20
AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANÁLISE SECTORIAL E TERRITORIAL João Pedro Almeida Couto [email protected] Maria Teresa Borges Tiago [email protected] Universidade dos Açores – Departamento de Economia e Gestão Rua da Mãe de Deus, 9500 - Açores –Portugal Tel. 351 296650083 – Fax 351 296650084 Abstract O processo de certificação de qualidade representa uma demonstração de iniciativa empresarial. Embora os motivos e objectivos que conduzem à adesão ao processo de certificação possam ser muito variados e as vantagens finais da sua realização mais ou menos expressivas, a sua realização mostra iniciativa e capacidade empresarial, pelo que representa um indicador de dinamismo empresarial. Este trabalho desenvolve um estudo sobre a distribuição sectorial das empresas certificadas em Portugal e o seu relacionamento com agrupamentos de indústrias ou “Clusters”. Procede-se, ainda, à análise da distribuição territorial das empresas certificadas, procurando identificar a sua associação a elementos de natureza económica, educacional e demográficos. Palavras Chave: Certificação, Desenvolvimento Regional, Clusters Empresas

AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

  • Upload
    others

  • View
    35

  • Download
    1

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANÁLISE

SECTORIAL E TERRITORIAL

João Pedro Almeida Couto [email protected]

Maria Teresa Borges Tiago [email protected]

Universidade dos Açores – Departamento de Economia e Gestão

Rua da Mãe de Deus, 9500 - Açores –Portugal

Tel. 351 296650083 – Fax 351 296650084

Abstract

O processo de certificação de qualidade representa uma demonstração de iniciativa

empresarial. Embora os motivos e objectivos que conduzem à adesão ao processo de

certificação possam ser muito variados e as vantagens finais da sua realização mais ou

menos expressivas, a sua realização mostra iniciativa e capacidade empresarial, pelo

que representa um indicador de dinamismo empresarial. Este trabalho desenvolve um

estudo sobre a distribuição sectorial das empresas certificadas em Portugal e o seu

relacionamento com agrupamentos de indústrias ou “Clusters”. Procede-se, ainda, à

análise da distribuição territorial das empresas certificadas, procurando identificar a sua

associação a elementos de natureza económica, educacional e demográficos.

Palavras Chave: Certificação, Desenvolvimento Regional, Clusters Empresas

Page 2: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

Introdução Fundada em 1947, a Internacional Organization for Standardization é uma organização

governamental, com sede em Genebra, que tem como missão promover o desenvolvimento

da estandardização e normalização das diferentes actividades à escala global, com o intuito

de facilitar a troca internacional de bens e serviços, bem como a cooperação nas esferas

científicas, intelectuais e económicas.

Esta organização conta, actualmente, com mais de 140 membros que são os representantes

das entidades máximas de normalização dos respectivos países.

A sua actividade encontra razão de ser na necessidade de eliminar as “barreiras técnicas de

comércio” existentes entre países ou regiões. Barreiras estas que se repercutiam a diversos

níveis através da:

- Inibição do processo global de liberação do comércio, ou seja, a própria globalização;

- Condicionamento do recurso a componentes externas pelas diferentes indústrias, como

forma de outsourcing das actividades marginais;

- Incompatibilidade tecnológica que condicionava o processo comunicacional global;

- Inexistência de critérios normalizadores no que diz respeito às tecnologias emergentes e o

seu consequente desaproveitamento ou aproveitamento inadequado;

- Marginalização dos países em vias de desenvolvimento, que viam os seus produtos não

serem reconhecidos a nível internacional, o que aumentava a sua condição de

subdesenvolvimento.

Para minimizar estes obstáculos foram desenvolvidas algumas normas de qualidade, de

aplicação global, denominadas de ISO1. Com estas pretende-se facilitar o processo de troca

de bens, serviços e tecnologias, garantindo para tal que:

- Os produtos possuem qualidade e são transaccionados a um preço justo;

- Existe compatibilidade e inter-operacionalidade de bens e serviços;

- Ocorre uma redução de custos e um aumento da eficiência de distribuição;

- Haverá um melhoramento das condições higiénico-sanitárias e uma atenção especial

conferida ao ambiente.

1 ISO é uma palavra derivada da palavra grega “isos”, que em grego significa igual.

Page 3: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

As normas ISO foram criadas para a quase totalidade dos sectores de actividade, sendo

revistas e actualizadas pelo menos uma vez de cinco em cinco anos2. A grande maioria das

normas contém critérios de avaliação muito específicos, que só podem ser aplicados a um

grupo restrito de produtos, com excepção da ISO 9000 e da ISO 14000. Pelo que estas são

consideradas de “generic management system standarts”.

Estas duas normas são um conjunto específico de regras que regulam os sistemas de gestão e

que se encontram agrupadas em duas grandes famílias.

Criada em 1987, a ISO série 9000 compreende um conjunto de cinco normas: ISO 9000, ISO

9001, ISO 9002, ISO 9003 e ISO 90043. Estas normas podem ser utilizadas em empresas

privadas ou públicas, independentemente da sua dimensão e do sector de actividade em que

se enquadram.

Estas normas ISO série 9000 dizem respeito apenas ao sistema de gestão da qualidade das

empresas, e não às especificações dos produtos fabricados pelas empresas. Pelo que a

existência deste tipo de certificação não é per si garante da qualidade de um produto da

empresa. Significa, apenas, que todos os produtos fabricados segundo este processo, mesmo

que de entidades diferentes, apresentarão as mesmas características e o mesmo padrão de

qualidade.

As diferentes normas individuais da série ISO 9000 podem ser divididas em duas categorias:

• Directrizes para selecção e uso das normas (ISO 9000) e para a implementação de um

sistema de gestão de qualidade (ISO 9004). Este último tipo de norma é meramente

indicativo do comportamento a adoptar: “O sistema de qualidade deve...”.

• Normas contratuais (ISO 9001, ISO 9002, ISO 9003) às quais se atribui esta denominação

por se tratarem de modelos orgânicos a aplicar nos contratos entre a empresa e os seus

clientes.

A diferentes normas série ISO 9000 a aplicar numa organização são escolhidas em função

das actividades da indústria em questão. Para as empresas com processo de produção bem

estabelecidos a norma mais apropriada é a ISO 9002. No caso de se tratarem de empresas

com uma forte componente de pesquisa e investigação, a ISO 9001 apresenta-se como a mais 2 Um exemplo ilustrativo da não imutabilidade das normas é o caso específico das normas da série 9000, que foram inicialmente publicadas em 1987, revistas pela primeira vez em 1994 e a sua última revisão ocorreu em 2000. 3 Refira-se que embora não pertencentes à mesma família de normas, estão intimamente relacionadas com esta as seguintes normas: a ISO 8402 (referente a conceitos e terminologia de qualidade) e a ISO 10011 (referente às directrizes para a auditoria dos sistemas de qualidade).

Page 4: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

adequada. Dado o âmbito de actuação restrito da ISO 9003 que se cinge à inspecção e aos

ensaios finais, na prática esta norma não é muito aplicada.

Dez anos após a implementação das ISO 9000, foram introduzidas as ISO 14000 que se

referem à gestão ambiental, ou seja, definem as práticas de gestão a utilizar com vista à

minimização dos efeitos negativos no ambiente decorrentes das próprias actividades da

organização. Enquanto, as primeiras normas são aplicadas ao longo do processo produtivo,

estas para além de considerarem o processo produtivo, têm em atenção todos os aspectos

relacionados com o próprio consumo e com os resíduos provenientes deste.

Hipóteses a Testar Neste estudo procuramos analisar a implantação do processo de certificação em

Portugal. Para tal começamos por verificar a distribuição das normas por tipo de

actividade, nomeadamente: agricultura, indústria e serviços e por tipo de actividade

industrial.

Atendendo a este aspecto consideramos uma primeira hipótese relativa ao tipo de

actividade e industria mais predominante na certificação em Portugal.

H1 Maior incidência nas actividades de produção – tipo de norma, tipo industria

Esta hipótese considera que o tipo de actividade onde o processo de certificação se

encontra mais implementado é a indústria e, dentro desta, as actividades industriais

ligadas à exportação e fabricação de componentes para outras indústrias.

Como segunda hipótese consideramos a concentração regional do processo de

certificação nas zonas litorais e, nomeadamente, nas zonas mais industrializadas do país.

H2 Existência de concentração regionais no processo de certificação

Consideramos que os índices de certificação seriam maiores nos distritos do litoral, com

incidência para as zonas metropolitanas de Lisboa e Porto e para os distritos industriais

de Aveiro, Setúbal e Coimbra.

Como terceira hipótese, admitimos a possibilidade da existência de um fenómeno de

moda ou de contaminação associado a uma concentração da certificação em certas

zonas muito superior às restantes.

H3 Existência de fenómenos de concentração local do processo certificação

Page 5: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

Assim, consideramos como medida deste fenómeno que os índices de certificação em

certos locais apresentariam valores acima da média nacional de certificação, mesmo

fora das actividades onde a certificação é dominante

H4 Existência de Associação da certificação com clusters empresariais tradicionais

Numa quarta hipótese procuramos explorar a associação entre o processo de certificação

e os cluster empresariais nacionais, a fim de verificar a presença de relacionamentos e

onde estes poderiam ser mais expressivos.

H5 A certificação em função de iniciativas locais de desenvolvimento

Numa quinta e última hipótese consideramos a possibilidade do processo de certificação

estar, também, influenciado positivamente pelas iniciativas locais. Consideramos, aqui,

os esforços das autarquias e associações para desenvolvimento na promoção da

iniciativa empresarial e, em especial, dos padrões ambientais.

Metodologia Em termos metodológicos este trabalho foi desenvolvido a partir dos dados fornecidos

pela Associação Portuguesa de Certificação (APCER).

Os dados recolhidos correspondem a uma listagem completa das empresas certificadas,

contendo elementos sobre a sua actividade, localização e tipologia de certificação. Estes

não se encontravam tratados, estando apenas registados sequencialmente os dados das

empresas por distrito.

Para efeito da análise pretendida com este trabalho procedeu-se à constituição de uma

base de dados a partir da listagem fornecida que permitisse avaliar a distribuição das

empresas certificadas em termos de tipos de actividade, localização e tipos de normas de

certificação.

Simultaneamente, foram recolhidos dados sócio-demográficos e sobre a actividade

empresarial por distrito. Estes dados permitiram cruzar os elementos sobre o processo

de certificação com elementos de base regional.

Foram, ainda, constituídas tabelas sobre a distribuição das empresas certificadas por

tipo de norma, mapas da densidade do número de empresas certificadas por distrito,

tendo esta análise sido desenvolvida em termos globais e por tipologias de normas.

Seguidamente, foi analisada a distribuição sectorial das empresas certificadas, repartidas

em 39 sectores de acordo com a Classificação das Actividades Económicas (CAE) e em

função das várias tipologias de normas de certificação. Este estudo foi desenvolvido

Page 6: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

para os vários sectores de actividade, averiguando-se o perfil de certificação dos vários

distritos para cada sector.

A análise foi expandida através da determinação das correlações entre o número de

empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

nos vários distritos, de modo a verificar o grau de implementação do processo de

certificação por sector de actividade.

Foi efectuada uma análise da distribuição territorial a partir do relacionamento entre o

número de empresas certificadas e a dimensão da população residente e o número de

empresas existentes.

A associação com os clusters empresariais tradicionais foi efectuada com base na

representação dos clusters empresariais apresentada por Porter (1994) e por Freire

(1995). Desta modo, partindo da definição prévia dos clusters procuramos verificar em

que medida o número de empresas certificadas do cluster é superior à média nacional do

sector.

Finalmente abordamos o relacionamento do processo de certificação e as iniciativas

locais, nomeadamente as iniciativas autárquicas. Para tal, restringimo-nos a uma

temática específica que se prende com a adopção das normas de certificação ambiental

pelas empresas e a sua associação com a atenção dada a estes aspectos pelas autarquias,

medida através dos gastos com tratamento de resíduos.

Resultados Como ponto de partida para a análise do processo de certificação procedemos à

identificação da distribuição das empresas certificadas por tipologia de normas pela

APCER.

Deste modo, podemos observar a partir da tabela seguinte que existiam 1712 empresas

certificadas por esta associação, no final de 2002. A tipologia de norma com maior

incidência era a norma NP EN ISO 9002: 1995, com cerca de 58%, do total das

empresas certificadas. Seguidamente as normas com maior expressão no processo de

certificação em Portugal eram as normas NP EN ISO 9001:1995 e a norma NP EN ISO

9001:2000, com 13,3% e 23,8%, respectivamente.

Numa posição de menor expressão surgiam as normas NP EN ISSO 14001:1999, com

4,1 % das empresas certificadas.

Page 7: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

As normas com menor incidência eram as NP EN ISSO 1995, Série ISSO 9000

DL295,98, Série ISSO 9000 QS9000 e Série ISSO 9000 Série EN 4600, que no

conjunto correspondiam apenas a 1% do total de empresas certificadas.

Tabela I. Distribuição das Empresas Certificadas pela Apcer por Norma

Empresas Percentagem

NP EN ISO14001:1999 70 4,1% NP EN ISO 9001:1995 227 13,3% NP EN ISO 9001:2000 408 23,8% NP EN ISO 9002:1995 988 57,7% NP EN ISO 9003:1995 4 0,2%

Série ISO 9000 Dl295,98 3 0,2% Série ISO 9000 QS9000 6 0,4%

Série ISO 9000 Série EN4600 4 0,2% Total 1712 100,0%

Gráfico I. Número de Empresas Certificadas por Norma

4,09% 13,27%

23,86%57,78%

0,23%

0,18%

0,35%

0,23%

NP EN ISO14001:1999NP EN ISO 9001:1995NP EN ISO 9001:2000NP EN ISO 9002:1995NP EN ISO 9003:1995Série ISO 9000 Dl295,98Série ISO 9000 QS9000Série ISO 9000 Série EN4600

Em termos da densidade territorial do processo de certificação, podemos observar pelo

mapa com densidade de empresas certificadas por distrito, que aqueles que apresentam

maior incidência do processo de certificação são Lisboa, Leiria, Aveiro, Porto e Braga.

Num segundo plano temos os distritos de Setúbal, Santarém, Coimbra e Viseu.

A um terceiro nível, temos os distritos de Castelo Branco, Viana do Castelo, Vila Real e

Funchal e, a um quarto nível, os distritos de Faro e Évora, enquanto os distritos de Beja,

Portalegre, Guarda, Bragança e Açores surgem num quinto e último nível.

Page 8: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

Mapa I. Distribuição das Empresas Certificadas por Distrito

133 para 434 (5)31 para 133 (4)10 para 31 (4)6 para 10 (2)2 para 6 (5)

Empresas Certificadas

133 para 434 (5)31 para 133 (4)10 para 31 (4)6 para 10 (2)2 para 6 (5)

133 para 434 (5)31 para 133 (4)10 para 31 (4)6 para 10 (2)2 para 6 (5)

Empresas Certificadas

Nos mapas seguintes podemos observar a distribuição da densidade de certificação de

acordo com as várias normas.

Desta forma podemos verificar que o padrão de distribuição do processo de certificação

está centrado no litoral, sendo, no entanto, visível que as normas com maior expressão

são as NP ISO 9001:2000 e NP ISO 9002:1995. A norma com menor difusão regional é

a norma NP ISO 14001:1999 que se apresenta apenas nos distritos do litoral.

Page 9: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

Mapa II. Distribuição das Empresas Certificadas por Distrito e por Norma

NP ISSO 14001:19997 para 15 (5)6 para 7 (1)3 para 6 (1)1 para 3 (1)0 para 1 (12)

9 para 88 (6)3 para 9 (2)2 para 3 (1)1 para 2 (3)0 para 1 (8)

NP ISSO 9001: 1995

106 para 219 (4)22 para 106 (4)9 para 22 (4)4 para 9 (4)1 para 4 (4)

NP ISSO 9002:199536 para 111 (5)10 para 36 (4)3 para 10 (2)1 para 3 (5)0 para 1 (4)

NP ISSO 9001:2000

NP ISSO 14001:19997 para 15 (5)6 para 7 (1)3 para 6 (1)1 para 3 (1)0 para 1 (12)

NP ISSO 14001:19997 para 15 (5)6 para 7 (1)3 para 6 (1)1 para 3 (1)0 para 1 (12)

9 para 88 (6)3 para 9 (2)2 para 3 (1)1 para 2 (3)0 para 1 (8)

NP ISSO 9001: 19959 para 88 (6)3 para 9 (2)2 para 3 (1)1 para 2 (3)0 para 1 (8)

NP ISSO 9001: 19959 para 88 (6)3 para 9 (2)2 para 3 (1)1 para 2 (3)0 para 1 (8)

NP ISSO 9001: 1995

106 para 219 (4)22 para 106 (4)9 para 22 (4)4 para 9 (4)1 para 4 (4)

NP ISSO 9002:1995106 para 219 (4)22 para 106 (4)9 para 22 (4)4 para 9 (4)1 para 4 (4)

NP ISSO 9002:199536 para 111 (5)10 para 36 (4)3 para 10 (2)1 para 3 (5)0 para 1 (4)

NP ISSO 9001:200036 para 111 (5)10 para 36 (4)3 para 10 (2)1 para 3 (5)0 para 1 (4)

NP ISSO 9001:2000

Outra visão sobre o processo de certificação pode ser obtida a partir do índice de

empresas certificadas, determinado em função do número de empresas certificadas face

ao total de empresas existentes em cada distrito. Assim, podemos verificar que Aveiro

surge como o distrito com maior índice, seguido de Braga, Leiria e Porto.

Page 10: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

Gráfico II. Distribuição das Tipologias de Norma por Sector de Actividade

A distribuição dos vários tipos de normas por sectores de actividade pode ser analisada

no gráfico seguinte. Assim, podemos verificar que a norma mais comum nos vários

tipos de actividade é a norma NP EN ISO 9002:1995, não se verificando um efeito

sectorial importante na distribuição do tipo de normas de certificação adoptadas.

Gráfico III. Distribuição das Tipologias de Norma por Sector de Actividade

Quando procuramos associar o número de empresas certificadas e a população

existentes nos diferentes distritos no sector primário, observamos que a correlação entre

ambos os indicadores é relativamente reduzida, factor possivelmente resultante to tipo

Page 11: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

de organização predominante de natureza familiar e pequena dimensão, o que leva à

ausência de uma organização que promova o processo de certificação.

Gráfico IV. Empresas Certificadas e Emprego no Sector Primário

A correlação entre a população empregue e o número de empresas certificadas nos

diferentes distritos é mais elevada no caso do sector secundário em que se verifica um

elevado ajustamento entre a população neste sector de actividade e os resultados do

processo de certificação

Gráfico V. Empresas Certificadas e Emprego no Sector Secundário

Relativamente à associação entre a população empregue nos vários distritos no sector

terciário e o número de empresas certificadas, verificamos que existe uma muito

Page 12: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

significativa correlação o que indica uma difusão extensiva do processo de certificação

neste sector.

Gráfico VI. Empresas Certificadas e Emprego no Sector Terciário

Numa perspectiva global dos índices de certificação dos vários sectores, verificamos

que o distrito de Aveiro marca uma presença destacada sendo seguido dos distritos de

Braga, Leiria e Porto.

Gráfico VII. Distribuição das Empresas Certificadas por Distrito

No gráfico seguinte podemos verificar a mesma concentração do processo de

certificação, mas com a indicação dos valores dos índices a partir da escala.

Page 13: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

Gráfico VIII. Índice das Empresas Certificadas por Empresas Existentes

0,00% 0,05% 0,10% 0,15% 0,20% 0,25% 0,30% 0,35% 0,40%

AveiroBeja

BragaBragança

Castelo BrancoCoimbra

ÉvoraFaro

GuardaLeiria

LisboaPortalegre

PortoSantarém

SetúbalViana doVila Real

ViseuR.A. da Madeira

R.A. Açores

Numa outra perspectiva podemos observar os valores do índice considerando o peso das

empresas certificadas em cada distrito em função do seu rácio face à população

residente. Assim, podemos verificar que o distrito de Aveiro assume, mais uma vez, a

primeira posição de forma destacada, seguido por Leiria, Braga e Porto.

Gráfico IX. Índice das Empresas Certificadas por População Residente

elativamente à associação do processo de certificação com os clusters tradicionais de R

5 10 15 20 25 30 35 40 45

Aveiro

Braga

Castelo Branco

Évora

Guarda

Lisboa

Porto

Setúbal

Vila Real

R.A. da Madeira

empresas, partimos da definição de Porter (1994) e Freire (1995) que seguidamente

apresentamos para proceder a esta análise.

Page 14: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

Mapa III. Mapa dos Clusters Tradicionais Portugueses

e modo a verificarmos a existência de alguma associação entre esta distribuição do

podemos observar o perfil de certificação do distrito de

D s

clusters tradicionais e o processo de certificação procuramos verificar o perfil de

certificação de alguns distritos.

Desta forma, no gráfico seguinte

Aveiro onde verificamos que os principais sectores são a fabricação de produtos

metálicos, com 22% do total, a madeira e produtos de madeira, com 13% e os produtos

minerais não metálicos com 9%. Nenhuma destas actividades surge como pertencente

Page 15: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

aos “clusters” tradicionais deste distrito, pelo que se questiona a existência de uma

relação.

Gráfico X. Perfil de Certificação do Distrito de Aveiro

0 10 20 30 40 50 60 70

17- Fabricação metalúrgica de base e produtos metálicos

06- Madeira e produtos de madeira

15- Produtos minerais não metálicos

18- Equipamentos e máquinas

14- Fabricação de artigos de borracha e matérias plásticas

23- Outras fabricações não especializadas

22- Outro equipamento de transporte

19- Equipamento electrico e de óptica

07- Pasta, papel e produtos de papel

29- Comércio (grosso e retalho), reparação veículos automóveis

12- Quimicos, produtos quimicos, fibras sintéticas e artificiais

03- Alimentação, bebidas e tabaco

04- Têxteis e produtos têxteis

31- Transporte, armazenamento e comunicações

16- Betão, cimento, cal e gesso

28- Construção

35- Outros Serviços

33- Tecnológias de informação

26- Produção e distribuição de gás

02- Minas e Exploração Mineira

05- Couro e produtos de couro

09- Empresas Gráficas

34- Serviços de engenharia

Em relação ao distrito de Braga, podemos verificar que os têxteis e produtos têxteis

Tabela II. Perfil de Certificação do Distrito de Braga pr 83 50%

1 17 10%29- Comércio (grosso e retalho), reparação veículos automóve 11 7%19- Equipamento electrico e de óptica 10 6%18- Equipamentos e máquinas 9 5%14- Fabricação de artigos de borracha e matérias plásticas 7 4%28- Construção 6 4%35- Outros Serviços 5 3%03- Alimentação, bebidas e tabaco 4 2%16- Betão, c imento, cal e gesso 3 2%31- Transporte, armazenamento e comunicações 3 2%15- Produtos minerais não metálicos 2 1%07- Pasta, papel e produtos de papel 1 1%12- Quimicos, produtos quimicos, fibras sintéticas e artific iais 1 1%23- Outras fabricações não especializadas 1 1%32- Mediação financeira, imobiliária e aluguer 1 1%34- Serviços de engenharia 1 1%

dominam o processo de certificação com 50% do total. Neste caso, existe uma relação

bastante saliente entre os “clusters” tradicionais e o processo de certificação.

04- Têxteis e odutos têxteis7- Fabricação metalúrgica de base e produtos metálicos

Page 16: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

No caso do distrito de Coimbra o comércio e reparação automóvel dominam com 18%,

seguidos dos produtos minerais não metálicos, com 12% e dos têxteis e produtos têxteis

com igualmente 12%. Os “clusters” tradicionais para este distrito são a cerâmica e a

celulose. Porém, apenas neste último se verifica a existência de empresas certificadas.

Gráfico XI. Perfil de Certificação do Distrito de Coimbra

0 1 2 3 4 5 6 7

29- Com ércio (grosso e retalho), reparação veículos autom óveis

04- Têxteis e produtos têxteis

15- Produtos m inerais não m etálicos

28- Cons trução

07- Pasta, papel e produtos de papel

17- Fabricação m etalúrgica de base e produtos m etálicos

19- Equipam ento electrico e de óptica

31- Transporte, arm azenam ento e com unicações

03- Alim entação, bebidas e tabaco

06- Madeira e produtos de m adeira

12- Quim icos , produtos quim icos, fibras s intéticas e artificiais

14- Fabricação de artigos de borracha e m atérias plás ticas

18- Equipam entos e m áquinas

22- Outro equipam ento de transporte

35- Outros Serviços

38- Saúde e serviços sociais

Relativamente ao distrito de Leiria a fabricação metalúrgica de base e os produtos

metálicos representam a maior parte do processo com 27%, seguidos da fabricação de

produtos de borracha e matérias plásticas, com 17%. Embora não haja correlação directa

entre todos os “cluster” tradicionais, verifica-se nos “moldes para plástico” existe uma

forte incidência de certificação.

Tabela III. Perfil de Certificação do Distrito de Leiria

1 7 - F a b r ic a ç ã o m e t a lú rg ic a d e b a s e e p ro d u t o s m e t á l ic o s 3 4 2 7 %1 4 - F a b r ic a ç ã o d e a r t ig o s d e b o r ra c h a e m a t é r ia s p lá s t ic a s 2 1 1 7 %1 5 - P ro d u t o s m in e ra is n ã o m e t á l ic o s 1 2 1 0 %1 2 - Q u im ic o s , p ro d u t o s q u im ic o s , fib ra s s in t é t ic a s e a r t i fic ia is 8 6 %1 6 - B e t ã o , c im e n t o , c a l e g e s s o 6 5 %2 8 - C o n s t ru ç ã o 6 52 9 - C o m é rc io (g ro s s o e re t a lh o ) , re p a ra ç ã o ve íc u lo s a u t o m ó ve 6 5 %1 9 - E q u ip a m e n t o e le c t r ic o e d e ó p t ic a 4 3 %3 1 - T ra n s p o r t e , a rm a z e n a m e n t o e c o m u n ic a ç õ e s 4 3 %0 5 - C o u ro e p ro d u t o s d e c o u ro 3 2 %1 8 - E q u ip a m e n t o s e m á q u in a s 3 2 %3 4 - S e rviç o s d e e n g e n h a r ia 3 2 %0 3 - A l im e n t a ç ã o , b e b id a s e t a b a c o 2 2 %0 4 - T ê x t e is e p ro d u t o s t ê x t e is 2 2 %2 3 - O u t ra s fa b r ic a ç õ e s n ã o e s p e c ia l iz a d a s 2 2 %3 3 - T e c n o ló g ia s d e in fo rm a ç ã o 2 2 %3 5 - O u t ro s S e rviç o s 2 20 6 - M a d e i ra e p ro d u t o s d e m a d e ira 1 1 %0 7 - P a s t a , p a p e l e p ro d u t o s d e p a p e l 1 1 %0 9 - E m p re s a s G rá fic a s 1 1 %3 7 - E d u c a ç ã o 1 13 8 - S a ú d e e s e rviç o s s o c ia is 1 1 %

%

%

%

Page 17: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

No distrito do Porto 17% do processo está no comércio e reparação automóvel, seguido

dos têxteis e produtos têxteis, com 10%, surgindo ainda em destaque os químicos,

borracha e plásticos e os produtos metálicos, com 7%. Dos “cluster” deste distrito

aquele que apresenta maiores índices de certificação é o dos têxteis.

Gráfico XII. Perfil de Certificação do Distrito de Porto

0 10 20 30 40 50

29- Comércio (grosso e retalho), reparação veículos automóveis

04- Têxteis e produtos têxteis

12- Quimicos, produtos quimicos, fibras sintéticas e artificiais

14- Fabricação de artigos de borracha e matérias plásticas

17- Fabricação metalúrgica de base e produtos metálicos

28- Construção

18- Equipamentos e máquinas

19- Equipamento electrico e de óptica

35- Outros Serviços

03- Alimentação, bebidas e tabaco

23- Outras fabricações não especializadas

31- Transporte, armazenamento e comunicações

15- Produtos minerais não metálicos

09- Empresas Gráficas

05- Couro e produtos de couro

06- Madeira e produtos de madeira

07- Pasta, papel e produtos de papel

16- Betão, cimento, cal e gesso

38- Saúde e serviços sociais

13- Indústria farmacêutica

24- Reciclagem

33- Tecnológias de informação

34- Serviços de engenharia

39- Outros serviços sociais

60

%

%

Em Lisboa a maior percentagem de empresas certificadas surge na construção, com

19%, seguida dos transportes, armazenamento e comunicações, equipamentos eléctricos

e de óptica e do comércio e reparação automóvel, com 8%.

Tabela IV. Perfil de Certificação do Distrito de Lisboa

2 8 - C o n s t ru ç ã o 7 3 1 9 %3 1 - T ra n s p o r t e , a rm a z e n a m e n t o e c o m u n ic a ç õ e s 3 3 8 %1 9 - E q u ip a m e n t o e le c t r ic o e d e ó p t ic a 3 1 8 %2 9 - C o m é rc io (g ro s s o e re t a lh o ) , re p a ra ç ã o ve íc u lo s a u t o m ó ve 3 1 8 %3 5 - O u t ro s S e rviç o s 2 9 7 %1 2 - Q u im ic o s , p ro d u t o s q u im ic o s , fib ra s s in t é t ic a s e a r t i fi c ia is 2 0 5 %3 3 - T e c n o ló g ia s d e in fo rm a ç ã o 1 9 5 %1 7 - F a b r ic a ç ã o m e t a lú rg ic a d e b a s e e p ro d u t o s m e t á l i c o s 1 7 4 %3 4 - S e rviç o s d e e n g e n h a r ia 1 6 4 %0 3 - A l im e n t a ç ã o , b e b id a s e t a b a c o 1 4 4 %1 8 - E q u ip a m e n t o s e m á q u in a s 1 4 4 %3 2 - M e d ia ç ã o fin a n c e i ra , im o b i l iá r ia e a lu g u e r 1 3 3 %0 9 - E m p re s a s G rá fic a s 9 2 %1 6 - B e t ã o , c im e n t o , c a l e g e s s o 9 2 %1 3 - In d ú s t r ia fa rm a c ê u t ic a 8 2 %1 5 - P ro d u t o s m in e ra is n ã o m e t á l i c o s 7 2 %1 4 - F a b r ic a ç ã o d e a r t ig o s d e b o r ra c h a e m a t é r ia s p lá s t ic a s 6 2 %3 7 - E d u c a ç ã o 6 20 7 - P a s t a , p a p e l e p ro d u t o s d e p a p e l 5 1 %2 2 - O u t ro e q u ip a m e n t o d e t ra n s p o r t e 5 1 %2 3 - O u t ra s fa b r ic a ç õ e s n ã o e s p e c ia l i z a d a s 5 1 %0 8 - E d i t o ra s 4 13 0 - H o t e is e re s t a u ra n t e s 4 1 %

Page 18: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

Nenhuma destas áreas principais pertence aos “clusters” tradicionais, mas indiciam a

necessidade de certificação por parte dos prestadores de serviços específicos, ou seja,

aqueles que exigem maior normallização ou garantias.

Desta forma, não se pode inferir que exista uma grande associação entre o processo de

certificação e os clusters tradicionais de empresas.

Com efeito, embora se observem algumas correspondências entre os clusters

tradicionais e as empresas certificadas, como seria o caso de Braga no sector dos têxteis,

noutros sectores não é possível identificar uma ligação ao cluster que suplante o padrão

nacional de maior certificação em determinadas actividades.

Esta situação sugere que o processo de certificação decorre um pouco à margem das

estratégias centrais das empresas que as levam a escolher a mesma actividade, dentro de

um padrão de localização restrito, ou ainda, desenvolvê-la em moldes idênticos ou

aproximados num sistema de aprendizagem e reforço competitivo agregado, que são os

“clusters” empresariais.

Em relação ao aspecto da interligação entre o processo de certificação e as iniciativas

autárquicas, verificamos que existe uma associação positiva entre o número de empresas

certificadas no âmbito das normas ambientais e o valor das despesas camarárias com

tratamento de resíduos.

Gráfico XIII. Empresas Certificada e Despesas Camarárias com Resíduos

Page 19: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

Esta situação pode ser observada através da correlação existente entre as despesas com

tratamento de resíduos e as empresas certificadas por normas ambientais e que é de

78,5%.

Conclusões

Em termos globais podemos considerar que o processo de certificação se estendeu, a

partir de uma base nas actividades industriais, a variados sectores de actividade e se

encontra disseminado pelo todo nacional, seguindo, no entanto, os padrões de

localização da população e actividades económicas vigentes.

Com efeito, o processo surge mais próximo de uma tendência nacional em determinadas

actividades do que estando dominado por características do desenvolvimento

empresarial local e seguindo uma dinâmica de localização das actividades económicas

em termos regionais. Esta tendência é notória num padrão de localização centrado no

litoral e em certos distritos mais industrializados.

Dentro dos sectores de actividades o destaque vai para as actividades industriais ligadas

aos sectores tradicionais ou aos metais e produtos metálicos ou ainda nos produtos

minerais não metálicos, produtos de borracha e matérias plásticas. Como outras

actividades onde a certificação têm relevo temos o comércio e reparação automóvel e a

construção.

Consideramos que os objectivos do trabalho foram atingidos, na medida em que pelo

exposto acima verifica-se a hipótese 1, de que o processo de certificação está centrado

nas actividades industriais e em certos tipos de normas.

Confirma-se igualmente a hipótese 2, de que existe um padrão de localização regional e

a hipótese 3, de que este padrão é alterado acima de tudo por aspectos de concentração

em determinados distritos, com índices que revelam alguns fenómenos de “moda”.

A hipótese 4, de que existiria uma associação aos clusters tradicionais não fica

confirmada, uma vez que não existe uma correspondência clara do processo de

certificação com estes agrupamentos de empresas. Relativamente à hipótese 5, de que as

iniciativas locais podem ter efeitos positivos no processo fica o indicador de que, pelo

menos, a nível das normas ambientais as autarquias locais podem potenciar a

certificação ambiental.

Como aspectos a desenvolver futuramente realçamos a necessidade de confirmar estes

resultados alargando os dados a elementos de outras entidades certificadoras e

Page 20: AS EMPRESAS CERTIFICADAS EM PORTUGAL: UMA ANLISEapdr.pt/data/atas/congresso_2003/pdfs/036.pdf · empresas certificadas e a população empregue em cada um dos sectores de actividade

considerando que existe outros tipos de certificação e que em certas actividades estes

podem ser mais relevantes para estas actividade, como seriam os caso das actividades

ligadas ao turismo ou à saúde.

Bibliografia Ballery, Elisabeth (1998), “ISO 9000 do Ano 2000”, Qualidade, Caparica Freire, Adriano (1995) “Estratégia: Sucesso em Portugal”, Verbo, Lisboa Guerreiro M. (2000), “Revisão das Normas ISO 9000”, Opção Q, n.º 16, IPQ, Maio, pp. 89-91 IPQ – Instituto Português da Qualidade (1999), “NP EN ISO 14001: 1999 - Sistemas de gestão ambiental – Especificações e linhas de orientação para a sua utilização”, Caparica IPQ – Instituto Português da Qualidade (2000), “NP EN ISO 9000:2000 - Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos e Vocabulário”, Caparica IPQ – Instituto Português da Qualidade (2000), “NP EN ISO 9001:2000 - Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos”, Caparica IPQ – Instituto Português da Qualidade (2001), “NP 4397:2001 - Sistemas de gestão da segurança e saúde do trabalho – Especificações” Machado, Virgílio Cruz (coord.) (2000), O impacto da certificação ISO 9000 nas empresas, Lisboa, CESO I&D Maria Luisa Henriques Goulão (1999) “ISO 14001 - Perspectivas e Abordagens”, orientado pelo Prof. Doutor Pedro Manuel Lopes Andrade Saraiva, Mestrado em Ciências Empresariais da FEUC Porter, Michael (1994) “Construir as Vantagens Competitivas de Portugal; Monitor Company – Fórum para a Competitividade, Lisboa Saraiva, P., (1999) “O futuro das ISO 9000”, Qualidade, Ano XXVIII (3), p. 14-21 Saraiva, P., (2000) “Normas ISO 9000:2000 - Processo de Revisão e Principais Alterações”, Instituto Português da Qualidade, Monte de Caparica Saraiva, P., (2001) Pontos Críticos do Processo de Certificação ISO 9000, capítulo inserido na obra “Relatos de Experiências de Certificação da Qualidade”, p. 9-23, NPF Publicações, Lisboa Senlle, A.; VILAR, J. (1996), ISO 9000 en empresas de servicios, Barcelona, Ediciones Gestión 2000