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Apresentação de Iniciação Científica - 23º SIICUSP
As formas aparentes das crises em Marx
Bolsista: Bruno Miller TheodosioOrientador: Prof. Dr. Eleutério Fernando da Silva Prado
As formas aparentes das crises em Marx
As formas aparentes das crises em Marx
Sumário Introdução
Crise: as respostas do marxismo
Questão de pesquisa e hipóteses
Método: Dialética Materialista Dinâmica histórica
Exposição dos resultados
Conclusão
“[...] toda a ciência seria supérflua, se a
forma de aparecimento e a
essência das coisas coincidissem
imediatamente”(Karl Marx, C. Vol. III, p. 271)
As formas aparentes das crises em Marx
Contradições do capitalismo
As formas aparentes das crises em Marx
A Lei Geral da Acumulação Capitalista
As formas aparentes das crises em Marx
“A acumulação da riquezanum pólo é, portanto, aomesmo tempo, a acumulaçãode miséria, tormento detrabalho, escravidão,ignorância, brutalização edegradação moral no pólooposto, isto é, do lado daclasse que produz seu próprioproduto como capital.”
(Karl Marx, C. Vol. I, p. 210)
Introdução
Realidade: Crises gerais: 1870, 1929, 2007,...
Teoria Econômica: Economia Política Lei de Say Ciência Econômica Lei de Walras
As formas aparentes das crises em Marx
As respostas do marxismoMARXISMO TÍPICO (MARXISMO POSITIVISTA)
Leitura empírico-positivista
Subconsumo, desproporção, finanças: causa
Causa: Aparência
Circulação Paul Sweezy, David Harvey, F. Chesnais
DIALÉTICA MATERIALISTA
Leitura dialética
Contradição: forma de manifestação
Causa: Essência
Produção Ruy Fausto, Jorge Grespan
As formas aparentes das crises em Marx
As formas aparentes das crises em Marx
As formas aparentes das crises em Marx
Questão de pesquisa e hipóteses
Hipóteses: Causas são formas de manifestação Contradição da lógica do capital instaura a crise Capital põe as barreiras à valorização
Logicamente:Lei da queda tendencial da taxa de lucro (LQTTL) é essência/causa da crise
Subconsumo, desproporções intersetoriais e problemas na esfera financeirasão causas das crises?
Método - Dialética Materialista Lógica expositiva e graus de abstração:Método cientificamente exato: elevação do abstrato ao concreto
Relação-capital - “sujeito” contraditório: Valor que se valoriza Trabalho morto que se vivifica “vampirescamente” enquanto suga trabalho vivo Relação social
D – M ... P ... M’ – D’
As formas aparentes das crises em Marx
MP
FT
As formas aparentes das crises em Marx
“Todo começo édifícil; isso valepara qualquerciência.”
(Karl Marx, Prefácio,p.11)
O Capital – Livro 1
Crise abstrataCirculação Simples de mercadorias:
𝑀𝑀𝑎𝑎 – 𝐷𝐷 – 𝑀𝑀𝑏𝑏
Mercadoria: valor de uso x valor
Dinheiro: equivalente geralMedida dos valores (padrão dos preços)Meio de circulação Entesouramento e meio de pagamento (crédito)
Crise: Interrupção do circuito crise monetária possibilidade formal (falta o fundamento)
As formas aparentes das crises em Marx
As formas aparentes das crises em Marx
Fetichismo e reificação
Relação social de coisas: fetiche da mercadoria fetiche do dinheiro fetiche do capital
Coisificação das relações humanasMercadoria “força de trabalho”
Realidade aparece invertida Aparência ↔ Essência
O que falta? Circulação Pôr o que estava pressuposto: o capital e as classes
Circulação Simples de Mercadorias: 𝑀𝑀 – 𝐷𝐷 – 𝑀𝑀
Fórmula geral do capital: 𝐷𝐷 –𝑀𝑀 –𝐷𝐷′
Mais-valor = Δ𝐷𝐷 = 𝐷𝐷′–𝐷𝐷MP Capital constante (c)
FT Capital variável (v) (m)
Capital adiantado: (c + v)
Valor: w = (c + v + m)
As formas aparentes das crises em Marx
Produção Aparência ↔ Essência
Trabalho e valorização Jornada de trabalho: a – c Tempo de trabalho necessário: a – b v = salário
Tempo de trabalho excedente b – c m
Luta de classes: regulação do tempoMais-valor absoluto: limite extensivoMais-valor relativo: aumento de produtividade
Crise: produção ≠ consumo crise de superprodução Desmedida
As formas aparentes das crises em Marx
a b c
v m
Taxa de mais-valor: 𝒎𝒎𝒗𝒗
𝑝𝑝 = 𝑚𝑚(𝑐𝑐+𝑣𝑣)
= (𝑚𝑚/𝑣𝑣)(𝑐𝑐/𝑣𝑣)+1
As formas aparentes das crises em Marx
Produção e circulação: unidade externa
O Capital – Livro 2
As formas aparentes das crises em Marx
As três figuras de capital Ciclos do capital: Ciclo do Capital Monetário: D – M ... P ... M’ – D’ Acúmulo de tesouro (crise monetária) Ciclo do Capital Produtivo: P ... M’– D’ – M ... P Fatores de produção ociosos Ciclo do Capital-Mercadoria: M’– D’ – M ... P ... M’ Crise de realização
Movimento ideal é passagem fluida: fim de um ciclo é o início de outro
Crise: rompimento das metamorfoses Desmedida entre produção e consumo do capital social
O ciclo global é a unidade de suas três formas
As formas aparentes das crises em Marx
Capital fixo e capital circulante Figuras materiais Processo de Valorização
(esfera da produção)Processo de Circulação (esfera da circulação)
Materiais de trabalho (fábricas e máquinas)
Capital Constante
Capital Fixo
Meios de trabalho (matérias primas e insumos) Capital Circulante
Força de trabalho Capital Variável
Crise: ausência do fundo de reserva para reposição do capital para manutenção da proporção entre as metamorfoses na circulação desmedida
As formas aparentes das crises em Marx
Os esquemas de reprodução: a medida do (des)equilíbrio
𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆 1: 𝑐𝑐𝑐 + 𝑣𝑣1 + 𝑚𝑚𝑣𝑣𝑐 = 𝑝𝑝1𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆 2: 𝑐𝑐𝑐 + 𝑣𝑣𝑐 + 𝑚𝑚𝑣𝑣𝑐 = 𝑝𝑝𝑐
Em que:• 1 é o setor de produção de meios de produção e p1 seu produto • 2 é setor de produção de meios de consumo e p2 seu produto • 𝑐𝑐𝑐𝑐 é o capital constante do setor i, i = 1,2 • 𝑣𝑣𝑐𝑐 é o capital variável do setor i, i = 1,2 • 𝑚𝑚𝑚𝑐𝑐 é o mais-valor do setor i, i = 1,2
Recolocaçãoda importânciaqualitativa dovalor de uso
As formas aparentes das crises em Marx
Desproporção intersetorial e subconsumo: a desmedida
𝑝𝑝𝑐 = 𝑐𝑐𝑐 + 𝑐𝑐𝑐
𝑝𝑝𝑐 = 𝑣𝑣1 + 𝑚𝑚𝑣𝑣𝑐 + 𝑣𝑣2 + 𝑚𝑚𝑣𝑣2
Reprodução Simples𝑐𝑐𝑐 = 𝑣𝑣𝑐 + 𝑚𝑚𝑣𝑣𝑐
Reprodução Ampliada (capitalização do lucro) 𝑐𝑐𝑐 < 𝑣𝑣𝑐 + 𝑚𝑚𝑣𝑣𝑐 Crise: Desproporção intersetorial: [𝑐𝑐𝑐 < 𝑣𝑣𝑐 + 𝑚𝑚𝑣𝑣𝑐] Subconsumo: [𝑐𝑐𝑐 > 𝑣𝑣𝑐 + 𝑚𝑚𝑣𝑣𝑐]
Desmedida como perda da medida recíproca entre os setores
Equilíbrio se dá expost: oferta e demanda
As formas aparentes das crises em Marx
Desproporção intersetorial e subconsumo: formas aparentes
Desproporção intersetorial: [𝑐𝑐𝑐 < 𝑣𝑣𝑐 + 𝑚𝑚𝑣𝑣𝑐] Subconsumo: [𝑐𝑐𝑐 > 𝑣𝑣𝑐 + 𝑚𝑚𝑣𝑣𝑐]
Problemas da esfera da circulação
Abstração da concorrência (Produção e Circulação como nexo externo)
Formas aparentes da crise
As formas aparentes das crises em Marx
Capitalismo e concorrência: o capital como totalidade
O capital em sua multiplicidade Preço e lucro fundamento: valor e mais-
valor
O Capital – Livro 3
As formas aparentes das crises em Marx
Mais-valor e lucroTAXA DE MAIS-VALOR
Taxa de mais-valor = 𝑚𝑚/𝑣𝑣
TAXA DE LUCRO
Chamando a taxa de lucro de p, e capital global de C, temos que,
𝑝𝑝 = 𝑚𝑚𝐶𝐶
,
Como 𝐶𝐶 = 𝑐𝑐 + 𝑣𝑣.
𝑝𝑝 = 𝑚𝑚(𝑐𝑐+𝑣𝑣)
“São duas medições diferentes da mesma grandezaque, devido à diversidade das escalas, expressam aomesmo tempo proporções ou relações diferentes damesma grandeza.” C, III, p.34
As formas aparentes das crises em Marx
Formação da taxa média de lucro e transformação dos valores em preços de produção
m – mais-valor (calculamos o mais-valor sabendo que a taxa de mais-valor (𝑚𝑚/𝑣𝑣) é de 100%)
Preço de custo (𝑃𝑃𝐶𝐶) – capital adiantado pelo capitalista na compra de capital constante e capital variável – 𝑃𝑃𝑆𝑆𝑆𝑆𝑃𝑆𝑆 𝑑𝑑𝑆𝑆 𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑐𝑆𝑆𝑆𝑆 = 𝑐𝑐 + 𝑣𝑣
Valor – valor da produção = 𝑐𝑐 + 𝑣𝑣 + 𝑚𝑚
Composição orgânica do capital (𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶) – Relação de valor entre capital constante e capital variável 𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶𝐶 = 𝑐𝑐/𝑣𝑣
Taxa de lucro – 𝑝𝑝 = 𝑚𝑚𝑐𝑐 + 𝑣𝑣
Taxa média de lucro – 𝑃𝑃 = ∑𝑚𝑚∑(𝑐𝑐+𝑣𝑣)
= 𝑀𝑀𝐶𝐶
Preço de Produção 𝑃𝑃𝑃𝑃 = 𝑃𝑃𝐶𝐶 + 𝑃𝑃(𝑃𝑃𝐶𝐶) =𝑃𝑃𝐶𝐶 (1 + 𝑃𝑃)
As formas aparentes das crises em Marx
Composição orgânica do capital e produtividade
Tendência histórica do capitalismo:
acumulação (desenvolvimentos das forças produtivas)
produtividade do trabalho: menos trabalhadores são demandados relativamente à massa de meios de trabalho
CTC (física)
COK (valor)
Maior participação de tecnologiaspoupadoras de trabalho Desemprego
Forma-se: “exército industrial de reserva”(pressão baixista nos salários)
As formas aparentes das crises em Marx
Lei da Queda Tendencial da Taxa de Lucro (LQTTL): essência da crise
𝑝𝑝 = 𝑚𝑚(𝑐𝑐+𝑣𝑣)
dividindo-se todos os termos do lado direito pelo capital variável tem-se:
𝑝𝑝 =𝑚𝑚𝑣𝑣
𝑐𝑐𝑣𝑣 + 1
𝐴𝐴𝑝𝑝𝑝𝑝𝑆𝑆𝑆𝑆𝑎𝑎𝑐𝑐𝑐 𝑚𝑚𝑎𝑎𝑆𝑆𝑆𝑆𝑚𝑚𝑚𝑆𝑆𝑐𝑐𝑐𝑐𝑆𝑆:
𝑝𝑝 = 𝑝𝑝𝑚𝑚𝑣𝑣 ;
𝑐𝑐𝑣𝑣
coeteris paribus:
𝜕𝜕𝑝𝑝𝜕𝜕[𝑚𝑚/𝑣𝑣]
> 0 ; 𝜕𝜕𝑝𝑝𝜕𝜕[𝑐𝑐/𝑣𝑣] < 0
𝐷𝐷𝑐𝑐𝑎𝑎𝐷𝐷𝐷𝑆𝑆𝑐𝑐𝑐𝑐𝑎𝑎 𝑚𝑚𝑎𝑎𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑆𝑐𝑐𝑎𝑎𝐷𝐷𝑐𝑐𝑐𝑐𝑆𝑆𝑎𝑎:
𝒄𝒄/𝒗𝒗 𝒎𝒎/𝒗𝒗>
𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳𝑳: 𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒆𝒄𝒄𝒆𝒆𝒆𝒆 𝐝𝐝𝐝𝐝 𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜𝐜
. .
As formas aparentes das crises em Marx
LQTTL e crise: desmedida
Desmedida plenamente determinada:
LQTTL: derivada da própria natureza contraditória da relação-capital sob concorrência Causa da crise Lei tendencial: fatores contra-atuantes possibilista
𝑝𝑝 =𝑚𝑚𝑣𝑣
𝑐𝑐𝑣𝑣 + 1
As formas aparentes das crises em Marx
Natureza da crise: sobreacumulação
Acumulação: Produção de mercadorias como meio de valorização superprodução de capital (sobreacumulação): crise em meio à abundância
Saída temporária da crise: Desvalorização/destruição do estoque de capital existente Exportação geográfica da crise Dilatação dos efeitos da crise no tempo
As formas aparentes das crises em Marx
Divisão do lucro
Divisão do lucro: disputa intra-classe no polo do capital
𝐷𝐷 – 𝑀𝑀 – 𝐷𝐷𝐷
As formas aparentes das crises em Marx
O capital portador de juros e as finançasCapitalista monetário pode utilizar o dinheiro que funciona como capital de duas formas
𝐷𝐷 – 𝐷𝐷𝐷
Ganho empresarial
Juro
As formas aparentes das crises em Marx
Autonomização financeira e capital fictício: crise
Esfera financeira: circulação do dinheiro que gera mais dinheiro sem estar, em si, diretamente(ou explicitamente) aplicado à produção
Autonomização relativa Produção-Finanças A oposição capital-trabalho se esconde sob a luta distributiva entre ganho empresarial e juro
Capitalização: rendimento monetário de um capital que não existe, mas que caso existisse,renderia este fluxo monetário como juro (i.e. títulos da dívida pública, ações, ativos comerciais,etc.)
Crise: tentativa de autonomização do capital portador de juros e capital fictício desmedidacomo quebra de um vínculo inquebrantável
Precedência lógica da LQTTL à divisão do lucro: desmedida financeira é mais umadeterminação da crise
capital fictício
As formas aparentes das crises em Marx
Hipóteses e resultadosHIPÓTESES LANÇADAS
Desproporção intersetorial, subconsumo e problemas nas finanças são não são causas da crise e sim formas de manifestação Capital põe as barreiras à
valorização Contradição da lógica do capital
instaura a crise Lei da queda tendencial da taxa de
lucro (LQTTL) é essência/causa da crise
CONFIRMAÇÃO DAS HIPÓTESES
Desproporção intersetorial, subconsumo e problemas nas finanças são barreias à valorização que aparecem (formas de manifestação) como desmedida(perda de autorreferência do próprio processo capitalista), contrariando a lógica expansiva do valor e instaurando a crise, sendo, pois, a LQTTL a causa da crise pois é derivada da própria relação-capital sob concorrência
As formas aparentes das crises em Marx
À Guisa de conclusão: as formas de manifestação e a essência da crise
FORMAS APARENTES
Separação entre produção e consumo Não fluidez das figuras de capital
em seus ciclos na circulação Inexistência de um fundo de
reserva para reposição do capital Desproporção intersetorial Subconsumo Autonomização das finanças ante
o sistema
ESSÊNCIA/CAUSA
LQTTL
Expressa a lógica da relação-capital plenamente desenvolvida sob concorrência
Desmedida