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http://www.portugalweb.net/historia/apontamentos/ordens.asp As Ordens Religiosas Militares Gabinete de História Um reflexo da Idade Média: as Ordens ReligiosoMilitares. Dois exemplos: Templários e Hospitalários. A realidade Ibérica: as Ordens Militares em Portugal. “A Idade Média foi caracterizada por dois instrumentos: a espada do guerreiro e o “cajado” do pastor (ou seja o papel que o clero teve como guia das populações segundo a própria doutrina de Cristo). Com as Ordens ReligiosoMilitares estes dois instrumentos cruzaramse como nunca antes”. (João Simões) Índice Introdução: A cavalaria Capítulo I: O contexto de aparecimentos das ordens militares (seus aspectos)

As Ordens Religiosas Militares - Templários

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Templários - Ordem religiosa militar - início e segredos

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    AsOrdensReligiosasMilitares

    GabinetedeHistria

    UmreflexodaIdadeMdia:asOrdensReligiosoMilitares.

    Doisexemplos:TemplrioseHospitalrios.ArealidadeIbrica:asOrdensMilitaresemPortugal.

    AIdadeMdiafoicaracterizadapordoisinstrumentos:aespadadoguerreiroeocajadodopastor(ousejaopapelqueoclerotevecomoguiadaspopulaessegundo

    aprpriadoutrinadeCristo).

    ComasOrdensReligiosoMilitaresestesdoisinstrumentoscruzaramsecomonuncaantes.(JooSimes)

    ndice

    Introduo:AcavalariaCaptuloI:Ocontextodeaparecimentosdasordensmilitares(seusaspectos)

  • CaptuloII:OpercursointernacionaldasordensmilitaresCaptuloIII:AsordensmilitaresnaPennsulaIbrica,oseuaparecimento(contexto

    polticoemilitar)CaptuloIV:AsordensmilitaresemPortugal

    CaptuloV:OpapeldasordensmilitaresnaarquitecturamilitarCaptuloVI:Asordensmilitares,suaorganizaoevidainterna

    ConsideraesfinaisBibliografiaImagens

    Introduo:AcavalariaEm meados do sculo V a legio, organizao militar romana que se batia em filas cerradas e compactas acompanha a decadncia do Imprio Romano do Ocidente, ficando a cavalaria como nica arma eficaz de defesa. Cito um exemplo ocorrido na batalha dos Campos Catalnicos (451) entre Hunos e Romanos aliados a Visigodos que foi travada exclusivamente pela cavalaria. O ideal de soldado tornouse a bravura e a fora no seu estado mais primitivo. A maior honra para os homens passa a ser a glria da morte corajosanocampodebatalha,comoestavapatentenaideologiagermnica.Com a desagregao do mundo romano, a sua viragem para a ruralidade, a decadncia das cidades, e a desorganizao e insegurana social nasce uma nova poca para a Europa Ocidental. Emergem dois poderes distintos: o primeiro, a Igreja Catlica Romana, como herdeira do Imprio, receptculo do poder eterno e divino. No entanto, o predomnio religioso absoluto s seria possvel se a guerra e a paz fossem conduzidas segundo as leis da igreja o segundo poder era a ordem social, criada pelo feudalismo que se implantava, que se encontrava na mo da aristocracia guerreira e que visava a obteno de segurana num mundo pautado pela incerteza, em que as pessoas estavam desamparadasesemnadaaqueseapoiar.A guerra no foi proibida nem to pouco abolida, visto que era considerada inerente natureza humana. Porm, influenciada pela Igreja, aparece como um julgamento pelas armas,aqualSantaSarbitravaemnomedeDeus.No entanto, a Igreja impunha limites guerra. o caso da Paz de Deus de que se ouve falar a primeira vez cerca de 990. Visto que a fora e violncia dos cavaleiros era tal a igreja tentou restringirlhes a actividade tomando sob a sua proteco os pobres (clrigos, camponeses, mulheres, rfos, peregrinos e velhos) interditando aos cavaleiros o uso de violncia sobre eles. Passando depois para uma imposio com as Trguas de Deus que saem do snodo de Elna em 1027 no qual se limita e canaliza a violncia dos guerreiros para a guerra justa, exposta sob vrias condies: toda a guerra defensiva justa a guerra travada para recuperar um bem injustamente tomado lcitaaguerratemqueserdecretadaporumaautoridadelegtima.Para fazer cumprir isto a igreja usava duas armas terrveis: a excomunho (ou seja um rei ou nobre quando atingidos pela excomunho no podiam receber os sacramentos nem to pouco podia pisar solo sagrado, muito menos ser enterrados nele) e o interdito (um

  • nobre interditado no podia ter nas suas terras um padre, at podia ter uma igreja, mas era proibido o seu uso e por consequncia as populaes que viviam nesse domnio deixavadeteracessoaoculto).Em 1095 o papa Urbano II no conclio de Clermont convida os cavaleiros a respeitar ambos os movimentos anteriores, apelando por outro lado guerra para libertar Jerusalm, ocupada injustamente pelo Islo. O guerreiro tornase num cavaleiro cristo que une sua fora e entusiasmo germnico, a humildade e princpios cristos. Infelizmente esta fuso no teve o reflexo desejado, pois raramente foi concretizado no calor da batalha. Acaba de nascer o movimento que ficar conhecido como as Cruzadas doOriente.

    CaptuloI:Ocontextodeaparecimentosdasordensmilitares(seusaspectos)Vriosaspectoscontriburamparaoaparecimentodasordensmilitares.Asaber: Aspectos econmicos e sociais: aps o ano mil dse um grande florescimento econmico e demogrfico no ocidente cristo que se prolongar por trs sculos, verificandose progressos tcnicos a nvel agrcola (alfaias de ferro, afolhamento trienal), renascimento das cidade aliado a um renascimento do comrcio (cito os casos das cidade italianas de Veneza e Gnova, a Flandres com Bruges cabea, as feiras da Champagne), repercutindose num aumento demogrfico por todo o Ocidente e tambm seprendecomanecessidadedeprotegerasnovasrotascomerciais. Aspectos religiosos e polticos: dose grandes peregrinaes a Roma, a Jerusalm e a Santiago de Compostela a reforma gregoriana e a inteno do papa Gregrio VII (107385) que pretende arrancar a igreja ao laicismo que alastrava por ela dentro. O desenvolvimento espiritual do sc. XI em que o ocidente se cobre de muitas igrejas a evoluo do monaquismo especialmente com a ordem de Cister e de ordens dos cnegos regulares. Impese a ideia da diviso social em trs grupos: bellatores que tem por obrigao combater e defender os demais, oratores que rezam para a salvao e intercedem junto de deus a favor dos demais, laboratores que tem o dever de sustentar osdoisgruposanterioresetrabalharemproledosoutros.

    Htambmarecuperaodaideiadaguerrajustaearedescobertadopensamentode

    SantoAgostinho.

    Aspectos Militares: basicamente devese s cruzadas. Porm era um movimento no inovador uma vez que no Magreb no sc. IX existiam Ribats que eram conventos fortaleza muulmanos em que os seus membros cumpriam um servio temporrio e lutavampelaexpansodoIslo.

  • A Cruzada pregada por Urbano II no conclio de Clermont em 1095. Os cristos gregos de Constantinopla no se associam, exceptuando pontualmente, vindo mesmo a ser vtimasdomovimentoem1204,quandooscruzadostomamConstantinopla.Mas falando pessoalmente penso que foi este motivo, muitos mais que os outros, que originou o aparecimento das ordens militares: a igreja atinge um extremo de fanatismo religioso, sendo talvez o pensamento de ento: os muulmanos ocupam Jerusalm, massacram os peregrinos cristos, o que inadmissvel, canalizemos o mpeto e a violnciadoscavaleirosevamosexpulsarosinfiisdaTerraSanta.As ordens militares oferecem aos cavaleiros uma ascese prpria, compatvel com o seu mododevida,evitandooconventoeafugaaomundo.Sendo produto do sc. XI, satisfazem as necessidades espirituais da cavalaria, na qual a igreja gregoriana se baseia para ter sucesso na reforma no ocidente e nas Cruzadas no oriente.Durante os scs. XII e XIII os objectivos das Cruzadas alargamse atingindo os herticos no Sul de Frana (albigenses), os adversrios polticos da igreja e do papado, populaespagsdazonadoBlticoeaEspanhaMuulmana.Com a Terra Santa perdida, a reconquista finalizada, as ordens militares desaparecem ou transformamseprofundamente.

    CaptuloII:Opercursointernacionaldasordensmilitares.Neste captulo pretendo abordar cada ordem de forma particular, relatando o seu percursointernacionaldesdeafundaoataoseutrmino.AOrdemdoTemplo.A primeira cruzada (109699) tornou possvel a constituio de quatro estados na SriaPalestina: o condado de Edessa, o principado de Antioquia, o condado de Trpoli e o reino de Jerusalm (ver mapa 1). Est patente o desejo de povoar e defender esses estados contra os emires de Alepo e de Damasco, assim como contra o califado Fatmida do Egipto, mas tambm a necessidade de proteger os peregrinos e os lugares santos, o que leva a que em 1120 Hugo de Payns, cavaleiro da Champagne, decida criar com os seus companheiros na Terra Santa uma milcia para proteger os peregrinos e guialos noslugaressantos.O objectivo o combate contra os muulmanos seguindo uma regra religiosa. Assim dse a fundao da ordem do Templo sob o nome oficial de Fratres Militiae Templi, na TerraSantaem1119,comoobjectivodecombaterosinfiis.

  • O rei de Jerusalm, Balduno II, aprova o projecto e instalaos na cidade na mesquita de alAqsa erguida sobre as fundaes do Templo de Salomo, estando sob a autoridade do patriarcadeJerusalmedoscnegosdoSantoSepulcro.Em 1128 a ordem confirmada pelo papa devido intercesso directa de S. Bernardo de Clairvaux que escreve De laude nova militae ad milites Templi na qual exalta os novos cavaleiros e levanta todas as dvidas sobre a legitimidade das suas aces na Terra Santa.Em 1129 Hugo de Payns faz adoptar ao conclio de Troyes a regra da nova ordem, assim, emancipandose do patriarcado de Jerusalm. Doaes enormes permitem nova ordem criar uma rede de comendas no ocidente, cujas receitas so enviadas para o oriente, tal como muitos homens livres (nobres ou no) que pronunciam os trs votos (obedincia, pobreza e castidade) e partem para a Terra Santa para defendela do infiel. Porm esta histrianotemumfimfeliz.O processo dos Templrios (130714) simboliza a afirmao da poltica do estado moderno face ao poder da igreja. Em 1312 a coroa francesa, na pessoa do rei Filipe IV, o Belo, principal opositor dos Templrios, leva o papa Clemente V a abolir a Ordem do Templo,massemajulgaroucondenar,noconcliodeViena.Em 1307 so acusados de renegar Cristo, prticas mgicas, e prticas sexuais devassas, as clssicas acusaes contra herticos, prenunciando o seu fim. A reaco dos Templriosintileafogueiraocastigopara54membrosemParis,talvezem1310.Os seus bens so atribudos ordem do Hospital ou passam para a coroa francesa. O mestre da Ordem, Jacques de Mollay, aps uma conduta hesitante por parte das autoridadesinicialmente,terminanafogueiraem18deMarode1314.AordemdoHospital.Antes da primeira cruzada um hospital fora fundado em Jerusalm perto do Santo Sepulcro em 1048 por mercadores italianos para acolher os peregrinos que vinham do ocidente. O seu primeiro administrador conhecido Grard de Amalfi, liderando o grupo comonomedeOrdemdeS.JoodoHospital.Devido ao sucesso da primeira cruzada, as visitas de peregrinos aumenta, tal como as doaes para o hospital. Tambm no ocidente especialmente nos portos de embarque dos peregrinos (na Itlia e na Provena especialmente) os hospitais so fortificados e afiliamse ao hospital de Jerusalm. O seu crescimento foi rpido e no incio do sc. XII, a ordemdispunhadecasasdispersaspelaEuropaepeloPrximoOriente.A 15 de Fevereiro de 1113 o papa Pascoal II reconhece o hospital de S. Joo de Jerusalm como ordem independente recebendo nesse mesmo ano uma regra prpria. Ainda no primeiro quartel do sc. XII solhe atribudas caractersticas militares, que se juntamaosseusobjectivosiniciaisdeassistnciaecaridadepblica.Adquire esse carcter militar sob o comando de Raimundo de Puy, que sucede a Grard dAmalfi em 1120 fortalecendose essa faco militar entre 1130 (seguido ao concilio de

  • Troyes dos Templrios) e 1136, quando o rei de Jerusalm lhes doa a guarda da fortaleza de Bethgibelin (sul da Palestina). Participam na batalha do Hattin contra Saladino tal comoosTemplriosondeacabamporsofrerbaixasnumerosas.A queda de S. Joo de Acre em 1291 obriga os Hospitalrios tal como os Templrios a refugiaremseemChipre(vermapa2).A ordem, agora sob a direco de Guillaume de Villaret e aps 1305 do seu sobrinho Foulques de Villaret, conhece srias dificuldades. A conquista de Rodes comeada em 1306 e terminada em 1309 uma escapatria da falta de poder e contestao que acontecia pelo Ocidente que acusavam as ordens de falhar. Contestao graas qual osTemplriosacabaramporpagarportodasasordens.Rodes era uma ilha grega em que o seu governador se encontrava em rebelio contra o imperador bizantino, alm de um ninho de piratas que ameaava constantemente o comrcio e as rotas no Mediterrneo Oriental. A campanha concluise com a submisso deRodesedasilhasdoDodecanesso(vermapa3).Porm apesar dos seus sucessos, Foulques impopular e tendo escapado a uma tentativa de assassinato deposto pelos seus pares em 1317, e depois pelo papa Joo XXII. Lanara no entanto as bases dum principado que ser por dois sculos o bastio avanadodacristandadeperanteosTurcosOtomanos.A ordem acaba por ser expulsa de Rodes por Solimo, o Magnfico em 1522 aps herica resistnciadeseismesesdecerco.Aps algumas etapas pela Europa recebem das mos do imperador Carlos V de Habsburgo a ilha de Malta. A continuaro o seu papel de bastio da cristandade perante osOtomanos,ondepermaneceroatseremexpulsosem1798porNapoleoBonaparte.Como bvio outras ordens surgiram na Terra Santa: a Ordem Teutnica (fundada em 1198), a ordem de So Lzaro (fundada no fim do sc. XII), ou a ordem de S. Toms de Acre(fundadaem122728).As ordens da Terra Santa possuam ainda estabelecimentos na Pequena Armnia, em ChipreenosEstadosLatinosdaGrcia(fundadosaps1204).

    CaptuloIII:AsordensmilitaresnaPennsulaIbrica,oseuaparecimento(contextopolticoemilitar)Para abordar esta parte julgo que necessrio recuarmos uns sculos, mais precisamente ao ano de 711, ano em que a invaso muulmana, derrota o rei Rodrigo dos Visitados na batalha da Lagoa de Janta. O reino visigodo encontravase num estado de anarquia total e assim o islo submete a pennsula rapidamente, porm subsistem pequenos enclaves cristos no norte: as Astrias, nos Pirinus e o condado de

  • Barcelona reconquistado pelos exrcitos de Carlos Magno em 804. Ou seja das montanhas que partem os primeiros raids contra o califado de Crdova. Estes raids queposteriormentepassaroacampanhasdeuseonomedeReconquista.A reconquista tem duas fases principais: a primeira que ocorre nos scs. XI e XII com a tomada de Saragoa e Toledo, aproveitando a diviso do Califado de Crdova no sc. XI emdiversosreinostaifas.A Segunda fase ocorre na primeira metade do sc. XIII aps a batalha de Navas de Tolosa (1212)ecujavitriaabreaEspanhadoSulePortugalaosexrcitoscristos.A reconquista acompanha progressivamente a formao dos reinos ibricos: Leo e Castelaquesefundiro(1230),Portugal,Navarra,AragoeCatalunha.A ponte de ligao entre a reconquista e as cruzadas do oriente a luta contra os muulmanos. Sendo a participao das ordens internacionais apagado pois concentram os seus esforos em grande parte na Terra Santa, o que leva os monarcas ibricos a criar assuasprpriasordensmilitares,mascomumaraizeidentidadeprpria.O prprio ambiente era favorvel associao entre a luta militar e o ascetismo antes da introduo das ordens do Templo e do Hospital na pennsula, pois j havia confrarias ou seja associaes de cavaleiros prximos monarquia e sob jurisdio episcopal mas que acabam por se ligar a ordens religiosas existentes: os cavaleiros de Santiago associamse aos cnegos de Santo Agostinho tal como os de Calatrava aos monges de Cister.A principal razo de ser das ordens ibricas seria a perseguio dos inimigos de Cristo e aexpulsototaldoIslo.

    CaptuloIV:AsordensmilitaresemPortugalTal como em Castela, Leo e Arago, Portugal tambm teve ordens militares no seu territrioecomumpapelbastanterelevanteemdiversosaspectos(vermapa4).Comotalcomeareipelasordensditasinternacionais:ocasodoTemplo.O documento mais antigo em relao aos Templrios data de 1128, e tratavase da doao do castelo e terra de Soure (a 20 km de Coimbra) aos Templrios por parte de D. Teresa. Esta terra estava cabea dum vasto domnio em torno do itinerrio romano que ligava: Lisboa (Olissipo), Coimbra (Aeminium) e Braga (Braccara Augusta) denotando confianadacondessanaordemparadefenderepovoaresteterritrioestratgico.Em 1131 D. Afonso I transfere a corte para Coimbra o que valoriza este territrio. Os TemplriosrestauramocasteloeconstremafortalezadeEga.

  • O seu primeiro combate data de 1144 na altura do ataque muulmano contra Soure, a que resistemheroicamenteesaemvencedores.Por esta poca sofrem uma reorganizao interna e aparecem as primeiras referncias ao procurador da ordem (um investigador encarregue de zelar e controlar se os membros cumpremoquelhespedidoouquejuraramobedecerregra).Em 1145 recebem novas doaes como: Penas Roas, Mogadouro e Longroiva. A partir da participam cada vez mais activamente nas campanhas de D. Afonso I. Participam na tomadadeSantarmedeLisboa(1147).Entre 115758 D. Afonso I outorgalhes uma carta de liberdade e de imunidade dos seus bens para com os funcionrios da coroa. Os seus territrios no podem ser penetrados por qualquer tipo de agente ou funcionrio da coroa e livramse do pagamento de impostoscoroaentreoutrasbenesses.O perodo dourado da ordem em Portugal coincide com o governo do mestre Gualdim Pais (11561195), que participara na Segunda cruzada (1151/521155/56) e que ficara pelo Oriente mais uns anos aps a cruzada. Quando regressa eleito mestre, mandando erguerocastelodePombal(1156).Recebemtambmem1159ocastelodeCeras.Terminam a construo do castelo de Tomar em 1169. O rei confirmalhes a possesso doseuterritrioeganhamaindamaisdoiscastelos:CardigaeZzere.Iniciam ento um programa de reforma e restaurao de fortalezas, o mais ambicioso do sc.XII, como por exemplo construo de Almourol, Pombal, Penas Roas, Longroiva e reformadoscastelosdeCardiga,Zzere,Monsanto,IdanhaaVelha.No fim do sc. XII controlam a margem norte do Tejo (Castelo Branco, IdanhaaVelha, IdanhaaNova,AlmouroleTomar)epossuemaindaoutroscomoSoureePombal.O seu papel na ocupao do territrio e na sua defesa foi fundamental tal como atraam colonos e deram um grande incentivo ao povoamento dos territrios a eles confiados. O seupatrimnioanvelgeogrficosituaseentreoMondegoeoTejo.No fim do sc. XII incio do sc. XIII esse patrimnio dividese em quatro zonas: a primeira que controla o intenerrio romano (Soure, Ega e Pombal) a segunda controla a rota do interior (Ceras, Tomar e Almourol) a terceira toca a fronteira oriental do reino (Monsanto e IdanhaaVelha) e a quarta o nordeste do pas (zona de TrsosMontes e BeiraAlta).TinhamaindaocastelodeNisa.Passoagorahsegundadasditasordensinternacionais:ocasodoHospital.Os Hospitalrios aparecem em Portugal entre 112228. No incio tal como na Terra Santa no tiveram mais que um papel de assistncia social tendo uma sede civil em Lea do Bailio.O primeiro testemunho de actividade militar verificase em 1189 na tomada de Silves por D. Sancho I. Em 1194 recebem a Quinta de Guidimtesta, onde iro construir o castelo de Belver.

  • Em1217participamnaconquistadeAlccerdoSal.Em 1224 D. Sancho II doalhes o castelo de Algoso na fronteira nordeste do reino para a protegerem de ataques vindo de Leo. Pouco depois D. Sancho II atribuilhes o priorado doCrato(1232),ondeconstruirooditocastelo.A aco militar dos Hospitalrios na margem esquerda do Guadiana asseguralhes, por quarentaanos,apossessodoscastelosdeMouro,MouraeSerpa.Em meados do sc. XIII tinham erguido o castelo da Amieira, na margem esquerda do Tejo.O patrimnio portugus da ordem o reflexo do papel exclusivo de assistncia social executadonosprimeirostrsquartosdosc.XII.A sua geografia de patrimnio est centrada a norte do Douro tendo ainda mais dois plos: um em redor do Tejo entre Pedrgo, Oleiros, Belver e Crato, e um outro em redor doGuadianaespecialmentenamargemesquerda(Mouro,MouraeSerpa).Como referi atrs a ordem do Templo foi extinta pelo papa e por influncia de Filipe IV OBelo,reideFranaeNogaret,oseuchanceler.Em 1317 o rei de Arago funda a Ordem de Montesa, que agrupa algum patrimnio templrio desse reino (no reino de Valncia). Nos outros territrios o patrimnio templriopassouparaosHospitalrios.Em Portugal deuse algo semelhante e em 1319, devido ao grande papel de D. Dinis (12791325), fundase a Ordem de Cristo que conserva o hbito branco e a cruz vermelhas dos Templrios, apesar, de se afiliar a Calatrava. A sua primeira sede foi Castro Marim, no extremo sudeste do reino. Mais tarde a sua sede foi transferida para Tomar. No falo mais sobre esta ordem porque o seu tempo ser o da expanso ultramarina onde ai sim ir continuar o esprito da reconquista mas numa outra perspectiva.Outra ordem bastante relevante para a histria portuguesa foi a Ordem de Santiago. Esta ordem aparece em Portugal em 1172 aquando recebe Arruda (dos Vinhos) das mos de D. Afonso I. Recebem tambm o castelo de Monsanto (1172) e Abrantes (1173) que perdem tempos depois. Durante os ltimos anos de D. Afonso I e o incio do reinado de D.SanchoIconhecemumperodonegroapsumcomeopromissor.Em Outubro de 1186 recebem de D. Sancho I os castelos de Alccer do Sal, Palmela e Arruda. Mas estes castelos esto pouco tempo nas suas mos pois as campanhas almadasde1190e1191fazemperderestesterritrios.Em 1217 participam na reconquista de Alccer do Sal e recuperam os castelos perdidos a sul do Tejo. lhes doado Aljustrel (1235), Sesimbra (1236), Mrtola (1239), Ayamonte (1240) e Tavira (1244) tendo uma importncia fundamental na parte final da reconquista portuguesa.

  • A sua interveno no final da reconquista do territrio portugus tornoulhes possvel consolidar os seus domnios territoriais no sul do reino especialmente entre o Alentejo e oAlgarve.Em 1327 num registo a ordem possua 31 comandos da ordem em Portugal: quatro a nortedoTejoeosrestantesrepartidosentreoAlentejoeoAlgarve.A primeira sede da ordem foi em Santos (regio de Lisboa), depois passou para Alccer doSal,deseguidaparaMrtolaeporfimparaPalmela.Durante bastante tempo a ordem portuguesa de Santiago no foi mais do que um ramo da ordem castelhana governada por um comandantegeral sob tutela do mestre de Ucls (casame da ordem em Castela). A sua independncia verificouse ao tempo do rei D. Dinis, conseguindo obter do papa Nicolau IV, a bula Pastoralis Officii (17 Setembro de 1288) pela qual o papa aceita a autonomia portuguesa e a eleio dummestre portugus. Claro que o mestre de Ucls no apreciou a ideia e contestou a deciso. E o assunto no conheceu uma soluo final e formal at ao ano de 1452 (absoro do patrimnio da ordempelacoroaportuguesa).Esta questo ilustra a rivalidade lusocastelhana e a inteligncia do nosso monarca para quebrar a hegemonia, embora indirecta, ou directa da coroa de Castela sobre a ordem de Santiago, que se envolvera numa disputa pelo trono. Para alm de que uma ordem portuguesa de Santiago eliminava uma possvel ameaa externa, tendo em conta que o tratado de Alcanizes ainda no fora assinado, e como esta ordem controlava o Algarve e grande parte do Alentejo sul, na eventualidade duma guerra com Castela, os castelos, sob a gide de Santiago no resistiriam se os seus lderes castelhanos fizessem parte dessehipotticoataque.Contudo fica a minha opinio de que foi uma manobra de estadismomagnfica por parte do nosso rei, anulando de uma s vez a influncia do ramo castelhano da ordem em Portugalcomonumplanomaiselevadoaprpriacoroacastelhana.H que referir ainda uma outra ordem militar extremamente importante para Portugal: a OrdemdeAvis.AsuaorigemparalelaordemleonesadeAlcntara.No incio uma confraria militar fundada em 1167 em vora. Na verdade aps a partida de Geraldo Sem Pavor e dos seus companheiros, este territrio ficara sem proteco militar.AssimonossoreiD.AfonsoIcriaumainstituiomonsticomilitarnacidade.A ordem afiliase a Calatrava., esta de filiao cisterciense. Apresenta nos seus incios uma vocao militar muito forte. O seu primeiro mestre foi o cavaleiro Gonalo Viegas de Lanhoso,quemorreuemAlarcos,em1195.Rapidamente as doaes reais ordem de Avis expandiramse para alm de vora. Em 1176 lhe concedido o castelo de Coruche. Em 1187 recebem de D. Sancho I o castelo de Alcanede e a terra de Alpedrinha. Pouco depois recebem Benavento e Mafra. Em 1211 recebem Avis, com o compromisso de a fazer popular e construir um castelo, concluindo em1214.

  • At este momento, o papel principal dos irmos de Avis, era o servio ao rei e o povoamento, mas a ordem no adquire um papel verdadeiramente importante at ao fim dosc.XIII.O patrimnio de Avis compese de vrios castelos concentrados sobretudo no AltoAlentejo, em redor de Avis, onde existem nove fortalezas: Benavento, Coruche, Seda, Alter Pedroso, Avis, Veiros, Juromenha, Alandroal e vora. Possuem ainda: AlcanedeeMafraNoudarPaderneeAlbufeira.Apesar de afiliada a Calatrava a monarquia portuguesa procura autonomisla. O rei D. Dinis intervm na eleio do mestre da ordem em 1311. De qualquer modo a sua dependncia era meramente formal, conciliada, com o direito de visita por parte das autoridades de Calatrava (direito reservado ao mestres de Calatrava que podia visitar os territrios da ordem de surpresa para indagar se a regra estava a ser cumprida e se os irmos cumpriam com todas as suas obrigaes vendo tambm o estado do patrimnio daordem).Todas as ordens dispem de diversas vantagens tais como: o prestigio as isenes prprias das ordens monsticas o apoio do papa os privilgios e os meios materiais concedidopelamonarquiaaligaoestreitacomacategoriasocialdanobreza.Adquire um papel importante na sociedade portuguesa o que leva que a partir do sc. XIII amonarquiapretendecontrollas.A referir que a interveno militar das ordens em Portugal foi acompanhada por uma colonizao territorial que deixou marcas profundas na paisagem rural e no povoamento doreino,especialmentenasregiesdocentroedosul. importante ainda referir que a importncia da jurisdio espiritual das ordens nas terras conquistadas, deixa marcas profundas e influencia os quadros mentais. Tm tambm diversos conflitos com as populaes o que demonstra o comportamento senhorial dos membros das ordens militares como administradores dum patrimnio senhorial.Para os monarcas controlarem o patrimnio das ordens geralmente socorriamse das inquiries, no s para elas como para nobres e outras instituies eclesisticas. A inquirio era uma investigao acerca dos bens possudos, se estavam legtimos ou no (isto se a doao ou posse estava documentada, e ai, saberseia o que tinha sido doado, como tinha sido doado e se no tinham adquirido terras vizinhas ou prximas h custa duma certa doao). Permitia ao rei conhecer a fora das ordens, o seu territrio e tambm os meios que possuam ou seja o patrimnio. Claro que terras sem carta de doaooucomcartaduvidosaeramlheretiradasepassavamparaacoroa.Outro meio usado pelos nosso monarcas foi o de equilbrio de foras entre as diversas ordens militares. Isso notase na zona que cada uma tem sob seu controlo e no favorecem uma mais que a outra mas procuram uma certa harmonia entre os territrios dadosacadaumadelaseparaqueumanosetornemaispoderosaqueasdemais.Durante a primeira fase da implantao do tabelionato no reino (121247) no encontramos quaisquer oficiais nas vilas localizadas nas regies da BeiraBaixa e

  • Alentejo talvez por causa das vicissitudes da guerra. Porm destacase uma presena notarial mais efectiva nas vilas da ordem de Avis ou sob a sua jurisdio. A partir de 1266 adquirem cada vez mais importncia a nvel dos registos sendo provvel que a partir da a instituio do tabelionato se organiza assim: designao do tabelio em articulao entre concelho/cmara e a ordem provimento do ofcio pelo mestre/prior e por fim confirmadopelorei,comaaberturadosinaldetabelioemlivrodechancelaria.Aqui se prova como aps as guerras as ordens cada vez mais se fundem na administraoegovernopblicolevandosuaabsorototalnumperodovindouro.

    CaptuloV:Opapeldasordensmilitaresnaarquitecturamilitar.Nesta parte procuro abordar as principais inovaes introduzidas em Portugal devido s ordensmilitaresnocampodaarquitecturamilitar.Uma das inovaes trazidas a Torre de Menagem (a torre maior dos castelos numa fase inicial erguese no meio da construo isolada, posteriormente chegase h muralha, mascontinuasemprecompreponderncia).ocasodePombaleTomar.Outra das inovaes o alambor ou seja, a inclinao voluntria da parede exterior do muro na base, o que dificulta o trabalho dos sapadores e a aproximao das mquinas de cerco, paralelamente elimina os ngulos mortos, impedindo aos sitiantes de se abrigaremnessespontosevitandoofogodosarqueiros.Na Terra Santa vrias fortalezas possuemno tal como o Krak de Chevaliers e o castelo de Belvoir (ver figuras 1 a 5). O mestre Gualdim Pais visitouos antes de reproduzir o sistemaemTomar.A terceira inovao o furdcio, uma espcie de varanda em madeira, construda no exterior ou em cima da muralha, que permite um flanqueamento vertical e permite o disparodeprojcteis.OprimeiroexemploemPortugalaparecenatorredeLongroiva.Os Hospitaleiros aps receberem de D. Sancho I a Quinta de Guidimtesta constrem a fortaleza de Belver, inspirada na fortaleza oriental de Belvoir (ver figuras 4 a 6). Sendo um bom exemplo das fortificaes romanas no fim do sc. XII apresenta uma forma arredondada, o nmero de torrees associado ao muro reduzido, no centro encontrase a torre de menagem aproveitando a existncia duma pequena colina, tendo 11 morteiros colocadosnamuralhaexteriorapontadosparaoacessoaocastelo.Penso que estas foram as grandes inovaes trazidas para Portugal pelas ordens militares internacionais (Templo e Hospital) e que alteraram definitivamente o castelo portugus a acrescentar ainda a influncia que tiveram sobre o patrimnio arquitectnico religiosotrazendotambmasinflunciasorientais(verfigura7).

  • Porm no s foram elas a dar algo ao panorama dos castelos portugueses. A ordem de Avis revela uma capacidade fantstica de assimilar a herana recebida da arquitectura militar muulmana. Em muitas fortificaes reconstroiem sobre a estrutura muulmana (ocasodocastelodaJuromenha).Confiam tambm a construo a alarifes muulmanos como o caso do castelo do Alandroal. A estrutura do castelo crist, o alcazar est isolado por um muro onde se insere a torre de menagem, possui tambm uma cisterna interior e as portas rodeadas por arcos cegos (arco grosso em que a porta se encontra no fim), sistema desconhecido dos cristos. Possui tambm frases judiciosas em relevo o que estranho epigrafia crist. A ttulo de curiosidade uma dessas frases : No h mais que um vencedor seno Al, a divisa dos reis de Granada, o que digase irnico num castelo cristo. Este castelo no nada mais que o encontro entre duas civilizaes, caracterstica, alis dahistriapeninsular.Esta interpenetrao no s se verificou neste ponto, como, na lngua, nas culturas da terra, na toponmia entre outros. E no foi s a nvel militar como tambm em outros edifciosdesdemesquitastransformadasemigrejas,comocasasentreoutrosedifcios.

    CaptuloVI:Asordensmilitares,suaorganizaoevidainterna.O Templo foi o modelo para a maioria das ordens religiosomilitares. Calatrava, Alcntara, Avis (posteriormente a efmera ordem de Santa Maria (127281) e as ordens de Montesa (1317) e de Cristo (1319), herdeiras dos Templrios compem a grande famlia dasordensmilitarescisterciensesibricas.H muito mais pontos em comum que diferenas entre as ordens religiosomilitares: o seu carcter religioso preponderante, mas os seus membros, continuam na maioria laicos. Os irmos das ordens so considerados como homens piedosos e como bons intercessoresperanteDeus.A retaguarda das ordens no ocidente est bem protegida devido a disporem duma vasta rede de comendas e o seu patrimnio acresce regularmente graas s trocas, s compras e explorao racional dos seus territrios o que lhes assegura os recursos necessrioscontinuaodaactividademilitarnafrente.A transferncia de bens, de homens, de cavalos e de armas para o oriente estimula o desenvolvimento das tcnicas de construo naval especialmente pelos Templrios e pelos Hospitalrios, tal como operaes financeiras como transferncias monetrias, cmbioseemprstimos.Aorganizaointernafundasesobreasdivisespolticasereligiosasdapoca.Distinguemsetrsescales:

  • a) Na base encontramos as comendas (com a casa principal, as terras, casas secundriasoucasasmembros)dirigidasporumcomendador.b) A nvel intermdio temos: as provncias (Templrios), os priorados (Hospitalrios) e porvezescircunscriessecundrias(osbailiadosdividemasprovnciasdotemplo).Comosteutnicoshumgromestreterritorialquedependedogromestredaordem.Na pennsula h uma estrutura intermdia para cada reino: encomiendamayor (comum aoTemplo,aoHospitaleaSantiago).c) A nvel superior existe: o mestre (ou gromestre) e dignatrios diversos (grocomandante,marechal,portaestandarte).No caso das ordens militares espanholas h uma dupla hierarquia: militar e religiosa. Em Santiago e Calatrava um prior dirige os clrigos da ordem, que vivem, por vezes num conventoseparado.Ostrsnveiscostumamreunirseemcaptulosanuaisparadiscutirosseusproblemas.Quanto ao recrutamento, so todos laicos excepto os irmos capeles, se bem que aja laicos que pronunciem os votos religiosos. Todos os homens livres podem entrar na ordem, mas a nobreza exigida para os cavaleiros. As categorias dos irmos so: cavaleiros, sargentos de armas (combatentes) e irmos do ofcio (dirigem as actividades econmicas das comendas). Os camponeses que cultivam as terras das ordens no so membrosdaordem,masestosobreasuaprotecoespiritualefsica.Napennsulaosmembrosdasordenssoirmosepronunciamostrsvotos.Os irmoscavaleiros compem a ossatura das ordens religiosomilitares, mas h outras categorias como os irmos conversos (que no pronunciam os votos mas fazem parte da ordem),eosirmoclrigos(asseguramoservioreligiosoesopadres).Napennsulaaorganizaodasordensparalela: Militar o mestre (eleito pelos seus pares e que comanda a milcia e o exrcito), o grocomandante (que administra o convento) e o clavier. Com a expanso das ordens aparece o comendador, nomeado pelo mestre, e que comanda uma unidade mais pequena.Eclesisticaoprior,osubprior,osacristoeoscapeles.Com a formao das comendas constituise a Mesa Mestral que elege o mestre da ordem.Anveldegovernaointernadedestacasoscaptulosgerais.O hbito distingue os cavaleiros dos sargentos: s os primeiros podem usar o manto branco dos Templrios ou Teutnicos ou o manto vermelho dos Hospitalrios. As mulheres no podem entrar na ordem do Templo, nas outras, so admitidas na sua vertente caritativa. A ordem de Santiago aceita homens casados que vivam sobre a regra dacastidadeconjugaleparaestaremcomasmulheressforadoconvento.

  • Na Terra Santa aceitam o servio temporrio de senhores que servem por um tempo, podendo tambm serse confrade duma ordem militar, legandolhe os seus bens mas sempronunciarosvotos.Os irmos das ordens vivem sobre uma regra (uma declarao de princpios que devem respeitartalcomoumcdigodevidacomunitria).Os Templrios inspiramse na regra beneditina mas seguem na vida conventual os usos dos cnegos de Santo Agostinho. Os Hospitalrios seguem a regra de Santo Agostinho. Os Teutnicos inspiramse nos Hospitalrios na prtica da caridade e nos Templrios na prtica da vida conventual. As ordens militares espanholas adoptam a regra da ordem de Cister e a ela se afiliam, excepto Santiago, dispondo o abade de Cister do direito de visita sobreelas.Durante as campanhas militares, nos acampamentos, fazem adoptar os usos religiosos, mudam os horrios do ofcio cannico geralmente para a noite, e os dias de jejum tendemaserpraticadoscadavezmaisnoInverno.As ordens esto colocadas sobre a dependncia do papa, ou seja, os seus camponeses nopagamosdzimosesopapapodeexcomungarosirmos.Nas linhas da frente constrem enormes castelos enquanto na retaguarda estabelecemse em conventos rurais ou quintas fortificadas tendo por objectivos captar proventos destinados ao financiamento da guerra contra o Islo e onde formavam os irmosmaisjovenseparaondeseretiravamosirmosmaisvelhos.Quanto a Portugal, a ordem de Avis esteve na dependncia normativa da ordem de Calatrava. A ordem de Cristo est tambm dependente de Calatrava at ao sc. XV. A ordemportuguesadeSantiagodependedeUcls,emCastela.H ainda um tema que importante focar: as Visitaes. Eram inspeces peridicas cujo propsito conhecer o estado de conservao do patrimnio da ordem tal como o comportamento dos irmos. Os visitores eram nomeados em capitulogeral e deviam registraremlivrososseusresultados.Em matria de vida religiosa h diferenas profundas entre os membros das ordens e a populao laica. As regras e estatutos fixam essa diferena: tinham que cumprir as horas cannicas, assistir missa todos os dias, praticar a comunho, a confisso, os jejuns e ler a regra da ordem respectiva ao menos uma vez por ms. No convento deviam submetersesobrigaesdavidacomum.

    Consideraesfinais.Assim termino o meu trabalho. Penso ter mostrado o papel das diversas ordens religiosomilitaresemPortugal.

  • Fiz uma breve referncia ao que foram, em que circunstncia nasceram e o rumo que tomaram. Tambm pretendi escrever acerca da sua importncia a nvel militar, o seu papel na sociedade e um olhar sobre a sua organizao e influncias que introduziram no ocidente.Agradeoaoportunidadeparafazerestetrabalhoquemedeumuitogosto.Agradeo tambm ao meu colega e amigo Joo Pedro Cotrim pela ajuda prestada na redacofinaldestetrabalho.Deixo tambm os meus agradecimentos ao Dr. Joo Gouveia Monteiro que muito me auxiliou.

    Bibliografia.BrveHistoiredesOrdresReligieuxMilitaires,collectionbrveHistoire,AlainDemurgerOtempodoscavaleiros,dossiersohomemeahistria,EditoraPergaminhoAs ordens militares em Portugal e no sul da Europa, Actas do II encontro sobre ordens militares,Ediescolibri/cmaramunicipaldePalmela,1997As ordens militares: guerra, religio, poder e cultura, Actas do III encontro sobre ordens militares,volume2,Ediescolibri/cmaramunicipaldePalmela,1999

    Imagens.

  • Mapa1EstadosLatinosdoOrientenaCostaSrioPalestiniana.

  • Mapa3OsdomniosdaOrdemdoHospitalemRodes,Dodecaneso,fortalezasnasiaMenor.

  • Mapa4APennsulaIbricanossculosXIIIeXIV.AssedesdasOrdensemsoloibrico.

  • Figura3KrakdeChevaliers(visoactual)

  • Figura5RunasdoCasteloHospitalriodeBelvoir.

    Figura6CastelodeBelver,inspiradonoCastelodeBelvoirnaTerraSanta.

  • Figura8JacquesdeMollay,ltimogromestredaOrdemdoTemplo.

    CoimbraMaiode2003JooSimes