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Asssociação de Ensino Julian Carvalho - AEJC

Asssociação de Ensino Julian Carvalho - AEJC · A essência de aprender a ler consiste em interpretar e entender as letras, verifi cando assim que as letras e os sons têm sentido

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Ficha Catalográ ca criada pela biblioteca da Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara - FAESB - Tatuí-SP

Os autores e palestrantes são responsáveis pelo conteúdo das palestras e trabalhos cientí cos.

A reprodução é permitida desde que seja citada a fonte.

Anais do I Simpósio de Ciências Aplicadas da FAESB

I Simpósio de Ciências Aplicadas da FAESB. Anais... - Tatuí : FAESB, 2009. 244 p. ; 15x22 cm.

ISSN

1. Administração. 2. Agronomia. 3. Ciências Contá-beis. 4. Sistemas de Informação.

600S62

Os exemplares podem ser encontrados na:Associação de Ensino Julian Carlvalho - AEJC

Rua Onze de agosto, 2900 - Bairro Valinho - Tatuí-SP - CEP 18277-000Telefone (15) 3259-4024 - Email - [email protected]

EDIÇÃOProfa. MSc. Márcia Roseli Lascas de Campos Bandin

Profa. MSc. Andressa Silvério Terra França

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA, ARTE FINAL E CAPATarcisio Santos Silva

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................................................................................... 6COMISSÃO ORGANIZADORA ............................................................................................................................... 7AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................................... 8

ADMINISTRAÇÃO

LINGUAGEM ESCRITA: DIFICULDADE NO APRENDIZADO E PRÁTICA PEDAGÓGICA.BADIN, Márcia Roseli Lascas de Campos .............................................................................................................. 11

O IMPACTO DO CORTE MECANIZADO E FIM DA QUEIMA DA CANA NA PRODUTIVIDADE DO CORTE MANUALMORAIS, Vanessa Valença ................................................................................................................................... 25

A RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL SOB A ÓTICA DA TEORIA INSTITUCIONALFRANÇA, Andressa Silvério Terra; FAVORETTO, José Ricardo; IKEUCHI, Alessandro ................................................32

MORTALIDADE PRECOCE: INVESTIGAÇÃO SOBRE A MORTE PRECOCE DE MICRO, PEQUENAS E MEDIAS EMPRESASRIBEIRO, César Aparecido .................................................................................................................................... 52

CONTRIBUIÇÕES DO EMPREENDEDORISMO E DA GESTÃO DE INOVAÇÃO EM UM CONTEXTO EMPRESARIALRAMALHO, Eliseu ................................................................................................................................................. 71

PROGRAMA 5SRAMALHO, Eliseu ..................................................................................................................................................80

A TERCEIRIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE ESTRATÉGIA NA LOGÍSTICA DE UMA EDITORASOUZA, Rafael de .................................................................................................................................................89

UM ESTUDO SOBRE A MATEMATICA, E PORQUE ELA É IMPORTANTE NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRA-ÇÃOLOURENÇO, Tamires Ribeiro; MENDES, Matheus Bento; OLIVEIRA, Maria Angélica A. Mattos de ............................98

AGRONOMIA

ISOLAMENTO E PURIFICAÇÃO DE ECGCASTRO, Terezinha A. M. G. de; CASTRO jr, Fernando G. de ................................................................................109

CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAFÉ INOCULADAS COM PSEUDOMONAS SP E FMAS EM SUBSTRATO À BASE DE FIBRA DE COCOTRISTÃO, Fabrício S. M. .......................................................................................................................................117

CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAFÉ INOCULADAS COM PSEUDOMONAS SP E FMAS EM SUBSTRATO À BASE DE CASCA DE PINUS. TRISTÃO, Fabrício S. M. .......................................................................................................................................124

CROMATOGRAFIA E APLICAÇÕES NA AGRICULTURACAMARGO, Desirèe do Carmo; CASTRO, Terezinha Ap. Martins Gomes de...........................................................131

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CIÊNCIAS CONTÁBEIS

COMPREENDENDO A LEGISLAÇÃO: MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUALZACARIAS, Carla Gomes da Silva ........................................................................................................................138

ATIVO PERMANENTE – IMOBILIZADO ATUALIZADA – LEI 11.638/2007 ROSA, Lílian Faustino da; IKEUSHI, Alessandro ....................................................................................................150

O ENSINO DA MATEMÁTICA ATRAVÉS DO LÚDICOBADIN, José Antonio de Campos de ....................................................................................................................169

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

CONJUNTO DE INSTRUÇÕES MULTIMÍDIACASARE, Andréia Rodrigues .................................................................................................................................176

TÉCNICAS DE MINERAÇÃO DE DADOS PARA APOIO A ENGENHARIA DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOBARROS, Adriano Soares de ...............................................................................................................................189

IMPLANTAÇÃO SISTEMA INTEGRADO PARA GESTÃO DE RECURSOSARIOSO, Marcio; CASARE, Andréia Rodrigues .....................................................................................................200

RECONHECIMENTO POR IMPRESSÃO DIGITALFREITAS, Adjeryan Cartaxo de; SIQUEIRA, Weles Saggiorato ................................................................................212

NOVA DISTRIBUIÇÃO LINUX: BIG LINUXALVES, Israel M.; MACHADO, Rogério O. ............................................................................................................229

GNU/LINUX: DISTRIBUIÇÃO DEBIANFRIGIÉRI, Tassya Ventura;PEDROSO, Rosemeire; CASARE, Andréia Rodrigues .......................................................239

BANCO DE DADOS TEMPORAL SOARES, Denilson Donizetti; FREITAS, Adjeryan Cartaxo de ..................................................................................246

INTEGRAÇÃO LDAP COM POSTFIX: UMA SOLUÇÃO ROBUSTA PARA SERVIDOR DE EMAIL.FREITAS, Adjeryan Cartaxo de; MARTINS, James Mendes Miranda ........................................................................258

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APRESENTAÇÃO

O dia 18 de setembro de 2006 marca o início de um novo momento a entrar para a história de Tatuí. É o dia da publicação das Portarias, do Credenciamento e das Autorizações referentes aos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Sistemas da Informação, da Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara – FAESB. Dois anos mais tarde, acreditando no potencial da região e veri- cando a necessidade de um ensino de qualidade, a cidade é presenteada com a publicação da Portaria de Autorização do Curso de Engenharia Agronômica. Neste passar de tempo, a moral, a dedicação, o respeito ao acadêmico e a ética zeram da FAESB uma Instituição respeitada. Essa respeitabilidade pode ser constatada pela maneira como a insti-tuição vem conduzindo, de modo sério, seus esforços em direção ao ensino, pesquisa e extensão, caminho próprio das instituições de ensino superior. A FAESB já expandiu convênios de cooperação com empresas, indústrias e instituições instaladas na micro-região de Tatuí. Após estes três anos de atividades acadêmicas, a Faculdade Santa Bárbara vem presentear a comunidade acadêmica com a realização do I Simpósio de Ciências Aplicadas da FAESB – “Liderança e Alta Performance em Momentos de Crise”. Serão quatro dias de intensa movimentação nas dependências da Instituição, onde serão divulgados conhecimentos acadêmi-cos, culturais, cientí cos e técnicos com o objetivo de propiciar o desenvolvimento da região onde a Instituição está inserida.Não podemos deixar de expressar nossos profundos agradecimentos a todos aqueles que, direta ou indiretamente, colaboraram para que este evento se realizasse, que dedicaram seus esforços em prol de uma causa nobre. Essas pessoas deixarão um legado a ser seguido nos próximos eventos.

PRESIDENTE DE HONRAProf. MSc. Antonio David Julian

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COMISSÃO ORGANIZADORA

PRESIDENTE MANTENEDORAProfa. MSc. Nilcia Cristina de Carvalho Julian

PRESIDENTE DE HONRAProf. MSc. Antonio David Julian

PRESIDENTE EXECUTIVOLeandro Nobre Siqueira

COMISSÃO EDITORIALProfa. MSc. Luciana de CarvalhoProfa. MSc. Márcia Roseli Lascas de Campos Badin Tarcísio Santos Silva

COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS:Profa. MSc. Vanessa Valença de MoraisProf. MSc. Fabrício Sales Massafera TristãoFlávio Teixeira Lourenço

COMISSÃO DE SECRETARIA: Keila Janaína dos Santos Cruz

COMISSÃO DE TESOURARIA:Leandro Alves FigueiredoSelmo Buzinelli Junior

COMISSÃO DE MARKETING: Profa. Esp. Andreia Rodrigues CasareProf. MSc. Renato Corrales NogueiraJúlio César Alcântara Caulada.

COMISSÃO CIENTÍFICA:Prof. Dr. Ozeas Caldas MouraProf. Dr. Sérgio Nagib SabbagProfa. Dra. Terezinha Aparecida Martins Gomes de CastroProf. Dr. Márcio Akira ItoProf. MSc. Flávio IsaacProfa. MSc. Erika do Carmo OtaProfa. MSc. Andressa Silvério Terra FrançaProf. MSc. José Ricardo FavorettoProfa. MSc. Maria Angélica Alves Mattos de Oliveira

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AGRADECIMENTOS

A Comissão Organizadora e a Instituição agradece imensamente a todos aqueles que acreditaram e colaboraram para que esse evento fosse realizado.

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TRABALHOS APRESENTADOS

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ADMINISTRAÇÃO

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LINGUAGEM ESCRITA: DIFICULDADE NO APRENDIZADO E PRÁTICA PEDAGÓGICA.

Márcia Roseli Lascas de Campos Badin (FAESB), [email protected]

RESUMOEste estudo tem por premissa encontrar um subsídio para melhor compreender o processo de ensino –aprendizagem da linguagem escrita e as difi culdades de aprendizagem na escrita nas séries iniciais do ensino fundamental. Verifi cando, aprimorando de forma prática e procurando formular estratégias para solucionar as difi culdades apresentadas pelas crianças na escrita. Incentivando sempre as leituras, de forma a torná-las mais prazerosa no decorrer de suas vidas, inclusive, ajudando-as emocionalmente. Uma vez que com a diversidade de comportamento encontrada, podemos atingir todo tipo de criança, mesmo aquela que não tem o hábito da leitura, difi culdade em expressar e relacionar-se.Palavras-chave: difi culdade no aprendizado, escrita, prática pedagógica.

ABSTRACT:This study is to fi nd a grant basis for learning disabilities in writing in the initial grades of elementary school. Noting, improving in practice and trying to formulate strategies to resolve the diffi culties presented by children in writing. Always encouraging the readings to make them more pleasant in the course of their lives, including helping them emotionally. Since the diversity of behavior found, we can achieve any kind of child, even one that does not have the habit of reading, diffi culty in express and relate to.Keywords: diffi culty in learning, writing, teaching.

INTRODUÇÃOA aprendizagem da leitura escrita nas séries iniciais é primordial para o desenvolvimento de

outras aprendizagens nos próximos anos escolares. Conhecer o processo de aquisição da linguagem escrita torna-se essencial ao professor para melhor compreender as difi culdades e intervir neste processo.

A realização deste estudo bibliográfi co nasce da minha inquietação enquanto educadora em perceber a necessidade de se ter maior clareza sobre as atividades efetivamente realizadas nas escolas para o ensino da linguagem escrita e de se compreender o processo de ensino aprendizagem.

A psicopedagogia é uma área que tem trazido grandes contribuições para este entendimento.A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana e adveio de uma demanda: o problema

de aprendizagem colocado em um território pouco explorado, situado além dos limites da psicologia e da própria pedagogia, que acabou evoluindo devido à existência de recursos, ainda que embrionários,

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para atender a essa demanda, constituindo-se, assim, em uma prática. Preocupa-se com o problema de aprendizagem humana: como se aprende; como essa aprendizagem varia evolutivamente e está condicionada por vários fatores; como se produzem as alterações na aprendizagem; como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Esse objeto de estudo, que é um sujeito a ser estudado pelo psicopedagogo, adquire características específi cas dependendo do trabalho clínico ou preventivo.

O trabalho clínico se dá na relação entre um sujeito com sua história pessoal e sua maneira de aprendizagem, buscando compreender a mensagem do outro sujeito, implícita no não-aprender. Nesse processo, em que investigador e objeto-sujeito de estudo interagem constantemente, a própria alteração torna-se alvo de estudo da psicopedagogia. Isso signifi ca que nessa modalidade de trabalho, o profi ssional deve compreender o que o sujeito aprende, como e por que aprende, além de perceber a dimensão da relação entre psicopedagogo e sujeito de forma a favorecer a apredizagem.

O psicopedagogo trabalha com o desenvolvimento do raciocínio, ou seja, trabalho feito com os processos de pensamento necessários ao ato de aprender. Os jogos são muito utilizados como instrumento de intervenção, pois são férteis no sentido de criarem um contexto de observação e diálogo sobre processos de pensar e de construir o conhecimento. Esse procedimento pode promover um desenvolvimento cognitivo contribuindo para a aprendizagem das crianças. Outros pontos relevantes trabalhados pelo psicopedagogo clínico são o de fornecer aos professores subsídios necessários, como cursos de atualização sobre os problemas de aquisição da linguagem escrita, para que assim possam identifi car e saber intervir no processo de aquisição da escrita dos alunos.

SOBRE A APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM DA ESCRITA DAS CRIANÇAS 1. O QUE É LER E ESCREVER?1.1.

Ler e escrever, uma arte fantasiosa e desafi adora com relação as séries iniciais principalmente quando o sujeito (criança) tem o contato com sons, papéis, lápis entre outros objetos ou materiais.

Lembrando que a pronúncia não é o mesmo que sinais gráfi cos, ler implica a capacidade de identifi car as palavras.

A essência de aprender a ler consiste em interpretar e entender as letras, verifi cando assim que as letras e os sons têm sentido.

Com o passar do tempo, percebeu-se que os desenhos poderiam ser reduzidos a sinais, que mais tarde foram desaparecendo, dando lugar à representação da língua falada com um número muito menor de símbolos, criando um sistema de representação do som, da linguagem oral (CAGLIARI, 1999).

O sistema de escrita alfabético permitiu a fi xação das formas orais no espaço e no tempo, independente da complexidade de suas estruturas fonológicas; por meio do alfabeto é possível representar a língua falada, mas é preciso distinguir o sistema de escrita da ortografi a (MORAIS,1996).

As regras de correspondência grafema-fonema determinam em grande parte a relação entre as formas escritas e faladas das palavras do sistema alfabético, mas são as convenções ortográfi cas

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particulares que estruturam a linguagem escrita.Neste sentido o ensino sistematizado e explicito dos nomes e dos sons das letras do alfabeto é

essencial; no início da aprendizagem da escrita, esse conhecimento contribui muito para a descoberta da relação entre a escrita e a fala por aprendizes da linguagem escrita, cuja língua materna é o português do Brasil facilitando aprendizagem do funcionamento do sistema alfabético de escrita. (CARDOSOS – MARTINS, CORRÊA & MARCHETTI, 2008 apud SILVA, 2009)

Diferentemente da fala, que se desenvolve apenas com o convívio com a outros falantes, isto é, em condições típicas de desenvolvimento da criança, a escrita é uma invenção da humanidade, e esta necessita de ensino para a criança aprender.

Ao contrário da fala, a escrita só se desenvolveu nos últimos milênios. O elo entre a fala e a escrita, no entanto, manifesta-se pela forma como a fala é representada na escrita: por meio de palavras, sílabas ou fonemas.

Uma vez que dominem este principio de funcionamento do sistema alfabético, as crianças podem dar o passo seguinte, que consiste na aprendizagem das relações que caracterizam o código de cada língua. É essa a base da decodifi cação: identifi car uma palavra escrita decifrando as correspondências entre grafemas e fonemas respectivos.

COMO AS CRIANÇAS APRENDEM A ESCREVER ?1.2 Existem diferentes abordagens sobre os processos de aprendizagem da linguagem escrita, Adams (2006), explica autores como Smith partem da premissa de que o texto é uma variedade da linguagem humana e, como tal, as crianças deveriam ler e escrever de maneira inata; bastaria apenas oportunidade e motivação. E a decodifi cação é um procedimento insustentável na teoria e impossível na prática. Para ele, um leitor que lê um texto palavra por palavra está limitado pela progressão esquerda - direita, mas essa progressão é uma limitação, e não uma ajuda para o leitor fl uente.

No entanto a autora propõe que a teoria do primado do signifi cado desenvolvida por Smith, encontrava-se em contraste com a visão corrente na época em que foi formulada (associacionismo).

Concomitantemente, nasciam as descobertas da psicologia cognitiva, que demonstravam a limitação das teorias de-cima-para-baixo, como é o caso da teoria proposta por Smith.

A psicologia cognitiva demonstra que no processo de aprender a ler e escrever é indispensável adquirir as competências necessárias para decodifi car e compreender o princípio alfabético , em relacionar fonemas e grafemas para representar sons, palavras, pedaços de palavras, frases curtas e longas. Só aprendemos a ler e a escrever quando adquirimos a competência de representar sons em sinais, expressando ideias através de letras que podem ser fonologizadas (MALUF, 2005, p.75).

Silva (2009), explica que o processo de aquisição da linguagem envolve o desenvolvimento de quatro sistemas interdependentes: o pragmático, que se refere ao uso comunicativo da linguagem num contexto social; o fonológico, que envolve a percepção e a produção de sons para formar palavras; o semântico, que respeita as palavras e seu signifi cado; e o gramatical, que compreende as regras sintáticas e morfológicas para combinar palavras em frases compreensíveis.

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Para a leitura são possíveis as utilizações de pelo menos duas rotas, a rota fonológica supõe a decomposição da palavra em fonemas, permitindo o acesso à pronúncia e, em seguida, ao signifi cado. Quando é utilizada a rota lexical a leitura é o reconhecimento visual global de palavras comuns do cotidiano da criança, tais como seu nome e o de seus familiares.

Escrever, no sentido mais elementar refere-se à capacidade de codifi car sons usando os sinais gráfi cos correspondentes, os morfemas.

No desenvolvimento infantil, geralmente entre três e quatro anos de idade, as crianças tendem a começar a identifi car sons mais salientes da fala. Crianças que vivem em ambientes letrados e com acesso a artefatos, como lápis, giz, papel, etc., começam a rabiscar, desenhar sequências de letras aleatórias ou fazer desenhos em formas de letras. Por volta dos quatro anos, essas crianças começam a representar alguns sons usando a escrita espontânea ou inventada. Também começam a usar brinquedos e outros objetos para representarem sons da fala.

Esse desenvolvimento, ou, mais precisamente, esse envolvimento da criança com a escrita não é natural; depende da existência de estímulos e condições no ambiente. As crianças que não têm estímulos adequados e condições para brincarem com a escrita e tentarem escrever podem manifestam posteriormente maiores difi culdades para aprenderem a escrever.

Fases de aprendizagem da linguagem escrita1.2.1 Alguns autores propõe a aprendizagem da linguagem escrita por fases; Segundo Ferreiro(1993) apud Zacharias(2007, p.1-2), pesquisadora reconhecida

internacionalmente por seus trabalhos sobre alfabetização, a grande maioria das crianças, na faixa dos seis anos, faz corretamente a distinção entre texto e desenho, sabendo que o que se pode ler é aquilo que contém letras, embora algumas ainda persistam na hipótese de que tanto se pode ler as letras quanto os desenhos. É bastante signifi cativo que estas crianças pertençam às classes sociais mais pobres que por isso acabam tendo um menor contato com material escrito. Sendo assim a autora propõe que a criança constrói a aprendizagem da linguagem escrita testando hipóteses num processo de construção da escrita por fases:

Na fase 1, as tentativas das crianças dão-se no sentido da reprodução dos traços básicos da escrita com que elas se deparam no cotidiano. O que vale é a intenção, pois, embora o traçado seja semelhante, cada um faz a leitura que quiser em seus rabiscos. Assim, cada um só pode interpretar a sua própria escrita, e não a dos outros. Nesta fase, a criança elabora a hipótese de que a escrita dos nomes é proporcional ao tamanho do objeto ou ser a que está se referindo.

Na fase 2, a hipótese central é de que para ler coisas diferentes é preciso usar formas diferentes. A criança procura combinar de várias maneiras as poucas formas de letras que é capaz de reproduzir. Nesta fase, ao tentar escrever, a criança respeita duas exigências básicas: a quantidade de letras, nunca inferior a três e também a variedade entre elas, as quais não podem ser repetidas.

Na fase 3, são feitas tentativas de dar um valor sonoro a cada uma das letras que compõem a palavra. Aqui é introduzida a chamada hipótese silábica, isto é, cada grafi a traçada corresponde a uma

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sílaba pronunciada, podendo ser usadas letras ou outro tipo de grafi a. Há, neste momento, um confl ito entre a hipótese silábica e a quantidade mínima de letras exigida para que a escrita possa ser lida.A criança, neste nível, trabalhando com a hipótese silábica, precisa usar duas formas gráfi cas para escrever palavras com duas sílabas, o que vai de encontro às suas ideias iniciais de que são necessários, pelo menos três caracteres. Este confl ito a faz caminhar para outra fase.

Na fase 4 ocorre, então a transição da hipótese silábica para a alfabética. O confl ito que se estabeleceu - entre uma exigência interna da própria criança , no que diz respeito ao número mínimo de grafi as e a realidade das formas que o meio lhe oferece, faz com que ela procure soluções. Nesse momento, a criança começa a perceber que escrever é representar progressivamente as partes sonoras das palavras, ainda que não o faça corretamente.

Na fase 5, aqui é atingido o estágio da escrita alfabética, pela compreensão de que a cada um dos caracteres da escrita corresponde valores menores que a sílaba, e que uma palavra, se tiver duas sílabas, exigindo, portanto, dois movimentos para ser pronunciada, necessitará mais do que duas letras para ser escrita e a existência de uma regra produtiva que lhes permite, a partir desses elementos simples, formar a representação de inúmeras sílabas, mesmo aquelas sobre as quais não se tenham exercitado.

Um outro modelo é o proposto por Gombert (2003), distingue três fases sucessivas no desenvolvimento da escrita, que ele não considera universais nem naturais, mas que tendem a ocorrer em crianças que vivem em ambientes letrados estimulantes:

- fase de representação grafo-motora, em que as crianças reconhecem alguns traços característicos da escrita como diferentes dos desenhos;

- fase de representação grafo-semântica, quando a criança relaciona o tamanho do conceito com o tamanho de coisas a serem escritas, independentemente do tamanho fonológico de cada palavra (a representação da palavra pai ocupa mais espaço do que a palavra bebezinho);

- fase de representação grafo-fonológica, em que algumas crianças compreendem que a escrita corresponde aos sons da linguagem e que os mesmos sons se escrevem da mesma maneira. Algumas crianças começam, inclusive, a identifi car e tentar usar letras em suas escritas.1.2.2 Contribuições da Consciência fonológica

A Metalinguagem é a capacidade do ser humano de pensar sobre a linguagem de forma consciente, expressando seu pensamento através da própria linguagem. Dentre as habilidades metalinguisticas encontra-se a consciência fonológica, ou seja, a consciência sobre a relação dos sons que ouvimos e falamos com a escrita destes.

A refl exão sobre os sons da fala, ou seja, a consciência fonológica, permite a criança fazer o julgamento e a manipulação da estrutura sonora das palavras. Através de tal consciência identifi camos palavras que rimam, começam ou terminam com os mesmos sons e somos capazes de manipular a estrutura sonora para a formação de novas palavras.

A consciência fonológica envolve o reconhecimento pelo indivíduo de que as palavras são formadas

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por diferentes sons que podem ser manipulados, abrangendo não só a capacidade de refl exão (constatar e comparar), mas também a de operação com fonemas, sílabas, rimas e aliterações ( contar, segmentar, unir, a adicionar, suprimir, substituir e transpor). (MOOJEN et al., 2003, p.11)

A consciência fonológica e a aprendizagem inicial da linguagem escrita se desenvolvem através de uma infl uência recíproca. Ou seja, as crianças antes de estarem alfabetizadas apresentam níveis que contribuem para a aquisição da escrita, enquanto esta contribui para o aprimoramento dos níveis de consciência fonológica.

Crianças que apresentam um bom desempenho em consciência fonológica normalmente apresentarão um bom desempenho em leitura e escrita. Dessa forma, a consciência fonológica é um componente de extrema importância para a aquisição da escrita uma vez que possibilita a refl exão sobre os sons que devem ser representados grafi camente.

O conhecimento produzido sobre o papel da consciência fonológica para o desenvolvimento da leitura e da escrita tem importantes implicações educacionais, já que alguns jogos de língua oral, que visem desenvolver a capacidade analítica das crianças em relação à palavra falada, tomando-a como objeto de pensamento além de instrumento de comunicação podem ser usados desde da educação infantil. Atividades que desenvolvam a capacidade de refl etir sobre a estrutura fonológica da linguagem falada podem estar aliadas a outras atividades dentro da educação infantil e no início da educação fundamental, visando ao desenvolvimento de habilidades e conhecimentos importantes para aprender a ler e a escrever (SILVA, 2009).

Portanto acreditamos que o desenvolvimento da consciência fonológica contribui muito para a aprendizagem da linguagem escrita na fase inicial da criança.

DIFERENTES METODOLOGIAS DE ENSINO DA LINGUAGEM ESCRITA2. Quando chega à idade da escolaridade obrigatória, a criança já adquiriu uma parte considerável

da sua língua materna, entendida como falar do meio em que foi criada e educada, sem necessidade do ensino formal. Com relação à escrita, a maior parte das crianças ainda não sabem ler e escrever , mas sabem falar.

A escrita é um objeto simbólico, representa uma relação essencialmente fonêmica, isto é, a escrita representa aquilo que é funcionalmente signifi cativo estabelecendo um sistema de regras próprias. A aprendizagem da escrita deve ser fruto de um ensinamento, pois por si só a criança não aprende sozinha. Para isso existem diversos métodos e tendências que pretendem contribuir para o sucesso da alfabetização. Infelizmente, esses métodos não são fórmulas mágicas e tampouco contentam a todas as pessoas envolvidas na tarefa de alfabetizar.

Os métodos utilizados para alfabetizar crianças em muitas escolas, nas turmas de alfabetização e de primeiras séries, são métodos tradicionais seculares que vêm persistindo ao longo de dezenas de séculos, sem qualquer inovação considerável. Estes métodos de alfabetização são os Sintéticos e os Analíticos. Os primeiros compreendem o processo de leitura e escrita através de fragmentos de palavras para em seguida darem-se as formações das mesmas. Os outros, de forma contrária, partem do inteiro ( palavra, sentenciação, texto) para, somente depois, fragmentar em palavras, estudando as letras e as sílabas que as compõem.

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No entanto, ambos enfocam que os mecanismos da escrita e da leitura são basicamente a relação do som com a grafi a, proporcionando a condução da aprendizagem através da decodifi cação, que é essencial para o domínio do princípio alfabético. 2.1. MÉTODO FÔNICO O sistema de escrita alfabética exige para o seu domínio que os alunos a identifi quem letras, seus nomes, memorizem o alfabeto e combinem as letras para formar sílabas, normalmente de complexidade crescente, até que sejam capazes de formar palavras (para ler e escrever).

O método fônico propõe um ensino sistemático das relações entre as unidades gráfi cas do alfabeto (letras ou combinações de letras) e os sons. Enfoques mais atualizados dessa concepção não requerem ou recomendam que o ensino das correspondências seja baseado exclusivamente em unidades sublexicais sem sentido, mas que sejam feitas através de brincadeiras, jogos linguísticos que estimulem a refl exão sobre os sons da linguagem, priorizando o desenvolvimento das habilidades metalinguísticas.

O fônico pode inicialmente ser trabalhado por exemplo em uma atividade na qual, é proposto à criança trabalhar com histórias em que um fonema aparece repetidamente em várias palavras, mostrando-se a letra correspondente a esse fonema; em seguida, é solicitado à criança que repita as palavras ditas pelo aplicador, e logo depois, que faça a identifi cação do fonema inicial de cada palavra.2.2. MÉTODO SILÁBICO

Ele surgiu no século XVIII como proposta para superar a soletração e iniciar o processo de alfabetização já a partir da sílaba. Mais tarde, propõe que se ensine primeiro as vogais, depois as consoantes simples, e, em seguida os encontros consonantais. Esta foi a forma que se difundiu e se perpetua até os dias de hoje.

Como se percebe, o método silábico se caracteriza por possuir um processo somatório progressivo iniciado pelas vogais e pelos encontros vocálicos; depois, a apresentação do som e grafi a das consoantes. Após estas etapas, parte-se para a junção das consoantes com as vogais, formando-se as sílabas simples. São apresentadas em seguida os encontros consonantais e as respectivas sílabas consideradas complexas, ou seja, as construídas por três ou mais letras. Somente tendo fi xado (ou supostamente) essas etapas, é que o professor expõe as sentenciações e mais tarde, os textos.2.3. MÉTODO CONSTRUTIVISTA

O construtivismo não é um método de ensino, mas sim se refere ao processo de aprendizagem, que coloca o sujeito da aprendizagem como alguém que conhece e que o conhecimento é algo que se constrói pela ação deste sujeito. Nesse processo de aprendizagem o ambiente também exerce seu papel, pois, o sujeito que conhece faz parte de um determinado ambiente cultural.

No construtivismo a importância do que se faz é igual ao como e porque fazer, buscando delinear os diversos estágios por que passam os indivíduos na ação de aquisição dos conhecimentos, de como

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se desenvolve a inteligência humana e de como o indivíduo se torna autônomo. O construtivismo parte da ideia de que nada está pronto e acabado, e o conhecimento não é algo terminado, destacando o papel ativo da criança no aprendizado, onde os conhecimentos são construídos pelos alunos mediante o estímulo ao desafi o, ao desenvolvimento do raciocínio, à experimentação, à pesquisa e ao trabalho coletivo.

Segundo Ferreiro (1980) apud Zacharias (2007), realizou estudos na tentativa de controlar a aprendizagem que considera as descobertas da criança com relação à escrita. As pesquisas realizadas pela autora demonstram que as crianças percorrem caminhos durante a aquisição da escrita e elaboram suas próprias hipóteses. A partir disso, a alfabetização começa a ser vista como uma atividade que permite que a criança construa seu conhecimento sobre a escrita.

È importante salientar que um caminho para o ensino da linguagem escrita utilizado pela psicopedagogia clínica são os modelos interativos, os quais resgatam a importância da fonologia no reconhecimento das palavras, mas reconhecem o valor de informações de natureza ortográfi ca, semântica, sintática e pragmática do texto.

3.RELAÇÕES ENTRE O ENSINO E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM ESCRITA – CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DA LEITURA E ESCRITA1.1 Apesar do conceito de difi culdade de aprendizagem apresentar diversas defi nições e ainda ser um pouco ambíguo, é necessário determinar a qual referência ou etiqueta diagnóstica, de modo que se possa reduzir a confusão com termos tais como: necessidades educativas especiais , inadaptações por défi cit socioambiental, entre outras.

Segundo ZACHARIAS, (2007), só é procedente falar em difi culdades de aprendizagem quando fazemos referência a alunos que: possuem um quociente intelectual normal, ou próximo do normal, ou ainda superior; seu ambiente sociofamiliar é normal; não apresentam defi ciências sensoriais nem afecções neurológicas signifi cativas e seu rendimento escolar é manifesto e reiteradamente insatisfatório.

Em geral os alunos com difi culdade de aprendizagem incluem problemas mais localizados nos campos da conduta e da aprendizagem, dos seguintes tipos: atividade motora ( hiperatividade ou hipoatividade, difi culdade de coordenação, ...) ; atenção ( baixo nível de concentração, dispersão, ... ) ; área verbal ( problemas na codifi cação e decodifi cação, irregularidades na lectoescrita, disgrafi as, ... ) ; emoções ( desajustes emocionais leves , baixa auto-estima, ... ) ; memória (difi culdade de fi xação) ; percepção ( reprodução inadequada de forma geométrica, confusão entre fi gura e fundo, inversão de letras , ... ) e sociabilidade ( inibição participativa, pouca habilidade social, agressividade, ... ).

Partindo da realidade plenamente constada que todos os alunos são diferentes, tanto em suas capacidades, quanto em suas motivações, interesses, ritmos evolutivos, estilos de aprendizagem,

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situações ambientais e entendendo que todas situações de aprendizagem são em si mesmas contextuais e relativas, é necessário colocar o acento no próprio processo de interação ensino/ aprendizagem.

Zacarias (2007) explica que este é um processo complexo em que estão incluídas variáveis: aluno, professor, concepção e organização curricular, metodologias, estratégias e recursos. Mas a aprendizagem do aluno não depende dele, e sim do grau em que a ajuda do professor esteja ajustada ao nível que o alunos apresenta em cada tarefa de aprendizagem. Se o ajuste entre professor e aprendizagem do aluno for apropriado, o aluno aprenderá e apresentará progressos, qualquer que seja o seu nível. O conhecimento dos processos associados ao ato de aprender é uma prática didática capaz de facilitá-los para minimizar grande parte dos problemas e rotulados como difi culdades de aprendizagem

Segundo Perrenoud (2001) apud Zacarias (2007) deve-se duvidar que, mesmo em uma classe tradicional em que se pratica o ensino frontal, que o professor se dirija constantemente a todos os alunos, que cada um deles receba a mesma orientação, as mesmas tarefas e os mesmos recursos.

Pode ser feita uma individualização deliberada e pertinente dos recursos educativos as diferentes características, às possibilidades, aos projetos e às necessidades diferentes dos indivíduos (PERRENOUD, 2001).

Portanto, diversifi car as situações de aprendizagem é adaptá-las às especifi cidades dos alunos, é tentar responder ao problema didático da heterogeneidade das aprendizagens, que muitas vezes é rotulada de difi culdade de aprendizagem. (ZACARIAS, 2007). 3.2 O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LÍNGUAGEM ESCRITA E O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA - Segundo Félix (2008) o domínio da escrita se constitui no objeto da alfabetização e que, para compreender a estrutura de uma língua escrita, deve-se recorrer a comparações com a língua falada. A linguagem é considerada como a faculdade que o ser humano tem de se entender mediante signos vocais, enquanto a língua se constitui na modalidade de linguagem.

Estudando-se o desenvolvimento do indivíduo do ponto de vista da Epistemologia Genética , segundo Piaget apud Félix (2008) , fi cam demonstrados, durante todo o desenrolar desse processo, a relação e o paralelismo existente entre os aspectos cognitivo e social . Durante o período sensório-motor a criança irá evoluir da indiferenciação entre o meio físico – meio social para um universo de objetos permanentes, graças a isso que se constrói a noção de permanência do objeto.

O que proporcionará um novo impulso nesse desenvolvimento paralelo entre o social e a cognição é o aparecimento da linguagem, caracterizando o período pré-operatório, é nessa nova condição que permite uma maior proximidade e troca com as pessoas, a criança acaba sendo mais solicitada as participações e a escutar estruturas frasais em número cada vez maior e complexo.

Caminhando dessa fase para a seguinte a criança está se preparando para lidar, de forma mais efetiva, com as trocas que envolvem a vida em grupo e sua relação direta, tanto que de antecedência

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quanto a consequência, com a linguagem. Nesse sentido, no período operatório concreto desenvolve duas questões de fundamental importância: a reversibilidade e a cooperação.

A criança anteriormente centrada em si, passa à descentração: seus pontos de vista interagem com os pontos de vista dos outros: há troca de ideias e um início de construção lógica . Essa fase, dentro do processo de desenvolvimento da criança toma grande importância, porque a criança já consegue lidar com seu pensamento de maneira a não se contradizer em suas ideias e será capaz de alterar fatos sem necessidade de mudar de opinião.

A escrita como representação da linguagem oral passa por diferentes estágios de desenvolvimento, que acabam sendo centralizados pela atividade gráfi ca. Sendo assim, a evolução gráfi ca é resultado de uma aprendizagem da criança que a partir do ensino explicito e sistematizado da escrita faz com que a criança utilize seus níveis de abstração utilizando –se d e suas estruturas cognitivas da fase operatória para a aprendizagem da linguagem escrita. 3.3. CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA PARA O ENSINO DA LINGUAGEM ESCRITA

Nádia Bossa (1999, p. 12) afi rma que a defi nição do objeto de estudo da psicopedagogia passou por fases distintas, em diferentes momentos históricos que repercutem nas produções científi cas. Primeiramente, objeto de estudo era o sujeito que não podia aprender, concebia-se que o não-aprender pelo enfoque que salientava a falta, priorizando a reeducação e procurando vencer as defasagens de aprendizagem. Posteriormente o não-aprender é carregado de signifi cados e não se opõe aprender; neste caso o objeto de estudo é sempre o sujeito aprendendo.

Segundo Alencar (2007), atualmente a psicopedagogia trabalha com a concepção de processo de aprendizagem que considera a interferência de um aparelho biológico com disposições afetivas e intelectuais que interferirão na forma de relação entre o sujeito com o meio. Dessa forma, numa visão mais ampliada do sujeito, a psicopedagogia considera a aprendizagem um processo complexo, centrado no indivíduo e na sua relação com o meio sócio-cultural.

Dessa maneira, é proposto uma psicopedagogia que ultrapasse as relações causais e crenças que eram da visão de um mundo newtoniana, para uma visão de inter-relações num contexto onde o conhecimento não se fragmenta, porém se percebe necessário conhecer as partes para relacioná-las e articulá-las ao todo.

Nádia Bossa (1999, p. 25) Atualmente, a psicopedagogia trabalha com uma concepção de aprendizagem segundo a qual participa desse processo um equipamento biológico com disposições afetivas e intelectuais que interferem na forma de relação do sujeito com o meio, sendo que essas disposições infl uenciam e são infl uenciadas pelas condições socioculturais do sujeito e do seu meio.

Bossa (1999) Explica que o psicopedagogo deve atuar num trabalho preventivo em vários níveis:

- no primeiro nível, o psicopedagogo atua nos processos educativos com o objetivo de diminuir a “frequência dos problemas de aprendizagem”. Seu trabalho incide nas questões didático-

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metodológicas, bem como na formação e orientação de professores, além de fazer aconselhamento aos pais.

- no segundo nível, o objetivo é diminuir e tratar dos problemas de aprendizagem já instalados. Para tanto, criar-se um plano diagnóstico da realidade institucional, e elaboram-se planos de intervenção baseados nesse diagnóstico, a partir do qual se procura avaliar os currículos com os professores, para que não se repitam tais transtornos.

- no terceiro nível, o objetivo é eliminar os transtornos já instalados, em um procedimento clínico com todas as suas implicações. O caráter preventivo permanece aí, uma vez que, ao eliminarmos um transtorno, previne o aparecimento de outros.

Cabe então ao psicopedagogo, no segundo nível preventivo, realizar um diagnóstico do grupo e intervir nos procedimentos didático-metodológicos em vigor. Esse profi ssional tem, agora, não só o objetivo de detectar as causas dos transtornos, como também de encontrar os meios para que os mesmos sejam eliminados. Já o terceiro nível se dá no momento em que problemas específi cos de leitura e escrita já estejam instalados em um aluno ou grupo de alunos. Deve o psicopedagogo, neste caso, atuar diretamente junto a estes, a fi m de tratar esses transtornos e evitar outros. (BOSSA,1999, p. 25)Exige do psicopedagogo que recorra a teorias que lhe permitam reconhecer de que modo se dá a aprendizagem, bem como às leis que regem esse processo: as infl uências afetivas e as representações inconscientes que o acompanham, o que pode comprometê-lo e o que pode favorecê-lo. É preciso, também, que o psicopedagogo saiba o que é ensinar e o que é aprender; como interferem os sistemas e métodos educativos; os problemas estruturais que intervêm no surgimento dos transtornos de aprendizagem e no processo escolar. (BOSSA,1999, p. 26)

Novas atitudes em relação a aprendizagem da linguagem escrita exigem o entendimento de que a escrita não é um produto escolar, mais sim um objeto cultural resultado do esforço coletivo e não uma utilização de técnicas e métodos que um sujeito reproduz. O processo de alfabetização, enquanto construção do conhecimento é uma tarefa crucial tanto para as crianças quanto para os psicopedagogos e professores trabalham na perspectiva de que esta aprendizagem só acontecerá se houver a sistematização do ensino, a criança não desenvolverá esta aprendizagem sozinha. É necessário o ensino por parte de alguém experiente com a linguagem escrita. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio deste estudo bibliográfi co foi possível demonstrar o processo de aprendizagem da linguagem escrita, suas difi culdades e seu desenvolvimento, nas séries iniciais do ensino fundamental, e como o sucesso nesta etapa do processo pode vir a ser determinante as demais aprendizagens nos próximos anos escolares.

Por se considerar que nem todo ensino promove a aprendizagem, e que nem toda metodologia ou intervenção pedagógica é válida para a aprendizagem e não promove a aquisição à criança, é que se torna importante conhecer como a criança aprende a escrever e como pode ser o ensino.

O importante o psicopedagogo conhecer o processo de aquisição da escrita, as metodologias, para melhor intervir nas difi culdades de aprendizagem priorizando a necessidade de aprendizagem do aluno.

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A metodologia de ensino da linguagem escrita que prioriza o ensino explícito sobre o funcionamento do sistema de escrita alfabético, acontece num processo consciente por parte da criança, evidenciando a busca de um ensino atraente sem deixar de ensinar os conceitos.

Sobre a refl exão da língua: o ensino deve ser organizado de forma que a leitura e a escrita se tornem necessárias às crianças. Uma necessidade intrínseca deve ser despertada nelas, e a escrita, incorporada a uma tarefa necessária e relevante para a vida; a escrita deve ser ensinada de modo que as crianças desenvolvam essas habilidades durante as situações lúdicas, no seu cotidiano, sistematizando os aspectos internos da linguagem escrita e de sua assimilação funcional, levando a criança à compreensão interior da escrita (Vygotsky, 1998).

A aprendizagem da escrita tem um caráter educacional dos mais importantes e que através de atividades que estimulem e tornem a prática de ensino mais prazerosas é que se desenvolvem as habilidades e as competências da criança leitora.

Neste sentido a atuação psicopedagógica relaciona-se com o problema escolar e de aprendizagem, interferindo conforme o problema se apresenta, intervindo no processo de aprendizagem da linguagem escrita de maneira a facilitar este processo, um caminho possível para facilitar este processo foi demonstrado por este estudo, que é a compreensão do funcionamento do sistema alfabético através do desenvolvimento das habilidades metalinguisticas, em especial a consciência fonológica, este é um importante procedimento para a prevenção e o tratamento de difi culdades de aprendizagem da linguagem escrita tanto na clinica psicopedagogica, quando nas salas de aula de nossas escolas.

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O IMPACTO DO CORTE MECANIZADO E FIM DA QUEIMA DA CANA NA PRODUTIVIDADE DO CORTE MANUAL

Vanessa Valença de [email protected]

RESUMOO presente estudo tem por objetivo avaliar o impacto causado na produtividade do corte manual de cana devido à expansão do corte mecanizado juntamente com o prenúncio do fi m da queima, por basear-se na hipótese de que o corte mecanizado e o fi m da queimada são elementos que alteram a produtividade atual do corte manual de cana. Dessa forma, foi realizada uma pesquisa descritiva somada à contribuição empírica da autora.

Palavras-chave: cortador de cana. cana queimada. cana crua.

ABSTRACT

The present research has the objective to evaluate the impact caused in the manual sugar cane cut productivity caused by the increase of the mechanic cut, joint with the ambientalists demands for the end of the burns. For that, were used the descriptive research and author empirics contributing.

Key-words: cut sugar cane worker. burned cane. raw cane.

1 INTRODUÇÃO

A queima da cana, utilizada para eliminar a água da cana, a palha, as plantas que nascem em meio à plantação e afugentar os animais peçonhentos, tem sido duramente criticada pelos ambientalistas, e de acordo com o Decreto Estadual de 6 de agosto de 1997 e a Lei n° 11.241 de 19 de setembro de 2002, a extinção defi nitiva da queima da cana deve ocorrer em 2031, fazendo com que a cana deva ser colhida crua, sem queimar. Dessa forma, as usinas vêm investindo largamente em equipamentos de colheita, expandindo o corte mecanizado, uma vez que o corte manual de cana crua se mostra inviável, pois oferece maior risco de acidentes aos trabalhadores por causa de animais como cobras, entre outros, além de aumentar o risco de acidentes devido ao incômodo que causam os insetos que atrapalham os trabalhadores, e ainda pela baixa produtividade que o corte manual atinge, pois a cana que ainda contém muita água, é mais difícil para o corte e também pela atividade adicional de despalha.

Conforme comentam Marinho & Kirchoff (1991); Szmrecsányi (1994), apud Scopinho et al (1999), de um lado, os problemas ambientais gerados pela produção da cana-de-açúcar, do açúcar e do álcool animam, principalmente, o movimento ambientalista, o Ministério Público e alguns parlamentares na defesa do fi m ou, pelo menos, da regulamentação das queimadas nos canaviais. Uma vez que, do ponto de vista do rendimento e da segurança no trabalho, é prejudicial para o trabalhador o corte manual da cana crua, a alternativa que se coloca é

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a mecanização dessa atividade laboral.Dessa forma, os trabalhadores têm o seu poder de barganha fragilizado pela ameaça da perda do emprego,

comportando-se de forma mais submissa às exigências impostas pelas usinas quanto à produtividade da atividade, objeto deste estudo, que tem a fi nalidade de avaliar o impacto do corte mecanizado e do prenúncio do fi m da queima da cana na produtividade da atividade do corte manual de cana, utilizando o método de pesquisa descritiva somado às contribuições empíricas da autora.

2 O CORTE MECANIZADO

Segundo Gonçalvez (2002), o início da mecanização do corte no Brasil deu-se lentamente em São Paulo a partir de 1973.

Veiga Filho (1999), apud Gonçalves (2002), salienta que a mecanização do corte de cana pode proporcionar redução de custos de produção agrícola e industrial, aumento na produtividade do trabalho, além de viabilizar a alternativa de colher cana crua.

Gonçalves (2002) acrescenta que, com o aumento da mecanização na lavoura, agora com a ampliação do sistema de colheita de cana crua, uma grande massa de trabalhadores está sendo dispensada em todas as regiões canavieiras do Estado de São Paulo, de forma irreversível, trazendo grandes preocupações para os sindicatos e para os municípios, fazendo com que muitos trabalhadores aceitem piores condições de trabalho a fi m de manter o emprego.

A mecanização da colheita da cana, além de trazer vantagens econômicas e ambientais, também pode ser uma forma de eliminar a insalubridade e a periculosidade existentes nas frentes de trabalho de corte manual de cana.

Porém, muitos problemas de ordem social no trabalho surgiram com ela, como expressam Ramalho e Santana (2004), que o processo de reestruturação das atividades produtivas, principalmente a partir da década de 1970, inclui inovações tecnológicas e novas formas de organização da produção, interferindo nas relações de trabalho e no processo de negociação com as instituições de defesa dos trabalhadores. Essa reestruturação, no entanto, tem trazido também graves problemas sociais quanto ao nível de emprego e à garantia dos direitos conquistados pelos trabalhadores ao longo do século XX.

O corte mecanizado fez com que os trabalhadores perdessem seu poder de barganha, submetidos ao medo de perda do emprego, garantindo às usinas vantagem nessa relação de trabalho. As usinas passaram a exigir maior produtividade no corte da cana.

3 O FIM DA QUEIMA DA CANA

A queima é uma atividade utilizada para facilitar e aumentar a produtividade do corte da cana.No entanto, a queima possui diversas conseqüências negativas, como:Segundo Manco & Sarti (1992), a fuligem que é lançada sobre as cidades, suja as residências, lojas comerciais

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e indústrias, aumentando assim o consumo de água para a limpeza que é realizada com maior freqüência; a fumaça pode provocar acidentes em rodovias por prejudicar a visibilidade dos motoristas; as queimadas próximas às linhas de transmissão podem provocar interrupção do fornecimento de energia elétrica; não há estudos que isentem a fuligem de provocar problemas respiratórios; do ponto de vista energético é uma prática irracional, já que a queima da palha desperdiça uma quantidade muito grande de energia; o fogo faz com que animais silvestres e pássaros sejam eliminados; a queima provoca a emissão de gases prejudiciais ao meio ambiente e à saúde; a queima destrói insetos que são elementos naturais no combate à broca-da-cana; entre outras.

Gonçalves (2002) diz que o uso do fogo como prática agrícola nos canaviais há muito tempo já vinha sendo condenado por especialistas de diversas áreas, como engenheiros, biólogos, cientistas e médicos, apesar da contestação veemente de técnicos do setor, que alegavam que tal prática facilitava o processo de colheita, gerava empregos, trazia segurança ao trabalhador rural e não interferia negativamente no meio ambiente, por se tratar de um processo rápido, localizado e controlado.

De acordo com Orlando et al. (1994), o rendimento operacional de um trabalhador cortando cana pode ser triplicado ou mesmo quadruplicado quando a queima do canavial é feita antes do corte.

No entanto, Goulart (1997), Bohm (1998) e Silva & Frois (1998), apud Gonçalves (2002), alertam para os graves riscos que a queima do canavial representa à saúde humana. Há diversos problemas respiratórios causados principalmente por compostos orgânicos gerados na combustão da palha, como os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), compostos altamente cancerígenos encontrados entre os gases que compõem a “fumaça” da queima do canavial.

Gonçalves (2002) diz que a queimada, além da ação biocida em relação à fauna, à fl ora e aos microorganismos, aumenta a temperatura e diminui a umidade natural dos solos, levando à maior compactação e à perda de porosidade desses.

Segundo Gonçalves (2002), no passado, com a expansão da cultura, tornou-se imperativo queimar a palha da cana para facilitar o corte manual. Essa prática, segundo Szmrecsányi (1994), tornou-se habitual na grande maioria dos estabelecimentos agrícolas dedicados a seu cultivo, tendo por principal objetivo facilitar e baratear o corte manual da cana, e mesmo o corte mecanizado. A queima provoca periodicamente a destruição e a degradação de ecossistemas inteiros, tanto dentro como junto às lavouras canavieiras, além de gerar intensa poluição atmosférica, que é prejudicial à saúde e afeta não apenas as áreas rurais adjacentes, mas também os centros urbanos mais próximos.

Szmrecsányi, 1994; Abramo Filho, 1993; Sparovek et al. (1997) comentam que os ambientalistas defendem a colheita de cana crua com base nos problemas causados pelas queimadas, como problemas respiratórios, poluição das cidades vizinhas, expulsão da fauna pelo fogo, incêndios em reservas e áreas de preservação próximas a canaviais, perda da qualidade industrial da matéria-prima, destruição de ecossistemas, poluição atmosférica e prejuízos aos solos.

Por essa razão, em 6 de agosto de 1997, o Diário Ofi cial do Estado de São Paulo publicou o Decreto Estadual n° 42.056, que tratava da proibição das queimadas nos canaviais paulistas.

Em linhas gerais, o Decreto n° 42.056, que estabeleceu o Plano de Eliminação de Queimadas, regulamentou

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a prática da queimada dos canaviais, prevendo sua eliminação de forma gradual em 8 anos nas áreas mecanizáveis e em 15 anos nas não-mecanizáveis.

Em setembro de 2002, a Lei 11.241 fl exibilizou prazos e metas para a eliminação do uso do fogo nos canaviais do Estado. Sob a justifi cativa do emprego dos cortadores de cana, os prazos foram estendidos até 2021 para áreas mecanizáveis e 2031 para áreas não-mecanizáveis, conforme mostram as Tabelas 1 e 2.

Tabela 1 – Plano de eliminação de queimadas em áreas mecanizáveisAno % Área onde não de pode efetuar a queima % de eliminação da queima

2002 20% da área cortada 20%

2006 30% da área cortada 30%

2011 50% da área cortada 50%

2016 80% da área cortada 80%

2021 100% da área cortada 100%

Fonte: Lei n° 11.241 de 19 de setembro de 2002

Tabela 2 – Plano de eliminação de queimadas em áreas não-mecanizáveisAno % Área onde não se pode efetuar a queima % de eliminação da queima

2011 10% da área cortada 10%

2016 20% da área cortada 20%

2021 30% da área cortada 30%

2026 50% da área cortada 50%

2031 100% da área cortada 100%

Fonte: Lei n° 11.241 de 19 de setembro de 2002

É importante ressaltar que, segundo Gonçalves (2002), o decreto previa que a mecanização da colheita fosse adotada para eliminar a despalha por queima e que sua adoção abrupta causaria imenso problema de ordem social, pois o corte manual era a atividade que empregava maior número de trabalhadores rurais no Estado. Admitia-se que o tempo previsto para a eliminação das queimadas seria sufi ciente para a absorção dessa mão-de-obra por outros setores da economia. Porém, a situação macroeconômica do País “frustrou” as expectativas do plano, agravando ainda mais a situação do desemprego no campo e nas cidades.

Com as atuais pressões da legislação, a queima da cana tem seu fi m próximo, e o corte manual de cana crua mostra-se inviável por oferecer mais riscos e ser mais lento, reduzindo a produtividade da atividade. Portanto, as usinas desde já vêm desenvolvendo seu potencial tecnológico de mecanização do corte. A consequência disso é que, atualmente, os trabalhadores se submetem cada vez mais às exigências das usinas para não acelerarem o

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processo de eliminação dessa mão-de-obra.Segundo uma pesquisa realizada por Gonçalves (2002), os presidentes dos sindicatos dizem que, apesar

da grande quantidade de trabalhadores desempregados pela mecanização, poucos têm retornado aos sindicatos, pois estão conscientes da extinção de seus empregos e não acreditam no poder de reação das entidades que os representam, o que confi rma a posição de submissão e conformação dos trabalhadores.

No entanto, esse é um processo irreversível, pois além dos transtornos causados à população e ao meio ambiente, existem barreiras no comércio exterior aos produtos oriundos de forma a lesar a sociedade ou o meio ambiente. Conforme descreve Sparovek et al. (1997), a crescente preocupação da sociedade com a sobrevivência do homem no planeta tem concretizado conceitos, como produção sustentável, na qual se procura adequar a atividade agrícola a uma ação que seja ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável. A produção de cana-de-açúcar tem sido apontada como nociva ao ambiente, por levar a diversos processos de degradação das terras, além da poluição do ar decorrente da queima realizada antes da colheita e da poluição de centros urbanos por cinzas, que também são vistas como restritivas a essa atividade. Assim, a legislação tem sido cada vez menos tolerante com a queima; em algumas regiões, ela se encontra totalmente proibida, enquanto em outras uma distância mínima dos centros urbanos deve ser respeitada.

4 A PRODUTIVIDADE NA ATIVIDADE DO CORTE MANUAL DE CANA

A produtividade, neste contexto, é abordada quanto à capacidade de produção diária do cortador de cana. Isto é, a quantidade de toneladas cortadas em um dia de trabalho.

Atualmente, na maioria das usinas brasileiras, a média de produtividade do corte manual de cana queimada é de 12 toneladas/homem/dia (VEIGA, 2005); de cana crua, de 4 a 5 toneladas/homem/dia, pois, segundo os cortadores, a cana crua, além de aumentar a tarefa de eliminação da palha, é uma cana mais forte, por ainda conter muita água, que seria perdida na queima. Além disso, o talhão com cana crua contém muitos animais peçonhentos, contém muitas plantas entre as canas, que difi cultam o corte, pois, muitas vezes, essas plantas, como atrapalham, são eliminadas pelos trabalhadores, tomando um tempo que faz com que a produtividade caia e que, por outro lado, na cana queimada, seriam eliminadas pelo fogo.

Silva (2005) diz que, a partir da década de 90, houve um grande aumento da produtividade do trabalho. Os trabalhadores, para manterem seus empregos na cana, necessitavam cortar, no mínimo, 10 toneladas de cana por dia, para se manterem empregados; a média cortada expandiu-se para 12 toneladas de cana por dia.

Desde a década de 80, a produtividade média cresceu em 100%, saiu de 6 toneladas/homem/dia, e chegou a 12 toneladas de cana por dia, na presente década. Conforme relata Alves (2006), na década de 60, a produtividade do trabalho era, em média, de 3 toneladas de cana por dia de trabalho; na década de 80, a produtividade média passa para 6 toneladas de cana por dia por homem ocupado, e no fi nal da década de 90 e início da presente década, atinge 12 toneladas de cana por dia.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os fatores citados anteriormente - corte mecanizado e fi m da queima da cana - infl uenciam diretamente na produtividade do corte manual de cana, em dois momentos diferentes.

No futuro, prevê-se a queda de produtividade no corte manual de cana, pois o cortador passará a cortar cana crua, aumentando o seu esforço por realizar uma atividade a mais (despalha), por cortar uma cana mais forte (por ainda conter água), e por ter, muitas vezes, de eliminar plantas que nascem em meio ao canavial.

No presente, na medida em que os trabalhadores se sentem ameaçados pela perda do emprego devido à produtividade que uma máquina pode alcançar no corte, que equivale, aproximadamente, à produtividade de 50 cortadores de cana, e pelo corte de cana crua ser inviável se realizado manualmente, esses trabalhadores têm se submetido às exigências que as usinas têm feito de um mínimo de produtividade diária de corte, fazendo com que, no presente, a produtividade do corte manual de cana, seja alta, até porque ele ainda é realizado em cana queimada.

Conforme os dados apontados anteriormente, a produtividade vem subindo gradativamente desde a década de 80, período em que a mecanização do corte começou a se expandir no Brasil, aumentando consideravelmente no fi nal da década de 90, período em que o Brasil divulgou a eliminação das queimadas.

Dessa forma, podemos entender que esse aumento de produtividade no corte manual de cana possui uma relação com o corte mecanizado e com o fi m da queima da cana, devido ao impacto sofrido na produtividade desta atividade a partir da existência desses dois fatores.

REFERÊNCIAS

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ALVES, F. J. C. Por que morrem os cortadores de cana?. 2006.

GONÇALVES, D. B. A regulamentação das queimadas e as mudanças nos canaviais paulistas. São Carlos: Rima, 2002.

MANCO, J. C.; SARTI, W. Queimada da Cana-de-açúcar na Região de Ribeirão Preto. Palestra proferida no Centro de Estudos Regionais, 1992.

MARINHO, E. V. A.; KIRCHOFF, V. W. J. H. Projeto fogo: um experimento para avaliar efeitos das queimadas de cana-de-açúcar na baixa atmosfera. Revista Brasileira de Geofísica, n. 9, p. 107-119, 1991.

RAMALHO, J. R.; SANTANA, M. A. Sociologia do trabalho. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.

SCOPINHO, R. A. et al. Novas tecnologias e saúde do trabalhador: a mecanização do corte da cana-de-açúcar. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, vol. 15, n. 1, p. 147-161, jan/mar. 1999.

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SILVA, M. A. M. Trabalho e trabalhadores na região do “mar de cana e do rio de álcool”. Agrária, São Paulo, n. 2, p. 2-39, 2005.

SPAROVEK, G. et al. Aptidão das terras de Piracicaba para o corte mecanizado de cana-de-açúcar. STAB, Piracicaba, v.15, n. 5, p.14-17, mai/jun. 1997.

SZMRECSÁNYI, T. Tecnologia e degradação ambiental: o caso da agroindústria canavieira no estado de São Paulo. Informações Econômicas, São Paulo, v. 24, n. 10, out. 1994.

VEIGA FILHO, A. A. Fatores explicativos da mecanização do corte na lavoura canavieira paulista. In: WORKSHOP AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA: CRISE E REESTRUTURAÇÃO, 2, 1999, Campinas. Anais... Campinas: Unicamp, 1999. CD-ROM.

VEIGA, J. E. R. Cana: nova expansão e a insustentável exploração de sua força de trabalho. Instituto de Economia Agrícola, 2005.

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A RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL SOB A ÓTICA DA TEORIA INSTITUCIONAL

Andressa Silvério Terra França

[email protected]

José Ricardo Favoretto

[email protected]

Alessandro Ikeuchi

[email protected]

RESUMO

A Responsabilidade Social Empresarial (RSE) é um tema que tem sido amplamente discutido no Brasil e no mun-do pelos menos nos últimos vinte anos. Mas, o que signifi ca? Qual é a explicação para a propagação do conceito e disseminação de tal prática entre as empresas? Como se justifi ca este movimento? O objetivo deste artigo é dis-cutir a responsabilidade social das empresas sob a ótica dos chamados estudos “institucionalistas”. Inicialmente é apresentado um breve histórico da RSE, bem como suas perspectivas teóricas. A seguir, são apresentados alguns pressupostos da teoria institucional em sua abordagem mais recente. Acredita-se que as formulações dessa teoria explicam, em grande parte, o crescente engajamento de grandes, pequenas e médias empresas, dos mais variados setores, em ações sociais voluntárias de enfrentamento dos mais diversos problemas da sociedade. Por fi m, a ter-ceira parte traz as conclusões do trabalho.

Palavras-chave: Responsabilidade Social Empresarial. Organizações. Institucionalismo.

ABSTRACT

The Corporate Social Responsibility (CSR) is a theme that has been widely discussed in Brazil and the world at least the last twenty years. But what? What is the explanation for the spread of the concept and dissemination of such practice among companies? How to justify this move? This article aims to discuss corporate social respon-sibility from the perspective of studies called “institutionalists.” Initially gives a brief history of CSR, as well as their theoretical perspectives. The following are some assumptions made in institutional theory in its approach later. It is believed that the formulations of this theory explains, in large part, the growing involvement of large, small and medium enterprises, from different sectors, in voluntary social activities of several problems facing society. Finally, the third part brings the conclusions of the work

Key-words: Corporate Social Responsibility. Organizations. Institutionalism.

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1 INTRODUÇÃO

Como conseqüência das profundas transformações políticas, econômicas, culturais e sociais ocorridas no Brasil e no mundo a partir dos anos 90, as empresas vêm aumentando o interesse e os investimentos na área social, passando a defender padrões mais éticos de relação com seus públicos de interesse e práticas ambientais sustentáveis. Sob o rótulo de “responsabilidade social”, foi incluído um conjunto de normas, práticas e discursos que se tornou condição para garantir lucratividade e sucesso ao longo prazo dos negócios. Discutem-se temas como gestão social, ética nos negócios, governança corporativa, diálogo com as partes interessadas, transparên-cia, cidadania empresarial, sustentabilidade nos negócios etc.

Uma das teorias que vêm sendo amplamente utilizadas na sociologia das organizações é a chamada “Te-oria Institucional”, também chamada de “neo-institucionalista” na sua vertente mais recente. Essa abordagem vem sendo empregado há anos em estudos sociológicos, políticos e organizacionais, e já foi utilizada em outros trabalhos para explicar os incentivos das empresas para a conduta ética e socialmente responsável (LOBO, 2006; MACHADO FILHO, 2002; VENTURA, 2003).

O objetivo deste artigo é discutir a responsabilidade social das empresas a partir desse arcabouço teórico. Salientamos que o objetivo não é analisar a responsabilidade social em si, a partir de análises empíricas aprofun-dadas, mas interpretá-la e indagá-la a partir do modelo referencial acima. A hipótese (a ser verifi cada em estudos empíricos posteriores) é a de que os gestores, empresários, enfi m, aqueles em condições de tomar decisões, não se baseiam apenas num cálculo racional estratégico, ou em imperativos técnicos e de mercado (como uma rea-ção funcional a exigências econômicas ou tecnológicas), mas sim em modelos subjetivos e construções sociais (conjunto de saberes, discursos) sobre ganhos de efi ciência e de imagem determinados a partir de seu ambiente institucional.

2 RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS – RSE

Conforme sintetiza Curado (2003), a discussão sobre o papel social das empresas vem repercutindo na literatura internacional de negócios principalmente a partir de meados do século XX, com a publicação, em 1953, da obra Responsibility of the Businessman de Howard R. Bowen1. Bowen tem sido reconhecido como o primeiro acadêmico a desenvolver um ensaio sobre o tema da responsabilidade corporativa, no qual salienta que as empre-sas devem seguir linhas de atuação que sejam desejáveis no que se refere aos objetivos e valores da sociedade na qual estão inseridas. Numa atitude vanguardista para a época, ele afi rma que os gerentes são responsáveis pelas conseqüências de seus atos num âmbito muito mais abrangente do que aquele restrito às demonstrações de lucros

1 O título foi originalmente publicado no Brasil em 1957. A esse respeito ver: BOWEN, Howard R. Re-sponsabilidades sociais do homem de negócios. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1957.

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e prejuízos. A obra deste autor mostra-se de extrema importância, pois servirá de base para posteriores estudos nesta área.

Nota-se, a partir de então, uma crescente preocupação no meio acadêmico sobre o tema e surgem diver-sas interpretações a respeito do papel das empresas na sociedade. Contudo, nos dias de hoje, ao se fazer uma pesquisa detalhada sobre o tema responsabilidade social, constata-se que o seu conceito ainda não se encontra sufi cientemente consolidado, estando sujeito a uma série de interpretações. Para alguns autores, representa a ideia de responsabilidade ou obrigação legal; para outros, é um dever fi duciário, que impõe às empresas padrões mais altos de comportamento que os do cidadão médio. Há os que a traduzem, de acordo com o avanço das discussões, como prática social, papel social e função social. Outros a veem associada ao comportamento eticamente respon-sável ou a uma contribuição caridosa. Há ainda os que acham que seu signifi cado transmitido é ser responsável por ou socialmente consciente e os que a associam a um simples sinônimo de legitimidade ou a um antônimo de socialmente irresponsável ou não responsável (DUARTE & DIAS, 1986, p.36)

Desde então, livros e artigos referentes à Responsabilidade Social têm incorporado outras dimensões à análise do tema, como ética, gestão ambiental e desenvolvimento sustentável, cidadania, consumo “verde”, ma-rketing social etc. Nos últimos anos, vários autores apresentaram modelos teóricos (ASHLEY, 2005; CURADO, 2003) e casos práticos (MCINTOSH, 2001; MELO NETO & FRÓES, 2001; OLIVEIRA, 2008; INSTITUTO ETHOS, 2002) na tentativa de categorizar as empresas quanto à atuação socialmente responsável. Outra aborda-gem recorrente na literatura internacional e nacional refere-se aos benefícios resultantes de práticas de Responsa-bilidade Social como ganhos imagem, reputação, diferencial, diferencial competitivo etc (MACHADO FILHO, 2002; GRAJEW, 2002; PORTER, 2006)

De qualquer forma, como constatam Soares & Valadão Jr. (2007), grande parte dos trabalhos publicados sobre o tema “responsabilidade social” ainda o tratam de forma bastante otimista. Pode-se depreender da maioria desses estudos que o movimento da responsabilidade social empresarial representa uma transformação na con-cepção da empresa e de seu papel na sociedade. Também é quase consensual na literatura sobre o tema o reco-nhecimento de que as decisões dos resultados das atividades das corporações alcançam um universo de pessoas e instituições bem mais amplo do que era há alguns anos atrás.

Por outro lado, existem nessa literatura alguns autores contrários à ideia de “empresa socialmente respon-sável”, que fazem uma série de ressalvas quanto ao tema. Os argumentos contra as ações sociais das empresas foram fervorosamente articulados por Milton Friedman (1970), embora outros autores, como Neil Chamberlain (1973), Hanry Manne (2006), entre outros compartilhem de suas idéias. Theodore Levitt, por exemplo, em seu artigo The dangers of social responsibility, publicado em 1958 na Harvard Business Review, acautelava que “gov-ernment’s job is not business, and business’s job is not government” (LEVITT, 1958, p. 47).

O marco de destaque é a publicação de Capitalism and Freedom, em 1962, ou mesmo o famoso artigo The

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social responsibility of business is to increase its profi ts, escrito por Friedman em 1970 e publicado no The New York Times, como protesto às iniciativas sociais recém-tomadas pela General Motors. De acordo com o autor, a ação social responsável não é a fi nalidade da empresa, possui alto custo e pode obstruir os negócios. Qualquer esforço em utilizar recursos corporativos para propósitos altruístas seria “subversivo” à própria sociedade. A úni-ca responsabilidade social que as empresas têm é gerar lucro para seus acionistas, dentro das regras da sociedade (leis), otimizando o uso dos recursos organizacionais, e conseqüentemente maximizando os retornos de capital para os acionistas (FRIEDMAN, 1970, p.126)

Milton Friedman defende a idéia de que a empresa é socialmente responsável ao gerar novos empregos, pagar salários justos e melhorar as condições de trabalho, além de contribuir para o bem-estar público ao pagar seus impostos. Segundo o autor, a responsabilidade social desvirtuaria as empresas por várias razões; a principal delas era que a função das empresas não é a promoção do bem-estar social, mas sim gerar lucro, riqueza e se per-petuar ao longo do tempo. Ao optarem por uma forma de gestão, poderiam estar sendo inefi cientes. Usar recursos da empresa em investimentos sociais era prejudicial à própria sociedade, pois, reduzindo os lucros, havia menos investimentos e, consequentemente, menos empregos, tampouco os salários poderiam ser aumentados e poderia haver menos dinheiro para os impostos.

Contemporaneamente, vemos novas interpretações surgirem a respeito desse papel social das empresas. De certa maneira, pode-se notar que os trabalhos recentes recuperam as visões propostas por Bowen e Friedmam, buscando certo “equilíbrio” entre as mesmas. Um exemplo dessa tentativa pode ser traduzido pelos trabalhos de Michael Porter (2006). Em linhas gerais, Porter constrói a ideia de que a responsabilidade social deve estar ali-nhada à estratégia de cada empresa permitindo a estas identifi car as oportunidades de aumento dos ganhos para a sociedade e para os negócios. Isso será conseguido a partir do momento que as empresas aplicarem seus recursos e seu conhecimento em atividades que benefi ciam a sociedade, integrando as necessidades empresariais e sociais ao mesmo tempo. Ao enxergar a responsabilidade social como “geração de valor compartilhado”, fonte de “van-tagem competitiva”, e não como prejuízo ou campanha de relações públicas, seu argumento se contrapõe ao de Friedman que, como dito anteriormente, defende que qualquer ação de responsabilidade social é uma sobreposi-ção de tarefas e um entrave aos negócios da empresa.

Em estudo recente no Brasil, Kreitlon (2008), defende a tese de que essa mudança na maneira de se pensar o papel social das empresas, tanto por parte da literatura sobre o tema quanto nos discursos corporativos ofi ciais, é fruto de um processo de progressiva construção e legitimação sociais, conduzido pelos diversos agentes e ins-tituições que dele participam, e resultado de um contexto histórico, político e econômico bem preciso. Segundo a autora, que utiliza a teoria de Bourdieu para explicar discursos sobre RSE num campo específi co – o campo da indústria do petróleo, o surgimento da ética empresarial como campo discursivo está intimamente ligado à evolu-ção do sistema econômico, assim como às mudanças por que passaram as sociedades industriais no último século. A autora resgata os principais pontos deste contexto: crise do dólar e do petróleo, fi m do Welfare State e dos “anos

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dourados” do capitalismo, altas taxas de desemprego e infl ação, o poder dos grandes conglomerados econômicos e das multinacionais, a crescente burocratização das organizações etc. Além disso, os confl itos relativos à questão ambiental, e as grandes reivindicações sociais que emergiram nos anos 60, também contribuíram para a formali-zação dos crescentes ataques e questionamentos vis-à-vis das empresas.

No Brasil, como destaca Cinara Lobo (2006), o início da discussão sobre “Responsabilidade Social Em-presarial” data dos anos 60, a partir da criação da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), em 29 de março de 1961. Seu objetivo era o estudo e a difusão da Doutrina Social Cristã (DSC) da Igreja Católica. Em 1965, era aprovada a ‘’Carta de Princípios dos Dirigentes Cristãos de Empresas’’, a qual ressalta que a cri-se do mundo contemporâneo, tem como um de seus vetores a falta de princípios cristãos e de justiça social das instituições econômico-sociais, alegando que as empresas não cumprem a sua função social. Como extensão da ADCE, é criado o IDE – Instituto de Desenvolvimento Empresarial, cujo objetivo era fornecer formação para os dirigentes e executivos das empresas sobre as doutrinas cristãs, através da promoção de cursos, assessorias e serviços2.

No entanto é importante ressaltar que, neste período, o contexto político-institucional não se mostra muito favorável à ação social das empresas. No Brasil, sobretudo no período pós-guerra, as empresas vivenciaram a ex-periência de um governo “desenvolvimentista” conservador e autoritário, que utilizava-se do aparato estatal para incrementar e incentivar o setor empresarial privado, com o intuito de induzir ao processo de industrialização à tão almejada modernização do país. Essa política intervencionista permaneceu forte até meados dos anos 80, mas, já nos anos 70, sofreu fortes críticas que se expandiram ao longo do tempo.

Com a crise deste modelo de desenvolvimento, no fi nal da década de 70, as empresas tiveram que se re-adequar e se reestruturar para essa nova realidade social. É nesta época que surge o primeiro tipo de relatório, o RAIS – Relatório Anual de Informações Sociais, que dá ênfase aos aspectos sociais e enfatiza o fator humano da empresa, tornando-o obrigatório, por meio de Decreto Lei 76.900 de 1975. A partir de então as empresas fi cavam obrigadas a fornecer uma série de informações sobre seus empregados.

Com a redemocratização em 1988, a sociedade brasileira passa por um processo de mudança institucional, ao longo do qual se iniciou o crescimento da participação da sociedade civil e a longa escalada de privatizações e liberalização da economia. É neste contexto que os movimentos sociais se fortalecem, surgem e se consolidam o chamado Terceiro Setor e as ONG’s. Assim, ao mesmo tempo em que a lógica do mercado passa a ocupar o espaço público, as questões sociais passam a ser incorporadas pelas práticas empresariais, sendo as empresas chamadas a assumir responsabilidades que antes eram de tarefa exclusiva do poder público.

A partir de trabalho de Lívia Barbosa (2002), podemos pensar também que, dos anos 90 existe uma “cul-

2 Essa entidade posteriormente se transforma numa Fundação, a Fides – Fundação Instituto de Desenvol-vimento Empresarial e Social, em 1986, mantendo o mesmo propósito do IDE, mas com maior autonomia fi nan-ceira e administrativa (PINTO, 2002; LOBO, 2006).

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tura de negócios” que favorece as empresas a adotarem um comportamento socialmente responsável. Entendendo cultura de negócios como um “arcabouço” ideológico do mundo empresarial, que explica e justifi ca as constantes mudanças tecnológicas e gerenciais a que estão sendo submetidas às empresas nos últimos 40 anos.

Nesta mesma linha de raciocínio, Kreitlon (2008), mostra como o nascimento e a institucionalização das práticas discursivas relativas à RSE, bem como algumas das práticas sociais que a sustentam (estudos, pesquisas, corpo teórico, veículo de difusão, instituições promotoras, instrumentos de validação, mecanismos de coerção etc.), traduziram na gradual construção e legitimação de um campo até então inédito no Brasil: o da ética nos negócios, ou ética empresarial. A autora expõe as principais justifi cativas que lhe têm dado suporte, assim como as diferentes visões de mundo que parecem estar por trás dessa abordagem.

Uma prova da tendência rumo à institucionalização do “discurso RSE” é que existe hoje uma infi nidade de termos (investimento social privado, fundos éticos e sociais, comércio justo, cidadania empresarial, empresário ético, sustentabilidade empresarial etc.), normas, diretrizes, prêmios, certifi cações, indicadores, modelos, acordos nacionais e internacionais, além de instituições e organizações não governamentais voltadas para a promoção da gestão da responsabilidade social corporativa.

Com relação a este último, vale destacar o Instituto Ethos de Responsabilidade Social, uma das princi-pais organizações “legimitimadoras” da prática do discurso da Ética nos negócios. Com o intuito de fortalecer o movimento pela responsabilidade social no Brasil, um grupo de empresários liderados por Oded Grajew, um dos fundadores da indústria de brinquedos Grow, fundam no segundo semestre de 1998 o Instituto Ethos, uma organização sem fi ns lucrativos que tem como missão “Mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade sustentável e justa”3. Em seu website, o Ethos afi rma que o Instituto propõe-se a disseminar a prática da responsabilidade social empresarial, ajudando as instituições a:

1. compreender e incorporar de forma progressiva o conceito do comportamento empresarial socialmente responsável;

2. implementar políticas e práticas que atendam a elevados critérios éticos, contribuindo para o alcance do sucesso econômico sustentável em longo prazo;

3. assumir suas responsabilidades com todos aqueles que são atingidos por suas atividades;

4. demonstrar a seus acionistas a relevância de um comportamento socialmente responsável para o retorno em longo prazo sobre seus investimentos;

5. identifi car formas inovadoras e efi cazes de atuar em parceria com as comunidades na construção do bem-estar comum;

3 INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL. Sobre o Instituto Ethos > Missão. Disponível em: <www.ethos.org.br>. Acesso em: 7 de dezembro de 2008.

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6. prosperar, contribuindo para um desenvolvimento social, econômica e ambientalmente sustentável.

O Instituto propaga a prática da responsabilidade social por meio de intercâmbio de experiências, publi-cações, programas, cursos e eventos voltados ao público em geral e seus associados, que hoje somam mais de 1362 empresas4. Em Junho de 2000 o Instituto Ethos lançou os “Indicadores Ethos de Responsabilidade Social”, que têm a fi nalidade de servir como um “instrumento de avaliação e planejamento para empresas que buscam excelência e sustentabilidade em seus negócios”5. Da forma que são construídos, os indicadores fornecem um re-ferencial prático para as empresas sobre as questões a serem consideradas ao refl etirem sobre um comportamento socialmente responsável. Servem como uma diretriz objetiva e de aplicação imediata, tanto na avaliação das ações da empresa, quanto no planejamento da sua estratégia de ação em direção à responsabilidade social. Contudo, como lembra Adele Queiroz (2000, p.2), o Instituto Ethos não oferece uma extensiva defi nição do que seja res-ponsabilidade social empresarial em termos conceituais, nem fundamenta teoricamente a origem dos indicadores que propõe.

Ainda no ano de 1998, para estimular a participação de um maior número de corporações, o IBASE (Insti-tuto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) lança o Selo Balanço Social Ibase/Betinho6. O selo é conferido anualmente a todas as empresas que publicam o balanço social no modelo sugerido pelo Ibase, dentro da meto-dologia e dos critérios propostos pelo Instituto. O Balanço Social Ibase trata-se de um demonstrativo publicado anualmente pela empresa reunindo um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e à comunidade. No balanço social a empresa mostra o que faz (o quanto gasta) com seus profi ssionais, dependentes, colaboradores, comunidade e meio ambiente. Ou seja, sua função principal é tornar públicas as informações sociais, dando mais transparência à responsabilidade social empresarial.

4 INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL. Empresas Associadas. Disponível em: <www.ethos.org.br>. Acesso em: 7 de dezembro de 2008. OBS.: A maioria das empresas associadas refere-se às Grandes Empresas (33,11%), seguida das Pequenas Em-presas (27,46%), Micros Empresas (20,78%) e Médias Empresas (18,65%). (Dados atualizados em 7 de dezem-bro de 2008).5 INSTITUTO ETHOS DE EMPRESAS E RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL. Indica-dores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial. São Paulo, 2000, p.7. Disponível em: <www.ethos.org.br>. Acesso em: 7 de dezembro de 2008.6 O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) foi criado em 1981. Entre os fundadores está o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. O Instituto desenvolve projetos e/ou iniciativas nas seguintes linhas: Alternativas Democráticas à Globalização; Desenvolvimento e Direitos; Direito à Cidade; Economia Solidária; Processo Fórum Social Mundial; Juventude Democracia e Participação; Observatório da Cidadania: direitos e diversidade; Responsabilidade Social e Ética nas Organizações; Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. Trata-se de uma instituição sem fi ns lucrativos, que tem como proposta “aprofundar a democracia, seguindo os princípios de igualdade, liberdade, participação cidadã, diversidade e solidariedade” (Disponível em: <www.ibase.org.br>).

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Além do IBASE e do ETHOS, existem outras organizações que também incentivam a prática da respon-sabilidade social corporativa tais como a GIFE7, o FIDES8, o PNBE9, a ADBV10 entre outros.

Na esteira desses movimentos, o debate em torno do tema cresce na agenda de pesquisadores, empresas e sociedade em geral, e multiplicam-se as iniciativas em direção a um comportamento mais responsável, como demonstra o aumento no volume de estudos, pesquisas, publicações, premiações, bancos de projetos, grupos de pesquisas entre outros indicadores.

No setor de pesquisas, destacam-se nacionalmente os estudos sobre “Ação Social das Empresas”, realiza-7 GRUPO DE INSTITUTOS, FUNDAÇÕES E EMPRESAS. Formado em 1995, o Gife busca expressar a responsabilidade e consequente participação da iniciativa privada na reorganização do espaço público, visando à “melhoria das condições de vida do cidadão brasileiro através de ações efi cazes e permanentes”. A base de as-sociados passou das 26 organizações que deram origem ao GIFE, em 1995, para 112 em 2008. Em sua declara-ção de princípios afi rma que “o Gife existe para congregar entidades e empresas que, livremente e com recursos próprios, investem tempo, talento e recursos materiais, promovendo e executando atividades sistemáticas de apoio ao desenvolvimento social da nação, pelo estimulo à cidadania participativa, objetivando operar dentro de altos padrões éticos” e que “os conceitos e a prática do investimento social defendidos pelo Gife derivam da con-sciência da responsabilidade e reciprocidade para com a sociedade, assumida livremente por institutos, fundações ou empresas, associados ao Gife”. Dessa forma, o Gife oferece diretrizes gerais de conduta ética e socialmente responsável (Disponível em: <www.gife.com.br>. Acesso em 7 de dezembro de 2008).8 FUNDAÇÃO INSTITUTO EMPRESARIAL E SOCIAL. Antigo IDE – Instituto de Desenvolvimento Empresarial, uma entidade criada a partir da ADCE. Instituída em 1986, a Fundação Instituto Empresarial e So-cial é uma entidade privada de caráter educativo e cultural, sem fi ns lucrativos, visando a “humanização das em-presas e a sua integração com a sociedade, com base nos princípios éticos envolvidos nas relações entre empresa e seus diferentes públicos internos e externos”. O apoio da instituição, neste sentido, consiste na realização de pesquisas, estudos, debates, eventos e atividades a nível nacional e internacional e na implantação de instrumen-tos de atendimento das responsabilidades sociais da empresa. Foi a FIDES a responsável no Brasil pela difusão e implantação do conceito de Balanço Social (Disponível em: <http://www.fi des.org.br/>. Acesso em 28 de dezem-bro de 2008).9 PENSAMENTO NACIONAL DAS BASES EMPRESARIAIS. No fi nal dos anos 80, um grupo de em-presários dissidentes da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) criou o Pensamento Nacional das Bases Empresariais – PNBE Trata-se de uma entidade não-governamental, de âmbito nacional, formada por empresári-os brasileiros de todos os ramos, portes e regiões do país, que lutam pelo “aprofundamento da democracia nas diversas instâncias da nação - governos da União, Estados, Municípios, bem como entidades da sociedade civil - e pelo amplo exercício dos direitos da cidadania no Brasil”. (Disponível em: <http://www.pnbe.org.br/>. Acesso em 28 de dezembro de 2008). 10 ASSOCIAÇÃO DOS DIRIGENTES DE VENDAS E MARKETING DO BRASIL A Associação conta com o Instituto ADVB de Responsabilidade Socioambiental – IRES. Fundado em 1999, o IRES realiza um tra-balho de conscientização dos empresários para que desenvolvam ações éticas socialmente responsáveis junto à sociedade e dentro de sua própria organização. As ferramentas utilizadas pelo Instituto são cursos sobre gestão da responsabilidade social corporativa, workshops, seminários, fóruns, palestras, debates e a Pesquisa Nacional de Responsabilidade Social. Sempre com o intuito de “auxiliar o meio empresarial a encontrar instrumentos que favoreçam a construção de valores, nos quais a responsabilidade social com o ser humano e com as questões am-bientais possa ser elemento estratégico na atuação das organizações” (Disponível em: < http://www.advbfbm.org.br/>. Acesso em 28 de dezembro de 2008).

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dos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) desde 1999 através do Núcleo de Estudos e Pesquisas de Ações Públicas não-Estatais. Seus estudos têm como objetivo ampliar o conhecimento sobre a atuação das em-presas brasileiras na área social, através do mapeamento das principais questões de interesse dos atores públicos e privados.

Além destes, muitos outros exemplos poderiam compor um retrato aproximado, ainda que parcial, do pa-norama atual de iniciativas nesta área, que cresce não somente no Brasil, mas em escala global, e que contribuem para que o discurso da responsabilidade social penetre no ambiente empresarial e delimite as escolhas e ações de seus atores.

3 ABORDAGEM INSTITUCIONAL NA EXPLICAÇÃO DO MOVIMENTO PELA RESPONSABILIDA-DE SOCIAL

Uma das teorias que vêm sendo amplamente utilizadas para o entendimento dos processos de sociais, econômicos e políticos é a chamada “Teoria Institucional”, também chamada de “neo-institucionalista” na sua vertente mais recente. Essa abordagem vem sendo empregado há anos em estudos sociológicos, políticos e orga-nizacionais, entretanto, continua a ser uma das mais controversas em termos de concepção teórica e de aplicação prática.

Segundo Fonseca (2003), a origem do que nos dias atuais, se intitula como abordagem institucional, ou neo-institucionalismo, remonta a alguns conceitos formulados no fi nal do século XIX, sob o impulso dos debates empreendidos na Alemanha acerca do método científi co, na antiga tradição da economia, representada por Thors-tein Veblen, John Commons e Westley Mitchell, da sociologia de Émile Durkheim e Max Weber, na reação da ciência política aos excessos da revolução bahaviorista e, mais tarde, nos estudos dos funcionalistas como Robert Merton e Philip Selznick. Também conforme o autor, a etnometodologia de Garfi nkel, o funcionalismo de Talcott Parsons e o construtivismo social de Berger e Luckmann são considerados como microfundamentos ofi ciais da perspectiva.

Cabe destacar que a abordagem neo-institucionalista possui algumas particularidades que a diferencia de muitas construções explicativas clássicas. No campo da ciência política, por exemplo, as diferenças mais signifi cativas do neo-institucionalismo em relação a outras abordagens, estão relacionadas ao nexo explicativo dos processos e fenômenos políticos. As diversas perspectivas analíticas conhecidas como neo-institucionalistas identifi cam as instituições (compreendidas como elementos autônomos) enquanto variáveis independentes com capacidade explicativa sobre os resultados políticos concretos e determinação sobre alguns traços do comporta-mento sócio-político dos indivíduos e dos grupos. Como coloca Limongi:

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O que esta literatura sugere é que as regras, leis, procedimentos, normas, arranjos institucionais e organi-zacionais implicam a existência de constrangimentos e limites ao comportamento. Em última análise, estes constrangimentos e limites acabam por explicar os próprios resultados do comportamento (LIMONGI, 1994, p.08).

Desta forma, como explica Tomio (2002), a abordagem neo-institucionalista seria distinta de outras cons-truções explicativas baseadas em causas societais, tais como a pluralista, as perspectivas marxistas, a análise sis-têmica, etc., que têm em comum a explicação dos resultados políticos por fatores sociais. Para essas abordagens, as transformações na esfera política (institucionais ou não) resultariam das características estruturais da esfera sócio-econômica, ou da capacidade conjuntural de determinados grupos em mobilizar recursos e fazer pressão para ter seus interesses políticos atendidos, ou, ainda, de aspectos comportamentais dos atores envolvidos no pro-cesso de decisão política. Em síntese, os elementos inerentes ao espaço da política e sua dinâmica seriam variáveis dependentes dos fatores sociais.

Dentro dos estudos organizacionais, a perspectiva neo-institucional surge principalmente a partir dos estu-dos de Philip Selznick, discípulo de Robert Merton, e retomou fôlego na década de 70/80, a partir dos trabalhos de Meyer e Rowan, DiMaggio e Powell, Zucker, Scott entre outros11. Sucintamente, pode-se dizer que a abordagem institucional às organizações enfatiza: a) a dependência ambiental da estrutura organizacional; b) as dimensões política e cultural envolvidas; e c) os efeitos dessas dependências na defi nição da natureza de organizações mais modernas, particularmente a natureza fl uída e complexa de organizações criadas. A ênfase desses estudos é colo-cada nas instituições, enquanto variável independente. A questão dos valores, da busca pela legitimidade e do iso-morfi smo é colocada em destaque na análise sobre relações entre organizações, e entre organizações e ambiente (VIEIRA & CARVALHO, 2003).

Cabe ressaltar que o neo-institucionalismo não consiste apenas em uma nova roupagem do antigo institu-cionalismo, mas também uma tentativa de continuação. Tanto o novo, como o velho institucionalismo comparti-lham da ênfase nas instituições, regras, procedimentos etc. e destacam a relação das organizações com o ambiente mais geral. No entanto, em que pese a importância dada às instituições no interior de seu arcabouço teórico ex-plicativo, os institucionalistas ou neo-institucionalistas não apresentam, ou mesmo se preocupam, em apresentar uma defi nição precisa do que se deve entender por “instituições”, por mais paradoxal que isso possa parecer.

11 Philip Selznick, “TVA and the grass roots” (Berkeley: University of California Press, 1949). Uma consolidação das conclusões teóricas desse autor foi feita por Meyer e Rowan, “Institutionalized organizations: formal structures as mith and ceremony” (American Journal of Sociology, n.83, 1977); L. G. Zucker, “The role of institutionalization in cultural persistence” (American Sociological Re-view, n.42, 1977); P. DiMaggio e W. Powell, “The iron cage revisited: institutional isomorphism and collective reality in organizational fi elds” (American Sociological Review, n.48, 1983); John Meyer e Richard Scott (Eds.), “Organizational environments: ritual and rationality” (London: Sage, 1983). Para outros exemplos importantes da teoria institucional nas organizações, ver Walter Powell e Paul DiMaggio (Eds.), “The new institutionalism in organizational analysis” (Chicago: University of Chicago Press, 1991) e W. R. Scott, “Institutions and Organizations” (Thousand Oaks, CA: Sage Publications, 1995).

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Uma grande parte dessa confusão que cerca o neo-institucionalismo desaparece quando se admite que ele não constitui uma corrente de pensamento unifi cada que refl ete em diferentes perspectivas analíticas e arranjos metodológicos diversos. O único ponto de convergência é opção pelo individualismo metodológico, mas mesmo assim há uma pequena diferença entre elas, uma vez que partem de pressupostos distintos sobre a racionalidade e comportamento dos atores. Segundo Hall & Taylor (2003), as diferenças entre as suas principais abordagens se manifestam nos três tipos de “institucionalismos” que se depreende nestes estudos: o institucionalismo histórico, o institucionalismo de escolha racional e o institucionalismo sociológico.

O quadro a seguir expõe, de forma simplifi cada, as principais diferenças entre essas três perspectivas:

Tipos de Distinções

INSTITUCIONALISMO DA “ESCOLHA RACIONAL”

INSTITUCIONALISMO “HISTÓRICO”

INSTITUCIONALISMO “SOCIOLÓGICO”

Metodológicas

1) Abordagem Dedutiva 1) Abordagem Indutiva 1) Abordagem Indutiva

2) Realiza comparações de poucos aspectos em muitos

casos

2) Realiza comparações de muitos aspectos em poucos

casos

2) Realiza comparações de muitos aspectos em poucos

casos

3) Realça o aspecto preditivo da teoria através da consolidação

de hipóteses verifi cáveis positivamente.

3) Não realça o aspecto preditivo, mas sim o aspecto

descritivo-explicativo, através da compreensão do processo

diacrônico e do contexto histórico nos casos investigados.

3) Explicação causal dos fenômenos sociais através da

análise diacrônica e do contexto histórico-cultural dos fatos

investigados.

Infl uência: instituições X atores sociais

1) Instituições constrangem as estratégias mas não determinam

as preferências individuais.

1) Instituições infl uenciam não apenas os cálculos estratégicos dos indivíduos, mas também

suas preferências mais fundamentais.

1) Instituições infl uenciam não apenas os cálculos estratégicos dos indivíduos, mas também

suas preferências mais fundamentais.

2) Individualismo metodológico baseado na Teoria da Escolha

Racional.

2) Individualismo metodológico com aceitação de aspectos estruturantes nas condutas

individuais (políticos, sociais, históricos e culturais).

2) Individualismo metodológico, baseado no enfoque culturalista.

Conceito de Instituições

1) Regras, procedimentos ou normas formais.

1) procedimentos, protocolos, normas e convenções formais e informais inerentes à estrutura organizacional da comunidade

política ou da economia política.

1) inclui não somente as regras, procedimentos ou

normas formais, mas também os sistemas de símbolos, os esquemas cognitivos e os

modelos morais que fornecem “padrões de signifi cação” que

guiam a ação humana.

QUADRO 1 – DISTINÇÕES ENTRE AS CORRENTES TEÓRICAS NEOINSTITUCIONALISTAS

FONTE: Adaptado de TOMIO (2002) e HALL & TAYLOR (2003).

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Segundo Hall e Taylor (2003, p.194), o “institucionalismo histórico” desenvolveu-se como reação con-tra a análise da vida política em termos de grupos (também sob a forma de variantes pluralistas e neomarxistas) e contra o estruturo funcionalismo, que dominavam a ciência política nos anos 60 e 70. Segundo seus adep-tos12, o único modo de analisar cientifi camente os fenômenos políticos residiria no estudo dos comportamentos empiricamente observáveis (por isso também são chamadas de vertentes “comportamentalistas”), uma vez que revelariam ao analista as preferências reais dos atores políticos e a intensidade dessas mesmas preferências.

De forma muito geral, como enfatiza Perissinotto (2004), a crítica do neo-institucionalismo a essas cor-rentes consiste em recusar a identifi cação que seus teóricos fazem entre as preferências manifestas dos atores e as suas preferências reais e defender que a análise política deve se preocupar em saber como tais preferências se relacionam com as instituições políticas. Para os institucionalistas históricos, as instituições afetam as prefe-rências dos atores. Assim, o que os atores dizem preferir pode não ser a manifestação de suas preferências reais e sim aquilo que é possível preferir num dado contexto institucional, mas não em outro. Mas como os teóricos do institucionalismo histórico defi nem “instituições”? De modo geral como os procedimentos, rotinas, normas sociais, convenções ou legados de política que constrangem as estratégias e determinam as preferências dos atores (suas estratégias e metas).

Já os estudos institucionalistas ancorados na escolha racional enfatizam o papel das regras e procedi-mentos formais que constituem o contexto estratégico que delimita a interação dos atores (mas não determinam suas preferências individuais). Para o institucionalismo de escolha racional, os atores respondem racionalmen-te ao contexto institucional, usando de forma estratégica as regras do jogo com vistas sempre a maximizarem os seus interesses. Segundo Tsebelis,

A abordagem da escolha racional centra-se nas coerções impostas aos atores racionais – as instituições de uma sociedade. Parece paradoxal que o enfoque da escolha racional não esteja preocupado com os indiví-duos ou atores e centre a sua atenção nas instituições políticas e sociais. A razão desse paradoxo é simples: assume-se que a ação individual é uma adaptação ótima a um ambiente institucional e se sustenta que a interação entre os indivíduos é uma resposta otimizada na relação recíproca entre ambos. Assim, as insti-tuições predominantes (as regras do jogo) determinam o comportamento dos atores, os quais, por sua vez, produzem resultados políticos e sociais. (TSEBELIS, 1998, p. 51)

Essa idéia de ator racional está presente na maioria dos estudos da ciência política contemporânea e também nos estudos emprestados à “nova economia da organização”, que insiste na importância dos direitos de propriedade, das rendas e dos custos de transação para o desenvolvimento e o funcionamento das insti-tuições. Uma tese particularmente infl uente foi a desenvolvida por Oliver Williamson13, para quem o desen-

12 Sobre o “institucionalismo histórico” consultar Thelen & Steinmo. In: STEINMO, S.; THELEN, K.; LONGSTRETH, F. (Eds). “Structuring Politics: Historical Institutionalism in comparative analysis” (Cambridge: Cambridge University Press, 1994).13 A esse respeito, ver O. Williamson, “Markets and Hierarchies” (New York: Free Press, 1975), e do

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volvimento de uma dada instituição, por exemplo, os aspectos organizacionais de uma empresa, podem ser compreendidos como um esforço para reduzir os custos de transação e as incertezas presentes em qualquer forma de intercâmbio.

Segundo Hall e Taylor (2003, p.202), na origem, o institucionalismo da escolha racional surgiu no contexto do estudo de comportamentos no interior do Congresso dos Estados Unidos. De maneira geral, esses trabalhos buscavam explicar como os regulamentos do Congresso afetavam o comportamento dos legisladores e por que foram adotados, com especial atenção ao sistema de comissões do Congresso e às relações entre o Congresso e as autoridades administrativas independentes. Destacam, neste sentido, os trabalhos de Gary W. Cox , Mathew D. McCubbins, entre outros. Por outro lado, a partir dos anos 90 os teóricos da escola da escolha racional interessaram-se também pela explicação de um certo número de outros fenômenos políticos, entre os quais o comportamento das coalizões segundo os países, o desenvolvimento histórico das instituições políticas e a intensidade dos confl itos étnicos. Adam Przeworski analisa as transições para a democracia segundo o mo-delo da teoria dos jogos; George Tsebelis aplicada a teoria escolha racional no campo da política comparada; entre outros exemplos.

Os institucionalistas históricos, bem como a vertente sociológica criticam a perspectiva “calculadora” do comportamento humano na teoria da escolha racional. Para os teóricos do institucionalismo histórico, o pressuposto da racionalidade presente na teoria dos jogos, ainda que aceitável, é muito limitado e, por isso, o analista deve ir além dele para realizar uma análise efetiva das decisões tomadas, com aceitação de outros aspectos estruturantes nas condutas individuais (tais como os políticos, sociais, históricos e culturais). Lem-brando que para esta corrente teórica, as instituições não se constituem apenas num contexto perante o qual atores racionais reordenam suas preferências. Mais do que isso, elas são fundamentais na defi nição mesma do conteúdo dessas preferências. Por essa razão, os atores devem ser vistos menos como maximizadores de inte-resses e mais como indivíduos que visam adequar seus comportamentos às normas institucionais, menos como homo economicus e mais como homo sociologicus (PERISSINOTTO, 2004, p.05).

Essa idéia aproxima-se muito da perspectiva sociológica (ou cultural), que trata dessas questões de modo diferente, ao sublinhar que o comportamento é limitado pela visão do mundo própria ao indivíduo. Em outros termos, embora reconhecendo que o comportamento humano é racional e orientado para fi ns, ele enfa-tiza o fato de que os indivíduos recorrem com freqüência a protocolos estabelecidos ou a modelos de compor-tamento já conhecidos para atingir seus objetivos. Ela tende a considerar os indivíduos como satisfi cers mais do que como optimizers (em busca da maximização da sua utilidade), e a enfatizar até que ponto a escolha de uma linha de ação depende da interpretação de uma situação mais do que de um cálculo puramente utilitário (HALL & TAYLOR, 2003, p.197).

De acordo com os autores Hall & Taylor, o institucionalismo sociológico surgiu no quadro da teoria das organizações. Esse movimento remonta ao fi m dos anos 70, no momento em que certos sociólogos puseram-se

mesmo autor, “The Economic Institutions of Capitalism” (New York: Free Press, 1985).

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a contestar a distinção tradicional entre a esfera do mundo social, vista como o refl exo de uma racionalidade abstrata de fi ns e meios (de tipo burocrático) e as esferas infl uenciadas por um conjunto variado de práticas associadas à cultura. Dada a sua ótica própria, os sociólogos institucionalistas em geral escolhem uma proble-mática que envolve a explicação de por que as organizações adotam um específi co conjunto de formas, proce-dimentos ou símbolos institucionais, com particular atenção à difusão dessas práticas.

Hall & Taylor, na obra citada acima, destacam três características fundamentais do institucionalismo em Sociologia, que lhe confere uma certa originalidade relativamente às outras variedades de “neo-institucio-nalismo”:

a) Primeiro, os teóricos dessa escola tendem a defi nir as instituições de maneira muito mais global do que os pesquisadores em Ciência Política, incluindo não só as regras, procedimentos ou normas formais, mas também os sistemas de símbolos, os esquemas cognitivos e os modelos morais que fornecem “padrões de signifi cação” que guiam a ação humana. Scott, por exemplo, que sugere uma das defi nições mais populares de instituições, diz que: “Institutions are symbolic and behavioral systems containing respresentational, con-stitutive, and normative rules together with regulatory mechanisms that defi ne a commom meaning system and give rise to distinctive actors and action routines” (SCOTT, 1994, p.68). Dessa posição derivam duas consequências importantes. Em primeiro lugar, ela rompe a dicotomia conceitual que opõe “instituições” e “cultura”, levando-as à interpenetração. E, em segundo lugar, esse enfoque tende a redefi nir a “cultura” como sinônimo de “instituições”14.

b) Em segundo lugar, os neo-institucionalismo sociológicos distinguem-se igualmente pelo seu modo de encarar as relações entre as instituições e a ação individual. Neste sentido, as instituições exercem infl uência sobre o comportamento não simplesmente ao especifi carem o que se deve fazer, mas também o que se pode imaginar fazer num contexto dado. Neste ponto pode-se constatar a infl uência do construtivismo social sobre o neo-institucionalismo sociológico.

c) Por fi m, os neo-institucionalismo sociológicos distinguem-se pela sua maneira de tratar do problema da explicação do surgimento e da modifi cação das práticas institucionais. Eles sustentam que as organizações adotam com freqüência uma nova prática institucional por razões que têm menos a ver com o aumento da sua efi ciência (“lógica instrumental”) do que com reforço que oferece à sua legimitidade social a à de seus adeptos (“lógica das conveniências”. Em outros termos, as organizações adotam formas e práticas institucionais parti-culares porque elas têm um valor largamente reconhecido num ambiente cultural mais amplo.

Estas três interpretações teóricas são importantes porque levam-nos à seguinte refl exão: como e por que a

14 Destacam, neste sentido, os trabalhos de G. Almond e S. Verba, “The Civic Culture” (Boston: Little Brown, 1963), L. Zucker, “The Role of Institutionalization in Cultural Persistence”. (In: Powell & DiMaggio, “The New Institutionalism in Organizational Analysis”. Chicago: University of Chicago Press, 1991, p. 83-107); A. Swidler (“Culture in Action: Symbols and Strategies” (American Sociological Review, 51, 1986, p. 273-286). Também J. March e J. P. Olsen, “Rediscovering Institutions: The Organizational Basis of Politics” (New York: Free Press, 1989), e outros.

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RSE está se tornando um processo institucionalizado nas empresas?

A hipótese por nós defendida é a de que os gestores, empresários, enfi m, aqueles em condições de tomar decisões, não se baseiam apenas num cálculo racional estratégico, ou em imperativos técnicos e de mercado (como uma reação funcional a exigências econômicas ou tecnológicas), mas sim em modelos subjetivos e cons-truções sociais (conjunto de saberes, discursos) sobre ganhos de efi ciência e de imagem determinados a partir de seu ambiente institucional. Essa idéia também esteve presente da tese de Cinara Lobo, que explica:

Mesmo quando visam gerar lucro para suas empresas, a interpretação que fazem da realidade e as estra-tégias de ação que constroem estão baseadas em crenças, saberes legitimados, em suposições tidas como certas e não em exatos cálculos matemáticos. Por mais que a empresa capitalista trabalhe pressionada pelo resultado positivo no fechamento de suas contas, ela não pode ser tratada como uma entidade isolada de seu ambiente social e cultural. A empresa não apenas realiza trocas com o seu ambiente, ela o incorpora, o imita, tornando-se difícil delimitar com precisão suas fronteiras. A empresa faz-se isomórfi ca com seu ambiente (LOBO, 2006, p.55).

Sob o aspecto mimético e de reprodução da estrutura social, as organizações copiam as práticas de organi-zações que julgam “bem-sucedidas”, tentando com isso se livrar das incertezas ambientais. As organizações for-çam as empresas de sua cadeia produtiva a adotar práticas similares às suas, no caso, impondo ações que elegem importantes no âmbito da RSE. A conscientização dos gerentes, empresários, entidades empresariais, a demanda da sociedade civil que cobra uma postura ética, mais responsável e ecologicamente correta, os “mitos” e “discur-sos” que acabam sendo construídos em torno da empresa socialmente responsável, fazem as ações organizacio-nais convergirem para ações mais responsáveis, que leve em conta os stakeholders da organização, divulgando e ampliando o movimento pela responsabilidade social.

Disto deriva outra suposição, a de que, em muitos casos, as organizações lançam-se no discurso da respon-sabilidade social sem ao menos questionar o que isto signifi ca e sem, verdadeiramente, produzir mudanças reais em suas ações. Assim, ao conduzir ações que favorecem a inscrição dos indivíduos no corpo social, a empresa se torna cidadã, sem, contudo, apresentar nenhum desejo de mudar nada, apenas manter as funções de poder e cumprir o papel central que o capitalismo lhe confere (SOARES & VALADÃO Jr, 2007).

No mesmo sentido, Ventura (2003) observa que a sociedade cobra uma postura mais responsável e cidadã das organizações, levando as ações organizacionais a convergirem para ações responsáveis, que levem em conta os stakeholders da organização, divulgando e ampliando o movimento pela responsabilidade social. No entanto, ao analisar a responsabilidade social sob a ótica do “Novo Espírito Capitalista”, o que a autora supõe é que:

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[..] em muitos casos, as organizações lançam-se no discurso da responsabilidade social sem ao menos ques-tionar o que isto signifi ca e sem, verdadeiramente, produzir mudanças reais em suas ações, mas buscando “estampar” aquilo que pode ser divulgado e “condecorado” pela sociedade (e consumidores) (VENTURA, 2003, p. 4-5).

Com receio de ver sua imagem abalada e perder uma grande fatia no mercado, e atentas a não perderem suas posições para outras mais concorrentes, as companhias menores seguem o caminho das empresas “líderes”: relatórios de sustentabilidade, diálogo com stakeholders, preocupação ambiental, fi lantropia, parcerias com ór-gãos do governo e ONGs, certifi cações e selos variados. Mimeticamente, a concorrência passa a copiar a prática; as empresas maiores exigem o mesmo de seus fornecedores; estudiosos passam a divulgá-la no que tem de dife-rencial. Inicia-se um processo de estudos sobre o assunto e de tentativas de defi nição conceitual. São criados ins-titutos para lidar com o assunto; são instituídas certifi cações na área social, como a SA8000 e AA1000, balanços sociais, concursos; ou seja, todo um conjunto de regras e convenções, dispositivos para categorizar e classifi car as empresas em relação a seu comportamento socialmente responsável, onde são exigidos e valorizados aspectos que, em última instância, os próprios empresários capitalistas elegeram como legítimos. O discurso sobre a res-ponsabilidade social, então, passa a ser apropriado como um “diferencial competitivo” para a empresa que adota a prática e, principalmente, divulga este tipo de comportamento. Institucionaliza-se o movimento, como uma prática aceita e legitimada.

Desse modo, a tendência se difunde e profi ssionaliza entre as empresas. No entanto, assim como lembra a autora, atentamos para o fato de que as organizações podem muitas vezes se lançar nesse discurso sem questio-nar o que realmente signifi ca, sem rever valores ou crenças, com o objetivo exclusivo de se legitimar perante a sociedade. Faz-se importante ressaltar que muito do discurso sobre RSE tomado de empréstimo pelas empresas, ou mesmo pelo universo acadêmico, possui como efeito colateral e perverso o de habituar as pessoas a uma natu-ralização dos problemas e a reprodução de um discurso desenhado pelos “grandes”. Ventura (2003) constata que as empresas investem em ações sociais e divulgam seus padrões éticos como resposta à crítica ao capitalismo, criando provas à sociedade (e consumidores) de que estão indo ao encontro das aspirações sociais. Desse modo, ao combater a crítica, as empresas encontram uma forma de perpetuar o capitalismo e uma nova possibilidade de acumulação de lucros.

Nesse contexto, as abordagens críticas, que e levem em conta a questão do poder têm muito a desvendar sobre os impactos mais ou menos aparentes do que se aceita como responsabilidade social. A contribuição da teoria crítica ao tema é sintetizada por Faria (2003):

É preciso revelar em que medida as organizações defi nem seus mecanismos de poder e de controle, incor-porando o que não pode ser dito e o que se reproduz em seus porões, ao que é possível falar, ao que pode ser manifesto às claras, de maneira a criar um mundo ao mesmo tempo de racionalidades (de regras, objetivos, políticas, processos produtivos, planos, estratégias, etc.) e de (inter)subjetividades (símbolos, ritos, ima-ginários e mitos), com seus paradoxos e contradições (disponível em: http://www.espacoacademico.com.

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br/024/24cfaria.htm).

Uma questão fundamental é ao que parece, a nosso ver, resgatar alguns aspectos que estão sendo eviden-ciados na discussão da RSE, como por exemplo a questão política/pública desse conceito e que tipos de atores estão legitimando a construção desse discurso no meio empresarial. Estudos posteriores, utilizando como base não somente o referencial teórico dos estudos institucionalistas, mas que incorpore também uma análise crítica do assunto pode trazer novas contribuições ao tema.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A resposta à indagação que deu origem a este artigo – como se justifi ca o movimento pela RSE e qual a explicação para a propagação do conceito e disseminação de tal prática entre as empresas - pôde ser esboçada com base nas teorias institucionalistas que explicam o porquê da institucionalização dessas práticas na ação or-ganizacional.

O isomorfi smo é uma das respostas para a propagação do conceito e disseminação da prática de RSE. A empresa sofre a pressão do seu ambiente institucional, que estabelece normas e referenciais para a conduta e cria formas de proceder convencionadas como corretas e necessárias ao mundo dos negócios. Existe todo um ambien-te propício, uma cultura e uma “atmosfera” de prêmios, certifi cações voltados para esse novo agir empresarial, e um discurso de que se a empresa atuar de certa maneira, poderá obter ganhos econômicos e de reputação.

Os atores tendem a adotar e a imitar modelos tidos como certos, e se baseiam em referenciais de outras organizações. Símbolos, atitudes, slogans, projetos são adotados sem questionar que resultados trarão para as empresas ou quais benefícios trarão para a sociedade. No entanto, a despeito de tudo isso, atentamos para o fato de que as organizações podem muitas vezes se lançar nesse discurso sem questionar o que realmente signifi ca, reproduzindo-o, mas sem rever valores ou crenças, com o objetivo exclusivo de legitimar-se perante a sociedade. Com exceção de algumas iniciativas sérias, o que se pode observar é que muitas ações sociais tem sido pautadas pela fi lantropia e pelo assistencialismo, sem a preocupação com os reais impactos destas ações na melhoria de vida da comunidade em seu entorno, mas também da sociedade em geral.

Também neste sentido, esquece-se a dimensão política que o conceito encerra em seu escopo. Prova disso é que, em alguns casos, questões como pobreza, desigualdade social, desemprego, raramente ou quase nunca são colocadas no seu contexto mais amplo, ou seja, dos direitos sociais básicos garantidos pelo estado democrático de direito. Dever-se-ia indagar, por exemplo, como argumentaram Cheibub & Locke (2002), se e como a respon-sabilidade social contribui – ou não – para a garantia dos direitos dos cidadãos estabelecidos na organização da

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sociedade. O Estado estaria garantindo estes direitos, ou se eximindo, quando permite, ou incentiva, que outros atores sociais também executem ações sociais? Assim, o principal ponto para os autores é que as ações de RSE não têm consequências somente para a própria empresa ou para seus benefi ciários diretos, mas para a sociedade como um todo, pois podem infl uir na distribuição de poder político na própria sociedade.

Levando-se em conta esta última consideração, é necessário que referenciais mais críticos sejam incorpo-rados nas análises sobre o tema. Apenas a título de sugestão, acredita-se que as formulações de Pierre Bourdieu (1983; 1990; 1996; 1998) podem propiciar outro olhar sobre o tema da ação social empresarial. Neste sentido, poderiam ser exploradas algumas implicações do uso das formulações de Bourdieu, considerando principalmente as noções de habitus, campo social e illusio, que mostram as ligações dessas práticas discursivas com estruturas e processos sociais mais abrangentes, determinados por sua vez pela especifi cidade histórica de como estão con-fi guradas as relações de poder nos diferentes campos, tal como sugerido em alguns estudos (MISOCZKY, 2002, 2003; KREITLON, 2008). No entanto, mais do que propor modelos, esperamos que a discussão trazida à tona no presente artigo contribua para que novos estudos se realizem e que novas propostas de explicação possam emer-gir, para que não se caia nos famosos jargões da responsabilidade social empresarial e do discurso empresarial moderno.

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MORTALIDADE PRECOCE: INVESTIGAÇÃO SOBRE A MORTE PRECOCE DE MICRO, PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS

César Aparecido [email protected]

RESUMO

Considerando a importante função das micro e pequenas empresas – MPE no desenvolvimento da economia do Brasil, o objetivo deste artigo é analisar os fatores contribuintes para a mortalidade precoce de micro e pequenas empresas, especialmente no que diz respeito ao empreendedor, a empresa e ao ambiente externo. Daremos bastante ênfase no Planejamento como o maior vilão para a mortalidade destas. Citando e sugerindo meios de informatização para benefi ciar a gestão das empresas, lógico que viabilizando suas necessidades e possibilidades. A metodologia de pesquisa partiu de pesquisa bibliográfi ca realizada sobre o assunto, apresentando algumas hipóteses para a mortalidade das MPE defi nidas com base na literatura e testadas através de um levantamento que buscou analisar os dados sobre extinção de empresas, disponibilizados pela Junta Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP) e outras fontes. Os resultados apresentados buscam avaliar em que medida os fatores contribuíram para a extinção das empresas e a partir destas análises, este trabalho busca contribuir para o entendimento da realidade do fenômeno de mortalidade precoce de MPE, apresentando um conjunto de conclusões e recomendações gerenciais destinadas a contribuir para a redução das taxas de mortalidade de MPE, que tem função importante no desenvolvimento da economia no Brasil.

Palavras chave: Mortalidade precoce. perfi l do empreendedor. causas para falência.

ABSTRACT

Considering the important role of micro and small enterprises - MEPs in the development of the economy of Brazil, the objective of this paper is to analyze the factors contributing to early mortality of micro and small enterprises, especially in regard to enterprise, business and the environment externally. We will rather focus on planning as the biggest villain in the mortality of these. Citing and suggesting means of computerization to benefi t management companies, allowing logical that their needs and possibilities. The methodology of research started with literature search conducted on the subject by presenting some hypotheses for the failure of MEPs defi ned based on the literature and tested through a survey that sought to analyze the data on termination of business, provided by the Junta Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP) and other sources. The results presented seek to assess the extent to which factors contributed to the extinction of the companies and from this analysis, this paper contribute to understanding the reality of the phenomenon of early mortality of MEPs, with a set of conclusions and recommendations to help management the reduction of mortality rates of MPE, which has important role in developing the economy in Brazil. Keywords: early mortality. profi le of the entrepreneur.causes for failure.

1 INTRODUÇÃO

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A dinâmica e o crescimento da economia Brasileira, dependem em grande parte da capacidade de criar empresas sustentáveis, que gerem trabalho e renda para a população economicamente ativa por longos períodos de tempo. A fi m de contextualizar a discussão sobre mortalidade das micro e pequenas empresas - MPE, inicialmente este trabalho apresenta dados sobre a criação de empresas, os principais estudos sobre mortalidade e falência de empresas no Brasil, onde se analisam os conceitos e defi nições buscando identifi car os fatores contribuintes para a mortalidade precoce de empresas. Enfatizamos os principais resultados da pesquisa, citando sobretudo, o perfi l do micro e pequeno empresário, com relação à sua competência na gestão, experiência no ramo e escolaridade, as principais difi culdades enfrentadas pelas empresas no acesso ao crédito, planejamento, suporte jurídico e contábil, clientes, aspectos econômicos, políticos, tecnológicos, sociais e ambientais. Serão detalhados os sistemas de planejamento e de gestão, citando meios para aliviar essas condições adversas que ocorrem em nosso país.

Finalmente, são reunidas as conclusões obtidas desta análise, visando dar maior ênfase aos fatores que levam uma empresa a ter maiores chances de extinção ou maiores chances de sucesso.

2 PORQUE AS EMPRESAS FECHAM?

Segundo pesquisa realizada por Hashimoto (2009), a existência de grandes concorrentes reduz o risco de o negócio dar errado.

As pequenas e médias empresas têm inúmeras difi culdades para se estabelecer nos seus primeiros anos de vida. Sofrem por não conhecer direito o setor, por não saber lidar com clientes ou por não dominar aspectos fi nanceiros básicos para gerir seu caixa. Um grupo de pesquisadores do Ibmec São Paulo e do Sebrae São Paulo estudou quase 2 mil empresas abertas e registradas na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) entre os anos de 1999 e 2003, em busca de evidências dos principais motivos que justifi cam a alta mortalidade das empresas nascentes - e as características comuns das empresas que sobrevivem a este período mais crítico. As principais conclusões a que chegou o estudo são as seguintes.

a) Um dos fatores que levam à sobrevivência da empresa é o seu tamanho. Quanto maior o tamanho da empresa, menor a probabilidade de fechamento. As empresas maiores estruturam melhor práticas gerenciais. Elas também gozam de maior facilidade para obtenção de linhas de crédito e têm mais fl exibilidade para suportar incertezas do ambiente externo.

b) Empresas que se relacionam com governos têm menor probabilidade de fechar. Uma possível explicação para esse resultado é que, para satisfazer uma série de requisitos legais associados a licitações públicas, a empresa precisa ter uma maior capacidade de organização - o que se refl ete na sua habilidade de sobreviver. Além disso, ao ganhar uma licitação, a empresa passa a contar com um fl uxo certo de vendas durante o período de contrato. Reduz-se assim a incerteza e a volatilidade das vendas.

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c) O estudo não demonstrou diferenças signifi cativas no fato de o empreendedor ser movido pela necessidade ou pela oportunidade. O setor a que pertence o negócio (indústria, comércio, serviços) e a idade do empreendedor também não apresentaram efeitos signifi cativos na probabilidade de fechamento.

d) A existência de grandes empresas concorrentes no mercado do empreendedor aparentemente reduz, em vez de aumentar, o risco de fechamento. É possível que as pequenas empresas que tenham grandes concorrentes sejam obrigadas a adotar práticas de gestão mais efi cazes ou que elas aproveitem brechas no mercado que não são atendidas ou são ignoradas por companhias maiores. Essa explicação fi cou demonstrada com a constatação de um relacionamento positivo entre concorrentes. Eles trocam informações entre si e recebem indicações feitas pelas grandes empresas.

e) A probabilidade de um empreendedor que possui pelo menos o segundo grau encerrar as atividades é signifi cativamente menor do que aquele que possui até o primeiro grau de escolaridade. No entanto, parece não haver grande diferença na chance de fechamento do negócio de um empreendedor que possui o nível superior ou apenas o segundo grau. Apesar de parecer uma contradição ao senso comum, isso é justifi cado pelo fato de que o estudo contemplou o escopo de sobrevivência de pequenas empresas e não, necessariamente, o seu sucesso. É possível imaginar que, para ser bem-sucedida, a empresa precise crescer, e, para isso, uma formação superior seja necessária.

f) A probabilidade de fechamento de uma empresa cujo proprietário gastou até cinco meses planejando o negócio é maior do que aquele que gastou um ano ou mais nesse planejamento. Esse resultado indica que, mesmo que o empreendedor não tenha experiência no ramo, ele pode compensá-la capacitando-se antes de abrir o negócio, buscando informações e novos conhecimentos que podem ser úteis na antecipação de problemas e na inclusão no mercado. Outra constatação interessante, por contradizer o senso comum, é que mais anos de planejamento não aumentam as chances de sobrevivência do negócio. Podemos justifi car isso com a revelação de que planejamento é necessário, mas planejamento demais pode ‘engessar’ o negócio e deixá-lo refratário às mudanças ambientais necessárias que se apresentem.

g) O fato de alguém na família possuir uma atividade relacionada com o negócio do empreendedor ajuda a diminuir a chance de fechamento da empresa. Isso demonstra a importância de relações sociais no âmbito da família como constituintes do capital social do empreendedor. Por meio dessas relações, o empreendedor pode acessar informações ou se benefi ciar da experiência prévia de familiares.

h) Por outro lado, o estudo verifi cou que o uso de contatos pessoais não faz diferença na probabilidade de sobrevivência das empresas pesquisadas. Aparentemente, o capital social do empreendedor é mais útil no momento em que ele constrói sua idéia de negócio e se mostra importante na hora de implementá-lo. Uma vez estabelecido, porém, o negócio recebe infl uência cada vez menor desta rede social do empreendedor.

i) Do conjunto de práticas gerenciais adotadas pelos empreendedores, o aproveitamento de oportunidades, a antecipação de acontecimentos, a preparação para enfrentar os problemas antes que eles aconteçam, a busca intensa

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por informações que auxiliem na tomada de decisões e o cumprimento persistente dos objetivos demonstraram ser signifi cativamente relevantes nas chances de sobrevivência, sobretudo a capacidade de se adequar ao mercado rapidamente.

Com isso, concluímos que não existe um fator que, sozinho, explique por que as empresas fecham com poucos anos de vida. Também é importante notar que esse estudo se refere a aspectos relacionados com sobrevivência e mortalidade de empresas nascentes e não ao crescimento e sucesso dos negócios. O fato de uma empresa apresentar as características que demonstraram ser importantes para sua sobrevivência não garante que ela seja bem-sucedida no futuro, muito embora, nos dias atuais, sobreviver já seja sinônimo de sucesso para algumas empresas.

3 10 ANOS DE MONITORAMENTO DA SOBREVIVÊNCIA E MORTALIDADE DE EMPRESAS

A pesquisa mostra que 27% das empresas paulistas fecham em seu 1º ano de atividade. Essa taxa de mortalidade empresarial é elevada, porém é a menor taxa de fechamento de empresas em 10 anos de monitoramento por parte do SEBRAE-SP.

GRÁFICO 1 – Taxa de Mortalidade das empresas paulistas (2001-2005)Fonte: SEBRAE – 2008

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4 EMPREENDIMENTO

Segundo Nardi (2008), atualmente no mercado existem dois perfi s de empresários. Um deles é o arrojado, aquele predisposto ao fator “risco”, ou seja, conforme os resultados gerados alteram radicalmente e rapidamente a abordagem e o escopo do negócio em busca da satisfação plena do consumidor.

O outro é o empresário por necessidade, em outras palavras, é uma pessoa levada a empreender um negócio em decorrência da falta de oportunidade na recolocação profi ssional e que, infelizmente, não possui “maturidade” para gerir sua própria empresa. Negócios requerem pessoas multidisciplinares!

Empreender uma organização deve ser encarado como uma receita de bolo, em que nenhuma das etapas podem ou devem ser “puladas”. Mas nem todo empresário segue à risca essa “receita”, acabam alterando o “passo-a-passo” desse nascimento, sendo um deles a pesquisa.

A pesquisa é um trabalho investigativo e técnico que requer calma e paciência para coletar, consolidar e avaliar o direcionamento da empresa. Pesquisa não signifi ca custo, mas sim um investimento essencial. Concluído o processo de pesquisa passamos para o planejamento, ou seja, a antecipação de acontecimentos positivos e negativos. A construção de cenários virtuais que a empresa pode sofrer e a antecipação de soluções para futuros problemas.

Encerradas as etapas, pronto! Inauguração realizada e sonho concretizado. É aqui que o negócio realmente começa e é imprescindível a dedicação, a vontade e, sobretudo, muita disposição do empreendedor em trabalhar.

5 A IMPORTANCIA DO PLANEJAMENTO NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Muitos empresários defendem que a instabilidade econômica seria a maior razão para o fechamento de suas empresas. São difi culdades para aquisição de fi nanciamentos, juros altos, queda do poder aquisitivo etc. Realmente estes fatores ocorrem e têm grande peso na administração das micro e pequenas empresas. Por esses motivos, elas acabam fadadas à incerteza e, os novos empresários à falta de sono em suas noites, uma vez que o processo de consolidação econômica no nosso país demanda um pouco mais de tempo.

Dessa forma, seria correto afi rmar que a solução para estas empresas seria crédito?

O Sebrae há algum tempo iniciou um trabalho junto aos pequenos empresários, no sentido de formar nestes empreendedores uma cultura de gestão, isto é, capacitação administrativa. Estes cursos foram oferecidos em todo o país. O que mais chamou a atenção dos organizadores é um assunto que os profi ssionais da gestão empresarial vêem com freqüência e ora comprovar-se-ia; do total de empresários que compunham estas turmas, de 60% a 70%, no início dos trabalhos, reportavam aos organizadores sua urgente necessidade de investimentos

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externos, mais dinheiro, mais crédito. O que é mais importante e interessante neste assunto é que ao fi nal do curso de capacitação, apenas uma pequena parte ainda pensava da mesma forma. Ferramentas de controle de custos, otimização de resultados, planejamento e outras, foram ministradas nestes cursos, transformando assim a visão destes empresários.

Percebemos então, que a instabilidade econômica, assim como todos os outros fatores que compõem estes sistemas, não são os grandes vilões deste cenário. Não é a economia a única responsável pelo desemprego e os problemas sociais causados por ele. O grande vilão é a falta de planejamento devido ao despreparo das pessoas que administram estas empresas. Em certas situações os próprios empreendedores, que são brilhantes em suas idéias de negócios, mas que não têm preparo para geri-los. Há casos, por exemplo, nos quais especialistas formados em outras áreas se tornam “gestores” de suas empresas ou até de empresas de terceiros, o que faz com que a sociedade perca bons empreendedores e bons especialistas em suas formações para ganhar administradores sem a instrução necessária.

Temos exemplos comuns: engenheiros administrando construtoras, médicos administrando hospitais e, uma relação enorme de outras tendências. Mais vale salientar que existem as exceções. Ou seja, isso evidencia que o principal problema nessas empresas é a falta de planejamento, execução e controle (desse planejamento).

Um dos grandes entraves de uma maior aceitação do profi ssional em gestão, seria o custo do investimento, a realidade fi nanceira das micro e pequenas empresas, nem sempre comporta esse investimento. Fonte: Martins (2009).

6 PLANEJAMENTO FINANCEIRO E MARKETING

6.1 Planejamento Financeiro

O planejamento fi nanceiro é a capacidade do empresário em entender a diferença entre receitas e despesas e, com isso, apurar as necessidades de recebimentos em função dos custos fi xos diretos e indiretos que o negócio registra, para que o mesmo somente após essa etapa possa apurar a dimensão real de lucro (NARDI, 2008).

6.2 Marketing

O Marketing é mais que uma ferramenta é uma necessidade que o empresário tem em divulgar e apresentar o seu produto ao consumidor, destacando suas qualidades e facilidades, com o objetivo de criar um fator de diferenciação para o mesmo em relação à concorrência.

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Essas são apenas algumas das ferramentas que podem ser utilizadas para o sucesso do negócio, lembrando sempre que as empresas vencedoras não se dão através de um departamento forte, mas sim pelo alinhamento e a força de seu conjunto como um todo.

Sérgio Nardi é diretor da Outstretch Empreendimentos e Negócios (www.outstretch.com.br), especialista em direção empresarial e autor dos livros Marketing para o varejo de baixa renda e Viva Melhor. Sobre a Outstretch:

A Outstretch é uma empresa geradora de oportunidades de negócios e diferencia-se pela disposição dos seus sócios em empreender sempre. Foi criada com o intuito de fomentar, organizar e incubar novos negócios. Tem como objetivo orientar as organizações a planejar e organizar projetos com qualidade, arrojo, determinação, visão e viabilidade de longo prazo.

7 PLANEJAMETO ATRAVÉS DE CONTROLADORIA

Com base nas pesquisas de Martins (2009), a cada dia que passa, o fl uxo de informações dentro de uma empresa se torna maior e mais complexo, exigindo cada vez mais um número maior de dados para auxiliar à tomada de decisões. E essa complexa malha organizacional exige uma demanda cada vez maior de profi ssionais que consigam ter uma visão ampla.

No Brasil, nove em cada dez empresas são classifi cadas como micro ou pequena empresa de acordo com o Sebrae, as quais absorvem maior contingente de mão de obra em relação as grandes. O problema é que muitas dessas empresas não suportam as pressões normais do cotidiano e acabam encerrando suas atividades com pouco tempo de vida. Cerca de 71% das micro e pequenas empresas abertas anualmente no Brasil fecham antes de completar cinco anos, de acordo com dados do Sebrae.

Em recentes pesquisas realizadas pelo Sebrae, constatou-se que o principal motivo para o encerramento das atividades das micro e pequenas empresas no Brasil é a falta de planejamento, tanto fi nanceiro como estratégico.

Sendo assim, poderemos nos utilizar dos conhecimentos da controladoria como ferramenta para solucionar este problema. Ela servirá como fonte teórica para a realização desse planejamento. Na controladoria, trabalham-se os dados e informações fornecidas pela contabilidade e pela administração, visando sempre mostrar aos administradores, através da fi gura do controller, os pontos de estrangulamento presentes e futuros que podem colocar em risco ou reduzirem a rentabilidade da empresa.

A tarefa da Controladoria requer a aplicação de princípios sadios, os quais abrangem todas as atividades empresarias, desde o planejamento inicial até a obtenção do resultado fi nal.

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7.1 FUNÇÃO DA CONTROLADORIA

Através das funções da controladoria poderemos orientar a aplicação de um planejamento estratégico na empresa. Podemos identifi cá-los como sendo fases pelas quais o processo passará. Dentre essas fases, encontraremos o próprio planejamento, que é o planejamento do planejamento. Funções essas que são:

7.1.1 Informação

A informação é gerada através da tradução de um dado. A empresa possui vários bancos de dados. Bancos esses que compreende os sistemas contábeis e fi nanceiros da empresa, sistema de pagamento e recebimentos, folha de pagamento, etc;

7.1.2 Motivação

Referente aos efeitos dos sistemas de controle sobre o comportamento das pessoas diretamente atingidas;

7.1.3 Coordenação

Visando centralizar as informações com vistas á aceitação de planos sob o ponto de vista econômico e à assessoria de direção da empresa, não somente alertando para situações desfavoráveis em alguma área, mas também sugerindo soluções;

7.1.4 Avaliação

Com o intuito de interpretar fatos e avaliar resultados por centro de resultado, por área de responsabilidade e desempenho gerencial;

7.1.5 Planejamento

De forma a determinar se os planos são consistentes ou viáveis, se são aceitos e coordenados e se realmente poderão servir de base para uma avaliação posterior;

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7.1.6 Acompanhamento

Relativo à contínua verifi cação da evolução dos planos traçados para fi ns de correção de falhas ou revisão do planejamento.

7.2 Gestão

No processo de gestão, tanto empresarial como operacional, fi nanceira ou econômica, ter um caminho traçado a se seguir é fundamental para sabermos se a empresa está indo no caminho certo ou não. Se os gestores estão tomando as decisões corretas, se estão agindo da melhor maneira, enfi m, é poder fazer uma comparação entre o desejado e o realizado.

7.2.1 Gestão Empresarial

Existe sempre na empresa um modelo de gestão, embora nem sempre defi nido formalmente. Esse modelo de gestão insere os aspectos culturais dos gestores.

Para melhor entendimento do que é esse modelo de gestão, veremos o signifi cado de modelo: É a representação abstrata e simplifi cada de objetos, sistemas, processos ou eventos reais?

Entende-se assim, modelo de gestão, como sendo a representação abstrata, por meio de idéias, valores e crenças, expressas ou não por meio de normas e regras que orientam o processo administrativo da empresa.

7.2.2 Gestão Operacional

A gestão operacional, ou especializada, está determinada por todas as áreas de atividade da empresa, quer sejam de produção ou de logística, tais como: recursos humanos, produção, vendas, compras, fi nanças, manutenção, etc. A ênfase da gestão operacional volta-se para a execução dos trabalhos, em busca de uma linha de produto/serviço de cada atividade da forma mais efi ciente e racional possível. Preocupa-se mais com o modus operandi de cada área da empresa.

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7.2.3 Gestão Financeira

A gestão fi nanceira enfatiza os problemas de caixa e liquidez da empresa, de forma a permitir a tomada de decisões em termos de programação fi nanceira.

São basicamente duas as funções da gestão fi nanceira:a aquisição dos fundos de que a empresa precisa para operar;a distribuição efi ciente desses fundos entre vários usos.

A administração fi nanceira tem um objetivo no qual deve basear-se e, esse objetivo não pode estar dissociado do objetivo da empresa como um todo. O dinheiro é efi cientemente empregado quando melhor contribuir para o atingimento do objetivo da empresa.

Na maioria das micro e pequenas encontramos uma má administração dos recursos fi nanceiros. Os empresários ainda não têm uma mentalidade de planejamento. Isso difi culta muito a sobrevivência da empresa, pois essas geralmente não possuem grandes reservas de capital e ao encontrar as primeiras pedras no seu caminho, não estão preparadas e acabam caindo.

7.2.4 Gestão Econômica

A gestão econômica é o conjunto de decisões e ações orientado por resultados, mensurados segundo conceitos econômicos. Na gestão econômica, procura-se avaliar a forma pela qual a empresa atinge seus resultados econômicos, e tem como ponto e sustentação o planejamento e o controle. A gestão econômica consolida as demais, tendo em vista que todas as atividades em uma empresa devem estar voltadas para o resultado econômico da mesma.

Ela preocupa-se com o resultado econômico de todas as áreas da empresa como um todo, e não de alguns segmentos isolados, na busca da otimização do resultado global, pois nem sempre a maximização do resultado das partes contribui para a otimização do resultado da empresa. Esse equilíbrio é a busca da gestão econômica.

7.3 O PLANEJAMENTO NO PROCESSO DE GESTÃO

Planejamento é a mais básica de todas as funções gerenciais e a habilidade com que esta função está sendo desempenhada, determina o sucesso de todas as operações da empresa. Ele pode ser defi nido como o processo de refl exão que precede a ação e é dirigido para a tomada de decisão agora com vistas no futuro.

Embora qualquer empreendimento ofereça riscos, é possível prevenir-se contra eles através de algumas

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ferramentas operacionais que podem diminuir os riscos e auxiliar o administrador na tomada de decisões.

O Planejamento não está ligado a uma série de regras que devem ser seguidas para que após alguns dias se obtenha o planejado. Ele deve ser estruturado com base nas características da empresa que busca em última instância a excelência empresarial e a otimização do desempenho econômico.

Nesse aspecto, o processo de planejamento conduz a um conjunto de metas e planos que são adequados e viáveis dentro de um conjunto de circunstâncias previstas. Assim, o planejamento deve estar vinculado ao cenário onde a empresa atuará no futuro.

O planejamento sozinho não alcança os objetivos da empresa. Se o planejamento realizado não for executado, acompanhado, controlado e o mais importante, corrigido se necessário, de nada adiantará realizar o planejamento.

Nas empresas de pequeno porte, esta é a etapa do processo de gestão mais ausente. A maioria dessas empresas, até inconscientemente praticam as etapas de execução e até de controle de alguns de seus objetivos, como vender, obter lucro, manter continuidade, etc., que o empresário acaba defi nindo erroneamente como uma espécie de planejamento?. Pois, para ele o importante é se a empresa está tendo lucro.

Essa falta de planejamento é a grande vilã das micro e pequenas empresas no Brasil. Essas empresas estão presentes num mercado altamente competitivo, e algumas ainda enfrentam uma alta sazonalidade na área na qual atuam. Por isso, a ausência desses passos do planejamento, citados linhas acima, são de grande infl uência na existência dessas empresas.

Nós podemos dividir esse planejamento em duas etapas. A primeira, em planejamento estratégico, e a segunda, em planejamento operacional.

7.3.1 Planejamento Estratégico

Planejamento Estratégico é a identifi cação de fatores competitivos de mercado e potencial interno, para atingir metas e planos de ação que resultem em vantagem frente à concorrência, com base na análise sistemática do ambiente de atuação prevista para um determinado período. O planejamento auxilia pequenas e médias empresas a obter sucesso em situações de crescimento ou de reestruturação para superar crises. Entre outros pontos, ele auxilia as empresas a defi nir as estratégias de crescimento, de determinação do preço de venda de seus produtos e/ou serviços, de analise da rentabilidade do negócio, da elaboração de orçamentos e da administração do caixa.

Em suma, planejamento estratégico é escolher ou estabelecer a missão da organização, seu propósito e objetivos e depois determinar diretrizes, projetos, programas, procedimentos, métodos, sistemas, orçamentos, padrões e estratégias necessárias para atingi-los. Implica tomar decisões no presente, no sentido de escolher entre diferentes alternativas disponíveis e viáveis que afetarão o resultado de períodos futuros, o que, em última análise,

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confi gura-se no planejamento empresarial, desde que se constitua em um processo contínuo e integrado, isto é, não seja um ato isolado.

Planejamento estratégico é defi nido como um processo gerencial que possibilita ao empresário estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com seu ambiente.

7.3.1.1 Ferramentas Auxiliares ao Planejamento Estratégico

Durante a elaboração do planejamento estratégico, as informações administrativas e contábeis da empresa são de suma importância para sua correta elaboração. Duas fontes de tais informações são o Fluxo de Caixa e o Orçamento.

7.3.1.1.1 Fluxo de Caixa

Não poderemos analisar conscientemente a verdadeira liquidez de uma empresa se não conhecermos como se comporta o curso de recebimentos e pagamentos, assim como de recursos que podem ser imediatamente utilizados para cumprir obrigações. Uma coerente conjugação de tempos entre o pagar e o receber é importante para que se possa aferir a capacidade real de liquidez da empresa. Esta a razão pela qual tem crescido, cada vez mais, a necessidade de informar sobre os denominados fl uxos de caixa.

O fl uxo de caixa, genuinamente, é, pois, o curso, a evidência desse circular de recebimentos e pagamentos em dinheiro no tempo. Registros do século XIV já evidenciavam a movimentação ampla dessa conta, destinada aos registros do movimento de numerário. Nada se deve excluir, todavia, nas demonstrações de fl uxos, ou seja, quer o que se refere ao operacional ou próprio da atividade, quer ao extra-operacional e eventual. Isto porque o saldo de uma data é uma posição estática e um fl uxo, por essência e natureza é uma evidência dinâmica. Assim, pode-se demonstrar o total recebido de vendas, o montante pago a fornecedores etc. relativo a um período. Tal peça, genuinamente, segundo entendo, não representa um fl uxo, mas, uma síntese de elementos que estiveram em fl uxos. Para que fosse fl uxo, demandaria espelhar uma evolução, um curso e não, simplesmente, apresentar totais ou uma posição em um determinado dia. Se apresentamos o valor total recebido de Clientes não estamos apresentando um curso de recebimentos, mas, a soma de cursos de recebimentos. Assim, por exemplo, por analogia, em lógica matemática o número 4 é a somatória de 1+1+1+1, representando diversas unidades sumariadas em um total; em lógica contábil, um valor de $400.000,00 de clientes pode resultar de um fl uxo de muitos instantes, onde em um momento 1 foi de 10.000,00, em um momento 2 foi de 2.000,00 e assim por diante. Se o fl uxo é um curso e esta a essência conceptual da palavra, não pode ser uma somatória, mas, obrigatoriamente deve expressar-se

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pela analise das circulações no tempo.

7.3.1.1.2 Orçamento

O orçamento é um plano detalhado da aquisição e do uso dos recursos fi nanceiros ou de outra natureza, durante um período especifi cado. Ele representa um plano para o futuro, expresso em termos quantitativos.

O orçamento geral é um resumo dos planos da empresa, e estabelece metas específi cas das atividades de venda, produção, distribuição, fi nanceira, etc. e, que geralmente, é representado por um orçamento de caixa, uma demonstração de resultado orçada e um balanço patrimonial orçado.

Entre as muitas vantagens que temos em possuir um orçamento bem elaborado, podemos citar:Fornecer um meio de transmitir os planos da administração a toda a organização;Forçar os administradores a pensar no futuro e planejá-lo;Revelar os potenciais gargalos ou problemas que a empresa pode vir a encontrar antes que eles ocorram;Defi nir metas que servirão de níveis de referência para a subseqüente avaliação de desempenho.

7.3.2 Planejamento Operacional

O planejamento operacional defi ne-se como a materialização prática para a realização das metas defi nidas no planejamento estratégico. Neste momento, estabelece-se as responsabilidades, recursos humanos, fi nanceiros e materiais, bem como um cronograma de trabalho. Nele visa-se a utilização efi ciente dos recursos disponíveis para a consecução dos objetivos previamente estabelecidos.

Esta etapa do planejamento consiste em organizar um esforço sistemático, no sentido de identifi car e escolher alternativas operacionais que viabilizem a consecução das diretrizes estratégicas esboçadas no planejamento estratégico. Requer um detalhamento das alternativas selecionadas no que diz respeito a recursos, procedimentos, produtos, prazos, bem como os responsáveis pela sua execução.

7.3.2.1 Execução

Segundo Mosimann e Fisch (apud MARTINS, 2009), a execução é a fase do processo de gestão na qual as coisas acontecem, as ações emergem. Essas ações devem estar em consonância com o que anteriormente foi planejando. Dessa forma, o planejamento antecede as ações de execução. É por meio das ações (do fazer) que

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surgem os resultados?.

Compreende a fase em que os planos são implementados, as ações se concretizam e as transações ocorrem. Neste momento, é possível que ajustes ainda sejam requeridos para uma adequada implementação do planejamento operacional, tais como mudanças na programação e a conseqüente necessidade de identifi cação de novas alternativas para adequar-se às mudanças procedidas.

A execução das atividades se revestem de grande importância nas empresas, pois é nessa fase que os recursos são consumidos e os produtos gerados, o que vale dizer que é nessa etapa que ocorrem as mais signifi cativas variações patrimoniais relacionadas às operações físico-operacionais de uma organização.

A execução não está restrita somente aos processos manufatureiros de bens, mas também a produção de serviços, tais como escritórios, hospitais, escolas, estúdios de criação intelectual, etc. Os serviços auxiliares de produção de bens e serviços, tais como contabilidade, xerox, vendas, etc., têm a etapa de execução, pois processam insumos para transformá-los em serviços.

Cada etapa do planejamento na empresa vai ter a sua fase de execução. Isso acontece desde quando o planejamento está sendo elaborado realmente. Segundo Mosimann e Fisch assim, pode-se afi rmar que existe:

O planejamento, a execução e o controle do planejamento;O planejamento, a execução e o controle da execução; O planejamento, a execução e o controle do próprio controle?.

A gestão operacional, exposta anteriormente, preocupa-se com a execução de cada etapa do processo de gestão de cada área da empresa e da empresa como um todo.

Todas as etapas do processo de gestão são suportadas pelo sistema de informações, para fi ns de planejamento e controle. Durante a etapa de execução, é quando são armazenados os dados referentes ao desempenho realizado para posterior análise e elaboração dos relatórios para a comparação com os planos (planejados).

7.3.2.2 Controle

A última etapa do processo decisório, denominada controle, na realidade não ocorre por último. Por que esta está associada a todas as fases do processo. Ocorre no planejamento, na execução e em si própria. Não há como dissociá-la das fases do processo decisório, razão pela qual pode-se considerar as demais fases, juntamente com o controle, como um grande modelo de controle.

Não faz sentido planejar se o que foi planejado não se constituir em uma diretriz para a execução, e, da mesma forma, não se deve planejar sem haver controle dos desvios em relação ao planejamento e as causas desses desvios e conseqüentemente tomada de ações corretivas. De outro modo, o controle deve incidir sobre o próprio processo de controle, para detectar se a forma como se está sendo empregado está sendo efi caz.

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Nem sempre a busca da maximização dos resultados de um setor, tomada de forma isolada, signifi ca que esta área estará contribuindo para a maximização dos resultados da empresa como um todo. Muitas vezes a maximização do resultado de um setor, tomada isoladamente, pode reduzir o resultado de outra, com repercussões negativas no resultado global da empresa. Para que não haja desintegração dos setores do todo da empresa, para que não se busque apenas melhoria em setores isolados, faz-se necessária uma sincronização entre todos os setores da empresa, desde o setor de vendas até o setor de entregas ou de cobranças.

É de extrema importância que os gestores das micro e pequenas empresas possuam uma visão generalista no exercício de suas atividades.

Os conceitos econômicos que norteiam a controladoria devem ser absorvidos por todos os gestores e empregados no planejamento, na execução e no controle de sua empresa (MARTINS, 2009).

8 IMPACTO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA GESTÃO DE PEQUEAS E MEDIAS EMPRESAS

De acordo com Beraldi & Escrivão Filho (2000), é aconselhável uma avaliação antes de investir nesses equipamentos, levando-se em conta alguns aspectos, como a quantidade de clientes e fornecedores, as encomendas, o orçamento, o estoque, as análises fi nanceiras, a quantidade de empregados, a quantidade de registros e documentos, etc.

Levantada a necessidade de implantação de um sistema de informação, a empresa deverá avaliar o que realmente precisa, para assim comparar todos os pacotes oferecidos no mercado (custo/benefício) e, então, escolher um sistema mais efi caz para sua região.

Para que o processo de informatização seja bem sucedido, deve-se seguir uma abordagem dividida em etapas ordenadas. Uma abordagem que pode ser utilizada é apresentada a seguir:

Etapa 1: Aprenda sobre informatização visando empresas similares que já tenham sofrido o processo de informatização de suas atividades;Etapa 2: Contrate pessoas especializadas, se necessário, pois, quanto maior for a avaliação inicial, maiores os benefícios que poderão ser alcançados.Etapa 3: Analise o sistema manual utilizado atualmente pela empresa, envolvendo as pessoas responsáveis por cada processo.Etapa 4: Identifi que os processos que podem ser informatizados, as possíveis melhorias e necessidades informacionais desses processos.Etapa 5: Analise a adoção de rede interna (talvez uma intranet), a criação de uma rede que possibilite a comunicação com clientes, fornecedores e outros (extranet) e a conexão para comunicação externa (internet).

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Etapa 6: Defi na claramente as expectativas para a informatização (grau, prazos, custos, benefícios esperados, etc,).Etapa 7: Compare os custos e benefícios. Lembre-se de levar em consideração os custos e benefícios indiretos.Etapa 8: Estabeleça um cronograma para a informatização.Etapa 9: Prepare seus funcionários para a informatização. Promova a conscientização da necessidade de informatização, mostre os benefícios que podem ser alcançados, treine as pessoas envolvidas, discuta as necessidades de mudanças e a melhor maneira de fazê-las com todos os envolvidos etc.Etapa 10: Defi na e obtenha primeiramente os softwares necessários e depois o hardware apropriado para executá-los.Etapa 11: Inicie o processo de informatização o mais rápido possível e respeite, se possível, os prazos estabelecidos no cronograma.

Outro ponto importante para um processo de informatização bem-sucedido é a manutenção dos softwares que irão tratar as informatizações, pois alguns problemas nos softwares não são descobertos antes que ele esteja sendo realmente utilizado. Fonte: Beraldi & Escrivão Filho (2000).

8.1 Opinião de algumas empresas sobre questão de informatização

Segundo pesquisa realizada por Beraldi & Escrivão Filho (2000), sobre o impacto da tecnologia de informatização na gestão de pequenas empresas, chegou-se às seguintes conclusões:

Questões PercentualNão houve aumento nos lucros 31%Se houve foi pequeno 22%Nada mudou no patamar de vendas 48%Pouca Melhoria 23%O uso de computador não infl uência na competitividade 21%Proporciona ligeira melhora na competitividade 25%Fonte: Beraldi & Escrivão Filho (2000, p.47)

8.2 Vantagens da informatização em pequenas empresas

Uma empresa com um sistema totalmente informatizado, funcionando efi ciente e efi cazmente,

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proporcionará grandes vantagens, seja em relação ao tempo otimizado, à organização, à facilidade de obtenção de informações, à previsão e muitos outros aspectos que contribuirão para o sucesso da pequena empresa.

Dessa forma, a informatização das pequenas empresas possibilita que elas ganhem efi ciência e efi cácia melhorando, assim, sua competitividade e aumentando sua lucratividade.

Segundo Zimmerer, algumas das vantagens que podem ser citadas sobre a informatização das pequenas empresas:

Melhora as informações para tomada de decisão;Automatiza as tarefas rotineiras;Melhora o controle interno das operações;Melhora o atendimento ao cliente;Aumenta a capacidade de reconhecer problemas mais cedo;Ajuda o gerente a testar algumas decisões antes de colocá-las em prática;Melhora o processo produtivo;Aumenta a produtividade e competitividade.

8.3 Aplicação da tecnologia de informação nas pequenas empresas

Segundo Beraldi, Escrivão Filho (2009). As pequenas empresas no geral não possuem sistemas informatizados, ou seja, seus controles são feitos quase que exclusivamente por meio de papeladas intermináveis. Contudo, o custo cada vez menor dos computadores e a onda de gestão integrada por software parecem incendiar cada vez mais o pequeno empresário a investir pesado nesse setor em busca de melhor desempenho na empresa com relação aos concorrentes.

Esse tipo de investimento pode ser muito desastroso para a empresa, caso ela e os funcionários não estejam totalmente capacitados a lidar com essa nova tecnologia.

Com a evolução digital fi cou fácil investir em desenvolvimento de Sites/Sites 2.0 tudo para você empreender de um jeito fácil, rápido e lucrativo + Ferramentas Google, VoIP, redes sociais, blogs e outras. Corrêa, Gotardello (2009).

As ferramentas da internet estão disponíveis para grandes e pequenas empresas: quem usá-las melhor é que vai se dar bem. “O problema é que as pequenas esperam que dê certo nas grandes antes de arriscar quando, na verdade, podem adotar as inovações de uma forma mais rápida por não ter tanta burocracia”, afi rma Sílvio Meira, cientista chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R.).

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9 CONCLUSÃO

Esta pesquisa buscou contribuir para a identifi cação e análise dos fatores que levam novos negócios à extinção, analisando os principais aspectos e buscando formas para reduzir os índices de mortalidade das MPE no Brasil, sem, contudo, pretender esgotar o assunto.

Os resultados da pesquisa permitem afi rmar a existência de contribuição signifi cativa para a mortalidade precoce dessas empresas.

Tais que são citadas novamente, a falta de competência na gestão empresarial, falta de experiência anterior do empresário no ramo de negócio, baixo nível de escolaridade do empresário, difi culdade de acesso ao crédito, difi culdade na manutenção de mão de obra qualifi cada, falta de qualidade dos produtos, serviço, ausência de inovação, falta de planejamento estratégico, falta de competitividade com relação aos concorrentes.

Com base nos dados extraídos da presente pesquisa, revela-se claramente que a vocação para o empreendedorismo no Brasil se mostra muito mais quantitativa do que qualitativa, visto que um grande número de novas empresas é criado todos os anos, mas a maioria não se sustenta e tem a sobrevivência comprometida principalmente pela motivação do empreendedor, voltada mais para a sua necessidade pessoal do que para a identifi cação de uma oportunidade de negócio.

Os resultados apresentados indicam que não existe um fator que possa ser responsabilizado isoladamente pelo encerramento precoce das atividades de uma empresa, entretanto é possível perceber que os fatores contribuintes para a mortalidade são bastante interligados e dependem em grande parte da atuação do empreendedor, que infl uencia sobremaneira no desempenho da empresa e sua eventual sobrevivência ou morte.

Esta infl uência ocorre na medida em que ele é o principal responsável por pesquisar o mercado, seus clientes e concorrentes, escolher os sócios, funcionários e parceiros que o irão auxiliar no esforço de abrir e gerenciar a empresa, escolher o ponto onde instalar, defi nir as características dos produtos e serviços e preparar a empresa para os desafi os do ambiente.

É interessante notar que no teste das hipóteses todas aquelas ligadas ao empreendedor foram refutadas, e realmente os fatores de experiência, escolaridade, competência na gestão empresarial contribuíram de forma relevante para a mortalidade precoce das empresas e a conclusão principal a que se chega é que a maior parte dos empreendedores abre suas empresas sem experiência no ramo, sem competência gerencial, sem capital sufi ciente, sem funcionários para ajudar, sem ter feito pesquisa ou planejamento e acredita que apenas através da força de vontade e do esforço pessoal a empresa irá funcionar.

Esses descuidos presentes nas empresas extintas levam a crer que, caso fi zessem um planejamento prévio

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mais adequado, tivessem tido mais cuidado com a escolha do capital humano e com o relacionamento com clientes e parceiros comerciais, as empresas poderiam ter sido mais bem sucedidas e talvez aumentassem suas chances de sobrevivência.

REFERÊNCIAS

SEBRAE SP. Mortalidade de empresas. Disponível em: http://www.sebraesp.com.br/conhecendo_mpe/mortalidade. Acesso em 17 agosto de 2009

BARROS, Diogo. Por que as empresas fecham? Publicado em 21 jun. 2009. Disponível em: <http://www.thetoptips.com.br/Noticia/7,1900-0.html>. Acesso em 14 agosto 2009

HASHIMOTO, Marcos. Por que as empresas fecham. Disponível em: <http://www.sebrae-sc.com.br/newart/default.asp?materia=17180>. Acesso em 10 de agosto de 2009

BERALDI, Lairce Castanhela; ESCRIVÃO Filho; Edmundo. Impacto da tecnologia de informação na gestão de pequenas empresas. Ci. Inf., Brasília, v. 29, n. 1, p. 46-50, jan./abr. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v29n1/v29n1a5.pdf>. Acesso em 17 ago. 2009.

GARÓFALO, Gílson de Lima. As micro e pequenas empresas em um contexto de desenvolvimento econômico: Realidade Brasileira e confronto com Portugal. Dispon[ivel em: <http://www.oeb.org.br/ADM/depoimentos/public/meus_arquivos/VersaoFinalPaperXXIIIASEPELTGLG.pdf>. Acesso em 14 agosto 2009

MARTINS, Orleans Silva. O planejamento em micro e pequenas empresas comerciais: Planejamento através da controladoria. Disponível em: <http://www.netlegis.com.br/indexRC.jsp?arquivo=detalhesArtigosPublicados.jsp&cod2=662>. Acesso em: 15 agosto 2009

NARDI, Sérgio. Por que 70% das empresas fecham as portas antes de completar 4 anos?. Disponível em: <http://brasil.business-opportunities.biz/2008/03/18/por-que-70-das-empresas-fecham-as-portas-antes-de-completarem-4-anos/>. Acesso em 13 agosto 2009

CORREA, Elisa; GOTARDELLO Filho, Wilson. Como ganhar dinheiro com a revolução digital (trecho). Disponível em: <http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI86262-17152,00 COMO+GANHAR+DINHEIRO+COM+A+REVOLUCAO+DIGITAL+TRECHO.html>. Acesso em 14 agosto 2009

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CONTRIBUIÇÕES DO EMPREENDEDORISMO E DA GESTÃO DE INOVAÇÃO EM UM CONTEXTO EMPRESARIAL

Eliseu Ramalho

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RESUMO

As modifi cações ocorridas no contexto corporativo nas últimas décadas têm exigido uma nova maneira de se gerir as empresas, as novas tecnologias, a intensifi cação da globalização, os novos panoramas políticos – econômicos – sociais dentre outros fatores têm provocado a busca pela maior qualifi cação dos trabalhadores. Muitas organizações vislumbram em suas estratégias maneiras diferenciadas de Administração de Recursos Humanos, em que a educação para a inovação e empreendedorismo tem contribuído para o desenvolvimento do potencial humano e profi ssional dos trabalhadores e conseqüentemente para melhores resultados nos negócios. Neste sentido, o presente estudo tem a fi nalidade de investigar como a empresa Artecola Indústrias Químicas Ltda. Incentiva o desenvolvimento de comportamentos e atitudes empreendedoras nos seus trabalhadores, além de averiguar as contribuições da prática educativa empreendedora no desenvolvimento individual e coletivo dos profi ssionais da empresa, identifi cando a relevância do comportamento empreendedor ao mesmo tempo em que para compreender se as relações fi rmadas entre os sujeitos estão embasadas nos princípios do intra-empreendedorismo. A investigação foi desenvolvida a partir da abordagem qualitativa, por meio de um estudo de caso.

Palavras-chave: educação. formação continuada. empreendedorismo. intra-empreendedorismo. inovação.

ABSTRACT

The changes in the corporate context in recent decades has required a new way to manage businesses, new technologies, the intensifi cation of globalization, the new political landscape -economic -social -among other factors have caused the search for more qualifi ed workers . Many organizations sight in their strategies of different ways of Human Resources Administration, where education for innovation and entrepreneurship has contributed to the development of human potential and training of workers and therefore to better results in business. Accordingly, this study aims to investigate how the company Artecola Chemical Industries Ltd.. Encourages the development of entrepreneurial behavior and attitudes in their employees, in addition to investigate the contributions of educational practice in entrepreneurial individual and collective development of professional company, identifying the importance of entrepreneurial behavior, while at the same time to understand if the relations reached between the subjects are based on principles of intra-entrepreneurship. The research was developed from the qualitative approach, using a case study. As a search tool was used structured interviews and documentary analysis, which has operated the program management ideas.

Key-words: education. continuing training. entrepreneurship. intra-enterprise. innovation.

1 INTRODUÇÃO

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A busca crescente e incessante por conhecimento e especialização faz com que empresas e trabalhadores invistam a cada dia mais em formação que deve ser contínua e veloz. No Brasil, sofremos uma reestruturação econômica, a partir da década de 80, que elimina milhares de postos de trabalho, aumentando a fl exibilização destas relações, internacionalizando a economia, e modifi cando a lógica do consumo. A abertura das fronteiras econômicas do Brasil aos mercados estrangeiros fez com que as “organizações como máquinas” começassem a perder espaço também aqui, infl uenciadas por tendências estrangeiras.

Caldas (2002) aponta que a partir, principalmente da década de 90, começam a se destacar as maneiras criativas de enfrentar os desafi os de um mundo globalizado, em que os trabalhadores passam a ser controlados de maneira menos autoritária, formando-se equipes auto-sufi cientes, o que exige múltiplas habilidades dos mesmos. A busca por organizações que valorizam o conhecimento inovador e o empreendedorismo dos funcionários aumenta gradativamente e virtude de um mercado competitivo.

Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo principal salientar o interesse em eleger um ambiente empresarial voltado à um programa de gestão de ideias, o qual está associado aos processos de inovação e empreendedorismo dos funcionários da Artecola.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Empreendedorismo e Inovação ao fi nal do Século XX e início desde novo século, passamos por uma transição nos processos de trabalho, através dos avanços tecnológicos e da intensifi cação da globalização, ocasionando consequentemente a reestruturação dos processos de gestão das empresas. O capital mais importante passa a ser intangível: as pessoas. Sob a lógica de que os relacionamentos interpessoais, o desenvolvimento pessoal e organizacional e a educação voltada ao trabalho devem ser consideradas como questões primordiais do processo de planejamento organizacional, pois são parte integrante das bases que impulsionam o crescimento dos negócios.

Segundo Dolabela (2003) o trabalho é algo essencialmente humano, passa-se grande parte da vida no trabalho e por isso deve-se ter, conforme as novas perspectivas na área de gestão de pessoas, prazer no que se faz e a possibilidade de ao nos relacionar com os outros, desenvolver competências que promovam o desenvolvimento da sociedade.

Durante muito tempo acreditava-se que o principal conceito de empreendedor estava relacionado àqueles que abriam suas próprias empresas, mas uma abordagem tão ampla não pode resumir-se a tão simplista explicação. Para Dolabela (2003, p13) este conceito se amplia, sendo empreendedor aquele que é capaz de identifi car e aproveitar oportunidades, para transformá-las em negócio de sucesso, além de buscar e gerenciar recursos, sem que este indivíduo esteja, necessariamente exercendo o papel de empresário.

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Delors (2001, p. 82 – 104) assinala estas questões e sinaliza quatro competências fundamentais que devem ser exploradas nos processos educativos da seguinte forma:

• Aprender a conhecer - que diz respeito a capacidade de dominar os instrumentos do conhecimento, tendo a educação como um meio e uma fi nalidade;

• Aprender a fazer - o grande tecnicismo deixou de lado a qualifi cação comportamental, ela deve ser resgatada, pois as competências como capacidade de comunicar-se, de trabalhar em equipe, de resolver confl itos é que farão a diferença frente às novas demandas de mercado;

• Aprender a viver juntos - faz-se necessário perceber que a busca pelo sucesso pessoal não pode ser a qualquer custo, ele deve estar pautado na tomada de consciência das semelhanças e interdependência dos seres humanos; e,

• Aprender a ser - O verdadeiro papel da educação, seja ela formal ou informal, deve contribuir para o desenvolvimento integral das pessoas, para que elas sejam capazes de tomar suas decisões, sendo protagonistas de sua história e da história de seus pares.

Todos os processos educativos baseados nestes importantes quatro pilares estarão pautados em uma educação empreendedora, em que jamais se isenta os aspectos ideológicos políticos, a partir das concepções de mundo e de homem daquele que o protagoniza e o conduz. Para Mariotti (1999), na medida em que, deixamos para trás a era industrial e o capitalismo meramente acumulativo, o saber emerge como a “pedra de toque” do desenvolvimento humano e social.

3 A CAMINHO DO SUCESSO: UMA TRAJETÓRIA EMPREENDEDORA

3.1 Breve histórico da empresa

Abaixo segue um quadro em forma de histórico de aquisições das unidades de produção da Artecola que teve sua matriz Fundada em 05 de maio de 1948 na cidade de Campo Bom-RS. Observa-se que o Grupo hoje é um dos mais importantes produtores de adesivos industriais, contrafortes e couraças, laminados especiais, cabedais e bordos plásticos da América Latina. A mesma atua em diferentes segmentos tais como Moveleiro, Calçados, Papel e Embalagens, Automotivo, Construção Civil e Têxteis.

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EMPRESA Tipo FUNDAÇÃO/ AQUISIÇÃO Cidade / Estado País FORMATO

ARTECOLA INDS. QUÍMICAS LTDA Matriz 5-mai-48 Campo Bom / RS Brasil UP e CDVARTECOLA INDS. QUÍMICAS LTDA Filial 2 28-set-98 Franca / SP Brasil CDVARTECOLA INDS. QUÍMICAS LTDA Filial 4 26-set-68 Diadema / SP Brasil UP e CDVARTECOLA INDS. QUÍMICAS LTDA Filial 5 25-jun-98 Novo Hamburgo / RS Brasil UP e CDVARTECOLA INDS. QUÍMICAS LTDA Filial 6 28-set-98 Tatuí / SP Brasil UP e CDVARTECOLA INDS. QUÍMICAS LTDA Filial 9 23-nov-05 Dias D´Ávila / BA Brasil UP e CDVARTECOLA NORDESTE S/A IND. QUÍMICAS Controlada 18-jun-83 Simões Filho / BA Brasil UP e CDVARTEGOR LAMINADOS ESPECIAIS LTDA Joint venture 19-abr-99 Tatuí / SP Brasil UP e CDVARTEBORD PLÁSTICOS S/A Joint venture 17-jun-86 Campo Bom / RS Brasil UP e CDVARTECOLA ARGENTINA S/A Controlada 17-jul-97 Buenos Aires Argentina UP e CDVARTIQUIM – ARTECOLA CHILE Controlada 8-mai-07 Santiago Chile UP e CDVARTECOLA PIN COLÔMBIA S/A Controlada 17-abr-04 Mosquera Colômbia UP e CDVPROBST S.A Controlada 15-set-08 León/Guadalajara México UP e CDVARTECOLA PERU S.A Controlada 8-mai-07 Lima / Perú Perú UP e CDVSURNA S.A Controlada 18-out-07 Cidade do México México UP e CDV

MVC – Soluções em Plástico Controlada 04-nov-08 São José dos Pinhais Paraná UP e CDV

POLOPLAST PAINÉIS Controlada 09-jun-09 São José dos Pinhais Paraná UP e CDV

QUADRO 1 – Lista das empresas do Grupo Artecola

A empresa tem em sua trajetória empreendedora na busca pela inovação constante tendo como princípio de qualidade: “Desenvolver a gestão da qualidade, superando as expectativas das partes interessadas, garantindo a melhoria continua da competitividade e o cumprimento da Intenção Estratégica” (ARTECOLA, disponível em: http://www.artecola.com.br, 2009).

A empresa dispõe de Missão e Valores que norteiam as práticas da empresa em cada uma das suas unidades de negócio, porém, a Missão Corporativa é “Entregar soluções inovadoras às cadeias de valor onde atuamos, gerando retornos superiores para todas as partes interessadas (ARTECOLA, disponível em: http://www.artecola.com.br, 2009).

Os valores trabalhados pela empresa são: Lucro como meio de crescimento e perpetuação da organização, Comprometimento com a superação das expectativas do cliente, Conduta ética em todos os relacionamentos1, Liderança através de tecnologias diferenciadas, Valorização e desenvolvimento da nossa gente. (ARTECOLA, Manual da Qualidade, 2009, p. 55)

3.2 Programa de gestão de Ideias desenvolvendo comportamentos e atitudes empreendedoras

A grande competitividade do mercado força as corporações a adotarem novos paradigmas e com isto, na era da informação na qual nos encontramos, surgem pessoas, capazes de romper fronteiras, ampliar conceitos econômicos, redefi nir o conceito de trabalho, adotando metodologias de gestão adequadas a demanda por inovação constante. Através desta afi rmação veremos neste capítulo a apresentação do Programa Gestão

1 Os relacionamentos incluem, dentre outros, clientes, parceiros, fornecedores, acionistas, comunidade, as organizações e o meio ambiente.

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de Idéias, que vem ao encontro das novas tendências do mercado globalizado e tem, com efi cácia, preparado os trabalhadores da empresa objeto deste estudo para assumirem seus papéis frente aos desafi os deste mercado complexo e dinâmico.

Conforme encontramos no site da empresa, percebe-se que a mesma vem investindo constantemente em inovação, já que está intimamente ligada ao seu slogan (frase publicitária de impacto) “Soluções Inovadoras”. Para tanto busca a maximização das características que acompanham a empresa desde a sua fundação através de programas internos que garantam a Educação e o Desenvolvimento Humano.

A empresa tem em suas políticas de gestão de pessoas, comercial, social e ambiental, qualidade, segurança, operacional, fi nanceira e da gestão da inovação o foco em desenvolvimento de seus funcionários em busca da intenção estratégica.

Para contemplar com efi cácia a Gestão para a Inovação a empresa adota desde 2004 o programa “Gestão de Ideias”, do qual todos os trabalhadores participam, inclusive os das unidades que fi cam localizadas fora do Brasil, sendo formado por um Comitê Representativo com profi ssionais que atuam em áreas diversas.

Observa-se que neste formato os resultados organizacionais estão no centro e em volta a representatividade dos departamentos em busca de um objetivo comum, fazendo evidenciar a noção de interdisciplinaridade, em que todos os profi ssionais estão inseridos, gerando uma junção de ideias e valores organizacionais, propondo um caráter multifuncional que o programa necessita.

Figura 1-Todas as Gestões do grupo ArtecolaFonte: Banco de dados da empresa Artecola (2009)

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Observa-se nos controles da empresa que o programa Gestão de Ideias uma evolução e maturidade desde o seu lançamento. Em 2004, aceitavam-se todos os tipos de ideias, já em 2008 há uma maior seleção das mesmas quanto ao seu valor para a inovação, já com a intenção de alinhar-se às estratégias da organização. O gráfi co 1, mostra a evolução do número de ideias inseridas no programa desde o seu início, em julho de 2004 até 2008.

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

Status Ideias

Registradas 357 1004 354 637 1072 3424

Concluídas 150 493 177 379 254 1453

Pendentes 0 8 3 43 518 572

Excluídas 207 503 174 215 300 1399

2004 2005 2006 2007 2008 Total

Gráfi co 1 – Evolução do número de ideias criadas

Fonte: Banco de dados da empresa Artecola (2009)

O programa funciona basicamente da seguinte forma: A empresa tem em seu site um banco de dados onde todos os funcionários dispõem de um usuário e senha e podem registrar suas ideias inovadoras, sendo estas voltadas a seguinte classifi cação: Gerar novos negócios, Percepção da marca, Redução com despesas, Novos produtos Novos projetos, Novas parcerias, Melhoria da performace do produto, melhoria perdormace de serviços, sociedade, meio ambiente, segurança do trabalho, melhoria das gestões, melhoria dos processos internos e melhoria da logística.

Após inserir sua ideia no sistema o trabalhador escolhe um analista previamente programado pelo sistema que fi ca responsável em analisar a viabilidade mercadológica se ela pode ser implementada, fi cará em reciclagem (podendo permanecer por até seis meses) ou não há motivos para implementá-la.

Cada nova informação é descrita na ideia pelo analista ou responsáveis por alguma etapa da implantação, um e-mail com as razões é endereçado ao autor da mesma. Todos podem acompanhar as sugestões de cada ideia nova, sem restrições. Os analistas desenvolvem juntamente com o autor um plano de ação, estabelecendo processos

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e prazos. Se ela for implementada retorna ao analista, que a classifi cará como Sucesso ou Insucesso. Se for “Finalizada com Sucesso” abre-se campos para justifi car: Como e onde foi aplicada? Quais os ganhos e melhorias obtidas? O autor recebe a análise fi nal de sua ideia, através de e-mail através de uma tela comparativa com: Resultado Esperado e Resultado Alcançado. Este status fi ca disponível para ser acessado por todos por tempo indeterminado. Os sucesso são pontuadas e todas as pessoas envolvidas na sua implantação são recompensadas conforme tabela 1 :

Tabela 1– Tabela de prêmios dados no programa Inovação de Ideias

Fonte: Banco de dados da empresa Artecola (2009)

Os indicadores de desempenho do programa são formulados através do número de ideias implementadas com sucesso x ganhos com ideias, sendo esta uma das maneiras de medir a Inovação pretendida através desse programa.

3.3 A contribuição do programa Gestão de Ideias para o sucesso da organização

Podemos observar que a meta defi nida pelo Conselho da alta administração do grupo Artecola é de atingir mensalmente R$ 116 333,00 e no ano de 2009 R$ 1 816 000,00. Meta esta que a organização atingira facilmente (conforme mostra o gráfi co 2) devido ao comprometimento dos funcionários.

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R$-

R$200.000

R$400.000

R$600.000

R$800.000

R$1.000.000

R$1.200.000

R$1.400.000

R$1.600.000

R$1.800.000

R$2.000.000

Ganhos (R$) com idéias GRUPO

Ganhos R$179.796 191.672 231.666 283.204 249.048 241.368 116.333 1.376.755 1.816.000

Jan Fev M ar Abr M ai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez M et a mensal

Acumulado do ano

M et a anual

Gráfi co 2 – Retorno fi nanceiro com a Gestão de ideias

Fonte: Banco de dados da empresa Artecola (2009)

4 CONCLUSÕES

Este estudo é fi nalizado com percepção de que a educação empreendedora é indispensável nos espaços empresariais. Respondendo ao problema central desta pesquisa verifi ca-se que o programa de Formação Continuada – Gestão de Idéias -implementado pela empresa vem possibilitando parte do sucesso da organização e estimulando em seus trabalhadores atitudes e comportamentos empreendedores.

Em atendimento aos objetivos da pesquisa, percebeu-se que as iniciativas de formação continuada promovidas pela empresa têm contribuído para a formação dos trabalhadores, pois os mesmos conseguem estabelecer conexões entre o que aprendem e o trabalho que executam.

É importante lembrar que as empresas que dão certo não possuem receitas de sucesso, o que acontece é que elas aprendem a integrar conhecimentos, satisfações e realizações nas suas relações internas e com o mercado. Quando a empresa desenvolve um ambiente saudável, empreendedor e de aprendizagem contínua, conquista estrategicamente o grau de comprometimento dos seus trabalhadores, garantindo vitórias e o progresso de todos os envolvidos, e consequentemente o alcance do sucesso organizacional.

Averiguou-se também que as práticas educativas empreendedoras, principalmente aquelas desenvolvidas por meio do programa Gestão de Ideias tem contribuído para o desenvolvimento e aprimoramento constante de competências individuais e coletivas que colaboram efi cazmente para o alcance dos resultados do negócio da organização. Conclui-se que é indispensável à participação direta dos gestores neste processo de

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educação empreendedora para que possam intensifi car os resultados positivos obtidos.

Pretendeu-se com esta pesquisa, acima de tudo, gerar conhecimentos acerca da promoção da educação voltada ao empreendedorismo na gestão de ideias nas organizações empresariais e sua contribuição para o desenvolvimento de competências individuais e coletivas.

Percebe-se que é possível implantar na prática e com sucesso, o que é mencionado nos livros pesquisados. Há um alto índice de sucesso das informações, no que diz respeito, a formação de empreendedores que contribuem efetivamente para os negócios da organização. Desta forma pretendeu-se com esta pesquisa contribuir para a geração de conhecimentos acerca da temática apresentada, na tentativa de compreender como a relação entre educação corporativa, voltada ao desenvolvimento de comportamentos e atitudes empreendedoras, pode estimular o desenvolvimento de competências humanas e profi ssionais, que por sua vez, contribuam para a perpetuação, ascensão e inovação do negócio fi nanceiros da empresa.

REFERÊNCIAS

ARTECOLA Indústrias Químicas Ltda. Disponível em: htttp://www.artecola.com.br. Acesso em: 10 de ago. 2009.

ARTECOLA. Arquivos internos do grupo Artecola. Disponível em h:/grupos/sgq/inovação. Acesso em: 10 de ago. 2009.

CALDAS, Michel P.; LACOMBE, Beatriz Maria B.; TONELLI, Maria José. Desenvolvimento histórico do R.H. no Brasil e no Mundo. In: BOOG, Gustavo; BOOG, Madalena (Org.). Manual de gestão de pessoas. 3. ed. São Paulo: Gente, 2002.

DOLABELA, Fernando; FILION, Louis Jacques e colaboradores. Boa idéia e agora? Plano de negócio, o caminho seguro pra criar e gerenciar sua empresa. São Paulo: Cultura, 2000.

DOLABELA, Fernando. Empreendedorismo uma forma de ser: saiba o que são empreendedores individuais e empreendedores coletivos. Brasília: Agencia de Educação para o desenvolvimento, 2003.

MARIOTTI, Humberto. Organizações de aprendizagem: educação continuada e a empresa do futuro. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

MICHAELIS. Dicionário de Língua Portuguesa [on – line]. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php>. Acesso em: 12 de nov. 2008.

DELORS, Jacques. Educação: Um Tesouro a Descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre educação para o século XXI - 6 Edição. - São Paulo:UNESCO, MEC, Editora Cortez, Brasília, DF, 2001, p. 82-104.

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PROGRAMA 5S

Eliseu Ramalho

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RESUMO

Devido ao novo cenário econômico mundial intensifi cado pela globalização fi ca mais intenso o código de defesa do consumidor em função do desenvolvimento da conscientização dos consumidores. Esta conscientização força as organizações de um modo geral a reverem suas posturas frente ao consumidor, aos acionistas e outros membros da sociedade. Segundo Deming – o primeiro homem que ensinou os conceitos de Qualidade no Japão, onde, todos querem Qualidade, porém, cada ser humano tem uma visão diferente sobre Qualidade. Com isto, surgem diversos programas voltados à Qualidade com o objetivo de promover a melhoria contínua dos produtos e dos seus processos, onde, o objeto de estudo deste trabalho é o 5S. O objetivo deste trabalho é descrever como a organização deve criar um ambiente favorável na busca desta melhoria contínua. A Metodologia utilizada foi a leitura do referencial bibliográfi co mencionado e uma observação do funcionamento por meio do questionário em anexo. A base do programa 5S esta fi rmada nos conceitos dos Sensos de utilização, Organização, Limpeza, Saúde e auto disciplina e se faz necessário para avaliar o programa uma auditoria do 5S.

Palavras-chave: qualidade. Utilização. Limpeza. Saúde. auto disciplina.

ABSTRACTDue to the new economic scenario intensifi ed by globalization becomes more intense the code of consumer protection in relation to the development of consumer awareness. This awareness forces organizations in general to review their positions opposite the consumers, shareholders and other members of society. According to Deming - the fi rst man who taught the concepts of quality in Japan, where they all want money, but every human being has a different view on quality. With this, there are several programs for Quality in order to promote the continuous improvement of products and processes, where the object of the present study is 5S. The objective of this study is to describe how the organization should create a favorable environment in the pursuit of continuous improvement. The methodology used was the reading of bibliographic references and mentioned an observation of the operation through the questionnaire. The basis of this 5S program held in the concepts of the Senses of use, organization, cleanliness, health and self discipline and it is necessary to evaluate the program audit of the 5S.

Keywords: education. quality. sorting. systematizing. sweeping. sanitizing. sefl -disciplining;

1 INTRODUÇÃO

O programa 5S é um conceito, é uma atitude de vida, é uma prática muito simples de ser implantada nas organizações publicas e privadas, nos lares, nas igrejas, nas ruas e até em um país. Quando estes conceitos são praticados podem modifi car o humor das pessoas, o ambiente de trabalho, a maneira de conduzir todas as atividades rotineiras e sua atitude. Acreditamos que o 5S é como um jardim de infância da qualidade dentro de uma organização, pois, sua fi losofi a é profunda e desenvolve grandes mudanças comportamentais que acompanham as

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pessoas onde quer que elas se encontrem. Sabemos que mudanças de hábito são lentas, portanto, se faz necessário ter paciência durante a implantação.

As organizações que implantam o 5S tem como objetivo desenvolver comportamento pessoal, para possam agregar valores nos processos organizacionais promovendo satisfação de seus clientes, melhoria continua de seus produtos, enfi m, criar uma ambiente da qualidade para que as pessoas possam transformar os seus potenciais em realização mensurável.

A prática nas empresas tem mostrado que o programa 5S representa uma grande oportunidade para mobilizações dos empregados, preparando caminho para a introdução dos demais programas da qualidade mais avançados.

É impressionante ver como o programa 5S é de fácil aplicação e pode trazer diversos benefícios. Na maioria das vezes acostumados com os maus hábitos corriqueiros do dia-a-dia, nem pensamos como seria melhor se dedicássemos em melhorar nosso próprio ambiente. Com possibilidades de tantos benefícios é impossível não praticar o 5S.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

O Sr. Soichiro Honda um dos mais respeitados empresários japoneses, juntamente com o Sr. Nobuhiko Danamoto elaboraram a famosa fi losofi a Honda que é baseada na seguinte convicção: “respeito a pessoa e a promoção das três alegrias: Alegria de produzir, vender e comprar”.

Derisbourg (1993) comenta que a fi losofi a Honda expressa com fi delidade os conceitos do 5S que são associados a um ambiente sadio no qual se possa trabalhar com qualidade e produzir bens e serviços de qualidade, com produtividade. Vale a pena destacar um trecho em que esta fi losofi a salta aos olhos.

[...] No âmbito das atividades profi ssionais é imprescindível que os dirigentes saibam criar uma atmosfera na qual seus colaboradores gostem de trabalhar. Isto pode ser conseguido mediante:

- Disposição de um ambiente no qual haja ordem e tranquilidade;

- Boa organização do trabalho, com distribuição equitativa das tarefas;

- Desejo de se comunicar, com disposição de falar e ouvir sem distinção de pessoa ou função;

- Respeito às ideias dos outros;

- Atitude que favoreça o consenso ou o trabalho em equipe;

- Sentimento compartilhado da fi nalidade do trabalho;

- Orgulho coletivo diante das realizações.

Silva (1996) defi ne o senso de utilização como um dever de utilizarmos os recursos disponíveis, com

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bom senso e equilíbrio, evitando ociosidades e carências.

3 PROGRAMA 5S

É imprescindível ao falarmos do programa 5S comentar como foi o seu surgimento. O 5S surgiu por volta de 1950, logo após a 2º Guerra Mundial e sua fi nalidade era combater a sujeira das fábricas do Japão. Imagine um país destruído com sua população em pânico, sem: dinheiro, saneamento básico, escolas e hospitais, reerguer-se e se posicionar economicamente no mundo. Esse é o poder dessa ferramenta bem implantada.

Figura 1 – Destruição do Japão e situação atual. - Fonte: http://www.demc.ufmg.br/gestao

Devido ao grande sucesso alcançado pelo Japão, outros países disseminar sua prática. O fato é que muitos que o fi zeram não tomaram o cuidado de atentar para o real objetivo que estes conceitos tinham que transmitir e algumas implantações não foram levadas a sério. No Brasil a prática do 5S se iniciou por volta de 1991. O nome 5S é devido a sua denominação no Japão, onde, todos os conceitos começam com a letra “S”.

Compare na tabela 1 a denominação inicial com as traduções para o Inglês e para a nossa Língua materna:

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Tabela 01 – Denominação Inicial com as traduções inglês e Português

“S” Denominação Inicial em JAPONÊS

Tradução em INGLÊS

Tradução para Português

1º Seiri Sorting Senso de UtilizaçãoArrumação

OrganizaçãoSeleção

2º Seiton Systematyzng Senso de OrdenaçãoSistematizaçãoClassifi cação

3º Seisou Sweeping Senso de LimpezaZelo

4º Seiketsu Sanitizing Senso de AsseioHigieneSaúde

Integridade5º Shitsuke Self - Disciplining Senso de Autodisciplina

EducaçãoCompromisso

Fonte: htttp://www.artecola.com.br>. Acesso em: 10 de ago. 2009

1º S - Conceito de Seiri - Senso de utilização, arrumação, organização ou seleção: As organizações devem disseminar que a inteligência humana de forma ampla é o fator primário para a utilização dos recursos disponíveis adquiridos.

As organizações criaram algumas frases para chegar a essa conceito:

- Mantenha somente o necessário em seu local de trabalho,

- Selecione somente o que você necessita,

- Combata o desperdício.

Os Benefícios do Senso de Utilização são a liberação de espaços físicos, reciclagem de recursos escassos na natureza, re-alocação de pessoas que não estejam sendo bem utilizadas, combate ao excesso de burocracia, diminuição de custos e outros.

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Figura 2 – Foto da Seleção de materiais - Fonte: http://www.demc.ufmg.br/gestao

2º S - Conceito de Seiton - Senso de ordenação, sistematização ou classifi cação: É dispor os recursos de forma sistemática e estabelecer um excelente recursos de comunicação visual para o rápido acesso a eles. Para este conceito durante a implantação deve ser disseminado que uma boa ordenação de tudo facilita a utilização dos recursos, diminuindo o tempo de busca e de guarda dos mesmos.

Para este conceito as organizações criaram algumas frases como:

- Mantenha cada coisa em seu lugar,

- Um lugar para cada coisa, cada coisa em seu lugar,

- Deixe tudo a vista,

- encontre em 30 segundos,

Os Benefícios do Senso de Ordenação são economia de tempo, diminuição do cansaço físico e mental por movimentação desnecessária, melhoria do fl uxo de pessoas e matérias, rapidez na movimentação e resgate de pessoas em caso de emergência, diminuição do estresse por buscas mal sucedidas.

Figura 3 – Foto de ordenação sistêmica - Fonte: http://www.demc.ufmg.br/gestao

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3º S - Conceito de Seisou - Senso de limpeza, zelo: Entre os diversos signifi cados encontrados no dicionário Aurélio da palavra “Limpeza” destacam-se: “qualidade de limpo, de asseado; esmero, aprimoramento, coisa bem feita, acabada, caprichada”. Entre os vários signifi cados do verbo Limpar, destacam-se: “tornar limpo, asseado, livrar-se das impurezas, purifi car”. Importante quando da implantação deste conceito é conscientizar que a limpeza é fator importante para o bem estar de todos.

Para este conceito as organizações criaram algumas frases como:

- Jogue limpo,

- Mais importante que limpar é não sujar,

- Ser limpo e estar limpo,

Os benefícios do senso de limpeza é o sentimento de bem estar dos empregados, sentimento de excelência transmitido aos clientes, prevenção de acidente, qualidade dos produtos, etc.

Figura 4 – Foto de Limpeza – Casa de um solteiro. Você Bebe um copo de água aqui?

Fonte: h:/grupos/sgq/programa 5S

4º S - Conceito de Seiketsu - Senso de asseio, higiene, saúde, integrigade: Entre os diversos signifi cados encontrados no dicionário Aurélio da palavra “saúde” quer dizer: “Estado do indivíduo, cuja as funções orgânicas, físicas e mentais se acham em situação normal; estado do que é sadio ou são. Este conceito a empresa deve atuar em higiene, saúde pessoal e segurança do trabalho. Existem diversas maneiras da empresa praticar este senso; não adianta levar o funcionário para o hospital depois que ele esta doente ou ferido.

Para este conceito as organizações criaram algumas frases como:

- Mantenha um ambiente agradável e seguro,

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- Esteja atento as condições de saúde e segurança em seu trabalho,

- Trabalhe seguro,

Figura 5 – Saúde e Segurança

Fonte: h:/grupos/sgq/programa 5S

Os benefícios do senso de saúde e segurança são evidentes por si mesmo, já que os objetivos deste conceito é preservar a vida para que o funcionário possa transformar sua energia física e mental em bens e serviços.

5º S - Conceito de Shitsuke - Senso de autodisciplina, educação e compromisso: Neste conceito a empresa deve estar atenta quanto aos seus funcionários se estão praticando normalmente os quatro primeiros “S”. Seria o ideal se as organizações implementassem somente o senso de autodisciplina, pois, uma pessoa auto disciplinada toma a iniciativa para fazer o que é correto

Para este conceito as organizações criaram algumas frases como:

- Tome a iniciativa

- Cumpra com os padrões técnicos e éticos da organização

- Pratique os 4 primeiros “S”,

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Figura 6 – Disciplina

Fonte: h:/grupos/sgq/programa 5S

Os benefícios do senso de autodisciplina são a percepção no absenteísmo, cumprimento de acordos, iniciativa de auto desenvolvimento pessoal e profi ssional, iniciativa de identifi car e resolver problemas, índice de participação espontânea em equipes de trabalho, etc.

Para aplicar o programa 5S em qualquer organização privada ou pública o responsável pela implantação deve atentar para algumas considerações iniciais tomando como referência a realidade do ambiente, envolver 100% das pessoas neste processo trabalhando inicialmente com as pessoas que estão dispostas e escolher um representante com bom grau de análise crítica.

Após, o responsável deve elaborar um plano de implementação contendo datas defi nidas para as seguintes etapas: Dia para mobilizar todos para a implantação, defi nir e registrar os itens de controle (o que se quer controlar), treinar todos os funcionários, realizar o dia da grande limpeza, seleção e organização estabelecendo sistemática de ações e fi nalmente implantar ações corretivas.

A organização deve também desenvolver uma sistemática para premiar os participantes a cada nível alcançado durante todo o processo de implantação.

É bom lembrar que o responsável pela implantação deve ser uma pessoa com credibilidade, dinâmica, com a liderança intrínseca a sua personalidade, possuir boa fl uência verbal, ter o poder de estabelecer boas relações sociais e acreditar no 5S e ser criativo. Também é importante também deixar claro que o responsável pela implantação deve utilizar outras ferramentas de apoio como o PDCA, Brainstorming, Estrutura de solução de problemas, relacionar causa e efeito.

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4 CONCLUSÕES

Por falta de conhecimento, pessoas entendem que o programa 5S é somente uma forma de organizar, limpar um escritório ou um setor da fábrica. Existe várias empresas que implantaram o programa 5S e ainda descartam seus utensílios, organizam seus objetos e ferramentas, limpa o chão e pinta as paredes e fachadas; dizem seus gerentes e diretores. “Implantamos o 5S!”

O programa 5S é muito mais do que isto, trata-se de uma mudança de cultura dentro da organização, iniciando no presidente e fi nalizando no menor cargo dentro da hierarquia. Implantado de forma correta, é impressionante notar funcionários combatendo o desperdício de tempo e de recursos em geral.

Os funcionários têm o prazer de cuidar do patrimônio da empresa, espaço de trabalho e lutam para deixar mais agradável o ambiente. Diminui o risco de acidente, melhora a produtividade e a qualidade dos produtos e dos processos.

O 5S não é a solução de todos os problemas mas é o primeiro passo para a qualidade de qualquer outro programa que se queira implantar.

REFERENCIAS

ARTECOLA Industrias Químicas Ltda. Disponível em: <htttp://www.artecola.com.br>. Acesso em: 10 de ago. 2009.

ARTECOLA Industrias Químicas Ltda. Arquivos internos do grupo Artecola. Disponível em h:/grupos/sgq/programa 5S. Acesso em: 13 de ago. 2009

MICHAELIS. Dicionário de língua portuguesa [on-line]. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php>. Acesso em 10 de agosto de 2009.

MIYAUCHI, Ichiro. 5S Concept: Revolutionary Management. Local: Japan JUSE, 1991.

OSADA, Takashi. 5S’s Cinco pontos: Chave para o ambiente da Qualidade Total. São Paulo: IMAN, 1992

SILVA, J. M. O Ambiente da Qualidade na prática: 5S. Belo Horizonte: Fundação Chistiano Ottoni, 1996.

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A TERCEIRIZAÇÃO COMO FERRAMENTA DE ESTRATÉGIA NA LOGÍSTICA DE UMA EDITORA

Rafael de [email protected]

RESUMO

É impossível não ver a logística como uma função gerencial, indispensável nas atividades organizacionais. Sua amplitude é incontestável. Sua utilidade estratégica é fundamental. O presente artigo aborda os resultados alcançados com a terceirização da logística de distribuição de periódicos, na editora Casa Publicadora Brasileira. Essa ferramenta como estratégia logística resultou em grandes melhorias. Os conceitos abordados acerca de terceirização e logística enriquecem e fazem da postura adotada pela Casa Publicadora Brasileira uma prática imitável.

Palavras-chave: logística; terceirização; ferramenta; logística; estratégia logística; ferramenta estratégica.

ABSTRACT

It is impossible not to see logistics as a management function, essential in organizational activities. Its amplitude is indisputable. Its strategic use is essential. This article discusses the results achieved with the outsourcing of logistics for distribution of periodicals, publishing house in the Brazilian public. Logistics as a strategic tool that resulted in major improvements. The concepts addressed on outsourcing and logistics enrich and make the posture adopted by the Brazilian public house a practice replicable.

Keyword: logistics;outsourcing;tool logistics;strategic logistics; strategic tool

1 INTRODUÇÃO

Nunca houve tempos em que a logística foi tão amplamente difundida como nos dias de hoje. Na atual conjectura, o papel da logística no mundo dos negócios ganha destaque, tanto em escopo quanto em importância estratégica. É um conhecimento que os gestores devem dominar plenamente.

Vejamos o conceito de logística, conforme autores abaixo:

Segundo Ballou (1998), a logística empresarial estuda como a administração empresarial pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivo para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fl uxo de

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produtos.

Novaes (2003) comenta que a logística moderna procura coligar todos os elementos do processo – prazos, integração de setores da empresa e formação de parcerias com fornecedores e cliente - para satisfazer as necessidades e preferências dos consumidores fi nais.

Portanto, dentro das organizações privadas, estatais e também do terceiro setor, as atividades logísticas são de fundamental importância determinando os rumos da missão, visão e valores de uma empresa, sendo também uma das molas propulsoras do crescimento.

Por abranger tantas responsabilidades e responder por um terço dos custos de uma empresa, a logística empresarial deve ser gerenciada com conhecimento e integração. Afi nal, nasceu da importância da redução de custos e na maior importância que se dá ao atendimento das necessidades dos clientes.

Neste contexto, o desafi o das empresas em encontrar meios para eliminar custos, somados a um melhor nível de atendimento aos clientes, é uma luta constante. Este artigo apresenta os resultados positivos na logística de distribuição de uma editora, que usou a Terceirização como estratégia logística. Ferramenta de administração que ajudou a capacitar e melhorar seu fl uxo de atendimento e entrega ao cliente.

2 TERCEIRIZAÇÃO: UMA FERRAMENTA LOGÍSTICA ESTRATÉGICA

Como introduzido, as empresas enfrentam desafi os constantes no gerenciamento de sua logística. Assim, uma das ferramentas que pode ser utilizada nesse gerenciamento é a Terceirização. Uma estratégia que pode ser útil e efi caz, mas ao mesmo tempo vilã dos negócios, se não for aplicada e administrada criteriosamente.

Vejamos alguns conceitos, conforme autores abaixo:

A terceirização é uma ferramenta de administração, utilizada como fi losofi a empresarial, que consiste na compra de bens e/ou serviços especializados, para serem integrados na condição de atividade-meio à atividade-fi m da empresa compradora e que permite a esta, concentrar energia em sua principal vocação, com intuito de potencializar ganhos em qualidade e competitividade (SARATT, 2000; FONTANELLA, 1994). Sendo feito, através de um processo cuidadosamente gerenciado.

O “outsourcing”, expressão inglês, que signifi ca “terceirização” foi então, adotado pelas empresas, referenciado sempre pela concepção estratégica de implementação (GIOSA, 1997).

Essa ferramenta pode trazer consequências positivas e negativas para a empresa. Devido à importância, esses fatos requerem estudo e acompanhamento, para identifi car o maior número possível de desvios, detectarem as suas causas e programar ações de correções.

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Deste modo, para se alcançar resultados com a terceirização, são necessárias pesquisas de mercado para encontrar o parceiro ideal. Avaliar suas condições de serviço e sua adaptabilidade ao planejamento da empresa.

A escolha do prestador de serviço, segundo Queiroz (1992), deve estar apoiada em critérios que possam informar seu posicionamento no mercado atual como; conceito profi ssional, nível de especialização, interesse dos dirigentes no negócio, instrumentos de trabalho e equipamentos disponíveis.

Existem conceitos que levantam questionamentos referentes à terceirização. Portanto, devem ser considerados na elaboração dos critérios a serem utilizados no processo de análise e decisão quanto a sua utilização. Vejamos:

Para esse conjunto de autores – Barros Jr. (1999), Nascimento (1993), Vidal Neto (1992), Robortella (1994), Leiria (1992) – os custos com a força de trabalho são excessivos no Brasil. Tal hipertrofi a, ao invés de proteger o trabalhador, acaba difi cultando a administração dos contratos de trabalho no mercado formal e mesmo impedindo que as condições sejam negociadas livremente. A terceirização seria, dessa forma, um mecanismo das empresas para transferir atividades a outras subcontratadas e, com isso, reduzir seus custos fi xos com força de trabalho.

Segundo Druck (1995, p. 20), “o recurso da Terceirização é antes de mais nada uma forma que o empresariado buscou para sair ileso da crise”.

Entretanto, mesmo sob opiniões diferentes, é possível afi rmar sua aplicabilidade e efi ciência como estratégia logística, quando aplicada de forma criteriosa e livre dos paradigmas.

HERACLITO disse: “Não existe nada permanente, exceto as mudanças”(apud ARANHA & MARTINS, 2003, P.119). Algumas empresas possuem apenas visão frontal e não periférica, ou seja, uma visão sistêmica do que afeta o ambiente interno e externo da organização. Essa postura as deixa omissas aos problemas e as mudanças no mercado. Conforme Kochenborger,

rechaçar a terceirização nas empresas e serviço público, é antes de tudo fechar a porta para o futuro. É condenar a economia empresarial e pública a insolvência, proveniente de custos decorrentes de estrutura ultrapassadas e de sistemas que atendem a grupos internos, que se sentem ameaçados de perder o poder (KOCHENBORGER, 1999).

Enfi m, não se deve descartar a terceirização, sem antes analisá-la como parte do planejamento da empresa. Ela pode ser uma excelente ferramenta estratégica, sem prejudicar seus funcionários.

3 CORREIOS ENTREGA DIRETA: TERCEIRIZAÇÃO LOGÍSTICA DA DISTRIBUIÇÃO DE PERIÓDICOS DA CASA PUBLICADORA BRASILEIRA

Como abordado anteriormente, a Logística e a Terceirização são elementos de planejamento administrativo organizacional, que podem fazer toda a diferença quando aplicados de forma analítica e criteriosa nos negócios

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de uma empresa. A Logística como função gerencial e a Terceirização como ferramenta estratégica de administração, devem operar em harmonia com a missão, visão e valores organizacionais. Considerando, seus indicadores econômicos, fi nanceiros e operacionais, que traçam seu desempenho no mercado atuante. Essa foi uma excelente experiência na CASA PUBLICADORA BRASILEIRA, Editora de livros e revistas. Situada á Rodovia SP127 – KM106 – TATUÍ-SP, que atua a mais de cem anos no ramo gráfi co. A empresa investiu na opção de aplicar a Terceirização como ferramenta estratégica em parte de sua Logística de distribuição. A iniciativa rompeu as barreiras do ceticismo e paradigmas que envolviam a administração da empresa quanto a essa postura. Esforços não foram economizados para a implementação desse resultado. E felizmente, em novembro de 2006 o primeiro periódico, foi enviado com sucesso por essa nova operação. Dessa forma, a CPB foi conhecida como a primeira editora do interior de São Paulo, a aderir essa prestação de serviços oferecida pela ECT- Empresa de Correios e Telégrafos do Brasil. Os resultados foram satisfatórios1.

3.1 Correios Entrega Direta: Serviços

A CPB utilizou o serviço de envio chamado Correios Entrega Direta. O serviço é uma ofensiva da ECT para conquistar a liderança do mercado de revistas porta a porta, é uma solução logística customizada, focada no seguimento de publicações periódicas, com volume mínimo anual e informações gerenciais, via web, que possibilita ao grande, médio e pequeno editor utilizar a capacidade logística da ECT. Permite tal controle da operação que o editor sente-se entregando a publicação a seu assinante.

3.2 Modalidades

Lançado inicialmente na cidade de São Paulo, em Dezembro de 2004, o serviço prevê duas modalidades de operação:

Operação A – destinada ao editor de publicações periódicas com volume mínimo anual acima de 3,6 milhões de objetos ano, tais como Editora Três, Readers Digest do Brasil, dentre outros;Operação B – destinada ao Editor com volume mínimo anual de 60 mil objetos ano, até 3,6 milhões de objeto ano.

3.3 Operação B: Faixa operacional da CPB

A CASA PUBLICADORA BRASILEIRA aderiu em sua logística de distribuição a operação B, correspondendo à sua estrutura de distribuição, cerca de três milhões de periódicos por ano.

Esse modelo tem as seguintes condições:

1 Revista vida e saúde, tiragem de 60.000

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O preço desse serviço está condicionado ao volume de postagem anual. A primeira faixa tem início em 60 mil objetos por ano, sendo que a capacidade máxima para operação é 3,6 milhões.É exigida a quantidade mínima de 2000 objetos em cada postagem;A ECT precisa receber a base de dados de destinatários dos exemplares com três dias de antecedência à data de postagem dos objetos;O banco de dados fi cará sob a responsabilidade da ECT. O sigilo e a garantia de não utilização para outros fi ns serão assegurados em contrato;As etiquetas de endereçamento serão afi xadas aos objetos nas unidades de entrega. A impressão das etiquetas faz parte do pacote básico de serviços;A cobrança do serviço será feita pelo arquivo de postagem em função da quantidade, validada no ato da postagem;O plano de reparte (separação de quantidade de objetos por destino/centralizadora nacional e/ou Unidade de Distribuição) deve ser elaborado por título;Os prazos para entrega são contados em dias úteis;Para este modelo de operação não está prevista entrega aos sábados, domingos e feriados;A entrega ocorrerá até as 20h de cada dia no endereço do assinante.

3.4 Como funciona

Consiste na captação dos objetos na gráfi ca ou no recebimento nas unidades de atendimento da ECT (postagem), tratamento, transferência e interiorização da carga, manuseio (envelopamento, inserção de encartes/brindes, se for o caso, impressão das etiquetas e etiquetagem), entrega e fornecimento de informações, via sistema informatizado disponível na internet, acerca dos objetos distribuídos; de forma segura deposita as informações dos destinatários e a partir daí torna possível o gerenciamento de todas as informações e operações tanto por parte da editora quanto dos correios.

Os clientes de operação A contam com um alto nível de customização de sua operação, inclusive preços individuais. Além de todos os benefícios citados, podem rastrear sua carga desde a saída da gráfi ca. Para os clientes de operação B, em situações especiais, também são oferecidas soluções customizadas.

3.5 Prêmio top de Marketing 2005

O prêmio top de Marketing 2005 da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB/RIO) foi entregue no Rio de Janeiro, no dia 6 de dezembro, à ECT pelo serviço Correios Entrega Direta, solução para distribuição de publicações periódicas. O serviço foi lançado pelos correios em 2004 e com apenas um ano de operação obteve um índice de 99,85% de satisfação dos leitores. Com esses resultados, os Correios confi rmam

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e consolidam o acerto dessa iniciativa, plenamente coroada com o prêmio.

4 RESULTADOS

Como comentado, os resultados obtidos com a logística de distribuição dos periódicos da CPB a cargo do Correios Entrega Direta foi realmente um sucesso. A estratégia adotada reestruturou a operacionalidade no setor de correio e periódicos da CPB, permitindo a inovação e aumento da capacidade de serviços. Além de aumentar a efi ciência do setor, e isso sem precisar “enxugar a folha de pagamento”. Abaixo os resultados:

Remanejamento de funcionários: Antes da nova operação havia a necessidade de alocar 10 funcionários de outro setor (além dos cinco fi xos), que deixavam suas funções, a fi m de realizar tarefas no setor Correio- periódicos da CPB. Uma prática utilizada para atingir os prazo previstos na expedição. Com a nova operação isso deixou de existir e os funcionários locais foram munidos de responsabilidades maiores.Controle sobre envios e entregas: Os registros de envio e postagem adquiridos com a expedição dos periódicos no padrão antigo, não eram sufi cientes para controlar as saídas mensais e consequentemente difi cultavam o acompanhamento das entregas e a geração de relatórios. Com o novo padrão essas difi culdades foram eliminadas e as informações disponíveis, dentro da realidade de postagens e entregas. Agilidade na entrega: A operação de distribuição anterior era muito lenta (cerca de vinte dias), considerando o fato dos periódicos serem repassados de agência a agência nos correios. Com os Correios Entrega Direta, os periódicos são enviados diretamente à agência mais próxima do CEP do cliente. Essa operação reduziu o prazo de entrega em três a cinco dias.Redução de extravios e avarias: Os extravios e avarias eram grandes problemas e motivo de muitas reclamações. Um número considerável de revistas era perdido ou danifi cado durante o trânsito de entrega. Atualmente, o problema foi controlado através do envio direto dos periódicos ao CEP mais próximo do cliente, o fl uxo de informações disponíveis através do sistema integrado entre Correios Entrega Direta e CPB e com a previsão mínima de cotas de avaria a serem utilizadas no atendimento rápido de qualquer inconformidade durante as entregas. Assim, são controlados os extravios, as avarias e reclamações.Relacionamento com o cliente: A antiga operação causava um descontentamento nos clientes, o que inibia uma relação de confi ança na prestação de serviço. A nova operação mudou esse relacionamento. Hoje, o índice de satisfação dos clientes são outros e sua preocupação é estar informado de novos produtos. Essa realidade potencializou a estrutura do serviço de atendimento ao cliente (SAC) na CPB. Redução do custo benefício: A operação de envio através da postagem por Mala Direta Postal (MDP), foi utilizada até outubro de 2006, essa operação deixava nosso custo benefício muito oneroso e de baixa efi ciência. Esses números mudaram consideravelmente depois na nova operação, que passou a vigorar em novembro de 2006.

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Veja o gráfi co 1, que relaciona o custo com postagem e percentual de redução em 2004, 2005 e 2006(com a MDP.) e 2007, 2008 e 2009 (com a E.D.) em R$:

Gráfi co1 – relação percentual custo com postagem

Veja o gráfi co 2, que mostra a redução de custo com a nova operação, em R$:

Gráfi co 1 – redução de custo

Com esses indicadores econômicos fi ca evidente que a mudança operacional foi um fator de sucesso para a editora. Com isso, a CPB agregou qualidade, confi abilidade, fl exibilidade, agilidade e customização em sua logística de distribuição.

5 DISCUSSÃO

Poucas operações logísticas geram tanta preocupação quanto o envio de periódicos. O leitor que efetua uma assinatura via internet, por exemplo, quer receber sua publicação tão rápido quanto foi para fazer o pedido. O assinante exige que a entrega ocorra de forma regular, em condições íntegras e higiênicas e, em havendo falha

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na entrega, quer reposição quase sempre imediata. Para atender tais exigências, as editoras precisam contar com as estruturas de distribuição ágeis, fl exíveis, que cumpram rigorosamente os níveis de serviço acertados. Com a função específi ca de atender tais requisitos e surpreender os clientes que o contratam, o serviço Correios Entrega Direta é a vocação natural dos Correios, que detêm como nenhuma outra empresa o conhecimento sobre os pontos de entrega, cidades e localidades em todo o território nacional.

Através dos Correios Entrega Direta, a ECT foi além da entrega e fornecimento de informações de entrega e tornou-se facilitadora no relacionamento editor/assinante, face à interatividade e conexão rápida que propicia com o novo serviço.

Assim, o serviço, que nasceu com o desafi o de possibilitar aos Correios aumentar sua participação no segmento de publicações periódicas, possibilita a ECT posicionar-se como parceira efetiva do segmento editorial, na medida em que alia a nova solução ao conjunto de opções disponibilizadas, o que garante a satisfação e retenção de clientes.

Buscando um desempenho superior, valorizando elementos importantes como capilaridade, confi abilidade, regularidade, velocidade e nível de informações, estabelecendo preços competitivos, os Correios disponibilizam no segmento de publicações periódicas um serviço de grande efi cácia.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através dos conceitos e do caso em exposição, foi possível ter um parâmetro das difi culdades enfrentadas por empresas no segmento de publicações de periódicos e a possível solução para as mesmas.

Portanto, não se deve abrir mão dos serviços de terceiros com julgamentos precipitados, ceticismo e paradigmas. Nem eliminar sua aplicabilidade na administração, pelos exemplos negativos que podem ser encontrados. Somente uma análise criteriosa, pautada por um processo decisório bem elaborado, levando em consideração a missão, visão e valores da empresa é que deve nortear nossa opinião e decisão.

O Administrador da atualidade não deve temer ao pensar em mudanças, pois sua demanda sempre deseja algo novo e melhor. Deve aplicá-las somadas às estratégias efi cientes, visando atingir os objetivos e metas de sua empresa.

REFERÊNCIAS

ARANHA, M. L. de A. Filosofando: introdução à fi losofi a. 3. ed. rev. São Paulo: Moderna, 2003. 439 p.

BALLOU, R. H. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São

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Paulo: Atlas, 1993.

COELIS, E. L. Logística empresarial. 2006. Disponível em: <http://www.ietecnet.com.br/supervisores/artigos/log...>. Acesso em: 5 ago. 2009.

CORREIOS. 2009. Correios Entrega Direta. Disponível em: <http:://www.correios.combr/produtos_serviços/maketing_direto/oque_ofer/entrega direta.cfm>.Acesso em: 6 ago. 2009.

MARCELINO, P.R.P.2007. Terceirização do trabalho no Brasil e na França. Disponível em: <http://www2.uel.br/.../PAULA%20REGINA%20PEREIRA%20MARCELINO. pdf>. Acesso em: 6 ago. 2009.

MORAES, I. S.; SANTOS, J.C; SANTOS, S.R.; SILVA, V.S. Terceirização: Moldando o futuro das empresas. 1999. Disponível em:< http:// www.revistas.unifacs.br/index. php/rgb/.../130>. Acesso em: 6 ago. 2009.

SANTOS, L.C. 2007. Logística: evolução histórica e sua utilidade nas organizações. Disponível em:<http://. www.lcsantos.pro.br/ arquivos /Logistica26062008-123028. Pdf>. Acesso em: 5 ago. 2009.

SILVA, E. T.; ARIENTI, V.L.2007. Quebra de paradigmas na contratação de serviços terceirizados-alcançar resultados através de contratos com foco em recursos humanos. Disponível em: <http//:revista.feb.unesp.br/índex.php/gepros/article/viewArticle/141>. Acesso em: 6 ago. 2009.

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UM ESTUDO SOBRE A MATEMATICA, E PORQUE ELA É IMPORTANTE NO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Tamires Ribeiro Lourenç[email protected]

Matheus Bento [email protected]

Maria Angélica A. Mattos de [email protected]

RESUMONessa iniciação científi ca sobre Matemática, desenvolvemos um artigo sobre essa disciplina, mostrando como ela foi criada e como ajudar no dia-a-dia do homem e ajudar na vida dos administradores. E as difi culdades que envolviam professores e alunos durantes os cursos de matemática nas escolas de ensino superior. Esse fato nos motivou a fazer o seguinte artigo, não apenas mostrando as difi culdades dos alunos para obter um aproveitamento, pelo menos razoáveis dessa disciplina, que em muita está ligado ao despreparo em matemática elementar com que chegam ao ensino superior. Mas também, nestas circunstâncias, um dos grandes problemas com que se defronta o professor, com pesada carga horária e sem tempo de preparar algo para aluno médio da área, faz uma extensa bibliografi a com a esperança de que examinem fazendo sua opção por um texto mais acessível. A disciplina TGA (Teoria Geral da Administração), recebeu muitas contribuições da matemática, proporcionando soluções de problemas empresariais. É através de equações de matemáticas que simulam situações reais, que são tomadas muitas das decisões administrativas. Com base nos dados coletados proporcionamos ao leitor em linguagem clara e objetiva um estudo da matematica e porque ela é importante no curso de graduação de administração. Palavras-chave: Matemática; Teoria Matemática da Administração; Iniciação científi ca.

ABSTRACTIn this tutorial on science mathematics, developed a thesis on this subject, showing how it was created and assist in day-to-day the man and help the lives of administrators. And the diffi culties involving teachers and students during the courses of mathematics in schools of higher education. This fact led us to make the following argument, not only showing the problems of students to obtain an advantage at least of reasonable discipline, in this very connected to lack in Elementary Mathematics in coming to higher education. But in these circumstances, one of the major problems faced by the teacher, with heavy work load and no time to prepare something for the average student area, is an extensive bibliography in the hope of making their choice to examine a text more accessible. Discipline TGA (General Theory of Administration), has received many contributions to mathematics, providing solutions to business problems. It is through the mathematical equations that simulate real situations, which are made of many administrative decisions. We also a comment from Issac Assimov on mathematics, which says: […] Aristotle, one of the greatest minds that ever covered physics, was completely wrong in his ideas on falling bodies and had to be corrected by Galileo around 1590.Galeno, the largest of the doctors of antiquity, was not allowed to study human cadavers and was completely wrong in their anatomical and physiological fi ndings. Had to be corrected by Vesalius in 1543 and Harvey in 1628. Even Newton, the greatest of all scientists, was wrong in his vision of the nature of light, the achromatic lens and not realized the existence of spectral lines. His work up, the laws of motion and the theory of universal gravitation, had to be modifi ed by Einstein in 1916. Now we see

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what makes mathematics unique. Only in mathematics there is signifi cant correction, only extension. Since the Greeks developed the deductive method, which they did was correct, correct for ever. Euclid was incomplete and his work was greatly extended, but had to be corrected. Their theorems, they are valid today. Ptolemy may have developed a false representation of the planetary system, but the system of trigonometry which he created to help you in your calculations is correct forever. [...]Keywords: Mathematics, Mathematical Theory of Administration, Scientifi c Initiation

1 INTRODUÇÃO

Por matemática entende-se conjunto de disciplinas lógicas que tratam das relações existentes entre grandezas e operações, reúnem métodos pelos quais essas relações são dedutíveis de outras conhecidas ou supostas. É, em suma, a ciência das relações de grandeza, ordem, forma, espaço e continuidade.

Todos esses conceitos foram introduzidos na matemática mediante percepções intuitivas e possuem íntima relação com objetos materiais e com fi guras geométricas. No entanto, à medida que o pensamento matemático foi caminhando no sentido da abstração, o raciocínio desligou-se das fi guras. Dessa maneira, as idéias que apareciam vagas e confusas foram adquirindo precisão e os métodos da análise matemática, livres de qualquer intuição geométrica, permitiram o gradativo referimento dos conceitos básicos e uma concatenação mais rigorosa entre as proposições fundamentais.

Teoria Matemática é a corrente administrativa que utiliza a matemática na analise dos princípios e problemas organizacionais. Os autores expressam matematicamente questões teóricas tradicionais da Administração.

A teoria matemática nos trouxe dentre outros modelos matemáticos para simular situações dentro de uma empresa. Com foco na resolução de problemas e tomada de decisões. Através desse modelo que se faz representação da realidade, tem como fi nalidade simular situações futuras e avaliar a probabilidade de sua ocorrência, ou seja, modelo matemático são soluções futuras para possíveis imprevistos.

A teoria matemática é uma abordagem recente no campo da administração. Antes conhecida apenas pela P.O., hoje representa um importante campo de atuação da Teoria Administrativa. A administração de Operações é o processo decisório, principalmente quando as decisões são programáveis ou quantitativas. Há um enorme potencial dos modelos matemáticos em administração.

2 MATEMÁTICA NA ANTIGUIDADE

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No Egito antigo parece ter existido uma grande quantidade de regras matemáticas, obtidas empiricamente, mas que possibilitaram a solução de numerosos problemas aritméticos e algébricos. Os escassos conhecidos existentes até agora a respeito chegaram aos dias presentes através de alguns papiros, dos quais o mais famoso é o papiro Rhind, decifrado em 1877 e que contém algumas regras sobre operações com frações. Este documento data do séc.XVII a.C. e teria sido copiado pelo escriba Ahmes de outro documento ainda mais antigo (séc. XIX a.C.). Pertence também aos egípcios o estabelecimento do ano de 365 dias.

A matemática propriamente dita em que o conjunto de propriedades é apresentado dentro de esquemas sistemáticos, foi uma das grandes conquistas do gênio grego. Dentre os muitos sábios que se dedicaram aos estudos matemáticos, cabe citar Tales como um dos mais antigos representantes da mais remota fase da matemática grega. A ele se atribuem importantes trabalhos referentes à semelhança de triângulos, emprego de arcos de círculos para medida de ângulo, a medida da altura de um monumento pela sombra projetada, à explicação dos eclipses do Sol e da Lua.

Documentos decifrados da antiga civilização maia mostram que as tribos que habitavam a América conheciam e empregavam um sistema de numeração de base vinte e que tudo indica tenha sido introduzido paralelamente ao estabelecionamento de seu calendário. Representavam seus números por meio de pontos e barras, sendo que o ponto representava uma unidade e a barra um conjunto de cinco pontos. Usavam também outro tipo de representação, em que cada número menor que 20 (vinte) tinham sua própria fi gura, em geral, semelhante a cabeças humanas. Embora a geometria só se caracterizasse como ciência na Grécia, muitas de suas propriedades eram conhecidas pelos povos anteriores. Os assírios e babilônicos, por exemplo, conseguiram reunir muitos conhecimentos de astronomia, mediante cálculos que realizavam sobre observações sistemáticas. Sabiam calcular áreas de triângulos e quadriláteros, volumes de prismas e de pirâmides. Tinham seguras noções a respeito de semelhanças entre triângulos e círculos. Sabiam dividir a circunferência em aros iguais. Os egípcios mediam com perfeição áreas de inúmeras fi guras, volumes de alguns poliedros e até mesmo de corpos redondos (com aproximação grosseira). Conheciam também muitas propriedades dos triângulos, em particular aquela que mostra que o triângulo de lados 3, 4 e 5 é retângulo (hoje denominado triângulo egípcio) e que empregavam para traçar ângulos retos.

Euclides foi, de fato, o primeiro grande matemático. Seu gênio permitiu-lhe organizar uma extraordinária síntese dos conhecimentos anteriores, subordinando-os as regras lógicas convenientes e extraindo suas mais importantes conseqüências. Seus Elementos, que fundavam o método axiomático, constituem um prodigioso exemplo, único em toda a história da ciência, de um livro que serviu a gerações sucessivas de estudantes durante mais de dois mil anos.

Arquimedes, por muitos considerado o maior matemático de todos os tempos, foi o original inventor de métodos novos em geometria, todos extraordinários engenho. Desenvolveu a teoria corpos fl utuantes, foi inventor de incontáveis aparelhos de aplicação prática, aperfeiçoou o método de exaustão e com ele obteve importantes resultados. Sua infl uência foi marcante e até hoje são estudados os seus teoremas, as suas contribuições à física e

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à engenharia.

Em Alexandria desenvolveu-se uma notável escola de grandes matemáticos. Dentre seus representantes destacaram-se Menelau, Ptolomeu, Papo e Diofanto. Menelau dedicou-se a estudar as propriedades da esfera, e seus resultados muito contribuíram como pioneiros distantes da trigonometria esférica. Ptolomeu, através de sua obra principal, Almagesto, a par da imorredoura contribuição à astronomia, apresenta muitos estudos matemáticos, entre os quais uma tabela para cálculos de cordas e arcos. Papo realizou um estudo crítico dos conhecimentos anteriores, e apresentou numerosas contribuições originais à geometria e à aritmética. A contribuição de Diofanto foi principalmente dirigida para a aritmética e particularmente para a teoria dos números. Estudou numeroso grupo de propriedades e efetuou uma revisão cuidadosa dos princípios que inspiravam as teorias sobre operações e solução de problemas. É considerado, por muitos, o fundador da álgebra.

Na antiguidade, merece especial referência a matemática dos árabes, principalmente por terem sido os mantenedores das tradições gregas, que introduziram na Europa. Traduziram as grandes obras gregas tais como os Elementos de Euclides e alguns trabalhos de Arquimedes, Menelau e Ptolomeu. A fi gura de maior destaque é a do astrônomo e matemático al-Kwàrizmî, que teria sido bibliotecário do califa al-Mamun por volta do ano 830. Sua obra é nitidamente infl uenciada por Euclides e Diofanto e sua própria infl uência foi considerável, inclusive nos primórdios da civilização ocidental.

3 TEORIA MATEMÁTICA DA ADMINISTRAÇÃO

A Teoria Matemática aplicada à solução dos problemas administrativos é conhecida como Pesquisa Operacional (PO). A denominação PO consagra universalmente é genérica e vaga. A Teoria Matemática não é propriamente uma escola - tal como a Teoria Clássica ou a Teoria das Relações Humanas - mas uma corrente que localizamos em vários autores que enfatizam o processo decisório e o tratam de modo lógico e racional através de uma abordagem quantitativa, determinística e lógica.

A maior aplicação da Teoria Matemática reside na chamada Administração das Operações – denominação dada a vários assuntos da Teoria Matemática – em organizações de manufatura e de serviços envolvendo atividades relacionadas com produtos ou serviços, processos e tecnologia, localização industrial, gerenciamento de qualidade, planejamento e controle de operações. Os temas mais tratados pela Administração das Operações são:

1. Operações. Focalizando os processos produtivos e produtividade, especialmente quando a globalização está impondo produtos mundiais (como o carro mundial cujos componentes são fabricados em diferentes países do mundo).

2. Serviços. Tratamento de sistemas de operações de serviços.

3. Qualidade. Envolvendo o tratamento estatístico da qualidade, a melhoria contínua, programas de

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qualidade total e certifi cação da ISSO.

4. Estratégia de Operações. Defi nindo o alinhamento estratégico e a natureza estratégica da administração das operações.

5. Tecnologia. A utilização do computador na administração das operações.

4 ORIGENS DA TEORIA MATEMÁTICA NA ADMINISTRAÇÃO

A Teoria Matemática surgiu na teoria administrativa a partir de cinco causas:

1. O trabalho clássico sobre Teoria dos Jogos de Von Neumann e Morgenstern (1947) e de Wald (1954) e Savage (1954) para a teoria estatística da decisão. A contribuição de H. Raiffa, R. Schalaifer e R.Howard foi fundamental.

2. O estudo do processo decisório por Herbert Simon, então um autor Bahaviorista, e o surgimento da Teoria das Decisões ressaltam a importância mais da decisão do que da ação dela decorrente na dinâmica organizacional. A tomada de decisões passou a ser considerada decisiva no sucesso de todo sistema cooperativo, que é a organização.

3. A existência de decisões programáveis: Simon defi nira as decisões qualitativas (não-programáveis e tomadas pelo homem) e as decisões podem ser quantifi cadas e representadas por modelos matemáticos e operacionais por computador.

4. O computador proporcionou meios para aplicação e desenvolvimento de técnicas matemáticas mais complexas e sofi sticadas.

5. A Teoria Matemática surgiu com a utilização da Pesquisa Operacional (PO) no decorrer da Segunda Guerra Mundial. O sucesso do método cientifi co no campo da estratégia militar fez com que a PO fosse utilizada em organizações publicas e privadas a partir de 1945. A Teoria Matemática pretendeu criar uma Ciência da Administração em bases lógicas e matemáticas. Acabou produzindo a chamada Administração de Operações focada na administração de manufatura e de serviços.

5 PROCESSO DECISÓRIO

A teoria Matemática desloca ênfase na ação para ênfase na decisão que a antecede. O processo decisório é o seu fundamento básico. Constituiu o campo de estudo da Teoria da Decisão que é aqui considerada um desdobramento da Teoria Matemática. A tomada de decisão é o ponto focal da abordagem quantitativa, isto é, da Teoria Matemática. A tomada de decisão é estudada sob duas perspectivas: a do processo e a do problema.

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1. Perspectiva do processo. Concentra-se nas etapas da tomada de decisão. Dentro dessa perspectiva, o objeto é selecionar a melhor alternativa de decisão. Focaliza o processo decisório como uma seqüência de três etapas simples:

a) Defi nição do problema.

b) Quais as alternativas possíveis de solução do problema.

c) Qual é a melhor alternativa de solução (escolha).

A perspectiva do processo concentra-se na escolha dentre as possíveis alternativas de solução daquela que produza melhor efi ciência. Sua ênfase está na busca dos meios alternativos. É uma abordagem criticada por se preocupar com o procedimento e não com o conteúdo da decisão. Há modelos matemáticos que retratam as opções de decisões a serem tomadas e que variam desde racionalidade (meios visando objetivos) até a irracionalidade (escolhas baseadas em emoções e impulsos irracionais).

2. Perspectivas do problema. Está orientada para a resolução de problemas. Essa perspectiva é criticada pelo fato de não indicar alternativas e pela sua defi ciência quando as situações demandam vários modelos de implementação. Na perspectivas do problema, o tomador de decisão aplica métodos quantitativos par tornar o processo decisório o mais racional possível concentrando-se na defi nição e no equacionamento do problema a ser resolvido. Preocupa-se com a efi cácia da decisão.

Para a Teoria da Decisão, todo problema administrativo equivale a um processo de decisão. Existem dois extremos: as decisões programadas e as não-programadas. Esses dois tipos não são mutuamente exclusivos, mais representam dois pontos extremos entre os quais existe uma gama contínua de decisões intermediárias.

Decisões Programadas Decisões não-programadas

Dados adequados Dados Inadequados

Dados repetitivos Dados únicos

Condições estatísticas Condições dinâmicas

Certeza Incerteza

Previsibilidade Imprevisibilidade

Rotina Inovação

Quadro 1 – Características das decisões programadas e não-programadas

6 PESQUISA OPERACIONAL

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O ramo da Pesquisa Operacional (PO) descende - sob vários aspectos- da Administração Cientifi ca à qual acrescentou métodos matemáticos refi nados com a tecnologia computacional e uma orientação mais ampla. Ambas têm em comum a sua aplicação ao nível operacional. A PO adota o método científi co como estrutura para a solução dos problemas, com forte ênfase no julgamento objeto. Os autores da escola matemática provieram da matemática, da estatística, da engenharia e da economia e possuem uma orientação técnica – econômica, racional e lógica.

As defi nições de PO variam desde técnicas matemáticas específi cas até o método científi co em si. Em geral, essas defi nições incluem três aspectos básicos comuns à abordagem de PO à tomada de decisão administrativa.

Visão sistêmica dos problemas a serem resolvidos.1.

2. Uso do método científi co na resolução de problemas.

3. Utilização de técnicas especifi ca de estatística, probabilidade e modelos matemáticos para ajudar na tomada de decisão a resolver o problema.

A PO focaliza a analise de operações de um sistema e não apenas com um problema particular. A PO utiliza:

1. A probabilidade na abordagem de PO para decisões sob condições de risco e incerteza.

2. A estatística na sistematização e análise de dados para obter soluções.

3. A matemática na formulação de modelos quantitativos.

PO “é a aplicação de métodos, técnicas e instrumentos científi cos a problemas que envolvem as operações de um sistema, de modo a proporcionar, aos que controlam o sistema, soluções ótimas para o problema em foco”. Ela se “ocupa de operações de um sistema existente...”, isto é, “materiais, energias, pessoas e máquinas já existente...”. “O objetivo da PO é capacitar à administração a resolver problemas e tomar decisões.” Embora haja diversidade nas defi nições sobre a PO, há unanimidade quanto ao seu objetivo: fornecer subsídios racionais para a tomada de decisões nas organizações. Ela pretende tornar científi co, racional e lógico o processo decisório nas organizações.

A metodologia da PO utiliza seis fases:

1. Formular o problema

2. Construir um modelo matemático para representar o sistema.

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3. Deduzir uma solução do modelo.

4. Testar o modelo e a solução.

5. Estabelecer controle sobre a solução.

6. Colocar a solução em funcionamento.

As principais técnicas da PO são:

Teoria dos jogos.

Teoria das fi las.

Teoria dos grafos.

Programação Linear.

Programação Dinâmica.

Análise Estatística e cálculo de probabilidade.

7 A NECESSIDADE DE INDICADORES DE DESEMPREGO

Uma das maiores contribuições dos autores matemáticos foi o aporte de indicadores fi nanceiros e não-fi nanceiros – quantifi cados e objetivos – para medir ou avaliar o desemprego organizacional ou de parte dele, como indicadores departamentais, fi nanceiros ou contábeis, de negócios, avaliação do desemprego humano etc.

7.1 Por que medir?

Para autores matemáticos, os indicadores de desemprego são os sinais vitais de uma organização, pois permitem mostrar o que ela está fazendo e quais os resultados de suas ações. Um sistema de medição funciona com um painel de controle para que a organização ou cada departamento possa avaliar seu desemprego. O sistema de medição é um modelo da realidade e pode assumir várias formas, como relatórios periódicos, gráfi cos ou sistema de informação on-line etc. O importante é que permita que o desemprego seja analisado e as ações corretivas sejam tomadas quando necessárias.

A montagem de um sistema de medição do desemprego obedece geralmente a um itinerário.

As principais vantagens de um sistema de medição são:

Avaliar o desemprego e indicar as ações corretivas necessárias.a)

Apoiar a melhoria do desempenho.b)

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Manter a convergência de propósitos e a coerência de esforços na organização por meio da c) integração de estratégias, ações e medições.

Exemplos de indicadores de desemprego:AREA: Indicador de Desempenho: Organizacional Retorno sobre o investimento

Margem de contribuição

LucratividadeMarketing Volume de vendas

Participação no mercado

Nível de atendimento de pedidos

Mix de produtos/ serviços

Satisfação dos clientesProdução Produtividade

Nível de qualidade

Nível de refugo

Rendimento da matéria-primaDesenvolvimento Lançamento de novos produtos/

serviços

Inovações em processosFinanças Índice de ganho fi nanceiro

Índice de clientes inadimplentes

Nível de ciclo fi nanceiro

Redução de custos fi xos

Redução de custos variáveis Logística Pontualidade na entrega

Nível de atendimento dos pedidos

Custos de distribuição

Giro do inventarioSuprimentos Custo das matérias-primas

Qualidade das matérias-primas

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R e c u r s o s humanos

Índice de absenteísmo

Índice de acidentes no trabalho

Nível de satisfação dos empregados

QUADRO 2: Desemprego

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A teoria Matemática trouxe enorme contribuição à Administração oferecendo técnicas de planejamento e controle no emprego de recursos materiais, fi nanceiros, humanos etc. Em um formidável suporte na tomada de decisões, no sentido de otimizar a execução de trabalhos e diminuir os riscos envolvidos nos planos que afetam o futuro a curto ou longo prazo.

A pesquisa operacional (PO) é uma das alternativas de métodos quantitativos de enorme aplicação dentro da Administração, por meio de variadas técnicas, como a teoria dos jogos, teoria das fi las, teoria dos grafos, programação linear, analise estatística e cálculo de probabilidade e programação dinâmica.

A administração de Operações atualmente está voltada para as operações de manufatura e de serviços, utilizado intensamente a contribuição da tecnologia (Informática) e da matemática.

REFERÊNCIAS

AGUSTINI, Carlos Alberto, ZELMANOVITS, Nei Schilling. Matemática aplicada à gestão de negócios. Rio de Janeiro: FGV, 2005.

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria matemática da administração. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003.

SILVA, Sebastião Medeiros da; SILVA, Elio Medeiros da; SILVA, Ermes Medeiros da. Matemática para cursos de Economia, Administração e Ciências Contábeis. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

GAESCHAGEN, Donaldson M. Enciclopédia Barsa. Matemática, vol. 10. Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica Consultoria Editorial LTDA, 1995. P. 418-426.

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AGRONOMIA

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ISOLAMENTO E PURIFICAÇÃO DE ECG

Terezinha A. M. G. de Castro1 & Fernando G. de Castro Júnior2

Docente da FAESB, Tatuí, SP1.

Pesquisador Científi co, Instituto de Zootecnia, Nova Odessa, SP2.

RESUMO

O hormônio eCG foi isolado do soro sanguíneo obtido de sangue colhido de 30 éguas prenhes entre 40 e 120 dias de gestação. Após precipitação alcoólica, o extrato contendo eCG foi submetido à purifi cação em coluna cromatográfi ca por fi ltração molecular (Sephadex G-100) e de troca iônica (Sulfoetil Sephadex G-50). Após purifi cação, a fração contendo eCG foi submetida a eletroforese em gel de poliacrilamida 6% para fi ns de caracterização. Na fração purifi cada foram também realizados testes de imunodifusão e dosagem biológica em ratas impúberes para caracterização da glicoproteína.

Palavras-chave: eCG, superovulação, purifi cação

ABSTRACT

The hormony eCG was isolated from serum of serum of blood collected from 30 pregnant mare between 40 and 120 days of gestation. The isolation of eCG was made with treatment with ethanol and the precipitate was submitted to molecular fi ltration in Sephadex G-100 and Ion Exchanger Chromatography in Sulphoetil Sephadex 50. After purifi cation, the eluate contained eCG activity was use for protein´s characterization. The methods used were electrophoresis in polyacrylamide gel 6%, immunoprecipitation with anti eCG in agarose gel and biological dosage.

Key words: eCG, superovulation, purifi cation

INTRODUÇÃO

A situação econômica mundial leva à necessidade de utilização de práticas de manejo efi cientes visando aumento da rentabilidade dos sistemas de produção de animais zootécnicos. Com o advento da técnica de inseminação

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artifi cial, alguns parâmetros, tais como taxa de serviço e otimização da mão de obra, levaram à busca de técnicas de controle exógeno, ciclo estral para sincronização do estro e da ovulação, permitindo assim a obtenção de melhores índices reprodutivos. Assim, os protocolos para sincronização do estro e da ovulação são de simples aplicação e permitem a sua utilização em momentos mais adequados aos produtores e técnicos (ALMEIDA, 2006).

Para fi ns de superovulação tem-se utilizado hormônios com atividade FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante), destacando-se a gonadotrofi na coriônica equina (eCG) e a gonadotrofi na coriônica humana (hCG).

A eCG, anteriormente designada PMSG (pregnant mare serum gonadrotrophin) é uma glicoproteína com subunidades alfa e beta com alto conteúdo de ácido siálico e estimula o desenvolvimento folicular ovariano. O alto teor de ácido siálico permite uma degradação enzimática menor, prolongando assim sua vida média circulatória (SCHAMS et al, 1978).

Estudos de isolamento e purifi cação de eCG têm sido realizados a fi m de permitir resultados mais satisfatórios com o uso de hormônio altamente purifi cado (GOSPODAROWICZ, 1972; MURPHY & MARTINUK, 1991).

O objetivo do presente trabalho foi a produção de eCG para atender a demanda interna da Instituição com a produção de novas tecnologias aplicadas a reprodução animal, visto que o principal uso de eCG vem sendo direcionado ao estímulo ovariano visando a superovulação de fêmeas doadoras no sentido de aumentar o número de zigotos em programas de transferência de embriões.

METODOLOGIASoro sanguíneo

O sangue foi colhido de trinta éguas prenhes (entre 40 e 120 dias de gestação) pertencentes ao Posto de Equideocultura de Colina, SP. Após a colheita, o sangue foi centrifugado durante 15 minutos a 2000 rpm e o soro resfriado até o momento de uso.

Dosagem de ProteínasA concentração protéica do soro sanguíneo foi determinada de acordo com a metodologia de URIEL

(1961) usando a soroalbumina bovina como padrão. Precipitação das Proteínas Séricas

O pH do soro sanguíneo foi acertado ao pH 3.0 com solução de ácido metafosfórico 0,5M, centrifugado durante 15 minutos a 4000 rpm. O sobrenadante foi acertado a pH 4.5 com NaOH 1,0M sob agitação e então, adicionado igual volume de álcool etílico previamente resfriado a 20oC (sob atmosfera de nitrogênio líquido). Após 18 horas de repouso, centrifugado 15 minutos a 4000 rpm, o precipitado suspenso em água destilada, dializado durante 48 horas contra água destilada e em seguida liofi lizado (SCOPES, 1987).

Técnicas Cromatográfi casCromatografi a em Sephadex G-100

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O gel dextrano ou gel de fi ltração molecular foi preparado de acordo com as especifi cações da Pharmacia Fine Chemical usando tampão Tris-Glicina 0,01 M pH 7.2.

Cromatografi a em Sulfoetil Sephadex G-50Para o preparo da coluna foi usada a resina ativada de acordo com PETERSON & SOBER (1959),

equilibrada com tampão acetato 0,1M pH 9.5. Eletroforese em gel de poliacrilamida

Utilizou-se eletroforese horizontal segundo metodologia de BACH (1989) com gel de poliacrilamida 6% em tampão Tris-Glicina 0,125 M pH 8.9.

ImunodifusãoO processo de precipitação com anti-soro realizou-se de acordo com o método de OUCHTERLONY

(1958) usando agarose 0,9% em tampão fosfato de sódio 0,1 M pH 8.2.Produção de Anti-eCG

A produção de anti-soro foi realizada de acordo com a metodologia de ALVAREZ et al (1989) utilizando-se de ovelhas com 6 meses de idade.

Dosagem biológica do eCGPara a medida de atividade do hormônio obtido por via biotecnológica, foram usadas 81 ratas impúberes

com 28 dias de idade com dosagens variando de zero a 0,8 mL de eCG no grupo submetido a controle fotoperiódico e de zero a 0,5 mL no grupo sem controle fotoperiódico.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Figura 1 observamos o fracionamento cromatográfi co em Sephadex G-100 de 382 mg do precipitado alcoólico contendo a fração com atividade eCG, sendo que a gonadotrofi na coriônica foi eluída nas frações compreendidas entre os tubos 5 e 15.

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Figura 1. Cromatografi a em Sephadex G-100 de 382 mg de proteína.

O pico correspondente à atividade eCG foi liofi lizado, dializado e em seguida, submetido à cromatografi a de troca iônica em Sulfoetil Sephadex G-50 (Figura 2).

Após a eluição, a fração correspondente entre os tubos 40 e 60, apresentando maior atividade eCG foi recolhida e liofi lizada.

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Figura 2. Cromatografi a em sulfoetil Sephadex C-50.

Para fi ns de caracterização, utilizaram-se técnicas de eletroforese em gel de poliacrilamida (6% em tampão Tris-Glicina 0,125 M pH 8.9) (Figura 3).

Pela Figura 3, observamos que a fração eluída em Sulfoetil Sephadex G-50 apresenta ainda uma pequena impureza, indicando a necessidade de cromatografi a em Sephadex G-100 para eliminação da mesma.

Após a eluição, a fração correspondente entre os tubos 40 e 60, apresentando maior atividade eCG foi recolhida e liofi lizada.

Para fi ns de caracterização, utilizaram-se técnicas de eletroforese em gel de poliacrilamida (6% em tampão Tris-Glicina 0,125 M pH 8.9) (Figura 3).

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Figura 3. Eletroforese em gel de poliacrilamida dos passos de isolamentos e purifi cação. A: Soro sanguíneo contendo PMSG; B: Cromatografi a em Sephadex G-100; C: Cromatografi a em Sulfoetil Sephadex C-50.

A Figura 4 mostra a reação de imunoprecipitação das frações durante o processo de purifi cação contra anti-eCG, indicando a identidade entre elas (pela linha de precipitação).

Figura 4. Placa de OCHTERLONY com reação de imunoprecipitação. 1: PMSG isolado e purifi cado; 2: Inicial da cromatografi a em Sephadex G-100; 3: Inicial da cromatografi a em Sulfoetil Sephadex C-50.

A análise do experimento com fotoperiodismo controlado mostrou que a dosagem de 0,6mL apresentou peso de ovários superior as demais dosagens. Com relação ao experimento realizado sem fotoperiodismo observamos que houve uma tendência de aumento do peso médio dos ovários à medida que aumentou a quantidade de eCG, sendo que o pico foi obtido na concentração de 0,4 mL de eCG.

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As Figuras 5 e 6 mostram o resultado da dosagem biológica da atividade do eCG na superovulação de ratas impúberes.

Figura 5. Experimento 1- Fotoperíodo controlado.

Figura 6. Experimento 1 sem controle fotoperiódico.CONCLUSÃO O uso das técnicas acima para o isolamento e precipitação de eCG utilizando-se de novas biotecnologias

mostrou um bom rendimento do processo utilizado , sendo este relativamente superior ao obtidos por técnicas utilizadas por GOSPODAROWICZ (1972).

A metodologia usada para isolamento e purifi cação de eCG apresentou bom rendimento no tocante a produção de hormônio purifi cado permitindo assim sua utilização como processo biotecnológico.

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REFERÊNCIAS

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MURPHY, B.D. & MARTINUK, S.D Equine chorionic gonadotrophin. Endocrine Rev.,p 12- 27,1991.OUCHTERLONY, O. Diffusion in gel methods for immunological analysis. In: KALLOS, P. (ed.)

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CRESCIMENTO DE MUDAS DE CAFÉ INOCULADAS COM PSEUDOMONAS SP E FMAS EM SUBSTRATO À BASE DE FIBRA DE COCO

Fabrício S. M. Tristãofabtristã[email protected]

RESUMOPara a produção de mudas de café de boa qualidade e com desenvolvimento adequado, podem-se utilizar diferentes técnicas de manejo. Uma delas é a utilização de substratos orgânicos comerciais inoculados com microorganismos simbióticos, como forma de reduzir gastos com insumos, tais como fertilizantes e agrotóxicos. O experimento foi realizado em casa de vegetação, em esquema fatorial 3x4, com 5 repetições, com delineamento inteiramente ao acaso, com o objetivo de avaliar o desenvolvimento de mudas inoculadas por diferentes espécies de fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) e diferentes isolados de Pseudomonas sp, em substrato orgânico comercial. Utilizou-se o substrato à base de fi bra de coco (Golden Mix 47), inoculando-se os FMAs Gigaspora margarita e Acaulospora scrobiculata, além dos isolados de Pseudomonas sp Ps 60, Ps 70 e Ps 47a. Empregou-se a cultivar de café catuaí amarelo, IAC-62. O desenvolvimento em altura foi avaliado quinzenalmente e aos 203 dias após transplante fez-se a última avaliação de altura, e determinou-se a matéria seca da parte aérea. O tratamento que apresentou melhor desenvolvimento das plantas de café foram as inoculadas com o FMA A. scrobiculata e com o isolado Ps 47a.

Palavras chaves: FMA. Pseudomonas sp.substrato. mudas. café.

ABSTRACTFor the production of seedlings of coffee with good quality and with appropriate development, different techniques of handling can be used. One of them is the use of commercially organic substrates inoculated with symbiotic microorganisms, like the form of reducing expenses with inputs, such as fertilizers and pesticides. The experiment was carried under greenhouse conditions, in factorial 3x4 scheme, with 5 repetitions, with completely at random delineation, with the objective to value the development of seedlings inoculated by different sorts of arbuscular mycorrhizal fungi (AMF) and different isolated of Pseudomonas sp, in commercial organic substrate. The used substrate containing coconut fi ber (Golden Mix 47), with the inoculation of the AMF Gigaspora margarita and Acaulospora scrobiculata, besides the isolated of Pseudomonas sp Ps 60, Ps 70 and Ps 47a. It was used the coffee cultivar catuaí amarelo, IAC- 62.The development at height was valued fortnightly and to 203 days after transplant it was done evaluation of height fi nalizes it and the shoot dry weight was determined. The treatment that presented better development of the plants of coffee were the inoculated with the AMF A. scrobiculata and with the isolated Ps 47a.

Keywords: AMF. Pseudomonas sp. substrate. seedlings. coffee.

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1 INTRODUÇÃO

Para a formação de uma lavoura cafeeira, é necessária a utilização de mudas bem formadas e com um alto vigor vegetativo. Segundo Thomaziello et al. (2000), a muda de café está apta a ir para o campo quando possuir 5 ou 6 pares de folhas e cerca de 15 cm de altura (muda de 6 meses – 180 dias, produzidas em viveiro com passagem de cerca de 50% de luz, cultivadas em substrato composto por 70% de solo e 30% de esterco de bovino).

A utilização de um substrato adequado favorece o desenvolvimento de mudas de café, tornando-as aptas a irem para o campo. O termo substrato aplica-se a todo material sólido, natural, sintético, residual, mineral ou orgânico, distinto do solo, que colocado em um recipiente em forma pura ou em mistura permite o desenvolvimento do sistema radicular, desempenhando, portanto, um papel de suporte para a planta (Abad e Noguera, 1998). A utilização de substratos comerciais para produção de várias espécies de fl ores, de hortaliças e de algumas frutíferas, como citrus e maracujá, tem aumentado no Brasil. Correia et al. (2003) observaram que formulações com pó da casca de coco favoreceram o desenvolvimento de mudas de cajueiro anão precoce.

A diversidade e atividade microbiana infl uenciam diretamente várias características de um determinado substrato, como por exemplo, a agregação de suas partículas, a disponibilidade de determinados nutrientes, a aeração, o armazenamento de água e outros, refl etindo no desenvolvimento da planta. Além de infl uenciar as características do substrato onde a planta se desenvolve, a comunidade microbiana também infl uencia o metabolismo da planta, podendo auxiliá-la na sua nutrição mineral (Carvalho et al., 2008), no aumento da tolerância à toxidez de determinados elementos (Nogueira e Cardoso, 2002) e na diminuição de incidência de doenças (Nandakumar et al., 2001).

Alguns dos microorganismos que possuem a efetividade da simbiose com plantas comprovada por diversos autores são as bactérias fl uorescentes do gênero Pseudomonas e os Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMAs).

Na produção de mudas de café, Freitas (1989) observou que plantas inoculadas com Pseudomonas sp apresentaram maior acúmulo da matéria seca da parte aérea, melhor desenvolvimento de raízes, aumento da área foliar e antecipação da ida das mudas para o campo.

Os fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) também infl uenciam signifi cativamente o crescimento das plantas, sendo que sua capacidade de formar micorriza e de promover tal crescimento pode variar em razão do fungo, da planta e do ambiente, especialmente do substrato.

Para a produção de mudas de cafeeiro, a simbiose com os FMAs se torna extremamente importante, pois tais plantas possuem elevada dependência micorrízica, principalmente em solos de baixa fertilidade (Colozzi Filho et al., 1994) e apresentam respostas à micorrização. Este é um fator importante para a produção de mudas em substratos comerciais, pois estes são geralmente pobres em nutrientes, havendo necessidade de emprego de fertilizantes, o que encarece o produto.

Porém, mesmo tendo conhecimento de todos esse benefícios para o desenvolvimento da planta, o emprego de FMAs e Pseudomonas sp em substratos orgânicos comerciais são escassos, principalmente no Brasil onde essa inovação tecnológica é mais recente. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar o desenvolvimento de mudas de café inoculadas por diferentes espécies de FMAs e diferentes isolados de Pseudomonas sp, em substrato à base de fi bra de coco.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi realizado em casa de vegetação do Centro de Solos e Recursos Ambientais do Instituto Agronômico (IAC), em Campinas, São Paulo, em arranjo fatorial (3x4), sendo três FMAs e quatro Pseudomonas sp, em delineamento inteiramente ao acaso com cinco repetições, totalizando 60 parcelas. Cada parcela constou de uma planta em vaso com capacidade de 3 dm3.

Tabela 1 – Análise química do substrato utilizado no experimento, segundo Sonneveld et al. (1974)

pH P K Ca MgSubstrato ---(mg dm-3)--- --(cmolc dm-3)--Golden Mix 47 4,5 84 459 0,3 0,1

B Cu Fe C org C/NSubstrato ---------(mg dm-3)--------- g kg-1

Golden Mix 47 0,9 0,1 0,7 388 55pH em solução CaCl2

O substrato de cultivo utilizado foi o substrato orgânico comercial à base de fi bra de coco (Golden Mix 47). A análise química dos substratos foi feita no Laboratório de Análise de Solo e Planta do IAC, segundo Sonneveld et al. (1974) (Tabela 1).

Os tratamentos receberam inóculo das espécies de FMAs – Acaulospora scrobiculata e Gigaspora margarita, provenientes da coleção do IAC, o qual constou de pedaços de raiz colonizada, hifas e esporos dos fungos, multiplicados em solo arenoso tendo como planta hospedeira a Brachiaria decumbens. Cada vaso recebeu 50 mL desse solo de multiplicação. Foi mantido um controle sem inoculação de FMA, que recebeu um fi ltrado de solo-inóculo sem propágulos de FMA. Para a inoculação de Pseudomonas sp, cultivaram-se três isolados (Ps 60, Ps 70 e Ps 47a), provenientes da coleção do IAC, no meio B de King et al. (1954), líquido, por 48 horas. A seguir procedeu-se à centrifugação do meio líquido, sendo células precipitadas a partir de 500 mL de meio de cultura ressuspensas em 1000 mL de água esterilizada. Cada vaso recebeu 50 mL dessa suspensão. Os tratamentos constaram da inoculação com os três isolados, separadamente, e de uma testemunha que recebeu uma suspensão autoclavada de uma mistura em partes iguais de células dos três isolados.

Para a produção das mudas utilizaram-se sementes de café, cultivar Catuaí Amarelo IAC-62, que foram semeadas em vermiculita para germinação. Cento e vinte dias após a semeadura, quando as plântulas apresentavam o par de folhas cotiledonares (estádio de orelha-de-onça), procedeu-se o transplantio para vasos com capacidade para 3 dm3, contendo o substrato de cultivo, colocando-se uma plântula por vaso. Na base de cada plântula foram adicionados os inóculos de FMAs e de Pseudomonas sp.

A irrigação foi realizada com base na capacidade de retenção de água, a qual foi mantida a 60%, previamente determinada pela diferença de massa entre o substrato saturado com água e o substrato seco ao ar. Até os 120 dias após transplantio, foi realizada adição de 150 mg N por vaso, juntamente com a irrigação, uma vez por semana, segundo Furlani (1996).

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A colheita ocorreu aos 203 dias após o transplantio, quando foi avaliada a altura. A parte aérea coletada foi lavada com água destilada, seca em estufa com circulação de ar a 65ºC até massa constante e pesada para obtenção da massa da matéria seca da parte aérea (MSPA). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey a 5% utilizando-se o programa SANEST.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O desenvolvimento em altura das mudas de café cultivar Catuaí Amarelo IAC-62 foi avaliado quinzenalmente durante os 203 dias em que o experimento permaneceu em casa de vegetação, possibilitando assim, a obtenção de curvas de crescimento. Os valores do crescimento em altura são apresentados na fi gura 1. Até os 49 dias após transplante, o desenvolvimento em altura das mudas se manteve constante, atingindo em média 6,5 cm, independente da espécie de FMA e do isolado de Pseudomonas sp inoculado. A partir dos 63 dias após transplante, as plantas inoculadas com o FMA G. margarita, independente do isolado de Pseudomonas sp inoculado apresentaram crescimento em altura superior aos outros tratamentos, indicando que esses fungos foram efi cientes e rápidos em formar a simbiose. Porém, a partir dos 147 dias após transplante, as mudas inoculadas com o FMA A. scrobiculata e com o isolado Ps 47a atingiram um desenvolvimento em altura semelhante ao tratamento com G. margarita. Ao fi nal das avaliações, a diferença de altura das mudas de café teve uma variação em relação à espécie de FMA e o isolado de Pseudomonas sp inoculados. Aos 203 dias após transplante, os maiores valores de altura foram observados em plantas micorrizadas por G. margarita e inoculadas com o isolado Ps 60, enquanto que as não micorrizadas e inoculadas com o isolado Ps 47a apresentaram os menores valores de altura (Tabela 2).

Segundo Thomaziello et al. (2000), a muda de café está apta a ir para o campo quando possuir 5 ou 6 pares de folhas (muda de 6 meses – 180 dias, produzidas em viveiro com passagem de cerca de 50% de luz, cultivadas em substrato composto por 70% de solo e 30% de esterco de bovino). Para uma muda que se desenvolveu normalmente, quando apresentar essa quantidade de folhas, estará com altura aproximada de 15 cm. No presente trabalho, todos os tratamentos atingiram essa altura durante os 203 dias que permaneceram em casa de vegetação, sendo que houve variação em relação ao microorganismo inoculado. Os tratamentos: G. margarita / Controle; G. margarita / Ps 60; G. margarita / Ps 70; G. margarita / Ps 47a; A. scrobiculata / Controle e A. scrobiculata / Ps 47a atingiram 15 cm de altura aos 91 dias após transplante (Figura 1), adiantando o ciclo de produção das mudas em 89 dias, o que torna esses tratamentos efi cientes para a produção de mudas de cafeeiro.

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Golden Mix 47

05

101520253035

7 21 35 49 63 77 91 105 119 133 147 161 175 189 203dias após transplante

Controle / ControleControle / Ps 60Controle / Ps 70Controle / Ps 47a

Golden Mix 47

05

101520253035

7 21 35 49 63 77 91 105 119 133 147 161 175 189 203dias após transplante

G. margarita / ControleG. margarita / Ps 60G. margarita / Ps 70G. margarita / Ps 47a

Golden Mix 47

05

101520253035

7 21 35 49 63 77 91 105 119 133 147 161 175 189 203dias após transplante

A. scrobiculata / ControleA. scrobiculata / Ps 60A. scrobiculata / Ps 70A. scrobiculata / Ps 47a

Figura 1 – Curva de crescimento em altura das mudas de café produzidas no substrato Golden Mix 47 com inoculação de diferentes FMAs e Pseudomonas sp durante os 203 dias de permanência em casa de vegetação.

Outros tratamentos que atingiram 15 cm de altura em um período bastante inferior aos 180 dias foram: A. scrobiculata / Ps 60 e A. scrobiculata / Ps 70 (Figura 1), que adiantaram o ciclo de produção das mudas em 75 dias (105 dias após transplante).

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Tabela 2 – Desenvolvimento em altura (cm) de mudas de café sob infl uência de fungos micorrízicos arbusculares e Pseudomonas sp em substrato à base de fi bra de coco, 203 dias após transplantio

FMAs / Pseudomonas sp FC47Controle / Controle 29,6 abControle / Ps 60 28,1 abControle / Ps 70 28,7 abControle / Ps 47a 26,9 bGigaspora margarita / Controle 28,6 abGigaspora margarita / Ps 60 31,4 aGigaspora margarita / Ps 70 30,2 abGigaspora margarita / Ps 47a 30,1 abAcaulospora scrobiculata / Controle 30,6 abAcaulospora scrobiculata / Ps 60 28,0 abAcaulospora scrobiculata / Ps 70 29,7 abAcaulospora scrobiculata / Ps 47a 30,5 abMédias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

Para o acúmulo de MSPA, dos valores observados nas plantas cultivadas no substrato Golden Mix 47, os maiores foram apresentados pelas mudas micorrizadas por A. scrobiculata e inoculadas com o isolado Ps 47a, com uma produção de MSPA 46% superior ao tratamento sem micorrização e sem inoculação de Pseudomonas sp, que apresentaram os menores valores (Tabela 3). Maior acúmulo de MSPA em mudas de café micorrizadas em relação às não micorrizadas já foi observado por Colozzi Filho et al. (1994) e em mudas de café inoculadas por isolados de Pseudomonas sp em relação às não inoculadas já foi observado por Freitas (1989).

Tabela 3 – Matéria seca da parte aérea (g) das mudas de café sob infl uência de fungos micorrízicos arbusculares e Pseudomonas sp em substrato à base de fi bra de coco, 203 dias após transplantio

FMAs / Pseudomonas sp FC47Controle / Controle 6,5 bControle / Ps 60 7,2 abControle / Ps 70 6,7 bControle / Ps 47a 6,8 bGigaspora margarita / Controle 7,8 abGigaspora margarita / Ps 60 8,5 abGigaspora margarita / Ps 70 8,2 abGigaspora margarita / Ps 47a 7,9 abAcaulospora scrobiculata / Controle 8,1 abAcaulospora scrobiculata / Ps 60 7,8 abAcaulospora scrobiculata / Ps 70 7,7 abAcaulospora scrobiculata / Ps 47a 9,5 aMédias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

CONCLUSÃO

A inoculação de FMAs e isolados de Pseudomonas sp estimularam o desenvolvimento de mudas de café cultivadas em substrato à base de fi bra de coco.

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Mudas de café cultivadas em substrato à base de fi bra de coco, inoculadas com FMAs e isolados de Pseudomonas sp apresentaram um ciclo de produção de até 89 dias a menos que o apresentado pelo sistema tradicional de produção de mudas de café (produzidas em viveiro com passagem de cerca de 50% de luz, cultivadas em substrato composto por 70% de solo e 30% de esterco de bovino).

REFERÊNCIAS

ABAD, M.; NOGUERA, P. Substratos para el cultivo sin suelo y fertirrigación. In: CADAHIA, C. (Ed.) Fertirrigación: cultivos hortícolas y ornamentales. Madrid: Mundi-Prensa, 1998. p.287-342.

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COLOZZI-FILHO, A.; SIQUEIRA, J.O.; SAGGIN JÚNIOR, O.J.; GUIMARÃES, P.T.G.; OLIVEIRA, E. Efetividade de diferentes fungos micorrízicos arbusculares na formação de mudas, crescimento pós transplante e produção do cafeeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.29, n.9, p.1397-1406, 1994.

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Crescimento de mudas de café inoculadas com Pseudomonas sp e FMAs em substrato à base de casca de pinus.

Fabrício S. M. TristãoE-mail: [email protected]

Resumo

Para a produção de mudas de café de boa qualidade e com desenvolvimento adequado, podem-se utilizar diferentes técnicas de manejo. Uma delas é a utilização de substratos orgânicos comerciais inoculados com microorganismos simbióticos, como forma de reduzir gastos com insumos, tais como fertilizantes e agrotóxicos. O experimento foi realizado em casa de vegetação, em esquema fatorial 3x4, com 5 repetições, com delineamento inteiramente ao acaso, com o objetivo de avaliar o desenvolvimento de mudas inoculadas por diferentes espécies de fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) e diferentes isolados de Pseudomonas sp, em substrato orgânico comercial. Utilizou-se o substrato à base de casca de pinus (Rendmax), inoculando-se os FMAs Gigaspora margarita e Acaulospora scrobiculata, além dos isolados de Pseudomonas sp Ps 60, Ps 70 e Ps 47a. Empregou-se a cultivar de café catuaí amarelo, IAC-62. O desenvolvimento em altura foi avaliado quinzenalmente e aos 203 dias após transplante fez-se a última avaliação de altura, e determinou-se a matéria seca da parte aérea. O tratamento que apresentou melhor desenvolvimento das plantas de café foram as inoculadas com o FMA G. margarita e com o isolado Ps 47a.

Palavras chaves: FMA, Pseudomonas sp, substrato, mudas, café.

TRISTÃO, F.S.M. Growth of seedlings of coffee inoculated with Pseudomonas sp and AMF in substrates to base of composted pinus peel. Tatuí, 2009. 8p.

Abstract

For the production of seedlings of coffee with good quality and with appropriate development, different techniques of handling can be used. One of them is the use of commercially organic substrates inoculated with symbiotic microorganisms, like the form of reducing expenses with inputs, such as fertilizers and pesticides. The experiment was carried under greenhouse conditions, in factorial 3x4 scheme, with 5 repetitions, with completely at random delineation, with the objective to value the development of seedlings inoculated by different sorts of arbuscular mycorrhizal fungi (AMF) and different isolated of Pseudomonas sp, in commercial organic substrate. The used substrate containing composted pinus peel (Rendmax), with the inoculation of the AMF Gigaspora margaritaand Acaulospora scrobiculata, besides the isolated of Pseudomonas sp Ps 60, Ps 70 and Ps 47a. It was used the coffee cultivar catuaí amarelo, IAC- 62. The development at height was valued fortnightly and to 203 days after transplant it was done evaluation of height fi nalizes it and the shoot dry weight was determined. The treatment that presented better development of the plants of coffee were the inoculated with the AMF G. margarita and with the isolated Ps 47a.

Keywords: AMF, Pseudomonas sp, substrate, seedlings, coffee.

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1 Introdução

Para a formação de uma lavoura cafeeira, é necessária a utilização de mudas bem formadas e com um alto vigor vegetativo. Segundo Thomaziello et al. (2000), a muda de café está apta a ir para o campo quando possuir 5 ou 6 pares de folhas e cerca de 15 cm de altura (muda de 6 meses – 180 dias, produzidas em viveiro com passagem de cerca de 50% de luz, cultivadas em substrato composto por 70% de solo e 30% de esterco de bovino).

A utilização de um substrato adequado favorece o desenvolvimento de mudas de café, tornando-as aptas a irem para o campo. O termo substrato aplica-se a todo material sólido, natural, sintético, residual, mineral ou orgânico, distinto do solo, que colocado em um recipiente em forma pura ou em mistura permite o desenvolvimento do sistema radicular, desempenhando, portanto, um papel de suporte para a planta (Abad e Noguera, 1998). A utilização de substratos comerciais para produção de várias espécies de fl ores, de hortaliças e de algumas frutíferas, como citrus e maracujá, tem aumentado no Brasil. Oliveira et al. (1995) observaram que a adição de osmocote, fórmula 17-9-13 de N-P-K, ao substrato comercial plantmax (casca de pinus) proporcionou mudas de cafeeiro com melhor qualidade, altura superior, alto vigor e melhor sanidade, além de antecipação de 40 dias para liberação e considerável economia de mão-de-obra.

A diversidade e atividade microbiana infl uenciam diretamente várias características de um determinado substrato, como por exemplo, a agregação de suas partículas, a disponibilidade de determinados nutrientes, a aeração, o armazenamento de água e outros, refl etindo no desenvolvimento da planta. Além de infl uenciar as características do substrato onde a planta se desenvolve, a comunidade microbiana também infl uencia o metabolismo da planta, podendo auxiliá-la na sua nutrição mineral (Carvalho et al., 2008), no aumento da tolerância à toxidez de determinados elementos (Nogueira e Cardoso, 2002) e na diminuição de incidência de doenças (Nandakumar et al., 2001).

Alguns dos microorganismos que possuem a efetividade da simbiose com plantas comprovada por diversos autores são as bactérias fl uorescentes do gênero Pseudomonas e os Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMAs).

Na produção de mudas de café, Freitas (1989) observou que plantas inoculadas com Pseudomonas sp apresentaram maior acúmulo da matéria seca da parte aérea, melhor desenvolvimento de raízes, aumento da área foliar e antecipação da ida das mudas para o campo.

Os fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) também infl uenciam signifi cativamente o crescimento das plantas, sendo que sua capacidade de formar micorriza e de promover tal crescimento pode variar em razão do fungo, da planta e do ambiente, especialmente do substrato.

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Para a produção de mudas de cafeeiro, a simbiose com os FMAs se torna extremamente importante, pois tais plantas possuem elevada dependência micorrízica, principalmente em solos de baixa fertilidade (Colozzi Filho et al., 1994) e apresentam respostas à micorrização. Este é um fator importante para a produção de mudas em substratos comerciais, pois estes são geralmente pobres em nutrientes, havendo necessidade de emprego de fertilizantes, o que encarece o produto.

Porém, mesmo tendo conhecimento de todos esse benefícios para o desenvolvimento da planta, o emprego de FMAs e Pseudomonas sp em substratos orgânicos comerciais são escassos, principalmente no Brasil onde essa inovação tecnológica é mais recente. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar o desenvolvimento de mudas de café inoculadas por diferentes espécies de FMAs e diferentes isolados de Pseudomonas sp, em substrato à base de casca de pinus.

2 Material e Métodos

O experimento foi realizado em casa de vegetação do Centro de Solos e Recursos Ambientais do Instituto Agronômico (IAC), em Campinas, São Paulo, em arranjo fatorial (3x4), sendo três FMAs e quatro Pseudomonas sp, em delineamento inteiramente ao acaso com cinco repetições, totalizando 60 parcelas. Cada parcela constou de uma planta em vaso com capacidade de 3 dm3.

Tabela 1. Análise química do substrato utilizado no experimento, segundo Sonneveld et al. (1974)pH P K Ca Mg

Substrato ---(mg dm-3)--- --(cmolc dm-3)--Rendmax 5,0 6 124 0,3 0,3

B Cu Fe C org C/NSubstrato ---------(mg dm-3)--------- g kg-1

Rendmax 0,0 0,1 0,2 343 50pH em solução CaCl2

O substrato de cultivo utilizado foi o substrato orgânico comercial à base de casca de pinus (Rendmax). A análise química do substrato foi feita no Laboratório de Análise de Solo e Planta do IAC, segundo Sonneveld et al. (1974) (Tabela 1).

Os tratamentos receberam inóculo das espécies de FMAs – Acaulospora scrobiculata e Gigaspora margarita, provenientes da coleção do IAC, o qual constou de pedaços de raiz colonizada, hifas e esporos dos fungos, multiplicados em solo arenoso tendo como planta hospedeira a Brachiaria decumbens. Cada vaso recebeu 50 mL desse solo de multiplicação. Foi mantido um controle sem inoculação de FMA, que recebeu um fi ltrado de solo-inóculo sem propágulos de FMA. Para a inoculação de Pseudomonas sp, cultivaram-se três isolados (Ps 60, Ps 70 e Ps 47a), provenientes da coleção do IAC, no meio B de King et al. (1954), líquido, por 48 horas. A seguir procedeu-se à centrifugação do meio líquido, sendo células precipitadas a partir de 500 mL de meio de cultura ressuspensas em 1000 mL de água esterilizada. Cada vaso recebeu 50 mL dessa suspensão. Os tratamentos constaram da inoculação com os três isolados, separadamente, e de uma testemunha que recebeu uma suspensão autoclavada de uma mistura em partes iguais de células dos três isolados.

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Para a produção das mudas utilizaram-se sementes de café, cultivar Catuaí Amarelo IAC-62, que foram semeadas em vermiculita para germinação. Cento e vinte dias após a semeadura, quando as plântulas apresentavam o par de folhas cotiledonares (estádio de orelha-de-onça), procedeu-se o transplantio para vasos com capacidade para 3 dm3, contendo o substrato de cultivo, colocando-se uma plântula por vaso. Na base de cada plântula foram adicionados os inóculos de FMAs e de Pseudomonas sp.

A irrigação foi realizada com base na capacidade de retenção de água, a qual foi mantida a 60%, previamente determinada pela diferença de massa entre o substrato saturado com água e o substrato seco ao ar. Até os 120 dias após transplantio, foi realizada adição de 150 mg N por vaso, juntamente com a irrigação, uma vez por semana, segundo Furlani (1996).

A colheita ocorreu aos 203 dias após o transplantio, quando foi avaliada a altura. A parte aérea coletada foi lavada com água destilada, seca em estufa com circulação de ar a 65ºC até massa constante e pesada para obtenção da massa da matéria seca da parte aérea (MSPA). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey a 5% utilizando-se o programa SANEST.

3 Resultados e discussão

O desenvolvimento em altura das mudas de café cultivar Catuaí Amarelo IAC-62 foi avaliado quinzenalmente durante os 203 dias em que o experimento permaneceu em casa de vegetação, possibilitando assim, a obtenção de curvas de crescimento. Os valores do crescimento em altura são apresentados na fi gura 1. Até os 63 dias após transplante, o desenvolvimento em altura das mudas se manteve constante, atingindo em média 7,5 cm, independente da espécie de FMA e do isolado de Pseudomonas sp inoculado. A partir dos 77 dias após transplante, as plantas inoculadas com o FMA G. margarita, independente do isolado de Pseudomonas sp inoculado apresentaram crescimento em altura superior aos outros tratamentos, indicando que esses fungos foram efi cientes e rápidos em formar a simbiose. Ao fi nal das avaliações, a diferença de altura das mudas de café teve uma variação em relação à espécie de FMA e o isolado de Pseudomonas sp inoculados. Aos 203 dias após transplante, os maiores valores de altura foram observados em plantas micorrizadas por G. margarita e inoculadas com o isolado Ps 47a, enquanto que as não micorrizadas e inoculadas com o isolado Ps 47a apresentaram os menores valores de altura (Tabela 2).

Segundo Thomaziello et al. (2000), a muda de café está apta a ir para o campo quando possuir 5 ou 6 pares de folhas (muda de 6 meses – 180 dias, produzidas em viveiro com passagem de cerca de 50% de luz, cultivadas em substrato composto por 70% de solo e 30% de esterco de bovino). Para uma muda que se desenvolveu normalmente, quando apresentar essa quantidade de folhas, estará com altura aproximada de 15 cm. No presente trabalho, somente os tratamentos inoculados com o FMA G. margarita, independente do isolado de Pseudomonas sp inoculado atingiram essa altura durante os 203 dias que permaneceram em casa de vegetação. Os demais tratamentos não atingiram a altura recomendada para transplantio para o campo, o que inviabiliza sua aplicação

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para a produção de mudas de café.

Rendmax

05

101520253035

7 21 35 49 63 77 91 105 119 133 147 161 175 189 203dias após transplante

Controle / ControleControle / Ps 60Controle / Ps 70Controle / Ps 47a

Rendmax

05

101520253035

7 21 35 49 63 77 91 105 119 133 147 161 175 189 203dias após transplante

G. margarita / ControleG. margarita / Ps 60G. margarita / Ps 70G. margarita / Ps 47a

Rendmax

05

101520253035

7 21 35 49 63 77 91 105 119 133 147 161 175 189 203dias após transplante

A. scrobiculata / ControleA. scrobiculata / Ps 60A. scrobiculata / Ps 70A. scrobiculata / Ps 47a

Figura 1. Curva de crescimento em altura das mudas de café produzidas no substrato Rendmax com inoculação de diferentes FMAs e Pseudomonas sp durante os 203 dias de permanência em casa de vegetação.

Tabela 2. Desenvolvimento em altura (cm) de mudas de café sob infl uência de fungos micorrízicos arbusculares e Pseudomonas sp em substrato à base de casca de pinus, 203 dias após transplantio.

FMAs / Pseudomonas sp FC47Controle / Controle 14,0 bcdControle / Ps 60 13,2 cd

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Controle / Ps 70 12,8 dControle / Ps 47a 12,7 dGigaspora margarita / Controle 15,9 abcGigaspora margarita / Ps 60 15,9 abcGigaspora margarita / Ps 70 16,5 abGigaspora margarita / Ps 47a 16,8 aAcaulospora scrobiculata / Controle 14,2 abcdAcaulospora scrobiculata / Ps 60 13,3 cdAcaulospora scrobiculata / Ps 70 13,8 bcdAcaulospora scrobiculata / Ps 47a 14,9 abcdMédias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

Para o acúmulo de MSPA, dos valores observados nas plantas cultivadas no substrato Rendmax, os maiores foram apresentados pelas mudas micorrizadas por G. margarita e inoculadas com o isolado Ps 47a, com uma produção de MSPA 52% superior ao tratamento sem micorrização e inoculadas com o isolado Ps 47a, que apresentaram os menores valores (Tabela 3). Maior acúmulo de MSPA em mudas de café micorrizadas em relação às não micorrizadas já foi observado por Colozzi Filho et al. (1994) e em mudas de café inoculadas por isolados de Pseudomonas sp em relação às não inoculadas já foi observado por Freitas (1989).

Tabela 3. Matéria seca da parte aérea (g) das mudas de café sob infl uência de fungos micorrízicos arbusculares e Pseudomonas sp em substrato à base de casca de pinus, 203 dias após transplantio.

FMAs / Pseudomonas sp RendmaxControle / Controle 1,3 cControle / Ps 60 1,2 cControle / Ps 70 1,4 bcControle / Ps 47a 1,2 cGigaspora margarita / Controle 1,8 abcGigaspora margarita / Ps 60 1,7 abcGigaspora margarita / Ps 70 2,1 abGigaspora margarita / Ps 47a 2,3 aAcaulospora scrobiculata / Controle 1,5 abcAcaulospora scrobiculata / Ps 60 1,3 cAcaulospora scrobiculata / Ps 70 1,3 cAcaulospora scrobiculata / Ps 47a 1,5 abcMédias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.

4 Conclusão

A inoculação de FMAs e isolados de Pseudomonas sp estimularam o desenvolvimento de mudas de café cultivadas em substrato à base de casca de pinus.

Mudas de café cultivadas em substrato à base de casca de pinus, inoculadas com o FMA G. margarita, independente do isolado de Pseudomonas sp inoculado, apresentaram um desenvolvimento satisfatório para serem transplantadas a campo. Porém, os demais tratamentos apresentaram um desenvolvimento inferior ao sistema tradicional de produção de mudas de café (produzidas em viveiro com passagem de cerca de 50% de luz, cultivadas em substrato composto por 70% de solo e 30% de esterco de bovino).

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Cromatografi a e Aplicações na Agricultura

Desirèe do Carmo CamargoDiscente do Curso de Agronomia da FAESB

Terezinha Ap. Martins Gomes de CastroDocente do Curso de Agronomia da FAESB

RESUMOA cromatografi a é uma técnica utilizada para a separação dos componentes de uma mistura, sendo

esta separação baseada na distribuição dos componentes entre uma fase móvel e uma fase estacionária. Os principais métodos cromatográfi cos são: cromatografi a em papel (CP), cromatografi a em camada delgada (CCD), cromatografi a gasosa de alta resolução (CGAR) e cromatografi a líquida de alta efi ciência (CLAE). A cromatografi a é uma técnica amplamente usada nos diversos ramos da agricultura, tanto na área animal como vegetal.PALAVRAS CHAVE: cromatografi a, fase móvel, fase estacionária e agricultura.

Chromatography and applications in Agriculture

ABSTRACT

Chromatography is an analytical method for the separation of mixture components and the separation is based on the different partition of the components to be separated between the mobile phase and the stationary phase. The principal chromatographic forms are: paper chromatography (PC), thin-layer chromatography (TLC), high resolution gas chromatography (HRGC) and high performance liquid chromatography (HPLC). The chromatography is a technique that has been applied in several sections of Agriculture, both animal and vegetal.KEY WOORDS: chromatography, mobile phase, stationary phase and agriculture.

INTRODUÇÃO O termo cromatografi a foi usado pela primeira vez em 1906, sendo sua utilização atribuída a um botânico russo num processo de separação dos componentes de extrato de folhas. Até a década de 30, a técnica cromatográfi ca foi praticamente ignorada quando, foi redescoberta e desde então, os trabalhos na área permitiram seu aperfeiçoamento, elevando seu grande potencial de aplicação em diferentes áreas. A cromatografi a é um método físico-químico de separação, onde os componentes a serem separados distribuem-se em duas fases devido a diferentes interações entre duas fases imiscíveis (a fase móvel e a fase estacionária). Essa técnica é utilizada na identifi cação de compostos por comparação com padrões pré-estabelecidos, na purifi cação dos compostos e na separação dos componentes de uma mistura. Há vários tipos de cromatografi a e a escolha do tipo depende do material a ser isolado e muitas vezes, diferente métodos cromatográfi cos são utilizados para a obtenção de um composto na forma pura. Levando-se em conta a forma física do sistema, podemos classifi car a cromatografi a em planar e a de coluna. Na cromatografi a

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planar, temos a cromatografi a em papel (CP) e cromatografi a em camada delgada (CCD). Já na cromatografi a em coluna temos a cromatografi a líquida clássica, a cromatografi a líquida de alta efi ciência (CLAE) e a cromatografi a gasosa de alta resolução (CGAR)

DESENVOLVIMENTO

Técnicas cromatográfi cas

A cromatografi a em papel (CP) é uma técnica de partição líquido-líquido, estando um deles fi xado a um suporte sólido, que se baseia na diferença de solubilidade das substancias em questão entre duas fases imiscíveis, sendo geralmente a água um dos líquidos. O solvente é saturado em água e a partição se dá devido à presença de água em celulose (papel de fi ltro). Este método, embora menos efi ciente que a cromatografi a em camada delgada, é muito útil para a separação de componentes polares, sendo muito usado em bioquímica (DEGANI, CASS & VIEIRA, 2008. Na cromatografi a em camada delgada (CCD), a fase estacionária é uma camada fi na formada por um sólido granulado (sílica, alumina, poliamida, etc.) depositado sobre uma placa de vidro, alumínio ou outro suporte inerte. Alíquotas líquidas das amostras a serem analisadas são aplicadas em pontos próximos ao extremo inferior. Após secagem, coloca-se a placa em recipiente contendo a fase móvel e o solvente migra pela fase estacionária por capilaridade. A polaridade do solvente deve ser de acordo com a substância que se deseja separar. Após a migração, a placa é seca e a revelação dos componentes é feita por reveladores que dão coloração as substâncias de interesse (COLLINS, BRAGA & BONATO, 1995). Nas técnicas de cromatografi a em coluna tem sido muito utilizada no isolamento de produtos naturais bem como em processos de purifi cação de produtos de reações químicas. As fases estacionárias sólidas levam a separação por adsorção e fases estacionárias líquidas por partição. Os adsorventes são partículas na faixa de 60-230 mesh, possibilitando um fl uxo razoável do solvente através da coluna. A principal etapa desta técnica é o empacotamento que, entre outros fatores, defi nirá a efi ciência da separação. Após o empacotamento, deve-se passar um determinado eluente e só depois é aplicada a amostra. Após a penetração da amostra é adicionado então o eluente de forma contínua e a sua escolha deve ser feita de modo que ele contenha uma polaridade média em relação a polaridade dos componentes da amostra. A vantagem das técnicas de cromatografi a em coluna é a possibilidade de utilizar mais de um eluente. O volume das amostras recolhidas depende da quantidade de amostra e do grau de difi culdade da separação (BONANHO PERES, 2002). A cromatografi a gasosa de alta resolução (CGAR) é uma técnica com poder de resolução excelente, possibilitando a análise de várias substâncias em uma mesma amostra. Dependendo do tipo de substância a ser analisada e do detector empregado, consegue-se detectar cerca de 10-12 g do composto em mL-1 de solução. A fase estacionária da cromatografi a gasosa é um material, líquido ou sólido, que propicia a separação da mistura através de processos físicos e químicos. A fase estacionária líquida é um líquido pouco volátil que

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recobre um suporte sólido, separando as substâncias presentes na amostra através das diferenças de solubilidade e volatilidade e como fase móvel utiliza-se um gás, denominado gás de arraste, que transporta a amostra através da coluna de separação até o detector, onde os compostos separados são detectados. Os gases mais utilizados são o hélio (He), hidrogênio (H), nitrogênio (N) e argônio (Ar). Como o He é de difícil obtenção e alto custo é pouco utilizado no Brasil. A pureza do gás de arraste interfere no resultado, acusando impurezas na ordem de partes por milhão (ppm) ou partes por bilhão (ppb). As colunas cromatográfi cas utilizadas podem ser de níquel, aço inox ou de vidro. De acordo com o aparelho, as colunas variam de formato, mas na maioria das vezes elas são espirais e tanto o comprimento como o diâmetro da coluna a ser usada dependerá do material a ser analisado. As colunas recheadas analíticas possuem diâmetro interno (d.i.) de cerca de 1,0 a 4,0 mm e comprimento de 1,0 a 3,0 m, enquanto que as colunas recheadas preparativas apresentam d.i. de 5,0 a 100,0 mm, possibilitando a injeção de maior volume de amostra. As colunas capilares têm d.i. variando de 0,15 a 0,75 mm e comprimento de 10,0 a 100,0 m, sendo a de sílica a mais utilizada pois é altamente inerte e fl exível. Os detectores são dispositivos que transformam as variações na composição do gás de arraste em sinais elétricos. Existem diferentes tipos de detectores: detector de condutividade térmica (DCT), usado para compostos orgânicos, inorgânicos, derivados de petróleo etc. Os DCT possuem dois ou quatro fi lamentos de platina (Pt), tungstênio (W), níquel (Ni) ou Pt-W, os quais são aquecidos por corrente elétrica; detector de ionização de chama (DIC), utilizado apenas para compostos orgânicos com baixa sensibilidade para formaldeído e ácido fórmico consistindo de um campo elétrico (200 - 300 v) e uma chama onde a amostra é queimada. A combustão resulta em radicais livres que são ionizados pelo campo elétrico, aumentando a corrente nos eletrodos; detector de captura de elétrons (DCE), usado principalmente na detecção de pesticidas e drogas sendo usado como gás de arraste o N2 livre de H2 e O2, isto é, gás N2 ultra puro e detector fotométrico de chama (DFC) que apresenta alta estabilidade para compostos sulfurados e fosforados. O gás de arraste é o N2 e o da chama é o H2 com ar ultra puro e seco, sendo a pureza dos reagentes na ordem de partes por trilhão (ppt) (BONANHO PERES, 2002). A cromatografi a líquida de alta efi ciência (CLAE) se desenvolveu muito nos últimos anos, recebendo o nome de cromatografi a líquida por que a sua fase móvel é um solvente. Os componentes de um cromatográfi co líquido são: bomba, coluna cromatográfi ca, detector e o registrador sendo um método utilizado para separação de espécies iônicas ou macromoléculas e compostos termolábeis. A fase móvel da CLAE deve ser um solvente que respeite algumas características impostas por esse método analítico, sendo a principal característica o fato de a fase móvel dissolver a amostra sem qualquer interação química entre ambas. Esta fase deve ter alto grau de pureza ou ser de fácil purifi cação para se fazer análises de alta sensibilidade, pois as impurezas podem interferir na detecção do analítico por ultravioleta (UV). A fase móvel deve ser compatível com o detector empregado e, também possuir polaridade adequada para permitir uma separação conveniente dos componentes da amostra. Embora existam vários solventes três deles são mais utilizados: água, metanol e acetonitrila. Como fase estacionária utiliza-se sólidos ou semirígidos, cujas partículas porosas esféricas ou irregulares apresentam diferentes diâmetros e suportam pressão de até 350 bar.

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A coluna cromatográfi ca é feita de um material inerte que resiste a todas as pressões em que ela vai ser usada. A capacidade da coluna é determinada pelo comprimento, diâmetro e pelo material de recheio. As colunas geralmente utilizadas são: octadecil (C18, RP18, ODS), octil (C8, RP8), CN (cianopropil) e NH2 (amina). Os detectores mais usados na CLAE são os fotométricos (baseados na absorbância no ultravioleta e no visível) e os detectores de fl uorescência (utilizados como métodos de detecção específi ca sendo sensíveis para substâncias fl uorescentes que são detectadas na ordem de picograma). Também são utilizados detectores por índice de refração, os quais acompanham continuamente a diferença no índice de refração entre a fase móvel pura e o efl uente que sai da coluna contendo os componentes da amostra. A resposta deste detector é moderada, geralmente de ordem micrograma (BONANHO PERES, 2002).

Aplicações na agricultura SWAIN (1952) utilizou cromatografi a em papel para identifi cação de pequenas quantidades de cumarina e compostos fl uorescentes relacionados durante pesquisa de ocorrência de compostos polifenois naturalmente envolvidos na quebra enzimática por polifenolase de batata. O autor observou que os valores de Rf (fator de relação) de cumarinas naturais e de ácido cinâmico em vários sistemas de solventes foram bem determinados assim como as colorações fl uorescentes bem visíveis. Isto sugeriu que o método é de ampla utilidade na identifi cação de cumarinas em extratos naturais. DUARTE, SILVA e MEIRELLES (2001) relataram o uso da cromatografi a gasosa acoplada à espectrofotometria de massa juntamente com métodos imunológicos e ensaio imunoenzimático para detectar resíduos de anabolizantes na produção animal. Os autores concluíram que a cromatografi a é a melhor forma de detecção de resíduos e a metodologia apresentou como vantagem o elevado número de amostras que podem ser analisadas por período de tempo, aliadas a alta sensibilidade na detecção dos resíduos. OLIVEIRA et al (2001) utilizaram a CG e a Fotometria de Chama para detectar a porcentagem do gás fosfi na gerado em produtos comerciais utilizados para fumigação na agricultura e em grãos armazenados. As áreas onde foram obtidas fosfi na dos produtos foram comparadas no cálculo de concentração de gás. AQUINO & SANTIAGO SILVA (2006) analisaram ácidos carboxílicos em resíduos sólidos urbanos (RSU) como parâmetros da maturação do composto de resíduo urbano. Após extração dos ácidos em água, estes foram fi ltrados em membranas de polifl uoreto de vinilidino e injetados diretamente em cromatógrafo a gás com detector por ionização em chama. Os resultados mostraram linearidades boas e coefi cientes de correlação para todos os ácidos. Visto que os limites de detecção e quantifi cação foram baixos, o método mostrou ser sensível para o monitoramento destes ácidos em compostos de RSU. MARCHESE, REHDER & SARTORATTO (2001) estudaram a Artemisia annua L., cujo principio ativo é sua potente atividade antimalárica. Para tanto, verifi caram as vantagens do uso da cromatografi a de camada delgada com detecção densitométrica (CCD/DT) comparada com a cromatografi a líquida de alta efi ciência com detecção ultravioleta (CLAE/UV) para a quantifi cação de artemisinina. Os autores observaram que a CLAE/UV apresentou-se seletiva e sensível para análises quantitativas enquanto que a CCD/DT superestimou os teores de

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artemisinina quando comparada à CLAE/UV. VIEIRA et al (2001) relataram o uso da cromatogafi a líquida para extração de carbofuran e thiodicarb em latossolo vermelho-escuro, visando uma metodologia de extração e análise dos referidos pesticidas de modo a reduzir o custo analítico e o tempo de processamento. O uso da metodologia simplifi cada apresentou bons resultados, não comprometendo a qualidade da análise, visto ter tido uma boa taxa de recuperação. MARTINS & MAGALHÃES (2007) utilizaram CLAE para determinação de afl atoxinas B1 e M1 em fígados de suínos. Os resultados mostraram recuperação entre 77 à 92% para afl otoxinas B1 e 99 à 120% para afl otoxinas M1. COUTINHO & CABELLO (2008) analisaram a produção de maltodextrinas a partir dos amidos de mandioca e batata-doce por CLAE. Essa técnica indicou maior infl uência do tempo de hidrólise na dextrose equivalente (DE) das maltodextrinas. Os resultados mostraram que a batata-doce apresentou elevados teores de maltose e maltotriose bem como baixos teores de sacarídeos com grau de polimerização (DP) maior que quatro, indicando maior degradação enzimática e menor viscosidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A cromatografi a é uma técnica simples e prática que pode ser desenvolvida em laboratório sem grande ônus. Pelo exposto acima, observa-se que ela apresenta inúmeras aplicações que contribuem muito na agricultura, em especial na identifi cação de componentes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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COMPREENDENDO A LEGISLAÇÃO: MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

Carla Gomes da Silva [email protected]

RESUMOPretendemos abordar a legislação atual, especifi camente a criação da pessoa do Microempreendedor Individual e os benefícios que esta nova lei poderá trazer aos trabalhadores informais e a nação brasileira como um todo. Para tal realizou-se pesquisa bibliográfi ca sobre o assunto na legislação vigente. No Brasil, o trabalho informal é responsável por grande parte do PIB, sendo que estes trabalhadores produzem, prestam serviços, importam e exportam suas mercadorias e serviços sem nenhuma garantia, seja atual ou futura. Sem direitos como aposentadoria ou benefícios sociais, estes trabalhadores conseguem manter suas famílias, pagar suas contas e geram renda para nosso país. O Governo Federal, visando melhorar as condições de vida e trabalho destes brasileiros, ao mesmo tempo em que aumentam a arrecadação aos cofres públicos, criou a pessoa do Microempreendedor Individual (LC 123/06). O conceito do multiplicador é de extrema importância para o desenvolvimento do Brasil. Ninguém cresce sozinho. Chegou-se a conclusão que muitas são as facilidades criadas pelo legislador para formalizar a maioria das micro e pequenas empresas que, agora dentro da lei , própria ao seu poder aquisitivo, poderá regularizar sua situação social e desenvolver muito melhor suas atividades.

Palavras-chave: trabalho informal, simples nacional, empreendedorismo.

ABSTRACTWe intend to address the current legislation, specifi cally the creation of person Micro-Entrepreneur traveler and the benefi ts that this new law would bring to the laborers and the Brazilian nation as a whole. To this took place literature on the subject in law. In Brazil, informal work accounts for much of the GDP, and these workers produce, services, import and export their goods and services without any warranty, either present or future. No rights or as retirement benefi ts, these workers can support their families, pay their bills and generate income for our country. The Federal Government, to improve the living conditions of work and Brazilian, while increasing the revenues to public coffers, has created one of Micro- Entrepreneur Individual (LC 123/06). The concept of the multiplier is of extreme importance for the development of Brazil. Nobody grows alone. We have come to the conclusion that there are many opportunities created by the legislature to legalize the majority of micro and small businesses, now within the law, its own purchasing power, may regulate their social situation and develop its activities much better.

Keywords: informal work, national simple, entrepreneurship.

1 INTRODUÇÃO

“Se desejamos ter riqueza, devemos, em primeiro lugar, realizar trabalhos que benefi ciem o maior número possível de pessoas. Depois, trabalharmos de modo que se multiplique abundantemente.” (Taniguchi )

Na busca de incluir os trabalhadores informais dentro da legislação, o Governo Federal aprovou a Lei Complementar 128/2008, um aperfeiçoamento da Lei Geral da MPE (LC 123/06), regularizando a pessoa do Microempreendedor Individual, que entrou em vigor em 01 de Julho de 2009.

A legislação do Simples Nacional mostra a vontade do governo em melhorar a vida do empreendedor

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ao mesmo tempo em que busca meios de manter os serviços sociais existentes e os direitos adquiridos pela população brasileira.

As novas regras melhoram então, ainda mais, a vida dos trabalhadores que antes não poderiam arcar com todas as obrigações advindas da legislação vigente.

Os micros e pequenos empresários já contavam com benefícios da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, e agora o Microempreendedor Individual terá oportunidade de mostrar seu valor e sua força, dentro da lei e exercer sua cidadania.

Propõe-se neste artigo trazer ao conhecimento dos trabalhadores informais seus direitos como empresários e cidadãos que são.

Não acredita-se que será lido por eles, mas será divulgado por todos aqueles que o lerem, e que têm entre seus pares, em seus próprios círculos sociais, pessoas que lutam diariamente, fazem crescer a economia do país, mas não tem a opção de regularizar suas empresas e garantir seus direitos.

2 O EMPRESÁRIO

O Brasil é um país de empreendedores, mas não é um país de leitores.

A criatividade do povo brasileiro faz com que busquem em seus próprios conhecimentos meios para gerar renda, manter suas famílias e sua dignidade.

Conforme o Código Civil Brasileiro (Lei 10.406/2002) dispõe:

Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profi ssionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profi ssão intelectual, de natureza científi ca, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profi ssão constituir elemento de empresa.

O artigo 68 da Lei Complementar 123/2006- Lei Geral do Simples Nacional - já trazia a pessoa do Microempreendedor Individual como aquele com receita bruta anual de até R$36.000,00, mas faltavam especifi cações para que as pessoas que trabalham informalmente se arriscassem a abrir suas empresas.

Ainda assim, a carga tributária e as obrigações ainda eram grandes demais para o microempresário.

3 MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

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Com a aprovação da lei do MEI, a informalidade passará a ser passado e o sonho de muitos empresários pode se tornar realidade.

O Brasil deixou fi nalmente de ser o país do futuro para ser o país do presente, nas palavras do jornalista Michael Reid, editor para as Américas da revista britânica “The Economist”.

Conforme explica Aldemir Santana, relator do projeto, ao periódico interativo Mundo SEBRAE, ele passa a existir formalmente, tem todos os direitos da Previdência, inclusive aposentadoria por invalidez.

Segundo retoma o mesmo periódico Mundo SEBRAE:

Isso é bom para o cidadão, é bom para a economia e é bom para o país. Temos que fazer com que esses produtores, esses trabalhadores saiam, da marginalização da questão da atuação fora dos padrões legais e possam efetivamente, pagando muito pouco, se legalizar e ter o seu futuro garantido, afi rma o líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR)(Mundo SEBRAE, 2008)

Cálculos do SEBRAE (Jan/2009) apontam 10 milhões de micros empresários na informalidade, sem direito a aposentadoria, auxílio doença, acidente ou maternidade, sem poder participar ativamente da sociedade, sem poder entrar em licitações públicas, entre outros.

As novas regras vêm facilitar a formalização de novas empresas, desburocratizando o sistema a partir da criação do Portal do Empreendedor1.

4 REGRAS DO MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

A lei do MEI (Lei Complementar 123/06) traz algumas restrições, mas é sufi ciente para abranger todo o contingente de informalidade que existe em nosso país.

Do enquadramento:

- A empresa do MEI pode ter apenas um empregado – o próprio empresário- ou até mais um empregado que receba até 01 salário mínimo ou o piso salarial da categoria (artigo 18-A, §4º, IV e 18-C da LC 123/06);

- O MEI não pode participar de outra empresa como titular, sócio ou administrador (artigo 18-A, §4º, III da LC 123/06);

- a renda bruta anual não pode ultrapassar R$ 36.000,00 (artigo 18-A, §2º, da LC 123/06);

- as classes que podem ser incluídas no MEI estão elencadas no Anexo Único da Resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional Nº 10/2008, e, entre elas estão sapateiros, manicures, barbeiros, costureiras, pintores, 1 http://www.portaldoempreendedor.gov.br/modulos/inicio/index.php

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mecânicos, encanadores, serralheiros, marceneiros, feirantes, e outros que hoje atuam como autônomos (ver Anexo II).

Dos benefícios:

O projeto aprovado trás modifi cações no intuito de favorecer a criação da MEI:

- a abertura da empresa e o registro na Junta comercial serão livres de quaisquer ônus, e deverá ter prioridade entre outras, sendo que CNPJ, Inscrição Estadual ou Inscrição Municipal poderão ser obtidas na mesma data da solicitação, pelo Portal do Empreendedor Individual;

- o valor a pagar de ICMS será de R$1,00 ou R$ 5,00 para o prestador de serviços (artigo 18-A, §3º, V, alíneas b e c da LC 123/06);

- o microempresário e seu funcionário, se houver, terão direito a todos os benefícios do INSS, a partir do recolhimento de INSS que será fi xo em 11% sobre o salário mínimo e mais 3% se houver um empregado (artigo 18-C, I e artigo 18-C, parágrafo único, III da LC 123/06);

- o empregado terá o desconto de 8% retidos a título de contribuição previdenciária, conforme legislação previdenciária vigente;

- o MEI utilizará o PGDAS – Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional onde emitirá uma única guia mensal (DAS – Documento de Arrecadação do Simples Nacional) para o recolhimento de todos os tributos unifi cados (ver Anexo III).

Das Dispensas e isenções:

Relativamente às outras pessoas jurídicas, o MEI:

- não será obrigatória a emissão de notas fi scais (artigo 26, §1 da LC 123/06 e artigo 7º, II da Resolução do CGSN 10/07), exceto alguns casos específi cos, como nas vendas a pessoas jurídicas (artigo 7º,§ 2º, II da Resolução CGSN 10/08);

- estarão isento de contribuições para PIS, COFINS, CSLL e IRPJ, mas deverão apresentar a declaração de IRPF(artigo 18-A, §3º, VI da LC 123/06).

- fi ca dispensado da escrituração do Livro Caixa, Livro Registro de Inventário, Livro Registro de Entradas, Livro Registro de Serviços Prestados, Livro Registro de Serviços Tomados, Livro Registro de Entradas e Saídas de Selo de Controle, Livro Registro de Controle de Impressão de Documentos Fiscais, Livros específi cos para contribuintes que comercializem combustíveis, Livro Registro de veículos (artigos 3º e 7º da Resolução CGSN 53/08).

Da comprovação de receita:

O MEI comprovará sua receita bruta pela apresentação do registro de vendas ou prestação de serviços,

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conforme o Anexo Único da Resolução CGSN 10/07(alterada pela Resolução CGSN 53/08)(ver Anexo I).

Do desenquadramento:

O desenquadramento do MEI ocorrerá:

- de ofi cio, quando a renda bruta de R$ 36.000,00 for ultrapassada e o contribuinte não fi zer o comunicado (artigo 29 da LC 123/06);

- por comunicação, quando a renda bruta ultrapassar 20% de R$ 36.000,00 e o contribuinte fi zer a comunicação a RFB, podendo continuar nas regras do Simples Nacional (artigo 30 da LC 123/06).

CONCLUSÃO

Pode-se verifi car pelos aspectos acima que o legislador procurou desburocratizar a criação da MEI, facilitando por todos os lados a formalização de uma nova empresa.

Os novos rendimentos para a Previdência Social serão muito bem vindos e os microempresários poderão trabalhar tranquilamente, sabendo que seus direitos sociais estão garantidos.

Por outro lado, também verifi ca-se a geração de renda sem medo da fi scalização, até mesmo facilitando a atuação da mesma, e gerando novos recolhimentos para os cofres públicos.

Os MEI´s passam a fazer parte da sociedade em que vivem, gerando renda para si e sua família, para a localidade onde vivem, pois sabe-se que a renda de um atinge todos ao redor - desde outros microempresários, até empresas maiores, como supermercados, lojas, magazines e comércio em geral.

É o multiplicador em ação trazendo benefícios para todos, contribuindo para o bem-estar social e o crescimento econômico da nação.

REFERÊNCIAS

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BRASIL. Resolução CGSN 06, de 20 jun. 2007. Dispõe sobre os códigos de atividades econômicas previstos

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na Classifi cação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) a serem utilizados para fi ns da opção pelo Regime Especial Unifi cado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional). Diário Ofi cial da União. Disponível em: <http://www.receita.fazenda.gov.br/legis lacao/resolucao/2007/CGSN/Resol06.htm> Acesso em: 3 ago. 2009.

BRASIL. Resolução CGSN 10, de 02 jul. 2007. Dispõe sobre as obrigações acessórias relativas às microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Regime Especial Unifi cado de Arrecadação de Tributos e Contribuições (Simples Nacional). Diário Ofi cial da União. Disponível em < http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Resolucao/2007/CGSN/Resol 10.htm> Acesso em: 27 ago. 2009

BRASIL. Resolução CGSN 11, de 25 jul. 2007. Dispõe sobre a arrecadação do Regime Especial Unifi cado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional). Diário Ofi cial da União. Disponível em: <http:// http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Resolucao/2007/CGSN/Resol11. htm> Acesso em: 27 ago. 2009

BRASIL. Resolução CGSN 58, de 28 abr. 2009. Dispõe sobre o Microempreendedor Individual – MEI no âmbito do Simples Nacional. Diário Ofi cial da União. Disponível em http:// http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Resolucao/2009/CGSN/Resol58.htm> Acesso em: 28 ago. 2009

SANTANA, Aldemir. O Microempreendedor Individual. 26, jan. 2009. Disponível em<http://www.jusbrasil .com.br /noticias/671817/o-microempresario-individual> acesso em: 15/04/2009

CARVALHO, Zenaide. As vantagens de ser um MEI – Microempreendedor Individual Legalizado. 12 jan. 2009. Disponível em: http://www.administradores.com.br/artigos/as_ vantagens_de_ser_um_mei_microempreendedor_individual_legalizado/27328/ Acesso em 26 ago. 2009.

COSTA, Rosa. Senado aprova projeto para microempreendedor individual. 04 dez. 2008. Disponível em <http://www.estadao.com.br/economia/not_eco 28828 8,0.htm> Acesso em: 15 abr. 2009.

MELCHOR, Paulo. MEI - Pequeno Empresário Microempreendedor Individual. 24 out. 2007. Disponível em:< http://www.sebraesp.com.br/midiateca/publicacoes/artigos/juridicolegisla cao /micro_empreendedor_individual> Acesso em: 26 out. 2009.

SCHELLER, Fernando. De país ‘do futuro’, Brasil se tornou ‘país do presente’, diz editor da ‘Economist’ Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios /0,,MUL 120 0717-9356,00-de+pais+do+futuro+brasil+se+tornou+pais+do+presente+diz+editor+da+econo mist.html> Acesso em: 26 ago.2009

SEBRAE, Mundo. MEI – Micro Empreendedor Individual. 25 nov. 2008. Disponível em: <http://mundosebrae.wordpress.com/2008/11/25/mei-micro-empreendedor-individual/> Acesso em: 03 ago. 2009.

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Anexos

I – Formulário para Relatório Mensal de Receitas Brutas

Anexo Único da Resolução CGSN n° 10, de 28 de junho de 2007

RELATÓRIO MENSAL DAS RECEITAS BRUTASCNPJ:Empreendedor individual:Período de apuração:RECEITA BRUTA MENSAL – REVENDA DE MERCADORIAS – ANEXO I DA LC 123/2006I – Revenda de mercadorias com dispensa de emissão de documento fi scal R$

II – Revenda de mercadorias com documento fi scal emitido R$

III – Total das receitas com revenda de mercadorias (I + II) R$

RECEITA BRUTA MENSAL – VENDA DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – ANEXO II DA LC 123/2006IV – Venda de produtos industrializados com dispensa de emissão de documento fi scal R$

V – Venda de produtos industrializados com documento fi scal emitido R$

VI – Total das receitas com venda de produtos industrializados (IV + V) R$

RECEITA BRUTA MENSAL – PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS – ANEXO III DA LC 123/2006VII – Receita com prestação de serviços com dispensa de emissão de documento fi scal R$

VIII – Receita com prestação de serviços com documento fi scal emitido R$

IX – Total das receitas com prestação de serviços (VII + VIII) R$

X - Total geral das receitas brutas no mês (III + VI + IX) R$LOCAL E DATA: ASSINATURA DO EMPRESÁRIO:

ENCONTRAM-SE ANEXADOS E ESTE RELATÓRIO:- Os documentos fi scais comprobatórios das entradas de mercadorias e serviços tomados referentes ao período;- As notas fi scais relativas às operações ou prestações realizadas eventualmente emitidas.

II - Códigos previstos na CNAE permitidos para opção pelo SIMEI

Anexo Único da Resolução CGSN nº 58, de 27 de abril de 2009Legenda: (S) = signifi ca que o imposto será considerado para fi ns do disposto no § 5º do art. 1º.(N) = signifi ca que o imposto NÃO será considerado para fi ns do disposto no § 5º do art. 1º.

Observações:Esta tabela se aplica tão-somente no âmbito do SIMEI;Na apuração do valor a ser pago serão consideradas, além da atividade principal, as atividades secundárias constantes do CNPJ.

Subclasse CNAE 2.0 Denominação ISS ICMS Subclasse

CNAE 2.0 Denominação ISS ICMS0159-8/02 Criação de animais de estimação N S 1063-5/00 Fabricação de farinha de mandioca e derivados N S0161-0/01 Serviço de pulverização e controle de pragas

agrícolas S N 1064-3/00 Fabricação de farinha de milho e derivados, exceto óleos de milho N S

0161-0/02 Serviço de poda de árvores para lavouras S N 1065-1/01 Fabricação de amidos e féculas de vegetais N S0161-0/03 Serviço de preparação de terreno, cultivo e colheita S N 1069-4/00 Moagem e fabricação de produtos de origem

vegetal não especifi cados anteriormente N S

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Anais do

0162-8/02 Serviço de tosquiamento de ovinos S N 1071-6/00 Fabricação de açúcar em bruto (mascavo, rapadura, melado etc) N S

0162-8/03 Serviço de manejo de animais S N 1091-1/00 Fabricação de produtos de panifi cação N S0170-9/00 Caça e serviços relacionados N S 1092-9/00 Fabricação de biscoitos e bolachas N S0220-9/03 Coleta de castanha-do-pará em fl orestas nativas S S 1093-7/01 Fabricação de produtos derivados do cacau e de

chocolates N S

0220-9/04 Coleta de látex em fl orestas nativas S S 1093-7/02 Fabricação de frutas cristalizadas, balas e semelhantes N S

0220-9/05 Coleta de palmito em fl orestas nativas S S 1094-5/00 Fabricação de massas alimentícias N S0220-9/06 Conservação de fl orestas nativas N S 1095-3/00 Fabricação de especiarias, molhos, temperos e

condimentos N S

0220-9/99 Coleta de produtos não-madeireiros não especifi cados anteriormente em fl orestas nativas S S 1096-1/00 Fabricação de alimentos e pratos prontos N S

0311-6/04 Atividades de apoio à pesca em água salgada S N 1099-6/01 Fabricação de vinagres N S0312-4/03 Coleta de outros produtos aquáticos de água doce S S 1099-6/04 Fabricação de gelo comum N S0312-4/04 Atividades de apoio à pesca em água doce S N 1099-6/05 Fabricação de produtos para infusão (chá, mate,

etc.) N S

0321-3/04 Criação de peixes ornamentais em água salgada e salobra N S 1099-6/99 Fabricação de outros produtos alimentícios não

especifi cados anteriormente N S

0321-3/05 Atividades de apoio à aqüicultura em água salgada e salobra S N 1122-4/03 Fabricação de refrescos, xaropes e pós para

refrescos, exceto refrescos de frutas N S

0322-1/04 Criação de peixes ornamentais em água doce N S 1122-4/99 Fabricação de outras bebidas não-alcoólicas não especifi cadas anteriormente N S

0322-1/07 Atividades de apoio à aqüicultura em água doce S N 1220-4/99 Fabricação de outros produtos do fumo, exceto cigarros, cigarrilhas e charutos N S

0322-1/99 Cultivos e semicultivos da aqüicultura em água doce não especifi cados anteriormente N S 1311-1/00 Preparação e fi ação de fi bras de algodão N S

0892-4/01 Extração de sal marinho N S 1312-0/00 Preparação e fi ação de fi bras têxteis naturais, exceto algodão N S

1013-9/01 Fabricação de produtos de carne N S 1321-9/00 Tecelagem de fi os de algodão N S1031-7/00 Fabricação de conservas de frutas N S 1322-7/00 Tecelagem de fi os de fi bras têxteis naturais,

exceto algodão N S

1032-5/99 Fabricação de conservas de legumes e outros vegetais, exceto palmito N S 1340-5/99 Outros serviços de acabamento em fi os, tecidos,

artefatos têxteis e peças do vestuário S N

1033-3/02 Fabricação de sucos de frutas, hortaliças e legumes, exceto concentrados N S 1721-4/00 Fabricação de papel N S

1052-0/00 Fabricação de laticínios N S 1731-1/00 Fabricação de embalagens de papel N S1053-8/00 Fabricação de sorvetes e outros gelados comestíveis N S 1732-0/00 Fabricação de embalagens de cartolina e papel-

cartão N S1061-9/02 Fabricação de produtos do arroz N S 1742-7/01 Fabricação de fraldas descartáveis N S1351-1/00 Fabricação de artefatos têxteis para uso doméstico N S 1742-7/02 Fabricação de absorventes higiênicos N S

1352-9/00 Fabricação de artefatos de tapeçaria N S 1742-7/99Fabricação de produtos de papel para uso doméstico e higiênico-sanitário não especifi cados anteriormente

N S

1353-7/00 Fabricação de artefatos de cordoaria N S 1749-4/00Fabricação de produtos de pastas celulósicas, papel, cartolina, papel-cartão e papelão ondulado não especifi cados anteriormente

N S

1359-6/00 Fabricação de outros produtos têxteis não especifi cados anteriormente N S 1813-0/01 Impressão de material para uso publicitário S S

1411-8/01 Confecção de roupas íntimas N S 1813-0/99 Impressão de material para outros usos S S1411-8/02 Facção de roupas íntimas N S 1821-1/00 Serviços de pré-impressão S N1412-6/01 Confecção de peças do vestuário, exceto roupas

íntimas e as confeccionadas sob medida N S 1822-9/00 Serviços de acabamentos gráfi cos S N

1412-6/02 Confecção, sob medida, de peças do vestuário, exceto roupas íntimas S S 1830-0/01 Reprodução de som em qualquer suporte S S

1412-6/03 Facção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas N S 1830-0/02 Reprodução de vídeo em qualquer suporte S S1413-4/03 Facção de roupas profi ssionais N S 1830-0/03 Reprodução de software em qualquer suporte S S1414-2/00 Fabricação de acessórios do vestuário, exceto para

segurança e proteção N S 2052-5/00 Fabricação de desinfestantes domissanitários N S1421-5/00 Fabricação de meias N S 2061-4/00 Fabricação de sabões e detergentes sintéticos N S1422-3/00 Fabricação de artigos do vestuário, produzidos em

malharias e tricotagens, exceto meias N S 2062-2/00 Fabricação de produtos de limpeza e polimento N S

1510-6/00 Curtimento e outras preparações de couro N S 2063-1/00 Fabricação de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal N S

1521-1/00 Fabricação de artigos para viagem, bolsas e semelhantes de qualquer material N S 2092-4/02 Fabricação de artigos pirotécnicos N S

1529-7/00 Fabricação de artefatos de couro não especifi cados anteriormente N S 2219-6/00 Fabricação De Artefatos De Borracha Não

Especifi cados Anteriormente N S

1531-9/01 Fabricação de calçados de couro N S 2229-3/99 Fabricação De Artefatos De Material Plástico Para Outros Usos Não Especifi cados Anteriormente N S

1531-9/02 Acabamento de calçados de couro sob contrato S N 2319-2/00 Fabricação De Artigos De Vidro N S1539-4/00 Fabricação de calçados de materiais não

especifi cados anteriormente N S 2330-3/05 Preparação de massa de concreto e argamassa para construção S S

1540-8/00 Fabricação de partes para calçados, de qualquer material N S 2330-3/99

Fabricação De Outros Artefatos E Produtos De Concreto, Cimento, Fibrocimento, Gesso E Materiais Semelhantes

N S

1622-6/99 Fabricação de outros artigos de carpintaria para construção N S 2342-7/02

Fabricação De Artefatos De Cerâmica E Barro Cozido Para Uso Na Construção, Exceto Azulejos E Pisos

N S

1623-4/00 Fabricação de artefatos de tanoaria e de embalagens de madeira N S 1629-3/02

Fabricação de artefatos diversos de cortiça, bambu, palha, vime e outros materiais trançados, exceto móveis

N S

1629-3/01 Fabricação de artefatos diversos de madeira, exceto móveis N S 2349-4/99 Fabricação de produtos cerâmicos não-refratários

não especifi cados anteriormente N S

2391-5/01 Britamento de pedras, exceto associado à extração S S 3313-9/01 Manutenção e reparação de geradores, transformadores e motores elétricos S N

2391-5/03 Aparelhamento De Placas E Execução De Trabalhos Em Mármore, Granito, Ardósia E Outras Pedras S N 3313-9/02 Manutenção e reparação de baterias e

acumuladores elétricos, exceto para veículos S N

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146

Faculdade de Ensino SuperiorSanta Bárbara - Tatuí-SP

Anais do

2399-1/01 Decoração, lapidação, gravação, vitrifi cação e outros trabalhos em cerâmica, louça, vidro e cristal S N 3313-9/99

Manutenção e reparação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos não especifi cados anteriormente

S N

2512-8/00 Fabricação de esquadrias de metal N S 3314-7/01 Manutenção e reparação de máquinas motrizes não-elétricas S N

2532-2/01 Produção de artefatos estampados de metal N S 3314-7/02 Manutenção e reparação de equipamentos hidráulicos e pneumáticos, exceto válvulas S N

2539-0/00 Serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento em metais S N 3314-7/06 Manutenção e reparação de máquinas, aparelhos e

equipamentos para instalações térmicas S N

2541-1/00 Fabricação de artigos de cutelaria N S 3314-7/07Manutenção e reparação de máquinas e aparelhos de refrigeração e ventilação para uso industrial e comercial

S N

2542-0/00 Fabricação de artigos de serralheria, exceto esquadrias N S 3314-7/09

Manutenção e reparação de máquinas de escrever, calcular e de outros equipamentos não-eletrônicos para escritório

S N

2543-8/00 Fabricação de ferramentas N S 3314-7/10Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para uso geral não especifi cados anteriormente

S N

2599-3/01 Serviços de confecção de armações metálicas para a construção S N 3314-7/11 Manutenção e reparação de máquinas e

equipamentos para agricultura e pecuária S N

2599-3/99 Fabricação De Outros Produtos De Metal Não Especifi cados Anteriormente N S 3314-7/12 Manutenção e reparação de tratores agrícolas S N

2740-6/02 Fabricação de luminárias e outros equipamentos de iluminação N S 3314-7/19

Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para as indústrias de alimentos, bebidas e fumo

S N

2950-6/00 Recondicionamento e recuperação de motores para veículos automotores S N 3314-7/20

Manutenção e reparação de máquinas e equipamentos para a indústria têxtil, do vestuário, do couro e calçados

S N

3101-2/00 Fabricação de móveis com predominância de madeira N S 3314-7/99

Manutenção e reparação de outras máquinas e equipamentos para usos industriais não especifi cados anteriormente

S N

3102-1/00 Fabricação de móveis com predominância de metal N S 3317-1/02 Manutenção e reparação de embarcações para esporte e lazer S N

3103-9/00 Fabricação de móveis de outros materiais, exceto madeira e metal N S 3319-8/00 Manutenção e reparação de equipamentos e

produtos não especifi cados anteriormente S N 3104-7/00 Fabricação de colchões N S 3321-0/00 Instalação de máquinas e equipamentos industriais S N 3211-6/01 Lapidação de gemas S S 3329-5/01 Serviços de montagem de móveis de qualquer

material S N

3211-6/02 Fabricação de artefatos de joalheria e ourivesaria N S 3329-5/99 Instalação de outros equipamentos não especifi cados anteriormente S N

3211-6/03 Cunhagem de moedas e medalhas N S 3600-6/02 Distribuição de água por caminhões N S3212-4/00 Fabricação de bijuterias e artefatos semelhantes N S 3702-9/00 Atividades Relacionadas A Esgoto, Exceto A

Gestão De Redes S N

3220-5/00 Fabricação de instrumentos musicais, peças e acessórios N S 3811-4/00 Coleta de resíduos não-perigosos S N

3230-2/00 Fabricação de artefatos para pesca e esporte N S 3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos S N3240-0/99 Fabricação de outros brinquedos e jogos recreativos

não especifi cados anteriormente N S 3831-9/01 Recuperação de sucatas de alumínio N S

3250-7/08 Fabricação de artefatos de tecido não tecido para uso odonto-médico-hospitalar N S 3831-9/99 Recuperação de materiais metálicos, exceto

alumínio N S3291-4/00 Fabricação de escovas, pincéis e vassouras N S 3832-7/00 Recuperação de materiais plásticos N S3299-0/01 Fabricação de guarda-chuvas e similares N S 3839-4/99 Recuperação de materiais não especifi cados

anteriormente N N

3299-0/02 Fabricação de canetas, lápis e outros artigos para escritório N S 4321-5/00 Instalação e manutenção elétrica S N

3299-0/03 Fabricação de letras, letreiros e placas de qualquer material, exceto luminosos N S 4322-3/01 Instalações hidráulicas, sanitárias e de gás S N

3299-0/04 Fabricação de painéis e letreiros luminosos N S 4322-3/02 Instalação e manutenção de sistemas centrais de ar condicionado, de ventilação e refrigeração S N

3299-0/05 Fabricação de aviamentos para costura N S 4329-1/05 Tratamentos térmicos, acústicos ou de vibração S N3299-0/99 Fabricação de produtos diversos não especifi cados

anteriormente N S 4329-1/99 Outras obras de instalações em construções não especifi cadas anteriormente S N

3311-2/00 Manutenção e reparação de tanques, reservatórios metálicos e caldeiras, exceto para veículos S N 4330-4/02 Instalação de portas, janelas, tetos, divisórias e

armários embutidos de qualquer material S N4330-4/03 Obras De Acabamento Em Gesso E Estuque S N 4742-3/00 Comércio varejista de material elétrico N S4330-4/04 Serviços de pintura de edifícios em geral S N 4743-1/00 Comércio varejista de vidros N S4330-4/05 Aplicação De Revestimentos E De Resinas Em

Interiores E Exteriores S N 4744-0/01 Comércio varejista de ferragens e ferramentas N S4330-4/99 Outras Obras De Acabamento Da Construção S N 4744-0/02 Comércio varejista de madeira e artefatos N S4399-1/03 Obras de alvenaria S N 4744-0/03 Comércio varejista de materiais hidráulicos N S4399-1/05 Perfuração E Construção De Poços De Água S S 4744-0/04 Comércio varejista de cal, areia, pedra britada,

tijolos e telhas N S

4399-1/99 Serviços Especializados Para Construção Não Especifi cados Anteriormente S S 4744-0/05 Comércio varejista de materiais de construção não

especifi cados anteriormente N S

4520-0/01 Serviços de manutenção e reparação mecânica de veículos automotores S N 4744-0/99 Comércio varejista de materiais de construção

em geral N S

4520-0/02 Serviços de lanternagem ou funilaria e pintura de veículos automotores S N 4751-2/00 Comércio varejista especializado de equipamentos

e suprimentos de informática S S

4520-0/03 Serviços de manutenção e reparação elétrica de veículos automotores S N 4752-1/00 Comércio varejista especializado de equipamentos

de telefonia e comunicação N S

4520-0/04 Serviços de alinhamento e balanceamento de veículos automotores S N 4753-9/00 Comércio varejista especializado de

eletrodomésticos e equipamentos de áudio e vídeo N S

4520-0/05 Serviços de lavagem, lubrifi cação e polimento de veículos automotores S N 4754-7/01 Comércio varejista de móveis N S

4520-0/06 Serviços de borracharia para veículos automotores S N 4754-7/02 Comércio varejista de artigos de colchoaria N S4520-0/07 Serviços de instalação, manutenção e reparação de

acessórios para veículos automotores S N 4754-7/03 Comércio varejista de artigos de iluminação N S

4530-7/03 Comércio a varejo de peças e acessórios novos para veículos automotores N S 4755-5/01 Comércio varejista de tecidos N S

4530-7/04 Comércio a varejo de peças e acessórios usados para veículos automotores N S 4755-5/02 Comercio varejista de artigos de armarinho N S

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147

Faculdade de Ensino SuperiorSanta Bárbara - Tatuí-SP

Anais do

4530-7/05 Comércio a varejo de pneumáticos e câmaras-de-ar N S 4755-5/03 Comercio varejista de artigos de cama, mesa e banho N S

4541-2/05 Comércio a varejo de peças e acessórios para motocicletas e motonetas N S 4756-3/00 Comércio varejista especializado de instrumentos

musicais e acessórios N S

4542-1/02 Comércio sob consignação de motocicletas e motonetas S S 4757-1/00

Comércio varejista especializado de peças e acessórios para aparelhos eletroeletrônicos para uso doméstico, exceto informática e comunicação

N S

4543-9/00 Manutenção e reparação de motocicletas e motonetas S N 4759-8/01 Comércio varejista de artigos de tapeçaria, cortinas e persianas N S

4712-1/00Comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios - minimercados, mercearias e armazéns

N S 4759-8/99 Comércio varejista de outros artigos de uso doméstico não especifi cados anteriormente N S

4713-0/02 Lojas de variedades, exceto lojas de departamentos ou magazines N S 4761-0/01 Comércio varejista de livros N S

4721-1/01 Padaria e confeitaria com predominância de produção própria N S 4761-0/02 Comércio varejista de jornais e revistas N S

4721-1/02 Padaria e confeitaria com predominância de revenda N S 4761-0/03 Comércio varejista de artigos de papelaria N S4721-1/03 Comércio varejista de laticínios e frios N S 4762-8/00 Comércio varejista de discos, CDs, DVDs e fi tas N S4721-1/04 Comércio varejista de doces, balas, bombons e

semelhantes N S 4763-6/01 Comércio varejista de brinquedos e artigos recreativos N S

4722-9/01 Comércio varejista de carnes - açougues N S 4763-6/02 Comércio varejista de artigos esportivos N S4722-9/02 Peixaria N S 4763-6/03 Comércio varejista de bicicletas e triciclos; peças

e acessórios N S

4723-7/00 Comércio varejista de bebidas N S 4763-6/04 Comércio varejista de artigos de caça, pesca e camping N S

4724-5/00 Comércio varejista de hortifrutigranjeiros N S 4771-7/01 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, sem manipulação de fórmulas N S

4729-6/01 Tabacaria N S 4771-7/02 Comércio varejista de produtos farmacêuticos, com manipulação de fórmulas N S

4729-6/99Comércio varejista de produtos alimentícios em geral ou especializado em produtos alimentícios não especifi cados anteriormente

N S 4771-7/03 Comércio varejista de produtos farmacêuticos homeopáticos N S

4732-6/00 Comércio varejista de lubrifi cantes N S 4771-7/04 Comércio varejista de medicamentos veterinários N S4741-5/00 Comércio varejista de tintas e materiais para pintura N S 4772-5/00 Comércio varejista de cosméticos, produtos de

perfumaria e de higiene pessoal N S4773-3/00 Comércio varejista de artigos médicos e ortopédicos N S 5590-6/02 Campings S N4774-1/00 Comércio varejista de artigos de óptica N S 5590-6/03 Pensões (alojamento) S N4781-4/00 Comércio varejista de artigos do vestuário e

acessórios N S 5590-6/99 Outros alojamentos não especifi cados anteriormente S N

4782-2/01 Comércio varejista de calçados N S 5611-2/01 Restaurantes e similares N S4782-2/02 Comércio varejista de artigos de viagem N S 5611-2/02 Bares e outros estabelecimentos especializados

em servir bebidas N S4783-1/01 Comércio varejista de artigos de joalheria N S 5611-2/03 Lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares N S4783-1/02 Comércio varejista de artigos de relojoaria N S 5612-1/00 Serviços ambulantes de alimentação N S4784-9/00 Comércio varejista de gás liqüefeito de petróleo

(GLP) N S 5620-1/01 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para empresas N S

4785-7/01 Comércio varejista de antigüidades N S 5620-1/02 Serviços de alimentação para eventos e recepções - bufê S S

4785-7/99 Comércio varejista de outros artigos usados N S 5620-1/03 Cantinas - serviços de alimentação privativos N S4789-0/01 Comércio varejista de suvenires, bijuterias e

artesanatos N S 5620-1/04 Fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar N S

4789-0/02 Comércio varejista de plantas e fl ores naturais N S 5811-5/00 Edição de livros N N4789-0/03 Comércio varejista de objetos de arte N S 5812-3/00 Edição de jornais N N4789-0/04 Comércio varejista de animais vivos e de artigos e

alimentos para animais de estimação N S 5813-1/00 Edição de revistas N N

4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários N S 5819-1/00 Edição de cadastros, listas e outros produtos

gráfi cos N N

4789-0/06 Comércio varejista de fogos de artifício e artigos pirotécnicos N S 6399-2/00 Outras atividades de prestação de serviços de

informação não especifi cadas anteriormente S N4789-0/07 Comércio varejista de equipamentos para escritório N S 6920-6/01 Atividades de contabilidade S N4789-0/08 Comércio varejista de artigos fotográfi cos e para

fi lmagem N S 7312-2/00 Agenciamento de espaços para publicidade, exceto em veículos de comunicação S N

4789-0/99 Comércio varejista de outros produtos não especifi cados anteriormente N S 7319-0/02 Promoção de vendas S N

4923-0/01 Serviço de táxi S N 7319-0/03 Marketing direto S N4923-0/02 Serviço de transporte de passageiros - locação de

automóveis com motorista S N 7319-0/99 Outras atividades de publicidade não especifi cadas anteriormente S N

4924-8/00 Transporte escolar S N 7420-0/01 Atividades de produção de fotografi as, exceto aérea e submarina S N

4929-9/01 Transporte rodoviário coletivo de passageiros, sob regime de fretamento, municipal S N 7420-0/02 Atividades de produção de fotografi as aéreas e

submarinas S N

4929-9/03 Organização de excursões em veículos rodoviários próprios, municipal S N 7420-0/03 Laboratórios fotográfi cos S N

4930-2/01 Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, municipal S N 7420-0/04 Filmagem de festas e eventos S N

4930-2/02Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, intermunicipal, interestadual e internacional

N S 7490-1/02 Escafandria e mergulho S N

4930-2/04 Transporte rodoviário de mudanças S S 7721-7/00 Aluguel de equipamentos recreativos e esportivos N N5011-4/01 Transporte marítimo de cabotagem - Carga N S 7722-5/00 Aluguel de fi tas de vídeo, DVDs e similares N N5021-1/01 Transporte por navegação interior de carga,

municipal, exceto travessia S N 7723-3/00 Aluguel de objetos do vestuário, jóias e acessórios N N5091-2/01 Transporte por navegação de travessia, municipal S N 7729-2/01 Aluguel de aparelhos de jogos eletrônicos N N5099-8/01 Transporte aquaviário para passeios turísticos N S 7729-2/02 Aluguel de móveis, utensílios e aparelhos de uso

doméstico e pessoal; instrumentos musicais N N

5099-8/99 Outros transportes aquaviários não especifi cados anteriormente N S 7729-2/03 Aluguel de material médico N N

5211-7/02 Guarda-móveis S N 7729-2/99 Aluguel de outros objetos pessoais e domésticos não especifi cados anteriormente N N

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Faculdade de Ensino SuperiorSanta Bárbara - Tatuí-SP

Anais do

5212-5/00 Carga e descarga S N 7731-4/00 Aluguel de máquinas e equipamentos agrícolas sem operador N N

5223-1/00 Estacionamento de veículos S N 7732-2/01 Aluguel de máquinas e equipamentos para construção sem operador, exceto andaimes N N

5229-0/02 Serviços de reboque de veículos S N 7732-2/02 Aluguel de andaimes S N5310-5/02 Atividades de franqueadas e permissionárias do

Correio Nacional S S 9511-8/00 Reparação e manutenção de computadores e de equipamentos periféricos S N

5320-2/01 Serviços de malote não realizados pelo Correio Nacional S S 9512-6/00 Reparação e manutenção de equipamentos de

comunicação S N

5320-2/02 Serviços de entrega rápida S S 9521-5/00 Reparação e manutenção de equipamentos eletroeletrônicos de uso pessoal e doméstico S N

5590-6/01 Albergues, exceto assistenciais S N 9529-1/01 Reparação de calçados, bolsas e artigos de viagem S N7733-1/00 Aluguel de máquinas e equipamentos para escritório N N 9529-1/02 Chaveiros S N7739-0/02 Aluguel de equipamentos científi cos, médicos e

hospitalares, sem operador N N 9529-1/03 Reparação de relógios S N

7739-0/03 Aluguel de palcos, coberturas e outras estruturas de uso temporário, exceto andaimes S N 9529-1/04 Reparação de bicicletas, triciclos e outros veículos

não-motorizados S N

7739-0/99Aluguel de outras máquinas e equipamentos comerciais e industriais não especifi cados anteriormente, sem operador

N N 9529-1/05 Reparação de artigos do mobiliário S N

7911-2/00 Agências de viagens S N 9529-1/06 Reparação de jóias S N

7990-2/00 Serviços de reservas e outros serviços de turismo não especifi cados anteriormente S N 9529-1/99

Reparação e manutenção de outros objetos e equipamentos pessoais e domésticos não especifi cados anteriormente

S N

8011-1/02 Serviços de adestramento de cães de guarda S N 8599-6/05 Cursos preparatórios para concursos S N8012-9/00 Atividades de transporte de valores S S 8599-6/99 Outras atividades de ensino não especifi cadas

anteriormente S N

8122-2/00 Imunização e controle de pragas urbanas S N 8712-3/00 Atividades de fornecimento de infra-estrutura de apoio e assistência a paciente no domicílio S N

8130-3/00 Atividades Paisagísticas S N 9002-7/02 Restauração de obras de arte S N8211-3/00 Serviços combinados de escritório e apoio

administrativo S N 9102-3/02 Restauração e conservação de lugares e prédios históricos S N

8219-9/01 Fotocópias S N 9329-8/03 Exploração de jogos de sinuca, bilhar e similares S N

8219-9/99Preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não especifi cados anteriormente

S N 9329-8/04 Exploração de jogos eletrônicos recreativos S N

8220-2/00 Atividades de teleatendimento S N 9329-8/99 Outras atividades de recreação e lazer não especifi cadas anteriormente S N

8230-0/01 Serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas S N 9601-7/01 Lavanderias S N

8230-0/02 Casas de festas e eventos N N 9601-7/02 Tinturarias S N8291-1/00 Atividades de cobrança e informações cadastrais S N 9601-7/03 Toalheiros S N8292-0/00 Envasamento e empacotamento sob contrato S N 9602-5/01 Cabeleireiros S N8299-7/03 Serviços de gravação de carimbos, exceto confecção S N 9602-5/02 Outras atividades de tratamento de beleza S N8299-7/07 Salas de acesso à internet S N 9603-3/03 Serviços de sepultamento S N

8299-7/99Outras atividades de serviços prestados principalmente às empresas não especifi cadas anteriormente

S N 9603-3/04 Serviços de funerárias S N

8592-9/02 Ensino de artes cênicas, exceto dança S N 9603-3/99 Atividades funerárias e serviços relacionados não especifi cados anteriormente S N

8592-9/03 Ensino de música S N 9609-2/02 Agências matrimoniais S N8592-9/99 Ensino de arte e cultura não especifi cado

anteriormente S N 9609-2/03 Alojamento, higiene e embelezamento de animais S N

8593-7/00 Ensino de idiomas S N 9609-2/04 Exploração de máquinas de serviços pessoais acionadas por moeda S N

8599-6/03 Treinamento em informática S N 9609-2/99 Outras atividades de serviços pessoais não especifi cadas anteriormente S N

8599-6/04 Treinamento em desenvolvimento profi ssional e gerencial S N 9700-5/00 Serviços domésticos S N

III – Modelo do documento para arrecadação dos tributos mensais do Micro Empreendedor Individual - DAS :

Modelo aprovado pela Resolução CGSN n° 11, de 23 de julho de 2007

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Faculdade de Ensino SuperiorSanta Bárbara - Tatuí-SP

Anais do

VALOR TOTAL

NÚMERO DO CNPJ

COMPETÊNCIA

DATA DE VENCIMENTO

VALOR DO PRINCIPAL

VALOR DA MULTA

VALOR DOS JUROS E / OU ENCARGOS

AUTENTICAÇÃO BANCÁRIA (Somente em duas vias)

RAZÃO SOCIAL 01

03

02

04

09

05

08

06

07

MINISTÉRIO DA FAZENDA CGSN

DOCUMENTO DE ARRECADAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL DAS

Número do Documento: nn.nn.nnnnn.nnnnnnn-n

Data limite para acolhimento: dd/mm/aaaa

.

IV – Leituras Relacionadas

- Lei Complementar 123/2006Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nºs 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, da Lei nº 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis nºs 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999.

- Resolução 10/2007 do Comitê Gestor do Simples NacionalRegulamenta a pessoa do MEI e dispõe sobre as obrigações acessórias relativas às microempresas e empresas de pequeno porte optantes pelo Regime Especial Unifi cado de Arrecadação de Tributos e Contribuições (Simples Nacional).

- Resolução 58/2009 do Comitê Gestor do Simples Nacional Dispõe sobre o Microempreendedor Individual – MEI no âmbito do Simples Nacional

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ATIVO PERMANENTE – IMOBILIZADO ATUALIZADA – LEI 11.638/2007

RESUMO

A fi nalidade deste estudo é descrever os conceitos, composições e classifi cações do Grupo Permanente com enfoque no subgrupo Imobilizado, bem como seus aspectos fi scais, critérios de avaliação, subtrações, normas e procedimentos de contabilidade. Estaremos abordando profundamente as características necessárias para sua classifi cação como: natureza relativamente permanente, utilização nas operações do negócio e os que não são destinados a Venda. Um bem pode ser considerado Ativo Permanente Imobilizado em uma determinada empresa, e não ser assim considerado em outra, cujas características de negócios sejam diferentes, se forem classifi cados em Tangíveis ou Intangíveis, embasados na Lei 11.638/2007 e suas mudanças. Os principais itens de sua composição são: Terrenos, Edifícios, Instalações, Máquinas e Equipamentos, Móveis e Utensílios, Veículos, Ferramentas, Benfeitorias em Propriedades Arrendadas e Direitas sobre Recursos Naturais, estarei citando a classifi cação e reparos do ativo imobilizado, suas melhorias, imobilizações em andamento e subtrações perante o Imposto de Renda, métodos de cálculos, conceitos e efeitos de depreciação, amortização e exaustão.

Palavras-chave: Ativo Permanente, Imobilizado, Depreciação, Bens, Empresa, Amortização e Exaustão.

ABSTRACT

The purpose of this study is to describe the concepts, classifi cations and composition of the Group. Standing with focus on subgroup Property and tax aspects, evaluation criteria, subtracted, standards and procedures of accounting. I will be addressing deeply the characteristics necessary for their classifi cation as relatively permanent nature, use in the operations of the business and that are not intended for sale.A well may be considered Permanent Assets Fixed Assets in a particular company and not be so regarded in another, the characteristics of business are different, and they are classifi ed as tangible or intangible, based on Law 11638/2007 and its changes. The main items of the composition are: land, buildings, plant, machinery and equipment, furniture and fi xtures, Vehicles, Tools, Improvements in leasehold Rights and Natural Resources, will be citing the classifi cation and repair of fi xed assets, its improvements, fi xed assets subtracted in progress and before the Income Tax, calculation methods, concepts and effects of depreciation, amortization and depletion.

Keywords: Permanent Assets Fixed Assets; Depreciation; Assets; Company.

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1 INTRODUÇÃO

O objetivo desta dissertação é evidenciar a importância que este grupo de contas representa no balanço de uma empresa. Abordar o que pode ser classifi cado no grupo Permanente com enfoque no Subgrupo Imobilizado e como devem ser classifi cados seus respectivos itens.

Quais os métodos de depreciação e quais as classifi cações contábeis e tratamento tributário para os mesmos e como a falta de controle afeta as empresas.

Enfi m, evidenciaremos de forma teórica e a prática os casos mais comuns visando demonstrar o grupo Ativo Permanente - Imobilizado com e suas principais atribuições e modifi cações segundo a Lei 11.638/2007. 4

2 CONCEITOS DE ATIVO

São todos os bens e direitos de propriedade da empresa, mensuráveis monetariamente, que representam benefícios presentes ou benefícios futuros para a empresa.

Bens: Máquinas, terrenos, estoques, dinheiro (moeda), ferramentas, veículos, instalações, etc. Direito: Contas a receber duplicatas a receber, títulos a receber, ações, depósitos em contas bancárias

(direito de saque), títulos de créditos, etc.A Contabilidade Moderna está gradativamente desenvolvendo uma nova teoria, em que serão considerados

como Ativos os bens à disposição da empresa, sendo ela própria ou não. Assim, o “leasing” fi nanceiro (arrendamento mercantil), que até 2007 era tratado no Brasil como aluguel,

passa a ser contabilizado como ativo para fi ns contábeis (para fi ns fi scais ele continua a ser aluguel). Na verdade, no sentido econômico, o “leasing” fi nanceiro é um fi nanciamento disfarçado de aluguel.

A empresa quer adquirir um equipamento de produção. Poderá ser adquirido a vista, a prazo (fi nanciado ou via “leasing”). Em qualquer modelo de aquisição este bem trará benefícios à empresa, trará riscos para seu negócio e dará a empresa controle sobre o bem. Assim, contabilmente falando, este bem será Ativo.

Se a empresa tiver, como estoque, um lote de mercadorias deterioradas, sem perspectiva de ser comercializado, este não deverá permanecer como ativo da empresa (embora sejam bens de sua propriedade), pois não representa benefícios futuros (não trará vantagens para a empresa).

O mesmo pode dizer de um Título a receber, quando a empresa já esgotou todos os recursos possíveis e imagináveis para recebê-lo, não havendo mais deverá constar do ativo, embora seja um direito de propriedade da empresa. Nesses, casos a empresa terá perdas.

Há certos itens que, embora represente uma potencial área à obtenção benefícios futuros, podem não estar evidenciados no ativo da empresa, pois não são de difícil avaliação.

O caso de marcas de produtos, por exemplo, representa algo inestimável para a empresa, mas quase

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nunca aparece nos ativos. A razão principal é que se torna difícil avaliar quanto vale uma marcar para a empresa. Não seriamos objetivos se assim o fi zéssemos, salvo quando se negocia uma marca (neste caso há um valor objetivo de mercado: houve a negociação.

Para que seja evidenciado no Ativo, é necessário preencher suas quatro características simultaneamente:

Bens ou Direitos; Propriedade (essa característica tende a cair); Mensurável a Dinheiro; Benefícios presentes ou futuros;

3 CLASSIFICAÇÕES DO ATIVO PERMANENTE

O Ativo Permanente divide-se em quatro grupos:

3.1 Investimentos São as participações permanentes em outras sociedades, isto é, não há interesse de a empresa vender sua

participação. Por exemplo: ações em outras sociedades. Outros itens não necessários à atividade operacional da

empresa (não utilizados na manutenção do negócio principal).

3.2 Diferido São aplicações ou gastos em serviços que benefi ciam a empresa por um longo período (vários anos).

O caso mais comum são os Gastos Pré-Operacionais, em que a empresa “investe” recursos antes de começar a operar, ou seja, funcionar, como por exemplo, propaganda institucional, contratação de treinamento do quadro de funcionários, abertura de empresa, etc. Graças a estes gastos, por um longo período, teoricamente, a empresa terá direito a uma série de benefícios quando começar a operar: já é conhecida no mercado (a empresa ou o produto), tem uma boa equipe de trabalho, está legalmente constituída, etc.

O Diferido refere-se basicamente a gastos com serviços no sentido de benefi ciar a empresa por vários anos. Grosso modo, difere de Investimentos (Compra de Ações, Terrenos, etc.) e do Imobilizado (Máquinas, Equipamentos, Móveis e Utensílios, etc.), pois estes normalmente referem-se à aquisição de bens e direitos e aquele Diferido quase sempre são remunerações a serviços, que benefi ciarão a empresa por vários anos.

3.3 Imobilizado Entende-se por imobilizado todo ativo de natureza relativamente permanente que se utiliza na operação

das atividades de uma empresa e que não se destinam à venda. Podemos diferenciar, no conceito citado, três

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afi rmações importantes que devem coexistir para que possamos classifi car o Ativo Permanente – Imobilizado. Isso quer dizer que não basta que tenhamos apenas uma ou duas características concomitantemente:

Natureza relativamente permanente;

Ser utilizado à operação dos negócios;

Não se destinar a venda.

Um bem pode ser considerado como ativo permanente – imobilizado em uma empresa e não ser assim considerado em outra, cujas características de negócios sejam diferentes.

Segue alguns exemplos: a-) Edifícios são considerados Imobilizado para uma indústria que os utiliza como sede, fábrica, escritório.

Porém, os de propriedade de uma companhia imobiliária ou de uma incorporadora não são considerados Ativos Permanentes quando se destinam à venda.

b-) Veículos em uma companhia de transportes, são considerados Ativos Permanentes Imobilizados, enquanto na empresa automobilística os veículos destinados à venda são considerados no Ativo Circulante.

c-) Máquinas e grandes prensas utilizadas nas companhias automobilísticas, de estamparia e outras são consideradas imobilizados, não o sendo, entretanto, para industrias que as produzem.

De maneira geral, o Ativo Imobilizado, até 2007, podia ser classifi cado em Tangível e Intangível. Com a Lei 11.638/2007, o Intangível passou a ser um grupo de conta no Permanente.

3.4 Intangível (Incorpóreos) O Ativo Intangível, também conhecido como incorpóreo ou invisível, são aqueles bens que se não podem

tocar, pegar, que passaram a ter relevância com base nas ondas de fusões e incorporações com outros países. Um dos negócios marcantes que despertaram principalmente o meio acadêmico, neste assunto, foi quando

a Philip Morris incorporou a indústria de alimentos Kraft (queijos e sorvetes, etc.) por 10 bilhões de dólares.

3.4.1 Goodwill A expressão Goodwill é comumente traduzida ao português como Fundo de Comércio, embora ambos os

termos sejam diferentes, veremos a diante. Outra expressão usada para identifi car Goodwill é capital intelectual. Goodwill é comumente defi nido, de forma não perfeita, como um ativo intangível que pode ser classifi cado

pela diferença entre o valor contábil e o valor de mercado da empresa. Mas, propriamente, é a diferença entre o valor de mercado dos Ativos e Passivos e o Valor de Mercado da Empresa.

Em outras palavras, diz-se que Goodwill é uma espécie de ágio, de um valor agregado que a empresa em função da lealdade dos clientes, da imagem, da reputação, do nome da empresa, da marca de seus produtos, do ponto comercial, patentes registradas, de direitos autorais, de direitos exclusivos de comercialização, de treinamento e habilidade de funcionários, etc.

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Todos os exemplos são reais, mas difíceis de ser avaliados, já que muitas vezes são subjetivados. Por exemplo, a marca Malboro, pode ter valor para muitos e ser odiada por aqueles que não gostam do produto fabricado da marca. Em função desse subjetivismo, normalmente não é destacado na Contabilidade.

É um assunto dos mais complexos em Contabilidade. Tem sido considerado sob tripla perspectiva: Como o excesso de preço pago pela compra de um empreendimento ou patrimônio sobre o valor de mercado 1. de seus ativos líquidos;

Nas consolidações, como o excesso de valor pago pela companhia-mãe por sua participação sobre os ativos 2. líquidos da subsidiária; e

Como o valor atual dos lucros futuros esperados, descontados por seus custos de oportunidade.3.

O Goodwill dos tipos 1 e 2 registrado na Contabilidade, enquanto o de tipo 3, também denominado “Goodwill subjetivo”, se origina de expectativas subjetivas sobre a rentabilidade futura do empreendimento acima de seu custo de oportunidade. Na verdade, o Goodwill de tipo 1 muitas vezes também origina-se de expectativas do mesmo tipo na análise do comprador, embora concretizado em um preço efetivo pago a mais.

A prática prevalecente é registrar o Goodwill dos tipos 1 e 2 de forma idêntica. Por outro lado, os gastos destinados a propiciar as condições para a geração de “um lucro em excesso” são debitados usualmente para despesa. Algumas empresas, nos Estados Unidos, procuram abater o Goodwill de uma conta de patrimônio líquido, como se fosse uma espécie de capital excedente.

Algumas empresas amortizam o Goodwill contra esta conta. Até 1970, as empresas americanas: 1.não amortizavam o Goodwill; ou 2.amortizavam em poucos períodos. A partir de APBO n.

o 17, todo intangível deverá

ser amortizado no período máximo de quarenta anos. As empresas não registram o Goodwill de tipo três, criado ou mantido, devido às difi culdades quanto a

problemas de objetividade. Esse Goodwill seria expresso pela diferença entre o lucro projetado para os períodos, menos o valor do patrimônio líquido expresso a valores de realização no início de cada período, multiplicado pela taxa de custo de oportunidade (investimento de risco zero); cada diferença é dividida pela taxa desejada de retorno (ou custo de capital).

Seja qual for a maneira pela qual tentamos mensurar Goodwill, percebemos as grandes difi culdades. Em primeiro lugar, existe o problema da projeção do lucro (ou do fl uxo de caixa), não desprezível. Os problemas da taxa e do horizonte são talvez até mais complexos. Apesar de tais subjetivismos, o método da capitalização de lucro que racionaliza esta particular “visualização” do que venha a ser Goodwill.

Apresenta um arcabouço conceitual que nos permite delimitar ou sistematizar algo que, necessariamente, deve ser subjetivo, por ser o elemento mais intangível dos intangíveis. Já que as empresas não acumulam em suas contas o valor estimado do Goodwill, quando criado e mantido pela própria entidade, fi ca difícil para o analista externo antecipar a tendência futura de duas empresas, do mesmo setor, com resultados equivalentes.

3.5 Tangível (Corpóreos)

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São aqueles que têm uma substância concreta e que podem Sr tocados, palpados Exemplo: a-) Sujeitos a depreciação: Edifícios e Equipamentos. b-) Não sujeitos a depreciação: Terrenos e Obras de Arte. c-) Sujeitos a exaustão: Reservas Minerais e Florestais.

4 COMPOSIÇÃO DO GRUPO DO ATIVO IMOBILIZADO

Alguns itens que compõe o grupo de Ativo Imobilizado:

4.1 Terrenos Esta conta registra os terrenos de propriedade da empresa realmente utilizados nas operações, ou seja,

onde se localizam a fábrica, os depósitos, os escritórios, as fi liais, as lojas, etc. Os terrenos onde se está construindo uma nova unidade ainda não em operação devem estar no grupo de imobilizado em andamento. Os terrenos sem uma destinação defi nida devem estar classifi cados em Investimentos.

4.2 Edifícios Engloba essa conta os edifícios que estão em operação, abrangendo prédio ocupado pela administração,

edifícios da fábrica ou setor de produção, armazenagem, expedição, etc. de propriedade da empresa. Não devem ser incluídas como parte de custo obras civis as instalações hidráulicas, elétricas, etc, que são

parte da conta de instalações, já que ambas tem tempo de vida útil e depreciação diferente.

4.3 Instalações Integradas aos Edifícios: hidráulicas, contra incêndios, elétricas, sanitárias, etc. Nesta conta encontram-se os materiais e custos de implantação de instalações que não obstante integradas

aos edifícios, devem ser segregadas das obras civis, como por exemplo, as instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias de vapor, ar condicionado de climatização, para combustíveis, gases, de antipoluição, para cozinha, etc.

Logicamente sua aplicabilidade deve ser em função do tipo da empresa, de seu processo produtivo e das instalações que possui.

Essa conta, dependendo do porte, complexidade e tipo de instalações englobam, deve estar segregada em sub-contas para fi ns de controle e de depreciação.

A conta instalações deve referir-se sempre a tais equipamentos e materiais, com a característica de serviços indiretos e auxiliares ao processo produtivo principal. De fato, dependendo do processo produtivo da empresa, algumas instalações não serão auxiliares, mas a fonte principal geradora do seu produto ou serviço e,

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neste caso, sua classifi cação deve ser na conta de máquinas, aparelhos e equipamentos. Ex: num frigorífi co, os equipamentos e instalações frigorífi cas não devem estar na conta de instalações, já que não representam serviços auxiliar, mas principal.

4.4 Máquinas e Equipamentos Esta conta envolve todo o conjunto dessa natureza utilizado no processo de produção da empresa. Na conta

instalações estariam os equipamentos e bens de serviços auxiliares à produção e nesta os utilizados com base para a realização da atividade da empresa; todavia, inúmeras empresas classifi cam as instalações na própria empresa na conta máquinas, aparelhos e equipamentos, mantendo controles paralelos para segregação e depreciação.

4.5 Móveis e Utensílios Nessa conta abriga todas as mesas, cadeiras, microcomputadores, impressoras, fax, arquivos, máquinas

de somar e outros itens que tenham vida superior a um ano.

4.6 Veículos São classifi cados nesta conta todos os veículos de propriedade da empresa, sejam os de uso da

Administração, como os do pessoal de vendas ou de transporte de carga em geral. Os veículos de uso direto na produção, como empilhadeiras e similares, podem ser registrados na conta de equipamentos.

4.7 Ferramentas Apenas aquelas que têm vida útil superior a um ano são aceitáveis a prática de lançar diretamente em

despesas as ferramentas e similares de pequeno valor unitário, mesmo quando de vida superior a um ano.

4.8 Sistemas Aplicativos – Software São contabilizados na conta de softwares (programas que fazem o computador operar) adquiridos ou

desenvolvidos pela empresa. Sua amortização deve ser em função da expectativa de período a serem benefi ciados. Softwares de pequeno valor devem ser apropriados ao resultado do período, em razão da relação do custo/benefícios e controlados à parte. As despesas com manutenção do software, geralmente contratadas com o fornecedor do software, também são despesas do período.

4.9 Equipamentos de Processamento Eletrônico de Dados Contabilizamos os equipamentos de processamento de dados (hardware) adquiridos pela empresa.

Incluem-se neste grupo tanto as unidades centrais de processamento como as unidades periféricas (de disco, de fi ta, impressora, terminais de vídeo, etc), além dos terminais inteligentes, microcomputadores, etc.

4.10 Benfeitorias em Propriedades Arrendadas

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Classifi cam-se nesta conta as construções em terrenos de terceiros e as instalações e outras benfeitorias em prédios e edifícios alugados, de uso administrativo ou de produção. Somente incluem-se aqui os gastos com as construções e instalações que se incorporam ao imóvel arrendado e revertem ao proprietário do imóvel ao fi nal da locação.

Sua amortização deve ser feita em função da vida útil estimada no período de arrendamento ou locação contratual dos dois a menor.

Tem havido diversidade de critérios quanto à classifi cação dessa conta, já que algumas empresas a tem classifi cado como Ativo Diferido, e não Imobilizado. Por outro lado, se a empresa incorrer em outros gastos, que não em bens físicos, que tenham mais a característica de despesa, mas benefi ciarão todo o período de locação da propriedade de terceiros, deverá registrá-lo no Ativo Diferido, um uma conta própria, e amortizá-lo da mesma forma.

4.11 Direitos sobre Recursos Naturais Engloba contas relativas aos custos incorridos na obtenção de direitos de exploração de jazidas de

minério, de pedras preciosas e similares. O valor de custo da jazida, quando a área é de propriedade da empresa, deve ser destacado em uma conta à parte do Balanço.

4.12 Marcas e Patentes Gastos com registros de marcas, nome, invenções e gastos com aquisição do direito de utilizar marcas

ou patentes.

5 MANUNTENÇÃO E REPAROS DO ATIVO IMOBILIZADO

A princípio observou que uma característica do Ativo Imobilizado é a vida relativamente longa. Pode-se entender como vida longa uma vida superior, pelo menos, a um ano. Assim, se adquirirmos uma ferramenta (normalmente Imobilizado), cuja vida útil for inferior (por exemplo, quatro meses) há um ano, a contabilizaremos como despesa do período na DRE, pois só benefi ciará a empresa por um exercício, não sendo, portanto, classifi cada no Imobilizado.

Para os bens classifi cados no Imobilizado (vida útil superior a um ano), temos que incorrer em certos gastos e mantê-los ou recolocá-los em condições normais de uso. Esses gastos são denominados Manutenção e Reparos.

Gastos de Manutenção e Reparos normalmente não aumentam a vida útil do bem ou a capacidade de produção. Por isso, é comum contabilizar tais gastos como despesas do período.

5.1 Melhorias no Ativo Imobilizado

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Por meio de uma reforma ou substituição de partes dos bens que contribua para o aumento da vida útil ou da capacidade produtiva, há a ocorrência de Melhorias no Ativo Imobilizado. Neste caso, adicionaremos o custo da melhoria ao valor do bem o agregando.

5.2 Imobilizações em Andamento Deverão constar do Imobilizado as Imobilizações que se encontram em forma de andamento e no futuro

entrarão em uso para a empresa: construções de prédios em andamento, construções de máquinas em andamento (para uso da empresa), importações em andamento de bens imobilizados, adiantamento a fornecedores de bens imobilizados, etc.

6 SUBTRAÇÕES DO IMOBILIZADO - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

A maior parte dos Ativos Imobilizados (exceção feita praticamente a Terrenos e Obras de Arte) tem vida útil limitada, ou seja, será útil a empresa por um conjunto de períodos defi nidos, também chamados Períodos Contábeis.

À medida que esses períodos forem decorrendo, dar-se-á o desgaste dos bens, que representam o custo a ser registrado.

O custo do Ativo Imobilizado é destacado como uma despesa nos períodos contábeis em que o Ativo é utilizado pela empresa. O processo contábil para essa conversão gradativa do Ativo Imobilizado em Despesas chama-se Depreciação.

A Depreciação é uma despesa por que todos os bens e serviços consumidos por uma empresa são Despesas. Poderá ser computada como Custo (despesa), em cada exercício, a importância corresponde à diminuição do valor dos bens do ativo imobilizado resultante dos desgastes pelo Uso, Ação da Natureza e Obsolescência.

6.1 Depreciação Os encargos de depreciação, amortização, exaustão podem ser computados mensalmente, observando

o seguinte critério: - Registro de 1/12 do encargo anual, em cada mês-calendário, se a empresa permanecer no regime mensal de apuração do lucro real. Se a empresa, optar por pagar o Imposto de Renda à base de estimativa (lucro presumido), poderá fazer o registro do encargo anual, em cada ano-calendário.

6.2 Depreciação Perante o IR - Imposto de Renda para efeito de Imposto de Renda não é obrigatória; todavia, é interessante

que a empresa faça para apuração do Lucro Real do Exercício (pagamento menos imposto de renda), apresentando um lucro mais próximo da realidade. Contudo, se o contribuinte deixar de depreciar num exercício, não poderá,

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no exercício seguinte fazê-lo acumuladamente, em virtude do princípio legal da independência dos exercícios (ou competência dos exercícios). A depreciação efetuada fora do exercício em que ocorreu a utilização dos bens do ativo, bem como a depreciação calculada a maior que as taxas permitidas, não são dedutíveis como custo, ou encargos, para fi ns de imposto de renda.

6.3 Taxa Anual da Depreciação Para cálculo da taxa de depreciação anual é necessário estimar a vida útil do bem, isto é, quanto ele

vai durar, levando em confederação as Causas Físicas ( o uso, o desgaste natural e a ação dos elementos da natureza) e as Causas Funcionais (adequações e o obsoletismo, considerando o aparecimento de substitutos mais aperfeiçoados.

Então a Taxa de Depreciação Anual é estabelecida em função do prazo de vida útil do bem a depreciar. Assim, se um bem pode ter a duração de cinco anos, admite-se uma taxa anual de 20%, isso por que a baixa anual corresponde à divisão de 100% pelo numero de aos do prazo de vida útil do bem.

Taxas de Depreciação Anual Fixadas pela Legislação do Imposto de Renda

6.4 Depreciação AceleradaAs taxas de depreciação fi xadas pela Legislação do Imposto de Renda são para uma jornada normal de

trabalho (turno de 8 horas). Portanto, quando ocorre a adoção de dois ou três turnos de 8 horas, quanto aos bens móveis comprovadamente utilizados, poderão ser adotados os coefi cientes de aceleração de 1,5, quando são dois turnos, e de 2,0, quando são de três turnos. Isso porque é admissível que o uso intensivo do bem reduzirá a vida útil.

6.5 Efeitos da Depreciação na Demonstração de Resultados do Exercício e no Balanço Patrimonial

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O item Despesas de Depreciação é uma conta que deve fi gurar nas Demonstrações de Resultados do Exercício (DRE).

No Balanço Patrimonial, a Depreciação aparece deduzindo o Imobilizado (conta retifi cativa). Assim, como podemos observar no exemplo a seguir, a Cia Moeda Estável faz a primeira depreciação de um veículo que lhe custou R$200.000. Desta forma, após a Depreciação de 20%, teremos uma despesa (DRE) de R$40.000 (o lucro será reduzido em R$40.000 e uma diminuição no valor do Veiculo (BP) de R$ 40.000, que possa a ser R$160.000 (R$200.000 - R$40.000).

6.6 Métodos de Cálculo de DepreciaçãoEncontram-se, na literatura contábil, muitos métodos de depreciação, dos quais podemos mencionar os

seguintes:a-) Método de Linha Reta (quotas Constantes);b-) Método das Taxas Fixas;c-) Método de Taxas Variáveis;d-) Método de Cole;e-) Método de Horas Trabalhadas;f-) Métodos de Unidades Produzidas;g-) Método de Depreciação decrescente;h-) Métodos Especiais.

O Método de Linha Reta é o mais simples, oferece a vantagem da aceitação fi scal. Ele consiste no cálculo exemplifi cado a seguir:- Veículo adquirido ao custo de R$600.000, com vida útil estimada em cinco anos. Fórmula do Método da Linha Reta:

Demonstração:

Deixaremos de abordar outros métodos, dando que a utilização na prática, no momento é muito reduzida em relação a tais métodos. Na verdade, a maioria esmagadora utiliza-se do Método de Linha Reta, considerando sua aceitação pelo Imposto de Renda.

6.7 Taxas de Depreciação A taxa anual de depreciação é fi xada em função do prazo durante o qual se possa esperar a utilização

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econômica do bem pela empresa, na produção de seus rendimentos (art. 310 do RIR/99). Conforme previsto no parágrafo único do art. 310 do RIR/99, à Secretaria da Receita Federal compete

publicar, periodicamente, o prazo de vida útil admissível, em condições normais ou medias, para cada espécie de bem.

No uso dessa competência, a IN SRF n. 162/98 baixou a relação de bens, com os respectivos prazos de vida útil e taxas de depreciação admissíveis, a qual foi alterada (para a inclusão de outros bens) pela IN SRF n. 130/99.

6.8 Saldo Contábil No exemplo anterior, o valore residual foi igual a zero; no entanto, algumas empresas estimam um valor

residual representando a quantia que será recebida pela venda do bem, quando ele não for mais útil. Esse saldo é conhecido como “valor residual contábil”. Admitindo a existência de um valor residual estimado de R$ 20.000, no exemplo dado, teremos as

seguintes modifi cações: 1. Na Fórmula: Depreciação do Período = (Custo do Bem – Valor Residual)/Vida Útil Provável 2. No Cálculo da Depreciação do Período: 600.000 – 20.000/5 = 116.000 por Ano

6.9 Conclusão A utilização do Valor Residual diminui a despesa de depreciação, portanto, aumenta o lucro do período.

Sua prática é aceita pela legislação tributária, fere o principio básico do conservadorismo, que determina como prudente a opção pelo valor mais baixo para o Ativo.

Há certas situações em que o valor residual é imprescindível. O touro para uma fazenda é imobilizado até o momento em que deixar de ser efi ciente como reprodutor. O fato de ele não ser mais utilizado como reprodutor não signifi ca que não valha nada mais, pois poderá ser vendido a um frigorífi co, para abate. O valor residual será a estimativa de seu valor para abate no fi nal da sua vida útil como reprodutor.

6.10 Bens Não Depreciáveis Não podem ser depreciados de acordo com o parágrafo único do art. 307 do RIR/99. a-) Terrenos, salvo em relação aos melhoramentos ou construções; b-) Prédios e construções não alugados nem utilizados na produção dos rendimentos da empresa ou

destinado à revenda. c-) Bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como obras de arte e antiguidades; d-) Bens que os quais sejam registradas quotas de exaustão como fl orestas destinadas ao corte e jazidas

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minerais.

6.11 Amortização A Amortização representa à perda do valor do Capital aplicado em Ativos Intangíveis. Assim, são

amortizáveis os Ativos Permanentes Intangíveis de duração limitada, ou seja: Fundo de Comércio (Goodwill)2, o Ponto Comercial, os Direitos Autorais, as Patentes os Direitos de Exploração.

6.11.1 Cálculo da Amortização A Amortização do período é calculada de acordo com a seguinte fórmula: Amortização do Período =

Valor do Direito/Número de Períodos de Duração

6.11.2 Efeitos da Amortização Os efeitos são semelhantes aos da Depreciação, porém, são usadas contas próprias. Exemplo: “Despesa

de Amortização” e “Amortização Acumulada”. Cabem, bem aqui, as mesmas considerações que foram feitas a respeito da Depreciação Acumulada referente a uma conta retifi cativa do Ativo, diminuindo o saldo do valor original até seu limite, ou mesmo reavaliado.

Não se deve confundir Amortização de Intangível ( a perda do valor do Ativo Intangível, contabilizada como despesa) com Amortização de Financiamento (pagamentos de dívidas).

6.12 Exausto A Exaustão corresponde à perda o valor, decorrente de exploração de direitos cujo objetivo seja recursos

naturais minerais ou fl orestais, ou bens aplicados nesta exploração.

6.12.1 Aplicação Ao contrário das propriedades que se deterioram física ou economicamente, os Recursos Naturais se

esgotam. O esgotamento é a extinção dos recursos naturais e a exaustão é a extinção do custo do valor desses recursos naturais (mina, fl oresta, poço petrolífero, etc.)

Assim, à medida que se extingue o Recurso Natural, registra-se a exaustão do valor desse recurso.

6.12.2 Cálculo da Exaustão A exaustão do período é calculada de modo semelhante a Amortização, assim como seus efeitos e demais

considerações também aqui se aplicam. Se for previsto algum valore residual, esse fato deve ser considerado, como já explicado no caso da depreciação. O cálculo do montante deve levar em conta:

a-) Os princípios de depreciação, com base no custo da aquisição ou na proporção dos recursos

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minerais; b-) O volume da produção no ano; c-) A razão entre o potencial conhecido na mina e o volume de produção do período; d-) O prazo de duração do contrato, se preferida pela empresa essa base. Ressalte-se que valor residual é bastante comum para cálculo de exaustão quando se adquire um terreno

onde se encontram recursos naturais a serem explorados. Assim, por exemplo, se a Cia W adquire os recursos naturais a serem explorados a pedreira deverá, no

cálculo de exaustão, ser destacado, dado que, no fi nal da exploração da pedreira, continuará propriedade da Cia W.

Preço pago pela Cia W pela pedreira, com o terreno: R$12.900.000 Valor estimado do terreno pó ocasião da compra: R$2.500.000 Prazo estimado para esgotamento total da pedreira: 7 anos.

Exaustão Anual = (12.900.000 – 2.500.000)/7 = R$ 1.857,14

7 IMOBILIZADOS CONSTITUÍDOS POR DOAÇÃO E ENTIDADE

Os bens recebidos a título de doação, sem ônus para a empresa, como por exemplo, terreno doado por uma Prefeitura como incentivo para instalação de indústria no município, devem ser contabilizados pelo valor de mercado, a crédito de conta específi ca de Reserva de Capital, conforme artigo 182 da Lei das S/A.

Nesse caso surge o problema dos custos indiretos comuns ao ativo que está sendo fabricado e à produção normal. Mão de obra e custos materiais não representam problemas e podem ser alocados diretamente. No que se refere aos custos indiretos (usualmente de fabricação, porém após os rateios de custos de centros de custos comuns), existem várias formas de tratá-los:

1.Alguns contadores não alocam custos indiretos; 2.Outros alocam apenas as variáveis (incrementais); 3.Atribuímos uma parcela dos custos indiretos equivalente ao valor que teria sido alocado à produção

que foi cortada por causa da construção; 4.Alocamos uma parcela proporcional dos custos indiretos, utilizando o mesmo procedimento da

produção normal. Apesar de os argumentos dos procedimentos 2 e 3 serem muitos atrativos, o melhor no sentido dos

benefícios futuros gerados para a empresa e dentro da defi nição geral de ativo é o último. É verdade que o fato de existir ou não capacidade em excesso enfraquece ou não o procedimento. Por

exemplo, se utilizarmos facilidades e instalações na construção do equipamento (do imobilizado tangível em geral) que teriam fi cado ociosas, caso não tivéssemos empreendido a construção, fi ca prejudicado o processo de ativação. Entretanto, devemos considerar que o valor ativado representa o valor de insumo de futuros benefícios

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de serviço. O procedimento de atribuição somente de custos incrementais é aceitável do ponto de vista de um valor

mínimo. Para os que estão de acordo, em todas as circunstâncias, com o custeamento variável, este tratamento é consistente. Consideramos, todavia, que uma melhor representação de um elemento patrimonial dentro do ativo exige que o avaliemos pela expressão valorativa de sua capacidade de gerar fl uxos futuros positivos para a entidade, mesmo que o processo seja apenas aproximativo.

O custeamento direto é apreciável para certas decisões sobre otimização de aproveitamento de fatores e produtos a curto prazo, mas a absorção plena deve ser o procedimento para avaliação de ativos para fi nalidades informativas, principalmente externas.

8 REAVALIAÇÃO DE BENS

8.1 Noções de ReavaliaçãoO princípio de avaliação de bens do Ativo Imobilizado por seu custo de aquisição pode, em determinadas

situações, não ser o mais adequado. Há ocasiões em que a avaliação de bens pelo justo valor de mercado é desejável, tais como quando da:

1.Transformação, incorporação, fusão e cisão;2.Elaboração de demonstrações fi nanceiras que refl etem valores correntes para fi ns gerenciais e de

crédito.A Lei nº 6.404/76 introduziu a possibilidade de se avaliarem os ativos de uma companhia por seu valor

de mercado, chamando a isso de Reavaliação.Não podemos confundir este procedimento com a Correção Monetária, que é tão somente a atualização

monetária do custo de aquisição, em que continua o vínculo ao preço pago pelo ativo em questão. Apesar de a Lei das Sociedades por Ações mencionar que a Reavaliação pode ser feita para os elementos do ativo, a CVM restringe a reavaliação basicamente aos bens tangíveis do Ativo Imobilizado e desde que não esteja prevista sua descontinuidade. Isso se deve ao fato de ser esse subgrupo o que mais tende a sofrer grandes defasagens entre seus valores de custo e de mercado. Enfi m, denomina-se Reavaliação o resultado derivado da diferença entre o valor líquido contábil dos bens (custo corrigido monetariamente líquido das depreciações acumuladas) e o valor de mercado, sendo este um procedimento optativo.

8.2 Procedimentos para Reavaliação e Laudo de Avaliação8.2.1 A Nomeação dos Peritos ou Empresa Especializada

A Lei nº 6.404/76 estabelece a avaliação por três peritos ou por empresa especializada, nomeados em Assembléia Geral Extraordinária, convocada com essa fi nalidade no caso de sociedades por ações. Nas demais

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entidades, procedimento semelhante deve ser adotado. A legislação não faz referência quanto à especialização dos peritos, já que a perícia é um exame ou vistoria de caráter técnico e especializado. Decorre, portanto, que os peritos ou empresa avaliadora a serem nomeados devem possuir especialização na matéria pertinente ao objeto da avaliação. Também não é feita, pela legislação, qualquer menção quanto à independência dos peritos ou empresa avaliadora em relação à empresa ou a seus acionistas ou sócios. É, todavia, fundamental que os conceitos de independência profi ssional sejam observados na nomeação dos peritos.

8.3 Critérios de AvaliaçãoA Lei nº. 6.404/76 defi ne que os peritos ou empresa especializada apresentarão laudo fundamentado,

com a indicação dos critérios de avaliação e dos elementos de comparação adotados. Como é de conhecimento geral, as avaliações podem ser feitas dentro de técnicas, critérios e valores diversos para os mesmos bens, em função de objetivos diferentes que se pretendam.

O laudo de avaliação aqui referido deve estar voltado ao objetivo da reavaliação e, portanto, passa a expressar uma nova base de avaliação de ativos que se refl ete na contabilidade e demonstrações contábeis das empresas. Nesse sentido, deve preservar os demais princípios de contabilidade, especialmente o da continuidade, ou seja, deverá levar em conta o pressuposto da empresa em marcha e considerar a efetiva possibilidade de recuperação dos ativos em avaliação mediante seu uso nas operações. Por esse princípio, por exemplo, os bens do imobilizado destinam-se a ser utilizados na geração de produtos ou serviços, dentro do objeto social da empresa, e não a ser liquidados ou vendidos. A avaliação de tais ativos, dentro desse princípio, deve ser baseada em valor de entrada, o que implica que o valor de custo somente pode ser substituído, mediante reavaliação, pelo valor de reposição no estado em que se encontra. Em suma, objetiva-se avaliar os ativos em função de seu valor de utilidade ou valor de uso nas condições em que se encontram, voltados à continuidade operacional da empresa. É aplicável, assim, como valor de entrada, o custo corrente de reposição, computando seu desgaste físico e técnico e considerado seu valor de utilidade operacional para a empresa.

Não se enquadra, portanto, dentro desse conceito, eventual valor futuro potencial dos ativos e nem seu valor de saída (valor de venda ou liquidação), já que a reavaliação não se destina a tal fi nalidade. São esses alguns parâmetros que devem ser seguidos pelos peritos ou empresa especializada, na seleção e aplicação dos critérios de avaliação de ativos, que tenham a fi nalidade da reavaliação prevista na Lei nº. 6.404/76. Quando se tratar de bem sujeito a desgaste físico, é indispensável que o laudo indique sua vida útil econômica remanescente, visando a defi nição das futuras taxas de depreciação.

8.3.1 ContabilizaçãoO resultado de reavaliação, ou seja, a diferença entre o valor da nova avaliação e o valor líquido contábil

do bem, corrigido monetariamente e depreciado até a data da avaliação, deverá ser incorporado ao ativo reavaliado correspondente e terá como contrapartida conta denominada Reserva de Reavaliação, no Patrimônio Líquido,

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com o consequente reconhecimento dos impostos incidentes sobre a reserva de reavaliação. Esta contrapartida, todavia, deverá ser creditada como receita não operacional, na hipótese de que a entidade tenha registrado anteriormente como despesa, até o limite desta, atualizada monetariamente, uma perda decorrente de reavaliação negativa relacionada com o mesmo bem.

A empresa deverá ter controle analítico que identifi que o valor da reavaliação, bem a bem, para determinação de sua realização futura via depreciação e baixa.

A reavaliação do bem e a reserva de reavaliação, como partes integrantes do ativo permanente e do patrimônio líquido da empresa, serão corrigidas monetariamente a partir da data-base de sua contabilização.

8.4 Realização da Reserva de ReavaliaçãoA Reserva de Reavaliação é considerada realizada na proporção em que se realizarem os bens reavaliados,

devendo ser transferida para lucros ou prejuízos acumulados. A reserva de reavaliação não pode ser utilizada para aumento de capital ou amortização de prejuízo enquanto não realizada.

Devem ser considerados como realizados os valores de reavaliação na medida da ocorrência dos seguintes fatos:

1.Depreciação, amortização ou exaustão do valor da reavaliação dos bens computada como custo ou despesa operacional no período;

2.Baixa dos bens reavaliados em virtude de alienação ou perecimento.3.A simples transferência dos bens objeto da reavaliação do Ativo Permanente para o Ativo Circulante

ou Realizável a Longo Prazo não representa realização da reserva.

9 OUTRAS DENOMINAÇÕES DO ATIVO PERMANENTE

Os sinônimos encontrados pata o Ativo Permanente na literatura contábil, defi nem, de certa forma, o que ele representa, senão vejamos:

9.1 Capital de Trabalho É o Ativo Circulante que o administrador trabalha para produzir riquezas, atendendo ao objeto social da

empresa.

9.2 Capital de Giro É o Ativo Circulante que o administrador movimenta, procurando girar mais rapidamente possível, com

o objetivo de melhorar a rentabilidade.

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9.3 Ativo Corrente É o Ativo que corre, gira e trabalha para trazer benefícios à empresa.

9.4 Capital Circulante É o Ativo que assume dentro de um ciclo diversas formas, iniciando-se como dinheiro, transformando-se

em mercadorias, posteriormente em duplicatas, e novamente, em dinheiro nos resgates de duplicatas.

10 INVENTÁRIO FÍSICO E CONTROLE

Como podemos ver anteriormente citamos inúmeros detalhes da avaliação de estoques e da importância de sua determinação em bases adequadas. Todavia, um aspecto fundamental quanto aos estoques refere-se uma correta determinação das quantidades físicas dos mesmos na data do balanço. De fato, este aspecto tem gerado distorções signifi cativas nas demonstrações fi nanceiras de inúmeras empresas, e nada adianta um bom critério de avaliação e de custos se as quantidades estiverem erradas.

A apuração quantitativa depende da existência de controles analíticos adequados e mantido em dia e agregados a um bom sistema de controle interno. Esses aspectos, logicamente, são importantes não só para fi ns contábeis, mas também e principalmente para fi ns gerenciais.

O controle quantitativo e em valor dos estoques devem ser mantidos em consonância com o fl uxo, os custos apurados e a existência física desses mesmos estoques.

Quanto menos efi caz o sistema de controle interno mais importante será a execução de inventários físicos na data do balanço. Empresas que tem bons controles analíticos rotativos, isto é, contagens feitas durante o exercício, cobrindo durante o ano todos os itens, numa base planejada de rodízio. Esse tipo de contagem geralmente procura dar maior cobertura aos itens mais importantes, que são assim contados mais vezes do que os de menor relevância. Estando esse sistema bem organizado e já havendo a experiência de que as diferenças encontradas são costumeiramente pequenas, pode-se evitar a contagem física do balanço.

11 CONCLUSÃO

Nesse trabalho demonstramos conceitos, composições e classifi cações do Grupo Permanente focando o Imobilizado, dando ênfase a aspectos fi scais, critérios de avaliação, esclarecendo melhor o tempo de uso de um

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bem. Abordamos as características dos principais bens, sua composição, as particularidades de cada empresa

no critério de classifi cação, segundo a nova Lei 11.638/2007, onde citamos claramente a mudança do bem intangível “Goodwill”, ou seja, uma espécie de ágio, de um valor agregado que a empresa em função da lealdade dos clientes, da imagem, da reputação, do nome da empresa, da marca de seus produtos, do ponto comercial, patentes registradas, de direitos autorais, de direitos exclusivos de comercialização, etc, onde cito uma pesquisa realizada pela Interbrand em 2005, apesar de não ser recente, porém de grande valia para entendimento do valor do intangível para cada empresa.

Além dos principais elementos do imobilizado, demonstrei de uma maneira simples e de fácil entendimento que não há segredos no processo de cálculo do desgaste do bem, sendo ele do mais simples como a depreciação aos mais complexos como amortização e exaustão, exemplifi cando métodos de depreciação normal e acelerada, demonstrado ainda sua classifi cação na Demonstração do Resultado do Exercício em ambos os casos.

Enfi m, o trabalho concluído dispõe de informações para que a empresa conheça um pouco mais da “vida útil” de seu imobilizado e com isso consiga se benefi ciar de melhor maneira e ao máximo no período de sua utilização.

REFERÊNCIAS

EQUIPE DE PROFESSORES DA FEA USP. Contabilidade Introdutória. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. MARION, José Carlos. Curso de Contabilidade para não Contadores. São Paulo: Atlas, 2003.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. MARION, José Carlos, GELBCKE, Ermesto Rubens. FIPECAFI. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 9. ed. - São Paulo: Atlas, 2008.

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 14. ed. São Paulo: Atlas 2009.

SANTOS, Cleônimo. Depreciação de Bens do Ativo Imobilizado. São Paulo: IOB – Thomson, 2003.

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O ENSINO DA MATEMÁTICA ATRAVÉS DO LÚDICO

José Antonio de Campos de Badin

[email protected]

RESUMO

O presente trabalho se propôs a estudar o ensino da Matemática através do lúdico, pois como preconiza a defi nição de lúdico, seja brinquedo, jogos e atividades que podem sugerir idéias, oferecer oportunidades para crianças, jovens e até mesmo adultos, a ampliarem sua visão de mundo. No caso das crianças, elas podem, depois, transferir suas descobertas para suas brincadeiras. A forma de comunicação própria da brincadeira pressupõe um aprendizado com conseqüências sobre outros aprendizados, pois permite abrir possibilidades de distinção entre diferentes tipos de comunicação: reais, realistas, fantasiosas. A criança, quando brinca, entra num mundo de comunicações complexas que vão ser utilizadas no contexto escolar, nas simulações educativas, nos exercícios, etc. Através de uma brincadeira, é possível compreender como ela vê e constrói o mundo, o que ela gostaria que fosse, quais são suas preocupações e que problemas estão ocorrendo. Com a brincadeira, ela expressa o que tem difi culdade de traduzir em palavras. A questão pedagógica pode ser desenvolvida através de atividades de diversos tipos, como o jogo. Através dessa ferramenta, as aulas tornam-se mais produtivas. Ao inserir atividades lúdicas no ensino da Matemática, é possível que o aluno tenha maior captação do que está sendo ensinado e que através da brincadeira ou de jogos, torne o aprendizado algo prazeroso.

Palavras-chave: matemática. lúdico. aprendizagem.

ABSTRACT

This work is proposed to study the teaching of mathematics through playful, as it requires the defi nition of entertainment, whether toys, games and activities that can suggest ideas, provide opportunities for children, youth and even adults, to broaden their vision of world. In the case of children, they can then transfer their fi ndings to their games. The manner in which the game itself involves learning with learning about other consequences, because it opens possibilities to distinguish between different types of communication: real, realistic, fanciful. The child, when playing, enter a world of complex communications to be used in the school, the educational simulations in the exercises, etc.. Through a joke, you can understand how she sees and builds the world, what she would like, what are their concerns and problems that are occurring. With the game, she expresses the diffi culty that has to translate into words. The question can be developed through educational activities of various kinds, as the game. Through this tool, the lessons become more productive. By entering recreational activities in the teaching of mathematics, it is possible that the student has the largest collection of what is being taught and that through play and games, making learning something pleasurable.

Keywords: math. fun. learning.

1 INTRODUÇÃO

Conta Miorim (1998, p.5) que nos primeiros tempos do Paleolítico, o homem vivia da caça, da pesca e da coleta de sementes, frutos e raízes, e não tinha nenhum domínio sobre a produção desses alimentos. Que tal

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dependência da natureza refl etia o pequeno domínio do homem sobre as técnicas básicas, necessárias à produção de alimentos. Para Boyer, sugeriria à magia como forma de preencher essa “lacuna criada pelas limitações da técnica”. Contudo esta magia dita por Boyer, confi rmava que essas limitações abririam caminho para as representações e das relações entre formas, delineando o primeiro passo para o simbolismo gráfi co e escrita. Com o passar do tempo, foram se desenvolvendo a agricultura, a domesticação e a criação de animais, bem como a fabricação de novos instrumentos e armas, assim o homem deste período Neolítico não tinha mais dependência total da natureza. O que podia observar nas pinturas deste período, é que elas não eram a reprodução perfeita de animais, objetos e pessoas, mas eram dotadas de representações esquemáticas, em que eram bastante utilizadas simetrias e congruências. Gradualmente, deve ter surgido, da massa de experiências caóticas, a realização de que há analogias, e dessa percepção de semelhanças em número e forma, nasceram a ciência e a matemática (BOYER, 1996).

Em 1550, com a chegada do jesuíta Leonardo Nunes a São Vicente, litoral paulista, vieram com ele 12 órfãos, que juntos construíram um pavilhão que serviu de escola primária, assim nasceram duas escolas no Brasil, contudo não se ensinavam Matemática. Somente em 1572, quando da criação do primeiro curso de artes, é que foi criado o primeiro Colégio na Bahia, onde entre outros, ensinava-se a Matemática (SILVA, 1992).

Um ano depois, os jesuítas fundaram um Colégio no Rio de Janeiro, onde foi criado o curso de Artes, a Matemática fazia parte do currículo do curso, assim o ensino da Matemática no Brasil se iniciou através dos jesuítas. O que se ensinava em algumas escolas era as quatro operações algébricas e em alguns cursos de Artes, continha a Geometria Elementar. Em 1605, em outros estados, passou-se a ensinar a Geometria Euclidiana Elementar. Para Silva, após a expulsão dos jesuítas do Brasil, as escolas primárias fi caram defi citárias, porém algumas ordens religiosas abriram as primeiras escolas de Letras; os Franciscanos até chegaram a elaborar um projeto para abertura de uma faculdade onde objetivava o ensino da retórica, hebraico, grego, fi losofi a, história eclesiástica, teologia dogmática, etc, mas o estudo da Matemática fi cou de fora. Em 1776 a metrópole aprova a instalação da faculdade que podia ser frequentada apenas por meninos, com o decorrer do tempo é que foram criadas escolas para meninas, contudo, nas escolas elementares, o ensino da Matemática não ultrapassava as quatro operações algébricas.

Ao chegar no Brasil, D. João, criou algumas escolas de nível superior, bem como a Impressão Régia, o Museu Real, a Biblioteca Real, o Observatório Astronômico, o primeiro Banco do Brasil e outras instituições importantes.

A Carta Régia de 4 de dezembro de 1810, criou uma instituição a partir da qual se desenvolveu o ensino da Matemática Superior no Brasil, qual seja, a Academia Real Militar, que passou a funcionar em 23 de abril de 1811. As medidas da Carta Régia, sem dúvida, trouxeram avanços para o Brasil pois foi através dela que ocorreu a possibilidade institucional de ser ministrado no país, o ensino da ciência e da técnica, contudo a livre entrada de livros no Brasil só aconteceu em 1821. O período de 1811 a 1875 foi marcado pelo ensino continuado da Matemática superior no Brasil e limitou-se à cidade do Rio de Janeiro, em 1876, foi introduzido em Minas Gerais, em 1894 fora introduzido no estado de São Paulo quando da inauguração da Escola Politécnica de São Paulo.

Atualmente, podemos destacar dois aspectos básicos do ensino da Matemática no Brasil pautados

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nos Parâmetros Curriculares Nacionais. O primeiro, consiste em relacionar observações do mundo real com representações, esquemas, tabelas, fi guras. O segundo, em relacionar essas representações, com princípios e conceitos matemáticos. Percebe-se que a comunicação tem grande importância nesse processo, devendo ser estimulada, para levar o aluno a falar e a escrever sobre Matemática, a trabalhar com representações gráfi cas, construções, aprender como organizar dados, desenhos, etc.

Outrora, acreditava-se que o aluno aprendia o conteúdo por reprodução. Hoje, acredita-se que a aprendizagem da Matemática esteja ligada a compreensão, a preocupação com o signifi cado, pois entender o signifi cado de alguma coisa ou objeto, implica em vê-lo em suas relações com outros objetos e acontecimentos.

2 DESENVOLVIMENTO

A atividade lúdica é para a criança um dos meios principais de expressão, a qual possibilita a investigação e a aprendizagem sobre as pessoas e as coisas do mundo. Ao favorecer o desenvolvimento dos aspectos cognitivos assim como a simbolização do mundo interior de pensamentos e afetos, através da imaginação, a criança pode dar vazão a seus desejos, confl itos e vivências mais íntimas.

Tanto o brincar como o jogar, fazem parte da atividade lúdica que tem sua estrutura defi nida por Friedmann (2002) sob cinco aspectos:

- o tempo e o espaço: qual é o tempo que a criança tem para brincar no seu cotidiano? Ela tem tempo para brincar dentro da escola? E fora da escola, quando ela brinca? E dentro de casa? A criança pode brincar na rua? Ela frequenta parques, praças ou outros espaços específi cos destinados à brincadeira? As características do brincar de cada grupo infantil serão defi nidas em função do tempo e do espaço existentes para a brincadeira acontecer;

- os jogadores: a criança brinca com colegas da mesma idade? Ela tem oportunidades para interagir com crianças mais novas e/ou mais velhas? Ela brinca com adultos? Ela brinca sozinha?

As interações sociais que a criança estabelece no decorrer da atividade lúdica são fundamentais para o seu desenvolvimento. Durante as trocas, a criança tem a oportunidade de assumir diversos papéis e colocar-se no lugar do outro.

- Os objetos ou brinquedos: os objetos com os quais a criança brinca podem ser desde simples elementos da natureza até sofi sticados brinquedos. Esses objetos aparecem em diversos contextos no cotidiano infantil: na família, nas instituições educacionais, no contexto psicológico.

- As ações do sujeito- fi scais e mentais: o desenvolvimento da atividade lúdica depende, de forma signifi cativa, das ações das crianças- sem elas, a brincadeira não acontece.

- Uma relação meio ou afi ns: é importante discernir, no decorrer da atividade lúdica, se ela se constitui num meio para atingir determinados fi ns ou se a brincadeira acontece como um fi m em si mesmo: a criança brinca por puro divertimento (por exemplo: pular corda no recreio). Uma ou outra forma irá mudar o caráter da brincadeira.

Para Kishimoto, o termo “lúdico” abrange dois termos distintos: a atividade individual e livre e a coletiva

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e regrada. Para a autora, na concepção walloniana, infantil é sinônimo de lúdico. Toda a atividade da criança é lúdica, no sentido de que se exerce por si mesma.

Na idade pré-escolar, mediante a brincadeira, a fantasia, a criança adquire a maior parte de seus repertórios cognitivos, emocionais e sociais. Platão ensinava matemática às crianças em forma de jogo e preconizava que os primeiros anos da criança deveriam ser ocupados com jogos educativos, praticados em comum pelos dois sexos, sob vigilância e em jardins-de-crianças (AGUIAR, 1998).

Foi Froebel, o primeiro pedagogo a incluir o jogo no sistema educativo, ele acreditava que a personalidade da criança pode ser aperfeiçoada e enriquecida pelo brinquedo, e que a principal função do professor, neste caso, é fornecer situação e materiais para o jogo. “As crianças aprendem através do brincar, admirável instrumento para promover a sua educação”.

Piaget diz que a atividade lúdica “é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo, por isso, indispensável à prática educativa”. Ou seja, o jogo sob suas formas essenciais de exercício sensório-motor e de simbolismo, é uma assimilação do real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu.

Bettelheim escreve sobre os jogos, que eles constituem um fator indispensável para o desenvolvimento intelectual, motor e afetivo da criança. Eles são a via natural de auto-expressão. Neste contexto, a postura do professor frente a esse trabalho é fundamental. O professor precisa adquirir o prazer de brincar e se envolver nesta atividade, para que o aluno aprenda a curtir esse momento. Todas as difi culdades de relacionamento não são resolvidas neste momento, por isso é de extrema importância os alunos perceberem o envolvimento de seus professores.

O que caracteriza o jogo é menos o que se busca do que o modo como se brinca, o estado de espírito com que se brinca. Isso leva a dar muita importância à noção de interpretação, ao considerar uma atividade lúdica.

Kishimoto relata que o jogo se inscreve num sistema de signifi cações que leva as pessoas, por exemplo, a interpretar como brincar, em função da imagem que temos dessa atividade.

A ligação dos jogos e brincadeiras com a matemática, é baseada em Froebel, que tece sua fi losofi a com base no uso dos jogos infantis, e delineia a metodologia dos dons e ocupações, dos brinquedos e jogos, propondo: 1 dons, materiais como: bola, cubo, varetas, anéis (que permitem a realização de atividades denominadas ocupações, sob a orientação da jardineira), e 2 brinquedos e jogos (atividades simbólicas livres, acompanhadas de músicas e movimentos corporais, destinadas a liberar a criança para a expressão das relações que estabelece sobre objetos e situações do seu cotidiano). Assim sendo, os brinquedos são atividades imitativas livres, e os jogos, atividades livres com o emprego dos dons. A seguir, Kishimoto descreve a relação dos dons ou materiais de ensino utilizados pela pedagogia froebelina:

1º seis bolas de borracha, cobertas com tecido de várias cores;2º esfera, cubo e cilindro de madeira;3º cubo dividido em oito cubozinhos;4º cubo dividido em oito partes oblongas;

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5º cubo dividido em metade ou quartas partes;6º cubo consistindo em partes oblongas, duplamente divididas;7º tabuazinhas quadradas e triangulares para compor fi guras;8º varinhas para traçar fi guras;9º anéis e meio anéis para compor fi guras;10º material para desenho;11º material para picar;12º material para alinhavo...Froebel considera a bola, o símbolo da unidade, que carrega a variedade, tendo um efeito educativo na

inteligência da criança. Jogos e brincadeiras são inseridos nas atividades escolares, inclusive na matemática, que sugere alguns jogos matemáticos, com o intuito de auxiliar o processo ensino-aprendizagem.

Antes de iniciar o jogo, o professor, através de conversa informal, pode contar resumidamente a história dos números, a necessidade de contar e depois de bem explicado o assunto, antes de fazer atividades no caderno, promover o jogo, que servirá de reforço e fi xação. Mais tarde, realizará no caderno, atividades que deverão fi xar melhor o conteúdo. O jogo deverá ser o ponto-chave. Aprender brincando é o melhor meio. O objetivo deste jogo é desenvolver a noção de sequência, a necessidade de saber contar e a construção do número.

3 DESCRIÇÃO DO JOGO, REGRAS E ATIVIDADES

Os jogadores deverão ligar pontos consecutivos na mesma horizontal ou na vertical formando um circuito fechado. A cada circuito fechado, o jogador tem direito de marcar nova aresta.

Para facilitar a contagem, os jogadores marcam os quadradinhos que vão fechando, com a inicial do nome.

Ganha o jogo àquele que fechar o número maior de quadradinhos.

3.1 O que é construído?Desenvolve o raciocínio, promove a socialização e ajuda na fi xação do conteúdo.

3.2 AvaliaçãoO professor deverá observar os alunos, tanto no desenvolvimento lógico da sequência e contagem como

também a socialização dos alunos pela sua reação quando ganha ou quando perde.O dominó é outro exemplo de jogo que também é uma brincadeira e exercita o raciocínio, bem como a

lógica (SILVA et al., 2001).

4 CONCLUSÃO

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Considera-se através deste estudo que o lúdico na prática educativa só desempenhará seu papel em sua totalidade, quando os professores mudarem sua compreensão do conhecimento, formando outras maneiras de interagir com as crianças. É preciso que seja feita uma refl exão científi ca da motricidade humana ligada a uma visão didática do lúdico no espaço da sala de aula, sendo que o professor deve perceber que nas brincadeiras, jogos e desenhos das crianças, deve-se dar valor e ampliar o curso das capacidades para a coordenação fi na e ampla, constituído por parâmetros psicocinéticos que são apresentados, relacionados pela educação motora.

A auto-realização é uma das necessidades inerente de todas as pessoas, não implicando sua idade ou cultura. Para que a auto-realização se concretize na educação, os professores deverão mudar suas concepções de conhecimento, estabelecendo outras maneiras de interagir com as crianças.

Torna-se imprescindível que o professor compreenda que através da corporiedade, as crianças constroem e se expressam através de brincadeiras, jogos e desenhos; apontando possibilidades de uma nova educação - uma prática da motricidade humana com a articulação corpo-mundo.

REFERÊNCIAS

AGUIAR, João Serapião. Jogos para o ensino de conceitos. 3. ed. Campinas: Papirus, 1998.

BETTELHEIM, Bruno. Educação lúdica. Disponível em: <http://WWW.meufree.com.br/ Edludicaagosto2000.html>. Acesso em: 28 jun. 2009.

BOYER, Carl B. História da matemática. 2. ed. São Paulo: ABDR, 1996.

D´AMBRÓSIO. Ubiratan Etnomatemática. A Arte ou Técnica de Explicar e Conhecer. São Paulo: Ática, 1993.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

MIORIM, Maria Ângela. Introdução à história da educação matemática. São Paulo: Atual, 1998.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: matemáticas. Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro03.pdf>. Acesso em: 2 jun. 2009.

SILVA. Rosemary Fialho; SANTOS, Fabiana Fernandes dos. Estimulação de alunos pelo uso de material lúdico. UFV: Minas Gerais, 2001.

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SISTEMAS DEINFORMAÇÃO

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CONJUNTO DE INSTRUÇÕES MULTIMÍDIA

Andréia Rodrigues Casare

[email protected]

RESUMOO processamento multimídia, nos dias de hoje, está cada vez mais importante, já que a transmissão de informações nos formatos áudio e vídeo, está crescendo proporcionalmente à necessidade de interatividade entre as pessoas conectadas à Internet. Para processar todas essas informações com um bom desempenho, utilizam-se processadores com capacidade de manipular mais de um conjunto de dados em uma única instrução. Este documento demonstra as características de conjunto de instruções SIMD (Single Instruction Multiple Data) ou instruções vetoriais e também das outras extensões MMX, SSE, SSE2 e outras.

Palavras-chave: Multimídia. SIMD. MMX. SSE. SSE2.

ABSTRACT The multimedia processing, today, is increasingly important as the transmission of information in audio and video formats, is growing in proportion to the need for interaction between people connected to the Internet. To process all this information with a good performance, we use processors with capacity to handle more than one set of data in a single instruction. This document shows the characteristics of the set of instructions SIMD (Single Instruction Multiple Data) instructions or vector and other extensions of MMX, SSE, SSE2 and others.

Key words : Multimedia. SIMD. MMX. SSE. SSE2.

1 INTRODUÇÃO

Em janeiro de 1997, a Intel lançou o Pentium 200 MHZ MMX, marcando o início da tecnologia SIMD. A tecnologia MMX acrescentou 57 novas instruções multimídia ou conjunto de instruções X86, operando somente sobre inteiros. Por conta disso abriu concorrência para que a AMD lançasse a tecnologia 3DNOW!, com 21 novas instruções operando sobre ponto fl utuante, totalmente compatível ao MMX.

Em 1999, a Intel lançou as extensões SSE (Sheaming SIMD Extensions), implantadas no processador Pentium III. Novamente a AMD lançou um pacote totalmente compatível com SSE: pacote

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de extensão 3DNOW!.

Pouco tempo depois foi lançado o pacote de extensão SSE2 pela Intel, com 144 novas instruções, que possibilitava o uso de ponto-fl utuante. Novamente a AMD garantiu compatibilidade com os processadores Opteron e Athon 64.

Recentemente a Intel lançou o SSE3 nos processadores Prescott (revisão Pentium IV) com 13 novas instruções.

Temos os AltiVec (IBM, Apple e Motorola) e o VIS da SUN como outras alternativas de outros fabricantes.

2 SIMD

SIMD signifi ca Single Instruction, Multiple Data (uma instrução, múltiplos dados), quer dizer que, uma única instrução trabalha sobre grandes quantidades de dados paralelamente.

A maioria das aplicações gráfi cas de multimídia utiliza operações de ponto fl utuante de 32 bits. Alguns computadores duplicam o desempenho de pico das operações de ponto fl utuante de precisão simples; eles permitem que uma única instrução inicie duas operações de 32 bits sobre operandos encontrados lado a lado em um registrador de precisão dupla. (HENNESSY, 2003, p.81)

Aplicando a mesma instrução para múltiplos dados, acaba melhorando muito o tempo de aplicações multimídia e aplicações gráfi cas. (FREEMAN, 2002)

Com instruções do tipo SIMD, podemos ter melhoras no desempenho de processos paralelos. Uma das melhoras é que em vez de carregar cor por cor, podemos carregar um conjunto de cores de vários pixels de uma só vez, por exemplo, 8 números (esse número varia com a implementação), por isso haverá somente um acesso à memória ao invés de 8, o que gastará menos tempo. A outra, é que a instrução irá realizar a operação em todos os números ao mesmo tempo.

Inicialmente esta tecnologia começou a ser utilizada em computadores de grande porte, mas hoje se tornou muito comum em computadores pessoais.

A partir de 1990 houve um grande crescimento no processamento de dados multimídia.

Então nessa época os computadores atingiram um poder de processamento bem maior e que permitisse tal utilização. Junto com este aumento observou-se um esforço na direção de melhorar o desempenho de aplicações multimídia. Ai surgiram as instruções de extensões MMX, SSE, SSE2 e SSE3, 3DNOW!, VIS, MAX, AltiVec e outras.

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3 CONJUNTO DE INSTRUÇÕES MMX

A Instrução Simples e Múltiplos Dados (SIMD) como arquitetura fornece um custo efi caz para aplicações, e portanto foi decidido estender a IA com 57 novos tipos de instruções SIMD – MMX. (INTEL, 1997)

MMX signifi ca MultiMédia eXtensions, foram adicionadas à antiga arquitetura do Pentium 57 novas instruções, com a fi nalidade de otimizar a execução de aplicações multimídia e comunicação.

Essas instruções possuem as seguintes características:

Tipo de dados pequenos, pixels de 8 bits;

Paralelismo

O princípio SIMD (Single Instruction Multiple Data), trabalha com instruções que realiza a mesma operação sobre alguns elementos de dados do mesmo tipo, paralelismo.

As instruções MMX não são nem um pouco complexas: são basicamente instruções de soma, subtração, multiplicação e comparação de bits. (TORRES, 1997)

As otimizações dos processadores com tecnologia MMX só são aproveitadas por programas que são escritos especialmente para essa arquitetura.

Então, foram criados quatro novos tipos de dados, com 64 bits, e também sendo compostos por elementos de dados menores e independentes, para implementar as novas instruções atendendo a esses requisitos.

Esses novos tipos de dados foram chamados de packed data types. São eles: (INTEL, 1997)

packed byte : oito elementos de dados, de 8 bits cada;

packed word : quatro elementos de dados, de 16 bits cada;

packed doubleword : dois elementos de dados, de 32 bits cada;

quadword: 1 elemento de dado de 64 bits.

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Figura 1 – Packed Data Types (INTEL, 1997)

As instruções MMX são utilizadas para efetuarem operações somente sobre números inteiros, pois cada elemento de dados dos tipos citados, representa um número inteiro. Incluem instruções de adição, subtração, multiplicação, comparação, etc.

Todas as operações operam paralelamente sobre todos os elementos de dados de um tipo de dado. Exemplo: Uma adição utilizando dois operandos do tipo packed byte é feita somando os oito elementos de dados independentemente de dados correspondentes dos dois operandos, resultando em oito elementos de dados de oito bits. Isso demonstra como o MMX representa uma otimização.

As instruções MMX têm mais uma característica importante, a saturação aritmética, que é uma maneira diferente de tratar o resultado de uma operação quando ocorre um overfl ow.

Antes, usava-se o método wrap-around quando acontecia um overfl ow.

Usando saturação, o resultado de um overfl ow é aproximado para o máximo resultado possível, o que é muito importante para operações multimídia. Ex: se preciso somar dois pixels vermelho-claros. Se uso o método saturação, o resultado será vermelho escuro ou preto. Agora, se uso Wrap-around, poderia-se chegar a uma cor totalmente diferente, como um amarelo-claro.

Mas, para conseguir implementar todas essas instruções sobre tipos de dados de 64 bits, seriam necessários registradores de 64 bits.

Então, para resolver este problema, sem criar novos registradores, a solução foi utilizar 8 registradores que já existiam de ponto fl utuante de 80 bits cada.

Se precisamos acessar dados MMX, então o processador usa os 64 bits menos signifi cativos.

Esses registradores são endereçados diretamente usando nomes de MM0 a MM7 nas instruções

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MMX.

A desvantagem dessa solução é que para utilizar instruções MMX e de ponto fl utuante, tem que ser feita uma troca de contexto, para que os registradores possam ser tratados de forma diferente, mas isso acaba causando aumento no tempo de execução.

Outro problema do MMX é apenas prover operações sobre inteiros.

Quando surgiu, foi desenvolvido no i860, cálculos em inteiros vetorizados nos registradores faziam sentido, pois ambas aplicações 2D como 3D requeriam isso, mas quando os sistemas começaram a utilizar placas gráfi cas especializadas, as instruções MMX foram postas de lado e empacotamentos de PF´s passaram a ser muito mais importantes.

4 3DNOW!

É uma tecnologia lançada pela AMD, e que consiste em novas instruções para cálculos intensivos em ponto-fl utuante e aplicativos multimídia.

Essa tecnologia possibilita a obtenção de melhores frames rates (quadros por segundo) e com grandes melhoras no modelamento físico de situações do mundo real, qualidade, imagem 3D, reprodução de vídeo e áudio.

É compatível com a tecnologia MMX.

Geralmente os processadores da AMD tem suporte a tecnologia 3DNOW!. Alguns exemplos de processadores: AMD K6-2, AMDK7-III e AMD Athlon.

3DNOW! é baseada em SIMD. As instruções usam os mesmos registradores de ponto-fl utuante das instruções MMX, e não é preciso fazer mudanças de contexto.

O conjunto de instruções 3DNOW! possui 21 instruções que suportam operações ponto-fl utuante SIMD e também operações com inteiros, troca rápida entre MMX e ponto-fl utuante.

Aplicativos multimídia geralmente trabalham com grandes quantidades de dados e, por esta razão, o processador é forçado a esperar os dados serem transferidos da memória principal.

Para minimizar este tempo utiliza-se a instrução 3DNOW! que é chamada PREFETCH, isto assegura que os dados estarão na cache L1 quando for utilizada.

Foram desenvolvidas várias versões do 3DNow! pela AMD. A primeira modifi cação foi chamada de Enchanced 3DNow!, e foi introduzida na primeira geração dos Athlons, adicionando 19 instruções novas. A segunda foi chamada de 3DNow! Profi ssional, introduzida nos processadores Athlon XP, esta versão integrou todo o sistema SSE e combinou com 3DNow!.

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Outros nomes dessas evoluções da AMD: 3DNow!+, 3DNow!ext, 3DNow!2 e 3DNow!Pro.

Para utilizar os recursos das instruções SIMD são necessários alterações nos aplicativos.

Talvez este seja o maior problema da tecnologia, pois muitos compiladores tendem a gerar códigos tão simples quanto possível e talvez sejam necessárias compilações otimizadas especifi camente para tais fi ns.

Operações sobre Ponto Flutuante (2x32) é a grande conquista do 3DNow!. Pois implementa instruções para diversos tipos de operações, como max e min, raízes, além das comuns, adição, subtração e multiplicação. Jogos 3D da época utilizavam-se muito de números Ponto Flutuante de 32 bits.

4.1 Vantagens e Desvantagens

A vantagem 3DNOW é ser possível adicionar ou multiplicar os dois números que estão no mesmo registrador, já com o SSE, um número só pode ser combinado com um outro número de mesma posição, em outro registrador.

A desvantagem do 3dNow! é que é somente possível guardar dois números de ponto fl utuante em cada registrador, enquanto que no SSE pode-se armazenar até quatro.

5 SSE

SSE (Streaming SIMD Extension) são os conjuntos de instruções SIMD desenvolvidos pela Intel e que foram introduzidos nos processadores Pentium III e Pentium III Xeon, mas continuou mantendo a compatibilidade com o Pentium II. (INTEL, 2001). O SSE foi uma evolução da tecnologia MMX e foi uma resposta a tecnologia 3DNOW! da AMD.

Esta tecnologia adicionou oito novos registradores de 128 bits nomeados como XMM0 a XMM7 (TOMMESANI, 2000).

Registros chamados XMM e numerados de 0 a 7. Cada um destes registos permite armazenar quatro dados númericos de ponto-fl utuante de 32 bits.

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Figura 2 – Registradores do SSE

O SSE adicionou suporte ao ponto fl utuante, isto signifi cava um uso bem maior que o MMX, ou seja, aumentou o desempenho.

O Sistema Operacional deve suportar as instruções SSE, ou seja, tem que reconhecer e preservar trocas de tarefas entre esses novos registradores.

O SSE adicionou 70 novas instruções na arquitetura X86.

As instruções dessa tecnologia são divididas em 2 tipos: packed (sufi xo os) e scalar ( sufi xo ss).

Packed são realizadas individualmente e simultaneamente sobre os 4 números de um registrador. Já o Scalar trabalha apenas no número menos signifi cativo dos operandos, e não altera os outros 3 números.

O conjunto de instruções SSE é composto por instruções aritméticas, lógicas, de comparação, movimento de dados, conversão, etc.

Ao utilizar instruções packed pode-se reduzir muito o número de operações realizadas, pois ao se multiplicar 4 números de ponto fl utuante apenas uma operação é necessária, reduzindo dessa forma o número de operações em um quarto no máximo, isso é possível porque tem registradores exclusivos quando se executa instruções SSE.

O SSE foi criado com a fi nalidade de atender aplicações 3D, que trabalham com muitas matrizes e números de ponto fl utuante para calcular posições no espaço em 3 dimensões.

Como o SSE faz mais cálculos por instrução, são mais rápidas.

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Figura 3 – Exemplo de uma operação Packed

Figura 4 – Exemplo de uma operação Scalar

6 SSE2

O conjunto de instruções SSE2 que foi introduzido no primeiro Intel Pentium 4, em 2001, adiciona novidades ao MMX e SSE, e também mais 144 novas instruções.

O SSE2 tem maior precisão dos 64 bits e com isso tornou-se útil para aplicações científi cas.

Foi uma estratégia da Intel para a concorrência de processadores RISC, um exemplo é o Digital Alpha.

O sistema SSE2 adiciona um conjunto de instruções de controle de cache, que tem o objetivo de minimizar a poluição da cache com processando de fl uxos de informação indefi nidos.

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Alguns exemplos de processadores que possuem suporte a SSE2:

Intel Pentium 4

Intel Pentium M

Intel Celeron D

AMD Opteron e AMD Athlon 64

7 SSE3

O SSE3 é a terceira versão do conjunto de instruções SSE traz poucas novidades, apenas 13 novas instruções e foi introduzida na versão Prescott do processador Pentium 4, no início de 2004.

A principal diferença é a capacidade de realizar operações horizontalmente entre os números de um registrador.

O SSE3 permitiu um aumento do desempenho no processamento de dados em diversas áreas como por exemplo a aritmética de números complexos e na descodifi cação de vídeo: “SSE3 oferece novas instruções que permite o programador acelerar processo SIMD quando dados elementos devem ser operados de maneira não homogênea ou assimétrica.” (INTEL , 2000, p.01)

As novas instruções foram projetadas para melhorar o desempenho dos seguintes itens:

Melhorar na conversão de x87 para inteiro (fi sttp), que ignora o FCW ( Floating-Point Control Word) e usa o modo “chop” para arredondamento.

Funções otimizadas para aritmética complexa ( addsubps, addsubpd,movsldup, movshdup, movddup)

Vídeo encoding (lddqu). Tratamento de loads de 128 bits desalinhados nas funções ME (Motion Estimation)

Gráfi cos (haddps, hsubps, haddpd, hsubpd)

Sincronização de threads (monitor, mwait)

Alguns exemplos de processadores possuem suporte a SSE3:

Intel Pentium 4 (Prescott)

Intel Pentium M (Yonah)

Intel Celeron D

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Athlon 64 (Venice)

Athlon 64 X2

Athlon 64 FX (San Diego)

Opteron (Stepping E4)

Sempron (Palermo)

Turion

8 ALTIVEC

É uma tecnologia que foi criada pela Apple, IBM e Motorola com a fi nalidade de ter um único chip com capacidade de processamento de grandes quantidades de dados.

Hoje, grande parte dessas funções é executada por unidades dedicadas fora do processador principal.

É uma expansão do conjunto de instruções da arquitetura PowerPC, processadores Motorola G4 e IBM G5, que contém 162 novas instruções.

No ALTIVEC foi criada uma unidade de execução vetorial de 128 bits que trabalha com registradores inteiros e de ponto-fl utuante já existentes.

Com isso, o programador pode alternar entre instruções inteiros, ponto-fl utuante e vetoriais.

Segundo Tommesani (2000) essa tecnologia suporta:

16 operações paralelas sobre inteiros de 8 bits (com ou sem sinal);

8 operações paralelas sobre inteiros de 16 bits (com ou sem sinal);

4 operações paralelas sobre inteiros de 8 bits (com ou sem sinal) ou ponto-fl utuante;

Foi adicionado, também, um conjunto de registradores de 32 entradas, cada um contendo 128 bits que são utilizados para manter os dados de entrada da unidade de execução ALTIVEC.

Para acessar esses registradores são usados instruções LOAD e STORE de vetores diretamente da memória.

Cada uma das instruções ALTIVEC pode especifi car até três operadores de entrada e um de saída.

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Esta tecnologia oferece mais registradores que podem ser mais fl exíveis, porém o SSE2, SSE3 e outros equivalentes tem uma quantidade maior de funções.

O ALTIVEC também é chamado Velocity Engine pela Apple e VMX pela IBM.

Figura 5 – ALTIVEC (TOMMESAMI, 2009 )

9 VIS

A tecnologia VIS (Visual Instruction Set) é também um conjunto de instruções SIMD que foi criado pela SUN para os processadores SPARC de 64 bits. E são Designados para acelerar aplicações quando múltiplos dados são requeridos numa instrução, tais como multimídia, processamento de imagens e aplicações em rede. (Sun Microsystems)

Esta arquitetura utiliza registradores tanto para armazenar ponto-fl utuante como para armazenar múltiplos valores inteiros de 8, 16 e 32 bits.

Entretanto, o VIS suporta apenas valores inteiros, mas tem uma quantidade maior de inteiros, se comparado com o MMX.

Esta característica limita muito o uso da arquitetura VIS e, caso sejam executadas instruções de ponto-fl utuante, o desempenho do VIS cai drasticamente.

Mas o VIS tem um ponto interessante, possui instruções para conversão de 3D para 2D, processamento de aresta e distância de pontos.

10 CONCLUSÃO

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As novas instruções multimídia surgiram para suprir uma defi ciência que os computadores tinham para tratar aplicações de áudio e vídeo. O objetivo principal dessas funções era aumentar a performance dos aplicativos multimídia. Mas para isso, os programas devem utilizar estas novas instruções.

Entretanto, este aumento de desempenho acaba não sendo muito bem utilizado, pois a maioria dos computadores não usa todo esse potencial.

Porém, com os avanços tecnológicos de hoje em dia, existem placas de vídeo que economizam o grande trabalho no processamento de imagens dos processadores, não necessitando tanto dessas otimizações e mantendo um desempenho satisfatório.

Mas as aplicações multimídia continuam se desenvolvendo, aumentando, assim, os seus requisitos de desempenho, então essas instruções multimídia continuam sendo muito importantes. E com isso, as empresas continuarão em busca de novas tecnologias garantindo uma saudável concorrência para criar produtos cada vez melhores.

REFERÊNCIAS

FREEMAN VINCE. Multimedia Extensions: Do MMX, 3DNow!, and SSE Still Matter?, 2002. Disponível em: <http://www.cpuplanet.com/features/article.php/1487301>. Acesso em 11 jul. 2009.

HENNESSY, John L.; Patterson, David A. Arquitetura de Computadores: uma abordagem quantitativa. Tradução 3ª Edição Americana. Rio de Janeiro: Campus, 2003.

INTEL DEVELOPER UPDATE MAGAZINE. March 2001. Disponível em: <http://www.intel.com/technology/magazine/computing/sw03011.pdf>. Acesso em 22 jun. 2007.

INTEL TECHNOLOGY JOURNAL, vol. 1, Issue 1, 3rd Quarter 1997. Disponível em: <http://download.intel.com/technology/itj/q31997/pdf/archite.pdf>. Acesso em 12 jul. 2009.

INTEL TECHNOLOGY, 2001. Disponível em: <http://cache- www.intel.com/cd/00/00/06/67 /66715_66715.pdf>. Acesso em 20 jun. 2007.

SUN MICROSYSTEMS. Disponível em: <http://www.sun.com/processors/vis/>. Acesso em: 12 jul.

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2009.

TOMMESANI, Stefano. Intel SSE, 2000. Disponível em: <http://www.tommesani.com/SSE.html>. Acesso em: 11 jul. 2009.

TOMMESANI, Stefano. Motorola AltiVec. Disponível em: <http://www.tommesani.com/AltiVec.html>. Acesso em 12 jul. 2009.

TORRES, Gabriel. Pentium MMX, 1997. Disponível em: <http://www.clubedohardware.com.br/printpage/918>. Acesso em 12 jul. 2009.

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TÉCNICAS DE MINERAÇÃO DE DADOS PARA APOIO A ENGENHARIA DE DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

Adriano Soares de [email protected]

RESUMOA indústria automobilística moderna tem usado de vários artifícios tecnológicos para atuar preventiva e preditivamente em seus processos e produtos. Existe, atualmente, uma grande variedade de ofertas de veículos. Assim sendo, pequenas diferenças entre estes produtos podem ser decisivas para o cliente fi nal no momento da aquisição. Portanto, a engenharia de produto tem necessidade de desenvolver, acompanhar e analisar uma série de informações acerca de características percebidas dos veículos. A área do conhecimento denominada NVH (noise, vibration, harshness) é responsável pela medição do ruído e vibração dos veículos e conseqüentemente o conforto acústico que este veículo proporciona. Grandes volumes de informações são armazenadas em computadores e analisados para que estes diferenciais sejam encontrados pelos engenheiros de processo e produto. O presente artigo, cobre as relações e características desse assunto propondo que este processo de aquisição e tratamento de dados oriundos de Testes de NVH, possa ser agilizado e melhorado com a aplicação da ferramenta de KDD (Knowledge Discovery in Databases).

Palavras-chave: Mineração de dados. NVH. KDD. Sensores e Indústria Automotiva.

ABSTRACT

When people think about the future of the car, the idea is that it will be a little pollutant vehicle and with alternative fuel forms. The automotive industry confi rms these prophecies, but also giving signals that they will be suffi ciently quiet too. The automakers need to develop the cars quickly with quality, due to a very high level of competition because there are many similar products available for fi nal consumer currently in the market. Due these necessities a sub-area of mechanic engineering, called for acronym NVH (Noise/Vibration/Harshness) was created witch has as objective to reduce the noise and vibration of the automobiles. Currently exist several analysis tools for data generated in NVH tests, but it has necessity of applying tools like KDD (Knowledge Discovery and Mining Date) so the professional could analyze and take decisions in minor time and precision the data supplied from data acquisition system, giving a disparity competitive in product development with regard to competitions. This article discuss the creation viability of a KDD tool for NVH data, showing a study of case in an assembly plant that got competitive profi ts applying phases of the KDD process in NVH data analysis.

Key-words: INSERIR KEY-WORDS

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1 INTRODUÇÃO

Estrategicamente é muito interessante para as montadoras conhecer características dos seus produtos para que se possa localizá-lo no mercado consumidor.

O objetivo principal é justamente criar uma identidade para o produto de forma que este se encaixe com a sua marca.Cada montadora procura dirigir seus produtos para um nicho de mercado de acordo com suas estratégias.

De acordo com a sua estratégia uma montadora pode desejar passar uma imagem de conforto, de robustês, de esportividade, entre outros. De maneira geral, o acerto do automóvel para estas características não é uma tarefa fácil, principalmente pela necessidade de se fazer muitas medições e testes para que se possa moldar o veículo para que este apresente as características desejadas.

Uma das principais características para se criar esta identidade do automóvel é o pacote acústico que ele possui, de forma que o produto possa ser identifi cado através de seu funcionamento. Para que isto ocorra muitas medições de ruído e vibração se fazem necessárias.

Estas medições de ruído e vibração evita que um automóvel esportivo, por exemplo, se torne excecivamente silencioso ou excecivamente macio o que estragaria a imagem que o produto deseja passar e ao mesmo tempo o produto deve respeitar as leis de transito e nem possuir ruídos indesejáveis.

Para que este ponto seja alcançado grandes quatidades de informações são aquisitadas por sensores como microfones e acelerômetros e depois analisadas. O grande volume destas informações acabam exigindo grandes esforços de analistas para conseguir identifi car o ponto exato em termos de ruído e vibração que se deseja alcançar.

Neste artigo propõe-se a utilizar a ferramenta de KDD (Knowledge Discovery in Databases), que é uma das fases da mineração de dados, para facilitar o processo de acerto das características acústicas do automóvel.

Assim sendo o resultado que se deseja chegar é a redução do tempo de projeto de novos produtos o que tornaria a montadora mais agressiva diante da concorrência.

2 O PROCESSO DE KDD

A descoberta de conhecimento em base de dados KDD é o processo de extração de conhecimento novo, útil e interessante a partir de bases de dados. Este processo tem natureza iterativa e interativa e é composto por uma série de atividades mostradas na fi gura 1.

A mineração de dados, por sua vez, pode ser considerada o núcleo do processo de KDD, consistindo na aplicação de algoritmos de extração de padrões de comportamento e tendencias a

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partir de dados.Os padrões extraidos pelo KDD são dados que possuem uma certa semelhança com relação

a algum aspecto, como por exemplo: a divisão dos clientes de um banco em baixo, médio e alto risco para empréstimos, de acordo com os antecedentes destes clientes.

O processo de KDD vem se tornando mais comum e tendo desdobramentos relevantes em relação aos processos de tomada de decisão - operacional, gerencial e estratégica. Esses desdobramentos vêm infl uenciando na tomada de decisões permitindo que estas decisões se tornem mais seguras.

Esta segurança é proporcionada por dados estatísticos baseados em experiências anteriores. O KDD é o responsável por descobrir estes dados estatísticos dentro de bancos de dados institucionais.

Em sua pesquisa, Carvalho (2000) afi rma que o objetivo do processo de KDD é tornar grandes volumes de dados em padrões compreensíveis às pessoas, visando facilitar uma melhor interpretação dos dados existentes.

Segundo Zhang et al. (2003), existem 5 fases no processo de KDD, que são organizadas conforme ilustrado na Figura 1. Estas 5 fases são comentadas a seguir.

Figura 1 – Fases do processo de KDD

(Adaptado de CARVALHO, 2000)

Na fase da seleção, busca-se identifi car o subconjunto de atributos sobre o qual a mineração de dados deverá ocorrer, facilitando o trabalho dos algoritmos responsáveis pela tarefa de mineração de dados.

Os dados utilizados para mineração de dados, geralmente, se formam devido à necessidade de se registrar as transações realizadas durante as atividades diárias da empresa, como por exemplo, atividades de compra e venda de mercadorias.

No caso do NVH (Noise/Vibration/Harshness) os dados são formados por medições feitas pelos sensores, principalmente acelerômetros, microfones e tacômetro. Nesse contexto, nem todos os dados armazenados podem interessar ao processo de mineração de dados e, assim, caberá à fase de seleção identifi car quais são os dados relevantes.

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Para Rodrigues Filho (2001), a fase de pré-processamento e limpeza corresponde a atividades que visam gerar uma representação conveniente dos dados para os algoritmos de mineração de dados. Nesta fase, procura-se fazer as atividades de conversão dos dados provenientes de diferentes fontes, para que estes possam ser lidos e processados por um único sistema gerenciador de banco de dados (SGBD).

A fase de transformação é implementada por meio de um processamento dos dados, visando organizar os dados para facilitar o trabalho realizado pelo algoritmo de mineração de dados. Rodrigues Filho (2001) verifi cou que essa fase pode tomar até 80% do tempo necessário para todo o processo de análise, devido às difi culdades de integração de bases de dados com estruturas heterogêneas.

A fase de data mining (ou mineração de dados), conforme Carvalho (2000), trata-se de um conjunto de técnicas reunidas da Estatística e da Inteligência Artifi cial (AI) com o objetivo específi co de descobrir conhecimento novo, que porventura esteja escondido em grandes massas de dados armazenadas em bancos de dados.

Rodrigues Filho (2001) explica que a mineração de dados procura uma série de padrões escondidos nos dados, freqüentemente envolvendo uma aplicação iterativa e repetitiva de métodos de mineração de dados. Com o auxílio da mineração de dados, pode-se desenvolver aplicações que possam extrair dos bancos de dados informações críticas, com o objetivo de estreitar ainda mais o relacionamento das organizações com seus consumidores fi nais ou a identifi cação de problemas da produção, que acabam passando despercebidos.

Na fase de interpretação das informações, segundo Rodrigues Filho (2001), a informação extraída é analisada em relação ao objetivo de suporte à decisão do usuário fi nal, sendo as melhores informações identifi cadas e apresentadas.

Dessa forma, o propósito do resultado não é somente visualizar (grafi camente ou logicamente) o resultado da fase de mineração de dados, mas também fi ltrar a informação que será apresentada, eliminando possíveis ruídos que poderão surgir no processo.

Exemplos de ruídos são informações do tipo “apenas as vacas pariram” ou “todas as cobaias que vieram a morrer bebiam água”, que são consideradas como ruído por serem informações de difícil análise e compreensão pelo usuário, devido ao fato de serem imprecisas.

3 USO DO PROCESSO DE KDD NA INDUSTRIA AUTOMOBILÍSTICA

Os automóveis precisam de energia para funcionar, consequentemente existia, e existe ainda, uma grande ênfase na descoberta de novas fontes de energia para move-los.

Jee & Jung (2000) cita que não havia grandes preocupações das montadoras com o ruído e vibração que os automóveis produziam.

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Assim, os automóveis foram se desenvolvendo, até o momento que as diversas montadoras chegaram a um nível muito alto de concorrência, pois estes, fabricam produtos iguais e o que faria que um comprador escolhesse o produto de uma determinada marca e não de um concorrente?

Para El-Essawi & Lin (2004) o diferencial é a resposta, o conforto que este produto oferece, ruído baixo ou agradável aos ouvidos, funcionamento preciso e macio.

Com estas necessidades, segundo Shaw & Moessen et.al. (2003), criou-se uma área da engenharia mecânica, chamada pela sigla NVH que tem como objetivo, na área automotiva, de eliminar os ruídos e vibração dos automóveis de forma que estes se tornem mais atraentes, seguros e confortáveis.

Conforme Jee & Jung (2000) existem diversos sensores que conseguem captar ruídos e vibrações e transformar em pulsos elétricos, estes pulsos elétricos são aquisitados geralmente por um computador que os converte em números decimais em um arquivo no formato texto.

Figura 2 – Foto do equipamento de aquisição

(SCHILLEMEIT & CUCUZ, 2002)

Por exemplo, no equipamento mostrado na fi gura 2 as aquisições ocorrem normalmente numa freqüência de 1.000 hertz (Hz) sendo 1 Hz, segundo o dicionário Michaelis (2005), uma unidade de medida que equivale a um ciclo por segundo.

Conseqüentemente em um segundo de teste aquisita-se 1.000 medidas de som que são números com precisão de 15 casas decimais, atravéz de um único canal. O número mínimo de canais de aquisição é 16 e máximo de 512, no equipamento mostrado na fi gura 3.

Para se chegar a um sonograma como o mostrado na fi gura 2 faz-se uma aquisição de 30 segundos gerando um banco de dados de 30.000 registros para um único canal de aquisição, podendo este número chegar 15.360.000 registros para uma análise completa dos 512 canais possíveis para aquisição.

Logo, o volume de dados gerados a partir dessa rodada de testes NVH é muito grande para

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serem analisados por analistas humanos e muitos detalhes passam despercebidos devido a falta da realização do processo de KDD.

Assim o KDD pode se comportar como uma ferramenta computacional direcionada para se extrair mais informações do que apenas alguns relatórios textuais, rotineiros e listagens inertes.

Schillemeit & Cucuz (2002) explicam que existe uma grande difi culdade para transformar o grande volume de dados gerados pelos sensores de aquisição de ruído e vibração em um relatório passível de análise por um pesquisador ou engenheiro da área.

Daí a necessidades de se construir rotinas para tratamento, análise e até mesmo mineração destes dados.

Jönsson & Edström (2001) informam que atualmente existem várias ferramentas para tratamento de dados, mas, há a necessidade de se aplicar a ferramenta de KDD nestes dados de forma que o profi ssional que necessite analisar e tomar decisões com bases nos dados fornecidos pelos equipamentos de medição de ruído e vibração o façam com maior precisão e rapidez, agilizando o processo de projeto da qualidade do produto que se deseja chegar.

4 SISTEMA PROPOSTO

O sistema exemplo tem a fi nalidade de propor uma aplicação de uma ferramenta de KDD nos dados aquisitado para NVH. O sistema realizará as fases do KDD até o tratamento dos dados, após esta fase será necessário à escolha de um algoritmo para mineração dos dados, o que não é o contexto deste trabalho que é apenas mostrar a viabilidade da mineração de dados para NVH, não chegando a ponto de realmente minerar dados.

O sistema proposto nasceu de uma necessidade em uma empresa automotiva, na qual existia um gargalo com o alto tempo da geração de relatórios para análise de dados para a área de NVH, cerca de 16 horas (ou 2 dias de trabalho).

Esse tempo de geração de relatórios atravancava o processo de tratamento de dados do equipamento que faz aquisições de ruídos e vibração em bancadas de testes de componentes mecânicos.

Este equipamento possui um software especialista que traduz os dados aquisitados pelos acelerômetros, microfones e tacômetro para um formato que possa ser manipulado por usuários comuns.

KOKO (2002) cita em seu trabalho que software especialista é um programa de computador criado especifi camente para uma fi nalidade, tornando inviável a utilização deste software para outros fi ns se não ao que ele foi criado.

O software para controle de tornos CNC é um exemplo de software especialista.

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O formato dos arquivos que este software cria é o TXT. A grande difi culdade é justamente a importação dos arquivos .TXT, fi ltragem, ordenação,

cálculos estatísticos, geração dos relatórios e geração dos gráfi cos que são feitos todos no Excel em um processo quase que artesanal, gerando imperfeições principalmente com relação a difi culdades de não se esquecer de importar para o Excel nenhum dos inúmeros arquivos TXT que são gerados para cada canal e para cada corrida.

Por exemplo, em uma confi guração comum utiliza-se 120 canais e 15 corridas para se realizar um teste, conseqüentemente serão criados 1800 arquivos txt para cada teste para um equipamento como este mostrado na fi gura 3.

Criaram-se macros em linguagem Visual Basic Application (VBA) para Excel. Os macros deverão automatizar os processos manuais que o software do equipamento de aquisição não realiza.

5 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA

O sistema criado é bastante simples de operar, toda a programação foi feita na linguagem nativa do Excel que é a VBA (Visual Basic Application). A tela principal motrada na Figura 3 possui um seletor que permite que diversas confi gurações de testes possam ser selecionadas.

Figura 3 – Tela principal do sistema proposto.

Um dos macros mais utilizados é o de “Runup-down”, que consiste em mapear o comportamento do automóvel em termos de ruído e vibração desde a rotação de 1000 RPM até o regíme máximo de rotação do motor, no caso do teste “Runup” ou do nível máximo de rotação até 1000 RPM no caso do “Rundown”.

Os dados selecionados, pré-processados e transformados fi cam com a aparêcia mostrada

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na fi gura 4 que mostra o resultado do trabalho realizado pelo VBA sobre os dados aquisitados pelo equipamento mostrado na fi gura 2.

Figura 4 – Arquivo em análise gerada pelo sistema, a partir dos arquivos .TXT

No gráfi co 1, criado através de uma planilha como mostrada na fi gura 4 é mostrado o comportamento sonoro de um automóvel em um teste de rundown. Neste teste mede-se a porcentagem de audição de uma pessoa em cada faixa de rotação. Analisando o gráfi co verifi ca-se que a 1000 RPM a pessoa tem uma audição de quase 100% e a 6500 RPM a pessoa tem apenas 40% da sua capacidade de audição em uma conversação, por exemplo.

Gráfi co 1 – Representação gráfi ca de uma corrida “Runup”

Os cálculos de AI eram os mais demorados para serem feitos pelos técnicos e o risco de esquecimentos e falhas era muito alto, torno de 25% dos relatórios deste tipo eram gerados com

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falhas de importação de arquivos. Hoje as falhas são muito raras e geralmente causadas por falhas do equipamento e não por falha da análise feita pelo VBA.

Todo o processo de tratamento de dados foi automatizado em linguagem VBA e implementado no setor de NVH para tratamento dos dados aquisitados com o equipamento mostrado na fi gura 2.

Como conseqüência da implementação do sistema, agilizou-se o processo de tratamento de dados para a área de NVH, tornando-a mais competitiva com relação a áreas similares das montadoras concorrentes, obtendo-se ganhos estratégicos com o lançamento de novos modelos mais rapidamente e com maior qualidade.

Numericamente verifi cou-se o aumento da capacidade de realização de testes para NVH em 25% e a capacidade de tratamento de dados em 50%. O tempo de geração dos relatórios que antes era de 16 horas (cerca de 2 dias de trabalho) passou, desse modo, a ser 4 horas (ou seja, meio dia de trabalho), representando um ganho de 75% em termos de tempo.

Em conseqüência destas melhorias o tempo gasto para o tratamento de dados foi reduzido e os técnicos podem realizar a instrumentação para o teste com maior qualidade devido ao aumento da disponibilidade de tempo.

Eliminou-se diversos pontos passíveis de falha humana almentando a qualidade e confi abilidade dos relatórios gerados pela área de NVH. Citem-se, por exemplo, alguns pontos de falha humana:

processo de importação de dados TXT para o formato Excel: por cansaço da i) rotina de “puxar e colar” a ocorrência de erros aumentava signifi cativamente;

processo de geração de gráfi cos: montagem desorganizada de gráfi cos não ii) favorecendo a visualização correta dos dados;

não realização de cálculos que impediam uma abrangência maior do iii) teste.

6 UTILIZAÇÃO DO DATA MINING

O resultado fi nal do teste é a criação, não automatizada, de uma gravura no formato da máquina testada, mostrada na fi gura 6 para que os pontos de maior concentração de ruído e vibração sejam detectados e, na medida do possível, sanados.

Gráfi co 2 – Sonograma de um trem em movimento

Fonte: Adaptado de FAYYAD, et. al. (2002)

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Nesta gravura que, segundo o trabalho de FAYYAD, et.al. (2002), mostram-se os pontos de concentração de ruídos e vibração de um trem em movimento, são as áreas próximas aos eixos e rodas, pois, por convenção da área de NVH as regiões mais escuras apresentam maior concentração de ruídos e vibrações.

FAYYAD, et.al. (2002) informa ainda que estas conclusões são tiradas pela análise dos dados, já tratados pelo técnico responsável pelas medições de acelerômetros e microfones instalados em pontos estratégicos da máquina.

Evidentemente, conforme KOKO (2002), o processo de criação destas gravuras faz parte da própria análise dos dados e a última fase do KDD que é o data mining pode ser utilizada para criação destas gravuras de maneira automatizada e ainda com a indicação do exato ponto das fontes de ruído e vibração e não apenas uma localização imprecisa destas fontes.

7 CONCLUSÕES

A ferramenta proposta foi desenvolvida nos moldes do processo de KDD, levando-se em consideração as fases mostradas na fi gura 1, chegando-se até a fase de transformação.

Um grande acréscimo de qualidade foi alcançado com a implementação da ferramenta, permitindo maior produção de testes com maior confi abilidade.

Deseja-se prosseguir com o projeto para que um algoritmo de mineração de dados para que, possa-se descobrir o ponto exato das fontes de ruído e vibração, permitindo que estas sejam eliminadas com maior facilidade.

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IMPLANTAÇÃO SISTEMA INTEGRADO PARA GESTÃO DE RECURSOS

Marcio Arioso

[email protected]

Andréia R. Casare

[email protected]

RESUMO

Após 40 anos de existência e a recente incorporação a uma multinacional americana, uma empresa administrada basicamente em regime familiar tem a necessidade da implantação de uma nova cultura para a gestão das suas atividades que na visão dos seus funcionários é desnecessário e será apenas um desperdício de dinheiro e tempo. Estes pensamentos se transformaram em ações, rapidamente, e vieram a impactar diretamente no desenvolvimento dos treinamentos e na realização das tarefas decorrentes do projeto. O método utilizado na implantação deste projeto foi baseado na experiência da consultoria contratada e das oportunidades de otimização de atividades tendo como premissa a não customização de processos já constantes no software no ato da aquisição.

Palavras-Chave: Sistemas de Informação; Sistemas ERP; Sistemas Integrados; Informação Integrada.

ABSTRACT

After 40 years of existence and the recent incorporation of a U.S. multinational, a company based on the given family has the need for deployment of a new culture for the management of its activities to the vision of its employees is unnecessary and will only be a waste of money and time. These thoughts are transformed into action, quickly, and have a direct impact on the development of training and implementation of tasks arising from the project. The method used in the implementation of this project was based on experience of consultancy contracts and opportunities for optimization of activities and not as a premise the customization of processes already set in the software with your purchase.

Keywords: Systems of Information; Systems ERP; Integrated systems; Integrated information.

INTRODUÇÃO1

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Os projetos de implantação de sistemas integrados, E.R.P. (Enterprise Resouse Planning ou Sistemas Integrados de Gestão Empresarial, SIGE, como também é conhecido no Brasil) culturalmente são considerados excessivamente caros e de alta complexidade, utilizando-se de muito tempo dos funcionários envolvidos no projeto acarretando desgaste exacerbado com perda de produtividade e até demissões, também se torna um risco ao investidor.

Aproximadamente 60% dos projetos destinados a implantar mudanças organizacionais não alcançaram seu objetivo. E os maiores obstáculos ao efetivar uma transformação na organização são a cultura corporativa e a resistência das pessoas, de acordo com estudo da IBM de acordo com a publicação na ERPNEWS. Segundo a análise, cerca também de 60% dos entrevistados afi rmaram que mudar a forma de pensar e a atitude das pessoas é um grande entrave, seguido da cultura corporativa com 49%, já que muitas vezes os funcionários têm difi culdade em se adaptar às transformações e temem encarar os desafi os.

O QUE É UM SISTEMA ERP? 2

Segundo Ângela Cristina Oliveira, O ERP – Enterprise Resource Planning é um conceito administrativo que evoluiu do MRP – Material Requirements Planning e MRPII – Manufacturing Resource Planning. Atualmente a maioria dos sistemas de gestão empresarial é baseada neste conceito e, portanto são chamados de sistemas ERP. Devido à necessidade de reduzir os níveis de estoque surgiram os primeiros sistemas de MRP. Estes sistemas ofereciam uma visão integrada dos bens baseada no inventário disponível e nos períodos de reabastecimento. Detalhando um pouco mais, o MRP é o método para planejamento de todos os materiais necessários para o atendimento de um pedido de cliente. A mecânica de cálculo do MRP está diretamente ligada à estrutura de produtos, saldos de materiais em estoque, ordens em andamento e políticas de planejamento. Para o atendimento destas necessidades são geradas ordens de compra e fabricação considerando as datas das necessidades. O resultado deste cálculo é um plano de compra e um plano de fabricação para que o pedido do cliente seja atendido no prazo desejado.

Nos anos 80, o MRP evoluiu para MRP-II que tomava como base, além dos bens, outros recursos essenciais à produção, tais como mão-de-obra, máquinas, entre outros. Pode-se dizer que o MRP-II é o método para o planejamento efetivo de todos os recursos de uma indústria. Idealmente envolve o planejamento operacional em unidades, o planejamento fi nanceiro em dinheiro, e possui capacidade de simulação para responder questões do tipo “e se....”. Compreende várias funções integradas: planejamento do negócio, plano de vendas e operações,

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plano de produção, programação mestre de produção, planejamento das necessidades de materiais, planejamento das necessidades de capacidade, e bem como os sistemas de suporte à execução, tanto para capacidade quanto para materiais. As saídas desses sistemas são integradas com relatórios fi nanceiros como o plano do negócio, projeção de compras, projeção de faturamento, e de estoques em dinheiro. Aperfeiçoando ainda mais a solução, foi criado o ERP (Enterprise Resource Planning). Além de permitir a gestão da manufatura, o ERP permitiu controlar toda a empresa, da produção às fi nanças, integrando e sincronizando todos os departamentos. O ERP identifi ca e planeja todos os recursos da empresa necessários para comprar (cálculo de ressuprimento), produzir (gera e controle às ordens de produção e capacidade de produtiva por setor e por máquina), expedir (gerencia o espaço físico e emite as rotas de entregas para aperfeiçoar os custos de logística) e controla os pedidos dos clientes, também possui o controle fi scal e legislativo da empresa emitindo todos os documentos no formato exigido por lei no formato eletrônico pré- determinado, engloba o HCM (Human Capital Management), que é responsável pelo controle e gerenciamento do departamento de pessoal (folha de pagamento impostos, férias, rescisões, etc.), recursos humanos, medicina e segurança do trabalho.O sistema ERP automatiza os processos de uma empresa de forma integrada, consequentemente eliminando interfaces complexas e caras entre sistemas não projetados para conversarem, gerando uma base de dados única, sem redundâncias que eram encontradas nos sistemas anteriores. A fi gura 1 mostra a evolução do conceito ERP e sua abrangência.

Figura 1 – Abrangência dos sistemas MRP, MRPII e ERP

ESCOLHA DO SOFTWARE A SER IMPLANTADO3

Após um longo período de discussões a empresa através de sua Diretoria e Gerências, está prestes a iniciar

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as pesquisas de mercado para adquirir um novo software para a realização da mudança do sistema de gestão. Para isto devem-se levar em consideração alguns requisitos básicos, como a legislação vigente e as alterações previstas em lei no mínimo para o próximo ano, evitando assim custo depois do contrato assinado, a empresa também deve ter uma política clara de crescimento para os próximos anos, isto facilitará na decisão fi nal de compra do sistema no requisito escalabilidade. Esta escolha não deve em hipótese alguma unilateral, ou seja, a direção da empresa decide sobre aquisição e todos devem acatar, o método mais adequado seria uma comissão interna envolvendo todos os setores da empresa, que previamente efetuará um levantamento das necessidades mínimas que este novo sistema integrado deverá ter para atender as exigências de funcionamento do negócio da empresa, que em seguida será selecionado e agendado uma apresentação aos membros selecionadores, este será o primeiro na aquisição do sistema de gestão.

Aderência ao seu Negócio3 1

A utilização de uma metodologia para análise de aderência de sistemas vem sendo mais utilizada e justifi cando cada vez mais o custo de contratação de empresas especializadas, devido à grande necessidade de fundamentar as escolhas de soluções de TI para as empresas, e também pela possibilidade de redução de riscos de insucessos, tendo em vista servir de subsídio para a avaliação de qual solução mais se adéqua ao contexto onde será adotada.

De acordo com o conjunto de Normas ISO 9126 (Avaliação do produto de software – Características de qualidade e diretrizes para o seu uso), que foram desenvolvidas para auxiliar a avaliação da qualidade de software enfocando a avaliação do produto. Segundo ABNT96 e publicação de Izilda Gomes Garcez Capovilla.

Característica Subcaracterística Pergunta Chave para a Subcaracterística

Funcionalidade

(Satisfaz as Necessidades?)

Adequação Propõe-se a fazer o que é apropriado?

Acurácia Faz o que foi proposto de forma correta?Interoperabilidade Interage com os sistemas especifi cados?Conformidade Está de acordo com as normas, leis etc?Segurança de acesso Evita acesso não autorizado aos dados?

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Confi abilidade

(é imune a falhas?)

Intelegibilidade Com que frequência apresenta falhas?

Tolerância a falhas Ocorrendo falhas, como ele reage?Recuperabilidade É capaz de recuperar dados em caso de falha?

Usabilidade

(é fácil de usar?)

Intelegibilidade É fácil entender o conceito e a aplicação?

Apreensibilidade É fácil aprender a usar?Operacionalidade É fácil de operar e controlar?

Efi ciência

(é rápido e enxuto?)

Tempo Qual é o tempo de resposta, a velocidade de execução?

Recursos Quanto recurso usa? Durante quanto tempo?

Manutenibilidade

(é fácil de modifi car?)

Analisabilidade É fácil de encontrar uma falha, quando ocorre?

Modifi cabilidade É fácil modifi car e adaptar?Estabilidade Há grande risco quando se faz alterações?Testabilidade É fácil testar quando faz alterações?

Portabilidade

(é fácil de usar emoutro ambiente?)

Adaptabilidade É fácil adaptar a outros ambientes?

Capacidade para ser instalado

É fácil instalar em outros ambientes?

Conformidade Está de acordo com padrões de portabilidade?Capacidade para substituir

É fácil usar para substituir outro?

Quadro 1 – Situação de pesquisa para aquisição de software

Fonte: Características e subcaracterísticas da Qualidade do Software (ISO 9126-1)

Custo Benefício3 2

Em muitas análises após a empresa receber todas as propostas e par ciparem das demonstrações das

empresas par cipantes da concorrência é chegado o momento de escolha do vencedor, neste momento muitas

empresas optarão pelo custo do fi nal do projeto, será observado a úl ma linha do orçamento, este é o erro ma-

joritário dentro os projetos com fracasso. Não será observada a aderência do sistema a empresa, a qualidade do

treinamento, a estabilidade fi nanceira da empresa que prestará o serviço de implantação, a metodologia que será

empregada, efetuar visitas em outras empresas que a contrataram a prestadora para execução de projetos que

foram fi nalizados no máximo nos úl mos dois anos e de preferência sem a companhia da prestadora de serviço,

dentre outros itens de suma importância para a implantação ser bem sucedida analisando as par cularidades da

sua empresa. Os responsáveis pela aprovação deste projeto devem se posicionar com cautela neste momento e

refazer os cálculos do retorno do inves mento a longo prazo, ampliando a visibilidade do projeto e o não retorno

a curto e longo prazo.

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Equivalência Entre Software e Hardware3 3

Não somente é importante para a escolha do sistema de gestão de recursos ideal para empresa é a equiv-

alência das necessidades deste so ware com os equipamentos em que ele será instalado, o conjunto de hardware

e a infra estrutura dos equipamentos de rede tem que ser capaz de fornecer bons serviços para todos os usuários

do novo sistema não apenas para este ano, mas também para os próximos , não se jus fi ca uma solicitação de

compra de novos hardwares após seis meses o sistema implantado, deverá ser observado a expecta va de cresci-

mento da empresa em número de usuários e também o crescimento das informações no banco de dados, este

procedimento é individual para cada empresa, observando as par cularidades, o po de negócio, e a legislação

que está prevista sua alteração nos próximos meses ou ano.

MAPEAMENTO DOS PROCESSOS4

O mapeamento dos processos é inicialmente rejeitado por algumas empresas, pois se acredita que já tenham o conhecimento de todos as detalhes que ocorrem diariamente em suas empresas, porém esta etapa é um aprendizado mutuo, tanto para os consultores, que realizarem os treinamentos, quanto para usuários que participarão do projeto, é um procedimento que tem o seu custo totalmente diluído, pois, durante as entrevistas com os funcionários para o levantamento de detalhes do dia a dia da empresa os consultores já coletam dados para a melhor elaboração dos treinamentos a serem executados. O mapeamento deve-se ser divido em duas partes após a conclusão das entrevistas, a primeira deve-se ser uma apresentação da situação atual da empresa para todos os usuários que estarão envolvidos no projeto, assim, todos poderão visualizar as etapas de trabalho de cada setor e se houver alterações, podem ser realizadas no momento da apresentação. Na segunda etapa deve ser realizado outra apresentação, porém, deverá ser apresentada a situação proposta pelos consultores, adequando as tarefas diárias ao novo sistema, após o término das apresentações e das possíveis correções no mapeamento de processo, com este processo concluído o projeto terá as suas customizações (alterações no sistema para atender uma necessidade específi ca), que tem um custo de execução muito alto. Finalizado as correções e melhorias no mapeamento de processo o projeto iniciará uma nova etapa, os treinamentos no sistema.

MÓDULOS A SEREM IMPLANTADOS5

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Na conclusão dos trabalhos do mapeamento de processos, também concluiremos a defi nição de quais módulos serão implantados e também, se o projeto será implantado em fases, ou seja, determinar a característica da empresa para determinar como deverá ser a implantação, como por exemplo, para uma empresa que tem o perfi l de vendas voltada à clientes que somente executam suas compras por leilão eletrônico, ou seja, não recebe visitas de vendedores, não tem contato comercial, então, não se aconselha a implantação do modulo CRM, (Customer Relationship Management) para este projeto.

Para um exemplo de implantação de so ware de gestão em fases, analisaremos como exemplo, uma em-

presa que já tem um so ware de gestão, já em operação, para a sua área fi nanceira e os módulos que atendem

os setores produ vos não tenha o desempenho desejado, neste caso, a empresa optou em implantar os módulos

de manufatura e integrar com o sistema an go e depois da primeira etapa concluída e estável implantaremos os

módulos administra vos, esta segunda opção tem custo mais elevado, pois, precisamos de duas integrações, a

primeira com um so ware de outro fabricante e depois com o do próprio desenvolvedor.

Figura 2 – Demonstra uma confi guração estável de um ERP e MRP

Tempo do projeto 5 1

Planejar e controlar todos os eventos para implantação. Geralmente a empresa desde o início do projeto determina um Gerente de Projeto, que deve ter seu tempo todo voltado aos eventos que envolvam a implantação do software, este Professional deve ter experiência em gestão de software ERP e MRP e MRPII, e também conhecer o negócio da empresa, deve ter conhecimento sobre como funciona os setores, e dentro do mapeamento de processos e qual a quantidade e usuários envolvidos no projeto deverá ter mais de um funcionário auxiliando o gerente de projetos, este cálculo da necessidade de funcionários envolvidos deverá levar em conta o tamanho da empresa e quantas plantas estarão envolvidas no projeto, estes colaborados devem ser exclusivos para a implantação e vão garantir a maior efi cácia do projeto e terão facilidade em fornecer uma manutenção do software durante e principalmente na sustentação depois saída dos consultores no fi nal do projeto.

Key Users5 2

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Determinar quais funcionários estão mais receptivos as mudanças e dentre eles quantos devemos utilizar por setor ou módulos, o principal perfi l destes key users será de multiplicador, isto não signifi ca que somente ele será treinado, todos os usuários devem ser treinados em quantos módulos eles mostrarem interesse ou for de necessidade estratégica da empresa. Nos treinamentos o gerente do projeto podem perceber que um determinado usuário tem mais facilidade em aprender e suprir melhor a necessidade do setor, neste caso levará em consideração a possibilidade de alteração de setor. Os usuários chaves para o projeto, também devem ser multiplicadores de conhecimento e do que está acontecendo na empresa tem como função auxiliar, e disseminar entre todos os colaborados do seu setor tudo o que vai acontecer de uma compra de um novo servidor até as novas rotinas mais simples.

Nos treinamentos o key user fi ca responsável pelas tarefas que serão deixadas pelos consultores, e deverá monitorar a sua execução, relatando os avanços das atividades para o gerente de projetos, assim, ao menor sinal de problemas a empresa poderá tomar providencias para o problema evitando atrasos no projeto e geração de custos extras que impactaram diretamente no orçamento inicial e até mesmo atraso no cronograma da implantação.

TREINAMENTOS6

O gerente do projeto deve criar um ambiente ideal para execução dos treinamentos, uma sala isolada dentro da própria empresa pode funcionar muito bem, poreém, o grupo sempre estará sujeito a interrupções de outros usuários para tirarem suas dúvidas com os consultores, isto ocorrerá sempre na parte fi nal do projeto onde os prazos deverão estar mais apertados. Em alguns projetos bem sucedidos, as empresas executam os treinamentos fora da empresa, possibilitando uma concentração total do envolvidos nos treinamentos, com certeza o custo será maior porém a efi cácia do processo será de alta rentabilidade justifi cando o investimento.

No mínimo um mês antes do fi nal dos treinamentos o gerente do projeto juntamente com os consultores deve elaborar uma avaliação técnica, sendo ela prática ou escrita, para avaliar o índice de conhecimento de todos os usuários, sem aviso prévio, que operarão o sistema após sua implantação. Este processo de avaliação pode e vai indicar quais setores devem ter uma atenção especial ou executar um reforço no treinamento daquele setor ou usuário e até mesmo a troca do funcionário, caso não haja melhoria no seu conhecimento e envolvimento com o projeto.

Plano de virada6 1

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Perto do dia em que todos se preparam durante meses, teremos um clima de ansiedade na empresa, porém, alguns cuidados devem ser tomados antes da defi nição se existirá a virada de sistema na data marcada ou se será agendada outra data, em reunião com os membros da diretoria, gerência, gerente do projeto e todos os key users, devem avaliar o índice de conhecimento dos usuários chave ou não, também devem executar várias simulações (processo pararelo de executação das rotinas diárias) envolvendo todos os setores e muito bem elaborada, checagem dos procedimentos de virada, e executar uma simulação do plano de virada nomáximo uma semana antes. Com estes recursos executados a probabilidade do projeto ser um sucesso está muito elevada.

Suporte Técnico6 2

Após os trabalhos iniciais no novo sistema e depois do primeiro fechamento mensal, os consultores encerrarão suas atividades na empresa, então o gerente de projeto e seus auxiliares estarão com toda a responsabilidade sobre o sistema e sua operacionalidade, para que isto aconteça sem problemas, os gestores do sistema também deverão estar muito bem treinados e também passarão pelo processo de avaliação, neste processo, tem como principal objetivo a economia que a empresa obterá, na questão da continuidade de visitas dos consultores, que, normalmente já é oferecido pela fornecedora dos treinamentos um plano de assistência continuada, estas visitas aumentam muito o custo do projeto, e devem ser provisionada no orçamento inicial do projeto. Os gestores também devem conhecer os procedimentos de atendimento do suporte telefônico, internet e correio eletrônico, pois, os problemas vão iniciar juntamente com o início das atividades no novo sistema.

A empresa deverá estar muito bem estruturada neste setor, este fator de atendimento aos usuários, será essencial para sucesso da implantação, todo o trabalho poderá ser perdido, e em muito pouco tempo, todos os projetos devem ter uma equipe destinada à manutenção do sistema nos primeiros meses, mesmo que para alguns administradores, esta equipe pode estar inchada, mesmo assim deverá manter os membros até a estabilidade dos processos no sistema, e assim, diminuir a equipe aos poucos.

PRINCIPAIS DIFICULDADES EM UM PROJETO7

A tarefa de implantação de um sistema de gestão requer alguns cuidados básicos. Exige abordagem técnica específi ca, sensibilização das relações humanas e adequação da tecnologia de processamento de dados empregada

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pela empresa, podemos dizer que cada empresa deve ter sua característica bem defi nida, então, as difi culdades serão praticamente uma variante entre empresa, mas todos os projetos exigem um patamar mínimo de organização dos setores e entre os setores, será muito mais difícil a execução de um projeto para as empresas que anteriormente ao início das tarefas executavam suas tarefas em um sistema descentralizado, ou em controles manuais, este caso não será tão expressivo para empresas que já tenham dados em um sistema de gestão no modelo E.R.P. e M.R.P.

Os principais problemas encontrados para a implantação na empresa estudada foram:

1. Grande quantidade de estruturas de componentes por estrutura, interferiu na qualidade das ordens de produção.

2. Pessoal reduzido no setor de informática.

3. Metodologia de importação de dados foi pouco utilizada gerando muitas horas de digitação.

4. Resistência de usuários mais velhos de empresa.

5. Poucos Key Users, alguns fi caram responsável por mais de um módulo, não funcionou bem, cada módulo deve ter no mínimo um key user, conforme o tamanho da empresa.

6. Não foram executadas simulações sufi cientes no setor de planejamento acarretando perda de faturamento no primeiro decêndio do mês após a virada do sistema.

7. O lançamento das notas fi scais de benefi ciamento externo de produtos semi acabados não estava parametrizado corretamente, impactando no saldo de estoque e fechamento contábil.

8. O fechamento do primeiro mês foi concluído no vigésimo dia útil.

9. Custo com horas extras extremamente altos nos três primeiros meses.

10. Contratação de consultores para acompanhar as tarefas diárias, este custo não estava no escopo do projeto.

Neste projeto e em muitos outros é impossível prever todos os problemas que acontecerão na implantação de um projeto que envolve a mudança da cultura de cem por cento de uma empresa. O acionista ou proprietário que deseje investir em um software de gestão para melhorar os controles e direcionar e melhor planejar o crescimento de sua empresa, com certeza, se preparar para enfrentar enúmeras difi culdades que serão enfrentadas no momento da implantação, o maior investimento que deve ser feito, é na coordenação e na gerência do projeto, estas pessoas serão responsáveis pelo sucesso ou pelo fracasso deste desafi o.

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CONCLUSÕES8

Após um ano do fi nal do projeto, os resultados são visíveis a todos os membros do projeto, algumas melhorias são no setor contábil. O fechamento em média era concluído no décimo dia útil e passou para o segundo dia útil, apropriação de horas pagas no custo da produção melhorou em 95%, acuracidade nos saldos estoque melhorou em 60%, o conhecimento dos usuários do dia da virada no sistema subiu para 70%, funcionários que não se adaptaram ao novo sistema foram desligados da empresa foi de 10%, redução no custo de compra de matéria devido a melhoria dos controle de estoque e visualização dos custos foi de 5,70%, não foi criado nenhum novo cargo (head count), redução no valor do estoque total da empresa foi de 16%, entre outras melhorias e novas que ainda serão implantadas.

Gráfi co 1 – Demonstrativo dos principais resultados após um ano da implantação do software.

Com um acompanhamento de todos os passos e com uma equipe consciente e informada das necessidades da empresa teremos um projeto bem sucedido com o máximo de aproveitamento com os custos controlados, ou seja, para obter o máximo devemos valorizar o capital humano, que será o elemento chave para a implantação e a continuidade do sistema de gestão em qualquer empresa de qualquer segmento.

REFERÊNCIAS

CARDOSO, Erasmo Costa. Sugestão de método para planejamento de implantação de sistemas de

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informações computacionais. Campinas. Dissertação (Mestrado Engenharia Mecânica). Universidade Estadual Campinas, Campinas, 2001.

OLIVEIRA, Angela Cristina. Estratégia de Testes para Implantação de Sistemas ERP. Campinas. Dissertação (Mestrado Profi ssional Instituto de Computação). Universidade Estadual Campinas, Campinas, 2003.

CAPOVILLA, Izilda Gomes Garcez. Elementos Intrínsecos do Software e sua Infl uência na Qualidade do Processo de Desenvolvimento. Campinas. Dissertação (Mestrado Profi ssional Instituto de Matemática Estatística e Computação Científi ca). Universidade Estadual Campinas, Campinas, 1999.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS. NBR 13596: Avaliação do produto de software – Característica de Qualidade e Diretrizes para o seu USO. Rio de Janeiro: ABNT, 1996.

PROJETOS de mudanças falham em 60% das empresas. Disponível em: <http://www.erpnews.com.br/v2/vivvo_general/411.html>. Acesso em 17 ago. 2009.

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RECONHECIMENTO POR IMPRESSÃO DIGITAL

Adjeryan Cartaxo de Freitas1

Weles Saggiorato Siqueira2

Resumo

Garantir a segurança das informações tem sido a maior preocupação dos administradores de rede. Desta forma muitos métodos tem sido empregados para alcançar este objetivo, como a utilização de criptografi a, fi rewall, certifi cados eletrônicos, entre outros. No entanto estes tem exigido que os usuários decorem um elevado número de senhas e códigos, o que nem sempre é viável. Com base neste quadro, novas formas de segurança tem sido adotadas, dentre elas estão os sistemas de reconhecimento biométrico, que se bem projetados apresentam um elevado grau de segurança e confi abilidade. Este artigo aborda o reconhecimento por impressão digital explicando como ocorre o processo de identifi cação e sua importância para os sistemas de informação devido a sua confi abilidade e baixo custo de investimento.

Palavras chaves: Biometria, Impressão Digital, Segurança, Banco de Dados, Sistemas de Informação

Abstract

To guarantee the security of the information has been the largest concern of network administrators. In this way many methods it has been used to reach this, as the cryptography, fi rewall, electronic certifi cates, among others. However these have been demanding that the users decorate a high number of passwords and codes, that is not good. With base in this approach, new forms of security have been adopted, among them they are the systems of recognition biometric, that if well projected they present a high degree of security and reliability. This article approaches the recognition for fi ngerprint explaining how it happens the identifi cation process and your importance for the systems of information due to your reliability and low investment cost.

Key words: Bimetric; fi ngerprint, security, DataBases, System Informations.

Introdução

1 Bacharel em Ciências da Computação pelo UNASP atualmente é professor da disciplina de Banco de Dados e Fatores Humanos na Computação para o Curso de Sistemas de informação na FAESB – Faculdade Santa Bárbara e atua como analista de sistemas na Editora Casa Publicadora Brasileira.2 Bacharel em Ciências da Computação pelo UNASP e Especialista em Engenharia de Sistemas pela FASP, atualmente é professor da disciplina de Linguagem de programação e de Algoritmos na FAESB – Faculdade Santa Bárbara para o curso Sistemas de Informação e atua como analista de sistemas na Editora Casa Publicadora Brasileira.

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No mundo cada vez mais competitivo dos negócios, as empresas possuem grande necessidade de desenvol-ver um relacionamento mais interativo com seus clientes, parceiros e fornecedores, compartilhando informações, ferramentas, tecnologias e estratégias (LACITY,2002).

A organização dessa informação e sua recuperação de forma efi ciente e precisa é um problema que estas enfrentam, contudo pode ser solucionado através dos chamados Sistemas de Informação.

Sistemas de Informação podem ser defi nidos como um conjunto de componentes inter-relacionados que coletam, processam, armazenam e distribuem informações para apoiar o processo de tomada de decisões e o con-trole de uma organização. Estes contêm informações sobre pessoas, lugares e aspectos signifi cativos dentro da organização ou do ambiente que envolve as informações. (LAUDON, 2002).

Neste contexto existe a preocupação em garantir a segurança das informações e de que somente usuários autorizados possam acessá-las. Para tal existem várias técnicas que visam alcançar este objetivo, entre elas a crip-tografi a, certifi cados digitais e a biometria.

Segundo (ZUR, 1992) “Biometria é um ramo da ciência que estuda as medidas dos seres vivos. É uma parte da estatística que estuda aspectos quantitativos de uma população de seres vivos”.

As técnicas biométricas procuram identifi car uma determinada informação na pessoa que seja diferente em todas as outras ( íris, impressão digital, face ). Em seguida esta informação é armazenada, sendo comparada, toda vez que seja necessário identifi car uma pessoa. Portanto é muito utilizada na autenticação de usuários.

Esta pesquisa tem por objetivo apresentar como é realizado reconhecimento biométrico por impressão digi-tal e qual sua importância para a segurança da informação.

1. O RECONHECIMENTO BIOMÉTRICO PELA IMPRESSÃO DIGITAL.

A identifi cação pelo reconhecimento da impressão digital é usada a mais de 100 anos. Cientistas começaram a estudar a impressão digital no século XVI, mas o reconhecimento pela impressão digital só teve um impulso a partir do fi nal do século XIX (COSTA, 2001).

A identifi cação pela impressão digital foi aceita como um método válido para se identifi car pessoas a partir do século XX. Porem, no inicio, ela era tediosa, consumindo muito tempo e necessitando de um profi ssional es-pecializado, pois sua análise era feita manualmente.

Somente em 1960 um departamento do FBI e outro de Paris iniciaram estudos para identifi car indivíduos através da impressão digital utilizando uma forma automática.

No entanto, a utilização de uma técnica de reconhecimento biométrico em sistemas de identifi cação está

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diretamente relacionada ao processamento digital de imagens. Portanto é imprescindível compreender como este processo ocorre.

Para o reconhecimento de padrões admite-se, como entrada do processo, uma imagem e a saída é consti-tuída de uma classifi cação ou descrição da mesma. Segundo LINDLEY (1991), técnicas de processamento de imagens são aplicadas quando se verifi cam as seguintes necessidades.

Alguns aspectos da imagem precisam ser melhorados devido à presença de ruídos tornando possível o reconhecimento;

Elementos da imagem precisam ser caracterizados, classifi cados, comparados ou medidos, como por exemplo, a extração de atributos em imagens de impressões digitais que possibilitam realizar a classifi -cação e verifi cação;

Faz-se necessário combinar ou reorganizar determinadas regiões das imagens.

Com a impressão digital existem vários métodos para capturar uma imagem. O mais tradicional é o de pin-tar o dedo, passar a impressão digital para o papel e depois submeter a imagem a um scanner. As variações que podem ocorrer na captura de uma imagem são:

O posicionamento da característica física no mecanismo de captura pode ocasionar distorções no re-sultado fi nal, pois a imagem não pode ser submetida de qualquer forma. As características biométricas encontram-se em regiões fi xas, neste caso se forem posicionadas fora da área permitida, estas não serão detectadas.

A imagem da característica biométrica deve ser obtida de forma uniforme, o dedo deve ser pressionado o máximo possível para que a leitura do scanner seja mais precisa.

Danos causados por acidentes como cortes, queimaduras e trabalhos manuais, são as alterações mais freqüentes.

Desta forma é imprescindível que o sistema automático utilizado leve em consideração

os fatores acima mencionados.

1.1 Sistemas Automáticos de Identifi cação de Impressões Digitais

Os AFIS (Automated Fingerprint Identifi cation System) ou Sistemas Automáticos de Identifi cação de Im-pressões Digitais, são compostos por vários estágios de processamento, dentre os quais podem ser citados a me-lhoria de imagem, o cálculo da imagem direcional, a redução de ruídos, a segmentação e o afi namento (JAIN et al, 1997).

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A classifi cação e verifi cação de impressões digitais de forma automática ou semi-automática tem crescente interesse, devido à necessidade de facilitar a utilização de bancos de dados e reduzir o tempo de processamento. Os sistemas automáticos de identifi cação de impressões digitais utilizam métodos de classifi cação, onde impres-sões digitais são divididas em algumas classes distintas de acordo com suas características globais. A primeira divisão em sugerida por Henry adotou cinco classes. Pode-se se dizer que o desempenho do sistema de classifi ca-ção depende fortemente do número de classes que, freqüentemente é pequeno, e da distribuição das impressões de digitais nessas classes. Os sistemas automáticos e semi- automáticos de reconhecimento por impressões digitais fornecem normalmente uma lista de possíveis impressões digitais candidatas (no máximo 10) que combinem com a impressão digital a ser verifi cada então por um especialista humano (JAIN,1997a), RATHA,1995).

É um avanço tecnológico a implantação de um sistema de identifi cação automático de impressão digital, já que visa agilizar e principalmente auxiliar o trabalho manual do especialista. Quando implementados, os sistemas de identifi cação eliminam diversos procedimento e rotinas dos casos e na maioria das vezes são repetitivos. Em boa parte dos casos, as pesquisas datiloscopias ainda são realizadas manualmente, com a utilização de critérios subjetivos, demandando horas e as vezes dias. Quando poderiam ser feitas em segundos. Seriam eliminado for-mulários e fi chas, bem com grandes armários utilizados para o arquivamento dos mesmos.

Os sistemas automáticos e semi- automáticos de reconhecimento por impressões digitais são em sua maioria baseados em comparações de minúcias. A detecção de minúcias (pontos característicos de uma impressão de digi-tal) feita de forma automática é um processo extremamente crítico, especialmente em imagens de má qualidade, onde ruído e defi ciência no contraste podem gerar confi gurações de pontos similares ou mesmo fazendo com que se ignore minúcias verdadeiras.

Os sistemas automáticos e semi-automáticos de reconhecimento por impressões digitais guardam informa-ções relacionadas à posição, direção e tipos de vários pontos da impressão digital. Esses parâmetros das minúcias são uma forma numérica de representar as impressões digitais. A leitura é transformada em coordenadas, que são comparadas com minúcias que são armazenadas em banco de dados, buscando outra impressão digital similar, guardada no momento do cadastro. Os dados numéricos que representam as imagens são comparados.

O padrão de reconhecimento determina que a resolução mínima de uma imagem de impressão digital deve ser de 500 dpi. O algoritmo codifi ca a impressão digital de forma a evitar o risco de uma impressão digitalizada ser reconstruída possibilitando a utilização de métodos fraudulentos no reconhecimento.

1.2 Princípios da dactiloscopia

Segundo Carlos Kehdy, a dactiloscopia é um sistema de verifi cação por meio de impressões digitais. Essa palavra é constituída de dois elementos gregos: daktylos que signifi ca dedo e skopein que signifi ca examinar.

A dactiloscopia é o método de identifi cação humana que, apesar de ser empregado há mais de um século, é

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um dos mais práticos, seguros e econômicos que existem (FBI, 1984), (SIMS, 1984).

Algumas características físicas pessoais, como as impressões digitais são primordiais, pois, possuem uni-versalidade, singularidade, permanência e mensurabilidade, informações imprescindíveis para um sistema de reconhecimento biométrico. (HONG, 1998a).

Para uma melhor compreensão do princípio da dactiloscopia, será assumido como parâmetro de identifi -cação de uma pessoa a cor da pele. Esse parâmetro atende à condição da universalidade, uma vez que todas as pessoas possuem uma cor. Quanto à singularidade, não é possível afi rmar que cada pessoa tenha uma cor espe-cífi ca que a torne única. Também não se pode afi rmar que a cor é permanente, uma vez que pode variar após dez minutos de exposição ao sol, por exemplo. Quanto ao critério quantitativo, necessita-se avaliar a pigmentação, ou seja, a quantidade de melanina no corpo. Conforme visto nesse exemplo, o parâmetro cor da pele, não satisfaz às condições propostas (HONG, 1998a).

Realizando-se uma análise similar para as impressões digitais, verifi ca-se a possibilidade de atender os princípios básicos exigidos. Todas as pessoas possuem uma impressão digital, o que demonstra o critério da uni-versalidade. As impressões digitais são únicas e permanentes, ou seja, apresentam um conjunto de características pessoais que são formados na gestação (aos quatro meses) e permanecem por toda a vida. Esse conjunto de carac-terísticas pode ser medido, ou seja, o encontro de pelo menos doze pontos característicos permite fazer a identifi -cação de uma pessoa, o que satisfaz ao critério quantitativo (XIAO; RAAFAT, 1991b), (ELECCION, 1973).

Fig. 1 Comparação de minúcias – Encontrar no mínimo 12 pontos característicos.

Se as impressões digitais satisfazem essas condições, elas podem ser usadas como características para o reconhecimento biométrico.

1.3 Aplicações do Reconhecimento por Impressões Digitais

As aplicações desse segmento de reconhecimento biométrico, proporcionam signifi cativo aumento na segu-rança de acesso às informações. Conforme citado por COSTA (2001), o reconhecimento por impressões digitais é usado em algumas aplicações.

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Governo e Repartições Públicas: Governos e repartições públicas já utilizam a algum tempo ao redor do mundo, em larga escala, a identifi cação por intermédio de impressões digitais, em documentos como carteira de identidade, passaporte, controle de imigração, carteira de habilitação, seguridade social, por-te de armas, dentre outros.

Transações Eletrônicas: fraudes em transações eletrônicas, nas quais estão envolvidas grandes quan-tias em dinheiro, tem custado, a cada ano, bilhões de dólares a consumidores, comércio e industria. Tais aplicações incluem terminais de pontos de venda, caixas automáticos de bancos, transações e negocia-ções no local de trabalho entre empresas, comércio eletrônico, etc.

Controle de Ponto: no comércio, indústrias e empresas em geral, o sistema de identifi cação por impres-são digital tem sido utilizado para controle e gerenciamento de ponto, substituindo o tradicional sistema por cartões. A habilidade de selecionar e controlar a entrada, saída e períodos de descanso de funcioná-rios, resulta em um sistema efetivo de controle do horário, reduzindo tempo e recursos destinados para esse controle.

Controle de Acesso e Presença: A tecnologia para identifi cação e verifi cação através das impressões digitais também é utilizada para restringir o acesso a locais controlados e áreas restritas.

2. CONCEITOS SOBRE IMPRESSÕES DIGITAISÉ de fundamental a importância que se caracterizem os principais conceitos e defi nições a respeito de im-

pressões digitais. Sendo assim, as principais publicações encontradas na literatura, que fazem a caracterização desses aspectos são apresentadas por Galton (KARU, 1996), Henry (HENRY, 1905) e pelo FBI (FBI, 1984). Sen-do Francis Galton o primeiro a fazer um estudo dos aspectos de impressões digitais.

As impressões podem ser divididas em várias classes de acordo com sua topologia geométrica (ELEC-CION, 1973), (LUMINI, 1997), (HRECHAK, 1990).

Para classifi car impressões digitais, a primeira proposta foi feita por Edward Henry (HENRY, 1905), que as dividiu em 5 classes diferentes, defi nindo um sistema de classifi cação designado Henry System (RAO, 1978).

Normalmente, há dois tipos de arquivos que diferenciam a análise de impressões digitais: o arquivo deca-dactilar e o arquivo monodactilar. No primeiro, o arquivo possui as impressões digitais dos 10 dedos da pessoa e a comparação é feita simultaneamente, levando em consideração todos os dedos. No segundo caso, as impressões digitais são cadastradas isoladamente e o confronto é feito dedo a dedo (BOMBONATTI, 1984).

Para os casos criminais, os confrontos são feitos pelo arquivo decadactilar, buscando-se nos registros uma impressão digital similar à coletada no local do crime. Para resolver um caso criminal é necessário que haja sus-peitos, pois é praticamente impossível fazer uma busca completa nos arquivos decadactilares devido a imensidão

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do número de registros.

2.1 Área Útil da Impressão Digital

O desenho da impressão digital apresenta uma área principal chamada de área padrão, que contem alguns tipos de linhas.

Fig. 2 – Área Padrão e tipos de linhas.

As linhas que formam a impressão digital são chamadas de cristas. A área padrão da impressão digital é sua parte principal e consiste das cristas e todos seus aspectos. Os tipos destas de cada impressão digital são defi nidos tendo como base duas cristas, cujo início ocorre de forma paralela e divergem sobre toda a área padrão. Estas podem ser contínuas ou não, caso ocorra alguma quebra.

Pontos Singulares

Os pontos singulares em impressões digitais são conhecidos como núcleos e deltas. São estes que são uti-lizados para classifi car os padrões de impressões digitais. O núcleo é um ponto localizado na área central da im-pressão digital. O delta é uma espécie de triângulo formado pelas cristas e pode ser formado por dois processos: pela bifurcação de uma crista simples ou pela brusca divergência de duas cristas paralelas.

Fig 3 – Pontos Singulares (Núcleos e Deltas).

O delta desempenha um papel importante na impressão digital porque determina a sua classe. Os deltas

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representam o ponto de divergência das linhas dactilares mais internas que tendem a envolver a região nuclear de uma impressão digital.

Em impressões digitais isentas de pontos delta, verifi ca-se somente a existência dos sistemas de linhas baci-lar e marginal. As impressões digitais que apresentam 1 ou 2 deltas, possuem três regiões de linhas denominados: região nuclear, região bacilar (linha que serve de base, abaixo da região nuclear) e região marginal (região das características situada nas margens da impressão).

Fig. 4 – Regiões nuclear, basilar e marginal.

2.2 Sistema de Classifi cação de Henry

O sistema de Henry faz a distribuição em cinco classes, conforme dito anteriormente, que apresentam ca-racterísticas próprias referentes ao delta e às linhas do sistema nuclear (núcleo) (HENRY, 1905), (RATHA, 1995), (LEE, 1991). As cinco classes propostas por Henry e suas defi nições são as seguintes.

Arco Plano: não apresenta delta e as linha atravessam de um lado para outro. As linhas dactilares formam-se em um lado e tendem a sair pelo outro lado, conforme mostra a fi gura 5.

Fig. 5 - Classe proposta como Arco Plano.

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Arco Angular: apresenta acentuada elevação da linhas no centro, em forma de tenda. Pode apresentar um delta, mas sem linha ou fragmento, entre o delta e o núcleo.

Fig. 6 - Classe proposta como arco angular.

Presilha Interna (Direita): apresenta um delta a direita do observador, as linhas dactilares correm para a esquerda em forma de laçadas, ou seja, as linhas formam-se à esquerda do observador, curvam-se e tendem a voltar para o mesmo lado.

Fig. 7 - Classe proposta como presilha interna

Presilha Externa (Esquerda): apresenta um delta a esquerda do observador, as linhas dactilares cor-rem para a direita do observador, ou seja, as linhas formam-se na direita do observador, curvam-se no centro da impressão e tendem a voltar para o mesmo lado.

Fig. 8 - Classe proposta como presilha externa.

Verticilio: apresenta dois deltas, sendo um à direita e outro a esquerda do observador; as linhas nuclea-res fi cam encerradas entre os dois deltas, assumindo confi gurações variadas.

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Fig. 9 - Classe proposta como verticilo.

Segundo dados de arquivamentos do FBI, foi contatado que 65% dos padrões são do tipo presilhas, 30% são verticilos e 5% são arcos (MOAYER, 1975). Por esse motivo os bancos de dados não possuem impressões digitais uniformemente distribuídas nas cinco classes. Um outro método para classifi cação é proposto por Juan Vucetich e faz a distribuição em 4 tipos fundamentais: arco, presilha externa (esquerda), presilha interna (direita) e verticilo. Vucetich não faz distinção entre arco plano e arco angular sendo que as defi nições para as classes são similares ao sistema Henry (KEHDY, 1968).

2.3 Sistema de Extração de Características Galton.

Os estudos que Francis Galton realizou (KARU, 1996), o levaram a examinar mais detalhadamente as ca-racterísticas das impressões digitais, o que fez com que ele chegasse à conclusão de que a impressão digital de uma pessoa é permanente.

Outra conclusão é de que a impressão digital é única entre os indivíduos. Mesmo pessoas idênticas (gêmeos) não possuem impressões digitais iguais. Isso depende da quantidade de características que estão sendo analisadas. Numa imagem de impressão digital obtida por um dispositivo, existem em média 30 a 40 pontos característicos segundo o FBI.

As minúcias utilizadas por Galton são características que se encontram nas cristas como, por exemplo, linhas que terminam abruptamente ou se bifurcam, e têm a fi nalidade de estabelecer a unicidade das impressões digitais.

O NIST (National Institute of Standards Technology) propôs quatro maiores grupos de minúcias: cristas fi -nais, bifurcações, cruzamentos e pontos indeterminados. Porém as minúcias consideradas mais importantes são as cristas fi nais e bifurcações, pois ocorrem, mais freqüentemente, nas imagens de impressões digitais (NIST, 1986), (FARINA, 1998), (HRECHAK, 1990).

As minúcias de Galton são resumidamente classifi cadas dentro de duas categorias: aspectos básicos e aspec-tos compostos. Os aspectos compostos são construídos a partir dos aspectos básicos. São aspectos básicos: cristas fi nais (ridge ending) e cristas bifurcadas (bifurcation) (HRECHAK, 1990). Quanto aos aspectos compostos são citados: ilhas (islands), cristas curtas (short ridge), espora (spur) e cruzamento (crossover), conforme mostra a

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fi gura 10.

Fig. 10 – Minúcias – Crista fi nal, bifurcação, ilha, crista curta, espora e cruzamento.

A crista fi nal é defi nida como um ponto onde a crista acaba abruptamente. A crista bifurcada é defi nida como um ponto onde a crista diverge dentro de cristas brancas, ou seja, vales (linhas brancas). Lagos ou ilhas são defi -nidos como duas bifurcações conectadas. Cristas independentes ou curtas são defi nidas como cristas fi nais muito pequenas ou simplesmente como cristas quebradas. A espora é formada pela combinação de bifurcações e cristas fi nais. Cruzamentos ou pontes são defi nidos como duas ou mais bifurcações conectadas na vizinhança, ou seja, duas bifurcações com um caminho conectado (HRECHAK, 1990), (BOMBONATTI, 1984), (KEHDY, 1968).

2.4 Identidade de Impressões Digitais

No processo de verifi cação das impressões digitais, as minúcias ( pontos característicos ) são os aspectos que defi nem a unicidade de cada impressão digital (HRECHAK, 1990), (BOMBONATTI, 1984), (KEHDY, 1968).

Assim, para identifi car a unicidade de uma impressão digital dois aspectos devem ser observados. Primeiro deve haver, no mínimo, doze pontos característicos (XIAO, 1991b), (ELECCION, 1973), apesar de um leitor de impressão digital típico poder registrar mais de 20. Por ultimo, não deve existir nenhuma discordância entre os pontos, ou seja, eles devem ser idênticos e ter a mesma localização.

Em muitos países estes aspectos são requeridos legalmente para identifi cação em um caso criminal.

2.5 Transformação de Imagens em Dados Digitais

Galton apresenta duas categorias de minúcias, sendo elas as de aspectos básicos e de aspectos compostos, como já explicado anteriormente. No entanto, para a o processo de extração e comparação automática de aspectos são utilizados apenas dois tipos: cristas fi nais e bifurcadas. Isso porque os demais tipos não permitem uma compa-

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ração efi ciente. Estas minúcias são extraídas e comparadas com minúcias de impressões digitais armazenadas em um banco de dados. Na comparação são verifi cados critérios como posição, número, tipo de minúcias, e algumas vezes orientação. (XIAO, 1986), (ELECCION, 1973), (RATHA, 1995). A fi m de restringir o número de impres-sões digitais a ser comparadas verifi ca-se a classe, ou um subconjunto, da impressão digital, desta forma evita-se a comparação com todas.( RATHA, 1996).

Os sistemas clássicos de verifi cação, de impressões digitais, automáticos efetuam, basicamente, as seguin-tes operações: obtenção das direções, a binarização ou limiar (threshold), o afi namento (thinning), a extração e a comparação de minúcias veja a fi gura 12

a) Imagem Original b) Obtenção das direções e) Extração de minúcias

c) Binarização ou limiar d) Afi namento

Fig. 11 – Passos para extração de minúcias

Para a extração das características apontadas por Galton é necessário classifi car as imagens em uma das cinco classes propostas por Henry. Esta classifi cação é possível através da obtenção das direções que consiste em marcar o mapa direcional para a classifi cação das imagens. A imagem direcional fornece informações contidas nos padrões de impressões digitais e pode ser calculada também em imagens ruidosas, visto que, para isso, basta tomar a média das direções para atenuar a infl uência dos ruídos

De acordo com o tipo de aplicação de processamento de imagens, é necessário aplicar o algoritmo de treshold. Este algoritmo verifi ca os valores de cada pixel(ponto) da imagem e baseado em nível, ou seja, um valor

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de intensidade, atribui 0 (preto) se o valor estiver mais perto de zero e 255 ( branco ) caso contrário. Desta forma a imagem possuirá somente branco ou preto, o que permite identifi car melhor determinadas regiões da imagem.

O afi namento (Thinning) é uma técnica usada para remover pontos isolados no fundo da imagem e ângulos retos ao longo de bordas dos objetos (HUNG, 1993), (MEHTRE, 1993), (COETZEE, 1993). O afi namento per-mite a eliminação de pixels indesejáveis na imagem sem alterar sua estrutura, ou em termos técnicos é defi nido como “hit or miss”.

O algoritmo de thinning faz uma varredura na imagem, linha a linha, examinado a vizinhança, ou seja, os pixels próximos do que está sendo analisado no momento, e verifi cando se este pode ou não ser apagado.

O processo de afi namento leva em torno de 20 a 30 passos para afi nar as cristas em uma imagem de im-pressão digital. Cada vez que um pixel é apagado, seu valor muda de 1 para zero. Desta forma o número de pixels apagados constitui o número total de mudanças realizadas no passo.

O afi namento é considerado completo quando o número de mudanças na imagem converge para zero, ou seja, não ocorrem mais mudanças ( ISENOR, 1996), (ASI, 1975), ( XIAO, 1986), ( VERMA, 1987).

Finalmente o é realizado o processo de identifi cação das minúcias, o qual permite a extração dos aspectos que são usados na comparação das impressões digitais. Neste processo são localizadas as cristas fi nais e cristas bifurcadas. Para tanto é necessário seguir as linhas do esqueleto na imagem até as minúcias para a verifi cação. O processo de Crossing Number ( BAJA, 1984), ( TAMURA, 1978), ( RATHA, 1995), (MEHTRE, 1993) é muito usado para detecção destes aspectos ou minúcias e determinam as propriedades de um pixel, simplesmente con-tando o número de transições preto e branco existentes nas 8-vizinhanças do pixel que está sendo processado.

Atualmente, os sistemas biométricos do mercado levam em consideração os critérios, acima citados, de posição, tipo, orientação e distância entre as minúcias, tipo de classe a qual pertence a impressão digital, obje-tivando desta forma otimizar o desempenho na fase de verifi cação, afi nal este é um fator muito importante para estes sistemas.

2.6 Utilização de Grafos para Comparação de Impressões digitais

Com as minúcias obtidas é necessário criar uma estrutura de grafos valorados, a qual representa a distribuição das mesmas. Essa estrutura captura dados referentes à distribuição, tipo, orientação e relacionamento entre as minúcias, os quais são armazenados no banco de dados.

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Figura 12 – Distribuição das Minúcias e Grafo de Código

A fi gura 12 mostra à esquerda as minúcias obtidas de uma impressão digital e à direita o Grafo formado pelas minúcias. Este grafo é armazenado no banco de dados e posteriormente é confrontado com uma impressão digital a fi m de verifi car a autenticidade das impressões digitais.

A operação de confronto da imagem é uma operação, de isomorfi smo restrito, sobre os grafos associados à imagem padrão e à imagem candidata, ou seja, a imagem que será comparada.

Os grafos são considerados isomorofos, se existir uma correspondência entre seus vértices e suas arestas de tal maneira que a relação de incidência seja preservada. Porém o isomorfi smo pode não ser total caso haja altera-ções de pressão, deslocamentos, rotações, perturbações das linhas oriundas de queimaduras, bolhas cicatrizes ou qualquer variação que impeça a identifi cação total das minúcias.

É importante levar em consideração que duas tomadas distintas da mesma imagem geram grafos visual-mente distintos. Desta forma a maior preocupação é verifi car o quanto de um grafo está contido no outro.

Os dois grafos da fi gura 13 correspondem a duas tomadas distintas de uma mesma impressão digital, com intervalo de dois meses. A diferença entre os dois grafos não é tão grande, quanto possam parecer. A função das rotinas de confronto é buscar a semelhança entre as impressões digitais.

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Figura 13 – Grafo da mesma Impressão digital

O confronto tem como objetivo gerar um novo grafo contendo apenas as linhas iguais existentes nos dois. Sendo assim as minúcias que não foram mapeadas, não são utilizadas para este processo.

Finalmente é verifi cado se o grafo possui 12 ou mais pontos coincidentes, indicando que as imagens pos-suem uma grande probabilidade de representar a impressão digital da mesma pessoa.

CONCLUSÃO

Garantir a segurança total dos sistemas de informação é uma tarefa difícil, tendo em vista que a cada dia surgem novas formas de corromper as informações. Um problema semelhante também ocorre com as técnicas biométricas devido aos diversos tipos de alterações que as imagens podem sofrer ( ruídos, rugosidade, inchaço, feridas... ).

Contudo as técnicas de reconhecimentos biométricos, em especial a de impressão digital, tem sido muito utilizadas como forma de segurança. Isso devido ao baixo custo para aquisição e aos resultados satisfatórios que esta tem apresentado na identifi cação de pessoas.

A popularização e utilização de sistemas de reconhecimento de impressões digitais tem aumentado, de for-ma que é possível notar sua presença em empresas de grande e pequeno porte e até na autenticação de usuários em computados pessoais e laptops.

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NOVA DISTRIBUIÇÃO LINUX: BIG LINUX

Israel M. [email protected]

Rogério O. Machado [email protected]

RESUMO

O Big Linux é uma nova distribuição Linux, com suas raízes brasileiras, que conta com diversos acessórios extra, voltado para qualquer usuário simples, que deseja simplesmente ouvir suas músicas, assistir seus vídeos, navegar pela internet, escrever seus textos, digitar planilhas e usufruir de um ambiente, com o qual já está familiarizado, com um design inovador. Se a perfeição de um Sistema Operacional está na segurança e ferramentas para você poder utilizar num ambiente Desktop, o Big Linux é um Sistema Operacional Open Source completo que enfoca o seu uso em Desktops, mesclando praticidade, segurança, estabilidade e beleza, num ambiente estável e personalizável. Criado pelo brasiliense Bruno Gonçalves Araújo, desenvolvedor nascido no dia 8 Abril de 1986, Brasília DF. baseado no Kurumin, Knoppix e Kanotix e também é capaz de utilizar os repositórios do Ubuntu.

Palavras-chave: Sistemas Operacionais; Linux; Segurança; Programas; Hardware.

ABSTRACT

The Big Linux is a new Linux distribution, with his Brazilian roots, which has several extra accessories, designed for any single User, who simply want to hear their music, watch their videos, surf the internet, write your text, spreadsheets, enter and enjoy an environment with which they are already familiar with an innovative design. If the perfection of an operating system is on safety and tools you can use a desktop environment, the Big Linux is an open source operating system that focuses on the complete use in desktops, blending practicality, safety, stability and beauty in a stable environment and customizable. Created by Brazilian Bruno Gonçalves Araújo, developer born on 8 April 1986, Brasília DF. based on Kurumin, Knoppix and Kanotix and is also able to use the repositories of Ubuntu.Key-words: Operating Systems; Linux; Security; Program; Hardware.

INTRODUÇÃO

O BigLinux é uma distribuição Linux brasileira criada pelo brasiliense Bruno Gonçalves Araújo, um jovem que mal acaba de entrar para a casa dos vinte anos. Com raízes no saudoso Kurumin, o BigLinux é uma distribuição bonita, leve, fácil de instalar e usar e, se não bastassem todas estas qualidades, capaz de utilizar os repositórios do Ubuntu Linux (ROHLING, 2009).

Desde do surgimento de computadores com interface gráfi ca e interação com usuário os desenvolvedores e usuários de Sistemas Operacionais, vem focando cada vez mais seus olhares críticos no que diz respeito a usabilidade, segurança e inovação. Cada vez mais empresas e usuários domésticos tendem a utilizar computadores nas suas tarefas diárias para apresentação e esclarecimento de suas informações, sendo assim, cada vez mais são

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exigidos dos Sistemas Operacionais, atualizações e ferramentas em seus conceitos de gerenciamento, não só do computador físico, mas também das informações analógicas que contem em suas memórias. Por isso temos tantos Sistemas Operacionais com diversos tipos e funcionalidades, seja num celular ou em um mainframe. Mas os Sistemas Operacionais que mais se destacam e são maioria no mundo, os Sistemas Operacionais para Desktops e por isso econtramos hoje uma grande diversidade destes Sistemas sejam OEM ou Open Source. O Kernel, ou seja, o coração do Sistema é base para todo desenvolvimento e através dele que o Sistema tem seus algoritmos de gerenciamento. O Kernel do Linux desenvolvido por Linus Tovard no dia 5 de Outubro de 1991, tende a ser base de vários Sistemas Operacionais de pequeno a grande porte sendo que nosso Sistema Operacional de pesquisa seja Big Linux desenvolvido com base do Kernel do Linux.

O Big Linux teve seu início de desenvolvimento no ano de 2003 por Bruno Gonçalves Araújo e sua principal fi losofi a é manter um ambiente seguro e estável e com várias ferramentas voltadas para ambientes Desktop: “O BigLinux começou a partir do Kurumin, e os dois projetos têm características bem semelhantes. O objetivo principal do BigLinux é facilitar ao máximo a vida do usuário, e essa era justamente a fi losofi a do Kurumin.” (ARAÚJO, 2009).

1 LIVE – CD

Esta distribuição conta com uma versão LIVE –CD.

Live CD é um CD que contém um sistema operacional (Ubuntu) que não precisa ser instalado no disco rígido do usuário uma vez que o sistema operacional completo é executado diretamente a partir do CD e da memória RAM. As maiorias dessas distribuições também permitem que se instale o sistema operacional no disco rígido com as mesmas confi gurações do sistema que roda no CD, caso o usuário deseje.

Com ele podemos executar o Big Linux direto de um CD em qualquer computador sem ao menos instalar o Sistema Operacional no HD.

2 SEGURANÇA

Em quatro anos de uso por milhares de usuários não foi encontrado nenhum tipo de Vírus no Sistema Operacional.

Está distribuição não conta com nenhum anti-vírus pré instalado, e se mantém completamente seguro somente com as confi gurações de sistema. Ela conta com utilitários de defesa para proxy, fi rewall, e no Big Linux é muito simples confi gurar um fi rewall, além de você ter controle total do seu sistema, podendo assim impedir

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certas confi gurações, como uma porta de internet ou rede que esteja aberta para outros usuários. Exemplo disso é desabilitar os “Privilégios de Usuário”.

3 PROGRAMAS

O Big Linux possui uma grande lista de programas já instalados.

Pensando que qualquer usuário poderia utilizar a Distruição do Big Linux, ele foi desenvolvido com muitos programas e ferramentas pré-instalados, para facilitar a vida do usuário, principalmente para quem não está abituado a utilizar o Sistema Linux.

Realmente o BigLinux é uma destas ferramentas indispensáveis para o usuário GnuLinux brasileiro, não que as outras distribuições não seja boa, pelo contrário, todas são excelentes, mas o diferencial, está em que o BigLinux já vem todo prontinho para o uso, acredito que embora ela seja para todos, ele atende melhor ao público que é usuário comum, ou seja, sem muito conhecimento do GnuLinux... (ALVES, 2009).

Ele conta com vários softwares para edição e reprodução de áudio e vídeo Amarok, Audacious, Kaffeine, Sm Player, audacity, conversor de video;

Rádio pela internet, pois o Big Linux traz um streamtuner, um mix de radios online, além de suportar os rádios tradicionais.

Dos programas pré-instalados destacam-se: OpenOffi ce (3.0), Gimp (3.6), KDE (3.5.10), KPDF (para ler arquivos PDF), Ark (descompactador de arquivos), Dicionário, emuladores como wine, curso de digitação, comunicadores como Amsn, jogos diversos, e etc. Sempre apresentando duas opções de usabilidade, por exemplo, para navegar na internet posso usar tanto o Firefox como o Opera, para conversar posso usar o Pidgin ou o Msn além de que todos os programas e seus menus estão em português.

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Figura 1 – Suite de aplicativo para edição de textos OpenOffi ce

Suíte Offi ce completa, através do Open Offi ce

Figura 2 – Navegador de internet Mozilla Firefox embutido na instalação

Figura 3 – Aplicativos de comunicação e relacionamentos para bate-papos e video conferências

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Navegador Mozilla FireFox;.

Mensageiros instantâneos MSN messenger;

Figura 4 – Aplicativos para execução de arquivos multimidia de áudio e vídeo

Players de áudio e vídeo;

Figura 5 – Aplicativos de edição de imgens e fotos

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Editor de imagens Gimp;

4 DESIGN E EFEITOS VISUAIS

Ao ligar o sistema são oferecidas oito opções de temas, já prontas para serem usadas e que atendem a todos os gostos, sem contar as ferramentas para personalização oferecidas, ricas em imagens que permitem a criação ampla e diversifi cada de temas.

Figura 6 – Diferentes opções de confi gurações e Temas

Contando com uma grande lista de temas pré-fabricados, painéis que facilitam criar novas personalizações, cento e cinco papéis de parede já inclusos no CD, quatro temas para o Super Karamba e sistemas para uso do Desktop em 3D fazem parte dos diferenciais do Big Linux.

Com o painel Big-Desktop é fácil criar temas muito bonitos com poucos cliques, criando barras de ferramentas com semi transparência, alterando o sistema para o uso de duas barras (uma em cima e outra embaixo) ou voltando para apenas uma sendo necessário apenas 1 clique, fácil troca do botão do menu entre outras funções.

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Figura 7 – Exemplo da Área de Trabalho e confi gurações de Temas.

O Super Karamba adiciona ao Desktop tanto ícones animados para acesso rápido a programas quanto informações sobre o sistema, além de diversas outras utilidades que podem ser adicionadas inserindo novos temas, como alternativa mais leves também está incluso no Big Linux o Gkrellm.

5 CONTA COM DOIS SISTEMAS DE DESKTOP EM 3D

Utiliza a interface gráfi ca KDE 3D.

KDE - Signifi ca K Desktop Environment, é um ambiente gráfi co (que inclui um gerenciador de janelas) e uma plataforma de desenvolvimento livre e de código aberto, desenvolvido com base na biblioteca Qt. Voltado inicialmente aos utilizadores de platafomas Unix, funciona também no Mac OS X utilizando o seu servidor X11 e no Windows. Juntamente com o GNOME é um dos mais populares ambientes gráfi cos usados no Linux.

O KDE (K Desktop Environment) é um dos mais utilizados ambientes gráfi cos para Linux e para outros sistemas operacionais baseados no Unix.....um recurso que permite a visualização de imagens, vídeos, animações, etc e a interação com essas características através de mouse, teclado e outros....é um gerenciador de janelas (window managers), ou seja, uma ferramenta que determina o tamanho e o formato de janelas, botões, ícones, entre outros... Em relação ao quesito “visual”, o KDE é um dos mais bonitos. Isso porque permite o uso e a criação de temas dos mais variados tipos, e possibilita a utilização de efeitos gráfi cos. (ALECRIM, 2006)

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O KDE 3D, foi lançado juntamente com o Big Linux 2.0 e agora está aprimorado, utilizando como base no projeto Metisse, com ele é possível rotacionar janelas em todos os ângulos, usar transparências, ampliar telas, dobrar janelas como folhas, etc.

Figura 8 – Desktop 3D, para maior facilidade e acesso

Inclui também o XGL, um projeto que está fi cando popular de forma muito rápida mesmo ainda estando em estado de desenvolvimento e apresentando algumas instabilidades. Pode ser ativado opcionalmente inclusive no Live CD com extrema facilidade, com ele é possível utilizar diversos efeitos em seu Desktop, como rotacionar em forma de cubo, deformar janelas, utilizar sombras, transparência real e muitas animações.

6 DETECÇÃO AUTOMÁTICA DE HARDWARE

Como praticamente todas as distribuições Linux mais recentes, o Big Linux utiliza os sistemas de detecção UDEV/HAL/B-BUS, que em conjunto administram quase todo o hardware do computador, porém para detecção completa é necessário utilizar mais alguns sistemas.

Com o uso do HWSETUP Next Generation é possível extrair mais informações do UDEV e criar confi gurações automáticas para placa de vídeo e placa de som que possuem também painéis simples para aprimorar suas confi gurações.

O gerenciamento de dispositivos também foi bastante trabalhado, assim basta adicionar o CD, DVD, Pen-drive ou câmera digital que o sistema detecta automaticamente e lista as principais opções na tela para que você informe o que deseja fazer, o acesso a disquetes também foi trabalhado para que não seja necessário passar pelos

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processos de montar e desmontar, tornando cada vez mais simples e automático o uso de todos os recursos do seu computador.

Os recursos acima somados a painéis semi-automáticos como os de conexão discada, wireless e impressoras formam um dos mais completos sistemas de detecção de hardware já feitos.

7 FERRAMENTAS DE CORREÇÃO E RECUPERAÇÃO

Sistemas Linux são muito estáveis, mas não existe como evitar problemas quando se faz alguma confi guração errada, corrigir esses casos pode ser muito trabalhoso, pensando nisso o Big Linux possui um painel de correções, assim é fácil restaurar a maioria das confi gurações do sistema, que é reforçado pelo “menushell”, um painel de correções para ser utilizado em modo texto, muito útil no caso de se confi gurar de forma errada a placa de vídeo.

Os recursos acima aliados às checagens que são feitas ao ligar o computador, o sistema de confi guração de modo gráfi co com arquivos independentes para cada kernel e o sistema que permite criar novamente o gerenciador de boot comprovam a preocupação que temos em fazer um sistema estável, duradouro, que busca a praticidade e seja agradável para os usuários.

8 CONCLUSÃO

Com estudos centrados, a interface gráfi ca foi elaborada para dar mais usabilidade, conceitos inovadores no que diz a armazenamento de arquivos, e navegação pelos menus com o intuito de deixar os usuários fi nais com as ferramentas necessárias para organização de seus documentos digitais.

Com a Tecnologia de gerenciamento de drives, os usuários poderão ter mais controle sobre a instalação de novos periféricos, sem ter a necessidade de estar instalando um Software referente ao mesmo.

Com quatro anos de estudo o Big Linux busca ser uma referência em relação ao desenvolvimento e propagação de um Software open source na área de Sistemas Operacionais para Desktops no qual é concorrente da empresa predominante atualmente, Microsoft, cuja a própria é pioneira no ramo.

Com as conexões de rede, sendo situações predominantes para qualquer classe de computadores, foi reforçada a segurança através da não instalação de Softwares e sim das confi gurações de segurança do Sistema Operacional

Com um completo conjunto de Softwares, que faz com que o usuário tenha todas ferramentas para edição

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e criação de suas tarefas diárias. Com isso tudo, o Big Linux tende a ser grande não só no nome, mas também em deixar o processador menos ocioso em relação às tarefas que podemos realizar.

REFERÊNCIAS

ALECRIM, Emerson. Apresentando o KDE (K Desktop Environment). Disponível em: <http://www.infowester.com/kde>. Acesso em: 19 ago. 2009.

ALVES, Jerônimo. Entrevista com Bruno Gonçalves, desenvolvedor do BigLinux. Disponível em: <http://geeknologia.wordpress.com/2009/07/27/entrevista-com-bruno-goncalves-desenvolvedor-do-biglinux/>. Acesso em: 19 ago. 2009.

ARAÚJO, Bruno Gonçalves. Entrevista com Bruno Gonçalves, desenvolvedor do BigLinux. Disponível em <http://geeknologia.wordpress.com/2009/07/27/entrevista-com-bruno-goncalves-desenvolvedor-do-biglinux/>. Acesso em: 2 abr. 2009.

Big Linux. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Big_Linux>. Acesso em: 16 jun. 2009.

Big Linux Site Ofi cial. Disponível em: <http://www.biglinux.com.br/>. Acesso em: 16 jun. 2009.

Big Linux Wiki. Disponível em: <http://www.biglinux.com.br/wiki/index.php?title=P%C3%A1gina_principal>. Acesso em: 16 jun. 2009.

DUARTE, Sinara. Experimentando a pílula vermelha: O Big Linux!. Disponível em: <http://softwarelivrenaeducacao.wordpress.com/2009/02/23/experimentando-a-pilula-vermelha-o-big-linux/>. Acesso em: 19 ago. 2009.

Fórum Big Linux Fórum Ofi cial. Disponível em: <http://www.biglinux.com.br/forum/>. Acesso em: 16 jun. 2009.

KDE. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/KDE>. Acesso em: 19 ago. 2009.

Laube, Klaus Peter. Apresentando o Big Linux o sucessor do Kurumin. Disponível em: <http://www.profi ssionaisti.com.br/2009/02/apresentando-o-big-linux-o-sucessor-do-kurumin/>. Acesso em: 20 jul. 2009.

Live CD. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Live_CD>. Acesso em: 19 ago. 2009.

ROHLING, Cristiano. Entrevista com Bruno Gonçalves, do BigLinux. Disponível em: <http://br-linux.org/2009/entrevista-com-bruno-goncalves-do-biglinux/>. Acesso em: 2 abr. 2009.

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GNU/LINUX: DISTRIBUIÇÃO DEBIAN

Tassya Ventura Frigiéri1

[email protected]

Rosemeire Pedroso2

[email protected]

Andréia Rodrigues [email protected]

RESUMO

Este artigo conta um pouco da história do GNU/Linux e de uma distribuição que já fez sua história no mundo do software livre, trata-se de uma distribuição que conseguiu inovar e enfatizar o mundo com suas fi losofi as e assim tornando-se única. Este artigo é uma recompilação de muitos outros que encontrados pela web, sendo uma parte extraída do original escrito por Ian A. Murdock, e do João Eriberto Mota Filho Coordenador e professor da Pós - graduação de Software Livre na Universidade Católica de Brasília. Ian Murdock, responsável pelo projeto Debian era estudante colegial, utilizava a distribuição SLS, que continha muitos bugs. Então resolveu utilizar o modelo para criar sua própria distribuição com uma fi losofi a diferente: surgindo então o projeto do Debian.

Palavras-chave: Licença GPL/GNU; FHS; Distribuição Debian; Pacote APT.

ABSTRACT

This article contains a little of the history of GNU / Linux and a distribution that already has its history in the world of free software, it is a distribution that successfully innovate and emphasize the world with their philosophies and thus making it unique. It is a collection of many others who are outside the web, and a part from the original written by Ian A. Murdock, and John Eriberto Mota Filho professor and Coordinator of Post - graduate on Free Software at the Catholic University of Brasilia. Ian Murdock, Debian Project was responsible for the college student, and used the SLS distribution, which contained many bugs. Then solved using the model to create their own distribution with a different philosophy: the project was then Debian.

Keywords: License GPL/GNU; FHS; Distribution Debian; Package APT.

INTRODUÇÃO1.

1 Acadêmica – Terceiro Semestre de Sistema de Informação, Faculdade Santa Barbara – FAESB, Tatuí – SP2 Acadêmica – Terceiro Semestre de Sistema de Informação, Faculdade Santa Barbara – FAESB, Tatuí – SP

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O objetivo deste artigo é esclarecer alguns aspectos que diferencia um sistema operacional GNU/Linux Debian como, por exemplo, sua fl exibilidade em atualização e instalação de pacotes com a utilização do pacote APT que foi desenvolvido pela própria distribuição abordada o DEBIAN, também esclarece algumas perguntas como: O que é um software livre? Quais são suas licenças? O que é um padrão FHS? Essas são apenas algumas introduções, mais está sendo disponibilizado o link para site de onde essas pesquisas foram feitas, e assim quem tiver interesse poderá fazer uma pesquisa mais profunda sobre cada tema, também poderá buscar algo que lhe dê uma maior informação sobre o GNU/Linux a distribuição Debian entre outras distribuições existentes.

O QUE É O SISTEMA GNU / LINUX?2.

Em 1989 um estudante fi nlandês chamado Linus Torvalds inicia um processo pessoal de aprimoramento do Kernel do Minix, um sistema operacional do tipo Unix escrito por Andrew Tannenbaum, esse aprimoramento foi chamando de Linux como abreviação de Linus´s Minix. O que parecia um projeto acadêmico foi tomando novos ares e Linus passou a perceber as possibilidades que aquilo poderia trazer, assim como suas possíveis proporções, depois de certo tempo de trabalho, Linus lança a seguinte mensagem na internet:

Você sente saudade dos bons dias do minix-1.1, quando homens eram homens e escreviam seus próprios device drivers? Você está sem um bom projeto e morrendo de vontade de colocar as mãos em um sistema operacional o qual possa modifi car de acordo com suas necessidades? Você acha frustrante quando tudo funciona bem no Minix? Sem mais noites em claro para fazer com que um programa funcione? Então esta mensagem pode ser exatamente para você. :-) Como eu mencionei há um mês, estou trabalhando em uma versão livre de um sistema operacional similar ao minix para computadores AT-386. Ele fi nalmente alcançou o estágio onde pode ser utilizado (ou não, dependendo do que você deseja), e eu estou disposto a colocar os fontes disponíveis para ampla distribuição. Ele está apenas na versão 0.02, mas eu tenho executado nele, sem problemas, programas como bash, gcc, gnu-make, gnu-sed, compress, etc. (TORVALDS, 1989, HTTP://easy-ubutunblogpots.com).

CONCEITO DE SOFTWARE LIVRE / LICENÇA PÚBLICA GERAL GNU (GNU GPL)2.1

GNU General Public License3 (Licença Pública Geral), GNU GPL ou simplesmente GPL, é a designação da licença para software livre idealizada por Richard Stallman no fi nal da década de 1980, no projeto GNU, quando falamos em software LIVRE, estamos nos referindo ao aspecto de liberdade e não de preço, ou seja, o usuário tem a liberdade de estudar, executar, alterar, melhorar, copiar e até mesmo distribuir um software livre. Os usuários de software livre dispõem da licença GPL que se baseia nos quatro tipos de liberdade: 3 O Projeto GNU General Public License, teve sua primeira versão lançada em 1989, é uma importante ferramenta jurídica criada pela FSF- Free Software Foundation, tendo inicialmente como principal função defender a liberdade de softwares desenvolvidos pelo projeto GNU, posteriormente foi empregada por centenas de outros softwares envolvidos em projetos de terceiros e particulares de todo o mundo.

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* Liberdade de executar o programa, da forma como quiser.* Liberdade de estudar o funcionamento do programa podendo inclusive modifi cá-lo de acordo com sua necessidade.

* Liberdade de redistribuir cópias do programa livremente.

* Liberdade de melhorar o programa e tornar estas melhorias públicas de forma a benefi ciar o próximo.

FILESYSTEM HIERARCHY STANDARD (FHS)2.2

Para que haja compatibilidade entre as distribuições GNU/LINUX, são utilizados os padrões estabelecidos pela LSB (Linux Standard Base). Um desses padrões é o Filesystem Hierarchy Standard4 (FHS). O FHS permite que o software e o usuário presumam a localização de arquivos e diretórios instalados.

DISTRIBUIÇÃO LINUX2.3

Por se tratar de um sistema operacional livre e de código aberto não demorou, para que milhares de pessoas começassem a fazer modifi cações no Linux de forma a customizar ou adequá-lo às suas necessidades pessoais. Cada vez que alguém altera o Linux com personalizações e particularidades, esta alteração é chamada de Distribuição Linux, e como tal cada pessoa que o fi zer pode dar um nome para sua distribuição e publicá-la na rede para que outras pessoas possam utilizar a sua distribuição. Cada distribuição tem sua característica própria, atendendo as necessidades de seus usuários, tais como o sistema de instalação, o objetivo, a localização de programas, nomes de arquivos de confi guração, etc. A escolha de uma distribuição é pessoal e depende das necessidades e fi nalidades de cada um. Atualmente existem centenas de distribuições Linux, porém, como tudo na vida, algumas se destacaram. Algumas distribuições bastante conhecidas e destacadas nos dias de hoje são: Debian, Slackware, Red Hat, Fedora, Mandriva, Suse, Ubuntu e Kurumin, todas usando o SO Linux como kernel principal.

DISTRIBUIÇÃO DEBIAN3.

4 Filesystem Hierarchy Standard é o padrão desenvolvido e mantido pela LSB (Linux Standard Base), devendo ser utilizada pelas distribuições Linux, seguindo padrões em relação à posição e à estrutura dos diretórios do sistema operacional.

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Fig. 1 – Logotipo

O nome Debian, para quem não sabe, veio da junção dos nomes de seu idealizador, IAN Murdock, e de sua esposa, DEBra. Sua pronúncia ofi cial é “Débian”. A Distribuição Debian nasceu no dia 16 de Agosto de 1993 e seu criador pretendia que fosse criada, mantida e desenvolvida consciente e cuidadosamente. Essa data, além de histórica, demonstra a primeira característica marcante do Debian: é uma distribuição madura. Isso lhe dá um grau de confi abilidade e a certeza da continuidade do projeto. Ao todo, contabilizamos 16 anos de existência. Acima, o logotipo ofi cial da distribuição. Na época, era a única que era aberta a todo desenvolvedor/usuário que desejasse contribuir com seu trabalho, era o único projeto com um contrato social e político de organização do projeto. Também era a única que usava informações minuciosas de dependências de pacotes necessárias para assegurar a integridade do sistema de atualizações.

A distribuição é mantida por uma comunidade que, atualmente, possui quase 2.000 desenvolvedores. Em paralelo a isso, existe um contrato social 5 que garante que o Debian sempre será livre. Além de livre, sempre será gratuito, uma vez que é mantido por uma grande comunidade, que muitas vezes, opera somente via Internet. Mas isso não é um obstáculo, muito pelo contrário. Existe uma estrutura organizada e mantida por votação direta dos desenvolvedores. O Debian está disponível em várias línguas, inclusive em português do Brasil. Isso é um fator muito importante, pois se for o caso o mesmo poderá ser instalado também nos desktops dos usuários, fornecendo aos mesmos um ambiente gráfi co totalmente em português.

A FERRAMENTA APT (ADVANCED PACKAGE TOOL)3.1

A verdadeira revolução oferecida pelo Debian é a ferramenta APT (Advanced Packaging Tool, traduzida ao português, Ferramenta de Empacotamento Avançada). O APT é um gerenciador de pacotes criado para distribuição Debian, e herdada pelas suas distribuições derivadas. Com ela, é possível instalar programas e atualizar o sistema

5 Contrato social, nesta colocação signifi ca que todos podem fazer um download do software, podendo utilizá-lo, tendo o usuário à liberdade de: estudar, executar, alterar, melhorar, copiar e até mesmo distribuir, porém fazendo estas ações de forma liberta, de forma a benefi ciar o próximo.

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rapidamente. A facilidade é tanta que a ferramenta, ao instalar um programa, resolve todas as dependências, baixando-as da Internet e confi gurando tudo o que for necessário para que o programa funcione corretamente. O comando “apt-get install <nome_pacote>”, por exemplo, irá instalar o pacote, e qualquer dependência automaticamente, sem a necessidade de o usuário saná-la manualmente. Além disso, o APT é voltado para a distribuição e não para a versão. Na maioria dos casos, as ferramentas de instalação e atualização por meio de Internet são voltadas para a versão de uma distribuição. Quando aquela versão deixa de existir, acaba o suporte de atualização, forçando o administrador a reinstalar todo o sistema na sua nova versão. No caso do Debian, o comando “apt-get dist-upgrade” irá atualizar a versão instalada para a versão recém lançada, sem a necessidade de reinstalação. Esse é um fator extremamente positivo. Tratando se de APT, vale apena entender como essa magnífi ca ferramenta funciona; No diretório /etc/apt/ existe um arquivo repositório que se chama source.list, esse é o repositório onde se encontra todos os links de busca do APT, se por ventura o comando “apt-get install <nome_pacote>” mostrar alguma mensagem de erro, isso talvez possa ser sinal que deve estar faltando algum link ou o mesmo pode estar com erro, a ferramenta APT também necessita de atualização, que pode ser feito com o seguinte comando “apt-get update” o source.list é totalmente aberto a confi guração e você pode especifi car qual versão de pacote será instalado na máquina.

Existem três versões de pacotes 6: ESTÁVEL, TESTE e INSTÁVEL.

A versão instável recebe os pacotes mais recentes dos diversos programas que ainda não foram testados pela equipe Debian e por isso pode conter erros severos que pode levar a instabilidade do sistema.

A versão teste já foi testada, de uma forma básica, pela equipe Debian e está em constante evolução, é uma versão relativamente confi ável e pode ser aplicada em servidores não críticos.

A versão estável é o produto fi nal e demora cerca de um a dois anos para ser lançada, ela é o resultado de uma versão teste já sem erros, bugs ou falhas de segurança. Por não ser comercial, o Debian não tem data certa para ser lançado.

O lema da equipe de desenvolvimento é “só fi ca pronto quando está pronto” 7 .Isso garante a integridade, consistência e segurança da distribuição.

É fácil observar que há uma abundância de informações disponíveis quando se trata do Debian. Foi feita, em 26 Novembro 2008, uma consulta no Google. Na pesquisa, em nível mundial, encontrou-se o seguinte resultado:

6 Pacotes são pequenos aplicativos compactados compatíveis ao Linux, se modifi cados tem nomes os denominando como novas versões, tendo números e nomes e os identifi quem como atuais, os usuários os utiliza para atualizar versões existentes em seu sistema. São vários desenvolvedores do sistema espalhados por todo o mundo, conectados entre si, trocando informações para desenvolver me-lhorias do sistema operacional e suas distribuições.7 Signifi ca que distribuições Linux, bem como seus comandos específi cos são colocados em divulgação ou download, somente se o mesmo estiver pronto, não é divulgado aos usuários como completo se o mesmo tiver problemas.

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Figura 2 - Pesquisa no site www.google.com em nível mundial. Google, 26 de Novembro 2008.

Uma pesquisa, em nível nacional, forneceu o seguinte resultado:

Figura 3 - Pesquisa no site www.google.com em nível Brasil. Google, 26 de Novembro 2008.

A multiplataforma é outro fator que diferencia distribuição. No caso, o Debian suporta as arquiteturas Intel, Alpha, ARM, Motorola 68k, MIPS, PowerPC, UltraSparc, HP, PA-RISC, IBM S/390 e Hitachi SuperH, o que o torna extremamente viável em ambientes corporativos. Parcerias8 com a HP, a Sun microsystems, a Progeny, a Trustsec, credativ GmbH, Genesi e outras empresas de renome, são mantidas para apoiar o projeto. Muitas empresas e instituições declaram livremente estarem usando o Debian.

8 São contratos com empresas de Softwares e Hardwares para facilitar a compatibilidade com os aplicativos e dispositivos exis-tentes no mercado em relação à distribuição, para que ao lançá-la a mesma seja aceita pelos usuários de forma que facilitar a utilização da distribuição.

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CONCLUSÃO4

A Debian é a única distribuição que é aberta para que todo desenvolvedor e usuário possam contribuir com seu trabalho. É o único distribuidor signifi cativo de Linux que não é uma entidade comercial. É o único grande projeto com uma constituição, um contrato social e documentos com políticas para organizar o projeto. A Debian também é a única distribuição que é microempacotada, usando informações detalhadas de dependência de pacotes para garantir a consistência do sistema em atualizações.

(disponível em: http://www.debian.org/doc/manuals/project-history)

É extremamente viável a utilização do Debian em servidores de rede, em face das argumentações aqui apresentadas. Nota-se, inclusive, que graças ao sistema APT, que já fornece pacotes pré-compilados e sana todas as dependências, o tempo de instalação de um servidor pode ser reduzido em até 75%. Essa consideração foi vista, na prática, em casos reais de migração de servidores. Cabe ressaltar que o Exército Brasileiro migrou seus servidores para o Sistema Operacional GNU/Linux Debian em 2004 e nunca relataram nenhum problema com o mesmo, e após verifi car o sucesso obtido pelo Exército Brasileiro, o Ministério da Defesa também implantou o Debian como distribuição para os seus servidores de rede. A Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira estão realizando um estudo fi nal com base na citada distribuição e pelo que indicam também apóiam que tal implantação seja realizada.

REFERÊNCIAS

Copyright © 1996 - 2009 Free Software Foundation, Inc. Disponível em: <http://www.gnu.orh/licenses/translations.html>. Acesso em 14 Mar 2009.

Copyright © 1997-2009 SPI - Software in the Public Interest, Inc. Contrato Social Debian. Disponível em: <http://www.debian.org/social_contract>. Acesso em 14 Mar 09

Copyright © 1997-2009 SPI - Software in the Public Interest, Inc. Disponível em: <http://www.debian.org/releases/testing>. Acesso em 14 Mar 09.

Copyright © 1997-2009 SPI. Debian é uma marca registrada da Software in the Public Interest, Inc. Disponível em: <http://www.debian.org/partners>. Acesso em 14 Mar 09.

FILHO, João Eriberto Mota - 1998-2009. Disponível em: <www.eriberto.pro.br> Acessado em 14 Mar 09.

MELO, Ednei Pacheco de. Conhecimentos Gerais. Copyright (c) 2002-2007. Disponível em: <http://www.pathname.com/fhs>. Acessado em 14 Mar 2009.

RIBEIRO, Michelle. Uma Breve História do Debian. Disponível em: <http://www.debian.org/doc/manuals/project-history> acessado em 21Mar 2009.

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BANCO DE DADOS TEMPORAL

Denilson Donizetti [email protected]

Adjeryan Cartaxo de [email protected]

RESUMO

A utilização de bancos de dados temporais é objeto de estudo à vários anos, isto se deve à grande necessidade de manter armazenadas informações históricas dos aplicativos das mais variadas áreas como; contábil, fi nanceira (bancos e bolsa de valores), médica, de reservas (hospedagens e viagens), geográfi ca ou SIG (Sistemas de Informação Geográfi ca), acadêmica. Os SGBDs (Sistemas Gerenciador de Banco de Dados) convencionais podem ser utilizados para este propósito desde que haja um mapeamento adequado entre o modelo temporal e o banco de dados escolhido. Quando este enfoque é utilizado, especial denotação deve ser dada à representação das regras. A existência de um banco de dados deve ser garantida através destas regras, em diversos níveis: consistência de dados, transações válidas, integridade e transições de estados.

Palavras-chave: SGBD. Banco de Dados Temporal. Implementações.

ABSTRACT

The use of temporal databases is subject to several years, this due to the great need to maintain historical information stored many applications areas such as; accounting, fi nancial (banks and stock), medical, hotel (hotel reservations and travel), geographical or GIS (geographic information systems), academic. The conventional DBMSs (Systems Database Manager) can be used for this purpose provided that there is a mapping between the time pattern and the chosen database. When this approach is used, particular denotation must be given to the representation of the rules. The existence of a database must be ensured through these rules, at various levels: data consistency, integrity, transactions valid and state transitions.Keywords: RDBMS. Temporal database. Implementations.

1 INTRODUÇÃO

Um banco de dados pode ser classifi cado sobre várias características e conceitos. Este visa apresentar os conceitos de um banco de dados temporal. Um banco de dados é dito temporal, em um sentido mais amplo, quando possui na organização de suas informações algum aspecto de tempo (ELMASRI; NAVATHE, 2005).

Os bancos de dados convencionais armazenam as informações do mundo real num dado momento,

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ou seja, mantêm apenas as informações correntes, porém, grande parte das informações mantidas num banco de dados são freqüentemente atualizadas, por exemplo, os dados cadastrais de um cliente, funcionário ou paciente, podem assumir vários atributos diferentes, como o endereço, o salário, os dependentes, o último atendimento, entre outros, estão sempre sendo atualizados. Nos bancos convencionais ou instantâneos, este histórico dos objetos é descartada. A constatação de que os dados evoluem, pois estão sempre sendo atualizados, e o valor que estas informações podem ter, levou a criação e um crescente interesse na implementação de sistemas de dados temporais que permitem manter armazenados todos os valores de dados defi nidos.

Segundo Edelweiss (1994), os Bancos de Dados Temporais permitem armazenar todos os estados de uma aplicação (presentes, passados e futuros), registrando sua evolução ao passar do tempo. Informações temporais são associadas implicitamente aos dados pelo SGBD (Sistema Gerenciador de Banco de Dados), de forma transparente ao usuário, correspondendo ao tempo de transação (tempo em que o fato é registrado no banco de dados), ao tempo de validade (tempo em que o valor é válido no banco de dados) e tempo defi nido pelo usuário (propriedades temporais defi nidas explicitamente pelos usuários e manipuladas pelo programa aplicativo).

Ao implementar o modelo de dados temporal a uma aplicação, não obriga, necessariamente, a utilização de um SGBD específi co para o modelo, é possível utilizar um SGBD convencional, desde que exista uma mapeamento adequado e seja observada as regras, entre os BD (Banco de dados) Temporal e o escolhido para ser utilizado. Um BD temporal pode ser implementado sobre um BD relacional, orientado a objetos, objeto-relacional e outros. Conforme o BD utilizado deve ser observada e preservada suas características, bem como, as regras que regem cada BD.

A consistência de um BD convencional, deve ser assegurada através da defi nição de regras, as quais controlaram a integridade e a evolução dos dados. As regras são tratadas de formas diferenciadas de acordo com o BD utilizado, pois cada um possui características e enfoques diferentes.

Apesar da substancial atividade de pesquisa e dos requisitos temporais das aplicações citadas, não há um SGBD Temporal comercial. Há um embaraço na literatura de BD temporal: não há um consenso comum aceito em modelo de dados ou linguagens de consulta que servirão de base para projetos de BD temporal e otimização de consultas temporais. Em um nível mais fundamental, a terminologia de BD temporal é altamente não padronizada. Não existe uma infraestrutura comum para a pesquisa em BD temporal (OLIVEIRA, 2009).

Quando utilizados BD temporais, as regras deverão, adicionalmente, tratar das informações temporais implícitas. A manipulação de dados (inserção, remoção e atualização) em um BD temporal é, sem dúvida, o conceito que agrega maior valor em nível de complexidade. Este fato ocorre devido às diferentes formas com as quais devem ser tratadas as informações, segundo o tempo em que elas se encontram. O sucesso da gerência de dados é assegurado por regras específi cas de integridade e transições de estados somadas à manipulação dos tempos de validade e transação (EDELWEISS; OLIVEIRA, 1994).

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2 BANCO DE DADOS TEMPORAL

De acordo com (EDELWEISS, 1994) na representação de informações históricas, os BD foram classifi cados em:

Bancos de Dados Instantâneos (snapshot); é correspondente aos BD convencionais, pois mantêm apenas a informação atual, ou seja, se alterar uma informação, a antiga é sobrescrita pela nova.

Figura 1 – Banco de Dados Instantâneo (EDELWEISS, 1994)

Bancos de Dados de Tempo de Transação (rollback); os quais associam aos dados apenas ao tempo em que a informação foi inserida no banco de dados, recuperando somente o passado e o presente das informações.

Figura 2 – Banco de Dados de Tempo de Transação (EDELWEISS, 1994)

Caso o dia em que foi processada a alteração do novo salário não coincida com a data que começa sua validade, a data de validade pode ser lançada como um atributo especifi co, como mostra a fi gura 3.

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Figura 3 – Banco de Dados de Tempo de Transação (EDELWEISS, 1994)

Bancos de Dados de Tempo de Validade (histórico); que associam aos dados o tempo em que a informação será valida no banco de dados, possibilitando a recuperação tanto do passado quanto do presente e do futuro das informações.

Figura 4 – Banco de Dados de tempo de Validade (EDELWEISS, 1994)

Bancos de Dados Bitemporais (temporais); que associam tempo de transação e tempo de validade aos dados, permitindo a recuperação de todos os estados das informações.

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Figura 5 – Banco de Dados Bitemporais (EDELWEISS, 1994)

Três tipos de ordens de tempo; tempo linear, tempo ramifi cado e tempo circular.

Tempo linear; possui uma ordenação entre dois pontos diferentes no tempo onde t < t’ ou t’ < t, o intervalo será o selecionado pelo SGBD como mostra a fi gura 6.

Figura 6 – Tempo Linear (LEVANDOWSKI, 2006)

Tempo ramifi cado; dois ou mais pontos podem ser sucessores ou antecessores de um determinado ponto no tempo onde poderá ainda ser classifi cado como; ramifi cado no passado e linear no futuro, ramifi cado no passado e no futuro ou linear no passado e ramifi cado no futuro como mostrado na fi gura 7.

Figura 7 – Tempo Ramifi cado (LEVANDOWSKI, 2006)

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Tempo circular; para eventos e processos que se repetem em ciclos, como por exemplo, estações do ano, ciclo para plantio, datas comemorativas do ano, períodos de promoção de uma loja entre outros. Na fi gura 8, abaixo temos como exemplo o ciclo anual produção de mudas de plantas.

Figura 8 – Tempo Linear (LEVANDOWSKI 2006)

IMPLEMENTAÇÃO 3

A implementação de BD temporais em SGBD convencionais deve-se à inexistência de um SGBD totalmente temporal. Algumas implementações de BD temporais em SGBD relacionais e orientados a objetos já furam realizadas. Estas implementações, geralmente, estão baseadas em modelos de dados já publicados na literatura. As implementações possuem características distintas e buscam armazenar as informações em seus diferentes estados: passado, presente e, em alguns casos, futuro.

Ao implementar uma extensão (thread) de eventos temporal com embasamento em conteúdo sobre dados primitivos, ao detectar um evento temporal será disparada as regras correspondentes. Assim omite-se a defi nição da condição, que passa a ser entendida como verdadeira, logo, a ação será sempre executada.

Com a extensão é possível armazenar e executar regras detectadas por eventos temporais a partir da sintaxe: EVENTO_TEMPORAL <”nome_do_evento”> QUANDO <”DD-MM-YYYY HH:MM:SS”> EXECUTA <”função_SGBD”> Sintaxe do comando para execução da extensão desenvolvida. O objetivo desta extensão, como explicado anteriormente, é basicamente executar uma função no banco de dados. A princípio, a extensão permanecerá em constante verifi cação do relógio do sistema, até que o tempo determinado seja alcançado.

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Figura 10 – Esquema gráfi co do modelo da extensão.

3.1 MODELOS DE SÉRIES DE TEMPO

Time Series Cartridge é uma extensão do SGBD Oracle, que foi inserida a partir da versão 8 para possibilitar o armazenamento e a recuperação de dados temporais (Oracle8i, 2002). É formado por um conjunto de procedimentos, funções e objetos com características próprias, que foram adaptadas ao modelo relacional. Uma série de tempo é o conjunto de dados de entrada de rótulos temporais (timestamps). Cada atributo ou coluna em uma tabela tem associado um rótulo temporal, uma marca que situa o dado ou objeto no tempo.

(EDELWEISS, N. [1]. 1994) O Time Series utiliza conceitos próprios para tratar informações temporais. Aplicações de BD temporais são implementadas de duas formas: com o uso de calendários ou sem calendários. Calendários são objetos do Time Series que permitem vincular as informações a datas ou a períodos de tempo defi nidos. O uso de calendários é necessário quando o rótulo temporal não tiver um padrão ou quando este padrão não estiver correto. Toda série de tempo que não é associada a um calendário é chamada de série de tempo irregular. Freqüentemente em séries de tempo irregulares os dados chegam de formas imprevisíveis, podendo ocorrer longos períodos sem inserção de dados ou sendo inseridos a todo o momento. Utilizam-se calendários quando for conhecido o momento da inserção dos dados, através de intervalos de tempos pré-defi nidos associados a um rótulo temporal padrão. Os calendários são utilizados também para validar a inserção de dados, defi nindo períodos, datas limites e datas não válidas para a inserção, como feriados, por exemplo.

3.2 MAPEAMENTO NO MODELO TF-ORM

Como descrito por Edelweiss, a implementação do modelo temporal TF-ORM no SGBD ORACLE é

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realizada, mapeando-se todos os atributos estáticos (de um papel ou classe do modelo TF-ORM) para uma mesma tabela (tabela base) e cada atributo dinâmico para uma tabela a parte. É importante ressaltar, que deve ser criado um atributo especial, por tabela, que determine o estado dos objetos. Este estado terá seu conteúdo alterado de acordo com as transições realizadas.

Para realizar o mapeamento das regras de integridade do modelo TF-ORM para o SGBD Oracle, utiliza-se a própria defi nição de restrições do SGBD. Estas incluem as seguintes restrições: primary key (chave primária – mantém valores únicos para o atributo, bem como, não permite a inclusão de nulos), foreign key (chave estrangeira – verifi ca se o valor referido ao atributo já foi inserido na tabela base – tabela origem), not null (valores nulos – não os permite), unique (valores únicos – os valores incluídos neste atributo devem ser únicos na tabela) e check constraints (regra de consistência de valores). Estas restrições são criadas sobre os atributos desejados quando da criação da tabela (EDELWEISS, 1994).

Pode ser necessário a implementação de gatilhos (triggers), caso não sejam sufi cientes as restrições de integridade do Oracle. Gatilhos são rotinas que se disparam se executada determinada operação de atualização em algum de seus atributos.

Nota-se que mais complexas que as regras de integridade, as de transição de estados exigem maior análise. Toda regra de transição de estados no modelo TF-ORM, será representada através dos gatilhos. Tal sequência deve obedecer à descrição da regra. Por exemplo, caso exista uma regra que determine que um objeto terá seu estado alterado após uma operação de atualização em algum de seus atributos, o gatilho correspondente deverá descrever fi elmente esta restrição (EDELWEISS, 1994).

4 ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA IMPLANTAÇÃO

São aspectos fundamentais, (EDELWEISS, 1998), “O conceito de BD Temporais supõe, que o conceito seja implícito”. Segundo, acrescentar suporte temporal a um SGBD ocasiona um impacto importante sobre todos os seus componentes. A arquitetura simplifi cada de um SGDB convencional, apresentada na fi gura 11, o administrador do banco de dados (DBA) e a sua equipe projetam um BD, gerando o esquema conceitual físico. Este esquema, expresso em uma linguagem de defi nição de dados (DDL), é processado pelo compilador desta linguagem e armazenado no catálogo do sistema. Por sua vez, preparam suas consultas, e as submetem ao processador de consultas. Cada consulta é inicialmente, analisada léxica e sintaticamente, com base nas informações que constam do catálogo do sistema, sendo depois, para que sua execução seja efi ciente. Um plano de avaliação da consulta é enviado ao avaliador da consulta. Enquanto a consulta está sendo avaliada, este componente acessa o BD através do gerenciador de dados armazenados, o qual implementa o controle de concorrência, gerenciamento das transações realizadas diretamente no BD, Recovery, bufferinge e métodos de acessos a dados.

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Figura 11 – Arquitetura Simplifi cado de um SGBD tradicional (TANSEL, 1993).

5 GERÊNCIA EM UM BANCO DE DADOS TEMPORAL

Quando uma determinada informação é inserida no BD temporal, devem existir mecanismos capazes de fornecer os rótulos temporais necessários. Pode haver necessidade de regras que visem manter a integridade destas informações que se referem a tempos de validade e/ou transação.

A operação de atualização deve considerar, em primeiro lugar, o tempo associado à informação (passado, presente e/ou futuro). Dependendo deste tempo, mecanismos diferentes devem ser criados para que se mantenha o estado consistente do banco de dados. Tais mecanismos referem-se a regras que restrinjam a atualização. Por exemplo, caso se deseje manter, sempre, o passado das informações, as regras devem ser implementadas de forma que não se permita a atualização do passado (EDELWEISS; OLIVEIRA, 1994).

Quanto à remoção, a solução para manter a história das informações e fazer com que tuplas que iniciaram sua validade no passado e que são válidas no presente sejam teoricamente removidas, é encerrar a sua validade, fazendo com que o atributo “data de validade fi nal” receba a data na qual a tupla deixará de valer. Quanto à remoção física de tuplas (“vacuuming”), pode ser um mecanismo importante quando se deseja excluir, do BD, informações muito antigas ou sem relevância para a aplicação.

A fi gura abaixo, mostra um exemplo com dados temporais: O registros 3, 4 e 5 comporta-se da mesma forma que as tuplas 1 e 2. O registro 6 informa a saída de um funcionário da empresa o seu valor de saída é atualizado e não é inserido um novo registro na relação. O contrário ocorre na sétima e última tupla onde é a admissão de um empregado e seu tempo fi nal está defi nido com o valor especial ATUAL (ELMASRI; NAVATHE,

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2005).

Figura 12 – Relação de Empregados por Função (ELMASRI; NAVATHE, 2005)

As atualizações podem assumir três tipos: proativa, retroativa e simultânea. As atualizações proativas ocorrem no banco antes que o evento ocorra no mundo real, ao contrário das atualizações retroativas que são persistidas em banco depois da ocorrência do evento. As atualizações simultâneas são as acontecem sobre um mesmo instante de tempo (ELMASRI; NAVATHE, 2005).

6 CONSISTÊNCIA EM BANCO DE DADOS

Um aspecto muito importante em BD é manter a consistência dos dados. Quando inserido uma ou mais dimensões temporais aos dados o SGBD deve garantir que estes permaneçam consistentes durante todo o ciclo de permanência da informação no BD. Segundo (Oracle8i, 2002), para que uma série de tempo seja consistente é necessário que as seguintes condições sejam verdadeiras:

todos os rótulos temporais sejam ordenados em ordem crescente;

não existam rótulos temporais duplicados;

todos os rótulos temporais tenham a mesma freqüência defi nida no calendário;

não exista rótulo temporal que não estão compreendidos entre a mindate e a maxdate defi nidas no calendário;

os dados da série de tempo sejam contíguos, ou seja, entre o maior e o menor valor do rótulo temporal deve haver dados para todos os valores válidos para rótulos temporais, mesmo que sejam nulos.

Assim como estas condições referem-se ao tempo de transação, deverão ser levadas em consideração no modelo conceitual a ser implementado. O Oracle Time Series não garante a consistência dos dados temporais. As regras de consistência podem ser quebradas a partir de ações conscientes ou ações acidentais de usuários. Um exemplo da possibilidade de perda da integridade dos dados em uma série de tempo é uma simples

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execução de um comando de exclusão de dados no meio de uma série de tempo. O Time Series Cartridge não faz restrição a este tipo de operação, sendo que qualquer outro tipo de controle de integridade pode ser feito através funções de usuários como gatilhos, ou funções próprias do Oracle (EDELWEISS, 1994).

Para realizar o controle de integridade, optou-se por associar gatilhos (triggers) nas operações de inserção, atualização e remoção de tuplas em todas as tabelas onde necessário. Desta forma, o controle de integridade foi realizado através de programação específi ca para cada tabela/aplicação, constituindo-se em uma solução correta, mas não genérica.

7 CONCLUSÕES

A utilização de controle temporal em BD tem se demonstrado cada mais importante e sua implantação mais requisitada e útil em aplicativos de variadas áreas. O controle destes dados podem ser implementados em SGBD como Oracle8i, citado neste artigo, que oferece adaptações (Time Series Cartridge) para dados temporais, mas também em SGBD convencional, desde que respeitando regras especifi cas desta implementação para cada SGBD.

A necessidade da criação destas regras, para preservar a integridade dos dados, principalmente quando operações de atualização e remoção são realizadas sobre as informações que podem admitir diferentes situações possíveis como o passado, o presente e o futuro e não só o momento da ação como ocorre nos BD convencionais.

As regras podem ser criadas através de recursos disponíveis do próprio SGBD, como; triggers, stored procedures e restrições de integridade (check contraints, primary key, foreign key, unique e not null), além de um atributo especial que deve ser criado sobre cada tabela, para representar o estado da instância em questão.

Observa-se que é muito importante que se defi na, ainda antes da modelagem e futura implementação, quais as operações serão possíveis sobre o BD a ser implementado, se sobre o passado, presente e/ou futuro.

Sabemos que informações temporais como, datas de validades, de nascimento, ultimas compras, datas de vendas, entre outras, são armazenadas em BD por variados aplicativos, porém muitos vezes, sem observar devidamente as regras que devem reger este tipo de controle, tornando em alguns casos estas informações inconsistentes.

Existe muito nesta área de dados temporais para ser pesquisado, discutido e testado, pois alem de como utilizar as regras, simplifi car sua utilização, diminuir volume de dados mantendo a integridade das informações, defi nir a melhor ferramenta para cada situação, são algumas das áreas que podem ser estudas.

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REFERÊNCIAS

ELMASRI, Ramez; NAVATHE, Shamkant B. 2005. Sistema de Banco de Dados. Revisor técnico Luíz Ricardo de Figueiredo. São Paulo: Pearson Addison Wesley. cap. 24, p. 552-561.

INFORMAÇÃO com Diversão. 2009. Representação de Dimensões Temporais. Disponível em: <http://informacaocomdiversao.blogspot.com/2009/04/banco-de-dados-temporal.html>. 18/08/2009.

OLIVEIRA, Rosiane Aparecida. 2009. Modelagem e desenvolvimento de um banco de dados temporal. Disponível em: <http://www.notapositiva.com/monograf/enginf/licencbach/014moddesbancdadtemp.htm>. Nota Positiva. Acesso em: 22 ago. 2009.

LEVANDOWSKI, Joel. 2006. Bancos de Dados Temporais. P. URI-Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Campus de Santo Ângelo - Ciência da Computação. Disponível em: <www.urisan.tche.br>. 18/08/2009.

EDELWEISS, Nina. 1994. Modelagem de aspectos temporais de sistemas de informação. Livro texto da Escola de Computação. 9. Recife: Universidade Federal de Pernambuco.

EDELWEISS, Nina; OLIVEIRA, José Palazzo M. 1994. Modelagem de aspectos temporais de sistemas de informação. Livro texto da Escola de Computação. 9. Recife: Universidade Federal de Pernambuco.

EDELWEISS, N. 1998. Bancos de Dados Temporais: Teoria e Prática. In: XVII JORNADA DE ATUALIZAÇÃO EM INFORMÁTICA, do XVIII Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Computação, v.2. Recife: Editora H.P. MOURA. Anais... p.225-282.

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INTEGRAÇÃO LDAP COM POSTFIX: UMA SOLUÇÃO ROBUSTA PARA SERVIDOR DE EMAIL.

Adjeryan Cartaxo de Freitas

[email protected]

James Mendes Miranda Martins

[email protected],

Resumo.

Este artigo tem como objetivo apresentar os conceitos principais do servidor de e-mail POSTFIX, integrado ao LDAP e courier-IMAP. O POSTFIX é uma das principais ferramentas MTA para implantação de servidores de e-mail. Além disso, será apresentado também conceitos da implantação do POSTFIX com LDAP em um ambiente Linux.

Palavras Chaves: LDAP, MTA, Serviço de Diretório, POSTIFIX.

Abstract.

This article aims to present the main concepts of the e-mail server Postfi x, integrated with LDAP and Courier-IMAP. The Postfi x is an MTA of the main tools for implementation of e-mail servers. Moreover, it will be also presented concepts of deploying Postfi x with LDAP in a Linux environment.

Key Words: LDAP, MTA, Directory Service, POSTIFIX.

1. Introdução Em um mundo cada vez mais globalizado, é de ordem crescente a construção de infra-estrutura para sistemas robustos com o objetivo de integrar e facilitar a interação entre negócios e pessoas ao redor do mundo. Geralmente estes sistemas são compostos de modernos ambientes de computação que suportam vários tipos de aplicações e fornecem vários serviços. Tais aplicações de acordo com Dolbier (2003), muitas vezes, tem a característica de serem distribuídas interagindo com elementos da rede interna (Intranet) e externamente através da Internet. Desta forma, para que haja efi ciente interação, nesses tipos de ambientes existe a necessidade de vários serviços como: servidores resolução de nomes (DNS), serviços de arquivos, serviços de impressão, serviços de centralização dos dados como o diretório (LDAP), DHCP (Dynamic Host Confi guration Protocol), serviços de Web (Web Serving) e uns dos serviços principais para a comunicação dos usuários: servidor de correio ou e-mail. Cada serviço tem

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um peso crítico para infra-estrutura computacional. O serviço de e-mail, foco desse artigo, é uma aplicação de Internet que possibilita a comunicação de pessoas, organizações e até transações em negócios ao redor do mundo. Desta forma, possui um peso crítico principalmente para economia de muitas organizações ou corporações. O mecanismo que gerência todo o fl uxo dessa comunicação é chamado de MTA (Mail Transfer Agents). Esse aplicativo utiliza o protocolo SMTP (Simple Mail Tranfer Protocol) que é responsável por armazenar, enviar, receber as mensagens de e-mail em tempo integral. Localmente as mensagens podem ser guardadas por programas clientes de e-mail que utilizam os protocolos IMAP4(Internet Message Access Protocol) e POP3(Protocolo de Correio Eletrônico), Ferreira (2003). Segundo Tuttle (2003), para uma melhor administração e um gerenciamento com menos custos em ambientes computacionais que necessitam de vários serviços como e-mail, informações dos serviços e usuários, recursos e acesso a objetos existe a necessidade de uma aplicação que organize estes dados e informações de forma consistente. Muitas dessas informações tem a propriedade de serem compartilhadas entre várias aplicações ou até com atributos de segurança ou acesso autorizado. Com esses conceitos, podem-se organizar todos esses dados através de um serviço de diretório. Nas próximas seções serão apresentados os principais conceitos e como funciona a integração do serviço de diretório LDAP. Na seção 3 será tratado o foco principal desse artigo que é o servidor de e-mail POSTFIX. Logo depois será apresentado um dos mais importantes protocolos de representação de mensagens de um servidor de e-mail.

2. BASE LDAPLDAP (The Lightweight Directory Access Protocol) ou protocolo leve de acessos à diretórios. Como o próprio nome sugere, é um protocolo de rede que utiliza um serviço de diretório para armazenar informações. Afi rma Tuttle (2003), que o LDAP é um padrão aberto que facilita de forma fl exível o compartilhamento, manutenção e gerenciamento de grandes volumes de informações de maneira consistente. Esse protocolo defi ne um método padrão de acesso de atualização de informações dentro de um diretório. Está largamente difundido através de várias aplicações na Web, Intranetes, navegadores, servidores IMAP, bancos de dados, corporações, linguagens, oferecendo assim um suporte a LDAP para vários aplicativos. O LDAP foi originalmente cliente para o X.500, o serviço de diretório baseado no modelo OSI. O X.500 defi ne o Protocolo de Acesso a Diretório (DAP) para que os clientes utilizem quando estão em contato com servidores de diretório. De acordo com Filho (2004), o LDAP trabalha na camada de aplicação da pilha TCP/IP, como qualquer outro protocolo: SMTP, Telnet, FTP (File Transfer protocol), http e outros. Esse protocolo permite o acesso às informações contidas em um diretório, defi nido como uma espécie de “livro de endereços” da empresa. Você pode fazer uma analogia com o SQL, que é uma linguagem de consulta a bancos de dados relacionais, mas o LDAP defi ne não só a linguagem de consulta como também o protocolo de rede que transporta as requisições e respostas do cliente para o servidor. Ao contrário de um banco relacional, que necessita de uma biblioteca específi ca para

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implementar o seu protocolo de rede, qualquer cliente LDAP pode obter informações em qualquer servidor de diretório LDAP, já que o protocolo foi padronizado pelo IETF. Para uma melhor compreensão, Tuttle (2003) descreve que um diretório é uma lista de informações organizada ou catalogada em uma ordem sobre objetos, e que fornecem o acesso aos dados dos objetos. Diretório permite que usuários ou aplicações possam encontrar recursos no ambiente com características necessárias para um tipo de tarefa particular. Entretanto esse diretório é semelhante a um banco especializado ou chamado de repositório de dados mais voltado para pesquisa e leitura. Ou seja, o usuário pode requisitar uma informação sobre seu e-mail ou endereço. Lozano (2002) ressalta que uma característica importante é a integração com outros serviços. O LDAP complementa a infra-estrutura de redes, fornecendo novos recursos e especialmente maior integração, diferentemente dos do comportamento de outros protocolos e linguagens estabelecidos como SNMP, HTTP, SMTP, IMAP ou SQL. A fi gura 1 representa essa característica. A integração com outros tipos de serviços oferece a vantagem de centralização da informação podendo assim minimizar os custos de administração e gerenciamento, não possuir dados redundantes e garantia da segurança com um controle melhor.

Figura 1. Integração da base LDAP Dentro de uma ambiente computacional os tipos de informações podem ser de muitos tipos em relação ao serviço de diretório. Essas são organizadas de forma hierárquica. Veja fi gura 2.

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Figura 2. Estrutura Hierárquica

De acordo com Filho (2004), o LDIF (Lightweight Data Interchange Format) é um formato texto de intercâmbio de informações para o LDAP. Tal formato foi defi nido para entrar com dados específi cos da corporação e exportar para um arquivo texto.Exemplo: dn: cn=James Mendes, o= labcom, c=comobjectclass: person (entradas especiais que defi nem os níveis da árvore)cn: James Mendescn: James

sn: Mendes

As entradas no formato .ldif devem corresponder a estrutura hierárquica. A primeira entrada irá ser o topo da organização (top.ldif) que é o domínio(dc=dominio, dc=com). As outras entradas correspondem aos demais níveis e subníveis da árvore hierárquica. Essas entradas são escritas em um editor de texto comum como o vi (UNIX) ou edit (windows) e gravado com a extensão ldif. E com o comando de adição ldadadd incluímos essa entrada no banco de dados do openldap.

ldapadd -f entrada.ldif -x -D ”cn=client,dc=department,dc=offi ce” -W

3. POSTFIX: IBM SECURE MAILER3.1 IntroduçãoO Postfi x MTA é um servidor de e-mail seguro que utiliza o formato Maildir para a integração com o Courier-IMAP. De acordo com Michellis (2004), o objetivo principal do desenvolvimento do Postfi x era substituir o Sendmail, e que fosse rápido, fácil de administrar e seguro. O Postfi x é um projeto Open Source bancado pela IBM, mantido e criado por Wietse Venema. A instalação do Postfi x pode substituir o Sendmail sem alterações signifi cativas no sistema, e transparente para o usuário fi nal. As bases de usuários e bases de correio são por padrão as mesmas. Tendo os arquivos de confi guração mais simples e objetivos, sendo suas variáveis e opções

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para as confi gurações intuitivas e fáceis de entender. O projeto Postfi x teve como autor Wietse Venema, Ph.D em Física pela Groningen University na Holanda e Viktor Duchovni e Ralf Hildebrandt que contribuíram com o desenvolvimento do Postfi x. Quanto a IBM, colocou o software sobre sua licença: “IBM PUBLIC LICENSE VERSION 1.0 - SECURE MAILER”, que por ser um tanto confusa com relação a licença Open Source comum, impediu que o Postfi x fosse adotado como servidor de e-mail padrão. Essa licença é uma versão modifi cada da BSD, que para se proteger de possíveis processos, adicionou uma cláusulas quanto a distribuição em forma binaria e “patcheada” do Postfi x, evitando parceiros legais segundo a versão original do BSD, por isso o Postfi x não foi incluído no OpenBSD, Michellis (2004). Na próxima seção será introduzido os conceitos principais de MTA Postfi x.3.2 MTA (Mail Transfer Agent)Um serviço de e-mail envolve, segundo Dolbier (2003), basicamente o transporte de mensagens de um sistema para outro e o armazenando dessas mensagens até que sejam lidas pelos usuários. Entretanto, para que o envio dessas mensagens aconteça é preciso diferentes tipos de tecnologias no transporte da mensagem até o seu destino. Um dos principais mecanismos que fazem esse trabalho é um agente de transferência de e-mail (MTA). Um MTA é um programa que transporta os e-mails de um servidor à outro servidor. Comparando com o meio de comunicação normal é como se fosse o local onde são de onde as mensagens (e-mails) são enviadas para o destino (Internet). O agente MTA verifi ca se o e-mail está corretamente formatado e envia ao destinatário. Desse modo, quando o MTA envia algum e-mail, é verifi cado o remetente e o receptor das mensagens através do cabeçalho do e-mail. O próximo estágio o agente passa o e-mail para outro MTA ou outro tipo de agente, um MDA (Mail Delivery Agent) que gerencia e-mail locais. Um MTA possui algumas regras para tomar decisões de roteamento de e-mails:

Se um receptor indica uma mensagem para MailBox local, a mensagem é passada para esse MailboxSe a mensagem é inválida, a reenviada para o remetente.Se uma mensagem é válida, mas não é local, a tomada de decisão é feita através do serviço de DNS verifi cando quais servidores aceitam aquela mensagem de acordo com o registro.

3.3 Arquitetura do POSTFIXDe acordo com Michellis (2004) a arquitetura interna funciona com a relação entre processos “pai-fi lho”, e de maneira cooperativa. As tarefas são independentes umas das outras provendo serviços entre si. O processo principal que apenas administra os outros “daemons” do Postfi x é chamado de “master” que: carrega o “smtpd” dando suporte a porta SMTP, para a manipulação dos endereços de correio mantém sempre rodando o “trivial-rewrite”; carrega também o “qmgr” que gerencia a fi la de e-mails ainda não entregues, e o “pickup” que manipula as novas mensagens e as redireciona na fi la de entrega. Além de administrar os “daemons” o “master” uma cache destes “daemons” que reutiliza processos ou remove-os se entrarem em um tempo específi co de ociosidade, mantendo assim sob controle todo o sistema, impedindo processos desnecessários no momento. Com privilégios de root, o “master” pode mudar de usuários e ouvir a porta 25 que é privilegiada, mas não tem contato direto com nenhum outro processo ou mundo exterior, apenas carregando ou descartando outros processos que estão em

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ambiente sem privilégios.

3.4 Implementação POSTFIX

a)-Descompactar o pacote.

# tar -xzvf postfi x-2.1.4.tar.gz

b)-A instalação do Postfi x com suporte ao Ldap é feita através do comando:

#make makefi les CCARGS= “-I/usr/local/ldap/include -hdas_ldap” \ AUXLIBS= “-N/usr/local/lib/libdb.so – lldap –L /usr/local/lib – llber – lpthread ”

c)-Arquivos de confi guração: O Postfi x basicamente contém dois arquivos para a confi guração, além dos

demais arquivos permitirem a confi gurações a parte como restrições a domínios. Os arquivos principais são:

- master.cf: (/etc/postfi x/master.cf) : gerência número de processos do serviço - main.cf: (/etc/postfi x/main.cf) : arquivo de parâmetros.

#Main.cf# See /usr/share/postfi x/main.cf.dist for a commented, more complete version

###########################################################

# Confi guração Postifi x Three.Soul

############################################################ Banner do Postfi x smtpd_banner = $myhostname ESMTP $mail_name (Debian/GNU) ###########################################################

# Alerta de atraso de e-mail delay_warning_time = 4h# Confi gurações principais# Parâmetros: ########################################################## biff = no myhostname = department.offi ce //nome do servidor e-mail mydomain = department.offi ce //nome do domínio mynetworks = 192.168.37.0/24 // rede do postfi x myorigin = /etc/mailname mydestination = $myhostname localhost.$mydomain, localhost, $mydomain, mail.$mydomain, www.$mydomain, ftp.$mydomain

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alias_maps = hash:/etc/aliases // relay_domains = $mydomain relayhost = inet_interfaces = all alias_database = hash:/etc/aliases

mail_owner = postfi x //Usuário utilizado(Postfi x)

default_privs = vmail # Mapeamentos locais dos Usuários local_recipient_maps = $alias_maps $virtual_mailbox_maps recipient_delimiter = +

# Diretórios ########################################################### command_directory = /usr/sbin confi g_directory = /etc/postfi x daemon_directory = /usr/lib/postfi x program_directory = /usr/lib/postfi x queue_directory = /var/spool/postfi x manpage_directory = /usr/local/man readme_directory = no html_directory = no# Diretório para armazenar os e-mails mail_spool_directory = /var/spool/mail # Resposta para usuarios: unknown_local_recipient_reject_code = 500# Formato da Caixa de E-mail home_mailbox = Maildir# Defi ne o método de transporte das caixas postais mailbox_transport = virtual: mailbox_command = /usr/bin/procmail mailbox_command_maps = ldap:accounts# Confi guracao Maps Virtual# Mapeia as contas de e-mails virtual_maps = ldap:accountsmap# Mailbox Virtual das contas de e-mail virtual_mailbox_base = / virtual_mailbox_maps = ldap:accounts# Tamanho da caixa de usuário mailbox_size_limit = 51200000 # Tamanho máximo da mensagem Message_size_limit = 10240000# Nivel de debug debug_peer_level = 2 debugger_command =PATH=/bin:/usr/bin:/usr/local/bin:/usr/X11R6/bin xxgdb $daemon_directory/$process_name $process_id & sleep 5# Newaliases(lugar dos apelidos de e-mail) new_aliases_path = /usr/bin/newaliases# Caminho do Mailq

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mailq_path = /usr/bin/mailq# Grupo PosTfi x setgid_group = postdrop# Diretorio de exemplos sample_diretory = /etc/postfi x/# Numero máximo de destiário no e-mail smtpd_recipient_limit = 100# Abilita RFC 821 mail from e rcpt to(formato) strict_rfc821_envrlopes = yes# Path para Sendmail sendmail_path = /usr/sbin/sendmail manpage_directory = /usr/local/man # UID/GID do usuário (nº usuário do sistema /etc/passwd) ###################### virtual_uid_maps = static:1000 virtual_gid_maps = static:1000 virtual_maildir_extended = yes# Integração com a base LDAP ################################################## accountsmap_server_host = 192.168.37.34 accountsmap_bind_dn = cn=root,dc=department,dc=offi ce accountsmap_bind_pw = x321* accountsmap_search_base = dc=department,dc=offi ce accountsmap_query_fi lter =(&(objectClass=qmailUser) (mailAlternatAddress=%s)) accountsmap_result_attribute= mail accountsmap_bind = yes # Pesquisa o endereço de e-mail de roteamento# e retorna do o valor mailMessageStore, onde as mensagens# vão fi car armazenadas.# Pesquisa de endereço de e-mail para armazenamento ######################################################################### accounts_server_host = 192.186.37.34 //identifi cação do servidor accounts_bind_dn = cn=root,dc=department,dc=offi ce //nome do dominio accounts_bind_pw = x321* //senha accounts_search_base = dc=department,dc=offi ce //nome da base accounts_query_fi lter =(&(objectClass=qmailUser)(mail=%s)) accounts_result_attribute = mailMessageStore accounts_bind = yes

4. Courier-IMAP

IMAP (Internet Message Access Protocol) é um protocolo robusto que defi ne o armazenamento das mensagens e-mail tanto do cliente como no servidor. Em outras palavras, o protocolo IMAP permite um programa de e-mail cliente acesse o armazenamento de mensagens remotas como se fosse local IMAP (2004). Para o acesso ao armazenamento de mensagens remotas existem três diferentes métodos: Off-line, On-line e desconectado. Na operação off-line, o programa cliente, ou o agente de usuário de e-mail (MUA), busca as mensagens de servidor de e-mail para a máquina onde está rodando o programa agente do usuário, e depois

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apaga do servidor as mensagens. O método de on-line, as mensagens são acessadas, sem a transferência para a máquina cliente, e manipuladas remotamente pelo programa de e-mail do cliente. Já a operação desconectado o cliente de e-mail conecta o servidor de e-mail, faz uma cópia (cache) das mensagens escolhidas, e desconecta-se novamente do servidor de e-mail. Depois há uma “re-conexão” para que haja a sincronização com o servidor. Ambos os métodos on-line e desconectado deixam as mensagens no servidor facilitando assim o acesso de pessoas em máquinas ou lugares diferentes e a qualquer hora Grey (2004). O Courier-IMAP prove um servidor de IMAP de forma rápida, segura e confi ável. Ele possibilita o acesso as mensagens no formato Mailbox Maildir através dos protocolos IMAP e POP. A autenticação e informação dos usuários é feita através do LDAP que é suportado pelo Courier-IMAP. Tanto o Postfi x como o Courier acessam a base LDAP. Na fi gura 3, é mostrado de acordo com Dolbier (2003) o funcionamento dessa integração:

Figura 3. Funcionamento Postfi x, LDAP e CourierAs confi gurações explicadas abaixo tratam da implementação integrando o Postfi x e Courier-IMAP.a)-Instalação: o diretório padrão de instalação do courier a seguir, /usr/lib/courier-imap, e os arquivos de confi guração fi cam no seguinte diretório /usr/lib/courier-imap/etc # tar -xvjf courier-imap-1.6.1.20021124.tar.bz2 (Com usuário normal) #./confi gure #make #make install (Com usuário root)

b)- Copiar os arquivos de confi guração padrão # cd /usr/lib/courier-imap/etc # for foo in *.dist; do cp $foo `basename $foo .dist`; done

c)- Editar as confi gurações do courier Arquivo: authdaemonrc authmodulelistorig=”authldap” authmodulelist=”authldap” version=”authdaemond.ldap”

d)-Arquivo: imapd

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IMAPDSTART=YES Arquivo: pop3d POP3DSTART=YES

e)- Arquivo: authldaprc # Defi nições do servidor LDAP e usuário p/ conexão ao servidor LDAP_SERVER localhost LDAP_PORT 389 LDAP_BASEDN dc=dominio,dc=com,dc=br LDAP_BINDDN cn=courier,dc=dominio,dc=com,dc=br LDAP_BINDPW senha-ldap# UID/GID dos e-mails virtuals (Usuário vmail) LDAP_GLOB_UID 240 LDAP_GLOB_GID 240# Filtro da pesquisa ldap LDAP_FILTER (objectClass=qmailUser)# Atributo utilizado para as pesquisas de login LDAP_MAIL mailAlternateAddress# Dominio padrão LDAP_DOMAIN dominio.com.br# Atributo da localização do maildir LDAP_MAILDIR mailMessageStore# Atributo de localização do diretório dos usuários LDAP_HOMEDIR mailMessageStore# Atributo da senha do usuário LDAP_CRYPTPW userPassword

f )-Inicializar os serviços do imap e pop3: #!/bin/bash case “$1” in start) echo “$0 Inicializando” /usr/lib/courier-imap/libexec/imapd.rc start /usr/lib/courier-imap/libexec/pop3d.rc start ;; stop) echo “$0 Finalizando” /usr/lib/courier-imap/libexec/imapd.rc stop /usr/lib/courier-imap/libexec/pop3d.rc stop ;; echo “$0 start/stop”;;

6. Conclusão O processo histórico do desenvolvimento da tecnologia proporciona cada vez mais transformações universais, introduzindo assim, novos valores para a vida das pessoas principalmente com novas formas de comunicação, como o instrumento da Internet, sites, redes e correio eletrônico. Dessa forma, aproximando pessoas, facilitando negócios e possibilitando uma integração a qualquer tempo e lugar através de ambientes e estruturas modernas que através de um conjunto de serviços aceleram a comunicação generalizada do crescente volume de usuários e informações existente em algum tipo de rede.

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7. Referências

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Gray, Terry (2004). “Message Access Paradigms and Protocols”, disponível em < http://www.imap.org/papers/imap.vs.pop.html > acessado em outubro 2004.

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Lozano, Fernando (2002). “Integração de Rede com Diretórios LDAP”, disponível em <http://www.revistadolinux.com.br/ed/025/assinantes/rede.php3> acessado em outubro de 2004.

Michellis, Deives (2004). “Introdução ao Mundo do Postfi x”, disponível em <http://www.unitednerds.org/thefallen/docs/index.php?area=Postfi x&tuto=Palestra-LinuxChix-2004 > acessado em outubro 2004.Sartini, Humberto S.(2003).“POSTFIX: Otimizando para Alto Tráfego”, disponível em <http://web.onda.com.br/humberto> acessado em outubro 2004.

Tuttle, S., Ehlenberger, A., Gorthi, R. (2003). “ IBM RedBook; Understanding LDAP: Design and Implementation, disponível em <http://www.ibm.com/redbooks> acessado em outubro 2004. Vriesman, Jeroen (2000). “Postfi x+LDAP+Courier-IMAP - Flexible mailsystem”, disponível em <http://www.postfi x.org/docs.html> acessado em novembro 2004.

Wanderley, Euricélia V., Moura, Maria T. (2000). “A Integração de LDAP e Certifi cados Digitais em uma Política de Segurança”, disponível em <http://www.rnp.br/newsgen/ 0011/ldap.html> acessado em novembro 2004.