ASSUNTO PF DE ÉTICA E LEGISLAÇÃO

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ASSUNTO PF DE TICA E LEGISLAO

AULA 01 TICA AULA 05 DIREITO DO TRABALHO 1, 2 e 3 PARTE. AULA 07 DANO MORAL AULA 08 NOES DE DIREITO AUTORAL AULA 09 CDIGO DO CONSUMIDOR

INTRODUO NECESSIDADE E MUTABILIDADE DO CONTROLE SOCIAL 1. A sociedade humana: generalidades O homem que nasce, cresce e vive em sociedade diferente daquele que se desenvolveria isolado do convvio de seus semelhantes. somente em contato com outros seres humanos que o indivduo se torna pessoa humana, capaz de levar dentro de si, simultaneamente, o individual e o coletivo. Assim, o comportamento social resultante da resposta dada pelo indivduo a vrios fenmenos extremamente complexo e s pode ser analisado tendo-se uma viso do ambiente onde a sua socializao se realizou. Note-se que, de modo constante, a pessoa est sendo estimulada por outras pessoas e objetos (cheios de informaes novas num ambiente de mudanas sociais frequentes), afora o prprio mundo constitudo de seus elementos fsicos. Ao lado dos elementos considerados pertencentes ao meio externo (mundo, pessoas, objetos-conhecimentos), esto outros, do mundo interno, que igualmente influenciam, e portanto condicionam, o comportamento social. Entre eles: substncias qumicas e as presses e distenses mecnicas do nosso organismo. Elementos esses, internos, que regulam a nossa temperatura e a nossa digesto. De sorte que, na fome, na sede ou no sono, por exemplo, estamos frente a estmulos provocados pelo meio interno. A medida que a pessoa humana se adapta continuamente, como um ser social, s exigncias do grupo de convvio, o seu comportamento se torna parecido ao dos outros membros e as expectativasde comportamento so possveis e a padronizao - embora relativa - se toma evidente. Temos ento o ajustamento do ser humano ao ambiente fsico (solo, clima etc.)r ao meio biolgico (plantas e animais), e ao ambiente social por ele criado. Porm, a conduta humana bem mais do que uma simples resposta a estmulos provocados por agentes dos meios interno ou externo. Ao atuar, o indivduo demonstra que a sua ao organizada e integrada, visando algum objetivo. Seus desejos, sentimentos e ideias desempenham papel importante, tornando mais individualizada a sua imagem do universo. Portanto, cada um v a seu modo. Pois uma srie de fenmenos entra em jogo e a seleo do conhecimento se constri individualmente. Tanto os fatores de estmulo como os fatores pessoais atuam na organizao da atividade de conhecer. Os estmulos determinam a nossa seleo de acordo com a frequncia, intensidade, movimento e

nmero dos objetos apresentados. Acrescentem-se aos fatores de estimulo os fatores pessoais, que, por sua vez, limitam e deformam os objetos. A sensibilidade de cada um em dada ocasio modifica a viso ou percepo individual. Por exemplo, a pessoa num momento de inquietao percebe as coisas de maneira diversa. Observando-se que o mundo do conhecimento vastssimo e de difcil padronizao absoluta por parte dos diferentes membros de at uma mesma coletividade, a nossa concepo se amplia e a nossa atuao pode tomar-se mais aberta. Transformar o indivduo - no incio acentuadamente um organismo vivo - em pessoa humana atividade fundamental da sociedade. Essa tarefa da sociedade humana relativamente fcil. Pois o viver em grupo natural ao homem. Desde cedo ele aprende a satisfazer suas necessidades dentro do grupo, com a aprovao social. E percebe tambm que a sua sobrevivncia se torna menosdificl quando existe a troca de servios e a colaborao no trabalho. Descobre ainda, bem cedo, o valor da reciprocidade. Assim, proteger-se, alimentar-se, vestir-se, educar-se, podem tornar-se coisas simples, rotineiras e institucionalizadas. Contudo, o ser humano no se prende ao j feito como um ser passivo. A sua capacidade criadora e/ou transformadora o impede de ser apenas um espectador. O progresso e as modificaes sociais so frutos diretos dessa no-passividadc. Demais, a complexidade nervosa do homo sapiens (isto , "homem que sabe"), possibilita aprendizagem bem maior do que a encontrada entre outras espcies, resultando dela um sistema social bastante complexo, composto de smbolos e cuja comunicao poder ocorrer em alto nvel de abstrao. O que no acontece entre os animais inferiores. Estes ltimos precisam do condicionamento de uma situao real. Nas sociedades animais os padres so fixados peia hereditariedade e a "diviso do trabalho levada a efeito pela especializao fisiolgica dos seus membros. Possui carter fundamentalmente biolgico, e por esse motivo d-se-lhe o nome de bissocial. (Davis. 1964:49) Ou. em palavras de Sebastio Vila Nova. "o comportamento dos animais no-humanos predominantemente padronizado pela herana biolgica, enquanto o comportamento humano sobretudo padronizado pela aprendizagem atravs da comunicao simblica." (Vila Nova. 1995:42) A sociedade humana tem por matria-prima indivduos de ambos os sexos, de idades diferentes e de tipos e graus de inteligncia e conhecimento distintos. E um grupo constitudo de pessoas que pertencem a uma s espcie, mas que. devido s suas diferenas, no podem pensar, sentir e querer da mesma maneira.

Entretanto, do interesse da sociedade que essas diferenas persistam at certo ponto: delas muitas vocaes nascem e as semelhanas e diferenas se completam, enriquecendo o todo social. Porm, pela permanncia como agregado Humano, as pessoas se acomodam mutuamente, criam normas e a conscincia de grupo surge, com base na preponderncia da semelhana. Segundo Ralph Linton "a sociedade um grupo de indivduos, biologicamente distintos e autnomos, que pelas suas acomodaes psicolgicas e de comportamento se tornaram necessrios uns aos outros, sem eliminar sua individualidade. Toda vida em sociedade um compromisso entre as necessidades do indivduo e as necessidades do grupo e tm a indeterminao e a instabilidade prpria das situaes desta natureza. As sociedades devern a sua existncia a uma combinao de fatores fsicos e psicolgicos". (Linton, 1956:128) Essa ideia de indeterminao. a que se refere classicamente Linton, retomada com nfase, nos Estados Unidos, a partir dos anos 70, pelos chamados "estudos juridcos crticos. ("critical legal studies"), infludos por ideologia esquerdista. Para essa corrente, contrariando o que pretende o formalismo tradicional dos estudos de direito, as decises juridcas sofrem indeterminao, na acepo de que no haveria sempre uma resposta adequada ao problema jurdico, em foco e de que se podem ter, com base na mesma legalidade, solues diversas e at contraditrias (cf. Farinas Dulce, in Arnaud e Dulce, 1996: 24-25; sobre o assnto, Carrino. 1992: l 15-153). A indeterminao social , contudo, relativa, e no absoluta. Da possibilidade humana de escolha autnoma entre alternativas no se segue necessariamente a impossibilidade de proposies deccrministicas sobre o social, mas apenas a dificuldade delas serem conseguidas. Da serem muito raras em Sociologia, pois afirmam uma relao "sempre" (se x ocorre, ento sempre y a consequncia) e no simplesmente uma relao estocstica (se x, provavelmente y). Tudo indica que vivel obter-se at mesmo uma lei cientfica geral e rigorosa de natureza determinstica sobre o movimento de aproximao e de afastamento no espao social, o que se ver adiante neste livro. No se devem confundir, na verdade, determinismo cientifico atual com exatido, que j no se pretende em cincia substantiva, em cincia que no seja meramente formal. Assim, as proposies de-terminsticas de qualquer cincia no deixam de ser probabilitrias. apenas seu grau de probabilidade muito alto (cf. para uma perspectiva diferente, Rhl, 1987: 121). O objeto da Sociologia estudar cientificamente - de uma maneira mais rigorosa, causal, quando possvel, ou de modo menos rigoroso -, os fatos sociais

em si mesmos, que so. justamente, em geral, tudo aquilo que resulta do interrelacionamento exteriorizado de plos mentais individuais. 2. Existncia do controle social Porque existem evidentemente no homem tendncias variadas, so

necessrias .regras de comportamento que normem de modo eficaz a conduta dos membros de um determinado grupo social. Sem pelo menos um mnimo de comportamento, reconhecido grupalmente como o adequado, no poderia existir um entendimento geral, que se revela atravs sobretudo de uma linguagem comum, na realizao efetiva de certos atos sociais. fato de observao corrente que o homem tanto tem capacidade para amar como para odiar. Nele existem impulsos para o considerado socialmente "bem" e para o considerado socialmente "mal. H diferenas observveis tambm de homem para homem quanto ao grau desses impulsos. Tendncias de um desses dois tipos bsicos slo encontradas em maior nmero em certos indivduos do que em outros. As diferenas e semelhanas se integram dinamicamente na constituio do todo individual e social. do interesse da sociedade que os seus membros adquiram uma maneira de vida uniforme pelo menos em relao a tudo aquilo que toca intimamente o coletivo. Assim, procura ela desenvolver entre os seus componentes o que se pode chamar de carter social. Cada sociedade, atravs de seus grupos de socializao, inculca nos indivduos os seus padres para maior homogeneidade social. Cada indivduo, sendo conhecedor dos modos de comportamento da sociedade da qual participa, estar ento sujeito em grande parte a satisfazer seus prprios desejos de acordo com os desejos da sociedade. Dessa maneira, os meios que o individuo utilizar estaro reconhecidos socialmente. Portanto, um requisisito bsico para a vida social um mnimo de padronizao nos pensamentos, nos sentimentos, e nas atividades dos membros de um grupo social. So vrios os processos sociais pelos quais pouco a pouco os padres de conduta so aceitos ou interiorizados. Seria impossvel existir uma ordem social qualquer sem haver entre as diferentes pessoas essa conformidade aos padres existentes. Mas a padronizao apenas reduz os limites das diversidades pessoais. Ela no elimina de modo total as diferenas individuais. Pois se todos fossem completamente idnticos, se a padronizao fosse perfeita, nenhuma recompensa se obteria das interaes sociais. A padronizao feita pelo grupo prepara os indivduos para funcionarem reciprocamente numa ordem social que composta no apenas de homens, mas

tambm de mulheres, no somente de jovens, mas tambm de adultos e crianas (Honigmann, 1954:220). Como se pode observar, a uniformidade no sentido restrito nunca pode ser conseguida. Essa uniformidade completa no pode existir porque h sempre diferenas fundamentais quanto ao sexo. idade, inteligncia, fora etc. H ainda as diferenas individuais, idiossincrticas, que servem para moldar as personalidades dos indivduos. Assim, almdas diferenciaes de sexo, idade, inteligncia etc., existe, dentro de cada uma dessas categorias, diferenas de indivduo para indivduo, dependendo das suas experincias. Nem mesmo os gmeos so identicamente iguais, devendo-se isso ao fato de que as experincias intra-uterinas podero no ter sido sempre as mesmas, como no so sempre as mesmas as experincias aps o nascimento. Mas a cultura no concernente s diferenciaes individuais e sim aos padres de comportamento compartilhados pelos indivduos. Contudo, do mesmo modo que o indivduo no pode deixar de sofrer as influncias da sociedade sobre seu comportamento, assim tambm a comunidade no pode de modo completo ignorar e deixar de sofrerias influncias causadas pelas diferenas individuais. Todo membro de qualquer sociedade est sujeito ao controle social do seu grupo. O desejo de obter um lugar na sociedade, um status social, faz com que cada um se submeta a padres do grupo, inclusive (e basicamente) a padres considerados jurdicos. Uma parte bastante grande do indivduo, muitos dos seus impulsos, esto em conformidade com o grupo a que pertence. Como se sabe, a sociedade significa uma interao social constante que resulta num sistema complexo de relaes. A participao passiva na sociedade no seno de alguns indivduos e. assim mesmo, no quanto a tudo.

ASPECTOS FILOSFICOS SOBRE A TICA. TICA um instrumento indispensvel da vida humana, pois dela derivam os costumes, as leis, o direito e a filosofia. Se originou do termo grego ethos, que significava principalmente, uso costumes, hbitos, carter. A tica grega fundou-se na busca da felicidade. Scrates refletiu sobre a natureza do bem moral, na busca de um princpio absoluto de conduta. Para Aristteles, o fim do homem a felicidade, a que necessria virtude, e a esta necessria a razo. Plato, discpulo de Scrates, colocava a busca da felicidade (Sumo BEM) como o centro das preocupaes ticas. Duas formulaes mais conhecidas: Nada em excesso Conhece-te a ti mesmo Na Idade Mdia, o pensamento tico passou a ser ligado religio, interpretao da bblia e teologia. A religio trs em si uma mensagem tica profunda de liberdade, de amor, de fraternidade universal. Estabeleceu muitas regras de conduta, trazendo, sem dvida, um grande progresso moral humanidade. Na Idade Moderna (1.600 ...) encontramos duas tendncias: 1. A busca de uma tica racional pura subjetividade humana; 2. Tentativa de unir a tica religiosa s reflexes filosficas. Ludwig Feuerbach (1804-1872): tentou traduzir a verdade da religio num estudo filosfico ao alcance de todos os homens instrudos. Teve muitos seguidores. Karl Marx - desenvolveu uma nova viso do mundo e da histria humana, que veio substituir a da religio: a moral revolucionria. A moral revolucionria foi muito influenciada pela tradio tica crist. O marxismo uma grande tradio de preocupaes ticas, onde persistem elementos do cristianismo. Temos as idias de Immanuel Kant, atravs da teoria da Concepo racionalista: da natureza humana que extramos as formas corretas da ao moral. Uma ao moralmente boa aquela que pode ser universalizvel. Ex.: a tortura. Sua teoria procura basear-se nas leis do pensamento e da vontade.

DA TICA E DA MORAL Muitos sabem, ou pelos menos intuem o que seja tica; todavia, explic-la tarefa difcil. Alm do mais, tentar defini-la seria nos privar de toda a amplitude de seu significado que pode ainda advir, fruto do desenvolvimento do pensamento humano. Etimologicamente, o termo tica deriva do grego ethos que significa modo de ser, carter. Designa a reflexo filosfica sobre a moralidade, isto , sobre as regras e os cdigos morais que norteiam a conduta humana. Sua finalidade esclarecer e sistematizar as bases do fato moral e determinar as diretrizes e os princpios abstratos da moral. Neste caso, a tica uma criao consciente e reflexiva de um filsofo sobre a moralidade, que , por sua vez, criao espontnea e inconsciente de um grupo. Pode ser entendida como uma reflexo sobre os costumes ou sobre as aes humanas em suas diversas manifestaes, nas mais diversas reas. Tambm, pode ser ela tida como a existncia pautada nos costumes considerados corretos, ou seja, aquele que se adequar aos padres vigentes de comportamento numa classe social, de determinada sociedade e que caso no seja seguido, passvel de coao ao cumprimento por meio de punio. Em suma, temos a tica como estudo das aes e dos costumes humanos ou a anlise da prpria vida considerada virtuosa. Pode ser considerada ainda como a parte da filosofia que tem como objeto o dever-ser no domnio da ao humana. Distingue-se da ontologia cujo objeto o ser das coisas. Prope-se, portanto, a desvendar no aquilo que o homem de fato , mas aquilo que ele "deve fazer" de sua vida. Seu campo o do juzo de valor e no o do juzo de realidade, ou da existncia. Estuda as normas e regras de conduta estabelecidas pelo homem em sociedade, procurando identificar sua natureza, origem, fundamentao racional. Em alguns casos, conclui por formular um conjunto de normas a serem seguidas; em outros, limita-se a refletir sobre os problemas implcitos nas normas que de fato foram estabelecidas. As noes decorrentes de aes advindas de uma ou mais opes entre o bom e o mau, ou entre o bem e o mal, relacionam-se com algo a mais: o desejo que todos tm de serem felizes, afastando a angstia, a dor; da, ficamos satisfeitos conosco mesmos e recebendo a aceitao geral. Para que exista a conduta tica, necessrio que o agente seja consciente, quer dizer, que possua capacidade de discernir entre o bem e o mal (cabe observar agora que agir eticamente ter condutas de acordo com o bem. Todavia, definir o contedo desse bem problema parte, pois uma concepo que se transforma pelos tempos). A conscincia moral possui a capacidade de discernir entre um e

outro e avaliar, julgando o valor das condutas e agir conforme os padres morais. Por isso, responsvel pelas suas aes e emoes, tornando-se responsvel tambm pelas suas conseqncias. Os valores podem se entendidos como padres sociais ou princpios aceitos e mantidos por pessoas, pela sociedade, dentre outros. Assim, cada um adquire uma percepo individual do que lhe de valor; possuem pesos diferenciados, de modo que, quando comparados, se tornam mais ou menos valiosos. Tornam-se, sob determinado enfoque, subjetivos, uma vez que dependero do modo de existncia de cada pessoa, de suas convices filosficas, experincias vividas ou at, de crenas religiosas. Do que foi dito, as pessoas, a sociedade, as classes, cada qual tm seus valores, que devem ser considerados em qualquer situao. A conscincia se manifesta na capacidade de decidir diante de possibilidades variadas, decorrentes de alguma ao que ser realizada. No processo de escolha das condutas, avalia-se os meios em relao aos fins, pesa-se o que ser necessrio para realiz-las, quais aes a fazer, e que conseqncias esperar. Assim, para poder deliberar, realizar constantemente as escolhas, condio bsica a liberdade. Para isso, no se pode estar alienado, ou seja, destitudo de si, privado por outros, preso aos instintos e s paixes.

TICA E MORAL: SEMELHANAS E DIFERENAS A coexistncia uma imposio a que todas as pessoas so submetidas. Todavia, a convivncia uma necessidade, esta como conseqncia daquela. a necessidade de convivncia que faz surgir a Moral, aquela reunio de regras que so destinadas a orientar o relacionamento dos indivduos numa certa comunidade social. Freqentemente, os termos "tica" e "moral" so empregados como sinnimos, mas entendemos que se reserva a este ltimo apenas o prprio fato moral, enquanto o primeiro designa a reflexo filosfica sobre o mesmo. Etimologicamente, Moral, do latim mos, mores significa costume, conjuntos de normas adquiridas pelo homem. "Moral a moral prtica, a pratica moral. moral vivida, so os problemas morais. a moral reflexa. Os problemas morais, simplesmente morais so restritos, nunca se referindo a generalidade. O problema moral corresponde a singularidade do caso daquela situao, sempre um problema prtico-moral. Os problemas ticos so caracterizados pelas generalidades, so problemas terico-ticos"(2). Assim, conforme se depreende do que foi dito acima, quando se indaga o que correto, definir o que bom, sendo a indagao de carter amplo e geral, o

problema terico, ou seja, simplesmente tico. Temos a moral como ao; a tica a norma, j que ela no cria a moral, sendo, antes, uma abordagem cientfica da moral. a cincia do comportamento moral dos homens na sociedade, ou melhor, um enfoque do comportamento humano cientificamente. Sendo moral o que vivido, , ento, o que acontece. J a tica, o que deve ser ou, pelo menos, o que deveria ser (conforme j salientamos, o objeto o dever-ser). A tica estuda, aconselha, e at ordena. A moral como expresso da coexistncia. Tanto a tica como a moral relacionam-se a valores e a decises que levam a aes com conseqncias para ns e para os outros. Podem os valores variarem, todavia todos relacionam-se com um valor de contedo mais importante, estando at mesmo, subentendido nos outros: o valor do bom ou o valor do bem. No mesmo sentido, a Moral pode ser conceituada como "o conjunto de regras de conduta consideradas vlidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada. Esse conjunto de normas, aceito livre e conscientemente, regula o comportamento individual e social das pessoas. Deste modo, tem-se como moral o conjunto de costumes, normas e regras de conduta estabelecidas em uma sociedade e cuja obedincia imposta a seus membros, variando de cultura para cultura e se modifica com o tempo, no mbito de uma mesma sociedade. Os dois vocbulos se referem as qualidades humanas: o modo de ser ou o carter de cada um, em que se baseiam os costumes ou as normas adquiridas, o que vai pautar o comportamento moral do homem. Podemos dizer que a tica analisa as regras e os princpios morais que so destinados a orientar a ao humana; tem em si uma estrutura capaz de analisar diferentes opes para se ter referncia sobre o que ou no correto em determinado momento. O desrespeito a alguma das regras morais pode provocar uma tcita ou manifesta atitude de desaprovao. Apesar de haver em cada indivduo uma reao instintiva contra regras e obedincias a qualquer autoridade, at hoje nenhum grupo ou comunidade pode existir sem normas constrangedoras da moral. Se, por uma parte, elas molestam o indivduo, por outra, preservam e salvam a sociedade em que ele vive. Agem como um mecanismo de autodefesa e preservao do grupo. Como os indivduos s podem viver em funo da comunidade, ficam assim compensados do sacrifcio pessoal que fazem. A tica, como a Moralidade, no se situa no campo puramente apreciativo dos valores. A sociedade cria determinados valores e as aes humanas comeam desde logo a se cristalizar em regras que se orientam pela obteno e realizao dos mesmos. Hodiernamente, a tica se detm, sobretudo, na pesquisa e no estudo dos valores morais. Estes determinam o impulso moral e impelem ao dos

indivduos.

Somente

aquelas

atitudes

e

coisas

que

levam

ao

prprio

aperfeioamento e ao bem comum do grupo que possuem valor moral. Todas as vezes que o homem encontra um dilema, so os valores pr ou contra que vo determinar a sua escolha. COSTUMES Nas sociedades em que a escrita e a leitura no estavam difundidas, o costume representou a fonte mais importante do direito. O costume uma pratica gerada espontaneamente pelas foras sociais e ainda, segundo alguns autores, de forma inconsciente. A formao do costume lenta e decorre da necessidade social de frmulas prticas para resolverem o problema em jogo. Diante de uma situao concreta, no definida por qualquer norma vigente, as partes envolvidas, com base no bom senso e no sentido natural de justia, adotam uma soluo que, para ser racional e estar de acordo com o bom senso comum, vai servir de modelo para casos semelhantes. Ento podemos definir que o costume como um conjunto de normas de conduta social, criadas espontaneamente pelo povo, atravs do uso reiterado, uniforme e que gera a certeza da obrigatoriedade, reconhecidas e impostas pela sociedade. Este o campo vastssimo das aes que se referem aos costumes sociais, s regras consuetudinrias de trato social, ou de civilidade, tais como as de etiqueta, cortesia, ou cavalheirismo. Efetivamente, existem condutas que o homem segue em razo do que lhe dita a convivncia social, sendo mais guiado pelos outros do que por si mesmo, mais se espelhando na opinio alheia do que na prpria opinio, recebendo do todo social a medida de seu comportamento. Aqui e agora, por exemplo, estamos seguindo tais regras, na maneira pela qual nos vestimos, nos sentamos, usamos da linguagem, no todo de nosso comportamento. Por elas se situa o homem na sociedade, por sua maneira de ser e de conduzir-se, de participar dos bens da vida, assim como em suas reaes perante o mal sofrido, em sucessivos atos de participao. A nosso ver, portanto, esta proporo do homem aos esquemas e modelos sociais em razo da ao objetiva, sem implicar necessariamente a ntima adeso do agente, uma caracterstica das aes pertinentes ao "costume" em geral. TICA - TICA PROFISSIONAL

Joo Baptista Herkenhoff nos brinda com a seguinte definio sobre o que seria normas ticas; "So normas que disciplinam o comportamento do homem, quer o ntimo e subjetivo, que o exterior e social. Prescrevem deveres para a realizao de valores. No implicam apenas em juzos de valor, mas impem a escolha de uma diretriz considerada obrigatria, numa determinada coletividade. Caracterizam-se pela possibilidade de serem violadas." Da portanto, a adoo de um ordenamento jurdico, afim de constituir um parmetro do qual os profissionais devam adotar, com a finalidade de avaliar a prpria conduta diante a sociedade e suas exigncias morais. Outrossim, "no possvel deixar esse assunto ao critrio de cada profissional. Boas intenes, altos ideais de moralidade, nem sempre bastam para produzir solues acertadas" (citao de Anto de Morais, em discurso de posse no Tribunal de tica de So Paulo, in A Gazeta de 11/06/1948, mencionado por Jos Renato Nalini, tica Geral e Profissional - A tica do Advogado, p. 185) Este conjunto de preceitos morais devem nortear a conduta do indivduo no ofcio ou na profisso que exerce, devendo necessariamente contribuir para a formao de uma conscincia profissional composta de hbitos dos quais resultem integridade e a probidade, de acordo com as regras positivadas num ordenamento jurdico. TICA EMPRESARIAL E TICA NOS NEGCIOS. Os autores tm destacados a TICA como um fator relevante para garantir a competitividade da empresa. Ter padres ticos significa ter bons negcios em longo prazo. Empresas preocupadas com padres de condutas ticos em seu relacionamento com clientes, fornecedores, funcionrios e governantes, ganham a confiana de seus clientes e melhoram o desempenho dos funcionrios. A empresa considera tica se cumprir todos compromissos ticos que tiver, ou seja, agir de forma honesta com todos aqueles que tm algum tipo de relacionamento com ela. Esto envolvidos nestes grupos os clientes, os fornecedores, os scios, os funcionrios, o governo e a comunidade como um todo. No universo coorporativo, as organizaes tm se preocupado em resgatar valores ticos e em desenvolver aes voltadas para questes sociais. A mdia de negcios, os dirigentes de grandes empresas, livros e palestras, com freqncia, tm enfoca a importncia da tica empresarial e da responsabilidade social com fatores competitivos para as empresas.

Parece licito afirmar que hoje em dia as organizaes precisam estar atentas no s as suas responsabilidades econmicas e legais, mas tambm as suas responsabilidades ticas, morais e sociais.

AULA 02 DIREITO 1. DIREITO: Definir o que direito uma tarefa rdua. No sculo XVIII Kant j afirmava que os juristas ainda esto procura de uma definio para o Direito. Decorridos mais de dois sculos os juristas ainda divergem quanto aos inmeros sentidos do referido vocbulo. O vocbulo Direito classificado como um termo analgico, por possuir vrios sentidos, que apesar de diferentes, guardam entre si alguns nexos. Do ponto de vista objetivo pode ser visto como uma norma de organizao social; subjetivamente, como o poder de agir que a lei garante. Tambm pode se referir a Cincia do Direito e pode ter um significado equivalente ao conceito de justia. Para ficar mais fcil o nosso estudo vai definir o vocbulo Direito da seguinte forma: nominal e reais ou lgicas. As definies nominais expressam o significado da palavra e se subdividem em definies etimolgicas e semnticas. Enquanto que as definies reais ou lgicas expressam a essncia do objeto. 1.1. DEFINIES NOMINAIS

a) Definio Etimolgica: Explica a origem da palavra, a sua genealogia. A palavra DIREITO vem do latim directus, a, um (qualidade do que est conforme a reta; o que no tem inclinao, desvio ou curva). Esse vocbulo surgiu na Idade Mdia, por volta do sculo VI, e no foi usado pelos romanos que preferiram o termo jus, que era utilizado para designar o que era ilcito e injuria. b) Definio Semntica: a parte da gramtica que registra os diferentes sentidos que a palavra alcana em seu desenvolvimento. A palavra Direito desde a sua formao, at o presente, passou por vrios significados. Primeiramente, expressou aquilo que est conforme a reta e, sucessivamente, designou: aquilo que esta conforme a lei; a prpria lei; conjunto de leis; a cincia que estuda as leis.

1.2.

DEFINIES REAIS OU LGICAS

Essa definio exige um mtodo adequado, que os antigos romanos j afirmavam: Definitio fit per genus proximum et diffeentiam specificam, o

que significa que a definio dever apontar o gnero prximo e a diferena especfica. O gnero prximo de uma definio deve apresenta as semelhanas existentes entre as diversas espcies que compem o gnero; uma vez que a diferena especfica aponta o trao peculiar, exclusivo que vai distinguir objeto definido das demais espcies. Em relao ao Direito o gnero mais prximo da sua definio so os diferentes tipos de instrumentos de controle social: Moral. Regras de Trato Social e a Religio. E a diferena especifica deve apontar qual a caracterstica que o Direito possui e que o separa dos outros processos de conduta social. Assim podemos definir direito como: conjunto de normas de conduta social, impostas coercitivamente pelo Estado, para realizao da segurana, segundo os critrios de justia. Decompondo, em partes, vamos encontrar:

Conjunto de normas de conduta o gnero prximo. Esse conjunto de normas determina como - os destinatrios do Direito devem se comportar, ou seja, determinam espcies de comportamento social, estabelecem os limites de liberdade para os homens em sociedade.

Impostas coercitivamente pelo Estado a diferena especfica. Apenas as normas jurdicas necessitam da participao do Estado. Como ser racional e responsvel, o homem deve ajustar a sua conduta, com vontade prpria, aos preceitos legais. Entretanto nem todos os homens, espontaneamente, aderem a essas normas jurdicas. Da surge a necessidade do Direito de ser dotado de um mecanismo de fora a coero - que a qualquer momento possa ser acionado para impor o cumprimento das referidas normas.

Para a segurana, segundo os critrios de justia as normas legais devem ser consideradas instrumentos, meios, recursos, usados para o bem-estar da sociedade. A justia a razo de Direito existir, para haver justia necessrio que os valores jurdicos sejam cultivados.

2. DIREITO E A MORAL: Existem vrias teorias e critrios adotados para diferenciar o Direito da Moral. Todos tm sido criticados. Ns adotamos para examinar a matria o mtodo

adotado por Alessandro Groppali que traa um paralelo entre o Direito e a Moral, quanto ao seu contedo. Ele adota a Teoria dos Crculos e o Mnimo tico.

TEORIA DOS CRCULOS CONCNTRICOS: Segundo Jeremy Benthan (1748-1832), jurista e filsofo ingls, o Direito estaria includo no campo da Moral, donde se pode concluir que o campo da Moral mais amplo que o Direito e que o mesmo encontra-se subordinado a Moral. Os adeptos desta corrente acreditavam que as leis s eram validas se baseadas nos valores morais.

TEORIA DOS CRCULOS SECANTES Du Pasquier discordava de Jeremy, para ele o Direito e a Moral possuiriam uma faixa de competncia comum e, ao mesmo tempo, uma rea particular independente. Um exemplo disso a prestao de alimentos que recproca entre pais e filhos, e extensiva aos ascendentes (avs art. 1.696, CC) e que tambm se assenta na Moral.

A VISO KELSIANA Ele desvincula o Direito da Moral, para este importante cientista do Direito, a norma no precisa de valores morais para ser valida. Ele o elemento essencial ao Direito.

TEORIA DO MNIMO TICO Foi desenvolvida por Jellinek, o qual afirmava que para o bem-estar da coletividade era necessrio que o Direito representasse um mnimo de preceitos morais. Desta fora o Direito estaria implantado, por inteiro, nos domnios da Moral, prevalecendo assim a TEORIA DOS CRCULOS CONCNTRICOS.

3. DIREITO, MORAL E TICA: de extrema importncia saber diferenciar o Direito, a tica e a Moral. Apesar de apresentarem algumas semelhanas, tambm apresentam distines. Tanto o Direito como a Moral estabelecem regras que visam estabelecer certa previsibilidade para a conduta humana. Enquanto a Moral estabelece regras que garantem uma boa convivncia na sociedade, independente de fronteiras geogrficas garantindo assim uma identificao entre pessoas que sequer se conhecem. J o Direito estabelecem regras numa sociedade delimitada por fronteiras, ou seja,as leis s tm validade naquela rea geogrfica que uma determinada populao vive. A tica o estudo do que bom ou mau. Seu objetivo justificar as regras estabelecidas pelo Direito e pela Moral. Ela diferente de ambos Direito e Moral pois no estabelece regras. Ela uma reflexo de como deve ser. 4. FONTES DO DIREITO FONTES FORMAIS DO DIREITO POSITIVO: Fontes Formais do Direito Positivo so os meios de expresso do Direito, as formas pelas quais as normas jurdicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas. So elas:

Leis e Cdigos que so a principal expresso do Direito escrito. Jurisprudncia que se forma pelo conjunto uniforme de decises judiciais sobre uma determinada indagao judicial.

Uso e Costumes que exprimem o poder de deciso annimo do povo.

Atos jurdicos a doutrina moderna tem admitido que os atos jurdicos no selimitam aplicao das normas jurdicas e criam efetivamente regras de Direito. So exemplos os estatutos de entidades, consrcios, contratos particulares e pblicos. 5. RAMOS DO DIREITO: A primeira diviso que encontramos na histria da Cincia do Direito foi feita pelos romanos, entre Direito Pblico e Privado, segundo o critrio de utilidade pblica ou particular da relao: o primeiro diria respeito s coisas do Estado, enquanto o segundo seria pertinente ao interesse de cada um. Essa distino ainda hoje aceita pela maioria dos doutrinadores jurdicos, com uma pequena alterao, pois a teoria romana s leva em conta o elemento de interesse da coletividade ou dos particulares. Esta teoria s leva em conta o contedo ou objeto da relao jurdica. Existe tambm outra forma de diferenciarmos o Direito Pblico do Privado, que usada para complementar essa primeira diviso feita pelos romanos. Esta outra forma tem como base o elemento formal da relao, ou seja, se a relao de coordenao trata-se de Direito Privado; se de subordinao, de Direito Pblico. Poderemos esclarecer melhor essa relao da seguinte for, por exemplo: um indivduo adquire algo em uma loja, e, ao pagar, recebe o produto. Temos a uma relao de compra e venda. Tanto o vendedor como o comprado se encontram na mesma situao, no mesmo plano, de maneira que a relao de COORDENAO. uma tpica relao de Direito Privado. Se, por exemplo, amanh o TER convoca os eleitores para exercerem a sua obrigao eleitoral, evidente que estarem os diante de uma relao de Direito Pblico. O eleitor no se encontra em p de igualdade com o Estado. O cidado deve obedincia ao Estado, estando sujeito a uma sano caso no exera a seu dever eleitoral. Ento dizemos que uma relao de SUBORDINAO, de Direito Pblico. No devemos esquecer que tanto o Direito Pblico como o Direito Privado se dividem em ramos. DIREITO PBLICO: Direito Constitucional Direito Administrativo Direito Processual Direito Penal

Direito do Trabalho Direito Financeiro Direito Tributrio Direito Previdencirio

DIREITO PRIVADO: Direito Civil Direito Comercial

AULA 03 DIREITO CONSTITUCIONAL 1. ORIGEM DO CONSTITUCIONALISMO Na Antigidade, o poder era privilgio daqueles que eram detentores da riqueza que quase sempre estavam aliados religiosidade. As mais antigas civilizaes da histria, com destaque para a Mesopotmia (margens dos rios Tigre e Eufrates), o Egito (vale do rio Nilo), a Prsia (planalto do atual Ir), a China (vale do rio Amarelo) e a ndia (rios Indo e Ganges), surgiram entre 4.000 a.C. e 2.000 a.C., j desenvolvendo a idia de tributos que sustentariam a estrutura de poder vigente. Os estudiosos do constitucionalismo, em seus estudos acerca da origem das constituies, apontam em algumas das Civilizaes Antigas manifestaes assemelhadas s observadas nos Estados Constitucionais modernos. Nesse sentido, DALMO DALLARI ensina que mestres como LOEWENSTEIN sustentam que os hebreus foram os primeiros a praticar o constitucionalismo, enquanto que ANDR HAURIOU absolutamente categrico ao afirmar que o bero do Direito Constitucional se encontra no Mediterrneo Oriental e, mais precisamente, na Grcia, havendo ainda quem d primazia ao Egito. Todavia, observa-se a existncia de verdadeiro "hiato constitucional", existente entre o constitucionalismo na Antigidade, que teria seu fim com a queda de Roma, at o advento do chamado Estado Moderno. A grosso modo podemos dizer que o constitucionalismo teve como origem formal as Constituies norte-americana de 1787 e a francesa de 1791, fatos marcantes deste movimento, deflagrado durante o iluminismo e surgido em oposio ao absolutismo reinante, atravs do qual se elegeu o povo como o titular do poder legtimo. A evoluo do constitucionalismo culminou por identificar trs grandes objetivos das constituies: garantir a supremacia dos direitos individuais; organizar o poder e delimitar o seu exerccio. Assim sendo, cumpre identificarmos a funo das constituies na atualidade, analisando seu conceito e eventuais alteraes na dinmica social. 2. CONCEITO DE CONSTITUIO A palavra CONSTITUIO apresenta sentido ambguo. Sua origem remonta ao verbo CONSTITUIR (ser base de; parte essencial de; formar; compor) que podem ser empregados em expresses triviais, como a constituio de uma cadeira

ou

a

constituio

de

uma

mesa.

Da

pode-se

concluir

que

a

palavra

CONSTITUIO traz em si uma idia de estrutura, de como se organiza. Segundo Jos Afonso da Silva, podemos definir a CONSTITUIO como o conjunto de normas jurdicas, escritas ou costumeiras, que regulam a forma de ESTADO (unitrio ou federal), a forma de seu GOVERNO (repblica, monarquia ou aristocracia, entre outros), o modo de aquisio do poder e o exerccio do poder, a organizao de seus rgos, os limites de sua atuao, os direitos fundamentais do homem e suas respectivas garantias. Em sntese, a Constituio o conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado. O Estado o principal objeto da Constituio. A palavra Estado foi usada pela primeira vez, em relao a assuntos do governo, na Itlia, em princpio do sculo XVI, em O Prncipe, de Maquiavel. A noo jurdica de Estado apia-se em quatro elementos bsicos: territrio, povo, governo e soberania.

Territrio a base geogrfica do estado; juridicamente, o espao fsico dentro do qual o Estado exerce sua soberania e sobre o qual o governo tem competncia.

Povo a populao do estado, excludos os estrangeiros e, no estrito sentido jurdico, a comunidade habilitada ao exerccio dos direitos polticos. O governo, considerado sociolgica ou historicamente, um grupo de pessoas que toma decises obrigatrias para a coletividade. A soberania exercida pelo governo, agindo por meio da autoridade, que a investidura e a limitao impostas pela lei.

3. PRINCPIOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS E SOCIAIS EVOLUO DAS CONSTITUIES:

A Constituio do Imprio de 1824, outorgada por D. Pedro II,trazia uma declarao de direitos individuais e garantias que, nos seus fundamentos, permaneceu nas Constituies posteriores.

A Constituio 1891, promulgada no governo provisrio deMarechal Deodoro da Fonseca, aprimorou a Declarao dos Direitos, extinguindo as penas de gals, banimento judicial e de morte. O Hbeas Corpus foi utilizado de forma genrica, inclusive para hipteses no especficas de cerceamento de liberdade fsica.

A Constituio de 1934, promulgada por Getlio Vargas e inspiradana Constituio de Weimar, tem como trao caracterstico a insero da democracia social, ou seja, inscreveu um titulo sobre a ordem econmica e social, sobre a famlia, a educao, e a cultura.

A Constituio de 1937, outorgada por Getlio Vargas CONSTITUIO POLACA Estado Novo, foi inspirada no regime fascista, autoritrio. Estabeleceu a pena de morte para o crimes polticos, homicdios cometidos por motivos fteis e com extremos de perversidade. O direito de manifestao foi restringido, mediante censura prvia da imprensa, teatro, do cinema e da radiodifuso.

A Constituio de 1946, promulgada no governo de Gaspar Dutra,retomou as idias da democracia social de 1934. Restabeleceu o mandado de segurana, a ao popular e acabou com as penas de morte, de carter perptuo, de banimento ou de confisco.

A Constituio de 1967 e a EC n. 1, outorgada pelas ForasArmadas, os direitos individuais sofreram duro golpe, pois havia a possibilidade de suspenso dos direitos polticos por 10 anos, cassao dos mandados parlamentares, suspenso da garantias dos magistrados, dos funcionrios pblicos, como estabilidade.

Aps o perodo da ditadura, em 1985 Tancredo Neves, de formaindireta, foi eleito presidente do Brasil. Morre antes de assumir o poder. Jos Sarney assume. Envia ao Congresso Nacional uma proposta de emenda Em 05 constitucional de outubro convocando de 1988 a Assemblia a Constituinte. promulgada

CONSTITUIO FEDERAL DE 1988, tambm denominada por Ulisses Guimares de CONSTITUIO CIDAD. Esta trazia no seu bojo os direitos e garantias individuais, abrangendo os direitos individuais e coletivos, os direitos sociais dos trabalhadores, os direitos de nacionalidade, os direitos polticos e os direitos dos partidos polticos. EVOLUO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS:

DIREITOS HUMANOS DE 1 GERAO: esses direitos dizemrespeito s liberdades pblicas e aos direitos polticos, ou seja, direitos civis e polticos que traduzem o valor da liberdade. So os Direitos Individuais.

DIREITOS HUMANOS DE 2 GERAO: so os direitos sociais,culturais Igualdade. e econmicos. Correspondem aos Direitos de

DIREITOS HUMANOS DE 3 GERAO: novos problemas epreocupaes mundiais surgem, tais como a necessria noo de preservao ambiental e proteo aos consumidores. humano inserido em uma coletividade. Solidariedade. O ser So os Direitos de

DIREITOS

HUMANOS

DE

4

GERAO:

so

os

direitos

decorrentes dos avanos engenharia gentica. DIREITOS FUNDAMENTAIS: Os direitos e deveres individuais e coletivos esto arrolados no caput do art. 5 da CF/88. Apesar de se referir expressamente a direitos e deveres, tambm contemplou as garantias fundamentais. Assim nos resta apenas diferenci-los; direitos so bens e vantagens prescritos nas normas constitucionais e as garantias so instrumentos atravs dos quais se assegura o exerccio dos aludidos direitos ou prontamente os repara, no caso de sua violao. Desta forma, podemos afirmar que as garantias so os remdios constitucionais: o habeas corpus, mandado de segurana, mandado de segurana coletivo, mandado de injuno, hbeas data e ao popular. Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes: Os direitos e garantias fundamentais possuem diversas caractersticas:

HISTORICIDADE: possuem carter histrico, nasceram com oCristianismo e so validos at os tempos atuais.

IRRENUNCIABILIDADE: o individuo pode no us-lo, mas nuncarenunci-lo.

INALIENABILIDADE: so direitos intransferveis, inegociveis,porque no so de contedo econmico.

IMPRESCRITIBILIDADE: nunca deixa de ser exigveis. Mesmoquando no so exercidos, no a nada que fundamenta a perda do

direito pela prescrio. So direitos personalssimos, pertencem ao indivduo e no ao patrimnio. DESTINATRIOS DOS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS: O caput do art. 5 da CF/88 ...garante aos brasileiros e os

estrangeiros residentes no Brasil o direito .... Observe-se, porm, que a expresso residentes no Brasil deve ser interpretada no sentido de que s a Carta Federal s pode assegurar a validade e gozo dos direitos fundamentais dentro do territrio brasileiro, no excluindo, pois, o estrangeiro em trnsito pelo territrio nacional. Da mesma forma as pessoas jurdicas so beneficiadas pelos direitos e garantias individuais, pois se reconhece s associaes o direito de existncia (XVIII - a criao de associaes e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorizao, sendo vedada a interferncia estatal em seu funcionamento). Assim, o regime jurdico das liberdades pblicas protege tanto os brasileiros como os estrangeiros no territrio nacional, como as pessoas jurdicas. CLASSIFICAO DOS DIREITOS INDIVIDUAIS: Podemos classificas os direitos individuais nos seguintes grupos: Direito Vida; Direito Intimidade; Direito Igualdade; Direito Liberdade; Direito Propriedade.

DIREITO VIDA: O vocbulo VIDA, no texto constitucional, um processo que se instaura

com a concepo, transforma-se, progride, deixando, ento de ser vida para ser morte. Tudo o que interfere nesse ciclo contraria a vida. O direito vida o mais fundamental de todos os direitos, j constitui um pr-requisito existncia e exerccio de todos os demais direitos. Desta forma cabe ao Estado assegur-lo na sua dupla acepo, sendo a primeira relacionada ao direito de continuar vivo e a segunda de se ter uma vida digna quanto subsistncia. Entretanto esse conceito de existncia digna refere-se aos aspectos

de natureza material e moral, no para fundamentar a prtica da EUTANSIA, no caso, por exemplo, do paciente estar vivendo artificialmente atravs de aparelhos. O que se permite o desligamento dos aparelhos quando comprovada a morte cerebral Quanto ao ABORTO, este no admitido pela CF/88, pois esta reconhece que a vida instara-se no momento da concepo. Todavia coube a legislao ordinria definir o crime de aborto e determinar suas excees, ou seja, os casos em que a gravidez pode ser interrompida; necessidade de salvamento da vida da me, o da gravidez decorrente de estupro e outros casos que a medicina aconselhar. So alguns exemplos de direito vida os seguintes incisos do art. 5 da CF/88: III - ningum ser submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; XLVII - no haver penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; XLIX - assegurado aos presos o respeito integridade fsica e moral; DIREITO INTIMIDADE: Essa proteo constitucional refere-se tanto as pessoas fsicas como jurdicas, protegendo inclusive prpria imagem frente aos meios de comunicao em massa (rdio, televiso, jornais, revista, etc). Os conceitos constitucionais de intimidade e vida privada esto de os interligados, mas possvel diferenci-los: intimidade refere-se as relaes privada envolve todos os demais relacionamentos humanos, inclusive

trato ntimo da pessoa, suas relaes familiares e de amizade, enquanto vida objetivos, tais como relaes comerciais, de trabalho, de estudo, etc. Esta proteo constitucional, quando se refere queles que exercem atividade poltica ou ainda em relao aos artistas em geral deve ser interpretada de uma forma mais restrita, pois os polticos esto sujeitos a uma forma especial de fiscalizao pelo povo e pela mdia, enquanto que o prprio exerccio da atividade profissional dos artistas exige maior e constante exposio mdia. Essa interpretao mais restrita, porm, no afasta a proteo constitucional contra ofensas desarrazoadas, desproporcionais e, principalmente, sem qualquer nexo causal com a atividade profissional realizada.

So alguns exemplos de direito intimidade os seguintes incisos do art. 5 da CF/88: V - assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da indenizao por dano material, moral ou imagem; X - so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao; XI - a casa asilo inviolvel do indivduo, ningum nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinao judicial; XIV - assegurado a todos o acesso informao e resguardado o sigilo da fonte, quando necessrio ao exerccio profissional; DIREITO IGUALDADE: A CF/88 adotou o Princpio da Igualdade de direitos determinando que todos os cidados tenham o tratamento idntico pela lei. O que se veda so as diferenciaes arbitrarias. Aristteles j vinculava idia de igualdade idia de justia ao afirmar o legislador deve tratar de maneira igual os iguais e de maneira desigual os desiguais. So alguns exemplos de direito igualdade os seguintes incisos do art. 5 da CF/88: I - homens e mulheres so iguais em direitos e obrigaes, nos termos desta Constituio; XXXV - a lei no excluir da apreciao do Poder Judicirio leso ou ameaa a direito; XXXVII - no haver juzo ou tribunal de exceo; XLII - a prtica do racismo constitui crime inafianvel e imprescritvel, sujeito pena de recluso, nos termos da lei; LIV - ningum ser privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; Ainda existe outras regras que probem discriminaes que esto arroladas no art. 7 que vedam diferenas de salrios, de exerccio de funo e de critrio de admisso por motivo de sexo, idade, cor, estado civil e qualquer

discriminaes Todavia a

no

tocante CF

a

salrios

e as

critrios chamadas

de

admisso

do

trabalhador portador de deficincia. prpria estabelece DISCRIMINAES POSITIVAS onde o constituinte tratou de proteger certos grupos, que ao seu entender, mereceriam tratamento diverso. Ele cuidou de estabelecer medidas de compensao, buscando concretizar, uma igualdade de oportunidades para esses indivduos. Como por exemplo: L - s presidirias sero asseguradas condies para que possam permanecer com seus filhos durante o perodo de amamentao (art. 5); Art. 7 So direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alm de outros que visem melhoria de sua condio social: XVIII - licena gestante, sem prejuzo do emprego e do salrio, com a durao de cento e vinte dias; XIX - licena-paternidade, nos termos fixados em lei; Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, includas suas autarquias e fundaes, assegurado regime de previdncia de carter contributivo e solidrio, mediante contribuio do respectivo ente pblico, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critrios que preservem o equilbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 41, 19.12.2003) a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuio, se homem, e cinqenta e cinco anos de idade e trinta de contribuio, se mulher; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 20, de 15/12/98) DIREITO LIBERDADE: A liberdade consagrada no texto constitucional a denominada LIBERDADE OBJETIVA que consiste na expresso externa do querer individual, e implica o afastamento de obstculos ou de coaes, de modo que o homem possa agir livremente. Todavia essa liberdade apresenta freios, para que os mais fortes no oprimam os mais fracos. No Direito Constitucional, vamos encontrar 05 grupos de liberdades, no art 5 da CF/88:

LIBERDADE DA PESSOA FSICA: liberdade de locomoo, decirculao. XV - livre a locomoo no territrio nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

LIBERDADE DE PENSAMENTO: em todas as suas formas deliberdades (opinio, religio, artstica, comunicao do conhecimento). IV - livre a manifestao do pensamento, sendo vedado o anonimato; VI - inviolvel a liberdade de conscincia e de crena, sendo assegurado o livre exerccio dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteo aos locais de culto e a suas liturgias; IX - livre a expresso da atividade intelectual, artstica, cientfica e de comunicao, independentemente de censura ou licena;

LIBERDADE DE EXPRESSO COLETIVA: em suas vrias formas(de reunio e de associao). XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao pblico, independentemente de autorizao, desde que no frustrem outra reunio anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prvio aviso autoridade competente; XVII - plena a liberdade de associao para fins lcitos, vedada a de carter paramilitar; XX - ningum poder ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;

LIBERDADE DE AO PROFISSIONAL: livre escolha e de exercciode trabalho, oficio e profisso. XIII - livre o exerccio de qualquer trabalho, ofcio ou profisso, atendidas as qualificaes profissionais que a lei estabelecer;

LIBERDADE DE CONTEDO ECONMICO E SOCIAL: liberdadeeconmica, livre iniciativa, liberdade de comrcio, liberdade ou autonomia contratual, liberdade de ensino e liberdade de trabalho. Liberdades estas que esto no Capitulo dos Direitos econmicos e no no campo dos direitos individuais. DIREITO PROPRIEDADE: O direito de propriedade tem o seu fundamento na Constituio. Esse direito garantido desde que a propriedade atenda sua funo social. Com isso a

Constituio autoriza a desapropriao, com pagamento mediante titulo, de propriedade que no cumpra sua funo social. XXIII - a propriedade atender a sua funo social; XXIV - a lei estabelecer o procedimento para desapropriao por necessidade ou utilidade pblica, ou por interesse social, mediante justa e prvia indenizao em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituio; Alem deste tipo de propriedade existem propriedades especiais no art 5 da CF/88, so elas:

propriedade autoral, que

confere aos autores o direito de reproduzir suas obras literrias,

exclusivo de utilizar, publicar e

artsticas, cientificas e de comunicao: XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilizao, publicao ou reproduo de suas obras, transmissvel aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;

propriedade de inventos, de marcas e de nome de empresasque so os privilgios de inveno, que asseguram ao inventor direito de o obter a patente que lhe garanta a propriedade do invento de utilidade, o direito de impedir que um terceiro utilize a patente do objeto; proteo dos desenhos industriais e marcas de uso exclusivo e exclusividade do nome da empresa: XXIX - a lei assegurar aos autores de inventos industriais privilgio temporrio para sua utilizao, bem como proteo s criaes industriais, propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnolgico e econmico do Pas;

e a propriedade do bem de famlia que permite aos chefes defamlia destinar um prdio para domiclio desta, com clasula de ficar isento de execuo por dividas (art.70, CC). XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela famlia, no ser objeto de penhora para pagamento de dbitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

4. IMPORTNCIA DA CONSTITUIO FEDERAL DE 1988 PARA OS PROFISSIONAIS: Muito se tem discutido acerca da efetividade dos direitos

constitucionalmente garantidos. Ao tempo em que a Constituio Federal de 1988 trouxe a previso dos direitos sociais que so direitos fundamentais dos homens, que se caracterizam como liberdades positivas, que obrigam o Estado a melhorar as condies de vida dos hipossuficientes, que para efeitos constitucionais, so os trabalhadores subordinados que esto sob a proteo constitucional do art. 7. O empregador tem poderes para disciplinar e gerir a empresa e as relaes desta com os empregados. Porm, esses poderes so limitados. E no podem, de maneira alguma, contrariar dispositivos contidos na Constituio e na legislao, seja ela administrativa, trabalhista, financeira, tributria, penal, internacional, civil, comercial, ambiental, entre outras. quer dizer, mesmo sendo uma pessoa de direito privado, a empresa no pode fazer o que quiser no seu mbito interno, devendo, inclusive, respeitar e implementar os Direitos Fundamentais, naquilo que lhe couber, segundo a Constituio e as Leis. A liberdade, in casu, para agir segundo o que ordenam e o que permitem as Leis e a Constituio, esta a norma fundamental que confere validade e norteia toda uma ordem jurdica nacional. Isto , ao aplicar normas constitucionais aos casos concretos examinados, devem ser propostas solues que estejam em consonncia com as linhas mestras reconhecidas nos Direitos Humanos Internacionais e na Constituio Federal de forma a dar materialidade s garantias s quais o Constituinte de 1988 se props a perseguir, quais sejam os valores de uma sociedade fraterna, pluralista, a reduo das desigualdades sociais e regionais e a garantia dos direitos sociais como direitos e garantias fundamentais. Esse diploma prev sejam assegurados aos brasileiros e aos estrangeiros diversos direitos como obrigao de no-discriminao, direito ao trabalho, condies justas, eqitativas e satisfatrias de trabalho, direitos sindicais, greve, previdncia social, sade, ao meio ambiente sadio, educao e cultura.

AULA 04 DIREITO COMERCIAL 1. OBJETO DO DIREITO COMERCIAL: Os bens e servios de que todos precisamos para viver - isto , os que atendem s nossas necessidades de vesturio, sade, educao, lazer, etc. so produzidos em organizaes econmicas especializadas e negociadas no mercado. Essas organizaes so estruturadas por pessoas vocacionadas combinar determinados componentes (os fatores de produo capital, mo-de-obra, insumo e tecnologia) e fortemente estimuladas pela possibilidade de ganhar dinheiro, muito dinheiro com issso. Essas pessoas so os EMPRESRIOS. O DIREITO COMERCIAL cuida do exerccio dessa atividade econmica organizada de fornecimento de bens ou servios, denominada de EMPRESA. Seu objetivo o estudo dos meios socialmente estruturados de superao de conflitos de interesses envolvendo empresrios ou relacionados s empresas que exploram. 2. CONCEITO DE EMPRESRIO: Segundo o art. 966 do Cdigo Civil, Empresrio definido na lei como o profissional exercente de atividade econmica organizada para produo ou circulao de bens ou servios. Desta definio destaca-se os seguintes conceitos: profissionalismo, atividade econmica organizada e produo ou circulao de bens e servios.

a. Profissionalismo: o exerccio da atividade profissional estaassociado a trs fatores: habitualidade, pessoalidade e o monoplio de informaes, isto que dizer, que empresrio aquele que exerce a atividade com habitualidade. No considerado empresrio quele que realiza tarefas espordicas. Ele deve exercer a atividade empresarial pessoalmente, enquanto seus empregados produzem ou circulam os bens ou servios. E ele detm o monoplio das informaes, porque as informaes sobre os bens e servios que oferece ao mercado costumam ser de seu inteiro conhecimento.

b. Atividade econmica organizada: significa qualquer atividadelicita e idnea gerao de lucro para quem a explora em virtude dos fatores de produo.

c. Produo ou circulao de bens ou servios: produo de bens a fabricao de produtos ou mercadorias. J produo de servios a

prestao de servios. Circular bens ir buscar o bem no produtor e traz-lo para o consumidor; enquanto circular servios intermediar a prestao de servios. 3. ATIVIDADES ECONMICAS CIVIS: So atividades econmicas que no se enquadram no conceito de

empresrio e, portanto no se submetem ao regime jurdico-empresarial responsvel por regulamentar a pratica da atividade mercantil e torn-la legal. So quatro as hipteses de atividades econmicas civis:

a. Aquele que explora atividade empresarial, mas no seenquadra no conceito legal de empresrio: se algum presta servios diariamente, mas no organiza a empresa (no tem empregados, por exemplo), mesmo que o faa com profissionalmente (com intuito lucrativo e habitualidade), ele no empresrio. Com o desenvolvimento dos meios de transmisso eletrnica de dados, esto surgindo atividades econmicas de relevo exploradas sem empresa, em que o prestador de servio trabalha sozinho em casa.

b. Profissional intelectual: no se considera empresrio, o exercentede profisso intelectual, de natureza cientifica, artstica ou literria. So os profissionais liberais (mdicos, advogados, dentistas, arquitetos, etc.), os escritores e os artistas de qualquer expresso (plsticos, msicos, atores, etc.). H uma exceo em que o profissional se enquadra no conceito de empresrio. Trata-se da hiptese em que o exerccio da profisso constitui elemento da empresa. quando ele presta servios para uma empresa que organiza os fatores de produo.

c. Empresrio rural: so as atividades da agricultura, pecuria, eextrativismo vegetal, animal e mineral. Entretanto se o empresrio rural requerer sua inscrio no registro de empresas (Junta Comercial), ser considerado empresrio.

d. Cooperativas: so sociedades civis que, normalmente, se dedicams mesmas atividades dos empresrios, costumam ter os seus requisitos legais (profissionalismo, atividade econmica organizada e produo ou circulao de bens ou servios), mas no se submetem ao regime jurdico-empresarial.

4. CAPACIDADE DO EMPRESRIO: Podem exercer a atividade de empresrio os que estiverem no pleno gozo de sua capacidade civil e no forem legalmente impedidos, assim determina o art.972 do CC/2002. Assim, no tm capacidade civil: Os menores de 18 anos emancipados; Os brios habituais; Os viciados em txicos; Os deficientes mentais; Os excepcionais; Os prdigos e Os ndios.

Excepcionalmente, a lei permite que o incapaz seja empresrio (atravs da representao-se absoluta a incapacidade; ou assistncia se relativa a incapacidade) desde que autorizado por juiz para que continue a exercer a empresa por ele constituda enquanto era capaz, ou que foi constituda por seus pais ou por pessoa de quem for sucessor. Essa autorizao judicial pode ser revogada a qualquer tempo, desde que ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor. Esto legalmente impedidos de exercer a atividade de empresrio: O falido no reabilitado; Aqueles que foram condenados pela prtica de crime cuja pena vede O leiloeiro; Os funcionrios pblicos; Os estrangeiros ou sociedades no sediadas no Brasil ou no constitudas segundo nossas leis ( o caso de assistncia sade, vedado a empresas com capital estrangeiro); Os devedores do INSS; Aqueles em desempenho de funo pblica; O estrangeiro com visto temporrio; O militar da ativa; O membro do Ministrio Pblico; O magistrado. o acesso atividade empresarial;

5. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL: o instrumento da atividade do empresrio a base fsica da empresa, o complexo de bens, sejam eles corpreos (mquinas, equipamentos) ou incorpreos (nome, ponto), reunidos para que o empresrio possa praticar a atividade empresarial. 6. NOME EMPRESARIAL: Todo comercio possui um nome empresarial que o identifica e o diferencia dos demais. De acordo com a legislao pertinente so duas as espcies de nomes empresariais previstos: a firma e a denominao. A adoo de firma ou denominao depender do tipo social adotado:

a. Firma: adotam o nome firma o empresrio individual, a sociedadeem nome coletivo e a sociedade em comandita simples.

b. Denominao: somente a sociedade annima. c. Firma ou denominao: a sociedade limitada e a sociedadecomandita por aes. 7. REGISTRO DA EMPRESA: Uma das obrigaes dos empresrios a de inscrever-se no Registro das Empresas, antes de dar inicio explorao de seu negocio. As Juntas Comerciais, rgos de administrao estadual, cabe a execuo do registro da empresa. Os atos de registros de empresas possuem as seguintes espcies:

a. Matrcula: que o ato que rege a inscrio de tradutores pblicos,interpretes comerciais, leiloeiros, trapicheiros e administradores de armazns em geral. Trata-se de profissionais que exercem atividades paracomerciais.

b. Arquivamento: o ato que rege a inscrio do empresrio,sociedades sociedades empresariais, empresarias cooperativas, estrangeiras, grupos das de sociedades, e microempresas

empresas de pequeno porte e grupo de consrcios.

c. Autenticao: o ato que atesta a regularidade dos livroscomerciais e das fichas escriturais.

8. PREPOSTOS DO EMPRESRIO: Como organizador da atividade empresarial, o empresrio necessariamente deve contratar mo-de-obra, que um dos fatores dos meios de produo.sejam empregados regidos pela CLT, autnomo ou pessoal terceirizado vinculados por contrato de prestao de servios. Esses trabalhadores, independente do vinculo contratual mantido com o empresrio, so chamados de PREPOSTOS. Os atos dos prepostos praticados no estabelecimento empresarial e relativos atividade econmica ali desenvolvida obrigam ao empresrio preponente, isto quer dizer que prepostos e empresrios respondem solidariamente se agirem com dolo. Os prepostos so, de acordo com a lei, os gerentes e os contabilistas. O gerente pode ser definido como o preposto permanente no exerccio da empresa. Trata-se de um trabalhador que est sujeito ao poder hierrquico do empresrio. Exerce funes de chefia, de existncia facultativa e suas funes podem ser atribudas a qualquer pessoa. O contabilista no se subordina hierarquicamente ao empresrio e o responsvel tcnico pela escriturao dos livros comerciais, sua existncia obrigatria e suas funes s podem ser atribudas a profissionais legalmente habilitados. 9. ESCRITURAO: A lei determina que o empresrio obrigado a seguir um sistema de contabilidade com base na escriturao uniforme de seus livros. Esta de responsabilidade de um contabilista legalmente habilitado e dever ser feita em moeda e idioma nacionais e em forma contbil. Os livros comerciais podem ser obrigatrios ou facultativos. So obrigatrios aqueles cuja escriturao imposta ao empresrio e sua falta lhe acarreta sanes, como por exemplo, o DIRIO. So facultativos os livro cuja escriturao serve para controle sobre os negcios e no acarretam sanes a sua ausncia, o CAIXA CONTA CORRENTE. e

AULA 04 DIREITO COMERCIAL - 2 parte DIREITO SOCIETRIO 1. CONCEITO DE SOCIEDADE A sociedade consiste no contrato por meio do qual duas ou mais pessoas mutuamente se obrigam a combinar seus esforos ou recursos para lograr fins comuns. Com efeito, o art. 981 do CC estabelece que: Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou servios, para o exerccio de atividade econmica e a partilha, entre si, dos resultados. O contrato que se estabelece entre as pessoas assim obrigadas deve apresentar trs condies especiais: a entrada de bens para que possa ser composto o capital social; a procura de benefcios a serem partilhados; a affectio societatis, isto , a vontade de colaborao ativa de todos os associados em p de igualdade. O Cdigo Civil, por outro lado, diferencia as sociedades em empresrias e simples. Nesse sentido, dispe que so empresrias as sociedades destinadas atividade econmica organizada para a produo ou circulao de bens ou de servios. De acordo com que determina o art. 983 do CC/2002, sao elas: sociedades em nome coletivo; sociedade em comandita simples, sociedade limitada, sociedade annima, sociedade em comandita por aes. Dispe, nesse mesmo sentido, que as sociedades simples sao aquelas que no tm como objeto a produo ou circulao de bens ou de servios. So consideradas sociedades empresrias as que tm por objeto o exerccio de atividades prprias de empresrios. Independentemente do objeto, so sociedades empresrias as sociedades por aes. 2. SOCIEDADES QUANTO PERSONIFICAO: As sociedades, de acordo com o Cdigo Civil, no que toca personalidade, so classificadas em sociedades no personificadas e personificadas. Com efeito, as sociedades adquirem personalidade jurdica com a inscrio, no registro prprio e na forma da lei, de seus atos constitutivos. Assim, a sociedade

empresria somente adquirir personalidade com o registro de seus atos na Junta Comercial do Estado (unidade federativa) a quem competir o registro. Nosso direito, como visto, tambm reconhece, por outro lado, a sociedade no personificada que se subdivide, ainda, em sociedade em comum e sociedade em conta de participao. Quanto s duas modalidades, a diferena est em que a sociedade em comum no possui seus atos constitutivos inscritos, embora fosse possvel faz-lo, enquanto a sociedade em conta de participao no pode, em razo de sua prpria natureza, ter seus atos constitutivos registrados na Junta Comercial respectiva. Em decorrncia dessa diferena, na sociedade em comum todos os scios respondem de forma solidria e ilimitada pelas obrigaes assumidas pela sociedade. J na sociedade em conta de participao, o objeto social exercido pelo scio ostensivo, em seu nome individual e sob sua exclusiva responsabilidade, participando aos demais scios, ocultos, os resultados correspondentes. Assim, perante terceiros, obriga-se apenas o scio ostensivo. O contrato social, dessa forma, produz efeitos somente entre os scios, sendo que a inscrio do instrumento, como visto, no confere personalidade sociedade. A contribuio dos scios ocultos constitui, juntamente com a do scio ostensivo, um patrimnio especial que consiste no objeto em conta de participao relativa aos negcios sociais, produzindo efeito somente em relao aos scios. Nesse tipo de sociedade, vindo a ocorrer a falncia do scio ostensivo, a sociedade ser dissolvida e liquidada, sendo que o saldo constituir crdito quirografrio. J se a falncia for de scio participante, o contrato social ficar sujeito s normas reguladoras dos efeitos da falncia em relao aos contratos do falido. 3. DIREITOS E OBRIGAES DOS SCIOS: A figura do scio possui natureza jurdica sui generis, isto , especfica e distinta da sociedade. Por esse motivo ele no pode ser chamado de empresrio, na medida em que a prpria sociedade que recebe essa denominao, ou seja, sociedade empresria. Da mesma forma, o scio no pode ser chamado de dono, uma vez que a sociedade uma pessoa e as pessoas no so apropriveis por outras. Quanto ao regime jurdico, o scio submete-se quele que a lei e o contrato social lhes reservar.

As obrigaes dos scios, de acordo com o art. 1.001 do CC, iniciam-se imediatamente com o contrato, se esse no fixar outra data, e terminam quando, em decorrncia da liquidao da sociedade, se extinguem as obrigaes sociais. Nesse sentido, de observar-se que, embora outras existam, a obrigao tpica do scio a integralizao do capital social que subscreveu. Com efeito, denomina-se scio remisso aquele que no cumpre tal obrigao. A referida obrigao se justifica, na medida em que a sociedade deve possuir seu prprio capital social que, como sabido, no se confunde com o patrimnio pessoal de cada um de seus scios que, dessa forma, devem contribuir para a formao do capital prprio da sociedade. De fato, os scios ficam obrigados, na forma e no prazo previstos, a contribuir com o capital social. O scio que assim no fizer no prazo de 30 (trinta) dias que se seguirem notificao, por parte da sociedade, responder pelo dano que emergir da mora. Por outro lado, verificada a mora, ser facultada maioria dos scios a opo pela indenizao correspondente ou pela excluso do remisso, ou ainda, pela reduo de sua quota ao montante j realizado. Ainda no que tange integralizao, pode o scio, em vez da contribuio em dinheiro, optar pela transmisso de domnio, posse ou uso de bem ou pela transmisso de crdito. Poder, tambm, consistir a contribuio do scio em servios, mas nesse caso, salvo estipulao em contrrio, no poder se empregar em atividade estranha sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e ser excludo da sociedade. So, por outro lado, direitos dos scios: a participao nos resultados; a administrao da sociedade; a fiscalizao da gerncia; a retirada. Com relao ao direito de participao nos resultados, positivos ou negativos, salvo disposio em contrrio, o scio o exerce na proporo de suas quotas, sendo que aquele cuja contribuio seja de servios exercer o direito de participao dos lucros pela mdia que se verificar na proporo das quotas. No que toca administrao, quando em razo de lei ou do contrato social compete aos scios a deciso sobre os negcios da sociedade, suas deliberaes sero tomadas por maioria dos votos, sendo esses contados pelo valor das quotas de cada um deles. Ao administrador da sociedade compete o cuidado e a diligncia no exerccio de suas funes, sendo certo que no podem ser administradores, alm dos que forem impedidos por lei especial, tambm os condenados a pena que vede, mesmo que temporariamente, o acesso aos cargos pblicos; ou por crime falimentar, de prevaricao, corrupo ou suborno, concusso ou peculato; tambm aos que

praticarem crimes contra a economia popular, o sistema financeiro nacional, as leis de defesa da concorrncia e as relaes de consumo, a f pblica ou a propriedade. Referida vedao, entretanto, somente se verificar enquanto perdurarem os efeitos da condenao. O administrador poder ser nomeado em funo do prprio contrato ou por instrumento em separado. O administrador obrigado a prestar aos scios as contas resultantes de sua administrao, por meio da apresentao de inventrio anual, balano patrimonial e de resultado econmico. Finalmente, no que pertine ao direito de fiscalizar, podem os scios examinar livros, documentos, estado do caixa e carteira da sociedade, a qualquer tempo, salvo estipulao em contrato que determine poca prpria para que se d referido exame. 4. RESOLUO DA SOCIEDADE EM RELAO A UM SCIO: Ocorre a resoluo da sociedade em relao a um scio em caso de sua morte, excluso ou retirada. Verificando-se a morte do scio, sua quota, com efeito, ser liquidada, exceto se o contrato social dispuser de forma diversa ou se os scios remanescentes optarem pela dissoluo da sociedade, ou ainda se, por acordo com os herdeiros, ficar resolvida a substituio do scio que tiver falecido. Tratando-se da resoluo em razo da retirada do scio, estar ele exercendo o chamado direito de recesso que lhe permite retirar-se da sociedade. Assiste ao scio referido direito, em primeiro lugar, quando divergir de alterao do contrato social, obtendo o reembolso da quantia correspondente ao seu capital na proporo do ltimo balano aprovado. No tocante causa de resoluo da sociedade relativa excluso judicial do scio, que dever ser requerida pela maioria dos demais scios, d-se em razo do scio excludo ter cometido falta grave no cumprimento de suas obrigaes ou por motivo de incapacidade superveniente e, bem assim, em razo da mora na integralizao do capital social. Do mesmo modo, d-se a excluso de pleno direito quando o scio for declarado falido ou quando sua quota for liquidada a requerimento de credor particular. De qualquer forma, resolvida a sociedade em relao a um dos scios em razo de morte, retirada ou excluso, permanece a responsabilidade desse scio ou de seus herdeiros pelas obrigaes sociais assumidas anteriormente, pelo prazo de at 2 (dois) anos, contados da averbao da resoluo da sociedade.

5. DISSOLUO DA SOCIEDADE (CC, ARTS. 1.033 A 1.038) A dissoluo pode ocorrer por dois motivos: com o trmino da personalidade jurdica ou com a desvinculao de um dos scios. No primeiro caso ser total, e no segundo parcial. So causas de dissoluo total (trmino da personalidade jurdica): vontade dos scios, que neste caso dever ser unnime; decurso do prazo estabelecido para sua durao; motivo de falncia; no-realizao do objeto; constituio da unipessoalidade (morte de um dos scios); causas contratuais (por exemplo: no-obteno do lucro mnimo esperado). vontade dos scios; morte do scio; retirada do scio; excluso do scio. Se a dissoluo operar-se por distrato ser total; se por intermdio de alterao contratual, a dissoluo ser parcial. A dissoluo pode ainda ocorrer de forma judicial ou extrajudicial. A sociedade ser dissolvida judicialmente, nos termos do art. 1.043 do CC, a requerimento de qualquer dos scios, quando sua constituio for anulada, for exaurido seu fim social ou verificada sua inexequibilidade. 6. SOCIEDADE PERSONIFICADA Sociedades personificadas, ao contrrio das no personificadas, conforme estudado em tpico anterior, so as que possuem a inscrio de seus atos constitutivos no registro competente, por meio do qual adquirem personalidade jurdica, podendo ser das modalidades simples e empresrias. 6.1.SOCIEDADE SIMPLES So sociedades simples aquelas cujo ato constitutivo, qual seja, o contrato social, dever ser inscrito no Registro Civil das Pessoas Jurdicas do local de sua sede, tendo em vista que o art. 998 do CC claramente dispe, nesse sentido.

So causas de dissoluo parcial (desvinculao de um scio):

Nos 30 (trinta) dias subsequentes sua constituio, a sociedade dever requerer a inscrio do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurdicas do local de sua sede. O pedido de inscrio dever vir acompanhado do instrumento do contrato

autenticado. A sociedade simples que instituir sucursal, filial ou agncia na circunscrio de outro Registro Civil das Pessoas Jurdicas, neste tambm dever inscrev-la, com a prova da inscrio originria, conforme exige o art. 1000 do CC. 6.2. SOCIEDADES EMPRESRIAS De acordo com a redao do art. 966 do CC, considera-se empresrio quem exerce profissionalmente atividade econmica organizada para a produo ou circulao de bens ou servios. Temos assim que empresrio, seja ele individual, seja coletivo, como a sociedade empresria, aquele que, em primeiro lugar, exerce a empresa, isto , a atividade econmica organizada, tenha por finalidade a produo ou a circulao de bens ou servios. Assim, empresrio tanto o que produz quanto o que circula o resultado daquela produo. Nesse sentido ainda, relembremos que no considerado empresrio, nos termos do pargrafo nico do art. 966 do CC, aquele que exerce profisso intelectual, de natureza cientfica, literria ou artstica, mesmo com o concurso de auxiliares ou colaboradores, a menos que o exerccio da profisso constitua elemento de empresa. Com efeito, no empresrio aquele que seja autor de livros, ainda que os escreva em conjunto com colaboradores, mas o ser aquele que explorar a atividade de editor. As sociedades empresrias devem promover o registro de seus atos constitutivos junto ao Registro das Empresas Mercantis de sua respectiva sede, podendo constituir-se sob a forma de sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade limitada, sociedade annima e sociedade em comandita por aes. 6.2.1 SOCIEDADE EM NOME COLETIVO (ARTS. 1.039 A 1.044 DO CC) Somente pessoas fsicas podem fazer parte desse tipo de sociedade em que todos os scios respondem solidria e ilimitadamente pelas obrigaes sociais. A

administrao da sociedade, contudo, caber exclusivamente ao scio cujo nome civil constar da firma. Dissolve-se a sociedade em nome coletivo por (art. 1.033): I - vencimento do prazo de sua durao; II - consenso unnime dos scios; III - deliberao dos scios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo indeterminado; IV - falta de pluralidade de scios, no reconstituda no prazo de 180 (cento e oitenta) dias; V - extino de autorizao para funcionar; VI - declarao da falncia, se for empresria. 6.2.2 SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES (ARTS. 1.045 A 1.051 DO CC): A expresso "comandita" tem relao mediata com a idia de confiana. A sociedade em comandita nasceu do contrato de encomenda, praticado na Idade Mdia, na qual uma pessoa, o comanditrio, aquele que confiava, entregava mercadorias ou soma em dinheiro a um comerciante ou a um capito, o comanditado, aquele em que era depositada a confiana, mediante partes dos lucros da expedio. A sociedade em comandita simples compe-se de duas categorias de scios, quais sejam, os comanditados, que so pessoas fsicas, responsveis solidria e ilimitadamente pelas obrigaes sociais, e os comanditrios, que se obrigam apenas pelo valor de sua cota. No caso de morte do scio comanditrio a sociedade continuar com seus sucessores, a menos que no contrato se tenha estabelecido de forma diversa. J na falta do scio comanditado, os scios comanditados nomearo um administrador provisrio para assumir a administrao pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, sem que assuma a condio de scio. A sociedade em comandita simples dissolve-se pelas mesmas causas j estudadas como de dissoluo da sociedade em nome coletivo 7. CLASSIFICAO DAS SOCIEDADES As sociedades podem ser classificadas segundo os seguintes critrios: 7.1QUANTO RESPONSABILIDADE DOS SCIOS

Sociedade ilimitada - Neste tipo de sociedade todos os scios respondem ilimitadamente pelas obrigaes por ela assumidas (N/C). Sociedade limitada - Os scios respondem de forma limitada pelas obrigaes, sendo a responsabilidade limitada s cotas ou s subscries de aes.

7.2 QUANTO AO REGIME DE CONSTITUIO E DISSOLUO

Contratuais Seu ato constitutivo o Contrato Social. Para sua dissoluo no basta a vontade da maioria. Neste tipo de sociedade, a participao societria denomina-se QUOTA. So deste tipo: N/C, C/S e Ltda.

Institucionais - Seu ato constitutivo o Estatuto Social. Podem dissolverse pela vontade da maioria, sendo que a participao societria denominase AO. So exemplos: S/A e C/A.

7.3.

QUANTO S CONDIES DE ALIENAO SOCIETRIA

Sociedades de pessoas Neste tipo societrio, os atributos pessoais de cada scio importam para a sociedade. Assim sendo, veda-se o ingresso de estranho na sociedade, sendo suas quotas impenhorveis, podendo ainda ocorrer a dissoluo parcial por morte do scio.

Sociedade de capital - So sociedades em que no se aplica o disposto no art. 334; logo as aes podem ser alienadas ou penhoradas e o herdeiro de acionista ser sempre scio. Obs.: a sociedade limitada poder tanto se constituir na forma de sociedades de pessoas, como de capital, dependendo do que vier estabelecido no contrato social.

8. CONTRATO SOCIAL Consiste no contrato plurilateral em que os scios coordenam seus esforos conjuntos para obteno de lucro que partilharo entre si. Por este instrumento formam-se as sociedades previstas pelo Cdigo Comercial, quais sejam, sociedade em nome coletivo; sociedade de capital e indstria; sociedade em comandita simples; sociedade em conta de participao.

A. Requisitos de validade - sem eles o contrato no vlido. Podem ser:

Genricos - so aqueles que se exigem para a validade de qualquer contrato, quais sejam, agente capaz; objeto lcito, possvel, determinado ou determinvel e forma prescrita ou no defesa em lei.

Especficos - pluralidade de scios; formao do capital social - todos

os scios devem contribuir para a formao do capital social; todos participaro dos resultados positivos ou negativos da atividade (affetio societatis).

B. Clusulas contratuais essenciais - Sem elas o contrato no pode serregistrado. So : o tipo societrio: S/A, Cia, C/S; o objeto social: representando o ramo que pretende explorar; o capital social: qual seja, o montante e o prazo para regularizao; a responsabilidade dos scios; a qualificao dos scios: nome, RG, CPF, estado civil etc.; a nomeao do gerente; o nome comercial; a sede e foro; o prazo de durao; o visto de um advogado.

C. Clusulas acidentais - so clusulas facultativas como, por exemplo, aclusula de reembolso. 8.1 ALTERAO CONTRATUAL O contrato pode ser alterado por maioria de votos (participao no capital social). Exige-se a unanimidade de votos para: alterao do objeto social (mudana de atividade); cesso de cotas na sociedade de pessoas; transformao do tipo social (S/A para Ltda.); prorrogao do prazo; dissoluo parcial consensual (quando um dos scios sai da sociedade).

AULA 04 DIREITO COMERCIAL SOCIEDADE LIMITADA, ANNIMA E COMANDITA POR AES 3 PARTE 10.SOCIEDADE ILIMITADA: A sociedade limitada regida pelos artigos 1.052 a 1.080 do CC e, subsidiariamente, pelo que se aplica s sociedades simples, conquanto o contrato social poder, ainda, prever a regncia supletiva das normas aplicveis s sociedades annimas. Neste tipo de sociedade a responsabilidade de todos os scios limitada ao total do capital social no integralizado. A responsabilidade, ainda que ilimitada, restringe-se ao que falta para a integralizao. Uma vez que o scio tenha integralizado sua parte no capital social em sociedade por aes, nada mais poder lhe ser cobrado.. O nome da sociedade pode ser do tipo firma ou denominao social, contendo o nome civil de um dos scios, seguido sempre da sigla LTDA. Nesse sentido, o uso da firma ou da denominao privativo dos administradores. Tratando-se de sociedade limitada, o referido capital ser dividido em QUOTAS, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada scio. A quota, por sua vez, indivisvel em relao sociedade, exceto no caso de transferncia Para a formao do capital social, podem os scios contribuir com dinheiro ou bens, sendo vedada a contribuio em prestao de servios. Sendo, contudo, a contribuio feita por meio de bens, pela sua exata estimao, respondem solidariamente todos os scios, pelo prazo de 5 (cinco) anos, contados da data do registro da sociedade. O scio, sendo omisso o contrato nesse sentido, pode ceder sua quota de forma total ou parcial a outro scio, independentemente da manifestao dos outros. A administrao da sociedade competir a uma ou mais pessoas que devero estar designadas para essa funo no contrato social ou por ato em separado. As deliberaes dos scios, de acordo com o art. 1.072 do CC, sero tomadas em reunio ou em assembleia. Sendo o nmero de scios superior a dez, a deliberao em assembleia ser obrigatria. A reunio ou assembleia, contudo, so dispensveis quando todos os scios decidirem por escrito acerca do objeto da deliberao.

Alm de outras matrias, que a lei ou o contrato indicar, so objeto de deliberao, com o respectivo quorum de aprovao: social; a incorporao, fuso e dissoluo da sociedade e, bem assim, a cessao do estado de liquidao por, no mnimo, 3/4 do capital social; a nomeao e a destituio dos liquidantes, bem como o julgamento de suas contas, por mais da metade do capital social; o pedido de concordata, caso em que, havendo urgncia e mediante a autorizao de mais da metade do capital social, os administradores podero requerer a concordata preventiva. Tomadas as deliberaes, essas vinculam todos os scios mesmo que ausentes ou dissidentes. 11.SOCIEDADE POR AES SOCIEDADE ANNIMA (S/A) E a aprovao das contas da administrao por maioria de votos dos presentes; a designao dos administradores, se feita em separado, por mais da metade do capital social; a destituio dos administradores tambm por mais da metade do capital social; o modo da remunerao dos administradores quando no estiver estabelecida em contrato, por mais da metade do capital social; a modificao do contrato social por, no mnimo, 3/4 do capital

COMANDITA POR AES (C/A) : As sociedades por aes so duas: a sociedade annima e a sociedade comandita por aes. Tanto a sociedade annima (tambm denominada de COMPANHIA) como a comandita por aes so regidas pelas normas gerais das sociedades por aes Lei das Sociedades por Aes (LSA), de n. 6.404, de 1976. Entretanto a sociedade comandita por aes apresenta algumas peculiaridades relativas aos diretores da sociedade que so alteraes que esto previstas nos arts. 1.090 a 1.092 do Cdigo Civil. 12.CARACTERSTICAS GERAIS DA SOCIEDADE ANNIMA: uma sociedade institucional, ou seja, estatutria na medida que seu ato constitutivo denomina-se de Estatuto Social. Tambm uma sociedade de capital em que os ttulos representativos desse capital denominam-se de AES. Esses ttulos representativos so livremente negociveis. Nenhum acionista pode impedir

o ingresso de quem quer que seja no quadro associativo. Por outro lado, ser possvel a penhora da ao em processo de execuo promovido contra acionista. Com a morte de um acionista, no poder ser impedido o ingresso de seus sucessores no quadro associativo. Como se trata de uma sociedade institucional, no ser ilcito se os sucessores requererem em juzo a apurao dos haveres do acionista morto. O herdeiro de uma ao transforma-se , queira ou no, em acionista da sociedade por ao. O capital social deste tipo societrio fracionado em unidades representadas por aes. Os seus scios so chamados de acionistas, e eles respondem pelas obrigaes sociais at o limite das aes que subscrever, ou seja, responde pela quantidade de aes que proprietrio. A sociedade annima sempre uma sociedade empresria, mesmo que o seu objeto seja uma atividade econmica civil. A sociedade annima adota sempre o nome comercial sob a forma de denominao. Devendo constar referencia ao tipo societrio, pelas expresses sociedade annima ou companhia, por extenso ou abreviadamente. Ela administrada pelos membros da diretoria. O estatuto dever prever: a) o numero mnimo e mximo de membros, nunca inferior a dois; b) durao do mandado, no superior a 3 anos; c) modo de substituio dos diretores; d) atribuio e poderes de cada diretor. Essa diretoria ser eleita em assemblia geral com todos os acionistas. 13.CARACTERSTICAS GERAIS DA SOCIEDADE COMANDITA POR AES: O acionista diretor tambm denominado de gerente tem

responsabilidade ilimitada pelas obrigaes da sociedade. Por essa razo, somente o acionista poder fazer parte da diretoria. Desta forma, os diretores sero nomeados pelo estatuto, por prazo indeterminado, e somente podem ser destitudos por deliberao de acionistas que representem, no mnimo, 2/3 do capital. A sociedade comandita por aes pode adotar firma ou denominao, sendo que, no primeiro caso, no poder compor o seu nome empresarial o nome civil de acionista que no seja diretor. Em ambas as hipteses, o nome empresarial dever conter a expresso identificativa do tipo societrio. A assemblia geral no tem poderes para, sem a anuncia dos diretores em virtude da sua responsabilidade ilimitada, mudar o objeto social da sociedade, prorrogar o seu prazo de durao e aumentar ou reduzir o seu capital social.

AULA 05 DIREITO DO TRABALHO - 1 parte TRABALHO AUTNOMO E SUBORDINADO 1. RELAO DE TRABALHO VERSUS RELAO DE EMPREGO: A relao de trabalho corresponde a qualquer vinculo jurdico por meio do qual uma pessoa natural executa obra