As Experiencias Da Secretaria de Estado de Saude de Minas Gerais Com a Gestao Participativa Na Elaboracao Dos Instrumentos de Gestao Do Sus

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  • III Congresso Consad de Gesto Pblica

    AS EXPERINCIAS DA SECRETARIA DE ESTADO DE SADE DE MINAS GERAIS COM A GESTO

    PARTICIPATIVA NA ELABORAO DOS INSTRUMENTOS DE GESTO DO SUS

    Fernando Antnio Gomes Leles Bruna de Castro Salviano Nicolato Francisco Antnio Tavares Jnior

  • Painel 11/041

    As experincias da Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais com a gesto participativa na elaborao dos instrumentos de gesto do SUS

    AS EXPERINCIAS DA SECRETARIA DE ESTADO DE SADE DE MINAS GERAIS COM A GESTO PARTICIPATIVA NA ELABORAO DOS INSTRUMENTOS DE

    GESTO DO SUS Fernando Antnio Gomes Leles

    Bruna de Castro Salviano Nicolato Francisco Antnio Tavares Jnior

    RESUMO

    Minas Gerais de destaca pela existncia de um controle social atuante e participativo. Ao longo de 2008, em uma experincia indita no Estado, foi construdo e aprovado o Plano Estadual de Sade 2008-11, que aponta as diretrizes, objetivos e metas da Secretaria de Estado de Sade para este perodo. Este instrumento, previsto a partir da implantao do Pacto pela Sade no Sistema de Planejamento do SUS, foi elaborado alinhado ao Planejamento Estratgico do Governo de Minas Gerais e da Secretaria de Estado de Sade e bastante coerente com o Plano Plurianual de Ao Governamental. Apresentado ao Conselho Estadual de Sade em junho passou por um processo de debate e construo coletiva e foi, por fim, aprovado em dezembro de 2008. Da mesma maneira, o Relatrio de Gesto referente ao ano de 2008 foi aprimorado com as contribuies efetivas do Conselho, constituindo-se assim um processo permanentemente participativo de construo.

  • SUMRIO

    INTRODUO........................................................................................................... 03 OBJETIVOS.............................................................................................................. 08 METODOLOGIA E DISCUSSO............................................................................... 09 CONCLUSES E PERSPECTIVAS.......................................................................... 25 REFERNCIAS.......................................................................................................... 26

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    INTRODUO

    O Sistema nico de Sade (SUS), resposta mobilizao social gerada pelos sanitaristas brasileiros e culminada na promulgao da Constituio em 1988, considerado um dos sistemas mais avanados do mundo no que concerne amplitude de cobertura e direito de cidadania.

    Conforme expresso na Carta Magna, em seus artigos 196 a 200, regulamentados pela Lei no 8080, de 19 de setembro de 1990, a sade direito de todos e dever do Estado, no excluindo este as pessoas, as famlias, as empresas e a sociedade de suas respectivas parcelas de responsabilidade. O direito sade deve ser garantido por meio do acesso universal e igualitrio em todos os nveis de assistncia, s aes de promoo, de preveno e curativas e inclui tambm as aes de vigilncia sanitria e epidemiolgica, de sade do trabalhador e de apoio diagnstico e teraputico, sendo ofertados populao pelo prprio setor pblico ou pela iniciativa privada, por meio de convnios ou contratos. Para tal, deve organizar-se segundo as diretrizes de descentralizao, da integralidade1 e da participao da comunidade. Seu financiamento deve se dar por meio dos recursos da seguridade social, da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios e a gesto desses recursos, tendo em vista o alcance dos resultados esperados, deve ser feita de forma descentralizada, contudo mantendo-se o comando nico em cada esfera de governo, o que se faz no mbito nacional por meio do Ministrio da Sade, no estadual, das Secretarias Estaduais de Sade e, no municipal, das Secretarias Municipais de Sade ou rgos equivalentes.

    Considerando-se o contexto de transio demogrfica e epidemiolgica por que passa o Brasil, MENDES (2009) prope que o SUS deva se organizar conforme uma rede de ateno sade. As redes de ateno sade

    so organizaes horizontais que atendem eventos agudos e crnicos, no decorrer do ciclo de vida de uma condio ou doena, provendo intervenes de promoo da sade, de preveno das doenas ou danos, de conteno do risco evolutivo, de cuidado, de reabilitao, de manuteno, de suporte individual e familiar para o autocuidado, atravs de um conjunto integrado de pontos de ateno sade que presta uma ateno contnua populao no lugar certo, no tempo certo, com o custo certo e com a qualidade certa e que se responsabiliza pelos resultados sanitrios e econmicos relativos a essa populao.

    1 A Lei no 8080 (BRASIL, 1990 A), em seu artigo 7o, inciso II, conceitua a integralidade de

    assistncia como um conjunto articulado e contnuo das aes e servios preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os nveis de complexidade do sistema.

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    Este conceito pode ser melhor compreendido atravs da Figura 1, onde RT corresponde Rede Temtica, definida atravs das prioridades de ao que so identificadas a partir das necessidades de sade da populao.

    ATENO PRIMRIA SADE

    RT1 RT2 RT3 RT4 RT5

    Sistemas de Apoio Diagnstico

    Sistemas de Assistncia Farmacutica

    Sistemas de Informao em Sade

    Sistemas de Transporte Sanitrio

    Central de Regulao

    Pronturio Familiar

    Carto SUS

    Figura 1: A Rede de Ateno Sade Fonte: MENDES, 2009

    Tal modelo acolhido pelo Poder Executivo do Estado de Minas Gerais, servindo como orientador das prioridades de ao do estado, no que concerne aos servios e investimentos. Assim, considerando a centralidade da Ateno Primria, foi criado o Projeto Estruturador Sade em Casa, a necessidade de reduzir a mortalidade materna e infantil, o Viva Vida, a importncia da ateno s doenas cardiovasculares, o Hiperdia, e de ateno s causas externas, o Urgncia e Emergncia, assim como para atender transio demogrfica, que leva ao contnuo aumento da proporo de idosos na populao, o projeto Mais Vida. Estas redes temticas tm seus pontos de ateno primria, secundria e terciria espalhados por todo o estado, de acordo com a Carteira de Servios do SUS, nos 853 municpios, nas 76 microrregies e 13 macrorregies. Tambm compem a rede os pontos de apoio diagnstico e logstico, cujo papel tornar o sistema mais fluido com o trnsito de pessoas, coisas ou informaes pelos diversos pontos. Esta rede

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    coordenada por um sistema de governana2 composto pelos governos estadual (SESMG) e municipal representado pelo Colegiado de Secretrios Municipais de Sade (COSEMS) , que se renem periodicamente nas reunies da Comisso Intergestores Bipartite (CIB), em mbito estadual (CIB-SUS/MG) e regional (CIBs-Microrregionais e CIBs-Macrorregionais), com o objetivo de debater a situao de sade regional e pactuar polticas e aes que visem sanar eventuais vazios, melhorar a proviso dos servios, a qualidade e os nveis de sade da populao. A Figura 2 representa a rede de ateno sade aplicada ao estado de Minas Gerais.

    Figura 2: A Rede de Ateno Sade em Minas Gerais, 2009 Fonte: Secretaria de Estado de Sade, 2009

    Assim, o papel esperado da Secretaria de Estado de Sade, expresso no Plano de Governo para o segundo mandato do atual governador, Pacto por Minas (2006), o de coordenar a implantao das redes de ateno sade nos territrios sanitrios do estado, com vistas a atingir a viso desta SESMG, que

    2 Segundo MENDES (2009), a governana das redes de ateno sade o arranjo organizativo

    uni ou pluri-institucional que permite a gesto de todos os componentes das Redes de Ateno Sade, de forma a gerar um excedente cooperativo entre os atores sociais em situao, a aumentar a interdependncia entre eles e a obter resultados sanitrios e econmicos para a populao adscrita.

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    ser instituio modelo de inovao da gesto da sade pblica no Brasil, contribuindo para que Minas Gerais seja o estado onde se vive mais e melhor. Esta proposta vem sendo executada tendo em vista o mapa estratgico da SESMG (Figura 3), de forma alinhada ao Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI) e proposta estadual de canalizar esforos com vistas ao fortalecimento de um Estado para Resultados, no qual o governo gasta menos com sua mquina e mais com o cidado na proviso de recursos ou na regulao de sua prestao, tendo em vista a maximizao dos recursos.

    Figura 3: O Mapa Estratgico da Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais, 2009 Fonte: Plano Estadual de Sade 2008-2011

    A Lei 8142/1990 regulamenta a participao da comunidade na gesto do SUS, determinando que, sem prejuzo das funes do Poder Legislativo, sejam institudas instncias colegiadas em cada esfera de governo, a saber, as Conferncias de Sade e os Conselhos de Sade.

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    A Conferncia de Sade deve reunir representantes dos vrios segmentos sociais e acontece a cada quatro anos com o objetivo de avaliar a situao de sade e propor diretrizes para a formulao da poltica de sade (BRASIL, 1990 B).

    Os Conselhos de Sade so rgos colegiados compostos por representantes da gesto, dos prestadores de servio, dos profissionais de sade e dos usurios, de forma paritria. De carter permanente e deliberativo, organizam-se em Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais de Sade, atuando na formulao de estratgias e no controle da execuo das polticas de sade na instncia correspondente (BRASIL, 1990 B). Sua atuao no deve se limitar ao acompanhamento passivo das aes governamentais, devendo agir de forma ativa, deliberando sobre as polticas, inclusive em seus aspectos econmicos e financeiros. Os Conselhos de Sade, assim como as Conferncias, tm sua organizao e seu funcionamento normatizados por regimentos internos prprios, elaborados e aprovados pelos mesmos.

    A existncia de Conselhos de Sade com composio paritria, assim como de Fundos de Sade, Planos de Sade, Relatrios de Gesto e contrapartida de recursos prevista em oramento prprio, condio para recebimento de recursos financeiros do Fundo Nacional de Sade pelos estados e municpios, conforme determinado pela Lei no 8142/1990 (BRASIL, 1990 B). Tal dispositivo torna o controle social pea-chave do SUS, mesmo naqueles espaos onde no haja clara e total conscincia de sua importncia na qualificao e desenvolvimento do sistema.

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    OBJETIVOS

    Busca-se o robustecimento da gesto do Sistema nico de Sade em Minas Gerais (SUSMG) atravs do aprimoramento do controle social, entendendo ser este condio sine qua non para a prestao e regulao de servios de qualidade para o cidado. Assim, fundamental o fortalecimento do Conselho Estadual de Sade, enquanto principal agente do controle social no SUSMG.

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    METODOLOGIA E DISCUSSO

    Em Minas Gerais, o controle social est includo no sistema estadual de sade, conforme o Decreto no 45.058, de 10 de maro de 2009, especialmente atravs do Conselho Estadual de Sade, como se pode observar na Figura 4, a seguir.

    Figura 4: Organograma do Sistema Estadual de Sade de Minas Gerais, 2009. Fonte: Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais, 2010.

    Conforme se pde observar, o Conselho Estadual de Sade vincula-se estrutura formal do Sistema Estadual de Sade, o que garante-lhe a necessria institucionalidade para o exerccio de suas competncias, conforme previstas no Decreto 32.568, de 05 de maro de 1991:

    I atuar na formulao da estratgia e no controle da execuo da Poltica Estadual de Sade, inclusive nos aspectos econmicos e financeiros cujas decises sero homologadas pelo Governador do Estado; II estabelecer diretrizes a serem observadas na elaborao dos planos estaduais de sade, em funo das caractersticas epidemiolgicas e da organizao dos servios; III fiscalizar a movimentao dos recursos financeiros do Sistema nico de Sade SUS, depositados em conta especial; IV propor critrios para a definio de padres e parmetros assistncias; V acompanhar o processo de desenvolvimento e de incorporao cientfica e tecnolgica na rea de sade; VI articular-se com a Secretaria de Estado da Educao, com as Universidades e com as Escolas de Ensino Superior, na busca de subsdios no que concerne caracterizao das necessidades sociais na rea de sade; VII observar os critrios e valores para a remunerao de servios e os parmetros de cobertura assistencial estabelecidos pela direo nacional do Sistema nico de Sade SUS. (MINAS GERAIS, 1991)

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    O Conselho Estadual de Sade de Minas Gerais, com vistas a cumprir sua finalidade de deliberar sobre a poltica de sade do estado, a direo estadual do SUS, seu Regimento Interno e assuntos a ele submetidos pela Secretaria Estadual da Sade e pelos seus conselheiros composto de 52 membros-representantes do governo, dos prestadores de servios, de profissionais da rea de sade e dos usurios, sendo presidido pelo Secretrio de Estado de Sade. Conforme determinado pelo Regimento Interno do CESMG (MINAS GERAIS, 1995), a composio do CESMG a seguinte: 01 representante do segmento governo indicado por cada uma das seguintes entidades: Secretaria de Estado da Sade; Secretaria de Estado do Planejamento e Coordenao Geral; Secretaria de Estado de Cincias, Tecnologia e Meio Ambiente; Secretaria de Estado do Trabalho e Ao Social; Secretaria de Estado da Educao; Instituto Nacional de Assistncia Mdica da Previdncia Social (INAMPS); Conselho Estadual de Secretrios Municipais de Sade de MG (COSEMS-MG); Comisso de Sade da Assemblia Legislativa do Estado de Minas Gerais; Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA); 01 representante do segmento dos profissionais de sade indicado por cada uma das seguintes entidades: Conselho Regional de Enfermagem (COREN); Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA); Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO); Conselho Regional de Assistente Social (CRAS); Conselho Regional de Psicologia (CRP); Conselho Regional de Odontologia (CRO); Conselho Regional de Farmcia e Bioqumica (CRFB); Conselho Regional de Medicina (CRM); Conselho Regional de Medicina Veterinria (CRMV); Sindicato dos Mdicos do Estado de Minas Gerais (SINDMED/MG); Sindicato dos Trabalhadores Federais em Sade, Previdncia e Assistncia Social (SINTS-PREV); Sindicato dos Servidores do Sistema Operacional de Sade Pblica do Estado de Minas Gerais (SINDI-SADE); Federao dos Empregados em Estabelecimentos Hospitalares, Clnicas, Casas de Sade, Duchistas e Massagistas do Estado de Minas Gerais; 01 representante do segmento dos prestadores de servios, indicado por cada uma das seguintes entidades: Associao dos Hospitais de Minas Gerais (AHMG); Associao dos Hospitais Filantrpicos de Minas Gerais; Sindicato dos Hospitais de Minas Gerais; e 1 (um) representante indicado pelo Sindicato dos Enfermeiros ou pelo Sindicato dos Assistentes Sociais. Buscando garantir a paridade na composio do conselho, somam-se aos anteriores 02 representantes dos usurios indicados por cada uma das seguintes entidades: Central nica dos Trabalhadores (CUT); Confederao Geral dos Trabalhadores (CGT); Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental (ABES);

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    Federao dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de Minas Gerais (FETAEMG); Federao das Indstrias do estado de Minas Gerais (FIEMG); Federao de Agricultura do Estado de Minas Gerais (FAEMG); Federao das Associaes de Moradores do Estado de Minas Gerais (FAMEMG); Associao Brasileira de Enfermagem (ABEN) Seo Minas Gerais; Conferncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Regional Leste 2; Associao Mineira de Defesa do Ambiente (AMDA); Federao das Associaes de Portadores de Deficincia do Estado de Minas Gerais (FADEMG); Associao Comercial do Estado de Minas Gerais; Clube de Diretores Lojistas de Minas Gerais (CDL). facultado, ainda, ao CESMG o convite a outros tcnicos ou representantes de instituies ou da sociedade civil organizada, quando entender oportuno e diretamente envolvidos em assuntos em pauta.

    O Conselho Estadual de Sade constitudo pelo Plenrio e pela Mesa Diretora, composta de Presidente, Vice-presidente, Secretrio-geral e 1o e 2o secretrios e eleita pelo Plenrio para mandato de 01 ano, renovvel por igual perodo. O CESMG conta ainda com o apoio de comisses de assessoramento e secretaria executiva. As reunies do Plenrio acontecem mensalmente, sob cronograma previamente acordado, ou extraordinariamente, por convocao da Mesa Diretora ou de 1/3 de seus membros.

    As competncias determinadas pelo Decreto 32.568 (MINAS GERAIS, 1991) foram melhor discutidas pelo CESMG e aprovadas no Regimento Interno do Conselho Estadual de Sade de Minas Gerais conforme o seguinte:

    Traar diretrizes da poltica estadual de sade e seu controle (nos aspectos econmicos e financeiros);

    Contribuir para a organizao do Sistema nico de Sade (SUS); Recomendar a adoo de critrios que garantam qualidade na prestao

    de servios de sade; Definir estratgias e mecanismos de coordenao do SUS, em

    consonncia com os rgos colegiados; Traar diretrizes para elaborao do Plano Estadual de Sade; Examinar e encaminhar propostas, denncias e queixas; Emitir pareceres em consultas; Acompanhar e fiscalizar o desenvolvimento de aes e servios de

    sade; Propor a convocao da Conferncia Estadual de Sade e constituir sua

    Comisso Organizadora; Propor critrios para definio de padres e parmetros de ateno a

    sade; Aprovar o Plano Estadual de Sade e Planos Municipais encaminhados

    pelos respectivos Conselhos Municipais de Sade; Elaborar seu Regimento Interno. (CESMG, 2010)

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    A Secretaria de Estado de Sade, compreendendo que a sade de todos somente poder ser alcanada pela unio dos esforos dos gestores e da sociedade e pelo comportamento e postura responsvel dos cidados, sendo seu dever apoiar a institucionalizao do CESMG, prov estrutura fsica, equipamentos e custeio s atividades do mesmo, buscando garantir-lhe autonomia para seu pleno funcionamento. Assim, Oramento Estadual para a Sade contempla, somente para o ano de 2010, recursos da ordem de R$1 milho em dotao prpria, destinada ao CESMG. O CESMG encontra-se acolhido nas dependncias da SESMG, Av. Afonso Pena, no 2300, em Belo Horizonte. Conta com salas de trabalho, dependncias e equipamentos de informtica e comunicao, alm de servios de internet, veculo e funcionrios disposio de suas atividades. Suas reunies acontecem no auditrio da SESMG e suas atividades descentralizadas tm o apoio das Gerncias Regionais de Sade (GRSs), que so o nvel regional da SESMG. Os recursos de custeio planejados para o CESMG so destinados a viagens dos conselheiros, atividades de capacitao, formao e fortalecimento do controle social nos nveis regional e municipal, atravs da realizao de diligncias e conferncias temticas.

    Ao longo dos anos a SESMG vem apoiando o CESMG na realizao de Conferncias Estadual de Sade e temticas, sendo que estas vm sucedendo com a regularidade prevista legalmente, tendo a participao expressiva de todos os segmentos da sociedade interessados no setor e suas deliberaes vm contribuindo para o avano dos servios e da organizao do SUS em Minas Gerais (CES, 2010).

    Alm disso, a SESMG vem participando de forma ativa, em especial ao longo de 2009, juntamente com o CESMG, as Secretarias Municipais de Sade (SMS) e os Conselhos Municipais de Sade (CMS), na programao, preparao e realizao das Conferncias Municipais de Sade, que tm por principal objetivo o dilogo com a sociedade com vistas ao levantamento das necessidades de sade, identificao das prioridades de ao e elaborao dos Planos Municipais de Sade.

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    O Controle Social e os Instrumentos de Gesto do SUSMG: Os instrumentos de gesto do SUS em Minas Gerais so: o Plano Mineiro

    de Desenvolvimento Integrado (PMDI), o Plano Plurianual de Ao Governamental (PPAG), a Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO), a Lei Oramentria Anual (LOA), o Plano Estadual de Sade (PES), o Pacto pela Sade e seus componentes, a Programao Anual (PA) e o Relatrio Anual de Gesto (RAG).

    O PMDI tem como horizonte temporal o perodo compreendido entre 2007 e 2023, quando pretende-se que seja alcanada a viso do Governo de Minas Gerais: Minas, o melhor estado para se viver (MINAS GERAIS, 2007). o principal instrumento de gesto estratgica do executivo mineiro, contemplando os resultados desejados nas mais diversas reas de atuao do estado e agrupando-as em reas de Resultado, conforme se pode observar na figura 5. A SESMG tem suas aes focadas na rea de resultados Vida Saudvel, juntamente com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA). Os objetivos estratgicos propostos pelo Governo do Estado sociedade no PMDI so: universalizar o acesso ateno primria e reduzir as disparidades regionais no atendimento sade; reduzir a mortalidade materno infantil; ampliar a longevidade da populao com doenas do aparelho circulatrio e diabetes; aumentar a eficincia alocativa e a otimizao do sistema de ateno sade; promover hbitos de vida saudvel; e ampliar o acesso ao saneamento bsico (MINAS GERAIS, 2007).

    Figura 5: Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado PMDI 2007-2023 Fonte: Minas Gerais, 2007

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    Os resultados propostos no PMDI 2007-2023 so substancializados em aes do Plano Plurianual de Ao Governamental (PPAG), cuja vigncia vai do 2o ano de gesto de um governo ao 1o ano da gesto do prximo governo, como o objetivo de evitar a descontinuidade administrativa. O atual PPAG contempla as principais aes previstas para o quadrinio 2008-2011. No mbito da sade, somam-se s prioridades estaduais, expressas no PMDI e no PPAG, as prioridades discutidas nacionalmente e acordadas no Pacto pela Sade. Este instrumento, seus componentes e indicadores, sero alvo de discusses mais adiante neste artigo.

    A Lei de Diretrizes Oramentrias (LDO) editada anualmente e deve nortear a elaborao do oramento anual (que ser publicado por meio da LOA). Segundo a CRFB/1988, art.165, a LDO compreender as metas e prioridades da Administrao Pblica, incluindo as despesas de capital para o exerccio financeiro subseqente, orientar a elaborao da LOA, dispor sobre as alteraes na legislao tributria (...) (BRASIL, 1988), compreendendo diretrizes para o oramento fiscal, o oramento de investimentos das empresas e o oramento da seguridade social, buscando adequ-los s diretrizes, objetivos e metas definidos no PPAG (KOHAMA, 1995). A aplicao das discusses da LDO gera a Lei Oramentria Anual (LOA), cujo objetivo programar as aes a serem executadas, vinculando-as aos recursos a serem utilizados.

    Conforme estabelece a Portaria no 3.085 (BRASIL, 2006 A), so instrumentos inerentes a todo o Sistema de Planejamento do SUS e, portanto, s trs esferas de gesto: o Plano de Sade, as Programaes Anuais de Sade e os Relatrios Anuais de Gesto. Formam, assim, cumulativamente aos anteriormente citados, o conjunto de instrumentos de gesto do SUS, que, analiticamente, podemos representar conforme a figura 6.

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    Figura 6: O ciclo de gesto e os instrumentos de Planejamento do SUS

    O Plano de Sade, segundo a Portaria no 3.332 (BRASIL, 2006 B), apresenta as intenes e os resultados a serem buscados no perodo de quatro anos, expressos em objetivos, diretrizes e metas. A elaborao do Plano de Sade deve levar em conta as condies de sade da populao, os determinantes e condicionantes de sade e a gesto em sade, devendo compreender dois momentos: o de anlise situacional e o de definio de objetivos, diretrizes e metas (considerando todas as reas da ateno sade, de acordo com as necessidades e peculiaridades de cada regio).

    A Programao Anual de Sade (PAS) , segundo a Portaria no 3.332, art. 3o, o instrumento que operacionaliza as intenes expressas no Plano de Sade (...), devendo conter: a definio das aes que, no ano especfico, iro garantir o alcance dos objetivos e o cumprimento das metas do Plano de Sade; o estabelecimento das metas anuais relativas a cada uma das aes definidas; a identificao dos indicadores que sero utilizados para o monitoramento da programao; e a definio dos recursos oramentrios necessrios ao cumprimento da programao (BRASIL, 2006 B). A mesma legislao define, ainda, em seu art.4o, que o Relatrio Anual de Gesto o instrumento que apresenta os resultados alcanados com a execuo da Programao Anual de Sade e orienta eventuais redirecionamentos que se fizerem necessrios. Assim, prope que tais resultados sejam apresentados em comparao s metas, fsicas e oramentrio-financeiras, fixadas na PAS e que se indique as eventuais necessidades de

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    adequao. Tal relatrio deve ser um dos principais instrumentos para auditoria de gesto, permitindo a devida transparncia ao controle social, que deve apreci-lo e aprov-lo, tornando-os insumos para a avaliao do Plano de Sade.

    A Figura 7 busca representar, sistematicamente, a correlao entre os diversos instrumentos de gesto e sua vigncia temporal.

    Figura 7: O ciclo de planejamento no SUS

    Buscando cumprir as determinaes legais, ao longo de 2008, foi elaborado pela SESMG, pela primeira vez, um Plano Estadual de Sade. Tomando o horizonte temporal de 2008 a 2011, este plano aponta as diretrizes, objetivos e metas da SESMG para este perodo. Em seu processo de elaborao, buscou-se alinhar as propostas nele apresentadas ao planejamento estratgico do Governo do Estado de Minas Gerais, o PMDI, e da SESMG, o Mapa Estratgico, alm de guardar ntima relao com o Plano Plurianual de Ao Governamental PPAG. Os alinhamentos vertical (PMDI / Mapa Estratgico e PPAG / Plano Estadual de Sade) e horizontal (PMDI / PPAG e Mapa Estratgico / Plano Estadual de Sade) so apresentados esquematicamente na Figura 8.

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    Figura 8: O alinhamento horizontal e vertical dos instrumentos de planejamento em Minas Gerais

    A primeira verso do plano foi elaborada pela SESMG a partir da anlise da situao de sade de MG e dos instrumentos anteriormente citados, buscando resguardar a mxima coerncia entre as necessidades de sade da populao, os recursos disponveis e as aes a serem empreendidas. A segunda etapa foi a apresentao desta primeira verso ao Plenrio do CESMG, em Reunio Ordinria de 14 de julho de 2008, momento em que vrios conselheiros fizeram vrias consideraes, inclusive tecendo elogios SESMG pela apresentao da proposta. Como encaminhamento desta primeira apresentao e considerando o volume de propostas apresentadas, foi criada uma Comisso de Anlise e Propostas ao Plano Estadual de Sade, composta de representantes do CESMG e da SESMG. Assim, foram vrias reunies para sistematizao das propostas, novas anlises e discusses entre os conselheiros, os tcnicos da SESMG e os gestores, de tal forma que a verso preliminar do Plano Estadual de Sade passou por um amplo processo de debate e construo coletiva. Por fim, esta verso preliminar foi aprovada na ltima reunio ordinria do CESMG do ano, em 15 de dezembro de 2008, passando a ser o Plano Estadual de Sade instrumento orientador das aes da SESMG no perodo entre 2008 e 2011.

    Da mesma maneira, o Relatrio Anual de Gesto referente ao ano de 2008 foi apresentado ao Plenrio do CESMG, em reunio ordinria nos meses de maro e maio/2009 e encontra-se em fase de anlise, na qual vem sendo

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    aprimorado com contribuies efetivas do CESMG, em especial no que tange forma de apresentao das informaes contidas no mesmo. Um importante avano obtido no processo de elaborao deste RAG-2008 foi sua vinculao e harmonizao com o Relatrio de Gesto apresentado pela SES/MG ao Tribunal de Contas do Estado e a utilizao dos dados alimentados no SIGPLAN como insumos para ambos relatrios. Contudo, vale registrar que o Estado de Minas Gerais est pendente com a entrega/apresentao do Relatrio Anual de Gesto do ano de 2007 e que o RAG-2009 encontra-se em elaborao, dado que o prazo legal para apresentao vai at maio de 2010.

    Na primeira reunio ordinria do CESMG, ocorrida em 08 de fevereiro de 2010, foi apresentada a Programao Anual de Sade de 2010, que, conforme determinao legal, detalha as aes previstas no Plano Estadual de Sade para o curto prazo (01 ano). Assim como no caso do Plano, foi encaminhada a formao de uma comisso para anlise e sistematizao deste instrumento, constituindo-se assim um processo permanentemente participativo de construo.

    Juntamente com a apresentao da Programao Anual de Sade 2010, foram apresentadas as propostas de indicadores e metas para o binio 2010-11 no Pacto pela Vida, parte integrante do Pacto pela Sade.

    O Pacto pela Sade representou importante avano para a gesto do SUS. Primeiramente, por buscar integrar os diversos pactos em vigor poca e as diversas formas de repasses financeiros do nvel federal aos estados e municpios. O Pacto pela Sade composto de trs dimenses: Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gesto.

    O Pacto de Gesto estabelece diretrizes nos aspectos da descentralizao; regionalizao; financiamento; planejamento; Programao Pactuada Integrada (PPI); regulao; participao e controle social; gesto do trabalho e educao na sade (BRASIL, 2006 C, pg.17). O objetivo ltimo estabelecer claramente as responsabilidades sanitrias dos gestores, a fim de diminuir as competncias concorrentes, contribuindo, assim, para o fortalecimento da gesto compartilhada e solidria do SUS.

    O Pacto em Defesa do SUS busca consolidar o Sistema nico de Sade brasileiro, seus princpios e diretrizes, conforme expressos na CRFB/1988, por meio do firme compromisso dos gestores em torno da consolidao da reforma sanitria e

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    do processo de melhoria e qualificao do sistema como poltica pblica e de cidadania. Para tal, so propostas iniciativas pela repolitizao da sade (...), promoo da cidadania e da mobilizao social (...) e garantia de financiamento de acordo com as necessidades do sistema (BRASIL, 2006 C, pg.15).

    O Pacto pela Vida, conforme BRASIL (2006 C, pg.09), o compromisso entre os gestores do SUS em torno de prioridades que apresentam impacto sobre a situao de sade da populao. Pactuado de forma tripartite (entre os gestores federal, estaduais e municipais), as prioridades estabelecidas foram: Fortalecimento da ateno bsica, Reduo da mortalidade infantil e materna, Sade do idoso, Controle do cncer do colo do tero e da mama, fortalecimento da capacidade de resposta s doenas emergentes e endemias (com nfase na dengue, hansenase, tuberculose, malria e influenza) e Promoo da sade. Assim, foram estabelecidos um conjunto de compromissos sanitrios a ser implementado por cada ente federado, com a pactuao de indicadores e metas.

    O processo de discusso da poltica estadual de sade e suas repercusses e implantao nas regies sanitrias e municpios mineiros com o CESMG, iniciado com o Plano Estadual de Sade 2008-2011, vem aprofundando-se desde ento. Em meados de 2009 (reunio ordinria de julho/09), a SESMG apresentou ao CESMG os resultados alcanados pelo Sistema Estadual de Sade nos indicadores pactuados em 2008. Visando facilitar a identificao de situaes de sucesso e de insucesso no alcance das metas pactuadas, tal apresentao se deu utilizando-se a metodologia do Tableau de bord, ou Painel de Bordo. A Figura 9 apresenta de forma sucinta o quadro apresentado ao CESMG.

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    Figura 9: O Painel de Bordo dos resultados alcanados em 2008 no Pacto pela Sade, componente Pacto pela Vida. Minas Gerais, 2009. Fonte: Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais, 2009.

    Esta experincia tornou-se especialmente rica na medida em que a necessidade de apropriao dos dados pelo CESMG, permitiu a ambas partes aproximao dos indicadores e reconhecimento dos territrios. Assim, atendendo solicitao do prprio CESMG e buscando ampliar a capacidade de apropriao das informaes, os tcnicos da SESMG elaboraram um novo modelo de relatrio gerencial (apresentado na ntegra ao Plenrio do CESMG na reunio ordinria de 14 de setembro de 2009) no qual constavam, em um mesmo volume:

    as metas pactuadas e os resultados alcanados (Figura 10)

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    Figura 10: Apresentao das metas pactuadas e dos resultados alcanados nos indicadores do Pacto pela Vida. Minas Gerais, 2008. Fonte: Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais, 2009.

    as informaes de identificao do indicador descrio, tendncia desejada, metodologia e frmula de clculo (Figura 11)

    Figura 11: Apresentao da identificao dos indicadores do Pacto pela Vida. Minas Gerais, 2008. Fonte: Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais, 2009.

    os dados sobre o comportamento ao longo do tempo tabelas e grficos de sries histricas e de evoluo (Figura 12)

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    Figura 12: Apresentao das sries histricas e da evoluo dos indicadores do Pacto pela Vida. Minas Gerais, 2008. Fonte: Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais, 2009.

    informaes com recortes regionais, identificando, atravs de cores distintivas, as macrorregies e microrregies com melhor e pior desempenho (Figura 13).

    Figura 13: Apresentao do resultado alcanado em 2008 de forma regionalizada em macro e microrregies nos indicadores do Pacto pela Vida. Minas Gerais, 2008. Fonte: Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais, 2009.

    A apresentao grfica dos indicadores constantes deste relatrio permitiu tanto aos tcnicos da SESMG identificar macrorregies e/ou microrregies

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    que apresentavam dificuldades, apesar de, muitas vezes, a meta ter sido alcanada no mbito estadual, assim como permitiu aos conselheiros compreender melhor os eventos epidemiolgicos expressos pelos indicadores pactuados.

    Aps as discusses com o CESMG, uma terceira gerao de relatrio foi concebida e elaborada, com o objetivo de aproximar ainda mais a anlise dos dados da realidade dos territrios, buscando ampliar os horizontes de ao dos diversos atores envolvidos na gesto do SUSMG. Assim, alm das informaes contidas nos relatrios anteriores, agregou-se a esta verso a apresentao cartogrfica dos dados, permitindo sinalizar em cores o desempenho dos diversos nveis da regionalizao de Minas Gerais: do estado como um todo, das diversas macrorregies e microrregies, assim como dos municpios mineiros, conforme a Figura 14, a seguir.

    Figura 14: Apresentao do resultado alcanado em 2008 de forma regionalizada em macro e microrregies nos indicadores do Pacto pela Vida. Minas Gerais, 2008. Fonte: Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais, 2009.

    Este processo agora retorna gesto do sistema para um processo de discusso em dois nveis: o primeiro, que chamamos Discusso da Poltica, se d entre as reas tcnicas no nvel central da SESMG, que devem analisar os

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    fenmenos (indicadores de sua rea de atuao) tendo em vista o seu comportamento no estado, nas diversas macrorregies e microrregies, tendo como produto a anlise e identificao de fatores de sucesso nas regies com melhor desempenho e oportunidades de melhoria nas regies com pior desempenho. O segundo nvel de discusses, que denominamos Anlise Regional, realizado pelas Gerncias Regionais de Sade sobre os resultados alcanados pelo conjunto de indicadores da macrorregio na qual se encontram, cabendo-lhes apontar, de sua perspectiva, as razes para o sucesso ou as dificuldades a serem superadas para melhoria do conjunto de indicadores nos municpios e microrregies sob sua jurisdio. Estes estudos e anlises, em andamento na SESMG durante o ms de fevereiro, devero subsidiar o processo de pactuao dos indicadores e metas do Pacto pela Vida para o binio 2010-11, cuja discusso se dar nas Comisses Intergestores Bipartites Microrregionais (CIB-Micro) no ms de maro.

    Todas estas aes de fortalecimento do controle social do SUSMG necessitam de forma decisiva de ganhar capilaridade no territrio estadual. Assim, uma das principais aes do CESMG tem sido a formao de Colegiados Microrregionais de Conselhos Municipais de Sade. Organizados conforme o Plano Diretor de Regionalizao (PDR), o processo de constituio dos Colegiados se inicia com a solicitao expressa de conselheiros de sade dos municpios membros de uma das 76 microrregies de MG. A partir de ento, providenciada a realizao de seminrios de discusso, negociao e apropriao das polticas pblicas de sade, com vistas no apenas a constituir um grupo de conselheiros responsveis pelas discusses a nvel microrregional, mas, tambm, que estes sejam multiplicadores junto aos demais conselheiros municipais e locais de sade, fortalecendo a educao permanente na gesto e controle social do SUSMG. Cerca de 40 microrregies j participaram dos seminrios e esto em processo de implantao dos Colegiados Microrregionais, cujo papel primordial acompanhar a gesto do SUS no nvel microrregional, apresentando as necessidades e demandas da populao, colaborando com os gestores na identificao de dificuldade e escolha de prioridades de ao e monitorando a implantao da rede de ateno e a execuo das polticas de sade.

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    CONCLUSES E PERSPECTIVAS

    No cenrio nacional, possvel afirmar que o estado de Minas Gerais vem avanando a passos largos na implantao de um controle social efetivo e eficaz sobre o Sistema nico de Sade (SUSMG). Contribuem para esta constatao o apoio irrestrito da SESMG no que toca ao provimento de estrutura fsica, equipamentos e custeio das aes do CES, assim como no aprofundamento das discusses e nas relaes institucionais entre os diversos atores que compem o sistema.

    Conforme se pode observar nacionalmente e expresso na Resoluo do Conselho Nacional de Sade no 333, de 04 de novembro de 2003, o processo bem-sucedido de descentralizao tem determinado a ampliao dos Conselhos de Sade que ora se estabelecem tambm em Conselhos Regionais, Conselhos Locais, Conselhos Distritais de Sade, incluindo os Conselhos Distritais Sanitrios Indgenas, sob a coordenao dos Conselhos de Sade da esfera correspondente. Portanto, fundamental a continuidade do processo de implantao e implementao dos Colegiados Microrregionais de Conselhos Municipais de Sade, que permitem, a um s tempo, a capacitao de conselheiros e a qualificao do controle social em nvel regional.

    No mbito dos municpios, faz-se imperativo que se elabore estratgias para a criao de Conselhos Locais de Sade, que tenham como rea de abrangncia o territrio das Unidades Bsicas de Sade UBS e discutam com maior propriedade a Ateno Primria Sade prestada pelas equipes tradicionais ou de Sade da Famlia, se responsabilizando, inclusive, pelo acompanhamento dos Contratos de Gesto celebrados com as equipes.

    Alm disso, nos diversos nveis, importa tambm que se identifique as peculiaridades regionais que demandem aes integradas de sade e que, para tal, se instituam Conselhos ou Comisses especficas para debater tais situaes, elaborar propostas e acompanhar a ao poltica do SUSMG.

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    REFERNCIAS

    BRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988. Braslia: Senado Federal; 2002.

    ______. Lei no 8080, de 19 de setembro de 1990. Dispe sobre as condies para a promoo, proteo e recuperao da sade, a organizao e o funcionamento dos servios correspondentes. Dirio Oficial da Unio, Braslia, v.78, n.182, p.18055, 20 set. 1990. Seo 1.

    ______. Lei no 8142, de 28 de dezembro de 1990. Dispe sobre a participao da comunidade na gesto do Sistema nico de Sade SUS e sobre as transferncias intergovernamentais de recursos financeiros na rea da sade. Dirio Oficial da Unio, Braslia, v.78, n.249, p.25694, 31 dez. 1990. Seo 1.

    ______. Portaria no 3.085, de 01 de dezembro de 2006. Regulamenta o Sistema de Planejamento do SUS. Disponvel em: . Acesso em: 13 fev. 2010.

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    CNS. Resoluo no 333, de 04 de novembro de 2003. Disponvel em: . Acesso em: 13 fev. 2010.

    KOHAMA, Heilio. Contabilidade pblica: teoria e prtica. So Paulo: Atlas, 1995.

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    MENDES, Eugnio Vilaa. Os sistemas de servios de sade: o que os gestores deveriam saber sobre essas organizaes complexas. Fortaleza: Escola de Sade Pblica do Cear, 2002.

    ______. As redes de ateno sade. Belo Horizonte: Escola de Sade Pblica de Minas Gerais, 2009.

    MINAS GERAIS. Decreto no 32.568, de 05 de maro de 1991. Dispe sobre a organizao e atribuies do Conselho Estadual de Sade (CES) e d outras providncias. Belo Horizonte: Minas Gerais Dirio Oficial dos Poderes; 1991.

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    ______. Secretaria de Estado de Planejamento e Gesto. Plano Plurianual de Ao Governamental (PPAG) 2008-2011. Belo Horizonte, 2008.

    NEVES, Acio. Pacto por Minas: proposta de Governo para Minas Gerais. Belo Horizonte: PSDB; 2006.

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    AUTORIA

    Fernando Antnio Gomes Leles Graduado em Administrao Pblica pela Escola de Governo da Fundao Joo Pinheiro e especialista em Economia e Gesto da Sade pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). No Governo do Estado de Minas Gerais, atualmente, o assessor-chefe de Gesto Regional da Secretaria de Estado de Sade. professor-convidado das Universidades Federais de Uberlndia (UFU), Juiz de Fora (UFJF) e Alfenas (Unifal), da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e da Escola de Sade Pblica (ESPMG). Endereo eletrnico: [email protected], [email protected]

    Bruna de Castro Salviano Nicolato Graduada em Administrao Pblica pela Escola de Governo da Fundao Joo Pinheiro. Especialista em Polticas Pblicas e Gesto Governamental (EPPGG) do Governo do Estado de Minas Gerais, em exerccio na Secretaria de Estado de Sade. Endereo eletrnico: [email protected] , [email protected]

    Francisco Antnio Tavares Jnior Graduado em Administrao Pblica pela Fundao Joo Pinheiro e especializado em Economia da Sade e Farmacoeconomia pelo IDEC/Universidad Pompeu Fabra de Barcelona na Espanha. assessor chefe de Gesto Estratgica da Secretaria de Estado de Sade de Minas Gerais. Endereo eletrnico: [email protected]