As Repercussões Do Novo Código de Processo Civil No Direito Do Trabalho - Avanço Ou Retrocesso?

  • Upload
    cahmis

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Autora: Suzy Elizabeth Cavalcante Koury

Citation preview

  • 254 Rev. TST, Braslia, vol. 78, no 3, jul/set 2012

    AS REPERCUSSES DO NOVO CDIGO DE PROCESSO CIVIL NO DIREITO DO

    TRABALHO: AVANO OU RETROCESSO?

    Suzy Elizabeth Cavalcante Koury*

    1 INTRODUO

    A comunidade jurdica ainda se esforava para acompanhar as diversas alteraes procedidas na Lei n 5.869, de 1973, que dispe sobre o Cdigo de Processo Civil, quando foi surpreendida com o projeto de Cdigo de Processo Civil, formulado por uma comisso de juristas, presidida pelo atual Ministro do STF, Luiz Fux, propondo uma reformulao geral da lei processual.

    Trata-se do Projeto de Lei n 8.046/2010, oriundo do Senado Federal e j aprovado nessa Casa Legislativa, tendo sido recebido na Cmara dos Deputa-dos em 22.12.2010, onde ser relatado pelo Deputado Federal Srgio Barradas Carneiro, que, alm de ter aberto prazo para emendas, pediu fosse nomeada uma Comisso Especial de juristas para auxiliar nos trabalhos.

    Foram apresentadas 900 (novecentas) emendas e o Deputado Federal Paulo Teixeira, relator geral da Comisso Especial, requereu a realizao de encontros de trabalho, abertos aos membros da Comisso, com especialistas em Direito Processual Civil, os quais foram designados para os dias 2, 3, 9 e 10 de agosto de 2012.

    A tradio personalista de nosso Direito fez com que o Cdigo de Pro-cessoCivilde1939ficasseconhecidocomoCdigoFranciscoCampos1, e o de 1973, como Cdigo Buzaid, os dois nominados em honras de seus princi-

    * Desembargadora Federal do Trabalho da 8 Regio; doutora em Direito pela UFMG; professora do Centro Universitrio do Par CESUPA.

    1 O Cdigo de 1939 teve por fundamento o trabalho apresentado pelo advogado Pedro Batista Martins, revisto pelo ento Ministro da Justia Francisco Campos, bem como por Guilherme Estellita e Abgar Renault, tendo sido promulgado pelo Decreto-Lei n 1.608, de 18.09.1939, durante a Presidncia de Getlio Vargas.

  • D O U T R I N A

    Rev. TST, Braslia, vol. 78, no 3, jul/set 2012 255

    pais idealizadores, tradio a que no foge o atual projeto, j conhecido como Cdigo Fux.

    O presente trabalho tem como proposta analisar as principais alteraes, japrovadaspeloSenado,everificarsuaaplicabilidadeaoDireitoProcessualdoTrabalho, alm de avaliar se h avano ou retrocesso e, mais, se o novo diploma proposto vai atender aos reclamos dos processualistas ptrios, no sentido de ser garantidaaefetividadedasdecisesjudiciais,afimdemelhoraraspssimasestatsticas que apontam que o Poder Judicirio deixou de solucionar, no ano de 2010, 70% dos processos a ele submetidos2.

    Para tanto, sero abordados os motivos que conduziram autonomia do Direito Processual do Trabalho, como e por quais razes ela vem sendo relativizada, para aplicarem-se normas do Cdigo de Processo Civil, da Lei da Ao Civil Pblica (Lei n 7.437/85) e do Cdigo de Defesa do Consumidor (Lei n 8.078/90), por exemplo.

    Proceder-se- anlise da integrao dos sistemas processuais na atua-lidade, destacando sua contribuio busca de maior celeridade na prestao jurisdicional.

    Porfim,seroestudadasasmudanaspropostasnoProjetodoCdigode Processo Civil, mormente as que sero aplicveis ao processo do trabalho, em observncia ao disposto no art. 769 da CLT, procurando-se, em relao s principais delas, apontar possveis avanos, retrocessos e lacunas no supridas.

    Faz-se ver que se trata de um estudo preliminar, at porque o projeto est submetido Cmara dos Deputados, mas nos parece que esse o momento para observaes e eventuais crticas, visando, se formos bem sucedidos, a contribuir, de alguma forma, para a discusso do tema.

    2 A AUTONOMIA DO PROCESSO DO TRABALHO: FINALIDADE

    A institucionalizao do Direito do Trabalho em nosso ordenamento jurdico foi efetivada em um perodo poltico centralizador e autoritrio, que se estendeu de 1930 a 1945, e que teve, como pice, a sua estruturao em um nico diploma normativo, a Consolidao das Leis do Trabalho (Lei n 5.452, de 01.05.1943), que reuniu, alterou e ampliou a legislao trabalhista existente, tanto material quanto adjetiva.

    2 Justia em nmeros. Fonte: CNJ.

  • D O U T R I N A

    256 Rev. TST, Braslia, vol. 78, no 3, jul/set 2012

    No campo do Direito Comum, estava em vigor o Cdigo de Processo Civil de 1939, que era inspirado pelos princpios da oralidade, da concentrao dos atosedaidentidadefsicadojuiz,masquetinhagrandeinflunciapositivista.

    A CLT, sendo diploma especial, e tendo criado um microssistema jurdico, contemplou regras processuais diversas das aplicveis no processo comum, com oprecpuoobjetivodesimplificaretornarmaiseficienteoprocessotrabalhis-ta, bem como de fazer vigorar, tambm no Direito Processual do Trabalho3, o carter tutelar do Direito Material do Trabalho, tendo sido o primeiro diploma legal a aproximar-se da moderna teoria da instrumentalidade do processo, como j salientou Ada Pellegrini Grinover4, que, ao escrever sobre o processo do trabalho e o processo comum, destacou, verbis:

    () a instrumentalidade do processo que, conquanto autnomo, est conexo pretenso de direito material e tem como escopo a atua-o da norma objetiva e a viabilizao da tutela do direito violado ou ameaado. O processo, o procedimento e seus princpios tomam feio distinta, conforme o direito material que se visa proteger.

    De igual sorte, ensina Didier que h uma relao circular entre o Direito material e o processual, de tal sorte que a separao que se faz entre direito e processo no pode implicar um processo neutro em relao ao direito material que est sob sua tutela5.

    poca da promulgao da CLT, houve grande discusso acerca da autonomia do Direito Processual do Trabalho em relao ao Direito Processual Civil, sustentando os monistas que o primeiro seria simples desdobramento do segundo,noqueeramcontestadospelosdualistas,queafirmavamaautonomiado Direito Processual do Trabalho, por dispor de legislao prpria, princpios e regras peculiares, institutos prprios, juzos especializados e autonomia didtica6.

    Em que pese a defesa da autonomia pela maior parte da doutrina, todos concordam que o legislador celetista criou um sistema aberto, na medida em que possibilitou, aplicando o princpio da subsidiariedade, consagrado nos

    3 Cita o autor, como exemplos, a gratuidade do processo para os empregados, a inverso do nus da prova atravs de presunes e o impulso processual ex officio, pois o empregador raramente o ru. Cf. GIGLIO, Wagner. Direito Processual do Trabalho. 7. ed. So Paulo: LTr, 1993. p. 106.

    4 Apud GIGLIO, op. cit., p.105.5 DIDIER Jr., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introduo ao Direito Processual Civil e processo

    de conhecimento. v. 1. 13. ed. Salvador: Juspodivm, 2011. p. 25.6 Cf. LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 9. ed. So Paulo: LTr,

    2011. p. 89-91.

  • D O U T R I N A

    Rev. TST, Braslia, vol. 78, no 3, jul/set 2012 257

    arts. 769 e 889 da CLT, a aplicao, nos casos omissos, do direito processual comum, exceto naquilo em que fosse incompatvel com as normas processuais trabalhistas.

    A previso contida no art. 769 da CLT foi chamada pela doutrina de clusula de conteno das normas do processo civil, funcionando tal qual uma vlvula, que, em cada caso concreto, pode ser mantida hermeticamente fechada ou ser aberta pelo intrprete ou pelo julgador.

    Desse modo, quando estava em vigor o Cdigo de Processo Civil de 1939, no havia aplicao subsidiria do CPC dada a clara incompatibilidade com as normas previstas na CLT.

    O Cdigo de Processo Civil de 1973 (Cdigo Buzaid), apesar de ter emprestado uma melhor sistematizao s regras processuais e garantido auto-nomiacientficaaoProcessoCivil,enalteciaoconceitualismoeoformalismo,consagrando um processo moroso e paternalista com o devedor, paternalismo esse que era externado pela maior preocupao com tutelas protetivas ao patri-mnio do devedor e com custos altos para o autor, razo pela qual se manteve firmementefechadaavlvuladeconteno.

    Com as reformas da legislao processual, levadas a efeito, principal-mente pelas Leis ns. 11.232/05, 11.276/06, 11.277/06, 11.280/06 e 11.382/06, dentreoutras,asituaofoimodificada,passandooprocessocivilcomumatrazer uma srie de disposies que permitiram alcanar maior efetividade na prestao jurisdicional e reduzir a durao do processo.

    Por assim ser, e com fundamento no art. 769 da CLT, imps-se a aplica-odosdispositivosquepotencializaramoalcancedofimmaior,ditadopelaConstituio de 1988, de garantir aos litigantes a razovel durao do processo (art. 5, inciso LXXVII), e que, o prprio legislador processual trabalhista, de muito,fezconstarnoart.765daCLT,quandoafirmouqueojuizdevevelarpelo rpido andamento das causas.

    Nesse sentido, ensina Souto Maior7:

    Ora, se o princpio o da melhoria contnua da prestao juris-dicional, no se pode utilizar o argumento de que h previso a respeito na CLT, como forma de rechaar algum avano que tenha havido nesse sentido no processo comum, sob pena de se negar a prpria inteno do legisladoraofixaroscritriosdeaplicaosubsidiriadoprocessocivil.

    7 SOUTOMAIOR,JorgeLuiz.ReflexosdasalteraesdoCdigodeProcessoCivilnoProcessodoTrabalho. In: Revista LTr. So Paulo, v. 70, n. 8, agosto 2006, p. 920-930, p. 920-921.

  • D O U T R I N A

    258 Rev. TST, Braslia, vol. 78, no 3, jul/set 2012

    Notoriamente, o que se pretendeu (da o aspecto teleolgico da questo) foiimpedirqueairrefletidaeirrestritaaplicaodasnormasdoprocessocivil evitasse a maior efetividade da prestao jurisdicional trabalhista que se buscava com a criao de um procedimento prprio na CLT (mais clere, mais simples, mais acessvel). Trata-se, portanto, de uma regra de proteo,quesejustificahistoricamente.Nosepode,porbvio,usararegra de proteo do sistema como bice ao seu avano. Do contrrio, pode-se ter um processo civil mais efetivo que o processo do trabalho, o que inconcebvel, j que o crdito trabalhista merece tratamento privilegiado no ordenamento jurdico como um todo.

    Em suma, quando h alguma alterao no processo civil o seu reflexonaesfera trabalhistaspodeserbenfico, tantosoboprismado processo do trabalho quanto do direito do trabalho, dado o carter instrumental da cincia processual.

    No se diga que a ideia acima exposta conduziria insegurana jurdi-ca, pois o preenchimento de lacunas pelo recurso s regras do processo civil deve ser sempre pautado pelos princpios que regem o Direito Processual do Trabalho, mormente os da efetividade, da celeridade e da simplicidade, de tal sorte que se observe a recomendao de Karl Larenz, no sentido de que o juiz podedecidir,atmesmo,emdesacordocomumanormaespecfica,desdequeo faa em consonncia com os princpios que regem o ordenamento jurdico, ou seja, extra legem, mas intra jus8.

    Deve-se, portanto, luz do Projeto de Cdigo de Processo Civil, perquirir se, com a sua reformulao, vai continuar se apresentando mais dinmico e efetivo do que o laboral, situao que ocorreu com as reformulaes ocorridas nofinaldosculoXX.

    3 AS LACUNAS E SUA COLMATAO: A MXIMA EFETIVIDADE DA TUTELA JURISDICIONAL

    Uma vez assentada a possibilidade de aplicao ampla ao processo do trabalho das novas normas do processo civil, desde que proporcionem o atendi-mento dos princpios da mxima efetividade da prestao da tutela jurisdicional e da razovel durao do processo, emprestando, em consequncia, maior efetividade s decises, faz-se necessrio examinar, luz das diversas teorias,

    8 LARENZ, Karl. Metodologia da Cincia do Direito. Lisboa: Calouste Gulbenkin, 1978. p. 468.

  • D O U T R I N A

    Rev. TST, Braslia, vol. 78, no 3, jul/set 2012 259

    como colmatar as lacunas9 encontradas pelo intrprete, dentro da chamada integrao do ordenamento jurdico.

    Segundo Bobbio10, que utiliza a terminologia proposta por Carnelutti, h dois mtodos para completar um ordenamento jurdico, a saber: a heteroin-tegrao e a autointegrao.

    A heterointegrao operada atravs do recurso a ordenamentos jurdicos diversos, bem como do recurso a fontes diversas daquela que dominante, a qualidentificada,nosordenamentosquetemossobosolhos,comalei.Aau-tointegrao, por sua vez, cumprida atravs do mesmo ordenamento jurdico, no mbito da mesma fonte dominante, sem recorrncia a outros ordenamentos e com o mnimo de recursos a fontes diversas da dominante, apoiando-se, particularmente, na analogia e nos princpios gerais do direito.

    Note-se que, nos sistemas jurdicos continentais, como o brasileiro, prevalece a autointegrao, pois o recurso aos costumes, ao poder criativo dos juzes e opinio dos juristas, prprios da heterointegrao, mais adequado aos sistemas da common law.

    Partindo-sedessaclassificao,pode-seafirmarqueoescopodopresenteestudo a autointegrao dos processos do trabalho e civil comum, quanto s mudanas propostas pelo Projeto de Cdigo de Processo Civil, no que diz respeito ao suprimento de lacunas existentes no primeiro, o que autorizado pelos arts. 769 e 889 da CLT

    Diversos doutrinadores estudaram as chamadas lacunas, conceituando-as eclassificando-asdediferentesformas11.

    Comparando-seasclassificaesofertadasporNorbertoBobbio,KarlEngischeMariaHelenaDiniz,pode-seafirmarquetodosconsideramque,almdas lacunas normativas, h o que o primeiro chama de lacunas ideolgicas ou objetivas, o segundo, de lacunas secundrias e, a ltima, de lacunas ontolgicas e axiolgicas.

    9 Destaca-se que se est tratando das lacunas no que diz respeito completude ou incompletude do ordenamento jurdico, e no do que Hart denomina de problemas de penumbra, que correspondem s lacunas de conhecimento e de reconhecimento, consoante Maria Helena Diniz Cf. Compndio de Introduo cincia do Direito. 20. ed. So Paulo: Saraiva, 2009. p. 424-429.

    10 BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurdico. 10. ed. Traduo por Maria Celeste Cordeiro Leite dos Santos. Braslia: UnB, 1999. p. 146

    11 Paraumamploestudodasdiversasclassificaes,Cf.CHAVES,LucianoAthayde.AslacunasnoDi-reito Processual do Trabalho. In: CHAVES, Luciano Athayde (Org.). Direito Processual do Trabalho: reforma e efetividade. So Paulo: LTr, 2007. p. 52-96.

  • D O U T R I N A

    260 Rev. TST, Braslia, vol. 78, no 3, jul/set 2012

    As lacunas objetivas ou ideolgicas so, consoante Bobbio12, aquelas que dependem do desenvolvimento das relaes sociais, de todas aquelas causas que provocam o envelhecimento dos textos legislativos, independendo da vontade do legislador. Corresponderiam, segundo ele, na oposio entre aquilo que a Lei diz e aquilo que deveria dizer para ser perfeitamente adequada ao esprito de todo o sistema13.

    Engisch14 explica as lacunas secundrias como lacunas do Direito vi-gente, decorrentes da mudana das concepes da vida, sendo manifestadas deformasupervenienteelaboraodanorma,emvirtudedamodificaodascircunstncias e dos valores relativos ao seu objeto.

    Preferimosutilizar,nesteestudo,aclassificaodeMariaHelenaDiniz15, por consider-la mais didtica e pelo fato de ser baseada na trplice dimenso do sistema jurdico (normas, fatos e valores), assim enunciada:

    a) lacunas normativas: ocorrem quando h a ausncia de norma sobre determinado assunto;

    b) lacunas ontolgicas: ocorrem quando existe a norma positiva a regular a situao ou caso concreto, mas ela no mais corresponde aos fatos sociais e ao progresso tcnico, que produziram o seu envelhecimento ou ancilosamento; e

    c) lacunas axiolgicas: ocorrem quando existe um dispositivo legal aplicvel ao caso, mas que, se aplicado, produziria uma soluo insatisfatria ou injusta.

    A colmatao, tanto das lacunas ontolgicas como das axiolgicas, deve sempre partir da busca da maior efetividade da prestao jurisdicional, pautada na garantia constitucional da razovel durao do processo e nos valores que informam os direitos material e processual do trabalho, o que, como ensina Bezerra Leite, pressupe (...) a interpretao evolutiva do art. 769 da CLT, para permitir a aplicao subsidiria do CPC no somente na hiptese (tradi-cional) de lacuna normativa do processo laboral, mas tambm quando a norma do processo trabalhista apresentar manifesto envelhecimento que, na prtica, impedeoudificulta a prestao jurisdicional justa e efetiva desse processoespecializado16.

    12 Cf. Op. cit., p. 139-145.13 Id. ibid, p. 145.14 Apud CHAVES, op. cit., p. 66-68.15 Op. cit., p. 426-429.16 Op cit., p. 99-100.

  • D O U T R I N A

    Rev. TST, Braslia, vol. 78, no 3, jul/set 2012 261

    Portanto, no se pode interpretar o art. 769 da CLT17 como possibilitador da colmatao apenas das lacunas normativas, mas sim de toda e qualquer lacu-na, quer seja ontolgica, quer seja axiolgica, parecendo-nos ser essa a anlise que devemos realizar para responder se uma norma processual comum se aplica ou no ao processo do trabalho, no perdendo de vista a questo colocada, de formasimples,maseficaz,porSoutoMaior18:

    Dito em outras palavras, mais claras e diretas: quando algum diz que foram formuladas mudanas no Cdigo de Processo Civil, o processualista trabalhista deve indagar: alguma das inovaes traz benefciosefetividadedoprocessodotrabalho,parafinsdemelhorfazer valer os direitos trabalhistas? Se a resposta for negativa, ou at o contrrio, que representa uma formalidade capaz de gerar algum bice a esse propsito, deve-se concluir sem medo de estar errado: ento, no preciso nem dizer quais foram as tais alteraes.

    Essa a pergunta que buscaremos responder na anlise de algumas das novas disposies do CPC e de sua aplicabilidade ao processo do trabalho.

    4 AS LACUNAS ONTOLGICAS E AXIOLGICAS E O CPC DE 1973

    Ultrapassada a ideia de que se deve manter, a qualquer custo, a preva-lncia da norma processual trabalhista perante a norma processual civil, para passar-se a buscar, sempre, a aplicao daquela que, no caso concreto, promo-va uma prestao jurisdicional mais clere, o que se coaduna com o carter instrumental do processo, faz-se necessrio, como ensina Wolney Cordeiro19, manter a identidade do processo laboral, recorrendo aos princpios prprios e especficosdoDireitodoTrabalhoparatanto:

    Essesprincpiosprprioseespecficosservemcomoanteparoideolgico para a efetivao da aplicao das normas de processo co-mum.Essascaractersticasbasilares,portanto,devemseridentificadas

    17 O Projeto de Lei n 7.152/06, do ento Deputado Antnio Fleury, arquivado pela Mesa da Cmara em 19.02.08, previa a criao de um pargrafo nico ao art. 769, nos seguintes termos: O direito pro-cessual comum tambm poder ser utilizado no processo do trabalho, inclusive na fase recursal ou de execuo, naquilo em que permitir maior celeridade ou efetividade de jurisdio, ainda que existente norma previamente estabelecida em sentido contrrio.

    18 Op. cit., p. 921.19 CORDEIRO, Wolney de Macedo. Da releitura do mtodo de aplicao subsidiria das normas de direito

    processual comum ao processo do trabalho. In: CHAVES, Luciano Athayde (Org.). Direito Processual do Trabalho: reforma e efetividade. So Paulo: LTr, 2007, p. 26-51, p. 40. Destaca ele como principais caractersticas do processo do trabalho: a postura inquisitorial do juiz, o regime das despesas processuais, a concentrao dos atos do processo em audincia e o sistema recursal prprio.

  • D O U T R I N A

    262 Rev. TST, Braslia, vol. 78, no 3, jul/set 2012

    afimdequeosprocessosdeaplicaosubsidiriapreservemaessnciaautnoma do processo trabalhista. Notem que a autonomia atribuda a esse ramo da processualstica praticamente se exaure no seu aspecto protecionista,todavia,suficienteparaedificarumaestruturaprpriaeinconfundvel com o processo civil.

    Note-se que o Enunciado n 66 da 1 Jornada de Direito Material/Proces-sual do Trabalho, realizada em conjunto pela ENAMAT, pelo Tribunal Superior do Trabalho, pela Associao Nacional dos Magistrados da Justia do Trabalho (ANAMATRA), e com o apoio do Conselho de Escolas de Magistratura Tra-balhista (CONEMATRA), de 21 a 23 de novembro de 2007, na sede do TST, exatamente nesse sentido:

    APLICAO SUBSIDIRIA DE NORMAS DO PROCESSO COMUM AO PROCESSO TRABALHISTA. OMISSES ONTO-LGICA E AXIOLGICA. ADMISSIBILIDADE. Diante do atual estgio de desenvolvimento do processo comum e da necessidade de se conferir aplicabilidade garantia constitucional da durao razovel do processo, os arts. 769 e 889 da CLT comportam interpretao conforme a Constituio Federal, permitindo a aplicao de normas processuais mais adequadas efetivao do direito. Aplicao dos princpios da instrumentalidade, efetividade e no retrocesso social.

    Faz-se importante destacar, luz das mudanas do atual Cdigo de Pro-cesso Civil acima referidas, que o colendo Tribunal Superior do Trabalho tem prestigiado a tese de que h possibilidade de suprir, tambm, lacunas ontolgicas e axiolgicas, e no somente as normativas20, como uma interpretao restritiva do princpio da subsidiariedade poderia indicar.

    Com efeito, o c. TST, no inciso IX da Instruo Normativa n 16, estabe-leceu a possibilidade de a parte declarar autnticas as peas juntadas ao agravo de instrumento, tendo deixado de aplicar o art. 830 da CLT, nos exatos termos do 2 do art. 544 do CPC e, em consequncia, suprindo lacuna ontolgica, na medida em que a prtica confere celeridade ao processo.

    De igual sorte, a nova redao da Smula n 330 do c. TST, que aplica de forma direta o art. 475, 2 e 3, do CPC, em detrimento da regra especial, prevista no art. 1 do Decreto-Lei n 779/69, quanto remessa ex officio das sentenas proferidas contra a Fazenda Pblica, importa o suprimento de lacuna

    20 Para um amplo estudo das alteraes do CPC de 1973 e suas repercusses no processo do trabalho, cf. COSTA, Marcelo Freire Sampaio. Reflexos da Reforma do CPC no Processo do Trabalho: leitura constitucional do princpio da subsidiariedade. So Paulo: Mtodo, 2007.

  • D O U T R I N A

    Rev. TST, Braslia, vol. 78, no 3, jul/set 2012 263

    ontolgica, na medida em que, nos tempos atuais, em que a Fazenda Pblica tem rgos de defesa estruturados, no h porque submeter-se toda e qualquer deciso ao segundo grau de jurisdio, ainda que no tenha havido recurso. Restou suprida, assim, lacuna ontolgica.

    Como ensina Luciano Athayde Chaves21, tambm quanto necessidade de ser tomado o termo de compromisso do perito, consoante o art. 827 da CLT, os tribunais trabalhistas tm aplicado o art. 422 do CPC, que o dispensa, o que constitui suprimento de lacuna axiolgica, na medida em que vai ao encontro da celeridade que prpria do processo do trabalho.

    Note-se, tambm, que tem prevalecido, no c. TST, o entendimento de que a hipoteca judiciria22, prevista no art. 466 do CPC atual, pode ser aplicada aoprocessodotrabalho,inclusivedeofcio,noconflitandocomodispostonoart. 899 da CLT, pois salutar efeito das decises condenatrias ao pagamento de prestao em dinheiro ou em coisa, garantindo a efetivao do direito reco-nhecidoparte,fimmaiordoprocessodotrabalho.

    Deve-se ressaltar que, em que pese os exemplos acima mencionados, no caso do art. 475-J do CPC, o c. TST, atravs de sua SDI-I23, por maioria, entendeu pela sua inaplicabilidade ao processo do trabalho por 3 razes prin-cipais,asaber:1)hnormasespecficasnoprocessodotrabalho,nasquaisno h previso de multa para a hiptese do executado no pagar a dvida ao receber a conta lquida; 2) o art. 769 da CLT s permite a aplicao supletiva das normas do Cdigo de Processo Civil se o processo se encontrar na fase de conhecimento e se presentes a omisso e a compatibilidade; e 3) porque, na

    21 Cf. Op. cit., p. 72.22 HIPOTECA JUDICIRIA. DECRETAO DE OFCIO. POSSIBILIDADE. O entendimento desta

    Corte no sentido de que a hipoteca judiciria perfeitamente aplicvel ao processo do trabalho, nos termos do art. 769 da CLT, diante da ausncia de incompatibilidade com as normas da legislao trabalhista. De outra parte, o art. 466 do CPC atribui sentena condenatria a caracterstica de ttulo constitutivodehipotecajudiciria,almdoquevisagarantiraeficciadeumafuturaexecuo,comvistas a evitar que a deteriorao do patrimnio do devedor cause inviabilidade de recebimento do crditopeloautor.Noprocessodotrabalho,talmedidatambmsejustifica,tendoemvistaanaturezaalimentar dos crditos deferidos. Assim, nos termos do art. 466 do CPC, a hipoteca judiciria efeito da sentena condenatria, razo pela qual pode ser concedida ex officio pelo Juiz, ainda que no haja pedido nesse sentido. Incidncia do bice da Smula n 333 do TST e do art. 896, 4, da Consolidao das Leis do Trabalho (Processo n TST-RR-162500-63.2009.5.03.0042, Rel. Min. Pedro Paulo Manus, j. 27.06.2012).

    23 Processo TST-E-RR-38300-47.2005.5.01.0052, publicado em 17.06.2011. In: .Acessoem:19jul.2012

  • D O U T R I N A

    264 Rev. TST, Braslia, vol. 78, no 3, jul/set 2012

    fase de execuo, deve haver a aplicao subsidiria da Lei n 6.830/80, que disciplinaosexecutivosfiscais,consoanteoart.889daCLT24.

    Assim, pode-se concluir, que, de um modo geral, o c. TST tem entendido pela possibilidade de suprimento no s de lacunas normativas como tambm de lacunas ontolgicas e axiolgicas do processo laboral pelo recurso ao processo civil comum, com fundamento no art. 769 da CLT, passando-se, ento, a analisar se, aprovado o Projeto de Cdigo Civil, devero a jurisprudncia e a doutrina, em face das principais inovaes, manter fechada a vlvula de conteno ou a abrir, sempre se tendo em mente a advertncia de Bebber25, que, lembrando a razo para a qual foram criadas, a saber, impedir que regras processuais co-muns e especiais ingressassem no processo do trabalho, sobrepondo-se a ele, queeramuitomelhor,afirma:

    As regras de conteno (CLT, arts. 769 e 889) devem, por isso, seraplicadascomomesmoespritojustificadordesuasexistncias.Ouseja: deve-se impedir que as regras processuais comuns e especiais da execuofiscalingressemnoprocessodotrabalhosobrepondo-seaestesomentequandosemostraremretrgradasedeficitrias.

    comessevisquesepassaranlisedospossveisreflexosdaapro-vao do Projeto de Cdigo de Processo Civil no processo do trabalho.

    5 O PROJETO DE CDIGO DE PROCESSO CIVIL E SEUS POSSVEIS REFLEXOS NO PROCESSO DO TRABALHO: AVANO OU RETROCESSO?

    A Exposio de Motivos do Projeto de Cdigo de Processo Civil deixa claro que se busca um processo mais clere, justo e menos complexo, o que, em tese, levaria o intrprete a considerar, como premissa, que as alteraes surgidas deveriam ser aplicadas ao processo do trabalho.

    Todavia,noissoqueseverificaemgrandepartedosdispositivosqueconstam do Projeto aprovado pelo Senado.

    24 Poder-se-iaobjetarqueaCLTnotratouespecificamentedamatria,detalsortequehaverialacu-na normativa, bem como que o c. TST aplica outras multas do CPC, como a multa por embargos declaratrios procrastinatrios, como j entendeu, por maioria, a c. 1 Turma do TST (Processo n TST-RR-135800-87.2006.5.13.0006, Rel. Min. Luiz Philippe Vieira de Mello), acrescentando-se o argumento da perfeita compatibilidade com os princpios do direito processual laboral, deciso essa que foi reformada pela SDI-1.

    25 BEBBER, Jlio Csar. Cumprimento da sentena no Processo do Trabalho. 2. ed. So Paulo: LTr, 2007. p. 20.

  • D O U T R I N A

    Rev. TST, Braslia, vol. 78, no 3, jul/set 2012 265

    Com efeito, em relao maior parte das disposies novas, assim enten-didas aquelas que no se encontram albergadas pelo CPC de 1973, devem ser mantidasfirmesascontenesdosarts.769e889daCLT,sobpenadegraveretrocesso no processo do trabalho.

    Cite-se, por primeiro, a disposio contida no art. 10 do Projeto, que prestigia o que a doutrina nomina de contraditrio material, a saber:

    Art. 10. O juiz no pode decidir, em grau algum de jurisdio, com base em fundamento a respeito do qual no se tenha dado s partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matria sobre a qual tenha de decidir de ofcio.

    O dispositivo proposto vai de encontro ao objetivo de celeridade, desta-cado na Exposio de Motivos, na medida em que, ignorando o brocardo d-me o fato, que te darei o direito, impe ao juiz, ainda quando, por exemplo, constate nulidade absoluta, a prvia oitiva das partes para que a declare. No h qualquer possibilidade de sua aplicao subsidiria ao processo do trabalho, na medida em que violaria os princpios da informalidade, da concentrao e da celeridade, que informam esse ramo do direito.

    Omesmoseaplicaaoart.76doProjeto,segundooqual,verificadair-regularidade de representao das partes, o juiz dever suspender o processo, marcando prazo razovel para que seja sanado o defeito, o que impe a aplicao da clusula de conteno.

    O Projeto trata, ainda, do procedimento para a aplicao da teoria da desconsiderao da personalidade jurdica nos arts. 77 a 79, em relao ao qual h lacuna normativa no processo do trabalho, mas apenas parcial, na me-dida em que o 2 do art. 2 da CLT j prev a hiptese de responsabilizao solidria da empresa principal e de cada uma das demais integrantes do grupo econmico, o que dispensa, por si s, a necessidade de instaurao do incidente nessas hipteses.

    A criao do incidente de desconsiderao da personalidade jurdica tambm contradiz o objetivo de celeridade, pois h previso de prazo comum de 15 dias, para defesa e requerimento de provas, aps o que ser instrudo o incidente e proferida deciso interlocutria.

    Mais uma vez, ressalta-se que a aplicao do incidente no se adqua ao processo do trabalho, na medida em que contraria os princpios da concentrao dos atos e da celeridade, alm de possibilitar a interposio de mandado de segurana em relao deciso interlocutria proferida, vez que descabe agravo deinstrumentoparaessefimnoprocessolaboral,posioessaque,registro,no

  • D O U T R I N A

    266 Rev. TST, Braslia, vol. 78, no 3, jul/set 2012

    serpacficanadoutrinaenajurisprudnciaeemmuitoprejudicaraexecuodas decises, com a efetiva entrega da tutela jurisdicional.

    Apesar de o novo Cdigo no tratar do processo coletivo, o que representa falha substancial, na medida em que se tem aplicado as regras do Cdigo de Defesa do Consumidor para o regular, o projeto emite sinais contrrios cole-tivizaodasdemandas,comoseverifica,porexemplo,nopargrafonicodoart. 18, segundo o qual, havendo substituio processual, o juiz determinar que seja dada cincia ao substitudo que, se nele intervir, far cessar a substituio, o que a transforma em representao processual. Cite-se, ainda, a previso de limitao do litisconsrcio facultativo quanto ao nmero de litigantes ( 1, 2 e 3 do art. 112).

    No art. 120 do Projeto, foi criada restrio ao juiz para proferir deciso com fundamento na equidade, o que no aplicvel ao processo do trabalho, que tem disposio prpria a respeito (art. 8 da CLT).

    De igual sorte, o art. 186 do Projeto, que determina que, na contagem do prazo em dias, sejam observados apenas os teis, no se aplicar ao processo do trabalho, haja vista a existncia de disposio expressa a esse respeito na CLT (art. 775).

    O art. 291 do Projeto estabelece que, antes de proferir sentena sem resoluo de mrito, o juiz dever conceder parte oportunidade para, se possvel, corrigir o vcio, o que tambm no se coaduna com os princpios da concentrao dos atos e da celeridade, que informam o processo do trabalho.

    No inciso II do art. 304, o Projeto possibilita que o autor, at o saneamen-to do processo, que sequer ocorre no processo do trabalho e, portanto, aps a contestao, com o consentimento do ru, adite ou altere o pedido e a causa de pedir, assegurado o contraditrio, abrindo-se novo prazo ao ru para contestar e facultando-se o requerimento de prova complementar, o que tambm no se adqua ao processo do trabalho por ferir os princpios da concentrao, do informalismo e da celeridade.

    O Ttulo II do Projeto, que compreende os arts. 500 a 523, representa substancial retrocesso, na medida em que desprestigia o que Dinamarco26 nomi-na de sincretismo processual, segundo o qual, s sentenas de mrito, segue-se a execuo, independentemente de novo processo, o que tinha sido introduzido pelas reformas do CPC de 1973.

    26 Cf. DINAMARCO, Cndido Rangel. Execuo civil. 8. ed. So Paulo: Malheiros, 2002. p. 138-9.

  • D O U T R I N A

    Rev. TST, Braslia, vol. 78, no 3, jul/set 2012 267

    Com efeito, retoma o Projeto a ideia de execuo como fase autnoma, como evidencia o disposto no art. 510, que trata dos requisitos da petio inicial decumprimentodefinitivodasentenacondenatriaemquantiacerta.

    Note-se que o processo do trabalho sempre se pautou pela celeridade na execuo,quepodeterincioporatooficialdojuiz(art.878daCLT),oquejera um grande avano no sentido do sincretismo, de tal forma que grande parte das alteraes procedidas no CPC de 1973 estava sendo aplicada na Justia do Trabalho.

    Se aprovado o Projeto de Cdigo Civil, o processo civil vai regredir no quedizrespeitosexecuesprovisriaedefinitiva,emrelaoaoprocessodotrabalho, de tal forma que se deve mant-lo protegido, recorrendo ao disposto nos arts. 769 e 889 da CLT.

    6 CONCLUSO

    A criao de clusulas de conteno, representadas pelos arts. 769 e 889 da CLT, tem razes histricas, consubstanciadas na necessidade de se manter a celeridade e a efetividade, que eram garantidas pelo processo do trabalho, ao contrrio do que acontecia com o processo civil comum e com as execues fiscais,quandodaentradaemvigordaCLT.

    A colmatao, tanto das lacunas ontolgicas como das axiolgicas, do processo do trabalho deve sempre partir da busca da maior efetividade da prestao jurisdicional, pautada na garantia constitucional da razovel durao do processo e nos valores que informam os direitos material e processual do trabalho.

    Grande parte das alteraes procedidas no CPC de 1973 representava avano no sentido da garantia da efetividade do processo, de tal sorte que a doutrina e a jurisprudncia majoritrias defenderam a sua aplicao no processo do trabalho.

    O Projeto de Cdigo de Processo Civil no supre diversas lacunas on-tolgicas do processo coletivo do trabalho, nem d ensejo ao suprimento de lacunas normativas e axiolgicas, diversas das j supridas com o recurso ao CPC de 1973, mormente aps as reformas por ele experimentadas. Ao contrrio. Contm diversas disposies que, ao invs de garantirem maior celeridade ao processo, o retardaro, o que impe a concluso de que as clusulas de con-teno do processo laboral (arts. 769 e 889 da CLT) devero ser mantidas, a fimdequenoseodesnature.

  • D O U T R I N A

    268 Rev. TST, Braslia, vol. 78, no 3, jul/set 2012

    BIBLIOGRAFIA

    BEBBER, Jlio Csar. Cumprimento da sentena no Processo do Trabalho. 2. ed. So Paulo: LTr, 2007.

    BOBBIO, Norberto. Teoria do ordenamento jurdico. 10. ed. Braslia: UnB, 1999.

    CHAVES, Luciano Athayde. As lacunas no Direito Processual do Trabalho. In: CHAVES, Lu-ciano Athayde (Org.). Direito Processual do Trabalho: reforma e efetividade. So Paulo: LTr, 2007. p. 52-96.

    CORDEIRO, Wolney de Macedo. Da releitura do mtodo de aplicao subsidiria das normas de direito processual comum ao processo do trabalho. In: CHAVES, Luciano Athayde (Org.). Direito Processual do Trabalho: reforma e efetividade. So Paulo: LTr, 2007. p. 26-51.

    COSTA, Marcelo Freire Sampaio. Reflexos da reforma do CPC no Processo do Trabalho: leitura constitucional do princpio da subsidiariedade. So Paulo: Mtodo, 2007.

    DIDIER Jr., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introduo ao direito processual civil e processo de conhecimento. v. 1. 13. ed. Salvador: Juspodivm, 2011.

    DINIZ, Maria Helena. Compndio de introduo cincia do Direito. 20. ed. So Paulo: Sa-raiva, 2009.

    GIGLIO, Wagner. Direito Processual do Trabalho. 7. ed. So Paulo: LTr, 1993.

    LARENZ, Karl. Metodologia da Cincia do Direito. Lisboa: Calouste Gulbenkin, 1978.

    LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 9. ed. So Paulo: LTr, 2011.

    SOUTOMAIOR,JorgeLuiz.ReflexosdasalteraesdoCdigodeProcessoCivilnoProcessodo Trabalho. In: Revista LTr, So Paulo, v. 70, n. 8, agosto 2006, p. 920-930.