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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE CEILÂNDIA
CURSO DE ENFERMAGEM
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À SAÚDE MENTAL DE GESTANTES E PUÉRPERAS NA
ATENÇÃO BÁSICA
BRASÍLIA/DF, 2017
2
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE CEILÂNDIA
CURSO DE ENFERMAGEM
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Pâmela Souza Peres
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À SAÚDE MENTAL DE GESTANTES E PUÉRPERAS NA
ATENÇÃO BÁSICA
Esta é uma pesquisa referente ao trabalho de
conclusão de curso de Enfermagem na Faculdade
de Ceilândia, Universidade de Brasília.
Orientadora: Profa. Dra. Diane Maria Scherer Kuhn Lago
Brasília/DF, 2017
3 PERES, Pâmela Souza
Assistência de enfermagem à saúde mental de gestantes e puérperas na atenção básica
Trabalho de conclusão de curso de Enfermagem
apresentado à Faculdade de Ceilândia da Universidade
de Brasília como requisito de obtenção do título de
Bacharel em Enfermagem.
Aprovada em 23/06/2017.
Comissão Julgadora
_______________________________________
Profª Drª Diane Maria Scherer Kuhn Lago
Orientadora
Universidade de Brasília / Faculdade de Ceilândia
_______________________________________
Profª Drª Ana Cláudia Afonso Valladares Torres
Avaliadora
Universidade de Brasília / Faculdade de Ceilândia
_______________________________________
Profª Drª Alecsandra de Fátima Silva Viduedo
Avaliadora
Universidade de Brasília / Faculdade de Ceilândia
4 Assistência de enfermagem à saúde mental de gestantes e puérperas na atenção
básica
Pâmela Souza Peres1, Diane Maria Scherer Kuhn Lago2
RESUMO
Objetivo: avaliar percepções de sinais e sintomas de depressão em gestantes e
puérperas por profissionais de enfermagem na atenção básica. Método: trata-se de um
estudo transversal e descritivo, no qual foram entrevistados 41 profissionais de
enfermagem, sendo 16 enfermeiros e 25 técnicos de enfermagem, com o auxilio de um
questionário semiestruturado. Posteriormente seguiu-se a observação, norteada por um
roteiro, de 5 consultas de gestantes . Resultados: todos os enfermeiros relataram não
terem, em sua prática profissional aplicado instrumentos de detecção de depressão
gestacional ou puerperal. Alguns técnicos alegam já ter aplicado, porém não souberam
identificar qual instrumento seria. A maioria dos profissionais soube identificar sintomas
de depressão e sugerir intervenções, mas alegaram pouco conhecimento para trabalhar
com questões de saúde mental. Discussão: a análise dos dados aponta uma deficiência
na consciência da importância da saúde mental nos serviços de saúde acessíveis à
comunidade estudada, no entanto os profissionais apontam sugestões de assistência e
abertura para implementação da mesma. Conclusão: não existe uma rotina de
identificação ou detecção de depressão gestacional ou puerperal nas unidades básicas
de saúde avaliadas. Percebe-se, no entanto, a receptividade dos profissionais aos
instrumentos norteadores relatados neste estudo. Descritores: Saúde mental; Depressão
gestacional; depressão puerperal; Enfermagem.
1Acadêmica de Enfermagem UNB. Brasília, Brasil. Email: [email protected]
Correspondência : Pâmela Souza Peres
5 Qnn 17 conj. C casa 13 Ceilândia Norte CEP 772225173 - Brasília (DF), Brasil
(061) 98181-3024
2Doutora em Enfermagem pela Universidade de Brasília (2015), possui Mestrado em
Gerontologia pela Universidade Católica de Brasília (2007), Especialização em
Operacionalização de Serviços de Saúde pela Universidade de Brasília (2010),
Especialização em Bioética pela Universidade de Brasília (2003), Formação Em
Psicanálise Clínica pela Associação Nacional de Psicanálise Clínica (2001), Especialização
em Saúde da Família pela Universidade de Brasília (1999), Graduação em Enfermagem
pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (1997).
Atualmente é professora adjunta da Universidade de Brasília - UNB. Atua nas áreas de
Saúde Mental, Psiquiatria, Gestão em Saúde, Saúde Pública e Gerontologia.
1. INTRODUÇÃO
A depressão durante a fase gestacional ou puerperal é um sério problema de
saúde pública, apresentando altos índices de incidência. Traz consequências danosas
para a saúde da mãe e da criança e para a dinâmica familiar.1
A gestação é um processo natural que envolve aspectos biológicos, psicológicos e
sociais em decorrência das transformações no corpo e na vida emocional da gestante e
da família.2
Essa fase de transição leva a necessidade de reestruturação e reajustamento em
várias dimensões, proporcionando momentos de vulnerabilidade emocional, nos quais
sentimentos de ambivalência são frequentemente relatados.3
Na atenção básica de saúde o pré-natal se constitui de ações desenvolvidas por
profissionais como o acolhimento que visa o bom desenvolvimento gestacional e a saúde
materno-fetal. Para estabelecer os cuidados durante a gestação é necessário
compreender o contexto no qual a gestante está inserida, pois para garantir uma
6 assistência que atenda de forma integral é importante extrapolar os cuidados que
atentam apenas para o lado biológico, incorporando também ações no âmbito de saúde
mental.4
As variações endócrinas complexas afetam a condição psicológica da mãe e ao
interagirem com fatores sociais e emocionais pode resultar em depressão gestacional,
que é um episódio patológico desenvolvido durante a gestação. A depressão gestacional
pode causar grave sofrimento psíquico e comprometer a qualidade de vida afetando
inclusive o desenvolvimento da criança. Está associada a eventos como parto prematuro,
baixo peso ao nascer e necessidade de parto cirúrgico.5
Estudos apontam que a prevalência de depressão varia conforme o grau de
desenvolvimento do país. Em países considerados desenvolvidos economicamente as
taxas de prevalência estão em torno de 10 a 15%, já em países em desenvolvimento,
como o Brasil, a média está por volta de 25%.1, 6 Esses dados indicam uma condição
frequente e um problema relevante de saúde pública, no entanto, nota-se pouca
atenção na avaliação da saúde mental das gestantes, fato este que revela uma crença
por parte dos profissionais de saúde de que só é necessário avaliar no puerpério, quando
é mais recorrente o surgimento de transtornos psicóticos.1
O período que se encaminha após a gravidez e parto, marcado pela expulsão da
placenta dá início ao puerpério, este segue até o momento que o organismo materno
volta às condições pré-gestacionais. As vivências emocionais e psicobiológicas que
marcam essa fase de transformações tornam a mulher mais suscetível a desenvolver um
transtorno mental.7-8
A depressão puerperal (DPP) é definida pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de
Transtornos Mentais (American Psichyatric Association, 2002) como presença de humor
deprimido ou perda de interesse e prazer por quase todas as atividades (Episódio
Depressivo Maior), e se manifesta em torno de duas semanas após o parto. A DPP
7 apresenta uma incidência de 10 a 16% nas puérperas, porém alguns estudos apontam
que em torno de 70% das pacientes apresentam sintomas do blues puerperal, que é um
estado depressivo mais brando.5
Pesquisas relatam que as causas mais associadas à DPP são o suporte/apoio
familiar e social inadequados ou inexistentes, gestação sem parceiro, conflitos
conjugais, histórico familiar de depressão, antecedente de transtornos depressivos,
gravidez não programada, infertilidade, história de perdas gestacionais, sentimentos
negativos em relação à gestação ou ao bebê e diagnóstico de má formação fetal.7,9
A ocorrência de depressão durante a gestação e ou puerpério repercute de forma
negativa na criança e na saúde materno-fetal, afetando diretamente a relação entre
mãe e bebê. Dentre as diversas implicações que a depressão durante a gravidez e o
puerpério pode causar estão: diminuição na afetividade e negligência nos cuidados com
o bebê, baixo desempenho em testes de desenvolvimento da criança, transtornos de
conduta, comprometimento da saúde física da mãe e bebê, problemas de
relacionamentos com a tríade mãe- pai-bebê- e episódios depressivos.7
A atenção básica como forma de entrada da gestante no acompanhamento
gestacional e posteriormente puerperal é o nível de atenção ideal para promover a
assistência à saúde mental, principalmente no período gestacional, pois a atuação nessa
fase previne o desenvolvimento da DPP que tem sintomas mais graves. A equipe de
enfermagem mantém contato contínuo com a assistência das gestantes e puérperas na
atenção básica, por isso precisa estar preparada para atuar com ações preventivas da
depressão pós-parto. Essas ações devem se iniciadas durante o pré-natal, pois a
depressão começa ou dá sinais de predisposição já nos primeiros meses gestacionais. No
pré-natal o enfermeiro e a gestante tem um ambiente favorável para a criação de
vínculo, isso favorece o desenvolvimento de uma atenção aos processos psicológicos das
gestantes.10
8 Existem instrumentos validados que auxiliam os profissionais de saúde na triagem
da depressão pós-parto, como a Escala de Depressão Pós-natal de Edimburgo (EPDS)
desenvolvida na década de 1980. É uma escala de 10 itens de fácil e rápida aplicação,
podendo ser utilizada também para depressão no período gestacional. Devido à
simplicidade de ser trabalhada pode ser facilmente adotada na rotina de avaliação
gestacional e puerperal nas unidades básicas de saúde (UBS) proporcionando, desta
forma, uma ferramenta de investigação em saúde mental para esse público.8, 9, 11
Outro instrumento que auxilia na investigação de saúde mental é o WOQOL-BREF,
que avalia aspectos da qualidade de vida, que estão intimamente ligados ao
desenvolvimento de depressão.12
2. OBJETIVO
Este estudo tem como objetivo avaliar as ações e as percepções em saúde mental
durante a gestação e pós-parto por parte dos profissionais de enfermagem que atendem
gestantes e puérperas em unidades básicas de saúde de uma região administrativa do
Distrito Federal.
3. MÉTODO
Trata-se de um estudo transversal e descritivo, com a utilização de métodos
mistos. A coleta dos dados teve início após a aprovação do projeto pelo Comitê de Ética
em Pesquisa (CEP) da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília
(FS/UNB) e com anuência do CEP da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
(FEPECS/SES/DF) sob parecer consubstanciado de número 1.962.632 (ANEXO I).
O estudo foi realizado em cinco unidades básicas de saúde da região
administrativa (RA IX) de Ceilândia que pertence à Região de Saúde Oeste do Distrito
Federal, no período entre abril e junho de 2017.
9 Foram convidados a participar do estudo os profissionais de enfermagem que
trabalham diretamente na assistência a gestantes e puérperas. Foram entrevistados os
enfermeiros e técnicos que trabalham na sala da mulher e os que trabalham nas equipes
de Estratégia Saúde da Família (ESF) das unidades selecionadas para o estudo. Foram
excluídos da pesquisa os enfermeiros e técnicos de enfermagem que não trabalhavam
com saúde da mulher.
Foram realizadas observações, norteadas por um roteiro (APÊNDICE I) planejado
pelas pesquisadoras, das consultas de enfermagem em pré-natal. As consultas
autorizadas foram gravadas em vídeo (áudio e imagem) para avaliação dos sinais de
linguagem paraverbal dos participantes. Em outro momento foram coletados os dados
dos enfermeiros que atuam na assistência às gestantes e puérperas utilizando-se o
roteiro norteador para a coleta do perfil sociodemográfico e clínico e informações sobre
o conhecimento sobre os sinais e sintomas de depressão passíveis de detecção
(APÊNDICE II) e as ações desenvolvidas para promoção da saúde, prevenção de depressão
e de tratamento às gestantes e puérperas que apresentam sintomas específicos.
As entrevistas autorizadas, após a assinatura dos termos de consentimento livre e
esclarecido - TCLE (APÊNDICE III) e de autorização de som e imagem (APÊNDICE IV),
foram gravadas em áudio e imagem para posterior análise das informações coletadas. Os
participantes do estudo foram respaldados conforme o disposto na Resolução CNS/MS
466/12. Foi esclarecido todo o procedimento do trabalho para os profissionais de
enfermagem e explicado a relevância social e científica da pesquisa bem como lhes foi
assegurado o direito a desistência, anonimato e posterior acesso aos resultados obtidos
com o estudo.
4. RESULTADOS
10 Foram entrevistados 41 profissionais de enfermagem, sendo que destes, 16 eram
enfermeiros e os demais, técnicos de enfermagem. Os resultados quantitativos
referentes ao questionário foram distribuídos em um quadro e os resultados qualitativos
foram trabalhados no corpo do trabalho.
QUESTÃO ENFERMEIROS TÉCNICOS
SIM NÃO SIM NÃO
1- Já aplicou algum instrumento para
detecção de depressão gestacional ou
puerperal?
0 (0%) 16 (100%) 4 (16%)
21 (84%)
3- Já observou sinais de depressão ou de
predisposição em suas pacientes de pré-
natal e/ou puerpério?
13 (81%)
3 (19%)
25 (100%)
0 (0%)
4- Já encaminhou ou fez alguma
intervenção em pacientes com suspeita ou
diagnóstico de depressão gestacional ou
pós-parto?
11 (69%)
5 (31%)
22 (88%)
3 (12%)
5- Conhece ou já ouviu falar de algum
instrumento de saúde mental? qual? (EDPS
ou WHOQOL-BREF)
4 (25%)
12 (75%)
3 (12%)
22 (88%)
6- Acredita que é importante uma atenção
com relevância para saúde mental em
específico para DPP e para depressão
gestacional durante as consultas de pré-
natal e puerpério? Por quê?
15 (94%)
1 (6%)
24 (96%)
1 (4%)
7- Conhece ou/e indica algum método ou
atividade para prevenir depressão em
13 (81%) 3 (19%) 7 (28%) 18 (72%)
11 gestantes e puérperas? Quais?
4.1- Respostas dos participantes enfermeiros:
Todos os enfermeiros responderam que não aplicaram nenhum instrumento para
detecção de depressão gestacional ou puerperal e apenas três justificaram, conforme
descrito abaixo, a resposta relatando que não o fizeram devido à Secretaria de Saúde
não recomendar o uso.
E.1: Olha, nós não temos nenhum instrumento disponível na rede, por isso não
conhecemos esses instrumentos. Então acaba que a gente avalia de acordo com a fala da
paciente e com o conhecimento que a gente tem.
E.2: Nem na faculdade nós aprendemos sobre esses instrumentos, para conhecer
eles tem que gostar de saúde mental e ir atrás.
E.3 Não aplicamos nenhum instrumento. Vamos mais pela clínica, analisamos
comportamento, relatos do paciente, disposição em vir pras consultas e fazer os
exames.
A segunda pergunta do questionário é referente a qual instrumento o profissional
já aplicou. Como todos os enfermeiros relataram nunca terem aplicado instrumentos de
triagem em saúde mental ela não foi respondida. Os sinais de depressão observados e
apontados pelos 13 enfermeiros que responderam positivamente a esta pergunta foram:
choro (8), tristeza profunda (fala e face) (6), negligência nos cuidados com o bebê (4),
desânimo (3), relatos de gravidez indesejada (3), ansiedade (2), distanciamento ou falta
de apoio da família (2) e negligência nos cuidados consigo mesma (2).
No relato de um enfermeiro participante do estudo o choro foi um dos sinais
identificados:
E.1: Sim, muitas vezes, a paciente relata que não desejava a gravidez, então
chora muito.
12 Dos 13 enfermeiros que já observaram sinais de depressão ou de predisposição a
depressão em suas pacientes de pré-natal e/ou puerpério, apenas dois responderam
negativamente a questão sobre já ter encaminhado ou aplicado alguma intervenção em
pacientes com suspeita ou diagnóstico de depressão gestacional ou pós-parto, e dentre
eles, um relatou tentar aumentar a autoestima das gestantes e puérperas, mas não
considerou essa postura como intervenção em saúde mental.
Dos 11 enfermeiros que responderam positivamente a questão sobre aplicação de
intervenção às mulheres com sinais de depressão, seis relataram encaminhar as
pacientes para profissionais que atuam na área de saúde mental (psiquiatras,
psicólogos), dois apontaram a referência para outros profissionais do SUS, mas relataram
a dificuldade de ter acesso a eles e o alto custo de profissionais da rede particular. Dois
enfermeiros referenciam o acompanhamento psicológico gratuito oferecido por
faculdades particulares. Três relataram encaminhar as pacientes para assistência social
e três relataram encaminhar para o médico obstetra ou para o clínico da equipe de ESF.
Dois enfermeiros relataram realizar intervenções de acolhimento e estratégias junto à
equipe de ESF e a família da gestante, pois relataram que o profissional que acompanha
mais de perto os casos é o agente comunitário de saúde.
Os enfermeiros contaram um pouco da rotina no encaminhamento dessas
pacientes:
E.1: A gente encaminha as pacientes para o médico psiquiatra ou para o serviço
de psicologia, mas a secretaria não dispõe dessas vagas. A gestante acaba que ganha
bebê sem ser chamada nem para o alto risco quando precisa. Pra te falar a verdade eu
nunca vi vaga aqui de psiquiatria. A gente já teve aqui o caso de paciente com
depressão com um quadro mais sério, que ela nem levantava, e a gente não conseguiu
que chamassem ela depois do encaminhamento, aí acaba que a gente fica fazendo
terapia no consultório.
13 E.3: Quando o paciente pode pagar a gente encaminha pra psicoterapia.
Dos quatro enfermeiros que relataram ter ouvido falar dos instrumentos
apresentados na pesquisa, dois escutaram sobre o EPDS e dois sobre WHOQOL-BREF,
porém, não relataram ter experiência na aplicação ou conhecimento aprofundado sobre
os mesmos.
Durante as entrevistas alguns enfermeiros e técnicos mostraram interesse em
conhecer os instrumentos, até mesmo sugerindo que os instrumentos fossem
apresentados na UBS para serem implantados no atendimento as gestantes e puérperas.
E.1: Eu tenho interesse com certeza porque já trabalhei na linha de frente dessa
questão com as puérperas, aí acaba que a gente avalia pela fala, porque teve uma
puérpera inclusive que relatou pra gente que deixou o bebê dela sozinho em casa
abandonado porque ela não queria ele, aí a gente lida com a fala mas com o
instrumento não.
Quando questionados sobre a pergunta número 6 apenas 1 enfermeiro respondeu
não, alegando que a verdadeira necessidade é de se fazer um atendimento em saúde
mental de forma geral e não para situações específicas:
E.3: Olha, eu acho que não específico, porque quando a gente especifica em
saúde, que é até um problema muito grande que acontece no ministério da saúde hoje
em dia, a gente vai fragmentando a pessoa, porque aquela mulher que é gestante ou
puérpera ela é mulher, então eu acho que não específico, mas ter pra onde encaminhar
todos os pacientes.
Os demais justificaram suas respostas em 6 áreas: Prevenção de agravos à saúde
física da mãe e bebê (5). Auxiliar e dar apoio aos momentos de fragilidade das pacientes
(3). Promover saúde mental (3). Prestar assistência integral (3). Para evitar que afete a
dinâmica familiar (2). Combater o preconceito na área de saúde mental (1). Rotina (1).
Segundo um enfermeiro:
14 E.5: É muito importante, porque pode afetar o aleitamento materno, o
desenvolvimento da criança e toda a dinâmica familiar.
E.6: Porque ajuda a promover qualidade de vida e faz parte de prestar uma
assistência integral.
Em resposta à questão de n. 7, dois enfermeiros relataram não conhecer e nem
indicar uma atividade para prevenir depressão gestacional ou puerperal. As indicações
mais sugeridas foram: participação em palestras educativas (4), atividades físicas (3),
atividades de lazer e artesanato (3), rodas de conversa para trocas de experiências e
grupos de apoio (4), terapias com práticas integrativas de saúde (6), acompanhamento
psicológico (2), apoio da família (1), acesso a blogs informativos (1), acolhimento com
escuta qualificada (2).
Segue relato de uma enfermeira sobre sua conduta:
E.1: Eu sempre fui da sala da mulher, mas tenho formação também em
psicologia, então quando eu percebia que a paciente tava com um quadro de depressão
a gente primeiro tentava um fitoterápico (passiflora), orientava pra fazer uma
atividade física, conversava pra ver se conseguia mudar o olhar dela sobre a gestação,
quando a gente via que não tava resolvendo na próxima consulta, aí a gente entrava
com tratamento medicamentoso.
Os enfermeiros participantes do estudo relataram acreditar ser importante
receber grupos de apoio as gestante que desenvolvam rodas de debate sobre parto,
aleitamento materno, cuidados com recém nascidos, onde as gestantes possam trocar
experiências, tirar dúvidas e encontrar apoio. Também incentivam a adesão a práticas
integrativas de saúde.
E.4: Acho que a gente deve incentivar elas a organizarem as atividades, se
prepararem, fazer um bom atendimento aqui no posto com acolhimento, recomendar a
auto massagem.
15 E.5: Tem que ter atendimento de terapeutas ocupacionais, atividades de arte
terapia, artesanato, atividade física moderada.
E.7: Recomendo a prática de atividades físicas leves praquelas que podem, a
terapia comunitária ou individual também ajuda muito, seria bom montar grupos de
apoio com voluntárias que quisessem trocar experiências sobre ser mãe.
E.8: A escuta qualificada faz toda diferença, fazer perguntas abertas pra
gestante ou puérpera se sentirem a vontade pra responder.
E.9: Deveríamos investir mais nas palestras, porque elas ficam com medo por
causa das dúvidas que surgem.
E.10: Eu incentivo elas procurarem blogs informativos, porque eles ajudam a
tirar as dúvidas e ainda fazem elas se empolgarem.
4.2- Respostas dos participantes técnicos em enfermagem:
A pergunta 1 quando respondida pelos técnicos apresentou 4 profissionais que
alegaram já ter aplicado instrumentos relativos a detecção de sinais de depressão
gestacional ou puerperal ou de avaliação de qualidade de vida. No entanto nenhum
deles soube dizer que instrumento era.
Sobre a pergunta número 3 os sinais mais apontados foram: com maior frequência
choro (10), seguido de tristeza profunda (fala e face) (9). Em terceiro lugar negligencia
nos cuidados com o bebê (7), quarto lugar relatos de gravidez indesejada (6), quinto
lugar desânimo (5), em sexto lugar ansiedade (3), em sétimo distanciamento ou falta de
apoio da família (2) e Estresse (2). Por último aparecendo uma vez Insônia (1).
As respostas mais frequentes na questão número 4 pelos técnicos foram:
Encaminhar para o médico clínico ou ginecologista (9). Encaminhar para o enfermeiro da
ESF ou da saúde da mulher (8). Encaminhar para o serviço social (3). Acolhimento (2).
Práticas integrativas (1).
Relatos obtidos nas entrevistas:
16 T.1: Eu tento agilizar a consulta, passar ela na frente quando detecto sinais de
depressão.
T.2: Encaminho pra práticas integrativas, recomendo terapias de relaxamento, é
uma maravilha.
T.3: Tem que ir pro serviço social, porque a maioria das gestações não são
planejadas.
T.4: A gente encaminha pro enfermeiro, porque aqui a gente só faz a triagem,
não dá pra passar um tempo maior com a paciente.
Dos 3 técnicos que responderam sim para a pergunta número 5 dois relatam
conhecer o EPDS e 1 o WHOQOL-BREF, mas nenhum deles sabia como era exatamente o
instrumento ou como utilizá-lo.
Na pergunta número 6 apenas um técnico respondeu negativamente, mas não quis
identificar o porquê. As respostas se dividiram em: Auxiliar e dar apoio aos momentos de
fragilidade das pacientes (6). prevenção de agravos à saúde física da mãe e bebê (5).
Promover saúde mental (4). Prestar assistência integral (2). Para evitar que afete a
dinâmica familiar (2). Combater o preconceito na área de saúde mental (2). Rotina (1).
T.4: É muito importante! Eu sei porque eu já tive depressão gestacional e
puerperal. Depois que você passa por isso fica mais atenta, principalmente porque eu
não tive acolhimento e acompanhamento.
T.5: A saúde mental é muito esquecida. Os profissionais não recebem preparo
para lidar com as demandas, e o lado social é o que mais pesa.
T.6: Saúde mental é vida, se a cabeça não vai bem nada vai bem, imagina na
gestação e pós-parto?
T.7: Principalmente com as vítimas de violência, pois elas ficam mais
vulneráveis.
17 T.8: Eu já passei por isso, as pessoas não dão importância, existe um preconceito
sabe?
Nas respostas a questão número 7 respondidas pelos técnicos, 6 apontaram
métodos ou atividades para prevenir a depressão nas gestantes e puérperas, como:
Acolhimento com dialogo e escuta qualificada (2). Atividades em grupo e rodas de
debate (1). Incentivar a práticas religiosas (1). Atividades físicas (1). Incentivar o
planejamento familiar (1). Palestras e educação em saúde da mulher (1).
T.9: O melhor método é incentivar o planejamento.
T.10: Eu sugiro práticas religiosas, boas leituras e atividade física. O acolhimento
aqui ajuda também.
T.11: Indicar conversas com outras mães, se ocupar, participar de grupos.
Orientar sobre o que acontecerá no pós-parto.
4.3- Roteiro norteador para a observação das consultas de pré-natal:
Foram observadas cinco consultas de pré-natal realizadas por enfermeiros durante
o período das entrevistas. Observou-se que no primeiro critério que é referente à
recepção da paciente pelo enfermeiro 80% da amostra adotou um posicionamento
amigável em relação à gestante em contrapartida de 20% que manteve um
posicionamento hierárquico. Na percepção do contato visual em 80% das consultas os
enfermeiros mantiveram contato visual prestando atenção à fala da paciente, 20%
mantém a atenção ao registro e aos documentos. Em todas as consultas observadas os
profissionais buscaram estabelecer um vínculo de confiança promovendo diálogos que
permitiam a paciente se sentir mais confortável.
No quarto tópico foram observados aspectos em relação à realização dos exames,
80% preencheram a alternativa: Enfermeiro explica a técnica e o porquê do exame a ser
realizado e dá o retorno após o término. Em 20% o enfermeiro apenas solicitou a
18 cooperação do paciente para realizar os exames. Foi observado que em nenhuma
consulta o enfermeiro questionou aspectos diretos da saúde mental da paciente e em
apenas 20% das consultas foi realizada alguma pergunta sobre qualidade de vida.
Não foi constatado pelos enfermeiros nenhum sinal de depressão durante as
consultas observadas. Os comportamentos mais frequentes por parte das gestantes
durante as consultas foram, em primeiro lugar, calmas e cooperativas, seguido de faces
de felicidade e vínculo terapêutico com o enfermeiro. Em apenas uma consulta (20%), o
enfermeiro realizou orientação específica para a prevenção de depressão na gestação
e/ou puerpério.
5. DISCUSSÃO:
A análise das respostas obtidas nas questões mostrou que mais de 90% da amostra,
composta de técnicos e enfermeiros que atuam na área da saúde da mulher, não haviam
aplicado instrumentos de rastreamento para depressão gestacional e ou puerperal. Essa
constatação aponta uma deficiência na consciência da importância da saúde mental nos
serviços de saúde acessíveis à comunidade.13
As falas dos enfermeiros também evidenciaram que a saúde pública não dispõe de
recursos humanos nem materiais para a assistência específica em saúde mental. Esse
cenário pode ainda ser encontrado devido ao preconceito envolvido na área de saúde
mental, apesar da crescente consciência de necessidade de assistência aos aspectos
mentais os progressos ainda são curtos, principalmente quando se trata de saúde mental
relacionada à saúde da mulher.14
Foi relatado, tanto por enfermeiros como por técnicos de enfermagem, a
predominância de comportamentos de choro e expressão de tristeza na face e fala das
gestantes e puérperas acompanhadas. No entanto, nem todas as mulheres chegam a
demonstrar sinais evidentes diante do profissional. Para melhorar a detecção precoce da
depressão perinatal recomenda-se o uso de instrumentos de rastreabilidade como o
19 EPDS, que é a ferramenta mais utilizada nos estudos por ser um instrumento de
respostas simples que pode ser aplicado por profissional não especializado em saúde
mental. Esse instrumento pode ser usado desde a gestação até 1 ano pós-parto com boa
sensibilidade.1 7
Outros eventos estressantes e dados sociais também deveriam ser observados e
investigados nas gestantes e puérperas durante a assistência de enfermagem, como por
exemplo, renda familiar, grau de escolaridade da mãe, que são fatores apresentados
com correlação positiva no desenvolvimento de transtornos mentais durante gestação e
puerpério. A negligência da investigação desses aspectos reforça o despreparo dos
profissionais na implementação da saúde mental em seus serviços. 15
O estudo demonstrou também que mais de 60% dos profissionais de enfermagem,
apesar de não estruturarem a assistência baseada nas questões de saúde mental
notaram a necessidade desses serviços e buscaram intervir da forma que acharam
melhor. A equipe de enfermagem sugeriu atividades de educação em saúde, lazer,
exercícios físicos, rodas de conversa, apoio familiar e social, terapias integrativas e
outros tipos de intervenções que vem sendo descritas, em estudos recentes, como
fatores de proteção contra o desenvolvimento de transtornos psicológicos e também
como intervenções eficazes para mulheres com sintomas de ansiedade e depressão
gestacional ou puerperal, essa postura aponta a percepção dos profissionais de
enfermagem em relação às questões de impacto na saúde mental. As intervenções
sugeridas, que se dão principalmente nas áreas de planejamento familiar, qualidade de
vida e apoio social, também são recomendadas em outros estudos.6 7 16
Esse estudo possibilitou identificar bons métodos, que poderiam facilmente ser
adotados na assistência em saúde mental de gestantes e puérperas, por parte dos
profissionais de enfermagem que participaram da pesquisa, dentre os recursos que
poderiam ser empregados está o acompanhamento e incentivo da participação do pai na
20 gestação e no pós-parto, esse método influencia o bem estar perinatal da mãe e ajuda
no desenvolvimento do relacionamento pai-filho.17 Outro recurso é a construção de sites
de enfermagem de apoio a gestação e puerpério de qualidade, este ultimo foi relatados
nas entrevistas por mais de um profissional, a web tem se apresentado como eficiente
método para auxiliar em terapias de saúde.18
Nas observações referentes ao roteiro de consultas foi constatado que em 80% dos
atendimentos acompanhados pelas pesquisadoras, os enfermeiros buscaram realizar o
acolhimento, adotando posicionamento amigável e com atenção à fala da gestante. Em
todas as consultas, os profissionais buscaram estabelecer um vínculo de confiança
promovendo diálogos que permitiam a paciente se sentir mais confortável. Esses
comportamentos refletem de forma positiva na criação do vínculo terapêutico, que é
imprescindível para o sucesso da assistência em saúde.19
Apesar da preocupação dos enfermeiros em estabelecerem um bom vínculo
terapêutico, vemos que suas ações estão centradas nos aspectos físicos das pacientes
em que o enfermeiro explica a técnica e motivos da consulta dando um feedback dos
resultados à gestante. No entanto as ações em saúde mental voltadas para bem estar e
qualidade de vida são pouco observadas, principalmente no tocante à percepção da
gestante sobre sua qualidade de vida.13
Os profissionais de enfermagem que participaram neste estudo confirmam dados
da literatura referentes à importância de desenvolver políticas para a atenção de saúde
mental de gestantes e puérperas com vista à detecção precoce dos sintomas, pois as
intervenções empregadas em tempo oportuno reduzem complicações. Nota-se
principalmente a necessidade da assistência a saúde mental de gestantes, já que nessa
fase os profissionais dão pouca importância aos sinais. A depressão no terceiro trimestre
gestacional leva a manifestações sintomáticas no puerpério, como a negligencia nos
cuidados com o bebê, rejeição à amamentação e outros.20 Essa manifestação no
21 puerpério pode ser confundida com depressão restrita a essa fase, mas na verdade deve
ser abordada na gestação. Por isso a implementação do planejamento de uma
assistência estruturada à saúde mental de gestantes e puérperas se apresenta como
proposta eficiente na melhoria das políticas de saúde da mulher para prevenção das
morbidades causadas pela depressão gestacional e puerperal que afetam mulheres,
crianças, família e sociedade. 9
5. CONCLUSÃO:
Este estudo permitiu notar a percepção dos profissionais de enfermagem
em relação a sinais relacionados à depressão nas pacientes gestantes e puérperas. No
entanto, não existe uma rotina de triagem de depressão gestacional ou puerperal nos
serviços de saúde da mulher nas unidades básicas de saúde avaliadas. Percebe-se a
receptividade dos profissionais em relação aos instrumentos norteadores relatados nesta
pesquisa.
A prevenção da depressão gestacional e/ou puerperal, com a percepção precoce
dos sinais e sintomas em gestante e puérperas durante o atendimento realizado por
profissionais de enfermagem merece especial atenção devido ao impacto social, familiar
e financeiro que esta doença pode causar.
Este estudo apresentou dados relevantes para se avaliar a prestação de serviços
em saúde mental oferecida a gestantes e puerpéras assistidas na atenção básica de
Ceilândia, no entanto uma das limitações foi o pouco tempo de observações.
Recomenda-se que mais estudos sejam desenvolvidos nessa área, englobando não só os
profissionais mais também avaliando as pacientes, famílias e comunidade.
Os profissionais de enfermagem devem estar preparados para identificar os sinais
e sintomas precocemente possibilitando, desta forma, o planejamento de intervenções
de forma eficaz assegurando uma assistência integral e eficiente visando à qualidade dos
serviços de saúde pública oferecido para as mulheres.
22 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
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gestação e fatores associados: estudo longitudinal. Acta paul enferm vol30 no1
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
21002017000100039&lang=pt#B6. Acesso em: 17/06/2017
2. Ferreira ACD, Sintomas Psicopatológicos e Suporte Social na Gravidez e no Pós-
Parto: Um olhar sobre a parentalidade. Covilhã. 2013. Disponível em:
https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/2614/1/TESE%20FINAL_ANACAROLI
NA.pdf. Acesso em: 17/06/2017
3. Zeoti FS, Petean EBL. Apego materno-fetal, ansiedade e depressão em gestantes
com gravidez normal e de risco: estudo comparativo. Estud psicol (Campinas)
vol32 no4 Campinas Oct/Dec. 2015. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
166X2015000400675&lang=pt. Acesso em: 17/06/2017
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natal na voz das gestantes. Rev enferm UFPE on line .2013. jun Recife 7(5):4354-
63. Disponível em:
www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/download/..
./6376. Acesso em: 17/06/2017
5. Moraes EV, Campos RN, Avelino MM. Sintomas depressivos na gravidez: a
influência dos aspectos sociais, psicológicos e obstétricos. Rev Bras Ginecol
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
72032016000600293&lang=pt. Acesso em: 17/06/2017
23 6. Biratu A, Haile D. Prevalência de depressão pré-natal e fatores associados entre
mulheres grávidas em Addis Abeba, Etiópia: estudo transversal. Reprod Health.
2015. Disponível em:
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17/06/2017
7. Almeida NMC, Arrais AR. O Pré-Natal Psicológico como Programa de Prevenção à
Depressão Pós-Parto Psicol cienc prof vol36 no4 Brasília Oct/Dec. 2016.
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8. Moraes GPA, Lorenzo L, Pontes GAR, Montenegro MC, Cantilino A. Triagem e
diagnóstico de depressão pós-parto: quando e como? Trends Psychiatry
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9. Abuchaim ESV, Caldeira NT, Lucca MMD, Varela M, Silva IA, Depressão pós-parto e
autoeficácia materna para amamentar: prevalência e associação. Acta paul
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10. Sobreira NAS, Pessôa CGO. Assistência de enfermagem na detecção da
depressão pós-parto. Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.5
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enfermagem-na-deteccao-da-depressao-pos-parto.pdf. Acesso em: 17/06/2017
24 11. Albuquerque MR, Corrêa H, Couto TC, Santos W, Silva MAR, Santos LMP. Uma
proposta para uma nova versão brasileira de seis itens da Escala Pós-natal de
Depressão de Edimburgo. Trends Psychiatry Psychother Vol39 no1 Porto Alegre
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-
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12. Josieli Piovesan J, Scortegagna SA, Marchi ACB. Qualidade de vida e
sintomatologia depressiva em mães de indivíduos com autismo. Psico-USF vol 20
no 3 Itatiba Sept/Dec. 2015. Disponível em:
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13. Marsay C, Manderson L, Subramaney U. Validação das perguntas Whooley para
depressão pré-natal e ansiedade entre as mulheres de baixa renda na África do
Sul urbana S Afr J Psyc Vol23 n1 Pretoria. 2017. Disponível em:
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67862017000100014&lang=pt. Acesso em: 17/06/2017
14. Moraes RCP, Silva CRC. Sentidos e Processos Psicossociais envolvidos na Inclusão
pelo Trabalho na Saúde Mental. Psicol. cienc. prof. vol.36 no.3 Brasília
July/Sept. 2016. Disponível em:
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98932016000300748&lang=pt. Acesso em: 03/07/2017
15. Alvarenga P, Frizzo GB. Eventos de vida estressantes e saúde mental feminina
durante a gravidez e pós-parto. Paidéia vol 27 no 66 Ribeirão Preto Jan/Apr.
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25 16. Manente MV, Rodrigues OMPR. Maternidade e trabalho: associação entre
depressão pós-parto, apoio social e satisfação conjugal. Pensando fam vol20 no1
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494X2016000100008. Acesso em: 17/06/2017
17. Pilkington P, Milne L, Cairns K, Whelan T. Melhorando o apoio de parceiros
recíprocos para prevenir a depressão e ansiedade perinatal: um estudo de
consenso de Delphi. BMC Psychiatry . 2016. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4739319/?tool=pubmed Acesso
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18. Lee EW, Denison FC, Hor K, Reynolds RM. Intervenções baseadas na Web para
prevenção e tratamento de transtornos do humor perinatal: uma revisão
sistemática. BMC Gravidez Parto. 2016. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4770541/?tool=pubmed Acesso
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19. Arruda CAM, Bosi MLM. Satisfação de usuários da atenção primária à saúde: um
estudo qualitativo no Nordeste do Brasil. Interface (Botucatu) vol21 n61 Botucatu
Apr/June 2017 Epub Oct 03. 2016. Disponível em:
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32832017000200321&lang=pt. Acesso em: 17/06/2017
20. Joanna Koss J, Bidzan M, Smutek J, Bidzan L. Influência da Depressão Perinatal
sobre Medo Associado ao Trabalho e Anexo Emocional à Criança em Gravidez de
Alto Risco e os Primeiros Dias Após a Entrega. Med Sci Monit . 2016. Disponível
em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4818031/?tool=pubmed.
Acesso em: 05/07/2017
26 7. APÊNDICES
APÊNDICE I - Questionário Sociodemográfico e clínico – profissionais de enfermagem
O(a) senhor(ra) já aplicou algum instrumento para detecção de depressão gestacional ou
puerperal?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Quais? Com que frequência?
____________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Já observou sinais de depressão ou de predisposição em suas pacientes de pré-natal
e/ou puerpério?
____________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Já encaminhou ou fez alguma intervenção em pacientes com suspeita ou diagnóstico de
depressão gestacional ou pós-parto?
____________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Conhece o EDPS ou/e o Whoqol-Bref?
____________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
27
Acredita que é importante uma atenção com importância para saúde mental em
específico para DPP e para depressão gestacional durante as consultas de pré-natal e
puerpério? Porquê?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Conhece ou/e indica algum método ou atividade para prevenir depressão em gestantes e
puérperas?
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
28 APÊNDICE II - Roteiro de observação de consultas de enfermagem ao pré-natal
Centro de saúde: __________ N. da consulta___________
Tipo consulta: ( ) gestante ( ) puérpera
1. Recepção da paciente pelo enfermeiro
( ) Posicionamento amigável
( ) Posicionamento hierárquico
6. Anamnese:
( ) O Enfermeiro questiona sobre aspectos da qualidade de vida da
paciente.
( ) O Enfermeiro não aborda o tema qualidade de vida de maneira direta.
2. Contato visual:
( ) Sim. Presta atenção à fala da paciente
( ) Pouco. Presta atenção ao registro/documento
7. O(A) Enfermeiro(a) detectou algum sinal de depressão na
gestante/puérpera durante a consulta?
( ) sim ( ) Não. Se sim, qual(is)?
_________________________________________________________________
_____
3. Estabelecimento de diálogo:
( ) Busca estabelecer um vínculo de confiança promovendo diálogos
8. Se o enfermeiro detectou sinal de possível depressão, tomou alguma
atitude relacionada à prevenção?
29 que permitam a paciente se sentir mais confortável.
( ) Estabelece diálogo objetivo para as técnicas de consulta não
permitindo expressão da paciente.
( ) sim ( ) Não. Se sim, qual(is)?
_________________________________________________________________
_____
4. Realização dos exames:
( ) Enfermeiro explica a técnica e o porque do exame a ser realizado e
dá o feedback após o término.
( ) Enfermeiro apenas solicita a cooperação do paciente para realizar
os exames.
9. Observação do comportamento da paciente:
( ) Calma e cooperativa ( ) Faces de
tristeza
( ) Ansiosa, não envolve-se na consulta ( ) Vínculo com o
profissional
( ) Faces de felicidade na consulta ( ) Resistência ao
profissional
5. Anamnese:
( ) O Enfermeiro realiza perguntas voltadas ao estado mental da
paciente.
( ) O Enfermeiro não realiza nenhum questão específica acerca deste
tema.
10. O(A) Enfermeiro(a) realizou alguma(s) orientação específica para a
prevenção de depressão na gestação e/ou puerpério?
( ) sim ( ) Não. Se sim, qual(is)?
_________________________________________________________________
____
30
11. Observações:
Observador: ____________________________________________
APÊNDICE III – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
O(A) Senhor(a) está sendo convidada a participar da pesquisa sobre
depressão durante gestação e puérperio referente a um projeto do curso de
Enfermagem, sob a responsabilidade da pesquisadora Diane Maria Scherer Kuhn
Lago. O projeto consiste em identificar fatores de risco para o desenvolvimento
da depressão pós parto e sinais de depressão gestacional nas gestantes e
puérperas assistidas nas unidades básicas de saúde de Ceilândia.
O objetivo desta pesquisa é abordar a importância da detecção precoce de
sinais e sintomas de depressão em gestantes e puérperas.
O(A) senhor(a) receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no
decorrer da pesquisa e lhe asseguramos que seu nome não aparecerá, sendo
mantido o mais rigoroso sigilo por meio da omissão total de quaisquer
informações que permitam identificá-lo(a).
A sua participação se dará por meio da realização de uma entrevista no
centro de saúde no qual o(a) senhor(a) é atendido em pré-natal ou período
puerperal enquanto espera ou após ter sido consultado pelo enfermeiro ou
médico. A entrevista será realizada na presença de um profissional de
enfermagem da unidade. Se o(a) senhor(a) for enfermeiro a pesquisa será onde
desempenha suas funções, em um período em que estiver disponível para a
aplicação dos instrumentos.
Os instrumentos utilizados neste estudo são: para as gestantes e puérperas
– 1. Questionário sociodemográfico e clínico para coleta de informações sobre o
perfil; 2. Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo (EDPS) e 3. Instrumento
para avaliação da qualidade de vida (WHOQOL-Bref). Para os enfermeiros – 1.
Questionário sociodemográfico e clínico para coleta de informações sobre o perfil
e conhecimento sobre os sinais e sintomas de depressão, além de ações
desempenhadas para a promoção da saúde, prevenção e tratamento da
depressão em gestantes e puérperas;
As entrevistas serão filmadas para posterior análise. O tempo estimado
para a duração é de 20 minutos. Informamos que o(a) senhor(a) pode se recusar a
responder qualquer questão que lhe traga constrangimento, podendo desistir de
participar da pesquisa em qualquer momento sem nenhum prejuízo no seu
atendimento no Centro de Saúde ou na realização de suas funções. Sua
participação é voluntária, isto é, não há pagamento por sua colaboração.
Os riscos decorrentes de sua participação na pesquisa são você sentir
coagido a participar da pesquisa na primeira etapa da pesquisa, para isso será
explicado que a não participação da pesquisa não acarretará em prejuízos na sua
assistência. Outro risco é de que a coleta de dados prejudique sua assistência no
centro de saúde. Neste caso, esclareço que a estudante já cursou disciplinas que
tratam de conteúdos de enfermagem na assistência à saúde da mulher, estando
assim capacitada para realização da sua avaliação criteriosa após as consultas
com o enfermeiro da unidade. Outro risco por participar deste estudo, pode-se
considerar, no caso de gestantes e puérperas, a possibilidade de confrontar os
dados existentes nos instrumentos, que poderá levá-lo(a) a refletir sobre a
possibilidade de desenvolver depressão. Para tanto, como benefício por
participar, você poderá discutir os medos e anseios relativos à gestação com
enfermeira especialista em saúde mental e refletir sobre o momento em que está
vivenciando.
Se o(a) senhor(a) aceitar participar, estará contribuindo para o
estabelecimento do perfil das gestantes e puérperas assistidas nos centros de
saúde de Ceilândia e colaborando para a informação de sinais e fatores de risco
no desenvolvimento de depressão gestacional e puerperal.
O(a) Senhor(a) pode se recusar a responder (ou participar de qualquer
procedimento) qualquer questão que lhe traga constrangimento, podendo desistir
de participar da pesquisa em qualquer momento sem nenhum prejuízo para o(a)
senhor(a).
Todas as despesas que você tiver relacionadas diretamente ao projeto de
pesquisa (tais como, passagem para o local da pesquisa) serão cobertas pelo
pesquisador responsável. Caso haja algum dano direto ou indireto decorrente de
sua participação na pesquisa, você poderá ser indenizado, obedecendo-se as
disposições legais vigentes no Brasil.
Os resultados da pesquisa serão divulgados, para fins de propagação de
conhecimentos internamente, na Faculdade Ceilândia/Universidade de Brasília,
bem como por meio de publicação de artigos científicos em periódicos nacionais
e/ou internacionais. Os dados e materiais utilizados na pesquisa ficarão sob a
guarda da pesquisadora responsável por um período de, no mínimo, cinco anos,
após isso serão destruídos ou mantidos na instituição.
Se o(a) Senhor(a) tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa, por favor,
telefone para a professora Diane Maria Scherer Kuhn Lago (pesquisadora
responsável e orientadora do estudo) nos telefones: 61 - 98138 0348 ou 61 –
35363721, as ligações podem ser feitas à cobrar e em qualquer dia da semana.
Outra forma de contato é pelo email: [email protected].
Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade
de Ciências da Saúde (CEP/FS) da Universidade de Brasília e pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde – Secretaria
de Estado de Saúde do Distrito Federal (CEP FEPECS-SES/DF). O CEP é composto
por profissionais de diferentes áreas cuja função é defender os interesses dos
participantes da pesquisa em sua integridade e dignidade e contribuir no
desenvolvimento da pesquisa dentro de padrões éticos.
As dúvidas com relação à assinatura do TCLE ou os direitos do participante
da pesquisa podem ser esclarecidos pelo CEP/FS no telefone (61) 3107-1947 ou e-
mail [email protected] ou [email protected], horário de atendimento de 10:00hs
às 12:00hs e de 13:30hs às 15:30hs, de segunda a sexta-feira. O CEP/FS se
localiza na Faculdade de Ciências da Saúde, Campus Universitário Darcy Ribeiro,
Universidade de Brasília, Asa Norte.
As dúvidas com relação à assinatura do TCLE ou os direitos do sujeito da
pesquisa também podem ser esclarecidos pelo CEP FEPECS–SES/DF através do
telefone: (61) 3325-4955 ou do e-mail: [email protected],
horário de atendimento de 08:30hs às 11:30hs, de segunda a sexta-feira. O CEP
FEPECS-SES/DF se localiza na FEPECS - Fundação de Ensino e Pesquisa em
Ciências da Saúde SMHN Quadra 03, conjunto A, Bloco 1, Edifício Fepecs.
Caso concorde em participar, pedimos que assine este documento que foi
elaborado em duas vias, uma ficará com o pesquisador responsável e a outra com
o(a) Senhor(a). Brasília, ___ de __________de _________
Participante: Nome e assinatura
Pesquisador Responsável: Nome e assinatura
APÊNDICE IV - TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA UTILIZAÇÃO DE IMAGEM E SOM
DE VOZ PARA FINS DE PESQUISA.
Eu, _________________________________________, autorizo a utilização
da minha imagem e som de voz, na qualidade de participante/entrevistado(a) no
projeto de pesquisa intitulado Depressão na gestação e puerpério, sob
responsabilidade de Diane Maria Scherer Kuhn Lago vinculado(a) ao/à
Universidade de Brasília faculdade de Ceilândia.
Minha imagem e som de voz podem ser utilizadas apenas para análise por
parte da equipe de pesquisa, apresentações em conferências profissionais e/ou
acadêmicas, atividades educacionais.
Tenho ciência de que não haverá divulgação da minha imagem nem som de
voz por qualquer meio de comunicação, sejam elas televisão, rádio ou internet,
exceto nas atividades vinculadas ao ensino e a pesquisa explicitadas acima.
Tenho ciência também de que a guarda e demais procedimentos de segurança
com relação às imagens e sons de voz são de responsabilidade do(a)
pesquisador(a) responsável.
Deste modo, declaro que autorizo, livre e espontaneamente, o uso para
fins de pesquisa, nos termos acima descritos, da minha imagem e som de voz.
Este documento foi elaborado em duas vias, uma ficará com o(a)
pesquisador(a) responsável pela pesquisa e a outra com o(a) participante.
____________________________
Assinatura do (a) participante
Nome e Assinatura do (a)
pesquisador (a) Brasília, ___ de __________de _________