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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE SAÚDE E SEGURANÇA DO TRABALHO – Aula 4 Vinícius Pereira dos Santos Alegre Abril - 2013 1

As origens da indústria e do movimento operário no Brasil

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS DE SAÚDE E SEGURANÇA

DO TRABALHO – Aula 4

Vinícius Pereira dos Santos

Alegre

Abril - 20131

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Cooperativismo – Nascimento de uma grande ideia

• O Cooperativismo é uma doutrina queconsidera as cooperativas como forma idealde organização da humanidade, baseado nademocracia, participação, direitos e deveresiguais para todos, sem discriminação dequalquer natureza, para todos os sócios.

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• O cooperativismo como conhecemos hoje, temsuas origens na Revolução Industrial ocorrida naInglaterra do século 18, época em que a mão-de-obra perdeu grande poder de troca.

• Os baixos salários e a longa jornada de trabalhotrouxeram muitas dificuldades socioeconômicaspara a população.

• Diante desta crise surgiram, entre a classeoperária, lideranças que criaram associações decaráter assistencial, no entanto, a experiência nãoteve resultado positivo.

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• A partir dessa experiência inicial ostrabalhadores buscaram novas formas desuperar as dificuldades que assolavam apopulação frente ao severo capitalismo queavançava a cada dia.

• Surgiu então, a ideia de criar uma organizaçãoformal chamada de cooperativa, onde regras,normas e princípios próprios seriampraticados com o intuito de respeitar osvalores do ser humano.

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• Baseados nesse pensamento, 28 operários,em sua maioria tecelões, se reuniram paraavaliar suas ideias. Respeitaram seuscostumes, tradições e estabeleceram normase metas para a organização de umacooperativa.

• Após um ano de trabalho, acumularam umcapital de 28 libras e conseguiram abrir asportas de um pequeno armazém cooperativo,em 21 de dezembro de 1844, no bairro deRochdale-Manchester (Inglaterra).

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• Nascia a Sociedade dos Probos de Rochdale,conhecida como a primeira cooperativamoderna do mundo.

• Ela criou os princípios morais e a conduta quesão considerados, até hoje, a base docooperativismo autêntico.

• Em 1848 já eram 140 membros e doze anosdepois chegou a 3.450 sócios com um capitalde 152 mil libras.

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Movimento livre da influencia do estado

• No Brasil, a cultura da cooperação éobservada desde a época da colonizaçãoportuguesa.

• Esta atividade emergiu a partir do MovimentoCooperativista Brasileiro surgido no final doséculo 19, através do estímulo de funcionáriospúblicos, militares, profissionais liberais eoperários, para atender às suas necessidades.

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• O movimento iniciou-se em 1889, na cidade deOuro Preto (MG), com a criação da primeiracooperativa de consumo de que se tem registrono Brasil, denominada Sociedade CooperativaEconômica dos Funcionários Públicos de OuroPreto.

• Em seguida, além de se espalhar por MinasGerais, alcançou outros estados comoPernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, RioGrande do Sul.

• Foi o pontapé inicial para o surgimento decooperativas de diversos ramos no país.

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• Em 1902 surgiram as cooperativas de créditono Rio Grande do Sul, por iniciativa do padresuíço Theodor Amstadt.

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• Primeira cooperativa fundada por imigrantes japoneses: Syndicato Agrícola Nipo-Brasileira, que reuniu produtores de arroz, com sede em Uberaba e filial em Conquista (foto). (1919)

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• Já as cooperativas rurais tomaram impulso apartir de 1906 naquela região, fundadasgeralmente por imigrantes de origem alemã eitaliana, que trouxeram de seus países acultura do trabalho associativo e a experiênciade atividades familiares comunitárias, que osmotivaram a organizar-se em cooperativas.

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• Embora houvesse o movimento de difusão docooperativismo, poucas eram as pessoasinformadas sobre esse assunto, devido à faltade material didático apropriado, imensidãoterritorial e trabalho escravo, caracterizadoscomo entraves para o desenvolvimento dosistema cooperativo.

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• Em 2 de dezembro de 1969 foi criada aOrganização das Cooperativas Brasileiras(OCB) com a tarefa de representar e defenderos interesses do cooperativismo no Brasil.

• A Organização foi registrada em cartório umano após sua criação sendo caracterizadacomo Sociedade civil, sem fins lucrativos, comneutralidade política e religiosa.

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• A Lei 5.5764/71 disciplinou a criação decooperativas, porém restringiu a autonomiados associados, interferindo na criação,funcionamento e fiscalização doempreendimento cooperativo.

• A limitação foi superada pela Constituição de1988, que proibiu a interferência do Estadonas associações, dando início à autogestão docooperativismo.

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• Em 1995, o cooperativismo brasileiroganhou reconhecimentointernacional. Roberto Rodrigues, ex-presidente da OCB, foi eleitopresidente da Aliança CooperativistaInternacional (ACI), sendo o primeironão europeu a ocupar o cargo. Estefato contribuiu também para odesenvolvimento das cooperativasbrasileiras.

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• No ano de 1998 nascia o Serviço Nacional deAprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), amais nova instituição do Sistema "S" criadacom o objetivo de somar à OCB através doviés da educação cooperativista.

• O Sescoop é responsável pelo ensino,formação profissional, organização epromoção social dos trabalhadores,associados e funcionários das cooperativasbrasileiras.

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• O cooperativismo brasileiro entrou no século21 enfrentando o desafio da comunicação.

• Atuante, estruturado e fundamental para aeconomia do País tem por objetivo ser cadavez mais conhecido e compreendido como umsistema integrado e forte.

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Valores humanos são a essência

• Cooperativa é uma organização de pessoas quese baseia em valores de ajuda mútua eresponsabilidade, democracia, igualdade,equidade e solidariedade.

• Seus objetivos econômicos e sociais são comunsa todos os seus associados que acreditam nosvalores éticos da honestidade, transparência,responsabilidade social e preocupação pelo seusemelhante.

• Os aspectos legais e doutrinários docooperativismo são distintivos de outrassociedades.

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• Os conceitos que dão identidade aocooperativismo são:

• Cooperar – unir-se a outras pessoas paraconjuntamente enfrentar situações adversas,no sentido de transformá-las emoportunidade e bem-estar econômico e social.

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• Cooperação – método de ação pelo qualindivíduos ou familiares com interessescomuns constituem um empreendimento. Osdireitos são iguais para todos e o resultadoalcançado é repartido somente entre osintegrantes, na proporção da participação decada um.

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• Sócios – indivíduo, profissional, produtor dequalquer categoria ou atividade econômicaque se associa a uma cooperativa para exerceratividade econômica ou adquirir bens deconsumo e/ou duráveis.

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Sete linhas que orientam o cooperativismo

• Os sete princípios do cooperativismoconstituem a linha orientadora que rege ascooperativas e formam a base filosófica dadoutrina. É por meio dela que os cooperadoslevam os seus valores à prática. Estesprincípios, derivados das normas criadas pelaprimeira cooperativa de Rochdale, sãomantidos atualmente pela AliançaCooperativa Internacional (ACI). São eles:

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• 1º - Adesão voluntária e livre - ascooperativas são organizações voluntárias,abertas a todas as pessoas aptas a utilizar osseus serviços e assumir as responsabilidadescomo membros, sem discriminação de sexo,social, racial, política e religiosa.

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• 2º - Gestão democrática - as cooperativas sãoorganizações democráticas, controladas pelosseus membros, que participam ativamente naformulação das suas políticas e na tomada dedecisões. Os homens e as mulheres, eleitoscomo representantes dos demais membros,são responsáveis perante estes. Nascooperativas de primeiro grau os membrostêm igual direito de voto (um membro, umvoto).

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• 3º - Participação econômica dos membros - osmembros contribuem equitativamente para o capitaldas suas cooperativas e controlam-nodemocraticamente. Parte desse capital é,normalmente, propriedade comum da cooperativa. Osmembros recebem, habitualmente, se houver, umaremuneração limitada ao capital integralizado, comocondição de sua adesão. Os membros destinam osexcedentes a uma ou mais das seguintes finalidades:

• Desenvolvimento das suas cooperativas,eventualmente através da criação de reservas, partedas quais, pelo menos será, indivisível;

• Benefícios aos membros na proporção das suastransações com a cooperativa; e

• Apoio a outras atividades aprovadas pelos membros.

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• 4º - Autonomia e independência - ascooperativas são organizações autônomas, deajuda mútua, controladas pelos seusmembros. Se firmarem acordos com outrasorganizações, incluindo instituições públicas,ou recorrerem a capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controledemocrático pelos seus membros emantenham a autonomia da cooperativa.

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• 5º - Educação, formação e informação - ascooperativas promovem a educação e aformação dos seus membros, dosrepresentantes eleitos e dos trabalhadores, deforma que estes possam contribuir,eficazmente, para o desenvolvimento das suascooperativas. Informam o público em geral,particularmente os jovens e os líderes deopinião, sobre a natureza e as vantagens dacooperação.

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• 6º - Intercooperação - as cooperativas servemde forma mais eficaz aos seus membros e dãomais força ao movimento cooperativo,trabalhando em conjunto, através dasestruturas locais, regionais, nacionais einternacionais.

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• 7º - Interesse pela comunidade - ascooperativas trabalham para odesenvolvimento sustentado das suascomunidades através de políticas aprovadaspelos membros.

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Eficiente sistema de controle interno

• Como toda forma organizada de gestão, umacooperativa é alicerçada numa estruturasólida e bem dividida. Cada pessoainteressada em participar de umempreendimento desta natureza deveconhecer as formas adequadas defuncionamento, as determinações legais etodas as características que garantam acondução de ações de forma mais harmoniosapossível.

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• É importante ainda conhecer e entender aestrutura comum das cooperativas que abrange:

• Assembleia Geral – órgão supremo dacooperativa que, conforme o prescrito nalegislação e no Estatuto Social tomará toda equalquer decisão de interesse da sociedade.Além da responsabilidade coletiva que seexpressa pela reunião de todos, ou da maioria,nas discussões e nas deliberações. A reunião daAssembleia Geral dos cooperados ocorre nasseguintes ocasiões: Assembleia Geral Ordinária eAssembleia Geral Extraordinária.

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• Estatuto social – conjunto de normas queregem funções, atos e objetivos dedeterminada cooperativa. É elaborado com aparticipação dos associados para atender àsnecessidades da cooperativa e de seusassociados, obedecendo a um determinadopadrão. Mesmo assim não é convenientecopiar o documento de outra cooperativa jáque a área de ação, objetivos e metas diferemuma da outra.

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• Conselho de Administração ou Diretoria – órgãosuperior da administração da cooperativa. É desua competência a decisão sobre qualquerinteresse da cooperativa e de seus cooperadosnos termos da legislação, do Estatuto Social e dasdeterminações da Assembleia Geral. O Conselhode Administração ou Diretoria será formado porcooperado no gozo de seus direitos sociais, commandatos de duração (no máximo 4 anos) e derenovação estabelecida na legislação.

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• Conselho Fiscal – formado por três membrosefetivos e três suplentes, eleitos para a função defiscalização da administração, das atividades edas operações da cooperativa, examinando livrose documentos entre outras atribuições. É umórgão independente da administração. Tem porobjetivo representar a Assembleia Geral nodesempenho de funções durante um período dedoze meses, com exceção do ramo crédito que éde 03 (três) anos.

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• Comitê Educativo, Núcleo Cooperativo ouConselhos Consultivos – temporário oupermanente, constitui-se em órgão auxiliar daadministração. Pode ser criado por meio daAssembleia Geral com a finalidade de realizarestudos e apresentar soluções sobre situaçõesespecíficas. Pode adotar, modificar ou fazercumprir questões, inclusive no caso dacoordenação de programas de educaçãocooperativista junto aos cooperados, familiares emembros da comunidade da área de ação dacooperativa.

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• Capital social – é o valor, em moeda corrente, que cada pessoa investe ao associar-se e que serve para o desenvolvimento da cooperativa.

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• Demonstração de resultado do Exercício – no final de cadaexercício social é apresentado, na Assembléia Geral, oBalanço Geral e a Demonstração do Resultado que devemconter:

• Sobras – são chamados de sobras os resultados dosingressos menos os dispêndios. As sobras líquidas apuradasno exercício poderão ser retornadas ao associado após asdeduções dos fundos indivisíveis.

• Perdas - os prejuízos verificados no decorrer do exercícioserão cobertos com recursos provenientes do Fundo deReserva e, se este não for suficiente, o pagamento deveráser realizado mediante rateio, entre os associados, na razãodireta dos serviços usufruídos.

• Fundo indivisível – as cooperativas são obrigadas a instituirum Fundo de reserva destinado a reparar perdas e atenderao desenvolvimento de suas atividades, formado com pelomenos 10% (dez por cento) das sobras líquidas do exercício.

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• Direitos do cooperado• Votar e ser votado;• Participar de todas as operações da cooperativa;• Receber retorno de sobras apuradas no fim do

ano;• Examinar livros e documentos;• Convocar assembleia, caso seja necessário;• Pedir esclarecimento aos Conselhos de

Administração ou Diretoria e Fiscal;• Opinar e defender suas ideias;• Propor ao Conselho de Administração ou

Diretoria, ou à Assembleia Geral, medidas deinteresse da cooperativa.

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• Deveres do cooperado

• Operar com a cooperativa;

• Participar das Assembleias Gerais;

• Integralizar suas quotas-partes em dia;

• Acatar as decisões da Assembleia Geral;

• Votar nas eleições da cooperativa;

• Cumprir seus compromissos com a cooperativa;

• Zelar pela imagem da cooperativa;

• Participar do rateio das perdas, se ocorrerem e das despesas da cooperativa.

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• Em caso de incompatibilidade de objetivos dentro deuma cooperativa podem ocorrer:

• Demissão: o associado que de livre e espontâneavontade requerer, por escrito, seu pedido deafastamento da cooperativa, deverá ter seu pedidoaceito pela administração.

• Eliminação: sempre será realizada por decisão eaprovação do Conselho de Administração, pordesrespeito à lei, ao Estatuto ou às normas internas dacooperativa. Os motivos de eliminação devem constarno livro de matrícula.

• Exclusão: ocorre por dissolução da pessoa jurídica, pormorte da pessoa física, por incapacidade civil nãosuprida ou por deixar de atender aos requisitosestatutários de ingresso ou permanência nacooperativa.

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• O cooperativismo é uma doutrina fundamentadana reunião de pessoas que se unem em prol daprosperidade conjunta. Ao contrário da atividademercantil, o cooperativismo não visa o lucro enem o acúmulo do capital. Trata-se de umafilosofia de vida capaz de promover odesenvolvimento econômico e bem-estar social,tendo como referências fundamentais aparticipação democrática, a solidariedade, aindependência e a autonomia.

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