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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOS€¦ · Conselho Editorial: Álvaro Sérgio Weiler Junior, Anna Claudia de Vasconcellos, Carlos Castro, Davi Duarte, Estanislau Luciano de Oliveira,

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Conselho Editorial: Álvaro Sérgio Weiler Junior, Anna Claudia de Vasconcellos, Carlos Castro, DaviDuarte, Estanislau Luciano de Oliveira, Fernando Abs da Cruz, Isabella Gomes Machado, Jair Mendes,Júlio Greve, Luciano Caixeta Amâncio, Marcelo Dutra Victor e Roberto Maia|Jornalista responsável:Mário Goulart Duarte (Reg. Prof. 4662) - E-mail: [email protected].|Projeto gráfico: EduardoFurasté|Editoração eletrônica: José Roberto Vazquez Elmo|Capa e contracapa: EduardoFurasté|Ilustrações: Ronaldo Selistre |Tiragem: 1.000 exemplares|Impressão: GráficaPallotti|Periodicidade: Mensal.A ADVOCEF em Revista é distribuída aos advogados da CAIXA, a entidades associativas e a instituiçõesde ensino e jurídicas.

Novembro | 20112

www.advocef.org.br – Discagem gratuita 0800.601.3020

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOSDA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DIRETORIA EXECUTIVA 2011-2012Presidente: Carlos Alberto Regueira de Castro e Silva (Recife)Vice-Presidente: Anna Claudia de Vasconcellos (Florianópolis)1º Secretário: Luciano Caixeta Amâncio (Brasília)2º Secretário: Jair Oliveira Figueiredo Mendes (Salvador)1º Tesoureiro: Isabella Gomes Machado(Brasília)2º Tesoureiro: Estanislau Luciano de Oliveira (Brasília)Diretor de Articulação e Relacionamento Institucional:Júlio Vitor Greve (Brasília)|[email protected] de Comunicação, Relacionamento Interno e Eventos:Roberto Maia (Porto Alegre)|[email protected] de Honorários Advocatícios:Álvaro Sérgio Weiler Junior (Porto Alegre)|[email protected] de Negociação Coletiva:Marcelo Dutra Victor (Belo Horizonte)|[email protected] de Prerrogativas:Pedro Jorge Santana Pereira (Recife)|[email protected] Jurídico:Fernando da Silva Abs da Cruz (Porto Alegre)|[email protected] Social:Elenise Peruzzo dos Santos (Porto Alegre)|[email protected] REGIONAISBianco Souza Morelli (Aracaju)|Tânia Maria Trevisan (Bauru)|Patrick Ruiz Lima(Belém)|Leandro Clementoni da Cunha (Belo Horizonte)|Júlio Vitor Greve(Brasília)|Ricardo Tavares Baraviera (Brasília)|Lya Rachel Basseto Vieira(Campinas)|Alfredo de Souza Briltes (Campo Grande)| Daniele Cristina das Neves(Cascavel)|Juel Prudêncio Borges (Cuiabá)| Susan Emily Iancoski Soeiro(Curitiba)|Edson Maciel Monteiro (Florianópolis)|Maria Rosa de Carvalho Leite Neta(Fortaleza)|Ivan Sergio Por to Vaz (Goiânia)|Isaac Marques Catão (JoãoPessoa)|Rodrigo Trezza Borges (Juiz de Fora)|Altair Rodrigues de Paula(Londrina)|Dioclécio Cavalcante Neto (Maceió)|Raimundo Anastácio Carvalho DutraFilho (Manaus)|José Irajá de Almeida (Maringá)|Carlos Rober to de Araujo(Natal)|Daniel Burkle Ward (Niterói)|João Batista Gabbardo (Novo Hamburgo)|PabloDrum (Porto Alegre)|Bruno Ricardo Carvalho de Souza (Porto Velho)|Justiniano Diasda Silva Júnior (Recife)|Sandro Endrigo Chiarotti (Ribeirão Preto)|Carlos Eduardo LeiteSaboya (Rio de Janeiro)|Jair Oliveira Figueiredo Mendes (Salvador)|Fabio Radin(Santa Maria)|Antonio Carlos Origa Júnior (São José do Rio Preto)|Flávia ElisabeteKarrer (São José dos Campos)|Marcelo de Mattos Pereira Moreira (São Luís)|RolandGomes Pinheiro da Silva (São Paulo)|Edvaldo Martins Viana Júnior (Teresina)|TiagoNeder Barroca (Uberaba)|Luciola Pereira Vaconcelos (Uberlândia)|Angelo RicardoAlves da Rocha (Vitória)|Aldir Gomes Selles (Volta Redonda)CONSELHO DELIBERATIVOMembros efetivos:Davi Duarte (Porto Alegre), Renato Luiz Harmi Hino (Curitiba),Alfredo Ambrósio Neto (Goiânia), Juliana Varella Barca de Miranda Porto (Brasília) eElton Nobre de Oliveira (Rio de Janeiro).Membros suplentes: Antônio Xavier de Moraes Primo (Recife), Fábio Romero de SouzaRangel (João Pessoa) e Jayme de Azevedo Lima (Curitiba).CONSELHO FISCALMembros efetivos: Daniele Cristina Alaniz Macedo (São Paulo), Rogério Rubim deMiranda Magalhães (Belo Horizonte) e Adonias Melo de Cordeiro (Fortaleza).Membro suplente: Melissa Santos Pinheiro Vassoler Silva (Porto Velho).Endereço em Brasília/DF:SBS, Quadra 2, Bloco Q, Lote 3, Sala 1410 | Edifício João Carlos SaadCEP 70070-120 | Fone (61) 3224-3020E-mail: [email protected] | Gerente administrativa e financeira: Ana NiedjaMendes Nunes | Assistente financeira: Kelly Carvalho | Assistente administrativa:Vanessa Santos de Oliveira

As opiniões publicadas são de responsabilidade de seus autores,não refletindo necessariamente o pensamento da ADVOCEF.

Expe

dien

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Edito

rial

A edição de novembro chega às mãos de nossosleitores com sabor e conteúdo muito especiais.

Brindando o lançamento de mais um volume daRevista de Direito, lançado pela ADVOCEF em 2005,nosso veículo mensal incorpora numa mesma ediçãouma série marcante de eventos e fatos que dignificama vida associativa e da advocacia.

Após ter promovido lançamentos de edições dapublicação técnica em vários ambientes externos à As-sociação, a divulgação desta edição da Revista seoportuniza realizar em meio ao maior evento promovi-do pela OAB.

A XXI Conferência Nacional dos Advogados, espeta-cular foro de encontro e debates da advocacia brasilei-ra, acolhe o lançamento de mais uma edição da Revis-ta de Direito dos Advogados da CAIXA, juntamente coma obra editada pela Comissão de Direito Ambiental daSeccional do Paraná.

As páginas a seguir revelam o desenvolvimento eavanços experimentados por várias instituições e pro-jetos.

Uma extensa matéria com a ANPEPF e seus dirigen-tes mostra um pouco mais do trabalho desenvolvidopor uma entidade jovem e atuante. As demonstraçõesdo dinamismo, da força e dos bons resultados de umtrabalho coletivo pontilham páginas e linhas.

Este veículo, acompanhando a evolução natural dosmeios de comunicação, protagoniza outra matéria, ple-na de significados e de "conclusões inconclusas". Afi-nal, qual o melhor meio de divulgação de um informati-vo mensal: o impresso ou o digital? As respostas sãovárias e uma só: ambos.

Sobre os meios eletrônicos de informação e desen-volvimento, trazemos mais um capítulo dos debatessobre o processo judicial eletrônico, suas vantagens erepercussões sobre as muitas pessoas envolvidas nasua viabilização cotidiana. As várias interfaces neces-sárias para que uma empresa do porte da CAIXA tenhaefetividade e sucesso na sua defesa judicial são abor-dadas em matéria de gande relevância corporativa.

Assim vão crescendo e evoluindo as instituições eseus vinculados. Com muito trabalho, obstinação, pro-jetos concretizados e por concretizar, reuniões,assembleias, debates, críticas e uma vontade perma-nente de fazer mais e melhor.

A força dasentidades

Diretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEFDiretoria Executiva da ADVOCEF

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Rito de passagemC

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ão

Entre as versões digital e impressa, a ADVOCEF oferece as duasAssim como o rádio não matou o jor-

nal e a televisão não acabou com o rádio,a internet deverá conviver, de alguma for-ma, com o meio impresso. É o que afir-mam especialistas do tema, sem saberapontar quais serão as evoluções neces-sárias para as duas mídias. Em geral, ad-mitem a supremacia da mídia virtual quan-to à velocidade e praticidade, mas salien-tam que o meio impresso permite maiorfixação do conteúdo, é menos perecível eprescinde de aparelhos eletrônicos paradivulgação - elemento facilitador, conside-rando-se que menos de 20% dapopulação mundial tem acessoà internet.

Os sistemas provavelmenteestão aí para somar e não paradividir, dizem outros, pois os pú-blicos têm gostos variados. Algunsacessam o computador para veras notícias do dia, outros ligam orádio ou a tevê e muitos mantêmo hábito de ler o jornal diário.

"Por mais que se diga que aversão impressa tende a acabar,estudos apontam que o hábitode ler em papel ainda tende aperdurar por muito tempo", diz oeditor gráfico da ADVOCEF, José RobertoVazquez Elmo. Ele menciona um estudodo jornal Zero Hora, de Porto Alegre, quemostra o aumento do número de seus lei-tores. Adepto dessa versão, Beto apontacomo vantagens a praticidade de ler a qual-quer momento, hora e lugar e a possibili-dade de circulação de mão em mão. Acre-dita que a tendência será integrar as duasversões, para atender as demandas.

As bancas de jornaisPesquisa da Datafolha, divulgada em

23/10/2011, informa que "73% dos bra-sileiros preferem ler notícias nas versõesimpressas dos jornais, ao invés de acom-panhar as informações pelas plataformaseletrônicas destes veículos". O estudo re-vela também que a TV aberta e o jornalimpresso são os dois meios em que a mai-oria das pessoas procura informação.

Uma das conclusões do MaxiMídia,evento do jornal Meio & Mensagem, reali-zado em São Paulo no início de outubro, é

que no Brasil a circulação de impressosaumenta a cada ano. Ao mesmo tempo,segundo os publicitários, persiste a buscapela chamada monetarização dos conteú-dos, com visões diferentes entre os veícu-los.

No ambiente online, o jornal O Estadode S. Paulo conquistou 30 milhões de lei-tores, mas a circulação do impresso conti-nua crescendo. "Uma coisa não inviabilizaa outra", disse o representante do veículono MaxiMídia, Silvio Genesini. Ele enten-de que o conteúdo gerado para a internet

ainda não é adequado, consistindo basi-camente em uma transferência do impres-so para o ambiente online. Geraldo Corrêa,do Grupo RBS, previu uma vida longa paraos jornais. "Talvez o que se mude é o viés,de uma pauta menos factual para maisanalítica."

Nunca se leu tanto jornal no Brasil, es-creveu em julho o editor-executivo da Fo-lha de S. Paulo, Sérgio Dávila. Ele se ba-seou em levantamento do InstitutoVerificador de Circulação (IVC), que tementre seus afiliados os principais jornaisdo país. De acordo com os dados, a circu-lação média foi de 4,4 milhões de exem-plares por dia no primeiro semestre de2011. "O número é recorde dos últimos50 anos, quando teve início a série do IVC",afirmou Dávila.

Para ilustrar a tese que prevê o fimdos jornais impressos, imagine-se o cená-rio nas bancas das grandes cidades, suge-re o advogado Davi Duarte, presidente doConselho Deliberativo da ADVOCEF. SãoPaulo sem a Folha de S. Paulo e o Estadão,Recife sem o Jornal do Commércio, Rio deJaneiro sem O Globo, Brasília sem o Cor-reio Braziliense e o Jornal de Brasília, Por-to Alegre sem a Zero Hora e o Correio doPovo, e assim por diante. "Como se senti-rão os leitores que mantêm o hábito e ocarinho por seu jornal preferido, se vierem

a perder a edição impressa?",indaga Davi.

Folhear ou clicarO escritor Paulo Coelho li-

berou recentemente a cópia deseus livros na internet. "A épocajurássica, em que uma ideia ti-nha dono, desapareceu parasempre", afirmou o escritor.Mas, no fundo, Paulo Coelho ti-nha outras razões. Segundo ele,quem gostar do começo da lei-tura irá comprar o livro no diaseguinte, já que "é cansativo lerlongos textos no computador".Também os livros, como os jor-

nais, não deverão ter um fim tão rápido.O ilustrador da ADVOCEF em Revista

Ronaldo Selistre não se preocupa muitocom a questão. Mesmo que prefira sem-pre ler em papel, diz que tem um bommonitor, que não chega a agredir os olhos.Caso contrário, com o tempo que passatrabalhando nele, acredita que já estariano mínimo usando óculos.

Atualmente, a Revista da FUNCEF sópode ser lida, pelos participantes ativos,no formato digital. O projeto está em faseexperimental e libera a versão impressaapenas para os aposentados e pensio-nistas - ou para quem solicita, expressa-mente.

Esta edição da ADVOCEF em Revistajá está disponível, na íntegra, no site daAssociação. Desde setembro, o leitor temacesso à revista antes mesmo da versãoimpressa. Com as duas versões ao seudispor, o leitor pode escolher a sua prefe-rida.

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No palco nacionalRe

vist

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Dir

eito

Sessão de autógrafos da ADVOCEF na XXI Conferência Nacional dos Advogados

A RD segundo os autoresO advogado Lucas Ventura Carva-

lho Dias, do Jurídico Recife/PE, consi-dera a Revista de Direito da ADVOCEFum excelente meio de divulgação deartigos que, sem ela, talvez não ganhas-sem o mundo. "Os advogados da CAIXAsão muito ocupados e, mesmo tendograndes ideias, muitas vezes não têmtempo de colocá-las no papel e, ainda,procurar um meio de divulgação."

A Revista cumpre, assim, na suaopinião, um papel importante de difu-são de conhecimentos jurídicos que,sem a RD, poderiam ficar guardados.Para ele, o alto nível dos trabalhos fazcom que a Revista seja uma das me-lhores do país no segmento. "Já apren-di muito lendo textos de outros colegase acho que a Revista mostra à própriaCAIXA que seus advogados não se des-cuidam da vida acadêmica, procuran-do sempre aprofundar seus conheci-mentos jurídicos e reparti-los."

A despeito das complicações do diaa dia, Lucas estimula os colegas a es-

|||||Fernanda: unir e revelar qualidades

crever para a RD. "Além de contar comotítulo em concursos públicos, para quemainda deseja outra carreira, dividir os co-nhecimentos e experiências adquiridoscom a comunidade jurídica traz grandesatisfação pessoal e oxigena o Direitonacional."

Sintonia com a atualidadeA advogada Bianca Crestani, do Jurí-

dico Porto Alegre/RS, entende que a di-vulgação de artigos e decisões vai ao en-

contro da necessidade e do interessedos advogados da CAIXA, facilitando,muitas vezes, o trabalho diário.

A advogada Fernanda Ongaratto Di-amante, da REJUR Presidente Pruden-te/SP, também aprecia a Revista e autiliza sempre como fonte de pesquisa."Acredito também que a Revista tem afunção de unir os profissionais da CAIXAe revelar suas qualidades e talentos."

O advogado Floriano Benevides deMagalhães Neto, do Jurídico Fortaleza,comenta que a Revista aborda os as-suntos jurídicos com conhecimento eprofundidade, "demonstrando a todosa importância e a qualificação dos ad-vogados desta empresa pública".

Ao dar espaço para textos atuais, aRD possibilita uma troca de ideias e deentendimentos, ressalta a advogadaLuciana Buksztejn Gomes, de Porto Ale-gre. "Esta edição, especialmente, ao ho-menagear o Estatuto da Cidade, de-monstra como está em sintonia comtemas da atualidade."

Durante a XXI Conferência Nacional dos Ad-vogados, em 21 de novembro, em Curitiba,a ADVOCEF lança o 13º volume da sua Re-vista de Direito, em homenagem aos 10anos do Estatuto da Cidade. Parceira noevento, a OAB/PR apresenta a obra "ODireito Ambiental e os 30 Anos daPolítica Nacional do Meio Ambiente",escrita por advogados paranaensese organizada pela Comissão de MeioAmbiente da Seccional. Os dois lan-çamentos tratam dos temas defini-dos para a Conferência - Liberdade,Democracia e Meio Ambiente - e re-afirmam a relação de cooperaçãoexistente entre a Seccional e aADVOCEF.

Pela primeira vez, a ADVOCEF participada Conferência Nacional dos Advogados, inclu-ída na programação oficial do evento. O presidenteda entidade, Carlos Castro, comenta: "A nossa Associaçãovem se firmando como colaboradora das lutas do nosso ConselhoFederal da OAB e atuando sempre que há um chamamento do

presidente Dr. Ophir Cavalcante, que tem demons-trado ser um entusiasta das nossas causas e

não tem medido esforços para o fortalecimen-to da nossa ADVOCEF".

Carlos Castro sublinha que a enti-dade não poderia deixar de participar

de um grande acontecimento, quereúne os mais importantes operado-res do Direito para discutir temas damaior relevância para o país. Nessepalco, tem sessão de autógrafos aRevista de Direito da ADVOCEF. A pu-blicação, segundo o advogado AlaimStefanello, coordenador das ações

em Curitiba, está cada vez maisprestigiada em todo o Brasil por seu tra-

balho de divulgação jurídica.

O tema homenageadoDez autores assinam os sete artigos que

compõem a edição ambiental da RD. Sete são advo-gados (dois de fora da Empresa) e três são arquitetos (todosextra-CAIXA).

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A RD e o meio ambienteO tema meio ambiente, escolhido

para a edição especial, não é novo paraos autores e leitores da Revista de Di-reito da ADVOCEF. Veja as edições emque ele aparece:

RD nº 1:RD nº 1:RD nº 1:RD nº 1:RD nº 1: A propriedade intelectualcomo instrumento jurídico internacionalde exploração: a luta do DireitoSocioambiental contra a biopirataria -Alaim Giovani Fortes StefanelloAlaim Giovani Fortes StefanelloAlaim Giovani Fortes StefanelloAlaim Giovani Fortes StefanelloAlaim Giovani Fortes Stefanello.

RD nº 1: RD nº 1: RD nº 1: RD nº 1: RD nº 1: Cidade, propriedade e onovo paradigma de desenvolvimentourbano no Brasil: a função social da ci-dade - Alberto Bohnen FilhoAlberto Bohnen FilhoAlberto Bohnen FilhoAlberto Bohnen FilhoAlberto Bohnen Filho.

RD nº 2: RD nº 2: RD nº 2: RD nº 2: RD nº 2: Fundamentos para ela-boração do estudo de impactoambiental e estudo de impacto de vizi-

nhança - Luciane Martins de AraújoLuciane Martins de AraújoLuciane Martins de AraújoLuciane Martins de AraújoLuciane Martins de AraújoMascarenhasMascarenhasMascarenhasMascarenhasMascarenhas.

RD nº 3:RD nº 3:RD nº 3:RD nº 3:RD nº 3: Políticas públicas ambien-tais: uma reflexão teórico-conceitual parao seu regime jurídico no Brasil - RuyRuyRuyRuyRuyTTTTTelles de Borborema Neelles de Borborema Neelles de Borborema Neelles de Borborema Neelles de Borborema Netttttooooo.

RD nº 4:RD nº 4:RD nº 4:RD nº 4:RD nº 4: O desenvolvimento econô-mico baseado na preservação ambiental

como novo paradigma das instituiçõesfinanceiras - Alaim Giovani FortesAlaim Giovani FortesAlaim Giovani FortesAlaim Giovani FortesAlaim Giovani FortesStefanelloStefanelloStefanelloStefanelloStefanello.

RD nº 7RD nº 7RD nº 7RD nº 7RD nº 7: : : : : Políticas de responsabi-lidade socioambiental nos bancos:indutoras do desenvolvimento susten-tável? - Maria de Fátima Cavalcan-Maria de Fátima Cavalcan-Maria de Fátima Cavalcan-Maria de Fátima Cavalcan-Maria de Fátima Cavalcan-ttttte Te Te Te Te Tosini, Elvira Cruvinel Fosini, Elvira Cruvinel Fosini, Elvira Cruvinel Fosini, Elvira Cruvinel Fosini, Elvira Cruvinel FerreiraerreiraerreiraerreiraerreiraVenturaVenturaVenturaVenturaVentura e Luciana Graziela Araú-Luciana Graziela Araú-Luciana Graziela Araú-Luciana Graziela Araú-Luciana Graziela Araú-jo Cuocojo Cuocojo Cuocojo Cuocojo Cuoco.

RD nº 8: RD nº 8: RD nº 8: RD nº 8: RD nº 8: O direito de vizinhança eo registro imobiliário - Marcelo Que-Marcelo Que-Marcelo Que-Marcelo Que-Marcelo Que-vedo Amaralvedo Amaralvedo Amaralvedo Amaralvedo Amaral.

RD nº 12:RD nº 12:RD nº 12:RD nº 12:RD nº 12: Os Termos de Ajusta-mento de Conduta firmados pelo Mi-nistério Público como um instrumentoeficaz na tutela do meio ambiente -Aldo Lins e Silva PiresAldo Lins e Silva PiresAldo Lins e Silva PiresAldo Lins e Silva PiresAldo Lins e Silva Pires.

Foto

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A vida doplaneta

Editada em31 de agosto de1981, a Lei Fede-ral nº 6.938 é ho-menageada no li-vro "O DireitoAmbiental e os30 Anos da Políti-ca Nacional doMeio Ambiente",da Comissão de Meio Ambiente daOAB/PR. Na introdução, o advogado eprofessor Gabriel Gino Almeida diz quea maior qualidade da Lei é "tratar meioambiente como meio ambiente".

O professor observa que emborajá vigorassem no país leis dispondosobre os elementos do ambiente na-tural, elas não se importavam com omais importante, o sistema ecológi-co. Diz que a OAB, como boa observa-dora da sociedade, "mostra compre-ender que a discussão de liberdadesindividuais e da própria democraciasó faz sentido se estiver garantida aexistência de vida humana sadia nes-te planeta".

O advogado da CAIXA em Curitiba,Alaim Stefanello, participa da obra como artigo "Política Nacional do Meio Am-biente e Instituições Financeiras: afunção social do Direito".

|||||Alaim Stefanello

O advogado Henrique Chagas, daREJUR Presidente Prudente/SP, diz queo Estatuto da Cidade - o homenageadoda Revista - merece ainda muito estu-do e tem grande utilidade como instru-mento de gestão urbana, porque falaaos gestores o principal, sobre planeja-mento e participação popular.

"Porque é a partir do planejamentoe da participação popularque se compreende o ca-ráter dinâmico das cida-des e os conflitos de inte-resses que permeiam asua formação e seu cres-cimento. E o instituto dapreempção, objeto donosso trabalho, constitui-se em importante ferra-menta para as interven-ções urbanas."

Henrique Chagas la-menta que quase nadase planeje em médio elongo prazo nos municípi-os brasileiros. "Contudo,é necessário romper estamuralha que paralisa apolítica urbana eficaz",conclama, apregoando ouso da preempção.

Outro articulista, o advogadoFloriano Benevides de Magalhães Neto,do Jurídico Fortaleza, observa que o Di-reito Ambiental está cada vez mais pre-sente no dia a dia das pessoas. Isso ex-plica, segundo ele, a preocupação das

nações com o clima e outros fatores querepercutem no meio ambiente, culmi-nando em várias conferências internaci-onais da ONU desde 1972. Ele alerta queem 2012 haverá nova conferência noRio de Janeiro, que já está sendo cha-mada de Rio+20, em alusão à Rio-92.

"Por isso o nosso interesse em es-crever sobre o tema, onde abordamos

o Direito Ambiental, o Di-reito Internacional Públi-co Ambiental, o DireitoUrbanístico, a questãohabitacional brasileira eo importante papel daCAIXA nesta área, atravésdas várias políticashabitacionais do gover-no."

Outros autoresJá a advogada

Fernanda Ongaratto Dia-mante, da REJUR Presi-dente Prudente/SP, escre-ve sobre as alteraçõesintroduzidas pela Lei nº12.349/2010, que cria-ram exceções à regra queveda preferências e distin-ções nos procedimentos

licitatórios. Ela explica que o objetivo dasalterações é fomentar o desenvolvimen-to do país, permitindo-se, agora, a aqui-sição de produtos ou serviços nacionaispor preço superior ao estrangeiro em até25% e restringindo às empresas com

|||||Bianca: a hipossuficiência doempregado CAIXA

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"E abordamos especialmente o Es-tatuto da Cidade, previsto na Constitui-ção de 1988, que instituiu várias políti-cas e diretrizes para o desenvolvimen-to urbano sustentável, em termos dehabitação, locomoção, favelização, pro-blemas no descarte do lixo, trânsito, po-luição, zoneamento urbano e qualida-de de vida para nós, habitantes de cida-des que a cada dia sentem os reflexosde um crescimento desordenado e semplanejamento, questões históricas queo Estatuto vem buscando mudar."

(Floriano Benevides de Maga-lhães Neto, do Jurídico Fortaleza.)

"Como instrumento básico da polí-tica de desenvolvimento e expansãourbana, ungiu-se o Plano Diretor, regu-lamentado no Estatuto da Cidade (Leinº 10.257, de 10/07/2001). Aí, foi ne-cessário aprofundar os conceitos cons-titucionais de propriedade e sua fun-ção social; pois é a partir do conceito

O Estatuto da CidadeOs autOs autOs autOs autOs autores da edição especial da Rores da edição especial da Rores da edição especial da Rores da edição especial da Rores da edição especial da Reeeeevista de Direitvista de Direitvista de Direitvista de Direitvista de Direito contam como vo contam como vo contam como vo contam como vo contam como veem a Lei nº 1eem a Lei nº 1eem a Lei nº 1eem a Lei nº 1eem a Lei nº 10.250.250.250.250.257/2007/2007/2007/2007/20011111.....

de propriedade e sua função social quese instrumentaliza o Plano Diretor no exer-cício da política urbana.

O Estatuto da Cidade resgatou valio-sos instrumentos de política urbana, comoo direito de superfície, o direito depreempção (de preferência), a outorga one-rosa do direito de construir e de alteraçãode uso, as operações urbanas consorcia-das, a transferência do direito de construire o estudo de impacto de vizinhança."

(Henrique Chagas, da REJUR Presi-dente Prudente/SP)

"Sua implantação [do Estatuto daCidade] possibilitou um avanço nacompreensão da dinâmica das cida-des ao indicar como obrigatória a par-ticipação popular na elaboração eformulação de planos, programas eprojetos de desenvolvimento urbano,realçando os interesses coletivos so-bre o tradicional modelo de planeja-mento urbano baseado em grupos deinteresses.

Passados dez anos de sua apro-vação, o Estatuto da Cidade é umarealidade no cotidiano da gestão pú-blica dos municípios. Entretanto, épossível ampliarmos a utilização dasinovações previstas, o que facilita in-clusive a execução dos programas go-vernamentais como o PAC e o MinhaCasa Minha Vida, que têm intensifica-do o processo de democratização doespaço urbano."

(Jorge Hereda, presidente da CAI-XA, na apresentação da RD 13.)

Foto

: STF

||||| Jorge Hereda: realce dos interesses coletivos

tecnologia nacional a participação emlicitações para sistema de tecnologia deinformação e comunicação.

"O que me motivou a escrever so-bre o tema, além de sua recentidade edo meu gosto pelo Direito Público, é oimpacto que poderá causar nos proce-dimentos licitatórios em razão darelativização do tratamento isonômicoaos concorrentes."

||||| Floriano: o Direito Ambiental no dia a dia

A advogada Bianca Crestani, do Ju-rídico Porto Alegre/RS, fala de sua par-ticipação: "O artigo faz uma reflexãoacerca da suposta hipossuficiência doempregado CAIXA e das demais empre-sas públicas e sociedades de economiamista, demonstrando a necessidade derelativizar a aplicabilidade do Princípioda Proteção do Trabalhador frente aobreiros que, embora enquadrados noregime celetista, possuem relativa es-tabilidade no emprego e condições in-telectuais para, por exemplo, ensejar avalidade das opções realizadas no cur-so da contratualidade."

A advogada Luciana Buksztejn Go-mes, de Porto Alegre, participa da Re-vista com o artigo "A prenotação no re-gistro de imóveis", escrito depois queverificou que em vários casos a emis-são da certidão da prenotação no ofí-cio imobiliário já permite a venda dasfuturas unidades e a liberação de par-cela de crédito para desenvolvimentoda obra. "O interessante é que a certi-dão, com essa finalidade, foi uma cria-ção doutrinária e não vem expressa-mente tratada em lei", salienta.

O advogado Alaim Stefanello, con-selheiro editorial da Revista de Direito,escreveu com Ilaine AparecidaPagliarini o artigo "A função social dapropriedade no Estatuto da Cidade". Etrês arquitetos - Raquel Rolnik, RenatoCymbalista e Kazuo Nakano - são res-ponsáveis pelo ensaio "Solo urbano ehabitação de interesse social: a ques-tão fundiária na política habitacional eurbana do país".||||| Luciana: prenotação no registro de imóveis

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O Apoio digitalC

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Os efeitos do processo eletrônico atingem a todosOs empregados do Apoio Jurídico da

CAIXA enfrentam, como os advogados, osreflexos das mudanças impostas na roti-na pela implantação do processo eletrô-nico. A nova atitude exigida para o de-sempenho das tarefas, que em grandeparte já utiliza o sistema digital, requerum novo profissional também na áreaadministrativa, alerta o coordenador deSustentação ao Negócio do Apoio Jurídi-co de Porto Alegre, Milton Sica Magalhães.Ele faz alusão às declarações do advoga-do Wilson Malcher, seu colega no Jurídi-co, que em matéria publicada naADVOCEF em Revista de setembro listouos problemas da era virtual que obrigamos advogados a uma rotinaestressante.

Em sua reclamação,Malcher mencionou a "de-sumana atividade" dedigitação e de leitura detextos digitalizados, a rapi-dez do processo eletrônicoe a defasagem dos siste-mas de controle da CAIXA,que causam digitação emexcesso.

A expressão "novo pro-fissional", empregada peloadvogado, não vale apenaspara o quadro jurídico, co-mentam as coordenadorasdo Apoio Gracy Balsan(SIJUR) e Ana ClaudiaBeckel (Logístico), do Jurídico Porto Ale-gre. "Para possibilitar que o advogado te-nha acesso a um determinado processoeletrônico, diversas ações são realizadasantes pelo Apoio Administrativo, que aca-ba por vivenciar as mesmas dificuldadesdos colegas advogados, posto que tam-bém suas rotinas foram incrementadascom mudanças significativas", afirmam.

Sugestões em 2008Com as colegas de Coordenação,

Milton Magalhães participa do Grupo deMelhoria, instituído após reunião geral doJurídico, com representantes das áreasjurídica e administrativa, para que sejam

colhidas contribuições variadas e conve-nientes a todos. Algumas necessitarão daanálise e, conforme o caso, da atuaçãoda própria DIJUR.

"Estamos a contribuir para que pos-samos ter, ao final, uma avaliação preci-sa que permita identificar todas as novasatividades e outras alteradas nas atua-ções, tanto de colegas advogados, quan-to de colegas da carreira administrativa,já que a implantação dessa rotina encon-trou a todos nós de maneira forte", dizMilton.

Em documento encaminhado àADVOCEF em 2008, o coordenador jáhavia dado sugestões para a melhoria das

condições de trabalho no Apoio. Obser-vava então que a área, vista como deassessoramento, tinha uma quantidadede cargos técnicos "infinitamente menor",em comparação com outras unidades.Pediu aumento do quantitativo e da qua-lificação dos cargos e equiparação do ní-vel das funções com os das demais áre-as da CAIXA. Reivindicou a criação da fun-ção de Analista Judiciário, semelhante aoque estuda propor hoje o Grupo deMelhoria.

"As reivindicações permanecem to-talmente válidas, pois ainda que tenha-mos evoluído em alguns equipamentos,como scanners e duplos monitores para

o trabalho, ainda carecemos de estrutu-ras de vagas de colegas administrativos,bem como a qualificação em funções téc-nicas agregadas", diz Milton.

"Felizmente, pela constante ação daGerência do JURIR/PO, Dr. Marcos Kafruni,nos vimos forçados a construir inúmeroferramental que pudesse, ainda queartesanalmente, dar-nos sustentação aoexercício de nossas atividades", acres-centa.

Geração de pastasMilton conta que, a partir de 2006,

foram desenvolvidas várias ferramentasno Jurídico Porto Alegre que hoje estão

disseminadas entre as uni-dades jurídicas da CAIXA. Oaplicativo Juris, por exem-plo, abriu caminho para oDossiê Eletrônico, o instru-mento "fundamental para aatuação no processo", queextinguiu a geração de pas-tas e papéis antes acumu-lados.

Segundo Milton, o mes-mo Juris propiciou uma to-tal integração eletrônicadesde o início das solicita-ções dos advogados (cus-tas, subsídios, etc.), alémdas funcionalidades quepermitiram receber docu-mentos e movimentos dos

tribunais com o lançamento no SIJURsem a intervenção do advogado.

Milton acrescenta que, com ainformatização do Jurídico Porto Alegre,foi possível entregar inúmeros metrosquadrados antes utilizados paraarmazenamento de arquivos, reduzindoos custos despendidos para a sua manu-tenção em pagamento de aluguéis.

Segundo o coordenador, as inova-ções tecnológicas garantiram a sobrevi-vência da unidade diante do "dramáticovolume de interações exigidas pelo pro-cesso eletrônico, sem acrescer à sua es-trutura nenhuma nova vaga de empre-gado".

|||||Ana, Milton e Gracy: inseridos na era virtual

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Novembro | 20118

A luta dos procuradoresC

arre

ira

Três anos depois de sua consti-tuição, a ANPEPF (Associação Naci-onal dos Procuradores de EmpresasPúblicas Federais) conseguiu reali-zar afinal, em 22/09/2011, a desejadareunião no Departa-mento de Coordena-ção e Governançadas Empresas Esta-tais (DEST). Relatan-do o encontro, que"quebrou um tabu",o presidente daANPEPF, Otávio Ro-cha Santos, disseque havia no DEST apreocupação comeventuais intençõescorpora-tivistas nacampanha pela cria-ção da carreira de Procurador deEmpresa Pública Federal.

A resposta da Associação, no en-contro, foi que buscava a eficiênciadas empresas públicas federais,através de um Jurídico melhor apa-relhado, valorizado e municiado dasgarantias inerentes à função queexerce. Segundo Otávio Santos, odiretor do órgão, Murilo FranciscoBarella, afirmou que, de acordo com"o que transitar, na proposta apre-sentada, entre o corporativismo e amelhor gestão estatal, teremos cam-po de debate para prosseguir eaprofundar tratativas".

Em 07/10/2011, a mensagem daANPEPF foi levada ao advogado-ge-ral da União, ministro Luís InácioAdams, colhendo igual simpatia. Apauta pode avançar, disse o minis-tro. "É interessante buscarmos auniformização. Essa questão daidentidade na área jurídica é muitoimportante", comentou.

A ANPEPF já havia participado dereuniões na OAB, na Casa Civil, noMinistério do Planejamento, Orça-mento e Gestão (MPOG). Em 25/10/

Cresce o apoio para valorizar a advocacia das empresas públicas federais2011, o anteprojeto da ANPEPF,transformado no Projeto de Lei2586/2011, foi apresentado pelodeputado federal Eduardo Cunha

(PMDB-RJ) na CâmaraFederal.

É a maior conquis-ta da ANPEPF, que foicriada em 24/09/2008e conta com represen-tantes da ADVOCEFem sua Diretoria, osadvogados LucianoCaixeta Amâncio eFelipe Mattos.

Brado políticoPela via administra-

tiva (Poder Executivo)ou através do Parla-mento, a ANPEPF pros-

segue a luta pela valorização da ad-vocacia exercida nas estatais, envol-vendo os interesses de quase doismil advogados. Segundo Otávio San-tos, o processo passa, fundamental-mente, pela regulamentação da car-reira do Procurador de Empresa Pú-blica Federal, "como franco e clarobrado de apoio polí-tico ao aludido pro-jeto, que aperfeiçoaa gestão pública epermeia a melhorutilização possíveldo erário".

De acordo com oadvogado MarceloLeles, vice-presiden-te da ANPEPF e co-ordenador da recémcriada CoordenaçãoNacional da Advoca-cia em Estatais(CNAE), no Conse-lho Federal da OAB, o projeto pre-tende consolidar a autonomia dosprocuradores das empresas públi-cas, resguardando o respeito àsprerrogativas previstas no artigo 2º

do Estatuto da OAB ("O advogado éindispensável à administração daJustiça e no seu ministério privadopresta serviço público e exerce fun-ção social.").

Para Marcelo, além disso, o Pro-jeto viabilizará a criação de uma car-reira distinta das demais carreirasadvocatícias de Estado, "pois terão osprocuradores das empresas públi-cas, em paridade d'armas e em pro-porção às suas responsabilidades, osinstrumentos necessários para a con-solidação do Estado Democrático ver-dadeiramente 'de direito'".

A presidente da Comissão Naci-onal da Advocacia Pública da OAB(CNAP), Meire Mota Coelho, afirmaque o objetivo é sanar os desníveisremuneratórios e fazer uma defesamais incisiva das prerrogativas pro-fissionais, "visto que se trata, defato, de advogados, devidamente ins-critos na OAB e atuantes em nomede instituições representativas doEstado brasileiro". Segundo aadvogada, em respeito à claravinculação entre esses profissionaise sua entidade representativa, a

OAB, nada mais coe-rente do que o projetoreceber pleno apoioinstitucional.

É precisodiscutir

Na opinião do pre-sidente da ADVOCEF,Carlos Castro, o projetoé bom e sua apresen-tação na Câmara Fede-ral foi sumamente im-portante, mas precisade algumas alterações

no texto. "Tenho sérias dúvidas quan-to à sua constitucionalidade, uma vezque este projeto, ao meu sentir, é decompetência exclusiva do PoderExecutivo."

|||||Meire Mota: advogados inscritos naOAB e representantes do Estado

|||||Carlos Castro: momento propício, detransparência

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| Entrevista

Conta o presidente da Associação Na-cional dos Procuradores de Empresas Pú-blicas Federais (ANPEPF), Otávio RochaSantos, que no início havia uma grandedificuldade em congregar, em uma só en-tidade, tantos procuradores e advogadosde empresas públicas federais dispersaspor todo o território nacional. "Todavia, oque pareceu pretensioso foi enfrentadocom destemor pelos colegas fundadoresda Associação, que sempre utilizaramcomo combustível os óbices apresenta-dos", diz o presidente.

Na entrevista a seguir ele conta maissobre a ANPEPF, fundada em 24/09/2008 e responsável pelo anteprojeto quecria a carreira de Procurador de EmpresaPública Federal, transformado no PL2586/2011, recentemente apresentadona Câmara dos Deputados pelo deputadofederal Eduardo Cunha (PMDB/RJ).

ADADADADADVVVVVOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISOCEF EM REVISTTTTTA - AA - AA - AA - AA - Agora, ogora, ogora, ogora, ogora, oque falta - e quanto tempo - paraque falta - e quanto tempo - paraque falta - e quanto tempo - paraque falta - e quanto tempo - paraque falta - e quanto tempo - paraser criada a carreira de Procuradorser criada a carreira de Procuradorser criada a carreira de Procuradorser criada a carreira de Procuradorser criada a carreira de Procuradorde Empresa Pública Federal?de Empresa Pública Federal?de Empresa Pública Federal?de Empresa Pública Federal?de Empresa Pública Federal?

OTÁVIO ROCHA SANTOSOTÁVIO ROCHA SANTOSOTÁVIO ROCHA SANTOSOTÁVIO ROCHA SANTOSOTÁVIO ROCHA SANTOS - Comotoda longa caminhada tem um primeiropasso, a ANPEPF, não sem muito custo,efetivou este, já considerado um marco.De fato um célebre marco, pois até entãomuitos parlamentares apoiavam - e conti-nuam apoiando -, mas somente agora ob-tivemos um resultado concreto, ora alen-tador: nossa tão sonhada carreira, apre-sentada em uma proposição legislativa.

ADVOCEF - Quais são as expec-ADVOCEF - Quais são as expec-ADVOCEF - Quais são as expec-ADVOCEF - Quais são as expec-ADVOCEF - Quais são as expec-tativas e estratégias de acompanha-tativas e estratégias de acompanha-tativas e estratégias de acompanha-tativas e estratégias de acompanha-tativas e estratégias de acompanha-

Projeto avançadomento do Projeto junto ao Congres-mento do Projeto junto ao Congres-mento do Projeto junto ao Congres-mento do Projeto junto ao Congres-mento do Projeto junto ao Congres-so e instituições envolvidas?so e instituições envolvidas?so e instituições envolvidas?so e instituições envolvidas?so e instituições envolvidas?

OTÁVIO OTÁVIO OTÁVIO OTÁVIO OTÁVIO - A ANPEPF já está confeccio-nando relevante estratégia junto aos par-lamentares, sobretudo com o notável e ex-periente apoio das associações internasde procuradores das empresas,notadamente a ADVOCEF e a APECT [As-sociação dos Procuradores dos Correios],sendo que os esforços comuns serãojungidos no afã de se amalgamar o maiorapoio possível ao PL 2586.

ADVOCEF - Quais são os princi-ADVOCEF - Quais são os princi-ADVOCEF - Quais são os princi-ADVOCEF - Quais são os princi-ADVOCEF - Quais são os princi-pais resultados a ser alcançadospais resultados a ser alcançadospais resultados a ser alcançadospais resultados a ser alcançadospais resultados a ser alcançadospelo Projeto, se aprovado?pelo Projeto, se aprovado?pelo Projeto, se aprovado?pelo Projeto, se aprovado?pelo Projeto, se aprovado?

OTÁVIOOTÁVIOOTÁVIOOTÁVIOOTÁVIO - A uma, fortalecimento e ainstitucionalização, de vez, do segmentojurídico dentro da empresa pública federal,entidade da administração indireta brasi-leira. A duas, permear a cultura de que oprocurador da empresa pública federal temimportantíssimo papel como coadjuvanteda atividade estatal, viabilizando-a dentroda legalidade e constitucionalidade.

Desta forma, o projeto pretende sane-ar um vácuo legislativo desde a LC 73, de10/02/1993, por meio da padronizaçãodo tratamento aos procuradores de em-presas públicas, seja em termos, a títulode ilustração, de jornada - que passará aser de seis horas -, de honorários -positivará para todos o dito direito que jáalgumas empresas reconhecem -, de no-menclatura (por incrível que pareça), umavez que os advogados, ao arrepio da lei deregência são chamados de analistas, e nãode advogados/procuradores, que são.

De grande relevo, ainda, é a proteçãocontra a dispensa imotivada prevista noProjeto. De fato, tal mecanismo visa res-guardar a prerrogativa profissional ineren-te ao procurador, qual seja, a autonomiatécnica, sobretudo quando versa sobre umcapital 100% público, sem falar na análi-se prévia e aprovação de licitações milio-nárias (inteligência do art. 38, parágrafoúnico, Lei 8.666, de 1993), base da atua-ção obrigatória de todos advogados emempresas públicas federais.

Outrossim, a desejosa estruturação,subordinação técnica à AGU - que já setem em diversas legislações esparsas -,bem como a relação jurídica celetista evinculação administrativa às ditas empre-sas são pontos valiosos do projeto.

ADVOCEF - Olhando para trás,ADVOCEF - Olhando para trás,ADVOCEF - Olhando para trás,ADVOCEF - Olhando para trás,ADVOCEF - Olhando para trás,quais foram as principais dificulda-quais foram as principais dificulda-quais foram as principais dificulda-quais foram as principais dificulda-quais foram as principais dificulda-des e vitórias enfrentadas até aqui?des e vitórias enfrentadas até aqui?des e vitórias enfrentadas até aqui?des e vitórias enfrentadas até aqui?des e vitórias enfrentadas até aqui?

OTÁVIOOTÁVIOOTÁVIOOTÁVIOOTÁVIO - A principal dificuldade foi en-contrar, de pronto, o precioso apoio políti-co. A mais relevante vitória, assim, foi ca-pitanear, após amplos debates, investidaestratégica junto a parlamentares ousa-dos e arrojados, como o deputado Eduar-do Cunha, que decidiu apresentar o PL,em versão ajustada.

||||| Otávio Santos:o apoio

fundamental daADVOCEF

De qualquer forma, Castro entendeque os profissionais precisam se articu-lar, visando à abertura da discussão naCâmara dos Deputados, possibilitandoque o Poder Executivo tome o Projeto comoseu, fazendo os ajustes necessários.Acha que é preciso discuti-lo internamen-te entre os advogados da CAIXA e os mem-bros da ANPEPF, antes mesmo de se bus-car o apoio parlamentar.

"Não será uma luta fácil", prevê CarlosCastro, "pois, com toda a certeza, enfren-taremos a oposição e o lobby contrário da

grande maioria das empresas públicas emquestão, que erroneamente se acharãoperdendo autonomia sobre os seus advo-gados".

Mas salienta: "O PL tem consistênciae sua exposição de motivos é bem funda-mentada, garante as prerrogativas dos pro-fissionais do Direito e a percepção dosseus honorários sucumbenciais". Alémdisso, o presidente da ADVOCEF acreditaque o momento é propício, pois se discu-te no país a transparência dos atos jurídi-cos do poder público.

|||||Marcelo Leles: respeito aoartigo 2º do Estatuto da OAB

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Com o pé na estradaIn

stitu

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O presidente da ADVOCEF, Carlos Castro, e o diretor de Honorários, Álvaro Weiler, visitaram os Jurídicos Salvador/BA e SãoPaulo/SP, prosseguindo o projeto que visa a integração entre os advogados e a ADVOCEF. Em parte do roteiro foram acompanha-dos pelos diretores Júlio Greve (em Salvador) e Fernando Abs (em São Paulo). As visitas permitem conhecer melhor as realidadeslocais, relatar o trabalho desenvolvido pela Associação e discutir assuntos relativos à recuperação de crédito e honorários.

ADVOCEF visita Jurídicos, no projeto que busca diálogo e transparência

Em 7 de novembro de 2011, os representantes daADVOCEF estiveram no Jurídico São Paulo/SP, a maior unida-

Em 28 de outubro de 2011, os represen-tantes da ADVOCEF foram recebidos, no Jurí-dico Salvador/BA, pelo associado e gerentejurídico Paulo Ritt. Em seguida, se reuniramcom os demais advogados da unidade paradebater assuntos da categoria.

Entre os temas em discussão estavamos referentes aos títulos Transcon, recebidospela ADVOCEF em pagamento de honoráriosrelativos a acordo firmado com o Instituto deOrientação às Cooperativas Habitacionais daBahia e Sergipe (INOCOOP/BASE), no iníciode 2011. Os títulos constituíam o únicopatrimônio do devedor, e a CAIXA, na qualida-de de gestora do crédito do FGTS, recebeu através dos mes-mos papéis.

Os títulos permitem aumentar a área construída em de-terminadas regiões do município de Salvador. Os papéis daADVOCEF consubstanciam o direito de construir 17.187,81m2no Bairro Stela Maris.

Jurídico Salvador/BA:TTTTTrabalho contínuo para garantir resultadosrabalho contínuo para garantir resultadosrabalho contínuo para garantir resultadosrabalho contínuo para garantir resultadosrabalho contínuo para garantir resultados

Após relato dos advogados da Comissão de Honorários edebates, verificou-se que, independente de ainda não ter sur-gido qualquer proposta de compra, não se trata de "papelpodre". Apesar do momento não ser favorável, os advogadosde Salvador e a Diretoria da ADVOCEF continuam trabalhan-do para transformar o crédito em dinheiro.

Jurídico São Paulo/SP:Maior aproximação com a maior unidadeMaior aproximação com a maior unidadeMaior aproximação com a maior unidadeMaior aproximação com a maior unidadeMaior aproximação com a maior unidade

de jurídica da CAIXA no país. Essa característica, segundo aDiretoria, por si só torna evidente a importância de maior

aproximação entre a ADVOCEF e o JURIRSP.Pela manhã, os representantes da

ADVOCEF conversaram informalmente com osadvogados e participaram de reunião com o ge-rente do Jurídico, Silvio Travagli, e seu substitu-to eventual, Rogério Altobelli.

Após o almoço, foi realizada uma exposi-ção no auditório do Jurídico sobre a recupera-ção de crédito e o repasse de honorários, entreoutros assuntos de interesse dos advogados.Na reunião, foi estimulada a participação dosprofissionais na nova Comissão de Honoráriosdo Jurídico São Paulo, que seria escolhida doisdias depois. Os eleitos foram os advogadosCarlos Henrique Lage Gomes, Helena YumyHashizume e Ricardo Moreira Prates Bizarro.

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Associação unidaCamilo de Lellis Cavalcanti, do Jurídico São Paulo/SPCamilo de Lellis Cavalcanti, do Jurídico São Paulo/SPCamilo de Lellis Cavalcanti, do Jurídico São Paulo/SPCamilo de Lellis Cavalcanti, do Jurídico São Paulo/SPCamilo de Lellis Cavalcanti, do Jurídico São Paulo/SP

| Evento

ADVOCEF participa do V UNAFE

Atendendo ao convite da Uniãodos Advogados Públicos Federaisdo Brasil (UNAFE), a ADVOCEF parti-cipou da cerimônia de abertura doV ENAFE (Encontro Nacional dosAdvogados Públicos Federais), rea-lizada em 27/10/2011 na Praia doForte, em Salvador/BA. Represen-taram a Associação o presidente,Carlos Castro, o diretor de Articula-ção e Relacionamento Institucional,Júlio Greve, e o 2º secretário, JairOliveira Mendes.

Também prestigiaram o even-to os advogados Sebastião Barzae Luís Gustavo Alfaya, do Jurídico

Salvador/BA, o gerente nacionalda GEAJU, Leonardo Groba Men-des, e o superintendente doContencioso, Alberto CavalcanteBraga, que participou do painel "Aviabilidade das políticas públicasem juízo", no dia 29 de outubro.

O presidente Carlos Castroressaltou a importância da parti-cipação da ADVOCEF no evento."É uma forma de estreitar os la-ços de amizade entre as Associa-ções, em especial com o diretorpresidente da UNAFE, o advoga-do da União Luiz Carlos Palácios",afirmou.

A cerimônia de abertura ocorreu na Praia do Forte, em Salvador

|||||No V ENAFE: Júlio Greve, Luiz Carlos Palácios, Carlos Castro e Jair Mendes

"Reputo de extrema importância apresença dos dirigentes e membros daADVOCEF em cada região, de forma es-pecial em São Paulo, seja pela grandezado Jurídico e de suas operações, eviden-temente sem olvidar o quanto de grandeacontece nas demais unidades, seja pelanecessidade de um empenho construti-vo junto aos colegas, em prol de umaAssociação cada vez mais unida e forte.

Questionamentos e situações es-pecíficas que foram bem alertadas nareunião, antes de um reclamo servirammesmo para que a Associação nãodescuide daquilo que é sua missão.

Tenho certeza de que os colegasque compareceram na reunião, assimcomo o corpo gerencial que se fez pre-

sente, souberam bem expor as peculi-aridades de São Paulo e, assim, dasnecessidades, que a ADVOCEF saberálevar à Diretoria Jurídica ou aos órgãospertinentes, para que a voz do advoga-do da CAIXA se faça ouvir.

Aqui ficamos no aguardo de novavisita, para cada vez mais reforçar ovínculo que une todos os advogadosda CAIXA, em defesa da Empresa, desuas prerrogativas, da vida.

Meus agradecimentos ao Dr.Carlos, que brilhantemente vem dan-do sequência a uma linha de gestãoexitosa capitaneada antes pelo Dr. Davi,sem esquecer tantos outros que deramsua contribuição para a consolidaçãodessa entidade."

Em boa horaPara o representante do Jurídico,

Roland Pinheiro da Silva, a reunião foiproveitosa. "Os diretores da ADVOCEFpuderam se inteirar melhor das dificul-dades passadas pelos advogados deSão Paulo para aumentar a arrecada-ção de honorários", afirmou. SegundoRoland, foi apontado como fator pre-ponderante o fato de as propostas deacordo serem abertas.

O advogado Camilo de Lell isCavalcanti disse que a visita veio emboa hora, para informar e agregar os co-legas, "especialmente num momentode arrecadação crescente e de incre-mento nas operações de controle da ar-recadação".

O presidente Carlos Castro conside-rou a visita gratificante. "E não apenaspela maneira carinhosa e cortês comofomos recebidos por todos, mas porquenos deixou o sentimento de que há mui-to era necessária e que a partir de ago-ra será possível o fortalecimento do eloque liga a ADVOCEF aos colegas daque-la que é a maior unidade jurídica danossa Empresa."

O presidente disse também que émais uma ação que busca cada vezmais transparência aos atos da Dire-toria, conquistando novos membros

para a Associação e resgatando ex-as-sociados.

Novo encontro no Jurídico está sen-do programado para dezembro, com aparticipação do diretor jurídico JailtonZanon, do gerente do Jurídico São Pau-

lo, Silvio Travagli, e dos representantesda ADVOCEF e da Comissão de Honorá-rios da unidade.

(Com informações de relato(Com informações de relato(Com informações de relato(Com informações de relato(Com informações de relatodo diretor de Honorários,do diretor de Honorários,do diretor de Honorários,do diretor de Honorários,do diretor de Honorários,

ÁlvÁlvÁlvÁlvÁlvarararararo Wo Wo Wo Wo Weiler Jreiler Jreiler Jreiler Jreiler Jr.).).).).)

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Vale

a p

ena

sabe

r

Rápidas

PAR. Responsabilidade tributária. TRF 3"1. Os imóveis participantes do Programa de ArrendamentoResidencial - PAR, instituído pela Lei n 10.188/2001, inte-gram o patrimônio da União Federal, cabendo, consoante odisposto no artigo 1º da referida lei, ao Ministério das Cida-des a sua gestão, e à Caixa Econômica Federal tão somentea sua operacionalização. 2. Ilegitimidade passiva da CaixaEconômica Federal. 3. Sentença anulada. 4. Apelação a quese julga prejudicada." (TRF 3, 0000258-57.2010.4.03.6105SP, Quarta Turma, Rel. Des. Marli Ferreira, DJe 06/out/2011.)

CPC. Honorários. Revisão. Execução. Impossibilidade.STJ

3. Assim, até a concretização da penhora, via de regra nãose aceita a insurgência do devedor contra o débitoexequendo. Essa assertiva é confirmada pela redação doart. 475-J, § 1º, do CPC, que condiciona o oferecimento daimpugnação à constrição de bens do devedor. Tanto é assimque o excesso de execução é expressamente previsto noart. 475-L, V, do CPC como uma das matérias em que podese fundar a impugnação à execução de título judicial. 4. Ex-cepcionalmente, pode o devedor fazer uso da exceção depré-executividade, fruto de construção doutrinária, ampla-mente aceita pela jurisprudência, inclusive desta Corte, comomeio de defesa prévia do executado, independentementede garantia do juízo. Todavia, não se trata de medida a serobrigatoriamente utilizada pelo devedor, que pode optar porse defender mediante prévia garantia do juízo. 5. O capítuloda sentença relativo aos honorários advocatícios se encon-tra sujeito à imutabilidade decorrente da coisa julgada. Dian-te disso é forçoso concluir pela impossibilidade de se revi-sar, em sede de execução, o valor de verba honorária fixadana sentença, transitada em julgado, proferida na fase deconhecimento. Precedentes. 6. Apenas nas causas sem con-denação é que se mostra viável a fixação de honoráriosadvocatícios aquém ou além dos limites previstos no art.20,§ 3º, do CPC." (STJ, REsp 1.148.643-MS, Terceira Turma,Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe 14/set/2011.)

SFH. Ação revisional. Suspensão da execução e danegativação. Impossibilidade. TRF 4

"O mero ajuizamento de ação revisional, sem a presença dosrequisitos previstos no art. 50 da Lei nº 10.931/2004, nãoautoriza a suspensão da execução extrajudicial, nem obsta ainscrição do nome do devedor em cadastros de proteção aocrédito." (TRF 4, AG 5007717-43.2011.404.0000 SC, Quar-ta Turma, Rel. Des. Vilson Darós, DJe 12/out/2011.)

SH. Competência da Justiça Estadual. STJ

"Agravo regimental em agravo de instrumento - ação ordiná-ria de responsabilidade obrigacional securitária - SFH - segu-ro habitacional obrigatório - litisconsórcio necessário - CEF -inexistência de interesse - competência da justiça estadual -entendimento consolidado pela segunda seção do STJ - res-ponsabilidade da seguradora - reconhecimento - preceden-tes - multa decendial e caracterização da mora - ausência deimpugnação de todos os fundamentos da decisão ora agra-vada - incidência da súmula n. 182/STJ - agravo regimentalimprovido." (STJ, AgRg no Ag 1.400.507 SC, Quarta Turma,Rel. Min. Massami Uyeda, DJe 13/10/2011.)

FGTS. Entidade filantrópica. Recolhimento anterior aoDec. 98.813/90. Cálculo de expurgos pelos extratos

dos bancos depositários. TRF 4"Como a obrigação de as entidades filantrópicas efetuaremos recolhimentos ao Fundo surgiu com o Decreto nº 98.813/90, de 13-10-1989, os valores destes recolhimentos nãointegravam o patrimônio do FGTS, não eram geridos pelaCaixa Econômica Federal. A apuração do valor devido deveser calculado com base nos extratos fornecidos pelo bancodepositários à época da conta vinculada da credora." (TRF4 -AG 0009979-51.2011.404.0000 SC, Quarta Turma, Rel. Des.Vilson Darós, DJe 19/out/2011.)

Cartão de crédito. Extravio. Responsabilidade. STJ"3. São nulas as cláusulas contratuais que impõem exclusi-vamente ao consumidor a responsabilidade por compras re-alizadas com cartão de crédito furtado ou roubado, até omomento da comunicação do furto à administradora. Prece-dentes. 4. Cabe às administradoras, em parceria com o res-tante da cadeia de fornecedores do serviço (proprietáriasdas bandeiras, adquirentes e estabelecimentos comerciais),a verificação da idoneidade das compras realizadas comcartões magnéticos, utilizando-se de meios que dificultemou impossibilitem fraudes e transações realizadas por estra-nhos em nome de seus clientes, independentemente de qual-quer ato do consumidor, tenha ou não ocorrido roubo ou fur-to." (STJ, REsp 1.058.221 PR, Terceira, Turma, Rel. Min. NancyAndrigh, DJe 14/out/2011.)

Cartão de crédito. Ação de cobrança. Utilização.Prova. TRF 1

"1. A CEF juntou com a inicial o contrato de adesão, no qualconsta que a adesão dos portadores ao sistema se dará como desbloqueio do cartão, ou no momento em que utiliza, ouainda com o pagamento da fatura mensal. 2. Tem-se comocerto o desbloqueio do cartão, bem como a sua utilização,conforme documentação acostada aos autos. 3. Com a evo-lução da dinâmica social, não se pode olvidar a existência deformas complementares de vinculação à dívida, a exemplodas hipóteses do art. 371, III, do CPC. Assim, o aceite docartão e sua utilização, devidamente comprovada, são sufi-cientes para a propositura da ação de cobrança." (TRF 1, AC0022894-38.2010.4.01.3400 DF, Quinta Turma, Rel. Des.Selena Ferreira de Almeida, DJe 28/out/2010.)

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Novembro | 2011

| Vale a pena saber

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Leitura

Honorários advocatícios

Autor: Yussef Said Cahali. 4ª ed. RT, 2011. Páginas: 944.A obra, referência sobre o tema, traz todos os elementos

para a compreensão da sistemática dos honorários advocatíciosno Direito brasileiro, bem como dos aspectos polêmicos deassuntos que têm íntima relação com ele. O autor, além disso,tece conceitos de importantes institutos afins, comosucumbência, causalidade e responsabilidade civil.

Elaboração

Jefferson Douglas Soares e Giuliano D'Andrea.

Sugestões e comentários dos colegas podem ser encaminhadospara os endereços:

[email protected] e [email protected].

"PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECI-AL. VIOLAÇÃO DO ART. 535, II, DO CPC. INEXISTÊNCIA. AÇÃOINDENIZATÓRIA. SERVIÇOS LOTÉRICOS. PERMISSÃO DE SERVI-ÇO PÚBLICO. NATUREZA JURÍDICA. RESCISÃO UNILATERAL. DI-REITO À INDENIZAÇÃO PELOS GASTOS DE INSTALAÇÃO DA CASALOTÉRICA. EXISTÊNCIA DE INVESTIMENTO VULTOSO PARA CON-CRETIZAR O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE. DOUTRINA E JURISPRU-DÊNCIA DO STJ. DANOS MATERIAIS. RECONHECIMENTO PELOTRIBUNAL DE ORIGEM EM RAZÃO DE LAUDO PERICIAL. REEXAMEDE MATÉRIA FÁTICO PROBATÓRIA. INADEQUAÇÃO. SÚMULA 7/STJ. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO ESPECIAL PARCIALMEN-TE CONHECIDO E, NESSA PARTE, NÃO PROVIDO. 1. No caso dosautos, a empresa Magic Numbers Comercial e Serviços Ltda,ora recorrida, ajuizou ação ordinária de natureza indenizatória(material e moral) contra a Caixa Econômica Federal, em ra-zão da rescisão não motivada do contrato de permissão deserviços lotéricos. Por ocasião da sentença, o pedido foi julga-do improcedente (e-STJ fls. 270/273), o que foi reformado emsede de apelação pelo Tribunal de origem, que reconheceu aprocedência parcial do pedido indenizatório por danos materi-ais, mas afastou a existência de danos morais. A CEF interpôsrecurso especial no qual sustenta negativa de vigência aosarts. 333, I, e 535 do Código de Processo Civil, 2º, VI, e 40 daLei 8.987/95. 2. Não há falar em violação do art. 535, II, doCódigo de Processo Civil quando o aresto recorrido adota fun-damentação suficiente para dirimir a controvérsia, sendo des-necessária a manifestação expressa sobre todos os argumen-tos apresentados pelos litigantes. Além disso, a Corte a quoexpressamente analisou nos embargos declaratórios a ques-tão relacionada à natureza precária do ato de permissão e afalta de provas hábeis a ensejar qualquer reparação (e-STJ fls.328/330), tópicos apontados como omissos pela recorrente.3. A análise do acórdão recorrido permite asseverar que o Tri-bunal de origem firmou as seguintes conclusões: a) a permis-são de serviço público é dotada de caráter discricionário eprecário, o que permite a revogação em razão de interessepúblico, sem ensejar indenização; b) em casos específicos,nas hipóteses que o permissionário realizar investimento devulto para a exploração do serviço delegado, é possível o reco-nhecimento do direito à indenização pelos referidos gastos; c)

Decisão desfavorável

a Caixa Econômica Federal realizou a rescisão unilateral dapermissão sem oportunizar defesa ao permissionário,tampouco indicou motivos relevantes para justificar a medidaou atos ensejadores de descumprimento dos termos do con-trato formado entre as partes; d) o laudo pericial produzidonos autos concluiu pela existência de valores expressivos gas-tos para a instalação e manutenção da casa lotérica na qualseriam prestados os serviços objeto da permissão; e) não háfalar em indenização de dano moral da pessoa jurídica, por setratar a rescisão da permissão em mero dissabor da vida coti-diana; f) a indenização deve se restringir "tão-somente, aosgastos com a instalação e manutenção pela Autora da casalotérica destinada à prestação do serviço objeto da permis-são", cujo exatos valores serão apurados em liquidação desentença. 4. Efetivamente, a permissão de serviços lotéricosé caracterizada pela discricionariedade, unilateralidade e pre-cariedade, o que autorizaria a rescisão unilateral pelo poderpermissionário. Nesse sentido: REsp 705.088/SC, 1ª Turma,Rel. Min. José Delgado, DJ de 11.12.2006; REsp 821.039/RJ,1ª Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 31.8.2006. 5. En-tretanto, em hipóteses específicas, como o caso dos autos, élícito o reconhecimento ao direito à indenização por danosmateriais. É incontroverso nos autos que o permissionário re-alizou significativo investimento para a instalação do próprioempreendimento destinado à execução do serviço públicodelegado, inclusive mediante atesto de padronização do po-der concedente. Todavia, após poucos meses do início da ati-vidade delegada, a Caixa Econômica Federal rescindiu unila-teralmente a permissão, sem qualquer justificativa ou indica-ção de descumprimento contratual pelo permissionário. As-sim, no caso concreto, a rescisão por ato unilateral da Admi-nistração Pública impõe ao contratante a obrigação de indeni-zar pelos danos materiais relacionados à instalação da casalotérica. 6. É manifesto que a análise da pretensão recursal,no tocante a não-comprovação do recorrido dos prejuízos so-fridos aptos a justificar indenização por danos materiais, osquais foram expressamente reconhecidos no acórdão recorri-do em razão de prova pericial, com a consequente reversãodo entendimento do acórdão recorrido, exige, necessariamen-te, o reexame de matéria fático probatória, o que é vedado emsede de recurso especial, nos termos da Súmula 7/STJ. 7. Re-curso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, nãoprovido." (STJ, REsp 1.021.113 RJ, Segunda Turma, Rel. Minis-tro Mauro Campbell Marques, DJe 18/out/2011.)

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Novembro | 201114

Cen

a Ju

rídi

ca

Negociação em novembro

Os assuntos relativos à carreiraprofissional da CAIXA, incluídos na

mesa de negociaçõespermanentes, serão discutidos em

reunião inicial no dia 28 denovembro de 2011. O presidente

da ADVOCEF, Carlos Castro, esperaque a CAIXA esteja sensibilizada eabra o diálogo para solucionar as

distorções existentes na carreira ebuscar a formatação de um PCS

mais justo e isonômico.

"Conseguimos após muita discussãoincluir o tema na ata e definitivamente namesa de negociações permanentes", dizCarlos Castro. Segundo ele, foramfundamentais os trabalhos de valorizaçãodas carreiras profissionais apresentadospela ADVOCEF e ANEAC na mesa denegociações CAIXA-CONTEC. "Tendo emvista a consistência dos dados entreguesaos representantes da Empresa, pelaprimeira vez vejo o assunto ser tratadocom seriedade", comenta.

1. 2.

Davi na CEAEO advogado Davi Duarte, do Jurídico Porto Alegre/RS, aceitou oconvite para presidir a Comissão Especial do Advogado

Empregado da OAB/RS (CEAE).Em 27 de outubro, Davi enviouao presidente da Seccional,Claudio Lamachia, a relação deadvogados que integrarão aCEAE. São eles: DenisRodrigues Einloft, Fernando daSilva Abs da Cruz, Giovana AlboHess, Juliana Bortolini, RafaelFigueiredo Rosa, RenatoPereira de Oliveira, RicardoGonzalez Tavares, RogérioSpanhe da Silva, SebástianBonatto, Tania Maria GonçalvesBrum e Wilson de SouzaMalcher.

Curso da modaAntigamente, estavam na moda cursos de

cerâmica, de ikebana, pintar ovos de Páscoa.Hoje, segundo o cronista Ruy Castro, da Folha

de S. Paulo, a nova doença nacional é outra."Não se monta hoje um circo de pulgas no Brasil

sem a bênção da Lei Rouanet. Mas ela temnuances e mistérios indecifráveis. Por sorte, há

agora tantos cursos ensinando a nos'capacitarmos' que logo seremos quase 200

milhões de peritos em Lei Rouanet."

Eleição na OAB/SPDe acordo com pesquisa do

Ibope, o advogado RuiFragoso é o favorito (31%)para vencer a eleição para

presidir a OAB-SP, queacontece no final de 2012.Os indecisos (24%) e Alberto

Zacharias Toron (9%) vêmem seguida, em segundo e

terceiro lugar. Foram ouvidospor telefone 500 advogadosescolhidos aleatoriamente

da lista de filiados naSeccional.

Verdes TrigosO site Verdes Trigos

(www.verdestrigos.com) completou 13anos em 11/11/2011. Mais do que umaatitude, diz seu criador Henrique Chagas,advogado da REJUR Presidente Prudente/SP, o site é um conceito filosófico, onde eleprocura cultivar a esperança num mundomelhor, "que se passa pela leitura, peloestudo e pela dedicação a estes bens

imateriais que produzimos e consumimos".

|||||Carlos Castro na assinatura do acordo entre aCAIXA e a CONTEC, em 25/10

|||||Claudio Lamachia e Davi Duarte

Audiência via TwitterAtravés do Twitter @vt1macapa, é possível solicitar audiência de execução, dar lances naspraças e leilões e requerer a execução de acordo não cumprido - tudo isso na 1ª Vara doTrabalho de Macapá (TRT 8ª Região), para atender às demandas do Tribunal Superior doTrabalho sobre os preparativos da Semana Nacional da Execução Trabalhista, que aconteceno período de 28 de novembro a 2 de dezembro de 2011. A informação é do advogadoAlexandre Atheniense, na Consultor Jurídico. A Vara também disponibilizou o telefone (96)3222-1397 e o e-mail [email protected].

Novos temposFrase divulgada na internet:

"Antigamente, os cartazes nas ruascom rostos de criminosos ofereciam

recompensas. Hoje, pedem votos".

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Novembro | 2011

| Cena Jurídica

15

CNJ e o patrocínioA corregedora nacional de

Justiça, ministra ElianaCalmon, pretende

regulamentar aparticipação de juízes em

eventos com patrocínio deempresas públicas ou

privadas. Uma proposta deresolução está em fase

final de elaboração pelaministra e deve entrar na

pauta do ConselhoNacional de Justiça ainda

este mês.

Processo eletrônicoSegundo o presidente da Comissão Especial de

Informática e Estatística do Conselho Federal da OAB,José Guilherme Carvalho Zagallo, apenas 10% dos

advogados possuem certificados digitais. Alerta que acategoria precisa intensificar sua preparação para a era

virtual. Cita pesquisa mostrando que os processoseletrônicos foram sentenciados em média em 99,12

dias, enquanto os processos físicos foram sentenciadosem 1.305,59 dias. A redução média foi superior a 60%.

Origem das idéiasComentário de Steve Jobs: "Existe uma tentação em nossaera digital de pensar que ideias podem ser desenvolvidaspor e-mail e no chat. Loucura. A criatividade vem deencontros espontâneos, de conversas aleatórias."

A FUNCEF na Justiça

No final de outubro de 2011, haviamais de 17 mil processos judiciais

envolvendo a FUNCEF e a CAIXA.Um mês antes, eram 15 mil.

Detalhe: a maioria das ações serefere a pleitos cujos benefícios não

estavam previstos nosregulamentos dos planos nem nalegislação previdenciária. "Nossa

área jurídica está empenhada emreduzir esse contencioso e garantir a

saúde financeira dos planos, sem, contudo, interferir nodireito dos participantes", afirmou o diretor-presidente,

Carlos Caser, na revista da FUNCEF.

Segundo a publicação, o principalpleito é o reconhecimento de verbastrabalhistas decorrentes da políticasalarial da Patrocinadora, semcorrelação com a aplicação dosregulamentos dos planos ou dalegislação previdenciária. "Ou seja,não houve contribuição nem porparte do participante nem daPatrocinadora visando à formação dereserva para o benefício pretendido."

O tema foi debatido no 33º Simpósio Nacional dosEconomiários Aposentados e Pensionistas da Caixa,realizado em outubro, na Bahia.

2.1.

Materialistas no absolutoPlaca à beira de uma estrada

mexicana, avistada pelo escritorargentino Ricardo Piglia: "Está

prohibido a los materialistasestacionar en lo absoluto". Oque parecia filosofia, explicouPiglia ao colega brasileiro

Sérgio Rodrigues, se revela, natradução, bem mais prosaico.

Materialistas são motoristas decaminhão que transportam materiais pesados; en loabsoluto, uma locução adverbial gêmea da nossa "emabsoluto". Em português, a placa não teria graça: "Éterminantemente proibido aos caminhoneiros estacionar".

|||||Eliana Calmon

FalecimentoFaleceu em 07/11/2011 a senhora Leonor Gomes Pinheiroda Silva, mãe do advogado Roland Gomes Pinheiro da Silva,

representante da ADVOCEF no Jurídico São Paulo/SP. AADVOCEF enviou ao associado mensagem de pêsames pela

perda que sofreu e votos de muita força para superar omomento de dor e tristeza.

Seminário ambientalO advogado Alaim Stefanello, do Jurídico Curitiba/PR,

proferiu palestra no III Seminário de Direito Ambiental, em26 de outubro, em Brasília. Seu tema foi "Meio ambiente e

desenvolvimento econômico: a responsabilidade dasinstituições financeiras".

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Novembro | 201116

Séri

e V

IAG

ENS

Cercados em Portugal

Vivendo o ambiente de romanos, visigodos e árabes, em Óbidos

Estaríamos no séc. I, cidade deEburobrittium, rodeados por romanos,visigodos e árabes. Ou no iniciozinho doséc. II, quando a veríamos ser tomada aosmouros e posteriormente servida de dotea várias rainhas de Portugal.

É que a atmosfera da vila portuguesade Óbidos, no início da primavera desteabril de pleno séc. XXI, deve guardar mui-ta semelhança com aqueles ares. Lá es-tão, cruzada a Porta da Vila forrada porazulejos setecentistas, entre suas mura-lhas, séculos de história marcados por

imenso patrimônio arquitetônico religio-so, além de evidentes sinais históricos.

Óbidos é tão simpática quanto des-lumbrante e bucólica. Chegados à Casa

André Falcão de Melo (*)das Senhoras Rainhas (nosso hotel), eapós degustarmos a ginginha (imperdívellicor feito de ginja, fruta que lem-bra a cereja) com algumas fru-tas e chocolates com que nosreceberam, fomos ao passeio.

Caminhamos sobre a mura-lha do castelo que a envolve (àsvezes bastante estreita e algoperigosa), depois por suas rue-las empedradas e tortuosas,casario harmonioso pintadocom barras azuis ou amarelas,

janelas floridas deroseirais, madres-silvas e buganvíli-as, candeeiros an-tigos, monumentos, igrejas ecapelas.

Já à noite, saboreado odelicioso jantar e as nãomenos gostosas "peras bê-badas" (cozinhadas embebi-das em vinho) no seu maisfamoso monumento na-cional, o Castelo (Pousada)de Óbidos,rumamos ao

charmoso "Troca-Tintos", barpróximo à entrada secundá-ria da muralha, já por foradela, onde conhecemosChristinna e Mota: aquela,sua jovem proprietária;este, talentoso músico, ma-estro e, claro, bebedor de vi-nho. Simpáticos é pouco.Christinna, um doce de ga-rota; o Mota, uma figuraça.

Bebemos cerveja (eu),vinho (nossos amigos) eginginha (Ana Paula) duran-te toda a madrugada, papeando sobrenossos países, música, literatura e amor.Maestro da Big Band da Nazaré, Motanos presenteou com um ótimo CD, e nosensinou que o brinde, para valer, deve seracompanhado do olhar ? e arregalava osolhos, encarando-nos e empunhando sua

|||||Vista parcial de Óbidos: à esq., parte das muralhas do Castelo; aofundo, parte do Castelo de Óbidos (hoje, Pousada de Óbidos)

|||||Parte da muralha e do castelo, à noite, com a iluminação por lampiões

|||||As casinhas brancas com barras azuis daRua do Comércio

|||||Vista parcial de Óbidos, que mostra o crescimento da Vila,com casas por fora das muralhas do castelo

taça na direção das nossas (risos). Con-tei, até umas horas, a história do meunamoro com AP, relato recheado de pa-rênteses para a conta de algum detalhepeculiar, mas ao que o Mota, ansioso, já,pelo ápice da narração, protestou, bravo:chega de parênteses, André! Divertimo-nos demais! Muito obrigado aos nossosamigos pela noite deliciosa.

Dia próximo a nascer, fomos embo-ra. Força da diurese, por pouco não mar-quei meu território na milenar muralha. Atentação foi grande, mas contive-me atéchegar ao hotel. Juro!

(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXA(*) Advogado da CAIXAem Maceió/AL.em Maceió/AL.em Maceió/AL.em Maceió/AL.em Maceió/AL.

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Novembro | 2011 17

Lucas Ventura Carvalho Dias (*)

Qual é o emprego dosseus sonhos?

Art

igo

Em 28 de novembro teremos, maisuma vez, uma reunião com o objetivo derever a carreira profissional da CAIXA.Com a reunião vem a esperança de, fi-nalmente, serem atendidos os anseiosda categoria para que seja criada umacarreira unificada, justa e isonômica.

De alguma forma, isso me leva à mi-nha primeira semana na Faculdade deDireito do Recife.

O professor de Economia perguntoua todos os alunos, um por um, o porquêde terem escolhido o curso de Direito. Asrespostas foram as mais variadas. A mi-nha: para ver a Justiça acontecer de fatono país e fazer a minha parte para isso.Nesta época, meu emprego dos sonhosera o de Juiz.

O tempo passou e com ele vieram osestágios, primeiro num escritório de ad-vocacia no qual trabalhava oito horas pordia desde o meu segundo período da fa-culdade. Lá aprendi muito, inclusive quenão queria de jeito nenhum trabalharpara a iniciativa privada. Decidi-me de vezpelos concursos públicos.

Depois veio o Ministério Público e foiamor à primeira vista. O parquet pareciaconcretizar aquele meu sonho de trans-formar a Justiça em realidade. Tinha seusdefeitos, como a área criminal, à qualnunca fui afeito, mas o cargo de Promo-tor passou a ser o dos meus sonhos.

Daí veio o estágio na CAIXA. Na épo-ca, fiquei na célula de creditamento es-pontâneo. Basicamente, recebíamos300 processos porsemana da Justiçapara cumprir asdecisões deexpurgos inflaci-onários. Meu tra-balho? Elaborar100 petições por sema-na demonstrando o cumprimento dasdecisões. Decidi-me novamente: advoga-do da CAIXA, nem pensar.

Depois disso veio o último dos está-gios profissionais da faculdade, no Minis-tério Público Federal. Quando vi todo otrabalho dos Procuradores da República

lutando contra o crime organizado e réusde colarinho branco - e tendo estruturapara isso, ao contrário dos seus colegasda área estadual -, não tive dúvida: decidique seria Procurador da República!

Mas a vida tem das suas surpresas.No meu último ano de faculdade eis quesurge, dentre muitos outros que fiz, o con-curso de advogado da CAIXA. O salárionão era lá essas coisas, mas já diz meuirmão que para quem não tem nada,metade é o dobro. Minha família não dis-punha de muitos recursos e eu precisariatrabalhar quando me formasse. Eis quepassei em oitavo lugar e acabei chama-do cerca de um ano após o concurso. Issoporque, na verdade, fui chamado seismeses depois, fiz os exames médicos,mas, graças à famigerada NES/2006, aCAIXA suspendeu por seis meses ascontratações de advogados.

O início não foi dos mais fáceis. Cogi-tava-se de abrir uma REJUR no interior doestado, cerca de 800km distante da ca-pital. Ninguém melhor para ir para lá doque o novato! Para piorar, eu já haviamorado na cidade e detestava o lugar.Fiquei passando por todas as áreas paraaprender o trabalho, me preparando paraser o exército de um homem só do interi-

or pernambucano. Mas, para minha sor-te, acabou-se decidindo que a REJUR nãoera prioridade e eu fui lotado na área àqual era mais afeito, a trabalhista.

Antes que eu percebesse, estavaapaixonado pela CAIXA. Descobri minhavocação para advogado de contenciosotrabalhista. Amo o trabalho que faço, de-fendendo a CAIXA e seu patrimônio e co-memoro cada vitória como se fosse a domeu time do coração. Igualmente, ficotriste pelas derrotas, mas procuro sem-pre aprender com elas e melhorar cadavez mais. Sinto-me um verdadeiro pala-dino do patrimônio público, na ingratatarefa de defender a CAIXA contra os seuspróprios empregados.

E o que tudo issotem a ver com a mi-

nha primeira sema-na na faculdade deDireito do Recife?

É que, naquelaaula, ninguém respon-

deu ao professor que oseu emprego dos sonhos era "advogadoda CAIXA".

Hoje, se a mesma pergunta for reali-zada em qualquer faculdade de Direito, émuito provável que ninguém respondaque seu emprego dos sonhos é ser advo-gado da CAIXA.

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Novembro | 201118

| Normativo AE 061

Car

tola

Não os culpo. Não sabem o que hojesei. Só quem já defendeu a CAIXA, sabecomo a causa é apaixonante. Hoje digo,embora nunca imaginasse isso 10 anosatrás, ao ingressar na faculdade, que meuemprego dos sonhos é ser advogado daCAIXA. Mas, ainda assim, penso em sair,fazer outros concursos. E por quê? Por-que não há uma carreira para mim naEmpresa. Porque não tenho os mesmosdireitos que outros colegas. Porque nãovejo perspectiva de crescimento. Hojerecebo 80% da remuneração que rece-

berei no teto da carreira. E ainda tenhouns bons 37 anos de carreira pela frente.

Em 28 de novembro a nossa empre-gadora tem mais uma chance de trans-formar o cargo de Advogado da CAIXA naprofissão dos sonhos dos advogados quejá estão nos quadros e dos que ainda vi-rão. Basta um pouco de boa vontade.Basta reconhecer a colaboração inesti-mável que seus advogados lhe dão diaapós dia. E também a estimável, aquelaretratada em números, que aumentam acada ano na recuperação de créditos, na

redução de danos trabalhistas, na atua-ção preventiva do consultivo. Não é difí-cil. Basta querer. Tenho esperança de quechegou a hora e a CAIXA vai dar aos seusprofissionais a carreira digna que mere-cem.

E um dia, quem sabe, verei, nos ban-cos de uma faculdade de Direito qualquer,alguém dizer que seu sonho é ser advo-gado da CAIXA.

(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA emRecife/PE.Recife/PE.Recife/PE.Recife/PE.Recife/PE.

As mudanças no ManualReunião na DIJUR discute alterações no repasse de honorários

vergências entre os advogados titularesdos processos, as Comissões de Honorá-rios e as demais áreas da CAIXA.

Na reunião, os representantes daDIJUR reconheceram que os honoráriosnão podem ser dispensados ou reduzi-

dos sem a concordância prévia daADVOCEF, de acordo com os itens 3.3 e3.4 do Manual.

A ADVOCEF salienta que permanecea instrução para que a Comissão de Ho-norários, em caso de divergência, leve o

assunto ao conhecimento da Associação.A Diretoria tentará resolver a situação emnegociação com a DIJUR ou, se necessá-rio, pela via judicial.

Pagamento de custasNo encontro, ficou reconhecido que

o pagamento de custas processuais rela-tivas exclusivamente a honoráriosADVOCEF ainda não foi bem regulamen-

tado. Sobre a questão, tratada no item3.9 da nova versão do Manual, a Di-

retoria da ADVOCEF repassa a se-guinte instrução:

"Independente da melhor re-gulamentação, avisamos a todosque, ao efetuar a solicitação depagamento das custas pelaADVOCEF, o advogado deve afir-mar que o processo se refere ex-clusivamente a honorários

ADVOCEF, bem como informar o va-lor dos honorários em cobrança ju-

dicial, o estágio do processo e as pers-pectivas de êxito. Nesse ponto, ressal-

tamos que o pagamento das custas deveser solicitado previamente à ADVOCEF.Após receber a solicitação, a própriaADVOCEF faz o pagamento e manda ocomprovante por e-mail ou autoriza opagamento e depois efetua o reembol-so."

A íntegra do relato da reunião podeser lida no site da ADVOCEF, em Desta-ques.

Questões envolvendo as alteraçõesfeitas na última versão do ManualNormativo AE 061, que regulamenta o re-passe dos honorários advocatícios pelaCAIXA, foram o tema principal da reuniãorealizada em 25/10/2011, entre aADVOCEF e a DIJUR. Participaram, pelaADVOCEF, o presidente Carlos Castro eos diretores Álvaro Weiler (Honorários),Fernando Abs (Jurídico) e Júlio Greve (Ar-ticulação e Relacionamentolnstitucional). Pela DIJUR, estavam odiretor jurídico, Jailton Zanon, o su-perintendente da SUTEN, AlbertoBraga, a superintendente daSUAJU, Girlana Moreira, e o ge-rente da GERID, AlessandroMaciel.

A justificativa da DIJUR paraincluir no Manual o item 3.8, queestabelece a alçada para a solu-ção de controvérsias no repassedos honorários, é fazer com que es-sas questões sejam resolvidas regio-nalmente, com a participação dosgestores dos Jurídicos Regionais. Não ha-vendo sucesso, o colegiado da SUAJUatuará como instância recursal, sem pre-juízo das atribuições da Comissão deHonorários e da Diretoria da ADVOCEF.

Segundo a DIJUR, a alteração visa fil-trar as demandas que chegam à GERID ecomprometer os gestores dos JurídicosRegionais com o tema honorários, atribu-indo a eles a tarefa de intermediar as di-

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Novembro | 2011 19

Even

to

Historiadora lança obra da ADVOCEF na 57ª Feira do Livro de Porto Alegre

Livro na praça

|||||Elizabeth autografa para Fernando Abs

Em meio à confusãofestiva e tradicional da Fei-ra do Livro de Porto Alegre,advogados da CAIXA, seuscolegas do Apoio Jurídico einteressados pela culturaem geral se reuniram, nanoite de 3 de novembro de2011, em torno da histori-adora Elizabeth Torresini,que autografou o livro "A Ad-vocacia na Caixa Econômi-ca Federal - Trajetória de150 anos".

O diretor de Comunica-ção da ADVOCEF, RobertoMaia, diz que foi gratifican-te ver a obra idealizada pela ADVOCEFem homenagem aos 150 anos da CAIXAsendo destacada em um espaço de tan-ta repercussão, considerado verdadeiravitrine para autores e editores.

"Ao mesmo tempo, foi marcante apresença indispensável da professoraElizabeth Torresini, talentosa autora daobra, sendo homenageada por tantos etão seletos amigos que buscaram seuautógrafo, recebendo da historiadora vi-brantes demonstrações de carinho pelaADVOCEF e pela advocacia da CAIXA",acrescenta o diretor.

O presidente do Conselho Deli-berativo da ADVOCEF, Davi Duarte, des-tacou a firme participação do diretorRoberto Maia e do presidente CarlosCastro no projeto. Salientou o trabalho

da autora, pela dedicação à causa "e poradentrar tão profundamente quanto ocurto tempo de pesquisa permitiu aosmeandros de nossa Associação, deixan-do escrita uma parte importante da his-tória de luta, conquistas e realizaçõesda ADVOCEF".

Presenças importantesEstiveram na Feira para colher o au-

tógrafo da autora o presidente do Conse-lho Seccional da OAB/RS, ClaudioPacheco Prates Lamachia, os professo-res de Ciência Política Eduardo Corsetti,da UFRGS, e Elizabeth Kieling Pedroso,da PUC, a auditora aposentada da Justi-ça do Trabalho Corina Breton, a advogadaCiane Defáveri e os empresários LeniMaria Pozzebon, João Ignácio Ibañez, Gil-

berto Defáveri e Carlos Ribei-ro Mendes, entre outros.

Pela ADVOCEF, estavamtambém os diretores ÁlvaroWeiler, Fernando Abs eElenise Peruzzo. A coordena-dora de Comunicação Soci-al da Superintendência Re-gional da CAIXA, FranciscaSerpa Campagna, tambémfoi buscar seu autógrafo.

Lançado em janeiro de2011 e integrado às come-morações pelo sesquicen-tenário da CAIXA, que ocor-rem neste ano, o livro regis-

|||||Com a autora: a professora Elizabeth Pedroso, a auditoraCorina Breton e o professor João Ignácio Ibañez

|||||Lamachia, Elizabeth, Roberto e Davi

tra a participação do Jurí-dico na história da Empre-sa, fundada em 1861 porD. Pedro II.

Para a autora, partici-par do evento foi umaoportunidade de valorizara publicação, coroando oprocesso de lançamento.De agora em diante, se-gundo Elizabeth, vem afase da maturidade e dalegitimação do que estápublicado. "Desejo queesse livro sirva tambémde incentivo a novas pes-quisas sobre a CAIXA. Para

isso, é importante que se desenvolvauma política de acolhimento dos pesqui-sadores que queiram escrever sobreessa importante instituição brasileira."

|||||Elizabeth autografa para Francisca Campagna

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Novembro | 201120

Realizador honorárioADVOCEF presta homenagem ao advogado Renato Soares Dias

Gra

tidão

O advogado Renato Soares Dias, de Curitiba, iráreceber o título de Sócio Honorário da ADVOCEF, noencontro dos associados que será realizado na XXIConferência Nacional dos Advogados, em 21 de no-vembro de 2011. Aposentado em 1999, Renato éapontado como destaque entre os fundadores daADVOCEF por sua atuação de organizador eincentivador, criando as condições necessárias paraa constituição da entidade, em 15 de agosto de 1992.

A proposta foi encaminhada pelo presidentedo Conselho Deliberativo, Davi Duarte, e foi aprova-da no XVII Congresso da ADVOCEF, realizado emPoconé/MT, em maio deste ano. Davi já pensavaem propor a concessão na sua gestão como presi-dente, de 2008 a 2010, mas a atribuição é exclusi-va do Conselho Deliberativo.

"Começamos a fazer justiça àqueles que inici-aram a escrever a história da ADVOCEF", comenta opresidente da entidade, Carlos Castro. "Quero regis-trar, em nome de todos os associados e em meu nome pessoal, anossa gratidão e o prazer em novamente receber o Dr. Renato emnosso quadro."

Davi acha que a ADVOCEF está atrasada em relação ao advo-gado Renato, pois entende que sua atuação antecipou em algunsanos a criação da entidade e propiciou que fosse uma das primei-ras associações de advogados de empresas públicas a estar lega-lizada quando foi editada a Lei 8.906/94. "Isso permitiu que tivés-semos fechado o primeiro acordo coletivo em 1996, com o apoioda FENADV, tratando do 'novo tema', honorários advocatícios", ob-serva Davi.

Barco navegandoO título de Sócio Honorário foi concedido anteri-

ormente ao advogado José Gomes de Matos Filho,primeiro presidente, que, segundo Davi, com o pri-meiro e fundamental passo, deu visibilidade àADVOCEF. "Depois chegamos em maior número, masdaí para a frente foi bem mais simples: bastou tocaro barco, que já estava construído, lançado e nave-gando."

Renato Soares Dias foi admitido na CAIXA em1981, em Curitiba, no cargo de Auxiliar de Escritório.Em 1985, iniciou o estágio supervisionado de Advo-gado, em Cuiabá, aprovado em concurso interno. Em1986, foi enquadrado no cargo de Profissional comatribuição de Advogado.

Participou das três primeiras Diretorias da Asso-ciação, como Diretor Regional Sul. A partir daí enten-deu que já havia dado a sua contribuição e se retirou,para que outros participassem dos destinos da

ADVOCEF. Em 1998, se afastou da CAIXA para tratamento desaúde e, em 1999, se aposentou.

Renato se formou em Direito em 1984, na Universidade Ca-tólica do Paraná (hoje PUC/PR). Desde sua saída da CAIXA, cola-bora esporadicamente com a esposa, filho e noras, que são ad-vogados.

Diz que recebe o título com muita honra, alegria e humilda-de. "É, sem dúvida, uma homenagem carinhosa que guardarei nocoração, junto com a lembrança de tantos amigos que fiz duran-te toda a minha vida de trabalho na CAIXA."

|||||Renato: Sócio Honorárioda ADVOCEF

Histórias da fundaçãoComo os advogados da CAIXA fundaram a sua Associação

O advogado Renato Soares Dias con-firma a história de que a ideia da criaçãoda ADVOCEF surgiu durante um curso deDireito Civil e de Direito Processual doTrabalho realizado em São Paulo/SP, nasdependências do IOB. Um dos alunosperguntou ao professor Antônio CarlosMarcato sobre a conveniência de umaAssociação de advogados. O professorrespondeu que era viável e encorajou aseguir adiante.

"À noite, numa das belas canti-nas italianas da capital paulista, fo-ram iniciadas as tratativas que culmi-naram com a criação da ADVOCEF",

conta Renato. Ele lembra da participa-ção do amigo e colega Bernardo Yarzon,"com quem tive a honra e o prazer detrabalhar em Campo Grande/MS".

Em seu depoimento, BernardoYarzon informa:

"Naquela noite, após jantarmos, an-dando pela Avenida Paulista em dire-ção ao nosso hotel, fomos trocandoideias, traçando planos, estratégias, etambém estudando os cuidados quedeveríamos ter para a criação da nossaAssociação."

Renato Soares diz o que aconteceudepois:

"Ao retornarmos para os nossos Es-tados, passamos a trocar correspondên-cias e telefonemas, buscando sempre ospontos de convergência. Foram váriassemanas de intensas conversações emuito trabalho de compilação de dados,sugestões, críticas, objetivos, providên-cias, etc.

O advogado Ivan Sérgio Vaz Porto,do Jurídico Goiânia/GO, estava no curso:

"Voltamos para nossos Estados e oRenato, sozinho, começou a elaborar oestatuto e remeter-nos correspondênci-as com notícias, solicitando sugestões. Efomos multiplicando os contatos nos Ju-

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rídicos e a coisa foi criando corpo... e fun-damos a ADVOCEF."

Associação pelegaBernardo Yarzon conta que souberam

na época de dois outros movimentos paracriar uma Associação de Advogados daCAIXA. Um liderado pelos advogados deBrasília, José Gomes Ma-tos Filho à frente, e outropelo superintendente daCAIXA em Bauru/SP. En-traram em contato comeste e lhes pareceu queseria "uma Associaçãopelega", planejada paradividir o movimento. O lí-der sequer estava lotadono Jurídico.

Propuseram aos co-legas de Brasília criar"uma só Associação for-te e representativa".

Renato Soares:"Partimos, então,

para a elaboração daprimeira minuta de Es-tatuto Social. O pontode partida foi o estatu-to social que o Dr. Anto-nio Dilson Pereira (che-fe do Jurídico doParaná) havia redigidopara outra entidade, no qual eu fiz asadequações devidas e encaminhei umavia para cada uma das unidades jurídi-cas do país."

Com as críticas e sugestões que che-garam, aprimorou o texto, praticamenteo mesmo que depois foi aprovado naAssembleia de criação da ADVOCEF.

"Registre-se que a colaboração e oempenho de vários colegas de Brasíliaforam fundamentais para o sucesso daempreitada, pois foram eles que adota-ram todas as providências relativas àrealização da Assembleia, tais como re-servas dos quartos do hotel e do salãode eventos, materiais de expediente,aquisições das passagens aéreas, mar-cações dos voos, registro do Estatuto,etc. Cada Jurídico elegeu, proporcional-mente, os seus representantes e todosos advogados ratearam as despesas. Oespírito de união e fraternidade reinousempre!"

Renato cita mais de 30 nomes decolegas cujas colaborações foram fun-damentais.

Pedras no caminho"A maior dificuldade enfrentada foi o

descrédito de alguns advogados mais an-tigos que não viam com bons olhos a inici-ativa da criação da nossa Associação. Al-guns colegas diziam que isso não seriapossível, que nunca iríamos conseguir criá-

la, pois naquele momento político que opaís atravessava era impensável até mes-mo discutir o pagamento de horas extrase, muito menos ainda, dos honoráriosadvocatícios de sucumbência; que a nos-sa iniciativa não iria agradar a alta Admi-nistração da CAIXA, que ela, em hipótesealguma, iria aceitar dialogar com a Associ-ação; que, se nós insistíssemos com astratativas, certamente viriam represálias,transferências, punições e demissões.

Com a cortesia e a prévia anuência doadvogado-chefe do nosso Jurídico doParaná, Dr. Dilson, na primeira reunião deadvogados que consegui marcar para adiscussão do assunto, fui taxado de lou-co, de visionário, de ingênuo, etc. Teve co-lega que chegou a propor-me uma apostade que nós não conseguiríamos criar aAssociação!"

"Fora Collor!"Renato fala sobre o ato de fundação,

em 15 de agosto de 1992:"Ocorreu em Brasília, exatamente na-

quele final de semana em que o então

presidente Collor 'convocou' os brasilei-ros para saírem às ruas vestindo as co-res verde e amarela, em apoio ao seugoverno. Como se sabe, a população nãoprestigiou aquela iniciativa. No intervalodas nossas discussões para a criação daADVOCEF, saímos à rua, quase todos ves-tidos de preto e aumentamos o coro de

"Fora Collor!" e "Abai-xo a corrupção!". Temuma foto do Dr.Pardauil muito engra-çada, vestindo umacamiseta com umtexto muito apropria-do para o evento!"

O advogadoAlfredo AmbrósioNeto, do JurídicoGoiânia/GO, tam-bém não esquece a"memorável Assem-bleia Geral de agos-to de 1992, ondemais de 50 sóciosfundadores, inclusi-ve eu, deixaram suamarca indelével deuma organizaçãoforte e unida em prolde todos os advoga-dos da CAIXA".

Renato Soaresfala do início da nova Associação:

"Como já esperávamos, os primei-ros anos da ADVOCEF foram de lutasconstantes com a alta Administração daCAIXA. As suas primeiras Diretorias se em-penharam muito na busca da con-cretização dos anseios da classe dosadvogados, especialmente quanto aopagamento das horas extras, do paga-mento dos honorários advocatícios desucumbência, da valorização do profissi-onal empregado, da realização de con-curso para o aumento do número de ad-vogados, para a terceirização de partedas atividades jurídicas, etc.

Uma vez, um assessor direto da Pre-sidência da CAIXA participou de um en-contro em São Paulo, onde, na presençade vários superintendentes, foram teci-dos vários comentários desairosos einapropriados sobre os advogados daCAIXA. O assessor foi interpelado judici-almente e preferiu retratar-se junto aosadvogados, sob pena de eventuais pre-juízos advindos de ações cíveis e crimi-nais que estavam sendo elaboradas."

|||||Fundadores da ADVOCEF em Brasília, em 1992. Primeira fila (sentados no chão): MariaLuiza Castro Rachid, Oscar Acco, Ceres de Jesus Araújo, Jorge Eudes do Lago, Sineide AndradeCorrêa Lima, Wagner de Freitas Ramos, Davi Duarte, Fernando José Abritta e José Lordello

Souza. Segunda fila (sentados): José Gomes de Matos Filho, Renato Soares Dias, PauloEduardo Cabral Furtado, Lídia Gomes e Asiel Henrique de Souza. Terceira fila (em pé):

Aurival Jorge Pardauil Silva, Cláudio Vinícius Santa Rosa Castim, Cícero Corbal Guerra Costa eBernardo José Bentini Yarzon.

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Dom Quixote DiasD

epoi

men

to

Francisco Spisla (*)Detalhes de acontecimentos passa-

dos somente ficam carimbados em nos-sa memória se foram oriundos de fatosmarcantes, de acontecimentos extraor-dinários, de passagens determinantesem nossas vidas.

É por isso que lembro claramente docurso de Direito Civil e de Direito Proces-sual do Trabalho que foi oferecido pelaCAIXA, aos advogados, nas dependênci-as do Instituto IOB, em São Paulo, capi-tal, no final de 1991. Foi marcante pri-meiro porque há muito não era ofereci-do um curso presencial para aárea de Direito para tantos pro-fissionais, e de diversas partesdo Brasil; e ainda para duasturmas; e, o mais importante,foi lá que a nossa querida As-sociação teve seu embriãogerado com certeza. Foi a fer-tilização de uma ideia que dor-mia, mas foi acordada pelasagruras por que passavam osadvogados dessa nossa Em-presa. Estávamos em uma si-tuação tão difícil que alguns co-mentavam que ganhávamosmuito menos que um caixaexecutivo.

E isso refletia em tudoaquilo que fazia parte das nos-sas necessidades da profis-são, como diárias, por exem-plo. Parecia que o tempo esta-va conspirando, e do nossolado, pois um fato ilustrativo dasituação aconteceu naqueleencontro.

Tínhamos chegado ao do-mingo, com tempo de folga.Resolvemos eu e AltairRodrigues de Paula visitar oMASP, que fica pertinho do hotel (regis-tre-se que fomos agraciados com ótimasacomodações). Pois bem, já bem detardezinha quando voltávamos, aquelagaroa típica nos molhou até aos ossos.E o frio, então! No hotel, tremendo, su-geri que tomássemos um conhaque paraesquentar. Acomodamo-nos e eu, esno-be, sem olhar o cardápio, só as garrafasexpostas na estante do bar, pedi duasdoses de Le Courvoisier. Ao final, a con-

ta. Respiramos fundo e assinamos. Aosair trocamos um olhar e rimos. O Altaircomentou: "O pior foi ter feito a cara deque aquilo era a coisa mais natural domundo". Pagar por uma dose, que davauns três a quatro goles singelos, uma di-ária e meia, naquelas circunstâncias, erase preparar para passar fome, ou comerfrugalmente no resto da semana. Issoporque tínhamos ido apenas para sobre-viver com as diárias.

Durante o curso esse acontecimen-to foi relatado, e também em muitas

outras situações e lugares, com muitohumor, mas já demonstrava toda nossainsatisfação pelas dificuldades que en-frentávamos na nossa profissão, no de-senvolvimento do trabalho no dia a diae, principalmente, na valorização peloque produzíamos. Um trabalhoestafante, uma remuneração pífia e,velada na maioria das vezes e em ou-tras acintosa, uma animosidade do cor-po gerencial. Aquela reunião para o cur-

so serviu como uma catarse, como umaseção de psicanálise em que os fantas-mas foram despertados, os traumas fo-ram trazidos à tona. E o subconscientedespejou as carências reprimidas de for-ma que até acabamos por despertar noprofessor Amador Paes de Almeidaquestionamentos da nossa profissão e doque representava seu exercício na CAIXA(apesar de no livro "Advocacia na Caixa

Econômica Federal - Traje-tória de 150 Anos" estarregistrado que foi o juiz,também professor do cur-so, Antônio Carlos Marcatoo incentivador, tal registronão corresponde à verda-de). Depois de ouvir pou-cas e boas, ou melhor, mui-tas e más, não havia outraconclusão possível comque nos espicaçou: "Mas,gente! Por que vocês nãocriam uma associação? Éo melhor caminho paracongregar! Acho que só as-sim vocês podem exigir ecobrar da CAIXA soluçõespara a valorização." Nãolembro exatamente daspalavras, mas a essênciaera, com certeza, essa. Na-quele intervalo das aulas,na rodinha em que isso foidito, lembro claramentedo Altair, que veio a ser pre-sidente dessa mesma As-sociação muito tempo de-pois, e do Bernardo, lá doMS, terra do grande poeta

Manoel de Barros. Mas, havia mais gente,com certeza. Agora, depois de tanto tem-po, puxando pela memória, parece que oRenato Soares Dias estava por ali.

O fato é que aquela chacoalhada, po-demos assim dizer, fez com que imedia-tamente ao encerramento do curso, jános locais de trabalho por esse Brasilafora, algumas mentes abnegadas co-meçassem a tramar para o bem de to-dos e a felicidade geral da nação jurídi-

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Novembro | 2011 23

| Crônica

ca da CAIXA. E posso afirmar, sem medode errar, que tivemos no nosso grandeamigo Renato Soares Dias, infelizmentehá longo tempo afastado de nossa con-vivência diária, o jogador que deu o pon-tapé inicial naquele jogo. Foi um incan-sável batalhador para que a sementeplantada naquele emblemático encon-tro em São Paulo germinasse, cresces-se e nascesse com força e vitalidadepara enfrentar e aguentar os predado-res de fora e os céticos de dentro.

Confesso que não participei direta-mente, tive receio e me acomodei, masacompanhei interessado o incessantetrabalho do Renato, sabendo de suascorrespondências, de seus contatos te-lefônicos, de comentários de muitos co-legas, de sua minuta do estatuto social,de sua discussão e sugestões, de suaconclamação para nos unirmos. Nãoquero, jamais, com essa observação di-minuir a dedicação dos outros nossos

Se naqueles primeiros instantes al-guns de nós víssemos apenas visioná-rios, uns Dons Quixotes, hoje, bem aco-modados nos bons resultados profissi-onais que a nossa ADVOCEF conquis-tou, temos a certeza que o início sópoderia ter acontecido com homens emulheres de visão que souberam en-tender o significado de "criar uma asso-ciação". Tomar uma dose de LeCourvoisier hoje é um prazer e não umarrependimento.

E interpreto o porquê da dedicaçãopara o bem de todos os advogados daCAIXA como uma herança genética: JoséWanderley Dias, o pai de Renato, comochefe, deixou a saudosa lembrança degrande amigo e defensor dos colegas ad-vogados, particularmente do Jurídico doParaná.

(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA emLondrina/PR.Londrina/PR.Londrina/PR.Londrina/PR.Londrina/PR.

Um céu de brigadeiro, ostentando aofundo o horizonte indelével da serra domar, estimula a criançada a içar suas pi-pas sob o vento favorável do dia. JoséManoel, mais conhecido pela alcunha deJuca do Gesso, aprecia a tosa de pipas àsmargens do rio Paraíba do Sul. A coreo-grafia sobre o bairro da Lapa o faz lem-brar, saudoso, as confecções de rabiolaspróprias para sustentação do divertido

brinquedo.O comércio mostrava sua pujança no

movimento de mercadorias e traslado depessoas nas ruas e pontes do municípiode Campos dos Goytacazes/RJ, sob omanto azul crivado de pipas de todos osmatizes, que do nada surgiam a bailar.

No início dessa bela tarde de um dossábados do outono, se viam nos ares al-guns papagaios em luta constante pelavitória do cerol mais cortante e a criança-da a correr em captura do desprendidobrinquedo adversário, verdadeiro troféudo fim do dia.

Nesse instante, o massagista Zé Pre-tinho se dirigia para o campo de futeboldo Patronato São José, onde jogariam osjuvenis de Fluminense e Flamenguinho

Soltador de pipasArcinélio Caldas (*)

"Hoje, bem acomodadosnos bons resultados

profissionais que a nossaADVOCEF conquistou,

temos a certeza que o iníciosó poderia ter acontecido

com homens e mulheres devisão que souberam

entender o significado de'criar uma associação'".

da Lapa, escola de futebol onde prestavaseus serviços.

Durante o percurso, Zé Pretinho ca-minhava admirado com as evoluçõescontroladas pelas hábeis mãos dos sol-tadores de pipa. Antes de entrar no Está-dio, encontrou-se com Juca e passarama

apreciar o festival de pandorgas. Derepente, uma arraia "avuada",

vermelho gritante, cortada pelo cerol,despenca louca em rodopio sobre as ca-beças e olhares de curiosos. Zé Pretinho,invadido por um

sentimento irresistível, retrocede aoseu passado que se faz presente

e, em desabalada carreira no meiodas crianças, como se uma delas

fosse, disputa o resgate da pipadesgovernada.

Dono de físico avantajado, com osolhos fixados no irregular caminho dapipa, ao correr desembestado chocou-secom o menor Aldecir, o melhor jogador deseu time, filho do Armandinho, seu diletoe fraternal amigo. O garoto foi ao chão, egritava desesperado após o choque, re-velando uma fratura na perna direita. O

pai e o massagista causador do acidentelevaram-no imediatamente para o pron-to socorro de acidentados da Beneficên-cia Portuguesa, onde foi constatada peloDr. Lacerda a fratura da tíbia direita dojovem atleta.

Engessado, Aldecir, o pai e Zé Preti-nho avistam na entrada da sede doUrurau da Lapa a Diretoria doFlamenguinho. Zé Pretinho, muitodesenxabido e cheio de remorso, olhapara Juca, alega sua

involuntariedade no acidente e pedemil desculpas pelo acontecido.

Armandinho, que passara horasmudo no hospital ao lado de Zé Pretinho,rompe o silêncio e toma a palavra, sen-tenciando em nome de todos:

- Se Aldecir estivesse jogando, oFlamenguinho não perdia para oFluminense. Você foi o culpado da derro-ta. Não tem perdão!

(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA em(*) Advogado da CAIXA emCampos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.Campos dos Goytacazes/RJ.

primeiros pais e mães, mas há que sedeixar registrado nos anais dessa nossajovem, bonita e forte ADVOCEF, com ca-rinho, em local em destaque, o trabalhopioneiro, desinteressado e, sobretudo,profícuo de Renato Soares Dias.

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Novembro | 2011 I

Suplemento integrante da ADVOCEF em Revista | Ano XI | Nº 105 | Novembro | 2011

A figura jurídica dadesaposentação e as premissas

de um resultado futuroO Direito Previdenciário, ramo

do direito público com alvorecerconjunto com os direitos sociais,hoje é uma disciplina fundamen-tal para todos os advogados, poisas pesquisas cada vez mais apon-tam para o envelhecimento da po-pulação brasileira e esse envelhe-cimento implica em recebimentodo benefício previdenciário paraos celetistas, seja de forma exclu-siva da previdência oficial, sejacumulado com a previdência pri-vada.

Assim, falar sobre desapo-sentação é fundamental para pro-piciar maior reflexão sobre os pro-blemas e soluções jurídicas queiremos enfrentar nos próximosanos no âmbito de um Poder Judi-ciário que se compromete a res-ponder as críticas de morosidade,apontadas pela comunidade, comceleridade e processos virtuais.

O Supremo Tribunal Federal,ao decidir as Ações Diretas deInconstitucionalidade 1770/DF e1721/DF, posicionou-se no senti-do de que a aposentadoria não ex-tingue o contrato de trabalho, con-trariando ao que já estava conso-lidado no âmbito do Tribunal Su-perior do Trabalho.

Esse entendimento jurídico con-solidado pela Corte Máxima permi-tiu que milhares de trabalhadorespermanecessem no vínculo empre-gatício após a aposentadoria, tor-nando mais importante a discussãodo instituto da desaposentação,que já tinha destaque em funçãodos aposentados que voltavam aomercado de trabalho por necessi-dade de incremento de sua renda.

O instituto da desaposentaçãoé o instituto de direito previden-ciário que significa que o aposen-tado pode renunciar ao seu bene-fício previden-ciário para calcularas contribuições feitas a poste-riore, via de regra para aumentarseu benefício pelo acréscimo dasnovas contribuições e mudança dofator previdenciário.

Quantas pessoas nós conhece-mos, no setor público e privado,que estão aposentadas e continu-aram a trabalhar? Com certeza,várias.

Quantos têm se desligado emplanos de incentivo à demissão?Talvez fosse o caso de repetir a res-posta, mas para variar poderíamosdizer inúmeros.

Quando pesquisamos o pronun-ciamento de nossos tribunais vislum-

bramos que ate o Superior Tribunalde Justiça já tem posicionamentofavorável à aplicação do instituto dadesaposentação, elencando comodireito do aposentado a renúncia aobenefício previdenciário.

Agora a questão assumeconotação mais importante por teraportado em nossa Corte Máximapor intermédio do Recurso Extra-ordinário número 381367, que em-bora não se refira com exclusivida-de ao assunto, tem como tema cen-

Marta Faustino Porfírio NobreMestre e especialista em Direito.Advogada da CAIXA em Goiânia/GO.

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Novembro | 2011II

Se o julgamento ocorrer emconsonância com a manifestaçãonas ADIs antes citadas, a tendên-cia aponta para que o recurso sejaconhecido e provido, pois a premis-sa que o STF levou em considera-ção em julgamentos anteriores éque está configurado o direito desaque – na relação jurídica INSS econtribuinte – em função dos de-pósitos efetuados e pelo princípioda vedação ao enriquecimento ilí-cito. Se as contribuições foramefetuadas é necessário o recálculocom mudança do fator previden-ciário.

O resultado, também, não podeser de impacto econômico nos co-fres, pois o sistema se beneficia denovas contribuições a cada dia comíndices de emprego crescentes.

No Superior Tribunal de Justiçao pleito já tem sido acatado, poden-do citar a título de exemplo o julga-do abaixo, que demonstra, clara-mente, que ao STF compete a res-ponsabilidade de espancar a maté-ria de forma definitiva para que oassunto não possa gerar nosjurisdicionados uma expectativamaior que a devida, in verbis:

ProcessoProcessoProcessoProcessoProcessoAgRg no REsp 1196222 / RJAGRAVO REGIMENTAL NO RECUR-SO ESPECIAL 2010/0097509-0

Relator(a)Relator(a)Relator(a)Relator(a)Relator(a)Ministro HAROLDO RODRIGUES(DESEMBARGADOR CONVOCA-DO DO TJ/CE) (8195)Órgão JulgadorÓrgão JulgadorÓrgão JulgadorÓrgão JulgadorÓrgão JulgadorT6 – SEXTA TURMAData do JulgamentoData do JulgamentoData do JulgamentoData do JulgamentoData do Julgamento14/09/2010Data da Publicação/FonteData da Publicação/FonteData da Publicação/FonteData da Publicação/FonteData da Publicação/FonteDJe 11/10/2010 RJP vol. 36p. 113EmentaEmentaEmentaEmentaEmentaAGRAVO REGIMENTAL. PREVI-DENCIÁRIO. APOSENTADORIA.DIREITO DE RENÚNCIA. CABI-MENTO. POSSIBILIDADE DE UTI-LIZAÇÃO DE CERTIDÃO DE TEM-PO DE CONTRIBUIÇÃO PARANOVA APOSENTADORIA.1. Não compete ao relator de-terminar o sobrestamento derecurso especial em virtude doreconhecimento de repercus-são geral da matéria pelo Su-premo Tribunal Federal, tratan-do-se de providência a ser ava-liada quando do exame deeventual recurso extraordinárioa ser interposto, nos termosprevistos no artigo 543-B do Có-digo de Processo Civil.2. O entendimento desta CorteSuperior de Justiça é no senti-do de se admitir a renúncia àaposentadoria objetivando oaproveitamento do tempo decontribuição e posterior conces-são de novo benefício, indepen-dentemente do regime previ-denciário que se encontra o se-gurado.3. Agravo regimental a que senega provimento.AcórdãoAcórdãoAcórdãoAcórdãoAcórdãoVistos, relatados e discutidosestes autos, acordam os Minis-tros da Sexta Turma do Superi-or Tribunal de Justiça, na con-formidade dos votos e das no-tas taquigráficas a seguir, porunanimidade, negar provimen-

tral a desaposentação. Veja os dadosda tela colhida do site do STF a seguir:

RE 38RE 38RE 38RE 38RE 3811111367 - RECURSO367 - RECURSO367 - RECURSO367 - RECURSO367 - RECURSOEXTRAORDINÁRIOEXTRAORDINÁRIOEXTRAORDINÁRIOEXTRAORDINÁRIOEXTRAORDINÁRIO(Processo físico)(Processo físico)(Processo físico)(Processo físico)(Processo físico)Origem: RS - RIORS - RIORS - RIORS - RIORS - RIO

GRANDE DOGRANDE DOGRANDE DOGRANDE DOGRANDE DOSULSULSULSULSUL

Relator: MIN. MARCOMIN. MARCOMIN. MARCOMIN. MARCOMIN. MARCOAURÉLIOAURÉLIOAURÉLIOAURÉLIOAURÉLIO

RECTE.(S) LUCIALUCIALUCIALUCIALUCIACOSTELLA ECOSTELLA ECOSTELLA ECOSTELLA ECOSTELLA EOUTRO(A/S)OUTRO(A/S)OUTRO(A/S)OUTRO(A/S)OUTRO(A/S)

ADV.(A/S) JOSÉ DJOSÉ DJOSÉ DJOSÉ DJOSÉ DA SILA SILA SILA SILA SILVVVVVAAAAACALDAS ECALDAS ECALDAS ECALDAS ECALDAS EOUTRO(A/S)OUTRO(A/S)OUTRO(A/S)OUTRO(A/S)OUTRO(A/S)

RECDO.(A/S) INSTITUTOINSTITUTOINSTITUTOINSTITUTOINSTITUTONACIONAL DONACIONAL DONACIONAL DONACIONAL DONACIONAL DOSEGUROSEGUROSEGUROSEGUROSEGUROSOCIAL - INSSSOCIAL - INSSSOCIAL - INSSSOCIAL - INSSSOCIAL - INSS

PROC.(A/S)(ES) PROCURA-PROCURA-PROCURA-PROCURA-PROCURA-DOR-GERALDOR-GERALDOR-GERALDOR-GERALDOR-GERALDDDDDA FA FA FA FA FAZENDAZENDAZENDAZENDAZENDAAAAANACIONALNACIONALNACIONALNACIONALNACIONAL

INTDO.(A/S) CONFEDERA-CONFEDERA-CONFEDERA-CONFEDERA-CONFEDERA-ÇÃO BRASI-ÇÃO BRASI-ÇÃO BRASI-ÇÃO BRASI-ÇÃO BRASI-LEIRA DELEIRA DELEIRA DELEIRA DELEIRA DEAPOSENTAPOSENTAPOSENTAPOSENTAPOSENTAAAAA-----DOS E PENSI-DOS E PENSI-DOS E PENSI-DOS E PENSI-DOS E PENSI-ONISONISONISONISONISTTTTTAS-AS-AS-AS-AS-COBAPCOBAPCOBAPCOBAPCOBAP

ADV.(A/S) JOSE IDEMARJOSE IDEMARJOSE IDEMARJOSE IDEMARJOSE IDEMARRIBEIRO ERIBEIRO ERIBEIRO ERIBEIRO ERIBEIRO EOUTRO(A/S)OUTRO(A/S)OUTRO(A/S)OUTRO(A/S)OUTRO(A/S)

Referido recurso é da relatoriado Ministro Marco Aurélio e foi de-volvido após vista do Ministro DiasToffoli. Referido julgamento tendea ser um divisor de águas na maté-ria que tem forte apelo econômicopor parte do INSS e deve movimen-tar a Advocacia da União em razãoda relevância econômica.

Difícil adivinhar o resultado, vaidepender da quantidade de argu-mentos relevantes que as partesconseguirem colacionar e da movi-mentação da sociedade e gruposorganizados.

Falar sobredesaposentação éfundamental para

propiciar maior reflexãosobre os problemas e

soluções jurídicos queiremos enfrentar nos

próximos anos

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Novembro | 2011 III

to ao agravo regimental, nos ter-mos do voto do Sr. MinistroRelator.A Sra. Ministra Maria Thereza deAssis Moura e os Srs. Ministros OgFernandes e Celso Limongi(Desembargador convocado doTJ/SP) votaram com o Sr. MinistroRelator.Presidiu o julgamento a Sra. Mi-nistra Maria Thereza de AssisMoura.Referência Legislativa: LEG:FEDLEI:005869 ANO:1973***CPC-73 - CÓDIGO DE PRO-CESSO CIVIL DE 1973 ART 0543B

A discussão sobre o assunto re-vela-se ainda mais relevante na me-dida em que seu resultado afetaráa todos nós de imediato ou no fu-turo.

Ademais, numa sociedade ondese caminha e almeja que haja cida-dania plena, todos os cidadãos de-vem se envolver na discussão deassuntos tão caros ao nosso futu-ro de aposentados e não somentea comunidade jurídica ou os advo-gados.

Não fiquemos, entretanto, apensar no melhor dos mundos, poisdesaposentar envolve tanta refle-xão quanto aposentar-se, pois o re-sultado deve ser medido e calcula-do antes da decisão e com consul-ta a um profissional especializadono assunto. Há risco do valor dobenefício ser reduzido.

O assunto em comento é tãoimportante que no decorrer destesescritos, mais um caso foi submeti-do ao crivo do Supremo TribunalFederal, sofrendo o mesmo desti-no do anterior, qual seja, pedido devista do Ministro Dias Toffoli, veja-mos:

Notícias STFNotícias STFNotícias STFNotícias STFNotícias STFQuarta-feira, 23 de fevereiro de2011

Pedido de vista suspendePedido de vista suspendePedido de vista suspendePedido de vista suspendePedido de vista suspendejulgamento sobre revisão dejulgamento sobre revisão dejulgamento sobre revisão dejulgamento sobre revisão dejulgamento sobre revisão deaposentadoria do INSSaposentadoria do INSSaposentadoria do INSSaposentadoria do INSSaposentadoria do INSSPedido de vista do ministroJosé Antonio Dias Toffoli sus-pendeu, nesta quarta-feira(23), o julgamento, pelo Plená-rio do Supremo Tribunal Fede-ral (STF), do Recurso Extraor-dinário (RE) 630501, em quese discute o pedido de revisãode aposentadoria de um segu-rado do INSS.Ele requereu sua aposentadoriaem 1980, após 34 anos de ser-viço, mas reclama o direito de verrecalculado o salário de benefícioinicial, a partir de aposentadoriaproporcional desde 1979, queelevaria seu benefício, emborabaseado em data anterior. Recla-ma, também, o pagamento retro-ativo do valor a maior não recebi-do, desde então. Em outubro doano passado, o STF reconheceua existência da repercussão ge-ral da questão constitucional sus-citada.

O pedido de vista foi formuladoquando a relatora, ministra EllenGracie, havia votado pelo aco-lhimento parcial do recurso. Elareconheceu o direito do segu-rado de ver recalculado seu be-nefício, contado desde 1979,mas rejeitou o pedido de seu pa-gamento retroativo àquele ano.

No recurso que começou a serjulgado hoje pelo Plenário, o se-gurado contesta acórdão do Tri-bunal Regional Federal da 4ªRegião (TRF-4, com sede emPorto Alegre), segundo o qualnão existe “autorização legalpara a revisão da aposentado-ria, a pedido do beneficiário,sem que se aponte ilegalidadeou vício no procedimento ou nopróprio ato de concessão”.Vo toVo toVo toVo toVo toNo entendimento da ministraEllen Gracie, como não houvemudança na legislação entre1979 e 1980, o direito adquiri-do do aposentado existe e podeser exercido, mesmo que aposteriori (em data posterioràquela em que ele formulou opedido de aposentadoria inicial),em prol do benefício maior. Ela,entretanto, considerou que aeventual possibilidade de rece-bimento dos atrasados estáprescrita. Assim, a vantagem aser obtida pela revisão da apo-sentadoria deve repercutir ape-nas no atual salário de benefí-cio do aposentado.Segundo cálculos apresenta-dos pela ministra Ellen Gracie,o salário de benefício inicial ob-tido pelo aposentado, em 1980,foi de 47.161,00 cruzeiros. Pelarevisão por ele pretendida, comaposentadoria proporcional apartir de 1979, este valor cres-ceria para 53.916,00 cruzeiros,em valores daquela época. E,conforme seu voto, este valor amaior deve repercutir no salá-rio de benefício atual do segu-rado.AlegaçõesAlegaçõesAlegaçõesAlegaçõesAlegaçõesO segurado alega violação do di-reito adquirido (artigo 5º, incisoXXXVI da Constituição Federal -CF) e da Súmula nº 359, do STFque, segundo ele, aplica-se tam-

Desaposentação é oinstituto de direito que

significa que o aposentadopode renunciar ao seu

benefício previdenciáriopara calcular as

contribuições feitas aposteriore

Page 28: ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ADVOGADOS€¦ · Conselho Editorial: Álvaro Sérgio Weiler Junior, Anna Claudia de Vasconcellos, Carlos Castro, Davi Duarte, Estanislau Luciano de Oliveira,

Novembro | 2011IV As matérias publicadas neste suplemento são de responsabilidade exclusiva de seus autores.O encarte pode ser acessado, na íntegra, no site da ADVOCEF (menu Publicações).

Ano XI | Nº 105 | Novembro | 2011

bém aos aposentados do INSS.Dispõe essa súmula que, “res-salvada a revisão prevista emlei, os proventos da inatividaderegulam-se pela lei vigente aotempo em que o militar, ou o ser-vidor civil, reuniu os requisitosnecessários”.Sustenta, ainda, que o direitoprevidenciário faculta ao segu-rado, quando já cumpridos os re-quisitos mínimos para concessãoda aposentadoria, optar pelomomento mais benéfico paraexercer o direito à jubilação.Contraditando essas alegações,o INSS sustentou, preliminar-mente, que o tema em discus-são não é de cunho constitucio-nal, sendo apenas de ofensa re-flexa à Constituição, pois não setrataria de uma sucessão de leisno tempo, mas da verificação daviolação de um ato jurídico per-feito. Esta preliminar foi rejeita-da pela relatora.Ainda de acordo com o Institu-to, não há direito adquirido ouameaça a ele. Segundo seu en-tendimento, o segurado optoupelo melhor momento de reque-rer sua aposentadoria, formulouo pedido e este foi concedido,sem qualquer problema. Portan-to, formou-se um ato jurídico per-feito. E esse protege não só oindivíduo contra o Estado, mastambém o Estado diante de pre-tensões individuais.Em sustentação oral no Plenário,procuradora do INSS chamouatenção para a gravidade dosefeitos de uma eventual decisãodo STF em favor do autor do re-

curso, diante do efeito multi-plicador que ela poderá provo-car. Lembrou que, no ano pas-sado, o déficit da Previdência al-cançou valor próximo de R$ 45bilhões.Por fim, ela sustentou que, mes-mo que o aposentado tivesse re-vista a sua aposentadoria combase nas alegadas vantagens deuma retroatividade a 1979, oganho do segurado não aumen-taria.

Em seu voto, entretanto, a minis-tra Ellen Gracie contrariou essatese e apresentou cálculos se-gundo os quais o benefício combase na aposentadoria em 1979seria mais vantajoso. Além disso,observou que o direito adquiridodo segurado, desde que preen-chidas as condições para aposen-tadoria – como no caso em jul-gamento – não pode ser muda-do por uma lei nova. E tampoucoo impede de pedir revisão, des-de que o direito reclamado este-ja amparado pela mesma legisla-ção, como no caso.

Ela questionou se o não exercí-cio imediato do direito adquiridopode trazer prejuízo ao segura-do, mesmo que ele tenha perma-necido no serviço ativo. Segun-do ela, não faz sentido que, aorequerer o direito depois, o se-gurado ganhe menos do que seo tivesse requerido antes. Isso,segundo ela, “seria permitir queo direito adquirido não fosseexercido tal como adquirido”.

O caso em discussão, conformeaponta a notícia, parece sinalizarum meio termo entre os anseiosdos defensores do direitoprevidenciário e os anseios dos de-fensores do INSS que sinalizam queo INSS não resistiria ao pagamen-to dos valores retroativos. A Minis-tra Ellen Gracie acena com a possi-bilidade de recálculo apenas na con-tem-poraneidade e para o futuro,não havendo pagamento de valo-res retroativos e nem devolução devalores. A solução parece ser inter-mediária e atender a todos os re-clamos.

Outra questão, em plena ebuli-ção, que interessa a todos nós esomos desafiados a refletir é o ins-tituto do fator previden-ciário, quenão cabe discutir neste momento,podendo ficar para outros escritos.

Referências

Sites pesquisados:www.stf.jus.br;www.stj.jus.br;www.trf1.jus.brwww.ibdp.org.br

Numa sociedade onde sealmeja que haja

cidadania plena, todos oscidadãos devem se

envolver na discussão deassuntos tão caros ao

nosso futuro deaposentados