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Premiar e promover o sucesso das empresas nacionais. Conheça em: premiosexportacaoeinternacionalizacao.negocios.pt Vencedores 2018 Este suplemento faz parte integrante do Jornal de Negócios n. o 3896 de 18 de Dezembro de 2018, e não pode ser vendido separadamente. As campeãs das exportações Análise Mercado internacional faz melhores empresas Estratégia A qualidade da gestão é decisiva Desafios Os exemplos da Rodi e da Feedzai Saiba quem são as 16 empresas premiadas na oitava edição Nuno Fonseca

Ascampeãs dasexportaçõescofinaeventos.pt/.../uploads/2018/12/ilovepdf_merged-18.pdf · 2018-12-18 · Unidos,propostasdeacordosbila-terais,orecrudescimentodeideias nacionalistas,oBrexit”,refereAl-bertoCastro.“Nãoquerdizerque

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Premiar e promover o sucesso das empresas nacionais.

Conheça em: premiosexportacaoeinternacionalizacao.negocios.pt

Vencedores 2018

Este suplemento faz parte integrante do Jornal de Negócios n.o 3896de 18 de Dezembro de 2018, e não pode ser vendido separadamente.

As campeãsdas exportações

AnáliseMercado internacional faz melhores empresasEstratégiaA qualidade da gestão é decisivaDesafiosOs exemplos da Rodi e da Feedzai

Saiba quem são as 16 empresaspremiadas na oitava edição

Nuno Fonseca

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II|

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8ª edição do PrémioExportação e Interna-cionalização, uma ini-ciativado Novo Banco

e do Jornal de Negócios em parce-riacomaIberinformPortugal, rea-lizou-se no majestoso Salão árabeno Palácio da Bolsa, no Porto, a 23

de Outubro. Estas 16 empresas sãoas campeãs da exportação e inter-nacionalização, e juntaram-se aoclube exclusivo das 133 empresaspremiadas nas anteriores sete edi-ções do prémio.

Como revelou António Rama-lho, presidente executivo do NovoBanco, “esta amostra de empresas,quetêmcrescidoaumritmodedoisdígitos,estãomuitoacimadamédiadas empresas portuguesas tanto naperformance como no crescimen-to do emprego, e são empresas queexportam para vários destinos, en-

quanto69%dasempresasexporta-doras têm apenas um mercado”.

“O trabalho do júrié muito faci-litado pelaqualidade dos indicado-res que a Iberforum e a equipa doNovoBanconosapresentaram”,ex-plicou Gonçalo Lobo Xavier, quecom Alberto Costa e Filipe de Bot-tonconstituemojúridoprémioEx-portação e Internacionalização.Existem algumas empresas que noinício do desafio de 2011-2012 fo-ram premiadas com menções hon-rosas, e que agorachegaramapata-mares superiores na sua perfor-

manceexportadoraedeinternacio-nalização, referiu Gonçalo LoboXavier.

Empresas mais saudáveis“Mas não são apenas os suspeitosdo costume a apostar na exporta-ção, mas é indicadorde que háumatendência e um apetite para queminiciou a sua abertura ao mundo eque foi premiado por isso”, salien-tou Gonçalo Lobo Xavier.Acrescentou que é uma “evidênciaque quem está mais exposto aosmercados internacionais tem uma

FILIPE S. FERNANDES

A

ENTREGA DE PRÉMIOS

NEGÓCIOS INICIATIVAS Prémios Exportação e Internacionalização

Empresas exportadorastêm melhor performanceAs15 empresas galardoadas são as campeãs da exportação e internacionalização,e juntaram-se às 133 empresas premiadas nas anteriores sete edições do prémio.

A entrega de prémios realizou-se no salão árabe do Palácio da Bolsa, no Porto, como forma de reconhecimento do poder exportador da Região Norte.

75%EXPORTAÇÕESDependem de milempresas portuguesas,o que revela umagrande concentração.

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SUPLEMENTO|

III

O desígnio das empresas é aexpor-tação e a internacionalização, e é“porque tem de ser”, sublinhou Al-berto Castro, professornaCatólicaPorto Business School. “Por equí-voco,durantealgunsanos,quemdi-rige as empresas e quemdeterminaas políticas públicas julgaram queera possível ter um futuro focadosapenas no mercado interno”. Masnum país pequeno, com pouco po-derdecompra,assimquehouveumabalo, como a crise de 2010-2014,“a maré baixou, e foi assim que seviu quem estava a nadar sem cal-ções”, ironizou.

Peranteestasituaçãodedificul-dade, muitas empresas “ousaramolharparafora,primeiroporneces-sidade, mas como mostram os nú-meros, de uma forma persistente.Saíram para sobreviver, mas de-ram-se como novo contexto e mui-tas delas não saberão viverde outromodo”. Acrescentouque“hojeéumprocesso virtuoso”.

Falta de mão-de-obraO peso das exportações no PIB na-cional estánaordem dos 46%, mashápaíseseuropeussemelhantesemque atinge 60 e 70%. Estaevoluçãofoi conseguida graças à capacidadeprodutivainstalada,masquetemdeser aumentada para se crescer.

“Há uma falta significativa demão-de-obraemPortugal,porisso,se queremos passar de 46% para60% das exportações no PIB só háumamaneira, que é aumentaro va-lor acrescentado e as exportaçõesemvalor”,sentenciouVítorFernan-des, administradordo Novo Banco.

Para isso é necessário que sefaça mais investimento em novastecnologias, skills técnicos, produ-tos, marketinge mercados. AlbertoCastro deu o exemplo do calçadopara referir que não é suficiente oinvestimentosenãohouverboages-

tão. “As máquinas serviam para fa-zerumcalçado mais oumenos cor-rente, e para fazer outro de maisqualidade. As vezes aqualidade atéaumentavamais pelaincorporaçãodo saber fazer do que pelaautoma-tização”. O salto teve que ser feitoporoutrascomoodesigneomarke-tin, por exemplo

Háoutras soluções e outros ca-minhos, considera Alberto Castro.“Temosatentaçãodasoluçãodeta-manho único, mas este não serveparatodos”. As empresas que estão

nosmercadosinternacionais,tantointernacionalizadascomoexporta-doras, “têm uma qualidade de ges-tão muito acima das outras”, subli-nhaAlberto Castro. “Isto é decisivoporque não se faz um país diferen-te se não tivermos muito mais qua-lidade de gestão”.

Os riscos do futuroAlberto Castro não deixade referirasameaçasexternasàsexportações.NofimdoséculoXIX,opesodoco-mércio mundial no PIB mundialera muito maior do que durante amaiorpartedoséculoXX,lembrou.Só nos anos 1980 é que o comérciointernacional voltouaganharpeso.Nestearcodetempohouveonacio-nalismo, o fechamento de frontei-ras, as guerras mundiais.

“Hoje olhando paraenvolventeháacontecimentosetendênciasquenãodeixamdenospreocuparcomoa guerra comercial China-EstadosUnidos, propostas de acordos bila-terais, o recrudescimento de ideiasnacionalistas, o Brexit”, refere Al-berto Castro. “Não quer dizer quevenha o Diabo mas teremos de es-tar preparados e continuar a fazerpela vida”.�

performance e uma saúde fi-nanceira e uma capacidade deinvestir maior”.

Estaafirmação foicorrobo-radaporAntónioRamalho,queargumentou que “as empresasexportadoras têm um maiorcrescimento, uma maior mar-gemlíquida, mesmo trabalhan-docommercadosdeexigênciascompetitivas mais elevadas,criam mais capital, e maioresvolumesdeautonomiafinancei-ra. São mais saudáveis do pon-todevistadaperformanceedosnúmeros que apresentam”.

Esta é uma das razões paraque dois terços do activo NovoBanco esteja aplicado em em-presas e que 60% das empresasexportadoras, acima de 2,5 mi-lhões de euros de vendas, sejamclientes do Novo Banco, comoprimeiro ou segundo banco.

A importância do turismoO presidente executivo referiu-se ainda à performance das ex-portações portuguesas que em2107 foramde 17,7 mil milhõesde serviços e 34,4 mil milhõesde bens e mercadorias. Neste

aspecto realçou que os grandescrescimentos têmvindo das ac-tividades turísticas e a impor-tância que têm tido como ala-vancas do desenvolvimento es-tratégico do país.

Referiu que as empresas deperfil exportador passaram de27 mil para 37,9 mil empresas,mas que “a concentração é si-gnificativa e que 75% do totaldas nossas exportações assen-tam basicamente no top 1000das empresas portuguesas, oquesignificaqueosníveisdeex-portações estão ainda assimconcentradosmascaminhandono sentido correcto de ummaior alargamento da base”.

Segundo o Banco de Portu-gal em 2017, o ganho de quotados exportadores portuguesesvoltouasersignificativo,ascen-dendo a 2,8 pp (face a 3,6 pon-tos percentuais nos dois anosanteriores).Prevêqueem2020o valordas exportações de bense serviços deverásituar-se 67%acima do nível registado em2008, sendo de destacar a evo-lução da componente de turis-mo.�

Nuno Fonseca

Há falta de mão-de--obra em Portugal,só há uma maneirade aumentar asexportações que pelovalor acrescentado.VITOR FERNANDESAdministrado do Novo Banco

A qualidade de gestãoé estratégica

Muitas empresas vão ter de investir porque têm a capacidade produtivaesgotada ou novos mercados ou para aumentar o valor acrescentado.Mas a solução nem sempre é mais investimento mas sim melhor gestão.

Paulo Fernandes, presidente da Cofina, e António Ramalho, CEO do Novo Banco.

Nuno Fonseca

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IV|

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asviagensquefazianoiní-cio dos anos 1990, Ma-nuela Medeiros, que ain-

da hoje é a accionista de referênciada empresa, via conceitos de aces-sórios de moda que na altura nãoexistiamemPortugal, umapercep-ção que levou a empreendedora acriar uma marca que apresentasseprecisamente essaofertaàs mulhe-resportuguesas.Em1994,aParfois“nascedodesejodepoderdemocra-tizaroacessoàmodaatodasasmu-lheres”.

Direccionada para um tipo declientes“confiantes,independentesemodernas”,nadescriçãododirec-tor-geral, Sérgio Marques, a reta-

lhistade acessórios de modavai fe-char este ano com uma facturaçãopróximados 290 milhões de euros.Mais de 80% do negócio é feito naexportação, com destaque para osmercadosdeEspanha(vale120mi-lhõesdeeuros)França(30milhõesdeeuros)eItália(19milhõesdeeu-ros).

AempresadeRioTinto,nocon-celhodeGondomar,contacom939lojas abertas – 805 delas fora dePortugal, espalhadas por 64 países– e prevê atingir as mil no primeirosemestre do próximo ano. Nos pla-nos para 2019, adianta o responsá-vel executivo, está um investimen-to de 30 milhões de euros.

Este valoraaplicarno próximoano incluirá a abertura dessas no-vas lojas, mas também aremodela-ção de outras já existentes, o au-mento da capacidade logística nocentrodedistribuiçãodaempresaeainda um novo escritório para asede. Outra novidade recente des-tacada pelo gestor foi a introduçãode umagamade roupa,assimcomopeças em prata e em aço.

Na folha salarial tem actual-mente 3.121 funcionários directos(um número que não conta com aparte do negócio que é feitano mo-delo de “franchising”), dos quais1.200emPortugal.Apenasnomer-cado doméstico, esta empresa do

sector da moda e vestuário estimacontratar mais 130 pessoas ao lon-go dos próximos 12 meses. E istosem ter qualquer instalação indus-trial. “Toda a nossa produção é ex-ternalizada em parceiros cuidado-samente seleccionados e com umrigoroso controlo de qualidade as-segurado por equipas nossas naspróprias fábricas”, elucida SérgioMarques.

Conselhos e desafiosPara uma empresa portuguesa serbem-sucedidanos mercados inter-nacionais, o director-geral da Par-foissublinhaqueéimportante“tes-tar bem o conceito que se pretende

‘levarparafora’eassegurarquetemo nível de qualidade” equivalenteaosconcorrentesquealivaienfren-tar.Assimcomo“terumbalançoro-busto, que permitanão só o investi-mento necessário nessa etapa,como aguentar as dificuldades edesaires que certamente irão acon-tecer”.

Ter uma equipa experiente emtrabalhar os mercados que se pre-tende explorar, assim como alocaros recursos humanos e materiaisnecessários para essa tarefa, sãooutros conselhos. Incluindo equi-pas locais. É que, acrescentao ges-tor, “trabalhar apartir de Portugal,no escritório, normalmente traz

PARFOIS PRÉMIO EXPORTAÇÃO - MELHOR GRANDE EMPRESA EXPORTADORA SERVIÇOS

“Democratizou a moda”e chega às mil lojas em 2019A retalhista de acessórios de moda faz 80% do negócio no estrangeiro e está a investir 30 milhõespara ampliar a rede comercial, aumentar a capacidade logística e construir um novo escritório.

NEGÓCIOS INICIATIVAS Prémios Exportação e Internacionalização

N

O presidente do Novo Banco, António Ramalho, entregou o prémio à representante da Parfois, Susana Coerver.

Nuno Fonseca

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Em2017,aoperadoraindianaRe-liance Jio contratou a Wit comofornecedora de tecnologia demessaging, voz e vídeo sobre IP,para o lançamento de uma rede4G. Este operadorbateuo recorddo mundo em termos de taxa decrescimento, mesmo quandocomparado com o WhatsApp,Skype e Facebook, e neste mo-mento tem já mais de 200 mi-lhões de utilizadores, conta LuísSilva, CEO e fundador da WitSoftware.

“Anossaconcorrênciaestánomercadoglobal,nãoemPortugal.Nestemomentoconcorremosdi-retamente, na nossa área de pro-duto,essencialmente comquatroempresas dos Estados Unidos euma empresa da Coreia do Sul”,

explicaLuísSilva.Aempresatemcerca de 340 colaboradores, nasuagrandemaioria,sãoengenhei-ros de software e têm de concor-rer com empresas “com milharesou dezenas de milhares de enge-nheirosaoseuserviço,bemcomoavaliações em Bolsa de outra di-mensão”.

Em 40 paísesAempresanasceucomaambiçãoinicial de desenvolver softwareparao mercado global, apartirdePortugal. O primeiro cliente foi aVodafone Portugal, tendo depoisentrado no Grupo Vodafone. Se-guiram-se clientes no Canadá enos Estados Unidos e, daí emdiante a empresa intensificou oseu percurso internacional.

Neste momento, a Wit temsoftwareaexecutaremmaisde40países no mundo e entre os prin-cipais clientes da WIT encon-tram-se o Vodafone Group (com25 operadores internacionais),Deutsche Telekom (Alemanha),Swisscom (Suíça), Reliance Jio(Índia), NTT Docomo, KDDI,Softbank(Japão),Singtel(Singa-pura), Telstra (Austrália),Everything Everywhere (UK),Eir (Irlanda), Century Link(USA), entre outros.

Aempresa dedica-se exclusi-vamente ao sector das telecomu-nicações, que pesa 95% no volu-medenegóciosdecercade29mi-lhõesdeeurosem2017.ParaLuísSilva,a“fórmuladediferenciaçãoencontra-se na forma como tra-

balhamos: com agilidade, desen-volvendo software de qualidade,sendo honestos e transparentes,mostrando capacidade de inova-ção e, ainda, nanossaambição desermos uma pequena empresa,com os olhos postos em conquis-tar o mercado global”.

Em 2017 foi distinguida peloLondon Stock Exchange comoumadas emporesas mais inspira-doras. Para Luís Silva explica-seporque a empresa trabalha em“tecnologias emergentes e emprojetosmuitointeressanteseino-vadores, com a visão clara de quediariamente de ajudaros clientesa criar o futuro”. Além disso, fo-cam-se na atracção de talento enaretenção do seu capital huma-no.� FILIPE S. FERNANDES

maus resultados”.Quais são os maiores desafios

que enfrenta agora nos mercadosexternos? “São muitos, com parti-cularidades próprias de cada mer-cado. Anível geral, acapacidade deamarcasetornarconhecidaéoquemaissobressai.Temosalgunsdesa-fios importantes específicos de al-guns mercados, como a crise quehoje atravessao Médio Oriente, e aextrema dificuldade existente noIrão paraimportarmercadoria. E ésempre um desafio ter as pessoascertas e necessárias para trabalharos mercados”, responde SérgioMarques.�

ANTÓNIO LARGUESA

Toda a nossa produçãoé externalizadaem parceiroscuidadosamenteseleccionados e comum rigoroso controlode qualidade por partede equipas nossasnas próprias fábricas.

É sempre um desafioter as pessoas certase necessáriaspara trabalharos mercados.SÉRGIO MARQUESDirector-geral da Parfois

939LOJASA Parfois contaactualmente com 939lojas abertas, estando805 delas fora dePortugal, em 64 países.

WIT SOFTWARE MENÇÃO HONROSA MELHOR GRANDE EMPRESAEXPORTADORA SERVIÇOS

Uma pequena empresacom ambição globalA empresa dedica-se agora exclusivamente ao sector das telecomunicaçõese está em concorrência com com quatro empresas dos Estados Unidose uma empresa da Coreia do Sul.

Susana Órfão da Wit Software com o prémio que distingue as campeãs da internacionalização e da exportação.

Nuno Fonseca

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m Março 2018 a Alminadeu início à extracção eprocessamentodominé-

rio de zinco, que em ano cruzeiropoderá corresponder a cerca 220mil toneladas de concentrado dezinco,contendocercade100milto-neladas de zinco metal e a cerca de45miltoneladasdeconcentradodechumbo, e aindacercade 25 mil to-neladas de chumbo metal.

ComoexplicaLuísMaia,admi-nistradordaAlmina, o investimen-tonoarranquedaproduçãodecon-centrados de zinco rondou os 70milhões de euros. O zinco veio-sejuntaràvocaçãoinicialdaminaqueera a produção de concentrado decobre. Isto permite um “melhoraproveitamento do ciclo de preçodos metais e, do ponto de vistaeco-nómico,fazsentidoutilizarasinfra-estruturas para a exploração alter-nada dos dois minérios”.

Curiosamente, a Lundin Mi-ning Corporation,anteriorproprie-tário da mina, tinha iniciado, emAbril de 2008, a título experimen-tal e sem expressividade, a produ-ção de Zinco, e feito em Setembrode 2008 testes para a produção decobre.

O mercado do zinco equivale ametade do mercado do cobre, mascom este investimento a empresapode aproveitar a alta do preço dezinco, devido ao encerramento dealgumasminasemtodoomundo.OvolumedenegóciosconsolidadodoGrupo Almina, em 2017 foi de 142milhõesdeeuroseoEBITDAfoide70 milhões de euros, e as previsõesapontam para uma performanceeconómico-financeiracomvaloressemelhantes em 2018.

LuísMaiaexplicaque,comofa-zem“umaexploraçãoalternada,fa-lamos sempre de 100% de cobre ou100%dezinco,sendoominérioque

exploramos/processamos actual-mente”. Emtermos de mercados, ocobre vai sobretudo para a Ásia,com especial destaque a China. Asexportações de zinco dirigem-separaaEuropae, emmenorpercen-tagem, para a China.

Aljustrel recuperadaA mina de Aljustrel foi compradaem finais de 2008 pelaAlmina, umempresa partilhada pela famíliaCosta Leite, da Vicaima, e pelos ir-

mãos Martins, da Martifer. O pro-jecto de investimento visava a pro-dução de concentrados de cobre,tendo-se efectuado o primeiro em-barque de concentrado de cobre de1.800toneladasemMarçode2011.Nesseanoforamprocessadasnafá-brica500 mil toneladas de minériode cobre, produzindo 24 mil tone-ladas de concentrado contendoaproximadamente 5,5 mil tonela-das de metal.

Entre 2012-2017 desenvolve-

ram-se os jazigos de Feitais e Moi-nho em profundidade, e foi feita aaquisiçãodeumterceiromoinhodebolas para a fábrica de concentra-do.Aproduçãoaumentouparacer-ca de 3 milhões de toneladas porano,resultandocercade120milto-neladas de concentrado de cobre,contendoaproximadamente30miltoneladas de cobre metal.

Desde a reabertura das minasde Aljustrel em 2009, a empresamineira já investiu, até ao final de

NEGÓCIOS INICIATIVAS Prémios Exportação e Internacionalização

Depois de um investimento de 70 milhões de euros, as minas de Aljustrel passaram a produzirconcentrado de chumbo. Passou a ser uma alternativa à produção de concentrado de cobre.

ALMINA PRÉMIO EXPORTAÇÃO - MELHOR GRANDE EMPRESA EXPORTADORA BENS TRANSACCIONÁVEIS

Humberto da Costa Leite, presidente da Almina recebeu o prémio que destaca o seu negócio de minas.

FILIPE S. FERNANDES

E

Uma aposta duplano cobre e zinco

Desde areaberturadas minas em2009, a Alminajá investiu,até final de 2017,300 milhõesde euros.

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SUPLEMENTO|

VII

Hoje no mundo circulam mais de 90 milhões de veículos compeças feitas pelas empresas do Schmidt Light Metal Group.

O Schmidt Light Metal Groupproduz peças em alumínio, porfundição injectada, exclusiva-mente para a indústria automó-vel. Como diz Filipe Villas Boas,administrador do Schmidt LightMetal Group, “99% danossapro-dução é exportada, sendo resi-dual o comercializado em terri-tório nacional. Este ano iremosproduzir cerca de 6,3 milhões depeças, sendo que circulam hojeno mundo mais de 90 milhões deveículos compeças feitas nanos-sa organização”.

A empresa nasceu, em 1989,pela mão de dois alemães, HansKupper e RalfSchmidt, que co-nheciamaqualidadedaproduçãode moldes e de peças para auto-móveis, e tendo por localizaçãoOliveira de Azeméis, dada a suatradição na área de injecção emoldes.

Em2006, Hans Kupperven-deu a sua quota, e o capital pas-sou a ser partilhado entre RalfSchmidt, Marc Schmidt e FilipeVillas-Boas, pai do treinador defutebol André Villas-Boas. Foiestasaídaque deuorigemàreno-meação de uma das empresas, aSLM, Fundição Injectada e aconsequente criação do SchmidtLight Metal Group.

Mercado alemãoEsta origem viria a marcar as re-lações comerciais da empresa,que tem como principal destinodas peças o mercado automóvelalemãoeosseusconstrutores,quetambém têm fábricas na Áustria,Hungria, Eslováquia, Polónia eBulgária. As peças são fornecidasparaseremutilizadas no produtofinal que é o automóvel, por issovendem tanto directamente aOEM (Original Equipment Ma-nufacturer),porexemploogrupoVW, que inclui aAudi, Seat, Sko-

da, Bentley, Porsche e Lam-borghini, como indirectamente aTier 1 (fornecedores directos dasOEM).Esta forte presença faz com queexistam peças da empresa emquase todas as marcas de carrosalemães. Um dos objectivos tra-çadosnaestratégia decrescimen-to para o futuro está a entrada nomercado automóvel britânico.Aempresa já fez grandes investi-mentosemrobotizaçãoeautoma-tização.Porissoograndefoco,éodesenvolvimentoeareconversão

das pessoas. “Aevolução tecnoló-gica tem uma velocidade expo-nencial,paraaqualaspessoasnãoestão preparadas. A importânciadofactorhumanonummundodemáquinas é um foco que não de-vemos perderde vistae saberquecompetências humanas são es-senciaisparaosucessonummun-do dominado portecnologia”, re-fere Filipe Villas Boas.

Cria soluçõesOSchmidtLightMetalGroupvaifechar o ano de 2018 com um vo-lume de negócios de 54 milhõesdeeuros,oquerepresentaumau-mento de 13,5% face ao ano ante-rior.

O grupo é composto por trêsempresas que se articulam paracriar soluções integradas paraosclientes. É uma fundição de ligasleves, como o alumínio, molda-das em moldes, que também fa-bricam, e são acabadas com ma-

quinagem. Existe uma unidadecentral que é a Schmidt LightMetal, e depois duas especializa-das, uma na fabricação de mol-des, que a Autoconceptus, e ou-tra na maquinagem.

Uma das particularidades nana indústria automóvel, é que ofornecedorde determinado com-ponente, é o único fornecedordesse mesmo componente. o quegera uma relação de co-depen-dência entre o fornecedor e ocliente.

Esta tipo de relação levou aSchmidtLightMetal Group ain-vestirnacapacidade de desenvol-ver uma solução para o cliente enão se ficarapenas pelaproduçãodapeçaemfundição injectada. “Asolução, de A a Z, de montante ajusante, até à entrega da peça, épensada, desenhada e produzidapor nós”, refere Filipe Villas-Boas.�

FILIPE S. FERNANDES

Peças de automóvelcom vocação alemã

SLM MENÇÃO HONROSA - MELHOR GRANDE EMPRESAEXPORTADORA BENS TRANSACCIONÁVEIS

Nuno Fonseca

Filipe Villas-Boas ostenta o prémio que distinguiu Schmidt Light Metal Group.

Nuno Fonseca

54MILHÕES DE EUROSÉ a previsão para ovolume de negóciosem 2018.

2017, cerca de 300 milhões de eu-ros, dos quais 150 milhões nos últi-mos três anos, com o projecto dezinco. Actualmente trabalhamcer-cade1100pessoas,dasminasdeAl-justrel, cercade 600 pelaAlminaeas restantes de empresas contrata-das. Para Luís Maia, os desafiospara o futuro da Almina passampela“contínuaprospecçãodenovasreservasdeminérioseaimplemen-tação de um processo contínuo demelhoria da produtividade”. �

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VIII|

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NEGÓCIOS INICIATIVAS Prémios Exportação e Internacionalização

O CEO João Miranda recebeu a distinção para a Frulact durante a cerimónia realizada no Palácio da Bolsa, no Porto.

Nuno Fonseca

maior âncora para o des-envolvimentodaFrulact?O “foco accionista” no

crescimento. João Miranda nãotem dúvidas de que “ter umaestru-tura accionista que não se importade abdicar dos dividendos, tendocomo contrapartidaavalorização esustentabilidade do projecto em-

presarial, foi sempre a chave para alibertação de meios paraos investi-mentosemnovasgeografiasquesu-portaram o crescimento continua-do do projecto”. Uma atitude con-tagiante para as equipas, compos-tas actualmente por 755 colabora-dores “que evidenciam uma ambi-çãofantásticaedesafiante,manten-do em tensão toda a organização,com exigência e profissionalismo”.

“Esta atitude virtuosa de, embloco,conseguirmosvitóriascolec-tivas, é o estímulo paraos accionis-tas nunca dizerem ‘não’ a um novodesafio, pois aconfiançanaorgani-

zação é robustae avisão de globali-zar o projecto, bem como a de ser-mos a empresa mais inovadora dosector, continua a ser o nosso farol,e aquela em que verdadeiramenteacreditamos paratornarmos o pro-jecto Frulactperene e sustentável”,completao gestornortenho, que li-dera o negócio criado em 1987 nofundodoquintaldafamília,emMa-tosinhos,equecontinuaaser100%familiaremtodasasgeografiasondeestá presente.

Integrando o “top 5” dos maio-res fabricantes mundiais de prepa-rados à base de fruta para a indús-

triaalimentar,ogrupotemtrêsuni-dadesindustriaisemPortugal,duasem Marrocos, uma em França, ou-tra na África do Sul e abriu a oitavae mais recente no Canadá, que ini-ciou operações em Junho de 2017.E foi essa nova fábrica canadiana,queresultoudeuminvestimentodaordem dos 20 milhões de euros epermitiuabrirnovosmercadosparao grupo no mercado norte-ameri-cano, a par do “forte crescimento”das vendas no mercado da ÁfricaSubsariana – “compensaram posi-tivamente o continuado abranda-mento dos últimos anos do merca-

do europeu” –, que vão permitirdarumsalto no volume de negócios, de112 para115 milhões de euros no fi-nal deste ano.

Consolidar e investirO negócio internacional (isto é, asoma das exportações a partir dePortugal e das vendas das unidadesno estrangeiro) tem um peso de97,5% na facturação, com vendasem 41 países. Ainda assim, o VelhoContinente continuaarepresentar58% do total, com destaque para acomercialização na França.

Depois de ter assentado o cres-

FRULACT PRÉMIO SECTOR ESTRATÉGICO - INDÚSTRIA AGRO-ALIMENTAR

Capital e ambição são “ingredientes”para triunfar no estrangeiroA multinacional da Maia é uma das maiores fabricantes mundiais de preparados à base de fruta para aindústria alimentar, detendo um total de oito fábricas em Portugal, Marrocos, França, África do Sul e Canadá.

ANTÓNIO [email protected]

A

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SUPLEMENTO|

IX

cimentodonegócio‘core’sobre-tudonoinvestimentodirectoemunidadesindustriaisnoexterior,João Miranda expressa agoraque “o crescente desafio é comoconsolidar e estruturar os pro-cessos e as operações de formacentral,emcontextosdistintosecada vez mais exigentes”.

No entanto, o líderdaforne-cedora de ingredientes de valoracrescentado para as indústriasalimentares e de bebidas, comaplicação nos lacticínios, paste-laria, gelados, sobremesas ou nafabricaçãodeprodutosàbasede

carne, promete continuar a in-vestir nas suas plataformas in-dustriais.

E explicou que vai fazê-loprincipalmente em tecnologiasemergentes para aumentar aprodutividade e asegurançaali-mentar. É que, justificou o em-presário,osciclosdeinvestimen-to são cadavez mais curtos, comexigência de capital intensivo, evão além dos necessários para ocrescimento da actividade, sen-do “cada vez mais importantesnoparqueindustrialqueficaob-soleto cada vez mais rápido”.�

“Sendo a capacidade financeira acondição base para qualquer pro-cesso de internacionalização, po-demos dizer que o sucesso exigetempo, capacidade de adaptação econhecimento dos mercados”. Ra-quel Vieira de Castro não guarda“segredo” sobre as razões para otriunfo fora de portas da empresadafamília, que vaijánaterceirage-ração. E sabe também que “a mu-dança acelerada dos canais de dis-tribuiçãoedoshábitosdeconsumorepresentamgrandesdesafiosàor-ganização em si e ao desenvolvi-mento do portefólio”.

Fundadahá75anos,aVieiradeCastrotemactualmentetrêsgamasdeprodutos:asbolachas,quevalem81% das receitas e têm várias cate-gorias,comoÁguaeSal,Digestivasou Maria; nos chocolates desta-cam-se as amêndoas e drageias; e agama de rebuçados de mentol(Mentolis) e frutas (Flocos de

Neve).Em2018,afacturaçãodeveau-

mentar de 35 para 38 milhões deeuros, “o que se deve à consolida-ção dos mercados estratégicos e deparcerias estratégicos, como tam-bémaodesenvolvimentodoporte-fólio, fortemente marcado pela di-ferenciação e inovação”.

Segundo os dados cedidos pelaadministração, metade das vendasé proveniente da exportação, comos mercados do Brasil, Reino Uni-do, Angola, França, China, Japão eFinlândiaaequivaleremacercade30% do volume de negócios.

Sobre os planos paraainterna-cionalização,aadministradorares-pondeu que “a aproximação aosmercados, com operações comer-ciais e logísticas, faz parte daestra-tégia de desenvolvimento” da em-presa de Vila Nova de Famalicão,que já tem uma sucursal no ReinoUnido,comrespectivaoperaçãolo-

gística, para abastecimento diárioaos parceiros locais.

Comcercade 300 trabalhado-res, a Vieira de Castro conta comtrês fábricas no Minho – duas debiscoitaria e uma de confeitaria –,com uma capacidade de produçãode 30.000 toneladas. Uma dispo-nibilidade industrial que tambémcede aoutras marcas, além de pro-duzir as insígnias da grande distri-buição, apresentadas como “umacomponente estratégica” para aempresa.

“Paraalém de estarmos inseri-dos num mercado de pequena di-mensão,asparceriasquedesenvol-vemos nesta área, a nível nacional,mastambéminternacional,permi-tem-nos uma maior aceleração donegócio como um todo e umamaior dinâmica nos processos deinovação”, justifica Raquel Vieirade Castro.�

ANTÓNIO LARGUESA

Fundada há 75 anos, a Vieira de Castro faz 81% das vendas nasbolachas e metade da produção segue para mercados externos,como Brasil, Reino Unido, Angola, França, China, Japão e Finlândia.

VIEIRA DE CASTRO MENÇÃO HONROSA SECTOR ESTRATÉGICO- INDÚSTRIA AGRO-ALIMENTAR

Exportações “adoçam”negócio do Minho

Nuno Fonseca

A Vieira de Castro foi outra das empresas agro-alimentares distinguidas neste prémio.

115FACTURAÇÃOO volume denegócios vai subireste ano de 112para 115 milhõesde euros.

8FÁBRICASA Frulact temunidades industriaisespalhadas porum total de cincopaíses.

98%INTERNACIONALO peso do negóciointernacionalé 97,5% dafacturação, comvendas em 41 países.

Ter uma estruturaaccionista que nãose importa de abdicardos dividendos, tendocomo contrapartidaa valorização esustentabilidade doprojecto empresarial,foi sempre a chavepara a libertaçãode meios para osinvestimentos emnovas geografias quesuportaram ocrescimentocontinuadodo projecto.

O crescente desafioé como consolidare estruturar osprocessos e asoperações de formacentral, em contextosdistintos e cada vezmais exigentes.JOÃO MIRANDACEO da Frulact

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m 2005 quando a Frese-nius Kabi comprou a La-besfal-Laboratórios Al-

miro,estaexportavamenosdequa-tro milhões de euros, hoje vendeparaosmercadosexternosvinteve-zesmais,paratodososcontinentes,num total de 70 países, Representacercade10%daexportaçãoemme-dicamentos de produção nacional.Desde então criaram, ainda, cerca

de 200 empregos e hoje empregamàvolta650 trabalhadores.

Os principais produtos são pe-nicilinas e cefalosporinas na formade pó para injectável, comprimidosesoluçõesinjectáveis,emgrandevo-lumeepequenovolume(soros,am-polas),tendotidoumvolumedene-gócios de 123 milhões de euros em2017.

A fábrica em Portugal forneceo mercado mundial, com excepçãoda China e Estados Unidos. Osprincipais mercados são a Alema-nha e a Ásia, seguindo-se Espanhae o Reino Unido. Os principaisclientes são hospitais. O acesso aosmercados é uma das grandes van-

tagens de fazer parte da FreseniusKabi, tal como a vantagem de con-tinuar a crescer de forma susten-tável.

Digitalização em forçaNos últimos 10 anos, foraminvesti-dosnocomplexoindustrialcercade55 milhões de euros, naconstruçãode duas unidades de raiz e de umcomplexologísticofarmacêutico.Oúltimo grande investimento foi em2017quandoforaminstaladasduasnovaslinhasdeproduçãodeantibió-ticos na sua fábrica de Santiago deBesteiros, em Tondela.

O novo edifício de 6 mil m2 foiconstruídoparaalbergarduasnovas

linhas, que vão produzir penicilinapara administração intravenosa.Estaexpansão,querepresentouuminvestimento de 17 milhões de eu-ros, levou à criação de cerca de 80novos postos de trabalho.

Na inauguração desta fábrica,Michael Schönhofen, administra-dor da Fresenius Kabi e presidentedaDivisãoFarmacêuticareferiuqueo“investimentoéumclarocompro-metimentocomanossafábrica.Fazparte também, daconcretização docompromisso que assumimos dedisponibilizarmedicamentosdeele-vadaqualidade adoentes emtodo omundo”.

Digitalização em forçaALabesfal está a responder aos de-safiosdadigitalização.Aolongodosúltimosanos,têmimplementadová-rias ferramentas digitais. Umas fo-ram desenvolvidas internamente etêm sido também exportadas paraoutrasfábricasdogrupo.Outrassãodesenvolvidas a nível mundial pelacasa-mãe e depois adoptadas emPortugal. É uma aposta do grupo eque se vai manter nos próximosanos.

Os desafios principais advêmprincipalmente da necessidade deharmonização da implementaçãodos projectos numaactividade comregulação, legislação e regulamen-tação fortes e por vezes diferencia-da, com produtos, processos e tec-nologias diferentes.

SegundoaLabesfaladiferencia-ção faz-se pelo portfólio alargado epelofornecimentodealgunsprodu-tos exclusivos para o mercado hos-pitalar.AunidadeprodutivaemPor-tugaljáédasmaisavançadasemter-mos tecnológicos.

Aempresafoi fundadapelo far-macêutico João Almiro (1926-2017) e que era conhecido pelasuaacçãosocialjuntodosmaisdesfavo-recidos. e vendida, quando erageri-da pelo genro, Joaquim Coimbra,em 2005 pelo Grupo Fresenius. �

NEGÓCIOS INICIATIVAS Prémios Exportação e Internacionalização

LABESFAL PRÉMIO EXPORTAÇÃO + EMPREGO

Penicilina de Tondela para hospitaisem todo o Mundo

Paulo Mendes, da farmacêutica Labesfal- Laboratórios Almiro, ostenta o prémio recebido pela criação de emprego.

Nuno Fonseca

A fábrica em Portugal tem como principais mercados a Alemanha, a Ásia, comexcepção da China, seguindo-se Espanha e o Reino Unido. Os principaisclientes são hospitais.

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FILIPE S. FERNADES

Nos últimos dezanos formainvestidos, nafábrica deTondela, 55milhões de euros.

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A FSM está especializada em vestuário exterior, com maior peso (70%) no segmento feminino.

Nuno Fonseca

Preço, qualidade e serviço. É estetrio de argumentos que levagran-des marcas internacionais demoda,comoMassimoDutti,Zara,TommyHildfigerouCalvinKlein,a contratar a criação de algumascolecçõeseaproduçãodecamisas,casacos, blusões, saias e vestidosao grupo português FSM. Comuma produção de cerca de cincomilhões de peças por ano, a em-presa nortenha promete oito se-manasde“leadtime”,queincluemdesdeodesenvolvimentoatéàen-trega directa dos artigos.

“Os clientes querem ter con-fiança, querem saber que numadeterminadadatavãoteroprodu-to na loja. Porque o vestuário écomo a comida: ou vem no mo-mento certo ou já não se vende –ou vende-se a um preço mais bai-xo.Eoclientevêquetemumaboaresposta e sempre positiva comaquele fornecedor– comqualida-de, entrega a tempo, flexibilidade

ecapacidadederesponderaváriassolicitações. Essa é a mais-valia”,justifica o director-geral, AntónioFerreira.

Fundada por Fernando Ma-chado, que em 1979 iniciou umapequenaempresadecamisasetra-balhando a feitio e apenas para omercado nacional, aFSM produzactualmentetodootipodevestuá-rio exterior, com predomínio(70%)paraofeminino.“Énormalporque as senhoras gastam maisroupa do que os homens. É onde

há hipótese de haver mais negó-cio”, brinca o gestor.

Actualmente,tudoéfabricadocomamarcadosclientes.Pelome-nosporenquanto.Éque,noâmbi-todeumainsolvência,háunsanoscomprou umas instalações fabrise também ficou com a icónicamarca Kispo, tendo a “expectati-vade viracomercializarprodutoscom essa marca, provavelmenteonline”.

Exportadora com fábricasem MarrocosO volume de negócios superior a55 milhões de euros no final desteano, como estimado pelo gestor,será assegurado na íntegra com aexportação para clientes instala-dos emsete países. O destaque vaipara Espanha, que lidera comgrandemargem,surgindotambémHolanda, França, Alemanha ouItália. Outros destinos, como aChina, estão nessalistaporque al-

gumas marcas pedem que as en-comendas sejam enviadas direc-tamente para os armazéns nessesmercados.

Alémdeexportarosartigosfa-bricados por 500 a 600 trabalha-doresemLousadaeParedes–temtambém várias subcontratadasnestaregião–,ogrupodetémduasunidades em Marrocos – umaquase há 20 anos e a outra há trêsanos e meio – e ainda um escritó-rio noutra zona do mesmo paísafricano,ondeemprega1.500pes-soas.

“Paramuitos clientes, o ‘madein Portugal’ é relevante e queremessaetiqueta.Paraoutros,quepre-tendempreçosmaiscompetitivos,demos esse passo importante.Embora todo o ‘know-how’ saiadaqui da sede, a parte produtiva,damão-de-obra,estánessasfábri-cas” no Norte de África, concluiAntónio Ferreira.�

ANTÓNIO LARGUESA

FSM MENÇÃO HONROSA EXPORTAÇÃO + EMPREGO

Vestir marcas estrangeirasde Lousada a MarrocosO grupo detido pela família Machado produz cerca de cinco milhões de peçaspor ano para grandes marcas internacionais, a partir da base industrialno Norte de Portugal e das duas fábricas em Marrocos.

Para muitos clientes,o made in Portugal érelevante e queremessa etiqueta.ANTÓNIO FERREIRADirector-geral da FSM

Ficamos com amarca Kispo e temosa expectattiva de vira comercializarprodutos comessa marca,provavelmenteonline.ANTÓNIO FERREIRADirector-geral da FSM

Massimo Dutti,Zara, TommyHildfiger ouCalvin Kleinfazem vestuáriono grupo FSM.

200EMPREGOSForma criados desdede 2005 na fábrica daLabesfal em Tondela.

70%DA PRODUÇÃOde vestuário dirige-seas mulheres, poisgastam mais dinheiroem roupa do que oshomens.

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O projecto da CBI, liderado por Francisco Batista, foi distinguido no âmbito dos Prémios Exportação & Internacionalização.

Nuno Fonseca

omprar empresas em di-ficuldades, reestruturaroperações e convertê-las

em unidades rentáveis e abastece-dorasnomercadointernacional.FoiestaafilosofianaorigemdaCBI,in-dústriade vestuário de Mangualde,equetemsidotambémaplicadanosúltimosanosnaaquisiçãodeoutrosprojectos do sector, que têm auto-nomiaprodutiva,masdependemda

força comercial da “casa-mãe”.Em 1997, Francisco Batista, na

alturasóciodaACORfato,comprouum negócio à beira da falência nodistrito de Viseu, deixando-o comocentro de produção e sem autono-mia face à empresa de Tábua. Atéque, dez anos depois, “ganha vidaprópria” e o empresário arrancacomumplanodecrescimentoatra-vésdaangariaçãodeclientesedain-ternacionalização,relataoactualdi-rector financeiro, António Nina.

Especializada em vestuáriomasculino e feminino do segmentomédio alto, com a chegada da crisenestadécada, aCBI fez várias aqui-sições no mercado nacional, apro-

veitando “alguma desvalorizaçãodos activos, a mão-de-obra e o‘know-how’ dos trabalhadores”. Aprimeira,queresultoudarecupera-ção da antiga HBC, em Oliveira doHospital,atéfoivendidaadoisqua-drosem2015comonomeAzuribé-rica e “classificação PME Líder”.

Outras duas continuam na ór-bita da CBI. É o caso da Avelmod eda Avelfabrics, que surgiram da in-solvência da ex-Pivot, na vila doAvelar(Ansião); e, desde o ano pas-sado, daAMMA, confecção emAr-ganil conhecida pela marca CarloViscontti, que deixou os fatos clás-sicos e está agora a fazer “casacosmasculinos mais ‘sport’ e a tentar

elevar os níveis de produtividade”.A marca, que não tinha expressãono estrangeiro, não vai ser reabili-tada,“pelomenosparajá”.“Empre-sas como esta acabaram por cairporque o mercado interno perdeuatractividade. Hoje são as grandescadeias que vendemos fatos”, justi-ficou o gestor financeiro.

Investimento industrialem alfaiataria e Cabo VerdeNuma altura em que está a investirnuma alfaiataria industrial emMangualde, ao lado da fábrica ori-ginal – investimento apoiado peloPortugal 2020 para fazer fatos pormedidae que “significaumasubida

na cadeia de valor” –, na lista declientes temaMassimo Dutti, Cor-tefiel,ElGanso,RalphLauren,Cal-vin Klein ou a portuguesa Sacoor.Conta fechar o exercício de 2018comumafacturação “ligeiramenteabaixo do ano anterior”, entre 26 e27milhõesdeeuros,dosquais98%assentes na exportação. Espanhasurgecomoprincipaldestino,segui-do de Holanda, Itália, EUA, Dina-marca, África do Sul e Dubai.

Aos700trabalhadoresemPor-tugal, a empresa junta 200 na ilhade São Vicente, em Cabo Verde,onde desde Outubro de 2012 temafuncionar uma fábrica de calças(AfroPants), que começou porque

CBI MELHOR PME EXPORTADORA DE BENS TRANSACCIONÁVEIS

Mangualde empresta “casaco”exportador a fábricas em criseNascida da recuperação de uma empresa que estava a cair na falência, a CBI tem repetidoa fórmula de recuperação de negócios e de empregos em Ansião, Oliveira do Hospital,Arganil e Cabo Verde, onde produz calças para condizer com os casacos “made in” Portugal.

ANTÓNIO [email protected]

C

NEGÓCIOS INICIATIVAS Prémios Exportação e Internacionalização

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“precisava de ter uma origem paramão-de-obra mais barata e comprodução totalmente controlada”,como se estivesse em Portugal.Após uma “experiência não muitoboa”emMarrocos,ondesentiu“fal-ta de compromisso”, investiu neste“país que agradaimenso, comesta-bilidadepolítica,jurídicaemão-de-obrade qualidade e emnúmero su-ficiente”.AntónioNinaadiantaqueaCBIvaiaplicarmeiomilhãodeeu-ros na expansão da unidade africa-na,intensificandoacapacidadediá-ria – actualmente é de 1.500 calças– e passando aliaproduzirtambémcasacos, que somará aos 1.300 quefabrica por dia em Portugal.�

Nos últimos anosfomos adquirindooutras fábricas,que são autónomasem termos deprodução, mas quedependem da força[comercial] da CBI.

Vamos intensificaro projecto de CaboVerde em termosde aumentode capacidadeprodutiva e instalarlá uma linhade casacos.Temos mão-de-obrade qualidadee em númerosuficiente para isso.ANTÓNIO NINADirector financeiro da CBI

“Fundada há 40 anos por um apaixonado pelas duas rodas, a empresa nortenhaemprega cerca de 250 pessoas e é líder mundial de porta-bebés, afirmando-seneste momento no mercado pelo fabrico europeu.

Em1978,comapenas18anos,Pe-dro Araújo era um praticamenteamador e entusiasta do motoci-clismo “off-road” (modalidadesenduro e motocross) e, face à di-ficuldadeemencontrarartigosdereposição,decidiucomeçarapro-duzir peças plásticas para motos.Em meados da década de 1980,percebendoqueasbicicletastam-bém precisavam de muitos pro-dutos similares – como manetes,punhos ou guarda-lamas –, o jo-vemempreendedornortenhoco-meçou também a produzir essetipo de acessórios.

Fruto desta paixão do aindaaccionistamaioritárioepresiden-teexecutivopelomundodasduasrodas, aPolisportPlásticos factu-ra actualmente cerca de 28 mi-lhões de euros por ano, com a ex-portaçãoapesar97%dototal.Nosegmento das bicicletas, que é omaisrelevantenonegócio,embo-ra tenha outros acessórios, comocapacetes, guarda-lamas, bidõesou protecções, as cadeiras decriança são o principal produto eimagem da marca, liderando aprodução a nível mundial commais de meio milhão de unidadesanuais.

Essaposiçãodeliderançache-gou em 2013, quando tomou a“decisão estratégica” de adquirir100% da concorrente holandesaBobike, uma marca “premium”que veio completar o portefólio.Se na área da bicicleta, Holanda,AlemanhaeFrançasãoosmelho-res mercados, as peças plásticasque produzam para os fabrican-tes de motos KTM, Husqvarna,GasGasouSuzuki,alémdospro-dutosdecatálogocommarcapró-pria, têm como principal destinoos EUA.

Umaterceiraáreade negócio“compeso”, que iniciouhápoucomais de uma década e que man-

témcomumúnicoclientedoNor-te daEuropa,são as cadeiras paratransportarbebésemautomóveis.Envolveaproduçãodepeçasplás-ticas, a montagem da cadeira e agestão logística em mais de 30paísesparaumamarcanoruegue-sa,comodirectorcomercial,Pau-lo Freitas, a frisar que “a parceriacomeste cliente estáacrescere jáé o terceiro melhor cliente” paraaempresadeOliveiradeAzeméis,que emprega 250 pessoas.

Fabrico europeue brasileiroPartedeumgrupoconstituídoporseis empresas e um total de 380trabalhadores, nos produtos deplástico consegue ter“o processode A a Z”, com todas as valênciasdentro de portas. “Temos depar-tamento deengenharia,deinova-ção, uma empresa que faz a con-cepção e o fabrico do molde, ou-traquefazainjecçãodapeçaplás-

ticaedepoisapartedemontageme toda a força comercial”, ilustrao responsável comercial. “Cons-tantementeasercontactado”porempresas internacionais, PauloFreitas completaque, alémdisso,“uma das mais-valias neste mo-mento é produzir na Europa”,onde “há muitas marcas, maspouca produção industrial”.

Ao nível da internacionaliza-ção, para a marca holandesa Bo-bike, a Polisport Plásticos tem apartededesenvolvimentodepro-duto e de marketing na Holanda.Ehátrêsanosfezuma“joint-ven-ture” no Brasil para o fabrico lo-cal de produtos para bicicletasdestinados ao mercado sul-ame-ricano, fintando assim as “eleva-díssimas” taxas de importação, econta com uma força de vendasprópria, tem sido este “o primei-ro ano em pleno com esta meto-dologia de trabalho”.�

ANTÓNIO LARGUESA

Azeméis “acelera”pelo mundo com peçaspara motas e bicicletas

POLISPORT MENÇÃO HONROSA - PME EXPORTADORA DE BENS TRANSACCIONÁVEIS

A Polisport Plásticos lidera o mercado mundial nas cadeiras de bebés para bicicletas.

Nuno Fonseca

Nos produtos deplástico conseguimoster o processode A a Z. Temosdepartamentode engenharia,de inovação, umaempresa que faz aconcepção e o fabricodo molde, outraque faz a injecçãoda peça plástica edepois a partede montagem e todaa força comercial.PAULO FREITASDirector comercialda Polisport Plásticos

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anetas, blocos de notas,mochilas,pastas,t-shirts,bonés, guarda chuvas,

toalhas de praia, porta-chaves.“Quase tudo o que se possa imagi-narondesejapossívelimprimirolo-gotipo de umaempresa” estáno ca-tálogodedoismilprodutosdiferen-tes – e seis mil referências únicas –daPaulStricker,calculaoCEO,cu-jos brindes promocionais “vão pa-rarapraticamentetodasasgrandesempresasportuguesaseeuropeias”ecentenasdemilharesdePME”devários países.

Emresumo,aempresadeMur-tede, no concelho de Cantanhede,cria e desenvolve as colecções emconjunto com os fornecedores lo-calizados sobretudo no Oriente –trabalha com mais de 200 fábricasdiferentes espalhadas por toda aChina e tem também alguns noVietname, Bangladesh, Índia, Pa-quistão,RepúblicaChecaeItália.Edepois importae mantémemstockgrandes quantidades de todos osprodutosdacolecção,quevaidistri-buindo por toda a Europa, MédioOriente, Cáucaso, Norte de Áfricae Brasil.

Fundadaem1944porPaulStri-cker,umanoapóstertrocadoaÁus-tria por Portugal, começou por re-pararcanetasesónosanos1980en-trou no negócio do brinde promo-cional corporativo. Internamente,a única actividade industrial é napersonalização dos produtos paraosclientes,commaisde150máqui-nas divididas por12 técnicas de im-pressão. Um serviço que arrancouhá cinco anos e é “a área da empre-sa com maior volume de emprego,pois trata-se de uma actividade de

mão-de-obra intensiva”.PauloStricker,queiniciouacar-

reira na consultora McKinsey, emLisboa, e estava no Brasil com pro-jectos de energia eólica até entrarem 2010, com a irmã, na gestão daempresafamiliar, tem um plano deinvestimento de mais de seis mi-lhões de euros no distrito de Coim-bra. Inclui a expansão dos escritó-rios e armazém, a “maior automa-tizaçãodosprocessoslogísticosein-dustriais e ainda uma nova fábricade sacos reutilizáveis, “seguindo aestratégia de tentar internalizar etrazer para Portugal a produção dealgumas linhas de produtos”.

Agressividade no exteriorDentro do grupo temestruturas se-melhantesnaRepúblicaCheca,de-pois de este ano ter comprado oconcorrente Reda(sede em Brno eescritório em Praga); e também noBrasil, por crescimento orgânicodesde2014,estandoasededasope-rações em São Paulo e o armazémeaindústriadeimpressãoemCam-buíparaabasteceraquelemercado.Emtermosagregados,ogrupocon-tabiliza200milencomendasemaisde 120 milhões de unidades vendi-das em 2018, para uma facturaçãoglobal próxima dos 80 milhões deeuros – dos quais 38 milhões relati-

vos à operação portuguesa.Com uma equipa de 800 pes-

soas, metade delas em Portugal, aPaul Stricker vende em 80 países etem a República Checa, França eBrasilcomomelhoresmercadosex-ternos. Para o CEO, o crescimentodo negócio “deve-se sobretudo aumaestratégiadeinternacionaliza-ção consistente e agressiva, naqual[conseguem] ser muito competiti-vos em quase todos os factores crí-ticos de sucesso” desta indústria.Entre eles, o equilíbrio preço-qua-lidade na “colecção forte”; serviçode impressão e de transporte com-petitivos;disponibilidadedestocke

PAUL STRICKER MELHOR PME EXPORTADORA - SERVIÇOS

Distribuir brindesde Cantanhede ao Brasil

Com uma equipa de 800 pessoas espalhada por vários continentes, este anoa Paul Stricker vai abastecer mais de 120 milhões de produtos promocionaisem 80 países, e está a construir uma fábrica de sacos reutilizáveis em Portugal.

A Paul Stricker distribui produtos promocionais por toda a Europa, Médio Oriente, Cáucaso, Norte de África e Brasil.

Nuno Fonseca

ANTÓNIO [email protected]

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NEGÓCIOS INICIATIVAS Prémios Exportação e Internacionalização

O negócio criadoem 1944 por umempreendedorque saiuda Áustriacomeçou porreparar canetas.

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XV

A Safebag faz montagem de mó-dulo de airbags e instalou-se emPonte de Lima em 2008, combasenumcontratodeinvestimen-to que incluiu outras empresascomo a DMP-Dalphimetal Por-tugal e a Safe-Life, que perten-ciamaogrupoTRWAutomotive,que, em 2015, foi adquirido pelogrupo ZF Friedrischafen.ADalphimetal tem uma unidadeindustrial em Vila Nova de Cer-veira, onde produz volantes, e aSafe-Life temumaunidade fabrilemPontedeLima,queproduzsa-cos para módulos de air bags.

Centros de engenhariaO grupo tem dois centros de en-genharia. O primeiro entrou emfuncionamento,em2001,emVilaNovadeCerveira,quefazinvesti-

gaçãodosmateriaisparavolantes.O segundo foi inaugurado em2017, e está vocacionado para odesenvolvimento, prototipageme teste de módulos de ‘airbag’ ecomponentes têxteis.

Foi comparticipado em cercade quatro milhões de euros peloPortugal 2020 e o investimentonaconstruçãodoedifíciofoinaor-dem de um milhão de euros.“Neste centro fazemos a investi-gação dos materiais para ‘airbag’eproduzimosopróprio‘airbag’nafábricaquetemosaquinazonain-dustrial da Gemieira. Em VilaNovadeCerveirafazemosomes-mo trabalho, mas relacionadocom volantes”, afirmou Alexan-dreMendesaoDiáriodeNotícias.

Têm cerca de 100 engenhei-ros e pessoal especializado, gran-

departeprovenientedaUniversi-dade do Minho. Há uma gestãoúnica dos dois centros porque hárecursosdedepartamentostrans-versaisquetrabalhamemconjun-to.

Líder mundialASafebag é fornecedora TIER1,o que significaque equipacomosseus airbags directamente um si-gnificativonúmerodefabricantesde automóveis, commaiorrelevopara o grupo PSA (Peugeot e Ci-tröen), Renault-Nissan, GeneralMotors, Ford, Fiat, Volvo e o gru-po VW. Os componentes produ-zidos em Ponte de Lima desti-nam-se, entre outros, aos fabri-cantes de automóvel instaladosemPortugal,eaindanaChina,Po-lónia, México e Estados Unidos.

Em2017facturou192milhõesdeeuros.

A DMP-Dalphimetal Portu-gal,quetemunidadeindustrialemVila Nova de Cerveira, fabrica devolantes e tambémé fornecedorados principais fabricantes de au-tomóveis europeus, tais como ogrupo PSA (Peugeot e Citröen),Renault-Nissan,GeneralMotors,Ford, Fiat, Volvo e o grupo VW.

AZF é líder mundial em tec-nologia de transmissão e chassise na tecnologia de segurança ac-tiva e passiva e é um dos maioresfornecedores mundiais da in-dústria automóvel. A empresapossui cerca de 146 mil colabo-radores, 230 unidades fabris em40 países. Em 2017, a ZF tevevendas de 36,4 mil milhões deeuros. � FSF

A empresa que pertence ao grupo alemão ZF, que é líder mundial emtecnologia de transmissão e chassis e na tecnologia de segurança activae passiva e uma dos maiores empregadores no Alto Minho.

SAFEBAG MELHOR EXPORTADORA DE CAPITAL MULTINACIONAL

Airbags made in Ponte de Limaequipam automóveis

“A evolução nasvendas deve-sea uma estratégia deinternacionalizaçãoconsistentee agressiva, na qualconseguimos sermuito competitivosem quase todosos factores críticosda nossa indústria.

Tentamosinternalizar e trazerpara Portugala produçãode algumas linhasde produtos.PAULO STRICKERCEO da Paul Stricker

uma equipa de vendas “forte e dis-seminada por toda a Europa”.

“Até este ano éramos um‘attacker’ e fomos bem-sucedidosnesse papel. Com elevado grau deagressividade e excelência de exe-cução, conseguimos ganhar umaquota importante. A partir desteano passamos a estar entre os líde-res, colocando sobre aempresaumnovo desafio de manter a base jáconquistadaesimultaneamenteen-contrarnovas bolsas de crescimen-to. Precisamos de inovar e liderar omercado ao nível de novos produ-tos, novos serviços e padrões”, con-clui Paulo Stricker.�

A ZF é lídermundial emtecnologia detransmissãoe chassis,segurançaactivae passiva.

Jorge Castro exibe o troféu que distinguiu a Safebag, indústria de componentes.

Nuno Fonseca

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valor global de investi-mento da Galp Energiaeminternacionalizaçãoé

de cerca de 8,6 mil milhões de eu-ros, e inclui todas as áreas de negó-cioegeografiasdaempresadeener-gia. Amaiorparte deste valordesti-nou-se aos grandes investimentosefectuados naáreadaExploração eProdução de petróleo e gás natural,sobretudo no Brasil, Angola e Mo-çambique.Incluitambémos investimentos naaquisiçãoeexpansãodaredededis-tribuição em Espanha e em Ango-la, Moçambique, Cabo Verde, Gui-né-Bissau e Swazilândia, assimcomo os projectos de produção debiodiesel que desenvolve no BrasileemMoçambique.EmPortugalin-vestiu na última década mais de 4mil milhões de euros.

O futuro é MoçambiqueHoje, 80% do Ebitda da empresaé proveniente dos mercados exter-nos. Por exemplo, nos primeirosnove meses do ano, cerca de 1,4mil milhões de euros num total de1,7 mil milhões de euros, resulta-ram das actividades internacio-nais. da empresa.

Emtermosdeexploraçãoepro-dução, a Galp Energia tinha, em2017, 51 projectos distribuídos porsete países como Brasil, Moçambi-que,Angola,Namíbia,Portugal,SãoTomé e Príncipe e Timor Leste.

A Galp investiu, nos últimosanos, perto de mil milhões de euros,dosquaisaáreadeexploraçãoepro-dução absorveu perto de 80%, no-meadamenteosprojectosnoBrasil.Estes asseguram nove em cada dezbarrisdepetróleoegásproduzidose

Angola completa o restante. Mas aprevisão é que este cenário se alte-recomaemergênciadenovoslocaisde produção. “Nos próximos anoscom o desenvolvimento do projec-to de gás natural em Moçambique,umdosmaioresprojectosmundiaisem curso”, esclareceu Carlos Go-mes daSilva, presidente daComis-são Executiva.

Porsuavezaempresadesenvol-veu de raiz uma área de trading degásnaturalquepassapelaaquisiçãoe depois comercialização de cargasnos mercados internacionais daÁsia à América Latina, passando,naturalmente,pelaIberiaeEuropaCentral.

Maior exportadorA Galp Energia assegura cerca de6%a7%dasexportaçõesportugue-sas, e os produtos refinados que sãoproduzidos nas refinarias de Sinese Leixões chegama45 países, o quefaz da empresa a maior exportado-radePortugal.“Istodizmuitosobrea importância dos mercados inter-nacionais nas operações de mids-tream e downstream, que incluemarefinação, adistribuição e comer-cialização de combustíveis, lubrifi-cantes, químicos, gás e electricida-de, entre outros”, considera CarlosGomes da Silva.

Nofinaldoterceirotrimestrede2018,aGalptinhaexportadoumto-

tal de 5,3 milhões de toneladas deprodutospetrolíferos,avaliadosem2,7 mil milhões de euros, um au-mento de 11% em relação aos 2,4milmilhõesexportadosnosprimei-ros nove meses do ano passado. Osprincipais mercados nos primeirosnove meses de 2018 foram, por or-dem de importância, Espanha, Es-tados Unidos e Holanda.

O accionista de referência de-tém 33,34% e é Amorim Energia,liderada pela chairwoman da GalpEnergia, Paula Amorim, que temcomo accionistas as quatro herdei-ras de Américo Amorim com 55%e aEsperazaHolding, aliançaentrea Isabel dos Santos e a Sonangol,

com45%. Aestatal Parpúblicatem7,48%.

O restante capital de 60% en-contra-sedistribuídoporinvestido-res institucionais, localizadosemtodo o mundo, com incidência es-pecial no Reino Unido, EstadosUnidos e no Canadá. O que segun-do Carlos Gomes da Silva, confe-rem “ um alcance e umaestabilida-de de assinalar”.

“A Galp assume-se hoje comouma empresa multinacional quetendo as suas raízes em Portugal epresença em diversos países, actuano mundo com um espírito verda-deiramente global”, referiu CarlosGomes da Silva.�

GALP ENERGIA PRÉMIO INTERNACIONALIZAÇÃO GRANDES EMPRESAS

A energia está no mercadointernacional

A Galp Energia tem assegurado a sua rentabilidade e crescimento na internacionalizaçãoda produção e da distribuição. É o maior exportador nacional, assegurando cerca de 6% a 7%

das exportações portuguesas.

FILIPE S. FERNANDES

O

NEGÓCIOS INICIATIVAS Prémios Exportação e Internacionalização

Carlos Gomes da Silva, presidente executivo da Galp Energia, recebeu a distinção no Palácio da Bolsa no Porto.

Nuno Fonseca

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XVII

Nasceu doce o negócio da RAR(Refinarias de Açúcar Reunidas),fundado em Março de 1962 porJoão Macedo Silva e que, volvidomais de meio século, juntouàacti-vidade fundacional várias outras,distribuídaspelasáreasalimentar,embalagem,imobiliáriaeserviços.Empregando actualmente um to-tal de cerca de 4.700 pessoas, ogrupo está presente em mais deuma dezena de países espalhadospor vários continentes.

Enquanto o negócio do açúcarcontinua a perder peso, contandocom118trabalhadoresevendasde76,8 milhões de euros no últimoano, são as embalagens e o enchi-mento de produtos que dão omaiorcontributoparaafacturaçãodo grupo – 411,2 milhões de euros,numtotalde758milhõesdeeurosem 2017.

Com sede em Vale de Cambrae operações no segmento de “con-tractmanufacturing”(fabricoparaterceiros em regime de “outsour-cing”), a Colep conta com umarede de 18 fábricas, situadas emPortugal,Alemanha,Espanha,Po-lónia, Brasil, México, EmiradosÁrabes Unidos, Índia, Japão, Chi-na, Tailândia e Austrália.

Nas contas do ano passado, ogrupoRARreportouumaumentodo EBITDA (resultados antes deimpostos,juros,amortizaçõesede-preciações) de 57 milhões paramais de 60 milhões de euros. O lu-cro do grupo também aumentou23% em termos homólogos, paranove milhões de euros. São dadosque, como sublinhou a empresa,“[vêm]confirmaropercursodere-cuperação dos níveis de rendibili-dade operacional e de resultadoslíquidos e a diminuição do endivi-damentoqueogrupoRARtemre-gistado nos últimos anos”.

Nanotadivulgadaaquando daapresentação deste documento, aempresalideradaporNunoMace-

do Silva frisou que “o elevado in-vestimentoefectuadoeasreconfi-gurações que se têm operado aolongo dos últimos anos nos váriosnegócios tiveram, e continuarão ater, os seus efeitos positivos, no-meadamente na rendibilidade”,garantindo “uma elevada solidezfinanceira,essencialparaaprosse-

cução das actividades do grupo”.

Saladas e outros negóciosAlém da Colep, esta melhoria dedesempenhoassentoutambémnaVitacress, produtora de saladas evegetais prontos a consumir, quereclama a posição de liderança nomercado nacional e também nosegmentodeervasaromáticasfres-cas no Reino Unido. No últimoexercício, as vendas ascenderama109 milhões de euros e lucrou 2,5milhões de euros, com 1.536 tra-balhadores ao serviço.

Por outro lado, a RAR Imobi-liária– comumefectivo de 19 pes-soas e lucros de cinco milhões deeuros no ano passado – e a impor-tadora de cereais Acembex – 12funcionários, vendas de 144 mi-lhões de euros e lucros de 563 mileuros–completamoportefólioda“holding” portuense.

“Num contexto político-eco-nómicointernacionalagitado,temsido possível melhorar a perfor-mance do grupo e prosseguir comaredução dasuadívida, reflexo damelhoria das condições de explo-ração e da redução do nível de en-dividamento financeiro que têmestadonocentrodasatenções”dasvárias empresas, refere MacedoSilva.

Numa mensagem publicadapelo empresário na página oficialdogruponaInternet,omesmores-ponsável aproveita também paradestacar “a diversidade do porte-fólio e a permanente procura damelhoriadeposiçõescompetitivasem cada negócio, a sistemáticabusca de soluções inovadoras decriação de valor e o apoio de umasólida, resiliente e bem preparadaequipa”.�

ANTÓNIO LARGUESA

GRUPO RAR MENÇÃO HONROSAINTERNACIONALIZAÇÃO GRANDES EMPRESAS

Novos negócios “embalame alimentam” o grupo do açúcar

As embalagens da Colep e as saladas e ervas aromáticas da Vitacress estão a daro maior impulso ao crescimento da “holding” liderada por Nuno Macedo Silva,que nasceu na indústria do açúcar e emprega actualmente 4.700 pessoas.

O grupo RAR destaca-se pela diversidade do portefólio e tem reduzido o nível de endividamento financeiro.

Nuno Fonseca

758FACTURAÇÃONo último exercício,o grupo RAR reportouuma redução dovolume de negóciosde 831 para 758milhões de euros.

6 a 7%DE EXPORTAÇÕESA Galp Energia é omaior exportadorportuguês, a partirdas suas refinariasem Sines e Leixões

8,6MIL MILHÕESé o investimento totalfeito pela GalpEnergia na suainternacionalização

O Grupo RAR temuma elevada solidezfinanceira, essencialpara as actividadesdo grupo”NUNO MACEDO SILVAPresidente do Grupo RAR

A Galp assume-secomo uma empresamultinacional comraízes portuguesas,que actua no mundocom espírito global.CARLOS GOMES DA SILVACEO da Galp Energia

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s drones foram o buzzpara a Tekever se tornarconhecida. Mas no prin-

cípio esteve a tese de doutoramen-to de Pedro Sinogas, no InstitutoSuperior Técnico, que deu origem

àplataformatecnológicaMORE—ModelOnceRunEverywhere,des-envolvimento rápido de soluçõesmulticanal de elevadacomplexida-de e esteve na base da reunião detrês enegenheiros para fazer umaempresa.

Hoje é um grupo de empresasqueestáenvolvidoemváriasactivi-dades e negócios, em que se desta-cam a área de transformação digi-tal, ados drones e ado espaço. Estaé a mais recente e surgiu depois de

terem feito o desenvolvimento desubsistemas para satélites.

“Hojeemdiaéumfabricantedesatélites e estáaconstruiro primei-ro satélite integralmente feito emPortugal”, disse Ricardo Mendes,administrador e co-fundador daTekever. O objectivo é serum“pro-videranível internacional de cons-telações de micro-satélites”.

Na área dos drones, na primei-rafasetratou-sededesenvolvertec-nologia e os sistemas para depois

montar grandes sistemas e operarsistemas anível internacional. “So-mos a empresa responsável pelomaior sistema de vigilância maríti-madaEuropa, paratodos os paíseseuropeus e que utiliza a nossa tec-nologia”, diz Ricardo Mendes.Avançaque “somos o lídereuropeunaáreadavigilânciamarítimae es-tamos a dar passos para nos trans-formarmos numa das principaisempresasanívelmundial”.Têmac-tualmente uma fábrica de drones

TEKEVER PRÉMIO REVELAÇÃO INTERNACIONALIZAÇÃO PME

O fabricante do primeiro satéliteintegralmente português

A Tekever é um grupo de empresas que tem várias áreas de negócioem que se destacam a área de transformação digital, a dos drones e a doespaço. Os seus principais negócios têm uma forte base internacional.

A Tekever esteve representada por Vítor Cristina para receber o prémio

Nuno Fonseca

FILIPE S. FERNANDES

OO objectivo daTekever é ser umprovider a nívelinternacional deconstelações demicro-satélites.

NEGÓCIOS INICIATIVAS Prémios Exportação e Internacionalização

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Luís Campos, com a distinção entre mãos, representou o Grupo Nabeiro.

Nuno Fonseca

em Ponte de Sor e um laboratórioem Óbidos.

Fazemconsultoriaparaatrans-formação digital e os principaisclientes “são algumas das maioresempresas do país, com umagrandeexpressão internacional, a quemajudam a utilizar tecnologia paratransformar o seu funcionamento,os seus processos, a forma comochegam e trabalham com os seusclientes”.

Negócio internacionalO negócio da Tekever é essencial-menteinternacional,sobretudo,nasáreas dos drones e do espaço. “Oscapitaissãoportugueseseumapar-te muito considerável danossafor-ça de trabalho reside em Portugal,apesarde termos muitos estrangei-ros a trabalhar connosco e de ter-mos escritórios em países como aInglaterra, Holanda, Estados Uni-dos,Brasil,DubaienaChina”,refe-re Ricardo Mendes.

A estratégia da Tekever passapelo foco no desenvolvimento detecnologia, know-how, capacidade,paradepoisdesenvolveromercado,primeiro em Portugal, e depois emtermos internacionais. “A grandebarreiraé, de facto, conseguirterasprimeiras referências, os primeirosclientes âncora que nos permitampartirparaaexportaçãoeainterna-cionalização de umaformasólida”,explica Ricardo Mendes.

ATekeverfoi fundadaem2001e, nos primeiros anos de actividade,quando começaram a abrir negó-cios fora de Portugal, de facto, “serportuguêseraumhandicap,porqueninguém associava tecnologia aPortugal”,recordaRicardoMendes.“Hoje temos umaboacomunidadetecnológicaquerivalizacomasme-lhores da Europa e do mundo nãosó ao nível dacapacidade dos enge-nheiros e dos cientistas, mas tam-bém de percepção fora do país”.�

O Alibaba, marketplace que éumaespécie de Amazon chinesa,identificou o café como uma dascategorias estratégicas para ospróximos anos. Convidaram aDelta para a dinamização destanova categoria, num projecto deparceria desenhada a 5 anos.“SendooTMALLoprincipalveí-culo de criação de marca na Chi-na, aDeltaCafés assumiuo desa-fio de lançar a primeira FlagshipStoreoficialportuguesageridadi-rectamentepelamarca,oportuni-dadeúnicaparaaDeltaCafés,en-quanto marca inovadora, deaprenderecorresponderàsnovasexpectativas dos consumidores”,consideraAlberto Pinto, directorpara os mercados internacionaisdo Grupo Nabeiro – Delta Cafés.

A internacionalização é cha-ve para o crescimento do grupo eéumdosseuspilaresestratégicos.NestaestratégiaestáaentradaemmarketplacescomoodaAmazone do Alibaba, gigantes do e-commerce,quepermitemàsmar-

casalcançarnovosconsumidorese ter um contacto sempre próxi-mo dos clientes.

As exportações representamcercade 32% do negócio do Gru-poNabeiro–DeltaCafés,cujovo-lumedenegóciosem2018serádaordemdos 400 milhões de euros.Está presente em 25 países masos mercados em que estão composição mais interessante sãoaqueles emque amarcatemope-raçãoprópria,comdestaqueparaEspanha, Brasil, França, Angola,Suíça e Luxemburgo. “Temosapostado continuamente nos di-ferentes mercados onde estamospresentes,pensandodeformaglo-bal e agindo localmente, propor-cionando novos momentos deconsumoechegandoanovoscon-sumidores”, refere Alberto Pinto.

Café em AngolaA Delta tem presença directa naChinacomaDeltaFoodShangai,que temcomo principal activida-de apromoção e comercialização

decaféeprodutoscomplementa-res no mercado asiático e em An-gola,atravésdaAngonabeiro,quefazadistribuição dos produtos daDelta e produz a marca de caféGinga.Mas é Angolaé um caso especial.Como diz Alberto Pinto, “reco-nhecemosaqualidadedocaféAn-golano e por isso o compromissodo Grupo Nabeiro com Angola éde longo prazo”. Consideraaindaque a Angonabeiro, “tem contri-buídoactivamentepararestauraro café angolano e os hábitos deconsumo dos angolanos e essesesforços têm dado frutos ao lon-go dos anos”.

Um dos objectivos da DeltaCafés é entrar no ‘top ten’ dasmarcasdecafémundiais,nospró-ximoscincoanos.Paraesteobjec-tivo,alémdainternacionalização,o outro pilaré ainovação, porissopretendem“continuaracriarten-dências e a acrescentar valor aosvários momentos de consumo ede partilha proporcionados pelo

café, diz Alberto Pinto.Uma das lanças para a con-

quista de mercados, está a DeltaQ, sistema de cápsulas para con-sumo no lar e nas empresas, quesurgiuno mercado emnovembrode 2007 com uma produção diá-riade 395 cápsulas. Dez anos de-pois,amarcadecafédogrupoNa-beiroproduzmaisdedoismilhõesde cápsulas por dia, com destinoa 25 países.

Algumas acções recentes queobedecemaestes dois pilares sãoo primeiro café expresso móvel,através do Delta Q WALQ), aaposta num novo segmento demercado com barras de cereaisCroffee,oGoChillbyDeltaéumabebidafriade café comleite, umanova edição Chef’s Collectioncom assinaturas dos ‘chefs’ Lju-bomir Stanisic e Ricardo Costa enovascampanhasinternacionais,comanomeaçãodosembaixado-resRicardoPereiraePauleta,res-pectivamente para os mercadosdo Brasil e de França.� FSF

A Delta foi escolhida para dinamizar a categoria café nomarketplace Alibaba, que domina o e-commerce na China. Asexportações representam 32% dos negócios do Grupo Nabeiro.

GRUPO NABEIRO PRÉMIO ESPECIAL DO JÚRI

Café portuguêsno alibaba da China

Nos mercados ondeestamos presentes,procuramospensar de formaglobal e agirlocalmente,proporcionando novosmomentos deconsumo e chegando anovos consumidores.ALBERTO PINTODirector para os mercadosinternacionais do Grupo Nabeiro

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NEGÓCIOS INICIATIVAS Prémios Exportação e Internacionalização

André Veríssimo modeou o debate com Alberto Costa, Armando Levy, Gonçalo Lobo Xavier, Mariana Jordão e Vítor Fernandes.

Nuno Fonseca

s empresas têm de fazer aexpansão de mercados e,nesteaspecto,aspolíticas

públicas são mais importantes, doqueoinvestimento,como,porexem-plo, “baixar o risco de crédito e per-mitir que as empresas possam terapoio a nível de garantias”. “É umtodoondeoinvestimentoserápartemas há outras coisas que se podemfazer, muitas das vezes, reinventan-do”, referiu Alberto Castro, profes-sor na Católica Porto BusinessSchool,namesa-redondaquereuniuArmandoLevy,CEOdaRodi,Gon-çaloLoboXavier,vice-presidentedoComité Social Europeu, MarianaJordão, directora de Operações da

Feedzai,eVítorFernandes,adminis-tradordo Novo Banco

ParaGonçaloLoboXavier,“nãoháestabilidadefiscal,depolíticaspú-blicas, e as empresas não exportammais porque têm de estar parte doseu dia-a-dia concentradas em res-ponder às solicitações do Estado, àsalterações das tributações autóno-mas, às alterações que dificultam acontratação”.

Acrescentouque“ostrêsprinci-pais mercados das empresas portu-guesasdebenstransaccionáveissãoEspanha,FrançaeAlemanha.Quan-do se diz às empresas que têmde di-versificar mercados, aumentar asquotas de mercado, ter melhor ren-tabilidadefinanceira,istoimplicaal-gumplaneamentoealgumaajudadoponto de vistadapolíticapública”.

Líder nas bicicletasA mesa redonda também foi umaoportunidadeparaduasempresasin-

ternacionaispartilharemassuasex-periências, até porque, como subli-nhou Vítor Fernandes, “as estatísti-cas mostram que as exportadoras,porqueestãomaispresentesnomer-cadointernacional,sãomaiscompe-titivas,comclientesmuitodiversoseportanto têmde terresiliência”.

ARodi é uma empresa que temdoissectoresdistintos.Numadivisãofabricamaroserodasdebicicletas,esãoomaiorfabricanteeuropeu,enaoutra divisão fazem lava-loiças emaço inoxidável. “São dois negócioscompletamente diferentes mas oslava-loiças nasceram porque haviaumaprensa,quenãodavaparafazerjá coisas ligadas ao ciclismo”, recor-da Armando Levi. “Alguém deu aideiadesefazerlava-loiças”. Apren-sa não funcionou mas o negócio fi-cou.

Hoje fabricam cerca de 4,5 mi-lhões de rodas de bicicleta e 95% éparaexportação,60%dasquaispara

a Europa do Norte, com destaqueparaaAlemanhaeaHolanda.“Hojesomoslíderesesomosumareferên-cia nestes negócios porque todos osanos colocamos produtos novos nomercado”. Noslava-louçasédiferen-teporqueéummercadomaisglobale exportampara60 países.

Anti-fraudeAFeedzai dedica-se aidentificar e aprevenirsituaçõesdefraudeemtran-sacções bancárias ou de comércioonline.Assuassoluçõesdistinguem-seporquesãobaseadasemInteligên-ciaArtificial e machine learning. “Éumaempresaquenasceuparaomer-cadoglobaloqueédiferentedasem-presastradicionaisemPortugal”,ex-plicou Mariana Jordão. A interna-cionalização começou há cerca decinco anos nos Estados Unidos e aempresa tem um escritório em Sili-conValey, que é onde estáo top ma-nagementdaempresa.

“Seguiuocaminhoondeestavaodinheiro, o financiamento, parater-mos o volume e arapidez que preci-sávamos para fazer evoluir o negó-cio”, referiu Mariana Jordão. Têmmais três escritórios nos EstadosUnidoscomequipascomerciaiseal-gumaengenhariaeemLondrestêmumaequipacomercialforte.“Osnos-sosprincipaisclientessãoosbancose por isso estamos na Europa, Esta-dosUnidoseagoranaÁsia/Pacífico,ondeabrimosesteanoumescritórioemHong-Kong”.

O pólo tecnológico manteve-seem Portugal, e “dois terços dos nos-sosrecursosestãoemCoimbra,ondenascemos, Porto e Lisboa”, refereMarianaJordão.Ainovaçãoéchavepois concorre com grandes empre-sas como a IBM. “Aconcorrência éferoz,massenãoinovarmostodososdias,nãoconseguimosmanter-nosacrescer como queremos”, justificaMarianaJordão.�

MESA-REDONDA

Inovação é chave das bicicletas à tecnologia“Somos uma referência porque colocamos produtos novos no mercado”, disse Armando

Levi. “Se não inovarmos todos os dias, sucumbimos”, justifica Mariana Jordão.

FILIPE S. FERNANDES

A