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ASSOCIAÇÃO DE FARMACÊUTICOS DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA A SS O C I A Ç Ã O D E F A R M A C Ê U T I C O S DO S P A Í S E S D E L Í N G U A P O R T U G UE SA

ASSOCIAÇÃO DE FARMACÊUTICOS 1169-075 Lisboa, Portugal ... · AFPLP, o que permitiu o reforço da nossa intervenção como elemento funda- ... cuja obtenção no país de origem

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Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa

Rua Sociedade Farmacêutica, n.º 181169-075 Lisboa, PortugalTel.: 00 351 21 319 13 70 – Fax: 00 351 21 319 13 99E-mail: [email protected]: www.farmaciaemportugues.org

ASSOCIAÇÃO DE FARMACÊUTICOS DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA

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A Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa (AFPLP) representa os farmacêuticos e as organizações farmacêuticas de sete países – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe –, geograficamente distribuídos por três continentes, contando, em breve, incluir um quarto continente, com a adesão de Timor Leste.

Somos, ao todo, mais de 80 mil farmacêuticos, inseridos numa comunidade de 220 milhões de pessoas, unida histórica e culturalmente.

Desde a sua criação, em 1993, a AFPLP sempre funcionou como um elemento facilitador para a permuta de experiências entre os diferentes países do espaço lusófono, em áreas tão diversas como a investigação, produção, regulamenta-ção, distribuição e dispensa de medicamentos, bem como na implementação de programas de prevenção, formação, educação e avaliação do seu uso.

Este caminho tem sido percorrido com passos seguros e com o contributo fundamental de todos os farmacêuticos dos diferentes países que integram a AFPLP, o que permitiu o reforço da nossa intervenção como elemento funda-mental do Sistema de Saúde.

Estamos, através da AFPLP, a construir uma verdadeira comunidade de farma-cêuticos de língua portuguesa, mais solidária e mais fraterna, preparada para acompanhar o progresso tecnológico e cientifico, por forma a encontrar as res-postas adequadas para os desafios com que nos vamos deparar.

Vivemos, hoje em dia, num mundo de incertezas que, por um lado, nos trazem uma certa angústia e muitos receios enquanto, por outro, nos oferecem perspec-tivas e oportunidades que provavelmente nunca antes foram experimentadas.

Temos de estar atentos à evolução da sociedade para continuarmos a respon-der às necessidades da população que servimos, sempre com a consciência de que uma profissão só se valoriza se souber estar continuamente em evolução.

Move-nos o bem-estar e a saúde da população dos nossos países.

João SilveiraPresidente da AFPLP

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5índice

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Apresentação 6 Estatutos 9 Código Deontológico Farmacêutico 15 Carta da Farmácia e dos Farmacêuticos 19 Resoluções 22 Resolução sobre a intervenção farmacêutica no reforço da adesão a terapêuticas de longa duração

Resolução sobre o controlo de resistências a medicamentos antimicrobianos

Resolução sobre o VIH/SIDA

Resolução sobre Timor Leste

Resolução sobre a falsificação de medicamentos

Resolução sobre a doação de medicamentos

Estatísticas dos Países de Língua Portuguesa 34 Órgãos Sociais 36

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apresentação

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A Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa (AFPLP) foi constituída em Junho de 1993, em Lisboa, aquando da realização do I Congresso Mundial de Farmacêuticos de Língua Portuguesa, adoptan-do, na altura, a designação de Associação Internacional de Farmacêuticos de Língua Oficial Portuguesa.

Em Novembro de 1996, por ocasião do III Congresso Mundial, foi aprovada, em Assembleia Geral, a altera-ção dos seus Estatutos, que consagrou, para além da alteração da sua denominação, a vontade de dotar a associação de maior operacionalidade e de salvaguardar os interesses de todos os países que actualmente a constituem.

Neste sentido, a AFPLP assume-se como uma associação de carácter científico, sem fins lucrativos, que visa, fundamentalmente, promover as ciências farmacêuticas e defender os interesses da profissão farma-cêutica em todos os países de língua portuguesa.

Os seus principais fins estatutários são a difusão de conhecimentos e de informação sobre a prática das ciências farmacêuticas e a actuação junto das autoridades competentes de cada país para que seja imple-mentada legislação apropriada à defesa da qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos, bem como à sua adequada distribuição e dispensa.

No âmbito da sua intervenção, as actividades da AFPLP têm vindo a alicerçar-se em quatro pilares funda-mentais:

– a promoção do farmacêutico enquanto profissional de saúde determinante para o desenvolvimento de um moderno sistema de saúde;

– a formação de associações de classe nos países de língua portuguesa, por forma a constituírem-se como interlocutores legítimos no diálogo com as autoridades de saúde;

– o desenvolvimento de acções que visem o fortalecimento dos laços de amizade entre os farmacêuticos dos países de língua portuguesa;

– o desenvolvimento de acções de formação farmacêutica pré e pós-graduada, com o objectivo de, por um lado, dotar cada um dos países de um número de farmacêuticos mais adequado às necessida-des e, por outro, contribuir para a actualização de conhecimentos dos actuais licenciados.

Como corolário da realização de múltiplas iniciativas, a AFPLP tem-se debruçado sobre matérias de impor-tância fundamental para o exercício da actividade farmacêutica, assumindo, quer política, quer profissional-mente, o reconhecimento que os farmacêuticos da comunidade lusófona, bem como as entidades oficiais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, lhe têm atribuído.

Neste aspecto, merecem particular destaque a aprovação da Carta da Farmácia e dos Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa, no ano de 1997, em Moçambique, e do Código Deontológico Farmacêutico, no ano de 1999, em Cabo Verde.

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A Carta da Farmácia e dos Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa enuncia uma série de princí-pios que constituem o fundamento do exercício presente e futuro da profissão, sinónimo da consciência da importância da farmácia no quadro da Saúde Pública em sociedades que, seja qual for o seu grau de desenvolvimento, exigem cada vez mais uma melhor e mais completa assistência sanitária.

Por seu lado, o Código Deontológico dos Farmacêuticos constitui um conjunto de princípios que fundamen-tam o papel e responsabilidade profissional dos farmacêuticos, procurando orientar os farmacêuticos dos países de língua portuguesa no seu relacionamento com as populações. Afinal, uma profissão caracteriza-se pela vontade de cumprir elevados padrões éticos que ultrapassam os requisitos legais.

Igualmente, a AFPLP já aprovou seis importantes resoluções: em 2000, sobre a Contrafacção de Medica-mentos, sobre a Doação de Medicamentos e sobre Timor-Leste, em 2002, sobre o Combate ao VIH/SIDA, e, em 2003, sobre o Controlo de Resistências a Medicamentos Antimicrobianos e sobre a Intervenção Far-macêutica no Reforço da Adesão a Terapêuticas de Longa Duração.

No campo da representação internacional, a AFPLP é membro-observador da Federação Internacional de Farmácia (FIP) e do Fórum Farmacêutico Africano, do qual foi uma das organizações fundadoras, em Abril de 2004.

Enquanto promotora de iniciativas de cooperação efectiva e como plataforma de entendimento e de veículo de permuta de informação, a AFPLP organiza o Congresso Mundial de Farmacêuticos de Língua Portuguesa, que decorre de dois em dois anos numa cidade de um dos sete países que a integram.

Desta colaboração política e profissional, sedimentou-se a amizade e confiança entre os diversos países, o que resultou na constituição de uma verdadeira família farmacêutica de língua portuguesa.

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estatutos

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Artigo 1º DenominaçãoA Associação denominar-se-á A.F.P.L.P., Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa, adiante designada por A.F.P.L.P.

Artigo 2º SedeA A.F.P.L.P., associação de carácter científico e sem fins lucrativos, é constituída por tempo indeterminado e tem a sua sede em Lisboa, na Ordem dos Farmacêuticos, sita na Rua da Sociedade Farmacêutica, n.º 18, freguesia de Coração de Jesus.

Artigo 3º Fins e ObjectivosA A.F.P.L.P. tem como fins promover as Ciências Farmacêuticas e defender os interesses da profissão farma-cêutica, bem como de todos os profissionais incluídos no âmbito do artigo 4.º, nomeadamente:

a) Manter a tradição e a dignidade do exercício da profissão farmacêutica e promover a criação de uma Carta Comum de princípios orientadores para o exercício da profissão farmacêutica;

b) Estreitar os laços de união entre todos os seus membros e promover a troca de experiências e o relaciona-mento pessoal e profissional entre todos os farmacêuticos e estudantes de farmácia de língua portuguesa;

c) Encorajar a formação de associações nacionais de classe nos países onde elas não existam;

d) Pugnar por elevados padrões de ensino e de formação profissional a todos os níveis;

e) Promover e organizar conferências internacionais de interesse para os seus membros;

f) Promover a difusão de conhecimentos e de informação sobre a prática das ciências farmacêuticas;

g) Actuar junto das autoridades nacionais competentes de cada País para que seja implementada legislação apropriada à defesa da qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos, bem como à sua adequada distribuição e dispensa.

Artigo 4º Associados1. A A.F.P.L.P. tem associados efectivos e não efectivos.

2. Podem ser associados efectivos, as organizações de farmacêuticos de língua portuguesa reconhecidas pelo respectivo país que estarão representadas em Assembleia Geral por uma delegação nacional.

3. Os associados não efectivos podem ter as seguintes categorias:

a) Associados individuais: todos os farmacêuticos de língua portuguesa possuidores de diploma adequado, cuja obtenção no país de origem seja comprovada por certificado oficial;

b) Associados estudantes: os alunos que frequentem os dois últimos anos do curso de farmácia que confira acesso à categoria de associado individual;

c) Associados honorários: as personalidades e/ou organizações de reconhecido mérito, que para tal convidadas, bem como os fundadores da A.F.P.L.P.;

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d) Associados observadores: todos aqueles que não constam em nenhuma das categorias definidas nas alíneas anteriores e que venham a ser convidados pelo Conselho de Administração, designadamente os referidos no n.º 6 deste artigo.

4. Cabe ao Conselho de Administração da A.F.P.L.P. apreciar a idoneidade dos candidatos a associados da A.F.P.L.P. e aprovar a sua admissão.

5. São desde já considerados associados efectivos as organizações referidas no n.º 2, representativas dos seguintes países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e S. Tomé e Príncipe.

6. Consideram-se associados observadores aquele ou aqueles que integrem uma das comunidades conti-nentais de emigrantes de cada um dos países da A.F.P.L.P., bem como um ou mais representantes de Timor Leste, aprovados pelo Conselho de Administração mediante proposta do respectivo associado efectivo.

7. A qualidade de associado pode ser retirada pelo Conselho de Administração a todos aqueles que deixarem de cumprir os seus deveres estatutários.

Artigo 5º Orgãos da A.F.P.L.P.São órgãos da A.F.P.L.P.: o Conselho de Administração, o Secretário-Geral, o Conselho Fiscal e a Assem-bleia Geral.

Artigo 6º Competência do Conselho de Administração1. Compete ao Conselho de Administração exercer todos os poderes necessários à execução das actividades

que se enquadrem nos fins da A.F.P.L.P., bem como cumprir e fazer cumprir as decisões da Assembleia Geral.

2. Compete ao Conselho de Administração nomear o Secretário-Geral.

3. A A.F.P.L.P. obriga-se com duas assinaturas do Conselho de Administração, sendo uma obrigatoria- mente do Presidente ou de quem o substitua.

Artigo 7º Constituição do Conselho de Administração1. O Conselho de Administração da A.F.P.L.P. será constituído por um Presidente, dois Vice-Presidentes,

um Tesoureiro e um ou mais Vogais, estes em representação de cada país que tenha organismos como associados efectivos e que não estejam ainda representados neste órgão. O Secretário-Geral é, por inerência, membro de pleno direito do Conselho de Administração.

2. O Conselho de Administração deverá ser constituído por número ímpar com um mínimo de cinco e máximo de nove membros.

3. O Presidente é substituído, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente que designar.

4. Em caso de necessidade, o Presidente tem voto de qualidade.

Artigo 8º Convocação e Funcionamento do Conselho de Administração1. O Conselho de Administração deverá ser convocado pelo seu Presidente ou por um mínimo de três dos

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seus membros e reunirá pelo menos uma vez por ano e só pode deliberar com a presença da maioria dos seus titulares.

2. Em caso de impedimento, quaisquer dos membros do Conselho de Administração poderá delegar a sua representação a outro membro deste Conselho, não podendo o número de delegações ser superior a dois.

3. Decorridas que sejam duas horas sobre a hora da convocação, o Conselho de Administração funcionará com os membros que se encontrarem presentes.

Artigo 9º Competência do Secretário-GeralCompete ao Secretário-Geral assegurar a gestão dos assuntos e actividades de natureza corrente, bem como exercer os poderes que lhe forem delegados pelo Conselho de Administração.

Artigo 10º Acumulação de ExercícioO Secretário-Geral acumula o exercício das suas funções com o cargo de titular do Conselho de Administração.

Artigo 11º Apoio ao Secretário-GeralO Secretário-Geral terá o apoio de um Secretariado, cuja composição ele próprio definirá, para exercer as seguintes funções:

a) Difundir a informação entre todos os associados;

b) Executar as directivas do Conselho de Administração que lhe sejam transmitidas através do Secretário-Geral;

c) Preparar e organizar, de acordo com o Presidente, as reuniões do Conselho de Administração;

d) Apoiar a realização das conferências internacionais em colaboração com os organizadores do país anfitrião;

e) Qualquer outra função que entenda dever exercer e que caiba dentro dos poderes delegados pelo Conselho de Administração.

Artigo 12º Conselho Fiscal1. O Conselho Fiscal é constituído por um Presidente e por dois Vogais.

2. Compete ao Conselho Fiscal examinar a gestão económica e financeira do Conselho de Administração, bem como dar pareceres sobre os relatórios e contas elaborados pelo órgão competente para apreciar e deliberar pela Assembleia Geral.

Artigo 13º Assembleia Geral1. A Assembleia Geral é constituída pelos associados efectivos indicados no n.º 5 do artigo 4.º.

2. Serão realizadas assembleias gerais em cada ano civil para apreciação e deliberação do relatório e contas, do orçamento, e de outros assuntos de manifesto interesse para a A.F.P.L.P.

3. A convocatória será efectuada pelo Presidente, que será sempre o Presidente do Conselho de Administração, através de aviso postal, expedido para cada um dos associados com a antecedência

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mínima de trinta dias, devendo indicar-se no aviso o dia, a hora, o local de reunião e a respectiva ordem de trabalhos.

4. A mesa será dirigida pelo Presidente, por um Vice-Presidente e por um Secretário.

5. O direito de voto será exercido pelos associados efectivos de acordo com o princípio de um voto por delegação nacional.

Artigo 14º Eleições1. Os órgãos são eleitos pela Assembleia Geral para um mandato de dois anos, podendo ser reeleitos.

2. A Assembleia Geral destinada a eleger os novos órgãos deverá coincidir com a realização do Congresso Mundial de Farmacêuticos de Língua Portuguesa.

Artigo 15º Vacatura de CargosNo caso de vacatura de qualquer cargo, por morte, incapacidade ou renúncia do respectivo titular, o cargo vago será preenchido por um representante do associado efectivo do país que era representado pelo subs-tituendo.

Artigo 16º Congresso Mundial de Farmacêuticos de Língua Portuguesa1. Realizar-se-á, de dois em dois anos e no local a indicar pela Assembleia Geral, um Congresso Mundial

de Farmacêuticos de Língua Portuguesa, adiante designado por Congresso.

2. Terão assento nesse Congresso todos os associados indicados no artigo 4.º.

3. Todos os associados efectivos e não efectivos têm o direito de intervenção na ordem trabalhos, com excepção dos associados observadores.

4. O programa do Congresso será organizado pelo Secretário-Geral, sob orientação do Conselho de Administração.

Artigo 17º Plenários Nacionais1. Poderão ainda realizar-se Plenários Nacionais em cada um dos países indicados no n.º 5 do artigo 4.º,

nos quais serão discutidos e aprovados assuntos de manifesto interesse para cada um dos membros do respectivo país.

2. No caso de serem aprovadas propostas ou moções de orientação que possam ter interesse para a A.F.P.L.P., deverão ser submetidas à Assembleia Geral com antecedência não inferior a dois meses, a fim de ser estudada a possibilidade da sua integração na ordem de trabalhos do seguinte Congresso.

Artigo 18º Recursos Humanos e Financeiros1. O Conselho de Administração aprovará o quadro de pessoal e orçamento anual da A.F.P.L.P.

2. O Secretário-Geral celebrará os respectivos contratos de trabalho ou de prestação de serviços.

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Artigo 19º Grupos de TrabalhoO Conselho de Administração poderá nomear grupos de trabalho para estudo, análise ou execução de tarefas determinadas, dentro do âmbito das actividades da A.F.P.L.P.

Artigo 20º Receitas1. Constituem receitas da A.F.P.L.P.:

a) As jóias e quotas pagas pelos associados;

b) Os donativos concedidos por entidades públicas e privadas;

c) Doações, heranças ou legados que venham a ser instituídos em seu benefício;

d) Outras receitas e serviços de bens próprios.

2. Pode o Conselho de Administração fixar o valor das jóias e quotas a pagar pelos associados efectivos.

3. Cabe à Assembleia Geral deliberar sobre a fixação e montante de jóias e quotas a pagar pelos associados individuais.

Artigo 21º Estatutos1. Os Estatutos poderão ser alterados por maioria qualificada de três quartos dos associados efectivos

presentes na Assembleia Geral.

2. No caso previsto neste artigo, o exercício do direito de voto poderá ser efectuado pelo associado efectivo e através de documento escrito, do qual constem expressamente os poderes conferidos.

Artigo 22º DissoluçãoA A.F.P.L.P. será dissolvida desde que a deliberação seja tomada em Assembleia Geral por três quartos da totalidade dos associados efectivos.

Artigo 23º Lei AplicávelA A.F.P.L.P. rege-se pela Lei Portuguesa.

Artigo 24º Disposições Finais1. Serão elaborados pelo Conselho de Administração os regulamentos internos necessários ao normal

funcionamento da A.F.P.L.P.

2. No caso de dúvida na interpretação dos presentes Estatutos, caberá ao Presidente, depois de ouvido o Conselho de Administração, decidir o sentido da interpretação.

Artigo 25º Disposição TransitóriaNo caso de algum país não ter ainda organismo ou organismos representativos dos farmacêuticos, caberá ao Plenário Nacional desse país designar os seus representantes aos diversos órgãos da A.F.P.L.P.

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código deontológico farmacêutico

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Introdução

Uma profissão caracteriza-se pela vontade dos seus profissionais em cumprir determinados padrões éticos que ultrapassam os requisitos mínimos legais.

Os farmacêuticos são profissionais de Saúde ao serviço das populações na promoção da saúde e na prevenção da doença e, mais especificamente, na produção, distribuição, dispensa e utilização racional e segura dos medicamentos.

Este Código Deontológico constitui um conjunto de princípios que fundamentam o papel e a responsabili-dade profissional dos farmacêuticos e tem como finalidade apoiar as associações farmacêuticas nacionais na elaboração dos Códigos Deontológicos de cada país, por forma a que possam orientar os farmacêuticos dos países de língua portuguesa no seu relacionamento com as populações.

Princípios

No decurso do exercício profissional, devem ser observados os seguintes princípios:

1. O exercício da actividade farmacêutica tem como objectivo essencial o ser humano.

Deveres do Farmacêutico:

– colocar a saúde e o bem-estar do doente acima de quaisquer interesses pessoais, comerciais ou de qualquer índole;

– promover o direito do doente ao acesso a uma terapêutica com qualidade, eficácia e segurança, ao mais baixo preço;

– prestar assistência, no âmbito dos seus conhecimentos, a qualquer indivíduo sempre que haja perigo iminente para a sua saúde ou vida e face à impossibilidade de prestação de socorros imediatos.

2. Perante o acto farmacêutico todos os doentes são iguais.

Deveres do Farmacêutico:

– ter respeito pela vida e pela dignidade humana;

– não discriminar, dispensando igual dedicação a todos os doentes.

3. O exercício da actividade farmacêutica comporta um elevado grau de responsabilidade.

Deveres do Farmacêutico:

– ter o dever ético de exercer a actividade farmacêutica com a maior diligência, zelo e competência e de contribuir para a realização dos objectivos de uma correcta política de saúde;

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– estar devidamente informado acerca das situações em que os direitos fundamentais do Homem e da Ciência possam entrar em conflito.

4. A confidencialidade é um direito de todos os doentes.

Dever do Farmacêutico:

– observar o sigilo profissional, não divulgando informações que identifiquem ou sejam susceptíveis de identificar o indivíduo sem o seu consentimento informado, ou de quem legalmente o represente, salvo por imperativo judicial.

5. O exercício da actividade farmacêutica pressupõe a colaboração com as autoridades, os colegas

e outros profissionais de saúde, visando a promoção da saúde e a prevenção da doença.

Deveres do Farmacêutico:

– colaborar activamente com os serviços públicos e privados, colegas e outros profissionais de Saúde nas iniciativas tendentes à protecção e preservação da saúde pública;

– actuar, sempre que as circunstâncias o exijam, como agente de saúde para a divulgação de conheci- mentos de higiene e salubridade.

6. A articulação entre o ensino farmacêutico e os profissionais é necessária para adequar a profissão

à realidade.

Dever do Farmacêutico:

– colaborar, no âmbito das suas competências, com as instituições de ensino farmacêutico na formação universitária, pós-graduada e contínua.

7. A constante actualização de conhecimentos e desenvolvimento de aptidões profissionais são

fundamentais para o bom exercício da actividade farmacêutica.

Dever do Farmacêutico:

– acompanhar a evolução das ciências farmacêuticas e médicas, mantendo e aperfeiçoando os seus conhecimentos técnicos e científicos.

8. A excelência profissional em toda e qualquer área de actividade farmacêutica traduz-se na quali-

dade do seu exercício.

Deveres do Farmacêutico:

8.1. O farmacêutico de indústria deve assegurar a qualidade dos produtos fabricados.

8.2. O farmacêutico de distribuição grossista deve assegurar a qualidade do armazenamento, conserva-

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ção e distribuição de produtos farmacêuticos e zelar pela sua segurança e condições de higiene e manutenção.

8.3. O farmacêutico de oficina ou hospitalar deve assegurar a qualidade dos serviços que presta, nome-adamente no que se refere a:

– colaborar com todos os profissionais de saúde promovendo junto deles e do doente a utilização segura, eficaz e racional dos medicamentos;

– dispensar ao doente o medicamento, tendo em conta cada situação particular;

– assegurar-se que, na dispensa do medicamento, o doente recebe informação correcta e ade-quada sobre a sua utilização;

– assegurar que a dispensa do medicamento e dos cuidados farmacêuticos é feita em colabora-ção com o doente;

– indicar o doente para outro colega sempre que o não possa servir adequadamente ou na even-tualidade de encerramento da farmácia.

9. O prestígio e dignidade da profissão farmacêutica são valores a preservar em toda e qualquer

circunstância.

Deveres do Farmacêutico:

– proceder de acordo com as normas deontológicas do presente Código em qualquer área de actividade farmacêutica;

– prestigiar o bom nome e a dignidade da profissão farmacêutica, mesmo fora do exercício da actividade profissional, em todas as circunstâncias.

Aprovado em Assembleia Geral, Cabo Verde, 14 de Março de 1999

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carta da farmácia e dos farmacêuticos dos países de língua portuguesa

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A Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa, AFPLP, tendo consciência da importân-cia cada vez maior da actividade de farmácia no quadro da Saúde Pública, em sociedades que, seja qual for o seu grau de desenvolvimento, exigem cada vez mais uma melhor e mais completa assistência sanitária, decidiu enunciar uma série de princípios que constituem o fundamento do exercício presente e futuro da profissão, entre os farmacêuticos que se exprimem pela mesma língua e compartilham um sem-número de heranças culturais e históricas.

O presente documento que se apresenta para discussão e aprovação emana de várias iniciativas anteriores, não pretendendo ser nem original nem diferente, salvo naquilo que permitir uma melhoria e uma adequação ao universo específico a que se destina.

Citam-se em particular as recomendações da O.M.S., as normas éticas emanadas pelas mais destacadas instituições farmacêuticas profissionais nacionais e internacionais, e a Carta da Farmácia Europeia.

1. A Farmácia é uma profissão liberal da área da Saúde, de formação universitária e independente.

2. A independência da profissão traduz-se pela não sujeição da prática farmacêutica a qualquer interesse estranho à prevenção e combate à doença e ao cumprimento estrito do código ético da profissão.

3. No quadro da saúde humana e animal, o medicamento, em todo o seu matiz de formas e origens, de-sempenha um papel insubstituível na prevenção e cura da doença e na promoção do bem-estar.

4. A formação técnica e científica do farmacêutico torna-o especialista na área do medicamento e de outros produtos farmacêuticos, devendo estar presente em todas as suas fases – investigação, concepção e fabrico, controlo de qualidade, distribuição, dispensa em hospital e na farmácia – quer por razões de Saúde Pública, quer no interesse dos próprios cidadãos.

5. A preparação do farmacêutico permite-lhe também uma acção relevante no campo das análises clínicas, toxicológicas, hidrológicas e alimentares.

6. Ao farmacêutico diz respeito zelar pelo uso racional do medicamento e participar em programas de educação para a saúde, no rastreio de doenças, em actos sanitários e em campanhas de prevenção e de vacinação, contribuindo para uma melhoria da saúde da população, de uma forma coordenada com todos os profissionais de Saúde da sua área.

7. O farmacêutico assume papel primordial na prevenção das doenças e na promoção da saúde, o que faz da farmácia um centro de cuidados de saúde de primeira linha.

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8. A protecção da Saúde Pública requer princípios racionais na distribuição das farmácias e dos farmacêu-ticos, obedecendo a critérios de natureza técnica, geográfica e demográfica.

9. A selecção, a vigilância, a conservação e a distribuição dos medicamentos efectuar-se-ão exclusivamen-te, logo que as condições o tornem exequível, em farmácias legalmente autorizadas e nos serviços farma-cêuticos das unidades hospitalares, respectivamente para o regime de ambulatório e de internamento.

10. O farmacêutico deve ser proprietário da farmácia, de modo a evitar que interesses estranhos à Saúde Pública intervenham na dispensa do medicamento. A presente disposição pode ser sujeita a um período de derrogação atinente à formação do número necessário de farmacêuticos para a implementar.

11. É direito fundamental do doente a livre escolha do farmacêutico.

12. A optimização do nível de saúde das populações passa pela integração plena da farmácia no sistema de cuidados de saúde de cada país.

13. O segredo profissional deve ser respeitado e considerado como um direito do cidadão.

Aprovado em Assembleia Geral, Moçambique, 6 de Outubro de 1997

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resoluções

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resolução sobre a intervenção farmacêutica no reforço da adesão a terapêuticas

de longa duração

A adesão a terapêuticas de longa duração por parte dos doentes crónicos é baixa, especialmente em países onde o acesso aos cuidados de saúde é limitado.

Doenças como o VIH/SIDA, a tuberculose e as doenças não transmissíveis, incluindo as perturbações men-tais, representavam, em 2001, cerca de 55 por cento das doenças mundiais, o que revela uma tendência para o aumento das doenças crónicas. Verifica-se, simultaneamente, que os doentes crónicos não cum-prem o seu regime terapêutico.

Uma fraca adesão aos tratamentos significa um aumento dos custos e uma diminuição dos resultados no tratamento da doença. Em alguns casos, a não adesão à terapêutica poderá conduzir ao desenvolvimento de resistências, tornando o sucesso do tratamento muito mais difícil de alcançar.

Existem inúmeras razões para que se tente reforçar a adesão dos doentes às terapêuticas; os benefícios passam por um aumento na qualidade de vida dos doentes associada a uma redução de custos.

Os motivos para a não adesão aos tratamentos de doenças crónicas são vários, podendo tratar-se: de problemas monetários, de crenças pessoais ou religiosas acerca dos medicamentos, de problemas relacionados com efeitos secundários, de falta de informação acerca da doença e da terapêutica ou mes-mo, em alguns dos países membros da Associação de Farmacêuticos de Língua Portuguesa (AFPLP), a dificuldade de acesso aos cuidados de saúde, nomeadamente o número restrito de farmácias e de farmacêuticos.

Todos os farmacêuticos a nível mundial têm o dever de prestar informações de qualidade aos doentes e consciencializá-los para a importância dos tratamentos, motivando-os para a adesão à terapêutica.

A definição de adesão pressupõe um envolvimento consciente do doente na escolha da terapêutica, não estando esse envolvimento apenas limitado ao cumprimento da prescrição decidida pelo médico. Verifica-se que o doente adere tanto melhor a uma determinada terapêutica quanto mais informado acerca da mesma esteja e quanto maior for o seu grau de envolvimento na decisão.

Neste contexto, a AFPLP:

1. recomenda a todos os farmacêuticos que envolvam os doentes nas decisões relacionadas com a sua terapêutica e que aproveitem todas as oportunidades de contacto como o doente para a análise de questões relacionadas com a sua medicação;

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2. recomenda que, em cada país, seja criada uma estrutura focalizada no problema da adesão a terapêuti-cas crónicas de longa duração, para identificar as prioridades, promover a investigação e uma abordagem multidisciplinar do problema;

3. considera que a adesão à terapêutica deverá ser encarada como um aspecto essencial de todo trata-mento e deve ser um conceito a ser integrado na formação dos farmacêuticos;

4. recomenda a todos os farmacêuticos que a informação prestada aos doentes no âmbito dos tratamentos crónicos deverá ser objectiva, consistente e adaptada a cada indivíduo;

5. incentiva os órgãos competentes a nível nacional a:

a) reconhecer a importância e os benefícios da adesão à terapêutica;b) promover junto dos doentes e dos profissionais de saúde envolvidos, com base em incentivos e

sistemas de remuneração adequados, a importância da adesão à terapêutica, essencialmente nas doenças crónicas;

c) providenciar campanhas de informação, a nível nacional, onde se realcem os benefícios da adesão.

6. incentiva as Associações Profissionais membros da AFPLP a promoverem um reforço da adesão aos tratamentos das doenças crónicas, através:

a) do desenvolvimento e promoção de programas de cuidados farmacêuticos;b) do desenvolvimento de normas de registo documental como suporte aos programas de cuidados

farmacêuticos;c) da promoção de uma informação verbal e escrita acerca do tratamento, por parte do farmacêutico, no

acto da dispensa do(s) medicamento(s).

Desta resolução será dado conhecimento aos Governos, Autoridades de Saúde, Farmacêuticos e outros Profissionais de Saúde dos países da CPLP, bem como à população dos países da Comunidade Lusófona, através dos órgãos de comunicação social.

Lisboa, 26 de Novembro de 2003

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resolução sobre o controlo de resistências a medicamentos antimicrobianos

A terapêutica antimicrobiana é usada no tratamento de infecções causadas por diferentes microorganismos. Neste grupo estão incluídos os antibióticos que são usados no tratamento de infecções bacterianas. Devido aos grandes benefícios oferecidos por estes agentes, o seu uso foi generalizado e a consequência desse mesmo uso foi o desenvolvimento de resistências.

As resistências não só tornam as infecções mais difíceis de tratar, como também aumentam os custos do tratamento, resultando num aumento das taxas de morbilidade e mortalidade. Este tipo de consequências é uma das preocupações da Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa (AFPLP), sendo que alguns dos problemas poderão ser evitados se forem usadas as doses óptimas de antibióticos, admi-nistradas nos intervalos de tempo correctos e durante o período de tempo necessário ao tratamento.

O uso correcto dos antimicrobianos pode evitar o surgimento de resistências. Neste sentido, é muito impor-tante que o doente seja informado e que a prescrição seja decidida de uma forma responsável e consciente, tendo em conta as limitações existentes em alguns países no que concerne à assistência médica e aos meios de diagnóstico. Numa situação ideal a prescrição do antimicrobiano só se faria após a identificação do agente infeccioso em causa.

As resistências à terapêutica antimicrobiana são um risco para a saúde pública a nível internacional. A AFPLP considera importante a existência de uma acção concertada entre os vários países que a compõem, assim como expressa o seu apoio às iniciativas de organizações internacionais, tais como a Federação Internacio-nal de Farmácia (FIP) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), nesse âmbito.

Neste contexto, a AFPLP:

1. incentiva os órgãos competentes a nível nacional a:

a) designar os antimicrobianos como medicamentos de prescrição obrigatória, caso o desenvolvimento de resistências seja previsível, e estabelecer restrições adicionais para determinados classes de anti-microbianos, por forma a controlar o risco de desenvolvimento de resistências;

b) adoptar legislação mais rígida e efectuar um controlo mais rigoroso nas autorizações de importação, prescrição e dispensa, no sentido de reforçar o sistema de circulação dos medicamentos, garantindo a qualidade dos antimicrobianos disponíveis;

c) efectuar campanhas de informação ao público sobre o uso correcto dos antimicrobianos, condicio-nada a uma prescrição, dando particular importância para o facto destes medicamentos não serem eficazes no tratamento de infecções virais, tais como constipações ou tosse;

d) reunir informação acerca dos mecanismos de desenvolvimento de resistências.

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2. está disponível para colaborar com os outros profissionais de Saúde dos países membros para a de-finição de normas para a correcta utilização dos antibióticos e outros agentes antimicrobianos, a nível humano e veterinário;

3. compromete-se a divulgar pelos seus membros informações, recolhidas a nível nacional, sobre o surgi-mento de resistências a determinados antimicrobianos;

4. apoia os seus membros na criação de programas de controlo de infecções, realçando o papel dos far-macêuticos na implementação destes programas;

5. incentiva os farmacêuticos de todas as áreas a colaborar com outros profissionais de saúde, nomea-damente médicos, na promoção do uso correcto das terapêuticas antimicrobianas e na cooperação com as entidades reguladoras nas acções de controlo das resistências.

Desta resolução será dado conhecimento aos Governos, Autoridades de Saúde, Farmacêuticos e outros Profissionais de Saúde dos países da CPLP, bem como à população dos países da Comunidade Lusófona, através dos órgãos de comunicação social.

Lisboa, 26 de Novembro de 2003

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resolução sobre o VIH/SIDA

Considerando que:

a) o VIH/SIDA é hoje uma preocupação de dimensão mundial, que tem mobilizado a opinião pública, organi-zações internacionais, responsáveis políticos, profissionais de saúde, organizações não governamentais e os seropositivos e doentes com VIH/SIDA;

b) a realização, pela primeira vez, em Junho de 2001, de uma Sessão Especial sobre o VIH/SIDA em As-sembleia Geral das Nações Unidas é um sinal dessa preocupação, tanto mais que fixou, através de uma Declaração de Compromisso aprovada por unanimidade, objectivos a atingir até 2015;

c) a XIV Conferência Mundial sobre o VIH/SIDA, realizada em Barcelona, em Julho de 2002, constituiu um marco no debate sobre a problemática do VIH/SIDA, não só pelos importantes avanços científicos que foram transmitidos sobre a doença e sua terapêutica, como pelo envolvimento directo dos mais altos repre-sentantes políticos de diversos países do Mundo;

d) a declaração política da Conferência de Joanesburgo sobre o Desenvolvimento Sustentado, em 4 de Setembro de 2002, considerou o combate ao VIH/SIDA, à Malária e à Tuberculose como uma prioridade a nível mundial;

e) existiam, no final de 2001, de acordo com o relatório anual da UNAIDS (Programa das Nações Unidas para o VIH/SIDA), 40 milhões de pessoas infectadas pelo VIH/SIDA em todo o Mundo, das quais 5 mi-lhões contraíram o vírus em 2001;

f) a seroprevalência assume particular relevância em zonas geográficas em que se integram países de lín-gua portuguesa;

g) existem exemplos de programas e projectos em países subdesenvolvidos que, através da intervenção multidisciplinar e adequada à realidade local, apresentam resultados positivos ao nível da prevenção, redução de riscos e acessibilidade aos cuidados de saúde e terapêutica, que podem constituir-se como exemplos de intervenção e cooperação para os países de língua portuguesa;

h) a IV Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), realizada em Brasília, de 31 de Julho a 1 de Agosto de 2002, definiu, através de um Acordo de Cooperação, o combate ao VIH/SIDA e a outras doenças sexualmente transmissíveis (DST) como um dos objectivos principais da CPLP e dos seus Estados-Membros;

i) Angola e Moçambique integram a lista dos 25 países mais afectados pelo VIH/SIDA;j) o Plano Nacional de Luta Contra a Sida do Brasil é apresentado como um dos exemplos com resultados

significativos na prevenção, redução de riscos e acessibilidade à terapêutica anti-retrovírica;k) o programa “Diz não a uma seringa em segunda mão”, em implementação em Portugal desde 1993, é

um exemplo efectivo da intervenção dos farmacêuticos ao nível do combate ao VIH/SIDA, estimando-se que tenha evitado, desde o seu início, 7 000 novas infecções nos utilizadores de drogas injectáveis;

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l) os farmacêuticos e as farmácias são, na maior parte das vezes, o recurso de saúde mais disponível junto das populações, podendo contribuir para a implementação de programas de prevenção, formação, edu-cação e redução de riscos;

m) a acessibilidade à terapêutica é uma preocupação central no combate ao VIH/SIDA, podendo os farma-cêuticos contribuir para melhorar o acesso e a adesão à terapêutica e contribuir para a gestão racional dos recursos disponíveis.

a Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa (AFPLP), que reúne os profissionais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e S. Tomé e Príncipe, reunida em Assem-bleia Geral, na cidade do Funchal, Portugal, em 28 de Novembro de 2002, aprova a seguinte resolução:

1. os farmacêuticos de língua portuguesa manifestam o seu total empenho para colaborarem com as orga-nizações internacionais, Governos dos Estados-Membros da CPLP, autoridades nacionais, organizações não governamentais e associações de doentes com o VIH/SIDA no combate ao VIH/SIDA no espaço lusófono;

2. os farmacêuticos de língua portuguesa estão particularmente empenhados em contribuir para a:

I. elaboração e implementação de Programas Nacionais de Combate ao VIH/SIDA;II. implementação de sistemas de vigilância epidemiológica, que permitam conhecer a situação local e

monitorizar a sua evolução de acordo com os programas e projectos que forem sendo implementados;III. implementação de estruturas que permitam o diagnóstico das DST e do VIH/SIDA;IV. criação de mecanismos que garantam a acessibilidade dos doentes com o VIH/SIDA aos cuidados de

saúde e à terapêutica;V. implementação de programas de cuidados farmacêuticos aos doentes com o VIH/SIDA;VI. implementação de programas de redução de riscos, com particular enfoque aos grupos vulneráveis

(crianças, mulheres e utilizadores de drogas);VII. formação e capacitação dos profissionais e outros agentes nacionais para a incorporação de novas

práticas na prevenção e combate ao VIH/SIDA;VIII. informação, educação e comunicação para o desenvolvimento da competência de cada cidadão na

prevenção e combate ao VIH/SIDA;IX. criação de acções concretas que apontem para a auto-sustentabilidade e auto-suficiência nacionais

na prevenção e combate ao VIH/SIDA.

3. Desta resolução será dado conhecimento ao Secretariado Executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, aos Governos dos países da CPLP e à população dos países da comunidade lusófona, através dos órgãos de comunicação social.

Funchal, 28 de Novembro de 2002

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resolução sobre Timor Leste

1. A Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa (AFPLP), que reúne os profissionais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e S. Tomé e Príncipe, tem assistido, com grande expectativa e interesse, ao esforço que o povo timorense, apoiado pela comunidade inter-nacional, vem desenvolvendo na reestruturação e reorganização socio-económica de Timor Leste.

A população do mais jovem país do mundo tem demonstrado uma determinação inigualável e uma capacidade de concretização dos objectivos a que se propõe. Passado este período de transição e con-solidação das instituições democráticas é nossa firme convicção que Timor entrará numa fase de grande progresso económico e social.

O Sistema de Saúde tem, no tecido organizacional de um Estado de direito, particular relevância pelas suas implicações directas e indirectas no desenvolvimento sustentado da qualidade de vida da sua população.

Neste contexto, a assistência farmacêutica revela-se decisiva na arquitectura que se venha a desenhar para o futuro Sistema de Saúde em Timor.

2. Assim, a Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa, reunida em Assembleia Geral, no Rio de Janeiro, Brasil, em 31 de Outubro de 2000, manifesta, perante o povo timorense e através dos seus legítimos representantes, a total disponibilidade e interesse em colaborar no desenvolvimento de um Sistema Farmacêutico adequado às suas reais e efectivas necessidades.

Disponibilizamos desde já a nossa experiência no desenvolvimento:

– do enquadramento legislativo do sector farmacêutico;– da organização dos circuitos de produção, distribuição e dispensa de medicamentos à população;– de acções de formação farmacêutica pré e pós-graduada, com o objectivo de dotar o país de um

número de farmacêuticos adequado às suas necessidades;– de acções conducentes à formação de uma associação profissional de farmacêuticos, logo que tal

seja possível;– de congressos e seminários sobre temas relacionados com o enquadramento do farmacêutico nos

sistemas de saúde e no circuito do medicamento, num contexto internacional e adaptado à realidade timorense.

3. Desta resolução será dado conhecimento ao Sr. Secretário-Geral das Nações Unidas, ao Sr. Adminis-trador da Autoridade de Transição das Nações Unidas para Timor Leste, ao Sr. Presidente do Conselho Nacional da Resistência Timorense, aos Governos dos países da CPLP e à população dos países da comunidade lusófona, através dos órgãos de comunicação social.

Rio de Janeiro, 31 de Outubro de 2000

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resolução sobre a falsificação de medicamentos

A falsificação de medicamentos significa, no contexto desta resolução, a fraude intencional da identidade, composição e/ou origem do medicamento, bem como do ou dos componentes utilizados para a sua for-mulação.

A falsificação de medicamentos representa um risco elevado para a saúde pública, estando a Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa (AFPLP) seriamente preocupada com este problema.

Essa prática ganha particular relevo em países onde a legislação que regulamenta a produção de medica-mentos e a sua distribuição se encontra em fase de desenvolvimento e consolidação ou não é cumprida.

A falsificação de medicamentos tem sido objecto de análise por parte de diversas organizações internacionais, como a Federação Internacional de Farmácia (FIP), a Federação Internacional das Associações da Indústria Far-macêutica (IFPMA) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), tendo esta, na sua Assembleia Geral de 1998, aprovado uma resolução sobre esta matéria.

Os medicamentos falsificados são difíceis de detectar, podendo escapar a todos os controlos, contribuindo para enfraquecer a credibilidade dos serviços de saúde de cada país. Por outro lado, há enormes lucros envolvidos nesta actividade, facto que encoraja o desenvolvimento deste ilícito.

Para minimizar esta realidade é urgente criar mecanismos efectivos de articulação entre os canais de fabrico e de distribuição dos medicamentos.

A AFPLP, reunida em Assembleia Geral, no Rio de Janeiro, Brasil, a 31 de Outubro de 2000, reconhecen-do a gravidade deste problema e não podendo ficar indiferente ao mesmo, expressa o seu convicto apoio e cooperação às iniciativas de organizações internacionais, tais como a OMS, a UNICEF, a Organização Mundial do Comércio, a Interpol e a IFPMA, no âmbito da prevenção da falsificação de medicamentos. Expressa, também, às autoridades reguladoras nacionais, o seu apoio e cooperação na promoção de actividades coordenadas, com vista a detectar e a eliminar do sistema farmacêutico os medicamentos falsificados.

Neste contexto, a AFPLP:

1. incentiva os órgãos competentes a nível nacional a:

a) reconhecer os sérios riscos para a saúde pública que representam os medicamentos falsificados e assegurar que o público tenha conhecimento destes riscos, através de informação nos meios de co-municação social;

b) reconhecer as garantias dadas pelo sistema farmacêutico, promovendo a sua efectiva implementação;c) introduzir, com o fundamento adequado e no âmbito dos sistemas nacionais de garantia da qualidade

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dos medicamentos, medidas efectivas para detectar e prevenir a circulação de medicamentos falsifi-cados, incluindo programas de treino de detecção de falsificações;

d) adoptar e implementar as directrizes da OMS para o desenvolvimento de medidas de combate aos medicamentos falsificados (WHO/EDM QSM/99/1);

e) providenciar apoio financeiro e/ou peritagem técnica para dar assistência a organizações humanitárias, de modo a assegurar que as verificações de garantia de qualidade sejam levadas a cabo, antes de qualquer medicamento ser usado.

2. compromete-se a divulgar pelos seus membros toda a informação sobre a eventual detecção de medi-camentos falsificados em circulação;

3. está disponível para colaborar com os países membros, por sua solicitação, na implementação de siste-mas adequados de controlo e garantia da qualidade;

4. apoia a aprovação de pesadas sanções contra a prática desta actividade ilegal.

Por outro lado, as Associações Profissionais membros da AFPLP comprometem-se a:

1. desenvolver, implementar e controlar eficazmente as Boas Práticas de Farmácia de acordo com as direc-trizes internacionais;

2. informar as autoridades nacionais reguladoras, a OMS e a AFPLP, sobre qualquer suspeita de medica-mentos falsificados que tenham sido oferecidos ou fornecidos no seu país, solicitando que essa informa-ção seja amplamente divulgada;

3. incluir nos seus Códigos Deontológicos e de Ética a necessidade de cooperação com o Governo, auto-ridades reguladoras e produtores na detecção de medicamentos falsificados e o estudo de medidas que visem evitar a sua circulação.

Os farmacêuticos, em todas as áreas de exercício profissional, devem:

1. implementar as Boas Práticas de Farmácia de acordo com as directrizes internacionais;

2. adquirir produtos farmacêuticos apenas provenientes de fontes seguras;

3. estar conscientes das diversas modalidades de falsificação;

4. informar as autoridades nacionais e a sua associação profissional sempre que haja suspeitas de forneci-mento de medicamentos falsificados, colaborando na investigação que possibilite a determinação da sua origem.

Desta resolução será dado conhecimento aos Governos, Farmacêuticos e outros Profissionais de Saúde, Associações Humanitárias e Laboratórios da Indústria Farmacêutica dos países da CPLP, bem como à po-pulação dos países da Comunidade Lusófona, através dos órgãos de comunicação social.

Rio de Janeiro, 31 de Outubro de 2000

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resolução sobre a doação de medicamentos

1. Introdução

Em 1996, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu desenvolver um conjunto de normas que deverão nortear a doação de medicamentos, que foram revistas em 1999. Estas normas visam promover a qualidade das doações de medicamentos, e não impedi-las, indo de encontro à necessidade urgente de estabelecer um conjunto de boas práticas para as doações, tendo presente as inúmeras situações em que estas não se adequam às necessidades do país receptor. A OMS incentivou também que as organizações internacionais ou nacionais revissem, adaptassem, adoptassem e implementassem um conjunto de normas para a doação de medicamentos, tendo como base aquele documento.

Esta matéria ganha particular realce, no âmbito da Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Por-tuguesa (AFPLP), tendo em atenção as diversas iniciativas que têm ocorrido por parte de entidades, públicas ou privadas, dos países nela representados junto dos países africanos de língua portuguesa.

Neste contexto, a AFPLP, reunida em Assembleia Geral, no Rio de Janeiro, Brasil, em 31 de Outubro de 2000, seguindo a recomendação da OMS, revê, adopta e promove a implementação, no seu âmbito, das presentes normas para a doação de medicamentos, procurando dar cumprimento aos quatro princípios basilares de uma doação:

– benefício máximo para o receptor;– respeito pelas necessidades e autoridade do receptor;– elevado grau de qualidade;– comunicação eficaz entre o doador e o receptor.

2. Normas para a doação de medicamentos

Selecção dos Medicamentos

2.1 – Todas as doações de medicamentos devem ser baseadas numa necessidade expressa e serem relevantes para as patologias do país receptor. Os medicamentos não devem ser enviados sem o prévio consentimento do receptor;2.2 – Excepto quando especificamente solicitado pelo receptor, todos os medicamentos doados, ou os seus gené-ricos equivalentes, devem estar aprovados para utilização no país receptor e integrados na lista nacional de medica-mentos essenciais, ou, se esta não existir, deverão constar na Lista Modelo de Medicamentos Essenciais da OMS;2.3 – A apresentação, dosagem e fórmula farmacêutica dos medicamentos doados devem ser, o mais pos-sível, similares aos que são normalmente utilizados no país receptor;

Garantia da Qualidade e Prazo de Validade

2.4 – Todos os medicamentos doados devem ser obtidos através de uma fonte segura e cumprir os padrões de qualidade, tanto no país doador como no país receptor. Deve utilizar-se o Esquema de Certificação da OMS para a Qualidade dos Produtos Farmacêuticos em circulação no mercado internacional;

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2.5 – Não deverão ser alvo de doação, quer os medicamentos que tenham sido indicados aos doentes e posteriormente devolvidos a Farmácias ou outras entidades, quer os que tenham sido dados como amostras grátis aos profissionais de saúde;2.6 – Após a sua chegada ao país receptor, todos os medicamentos doados devem dispor ainda de prazo de validade de, pelo menos, um ano;

Apresentação, embalagem e rotulagem

2.7 – Todos os medicamentos deverão ter o rótulo numa língua que seja facilmente compreendida pelo pro-fissionais de saúde do país receptor; o rótulo de cada embalagem individualizada deve conter, pelo menos, a denominação comum internacional (DCI ou nome genérico), número de lote, dosagem, forma farmacêutica, nome do fabricante, número de unidades da embalagem, condições de armazenamento e prazo de validade;2.8 – Tanto quanto possível, os medicamentos doados deverão ser apresentados em doses unitárias e em embalagens hospitalares;2.9 – Os medicamentos doados deverão ser empacotados de acordo com as leis internacionais de navega-ção, em todas as doações, e serem acompanhados de uma lista detalhada que especifique o conteúdo de cada pacote, por DCI e na qual se especifique a dosagem, forma farmacêutica, o número de lote, data de expi-ração, volume, peso e outras condições especiais de armazenamento. O peso do pacote não deverá exceder os 50 Kg. Os medicamentos diferentes não deverão ser agrupados na mesma embalagem;

Informação e manuseamento

2.10 – Os receptores deverão ser informados de todas as doações de medicamentos que estiverem a ser consideradas, preparadas ou processadas;2.11 – No país receptor, o valor declarado da doação do medicamento deverá ser baseado no preço do seu genérico equivalente praticado pelo armazenista, ou, se tal informação não estiver disponível, no preço do mercado mundial para o seu genérico equivalente;2.12 – Os custos de transporte internacionais e locais, despesas alfandegárias, armazenamento e manuse-amento deverão ser pagos pela entidade doadora, excepto se houver outro acordo prévio específico com o receptor;

Situações Excepcionais

2.13 – As normas referidas podem não ser estritamente aplicadas, tendo em atenção a urgência das si-tuações e as características particulares e intrínsecas dos medicamentos, desde que a sua não aplicação seja devidamente justificada, mediante consentimento prévio do receptor ou se estiverem integradas nas recomendações para situações de grande urgência da Organização das Nações Unidas.

3. Divulgação

Desta resolução será dado conhecimento à Sr.ª directora-geral da Organização Mundial da Saúde, aos Go-vernos, aos Profissionais de Saúde, a Associações Humanitárias e Laboratórios da Indústria Farmacêutica dos países da CPLP, bem como à população dos países da Comunidade Lusófona, através dos órgãos de comunicação social.

Rio de Janeiro, 31 de Outubro de 2000

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estatísticas dos países

de língua portuguesa

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Angola Brasil Cabo Verde

Guiné Bissau Moçambique Portugal S. Tomé

e Principe

População*(milhares)

13 625 178 470 463 1493 18 863 10 407 161

N.º de Farmacêuticos

61 74 696 21 14 37 9750 2

N.º de Técnicos de Farmácia

350não

registam66 21 224 5929 17

N.º de Farmácias 80 57 44116+24 postos

18 187 2700 –

N.º de Farmácias Hospitalares

+50 5080 2 9 17 217 –

Esperança média de vida*(anos)

39,9 68,9 70,1 47,2 42,6 77,1 62,7

Mortalidade infantil*(por 1000 nados vivos)

39,9 37,1 31,6 39,9 145,6 5,7 59,1

Produto Interno Bruto per capita*(Euros)

771 2737 1406 180 196 11 941 420

Despesas com Saúde*(% do PIB)

4,4 7,6 3,7 4,4 5,9 9,2 2,3

* Fonte: Estatísticas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, 2004

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órgãos sociais

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Órgãos sociais da AFPLP para o biénio 2003-2004

Conselho de Administração

Presidente: João Silveira (Portugal)

Vice-Presidente: Daniel António (Angola)

Vice-Presidente: Elber Barbosa de Menezes (Brasil)

Secretário-Geral e Vogal: Paulo Duarte (Portugal)

Vogal: Cândida Luísa Gomes Lopes (Guiné-Bissau)

Vogal: Marcelina Quaresma José da Costa (S. Tomé e Príncipe)

Vogal: Chonguiça Moreira Chonguiça (Moçambique)

Vogal: Maria da Luz Nobre Leite (Cabo Verde)

Conselho Fiscal

Presidente: Judith Lima (Cabo Verde)

Vogal: Rui Raposo (Portugal)

Vogal: Gustavo Baptista Éboli (Brasil)

Mesa da Assembleia Geral

Presidente: João Silveira (Portugal)

Vice-Presidente: Daniel António (Angola)

Secretário: Paulo Duarte (Portugal)

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ficha

técn

ica

DirecçãoJoão Silveira

CoordenaçãoPaulo Duarte

Nuno Flora

Concepção GráficaSusana Vaz

Execução GráficaNeograf – Artes Gráficas, Lda

Rua Prista Monteiro, n.º 18A1600-253 Lisboa, Portugal

tel.: 00 351 21 711 14 59/60fax. 00 351 21 711 15 22

EditorAssociação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa

Rua da Sociedade Farmacêutica, n.º 181169-075 Lisboa, Portugal

tel.: 00 351 21 319 13 70fax. 00 351 21 319 13 99

Tiragem1000 exemplares

Data de PublicaçãoJaneiro 2005

Transcrições do conteúdo desta brochura podem ser efectuadas

desde que o nome da Associação de Farmacêuticos dos

Países de Língua Portuguesa seja claramente referido.

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Associação de Farmacêuticos dos Países de Língua Portuguesa

Rua Sociedade Farmacêutica, n.º 181169-075 Lisboa, PortugalTel.: 00 351 21 319 13 70 – Fax: 00 351 21 319 13 99E-mail: [email protected]: www.farmaciaemportugues.org

ASSOCIAÇÃO DE FARMACÊUTICOS DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA

ASSOCIAÇ

ÃO

DE

FARM

ACÊUTICOS DOS PAÍSES DE LÍNGUA PO

RTUGUESA