologia.

2004 M EDUCAÇÃO UEPG


PD029 Reforma Curricular e a educação ambiental no município de Vitória da Conquista – Bahia.

2004 M EDUCAÇÃO USP

PD030 O tácito e o explícito: a formação de professores de ciências naturais e biologia e a temática ambiental.

2004 D EDUCAÇÃO ESCOLAR UNESP

PD031 A perspectiva ambiental no ensino de cerrado na prática docente de professores de ciências.

2004 M ECOLOGIA E

CONSERVAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS

UFU

PD032 A dimensão ambiental nos currículos de formação de professores de Biologia.

2004 D EDUCAÇÃO USP

PD033 Ensino de ciências: a saúde, o ambiente e as relações ciência, tecnologia e sociedade na formação cidadã.

2004 M EDUCAÇÃO UFU

PD034 Representação social de ciência de estudantes do ensino fundamental da rede municipal de Belém.

2004 M EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E

MATEMÁTICAS UFPA

PD035 Projetos de educação ambiental e seu desenvolvimento na escola pública: concepções e práticas de professores de ciências.

2005 M EDUCAÇÃO UNESP

PD036 A chuva ácida na perspectiva de tema social: um estudo com professores de química em Criciúma (SC).

2005 M EDUCAÇÃO CIENTIFICA E

TECNOLÓGICA UFSC

PD037 Construção coletiva interdisciplinar em educação ambiental: a microbacia hidrográfica do Ribeirão dos peixes como tema gerador.


PD038 O trabalho pedagógico dos professores do ensino fundamental no ciclo II sobre educação ambiental Recife – PE.

2005 M ENSINO DAS CIÊNCIAS UFPE

PD039 A prática pedagógica de professores de ciências e suas relações com a educação ambiental.

2005 M EDUCAÇÃO UFPB

PD040 A educação ambiental no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Uberlândia na percepção dos recém-formados.

2005 M EDUCAÇÃO UFU

PD041 Atividades de campo no ensino das ciências: investigando concepções e práticas de um grupo de professores.


PD042 Educação ambiental: concepções e práticas de professores de ciências do ensino fundamental.

2006 M EDUCAÇÃO PARA A CIÊNCIA

E O ENSINO DE MATEMÁTICA

UEM

PD043 A constituição identitária do campo da educação ambiental: uma análise textual da produção de sentidos de licenciandos em ciências biológicas.


SAÚDE UFRJ

PD044 A formação de valores estéticos em relação ao ambiente natural nas Licenciaturas em Ciências Biológicas Da UNESP.

2006 D EDUCAÇÃO PARA A CIÊNCIA UNESP

PD045 O projeto de EA "Aprendendo com a Natureza" como ponto de partida para uma ação formativa de professores do ensino fundamental.


PD046 Biotecnologia e meio ambiente: representações sociais de professores de ciências.

2007 M BIOTECNOLOGIA UMC

PD047 A temática ambiental, o processo educativo e os temas controversos: implicações teóricas e práticas para o ensino de física.


PD048

As questões ambientais e a formação de professores nos cursos de Ciências Biológicas e Geografia em duas universidades de Mato Grosso do Sul.

2007 M EDUCAÇÃO UCDB

PD049 Biocidadania: uma proposta de projeto em educação ambiental que possibilita o diálogo entre disciplinas do ensino médio.

2008 P ENSINO PUC MINAS

PD050 Ensino de ciências e educação de jovens e adultos: concepções e práticas pedagógicas.

2008 M EDUCAÇÃO UCP

PD051

Educação ambiental em aulas de química em uma escola pública: sugestões de atividades para o professor a partir da análise da experiência vivenciada durante um ano letivo.

2008 P ENSINO DE CIÊNCIAS UNB

PD052 Elementos para uma abordagem temática: à questão das águas e sua complexidade - 01/03/2008


PD053 Representações Sociais de Natureza: o jogo institucional na formação de professores de biologia.


SAÚDE UFRJ

PD054 As representações Sociais de "química ambiental": contribuições para a formação de bacharéis e professores de Química.

2008 M ENSINO DE CIÊNCIAS

(MODALIDADES FÍSICA, QUÍMICA E BIOLOGIA)

USP

PD055 Análise das estratégias de ensino de Educação Ambiental na rede estadual da cidade de Santo André.

2008 P ENSINO DE CIÊNCIAS E

MATEMÁTICA UNICSUL

PD056 Tecendo conexões entre a trajetória formativa de professores de biologia e a prática docente a partir da educação ambiental.


PD057 Narrativas de professoras das Ilhas de Belém: visão de si e saberes ambientais.


MATEMÁTICAS UFPA

PD058 Educação ambiental e ensino de ciências: análise de estratégias didáticas no nível fundamental.


PD059 Trabalho com projetos de educação ambiental na 2009 M EDUCAÇÃO PARA A CIÊNCIA UEM


formação continuada de professores. E O ENSINO DE MATEMÁTICA

PD060 Atividades de campo e as possibilidades da aprendizagem significativa: vivenciado o ambiente como lócus transversal e interdisciplinar.


MATEMÁTICA ULBRA

PD061 Educação ambiental na escola: diálogos com as disciplinas escolares Ciencias e Biologia.

2009 M EDUCAÇÃO UFRJ

PD062 O tema água no ensino: a visão de pesquisadores e de professores de Química.

2009 M ENSINO DE CIÊNCIAS

(MODALIDADES FÍSICA, QUÍMICA E BIOLOGIA)

USP

PD063 A prática da transversalidade na formação de professores: reflexos no ensino básico.

2009 P ENSINO DE CIÊNCIAS NA

AMAZÔNIA UEA

PD064 As concepções de meio ambiente e natureza: implicações nas práticas de EA de professores da rede estadual de ensino no município de Goiânia.


MATEMÁTICA UFG

PD065 Práticas de cidadania em narrativas de professores de ciências: trabalho coletivo de ensino e de aprendizagem.


MATEMÁTICAS UFPA

PD066 O docente e o ensino de biologia na perspectiva CTS.

2009 M ENSINO EM BIOCIÊNCIAS E

SAÚDE FIC

PD067 O lúdico e a educação ambiental: diálogos possíveis.


MATEMÁTICA UFG

PD068 Física ambiental e teoria da complexidade: possibilidades de ensino na educação básica.

2009 M FÍSICA AMBIENTAL UFMT

PD069 Ensino de ciências e temática ambiental no Colégio Pedro II: olhares e vozes de docentes e gestores.

2009 M EDUCAÇÃO UNESA

PD070 Informática na educação e o ensino de ciências naturais: contribuições para a educação ambiental no contexto amazônico.


AMAZÔNIA UEA

PD071 Concepções de professores de química do ensino médio sobre educação ambiental.


E O ENSINO DE MATEMÁTICA

UEM

PD072 Proposta metodológica para o ensino de Ciências Naturais nas escolas públicas de Manaus.


AMAZÔNIA UEA

PD073 O saber ambiental na formação dos professores de Biologia.


PD074 Educação sanitária e ambiental no ensino fundamental – texto, contexto e prática: a sinergia do processo.

2009 P ENSINO DE CIÊNCIAS UFMS

PD075 Representação social de ambiente por professores e estudantes em diferentes contextos educacionais.


MATEMÁTICAS UFPA

PD076 Título: Educação ambiental e desenvolvimento de práticas pedagógicas sob um novo olhar da ciência química.

2010 M EDUCAÇÃO UNISAL

PD077 Proposta didática para o ensino médio de Biologia: as relações ecológicas no cerrado.


PD078 Proposição de uma estratégia para o desenvolvimento do tema transversal meio ambiente no contexto do ensino médio.


PD079 Meio ambiente e ética: entrecruzando olhares no ensino de ciências.


MATEMÁTICAS UFPA

PD080 Entre morros, composteiras e lixeiras: labirintos pedagógicos nas abordagens de educação ambiental.

2010 M EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS QÍMICA DA VIDA E SAÚDE

UFRGS

PD081 A abordagem de questões sociocientíficas na formação continuada de professores de ciências: contribuições e dificuldades.


PD082 A abordagem dos problemas ambientais como forma de inserção da educação ambiental no ensino de ciências.


PD083 Elaboração e análise de uma metodologia de ensino voltada para as questões sócio-ambientais na formação de professores de química.

2010 D EDUCAÇÃO USP

PD084

A pedagogia de projetos de investigação no estudo de problemas socioambientais: uma situação de aprendizagem na formação de professores de ciências.

2010 P ENSINO DE CIÊNCIA E

TECNOLOGIA UTFPR

PD085 Aspectos formativos da experiência com questões sociocientíficas no ensino de ciências sob uma perspectiva crítica.


PD086

Orientações de formação e concepções de ambiente em cursos de formação continuada de professores de ciências do programa ‘Teia do Saber.


PD087 Ensino de química em escolas do campo com proposta agroecológica:contribuições a partir do referencial freireano de educação.

2010 D EDUCAÇÃO CIENTIFICA E

TECNOLÓGICA UFSC

PD088

Imaginário de estudantes de Biologia sobre as interações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente no contexto de uma disciplina de Geologia.

2010 M ENSINO E HISTÓRIA DE

CIÊNCIAS DA TERRA UNICAMP

PD089 Temas socioambinetais: contribuições para o ensino de Ciências Naturais.


MATEMÁTICAS UFPA


PD090 Avaliação dos projetos de educação ambiental: situação de estudo de uma escola no Noroeste do Paraná.


E A MATEMÁTICA UEM

PD091 Discursos de professores sobre a Amazônia: contribuições para um ensino de ciências em busca da sustentabilidade.


MATEMÁTICAS UFPA

PD092 Ligação metálica: uma proposta de material didático de apoio ao professor em sala de aula.


PD093 Questões ambientais em cursos de Licenciatura em Química: as vozes do currículo e professores.


TECNOLÓGICA UFSC

PD094 Abordagens de temáticas ambientais no ensino de química: um olhar sobre textos destinados ao professor da escola básica.


TECNOLÓGICA UFSC

PD095 Saberes docentes na interface Biologia/Geociências: contribuições de uma professora em formação continuada.

2011 M ENSINO E HISTÓRIA DE

CIÊNCIAS DA TERRA UNICAMP

PD096 Kits educativos em química: uma ferramenta para a educação ambiental?

2011 M EDUCAÇÃO UNISUL

PD097 Processo de aprendizagem na educação infantil uma interação entre espaço formal e não formal.

2011 M ENSINO DE CIÊNCIAS NA

AMAZÔNIA UEA

PD098 Constatações a respeito da perspectiva CTSA na formação inicial de professores de química.


E A MATEMÁTICA UEM

PD099 Concepções de professores de escolas públicas de São José do Rio Preto/SP sobre ensino de Ciências Naturais e Educação Ambiental.

2011 M EDUCAÇÃO ESCOLAR UNESP

PD100 Estratégias de ensino e interações em aulas de física e química no ensino médio com foco na educação ambiental.

2011 M EDUCAÇÃO NAS CIÊNCIAS UNIJUI

PD101 A educação ambiental no ensino de ciências; formação, prática e transversalidade.


AMAZÔNIA UEA

* PD: Produção Discente. Os resumos correspondentes a cada uma das siglas são apresentados no Anexo desta dissertação. ** M: Mestrado Acadêmico; D: Doutorado; P: Mestrado Profissionalizante. *** IES: Instituição de Ensino Superior. O Nome completo de cada uma das IES está disponível no Glossário desta dissertação.

Quadro 2 Detalhamento das teses e dissertações, relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, que apresentaram alguma dimensão ambiental expressa em seus resumos.


APÊNDICE B - Detalhamento, por nível de ensino pesquisado, das teses e

dissertações presentes no subconjunto que mostrou contemplar alguma dimensão

ambiental.

NÍVEL DE ENSINO PESQUISADO

EI EF EM ES

SIG

LAS

DO

S R

ESU

MO

S A

NA

LISA

DO

S***

PD020 PD001 PD004 PD008

PD024 PD002 PD017** PD009

PD097 PD005 PD018 PD010

- PD006 PD022 PD011

- PD007 PD023 PD013

- PD012 PD028* PD016

- PD014 PD036 PD017**

- PD015 PD037 PD019

- PD026 PD049 PD021

- PD027 PD051 PD025

- PD028 PD052 PD030

- PD028* PD056 PD032

- PD029 PD059 PD040

- PD031 PD061* PD043

- PD033 PD062 PD044

- PD034 PD064* PD047

- PD035 PD068* PD048

- PD038 PD071 PD053

- PD039 PD073** PD054

- PD041 PD075 PD060

- PD042 PD076 PD063

- PD045 PD078 PD067

- PD046 PD081 PD073**

- PD055 PD084* PD077

- PD057 PD085 PD083

- PD058 PD089 PD088

- PD061 PD092 PD093

- PD061* PD094 PD098

- PD064 PD095 -

- PD064* PD096 -

- PD065 PD100 -

- PD068 - -

- PD068* - -

- PD069 - -

- PD070 - -

- PD072 - -

- PD074 - -

- PD079 - -

- PD082 - -

- PD084 - -

- PD084* - -

- PD086 - -

- PD090 - -

- PD091 - -

- PD099 - -

- PD101 - -

* O resumo contempla tanto EF como EM. ** O resumo contempla tanto EM como ES. *** Os resumos correspondentes a cada uma das siglas são apresentados no Anexo desta dissertação.

Quadro 3 Detalhamento, por níveis de ensino, das teses e dissertações presentes no subconjunto

que mostrou contemplar alguma dimensão ambiental. Valores calculados considerando o número de citações de cada nível de ensino no conjunto de resumos analisados, especificando cada um dos resumos em relação à presença do nível de ensino pesquisado.

LEGENDA: EI: Educação Infantil EF: Ensino Fundamental EM: Ensino Médio ES: Ensino Superior


APÊNDICE C – Detalhamento, por área curricular, das teses e dissertações

presentes no subconjunto que mostrou contemplar alguma dimensão ambiental.

BIOLOGIA QUÍMICA FÍSICA CIÊNCIAS

SIG

LAS

DO

S R

ESU

MO

S A

NA

LISA

DO

S**

*

PD007 PD004 PD037* PD001

PD008** PD010** PD047 PD002

PD009** PD013 PD052 PD003

PD010** PD017 PD068** PD005

PD012 PD018 PD085 PD006

PD019 PD021 PD089** PD008**

PD022 PD036 PD100** PD009**

PD023 PD037* - PD013*

PD025** PD049* - PD014

PD028** PD051 - PD015

PD030 PD054 - PD016

PD032 PD059* - PD020

PD037* PD062 - PD024

PD040 PD064** - PD025**

PD043 PD068** - PD026

PD044 PD071 - PD027

PD049* PD076 - PD028**

PD053** PD081 - PD029**

PD056 PD083 - PD031

PD059* PD087 - PD033

PD060 PD089** - PD034

PD061** PD092 - PD035

PD064** PD093 - PD038

PD066 PD094 - PD039

PD067 PD096 - PD041

PD068** PD098 - PD042

PD073 PD100** - PD045

PD077 - - PD046

PD078 - - PD048**

PD080 - - PD050

PD084** - - PD053**

PD088 - - PD055

PD089** - - PD057

- - - PD058

- - - PD061**

- - - PD063

- - - PD064**

- - - PD065

- - - PD069

- - - PD070

- - - PD072

- - - PD074

- - - PD075

- - - PD079

- - - PD082

- - - PD084**

- - - PD086

- - - PD090

- - - PD091

- - - PD097

- - - PD099

- - - PD101

*Contempla duas ou mais áreas curriculares em contextos interdisciplinares. ** Contempla duas ou mais áreas curriculares em contextos multidisciplinares. *** Os resumos correspondentes a cada uma das siglas são apresentados no Anexo desta dissertação.

Quadro 4 Detalhamento, por área curricular, das teses e dissertações presentes no subconjunto que mostrou contemplar alguma dimensão ambiental. Valores calculados considerando o número de citações de cada área curricular de resumos analisados, especificando cada um dos resumos em relação à presença da área curricular citada.


APÊNDICE D – Distribuição percentual e em número absoluto das categorias de dimensão ambiental identificadas no conjunto de teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, defendidas no período de 1998 a 2011.

Tabela 25 Distribuição percentual e em número absoluto das categorias de dimensão ambiental identificadas por resumos no

subconjunto de 101 teses e dissertações relacionadas à formação de professores de disciplinas da área de Ciências da Natureza, por ano, defendidas no período de 1998 a 2011.

ANO* DAT DA1 %DA1 DA2 %DA2 DA3 %DA3 DA4 %DA4 DA5 %DA5 DA6 %DA6 DA7 %DA7 DA8 %DA8 DA9 %DA9 DA10 %DA10

1998 6 1 0,99 2 1,98 2 1,98 1 0,99 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00

1999 4 2 1,98 0 0,00 1 0,99 1 0,99 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00

2000 10 3 2,97 2 1,98 2 1,98 1 0,99 1 0,99 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 0,98 0 0,00

2001 3 1 0,99 0 0,00 1 0,99 1 0,99 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00

2002 15 3 2,97 4 3,96 3 2,97 1 0,99 3 2,97 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1 1,98 0 0,00

2003 23 8 7,92 4 3,96 3 2,97 2 1,98 5 4,95 0 0,00 0 0,00 1 0,99 0 0,00 0 0,00

2004 17 4 3,96 5 4,95 4 3,96 2 1,98 1 0,99 0 0,00 0 0,00 1 0,99 0 0,00 0 0,00

2005 21 4 3,96 5 4.95 3 2,97 4 3,96 2 1,98 1 0,99 0 0,00 0 0,00 0 0,00 2 1,98

2006 8 3 2,97 3 2,97 1 0,99 0 0,00 0 0,00 1 0,99 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00

2007 9 2 1,98 3 1,98 2 1,98 1 0,99 0 0,00 1 0,99 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00

2008 24 7 6,93 6 5,94 4 3,96 2 1,98 3 2,97 2 1,98 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00

2009 48 11 10,89 14 13,86 7 5,94 6 5,94 5 4,95 2 1,98 0 0,00 0 0,00 2 1,98 1 1,98

2010 37 7 6,93 8 7,92 3 2,97 4 3,96 5 4.95 1 0,99 5 4,95 3 2,97 1 0,99 0 0,00

2011 37 8 7,92 7 6,93 7 6,93 5 4,95 4 3,96 2 1,98 3 2,97 0 0,00 0 0,00 1 1,98

Total 262 64 63,33 63 62,37 43 42,57 31 30,69 29 28,71 10 9,90 8 7,92 5 4,95 5 4,95 4 3,96

*Não foi observada a presença de dimensões ambientais em teses e dissertações defendidas no período de 1987 a 1997.

Legenda:

DAT: Dimensão Ambiental Total DA1: Conceito Ambiental DA2: Campo/Área de Conhecimento/Pesquisa de Caráter Ambiental DA3: Aspecto, Dimensão, Temática ou Questão Ambiental Expressa de Forma Genérica. DA4: Problema Ambiental DA5:Caráter Ambiental Presente em Diferentes Expressões Adjetivando-as ou Qualificando-as DA6: Recurso Natural DA7: Relação CTSA DA8: Elementos da Fauna e Flora DA9: Fenômeno Natural DA10: Interação Homem-Natureza


ANEXO


RESUMOS DO SUBCONJUNTO DE 101 TESES E DISSERTAÇÕES RELACIONADAS À FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE DISCIPLINAS DA ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA, RECUPERADOS DO BANCO DE TESES DA CAPES

OBS: Os resumos foram anexados conforme apresentados no referido Banco de Teses, não

sofrendo nenhuma alteração ou correção.

PD001- A TEMÁTICA AMBIENTAL E A PERSPECTIVA DO PROFESSOR DE CIÊNCIAS. - 01/09/1998 Estudou-se nesta pesquisa a perspectiva do professor de Ciências em relação ao trabalho didático com as questões ambientais, por meio da análise de depoimentos de trinta e um professores de 5ª. a 8ª. Série do Ensino Fundamental, da Rede Pública Estadual de Ensino, da cidade de Marília (SP). O exame deste material permitiu identificar elementos da visão dos professores sobre a temática ambiental no que tange: ao enfoque dado a esta temática; ao lugar que essas questões ocupam nas aulas de Ciências Naturais; aos procedimentos de ensino associados a elas e às dificuldades e barreiras para o desenvolvimento de trabalhos didáticos nessa área de conhecimento. Considerando este quadro analisado, pode-se perceber que um trabalho educacional com a temática Ambiental, que contemple uma perspectiva interdisciplinar e abrangente das questões ambientais, ocorrerá na medida em que forem repensadas a formação inicial e as ações de formação contínua de professores. O conhecimento teórico da Temática Ambiental deve estar associado a uma prática reflexiva, em que o docente seja capaz de analisar circunstâncias e aprimorar-se continuamente, se deseja-se melhorar a intervenção da escola frente a questões ambientais cada vez mais urgentes. PD002- A educação Ambiental e o ensino de ciências em escolas do ensino fundamental em Teresina-PI e Timon-MA: uma pesquisa de intervenção. - 01/11/1998 Neste trabalho buscamos oportunizar ao professor de Ciências do Ensino Fundamental uma reflexão crítica do Ensino de Ciências, bem como, a implementação de ações educativo-pedagógicas no campo da Educação Ambiental. A escolha da pesquisa-ação como opção metodológica para esta investigação partiu do princípio de que é importante a participação da comunidade envolvida na busca de soluções para as questões ambientais, ligadas ao campo das Ciências. Esta participação possibilita a construção de um projeto coletivo, educacional e cultural. Como apoio teórico principal para a pesquisa-ação na área de Educação Ambiental, optamos por trabalhar com o método criativo por ser um instrumento que possibilita a construção progressiva de uma sólida base de conhecimentos e uma visão integrada do saber e da sociedade, ampliando uma formação voltada para a cidadania. Além disso, esse método estimula e desenvolve a criatividade e a sociabilidade. Foram utilizadas várias estratégias de trabalho como: seminário, elaboração de projetos e grupos de discussão acerca dos problemas ambientais. Observamos que o trabalho desenvolvido pode dar sustentação prática as nossas hipóteses, pois provocou mudanças na atuação de professores e alunos tais como: 1) o despertar da curiosidade; 2) o estímulo à descoberta; 3) o enriquecimento do conteúdo; 4) o desenvolvimento da criatividade e, 5) a valorização do sujeito na interpretação do real. Como consequência disso verificamos um maior envolvimento da comunidade escolar a partir de um processo participativo de construção de um projeto de escola. PD003- CONCEPÇÕES DE AMBIENTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM PROFESSORES DE CIÊNCIAS: MÚLTIPLOS SIGNIFCADOS? - 01/03/1998 A CONSTITUIÇÃO DOS SIGNIFICADOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E AMBIENTE SÃO ANALISADO EM UM GRUPO DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS QUE SE INTERESSAM PELA TEMÁTICA. OS CONTEÚDOS SÃO EXAMINADOS ATRAVÉS DAS NARRATIVAS DA INFÂNCIA E DAS PRÁTICAS PESSOAIS E PROFISSIONAIS QUE SE RELACIONAM COM O TEMA. PELA ANÁLISE DO DISCURSO ENQUANTO INSTRUMENTO METODOLÓGICO BUSCA-SE COMPREENDER O MODO COMO OS PROFESSORES FALAM DE SUAS PRÁTICAS; A RELAÇÃO DOS SIGNIFICADOS COM O SABER ESTABELECIDO E COM SUAS EXPERIÊNCIAS PROFISSIONAIS E CULTURAIS. OS RESULTADOS INDICAM SIGNIFICADOS QUE OSCILAM ENTRE SENTIDOS DE AMBIENTE CONSERVADO E AMBIENTE IMPACTADO, PARA UM MESMO PROFESSOR. O AMBIENTE CONSERVADO ENVOLVE ASPECTOS AFETIVOS, CONTEMPLATIVOS E LÚDICOS. OS SIGNIFICADOS DE DEVASTAÇÃO SÃO EXPLICITADOS, QUANDO OS PROFESSORES CONSIDERAM REFLEXÕES E PRÁTICAS ASSOCIADAS COM OS


SEUS COTIDIANOS. A ARTICULAÇÃO DESSAS CONCEPÇÕES CONSTITUI-SE EM UMA REFERÊNCIA PARA SIGNIFCADOS MAIS ABRANGENTES. OS SIGNIFICADOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EMERGEM NO DISCURSO DAS PRÁTICAS PROFISSIONAIS, PESSOAIS E EXTRAPOLAM O ESPAÇO ESCOLAR. ELES SE ASSOCIAM A UMA DINÂMICA DE CONTEXTOS ESPECÍFICOS E ÀS PESSOAS ENVOLVIDAS CONSTATAM-SE: PRÁTICAS CULTURAIS ESPECÍFICAS; ENFRENTAMENTOS POLÍTICOS E INSTITUCIONAIS; ASPECTOS DE PARTICIPAÇÃO CIVIL E UM CONJUNTO DE OBSTÁCULOS RELACIONADOS COM OS CURRÍCULOS, COM A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DAS ESCOLAS; COM A NECESSIDADE DE AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTOS; DEFICIÊNCIAS NAS FORMAÇÕES PROFISSIONAIS E O ENFRENTAMENTO DE SITUAÇÕES INÉDITAS. OS PROFESSORES REVELAM QUE APRENDEM COM A PRÓPRIA EXPERIÊNCIA E COM AS INTERAÇÕES QUE SE ESTABELECEM COM OS ENVOLVIDOS. ENTRETANTO, TÊM DIFICULDADES EM IDENTIFICAR SUAS PRÁTICAS COM A EDUCAÇÃO AMBIENTAL, A DESPEITO DE QUE REVELEM ELEMENTOS SIGNIFCATIVOS PARA UM PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL. PD004- O Papel do Sistema Educacional e do Desempenho dos Professores na Determinação de Problemas no Ensino Médio de Química. - 01/12/1999 Este trabalho é um diagnóstico sobre o sistema educacional e o desempenho dos professores de química no ensino médio, bem como a abordagem dos problemas detectados nesse nível de ensino e a forma de como esses são explicados. Apresenta-se neste trabalho, meios de resolver esses problemas através dos estudos realizados por educadores brasileiros, na área do ensino de Química e Educação em geral. Em seu desenvolvimento, partiu-se da necessidade de entender o contexto educacional, pois, atualmente, considera-se que a escola sofre influências externas. Procurou-se detectar quais os reflexos que trazem as mudanças no sistema escolar e qual a reação dos educadores diante dessas mudanças. Outra razão para o estudo do sistema é acreditar que o conhecimento do seu funcionamento é importante para que os professores participem criticamente das mudanças. Para isso, dividiu-se o trabalho em quatro etapas, a saber: na primeira, fez-se um diagnóstico sobre as mudanças no sistema educacional e seus reflexos sobre a escola, através de entrevistas a órgãos governamentais e não governamentais, diretores e professores, a fim de compreender o contexto em que se insere a problemática educacional e quais as relações do professor como agente capaz de promover mudanças. Na segunda fase, ao enfocar o ensino em química, fizemos um diagnóstico sobre o discurso do professor, sobre a sua prática pedagógica, considerando conteúdos relacionados ao meio ambiente, tendo em vista os problemas ambientais regionais e a necessidade de reconhecer e aperfeiçoar metodologia de ensino em química a partir de tema social, baseando-se em experiências de educadores químicos brasileiros do movimento Ciência Tecnologia e Sociedade (CTS) e refletindo as orientações de Saviani para interpretar e atuar no contexto. Na terceira etapa, foram selecionadas duas escolas: uma no centro de Cuiabá, e outra na periferia. Fez-se uma análise metodológica, utilizando o sistema de Flanders, com a finalidade de detectar a interação professor-aluno e a influência daquele nas concepções destes sobre o ensino e o tema em questão. Na quarta etapa, desenvolveram-se atividades com alunos dessas respectivas escolas, a fim de detectar que conceitos possuem sobre o tema ambiental, se esses conceitos apresentam alguma hierarquia ou se tratam de concepções do senso comum, ou possuem alguma influência dos conceitos de caráter científicos. Através dessas etapas, pôde-se ter uma visão integrada da situação e dos problemas existentes na educação. Os estudos que fundamentam esta pesquisa, embora limitados pela complexidade dos assuntos, deixam questionamentos, mas oferecem importantes subsídios para a reflexão e o desenvolvimento de métodos que visam o preparo do aluno para formação da cidadania. PD005-O AMBIENTE E O ENSINO DE CIÊNCIAS: A FALA DO PROFESSOR COMO UM DOS ELEMENTOS DE SUA FORMAÇÃO CONTINUADA. - 01/06/1999 ESSE TRABALHO INVESTIGOU A POSSIBILIDADE DE MODIFICAR AS CONCEPÇÕES DE AMBIENTE E AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE TRÊS PROFESSORES DE CIÊNCIAS, ATRAVÉS DA FORMAÇÃO CONTINUADA POR NÓS ARTICULADA. PROCUROU-SE, ATRAVÉS DA FALA DESSES PROFESSORES, IDENTIFICAR OS FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARz ESSAS MUDANÇAS. DURANTE A FORMAÇÃO CONTINUADA INTERAGIMOS COM ESSES PROFESSORES, DE MODO: A IDENTIFICAR AS SUAS CONCEPÇÕES INICIAIS DE AMBIENTE E CARACTERIZAR AS SUAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS; MODIFICAR AS SUAS CONCEPÇÕES DE AMBIENTE TENDO COMO PRESSUPOSTOS A PROPOSTA CURRICULAR DE CIÊNCIAS (1992); A SOLICITAR QUE ELES PLANEJASSEM E EXECUTASSEM UMA ATIVIDADE SEGUNDO AS SUAS NOVAS CONCEPÇÕES. NOSSA ANÁLISE SUGERE QUE ESSES PROFESSORES


APRESENTAM UMA PRÁTICA PEDAGÓGICA SOLITÁRIA, ESTANDO ISOLADOS, TANTO DENTRO DA ESCOLA COMO EM RELAÇÃO AOS ÓRGÃOS CENTRAIS. A NOSSA AÇÃO, ENQUANTO AGENTE DE FORMAÇÃO CONTINUADA, EM PARTE REDUZIU ESSA SENSAÇÃO DE ISOLAMENTO A QUE ESSES PROFESSORES FORAM SUBMETIDOS. PD006- (DES)CONSIDERAÇÃO DAS QUESTÕES AMBIENTAIS NO ENSINO FORMAL DE CIÊNCIAS - O CASO DAS ESCOLAS DE IBIRUBÁ - 01/11/2000 O presente trabalho procurou compreender como professoras, alunos e alunas das escolas de Ibirubá percebem o trabalho que é desenvolvido na disciplina de Ciências, no que diz respeito, especialmente, aos níveis de entendimento produzidos em relação à temática ambiental. Seguindo uma linha de pesquisa qualitativa foram desenvolvidos três procedimentos básicos: coleta de dados em forma de depoimento escrito de professoras, alunos e alunas do ensino fundamental; leitura e análise dos depoimentos, com formulação de proposições, elaboração de textos preliminares e metatextos; discussão dos metatextos com uma professora participante da pesquisa. A escolha pela temática ambiental deu-se pelo fato de, em Ibirubá, a degradação ambiental ter-se manifestado muito cedo, sendo resultado da ação antrópica sobre o meio natural, pela configuração do perfil econômico na região. A pesquisa revelou que os problemas ambientais decorrem de uma certa consciência historicamente construída, voltada para a exploração e uso dos recursos naturais até a sua exaustão, satisfazendo as exigências de uma economia direcionada para o capital. O poder público, ao perceber que os problemas ambientais se agravavam, buscou enfrentá-los com algumas importantes iniciativas. A escola foi incorporada ao processo, no final dos anos setenta, através da promoção de vários cursos para professores sobre a temática ambiental e, posteriormente, através de congressos de abrangência estadual, nacional e internacional sobre o mesmo tema. Diante desse trabalho, que se estendeu do final dos anos setenta até metade dos anos noventa, esperava-se que o tema ambiente, se fizesse presente no currículo escolar do município, em especial, na disciplina de Ciências. Não foi o que a pesquisa revelou, pois o mesmo modelo econômico permanece até aqui, com pouca preocupação ambiental na prática, isto é, a educação formal não foi capaz de produzir novas consciências em relação à qualidade ambiental. O resultado do presente estudo aponta para a necessidade de se repensar o modelo de desenvolvimento vigente, cabendo à escola e a seus atores (professores-alunos-pais) conduzirem um processo de reflexão capaz de permitir a constituição de novas consciências de qualidade ambiental. Isto requer um trabalho coletivo, pois sua formação ocorre nas práticas sociais em que os sujeitos estão envolvidos. Desta forma, os sujeitos que habitam o espaço escolar, sob a liderança dos professores, necessitam implementar novas práticas pedagógicas e novos currículos, a fim de produzir um novo olhar para o contexto em que a escola se insere. A ação coletiva será possível, tão somente, quando o professor dispuser de espaço/tempo intra-escolar para a sua formação continuada em exercício, possibilitando-lhe construir um currículo próprio no contexto do seu aluno. PD007- A PRÁTICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ÂMBITO ESCOLAR: um estudo de caso, no ensino fundamental, realizado em uma Escola Municipal de Belo Horizonte. - 01/10/2000 Este trabalho, intitulado " A Prática da Educação Ambiental no Âmbito Escolar: um estudo de caso, no ensino fundamental, empreendida em uma escola municipal em Belo Horizonte", parte de uma pesquisa realizada na Escola Municipal Mestre Ataíde e tem, como objetivo principal investigar a implementação e o desenvolvimento da Educação Ambiental, enquanto Tema Transversal, na referida instituição. A opção por este objeto foi motivada, sobretudo, por três fatores: ser licenciado em Ciências Biológicas, área que adentra, com ênfase, na mencionada temática; possuir uma grande motivação pelo campo educacional, principalmente pelos conteúdos referentes às Políticas Públicas em Educação e Currículo e, finalmente, estar consciente de que a Educação Ambiental precisa ser trabalhada na escola, para formar indivíduos mais compromissados e responsáveis para com o meio ambiente. Optou-se pela pesquisa qualitativa por considerar que ela apreende, melhor, a multiplicidade de sentidos, presentes no universo escolar e, pelo Estudo de Caso, devido ao fato de ele possibilitar a realização de uma pesquisa aprofundada e criteriosa em uma instituição escolar. Foram utilizados, como instrumentos de pesquisa, a observação, as entrevistas, os grupos focais e o questionário, que, apesar de ser uma técnica quantitativa, colabora, muito, na análise dos dados qualitativos. Em todo trabalho, procurou-se estabelecer uma interlocução, constante, entre teoria e prática. Esta dissertação, foi dividida em três capítulos que mantêm, entre si, uma grande relação: Das Políticas Públicas Contemporâneas aos Temas Transver- sais; Educação Ambiental: sua inserção na área escolar e Genealogia da Escola: sua histó- ria, seus sujeitos, sua organização administrativo-pedagógica e sua prática de Educação Ambiental. A pesquisa de campo foi muito rica e, os dados coletados, podem ser, assim, sintetizados: dificuldade, evidenciada por muitos


professores, em trabalhar tanto com Projetos inovadores, que buscam romper com o tradicionalismo escolar, (tais como: O Projeto da Escola Plural, os Temas Transversais , entre eles, o da Educação Ambientasl), quanto com formas coletivas de trabalho, que requerem interdisciplinaridade e transdisciplinaridade; carência de um Projeto para a Educação Ambiental, na instituição, o que vem dificultando a sua prática efetiva; maior interesse de alguns professores de Geografia, Ciências Biológicas e Matemática para trabalhar com a Educação Ambiental: mas mesmo esses, se ressentem de uma efetiva formação e orientação, no sentido de articularem, melhor, os conteúdos das suas disciplinas com a Educação Ambiental; existência de posições diferenciadas do corpo docente sobre a prática da Educação Ambiental, sendo que uns defendem que ela deveria se transformar em disciplina, descaracterizando seu caráter interdisciplinar e outros, mais conscientes, advogam a importância de ela ser trabalhada, dentro da concepção de Tema Transversal; esforço, muito evidente, do grupo de professores, mais envolvidos com a prática da Educação Ambiental, em desenvolver atividades e projetos que articulem alunos, professores e a comunidade, tanto no âmbito da escola, quanto no seu entorno e nos bair- ros onde residem os alunos; motivação dos alunos em trabalhar, concretamente, com as atividades de Educação Ambiental, embora alguns, ainda, coloquem resistências e demons- trem falta de conscientização a respeito dos problemas que envolvem o meio ambiente.

PD008- A Educação Ambiental na Formação de Professores: um estudo de caso na PUCRS - 01/03/2000 Esta pesquisa visa descrever de que forma ocorre a Educação Ambiental no Curso de Ciências Biiológicas -Licenciatura Plena da PUCRS.Entrevistas com com professores e alunos foram realizadas e as respostas obtidas foram submetidas à análise de conteúdo. Desta análise surgiram cinco categorias que coincidem com as categorias de objetivos da Educação Ambiental: conhecimento, consciência, atitudes, habilidades e participação. Após esta análise verifica-se que para o Curso atingir a excelência na Educação Ambiental precisa observar essas cinco categorias de objetivos. PD009- CONCEPÇÕES DE MEIO AMBIENTE: UM OLHAR SOBRE UM CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - 01/09/2000 Constitui-se numa investigação sobre a concepção de meio ambiente dos alunos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Entende que o conceito de meio ambiente é muito amplo justificado pelo fato de muitas áreas do conhecimento, atualmente, fazerem desse tema o seu objeto de estudo. Busca entender, a partir de seus depoimentos, dimensões da formação desses futuros professores de Ciências e Biologia, no que se referem à questão ambiental. Elege o estudo de caso como referência metodológica, com dados qualitativos substantivos que contribuem para o desenvolvimento de uma reflexão crítica e transformadora. Os resultados indicam que as concepções dos alunos estão, em sua maior parte, inseridas numa visão em que os saberes ensinados e aprendidos em um curso que forma professores de Ciência e Biologia refletem, predominantemente, um paradigma mecanicista. Neste contexto o discurso cartesiano de meio ambiente é visto apenas unilateralmente, pelo qual aspectos biológicos, físicos e químicos prevalecem e reforçam o mito de antropocentrismo. Quanto às questões sócio-político-econômicas e culturais, estas são abordadas ainda de uma maneira incipiente. Conclui que os alunos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, futuros professores, ainda estão recebendo uma formação em que o meio ambiente é reconhecido apenas como uma área natural desassociada das relações sociais. PD010- Educação ambiental e paradigmas de interpretação da realidade: tendências reveladas. - 01/08/2000 Os professores que desenvolvem atividades de formação de educadores ambientais nos cursos de graduação de biologia, geografia e química das universidades públicas do Estado de São Paulo fundamentam-se em diferentes concepções teóricas. Esses referenciais revelam tendencialmente um quadro teórico cujos núcleos de representação podem ser organizados em tendências natural, racional e histórica. Essas tendências são analisadas por estudos e permitem afirmar que a formação dos educadores ambientais nos cursos de graduação vive um momento de transição de paradigma de interpretação da realidade. O significado desse movimento para a formação desses educadores é também analisado por este estudo.


PD011- A Temática Ambiental nas Propostas de Trabalho do Futuro Professor de Ciências - 01/12/2001 Esta pesquisa traz como foco as visões, concepções e conhecimentos de estagiários da disciplina Estágio Supervisionado quanto às relações entre o ensino das ciências naturais e a temática ambiental; as características de suas propostas iniciais de atividades de ensino, nesta área, as possíveis alterações nestas propostas e as justificativas a elas apresentadas, frutos do processo de reflexão e do desenvolvimento de suas propostas de ensino em salas de aula de ciências na escola do ensino fundamental. A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma intervenção em sala de aula da disciplina de Estágio Supervisionado de um curso de Licenciatura em Ciências Biológicas de uma Universidade da rede privada de ensino do município de São José do Rio Preto no ano de 2000, envolvendo 27 alunos estagiários, futuros professores, como sujeitos do estudo. Os dados foram coletados em três etapas: a primeira delas, a etapa diagnóstica, a partir da aplicação de dois questionários e da solicitação aos estagiários da elaboração de uma primeira versão do plano de ensino. As duas etapas subjacentes constituíram-se de três entrevistas semi-estruturadas e pela elaboração de mais duas versões do plano de ensino. Os dados analisados nos permitiram identificar as visões dos estagiários quanto ao trabalho docente e quanto ao ensino das ciências naturais e suas relações com a temática ambiental. Diferentes dimensões do ensino, tais como conhecimentos, valores, participação política e os diferentes componentes de um plano de ensino (objetivos, conteúdos e procedimentos) foram utilizados como critérios para organização e análise dos dados. PD012- O uso da abordagem aprendizagem centrada em eventos: uma experiência com o enfoque CTS no ensino fundamental. - 01/02/2001 O enfoque CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade) está fundamentado na proposição de que o ensino das ciências, além de proporcionar conhecimentos para compreender os fenômenos da natureza, também deve considerar as relações entre a ciência, a tecnologia e a sociedade. Este trabalho, situado como de intervenção no ambiente escolar, apresenta um estudo que teve como objetivo analisar as possibilidades didáticas da abordagem Aprendizagem Centrada em Eventos(ACE), para a introdução de CTS no ensino fundamental. Para possibilitar essa análise, promovemos uma reflexão sobre como atingir professores, alunos e escola, sobre a elaboração de material didático apropriado e sobre como abordar questões interdisciplinares e sua realização no ambiente escolar. A partir deste trabalho, foi possível avaliarmos a abordagem em relação aos seguintes aspectos: face às questões transversais e interdisciplinares; enquanto o seu papel na formação de professores e alunos; enquanto estratégia de ensino; frente aos objetivos da Alfabetização Científica e Tecnológica (ACT). A idéia que fundamenta esta abordagem é a de que conceitos científicos e suas aplicações tecnológicas, bem como suas relações com o social, podem ser melhor explorados se a aprendizagem dos mesmos for centrada em eventos que funcionam como um polo de integração da tríade Ciência-Tecnologia-Sociedade. O Acidente Radioativo de Goiânia foi o evento escolhido para a elaboração de um módulo de ensino, aplicado em duas turmas de oitava série do ensino fundamental. Pela sua dimensão, o acidente de Goiânia possibilita a discussão de diferentes aspectos ligados à economia, à saúde, ao meio ambiente, ao risco social e pessoal. Por outro lado, sua compreensão envolve o entendimento de questões científicas e tecnológicas da atualidade. O evento permitiu estabelecer um ambiente propício para o trabalho da dimensão científica e de suas inter-relações com a social e a tecnológica. Em relação à produção do material, para atender as exigências de ensino dentro da perspectiva de CTS, buscamos suporte em conceitos desenvolvidos no âmbito da Didática das Ciências. Para inserção da abordagem no ambiente escolar, foram definidos procedimentos que atendessem às características da ACE e o núcleo básico de disciplinas que trabalhou em conjunto a aplicação do módulo de ensino (Professores de Geografia, Português e Ciências). A aplicação se deu em duas escolas, uma da rede pública municipal e a outra da particular, em um período de dois meses, utilizando em média três aulas por semana. Como resultados pode-se destacar que a abordagem escolhida possibilitou o tratamento das várias dimensões do nosso objeto de estudo e, nos levou a enfrentar diferentes níveis interdisciplinares (Curricular, Pedagógico e Didático)e que as aplicações constituíram-se em experiências significativas para professores e alunos e para a própria escola. Acreditamos que a experiência realizada permite vislumbrar uma estratégia, que poderíamos chamar de inovação por infiltração, que pode se mostrar mais efetiva do que mudanças curriculares radicais. Um outro aspecto importante foi a articulação de conceitos desenvolvidos no âmbito da Didática das Ciências com uma metodologia geral que pode ser aplicada na produção de material para trabalhar outros eventos.


PD013- A ARTICULAÇÃO DO CONHECIMENTO QUÍMICO COM A PROBLEMÁTICA AMBIENTAL NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES - 01/04/2002 O presente trabalho traz um estudo sobre as relações da Química com os problemas ambientais, e como tais questões são tratadas nos cursos de formação inicial de professores de química. Com o objetivo de identificar e analisar ementas, conteúdos, temas, objetivos e bibliografia, segundo o enfoque químico dado aos problemas ambientais, desenvolveu-se uma pesquisa documental nos programas oficiais e planos de ensino de diferentes disciplinas de química nos currículos dos Cursos de Licenciatura em Química das Universidades Federais do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Santa Maria e da Universidade de Ijuí/RS. As relações procuradas foram analizadas tomando como parâmetro os princípios básicos da Química para o Ambiente, do programa Green Chemistry (EPA, USA). Tais princípios são orientadores de novos processos químicos em sua fonte (nível de bancada e industriais), definindo sísteses e produtos que tragam menos riscos à natureza e ao homem. Assume-se aqui que a difusão dessa concepção de ciência química e os conhecimentos dela derivados possibilitaria ir além dos temas e conteúdos escolares trabalhados pela área da Química Ambiental, caracterizada como Química do meio ambiente: restrita ao conhecer e identificar os processos químicos deste. Na análise e interpretação dos dados obtidos foram tomados ainda como referência outros aspectos, desenvolvidos por diversos autores: a crise ambiental; o desenvolvimento científico-tecnológico e a industrialização química; a formação de professores: o papel da escola e do currículo. Os dados indicam que, apesar das disciplinas dos Cursos de Licenciatura analisados oferecerem uma sólida base conceitual, ainda apresentam-se distantes da pespectiva de um ensino voltado à Química para o Ambiente. PD014-A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NOS CONTEXTOS ESCOLARES: PARA ALÉM DA LIMITAÇÃO COMPREENSIVA E DA INCAPACIDADE DISCURSIVA. - 01/03/2002 Objetiva refletir sobre as dificuldades enfrentadas pela educação ambiental dentro dos contextos escolares, a partir de dois eixos encontrados nas bibliografias concernentes ao campo da educação ambiental. O primeiro, a constatação de que a idéia da complexidade dos fenômenos ambientais, - muito citada nos documentos e bibliografia deste campo -, é uma idéia que não tem, em torno de si, um quadro teórico. O segundo, parte de uma afirmativa levantada por Mauro Grün: Estamos em dificuldade para encontrar uma linguagem ou uma abordagem que nos capacite a falar e compreender as várias dimensões da crise ecológica. A partir destes dois eixos, foi construída uma problemática em torno da limitação compreensiva e da incapacidade discursiva que as sociedades contemporâneas apresentam diante dos complexos fenômenos ambientais, problemática esta focalizada nos contextos escolares. Os dados utilizados no trabalho foram coletados em uma escola pública federal, na cidade do Rio de Janeiro, com professores e alunos do primeiro ciclo da educação básica, a partir de observações dos encontros pedagógicos e das aulas; entrevistas e vídeo-gravação de uma excursão realizada ao Jardim Botânico - uma das estratégias escolhidas para o alcance dos objetivos propostos para o trabalho de Ciências, naquele bimestre. De posse desses dados, para refletir sobre a problemática exposta anteriormente, tomou-se como apoio em elementos da teoria-método de Edgar Morin e da teoria ideológico/enunciativa de Mikhail Bakhtin, ao mesmo tempo em que buscou-se um diálogo entre os dados e os elementos das duas teorias em questão. Os resultados desta pesquisa podem contribuir para maior compreensão das questões epistemológicas e sociais que permeiam as práticas pedagógicas no campo da educação ambiental; ao mesmo tempo, espero que este estudo possa contribuir para apontar alguns caminhos que viabilizem a compreensão dos complexos fenômenos sócio-ambientais nos sistemas de ensino. PD015-A práxis ambiental e a educação escolar - 01/10/2002 A inserção da dimensão ambiental no processo educativo escolar coloca-nos diante da necessidade de desenvolver uma metodologia e produzir conteúdos para a formação em serviço de professores das séries iniciais do ensino fundamental, intervindo, de forma participativa e interativa, no processo de construção curricular. Consideramos a relação homem-natureza como parte dos processos de transformação da atualidade, no campo da cultura e na totalidade da vida societária tendo em vista a formação de uma nova consciência ecológica, assim como uma postura ética de preservação e conservação da natureza. A sustentabilidade, nessa perspectiva aparece como um desafio de buscar um ponto de equilíbrio que possa apontar para uma relação que garanta a sobrevivência humana e não degrade a natureza. Como subsídio para a reflexão sobre os conteúdos e metodologias de Educação Ambiental que considere este entendimento da relação Homem-Natureza, desenvolvemos práticas com professores da região do Seridó, nos municípios de Serra Negra, Timbaúba dos Batistas e São Fernando e no Litoral Norte do Estado, com professores dos municípios de Pedra Grande,


Caiçara e São Bento do Norte, participantes do Curso de Pedagogia, do PROBÁSICA/UFRN. Essas experiências foram pautadas pelas práticas metodológicas de construção de programa escolar através de Temas Geradores, elaborados em processo de Investigação Temática, visando a produção de conteúdo programático norteado pela ação-reflexão-ação. A análise dos avanços e problemas vivenciados nessas experiências levou-nos a destacar a presença concomitante de duas abordagens: uma sócio-histórica e outra de ciências naturais. A partir delas, procuramos estabelecer relações que explicitassem a contribuição dessas duas áreas de conhecimento para o entendimento das ligações ecológicas vivenciadas nos problemas ou conflitos sócio-ambientais e suas conseqüências para as ações e representações simbólicas dos indivíduos envolvidos no conflito. Essa forma de pensar a prática insere-se numa concepção alicerçada na dialogicidade e na problematização que emerge no processo de construção coletiva do conhecimento. PD016-A Educação Ambiental no Ensino Superior: Opção Curricular da Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná, Campus de Irati. - 01/12/2002 Este trabalho tem como objeto de pesquisa a presença da Educação Ambiental (EA) no Ensino Superior. Por ser entendida como uma prática sócio-econômica-vital-educativa, relacionando-se com todas as ações humanas. Assim entendida, é muito mais um tema que perpassa todos os momentos e espaços da vida do que um conteúdo disciplinar. A EA como prática educativa visa a aquisição de conhecimentos e a construção de valores e atitudes capazes de atuarem na proteção e melhoria do meio onde vivemos. Sua proposição como disciplina torna-se viável, desde que mantenha a meta de alterar as relações humanas frente ao Meio Ambiente. A investigação realizada destaca a importância da temática para o Ensino Superior no espaço privilegiado da formação de futuros educadores - os cursos de Licenciatura. As informações coletadas resultam de observações e de questionários aplicado para os Professores, Acadêmicos e Formados dos cursos de Licenciatura em Ciências Ensino Fundamental e de Pedagogia da UNICENTRO Campus de Irati, no Estado do Paraná. A análise das respostas dos questionários indica uma compreensão simplificada da EA, apoiada nos conhecimentos adquiridos informalmente pelos meios de comunicações. Os informantes atribuem que há falta de conhecimentos acadêmicos pela inexistência de uma disciplina capaz de preparar o profissional para a prática de EA dentro da grade curricular no Ensino Superior. Podemos afirmar também que uma parte dos acadêmicos e profissionais das Licenciaturas desconhecem os princípios legais que regem a EA e os PCNs com os temas transversais. A investigação aponta a necessidade urgente de qualificação profissional, de alternativas metodológicas e de revisar as práticas e os objetivos do Ensino Superior para superar as deficiências levantadas. Espera-se do Ensino Superior que forme profissionais coerentes e conscientes da realidade ambiental e comprometidos socialmente. PALAVRA-CHAVE: Educação - Ensino Superior - Formação de Professores - Educação Ambiental - Meio Ambiente PD017-.Temas Ambientais na Química do Ensino Médio: Visões de Professores, Licenciandos e Livros - 01/08/2002 A presente pesquisa buscou conhecer se e como os temas ambientais são abordados na disciplina de Química, através de análise dos livros didáticos e da visão de professores do Ensino Médio e de licenciandos em Química. Foram realizadas entrevistas com professores de química do Ensino Médio de escolas de Porto Alegre (RS) e aluinos dos cursos de licenciatura em Química de duas Universidades com sede também em Porto Alegre, com o intuito de perceber nos entrevistados qual a visão que têm a respeito de abordar temas ambientais na disciplina de Química para o Ebsino Médio, quais temas ambientais são considerados mais importantes, se e como é feita essa abordagem, quais os materiais utilizados para apoio pedagógico, entre outras questôes. Além disso, considerou-se importante fazer um levantamento dos assuntos ambientais tratados nos livros didáticos de Química e avaliar como eles são abordados. Foram selecionadas as três coleções didáticas de química mais utilizadas recentemente em Porto Alegre. As análises das entrevistas e dos livros didáticos tiveram como um dos referenciais as visões da relação homem-ambiente, procurando perceber quais as concepções apresentadas tanto por professores quanto por coleções didáticas. Os resultados princpais mostraram um caráter egôcentrico nas coleções didáticas analisadas, além da ausência de propostas que desenvolvessem atitudes e comportamento proambientais ou visão individual da relação homem-ambiente. Os professores, por sua vez, relataram abordagens e concepções bastante semelhantes às encontradas nas coleções didáticas, indicando uma forte influência do livro didático na prática docente. Ainda, os relatos dos alunos dos cursos de licenciatura apresentaram poucas diferenças em relação aos professores, atestando a dificuldade de abordar temas ambientais na disciplina de Química. Além desses resultados, a pesquisa sugere que haja uma


modificação conjunta nos materiais didáticos e na formação inicial e continuada dos professores a fim de integrar a abordagem da temática ambiental na Química do Ensino Médio. PD018- ASPECTOS SÓCIO-CIENTÍFICOS EM AULAS DE QUÍMICA - 01/03/2002 Esta tese consiste em quatro estudos de caso em que professores de química do ensino médio abordaram questões ambientais, políticas, econômicas, éticas, sociais e culturais relativas à ciência e tecnologia, denominadas aspectos sócio-científicos, ASC, fazendo uso do livro didático Química na Sociedade. O objetivo da investigação é analisar o processo pedagógico da abordagem de ASC, visando identificar avanços, limitações e implicações para o currículo e para o processo de formação de professores em relação aos objetivos de formação para a cidadania. No capítulo um, é apresentada revisão bibliográfica sobre: o letramento científico e tecnológico; a proposta de educação humanística de Paulo Freire; a abordagem de ASC em currículos de ciências; e processos interativos e dialógicos em sala de aula. No capítulo dois, é analisado o livro Química na Sociedade. No capítulo três, são apresentados os procedimentos metodológicos. A coleta de dados consistiu em entrevistas com os professores e alunos, aplicação de questionário socioeconômico-cultural, gravação em vídeo de aulas e uso de diário de campo. No capítulo quatro, é apresentada a análise qualitativa do estudo de caso um, no qual os ASC foram abordados sistematicamente. No capítulo cinco, são apresentadas as principais contribuições obtidas dos três demais casos. A análise evidenciou que o uso do livro Química na Sociedade, bem como a experiência no magistério foram determinantes nas diferenças observadas entre os professores na abordagem dos ASC. Apesar de todos os professores desenvolverem um processo pedagógico aquém de uma proposta de educação científica humanística, foram identificadas várias contribuições para o letramento científico dos alunos. Em conclusão, os estudos mostraram que os ASC potencializam interações dialógicas, possibilitam a introdução de atitudes e valores e podem ser configurados como elementos constitutivos dos currículos. PD019- Representações Sociais sobre a Temática Ambiental de Licenciandos em Ciências Biológicas: subsídios para repensar a formação inicial de professores. - 01/02/2003 Este trabalho teve como principais objetivos investigar as representações de meio ambiente e de Educação Ambiental (EA) e discutir as relações destas representações com as potenciais práticas pedagógicas de formandos do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UNESP de Bauru (SP). Objetivou-se também verificar o interesse e a satisfação dos formandos em relação à temática ambiental na graduação. Para a realização do trabalho, optou-se pela pesquisa qualitativa e como instrumentos de coleta de dados utilizou-se dois questionários aplicados em momentos diferentes, dados do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas de Bauru e dos Planos de Ensino, observação e entrevista, através de grupos focais. Quanto às representações de meio ambiente, predominou no grupo estudado, uma visão naturalista uma vez que este foi associado ao conceito de ecossistema. Em relação à EA, as visões predominantes nas respostas dos alunos foram as que relacionaram a EA à aquisição de conhecimentos sobre o meio e à preservação ou conservação do ambiente. A prática pedagógica sobre meio ambiente mais citada pelos formandos foi a realização de visitas ou viagens de estudos, salientando a importância do estudo do meio para se tratar a temática ambiental. Das práticas sugeridas pelos formandos, a maioria enquadrou-se no tipo inovadora, pois entre outros aspectos, incluíram temas e atividades que não fazem parte da rotina pedagógica. Apesar da maioria das práticas enquadrarem-se nesta categoria, percebeu-se uma estreita relação com a representação naturalista de meio ambiente uma vez que muitas das práticas sugeridas envolvem o contato com a natureza e abordam pouco a questão social. Verificamos também que o interesse pela temática ambiental é muito significativo para a maioria dos alunos e que este interesse foi associado principalmente à preocupação com o meio ambiente. Em relação à satisfação dos formandos quanto à abordagem da temática ambiental no curso, cerca de 50% dos respondentes não estão plenamente satisfeitos com o curso, pois consideram que deveria haver uma disciplina específica de EA, que a temática deveria ser abordada em todas as disciplinas e que as disciplinas pedagógicas não contribuíram o suficiente. O acompanhamento de um grupo de formandos em atividades do Estágio Supervisionado permitiu concluir que o mesmo não apresentou desempenho satisfatório para abordar a temática ambiental em sua prática. Apesar de um bom domínio do conteúdo e da proposta de atividades consideradas inovadoras verificou-se um despreparo de ordem pedagógica para trabalhar com os alunos do Ensino Fundamental. Tendo em vista as representações aqui identificadas, entendemos que há uma necessidade do curso repensar como as questões ambientais estão sendo trabalhadas com os alunos, no sentido de capacitá-los a introduzir, de maneira adequada, estas questões em sua futura prática docente.


PD020- A formação de professores das séries iniciais da educação básica numa abordagem ecológica - 01/10/2003 O presente trabalho discute o desenvolvimento profissional e pessoal dos professores das séries iniciais da educação básica numa perspectiva ecológica, tendo em vista fornecer subsídios para a formação destes professores, seja ela inicial ou continuada. Inicialmente considera-se a gênese e o desenvolvimento da ciência moderna, para em seguida apresentar os fundamentos da perspectiva ecológica. Considera-se neste estudo a educação municipal da cidade de Rio Manso, Minas Gerais, como um habitat ecológico. Neste município foram coletados dados sobre os professores que atuam nas séries iniciais da educação básica das quatro escolas que compõem a rede municipal de ensino e selecionados sete profissionais para o trabalho com o grupo focal. As questões norteadoras das discussões abordam os contextos da vida familiar e profissional dos participantes, especificamente as atividades, papéis e relações estabelecidas por eles nestes contextos. A análise dos depoimentos é feita utilizando-se do discurso do sujeito coletivo, onde as falas individuais são agrupadas, reunindo a do coletivo. Para esta análise, considera-se as estruturas constituintes do macrossistema: micro, meso e exossistema. O trabalho chama a atenção para a importância das transições ecológicas para o desenvolvimento pessoal e profissional dos professores.Palavras-chave: perspectiva ecológica, grupo focal, contexto, discurso do sujeito coletivo, microssistema, mesossistema, exossistema, macrossistema, transições ecológicas, papéis, atividades, relações. PD021-Interações de licenciadas, formadores e professores na elaboração conceitual de prática docente: Módulos Triádicos na Licenciatura de Química - 01/05/2003 Esta tese é uma modalidade de investigação-ação que propõe, desenvolve e investiga uma intervenção - designada por módulo triádico - na formação inicial de professores de química. Seu propósito principal é propiciar interações de licenciandos com um formador (professor universitário) e um professor do ensino médio, no contexto de uma disciplina da licenciatura. Os módulos triádicos visam promover processos de complexifcação conceitual de idéias ambientalistas e restritas sobre a prática docente em química na escola média. O módulo triádico é desenvolvido e investigado em um programa de formação docente inicial em química de uma universidade brasileira, para buscar respostas à questão central de investigação: Os módulos triádicos podem contribuir para a complexificação de idéias simplistas de prática docente, na formação inicial de professores de química? Para obter respostas os dados foram construídos e analisados com base, principalmente, em referenciais teóricos de Schön (1983), Carr e Kemmis (1988), Zeichner (1993), Porlán (1996), Tardif (2000) e (Vigotski, 1984, 1987, 1989, 2001). Nesse sentido, todas as cinco sessões do módulo triádico foram registradas em áudio, cujas transcrições permitiram construir dados concernentes à recontextualização didática do conteúdo químico e a condicionantes sociais da atividade docente escolar em química. As cinco sessões dos módulos triádicos são: 1) planejamento do módulo, que é feito através da interação entre o formador da universidade, o professor de química da escola média e o pesquisador, para definir o tratamento do conteúdo químico a ser desenvolvido no módulo; 2) relatos da vida profissional do professor de química da escola média em aula na disciplina/licenciatura; 3) simulação de recortes da prática docente concernentes ao ensino de tal conteúdo na escola média; 4) intervenções do formador universitário em relação ao respectivo conteúdo; 5) avaliação do módulo pelos sujeitos participantes. Resultados da investigação revelam que os módulos triádicos podem promover o estabelecimento de relações entre saberes teóricos e práticos concernentes à prática docente na escola média, em química. As contribuições referem-se à perspectiva da inserção do módulo triádico em programas de formação docente inicial, descrito como uma possibilidade de suplantação de idéias simplistas sobre a prática docente em química na escola média. Nesse sentido, o módulo triádico pode ser assemelhado a um practicum reflexivo num contexto de desenvolvimento proximal, que contribui para a promoção da formação inicial de professores de química. PD022-Introdução da temática ambiental na escola: para além das concepções do professor - 01/03/2003 Esta pesquisa busca aprofundamentos sobre a incorporação da temática ambiental na escola, tendo como referência os saberes do professor e suas formas de abordar os conteúdos de ensino e de coordenar as ações pedagógicas em sala de aula, como também sobre a influência das concepções e de elementos de natureza contextual e subjetiva na construção de práticas inovadoras em uma perspectiva socioambiental. O objetivo volta-se para a compreensão dos fatores que permitem, ou não, a efetivação de metodologias de ensino em sala de aula adequadas aos pressupostos da educação ambiental. A realização da pesquisa aconteceu por meio de estudo de caso da prática profissional de um professor de Biologia da rede pública de ensino, que tem uma visão diferenciada


da dimensão ambiental da educação e também mais próxima do desejável de acordo com as investigações realizadas sobre a temática. Os resultados revelam que as concepções do professor norteiam suas reflexões acerca da temática ambiental e inserem-se em sua visão de mundo construída por meio de princípios filosóficos e de vivência em diferentes contextos de formação, destacando-se sua inserção nos movimentos sociais estudantil e ambientalista. Este processo permite sua formação como educador ambiental, cujo perfil constitui-se pelo que tem força e escopo em seu pensamento em relação à educação, ou seja, suas idéias de auto-educação e de ação voltadas para a transformação da realidade. Sua formação permite a vivência de duas situações no âmbito da escola. Enquanto educador ambiental, promove ações de educação ambiental apresentando temas relevantes em sala de aula por meio de projetos e aulas temáticas, norteadas por suas concepções. Como professor de Biologia, vivencia uma crise diante da realidade da escola, por ter a referência da realidade do movimento ambientalista. Seus depoimentos e referências pedagógicas para as aulas apontam que seus saberes, amplamente construídos nos diferentes contextos de sua vida e que permeiam sua visão de mundo, não estão inseridos de forma significativa na incorporação da temática ambiental em sala de aula, por estarem em questão os fatores contextuais e os motivacionais. Tais fatores influenciam o efetivo engajamento cognitivo e colocam em evidência o papel da subjetividade no processo de ensino e aprendizagem. Por meio dos fatores contextuais, destacam-se, também, as possibilidades de leitura da complexidade estrutural, política e pedagógica da educação escolar como um dos elementos que interferem na incorporação da temática ambiental nos processos educativos formais. PD023-A Biodiversidade e o Desenvolvimento Sustentável nas Escolas do Ensino Médio de Belém, Pará, Brasil. - 01/09/2003 O objetivo deste estudo foi verificar se os conhecimentos sobre biodiversidade e desenvolvimento sustentável estão sendo socializados nas escolas da principal cidade da Amazônia brasileira e alcançam papel de destaque na formação escolar básica, de modo a auxiliar na formulação de uma consciência pública de valorização dos bens biológicos da região, levando-se em conta que nessa região a biodiversidade é uma das suas maiores riquezas e o desenvolvimento sustentável o maior alvo das políticas públicas. O trabalho foi realizado no ensino médio e analisou 10 livros didáticos e 8 propostas curriculares referentes à disciplina Biologia; ouviu ainda 24 professores e 719 alunos do 3º ano de escola públicas e particulares do município de Belém, Pará, Brasil. Os resultados mostraram que os conteúdos apresentados nos livros didáticos e recomendados nas propostas curriculares possuem características universais, desvinculadas das questões regionais, e que os conhecimentos de estudantes e professores sobre biodiversidade geral, amazônica e desenvolvimento sustentável carecem de fundamentação cientifica atualizada; portanto, não alcançam significação na formulação de uma postura voltada à conservação ambiental. Como propostas, são sugeridas: a) aproximação mais significativa da escola com os conhecimentos científicos produzidos sobre questões ambientais regionais; b) o estabelecimento de políticas públicas em nível educacional na região que priorizem essas discussões na formação dos professores. PD024-A educação ambiental nas Escolas Municipais de Educação Infantil de São Carlos - SP - 01/09/2003 Vivemos imersos numa crise ambiental decorrente do modelo de desenvolvimento adotado, sendo a Educação Ambiental (EA) um importante processo para reverter e restabelecer a sustentabilidade do meio. As políticas públicas brasileiras, a partir de 1981 garantem o direito à Educação Ambiental a todos os cidadãos, destacando a responsabilidade da escola neste processo, em todos os níveis de ensino. Dentre os diversos níveis de ensino, a Educação Infantil é o que apresenta maior escassez em materiais, cursos e trabalhos publicados na área. Neste contexto esta pesquisa objetivou conhecer a realidade das Escolas Municipais de Educação Infantil de São Carlos no que se refere à EA, identificando quem são, o que pensam e o que fazem os professores sobre Educação Ambiental, quais são os recursos e as temáticas mais freqüentemente adotadas, bem como as dificuldades e os elementos facilitadores para a inserção da EA no cotidiano escolar. O principal instrumento de coleta de dados adotado foi o questionário, devido à possibilidade de atingir um grande número de professores. Foram utilizadas também observações do dia-a-dia das escolas e os planejamentos dos professores. A partir da análise do material, identificou-se que a maioria dos professores pesquisados possui uma concepção tradicional de Educação Ambiental, associada ao ensino de Ciências, com ênfase na detecção dos problemas ambientais e, às vezes, propostas de ações de resolução dos mesmos. As temáticas de trabalho mais frequentes, assim como as práticas dizem respeito aos resíduos sólidos e à flora. A maioria dos professores trabalha a temática a partir de projetos, porém utilizam-se ainda das situações do dia-a-dia. As datas comemorativas também são ocasiões em que


trabalham com a temática, ora de forma pontual, ora inserido num planejamento mensal ou bimestral, elaborado em função da ocasião. As dificuldades para a inserção da EA na escola mais apontadas pelos professores são falta de infra-estrutura e de formação. PD025-Educação ambiental e sustentabilidade: as idéias dos alunos de um curso de Biologia - 01/02/2003 A crise ambiental é um dos grandes desafios globais da humanidade e mais que soluções técnicas, requer normalmente soluções educacionais, que se configurem em mudanças de hábitos, valores e atitudes. Diante da necessidade de profissionais "ambientalmente" formados, que interfiram de alguma maneira na qualidade do meio ambiente e nos modelos de desenvolvimento, bem como do importante papel da universidade, enquanto formadora desses profissionais, procurou-se neste trabalho pesquisar quais as percepções de alunos, formandos em Ciências-Habilitação em Biologia, sobre sustentabilidade e suas relações com a Educação Ambiental e verificar a pertinência dessa formação universitária, frente aos graves problemas que afetam a sociedade de nosso tempo. A opção de pesquisar as percepções dos alunos do último semestre do curso se justifica, visto que é a única turma que já teve contato com todas as disciplinas do currículo. A pesquisa foi realizada em duas etapas, nos anos 2001 e 2002, utilizando dois tipos de questionários estruturados, com uma questão em aberto. Verificou-se, num primeiro momento, a ausência de discussão do conceito de sustentabilidade nos meios acadêmicos. A grande maioria dos alunos (84%), em 2001, não teve oportunidade de debater o assunto em nenhuma disciplina do seu curso. Em 2002 40% também afirmaram que não. Verificou-se que os alunos têm uma visão ambígua de sustentabilidade, pois, ao mesmo tempo em que aceitam a existência de limites ao modo de vida que não seja compatível com os princípios ecológicos, ainda mantêm a crença no crescimento econômico sem limites. Constatou-se que a universidade, e em especial o Curso de Biologia, deveriam rever seu projeto político pedagógico no sentido de dar conta da formação e da capacitação de profissionais competentes, professores preparados para engendrar mudanças socioambientais. PD026-Uma Proposta Interdisciplinar de Educação, nas primeiras quatro séries do Ensino Fundamental, na Perspectiva do Desenvolvimento Sustentável - 01/10/2003 A presente dissertação contextualiza uma situação de aprendizagem e a implementação de atividades nas séries iniciais da Educação Básica sob a perspectiva do Desenvolvimento Sustentável. o tema parte da convicção de que nosso futuro e o de nossa comunidade não podem ser somente de nossa responsabilidade, mas o são de todas as forças econômicas, políticas ou culturais, o que, no entanto, não nos isenta de fazermos a nossa parte como cidadãos autônomos e conscientes de nossos atos. A conscientização de nossa co-responsabilidade em relação às futuras gerações nos obriga a ação. A educação dos estudantes para a ética e a responsabilidade devem fazer parte dos objetivos prioritários dos professores. O estudo, sob a perspectiva do Desenvolvimento Sustentável, permite que se avance nessa reflexão ao propor que a escola seja, definitivamente, escola da vida e para a vida, escola que contribua para a superação de dificuldades pessoais, sócio-ambientais, intelectuais e afetivas, com as quais o estudante se defrontará, passo a passo, em seu caminho de vida.Tendo o Instituto de Educação Ivoti como local de pesquisa, foi realizado um projeto de trabalho com os seguintes objetivos: investigar como os professores desenvolvem os conteúdos de educação sócio-ambiental para possibilitar alternativas de planejamento no processo educativo; sensibilizar os professores sobre a necessidade do Desenvolvimento Sustentável para que haja mudança de postura frente às situações que os cercam; implementar, nas primeiras quatro séries do Ensino Fundamental, um projeto pedagógico que permita uma reflexão dos alunos sobre suas atitudes na sociedade em que vivem.Na primeira parte da dissertação, a análise teórica levanta as causas da linearidade do pensamento científico. Sem a pretensão de esgotar o assunto, define e teoriza o conceito de Desenvolvimento Sustentável. Para poder situar, no atual contexto, o desenvolvimento das idéias ambientais. Igualmente lança questionamentos sobre o sentido do ensino de Ciências e de Matemática em todos os níveis da Educação Básica e traz à discussão o conceito de interdisciplinaridade e dos objetivos dos projetos de trabalho.O estudo fez uso da metodologia de pesquisa qualitativa com a aplicação de pré-pesquisa, reuniões de planejamento e análise da pós-pesquisa, com os professores envolvidos no projeto. Imbuído dos princípios filosóficos que norteiam o próprio projeto político pedagógico da Instituição em que a pesquisa se realizou, promoveram-se planos de ação no intuito de consubstanciar os projetos educativos nas diferentes séries do Ensino Fundamental. Neles estiveram envolvidos todos os estudantes dessas séries que sob a orientação de seus professores além de terem dado seus próprios depoimentos, trouxeram também os de seus pais. Em anexo, encontra-se a documentação dos recursos e dos materiais utilizados por estudantes e professores envolvidos na pesquisa.O estudo criou um significativo espaço de reflexão para os


professores e os motivou a repensarem seriamente seus próprios conceitos sobre desenvolvimento Sustentável, a ponto de mudarem suas atitudes diante da problemática, por reconhecerem a importância vital da questão, e, em conseqüência dessa mudança de posicionamento, passaram a adotar novas práticas de ensino e aprendizagem em sala de aula. É da natureza humana, e isso vale também para professores que muitas vezes se está tão fortemente arraigado na certeza de que o modus vivendi que se pratica é o único correto, tanto que a tendência mais comum de uma pessoa é de se afastar de si qualquer idéias ou tentativa externa que possa desestruturar seu modo de ver o mundo. Portanto, se a presente dissertação frutificou de tal modo eu conseguiu que um grupo maior de pessoas passasse a revisar seus conceitos antigos e assumisse a convicção de que o mundo que aí está não é necessariamente o único possível e que um outro mundo, sob premissas mais justas pode ser construído então o projeto não somente atingiu plenamente os seus objetivos, como também criou, para um grupo de pessoas, a base para o exercício da cidadania plena. PD0027-O Ensino de Ciências de 1a a 4a séries do Ensino Fundamental: desenvolvendo Temas Geradores com ênfase nos princípios do Desenvolvimento Sustentável - 01/08/2003 O presente trabalho teve a finalidade de investigar a implementação de uma proposta para a disciplina de Ciências nas séries iniciais do fundamental, a partir de temas geradores, baseada em atividades transversais para os conteúdos de Ciências, enfatizando o Desenvolvimento Sustentável de forma reflexiva e crítica, buscando a identificação de novos indicadores para o processo de ensino e aprendizagem, baseados em uma nova estrutura para a Educação em Ciências. A população alvo foi constituída de professores da rede de ensino da Região Carbonífera do Rio Grande do Sul, onde foi utilizada uma amostra de sessenta professores para a coleta de dados, que baseou em um instrumento de pesquisa, do tipo questionário, com doze questões, com o objetivo de investigar qual a posição dos professores sobre o tema Desenvolvimento Sustentável e a possibilidade de sua aplicação nas atividades diárias de sala de aula. As respostas às questões foram relevantes, pois mostraram a disponibilidade dos professores para a aceitação de novas propostas, mas também mostrou a necessidade e o desejo de uma atualização porque faltam subsídios, o que traz insegurança para um novo trabalho. Após a coleta e análise dos dados foi elaborada a proposta e aplicada na 4a série do fundamental do Instituto Estadual de Educação Vasconcelos Jardim - General Câmara - RS. O trabalho foi desenvolvido apenas na 4a série, visto que os conteúdos desenvolvidos na escola são os mesmos em todas as séries, o que varia é o enfoque e os aprofundamentos; portanto, a série escolhida faz o fechamento dos quatro primeiros anos de escolaridade. também foi relevante a participação da professora e dos alunos desta turma, que sempre mostraram interesse e disponibilidade. Ao encerrar a aplicação da proposta, podemos concluir que é viável a introdução de um novo paradigma para o ensino de ciências nas séries iniciais do fundamental, através de temas geradores com ênfase nos princípios do Desenvolvimento Sustentável, pois este torna os alunos mais críticos, preocupados com o meio onde vivem e, acima de tudo, tornam a aprendizagem significativa. PD028-Meio Ambiente: representações e prática dos professores e professoras de ciências e biologia. - 01/06/2004 O meio ambiente (MA) é representado pelas pessoas de diferentes maneiras, em função do seu contexto histórico, cultural, político, econômico. Da mesma forma, professores e professoras, na sua prática cotidiana, expressam diversas representações para trabalhar com o tema MA na escola. Logo, o questionamento a respeito da discussão sobre MA no âmbito das disciplinas da parte diversificada da grade curricular nas escolas da Rede Pública de Ensino, o papel dos professores e professoras nessa organização, as suas representações e a sua prática constituíram as razões que desencadearam esta pesquisa, cujos objetivos foram: conhecer as representações sociais de MA dos professores de Ciências e Biologia que atuam em disciplinas da parte diversificada da grade curricular; identificar as iniciativas dos professores e professoras para a Educação Ambiental (EA); analisar as relações entre as representações de MA e a representação da prática desses professores e professoras. A metodologia utilizada para a pesquisa foi qualitativa e a obtenção dos dados deu-se em três momentos. O primeiro consistiu de um levantamento junto ao Núcleo Regional de Educação de Ponta Grossa, das escolas públicas estaduais que, em sua grade curricular em vigor em 2003, possuíam disciplinas da parte diversificada específicas da área de Ciências e Biologia. O segundo constituiu de entrevista semi-estruturada realizada com 15 professores e professoras. O terceiro constituiu de um questionário respondido por outros sujeitos, dez professores e professoras de Ciências e Biologia, visando à complementação das entrevistas. Os principais resultados obtidos através da análise das entrevistas e questionários, permitiram identificar quatro tipos de representações sobre meio ambiente. A 1a representação - de entorno - dá ênfase aos elementos próximos, tudo aquilo que rodeia os espaços ocupados pelo ser humano e que necessita ser


conhecido. A 2a representação - comportamentalista moralista - relaciona-se também ao entorno, porém associado a atitudes e comportamentos diante desse meio. A 3a representação - antropocêntrica utilitarista - atribui ao meio ambiente a função primordial de prover os seres humanos. A 4a representação - naturalista - relaciona-se a ambientes naturalizados, às questões estéticas do meio. As representações associadas às iniciativas para a EA apontam para seis categorias: a naturalista prática (conhecer a natureza); a instrumental/experimental (conhecer o meio através da contextualização dos conteúdos); a vicariante (observar o meio, o entorno para aproximá-lo e torná-lo concreto); a pedagogizante moralista (conscientizar as crianças para salvar o meio ambiente); a idealista (conscientizar para mudar o comportamento e agir para preservar); e a construtivista (problematizar o meio ambiente e construir o conhecimento). De modo geral, evidencia-se a ausência do aspecto relacional do meio ambiente na fala dos professores e professoras. A grande maioria deles não consegue explicar a questão ambiental em relação aos fatores políticos, econômicos, culturais, sociais e históricos. Assim, a existência de disciplinas da parte diversificada relacionadas a meio ambiente, não traz contribuições significativas para a efetivação da EA na escola. Salvo algumas exceções, a criação de tais disciplinas está mais relacionada às determinações legais e interesses individuais de alguns docentes do que propriamente à ampliação da discussão ambiental na escola. PD029-Reforma Curricular e a Educação Ambiental no Município de Vitória da Conquista - Bahia - 01/04/2004 O presente trabalho procura analisar o processo de reformulação curricular e o desenvolvimento do tema meio ambiente nas escolas estaduais do município de Vitória da Conquista-Bahia. Ao longo do trabalho, fez-se um estudo sobre a crise humana ambiental, reforma curricular, o tema "meio ambiente", na escola, e falou-se um pouco da história da Educação Ambiental. A pesquisa nos permitiu conhecer as concepções dos professores sobre educação ambiental e como estes vêm desenvolvendo seus trabalhos, além de identificar as ações da Secretária do Estado da Bahia para a implementação dos Parâmetros Curriculares Nacionais, bem como o entendimento que os docentes possuem sobre o referido documento. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa, sendo utilizados como instrumentos para a coleta de dados as entrevistas, realizadas com professores de ciências, geografia, e diretores de escolas, além de documentos fornecidos pela Diretoria Regional de Educação-DIREC-20 e pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Os resultados obtidos permitiram conhecer discutir e avaliar as dificuldades enfrentadas pelas escolas e por professores no processo de implantação dos Parâmetros Curriculares Nacionais e do tema transversal "meio ambiente". Constatou-se a inexistência de ações efetivas por parte do governo da Bahia, no sentido de viabilizar a implantação dos PCNs, na rede estadual do município, tendo como conseqüência a não implantação da reformulação curricular, em virtude dos docentes e diretores desconhecerem na sua totalidade os PCNs e os princípios que norteiam a Educação Ambiental, evidenciando-se a necessidade de capacitar melhor os profissionais da educação para que de fato possa ocorrer o processo de reformulação curricular proposto pelo Ministério da Educação e Cultura. PD030- O tácito e o explícito: a formação de professores de Ciências Naturais e Biologia e a Temática Ambiental - 01/09/2004 O presente estudo teve como foco de pesquisa a formação inicial de professores de Ciências Naturais e Biologia e o trabalho educativo com a Temática Ambiental, pautando-se por um enfoque qualitativo. Por meio de observações, questionários, análise documental e entrevistas, em um curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, buscaram-se as perspectivas de futuros professores no contexto de sua ação docente, tendo como referência imediata o estágio supervisionado e outras atividades desenvolvidas no âmbito da disciplina Prática de Ensino. As categorias de análise foram trabalhadas partindo-se das idéias de conhecimentos e saberes discutidas por Shulman, Gauthier, Gil-Perez e Carvalho e, principalmente, com os conceitos de conhecimento tácito e conhecimento explícito propostos por Michael Polanyi. Discute-se que, para a formação inicial de professores e sua futura ação educativa, devem-se considerar não apenas os conhecimentos explícitos, mas, sobretudo, os poderes tácitos de conhecimento, de forma que os docentes, residindo (indwelling) na docência e na temática ambiental, compreendam essa temática em uma perspectiva de inclusividade, complexidade e abrangência.


PD031-A perspectiva ambiental no ensino de cerrado na prática docente de professores de ciências. - 01/02/2004 Rodrigues,M. S. C. O ensino de Cerrado na prática docente dos professores de Ciências. Dissertação de Mestrado em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais.UFU. Uberlândia-MG. 67p.Nesta pesquisa nos propusemos a investigar o ensino de Cerrado desenvolvido por professoras do ensino fundamental nas escolas públicas de Araguari-MG. Para isso, lançamos mão dos pressupostos da pesquisa qualitativa, na modalidade do fenômeno situado, cujas raízes se encontram na Fenomenologia. Assim buscamos nos discursos de quatro professoras de Ciências, elementos para compreendermos o fenômeno em pauta. Nossa pesquisa pretendeu conhecer a prática docente das professoras investigadas a partir de seus discursos e não a partir da observação direta. Os discursos nos permitiram alcançar o significado das práticas e não as práticas pura e simplesmente. Nesse sentido, avaliamos que a pesquisa fenomenológica foi adequada para a questão que nos propusemos investigar. As entrevistas, forma pela qual foram constituídos os dados, forneceram um vasto material, do qual foram extraídas as Unidades de Significado, recortes eleitos como significativos nas descrições das professoras, prosseguindo-se a análise Ideográfica, etapa em que buscamos captar o fenômeno em cada professora e a análise Nomotética que partiu do individual para o geral, permitindo agrupar as convergências e divergências, dos aspectos abordados nas descrições, o que levou-nos à estrutura geral do fenômeno, estabelecendo seis categorias e suas subdivisões, a saber: Metodologia que engloba: estratégias utilizadas, participação dos alunos, conhecimento prévio dos alunos; Fontes de informação que reúne: livros didáticos, paradidáticos, Internet; Facilidades que compreende: o interesse dos alunos e a existência de um planejamento; Dificuldades que inclui: formação inicial, falta de recursos, falta de tempo, interdisciplinaridade; Formação que trata da auto-formação e formação continuada; Ênfase do ensino que abrange: ênfase na transmissão dos conhecimentos ou ênfase na Educação Ambiental e ainda a importância de ensinar sobre o Cerrado. Contatamos que o discurso das professoras está atualizado com as novas tendências para o ensino de Ciências e que o tema Cerrado é trabalhado a despeito das dificuldades. Palavras-chave: Prática educacional ? discurso ? Cerrado PD032-A dimensão ambiental nos currículos de formação de professores de Biologia. - 01/05/2004 Trata-se de pesquisa qualitativa cujo objetivo é elucidar caminhos viáveis para inserir a dimensão ambiental em cursos de formação de professores de Biologia. A necessidade de incorporar as questões nos currículos tem sido uma constante nas dimensões entre educadores e pesquisadores da educação, que visam munir o cidadão de conhecimentos válidos, capazes de proporcionar o desenvolvimento de uma relação solidária com o seu meio. A educação ambiental surge dessa necessidade e assume o desafio de desencadear no indivíduo a tomada de consciência sobre o ambiente em crescente degradação socioambiental, com perda da biodiversidade e acelerado empobrecimento de povos, deteriorando a qualidade de vida. Diante do exposto, a inserção da dimensão ambiental nos currículos de formação de professores tem se configurado como elemento imprescindível à formação profissional de professores da Educação Básica. Com o intento de verificar alternativas que viabilizem essa inserção, a pesquisa teve como foco investigar as concepções e pr;atiças desenvolvidas pelos professores universitários no Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo ? USP, que evidenciam condições essenciais e factíveis para inserir a dimensão ambiental nos currículos e, como efeito, a implementação da educação ambiental no ensino formal. Com base no quadro teórico, foram selecionadas disciplinas que apresentaram, vocação para introduzir a referida dimensão. As concepções dos professores foram verificadas mediante entrevista transcritas e comparadas com as diversas formas de entendimento, dados os conceitos de ambienta, sustentabilidade e interdisciplinaridade. Em uma outra fase da pesquisa foi verificado em que medida a dimensão ambiental estava presente nas práticas dos professores e os prováveis efeitos na aquisição do saberes pedagógicos alinhados à formação ambiental. Os dados evidenciaram iniciativas didáticas que podem viabilizar a inserção da dimensão ambiental nos currículos. Algumas disciplinas priorizam a formação ambiental, enquanto outras priorizam a construção do conhecimento interdisciplinar. Dessa forma, sem a pretensão de concluir a pesquisa, percebo que,mesmo havendo iniciativas para contemplar as questões ambientais e as necessidade de formação profissional para as exigências atuais, é necessário um investimento na divulgação dessas iniciativas, assim como é necessário uma introdução no meio acadêmico, de uma mentalidade sobre formação profissional


PD033-ENSINO DE CIÊNCIAS: A SAÚDE, O AMBIENTE E AS RELAÇÕES CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE NA FORMAÇÃO CIDADÃ. - 01/02/2004 A construção da cidadania é viável mediante o desenvolvimento de um processo de formação que envolve diretamente uma educação comprometida com a competência de tornar o cidadão um sujeito histórico, seja individual ou coletivo. Ensinar Ciências para cidadania é trazer para o interior das discussões temas de cunho social, dos quais os alunos possam se interessar por se tratarem de assuntos que estão permeando seu cotidiano. O direcionamento de nossa pesquisa esteve pautado na proposta de ensino que oferecesse os conhecimentos necessários para a compreensão das diversas ações sociais. Este trabalho buscou investigar as práticas de professores de Ciências que possibilitassem a formação do aluno cidadão. Para tanto, realizamos um estudo de caso com duas professoras de Ciências do 2º Ciclo do Ensino Fundamental de uma escola da rede pública da cidade de Uberlândia/MG. Tal estudo ocorreu por meio da observação direta de aulas, análise de documentos escolares e entrevista semi-estruturada. Na análise das aulas, buscamos verificar a construção da cidadania no Ensino de Ciências, através dos enfoques CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade), Educação Ambiental e Educação e Saúde, como vias à formação cidadã. A pesquisa demonstrou que estes temas foram abordados pelas professoras por meio do diálogo, da reflexão, da argumentação e das discussões sobre a realidade social, relacionando-os aos conteúdos desta área, e ressaltando um trabalho voltado para a sensibilização de hábitos que levem a uma vida mais saudável, a formação de práticas que promovam menos impactos ao ambiente e uma interpretação diferenciada para a utilização dos produtos tecnológicos. Percebemos que esses elementos foram significativos para a construção da idéia de cidadania nesta escola. PD034-REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE CIÊNCIA DE ESTUDANTES DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE MUNICIPAL DE BELÉM. - 01/05/2004 Este trabalho relata uma pesquisa descritiva quanti-qualitativa realizada entre estudantes do ensino fundamental da rede municipal de Belém, com os objetivos de identificar a representação social de Ciência desses alunos, além de compreender os conteúdos e identificar as tendências de núcleo central reveladas nessas representações. A pesquisa teve como sujeitos 124 estudantes de uma escola da rede municipal de Belém, dos quais 65 encontravam-se cursando 3o ciclo e 59 o 4o ciclo do ensino fundamental. Dos 124, 52 são do sexo masculino e 72 são do sexo feminino, na faixa etária de 10 a 17 anos. Tais representações são discutidas tendo como referências teórico-metodológicas a teoria das representações sociais de Serge Moscovici, e suas teorias complementares, como a Teoria do Núcleo Central de Jean-Claude Abric. Os dados coletados através de questionários, compostos por uma questão aberta e uma de evocação livre foram analisados, utilizando-se a técnica de análise de conteúdo e de Vergès, respectivamente. A análise dos dados nos revelou a vinculação restrita da Ciência à disciplina escolar Ciências e a alguns de seus conteúdos, como corpo humano e meio ambiente, entre outros. Esses resultados nos fazem concluir que tais representações estão fortemente vinculadas à abordagem adotada pelo ensino de Ciências, ainda predominantemente prescritivo e propedêutico. Com essa conclusão evidencia-se a necessidade de incentivo à formação dos professores de Ciências, na expectativa de se viabilizar a implementação de propostas de ensino que pretendam romper, com esse modelo tradicional, como Alfabetização Científica e Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), dessa forma contribuindo para formação de cidadãos atuantes de maneira crítica e criativa em nossa sociedade. PD035-PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SEU DESENVOLVIMENTO NA ESCOLA PÚBLICA: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS - 01/09/2005 Levando-se em consideração que a maioria das escolas está desenvolvendo, ou afirma desenvolver, projetos de Educação Ambiental, quando trabalha conteúdos relacionados à temática ambiental, nesta pesquisa procurou-se identificar as concepções de Educação Ambiental de três professoras de Ciências de três Escolas Públicas de Ensino Fundamental, que elaboraram e desenvolveram projetos de Educação Ambiental, bem como caracterizar as práticas pedagógicas desenvolvidas nesses projetos. Para a coleta de dados, foram utilizados os seguintes instrumentos, entrevistas semi-estruturadas, observações das práticas pedagógicas desenvolvidas e análise documental dos projetos elaborados pelas professoras. Os resultados revelaram diferentes concepções de Educação Ambiental entre as três professoras, sujeitos deste estudo, assim como diversas características das práticas pedagógicas desenvolvidas nesses projetos, referentes à participação dos alunos e da comunidade escolar, às dificuldades encontradas para desenvolvê-los, aos procedimentos e recursos pedagógicos utilizados, bem como outras características peculiares de cada projeto.A partir da análise dos dados, pode-se indicar que faz-se necessária uma compreensão mais profunda do professor em termos do significado e da dimensão de se trabalhar com a temática ambiental por meio


de projetos, tendo em vista que a estrutura e o funcionamento das Escolas Públicas e a fragmentação do currículo escolar impõem determinados obstáculos à prática pedagógica da Educação Ambiental no contexto escolar. PD036-A Chuva Ácida na Perspectiva de Tema Social: Um Estudo com Professores de Química em Criciúma (SC). - 01/08/2005 Este trabalho trata sobre a contextualização no ensino de Química por meio de temas sociais a partir de contextos relevantes para os estudantes. Para tanto, investiga qual a compreensão que um grupo de professores de Química de Criciúma (SC) cidade comprometida pela exploração e uso do carvão possui a respeito desse contexto como possibilidade para a abordagem temática. A pesquisa foi organizada em duas etapas: a partir de uma amostra de quinze professores buscou-se identificar práticas pedagógicas em termos de uma aproximação de situações-problema cotidianas e as dificuldades que encontram para trabalhar com temas nas aulas de Química. Em um segundo momento, a partir dos resultados obtidos, foi feita uma seleção de professores para uma entrevista semi-estruturada em que se utilizou um texto que discute sobre a região Sul do Estado de Santa Catarina como área crítica nacional em termos de controle de poluição e particularmente o problema da chuva ácida na perspectiva do enfoque Ciência-Tecnologia-Sociedade (CTS) e da Química Verde. Da análise dos resultados foi possível concluir que não há, por parte dos professores, uma compreensão maior desse contexto e, de sua utilização no ensino de Química. Quanto às práticas pedagógicas do grupo de professores predominou o que se denominou de distanciamento das situações-problema cotidianas, centradas na ênfase conceitual. Essas práticas foram bem caracterizadas na etapa subseqüente da pesquisa onde, frente ao tema social apresentado através do texto a seis professores, três focalizaram o ensino de conceitos e outros três conferiram relevância ao contexto. Os resultados da pesquisa indicam que é grande o desafio para trabalhar o tema num enfoque CTS e da Química Verde, pois apenas um professor aproxima-se de uma abordagem na perspectiva de tema social. Fundamenta-se nos resultados obtidos para sugerir aspectos a serem contemplados em cursos de formação, tanto inicial como continuada, de professores de Química visando contribuir com abordagens temáticas na perspectiva de uma formação para o exercício da cidadania. PD037-Construção coletiva interdisciplinar em educação ambiental: a microbacia hidrográfica do Ribeirão dos peixes como tema gerador. - 01/03/2005 Ribeirão dos Peixes é o principal corpo d´água do município de Dois Córregos - SP e possui uma grande importância nos aspectos socioeconômico, ambiental, cultural e histórico. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), implantados em 1998, propuseram o tema ambiente como transversal e, segundo vários autores, a bacia hidrográfica, devido à sua delimitação física, representa uma temática bastante adequada para o desenvolvimento de um programa de Educação Ambiental, motivo pelo qual é hoje tratada em várias políticas internacionais como sendo a unidade ideal de manejo e gestão ambiental. O presente estudo visou à formação interdisciplinar de educadores de várias áreas do conhecimento, do terceiro ano do Ensino Médio da Escola Estadual José Alves Mira, localizada no município de Dois Córregos, SP. Para tanto, utilizando-se das orientações das metodologias da Pesquisa - Ação e complementada pelo Ensino pela Pesquisa, e empregando-se como eixo norteador das discussões a dimensão ambiental da microbacia do Ribeirão dos Peixes, o trabalho não somente proporcionou oportunidades de investigação e observação aos profissionais envolvidos, mas também permitiu a análise sobre a interpretação da interdisciplinaridade e sobre a atuação interdisciplinar dos professores das diferentes áreas do conhecimento, para o desenvolvimento da Educação Ambiental. As atividades desenvolvidas contribuíram para que os educadores refletissem sobre o tema, planejassem e atuassem com seus alunos considerando a dimensão ambiental da microbacia hidrográfica. PD038-O trabalho pedagógico dos professores do ensino fundamental no ciclo II sobre educação ambiental Recife - PE - 01/08/2005 Este estudo tem como principal objetivo compreender o trabalho pedagógico dos professores do ensino fundamental no ciclo II da rede municipal de ensino da cidade do Recife - PE sobre a educação ambiental, conforme a proposta curricular do Ensino de Ciências. Como objetivos específicos caracterizar a proposta curricular de Ciências da Secretaria de Educação do Recife, no período 2002-2004; identificar os princípios teórico-epistemológicos que norteiam o trabalho pedagógico dos professores no ciclo II em relação à educação ambiental; analisar o trabalho pedagógico dos professores no ciclo II sobre a educação ambiental. Para consecução desses objetivos utilizamos a Metodologia Interativa (OLIVEIRA, 1999), através de um estudo de caso,


usando entrevistas, com a técnica do círculo hermenêutico-dialético, questionário, observações e análise documental. A nossa amostra é composta por cinco professores do ciclo II e dois especialistas da SE/PCR. Tomamos como fundamentação teórica a reconstrução da concepção ontológica do trabalho humano e sua aproximação a teoria do agir comunicativo, em consonância com a teoria pedagógica de Paulo Freire. Os resultados revelam que o trabalho pedagógico dos professores com a educação ambiental, conforme a proposta curricular, depende do posicionamento dos professores com relação à teoria pedagógica, podendo, eles assumirem o posicionamento bancário (informador, alienador e transmissor de conhecimentos) ou crítico e emancipatório (construtor e reconstrutor de conhecimento), mesmo que no momento do encontro pedagógico os professores sejam orientados pelo entendimento. Com tal constatação, a educação ambiental é vista sob o prisma mais realista e se entende porque o impacto esperado com a sua socialização no currículo do ensino fundamental é impotente diante da velocidade da degradação global da natureza, que a simples apropriação de um conteúdo crítico, no âmbito do ensino de ciências, não é suficiente para minimizar tal degradação quando não se procura, simultaneamente, criar as condições de resolver a reificação daqueles que vão trabalhar tais conteúdos. Isto demonstra que os professores precisam se atualizar não somente em educação ambiental, mas também em uma teoria pedagógica crítica, emancipadora, problematizadora, e questionadora como a que se propõe a teoria de Paulo Freire. Propomos algumas sugestões que possam contribuir para o encaminhamento de mudanças em relação ao trabalho pedagógico sobre a educação ambiental nas escolas e, particularmente na escola pesquisada: proceder à revisão das teorias pedagógicas; promover estudos sobre a proposta curricular de ciências e a interdisciplinaridade; elaborar e implementar projetos em relação à educação ambiental com visão interdisciplinar. PD039-A prática pedagógica de professores de Ciências e suas relações com a Educação Ambiental. - 11/04/2005 O presente trabalho trata das articulações teórico-metodológicas entre o ensino de Ciências e a Educação Ambiental, tendo como objeto de estudo o enfoque ambiental desenvolvido no ensino de Ciências em escolas da rede pública de Santana do Ipanema-AL. O problema central de investigação foi o de analisar a função desempenhada pelo ambiente no ensino de Ciências, a partir das concepções de Ambiente apresentadas pelos professores desta disciplina nas referidas escolas. Assim, os objetivos desta pesquisa foram conhecer as concepções de Ambiente dos professores de Ciências das escolas estudadas e entender como as concepções analisadas influenciam as práticas pedagógicas destes professores. Para tanto, são destacadas as bases filosóficas e históricas da atual crise ambiental, relacionando o surgimento da Educação Ambiental com a preocupação da sociedade acerca de tal crise. A Educação Ambiental (EA) é abordada como perspectiva educativa contestadora da atual relação entre sociedade e natureza, evidenciando-se as possibilidades de vinculação desta perspectiva ao ensino de Ciências, a partir da função desempenhada pelo ambiente nesta disciplina escolar. Para a análise das concepções de Ambiente apresentadas pelos cinco professores participantes da pesquisa, foram tomadas como contraponto as categorias de conteúdo naturalista, antropocêntrica e globalizante, delimitadas por Reigota. No tocante à interferência que tais concepções apresentam sobre as práticas pedagógicas dos referidos professores, recorreu-se à classificação de Amaral, para a análise das formas de relacionamento entre ensino de Ciências e EA. Os resultados obtidos indicam que os professores participantes desta pesquisa apresentam concepções de Ambiente que distanciam suas práticas pedagógicas de virem a configurar o ensino de Ciências como EA, no sentido de uma reconstrução da relação entre sociedade e natureza, visando à superação da atual crise ambiental. As concepções naturalista e antropocêntrica de Ambiente apresentadas pelos referidos professores revelam que ainda persiste um reducionismo referente ao entendimento do que vem a ser Ambiente, tendo sido recorrente sua definição, por parte dos professores, a partir apenas de pressupostos ecológicos. No que diz respeito à apropriação didático-pedagógica do ambiente na educação científica, verificou-se uma correspondência entre as concepções de Ambiente, o entendimento dos professores sobre a EA e a forma como os docentes pensam a inserção desta no ensino de Ciências. Por conseguinte, nas práticas pedagógicas de todos os professores participantes deste estudo, é possível encontrar a Educação Ambiental ainda de forma diluída no ensino de Ciências, reduzida ao ensino da Ecologia, quer como atividade paralela, quer como apêndice da educação científica.


D040-A Educação Ambiental no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Uberlândia na percepção dos recém-formados. - 01/03/2005 A problemática ambiental contemporânea tem despertado a atenção de muitos países para os atuais fundamentos que sustentam o trajeto da espécie humana sobre a Terra. A crise ambiental tem provocado reflexões, causando a sensação de que optamos por caminhos que nos conduziram, até o presente momento, à destruição das condições de sobrevivência no planeta. Neste contexto, a Educação Ambiental vem recebendo, nas últimas décadas, uma atenção de caráter científico, provocando maior mobilização social. O sistema educativo tem sido eleito como um segmento essencial na luta pela preservação do presente e do futuro do planeta. Desde abril de 1999, o Brasil passou a possuir uma legislação ambiental que dispõe, entre outros, sobre a dimensão ambiental nos programas de formação de professores. Esta pesquisa buscou perceber qual a ênfase dada para a Educação Ambiental nos cursos de formação inicial de professores visto que se trata de um tema transversal e, portanto, deve ser tratado por todas as disciplinas. Entretanto, as limitações diante de uma pesquisa tão abrangente, nos conduzem à abordagem de apenas um desses cursos. Assim, escolhemos o de Ciências Biológicas, ministrado na Universidade Federal de Uberlândia. A fim de alcançar resultados mais esclarecedores que mero levantamento de disciplinas afins, optamos pelo método fenomenológico que busca a compreensão do fenômeno através da experiência vivida, ou seja, do retorno ao mundo vivido. Os participantes da pesquisa foram recém-formados do curso de Biologia que cursaram a modalidade Licenciatura. Os participantes da pesquisa foram solicitados a discorrer sobre a seguinte questão geral: Qual foi a atenção dispensada à Educação Ambiental em seu curso? Em que momento isso ocorreu? De que forma? Após a coleta de dados, passamos às etapas de transcrição e análise, segundo o método apresentado anteriormente. Primeiramente realizamos a análise Ideográfica que acontece em nível individual. Logo a seguir, realizamos a análise Nomotética que ocorre em nível geral, aproximando e distanciando os sujeitos participantes a fim de compreender o fenômeno como um todo. Os resultados deste estudo revelaram que, apesar de não aparecer na grade curricular do curso, a Educação Ambiental vem ocupando alguns espaços a partir da iniciativa de alguns professores e alunos. A formação de um núcleo de Educação Ambiental, bem como a ocorrência da temática no PET e na Semana Científica são indícios dessa presença no curso. Outra constatação é que a Licenciatura aborda mais o tema que o Bacharelado. Os entrevistados, ao contrário do que orientam os educadores ambientais, defendem a inclusão de uma disciplina de Educação Ambiental no curso. Embora estas mudanças estejam ocorrendo, no modo de ver dos recém-formados, o curso tem como foco principal a pesquisa ligada aos conteúdos das disciplinas específicas e encontra-se distante de um tratamento adequado para a Educação ambiental. PD041- Atividades de Campo no Ensino das Ciências: investigando concepções e práticas de um grupo de professores - 01/03/2006 O ensino das ciências deve favorecer a aprendizagem significativa de conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais. Para tanto, o uso de diversas modalidades didáticas possibilita diferentes caminhos que conduzam ao aprendizado, envolvendo estudantes com interesses variados. Nesse sentido, as atividades de campo constituem uma modalidade didática importante, uma vez que permitem explorar conteúdos diversificados, motivam os estudantes, possibilitam o contato direto com o ambiente e a melhor compreensão dos fenômenos. No entanto, para que sejam eficazes, é imprescindível que sejam bem preparadas e adequadamente exploradas. Dentro dessa perspectiva, esse trabalho teve por objetivo identificar e problematizar como um grupo de professores insere a Visita Científica à Bacia Hidrográfica do Rio Itaqueri, promovida pelo CDCC/USP, em sua prática pedagógica, visando discutir o papel das atividades de campo como modalidade didática no ensino das ciências. Procedeu-se a uma análise da proposta da visita, que apontou um forte enfoque para a temática ambiental. Um grupo de monitores foi entrevistado, procurando analisar o que estes esperavam dos professores e alunos que participavam da atividade. Por fim, sete professores, usuários freqüentes da visita, também participaram de uma entrevista, além de preencherem uma ficha que possibilitou a caracterização dos envolvidos. Os dados foram analisados qualitativamente, procurando investigar aspectos como a motivação dos professores para a realização de atividades de campo, a forma como as exploram em sala de aula, as dificuldades com as quais se deparam para realizá-las, e suas sugestões para melhoria da visita em questão. Notou-se predomínio do uso de atividades de campo para ilustração e/ou complementação de conteúdos conceituais abordados em sala de aula, com reduzida interação entre os diferentes componentes curriculares. Além disso, são pouco exploradas em programas de Educação Ambiental, havendo divergências entre as expectativas dos professores e a proposta da visita promovida pelo CDCC. Nesse sentido, apontou-se a necessidade de um roteiro mais maleável para a visita, de formação do professor para explorar


as atividades de campo de maneira diversificada e não restrita aos conteúdos conceituais, além de uma adequada formação dos monitores que acompanham essas visitas. PD042-Educação ambiental: concepções e práticas de professores de ciências do ensino fundamental - 01/03/2006 A partir da década de 1980, uma revisão das Ciências e de seu ensino tem proporcionado um campo mais fértil para debates sobre o meio ambiente. É nesse contexto que a Educação Ambiental e o Ensino de Ciências podem contribuir, tanto para o ensino formal quanto em atividades do ensino não-formal. Numa perspectiva de reavaliar como as questões ambientais são tratadas no Ensino de Ciências, enquanto possibilidade de formar indivíduos conscientes e aptos a exercerem a cidadania, este trabalho tem por objetivo identificar as concepções e práticas pedagógicas dos professores de Ciências no que se refere à Educação Ambiental no ensino fundamental, fazendo emergir de seus respectivos discursos as possíveis contribuições do ensino de Ciências para uma tomada de consciência quanto às questões sócio-ambientais. Para tanto, participaram dessa pesquisa onze professores de Ciências do Ensino Fundamental, de 5ª a 8ª série de cinco escolas da rede pública de um Município do estado do Paraná. Nesta perspectiva foram resgatadas as experiências que marcaram o processo de escolarização, formação profissional e prática pedagógica dos professores de Ciências, com especial atenção para as questões ambientais tratadas na trajetória de vida de cada entrevistado. É fácil perceber que muitos dos entrevistados enfatizam o meio ambiente como sendo a natureza, o local onde se vive e donde se extraem recursos, assim, retrata o meio ambiente numa visão antropocêntrica, cuja origem se deu na ética antropocêntrica humanista e no pensamento cartesiano, que situa o homem fora do ambiente natural. Em grande parte das respostas, as concepções de Educação Ambiental dos entrevistados baseiam-se em conceitos ou informações que comumente se apresentam desvinculadas de uma proposta de trabalho que contribua para a formação de cidadãos críticos, aptos a construírem conhecimento por meio de mudança de valores e de uma postura ética diante das questões ambientais. A análise e interpretação dos resultados evidenciam que a Educação Ambiental será, efetivamente tratada com a relevância que ela merece quando atingirmos, como professores de Ciências, compreensão e consciência constantemente renovadas das relações interdisciplinares dos vários campos do saber. Isto requer compromisso de refletir sempre sobre nossas concepções, atitudes e práticas pedagógicas em sala de aula. PD043-A CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA DO CAMPO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA ANÁLIES TEXTUAL DA PRODUÇÃO DE SENTIDOS DE LICENCIANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - 01/04/2006 O OBJETIVO DESTE TRABALHO É IDENTIFICAR QUAIS OS SENTIDOS CONSTRUÍDOS PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL POR UM GRUPO DE LICENCIANDOS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DURANTE UMA DISCIPLINA QUE TEVE COMO OBJETIVO A ELABORAÇÃO DE UM CURSO PARA PROFESSORES EM EXERCÍCIO. COM BASE NUM QUADRO TEÓRICO-METODOLÓGICO IDENTIFICADO COM A ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO BUSCAMOS RELACIONAR ESTES SENTIDOS PARA EA ÀS CONDIÇÕES DE SUA PRODUÇÃO, EM PARTICULAR, ÀS DEMANDAS DA SITUAÇÃO DISCURSIVA ONDE ESTES SENTIDOS SE CONSTROEM E À NATUREZA HETEROGÊNEA DOS DISCURSOS SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL QUE CONSTITUEM O DISCURSO DOS SUJEITOS DE NOSSA PESQUISA. REVISÕES DA LITERATURA DO CAMPO DA EA PERMITIRAM A CARACTERIZAÇÃO FORMAÇÕES DISCURSIVAS QUE IDENTIFICAM SABERES E PRÁTICAS EM EA DE FORMA POLARIZADA: O CONSERVACIONISMO E ECOLOGISMO. ANÁLISES DE INTERAÇÕES DISCURSIVAS ENTRE O GRUPO DE LICENCIANDOS AO LONGO DA DISCIPLINA FORAM VIDEOGRAVADAS, ORGANIZADAS NA FORMA DE MAPAS DE EVENTO PARA POSTERIOR SELEÇÃO E TRANSCRIÇÃO DE EPISÓDIOS, E ANALISADAS COM DESTAQUE PARA ELEMENTOS DAS NARRATIVAS CONVERSACIONAIS, DA INTERTEXTUALIDADE MANIFESTA. OS RESULTADOS REVELARAM TENSÕES ENTRE A PROPOSTA DA DISCIPLINA, IDENTIFICADA COM PRINCÍPIOS CONSERVACIONISTAS, E QUESTIONAMENTOS PROPOSTOS POR ALGUNS LICENCIANDOS, QUE SE APROXIMAVAM A IDÉIAS RELACIONADAS AO ECOLOGISMO. OS PRINCIPAIS SENTIDOS CONSTRUÍDOS PELOS LICENCIANDOS PARA A EA VINCULAM-SE PRINCIPALMENTE: (I) ÀS RELAÇÕES ENTRE A EA E A ECOLOGIA (BIOLOGIA), (II) A QUESTÕES POLÍTICAS E ECONÔMICAS SUBJACENTES À PROBLEMÁTICA DO CONSUMO E (III) ÀS POSSIBILIDADES DE CONSIDERAR O HOMEM COMO PARTE (OU NÃO) DOS ECOSSISTEMAS. VIMOS TAMBÉM QUE O GRAU DE IDENTIFICAÇÃO DESTES LICENCIANDOS COMO EDUCADORES AMBIENTAIS É DIVERSIFICADO E DEPENDENTE NÃO SÓ DAS OPORTUNIDADES OFERECIDAS PELA DISCIPLINA EM QUESTÃO COMO TAMBÉM POR


EXPERIÊNCIAS ANTERIORES E PARALELAS À DISCIPLINA EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL. CONCLUÍMOS QUE AS DISPUTAS INTERNAS AO CAMPO SE REFLETEM NA PRÁTICA DISCURSIVA ANALISADA DA MESMA FORMA QUE ESTA PRÁTICA TENDE A MANTER ESTAS LUTAS NA MEDIDA EM QUE OFERECE POUCO ESPAÇO PARA ESTE DEBATE E ARTICULAÇÃO. PD044- A FORMAÇÃO DE VALORES ESTÉTICOS EM RELAÇÃO AO AMBIENTE NATURAL NAS LICENCIATURAS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA UNESP - 01/09/2006 A pesquisa analisa a formação de valores estéticos em relação aos ambientes naturais nas Licenciaturas em Ciências Biológicas da UNESP, e suas implicações nas motivações do agir e do pensar dos futuros professores graduados por dois Campi dessa instituição, além dos significados construídos por professores e alunos sobre os ambientes naturais que podem advir da formação desses valores . A semiótica de Charles Sanders Peirce orientou a análise dos dados, no tocante aos valores sugeridos nas respostas dos sujeitos entrevistados. Baseando a discussão dos resultados obtidos em pressupostos filosóficos sobre a estética, verificou-se que as Licenciaturas em Ciências Biológicas analisadas são espaços que oportunizam a formação de valores estéticos considerando principalmente sua relação com as aulas de campo desenvolvidas em ambientes naturais pouco perturbados, e com os valores e crenças pessoais dos professores de Ecologia sobre esses ambientes. No entanto, os dados revelaram que em se tratando de abordagem metodológicas, os professores de Ecologia, bem como os futuros professores, tendem a valorizar critérios científicos e objetivos, demonstrando certo constrangimento na inclusão da dimensão estética em suas práticas docentes. PD045-O projeto de EA "Aprendendo com a Natureza" como ponto de partida para uma ação formativa de professores do ensino fundamental - 01/06/2007 O objetivo desta pesquisa foi investigar, junto aos professores de quartas séries do Ensino Fundamental da Região de Bauru, envolvidos no projeto "Aprendendo com a Natureza", quais eram suas necessidades e dificuldades para trabalhar as atividades de educação ambiental propostas no material didático que utilizavam em suas aulas de Ciências (livro "Aprendendo com a Natureza"). Mediante a aplicação de questionários obteve-se o perfil daqueles professores, bem como algum conhecimento sobre as suas expectativas com relação à educação ambiental e à proposta do projeto do Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas do Estado de São Paulo, responsável pela distribuição daquele material didático que substituiu em algumas escolas públicas municipais e estaduais o livro didático utilizado nas 4as séries. Detectaram-se ainda as dificuldades apontadas pelos professores com relação ao uso do livro e ao desenvolvimento das atividades voltadas para a educação ambiental nele proposto. Em vista destes resultados foi realizada uma intervenção, com o intuito de através de uma atuação conjunta investigar e selecionar coletivamente os temas a serem trabalhados com os professores para que se sentissem mais seguros com relação aos conteúdos e àsatividades práticas a serem desenvolvidas, ou seja, com relação às suas práticas pedagógicas. Iniciados em maio de 2005, foram realizados dez encontros de 8 horas cada, no Escritório de Desenvolvimento Rural da CATI de Bauru (SP), com a participação de 30 professores e 15 engenheiros agrônomos provenientes dos 15 municípios participantes. Observou-se, ao final do processo, que os educadores puderam ampliar os seus conhecimentos específicos relativos aos temas que foram abordados de forma crítica e reflexiva, e experimentar novas práticas educativas em suas salas de aula e nas atividades de campo, inspiradas nas experiências vivenciadas durante os encontros. PD046-Biotecnologia e meio ambiente: representações sociais de professores de ciências - 01/03/2007 O objetivo desta pesquisa foi explorar e analisar as Representações Sociais de Professores deCiências sobre a Biotecnologia e Meio Ambiente. Participaram como voluntários 55professores de Ciências da Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo. Foi construído eaplicado um questionário contendo 28 questões, cujas dimensões envolveram: a) identificaçãodos professores, idade, sexo, tempo de magistério, instituição de formação e o ano deconclusão da graduação, local onde leciona, em que séries e períodos; b)RepresentaçõesSociais sobre Biotecnologia e Meio Ambiente, conhecimento e opinião sobre BiotecnologiaMeio Ambiente e suas fontes de informações e c)Representações do PCN de Ciências -MeioAmbiente, e espaço para manifestações pessoais As respostas dadas às questões abertas foramanalisadas pela Técnica de Análise de Conteúdos e as categorias foram expressas emporcentagens, assim como as respostas dadas às questões fechadas. Utilizou-se a análiseestatística do qui quadrado para as análises das significâncias das diferenças


entre asfreqüências das respostas.Dentre os principais resultados que podem ser destacados, há necessidade de divulgação eesclarecimento aos professores sobre o que é a Biotecnologia e suas aplicações e sobre aformação do professor, mencionando a necessidade de capacitação ou orientações técnicas,como os assuntos relacionados à Biotecnologia, pois os professores e alunos necessitam derecursos e de fontes científicas seguras de informações, para que possam ter uma discussãoreflexiva sobre o tema Biotecnologia.Em sua formação acadêmica, os professores receberam somente a transmissão deconhecimento e não aprimoraram sua didática e metodologia de ensino ao longo da suapratica docente. Os professores precisam articular e inovar conhecimentos e metodologiasindividual e coletivamente para melhor atender à sua prática pedagógica.É importante que o professor atualize constantemente o seu conhecimento, para quehaja entendimentos e conhecimentos sobre de que maneira a ciência pode auxiliar e intervirno processo de ensino, que permita tratar de temas inovadores e atuais de forma crítica econstrutiva. Os resultados desta pesquisa demonstram que, entre as aplicações daBiotecnologia a Representação Social dos transgênicos e a clonagem são os temas que osprofessores mais têm abordado.Nas Representações Sociais dos professores sobre o tema abordado, análise dosresultados ficou muito prejudicada, pois havia freqüente justificativa, pela falta deconhecimento científico e pela falta de informação quanto à segurança e a ética, em que elesdescrevem sua preocupação sobre as conseqüências da Biotecnologia no futuro. Observa-seque os participantes não conseguiam expressar seus conhecimentos sobre Biotecnologia, etambém não houve tempo hábil para usar outros recursos que levassem os participantes, aexpor, de maneira mais clara, os seus conhecimentos sobre a Biotecnologia, pela falta declareza nas respostas e por não responderem às justificativas, o que prejudicou muito adiscussão dos resultados. PD047-A temática ambiental, o processo educativo e os temas controversos: implicações teóricas e práticas para o ensino de física - 01/01/2007 Nesse trabalho, julgamos relevante tentar compreender as causas da temática ambiental a partir dos principais aspectos que fundaram e alicerçaram a visão de mundo moderna. Ao considerar as reflexões e as diferentes sínteses que procuram entender a emergência da temática ambiental, podemos constatar que algumas se apresentam com grande significado para as nossas práticas educativas. Dentre as implicações concretas para o ensino de Física, ponderamos relevantes as propostas metodológicas educativas que consideram a possibilidade de abordar aspectos da temática ambiental a partir dos temas controversos diretamente relacionados com a Ciência e a Tecnologia. Contudo, as propostas de ensino de Física, em geral, não abordam concretamente os aspectos relativos à temática ambiental a partir dos temas controversos. As críticas direcionadas ao ensino de Física apontam para um ensino exclusivamente voltado aos aspectos conceituais da Ciência. A partir dessas considerações teóricas formulamos a questão central que nos orientou: Qual o significado de conhecimento e, especificamente, de conhecimento escolar, presente nas propostas e práticas de ensino dos estudantes de licenciatura em Física que consideram aspectos da temática ambiental a partir de temas controversos? Os procedimentos de coleta e análise de dados desse trabalho estão fundamentados em abordagens de natureza qualitativa. A partir de uma intervenção junto às disciplinas Prática de Ensino e Estágio Supervisionado de Física I e II coletamos os dados desta pesquisa. Dentre os resultados obtidos, destacamos que as experiências escolares que os futuros professores de Física vivenciaram ao longo dos seus processos formativos são um dos principais fatores e um dos mais significativos em seus processos de construção de conhecimentos sobre a Física e ensino de Física. Além disso, o conhecimento de Física e de ensino de Física que o estagiário explicita em sua prática educativa é praticamente uma reprodução daquele processo que ele já vivenciou na formação escolar. Constatamos que as práticas de ensino de Física transmitem pesquisas que tiveram êxito, que estão isentas de erros, impasses ou descontinuidades. Essa é uma importante crítica à didatização do conhecimento, pois ela contribui para construir a imagem de uma Ciência sem rupturas e conflitos. Também observamos que grande parte dos estagiários apresentaram algumas dificuldades em construir e realizar atividades de ensino mais articuladas com temas de natureza controversa. Todavia, a temática ambiental é vista pelos estagiários como uma possibilidade concreta de tratamento de temas controversos. Por fim, a sistematização e análise dos dados oferecem elementos que nos permitem inferir que não há, por parte dos estagiários, um entendimento mais amplo do significado da temática ambiental. Vários estagiários não se identificam com o trabalho educativo com aspectos da temática ambiental. Enfim, a temática ambiental traz questionamentos importantes para nossas práticas de ensino. A partir dela somos levados a repensar as finalidades de nossas atividades pedagógicas e a refletir sobre o lugar do conhecimento na escola. Nesse sentido, o conhecimento escolarizado é colocado como resultado da prática humana e não


apenas o resultado final do conhecimento científico. A temática ambiental renova nosso olhar em relação às nossas concepções de conhecimento e conhecimento escolar. PD048-AS QUESTÕES AMBIENTAIS E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NOS CURSOS DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E GEOGRAFIA EM DUAS UNIVERSIDADES DE MATO GROSSO DO SUL - 01/02/2007 O surgimento do homem moderno, a organização em sociedade, o constante aumento populacional, o aparecimento de novos costumes criaram novas necessidades e concorrem para as grandes devastações que extenuam os recursos da Terra. Esse cenário constitui-se num desafio propulsor de uma revolução cultural que discute, descobre e sugere conceitos e práticas de sustentabilidade para a espécie humana. A Educação Ambiental (EA) deve fornecer instrumentos para a sociedade ampliar discussões e concretizar ações em relação às questões ambientais. Essa pesquisa, vinculada à linha Práticas Pedagógicas e Formação Docente, foi realizada com os professores e alunos dos últimos anos dos cursos de Ciências Biológicas e Geografia de duas Instituições de Ensino Superior (IES) do estado do Mato Grosso do Sul. Buscou-se identificar as concepções de meio ambiente trabalhadas nesses cursos, suas implicações na formação docente e as possíveis relações com a prática em EA dos futuros professores. Para tanto, foram aplicados questionários aos alunos do último ano desses cursos, visando: (a) identificar os professores que, segundo eles, melhor trabalharam a problemática ambiental; (b) levantar as concepções desses alunos sobre as questões relacionadas à EA e ao Meio Ambiente, e (c) identificar a contribuição do curso em sua formação para trabalhar o tema Meio Ambiente na educação básica. Os docentes mais citados foram entrevistados e os dados resultantes das respostas dos alunos aos questionários, categorizados e analisados com vistas aos objetivos da pesquisa. Os resultados indicaram que as questões ambientais estão de certa forma, incorporadas ao currículo dos cursos focalizados. Entretanto, constatou-se, também certa fragilidade no que se refere aos subsídios teóricos e práticos que realmente favoreçam à formação de professores para trabalhar a EA na escola básica, assumindo teórica e praticamente o seu caráter crítico e transformador. Fica, portanto, evidente a necessidade de uma revisão da abordagem das questões ambientais, nas universidades focadas principalmente na formação de professores com vistas a atender as atuais exigências que se colocam para essa área da educação. PD049-Biocidadania: uma proposta de projeto em Educação Ambiental que possibilita o diálogo entre disciplinas do Ensino Médio. - 01/08/2008 A natureza interdisciplinar e sua importância na concretização da EducaçãoAmbiental (EA) diante dos complexos problemas sócio-ambientais atuais fizeramnoselaborar e experimentar um projeto de EA que possibilita o diálogo entrediferentes disciplinas no primeiro ano do ensino médio. O projeto, produto destadissertação, foi pautado na lógica emancipatória e na busca do saber ambiental,valores fundamentais na formação da cidadania plena almejada pela educação.Inicialmente buscamos investigar, nas escolas onde atuamos nos Estados de MinasGerais e do Rio de Janeiro, as dificuldades e possibilidades percebidas pelosprofessores na concretização da interdisciplinaridade, através de questionárioinvestigativo e entrevista, visando à construção de um projeto passível de efetivação.As dificuldades apontadas na pesquisa foram principalmente, a falta de tempo e deapoio técnico e pedagógico, o aumento da carga de trabalho e da responsabilidade,a pouca motivação e/ou interesse dos alunos, a falta de motivação devido à baixavalorização profissional, dificuldade conceitual, ou seja, incompreensão do que sejaum trabalho interdisciplinar, a falta de planejamento e de formação continuada e adificuldade de trabalho em equipe. Esta investigação firmou o Centro CenecistaEducacional de Muriaé (CCEM) como palco do projeto, por apresentar um grupo deprofessores que já trabalhava em equipe e pelo apoio pedagógico e institucionalpossibilitados por esta Escola. O projeto foi elaborado e desenvolvido por um grupode professores das disciplinas Biologia, Química, História e Ética. O contexto daenchente ocorrida em Muriáe, provocada pela ruptura da barreira de contensão dedejetos de bauxita da Mineradora Rio Pomba-Cataguases, trouxe-nos o tema, aceitoamplamente pelos alunos, pois, foi vivenciado por eles, que escolheram o nomeBiocidadania para o projeto. Utilizamos pré e pós-teste para conhecer asconcepções prévias dos alunos e traçar um paralelo com aquelas construídas após aconclusão do Biocidadania. Para completar nossa investigação colhemos também asimpressões dos alunos sobre sua participação e a de seu grupo no projeto e asaprendizagens que estes perceberam durante o mesmo. Os resultados obtidosdemonstraram que os alunos amadureceram algumas concepções e construíramoutras, além de apresentarem um ganho atitudinal observável e a incorporação dealguns valores de suma importância na construção de uma melhor relação com omeio ambiente. Portanto, neste trabalho é apresentada uma estratégia metodológicapara trabalhar a EA de forma interdisciplinar com algumas recomendações sem a pretensão de que sejam.


PD050-Ensino de Ciências e Educação de Jovens e Adultos: concepções e práticas pedagógicas. - 01/07/2008 Esta pesquisa tem por objetivo identificar as estratégias adotadas na prática docente em Ciências, considerando a construção de um princípio pautado no diálogo, que valorize a participação dos diferentes atores presentes no contexto escolar. Os eixos vida e meio ambiente e ser humano e saúde, que abordamos nesta dissertação, surgiram como uma linha orientadora do projeto pedagógico das duas escolas públicas do Programa de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (PEJA/SME-RJ). Foram selecionados onze professores de Ciências que desenvolveram suas práticas docentes na Educação de Jovens e Adultos (EJA), buscando uma concepção que atenda à realidade local e aos interesses dos alunos. Nesse sentido, os estudos iniciaram com as seguintes questões: Quais são as práticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores de Ciências, ao abordarem o meio ambiente e saúde como tema transversal na EJA? Tais práticas procuram estabelecer o diálogo entre os conhecimentos trazidos pelos alunos para a escola e os conhecimentos científicos? Para a orientação metodológica deste estudo optamos por uma abordagem qualitativa de pesquisa, com entrevistas semi-estruturadas e registro das observações em diário de campo. Os temas Educação Ambiental e Educação em Saúde desdobram-se em dimensões que se expressam nesse trabalho a partir do ensino de Ciências e caminham em direção à interdisciplinaridade. Focalizaram-se, nesse estudo, três dimensões significativas que emergiram da observação e análise da pesquisa desenvolvida a partir das representações iniciais dos professores entrevistados sobre a concepção de Educação Ambiental. Identificaram-se três dimensões que emergiram da análise desenvolvida: 1ª dimensão: A Educação Ambiental como processo de construção coletiva; 2ª dimensão: A Educação em Saúde e sua prática sociocultural e; 3ª dimensão: Formação docente como processo reflexivo do desenvolvimento profissional. A pesquisa destaca a valorização das concepções prévias no ensino de Ciências na Educação de Jovens e Adultos e uma demanda por um processo de formação continuada que privilegie a articulação entre teoria e prática. PD051-Educação Ambiental em aulas de Química em uma escola pública: sugestões de atividades para o professor a partir da análise da experiência vivenciada durante um ano letivo - 01/01/2008 A presente dissertação se refere a um trabalho desenvolvido com alunos da 1ª série do Ensino Médio, visando incorporar uma abordagem ambiental ao ensino de Química. Em tal abordagem procurou-se trabalhar elementos que favorecem uma percepção sobre meio ambiente que incluíssem aspectos sociais, culturais, econômicos, políticos, éticos etc. O trabalho foi desenvolvido em 2006 em uma escola pública situada numa cidade do Distrito Federal, a qual convive com diversos problemas ambientais. Nesse sentido, o objetivo da presente dissertação se constituiu na elaboração e aplicação de um projeto de educação ambiental e realização de um estudo exploratório do mesmo, visando à proposição de sugestões de atividades para professores de como trabalhar abordagem ambiental em aulas de Química. Para isso, analisaram-se percepções de alunos a respeito das influências do projeto e suas concepções sobre meio ambiente. A investigação foi feita por meio da aplicação de questionários e entrevistas a alunos ao final do referido ano. Pôde-se verificar que trabalhar educação ambiental no ensino de Química é um desafio. Apesar das respostas dos alunos fornecerem indicadores positivos, muito há o que fazer. Todavia, erros e acertos possibilitaram esboçar uma nova proposta para auxiliar a reflexão que favorecesse uma educação ambiental em aulas de Química. Nela, as conclusões apontaram para necessidade de mudanças nas concepções acerca do ensino por meio de uma constante reflexão sobre a ação pedagógica promovendo, assim, um novo estilo de vida na comunidade escolar. Tal proposta é apresentada ao final desta dissertação. PD052-Elementos para uma abordagem temática: à questão das águas e sua complexidade - 01/03/2008 O presente trabalho investiga a construção de abordagens centradas em temas, dirigidas ao ensino médio, tomando como exemplo a temática da água. A escolha do tema tem sua justificativa apoiada na ampla abordagem que ele proporciona, desde questões ambientais e socioeconômicas, até as possibilidades de revitalizar o potencial da escola em gerar participação. Para a construção da proposta analisamos, inicialmente, dois aspectos que contextualizam um espaço de intervenção, caracterizando, por um lado, a estrutura curricular em que o tema pode ser inserido, a partir da análise de livros didáticos e, por outro, algumas idéias de alunos sobre a questão. Em particular, investigamos a articulação entre os aspectos dos temas tratados e os conceitos físicos a serem construídos. Nesse sentido, propomos a construção de representações de duas naturezas diferentes, denominadas de organização temática e organização conceitual, que, em conjunto,


representam o âmbito das escolhas dos percursos temáticos a serem construídos pelos alunos e professores. Como exemplo, desenvolvemos três percursos temáticos, considerando como ponto de partida a questão de uma eventual escassez futura de água e representações do ciclo da água. Analisamos, ainda, o sentido da introdução de uma abordagem complexa para as questões das águas, buscando investigar em que consiste tal abordagem. Dessa forma, além de aprofundar a temática da água, propomos elementos que podem servir de ponto de partida para a construção de propostas temáticas e novas investigações. PD053-Representações Sociais de Natureza: o jogo institucional na formação de professores de biologia - 01/03/2008 De que modo a formação oferecida a futuros professores de ciências e biologia contribui para a construção de um pensamento acerca da relação do homem com a natureza? Representações sociais de natureza de estudantes do terceiro ano do ensino médio e de universitários nos momentos iniciais e finais do curso de biologia foram identificadas e analisadas através de questionário e da metodologia do discurso do sujeito coletivo (DSC). Buscou-se estabelecer uma análise comparativa entre os grupos, de modo a identificar as influências dos contextos educacionais específicos sobre a representação social de natureza dos estudantes, isto é, como as tendências e práticas escolares e acadêmicas direcionaram os discursos dos estudantes, com ênfase no discurso dos licenciandos. Os resultados mostraram que a representação dos estudantes em fase de conclusão da licenciatura apresentou por um lado uma noção abrangente e inclusiva, e por outro, uma visão limitada no que diz respeito aos valores que permeiam os diferentes momentos, aspectos ou temas da vida social, aí incluída a vida acadêmica. Isto mostra relação com a prioridade conferida pela unidade à produção científica, o que por vezes subvaloriza discussões sobre aspectos da filosofia e sociologia da ciência. Identificou-se demandas de uma reflexão crítica tanto sobre o tema natureza como sobre a compreensão de aspectos complexos que condicionam a produção do conhecimento científico. PD054-As representações Sociais de "QUÍMICA AMBIENTAL": contribuições para a formação de bacharéis e professores de Química - 01/11/2008 Esta pesquisa se propõe a investigar as representações sociais acerca do termo "Química Ambiental" entre estudantes iniciantes (segundo semestre) e depois de quatro anos em andamento nos cursos de Bacharelado em Química Ambiental e Licenciatura em Química do Instituto de Química da Universidade de São Paulo. Adotamos como referencial de investigação a Teoria das Representações Sociais e como metodologia a técnica da associação livre de palavras associada à elaboração de um texto. Os resultados foram analisados através da freqüência e ordem média de evocação das palavras para delinear o núcleo central da representação social, além dos elementos periféricos. Nos textos são identificadas unidades de análise que são utilizadas para construção de mapas cognitivos. A associação das palavras mais evocadas com as leituras dos mapas cognitivos para cada aluno proporcionou a construção de um mapa conceitual representativo da visão sobre "Química Ambiental" para cada uma das turmas analisadas. De uma forma geral, os iniciantes tanto da Licenciatura em Química como da Química Ambiental apresentaram uma visão naturalista de meio ambiente e também revelaram uma concepção de Educação Ambiental sobre o ambiente, em que bastaria munir as pessoas com informações e fatos relacionados aos problemas ambientais para resolvê-los. Os estudantes iniciantes de ambos os cursos apresentaram uma concepção preservacionista do meio ambiente, sendo mais enfatizada a necessidade de conscientização das pessoas pelos licenciandos. Por outro lado, os bacharelandos em Química Ambiental fazem bastante menção à pesquisa com vistas ao tratamento da poluição e uma visão de remediação é predominante. A diferença entre as representações sociais verificadas entre os alunos das duas modalidades podem estar relacionadas, em parte, à representação social dos alunos sobre o seu papel enquanto profissionais nos aspectos que envolvem a Química Ambiental. Os alunos concluintes representam a Química Ambiental ainda com idéias preservacionistas. Um aspecto positivo, porém, é o aparecimento da idéia de Química Verde em ambos os grupos. As idéias centrais apresentadas pelos estudantes iniciantes em ambos os cursos incluem poluição, meio ambiente, reciclagem, e preservação. Essas mesmas idéias estavam presentes também no grupo de concluintes, o que significa que poderiam ser consideradas constituintes do núcleo central da representação, e que se mantém durante os cursos. Entretanto, foi possível notar a emergência de um elemento periférico de destaque: a Química Verde, que pode ser considerado representativo do amadurecimento do conhecimento técnico dos alunos ao longo do curso de graduação, podendo ser visto como incorporado ao flexível sistema periférico.


PD055-Análise das estratégias de ensino de Educação Ambiental na rede estadual da cidade de Santo André. - 01/03/2008 Levando-se em consideração que a maioria dos professores está desenvolvendo a Educação Ambiental nas escolas, nesta pesquisa buscou-se analisar as concepções de Educação Ambiental dos professores de Ciências (ensino fundamental II de 5ª a 8ª série) da rede Estadual da Cidade de Santo André - São Paulo. O objetivo deste trabalho foi identificar e analisar as estratégias de ensino utilizadas por estes professores. Para a coleta de dados, foram utilizados os seguintes instrumentos, questionários distribuídos aos 22 (vinte e dois) professores da rede estadual. Após, realizou-se uma entrevista semi-estruturada com os 11 (onze) professores voluntários. A análise dos dados evidenciou as diferentes concepções de Educação Ambiental dos 11 (onze) professores entrevistados, e também as diversas características das estratégias de ensino utilizadas para a abordagem da Educação Ambiental. Os resultados mostraram ainda, como a temática ambiental vem sendo desenvolvida nas escolas. Pode-se indicar que se faz necessária uma compreensão mais profunda do professor quanto ao significado e da dimensão do trabalho com a temática ambiental nas escolas, pois, a Educação Ambiental se faz presente nas escolas andreenses inseridas em uma perspectiva conscientizadora voltada para a preservação e conservação. PD056-Tecendo conexões entre a trajetória formativa de professores de biologia e a prática docente a partir da educação ambiental - 01/08/2008 Este estudo teve como objetivo geral a análise da trajetória formativa deprofessores de Biologia sobre Educação Ambiental e a reflexão sobre a práticadocente construída a partir dessa formação. Tomamos como categoriascentrais a formação inicial e continuada e a prática docente e, nestaperspectiva, nos apoiamos nos estudos de vários autores em nossafundamentação teórica, destacando-se Freire (2002, 2001, 2000, 1998, 1993,1989, 1983, 1976), Souza (2007), Santiago (2006), Pérez-Gómez (2000) e Satoe Zakrzevski (2003). Para atingir aos objetivos propostos adotamos comoencaminhamento metodológico a abordagem qualitativa, tendo como sujeitosos quatro docentes de Biologia do Ensino Médio da Escola Estadual LionsParnamirim, localizada em Recife/PE. Utilizando a Metodologia Interativa(OLIVEIRA, 2007), recorremos ao uso de entrevistas, questionários,observação e análise documental como instrumentos de coleta de dados. Osresultados revelam que há várias conexões entre formação inicial, formaçãocontinuada e prática docente de professores de Biologia quanto à EducaçãoAmbiental. Desse modo, a contribuição insuficiente da formação inicial para otrabalho com a temática ambiental, que encontra suporte somente na disciplinaEcologia, leva os professores a terem dificuldades em suas práticas docentesem relação à Educação Ambiental. A formação inicial dos professores de formatradicional e a quase ausência de formação continuada conduzem a umaprática docente de tendência à reprodução e à fragmentação do conhecimento.Dessa forma, há predomínio de atividades teóricas em detrimento de atividadespráticas. A contribuição institucionalizada para a formação continuada tem sereduzido ao oferecimento de palestras pontuais e descontextualizadas. Nestesentido, verificamos que os professores identificam a necessidade de maisoferta de formação continuada, além de mais oportunidades e incentivo. Portrabalharem em duas ou três escolas os professores não conseguem ter tempopara reuniões necessárias ao desenvolvimento de projetos interdisciplinares.Todos estes fatos nos levam a refletir que, antes de pensarmos numa reformana formação inicial e continuada de professores é preciso que ocorra umareforma no pensamento, na forma como se percebe a complexidade ambientale a prática docente. Portanto, uma mudança de atitude na relação homemnaturezanos parece ser o grande desafio para uma prática docentecomprometida com os aspectos sócio-políticos que possa garantir a efetivaimplementação da Educação Ambiental nas escolas. PD057-NARRATIVAS DE PROFESSORAS DAS ILHAS DE BELÉM: visão de si e saberes ambientais. - 01/06/2008 Investigo, nesta pesquisa, a visão que as professoras das ilhas de Cotijuba, Paquetá e Urubuoca têm de si, a partir de suas histórias de vida, e os saberes ambientais que emergem dos relatos de suas práticas pedagógicas. Para tanto, lanço mão da pesquisa narrativa, utilizando a análise textual discursiva, considerando as histórias de vida de nove professoras de três ilhas não urbanizadas de Belém, localizadas a oeste da cidade. Por meio de entrevistas semi-estruturadas gravadas em áudio, obtenho os relatos de suas histórias de formação (e de vida), a visão que têm de si no contexto em que estão inseridas, o papel social desempenhado por elas e seus saberes e práticas docentes relativas às questões ambientais. A dissertação está estruturada em sete sessões, trazendo reflexões sobre minha prática, no sentido de justificar minha escolha por esta pesquisa; a caracterização sócio-ambiental das ilhas e das escolas, resgatando o contexto pesquisado; a metodologia utilizada para


que as narrativas pudessem ser compreendidas; três sessões nas quais apresento e discuto os eixos de análise, a saber: i) Desafio e Assunção de ser professora na ilha; ii) A autoformação e a visão de si; iii) As questões e os saberes ambientais e; as considerações finais. As falas das professoras trazem à tona categorias de análise que evidenciam como os sujeitos desta pesquisa tornaram-se professoras da ilhas, destacando o processo de autoformação em que estão inevitavelmente inseridas; a humana docência que caracteriza suas práticas educativas, o papel social que desempenham na escola e na comunidade, os saberes ambientais de sua prática docente. As análises dos resultados indicam que as professoras das ilhas iniciaram suas práticas docentes pelos mais variados motivos, e que suas histórias de vida estão intimamente relacionadas com suas histórias e percursos de formação, e que por trabalharem em contextos singulares, desempenham papel social de vital importância para a comunidade como um todo. O querer bem aos alunos, à comunidade e ao contexto em que vivem e o senso de responsabilidade para com a comunidade escolar é recorrente entre os sujeitos. A busca incessante por uma constante formação, o que conseqüentemente resulta em autoformação, os saberes práticos ambientais que partem da valorização do ambiente natural, do desenvolvimento de ações educativas ambientais a partir da percepção das problemáticas observadas pelas professoras, com o objetivo de intervir em suas realidades, e formar alunos críticos sócio-ambientalmente caracterizam a prática de educação ambiental nas ilhas investigadas. PD058-Educação ambiental e ensino de ciências: análise de estratégias didáticas no nível fundamental - 01/02/2009 Esse trabalho tem como objetivo analisar concepções e estratégias didáticas utilizadas por professoras de Ciências para o desenvolvimento de temas ambientais nas turmas de 5ª e 6ª séries do ensino fundamental II de três escolas públicas do Município da Escada (PE), buscando avaliar se e/ou como tais estratégias contribuem para a implantação de uma proposta de Educação Ambiental Crítica nesse nível de ensino. Para análise da dinâmica discursiva das salas de aula observadas utilizamos aspectos da estrutura analítica para o discurso da sala de aula de Ciências proposta por Mortimer e Scott (2002). Os dados apontam que as professoras apresentam na maioria uma concepção naturalista (conservacionista) sobre o ambiente e as estratégias didáticas se constituem como elementos fundamentais para o desenvolvimento da EAC desde que o processo educativo não se resuma unicamente ao uso do livro, valorize o diálogo entre saberes, seja interativo e que, sobretudo, seja um processo direcionado por uma formação continuada que tenha como fundamentos os princípios norteadores da Educação Ambiental Crítica. PD059- Trabalho com Projetos de Educação Ambiental na Formação Continuada de Professores - 01/04/2009 Essa pesquisa desenvolveu-se durante um curso de formação continuada em educação ambiental. Foi investigado se o desevolvimento de um projeto voltado às questões ambientais, dentro de uma perspectiva de trabalho interdisciplinar, viabilizaria experiências inovadores no processo de ensino-aprendizagem de professores e alunos do ensino médio de um colégio público localizado na cidade de Curitiba-PR. O projeto foi desenvolvido durante os meses de abril a outubro de 2008 e teve como meta o desenvolvimento das atividades para toda comunidade escolar. Para a concretização desse trabalho foram desenvolvidas as seguintes etapas: A) professores de diversas áreas do conhecimento (Biologia, Química, Matemática e Informática) passaram por um período de formação continuada, onde foram trabalhados os fundamentos teóricos e metodológicos voltados ao desenvolvimento doi trabalho; B) os professores desenvolveram oficinas para os alunos com temas identificados como problemas ambientais no âmbito escolar. O presente trabalho investigou quais as concepções e expectativas dos professores com relação ao processo vivenciado. Para tal propósito, os professores responderam a uma entrevista, cujas respostas analisadas, qualitativamente, indicaram que os professores possuíam grandes anseios e dificuldades, que podem ser classificados da sdeguinte forma: A) Falta a integração entre os professores das diferentes disciplinas, que inviabiliza a prática da interdisciplinaridade; B) Sobrecarga de atividades a qual estão submetidos os professores no trabalho, que acaba gerando a falta de tempo para que os mesmos compartilhem conhecimentos, pesquisem e reflitam sobre sua prática docente e C) Ausência de uma equipe pedagógica que os auxilie no desenvolvimento dos trabalhos propostos. Portanto, os professores anseiam por inovações e propostas que dêem uma nova dimensão teórica e metodológic a ao seu trabalho, que possibilitem a integração das atividades de educação ambiental ao currículo da escola e que motivem a participação e o envolvimento de toda a comunidade escolar, na expectativa de superar o trablaho solitário e, muitas vezes, desarticulado com os objetivos da escola.


PD060-Atividades de Campo e as Possibilidades da Aprendizagem Significativa: Vivenciado o Ambiente como Lócus Transversal e Interdisciplinar - 01/11/2009 A experiência vivenciada nos últimos anos, enquanto educadora, mostrauma crescente necessidade de diversificação da práxis pedagógica. Para tanto, ouso de atividades em campo representa uma estratégia significativa a partir dasinúmeras situações vivenciadas durante a realização das mesmas. A pesquisaconstituiu-se no desenvolvimento de atividades em campo (como Trilhas Ecológicas,Trilhas Temáticas e Mapas Conceituais) com acadêmicos de diferentes turmas deEstágio Supervisionado em Biologia. Estes alunos pertenciam ao um curso deLicenciatura em Biologia no ano de 2008, que em momentos distintos, no municípiode Barra do Ribeiro/RS, buscou-se investigar os resultados dessas atividades emcampo como possibilidades para a Aprendizagem Significativa, nas quais pode servivenciado e compreendido o ambiente como tema transversal e interdisciplinar.Este estudo fundamentou-se nos princípios da abordagem qualitativa, caracterizadacomo uma pesquisa com o uso de métodos variados utilizando-se do métodoanalítico descritivo associado ao método hermenêutico para interpretação dos dadosselecionados, resultantes das observações e relatos de professores e acadêmicos.Para obtenção dos dados, utilizou-se um Relatório de Campo o qual serviu de basepara formulação de quatro Instrumentos de Coleta de Dados - ICD(s) (MatrizAnalítica Interpretativa das Possibilidades de Ensino e Aprendizagem que foramobservadas em campo; A Presença da Transversalidade nas Trilhas Temáticas e aAnálise de Mapas Conceituais; Matriz Analítica Avaliativa sobre a validade epertinência da proposta ao curso de Ciências Biológicas; e Avaliação, Auto-Avaliação Individual e sugestões sobre as Atividades em Campo e respectivo usonas Práticas Docentes). Através da análise dos trabalhos desenvolvidos, com seusrelatórios evidenciando as diferentes visões dos acadêmicos, conclui-se que estetipo de proposta tornou-se muito válida enquanto ferramenta, favorecendo a vivênciae a compreensão da Educação Ambiental como tema transversal. As trilhas emespecífico possibilitaram uma grande diversidade de eixos temáticos e abordagensecológicas, tanto com finalidades acadêmicas, como em atividades de pesquisa einvestigação científica, além de promoverem uma relação professor-aluno mais rica,fortalecendo a cidadania e ampliando suas visões de mundo. PD061-EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA: DIÁLOGOS COM AS DISCIPLINAS ESCOLARES CIENCIAS E BIOLOGIA - 01/05/2009 Esta pesquisa tem como finalidade compreender as ações de Educação Ambiental que têm sido produzidas no estado do Rio de Janeiro, particularmente as realizadas no interior das disciplinas escolares Ciências e Biologia. Para isso, foi feito um panorama dos trabalhos sobre a referida temática publicados nos anais dos Encontros de Ensino de Biologia realizados entre os anos de 2001 e 2007 em nosso estado, todos promovidos pela diretoria da regional Rio de Janeiro/Espírito Santo - e um deles em conjunto com a diretora nacional - da Associação Brasileira de Ensino de Biologia e coletados depoimentos de quatro professores das referidas disciplinas, autores destas publicações. A partir de minha aproximação com o campo do Currículo, especialmente com os estudos da História das Disciplinas Escolares, destacando especialmente os escritos de Ivor Goodson (1995 e 1997), focalizo as disciplinas escolares Ciências e Biologia, entendendo-as como "amálgamas mutáveis de subgrupos e tradições" (GOODSON, 1995, p. 120) e, portanto, como o resultado de escolhas não consensuais e coletivas. A análise realizada permitiu evidenciar, os dilemas, conflitos e negociações envolvidos na escolha de conteúdos e de métodos de ensino para as referidas disciplinas. Identifico, portanto, uma seleção de temáticas e de metodologias , além dos objetivos e das visões de Educação Ambiental que subsidiam as ações analisadas, e as dificuldades encontradas neste processo. Percebo, assim, que os currículos das disciplinas oscilam entre tradições acadêmicas, utilitárias e/ou pedagógicas, sendo fortemente pressionados em direção a conteúdos e práticas socialmente relevantes, em confronto com conteúdos e práticas que são historicamente ensinados nas aulas de Ciências e Biologia. Desta forma, as ações investigadas não são tributárias de conhecimentos produzidos em outros espaços que não os escolares, assim, apóio-me em Lopes (1997 e 1999) ao identificar que os processos de seleção, transformação, disciplinarização e as relações de poder produzem conhecimentos escolares suis generis, com características próprias e diferenciadas daquelas oriundas das ciências de referência e da Educação Ambiental. Nesse sentido, argumento que gradativamente, no interior das disciplinas escolares Ciências e Biologia, uma Educação Ambiental tipicamente escolar vem sendo produzida e que a inserção desta temática nas disciplinas Ciências e Biologia funciona como um duplo mecanismo de fortalecimento, já que para a Educação Ambiental abre-se um espaço curricular para o seu desenvolvimento, e que para as disciplinas escolares há um fortalecimento através da inserção de questões sociais, fatos que Goodson (1997) identifica como uma busca por status, recursos e territórios. De igual modo, reafirmo a importância de estudos que, como este, investem em uma melhor compreensão dos conhecimentos


escolares em Educação Ambiental que são cotidianamente produzidos, negociados e renegociados nos inúmeros espaços escolares. PD062-O tema água no ensino: a visão de pesquisadores e de professores de Química - 01/09/2009 O tema "água" tem sido considerado importante no ensino da química, pois permite ao professor problematizar situações importantes para que os alunos a interpretem, de maneira que os conceitos químicos possam auxiliar no entendimento de problemas, propiciando assim, a formação de um estudante responsável. A presente pesquisa buscou investigar como os professores de Química do Ensino Médio abordam esse tema em suas aulas, e conhecer as visões de especialistas sobre os conhecimentos relevantes que a sociedade, de maneira geral, deveria ter sobre a água, bem como o que deveria ser ensinado dessa temática na escola. Osdados foram coletados entre 6 pesquisadores em Química Ambiental QA, 6 em Química das águas QAG, 5 em Educação Ambiental EA e 8 em Ensino de Química EQ, e 10 professores de Química do Ensino Médio. Utilizou-se um questionário para os pesquisadores em QA, QAG e EA e outro para os EQ. Os professores foram entrevistados. A análise dos dados foi feita de acordo com os pressupostos teóricos e metodológicos da análise de conteúdo e foram construídas tramas de conhecimentos. As categorias elaboradas dizem respeito a três dimensões de análise: conhecimentos, atitudes e à abordagem do tema. Ainda procurou-se identificar com que visões sobre o ambiente a temática água deveria ser abordada. Para os pesquisadores em ensino de Química EQ, outras dimensões foram utilizadas em função das diferentes questões a eles propostas. Assim, asdimensões dizem respeito à importância, à abordagem e aos conhecimentos considerados importantes para o ensino. Os pesquisadores em QA, QAG, EA apontaram que a sociedade deveria ter conhecimentos sobre: saúde, usos, qualidade, vida e recurso; que este tema deveria ser objeto de estudo ou tratado com exemplificação de conceitos químicos e ainda que devam ser desenvolvidas atitudes, individuais ou coletivas sobre o tema. Os especialistas em EQ apontam a importância desse tema em termos da sustentabilidade, do recurso e da vida. Alguns indicam que o tema deve ser tratado como um tema estruturante e interdisciplinar.Os dados da entrevista dos professores foram analisados procurando-se comparar suas declarações sobre os conteúdos abordados e as metodologias de ensino empregadas com as tramas de conhecimentos elaboradascom as visões dos pesquisadores. Também, a partir das entrevistas, foram construídos mapas conceituais que relacionam conteúdos e abordagens do tema. Verificamos que a maioria dos professores trata a temática da água por meio de descrições conceituais ou apenas exemplificações. Poucos abordam a água como um objeto de estudo e, quando o fazem, se restringem, principalmente, ao tratamento e a qualidade da água. Assuntos considerados importantes pelos pesquisadores, como saúde, vida e sustentabilidade não são abordados pelosprofessores. De maneira geral, a água é introduzida na seqüência habitual de conteúdos ministrados, embora enfocando aspectos que consideram socialmente contextualizados. PD063-A Prática da Transversalidade na Formação de Professores: reflexos no Ensino Básico. - 01/12/2009 As discussões sobre o ensino de Ciências na ultima década tem evidenciado uma forte preocupação dos educadores com as tendências epistemológicas e metodológicas em função dos paradigmas que emergem. Se por um lado vemos a escola tradicional formando indivíduos mais aptos a aceitar regras e valores do que questionar e criar novas regras e novos valores, de outro temos uma sociedade que impulsiona o rápido desenvolvimento científico e tecnológico, demandando transformações de habilidades, posturas éticas e trabalho em equipe. Nesse sentido, essa pesquisa teve como objetivo estruturar uma alternativa curricular para promoção da prática da Transversalidade, permeada pela Educação Ambiental, nos cursos de licenciaturas, de modo a refletir no Ensino Básico. Partiu-se da premissa que o Ensino de Ciências, no espaço da Educação Ambiental, pode transformar a prática educativa, conseqüentemente, promover a melhoria da qualidade de ensino e da vida na Amazônia, dando início a uma colaboração da formação de uma consciência crítica, desenvolvendo a capacidade do indivíduo em estabelecer uma conexão coerente entre os fatos cotidianos e como esse conhecimento se apresenta na sociedade. Contudo, temos convivido na Universidade com uma realidade fragmentada das atividades de ensino, pesquisa e extensão. A perspectiva de superação dessa fragmentação pode ser alcançada por uma prática inter-transversal tomada como uma possibilidade de quebrar a rigidez dos compartimentos onde se encontram isoladas as práticas educativas e sua produção de conhecimentos. Trata-se de construir, na pesquisa em Educação Ambiental, leituras interdisciplinares da realidade para que as dimensões de produção de conhecimento e ação educativa possam ser tão mais complexas, quanto relevantes na interpretação do ambiente, para uma educação crítica e emancipatória, tem que ser um processo coletivo,


dinâmico, complexo, contínuo, de conscientização e participação social para a sustentabilidade, articulando a dimensão teórica e prática, de um processo necessariamente interdisciplinar. Assim, a formação de professores deve contemplar uma aprendizagem para compreender e interpretar a realidade, para que no Ensino Básico possa tecer essa realidade a partir das disciplinas, repensando o currículo dos cursos de licenciatura a partir de dois aspectos cruciais na formação do professor: a prática de um ensino transversal e o exercício para uma reforma do pensamento sensível a realidade em que o aluno está inserido. A transversalidade propicia o envolvimento dos temas significativos a partir de uma ação interdisciplinar e tem como objetivo desenvolver um pensar crítico diante da sociedade. Assim sendo, a interdisciplinaridade e a transversalidade alimentam-se mutuamente. A metodologia empregada teve por base, a pesquisa-ação-participante, sendo esta uma metodologia de pesquisa que articula a produção de conhecimentos, ação educativa e participação numa perspectiva necessariamente, transformadora da realidade. A proposta de intervenção foi realizada na Universidade do Estado do Amazonas, nos cursos de licenciaturas da Escola Normal Superior, com criação de um espaço transversal intitulado "Temas Transversais no Ensino Básico". Evidenciou-se que a Educação Ambiental nos cursos de licenciaturas poderá, a partir da convergência do Estágio Supervisionado das licenciaturas, permitir a prática da Transversalidade para o enfrentamento da problemática ambiental contemporânea. PD064-As concepções de meio ambiente e natureza: implicações nas práticas de EA de professores da rede estadual de ensino no municipio de goiania - 01/04/2009 Diante da problemática ambiental enfrentada nos dias atuais a EA se insere no sentido de contribuir na busca por mudanças na maneira de sermos e estarmos no mundo, sendo desenvolvida sob diferentes olhares e entendimentos nas escolas da Educação Básica. Sabe-se que, para que ela se efetive com qualidade ainda precisa romper com uma série de desafios, que estão relacionados com os professores, as escolas, as políticas públicas e a sociedade civil como um todo. Assim, considerando a importância da EA, suas dificuldades de caminhar nesse terreno instável e as necessidades de conhecermos como a mesma vem sendo praticada e entendida, a pesquisa foi realizada no universo escolar do município de Aparecida de Goiânia - GO, com o objetivo principal de conhecer as concepções e as práticas de EA dos professores da Rede Estadual de Ensino neste município. Trabalhamos com os professores do Ensino Fundamental e Médio, do período matutino, das disciplinas: Ciências, Geografia, Matemática, Biologia e Química. A pesquisa foi de caráter extensivo (quantitativo) e compreensivo (qualitativo), na qual utilizamos para a obtenção dos dados o questionário, muito utilizado em pesquisas sociais. No decorrer da análise, verificamos que as concepções de natureza, meio ambiente e EA dos professores distanciam-se da possibilidade de atender às necessidades das causas ambientais, pois, motivados principalmente pelas experiências de vida e formações profissionais, mantêm os valores e as práticas que sustentam o atual modelo de vida, fundamentado no antropocentrismo e no desenvolvimento a qualquer custo. Assim, acabam por perceber as questões ambientais de forma fragmentada e superficial, o que tende a levar a uma dicotomia, colocando o homem como um ser totalmente diferente de todos os outros. Como sabemos que suas concepções influenciam em suas atividades desenvolvidas nas escolas, verificamos que as práticas que dizem realizar e rotulam como EA estão distantes das políticas públicas e, consequentemente, contemplam as questões ambientais de uma maneira simplista e ingênua. Entendemos a importância das iniciativas dos professores, que mesmo com pouco conhecimento tentam inserir a EA nas escolas, mas compreendemos que muitas mudanças precisam acontecer para que tanto suas concepções, quanto suas práticas se modifiquem no sentido de buscarmos a construção de um saber que envolva a questão ambiental e seus diferentes aspectos. Mas, para que essas mudanças aconteçam entende-se que é preciso que a SEDUC permita maior flexibilização curricular, com ênfase ao tratamento interdisciplinar da EA, além de investimentos na formação inicial e continuada dos professores e um envolvimento da sociedade civil, representada pelas pessoas do entorno das escolas, nas questões ambientais. PD065-PRÁTICAS DE CIDADANIA EM NARRATIVAS DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS: Trabalho Coletivo de Ensino e de Aprendizagem. - 01/07/2009 Esta investigação teve como contexto o município de Altamira, situado na região oeste do Estado do Pará. Foi realizada com professores de ciências de escolas públicas do ensino fundamental e teve como propósitos: i) identificar elementos presentes no fazer pedagógico de professores que afirmam vincular sua prática docente à aprendizagem para a formação da cidadania dos alunos; ii) compreender as razões que levam os educadores a desenvolver atividades com tal perspectiva. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, na modalidade narrativa, utilizando como instrumento investigativo entrevista semi-estruturada na coleta dos relatos orais das professoras investigadas. As


participantes da pesquisa revelam um ensino de ciências conectado com as demais áreas do conhecimento buscando apoio e participação da comunidade escolar. Destacam-se elementos da prática docente, tais como: i) Prática docente reflexiva, favorecendo a auto formação do profissional, por reconhecer seu fazer pedagógico como um ato de conhecimento e compreender sua importância política, ética, estética e também epistemológica. ii) Participação ativa em fóruns escolares, nos quais se planejam várias ações do processo educativo por meio de discussões de diferentes argumentos e troca de experiências. iii) Construção e execução de projetos temáticos que potencializam a alfabetização científica, por meio da exploração de ambientes socioambientais de ensino e de aprendizagem favorecendo a interação escola comunidade e a compreensão pública da ciência. iv) Democratização do espaço escolar, cuja utilização pela comunidade ocorre de diversas formas, dentre as quais se destacam a participação e socialização de atividades de ciências como: feira de ciências, jardinagem e horta escolar. v) Parceria, que se estabelece como meio de partilha de responsabilidade no ato de formar e de educar com o objetivo de estabelecer o diálogo entre a ciência e o senso comum. vi) Atitude como conteúdo expressa nas práticas dos professores que levam os alunos a tomadas de consciência e mudança de postura. vii) Solidariedade, um agir local que pode tomar maior dimensão, ato de reconhecer o outro como semelhante. viii) O cuidado no trato pedagógico, buscando caminhos para educar para além de sua disciplina ciências. Uma prática pedagógica estruturada sob a visão de ser humano que se indaga a respeito de seu lugar no mundo. Estes elementos permitiram a construção de três princípios educacionais pautados no aprender, uma vez que a intenção, da maioria das entrevistadas, ao ensinar ciências, se situa em dar condições intelectuais aos alunos para compreender processos naturais e tecnológicos presentes no mundo que os rodeia e comportarem-se nele como atores responsáveis. PD066-O DOCENTE E O ENSINO DE BIOLOGIA NA PERSPECTIVA CTS - 01/11/2009 Com base em documentos oficiais da educação e referenciais sobre o ensino das ciências na perspectiva da Ciência/Tecnologia/Sociedade (CTS) e na convicção de que o professor tem papel fundamental dentro dos processos de inovação desse ensino, esta dissertação tem como objeto de estudo investigar concepções sobre o ensino de Biologia e elementos presentes no relato sobre a prática pedagógica de professores de Biologia do ensino médio de quatro escolas técnicas, do município do Rio de Janeiro. Uma primeira revisão na literatura revelou que, ainda hoje, na relação entre Biologia e Tecnologia, os elementos teóricos (ciência) são hierarquicamente superiores aos elementos práticos (tecnologia). Esta problemática constitui um foco de atenção para a construção de propostas inovadoras para este ensino, uma vez que as discussões em sala de aula a respeito da tecnologia, nos seus aspectos éticos, estéticos, mercadológicos, epistemológicos, representam importantes caminhos para dimensionar o conhecimento biológico na sociedade capitalista contemporânea em sua dimensão sócio-ambiental. Apresentado desta forma o problema, questionou-se sobre as condições atuais do ensino de Biologia para a formação de um cidadão nas perspectivas do enfoque CTS. Em síntese, o objetivo geral desta pesquisa foi responder a esta questão central. Para tanto se desenvolveu uma metodologia de pesquisa teórico-empírica, descritiva, com abordagem qualitativa, apoiada em dados coletados em entrevistas com quatro docentes de cada escola envolvida. Os resultados mostram que as concepções dos sujeitos da pesquisa apontam para um quadro no qual a maioria deles apresenta a idéia de que o conhecimento científico exerce certa primazia diante de outras dimensões nas relações humanas. Além disso, a prática pedagógica, diagnosticada a partir da entrevista, encontra-se alicerçada na transmissão do conteúdo científico muitas vezes descolado das necessidades sociais. Isso nos permite concluir que ainda se tem muito que avançar na direção de uma educação que forme cidadãos aptos a participarem coletivamente das discussões a que estão implicadas a ciência, a tecnologia e suas pretensões para com a sociedade. Sendo o contexto atual bastante favorável para a elaboração de projetos nacionais de ensino de ciências com ênfase em CTS, essa investigação pretende contribuir como ferramenta para um ensino com perspectiva problematizadora e dialógica, apontando para temas atuais que proporcionam melhoria da qualidade dos saberes de Biologia ao construírem um aporte teórico. PD067-O Lúdico e a Educação Ambiental: Diálogos Possíveis - 01/09/2009 Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa ocorrida com alunos do ensino superior na tentativa de unir o lúdico à temática de Educação Ambiental como proposta de melhorar o processo de ensino e aprendizagem dos futuros professores de Ciências e Biologia, bem como sua receptividade com relação à Educação Ambiental, possibilitando assim, uma nova alternativa de trabalho para o professor em suas aulas, seja em qualquer temática. Assim, trabalhamos com uma turma do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas em uma universidade pública estadual no município de Itapuranga, Goiás, Brasil cujos alunos se encontram no terceiro ano. O método utilizado


foi a pesquisa-ação-participativa por se tratar de uma pesquisa em sala de aula na qual a pesquisadora é a própria professora da disciplina, cujos resultados serão trabalhados na melhoria do processo ensino e aprendizagem. Para realização desta pesquisa a turma composta por 32 alunos foi dividida em dois grupos, e cada um em 3 subgrupos, no qual um deles deveria Propor Resolução para um Problema Ambiental Causado pela Usina sucroalcooleira existente na cidade e o outro deveria criar uma Empresa de Consultoria Ambiental para Propor Resolução para um problema ambiental na cidade, tendo nome, símbolo, slogan, propaganda, etc. De acordo com a pesquisa foram encontradas seis categorias de análise: Identificação do problema; Interesse/motivação; Competição; Criatividade; Resolução dos Problemas Ambientais e Personificação. Os resultados desta pesquisa demonstram que atividades lúdicas podem ser trabalhadas na temática educação ambiental e de forma eficaz, pois, além de aumentar o interesse, é uma atividade motivadora, congrega os alunos, pressupõe liberdade de ação, aumenta o aspecto disciplinar e, por fim, auxilia muito na melhoria do processo ensino e aprendizagem. PD068-FÍSICA AMBIENTAL E TEORIA DA COMPLEXIDADE: POSSIBILIDADES DE ENSINO NA EDUCAÇÃO BÁSICA - 01/04/2009 Investigou-se a possibilidade de inserção de tópicos de complexidade no ensino fundamental e médio por meio de uma experiência de ensino entre professores de Ciências da Natureza e Matemática. O enfoque investigativo seguiu os moldes da pesquisa qualitativa e com a preocupação em utilizar uma teoria de aprendizagem como suporte para a negociação de significados entre os participantes. Para implementação da proposta optou-se pela elaboração de material didático que abrangesse tanto uma revisão histórico-crítica dos estudos de complexidade quanto conceitos iniciais ligados ao tema, utilizando como referência a disciplina Teoria da Complexidade Aplicada ao Estudo do Meio Ambiente, do mestrado em Física Ambiental da UFMT. Esse material foi trabalhado na forma de um curso de extensão universitária de 20 horas para professores de uma grande e tradicional escola da cidade de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. A utilização de mapas conceituais e entrevistas como instrumentos de investigação indicaram uma generalizada preocupação acerca da ação antrópica e suas ligações com as mudanças climáticas globais. A maioria dos professores assumiu abordar o tema de forma pontual, utilizando seus conhecimentos gerais e específicos das disciplinas que lecionam. Por outro lado, uma investigação semelhante com alunos do mestrado na disciplina acima citada, indicou uma assimilação significativa dos principais conceitos da teoria. Apesar da assimilação parcial dos conceitos abordados por parte dos professores, houve movimentação no ambiente escolar no sentido de repensar as práticas pedagógicas em favor de uma abordagem mais unificada dos fenômenos naturais. Estes resultados e a aceitação do curso parecem indicar que a inserção de tópicos de complexidade no nível fundamental e médio é viável. PD069-Ensino de ciências e temática ambiental no Colégio Pedro II: olhares e vozes de docentes e gestores - 01/06/2009 Esta pesquisa objetiva analisar como a Temática Ambiental (TA) é abordada no ensino de Ciências, na Unidade Escolar São Cristóvão II (UESC II) do Colégio Pedro II (CP II), do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, enfatizando os desafios colocados à abordagem transversal e interdisciplinar dessa temática e as concepções de Sustentabilidade, Meio Ambiente e Educação Ambiental. A escolha do CP II se deve ao fato de se tratar de uma instituição federal de ensino considerada pelo Ministério da Educação como de excelência, devendo estar em sintonia com a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA/1999). Nosso objetivo geral foi contribuir para a formação inicial e continuada de professores nessa temática e para uma ampla discussão a respeito da possibilidade de implementação da Educação Ambiental Emancipatória de forma permanente na UESC II, que possa se estender às outras unidades do CP II. Adotamos o paradigma da Teoria Crítica e autores que defendem um desenvolvimento sustentável pautado na justiça social, que entendem o Homem como parte do Meio Ambiente e propõem uma Educação Ambiental crítico-emancipatória. Realizamos entrevistas semiestruturadas com professores de Ciências e alguns professores-gestores e analisamos os resultados utilizando um novo enfoque em pesquisa qualitativa, denominado Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Todos os professores apontaram como o maior entrave para a abordagem das questões ambientais, o conteúdo muito extenso e a cobrança do cumprimento desse conteúdo a qualquer preço, prejudicando um possível trabalho interdisciplinar em relação a essa temática, assim como consideraram importante a abordagem da TA, mas não vêem como realizá-la de forma adequada por falta de tempo e infraestrutura. A maioria deles define Meio Ambiente como tudo que envolve o Homem, o espaço físico que ele habita e se relaciona com outros seres vivos e de onde ele retira seu sustento, caracterizando assim uma visão antropocêntrica. Os docentes entendem Desenvolvimento Sustentável como uma forma racional do Homem utilizar todos os recursos


renováveis, permitindo que estes se renovem na natureza para, assim, continuarem a servir ao Homem, sinalizando para a matriz discursiva da eficiência. Os docentes percebem a Educação Ambiental como uma forma de conscientização das pessoas no sentido de valorizarem a preservação do meio ambiente, na busca de um desenvolvimento sustentável, articulando as questões sociais com a temática ambiental, porém superficialmente. PD070-Informática na Educação e o Eensino de Ciências Naturais: contribuições para a Educação Ambiental no contexto amazônico. - 01/11/2009 A Informática na Educação é uma das temáticas que envolvem ensino, pesquisa e aprendizagem, visto que é resultado da produção cultural da humanidade, influenciando hábitos, valores e oportunizando uma mudança de postura diante do cenário educacional, no mundo cientifico, numa busca interdisciplinar presente na pesquisa e no Ensino de Ciências. Nesta pesquisa são discutidos elementos fundamentais envolvendo o tripé: Informática na Educação, Ensino de Ciências e Educação Ambiental. A mesma integra temáticas pertinentes a Educação, Sociedade, Ensino, Ciência e Tecnologia em uma articulação necessária ao processo educativo, que visa à construção da autonomia e participação dos professores nesse mundo cada vez mais tecnológico. Teve como objetivo geral propor um programa educacional denominado de RECIENCIAS (Rede de Comunicação Interativa no Ensino de Ciências Naturais) mediado pela utilização do computador tendo com suporte tecnológico da internet, como recurso didático pedagógico para o Ensino de Ciências Naturais de modo a contribuir com a Educação Ambiental para o entendimento da complexidade do contexto amazônico. Por conseguinte desenvolveu os seguintes objetivos específicos: diagnóstico da utilização dos recursos computacionais no Ensino de Ciências Naturais; identificação das potencialidades desses recursos em escolas pertencentes à Rede Estadual de Ensino, como suporte a proposta inovadora no Ensino de Ciências Naturais a elaboração da proposta metodológica da RECIENCIAS. Os sujeitos da pesquisa são professores do Ensino Fundamental do 6° ao 9° ano que atuam no âmbito da Secretaria Estadual de Ensino do Amazonas nos seguintes municípios: Urucará, Nhamundá, Itacoatiara e Manaus. É uma pesquisa qualitativa, permitindo considerar as experiências do ponto de vista dos sujeitos, estabelecendo um diálogo e uma abordagem que não é neutra. Os dados foram coletados através de um questionário composto de questões abertas, considerando que este tipo de questão permite a livre expressão do sujeito frente aos questionamentos sobre a sua prática profissional. Os dados foram analisados segundo a técnica de Categorias de Codificação, conforme proposto por Bogdan e Bicklen (1994). Constatou-se a necessidade de desenvolver um espaço pedagógico, de discussões, informações, conhecimento, educação, ensino e aprendizagem, que possibilitasse ao professor a inserção, interação e comunicação de novas metodologias na construção do conhecimento. Em vista do exposto, da constituição do cenário amazônico dos desafios e potencialidades é que se evidencia a RECIENCIAS - num espaço de produção de conteúdos pedagógicos digitais, estimulando a participação dos professores e alunos a construírem novos conhecimentos e conceitos didáticos pedagógicos em redes interativas, pelo acesso à rede mundial de computadores. PD071-CONCEPÇÕES DE PROFESSORES DE QUÍMICA DO ENSINO MÉDIO SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL - 01/12/2009 Nas últimas décadas, as questões ambientais têm sido consideradas importantes para serem desenvolvidas nos espaços escolares. A disciplina de química possui uma grande quantidade de conteúdos que podem abordar essas questões. Nesse contexto, a Educação Ambiental toma corpo e assume seu papel interdisciplinar, contribuindo para um ensino cujo objetivo a ser priorizado é formar cidadãos críticos e responsáveis por suas decisões. Temas sociais como o meio ambiente, considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais e éticos, integram e caracterizam esse tipo de ensino. Com o intuito de investigar como esse tema é desenvolvido nas aulas de química, levando em consideração os princípios de uma educação ambiental crítica, transformadora ou emancipatória, este trabalho teve como objetivo geral verificarcomo o professor de química do ensino médio desenvolve o tema meio ambiente em suas aulas. Para tanto, participaram desta pesquisa treze professores de química do ensino médio de um município do estado do Paraná, que responderam a entrevistas semiestruturadas. Do conteúdo das entrevistas, emergiram as prioridades de trabalho do professor, as dificuldades inerentes à profissão e os modelos de ensino que ainda vigoram. Além disso, em tais entrevistas, ficaram em evidência as lacunas deixadas pelo curso de graduação e não preenchidas pela formação continuada e, principalmente, o tipo de Educação Ambiental aindadesenvolvido. Quanto ao tema meio ambiente, os professores apresentaram representações conservacionistas/preservacionistas, resolutivas, socioambientais ou antropocêntricas de meio mbiente. Com exceção da representação socioambiental, as demais se caracterizaram como


fatores importantes na abordagem do tema para ilustrar conceitos químicos. Isso caracteriza um ensino propedêutico, também revelado pelos professores, identificando a necessidade de mudanças, desde que estas não sejam impostas. Dessa forma, é do próprio professor que deve partir a mudança de hábitos e atitudes que resultem em alterações na maneira de ensinar química, de modo que temas sociais como o meio ambiente sejam efetivamente trabalhados. PD072-Proposta Metodológica para o ensino de Ciências Naturais nas Escolas Públicas de Manaus - 01/11/2009 Esta pesquisa tem por objetivo geral elaborar uma proposta metodológica para trabalhar Temas Ambientais (TAs) no 9º ano do Ensino Fundamental na componente curricular de Ciências Naturais na rede Municipal de Ensino de Manaus a partir do contraponto entre os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a Proposta Curricular da Secretaria de Educação do Município (SEMED) e os Temas Ambientais (TAs) amplamente divulgados e debatidos propostos por instituições governamentais e não-governamentais. Para atingir esse objetivo realizar-se-á um estudo bibliográfico que contemple aspectos epistemológicos, legais e pedagógicos relacionados aos Temas Ambientais (TAs); que identifique a partir do Estado da Arte nos cursos de pós graduação Stricto Senso, as produções realizadas sobre os Temas Ambientais (TAs) no 9º ano do Ensino Fundamental, para isso analisaram-se os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a proposta curricular da Secretaria de Educação de Manaus (SEMED) e foram identificados os Temas Ambientais (TAs) de maior relevância e urgência a serem trabalhados em sala de aula. A partir dessa análise realizaram-se Oficinas Pedagógicas com professores do 9º ano de Ciências Naturais nas quais foram propostos novos caminhos para o ensino dos Temas Ambientais (TAs) no 9º ano do Ensino Fundamental como forma de contribuir para o processo de ensino aprendizagem de ciências naturais na região amazônica. A pesquisa foi de cunho Quali-quantitativo e se justifica na consensual e inquestionável questão de que o domínio das teorias científicas não é suficiente para um adequado desempenho docente, a preocupação com a apropriação crítica dos conteúdos pelos professores e com o processo que o conhecimento gera, deve ser priorizada, de modo que se incorpore no universo escolar e se constitua cultura. PD073-O saber ambiental na formação dos professores de Biologia - 01/12/2009 A humanidade vive hoje uma crise ambiental sem precedentes. Fundamentado na teoria da complexidade, esse trabalho apresenta a crise - Krísis (termo grego que significa decisão) como um momento no qual decisão e incerteza são interdependentes. Apresenta a Educação Ambiental como um saber para superar a crise, e como uma reflexão possível para a construção de um saber ambiental consistente na formação dos professores de Biologia. Um saber que, entre outras coisas, possa assentar a educação e a sociedade sobre novas bases epistemológicas, impulsionando novos pontos de vistas e estratégias na convergência educação e ambiente. A partir desses pressupostos teóricos esse trabalho procurou identificar as ideias dos professores de Biologia do município de Piracicaba e dos alunos concluintes de um Curso de Ciências Biológicas do município sobre educação ambiental e entender como a universidade contribui para formação desses professores em relação à essa temática. Os resultados indicam que o professor de Biologia ainda necessita de uma formação mais crítica em relação à educação ambiental, e que, numa perspectiva complexa, essa formação necessita ser tratada de forma mais rigorosa no Curso de Biologia pesquisado para que os profissionais formados possam atuar efetivamente na formação cidadã para uma sociedade mais sustentável. PD074-EDUCAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL NO ENSINO FUNDAMENTAL – Texto, Contexto e Prática: a sinergia do processo - 01/12/2009 Esta Pesquisa de Mestrado foi realizada no município de Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, eteve como objetivo discutir e analisar as contribuições e as possibilidades que trazem para oensino de ciências e a prática da educação ambiental no ensino fundamental a criação dematerial pedagógico alternativo que utiliza a literatura infantil e o jogo como ferramentas deaprendizagem para abordar temas da defesa agropecuária e a capacitação de professores paraexploração desse material em sala de aula. Para tanto, foi produzido o material paradidáticodenominado Coleção Iagro nas Escolas,que aborda temas locais da agropecuária como:brucelose, tuberculose, raiva, febre aftosa, agrotóxico e meio ambiente, com a intenção deauxiliar o professor na inserção de temas transversais de forma contínua na práticapedagógica, uma vez que Mato Grosso do Sul tem a base de sua economia na agropecuária,na produção de alimentos, e precisa preparar cidadãos autônomos para o futuro. Para osprofessores, foi oferecida uma capacitação que abordou as noções básicas dos temas, bemcomo a utilização da literatura infantil e do jogo em sala de aula como instrumento facilitadorda


aprendizagem de conceitos científicos. Após a capacitação, cada professor recebeu o kitcom os cinco livros e jogos indicados para alunos do 4º e 5º anos. A pesquisa se desenvolveuem três fases: a elaboração do material, a capacitação do professor e a observação do trabalhodo professor com o material em sala de aula. As duas últimas fases geraram três coletas dedados que passaram pela metodologia da análise de conteúdos de Laurence Bardin (1997) erevelaram que para se buscar na escola a parceria para a inserção de temas transversais énecessário oferecer ao professor uma capacitação que o prepare para a função dedisseminador de conhecimentos científicos específicos e oferecer material paradidático dequalidade, embasado em um referencial teórico consistente que dê suporte para as práticas. Oreferencial teórico adotado no desenvolvimento do material e nas estratégias de ensino dasoficinas pedagógicas foi a epistemologia genética de Jean Piaget. Os resultados apontaram aliteratura infantil e os jogos utilizados como elementos fundamentais na abordagem de temastransversais locais. Tal subsídio alimenta a aprendizagem de ciências e da educação ambientalde forma prazerosa e interessante, despertando no aluno a curiosidade pelos temas,fomentando a discussão sobre a realidade na qual estão inseridos. O contributo maior está naformação da consciência crítica e autônoma em ações individuais e coletivas para o ensino deciências e a educação ambiental. PD075-REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE AMBIENTE POR PROFESSORES E ESTUDANTES EM DIFERENTES CONTEXTOS EDUCACIONAIS. - 01/03/2010 O trabalho em questão trata de uma nova concepção de Educação Ambiental, a qual compreende o ambiente considerando o aspecto Patrimonial, além disso, é baseado nos elementos ambientais do conhecimento construído no cotidiano escolar de professores estudantes do Ensino Médio da cidade Vigia de Nazaré, no Estado do Pará. O objetivo principal deste estudo é Investigar as Representações Sociais de Ambiente relacionando os aspectos Sócio-Ambiental-Patrimonial no cotidiano de professores e estudantes do ensino médio em diferentes contextos educacionais. Logo, fundamento esta pesquisa na teoria das Representações Sociais de Moscovici (2003) e nos fundamentos da Educação Patrimonial Ambiental, os quais se complementam para estabelecer o Ambiente como complexo social interdependente com os seres vivos para perpetuação de ambos, resgatando e revalorizando a história e a cultura das comunidades locais, regionais e globais. Metodologicamente, foram priorizados os questionários, as fotos e os relatórios das visitas a ambientes, os quais foram analisados segundo a busca do Núcleo Central de Abric (1994) e a construção do Discurso do Sujeito Coletivo baseado em Lefévre & Lefévre (2000/03). Os resultados mostraram que os sujeitos/estudantes representaram ambiente como sinônimo complexo de natureza e os sujeitos/professores ampliaram seus conhecimentos ambientais baseados nos pressupostos da Educação Patrimonial Ambiental. No conteúdo das representações dos sujeitos foram incorporados elementos da história e da cultura do município, e isso se converteu em novas práticas sociais cotidianas. Por fim, as atividades ancoradas na Educação Patrimonial Ambiental se mostraram viáveis para a formação de uma nova concepção de ambiente, a qual é transdisciplinar e considera o diálogo entre ciência e cotidiano dos grupos sociais. PD076-Título: Educação ambiental e desenvolvimento de práticas pedagógicas sob um novo olhar da ciência química. - 01/12/2010 Esta dissertação tem como objetivo promover a reflexão dos professores de química sobre as práticas desenvolvidas em sala de aula com ênfase em Educação Ambiental e estabelecer conexões entre comunidade e escola, por meio do diálogo, a fim de tentar minimizar os problemas ambientais do local, para que desta forma tenha efeito a nível global, reconhecer as dificuldades enfrentadas pelo professor de química, não fazendo disso um obstáculo para o desenvolvimento da Educação Ambiental, mas motivo para fazer a diferença dentro de uma comunidade e tem ainda por objetivo, propor um ensino de Educação Ambiental que se faça no dia-a-dia da sala de aula e não somente em datas comemorativas. Um estudo exploratório realizado na E.E.Profª Benedita Nair Xavier Vedovello, situada no Jardim São Pedro, município de Mogi-Guaçu-SP, enriqueceu esta dissertação, pois professores de diferentes áreas, por meio de questionários, relataram experiências com o ensino de Educação Ambiental, que pode ser dimensionado sua real aplicabilidade nas ações educativas. PD077-PROPOSTA DIDÁTICA PARA O ENSINO MÉDIO DE BIOLOGIA: AS RELAÇÕES ECOLÓGICAS NO CERRADO - 01/03/2010 O ENSINO DE ECOLOGIA EM MANUAIS E NA ABORDAGEM DIDÁTICA DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO BÁSICA APRESENTA-SE, DE MANEIRA GERAL, DESCONTEXTUALIZADO. É COMUM O USO DE EXEMPLOS ESTRANGEIROS NOS MANUAIS DIDÁTICOS; E OS CONCEITOS SÃO TRATADOS DE FORMA FRAGMENTADA, EXPOSTOS EM DIFERENTES DISCIPLINAS OU


EIXOS TEMÁTICOS, QUE DESCONSIDERAM AS INTERAÇÕES E INTERDEPENDÊNCIA ENTRE OS CONCEITOS. SOMADAS A ISSO, AS ABORDAGENS DIDÁTICAS EM ECOLOGIA, GERALMENTE REDUCIONISTAS, NÃO CONSIDERAM A COMPLEXIDADE DOS FENÔMENOS ECOLÓGICOS, A HISTÓRIA DA CIÊNCIA ECOLOGIA E SUAS IMPLICAÇÕES NA SOCIEDADE ATUAL. ESSAS QUESTÕES FORAM INVESTIGADAS NO GRUPO DE PESQUISAS EM EPISTEMOLOGIA DA BIOLOGIA, FORMADO POR PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS, PÓS-GRADUANDOS E ALUNOS DE GRADUAÇÃO DO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DO CAMPUS DA UNESP DE BAURU, EM DOIS MOMENTOS: (1) DURANTE O DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS EM INICIAÇÃO CIENTÍFICA; (2) DURANTE OS ENCONTROS DO GRUPO, NOS QUAIS AS ATIVIDADES OBJETIVARAM OS ESTUDOS EM ECOLOGIA E O SEU ENTENDIMENTO COMO CIÊNCIA. OS CONCEITOS DE SUCESSÃO ECOLÓGICA E INTERAÇÕES ECOLÓGICAS FORAM SELECIONADOS COMO INTEGRADORES DA CIÊNCIA ECOLÓGICA E, POR MEIO DE DISCUSSÕES TEÓRICAS E APLICADAS DESSES CONCEITOS, FOI POSSÍVEL CONSTITUIR OS DADOS E AS ANÁLISES DA PRESENTE TESE: (A) DESENVOLVER ESTUDOS SOBRE AS RELAÇÕES E INTERAÇÕES ECOLÓGICAS TENDO O CONCEITO DE COMUNIDADE VEGETAL COMO ELEMENTO CENTRAL, E SUA INTERDEPENDÊNCIA COM OS DEMAIS NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO BIOLÓGICA; (B) PRODUZIR MATERIAL DIDÁTICO SOBRE A DIVERSIDADE BIOLÓGICA PRESENTE EM COMUNIDADES VEGETAIS DE CERRADO DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, LOCALIZADO NA RESERVA LEGAL DO CAMPUS DA UNESP DE BAURU; (C) FORMAR, EM NÍVEL INICIAL, PROFESSORES/PESQUISADORES CAPAZES DE ELABORAR SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS PARA O ENSINO MÉDIO DE BIOLOGIA, MEDIANTE A VISÃO INTEGRADORA DA ECOLOGIA PD078-Proposição de uma estratégia para o desenvolvimento do tema transversal meio ambiente no contexto do ensino médio - 01/09/2010 A presente dissertação tem por objetivo propor e avaliar uma estratégia pedagógica para o tratamento do tema transversal Meio ambiente no contexto do ensino médio, modificando o caráter da disciplina Projetos, ofertada desde 2001, em um colégio da rede particular de ensino de Brasília - DF. Para isso, a disciplina foi reestruturada nos anos de 2008 e 2009 com base em princípios da Educação Ambiental, da Escola Ativa, da Pedagogia de Projetos e do uso de jogos no ensino de ciências. A avaliação foi feita por meio de questionários, entrevistas e observações, verificando os conhecimentos sobre o tema Cerrado e as atitudes dos estudantes em relação a esse bioma e à própria disciplina. Os resultados indicam que a aquisição de conteúdos não foi diferente do observado quando a disciplina era ministrada com uso de aulas expositivas, no entanto a nova proposta possibilitou um aumento da afetividade em relação ao Cerrado, e partir delas veio a conscientização, a crítica e o interesse em participar de forma ativa para resolução de problemas ambientais. O trabalho também destaca o papel da reflexão e formação continuada do professor no estímulo a revisão de sua prática docente. PD079-Meio ambiente e ética: entrecruzando olhares no ensino de ciências. - 01/03/2010 Meio ambiente e Ética são temas recorrentes nas pautas de discussões sobre os desafios da educação brasileira. O mundo está imerso em uma crise ambiental e ética que nos convida ao movimento dialético da ação-reflexão-ação. O objetivo deste trabalho foi investigar as concepções e as relações entre os Temas Transversais Meio Ambiente e Ética dos professores de Ciências, técnicos educacionais e alunos de 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental, de uma escola da rede particular de Belém. O estudo apoiou-se em Sauvé, Reigota, Sánchez Vásquez, Leff, Grün, Valls, Bardin, Zabala, Freire, Lüdke, André, entre outros. O caminho metodológico foi o da abordagem qualitativa. Para mergulhar nos diálogos intersubjetivos, que são as práticas pedagógicas, foram utilizadas as técnicas de pesquisa de campo e pesquisa documental. A primeira consistiu na realização de entrevistas semiestruturadas com 16 estudantes, 3 professores e 2 técnicos da Escola ?Alfa?; a segunda envolveu os Parâmetros Curriculares Nacionais, os livros didáticos de Ciências e os documentos entregues aos alunos e professores, em 2008, na Escola. A interpretação dos dados se baseou na análise de conteúdo, em sua modalidade temática. Foram trabalhados dois temas: Concepções de Meio Ambiente e Concepções de Ética. A unidade de contexto, o ?pano de fundo? do estudo, foi uma escola da rede particular de ensino, dotada de boa infraestrutura, cuja clientela é formada, em sua maioria, por alunos da classe média alta. Para definição das categorias, foi preparado um caderno com as entrevistas, o que facilitou o agrupamento, a classificação e a análise interpretativa dos dados. Isso resultou na síntese em sete categorias de análise: Concepção de Meio Ambiente como natureza; Concepção de Meio Ambiente como o local onde se vive; Concepção de Meio Ambiente como relação dos seres entre si e deles com o ambiente; Concepção de Meio


Ambiente como sustentabilidade; Concepção de Ética como respeito; Concepção associada a princípios e valores e Concepção relacionada ao meio ambiente e ao respeito às pessoas. Os resultados revelam, contraditoriamente, a prevalência da lógica disciplinar nos PCN e na Escola ?Alfa?; os livros adotados pela Escola não se limitam aos conteúdos factuais e conceituais; em relação às concepções de Meio Ambiente e Ética, os entendimentos do que vem a ser ambiente e ética são reducionistas. Os sujeitos, de uma maneira geral, não estabelecem conexão necessária entre Ambiente e Ética. Nas turmas de 5ª a 8ª série, a Escola não trabalha os Temas de forma efetiva. As reflexões finais pontificam um convite à Escola para refletir e buscar alternativas que revertam o quadro de suas ações educacionais relativas ao Meio Ambiente e à Ética. As escolas precisam se sentir desafiadas a inserir a Educação Ambiental em seu cotidiano, com o fito de colaborar na construção de uma educação cidadã. PD080-ENTRE MORROS, COMPOSTEIRAS E LIXEIRAS: LABIRINTOS PEDAGÓGICOS NAS ABORDAGENS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL - 01/05/2010 Esta dissertação de Mestrado está vinculada a minha formação como professora/bióloga e, principalmente, à minha atuação como educadora ambiental. A partir de aproximações com o campo dos Estudos Culturais, dos Estudos Culturais da Ciência e de estudos com inspiração foucaultiana, passei a problematizar as práticas discursivas que foram me constituindo num determinado tipo de educadora ambiental, bem como o processo de enunciação que engendra os discursos ambientais que atravessam diferentes instâncias sociais, inclusive a escola. Neste estudo, compreendo a Educação Ambiental como uma produção de práticas sociais, interpelada por discursos e práticas de diferentes instâncias culturais que se articulam, se confrontam e, que posta em funcionamento, constitui determinadas subjetividades. Com esses entendimentos e questionamentos, busquei conhecer e problematizar práticas de Educação Ambiental que atravessam o cotidiano escolar e produzem efeitos sobre os alunos. Inicialmente, apresento as problematizações sobre a minha trajetória como professora/bióloga/pesquisadora e as motivações que me levaram a optar pela temática da Educação Ambiental para fazer este estudo, bem como as ferramentas conceituais que sustentaram as análises. No segundo momento, realizo um rápido mergulho histórico sobre a emergência da Educação Ambiental e sua articulação com o campo da Educação Escolar. Transito pelas diferentes matizes que, atualmente, permeiam as abordagens de Educação Ambiental. Busco interrogar enunciados postos em funcionamento nas práticas pedagógicas e nas proposições da temática ambiental presentes nos Parâmetros Curriculares Nacionais. No terceiro momento, apresento uma reflexão sobre as atuais abordagens de cultura, especialmente a noção de cultura como recurso, imbricando-as com as questões ambientais. Discuto como as sociedades ocidentais contemporâneas, caracterizadas pelo consumo, capturam as questões culturais e ambientais, agregando valores e conceitos à venda de produtos e imagens, através de anúncios publicitários e do marketing ecológico/ambiental, articulando-os com práticas de Educação Ambiental, que atravessam, ou não, os espaços escolares produzindo efeitos na produção de um tipo particular de sujeito - sujeito/consumidor/ecológico. No quarto momento, apresento o processo de construção da pesquisa, na qual utilizei ferramentas de cunho etnográfico, bem como os questionamentos sobre o próprio fazer investigativo - os caminhos metodológicos percorridos com seus labirintos, tessituras e combinações de possibilidades que se configuraram nesta dissertação. Na última parte da dissertação, apresento o movimento que realizei na tentativa de mapear uma escola pública - como um texto e contexto atravessado por práticas de Educação Ambiental -, bem como as problematizações acerca do discurso de Educação Ambiental que circula neste espaço escolar. Discuto como a escola lida com o discurso ambiental nas práticas escolares cotidianas e seus possíveis efeitos no modo de pensar e agir dos sujeitos/alunos naquele ambiente. PD081-A ABORDAGEM DE QUESTÕES SOCIOCIENTÍFICAS NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS: CONTRIBUIÇÕES E DIFICULDADES - 01/07/2010 A PERSPECTIVA CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE (CTSA), NAS ÚLTIMAS DÉCADAS, TEM SE CONSTITUÍDO UMA ALTERNATIVA DE RENOVAÇÃO CURRICULAR PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS EM VÁRIOS PAÍSES DO MUNDO. ASSIM, CURRÍCULOS DE CIÊNCIAS, PROJETOS ESCOLARES E PESQUISAS DIDÁTICAS TÊM ADOTADO, EM SEUS FUNDAMENTOS, ORIENTAÇÕES DESTA PERSPECTIVA. NO ENTANTO, APRESENTAM-SE PROBLEMAS NO DESENVOLVIMENTO DA PERSPECTIVA CTSA NAS PRÁTICAS DOCENTES DOS PROFESSORES DE CIÊNCIAS EM SERVIÇO. NESTE CONTEXTO, ESTA PESQUISA TEVE COMO OBJETIVO ESTUDAR AS CONTRIBUIÇÕES E AS DIFICULDADES DA ABORDAGEM DE QSC PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS, ATRAVÉS DE UMA ANÁLISE DE DISCURSO CRÍTICA SOBRE O TRABALHO REALIZADO COM PROFESSORES DE


CIÊNCIAS EM SERVIÇO DURANTE O DECORRER DA DISCIPLINA ?ENSINO DE CIÊNCIAS COM ENFOQUE CTSA, A PARTIR DE QUESTÕES SOCIOCIENTÍFICAS? OFERECIDA EM UM CURSO DE MESTRADO EM DOCÊNCIA DA QUÍMICA. A PESQUISA FOI FUNDAMENTADA NA CONCEPÇÃO CRÍTICA DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E ENVOLVEU UMA METODOLOGIA QUALITATIVA DE CORTE CRÍTICO, NA QUAL, AS BRECHAS EXISTENTES ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA SÃO A FONTE DOS PROBLEMAS EDUCACIONAIS. PARA A DISCUSSÃO DOS DADOS NOS EMBASAMOS NA ANÁLISE DE DISCURSO CRÍTICA, PORQUE OFERECE UM DISPOSITIVO ANALÍTICO INTERESSANTE PARA ESTUDAR O DISCURSO EM PROCESSOS DE MUDANÇA EDUCACIONAL. A PARTIR DAS ANÁLISES REALIZADAS DEFENDEMOS A TESE QUE A ABORDAGEM DE QSC NA PRÁTICA DOCENTE PODE CONTRIBUIR À FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS EM TERMOS DE PROBLEMATIZAR A IDEOLOGIA TECNICISTA DO CURRÍCULO TRADICIONAL DE CIÊNCIAS, A PARTIR DA LINGUAGEM CRÍTICA E DA LINGUAGEM DA POSSIBILIDADE, BEM COMO PODE CONTRIBUIR PARA FORTALECER A AUTONOMIA DOCENTE ENCORAJANDO OS PROFESSORES NO DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS SOBRE SUA PRÓPRIA PRÁTICA. AS ANÁLISES TAMBÉM EVIDENCIAM QUE AS INTERAÇÕES DIALÓGICAS DE PERSUASÃO E AS INTERAÇÕES POLIFÔNICAS REPRESENTAM UM ELEMENTO IMPORTANTE DE PRODUÇÃO DISCURSIVA PARA DESENVOLVER PROCESSOS FORMATIVOS ENTRE PROFESSORES DE CIÊNCIAS EM SERVIÇO E PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS. AS DIFICULDADES CURRICULARES, PEDAGÓGICAS E FORMATIVAS SOBRE ABORDAGEM DE QSC ENFRENTADAS POR PROFESSORES DE CIÊNCIAS EM SERVIÇO ESTABELECEM ALGUNS LIMITES PARA ESTA ABORDAGEM NA PRÁTICA DOCENTE, AS QUAIS PODEM SER REPENSADAS A PARTIR DA FORMAÇÃO DO PROFESSOR PESQUISADOR. FINALMENTE, FICA EM ABERTO O DESAFIO DE DESENVOLVER PESQUISAS NO CAMPO DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS, PARTICULARMENTE INTERESSADOS EM EXPLORAR AS POTENCIALIDADES DA PERSPECTIVA CTSA A PARTIR DE QSC, BEM COMO AS POTENCIALIDADES DA ANÁLISE DE DISCURSO CRÍTICA PARA ESTUDOS SOBRE PROCESSOS DISCURSIVOS ATRELADOS A ESTA PERSPECTIVA. PD082-A abordagem dos problemas ambientais como forma de inserção da educação ambiental no ensino de ciências - 01/12/2010 O objetivo da pesquisa aqui apresentada foi compreender como a Educação Ambiental está presente Ensino de Ciências, através da investigação da inserção dos problemas ambientais. Para buscar respostas para a questão proposta foram utilizadas análises qualitativas e quantitativas, procurando identificar quais as estratégias que os professores utilizam para inserir os problemas ambientais nos conteúdos, quais os aspectos destes são abordados e analisar o potencial das questões ambientais figurarem no ensino como temas controversos. Além disso, as análises realizadas objetivaram compreender quais saberes docentes estão envolvidos na abordagem dos problemas ambientais, identificando as escolhas que os professores fazem na seleção dos conteúdos que abordam em suas aulas e os fatores que as influenciam. A pesquisa foi realizada em dois distritos do município de Sabará (MG), nos quais todos os professores de ciências em exercício no período de coleta de dados foram convidados a responder um questionário que objetivou identificar as suas percepções quanto à problemática ambiental e a abordagem deste assunto nas aulas. Através das respostas aos questionários foram escolhidos três professores que tiveram suas aulas observadas durante um bimestre letivo e que participaram de entrevistas. Para os dados obtidos foi utilizada a técnica de análise de conteúdo e, quando necessário, outras informações foram utilizadas para responder as questões propostas. Foram identificados vários momentos em que a abordagem dos problemas ambientais esteve presente nas aulas dos professores observados, entretanto destaca-se a abordagem de questões com relevância global. Os problemas ambientais foram utilizados pelos professores a maior parte das vezes para exemplificar um conteúdo, sendo a abordagem explicativa mais rara e condicionada a assuntos globais presentes no livro didático. Quanto aos aspectos dos problemas ambientais contemplados há um predomínio do biológico. Entretanto, os outros aspectos também puderam ser identificados, mas sem que isso refletisse um tratamento das questões ambientais como temas controversos. Todos os saberes docentes estiveram presentes nas situações de ensino, mas nos momentos observados em que a Educação Ambiental foi inserida nas aulas predomina a utilização de saberes experienciais e curriculares. Os fatores que parecem influenciar a inserção das questões ambientais no ensino são o interesse dos alunos, a formação dos professores, as condições de trabalho e o direcionamento das instituições de ensino sobre a abordagem dessas questões. Através das análises realizadas nesta pesquisa percebe-se que a Educação Ambiental praticada nas escolas está distante das idealizadas pelas normas e diretrizes, entretanto


compreendê-la é fundamental para direcionar programas e atitudes que a fortaleçam na prática docente. PD083-Elaboração e análise de uma metodologia de ensino voltada para as questões sócio-ambientais na formação de professores de química - 01/02/2010 A importância das questões sócio-ambientais vem crescendo rapidamente, sobretudo naelaboração de currículos de ciências, com conseqüências para a formação de professores. Noentanto, atuar nessa perspectiva vai além da disponibilidade de materiais didáticoscomprometidos com essa proposta, faz-se necessário formar professores capazes de utilizálos,dotados de visão multidisciplinar do corpo teórico específico de sua área de atuação ecom condições de adotarem um modelo de ensino diferente do vivenciado por eles durantetoda a sua vida escolar. As metas de uma formação comprometida com as questões sócioambientaisenvolvem não somente a apropriação do conhecimento científico tanto teóricoquanto experimental, mas também o reconhecimento dos impactos ambientais envolvidos nociclo de vida de produtos de consumo duráveis e não duráveis, e até mesmo o planejamentodo ensino experimental contemplando formas de minimização dos impactos ambientais.Nossa pesquisa procurou tornar viável a avaliação da formação de professores de Química naperspectiva de um comprometimento com as questões sócio-ambientais. Para tantoacompanhamos a elaboração e aplicação de uma metodologia de ensino apoiada nosprincípios da Química Verde e voltada para tais questões pela docente, e tambémpesquisadora da própria prática, de disciplinas da licenciatura em Química em uma Instituiçãode Ensino Superior particular no interior de São Paulo no período de 2005-2008. Talacompanhamento nos permitiu estabelecer indicadores de comprometimento sócio-ambientaldurante a evolução da elaboração dessa metodologia. Esses indicadores foram analisadossobre a perspectiva do amadurecimento do aparelho psíquico proposto por Melanie Klein egeneralizados para propiciar a análise dos projetos de ensino, elaborados pelos licenciandosda turma de 2008, com ênfase para as questões sócio-ambientais na perspectiva CTS. Essaanálise nos permitiu concluir sobre o nível de comprometimento dos licenciandos com essasquestões.Analisamos também os efeitos da pesquisa sobre a própria prática, resultando em umareflexão que permitiu tanto uma mudança do discurso da docente, como também umaevolução na relação professor/aluno, através da superação parcial tanto das limitaçõesinstitucionais como pessoais. Essa evolução foi percebida através de análise de projetos deensino, das participações dos alunos, dos artigos elaborados pela docente, da orientação deprojetos de iniciação científica, desde 2005 até 2008. PD084-A PEDAGOGIA DE PROJETOS DE INVESTIGAÇÃO NO ESTUDO DE PROBLEMAS SOCIOAMBIENTAIS: UMA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS - 01/12/2010 Estudar problemas ambientais locais, em sala de aula, importa no envolvimento dos alunos em atividades de pesquisa e em projetos de conhecimento. Assim, este estudo aborda: Como desenvolver uma proposta de trabalho em sala de aula ancorada na pedagogia de projetos, explorando a temática dos problemas socioambientais locais, e que estabeleça relações com a docência em ciências enquanto atividade intelectual e reflexiva? O presente estudo teve por propósitos: elaborar uma situação de aprendizagem problematizadora e contextualizada para a inserção da temática socioambiental na formação de professores de ciências; verificar como o processo de investigação contribui para a constituição da identidade docente; propiciar aos licenciandos referências teórico-metodológicas para a inserção da temática socioambiental local, na educação básica, com uma ação didática contextualizada em sala de aula, ou seja, a construção de uma práxis pedagógica a partir de necessidades, problemas e conflitos vivenciados na realidade concreta; Identificar na produção discente as relações e conexões com a contextualização e a problematização; validar a estratégia metodológica proposta; sistematizar e disponibilizar as ferramentas tecnológicas utilizadas na realização dessa proposta de ensino em DVDs. Esta investigação se define como um projeto de ação, em sua concretização, registro e a coleta de dados, utilizaram-se os fundamentos da metodologia da pesquisa-ação e o recurso da filmagem. São sujeitos do estudo 30 discentes da licenciatura em Ciências Biológicas, destes 25 exercem a docência, no ensino fundamental e médio, em escolas urbanas e rurais, nas disciplinas ciências e biologia. A ação realizada resultou na produção de quatro vídeo-clips. Nessa comunidade, a aquisição, a partilha e o manuseio de produções científicas sobre os temas estudados resultaram em repercussão e mobilização social. Infere-se, portanto que a abordagem estritamente acadêmica presente nas licenciaturas centralizadas exclusivamente na transmissão e reprodução de saberes doutos da cultura universal, apresenta-se insuficiente para responder aos desafios instaurados pelas relações ciência, tecnologia e sociedade que se apresentam na problemática socioambiental e na


própria formação docente. Destaca-se, assim, a importância e a atenção aos valores sociais e culturais, a identidade e ao contexto no qual estes se manifestam para a realização da Educação Ambiental. Há aí, uma relação de interdependência, de construções epistemológicas e referências sociais que invadem a sala e do mesmo, conquistam outros espaços sociais. E, é nessa interface que se apresenta à possibilidade de transformação social, de incorporação e vivência de uma ética da sustentabilidade socioambiental, que se constrói na dinâmica do cotidiano. PD085-A ASPECTOS FORMATIVOS DA EXPERIÊNCIA COM QUESTÕES SOCIOCIENTÍFICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS SOB UMA PERSPECTIVA CRÍTICA - 01/02/2010 QUAL O POTENCIAL FORMATIVO DOS DEBATES SOBRE QUESTÕES SOCIOCIENTÍFICAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS SEGUNDO UMA PERSPECTIVA CRÍTICA DA SOCIEDADE? COMO PODEMOS DISCUTIR A FORMAÇÃO DOS SUJEITOS ENVOLVIDOS EM DISCUSSÕES NAS QUAIS INTERAGEM CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE? PARA LANÇAR LUZ A ESTAS PERGUNTAS E A OUTRAS QUE SURGIRAM NO DECORRER DESTE TRABALHO, ACOMPANHAMOS UMA TURMA DE ALUNOS DO SEGUNDO ANO DO ENSINO MÉDIO, JUNTO À PROFESSORA DE FÍSICA DESTA TURMA, COM A FINALIDADE DE MAPEAR E ANALISAR OS ASPECTOS DA FORMAÇÃO CIENTÍFICA DESTES SUJEITOS A QUAL, A PARTIR DAS TEORIAS DE THEODOR ADORNO, PUDEMOS INTERPRETAR E DISCUTIR SEGUNDO PONTO DE VISTA DA SEMIFORMAÇÃO. COM ESTE OBJETIVO, INSTAURAMOS NA SALA DE AULA UM AMBIENTE DE DISCUSSÕES SOBRE A PRODUÇÃO E A DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA E SUAS RELAÇÕES COM O DESENVOLVIMENTO HUMANO, EM UMA PERSPECTIVA QUE ARTICULOU CIÊNCIA, TECNOLOGIA, SOCIEDADE E AMBIENTE (CTSA). ASSIM, FOI POSSÍVEL ELABORAR E CONCRETIZAR NA ESCOLA UM MINICURSO SOB O TÍTULO ?ENERGIA E DESENVOLVIMENTO HUMANO?, A PARTIR DO QUAL, PUDEMOS PREPARAR UMA SITUAÇÃO FORMATIVA NO ENSINO DE CIÊNCIAS, QUE OBJETIVOU A DISCURSIVIDADE, A LEITURA CRÍTICA E OS DEBATES NA SALA DE AULA. PROCEDEMOS ESTA INVESTIGAÇÃO COM ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS COM OS ALUNOS E A PROFESSORA, A FIM DE INTERPRETAR SEUS DISCURSOS SOBRE O ASSUNTO ABORDADO. ESTAS ENTREVISTAS FORAM ANALISADAS DE ACORDO COM A ANÁLISE DE DISCURSO SEGUNDO OS PRESSUPOSTOS DE PÊCHEUX E QUE SÃO DIFUNDIDOS NO BRASIL POR ENI P. ORLANDI. A ESCOLHA DESTE APORTE TEÓRICO PARA AS DISCUSSÕES E ANÁLISES NOS POSSIBILITOU COMPREENDER E DISCUTIR OS ELEMENTOS DESTES DISCURSOS QUE NOS LEVAM A REPENSAR OS PROCESSOS FORMATIVOS NO ENSINO DE CIÊNCIAS. POR FIM, APONTAMOS TANTO AS LIMITAÇÕES DESTE TIPO DE ABORDAGEM, BEM COMO O POTENCIAL FORMATIVO A SER VISLUMBRADO A PARTIR DOS DEBATES QUE INSTAURAMOS EM SALA DE AULA E DISCUTIR O ENVOLVIMENTO E AS POSSÍVEIS INFLUÊNCIAS DOS ESTUDANTES NAS DECISÕES CONTROVERSAS QUE ENVOLVEM CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE. PD086-Orientações de formação e concepções de ambiente em cursos de formação continuada de professores de ciências do Programa ‘Teia do Saber - 01/04/2010 Nesta pesquisa foram analisados dois cursos de formação continuada de professores de Ciências desenvolvidos no ano de 2006 pela Universidade de São Paulo - Campus Ribeirão Preto, vinculados ao Programa "Teia do Saber" da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. Os conceitos de formação e ambiente foram estudados e aprofundados, buscando-se reconhecer as diferentes dimensões atribuídas a esses dois termos na literatura educacional. Foram identificadas as concepções de formação e ambiente expressas no Projeto Básico da Secretaria de Educação, no projeto político-pedagógico dos cursos desenvolvidos pela Universidade, nos materiais instrucionais do curso e nas produções finais dos professores cursistas. A análise de todo o material foi conduzida por meio de uma abordagem qualitativa e quantitativa, com o uso de alguns elementos provenientes da metodologia de análise do conteúdo. Foram utilizados dois tipos de unidade de análise: a de registro e a de contexto. Após a organização dos dados, que envolveu leitura e releitura dos materiais analisados, foram construídas categorias de análise, relacionando-as a categorias pré-definidas, encontradas na literatura. Como resultado da pesquisa, observou-se a predominância de uma orientação tecnológica no Projeto Básico do Programa Teia do Saber e a predominância de uma orientação acadêmica nos projetos político-pedagógicos dos cursos analisados. Nas apostilas dos cursos prevaleceu a orientação acadêmica com abordagem compreensiva, enquanto que nas produções dos professores, prevaleceu uma orientação prática reflexiva. As concepções de ambiente, ausentes no Projeto Básico e no Projeto Político-Pedagógico dos cursos, mostraram-se presentes nas produções dos professores cursistas. O "ambiente" foi concebido associado à ideia de recurso ou problema, caracterizando uma formação ambiental do tipo antropocêntrica e de caráter


prático e reflexivo, muito distante de uma formação ambiental crítica e emancipatória, desejada para um processo de formação continuada de professores. PD087-Ensino De Química Em Escolas Do Campo Com Proposta Agroecológica:Contribuições A Partir Do Referencial Freireano De Educação - 01/04/2010 A adoção da Agroecologia como forma produtiva aponta para a necessidade da construção e difusão de novos conhecimentos e para a formação dos sujeitos do campo que compreendam as exigências dela derivadas, entre as quais, uma nova relação entre o homem e a natureza, na busca da sustentabilidade socioambiental e econômica dos estabelecimentos rurais. Neste sentido, a Educação do Campo passa a assumir um papel de destaque na adoção dessa perspectiva, e seus processos educativos serão estratégicos na difusão e consolidação de um novo modelo de desenvolvimento territorial. A incipiência de reflexões e propostas por parte da área do Ensino de Química e a ausência de experiências e discussões acerca desse assunto por parte da área da Educação do Campo, tornam ainda mais relevantes as pesquisas que visam instrumentalizar o ensino para o contexto do campo comprometido com a perspectiva agroecológica. Esta pesquisa busca discutir o ensino da química no Curso Técnico de nível Médio em Agropecuária - Habilitação em Agroecologia, situado no município de Fraiburgo/SC. Analisa aspectos relacionados à química e à agricultura e à química e ao meio ambiente; as diferentes questões ligadas ao contexto agrícola, como a escola do campo, o ensino técnico e sua relação com o ensino de química; a formação de professores para atuação nesse contexto particular, tomando como referencial a perspectiva freireana de educação. Como um estudo de caso, o processo investigativo foi conduzido através: da análise documental; das visitas a campo; de entrevistas semi-estruturadas com agricultores da reforma agrária e com responsáveis pela implementação do curso técnico; da aplicação de questionários a estudantes do referido curso; de registros em áudio de reuniões de planejamento e avaliação das atividades do referido curso. Dentre os principais resultados, destacam-se: uma compreensão considerada integrada acerca da Agroecologia expressa nos documentos oficiais e pelos organizadores do curso; a existência de distintas compreensões por parte dos agricultores sobre suas práticas agrícolas, sinalizando para situações significativas, como: a produção de carvão vegetal, a produção de fumo e o uso (intensivo) de agrotóxicos. Estas, na forma como são conduzidas, têm provocado o abandono de certas práticas por uma pequena parcela dos agricultores, devido aos problemas de saúde na família que tais atividades e hábitos ocasionam. Essas situações significativas auxiliaram na configuração do Tema Gerador "Agricultura: fonte de vida e renda?", o qual estrutura uma proposta, na forma de Ensaio, que visa contribuir na consolidação de um ensino de química comprometido com o contexto do campo e com a formação técnica na perspectiva agroecológica. PD088-Imaginário de estudantes de Biologia sobre as interações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente no contexto de uma disciplina de Geologia. - 01/02/2010 Nesse trabalho busquei compreender como estudantes de um curso de licenciatura em Ciências Biológicas de uma universidade pública produzem sentidos sobre as interações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente, tendo como uma das condições de produção uma disciplina de Geologia, e, além disso, quais sentidos são produzidos. Para esse estudo me apoiei em abordagens CTSA, e na Análise de Discurso (AD) da linha francesa. O imaginário, que inclusive intitula essa pesquisa, é entendido a partir da AD como aquilo que se crê ser real, crença materializada no e pelo discurso, aquilo com que o sujeito explica o que é o mundo e os papéis nele representados, sendo que isso se dá a partir de construções sociais, históricas, políticas, econômicas e culturais. Uma entrevista semi-estruturada foi elaborada, de tal forma que suas perguntas e imagens remetessem à disciplina e em particular ao trabalho de campo, ao mesmo tempo em que aspectos sobre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente eram questionados. Em relação ao referencial CTSA, destaquei temas recorrentes na literatura, como formação para a cidadania, participação, tomada de decisão, e não neutralidade da ciência e dos cientistas, além do tópico "ser pesquisador, ser professor". As análises dos discursos dos estudantes indicam, entre outros aspectos, que eles acreditam que a participação da sociedade e a tomada de decisão em assuntos relacionados à ciência e tecnologia têm como condição necessária o domínio do conhecimento científico hegemônico. Os outros conhecimentos, silenciados pelo sentido de verdade exclusivo da ciência, acabam deixando de existir no imaginário dos que vivenciam a mesma cultura. A disciplina estudada gerou deslocamentos nos sentidos dos estudantes sobre ciência, sociedade e ambiente principalmente quando a questão do trabalho foi apresentada pelo professor como um fator constituinte do ambiente, trazendo assim o sentido do socioambiental, em contraste com a noção de ambiente como algo que se restringe a


aspectos da fauna e da flora. Outro aspecto marcante dos discursos foi a constante construção de sentidos sobre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente partindo-se de concepções biológicas. PD089-Temas Socioambinetais: Contribuições para o ensino de Ciências Naturais - 01/04/2011 A introdução de temas socioambientais contemporâneos em sala de aula, em especial nas aulas de Ciências Naturais, no ensino médio, pode significar o surgimento de uma estratégia eficaz para a formação de cidadãos críticos e atuantes na sociedade. Esses temas, aliados aos conteúdos das referidas disciplinas, favorecem uma compreensão mais complexa do estado do nosso planeta, e possibilitam discussões relacionadas à sustentabilidade. Na perspectiva de contribuir para a qualificação do ensino de ciências, realizamos a presente pesquisa com o objetivo de investigar os conhecimentos dos professores de Ciências Naturais sobre as questões socioambientais contemporâneas, buscando destacar sua pertinência, suas inter-relações com o ensino de ciências naturais e, ainda, ressaltando as contribuições dos temas socioambientais contemporâneos para a efetivação do processo de ensino e de aprendizagem, notadamente no campo da educação para a sustentabilidade, entendida como portadora de múltiplas dimensões. A pesquisa se enquadrou na modalidade qualitativa. Adotamos como estratégia metodológica o estudo de caso único (YIN, 2005), tendo como unidade-caso a Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará e como sujeitos de pesquisa, professores do ensino médio. Adotamos a entrevista projetiva e a observação assistemática como instrumentos de coleta de dados. Para interpretação dos dados, utilizamos a análise textual discursiva (MORAES E GALIAZZI, 2007). Os resultados da pesquisa apontaram para discussões ainda elementares dos temas socioambientais em sala de aula. Entretanto, alguns professores já apresentam abordagens que dão indícios que as discussões relativas à sustentabilidade já estão sendo introduzidas em sala de aula. Para a construção dos referencias teóricos utilizamos vários autores, entre eles: Leff (2002), Veiga (2005), Sachs (2007), Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2009), Figueiredo (2004), Gadotti (2008). PD090-Avaliação dos Projetos de Educação Ambiental: Situação de Estudo de uma Escola no Noroeste do Paraná - 01/02/2011 Pensar na Educação Ambiental e, sobretudo, inseri-la no processo educativo, fortalecerá os fundamentos teóricos da educação e atua na sensibilização social. Nesse sentido, torna-se importante avaliar como as questões ambientais são tratadas no ensino, na perspectiva de formar indivíduos conscientes para exercerem sua cidadania. Portanto, este trabalho tem por objetivo compreender o contexto teórico-metodológico dos projetos de Educação Ambiental desenvolvidos em um Colégio Estadual do Noroeste do Paraná, verificando condicionantes que fundamentam a qualidade dos mesmos. O percurso deste estudo teve abordagem qualitativa, sendo a coleta de dados por meio da observação dos professores em um curso de qualificação e análise de conteúdo das entrevistas e dos projetos realizados pelo colégio. Participaram dessa pesquisa doze alunos de 5ª e 6ª séries e seis professores efetivos de Ciências do Ensino Fundamental da escola. A análise e interpretação dos resultados evidenciam que a articulação entre as políticas públicas e a Educação Ambiental é uma constante em todos os aspectos dimensionados do processo educativo analisado. Verifica-se também, que os projetos desenvolvidos pela escola são, em sua maioria, aqueles propostos pela Secretária de Estado da Educação e, os quais se caracterizam como projetos globalizantes, que envolvem diversos temas e que buscam atender as necessidades sociais. Entretanto, observa-se nestes projetos, uma deficiência dos condicionantes e critérios avaliativos necessários para se realizar uma prática educativa reflexiva e de qualidade, que suportam ajustes e novos encaminhamentos para os projetos em desenvolvimento e aos futuros projetos da escola. Além disso, práticas interdisciplinares não são aplicadas conforme os princípios da Educação Ambiental, revelando a dificuldade dos professores em modificar sua proposta pedagógica. Assim, compete aos professores e a escola proporem projetos interdisciplinares e que desenvolvam um processo avaliativo contínuo que supera a visão simplista de avaliação, além disso é importante que a escola promova condições para a qualificação do professor e aplicação de seus conhecimentos no contexto escolar. PD091-Discursos de Professores sobre a Amazônia: Contribuições para um ensino de ciências em busca da sustentabilidade - 01/04/2011 A atual crise ambiental tem origem nas relações da humanidade com a natureza, que têm se mostrado, ao longo do tempo, predatória. Nesse âmbito, os temas socioambientais têm sido foco de investigações, e dentre eles aqueles relacionados aos contextos socioambientais da Amazônia são de especial relevância para o ensino de ciências local. Esse trabalho teve como objetivo investigar os conhecimentos de professores sobre as questões socioambientais da Amazônia. A pesquisa é um


estudo de caso, realizado nos moldes da pesquisa qualitativa por meio de entrevistas projetivas semi-estruturadas registradas pela escrita e relato oral dos sujeitos, sendo o último áudio gravado. As análises foram realizadas por meio da análise do discurso na perspectiva francesa. Os resultados mostraram que a Escola de Aplicação é um espaço diferenciado de ensino-aprendizagem, que conta com a colaboração de professores diferenciado tanto pela formação, quanto pela experiência que apresentam, cujos conhecimentos são pertinentes à temática porém, influenciados por discursos externos à região. Assim, os conhecimentos que os sujeitos demonstram sobre os contextos socioambientais amazônicos não são lineares e objetivos, mas complexos e envolvidos pela historicidade e interpretação externa do cotidiano local. Para melhor compreendermos e organizarmos os os resultados da pesquisa, elegemos quatro categorias de análise, quais sejam: 1) Amazônia natureza, Amazônia complexa 2) Amazônia frágil e vulnerável 3) desenvolvimento e sustentabilidade: (im) possibilidades na Amazônia e 4) A Amazônia no olhar tecnicista e as potencialidades locais. Durante as análises tornou-se evidente que a Amazônia precisa ser alvo de reflexões mais aprofundadas dos professores para que discursos externos sobre a região possam ser identificados, esclarecidos e compreendidos a partir de uma visão mais ampla do cotidiano local. Porquanto, assim, a Amazônia poderá ser compreendida em toda sua complexidade, e desvinculada da imagem de mero objeto de exploração. Além disso, o ensino de ciências poderá ser realizado de maneira mais abrangente, crítica e cidadã. PD092-Ligação metálica: uma proposta de material didático de apoio ao professor em sala de aula - 01/07/2011 O conteúdo de ligações químicas, apesar de ser considerado um dos temas mais importantes da Química, ainda é pouco abordado no âmbito das pesquisas em Ensino de Química. As pesquisas realizadas sobre esse tema apontam para a dificuldade de se trabalhar esses conteúdos em sala de aula, especialmente, quanto se trata de ligação metálica. Em parte, as dificuldades podem estar associadas à falta de materiais didáticos que associem teoria-experimento e que não banalizem os conceitos químicos, mas que os atribuam significado mais próximos aos aceitos cientificamente. A partir dessa perspectiva, propomos neste trabalho: (i) produzir e implementar um módulo didático para investigar o processo ensino-aprendizagem do conteúdo de ligações químicas, com maior ênfase em ligação metálica, mediante implementação de diferentes estratégias didáticas, sobretudo atividades experimentais demonstrativas-investigativas, com enfoque nas relações entre Ciência-Tecnologia-Sociedade (CTS) e abordagens de problemas ambientais (Educação Ambiental - EA); (ii) investigar como a utilização da abordagem contextualizada, viabilizando a presença dos temas históricos, sociais, tecnológicos e ambientais, pode contribuir para que os alunos desenvolvam a capacidade de questionar as alternativas propostas pela ciência para resolução de problemas sociais, econômicos e tecnológicos. O módulo didático, composto por quatro unidades, foi aplicado em duas turmas da segunda série do ensino médio de uma escola pública do Distrito Federal, no 4º. bimestre do ano letivo de 2010. Com base na análise desses dados, constatamos que a utilização de estratégias didáticas diversificadas, principalmente as atividades experimentais investigativas colaboraram para a compreensão dos conceitos de ligação química, bem como para o entendimento da linguagem representacional para os modelos de ligação metálica. A utilização da abordagem contextualizada, com enfoque nos temas históricos, sociais, tecnológicos e ambientais, favoreceu a compreensão pelos alunos das propriedades das substâncias químicas, sobretudo as dos metais, relacionando-as à diversidade e à complexidade dos materiais que nos cercam. Esta pesquisa também possibilitou-nos refletir sobre a própria prática pedagógica e sobre a complexidade de ser professor. PD093-Questões ambientais em cursos de Licenciatura em Química: as vozes do currículo e professores - 01/03/201 Este trabalho constitui-se em uma investigação acerca da inserção de questões ambientais em cursos de Licenciatura em Química de instituições de ensino superior das regiões sul e sudeste do país, num total de nove universidades e doze cursos analisados. Objetivou-se identificar indícios do tratamento de assuntos ligados ao meio ambiente e sua possível relação com a Química, em disciplinas ofertadas pelos departamentos de Química dessas instituições e que continham, em sua nomenclatura, algum termo que remetesse ao meio ambiente, tais como: ecologia, toxicologia e poluição. Para tanto, foram analisados diferentes descritores presentes nos documentos curriculares, sejam eles: ementas, planos de ensino, objetivos, programas e bibliografia das disciplinas. Partindo desse refinamento, definiu-se o recorte da pesquisa e a amostra de professores a ser entrevistada. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com oito professores formadores atuantes em disciplinas de cunho ambiental, nas quais se buscou identificar em que perspectivas as questões


atreladas ao ambiente vêm sendo abordadas nesses cursos, além de possíveis aproximações com a Química Verde. A análise das informações qualitativas deu-se através dos procedimentos da Análise Textual Discursiva. De forma geral, apesar da maioria dos formadores reconhecerem o meio ambiente de forma reducionista, por este ser percebido de maneira naturalista ou ainda antropocêntrica, apresentaram-se outras visões que as superam. Os formadores perceberam a necessidade da inserção de outras variáveis sistêmicas no tratamento da temática ambiental, percepções globalizantes e de superação do antropocentrismo. Todavia, as questões ambientais foram reconhecidas por muitos apenas como problemas ambientais, e, nesse sentido, como sendo resultantes de substâncias e atividades químicas. Nesse aspecto, à Química foi designado o papel de remediar e também de prevenir problemas ambientais. Já com relação às perspectivas de abordagem das questões ambientais em sala de aula, o enfoque central apresentado pelos professores entrevistados foi o da Química Ambiental, caracterizada pela Química do e no ambiente. A importância e necessidade do trabalho concomitante às perspectivas da Educação Ambiental e do enfoque Ciência-Tecnologia-Sociedade também foram identificadas. Embora apenas um entrevistado tenha explicitamente afirmado trabalhar com a perspectiva da Química Verde, ou seja, da Química para o ambiente, associada à Química Ambiental, indícios e possibilidades do trabalho com os princípios balizadores daquela foram também identificados na fala de outros professores formadores. As informações obtidas apresentam ainda indícios de que a formação inicial dos licenciandos em Química, no tocante à relação entre Química e o ambiente, é baseada em abordagens amplas e complexas, e são realizadas sob diferentes perspectivas de ensino, embora as visões reducionistas de ambiente e de ciência dos formadores acabem refletindo fortemente na prática docente. PD094-Abordagens de Temáticas Ambientais no Ensino de Química: um olhar sobre textos destinados ao professor da Escola Básica. - 01/04/2011 O presente trabalho consiste em um estudo teórico-reflexivo sobre a abordagem de temáticas ambientais no ensino de Química da Educação Básica, tendo como ponto de partida interlocuções teóricas dos campos ambiental, científico e educacional, e como objeto de análise textos publicados em dois periódicos, um nacional e outro internacional, destinados a professores de Química de nível médio. O objetivo geral desta dissertação, portanto, é o de contribuir para a abordagem crítica e socioambiental de temáticas relativas ao meio ambiente na educação em Química. Para tanto, foram caracterizados e analisados o conteúdo de 48 artigos sobre questões ambientais divulgados nas revistas Química Nova na Escola e Green: la Scienza al servizio dell"Uomo e dell"Ambiente, apontando possíveis contribuições de suas mensagens à elaboração de iniciativas didático-metodológicas orientadas pela perspectiva Crítico-Transformadora de Educação Ambiental. Neste sentido, reflete-se, primeiramente, sobre a caracterização contemporânea do meio ambiente como um contexto de crises no qual se conjugam tanto aspectos físicoquímicos e biológicos como sociais, políticos, econômicos, culturais e científico-tecnológicos; e sobre trajetórias e perspectivas da problemática ambiental no contexto da educação formal. A partir da análise do corpus de investigação, discute-se a priori a predominância dos seguintes "temas" no conjunto de textos selecionados: "Crise energética", "Atmosfera terrestre", "A problemática do lixo", "Recursos hídricos" e "Novos materiais, tecnologias limpas e produtos verdes". De forma semelhante, destaca-se a predominância de "Informações de dimensão científica e técnica" na mensagem de todos os artigos, as quais foram subclassificadas em "Estudo do ambiente natural","Controle da poluição: análise, monitoramento e remediação" e "A perspectiva da prevenção". Todavia, aponta-se também a identificação de "Ideias e argumentos para além da dimensão científica e técnica" em 27 (vinte e sete) artigos. A partir disso, infere-se que uma das contribuições do conteúdo das produções textuais analisadas é a possibilidade de superação de lacunas existentes na formação inicial de professores de Química em relação aos conhecimentos e técnicas da Química Ambiental e aos princípios e tecnologias da Química Verde. Assim como se destaca, sobretudo, a contribuição das "Ideias e argumentos para além da dimensão científica e técnica" à abordagem crítica e socioambiental de temáticas ambientais no ensino de Química, principalmente devido ao distanciamento que as mesmas possibilitam de visões naturalistas de meio ambiente. Uma contribuição que interpretamos ser importante tanto à formação docente quanto à elaboração de atividades didático-metodológicas na perspectiva Crítico-Transformadora de Educação Ambiental. PD095-Saberes docentes na interface Biologia/Geociências: contribuições de uma professora em formação continuada. - 01/02/2011 Este trabalho de mestrado tem relação direta com a natureza da mediação do professor, e portanto, com seus saberes, e estes, com sua história, formação, contexto e condições de trabalho. Esta pesquisa buscou investigar as possibilidades e caminhos de uma abordagem geocientífica,


ressaltando a importância de um olhar mais sintético, abrangente e interdisciplinar (característico das Geociências), na formação de indivíduos conscientes de seu ambiente, e da sua relação com o homem. Ao problematizar esta ideia anterior, este trabalho procurou compreender as relações entre a Biologia e as Geociências, considerando os saberes docentes de uma professora em formação continuada. Teve como objetivo principal analisar as interações entre a Biologia e as Geociências em aulas elaboradas e desenvolvidas por uma professora de Biologia, em processo de formação continuada e dentro de um contexto específico: o de um projeto de pesquisa colaborativo. Para contextualizar este trabalho, organizou-se um conjunto de ideias sobre as Geociências, descreveram-se suas particularidades e características, explicitando seu objeto de estudo e a relação com o ensino e a educação para os jovens do Ensino Médio. Atentou-se para como o professor constrói as relações Geociências/Biologia, em seu trabalho, considerando as características epistemológicas geocientíficas (sintética e abrangente), para se repensar e ressignificar o ambiente e suas relações antrópicas. Os procedimentos metodológicos desta pesquisa qualitativa consistiram, em um primeiro momento, no acompanhar do planejamento e produção de uma unidade didática piloto, junto a um projeto de pesquisa voltado para os processos avaliativos nacionais, e financiado pela CAPES / INEP / Observatório da Educação. Em um segundo momento, acompanhou-se, observou-se e registrou-se o desenvolvimento desta unidade didática, em aulas de Biologia, de uma professora da escola pública de Ensino Médio. Foi realizado ainda um questionário investigativo com esta professora participante (e bolsista), com o objetivo de obter informações, principalmente, sobre a sua história de formação profissional e a produção e desenvolvimento da Unidade Didática. PD096-Kits Educativos em Química: Uma Ferramenta para a Educação Ambiental? - 01/12/2011 O presente trabalho analisa a possibilidade de inserção de kits educativos da área Química para tratar de questões Ambientais no ensino médio de uma escola da rede estadual de ensino no município de Tubarão - Santa Catarina. Trata-se de uma pesquisa qualitativa na forma de estudo de caso de acordo com Minayo (2007), Esteban (2004) e Ludke (2005). O professor da área de Química desenvolveu junto aos seus alunos do segundo ano do ensino médio os kits solucões e cinética durante suas aulas. Os alunos realizaram os experimentos e em seguida responderam a um questionário com vistas, à analisar a possibilidade de inserção das questões ambientais a partir dos kits educativos de química. O professor assim como um pesquisador da área de Química também analisaram, por meio de questionário, tal possibilidade. A análise dos dados se deu por meio da identificação de categorias emergentes com base em Moraes (2005). Diversos autores relatam sobre a utilização dos kits educativos para investigações na área da Educação. No presente estudo, há uma dificuldade por parte do professor em inserir questões ambientais e contextualizar com base em uma abordagem pedagógica crítica, emancipatória e transformadora. Constata-se, a partir da presente pesquisa, que um processo de Educação Ambiental na escola deve enfocar questões de ordem sócioeconômicas; aspectos pertinentes ao processo de construção de conhecimentos de uma forma criativa, motivadora e dinâmica, fatores estes que potencializam a aprendizagem e possibilitam maior alcance para que os alunos desenvolvam suas habilidades e capacidade de criticidade. Além disso, é fundamental também que a esfera pública se comprometa com processos de formação continuada com vistas à formação de sujeitos comprometidos com as questões ambientais. Sugere-se, no âmbito da universidade, estudos junto a professores, dentro da temática da Educação Ambiental, bem como a elaboração de projetos educativos com vistas à sua implantação visando a construção de uma educação crítica e transformadora. PD097-Processo de aprendizagem na Educação Infantil uma interação entre espaço formal e não formal - 01/09/2011 Considerando a necessidade de aproximar as crianças da Educação Infantil com temas do eixo Natureza e Sociedade, o qual representa o Ensino de Ciências nesta etapa da vida, é que propomos o uso dos espaços não formais como um caminho para o processo de aprendizagem das crianças. Nesta perspectiva visamos investigar em que medida o espaço não formal, "Bosque da Ciência" pode contribuir com o processo de aprendizagem das crianças da Educação Infantil. Deste modo, alguns questionamentos suscitaram a necessidade de descrever como é abordado o ensino de ciências na sala de aula especificamente sobre os seres vivo e o ambiente; assim como conhecer os processos de aprendizagem utilizados pelo professor no espaço não formal com as crianças da educação Infantil e analisar a aprendizagem de ciências dos estudantes ao retornarem para a escola. Para tanto, o percurso metodológico foi pautado na perspectiva da pesquisa qualitativa, reconhecidos pelos instrumentos de pesquisa para a coleta de dados, como são a entrevista, observação e questionário semi-aberto. O lugar da pesquisa foi um Centro Municipal de Educação Infantil juntamente com o espaço não formal Bosque da Ciência. Os sujeitos da pesquisa foram quatro


professoras e 56 estudantes do segundo período, com faixa etária de cinco anos. Verificamos que o uso dos espaços não formais ainda não é uma cultura vivida na escola, no entanto é um desejo das professoras que isto aconteça, uma vez que as aulas tornam-se mais significativas devido a aproximação da criança com os objetos observados no universo amazônico. É uma necessidade saber quais os procedimentos logísticos e pedagógicos para a realização de excursão em espaço não formal e sua continuação na sala de aula, a fim de promover a aprendizagem e a confronto da criança com a Ciência. O espaço não formal possibilitou a compreensão das fases do pensamento da criança, oferecendo subsídios, para procedimentos favoráveis a aprendizagem de Ciências. Deste modo, acredita-se que este trabalho traga contribuições possíveis de serem adotadas no processo de ensino-aprendizagem de Ciências da criança amazonense, não somente da Educação Infantil, mas também dos anos seguintes. PD098-CONSTATAÇÕES A RESPEITO DA PERSPECTIVA CTSA NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE QUÍMICA - 01/01/2011 A formação inicial de professores tem sido alvo de debates, discussões e pesquisas no setor educacional brasileiro. No âmbito dessas questões, destacam-se as últimas mudanças relacionadas à implementação da LDBEN e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores. Esses documentos retratam a importância de uma educação básica que propicie aos indivíduos tanto o acesso ao conhecimento científico, como o exercício da cidadania. Defendemos que essa formação pode ser alcançada por meio da abordagem CTSA. Esta pesquisa teve como objetivo investigar se o curso de Licenciatura em Química da Universidade Estadual de Maringá fornece um embasamento teórico orientado pela perspectiva CTSA. Para tanto, participaram da pesquisa onze licenciandos do quarto período do referido curso, que responderam a questionários e participaram do desenvolvimento de uma oficina temática com enfoque CTSA, intitulada "motores de combustão interna". A partir do conteúdo das respostas dos questionários, de questões e das falas dos participantes durante a intervenção pedagógica, foi possível conhecer suas concepções a respeito de Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e da perspectiva de ensino CTSA. A partir dos resultados, foi possível evidenciar que a perspectiva CTSA é contemplada no curso, mesmo que de forma ainda precária, com maior ênfase nas disciplinas pedagógicas. Depreende-se que boa parte dos licenciandos revelou uma compreensão pouco elaborada dessa abordagem de ensino, apresentando dificuldades em estabelecer as relações CTSA no desenvolvimento de conhecimentos químicos. Essa perspectiva de ensino será tratada com a relevância que merece nos cursos de licenciaturas quando um contingente maior de professores universitários vinculados a esses cursos compreenderem, efetivamente, sua devida importância para a formação docente. PD099-Concepções de professores de escolas públicas de São José do Rio Preto/SP sobre ensino de Ciências Naturais e Educação Ambiental - 01/08/2011 A presente pesquisa teve como objetivo conhecer as percepções de professores de Ciências de 5a a 8a séries (6º a 9º anos) do Ensino Fundamental de escolas públicas estaduais sobre suas práticas e sobre o trabalho com questões relacionadas a meio ambiente. Foram realizadas entrevistas com roteiro semi-estruturado com dez professores de Ciências, de dez escolas da rede pública estadual São José do Rio Preto, estado de São Paulo, com a finalidade de identificar as ideias dos docentes sobre suas práticas e suas concepções a respeito de ensino de Ciências, meio ambiente e educação ambiental. Além disso, buscou-se verificar os principais recursos utilizados no tratamento dos temas ambientais e de que maneira o professor utiliza o livro didático. Foi questionada, também, a visão dos professores sobre o papel da formação inicial para o trabalho com Educação Ambiental. Foram utilizados, como aportes teóricos, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a Proposta Curricular do Estado de São Paulo, trabalhos de autores que pertencem à vertente da educação ambiental crítica e as concepções de currículo em seus processos de desenvolvimento de Gimeno Sacristán (2000). Os resultados, baseados nas análises das respostas, indicam que todos os professores participantes da pesquisa consideram importante tratar os conteúdos de Ciências de forma integrada e trabalhar as questões ambientais. Os temas ambientais são abordados, majoritariamente, por meio de discussões em sala de aula, com poucas atividades práticas quase sempre pontuais ou realizadas em datas comemorativas. A maioria dos professores entrevistados apresenta uma concepção antropocêntrica de meio ambiente e uma visão de educação ambiental voltada à conscientização dos alunos para atitudes corretas em relação ao meio. Consideram, também, que a formação inicial pouco contribuiu para suas práticas com relação aos temas ambientais e buscam informações, em diferentes fontes, para se atualizarem. As apostilas da Secretaria da Educação (Cadernos do Professor e do Aluno da Proposta Curricular do Estado de São Paulo) são apontadas como o principal suporte para o trabalho com os conteúdos de Ciências e com os assuntos relacionados a


meio ambiente. Os professores mencionam o uso de livros didáticos para complementar o trabalho com Educação Ambiental. Embora os relatos dos professores indiquem que a Educação Ambiental venha sendo trabalhada nas aulas de Ciências do ensino Fundamental, consideramos que isso acontece de modo pouco crítico, privilegiando aspectos comportamentais e individuais. Acreditamos que essa forma de tratamento tem poucas chances de conduzir à formação de sujeitos mais participantes na defesa do meio ambiente e na busca de uma melhor qualidade de vida para todos os habitantes do nosso planeta. PD100-ESTRATÉGIAS DE ENSINO E INTERAÇÕES EM AULAS DE FÍSICA E QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO COM FOCO NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL - 01/04/2011 O presente trabalho apresenta e analisa resultados de uma pesquisa qualitativa comcaráter de pesquisa-ação, na qual a pesquisadora é a própria professora que atua no processoeducacional investigado, com vistas a analisar Estratégias de Ensino (EE) e interações emaulas de física e química numa turma do 3º ano do Ensino Médio em uma escola estadual. Nainvestigação, a atenção foi direcionada para a potencialidade de articulação da EducaçãoAmbiental (EA) em estudos sobre fontes de energia usadas e alternativas. Para melhor situar eentender a prática educativa foi realizada uma análise documental relacionada ao espaçotempoescolar, quanto à EA, com foco no Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola, nosPlanos de Ensino (PE) de física e química de responsabilidade da professora, e em LivrosDidáticos. Os dados referentes às aulas foram construídos a partir de registros (em vídeo) dasinterações dos sujeitos em sala de aula, seguidos de transcrições e olhares reflexivos, paraanalisar o ensino durante dezesseis aulas, em cada disciplina. Foram procedidos recortes nastranscrições, tendo sido construídos quatro episódios registrados durante seis aulas de física etrês episódios durante três aulas de química, com foco na EA. Discute-se o papel social daescola e do professor, aspectos históricos da temática ambiental e do referencial históricoculturalcomo suporte teórico da reflexão sobre o ensino de conceitos e a possívelcontribuição no desenvolvimento da consciência ecológica. A explicitação dos procedimentosmetodológicos da pesquisa parte de uma abordagem contextualizada da prática docente daprofessora. Os resultados dizem respeito ao entrelaçamento da EA no ensino de Ciências daNatureza e suas Tecnologias, ao se trabalhar criticamente os conteúdos, com participaçãoativa dos estudantes. Para isso, corrobora-se o entendimento de que os sujeitos sãoconstituídos nas interações ao longo das práticas sociais. Assim imbricadas nos coletivosorganizados, as práticas curriculares relacionam-se ao PPP, aos PE e às EE. Argumenta-se emdefesa de mudanças na/da cultura escolar, tendo como foco o desenvolvimento de interaçõescapazes de articular conceitos escolares com ações de EA, num planeta de fluxos energéticose condições de sobrevivência frágeis e finitas. PD101-A Educação Ambiental no Ensino de Ciências; Formação, Prática e Transversalidade - 01/11/2011 O ensino de Ciências tem evidenciado muitos desafios aos educadores contemporâneos, especialmente pela complexidade em que a sociedade global se insere e a relação desta com as práticas pedagógicas. A fragmentação disciplinar e a desconexão com a realidade sugerem preocupações e questionamentos sobre a formação continuada do professor diante dos paradigmas emergentes. Haja vista que a velocidade do desenvolvimento científico e tecnológico exige a formação de indivíduos que acompanhem e compreendam o fluxo dessas transformações, revestidos de valores, morais e éticos, e articulados coletivamente. No bojo dessas situações, essa pesquisa objetivou investigar acerca do processo de formação continuada dos professores de ciências no âmbito municipal de ensino para a prática da transversalidade na escola, quanto à inserção das Temáticas Transversais Ambientais, com a finalidade de propor um curso de formação continuada de professores para fortalecer o desenvolvimento da Educação Ambiental e a otimização do Ensino de Ciências nas escolas municipais de Manaus. Em tal perspectiva, a pesquisa situou-se na Divisão de Desenvolvimento Profissional do Magistério - DDPM - da Secretaria Municipal de Educação de Manaus - SEMED - para investigar o contexto formativo. Nesse ínterim, considerou-se a prática da transversalidade, em especial a abordagem das Temáticas Transversais Ambientais como fomentadoras de um processo interdisciplinar, promovendo a transformação da prática educativa e a melhoria da qualidade do ensino. Consequentemente, a formação de indivíduos críticos e integrados socialmente. Em face disso, a formação continuada de professores, sob a perspectiva transversal, deve possibilitar aos professores o rompimento de velhos paradigmas, a compreensão e interpretação da realidade e a tessitura desta com os conteúdos curriculares. A pesquisa baseou-se na metodologia de Métodos Mistos, na concepção dialética de educação e os resultados obtidos foram tabulados e analisados quanti-qualitativamente, mediante Escala de Likert, para algumas questões. Diante disso, elaborou-se uma proposta de intervenção, denominada de Curso de


Formação Continuada em Temáticas Transversais Ambientais para professores de Ciências dos anos finais do ensino fundamental das escolas municipais de Manaus, visando resignificar as práticas formativas e pedagógicas, apontando as Temáticas Transversais Ambientais como eixo legitimador do desenvolvimento do processo de Educação Ambiental nas escolas públicas municipais.

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AS DIMENSÕES AMBIENTAIS EM TESES E DISSERTAÇÕES