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MINISTÉRIOPÚBLICODOTRABALHO PROCURADORIAREGIONALDOTRABALHODA10 a REGIÃO Coordenadoria da Defesa dos Interesses Individuais Homogêneos, Coletivos e Difusos Inquérito Civil nO707/2013 ATA DE AUDIÊNCIA Aos 10 (dez) dias do mês de fevereiro do ano de 2014 (dois mil e quatorze), às 13h09min, na Procuradoria Regional do Trabalho da lOa Região, localizada no SEPN Quadra 513, Edifício Imperador, 10 Subsolo, Brasília-DF, compareceu, na qualidade de testemunha, comprometendo-se em dizer a verdade sobre os fatos inquiridos, a Ora. Ramona Matos Rodríguez, Cubana, divorciada, médica, Protocolo SIAPRO SR/DPF/DF 08280.002283/2014-41, NO Passaporte E219567 RNE V958311-9, endereço: Palácio do Congresso Nacional, Liderança do Democratas na Câmara dos Deputados salas 13/16, CEP: 70160-900, perante o Exmo. Sr. Procurador do Trabalho, Dr. SEBASTIÃO VIEIRA CAIXETA.

ata mais médico inquerito civil

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MINISTÉRIO PÚBLICO DOTRABALHOPROCURADORIAREGIONAL DOTRABALHO DA 10a REGIÃOCoordenadoria da Defesa dos Interesses Individuais Homogêneos,

Coletivos e Difusos

Inquérito Civil nO707/2013

ATA DE AUDIÊNCIA

Aos 10 (dez) dias do mês de fevereiro do ano de 2014

(dois mil e quatorze), às 13h09min, na Procuradoria Regional do

Trabalho da lOa Região, localizada no SEPN Quadra 513, Edifício

Imperador, 10 Subsolo, Brasília-DF, compareceu, na qualidade de

testemunha, comprometendo-se em dizer a verdade sobre os fatos

inquiridos, a Ora. Ramona Matos Rodríguez, Cubana, divorciada,

médica, Protocolo SIAPRO SR/DPF/DF 08280.002283/2014-41, NO

Passaporte E219567 RNE V958311-9, endereço: Palácio do Congresso

Nacional, Liderança do Democratas na Câmara dos Deputados salas

13/16, CEP: 70160-900, perante o Exmo. Sr. Procurador do Trabalho,

Dr. SEBASTIÃO VIEIRA CAIXETA.

MINISTÉRIOPÚBLICODOTRABALHOPROCURADORIAREGIONALDOTRABALHODA10a REGIÃOCoordenadoria da Defesa dos Interesses Individuais Homogêneos,

Coletivos e Difusos

Aberta a audiência, o Exmo. Procurador do Trabalho Dr.

Sebastião Vieira Caixeta indagou a testemunha que respondeu: que é

médica formada desde 1986 com o especialização em medicina geral e

integral desde 1991; que participou de missão humanitária na Bolívia

por 26 meses até janeiro de 2011; que chegou ao Brasil em

2/10/2013 vindo para Brasília onde participou do curso inicial por três

semanas, viajando posteriormente a Belém onde participou de um

curdo por mais 1 semana; que depois do curso foi para Pacajás-PA

onde permaneceu trabalhando até primeiro de fevereiro de 2014; que,

ainda em Cuba fez, junto com outros participantes do Projeto, cursos

versando sobre Português, doenças comuns no Brasil e Cultura

Brasileira; que, apesar dos questionamentos dos médicos que

participaram de tais cursos a respeito do valor que receberiam para

trabalhar no Brasil, somente souberam o valor da remuneração

quando da assinatura do contrato individual de trabalho cuja cópia foi

entregue nesta oportunidade; que, conforme referido contrato, recebe

USD400,00 dólares por mês a serem convertidos para reais no dia do

pagamento, além de outros USD600 dólares que são depositados em

Cuba, dos quais USDSSO,OOsomente poderão ser movimentados após

o final da missão no Brasil, sendo que os outros USDSO,OOdólares

podem ser sacados mensalmente por pessoa da família; que na

unidade em que trabalhava havia seis médicos do Projeto Mais

Médicos, sendo todos Cubanos; que trabalhava de segunda a sexta-

"

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feira das 8:00 às 17:00 com intervalo para almoço de 2 horas; que

nas duas últimas semanas antes de se desligar do Projeto fez curso

por internet nas sextas-feiras; que morava em casa fornecida pela

Prefeitura e pela Secretaria de Saúde e que também lhe era garantido

alimentação por esses Órgãos; que a casa era boa, onde residia outras

duas médicas cubanas; que a alimentação era comprada com o

dinheiro depositado em cartão de débito; que o valor destinado para

alimentação era inicialmente de R$500,00 reais para cada participante

do Programa e que o valor foi reajustado para R$750,00 reais, após

reclamação no sentido de que o valor anterior era insuficiente; que o

valor de R$750,OO reais era suficiente para alimentação; que foi dito

aos médicos cubanos por representantes do governo de Cuba que

poderiam trazer seus parentes ao Brasil, desde que arcassem com

todas as despesas correspondentes; que nessas condições os

integrantes da família não poderiam habitar a residência oferecida em

razão do Projeto Mais Médicos Para o Brasil; que a depoente não teve

intenção de trazer familiares ao Brasil; que ficou sabendo, através de

colegas cubanos que tentaram trazer familiares ao Brasil, que isso é

praticamente impossível em razão das exigências para se conseguir o

visto de saída de Cuba; que há um controle quanto à prestação de

serviço e à jornada de trabalho, que é feito por um assessor do Projeto

Cubano que fica em Belém de nome Javier, que segundo lhe disseram,

é ligado a OPAS; que entre o grupo de 6 médicos que prestavam

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serviço em Pacajás, havia uma pessoa que era responsável pelo grupo

chamada Magdalys Campos; que acredita que a Sra. Magdalys foi

encarregada pelo assessor do Projeto, que fica em Belém, de fazer o

controle e repassar as informações a respeito para Belém; que, para

sair de Pacajás, tinha que pedir autorização ao referido assessor que

fica em Belém; que, nesses casos, a solicitação era enviada pela Sra.

Magdalys, por e-mail, ao assessor Javier para autorização; que

enquanto esteve em Pacajás houve pedidos para que integrante do

Programa pudesse ir a passeio a Anapu-PA, o que foi autorizado; que,

por expressa previsão contratual, os médico cubanos devem guardar

confidencialidade estrita, não podendo falar sobre as condições do

contrato; que eventual "namoro" ou matrimônio com pessoas não

cubanas dependem de autorização prévia de representantes do

governo de Cuba; que não sabe quem são o supervisor ou o tutor que

deveriam ser responsáveis pelo curso de especialização; que recebeu

um tablet com material para o curso de especialização, o qual também

era usado para tirar dúvidas e fazer consultas relacionadas ao trabalho

de atendimento médico, além de usá-lo para se comunicar, inclusive

com os familiares e amigos em Cuba; que, somente quando da

realização do curso em Brasília, soube que o valor pago aos médicos

não cubanos integrantes do Programa é de R$10.000,OO reais; que,

quando soube da distinção entre os integrantes do Programa e da

discrepância entre o valor destinado a cada profissional e o que era

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pago a ela, sentiu-se enganada; que, mesmo com o fornecimento de

alimentação e moradia pelo Município, o valor percebido no Brasil é

insuficiente para o sustento e também para a vontade de enviar

roupas e outros bens aos familiares em Cuba, considerando o alto

custo de vida no Brasil.

Nada mais, a audiência foi encerrada às 14h12min.

Sebastião Vieira CaixetaProcurador do Trabalho

Ramona Matos RodríguezMédica

Lohara Sousa Matos MeioTécnico Administrativo