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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE BARACHELADO EM ENFERMAGEM ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO IDOSO COM ALZHEIMER NO ÂMBITO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA Barra do Garças MT 2019

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO IDOSO COM ALZHEIMER NO … Paula Alves... · Alzheimer que é a principal causa de demência, sendo uma doença crônica, neurodegenerativa, de evolução

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Page 1: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO IDOSO COM ALZHEIMER NO … Paula Alves... · Alzheimer que é a principal causa de demência, sendo uma doença crônica, neurodegenerativa, de evolução

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE BARACHELADO EM ENFERMAGEM

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO IDOSO COM ALZHEIMER NO

ÂMBITO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Barra do Garças – MT

2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

ANA PAULA ALVES CAPITANIO

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO IDOSO COM ALZHEIMER NO

ÂMBITO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

ANA PAULA ALVES CAPITANIO

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como exigência final

para titulação de Graduado em

Enfermagem Bacharelado pela

Universidade Federal de Mato

Grosso – Campus Universitário do

Araguaia, sob a orientação da

Professora Me. Priscilla Nicácio da

Silva.

Barra do Garças - MT

2019

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DEDICATÓRIA

Dedico primeiramente a Deus, pois

sem Ele nada do que me tornei seria

possível. A minha avó Lourdes Zelita

Saurin Capitanio, na qual foi a

inspiração para a realização deste

trabalho. Aos meus pais, Vivaldino e

Eliane, que acreditaram no meu

potencial depositando em mim toda a

confiança, com todo o amor e

sacrifícios devotados para mim, a fim

de me oferecer a melhor herança: a

EDUCAÇÃO. Obrigada por tudo!

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AGRADECIMENTOS

Ao meu grande e fiel amigo, que está sempre ao meu lado em todos os

momentos, aquele que nunca me deixa na mão e que me inspira a mais profunda

confiança. Sem a Sua ajuda tenho certeza que nada disso seria possível...

DEUS!

A minha família que sempre esteve ao meu lado durante toda a jornada,

fizeram com que eu continuasse, depositando em mim toda confiança para que

fosse possível a concretização desse sonho.

Ao meu avô, o maior exemplo de homem que conheci até hoje, Reinaldo

Capitanio (in memorian), obrigado por tudo, pelos sacrifícios que fizestes a mim,

que sem ao menos ter condições. Obrigado por me acolher, por ter participado

da minha criação, do meu crescimento e da minha educação.

A minha orientadora, Profª Me. Priscilla Nicácio da Silva pela confiança e

por ter me acolhido de braços abertos, obrigado pela paciência e pelo tempo

disponibilizado durante as orientações, não medindo esforços para compartilhar

comigo todo o seu conhecimento, gratidão por ter sido sua aluna e orientanda.

Às Profª Drª. Izabella Chrystina Rocha e Profª Drª. Satie Katagiri as quais

compõem minha banca examinadora e, certamente irão contribuir para o meu

aprendizado.

A minha amiga Daniela Sanches Couto, por sua generosidade e

cumplicidade, onde sempre esteve ao meu lado durante essa longa jornada.

Aos meus companheiros de graduação, Kaique Saimon, Marcos Vitor e

Géssica Helena que tornaram-se grandes amigos para mim, foram as pessoas

com quem mais dividi meus dias de universitária, minhas alegrias, tristezas, e

sempre estavam prontos pra me apoiar e aconselhar nas minhas decisões.

Aos meus primos, Luiz Antonio Capitanio e Paulo Cesár Capitanio, que

esteve sempre presente nos dias em que mais precisei aqui em Barra do Garças,

me apoiando e fazendo os meus finais de semanas mais alegres.

Aos meus amigos de Água Boa, em especial ao Jefferson Maciel, meu

amigo de infância, que tanto me apoiou, sempre sincero ao me dar opiniões

sobre o que eu decidia, acreditando cada dia mais no meu sucesso.

À todos que contribuíram de alguma forma com a realização deste

trabalho, meu muito obrigado.

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EPÍFAGRE

“O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto, abrange mais que um momento de atenção. Representa uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo um com o outro”.

(Leonardo Boff)

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RESUMO

O envelhecimento é um processo natural e fisiológico, mas existem casos em

que podem surgir fenômenos patológicos. Dentre eles destaca-se a Doença de

Alzheimer que é a principal causa de demência, sendo uma doença crônica,

neurodegenerativa, de evolução lenta e progressiva que resulta em uma

diminuição de inúmeras funções motoras e cognitivas. É na Atenção primária de

saúde onde ocorre o primeiro contato da população com as equipes de saúde,

que devem estar preparadas para a identificação precoce dos problemas que

acometem e fragilizam a população idosa. Objetivou-se investigar a colaboração

das literaturas científicas encontradas em bases de dados que apresentam os

cuidados de enfermagem realizados em idosos com Doença de Alzheimer no

âmbito da atenção primária. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura de

2014 a 2018, referente a artigos publicados em português, inglês e espanhol,

nas bases de dados: BDENF, BVS, Lilacs e Scielo. Dos 61 artigos obtidos, 9

foram selecionados na integra para a realização do estudo. Pelos estudos

percebeu-se que o enfermeiro é um profissional de enorme importância na

assistência a pessoa com Doença de Alzheimer. Foi evidenciado que em sua

maioria os idosos com DA recebem cuidados de familiares em suas residências,

sendo necessário avaliação e triagem por parte da equipe da atenção básica,

assim como aconselhamento e integralidade na assistência, tanto a pessoa com

Alzheimer, quanto para o familiar/cuidador. O estudo permitiu visualizar alguns

cuidados de enfermagem ao idoso com Doença de Alzheimer na atenção

primária, mas esta temática necessita de uma demanda maior de estudos, então

existe a necessidade de aperfeiçoamento e disseminação de conhecimentos e

recursos na atenção básica sobre a Doença de Alzheimer, para que haja um

atendimento em saúde adequado.

Palavra-chave: Doença de Alzheimer; Assistência de enfermagem; Atenção à

saúde.

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ABSTRACT

Aging is a natural and physiological process, but there are cases in which

pathological phenomena may arise. Among them, Alzheimer's disease is the

main cause of dementia. It is a chronic neurodegenerative disease with a slow

and progressive evolution that results in a reduction of numerous motor and

cognitive functions. It is in primary health care that the first contact of the

population with health teams occurs, which must be prepared for the early

identification of the problems that affect and weaken the elderly population. The

objective of this study was to investigate the collaboration of scientific literature

found in databases that present the nursing care performed in elderly people with

Alzheimer's disease in primary care. It is an integrative review of the literature

from 2014 to 2018, referring to articles published in Portuguese, English and

Spanish, in the databases: BDENF, VHL, Lilacs and Scielo. Of the 61 articles

obtained, 9 were selected in their entirety for the study. Through the studies, it

was noticed that the nurse is a professional of enormous importance in the care

of the person with Alzheimer's Disease. It was evidenced that in the majority of

the elderly with AD receive care of relatives in their homes, being necessary

evaluation and screening by the primary care team, as well as counseling and

integral care, both the person with Alzheimer's and the family / caregiver. The

study allowed visualizing some nursing care for the elderly with Alzheimer's

disease in primary care, but this theme requires a greater demand for studies, so

there is a need for improvement and dissemination of knowledge and resources

in basic care about Alzheimer's disease, so that there is adequate health care.

Key words: Alzheimer's disease; Nursing care; Attention to health.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AB - ATENÇÃO BÁSICA

ADI - ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DA DOENÇA DA ALZHEIMER

AVDs - ATIVIDADES DA VIDA DIÁRIA

APS - ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE

AVE - ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO

BIFAP - BASE DE DADOS FÁRMACO EPIDEMIOLÓGICO

CAPES - COORDENAÇAO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE

NÍVEL SUPERIOR

CEAF - COMPONENTE ESPECIALIZADO DA ASSISTÊNCIA

FARMACÊUTICA

DA - DOENÇA DE ALZHEIMER

DESCS - DESCRITORES EM CIÊNCIA DA SAÚDE

ESF - ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

IMC - INDICE DE MASSA CORPORAL

OMS - ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE

PNSPI - POLÍTICA NACIONAL A PESSOA IDOSA

SAE – SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM

SUS - SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1. Distribuição dos artigos localizados segundo título do artigo, ano de

publicação, base de dados, revista de publicação e país. Barra do Garças – MT,

Brasil................................................................................................................. 22

Quadro 2. Distribuição dos artigos segundo o idioma de publicação, objetivo,

método e número de amostra. Barra do Garças – MT,

Brasil..................................................................................................................25

Quadro 3. Distribuição dos artigos segundo a localização de realização do

estudo, análise dos dados, resultados e conclusão. Barra do Garças – MT,

Brasil................................................................................................................. 29

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO .............................................................................................. 11

2.OBJETIVOS .................................................................................................. 13

2.1. Objetivo Geral ........................................................................................ 13

2.2. Objetivos Específicos ............................................................................. 13

3. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 14

3.1 Doença de Alzheimer .............................................................................. 14

3.2 Assistência de Enfermagem na Atenção Primária a Pessoa Idosa ........ 17

4. METODOLOGIA .......................................................................................... 19

4.1. ETAPAS DO ESTUDO ........................................................................... 19

4.2. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DOS ARTIGOS......................................... 20

4.3. RECORTE FINAL DO ESTUDO ............................................................ 20

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 21

6. CONCLUSÃO .............................................................................................. 35

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 36

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1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento é um processo natural e está relacionado com a

diminuição da capacidade do organismo em manter o ser humano independente.

Apesar desse processo ser fisiológico, existem casos em que podem surgir

fenômenos patológicos. Dentre as diversas patologias relacionadas ao

envelhecimento, encontra- se a Doença de Alzheimer (DA) (CORREA et al.,

2016).

A doença de Alzheimer está entre as patologias crônicas com maior

prevalência na população idosa, responsável por 60 a 70% de todos os casos

de demência em idosos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou haver

aproximadamente 35,5 milhões de pessoas com demência no mundo em 2010.

Segundo Ferretti et al., (2017) esse número duplicará a cada 20 anos, chegando

a 65,7 milhões em 2030, e a 115,4 milhões em 2050.

O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, caracterizada pela

deterioração definitiva das células nervosas de forma progressiva e contínua,

que resulta em uma diminuição de inúmeras funções motoras e cognitivas. Esta

doença afeta os mais variáveis aspectos da vida humana, dentre eles a memória,

pensamento, linguagem e conduta que culminam em prejuízos à vida de seu

portador, e devido a essas afecções recebe a denominação de demência

(ALVES et al., 2017).

Para detecção precoce da doença, as equipes de saúde precisam utilizar

instrumentos próprios, abordar pessoas acometidas por múltiplas doenças

crônicas e com algumas limitações da autonomia e independência. A promoção

de assistência contínua com a devida estimulação ao autocuidado das pessoas

com incapacidade parcial ou total, desenvolvidas a partir dos agravos da

patologia existente, é indispensável, e a figura do enfermeiro nesse cenário é

importante. O processo de execução da assistência dos serviços de saúde é

fundamental pois confere direcionalidade às ações, respondendo, assim, o

gestor pelas tomadas de decisões (GALVÃO et al., 2016).

A atenção multiprofissional voltada para esse grupo populacional é falha,

tornando o envelhecimento sinônimo de doença e incapacidade, desenvolvendo

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um atendimento limitado, sem considerar a capacidade do idoso em realizar

atividades básicas e instrumentais da vida diária, com uma visão reducionista

que desconhece o fenômeno do envelhecimento saudável. A resposta do

sistema de saúde é geralmente fragmentada, em termos de completude e

continuidade do cuidado, o que dificulta a oferta de atenção integral, visando à

promoção, prevenção, tratamento e reabilitação dos idosos (GOYANNA et al.,

2017).

Usuários idosos tendem a constituir uma relação de maior vínculo com o

profissional por serem mais acometidos por doenças crônicas que requerem

acompanhamento, frequentando mais assiduamente a unidade básica de saúde.

E por se tratar de uma população vulnerável, são diferenciados os esforços

empregados para a organização e prestação de serviços em busca do princípio

da equidade (KESSLER et al., 2018).

O cuidado à pessoa idosa deve ser um trabalho em conjunto entre equipe

de saúde, idoso e família. A Atenção Básica é, ou deveria ser, o contato

preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos princípios

da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e

continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da

equidade e da participação social (BRASIL, 2006).

O âmbito da Estratégia Saúde da Família – ESF é o lugar em que ocorre o

primeiro contato da população com as equipes de saúde, onde devem estar

preparadas para a identificação precoce dos problemas que acometem e

fragilizam a população idosa, principalmente as limitações funcionais. (GALVÃO

et al., 2016)

Considerando a importância da assistência de enfermagem ao idoso com

Doença de Alzheimer na atenção básica, percebe-se a necessidade em

conhecer os desafios relacionados a essa assistência. Assim formou-se a

pergunta norteadora dessa pesquisa: quais os cuidados de enfermagem são

prestados na atenção primária ao idoso com doença de Alzheimer?

Justifica-se a realização do estudo em virtude da necessidade em

conhecer quais os cuidados da assistência de enfermagem que são realizados

na atenção primária ao idoso com doença de Alzheimer relatados na literatura.

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Investigar a colaboração das literaturas científicas encontradas em bases

de dados que apresentam os cuidados de enfermagem realizados em idosos

com Doença de Alzheimer no âmbito da atenção primária;

2.2. Objetivos Específicos

Listar os principais cuidados de Enfermagem prestados aos idosos com

Doença de Alzheimer;

Averiguar a implementação da assistência de enfermagem aos pacientes

com Doença de Alzheimer na atenção primária.

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer (DA) foi descrita pela primeira vez em 1906 pelo

psiquiatra, neuropatologista e médico alemão Alois Alzheimer (CORREA, 1996),

que viveu entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX. O

doutor Alzheimer iniciou o acompanhamento do caso de uma paciente admitida

em seu hospital a senhora August, uma mulher normal, saudável, até os 51 anos,

quando começou a desenvolver os primeiros sinais da doença (lapsos de

memória progressivos, desorientação, afasia), e foi a óbito aos 55 anos

(DUARTE; SANTOS, 2015).

Após a morte da senhora August, o doutor Alzheimer examinou o cérebro

da paciente com o auxílio de um microscópio (CORREA, 1996). Ao fazer a

autópsia, descobriu um cérebro morto, com lesões que nunca haviam sido

descritas antes. Tratava-se de um problema dentro dos neurônios, os quais

apareciam atrofiados em vários pontos do cérebro e cheios de placas estranhas

e fibras retorcidas, enroscadas umas nas outras (DUARTE; SANTOS, 2015).

Em novembro de 1906, durante o 37° Congresso do Sudoeste da

Alemanha de Psiquiatria, na cidade de Tübingen, Alois Alzheimer apresentou a

conferência “Sobre uma Enfermidade Específica do Córtex Cerebral”, na qual

relatou o caso da sua paciente, definindo como uma patologia neurológica, não

reconhecida, que cursava com demência. Ele destacou ainda na conferência os

sintomas de déficit de memória, alterações de comportamento e incapacidade

para as atividades rotineiras. E mais tarde relatou os achados de anatomia

patológica dessa enfermidade, que seriam as placas senis e os novelos

neurofibrilares. Na edição de 1910 de seu Manual de psiquiatria, o doutor Emil

Kraepelin descreveu os achados do doutor Alzheimer, registrando a nova

patologia com o nome de Alzheimer, sem prever a importância que essa

descoberta e essa classificação teriam no futuro (DUARTE; SANTOS, 2015).

Desde a divulgação pelo Dr. Alzheimer, ocorreu uma rápida proliferação de

estudos e investigações sobre a doença de Alzheimer, a partir de 1977 estudos

mais dinâmicos e aprofundados foram realizados sobre a DA, promovendo

novas compreensões e conceitos sobre a doença (ARAÚJO, 2001).

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A DA está relacionada à perda cognitiva progressiva, que leva ao declínio

funcional e perda gradativa da autonomia, que, em consequência, ocasionam

dependência total. Os mecanismos patológicos da DA ainda permanecem em

grande parte desconhecidos. Os principais achados são perda neuronal,

degeneração sináptica intensa e aumento significativo da deposição de placas

senis e emaranhado neurofibrilares no córtex cerebral, com transtornos de

comportamento e afeto (BRUNNER; SUDDARTH, 2015). A perda da memória é

o sintoma mais relevante e precoce, podendo causar grande impacto nas

atividades de vida diária. Conforme o avançar do comprometimento cognitivo na

DA, esses idosos necessitam pouco a pouco de ajuda para realizar suas

atividades de vida diária, ou seja, precisam de uma pessoa que cuide deles e

execute as tarefas do cotidiano que o idoso não consegue mais realizar.

(DIDONE; BORGES, 2015).

As alterações cognitivas caracterizadoras da doença e transtornos de

comportamento são comuns, de evolução lenta e progressiva, com duração

média de oito anos entre o início dos sintomas e o óbito (FERREIRA; CARMO,

2015).

Existem muitas teorias sobre a causa do declínio cognitivo relacionado com

a idade. Embora o maior fator de risco para a DA seja a idade, muitos fatores

ambientais, alimentares e inflamatórios também podem determinar se uma

pessoa sofre desta doença cognitiva (BRUNNER; SUDDARTH, 2015).

Nos estágios iniciais da DA, ocorrem esquecimento e perda senil da

memória. Os pacientes podem experimentar pequenas dificuldades nas

atividades ocupacionais ou sociais, mas têm função cognitiva suficiente para

compensar a perda e continuar atuando de modo independente (GIUNTA et al,

2008).

O esquecimento manifesta-se em muitas ações diárias com a progressão

da doença. A conversa torna-se difícil, e ocorrem dificuldades em encontrar as

palavras. As capacidades de formular conceitos e de pensar de modo abstrato

desaparecem. O cliente pode exibir um comportamento impulsivo inapropriado.

Alterações da personalidade são evidentes; o cliente pode ficar deprimido,

desconfiado, paranoide, hostil e combativo. As habilidades da fala deterioram

para sílabas sem sentido; a agitação motora aumenta. Por fim, o cliente

necessita de assistência para a maioria das atividades da vida diária (AVDs),

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incluindo alimentação e higiene íntima, devido ao desenvolvimento de disfagia e

incontinência. O estágio terminal pode durar meses ou anos, durante os quais o

cliente geralmente fica imóvel e necessita de cuidado total (BRUNNER;

SUDDARTH. 2015).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e Alzheimer’s Disease

International (ADI – Associação Internacional da Doença de Alzheimer) mostram

que a prevalência e incidência indicam um aumento gradativo em pessoas mais

velhas, e os países em alteração demográfica serão os que irão sofrer mais com

esse crescimento. Em 2010 o número total de pessoas com a demência em todo

planeta foi estimado em 35,6 milhões e está projetado para quase o dobro em

20 anos, ou seja, 65,7 milhões em 2030 e 115,4 milhões em 2050. Há 7,7 milhões

de novos casos de demência a cada ano, o que implica haver um novo caso de

demência em algum lugar no mundo a cada quatro segundos (FARFAN et al.,

2017).

No Brasil, as modificações estão ocorrendo de forma bastante acelerada.

As projeções indicam que, em 2020, o Brasil será o sexto país do mundo em

número de idosos, com um contingente superior a 30 milhões de pessoas.

Estima-se que 85% dos idosos apresentem, pelo menos, uma doença crônica e,

destes, pelo menos 10% com sobreposição de afecções concomitantes

(FERRETTI et al., 2017).

Na terapia farmacológica da DA são utilizadas várias substâncias

psicoativas para conservar ou reconstituir a cognição, auxiliar no comportamento

e na capacidade funcional do indivíduo. A doença não retroage com o

tratamento, haja vista ser uma condição crônica, mas controla-se os sintomas

(FARFAN et al., 2017).

A terapêutica é composta basicamente por inibidores de

acetilcolinesterase, e visa reduzir a velocidade de progressão ou estabilizar os

comprometimentos cognitivos e comportamentais da doença. No Brasil, este

tratamento é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), realizado através

do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF),e inclui

como principal linha de tratamento a Rivastigmina, Galantamina e Donepezila

(SOARES et al., 2017).

Na doença de Alzheimer o principal objetivo é gerenciar os sintomas

cognitivos e comportamentais. Além das medicações os problemas

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comportamentais, de agitação e psicose podem ser gerenciados com terapia

comportamental e psicossocial (BRUNNER; SUDDARTH. 2015).

Em 2002, foi publicada a Portaria nº 843 que aprovou o Protocolo Clínico

e Diretrizes Terapêuticas – Demência por doença de Alzheimer. Esse protocolo

contém o conceito geral da doença, os critérios de inclusão/exclusão de

pacientes no tratamento, critérios de diagnóstico, esquema terapêutico

preconizado e mecanismos de acompanhamento e avaliação desse tratamento.

É de caráter nacional, devendo ser utilizado pelas Secretarias de Saúde dos

estados, do Distrito Federal e dos municípios, na regulação da dispensação dos

medicamentos nele previsto. O protocolo define que o diagnóstico, o tratamento

e o acompanhamento dos pacientes portadores da Doença de Alzheimer deverá

se dar nos Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso, definidos

pela Portaria GM/MS nº 702 e a Portaria SAS/MS nº 249, ambas de 12 de abril

de 2002 (BRASIL, 2006).

3.2 Assistência de Enfermagem na Atenção Primária a Pessoa Idosa

A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), Portaria GM nº

2.528, de 19 de outubro de 2006, define que a atenção à saúde dessa população

terá como porta de entrada a Atenção Básica/Saúde da Família, tendo como

referência a rede de serviços especializada de média e alta complexidade

(BRASIL, 2006).

A Política Nacional de Atenção Básica, regulamentada pela Portaria GM nº

648 de 28 de março de 2006, caracteriza-se por desenvolver um conjunto de

ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a

proteção à saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a

reabilitação e a manutenção da saúde (BRASIL, 2006).

O serviço assistencial ao idoso pode ser promovido por unidades de

Estratégia de Saúde da Família (ESF), que são equipes multiprofissionais

formadas e organizadas a nível municipal para desenvolver atividades de

promoção, proteção e recuperação da saúde a nível de atenção primária

(PIMENTA et al., 2015).

O enfermeiro tem papel fundamental no acompanhamento de idosos com

doenças crônicas seja na promoção, proteção e recuperação da saúde (PENHA

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et al., 2015). Cabe aos profissionais de saúde amenizar o impacto da doença

para o paciente e família por meio de atitudes humanitárias e esclarecedoras

(GALVÃO et al., 2016).

A equipe multiprofissional na Atenção Básica deve realizar a busca ativa, e

identificar por meio de visitas domiciliares a situação do idoso, consistindo em

um processo de diagnóstico multidimensional. Esse diagnóstico é influenciado

por diversos fatores, tais como o ambiente onde o idoso vive, a relação

profissional de saúde/pessoa idosa e profissional de saúde/familiares, a história

clínica - aspectos biológicos, psíquicos, funcionais e sociais, e o exame físico

(BRASIL, 2006).

A enfermagem precisa utilizar mecanismos e instrumentos que sejam

capazes de sanar e diminuir tantas dúvidas e dificuldades que aparecem aos

cuidadores após assumirem os cuidados no lar. O levantamento do perfil do

cuidador familiar permite à equipe de enfermagem agrupar subsídios para fazer

medidas de amparo à família, ajudando-a a desenvolver estratégias de

enfrentamento da doença e das incapacidades que ela gera (SOUZA et al.,

2014).

O profissional em saúde, em especial, o enfermeiro, está cada dia mais

preocupado em melhorar a qualidade da atenção oferecida aos clientes.

Considerando assim, a aprendizagem tem o papel de desenvolver os

profissionais para desempenharem suas atividades com maior segurança,

dinamismo e de forma individualizada, no contexto coletivo e familiar (CASTRO

et al., 2008).

Para intervir nos problemas que afetam o idoso, se exige do enfermeiro,

conhecimentos e habilidades específicas acerca do processo de

envelhecimento, principalmente a respeito do cuidado, que inclui a família e as

dificuldades enfrentadas durante esta fase (PILGER et al., 2013).

A avaliação funcional do idoso é parte integrante do cuidado de

enfermagem com ênfase na pessoa e nos sistemas de apoio com os quais ele

pode contar, para que suas necessidades possam ser supridas. O enfermeiro

elabora, executa e avalia o cuidado prestado ao idoso, servindo de suporte para

que a família possa executá-lo de forma efetiva e desejável em domicílio. A

funcionalidade do idoso com DA também deve ser percebida pelos profissionais

de enfermagem. Desta forma, a equipe pode atuar na deficiência mais

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identificável que o indivíduo apresenta, proporcionando melhor forma para o

possível atendimento às necessidades apresentadas em cada uma das fases da

doença (FARFAN et al., 2017).

A Internação Domiciliar no âmbito do SUS, Portaria GM N° 2529 de 20 de

outubro de 2006, é o conjunto de atividades prestadas no domicílio às pessoas,

clinicamente estáveis, que exijam intensidade de cuidados acima das

modalidades ambulatoriais, mas que possam ser mantidos em casa, sendo

atendidos por equipe específica. Pode ser realizada por profissionais da Atenção

Básica / Saúde da Família ou da atenção especializada (BRASIL, 2006).

O papel da Estratégia de Saúde da Família nos cuidados ao final da vida

atualmente é muito restrito, estando limitado a procedimentos de retaguarda,

como articular, junto à rede de serviços, as internações e outros procedimentos

necessários ao bem-estar do doente; o que representa um cuidado mais próximo

da pessoa e de sua família, estabelecendo assim um grande vinculo de

confiança e de acompanhamento integral e humanizado, podendo providenciar

transporte para o doente permitindo o acesso a serviços de maior complexidade;

em identificar as necessidades, dispensar medicamentos e outros recursos,

como sonda e colchão d’água; em orientar e confortar a família; e, quando do

falecimento, fornecer o atestado de óbito (QUEIROZ et al., 2013).

4. METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. A revisão integrativa é

um dos métodos de pesquisa utilizado na Prática Baseada em Evidências que

nos permite sintetizar vários resultados de diversas pesquisas de uma forma

mais clara e organizada proporcionando assim um melhor entendimento a

respeito do tema que será pesquisado e estudado. Desde 1980, a revisão

integrativa é relatada na literatura como método de pesquisa (MENDES;

SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

4.1. ETAPAS DO ESTUDO

A pesquisa foi construída no formato de revisão integrativa orientado nos

princípios de Mendes et al., (2008) e envolveu seis etapas:

Page 20: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO IDOSO COM ALZHEIMER NO … Paula Alves... · Alzheimer que é a principal causa de demência, sendo uma doença crônica, neurodegenerativa, de evolução

20

1ª etapa: identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de

pesquisa para a elaboração da revisão integrativa;

2ª etapa: estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de

estudos/ amostragem ou busca na literatura;

3º etapa: definição das informações a serem extraídas dos estudos

selecionados/ categorização dos estudos;

4ª etapa: avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa;

5ª etapa: interpretação dos resultados;

6ª etapa: apresentação da revisão/síntese do conhecimento.

A pesquisa foi baseada em artigos publicados na Biblioteca Virtual em

Saúde (BVS), Banco de Dados em Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-

Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic

Library Online (SCIELO). As publicações foram delimitadas do período de 2014

a 2018, que possibilitavam acesso ao texto completo disponível.

Para a identificação dos artigos foram utilizados os descritores:

“Demência”, “Atenção em Saúde”, “Alzheimer”, “Cuidados” e “Assistência de

Enfermagem”, “Dementia”, “Health Care”, “Alzheimer”, “Care”, “Nursing Care”,

“Demencia”, “Atención en Salud”, “Alzheimer”, “Cuidado”, “Asistencia de

Enfermeira”, encontrados nas bases de dados, nos idiomas: Português,

Espanhol e Inglês. Os descritores utilizados são reconhecidos pelo vocabulário

Descritores em Ciências da Saúde (DeCS). Utilizou-se na pesquisa o operador

boleano “and”.

4.2. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO DOS ARTIGOS

Foram incluídos no estudo pesquisas na categoria de artigo científico, que

se encaixaram nos descritores, eram de livre acesso e publicados nos idiomas

português, espanhol ou inglês e que caracterizados como estudos primários. Os

estudos que se apresentaram fora do período entre 2014 e 2018 e não se

enquadravam como artigos científicos foram excluídos.

4.3. RECORTE FINAL DO ESTUDO

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21

Foram localizados 61 artigos, distribuídos em LILACS (n=7), BDENF

(n=3), BVS (n=51), SCIELO (n= 0).

Inicialmente foram selecionadas as publicações que continham todos os

Descritores e apresentaram-se no formato de artigo científico. Após a leitura

individual do resumo dos artigos, foram selecionados 21 artigos para a leitura

completa. Após exclusão das repetições e dos estudos secundários, foram

selecionadas nove publicações, sendo estas incluídas nesse estudo.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para melhor análise e observação dos artigos selecionados, foram

atribuídos números arábicos para cada artigo, segundo a sequência de leitura

inicial, com permanência de numeração de 1 a 9 (um a nove).

Foi verificado que 44,6% dos estudos foram realizados no ano de 2014,

em seguida 2016 com 33,2%, 2015 com 22,2%. No que diz a respeito à revista

de publicação dos artigos, 88,8% são internacionais, e 11,1% são nacionais.

Quanto aos países em que foram realizadas as pesquisas, obteve-se que 22,2%

foram feitas no Brasil, 33,4% no Reino Unido, 22,2% nos Estados Unidos, 11,1%

na Espanha e 11,1% na Holanda (Quadro 1).

A base de dados que mais apresentou artigos relacionados a pesquisa foi

a BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), que reuniu 77,8% dos artigos incluídos na

pesquisa. Todos os artigos abordavam em seus títulos algum fator relacionado

a demência, sendo publicados em periódicos indexados e reconhecidos pela

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Nesta pesquisa não foi avaliado o fator de impacto das revistas, observou-

se o Qualis, de acordo com a última classificação CAPES sobre periódicos e

revistas, realizado no ano de 2017.

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Quadro 1. Distribuição dos artigos localizados segundo título do artigo, ano de publicação, base de dados, revista de publicação e

país. Barra do Garças – MT, Brasil.

CÓD.

TÍTULO

ANO DE

PUBLICAÇÃO

BASE DE

DADOS

REVISTA DE

PUBLICAÇÃO

PAÍS PAÍS

1 Refletindo acerca da doença de alzheimer no contexto familiar do

idoso: Implicações para a enfermagem.

2014 BDENF

Rev. Enferm. Do

Centro Oeste

Mineiro.

Brasil

2 The relationship between the nursing diagnosis and cognition

tests performed on elderlies with alzheimer’s disease.

2014 LILACS

Rev. fundam. Care.

Online.

Brasil

3 A telehealth behavioral coaching intervention for neurocognitive

disorder family carers.

2015 BVS

International Journal

of Geriatric

Psychiatry.

USA

4 Predicting dementia risk in primary care: development and

validation of the Dementia Risk Score using routinely collected

data.

2016 BVS BMC Medicine. Reino

Unido

5 An evaluation of primary care led dementia diagnostic services in

Bristol.

2014 BVS BMC Health Services

Research

Reino

Unido

6 Quality of Care Provided by a Comprehensive Dementia Care

Comanagement Program.

2016 BVS Rev. Journal

compilation

USA

7 Case Finding of Mild Cognitive Impairment and Dementia and

Subsequent Care; Results of a Cluster RCT in Primary Care.

2016 BVS Journal Plos One Holanda

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23

8 Health care resource utilisation in primary care prior to and after

a diagnosis of Alzheimer’s disease: a retrospective, matched

case–control study in the United Kingdom.

2014 BVS BMC GERIATRICS Reino

Unido

9 Calidad del registro del diagnóstico de demência en atención

primaria. La situación en España en el periodo 2002-2011.

2015 BVS ELSEVIER Espanha

Fonte: elaborado pela autora, 2019.

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24

No Brasil, os periódicos científicos são classificados também pelo QUALIS

periódicos, um modelo criado pela CAPES para classificar os periódicos científicos,

usados na divulgação da produção intelectual dos programas de pós-graduação

stricto sensu. A CAPES, em 2007, estabeleceu a classificação dos periódicos em

estratos: A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C, onde ao estrato A1 é atribuído o maior peso

(100) e ao estrato C o menor valor (JURADO et al., 2017). Dentre os artigos incluídos

no estudo, 3 artigos são classificados como A1, 3 são B1 e 3 são B2.

Os estudos também foram observados e analisados de acordo com o idioma

de publicação, objetivo principal da pesquisa, método científico abordado e tamanho

da amostra (Quadro 2).

Percebeu-se que 77,8% dos estudos foram encontrados no idioma inglês,

seguido do português 11,1%, e espanhol 11,1%. Quanto ao método e/ou tipo de

estudo, verificou-se que 33,4% são estudos de coorte, 22,2% são estudos

randomizado, 11,1% reflexão teórica, 11,1% pesquisa documental, 11,1% pesquisa

explorativa-qualitativa, e 11,1% estudo transversal.

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Quadro 2. Distribuição dos artigos segundo o idioma de publicação, objetivo, método e número de amostra. Barra do Garças – MT,

Brasil.

CÓD.

IDIOMA DE

PUBLICAÇÃO

OBJETIVO

MÉTODO

AMOSTRA

1 Português Refletir acerca das dificuldades geradas pela doença de Alzheimer no

contexto familiar do idoso.

Reflexão teórica

Não

apresentou

número de

amostra

2 Inglês Levantar os diagnósticos de enfermagem dos idosos na consulta de

enfermagem e relacionar tais diagnósticos com resultados dos testes

neurológicos.

Pesquisa documental

8

3 Inglês Analisar o impacto diferencial de dois programas de telessaúde para as

mulheres cuidadoras de idosos com distúrbio neurocognitivo.

Estudo randomizado

74

4 Inglês Desenvolver e validar um escore de risco de demência de 5 anos derivados

de dados de saúde.

Estudo de coorte

930,395

5 Inglês Examinar paciente e família e experiência profissional de cuidados primários

e secundários (habituais) aos pacientes com diagnóstico de demência.

Exploratória-qualitativa 46

6 Inglês Avaliar a qualidade do atendimento do enfermeiro ao indivíduo com

demência.

Estudo de coorte

797

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7 Inglês Avaliar o efeito de uma intervenção de componentes de descoberta de

casos, e após o diagnóstico.

Estudo Randomizado

647

8

Inglês Analisar os padrões de utilização de recursos médicos no Reino Unido (UK)

antes e após o diagnóstico da doença de Alzheimer.

Estudo de coorte

3.896

9

Espanhol Analisar o diagnóstico associado ao tratamento específico para a demência

em história clínica eletrônica de atenção primária e os fatores associados à

qualidade do registro.

Estudo transversal

24.575

Fonte: elaborado pela autora, 2019

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Um estudo de coorte aborda um grupo de indivíduos que têm qualquer coisa

em comum entre eles e que permanecem como um grupo durante um determinado

período de tempo. Os estudos de coorte são particularmente úteis para determinar a

relação entre uma exposição e um resultado, principalmente quando as exposições

são raras, já não ocorrem, ou não é ético expor propositadamente o indivíduo (COSTA

et al., 2010). Os estudos que apresentaram como método o estudo de coorte,

buscavam em seus objetivos a validação de score de demência (estudo 4), avaliação

da qualidade do atendimento do enfermeiro ao indivíduo com demência (estudo 6), e

a análise dos padrões de utilização de recursos médicos antes e após o diagnóstico

da doença de Alzheimer (estudo 8).

Dentre os estudos experimentais, aquele que apresentou maior nível de

evidências foi o estudo randomizado. Nesse tipo de estudo existe a presença de um

grupo controle e um grupo de intervenção, onde a intervenção (exposição) é alocada

de forma aleatória (randomizada). Esse estudo é considerado como padrão ouro para

evidenciar a eficácia da intervenção em investigações. Esse tipo de desenho

experimental é o mais comumente utilizado nos ensaios clínicos. É aquele no qual

cada grupo de participantes é exposto a apenas uma das intervenções estudadas (DE

ARAUJO et al., 2016).

O estudo 3 verificou a intervenção de coaching comportamental com utilização

do Telessaúde, em cuidadores de pessoas com transtorno neurocognitivo e

demencial.

O Telessaúde foi instituído no Brasil por meio da Portaria do Ministério da

Saúde nº 35 de janeiro de 2007, e possibilita a melhoria da qualidade do atendimento

na atenção básica no Sistema Único de Saúde (SUS), integrando a educação

permanente e o apoio assistencial, por meio de ferramentas e tecnologias de

informação e comunicação (BRASIL, 2011). Essa ferramenta, quando utilizada

adequadamente, constitui-se em importante aliado na troca de experiência e

conhecimentos entre os profissionais da Atenção Básica, e forte promotor de

assistência em saúde direcionada e resolutiva.

O estudo 1 caracteriza-se por ser uma reflexão teórica, que não possui amostra

devido ao seu conceito reflexivo e filosófico, assim, não aborda em seu método de

pesquisa a quantidade de amostra analisada. Esse estudo objetivou refletir acerca

das dificuldades relacionadas a DA no contexto familiar. O cuidador é quem se dedica

integralmente à pessoa com DA, e esse cuidado pode gerar estresse, cansaço físico

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e mental. Cuidar de uma pessoa com DA vai além da vontade de querer cuidar, em

decorrência da complexidade que o cuidado exige, envolve conhecimento,

desenvolvimento de habilidades, paciência e dedicação. Esses fatos contribuem para

que os familiares cuidadores vivenciem sobrecarga física, emocional e social no

cotidiano de cuidados (ILHA et al., 2016). O enfermeiro é o profissional de saúde que

possui forte articulação nesse processo. Dessa forma, pode realizar orientações junto

aos familiares/cuidadores e elaborar um plano de cuidados e estratégias que

qualifiquem o processo de cuidado à pessoa idosa com DA (ROCHA et al., 2011).

Percebeu-se no estudo 1, que a equipe de enfermagem precisa preparar-se

para mudanças que irão ocorrer nas diferentes fases vivenciadas pela pessoa com

DA, e que o ambiente familiar também necessita de orientações esclarecedoras.

Nesse aspecto, enfermeiro torna-se o elemento chave na equipe multiprofissional,

deve estar qualificado para oferecer assistência integral ao idoso, família e ao

cuidador, e contribuir para a redução do sofrimento e tensões (FARFAN et al., 2017).

A qualidade da assistência é algo que está bem enfatizada dentre os artigos

selecionados. A APS é a porta de entrada da comunidade no serviço de saúde,

geralmente consiste no local em que o idoso tem mais contato com os profissionais

de saúde, em especial o enfermeiro. Nesta pesquisa, quatro artigos enfatizaram a

assistência prestada pela equipe de enfermagem a pessoa idosa com Alzheimer.

Esse fato possui importância, haja vista que a atenção ao idoso deve ser de

forma integral e integrada, baseada em seus direitos, necessidades, preferências e

habilidades desde acesso, estrutura física, insumos e equipe qualificada para que

ocorra uma assistência de qualidade (ROCHA et al., 2011).

Também foi pesquisado o local em que os estudos foram realizados, sendo

verificado que dois estudos (22,2%) foram realizados em centros de estudos, e dois

(22,2%) diretamente na atenção primária em saúde (Quadro 3).

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Quadro 3. Distribuição dos artigos segundo a localização de realização do estudo, análise dos dados, resultados e conclusão. Barra

do Garças – MT, Brasil.

COD

LOCAL DE

REALIZAÇÃO

DO ESTUDO

ANÁLISE

DOS DADOS

RESULTADOS

CONCLUSÃO

1 Universidade

Federal do Rio

Grande do Sul

Reflexão

Teórica

Foi possível identificar que as dificuldades geradas no

âmbito familiar do idoso com a DA, apresenta

implicações familiares, desencadeando inúmeros

sentimentos/atitudes no cuidador, gerando uma sobre

carga emocional e possíveis patologias.

É necessário que os profissionais de saúde, em

especial os da enfermagem, possuam abordagens

integradoras a fim de incluir a família nas estratégias

de cuidado, possibilitando dividir as

responsabilidades entre os familiares para evitar a

sobrecarga.

2 Clínica

Universitária

Entrevista

semi-

estruturada

Os diagnósticos de enfermagem foram: confusão

crônica com resultados dos testes que foram

aplicados para a avaliação da memória imediata,

incidental e tarde. Conhecimento deficiente foi

relacionado com amostras de figuras e

reconhecimento das mesmas. O risco de queda foi

realizado com o teste do relógio. Padrão de sono

prejudicado, risco de solidão e tristeza auxiliaram no

diagnóstico de depressão.

O desenvolvimento do trabalho nos permitiu

visualizar de um modo claro o perfil dos clientes

atendidos pela neurologia e enfermagem, além de

nos possibilitar relacionar os diagnósticos de

enfermagem com os da neurologia.

3 Centro de

estudos de

Entrevista Os indivíduos que prestam cuidados domiciliares, no

pós tratamento, sintomas depressivos, transtornos

após comportamentos e estados de humor negativos,

O estudo traz algumas evidências para a eficácia de

uma intervenção de coaching comportamental em

tele saúde comparada com a educação básica e o

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30

Epidemiologia

de Boston

foram estatisticamente baixos na condição de coach

comportamental do que na educação básica e na

condição de apoio. Já as pontuações maiores foram

na autoeficácia em cuidar para obter alívio, e como

lidar com os distúrbios comportamentais do paciente.

suporte por telefone. Os cuidadores de indivíduos

com Alzheimer usam as habilidades de manter a

estratégia durante distúrbios progressivos,

provavelmente exige um contato de intervenção

mais longo do que está previsto no estudo.

4 Banco de

dados da

atenção

primária

Sistema de

informação

A incidência de demência foi de 1,88 em idosos entre

60 e 79 anos, onde foram incluídos na pesquisa:

idade, sexo, privação social, tabagismo, IMC, uso de

álcool, medicamentos anti-hipertensivos, diabetes,

AVE, depressão, uso de aspirina, fibrilação atrial.

Os dados indicaram risco de 5 anos de diagnóstico

de demência nos idosos entre 60 e 79 anos, mas

não naqueles com mais de 80 anos. Esse resultado

pode identificar que as populações de maior risco de

demência são na atenção primaria.

5 Atenção

primária

Entrevista Os resultados mostram que 21% das cínicas em

Bristrol ofereceram serviços de demência dirigidos a

atenção primária. Os painéis identificaram três temas

principais: 1º grupo, raramente fazem diagnósticos de

demência sozinhos. 2º grupo, são enfermeiras de

memória trabalham juntas, os pacientes e os

cuidadores geralmente tem um serviço de diagnóstico

de alta qualidade; 3º uma ausência de suporte após o

diagnóstico.

Os pacientes e cuidadores estavam satisfeitos com

as abordagens que foram direcionadas aos

cuidados primários, e diagnostico de demência. O

que foi mais compartilhado com os profissionais foi

a falta de apoio e suporte.

6 Centro Médico

Acadêmico

Urbano

Registros

Médicos

A qualidade do cuidado dividiu-se em três domínios:

avaliação e triagem pontuação 7, tratamento 6, e

aconselhamento 4. Todo o aconselhamento e a

qualidade da avaliação tiveram taxas de aprovação

superiores a 80%.

O resultado compreende a qualidade do

atendimento e cuidados em pacientes com

demência pelo enfermeiro, é de alta qualidade.

Especialmente na triagem, avaliação e

aconselhamento.

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7 Centro médico

de Amsterdan

Entrevista

estruturada

Sete pacientes foram randomizados para a

intervenção; oito para a condição de controle. A

demência foi diagnosticada em 42,3% (138/326) das

pessoas na intervenção e em 30,5% no grupo

controle. Não houve diferenças na saúde mental entre

o grupo intervenção e controle.

O estudo encontrou um aumento não significativo no

número de novos diagnósticos de comprometimento

cognitivo, onde é necessário um estudo maior para

replica-lo.

8 Prática Clínica

do Reino

Unido

Dados

prontuário

eletrônico do

Datalink

Durante todo o período do estudo, a coorte de DA teve

uma média significativa de cuidados primários taxa de

consulta do que a coorte. A taxa de consulta de

cuidados primários gradualmente aumentaram ao

longo do período de 4 anos, variando de 5 a 7

consultas por período de 6 meses. As consultas foram

aumentando, variando de 6 a 11 consultas por

período de 6 meses.

No Reino Unido, o diagnóstico de DA está associado

a aumentos significativos no recurso de atenção

primária e secundária para o cuidado continuado

além do diagnóstico. Esta evidência pode ser

importante para os comissários de saúde para

facilitar mobilização efetiva de recursos adequados

de cuidados de saúde relacionados com a DA.

9 Atenção

primária

Base de dados

fármaco

epidemiológico

(BIFAP).

A maioria dos pacientes eram mulheres, onde

receberam medicamentos específicos para

demência. Foram utilizados 300 códigos de diferentes

diagnósticos no grupo de pacientes associados à

prescrição de anticolinesterase ou memantina. O

código de demência foi usado 56,5% dos pacientes.

Quase metade dos pacientes que fazem uso de

anticolinesterásicos ou memantina não tem

diagnóstico de demência no sistema. Melhorias no

prontuário eletrônico são necessárias, para que se

tenha uma assistência adequada e ativa para

aumentar a qualidade do registro de demência.

Fonte: elaborado pela autora, 2019.

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32

Os artigos analisados nesse estudo, foram em sua maioria, desenvolvidos por

instituições públicas de ensino e pesquisa, e apresentaram resultados diversificados.

Foi evidenciado que em sua maioria os idosos com DA recebem cuidados de

familiares em suas residências, sendo necessário avaliação e triagem por parte da

equipe da AB, assim como aconselhamento e integralidade na assistência, tanto a

pessoa com Alzheimer, quanto para o familiar/cuidador.

A partir do observado no estudo número 1, foi possível verificar a importância

em se estabelecer diagnósticos de enfermagem fundamentados e consistentes com

a realidade do paciente com DA, o que permite enriquecer e solidificar a assistência

de enfermagem, em seus aspectos fundamentais. O estudo número 2 promoveu a

realização de pesquisa documental que averiguou os diagnósticos de enfermagem

durante a consulta de enfermagem. Esses estudos evidenciaram a importância na

implementação de diagnósticos direcionados e específicos. Os diagnósticos de

enfermagem são caracterizados por enunciados que descrevem o estado de saúde

de um indivíduo ou grupo, e os fatores que contribuem para esse estado. Consistem

em ferramentas que facilitam a comunicação entre os profissionais, identificam

lacunas, melhoram a assistência em saúde, validam funções da equipe de

enfermagem e aumentam a autonomia do profissional de enfermagem (CARPENITO,

2011).

O estudo 6 abordou a realização de diagnósticos e intervenções através da

Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), e evidenciou resultados

positivos, atendendo os objetivos da pesquisa, que foi averiguar o processo de

enfermagem em pacientes com DA. A SAE se caracteriza por promover a identificação

de problemas, implementação e avaliação de plano assistencial ao indivíduo e família,

respeitando as necessidades individualizadas de cada pessoa. A APS, consiste em

um campo proveitoso para se realizar a SAE, pois é onde o enfermeiro tem um contato

direto com o paciente tanto na consulta de enfermagem, quanto na visita domiciliar,

tornando-se algo positivo para direcionar e fundamentar o trabalho do enfermeiro,

contribuindo assim para o registro de enfermagem de qualidade (BARROS; LOPES,

2010).

A Sistematização da Assistência de Enfermagem é uma metodologia científica

utilizada pelo enfermeiro para sustentar a gestão do cuidado de enfermagem. A SAE

é composta por várias fases para fortalecer o julgamento e tomada de decisão clinica

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assistencial do enfermeiro quanto à priorização, delegação, gestão do tempo e

contextualização do ambiente cultural do cuidado prestado (SOARES et al, 2015). O

estudo 6 evidenciou em seus resultados que o atendimento realizado pelo enfermeiro,

quando aplica a SAE, caracteriza-se por ser de qualidade, em especial na realização

da triagem e aconselhamento.

O estudo número 5 abordou a realização de pesquisa exploratória de cunho

qualitativo, e evidenciou a existência de atendimento específico para demência

dirigido a Atenção Primária no Reino Unido. Nesse artigo foi apresentado que os

pacientes e seus cuidadores tem um serviço de diagnóstico de qualidade, e que a

equipe de saúde deve trabalhar de forma multiprofissional. Também foi observado que

pacientes e cuidadores estavam satisfeitos com as abordagens aplicadas nos

cuidados primários de demência, porém, foi elucidado a falta de apoio e suporte.

No Brasil, as equipes de atenção básica são multiprofissionais, atuam em

território definido, e devem prestar um conjunto de ações em saúde, em âmbito

individual e coletivo, relacionados a promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento,

promovendo assim, a atenção integral (MARIN et al, 2008). No entanto, existem

numerosos fatores que promovem a não eficácia dessa atenção em saúde, mesmo

com a presença de equipe multiprofissional nas unidades de atenção básica, o que

muitas vezes está relacionado com o trabalho assistencial prestado, falta de recursos,

administração inadequada de tempo, de materiais e recursos (PEREIRA; RIVERA;

ARTMANN, 2013).

Pelos estudos percebeu-se que o enfermeiro é um profissional de fundamental

importância na assistência a pessoa com DA e ao cuidador responsável. O enfermeiro

é o profissional que conhece a rede de apoio existente no território, tem possibilidade

de realizar a atenção domiciliária, bem como de estabelecer a vinculação dos

envolvidos com o serviço de saúde, e proporcionar uma assistência contextualizada e

integral (SILVA et al., 2014).

No estudo número 8 foram analisados os padrões de recursos médicos antes

e depois do diagnóstico de Alzheimer e a correlação entre atenção primária e

secundária. Os resultados mostraram que no Reino Unido o diagnóstico de DA está

associado aos recursos disponíveis na atenção primária e secundária. Desde o ano

de 2011 o Brasil tem vivenciado uma queda na participação de recursos federais no

financiamento da atenção primária em saúde, com aumento dos recursos municipais.

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Porém, o Governo Federal continua sendo o agente definidor da política de saúde no

território nacional. Toda essa diminuição de recursos, gera uma diminuição no padrão

de promoção, prevenção, diagnóstico e tratamento de agravos a saúde (MENDES;

MARQUES, 2014), dentre eles a DA.

O estudo número 9 abordou a análise diagnóstica associada ao tratamento

específico de demência com história clínica eletrônica na atenção primária em saúde.

Em seus resultados o estudo evidenciou que metade dos pacientes não possuíam

diagnóstico de demência no sistema eletrônico de registro, e que melhorias no

prontuário eletrônico eram necessárias.

O prontuário consiste em um documento único, constituído de um conjunto de

informações, de sinais e imagens registrados, gerados a partir de fatos e

acontecimentos sobre a saúde do paciente (GONÇALVES et al, 2013). O prontuário

eletrônico consiste em uma modalidade de prontuário, caracterizado pelo registro

eletrônico em sistema especificamente projetado para apoiar os usuários do sistema,

fornecendo acesso a um conjunto de dados, que promovem alertas e apoio a decisão

e recursos. Trata-se de uma proposta para atender as demandas dos novos modelos

e de gerenciamento dos serviços de saúde (GODOY et al, 2012). O estudo 9

apresentou em seus resultados evidências significativas da importância do prontuário

eletrônico e de seu registro adequado, para o bom atendimento do paciente com DA,

na atenção primária em saúde.

A falta de recursos financeiros e de conhecimento dos profissionais da rede de

saúde também possui interferência direta na qualidade dessa assistência. Alguns

estudos trazem que há uma escassez de conhecimento, muitas vezes relacionados

ao diagnóstico e ao tratamento que devem ser aplicados ao paciente com DA,

inclusive a falta de conhecimento sobre o medicamento que é disponibilizado na

atenção primária.

Os estudos também evidenciaram que existem falhas nos registros e falhas na

aplicação eficaz da assistência. Verificou-se que algumas ferramentas podem auxiliar

na assistência de enfermagem adequada, como a SAE, a atuação de equipe

multiprofissional e o uso de ferramentas eletrônicas de registro. Ressalta-se a

importância da aplicação de instrumentos para o diagnóstico precoce de demência,

pois podem minimizar as consequências de uma intervenção tardia, além de identificar

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o nível de dependência para que o enfermeiro possa determinar os cuidados

necessários para o paciente.

6. CONCLUSÃO

Os resultados da presente pesquisa demonstraram a escassez de estudos

acerca desta temática, o que dificultou o levantamento de informações que pudessem

atender aos objetivos incialmente estabelecidos. Foi identificada a urgência e

importância de novas pesquisas que orientem ações eficazes para o atendimento dos

pacientes com DA, visto que a quantidade de pessoas diagnosticadas com esta

enfermidade vêm aumentando significativamente, tornando-se cada dia mais comum.

Além disso, foram observados que alguns cuidados de enfermagem ao idoso com DA

na atenção primária se fazem presentes, como por exemplo a promoção da

assistência sistematizada de enfermagem, auxilio e orientação ao cuidador,

orientações sobre a patologia e registro dos achados e os cuidados a serem

prestados. Apesar disso, nota-se que no Brasil, as ações voltadas aos cuidados dos

idosos com DA ainda deixam a desejar, devido à complexidade da patologia em si e

a rotina de desafios enfrentados com a escassez de recursos humanos, financeiros e

de assistência em saúde multiprofissional, que atuem com compromisso e

responsabilidade para o bem estar e qualidade de vida destes idosos. Destaca-se

ainda que para a grande maioria dos pacientes, os cuidados são dispensados por

familiares, que nem sempre tem o conhecimento e entendimento para lidar com as

mudanças comportamentais e progressivas, além de doenças concomitantes, o que

requer muita paciência e atenção. Por fim, conclui-se que os profissionais da

enfermagem, com a devida formação e conhecimentos são imprescindíveis para as

orientações quanto ao desenvolvimento de habilidades para a execução e

cumprimento das normas e legislações vigentes que garantam na prática, a dignidade

e respeito a todos os idosos com DA.

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