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1 Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13 th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos), Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X AS REDES DE APOIO SOCIAL, PODER, GÊNERO E VULNERABILIDADE DE MULHERES RURAIS O CASO DO LITORAL OCIDENTAL MARANHENCE E A BAIXADA MARANHENSE. Neuzeli Maria de Almeida Pinto 1 Daiana Roberta Silva Gomes 2 Maria Mary Ferreira 3 Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar as redes de apoio social, o poder e os padrões de atividades, experenciadas pelas mulheres trabalhadoras rurais nos contextos em que estão envolvidas. Destacando a estrutura do microssistema, no qual os processos proximais operam para produzir e sustentar o desenvolvimento das mesmas e nos possíveis impactos dessas mudanças e vulnerabilidade entre outros componentes de sua rede de apoio social e seu empoderamento. Identificando como as redes de apoio se organizam para fins de estruturação das relações familiares, do empoderamento e da executa das atividades das mulheres no sistema comunitário como todo. Participam da pesquisa 14 mulheres da comunidade do Litoral Ocidental Maranhense, da comunidade de Itamatatiua/Alcântara e na comunidade de Agrovila/Palemirândia. Para avaliar a importancia da rede de apoio, a vulnerabilidade e o empoderamento destas mulheres em suas familias, no trabalho e na comunidade estão sendo utilizados o inventário sócio demográfico (ISD) e a entrevista semiestruturada (ESE) e o Mapa de Cinco Campos (M5C). Em análise, pôde-se constatar a presença de uma veemente rede de relações de apoio social dentro das comunidades, contribuindo assim para o melhor desenvolvimento das atividades realizadas pelas mulheres, minizar a vulnerabilidade, além de auxiliar o processo de empoderamento, o qual se analisa tendo grande destaque quando se trata do sentimento que conduz o trabalho realizado por estas mulheres. Palavras-chave: Mulheres, gênero, Rede de apoio social, poder, Trabalho Rural. 1. INTRODUÇÃO Esse trabalho tem como foco a analise redes de apoio social, o poder e os padrões de atividades, experenciadas pelas mulheres trabalhadoras rurais nos vários contextos de convivência em que estão presentes em comunidades rurais da Baixada Maranhense, Litoral Ocidental Maranhense. Destacando a estrutura do microssistema, no qual os processos proximais operam para produzir e sustentar o desenvolvimento das mesmas e nos possíveis impactos dessas mudanças entre outros componentes das relações de gênero que essas mulheres mantêm no âmbito doméstico, de trabalho e na comunidade. As regiões onde se realizaram os estudos trata-se de regiões que ostenta baixos índices de desenvolvimento humano e consequente dificuldade destas mulheres de sobressaírem de forma positiva como mantenedoras das relações familiares e na atuação no 1 Professora Doutora, na Universidade Estadual do Maranhão. 2 Pós-Graduanda na Universidade Estadual de Santa Catarina. 3 Professora Doutora, na Universidade Federal do Maranhão.

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Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos),

Florianópolis, 2017, ISSN 2179-510X

AS REDES DE APOIO SOCIAL, PODER, GÊNERO E

VULNERABILIDADE DE MULHERES RURAIS – O CASO DO

LITORAL OCIDENTAL MARANHENCE E A BAIXADA

MARANHENSE.

Neuzeli Maria de Almeida Pinto1

Daiana Roberta Silva Gomes2

Maria Mary Ferreira3

Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar as redes de apoio social, o poder e os padrões de

atividades, experenciadas pelas mulheres trabalhadoras rurais nos contextos em que estão envolvidas.

Destacando a estrutura do microssistema, no qual os processos proximais operam para produzir e sustentar o

desenvolvimento das mesmas e nos possíveis impactos dessas mudanças e vulnerabilidade entre outros

componentes de sua rede de apoio social e seu empoderamento. Identificando como as redes de apoio se

organizam para fins de estruturação das relações familiares, do empoderamento e da executa das atividades das

mulheres no sistema comunitário como todo. Participam da pesquisa 14 mulheres da comunidade do Litoral

Ocidental Maranhense, da comunidade de Itamatatiua/Alcântara e na comunidade de Agrovila/Palemirândia.

Para avaliar a importancia da rede de apoio, a vulnerabilidade e o empoderamento destas mulheres em suas

familias, no trabalho e na comunidade estão sendo utilizados o inventário sócio demográfico (ISD) e a entrevista

semiestruturada (ESE) e o Mapa de Cinco Campos (M5C). Em análise, pôde-se constatar a presença de uma

veemente rede de relações de apoio social dentro das comunidades, contribuindo assim para o melhor

desenvolvimento das atividades realizadas pelas mulheres, minizar a vulnerabilidade, além de auxiliar o processo

de empoderamento, o qual se analisa tendo grande destaque quando se trata do sentimento que conduz o trabalho

realizado por estas mulheres.

Palavras-chave: Mulheres, gênero, Rede de apoio social, poder, Trabalho Rural.

1. INTRODUÇÃO

Esse trabalho tem como foco a analise redes de apoio social, o poder e os padrões de

atividades, experenciadas pelas mulheres trabalhadoras rurais nos vários contextos de

convivência em que estão presentes em comunidades rurais da Baixada Maranhense, Litoral

Ocidental Maranhense. Destacando a estrutura do microssistema, no qual os processos

proximais operam para produzir e sustentar o desenvolvimento das mesmas e nos possíveis

impactos dessas mudanças entre outros componentes das relações de gênero que essas

mulheres mantêm no âmbito doméstico, de trabalho e na comunidade.

As regiões onde se realizaram os estudos trata-se de regiões que ostenta baixos

índices de desenvolvimento humano e consequente dificuldade destas mulheres de

sobressaírem de forma positiva como mantenedoras das relações familiares e na atuação no

1 Professora Doutora, na Universidade Estadual do Maranhão. 2 Pós-Graduanda na Universidade Estadual de Santa Catarina. 3 Professora Doutora, na Universidade Federal do Maranhão.

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mercado formal de trabalho. Em função da participação ativa das mulheres nas atividades

domésticas, no processo do trabalho rural e em movimentos comunitários, procurar-se-á

identificar como as relações de gênero se constituem e são organizadas para fins de

estruturação das relações familiares, a execução das atividades e o papel das mulheres no

sistema comunitário como todo. Assim como se estrutura, as suas vulnerabilidades e o

empoderamento nestas relações. Supõe-se que esses fatores integram entre si relações e

constituem desafios os quais se concretizam no cotidiano.

1.1 Mulher, Vulnerabilidade e Trabalho.

Os vários processos e tendências vividos na contemporaneidade - as novas

tecnologias, as mudanças na forma de produção, o processo de globalização e o

enfraquecimento dos laços afetivos, entre outros - trouxeram transformações marcantes para o

tecido das relações sociais no cotidiano das mulheres. O tempo dedicado hoje ao convívio

familiar diminuiu intensamente, enquanto o dedicado ao trabalho aumentou

consideravelmente (Bruschini, 2000).

Por maiores que tenham sido tais mudanças, na sociedade atual, o espaço do lar e da

família continua sendo um território prioritariamente feminino. De fato, as transformações na

sociedade contemporânea acarretaram alterações muito restritas no papel social da mulher. Ao

antigo modelo de mãe e esposa - foi apenas adicionado outro - o de trabalhadora, e as

mulheres encontram-se, assim, atualmente, divididas entre os seus múltiplos papeis, buscando

o melhor modo de conciliação entre eles. Segundo Goldenberg (2000), o que vivemos hoje

não é simplesmente uma ruptura com o passado, mas a convivência de novas visões com

antigos estereótipos e a transformação gradativa dos papeis sociais femininos (Pacheco, 1994;

2001; Rocha-Coutinho, 1998; Vaitsman, 2001).

Por outro lado, o trabalho doméstico da mulher é socialmente desvalorizado como não

produtora de valor social; não se revela o fato de que seu trabalho é indispensável para a

reprodução social. Some-se a isto o fato de que o trabalho feminino ainda tem frequentemente

uma conotação de “ajuda” para a economia doméstica, sendo a dupla jornada vista como um

fenômeno natural e não como agregação de trabalho (Bruschini, 2000; Alves, 1981).

Quando falamos da conquista das mulheres do espaço público do trabalho sabe-se que

os contextos não foram simplesmente cedidos, e sim conquistados pela força crescente da luta

feminista no país. Mas nem só de violência, de estupros, de abusos, de leis absurdas e de falta

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de representação se fazem as desigualdades de gênero. Muito mais sutilmente, das mais

diversas maneiras, elas estão sempre presentes na vida cotidiana das mulheres, inclusive em

suas atividades mais corriqueiras o que coloca as mulheres em condição de grande

vulnerabilidade.

Manifestam-se de forma muito marcante na divisão desigual dos afazeres domésticos e

de cuidados nos lares brasileiros. Uma enorme massa de trabalho, fundamental para a

sustentabilidade da vida humana, é invisibilizada e tratada como uma obrigação natural

feminina. Ao estudar os usos do tempo de mulheres ribeirinhas Pinto, Pontes e Silva (2015),

percebe-se claramente o peso muito maior das atividades domésticas no dia a dia das

mulheres. Em particular das mulheres pobres – que não têm recursos para externalizar essas

atividades e vivem em locais de pouco acesso a serviços públicos. De acordo com os dados da

PNAD de 2013, apenas 46% dos homens ocupados têm alguma participação nos afazeres

domésticos, em contraste com o percentual de mulheres, que chega a 88%. Eles gastam em

média 9,8 horas por semana em atividades domésticas, enquanto elas dedicam 20,6 horas.

Esses dados confirmam que, mesmo que as mulheres tenham jornadas remuneradas mais

curtas, sua carga total é maior, o que significa que elas realizam longas horas de trabalho

gratuito e sem reconhecimento social.

A inserção feminina no mercado de trabalho é bastante afetada por essa distribuição

do tempo injusta, mas naturalizada. As obrigações familiares fazem com que algumas

mulheres “decidam” trabalhar meio período ou se ausentar do mercado quando as cargas se

tornam pesadas demais; “optem” por trabalhar em casa para estar mais próximas das pessoas

dependentes. Esses rumos podem resultar em uma perda de autonomia pessoal e econômica,

assim como na diminuição das possibilidades de promoção laboral (Pinto, Pontes e Silva,

2015).

Embora as mulheres sempre tenham trabalhado seus esforços e suas atividades nunca

foram bem retratados ou contabilizados. O que provavelmente facilitou a saída dessas

mulheres dos seus lares para complementar o orçamento doméstico foi que, diferentemente de

hoje, elas podiam contar com um sistema de troca de serviços não remunerados entre

parentes, amigos e vizinhos, baseado nas relações de reciprocidade. Isto é, os afazeres

domésticos das mulheres são geralmente divididos com outras mulheres da sua rede de

parentesco ou vizinhança e, assim, elas podem dispor do apoio umas das outras (Pedro, 1999;

Fonseca, 2000; Soihet, 2000). Daí a importâncias das redes de apoio social, para que a mulher

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tenha possibilidade de desenvolver os seus múltiplos papeis nos vários contextos que ela está

inserida. Dada a importância das redes de apoio social, definiremos com base em vários

autores a função e caracterização das redes de apoio social.

1.2 As redes de apoio social e a atuação das mulheres nos múltiplos contextos –

Empoderamento das mulheres

Segundo Sen (2001), oferecer às mulheres educação e emprego, de maneira a

fortalecer sua autonomia, seria o primeiro passo para aumentar seu poder de voz dentro e fora

da família e permitir sua inclusão em um debate que as excluía. Além disso, os programas de

inclusão social são importantes para trazer efeitos favoráveis nas relações de poder das

mulheres, pois estudos confirmam que esses benefícios colocou a mulher em situação de

vantagem em relação aos outros membros familiares, criando um maior poder simbólico.

Portanto, o processo de empoderamento, torna-se um elemento relevante à compreensão das

possibilidades e dos limites na promoção da participação social e política das mulheres.

Além disso, a participação da mulher no mercado de trabalho é pontuada como uma

possibilidade para que ela se insira no universo de mudanças no sentido econômico, social e

psicológico. “Quando falamos em empoderamento feminino, a questão mais evidente é a

crescente dedicação das mulheres ao trabalho, o que garantiu sua definitiva inserção na esfera

pública”. (ITABORAÍ, 2003, p. 157).

Por fim, vale pontuar que Carloto e Mariano (2012), ao realizarem uma pesquisa

sobre empoderamento e trabalho, constataram que, para as mulheres, ter autonomia e poder

significa também ter mais liberdade, independência, poder viver por conta própria, não

depender de ninguém, principalmente do marido. Essas características estão intrinsecamente

associadas com o trabalho. Em contrapartida, as autoras relatam que a conciliação entre a

esfera dos cuidados intrafamiliares e o trabalho remunerado é o grande desafio a ser

transposto.

2. MATERIAS E MÉTODOS

2.1 Participantes

Participaram da pesquisa mulheres correspondente às trabalhadoras rurais do litoral

Ocidental Maranhense, da Baixada Maranhense da comunidade de Itamatatiua do município

de Alcântara/MA e comunidade da Agrovila do munícipio de Palmeirândia/MA.

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2.2 Ambiente: comunidades

O Quilombo de Itamatatiua está localizado no município de Alcântara/MA, foi

também denominado Tamatatiua, conforme consta em documentos do século XVIII.

Originou-se da antiga fazenda de propriedade da Ordem Carmelita dedicada a Santa Thereza,

de acordo com o oficio enviado em 06 de julho de 1797 pelo Governador Fernando Antônio

de Noronha.

A comunidade da Agrovila localizado na zona rural de Palmerândia/MA constitui um

assentamento rural com cerca de 800 famílias que vivem da agricultura de subsistência e de

uma pequena comercialização de produtos agrícolas, como: arroz, feijão, milho, mandioca,

maxixe, frutas e verduras. Na comunidade está estruturada uma associação de mulheres

agricultoras com grande articulação política, já participaram quatro vezes da “Marcha das

Margaridas” e atividades de inclusão, recreação e esportes destinados ao maior envolvimento

das mulheres da comunidade.

2.3 – Pesquisa de Campo

2.3.1 - Instrumentos

Os instrumentos metodológicos a serem utilizados que darão respaldo à pesquisa

qualitativa será o diário de campo (DC), o inventário sócio demográfico (ISD), a entrevista

semiestruturada (ESE), o inventário sócio demográfico (ISD) e o Mapa de Cinco Campos

(M5C) utilizado com o objetivo de identificar a estrutura (quantidade dos vínculos

estabelecidos na rede) e a função (qualidade dos vínculos) da rede de apoio das mulheres na

execução das atividades ligadas aos contextos em que participam (Samuelsson, Thernlund &

Ringstrom, 1996, adaptado por Hoppe, 1998).

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Cotidiano de atividades de trabalho das mulheres rurais - AGROVILA

As mulheres da comunidade de Agrovila estão inseridas no processo de

reivindicação dos trabalhadores rurais, compondo a associação rural da comunidade, onde o

maior número de participação é feminina, atuam também em programas dentro da

comunidade como o programa; Mais Cultura, do governo federal, o trabalho é realizado com

crianças que apreender a tocar caixas uma tradição dentro da comunidade preservando assim a

cultura local.

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O projeto agrovilas criado pelas próprias moradoras que tem objetivo de uma vida

mais saudável as trabalhadoras rurais através de exercícios físicos, além dessas atividades que

as mulheres participam dentro da própria comunidade as moradoras participam de questões

fora da comunidade buscando a igualdade entre homens e mulheres como a marcha das

margaridas que as mulheres já possuem participação ativa em quatro edições.

As mulheres também exercem trabalho no campo como o plantio de hortaliças, frutas

e etc. O trabalho com a extração da poupa de frutas serve como renda para essas mulheres que

possuem contrato com as escolas locais como fornecedoras desse produto que serve como de

merenda escolar para as crianças a retirada da poupa é realizada por um processo de

colaboração entre as mulheres foi possível perceber que não é somente a mulher que fornece o

produto que trabalha na retirada ela conta com a ajuda de outras mulheres pertencentes à

comunidade de agrovila além do fornecimento para escola às poupas são vendidas em feiras

nas localidades próximas e até mesmo dentro da própria comunidade. O trabalho remunerado

destas mulheres as tornam mais ativas dentro da comunidade e alcançam uma maior

visibilidade através das atividades que realizam. É o que demonstra a fala de Rita:

“Aqui eu planto tudo e é onde eu ganho o meu dinheiro. Isto

me dá o poder para sair e comprar o que eu quero e não

depender de ninguém, aqui no meu sitio é o meu sonho”.

Nessa mesma perspectiva, Sen (2000) sinaliza que, quando as mulheres podem

auferir renda fora de casa, e o fazem, isso tende a melhorar a posição feminina relativa,

inclusive em distribuições no âmbito familiar. Ao ter renda, a mulher passa a ter voz mais

ativa, pois depende menos dos outros. Adicionalmente, a contribuição da mulher para a

prosperidade da família se torna mais visível quando ela trabalha fora de casa e recebe um

salário.

Cotidiano de atividades de trabalho das mulheres rurais - ITAMATATIUA

A comunidade é popularmente conhecida pelo o artesanato exercito pelas mulheres,

onde as peças em cerâmica são feitas de forma manual mantendo assim um caráter rustico,

dentre as peças podemos citar panelas, vasos, escultura de mulheres, pontes e etc.

O trabalho com cerâmica já foi à renda principal da comunidade passada de geração

a geração por 200 anos e todas as famílias da comunidade realizavam o trabalho, os principais

produtos confeccionados eram vasos utilizados para o armazenamento de água, segundo uma

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das moradoras após a chegada da água encanada e materiais plásticos essa realidade se

modificou e somente algumas famílias realizam o trabalho com a cerâmica atualmente.

As mulheres são as responsáveis pela confecção do artesanato, se tem dentro da

própria comunidade a percepção que o trabalho realizado na confecção de cerâmica é um

trabalho estritamente para o sexo feminino podendo assim identificar dentro desse contexto

uma divisão sexual do trabalho, a única atividade exercida por homens (queimador) segundo

as mulheres dentro do centro de cerâmica consiste no processo de queima das peças que são

colocadas em um forno por 24 horas, por cinco dias, ou seja, podemos verificar a existência

de uma divisão sexual do trabalho mesmo que de forma “pequena” no centro de cerâmica,

segundo Bourdieu, a sociedade que forma a diferença entre os sexos biológicos, de acordo

com uma visão mítica do mundo, enraizada na relação arbitrária de dominação de homens

sobre mulheres, que também se manifesta na realidade da ordem social através da divisão do

trabalho. (BOURDIEU,2005)

As pessoas que não trabalham com a cerâmica dentro da comunidade exercem outras

funções como criação de animais e plantio de milho, mandioca e até mesmo as mulheres que

trabalham dentro do centro de cerâmica exercem outras atividades como forma de

complementar a renda familiar, essas mulheres são vinculadas ao sindicato rural de

trabalhadores rurais e dentro da própria comunidade é possível verificar uma articulação de

mulheres, pois a comunidade possui uma associação de mulheres de Itamatatiua, ou seja, as

mulheres exercem diversas atividades além da atividade domestica que na maioria das vezes

são atribuídas a elas.

3.2. Mulher, trabalho e vulnerabilidade.

As mulheres rurais das comunidades estudadas tem sua jornada de trabalho cotidiana

subestimada, pois na maioria das vezes, as atividades exercidas não se enquadram na

categoria trabalho, a desvalorização do trabalho feminino também é presente no contexto

rural, porém diferentemente do contexto urbano onde o trabalho doméstico é tido como uma

atividade não produtiva assim não gerando nenhum tipo renda e por isso ocorre sua

desvalorização do mesmo no meio rural apesar das mulheres produzirem diversos produtos

ainda sim ocorre à desvalorização isso porque muitas vezes o trabalho horta ou na criação dos

animais é visto como extensão do trabalho doméstico, caracterizando assim o trabalho como

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uma forma de “ajuda”. Além disso, o trabalho destas mulheres constitui uma atividade árdua e

de estremo esforço físico, tanto a lida na roça, como o trabalho da cerâmica das mulheres de

Itamatatiua.

As mulheres expressaram que trabalham porque precisam e “depende disso pra poder

sobreviver”, por que tem filhos que necessitam de amparo, querem melhorar de vida, pois

“sem trabalho não tem nada”, e ainda porque os valores recebidos dos programas de

transferência de renda são insuficientes. Para Brito, “a precariedade sempre esteve associada

ao trabalho feminino, [...] quando a insegurança, a instabilidade e o desemprego atingem toda

a população de trabalhadores, o trabalho masculino tende a estabilizar-se, enquanto que o

feminino tende a manter-se incerto e irregular (BRITO, 2000, p. 200)”. Fruto das novas

condições sociais, da necessidade de prover ou complementar o sustento do lar, da presença

dos filhos a permanência da mulher no mercado de trabalho tem se consolidado.

Ocorre que as relações de trabalho existentes na atualidade já não privilegiam o

trabalho como forma de suprir suas necessidades básicas, antes transforma o cotidiano a uma

condição degradante de produzirem para si meios de prover o sustento. Isso se acentua

quando se fala na questão da mulher inserida no mercado de trabalho. A realidade das

mulheres rurais não é diferente, uma vez que esta necessita se desdobrar para que possa

realizar todas as tarefas diárias na roça e na produção da cerâmica postas sob sua

responsabilidade.

Historicamente a mulher rural sobrevive às múltiplas dificuldades postas ao seu

cotidiano, seja no mercado de trabalho, seja na questão de gênero, ou mesmo dentro do seu

próprio espaço de descanso e local de aconchego, ou seja, seu local de residência, onde

deveria ser lugar de descanso e não de mais uma jornada. Aliado a isto está à dificuldade de a

mulher se reconhecer enquanto trabalhadora, sujeito de direito e assim se organizar

coletivamente como classe que vive do trabalho para então reagir contra as injustiças sociais

postas. Observa-se na fala:

“A luta é grande, acordamos muito cedo para a lida, vamos

pra roça ajudar no plantio, voltamos para dar conta do serviço

de casa e ainda vamos para o trabalho da cerâmica”.

Persiste ainda, neste sentido, a visão da normalidade quanto a extenuante carga de

trabalho, não porque essas mulheres não sonham com um futuro promissor, mas porque é isso

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que possuem, é esta a sua condição e porque depois de gastarem todas as suas energias

realizando todas as tarefas que trazem para si, fora e dentro de casa, no final do dia, não lhes

restam energias ou tempo para outras atividades.

3.3 Redes de Apoio e empoderamento - sua importância para realização e

manutenção do trabalho das mulheres.

Apesar do isolamento das mulheres do interior do Maranhão, essas mulheres

estabelecem entre si um contato mais constante, fortalecendo as redes de relações sociais e de

poder dentro da comunidade em que vivem. Pode-se dizer que este fator se amplifica em

efeitos quando se considera a cultura de sobrevivência destas famílias. Salienta-se o fato de as

atividades de trabalho e sobrevivência estarem relacionadas ao imediato - não há acúmulo ou

provisões -, o que resulta em uma grande parte do tempo livre, levando, por sua vez, em um

tempo maior de contato entre os membros familiares. Por outro lado, sua forma de sustento é

estabelecida ao redor de suas residências, o que facilita, por sua vez, o estabelecimento da

rede de suporte correspondente e domínio sobre os seus membros e familiares.

A presença e atuação das mulheres das comunidades de Agrovila e de Itamatatiua

vão além do domínio doméstico, atuando em vários contextos, mesmo que indiretamente, pois

o estímulo e a interferência estão muito relacionados ao exercício das atividades do meio

rural, manejo do solo e plantio, e a fabricação da cerâmica, atuando também na reprodução

social de valores dos grupos domésticos e da comunidade. Salientando a participação

expressiva de uma mulher como mediadora, representante e articuladora de movimentos, com

a participação na “Marcha das Margaridas”, que desenvolve ações que beneficiam as famílias

da comunidade. De fato, Figueiredo e Santana (2009) salientam que, no contexto da

organização social, a mulher ocupa um lugar de destaque como conselheira e mediadora nos

momentos de tensões e de negociações que garantem o sustento do grupo doméstico. Sendo

assim, nas comunidades, a mulher é receptiva aos serviços ofertados e que chegam à

localidade, trazidos pelo processo de globalização do mundo moderno.

Apesar da realidade de vulnerabilidade ser percebida nas comunidades e em estudos

que abordam a questão de gênero e trabalho e a partir das observações de campo, foi possível

notar que as mulheres das comunidades de Itamatatiua e Agrovila em algumas questões

conseguem construir uma participação feminina dentro das comunidades que é bastante

significativa. No processo de produção econômica das famílias tal fator vincula-se ao

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processo de autonomia feminina, e consequentemente o empoderamento dessas mulheres.

Com isto, diversos fatores podem contribuir para o processo de empoderamento entre eles, a

oferta de qualificação profissional e educação e programas de inclusão social como bolsa

família que dão autonomia as mulheres. É o que se identifica na fala de Francisca:

“Me sinto sim empoderada com o trabalho que realizo aqui na comunidade. É

através dele que conseguimos muitas coisas para s famílias e toda a comunidade. A

construção deste galpão, a água para a comunidade, a luz. Muitos projetos aqui foi

da nossa luta”.

As mulheres da comunidade de Itamatatiua realizam a confecção de cerâmica, apesar

da maior parte das trabalhadoras já serem aposentadas utiliza à cerâmica e outras formas de

trabalho para complementação da renda, as mulheres realizam todo o processo de criação dos

produtos, até a parte da venda tanto na dentro da própria comunidade que é visitada

constantemente e os turistas adquirem peças. Aas vendas dos produtos são realizadas também

na cidade de Alcântara em feiras de artesanato, onde as próprias mulheres realizam o processo

de venda e na cidade de São Luís, a negociação é realizada através de um comerciante que

adquire as peças e revendem na cidade.

Já na comunidade Agrovila as mulheres realizam o cultivo dos produtos geralmente

com a família a venda também é realizada pelas mulheres nas feiras dos municípios próximos

ou pela negociação com comerciantes que pagam pelo produto para revenda, tal processo

mostra que as mulheres das comunidades estão inseridas no processo de constituição da renda

da família que a sua participação é necessária para a constituição econômica da família

econômica.

As relações de parentesco foram observadas fortemente dentro das duas comunidades,

servindo como uma base de cooperação na manutenção do trabalho, dentro do centro de

cerâmica da comunidade de Itamatatiua, onde o trabalho é executado por um grande numero

de irmãs, amigos e sobrinhos, onde cada pessoa exerce uma atividade especifica além da

confecção da cerâmica como venda e etc. Já na comunidade agrovila é possível verificar a

união das mulheres nas relações para manutenção do trabalho e para o bem está das mesmas a

união para praticas de envolvem dança e exercícios físicos. Essas mulheres possuem diversas

redes de relações de apoio que contribuem para a manutenção do trabalho. As redes são

representadas por relações familiares, trabalho ou até mesmo das associações comunitárias.

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Na maioria das vezes, a atividade domestica também é compartilhada com outras mulheres,

facilitando assim, a execução das atividades no campo e as atividades no centro de cerâmica.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As mulheres das comunidades estudadas tem sua jornada de trabalho cotidiana

conciliada a uma multiplicidade de tarefas, e na maioria das vezes, as atividades exercidas são

desvalorizas, pois esses estão relacionados a atividades domésticas ou atividades realizadas

nos arredores do âmbito doméstico. Além disso, o trabalho destas mulheres, constituem em

atividades árduas e de estremo esforço físico.

Apesar da realidade de vulnerabilidade ser percebida nas comunidades estudas, essas

mulheres conseguem construir uma participação feminina dentro das comunidades que é

bastante significativa. No processo de produção econômica das famílias tal fator vincula-se ao

processo de autonomia feminina, e consequentemente o empoderamento dessas mulheres,

além de estarem engajadas nas associações rurais e de grupos de mulheres, o que possibilita a

formação de uma importante rede de apoio social dentro das comunidades, pois lhes permitem

circular em vários contextos distintos contribuindo assim para o processo da manutenção do

trabalho.

5. REFERÊNCIAS

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Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 & 13th Women’s Worlds Congress (Anais Eletrônicos),

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The Social Support, Power, Gender and Vulnerability Networks of Rural Women - The

Case of the Maranhense West Coast and the Maranhense Bay.

Astract: The objective of this study is to analyze the networks of social support, power and

patterns of activities experienced by women rural workers in the contexts in which they are

involved. Highlighting the structure of the microsystem, in which the proximal processes

operate to produce and sustain their development and the possible impacts of these changes

and vulnerability among other components of their social support network and their

empowerment. Identifying how support networks are organized for the purpose of structuring

family relationships, empowerment, and the implementation of women's activities in the

community system as a whole. 14 women from the Maranhense Western Coast community,

from the community of Itamatatiua / Alcântara and from the community of Agrovila /

Palemirândia participate in the study. In order to evaluate the importance of the network of

support, vulnerability and empowerment of these women in their families, at work and in the

community, the socio-demographic inventory (ISD) and semi-structured interview (ESE) ). In

the analysis, the presence of a strong network of social support relationships within the

communities was verified, thus contributing to the better development of the activities carried

out by women, to undermine vulnerability, and to assist the empowerment process, which is

analyzed Having great prominence when it comes to the feeling that drives the work done by

these women.

Key words: Women, gender, Social support network, power, Rural Work.