65
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | … · PEIXES MAGROS: conjunto de espécies de peixe, típico de águas profundas, que acumula a gordura no fígado. Como têm menor quantidade

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Ficha tÉcnicaTÍTULO: Pescar Saúde

    COLEÇÃO E-BOOKS APN: N.º 39, abril de 2016

    DIREÇÃO EDITORIAL: Célia Craveiro

    CONCEÇÃO: Helena Real, Mariana Barbosa, Teresa Carvalho

    CORPO REDATORIAL: Célia Craveiro, Helena Real, Mariana Barbosa, Sónia Xará, Teresa Carvalho, Teresa Rodrigues

    CRIAÇÃO GRÁFICA: snap – creative team

    PROPRIEDADE: Associação Portuguesa dos Nutricionistas

    REDAÇÃO: Associação Portuguesa dos Nutricionistas

    REVISÃO: Carla Fernandes, Tânia Pereira

    APOIO:

    ISBN: 978-989-8631-27-5

    Abril de 2016© APN

    Interdita a reprodução integral ou parcial de textos ou fotografias, sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais.

  • 03 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    • DEFINIÇÕES

    • RECOMENDAÇÕES ALIMENTARES

    • BENEFÍCIOS DO CONSUMO DE PESCADO

    • PESCAR NO MAR PORTUGUÊS

    • DO MAR À MESA

    • À PESCA DE RESPOSTAS

    • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    Índice

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    DefinicÕesPESCADO FRESCO: animais subaquáticos que não sofreram processos de conservação, além da refrigeração com ou sem adição de gelo, água do mar e sal, desde o momento de captura.

    PEIXE: animal vertebrado subaquático que possui o corpo repleto de escamas, respira através de brânquias e os membros têm a forma de barbatanas.

    PEIXES MAGROS: conjunto de espécies de peixe, típico de águas profundas, que acumula a gordura no fígado. Como têm menor quantidade de gordura, a coloração do seu músculo é

    branca.

    PEIXES GORDOS: conjunto de espécies de peixe, que se encontram junto da superfície da água e que acumula a gordura quer no fígado, quer no tecido muscular, motivo pelo qual a

    sua coloração é mais escura do que a do peixe magro. Tratando-se de espécies migratórias,

    utilizam a gordura como reserva energética.

    PEIXES DE ÁGUA DOCE: espécies de peixe que vivem em águas interiores, tais como lagos, rios, barragens e albufeiras.

    PEIXES DE ÁGUA SALGADA: espécies de peixe que vivem em águas profundas e salgadas, características das águas oceânicas.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    MOLUSCOS: animais invertebrados, marinhos ou terrestres, com corpo mole, viscoso e longo. Podem ter uma concha calcária protetora.

    CRUSTÁCEOS: classe de artrópodes com exosqueleto endurecido com carbonato de cálcio que permite criar uma crosta.

    CONQUICULTURA: criação de moluscos bivalves em viveiros. São exemplos a ostreicultura (cultura de ostras) e a mitilicultura (cultura de mexilhões).

    AQUACULTURA: criação ou cultura de organismos aquáticos, que aplica técnicas para aumentar a produção dos mesmo para além das capacidades naturais do meio.

    AQUAPONIA: é uma associação entre a aquacultura (criação de peixes em viveiro) com a hidroponia (cultivo de plantas sobre a água), funcionando num sistema fechado e dinâmico

    onde os resíduos dos peixes servem de alimentação para as plantas e estas, por sua vez,

    filtram a água, devolvendo-a em boas condições para os peixes crescerem saudavelmente.

    DefinicÕes

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    O PESCADO PODE ENGLOBAR

    MARISCOPEIXE

    PEIXES ÓSSEOS MOLUSCOS

    CEFALÓPODES GASTRÓPODESBIVALVES

    PEIXES CARTILAGÍNEOS CRUSTÁCEOS

    p.e: Pescada, Cavala

    p.e: Mexilhão, Amêijoa p.e: Choco, Polvo p.e: Búzios, Lapas

    p.e: Raia, Cação p.e: Sapateira, Camarão

    DefinicÕes

    Neste e-book serão abordadas, de forma mais detalhada, espécies de peixes ósseos, bivalves e cefalópodes, por se incluírem no conjunto de espécies de pescado mais transacionadas em Portugal.

  • 07 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    RecomendacÕes

    Alimentares

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Pescado na

    alimentacÃo diÁriaA American Heart Association recomenda a ingestão de peixe gordo (p.e. cavala, sardinha), 2 a 3 vezes por semana, pelo seu efeito protetor em relação às doenças cardiovasculares.

    7 DIAS 14 REFEIÇÕESPRINCIPAIS

    CARNE

    PESCADO2 OU 3

    REFEIÇÕES DE PEIXE GORDO

    OVOS

    LEGUMINOSAS

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    ... Segundo a Rodados Alimentos

    O pescado integra o grupo das “Carnes, Pescado e Ovos”.

    A Roda dos Alimentos recomenda a ingestão de

    1,5 a 4,5 porções diárias de alimentos deste grupo.

    UMA PORÇÃO CORRESPONDE A:• 25 g de carnes ou pescado cozinhados• 1 ovo – tamanho médio (55 g)

    • 30 g de carnes ou pescado crus

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Sem

    anal

    men

    teD

    iari

    amen

    teA

    cad

    a re

    fei-

    ção

    prin

    cipa

    l

    Doces ≤ 2p

    Carnes vermelhas < 2pCarnes processadas ≤ 1p

    Ovos 2-4pLeguminosas secas ≥ 2p

    AzeitePão / Massas / Arroz / Couscous /

    Outros cereais 1-2p (de preferência integrais)

    Água e infusões

    Biodiversidade e sazonalidadeProdutos tradicionais,

    locais e amigos do ambienteActividades culinárias

    P= PorçãoEdição de 2010

    Actividade física regularDescanso adequadoConvivência

    A Pirâmide da Dieta Mediterrânica: um estilo de vida para os dias de hojeRecomendações para a população adulta

    Porções de alimentos baseadas na frugalidade e nos hábitos locais

    Vinho em moderação e de acordo com as crenças sociais

    Ervas aromáticas / especiarias / alho / cebolas (menos sal de adição)

    Variedade de aromas / sabores

    Carnes brancas 2pPeixe / pescado ≥ 2p

    Batatas ≤ 3p

    Lacticínios 2s (de preferência magros)

    Fruta 1-2 | Hortícolas ≥ 2pVariedade de cores/texturas (cozinhados / Crus)

    Azeitonas / nozes / sementes 1-2p

    © 2

    010

    Fund

    ació

    n D

    ieta

    Med

    iterr

    ánea

    O u

    so e

    pro

    moç

    ão d

    esta

    pirâ

    mid

    e é

    reco

    men

    dado

    sem

    qua

    lque

    r res

    triç

    ão

    ICAFInternational Commission on theAnthropology of Food and Nutrition

    HELLENIC

    HEAL

    TH FOUN

    DATIO

    N Ε

    ΛΛΗ

    ΝΙΚΟ Ι∆ΡΥΜ

    Α Υ

    ΓΕΙΑ

    Σ

    HELLENIC HEALTH

    FOUNDATION

    . .

    ... Segundo a PirÂmide da dieta mediterrÂnICAO pescado encontra-se no patamar dos alimentos que devem ser consumidos semanalmente.Este guia alimentar sugere o consumo de 2 ou mais porções de peixe / pescado por semana.

    Sem

    anal

    men

    teD

    iari

    amen

    teA

    cad

    a re

    fei-

    ção

    prin

    cipa

    l

    Doces ≤ 2p

    Carnes vermelhas < 2pCarnes processadas ≤ 1p

    Ovos 2-4pLeguminosas secas ≥ 2p

    AzeitePão / Massas / Arroz / Couscous /

    Outros cereais 1-2p (de preferência integrais)

    Água e infusões

    Biodiversidade e sazonalidadeProdutos tradicionais,

    locais e amigos do ambienteActividades culinárias

    P= PorçãoEdição de 2010

    Actividade física regularDescanso adequadoConvivência

    A Pirâmide da Dieta Mediterrânica: um estilo de vida para os dias de hojeRecomendações para a população adulta

    Porções de alimentos baseadas na frugalidade e nos hábitos locais

    Vinho em moderação e de acordo com as crenças sociais

    Ervas aromáticas / especiarias / alho / cebolas (menos sal de adição)

    Variedade de aromas / sabores

    Carnes brancas 2pPeixe / pescado ≥ 2p

    Batatas ≤ 3p

    Lacticínios 2s (de preferência magros)

    Fruta 1-2 | Hortícolas ≥ 2pVariedade de cores/texturas (cozinhados / Crus)

    Azeitonas / nozes / sementes 1-2p

    © 2

    010

    Fund

    ació

    n D

    ieta

    Med

    iterr

    ánea

    O u

    so e

    pro

    moç

    ão d

    esta

    pirâ

    mid

    e é

    reco

    men

    dado

    sem

    qua

    lque

    r res

    triç

    ão

    ICAFInternational Commission on theAnthropology of Food and Nutrition

    HELLENIC

    HEAL

    TH FOUN

    DATIO

    N Ε

    ΛΛΗ

    ΝΙΚΟ Ι∆ΡΥΜ

    Α Υ

    ΓΕΙΑ

    Σ

    HELLENIC HEALTH

    FOUNDATION

    . .

  • 11 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    BenefÍcios

    do CONSUMO

    DE pescado

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Interesse nutricional \

    do pescado

    PROTEÍNAS

    O pescado é rico em proteínas de alto valor biológico, constituindo uma importante fonte de aminoácidos essenciais, como a lisina e a isoleucina.

    As proteínas do pescado são de melhor digestibilidade por serem maioritariamente absorvidas no trato gastrointestinal. Além disso, a digestibilidade destas proteínas é facilitada pelo menor conteúdo em tecido conjuntivo e pela sua mais rápida dissolução sob ação do

    calor, quando comparadas com as proteínas da carne.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    LÍPIDOS

    As espécies marinhas são uma importante fonte de lípidos, sobretudo ácidos gordos polinsaturados, mais especificamente ácidos gordos essenciais ómega-3.

    O organismo consegue sintetizar a maioria dos ácidos gordos, exceto o ácido linoleico (LA) -

    ómega-6 e alfa-linolénico (ALA) - ómega-3, devendo estes ser obtidos através da alimentação. Em pequena escala, o organismo pode converter o ALA em outros ácidos gordos: ácido eicosapentaenóico (EPA) (20:5 ⍵-3) e ácido docosahexaenóico (DHA) (22:6 ⍵-3), pelo que a sua obtenção deve ser complementada com fontes alimentares dos mesmos.

    • O EPA e o DHA estão presentes, maioritariamente, em fontes marinhas como as algas marinhas, os peixes gordos e os seus óleos.

    A relação ómega-3:ómega-6 a privilegiar é de 3:1 já que os ómega-3, contrariamente aos ómega-6, possuem um efeito anti-inflamatório.

    Deste modo, uma dieta com maior teor de ómega-3 permite combater o excesso de fatores inflamatórios responsáveis por diversas patologias, nomeadamente doenças crónicas não transmísseis.

    O menor teor de gordura do peixe também é facilitador da sua melhor digestibilidade promovendo um esvaziamento gástrico mais rápido que, por sua vez, leva à diminuição da

    sensação de saciedade.

    Interesse nutricional \

    do pescado

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    LÍPIDOS (ÓMEGA-3)

    Recomendações relativas à ingestão de ácidos gordos ómega-3, de origem marinha, de acordo com diferentes organismos:

    ORGANISMO SECÇÃO GEOGRÁFICA ANO RECOMENDAÇÃO

    American Heart Association (AHA) EUA 2015≧2 vezes por semana de peixe

    (preferencialmente peixe gordo)

    The Norwegian Directorate of Health / VKM

    Noruega 2014Refeições de peixe ao jantar, pelo

    menos 2 a 3 vezes por semana

    Food and Agricultural Organization of the United Nations (FAO) e World Health Organization (WHO)

    Mundial 2011Pelo menos 1 a 2 porções de 100 g

    de peixe gordo, por semana

    European Food Safety Association (EFSA) Europa 2010250 mg EPA + DHA,

    diariamente

    Scientific Advisory Comitee for Nutrition (SACN)

    Reino Unido 2004450 mg EPA + DHA,

    diariamente

    International Society for the Study of Fatty Acids and Lipids (ISSFAL)

    Mundial 2004500 mg EPA + DHA,

    diariamente

    Interesse nutricional \

    do pescado

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    LÍPIDOS (ÓMEGA-3)

    Combate o stress e a depressão

    Aumenta a concentração e a memória

    Confere proteção contra os processos inflamatórios vasculares

    Proteção contra as doenças neurodegenerativas (ex.: Doença de Alzheimer)

    Fortalece e confere mais vitalidade ao cabelo

    Melhora a visão

    Diminui o risco de AVC

    Regula os níveis de açúcar no sangue

    Auxilia o crescimento do feto na gravidez

    Previne reações atópicas

    Protege contra os danos da pele induzidos pelos raios solares

    Combate o envelhecimento

    1

    2

    3

    4

    5

    7

    6

    1

    1

    1

    1

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    6

    7

    Interesse nutricional \

    do pescado

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    VITAMINAS E MINERAIS

    Fornece quantidades consideráveis de vitaminas lipossolúveis, das quais se destacam as vitaminas A e D, essenciais para a saúde visual e dermatológica, bem como para o metabolismo do cálcio e do fósforo, respetivamente.

    Fornece também vitamina B12, essencial à eritroipoese, à regulação do sistema nervoso e ao metabolismo dos aminoácidos e ácidos nucleicos, contribuindo também para a redução dos níveis de homocisteína nas doenças cardiovasculares.

    Os peixes, na sua generalidade, apresentam níveis consideráveis de potássio, fósforo, iodo e selénio. O potássio relaciona-se com a manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico, contração muscular e função cardíaca. O fósforo é imprescindível ao funcionamento da membrana celular, estrutura dos ácidos nucleicos, metabolismo energético e ósseo. Já o iodo é um oligoelemento com importância para o correto funcionamento da tiróide. O selénio tem uma importante ação antioxidante no organismo.

    Salientam-se ainda os níveis de cálcio, principalmente quando ingeridas as espinhas (no caso de peixes pequenos e em conserva). Este micronutriente é indispensável não só para a

    formação/manutenção dos ossos e dentes, mas também para a ocorrência da coagulação sanguínea, contração muscular, ativação de enzimas, secreção hormonal e condução de impulsos nervosos.

    Interesse nutricional \

    do pescado

  • 17 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Pescar

    no mar

    portuguÊs

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    espÉcies de pescado mais transacionadas

    em Portugal

    50

    45

    40

    35

    30

    25

    20

    15

    10

    5

    0

    (Toneladas)

    CA

    VA

    LA

    CA

    RA

    PA

    U

    SA

    RD

    INH

    A

    BIQ

    UE

    IRÃ

    O

    PE

    IXE

    -ES

    PA

    DA

    -PR

    ET

    O

    CA

    RA

    PA

    U-N

    EG

    O

    PE

    SC

    AD

    A-B

    RA

    NC

    A

    SA

    RD

    A

    FA

    NE

    CA

    VE

    RD

    INH

    O

    BE

    SU

    GO

    ES

    PA

    DA

    RT

    E

    SA

    RR

    AJÃ

    O

    PO

    LVO

    -VU

    LG

    AR

    CH

    OC

    O-V

    ULG

    AR

    BE

    RB

    IGÃ

    O

    -DE

    -BU

    RR

    INH

    O

    AM

    ÊIJ

    OA

    -BR

    AN

    CA

    AM

    ÊIJ

    OA

    -JA

    PO

    NE

    SA

    PEIXES CEFALÓPODES BIVALVES

    Fonte: Docapesca, 2015

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    DADOS SOBRE pescado

    Dados da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO, 2008) apontam Portugal como um dos países do Mediterrâneo, onde o consumo de pescado tem uma elevada importância na dieta da população.

    Segundo os dados mais recentes da Balança Alimentar Portuguesa, de 2008 para 2012, as disponibilidades de peixes diminuíram em 13% e as de crustáceos / moluscos diminuíram em 27%.

    Dados de 2006 sobre o consumo de peixes, numa amostra da população do Porto, refere que cerca de 58% dos participantes consumia peixes gordos entre 1 a 4 vezes por mês. Aproximadamente 43% dos inquiridos referiu consumir semanalmente, entre 2 a 6 vezes, de

    peixes magros, comparativamente com valores na ordem dos 26% para os peixes gordos.

    Um estudo de 2011 refere que a população portuguesa adulta apresenta uma frequência de consumo de peixe inferior à de carne, sendo a menor frequência de consumo na população entre os 18 e os 25 anos.

    O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA, 2015) estima que cada português consome atualmente 57 kg de pescado por ano.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    • CARAPAU

    • PEIXE-ESPADA-PRETO

    • PESCADA-BRANCA

    • ATUM

    • CAVALA

    • SARDINHA

    Peixes

    magros

    Peixes

    GORDOS

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Peixes Magros

    e Peixes Gordos

    Em função do seu teor em gordura, os peixes podem ser classificados nos seguintes grupos (por 100g):

    • magro (8%)

    Ao longo do ano, os peixes sofrem oscilações no seu teor lipídico, relacionadas com os

    seguintes fatores: estado de maturação, género, época do ano, migração e alimentação.

    Os peixes magros do mar português, apresentam um conteúdo médio de lípidos totais que ronda os 2%, ou seja, são peixes com baixo teor de gordura.

    Já os peixes gordos têm um teor de gordura de cerca de 10%, ou seja, contêm alto teor

    de gordura. Destes, as espécies mais gordas, como a cavala e a sardinha, apresentam um

    conteúdo superior em ácidos gordos polinsaturados, o que representa uma vantagem em termos nutricionais.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Peixes Magros

    e Peixes Gordos

    De entre os peixes gordos apresentados, o atum é o que tem menor valor de gordura total

    e maior quantidade de proteínas, seguida da cavala e da sardinha gorda. O seu conteúdo

    proteico é ligeiramente superior ao dos peixes magros referidos (carapau, peixe-espada-preto,

    pescada-branca).

    O atum, a cavala e a sardinha são ricos em vitaminas lipossolúveis (A e D), sendo o carapau o

    peixe magro com maior teor de vitamina D.

    O carapau é, igualmente, o peixe magro com maior teor de vitamina B12 e, no caso dos peixes gordos, a cavala e a sardinha também apresentam conteúdos apreciáveis desta vitamina.

    Todos os peixes referidos, magros e gordos, fornecem boas quantidades de potássio, fósforo e iodo. A sardinha, o carapau, a cavala e a pescada são os que têm maior conteúdo em cálcio.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Carapau

    Trachurus trachurus

    • Tamanho mínimo de captura: 15 cm

    • Vive nas águas salgadas do Atlântico Nordeste,

    Arquipélago da Madeira e Mar Mediterrâneo

    • Época de reprodução: dezembro a abril

    Nota: O carapau mediante a composição nutricional, que é variável ao longo do ano, pode classificar-se em magro ou gordo.

    15 cm

    TOP NUTRICIONAL

    • Cálcio

    • Ferro

    • Potássio

    • Vitamina B12

    • Vitamina D

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Peixe-espada-pretoAphanopus carbo

    • Tamanho mínimo de captura: não definido

    • Habita as zonas de grande profundidade (200 a 1600 m),

    ao nível de Sesimbra e dos dois Arquipélagos

    • Migra no verão para junto da costa

    • Época de reprodução: outubro a janeiro

    • É muito sensível a alterações no meio aquático

    TOP NUTRICIONAL

    • Ácidos gordos

    monoinsaturados

    • Fósforo

    • Potássio

    • Sódio

    • Vitamina A

    não definido

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Pescada-BrancaMerluccius merluccius

    • Tamanho mínimo de captura: 27 cm

    • Vive nas águas profundas (30 a 1000 m) do Atlântico

    Nordeste e Mar Mediterrâneo

    • Migra no verão para junto da costa

    • Época de reprodução: janeiro a abril

    27 cm

    TOP NUTRICIONAL

    • Cálcio

    • Magnésio

    • Folatos

    • Potássio

    • Sódio

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    atum

    Thunnus albacares

    • Peso mínimo de captura: 3,2 kg

    • Vive nas águas salgadas do Atlântico Nordeste

    e Mar Mediterrâneo

    • Época de reprodução: verão

    TOP NUTRICIONAL

    • Ácidos gordos

    monoinsaturados

    • Ferro

    • Fósforo

    • Potássio

    • Vitamina D

    3,2 Kg

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Cavala

    Scomber colias

    • Tamanho mínimo de captura: 20 cm

    • Vive nas águas salgadas do Atlântico Nordeste

    e Mar Mediterrâneo

    • Época de reprodução: fevereiro a abril

    TOP NUTRICIONAL

    • DHA

    • EPA

    • Potássio

    • Vitamina A

    • Vitamina B12

    • Zinco

    20 cm

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Sardinha

    Sardina pilchardus

    • Tamanho mínimo de captura: 11 cm

    • Vive nas águas salgadas do Atlântico Nordeste

    e Mar Mediterrâneo

    • Época de reprodução: outono a abril

    • A indústria conserveira absorve grande parte

    das capturas da pesca nacional

    TOP NUTRICIONAL

    • DHA

    • Fósforo

    • Vitamina A

    • Vitamina B12

    • Vitamina D

    11 cm

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    CARAPAUPEIXE-ESPADA-

    -PRETOPESCADA- -BRANCA

    ATUM CAVALASARDINHA

    GORDASARDINHA

    MEIO-GORDA

    Energia( kJ/kCal)* 442,0/105,0 370,0/88,0 351,0/83,0 591,0/140,0 841,0/202,0 920,0/221,0 658,0/158,0

    Lípidos (g)* 2,9 2,8 1,4 4,9 13,4 16,4 9,1

    Ácidos gordos saturados (g)*

    0,7 0,5 0,2 1,7 3,6 4,7 2,5

    Ácidos gordos monoinsaturados (g)*

    0,8 1,6 0,4 1,7 3,7 4,0 2,2

    Ácidos gordos polinsaturados (g)*

    0,9 0,2 0,4 0,8 4,7 5,6 3,3

    EPA (mg)** 58,6 14,8 66,0 48,6 1217,9 196,0 s/info

    DHA (mg)** 54,6 170,5 155,3 419,7 2128,1 1169,4 s/info

    Hidratos de Carbono (g)*

    0 3,9 0 0 0 0 0

    Proteína (g)* 19,7 15,7 17,6 24,1 20,3 18,4 18,9

    Fibra alimentar (g)* 0 0 0 0 0 0 0

    Colesterol (mg)* 36,0 24,0 19,0 30,0 45,0 20,0 28,0

    Vit. A (µg)* 15,0 23,0 10,0 11,0 28,0 47,0 12,0

    Vit. D (µg)* 4,1 2,1 1,4 4,2 2,4 21,0 17,0

    Vit. B6 (mg)* 0,36 0,16 0,06 0,56 1,0 0,57 0,41

    Vit. B12 (µg)* 5,7 1,7 0,72 2,4 14,0 10,0 10,0

    Folatos (µg)* 15,0 8,3 18,0 8,3 14,0 15,0 24,0

    Sódio (mg)* 80,0 140,0 100,0 45,0 78,0 65,0 65,0

    Potássio (mg)* 400,0 330,0 360,0 360,0 360,0 370,0 400,0

    Cálcio (mg)* 69,0 14,0 31,0 4,0 39,0 72,0 70,0

    Magnésio (mg)* 33,0 29,0 31,0 37,0 37,0 31,0 29,0

    Fósforo (mg)* 260,0 180,0 190,0 260,0 280,0 310,0 300,0

    Ferro (mg)* 1,2 0,1 0,3 2,2 1,1 1,0 1,7

    Zinco (mg)* 1,2 0,5 0,6 1,5 2,2 1,6 1,7

    s/ info: sem informação *Tabela da Composição dos Alimentos, INSA, 2016** IPMA

    InformacÃo nutricional

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    • AMÊIJOA BRANCA

    • MEXILHÃO

    • OSTRA

    bivalves

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    BivalVes

    Os bivalves têm um valor calórico e lipídico baixo, mas destacam-se pela sua riqueza em proteínas.

    O seu conteúdo em colesterol é elevado, quando comparados com a generalidade dos peixes. Todavia, a presença de gorduras saturadas é praticamente inexistente, pelo que não se justifica a sua exclusão da alimentação diária de indivíduos saudáveis.

    Estas espécies apresentam conteúdos apreciáveis de vitaminas, nomeadamente nos casos da amêijoa e do mexilhão, que são ricos em vitamina A e vitamina B12.

    Relativamente aos minerais, os bivalves são ricos em fósforo, potássio, sódio, cálcio, magnésio, ferro e zinco e minerais.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    AmÊ ijoa BRANCASpisula solida

    • Tamanho mínimo de captura: 25 mm

    • Vive na costa atlântica de Portugal, França, Espanha, Irlanda

    e ao longo do Mar Mediterrâneo. Habita fundos arenosos e

    vasosos da zona de marés de estuários e lagunas litorais

    • Alimenta-se de microalgas que filtra da água, onde se encontra

    • Época de reprodução: verão

    • É a principal espécie de bivalde de aquacultura em Portugal

    TOP NUTRICIONAL

    • Fósforo

    • Magnésio

    • Potássio

    • Vitamina A

    • Vitamina B12

    25 mm

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    MexilhÃoMytilus spp

    • Tamanho mínimo de captura: 5 cm

    • Vive nas águas salgadas do Atlântico Nordeste, ao longo de toda a costa

    portuguesa, estuários e habitats oceânicos rochosos até aos 10 m de profundidade

    • Migra no Verão para junto da costa

    • Época de reprodução: primavera e outono.

    Porém, se continuar a aumentar a temperatura do oceano Atlântico, decorrente

    do aquecimento global, prevê-se que a época de reprodução ocorra todo o ano, à

    semelhança dos países tropicais.

    • Há produção em aquacultura

    TOP NUTRICIONAL

    • Folatos

    • Fósforo

    • Magnésio

    • Potássio

    • Vitamina A

    5 cm

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Ostra

    Crassostrea spp

    .• Tamanho mínimo de captura: não definido

    • Vive no Atlântico Nordeste e ao longo de toda a costa portuguesa. Tolera

    diferentes salinidades, habita em zonas pouco profundas e arenosas

    • Migra no verão para junto da costa

    • Época de reprodução: verão

    • São necessários 3 a 4 anos para que as ostras atinjam o tamanho comercial

    • Há produção em aquacultura

    TOP NUTRICIONAL

    • Ferro

    • Magnésio

    • Sódio

    • Vitamina B6

    • Zinco

    não definido

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    AMÊIJOA MEXILHÃO OSTRA

    Energia( kJ/kCal)* 295,0/70,0 295,0/70,0 275,0/65,0

    Lípidos (g)* 1,5 1,5 1,7

    Ácidos gordos saturados (g)* 0,3 0,3 0,3

    Ácidos gordos monoinsaturados (g)* 0,3 0,3 0,3

    Ácidos gordos polinsaturados (g)* 0,5 0,5 0,5

    EPA (mg)** 58,6 s/ info s/ info

    DHA (mg)** 54,9 s/ info s/ info

    Hidratos de Carbono (g)* 2,0 2,0 3,9

    Proteína (g)* 12,1 12,1 8,6

    Fibra alimentar (g)* 0 0 0

    Colesterol (mg)* 40,0 40,0 53,0

    Vit. A (µg)* 360,0 360,0 85,0

    Vit. D (µg)* 0 0 0

    Vit. B6 (mg)* 0,04 0,08 0,13

    Vit. B12 (µg)* 37,0 19,0 14,0

    Folatos (µg)* 9,5 37,0 11,0

    Sódio (mg)* 290,0 290,0 370,0

    Potássio (mg)* 280,0 280,0 260,0

    Cálcio (mg)* 56,0 56,0 66,0

    Magnésio (mg)* 36,0 36,0 36,0

    Fósforo (mg)* 240,0 240,0 140,0

    Ferro (mg)* 3,5 3,5 8,0

    Zinco (mg)* 4,1 4,1 91,0

    s/ info: sem informação *Tabela da Composição dos Alimentos, INSA, 2016** IPMA

    InformacÃo nutricional

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    • CHOCO

    • POLVOCefalÓpodes

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    CefalÓpodesOs cefalópodes têm baixo valor calórico, sendo pobres em lípidos e ricos em proteínas. Por exemplo, no caso do choco e do polvo, as proteínas correspondem, respetivamente, a 96% e

    86% da distribuição do valor energético.

    São uma excelente fonte de vitaminas e minerais, destacando-se o cálcio, o magnésio, o fósforo, o ferro e o zinco, bem como as vitaminas B6 e B12.

    Tal como no caso dos bivalves, o elevado conteúdo em colesterol não é acompanhado por um teor alto de ácidos gordos saturados, no caso dos cefalópodes, motivo pelo qual não se justifica a sua exclusão da alimentação de indivíduos saudáveis.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Choco

    Sepia officinalis

    .• Tamanho mínimo de captura: 10 cm

    • Vive nas águas salgadas do Atlântico Nordeste

    e Mar Mediterrâneo

    • Migra no verão para junto da costa

    • Época de reprodução: fevereiro e outubro

    TOP NUTRICIONAL

    • Fósforo

    • Magnésio

    • Potássio

    • Vitamina A

    • Vitamina B12

    10 cm

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Polvo

    Octopus vulgaris

    • Peso mínimo de captura: 0,75 kg

    • Encontra-se no Atlântico Nordeste, Mar Mediterrâneo,

    Península Ibérica e Arquipélagos

    • Migra no verão para junto da costa

    • Época de reprodução: todo o ano, mas com maior

    intensidade na primavera e outono

    TOP NUTRICIONAL

    • Folatos

    • Fósforo

    • Magnésio

    • Potássio

    • Vitamina B12

    0,75 Kg

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    CHOCO POLVO

    Energia( kJ/kCal)* 336,0/79,0 310,0/73,0

    Lípidos (g)* 0,4 1,2

    Ácidos gordos saturados (g)* 0,1 0,3

    Ácidos gordos monoinsaturados (g)* 0,1 0,1

    Ácidos gordos polinsaturados (g)* 0,1 0,6

    EPA (mg)** 11,2 46,1

    DHA (mg)** 37,6 60,3

    Hidratos de Carbono (g)* 0 0

    Proteína (g)* 18,9 15,6

    Fibra alimentar (g)* 0 0

    Colesterol (mg)* 76,0 64,0

    Vit. A (µg)* 9,0 3,0

    Vit. D (µg)* 0 0

    Vit. B6 (mg)* 0,06 0,07

    Vit. B12 (µg)* 1,2 1,3

    Folatos (µg)* 8,8 12,0

    Sódio (mg)* 200,0 260,0

    Potássio (mg)* 320,0 240,0

    Cálcio (mg)* 8,0 13,0

    Magnésio (mg)* 49,0 43,0

    Fósforo (mg)* 270,0 160,0

    Ferro (mg)* 0,1 0,7

    Zinco (mg)* 1,7 1,3

    s/ info: sem informação *Tabela da Composição dos Alimentos, INSA, 2016** IPMA

    InformacÃo nutricional

  • 41 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Do mar

    À Mesa

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Sazonalidade

    É imprescindível respeitar e cumprir a sazonalidade de cada uma das espécies. Como tal, é necessário evitar o consumo durante o período de reprodução e optar pelo seu consumo, aquando das respetivas épocas de maturidade. A aquisição do pescado nesta fase permite a compra de um produto mais sustentável e assegura a continuidade da espécie.

    A riqueza nutricional do pescado varia de acordo com a época do ano, conforme ilustrado na

    tabela. Por exemplo, a sardinha é mais interessante do ponto de vista nutricional, no período de

    maio a outubro, pois o conteúdo em nutrientes como ácidos gordos polinsaturados, ómega-3,

    vitamina D e A é muito superior nessa altura do ano.

    PESCADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGOS SET OUT NOV DEZ

    Carapau

    Peixe-espada-preto

    Pescada-branca

    Atum

    Cavala

    Sardinha

    Amêijoa

    Mexilhão

    Ostra

    Choco

    Polvo

    Peixes Magros Peixes Gordos Bivalves Cefalópodes

    Fonte: ACOPE

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Circuito do pescado

    PESCA

    MERCADO ABASTECEDOR

    LOTA TRIAGEM LEILÃO DE 1ª VENDA

    ETIQUETAGEM

    HIPER E SUPERMERCADOS

    AQUACULTURA

    RETALHISTAS ESPECIALIZADOSINDÚSTRIATRANSFORMAÇÃO

    DISTRIBUIÇÃO

    HOTELARIA

    CONSUMIDOR

    RESTAURAÇÃO

    Congelação(p.e. pescada congelada)

    Enlatamento(p.e. atum enlatado)

    Salga(p.e. bacalhau salgado)

    Fermentação de pescado (p.e. anchovas em vinagre)

    Fumagem do pescado (p.e. salmão fumado)

    Preparados de peixe (p.e. preparados à base de surimi,

    barrinhas de pescada panadas)

    Secagem(p.e. carapau seco)

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    CCL -Comprovativo

    de compra em lota

    O Comprovativo de Compra em Lota (CCL) é um selo que tem como objetivo valorizar o setor das pescas em Portugal, bem como o pescado que é transacionado nas lotas portuguesas.

    O CCL permite comprovar que o pescado foi controlado desde o momento de captura e que foram aplicadas as regras de rastreabilidade exigidas por lei. Por norma, o pescado identificado com o CCL é capturado por embarcações nacionais ao longo da costa do país, pressupondo menores gastos energéticos durante a captura e transporte, favorecendo assim quer o

    ambiente quer a economia.

    O comprovativo permite identificar a zona de captura e a arte de pesca utilizada para apanhar o pescado.

    O pescado que tem este comprovativo, respeita a

    sazonalidade de cada espécie e as quotas estabelecidas, permitindo conservar as reservas piscícolas.

    Este selo possibilita ao consumidor realizar as suas

    escolhas alimentares, de forma mais conscientee esclarecida.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Cuidados Na escolha

    Peixe Fresco

    ASPETO GERAL GUELRAS OLHOS VÍSCERAS

    Carne firme, brilhante,

    suave ao tato, sem

    muco (ou se o tem é

    transparente), olhos

    salientes.

    Guelras vermelhas,

    brilhantes, separadas as

    lâminas e sem muco.

    Olhos salientes, córnea

    transparente e a pupila

    negra brilhante. Quando,

    os olhos estão afundados,

    a córnea opaca e a pupila

    acinzentada são sinais de

    que o pescado já não é

    fresco.

    Deverão estar dentro

    da cavidade abdominal,

    firmes, íntegras,

    separadas e brilhantes.

    Quando o peixe não é

    fresco as vísceras saem

    para o exterior porque o

    ventre desprende-se.

    Guelras

    Olhos

    Vísceras (no interior)

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    PAREDE INTERIOR DO VENTRE

    PELE E ESCAMAS CONSISTÊNCIA ODOR

    Parede branca ou negra

    azulada, sem ruturas e

    a parede bem aderida à

    cavidade abdominal.

    Pele com pigmentação

    brilhante, lisa, sem

    descoloração e sem

    muco. Escamas

    brilhantes, transparentes

    e presas à pele.

    Carne firme e elástica,

    muito aderida às

    espinhas.

    Odor suave a maresia.

    Desprezar o pescado que

    tem um cheiro intenso a

    amoníaco e putrefação.

    Pele e Escamas

    Parede interiordo ventre

    Cuidados Na escolha

    Peixe Fresco

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Cuidados na escolha

    Moluscos

    BIVALVES E GASTRÓPODES

    (p.e. amêijoa, mexilhão, ostra e búzios)

    CEFALÓPODES(p.e. polvo, choco, lula)

    Expostos à venda vivos Pele lisa e húmida

    Valvas fechadas Olhos vivos, salientes e brilhantes

    Resistência à abertura Carne consistente e elástica

    Presença de líquido incolor e límpido no interior da concha

    Ausência de pigmentação estranha à espécie

    Presença de cheiro suave a maresia Cheiro específico da espécie e suave

    Carne húmida, bem aderente à concha Coloração característica da espécie. Acinzentada e ligeiramente rosada, no caso do polvo

    Aspeto esponjoso e cor cinza claro, nas ostras

    Aspeto esponjoso e cor amarelada, nos mexilhões

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Cuidados na escolha

    Peixe congelado e enlatado

    Deve ser sempre verificado o prazo de validade da embalagem do produto.

    No caso de pescado congelado, devem ser rejeitadas as embalagens que apresentem gelo

    no interior, pois é um sinal de que o produto sofreu descongelação ou a rede de frio não foi

    contínua em toda a cadeia.

    No pescado enlatado, devem ser rejeitadas as latas com aspeto amolgado, furado ou com

    quaisquer outras alterações do formato habitual.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    RÓtulo de venda de pescado

    Além da presença do CCL, é aconselhável serem conferidas as seguintes informações no rótulo

    do pescado:

    PESCADO FRESCO, REFRIGERADO, COZIDO

    PESCADO CONGELADO

    EMBALADO AVULSO EMBALADO AVULSO

    Peso líquido × ×Forma de apresentação e/ou tratamento × × × ×Identificação do primeiro expedidor ou embalador × ×Presença da denominação “produto descongelado” ou “não recongelar” × × × ×% de água de vidragem ×Preço por Kg de peso líquido ou peso líquido escorrido × × × ×

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Cuidados no transporte

    Durante as compras, o pescado deve ser um dos últimos produtos a ser adquiridos dada a sua suscetibilidade à exposição a fatores externos (p.e. temperatura) e facilidade de adulteração.

    Estes produtos devem ser acondicionados em sacos térmicos ou arcas térmicas portáteis, apropriados para o efeito.

    Após o transporte, deve ser um dos primeiros produtos a ser armazenado, colocando

    imediatamente no frio.

    As latas de pescado devem ser bem acondicionadas no veículo de transporte, de modo a não danificar as embalagens e, após o transporte, devem ser armazenadas com igual cuidado.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Cuidados na conservacÃoPeixe Fresco

    É aconselhável conservar o pescado fresco no frigorífico, a uma temperatura de 1 a 4ºC, em sacos ou caixas térmicas adequadas à conservação de alimentos.

    Não colocar o pescado fresco em sacos que já tenham sido anteriormente utilizados, pois há o risco de contaminação cruzada.

    O pescado deve ser cortado no momento de utilização pois, uma vez cortado, altera-se mais

    rapidamente do que o pescado inteiro, devido à maior superfície de exposição.

    Não conservar o pescado por mais de 3 dias no frigorífico. É aconselhável consumir o pescado no dia da compra ou no dia seguinte. Caso a intenção seja consumi-lo em data posterior à compra, é preferível conservar o pescado no congelador.

    O pescado fresco pode ser conservado no congelador, em sacos de congelação apropriados para o efeito, uma vez descongelado, não poderá sofrer novo processo de congelação.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Cuidados na conservacÃoPeixe congelado e enlatado

    O pescado enlatado deve ser armazenado em local fresco e seco, de forma a que as alterações da temperatura e humidade não provoquem modificações na embalagem, nem nas

    características organoléticas do produto.

    Se, eventualmente, não for consumida a totalidade do pescado enlatado, aconselha-se transferi-lo para um recipiente hermético e reservá-lo no frigorífico, de forma a evitar a oxidação do alimento e a alteração do sabor. Pode ser mantido, no frio, durante 2 a 3 dias.

    O pescado congelado deve ser acondicionado no congelador, caso o objetivo não seja

    consumi-lo no momento pós-compra. Antes de colocar o produto no congelador, é importante

    verificar sempre a temperatura de conservação indicada no rótulo.

    No caso da embalagem de origem do produto estar muito danificada ou pouco limpa, aconselha-se a retirada do produto para sacos de congelação apropriados para o efeito, antes de colocar no congelador.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Cuidados Na PreparacÃoPeixe fresco

    Relativamente a pratos que utilizam pescado cru, como é o caso do sushi, é de sublinhar o risco de intoxicação alimentar.

    O pescado escolhido para o sushi deverá ser fresco e consumido o mais rapidamente possível. Caso não seja consumido imediatamente após a compra, este poderá ser congelado

    e consumido logo após a preparação. Note-se que, o processo de congelação não destrói microrganismos patogénicos, apenas permite a inativação dos mesmos.

    No caso do sushi, é importante adicionar o wasabi sobre o pescado cru, visto que este desempenha um papel bactericida, antifúngico e facilita o processo de digestão do mesmo.

    Peixe congelado e enlatado

    Aquando da abertura da embalagem do pescado congelado ou enlatado, recomenda-se que sejam verificadas as caraterísticas organoléticas, tais como o aspeto, textura, cheiro e sabor.

    No caso do pescado congelado, não é necessário descongelá-lo previamente em preparações culinárias à base de cozidos. No entanto, se pretender utilizá-lo em pratos que requerem uma marinada prévia, aconselha-se uma descongelação lenta do produto. O pescado é retirado do congelador, no dia anterior, e colocado no frigorífico em recipiente adequado, de preferência

    uma caixa hermética.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Cuidados Na confecÃoNa confeção do pescado, podem ser utilizados diferentes métodos culinários, que deverão,

    no entanto, ser adequados à sensibilidade de cada tipo de pescado, face às temperaturas de

    cocção.

    Do ponto de vista nutricional, são de privilegiar métodos como os grelhados (p.e. carapau, polvo), assados simples (p.e. pargo mulato, sardinha), assados ao vapor (p.e. salmão, garoupa), cozidos (p.e. pescada; bacalhau), salteados (p.e. amêijoas, cubos de tamboril) e estufados ao natural (p.e. lulas, peixe-espada). Podem ainda ser incorporados em pratos (p.e. arroz de marisco; massada de peixe).

    Não são aconselháveis métodos de confeção a altas temperaturas, como é o caso da fritura. O ideal é optar por métodos ou técnicas de confeção que não lesem as vantagens nutricionais dos ácidos gordos ómega-3.

    Algumas técnicas a que se pode recorrer antes de se proceder à confeção propriamente dita

    do pescado:

    • FILETAR – retirar a parte delgada do peixe e confecioná-la de seguida (isenta de espinhas);• ESCALAR – abrir o peixe pela barriga, ao longo de toda a espinha principal com o apoio de

    faca adequada para o efeito;

    • ALIMAR – temperar o peixe com azeite e limão.

  • 55 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    À PESCA DE

    RESPOSTAS

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    "O peixe nÃo puxa carroca?"?O provérbio “o peixe não puxa carroça” decorre da facilidade e rapidez da digestão de refeições à base de pescado.

    Na verdade, quer pelo seu menor teor de gordura, quer pelas diferenças de estrutura muscular

    em relação à carne (fibras musculares mais curtas e com menos tecido conjuntivo), o peixe

    é mais fácil de digerir e de mastigar, originando uma sensação mais rápida de saciedade.

    Quando comparada a quantidade de proteínas e o perfil de aminoácidos do pescado com a carne, verifica-se que os valores são similares.

    Para atrasar a digestão de refeições com pescado, sugere-se o consumo concomitante de pescado com alimentos ricos em fibras, tais como os hortícolas, as leguminosas e os cereais integrais.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Pescado em conserva

    ou fresco??O ideal é consumir os alimentos frescos e optar por métodos ou técnicas de culinária que não alterem as caraterísticas nutricionais do pescado, como é o caso dos grelhados, assados ou

    fritos que não lesem as vantagens nutricionais porque as altas temperaturas podem levar à

    produção de produtos finais de glicosilação avançada (AGES).

    O pescado em conserva sofre temperaturas de esterilização elevadas, o que pode levar à perda de vitaminas termolábeis, tais como as vitaminas do complexo B, nomeadamente a B1. Pode ainda ocorrer a oxidação de ácidos gordos polinsaturados, visto serem mais suscetíveis às temperaturas altas.

    No entanto, o pescado em conserva constitui uma alternativa muito prática para o dia-a-dia, desde que intercalado com o consumo de peixe fresco e/ou congelado, preferindo-se as conservas ao natural.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Metais pesados no peixe,hÁ perigo??Uma das questões que inquieta a população é a presença de contaminantes associados ao pescado,

    tais como os produtos químicos, os metais pesados e os microrganismos patogénicos. Todavia, é

    necessário atentar à quantidade presente dessas substâncias nocivas para se poder definir o quão

    perigoso é o produto. Outros aspetos a ter em conta são a espécie, tamanho, área geográfica, idade

    e tipo de dieta do pescado em causa.

    De entre os contaminantes, o metilmercúrio, as dioxinas e os bifenilpoliclorados (PCB’s) são os que

    oferecem maior preocupação pelo risco associado ao desenvolvimento de doença cardíaca. Um parecer

    da EFSA (2015) refere a necessidade de cada país avaliar a exposição do seu pescado aos metais

    pesados e, a partir dessa avaliação, definir uma dose tolerável para a população e, mais especificamente,

    para os grupos mais suscetíveis, nomeadamente as grávidas e as crianças.

    Tanto o comitê científico da EFSA como revisões da literatura indicam que, os efeitos positivos do pescado

    sobre as doenças cardiovasculares em adultos ou o desenvolvimento neurológico no feto e crianças são

    mais benéficos do que os potenciais riscos que este pode oferecer. Interessa ainda referir que não há

    nenhuma evidência clara dos efeitos adversos do metilmercúrio nos níveis atuais de consumo de peixe.

    Os peixes com maior teor de ácidos gordos polinsaturados não são particularmente ricos em

    metilmercúrio. Os peixes mais ricos em mercúrio, tais como o tubarão, o bagre, o pintado, a anchova

    vermelha e o peixe-batata (ou outros da família Malacanthidae) não têm teores consideráveis de ácidos

    gordos polinsaturados e não são habitualmente consumidos pela população portuguesa.

    Deste modo, aconselha-se o consumo de peixes de porte médio porque os grandes predadores são

    os peixes que acumulam mais metais pesados. Deve-se também optar por pescado de origem nacional,

    preferencialmente, porque peixes de águas quentes tendem a acusar maiores níveis destes contaminantes.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Como assegurar o

    consumo de Ómega-3atravÉs do pescado??Antes demais, será importante aferir o equilíbrio na ingestão alimentar de ácidos gordos ómega-6 e ómega-3, tentando assegurar a proporção 3:1.

    Atualmente, os produtores de cultura de pescado têm vindo a melhorar as condições de produção e a qualidade das rações, garantindo assim a melhor qualidade nutricional do pescado de cultura, incluindo a sua composição em ómega-3.

    O pescado de água salgada parece ser mais rico em ómega-3 do que o de água doce porque a sua alimentação em zooplâncton, algas marinhas e outros peixes é fonte natural destes

    ácidos gordos.

    Contudo, do ponto de vista ambiental e económico, é inviável ingerir apenas pescado de mar, sendo importante consumir tanto pescado de água doce como proveniente de cultura. No caso da cultura de pescado, os produtores, atualmente, preocupam-se em melhorar a qualidade das rações e as condições de produção para que o peixe de cultura seja mais adequado a este nível.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Cultura de pescado,necessÁria?O pescado de aquacultura consegue fazer face ao incremento da população e à sua procura por determinada espécie, principalmente espécies associadas a tradições religiosas e festas sociais. Por isso, em termos de sustentabilidade ambiental, a cultura de peixe assegura um consumo mais seguro de várias espécies, principalmente as mais consumidas e/ou ameaçadas. Alguns exemplos de espécies produzidas em cultura são o salmão, as ostras, o bacalhau, a dourada ou o robalo.

    O pescado produzido nestes ambientes, tem um tecido muscular inferior ao dos peixes de mar devido à menor disponibilidade de espaço para circular. Pelo mesmo motivo, o pescado

    de cultura contém um maior teor lipídico, sendo o tipo de gordura modulado pela alimentação

    fornecida.

    Regra geral, as rações para este pescado são preparados à base de soja e milho (ómega-6),

    podendo também conter outros ingredientes, como as sementes de chia, as sementes de linhaça e as algas marinhas com o intuito de aumentar o teor em ácidos gordos polinsaturados ómega-3 e reverter a presença de ácidos gordos ómega-6. Assim, a quantidade e o tipo de gordura do pescado produzido em cultura é variável e, quando comprado com o pescado selvagem, pode apresentar teor igual ou superior de ómega-3.

  • 61 ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    ReferÊncias

    bibliogrÁficas

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    ReferÊncias bibliogrÁficasACOPE. Circuito Comercial do Pescado. Associação dos Comerciantes de Pescado. Disponível em: http://www.acope.pt/peixe-a-mesa/circuito-comercial-do-pescado.html [Acesso em: 07-02-2016].

    ACOPE. Informação sobre a etiqueta. Associação dos comerciantes de Pescado. Disponível em: http://www.acope.pt/peixe-a-mesa/informacao-sobre-a-etiqueta.html [Acesso em: 07-02-2016].

    ACOPE. Pescado por Época. Associação dos Comerciantes de Pescado. Disponível em: http://www.acope.pt/documents/guia/pescado_por_epoca.pdf Acesso em: 07-02-2016

    ACOPE. Saiba como comprar pescado. Associação dos Comerciantes de Pescado.Disponível em: http://www.acope.pt/peixe-a-mesa/saiba-como-comprar-pescado.html Acesso em: 07-02-2016

    American Heart Association. Eating fish for heart health. American Heart Association. 2015. Disponível em: http://www.heart.org/HEARTORG/HealthyLiving/HealthyEating/Nutrition/Eating-Fish-for-Heart-Health_UCM_440433_Article.jsp#.VwJFbBMrLeQ [Acesso em 18-02-2016].

    Bach-Faig A et al. Mediterranean Diet foundation expert group Mediterranean Diet Pyramid today. Science and cultural updates. Public Health Nutr. 2011 Dec;14(12A):2274-84.

    Bandarra N et al. Composição e valor dos produtos da pesca mais consumidos em Portugal. INSA.

    Bash E. Guia de bolso sobre os novos rótulos da EU para os produtos da pesca e da aquicultura. Comissão Europeia. Serviço das Publicações da União europeia. 2014.

    Belitz D, Grosch W, Schiecberk P. Food Chemistry. 3rd ed Berlin Springer; Verlag Berlin Heidelberg; 2004.

    Cederholm T, Jr NS, Palmblad J. Omega-3 fatty acids in the prevention of cognitive. Adv Nutr. 2013;4:672–6.

    Cho S. The role of functional foods in cutaneous anti-aging. J Lifestyle Med. 2014;4(1):8–16.

    Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica. As espécies mais populares do mar de Portugal: Num restaurante perto de si. Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica. Lisboa; 2014.

    Comissão Europeia. Métodos de aquicultura. Comissão Europeia. 2015. Disponível em: http://ec.europa.eu/fisheries/cfp/aquaculture/aquaculture_methods/index_pt.htm [Acesso em 26-02-2016].

    Comissão Europeia. Métodos de aquicultura. Comissão Europeia. 2015. Disponível em: http://ec.europa.eu/fisheries/cfp/aquaculture/aquaculture_methods/index_pt.htm [Acesso em 26-02-2016].

    Conn S, Piccardi N, Le C. Effect of a nutritional supplement on hair loss in women. 2015;76–82.

    Decreto de Lei N.o 304-87 de 4 de Agosto de 1987 que regula a venda de pescado fresco. Ministério da Agriculturura, Pescas e Alimentação.Lisboa;3023–6.

    Decreto de Lei N.º 37/2004 de 26 de Fevereiro que define as condições de comercialização do pescado congelado, ultracongelado e descongelado para fornecimento ao consumidor final.

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    DGRM. Espécies cuja captura é proibida. Direção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos. 2016.

    Direção Geral das Florestas. Calendário de pesca. Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.

    Docapesca. CCL – Comprovativo de Compra em Lota. Docapesca Portos e Lotas. Disponível em: http://www.docapesca.pt/pt/ccl.html [Acesso em 08-02-2016].

    DOCAPESCA. Circuito do Peixe. Docapesca Portos e Lotas. Disponível em: http://www.docapesca.pt/pt/consumidores/circuito-do-peixe.html [Acesso em 08-02-2016].

    Docapesca. Espécies mais transacionadas em Portugal no ano de 2015. Docapesca, Portos e Lotas. 2015.

    Dyall SC. Long-chain omega-3 fatty acids and the brain: a review of the independent and shared effects of EPA, DPA and DHA. Front Aging Neurosci. 2015;7(APR):1–15.

    Espaço Aquicultura. Técnicas de Aquicultura. Espaço de Aquicultura. [Disponível em http://ec.europa.eu/fisheries/documentation/publications/2012-aquaculture-) [Acesso em 26-02-2016].

    EUFIC. Pescado de viveiro – uma escola saudável e sustentável? European Food Information Council. 2015. Disponível em: http://www.eufic.org/article/pt/page/FTARCHIVE/artid/Pescado_de_viveiro-uma_escolha_saudavel_e_sustentavel/ [Acesso em: 14-03-2016].

    Evans JR, Lawrenson JG. A review of the evidence for dietary interventions in preventing or slowing the progression of age-related macular degeneration. Ophthalmic Physiol Opt. 2014;34(4):390–6.

    Ewing B et al. Ecological Footprint Atlas 2010. Glob Footpr Netw. 2010;1–111.

    FAO. Aquaculture. CWP Handbook of fishery statistical standards. Fisheries and Aquaculture Department. Food and Agriculture Organization of the United Nations. 2016. Disponível em: http://www.fao.org/fishery/cwp/handbook/J/em [Acesso em 20-02-2016].

    FAO. Fishery and aquaculture statistics. Food and Agriculture organization of the United Nations. Rome; 2011.

    Fileira do Pescado. Guia Prático. Fileira do Pescado. Disponível em: http://www.fileiradopescado.com/guia-pratico.html [Acesso em 08-02-2016].

    Gebauer SK, Psota TL et al. n-3 Fatty acid dietary recommendations and food sources to achieve essentiality and cardiovascular benefits. Am J Clin Nutr. 2006;83(6):1526–35.

    Gil A, Gil F. Fish, a Mediterranean source of n-3 PUFA: benefits do not justify limiting consumption. Br J Nutr. Cambridge University Press; 2015:113(S2):S58–67.

    Global Footprint. Footprint Network News. Global Footprint Network. 2015. Disponível em: http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/newsletter/w/issue_41_april_22_2015 [Acesso em 08-03-2016].

    Gómez Candela C et al. Importance of a balanced omega 6/omega 3 ratio for the maintenance of health. Nutritional recommendations. Nutr Hosp. 2011;26(2):323-329.

    ReferÊncias bibliogrÁficas

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Hashimoto M et al. Possibility of polyunsaturated fatty acids for the prevention and treatment of neuropsychiatric illnesses. J Pharmacol Sci. 2014;124:294–300.

    Instituto do Consumidor, Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação. Guia: Os Alimentos na Roda. Instituto do Consumidor. 2003.

    Instituto Nacional de Estatistica (INE). Balança Alimentar Portuguesa 2008 – 2012. Instituto Nacional de Estatística. Lisboa; 2014.

    IOM. Seafood choices: balancing benefits and risks. Institute of Medicine of the National Academies. National Academies Press. Washington. 2006; 8p. Disponível em: http://iom.nationalacademies.org/~/media/Files/Report%20Files/2006/Seafood-Choices-Balancing-Benefits-and-Risks/11762_SeafoodChoicesReportBrief.pdf [Acesso em 22-02-2012]

    Jackson P et al. DHA Supplementation alone or in combination with other nutrients does not modulate cerebral hemodynamics or cognitive function in healthy older adults. Nutrients. 2016;8(2):86.

    Kakoti BB, Hernandez-Ontiveros DG, Kataki MS. Resveratrol and Omega-3 Fatty Acid : its implications in Cardiovascular Diseases. Front Cardiovasc Med. 2015;2:1–6.

    Kirpal S. Sidhu. Health benefits and potential risks related to consumption of fish or fish oil. Regul Toxicol Pharmacol. 2003;38(3):336–44.

    Lin P-Y, Huang S-Y, Su K-P. A meta-analytic review of polyunsaturated fatty acid compositions in patients with depression. Biol Psychiatry. 2010;68(2):140–7.

    Lopes C, Oliveira A, Santos AC, Ramos E, Gaio AR, Severo M, Barros H. Consumo alimentar no Porto. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto; 2006. Disponível em: http://higiene.med.up.pt/consumoalimentarporto/home

    Maehre H, Jensen I-J et al. ω-3 Fatty Acids and Cardiovascular Diseases: Effects, Mechanisms and Dietary Relevance. Int J Mol Sci [Internet]. 2015;16(9):22636–61. Disponível em: http://www.mdpi.com/1422-0067/16/9/22636/ [Acesso em18-02-2016].

    McCusker MM et al. An eye on nutrition: the role of vitamins, essential fatty acids and antioxidants in age-related macular degeneration, dry eye syndrome, and cataract. Clin Dermatol. Elsevier B.V.; 2015;34(2):276–85.

    Murray J, Burt JR. The composition of fish. FAO. 2011. http://www.fao.org/wairdocs/tan/x5916e/x5916e01.htm [Acesso em 19-02-2016].

    Oceanário de Lisboa, IPMA. S.O.S. Sugestões para um oceano sustentável. 2015

    Poínhos R, Franchini B, Afonso C, Correia F Teixeira VH, Moreira P Durão C Pinho O Silva D, Lima Reis JP, Veríssimo T, de Almeida MDV. Como comem os portugueses. SPCNA; 2011. Disponível em: http://www.spcna.pt/noticias/?imc=1n&fmo=ln&day=11&month=02&year=2011&noticia=637&first=1

    Portaria N.º 27/2011 de 15 de Janeiro que regula o tamanho mínimo das espécies. Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas.

    Porto L, Oliveira L. Tabela da composição de alimentos, 1ª edição. Centro de Segurança Alimentar e Nutrição do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, Lisboa 2007; 355

    ReferÊncias bibliogrÁficas

  • ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS NUTRICIONISTAS | WWW.APN.ORG.PT | [email protected]

    Rathod R, Kale A, Joshi S. Novel insights into the effect of vitamin B12 and omega-3 fatty acids on brain function. J Biomed Sci [Internet]. Journal of Biomedical Science; 2016;23(1):17.

    Regulamento (CE) N.º850/98 do Conselho de 30 de Março de 1998 relativo à conservação dos recursos da pesca através de determinadas medidas técnicas de protecção dos juvenis de organismos marinhos.

    Rezende FA et al. Omega-3 supplementation combined with anti-vascular endothelial growth factor lowers vitreal levels of vascular endothelial growth factor in wet age-related macular degeneration. Am J Ophthalmol. 2014;158(5):1071–8.

    Rice HB et al. Conducting omega-3 clinical trials with cardiovascular outcomes: Proceedings of a workshop held at ISSFAL 2014. Prostaglandins, Leukot Essent Fat Acids. Elsevier; 2016;107:30–42.

    Rodrigues SSP, Franchini B, Graça P, de Almeida MDV. A new food guide for the portuguese population: development and technical considerations. Journal of Nutrition Education and Behavior 2006; 38: 189-195.

    Sala H. Omega-3 fatty acids for disease prevention and treatment. 2014;20(4).

    Sen DP. Advances in Fish Processing Technology. New Delhi; Allied Publishers;2005.

    Sontrop J, Campbell MK. Omega-3 polyunsaturated fatty acids and depression: a review of the evidence and a methodological critique. Prev Med (Baltim). 2006;42(1):4–13.

    Stern AH. Public health guidance on cardiovascular benefits and risks related to fish consumption. Environ Health. 2007;6(31):1–4.

    Swanson D, Block R, Mousa S. Omega-3 fatty acids EPA and DHA: health benefits throughout life. Adv Nutr An. 2012;3(1):1–7.

    Swanson D, Block R, Mousa S. Omega-3 fatty acids EPA and DHA: health benefits throughout life. Adv Nutr An. 2012;3(1):1–7.

    Swanson D, Block R, Mousa S. Omega-3 fatty acids EPA and DHA: health benefits throughout life. Adv Nutr An. 2012;3(1):1–7.

    USDA. Fresh and Frozen Seafood. U.S. Food and Drug Administration. 2012. Disponível em: http://www.fda.gov/downloads/Food/FoodborneIllnessContaminants/UCM239497.pdf [Acesso em: 11-03-2016].

    Yurko-Mauro K, Alexander DD, Van Elswyk ME. Docosahexaenoic acid and adult memory: a systematic review and meta-analysis. PLoS One. 2015;10(3):1–18.

    ReferEncias bibliogrAficas