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AS DIVERSAS PORTARIAS E SUAS APLICAÇÕES.

AS DIVERSAS PORTARIAS E SUAS APLICAÇÕES. · 1 1.10 1.20 1.30 1.40 1.50 ... Portaria 331-B/2009, fixou-se um valor fixo para a fase 1

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AS DIVERSAS PORTARIAS E SUAS APLICAÇÕES.

Temos neste momento três Portarias:

- Portaria 708/2003 de 4 de Agosto

- Portaria 331-B/2009 de 30 de Março

- Portaria 282/2013 de 29 de Agosto

1. A Portaria 708/2003 de 4 de Agosto, tem aplicação aos processos que se iniciaram a 15 de Setembro de 2003 e entraram até 30 de Março de 2009;

2. A Portaria 331-B/2009 de 30 de Março aplica-se aos processos que se iniciaram a 31 de Março de 2009 e entraram até 31 de Agosto de 2013

3. A Portaria 282/2013 de 29 de Agosto aplica-se aos processos que se iniciaram a partir de 1 de Setembro de 2013.

- Responsabilidade pelo pagamento das despesas e honorários do Agente de Execução pelo exequente ou autor (Art. 5º da Portaria 708/2003, art. 13º da Portaria 331-B/2009 e art. 45º nº 1 da Portaria 282/2013) e actualmente no art.721 nº 1 do CPC

- Havendo produto da venda ou dos bens penhorados, estes valores saem precípuos do depósito.

Remuneração em função dos resultados obtidos

Exigência de quantias por conta de honorários ou despesas, a titulo de provisão.

Os actos taxados são os efectivamente praticados excepto nos casos em que tal situação é prevista (nomeadamente na Portaria 331-B/2009)

1 PELA ABERTURA DA EXECUÇÃO

20 €

EXECUÇÃO P/ PAGAMENTO QUANTIA CERTA

5.1 Pela elaboração do auto de penhora 30 €

5.2 Citações, notificações e comunicações

5.2.1 Por citação do executado 30 €

5.2.2 Em simultaneo com a penhora 15 €

5.2.3 Citação de credores (por citado) 10 €

5.2.4 Citação do conjuge (não executado), credores publicos, inst. De crédito ou soc. Financeiras (por citado)

5 €

5.2.5 Pela citação pessoal de terceiros, quando necessário 30 €

6 VENDA

6.1 Publicitação de venda de bens imoveis 40 €

6.2 Publicitação de venda de outros bens 30 €

6.3 Notificação dos preferentes (por notificado) 10 €

6.4 Assistencia à abertura de propostas e lavrar acta 35 €

6.5 Notificação do arrematante para depósito da parte restante do preço (por arrematante)

10 €

6.6 Arresto e execução dos bens do preferente As tarifas previstas nesta tabela

6.7 Adjudicação e registo de bens (por bem ou conjunto de bens) 25%

6.8 Venda por negociação particular (sobre o valor da venda) 1%

Com a Portaria 708/2003, aprovada e publicada antes da entrada em vigor do Código de Processo Civil, verificou-se, com a pratica, a existência de diversas lacunas na sua aplicação pratica

Foram considerados atos sem grande aplicação prática e outros que não estavam considerados, nomeadamente as comunicações e notificações e que se verificaram penalizantes.

Nesta portaria temos uma situação que não se voltou a repetir nas outras duas que entraram em vigor posteriormente:

Uma foi haver uma remuneração mínima em função do valor da execução e a

Outra foi haver uma remuneração adicional “progressiva” ou seja em função da fase processual em que tem lugar a recuperação do crédito, o factor multiplicativo aumenta.

Artigo 9º da Portaria – Limite minimo de honorários:

Os honorários do solicitador de execução depois de determinados nos termos dos arts. 7º e 8º não podem ser inferiores à soma da remuneração devida pelos actos praticados, multiplicados pelos seguintes factores em função do valor de execução.-

≤1.750 €

≤ 3.750 €

≤ 15.000 €

≤ 50.000 €

≤ 75.000 €

> 75.000 €

1 1.10 1.20 1.30 1.40 1.50

Esta situação normalmente só se passa quando não há valor recuperado e há muitos actos praticados no processo.

Normalmente nas notas discriminativas este valor aparece sempre como honorários mínimos.

Remuneração adicional:

VALOR TAXA BASE (%) TAXA MARGINAL (%)

Até 1.750 € 3,000 0 3,000 0

De 1.750,01 € a 3.750 € 2,000 0 2,466 7

De 3.750,01 € a 15.000 € 1,000 0 1,366 7

De 15.000,01 € a 50.000 € 0.750 0 0.935 0

De 50.000,01 € a 75.000 € 0,500 0 0,790 0

75.000,01 € ou mais 0,250 0

Honorários em função do resultado obtido:

Antes do auto de penhora 0,5

Se ocorrer após o auto de penhora 1

Se ocorrer após a publicitação da venda

1,3

Se ocorrer após a venda 1,8

Exemplificando:

Valor recuperado ou garantido após a publicação da venda 130.000 €

Vamos aplicar a taxa marginal de 0,790 0

75.000 € * 0,79 = 592,50€

Agora aplicamos a taxa base ao diferencial

55.000 € * 0,25 = 137,50 €

total = 730,00 € * 1,3 = 949 €

Por ultimo falta-nos falar das execuções para entrega de coisa certa e prestação de facto

Nesta portaria os valores também são progressivos mas não há um esclarecimento face aos valores praticados se a remuneração adicional é para ser levada em conta.

Na minha opinião não é.

Até 1.750 €

De 1.750,01 € a 3.750 €

De 3.750,01 € a 15.000 €

De 15.000,01 € até 50.000 €

Acima de 50.000,01 €

Execução para entrega de coisa certa ou prestação de facto

40

60

120

200

400

PORTARIA 331-B/2009 DE 30 DE MARÇO

HONORÁRIOS QUANTIDADE VALOR

1 FASE 1 127,50 €

3.1. Penhora externa c/ citação 0 horas - €

3.2 Penhora externa s/ citação 0 horas - €

3.3 Penhora externa (frustrada) 0 acto(s) - €

3.4 Por bem penhorado (não inclui móveis) 0 bem(s) - €

3.5 Imposição de selos 0 acto(s) - €

3.6 Redução de penhora 0 acto(s) - €

3.7 Procedimento de pagamento (adjudicação) 0 acto(s) - €

3.8 Procedimento de pagamento (venda carta fechada) 0 acto(s) - €

3.9 Procedimento de pagamento (negociação particular) - €

3.10 Cancelamento de penhora 0 acto(s) - €

4.1 (a) Citações via postal (efectiva) 0 acto(s) - €

4.1.(b) Citações via postal (frustrada) 0 acto(s) - €

4.2(a) Citações pessoal (efectiva) 0 acto(s) - €

4.2(b) Citações pessoal (frustrada) 0 acto(s) - €

4.3 Citações editais 0 acto(s) - €

4.4 Citações electronicas 0 acto(s) - €

4.5 Citação do conjuge, credores públicos e bancos 0 acto(s) - €

5.1 Notificações 0 acto(s) - €

6.1 Liquidação de créditos 0 acto(s) - €

6.3 Pela consulta eletrónica a todas as bases de dados nos termos do art. 31-A 0 acto(s) - €

7 Entrega de coisa certa 0 acto(s) - €

8 Prestação de Facto 0 acto(s) - €

10.1 Arresto concretizado 0 horas - €

10.2 Arresto frustrado 0 acto(s) - €

10.3 Por bem arrestado (não inclui móveis nsr) 0 bem(s) - €

Artigo 20º Remuneração adicional - €

Com a Portaria 331-B/2009, algumas diferenças surgiram: A principal delas todas foi haver um valor para a fase 1,

valor este que tinha o máximo de 127,50 € + iva, mas não havia qualquer valor mínimo, o que permitiu que houvesse diversos conluios entre os colegas e mandatários o que só prejudicou ambas as classe.

Outra das diferenças foi a forma de calcular o valor

recuperado ou garantido. Premiou-se agora quem consegue cobrar mais

celeremente. Ou seja se for antes da penhora o factor multiplicativo é

de 50% Se for após penhora é de 25%

Deixou de existir, nesta Portaria, os honorários mínimos, mas em contrapartida já foram contabilizadas as notificações

As despesas das citações prévias só são consideradas após a da 4ª citação. – alteração da Portaria 201/2011 de 20/05

As citações prévias estão consideradas na fase 1.

Se pensarmos bem, não há motivo para não serem consideradas as citações prévias e serem consideradas as citações após penhora.

Temos uma distinção para as penhoras de bens móveis com ou sem citação e em ambas passa a ser considerado o tempo da diligencia.

Passamos também a ter consideradas as penhoras de bens móveis frustradas – os chamados autos de diligencia.

Temos também considerados os autos de penhora feitos no escritório que passaram a ser considerados por verbas.

Passou a haver uma verba para a imposição de selos e para o acto de redução da penhora (acto este que, com a entrada em vigor do NCPC, passou a estar na disponibilidade do Juiz)

Passou a haver uma verba (3.10) considerada para o cancelamento da penhora, havendo um valor para um só bem e outro para mais do que um bem.

Passou a haver três verbas distintas para a venda:

procedimentos que englobam uma série de actos (excepto notificações), que ao fim e ao cabo evitam diversos actos relativos à venda e que estavam elencados na Portaria 708/2003.

Procedimento para a venda por abertura de propostas em carta fechada

Procedimento de pagamento que implique adjudicação, consignação ou entrega de bens penhorados

Procedimento de pagamento sob a forma de venda por negociação particular.

Aqui retrocedeu-se relativamente à Portaria 708/2003.

Passou a haver um limite quanto à quantia recuperada no valor de 4 UC acrescido de 0,15 UC ou seja 15.30 €

Acrescentou-se uma verba para a liquidação de créditos, quando há concurso de credores.

Foi também acrescentada uma verba que é devida quando a execução está extinta e o exequente pretende fazer novas pesquisas antes de pedir a renovação da instancia – 6.3

Esta verba não é para ser pedida senão nesta circunstancia. – art. 31-A da Portaria 201/2011 de 20/05

Quanto à remuneração adicional manteve-se a mesma definição para o valor recuperado e garantido

A formula de calculo manteve-se bastante similar à da Portaria 708/2003.

Valor recuperado ou garantido Taxa normal (em

%)

Taxa média (em %)

Até 20 UC – 2.040 € 3 3,000

De 20 a 40 UC – de 2.040€ até 4.080 € 2 2,500

De 40 a 160 UC – De 4.080€ até 16.320 € 1 1,375

De 160 a 520 UC – De 16.320 € até 53.040 €

0,75 0,942

De 520 a 780 UC – De 53.040 € até 79.560 €

0,50 0,795

Mais de 780 UC – Mais de 79.560 € 0,25

Calcula-se de modo similar:

Se o valor recuperado for superior a 20 UC, é dividido em duas partes

Uma igual ao limite dos escalões que nele couber a que se aplica a taxa média correspondente a esse escalão e

Outra igual ao excedente a que se aplica a taxa normal:

Exemplificando:

Valor recuperado ou garantido – 80.000 €

Aplica-se a 53.040 € a taxa de 0.942% = 499.63 €

Aplica-se à diferença – 26960 € x 0.5% = 134.80 €

Total 634.43 € a este valor multiplica-se por 50% ou por 25% e soma-se se for antes ou depois da penhora.

Esta Portaria entrou em vigor juntamente com a entrada em vigor da Lei 41/2013 e aplica-se a todos os processos que se iniciaram a partir de 1 de Setembro de 2013.

Nesta portaria, atendendo ao que se tinha passado com a Portaria 331-B/2009, fixou-se um valor fixo para a fase 1

Mais uma vez se premeia nesta Portaria a celeridade do processo.

Assim se for antes da 1ª penhora temos uma remuneração adicional superior; se for depois da primeira penhora temos uma remuneração adicional inferior; se for após a venda ainda é uma remuneração menor

Passou a haver quatro fases, todas elas com valor fixo, mas susceptíveis de poder haver reforços de provisão em qualquer delas, excepto na fase 1

FASES DO PROC. EXECUTIVO

Descrição Provisão

Fase 1 Todos os actos até à citação do executado ou até informação de bens

0.75 UC

Fase 2 Citação prévia dos executados (por exec.)

0,25 UC

Fase 3 Diligencias de penhora e citações de credores que engloba 6 actos internos e dois externos (por executado)

0,50

Fase 4 Diligencia de venda com limite de 2 diligencias externas

1UC

PROC.entrega de coisa certa e prestação de facto

Fase 1 Todas as diligencias 2UC

PROCESSOS EXECUTIVOS PARA PAGAMENTO QUANTIA CERTA

1.1

Tramitação de proc. Exec. Com recuperação ou garantia total ou parcial por executado

Todos os actos necessários à extinção do proc., com o limite global de 6 citações ou notificações sob a forma de citação por via postal e de 2 diligencias externas

2,5 UC

1.2

Tramitação de proc. Exec. sem recuperação ou garantia total ou parcial por executado

Todos os actos necessários à extinção do proc., com o limite global de 6 citações ou notificações sob a forma de citação por via postal e de 2 diligencias externas

1,5 UC

1.3

Venda por negociação particular

Promoção da venda incluindo a intervenção na outorga do titulo

1% sobre o valor da

venda

1.4

Consulta electronica a todas as bases de dados nos termos do art. 15º

Todas as notificações necessarias 0,15 UC

PROCESSOS PARA ENTREGA DE COISA CERTA OU PRESTAÇÃO DE FACTO

2.1

Entrega de coisa certa Todos os actos necessários até à entrega

4 UC

Artigo 15.º Informações a prestar após a inserção na lista pública de execuções

1 - Após a inclusão da execução na lista pública de execuções, nos termos da portaria que regula essa inclusão, e até à sua exclusão por cumprimento da obrigação ou decurso do prazo limite de cinco anos, o exequente pode requerer ao agente de execução a consulta às bases de dados referidas no artigo 749.º do Código de Processo Civil para identificação de bens de modo a poder decidir sobre a oportunidade de renovação da instância. 2 - A consulta eletrónica às bases de dados: a) É efetuada, no âmbito do processo respetivo, por meios exclusivamente eletrónicos no prazo máximo de cinco dias; b) O processo deve ser retirado do arquivo para possibilitar a prática do ato, mas a consulta não implica qualquer renovação da instância; e c) O resultado da consulta fica registado no processo, nos sistemas informáticos de suporte à atividade dos agentes de execução e dos tribunais, e é enviado ao exequente nos termos do artigo anterior. 3 - Pelo ato referido no número anterior o agente de execução aplica a tarifa constante do ponto 1.4 da tabela do anexo VII da presente portaria.

Se forem ultrapassadas as diligencias consideradas no “pacote” temos então os seguintes valores – Art. 50º :

- 0,25 UC por citação ou notificação sob a forma de citação efectivamente realizada;

- 0,05 UC por notificação por via postal ou citação electronica;

- 0,5 UC por acto externo concretizado,

- 0,25 UC por acto externo frustado

Art. 50º, nº 4 – Quando há entrega coerciva de bem ao adquirente, o AE tem direito ao pagamento de 1UC, a suportar pelo adquirente.

Art. 50 nº 6 Define mais uma vez o que é o valor recuperado e o valor garantido:

Valor recuperado – O valor do dinheiro restituido, entregue, o do produto da venda, o da adjudicação ou o dos rendimentos consignados pelo AE ao exequente, ou pelo o executado ou terceiro ao exequente.

Aqui esclarece-se uma situação recorrente com os mandatários. Desiste-se da execução para não ter de pagar a remuneração adicional ao AE, mas neste caso o AE está salvaguardado pela definição de valor garantido

Valor garantido: - O valor dos bens penhorados ou o da caução prestada pelo executado, ou por terceiro ao exequente, com o limite dos créditos exequendos, bem como o valor a recuperar por via de acordo de pagamento em prestações ou acordo global.

Remuneração adicional

Valor

recuperado ou garantido

Antes da 1ª penhora

Após a penhora e

antes da venda

Após a venda

Até 160 UC – 16.320 €

10% 7,5% 5%

Após 160 UC - 4% 3% 2%

O modo de calculo é em tudo semelhante às anteriores.

Se for recebido 100.000,00 € após a penhora, vamos proceder do seguinte modo:

16.320,00 € x 7,5% = 1.224,00 €

83.680,00 € x 3% = 2.510,40 €

Total = 3.734,40 €

Esta portaria tem como consequencia penalizar imenso o agente de execução em caso de não haver cobrança, mas pelo contrario penaliza imenso o executado/exequente em caso de haver cobrança.

Aconselho sempre a todos os mandatários a pedirem a nota discriminativa e justificativa, em caso de acordo, a fim de não haver qualquer surpresa.

Art. 45º Nunca esquecer que é sempre o autor ou o exequente a suportarem as despesas e honorários dos agente de execução, podendo vir a reclamar estas do executado.

Dai que é preciso acautelar junto do executado os honorários do AE.

Podemos dar como exemplo de uma nota discriminativa de modo a perceber o que eventualmente poderá estar errado:

Temos uma execução com 4 executados: dois são marido e mulher e os outros são individuais residindo

em moradas diferentes.

Conseguimos fazer a penhora sobre os bens dos executados casados e sobre um dos outros executados.

Os actos que constam da bolsa para todos os executados são 6 actos internos x 3 executados = 18 2 actos externos x 3 executados = 6 actos. Estes actos estão definidos no art. 50º nº 3 com remissão para

os pontos 1 e 2 da tabela do Anexo VII

NOTA DISCRIMINATIVA

HONORÁRIOS Quant. V. unit UC VALOR

1 FASE 1 Analise liminar tit. Executivo, consultas base dados, e remessa desp liminar 0,75 - €

FASE1 p/ Processos entrega coisa certa ou prestação de facto 2,00 - €

1.1 Tramitação PQC c/ recup total/parcial, por executado 2 2,50 510,00 €

1.2 Tramitação PQC s/ recup total/parcial, por executado 1 1,50 153,00 €

1.3 Venda por negociação particular incluindo intervenção na outorga dso título de transmissão) 1% - €

1.4 Consulta electrónica a todas as bases de dados no termos do artº 31º-A 0,15 - €

2.1 Tramitação de processo executivo p/ entrega de coisa certa 4,00 - €

2.2 Tramitação de processo executivo p/ prestação de facto 4,00 - €

5.1 Certidões em papel até 20 páginas 0,25 - € 5.2 Por cada página a mais 0,01 - €

5.3 Certidões electrónicas 0,16 - €

Citação/notificação sob forma citação, por via postal efectivamente concretizada (a)nº 3 artº 18º ) - acima das 1ªs 6 0 0,25 - €

Notificaçãopor via postal ou citação electrónica ( b) nº 3 artº 18º) - acima das 1ªs 3 0 0,05 - €

Acto externo concretizado (penhora/citação/afixação edital/apreensão bem/assit. ab. Prop. ( c) nº 3 artº 18º) acima 1ºs 2 0 0,50 - €

Acto externo frustrado - cada 0 0,25 - €

Entrega coerciva de bem ao adquirente 1,00 - €

Artigo 50º Remuneração adicional sobre

12.000 € 900,00 €

QUANT. DESCRITIVO VALOR

UNITÁRIO SUB TOTAL 1 Fotocópias simples com valor de informação 1.

- € Pagamento ao Colega Delegado

122,00 € - €

Despesas Devidamente comprovadas 7,08 €

- €

DESPESAS NÃO SUJEITAS A IVA

QUANT. DESCRITIVO VALOR UNITÁRIO

SUB TOTAL

Registo de penhora de imóvel 100,00 €

- €

0 Registo de penhora de veiculo 65,30 €

- €

0 Fotocópia simples com valor de informação 1,00 €

- €

Certidão fiscal – cancelamento da penhora 250,00 €

- €

RESUMO Honorários

1.818,00 €

Despesas sujeitas a IVA - €

SUB TOTAL (1) 1.818,00 €

Adiantamentos sem iva 127,50 €

Valor sujeito a IVA 1.690,50 €

IVA 388,82 €

SUB TOTAL (2) 2.079,32 €

Despesas não sujeitas a IVA - €

Adiantamento para despesas - €

SUB TOTAL (3) - €

SALDO A SER PAGO AO A.E. 2.079,32 €

Só podemos considerar três executados em termos de nota discriminativa – Quando residem na mesma morada só se pode considerar um.

Só podemos preencher as notificações se excedermos o pacote que, no caso, são 18 notificações e 6 diligencias externas.

Quanto às despesas só podemos considerar as efectivamente praticadas.

Temos de ter em atenção ainda os seguintes aspectos:

Art. 50, nº 10 – Em diligencia de penhora de bens móveis se a remuneração adicional for inferior a 1UC, será sempre devido 1 UC

Art. 50 nº 11- O valor da remuneração adicional será reduzido em 50% se a execução for hipotecária e só sobre os bens em que exista hipoteca.

Art. 50, nº 12 – Se o executado liquidar integralmente a divida, num processo em que haja citação prévia, dentro do prazo de oposição à execução não há lugar à remuneração adicional.

Art. 50, nº 14 – Os actos delegados são taxados a 0,75 UC ou seja 76.50 €

Em resumo:

Esta Portaria apenas deve considerar os actos efectivamente praticados.

Se houver executados com a mesma morada são considerados apenas como 1.

Atenção aos valores da remuneração adicional, que são muito elevados.

Vai ser necessário assegurar, para além dos honorários e despesas, o seguinte:

- Conversão da penhora em hipoteca

- Imposto de selo (a ser cobrado sobre o mmg) em que podem ser incluidas ou não as despesas.

Cancelamento da hipoteca no final do acordo e

Registo de nova penhora caso não seja cumprido o acordo.

Existe um problema de natureza fiscal que normalmente não se acautela:

Sendo os honorários elevados não é por vezes exequivel o agente de execução receber a totalidade dos seus honorários (o que poderá inviabilizar por vezes os acordos) e também porque, não sendo este cumprido, terá de ser devolvido o excedente.

Ora, tendo o agente de execução obrigação de facturar nos 5 dias após o pagamento, terá de haver uma nota de crédito par devolução do excedente.

Uma sugestão que faço é nos acordos que se prolongam no tempo, serem feitos pagamentos parcelares ao longo do tempo (por exemplo, um ano) e facturados os honorários só sobre montantes efectivamente recebidos.

Mas esta solução apenas pode ser aplicada com mandatários/exequentes em quem se tenha confiança.

Permitam-me chamar a atenção para a extinção da instancia, que é sempre tão esquecida.

Temos de ter atenção que há extinções que permitem a renovação da execução e outras não.

As que não permitem são, para além das constantes do art. 277º do CPC:

1. A deserção – art. 281, nº 5 do CPC e art. 849 nº 1 f)

2. A desistencia – art. 849 nº 1 f)

3. A impossibilidade ou inutilidade superveniente da lide – temos neste caso duas possibilidades

a) Na impossibilidade a extinção é feita nos termos do art. 849º, nº 1 f) e

b) Na inutilidade a extinção é feita nos termos do art. 849 nº 1 c) – logo pode ser renovada a instancia.

4 – Falta de pagamento de honorários ao AE – Art. 721, nº 3º

5 – Falta de entrega do original do titulo executivo – Art. 724º nº 5 do CPC

6 – Recusa do requerimento executivo – Art. 725º , nº 4

7 – Procedência dos embargos de executados – Art. 732º nº 4

8 –Depósito da quantia liquidada – Art. 847º

Ou seja :

Excepto no caso da liquidação da quantia exequenda, em que o exequente/credor está ressarcido, não há qualquer hipótese de renovar a execução, o que pode ter implicações para o exequente.

Exemplo:

Obtenção da Certidão para efeitos fiscais.

Pode-se renovar a execução nos seguintes casos:

1. Falta de bens – Art. 748º, nº 3; 750 nº 2 e 855 nº 4 (exec. Sumárias)

2. Adjudicação de quantias vincendas – Art. 779º, nº 4 – b) e art. 849º nº 1 d)

3. Sustação integral – Art. 794º nº 4 e Art. 849º nº 1 e)

4. Pagamento parcial – Art 797º e art 850, nº 5 5. Adjudicação direito de crédito – art. 799 e

art. 849. nº 1 c)

6 –Acordo pagamento prestações – Art. 806º do CPC

7 – Acordo global – Art. 810

Temos de ter em atenção quando os executados têm bens:

Tem de ser o exequente a provar que os bens são insuficientes para o pagamento da ou das execuções para que se possa fazer a extinção por inutilidade superveniente da lide.

Caso não seja feita esta prova a execução terá de ser extinta por impossibilidade superveniente da lide o que leva à sua não renovação.

Nas execuções hipotecárias que estejam sustadas e que se pretenda o prosseguimento da execução com a penhora de outros bens, tem o exequente de fundamentar (e bem) que o prédio objecto de garantia não é suficiente para a liquidação da divida.

Caso assim não seja terá de ser a execução extinta por sustação integral, por não poder prosseguir nos termos do art. 752º nº 1 do CPC.

Nos termos do art. 829-A nº 3 e 4 do Código Civil, é estipulado que o montante da sanção pecuniária compulsória destina-se, em partes iguais, ao credor e ao Estado.

No nº 4, “quando for estipulado ou judicialmente determinado qualquer pagamento em dinheiro corrente, são automaticamente devidos juros à taxa de 5% ao ano, desde a data da sentença de condenação transitar em julgado, os quais acrescerão aos juros de mora, se estes forem também devidos, ou à indemnização a que houver lugar.

Nos termos dos art. 13 d) do Decreto Lei 269/98, de 1 de Setembro que trata das Acções declarativas especiais para cumprimento das obrigações pecuniárias, emergentes de contratos e injunção, de que aos juros de mora ainda acrescem 5% de juros a contar desde a aposição da formula executória e no e art. 21, nº 2 que o valor dos juros que acrescem aos juros de mora revertem em partes iguais para o exequente e para os Cofres do Estado.

Daí que tenhamos de ter em atenção quando se elaboram planos de pagamento pois o Tribunal poderá vir solicitar a parte da sanção pecuniária compulsória que lhe compete.

Pode o exequente prescindir da sua parte mas a dos Cofres terá de ser equacionada.

Muitas vezes não sabemos como deveremos imputar os valores que os executados vão entregando.

Mas para nos esclarecer, temos um pequeno artigo no Código Civil que nos dissipa as dúvidas.

Art. 785º - Dividas de juros, despesas e indemnização

1 – Quando, além do capital, o devedor estiver obrigado a pagar despesas ou juros ou a indemnizar o credor em consequencia da mora, a prestação que não chegue para cobrir tudo o que é devido presume-se feita por conta, sucessivamente, das despesas, da indemnização, dos juros e do capital.

Exemplo prático

Podemos ver neste exemplo que tenho de um dos meus processos.

CALCULO PRESTACIONAL.xls

A grande vantagem deste modo de calcular é ser benéfico para o executado abatendo progressivamente no capital.

O art. 25º nº 3 do RCP, diz-nos que na acção executiva a responsabilidade do executado compreende as quantias indicadas na nota discriminativa nos termos do numero anterior, ou seja,

- Da taxa de justiça efectivamente paga; - Das quantias pagas a titulo de encargos ou

despesas com o agente de execução, - Das quantias pagas a titulo de honorários

do agente de execução e do mandatário - E como é obvio a liquidação da divida.

Obrigado pela atenção e estou ao dispor para as questões que me pretendam colocar.

Maria Helena Reis Pinto

Cp 3279