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1 ------------------------ ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ----------------------- -------------------------------------Mandato 2013-2017 ------------------------------------------ ----- PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA REALIZADA EM DEZOITO DE FEVEREIRO DE DOIS MIL E CATORZE. ----------------------------------------------- --------------------------------------ATA NÚMERO TREZE ---------------------------------- ----- Aos dezoito dias do mês de fevereiro de dois mil e catorze, em cumprimento da respetiva convocatória e ao abrigo do disposto nos artigos vigésimo sétimo e trigésimo do Anexo I da Lei número setenta e cinco de dois mil e treze, de doze de setembro, e nos artigos vigésimo quinto e trigésimo sexto do seu Regimento, reuniu a Assembleia Municipal de Lisboa, na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, em Sessão Ordinária, sob a presidência da sua Presidente efetiva, Excelentíssima Senhora Maria Helena do Rego da Costa Salema Roseta, coadjuvada pelo Excelentíssimo Senhor José Maximiano Albuquerque Almeida Leitão e pela Excelentíssima Senhora Margarida Maria Moura Alves da Silva de Almeida Saavedra, respetivamente Primeiro Secretário e Segunda Secretária. ----------------------------------------------------- ----- Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados na Mesa da Assembleia, os seguintes Deputados Municipais: --------------------------------------------- ----- Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Maria Gaspar Marques, Ana Maria Lopes Figueiredo Páscoa Baptista, Ana Sofia Soares Ribeiro de Oliveira Dias, André Moz Caldas, André Nunes de Almeida Couto, António Manuel de Freitas Arruda, António Modesto Fernandes Navarro, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora Coelho, Augusto Miguel Gama Antunes Albuquerque, Belarmino Ferreira Fernandes da Silva, Carla Cristina Ferreira Madeira, Carlos de Alpoim Vieira Barbosa, Carlos José Pereira da Silva Santos, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira, Cristina Maria da Fonseca Santos Bacelar Begonha, Daniel da Conceição Gonçalves da Silva, Deolinda Carvalho Machado, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Fábio Martins de Sousa, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel Pacheco Ribeiro Rosa, Fernando José da Silva e Nunes da Silva, Floresbela Mendes Pinto, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Inês de Drummond Ludovice Mendes Gomes, João Alexandre Henriques Robalo Pinheiro, João Luís Valente Pires, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, Joaquim Maria Fernandes Marques, José Alberto Ferreira Franco, José António Nunes do Deserto Videira, José Luís Sobreda Antunes, José Manuel Marques Casimiro, José Manuel Rodrigues Moreno, José Roque Alexandre, Luís Pedro Alves Caetano Newton Parreira, Mafalda Ascensão Cambeta, Manuel Malheiro Portugal de Nascimento Lage, Margarida Carmen Nazaré Martins, Maria da Graça Resende Pinto Ferreira, Maria Elisa Madureira Carvalho, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria Luísa de Aguiar Aldim, Maria Simoneta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, Maria Sofia Mourão de Carvalho Cordeiro, Mariana Rodrigues Mortágua, Miguel Alexandre Cardoso Oliveira Teixeira, Miguel Farinha dos Santos da Silva Graça, Miguel Nuno Ferreira da Costa Santos, Natalina Nunes Esteves Pires Tavares de Moura, Patrocínia Conceição Alves Rodrigues Vale César, Pedro Filipe Mota Delgado Simões Alves, Pedro Miguel de Sousa Barrocas Martinho Cegonho, Ricardo Amaral Robles, Ricardo

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA ------------------------------------ … · 2017. 8. 30. · Sérgio Sousa Lopes Freire de Azevedo, Telmo Augusto Gomes de Noronha Correia, Vasco André

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------------------------ ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE LISBOA -----------------------

-------------------------------------Mandato 2013-2017 ------------------------------------------ ----- PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA REALIZADA EM DEZOITO DE

FEVEREIRO DE DOIS MIL E CATORZE. ----------------------------------------------- --------------------------------------ATA NÚMERO TREZE ----------------------------------

----- Aos dezoito dias do mês de fevereiro de dois mil e catorze, em cumprimento da

respetiva convocatória e ao abrigo do disposto nos artigos vigésimo sétimo e trigésimo

do Anexo I da Lei número setenta e cinco de dois mil e treze, de doze de setembro, e

nos artigos vigésimo quinto e trigésimo sexto do seu Regimento, reuniu a Assembleia

Municipal de Lisboa, na sua Sede, sita no Fórum Lisboa, na Avenida de Roma, em

Sessão Ordinária, sob a presidência da sua Presidente efetiva, Excelentíssima Senhora

Maria Helena do Rego da Costa Salema Roseta, coadjuvada pelo Excelentíssimo

Senhor José Maximiano Albuquerque Almeida Leitão e pela Excelentíssima Senhora

Margarida Maria Moura Alves da Silva de Almeida Saavedra, respetivamente

Primeiro Secretário e Segunda Secretária. -----------------------------------------------------

----- Assinaram a “Lista de Presenças”, para além dos mencionados na Mesa da

Assembleia, os seguintes Deputados Municipais: ---------------------------------------------

----- Álvaro da Silva Amorim de Sousa Carneiro, Ana Maria Gaspar Marques, Ana

Maria Lopes Figueiredo Páscoa Baptista, Ana Sofia Soares Ribeiro de Oliveira Dias,

André Moz Caldas, André Nunes de Almeida Couto, António Manuel de Freitas

Arruda, António Modesto Fernandes Navarro, Artur Miguel Claro da Fonseca Mora

Coelho, Augusto Miguel Gama Antunes Albuquerque, Belarmino Ferreira Fernandes

da Silva, Carla Cristina Ferreira Madeira, Carlos de Alpoim Vieira Barbosa, Carlos

José Pereira da Silva Santos, Cláudia Alexandra de Sousa e Catarino Madeira,

Cristina Maria da Fonseca Santos Bacelar Begonha, Daniel da Conceição Gonçalves

da Silva, Deolinda Carvalho Machado, Diogo Feijó Leão Campos Rodrigues, Fábio

Martins de Sousa, Fernando Manuel Moreno D’Eça Braamcamp, Fernando Manuel

Pacheco Ribeiro Rosa, Fernando José da Silva e Nunes da Silva, Floresbela Mendes

Pinto, Hugo Alberto Cordeiro Lobo, Hugo Filipe Xambre Bento Pereira, Inês de

Drummond Ludovice Mendes Gomes, João Alexandre Henriques Robalo Pinheiro,

João Luís Valente Pires, João Manuel Costa de Magalhães Pereira, Joaquim Maria

Fernandes Marques, José Alberto Ferreira Franco, José António Nunes do Deserto

Videira, José Luís Sobreda Antunes, José Manuel Marques Casimiro, José Manuel

Rodrigues Moreno, José Roque Alexandre, Luís Pedro Alves Caetano Newton

Parreira, Mafalda Ascensão Cambeta, Manuel Malheiro Portugal de Nascimento

Lage, Margarida Carmen Nazaré Martins, Maria da Graça Resende Pinto Ferreira,

Maria Elisa Madureira Carvalho, Maria Irene dos Santos Lopes, Maria Luísa de

Aguiar Aldim, Maria Simoneta Bianchi Aires de Carvalho Luz Afonso, Maria Sofia

Mourão de Carvalho Cordeiro, Mariana Rodrigues Mortágua, Miguel Alexandre

Cardoso Oliveira Teixeira, Miguel Farinha dos Santos da Silva Graça, Miguel Nuno

Ferreira da Costa Santos, Natalina Nunes Esteves Pires Tavares de Moura, Patrocínia

Conceição Alves Rodrigues Vale César, Pedro Filipe Mota Delgado Simões Alves,

Pedro Miguel de Sousa Barrocas Martinho Cegonho, Ricardo Amaral Robles, Ricardo

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Manuel Azevedo Saldanha, Rita Susana da Silva Guimarães Neves, Rodrigo Nuno

Elias Gonçalves da Silva, Rosa Maria Carvalho da Silva, Rui Paulo da Silva Soeiro

Figueiredo, Rute Sofia Florêncio Lima de Jesus, Sandra da Graça Lourenço Paulo,

Sérgio Sousa Lopes Freire de Azevedo, Telmo Augusto Gomes de Noronha Correia,

Vasco André Lopes Alves Veiga Morgado, Victor Manuel Dias Pereira Gonçalves,

Paulo Manuel Valente da Silva, Margarida Morais, Lúcia Alexandra Pereira de Sousa

Gomes e Isabel Cristina Rua Pires. ---------------------------------------------------------------

----- Pediram suspensão do mandato, que foi apreciada e aceite pelo Plenário da

Assembleia Municipal nos termos do artigo 77º da Lei 169/99, de 18 de Setembro,

com a redação dada pela Lei 5-A/2002, de 11 de Janeiro, o qual, a contrario, se

mantém em vigor por força do disposto na alínea d) do n.º1 do artigo 3º da Lei n.º

75/2013, de 12 de setembro, os seguintes Deputados Municipais: --------------------------

----- Miguel Tiago (PCP), por um dia, tendo sido substituído pela Deputada Municipal

Lúcia Alexandra Pereira de Sousa Gomes. -----------------------------------------------------

----- Ana Drago (BE), por um dia, tendo sido substituída pela Deputada Municipal

Isabel Cristina Rua Pires. --------------------------------------------------------------------------

----- Faltou à reunião o Deputado Municipal Tiago Miguel de Albuquerque Nunes

Teixeira. ----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Foram justificadas as faltas e admitidas as substituições dos seguintes Deputados

Municipais, Presidentes de Junta de Freguesia: -----------------------------------------------

----- Davide Amado (PS), Presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, pela

Deputada Municipal Margarida de Morais; -----------------------------------------------------

----- António Cardoso (PS), Presidente da Junta de Freguesia de S. Domingos de

Benfica, pelo Deputado Municipal Paulo Manuel Valente da Silva. ------------------------

----- A Câmara esteve representada pelo Senhor Presidente e pelos Senhores

Vereadores: Fernando Medina, Catarina Vaz Pinto, Carlos Castro, Duarte Cordeiro,

Paula Marques, Manuel Salgado, Jorge Máximo, João Afonso, Graça Fonseca. ---------

----- Estiveram ainda presentes os Senhores Vereadores da oposição: Fernando Seara,

Teresa Leal Coelho, João Gonçalves, Carlos Moura, João Bernardino e António Prôa. -

----- Às quinze horas e vinte e cinco minutos, constatada a existência de quórum, a

Senhora Presidente declarou aberta a reunião. ------------------------------------------------

----- Seguidamente, esclareceu que tinham uma sessão muito preenchida, com a

intervenção do público. ----------------------------------------------------------------------------

----- Havia uma suspensão apresentada pela Senhora Deputada Municipal Ana Drago

do BE, um pedido de suspensão por três meses, o qual iria ser apreciado pela

Assembleia logo no início da sessão. Pensava que aquela apreciação era uma situação

meramente formal, apenas para que tivessem conhecimento. Assim, colocava à

consideração dos Senhores Deputados Municipais o referido pedido de suspensão,

entre o dia vinte e três de janeiro até ao dia vinte e três de abril. A Mesa perguntou se

havia objeções, sendo que aquele pedido não seria colocado à votação, a lei falava em

apreciação pelo plenário. Não houve objeções e aquele pedido ficava, assim,

registado. ---------------------------------------------------------------------------------------------

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------ Seguidamente, nos termos regimentais, abriu o período destinado à intervenção

do Público. -------------------------------------------------------------------------------------------

------------------ PERÍODO DE INTERVENÇÃO DO PÚBLICO ----------------------

----- O Senhor Arlindo José Ferreira, morador na Rua do Funchal, nº 13, 1º, 1000-

162 Lisboa, fez a seguinte intervenção: ---------------------------------------------------------

----- “O objetivo desta minha intervenção prende-se com o seguinte; portanto, de há

uns anos para cá tenho escrito várias cartas para o Senhor Presidente da Câmara

Municipal de Lisboa, concretamente, o gabinete de fiscalização sobre umas obras

ilegais que estavam a decorrer por cima da minha habitação, tendo escrito quatro

cartas e até hoje não recebi resposta alguma. -------------------------------------------------

----- As obras feitas estão a causar graves prejuízos não só bens materiais, como

pessoais inclusive o meu estado de saúde. ------------------------------------------------------

----- Tenho aqui as cópias para entregar ao Senhor Presidente da Câmara Municipal

de Lisboa e também à Senhora Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, para

depois verificarem o que é que se está a passar relativamente àquela situação. Tenho

aqui tudo documentado e gostaria de entregar, conforme referi.”--------------------------

----- A Senhora Presidente recebeu a documentação e disse que se tratava de um

pedido de vistoria apresentado pelo Senhor Arlindo Ferreira, fiscalização a obras que

o Senhor Arlindo considerava ilegais, numa habitação de um vizinho. Assim, a Mesa

iria procurar, junto da Câmara, qual era o ponto de situação, enviando, posteriormente

a resposta ao interessado. -------------------------------------------------------------------------- ----- O Senhor Pedro Henrique Tavares Pereira Aparício, morador na Rua Teixeira

de Pascoais, nº 7, 3º Direito, 1700-363 Lisboa, fez a seguinte intervenção: ---------------

----- “Sendo esta a primeira vez que me apresento neste Fórum e, dada a dificuldade

de tempo que disponho, permitam-me que me apresente. Sou Pedro Henrique

Aparício, nasci no Brasil em mil novecentos e oitenta e um, no seio de uma família de

emigrantes portugueses que procurava melhores condições socioeconómicas para a

família, embora tivéssemos o privilégio de sermos a primeira família a habitar a Rua

número seis, do Bairro da Encarnação. ---------------------------------------------------------

----- Hoje gostaria de dispor de dois temas que me são caros, pela vivência dos

mesmos, como pela preocupação que me despertam enquanto cidadão da nossa

cidade, embora tenha, de facto, pouco tempo e o tempo limitado trás alguma

dificuldade, acredito que posso enriquecer a vossa visão enquanto Deputados

Municipais, através deste modesto contributo. ------------------------------------------------

----- Trago assim o caso das Zonas 30 no Bairro das Estacas, onde resido aui ao lado.

E também, a questão da participação dos cidadãos neste Fórum e nos demais fóruns

onde nos é possível. ---------------------------------------------------------------------------------

----- Sobre a requalificação das zonas residenciais, os projetos Zona 30, como sabem

estão em marcha trinta e um projetos de requalificação de zonas residenciais com

conceito Zona 30. Sendo caracterizados pela informação disponibilizada pela

autarquia com os objetivos de reduzir a velocidade de circulação, a ocorrência e a

gravidade de acidentes, diminuir o tráfego de atravessamento, reduzir a poluição

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sonora e ambiental, aumentar a segurança do peão, aumentar o estacionamento para

os residentes e melhorar a qualidade de vida dos moradores. -------------------------------

----- Como residente na Freguesia de Alvalade, em frente à anterior casa desta nossa

Assembleia e que neste momento se encontra em intervenção com o projeto “Zona 30

– Bairro das Estacas”, entendo que esta obra tem em si encerrada uma bondade

própria, também consagrada pela própria aprovação do PDM, sendo que peca em

grande parte pelo encerramento da bondade exclusivamente no projeto. -----------------

----- Desde oito de outubro de dois mil e treze, no Bairro das Estacas, temos em

marcha uma obra, com contrato celebrado a vinte e cinco de julho de dois mil e treze,

contratada por ajuste direto e no valor de noventa e um mil setecentos e quarenta e

seis euros e cinquenta e oito cêntimos. A contratualização desta obra previu que

durasse noventa dias, sendo que hoje, dia dezoito de fevereiro de dois mil e catorze,

decorridos mais de cento e trinta dias do arranque dos trabalhos, ainda existe obra

por fazer, mesmo com intempéries nestas últimas semanas. ---------------------------------

----- Para que conheçam esta história resumo a mesma aos seguintes tópicos: a

informação chegou às caixas dos correios cinquenta e três dias após o arranque dos

trabalhos, através de panfleto, gentilmente distribuído pela Junta de Freguesia de

Alvalade mesmo não sendo dona da obra, pena foi não mencionarem qualquer

contato informativo. Foram criados obstáculos por sobrelevação de vias de trânsito,

sendo que algumas ainda não foram pintadas e apenas há uma semana começaram a

receber sinalética vertical apropriada, e que acredito devam ser corrigidas em prol

da segurança rodoviária e da correta execução do projeto. Foram interrompidas vias

de tráfego rodoviário e pedonal, alterados sentidos de circulação e registaram-se

inúmeras transgressões ao Código da estrada, durante vários dias, também por

ausência de policiamento. A porta da EB1 Teixeira de Pascoais (antiga escola 101),

foi alvo de intervenção profunda durante o tempo letivo, contando com deficientes

condições de atravessamento de peões. Tomada e largada de passageiros e

complicações no fluxo normal rodoviário. Vimos a carreira setecentos e vinte e sete a

concretizar uma manobra de marcha atrás em plena Avenida Estados Unidos da

América. Temos um estaleiro fixo enclausurado na chamada Vila Afifense, espaço

degradado ao fundo do largo Machado de Assis. ----------------------------------------------

----- Pretendo nesta minha intervenção que notem que os bondosos objetivos inscritos

na proposta, os mesmos que vos referi, e que encontrarão nos panfletos distribuídos

aos munícipes, são um pouco diferentes da realidade vivida em Alvalade pois verifico

que nos ficaram; uma obra pública que com a ideia de melhorar a vida de todos, peca

pela surpresa dos moradores do bairro das estacas, registos de vias mal sinalizadas,

enclausuramento de trânsito e insegurança rodoviária promovidos pelo dono da obra,

sobrecarga de vias rodoviárias que agora se encontram em situação de rutura em

diversas zonas, caminhos alternativos de circulação para peões no mínimo

deficientes, também em frente à escola primária, lombas com erros de construção,

como é o caso do topo da avenida Frei Miguel Contreiras, e que pecam por uma

sinalização deficiente, principalmente no momento em que a sinalização horizontal

não existe. --------------------------------------------------------------------------------------------

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----- Embora acredite na bondade da proposta, noto que a mesma foi colocada em

causa pela total exclusão dos residentes que nunca puderam interferir no processo de

tomada de decisão. Isto apesar das comunicações escritas do Senhor Presidente da

Camara a esta Assembleia estejam levemente mencionadas esta obra e as demais

desta tipologia. --------------------------------------------------------------------------------------

----- Registei, através de fotos e vídeos, algumas destas situações vividas na primeira

pessoa, mas não me sentei sobre o problema ou despejei-o nas redes sociais: Em

primeira mão partilhei-o com quem tem o dever de representar os eleitores a Junta de

Freguesia de Alvaiade e a Camara Municipal de Lisboa (através do Gabinete do Sr.

Presidente da CML e Gabinetes dos Vereados Manuel Salgado, Duarte Cordeiro e

Jorge Máximo). -------------------------------------------------------------------------------------

----- Entendo e partilho convosco que estamos de facto a avançar com uma nova

política de urbanismo, de organização do trafego automóvel e do próprio trafego

pedonal pelos seguintes factos; estamos a implementar um Plano Diretor Municipal

de Lisboa, através de pecas avulsas nestas zonas e não conseguimos dar-lhe a

consistência e coerência que este merece, estas situações em nada favorecem o

exemplo que a nossa Autarquia da, enquanto Dono da Obra, estes casos em nada

abonam para a consagração de uma imagem de rigor, transparência e boa gestão do

orçamento para concretização de obra pública, registamos diferentes visões entre

projetistas e executores, sem que se fundamentem rigorosamente as opções das

implantações, mas principalmente neste caso especifico, corremos o risco de não

aprendermos com as experiencias de vida e colocaremos em risco as condições de

segurança, urbanidade e ate de habitabilidade das nossas zonas residenciais. ----------

----- Hoje, nesta Assembleia peco a todos os membros desta Assembleia que chamem a

si a responsabilidade de avaliar este processo de requalificação urbana e que

confirmem; o modo de definição e hierarquização das prioridades de intervenção em

obras públicas na cidade de Lisboa, a eficácia das obras integradas na apologia de

projetos ‘Zona 30”, procurando conhecera seu impacto na vida das famílias que

habitam estas zonas residenciais intervencionadas, os procedimentos existentes para a

salvaguarda da segurança de cidadãos que se desloquem na proximidade das zonas

intervencionadas, que equacionem criar regras para a execução segura de obras

públicas, a seguir pelos serviços da Camara Municipal de Lisboa, ou sempre que esta

seja efetivamente o dono da obra. ----------------------------------------------------------------

----- Alerto-vos que dos 31 projetos ‘Zona 30’, 7 são concretizados no espaço da

Freguesia onde moro, zona onde ganhei a minha independência de mobilidade e onde

me preocupa a segurança das ruas e a continuidade da política de boa vizinhança.

Penso que poderemos correr o risco, ao prosseguir com esta cultura de inovação

urbana e com esta filosofia de requalificação centrada uma vez mais na ação sobre os

materiais de construção, estudos académicos, estatísticas e pouco com o contacto

pessoal com os cidadãos que ai habitam. -------------------------------------------------------

----- Poderia hoje dizer que este problema e o mais grave de Lisboa, afinal de contas e

o meu, mas não estaria a ser útil no papel que guardo para mim como cidadão e

vizinho. -----------------------------------------------------------------------------------------------

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----- Participação dos cidadãos nos processos de decisão de Lisboa No pouco tempo

que me resta, se ainda restar, gostaria de partilhar convosco a minha viagem ate a

reunião da nossa Assembleia Municipal no dia de hoje. -------------------------------------

----- Vivemos um tempo de transformação social, onde o mundo globalizado nos

oferece soluções de ponta no que diz respeito a gestão e partilha da informação e a

própria comunicação. ------------------------------------------------------------------------------

----- Estranho por isso que, apesar da possibilidade da transmissão vídeo desta

reunião muitos optemos apenas por ficar em casa e não cheguem a estes locais as

questões que lhes são devidas... Mas, e existe sempre um mas! -----------------------------

----- Se hoje aqui estou e precisamente porque me coloquei a caminho, entendi que

estaríamos pior se ninguém fizesse este alerta na primeira pessoa e presencialmente,

pois por mais tecnologia que tenhamos nada conseguira substituir o Fator Humano

nas relações de construção da Cidadania e da própria Cidade. ----------------------------

----- Esta viagem começou em Dezembro passado quando senti a necessidade de

partilhar com o fórum deliberativo da nossa autarquia esta questão prática de

incumprimento, incoerência e de melhoria necessária da gestão das políticas dos

assuntos da nossa Cidade, apesar de ter feito questão de o fazer chegar com tempo

aos interlocutores que encontrei como os adequados e próximos - a Junta de

Freguesia e a Camara Municipal. ---------------------------------------------------------------

----- Poderão não acreditar, mas esta minha intervenção tem sido adiada porque o

próprio regimento deste fórum tem algumas limitações praticas, como por exemplo,

intervir as 15h00 (quando começamos a essa hora) e restrito aos que conseguem

flexibilizar a hora do almoço, estão de ferias ou outra situação excecional - importará

aproveitar o inicio de um novo mandato a adequar o fórum as necessidades de

qualificar a representação, dando espaço de intervenção aos eleitores, ouvindo-os e

promovendo uma maior discussão dos temas da agenda que transforma diariamente

Lisboa. ------------------------------------------------------------------------------------------------

----- Poderia continuar com inúmeras considerações sobre o estado das coisas, a

degradação da relação eleitos e eleitores, mas fico-me apenas por um desafio; saiam

mais vezes à rua, procurem contactar com todos aqueles e aquelas que residem,

estudam, trabalham, crescem, envelhecem, visitam e que descobrem que Lisboa e

verdadeiramente uma cidade que merece a nossa atenção e estima. -----------------------

----- Por fim remeto-vos os meus sinceros votos de um bom mandato, esperando que

todos juntos possamos ser de valor acrescentado a nossa cidade de Lisboa e que

ajudemos verdadeiramente ao desenvolvimento económico e social através da

transformação do espaço público de forma participada, honesta e transparente. --------

----- Fico ao vosso dispor para o que entendam necessário.” -------------------------------

----- A Senhora Presidente disse que as intervenções do público tinham terminado. ---

----- O sistema de contagem dos tempos já era possível ser visto no ecrã grande, mas

ainda não existia um sistema que permitisse alternar entre aquela imagem e a imagem

da sessão a decorrer normalmente, com as intervenções de todos. Portanto, naquela

sessão iriam suspender aquela apresentação dos relógios, que continuariam a ser vistos

nos ecrãs laterais, e iriam voltar ao usual, portanto, transmissão da sessão tal como a

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mesma estava a decorrer. Esperava que na próxima sessão já conseguissem fazer a

passagem entre as duas imagens para beneficiarem das duas informações. ----------------

------------------- PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA --------------------------

----- Apreciação e votação das Atas nºs 2, 3, 5, 6 e 7: --------------------------------------

----- Seguir-se-ia a apreciação e a votação das atas números dois, três, cinco, seis e

sete. Perguntou se algum Senhor Deputado pretendia fazer alguma intervenção sobre

aquelas atas. Não houve pedidos de intervenção e, como tal, colocou à votação as

referidas atas, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria, com a abstenção

de uma Deputada do PCP, por se encontrar ausente. ------------------------------------------

----- Seguidamente, pediu ao Senhor Primeiro-Secretário que fizesse uma leitura

resumida do expediente que tinham recebido desde a última sessão, e informou os

Senhores Deputados que, como era habitual, havia uma pasta na Mesa disponível com

todo o expediente relevante que tinha dado entrada nos serviços da Assembleia

Municipal de Lisboa e que era para conhecimento de todos. Por uma questão de

economia de recursos, não eram feitas fotocópias. E se alguém tivesse interesse em

alguma informação sobre o expediente que fizesse o favor de pedi-la. ---------------------

----- (O Senhor Primeiro-Secretário fez a leitura do resumo de expediente o qual fica

anexado à presente ata como anexo I, e dela faz parte integrante) --------------------------

----- Seguiu-se um período para discussão dos seguintes documentos apresentados: ----

----- Voto de Saudação, “Direitos Das Mulheres, Direitos Humanos”, subscrita

pelo Grupo Municipal do BE, (anexado à presente ata como anexo II, e dela faz parte

integrante); -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Moção nº 1, “Lisboa Não Pode Aceitar o Encerramento Das Suas

Esquadras”, subscrita pelo Grupo Municipal do PCP, (anexada à presente ata como

anexo III, e dela faz parte integrante); -----------------------------------------------------------

----- Moção nº 2, “Ausência de Manutenção dos Semáforos Em Lisboa”, subscrita

pelo Grupo Municipal do PCP, (anexada à presente ata como anexo IV, e dela faz

parte integrante); ------------------------------------------------------------------------------------

----- Moção nº 3, “Pela reabilitação urgente do Liceu Camões (II)”, subscrita pelo

Grupo Municipal do PCP, (anexada à presente ata como anexo V, e dela faz parte

integrante); -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Moção nº 4, “Pela Requalificação Urgente Do Jardim Avelar Brotero

(Jardim de Santo Amaro) ”, subscrita pelo Grupo Municipal do PCP, (anexada à

presente ata como anexo VI, e dela faz parte integrante); ------------------------------------

----- Moção nº 5, “Pelos Direitos Das Mulheres, Pelo Direito a Decidir”, subscrita

pelo Grupo Municipal do PCP, (anexada à presente ata como anexo VII, e dela faz

parte integrante); ------------------------------------------------------------------------------------

----- Moção nº 6, “Os Bombeiros Voluntários Do Beato Precisam Com Urgência

De Instalações Condignas”, subscrita pelo Grupo Municipal do PCP, (anexada à

presente ata como anexo VIII, e dela faz parte integrante); ----------------------------------

----- Moção nº 7, “Atraso Na Requalificação Da Piscina Da Penha De França”,

subscrita pelo Grupo Municipal do PCP, (anexada à presente ata como anexo IX, e

dela faz parte integrante); --------------------------------------------------------------------------

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----- Moção nº 8, “Os Sapadores Bombeiros De Lisboa Necessitam e Merecem

Melhores Condições De Trabalho”, subscrita pelo Grupo Municipal do PCP,

(anexada à presente ata como anexo X, e dela faz parte integrante); ------------------------

----- Moção nº 9, “Contra a Privatização Da Empresa Geral Do Fomento (EGF),

Contra o Negócio Dos Resíduos Sólidos Urbanos”, subscrita pelo Grupo Municipal

do PEV, (anexada à presente ata como anexo XI, e dela faz parte integrante);------------

----- Moção nº 10, “Contra o Encerramento de Esquadras”, subscrita pelo Grupo

Municipal do PEV, (anexada à presente ata como anexo XII, e dela faz parte

integrante); -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Moção nº 11, “Lojas do Cidadão Em Lisboa”, subscrita pelo Grupo Municipal

do PEV, (anexada à presente ata como anexo XIII, e dela faz parte integrante); ---------

----- Moção nº 12, “Em Defesa Da Loja Do Cidadão”, subscrita pelo Grupo

Municipal do BE, (anexada à presente ata como anexo XIV, e dela faz parte

integrante); -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Moção nº 13, “Em Defesa Da EGF – Valor Sul”, subscrita pelo Grupo

Municipal do BE, (anexada à presente ata como anexo XV, e dela faz parte

integrante); -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Moção nº 14, “Respostas Para a População Sem-Abrigo”, subscrita pelo

Grupo Municipal do BE, (anexada à presente ata como anexo XVI, e dela faz parte

integrante); -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Moção nº 15, “Sobre o Novo Regime Jurídico da Área Metropolitana”,

subscrita pelo Grupo Municipal do BE, (anexada à presente ata como anexo XVII, e

dela faz parte integrante); --------------------------------------------------------------------------

----- Moção nº 16, “Pela Defesa Do Cinema Em Lisboa”, subscrita pelo Grupo

Municipal do BE, (anexada à presente ata como anexo XVIII, e dela faz parte

integrante); -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Moção nº 17, “O 40º Aniversário do 25 De Abril”, subscrita pela Mesa da

Assembleia Municipal de Lisboa, (anexada à presente ata como anexo XIX, e dela faz

parte integrante); ------------------------------------------------------------------------------------

----- Moção nº 18, “Pela Autonomia das Freguesias e Municípios na Fixação da

Jornada de Trabalho dos Seus Trabalhadores”, subscrita pelo Grupo Municipal do

PS e pelos Deputados Municipais Independentes, (anexada à presente ata como anexo

XX, e dela faz parte integrante); ------------------------------------------------------------------

----- Moção nº 19, “Sobre Operações de Privatização dos Transportes em

Lisboa”, subscrita pelo Grupo Municipal do PS e pelos Deputados Municipais

Independentes, (anexada à presente ata como anexo XXI, e dela faz parte integrante); -

----- Moção nº 20, “Encerramento de Esquadras em Lisboa”, subscrita pelo Grupo

Municipal do PS, (anexada à presente ata como anexo XXII, e dela faz parte

integrante); -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Moção nº 21, “Contra a Privatização da EGF S.A. e Valorsul S.A.”, subscrita

pelo Grupo Municipal do PS e pelos Deputados Municipais Independentes, (anexada à

presente ata como anexo XXIII, e dela faz parte integrante); --------------------------------

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----- Moção nº 22, “Agenda para a Família”, subscrita pelo Grupo Municipal do

PSD, (anexada à presente ata como anexo XXIV, e dela faz parte integrante); -----------

----- Moção nº 23, “Privatização da Empresa Geral de Fomento”, subscrita pelo

Grupo Municipal do PCP, (anexada à presente ata como anexo XXV, e dela faz parte

integrante); -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Recomendação nº 1, “Pela Requalificação e Manutenção do Espaço Público”,

subscrita pelo Grupo Municipal do PCP, (anexada à presente ata como anexo XXVI, e

dela faz parte integrante); --------------------------------------------------------------------------

----- Recomendação nº 2, “Reparação Urgente do pavimento da Avenida da

Ribeira das Naus”, subscrita pelo Grupo Municipal do PCP, (anexada à presente ata

como anexo XXVII, e dela faz parte integrante); ----------------------------------------------

----- Recomendação nº 3, “Utilização de Papel Reciclado”, subscrita pelo Grupo

Municipal do PEV, (anexada à presente ata como anexo XXVIII, e dela faz parte

integrante); -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Recomendação nº 4, “Pela Salvaguarda e Dignificação do Aqueduto das

Águas Livres”, subscrita pelo Grupo Municipal do MPT, (anexada à presente ata

como anexo XXIX, e dela faz parte integrante); -----------------------------------------------

----- Recomendação nº 5, “Pelo Cumprimento das Metas Estabelecidas para a

Implementação dos Pontos de Recolha de Óleos Alimentares Usados”, subscrita

pelo Grupo Municipal do MPT, (anexada à presente ata como anexo XXX, e dela faz

parte integrante); ------------------------------------------------------------------------------------

----- Recomendação nº 6, “Criação e Instalação do Conselho Municipal para a

Igualdade”, subscrita pelos Deputados Municipais Independentes, (anexada à

presente ata como anexo XXXI, e dela faz parte integrante); --------------------------------

----- Recomendação nº 7, “Abastecimento de Veículos Elétricos”, subscrita pelo

Grupo Municipal do CDS-PP, (anexada à presente ata como anexo XXXII, e dela faz

parte integrante); ------------------------------------------------------------------------------------

----- Recomendação nº 8, “Por uma Lisboa Sem Buracos”, subscrita pelo Grupo

Municipal do CDS-PP, (anexada à presente ata como anexo XXXIII, e dela faz parte

integrante); -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Recomendação nº 9, “Eusébio da Silva Ferreira”, subscrita pelo Grupo

Municipal do CDS-PP, (anexada à presente ata como anexo XXXIV, e dela faz parte

integrante); -------------------------------------------------------------------------------------------

----- A Senhora Presidente chamou a atenção para o facto de existirem retificações

moção número seis, do PCP, e às moções quinze e dezasseis, do BE, e que já tinha

ordenado a distribuição dos documentos mencionados. --------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Diogo Leão (PS) começou por dizer que os

Deputados Independentes apresentavam ali uma moção para a criação e

implementação do Conselho Municipal de Igualdade que o PS, simbolicamente,

também queria ir ali apoiar e demonstrar o seu apreço pela constituição desse

instrumento que permitiria outro tipo de participação em prol daquela matéria sectorial

tão relevante numa cidade cosmopolita como era Lisboa. ------------------------------------

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----- O Grupo Municipal do Partido Socialista apresentou quatro moções sobre; a

jornada de trabalho de trinta e cinco horas, a situação presente e futura dos transportes

públicos da Cidade de Lisboa, a segurança e a privatização da empresa geral do

fomento e a inerente privatização do capital do Estado da Valorsul. -----------------------

----- Existia um espirito comum nas quatro temáticas que ali apresentavam e um

significado político interdependente, fosse pela defesa da autonomia do município,

principio pelo qual não aceitavam qualquer tipo de alienação por parte daquela

Assembleia ou por parte da Câmara Municipal, fosse pelas expetativas legitimas de

aspiração que a cidade tinha num conjunto de matérias sob a tutela do Governo, fosse

pela defesa intransigente do serviço público ao qual se votavam na sua ação quotidiana

e, também, na salvaguarda de uma cultura institucional de algo entre a autarquia e o

Governo que já tinha existido no passado, com proveito para ambas as partes, e deu

como exemplo a atual reforma administrativa que tinha sido de iniciativa da autarquia

e que, partilhando o mérito com o Grupo Municipal do PSD, tinha conseguido

produzir efeitos positivos. -------------------------------------------------------------------------

----- Por outro lado, recordou também a questão dos terrenos do aeroporto, um assunto

também resolvido por aquela administração municipal. --------------------------------------

----- Mas a salvaguarda da cultura de diálogo podia estar, presentemente, em risco

justamente por um conjunto de posições unilaterais do Governo e da não audição

formal do município no conjunto de preocupações relevantes para os lisboetas,

iniciativas que o próprio Governo tinha levado a cabo, ou manifestado intenção em

levar a cabo. ----------------------------------------------------------------------------------------- ~

----- Referiu que a primeira moção apresentada relativa à fixação da jornada de

trabalho por parte das autarquias. A capacidade de as autarquias terem autonomia para

decidirem sobre aquele assunto em conjunto com os sindicatos, em conjunto com os

representantes dos trabalhadores. ----------------------------------------------------------------

----- Disse que, só por si, a Lei 68/2013, tentava impor-se como uma barreira

hegemónica à capacidade das freguesias e dos municípios fixarem aquela mesma

jornada de trabalho, era um facto o qual repudiavam, o qual não partilhavam,

obviamente, pois aquela interpretação do Governo procurava minimizar a capacidade

do poder local na gestão das relações de trabalho com os seus trabalhadores e, por

aquela razão, era uma afronta ao poder local democrático e à sua autonomia, o que,

muito bem, já tinha sido contrariado pela Câmara Municipal e, também, por algumas

Juntas de Freguesia em acordos de negociação coletiva com os sindicatos que repôs as

trinta e cinco horas semanais. ---------------------------------------------------------------------

----- Em segundo lugar, disse que estava em causa não só a defesa do serviço público

mas também a legitima aspiração do município quando falavam das operações de

privatização dos transportes de Lisboa. Há muito que a autarquia tinha assumido uma

posição pela descentralização de responsabilidades na questão das operações de

transporte coletivo, que era muito importante á vida quotidiana da cidade, o qual já

sofria ataques e agressões nos últimos anos, e quem era utente sabia que a qualidade

do transporte tinha diminuído, a diminuição de carreiras tinha afetado algumas

freguesias, trabalhadores, estudantes, enfim, cidadãos que faziam a sua vida quotidiana

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dentro da cidade, e que acrescentavam valor á economia, trabalhando, e usufruíam da

cidade na mais variadas formas, e que usavam aquela rede de transportes tão

fundamental à vida de todos. ----------------------------------------------------------------------

----- Não se compreendia, naturalmente, como é que eram conhecidas pelos jornais as

intenções do Governo de concessionar, ou privatizar, aquela rede de transportes.

Constava, aliás, do relatório do Orçamento de Estado de dois mil e catorze e, por isso,

não era apenas uma carta de intenções, um boato de jornal, era sem dúvida um passo

que era dado e, no fundo, o município não tinha sido ouvido formalmente em relação

àquele processo. Por isso, e por estar em causa um património tão importante para o

dia-a-dia da cidade e dos lisboetas, apelavam para que fosse ouvido o município

naquela questão. -------------------------------------------------------------------------------------

----- Em relação ao encerramento das esquadras importava ressalvar que o Grupo

Municipal do Partido Socialista não era necessariamente contra as alterações do

dispositivo, contra reformas na Administração Interna e contra reestruturações de

instalações, não era aquilo que estava em causa. Eram sim, contra a questão de os

autarcas não serem, novamente, consultados sobre aquela matéria, uma matéria

relevante para a segurança das populações, para o sentimento coletivo de pertença para

a cidade, e de prosperidade e de fraternidade entre cidadãos e que a consulta fosse,

meramente, feita a posteriori. Tinham uma reunião agendada entre o Comando da PSP

e os autarcas da cidade e era uma reunião que, certamente, nos seus trâmites técnicos

podia trazer boas expectativas, podia ter um resultado pedagógico no sentido de se

compreender a restruturação que estava em causa e, obviamente, não punham em

causa o espirito de missão e de responsabilidade que a polícia tinha com os meios que

lhe era adjudicados para levar a cabo a sua missão de segurança na Cidade de Lisboa. -

----- Mas, aquele era um assunto que devia ter sido alvo de uma audição e de diálogo

entre o Governo e a Câmara Municipal de Lisboa, o Governo e as autarquias locais,

pois o que estava em causa era o tratamento institucional daquelas matérias que eram

matérias tão sensíveis para o quotidiano da cidade, dos bairros e das pessoas. ------------

----- Por último, e não menos importante, disse que o Partido Socialista manifestava-se

contra o processo de privatização da Empresa Geral de Fomento e, subsequente,

privatização dos 56% do capital público que aquela empresa tinha na sociedade

Valorsul. ----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Afirmou que a Valorsul foi uma empresa constituída também com o esforço do

Município de Lisboa, uma empresa de capitais públicos, com um modelo de gestão

que tinha resultados, um bom modelo de gestão, sendo que o PS considerava

completamente injustificável, antinatural e atentatório aos interesses de Lisboa, e

Lisboa era um município que se afirmava na tripla vertente de acionista, fornecedor e

cliente do tratamento de resíduos sólidos fornecidos por aquela empresa, sendo que era

injustificável uma operação de privatização daquela sociedade. ----------------------------

----- Lamentava que o Governo não quisesse ouvir o município, não consultando nem

a Câmara, nem a Assembleia Municipal, naquele conjunto de matérias, decidindo, por

si, e preparando processos de privatização e concessão de setores monopolistas de

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interesse público sem estratégias em vista e com resultados que lesavam o interesse

municipal. --------------------------------------------------------------------------------------------

----- Apelou aos restantes Grupos Municipais que acompanhassem o PS nas tomadas

de posição, em particular ao Grupo Municipal do PSD e ao Grupo Municipal do CDS-

PP, que aqueles deixassem de lado a lealdade partidária e que encarassem aquelas

questões como de interesse municipal. ----------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal António Arruda (MPT) no uso da palavra,

disse que iria submeter ali duas recomendações, para aprovação daquele plenário, uma

referente à salvaguarda e dignificação do Aqueduto da Águas Livres, e a outra

referente ao cumprimento das metas estabelecidas para a implementação dos pontos de

recolha de óleos alimentares usados nas áreas do ambiente do município. ----------------

----- No que respeitava à primeira recomendação, disse que considerava o Aqueduto

das Águas Livres, especialmente o arco de pedra do Vale de Alcântara, uma das mais

fabulosas obras da engenharia humana e que o enchia de grande orgulho poder dizer

que era, não só, da Cidade de Lisboa mas, especialmente, de todos os portugueses. -----

----- Assim, disse que o Partido da Terra entendeu entregar uma recomendação sobre

aquela que era a mais emblemática obra de engenharia portuguesa e a maior ponte de

pedra do mundo. ------------------------------------------------------------------------------------

----- Julgava que nunca seria demais recordar que o troço do aqueduto existente no

Vale de Alcântara, em Lisboa, era o maior arco em ogiva do mundo, pelo menos com

registo no livro do Guiness, sendo, ainda, o único monumento no mundo construído

em câmara escura o que permitia o reflexo da paisagem exterior, de forma constante,

oferecendo ao visitante um jogo de cor, luz, sombra e aromas. ------------------------------

----- Referiu que tinha sido, precisamente, há duzentos e oitenta e três anos, em mil

setecentos e trinta e um, que El Rei D. João V, assinou o decreto que deu início à

construção de uma estrutura com cerca de cinquenta e oito quilómetros a qual iria

abastecer de água a população de Lisboa, e que só tinha sido completada no século

XIX. Aquela imensa obra, paga na totalidade pelo povo de Lisboa, foi nos últimos

tempos da monarquia portuguesa, classificada como monumento nacional, dispondo

de uma zona especial de proteção. ---------------------------------------------------------------

----- Passados quase três séculos do início da sua construção, o povo de Lisboa que

tanto tinha contribuído para a sua construção, deparava-se com a necessidade urgente

de uma atenção permanente no sentido de garantir a integridade, tanto do Aqueduto

das Águas Livres, como da sua zona especial de proteção e, periodicamente, de obras

de conservação ao longo de toda a sua extensão, desde as mães d’água aos chafarizes

que embelezam a nossa cidade. -------------------------------------------------------------------

----- Era por todas aquelas razões, e mais algumas, que o Partido da Terra entendeu

apresentar naquela primeira sessão ordinária de dois mil e catorze, uma recomendação

para que a Câmara Municipal de Lisboa, em conjunto com a EPAL e a Direcção-Geral

do Património Cultural, procedessem à elaboração de uma Carta de Risco do

Aqueduto no concelho de Lisboa, no qual fossem elencados os troços que se

encontravam em mau estado de conservação ou sem funcionar e quais as obras

necessárias para os reabilitar, e, a partir dessa carta de risco, fosse planeado e

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executado um conjunto de intervenções de reabilitação de modo a que, até ao final do

primeiro semestre de dois mil e catorze, o Aqueduto das Águas Livres fosse

verdadeiramente o “ex-libris” do Congresso Mundial da Água e da Exposição da IWA,

que se realizaria em Lisboa, no próximo mês de setembro. ----------------------------------

----- Aquela proposta, que o Partido da Terra apresentou na forma de recomendação,

visava ainda propor à Câmara Municipal de Lisboa o estabelecimento de protocolos de

cooperação com os Municípios de Loures, Amadora e Sintra para a criação de um

Plano de Salvaguarda do Aqueduto das Águas Livres, mormente no efetivo respeito

pela sua Zona Especial de Proteção tanto nas zonas ainda rurais como nas zonas

urbanas, bem como a preparação e submissão conjunta de uma candidatura à

UNESCO para a elevação do Aqueduto das Águas Livres a Património da

Humanidade. -----------------------------------------------------------------------------------------

----- No que respeitava à segunda recomendação, o Partido da Terra entendeu que o

cumprimento da meta estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 267/2009, para a colocação de

pontos de recolha de óleos alimentares usados, para além de ser uma imposição legal,

permitia evitar a contaminação das águas residuais e a deposição de óleos em aterros

como, também, possibilitaria promover a utilização da energia proveniente de fontes

renováveis atuando, daquela forma, preventivamente sobre a degradação ambiental. ---

----- Referiu que aqueles apelos, que ali fazia, eram o pretexto que o Partido da Terra

encontrou para chamar a atenção do executivo camarário para as potencialidades da

cidade de Lisboa e para o exortar à prática de uma política ecologicamente mais

amiga, bem como para uma atitude mais proactiva na defesa do património

arquitetónico cultural lisboeta. --------------------------------------------------------------------

----- Com um pouco de esforço e vontade política da sua parte, a cidade de Lisboa, que

foi eleita pela CNN como a cidade mais “cool” da Europa, poderia ainda tornar-se na

mais “ultracool” da Europa. -----------------------------------------------------------------------

----- No que respeita às intenções de voto do Partido da Terra para as restantes

recomendações e moções, gostaria, desde já, de dizer que o MPT se iria abster no Voto

de Saudação apresentado pelo BE, bem como nas Moções números seis, dezoito e

vinte e duas, e iria votar a favor das restantes Moções e Recomendações. -----------------

----- O Senhor Deputado Municipal Fábio Santos (PCP) no uso da palavra, disse

que a segurança na Cidade de Lisboa devia de ser entendida como uma prioridade para

todos. Para os munícipes era, garantidamente, uma prioridade. -----------------------------

----- A questão que se levantava era se, de facto, também a segurança era uma

prioridade para o executivo camarário, pois Lisboa não podia aceitar o encerramento

das suas esquadras, bem como não podia deixar os seus bombeiros ao abandono. -------

----- Referiu que a Comunicação Social e o Pelouro da Segurança voltavam a falar da

possibilidade de o Ministério da Administração Interna ter a intenção de encerrar

algumas das suas esquadras na Cidade de Lisboa. ---------------------------------------------

----- Disse que a PSP vinha a exercer na cidade um grande trabalho de proximidade e

de combate à insegurança apesar da nítida falta de efetivos, da mais que evidente falta

de meios e de condições das esquadras. Um verdadeiro policiamento de proximidade

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que era reconhecido pela grande maioria dos munícipes, pelos comerciantes, pelas

instituições, pelos turistas, bem como pelos visitantes da cidade. ---------------------------

----- Disse que acreditavam que a proximidade e a localização das esquadras muito

contribuíam para a diminuição da criminalidade. ----------------------------------------------

----- A PSP e os seus efetivos eram um parceiro fundamental na articulação com as

Juntas de Freguesia e, como deviam entender, não pretendiam que o trabalho

desenvolvido por uma esquadra fosse avaliado em termos de produtividade, pois

estavam a falar de segurança e não de negócio. ------------------------------------------------

----- Assim, exigiam à Câmara Municipal de Lisboa uma atitude empenhada, dinâmica

e determinada em defesa da cidade e das suas populações. ----------------------------------

----- A defesa pela manutenção das esquadras da Polícia de Segurança Pública nos

seus bairros e zonas da cidade para uma ação de proximidade na prevenção e combate

ao crime era uma tarefa de todos.-----------------------------------------------------------------

----- Também no que dizia respeito a questões de segurança, claramente a Câmara

Municipal de Lisboa não estava a fazer a sua parte. A atribuição de instalações

condignas aos Bombeiros do Beato era uma situação que já ia longa, pois a Câmara

não só não cumpria a sua própria deliberação 258/2009, como não tinha dado qualquer

tipo de resposta às deliberações aprovadas por aquela Assembleia Municipal sobre

aquela questão. --------------------------------------------------------------------------------------

----- Referiu que também a segunda companhia do Regimento de Sapadores de

Bombeiros de Lisboa estava a enfrentar condições degradantes de trabalho, com a

utilização de veículos com trinta e um anos de serviço, as instalações encontravam-se

visivelmente degradadas com paredes a ameaçar ruir e sem condições nos balneários.

Também alguns equipamentos de proteção individual precisavam de ser substituídos. -

----- Concluiu que Lisboa não podia aceitar o encerramento das suas esquadras, nem

podia deixar os seus bombeiros ao abandono. --------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Vítor Gonçalves (PSD) no uso da palavra, disse

que ao longo dos mandatos e apesar de serem apresentadas inúmeras moções e

recomendações, a verdade é que nenhuma delas tinha tido seguimento por parte da

Câmara Municipal, independentemente de quem lá estivesse. Portanto, tinha resolvido

ao invés de trazer uma moção, fazer uma intervenção curta, por causa das limitações

temporais, e depois recomendaria a quem de direito, pensava que fosse as Comissões

daquela Assembleia Municipal, para dar seguimento àquela proposta que ali

apresentaria, que teria, naturalmente, mais hipóteses de vingar se fosse entregue à

Câmara Municipal. ---------------------------------------------------------------------------------

----- Referiu que naquela sessão iriam aprovar os planos de urbanização dos Bairros

Históricos. E iriam aprovar na sequência de um trabalho conjunto com o consenso dos

vários partidos intervenientes em relação àqueles planos de urbanização. -----------------

----- Era todo aquele território que na sua diversidade era singular e representava uma

enorme área urbana com uma história de muitos séculos, era ali que estava a mais

autêntica representação da cidade de Lisboa, aquilo que ninguém, mesmo ninguém,

que a visitasse, nunca deixaria de ver e querer conhecer, era um património único sem

semelhança ou ténue parecenças em qualquer parte do Mundo. -----------------------------

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----- Assim, era obrigação de todos os que os sucedessem, conservá-lo na sua

autenticidade, nas tradições que se iam conservando e recriando, na valorização do

espaço, no edificado, regenerando sem destruir. -----------------------------------------------

----- Por tudo aquilo, pensava que aquela Assembleia Municipal poderia e deveria ficar

na história daqueles bairros, iniciando todo o processo, com vista à sua classificação

com o Património Mundial da Unesco. ----------------------------------------------------------

----- Disse que apresentar uma candidatura a Património Mundial era uma tarefa

difícil, exigente e morosa, era uma oportunidade de compreender e apresentar um bem

para a Comunidade Internacional e de fazer uma revisão crítica dos valores conhecidos

daquele bem e avaliar a sua relação com a história natural, humana, da cultura e do

desenvolvimento. Uma candidatura a Património Mundial era apenas o início de um

longo processo em direção à melhoria dos processos de conservação a todos os níveis.

----- Alguns dos principais critérios utilizados para atribuição deste galardão, podiam

ser encontrados naquilo que representavam os Bairros Históricos e a Baixa Pombalina

de Lisboa, e citou apenas alguns: “ Exibir um evidente intercâmbio de valor humano

ao longo dos tempos ou dentro de uma área cultural do Mundo, que tem impacto

sobre o desenvolvimento da arquitetura ou tecnologia, das artes monumentais, do

urbanismo ou da paisagem. Representar um testemunho único ou pelo menos

excecional de uma tradição cultural ou de uma civilização viva ou desaparecida (ex.

Centro Histórico de Macau). Estar diretamente ou materialmente associado a

acontecimentos ou tradições vivas, ideias ou crenças, obras artísticas ou literárias de

significado universal excecional.” ---------------------------------------------------------------

----- Era aquele o desafio que ali deixava, em especial às comissões de Urbanismo e

Cultura. ----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Mas havia outra moção que gostaria de fazer mas que não valia a pena e, por isso,

iria recomendar à Comissão de Juventude e Desporto e ao Senhor Vereador

responsável pelo Pelouro do Desporto, que voltasse a instituir naquela cidade os Jogos

Desportivos da Cidade de Lisboa, uma iniciativa que tinha colocado a cidade e os

cidadãos a mexer, e se possível com, base no espírito que tinham sido criados, ou seja,

apenas dirigidos às pessoas que por força de não terem uma capacidade física

excecional, nem meios económicos suficientes, não tinham outra forma de praticar

desporto a não ser através daquele tipo de iniciativas, voluntárias, involuntárias,

informais, onde o voluntariado era a peça fundamental da sua realização, onde os

custos eram mínimos, a animação era fantástica, onde as pessoas se organizavam em

clubes de bairro, de rua, de prédio, de escola, de clube popular, como entendessem,

mas de uma forma completamente autónoma, livre, sem burocracias e participavam,

ao nível da freguesia e, depois, ao nível da cidade. --------------------------------------------

----- Lembrou ainda os prémios que a Câmara tinha conseguido sem gastar um tostão,

e que acabaram por serem dados a cerca de sessenta a setenta jovens, era uma visita de

quinze dias à Disneylândia, uma visita de quinze dias à Disney World, uma visita a

Roma, Cairo, uma subida do Nilo e alguns, ao contrário do que a vereação do Partido

Socialista fazia, naquela altura, até um Vereador do Partido Comunista teve a

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responsabilidade, em bora estivesse na oposição, de acompanhar aqueles jovens nas

suas viagens. -----------------------------------------------------------------------------------------

----- O que pretendia era que as comissões tomassem nota e, se possível, estudassem a

forma de implementar sendo que pessoalmente, estava à disposição da Câmara, dos

Senhores Vereadores e das comissões para ajudar, apoiar, dar o contributo necessário

para que aquilo fosse um êxito. -------------------------------------------------------------------

----- A Senhora Presidente, no uso da palavra, disse que foi demonstrada

preocupação, no grupo de trabalho para a elaboração do regimento, quanto ao

seguimento das moções e recomendações e que iria ser tida em conta na última

reunião que iriam ter no dia seguinte, e que eventualmente, e no que respeitava à

responsabilidade das comissões, poderiam ser colocadas uma nota no regimento. -------

----- A Senhora Deputada Municipal Maria Luísa Aldim, (CDS-PP) no uso da

palavra, disse que a primeira recomendação que o CDS-PP apresentava ali era sobre os

postes de abastecimento dos veículos elétricos. Diversos estudos indicavam que a

qualidade de vida dos cidadãos estava diretamente ligada com a qualidade ambiental e

de mobilidade. ---------------------------------------------------------------------------------------

----- E como sabiam, Lisboa foi pioneira no desenvolvimento de novos modelos

energéticos para a mobilidade optando por veículos com menores emissões de gases

poluentes, tendo sido colocados inúmeros postos de carregamentos por toda a cidade

que careciam, à data, de manutenção pois encontravam-se em mau estado de

conservação, alguns vandalizados e, até mesmo, desligados por se encontrarem

avariados. --------------------------------------------------------------------------------------------

----- Também considerava que existia falta de sinalização vertical e respetiva

sinalização no que tocava aos lugares reservados para uso exclusivo de carregamento

daqueles veículos, os quais se encontravam muitas vezes ocupados por outros veículos

que não necessitavam de recorrer àquele posto de abastecimento. Assim, o CDS-PP

pedia que fosse encontrada uma solução. -------------------------------------------------------

----- Quanto à segunda recomendação, referiu que a mesma pretendia alertar a Câmara

Municipal para uma problemática que parecia esquecida pelo executivo, e falava dos

buracos que existiam por toda a cidade de Lisboa. As vias estavam constantemente a

ser objeto de remendos, durante anos e anos, de alcatrão, colocando, inclusive, de

forma indiscriminada o alcatrão apenas para desenrascar, causando grandes

transtornos aos veículos que circulavam pela cidade que na maioria das vezes faziam-

no em “zig zag” para evitar o mau estado do piso. --------------------------------------------

----- Assim, o CDS-PP entendia que era preciso agir, planear e pensar, recorrendo a

técnicas de maior resistência e durabilidade que já eram conhecidas. Era preciso

encontrar a solução e dar condições a todos os que circulavam pela cidade. --------------

----- A Senhora Deputada Municipal Mariana Mortágua (BE), no uso da palavra,

disse que começava por saudar todas as lutas, em particular, as mobilizações recentes

em defesa dos direitos das mulheres. ------------------------------------------------------------

----- Disse que no Estado Espanhol o governo conservador queria tirar trinta anos de

conquistas sociais, e voltar a mil novecentos e oitenta e cinco, voltar aos abortos

inseguros, perigosos e clandestinos. Para quem achava que era pouco, bastava recuar

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trinta anos, e no ano de mil novecentos e oitenta e cinco recuar mais oito anos para

avistar tempos em que o divórcio era ilegal, em que a supremacia do poder do homem

na família era reconhecida pela lei. --------------------------------------------------------------

----- Em Portugal, um país onde existiam partidos que consideravam que os direitos

humanos eram passíveis de serem referendados, em que os direitos das crianças valiam

menos que os preconceitos, o ataque ao estado social, o desemprego e a pobreza

remetiam a mulher para papéis tradicionais. A austeridade empurrava a mulher para

fora da esfera pública e ameaçava os progressos no caminho de uma igualdade plena

entre homens e mulheres. --------------------------------------------------------------------------

----- Era urgente tomar consciência daquelas mudanças e do que as mesmas

implicavam para a sociedade moderna e emancipada que queriam construir. E, por

aquelas razões, o BE propunha ali, naquela Assembleia, um voto de saudação a todas

as lutas pelos direitos humanos, pelos direitos da mulher e pela igualdade de género. ---

----- Referiu que, para além daquele voto de saudação, apresentavam ali um conjunto

de moções. Traziam temas que diziam diretamente respeito às pessoas que habitavam

a cidade, à sua cultura, economia e vida social. E gostaria de começar pela situação

social que se vivia em Lisboa, pois a austeridade levou a um aumento da pobreza no

país e a cidade não era exceção; aumento do número de sem-abrigo, em particular

pessoas em idade ativa, e com qualificações. A responsabilidade da austeridade cabia

ao Governo, sendo que a procura de soluções para a cidade era da responsabilidade do

executivo, pois não bastava empurrar a pobreza para longe da vista, não bastava

destruir os seus vestígios, não bastava uma intervenção puramente assistencialista. Era

necessário ter propostas e respostas integradas que promovessem a integração social

longe das lógicas caritativas. ----------------------------------------------------------------------

----- Disse que o BE, em dois mil e nove, fez aprovar naquela Assembleia uma

recomendação para que fosse criado um plano, ou um gabinete, anticrise, no

executivo, e até à data aquele gabinete ainda não existia e, portanto, iam ali, mais uma

vez, reforçar a recomendação que tinham feito ao executivo, há quatro anos atrás. ------

----- Sublinhou que a política de privatizações afetava de forma negativa as atividades

económicas em Lisboa. O BE opunha-se à venda da EGF, e por consequência a venda

da Valorsul, eram empresas rentáveis que prestavam um serviço essencial público

sendo que a sua privatização punha em causa a qualidade do serviço e o seu preço e,

sobretudo, abria portas à privatização da Águas de Portugal. --------------------------------

----- Saudavam, ali, a posição do PS que recomendava à Assembleia Municipal que se

pronunciasse sumariamente contra a privatização da EGF e da Valorsul. Só lamentava

que o PS não tivesse a mesma firmeza no que respeitava ao serviço público de

transportes, naquele caso a propriedade deixava de ter importância e o PS limitava-se a

tecer considerações sobre a relação contratual a elaborar, os esquemas de bonificação

ou repartição dos riscos daqueles contratos entre público e privado. -----------------------

----- O PS na moção que apresentava àquela Assembleia deu uma oportunidade única

ao executivo, a oportunidade de se pronunciar, finalmente, com clareza sobre qual era

a sua opção estratégica e a sua opinião relativamente aos transportes que operavam na

zona municipal de Lisboa e zona metropolitana de Lisboa. E, portanto, desafiavam o

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executivo a acompanhar o desafio feito pelo PS e que explicasse ali qual era a sua

opção estratégica para os transportes. Privatização ou não privatização, perguntou.

Concessão ou, pelo contrário, manutenção na esfera pública tal como defendia o BE. --

----- O Senhor Deputado Municipal Miguel Graça (IND) disse que os Deputados

Independentes apresentavam ali uma recomendação à Câmara Municipal para a

criação de um Conselho Municipal para a Igualdade que julgavam fazer todo o sentido

de ser constituído até por estar em consonância com um programa de governo

municipal que estabelecia como prioridade a promoção de políticas públicas

municipais que promovesse o acesso efetivo aos direitos e combatessem a exclusão e a

discriminação. E a forma de o conseguir era criar à semelhança do que já tinha sido

feito para outros setores sociais, uma estância com fins consultivos que permitisse ao

município ouvir todos os parceiros sociais na área do combate à desigualdade. ----------

----- Congratulavam-se, também, com a moção número vinte e dois, na qual o Grupo

Municipal do PSD propunha que a Assembleia municipal de lisboa promovesse um

debate sobre os novos modelos de família, o que achavam ser da maior importância e

que envolvesse a Comissão de Direitos Sociais e de Cidadania, daquela Assembleia

municipal, e proponham o Conselho Municipal para a Igualdade e que o mesmo fosse

promovido pela Câmara Municipal. --------------------------------------------------------------

----- Referiu que subscreviam, ainda, conjuntamente com o Grupo Municipal do PS

três moções, a moção número dezoito que se congratulava pelo sucesso da negociação

coletiva que consagrava o período de trabalho de trinta e cinco horas para os

trabalhadores do Município de Lisboa, a moção número dezanove, que interpelava o

governo para que promovesse uma audição do Município de Lisboa relativamente à

intenção de privatização do Metropolitano de Lisboa e Companhia Carris de Ferro de

Lisboa, até porque o programa político recentemente sufragado sustentava uma

reforma do sistema de transportes que assegurasse a participação dos órgãos

autárquicos nas decisões sobre a matéria de transportes públicos. E, também, a moção

número vinte e um, que se pronunciava contra o processo de privatização da EGF e da

Valorsul, criticando a atuação do Governo para com o Município de Lisboa o qual não

era ouvido naquela matéria. -----------------------------------------------------------------------

----- Sublinhou que iriam votar favoravelmente as moções número nove, do PEV, e

número treze, do BE, como a moção número cinco, do PCP, e o voto de saudação

número um, do BE. ---------------------------------------------------------------------------------

----- Disse que a moção número catorze do BE, sobre respostas para a população sem-

abrigo levantava algumas reservas. Porque apesar da importância daquela temática

parecia-lhes algo injusto referir que as políticas municipais da luta contra a pobreza e

exclusão social se baseavam num regime assistencialista, carente de políticas

estruturadas uma vez que a cidade de lisboa tinha um plano para a pessoa sem-abrigo,

e constava do plano de ação do Departamento de Desenvolvimento Social, pelo que se

iam abster naquela moção que lhes parecia claramente desinformada. ---------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Sobreda Antunes (PEV) no uso da palavra,

disse que “os Verdes” apresentavam ali uma Recomendação ao município para que

procedesse a uma vasta campanha de informação e sensibilização junto dos serviços,

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explicando as vantagens da “Utilização de papel reciclado” e da impressão em frente e

verso, fomentando assim a aplicação de boas práticas ambientais e o desenvolvimento

de uma cultura de responsabilidade e cidadania. -----------------------------------------------

----- Com efeito, os serviços do município de Lisboa consumiam diariamente uma

elevada quantidade de papel sem ter em consideração os impactos ambientais, a

montante, com o seu fabrico e o consumo de árvores e de matérias-primas - energia e

água - que poderiam ser minorados com base na política dos 3 Rs - Reduzir, Reutilizar

e Reciclar. --------------------------------------------------------------------------------------------

----- Também ao optar por reproduzir e imprimir os documentos em frente e verso

verificariam uma redução do desperdício na ordem dos 40%, com benefícios óbvios

para o orçamento de funcionamento. ------------------------------------------------------------

----- Na moção “Contra a Privatização da Empresa Geral do Fomento e Contra o

negócio dos Resíduos Sólidos Urbanos”, “os Verdes” defendiam a sua manutenção na

esfera pública. ---------------------------------------------------------------------------------------

----- A EGF era um grupo rentável, detentor de 51% do seu capital social, que

movimentava anualmente cerca de cento e setenta milhões de euros e possuía um

património avaliado em mais de mil milhões de euros constituídos à custa de avultados

investimentos públicos. ----------------------------------------------------------------------------

----- Porém, o Governo PSD/CDS estava disposto a alienar aquele valioso património

por duzentos milhões de euros, ou seja, uma pequena parcela do seu valor. Ao vender

a EGF, a um grupo privado, o Governo alterava as condições e os pressupostos que

estiveram na origem da adesão dos Municípios, sem respeito pelos seus parceiros

acionistas e principais clientes. -------------------------------------------------------------------

----- Disse que a água, o saneamento e os resíduos, constituíam bens públicos

essenciais sem os quais a qualidade de vida dos munícipes e a coesão social e

territorial seriam irremediavelmente postas em causa. Por isso, propunham que aquela

Assembleia instigasse o Governo a encontrar uma solução que, em conjunto com os

Municípios, servisse o interesse das populações. ----------------------------------------------

----- Referiu que estando em curso um projeto do Governo para a reorganização do

dispositivo policial, o Grupo Municipal do PEV apresentava naquela Assembleia uma

moção “Contra o encerramento de esquadras”, em Lisboa. ---------------------------------

----- Ora, sendo verdade que as esquadras eram uma competência do Estado, não

deixava de ser dever da Câmara Municipal zelar pela segurança e bem-estar da

população da cidade, defendendo a manutenção dos serviços e infraestruturas

essenciais. Daí que o encerramento de onze esquadras de bairro em Lisboa punha em

causa, não apenas um policiamento de proximidade, como o sentimento de segurança

nos munícipes. ---------------------------------------------------------------------------------------

----- Naquela perspetiva, fazia todo o sentido que a CML diligenciasse junto do

Ministério da Administração Interna para que, em alternativa, procedesse a um

planeamento e gestão da rede de esquadras em Lisboa, de forma a colmatar os

problemas relacionados com a necessidade de obras urgentes, e de as dotar de mais

agentes policiais e de todos os meios indispensáveis para o efetivo exercício de um

policiamento de proximidade. ---------------------------------------------------------------------

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----- Na moção “Lojas do Cidadão em Lisboa”, o PEV recordou o recente fecho da

Loja dos Restauradores no final de dois mil e treze, e insistia na urgente necessidade

de abertura de um novo espaço em sua substituição, já que a Loja era utilizada,

diariamente, por mais de três mil utentes. Para tal, pretendia que o Governo

esclarecesse em que local ou locais e com que tipo de serviços, viria a ser aberta nova,

ou novas, Lojas do Cidadão em Lisboa. ---------------------------------------------------------

----- Recordou que em Lisboa ficaram apenas a funcionar as Lojas das Laranjeiras,

inaugurada em vinte e sete de Abril de mil novecentos e noventa e nove, e a de

Marvila, que abriu ao público em onze de Junho de dois mil e doze, num Centro

Comercial de um hipermercado, na Bela Vista. ------------------------------------------------

----- O Secretário de Estado adjunto do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares

ainda chegou a prometer a deslocalização da Loja dos Restauradores, que com três

pisos ocupava 1.800 m2, para o terminal fluvial da Praça do Comércio, uma área com

escassa centena e meia de m2, ou seja, quase dez vezes mais pequena. --------------------

----- Se aquele foi apenas um dos três espaços, para além do Areeiro e do Saldanha,

que a AMA - Agência para a Modernização Administrativa - submeteu, há menos de

dois anos a autorização prévia do Ministério das Finanças, nenhum deles foi o

inicialmente cedido pelo Município de Lisboa à AMA. --------------------------------------

----- Com efeito, em dois mil e nove, aquando da Proposta nº 1223/2008, esta AML

debateu a principal alternativa à Loja dos Restauradores, como bem deviam estar

recordados o Senhor Presidente, o Senhor Vereador Manuel Salgado ou, entre outros

deputados municipais, o deputado Vitor Gonçalves. ------------------------------------------

----- Aquele edifício, com uma implantação de cerca de 1900 m2 distribuídos por oito

pisos, sendo um deles em cave, corresponde ao quarteirão da antiga sede do Banco

Nacional Ultramarino (posteriormente transferido para o património da Caixa Geral de

Depósitos) e foi visitado pela Comissão de Urbanismo, a convite do Senhor

Presidente. -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Com base nesse pressuposto, aquela AML aprovou em dez de março de dois mil e

nove, a instalação da Coleção Capelo no novo Museu do Design e da Moda, que

abriria ao público dois meses depois que aí conviveria com a futura Loja do Cidadão, a

qual ocuparia 60% do espaço do r/c e 40% no 1º andar, pagando uma renda

significativamente inferior à dos Restauradores. -----------------------------------------------

----- A ata daquela sessão referia ainda que “o prédio sito na Rua Augusta, nº 24,

atentas as suas funcionalidades, mostrava-se adequado às exigências da CML com

vista à instalação do Museu da Moda e do Design, assim como da Loja do Cidadão”,

de tal modo que para a União da Associação de Comerciantes e Serviços e a

Associação de Comerciantes da Baixa Pombalina, “o equipamento que mais ansiavam

era mesmo a existência da loja do cidadão” naquele local, porque “tinha um valor de

loja âncora, de atração e de revitalização” da Baixa de Lisboa. ----------------------------

----- Solução que o atual Governo esbanjou, encerrando mais um serviço público de

proximidade ao cidadão. Nada que qualquer um dos outros edifícios públicos

existentes na Baixa não pudesse ainda substituir. Basta que, para tal fim, o Governo

aceitasse democraticamente as sugestões daquela Assembleia. ------------------------------

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----- O Senhor Deputado Municipal Ricardo Saldanha (PS) no uso da palavra,

agradeceu ao Senhor Deputado José Moreno a cedência de tempo que permitiu-lhe

aquela intervenção. ---------------------------------------------------------------------------------

----- Começou por elogiar a Mesa, pela iniciativa da Senhora Presidente, de apresentar

uma Moção àquela Assembleia Municipal para o desenvolvimento de comemorações

autónomas da Assembleia Municipal de Lisboa dos quarenta anos do 25 de Abril de

1974. Pelo menos, naquela Assembleia tais comemorações far-se-iam sem necessidade

de recurso a qualquer tipo de patrocínio privado, o que agradava muitíssimo ao PS. ----

----- Referiu que o conjunto de moções que o Partido Socialista apresentava ali tinham

uma linha comum e que era a de valorizar em todas as decisões estratégicas que

tinham impacto na cidade, uma articulação fina entre aquilo que era a atividade do

Governo, e aquilo que era a participação absolutamente necessária das autarquias

locais. E tal era absolutamente importante no que respeitava á iniciativa de

privatização das empresas de gestão de resíduos que o Governo pretendia fazer, sem

articular com o conjunto das autarquias locais que já eram titulares do capital daquelas

empresas, e que, nem sequer no negócio que era por natureza monopolista, um direito

de preferência na aquisição daquele capital social que iria ser dado á privatização. ------

----- Assim, o Partido Socialista pretendia era que da mesma maneira que eram a favor

da descentralização de competências do município para as freguesias, que houvesse

um conjunto decisivo de descentralização de competências daquilo que eram

responsabilidades do poder central nas autarquias locais para que aquela gestão fosse

feita com ganhos para os cidadãos. ---------------------------------------------------------------

----- E, em resposta à intervenção do senhor Deputado Vítor Gonçalves, disse que no

que respeitava à candidatura dos Bairros Históricos a proteção pela UNESCO, existia

na informação escrita do Senhor Presidente da Câmara que iria ser apreciada, na

página trinta e sete, a referência ao início do processo, a reabertura do processo da

candidatura da Baixa Pombalina ao Património da Humanidade que era uma iniciativa

muito importante e que denotava um movimento que procedia a iniciativas mais

alargadas mas que era um primeiro passo que não devia ser ignorado. ---------------------

----- Quanto à referência que o Senhor Deputado Vítor Gonçalves fez aos jogos de

Lisboa, disse que tinha sido uma iniciativa muito importante na qual o Deputado

Municipal Vítor Gonçalves tinha tido um protagonismo bastante significativo no

mandato do Engenheiro Cruz Abecassis, que teve um crescimento nos mandatos do

Dr. Jorge Sampaio e do Dr. João Soares e que, lamentavam, infelizmente, que no

mandato do Dr. Santana Lopes tivessem desaparecido da oferta desportiva da cidade. --

----- Quanto à estratégia da Câmara Municipal no que respeitava à política dos

transportes, disse haver um equívoco, pois a Câmara Municipal sempre foi defensora

da descentralização daquelas competências, tendo já a Câmara Municipal aprovado,

nas Grandes Opções do Plano, aquela que era a posição do município naquela matéria.

E concluía apenas fazendo um comentário a prepósito da moção do PSD sobre “a

família”, também o PS gostaria de ver um debate sobre “a família”, mas como debate

temático, submetido à Conferência de Líderes e não nos termos em que o modelo de

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família que parecia aflorar ali, entrelinhas na moção do PSD que não era, seguramente,

o modelo de família que iria ser a conclusão de um debate sério que se fizesse. ----------

----- A Senhora Deputada Municipal Ana Páscoa (PCP) no uso da palavra, disse

que iria apresentar algumas breves notas para realçar o conteúdo de algumas moções

que o PCP apresentava ali e que constituíam problemas para a cidade, questões muito

concretas e que estavam por resolver, relacionadas com a qualidade de vida e que não

abonavam a favor de uma imagem de um cidade moderna. ----------------------------------

----- Tal como o PCP referia na recomendação apresentada, Lisboa era “a cidade das

sete colinas e de muitos remendos”. Eram diariamente confrontados com o surgimento

de mais buracos nos pavimentos e passeios em todas as freguesias de Lisboa o que

potenciava situações de perigo para todos. ------------------------------------------------------

----- Disse que as soluções utilizadas eram impróprias, pois não resistiam por muito

tempo às chuvas e ao tráfego. ---------------------------------------------------------------------

----- Entre os muitos exemplos que podia citar, mencionava apenas a necessidade

urgente de reparação da Avenida Ribeira das Naus. -------------------------------------------

----- Tinham, igualmente, tomado conhecimento que quanto à manutenção dos espaços

verdes do Parque das Nações, tema sobre o qual tinham entregado um requerimento à

Senhora Presidente da Assembleia Municipal, tinham dois ou três aspetos que

mereciam a sua consideração. Não percebiam por que motivo a Câmara tinha lançado

um concurso para a referida manutenção, por um curto período de tempo pois aquela

competência iria passar para a Junta de Freguesia. Achavam que era uma boa

oportunidade para a Câmara assumir a manutenção dos espaços verdes. Também, por

outro lado, não era compreensível que a Câmara estando a assumir a manutenção até à

contratação como empresa não o pudesse fazer por mais tempo até à transferência para

a Junta de Freguesia, para tal apenas precisava de trabalhadores e com direitos. ---------

----- Uma última nota prendia-se com algumas recomendações e moções que tinham

sido ali aprovadas. E levantavam, novamente, a questão dos semáforos, em que no dia

vinte seis de novembro, tinha sido aprovada naquela Assembleia uma recomendação

para uma rápida reparação dos semáforos. Em sete de janeiro, na sessão da Assembleia

o PCP fez uma intervenção sobre aquele tema, pois a preocupação era justa tal como

se podia constatar pela própria intervenção do Senhor Presidente em sessão pública de

Câmara. O facto é que não tinha havido resposta por parte da Câmara à recomendação

ali aprovada, pelo que solicitava uma informação sobre as causas do problema e quais

as medidas para a sua resolução. -----------------------------------------------------------------

----- Em relação ao conjunto de moções e recomendações, o PCP iria votar

favoravelmente a maioria daquelas. Tinham reservas em relação à moção número

dezanove, apresentada pelo Partido Socialista a qual entendiam que deveria de ser

trabalhada pela Comissão de Mobilidade. A moção número vinte e dois, apresentada

pelo PSD não poderia merecer, de todo, o voto favorável do PCP, pois entendiam que

aquela matéria deveria ser abordada e aprofundada pela Comissão de Direitos Sociais,

mais, entendiam que qualquer iniciativa sobre a família a ter lugar naquela Assembleia

deveria ser que o PSD se preocupasse com as condições de vida das famílias em

Lisboa, e no resto do país, também. Essa era a preocupação do PCP. ----------------------

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----- O Senhor Deputado Municipal Telmo Correia (CDS-PP) no uso da palavra,

disse que a Colega Maria Luísa Aldim tinha apresentado ali duas recomendações do

CDS-PP que lhes pareciam da maior importância, uma relativamente ao abastecimento

de veículos elétricos e, de facto, das duas, uma, ou se desistia dos veículos elétricos,

ou havia a garantia de que os postos de abastecimento se encontravam em perfeitas

condições. E a outra recomendação prendia-se com o aumento de inúmeras crateras

nos espaços públicos especialmente quando o tempo piorava. -------------------------------

----- Disse que aquando do falecimento do Eusébio da Silva Ferreira, ali, naquela

Assembleia Municipal, foram vários os Senhores Deputados que referiram que uma

homenagem fosse feita àquela grande figura do desporto nacional. Várias homenagens

tinham sido feitas, tinha havido, igualmente, uma homenagem nacional, foram muitos

os que se comoveram, e a Câmara Municipal de Lisboa, em boa hora, tinha-se

associado, também, àquela grande homenagem, até mesmo no próprio funeral assistiu-

se a uma homenagem da Câmara Municipal, uma iniciativa que considerava bem

pensada, muito digna. No entanto, não foi sugerida na altura aquela que lhe parecia a

homenagem mais lógica, mais normal e mais natural de uma cidade a uma figura que

era nacional mas também era uma enorme figura da Cidade de Lisboa, e que era,

naturalmente, a atribuição do nome de Eusébio da Silva Ferreira a uma rua, a uma

avenida, com dignidade em relação ao prestígio que aquela figura tinha na Cidade de

Lisboa. ------------------------------------------------------------------------------------------------

----- O CDS-PP não queria ultrapassar a tramitação, tendo formulado aquela proposta,

sendo que Comissão Toponímia a seu tempo, pronunciar-se-ia sobre aquela proposta.

No entanto, a votação que ali gostariam que fosse consensual, que tivesse o apoio de

todos os grupos e de todas as bancadas. Era a proposta que o CDS-PP ali deixava, uma

homenagem que lhes parecia da maior justiça e uma enorme figura do desporto e de

Portugal. ----------------------------------------------------------------------------------------------

----- A Senhora Deputada Municipal Mafalda Cambeta (PSD) no uso da palavra,

disse que a sociedade hesitava refletir sobre o modelo familiar, recusando-se

compreender que o mundo não parava de evoluir. A forma que muitas vezes

procuravam promover tal reflexão provocava mais rutura que diálogo, mais

intolerância que compreensão. Assim, urgia parar aquelas espirais, promovendo o

esclarecimento e o entendimento através de um diálogo que deveria estender-se por

todo o país, onde deveriam, todos de entender a forma de ser inclusivo no modelo

familiar, e não destruir vidas com base no dogma ou no preconceito. ---------------------

----- Referiu que a forma como entendiam alguns modelos familiares poderia, em

alguns casos, ter uma profunda perspetiva ideológica, histórica ou, mesmo, cultural.

Porém, tal conceção não deveria ser intolerante ao diálogo e à osculação da realidade,

e era com base naquela realidade que apresentava aquela moção, para que pudessem

em conjunto enriquecer perspetivas e com contributos, e que fossem todos em

conjunto, os motores conhecedores de realidades, relações familiares e humanas. -------

----- Em suma, disse que era necessário uma visão abrangente, documentada,

informada e realizada por especialistas sobre as realidades e os impactos nos modelos

familiares. --------------------------------------------------------------------------------------------

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----- Assim, propunha àquela Assembleia Municipal que criasse uma agenda para a

família, um roteiro de sessões com especialistas de várias áreas para partilharem

conhecimento e experiências, ouvir dúvidas e prestar esclarecimentos. --------------------

----- Sublinhou que deveria ser construído um documento sobre os elementos

recolhidos, com depoimentos para serem apresentados à cidade, constituindo, assim,

uma ferramenta determinante para a consulta pública, um contributo decisivo para a

reflexão de todos. Era aquela a sua proposta. ---------------------------------------------------

----- Mas, disse, que a pedido do Partido Socialista e para garantir a discussão daquele

tema em Assembleia Municipal, iria retirar aquela moção para que aquele debate fosse

agendado em reunião de líderes. ------------------------------------------------------------------

----- A Senhora Deputada Municipal Mariana Mortágua (BE) no uso da palavra,

disse que o BE tinha cinco minutos para fazer aquele debate, e que o executivo tinha

dez minutos. E por isso, o BE lamentava muito que, dentro dos seus dez minutos, o

executivo não fosse ali dar uma explicação em nome do debate democrático, plural,

em nome do contraditório, relativamente ao desafio que o BE ali deixava. Perguntou

qual era a posição do executivo sobre o sistema de transportes em Lisboa. Público ou

privado, concessionado, ou não, perguntou. Pensavam que era uma explicação básica

que o executivo devia a todos ali presentes. ----------------------------------------------------

----- O Senhor Vereador Carlos Castro no uso da palavra, disse que agradecia a

intervenção que o Senhor Deputado do Partido Comunista fez, e havia uma coisa que

reconhecia ao Partido Comunista Português, que era o melhor partido em termos de

organização ao nível nacional e, por aquela razão, achava com alguma estranheza,

porque na semana anterior tinha estado presente na comissão da Freguesia do Beato

para tratar, exclusivamente, daquela questão, dos Bombeiros Voluntários do Beato. E

do PCP ao PS, ao PSD e ao CDS-PP, reconhecia que tinha havido a humildade e a

frontalidade de todos os envolvidos, e também destacava o Senhor Presidente da

Assembleia de Freguesia do Beato, e o Senhor Presidente da Junta de Freguesia do

Beato, no sentido de estarem a trabalhar em conjunto a fim encontrarem uma solução,

um terreno que era o que os Bombeiros Voluntários do Beato precisavam e mereciam.

E que da parte da Câmara Municipal de Lisboa garantia que era preocupação daquele e

de seu interesse ter uma maior e melhor segurança na cidade, valorizando os agentes

da cidade que promoviam a segurança de todos. Que estivessem descansados pois a

Câmara Municipal de Lisboa estava a trabalhar naquele sentido. ---------------------------

----- O Senhor Vereador Jorge Máximo no uso da palavra, disse que iria falar ali de

uma situação que preocupava todos, e que eram os buracos que estavam a passar-se

por toda a cidade, na pavimentação, particularmente, e que era um tema que estava a

ser acompanhado com bastante equidade. -------------------------------------------------------

----- De facto, as condições climatéricas, neste ano, causaram um agravamento

generalizado da situação em curso, sendo que os próprios estavam a acompanhar

aquelas situações que estavam a ser registadas na cidade. Tinham duas empreitadas em

curso, e uma terceira que estava já em processo avançado no sentido de dar resposta

aquelas situações. -----------------------------------------------------------------------------------

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----- Nos últimos dias, tinham sido feitas muitas intervenções apesar das pessoas

continuarem a ver os buracos nas pavimentações, a verdade é que já havia um

conjunto significativo de registos de situações já resolvidas, mas que havia ainda

bastantes situações por resolver. ------------------------------------------------------------------

----- Por outro lado, as equipas que prestavam apoio na resolução daquelas situações

tiveram que ser reforçadas, com novos sistemas para reparação imediata de situações

que envolviam maior risco. Os focos principais eram as zonas de circulação rodoviária

os quais apresentavam maior risco, os acessos aos hospitais, zonas estruturantes, etc., e

esperavam que com a melhoria do tempo as situações fossem melhorando e estavam

empenhados para que aquilo acontecesse. ------------------------------------------------------

----- A Senhora Presidente no uso da palavra, disse que iriam entrar no período de

votação e essa razão pedia a atenção de todos. E se houvesse falhas na Mesa pedia,

igualmente, a colaboração de todos. -------------------------------------------------------------

----- A Mesa iria colocar à votação, moções e recomendações, por ordem de entrada,

mas no caso em que houvesse sobre o mesmo assunto vários documentos, os mesmos

iriam ser juntos, sendo que o primeiro a ser votado seria o que deu entrada em

primeiro lugar, seguindo-se os restantes. -------------------------------------------------------

----- Em matéria de votos, tinham um voto de saudação, apresentado pelo BE, sobre os

direitos das mulheres e direitos humanos. Dispensavam, naturalmente, a leitura do

voto de saudação que o que pretendia era a luta por uma sociedade mais justa e

igualitária. --------------------------------------------------------------------------------------------

----- Seguidamente, submeteu à votação o Voto de Saudação “Direitos das

Mulheres, Direitos Humanos”, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por

maioria, com votos a favor de PS, PSD, PCP, BE, PEV, PAN, PNPN e 4IND, votos

contra do CDS-PP e as abstenções do MPT e de 1 Deputado Municipal do PSD. --------

----- Seguidamente, submeteu à votação a Moção Nº 5, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PSD, PCP, BE, PEV, PAN, PNPN e

4IND, voto contra do CDS-PP, e abstenções do MPT e de 1 Deputado Municipal do

PSD.---------------------------------------------------------------------------------------------------

----- Submeteu à votação os pontos 1, 2, 3, 4 e 6 da Moção nº 1, tendo a Assembleia

deliberado rejeitar, por maioria, com votos a favor do PCP, BE, PEV, PAN e MPT,

votos contra do PS, PSD, CDS-PP e do PNPN, e abstenções de 4IND. --------------------

----- Submeteu à votação o ponto 5 da Moção nº 1, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor do PS, PCP, BE, PEV, PAN, PNPN e MPT,

votos contra do PSD, e abstenções do CDS-PP e de 4IND. ----------------------------------

----- Submeteu à votação o ponto 1 da Moção nº 10, tendo a Assembleia deliberado

rejeitar, por maioria, com votos contra de PS, PSD, CDS-PP e PNPN, votos a favor

de PCP, BE, PEV, MPT e PAN e abstenções de 4IND. --------------------------------------

----- Submeteu à votação os pontos 2 a 5 da Moção nº 10, tendo a Assembleia

deliberado aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PSD, PCP, BE, PEV,

MPT, PAN e PNPN, e abstenções do CDS-PP e de 4IND. -----------------------------------

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----- Submeteu à votação a Moção nº 20, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por

maioria, com votos a favor de PS, PSD, PCP, BE, PEV, MPT, PAN e PNPN, e

abstenções de CDS-PP e de 4IND. ---------------------------------------------------------------

----- Submeteu à votação o ponto 1 da Moção nº 2, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor de PSD, PCP, BE, CDS-PP, PEV, MPT, 4

IND, Presidente da Mesa e 1 Deputado do PS, votos contra do PS e as abstenções do

PAN e do PNPN. ------------------------------------------------------------------------------------

----- Submeteu à votação o ponto 2 da Moção nº 2, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor do PS, PSD, PCP, BE, CDS-PP, PEV, MPT,

PNPN e 4 IND, e a abstenção do PAN.----------------------------------------------------------

----- Submeteu à votação a Moção nº 3, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por

maioria, com votos a favor de PS, PSD, PCP, BE, PEV, MPT, PAN, PNPN e 4 IND e

abstenção do CDS-PP. -----------------------------------------------------------------------------

----- Submeteu à votação o ponto 1 da Moção nº 4, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por unanimidade. ----------------------------------------------------------------------

----- Submeteu à votação o ponto 2 da Moção nº 4, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor de PSD, PCP, BE, CDS-PP, PEV, MPT,

PAN e 4 IND, votos contra do PS e a abstenção do PNPN. ----------------------------------

----- Submeteu à votação a Moção nº 6, retificada, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por unanimidade. ----------------------------------------------------------------------

----- Submeteu à votação a Moção nº 8, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por

maioria, com votos a favor de PSD, PCP, BE, CDS-PP, PEV, MPT, PAN e 4 IND,

votos contra do PS e a abstenção do PNPN. ----------------------------------------------------

----- Submeteu à votação o ponto 1 da Moção nº 7, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor de PSD, PCP, BE, CDS-PP, PEV, MPT,

PAN e 4 IND, votos contra do PS e a abstenção do PNPN. ----------------------------------

----- Submeteu à votação o ponto 2 da Moção nº 7, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por unanimidade. ----------------------------------------------------------------------

----- Submeteu à votação a Moção nº 9, retificada, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PCP, BE, PEV, MPT, PAN, PNPN e

4 IND, e os votos contra do PSD e do CDS-PP. -----------------------------------------------

----- Submeteu à votação a Moção nº 13, retificada, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PCP, BE, PEV, MPT, PAN e 4 IND,

os votos contra do PSD e do CDS-PP, e a abstenção do PNPN. -----------------------------

----- Submeteu à votação a Moção nº 21, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por

maioria, com votos a favor de PS, PCP, BE, PEV, MPT, PAN e 4 IND, os votos

contra do PSD e do CDS-PP, e a abstenção do PNPN.----------------------------------------

----- Submeteu à votação a Moção nº 11, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por

maioria, com votos a favor de PS, PCP, BE, PEV, MPT, PAN e 4 IND, os votos

contra do PSD e do CDS-PP, e a abstenção do PNPN.----------------------------------------

----- Submeteu à votação o ponto 1 da Moção nº 12, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PSD, PCP, BE, PEV, MPT, PNPN,

PAN e 4 IND, e os votos contra do CDS-PP. ---------------------------------------------------

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----- Submeteu à votação o ponto 2 da Moção nº 12, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor de PSD, PCP, BE, PEV, MPT, PNPN, PAN,

4 IND, Presidente e de 1 Deputado Municipal do PS, e os votos contra do PS e do

CDS-PP. ----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Submeteu à votação a Moção nº 14, retificada, tendo a Assembleia deliberado

rejeitar, por maioria, com votos contra do PS, votos a favor do PSD, PCP, BE, CDS-

PP, PEV, MPT, PAN e PNPN, e abstenção de 4IND. -----------------------------------------

----- Submeteu à votação a Moção nº 15, retificada, tendo a Assembleia deliberado

rejeitar, por maioria, com votos contra do PS e do PSD, votos a favor do PCP, BE,

PEV, MPT e PAN, e as abstenções do CDS-PP, PNPN e de 4IND. ------------------------

----- Submeteu à votação a Moção nº 16, retificada, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor do PSD, PCP, BE, PEV, MPT, PNPN, 4

IND e a Presidente, e as abstenções do PS, CDS-PP e PAN. --------------------------------

----- Submeteu à votação a Moção nº 17, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por

unanimidade. ---------------------------------------------------------------------------------------

----- Submeteu à votação o ponto 1 da Moção nº 18, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PCP, BE, PEV, PNPN e 4 IND, os

votos contra do CDS-PP, e as abstenções do PSD, PAN e MPT. ----------------------------

----- Submeteu à votação o ponto 2 da Moção nº 18, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PCP, BE, PEV, PNPN e 4 IND, os

votos contra do CDS-PP, e as abstenções do PSD, PAN e MPT. ----------------------------

----- Submeteu à votação o ponto 3 da Moção nº 18, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor de PS, PCP, BE, PEV e 4 IND, os votos

contra do PSD, CDS-PP e PNPN, e as abstenções do PAN e MPT. ------------------------

----- Submeteu à votação a Moção nº 19, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por

maioria, com votos a favor do PS, MPT, PAN e 4 IND, os votos contra do PSD, PCP,

CDS-PP, BE e PEV, e a abstenção do PNPN. --------------------------------------------------

----- A Moção nº 22, foi retirada pela proponente. --------------------------------------------

----- Submeteu à votação a Recomendação nº 1, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor PSD, PCP, CDS-PP, BE, MPT, PAN, PEV

e 4 IND, os votos contra do PS e a abstenção do PNPN. -------------------------------------

----- Submeteu à votação a Recomendação nº 2, retificada, tendo a Assembleia

deliberado aprovar, por unanimidade. --------------------------------------------------------

----- Submeteu à votação a Recomendação nº 3, retificada, tendo a Assembleia

deliberado aprovar, por unanimidade. --------------------------------------------------------

----- Submeteu à votação a Recomendação nº 4, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por unanimidade. ----------------------------------------------------------------------

----- Submeteu à votação a Recomendação nº 5, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por unanimidade. ----------------------------------------------------------------------

----- Submeteu à votação a Recomendação nº 6, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por unanimidade. ----------------------------------------------------------------------

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----- Submeteu à votação a Recomendação nº 7, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor PSD, PCP, CDS-PP, BE, PEV, MPT, PAN,

PNPN, 4 IND e a Presidente, e os votos contra do PS. ----------------------------------------

----- Submeteu à votação a Recomendação nº 8, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por maioria, com votos a favor PSD, PCP, CDS-PP, BE, PEV, MPT, PAN,

PNPN, 4 IND e a Presidente, e os votos contra do PS. ----------------------------------------

----- Submeteu à votação a Recomendação nº 9, tendo a Assembleia deliberado

aprovar, por unanimidade. ----------------------------------------------------------------------

----- A Senhora Presidente disse que gostaria de esclarecer a questão da moção que o

Senhor Deputado Municipal Carlos Silva Santos tinha suscitado não ter sido entregue.

----- Afirmou que a referida moção não tinha entrado nos serviços na devida hora. Era

sobre um assunto que já tinha sido votado, pelo que iria ler a parte deliberativa e

deixava à consideração da Assembleia aceitá-la, ou não. Até ao momento da votação

aceitavam os documentos que eram entregues, e seria a Assembleia a dizer “não”, ou

“sim”. -------------------------------------------------------------------------------------------------

----- E iniciou a leitura do mencionado documento; “O Grupo Municipal do PCP

propõe que a Assembleia Municipal de Lisboa, reunida na Sessão Ordinária de

dezoito de fevereiro de 2014, delibere, primeiro, manifestar o seu repúdio por esta

medida do Governo PSD/CDS-PP que tem a ver com a privatização da Empresa

Geral de Fomento. Segundo, apoiar todas as ações que a Câmara de Lisboa venha a

desenvolver no sentido de manter esta medida tão gravosa para o Município de

Lisboa. E, terceiro, enviar esta moção ao Primeiro-ministro, Ministro do Ambiente e

Grupos Parlamentares”.---------------------------------------------------------------------------

----- Assim, perguntou quem estava contra a admissão daquela moção, tendo a

Assembleia deliberado, aprovar, por maioria, a admissão daquela moção, com os

votos contra de 2 Deputados do PS, e os votos a favor das restantes bancadas. -----------

----- Assim, a Senhora Presidente avisou que se a Assembleia admitiu aquela moção

estava disponível para a votar, pelo que, aquela moção iria ser colocada à votação. O

Senhor Primeiro-secretário leu a referida moção. ----------------------------------------------

----- Submeteu à votação a Moção nº 23, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por

maioria, com votos a favor do PS, PCP, BE, PEV, MPT, PAN e 4 IND, os votos

contra do PSD e CDS-PP, e as abstenções do PNPN e de 2 Deputados Municipais do

PS. -----------------------------------------------------------------------------------------------------

----- Avisou que o Período Antes da Ordem do Dia terminava ali, agradecendo a

compreensão de todos e gostaria de deixar ali um apelo aos Senhores Deputados,

dizendo que era muito difícil para os serviços da Assembleia, como a entrega das

moções até ao meio dia da véspera, terem a garantia com toda a certeza de que toda a

documentação entrou com a data certa, pelo que iriam tomar providências, mas pedia a

compreensão de todos. De todo o modo, o problema estava ultrapassado. -----------------

------------------------------ PERÍODO DA ORDEM DO DIA-------------------------------

----- PONTO 1 – APRECIAÇÃO DA INFORMAÇÃO ESCRITA DO SENHOR

PRESIDENTE DA CÂMARA, AO ABRIGO DA ALÍNEA C), DO Nº.2, DO

ARTIGO 25º. DO REGIME JURÍDICO DAS AUTARQUIAS LOCAIS (RJAL),

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PUBLICADO EM ANEXO À LEI Nº. 75/2013, DE 12 DE SETEMBRO, NA SUA

REDAÇÃO ATUAL E DA ALÍNEA E) DO Nº. 2 DO ARTº. 4º. DO

REGIMENTO DA ASSEMBLEIA; Grelha H – máximo 3h 20m; ----------------------- -

----- (Sobre a matéria, a Câmara enviou a informação escrita que foi distribuída aos

Senhores Deputados Municipais e que se encontra devidamente arquivada nos

Serviços de Apoio à Assembleia Municipal). --------------------------------------------------

----- A Senhora Presidente informou que iria ser apreciada a informação escrita do

Senhor Presidente da Câmara, sendo a grelha de tempos acordada em sede de

Conferência de Representantes, era a de três vezes a grelha do PAOD, pelo que a

mesma já se encontrava disponível pelos relógios visíveis nos écrans. ---------------------

----- A Mesa deu a palavra ao Senhor Presidente da Câmara para apresentação da

informação escrita. ----------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente no uso da palavra, disse que registava com satisfação

vários planos de convergência que tinha verificado ao longo das intervenções

anteriores, sobre vários problemas centrais da cidade, desde serviços básicos que eram

indevidamente assegurados, como o funcionamento da rede semafórica, até à situação

dos pavimentos que, naturalmente, a todos preocupava. --------------------------------------

----- Referiu que quanto à reestruturação do dispositivo territorial da Polícia de

Segurança Pública, um assunto que não dependia diretamente da Câmara Municipal,

mas, sim, do Estado. Confirmou que o Ministério da administração Interna tinha

contactado a Câmara, apresentando um projeto de reestruturação daquele dispositivo, e

estavam marcadas reuniões com todas as Juntas de Freguesia, onde o Ministério da

Administração Interna propunha alterar o dispositivo territorial, de forma a discutir

com as Juntas de Freguesia a melhor forma de corresponder às necessidades das

populações, conjuntamente com a disponibilidade que o Estado tinha para realizar o

serviço que era necessário. ------------------------------------------------------------------------

----- Para que não houvesse dúvidas, afirmou que era daqueles que achava que o

policiamento de proximidade era feito com o policiamento na rua e não, propriamente,

com a multiplicação de edifícios consumidores de recursos humanos que melhor

serviriam a segurança se policiassem na rua. O que não queria dizer que não

devêssemos ter um dispositivo territorial que mesmo que não contribuísse,

efetivamente, para uma melhoria das condições de segurança, tivesse um efeito que

não era de menosprezar, contribuindo para minorar o sentimento de insegurança. -------

----- Afirmou que encontrava por parte do Comando da PSP e do Ministério da

Administração Interna boa vontade de procurar, com a Câmara e com as Juntas de

Freguesia, a melhor resposta possível àquela situação e, era naquele momento,

prematuro tomar uma posição que não fosse de diálogo construtivo com o Governo de

forma que contribuíssem para o real sucesso na melhoria das condições de segurança

na Cidade de Lisboa. -------------------------------------------------------------------------------

----- Disse que, infelizmente, não se tinha passado o mesmo na área do ambiente, onde

o Município tinha sido confrontado sem qualquer tipo de diálogo prévio com o

Município de Lisboa, com uma mudança radical da posição do Estado no que

respeitava à organização do sector dos resíduos, dos saneamentos e da distribuição da

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água. No que respeitava aos resíduos, o Município de Lisboa integrava, juntamente,

com outros dezoito municípios, um sistema multimunicipal, onde estava associado ao

Estada na Empresa Valorsul. O Estado sempre considerou aquele sistema como

estratégico pelo facto de servir um universo populacional muito significativo, e por

servir a própria capital, tendo sempre o Estado imposto aos municípios a detenção da

maioria do capital nunca deixando os municípios ter uma posição de supremacia tal o

valor estratégico da empresa. ---------------------------------------------------------------------

----- Surpreendentemente, o mesmo Estado que tinha imposto, há cerca de vinte anos,

ter a maioria absoluta do capital, decidiu, agora, que não obstante o seu valor

estratégico devia proceder à privatização integral da sua participação na empresa, não

deixando os municípios adquirirem qualquer tipo de participação. A única opção que

era dada aos municípios era a de puderem vender a sua própria participação, mas não

podiam adquirir a participação do Estado. ------------------------------------------------------

----- Aquela decisão da alienação integral da EGF na Valorsul tinha merecido a

oposição de todos os municípios da Valorsul e da antiga Resioeste que tinham a

representação de três forças políticas, visto que envolviam municípios de maioria PS,

do PSD e do PCP. E todos estavam unidos na mesma posição, de oposição à

privatização da EGF e, em qualquer caso, à exigência da possibilidade dos municípios

terem, no mínimo, 51% de capital da Valorsul. ------------------------------------------------

----- Recordou que a Valorsul era uma empresa que gerava um terço do volume de

negócios da EGF, e um terço dos resultados líquidos da EGF, ou seja, o valor da EGF

dependia, em grande medida, do valor da Valorsul. -------------------------------------------

----- A constituição da Valorsul e da Resioeste tinha permitido, ao longo dos últimos

vinte anos, o encerramento de dezasseis lixeiras e da Central de Compostagem de

Beirolas que tinha sido essencial para que se conseguisse realizar a Expo 98, e ter sido

possível toda a requalificação da zona oriental de Lisboa, e parte do Concelho de

Loures que gerou a constituição daquela que era agora a freguesia do Parque das

Nações. Permitiu a valorização dos resíduos sólidos urbanos, quer do ponto de vista

energético, quer das escórias resultantes da inceneração. Era uma empresa, não só,

equilibrada, como geradora de lucros distribuídos não só pelos seus acionistas todos os

anos, como permitia uma invejável eficiência que permitiu aos municípios procederem

ao tratamento dos seus resíduos sólidos urbanos a uma taxa de vinte euros a tonelada,

o que significava de eficiência, bastava comparar com os sessenta euros tonelada

pagos pelos municípios de Sintra, Cascais, Oeiras e Mafra no sistema intermunicipal

da Tratolixo. Assim sendo, na Valorsul, apesar de ser uma empresa equilibrada e

lucrativa, tendo sempre distribuído cerca de cinco milhões de euros de lucro pelos

acionistas, por exemplo, em 2012, Lisboa pagava um terço da taxa do tratamento

comparando com o que era pago pelos municípios que tinham o sistema mais próximo

que era o da Tratolixo. -----------------------------------------------------------------------------

----- Por outro lado, recordou que os municípios não eram só acionistas, os municípios

também tinham uma posição única em relação àquele sistema; eram acionistas mas,

também, eram os clientes porque tratavam lá os resíduos, e eram, também, os

fornecedores exclusivos da matéria-prima, visto que permitia proceder à valorização

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energética dos resíduos era o facto de fornecerem os resíduos que constituíam matéria-

prima daquela atividade. Ora, aquela alteração unilateral, não negociada com mos

municípios da posição do estado, punha em causa, designadamente, as obrigações

contratuais assumidas pelos municípios, designadamente, de tratamento exclusivo dos

lixos naquele sistema multimunicipal. Ora, o modelo que tinha sido adotado pelo

Estado, e em primeiro lugar, impedia que os municípios de aquisição de participações,

que ficavam reservadas, 5%, aos trabalhadores da Valorsul, e 95%, a empresas cujo

perfil era, aliás, criteriosamente definido no diploma aprovado em conselho de

Ministros. --------------------------------------------------------------------------------------------

----- Em segundo lugar, aquele modelo ameaçava uma desvalorização significativa do

valor patrimonial das ações dos municípios, visto que não era dada nenhuma garantia

em matéria de acordo para social contra eventuais aumentos de capital que viessem a

diminuir significativamente a participação acionista dos municípios. ----------------------

----- E em terceiro lugar, nada era dado de garantia quanto às necessidades de

investimento, quanto às tarifas nem quanto ao destino das infraestruturas no final do

período de concessão. ------------------------------------------------------------------------------

----- Em resumo, o Estado não se tinha portado bem, naquele caso, e os municípios

não se podiam conformar com a posição do Estado. ------------------------------------------

----- Tão mais grave do que se passada com a Valorsul, era o que se passava com o

tratamento do saneamento urbano e, também, com o abastecimento da água à Cidade

de Lisboa. --------------------------------------------------------------------------------------------

----- Confirmou que era sabido que o Estado se preparava para proceder à chamada

“horizontalização” dos sistemas de saneamento e de abastecimento de água, fundindo

ambos numa só empresa. Aquela “horizontalização” visava resolver os défices de

exploração de alguns dos sistemas em algumas regiões do país à custa da eficiência

dos sistemas que estavam consolidados. No caso concreto de Lisboa, o que lhe era

apresentado era a transferência das Águas de Portugal para a EPAL, nas participações

da SIMTEJO, e a integração da SIMTEJO num único sistema com mais noventa e

nove municípios numa área que ia de Lisboa à fronteira, e do Alto Alentejo até Foz

Coa, o que traduzia, desde logo, na desvalorização da participação acionista do

Município de Lisboa de 23,5% que detinha na SIMTEJO, para 5,42% naquela nova

empresa a criar. --------------------------------------------------------------------------------------

----- Para a preparação da operação de privatização foi decidido um corte de sessenta e

sete milhões no sistema, trinta milhões dos quais eram cortados na SIMTEJO e, em

particular, nos investimentos que a SIMTEJO tinha previsto realizar no Vale de

Alcântara. Mas a principal consequência, quer para os municípios, quer para os

consumidores era proceder-se ao ajustamento tarifário para que a tarifa da cidade de

lisboa passasse a compensar os défices tarifários em outras zonas do país. ----------------

----- Assim, entre 2014 e 2018, previa-se um aumento de 12% na taxa de saneamento a

pagar pelo município, e de 20,4% do aumento do preço da água paga, em alta, o que

traduzia um aumento seguramente superior ao aumento do preço da água a pagar pelos

consumidores da Cidade de Lisboa. --------------------------------------------------------------

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----- Referiu que haviam quatro questões que gostaria de deixar bem claras. Em

primeiro lugar, todos os municípios, independentemente da força política que os

liderava, tinham manifestado oposição, quer à privatização da Valorsul, por via da

privatização da EGF, quer à integração da SIMTEJO naquele sistema com as

consequências que já ali tinha enunciado. Em segundo lugar, disse que não eram

aceitáveis e nenhuma vantagem resultava da privatização de sistemas que

funcionavam em regime de monopólio, como era o caso da SIMTEJO, ou de quase

monopólio, como era o caso da Valorsul, sobretudo em empresas cuja gestão já tinha

provado ser boa, e cuja rentabilidade tinha permitido, não só satisfazer o interesse

público subjacente à sua criação, como remunerar devidamente os investimentos que,

quer o Estado, quer os municípios, tinham feito ao longo de todos aqueles anos. Em

terceiro lugar, não era, também, aceitável a ideia de que a alienação daqueles ativos

era essencial para a amortização da dívida pública nacional. Em primeiro lugar, não

havia razão para que fossem os municípios que contribuíam com 0.4% para a

totalidade da dívida pública, a contribuírem com o seu património para a amortização

da dívida pública do conjunto das entidades públicas. Em segundo lugar, convinha ter

em conta a totalidade das receitas de todas as privatizações já feitas, desde assinatura

do memorandum de entendimento, ANA, CTT, tudo incluído tinha gerado cerca de

oito mil milhões de euros valor que era o que iriam pagar naquele ano da totalidade do

serviço da dívida, ou seja, aquilo que tinha sido privatizado não tinha sido suficiente

para abater a dívida, por um lado, e por outro lado aumentou, e nem era, sequer,

suficiente para pagar aquilo que tinha de ser pago respeitante ao serviço da dívida. E

alienar empresas que eram lucrativas e que deviam ser utilizadas na ajuda para

financiar aquilo que teria de ser pago relativo ao serviço da dívida, era um erro

absoluto, pelo que não devia de ser aceite tal coisa como argumento. Mas o terceiro

argumento que, também, não devia de ser aceite era o argumento de solidariedade que

Lisboa devia às regiões menos favorecidas, e que as regiões mais ricas deviam às

regiões mais pobres. Não estava em causa o dever de solidariedade para a coesão

nacional, estava em causa, sim, saber como se traduzia e exercia aquele dever de

solidariedade o qual cumpria-se na razão distributiva do sistema fiscal, não se cumpria

no sistema tarifário. Quem ganhava mais, vivesse onde vivesse, devia de pagar mais

para apoiar quem mais precisava. Mas quem vivia em Lisboa, ganhasse mais, ou

menos, não tinha de pagar mais pelo preço da água para suportar o custo da

distribuição da água em outros locais, pois isso fazia-se no sistema fiscal, e não no

sistema tarifário, porque a consequência seria, se fosse feito no sistema tarifário, que

alguém com menos posses na Cidade de Lisboa estaria a financiar a água de alguém

rico que residisse numa outra zona do país, pelo que o ajustamento tinha de ser feito

através do sistema fiscal.---------------------------------------------------------------------------

----- Disse que gostaria de se associar à posição ali assumida com base em diversas

moções, por parte daquela Assembleia Municipal, sobre a privatização da EGF, como

alertava para as gravíssimas consequências que, quer para o município, quer,

sobretudo, para os habitantes da Cidade de Lisboa, ia ter a ideia de horizontalização do

sistema nos termos em que estava a ser proposto e o que iria significar do brutal

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agravamento dos custos da água para todos os residentes na Cidade de Lisboa,

independentemente da capacidade financeira e contributiva de cada um. ------------------

----- Assim, era necessário que o Governo adotasse naquela matéria a mesma postura

dialogante que tinha adotado em outras matérias e, designadamente, que se

predispunha a adotar, no que dizia respeito à reestruturação do dispositivo territorial da

Polícia de Segurança Pública na Cidade de Lisboa. -------------------------------------------

----- Referiu que aquele era o terceiro governo com quem trabalhava e, relativamente a

todos, entendia a mesma regra, o município de Lisboa não era nem oposição, nem

contrapoder aos governos, o Município de Lisboa era apenas um outro escalão de

governo que tinha de trabalhar com as Juntas de Freguesia, ou com o Governo, ou com

a União Europeia na mesma base de lealdade com que tinha de exigir com que

trabalhassem com o município. E o que não era aceitável era que relativamente a

sistemas que eram absolutamente fundamentais para o funcionamento da cidade e o

conjunto da área metropolitana, não houvesse qualquer tipo de diálogo com os

municípios e fossem confrontados daquela forma e com factos consumados. -------------

----- Para terminar, disse que estavam a concluir o exercício mais difícil de

descentralização administrativa que tinha sido executado, em Portugal, desde mil

novecentos e setenta e seis. ------------------------------------------------------------------------

----- Disse que estavam identificadas todas as situações do problema, e estavam

resolvidos bastantes problemas, e estavam em vias de solução grande parte dos que

estavam identificados e, ainda, não resolvidos. ------------------------------------------------

----- Chamou a atenção para uma questão que considerava das mais difíceis e que tinha

a ver com a transferência de pessoal do quadro da Câmara Municipal de Lisboa para o

quadro de pessoal das Juntas de Freguesia, tendo concluído, na semana anterior, o

primeiro período de audição prévia, tendo sido registadas cerca de trezentas

reclamações, em que quase metade das quais tinha essencialmente a ver com pedidos

de colocação numa freguesia, e não naquela em que estava prevista, sendo, por isso,

facilmente ajustáveis por transferências cruzadas para satisfação dos pedidos. Assim,

tinham em apreciação um número relativamente limitado de reclamações o que,

portanto, significava, ao contrário do que era previsível, aquele processo de

transferência, com todas as dificuldades que comportava, iria ter um quadro de

resolução mais fácil do que muitos entendiam que iria ser. ----------------------------------

----- Disse que sabiam que no diálogo com as Juntas de Freguesia ainda havia várias

pontas a atar, designadamente em matéria de instalações. Mas estava certo que iriam

ser encontradas todas as soluções com as vinte e quatro Juntas de Freguesia. ------------

----- Não podia deixar de se de fazer nota ali de que a maioria das Juntas de Freguesia

se terem associado à Câmara no acordo que tinha sido possível estabelecer com as

diferentes forças sindicais e que com todos os sindicatos representativos dos

trabalhadores do Município de Lisboa ter sido possível acordar a manutenção do

horário das trinta e cinco horas semanais e das sete horas diárias, o que era um

contributo fundamental para conseguir-se continuar a ter uma boa gestão dos recursos

humanos. ---------------------------------------------------------------------------------------------

----- Agradeceu. -------------------------------------------------------------------------------------

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----- A Senhora Deputada Municipal Sofia Dias (PS) no uso da Palavra, disse que

àqueles que tinham ganham as últimas legislativas, pela maioria de direita, e que

sempre tinham desdenhado os avisos do Partido Socialista de que a orientação política

seguida pelo Senhor Primeiro-ministro de ir para além da Troika, a qual encerrava em

si mesma uma ideologia neoliberal contra o Estado e que, na verdade, o que o Governo

pretendia implementar em Portugal era uma estratégia de privatizar os lucros e de

nacionalizar os prejuízos, transferindo para os privados tudo o que os mesmos

queriam, a privatização da EGF e da Valorsul, confirmavam os piores receios do PS. --

----- Afirmou que muito recentemente a Senhora Vereadora Teresa Leal Coelho tinha

dito na televisão que o Estado não devia de estar na economia, o que merecia o elogio

do PS pela frontalidade da Senhora Vereadora, mas que, sobre aquela matéria, estavam

conversados. -----------------------------------------------------------------------------------------

----- Com efeito, disse que a EGF e a Valorsul, que a Lisboa mais diretamente dizia

respeito, destruíam pelo seu exercício os argumentos a favor da privatização já que se

tratavam de empresas de capitais e gestão públicos, bem geridas, que prestavam um

bom serviço e davam lucro. -----------------------------------------------------------------------

----- Mas, afirmou, que igualmente grave era o Governo ter tomado tal decisão sem

consultar os municípios e sem dar a possibilidade àqueles de adquirem as

participações da EGF nas concessionárias. Era triste, mas constituía mais um marco de

desrespeito do Governo pelo poder local democrático de que o pedido de parecer à

Procuradoria-Geral da Republica sobre os instrumentos de regulamentação coletiva de

trabalho que consagravam as trinta e cinco horas, celebrados por várias autarquias

loca, a anunciada intenção de privatização das operações de transporte coletivo geridas

pelo Metro e pela CARRIS e as alterações ao nível do saneamento e o fornecimento de

água eram outros infelizes exemplos. ------------------------------------------------------------

----- Se era natural e salutar que existissem diferenças ideológicas entre partidos, e que

governos e oposições discordassem quanto às decisões, já não era normal que o

Governo não ouvisse ninguém, decidindo unilateralmente e não procurando o

consenso, o que merecia uma reprovação por parte do PS. -----------------------------------

----- Mas, pelo contrário, o processo da reforma administrativa da Cidade de Lisboa

constituía um bom exemplo do que era um processo político participado e que só fazia

jus ao bom funcionamento dos órgãos do Município de Lisboa. ----------------------------

----- Assim, explicou como é que tinham ali chegado, cumprindo o disposto na Lei

número 56/2012, após as eleições autárquicas, de vinte e nove de setembro, sendo que

os resultados não deixavam dúvidas quanto ao apoio que a reforma da cidade merecia

por parte dos seus munícipes, era necessário dar início à reorganização administrativa

da cidade, uma reforma que tinha sido desenhada pelos eleitos de Lisboa a pensar na

cidade e nos cidadãos e que só pecava por tardia. A Câmara sempre se mostrou

disponível para o diálogo no sentido de chegar aos consensos necessários com todos

os intervenientes para que de uma reforma administrativa nascesse uma nova realidade

política em Lisboa que melhor servisse a cidade, os seus munícipes e todos aqueles

que davam vida à capital. --------------------------------------------------------------------------

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----- Após a aprovação dos critérios para a transferência de competências e dos

critérios para a transição dos mapas de pessoal, foram ainda acolhidas pela Câmara as

recomendações daquela Assembleia no sentido de clarificar conceitos utilizados para

que a transferência de equipamentos decorresse da forma mais correta. -------------------

----- Assim, decorria o processo de, por um lado, permitir aos trabalhadores do

município de manifestarem as respetivas preferências e, por outro lado, acomodar as

necessidades, de pessoal, definidas pelas juntas para que no termo daquele caminho

fosse atingido o equilíbrio indispensável ao bom funcionamento dos serviços a par do

imprescindível conforto dos funcionários. ------------------------------------------------------

----- Salientou, também, a celebração do acordo tripartido entre a Câmara Municipal,

dezoito Juntas de Freguesia e o SINTAP, que como sempre reafirmado garantia o

estatuto e os direitos dos trabalhadores do município que atualmente detinham, o

horário de trabalho de trinta e cinco horas e estendia a possibilidade de usufruir

daqueles mesmos benefícios aos restantes trabalhadores. ------------------------------------

----- Sublinhou que restava que prosseguisse as negociações entre a Câmara e as Juntas

de Freguesia tendo em vista a estabilização das transferências e a assinatura dos autos

de receção. Naquele sentido e tendo as recomendações aprovadas, aguardava-se para o

mês de março a apresentação pela Câmara Municipal do primeiro balanço mensal da

reorganização administrativa de Lisboa. --------------------------------------------------------

----- Referiu que observando o caminho já percorrido até à data, o processo da

reorganização administrativa só podia ser considerado de célere e exemplar. O que não

faltavam eram belíssimas ideias que nunca tinham saído do papel. A Reforma

Administrativa de Lisboa, pelo contrário, tinha sido pensada, aprovada em lei,

transposta para o município e estava a ganhar forma pela mão e o empenho dos eleitos,

dos trabalhadores e ia existir como realidade para melhor servir os cidadãos. ------------

----- Para finalizar, deixou uma congratulação pela Casa dos Animais ter registado

naquele mês uma taxa de adoção de 29,5%, de cães e gatos, o que representava um

marco e que tinha de ser melhorado para o bem-estar dos animais da cidade. ------------

----- O Senhor Deputado Municipal António Arruda (MPT) no uso da Palavra,

disse que em primeiro lugar perguntava ao Senhor Presidente, tal como tinha feito o

Jornal “Público”, para que serviria a ponte pedonal que estava situada sobre a segunda

circular, perguntou. Naquele momento, disse que apenas servia para atrapalhar o

trânsito que ali se verificava. Tinha custado aos lisboetas quatrocentos e sessenta e

cinco mil euros, sendo que o Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa iria

mais duzentos e trinta e seis mil euros do erário público, construindo um troço de ciclo

via que a ligaria ao Estádio Universitário. Caso não houvesse derrapagens

orçamentais, o Senhor Presidente da Câmara iria gastar setecentos e um mil euros com

aquela obra. Nunca o Partido da Terra pensou que o Presidente da Câmara fosse tão fã

das bicicletas, disse. --------------------------------------------------------------------------------

----- Quanto ao Senhor Vereador Sá Fernandes, disse que o gostaria de congratular

pela coragem que tinha demonstrado ao ter admitido que a intervenção no piso do

Jardim do Príncipe Real tinha corrido mal. Restava saber o que é que o Senhor

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Vereador dos espaços verdes iria fazer para resolver aquela embrulhada em que tinha

colocado os moradores daquela zona da cidade, durante quatro anos. ----------------------

----- Em relação às notícias que davam conta do encerramento de várias esquadras da

PSP que colocava em causa o policiamento de proximidade, o Partido da Terra

gostaria de saber qual era a posição da Câmara sobre aquela matéria, e qual tinha sido

o papel desempenhado pela Câmara na reorganização das esquadras em Lisboa, levada

a cabo pelo Ministério da Administração Interna. ---------------------------------------------

----- Referiu que o Partido da Terra considerava o encerramento das esquadras, no

mínimo, grave. E que podia levar ao agravamento do clima de insegurança vivido

pelas populações residentes nas zonas afetadas pelo encerramento das esquadras. -------

----- Uma outra situação que o Partido da terra considerava grava era a que se prendia

com a tentativa por parte do executivo camarário em destruir um vasto e rico

património arquitetónico na zona de intervenção da Colina de Santana, para construir

os habituais projetos imobiliários de hotéis, zonas comerciais e condomínios privados,

já havia pessoas a chamar aquela zona de “colina dos interesses”, e a sorte foi o povo

de Lisboa ter sido chamado a votar em dois atos eleitorais, num espaço de um ano, o

que obrigou ao executivo camarário a refrear o seu “apetite voraz”. -----------------------

----- Sublinhou que a situação mais grave que afligia Lisboa era a pobreza que pouco a

pouco atirava para a rua famílias inteiras, sem olhar a classes sociais, ou a

escolaridade, aumentando a população sem-abrigo de Lisboa. Perguntou o que andava

a fazer os serviços responsáveis por aquela área. Era inadmissível que não tivessem

um plano de contingência para situações como aquela. Como é que podiam ficar

indiferentes em relação ao esbanjamento dos setecentos e um mil euros gastos na

construção de uma ponte para bicicletas quando, por outro lado, existiam cada vez

mais cidadãos a cair na miséria. Perguntou quais as medidas que a Câmara Municipal

de Lisboa tinha para apoiar a população sem-abrigo de Lisboa. -----------------------------

----- Apresentou uma saudação á equipa coordenadora do programa “Intergerações” da

Santa Casa e responsável pelo excelente trabalho de diagnóstico da população sem-

abrigo da Cidade de Lisboa. ----------------------------------------------------------------------

----- Em relação á Informação Escrita do Senhor Presidente, disse que nada de novo se

deslumbrava, e que a própria escassez de páginas, em que o gabinete do Senhor

Presidente tinha conseguido esticar o número de páginas, de quatro para cinco, fazia

com que pouco, ou nada, houvesse a acrescentar para além de referir o que já ali havia

referido tantas vezes. -------------------------------------------------------------------------------

----- Em relação à situação da Reforma Administrativa e numa terceira fase que iria

ocorrer, segundo o Senhor Presidente da Câmara, a seleção dos trabalhadores iria ser

feita através de uma comissão composta por elementos da Direção Municipal de

Recursos Humanos e dos serviços envolvidos no processo de transição de

competências, o que na realidade queria dizer que se voluntariamente não houvesse

trabalhadores suficientes, dar-se-ia início a uma fase de recrutamento compulsivo de

trabalhadores. E voltava, assim, ao que ali já tinha dito quanto à análise que tinha feito

às propostas números 915/2013 e 916/2013, mantendo o entendimento que o modelo

adotado para a reforma administrativa da cidade e para a reestruturação dos serviços

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camarários criava situações de iniquidade e de injustiça entre os trabalhadores do

município. -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Assim, o Partido da Terra mantinha a sua posição no sentido de considerar que os

trabalhadores que não tivessem interesse em ser transferidos para as Juntas de

Freguesia e que fossem por força do interesse público não fossem obrigados a abdicar

dos seus lugares dos quadros de pessoal da Câmara Municipal e que a Câmara se

obrigasse, formalmente, a conservar os respetivos lugares cativos para o momento em

que aqueles funcionários entendessem regressar à Câmara. ----------------------------------

----- De seguida, disse, e referindo o Senhor Presidente, como se de uma vitória se

tratasse, que no passado dia vinte e dois de janeiro, tinha sido assinado um acordo

tripartido entre o SINTAP, a Câmara Municipal de Lisboa e dezoito Juntas de

Freguesia da cidade para garantir os direitos dos trabalhadores e a manutenção da

natureza pública dos seus contratos de trabalho, esquecendo-se, no entanto, de nos

explicar como é que pensava garantir que aquele acordo seria respeitado com futuros

executivos autárquicos uma vez que o referido acordo apenas vinculava as partes que o

outorgavam. ------------------------------------------------------------------------------------------

----- Em suma, disse que o que respeitava àquela matéria, o Partido da Terra

continuaria a defender que os trabalhadores da Câmara que fossem transferidos para as

Juntas de Freguesia para desempenharem funções o fossem a título de cedência

temporária, pelo período de um ano, e sem perda de vínculo à Câmara e que, no

término daquele mesmo período pudessem regressar voluntariamente à Câmara a fim

de ocupar o respetivo lugar cativo. --------------------------------------------------------------

----- Disse que em relação às trinta e cinco horas semanais, no futuro, nada era

garantido. Bastava que houvesse um executivo com um entendimento diferente sobre

aquela matéria para colocar em causa a garantia dos direitos dos trabalhadores. ---------

----- Quanto aos demais pontos da Informação Escrita do Senhor Presidente, pouco ou

nada havia a dizer, uma vez que se tratava de matérias que já ali tinham sido abordadas

e que nada de novo traziam. -----------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal José Moreno (PNPN) no uso da palavra, disse

que aquela Informação Escrita que ali estava em discussão, falava sobre o passado e

pensava que sobre o passado nada podia ser feito, e por isso iria já debruçar-se sobre a

próxima Informação Escrita do Senhor Presidente da Câmara, sendo que os residentes,

os fregueses do Parque das Nações gostariam de ver refletido naquele documento o

que não estava refletido na presente, ou seja, embora tenhas consciência que algumas

daquelas matérias que referiu podiam não ser inteiramente da responsabilidade da

Câmara Municipal de Lisboa, mas de qualquer modo pensava que a Câmara teria de

ter ali um papel importante no processo de resolução daqueles problemas. ---------------

----- E, referindo-se, concretamente, à questão escolar, disse que o Parque das Nações

vivia, desde o ano dois mil, um problema terrível ao nível do parque escolar. Tratava-

se de um problema corrente sendo abordado nas reuniões com a Câmara Municipal de

Lisboa, sendo que a Câmara já tinha feito, em parte, algum do seu trabalho,

nomeadamente ao que dizia respeito à construção da primeira fase da Escola Parque

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das Nações, mas continuavam dependentes da construção da segunda fase com o

agravamento, subsequente, de ano para ano, da questão das vagas naquela escola. ------

----- Também tinham para construir uma outra escola na zona norte. A Câmara

Municipal de Lisboa já tinha em seu poder o projeto que chegou a ser elaborado por

determinação da Câmara Municipal de Loures. ------------------------------------------------

----- Assim, pedia que na próxima informação escrita viesse alguma informação

refletida sobre aquele assunto. --------------------------------------------------------------------

----- Era evidente que a construção da segunda fase da Escola Parque das Nações não

dependia da Câmara Municipal de Lisboa, mas havia garantias de que seriam

realizadas conversações no sentido de se conseguir estabelecer um protocolo de uma

forma mais ágil e mediante transferência de verbas da DREL para a Câmara Municipal

de Lisboa de forma a conseguir-se desenvolver aquele projeto. -----------------------------

----- Uma outra questão de grande relevância e que era consequentemente descurada

pelos poderes públicos ao longo dos anos, era o Centro de Saúde que sabiam não ser

da responsabilidade da Câmara mas entendiam que a Câmara deveria participar na

resolução daquele problema pressionando já que o seu peso institucional poderia

determinar uma alavancagem na resolução daquele problema junto do Ministério da

Saúde e da ARS. Tinham uma população de quarenta mil residentes e aquelas pessoas

não tinham um centro de saúde na sua freguesia, embora o mesmo tivesse previsto

pois o Parque das Nações tinha uma parcela de terreno para aquele efeito. Já tinham

sido feitos três projetos para a construção do Centro de Saúde, já tinha sido investido

muito dinheiro e a verdade era que continuavam a aguardar aquele equipamento que

continuava a não ter concretização prática no terreno. ----------------------------------------

----- Assim, apelava ao Senhor Presidente da Câmara no sentido de ver se na sua

próxima informação escrita conseguia refletir alguma coisa de concreto sobre aqueles

planos apesar de não depender da Câmara Municipal de Lisboa, mas contava com a

sua influência junto das entidades às quais competia resolver aqueles problemas. -------

----- O Senhor Deputado Municipal José Casimiro (BE) no uso da palavra, disse

que relativamente à Informação Escrita do Senhor Presidente, mais de mil

trabalhadores já tinham transitado obrigatoriamente para as juntas, e outros iriam

seguir-se sempre de forma obrigatória, para as Juntas de Freguesia, até ao final do

corrente mês. ----------------------------------------------------------------------------------------

----- Continuavam a considerar que a descentralização de meios e competências

deviam de ser feitos com os trabalhadores e não contra eles. --------------------------------

----- Referiu que a Câmara continuava a vender habitação que fazia falta a Lisboa e ao

seu repovoamento, programa “Reabita primeiro, paga depois”. Nada tinha sido feito

para conseguir um programa de reabilitação verdadeiro, criando uma bolsa de

habitação para arrendamento municipal, incluindo todas as casas desocupadas que

tiveram intervenção pública, bem como as casas não vendidas há mais de um ano, e as

que foram colocadas para o efeito, acessíveis, nomeadamente, aos jovens. ---------------

----- Sublinhou que gostaria de abordar um tema que não estava tratado na informação

escrita sobre duas figuras urbanísticas e de planeamento da cidade que eram as

unidades de execução e as operações de loteamento que sistematicamente afastavam a

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Assembleia Municipal do escrutínio democrático, da decisão sobre fatias importantes

da cidade. Se relativamente às operações de loteamento a ausência de competências da

Assembleia Municipal resultava da lei, sublinhava que o BE rejeitava o recurso à

figura das imunidades de execução na medida que traduziam uma redução de

competências da Assembleia Municipal em matéria de planeamento urbanístico, tal

como podiam verificar que tinha sido assim no Bairro das Furnas, no Quarteirão dos

Marianos, na Torre do Fato, na Praça de Espanha, onde estavam previstas diversas

demolições e de transferência para novo edifício a construir do Teatro “A Comuna”, e

de novas sedes para o Montepio e Lusitânia. ---------------------------------------------------

----- Disse que a Assembleia Municipal também não intervinha no processo de

requalificação do trânsito pois era uma opção política da Câmara. Perguntava porque

era que a Câmara continuava a recorrer às unidades de execução quando o mesmo

significava a marginalização do escrutínio e debate democrático daquela Assembleia

Municipal. --------------------------------------------------------------------------------------------

----- Relativamente às operações de loteamento, disse que a ausência de competência

da Assembleia Municipal resultava da lei, tal como acontecia com a consulta pública

de operação de loteamento que decorria de quatro a vinte e quatro de fevereiro, o

período de consulta pública da operação de loteamento requerida pela EPUL,

designadamente o de loteamento junto à Avenida Mouzinho de Albuquerque, em área

abrangida pelo Plano de Urbanização do Vale de Santo António. Gostariam de saber,

junto do Senhor Presidente, quem iria beneficiar com aquele nível de concretização de

construção do Plano de Urbanização do vale de Santo António. ---------------------------

----- Aquando da discussão do orçamento e do plano, da Câmara, para dois mil e

catorze, no seu plano de contingência previa-se a venda de terrenos, entre outros,

naquele local. Quem é que iria beneficiar com aquele processo de loteamento,

perguntou. Disse que transparência e democracia deveriam ser o lema e prática da

Câmara Municipal, pois Lisboa em nada beneficiaria com o plano casuístico e

especulativo, assumidamente liberal, de quem não tinha retirado lições da crise em que

o mundo vivia, transformando a Cidade de Lisboa num negócio. E a Cidade de Lisboa

não era, nem podia ser um negócio. --------------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Telmo Correia (CDS-PP) no uso da palavra,

disse que naquela informação que ali se discutia, não tinha sido distribuída a execução

por classificação económica, quer da despesa, quer da receita, como já tinha

acontecido em anteriores informações escritas e que era um dado valiosos para se

conseguir ter uma análise sectorial mais detalhada do exercício do município. No

entanto, podiam aguardar pelo relatório de contas para conseguir-se ter aquela mesma

informação. ------------------------------------------------------------------------------------------

----- Referiu-se, de seguida, ao aumento do endividamento líquido do município mais

atividade empresarial local de 12,7%, em 2012, para os 15%, no final de 2013, o que

traduzia um aumento do referido endividamento, pelo que perguntava à Câmara

Municipal qual seria a razão daquele endividamento. -----------------------------------------

----- Sublinhou a sua curiosidade relativamente à intervenção ali feita pela bancada do

Partido Socialista, uma intervenção muito ideológica, cheia de retórica ideológica,

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forçando o debate ideológico, a retórica ideológica contra os liberais que estavam não

sabia onde, talvez no Governo a fazer muitas maldades, enquanto em Lisboa tudo

corria maravilhosamente bem sob gestão municipal. Enfim, julgava que tal seria

alguma modéstia por parte do Partido Socialista. ----------------------------------------------

----- Assim, lembrou que o Partido Socialista que tinha estado no Governo tinha sido,

talvez, de todas as forças políticas que já governaram o país, aquele que mais

privatizou sem critério e completamente à toa. Portanto, disse que ficaria bem alguma

modéstia ao Partido Socialista naquela matéria. -----------------------------------------------

----- Compreendia que o Partido Socialista sentisse aquela necessidade de fazer

oposição ao governo do país a partir do município e até, da sua liderança municipal,

compreendia isso. Mas pediu calma porque ali tratava-se de Lisboa, e não do país. -----

----- Referiu que em relação à reforma administrativa, os dados eram relevantes, a

reforma era importante, os avanços naquele processo eram significativos e o CDS-PP

era favorável à reforma administrativa, ainda que, o faseamento que defendiam, os

acordos, designadamente, o acordo que tinha sido feito com o SINTAP era um acordo

positivo. No entanto, o faseamento que tantas vezes falaram seria um dado importante.

----- Mencionou que relativamente à prioridade daquele executivo camarário, que era o

combate ao estacionamento ilegal, teria de perguntar em que nível estava aquele

combate e que dados teria a Câmara Municipal de Lisboa para apresentar

relativamente àquele assunto. ---------------------------------------------------------------------

----- Em relação à questão dos liberais, dos neoliberais e dos ultraliberais, disse que o

Partido Socialista tinha sempre um discurso designado pela “Teoria do Monopólio do

Coração”, ou seja, no discurso e na retórica existia da parte do Partido Socialista o

monopólio do coração; ninguém era mais bem-intencionado, ninguém tinha mais

preocupação, etc., sendo que na prática, um estudo, em boa hora, encomendado pela

Santa Casa mas envolvendo muitas outras instituições responsáveis e capazes, já ali

mencionado, detetou qualquer coisa como oitocentos sem-abrigo na Cidade de Lisboa

o que se traduzia numa verdadeira preocupação. Aquela informação escrita reportava

vinte e nove contatos e vinte e um encaminhamentos, o que lhe parecia curto para a

situação de sem-abrigos existentes na Cidade de Lisboa. Assim, perguntava à Câmara

o que tencionava fazer relativamente àquele problema que era uma preocupação

central, não de um partido, ou outro, mas de todos, porque ninguém tinha o monopólio

do coração, ninguém ali queria melhor justiça para os outros. -------------------------------

----- A Senhora Deputada Municipal Cláudia Madeira (PEV) no uso da palavra,

disse que sobre a apreciação da informação escrita do Senhor Presidente da Câmara

Municipal de Lisboa, no período compreendido entre quinze de dezembro e trinta e

um de janeiro, “Os Verdes” gostariam de deixar as seguintes notas: -----------------------

------ Disse que em primeiro lugar, gostaria de referir que aquele relatório coincidia

com os cem dias de mandato do novo executivo, que estava incontornavelmente

marcado por uma matéria: a transferência de competências da Câmara Municipal de

Lisboa para as Juntas de Freguesias. -------------------------------------------------------------

----- Aquela transferência de competências ia desmantelar e desarticular serviços

municipais e era um dos maiores ataques feitos ao serviço público municipal,

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empurrando para fora da Câmara e descartando cerca de dois mil trabalhadores, muitos

deles contra a sua vontade. ------------------------------------------------------------------------

----- Referiu que o próprio Presidente da Câmara afirmou que, caso o posto de trabalho

viesse a ser posto em causa, estava garantido o retorno à Câmara porque seria cativo

no mapa de pessoal. Ou seja, quem propôs aquela reforma e quem dizia garantir que

não havia motivo para os trabalhadores terem receio, era o primeiro a reconhecer

aquela mesma situação. Mas o problema não ficava por ali, porque a pior parte vinha

na solução, pois o mapa de pessoal era feito anualmente e se naquele ano o trabalhador

teria o seu lugar cativo, dali para a frente poderia não ter. ------------------------------------

----- Depois, seria possível voltar à Câmara. Seria mas sem funções atribuídas, o que

levava a todos os implicados a um futuro incerto. Entretanto, deixou de haver vínculo

com a autarquia pois aquele passou para a freguesia. -----------------------------------------

----- E estando naquele momento, e até ao fim do mês, a decorrer a segunda fase

daquele processo, que consistia em registar os pedidos de transição voluntária,

gostariam também de saber quantos pedidos voluntários foram já registados. ------------

----- Sublinhou que, por outro lado, gostariam de saber que leitura fazia o Senhor

Presidente da Câmara Municipal sobre o facto de, em treze sindicatos, apenas um ter

assinado o acordo tripartido, assim como das vinte e quatro Juntas de Freguesia,

apenas as do Partido Socialista e a do Parque das Nações o ter feito. Se aquela reforma

era assim tão boa como queria fazer crer, como se justificavam aqueles números,

perguntou. --------------------------------------------------------------------------------------------

----- Relativamente à Hemeroteca Municipal de Lisboa que encerrou no dia sete de

outubro, devido à mudança para o antigo Complexo Desportivo da Lapa, os serviços

estavam temporariamente fechados e a sua coleção inacessível ao público, até à

reabertura da nova Hemeroteca Municipal, mas a Informação Escrita nada reporta.

Assim, perguntavam para quando a sua reabertura. -------------------------------------------

----- Aquela informação escrita nada dizia sobre a necessidade urgente de resolução da

dívida da autarquia à Assembleia Distrital de Lisboa, cujos salários dos trabalhadores

continuavam em atraso. Por isso, questionavam o executivo sobre qual a razão para

não ter sido cumprida a deliberação daquela Assembleia, que aprovou o Orçamento do

Município para 2012, e no qual estava consignada a dotação correspondente ao

encargo anual de cinquenta e três mil e setecentos e setenta euros para a Assembleia

Distrital de Lisboa, perguntaram. E quando pensava a Câmara Municipal de Lisboa

saldar a sua quota-parte daquela dívida, perguntaram. ----------------------------------------

----- Por outro lado, continuavam sem saber o que se passava com a requalificação do

Caleidoscópio, pelo que insistiam em perguntar para quando previa a Câmara que

tivessem início as respetivas obras e qual o tempo estimado de duração. Poderia aquela

Assembleia ter acesso aos estudos da Universidade de Lisboa respeitantes ao projeto

de requalificação do Caleidoscópio, perguntaram de novo. ----------------------------------

----- Sobre o programa “Reabilita Primeiro, Paga Depois”, era indiscutível que a

cidade precisava de soluções urgentes para resolver o problema da habitação. Naquele

programa, a autarquia disponibilizava prédios devolutos para que investidores

pudessem reabilitar o imóvel e pagar posteriormente. Ora, um dos principais objetivos

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era garantir a função social do município no apoio ao acesso à habitação. Mas como

era possível atingir aquele objetivo quando não era colocada qualquer condição

àqueles investidores sobre o uso dos prédios, perguntaram. Se o objetivo daqueles era

rentabilizar como garantia a Câmara Municipal a tal função social do município no

acesso à habitação, perguntaram. -----------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente decidiu extinguir a EPUL por querer apostar mais na

reabilitação urbana e menos na construção nova. Mas eis que, contrariando esta

intenção e decisão, apareciam agora, em consulta pública, duas operações de

loteamento de grandes dimensões para o Vale de Santo António promovidas pela

EPUL. Assim, a função da EPUL estava esgotada ou não, perguntaram. ------------------

----- Na página setenta e seis, na informação sobre o Departamento de Reparação e

Manutenção Mecânica, era possível encontrar a seguinte informação: “no âmbito do

Protocolo Emprego-Inserção terminaram os 22 contratos existentes”. Ora, aquele

departamento assegurava a reparação e manutenção do parque automóvel da Câmara

Municipal de Lisboa, desde as viaturas ligeiras às mais pesadas, e tinha um défice de

pessoal nas suas oficinas, o que colocava em risco os serviços. “Os Verdes” já ali

alertaram para aquele problema e o executivo apressou-se a responder que com a

entrada daqueles trabalhadores, que se sabia ser uma situação temporária, parte dos

problemas ficariam resolvidos. Assim, com a saída daqueles vinte e dois trabalhadores

como ficava a situação daquele departamento, perguntaram. Previa o executivo

reforçar os trabalhadores, de forma a suprir as necessidades sentidas, tornaram a

perguntar. --------------------------------------------------------------------------------------------

----- Ao longo do ano de 2013, o Grupo Municipal de “Os Verdes” solicitou à Câmara

Municipal de Lisboa diversos esclarecimentos sobre os pelouros municipais. Dos

inúmeros requerimentos apresentados, o executivo camarário apenas respondeu a meia

dúzia daqueles pedidos. Aqueles requerimentos reportaram-se a temáticas muito

diversificadas, desde a Administração municipal, à Acessibilidade, à Cultura, Ensino,

Espaços Verdes, Higiene Urbana, Transportes ou questões de Cidadania. Por isso,

tinham sempre alguma expectativa de, eventualmente, encontrarem nas sucessivas

Informações Escritas do Senhor Presidente, respostas àquelas questões que a Câmara

Municipal de Lisboa vinha a omitir. Mas como vinha sendo habitual, também aquela

realçava, basicamente, dados estatísticos elaborados pelos departamentos municipais e

pontos de situação sobre processos municipais, sem se dignar esclarecer as dúvidas

que os cidadãos colocavam ao Grupo Municipal e àquela Casa da Cidadania. ------------

----- Tinham dito que na introdução que aquele relatório coincidiria com os primeiros

cem dias de mandato do novo executivo. Porém, não sendo aquele o primeiro mandato

do Senhor Presidente, seria de esperar uma outra abertura da vereação para o diálogo

com os Grupos Municipais daquela Assembleia. Certamente que os munícipes de

Lisboa agradeceriam também aquele seu empenhamento. -----------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Carlos Silva Santos (PCP) no uso da palavra,

disse que a discussão na Assembleia Municipal dos projetos e intenções de

urbanização dos espaços dos atuais hospitais do Centro Hospitalar Central de Lisboa

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mostravam que o município não andava bem na gestão daquele problema, de política

de saúde, de urbanismo, de património cultural e de bem-estar social. ---------------------

----- Era verdade que a questão era levantada pelo Governo, tendo como objetivo

vender ficticiamente o espaço ocupado pelos hospitais e, para de seguida, cobrar

rendas e, finalmente, vender a privados aquele riquíssimo património construído, mas

também um valioso registo histórico da medicina e dos hospitais. --------------------------

----- De realçar que não estava comprovado, nem sequer fundamentado, aquela opção

política em saúde. Os hospitais civis em Lisboa respondiam às necessidades reais dos

cidadãos de Lisboa. E em diversas áreas aqueles hospitais tinham áreas de referência

que variavam entre seiscentos mil e mais de um milhão e duzentos mil portugueses. ---

----- Sublinhou que se tratava de um Centro Hospitalar Central que servia a cidade em

todos os sentidos, sendo necessário desenvolver em progresso aquele precioso

conjunto de equipamentos. ------------------------------------------------------------------------

----- A questão do Hospital Oriental, em Marvila, parecia estar cada vez mais carecida.

Perguntava se seria mesmo necessário, e se seria de média dimensão enão fosse para

substituir o Hospital Central, o qual estava em causa. -----------------------------------------

----- Era naquele enquadramento que se dirigiam ao Senhor Presidente da Câmara

Municipal de Lisboa, solicitando uma reflexão, uma tomada de posição em defesa da

cidade e dos seus serviços de saúde. Assim, perguntavam ao Senhor Presidente se

estava decidido a defender os serviços de saúde da cidade, e se o mesmo tinha

questionado o Governo sobre os efeitos negativos para a saúde a liquidação dos

hospitais. Ao assumir as decisões governamentais sem contestação, ou meros pedidos

de esclarecimento, parecia-lhes uma atitude irrefletida e pouco sensata que só tinha

como mérito o ter promovido o movimento em defesa da cidade e dos seus serviços de

saúde de que a Assembleia Municipal fazia eco. Apesar de tardio, pensavam que o

Senhor Presidente ainda ia a tempo de contestar a liquidação dos hospitais de lisboa,

promovendo o desenvolvimento das propostas novas que iam enriquecer aquele vasto

património e que eram os novos usos do Museu da Medicina, dos cuidados

continuados e de centros de saúde nas cercas dos hospitais que a Carta de Saúde

Municipal e as suas atualizações não deixariam de contemplar. -----------------------------

----- Afirmou que o Senhor Presidente da Câmara podia contar com o PCP na defesa

dos serviços de saúde da cidade, lutando junto do poder central com o apoio das

populações, dos profissionais de saúde no sentido de defender a saúde na Cidade de

Lisboa. ------------------------------------------------------------------------------------------------

----- A reabilitação urbana da Colina de Santana não perdia a urgência com a

salvaguarda do seu complexo hospitalar. --------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Vitor Gonçalves (PSD) no uso da palavra, disse

que tinha ouvido com atenção aquilo que o Senhor Presidente referiu e tinha uma

atitude em relação a tais afirmações, dizendo que em princípio o Senhor Presidente

estava errado, por princípio, depois logo se ia ver. Mas como todas as regras tinham

exceção, pensava que o Senhor Presidente tinha ali colocado considerações que tinham

de ser refletidas por todos, independentemente, do partido a que pertencessem, o que

não deixaria de fazer. -------------------------------------------------------------------------------

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----- Era óbvio que tinham de ter em atenção que ali o que tinham de defender em

primeiro lugar era o interesse da Câmara Municipal de Lisboa, era o interesse da

cidade. E não podia deixar de dar razão ao Senhor Presidente quando aquele dizia que

o interesse da cidade, o interesse de Lisboa seria prejudicado se, eventualmente,

algumas das medidas ali anunciadas pudessem vir a ser concretizadas. --------------------

----- Recordou, em relação à recolha e tratamento dos lixos, que a “Tratolixo” levava

aos municípios quase oitenta euros por tonelada de lixo tratado. A “Valorsul” levava

vinte euros. Havia ali, claramente, uma diferença acentuada pelo que o interesse

municipal tinha de ser salvaguardado. ---------------------------------------------------------

----- Relativamente ao problema da compensação de municípios interiores através do

sistema de saneamento e fornecimento de água, também tinham de ter algum cuidado,

porque o aumento que poderia acontecer em termos de custos de fornecimento de água

aos consumidores poderia atingir 20%. Ou tinha percebido e seria apenas um aumento

em alta em relação à Câmara, perguntou. Se fosse este última hipótese, seria menos

mal, porque daquela forma não seriam os consumidores a assumir custos. De qualquer

forma, não deixava de ser uma preocupação com a qual tínhamos de estar,

naturalmente, atentos. ------------------------------------------------------------------------------

----- Quanto à reforma administrativa, disse que aquelas forças políticas que sempre

tinham dito que o poder local, a proximidade ao poder, o poder às freguesias, pois

eram aquelas que poderiam melhor servir o cidadão, prestar serviços à comunidade,

pois conheciam melhor as pessoas, as ruas. Mas depois quando assim faziam,

contestavam, dizendo que estava mal. Mas queriam fazer o que inicialmente

defendiam, com quem, com que trabalhadores, perguntou. Só se quisessem que aquele

trabalho fosse feito por contratados. Mas se existiam trabalhadores disponíveis para o

efeito, porque não, perguntou. Afinal, eram todos da mesma “casa”. A transferência

dos trabalhadores justificava-se de forma a prestarem a sua colaboração à cidade,

empenhando-se na resolução dos problemas de Lisboa. --------------------------------------

----- Assim, defendia que aquele processo devia de ser acelerado, criando condições

para que o mesmo fosse colocado em prática o mais depressa possível. -------------------

----- Quanto à questão da EMEL, pensava que proximamente iria ser colocada em

funções a nova administração. --------------------------------------------------------------------

----- Disse que enquanto Vereador no mandato anterior, tinha tido a oportunidade de

criticar seriamente aquilo que era o processo e o funcionamento da EMEL, cujo

objetivo era mais obter receitas do que, propriamente, satisfazer e servir a cidade. E se

o estacionamento era um bem escasso que tinha de ser regulado e quem o usava tinha

de o pagar, então também o espaço público era público e, portanto, o que dali

resultasse em benefício tinha de ser convertido em benefício para a cidade e nas mais

variadas situações, por exemplo, dotando a cidade com outras capacidades de

mobilidade já que os estatutos assim o permitiam. E nada daquilo que tinha sido feito

devendo-se tal facto à administração que estava na EMEL. Enquanto membro do

concelho consultivo e enquanto vereador várias vezes tinha afirmado na Câmara

Municipal, e no órgão ao qual pertencia, chegando a pedir ao Senhor Vereador na

altura Fernando Nunes da Silva que demitisse a administração da EMEL até porque

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havia ali sintomas de grave desautorização, sendo que o vereador nada fez. Mas agora

Fernando Nunes da Silva tinha feito um artigo, bastante critico, sobre a administração

da EMEL, com o qual concordava, mas que o devia ter feito antes já que na altura

tinha responsabilidade da mobilidade e, portanto, tinha todas as condições para colocar

tudo na ordem. ---------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Fernando Nunes da Silva (PS) no uso da

palavra, disse que gostaria de reforçar algumas coisas que tinham sido ditas pelo

Senhor Presidente da Câmara as quais lhe pareciam extremamente importantes para a

fase que todos atravessavam. ----------------------------------------------------------------------

----- Era, absolutamente, imperioso que houvesse um diálogo franco e construtivo

entre os vários níveis de governo do Estado onde, obviamente, a Câmara Municipal se

incluía, quando estavam em causa infraestruturas ou serviços que eram absolutamente

fundamentais ao funcionamento da cidade, ou que estruturavam o seu

desenvolvimento. -----------------------------------------------------------------------------------

----- Julgava que todos percebiam que o problema do saneamento e abastecimento de

água, o problema dos transportes, das acessibilidades, no sentido mais vasto do termo,

o problema da segurança, da proteção civil, eram questões que não podiam andar “ao

sabor” das maiorias que conjunturalmente a democracia apontava para os diferentes

níveis de governo. Daí que fosse absolutamente incompreensível o que se estava a

passar com a “EGF” e com a “Valorsul”, com o sistema de abastecimento básico e de

água, mas também com o processo de planeamento dos transportes coletivos que

serviam a cidade e que já algum tempo insistiam para que a Câmara Municipal fosse

devidamente ouvida e fosse articulada com a Câmara Municipal aquilo que era feito. --

----- Referiu que o problema das maiorias que governavam a cidade e o país tinham

mudado ao longo dos quarenta anos de democracia que em breve iriam celebrar,

portanto era necessário, embora considerava que a maioria na Câmara Municipal de

Lisboa não estivesse em causa, mas a maioria do Governo, provavelmente, estaria,

mas era necessário em nome do interesse público que aquelas questões não fossem

decididas sem a participação da Câmara Municipal de Lisboa e contra os interesses da

cidade e da sua população. Era bom que houvesse algum consenso relativamente

àquelas matérias. ------------------------------------------------------------------------------------

----- Quanto ao Plano de Acessibilidade Pedonal, disse ser de extrema importância

porque era, sobretudo, uma estratégia e uma metodologia para levar a cabo uma tarefa

que era essencial para uma cidade que se queria para todos e coesa do ponto de vista

social. Esperava que aquela proposta fosse aprovada com a mesma unanimidade que

tinha merecido o parecer extremamente bem feito, fundamentado e esclarecedor, feito

pela Deputada Municipal Rita Neves, na oitava Comissão e que tinha merecido o

apoio unânime de todos os que participaram.---------------------------------------------------

----- Mas, voltando ao referido plano, a sua concretização passava não só por aquilo

que a Câmara Municipal conseguia realizar, onde a articulação de serviços e o

aproveitamento de oportunidades eram aspetos decisivos, mas também aquilo que

viesse a ser o sistema de transportes coletivos que servia a Cidade de Lisboa. Sem um

bom sistema de acesso ao transporte coletivo, quer do ponto de vista físico, quer do

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ponto de vista tarifário, não existia uma mobilidade para todos, não havia a

possibilidade de assegurar uma conveniente coesão social tão necessária num período

de crise e de enormes dificuldades como aquela que atravessavam. Por isso, a

importância de terem o Governo e a Câmara a discutirem o problema do futuro dos

transportes coletivos na Cidade de Lisboa. -----------------------------------------------------

----- Em relação à EMEL, disse que aceitava a crítica feita pelo Deputado Municipal

Vitor Gonçalves, afirmando que tinha cometido um erro, mas achava que era assim

que devia ser feito em política, começar por mudar direções municipais e responsáveis

de empresas municipais apenas porque mudava o responsável político, ou havia boas

razões que o justificavam, ou achava ser um mau começo de qualquer mandato. E,

portanto, tinha sido aquilo que fez, tratando-se da continuidade de uma maioria que já

governava a Câmara Municipal. O que não o impedia de, depois de terem criado um

conjunto de condições para que a EMEL pudesse desempenhar o papel que os seus

novos estatutos lhe apontavam, não fosse exigido que aquilo fosse levado com maior

capacidade e com maior intensidade até porque, atualmente, a EMEL, infelizmente,

vivia de uma saúde financeira que não tinha tido no passado. -------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Miguel Graça (IND) no uso da palavra, disse

que em relação á Informação Escrita do Senhor Presidente gostariam de destacar um

conjunto de pontos, independentemente da importância e da pertinência da seleção que

tinha já sido feita pelo Senhor Presidente, também os Deputados Municipais

Independentes gostariam de fazer os seus destaques. -----------------------------------------

----- Relativamente ao processo da reforma administrativa em curso, a informação

escrita refletia o acolhimento de diversas propostas feitas por parte das diversas

bancadas o que era imprescindível à melhoria dos serviços prestados pelo município

no seu todo, através da otimização dos meios e recursos existentes. ------------------------

----- Afirmou que se tratava de um processo de grande complexidade cujo percurso

colocava problemas que tinham de ser convenientemente analisados e superados. Mas

o caminho que vinha a ser percorrido e do qual a informação escrita dava conta,

também permitia encarar a reforma administrativa da cidade com a segurança de que

os seus objetivos iriam ser alcançados, mantendo-se o trabalho e a participação de

todos naquele processo. ----------------------------------------------------------------------------

----- Assim, a assinatura do acordo tripartido entre a Câmara Municipal de Lisboa,

dezoito Juntas de Freguesia da cidade e o SINTAP, constituiu um momento de enorme

importância no processo da reforma administrativa da cidade. ------------------------------

----- Também a assinatura com os sindicatos representativos dos trabalhadores da

Câmara do acordo coletivo sobre a duração do tempo de trabalho que garantiu a

manutenção das sete horas diárias, e trinta e cinco horas semanais, a aplicação do

regime jornada contínua, bem como o direito à prestação do trabalho em condições de

segurança, higiene e saúde adequadas, foi igualmente um aspeto muitíssimo relevante

que ali assinalavam. --------------------------------------------------------------------------------

----- Também o Plano de Acessibilidade Pedonal, em votação na Assembleia

Municipal, elaborado no anterior mandato e aprovado em dezoito de dezembro de

2013, por aquele executivo que lhe assegurou os meios para o seu desenvolvimento e

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que se revestia da maior importância para a cidade e para os seus cidadãos, em

especial os portadores de deficiência. ------------------------------------------------------------

----- Disse que tornar Lisboa numa cidade acessível devia de ser uma prioridade e um

compromisso do executivo, dada a aprovação do Plano de Acessibilidade Pedonal,

consubstanciar um compromisso claro e concreto da Câmara para com a defesa e a

promoção dos direitos, da cidadania, da qualidade de vida e da sustentabilidade

ambiental, económica e social. --------------------------------------------------------------------

----- Destacaram, ainda, o programa “Reabilita Primeiro, Paga Depois”, o qual

apresenta uma taxa de sucesso relevante, de acordo com os indicadores, sendo assim

um caminho a consolidar, pelo que a melhoria na obtenção de crédito por parte dos

munícipes junto da banca, devia merecer um esforço acrescido por parte do município.

----- Gostariam de referir, também, a questão da renda convencionada cuja quarta

edição tinha ocorrido no passado mês de janeiro, com uma bolsa constituída por doze

habitações com tipologias de T0 a T2 em que foram registadas noventa e nove

candidaturas, pelo que, no futuro, a bolsa deveria ser dilatada com maior número de

habitações. -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Quanto ao estudo em curso sobre o programa “Subsídio Municipal de

Arrendamento”, por forma a torna-lo mais abrangente em futuras edições, situação que

registavam e que merecia todo o apoio, sendo um verdadeiro suporte às famílias

afetadas por problemas económicos e sociais. --------------------------------------------------

----- Em relação á inauguração do balcão para a pareceria social, no edifício central da

Câmara Municipal de Lisboa, um verdadeiro agente facilitador da interação entre o

município e todos aqueles que trabalhavam na área dos direitos sociais, com o qual se

congratulavam. --------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Fábio de Sousa (PCP) no uso da palavra, disse

que não podiam deixar de mencionar a assinatura do acordo coletivo com os

sindicatos, nomeadamente, o tempo de trabalho que permitia a manutenção das sete

horas diárias, e que se traduzia numa importante reivindicação dos trabalhadores que

sempre apoiaram. -----------------------------------------------------------------------------------

----- E porque a preocupação com os trabalhadores devia de ser vista de forma

abrangente, tornava-se fundamental esclarecer algumas questões acerca do processo da

reforma administrativa da cidade que, também, naquela informação escrita se

encontrava muito presente. ------------------------------------------------------------------------

----- Quando se falava na definição de critérios de transição do mapa de pessoal que

acompanhava a atribuição das novas competências às Juntas de Freguesia, era

importante referenciar que, infelizmente, aquilo que os trabalhadores iam sentindo era

que aqueles mesmos critérios se apresentavam vagos, imprecisos e inadequados,

impossibilitando que qualquer trabalhador pudesse, por ele, conhecer e entender o

processo de valoração e avaliação concreta pela qual aquele trabalhador transitava, e

não outro. E era preciso deixar bem claro que se os critérios não se apresentavam

concretos, precisos, suficientes e adequados, não podia a Câmara Municipal de Lisboa

vir por ela própria, complementar, concretizar, precisar ou adequar quaisquer outros

critérios, ou subcritérios, para a avaliação da transição dos trabalhadores. ----------------

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----- Após consulta dos processos de transferência de trabalhadores da Câmara

Municipal para as Juntas de Freguesia, existiam trabalhadores a transitar que não

estavam afetos a equipamentos que serviam as referidas freguesias. Para além de

existirem discrepâncias ao nível do território, também era recorrente a existência de

discrepâncias consideráveis ao nível das funções a desempenhar, situações de

vigilantes com trabalhos melhorados a serem transferidos, por exemplo, para funções

de varredores, o que era estranho. ----------------------------------------------------------------

----- Também no que dizia respeito à plataforma “Oportunidades Escolher”, existia um

conjunto de trabalhadores que nem sequer entravam na plataforma no sentido de

passarem despercebidos, nem sequer queriam ouvir falar de “Oportunidades

Escolher”. A dúvida que permanecia era se, efetivamente, aquela plataforma se

verificava e se era tida em conta. É que o sentimento de “Oportunidade Escolher” ficar

na Câmara Municipal de Lisboa era mais que generalizado. ---------------------------------

----- Por último, disse que caso não houvesse trabalhadores voluntários em número

suficiente e com o perfil profissional definido para a função a exercer, segundo a

informação escrita, haveria lugar a uma terceira fase em que a seleção dos

trabalhadores seria feita nos termos aprovados pela Câmara Municipal de Lisboa e

Assembleia Municipal, e fazia um parêntesis, com o voto contra do PCP, através de

uma comissão composta por elementos da Direção Municipal de Recursos Humanos e

dos serviços envolvidos no processo de transição de competências. Era caso para

dizer, ou os trabalhadores iam a bem, ou a mal. ------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal João Pinheiro (PS) no uso da palavra, disse que

não deixava de ser salutar, e começando pela intervenção do Senhor Deputado

Municipal Vítor Gonçalves, que existia uma preocupação e uma comunhão de

interesses relativamente à defesa da Cidade de Lisboa no que dizia respeito á ação do

Governo. Portanto, o tema do aumento do custo da água era um tema que se colocava,

não tinha origem na ação dos órgãos do município, mas não deixava de acolher o

apoio da bancada do PSD, o que os congratulava, à bancada do PS, visto que

permitiria, com certeza, alinhar um esforço conjunto do município relativamente

àquela medida. --------------------------------------------------------------------------------------

----- O mesmo dizia relativamente à EMEL e aos temas relacionados com a

mobilidade, pois se havia coisa que podiam, pois a experiência dizia isso, era confiar

na capacidade negocial do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa para

gerir e desatar processos complexos. Portanto, em ralação aos temas da mobilidade, da

privatização dos transportes coletivos, da regulação do estacionamento, consideravam

que havia de ser dado “tempo ao tempo”, aguardando apresentação de propostas,

aguardar, também, o posicionamento oportuno da Câmara Municipal de Lisboa e

assim, no momento oportuno, esboçar um juízo conclusivo e de análise naquela

Assembleia Municipal. -----------------------------------------------------------------------------

----- Relativamente à intervenção do Senhor Deputado Municipal António Arruda, do

MPT, disse que foi notório, pelo enfase, com que abordou determinados temas. Mas

teria que demonstrar a sua discordância quanto, por exemplo, no que respeitava à

passagem ciclável existente na segunda circular, sendo que os fregueses de Carnide e

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de São Domingos de Benfica também tinham direito á sua mobilidade tal como outros

fregueses de outras zonas da cidade. Os fregueses das referidas freguesias tinham entre

o espaço de ambas as freguesias, um dos maiores obstáculos físicos da cidade de

Lisboa e que era a segunda circular. E se estavam em curso medidas, obras, que

permitiam neutralizar aquele obstáculo, aumentando a coesão territorial na cidade, só

tinham de se mostrar felizes, e mais felizes ainda pelo facto de aquela obra não ser

integralmente financiada pelo município. Salientou a medida inovadora em que se

apelou à responsabilidade social de uma grande empresa como na GALP, e era bom

que Lisboa tivesse muitas GALP’s e que muitas GALP’s se associassem a obras como

aquela, de interesse público, promovendo daquela forma a sua responsabilidade social.

Mais de dois terços daquela empreitada seria financiada pela GALP, e no final, teriam

maior mobilidade e uma cidade mais coesa. Seria bom que outras zonas da cidade

pudessem contar com este tipo de equipamentos. ----------------------------------------------

----- Relativamente à ausência de policiamento de proximidade, questão também

levantada pelo Senhor Deputado Municipal António Arruda, com o suposto

desaparecimento de algumas esquadras, disse que também aquele era um processo em

curso. O Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, antecipando o debate que

ali se iria realizar, salientou que existia, ao contrário de outras matérias, um processo

construtivo, de diálogo, entre o Ministério da Administração Interna, a Polícia de

Segurança Pública e o município, e por isso teriam todos de aguardar. Mas que não

podíamos ter conceitos preconceituosos. Se o policiamento de proximidade

aumentasse com as esquadras, ou com o policiamento de rua, julgava então que aquela

era uma matéria que não tinha sido suficientemente descrita, ou pelo menos de modo

conclusivo, pelo Senhor Deputado. Assim, teriam que aguardar pelo fim daquele

processo para que depois, pudessem aferir qual o número de polícias que existiam na

rua, prestando o policiamento de proximidade, antes e depois da medida. -----------------

----- Também relativamente aos sem-abrigo, disse que o Deputado Municipal António

Arruda tinha olhado para a parte da solução, não olhou para a solução como a própria

existia. E a solução que existia era uma ação concertada da Santa Casa da

Misericórdia, das freguesias e da Câmara Municipal de Lisboa no sentido de ajudar e

completar o diagnóstico de uma chaga social e, também, de forma concertada acorrer à

sua minoração. Não era uma iniciativa exclusiva ou patenteada pela Santa Casa da

Misericórdia, diria que sem as Juntas de Freguesia aquele trabalho seria impossível. E

foi o que aconteceu, a colaboração entre três entidades com responsabilidades na área.

----- Ressalvou o mérito dos sindicatos, da Câmara Municipal de Lisboa e das Juntas

de Freguesia por terem seguido de forma expedita e construtiva, uma linha de

raciocínio aberta pelo acórdão do Tribunal Constitucional que se tinha prenunciado

pela Lei das trinta e cinco horas semanais, pelo que rapidamente conseguiram chegar a

um consenso que permitiu neutralizar uma medida que não deixava de ser injusta,

mais uma vez, legislada pela Administração Central que era unilateral, sem atender a

outras considerações alterar relações contratuais em vigor. Felizmente, e por aquela

ação concertada, aquela medida foi neutralizada. E o mesmo espírito construtivo

daquelas três entidades permitiu que uma medida legalmente prevista, a transferência

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das competências dos municípios para as freguesias, fosse implementada e estivesse a

correr de forma a deixar todos, otimistas fase àquele processo. -----------------------------

----- Relativamente à intervenção do Senhor Deputado Municipal José Moreno,

afirmou que o mesmo podia contar com o empenho, pelo menos do Grupo Municipal

do Partido Socialista, e porque não dos restantes Grupos Municipais, no apoio a

moções, a recomendações e a outras iniciativas da Assembleia Municipal que fossem

dirigidas à Administração Central, designadamente aos Ministérios de Educação e da

Saúde para rapidamente resolver o problema de défice de infraestruturas essenciais na

área da sua freguesia, designadamente centros de saúde e escolas. -------------------------

----- Quanto à intervenção do Senhor Deputado Municipal José Casimiro, do BE,

referiu que não se podia olhar somente para uma parte da informação escrita,

dissociando o resto da informação no que dizia respeito à habitação social. Disse que a

informação escrita também abordava o apoio ao subsídio de renda, assunto que o

Deputado do BE não tinha referido. Eram medidas complementares. Existia o

programa “Reabilita Primeiro, Paga Depois”, com bons resultados, mas existia

também, para outras pessoas que não conseguiam aceder àquele programa, soluções

que facilitavam aquelas pessoas no que respeitava ao acesso à habitação. -----------------

----- No que respeitava às unidades de execução, era uma matéria sobre a qual não

tinham de ter preconceitos. As unidades de execução eram figuras legalmente

consagradas, que constavam do PDM aprovado naquela Assembleia Municipal e,

acima de tudo, eram figuras subordinadas a instrumentos de gestão territorial de nível

superior com os quais tinham que se conformar, Planos de Pormenor e, até o próprio

PDM. Ora, se para uma questão circunscrita que podia ser resolvida com uma unidade

de execução que respeitasse, no âmbito do cumprimento da Lei, os outros

instrumentos de gestão territorial de nível superior, não havia razões para preconceitos,

além de que a Assembleia Municipal já exercia, de forma cabal, o seu controlo nos

outros instrumentos de gestão territorial. --------------------------------------------------------

----- Afirmou que, com outros, tinha visitado o espaço do Quarteirão dos Marianos e o

mesmo justificava uma unidade de execução. Para quê um Plano de Pormenor,

perguntou. Pois já existia toda uma área regulada. --------------------------------------------

----- Relativamente à intervenção do Senhor Deputado Municipal Telmo Correia, do

CDS-PP, disse que não deixava de ser curioso que não aceitasse a qualificação de

liberal, ou de ultraliberal, das políticas do Governo, e mencionasse governos do

Partido Socialista, em matéria de privatizações, quando já tinha no curriculum do atual

Governo a privatização da EDP, da ANA, da REN, dos CTT, dos Estaleiros Navais de

Viana do Castelo, em condições que levantavam a maior polémica. Processos que não

se percebiam claramente a sua racionalidade no que respeitava a algumas empresas

que geravam bastante receita pública, em termos de dividendos, e que deixavam de

gerar, por via da privatização, mas que o Senhor Deputado Telmo Correia achava ser

positivos. ---------------------------------------------------------------------------------------------

----- Além de que em relação à informação financeira da Câmara, convidava o Senhor

Deputado Telmo Correia a ler as páginas trinta e três a trinta e cinco, da informação

escrita, onde encontrava informação detalhada em relação a algumas coisas que falou. -

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----- Sobre a Valorsul esperava que a medida fosse irrevogável que no léxico

português queria dizer que a medida talvez fosse reversível. --------------------------------

----- Quanto á questões dos sem-abrigo, os mesmos passariam a dispor, em Lisboa, de

um centro de recuperação iniciado no mandato anterior pela atual Presidente da

Assembleia Municipal de Lisboa. ----------------------------------------------------------------

----- Em relação à intervenção da Senhora Deputada Cláudia Madeira, do PEV, disse

que esperava do Partido Ecologista “Os Verdes” o elogio às políticas de proximidade

no serviço público aos cidadãos como os que se propiciavam na recolha de resíduos e

limpeza urbana fomentada pela reforma administrativa. Portanto, notava com alguma

incompreensão aquela tomada de posição por parte daquele partido. -----------------------

----- Relativamente à Colina de Santana, disse que era de aguardar pelo dia onze para

ver que propostas concretas, que conclusões e que resultados se extraíam do debate

que ali se tinha realizado. Tinha ouvido muitas pessoas que ali tinham intervindo sobre

aquele tema, especialistas, independentes, sendo que ouviu dizer que era possível

naquele espaço, obter e fomentar regeneração urbana, manter serviços de saúde de

proximidade e preservar a memória através de instrumentos museológicos. Não

tínhamos que nos conformar com o imobilismo e com a decadência daquela zona da

cidade. -----------------------------------------------------------------------------------------------

----- E terminava elogiando as intervenções dos Senhores Deputados Municipais

Miguel Graça e Fernando Nunes da Silva porque focaram exatamente um tema que

não foi focado pelos outros deputados, e que era o Plano de Acessibilidade Pedonal

que certamente iria tornar Lisboa numa cidade mais justa e, também, mais

competitiva. ------------------------------------------------------------------------------------------

----- A Senhora Deputada Municipal Sofia Cordeiro (PS) no uso da palavra, disse

que na informação escrita além da Reforma Administrativa, que dominava por razões

óbvias, a comunicação, e do importante Plano de Acessibilidade Pedonal que se

encontrava em discussão e votação naquela sessão, importava salientar as medidas

relativas à habitação. -------------------------------------------------------------------------------

----- A habitação era um direito que estava consagrado na Constituição, mas que era

muitas vezes questionado e atacado não apenas fruto das circunstâncias em que

vivíamos, mas também, políticas que eram implementadas no país. Mas importava

lembrar que aquele direito, apesar de estar a ser assegurado tendencialmente, pelos

municípios, era uma obrigação da Administração Central. -----------------------------------

----- No Município de Lisboa garantir tal direito era uma necessidade para a vida da

cidade. Era fundamental atrais população para a cidade, mas também reter população

que nela vivia e trabalhava, criando condições de qualidade de vida no sentido de

manter viva e dinamizar a economia local, não apenas com o turismo. O turismo era

fundamental para a cidade mas tinha de haver alguma atenção na medida em que

poderia estar a contribuir para o esvaziamento de espaços de habitação que poderiam

servir para a população da cidade para dar lugar a arrendamento temporário para

turistas. -----------------------------------------------------------------------------------------------

----- A dinamização da economia local só era possível com políticas ativas de

reabilitação e de reabitação que estavam em curso na cidade. Por isso, saudavam os

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programas de “Renda Convencionada”, cujos candidatos eram maioritariamente

jovens e de fora do concelho, e que ia já na quarta edição, e a primeira edição do

programa “Subsídio Municipal de Arrendamento”, sem o qual muitas famílias não

poderiam fazer face à totalidade da sua renda de casa. ----------------------------------------

----- Acompanhariam com atenção as alterações e os esforços anunciados no sentido

de aumentar a sua abrangência de um programa que de facto, em situações transitórias,

tão crítico poderia ser para as famílias em dificuldade na cidade. ---------------------------

----- Em conjunto aqueles dois programas visavam contribuir para a melhoria de todos,

impedindo que muitas famílias perdessem a sua habitação, permitindo que outras

viessem para dentro da cidade. --------------------------------------------------------------------

----- Importava aquela Assembleia acompanhar a intervenção da Câmara naqueles

domínios e garantir a execução para a melhoria daqueles programas. ----------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Carlos Silva Santos (PCP) no uso da palavra,

disse que a ideologia de direita, com muitos defensores ali, a avaliar pelas

intervenções, tudo fazia para agravar as condições de vida e de trabalho do povo

português. E depois regozijava-se com a tarefa de jovens que, por conta da Santa Casa

da Misericórdia, faziam um diagnóstico de oitocentos sem-abrigo. E tudo faziam para

chegar aos mil e até ultrapassar, se continuassem com as medidas em curso. ------------

----- Mas o pior era que havia um branqueamento da Santa Casa da Misericórdia que

por despacho, para a cidade de Lisboa representava o Estado, a Segurança Social o que

não era dito muitas vezes mas era preciso afirmá-lo claramente, a Santa Casa no

Concelho de Lisboa, e o Senhor Presidente da Câmara sabia, a Senhora Presidente da

Assembleia também conhecia bem porque tinha participado naquelas ações, era a

responsável pelas atividades sociais na Cidade de Lisboa. Assim, perguntou se fez tal

disgnóstico de cerca de oitocentos sem-abrigo, o que fez para resolver aquele

problema, uma vez que tinha a responsabilidade. Claro que se escondia atrás da Santa

Casa, não eram iguais pois a de Lisboa tinha aquela responsabilidade que lhe era

transferida pelo Estado, além de que era de nomeação estatal a sua direção, a sua

Mesa. Pelo que era uma questão ideológica, naturalmente, uma ideologia de direita,

devendo de ser dito, claramente. Quem fazia o mal tinha de assumir as

responsabilidades. Não valia a pena vir com caridades para serenar aquilo que tinha

promovido. -------------------------------------------------------------------------------------------

----- Por outro lado, e referindo-se àqueles que tanto desejavam “as GALP’s”, era

verdade que a obra que estava feita para perturbar os transeuntes e os automobilistas,

feita num tempo de execução que não sabiam, mais do que a obra parecia, era uma

obra de “Santa Engrácia” pelo seu tamanho, era saber se aquela obra de publicidade à

GALP tinha, ou não, a participação da Câmara Municipal de Lisboa, e até que ponto.

Qual era a data prevista para a conclusão da obra, perguntou. E que garantias tinha a

Câmara para uma utilização confortável ou iria ser mais um efeito. E que ligação tinha

a outros projetos de mobilidade que existiam para a zona, perguntou. Tudo aquilo

estava por conta daquela GALP. Esperava que não fosse mais um ato de propagando á

GALP, e sim um ato de serviço público. --------------------------------------------------------

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----- Depois, disse que se falou na ideia de prevenir a decadência da Colina de Santana

e o Senhor Deputado mostrou esperança que no dia onze viesse a solução. Mas a

decadência da Colina de Santana não tinha o contributo dos hospitais, porque não

bastava olhar para a face externa para diagnosticar a qualidade não só científica, mas

até do ponto de vista da construção que tinha no seu interior. Por isso, a Colina de

Santana não ia mal com os hospitais que tinha, a colina estava degradada para além

dos hospitais. Mais valia deixar os hospitais como estavam, e intervir mesmo na

colina, reabilitação urbana, do espaço público, melhoria das ligações e das

comunicações. ---------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Presidente no uso da palavra, disse que o tempo não iria permitir-lhe

responder a todas as questões, mas que iria responder àquelas mais prioritárias. ---------

----- Em primeiro lugar, e relativamente às questões colocadas pelo Senhor Deputado

Municipal José Moreno, que disse, e bem, que nenhuma das questões que apresentou

era da competência da Câmara, mas que não podiam deixar de diligenciar no sentido

de fazer aquilo que competia. ---------------------------------------------------------------------

----- Em relação à escola o que tinham a fazer, foi feito. E não podiam deixar de

insistir junto do Ministério da Educação para a necessidade de se fazer a segunda fase.

E efetivamente, já se tinham disponibilizado, no mandato anterior, no sentido de se

fazer um protocolo no qual fosse a Câmara a executar a obra, transferindo, o

Ministério, as verbas. Até à data não tinham tido qualquer resposta. E mesmo depois

da reunião recente com o Senhor Diretor Geral, continuavam sem nenhuma indicação

nem nenhum compromisso do Estado relativamente ao arranque da escola. --------------

----- Quanto ao centro de saúde, a notícia era pior, visto que naquele caso não dependia

da Câmara, o terreno estava reservado à muito tempo para aquele efeito e a última

indicação que tinham era que o Ministério da Saúde não pretendia fazer aquele centro

de saúde porque entendia que a freguesia estava servida com uma obra que poderia

melhorar o Centro de Saúde de Moscavide. ----------------------------------------------------

----- A Câmara no mandato anterior, cedeu um conjunto de terrenos para o Ministério

da Saúde instalar vários centros de saúde que estavam em falta. Tinha sido executado

o de Belém, estava em obra o de Carnide, foi executado e encerrado e semiaberto o do

Bairro da Boavista, e estavam outros por começar. E naquele momento a ARS

considerava que não era prioritário executar aquela obra. Portanto, o que poderiam

fazer era acompanhar a freguesia na preocupação, quer quanto á falta da escola, quer

quanto á falta do centro de saúde. ----------------------------------------------------------------

----- Relativamente às questões colocadas pelo Senhor Deputado municipal Telmo

Correia, gostaria de tranquilizá-lo no seguinte, que quanto ao estacionamento legal

continuava a ser uma grande preocupação da parte do executivo. Mas a resposta

àquela angústia, contava com o Deputado Telmo Correia, porque estava na execução

da resolução do Conselho de Ministros nº 45/2007, de dezanove de março, .3.2, alínea

c), a qual aguardava à três governos que fosse executada. Assim, tinha a esperança que

o atual Governo, ou o próximo, lhe desse, finalmente, a execução. Quando aquela

resolução fosse executada, que não tivesse dúvidas que o município passaria a ter as

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condições que necessitava para poder assegurar o devido policiamento do

estacionamento da Cidade de Lisboa. ------------------------------------------------------------

----- Quanto às questões relacionadas com a Colina de Santana, registavam a opinião

do PCP a qual era conhecida há vários meses e não tinha qualquer novidade. Como era

sabido estava em curso um debate público sobre aquela matéria. E por parte do

executivo, iriam aguardar pelo final do debate público para depois retirar as devidas

conclusões, visto que não faziam debates para publicitar as posições que tinham,

faziam debates para formar a posição. Cada um tinha o seu método, e o método do

executivo era em primeiro lugar ouvir para depois decidir no momento próprio. --------

----- Finalmente, havia uma angustiante questão colocada pelo Senhor Deputado

Municipal António Arruda, do MPT. ------------------------------------------------------------

----- Mas, em primeiro lugar, disse que ficou sensibilizado por ver um partido

ecologista fazer “ombro a ombro”, aliás, com o PCP, na preocupação com os “pobres”

automóveis que estavam a ser prejudicados na sua circulação. Nunca imaginou que

fosse prioritário considerar tal prioridade ao trânsito automóvel que estava a ser

prejudicado por uma obra que estava em curso. ------------------------------------------------

----- Depois, lançou a tal angustiante questão, para que servia a ponte pedo-ciclável, à

qual respondeu que o próprio nome dizia tudo. Era uma ponte que servia para

desnivelar um percurso e sendo pedo-ciclável, significava que servia para trânsito

pedonal, ou trânsito ciclável. ----------------------------------------------------------------------

----- Referiu que a cidade tinha uma “cicatriz” violentíssima que a quebrava quase ao

meio e que era a segunda circular, uma via própria dos anos sessenta, e considerava-a

uma via indigna de uma cidade do futuro. ------------------------------------------------------

----- O anterior Presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Coronel Nuno Roque,

costumavam muitas vezes referir a cidade que existia a norte da segunda circular. E,

de facto, era assim porque a segunda circular constitui-se como uma barreira, como

uma fronteira, como uma muralha entre um lado e o outro da cidade. ---------------------

----- Um dos grandes desafios urbanísticos que a cidade tinha para as próximas

décadas era, precisamente, conseguir absorver aquela “ferida” e conseguir juntar

aquelas duas partes da cidade. E aquela obra era o primeiro exercício de juntar as duas

partes da cidade e de vencer aquela barreira que era a segunda circular. -------------------

----- Sublinhou que a referida ponte tinha uma história. A mesma nasceu de um

concurso organizado pela edição da “Experimenta Design 2008”, para a construção de

uma ponte pedo-ciclável que marcasse e vencesse a barreira que era a segunda circular

e marcasse urbanisticamente aquela zona. Foi um concurso internacional ganho por

dois jovens arquitetos que trabalhavam em Madrid. Um concurso que tinha o

patrocínio da GALP, sendo que aquela empresa assumiu o compromisso no protocolo

que assinou de executar, financiar a obra até um milhão de euros. No desenvolvimento

da obra, constatou-se que a obra tinha um valor superior ao valor acordado pela GALP

suportar. Era uma obra particularmente complexa, era uma espécie de grande aranhiço,

que se estendia entre os dois lados da segunda circular, que teve de ter vários reforços

na sua estrutura, alterar o material da qual foi construída, o que se traduziu num grande

impacto nos custos. E para que fosse possível realizar a Câmara Municipal assumiu o

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compromisso de pagar parte daquilo que excedia o compromisso que a GALP tinha

assumido. ---------------------------------------------------------------------------------------------

----- Era, na verdade, uma obra de arte e, mais do que uma ponte, era uma escultura

que serviria para o atravessamento pedonal e ciclável, mas que esperava, sobretudo,

que marcasse um arranque de um trabalho que se iria desenvolver nas próximas

décadas de absorver a “cicatriz” que a segunda circular constituía na cidade, e que

permitisse cerzir aquelas duas partes da cidade e construir sobre aquela memória o que

foi uma cidade construída para o automóvel um novo processo de humanização e de

devolução da cidade às pessoas que trabalhavam e residiam em Lisboa. ------------------

----- A Senhora Presidente no uso da palavra, e terminado aquele ponto da ordem de

trabalhos, apreciação da Informação Escrita do Senhor Presidente, disse que a ordem

de trabalhos era muito preenchida pelo que não a iriam esgotar naquele dia. Mas que a

Mesa gostaria de discutir o ponto número dois, proposta nº 917/2013, Plano de

Acessibilidade Pedonal, que tinha o parecer da Comissão dos Direitos Sociais, da

Comissão da Mobilidade e Segurança, cuja grelha de tempos era de duas vezes o

PAOD. ------------------------------------------------------------------------------------------------

----- PONTO 2 – PROPOSTA Nº 917/2013 – DELIBERAR SOBRE O PLANO

DE ACESSIBILIDADE PEDONAL, EM LISBOA, AO ABRIGO DO DISPOSTO

NA ALÍNEA H), DO NÚMERO 1, DO ARTIGO 25º DA LEI Nº 75/2013, DE 12

DE SETEMBRO; ---------------------------------------------------------------------------------- ----- (A Proposta nº 917/2013, oportunamente distribuída aos Senhores Deputados

Municipais, fica anexada à presente ata como anexo XXXV, e dela faz parte

integrante)) -------------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Vereador João Afonso, disse que gostaria de agradecer os pareceres

elaborados e aprovados pelas Comissões Permanentes de Mobilidade e Segurança e a

dos Direitos Sociais e de Cidadania, cujas recomendações iriam ser tidas em

consideração e as correções introduzidas conforme solicitado e indicado. -----------------

----- Referiu que o Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa era assumidamente uma

prioridade política do executivo. Poder circular livremente pela cidade, poder aceder

com autonomia aos bens e serviços que Lisboa colocava ao dispor de todos, eram

direitos fundamentais de cidadania. --------------------------------------------------------------

----- Sem liberdade de movimentos, sem igualdade de oportunidades, não havia

cidade. ------------------------------------------------------------------------------------------------

----- O desafio que a acessibilidade colocava era tão simples quanto fundamental. A

verdade era que se pretendia uma cidade acessível a todos, uma cidade em que as

pessoas vinham em primeiro lugar, pessoas de todas as idades, crianças e idosos,

pessoas com e sem deficiência, com mais, ou menos, condições para andar a pé,

vencer degraus e ressaltos, esperar pelo autocarro, ver onde se encontra a passadeira. --

----- Era do conhecimento de todos que a Cidade de Lisboa tinha muitas barreiras,

barreiras construídas ao longo de décadas e séculos, barreiras que ainda agora eram

voluntariamente criadas por hábitos e decisões a várias escalas, métodos de trabalho

que tinham de mudar. ------------------------------------------------------------------------------

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----- Durante anos que se tornou um hábito dizer-se que o grande problema da

acessibilidade em Lisboa eram as Sete Colinas e as ruas muito inclinadas. Era verdade

que existiam Sete Colinas mas também era verdade que só em 25% da rede viária é

que a inclinação era impraticável pelo que constituía uma barreira. ------------------------

----- Durante anos também era costume dizer-se que a acessibilidade era demasiado

cara, ignorando-se que todos os dias várias obras eram realizadas quer pela Câmara,

quer por particulares, o que incluía concessionários de subsolo, que ofereciam

oportunidades para eliminar barreiras sem custo adicional, ignorando, também, que

prevenir era mais barato que remediar. Ignorando, ainda, que o envelhecimento

demográfico e o aumento do número de lisboetas com algum tipo de incapacidade, e

eram já um quinto da população, faria com que as barreiras e a perda de autonomia

tivessem no futuro custos esmagadores para a comunidade. E, ignorando, por fim, que

o envelhecimento demográfico nos principais mercados emissores de turistas,

tornavam o turismo acessível uma realidade incontornável e um fator decisivo para a

competitividade em Lisboa como destino turístico. -------------------------------------------

----- Sublinhou que devíamos de ser pragmáticos e tínhamos de fazer. Tínhamos de ter

uma estratégia e trabalhar em equipa. ------------------------------------------------------------

----- Que fosse claro que aquele plano em discussão não iria fazer milagres. Mas em

2017, a cidade iria estar mais acessível e a comunidade mais preparada. ------------------

----- Existia uma equipa do plano para coordenar os esforços e dinamizar e apoiar. Mas

a principal responsabilidade caberia aos serviços municipais no âmbito das suas

funções, às Juntas de Freguesia no quadro das suas competências, a todos os decisores,

técnicos ou políticos, em função dos seus deveres, do seu compromisso com a

qualidade da sua consciência cívica e da sua humanidade. -----------------------------------

----- O sucesso do plano dependia, também, do interesse e do contributo político de

todos os eleitos municipais, na vereação e naquela Assembleia Municipal, um

contributo que pedia que fosse feito de atenção, de exigência, de crítica construtiva. ---

----- Disse que sabiam que para todos os lisboetas, mais do que as palavras ditas,

interessavam as ações. E mais do que promessas, disse que estavam empenhados em

honrar compromissos com a cidade e com a cidadania, ao longo dos próximos quatro

anos.---------------------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Sobreda Antunes (PEV) disse que a proposta

nº 917/2013 pretendia garantir um compromisso com a defesa e promoção dos direitos

de cidadania, da qualidade de vida e da sustentabilidade ambiental, económica e social

através do Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa. ---------------------------------------

----- O Plano decorria das normas técnicas de acessibilidade e regras para a sua

aplicação ao meio edificado contidas no Decreto-Lei nº 163/2006, e da Lei nº 46/2006,

que proibia e punia a discriminação com base na Deficiência, classificando as barreiras

à acessibilidade como uma prática discriminatória. -------------------------------------------

----- Aquele Decreto-Lei nº 163/2006 estabelecia, no seu art. 1º, que o seu objeto

passava pela "definição das condições de acessibilidade a satisfazer no projeto e na

construção de espaços públicos, equipamentos coletivos e edifícios públicos e

habitacionais". --------------------------------------------------------------------------------------

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----- Referiu que o Plano ali em discussão tinha o mérito de, procedendo ao seu

enquadramento nos diversos Instrumentos Municipais, definir áreas operacionais de

intervenção e assentar em princípios estratégicos orientadores, ter assentado no

trabalho multidisciplinar da equipa do Plano, da Comissão de Acompanhamento e dos

contributos de um Painel Consultivo. ------------------------------------------------------------

----- Sublinhou que todos sabiam que já existia um Regulamento Municipal para a

Promoção da Acessibilidade e Mobilidade Pedonal, aprovado naquela Assembleia

Municipal, em vinte e sete de Abril de 2004, estipulando o seu art. 38º que deveriam

ser elaborados projetos urbanos de adaptação por forma a garantir o cumprimento das

prioridades que fossem definidas no Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa. -------

----- Mas também convinha recordar que muitas das medidas enumeradas no

Regulamento, tanto as de intervenção sobre o espaço público, como as dedicadas a

cidadãos com necessidades especiais, ficaram, ao longo dos anos, por executar, sem

nunca terem saído do papel. -----------------------------------------------------------------------

----- Logo nos primeiros cem dias do seu mandato, em 2007, o Senhor Presidente

enunciou medidas prioritárias, nomeadamente, a pintura das passadeiras perto das

escolas ou o lançamento da operação de combate ao estacionamento em segunda fila.

A primeira ainda serviu de campanha junto da comunicação social, mas a segunda

resultou num rotundo falhanço. Ainda se chegou a anunciar uma operação de

"tolerância zero para o estacionamento irregular", mas o rotineiro era assistirmos a

estacionamentos ilegais em passeios, passadeiras, linhas de elétrico, paragens de

autocarro, ou em segunda fila. --------------------------------------------------------------------

----- Até parecia ser permitido às viaturas da PSP da segunda esquadra estacionarem

habitualmente em cima do passeio na Rua de São Julião, junto ao nº 63-A, enquanto

na paralela Rua do Comércio tinha três lugares reservados. Seria para dar o exemplo a

outros condutores e aos munícipes em geral, perguntou. -------------------------------------

----- Já em 2007, a operação policial de "tolerância zero para o estacionamento

irregular", pretendia dar resposta a uma das dez promessas eleitorais de intervenção

rápida na cidade, feitas pelo Sr. Presidente. Passada meia dúzia de anos os resultados

pareciam ter sido infrutíferos. ---------------------------------------------------------------------

----- Disse que já tinham ouvido o Senhor Presidente apelar à rápida intervenção dos

serviços municipais, perante as queixas apresentadas pelos munícipes em reuniões

descentralizadas. Também tinham constatado zebras mal identificadas, mal concebidas

ou a ausência delas, reduzidos tempos de passagem nos semáforos, como por ex., para

se atravessar a Av. da Liberdade o peão dispor de uns escassos 12 segundos. São ainda

os semáforos avariados ou a reduzida iluminação pública. Outras Avenidas são

autênticas vias rápidas sem elementos dissuasores ou de acalmia de trânsito. ------------

----- Também, segundo a DECO - Associação de Defesa do Consumidor, as barreiras

arquitetónicas no local de trabalho ou os obstáculos em edifícios públicos tinham-se

revestido como inacessíveis ou intransitáveis para deficientes motores. Aqueles dados

significavam que muitas das medidas do Regulamento foram sendo adiadas. ------------

----- O que faltava era capacidade de intervenção da CML tanto na manutenção, como

na fiscalização do espaço público.----------------------------------------------------------------

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----- Daí que, sobre aquela vasta temática, ao longo de diversos mandatos naquela

Assembleia Municipal, o Grupo Municipal de «Os Verdes» tenha apresentado

inúmeras Recomendações, de que destacavam, e não apenas para conhecimento da

Senhora Deputada Carla Madeira, a “Promoção de uma mobilidade sustentável na

cidade de Lisboa”, “Pela dignificação dos calceteiros municipais e por melhores

condições de trabalho”, “Requalificação e proteção dos ascensores da cidade”,

“Alargamento do horário de transporte de bicicletas no Metropolitano”,

“Requalificação do Espaço Público”, “Por uma mobilidade sustentável na cidade de

Lisboa”, “Dia Internacional das Pessoas com Deficiência”, “Promoção da

Intermodalidade na Cidade de Lisboa”, “Regulamento de cargas e descargas”,

“Pontos negros na cidade de Lisboa”, “Estacionamento em dias de futebol”, etc.,

todas elas aprovadas naquela Assembleia, muitas delas por unanimidade. ----------------

----- Se existia um Regulamento por cumprir, se eram aqueles os princípios de

Mobilidade e Acessibilidade defendidos pelo município, perguntaram por que optou a

Câmara Municipal de Lisboa pela introdução das escorregadias lajes em zonas

pedonais, como sejam o Areeiro, o Miradouro de Santa Catarina, Praça do Comércio

ou a Rua da Vitória, perguntou.-------------------------------------------------------------------

----- Também pediu esclarecimentos ao Senhor Vereador João Afonso, porque foram

destruídos os desenhos artísticos na Calçada da Rua da Vitória na sequência da

intervenção no subsolo. E porque desapareceram as duas peças escultóricas do

monumento ao calceteiro, junto à Igreja de São Nicolau, da autoria de Sérgio Stichini.

----- As duas esculturas estavam colocadas num quadro de calçada à portuguesa onde

figurava a barca de São Vicente - padroeiro da cidade - com corvos e flores. Tratava-

se de uma barca que já não era criada há 50 anos, a última tinha sido no Jardim da

Estrela. Uma obra de arte que nasceu das mãos dos 20 calceteiros formados na

autarquia. ---------------------------------------------------------------------------------------------

----- Depois, a calçada portuguesa, para além da sua luminosidade tão elogiada,

inclusive por estrangeiros, aliava as características de durabilidade e de grande beleza

estética às da vantagem económica da reciclagem do próprio piso em reparações ou na

sequência de obras no subsolo. Revelou-se ideal para ser utilizada em zonas de

circulação de peões, como em passeios, jardins e habitações, centros comerciais, mas

também em ruas e praças com circulação restrita de veículos. Fazia notar que não

estavam a afirmar nada de transcendente; estavam apenas a citar o “Manual da calçada

portuguesa” da autoria da Direcção-Geral de Energia e Geologia, de 2009. ---------------

----- Tratava-se de um piso que, quando tecnicamente bem aplicado, garante a

permeabilidade, a durabilidade e a regulação climatérica, sendo, por isso, mais

ecológico. Era o próprio arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles que defendia que “a calçada

de vidrilho, com desenhos do século XIX e inspirada no mosaico romano, faz parte da

cultura de Lisboa”, mas estava agora em causa. -----------------------------------------------

----- Também não compreendia por que razão a vereação anunciou à comunicação

social a intenção de remoção da calçada na Estrada de Benfica e na Av. da República,

o que era um contrassenso e, literalmente, constituía uma pedrada ínvia ou uma pedra

no sapato na profissão de calceteiro. -------------------------------------------------------------

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----- E já que falavam em calceteiros, porque tinha o município insistido no

progressivo desinvestimento na escola de Jardineiros e Calceteiros da Quinta de

Conde d’Arcos, perguntou. Porquê a persistente opção pela externalização de serviços,

tornou a perguntar. Para depois poder argumentar que não tendo profissionais

calceteiros teria de alcatroar ou colocar pedra de lioz nos passeios, perguntou.

Primeiro desinvestia-se, desestruturando os serviços municipais, e depois privatizava-

se. ------------------------------------------------------------------------------------------------------

----- E quando a descentralização de competências para as Juntas entrasse em vigor,

seriam as Juntas a ter suportar com o ónus da intervenção no espaço público,

perguntou. --------------------------------------------------------------------------------------------

----- E regressando ao âmago do Plano de Acessibilidade Pedonal de Lisboa. O que era

ele, perguntou. Um plano, tornou a perguntar. Com certeza, responderiam. E seria

apenas de boas intenções, perguntou. Não, era mesmo para funcionar, diriam. Mas,

não havia já um Regulamento Municipal, perguntou. Então porque não era

devidamente aplicado, perguntou novamente. --------------------------------------------------

----- Ninguém ali pedia milagres, mas sim empenho da Câmara Municipal de Lisboa.

Esperava que os munícipes não tivessem de continuar a esbarrar na inacessibilidade e

imobilidade do executivo na fiscalização e atempada manutenção da qualidade do

espaço público. --------------------------------------------------------------------------------------

----- A Senhora Deputada Municipal Rita Neves (PS) no uso da palavra, disse que

gostaria de felicitar o executivo municipal pela decisão de elaborar um plano no

sentido de facilitar a acessibilidade pedonal. ---------------------------------------------------

----- Com efeito, a perfusão de normas e regras já consagradas naquele domínio e que,

aliás, enquadravam a proposta, traduziam uma preocupação com as condições de

acessibilidade pedonal em espaço público e privado, mas encontravam-se avulsas,

dispersas, nos regimes dedicados à edificação, à não discriminação, à exploração de

empreendimentos turísticos, ou de restauração e bebidas, mas não obrigavam ao

tratamento daquelas matérias de forma integrada, sistematizada e dedicada em forma

de plano. ----------------------------------------------------------------------------------------------

----- Disse que era, exatamente, por aquelas razões que aquele plano era espacial.

Porque era a tradução gráfica e prepositiva de uma vontade política que devia ser

assinalada, de elevar o nível de acessibilidade pedonal a nível de relevância

equivalente aos restantes temas do planeamento e da gestão urbana, algo inovador e

que ilustrava bem que se olhava para a cidade pensando nas pessoas.----------------------

----- Era de salientar, ainda, a oportunidade daquela proposta. Havia uma real perceção

da necessidade de melhorar as condições que a cidade oferecia em termos de

acessibilidade. --------------------------------------------------------------------------------------

----- Existiam prazos legalmente estabelecidos para a adaptação progressiva dos

espaços e edifícios existentes. Havia uma orientação política que valorizava a garantia

de igualdade de oportunidades na concretização plena da cidadania. E havia vontade

de fazer, e fazer bem feito. Tudo aquilo se conjugava na proposta que ali estava em

discussão e cuja oportunidade era evidente. ----------------------------------------------------

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----- O Partido Socialista depositava elevadas espectativas naquele plano, até porque

acreditava que o mesmo tinha condições de gerar valor para a cidade, tinha condições

de gerar valor social porque promovia ativamente a inclusão e a vivência plena da

cidade e do que ela tinha para oferecer. Valor ambiental porque valorizava o espaço

público de circulação e de fruição enquanto se debruçava sobre a articulação com e

entre os meios de transporte público. Mas, também, valor económico porque uma

cidade mais inclusiva, mais amiga das pessoas e livre de constrangimentos era, no

contexto global, mais interessante e mais competitiva. ---------------------------------------

----- Na verdade, aquele plano, por si só, já tinha valorizado a cidade na medida em

que a sua fórmula plano/processo distinta do habitual plano/regulamento, partindo de

um diagnóstico que sistematizava de forma simultaneamente individual e cruzada, as

causas e os efeitos dos constrangimentos oferecia soluções de abordagem sistémica

facilmente aplicáveis, e cujo efeito se produzia para além do caso objeto. ----------------

----- Referiu que o plano em si definia objetivos muito concretos, o de prevenir a

criação de novas barreiras, de promover a adaptação progressiva do espaço e edifícios

já existentes, mobilizar a comunidade para a criação de uma cidade para todos. Mas

era a forma claramente definida de como se propunha fazê-lo, que realmente distinguia

o Plano de Acessibilidade Pedonal. --------------------------------------------------------------

----- Tomando em consideração a perfusão de serviços, competências e agentes e

meios limitados, e procurando explorar o potencial dos mecanismos já disponíveis

numa intenção declarada de fazer através dos serviços, procurando fazer da sua missão

compromisso a assumir pelos serviços da Câmara Municipal de Lisboa de forma a

gerar valor sem custos adicionais para o município, cumprindo, ainda assim, os

objetivos do plano. ----------------------------------------------------------------------------------

----- Sobre o financiamento do plano, disse que observado à luz dos seus objetivos e

das ações já programadas podia suscitar dúvidas quanto á sua realização. Contudo, e

seguindo a proposta de execução do plano, caberia aos diferentes serviços proceder à

concretização das ações e medidas anunciadas, assegurando, para tal, a sua

cabimentação no Orçamento Municipal. Acrescia que a execução de algumas ações

concretas poderia ser objeto de financiamento externa ao município, fosse pela

candidatura a fundos comunitários como, aliás, já tinha sucedido na própria elaboração

do plano, ou do Orçamento Participativo. O plano não excluía, também, outras formas

de financiamento. -----------------------------------------------------------------------------------

----- Aquela forma de execução do plano exigia uma forte articulação entre serviços,

quer na elaboração dos seus planos de ação e orçamento, quer na programação das

suas intervenções. -----------------------------------------------------------------------------------

----- Das suas motivações à inovação do conceito que lhe subjaz, do diagnóstico das

ações propostas, muito esperavam daquele plano. Era uma proposta oportuna e útil

para a cidade, e uma proposta que se mostrava exequível, atenta às reais necessidades

das pessoas. ------------------------------------------------------------------------------------------

----- O plano proposto assentava num diagnóstico detalhado, fiável e tinha objetivos

concretos e meritórios., devidamente tipificados e quantificados e ansiavam ver os

seus efeitos produzidos com sucesso. ------------------------------------------------------------

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----- A Senhora Deputada Municipal Ana Páscoa (PCP) no uso da palavra, disse

que o PCP iria votar a favor daquela proposta à semelhança daquilo que tinham feito

na Câmara Municipal. ------------------------------------------------------------------------------

----- Tratava-se de um bom plano para a cidade que iria ajudar a ultrapassar obstáculos

e constrangimentos com que ao longo dos anos se tinham deparado os cidadãos em

Lisboa, sobretudo os de mobilidade mais reduzida. -------------------------------------------

----- No entanto, não podiam deixar de fazer algumas anotações que podiam

comprometer a concretização daquele plano. ---------------------------------------------------

----- Apesar dos esclarecimentos prestados e em tempo útil em sede de Comissão

Permanente de Mobilidade e Segurança, pelo Senhor Vereador do Pelouro, João

Afonso, bem como a discussão havida naquela mesma comissão, a problemática da

delegação e transferência de competências para as freguesias poderia ser um fator

perturbador. Como tal, iriam estar atentos àquela situação. ----------------------------------

----- De igual modo, iriam estar atentos aos relatórios de execução orçamental do

plano, já que o nível orçamentado era muito reduzido, no pressuposto de que era uma

pluralidade de serviço e outro departamento da Câmara que iriam ser intervenientes

em todo aquele processo. De qualquer forma, era uma questão que iriam acompanhar

para verificar a respetiva execução. --------------------------------------------------------------

----- Partilhavam e subscreviam, inteiramente, o parecer aprovado na Comissão de

Mobilidade, salientando as conclusões que indicavam algumas recomendações à

Câmara Municipal de Lisboa. ---------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Miguel Santos (PAN) no uso da palavra, disse

que congratulava-se com a elaboração daquele plano de acessibilidades o qual lhes

parecia um esforço considerável da Câmara Municipal de Lisboa para resolver um

conjunto de problemas de acessibilidade crónicos. --------------------------------------------

----- No entanto, considerava que alguns pontos teriam de ser desenvolvidos no

sentido de tornar aquele plano e a sua utilidade ainda mais eficaz. -------------------------

----- O primeiro que sugeria era a sua complementaridade com o programa de

acessibilidade ciclável. Algumas partes eram apontadas naquele plano mas um próprio

plano de acessibilidade ciclável tornava-se numa ambição mais evidente. ----------------

----- Uma outra questão tinha a ver com a formação pois parecia-lhe que a formação

que estava prevista teria que ser ponderada no sentido de incluir mais categorias. Não

lhe parecia que ao nível da Polícia Municipal que houvesse formação para que

pudessem fazer a sua tarefa de fiscalização naquela área, de uma forma mais eficaz. ---

----- Por outro lado, existiam alguns editais que eram importantes ser atualizados,

nomeadamente o 101/91 e o 108/92, que tinham a ver com a ocupação da via pública,

que não só estavam desatualizados, como existiam interpretações contraditórias que

tinham de ser esclarecidas, daí a necessidade de uma atualização urgente. ----------------

----- Ao nível da fiscalização, a articulação entre a fiscalização referida pelos

particulares e a fiscalização que estava cometida à Polícia Municipal não estavam

articuladas de forma evidente pelo que carecia de atenção superior.------------------------

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----- Quanto à questão do financiamento e da cabimentação, que era mais um desejo do

que alguma coisa que achassem concretizável, era um aspeto que devia de ser atendido

de forma constante. ---------------------------------------------------------------------------------

----- Felicitou a Câmara Municipal de Lisboa pelo trabalho concretizado naquela

matéria. -----------------------------------------------------------------------------------------------

----- A Senhora Deputada Municipal Isabel Pires (BE) no uso da palavra, disse que

o BE saudava aquele Plano de Acessibilidade Pedonal já que não se podia pensar em

construir uma cidade e a vivência dos seus habitantes sem se pensar na mobilidade dos

mesmos. Uma cidade sem barreiras arquitetónicas para quem tinha mobilidade

reduzida, uma cidade que permitisse a coexistência de formas variadas de mobilidade

e que pensava sobre aqueles aspetos de forma variada, só tinha mais a dar aos

cidadãos. ---------------------------------------------------------------------------------------------

----- Também saudavam o método de consulta pública e divisão em áreas operacionais

bastante alargado no tempo e na sua abrangência de entidades ouvidas e consultadas. --

----- Afirmou que tardou a chegar um plano como aquele, mas havia que continuar

aquele caminho no sentido de conseguir-se uma cidade mais acessível para todos. ------

----- Por outro lado, não podiam deixar de lamentar a progressiva desvinculação da

Câmara Municipal de Lisboa na definição e implementação de uma política de

mobilidade integrada em particular com a estratégia que vinha a seguir de entrega à

EMEL de toda a definição daquela política de mobilidade. ----------------------------------

----- A Câmara Municipal de Lisboa tinha decidido prescindir do seu poder de decisão

direta de seguir uma política de mobilidade, delegando tal decisão a uma empresa

municipal cuja gestão de exploração poderia vir a ser alvo de privatização. --------------

----- Outros dos aspetos a ter em conta quando se falava em acessibilidade e

mobilidade, prendia-se com a articulação, ou a falta dela, com uma visão integrada da

rede pública de transportes, ou seja, não se podia pensar uma cidade na totalidade das

suas funcionalidades e da mobilidade das pessoas, sem se pensar, também na

totalidade, de uma rede de transportes que ajudasse a colmatar problemas provocados

pelo aumento da utilização do transporte privado, agilizando a mobilidade pedonal. ----

----- Todos conheciam os problemas associados à rede de transportes públicos de

Lisboa que eram objeto de um total desinvestimento, reduzindo a sua oferta à

população, especialmente em zonas onde a população era mais carente. ------------------

----- Mais austeridade, cortes e aumentos dos preços dos transportes públicos tinham

os seus reflexos na mobilidade de quem vivia e trabalhava em Lisboa. E havia a

intenção do Governo entregar a privados a concessão e exploração dos transportes

públicos fundamentais em Lisboa, o que só piorava a situação já existente, fosse no

caso do direito de mobilidade, cada vez mais difícil de alcançar por uma maioria, fosse

nos problemas de acessibilidade pedonal. -------------------------------------------------------

----- Em conclusão, disse que os dois aspetos focados deviam de ser tidos em conta em

qualquer projeto ou plano que pretendesse repensar a cidade, a circulação de quem

nela morava, ou trabalhava, aumentando a qualidade de vida das pessoas. ----------------

----- O Senhor Deputado Municipal Magalhães Pereira (PSD) no uso da palavra,

disse que era esperança de todos que o Plano de Acessibilidade Pedonal representasse

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um marco fundamental para acabar com as barreiras arquitetónicas que subsistiam na

cidade, subsistindo ainda os modos de operar responsáveis pela sua criação. -------------

----- A acessibilidade aos espaços públicos era um direito inalienável dos cidadãos,

devendo a cidade proporcionar igual oportunidade a todos para uso e fruição dos

espaços de forma permanente e tão autónoma quanto possível. -----------------------------

----- Tal como referia o próprio plano, a promoção da acessibilidade significava a

defesa da cidadania e a qualificação da cidade. ------------------------------------------------

----- A metodologia utilizada na sua concessão poderia ser objeto de discussão, não

restando dúvida, de todo o modo que o plano constituiu um importante passo em

frente em tornar Lisboa numa cidade inclusiva. ------------------------------------------------

----- O seu principal defeito era não ter chegado mais cedo. ---------------------------------

----- Tão logo, o principal interveniente no planeamento urbano, a Câmara Municipal

de Lisboa, pudesse e quisesse dar cumprimento às suas principais recomendações, que

achava que a análise do plano suscitava, e que eram muitas. Recomendava-se a

produção do relatório anual de execução e de parecer de uma comissão de

acompanhamento que devia de ser remetido àquela Assembleia Municipal.

Recomendava a produção de informação georreferenciada das condições de

acessibilidade da totalidade da rede viária de Lisboa e de uma base de dados sobre

atropelamentos com melhor adaptação da fórmula de cálculo do índice daqueles

sinistros. Recomendava-se a alteração em sede de PDM da classificação quanto ao

nível de algumas vias de ligação e quanto à temporização do verde para peões.

Recomendava-se a diminuição das isócronas até ao transporte ferroviário.

Recomendava-se a salvaguarda e benefício do canal de circulação pedonal e também,

medidas que reduzissem a conflitualidade entre a rede pedonal e as vias cicláveis. ------

----- Era essencial que fossem cumpridas aquelas recomendações se a Câmara, de

facto, quisesse implementar o Plano de Acessibilidade Pedonal. ----------------------------

----- Disse que sugeria, para facilitar os agentes que operavam na cidade, a produção e

divulgação de uma súbula do plano e dos seus procedimentos, constituindo um manual

que concentrasse a informação contida no plano. ----------------------------------------------

----- Não podiam deixar de chamar a atenção para uma aparente incorreção naquele

plano no que respeitava ao seu financiamento. A tabela apresentada no volume um não

era consistente com a forma e método de financiamento camarário, nem com a

percentagem de orçamento adotada, nem sequer com as inscrições no Orçamento e

Plano de Atividades do Município de Lisboa, já aprovado para 2014. Era necessário

um esclarecimento sobre quais as rubricas orçamentais consideradas para a aplicação

do percentual de 3%, e quais os respetivos montantes no ano de 2014. --------------------

----- Referiu que a maior preocupação era a multiplicidade de operadores com larga

independência da Câmara, as empresas municipais, as empresas concessionárias de

serviços e operadoras de subsolo e as empresas de transporte, faltando responder como

é que se asseguraria o escrupuloso cumprimento, por aquelas entidades, dos princípios

delineados naquele plano. E se a coordenação daqueles serviços e operadores com os

objetivos do plano já era motivo de inquietação, o que dizer da ação direta e relevante

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das Juntas de Freguesia no espaço público a que eram obrigadas no cumprimento das

suas novas competências. --------------------------------------------------------------------------

----- De seguida, iria tecer algumas considerações diretamente ao Senhor Presidente da

Câmara Municipal, e que fizessem o favor de lhe transmitir. Estaria o Senhor

Presidente da Câmara em condições de assegurar que as verbas do financiamento do

plano seriam entregues às Juntas se, e quando, fossem aquelas a proceder às ações

inerentes ao Plano de Acessibilidade Pedonal, perguntou. Comprometia-se o Senhor

Presidente com o cumprimento do programa e harmonização dos serviços e operadores

urbanos, perguntou. Como é que pretendia que se concretizasse o envolvimento do

plano, e no plano, das Juntas de Freguesia e das restantes entidades que atuavam no

espaço público, em Lisboa, perguntou. As respostas àquelas questões é que serviriam

de base para aferir o efetivo empenhamento da Câmara Municipal na implementação

daquele Plano de Acessibilidade Pedonal. Era um plano que acolhia com muito

agrado, responsabilizava a Câmara pela sua execução. ---------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Fernando Nunes da Silva (PS) no uso da

palavra, disse que felicitava o Senhor Vereador João Afonso e toda a equipa

responsável por aquele plano. ---------------------------------------------------------------------

----- Disse que algumas das questões, dúvidas, ali colocadas, gostaria focar ali dois

pontos, não só o parecer que tinha sido elaborado como a intervenção da Senhora

Deputada Municipal Rita Neves que foi suficientemente clara e explicita relativamente

às questões, bem como a intervenção do Senhor Vereador que iria ter oportunidade de

responder de uma forma mais precisa. -----------------------------------------------------------

----- O grande desafio que estava naquele plano era o problema de como é que se

passava dos regulamentos, que já existiam há muito tempo, para a sua concretização.

O problema não era haver regulamentos e normas, o essencial tinha sido a opção

tomada. Era uma estratégia de resolução do problema mas através de um conjunto de

metodologias. Aquilo é que lhe parecia essencial e que podia trazer alguma eficácia

aquilo que há muito tempo se tentava prosseguir. ---------------------------------------------

----- Aquele plano tinha dois inimigos, uma interna e uma externa. A interna era que ia

contra a forma de trabalhar da Câmara Municipal de Lisboa que tinha uma tendência

brutal de sectorizar, de fechar, de compartimentar, de rubricar. E aquele plano só se

conseguiria executar num prazo relativamente curto, se assumisse a transversalidade

da sua intervenção. Já tinha sido dito e era uma recomendação clara, era um propósito

político e já tinha sido assumida aquela vontade política e era importante que a mesma

se materializasse. E depois tinha um inimigo externo que era a quantidade de

concessionárias que andavam à solta pela Cidade de Lisboa a quem ninguém dava a

mão. Era uma questão crítica e tinha de se colocar em ordem a questão das

concessionárias porque muito do trabalho que aquelas concessionárias faziam, bastava

alterar aquilo que era natural na Câmara Municipal de Lisboa por uma questão de

facilitismo o que significava ou autorizar as obras e aprovar os respetivos planos de

obras existia a reposição da situação que estava antes da obra, e aquela facilidade tinha

de ser alterada, exigindo-se que fosse reposta a situação de acordo com os planos que a

Câmara fizesse. Se se conseguisse vencer aqueles dois inimigos, o Plano de

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Acessibilidade Pedonal seria facilmente concretizado a bem da cidade e a bem de

todos. -------------------------------------------------------------------------------------------------

----- A Senhora Deputada Municipal Maria Luísa Aldim (CDS-PP) no uso da

palavra, disse que congratulava o Senhor Vereador João Afonso pela concretização

daquele plano muito bem formulado e ambicioso. ---------------------------------------------

----- O CDS-PP considerava aquele plano, um novo e importante passo para a cidade,

e por isso votaria favoravelmente aquela proposta. E porque faziam oposição

construtiva, cabia-lhes alertar para que ações semelhantes já tinham existido, e falava,

por exemplo, do Regulamento de Acessibilidade apresentado pelo PSD, em 2004, e

que ali já tinha sido falado várias vezes, e que muito tinha contribuído para o

melhoramento da cidade. --------------------------------------------------------------------------

----- Disse que o problema recorrente daqueles planos era, precisamente, a sua

execução, tal como já tinha sido ali referido, tanto pela falta de fiscalização, como pela

falta de sensibilização da população que fazia e construía a cidade. ------------------------

----- Apenas iria deixar ali algumas questões ao Senhor Vereador sobre que medidas

concretas, trazia com aquele plano, como pretendia fiscalizar e como pretendia

sensibilizar a população para o cumprimento da respetiva agenda. -------------------------

----- A Senhora Deputada Municipal Deolinda Machado (PCP) no uso da palavra,

disse que no âmbito da Comissão Permanente dos Direitos Sociais e Cidadania, da

qual fazia parte, iria sugerir no que respeitava àquilo que era a sensibilização da

população e dos mais novos, uma atitude pedagógica que pudesse ser introduzida. -----

----- O Senhor Vereador João Afonso tinha referido que sem igualdade de movimentos

não havia cidade, o que era verdade, e por isso pretendiam que aquela igualdade fosse

efetivamente praticada e no que respeitava àquilo a que a população poderia aceder,

levava ali a seguinte proposta; que se pudesse desenvolver uma campanha de

sensibilização junto da população, utilizando, também, uma empresa pública, a RTP –

Rádio e Televisão, na área institucional que pudesse haver ali uma cooperação para

aquele efeito. Por outro lado, também, e para ajudar a chegar mais longe e de forma

mais eficaz aquele plano, também articular com o movimento associativo e estava a

falar de associações de moradores, de pais, obviamente para além das Juntas de

Freguesia. Portanto, havia imensas coletividades na Cidade de Lisboa que podiam

estabelecer ligação para aquele efeito. -----------------------------------------------------------

----- Por fim, uma última sugestão, proposta, também, a sensibilização junto dos mais

novos. Sabiam que era importante a fiscalização, mas também era importante que

houvesse uma abordagem pedagógica junto dos mais novos, e por isso, solicitou à

Senhora Presidente da Assembleia que promovesse um concurso junto das escolas do

primeiro ciclo, para aquelas que quisessem participar, para que no final do ano se

pudesse promover uma Assembleia de Crianças onde cada escola apresentaria os

resultados do seu trabalho. Seria uma forma de envolver os mais novos numa atitude

de responsabilização e de interiorização daquelas medidas que ali estavam a ser

propostas. --------------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Vereador João Afonso, no uso da palavra, disse que o passado não

podia emendar. Portanto, aquele era um projeto para o futuro. Não iam retificar o que

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já estava feito. Iam, sim, tentar não fazer mal dali em diante, retificando o que era

possível, mas para o futuro. -----------------------------------------------------------------------

----- O estacionamento ilegal era uma praga, algo que a todos afetava, sendo que

mutos não contribuíam para aquele mal. Quando alguém estacionava ilegalmente,

erradamente, tinha de pensar no mal que estava a fazer. Sim, era um problema de

consciencialização e a Câmara tinha de trabalhar naquele sentido, fazendo esforços

redobrados através da EMEL, da Polícia Municipal e através da articulação com a

Polícia de Segurança Pública. Mas não era aquele o assunto que estavam a tratar

naquele plano. O plano não tratava de estacionamento, não regulava o estacionamento.

----- Era obvio que aprovado aquele plano, assim o esperava, seria necessário alterar

alguns procedimentos e alguns regulamentos e era obvio que o regulamento de

mobilidade também teria de ser alterado, era o passo seguinte.------------------------------

----- Assim, agradecia todas as críticas apontadas pelo Senhor Deputado Sobreda

Antunes, que não podia deixar de subscrever, também, muitas delas, e com certeza

faziam parte das preocupações de todos. Mas como devia o Deputado saber, aquele

plano também não era para remover calçada, o que dizia era que iriam usar outros

pavimentos mais acessíveis e menos perigosos que a Calçada Portuguesa. Mas o plano

referia que ia haver Calçada Portuguesa e pavimentos de pedra. ----------------------------

----- Disse que gostaria de agradecer à Senhora Deputada Rita Neves o relatório que

tinha feito, o trabalho e a apresentação que ali fez do mesmo, juntamente com a sua

comissão. O relatório apontava todas as questões e objetivos que importavam. ----------

----- Quanto à intervenção da Senhora Deputada Municipal Ana Páscoa, a mesma

referiu-se ao acompanhamento e a vigilância de todos. E como era óbvio era

importantíssima a participação de todos os cidadãos. Havia um lapso no plano,

devidamente assinalado no parecer da Comissão dos Direitos Sociais e Cidadania. Não

fazia sentido enviarem o plano de ação e depois, no final do ano, não enviarem os

relatórios de atividade do plano. Queriam estar permanentemente em contato com a

Assembleia Municipal, com as comissões e iriam reportando, sempre que possível,

sempre que necessário, sempre que for solicitado, o que estava a ser feito e esperava

que o mesmo fosse feito do outro lado sempre que detetassem problemas ou sempre

que tivessem sugestões a fazer. -------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Miguel Santos falou do problema da formação que bera uma

das suas preocupações. A formação da Polícia Municipal que ainda não estava

referido, seria feito, seria articulado, já foi conversado com o Senhor Vereador Carlos

Castro e com o Senhor Comandante André Gomes, e era óbvio que quando falavam

dos funcionários da Câmara e se não estava especificado a Polícia Municipal com

certeza que era um lapso ou por uma simplificação de linguagem. -------------------------

----- Sublinhou que a Câmara Municipal iria votar, em breve, um novo regulamento de

ocupação de via pública, que com certeza teria aquelas questões de segurança e

mobilidade. ------------------------------------------------------------------------------------------

----- A percentagem que estava definida no Orçamento era um compromisso. Assumiu

que havia um erro grave no quadro apresentado sendo que as contas estavam mal

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feitas. Foi a Comissão Permanente dos Direitos Sociais e Cidadania que esteve atenta

ao erro. Um erro que com certeza, iria ser corrigido. ------------------------------------------

----- Aquilo que tinha sido feito nos últimos anos com a EMEL não era a sua área e

não era a área de intervenção do Plano de Acessibilidade Pedonal, pois não era um

plano sobre a mobilidade em geral. Não era sobre trânsito nem transportes. --------------

----- Mas muito do trabalho feito pela EMEL, a alteração do estatuto da EMEL do

âmbito de ação da EMEL serviu para melhorar a mobilidade na cidade, e estavam

cientes daquele facto. A EMEL era uma empresa municipal cujo único acionista era a

Câmara Municipal de Lisboa, sendo que tinham o direito de exigir à EMEL o

cumprimento dos seus objetivos estatutários do seu âmbito de ação e que era melhorar

a mobilidade na Cidade de Lisboa, não era, nem podia ser, uma empresa de

estacionamento. -------------------------------------------------------------------------------------

----- Relativamente à intervenção do Senhor Deputado Magalhães Pereira, agradeceu o

parecer, o detalhe com que tinha visto, e lido, todo o documento, um documento de

oitocentas páginas. Era de louvar e perceber o empenho da Assembleia Municipal na

leitura dos documentos, a forma com que detalhadamente o leu e o que sugeria eram

considerações muito pertinentes que iriam ser objeto de toda a atenção. Algumas delas

já eram preocupação, já estavam a fazer uma sumula do plano pois era difícil

transmitir um volume de oitocentas páginas, mas pretendiam que o mesmo fosse

operativo, portanto, a sumula do plano era algo em que já estavam a trabalhar. ----------

----- Quanto às perguntas feitas ao Senhor Presidente pelo Deputado Magalhães

Pereira, as mesmas seriam transmitidas, sendo que, posteriormente, iriam seriam dadas

as respetivas respostas. -----------------------------------------------------------------------------

----- Relativamente à intervenção do Senhor Deputado Municipal Fernando Nunes da

Silva, a quem, aquele plano, também devia muito da sua existência pois o Senhor

Deputado tinha dado grandes contributos ao longo dos últimos quatro anos, no sentido

de melhorar a mobilidade em Lisboa. Também apontou duas ameaças e a verdade era

que tinham de estar conscientes delas. A forma de trabalhar da Câmara, a

transversalidade através do esforço desencadeado, pela vereação, pelos serviços pelas

empresas municipais. -------------------------------------------------------------------------------

----- Disse que talvez o mais eficiente meio e promoção daquele plano era a utilização

das escolas, fazendo concursos com as escolas, e também o movimento associativo

que foi a base da definição daquele plano, foi o que esteve mais atento e participou na

elaboração do plano. --------------------------------------------------------------------------------

----- Disse que a rede social com as suas trezentas organizações, as organizações

juvenis e as várias organizações com quem trabalhavam em rede, e também as Juntas

de Freguesia, eram um agente primordial para a divulgação daquela causa, para a

promoção, controle e fiscalização do que iria ser feito. Esperavam que ao fim de

quatro anos a mobilidade fosse melhor, fosse uma realidade que aos poucos fosse

alcançada. --------------------------------------------------------------------------------------------

----- A Senhora Presidente constatando não haver mais intervenções, submeteu à

votação a Proposta nº 917/2013, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por

unanimidade. ---------------------------------------------------------------------------------------

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----- A Senhora Presidente felicitou a Assembleia Municipal pelo consenso fase ao

assunto que representava, certamente, uma responsabilidade para a Câmara Municipal

e para o Senhor Vereador que teria o dever de responder por aquilo. -----------------------

----- Disse que havia mais uma proposta sobre a qual pediu a atenção dos presentes, a

qual não exigia qualquer intervenção, a menos que o pretendessem, tratava-se de uma

assunção de compromissos plurianuais para aquisição de serviços de limpeza. Aquela

era uma proposta que já ali tinha sido aprovada, mas acontecia que a empresa a quem

tinha sido adjudicada declinou, tendo-se que se passar aos segundos concorrentes

sendo os valores um pouco diferentes. Tratava-se da Proposta nº 12/2014. --------------

----- PONTO 3 – PROPOSTA Nº 12/2014 – DELIBERAR SOBRE ASSUNÇÃO

DOS COMPROMISSOS PLURIANUAIS RELATIVOS À AQUISIÇÃO DE

SERVIÇOS DE LIMPEZAPARA EDIFÍCIOS, CONSTANTES DO PONTO 4

DA PROPOSTA 12/2014, DA CÂMARA MUNICIPAL, NOS TERMOS DA

PROPOSTA, AO ABRIGO DO DISPOSTO NA ALÍNEA C), DO NÚMERO 1,

DO ARTIGO 6º DA LEI Nº 8/2012, DE 21 DE FEVEREIRO; ------------------------- ----- (A Proposta nº 12/2014, oportunamente distribuída aos Senhores Deputados

Municipais, fica anexada à presente ata como anexo XXXVI, e dela faz parte

integrante) ) ------------------------------------------------------------------------------------------

----- O Senhor Deputado Municipal Ricardo Robles (BE) no uso da palavra, disse

que o BE iria abster-se naquela proposta porque coerentemente com o que tinham

defendido uma vez que eram absolutamente contra a contratação de serviços de

limpeza. Queriam os edifícios da Câmara Municipal limpos mas eram contra a política

de externalização daqueles serviços, tanto na limpeza, como nos espaços verdes, e

manutenção de equipamentos, etc., pelo que mantinham a sua posição. -------------------

----- A Senhora Presidente constatando não haver mais intervenções, submeteu à

votação a Proposta nº 12/2014, tendo a Assembleia deliberado aprovar, por maioria

com votos a favor de PS, 4IND, PNPN e PAN, e abstenções do PSD, PCP, BE, CDS-

PP, PEV e MPT. ------------------------------------------------------------------------------------

----- A Senhora Presidente informou que, relativamente à próxima sessão, dali a oito

dias, iria enviar a convocatória com aviso para que a mesma começasse meia hora

mais cedo, pois iriam juntar duas sessões numa só tarde, iriam ser colocadas duas

horas para continuarem aquela ordem de trabalhos, e o resto da tarde para as

declarações políticas. -------------------------------------------------------------------------------

----- Teriam, igualmente, Conferência de Representantes na segunda-feira, para

ajustarem a grelha de tempos. ---------------------------------------------------------------------

----- Seguidamente, deu por encerrada a reunião. ---------------------------------------------

----- Eram vinte horas e quarenta minutos. ------------------------------------------------------

----- Eu ______________________________, Chefe de Gabinete, a exercer funções

no Gabinete de Apoio à Assembleia Municipal lavrei a presente ata que também

assino, nos termos do disposto no n.º 2 do art.º 57.º do Anexo I à Lei n.º 75/2013 de

12 de setembro, do n.º 2 do art.º 90.º do Regimento da Assembleia Municipal de

Lisboa e do despacho da Senhora Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa

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exarado em 10 de Setembro de 2014 na folha de rosto anexa à Proposta n.º

1/SMAM/2014. --------------------------------------------------------------------------------------

----------------------------------------A PRESIDENTE -------------------------------------------