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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO ÓRGÃO ESPECIAL DO COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA
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Ata da Reunião Ordinária do Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça
de 02.10.2017
No dia 2 (dois) do mês de outubro, do ano de 2017 (dois mil e dezessete),
às 13 (treze) horas e 30 (trinta) minutos, no auditório Tilene Almeida de
Morais, edifício Campos Salles, sede do Ministério Público do Estado de
São Paulo, situado na rua Riachuelo, nº 115, nesta capital, sob a presidência
do procurador-geral de Justiça, doutor Gianpaolo Poggio Smanio,
reuniram-se os integrantes do Órgão Especial do Colégio de Procuradores
de Justiça, devidamente convocados pelo Aviso nº 458/17, registrando-se o
comparecimento de 38 (trinta e oito) procuradores de Justiça, conforme
lista de presença. Havendo quórum regimental, o presidente declarou
instalada a reunião, submetendo, em seguida, à apreciação dos presentes, a
ata dos trabalhos da reunião anterior, que foi aprovada. Na etapa de
comunicações da presidência foram propostos pelo procurador-geral de
Justiça e aprovados, pelo colegiado, votos de pesar pelos seguintes
falecimentos: da senhora Apparecida Lopes Pires, mãe da doutora Suzerley
do Nascimento Pires, procuradora de Justiça e sogra do doutor Armando
Padilha Júnior, procurador de Justiça; do doutor Romeu Ricupero,
desembargador do Tribunal de Justiça aposentado, irmão do doutor Renê
Ricupero, desembargador do Tribunal de Justiça aposentado, cunhado da
doutora Celina de Sampaio Góes, procuradora de Justiça, tio do doutor
João Otávio Bernardes Ricupero, promotor de Justiça substituto; da
senhora Ana Carmen Nogueira e Silva Pires, esposa do doutor Alex
Facciolo Pires, promotor de Justiça; do senhor Gilberto João Borghi, pai da
doutora Adriana Borghi Fernandes Monteiro, promotora de Justiça; da
senhora Ana Maria Souza Pinto Frontini, esposa do doutor Paulo Salvador
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Frontini, ex-procurador-geral de Justiça, e tia da doutora Ana Beatriz
Pereira de Souza Frontini, promotora de Justiça; do doutor Antonio Chaves
Martins Fontes, delegado de Polícia aposentado, irmão do doutor Paulo
Álvaro Chaves Martins Fontes, procurador de Justiça aposentado e pai da
doutora Fernanda Martins Fontes Rossi, 7ª promotora de Justiça de Santo
André. Foi, também, aprovado, por unanimidade, voto de louvor ao doutor
Renato Nascimento Fabbrini, procurador de Justiça, recentemente
aposentado, pelos relevantes serviços prestados ao Ministério Público. No
prosseguimento dos trabalhos, houve deliberação do plenário com vistas a
compor a Comissão Eleitoral que atuará, nos termos dos atos normativos
próprios, nos pleitos já agendados para composição da Comissão
Processante Permanente, para eleição de 20 (vinte) membros do Órgão
Especial e de três dos membros desse mesmo colegiado para compor o
Conselho Superior do Ministério Público, ficando assim integrada: 1-
procurador-geral de Justiça; 2-secretário do Órgão Especial do Colégio de
Procuradores de Justiça; 3- doutor Fernando José Marques, decano do OE;
4-doutor Álvaro Augusto Fonseca de Arruda; 5- doutor Antonio Celso
Pares Vita. Na fase de comunicações dos membros do colegiado,
pronunciaram-se os ilustres procuradores de Justiça doutores Ana Maria
Napolitano de Godoy, Maria da Glória Villaça Borin Gavião de Almeida,
David Cury Junior, Sérgio Neves Coelho, Eder do Lago Mendes Ferreira,
Martha de Toledo Machado, Luiz Antonio Guimarães Marrey, João Alves
de Souza Campos, Dora Bussab, Pedro de Jesus Juliotti e o corregedor-
geral doutor Paulo Afonso Garrido de Paula. Pela doutora Maria da Glória
Villaça Borin Gavião de Almeida foi feita manifestação, cujo resumo, da
lavra da digna oradora, nos termos do artigo 12, § 5º, do corpo de normas
regimentais, segue transcrito: “Requeiro seja incluído na Ata da reunião do
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Órgão Especial de 02/10/2017, que na oportunidade da comunicação dos
integrantes, esta Procuradora, após pronunciamento da Dra. Ana Godoy a
respeito, também expôs a este Colegiado a situação por que atravessa a
Procuradoria Cível, que permaneceu durante o mês de setembro com
acúmulo de processos sem distribuição porque a Procuradoria-Geral deixou
de preencher todos os cargos, como determinado no Relatório do CNMP.
Ponderou existirem 11 afastamentos não eventuais dentre os 61 integrantes
da Procuradoria, o que impunha a designação de promotores com prejuízo,
uma vez que os designados sem prejuízo não solucionam o problema, como
claramente se identificou no último mês. Com a sugestão do Dr. David
Cury de que os feitos fossem distribuídos entre todos os Procuradores (ao
que não houve anuência do plenário), o nobre integrante se dispôs a receber
parte do acervo. Não tendo havido deliberação do Plenário a respeito do
encaminhamento proposto, foi requerido o envio de cópia da manifestação
escrita a todos os integrantes deste Órgão Especial para que ficassem
cientes da situação, tendo em vista o teor da cláusula 6.4 do Relatório da
Corregedoria Nacional do CNMP, que determina que “a designação de
Membros em substituição aos Procuradores deve guardar correlação com o
número de cargos a serem substituídos”. Pelo doutor Pedro de Jesus
Juliotti, foi “perguntado ao procurador-geral de Justiça qual a posição do
Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG) e a posição dele,
procurador-geral, a respeito da Resolução n. 181, do CNMP” (artigo 12, §
5º). Pelo doutor Sérgio Neves Coelho foi postulada inversão de pauta da
Ordem do Dia a fim de que a apreciação das matérias agendadas começasse
pelo protocolado número 111.485/17, em que figura como interessada a
Procuradoria-Geral de Justiça, constando como objeto a modificação do
Ato Normativo n. 412/2005-CPJ, de 24 de novembro de 2005, cujo
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conteúdo disciplina a organização, funcionamento e atribuições das
Procuradorias de Justiça. Tomando assento à mesa, o digno relator doutor
Edgard Moreira da Silva apresentou voto favorável à proposta feita pela
Procuradoria-Geral de Justiça, com alterações. Abertos os debates em torno
da matéria, manifestaram-se os doutores Antonio de Pádua Bertone Pereira,
Dora Bussab, Martha de Toledo Machado, Sérgio Neves Coelho, Luiz
Antonio Guimarães Marrey, Álvaro Augusto Fonseca de Arruda, Marcos
Hideki Ihara, Carlos Eduardo Fonseca da Matta, Fernando José Marques,
João Alves de Souza Campos, Paulo Afonso Garrido de Paula, Maria da
Glória Villaça Borin Gavião de Almeida e Walter Paulo Sabella. “Pelo
procurador de Justiça doutor Luiz Antonio Guimarães Marrey foi proposto
que o Órgão Especial deliberasse, de maneira liminar, quanto à equipe
especializada da Procuradoria Criminal para exercício nas sessões do
Tribunal de Justiça, a partir de hoje, 2 (dois) de outubro, tendo sido a
proposta aprovada por votação unânime, autorizando o funcionamento da
equipe de atuação perante as Câmaras do Tribunal de Justiça,
imediatamente, com suspensão da distribuição no dia da sessão” (resumo
do nobre orador, cf. dispõe o artigo 12, § 5º, do Regimento Interno). O
plenário fixou prazo que se estenderá até o dia 6 (seis) de outubro),
inclusive, para que os membros do Órgão Especial interessados em
apresentar emendas à proposta da Procuradoria Geral de Justiça enviem
suas proposições ao digno relator doutor Edgard Moreira da Silva que fará
a aglutinação das emendas, preparando o texto para apreciação em reunião
extraordinária. Tendo continuidade os trabalhos, foi posto em discussão o
protocolado número 119.417/16, figurando como interessada a Secretaria
Executiva do GAECO, contendo anteprojeto do novo Ato Normativo para
reorganização do aludido grupo. Assumindo lugar à mesa, o ilustre relator
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doutor Carlos Eduardo Fonseca da Matta apresentou seu voto. Seguiram-se,
nos debates, intervenções dos procuradores de Justiça Dora Bussab, autora
de voto em separado, Maria da Glória Villaça Borin Gavião de Almeida,
Mário Sarrubbo e Pedro de Jesus Juliotti. Ao cabo das discussões e
realizada a chamada nominal, o voto lançado pelo culto relator, com duas
alterações propostas pela digna procuradora doutora Dora Bussab, por ele
aceitas e incorporadas ao texto, foi objeto de aprovação por 29 (vinte e
nove) votantes, com apenas dois votos pela rejeição da proposta,
respectivamente dos doutores Pedro de Jesus Juliotti e Maria da Glória
Villaça Borin Gavião de Almeida. O texto do voto de relatoria com as
proposições acolhidas no curso dos trabalhos será objeto de subsequente
juntada aos autos do procedimento tão logo as inclusões sejam feitas pelo
doutor relator. Ainda quanto à votação do Ato do GAECO (protocolado n.
119.417/16, pela doutora Maria da Glória Villaça Borin Gavião de Almeida
foi aditado: “que apresentei voto por escrito, encaminhado a todos os
integrantes deste Colegiado, com as razões da discordância, inclusive no
que tange à contradição ao questionamento sobre a legalidade da Resolução
do CNMP 179/2017, que está sob análise por comissão constituída por este
Órgão Especial” (art. 12, § 5º, RI). Foram postos, subsequentemente, sob
apreciação, na ordem adiante explicitada, os protocolados da Comissão de
Assuntos Referentes às Promotorias de Justiça, cuidando da
nomenclaturação de cargos de promotor de Justiça: Pt. nº 159.777/15 -
Promotoria de Justiça Criminal de Piracicaba, tendo como objeto a
nomenclaturação de cargo de promotor de Justiça, sendo relator o doutor
Marcos Hideki Ihara, com voto-vista do doutor David Cury Junior; Pt. nº
177.909/14 - Promotoria de Justiça de Mirassol, tendo como objeto a
nomenclaturação de cargo de promotor de Justiça, sendo relator o doutor
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Marcos Hideki Ihara, com voto-vista do doutor David Cury Júnior; Pt. nº
88.480/14 - Promotoria de Justiça Cível de Santana, tendo como objeto a
nomenclaturação de cargos de promotor de Justiça, sendo relator o doutor
Marcos Hideki Ihara; Pt. nº 104.923/16 - Promotoria de Justiça da Infância
e Juventude da Capital - Setor de Conhecimento, tendo como objeto a
nomenclaturação de 6 (seis) cargos de promotor de Justiça, relator o doutor
Marcos Hideki Ihara; Pt. nº 70.401/17, interessada a Procuradoria-Geral de
Justiça, tendo como objeto a realização de estudos sobre a atuação do
Ministério Público perante as unidades do DECRIM instaladas no Estado
de São Paulo, bem como a nomenclaturação de cargos de promotor de
Justiça, sendo relator o doutor Rodrigo Canellas Dias. Os votos de relatoria
foram acolhidos, atribuindo-se 1(um) cargo a PJ Criminal de Piracicaba, 1
(um) cargo a PJ de Mirassol, 1 (um) cargo à PJ Cível de Santana, 6 (seis)
cargos) à PJ da Infância e da Juventude da Capital-Setor de Conhecimento
e 5 (cinco) cargos para atuação junto às unidades do DECRIM, registrando-
se, no que toca a esta última alocação de 5 (cinco) cargos, “ter sido
acolhido pelo Relator, Doutor Rodrigo Canellas Dias, voto escrito já
manifestado pelo Corregedor Geral do Ministério Público, Dr. Paulo
Afonso Garrido de Paula, que concordou com a criação dos cinco cargos
desde que fossem classificados em entrância intermediaria e
nomenclaturados como Promotores de Justiça Regionais Cumulativos ou
Gerais nas regiões respectivas (Bauru, Campinas, Presidente Prudente,
Ribeirão Preto e Sorocaba). Fazendo uso da palavra o Senhor Corregedor,
em síntese apertada, apontou o seguinte: (a) que a providência está em
consonância com a alteração introduzida pelo Lei Complementar à
Constituição Paulista nº 1.279, de 11/01/2016, que, alterando nossa lei
orgânica, especialmente introduzindo um novo § 7º ao artigo 47, permitiu
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base territorial do Promotor de Justiça diversa da circunscrita a uma
comarca, criando a figura dos regionais, gerais ou especiais, com atuação
compreensiva de um conjunto de municípios de uma mesma região; (b) que
os cargos de regionais gerais ou cumulativos, fixados em entrância
intermediária, permite aos colegas que façam sua carreira na região de
preferência, sem desatender ao interesse público na medida em que seriam
designados para atender as necessidades eventuais das comarcas da região,
podendo mesmo ser alocados “a partir de” nos casos de afastamentos
prolongados do titular; c) que atende à economicidade na medida em que
não gera diárias de deslocamento; (d) que permite aos regionais,
cumulativos ou especiais, residir em qualquer local da região, notadamente
na sede; (d) que atende à racionalidade, uma vez que eventual declaração
de inconstitucionalidade da norma que organizou os DECRIMs permitiria o
remanejamento dos promotores regionais gerais ou cumulativos para
qualquer cargo ou comarca da região com necessidade. A proposta foi
acolhida por unanimidade, restando decidido, nos termos do voto escrito do
Senhor Corregedor e do Eminente Relator pela nomenclaturação de cinco
(5) cargos de Promotor de Justiça Regional Geral ou Cumulativo, de
entrância intermediária, um para cada região indicada na proposta, a saber:
Bauru, Campinas, Presidente Prudente, Ribeirão Preto e Sorocaba” (trecho
entre aspas com redação oferecida pelo ilustre corregedor-geral do
Ministério Público, doutor Paulo Afonso Garrido de Paula, at. 12,
parágrafo 5º, do RI). Sobreveio, na ordem estabelecida para discussão das
matérias, a apreciação do protocolado número 99.381/15, interessada a
Promotoria de Justiça de Itapeva, dispondo sobre redivisão das atribuições
dos cargos de promotor de justiça, consignando-se que o voto proferido
pelo digno relator doutor Hamilton Alonso Júnior, favorável à
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homologação da partilha de atribuições proposta nos autos foi, também,
objeto de aprovação unânime. No âmbito dos temas da Comissão de
Assuntos Referentes a Promotorias de Justiça, remanesceu para discussão
em último lugar o protocolado número 103.700/15, da Promotoria de
Justiça Criminal de Marília, cuidando da nomenclaturação de um cargo de
promotor de Justiça. Relator o nobre procurador de Justiça doutor Mário
Antonio de Campos Tebet, seu voto foi favorável à alocação do aludido
cargo; proferiu voto em separado, juntado aos autos, também a favor da
criação do cargo, o ilustre procurador de Justiça doutor David Cury Júnior;
fez sustentação oral, da tribuna, favoravelmente à nomenclaturação
pretendida, cujo resumo vai adiante transcrito, o secretário Walter Paulo
Sabella, ressaltando-se haver se pronunciado, ainda, o nobre corregedor-
geral do Ministério Público, doutor Paulo Afonso Garrido de Paula. Após
as discussões, deliberou o plenário favoravelmente à criação de 1 (um
cargo) para a Promotoria de Justiça Criminal de Marília. Pelo secretário do
Órgão Especial, procurador de Justiça Walter Paulo Sabella, foi feito
pronunciamento cujo resumo segue transcrito: “Senhor Presidente! Senhor
Corregedor-geral! Senhor Relator! Prezados Membros deste colegiado!
Considero oportuno que meu voto, neste procedimento relativo à
Promotoria de Justiça de Marília, seja objeto de declaração. Com efeito,
como assinalou o doutor corregedor-geral do Ministério Público em recente
manifestação (fls. 128), no final de dezembro de 2015, postulei que os
pleitos de alocação de novos cargos tivessem deliberação precedida da
manifestação da e. Corregedoria-Geral. E assim agi preocupado com a
contínua hipertrofia de quadros do Ministério Público e com os
inconvenientes intuitivamente decorrentes dessa expansão. Desde então, ao
longo desses vinte meses, quase que invariavelmente, tenho acompanhado
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as posições da e. Corregedoria, ressalvadas algumas exceções, poucas.
Considero que a participação mais presente da CGMP, na deliberação desse
tema pelo Órgão Especial, tem sido de relevantíssima utilidade, cooperando
para direcionar soluções mais justas. Sem que minha visão das coisas tenha
sofrido mudança, ainda preocupado com a expansão de pessoal e
consequências orçamentárias, com pertinência à Promotoria de Marília,
posto-me, contudo, em ângulo diverso de análise, entendendo que a
sugestão de redistribuição dos serviços, como preconizou Sua Excelência o
doutor corregedor-geral, deve, a meu juízo, e com todo o respeito, ceder
lugar à efetiva alocação de um novo cargo. De fato, o voto do ilustre
relator, doutor Mário Antonio de Campos Tebet, sensibilizou-me para o
problema mariliense. Amparando seu voto favorável em argumentação
sólida, alinhou agudas comparações com Piracicaba, que também votamos
hoje, e com outras cidades como Araçatuba, São Carlos e Presidente
Prudente. Se tanto não bastasse, em seu voto, há dados estatísticos e
comparações destes entre as comarcas, inclusive Marília e Piracicaba,
evidenciando que, em alguns quesitos, os números relativos à Marília são
mais angustiantes. Algumas passagens do voto, expressas em linguagem
afirmativa e peremptória, calcada nos números trazidos para os autos, são
de inegável poder de convencimento. Quando diz, por exemplo, que ‘a
nomenclaturação do cargo de promotor de Justiça Criminal de Marília é
necessária, em que pese o diminuto número de cargos à disposição para
tanto, e já considerando a necessidade de se rever o crescimento da
carreira’. Em outro trecho, citando os indicadores de atuação de que nos
valemos em nossas deliberações, foi enfático ao afirmar que ‘nessa
classificação, Marília encontra-se, já há muito, no topo da prioridade
institucional’. Deixo de reproduzir números porque constam do voto
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enviado a todos os nobres integrantes do colegiado, mas transcrevo, por sua
força persuasiva um dos parágrafos escritos pelo douto relator: ‘Vale dizer,
dentre todas as Promotorias de Justiça criminais de entrância final do
Estado, Marília possui um dos maiores volumes de trabalho, ocupando
nível crítico (ressalto o adjetivo crítico) nos indicadores de atuação,
colocando a comarca em situação prioritária (ressalto novamente o
adjetivo, prioritária) para destinação dos recursos institucionais e, dentre
eles, um novo cargo de promotor de Justiça’. É bem verdade que não tive e
não tenho meias palavras quanto às minhas preocupações com o
crescimento do quadro, mas, como já pude ressalvar em ocasiões
anteriores, há um limite para atribuir a conta das não nomenclaturações aos
promotores de Justiça que se encontram no cumprimento das funções
institucionais. Afinal, as opções político-administrativas de modelo
organizatório não foram feitas pelos promotores, senão pelas sucessivas
administrações (e nesse rol me incluo), de longa data, muitas vezes
premidas por circunstâncias e ingerências fora de seu controle, como a
expansão de outras carreiras, de que é exemplo a da Magistratura.
Reconheço que a ruptura com um modelo sedimentado, porque de há muito
praticado, não se faz, de um lado, sem desgaste e, de outro, sem a abertura
de exceções, muito menos sem que tenhamos outro para adotar em
substituição. Talvez por se haver plasmado na minha pessoa a posição mais
abertamente refratária à expansão, promotores me procuram para dialogar.
Em face de tais considerações, declaro meu voto favorável à alocação do
cargo, nos termos do que concluiu o culto relator doutor Mario Antonio de
Campos Tebet. Quanto aos demais pleitos, das Promotorias de Piracicaba,
Mirassol, Cível de Santana, Infância e Juventude (Setor de Conhecimento)
e Setor de Execução perante as unidades do DECRIM, acompanho, em
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concordância com as manifestações lançadas pelo doutor corregedor-geral,
doutor Paulo Afonso Garrido de Paula, todos os dignos e dedicados
relatores doutores Marcos Hideki Ihara, Hamilton Alonso Junior e Rodrigo
Canellas Dias, cujos votos favoráveis às alocações de novos cargos acolho
e adoto” (resumo de manifestação do orador, nos termos do art. 12, § 5º, do
Regimento Interno). Ainda com referência ao protocolado número
103.700/15 (nomenclaturação de cargo para a Promotoria de Justiça de
Marília), ressalte-se haver se pronunciado o nobre “Corregedor Geral do
Ministério Público, Doutor Paulo Afonso Garrido de Paula, que
encaminhou voto desfavorável à criação do cargo de PJ Criminal de
Marilia, aduzindo, em apertado resumo, que (a) a criação é desnecessária
uma vez que o volume de trabalho é compatível com promotorias do
mesmo porte; (b) o argumento de excesso de serviço baseia-se em dados da
função da promotoria de execuções, onde não há reclamo da titular para sua
equação, de modo que o novo cargo não irá beneficiá-la; (c) que a
constatação da CGMP, através de visita de constatação, foi no sentido de
que a grande dificuldade em ralação ao excesso de serviço reside apenas na
Promotoria Cível, especialmente no cargo da Promotoria de Justiça da
Infância e da Juventude que, apesar do porte do município, sequer é
exclusiva; e (d) que era incabível a comparação com a Promotoria de
Justiça de Piracicaba, comarca com uma população muito maior e cujo
pedido atual de criação de cargo deriva da instalação de vara nova. Assim,
se pronunciou contrariamente à criação do pretendido cargo, com a
necessária proposta de redistribuição das funções a ser encaminhada pela
Procuradoria Geral. Após discussões, visando um entendimento de todos, e
com o assentimento da Corregedoria Geral, decidiu-se pela criação de mais
cargo na promotoria criminal, mas com a necessária redivisão das funções
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de modo a tornar exclusiva a atuação na área da infância e juventude”
(trecho acrescido de acordo com o artigo 12, 5º, do RI). Como derradeiro
item da pauta, foi apreciado o protocolado número 97.061/17, da Comissão
de Regimentos e Normas, figurando como interessado o doutor Márcio
Sérgio Christino, procurador de Justiça, formulando consulta quanto à
extensão da quarentena estabelecida no artigo 96-B, § 7º, da Lei
Complementar nº 734, de 26.11.1993, com atualização procedida pela Lei
Complementar nº 1278, de 2 de janeiro de 2016. Relator o doutor Edgard
Moreira da Silva, cujo voto, acolhido por unanimidade, tem o seguinte
resumo, lavrado pelo culto e zeloso relator: “Para fins institucionais e
funcionais, o Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça atua,
com todos os ônus, poderes e prerrogativas, como se fosse o próprio
Colégio de Procuradores de Justiça em relação às atribuições legais e seu
exercício na plenitude, com as ressalvas legais previstas pela necessidade
de participação de todos seus integrantes. Portanto, voto no sentido de que
o Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça constitui órgão da
Administração Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo e a
vedação expressa no art. 96-B, § 7º, da Lei Complementar Estadual nº
734/93, se aplica à eleição de Procuradores de Justiça para composição
daquele Órgão Especial”. Quanto a este protocolado 97.061/2017, pela
doutora Maria da Glória Villaça Borin Gavião de Almeida, foi aditado o
seguinte: “Que apresentei voto por escrito, encaminhado a todos os
integrantes deste Colegiado, concordando com a conclusão de que o Órgão
Especial constitui órgão da Administração Superior, mas discordando da
quarentena. Feita a sugestão de encaminhamento de proposta legislativa
para suprimir a restrição aos integrantes da Comissão Processante, o
Colegiado decidiu encaminhar a sugestão ao nobre Relator para análise de
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possível encaminhamento” (art. 12, § 5º). Em face das horas adiantadas em
que corria a sessão, o doutor procurador-geral de Justiça houve por bem
determinar a retirada de pauta do protocolado nº 163.119/16, interessada a
Procuradoria-Geral da Justiça. Nada mais havendo a tratar, agradecendo a
todos, o procurador-geral de Justiça declarou encerrada a reunião,
convocando os presentes para a próxima sessão. Para constar, eu, Walter
Paulo Sabella, procurador de Justiça e secretário do Órgão Especial do
Colégio de Procuradores de Justiça, lavrei a presente ata que vai assinada
pelo senhor procurador-geral de Justiça, por mim, pelo decano e pelos
presidentes das comissões permanentes.
WALTER PAULO SABELLA
Secretário do Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça.
GIANPAOLO POGGIO SMANIO
Procurador-Geral de Justiça.