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Assinantes máster de apoio cultural - jornalpiopardo.com.br · ro deles, claro, é a segurança. As pessoas sentem-se mais seguras umas próximas às outras do que morando isola-damente

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2 Opinião

Assinantes máster de apoio cultural

- Ordem dos Advogados do Brasil - Presidente Prudente

- Toledo Prudente Centro Universitário

- Universidade do Oeste Paulista

Eles disseram

Junho 2018

“O samba que me desculpe, mas a salsa cubana é fundamental”

Juca Gaudério, colaborador deste tablóide

“Nasci em São Paulo e não me lembrava da primeira vez em que havia visto um homem puxando uma carroça. A pobreza extrema é um problema mundial,

que o homem, que vai à lua, não tem sido capaz de resolver”Vera Iacomelli, psicanalista e cronista da Folha, 8/05

“A esquerda deveria fazer uma anto-crítica, pensar nas oportunidades que foram desperdiçadas porque sucumbiu à corrupção”

Filósofo Noam Chomsky, em entrevista à Folha

“Desde 1524 até o dia de hoje, os espanhóis transformaram em desertos inabitáveis todas essas ilhas e reinos que outrora haviam parecido um paraíso terrestre. Em onze anos assassinaram

mais de dois milhões de pessoas e em mais de cem léguas quadradas do país não deixaram mais de duas mil pessoas que estão assassinando cotidianamente ou que mantém em cativeiro.”

Frei Bartolomé de Las Casas, no livro “O Paraíso Perdido”, queimado por ordem dos reis da Espanha, sobre o genocídio praticado contra a população indígena da América Central

“Donald Trump curvou-se a seu ego, à sua petulante inveja de Barack Obama, a seus doadores linha-dura, a seu novo conjunto de assessores falcões e, acima de tudo, à sua própria ignorância.”

Stephen Walt, professor de Relações Internacionais da mitológica Harvard University, a respeito da decisão de Trump, de retirar os Estados Unidos do acordo com o Irã

“Quando um intelectual com esse perfil chama o presidente de ignorante, fica evidente que há razões para o mundo todo se inquietar, não só

pelo dossiê iraniano, mas pela sua aplicação a qualquer outro tema.”Jornalista Clovis Rossi, na Folha de 10/05

“O Ciro não passa no PT nem com reza brava”Gleisi Hoffman, presidente do PT, sobre a declaração do

ex-ministro Jaques Wagner de que o partido pode indicar vice na chapa de Ciro Gomes

“Sem alarde o Tribunal de Contas da União” decidiu reabrir um antigo debate sobre a necessidade de a Ordem dos Advogados do Brasil prestar contas dos recursos bilionários que recolhe da categoria. No último

dia 16, o TCU determinou que seus auditores elaborem estudos técnicos para subsidiar a discussão”.Nota da jornalista Daniela Lima na Folha de 21 de maio

“As eleições presidenciais da Venezuela, no domingo (20), desfizeram qualquer vestígio de esperança de que o país pudesse mudar de rumo. Como se esperava,

Nicolás Maduro reelegeu-se, sob evidências de fraude e manipulação, e terá o direito a ficar no poder até 2025.”Editorial da Folha de 22 de maio

“Poderíamos dizer que, no dia de criar a América, o pulso do Senhor tremeu um pouquinho.”

Frase do frei dominicano Antonio de la Huerte, em 1547, a propósito das esquisitices da América

3Junho 2018 Opinião

Editora Pio-pardo CNPJ 17.600.496/0001-37 Presidente Prudente/SP Telefone (18) 3223-5315Whatsapp: (18) 99775-5315

Editores: Zelmo Denari - [email protected]é Roberto Fernandes Castilho - [email protected]

Edição: Cristiano Oliveira - [email protected]

Diretor de Criação: Richard de Almeida - [email protected]

Diagramação: Insight PropagandaTiragem: 5.000 exemplaresCapa: Cido Oliveira

Os artigos assinados não correspondem necessariamente a opinião do jornal, sendo de inteira responsabilidade de seus autores.

Jornal de opinião facebook.com/jornalpiopardo

Presidente Prudente - Ano 6 - número 65 - Junho 2018

Editorial Zelmo Denari [email protected]

A presente edição do Pio foi, em grande parte, dedicada às impressões de viagem de um dos nossos editorialis-tas, à ilha de Cuba, onde descobriu que os cubanos amam os brasileiros, seu futebol e notadamente as novelas bra-sileiras transmitidas pela Rede Globo!

Os canadenses despontam como os mais freqüentes viajantes àquela ilha, em razão dos laços de amizade en-tre os dois países. Pelo contrário, não há registro da passagem de turistas ameri-canos por aqueles sítios, circunstância esta que torna mais agradável o conví-vio turístico na ilha.

A principal consideração a ser feita, nesta página, é considerar que o turismo internacional desponta como uma solução para aos graves problemas que ainda afligem os cubanos, notada-mente no que diz respeito aos proven-tos salariais.

Ocupa-se, também, como não poderia deixar de ser, da verdadeira con-vulsão social provocada pela greve dos caminhoneiros que se propagou como um rastilho de pólvora por todo Brasil, paralisando os serviços de transporte de mercadorias e passageiros, inclusive aéreos, bem como o abastecimento de mercadorias e frutas nas cidades, e por fim os serviços médicos prioritários e o sistema de ensino. No texto publicado a respeito deste tema apontamos quem foram os vilões desse episódio lamen-tável que demonstra o fracasso do go-verno Temer.

Por outro lado, um, tema am-biental mais preocupante deste ano de 2018, foi noticiado no dia 13 de maio pelo jornalista da Folha, Marcelo Leite, especializado em ciência e ambientes e autor do livro “Ciência – Use com Cui-dado”.

No entendimento deste autor, o Pantanal brasileiro encontra-se em ris-co ambiental e, por isso, chega a sugerir um slogan arriscado; “Visite o Pantanal antes que se acabe”. O artigo publica mapas que demonstram zonas de alto risco ecológico, em relatório publicado pelo Fundo Mundial para a Natureza (mais conhecido como WWF).

Segundo o relatório a principal

artéria do Pantanal, formada pela bacia do rio Paraguai, se encontra no Brasil, mas abrange, também, os territórios pa-raguaios e bolivianos. É que no Brasil se encontram as chamadas “torres de água”, mananciais que fornecem a maior parte da água que se acumula na planície interior e escorre lentamente para formar as baias pantaneiras, lagoas rasas que nutrem multidões de anfíbios, peixes e

pássaros.No entendimento do autor, den-

tre os inúmeros fatores de estresse para o ambiente natural, a agropecuária de larga escala, como a soja, cana e gado, aumenta a erosão e carreia sedimentos assoreando os rios, riachos e corixos pantaneiros.

Nada menos que 40% desse ter-ritório estão sob alto risco ecológico,

alerta o relatório da WWF. Não admira, pois, que o desmatamento do cerrado na região do planalto, já ultrapassou alar-mantes 55%!

O mais lamentável, no entanto, é a conclusão do editorialista, vazada nos seguintes termos: “Se for contar com o Congresso Nacional e o Palácio do Pla-nalto para fazer alguma coisa a respeito, é bom tirar o cavalinho da chuva”.

Undécima hora Chegou ao conhecimento do Pio que o Condomínio João Paulo II adquiriu uma

área pública com 555,35 metros quadrados que será integrada ao referido condomínio, em condições de pagamento de 36 meses parcelas mensais, iguais e consecutivas. Este jornal não obteve,

ainda, confirmação, da referida avença, mas a mesma causou estranheza e não pouca. A conferir...

4 Junho 2018Sociedade

José Roberto Fernandes [email protected]

A era das vilasAs vilas de casas, de longa tradição, voltam a ganhar espaço na cidade com novos lançamentos

Recentemente, a imprensa mos-trou que um grupo de docentes aposen-tados da Unicamp criou, em Campinas, uma vila de casas para envelhecerem juntos e na companhia de amigos com os mesmos interesses. O nome é su-gestivo Com-Viver. Pode-se pensar em vilas para pessoas com necessidades es-peciais ou com modos de vida alterna-tivos, como os informáticos ou artistas (músicos, por exemplo, que poderiam ensaiar de madrugada sem problemas).

Do ponto de vista jurídico, es-tas vilas são condomínios de casas, que têm antiga previsão legal, até por-que no passado eram muito utilizadas. Na Argentina chamam-se “conjuntos imobiliários”. Não são loteamentos fe-chados ou de acesso controlado porque não há vias públicas internas: há áreas de circulação ou de lazer que não são públicas.

Agora, parece que elas ressur-gem com força em Prudente por vários mo-tivos. O primei-ro deles, claro, é a segurança. As pessoas sentem-se mais seguras umas próximas às outras do que morando isola-damente. Outro motivo é que as casas vêm diminuindo de tamanho em razão de se verificar que não há necessidade de moradias tão grandes, como no passado. Casas me-nores dão menos trabalho para limpar e conservar e impedem a acumulação de coisas. Outro motivo do ressurgimen-to das vilas é a partilha das despesas comuns com manutenção, segurança, dentre outros serviços. A empresa de segurança serve a todos os moradores, assim como a empresa de jardinagem, por exemplo. Há uma televisão por as-sinatura comum, um wi-fi que serve a todos, etc.

De outro lado, há inconvenien-tes. Um deles é a diminuição da priva-cidade porque a vida numa vila implica convivência diária, conhecimento de hábitos e costumes. Se de longe todos são iguais, como diz Caetano, de perto ninguém é normal. Mas, como no mun-do digital a privacidade perdeu impor-tância, coloca-se outro inconveniente que é o IPTU. Como não há áreas pú-blicas nas vilas, o valor do IPTU vai ser rateado entre os moradores consi-derando a área total do imóvel – e não apenas a área das casas. Também deve ser dividido o valor de outras taxas que têm base territorial como a taxa de co-leta de lixo uma vez que ela pode ser calculada levando-se em conta a testada do imóvel ou sua área. Porém, como as

Vila no Novo Bongiovani

vilas tendem a ser bem menores do que os loteamentos, o valor dos tributos não será tão alto.

Ponderando estes prós e contras, há soluções muito positivas na cidade. Na Vila Marcondes, perto do IBC, en-contramos uma vila de 19 casas asso-bradadas, com 100 metros quadrados cada uma. O proprietário - que ainda não fez a constituição do condomínio - teve um enorme capricho nas solu-ções: o lixo tem saída própria, que não se confunde com o acesso dos morado-res; há local específico e apartado para correspondência e caixas de luz; para evitarem-se brigas em razão da limpeza da área de lazer, ele fez um espaço gou-mert individualizado com churrasquei-ra em cada casa; e, por fim, não há des-pesas alguma além do aluguel. Como? De que forma são gerados recursos para limpeza e manutenção da área de esta-cionamento e do jardim?

Simples. O proprietário abriu 19 vagas de garagem, uma para cada casa. Além disso, há mais 10 vagas que ele alugará para fazer face àquelas despe-

sas. Ademais há vaga espe-cial para defi-ciente, que não será alugada, permanecendo à disposição de qualquer usuário. Como se vê, são so-luções interes-santes demons-trando que a vida numa vila pode ser mais feliz do que

aquela numa mansão. Elas lembram aquelas comunidades hippies dos anos 1960 nas quais tudo era de todos. Não havia a noção do meu e do teu. Nas casas em vilas há espaços privativos, é certo, mas nada impede que no final da tarde um morador vá ler o seu jornal no jardim e encontre outro morador para trocar ideia.

Isto, no passado, ocorria na cida-de real e assim deveria continuar a ser. Porém, com a violência, com o domínio dos veículos automotores, com a polui-ção e barulho que causam, com a má constituição das praças e calçadas, o fato é que as pessoas acabaram se fechando dentro de casa. As vilas, que não desor-denam a cidade, significam um retorno para algum tipo de vida em coletividade, ainda que seja coletividade de iguais.

Antigo conjunto imobiliário na Vila Comercial

Residencial na Vila Marcondes

Mudança

As casas vêm diminuindo de tamanho, já que não existe a necessidade de moradias tão grandes

5Junho 2018 Transporte

Zelmo [email protected]

A greve e seu feio parto Maior vítima, como de costume, é a população pobre brasileira, cujo sofrimento, mais uma vez, foi posto à prova

Em meio à agressiva greve dos caminheiros que se abateu sobre nos-so país, paralisando todos os setores vitais da nossa economia capitalista, ninguém, nos primeiros minutos, era capaz de compreender o que estava acontecendo em todo território brasi-leiro.

Havia algo de errado no ar, algo inusitado, porque a greve, que parecia contingenciada, ganhou proporções gigantescas estendendo seus tentácu-los a todo o país, de norte a sul.

Se, em primeira intenção, afe-tou os meios de transportes de cargas e passageiros, logo em seguida, como um polvo, estendeu suas garras impie-dosas, demonstrando a que veio: im-plantar o caos, pois os trabalhadores brasileiros, do setor público e privado, foram impedidos de chegar aos res-pectivos postos de trabalho, compro-metendo, assim, suas subsistências.

Logo em seguida, a falta de distribuição do combustível - única energia que, pelo abandono das vias férreas, move a nação - provocou uma verdadeira corrida aos postos de ga-solina, álcool e diesel, atingindo, de pronto, a distribuição de alimentos às redes de supermercados e respectivos entrepostos de distribuição. Em se-gundo lugar a distribuição de medica-mentos e produtos emergenciais hos-pitalares utilizados nas intervenções cirúrgicas, afetando, assim, impiedo-samente, a saúde da população e, em terceiro lugar, a suspensão das aulas escolares que compromete a progra-mação escolar em todos os níveis de ensino, sem contar – o que é mais gra-ve – os prejuízos causados aos produ-tores rurais, em todos os quadrantes da nação, com sérios reflexos em nos-sa economia.

Não bastasse, impediu a loco-moção dos veículos para qualquer destino do país, inclusive o tráfego aéreo, suspendendo inúmeros vôos em quase todos os aeroportos do país.

O caos estava instalado e a in-dagação que nos atormentava e que se estendeu como um rastilho de pólvora, era somente uma: “que ventre pariu tão feio parto?” (na expressão do poeta pa-raibano, Augusto dos Anjos).

CONSEQUÊNCIA - No final da noite do domingo, dia 27 de maio, no quinto dia após a deflagração da greve, tivemos a resposta: a rede Glo-bo divulgou um vídeo, até então não revelado, onde demonstra que o parto foi gestado na sede da FETCESP.

O vídeo narra quais seriam as conseqüências dessa tomada de po-sição. No primeiro dia, os alimentos frescos desapareceriam dos supermer-cados. No segundo dia, os restaurantes seriam atingidos pelo desabastecimen-to, juntamente com o setor de cons-trução de prédios e com as farmácias. No terceiro dia, os postos de gasolina seriam atingidos, seguidos, no quarto dia, pela paralisação dos vôos dos ae-roportos e da coleta de lixo nas grandes e pequenas cidades.

Finalmente, no quinto dia, como gran finale, o vídeo da FETCESP pro-clama que “o caos está por toda a par-te. A sociedade está em colapso, não há transporte coletivo, hospitais e es-colas. As pessoas não conseguem se-guir sua rotina”. O deplorável governo Temer, ainda que a destempo, acionou o CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica, que está inves-tigando os empresários e líderes do movimento envolvidos nesta crimino-sa greve dos caminhoneiros.

Criminosa, porque a prática con-figura o “crime de locaute”, previsto na legislação vigente, que disciplina as greves e se configura, quando um em-presário, ocultamente, com mãozinhas de gato, busca tirar proveito ilegítimo e aumentar seus lucros, mediante para-lisação dos transportadores das cargas, ou seja, dos caminhoneiros.

O presidente da Federação dos Transportadores, Flávio Benatti, veio a público se defender, dizendo que a intenção clara do vídeo era somente a de “conscientizar a população sobre a

importância do transporte rodoviário de cargas”. Em seu prol, a federação divulgou que encaminhou um ofício solicitando tratativas com a equipe econômica do governo Temer, sem resposta. Logo em seguida, no dia 16 de maio, teria enviado outro ofício di-retamente ao presidente e que também restou sem resposta. Demonstrações inequívocas da fragilidade política do atual governo...

De todo modo, essas tentativas frustras de entendimento com o gover-no não justificam a deflagração do im-piedoso movimento grevista. Por essa razão, o gabinete da crise já anunciou a abertura de inquéritos para apuração dos responsáveis, sendo certo que, a cargo da Polícia Federal, foram expe-didos mandados de prisão contra di-versos deles. Provavelmente, como de praxe neste país, esses inquéritos não terão curso, após a normalização do movimento grevista e a maior vítima, como de costume, será a população pobre brasileira, cujo sofrimento, mais uma vez, foi posto à prova.

Retratos da greve

Imagem Ilustrativa

6 Junho 2018

Aos que passam pela Rodovia Ra-poso Tavares (SP-270), na altura do km 570, em Presidente Prudente, faixas e carta-zes anunciam mais um ponto de concentra-ção da greve dos caminhoneiros, a qual teve início no dia 21 de maio em todo Brasil.

De acordo com um balanço di-vulgado pela Polícia Militar Rodoviária, pelo menos 610 veículos, entre cami-nhões, carros de passeio, tratores e moto-cicletas estão espalhados em meio a oito pontos de protesto na região prudentina.

Em um dos principais atos, loca-lizado tanto na Avenida Joaquim Cons-tantino quanto na Rua José Palácio, às margens da Raposo Tavares, o clima era de expectativa aos próximos passos da greve, que no dia 29 de maio completava o 9º dia de paralização.

No local, pelo menos três am-bientes de concentração foram montados pelos grevistas, locais utilizados muitas vezes para a preparação e distribuição das refeições, além de ser ponto de en-contro aos caminhoneiros em diferentes momentos do dia. Montada de maneia improvisada, porém organizada, uma das estruturas era composta por cordas, lona azul, mesas, cadeiras, caixas, ali-mentos, água e até mesmo um televisor.

Por volta das 7h40 da segun-da semana de greve, a refeição servida compunha pão com carne moída, café e frutas. O cenário que caracterizava a efetiva adesão dos caminhoneiros em busca de suas reivindicações também era o contexto de uma nova realidade a população brasileira, sobretudo em rela-ção aos reflexos da paralização. Devido ao não abastecimento em diferentes es-

Carzuilha de [email protected]

Fala, Carzuilha!Salve simpatia! Ficou tudo para-

do! Deviam ter chamado a Sula Miran-da, o Vin Diesel, o Tony Kanaan ou o DJ Wagner pra negociar com os caminho-neiros!

Ou ter chamado o Pedro e o Bino! Com a greve dos caminhoneiros, todo mundo ficou sem combustível. Ou tava quase dez reais o litro – e ainda tinha gente fazendo fila pra abastecer mesmo assim! Ainda bem que sola de sapato não tem PIS/Cofins!

Apesar que, antes da greve, já ti-nha posto de gasolina parcelando com-bustível em 6 veze. No cartão! Só faltava aceitar abatimento no FGTS! Ou pagar por boleto de financeira! Daqui a pouco tem até bandido assaltando carro-forte só pra roubar gasolina!

A culpa é dessa forma de cobran-ça aí. O preço sobe e desce mais que dançarina de funk! E como diz o José Simão: sobe a luz mas não sobe a gaso-lina, porque gato eu sei fazer, mas achar petróleo é complicado! HAHA!

E tá tudo atrasada as entregas por conta da greve. O único que não sofreu

com isso foram os Correios (que já atra-sam normalmente, então tudo bem). Não tem comida, não tem matéria-prima, não tem nada!

Não tem nem mais Dolly! Aliás, prenderam o dono da Dolly! Culpa da Coca-cola! Manda o Danoninho se re-fugiar no exterior! E fala pro gênio da

Chamyto se esconder! Corre!E pra piorar, acho que o cara que

mais tava perdendo dinheiro nisso é dono de motel de beira de estrada. Ninguém vai lá mais! Até porque, pra quê motel se o governo fode a gente todo dia mesmo, né? Tudo culpa do Temer. E só não dava pra jogar tomate nele porque não tinha

nada na CEAGESP! E nem bater panela porque a entrega de alumínio foi atrasa-da! Cuidado senhor presidente, daqui a pouco atrasam a sua entrega de Viagra! Ou as pastilhas pra garganta! HAHA!

Aí no fim, baixou 46 centavos do preço do diesel. Não paga nem um Derby avulso pro caminhoneiro fumar na estrada! Vai ter de continuar trazendo cigarro do Paraguai que é mais barato!

Mas pior é ver gente no meio do protesto pedindo intervenção militar. Meu amigo, ou você escolhe intervenção militar, ou apoia greve de trabalhador. Os dois não dá! Se tivesse intervenção militar não ia ter protesto, porque não pode fazer protesto. Chama o ladrão!

Aliás, estou com dó dos ladrões de carga do Rio de Janeiro. Imagina o cara sair pra assaltar e não conseguir roubar nem um micro-ondas? Isso é um absurdo!

E a gente vai ficando por aqui! Ia falar mais alguma coisa, mas meu esto-que de Rivotril ficou na estrada! Partiu me refugiar na Venezuela, aonde o caos é menor! Até!

Prudente é cenário de paralisaçãoConheça um pouco mais o ambiente dos grevistas que pararam o Brasil

feras de serviços públicos e privados na região de Presidente Prudente, os muni-cípios de Presidente Venceslau, Sagres e Santo Anastácio decretaram situação de emergência. Além do cancelamento de diferentes linhas aéreas envolvendo o Ae-roporto Estadual de Presidente Prudente, Adhemar de Barros. Na tenda improvisa-da, no entanto, o diálogo entre os grevis-tas era o emblema entre suas respectivas reivindicações e os pronunciamentos do governo, que iam desde a redução de R$ 0,46 no litro do diesel por 60 dias, até as controvérsias das demais pautas, como o preço mínimo do frete, a isenção de pedá-gio para eixos suspensos, e a questão de

fretes para autônomos.

40 ANOS DE ESTRADA - En-tre os grevistas, o caminhoneiro e mato--grossense Luiz, 63 anos, e que há 40 está no ramo, explica que a maior carência dessa classe de profissionais é a falta de reconhecimento. “Não é como antes, que tínhamos segurança e um salário digno”, diz. Segundo ele, para “cuidar da família” é necessário passar ao menos “29 dias na estrada”. “Para você ter uma ideia, meu fi-lho fez 18 anos e eu não pude estar ao lado dele na data”, se emociona.

Luiz, que não quis divulgar seu so-brenome, acrescentou que além das pau-

tas reivindicadas, “o caminhoneiro deve ser respeitado pelo governo, ter seguran-ça, plano de saúde e um saldo financeiro digno”. “Somos nós os responsáveis pela evolução do Brasil”, garante.

A entrevista com Luiz, no entan-to, foi interrompida quando um pequeno grupo de caminhoneiros notou a presença da reportagem no local e imediatamente pediu para que “a mídia se retirasse do ambiente”, já que para eles, a mesma “não oferece apoio”. Sem maiores problemas deixamos o local, o qual representa uma das maiores e mais significativas greves do setor nos últimos tempos em todo ter-ritório brasileiro.

Tenda improvisada serve como ponto de encontro e refeição aos caminhoneiros grevistas

ESTEVÃO SALOMÃO

Estevão Salomã[email protected]

Paralisação

7Junho 2018 ‘‘Compliance já!’’

Para o prefeito ler na camaMunicípio deve contar com um instrumento de combate à corrupção, a conformidade com as normas

Da Redaçã[email protected]

A imprensa local noticiou, no último mês, que o ex-prefeito Tupã e seu secretário de Assuntos Viários, Oswaldo Bosquet, bem como, o empresário Eduardo Con-radt, sócio da Politran – Tecnolo-gia e Sistemas Eireli, foram con-denados por improbidade adminis-trativa, decorrente da fraudulenta implantação de radares de trânsito na cidade, no ano de 2015 e com-pelidos ao ressarcimento integral da quantia de R$ 2.256.773,00, aos cofres públicos.

Em nosso entendimento, o lastimável episódio, que envolveu o ex-prefeito e seu secretário “cos-teou o alambrado do crime de pe-culato” e, para que isto, doravante, não se repita, muito importa, na atual conjuntura, que os prefeitos se convençam de que, para levar a bom termo uma gestão municipal, o melhor a fazer é equipar o muni-cípio do mais recente “instrumen-to de combate à corrupção”, de-nominado “compliance”, ou seja, “ conformidade com as normas”.

Para pôr em prática este novo instituto de Direito Adminis-trativo, basta implantar no muni-cípio uma “Corregedoria Autôno-ma”, ou seja, um setor adminis-trativo chefiado por um perito em contabilidade pública, economista ou administrador de empresa, as-sessorado por dois ou três servido-res, encarregados de examinar, a priori, qualquer ato ordenado pelo

Ex-prefeito foi condenado por fraude em licitação de radares

No ano de 1962, ocorreu um incidente diplomático entre o Brasil e a França, logo chamado, pela impren-sa, “Guerra da Lagosta”, decorrente do fato de terem sido surpreendidos barcos franceses pescando lagosta, no litoral brasileiro. Na ocasião, o em-baixador brasileiro em Paris, era Car-los Alves de Souza Filho.

Esse diplomata, genro do pre-sidente Artur Bernardes, conversando com um jornalista brasileiro, cor-respondente do Jornal do Brasil em Paris, teria dito que “o Brasil não é um país sério”! No entanto, por um desses imbróglios que ocorrem, com relativa freqüência, no mundo jorna-lístico, a referida frase foi encaminha-da ao jornal brasileiro como sendo de autoria do presidente De Gaulle!

Bem ou mal, quase todos os

O Brasil não é um país sérioDa Redaçã[email protected]

brasileiros passaram a acreditar que a frase tivesse sido proferida pelo presidente francês e até hoje, não raro surpreendemos pessoas bem in-formadas repetindo, em tom jocoso, a famosa frase!

No entanto, a demonstrar que nosso embaixador em Paris estava co-berto de razões quando fez aquela afir-mação, a imprensa local noticia que o brasileiro Marcio Cabral – tido e havi-do como vencedor da edição 2017 do

Prêmio Museu Londrino, na catego-ria “animais em seus habitats” – havia quebrado as regras do concurso!

É que, segundo os experts, a foto que ilustra esta página e que re-trata um tamanduá à caça de formi-gas (seu prato favorito), é enganosa, tendo em vista que ulteriores inves-tigações demonstraram não se tratar de tamanduá vivo, mas empalhado! Cientistas declararam, nas investiga-ções, ter ficado patenteado não se tra-tar de um animal vivo, por sua postu-ra, morfologia e padrões de pelagem no pescoço.

De sua parte, o fotógrafo Már-cio Cabral negou a manipulação com animal empalhado e chegou, até, a apresentar testemunha que declarou ter visto o tamanduá vivo, represen-tado na foto!

Por todo o exposto, é forçoso concluir que o Brasil, realmente, não é um país sério! Que o digam todos nós, os brasileiros!

prefeito ou seus secretários, que envolva dispêndio de verbas pú-blicas, notadamente as licitações.

No caso retratado, é bem verdade que, a julgar pelos termos da sentença prolatada em primeira instância, o próprio prefeito estava envolvido no affaire dos radares de trânsito.

Daí a imperiosa necessidade de ser criada uma corregedoria au-tônoma, na qual o corregedor geral estaria investido do múnus público de examinar quaisquer atos envol-vendo dispêndios públicos, sem se subordinar aos comandos ou proibição de qualquer autoridade administrativa.

O atual prefeito, Nelson Bu-galho, todos sabem, é pessoa da mais alta credibilidade, até por-que se trata de ex-membro atuante do Ministério Público e não pode permitir que isto ocorra em sua gestão. De outra parte, os custos decorrentes da contratação desse agente público, seriam insignifi-cantes, diante da rigorosa obser-vância dos princípios da moralida-de administrativa e dos resultados que o gestor poderia auferir no tra-to da coisa pública.

De resto, vivemos novos tempos, tempos da Operação Lava Jato, que já demonstrou ser possí-vel moralizar este país, cada vez mais desacreditado no concerto das nações.

Fica aqui, portanto, esta des-pretensiosa sugestão, na certeza de que se for posta em prática, o pre-feito e seus auxiliares mais próxi-

mos, não serão sobressaltados por pesadelos como este que se abateu sobre nossa Municipalidade e que só foi desvendado, a quanto sabe-

mos, pela iniciativa do Poder Judi-ciário.

A população, sensibilizada, agradece...

STEPHANY FONSECA/G1

A foto do tamanduá pode ser enganosa, experts em fotografia dizem ser um animal empalhado

MÁRCIO CABRAL

8 Junho 2018Cultura

Eduardo [email protected]

DIRETO DOS STATES

Trump em guerra contra “cidades-santuário”

Monteiro Lobato / Querido, odiado

Monteiro Lobato, o escritor que mais alegria deu e continua dan-do às crianças do Brasil, o que melhor soube ensinar a elas como amar os se-gredos da terra onde haviam nascido, o mais profundo revelador do Brasil profundo,

O que pagou com cárcere sua defesa do petróleo brasileiro e sua de-núncia da cumplicidade dos governos com os gigantes que manejam o ne-gócio do ouro negro e outras riquezas minerais, Morreu em 1948, aos ses-senta e poucos anos, sem caso e sem dinheiro. Seu nome estava proibido nos jornais e nas rádios e seus livros

tinham sido expulsos das bibliote-cas públicas e das escolas públicas e haviam sido queimados nas igrejas, porque não tratavam a religião com o devido respeito.

O verdadeiro ódio que ele tem de imigrantes, principalmente latinos, não o deixa lembrar que sem os latinos, seu país não terá quem faça os traba-lhos menos salubres, considerados de segunda classe, a preços baixos.O ame-ricano comum não se sujeitará a esse tipo de serviço. Será que ele se esquece que é casado com uma imigrante? Pela segunda vez?

O presidente dos Estados Uni-dos, Donald John Trump promete “ven-cer” a guerra contra as “cidades-santuá-rio”, àquelas que se negam a colaborar com as autoridades federais para depor-tar imigrantes ilegais, e acusa esses lu-gares e os democratas de “protegerem criminosos”. Ele é do partido republi-cano. Trump se reuniu na Casa Branca com congressistas, funcionários fede-rais e estaduais para falar sobre essas ci-dades, cerca de 200 cidades e condados americanos que não destinam recursos a perseguir imigrantes ilegais e se ne-gam a informar às autoridades federais sobre o status migratório das pessoas. “Vamos ganhar nisto. Deveria ser fácil, mas não é”, disse Trump ao prometer ir ainda mais rápido no combate a essas cidades, entre elas algumas muito im-portantes como Nova York e Chicago, além do estado inteiro da Califórnia.

“Queremos ter cidades seguras”, insistiu Trump, ao assegurar que esses lugares protegem imi-grantes ilegais, que são “preda-dores, estupra-dores e assas-sinos e deixam cidadãos ame-ricanos à mercê de assassinos atrozes”. Trump tentou privar as

cidades-santuário de recursos federais destinados, por exemplo, a melhorar o equipamento dos agentes policiais.

O presidente também tentou in-terromper esses recursos mediante uma

ordem executi-va, mas em ou-tubro de 2017 um juiz de Chicago dei-xou sem efeito essa ordem ao considerar que o presidente não pode deci-dir sobre orça-mentos muni-cipais.

Tr u m p

TrumpAs cidades-santuário não protegem as comunidades dos imigrantes

se diz confiante que em breve passará alguma legislação no Congresso que permita cortar os recursos federais às jurisdições afetadas, algo impulsionado por alguns dos legisladores republicanos convidados à Casa Branca, como o se-nador Tom Cotton e o congressista Mi-chael McCaul.

“A prioridade dos democratas é proteger os criminosos, não fazer o que é correto para nosso país. As cidades-san-tuário são perigosas e vamos lidar com o problema”, acrescentou.

O diretor interino do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE), Thomas Homan, declarou no ato que as cidades-santuário estão “engor-dando as contas bancárias das organiza-ções criminosas”, enquanto o México e a

América Central aproveitam essas polí-ticas para reforçar a sua estratégia.

Homan insistiu que o Serviço de Imigração quer que essas cidades pro-porcionem aos seus agentes um “aces-so sem restrições às suas prisões, para poderem prender imigrantes ilegais que possam ter cometido um crime.” “As cidades-santuário, no entanto, não prote-gem as comunidades dos imigrantes e as colocam em perigo”, opinou.

Os prefeitos dessas cidades – a maior parte deles democratas – argu-mentam que as políticas do governo a respeito dos imigrantes ilegais são as que colocam em perigo o povo ame-ricano, pois debilitam a cooperação entre as polícias locais e as minorias hispânica e negra.

“A proridade dos Democratas é proteger os criminosos”, diz Trump

IMAGEM ILUSTRATIVA/INTERNET

9Junho 2018 Absurdo Urbanístico

Imóveis públicos abandonadosGestores não usam o que é seu e ainda alugam bens de particulares quando precisam de imóveis

Da Redaçã[email protected]

O prédio que desabou em São Paulo, no dia 1º de maio, em decor-rência de um incêndio, era bem pú-blico federal que estava cedido, desde o ano passado, para a Prefeitura da capital. Ou seja, era próprio federal que não estava destinado a nenhuma finalidade pública. Mas não é só em São Paulo que há imóveis públicos abandonados. Em Prudente, há diver-sos. Alguns deles são:

1) O Clube de Química, ao lado do IE Fernando Costa, prédio estadual - pequena joia arquitetônica dos anos 1950 - mas cedido para a Prefeitura que o mantém inutilizado;

2) A antiga Receita Federal, na Washington Luís, no centro da ci-dade, bem federal mas também cedi-do ao Município;

3) O imóvel da Secretaria da Agricultura, na Avenida Brasil, na frente da rodoviária, que é estadual e cujo prédio foi demolido em data re-cente após incêndio (repetindo o que houve em São Paulo);

4) Os imóveis da antiga Fepa-sa, quase todos invadidos, que são fe-derais e se localizam ao longo da via férrea que corta muitos municípios da região;

5) Uma escola inteira, a João Ceribelli Paca, que é municipal, na Vila Nova Prudente;

6) Uma via pública bloquea-da, ao lado do hotel Portal do Oeste, que é municipal;

7) O prédio de um centro psi-

cossocial no Ana Jacinta, antiga de-legacia de polícia, que também é do Município.

Todos sem qualquer uso pú-

blico, em total estado de abandono. O problema é que a forma encontrada pela Constituição para punir os proprietários de imóveis vazios – o IPTU progressivo no tempo – não pode ser aplicada contra entes públicos por força da imunidade

tributária. Eles, então, não usam o que é

seu e ainda alugam bens de particula-res quando precisam de imóveis, num exemplo de má gestão explícita. Isto deveria ser investigado pelo Ministé-

rio Público porque é, efetivamente, um descalabro com o dinheiro público o pa-gamento de aluguel quando há imóveis disponíveis. De outro lado, existe evi-dente descumprimento da funçao social da propriedade.

Fachada do Clube de Química, na avenida Coronel Marcondes

Fotos: Pio-Pardo

Interior do Clube de Química

10 Junho 2018Especial

A Cuba que eu vi Em primeira aproximação, quando os turistas são recebidos pelos guias cubanos, eles enfatizam o fato de Cuba ser um país sem violência, onde podemos caminhar tranquilamente por toda a cidade

Zelmo [email protected]

Já se tornou cediço dizer que o homem urbano pode viver numa zona de conforto, de desconforto ou, ainda, de perigo. Isto pode ser observado em nosso país e mesmo lá fora.

Por exemplo, em Presidente Prudente os integrantes das classes mais abastadas podem se locomo-ver, tranquilamente, por diversos bairros, mas se sentirão desconfor-táveis se caminharem pelas ruas dos bairros mais afastados. O des-conforto, como o vejo, é resultante do nosso penoso contacto com os habitantes que vivem em situação de pobreza ou de extrema pobreza.

Por outro lado, são raros os bairros de nossa cidade que podem ser qualificados como zona de pe-rigo, ou seja, onde podemos ser assaltados à luz do dia ou à noite.

No entanto, para aqueles que habitam a cidade de São Paulo é muito mais comum a existência de bairros de alto padrão, situados em zona de perigo. É o caso do Mo-rumbi, em que existem ruas onde os assaltos a carros ou pedestres são muito freqüentes. No referido bairro têm diversas casas onde es-tão afixadas placas de “aluga-se” ou “vende-se” nas respectivas fa-chadas.

Acho desnecessário trazer à lembrança o caso do Rio de Janei-ro, onde as milícias e as facções cri-minosas tomaram de assalto quase todos os bairros, especialmente as favelas e suas imediações. De res-to, qualquer um do povo sabe que o carioca vive em permanente si-tuação de perigo, onde quer que se

encontre, o que explica a recente intervenção federal.

Resta discorrer sobre a cida-de de Cuba que, diversamente de todos os países latino-americanos, após a revolução conduzida pelo comandante Fidel Castro e pelo guerrilheiro Che Guevara, se con-verteu em país socialista.

Em primeira aproximação, quando os turistas são recebidos pelos guias cubanos, eles enfati-zam o fato de Cuba ser um país sem violência, onde podemos ca-minhar tranquilamente por toda a cidade, sem corrermos o risco de sermos assaltados.

Essa afirmação pude confir-mar em minha breve passagem por aquele país, onde percorri, cami-nhando, diversas ruas de Havana e também de cidades do interior da ilha como Matanzas, durante o dia e a noite, sem qualquer constran-gimento.

Por outro lado, apurei no ho-tel que os trabalhadores cubanos percebem mensalmente, de 100 a 200 CUCs (moeda conversível do país), equivalentes a U$ 100 ou U$ 200 dólares.

Esse nível salarial nos habi-lita concluir que Cuba é um país com predominância absoluta da classe média baixa, com algumas variações. O país experimentou uma radical reforma socialista, pois todos os terrenos rurais ou ur-banos pertencem ao Estado. Seus habitantes, em determinadas situ-ações, podem adquirir os prédios onde residem no prazo de 10 a 14 anos de locação. Concluído o pe-ríodo de pagamento, o ocupante é legítimo proprietário do prédio, pois o terreno subjacente é estatal. Passeo del Prado, com Capitólio ao fundo

Desenvolvimento turístico - Cuba investe fortemente no turismo

hoteleiro para estrangeiros. A ilha conta com 56 hotéis e resorts na península de Varadero, com dimensão de 22 km, distando cerca de 100 km de Havana, em cujas praias são cons-truídos os grandes empreendimentos.

Entrevistei, no Grand Memories Vara-dero, a diretora comercial Daymaris, que afir-mou ser o turismo o principal eixo da econo-mia da região.

O hotel conta com 1.100 quartos e rece-be, em média, 2.300 clientes, contando com 800 cubanos que trabalham como emprega-

dos permanentes. A maioria dos hóspedes é de nacionali-

dade canadense, francesa e chinesa. Os brasi-leiros, apesar de muito queridos pelos cuba-nos, chegam em menor número. Por razões óbvias, inexistem turistas americanos.

Indagada sobre as condições de investi-mento no país, respondeu, de forma reticen-te, que os investidores estrangeiros destinam parte do resultado desse investimento à nação cubana. Significa dizer que o resultado finan-ceiro é distribuído entre o governo de Cuba e o grupo empreendedor, até porque o terreno

subjacente é bem público nacional.Afirmou-nos, ainda, que o setor hote-

leiro de Cuba continua crescendo, principal-mente em função da segurança que os estran-geiros desfrutam na ilha.

Em Havana ficamos hospedados no Hotel Mercure Sevilha, inaugurado no dia 22 de março de 1908, no habitual estilo espa-nhol, inspirado nas linhas mouras de Alham-bra, cidade espanhola de Granada. De resto, quase todos os prédios do centro histórico de Havana, são ornamentados por mosaicos es-panhóis.

11Junho 2018 Especial

A Cuba que eu vi Em primeira aproximação, quando os turistas são recebidos pelos guias cubanos, eles enfatizam o fato de Cuba ser um país sem violência, onde podemos caminhar tranquilamente por toda a cidade

Passeo del Prado, com Capitólio ao fundo

Comércio na ilha Contatos

No plano arquitetônico, Ha-vana conta com inúmeros prédios públicos monumentais, erigidos em mármore pelos espanhóis e que remontam ao tempo da colo-nização – como o Capitólio, sede da Assembléia Nacional, seme-lhante ao de Washington, o Museu da Revolução, o Museu de Belas Artes, todos bem conservados. No entanto, é fácil observar que o es-tado de conservação dos prédios residenciais do centro histórico de Havana deixa a desejar, como se depreende da foto de uma das ruas centrais e que encima esta re-portagem. Apesar de prover gra-tuitamente à educação, à saúde e fornecer cesta básica à população, fica a impressão de que o governo não dispõe de recursos suficientes para reformar ou restaurar os ve-lhos edifícios residenciais, que ja-zem em estado de abandono.

Em compensação, como ouvi de um cubano, o país não compactua com a extrema pobre-za, fator determinante da violência e da confrontação, próprias dos re-gimes capitalistas. Segundo recen-te pesquisa do IBGE, a região me-tropolitana da Grande São Paulo tem em torno de 700 mil pessoas vivendo na pobreza extrema, sem condições de serem inseridas no mercado de trabalho.

Esta particularidade foi as-sinalada, recentemente, pela psi-canalista Vera Iaconelli, no artigo “Desabamento Moral”, publicado na Folha de 8 de maio p.p., onde afirma que “a pobreza é um pro-blema mundial que o homem que

O comércio em Havana é muito precário. Acostumados que somos a países capitalistas, po-demos observar que o comércio da ilha é bastante problemático. Mesmo no centro de Havana, não existem shoppings, grandes centros comerciais, lojas mais re-quintadas. Encontrar uma farmá-cia nos obriga caminhar por mui-tas ruas, mas sem as ofertas de medicamentos, às quais estamos habituados. O centro é povoado de inúmeros bares e restaurantes,

lotados de turistas, notadamente o Floridita, santuário de Ernest Hemingway, que ainda conserva, no balcão, a estátua do famoso es-critor norte-americano que morou durante 20 anos na ilha.

No bar de Hemingway, fun-dado em 1817, foi criado o famo-so daiquiri, drink preferido pelo escritor, composto de gelo tritu-rado, limão e uma dose de rum. Por essa razão é conhecido como “la cuna del daiquiri”, ou seja, “o berço do daiquiri”.

Na ilha conheci Hector Galdurralde Garcia, um cubano de origem basca, na casa de fa-mília conhecida por minha neta. Muito afável, enviou-me pela in-ternet algumas poesias que pro-meto reproduzir nesta ou na pró-xima edição do Pio.

Dele, ouvi que “quando ti-nha 20 anos, aconteceu a revolu-ção cubana. Disse-me que tinha consciência do processo, mas não confiava em Fidel. Conhecia

muito bem o traço fascista das revoluções experimentadas pelo seu país.

Mas a revolução cubana, como a vê, cumpriu o que havia prometido. As terras foram dadas aos camponeses, sob o lema: “A terra que você trabalha é tua!” Os exilados se converteram em inimigos do povo e os mais jo-vens entregaram seus corações, confiando na revolução de Fidel Castro.

Derradeiro olhar sobre Cuba

vai à lua não tem sido capaz de resolver”. De resto, as crises com a quais nos defrontamos, nos últimos tempo, notadamente a crise dos caminho-neiros, verdadeira convulsão social que abalou o Brasil, nos ensina, como nos lembra Erc Hobsman, que “o homem não tem nenhuma resposta para o principal problema com que se defronta o mundo no século XXI: o fato de que o crescimento econômico ilimitado e cada vez mais tecnológico, em busca de lucros insustentáveis, produz riqueza global , mas às custas do trabalho humano e dos recursos naturais do planeta, fatores de produ-ção cada vez mais desprezados.”

Vista panorâmica com Capitólio ao fundo

12 Junho 2018Especial

Karina [email protected]

Cuba em primeira aproximaçãoExperiência cubana nos convida a meditar sobre uma das mais autênticas políticas contra a desigualdade

Prestes a completar 60 anos o Estado Cubano pós-revolução resis-te, e ainda tem muito a ensinar para a América Latina e o Caribe. Resulta-do de uma rápida passagem pela ilha, problematizo três principais pontos sobre o que Cuba representa hoje para o pensamento político, econômico e social, emancipatório da região:

1) A exploração colonial e a periferia global

- Cuba foi um país muito afeta-do pela colonização, muito mais que o Brasil: cumpre dizer que os espa-nhóis exterminaram toda a população indígena em seu domínio até 1898 e a partir de 1902, e os EUA fizeram dali seu quintal liderados por Roosevelt (al Capone tinha mansões em Vara-dero, a máfia norte-americana toda explorava a ilha).

É muito chocante ver como a mobilização por autonomia foi deci-siva para a retomada da ilha das mãos dos sucessivos domínios econômicos, culturais e sociais historicamente per-petrados ao povo cubano e o quanto o país sofreu e sofre com embargos e medidas contrárias a autodetermina-ção cubana. Restabelecer e manter a autonomia na América Latina ainda é um desafio;

2) A invisibilidade do Estado Social, a visibilidade

do tímido dinamismo econômico

Cuba tem os melhores indica-dores amplamente divulgados (ONU – PNUD) de alfabetização, saúde, se-gurança, igualdade e serviços sociais; mesmo após a crise causada pela que-da da URSS nos anos 90, mas é pre-ciso ter contato com a população para perceber os avanços. O que se vê, em uma rápida passagem pela ilha, são prédios deteriorados e uma sensação de economia enfraquecida e descapi-talizada (que de fato são índices da ilha, juntamente com um baixo cres-cimento populacional desde os anos 90).

Apesar da sensação de pobre-za, o Estado segue forte e presente na vida das pessoas – segundo rela-to, além da gratuidade dos serviços já conhecidos, cada família recebe cesta básica mensal adequada ao tamanho da família e pães diários a cada mem-bro – esse é o nível de atenção do Es-tado cubano;

3) O consumo como intermediador de relações humanas

- Um paradigma bem interes-sante de se sentir é o espaço reduzi-do para o consumo. As vendas têm

produtos de subsistência e tudo na medida do uso racionalizado. Mesmo para turistas não há abundância, e isso implica na construção de relações so-ciais de forma diferente das mediadas pelo capital. Isso choca, principal-mente, com a experiência brasileira via governo Lula - a inclusão pelo consumo nos anos 2000-2010.

Por lá há maior consciência de classe e luta, muito conhecimen-to político por qualquer pessoa, o que destoa da consciência política geral brasileira. Há alguns relatos que os cubanos trabalham menos, têm menos acesso a bens – mas, de fato, vivem com melhor qualidade as suas relações. Tendo em vista que a partir de 1995 o turismo passa a ser a principal fonte de riqueza da ilha, há ainda uma adaptação dos cubanos na relação com o consumo proveniente do turismo.

Por fim, tive a oportunidade de assistir uma cerimônia religiosa de santería, prática muito parecida com nosso candomblé.

A cultura afro é muito presente, assim como no Brasil, mas o tema do racismo ainda é muito controverso na ilha. Apesar do governo negar a pos-sibilidade de racismo na ilha (basea-do na política de igualdade) ainda é possível verificar que a questão racial é determinante na ocupação dos espa-ços de poder cubanos.

De todo modo, esse é apenas mais um dos inúmeros espaços de reflexão e riqueza que a ilha oferece a seus visitantes, mas que nos con-vidam a meditar sobre a experiência cubana, uma das mais lídimas e au-tênticas políticas de combate à desi-gualdade social.

Experiência cubana nos convida a meditar sobre uma das mais autênticas políticas contra a desigualdade

13Junho 2018 Religião

Zelmo [email protected]

O desafio da liturgia católicaHomem só tem acesso à verdade espiritual, renunciando ao próprio corpo, ao prazer e aos bens materiais

Em nosso último número, o padre Alessandro Campos ganhou as páginas do Circo Teatro Pio-Pardo, penúltima página deste tablóide, por se apresentar, semanalmente na Rede TV, com seu traje impecável: chapéu branco de boiadeiro, colete preto com gola clerical, casaco de couro branco, mangas compridas, além de brace-letes e anéis e relógio de ouro, cintu-rão dourado, calças justas, agarradas nas pernas e bota também bran-ca, de saltinho alto. Uma fi-gura!

N ã o bastasse, em seu programa chinfrim, faz publicidades comerciais de diversos produtos, além da dançar e cantar mú-sicas sertanejas.

Desgraçadamente, não está sozinho nesta insólita tarefa de levar uma nova mensagem religiosa aos fi-éis da Igreja Católica, sendo seguido, de perto, no mesmo canal, às quartas--feiras, pelo padre Reginaldo Man-zotti, no Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba.

Ambos revelam, de uma ma-neira ostensiva, o absoluto contu-bérnio existente entre este nicho da Igreja Católica e os laboratórios far-macêuticos. De fato, a cada dez mi-nutos, o padre Reginaldo interrompe sua cantoria, ao lado de uma dupla sertaneja, para apresentar no palco os mais incríveis comerciais, tais como:

- Nico-Zero, um produto far-macêutico capaz de fazer o telespec-tador se livrar do vício de fumar, me-diante aspersão do produto na boca, sempre que sentir vontade de fumar um cigarro;

- Cartilan Nataclin, outro pro-duto milagreiro, que deve ser usado quando o telespectador for acometido de uma “crise de gota”, moléstia in-sidiosa que provoca inchaço nos pés, com intensas dores nas articulações;

- Por último, uma apresentado-ra se apresenta para fazer publicidade do LA- Seca Barriga, produto capaz de, com algumas doses, reduzir em cerca de seis quilos a barriga de um pançudo!

Como se pode observar, esta-mos diante de um contubérnio espúrio entre alguns setores da Igreja Católica e os laboratórios farmacêuticos, cujos produtos são oferecidos ao público com o propósito de alimentar a recei-ta do referido segmento religioso.

Não bastasse, seus patrocina-dores ainda colocam à venda, discos e livros cantados em prosa e verso.

Pois bem – comungando nosso pensamento com o do psicanalista e escritor Contardo Calligaris – enten-demos que há uma manifesta contra-dição entre uma espiritualidade ver-dadeira e o gosto popular por músicas e cantorias, salpicadas por ofertas co-merciais de produtos farmacêuticos, para cura de todos nossos males!

Assim sendo, a despeito de não professarmos nenhuma religião, esta-mos convencidos de que esta prática não é capaz de nos conduzir à ascese

religiosa e mui-to menos, de conduzir fiéis, de qualquer credo, ao seio do Criador!

Pior ain-da, estamos convenc idos de que a dis-seminação de programas re-ligiosos des-sa natureza é muito mais

grave, pois pode nos conduzir à des-sacralização da liturgia católica. Não por outra razão, Contardo Calligaris, quando sustenta que o homem só tem “acesso à verdade espiritual pela as-cese, renunciando ao próprio corpo, ao prazer e aos bens materiais”.

Para Calligaris, “isso vale para

o hinduísmo, para o budismo e para o cristianismo. Talvez valha menos para o judaísmo. Mesmo assim, espera-se de Deus e dos espíritos, que eles repri-mam nosso hedonismo sem-vergonha e nosso materialismo desenfreado e não é isto que nos ensinam os aludidos programas”.

Dir-se-ia, em contraposição, que isto acontece, em grau muito mais exacerbado, nos programas televisivos dos templos evangélicos, que se disse-minam em quase todas as esquinas do nosso país, chegando muitos pastores ao extremo de conclamar os fiéis a não baterem palmas com ambas as mãos,

sendo preferível que introduzam uma delas no bolso, para extrair dali os do-nativos de que tanto necessitam para nos conduzir ao Paraíso!

Esta, no entanto, é outra história e deverá ser versada em outra oportu-nidade. Por enquanto, queremos nos deter na análise crítica de um dos mais conspícuos credos religiosos introdu-zidos em nosso país, desde o desco-brimento, ou seja, a Igreja Católica, cujos seguidores, em nosso país, so-mam mais de 172 milhões de pessoas, alcançando 84,5% dos fiéis. Ainda há tempo para se preservar a tradicional liturgia católica!

Calligaris‘‘Isso vale para o hinduísmo, para o budismo e para o cristianismo’’

14 Junho 2018Poesia

Telma Costa*[email protected]

Além do Horizonte

Aprendi desde criançaNa barra da saia de minha mãe, tias e vizinhas,Que traição é pecado é desacato, é desrespeito.Quando o assunto não era a traição do fulano,

Elas trocavam receitas de bolos e doces.Não trocavam experiências

Não falavam de sexoNão falavam de vida.

Eram mal amadas, bem arrumadas e desamadas.Secas como uva passa,

Sem cheiro como fruta de vésperaSem graça na alma.

A traição dos homens as consumiam e se orgulhavam da própria fidelidade...E nessa prisão sem sol, sem ar, sem água, elas iam murchando,

Não percebendo que o tempo passaPerdendo o viço do olhar, do andar.

Nunca entendi porque tanto peso à traiçãoTalvez, porque lhe dessem seu devido valor

Só que um valor ao contrário.No fundo sabiam que além do horizonte não há abismo

Nem morteMas vida, calor e sorte.

Hoje, traio o meu amor e é quando mais amo meu amor...Não é amor de culpa, é amor de saudade, de afeto.

É quando vejo o que ele tem de melhor e não o culpo do desafeto,Não o culpo de seus defeitos.

Vou para lá, para além do horizonte, e volto inteira, renovada.

Volto bem humorada Volto em paz

Volto mulher...Fêmea no cio.

Sem perceber me liberteiFurei o cerco

Não repeti a história ancestral.

*Nossa correspondente na Pensylvania, EUA.

Diálogo com a música “Mil perdões”, de Chico Buarque. Referência

ao tempo em que a Terra era considerada quadrada, com abismos além do

horizonte, onde navios despencavam sem deixar sobreviventes

Fotografia

Parque do Povo de Presidente Prudente

Outono de 2018

Por: Cláudia Sughi

15Junho 2018 História

O maior genocídio praticado contra uma nação em todo mundo só ficou conhecida pelo engenho e obra do notável Frei Bartolomé de las Casas (1.474-1566), um franciscano espa-nhol que em sua Brevíssima Relação da Destruição das Índias, de-nunciou a san-grenta história da conquista da América Espa-nhola.

Las Ca-sas descreve que, o cacique Harthuei, que havia fugido da ilha Espanhola (hoje Repúbli-ca Dominica-na) pelas bar-baridades lá cometidas pelos espanhóis e se refugiado na ilha de Cuba, acabou por ser preso, com toda sua gente, pelos espanhóis.

Atado a um tronco onde seria

O genocídio latino-americanoFrei franciscano denunciou a sangrenta história da conquista da América Espanhola

Da Redaçã[email protected]

Augusto G. Menocal (1899-1974) - No quiero ir al cielo, 1930

queimado vivo, foi assistido por um franciscano que tentou convencê-lo que, depois de morto, poderia ir para o céu, onde estaria a glória e o repouso eterno, sendo certo que, se não acredi-tasse em Deus iria para o inferno, onde seria perpetuamente atormentado.

O cacique Hathuei ficou pensati-vo por alguns instantes e perguntou ao

religioso se, no céu, iria encon-trar espanhóis! O religioso res-pondeu que sim, desde que fos-sem bons e fieis a Deus.

O ca-cique, então, respondeu “en-tão, não quero ir para o céu e sim, para o in-ferno, onde não encontrarei es-

panhóis”. pintura que ilustra este texto se encontra no Museu de Belas Artes de Havana e se chama “No quiero ir al cielo”, é considerada uma das mais va-liosas colaborações artística da época.

Quase 30% da renda do Brasil estão nas mãos de apenas 1% dos ha-bitantes do país, a maior concentra-ção do tipo no mundo. É o que indi-ca a Pesquisa Desigualdade Mundial 2018, coordenada, entre outros, pelo economista francês Thomas Piketty. O grupo, composto por centenas de estudiosos, disponibiliza nesta quinta--feira um banco de dados que permite comparar a evolução da desigualdade de renda no mundo nos últimos anos.

A persistente desigualdade brasileira

“ Quando você vive num país desigual, os

desiguais ficam mais desiguais” Jornalista Elaine Cantanhede na Globo News

Da Redaçã[email protected]

Segundo os dados coletados pelo grupo de Piketty, os milionários bra-sileiros ficaram à frente dos milionários do Oriente Médio, que aparecem com 26,3% da renda da região. Na comparação entre países, o segundo colocado em concentração de renda no 1% mais rico é a Turquia, com 21,5% em 2015.

O Brasil também se destaca no recorte dos 10% mais ricos, mas não de forma tão intensa quanto se observa na comparação do 1% mais rico. Os dados mostram o Oriente Médio com 61% da renda nas mãos de seus 10% mais ricos, seguido por Brasil e Índia, ambos com 55%, e a África Subsaariana, com 54%.

A região em que os 10% mais ricos detêm menor fatia da riqueza é a Europa, com 37%. O continente euro-peu é tido pelos pesquisadores como exemplo a ser seguido no combate à desigualdade, já que a evolução das disparidades na região foi a menor entre as medidas desde 1980. Eles propõem, de maneira geral, a imple-mentação de regimes de tributação progressivos e o aumento dos impos-tos sobre herança, além de mais rigi-dez no controle de evasão fiscal.

DEPOIMENTO‘‘Não quero ir para o céu e sim para o inferno, onde não encontrarei espanhóis’’

Dados apontam que 30% da renda do Brasil estão na mão de 1% de toda sua população

IMAGEM ILUSTRATIVA

16 Junho 2018

Estevão Salomã[email protected]

O luthier de MachadoFelício mantém tradição e permanece no ramo de construção artesanal de violinos

Luthier mantém tradição e permanece no ramo de construção artesanal de violinos

O interior de uma serralheria localizada no bairro Chácaras Re-creio Cobral, em Álvares Machado, abriga uma das profissões mais tra-dicionais da atualidade: a fabricação manual de violinos e violoncelos.

No local, em meio as ferramen-tas, máquinas e madeiras, um perso-nagem chama a atenção por sua fisio-nomia única, tão original quanto sua própria criação. Trata-se do luthier Felício Teixeira Neto, que aos 79 anos ainda realiza o trabalho de construção dos instrumentos musicais.

Os óculos e seus cabelos brancos anunciam uma vida de ex-periência e dedicação ao trabalho, realizado desde 1982, quando o violino era pouco conhecido e rara-mente encontrado no mercado. “O preço era exorbitante e não existiam fábricas para tal atividade”, se re-corda o luthier.

Nessa época, sob a influência do seu filho, que gostaria de apren-der música e, especialmente, pela escassez de mão de obra qualificada

para construção do objeto, Srº Felí-cio deu início a função que mudaria para sempre sua vida. “Quando me dei conta já estava produzindo uma média de 20 produtos ao mês, divi-didos entre viola clássica, violonce-lo e violino”.

Daí em diante, o ex-vendedor de peças automobilísticas largou sua profissão e construí, ao lado de sua família, uma fábrica de violinos e violoncelos. “Minha esposa e filhos, todos trabalhávamos juntos, era uma época maravilhosa”, detalha.

Pouco a pouco, no entanto, o tempo apresentou uma novidade à família do luthier: a industrialização, com a chegada de violinos fabrica-dos em máquinas, vindos da China. Uma nova realidade para aquela fa-mília, que, por meio da manufatura, levava 15 dias para a conclusão do instrumento. “Foi diminuindo, dimi-nuindo e chegamos à produção de um aparelho por mês”, silenciou.

Nos dias atuais, com 79 anos de idade, Srº Felício, músico, construtor, aposentado e um verdadeiro artista, recorda-se e agradece aos anos que se passaram. “Tenho dois filhos forma-dos e que tocam violino. Moro com minha esposa e, apesar da diminuição de vendas, continuo fazendo aquilo que sempre amei”, reflete.

Atualmente com 79 anos de idade senhor Felício cultiva a profissão de luthier desde 1982

Felício produzia uma média de 20 instrumentos por mês A fábrica fica localizada em Álvares Machado

FOTOS: ESTEVÃO SALOMÃO

A PROFISSÃO - Luthier ou lutier é o nome dado ao profissional especializado em construção e reparo de instrumentos de corda, tais como: violão, violinos, violas, violoncelos, contrabaixos, violas da gamba e todo tipo de guitarras (acústica, elétrica, clássica), alaúdes, archilaúdes, tior-bas, e bandolins.

A palavra luthier é francesa e deriva de luth (“alaúde”). O termo lu-teria (do francês lutherie) ou luteraria designa a arte da construção de instru-mentos de cordas ou, por metonímia, o ateliê ou loja desses instrumentos.

Uma grande referência de lu-thier é Antonio Stradivari (1644-1737), ou Stradivarius, como era co-nhecido. Outros luthiers famosos são Nicolò Amati (1596-1684), que foi o mestre de Stradivari, e Giuseppe Guarnieri (1698-1744), também dis-cípulo de Amati – todos cremoneses.

SERVIÇO - A fábrica do Srº Felício fica localizada

na Chácara Recreio Cobral, na Rua João Prado, 27. O telefone para

contato é o (18) 3273-3273

Ofício

17Junho 2018 Variedades

Sérgio Gouvea

A Ditadura que salvou o BrasilO professor de Relações Inter-

nacionais da Fundação Getulio Vargas, Matias Spektor, encontrou intrigante documento da CIA – datado de 11 de abril de 1974. É um memorando que nos revela o seguinte: o ditador Ernesto Geisel autorizou a manutenção da “po-lítica de execuções sumárias” iniciada por seu antecessor, Emilio Garrastazu Médici. Sob Geisel, as mortes eram au-torizadas por meio do Serviço Nacional de Informação, comandado por João Baptista Figueiredo, aquele um que sucedeu Geisel na presidência da Re-pública. Cabia a Figueiredo decidir se um preso pelos órgãos de repressão do

Estado era “perigoso” e deveria morrer. Os alvos eram opositores do re-

gime, os “subversivos”, aqueles que propunham informações e reflexões capazes de fazer o indivíduo questio-nar o senso-comum, desafiar a tradição machista, questionar a concentração de renda, ler obras progressistas, pedir para votar...

Se a dita volta – como querem alguns que não a conheceram ou não receberam as informações dos críticos que sobreviveram a ela - o Pio e outros meios de informação crítica caem – de vez – do fino fio sobre o qual lutam para se equilibrar.

Deus salve a escolaO projeto de lei da “Es-

cola Sem Partido” recebeu a benção Congresso. Capitanea-do pela bancada evangélica - o projeto recebeu um parecer favorável e ainda ganhou um incremento milagroso: não se poderá usar o termo “gênero” nas escolas!

Segundo o texto do de-putado Flavinho ( PSC-SP) : “A educação não desenvol-verá políticas de ensino, nem adotará currículo escolar, disciplinas obrigatórias, nem mesmo de forma complemen-tar ou facultativa, que tendam a aplicar a ideologia de gêne-ro, o termo ‘gênero’ ou ‘orien-tação sexual’”

Só havia deputados evangélicos no culto, ou me-lhor, na sessão. Mas a educa-ção ainda não está no inferno, apesar de seu purgatório ser bem sofrido... Após leitura do parecer, há um prazo de cinco sessões para a apresentação de emendas.

De acordo com o un-gido Flavinho, “a maioria es-magadora tanto de intelectuais quanto da população em geral acredita que homem é homem e mulher é mulher”, “não há precedente que prove que uma sociedade sexualmente plural seja realmente susten-tável a longo prazo” e “uma cultura hetero-normativa foi imprescindível à perpetuação da espécie humana e ao de-senvolvimento da civilização ocidental.”

Um substitutivo, apre-sentado pelos membros da bancada evangélica, prevê ainda que sejam afixados car-tazes em salas de aulas com os “deveres do professor”, em local que “possam ser lidos por estudantes e professores”. Deus salve a educação!

Dia do trabalho no BrasilNo dia primeiro de maio os tra-

balhadores brasileiros viram um show na televisão e na internet. Mas não foi um show de cidadania, de cultura ou de reivindicações de melhores condições de emprego. Foi um show de horrores, de falácias e de oportunismos.

As cenas do Tatuagem desabando com o prédio em chamas nos chocaram e vão permanecer em nossa memória por anos. Os discursos dos gestores pú-blicos em exercício nos envergonharam e continuarão nos envergonhando por décadas. A criminalização dos movi-mentos sociais nos tiram esperanças e nos deixarão no limbo por décadas.

O presidente Michel Temer – em sua visita ao local - foi hostilizado pelos populares que estavam ali. O prefeito em exercício disse que as pessoas entram

nesses lugares porque querem. O ex-pre-feito Dória disse que os ocupantes do pré-dio eram adeptos de facções criminosas. A grande mídia disse que movimentos

sociais se aproveitavam da ocupação e cobravam aluguel dos moradores de lá.

Só nos restam os bombeiros para pedir socorro

A crise dos Estados No ano de 2014, em pleno go-

verno Dilma Roussef, os Estados brasileiros investiram cerca de R$ 55 bilhões de reais. A partir de então, os investimentos foram caindo, chegando ao extremo de investir somente R$ 32 bilhões no ano de 2017.

Como é intuitivo, os Estados mais frágeis, onde houve maiores cor-tes de investimentos foram, pela or-dem: Rio, com queda média de 52,7% ao ano; Acre, com queda de 40,4%, Espírito Santo ( - 39.1% ), Amazonas ( -36,8%) e Minas Gerais ( -34,5%). As-sim sendo, os investimentos dos Esta-

dos caem mais de R$ 22 bilhões desde o pico de 2014.

No Estado de São Paulo, bem como nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a queda de in-vestimentos foi da ordem de 10 a 20 bilhões.

No ano de 2017, os únicos Es-tados com taxa de crescimento, em investimentos, foram os Estados do Paraná, e Rondônia, com taxas de crescimento de 16,1% e 0,8%, respec-tivamente.

Estes dados explicam a atual crise que estamos vivendo.

A invasão dos viciados A região da cracolância, na praça

Júlio Prestes, em São Paulo, vive o seu maior drama. Após muitas idas e vindas, o governador Alckmin anunciou a cons-trução de moradias populares em 2017. O projeto caminhava bem, mas na ma-drugada do dia 23 de março, o Comple-xo Júlio Prestes – como é chamado – foi invadido por um grupo de viciados que depredou e roubou objetos, quebrou vi-dros, roubaram metais, grades de prote-ção, pias de boa parte dos 17 andares dos dez apartamentos ali construídos.

Dentre as unidades a serem ven-didas consta 72 unidades para famílias com renda de R$4.344 até R$ 8.100.

Como se pode observar., é briguinha para ninguém botar defeito e sem solu-ção a curto prazo!

A folclórica lei de Santo Anastácio

O município de Santo Anastácio tem uma nova lei. E que lei!

A Câmara Municipal aprovou norma que penalizará qualquer tipo de consternação, constrangimento, intimidação, hostilização, assédio ou ofensa à mulher em locais públicos ou privados com acesso público.

O cidadão que – em terras anas-tacianas – insistir em continuar a re-produção dos deselegantes gestos e in-felizes cantadas contra as mulheres de-verá pagar uma multa de R$ 2.000 mil que serão designados ao orçamento da

Secretaria Municipal de Assistência Social. No caso de não pagamento, o indelicado será colocado na lista de devedores do município.

Não sabemos exatamente como será a fiscalização e aplicação dessa lei. A quem cabe fiscalizar? Como se verifica a autoria da infração? Como e para quem mulheres importunadas po-dem denunciar? Mas temos certeza de que essa medida é pedagógica: vai en-sinar muito malandro bobo a ser gentil esperto. Homens e mulheres ganham com isso. E ponto...

Transplante de pênisUm jovem veterano mili-

tar americano, atingido por uma bomba no Iraque ou Afeganistão, foi submetido a transplante de pê-nis e escroto ( sem os testículos ), retirados de um doador morto, no hospital da Universidade de Balti-more.

Segundo os médicos, os testículos não foram transplanta-dos por questões éticas, tendo em vista que, se viesse a ter filhos – o que já aconteceu com outra pes-soa – eles, geneticamente, seriam do doador do pênis. A operação no hospital de Baltimore foi bancada pelo próprio hospital, com gastos estimados entre US$ 300 mil e US$ 400 mil, sem contar que os cirurgiões trabalharam de graça. O transplantado deseja recupe-rar a habilidade de urinar e fazer sexo. Ainda tem planos de fazer faculdade de medicina ( sonho acalentado por tantos brasileiros ) e, quem sabe, encontrar alguém: “Só essas coisas normais...” ( Cf. Folha de 25 de abril )

18 Junho 2018Curtas

[email protected] Denari

Algo de inusitado no MPO Pio teve notícia que o ilus-

tre promotor André Felício, conhe-cido por Tufi, deixou a Promotoria de Urbanismo de Prudente. A cidade lamenta porque o promotor é pru-dentino, conhece a cidade e exercia suas funções de modo competente e democrático, dialogando com a co-munidade. A própria personalidade do promotor, querido pelos cidadãos, afasta o estereótipo do membro do MP de carranca e nariz empinado. O Pio teme que venha a ocupar esta Pro-motoria pessoa de fora que somente conheça o condomínio fechado onde irá residir. Desejamos ao Dr. André sucesso na próxima Promotoria onde venha a ser lotado.

De novo, Gilmar Mendes Paulo Vieira de Souza, mais co-

nhecido como “Paulo Preto”, faz jus ao nome. Na qualidade de ex-diretor da Dersa, foi preso, preventivamen-te, no dia 6 de abril pela operação da Lava Jato, que apurou desvio de R$7,7 milhões em obras do Rodoanel. Os re-cursos teriam destinação social: seriam destinados ao realojamento de famílias desabrigadas para a construção da obra, realizada no governo tucano de José Serra. Testemunhas relatam ter rece-bido ameaças e ofertas de dinheiro de Paulo Preto. Além do mais manteve uma conta na Suíça com US$ 34,4 mi-lhões, montante que transferiu para as Bahamas! A despeito deste curriculum criminoso, foi solto por habeas-corpus

concedido pelo ministro Gilmar Men-des. O homem não pode ver um milio-nário preso...

O documento da CIADocumento secreto sobre

a ditadura militar brasileira re-vela que, em 1974, o ex-presi-dente Ernesto Geisel foi instado pela CIA a dar continuidade à execução sumária de adversá-rios perigosos ao regime militar. Geisel assumiu a Presidência em 1974 e naquele ano a Comissão da Verdade contabilizou entre 51 a 55 mortos ou desaparecidos. O presidenciável da extrema direi-ta, Jair Bolsonaro, minimizou o relato, com as seguintes palavras: “Errar, até na sua casa, todo mun-do erra. Quem nunca deu um tapa no bumbum do filho e depois se arrependeu? Acontece...”

Nossa tragédia social

O acreditado jornalista da Folha, Jânio de Freitas, discorre sobre nossa tragédia do nosso “deficit habitacional”, após a tragédia que se abateu sobre São Paulo na fogueira de uma ocupação ( Folha de 3/5). Explica que “os governos Lula e Dilma foram os primeiros a dedi-car verbas e esforços de fato significati-vos à redução da carência de moradias com as condições básicas da dignidade humana. A constatação, porém, das cen-tenas de milhares de imóveis entregues, é motivo de escarcéu impresso e em telas com a responsabilidade dos dois gover-nantes, não das construtoras que segui-ram a praxe de roubar no material e na obra. Muito simples e muito brasileiro: se Lula e Dilma não dedicassem dinhei-ro e esforço a reduzir a miséria habita-

cional, não seriam criticados nem igua-lados aos antecessores, todos poupados porque alheios às desgraças nacionais”.

Por que Temer

é tão odiado?O jornalista Helio Schwart-

sman cometeu um artigo sob o título acima e considera que duas razões explicam a impopularida-de de Temer: em primeiro lugar, a divulgação da fita de Joesley Batista, que pôs o presidente no olho do furacão, em segundo lugar, o fato de ter agido muito abertamente para derrubar Dilma Roussef, comportando-se como verdadeiro traidor.

Com todo respeito que devo ao meu amigo, ouso discor-dar em parte desta análise, pois, considero que a impopularida-de do nosso presidente se deve, principalmente, ao fato de Temer ser uma pessoa cuja característi-ca mais marcante é seu esnobis-mo, que se constata pelo abuso de mesóclises em sua linguagem. Uma linguagem dessa tessitura, falsamente refinada, é a via mais rápida para levar um político a se distanciar do povo, com o qual não se identifica.

A prisão do bispoO bispo José Ronaldo Ribeiro,

65, que passou 30 dias preso na prisão de Goiás, pelo desvio de R$ 1,5 milhão da diocese de Formosa, a 280 quilôme-tros de Goiania, conforme apuração do Ministério Público de Goiás, na opera-ção Caifás, foi ouvido pela Folha uma semana após ser solto para responder ao processo em liberdade.

O bispo afirmou que “houve um prejuízo, um dano moral irreparável” e que as acusações partiram de um “gru-po de padres que discordam do seu estilo de atuação”. Foram apreendidos pela polícia os seguintes bens: cente-nas de cabeças de gado, duas camio-netes, relógios, jóias e R$ 160 mil em espécie. O papa Francisco afastou o

acusado, nomeando o arcebispo me-tropolitano dom Paulo Mendes Pei-xoto, para administrar a diocese de Formosa. Resta saber, quando o Mi-nistério Público irá deflagrar a mesma operação Caifás contra pastores evan-gélicos, que deitam e rolam por este Brasil afora, recebendo benesses nas redes televisivas.

Suicídios entre jovens

As taxas de suicídios de crianças e adolescentes no Brasil têm aumentado nas últimas décadas. Entre 2005 e 2015, os suicídios aumentaram 65% entre pes-soas com idade entre 10 e 14 anos e 45% de 15 a 19 anos. Esta taxa de suicídios é superior à média de suicídios no Brasil, do ano 2000 até 2015, que atingiu o pico de 40%, considerando o índice de 100 mil habitantes. Outra observação, feita pelo Ministério da Saúde, é a de no mesmo período de tempo, quanto mais jovem for a pessoa, maior o percentual de suicídios, atingindo a taxa de 65% , considerando a idade de 10 a 14 anos, como visto. Esses dados, segundo a jornalista Marina Estar-que, “reclamam o olhar vigilante dos pais e redobrada atenção no cruel tribunal da internet, onde correm soltos bullying”, este “mal du siècle”, que acompanha, de mãos dadas, as vias digitais.”

A opinião de Paulo Coelho

Paulo Coelho foi entrevistado pela Folha no dia 30 de abril, onde de-clarou, entre outras coisas, que “o Diabo existe, sim! Como posso explicar isso? Fui visitado pelo Diabo. Naquela época tinha a barra pesada, pois freqüentava o satanismo.” Indagado, ainda, sobre a

ascensão das Igrejas Pentecostais, decla-rou que tem grande admiração por Edir Macedo, embora ele não tenha por mim! Por essas e por outras, Paulo Coelho, apesar de bem sucedido em sua carreira literária, não é somente um mau escri-tor... está mais para mau caráter.

19Junho 2018 Literatura

O peido do pastor

Em 2014, o pastor Everaldo Pereira, que concorria ao cargo de Presidente da Repúbli-ca pelo Partido Social Cristão, foi entrevistado no Jornal Nacional por Willian Bonner e pela jornalista Patrícia Poeta. A certa altura, Bon-ner indagava sobre as concessões que o pastor

seria obrigado a fazer para viabilizar no Con-gresso numa determinada proposta, quando, de repente, não mais que de repente, o pastor solta um sonoro pum durante a entrevista, obrigando Bonner a tampar o nariz. Não é a primeira vez que isto acontece diante das câmeras do Jornal

Nacional. Na última vez, quem soltou o mesmo pum foi Fátima Bernardes, fato este ao qual se atribui a separação do casal... O vídeo viralizou nas redes sociais e, em apenas dois dias, teve mais de 2 milhões de visualizações. Mas o Pio acredita se tratar de mais uma “Fake news’’.

Papo de malandro no morro carioca

Ao chegar tarde noi-te no morro, o malandro é recebido com críticas pela mulher. Em resposta, sape-ca, em boa gíria carioca:

- Deixe de “memeia mina”...Voltei para dormir em tua “caxanga”. “Vou dar um dois” e “tirar uma pesta-na”. Se pintar um “cu azul ” no morro, pode me acordar!

Tradução da gíria carioca – “Deixe de frescura menina. Voltei para dormir em tua casa. Vou puxar um fumo (maconha), dormir um pouco e se pintar um PM no morro, pode me acordar..”.

20 Junho 2018Humor

Richard de [email protected] bico