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Ata da Assembleia Geral realizada no dia 14 de abril pela Gestão Polifonia.
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ATA DA ASSEMBLEIA GERAL DE 14.04.2015
Ata da Assembleia Geral dos estudantes da FDRP, convocada pelo CAAJA, Centro
Acadêmico Antônio Junqueira de Azevedo, da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto,
FDRP- USP.
A Assembleia teve início às 12 horas e término às 13 horas e 23 minutos do dia 14
de abril de 2014, realizada no Anfiteatro, da própria faculdade, em Ribeirão Preto–SP. Foi
presidida e secretariada por membros da atual diretoria do CAAJA da Gestão Polifonia.
Presentes:
Ao todo, estavam presentes 61 (sessenta e um) alunos e alunas devidamente
matriculados na FDRP – como consta na lista de controle da Assembleia, que pode ser
consultada em caso de pedidos para qualquer membro da atual gestão.
PAUTA:
1. Deliberação* do posicionamento dos alunos a respeito dos seguintes
assuntos: Paralisação Nacional do dia 15/04 e PL 4330/2004 - Regulamentação
da Terceirização (caso do restaurante universitário da USP-RP)
2. Aprovação e definição de possíveis alterações da nota produzida por alunos
a respeito da Emenda Constitucional (PEC) nº 171 - Redução da Maioridade
Penal
3. Repasse e discussão a respeito do assunto: Permanência estudantil -
extinção de vagas nas creches da USP (creche Carochinha)
* as deliberações estão destacadas nesta Ata.
ATA:
1. PRIMEIRO BLOCO: Paralisação Nacional do dia 15/04 e PL 4330/2004 -
Regulamentação da Terceirização
Para além das votações a respeito dos possíveis posicionamento do Centro
Acadêmico a respeito dos assuntos do primeiro bloco, abriu-se previamente inscrições
para fala dos presentes.
Ian Aurichio faz a fala inicial deste bloco, posicionando-se contrário à PEC 4330
com base no fato de que tal projeto ameaçaria os direitos trabalhistas já consagrados.
Cita que, por levantamento feito pelo DIEESE (em parceria com a CUT) 26% do mercado
formal é composto por terceirizados – porcentagem que, provavelmente, não reflete a
realidade visto que grande parte dos terceirizados se encontram na informalidade,
segundo o mesmo – além de exercerem maior carga horária de trabalho e com maior
risco de acidentes de trabalho. Seguindo, coloca que o texto não assegura a filiação dos
terceirizados ao Sindicato da classe; criando, por consequente, problemáticas no âmbito
da integração dos trabalhadores (haveria uma disputa de interesses diversos pela classe
trabalhadora). Como sugestão para a formatação de uma possível nota/posicionamento
do Centro Acadêmico, cita a questão da responsabilidade subsidiaria em detrimento da
responsabilidade solidária. Acredita que seria interessante desenvolver outras ações em
relação ao tema para além de posicionamentos institucionais.
Daniel Alves pontua que o Plano de Demissão Voluntária sobrecarregou o trabalho
dos servidores que continuaram em seus cargos em toda a USP, dando ênfase ao
impacto do PIDV no contexto do R.U. da USP-RP; cita que uma decisão unilateral tomada
pela Prefeitura do Campus para contornar essa “situação” será o oferecimento de marmita
durante o período noturno. Entretanto, a licitação para a contratação de uma empresa
responsável pela confecção das marmitas foi impugnada em um primeiro momento. Com
relação à terceirização, entende que no âmbito dos direitos trabalhistas, estabilidade de
carreira, harmonia entre os trabalhadores, as perdas são inúmeras. Coloca, também, que
o SINTUSP decidiu manter a paralisação de hoje (14) em mais um dia em sinal de apoio à
nacional do dia 15 de abril.
Cristiano Castro, em relação ao PL 4330, pontua que o mais importante seria trazer
o projeto para a nossa realidade, isto é, como este afetaria os funcionários da nossa
faculdade/universidade – tendo em vista que a abrangência de posicionamentos do
Centro Acadêmico é restrita ao contexto local, em casos de não articulação com outros
CAs. Nesse sentido, mantê-lo (o PL citado) no nosso contexto visaria dar coerência ao
posicionamento institucional emitido. Para a construção da nota, sugere introduzir com o
contexto nacional e dar ênfase ao contexto interno da USP-RP.
Victor Sadano concorda com a fala do Cristiano, pontua que deveríamos (Centro
Acadêmico) nos posicionar contra a terceirização, usando como base de sua
argumentação os altos índices de acidentes dos terceirizados; e colocando que, muitas
vezes, o trabalho terceirizado se caracteriza por regimes análogos à escravidão no
sentido da perda de direitos trabalhistas e da dignidade humana. Sobre a paralisação
nacional do dia 15 de abril, acredita que deveríamos dar coro a esta no sentido de dar,
dessa forma, visibilidade para a sociedade civil sobre a mesma e pressionar, enquanto
alunos e alunos de uma instituição renomada no cenário nacional, pela não aprovação
desse PL.
O apoio do corpo discente da FDRP à paralisação nacional de 15 de abril foi
aprovado por unanimidade, assim como o posicionamento contrário à PL 4330/2004.
Cristiano Castro pontua que é contrário a aderência efetiva à paralisação nacional
visto que isto implicaria em uma série de problemática, elucidando-as por meio de
exemplos, desde as possíveis perseguições e retaliações aos envolvidos (tendo em vista
que a abrangência desta Assembleia não comporta a totalidade dos demais alunos) até
as questões legais e jurídicas por trás do impedimento ao acesso à faculdade e uso de
seu espaço pelos demais funcionários, professores e alunos.
Julia Leite pontua que seria a favor da aderência à paralisação, entretanto, por
questão de tempo, visando que se daria amanhã (15), coloca que no contexto da FDRP
seria inviável, tanto pelo histórico de apatia quanto pela questão de organização (o tempo
seria um obstáculo).
Cinthia Catoia também seria favorável à paralisação estudantil, porém, pontua que
além da problemática da organização, perder-se-ia um tempo importantíssimo de
conscientização e informação para os demais alunos da FDRP, no sentido de que as
discussões a respeito da paralisação nacional foram incipientes até o presente momento
e a imposição de uma paralisação estudantil generalizada implicaria no afastamento de
possíveis apoiadores pela questão do desconhecimento já citado, para tal, sugere que o
CAAJA deveria organizar falas nas salas e outras ações de cunho informativo.
Daniel Alves pontua que os funcionários da FDRP ainda não possuem posição
formada em relação à paralisação nacional de 15 de abril. Acredita que se trata de um
momento histórico; a aprovação de terceirização das atividades fins no âmbito público e
privado; e, nesse contexto, é importante que nós, enquanto alunos de uma faculdade
pública de Direito, nos posicionemos, sendo assim, coloca que aderir à paralisação seria
o mínimo esperado.
Poliana Kamalu pontua que existe uma outra forma de paralisação, tendo em vista
todas as problemáticas citadas, principalmente pelos encaminhamentos feitos pelos
presentes, isto é, coloca que o CAAJA poderia desenvolver atividades que ocupassem
todo o período da manhã do dia 15, de cunho informativos e desenvolver debates a
respeito das questões atreladas à paralisação nacional, demandaria, porém, a aderência
dos alunos para tal e o possível diálogo com os professores a fim da liberação dos alunos
para tais atividades.
Julia Leite concorda com o encaminhamento feito pela Poliana, pontuando que
cada aluno tem que entender a sua própria situação nesse momento, já que tal liberação
por parte dos docentes não deveria ser esperada.
Houve, portanto, uma alteração deliberada pelos presentes na pauta que seria
votada nesse bloco, isto é, ao invés de votarmos a aderência efetiva à paralisação
nacional do dia 15 de abril, foi votado se o Centro Acadêmico deveria realizar
atividades no período da manhã do dia 15 em sinal de apoio e de aderência à
paralisação nacional do dia 15 de abril, além do fechamento da sala da instituição
durante todo o dia, entretanto, sem prejudicar o andamento das aulas e demais
atividades realizadas na FDRP.
Sendo assim, votamos: 54 pessoas foram favoráveis a ações do CAAJA no dia 15 de
abril, 7 votos contrários e 6 abstenções.
2. SEGUNDO BLOCO: Emenda Constitucional (PEC) nº 171 - Redução da Maioridade
Penal
Nesse bloco, houve a leitura da nota produzida por alunos e alunas da FDRP, e,
sem seguida, foi aberto para fala interessados em propor alterações e sugestões ao texto
produzido, como solicitado pelos Representantes Discentes da Congregação, Vinícius
Drago e Jesus Pacheco Simões que têm interesse de levar tal documento ao âmbito da
Congregação a fim de que, caso aprovado, torne-se o posicionamento oficial da FDRP a
respeito da PEC 171.
Yan Funck pontua que deva haver uma correção no dado apresentado no trecho
“Segundo a pesquisa “Participação, Democracia e Racismo?”, do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada – IPEA, a cada dois assassinatos no país, dois vitimam negros. Isso
demonstra que os negros possuem chance 3,7 vezes maior de serem assassinados em
relação aos brancos.”. Tendo em vista que a construção desse trecho mostra-se
incoerente. Pontua também que deva haver uma ênfase maior à questão da
constitucionalidade da PEC, assim como em relação à questão da perda de direitos
humanos e da dignidade humana – em decorrência da atual situação do sistema prisional
brasileiro.
Cinthia Catoia pontua que é necessário a supressão de determinados termos
intimamente ligados ao contexto juridico a fim de possibilidar uma maior abrangência da
nota e entendimento da mesma por parte dos diversos setores da sociedade civil –
principalmente, no caso deste documento se tornar o posicionamento oficial da Faculdade.
Porém, coloca que gostaria de ter mais tempo para reler o documento e propor outras
alterações.
Os presentes deliberaram, portanto, que deveria ser votado a possibilidade do
Centro Acadêmico subscrever o documento final, após as devidas alterações,
porém seguindo os prínpios da nota apresentada nessa Assembleia (isto é, posição
contrária à Emenda Constitucional nº 171).
Sendo assim, votamos: 25 votos a favor, nenhum voto contra e apenas 2
abstenções.
3. TERCEIRO BLOCO: Permanência Estudantil - extinção de vagas nas creches da
USP (creche Carochinha)
Nesse bloco, houve fala dos membros do CAAJA que basearam-se em um convite
ao ato em defesa da Creche Carochinha contrário à redução de vagas. Foi colocado que
essa decisão vem de encontro com a sucessiva perda de direitos estudantis – que afetam
diretamente a permanência, principalmente das mulheres – no contexto de crise
financeira da USP. Deliberou-se unanimemente o fechamento da sala do CAAJA
durante o período do Ato além do apoio formal do Centro Acadêmico ao mesmo.
Nesses termos, certifico e dou fé da legitimidade do presente documento,
Poliana Kamalu
Presidente do CAAJA
Gestão 2014-2015