As FARC-EP Na Colômbia

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Atuação da FARC-EP, história sobre a formação. This issue shows the history of the FARC-EP in Colombia.

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  • 04/12/2015 As FARC-EP na Colmbia

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    AsFARCEPnaColmbiaUmaexceporevolucionrianumaeradeexpansoimperialista

    porJamesJ.Brittain[*]

    Desdeadcadade60,osEstadosUnidoseaoligarquiacolombiananopoder implementaramrepetidamentecampanhasscioeconmicasemilitaresparaderrotarasForasArmadasRevolucionriasdaColmbia Exrcito do Povo (FARCEP). Contudo, esta ofensiva, cujo principalobjectivo manter a acumulao capitalista e a expanso, resultou numrevsembaraosoparaoimperialismodosEUAeparaaclassedominantecolombiana. Numa poca de crescimento e aprofundamento doimperialismo americano, importante examinar este fracasso. Ao longodas ltimas quatro dcadas, apesar dos esforos dos EUA, aumentou oapoioaoquetemsidoamaisimportanteforamilitarepolticacontnuanaAmricadoSulemoposioao imperialismo.Examinoa formacomoasFARCEPnosmantiveramumapresenasubstancialnamaiorpartedopas como tem respondido agressivamente campanha continuada dacontrainsurgncia.Tambmreveloser falsaapropagandadosgovernosdosEUAedaColmbiaafirmandoqueasFARCestoaserderrotadas.Esta anlise proporciona um exemplo de como ummovimento orgnicocontemporneo,movimentosciopolticocombasedeclasse,podebaterse eficazmente com o poder imperial numa poca de contrarevoluoglobal.

    ALGUNSANTECEDENTESHISTRICOS

    Hmuitosanosatrs,CheGuevaraviajouatravsdaColmbiaeescreveunoseuMotorcycleDiaries(OceanPress,2004,157)queachamadamaisantiga democracia na Amrica Latina continha "mais represso daliberdadeindividual"queemqualqueroutropasporelevisitado.DesdeaviagemdeChe,poucomudou.

    DurantemeadosdosculoXXaColmbiafoiprecursorademuitascoisasnaAmricaLatina.AColmbiafoioprimeiroestadoareceberassistnciado Banco Mundial (ento chamado Banco Internacional para aReconstruoeoDesenvolvimento).Foitambmoprimeiropasareceberoficialmente assistncia militar dos Estados Unidos contrainsurreio.Duranteadcadade60apercentagemdooramentonacionaldestinadaadespesasmilitares,comoobjectivodecombatercamponeseseforasdeguerrilha,ultrapassavaos16porcento.

    Actualmente a Colmbia encontrase nos espasmos da guerra civil,

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    encaixada num modelo de economia neoliberal e de completasubordinaoaosEstadosUnidos.Umpequenogrupode latifundiriosecapitalistasmuitoricosdentropas temacapacidadedirectadeafectarapoltica governamental e as condies econmicas. A polarizao dariquezaextrema.Os3porcentomaisricosdetmagoramaisde70%daterra arvel, enquanto que 57 por cento subsiste com menos de 3 porcentodessa terra.Os1por centomais ricosdapopulaocontrolam45por centoda riqueza,enquantometadeda terraagrcoladetidapor37grandeslatifundirios.[1]

    O presidente actual, lvaro Uribe Velez, tentou implementar ummodeloneoliberal por toda a Colmbia atravs da privatizao em massa, daremoodetarifas,ederestriesaossindicatosdetrabalhadores.Uribeapoioumedidasque reduziramosvencimentosporhorasextraordinrias,aumentarama idade de reforma num tero, e reduziram os salrios dostrabalhadores do sector pblico em 33 por cento. Aps a reestruturaoneoliberal a desproporo na riqueza aumentou aindamais. Em 1990, aproporo de rendimentos entre osmais pobres e os mais ricos era de40:1. Em 2000, essa proporo atingiu os 80:1 [2] . Esta realidadeeconmicaestsubjacenteatodososacontecimentoslegaisepolticosnaColmbia.ApartetodasastoliceshipcritassobredemocraciaeEstadodeDireito,oestadocolombianogovernadocomgrandebrutalidadeatravsdoqueChavesdaVenezuelaapelidoude"oligarquiaranosa",obviamenteapoiadapelosEstadosUnidos.

    Em face desta realidade, a Colmbia manteve uma forte tradio deoposiodeesquerda.Numensaiode1872,"ThePossibilityofNonviolentRevolution",Marxsugeriuquealgunspasespodemconterumproletariadoque "pode atingir o seu objectivo atravs de meios pacficos" contudo,afirmou ele, "devemos tambm reconhecer o facto de na maioria dospases"noseresteocasoede"aalavancadanossarevoluoterdesera fora". A ser assim em qualquer pas do mundo hoje, esse pas aColmbia.

    A conscincia de classe na Colmbia construiuse orgnica egradualmentefacesuaclassedominante.Nofinaldadcadade1930at1950 vrias centenas de colombianos de origem rural, de ideologiacomunista,organizaramseemestruturasdecooperaoedeseguranaem resposta expanso dos interesses capitalistas que penetravam asterrasdo interior.A repressoeaviolncia induzidaspelaEstadocontrapequenos proprietrios de terras, camponeses, trabalhadores rurais, eoutros semiproletrios econtraram uma resposta pacfica, mas firme (earmada). Tentando existir como uma comunidade geogrfica autnoma,estes"gruposdeautodefesa"erambaseadosemncleosdecamponesestrabalhando a terra colectivamente em regies relativamente isoladas dopas.Eles tentaramestabelecer uma sociedade estvel, no corrompida,

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    baseadanocontrololocal,econterogovernocentralrepressivoatravsdaextensodascomunidadesaoutrasreas.Comoapoiodeumaminoriasignificativa da populao rural, estes grupos localizados de autodefesaexpandiram progressivamente as suas esferas de influncia no final dadcada de 1950 e incio da de 1960 para incluir mltiplas reas daColmbia do sul e central. Em 1964, mais de 16 destes grupos decomunidades haviam sido estabelecidos com xito por todo o pas. Ascomunidades, embora pacficas, eram consideradas uma tremendaameaa no s classe dos grandes latifundirios e dos capitalistasurbanos em ascenso mas tambm aos interesses geopolticos dosEstados Unidos. Em resultado disto, estas regies tornaramse alvosmilitares durante a ofensiva da Guerrafria na Amrica Latina que seintensificouduranteaadministraoKennedy[3].

    EmMaiode1964,osEstadosUnidoseogovernocolombianoacordaramemlevaracaboataquescontraascolectividadesrurais,sendoopontodeincio a regio de Marquetalia, no distrito de Tolima, no sudoeste daColmbia. O assaltomilitar, iniciado a 27 deMaio de 1964, foi possveldevidoaoamploapoioeconmicoemilitardosEstadosUnidosatravsdoPlano para a Operao de Segurana LatinoAmericana. Emconsequncia,asFARCEPconsideram27deMaiode1964adataoficialda sua origem. Contrariando relatrios de vrios acadmicos de que asFARCEP haviam sido liquidadas, a organizao no smanteve a suaexistnciacomoseexpandiusistematicamenteportodoopas.

    AsFARCEPseguindoosProtocolosIeIIdasConvenesdeGenebra,queestipulamqueosmovimentosarmadosdeoposiocompetindocomopoder estatal devem organizarse formalmente num padro militarhierarquizadovisvelesto formalmenteorganizadascomoumExrcitodoPovo comuma clara cadeia de comando.OSecretariado do EstadoMaiorCentral constitudopor setemembros (ManualMarulandaVelez,Ral Reyes, Timolen Jimnez, Ivan Marquez, Jorge Briceo, AlfonsoCanoe IvanRios),quesupervisionameEstadoMaiorGeneralcompostoporvinteecincomembrosespecificamentelocalizadosemseteblocosportodoopas(Oriental,Ocidental,doSul,Central,MagdalenaCentral,Caribee Csar). Em cada um destes blocos h um nmero de frentes quecontm, emmdia, 300 a 600 combatentes por unidade. Em 2002, erageralmente reconhecida a existncia de 105 frentes por todo o pas. Osnmeros obtidos pelo autor atravs da observao participante e deentrevistas abertas com as FARCEP estabelecem h pelo menosmaisdoze frentes adicionais. Hoje o nmero de regies na Colmbia compresenasignificativadasFARCEPsubstancialcontudo,muitopoucaaanlisedestetpicofoirecolhida,examinadaouapresentadaaumpblicomaisamplo.

    Imediatamenteapsasuafundao,ainsurreioesteveactivaemquatro

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    municipalidadeseexpandiuasuainflunciaduranteasdcadasde1970e80. Foi durante a dcada de 1990 com a ascenso das polticaseconmicas neoliberais acompanhadas por um estado de repressoacrescido, muitas vezes executado com indescritvel brutalidade pelosparamilitares apoiados pelo governo que as FARCEP aumentaramdramaticamente a sua presena por todo o pas. Um estudo amplopublicado em 1997 revelou que a revolta tinha influncia real em 622municipalidades(deumtotalde1.050)[4].Em1999,asFARCEPhaviamaumentadooseupoderparamaisde60porcentodopas,eemmenosdetrsanosestimavasequemaisde93porcentode todasas "regiesdepovoaorecente"naColmbiateriamumapresenadaguerrilha.[5]UmexemploodepartamentodeCundinamarca,quecercacompletamenteacidade capital de Bogot. Nesta rea o poder das FARCEP estendeseatravs de 83 departamentos das 116 municipalidades. Apesar do seupodervariaremcadaburgo,hboasrazesparaacreditarqueasFARCEPestopresentesemtodososmunicpiosnaColmbia.Algumasreasesto formalmenteorganizadaspelasFARCEPcomescolas, instalaesmdicas,estruturasjudiciaisbsicas,eassimpordiante,enquantooutraspodem ter uma guerrilha presente embora com uma capacidade muitomenor.JuntamentecomaascensomaterialdasFARCEPnosepodenegar que a revolta tem um considervel apoio por parte da populaocivil.Aolongodosltimosanos,umnmerocrescentedehabitantesruraiscomeou amigrar para as regies ocupadas pelas FARCEP, quer paraprotecoquerporsolidariedade.Duranteasnegociaesdepazentreosrevoltososeogovernocolombiano (19982002),maisde20milpessoasmigraramparaaVillaNuevaColombiadetidapelasFARCEPemapenasumano.Muitospreferiramviverno refgiosegurodos rebeldesumavezque lhesproporcionava uma sensao de segurana e a capacidade decriarprojectosalternativosdedesenvolvimentobaseadosnacomunidade.[6] No h melhor exemplo do crescente apoio s FARCEP do que onmerodehabitantesruraisqueentraramnazonadesmilitarizada(ZDM)mantida pelas FARCEP, adquirida pelos insurrectos durante asconversaesdepaz.AZDM,antesdaconsolidao (oficial)dasFARCEP,tinhaumapopulaodaordemapenasdos100milhabitantes[7].Naaltura em que o governo colombiano invadiu a regio e ps fim snegociaes de paz havia aproximadamente 740 mil colombianos quehaviamemigradoparaoterritriodetidopelaguerrilha[8].

    Tabela 1 Quatro dcadas do crescimento das FARCEP nosmunicpioscolombianosAno Municpios PercentagemdeMunicpios1964 4 0,041970 54 0,501979 100 9,001985 173 15,001991 437 42,00

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    1995 622 59,001999 1.000 95,002004 1.050 100,00Fontes : Grace Livingstone, Inside Colombia (London: Latin American Bureau, 2003), 8 James F.Rochlin, Vanguard Revolutionaries in Latin Amrica (London: Lynne Reinner Publishers, 2003), 99FARCEP,FARCEPHistoricalOutline (Toronto: InternationalCommission,2000),14 JesusBejaranovila,Camilo Enchandia, Rodolfo Escobedo & Enrique Querez,Colombia: Inserguridad, Violencia YDesempenoEconomicoenlasAreasRurales(Bogot:UniversidadExternadodeColombia,1997),133Timothy WickhamCrowley, Guerrillas & Revolution in Latin America (Princeton, N. J.: PrincetonUniversity Press, 1992), 10910 Jorge P. Osterling, Democracy in Colombia (Oxford: TransactionPublishers,1989),99.

    Ao longo das quatro dcadas desde o seu incio, as FARCEPtransformaramse num movimento organizado e complexo. O seuprograma foca uma variedade de questes polticas crticas, sociais,culturaiseeconmicas.Baseadonuma investigaoemcursoconduzidapeloautor,oactualeleitoradodaorganizaoexpandiusedasuabasedecampesinato de subsistncia para incorporar populaes indgenas, afrocolombianos, os deslocados, trabalhadores rurais sem terra, intelectuais,sindicalistas,professoresesectoresdaforaurbana.Quarentaecincoporcentodosseusmembrosecomandantessomulheres.Oque comeoucomo uma luta camponesa pela terra rurais travada principalmente porcamponeses na dcada de 1960 transformouse desde ento nummovimentosciopoliticonacionaltentandoobjectivosdedesenvolvimentoalternativos atravs da concretizao de uma sociedade socialista. Aoconstruir uma base de apoio substancial, uma distribuio geogrficaabrangente,eummodeloideolgicodeemancipaoqueseexpande,asFARCEP tornaramse, com a excepo de Cuba, na maior e maispoderosa fora revolucionria politicamente e militarmente noHemisfrioOcidental.

    As FARCEP, ao contrrio de muitos outros movimentos e lutasrevolucionrios recentes na Amrica Central e do Sul, so umaorganizao baseada no campesinato, organizada e que se manteverevolucionria.Osrevolucionriosnoforamformadosnassalasdeaulasnem nas igrejas eles no so um movimento liderado ou amplamenteconstitudoporadvogados,estudantes,mdicosoupadres.Pelocontrrio,alideranadasFARCEP,abasedeapoioeosseusfiliadostornaramseoverdadeirosoloapartirdoqualseabasteceparasuasubsistncia,poisos insurgentes tm sido largamente constitudos por camponeses daColmbia rural, queperfazemcercade65por centodosseusmembros.Isto importante para compreender quando se discute as forascontemporneasformadascontraelas.

    ANECESSIDADEIMPERIALDACONTRAINSURREIO

    Pararesponderaosseusfracassossistemticosnastentativasdederrotaras FARCEP desde 1964, as administraes polticas dos EUA e daColmbia reformularam recentemente os seus planos de contra

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    insurreio.Partedarazoparaistoofracassodaorientaoanterior,oPlanoColmbiadeClinton.OPlanoColmbiareforavaodomniomilitarcolombiano sobre a administrao civil do pas, atravs da introduomaciadepessoalededinheiroamericano.AajudadosEUAColmbiaem1995forade30milhesdedlares.SoboPlanoColmbia,osEstadosUnidosderam2,04milmilhesdedlaresentre1999e2002,81porcentodosquaisparaarmas[9].Esteplanofoipromovidocomomeiodereduzira disponibilidadeeautilizao de cocana nosEUA.Embaraosamente,nem parou o fluxo de cocana para os pases consumidores, nemproporcionou aos camponeses colombianos uma alternativa aodesenvolvimentoda cultura ilcita.Na primavera de 2005, reconheceuseque o nvel de coca a ser cultivada na Colmbia tinha, ao invs,aumentado.

    Antes da interveno directa dos EUA na Colmbia atravs do PlanoColmbia, as reas de cultivo da coca rondavam os 40.000 50.000hectares (19861996). Com o Plano Colmbia, as reas de cocaaumentaramdramaticamente.Durante o augedoPlanoColmbia (2001)atingiramomximo histrico de 169.800 hectares. Apesar de ter havidoum ligeiro declnio em20022003, as estimativas actuais sugeremque ocultivodacocaestnovamenteaaumentar.Defacto,oquesepassounaindstria dos narcticos foi uma monopolizao do processamento, daproduo, dadistribuio internaedo trfico internacional da cocapelasForas de AutoDefesa Unidas da Colmbia (AUC) a principalorganizaoparamilitar.AsAUCadmitiramabertamenteque financiavamas suas tropas contrarevolucionrias sobretudo atravs da indstriacolombiana do narcotrfico. Aproximadamente 80 por cento dofinanciamento paramilitar vem do trfico de droga [10] . A realidade doPlanoColmbiadeClintonqueasforasparamilitaresindirectamentetreinadas pelos Estados Unidos e apoiadas pelo exrcito colombiano controlam agora a indstria da droga. As FARCEP, muitas vezesacusadas de "narcotrfico" pela propaganda dos EUA, esto apenasenvolvidasemcobrarimpostosaosrevendedores,aquelesquecompramasfolhasaoscamponeses[11].Nomximouns2,5porcentodetodoocultivo de coca no pas est indirectamente ligado s FARCEP [12] .Emboraafachadadeguerrasdrogastersidodecertaformatildurantealgum tempo, a contrainsurgncia dos americanacolombiana ficouenfraquecida ao tornarse evidente amistificao. Portanto, os governosalinhados deBusheUribe passaramaumacampanhaarmada contraabasedeapoiopopularinsurgnciasobumanovapalavradeordem,ada"guerraaoterror".

    Quando o Plano Colmbia foi apresentado pela primeira vez, umaquantidade surpreendente de opositores levantouse contra o plano daadministraoClinton.Em resultadodestapresso,ogovernoconcordouem limitar o nmero de tropas norteamericanas e de foras privadas

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    contratadasautorizadasaentrarnoterritriocolombianopara800(400depessoaldoexrcitodosEUAe400depessoalcontratado).ComGeorgeBush, um autoproclamado presidente da guerra, o Departamento deDefesa acabou com estes limites participao dos EUA e iniciou umacampanhaofensivadirectadeagressoarmadacontraregiesespecficasdaColmbia.Estainiciativaem.cursochamadaPlanoPatriota.

    O Plano Patriota contemplava um enorme aumento da participao doexrcito norteamericano e das foras do sector privado no combatearmadonaColmbia.OsataquestmsidoexecutadosconjuntamenteporcombatentesprivadosemilitaresdosEstadosUnidos,conduzindomaisde20mil soldados colombianos numa poltica de terra queimada dirigida populaocivil.OplanoestemgrandeparteconcentradonasregiesdosuldaColmbiaPutumayo,Caquet,NarioeMeta.

    Apolticareformulada,amplamenteapregoadacomajustificaohipcritada "guerra droga", umproduto da explorao dos ataques do 11 deSetembrode2001porpartedaadministraoBushpara finsclaramenteimperiais. Etiquetar movimentos revolucionrios marxistas como"terroristas"tornaotermosemsignificado,masajudaareprimiraoposiointerna intervenomilitar global dos EUA. Sob a nova doutrina oficialdos EUA, a classificao de terrorista alegadamente permite um assaltoatravs damquinamilitar dos EUA (em total violao de todo o direitointernacionalemvigor),portantometadeoumaisdaColmbiaestagorasujeitaguerratotalcontraapopulaocamponesa.

    O Plano Patriota foi apresentado pelos militares colombianos como umpreldioparaarenovaodasanterioresnegociaesdogovernocomasFARCEP, que eles haviam sabotado. O general Reinaldo Castellanosafirmou:"anossaactividadeeaforacomaqualdeveserexecutadatemdeobrigar (os rebeldes) a sentaremse [mesa de negociaes] sob ascondiesdefinidaspelogoverno"[13].Habitantesruraiscontarammeementrevistas que o general havia encorajado as suas tropas a cometerataques assassinos contra civis desarmados, camponeses, e supostosapoiantes dos revoltosos. Sob estas circunstncias, falar de negociaopararesolveroconflitonotemsignificado.OexrcitodosEUAnotevetalpretenso.EmOutubrode2002umafugaderelatriosindicavaqueosMarinesdosEstadosUnidostinham"ordensparaeliminartodososoficiaissuperiores das FARCEP", "dispersando aqueles que escapassem paracantosremotosdaAmaznia"[14].

    OsEstadosUnidoseogovernocolombianotentaramcriarumaimagemdeque os seus novos mtodos de guerra estavam a funcionar. Afirmouserepetidamente que o exrcito colombiano est "a ganhar" e a entrarprofundamente nas fortalezas das FARCEP.Num tpico artigo annimo,so citados "oficiais dos EUA" como tendo afirmado que as FARCEP

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    "foramsignificativamentedegradadas"equeagora"nohqualquerpartedopasondeasforascolombianasnopossamir".Apeadefendequeno passado "houve enormes faixas de terra dominadas pelas FARC. Ogoverno no podia exercer a soberania nesses locais, e as FARC eramlivres para planear mais operaes e para treinar mais recrutas nessasreas" mas "agora o grupo marxista no pode usar essas reas comorefgio, recrutando bases ou lanando pontos para operaes". Nopassado ms de Abril, o general da Fora Area dos Estados UnidosRichardB.Myersafirmouqueaactualcampanhadecontrainsurgnciaaser executada na Colmbia estava a derrotar as FARCEP. Myers foicitado afirmando que "estamos a vencer" e que "a cooperao entre osEstadosUnidoseaColmbiadeveserreflectidaportodoomundo"pois"ofuturoestnacapacidadedasnaesparacooperaremeconcentraremsecontraosextremistas".MasagoraclaroqueoPlanoPatriota,de facto,fracassoutotalmenteemderrotarasFARCEP[15].

    ApesardapropagandadequeoPlanoPatriotaeradestinadoacombaterasFARCEP,oquerealmenteestaacontecerumatentativade"drenaromar".Osalvos soos camponesesdesarmados, devidoao facto de acapacidade militar, o poder e o apoio das FARCEP ter origem nestegrupo.AsofensivasdoPlanoPatriota foramexecutadascontra"extensasregies suspeitas de rebeldia". Durante as primeiras fases do PlanoPatriota,JamesHill,oanteriorgeneraldoComandoSuldosEUA,admitiuqueacampanha reformulada comeou com "umataqueemreas ruraisondeoscamponesesagricultoreslocaisapoiavamasFARC",enocontraoprprioexrcitoguerrilheiro [16] .Em respostaaesta tcticabrutal, asFARCEPcomearampropositadamenteadissolversenasmontanhaseforam capazes de retirar presso de reas especficas onde haviamrecebido apoio indgena e de camponeses. Mas os ataques das tropascolombianas e dosEUA contra os camponeses de facto construiuapoioparaasFARCEPeforamvulnerveisaemboscadasecontraataques.

    O relacionamentoentreocampesinatoeasFARCEPpermaneceu firmepormaisdemeiosculoevisvelatravsdegrandepartedaColmbiarural. Durante o princpio do Plano Patriota, contudo, mudaram algumascaractersticas sciogeogrficas relativamentesalianasdasFARCEPcomocampesinato rural.Umexemplodisto foi documentadoquandoeudirigiauma investigaonodepartamentodeHuila.Noteiquehaviaumavisibilidade insurgentemnimaemreasondeaguerrilha tinhauma fortepresenahmaisdeseteanos.Emtempospassados,erahabitualserseparado nos pontos de controlo das FARCEP em estradas principais esecundriasou vermembros daguerrilha emconversao compessoasdacomunidade.Emconversascompessoasdacomunidadeeatravsdeumaentrevista subsequente comRaul Reyes, responsvel da ComissoInternacional das FARCEP, contaramme que as guerrilhas que haviampermanecidonareahaviamreduzidoasuapresenavisvelparaprevenir

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    uma agresso do Estado contra o povo local. Reyes explicou que asFARCEPestavamatentarlimitarasoportunidadesdeentradadasforasnorteamericanas/do Estado colombiano nas regies habitadas peloscamponeses que so apoiantes da revoluo. O exrcito colombianodetmumhorrendorecordedeviolaodosdireitoshumanoscontranocombatentese,porestarazo,asFARCEP,duranteperodosespecficosde 2003 e 2004, preferiram limitar a sua presena visvel imediata naesperanadediminuirapossibilidadededanos contraapopulao ruraldentrodasextensaszonasdasFARCEP.Masestaretiradafoipuramentetctica e com o desenvolvimento dos eventos a revoluo no foimarginalizadapeloPlanoPatriotamas,pelocontrrio,aumentou.

    ARESPOSTAAOPLANOPATRIOTA

    Enquanto o acesso atravs das regies fronteirias que cercam osdepartamentosdaColmbiadoSulest impedidoporumgrandeesforodosmilitaresedosparamilitaresapoiadospeloEstado,asreas internassototalmentedetidaspelasFARCEPcomosempreeesto,defacto,emexpanso.Nosltimosdoismesesde2004,foievidentequeasFARCEPnarealidadehaviamaumentadoo tamanhodassuas forascombatentesatravsdevriasregies,contradizendoogovernoeasnotciasdosmeiosde comunicao dominantes. S no ms de Dezembro, as FARCEPaumentaram a dimenso do seu efectivo com um total de cem novoscombatentes treinados em apenas um municpio. Durante a minhaentrevista com Raul Reyes foime dito, "olhe volta, aqui estamos. Valgumatropa(governamental)?OPlanoPatriotanodispersouasFARCEP.Movemonos livremente pela regio como o temos feito nos ltimosanos". No entanto, a retirada para as montanhas durante perodosespecficosde2003ede2004muitodiferentedaquiloquea revoluofez desde o princpio de 2005. As FARCEP estavam a retirarsetacticamenteantesdaofensivamilitarcolombiana/norteamericanamasapreparar a contraofensiva, e acabou por demonstrado um mtodototalmentenovodelidarcomoPlanoPatriota.

    DesdeFevereirode2005,asFARCEPmostraramsenotopodashortlistdemovimentossciopolticosarmadosquecombatemoimperialismo.Asprimeiras ofensivas, iniciadas nos primeiros dois dias do ms, foramclassificadas como "o pior perodo de dois dias para as foras armadasdesde que o presidente lvaro Uribe tomou posse em Agosto de 2002prometendoderrotarosrebeldesnocampodebatalha".[17]AsFARCEPatacaram um grande agrupamento militar equipado com "canhoneirasfluviais, um avio Phantom artilhado e helicpteros". Poucos dias maistardeaofensivafoiclassificadacomo"omaissangrentoataquerebeldeemdois anos" [18] . O Bloco Oriental das FARCEP (um dos sete blocos)estimou umamdia de um grande ataque por dia s durante oms deFevereiro.

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    Diferentementedeanospassados,quandoaumaconfrontaoseguiaseumapausadevriosdiasoumais,asFARCEPpermaneceramalertasnasua ofensiva. Durante os dias subsequentes a insurgncia executouoperaes tcticasmais pequenas at 9 deFevereiro, quando as forasguerrilheirasmontaramoutrograndeataqueque "emboscou 41 soldadosna provncia selvtica de Urab" e "mataram pelo menos 20 soldadoscolombianos," feriram vrios, e deixaram oito membros da 17 Brigadadesaparecidos.O ataque contra a 17 Brigada foi ento considerado "omaismortferoataquesforasarmadasemmuitosanos".[19]NofinaldeFevereiro,OBlocoOriental(porsis)haviaeliminadomaisde450forascontrainsurgentes.AcampanhainiciadaemFevereirocontinuoucomumasrie sucessiva de ataques ao exrcito colombiano bem sucedidos,ilustrando dramaticamente que as FARCEP no s mantinham a suaexistnciasubstancialebasedeapoio,comocresciamasuaforaapesarde uma ofensiva determinada por parte das foras militares maispoderosasecruisnomundo.

    Tabela2:QuatrodcadasdecrescimentodasforascombatentesdasFARCEP1964 481965 7501970 1.0001978 2.0001983 3.0001986 4.0001991 7.6001992 18.0001994 32.0002002 40.0002004 50.000Fontes:CharlesBergquist,RicardoPearanda,&GonzaloSnchez,Violence inColombia19902000(Wilmington, Del.: Scholarly Resources Inc., 2003), 15 (1991) Russel Crandall, Driven by Drugs(London, UK: Lynne Rienner Publishers, 2002), 61 (1965) FARCEP, FARCEP Historical Outline(Toronto,Ont.:InternationalCommission,2000),17(1964)JorgeP.Osterling,DemocracyinColombia(Oxford: Transaction publishers, 1989), 294 (19701986) Nazih Richani, Systems of Violence (NewYork: SUNY, 2002), 76 (19921994) pesquisa em curso no local conduzida pelo autor e R, JamesSacouman(20022004).Podeserargumentadoqueosltimosnmeros(20022004)soaltosquandocomparadoscomasestimativasdasfontesestataisdosEUA.AsestimativasdasforasdasFARCEPtmsidoestranhamenteconstantesduranteosltimoscincoanosapesardaexpansogeogrficadainsurgncia tersidonotvel (verTabela1).AoconduzirumapesquisaemprimeiramoeentrevistasemdezdepartamentosdaColmbiadescobriquelongedepermaneceremconstantes,osmembrosdasFARCEP haviam crescido subrepticiamente com o aumento da extenso domovimento. Tem sidobemdocumentadoqueasFARCEPtmcercade105frentes,aumamdiade300600insurgentesporfrente. Isto resulta na mdia conservadora de 46.000 combatentes das FARCEP, que aproximadamenteonmeroobtidoatravsdoprocessodeentrevistas.

    OFUTUROIMEDIATODACOLMBIAEOPAPELDASFARCEP

    Naprimaverade2004,RaulReyesconsiderouqueoapoiosFARCEPestavaacrescerequeoseuobjectivodetomaropoderestatalestavaa

  • 04/12/2015 As FARC-EP na Colmbia

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    tornarse uma realidade cada vez mais prxima. Desde a primavera de2004, a insurgncia tem cada vez alinhado mais o seu programa paraapoiardirectamenteosinteressesdosexploradosdentrodasregiesruraisdo pas. A contraofensiva das FARCEP iniciada em 1 de Fevereiro de2005 demonstra a profundidade crescente da sua fora. A dinmica daestratgiarevolucionriadasFARCEPdesenvolveuseeaumentou.

    EmMaiode1982,asFARCacrescentaramoficialmente"ExrcitodoPovo"ao seu nome, da FARCEP.O raciocnio por detrs desta estratgia foiduplo.Oprimeiro foiodequeoSecretariado,atravsdeumaestratgiamarxistaleninista, compreendeu que s atravs do apoio do povo podiasercriadaumasociedadesocialista,eporoutrolado,asFARCEPteriamde"desempenharumpapeldecisivoemganharpoderparaopovo".[20]Asegunda razo baseouse na actividade militar da guerrilha. A ideologiarevolucionriadainsurgnciaestavafortementefirmadanamanutenodecaractersticasdeguerrilhaemestruturadefensivaeoperaesdecarctermilitar.Contudo,ainsurgnciareconheceuanecessidadedeiniciaroseudesenvolvimento histrico atravs da expanso das suas operao num"autntico movimento de guerrilha ofensiva ". [21] Durante anos osinsurgentesexecutaramosseuspadres tcticos familiaresdeataquesamicronvel contra forasestatais/paramilitares sem se forar o inimigo acontnuas guerras de assalto em plena escala. As aces iniciadas nasprimeiras semanas de 2005 marcam uma mudana importante. Emboramantendoasuaestruturadeguerrilha,asFARCEPtmseafastadodasoperaesempequenaescalaeavanadoparaconfrontaesdirectasemgrande escala, contnuas e implementadas atravs de ataques bemorquestrados,simultneos,sforasestataisemmuitaspartesdopas.NaltimasemanadeJunhode2005,asforasdasFARCEPlevaramacabouma grande emboscada a uma grande unidade militar na longnquaprovnciasudoestedePutamayo("opiornmerodebaixasnumnicodiapara os militares desde que Uribe chegou ao poder em 2002"), econfrontaramcomxitoastropasdoexrcitoemSantanderdoNorte,pertodafronteiravenezuelananooutroextremodopas.DesdeJulhoeprincpiode Agosto, as FARCEP apropriaramse totalmente do departamento dePutumayoincluindovriasreasadjacentesasudoeste.

    O regimeapoiadopelosEUAdeUribedirigeumpasondea torturaeoassassinato pelos militares e pelos paramilitares apoiados pelo Estadoficam impunes.AColmbia repetidamente tem sido reconhecida como opas mais perigoso do mundo para ser sindicalista, com centenas deassassnios nos ltimos anos e ningum ainda foi punido. Envenenadospelas operaes de pulverizao "antidroga" dos EUA e assassinadospelos soldados e paramilitares colombianos, os camponeses tm sofridoenormementenosanosdoPlanoColmbiadeClintonedoPlanoPatriotadeBush/Uribe.Sobestascircunstncias,arespostahericadasFARCEPum testemunho do esprito humano.Elas demonstraramno s que o

  • 04/12/2015 As FARC-EP na Colmbia

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    apoio com conscincia de classe revoluo pode ser criado empopulaes sujeitas mais extrema brutalidade por parte das foras doimperialismonorteamericanoedaoligarquiaassassinacolombiana,mastambm que atravs da solidariedade e da bravura emancipatria aguerrilhaarmadarevolucionriacomxitopermaneceumaopovivelnageopolticacontempornea.

    NOTAS[1]GarryM.Leech,KillingPeace(NewYork:InformationNetworkoftheAmericas,2002),9RamseyCIark,"TheFutureofLatinAmerica"inWarnColomba(NewYork:InternationaIActonCenter,2003),2347.[2]DougStokes,America'sOtherWar(London:ZedBooks,2005),130.[3]ErnestFeder,TheRapeofthePeasantry(NewYork:AnchorBooks,1971),189.JamesFerras&:MauriceZeitlin,LatinAmerica:ReformofRevolution?AReader(Greenwich,N.Y.:FawcettPublications,1968),335andCatherineC.LeGrandFrontierExpansionandPeasantProtestinColombia,18501936(UniversityofNewMexicoPress,1986),163.[4]JesusBejaranoAviIa,CamiloEnchandia,RoIdoIfoEscobedo,&:EnriqueQuerez,Colombia:Inserguridad,ViolenciayDesempenoEconomicoenlasAreasRurales(Bogot:UniversidadExternadodeCoIomba,1997),133.[5]CharlesBergquist,RicardoPearanda,&GonzaIoSnchez,ViolenceinColombia19902000(Wilmington,DeI.SchoIarlyResourcesInc.,2003),15NazihRichani,SystemsofViolence(NewYork:SUNY,2002),68[6]GarryM.Leech,KillingPeace,78.[7]MarkChernick,"EIusivePeace:StruggIingAgainsttheLogicofVioIence,"NACLAReportoftheAmericas34,no.2(2000):3237.[8]ScottWilson,"CoIombia'sRebeIZone:WorldApart,"October18,2003,http://www.washingtonpost.com/wpdyn/worId/issues/coIombiareport/.[9]NazihRichani,"ThePoliticsofNegotiatingPeaceinCoIombia"NACLAReportontheAmericas38,no.6(MaioJunhode2005):18.[10]RusselICrandalI,DrivenbyDrugs:US.PolicyTowardColombia(London:LynneRiennerPublishers,2002),88.[11]VerStanGoff,FullSpectrumDisorder(NewYork:SoftSkulIPress,2004),33.[12]Wilson,"CoIombia'sRebeIZone."[13]ComocitadoemJuanFabIoToro,"CoIombiaSay'sIt'sWinningVs.RebeIs",11deNovembro,2005,http://www.kansascity.com.[14]PeterGorman,"MarinesOrderedintoCoIombia:February2003isTargetDate",25deOutubro,2004,http://www.narconews.com/article.php3?ArticleID=I9.[15]JimGaramone,"U.S.,CoIombiaWillContinuePressureonNarcoterrorists",12deAbriI,2005,http://www.defenselink.mil!news/Apr2005/200504I2_563.htmI.[16]ComocitadoemConstanzaVieira,"USIncreasesCoIombiaInvoIvement,"30deJunho,2004,http://www.antiwar.com/ips/vieira.php?articleid=29I5.[17]JasonWebb,"CoIombianRebeIsStrikeAgain,KlIEightTroops,"2deFevereiro,2005,http://www.reuters.com.[18]AssociatedPress,"RebeIRocketsKill14SoIdiers,CoIombiaSays,"1deFevereiro,2005,http://msnbc.msn.com/id!6894272/.[19]JasonWebb&:LuisJaimeAcosta,"MarxistRebeIsAmbush,Kill20CoIombianTroops,"e"MarxistRebeIsKilI17CoIombianSoIdiers,"9deFevereiro,2005,http://www.reuters.com.[20]WilliamJ.Pomeroy,GuerrillaWarfareandMarxism(NewYork:InternationaIPublishers,1968),313.[21]FARCEP,FARCEPHistoricalOutline(Toronto:InternationalCommission,2000),26(itlicosadicionados).

    [*]ProfessordeSociologianaUniversidadedeNewBrunswick,Canad.

    Ooriginalencontraseemhttp://www.monthlyreview.org/0905brittain.htm.TraduodeTB.

    Esteartigoencontraseemhttp://resistir.info/.28/Out/05