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ATA DA 63ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DO LITORAL PARANAENSE, REALIZADA NO DIA 09 DE DEZEMBRO DE 2013. Página 1 de 28 ATA DA 63ª REUNIÃO ORDINÁRIA DO CONSELHO DE 1 DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DO LITORAL PARANAENSE, 2 REALIZADA NO DIA 09 DE DEZEMBRO DE 2013, PRESIDIDA PELO 3 EXMO. SR. LUIZ EDUARDO CHEIDA - SECRETÁRIO DE ESTADO DO 4 MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS, E SECRETARIADA PELO 5 ILMO. SR. JOSÉ MARIA - SECRETÁRIO EXECUTIVO. 6 O Sr. Secretário Executivo, José Maria (SEMA):- Convidamos os Conselheiros a tomarem 7 assento no primeiro círculo de cadeiras. Convidar os prefeitos Dalmora, Helder, 8 Secretário Xiquinho, representantes dos municípios, Dr. Saint-Clair, representante do 9 CREA. Convidamos a Dra. Carmem para que sente ao meu lado, por gentileza, vamos 10 precisar da sua assessoria. Em seguida vamos abrir a reunião, o primeiro item será a 11 aprovação da Ata. O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz 12 Eduardo Cheida:- Boa tarde a todos os Conselheiros, queria cumprimentá-los. Esta é a 13 primeira reunião que presido do Colit e naturalmente neste ano a última possivelmente, 14 dado o pouco tempo que estamos frente à Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Mas 15 mais uma vez cumprimentando todos os Conselheiros, Conselheiras. Indago ao nosso 16 Secretário Executivo se temos quórum. O Sr. Secretário Executivo, José Maria (SEMA):- 17 Perfeitamente, Sr. Presidente, o quórum já foi atingido. O Sr. Presidente do Conselho 18 Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Quórum atingido, portanto, coloco 19 em discussão e aprovação a Ata da 62ª reunião ordinária, realizada em 18 de maio de 20 2012. Lembrando que a Ata foi encaminhada a todos os Conselheiros e publicada no 21 site do Colit. Quero indagar aos Conselheiros, por amor à brevidade do tempo, se 22 podemos dispensar a leitura da mesma. Os Conselheiros que concordam com a 23 dispensa permaneçam como estão. (Pausa). APROVADA, portanto, a dispensa. Deixo a 24 palavra em aberto para quem queira fazer alguma observação a respeito da nossa Ata. 25 (Pausa). Não havendo, vamos colocar em votação a Ata da 62ª reunião ordinária, de 18 26 de maio de 2012. (Pausa). Os favoráveis permaneçam como estão, os contrários se 27 manifestem, abstenções. (Pausa). APROVADA por unanimidade. Após o primeiro item 28 de pauta, esta Presidência vai colocar como objeto do ofício circular que seguiu a todos 29 a apresentação sobre a logística reversa e a reciclagem do lixo. Convido o coordenador 30 Laerty Dudas - Coordenador de Resíduos Sólidos da Sema para fazer a apresentação, 31 pedindo bastante brevidade, se puder fazer em quinze minutos. Enquanto o 32 coordenador se dirige, dizer a todos que este item foi colocado por termos um prazo, um 33 teto dado pela Lei 12.305/10, que é o dia 03 de agosto próximo, para que os municípios 34 resolvam o acondicionamento adequado, correto, segundo a lei, dos resíduos sólidos 35 nos seus municípios. O Estado está entrando como um ente solidário a isso e a fala do 36 nosso coordenador é justamente para suscitar esse debate em vista das dificuldades 37 inerentes a todos os municípios. Mas deixaremos esta questão para o debate que se 38 seguirá após a sua explanação. Com a palavra Laerty Dudas. O Sr. Laerty Dudas:- Boa 39 tarde a todos. É com satisfação que estou no Conselho hoje para falar um pouquinho 40 sobre resíduos sólidos. Quando comecei a trabalhar na área de resíduos, em mil 41 novecentos e lá vai fumaça, falávamos: “Somos em dois milhões de habitantes!” Já 42 estamos com 10,5 milhões de habitantes e estamos gerando, por dia, 20 mil toneladas 43 de resíduos por dia no Paraná. A hora que chegar meia-noite geramos 20 mil toneladas, 44

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DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL DO LITORAL PARANAENSE, 2

REALIZADA NO DIA 09 DE DEZEMBRO DE 2013, PRESIDIDA PELO 3

EXMO. SR. LUIZ EDUARDO CHEIDA - SECRETÁRIO DE ESTADO DO 4

MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS, E SECRETARIADA PELO 5

ILMO. SR. JOSÉ MARIA - SECRETÁRIO EXECUTIVO. 6

O Sr. Secretário Executivo, José Maria (SEMA):- Convidamos os Conselheiros a tomarem 7 assento no primeiro círculo de cadeiras. Convidar os prefeitos Dalmora, Helder, 8 Secretário Xiquinho, representantes dos municípios, Dr. Saint-Clair, representante do 9 CREA. Convidamos a Dra. Carmem para que sente ao meu lado, por gentileza, vamos 10 precisar da sua assessoria. Em seguida vamos abrir a reunião, o primeiro item será a 11 aprovação da Ata. O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz 12 Eduardo Cheida:- Boa tarde a todos os Conselheiros, queria cumprimentá-los. Esta é a 13 primeira reunião que presido do Colit e naturalmente neste ano a última possivelmente, 14 dado o pouco tempo que estamos frente à Secretaria de Estado de Meio Ambiente. Mas 15 mais uma vez cumprimentando todos os Conselheiros, Conselheiras. Indago ao nosso 16 Secretário Executivo se temos quórum. O Sr. Secretário Executivo, José Maria (SEMA):- 17 Perfeitamente, Sr. Presidente, o quórum já foi atingido. O Sr. Presidente do Conselho 18 Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Quórum atingido, portanto, coloco 19 em discussão e aprovação a Ata da 62ª reunião ordinária, realizada em 18 de maio de 20 2012. Lembrando que a Ata foi encaminhada a todos os Conselheiros e publicada no 21 site do Colit. Quero indagar aos Conselheiros, por amor à brevidade do tempo, se 22 podemos dispensar a leitura da mesma. Os Conselheiros que concordam com a 23 dispensa permaneçam como estão. (Pausa). APROVADA, portanto, a dispensa. Deixo a 24 palavra em aberto para quem queira fazer alguma observação a respeito da nossa Ata. 25 (Pausa). Não havendo, vamos colocar em votação a Ata da 62ª reunião ordinária, de 18 26 de maio de 2012. (Pausa). Os favoráveis permaneçam como estão, os contrários se 27 manifestem, abstenções. (Pausa). APROVADA por unanimidade. Após o primeiro item 28 de pauta, esta Presidência vai colocar como objeto do ofício circular que seguiu a todos 29 a apresentação sobre a logística reversa e a reciclagem do lixo. Convido o coordenador 30 Laerty Dudas - Coordenador de Resíduos Sólidos da Sema para fazer a apresentação, 31 pedindo bastante brevidade, se puder fazer em quinze minutos. Enquanto o 32 coordenador se dirige, dizer a todos que este item foi colocado por termos um prazo, um 33 teto dado pela Lei 12.305/10, que é o dia 03 de agosto próximo, para que os municípios 34 resolvam o acondicionamento adequado, correto, segundo a lei, dos resíduos sólidos 35 nos seus municípios. O Estado está entrando como um ente solidário a isso e a fala do 36 nosso coordenador é justamente para suscitar esse debate em vista das dificuldades 37 inerentes a todos os municípios. Mas deixaremos esta questão para o debate que se 38 seguirá após a sua explanação. Com a palavra Laerty Dudas. O Sr. Laerty Dudas:- Boa 39 tarde a todos. É com satisfação que estou no Conselho hoje para falar um pouquinho 40 sobre resíduos sólidos. Quando comecei a trabalhar na área de resíduos, em mil 41 novecentos e lá vai fumaça, falávamos: “Somos em dois milhões de habitantes!” Já 42 estamos com 10,5 milhões de habitantes e estamos gerando, por dia, 20 mil toneladas 43 de resíduos por dia no Paraná. A hora que chegar meia-noite geramos 20 mil toneladas, 44

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amanhã mais 20 mil toneladas e não é possível que o Estado, que a gente consiga 45 enterrar tanta matéria-prima ou tanto resíduo que poderia servir como matéria-prima para 46 inúmeros negócios. A composição dos resíduos, vou passar uma recapitulação, em 47 termos de peso 50% é matéria orgânica e não é possível que essa matéria orgânica seja 48 simplesmente enterrada. A ideia da Política Nacional de Resíduos é que se faça uma 49 compostagem com esse resíduo, se aproveite esse material para que o mesmo volte 50 para a cadeia produtiva. Nós temos 35% de material potencialmente reciclável: plástico, 51 vidro, metal e já se fala muito na separação desses materiais, mas se esquece do 52 orgânico. O orgânico é o nosso grande problema hoje. Temos, dentro da Política 53 Nacional de Resíduos, só vai para o destino final o rejeito, aquilo que não se aproveita 54 mais para nada: papel higiênico, fralda. Temos que fazer um belo trabalho de coleta 55 seletiva para tirar o orgânico, tirar o material potencialmente reciclável, porque aquele 56 nosso espaço para destinação final tem um tempo de vida útil. Se colocarmos tudo, não 57 fizermos um trabalho de educação ambiental junto à população para que separe 58 basicamente, não se faz um trabalho de coleta diferenciada dos resíduos, aí vamos ter 59 um volume maior e o tempo de vida útil fica comprometido dessa destinação final. 60 Dentro da Política Nacional de Resíduos, a Lei 12.305/10 fala da responsabilidade 61 compartilhada, ou seja, vamos ter que dar uma solução em conjunto para os resíduos. 62 Em agosto de 2014 não podemos mais ter a figura dos lixões. Eu lembro que em 1999 63 estávamos bem- intencionados e achávamos que a solução seria os aterros sanitários. 64 Fizemos 172 aterros sanitários e sem monitoramento, sem equipamento viraram todos 65 lixões. Temos hoje no Paraná 214 lixões. O modelo individualizado está mais que 66 comprovado que não dá certo, que o pessoal não tem perna, não tem equipamento para 67 trabalhar essa questão. A Lei 12.305/10 fala da geração até o destino final, mas a Lei 68 6.938/81 e vou citá-la, porque todo o mundo está se agarrando na Lei 12.305/10 para 69 não fazer uma logística reversa, principalmente o fabricante e o importador no auxílio aos 70 municípios. Então, na Política de Destinação Final Adequado dos resíduos e dos rejeitos, 71 existe uma diferenciação, a inclusão social faz parte da Política Nacional de Resíduos 72 Sólidos, com geração de emprego, trabalho e renda, principalmente com apoio às 73 cooperativas e associação de catadores. Precisamos fazer com que esse material 74 venha. Agora, na logística reversa a hora que a cooperativa faz essa separação, tem 75 esse material, ele não tem o apoio principal de quem fabricou esse material. Então, a 76 cooperativa começa a negociar por baixo. Eu sempre digo que o grande problema do 77 fabricante e do importador é a pirataria. A hora que uma cooperativa, a hora que o 78 município faz a coleta do material diferenciado, leva para a cooperativa, para a 79 associação e aí não tem o apoio, estamos evitando para as indústrias, para os 80 fabricantes e importadores um mal maior que é a pirataria. Se nós trabalhamos, nós que 81 eu digo é o município e o Estado que trabalham para recolher esse material e faz a sua 82 parte, por que fabricantes e importadores não vêm participar? Sempre digo, vou passar 83 para o Chiquinho os meus três filhos. O Chiquinho: “Obrigado, Dudas, ele são bonitos!” 84 Amanhã o Chiquinho vai me ligar: “Dudas, você não me falou que eles comem.” 85 “Comem!” “Eu tenho que pagar roupa, vesti-los?” “Tem!” “Vou ter que pagar 86 universidade?” “Vai ter que pagar universidade”. Então, na verdade o município hoje faz 87 a coleta dos materiais, assume a paternidade de todos os materiais e não chama para 88 essa responsabilidade compartilhada fabricante e importadores. Afinal de contas não 89 está escrito em um pneu município de Matinhos. Está escrito lá Bridgestone, Firestone, 90 Goodyear. Por que não chamar à responsabilidade esses fabricantes? Então, baseado 91

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nisso, nessas ideias, formamos o “Paraná Sem Lixões”, o Decreto Estadual 8.656/2013 92 onde estabelecemos, principalmente a questão da legislação, fiscalização e 93 licenciamento para agilizarmos inúmeras coisas para que haja o escoamento sustentável 94 desses materiais. O Comitê Gestor, o que percebemos? No governo são várias 95 Secretarias falando de resíduos sólidos e aí você não soma esforços para realmente se 96 ter um fortalecimento dessas ações e aí o que fizemos? Fizemos o Comitê Gestor 97 capitaneado pela Secretaria de Meio Ambiente. Então qualquer Secretaria que queira 98 falar em resíduos sólidos vai ter que entrar no Comitê Gestor, porque começamos a 99 observar que o recurso era pingado nas Secretarias. Então, nesse Comitê Gestor pelo 100 menos conseguimos descobrir quem está trabalhando na área de resíduos. Com isso 101 montamos um grupo denominado R-20. Esse R-20, através de um plano de 102 regionalização que diz também na Política Nacional de Resíduos Sólidos, construímos 103 esse plano de regionalização e dividiu o Estado do Paraná em 20 regiões baseado na 104 geração, na distância e no comportamento de cada regional. E aí, dentro do R-20, são 105 86 municípios que pertencem ao R-20. Ou seja, 86 Secretários de Estado que todos os 106 meses se reúnem conosco e aí estamos fazendo uma política para fazer um 107 atendimento direto. O que está afligindo? A aflição do município para determinado 108 resíduo que não está tendo o seu escoamento com sustentabilidade. E aí chamamos 109 quem? Nós somos o catalizador do processo. Chamamos o fabricante do produto, 110 porque também não geramos aquele resíduo, e colocamo-los na frente dos municípios, 111 dizendo: “Olha, fizemos toda a parte!” Imaginem lâmpada! Deu na cabeça, os 112 municípios apontaram como o maior problema hoje no Paraná as lâmpadas 113 fluorescentes. Aí chamamos Abilume e a Abilux, que são os importadores de lâmpada, 114 colocamo-los à nossa frente, aí vem a conversa para os municípios: “Olha, pessoal, 115 estou fazendo um acordo setorial em Brasília”. “Poxa vida, mas são os municípios que 116 estão com dificuldade!” Tem município com 120, 130. Pessoal, fizemos o levantamento: 117 chegamos a um milhão, duzentos e oitenta mil lâmpadas estocadas somente com os 118 municípios, e isso significa improbidade administrativa. Você não pode, você coletou, 119 preservou a população coletando aqueles materiais, esse material de mercúrio é um 120 resíduo considerado Classe I, só que você estocou e você não pode gastar dinheiro 121 para fazer a neutralização desse material. Então, o que fizemos? Chamamos o 122 fabricante e o importador à responsabilidade. Apresentaram na primeira reunião um 123 acordo setorial em Brasília. Para vocês terem uma ideia, esse acordo vai entrar em 124 campo daqui a seis anos e só vão atender municípios acima de cem mil habitantes. Ou 125 seja, 85% do Paraná ficaram fora. Na hora os municípios, através do decreto, levantaram 126 e falaram: “Não, este acordo setorial não aceitamos no Paraná!” Fizemos no exato 127 momento uma disposição para o Secretário que não aceitávamos. Demos trinta dias, 128 retornaram na segunda reunião e falaram: “Não!” Qual foi a resposta do fabricante e do 129 importador? Quem mandou vocês coletarem esse produto? Agora a paternidade é de 130 vocês! O que cada um fez? Cada um tem o seu promotor local. E o que fizemos? Eles 131 conheceram o Estado do Paraná. Foi feita uma estratégia, não foi eu quem fiz, mas os 132 municípios decidiram de vinte e cinco a vinte e nove chamar a Abilume e a Abihpec em 133 todas as comarcas do Paraná para que fossem conhecer in loco as cento e vinte, cento 134 e trinta, cento e cinquenta lâmpadas estocadas. E aí eu gostei muito da posição do 135 Ministério Público, disse: “Discutam lá no corpo setorial, façam o que vocês quiserem, 136 no Paraná vão ter que coletar esses materiais!” Eles viajaram tanto pelo Estado este mês 137 que quando chegaram em Campo Largo, disseram: “Queremos fazer um acordo!” A 138

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promotora nem abriu a boca. Então, pessoal, acho que estamos no caminho certo. Não 139 existe uma fórmula de bolo. É desgastante. A Associação Brasileira de Higiene Pessoal, 140 Perfumaria e Cosméticos assinou um termo de compromisso que é uma vergonha para 141 nós. A Abipla - Associação Brasileira dos Representantes de Embalagens de Produtos 142 de Limpeza, também não fala coisa com coisa nenhuma o termo de compromisso. E aí 143 chamamos a primeira vez não vieram, chamamos pela segunda vez não vieram, e a 144 resposta é a mesma. Colocamos a resposta da Abihpec aqui e da Abipla aqui, é um 145 Control C e um Control V, e os dois estão em viagens internacionais e não tem agenda 146 para nós. Pois bem. Não dá para deixar para depois, vamos fazer o ofício. Na hora 147 fizemos o ofício, os oitenta e seis assinaram o ofício para o Secretário Cheida romper o 148 termo de compromisso assinado, ou seja, rescindir o termo de compromisso. Aí o 149 Secretário, sensibilizado, tivemos a segurança de fotografar cada Secretário assinando, 150 anexamos no processo e agora, na semana passada, nós individualmente chamamos 151 os associados destas associações, e os associados Johnson & Johnson, Colgate, 152 Unilever nos disseram: “Nós temos um termo de compromisso com a Sema. Nós não 153 vamos fazer nada!” Então, na quinta-feira passada comunicamos a eles que não temos 154 mais esse termo de compromisso e vão ter que apresentar resultado à logística reversa, 155 independente do acordo setorial em Brasília. Façam o que quiserem lá, mas a Lei 156 6.938/81 está valendo, pessoal. É isso que a gente quer. Então, a ideia é justamente 157 trabalhar com os municípios e dizer claramente que se não tiver o Plano da Gestão 158 Integrada de Resíduos Sólidos não vamos chegar a lugar nenhum. Se não tivermos o 159 plano para o resíduo, isso é de lei, não vamos chegar a lugar algum. Nós temos que ter 160 o plano. E a nossa política, a base é o Programa de Educação Ambiental, ensinar o 161 indivíduo que quando adquirir no supermercado o suco, depois de consumido, virará um 162 passivo ambiental. Só que ele tem que fazer a parte dele, fazer a separação pelo menos 163 do úmido e do seco. E aí é inadmissível também que não se tenha uma coleta seletiva, 164 porque se na primeira vez que misturar tudo e a população sentir que ela separou e você 165 misturou, esqueçam! Nunca mais vamos conseguir o apoio da população. Então, a 166 coleta seletiva é fundamental, o Programa de Educação Ambiental, ou seja, o 167 consumidor na sua casa faz a sua parte, a coleta seletiva é fundamental e a logística 168 reversa, fazer na associação a inclusão social dos catadores. Precisamos ter quem? O 169 fabricante e o importador em conjunto com o município. O município não pode, não 170 deve, acaba pagando a conta com o IAP, porque assume a paternidade de tudo, não 171 chama ninguém à responsabilidade e não consegue fazer, ele não tem perna para fazer. 172 Então, o pessoal que venha trabalhar conosco, à disposição final para o rejeito. E é claro 173 que para tudo há necessidade de recurso, se não tiver recurso não se consegue fazer 174 absolutamente nada. Aí, pessoal, a Política Nacional de Resíduos Sólidos do Estado do 175 Paraná tinha que fazer o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Existiam dois 176 quesitos: fazer o plano de regionalização para entrar no recurso da União e validar a IV 177 Conferência de Meio Ambiente, o assunto era resíduos sólidos. O Paraná conseguiu 178 fazer as duas. Esse plano é um plano, não quer dizer que tem que ser, nós tínhamos que 179 fazer o plano, agora se ele é bom só a praticar vai dizer. Então, o plano está aqui e com 180 isso conseguimos abrir as portas do Governo Federal. O que está faltando? Projeto! Nós 181 apresentamos esse plano, na verdade aqui é um resumo, são duas mil e setecentas 182 páginas, apresentamos ao governo francês que disponibilizou 320 milhões para quem 183 estiver consorciado. A prioridade é para quem estiver consorciado. Por quê? Porque está 184 atendendo a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Não estou dizendo que quem 185

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não esteja consorciado, ou seja, vai ficar mas talvez fique no final da fila. Então, a ideia é 186 justamente o plano. Foi dividido em vinte regiões baseado no volume, na distância, 187 principalmente porque toda logística reversa o mais caro é o transporte. Hoje na logística 188 reversa temos cem caminhões para pneu, que era um dos tópicos com relação à 189 questão da dengue e hoje caímos para o 18º lugar com relação a pneu. Mas, ainda 190 dados da Secretaria de Saúde, dizem que 54% do problema do Aedes Aegypti ainda é 191 embalagem dos nossos resíduos deixados inadequadamente no fundo do nosso quintal. 192 Então, é um dado alarmante. Aqui são os oitenta e seis municípios, é um município polo, 193 dois médios e três pequenos para que possamos ter esses oitenta e seis municípios. Aí 194 está o Decreto. Eu mostro o decreto, porque no G-22 no Programa de Serviço Zero nós 195 esquecemos. Convidei os municípios, vieram, deu certo, só que não regularizamos, 196 porque deu tão certo, tanto a logística reversa para vários produtos e essa vez tomamos 197 cuidado para que tenha um decreto governamental, porque quando mudar o Secretário 198 simplesmente o grupo não desapareça. Fazemos uma reunião itinerante em vários 199 locais, cada Secretário de Meio Ambiente que vem da sua região tem que se reunirem 200 com os outros cinco, dois médios e três pequenos, e passar para a região do entorno. 201 Porque se colocarmos 399 Secretários aqui não vamos chegar a lugar nenhum. Então, 202 pegamos os 86 que são responsáveis por 92% dos resíduos gerados no Estado do 203 Paraná. Então, é um número bastante expressivo. Nessa reunião procuramos deliberar o 204 mais rápido possível, porque é difícil o município gastar, hoje ninguém tem dinheiro hoje 205 em dia, essa reunião teria que ser feita em dois dias, mas estamos fazendo em um dia 206 para que os municípios não tenham que pernoitar aqui e terá um custo maior e vamos 207 perder o maior número dos municípios. Tudo o que podemos resolver no ato, 208 resolvemos. Estamos hoje na linha de frente com a Associação Brasileira de Higiene 209 Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, que já tiramos, agora é com os associados da 210 Abipla. Nós estivemos com a Associação Brasileira de Vidros. Foi um desastre, não 211 apresentaram absolutamente nada. Quando acabaram a apresentação, os municípios 212 falaram: “Qual a lâmina que você tem para a logística reversa?” “Não tem”. Falaram que 213 o Inpev é um exemplo positivo para a logística reversa, mas infelizmente a Associação 214 Brasileira de Vidros não apresentou nada para nós. Então, vamos trabalhar diretamente 215 com os fabricantes. Então, nada impede que o grupo trabalhe com a associação, 216 porque é um aglomerado, mas podemos trabalhar individualmente. Então, o grupo 217 decidiu não mais trabalhar com a Associação Brasileira de Vidros, e individualmente, 218 porque são só quatro empresas. Aí está a reunião. Uma das coisas que quero falar e 219 enaltecer é a presença de todos, foram quase 100%, tivemos a falta de quatro 220 municípios na última reunião. Todo o mundo vem. E cito a questão da pirataria. Quando 221 se faz isso na associação, na cooperativa, o que é mais caro para o pirata? O mais caro 222 é a embalagem. Aquela embalagem do Jack Daniel’s não vai voltar para a Escócia para 223 ser envasada. Com certeza paga vinte a trinta reais, porque vão colocar outra coisa 224 menos um uísque de qualidade. Então, a ideia justamente é por que não chamá-los a 225 essa responsabilidade? E aí quando se fala em pneus, que é um grande depósito da 226 dengue, e quando a Secretaria de Saúde faz essa conexão, 274 municípios que têm a 227 Aedes Aegypti e desses 274, 214 tem lixões é 100%. Então, é uma correlação bastante 228 importante essa do lixão com a questão da dengue. Aqui pressionamos o fabricante de 229 pneus, nesta última reunião nos pediram a entrada de novos pneus inservíveis no Estado 230 do Paraná, porque temos uma resolução que proíbe a entrada de pneu inservível no 231 Estado, e o grupo falou: “Não! Não vamos aceitar.” Para que o pneu lá de Itapira, de 232

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Tomazina, de Matinhos, seja importante e chamamos também a Associação Brasileira 233 dos Importadores de Pneumáticos e eles nos deram um atestado de pobreza, só que 234 não querem trabalhar com a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos. Nós não 235 queremos inventar a roda, nós queremos justamente resolver essa questão. Então, a 236 ADIP não vamos mais chamar a associação, porque não vai resolver, então vamos 237 chamar os importadores individualmente. Dá trabalho? Com certeza dá. Então, na última 238 reunião não entendíamos, através do Sindirepa, que são as oficinas mecânicas, porque 239 elas não têm aonde colocar a embalagem plástica de óleo lubrificante. E aí temos o 240 Programa Jogue Limpo do Sindicon, que são os fabricantes, e não entendíamos o 241 porquê não participavam se são cinco mil e seiscentos pontos de coleta dentro do posto 242 de gasolina e nas concessionárias. Só que, conversando com o Sindicato das Oficinas 243 Mecânicas, eles têm o produto mas o atacadista não quer fazer a logística reversa. 244 Então, chamamos para a última reunião, foi excelente, de cara já fizeram uma abertura 245 para atender mil e setecentas oficinas. Nós não aceitamos porque temos um universo de 246 quinze mil e essas mil e setecentas eram só em Curitiba e região metropolitana. É claro 247 que é importante quando se trabalha com vários municípios, o município de Wenceslau 248 Braz diz: “Não, eu não aceito, porque você vende o seu produto na minha cidade.” E aí 249 aconteceu com todos os municípios.Então, a proposta é aumentar esse número e o 250 Jogue Limpo viu com bons olhos essa parceria. A Associação Brasileira de Refrigerantes 251 simplesmente não disse nada para nós, nem responderam. O Sr. Secretário Executivo, 252 José Maria (SEMA):- Dez minutos para a sua conclusão. O Sr. Laerty Dudas:- Abilux e a 253 Abilume, já estou terminando, os municípios terão o apoio estadual para destinar 254 corretamente o lixo. O diferencial do Paraná está em ouvir os municípios. Não adianta 255 passar um sapato de cromo alemão para você, você vai dizer que está bom mas o 256 número não serve. Então, a ideia de fazer a política é ouvir os municípios para que 257 possamos realmente dar um suporte aos municípios para que possam atender lá na 258 frente a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Estamos trabalhando junto com a FIEP, 259 eu pago até imposto, IPTU na FIEP, de tanto que eu venho, nós estamos trabalhando 260 com doze sindicatos para quando vierem diante dos municípios não venham com uma 261 proposta teórica. Então, estamos construindo a quatro mãos, com doze sindicatos, uma 262 proposta de logística reversa que realmente venha atender o anseio dos municípios. 263 Então, é um avanço. O Estado do Paraná estourou a boca do balão na Conferência com 264 vinte e uma mil, cento e trinta e duas pessoas, foi uma discussão ampla principalmente 265 com a produção e consumo sustentável, redução dos impactos ambientais, geração de 266 emprego e renda e educação ambiental. Tive a oportunidade de ser o coordenador 267 desta conferência e não é fácil, preocupo-me um pouco pelo comportamento do ser 268 humano. Eu me assustei um pouco com relação ao comportamento, e às vezes chegava 269 a conclusão que o Planeta está perdido. Esse tal do bicho homem não é fácil de 270 agradar. A gente não consegue agradar a todos, mas só vai errar quem tentar. Então, 271 ouvir os municípios, primeiro que vamos ter o apoio. Palavra-chave: Educação para 272 resíduos sólidos é a palavra-chave. Oportunidade de negócio: Se resíduos sólidos não 273 tiver oportunidade de negócio, pessoal, esqueça, não vamos chegar a lugar nenhum. 274 Quem sabe gerar negócio? O empresário. Somos os catalisadores do processo. Agora, 275 se eles gerarem negócio, temos que afastar do processo para que realmente exista 276 interesse naqueles resíduos gerados. E a outra é mídia e marketing. Sem mídia e sem 277 marketing a gente não chega a lugar nenhum. Se não sair na mídia que tivemos na 278 reunião do Colit hoje, pessoal, esqueça. Mais pessoas têm que ler sobre isso nos meios 279

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de comunicação para que realmente saibam que a gente existe e que o assunto está em 280 pauta. Não só esse como os demais. Quero agradecer a todos e me coloco à 281 disposição. O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo 282 Cheida:- Esta Presidência agradece ao Laerty Dudas e abre espaço para perguntas, 283 para colocações dos senhores e senhoras Conselheiras. O Sr. Conselheiro Heitor 284 Raymundo (SindSeab):- O SindSeab desde 2010 integra anteriormente com a 285 engenheira do litoral e agora o Mauro Daloto e eu estamos integrando, eu sendo titular e 286 o Mauro suplente. Queria pedir que esta sua apresentação, se possível, seja repassada 287 para que a gente socialize entre os trabalhadores do meio ambiente. Queria relembrar, 288 Secretário, só para fazer uma introdução, que esta reunião é a primeira desde maio de 289 2012, pelo menos a Ata é de 2012 e regimentalmente, se não mudou, é bimensal. Então, 290 o ideal é que seja cumprido o regimento, se faça reuniões bimensais até porque o Colit é 291 uma instância importante para a gestão das políticas públicas. Outra questão que queria 292 colocar aqui é que a participação do SindSeab vai se dar com dois princípios. O primeiro 293 princípio é o de não se afastar do cumprimento da legislação. Quer dizer, mudem a lei, 294 mas não nos obriguem a votar contra a lei. E a segunda questão é fortalecer o poder 295 local. Não dá mais para a política ambiental repassar aos municípios as obrigações e 296 deveres e não fortalecer os municípios, enquanto poder local, para a implementação das 297 políticas. E a testemunha essa são os acordos setoriais, se faz em Brasília ou se faz no 298 Estado e passa para os municípios cumprirem e o recurso, a discussão democrática não 299 ocorre. E queria lembrar mais duas coisas, Secretário, bem rapidinho. A primeira é que a 300 sua afirmação, Dudas, nos compromete no sentido de que se duzentos aterros viraram 301 lixões nós somos todos incompetentes, porque todos esses lixões foram licenciados e 302 os licenciamentos têm condicionantes. E nós trabalhadores e o Ministério Público 303 deveríamos ter tomado providências, se é que não tomamos. Todos nós temos que 304 socializar uma responsabilidade, enquanto trabalhadores e enquanto membros da 305 sociedade. Lembro-me, inclusive, que a Caixa Econômica financiou a fundo perdido, 306 dinheiro do povo foi jogado para fazer os aterros e, ao final, viraram lixões, segundo sua 307 afirmação. E, para finalizar, só queria fazer uma colocação, Secretário. O princípio 308 poluidor pagador ou protetor beneficiário nos impõe que quem produz a degradação 309 ambiental seja responsabilizado. Seja não só na política de logística reversa, mas em 310 qualquer situação. Esse é o princípio constitucional. E segundo é que a lei é de 2010, 311 alguns setores inclusive impedimos o tratamento que fizemos com o pessoal dos 312 importadores de pneu, porque só foi contra eles, o restante continua a mesma coisa, 313 apesar dos avanços que ocorreram. Você narrou aqui que têm vários setores que sequer 314 conversa quer, e a lei impõe que eles queiram essa conversa, que se obrigue a 315 conversar, porque senão fica aquela história: vai preso quem não tem bons advogados, 316 não tem dinheiro, etc., e os outros não cumprem a lei. Impunidade! Parece-me que 317 alguns exemplos estão acontecendo, mudando essa questão.Então, na política 318 ambiental o Ministério Público precisa fazer com que isso se efetive, que não fique mais 319 só no texto normativo. Então, queria parabenizar, Dudas, porque tenho assistido, 320 Secretário, o empenho da Secretaria em estabelecer algumas questões. Mas fico mais 321 feliz é porque está sendo procurado setores externos ao Estado, a hora que se procura a 322 FIEP, os empresários dos trabalhadores. Tem uma cooperativa de catadores, o 323 Ministério Público Federal tem um bom trabalho nesse nível, então me parece que isso 324 fortalece a nossa política. Então, queria parabenizar esse trabalho que está sendo feito e 325 dizer que os trabalhadores do meio ambiente querem contribuir ainda mais, apesar das 326

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suas responsabilidades, como citei aqui, querem contribuir mais com essa política já 327 que hoje um dos grandes problemas que nós temos em relação ao meio ambiente são 328 os resíduos. O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo 329 Cheida:- Obrigado, Conselheiro Heitor. A palavra continua em aberto. (Pausa). Com a 330 palavra, Conselheiro Saint Clair. O Sr. Conselheiro Saint Clair Honorato Santos (MP/PR):- 331 Boa tarde a todos. Como fomos lembrados na fala do Heitor, gostaria de dizer que o 332 Ministério Público não fiscaliza aterro no município, salvo quando receber denúncia, ou 333 quando o órgão ambiental fizer o seu trabalho. Estamos aguardando as autuações do 334 IAP para tomar as providências. Se o IAP não vai lá o promotor de justiça não vai, o 335 promotor de justiça não tem competência técnica para ir ao local e dizer que aquilo é um 336 aterro ou que é um lixão. Se o IAP cumprir a sua parte, e ele tem técnicos e faz esse 337 trabalho e sabe fazer muito bem, encaminhar ao Ministério Público o Ministério Público 338 toma as providências, como já tomou em várias ocasiões. Estamos aguardando as 339 providências do órgão ambiental para tomar as providências. Alguma coisa que 340 pudemos fazer. Já temos mais de cento e cinquenta termos de compromisso assinados. 341 O Ministério Público do Trabalho trabalha com várias associações no Estado, acabamos 342 de ter essa semana um Encontro Nacional das Mulheres Catadoras de Materiais 343 Recicláveis no Estado do Paraná, foi na Praia de Leste com quase oitocentas mulheres 344 do Paraná, do Brasil e algumas da América Latina. Essa também é uma política que está 345 caminhando e se espera que seja definitivo. O que o Ministério Público não concorda e 346 o próprio Secretário já conhece e já estivemos na Conferência Estadual de Meio 347 Ambiente, foi dizer que não concordamos com os consórcios, porque os consórcios têm 348 servido a outros interesses que não aos bons interesses da sociedade. Serve para 349 aumentar tarifa, para criar o bolo, para falar em incineração, para aumentar a licitação, 350 coisas que não estão muito de acordo com a vontade do cidadão. Então, o Ministério 351 Público tem dito que não concorda com isso. O Sr. Presidente do Conselho Estadual de 352 Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- A palavra continua em aberto. O Sr. Conselheiro 353 Vicente Variani (suplente da Prefeitura Municipal de Guaratuba):- Foi bem lembrado aqui 354 pelo Heitor a questão que o governo tem que auxiliar o município, porque realmente 355 acaba estourando para nós do litoral, neste Conselho de Desenvolvimento do Litoral. 356 Nós passamos de trinta e quatro mil habitantes para cento e oitenta mil habitantes. 357 Sempre temos defendido, em todas as reuniões que o Estado promove e participamos 358 dessas reuniões, vemos no litoral que a carga de lixo domiciliar quadriplica para ir para o 359 aterro sanitário e a carga de resíduo separado apenas duplica. Então, vê-se que não é o 360 município, o município faz a sua parte durante os nove meses de baixa temporada. 361 Quando chega a alta temporada é que vem o nosso problema. Sem o incentivo do 362 Governo Estadual quando formos trabalhar essa política de reversa, essa política de 363 coleta seletiva fica um pouco difícil de o município atender o que está especificado na 364 lei. Sou natural de Coronel Vividas, Sudoeste do Paraná, e lá realmente é feita a coleta 365 seletiva, porém lá muda um habitante a cada três ou quatro meses. No litoral não é 366 assim, chega o final de semana tem um habitante diferente, cada final de semana temos 367 pessoas que vêm. Final de semana Guaratuba passa a ter quarenta mil habitantes, esse 368 é o que vem e fica naquele período e nesse período que vem o nosso problema. Nós 369 trabalhamos com três caminhões de coleta seletiva, dois na zona urbana e um na zona 370 rural, mas na temporada o governo coleta dois caminhões para coleta seletiva e nove 371 caminhões para lixo doméstico. Às vezes temos que trabalhar outra política e aí o Estado 372 que nos visita, as pessoas do Estado que nos visitam também têm que ir com a 373

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consciência dessa política em fazer mesmo a separação na origem do material. Então, 374 deixo aqui a palavra de Guaratuba que realmente precisamos sim de um apoio bem 375 maior, o Governo do Estado está nos apoiando bastante, mas precisamos para essa 376 Política Nacional de Resíduos Sólidos e para essa Política Estadual de Resíduos Sólidos 377 um apoio um pouquinho maior. Muito obrigado. O Sr. Presidente do Conselho Estadual 378 de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- A palavra continua em aberto. (Pausa). Com a 379 palavra Conselheiro Saint Clair. O Sr. Conselheiro Saint Clair Honorato Santos (MP/PR):- 380 Sem querer monopolizar a palavra, acho que as palavras de Guaratuba são bastante 381 interessantes. Todas essas pessoas que nos visitam na sua grande maioria são 382 paranaenses. Todos esses paranaenses receberam, como Guaratuba fez com todos os 383 seus munícipes, orientação para separação do lixo. Então, tudo o que vai daqui para lá é 384 gente informada e gente de boa qualidade. Então, o litoral não tem problema durante o 385 verão, porque as pessoas daqui vão para lá. Então, essas pessoas sabem informar, 386 sabem separar o lixo, estão praticando a compostagem, o município de Guaratuba tem 387 compostagem, o município de Matinhos tem compostagem, o Estado do Paraná faz 388 uma licitação e constata a compostagem, ou não? Não! Como nós sabemos, não! 389 Então, ninguém faz a sua parte. Se ninguém fizer a sua parte no Estado como um todo, 390 quando chegar no litoral todos nós vamos lá fazer bagunça em Matinhos, em Guaratuba, 391 em Pontal, por quê? Porque ninguém foi informado, ninguém foi orientado pelo poder 392 público. A licitação que o poder público tem que fazer é reciclagem e compostagem, é o 393 que diz a lei. O próprio governo estadual, quando faz a licitação, não faz isso. O 394 Secretário anterior, Jorge Callado, está sendo processado por improbidade 395 administrativa porque não fez a licitação como devia fazer. Tem outra licitação andando 396 aqui, não sei no que vai dar, parece que para 1º de dezembro começa isso no litoral de 397 novo. Certamente o Estado deve ter cumprido a lei, se o Estado cumpriu a lei todos nós 398 vamos para Guaratuba tomar um bom banho de mar, todos limpos e bem comportados. 399 O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- A 400 palavra continua em aberto. (Pausa). Ninguém querendo fazer uso da palavra, quero 401 agradecer ao Coordenador de Resíduos Sólidos, Laerty Dudas, que com toda a sua 402 equipe apresentou para nós alguns aspectos do Plano Estadual de Resíduos Sólidos - O 403 Paraná sem lixões. O próximo ponto de pauta é a análise e votação de recursos em 404 trâmite no Colit. Só a despeito do que falou o Conselheiro Heitor, dizer que durante esse 405 período de maio até agora foram feitas seis reuniões setoriais do Colit, realmente o 406 Conselheiro Heitor tem toda a razão. Não foram chamadas as reuniões plenas do 407 Conselho do Litoral, mas dizer que nesse interregno foram feitas seis outras reuniões 408 temáticas setoriais do nosso Conselho do Litoral, que não justifica obviamente. Estamos 409 fora do que pleiteia o nosso regimento. Faculto a palavra ao Conselheiro Heitor para que 410 ele faça a sua observação. O Sr. Conselheiro Heitor Raymundo (Sind Seab):- Propor que 411 as reuniões setoriais, pelo menos o convite seja comunicado aos Conselheiros. O Sind 412 Seab vai indicar membros nas Comissões como vai fazer no Conselho Estadual de Meio 413 Ambiente, vai preencher os seus cargos nas Comissões, mas gostaria que os 414 Conselheiros, como no Conselho Estadual de Meio Ambiente, receba. É importante, 415 porque podemos nos inteirar mais das ações. E a segunda questão, Secretário, é que 416 não se delibera pelas Câmaras, se delibera é pelo Conselho. O Sr. Presidente do 417 Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Perfeitamente. O Sr. 418 Conselheiro Heitor Raymundo (Sind Seab):- Temos conhecimento que se deliberou 419 durante esse tempo várias questões sem reunir o Colit. Um exemplo é o que o senhor 420

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frisou na reunião passada do Conselho, a Portaria das Marinas. Não passou pelo Colit. 421 Não passou. Então, tem algumas questões que precisamos nos inteirar, até ouvi de 422 municípios, de autoridade municipal dizendo: “Isso não me interessa!” Quer dizer, é 423 necessário que a gente fortaleça o Conselho. Parece-me que a política é de 424 fortalecimento das instâncias colegiadas de gestão pública. Essa é a única política que 425 temos. E sei do seu empenho nesse sentido, estamos reunidos hoje por causa do seu 426 empenho, enfim, o colegiado tem se reunido por causa do seu empenho. 427 Reconhecemos isso, entretanto estou propondo que se efetive de uma maneira mais 428 inflexível. O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo 429 Cheida:- Está acatado e estou solicitando ao nosso Secretário Executivo que todas as 430 reuniões setoriais sejam pelo menos informado o conteúdo ou a data da sua realização 431 a todos os Conselheiros do Colit. Vamos fazer isso a partir de agora. Terceiro ponto de 432 pauta: análise e votação de recursos em trâmite no Colit. Vou passar ao Secretário José 433 Maria para que faça o encaminhamento da discussão. O Sr. Secretário Executivo, José 434 Maria (SEMA):- Temos apenas um processo para a relatoria da Procuradoria Geral do 435 Estado, através do membro representante, é o processo do Supermercado Quinteto que 436 estava com vistas para a Conselheira Ana Cláudia Bento Graff, que agora é substituída 437 pelo competente procurador, Carlos Eduardo. Com a palavra, o Sr. Carlos Eduardo. O 438 Sr. Conselheiro Carlos Eduardo Rangel Xavier (PGE):- Muito obrigado, Secretário. Sr. 439 Presidente, Srs. Conselheiros, este processo estava realmente em vista com a Dra. Ana 440 Cláudia, que é quem efetivamente ocupa esse assento, mas ela está de férias então 441 estou substituindo-a nas suas funções na Procuradoria e, portanto, por delegação da 442 Procuradora Geral aqui no Conselho. Como não fui eu quem fiz o voto, peço licença aos 443 Srs. Conselheiros para fazer a leitura e eventualmente me coloco à disposição para 444 esclarecimentos, eu sei que é um pouco enfadonha a leitura, mas dada a situação de 445 substituição não teria como proceder de outra forma. Passo a fazer a leitura do voto-vista 446 da Conselheira Dra. Ana Cláudia. (Lê: “Na reunião ordinária do plenário, realizada em 18 447 de maio de 2012, em atendimento à solicitação do então Presidente deste colegiado 448 solicitei vista desse processo administrativo que ora é devolvido com as considerações 449 expostas abaixo. Em maio de 2005 foi protocolado pelo Conselheiro Pedro Guimarães 450 Rodrigues um pedido de vistoria dirigido à Secretaria Executiva deste colegiado, 451 relativamente a uma obra localizada na quadra 06 do loteamento denominado Praia das 452 Gaivotas no Município de Matinhos. Em atendimento ao pedido foi elaborada a 453 informação técnica 22/2005, subscrita pela arquiteta e urbanista Carmem Leal da 454 Secretaria Executiva deste colegiado, segundo a qual se tratava de obra regular inserida 455 no âmbito da competência administrativa do município. O Conselheiro foi comunicado 456 do teor dessa informação por meio de ofício do Secretário Executivo na época. 457 Posteriormente foi protocolado um pedido de revisão dessa informação técnica 458 acompanhado de cópias e documentos emitidos pelo município de Matinhos e pelo 459 Instituto Ambiental do Paraná. O Ministério Público solicitou à Secretaria Executiva desse 460 colegiado informações a respeito de uma denúncia relativo a mesma obra também de 461 autoria do Conselheiro Pedro Guimarães Rodrigues. Constam do protocolo as seguintes 462 informações prestadas pelo então Secretário Executivo do colegiado Luiz Fernando 463 Gomes Braga. A inauguração do supermercado no local da obra questionada que teria 464 sido por ele embargada sob o número 15/2005 em razão de uma reavaliação procedida 465 na informação técnica 22/2005. Foi solicitada por ele, na ocasião, a realização de vistoria 466 em outros supermercados do litoral, os quais, segundo denúncia recebida, estariam em 467

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situação irregular. O proprietário do supermercado embargado, Ivan Regis da Silva, 468 apresentou defesa na qual afirmou haver diversos mercados em situação irregular no 469 litoral do Paraná e que estaria sendo vítima de um concorrente. Foi requerido extinção do 470 embargo em tratamento isonômico em relação aos demais empreendedores do litoral. 471 Nesta defesa, que foi acompanhada de cópias de outros documentos, também foi 472 informada a existência de uma ação civil pública em trâmite na Comarca de Matinhos, 473 autuada sob o número 1947/2005, promovida pela Associação Civil Caramuru em face 474 do município de Matinhos e do embargado, com a finalidade de obter o cancelamento 475 do alvará de construção dessa obra e a reparação dos danos eventualmente causados 476 ao meio ambiente. Em seguida foi elaborada informação técnica 75/2005 pelo arquiteto 477 e urbanista Luiz Antônio de Assis Portes da Secretaria Executiva desse colegiado, 478 segundo o qual a obra em questão estaria em desacordo com o Decreto Estadual 479 2722/84 em relação aos seguintes parâmetros.” - Aí, agora peço atenção dos senhores: 480 “Altura máxima, taxa de ocupação, recuo mínimo do alinhamento predial para a rua Dr. 481 AE. Cerqueira Lima e recuo lateral. A Comissão Permanente 4 desse colegiado, por meio 482 do Parecer 03/2005, encaminhou o caso ao Ministério Público que por sua vez solicitou 483 providências à PGE. A Procuradoria Geral do Estado instada a manifestar a respeito da 484 vigência do Decreto Estadual 2722/84 elaborou o Parecer 38/2007, da lavra da 485 Procuradora do Estado Heloísa Pontes Borges cuja conclusão é no sentido da plena 486 vigência desse decreto e da sua compatibilidade com a Lei Estadual 12.243/98. Com 487 relação a esse procedimento administrativo em especial a recomendação da PGE foi a 488 seguinte: Ainda que não seja objeto de consulta cumpre apontar que, salvo engano, 489 faltou o Conselho tomar algumas providências antes de encaminhar o protocolado à 490 PGE para adoção de medida judicial. O proprietário do imóvel embargado apresentou 491 defesa administrativa, após isso a assessoria técnica do Conselho emitiu a informação 492 técnica 75/2005, indicando a irregularidade da obra. Na sequência, a Comissão 493 Permanente n.º 04, no Parecer 03/2005, encaminhou o caso ao Ministério Público que 494 por sua vez encaminhou o caso à PGE com a solicitação de tomada de providência. 495 Considerando o direito de petição previsto na Constituição e que os princípios da ampla 496 defesa e do contraditório como da motivação norteiam um processo administrativo, a 497 defesa do embargado deve ser analisada pelo Conselho com manifestação motivada a 498 respeito seguido de notificação da decisão tomada.” Então o processo tinha sido 499 encaminhado para a Procuradoria para eventual medida judicial e foi verificada uma 500 irregularidade formal, a necessidade de apreciação, deliberação específica a respeito da 501 defesa apresentada e posterior notificação. “Em razão dessa recomendação foi 502 determinada realização de nova vistoria na área, a elaboração de uma reanalise técnica 503 da defesa.” Então já seria a terceira vistoria desde 2005. “E, por fim, a obtenção de uma 504 deliberação do plenário com ciência ao embargado para, aí sim, que fosse observada 505 ampla defesa, o contraditório, o princípio da motivação, todos aqueles pontos 506 levantados pela Procuradoria. Foi elaborada, em seguida, a informação técnica 47/2011 507 pelo assessor técnico da Secretaria Executiva deste colegiado, Walter Cardoso de Melo, 508 que afirmou estar o supermercado em zona residencial dois com alto índice de 509 ocupação em local que não apresenta qualquer elevação, não se aplicando ao caso os 510 fundamentos mencionados no embargo 15/2005. Quanto à solução técnica para 511 adequar o supermercado aos parâmetros urbanísticos, foi proposto o seguinte:” Então, 512 aqui temos uma solução técnica dada pela última informação realizada pela assessoria 513 do comitê. “Adquirir os lotes que fazem divisa com a área do supermercado, onde foi 514

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construído no recuo da divisa que é de um metro e meio. Com a anexação dos dois 515 lotes vizinhos resolve-se em três parâmetros: recuo de divisa, taxa de ocupação e 516 construção das garagens que são parâmetros mais impactantes. Quanto aos 517 parâmetros irregulares, altura máxima e recuo do alinhamento predial, propomos a 518 aplicação de termo de ajustamento de conduta. Solicitada a manifestação da assessoria 519 jurídica da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos sobre esse 520 processo administrativo, foi elaborada a informação jurídica 37/2012 por meio da qual se 521 concluiu não ter havido avaliação e julgamento da defesa administrativa apresentada 522 pelo embargado e tão pouco relatório de vistoria técnica tal como determinado 523 anteriormente. Em resposta, o Secretário Executivo deste colegiado na época, Marco 524 Aurélio Bush Zillioto, afirmou que a informação técnica 47/2011 constitui uma solução 525 técnica para adequação do empreendimento, conforme preconiza o Decreto Estadual 526 2722/84.” Até aqui foi basicamente o relatório do ocorrido, agora a consideração 527 específica da Dra. Ana Cláudia. “Apesar de a assessoria jurídica da Secretaria de Estado 528 de Meio Ambiente e Recursos Hídricos não ter se manifestado sobre a defesa 529 administrativa apresentada pelo embargado, verifica-se nos termos da informação 530 técnica 47/2011 que os fundamentos do embargo imposto não são aplicáveis ao caso. 531 Entende-se, portanto, que cabe ao plenário deste colegiado decidir pela anulação ou 532 não deste embargo mediante o acolhimento ou não da solução técnica contida na 533 informação técnica 47/2011 que resolve parcialmente as irregularidades da obra. Seja 534 qual for a decisão proferida, ela deve ser comunicada formalmente ao embargado para 535 ciência e cumprimento, na hipótese de ser acolhida a solução técnica contida na 536 informação técnica 47/2011. Quanto aos demais parâmetros irregulares não 537 solucionáveis tecnicamente sem a demolição, ainda que parcial da obra, a altura 538 máxima e recuo do alinhamento predial, recomenda-se, ainda de acordo com a 539 informação técnica 47/2011, sejam eles objeto de compensação que pode vir a ser 540 objeto de um acordo judicial que poria fim a ação civil pública em andamento na 541 Comarca de Matinhos, se assim convier as partes.” Então, Sr. Presidente, apenas para 542 retomar, sei que a leitura acaba tornando um pouco cansativa e às vezes a gente perde 543 a informação. Então, a última informação técnica apresentou duas propostas de 544 solução. A primeira que diz respeito ao recuo da divisa seria atendida mediante a 545 aquisição dos lotes vizinhos. Claro que remetendo ao proprietário para adotar esta 546 providência e comprovar perante o Conselho para que fosse levantado o embargo da 547 obra. O segundo problema que são parâmetros irregulares, mas que não tem uma 548 solução tecnicamente exequível, que são a altura máxima e o recuo do alinhamento 549 predial, eles deveriam ser sujeitos a medidas compensatórias. Essas medidas 550 compensatórias poderão ser adotadas no termo de ajustamento de conduta ou nessa 551 própria ação civil pública, a Dra. Ana Claudia manifesta-se pela desnecessidade da 552 formalização de um termo de ajustamento neste momento, porque esta questão poderia 553 ser resolvida na própria ação civil pública que, afinal de contas, leva ao conhecimento do 554 poder judiciário, já judicializa o problema dessa obra. Então, em conclusão ela propõe 555 que seja deliberada a respeito da possibilidade de levantamento do embargo, mediante 556 notificação do interessado para que regularize a questão mediante a aquisição dos 557 terrenos vizinhos e os demais parâmetros irregulares sejam remetidos o assunto à 558 solução na ação civil pública. Esse foi o voto da Conselheira Ana Cláudia. O Sr. 559 Secretário Executivo, José Maria (SEMA):- Ilustre relator, se eu bem entendi, ficou, eu 560 diria, confuso com vários tópicos. Está se condicionando o levantamento do embargo a 561

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algumas ações por parte do proprietário. O Sr. Conselheiro Carlos Eduardo Rangel 562 Xavier (PGE):- Exato.O Sr. Secretário Executivo, José Maria (SEMA):- Então, nós não 563 discutiríamos aqui a anulação do embargo, mas sim a possibilidade de que a obra 564 venha a ser regularizada, desde que o proprietário cumpram aquelas condições que 565 foram propostas pela Ilustre Relatora, quais sejam... O Sr. Conselheiro Carlos Eduardo 566 Rangel Xavier (PGE):- Não, acho que não. Eu me atrapalhei aqui, ela disse que o 567 fundamento do embargo não subexiste. O Sr. Secretário Executivo, José Maria (SEMA):- 568 Não? Porque ali adiante eu entendi que ela afirmou a existência de irregularidades, tanto 569 que propôs a aquisição de dois lotes ao lado do terreno para que se pudesse acertar o 570 problema dos recuos e as compensações. O Sr. Carlos Eduardo Rangel Xavier (PGE):- 571 Isso, exatamente. Mas quem fez a confusão agora fui eu, desculpa. Segundo a 572 informação técnica 47/2011 os fundamentos para o embargo não subexistem. O que há 573 é uma irregularidade da obra que pode ser resolvida. Então, seria o caso, pelo o que 574 votou a Dra. Ana Cláudia, de levantamento do embargo imediato. É isso? O Sr. 575 Secretário Executivo, José Maria (SEMA):- Com a palavra, Conselheiro Vilmar. O Sr. 576 Conselheiro Vilmar Faria Silva (ACIG):- Com licença, o que eu entendi na leitura do 577 Conselheiro e fica bem claro no voto, é que a plenária deve decidir se baixa o embargo 578 ou não. E a plenária deve decidir se vai aceitar a justificativa técnica ou não. Então, na 579 realidade entendi que o voto remete novamente a este colegiado a decisão deste caso. 580 O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Eu 581 gostaria de fazer um encaminhamento, fica claro que há solução para o impasse. Para 582 que a solução seja encaminhada é necessário que possamos, não sei se é esse o 583 termo, mas baixar o embargo. É isso? O Sr. Secretário Executivo, José Maria (SEMA):- O 584 levantamento do embargo. O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, 585 Luiz Eduardo Cheida:- O levantamento do embargo. Então, se esse for o entendimento 586 geral, esta Presidência vai encaminhar a votação ou a discussão preliminar, é claro, para 587 que possamos falar sobre o embargo. Discutirmos e em seguida votarmos, depois 588 vamos votar essas duas condicionantes que seria a aquisição de lotes, a exigência de 589 aquisição de lotes e as medidas compensatórias ou uma situação dentro da ação civil 590 pública, um termo de ajuste de conduta dentro da ação civil pública. Pode ser este o 591 encaminhamento? O Sr. Conselheiro Vicente Variani (suplente da Prefeitura Municipal 592 de Guaratuba):- Essa ação civil pública é instituída pela construção? Eu não entendi bem 593 o que é essa ação civil pública, porque se tem uma ação civil pública, no meu entender, 594 primeiro deveria ser solucionada essa questão. O Sr. Carlos Eduardo Rangel Xavier 595 (PGE):- “Ação civil pública n.º 1947/2005, promovida pela Associação Caramuru em face 596 do município de Matinhos e do embargado com a finalidade de obter o cancelamento do 597 alvará de construção dessa obra e a reparação dos danos eventualmente causados ao 598 meio ambiente.” Então, está discutindo o próprio alvará da obra, além da compensação 599 dos danos. O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo 600 Cheida:- Com a palavra, Conselheiro Saint Clair. O Sr. Conselheiro Saint Clair Honorato 601 Santos (MP/PR):- Desculpa, Secretário. Se bem entendi, não há como levantar o 602 embargo. Primeiro, não podemos dizer aqui para o proprietário para comprar o imóvel 603 lateral. Primeiro vai ser o imóvel lateral mais caro do mundo, porque se tem um 604 interessado obrigado a comprar aquele imóvel, coloca-se o preço onde quiserem e 605 certamente será um preço nas alturas. O que se tem que se discutir aqui é a 606 regularidade da obra ou não. Está embargada, está embargada. Ele tem que trazer ao 607 Conselho os documentos para serem analisados. Isso é uma proposta. Primeiro, a 608

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compensação sobre a construção. Podia construir quatro andares, construiu dezoito. 609 “Ah, então, tá. Deixa os dezoito lá e vamos fazer a compensação?!” É óbvio que a lei 610 não diz isso. Então, temos que tomar cuidado com esse encaminhamento, porque 611 primeiro temos que ouvir o embargado para depois tomar outras providências, além do 612 que tem uma ação judicial em trâmite. O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio 613 Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Eu consulto ao plenário os encaminhamentos que esta 614 Presidência poderia dar. O Dr. Saint Clair sugere uma diligência para que possamos 615 ouvir o embargado. A palavra está em aberto para sugestão, propostas e 616 encaminhamento. (Pausa). Com a palavra, Conselheiro Heitor. O Sr. Conselheiro Heitor 617 Raymundo (SindSeab):- Eu queria, na linha do meu colega Conselheiro de Guaratuba, 618 tem uma ação civil pública e me parece que o objeto dessa ação civil pública é a 619 edificação. Portanto, deliberarmos aqui sobre esta questão, qualquer deliberação pode 620 ser contraditória. Se a gente delibera por suspender os efeitos do embargo ou se a 621 gente delibera por não autorizar a suspensão, de qualquer maneira a decisão desse 622 colegiado pode ser contraditória a uma futura decisão judicial. Parece-me que a Dra. 623 Ana encaminhou uma questão que é fazer um acordo nos autos, porque aí se ouve 624 Ministério Público, ouve-se o interessado que é requerido nesta ação e ouve-se também 625 o poder público, no mínimo o IAP, que já é objeto de ação e o IAP também deve estar no 626 polo passivo. Portanto, Secretário, queria propor que a gente não delibere sobre isso 627 aqui e remeta talvez a Ata ao poder judiciário e as partes que requeira a designação de 628 uma audiência de conciliação para resolver em nível do poder judiciário, onde está esse 629 debate mais consequente até para que não tomemos uma decisão e amanhã possamos 630 até responder, porque se torna contraditória ao que se delibere na ação. Pelo menos me 631 parece que isso não nos cabe suprimir instância do judiciário, através desse colegiado, 632 fazendo um acordo parece-me que não é nosso papel. Eu pelo menos não me sinto 633 bem votar tanto pela suspensão como pela manutenção dos efeitos do embargo sem 634 que o poder judiciário delibere sobre essa questão, já que é uma instância competente 635 para dirimir esses conflitos inclusive para possibilitar que a gente sem esse ônus possa 636 encaminhar essa decisão estritamente no aspecto técnico da edificação. O Sr. Secretário 637 Executivo, José Maria (SEMA):- Com a palavra, Conselheiro Ricardo. O Sr. Conselheiro 638 Ricardo Monteiro (UFPR Litoral):- Boa tarde. Sou Ricardo Monteiro, sou professor da 639 UFPR Litoral. Minha abordagem é com o intuito de trazer alguma alternativa para se 640 pensar evidentemente na questão do recuo lateral e da necessidade de adquirir os lotes 641 lindeiros. Gostaria de lembrar o direito de superfície que é um instrumento urbanístico 642 que está presente na Lei 10.257/2001, que é o Estatuto das Cidades. O Artigo 21 desta 643 lei define o uso do direito de superfície permite que seja adquirido, de forma onerosa ou 644 não onerosa, mediante acordo entre as partes, do direito de utilizar o solo, subsolo ou o 645 espaço aéreo da propriedade vizinha. Então, a minha abordagem é com o intuito de 646 apresentar uma alternativa, caso seja escolhida, lembrando que não há necessidade do 647 proprietário comprar o lote vizinho. Ele pode adquirir o direito de superfície que é um 648 instrumento que tem sido muito utilizado em algumas cidades, principalmente no uso do 649 espaço aéreo, o espaço de solo e subsolo pode ser utilizado parcialmente. O Sr. 650 Secretário Executivo, José Maria (SEMA):- Com a palavra o relator. O Sr. Carlos 651 Eduardo Rangel Xavier (PGE):- Como a situação é bastante confusa, já foi a terceira 652 informação técnica elaborada no âmbito desse comitê e havia a preocupação quanto a 653 solução do problema, eu acho que também não me fiz claro quanto à solução 654 apresentada pela Dra. Ana Cláudia. Para fins de deliberação do Conselho o importante 655

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não é tanto o que vai acontecer lá na frente e nem como o interessado vai regularizar a 656 situação e nem eventual solução que vai se ter na ação civil pública. Explico por quê. A 657 ação civil pública questiona sim o alvará de construção e isso vai ser resolvido na ação, 658 mas temos que compreender aqui - então examinei os autos com mais calma - que o 659 embargo 15/2005, que foi o que embargou a obra, tem um fundamento - já vou tecer a 660 minúcia aqui. E esse fundamento, segundo essa última informação técnica, é que na 661 verdade foi utilizada de forma equivocada. Então, por isso que a Dra. Ana Cláudia 662 propõe, ela não propõe a solução, ela não propõe condicionantes eu é que me confundi 663 no encaminhamento, não até na leitura, porque os termos do lote são claros, a Dra. Ana 664 Cláudia propõe que se delibere sobre a anulação ou não do embargo, por quê? Vou ler 665 o trecho dessa última informação lavrada pelo assessor técnico Walter Cardoso de Melo, 666 em 20 de dezembro de 2011: (Lê: “Com relação ao embargo 15/2005 - que é o embargo 667 inicial da obra, da legislação citada Decreto Estadual 5040/89 desse Decreto Estadual 668 2722/84 e Lei Estadual 12.243/98 - esses dispositivos são referentes aos terrenos 669 montanhosos e as elevações isoladas da planície costeira, inclusive as faixas de 670 cinquenta metros de largura contados horizontalmente a partir do seu sopés. O local não 671 apresenta nenhuma elevação, está localizada em zona residencial dois com alto índice 672 de ocupação. Solução técnica para adequar o supermercado aos parâmetros 673 urbanísticos da zona residencial dois do zoneamento o Decreto Estadual” - então, aí que 674 vem com essas soluções da necessidade de aumentar o terreno ou dos problemas 675 relativos a edificação e a altura. O que me parece aqui, não fui eu que fiz o voto-vista e 676 nem analisei detidamente o processo, mas o que me parece é que foi considerada que 677 essa construção estava numa zona elevada, quando na verdade está numa zona 678 residencial dois. Então, sob esse fundamento e apenas sob esse aspecto é que a Dra. 679 Ana Cláudia propõe ou analisa a possibilidade de anulação do embargo ou não, e aqui 680 ela não está falando no levantamento, ela está falando em anulação. Então, ela 681 considera que o embargo foi feito a partir de um fundamento equivocado. Ressalto que 682 o Conselho não vai estar dizendo que a obra está regular ou não. Essa questão já está 683 inclusive judicializada, como colocado, então esses assuntos podem ser resolvidos na 684 ação civil pública. Vai ficar um indicativo, claro, que existe a possibilidade de solução em 685 relação ao recuo, mas especificamente o voto-vista da Conselheira Ana Cláudia é pela 686 possibilidade que este Conselho delibere a respeito da nulidade do embargo por conta 687 de ser utilizado um fundamento não aplicado ao caso. Então, realmente ela não 688 apresenta um indicativo, uma necessidade de deliberação do Conselho a respeito de 689 encaminhamento ou de condicionantes. Aqui fui eu que me atrapalhei, agregando o 690 relatório à conclusão dela. Misturei aqui as duas coisas. Então, na verdade o voto dela é 691 assim, vou até fazer a leitura de novo: (Lê: “Entende-se, portanto, que cabe ao plenário 692 deste colegiado decidir pela anulação ou não deste embargo mediante o acolhimento 693 ou não da solução técnica contida na informação técnica 47/2011 que resolve 694 parcialmente as irregularidades da obra. Seja qual for a decisão proferida, ela deve ser 695 comunicada formalmente ao embargado para ciência e cumprimento, na hipótese de ser 696 acolhida a solução técnica contida na informação técnica 47/2011”). E os demais 697 parâmetros que faz esta menção que poderiam ser considerados na ação civil pública. 698 O Sr. Secretário Executivo, José Maria (SEMA):- Com a palavra o Luizinho, Secretário do 699 Pontal do Paraná, representante. O Sr. Conselheiro Luizinho (suplente da Prefeitura 700 Municipal de Pontal do Paraná):- Já fui Diretor do Departamento de Urbanismo no 701 município e tivemos uma situação parecida. Uma pessoa fez uma edificação, 702

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ultrapassava os limites da taxa de ocupação e ele solicitava alvará para funcionar uma 703 instituição de educação, uma creche particular. E como ultrapassava o limite da taxa de 704 ocupação propomos que ele comprasse o lote vizinho para que reduzisse a taxa de 705 ocupação, é uma situação semelhante ao que a doutora propôs. Só que esta instituição 706 de ensino não estava funcionando ainda, então não demos o alvará de funcionamento 707 para a escola e aguardamos que a pessoa comprasse o lote vizinho. Ele comprou e 708 depois foi liberado o alvará de funcionamento para a creche. Nesse caso, como somos 709 do litoral e conhecemos os problemas dos municípios, sabemos que se trata de um 710 mercado e que está em atividade, mas gostaria de lembrar, como o Professor Ricardo 711 colocou, o Conselho do Litoral criou uma Comissão para revisão do próprio Decreto 712 2722 e no texto do novo Decreto 2722 que esta Comissão elaborou, no Artigo 8º, o 713 Parágrafo 8º, temos o seguinte: “Com vistas à incorporação da cidade clandestina à 714 cidade legal, poderão ser regularizadas pelos municípios por meio de seus Conselhos 715 Municipais de Urbanismo, através da outorga onerosa do direito de construir eventuais 716 edificações erigidas fora dos padrões construtivos, desde que localizadas nas áreas de 717 menor restrição previstas no caput e que não prejudiquem áreas públicas, áreas de 718 proteção ambiental e o acesso aos mares e baias.” Então, na revisão do 2722 já está 719 sendo proposta esta situação de um dispositivo que permite a regularização de 720 edificações irregulares. Seria essa minha contribuição. O Sr. Secretário Executivo, José 721 Maria (SEMA):- A palavra continua em aberto. (Pausa). Com a palavra, Dr. Saint Clair 722 para contraditar. O Sr. Conselheiro Saint Clair Honorato Santos (MP/PR):- Acho bacana, 723 ele não constrói a obra de forma regular daí trazemos uma lei nova, dizendo: “Então, 724 você pode regularizar!” Por isso que falei da compensação, precisamos ter cuidado com 725 essa compensação, porque nem sempre é o cumprimento da lei. O Sr. Secretário 726 Executivo, José Maria (SEMA):- A palavra continua aberto. (Pausa). Com a palavra, 727 Conselheiro Rui. O Sr. Conselheiro Luizinho (suplente da Prefeitura Municipal de Pontal 728 do Paraná):- Se me permite dizer, respeito a sua opinião, mas o Governo Federal, 729 através do Programa Minha Casa, Minha Vida, criou um capítulo sobre a regularização 730 fundiária. É uma situação que temos que assumir no nosso país que desde 1979, 731 quando se fez a Lei de Parcelamento de Solo, surgiu um contingente muito grande nos 732 loteamentos clandestinos e hoje esse passivo urbanístico tem que ser resolvido através 733 da regularização fundiária. Então, acredito que algumas edificações possam ser 734 regularizadas também. O Sr. Secretário Executivo, José Maria (SEMA):- A palavra 735 continua em aberto. (Pausa). Com a palavra, Dr. Saint Clair. Em seguida vamos para a 736 votação, logo após o encerramento da discussão. O Sr. Conselheiro Saint Clair Honorato 737 Santos (MP/PR):- Desculpa, não quero monopolizar a palavra, mas uma coisa é você 738 proporcionar habitação para quem não tem onde morar, está em uma situação de 739 desespero, por isso a ideia do Governo Federal. Outra coisa é você pegar a pessoa que 740 tem condições e constrói irregular, ela quer ser avessa à lei. Está simplesmente 741 afrontando aquilo que está determinado pela legislação. Então, não há por que darmos 742 esse tipo de benefício a quem quer que seja. Agora, obviamente aquele que é menos 743 favorecido todos nós temos consciência que esse é o caminho. O Sr. Secretário 744 Executivo, José Maria (SEMA):- Para encaminhar para a votação, temos nas normas e 745 do Regimento Interno do nosso Conselho do Litoral um processo de embargo 746 submetido a uma relatoria. A ilustre relatora, hoje representada, vota no sentido de que 747 seja anulado o embargo de acordo com a instrução técnica do próprio Conselho do 748 Litoral, onde nós ainda não estávamos presentes, a instrução 47/2011, no sentido de 749

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que os fundamentos utilizados para o embargo estavam incorretos e nesse sentido o 750 embargo não poderia subexistir. Então, parece-me, de acordo com a proposta do 751 relator, que temos apenas que decidir se mantemos o embargo ou anulamos de acordo 752 com o voto da relatoria. Se votamos a favor do relator ou contra o relator. Podemos votar 753 dessa forma, então? Com a palavra, Conselheiro Heitor. O Sr. Conselheiro Heitor 754 Raymundo (SindSeab):- Eu fiz uma preliminar sobre esta questão, eu não me sinto bem 755 em votar uma questão que tem repercussão. Claro que tem uma repercussão, a 756 suspensão do embargo diz que a obra em tese é regular, porque senão não estaríamos 757 nem discutindo aqui no Colit essa questão. Então, não me sinto bem em votar. Eu fiz 758 uma preliminar que achava que não deveríamos votar e deveríamos sugerir às partes 759 para que provocasse, solicitasse ao juiz uma audiência em caráter de urgência entre as 760 partes para dirimir esse conflito, já que tem uma ação civil pública e lá pode ser 761 transacionado, com a participação do Ministério Público, as partes e o poder judiciário. 762 Ponto! E tem o efeito inclusive, via decisão judicial, anular o ato administrativo que é o 763 termo de embargo. Então, estou propondo esse encaminhamento aqui. O Sr. Secretário 764 Executivo, José Maria (SEMA):- Vou propor ao ilustre Conselheiro que, se desejar, peça 765 vista, podemos amadurecer a discussão no próprio Conselho. O Sr. Conselheiro Heitor 766 Raymundo (SindSeab):- Já estou decidido, o meu voto será nesse sentido, já estou 767 adiantando que não se vote. O Conselho não vote enquanto não houver uma decisão... 768 O Sr. Secretário Executivo, José Maria (SEMA):- Então, pode pedir vista e retiramos. O 769 Sr. Conselheiro Heitor Raymundo (Sindseab):- Não precisa de vista. Estou propondo 770 esta questão como uma preliminar à votação. A Secretaria Executiva quer votar, estou 771 entendendo que é inoportuno, pelo menos é acelerado querermos votar. Então, estou 772 propondo isso, se eu perder esta proposta vou votar, mas esta preliminar tem que ser 773 considerada pelo Conselho. Estou propondo que seja uma preliminar ao processo de 774 votação.O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo 775 Cheida:- A Presidência está entendendo que a relatora Ana Cláudia Graff pede a 776 nulidade do embargo por considerar que o embargo foi feita de maneira errada. Quer 777 dizer, a nulidade dele não significa que a obra esteja correta, ela não está considerando 778 isso. Entretanto, temos que avançar com relação a essa questão até para que o próprio 779 Colit não fique dependendo de uma decisão que será feita na justiça, visto que a ação 780 está judicializada. Estou esclarecendo isso para não considerarmos na hora de votarmos 781 outra proposta, imaginarmos que a Conselheira pediu a nulidade do embargo por achar 782 que o empreendedor fez a obra corretamente. Não é isso. O Sr. Conselheiro Heitor 783 Raymundo (SindSeab):- Mas ela constata também, foi lido aqui, que tem irregularidade. 784 O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- 785 Perfeitamente. O Sr. Conselheiro Heitor Raymundo (SindSeab):- Inclusive propõe medida 786 compensatória e propõe aquisição do lote ao lado, portanto, tem irregularidade. E é isso 787 que estou dizendo, a hora que se suspende, independente da nulidade do ato do 788 embargo, a possibilidade do enquadramento, a descrição da infração ou a descrição da 789 conduta ser equivocada, a irregularidade perdura e como ato administrativo a qualquer 790 momento pode ser revisto, inclusive pela atual Secretaria Executiva, dizer: “A 791 argumentação trazida na descrição da conduta equivocada e a descrição correta é tal”, 792 e aí se tornou irregular o ato administrativo. Só que isso, já decidido pelo Conselho em 793 um patamar que vai influenciar. Eu duvido que esse ato que nós vamos praticar aqui não 794 vai estar na semana que vem anexado ao processo judicial. Eu não quero responder por 795 improbidade, não quero responder por nada, por isso não me sinto bem em votar isso. É 796

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nesse sentido. E a Dra. Ana Cláudia propõe, pelo menos foi lido que ela propõe que seja 797 adquirido o lote, que seja regularizada essa questão. Portanto, não é só o embargo que 798 está aqui, vamos ter que decidir: “O embargo é nulo pela sua descrição, mas para a 799 regularização precisa disso e disso”. E aí vou com o Saint Clair, vamos valorizar esse 800 lote, independente dessa proposta que o companheiro traz, isso depende da anuência 801 do proprietário, a não ser que seja o poder público que pratique esse ato, que tenha 802 força cogente e suprema. Agora, entre os proprietários não existe esse tipo de 803 instrumento jurídico. Existe é o Estado praticando, o município praticando ato se 804 impondo com o seu jus imperium o ato administrativo e aí ele pode usar medidas mais 805 radicais inclusive a desapropriação. Então, não existe isso no direito e nem o Estatuto 806 das Cidades prevê essa maneira como foi colocada aqui. Mas queria propor, Secretário, 807 essa questão, que se fizesse a preliminar e aí se a preliminar for vencida me submeto a 808 decisão do colegiado e aí vamos à votação. O Sr. Presidente do Conselho Estadual de 809 Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Como a questão é polêmica, vou facultar mais 810 algumas inscrições antes de tomarmos o encaminhamento. O Sr. Conselheiro Vilmar 811 Faria Silva (ACIG):- Dando uma olhadinha no processo, duas coisas ficam bem clara. 812 Uma que o embargo foi feito com base em argumento que a relatora já descartou. 813 Então, levantar o embargo acho que á uma obrigação nossa de votar, mas ela também 814 traz a questão de como regularizar a obra. Nada impede que este colegiado levante o 815 embargo, porque cometeu um erro administrativo mas também que tente achar uma 816 solução para o caso. Não simplesmente levantar um embargo e deixar que as coisas 817 continuem como estão, mas tentar uma solução para o caso. Acho que se achamos um 818 erro do ponto de vista do Colit, nós temos que corrigir, mas se existe alguma 819 irregularidade na obra que, segundo parecer do próprio Colit num primeiro momento, a 820 primeira informação técnica é o descarte e diz que a responsabilidade é do município 821 em dar o alvará. É só um encaminhamento deste Conselheiro. O Sr. Presidente do 822 Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- A palavra continua em 823 aberto. (Pausa). Com a palavra, Conselheiro Dalmora. O Sr. Conselheiro Eduardo 824 Dalmora (Prefeitura Municipal de Matinhos):- Boa tarde a todos. Meu nome é Eduardo 825 Dalmora, sou Prefeito Municipal de Matinhos. Eu vou me abster de votar, porque sou 826 supermercadista tanto em Pontal como em Matinhos. Os lotes ao lado deste 827 supermercado são meus e não estão à venda ainda, e não vendo por preço nenhum. 828 Então, eu acho que a pessoa que lá está, já está feito o supermercado, não volta mais 829 atrás, o cara tem uma família para sustentar. Está errado? Está errado. Tudo bem. Agora, 830 acho que tem que se encontrar uma solução para o caso. Votar ou não votar nós temos 831 que encontrar uma solução para o caso. Eu, por exemplo, como supermercadista e 832 como prefeito me abstenho de em votar. Agora, infelizmente já foi construído, está feito, 833 está funcionando desde 2005, faz oito anos. Não tem o que fazer, vai fazer o quê? Então, 834 é complicado. Tem gente que olha pela razão, tem gente que olha pelo coração, cada 835 um olha para um lado. Então, minha opinião é essa. O Sr. Presidente do Conselho 836 Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- A palavra continua em aberto. Eu 837 acredito que tomar uma decisão com base a tantas reflexões aqui, uma votação 838 definitiva, não deixa nenhum de nós aqui confortável. Vou solicitar a retirada desse 839 processo da pauta, pedindo aos Srs. Conselheiros para que possamos analisar melhor, 840 conversar melhor, inclusive com a Dra. Ana Cláudia, e não submeter o plenário deste 841 nosso Conselho do Litoral a uma situação, às vezes, constrangedora na premência de 842 votar, qualquer que seja a votação, talvez seja apertada e incorramos em erro. Então, 843

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vou tomar esse encaminhamento, solicitar esse encaminhamento e submeto a votação 844 do plenário se concordam com ele. (Pausa). Aqueles que concordarem com a retirada 845 de pauta desse terceiro item para posterior retorno com uma análise melhor, 846 permaneçam como estão. (Pausa). APROVADO, portanto. O Sr. Conselheiro Heitor 847 Raymundo (Sind Seab):- Sabia decisão. O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio 848 Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- A gente nunca sabe. Nós temos ainda mais um item de 849 pauta que vai se referir inclusive ao Decreto Estadual 2722, consulto aos Srs. 850 Conselheiros se querem antes disso tomar um café. São oito minutos, prorrogáveis por 851 mais sete, no máximo. O Sr. Conselheiro Heitor Raymundo (Sind Seab):- Só queria fazer 852 uma justificativa, Presidente. Hoje tem posse do Corregedor Geral do Ministério Público 853 e nossa entidade foi convidada para estar lá e como temos uma relação estreita de 854 colaboração, de reconhecimento pelo trabalho do Ministério Público vamos estar lá, mas 855 o Mauro, nosso suplente, assumirá. O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio 856 Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Perfeito. Podemos fazer o intervalo de cinco, dez 857 minutos para um café? Rapidamente, então. Obrigado. (Intervalo para o coffee break). O 858 Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Solicito a 859 todos os Conselheiros que tomem os seus assentos. O último ponto de pauta são 860 assuntos gerais. Um deles quero colocar em discussão que diz respeito ao Decreto 861 Estadual 2722. Peço a atenção de todos os Conselheiros, porque é um tema bastante 862 polêmico, aguardado já há um bom tempo, para esta explanação preliminar. Todos aqui 863 sabemos que em 02 de julho do ano passado foi proposta uma Comissão pelo 864 Secretário de Meio Ambiente anterior com prazo de 120 dias para fazer uma revisão e 865 atualização do Decreto 2722, que é de 1984. Esse decreto, é bom que se diga, veio de 866 um grande estudo com dezenas de técnicos por um escritório contratado para isso que, 867 à época, foi o escritório do Dr. Forte Netto, que trabalhou muito e subsidiou o 868 Governador de então, José Richa, para a edição desse decreto. Esse decreto vigora até 869 hoje, apesar das modificações todas que a legislação ambiental, a legislação de uso e 870 ocupação de solo teve nesse período da evolução da tecnologia, de outros sistemas 871 que otimizaram esgotamento sanitário, a questão de saneamento como um todo, o 872 decreto se mantém. Portanto, uma revisão e atualização sempre foi desejo de muitos, 873 principalmente porque o decreto está na base da concepção dos planos diretores de 874 várias cidades do litoral, principalmente Guaratuba, Matinhos e Pontal do Paraná. Pois 875 bem. Essa Comissão trabalhou, o relator Professor Carlos Storer que por se encontrar de 876 férias não compareceu a esta reunião, a Comissão entendeu que não dispõe de todos 877 os subsídios necessários para proceder à análise da proposta entregue pela Comissão, 878 pelos representantes dos municípios de Matinhos, Pontal do Paraná e Guaratuba. E 879 requereu a contratação do serviço de consultoria especializada, em face do 880 entendimento que há grande complexidade na questão que diz respeito às restrições 881 ambientais e dos estudos urbanísticos realizado naquele momento pela equipe do 882 Professor e Arquiteto Luiz Forte Netto. Em função disso, nós nos encontramos em um 883 impasse. Foi criada, ano passado, uma Comissão que trabalhou por quatro meses, 884 concluiu pela necessidade de se proceder à contratação de uma consultoria 885 especializada e voltamos a cair em uma situação anterior a julho do ano passado. 886 Tentamos resolver isso chamando os prefeitos para que pudéssemos, no âmbito da 887 SEDU e da Secretaria de Meio Ambiente, auscultarmos quais eram as principais 888 necessidades, onde os pontos principais se fundamentavam para a necessidade da 889 consecução dos seus planos diretores. Isso não prosperou. A SEDU teve dificuldade em 890

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ceder técnicos para fazer essa análise junto aos prefeitos, a SEMA por seu lado não 891 possui esse corpo técnico em quantidade e qualidade suficiente que a matéria requer, 892 então estamos aproximadamente uns quatro meses em uma situação bastante 893 angustiante. Por um lado os prefeitos querendo validar os seus planos diretores e por 894 outro lado nós não tendo como mexer no Decreto 2722, sem que isso leve a um trabalho 895 exaustivo que talvez ultrapasse esse ano de 2014, caso tenhamos essa definição de 896 encaminhamento. Em face disso, na qualidade de Presidente, trago para observação 897 dos Srs. Conselheiros e em face, claro, da necessidade que os municípios têm de 898 aprovarem os seus planos diretores nas respectivas Câmaras Municipais, o que é uma 899 exigência de lei, mas é um desejo mais do que legítimo dos prefeitos em poderem 900 trabalhar dentro da legalidade nos seus planejamentos, nos seus planos plurianuais, 901 enfim. Mas trago aos Conselheiros para apreciação a seguinte proposta: penso que 902 devemos, em face disso, instituir uma Comissão pequena que trabalhe com um prazo 903 máximo de 60 dias para que possa analisar a aplicabilidade dos planos diretores dos 904 três municípios frente à legislação vigente. E com isso possamos, não relegar para o 905 futuro a discussão do 2722 a sua atualização, mas que possamos resolver pelo menos 906 nesse momento o problema dos municípios, atualizar inclusive frente à legislação a 907 aplicabilidade dos seus planos diretores. E depois, é obvio, com fôlego, com tempo, 908 com uma condição melhor, inclusive, até se for o caso, contratarmos a consultoria que a 909 Comissão concluiu como importante, uma consultoria especializada, e aí sim, com um 910 prazo um pouco mais elástico, resolvermos essa questão. Não sei se fui claro, mas é 911 esta a proposta a qual gostaria de submeter à discussão, à análise. Faculto a palavra a 912 todos os Conselheiros para que possamos dirimir dúvidas. A Arquiteta Carmem Leal que 913 já esteve ao meu lado quando fui Secretário da outra vez, de 2003 a 2006, dentro do 914 Colit, responsável pelo Plano Diretor de Matinhos, responsável também pelo o de Pontal 915 do Paraná, está aqui conosco, é uma pessoa altamente qualificada para dirimir dúvidas 916 sobre isso. O Cyrus, que é o nosso regional do Instituto Ambiental do Paraná e que tem 917 tratado dessas questões, está conosco também, estamos aqui com o José Maria que é 918 o Presidente do Colit, conhece de perto a problemática até já por ter sido prefeito, 919 estamos com o prefeito Dalmora aqui presente, o ex-prefeito Xiquinho, representantes, 920 enfim, estamos em uma plenária que acho que temos todas as condições de 921 discutirmos aqui e quem sabe tirarmos as decisões mais lúcidas e mais acertadas. 922 Então, a palavra está aberta para os Conselheiros que desejarem fazer uso dela. O Sr. 923 Conselheiro Vilmar Faria Silva (ACIG):- Presidente, realmente essa necessidade é 924 premente e ela hoje atrapalha todos os municípios do litoral, porque não sabemos até 925 onde ir, o que podemos fazer. Lembro-me que na época em que foram feitos os Planos 926 Diretores de Matinhos e Pontal do Paraná, eu fiquei responsável por aprovar o de 927 Guaratuba. A gente trabalhou bastante junto ao Conselho para tentar e não 928 conseguimos aprovar no Colit. Mas uma resolução recomendada pelo Ministério das 929 Cidades nos obrigou a fazer a aprovação na Câmara de Vereadores, porque senão não 930 teríamos recursos do Governo Federal no ano seguinte. E de lá para cá temos 931 trabalhado com esse plano que realmente conflita com o 2722, mas muitos desses 932 conflitos podem ser facilmente resolvidos, inclusive por orientação do próprio Colit. 933 Então, é perfeita essa colocação de uma Comissão mais rápida, mais sintética para tirar 934 um pouco das amarras que os municípios estão tendo hoje. Afrouxar um pouco a corda 935 para que possamos respirar, caminhar um pouco e daí sim, talvez com mais tempo, sem 936 esse sufoco, fazer um estudo melhor, mais ampliado, com uma discussão melhor, até 937

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do ponto de vista de consultas públicas. Lembro que fazer consultas públicas não é 938 fácil, mas necessário, para o Plano Diretor de Guaratuba fizemos duas e depois disso 939 fizemos quatro alterações em algumas leis. O Plano Diretor de Guaratuba é composto 940 por quatorze leis, fizemos alteração em quatro delas em 2011 que forem muito 941 benéficas. E o plano diretor tem que ser dinâmico. As cidades mudam, as pessoas 942 mudam, a necessidade de fazer coisas novas nos municípios vão se atualizando em 943 função do próprio desenvolvimento da engenharia. Então, se antes se pensava em fazer 944 um prédio com três, quatros lajes, hoje com o mesmo custo se consegue fazer seis ou 945 sete lajes em função da engenharia que nos possibilita com menos recursos fazer mais 946 obras. Mas não só nesse campo, também na questão urbanística. Quer dizer, temos vias 947 mais largas, com mais arborização, com mais acessibilidade. Hoje nós temos inclusive 948 um conhecimento melhor disso que em 2005, por exemplo, a gente não tinha. Então, 949 hoje o Plano Diretor de Guaratuba tem que mudar inclusive em função da acessibilidade, 950 e acredito que os outros também, mas depende de algumas autorizações, de algumas 951 indicações, de algumas consultas ao próprio Colit. Então, esta proposta é mais do que 952 viável, mas é urgente que ela aconteça. O Sr. Conselheiro Ricardo Monteiro 953 (UFPR/Litoral):- Sr. Presidente, inicialmente uma preocupação. Pelo acúmulo de 954 trabalho, de relatórios e se observarmos o histórico dos municípios do litoral, em 955 especial o resgate dos trabalhos do Plano Diretor de 2006 de Matinhos onde temos uma 956 riqueza de mapas, relatórios. Só o relatório técnico tem mais de 760 páginas, os mapas 957 que foram produzidos a dezenas, informações riquíssimas. Tenho certeza que os outros 958 municípios também receberam recursos do Governo do Estado, do SEDU Paraná 959 Cidade, certamente fizeram relatórios, fizeram trabalhos com a participação da 960 população. No entanto, foi em 2006 o de Matinhos, os dos outros municípios também 961 foram da década passada e já estamos indo para 2014. Em relação ao Decreto 2722, 962 com todo o respeito ao decreto, mas já se vão quase trinta anos. Em trinta anos em um 963 país que nas últimas quatro ou cinco décadas passou de uma população 964 predominantemente agrícola e rural para uma população predominantemente urbana. 965 No caso do litoral temos um agravante, as nossas cidades, sobretudo as três cidades 966 balneárias da costa do atlântico, Guaratuba, Matinhos e Pontal, tem uma população fixa 967 em torno de 80 mil habitantes e na temporada certamente, pelo número de imóveis que 968 são mais de 80 mil imóveis, essa população pode chegar a meio milhão, com mais as 969 hospedagens pode chegar a seiscentos mil, oitocentos mil, enfim, um milhão. Então, a 970 urgência realmente requer que essa questão seja resolvida e mais do que levantar 971 dados e diagnósticos, instituir Comissão, a gente precisa realmente de solução para que 972 seja efetivada uma nova regulamentação. Então, quando eu falo em uma nova 973 regulamentação, eu entendo que o Estado tem que propor uma nova regulamentação 974 para atualizar o Decreto 2722 em vigor desde 1984. Acho que essa é uma urgência, uma 975 emergência para trazer uma série de dispositivos urbanísticos que já existem em nosso 976 país. Vale lembrar que o Estatuto das Cidades foi aprovado em 2001, o Ministério das 977 Cidades foi instituído em 2003, então pelo menos na última década temos uma série de 978 instrumentos ligados ao Minha Casa Minha Vida, ligada à reurbanização de 979 assentamentos precários, subnormais, de favelas, etc. e tal que no litoral sabemos que é 980 uma situação alarmante. Em alguns municípios, creio que o Pontal do Paraná tem quase 981 70% dos seus imóveis irregulares. Matinhos e Guaratuba vão próximos disso, talvez não 982 seja tão grande o percentual, mas a irregularidade é muito grande. Então, acho que 983 existem instrumentos urbanísticos recentes que podem ajudar a solucionar os problemas 984

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das cidades. O caso que estava em discussão aqui anteriormente do Supermercado 985 Quinteto é apenas um em um universo de casos parecidos, semelhantes, que poderiam 986 quem sabe serem solucionados de forma mais prática e mais ágil no âmbito do próprio 987 município. Então, só para citar alguns instrumentos: outorga onerosa do direito de 988 construir, o direito de superfície, parâmetros flexíveis mas uma flexibilidade dentro de 989 certos limites para o coeficiente de aproveitamento, para taxa de ocupação, para recuos, 990 para limites de alturas. Não queremos evidentemente beneficiar infratores e pessoas que 991 agem de má-fé, queremos que a legislação urbanística seja atualizada para contemplar 992 algumas questões. Então, só para citar um exemplo. Estávamos conversando agora há 993 pouco, o sujeito tem que respeitar o recuo de um metro e meio e por alguma razão ele 994 fez o recuo com um metro, evidentemente que ele está contra a lei, mas devem existir 995 alguns parâmetros de flexibilidade que ele possa resolver a questão mediante uma 996 contrapartida que seja utilizada para o desenvolvimento.A questão da outorga onerosa 997 do direito de construir gera um fundo para o desenvolvimento do município. Então, ela 998 capta recursos, sobretudo da construção civil, em edifícios e altura e obras com 999 coeficiente de aproveitamento maior e pode redirecionar esses recursos para áreas que 1000 são carentes. Então, o município tem outra capacidade de financiamento, tem outra 1001 capacidade de recurso para reinvestir em áreas precárias.Então, os instrumentos da 1002 área de regularização fundiária são muitos, em especial a instituição da zona especial de 1003 interesse social. Acho importante, um dever do Estado conhecer as áreas irregulares, 1004 algumas áreas irregulares de décadas e históricas, comunidades tradicionais, essas 1005 áreas precisam ser reconhecidas na legislação, no zoneamento do uso e ocupação de 1006 solo, tanto na legislação estadual quanto nas leis municipais. E é um dever do Estado 1007 apresentar uma solução para o problema da irregularidade fundiária, para o problema 1008 dos assentamentos subnormais, até porque é a partir desses assentamentos 1009 subnormais que provém boa parte dos esgotos e dos dejetos que vão poluir as águas 1010 que são atrativas para o lazer e para o desenvolvimento do litoral.Então, realmente a 1011 preocupação é essa, que se institua mais uma Comissão, como fizemos, eu 1012 particularmente participei das quinze reuniões, foi extremamente desgastante, foi muito 1013 gratificante trabalhar com uma equipe engajada, mas foi muito desgastante, muitas 1014 reuniões, ter que subir e descer a serra, trabalhar cinco, seis horas, depois voltar para 1015 dar aula à noite na universidade. Todas as pessoas viajando, o pessoal que ia para as 1016 reuniões do Litoral, descia a serra e depois subia. Então evidentemente que não 1017 estamos contra a instituição de uma Comissão, mas desde que de fato esses trabalhos 1018 se encaminhem para uma finalização e essa finalização represente o que almejamos e 1019 precisamos que é a atualização da nossa legislação urbanística. E aí uma solicitação, Sr. 1020 Presidente, que foi apresentada na oitava reunião da Comissão de Revisão do Decreto 1021 2722, reunião realizada em 24 de outubro de 2012, na sala de reuniões da prefeitura 1022 municipal de Matinhos. A proposta está aqui na Ata, é o item 4, endossada pelo 1023 Conselheiro da Comissão, Fernando Caetano, da SEDU que sugere que a UFPR Litoral 1024 participe na relatoria dos planos diretores em conjunto com a SEDU. Então, nós 1025 reforçamos esse pedido agora aqui no pleno, da plenária do Colit. A UFPR Litoral está 1026 procurando fazer o seu trabalho, contribuir com o desenvolvimento do litoral, 1027 participamos de todas as reuniões da Comissão, temos participado de todas as 1028 reuniões do Colit e nos colocamos à disposição para auxiliar a SEDU Paraná Cidade na 1029 relatoria de análise dos planos diretores. Temos certeza que podemos contribuir com um 1030 trabalho técnico, com a participação das pessoas que são moradoras e trabalhadores 1031

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do litoral. Agradeço a atenção e reforço esse pedido, realmente pela questão da 1032 urgência, da importância do caso. O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio 1033 Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Obrigado. Obrigado inclusive pela memória de todo 1034 esse processo, Conselheiro Ricardo. Com a palavra, Conselheiro Vicente. O Sr. 1035 Conselheiro Vicente Variani (suplente da Prefeitura Municipal de Guaratuba):- Se entendi 1036 bem o Presidente colocou que os municípios aprovem os seus planos diretores 1037 mediante a lei vigente e para ganharmos um prazo para terminarmos os nossos planos 1038 diretores. Quero fazer um relato aqui de quando começou isso. Foi pela lei federal de 77 1039 que dispõe a criação de áreas especiais e de locais de interesse turístico. Então, 1977 1040 começou por uma lei federal. Em 1980 o Estado cria a 7389 onde considera áreas para 1041 fins de interesse turístico que é na região dos sete municípios do litoral. Em 1984 veio o 1042 Decreto Estadual 2722 que regulamenta a Lei 7389/80, e aí começou toda essa batalha, 1043 depois da criação do decreto. Em dezembro de 1984 é criado o Conselho de 1044 Desenvolvimento do litoral justamente para assessorar a administração pública estadual 1045 na aplicação das normas que dispõe sobre a ocupação do solo. Então, o Conselho veio 1046 justamente para assessorar a administração pública estadual na ocupação do solo. Em 1047 1986 o Conselho cria a sua primeira resolução, a Resolução 01, que estabelece 1048 parâmetros de ocupação do solo complementares ao regulamento que se refere ao 1049 Decreto 2722. Ai vem a primeira resolução. Em 2001 a Resolução 14 que compõe a 1050 Câmara de Assessoramento Técnico do Conselho. Então, a Resolução 14 cria uma 1051 Câmara Técnica do Conselho, isso em 2001. Em 1998 a Lei Estadual 12.242 que 1052 considera áreas especiais e de locais de interesse turístico nos municípios de 1053 Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná. Em 1989 1054 o Conselho cria a resolução que define critérios básicos para a aplicação do Decreto 1055 2722. E ainda em 1989 o Estado cria a Lei 5040 que aprova o regulamento de 1056 macrozoneamento de todo litoral, e aí vem a Resolução 02, em 1989, que define 1057 parâmetros e ocupação do solo no litoral paranaense pelo Decreto 2722. Então, é um 1058 relato, Sr. Presidente e Srs. Conselheiros. Vocês estão vendo que é uma história longa, é 1059 uma história bem complexa, como disse o nosso Presidente, e não é de um momento 1060 para outro que podemos mudar um decreto que tem uma grande influência no 1061 desenvolvimento do litoral do Paraná. Então, criando-se mais esta Comissão, os 1062 municípios ganhando este fôlego, mas não deixando muito aquém do espaço para que 1063 seja regulamentado, seja revisto este decreto que já chega aos seus quase trinta anos. E 1064 não podemos nos esquecermos ainda, de tudo isso, da lei de 86 que é a Lei Mata 1065 Atlântica, essa sim influencia diretamente no desenvolvimento dos municípios do litoral. 1066 Então a Lei Mata Atlântica não podemos deixar em momento algum de citá-la nos planos 1067 diretores dos municípios. De nada adianta construir cinco, dez pavimentos, mas se ali 1068 existe uma vegetação que sofre restrições de supressão. Então, nós também temos que 1069 olhar nesse sentido e aí sim vamos conseguir fazer um plano diretor ou um plano 1070 sustentável, um plano de desenvolvimento sustentável do litoral. Obrigado. O Sr. 1071 Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Obrigado, 1072 Conselheiro Vicente. A palavra continua em aberto. (Pausa). O Sr. Conselheiro Luiz 1073 Carlos Krezonski (Prefeitura Municipal de Pontal do Paraná):- O município de Pontal do 1074 Paraná considera lamentável que a Comissão Revisora não pode concluir os seus 1075 trabalhos, que na opinião do relator dizendo que não se sentia com capacidade para 1076 fazer todos os estudos que seriam necessários, porque as pessoas que participaram 1077 dessa Comissão eram pessoas gabaritadas para este trabalho. Então deveria ter sido 1078

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concluído o trabalho. Como o Professor Ricardo Monteiro colocou da importância da 1079 revisão, eu reforço, também manifestando a opinião de Pontal do Paraná, da importância 1080 da revisão do Decreto 2722. Então, que a Comissão que seja criada, não apenas tente 1081 viabilizar a adequação dos seus planos diretores, mas também possa, não sei como 1082 será essa Comissão, se os membros dos municípios permanecem, como será, gostaria 1083 que fosse esclarecido, mas é importante a presença do Professor Ricardo Monteiro, 1084 porque ele contribuiu bastante tecnicamente para este trabalho. Então, que se possa 1085 essa nova Comissão readequar os planos diretores, mas também manter o estudo sobre 1086 a revisão do 2722. O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz 1087 Eduardo Cheida:- É importante a Presidência fazer alguns esclarecimentos. O primeiro 1088 deles é que a proposta é de uma Comissão enxuta que possa trabalhar em um tempo 1089 bem pequeno para analisar a aplicabilidade dos planos diretores frente à legislação 1090 vigente, inclusive frente ao decreto. É isso que proponho. Não é fazer uma revisão do 1091 2722, porque senão talvez encontrássemos obstáculos que a própria Comissão 1092 encontrou. Não que não possamos fazer isso e nem devemos. Acho que devemos. Eu 1093 mesmo disse aqui que o Decreto 2722 está anacrônico por uma série de questões, não 1094 só pelo tempo, mas pelo desenvolvimento de tantas coisas nesses trinta anos 1095 praticamente. Mas a proposta agora, Conselheiro, é nos focarmos na questão da 1096 possibilidade de equalizarmos esses planos diretores à legislação vigente. A segunda 1097 questão é que inegavelmente a UFPR deve fazer parte dessa Comissão. Aliás, tomo a 1098 liberdade de sugerir, já havia inscrito aqui ao fazer a proposta um membro de cada um 1099 dos três municípios citados, pode permanecer o mesmo, sem problema nenhum, um 1100 membro da SEDU, um representante da SEMA que acho que a Dra. Carmem é a pessoa 1101 ideal para isso por já conhecer, por já ter participado e já ter ajudado a elaborar dois dos 1102 três planos que estamos falando e obviamente o representante da UFPR. Então, SEMA, 1103 SEDU, UFPR e os três municípios. Teríamos aqui, portanto, salvo melhor juízo, três 1104 municípios, a SEDU quatro, a SEMA cinco, o representante da UFPR do litoral seis, 1105 podendo ter até dois da SEMA, quem sabe, para deixarmos ímpar. (Pausa). A sociedade 1106 não coloquei aqui, porque estamos falando em municípios, estamos falando em vários 1107 municípios, não sei como seria isso. Corre-se o risco de repente também, se for um por 1108 município, já passaríamos aqui a nove, mas está aberta, não é uma proposta que veio 1109 fechada. Fiquem à vontade para sugerir. O Sr. Conselheiro (não se identificou) - 1110 (coordenador do plano diretor de Guaratuba):- Sou coordenado do Plano Diretor de 1111 Guaratuba, não tenho falado porque sou só coordenador, mas me permito falar alguma 1112 coisa. Essa Comissão teria poderes de... porque o único conflito que existe mesmo é na 1113 questão do zoneamento, dos gabaritos, porque conflita o zoneamento do 2722 com os 1114 dos municípios. Esse que é o conflito. Talvez tivesse que alterar o zoneamento do 2722 1115 para se encaixar com os municípios. Essa Comissão teria poderes para isso? O Sr. 1116 Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Tudo o que 1117 está no decreto só pode ser alterado por um novo decreto ou por lei, e visto que 1118 estamos trabalhamos em rapidez talvez tenhamos a Assembleia Legislativa em recesso 1119 ou voltando, quando formos analisar. Então, qualquer proposição é mediante decreto. 1120 Eu particularmente não posso falar pelo Governador obviamente, mas estive com ele na 1121 terça-feira levando essa preocupação e dizia a ele que faria essa proposta no Conselho 1122 e ele concordou. Claro que ele sabe os desdobramentos. De repente se algo conflitar 1123 com o Decreto 2722 é questão de analisarmos no Colit, claro que esse é o fórum 1124 adequado para sugerirmos ao Governador uma mudança eventual. Não substituiríamos, 1125

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não faríamos alguma coisa a toque de caixa para de repente fazermos uma ampla 1126 revisão, mas de repente se houver questões pontuais devemos fazer. Um exemplo disso 1127 é o que temos hoje com o cadastro ambiental rural. Sugerimos ao Governador uma 1128 mudança pontual, ele sabe que daqui a pouco, dentro de trinta dias, após a Presidente 1129 estabelecer o Decreto Presidencial e o Ministério do Meio Ambiente fazer a instrução 1130 normativa ele vai ter que decretar outra vez. Quer dizer, são dois decretos em um espaço 1131 de seis meses dentro do mesmo tema, mas a situação exige. Volto a dizer que não 1132 posso falar pelo Governador, mas o trâmite seria esse, obviamente se encontrássemos 1133 obstáculos que aqui fosse claro para nós que não trouxesse prejuízo ao litoral, se o 1134 Conselho entendesse assim, encaminharia sem problema nenhum ao Governador para 1135 sua apreciação um novo decreto que legitimasse uma situação do plano diretor. O Sr. 1136 Conselheiro (não se identificou):- Uma minuta de alteração do 2722. O Sr. Presidente do 1137 Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Se fosse necessário. O Sr. 1138 Conselheiro (não se identificou):- Seria encaminhada à Assembleia? O Sr. Presidente do 1139 Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Não, para o Decreto, visto 1140 que o 2722 é um decreto. Como disse, a única coisa que muda um decreto são duas 1141 coisas, outro decreto que é privativo do Governador ou uma lei, que está superior ao 1142 decreto. Como estamos falando de um decreto que tem trinta anos, a mudança parcial 1143 para desembocar em uma mudança definitiva tem que ser outro decreto, muito 1144 possivelmente. O Sr. Conselheiro (não se identificou):- Feito pelo Governador. O Sr. 1145 Conselheiro Eduardo Dalmora (Prefeito Municipal de Matinhos):- Acho que foi muito bem 1146 colocado aqui, todo o mundo já entendeu. Estou de acordo um de cada município, lá da 1147 SEMA dois, um da SEDU, um da UFPR, e podia ser um da iniciativa privada da área 1148 social. Acho que está bem colocado, todo o mundo já entendeu bem e o próximo passo 1149 é começarmos a trabalhar. Está batido o martelo, o que vocês acham? O Sr. Presidente 1150 do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- A palavra continua em 1151 aberto. (Pausa). Só peço que fôssemos afunilando, esclarecendo dúvidas ou fazendo 1152 propostas, deixando as análises de lado. O Sr. Conselheiro Luizinho (suplente da 1153 Prefeitura Municipal de Pontal do Paraná):- Com relação à relatoria deveriam ser os cinco 1154 membros da Comissão concordantes com o texto da relatoria. A relatoria foi feita apenas 1155 por um membro da Comissão e não teve a concordância dos outros membros da 1156 Comissão. Gostaria de deixar registrada essa situação. Gostaria que o novo relator da 1157 nova Comissão fosse um representante da SEMA. O Sr. Presidente do Conselho 1158 Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Perfeito. O Sr. Conselheiro Vilmar 1159 Faria Silva (ACIG):- Acho que é importante nessa nova Comissão termos alguém que 1160 represente a sociedade civil, inclusive estou aqui neste âmbito. E agora, nesse 1161 momento, faço questão de participar dessa Comissão. Quero lembrar que fui eu, 1162 juntamente com uma equipe da prefeitura, que montei o plano diretor de Guaratuba, 1163 conheço a fundo o plano diretor de Guaratuba, ajudo, quando posso, nesse novo texto, 1164 fui Presidente da APA, o único Presidente da APA do Estado do Paraná que não fazia 1165 parte nem da SEMA e nem do Batalhão da Força Verde. Então, acho que estou 1166 qualificado para participar desse grupo também, não só na questão empresarial como 1167 também na questão pública e de meio ambiente - fui Secretário de Meio Ambiente 1168 inclusive do município. O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz 1169 Eduardo Cheida:- A palavra continua em aberto. (Pausa). Em não havendo mais quem 1170 queira fazer uso dela, esta Presidência coloca em votação a proposta considerada que, 1171 por amor à brevidade do tempo, não vou repetir aqui. Depois votaremos a composição 1172

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da Comissão. Então, uma Comissão para trabalhar por dois meses tentando fazer a 1173 análise da aplicabilidade dos planos diretores de Matinhos, Guaratuba e Pontal do 1174 Paraná frente à legislação hoje em vigor. (Pausa). Os Conselheiros que concordam com 1175 a proposta permaneçam como estão. APROVADA por unanimidade. Em votação a 1176 composição da Comissão. Um membro de cada um dos municípios citados, um 1177 representante da SEDU, um da SEMA com a função de coordenação geral e o 1178 representante da UFPR Litoral mais um representante da sociedade civil organizada. 1179 Aqui só faço uma indagação, é um representante pelos três? É essa a proposta? O Sr. 1180 Conselheiro (não se identificou):- Um de cada município. O Sr. Presidente do Conselho 1181 Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Então, seriam nove componentes? 1182 Um de cada município, um representante da sociedade civil de cada município, então 1183 são seis. (Pausa). Então, era isso que eu perguntava, se era um representante pelos três 1184 da sociedade civil. Um só! Então, são sete. Então, repetindo a proposta para efeito até 1185 da transcrição da nossa Ata. Um representante de cada município, um de Matinhos, um 1186 de Guaratuba e um de Pontal do Paraná, um representante da sociedade civil 1187 organizada, um representante da UFPR Litoral, um representante da SEDU e um 1188 representante da SEMA, que indico a Carmem, com a função de coordenar esse 1189 trabalho. São sete! Tudo bem? Essa é a proposta: sete membros para trabalharem por 1190 60 dias. O Sr. Conselheiro Rodrigo Monteiro (UFPR/Litoral):- O início seria em que mês? 1191 Seria imediato?O Sr. Presidente do Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo 1192 Cheida:- Sem dúvida. Estou imaginando isso, não podemos deixar as festas para depois 1193 começarmos, porque aí vamos terminar em março. Então, a ideia é começarmos já, 1194 trabalhar já. Mas a Comissão vai se organizar, vou pedir a Carmem que na função de 1195 coordenadora, se for aprovada esta Comissão, faça o cronograma de trabalho para que 1196 possamos no final do mês de janeiro ou meados de fevereiro já estarmos votando aqui 1197 as conclusões da Comissão. O nosso Secretário Executivo está colocando uma questão, 1198 uma dúvida, se a PGE participa disso ou não. Não sei se o Dr. Carlos, que aqui substitui 1199 a Dra. Ana Cláudia, gostaria de fazer uso da palavra. O Sr. Conselheiro Carlos Eduardo 1200 Rangel Xavier (PGE/Paraná):- Acho que o encaminhamento da forma como está, está 1201 bem e por não poder falar pela Dra. Ana Cláudia e ela afinal de contas é a grande 1202 especialista no assunto na Procuradoria e necessariamente seria ela quem participaria 1203 das reuniões, deixaria em aberto a possibilidade de ela participar até como consultoria 1204 jurídica e ela ser comunicada, mas não necessariamente precisaria fazer parte da 1205 composição, porque aí eu acho que fica bem encaminhada a sugestão. A Sra. Carmem 1206 Leal (SEMA):- Eu gostaria de fazer algumas colocações. Quanto à questão das análises 1207 quanto à aplicabilidade da legislação, ter o compromisso do Presidente do Conselho 1208 que a nossa assessoria jurídica estará presente às reuniões da Comissão, de corpo 1209 presente, com total assessoramento. Então, gostaria de ter esse compromisso da SEMA 1210 no auxílio de questões pontuais. Outra questão fundamental que gostaria de colocar, 1211 isso é claro para todos, é que o Conselho tem o poder de fazer muitas coisas e acho 1212 que ainda não está fazendo. O Conselho foi criado para isso, para discutir a legislação, 1213 para discutir as necessidades, para discutir a evolução no tempo e propor alterações. O 1214 convívio urbano é impressionantemente dinâmico, nós temos que nos adaptar, mudar, e 1215 com isso a legislação tem que mudar, tudo tem que mudar, agora o que não pode é 1216 mudar para uns e para outros não. Isso é engraçado e ruim para todo o mundo. Então, 1217 tem que ter regras e para isso temos esse belíssimo Conselho. Sou uma defensora 1218 inigualável do Conselho, porque é a sociedade aqui discutindo legislação urbanística. O 1219

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Conselho tem esse poder. A dúvida aqui é, como alterar o Decreto? Ele pode ser 1220 alterado dentro dos princípios da discussão, da negociação, enfim, acredito que o 1221 Conselho possa fazer. E é para isso que esta Comissão será formada. O Sr. Secretário 1222 Executivo, José Maria (SEMA):- Sr. Presidente, permite-me uma breve intervenção? 1223 (Assentimento). Gostaria só de reiterar a todos os Conselheiros aqui presentes o esforço 1224 que o Presidente do Conselho, o Secretário Cheida, tem feito no sentido de tentarmos 1225 implementar essas alterações do Decreto 2722, que são de grande expectativa dos 1226 prefeitos, de alguns munícipes e de empreendedores. Mas não é uma tarefa fácil. Se 1227 lembrarmos que sete governadores do Estado já tiveram sob a sua égide, sob os seus 1228 governos, esse Decreto 2722 e governadores de diferentes orientações ideológicas de 1229 Roberto Requião a Jaime Lerner, passando por Álvaro Dias, José Richa, Engenheiro 1230 Mário Pereira, Governador Orlando Pessuti. E o decreto, esses anos todos, com todos 1231 os questionamentos vem sendo mantido, porque existem também pensamentos 1232 consolidados dentro da cultura jurídica, dentro do âmbito do Governo do Estado que 1233 são defensores fortemente engajados à manutenção do Decreto 2722 sem alterações. O 1234 ex-Prefeito Cheida, como eu sou ex-Prefeito, somos municipalistas, então temos 1235 sensibilidade para as demandas dos municípios. E assim que assumimos, o Secretário 1236 em março e ele convidou a mim, ele me orientou, disse: “Olha, você dê prioridade às 1237 demandas dos prefeitos, porque são eles que estão lá na ponta, que estão vivendo os 1238 problemas, algumas demandas às vezes vêm exageradas, seja por parte da iniciativa 1239 privada, de empreendedores ou por parte da sociedade civil, entram em conflito por 1240 questões ambientalistas, mas tudo isso pode ser mediado. E é através da democracia 1241 que se faz isso. A democracia é penosa, é difícil, envolve demandas, envolve reuniões 1242 infindáveis, envolve audiências públicas, envolve consultas. Enfim, tudo isso que os 1243 senhores conhecem amplamente e muito bem citado pelo Professor Ricardo. E até na 1244 intervenção dele eu dizia ao Secretário Cheida, o Presidente do Conselho, o Professor 1245 Ricardo trabalhou de graça meses afins, utilizando os seus próprios recursos, dinheiro 1246 do próprio bolso, viajando a Curitiba, indo e vindo ao litoral para trazer a sua contribuição 1247 assim como outros Conselheiros. Então, nós somos reconhecidos à UFPR, ao trabalho 1248 dos municípios e estaremos empenhados junto com a Dra. Carmem no sentido de 1249 buscarmos soluções. Eu sei que não contentará a todos, o trabalho dessa Comissão 1250 certamente não vai atingir a expectativa plena, mas estará dentro daquilo que o 1251 Secretário Cheida conversou com o Secretário Ratinho, com o Wilson Lipski - Presidente 1252 do Paraná Cidade, no sentido de enfrentarmos alguns gargalos, desatarmos alguns nós 1253 para que se resolvam alguns problemas pontuais de Pontal do Paraná, de Matinhos e 1254 Guaratuba. E certamente será o início, aí sim, de uma caminhada para que tenhamos um 1255 trabalho mais amplo, como aquele que foi feito há trinta anos pelo Arquiteto Forte Netto 1256 com uma equipe multidisciplinar, que resultou nesse Decreto 2722. Como o resultado do 1257 relatório do trabalho dessa Comissão, nós acreditamos que poderá resultar até em uma 1258 nova lei na Assembleia Legislativa onde está o Secretário Cheida que é profundo 1259 conhecedor da matéria e certamente será a pessoa que nos ajudará nesse sentido. 1260 Então, seriam essas as colocações. Alguns Conselheiros me fazem sinal que têm 1261 compromisso, há uma posse agora no Ministério Público. Há uma sugestão de data da 1262 Dra. Carmem em função dos seus compromissos também, que usássemos esse mês de 1263 dezembro para montar a Comissão, preparar a documentação e iniciássemos os 1264 trabalhos na primeira semana de janeiro, logo após as festas. Poderíamos fazer a 1265 primeira reunião em Matinhos, ou em Pontal ou em Guaratuba, decidiríamos isso lá. 1266

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Quem sabe o Prefeito Dalmora cederia as instalações para a primeira e depois uma 1267 reunião semanal em cada município. Então, se todos estiverem de acordo, 1268 encaminhamos para o encerramento com V.Exa., Secretário Cheida. O Sr. Presidente do 1269 Conselho Estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida:- Sem mais delongas, 1270 sobmeto à votação dos Conselheiros a composição, que já está me parece acordada, 1271 mesmo assim submeto à votação. (Pausa). Os Conselheiros que forem favoráveis a 1272 composição referida da Comissão permaneçam como estão. (Pausa). APROVADO. Os 1273 Conselheiros que concordem que comecemos os trabalhos no dia 02 de janeiro para 1274 concluir no máximo no dia 02 de março, permaneçam como estão. APROVADO. Quero 1275 agradecer a todos, e como é a última reunião do ano, desejar a todos um feliz natal um 1276 próspero ano novo. E como profissional da área da saúde pedir a todos que cuidem dos 1277 seus respectivos fígados nesse período. Está encerrada a reunião. 1278 1279 1280 Luiz Eduardo Cheida 1281 Presidente do Conselho de Desenvolvimento Territorial do Litoral Paranaense 1282 1283 1284 José Maria de Paula Correa 1285 Secretário Executivo. 1286