16
As nossas apostas Do desporto à gastronomia, da ciência à literatura, do ambiente à agricultura, as nossas doze apostas para 2018.

As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando

  • Upload
    dinhthu

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando

As nossasapostasDo desporto

à gastronomia, daciência à literatura, do

ambiente à agricultura,as nossas doze apostas

para 2018.

Page 2: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando

Continuamosa cumprira tradição de,na última ediçãodo ano, eleger os12 nomes em queapostamos parao ano seguinte.A escolha é feitapor especialistascom provas da-das em 12 áreas.Da ciência àmúsica, da lite-raturaà gastronomia,do ambienteao desporto, estaé a nossa seleçãonacional deesperanças.

Textos Alexandra Tavares-Teles

e Catarina Fernandes Martins

Page 3: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando

"PERCEBI QUE NÃO CONSEGUIAVIVER SEM MUSICA"

MARIANA SECCA (MAROI

RuiVeloso aposta nela co-

mo revelação musical de

2018. Porque «compõe,toca e canta bem em várias lín-guas». E porque «tem uma vozrara». Aos 23 anos, MarianaSecca, lisboeta de ascendênciaitaliana, irlandesa e cabo-ver-diana, está a dias de licenciar--se em Música pela BerklccCollege of Music (Boston). An-tes de viajar para os EstadosUnidos, fez o ensino secundá-rio em Ciências e Tecnologias

e o Conservatório de Piano,que começou com 4 anos. Aos11 compunha, aos 13 aprendeusozinha a tocar guitarra, aos 14

dava aulas de piano, guitarra e

formação musical. Porém, ape-sar de muito presente, a músi-ca não fazia verdadeiramenteparte dos seus planos. Preferiajogar futebol ou ténis - e tinhadecidido seguir Medicina Ve-terinária. A mudança deu-senum ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive

tempo para pensar na minhavida e descobri que não conse-

guia viver sem música. Percebi

que era realmente feliz naque-las noites em que, tendo de es-tudar para o meu exame de Bio-logia ou Matemática, do dia se-

guinte às oito da manhã, ficavaa tocar e a cantar até às quatroou cinco sem perceber que tan-tas horas tinham passado.»

Escolheu nome - MARO -,publicou uns vídeos no YouTu-be. Apresentou-se como artista,

com temas originais, em 2015,na Berklee. Em 2016, deu o pri-meiro concerto completo. Ago-ra, nova etapa traz novas pro-messas e estreias: a mudançade Boston para Los Angeles, on-de ficará a viver pelo menos umano. Nos próximos meses acon-tecerá o lançamento do seu pri-meiro álbum. Os próximos 12

meses serão «um investimen-to de corpo e alma nos sonhos»,

que passamtambém por um diaviver em Portugal. A.T.T.

MÚSICA

A ESCOLHA

DE RUI VELOSO

Trinta e cinco anos decarreira comemoradosem 2015 com um concer-to no Meo Arena de umnome incontornável damúsica nacional. Nasceuem Lisboa em 1957,foi criado no Porto desdeos 3 meses, aos 6 anostocava harmónica e aos23 lançava Arde Rock,o álbum que inclui Chico

Fininho, marco no rockcantado em português.

Page 4: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando

JOSÉ CONDESSA

Nãoé fácil impressionar Dio-

go Infante. José Condessa,com apenas 20 anos, con-

seguiu: «Pelo talento bruto e pe-la invulgar capacidade de entre-ga ao personagem, ao momento,à emoção, sem medo e sem rede.»Conheceram-se nas gravações deJardins Proibidos, e da impres-são à convicção foi um passo: «É

alguém de quem vamos ouvirfalarem 2018, 19, 20, 21 e por aí fora.»

José Condessa cresceu a ver o

pai, ator amador, no antigo Tea-tro Camões. Sem saber ler nemescrever, decorou a primeira pá-gina de texto reproduzindo as pa-lavras que ouvira ao pai, no palco.Aos 5 anos fez o primeiro monó-logo. Em 2009 oficializou a pai-xão e entrou para o teatro infan-til da Academia de Santo Ama-ro. Na altura de decidir o futuroacadémico não hesitou. NaEscola

Profissional de Teatro de Cascais

aprendeu «a arte da representa-ção cornos melhores». E desde ce-do assumiu trabalhos de fôlego:ainda aluno, fez o Auto da Barcado Inferno e o Auto da índia, foiprotagonista numa peça de Ibsen(Peer Gynt), representou Shakes-

peare, Ricardo Boléo, Jean Genet.Gostadeterabolanospés. Ete-

vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando a

seleção nacional do escalão. «Umapaixão que poderia ter sido o meufuturo se não tivesse tido uma le-são que me levou a parar um ano.»Depois de umapassagem pelofut-sal, em 2016, decidiu dedicar-se a

cem por cento ao teatro. A que se

juntou a televisão. «Os projetosaparecem uns atrás dos outros, e

eu não sei como agradecer nem a

quem.» Isto ele sabe: quer deixarmarca na representação. A.T.T.

ARTESPERFORMATIVAS

A ESCOLHA

DE DIOGO INFANTE

Ator e encenador, es-treou-se profissional-mente em 1989 na peçaAsSabichonas, de Moliè-re. Fez televisão e cine-ma, é reconhecido pelospares e pelo público.Desempenhou os cargosde diretor artísticodo Teatro Maria Matos(de 2006 a 2008) e do

Teatro Nacional D. MariaM|de2ooBa2oll).Está agora à frentedo Teatro da Trindade.

Page 5: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando

SÉRGIO MACIEL

Umdos mais promisso-

res atletas portugue-ses nasceu em Dar-

que, Viana do Castelo. Tem 19

anos, é eletricista, aprendeu a

gostar de canoagem c quer ser

campeão do mundo e partici-par nuns Jogos Olímpicos. Osrecentes pódios no Mundial e

no Europeu, na categoria sub--23, e a obtenção de várias me-dalhas em competições inter-nacionais na modalidade pro-vam que Sérgio Maciel está afazer o caminho. Carlos Pau-la Cardoso distingue o jovem e

chama a atenção para o talento

do canoísta num elogio sem re-serva: «Resistência, capacida-de de trabalho efairplay são

palavras que ajudam a defini--lo como um dos maiores talen-tos do desporto português.»

Sérgio Maciel queria ser joga-dor de futebol c eletricista. Elc-tricistajáé, comdiplomapassa-do. O futebol, esse, foi trocadopela modalidade de que apren-deria a gostar. O caso começoutinha Sérgio 8 anos. Nas fériasescolares, Carlos Maciel inscre-veu o filho no clube de canoa-gem perto de casa. Apaixonou-se pelas canoas. De tal forma

que arrastou toda a família: o

pai começou a fazer canoagemaos 39 anos e o irmão, de 11, jáestá «viciado».

Dos 8 aos 12 anos, Sérgio pra-ticou kayak Kl. Aos 12 passou afazer canoa Cl. Sempre a con-quistar títulos. Rema todos os

dias, duas a quatro horas, e ini-ciou recentemente o curso deTreinador de Canoagem. Ex-petativas? Todas: «Tenho comoprojeto tentar o título de cam-peão do mundo de maratonase o sonho de lutar pela qualifi-cação para um lugar nos JogosOlímpicos.» A.T.T.

A ESCOLHA

DE CARLOS PAULA

CARDOSODoutorado em Física

eex-presidentedoConselho Diretivo daFaculdade de Ciênciasda Universidade deLisboa, foi atleta do

Benfica (velocistaj,clube onde praticouatletismo e pelo qualconquistou diversostítulos. Líder do Euro-pean Non-Governmen-tal Sports Organisationdesde 2015, presidea Confederaçãodo Desporto de Portu-gal há 14 anos. Tem 60.

Page 6: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando

CARLA PAISÉÉ M autorapublicoucm2ol7

o seu primeiro roman-Culpa, afirman-

do uma voz ainda em construçãomas já consistente no panorama damais jovem ficção portuguesa.» É a

aposta de Manuel Valente, que va-ticina: «Em 2018 veremos a plenaconfirmação do seu valor.»

Carla Pais diz da sua escrita

que é «estranha», «crua». Cansa-da de paninhos quentes, o roman-ce de estreia nasceu do seu desen-tendimento com o preconceito e

«os rótulos que colamos na testado outro». Foi escrito em nove me-ses, num processo ora demoradoora torrencial. «Sofrido também.»Quer continuar a trabalhar e a es-

crever livros. «Não peço mais na-da. Se sou feliz assim, para quê mu-dar?» Nascida em 1979, numa pe-quena aldeia perto de Leiria, aos 17abandonou a escola para ser mãe e

casar-se. «Enquanto os outros ado-lescentes andavam a tirar cursos jáeu andava a criar filhos.» Termi-naria o secundário, à noite. Ainda

se inscreveu na universidade, masabandonou. «Queria estarpresentena vida dos meus filhos, queria fa-zer à minha maneira. » Fez .

«Ávida não me deve nada, sem-

pre me empurrou paraos caminhoscertos. Mesmo quando em 2012cheguei a França para fazer limpe-zas ou embalar salmão.» Já lá, con-correu ao Prémio Literário Horá-cio Bento Gouveia, naMadeira. Ga-nhou com o conto AAlm a do Diabo.Era chegado o momento de «escre-ver um romance a sério». A.T.T.

"SÓ QUERO CONTINUAR ATRABALHAR E A ESCREVER"

LITERATURA

A ESCOLHA DE

MANUEL VALENTE

Escritor e editor. Diretoreditorial da Porto Edito-ra Idepoisda Dom Quixo-te e da Asa), ManuelAlberto Valente nasceuem Vila Nova de Gaia,em 1945. É licenciado emDireito pela Universida-de de Lisboa, cidadeonde reside. Após umabreve passagem pelojornalismo, dedicou todaasuavidaàatividadeeditorial. Publicou

quatro livros de poesia.

Page 7: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando

DIOGO TELESMM 2018 devemos

mantê-lo debaixode olho», aconselha

Simon Schaefer, e a justifica-ção vem de seguida. «Apaixãoe os planos do Diogo nesta áreasão visionários.» Diogo Te-les agradece e sorri. Em 2009,programava aplicações mobilecom um iPhone que o levariamàblip.pt, startup do Porto, obrade um grupo restrito de ami-gos, que hoje congrega cente-nas de pessoas. Depois decidiu

arriscar e criar em parceria umprojeto mais pessoal, a Mobit-to, uma aplicação que permitiarecomendar empresas ou lo-jas c dava acesso a promoções.A aventura não correu comoo previsto, a aplicação fechou.Mas Diogo continua a consi-derá-la uma etapa fundamen-tal, aprendeu c suou muito.Aseguira Faber Ventures, fun-do de investimento em tecno-logia, onde trabalhou no apoioa vários projetos. E foi aí que

descobriu o que agora é a sua

paixão: a aplicação da tecnolo-

gia e a sua consequência numproduto, empresa ou mercado.

Depois de três anos naFaber,decidiu que era Lempo de Ira-balhar numa empresa de es-cala. Escolheu a Booking.com.Após um ano e meio de «casa»,lidera a criação de novos pro-dutos relacionados com as via-gens. «É um desafio enorme e

isso é o que quero fazer no pró-ximo ano.»

Nascido no Ribatejo, teve o

primeiro computador aos 10

anos. «Jogava muito, nuncaprogramei, nunca fui um em-preendedor desde cedo. Comoaluno não era nada de espe-cial, como programador tam-bém não, a única coisa que me

apaixonava era a aplicação das

tecnologias.». Em Aveiro, fezquatro anos e meio de Enge-nharia de Computadores e Te-lemática. Tem 31 anos, vive emAmesterdão. A.T.T.

TECNOLOGIA

A ESCOLHA DE

SIMON SCHAEFER

CEO da Startup Portugal,a entidade que gere a

estratégia do governono âmbito do apoio ao

empreendedorismo,empreendedor e busi-ness angei alemão.Tem 40 anos.

Page 8: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando

LUÍS LOPES

DirkNiepoort elogia-lhe o

«espírito aberto c a vontadede conhecer o mundo» e diz

que «mais do que fazer vinho, é al-guém que respeita a vinha; maisdo que enólogo, é adegueiro, e isso

é importante».As experiências no estran-

geiro, depois da licenciatura emEnologia (UTAD, Vila Real), essa

aprendizagem e o panorama na-cional da viticultura, a enologia eo mercado do vinho foram mar-cos importantes do percurso deLuís. Assim como a colaboraçãocom a Quinta da Pellada, as opor-tunidades que aí teve e das quaisresultou uma experiência mar-cante: Moreish Branco 2015, umvinho «sem produtos», comercia-lizado em Portugal e na França.Uma colaboração que terminouem outubro passado para se de-dicar de outra forma à vinha e ao

vinho. Enólogoeviticultorhádezanis, colabora, desde 2008, coma Herdade do Carvalhal de SãoLuís (Troviscais, Odemira) e comAntónio Madeira (Santa Mari-nha, Seía, Dão), desde 2010.

Nascido em Torres Novas em19 84, criado numa aldeia, semprequis ter um emprego ao ar livre.Porque não enólogo ou viticul-tor? Afinal, desde os 9 anos quesubia encostas de vinha, arras-tando potes de vindima e, adoles-

cente, já gostava de «desengaçaruvas na ciranda». Para ele, «ter-ra, como a paixão, é um negócioque não existe sem sensações, vi-vências, dificuldades e alegrias».Defende a escrupulosa racionali-dade na gestão dos ciclos de ma-neira que não se excedam os re-cursos. Até porque quer «deixar o

mundo umpouco melhor» do queo encontrou. A.T.T.

AGRICULTURA

A ESCOLHA

DE DIRK NIEPOORTProdutor de vinho eenólogo, está à frenteda Niepoort, empresafamiliarfundadaem1842. Nascido em 1964no Porto, descobriu o

mundo do vinho duran-te os seus estudos na

Suíça. Também inte-grou os Douro Boys,

que redinamizaramos vinhos na região.

Page 9: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando

FRANCISCAONOFREm m Francisca é uma mi-

úda muito magri-Pergunto-me

sempre quando vai partir-se.É uma missionária de voca-ção, vive para os outros, dá atéà exaustão, sem olhar a meios,com a garantia de que os fins se-rão alcançados. Só é pequeninafisicamente, enquanto ser hu-mano é enorme. Acredito que,esteja onde estiver, fará a di-ferença.» Foi com este elogiorasgado que Conceição Zagaloescolheu Francisca Onofre,32 anos, como o nome a acom-panhar na solidariedade em

2018. Francisca, que se estreouno voluntariado aos 9 anos adistribuir refeições aos idosos

apoiados pela Santa Casa daMisericórdia, quis ser freira.Durante dois anos fez o novicia-do na Congregação do SagradoCoração de Jesus, mas acabou

por perceber que a sua vida não

passaria por ali. «Queriaservo-luntária e estar ao serviço», diz.Depois do incêndio de PedrógãoGrande, emjunho deste ano, or-ganizou a Missão Aqui e Agora,com o apoio dos jesuítas, paraajudar as vítimas. Tem vividoentre Lisboa e Castanheira de

Pêra desde então. A dedicaçãoao interior do país depois das

tragédias de junho e outubrofizeram-na perder o empregonum colégio onde acompanha-va alunos de educação especialcm Lisboa. «Disseram-me quenunca me tinham visto tão fe-liz e realizada e acho que perce-beram que eu ia continuar a pe-dir licenças para acompanharas vítimas. Perceberam que eunão era a melhor aposta agora.Fiquei triste porque tenho con-tas para pagar, mas temos de ar-riscar e confiar no que ávida nosvai dando.» C.F.M

A ESCOLHA DE

CONCEIÇÃO ZAGALO

Depois de quase AO

anos na IBM Portugal,Conceição Zagalo pediua pré-reforma paraabraçar o voluntariado.Fundou o GRACE, umgrupo de preparação e

apoio à cidadania em-presarial e responsabi-lidade social das em-presas. Em 2017 tomou

posse como vereadorada Câmara Municipalde Lisboa pelacoligação Nossa LisboaICDS-PP/PPM/MPT).

Page 10: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando

VASCO COELHO SANTOS

"COZINHO COMO A MINHAAVO, NO TACHO, LENTAMENTE"

M ¦ Vasco está a fazer umaI I carreira perfeita. Quer\J ser um chefe de renomee vai ser. Em 2018 vai ganhar umaestrela Michelin», diz LjubomirStanisic sobre Vasco Coelho San-tos, 30 anos. Vasco começou porestudar Gestão na UniversidadeCatólica do Porto, mas acabou afa-zer um curso de cozinha no Atelierde Cozinha Michel em Lisboa, on-de se deixou cativar «pela adrena-lina e pelo stress». Trabalhou comOlivier, estagiou com Avillez no

Tavares Rico e mudou-se para Es-panha para trabalhar nos concei-tuados Mugaritz, Arzak e El Bulli.Após uma viagem de exploraçãoturística e gastronómica na Ásia,testou o estilo de cozinha em jan-tares privados no Porto e pouco de-

pois montou o primeiro restauran-te - Baixopito. Nova viagem até ao

Japão daria origem ao Euskaldu-na, inaugurado em 2016, onde Vas-co não apresenta menu, cozinhan-do apenas o que lhe apetece, coma condição única de os produtos

serem cem por cento portugueses.«Não fazemos cozinha portugue-sa, mas cozinhamos como se faziaantigamente, abaixa temperatura,como a minha avó fazia, no tacho,lentamente», diz. Em 2018, Vas-co não tem planos para novos res-taurantes, preferindo concentrar--se nos que tem em mãos. «Tenho

pensado em abrir uma coisinha di-ferente, mas é surpresa.» Possíveisnovidades em 2018, já que Vasconão parece conseguir estar muitotempo parado. C.F.M.

GASTRONOMIA

A ESCOLHA DE

LJUBOMIR STANISIC

Sete anos depois de

chegara Portugal, osérvio Ljubomir Stani-sic abriu o seu primeirorestaurante, o 100

Maneiras, inauguradoem 2004 em Cascais e

reaberto em 2009 noBairro Alto. Em 2010,abriuoßistrôlOOManeiras no Chiado.0 programa Pesadelona Cozinha fez deleuma estrela televisiva.

Page 11: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando

"LISBOA PERMITE-ME SERPRODUTIVO"

LUÍS LÁZARO MATOS

m ú Luís entrega-se in-

¦Jteiro nas fragili-dades e nas forças,

que são os mesmos sítios. Issonota-se nos temas que abor-da, no facto de não ter medodo ridículo, na inexistência de

autocensura.» Foi essa a pri-meira impressão de José Pe-dro Croft ao ser júri da candi-datura de Luís Lázaro Matos a

umabolsaFulbrightparaestu-dar nos Estados Unidos. A im-pressão do artista plástico foi

confirmada pelos restantesmembros do júri, que atribuí-ram a bolsa ao jovem. Luís de-veria estar a concluir esse pro-grama de estudos, mas desis-liu a meio porque não gosLouda experiência. Luis LázaroMatos, 30 anos, quis ser arqui-teto como o pai, mas decidiu irpara Artes Plásticas para evi-tar um destino num meio em-presarial. Nem o curso de Es-cultura nem o de Pintura nasBelas-Artes o satisfizeram e

Luís acabou por mudar-se pa-ra Londres para estudar noGoldsmiths College. Em 2012,ao fim de quatro anos no Rei-no Unido e numa altura em quemuitos jovens deixavam Portu-gal devido à crise, Luís aperce-be-se da precariedade da vidaem Londres e faz o caminhoinverso, intuindo que a qua-lidade de vida em Lisboa lhedaria o espaço necessário pa-ra desenvolver a criatividade.«Lisboapermite-meestarbem

emocionalmente para ser pro-dutivo», diz. A nomeação pa-ra o Prémio EDP em 2013 co-locou-o no mapa de novos ar-tistas e pouco depois aceitou o

convite da Galeria Madragoa,que o representa até hoje. Emmaio de 2018 será publicadoo primeiro livro de Luís rela-tivo à exposição que esteve naArte Madrid e na mesma altu-ra o artista lançará a nova ex-

posição, inspirada na morte deLuís II da Baviera. C.F.M.

ARTES PLÁSTICAS

A ESCOLHA DE

JOSÉ PEDRO CROFTArtista plástico reco-nhecido nacional e

internacionalmente,está presente em cole-ções como a do CAM- Fundação CalousteGulbenkian, a do Centrode Arte Reina Sofia, emMadrid, ou a do Museude Arte Moderna do Riode Janeiro. Neste anorepresentou Portugalna Bienal de Veneza.

Page 12: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando

RUI BENTOfl fl Rui está e vai continu-I lara liderar nas qucs-

toes fundamentaisdo sctor do turismo - os desafiosà regulação existente e o aumen-to da liberdade de escolha dos

consumidores», diz Adolfo Mes-quita Nunes sobre Rui Bento,33 anos, diretor-deral da Über pa-ra a Península Ibérica. Rui Bentoestudou Ciências Computacio-nais c obteve um MBA na Uni-versidade de Berkeley, na Cali-fórnia trabalhou como consul-tor na McKinsey e na Apple paraa Europa, Médio Oriente, índiae África. A nomeação de Adol-fo Mesquita Nunes surpreendeuRui, acabando por levá-lo a pen-sar no paralelismo entre a Übere o turismo. «Estamos a concen-trar-nos em ser uma constânciana vida das pessoas que viajam,oferecendo-lhes simplicidade e

familiaridade», diz. Ao ser o ros-to da Über em Portugal, Rui Ben-to enfrenta uma guerra abertacom os taxistas, mas desvalori-za a questão. «A mobilidade temmudado muito nos últimos anos eé natural que diferentes países se

adaptem de formas diferentes e aritmos diferentes. Estamos empe-nhados em garantir que em Portu-gal sej a aprovado um novo quadroregulatório para o setor da mobi-lidade», diz. Antecipando o anode 2018, Rui Bento fala na segun-da pessoa: «Queremos descobriráreas de crescimento além da áreatradicional. Queremos ir além damobilidade, como fizemos nes-te ano com o Über Eat ou como játínhamos feito com o Über Gre-en, em que Portugal foi o primeiromercado de todo o mundo a dispo-nibilizar o serviço dos carros cem

por cento elétricos.» C.F.M.

TURISMO

A ESCOLHA DE

ADOLFO MESQUITA

NUNES

É um dos vice-presi-dentes do CDS-PP. Foisecretário de Estado doTurismo com AntónioPires de Lima comoministro da Economiano XIX Governo Consti-tucional. Nas últimas

autárquicas concorreuà Câmara da Covilhã,cidade de origem dafamília e onde viveu.

Page 13: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando

HELENA SANTOSmm Jk Helena é extrema-

mente dedicada àdo ambien-

te e conservação da natureza e

sinto que vai conseguir fazer a

ponte entre a geração anteriore o futuro», diz Serafim Riemsobre a sua aposta para o am-biente em 2018. Helena Santos,29 anos, acabou de concluir o

doutoramento em Biologia da

Conservação, tendo estuda-do espécies crípticas de mor-cegos na Península Ibérica.O foco de Helena nos morce-gos tem que ver com a raridade

da investigação em torno des-ta espécie, mas acima de tudocom o facto deseremum grupo«com vantagens a nível ecoló-

gico eparaasociedade, alimen-tando-se de pragas agrícolas e

de espécies que podem ser ne-fastas para o ser humano co-mo os mosquilos ou as Iraças»,diz. Como membro da dircçãodo FAPAS, Helena tem-se em-penhado em angariar mais jo-vens para a associação, tare-fa que não é fácil, diz. «A im-portância dada ao ambienteem Portugal é quase nula - há

pouca gente a trabalhar comambiente e há muito pouco vo-luntariado», diz. Situação que,contrariamente ao que Helenaesperaria, não se alterou subs-tancialmente depois dos incên-dios de 2017- «É um assunto ur-gente e é preciso chamar a so-ciedade e particularmente as

gerações mais jovens, que infe-lizmente não conseguem mui-tas vezes dar do seu tempo pa-ra o ambiente porque as asso-

ciações não têm fundo, não têmpossibilidade de se desenvolvercomo deveriam.» C.F.M.

A ESCOLHA

DE SERAFIM RIEM

Ambientalista e cofun-dador da Quercus e daFAPAS - Fundo para a

Proteção dos AnimaisSelvagens. Nas últi-mas décadas tem-sededicado ao volunta-riado na área do am-biente. Em 1989, foi

parte ativa no protestodo povo de Valpaçoscontra os eucaliptosnova Ledo Lila.

Page 14: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando

ZITA SANTOS¦ m scolhi a Zita porque ad-

miro o seu entusiasmoe a curiosidade científi-

ca que brilha nos seus olhos. A sua

inquietude científica tem-na fei-to sair da "caixa" da sua especiali-dade e levou-a a fazer descobertas

importantes», diz Jorge Carnei-ro sobre Zita Santos, 33 anos, bió-loga e investigadora no Laborató-rio Comportamento Alimentar e

Metabolismo na Fundação Cham-palimaud. Zita, que fez o curso de

Biologia Microbiana e Genética na

Faculdade de Ciências da Univer-sidade de Lisboa e o doutoramentono Instituto Gulbenkian para Ci-ência, está a estudar como o estadometabólico dos animais influenciao seu comportamento e o seu apeti-te. Utilizando como modelo a mos-ca da fruta, a linha de investigaçãoda equipa em que trabalha podeter impacto ao nível de doenças co-mo a obesidade, a diabetes e o can-cro. Ao escolher o seu nome, JorgeCarneiro questionou «se o sistemacientífico nacional tem capacidade

para a assimilar, guardar e estimu-lar para fazer novas descobertas».Zita Santos acha que, «em geral,a qualidade da ciência em Portu-gal é muito elevada, apesar de nãohaver muitas opções para cientis-tas investigadores fazerem car-reira académica». O sonho de Zi-ta é ter o próprio laboratório e «fi-car em Portugal, a fazer ciência».No fim de 2018, quando termina o

pós-doutoramento financiado pelaFCT, Zita perceberá se esse sonho

pode ou não ser cumprido. C.F.M.

"A QUALIDADE DA CIÊNCIANACIONAL E MUITO ELEVADA"

CIÊNCIA

A ESCOLHA DE

JORGE CARNEIRO

É um cientista interdis-ciplinar que colaboroucom especialistas emmatemática, estatísti-ca, biofísica, biologiacelular e molecular,imunologia, ciência da

computação e robótica.Em 1997 recebeu o graude doutorem Biomedi-cina pela Universidadedo Porto. Desde 2013é o diretor adjunto paraa Ciência do InstitutoGulbenkian de Ciência.

Page 15: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando
Page 16: As nossas apostas - ulisboa.pt · num ano em que parou para fa-zer melhorias de nota. «Tive tempo para pensar na minha ... vc-a. Dos 5 aos 15 anos jogou fu-tebol no Benfica, representando