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Ministério da Justiça Comissão Nacional de Política Indigenista ATA/DEGRAVAÇÃO 15ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Política Indigenista Brasília/DF, 16 e 17 de dezembro de 2010 1

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Ministério da JustiçaComissão Nacional de Política Indigenista

ATA/DEGRAVAÇÃO

15ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Política Indigenista

Brasília/DF, 16 e 17 de dezembro de 2010

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ATA/DEGRAVAÇÃO

15ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA

COMISSÃO NACIONAL DE POLÍTICA INDIGENISTA

Nos dias 16 e 17 de dezembro, reuniram-se nas dependências da Academia de Tênis, em Brasília, os integrantes da Comissão Nacional de Política Indigenista, em sua 15ª Reunião Ordinária.

Compareceram a esta reunião ordinária os membros titulares ou seus respectivos suplentes indígenas e governamentais, representantes das ONGs e convidados conforme relacionados a seguir:

- Representantes de governo: Márcio Meira – Presidente e Aloysio Guapindaia - Vice-Presidente da CNPI/Funai; Lilian Barros O. Almeida e Teresinha G. Maglia – Ministério da Justiça; Cláudio Scliar e Carlos Nogueira – Ministério de Minas e Energia; Carlos Rogério Cota – Gabinete de Segurança Institucional/PR; Cel. Antonio Fernando Secchi – Ministério da Defesa; Lylia Galetti – Ministério do Meio Ambiente; Antonio Alves e Irânia Marques – Ministério da Saúde; Luana Arantes – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome; Silvia Ferrari – Ministério do Desenvolvimento Agrário.

- Representantes indígenas: Francisca Navantino-Pareci; Lindomar Santos Rodrigues -Xocó; Marcos Luidson de Araújo – Xukuru; Luiz Titiah Pataxó Hã Hã Hãe; Ak’Jabour Kayapó; Simone Karipuna; Deoclides Kaingang (somente na reunião das subcomissões); José Ciríaco - Capitão Potiguara; Antonio Pessoa Gomes Potiguara; Brasílio Priprá – Xokleng; Élcio Manchineri; Dodô Reginaldo Terena; Sandro Emanuel C. dos Santos-Tuxá; Anastácio Peralta – Guarani Kaiowá; Helinton Gavião; José Arão Marizê Lopes.

- Representantes da sociedade civil: Saulo Feitosa – CIMI.

- Convidados permanentes: Marcia Leporassi -SEPM; Jacsley Ramos – pelos estados de Minas Gerais e Espírito Santo.

- Assessores jurídicos: Denise da Veiga Alves.

- Demais convidados: Funai - Maria Salete Miranda, Irânia Marques, Frederico Magalhães, Marcela Menezes, André Duarte Pereira de Albuquerque, Euclides Pereira Junior – Ouvidoria da Funai, Lorena Rodrigues Soares.

- Demais pessoas que participaram da Plenária: Henrique Suruí.

- Secretaria-Executiva: Teresinha Maglia, Gracioneide M. Rodrigues, Karla Bento de Carvalho e Leia Bezerra do Vale.

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15ª Reunião Ordinária Comissão Nacional de Política Indigenista – CNPI

Brasília, 16 e 17 de dezembro de 2010

Dia 16/12/2010

Dr. Márcio Meira, Presidente da CNPI – Bom dia a todos e a todas. Vamos fazer a primeira chamada, vamos tomar nossos lugares.

Presidente Márcio Meira – Esta é a última reunião do ano e como no ano a partir de 1º de janeiro nós temos uma nova presidenta, nós não sabemos ainda, nós estamos numa fase de transição, nós não sabemos ainda como vai ser o posicionamento tanto no Ministério da Justiça, nós já sabemos mais vai ser o Ministro José Eduardo Martins Cardoso que já foi anunciado oficialmente, mais não sabemos ainda como vai ser o posicionamento do Ministro em relação a FUNAI e também a CNPI que é vinculada ao Ministério da Justiça. Então, por conta disso, nós decidimos e eu acho que é por uma questão também de responsabilidade nossa da CNPI de neste nosso momento final de CNPI, nesse governo Lula e nesse ano, a gente fazer ao longo da nossa programação de hoje e amanhã, um balanço dos trabalhos da CNPI, ao longo desses 3 anos, de funcionamento e que permita a gente faça, não só um balanço geral, mais um balanço das subcomissões que permita a gente neste momento identificar tudo o que significou, de avanço que a gente conseguiu ao longo deste período e também identificar aquilo que nós precisamos avançar mais no próximo período, para que a próxima CNPI que acontecerá no ano que vem, se tivermos de fazer alguma transição para uma nova composição, porque na parte do governo isto naturalmente pode acontecer e deve acontecer.

Por exemplo, cada ministério vai ter um Ministro novo, cada Ministro novo vai indicar um novo secretário, cada secretário vai indicar um novo representante do governo na CNPI, isto sem falar da FUNAI, que o presidente da CNPI é o presidente da FUNAI. E se tiver um novo presidente da FUNAI, ou uma nova presidenta da FUNAI, isto significara modificação na presidência da CNPI. Como nós não sabemos ainda efetivamente como é que vai se dar isto, porque nós estamos numa fase ainda de indefinição, então é importante que a gente possa se preparar e deixar encaminhado para a próxima CNPI do ano que vem, dizer olha, o que esta CNPI aqui, este grupo realizou foi isso e isso aqui o que conquistamos foi isso e isso e o que precisa ainda como pendências para ano de 2011 é isso e isso, os desafios são esses. Acho que é importante então a gente aproveitar este momento de fazer isto.

Então por isto a nossa pauta dessa reunião ela é o balanço dos nossos trabalhos e de cada subcomissão. E também porque nós consideramos que é muito importante a bancada

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indígena também da CNPI poder dar um retorno, como sempre vocês fazem, eu sei, mas no final desse processo poder dar o retorno para as suas bases daquilo que foi produzido pela CNPI, daquilo que foi feito e daquilo também que não foi feito e que faltou fazer, os desafios que vem para o próximo período. E ai, a gente poder fechar este ciclo, que estamos vivendo aqui um momento de transição para um próximo ciclo. Então por isto que acho muito importante esse momento aqui de nós estarmos vivendo no Brasil, como um todo. Este momento de transição e não seria diferente aqui entre nós na nossa Comissão Nacional. Então não sei se algum membro da nossa comissão quer fazer algum ponto, nós temos que aprovar algumas atas das reuniões passadas. Imagino, não é Teresinha? E todos estes procedimentos formais da CNPI de aprovação de atas, na certa nós devemos fazê-lo agora ou ao longo de nossa reunião de hoje e amanhã e em seguida eu vou fazer a apresentação hoje à tarde de um balanço geral que nós organizamos, a Secretaria-Executiva organizou, para a gente poder ver se é isto mesmo e se for isto muito bem, se não for a gente acrescentar ou corrigir. E ai a gente a partir de amanhã de manhã ao longo do dia ter a mesma coisa em relação às subcomissões de cada subcomissão. Teresinha você quer fazer algum comentário?

Secretária Executiva Teresinha Gasparin Maglia – Primeiramente boa tarde a todos e a todas, Teresinha Maglia, Secretaria-Executiva e Ministério da Justiça no momento. Eu acho muito importante esse nosso balanço porque como eu conversando com o pessoal, toda a bancada indígena e nós também do governo a prestação de contas aos nossos Ministérios e as bancadas indígenas a suas comunidades. Mais eu pedi a palavra mais porque, o representante do MDA, André que era nosso membro efetivo da Comissão, ele saiu do MDA, voltou ao seu órgão de origem e o seu suplente Nilton Guedes também não está mais no MDA. Eu gostaria de pedir que o senhor consultasse a plenária, na possibilidade da Silvia que tem acompanhado as nossas reuniões e possivelmente seja ela a indicada para substituir o Titular, gostaria que o senhor consultasse a plenária, para que ela participasse já da mesa, ela está presente aqui no momento. Então, possivelmente haverá nova indicação. A Secretaria-Executiva ainda não recebeu nova indicação, o Ministro ainda não recebeu a nova indicação o que deverá ser feito em breve, conforme informações da própria Silvia. Obrigada.

Presidente Márcio Meira - A plenária tem alguma objeção a esta participação? Não havendo objeção é possível sim a participação. O André, nosso companheiro do MDA, participou junto conosco aqui ao longo dessa jornada, esta caminhada ai dos últimos três anos.

André – Bom, na verdade eu não sei nem o que vou dizer aqui. È mais uma despedida mesmo, agradecer a toda atenção, o carinho que eu sempre fui tratado aqui e sei que vocês

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compreendem todas as minhas criticas sempre foram para construir. Então, eu fui um aliado, um combatente da CNPI, independente de bancada de um lado ou de outro eu sempre entendi isto aqui como um colegiado extremamente importante, àcima de qualquer disputa política ou coisa assim. E eu já saí do MDA, eu voltei para ao meu órgão de origem para poder estudar.

Então eu vou sair para fazer mestrado, doutorado, então eu não vou abandonar a causa indígena, pelo contrario vou continuar ai na causa, mais enquanto MDA e CNPI eu já não mais posso falar ou representar. Então os meus agradecimentos, para mim foi um ótimo aprendizado, demais, se não fosse essa instância aqui eu acho que eu teria chegado até certo ponto de noção da questão indígena.

É isso gente, obrigado. E a outra boa noticia é que a gente lançou um livro, o Ministério de Desenvolvimento Agrário com organização minha, André Araújo e Ricardo Verdum que também é componente da CNPI, tivemos o esforço ai de reunir 13 artigos. Tem artigo da Silvia também e dos parceiros do MDA, os parceiros da terra indígena, pessoal que concorreu aos editais do MDA e aplicou o recurso na aldeia, fez projetos e tudo o mais. E a gente não tinha nenhum espaço de reflexão desses projetos, sabe? Então este livro é muito importante por causa disso. Permite que a gente conheça um pouco mais por dentro, o público em geral, quem não está diretamente ligado ao MDA conheça o que se passa num projeto de até problemas e avanços enfim, problemas das dificuldades de visões de mundo diferentes entre índios e não índios.

Enfim, foi um esforço nosso tentar publicar um pouco do nosso trabalho. Desejo uma boa leitura para vocês. Está ai um pouco do nosso trabalho, tem a versão na internet também, que na versão eletrônica tem fotos e na versão impressa não tem fotos, mais qualquer um pode baixar no site do MDA, no site da agricultura familiar tem um link lá de publicações, entra lá baixa e pode espalhar para todo mundo que tiver acesso a internet ou não, grava e repassa ai para as escolas, repassas para o resto das lideranças. O ideal é que este livro caminhe por ai e a gente conta com a ajuda de vocês para esta divulgação. Então é isso boa leitura para vocês e um grande abraço.

Presidente Márcio Meira - Eu queria agradecer aqui ao André em nome da CNPI, mais se alguém quiser se pronunciar também, mas antes disso eu queria registrar e valorizar aqui a publicação desse livro, eu acho que, André uma surpresa boa, porque eu não estava sabendo que vocês tinham produzido este livro. Acho muito importante não só a gente fazer as coisas mais que essas coisas que sejam documentadas, registradas, tenham memória, sobre o trabalho feito com experiências como essa que foram feitas pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário.

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Então parabéns, eu queria parabenizar você e o Ricardo por terem organizado este material e sugerir perguntar se a tiragem foi suficientemente grande que permita a gente ter pelo menos alguns exemplares na FUNAI, biblioteca e nossa biblioteca lá no centro de formação também, eu acho que é muito importante a gente poder disponibilizar os servidores da FUNAI, principalmente os novos que estão entrando agora no concurso, que possam ter acesso a este material.

E agradecer você pela sua sempre ativa participação aqui na CNPI, sempre contribuindo, sugerindo de forma muito dinâmica, generosa que fique registrado aqui e que você tenha sucesso ai nos seus planos, ai de estudo que não deixe jamais ai de lutar, fazer o bom combate que você tem feito e que fez aqui na CNPI. Marquinhos.

Marcos Xukuru - Marcos Xukuru da região Nordeste e Leste. Eu só gostaria de, também em cima fazer um pouco uma fala para o companheiro André que eu, em particular, enquanto cacique membro desta comissão tive a honra de trabalhar junto contigo. E aprendi muito, inclusive acho que foi uma troca muito importante e muito construtiva para todos nós e eu acho que você saindo lá do Ministério tem a Silvia que a gente também sabe do empenho dela também com a temática, a gente sabe que é um espaço pequeno ainda dentro deste Ministério e você tanto falava e dentro da própria CNPI dizendo que era preciso a gente cobrar e trazendo as dificuldades que vocês encontram dentro do próprio Ministério em relação a esta questão que é hoje extremamente importante para os povos indígenas na medida em que temos reconquistado nossos territórios e que é preciso o governo fazer os investimentos necessários nessa área, principalmente dos projetos e do acompanhamento, assistência técnica numa outra visão, da qual a gente tem desenvolvido e trabalhado estas experiências que retrata neste livro que vocês fizeram.

E assim, nós estamos imbuídos nesta discussão espero que a próxima gestão que vem, nós tenhamos este espaço e esta abertura para que a gente possa se colocar e garantir a ampliação desta equipe.

Eu acho que esta comissão inclusive ela tem uma grande responsabilidade de buscar aprofundar e cobrar do Ministério que possa ampliar esta equipe, porque a gente via só duas pessoas, no máximo três pessoas, fazendo um trabalho num país como este com quantitativo de povos como temos hoje no nosso país. Então é muito difícil, foi muito difícil para vocês desenvolverem o trabalho de vocês.

Então quero parabenizá-los em especial a você que tenho mais contato e dizer que tenha bastante êxito na sua nova trajetória, nos seus estudos e nós lá em Xukuru, estamos de portas abertas para te receber. Como você vai tentar desenvolver este trabalho de doutorado lá também, para fazer o possível para te ajudar, nos ajudarmos coletivamente

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neste processo de construção que eu acredito que você desenvolvendo este trabalho de doutorado vai ser uma coisa muito importante para a gente tentar quebrar com este tabu que é a questão da assistência técnica e extensão rural nos moldes que hoje as grandes multinacionais pensam em relação aos povos indígenas.

Então parabéns ai e obrigado pela sua presença nesta comissão.

Presidente Márcio Meira - Obrigado Marquinhos pela sua contribuição e queria agradecer mais uma vez o nosso companheiro André e mais uma vez insistir a ele, ele mandou 200 livros, eu estava só pedindo alguns exemplares ele mandou 200. Então vou mandar um pra cada coordenação regional da FUNAI, nas 36, da até para mandar dois e vamos distribuir o material. E a internet também permite um acesso amplo. E meu companheiro fique ai com a gente, não vai embora.

Mais, você merece participar deste balanço aqui, porque você contribuiu para este trabalho, se você tiver disponibilidade pode ficar, acho que ninguém aqui obviamente todos nós queremos que você possa estar junto conosco neste balanço. Obrigado André, acho que podia bater uma salva de palmas aqui para o André.

Dando continuidade então, eu vou fazer uma apresentação agora um pouco longa, mais porque o nosso trabalho foi grande e vou já antecipando para vocês que esta apresentação vai estar disponível para todos os membros da CNPI amanhã, uma cópia de papel de toda ela, além do que, nós vamos transformá-la. Nós não fizemos isto antes porque a gente quer primeiramente, apresentar e se tiver alguma sugestão, a gente tenha condições de fazer a correção que precisa ser feita. Porque a gente quer logo em seguida, no inicio do ano que vem transformá-la numa pequena publicação, folhetos para poder entregar para a CNPI do ano que vem já. Então, todo mundo vai receber esta apresentação e com as correções nós vamos fazer uma publicaçãozinha ai para o próximo período.

Vamos lá, queria aqui também registrar chegou a Lilian representante do Ministério da Justiça. Quero até apresentar a Lilian é a primeira vez que você está vindo não é Lilian? Vou até apresentar aqui para a bancada indígena e para a bancada de governo que o Ministério da Justiça mudou a sua representante titular que é a Lilian Almeida, que é da Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça., além da companheira lá do MDA Silvia, que agora está conosco aqui também em breve definitivamente, se Deus quiser. Então vamos em frente.

Balanço 2006/2010 da CNPI histórico da CNPI. A CNPI foi instituída pelo Presidente da Republica em 22 de março de 2006, por meio do decreto que estabelece suas competências, composição regiões geográficas a serem consideradas para definição da representação indígena, regras gerais sobre a sua forma de funcionamento entre outras informações.

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Seguindo, entre 2006 e 2010 foram realizadas 14 reuniões ordinárias e 6 reuniões extraordinárias, das quais 3 aconteceram fora de Brasília, no estado da Paraíba, Terra Indígena Potiguara, outra no Acre e em Roraima na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Aqui é foto da reunião. Essa é uma foto lá da reunião na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, quando no final da reunião o Presidente Lula esteve lá visitando na Aldeia Maturuca, quando foi feito também ali o ato de celebração com o Presidente, da conclusão do processo judicial da Terra Indígena Raposa Serra do Sol que foi tão importante que a CNPI teve uma participação muito importante no acompanhamento junto ao Supremo Tribunal Federal do processo de conclusão lá da causa da controvérsia jurídica no Supremo.

Continuando agora vamos aos eventos já realizados pela CNPI neste período. O Estatuto dos Povos Indígenas. Vamos seguir, as 10 Oficinas Regionais sobre o Estatuto dos Povos Indígenas, consistindo dos seguintes eventos:

- um Seminário Nacional com 50 participantes e 10 Oficinas Regionais reunindo mais de 1500 indígenas de todas as regiões do país.

- O curso sobre Legislação Indigenista Nacional e Internacional realizado em Luziânia-Goiás entre os dias 30 de novembro e 5 de dezembro de 2009.

- Seminários Regionais sobre Empreendimentos que Afetam Terras Indígenas, com o objetivo de diagnosticar os diversos tipos de empreendimentos ou atividades poluidoras existentes no interior ou no entorno das terras indígenas foram realizados 04 destes seminários, que continuarão no próximo ano. Os seminários já realizados foram Fortaleza, no Ceará que juntou os estados do Ceará, da Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí; em Maceió-Alagoas, que juntou os estados de Alagoas, Pernambuco e Sergipe; em Porto Alegre no Rio Grande do Sul que juntou os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná e em Salvador-Bahia que juntou os estados da Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo.

As reuniões de trabalho emergenciais, visando a tratar de questões pontuais in loco em situação de grave tensão ou que requeriam a atenção e encaminhamentos. Ai tem uma foto de uma dessas reuniões, Sul da Bahia reunião na Terra indígena Serra do Padeiro, Terra Indígena Caramuru Paraguaçu, Terra Indígena Terra Verde, Terra Indígena Tupinambá de Olivença, em Ilhéus, Bahia, a fim de verificar os graves conflitos envolvendo o povo Tupinambá, Pataxós Hã Hã Hãe e a Polícia Federal. Reunião na Terra Indígena Cinta Larga no estado de Rondônia a fim de tratar de problemas relacionados a extração ilegal de diamantes no interior da terra indígena.

Eventos previstos: seis Seminários Regionais sobre Empreendimentos que Afetam Terras Indígenas. Reunião extraordinária da CNPI no estado do Mato Grosso do Sul na cidade de Dourados, onde o povo indígena Guarani-Kaiowá enfrenta graves problemas sociais

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relacionados à questão fundiária. Esses são os eventos previstos que estão programados ai para a gente poder já colocar nas agendas ai para o ano que vem. Oficinas de trabalho com vistas a avaliação dos programas e ações do governo federal, que tem como referencia a noção de eEtnodesenvolvimento e mapeamento e avaliação dessas ações.

Atividades desenvolvidas - plenárias, foram apresentadas e debatidas nas plenárias da CNPI, os seguintes temas:

- Projeto de lei que regulamenta o aproveitamento de recursos hídricos em terras indígenas relativos ao artigo 231 da constituição federal. Exposição feita por Márcia Camargo do Ministério de Minas e Energia seguida pelo debate de questões levantadas pelos membros da comissão.

- Critérios para defesa dos direitos individuais e coletivos indígenas pelos órgãos da Procuradoria Geral Federal a apresentação feita pelo Procurador Geral Federal Marcelo de Siqueira Freitas.

- Planejamento energético e estudo de inventario em bacias hidrográficas, apresentação feita por Paulo Nascimento do Ministério de Minas e Energia.

- Componente indígena e atuação da FUNAI nos processos de licenciamento ambiental. Atuação no âmbito da secretaria de geologia mineração e transformação mineral, serviços geológicos do Brasil, em como sobre a interface com os povos de terras indígenas, foi uma apresentação feita por Carlos Nogueira do MME membro da CNPI, o Carlão.

A Teresinha está informando aqui que o Carlão informou que não pode estar aqui, porque está com problemas de saúde, está com pressão alta, está hospitalizado com pressão alta. Espero que ele esteja bem.

- Mobilização Nacional do Registro Civil de Nascimentos feito pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, apresentação feita.

- O Programa Nacional de Segurança Pública apresentação feita pelo Dr. Ronaldo Teixeira coordenador nacional do PRONACE do Ministério da Justiça.

- Atuação da Polícia Federal nas operações em terras indígenas feita pelo delegado Fernando Queiróz Segovia Oliveira do DPF do Ministério da Justiça, Polícia Federal, o delegado Segovia na época ele era o coordenador de segurança institucional, eu acho que chama Defesa Institucional da Polícia Federal e no momento ele é o superintendente da Polícia Federal no Maranhão.

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- Apresentação da Política Nacional de Defesa feita pelo comandante Ricardo Alves do Ministério da Defesa e da estratégia Nacional de defesa feita pelo coronel Teixeira do Ministério da Defesa.

Atividades desenvolvidas pela CNPI:

- aprovação da resolução número 3 de 17 de setembro de 2007, que solicita a revogação da portaria número 2711 de 2004 e número 1409 de 2005 do Ministro da Justiça as quais criam comissões especial com finalidade de proceder a estudos e ofertar soluções as questões indígenas no estado de Santa Catarina. A solicitação foi atendida por meio da portaria número 0315 de 18 de fevereiro de 2008. Não sei se vocês estão lembrados deste tema, que foi logo no inicio quando nós começamos nossos trabalhos que havia uma portaria, esta portaria ai que inclusive segundo análise jurídica feria a atribuição constitucional da União no que tange a questões de terras indígenas.

- A participação no programa de editais da Secretaria de Assuntos Legislativos SAL do Ministério da Justiça para Universidades e organizações com pesquisa na área de direito, para o desenvolvimento de estudos sobre o Estatuto dos Povos Indígenas. Não sei se vocês estão lembrados disso, mais esse foi apresentado aqui a CNPI e o edital foi feito e a Universidade Federal do Paraná foi que ganhou o edital e ela acompanhou, todo o pessoal da Universidade do Paraná acompanhou a CNPI e contribuiu muito no debate sobre o estatuto.

- A aprovação da minuta de decretos instituindo a Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial de terras indígenas, resultante do processo de consultas realizado pela FUNAI e Ministério do Meio Ambiente. Esta foto ai foi da última reunião lá no nosso centro de formação, é até bom informar para vocês que a gente não está fazendo esta reunião, a nossa reunião agora lá no nosso Centro de Formação, porque ele está sendo utilizado hoje pelos concursados recentes da FUNAI na sua formação. Então por isto que a gente não esta fazendo a reunião da CNPI lá no nosso centro. Foi neste dia que foi aprovada a minuta do PNGATI lá nessa nossa última reunião. È importante até aproveitar para dizer que desde este dia que foi aprovado pela CNPI o mérito da PNGATI o processo esta andando, ele foi para o Ministério do Meio Ambiente a jurídica do Ministério do Meio Ambiente já fez a análise e encaminhou já o processo a FUNAI a FUNAI também já deu seu parecer jurídico e no momento o processo está no Ministério da Justiça eu já entreguei lá Lilian, na SAL e certamente o Felipe, o Secretario da SAL devera procurá-la talvez para este encaminhamento que o Ministério da Justiça fará para a Casa Civil para que seja providenciado a decreto.

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Então de lá para cá o processo já fez o caminho que foi definido naquela última reunião, nessa reunião ai que aprovou o conteúdo do PNGATI. Estão fazendo todo esforço pata que o Presidente Lula ainda assine o Decreto, mais esperamos consiga ainda ter tempo hábil para isto. Senão isto ficara para o inicio do ano que vem, para a presidenta Dilma. Seguindo e a partir de agora já inicia as subcomissões.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia – A sugestão é que agora que ficasse nessa parte que o senhor apresentou e nós vermos se tiver inclusão e comentários, tanto da bancada indígena quanto da bancada governamental para complementação dessa primeira parte. Eu acho que o pessoal também tem o que complementar. E as subcomissões, se for necessário, nós conseguirmos gerenciar após, mais acho que parar aqui para fazermos esta parte.

Presidente Márcio Meira - É a gente precisa agora só conferir com vocês se o trabalho que foi feito ai pela Secretaria Executiva, o levantamento está completo ou se precisa complementar com algum outro ponto que a gente. Eu acho que, por exemplo, o estatuto a gente apresentou o estatuto, mas obviamente pode detalhar muito mais, porque foram 10 seminários, a discussão do estatuto foi bastante rica e além da discussão do PNGATI também que foi bastante rica a gente não entrou no detalhe, mas se tiver daqui para frente neste momento aqui algum ponto a mais que a gente deva colocar, citar e se referir neste balanço. Porque como eu falei o objetivo é que a gente possa a partir desses dados que a gente tem e a partir das contribuições aqui a gente poder ter uma pequena publicação em que a gente coloque este balanço para o próximo período.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia – Dr. Marcio, a Karla estava me lembrando de que muitas das nossas ações, muitas atividades que a gente desenvolveu não estão aqui, porque estão dentro das subcomissões, de repente o pessoal sentiu a falta, então uma sugestão ou nós paramos e revemos esta parte aqui ou tocamos a subcomissões e fechamos um bloco todo. Gostaria que o senhor consultasse a plenária da forma como acham melhor.

Presidente Márcio Meira - Lylia?

Lylia Galetti – Boa tarde a todos e a todas. Se a segunda parte é o balanço por subcomissão eu teria algumas questões aqui a colocar que eu acho que não estão dentro de subcomissão. Então decidi encaminhamento para ...

Presidente Márcio Meira - Eu prefiro fazer o encaminhamento inicial nosso que é abrir agora para uma contribuição geral, quer dizer, do panorama geral da CNPI, porque aqui também inclui toda uma avaliação política geral e depois a gente entra nas subcomissões. Que ai levara certamente mais tempo. Então está mantida ai a proposta de a gente abrir

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agora para quem quiser complementar este balanço mais geral, a partir do que a gente apresentou aqui. Lylia se você quiser pode começar.

Lylia Galetti – Quero, eu acho que o balanço na forma como ele está ele não expressa toda a riqueza do trabalho que a Comissão realizou. Eu não sei se, não entendi bem posso ter me distraído, se a CNPI pretende deixar com essa presidência um relato ou se vai se resumir a este PowerPoint, para um produto mais interno. Então acho que se nós vamos, quer dizer, eu acho que seria interessante uma publicação ou uma publicação institucional ou depois uma publicação mesmo que ai seria uma coisa com pouco mais de tempo, talvez até com alguns artigos, com algumas visões e, sobretudo indígenas de todo este processo e que pudesse então depois circular.

Então eu senti falta, por exemplo, das reuniões em que o Presidente Lula esteve presente, que eu acho que são momentos muito importantes e que dão uma força também para o próprio trabalho que foi realizado. Eu acho, sobretudo a 5ª foi a 5ª? a 1ª que foi lá no Ministério da Justiça no Salão Negro? Isso, foi a 5ª onde inclusive foi quando foi assinada a portaria da PNGATI, isto é uma coisa. Também senti falta de uma amarração dessas. Fizemos todo o trabalho lá dos seminários, por exemplo, o estatuto. Finalizar o estatuto foi encaminhado tanto de tanto no Congresso Nacional em tal situação e assim sucessivamente. O Conselho que eu também não lembro posso ter me distraído, porque este livro aqui eu fiquei de vez em quando dando uma olhada, mas o esforço também para a elaboração do projeto de lei do Conselho fechando também com o que foi o momento, a situação atual.

Enfim, acho que amarrar um pouco mais estas coisas seria interessante e se for algo para publicar, ainda que seja um PowerPoint que possa ser apresentado para outros públicos, colocar um pouco mais de fotos ai desses eventos. Eu também senti falta da reunião do Acre e da reunião da Terra Indígena Potiguara da Ilha Traição, não sei se está ou se foi eu que me distrai. Citou né?

Presidente Márcio Meira - Só para dialogar com você ai no que você está se referindo, nós temos informações fotográficas e documentais de tudo isso. Nós não apresentamos detalhada entre as fotos de tudo aqui, mas o objetivo nosso é exatamente que a gente possa ter uma publicação, uma pequena publicação da CNPI que possa mostrar o trabalho que foi feito nessa linha que você está falando agora aqui, nós elencamos aqui foram os pontos, digamos assim, principais. É claro que cada ponto desses tem que ter um desenvolvimento, de um texto, uma coisa é um Power Point outra coisa é como isso vai ser explicado numa publicação com as fotos com tudo isso.

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Lylia Galetti - Eu estou fazendo as duas coisas eu acho, eu marquei desde o início eu reparei bem o que é uma publicação e o que é o Power Point, mas só isso acho que tem no hábito do Power Point destaque para essas coisas que não essas pessoas na reunião com o Presidente Lula acho que marcam muito a história da CNPI. Enfim, e se acontecer a publicação, eu e Luana fizemos uma apresentação que acabou não acontecendo que nós não demos conta de ir para o Congresso, não demos conta foi de terminar a minha memória está uma porcaria, de terminar o artigo desenvolvido apresentamos apenas uma comunicação na....(?). Acho que foi no inicio do ano agora já não vou nem falar a data que eu vou esquecer que a gente fez uma proposta de fazer uma datilografia da 5ª reunião, que é a 1ª reunião com o Presidente Lula com os outros Ministros e tal. Se a gente tiver a oportunidade de terminar a gente entrega para a publicação vamos fazer um pacto aqui.

Presidente Márcio Meira – Sem duvida nenhuma que seria importante também contribuição dessa hora acho que é uma sugestão boa que vai também para o restante da bancada, alguém que queira da bancada, individualmente e coletivamente escrever o texto sobre a sua vivência, sua experiência ou texto sobre a CNPI, pode fazê-lo e apresentar para nós para a gente poder agregar nessa nossa eventual publicação sobre o balanço.

Lylia Galetti – Márcio desculpa só uma pergunta, ali no final tem a agenda, são agendas que já foram definidas aqui?

Presidente Márcio Meira - Nós temos um capitulo importante ai do balanço que é o seguinte são pautas, agendas que já foram definidas esse ano pela CNPI.

Lylia Galetti – Não tem espaço para, a pergunta era se tem espaço para alguma outra se nessa reunião.

Presidente Márcio Meira - Sim claro essa reunião poderá também pautar mais alguma coisa para o próximo período, agora tem coisas que já estão estabelecidas para o próximo período.

Lylia Galetti – Eu não sei se o momento é esse eu vou só anunciar eu gostaria de propor uma pauta nova para subcomissão de gênero criança que é o tema de gênero e mudança climática, sobre tudo voltado para mulheres indígenas. Participei de um vento internacional e é uma agenda fantástica, tem tudo a ver então eu vou deixar ai como uma idéia depois pode deixar por escrito.

Luana Arantes – Luana MDS, boa tarde. Então eu também fiquei meio na duvida porque como está informado no Power Point na hora de opinar no próprio texto eu não sei se depois valeria a pena a gente poder até escrever eu acho que até na contextualização, sabe Presidente, assim em relação a composição da CNPI, eu acho que a própria

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representatividade das lideranças indígenas que tem na CNPI não está vista nessa apresentação.

Eu acho que é isso... a gente tem todas as regiões do país representadas, a gente teve todo um processo de eleição dessas representações e também eu acho que é o elemento importante e está na hora de a gente contar essas historias, e eu acho que também faltou a força política que é esse espaço eu acho que está muito um relato de atividades assim mas eu acho que toda força política que existe dessa Comissão, toda inovação que é esse espaço de debate, construção igualitária entre as representações indígenas em dialogo com o Estado isso não está refletido nessa apresentação que se for nessa intenção da gente pautar a próxima CNPI que vá pelo menos nas representações de governo a gente sabe que vai ter muita mudança então eu acho que é importante que seja registrado.

Presidente Márcio Meira - Com certeza.

Luana Arantes – E não sei também se vale a pena depois a gente poder compartilhar isso eletronicamente porque a gente poder palpitar em forma de texto porque aqui também a gente tendo o Power Point que já foi fica complicado.

Presidente Márcio Meira – Não, mas o objetivo é esse mesmo é que seja apenas uma plataforma para poder a gente construir com a contribuição de todos os balanços seja retrátil que seja, expresse o trabalho, peso que a CNPI teve ao longo desse período. Tem mais alguém que Toya.

Toya – Boa tarde. Senhor Presidente, boa tarde bancada indígena e governamental eu acho que seria interessante a gente fazer toda a apresentação depois fazer os comentários se tiver que acrescentar alguma coisa poderia fazer que eu acho que isso é bem rápido para a gente.

Presidente Márcio Meira - Você esta propondo a gente continuar apresentar o restante ou queria consultar então a plenária então que na verdade é uma proposta diferente do que a gente estava encaminhando o plenário concorda de continuar a apresentação toda ou acha melhor a gente continuar 1º esse balanço mais geral ou seguir a apresentação das subcomissões.

Marcos Xukuru – Senhor Presidente, Marcos Xukuru da Região Nordeste e Leste. Primeiro fazendo um comentário sobre a apresentação é eu não lembro agora especificamente qual foi deles, mas trata-se sobre a questão que foi trazida à plenária a discussão sobre o aproveitamento de recursos hídricos que foi apresentado na plenária que foi discutido na comissão. Então a minha duvida é o seguinte se a gente pega isso posteriormente e ai entendendo nossos parceiros, aliás os nossos companheiros indígenas é exemplo do que

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aconteceu sobre a questão da reestruturação da FUNAI, pega um texto como esse aí, sim mais foi feito o que, foi apresentado na plenária quais foram os encaminhamentos sobre isso. Foi que a CNPI fez? só ouviu? qual foi o funcionamento foi discutido posteriormente quais foram os encaminhamentos então eu senti necessidade, também diz assim foi discutido mais também colocar quais foram os encaminhamentos sobre as duas questões.

Presidente Márcio Meira - Correto. Cada ponto que a gente coloca no balanço, Viu Teresinha, a gente tem que verificar na ata da reunião que tratou (?) qual foi o encaminhamento tirado naqueles fundos.

Marcos Xukuru – Tem uns encaminhamentos que mostra que todos os encaminhamentos, mais ai não se está interligado uma coisa a outra. Então, acho que outra questão não é ler tudo assim, apresentar tudo, eu acho que a gente vai discutir um pouco sobre isso como já está trazendo muitas, porque senão se for fazer a apresentação todinha, a gente vai terminar muitas vezes esquecendo o que.... Então acho que é terminar esta parte depois a gente aprofunda nas subcomissões e as outras questões.

Presidente Márcio Meira - O que é importante, antes de passar a palavra aqui para a próxima inscrita, é que nós estamos gravando tudo, então tudo o que nós estamos discutindo aqui sobre o balanço depois nós vamos poder trabalhar para justamente corrigir e acrescentar os pontos que foram levantados aqui para poder fazer esta publicação, para ser efetivamente o nosso plenário aqui defina. Pierlângela

Pierlângela Wapichana - Pierlângela, boa tarde a todos e a todas. Nós tivemos alguns encaminhamentos que estão faltando ali, que foram aprovados, algumas recomendações em plenário. A meu ver tudo que foi, mesmo que venha da subcomissão, mais foi a plenária que aprovou. Então tudo o que veio de sugestão das subcomissões, mas que foi recomendação da plenária deveria estar nesta parte ai, inclusive, por exemplo, uma delas é a questão da realização da Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena, que foi discutido lá, mais foi aprovado em plenária. Eu vejo que todas estas recomendações o que foi encaminhado e o que foi realizado tem aí a Secretaria de Saúde, tem varias questões ai que está faltando muita coisa que precisa estar colocada.

Presidente Márcio Meira - Porque, por exemplo, a CNPI discutiu longamente isto, aprovou, resultado foi feita a Conferência, quer dizer, isto significa o que? A CNPI teve funcionalidade, teve efetividade, teve eficácia na sua ação política. Mesma coisa em relação a Secretaria de Saúde Indígena a CNPI também atuou. Então quer dizer, a gente tem que colocar estas questões bem colocadas. O encaminhamento e o resultado prático efetivo. O Saulo está inscrito também.

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Saulo Feitosa – Saulo do CIMI. Nós comentamos hoje na Subcomissão de Justiça, Segurança e Cidadania que nós deixamos no meio do caminho um instrumento que foi construído, que era aquela planilha de segmentos, quer dizer, nós agora percebemos que para fazer esse levantamento, esse balanço, duas pessoas sobrecarregadas para consultar aquelas atas horríveis de ler porque são enormes e a gente demandou durante duas reuniões o exercício do preenchimento daquela ficha, aquela planilha. E agora seria justamente o momento da gente poder identificar porque como está posto aqui, tem algumas questões que elas são citadas e as consequências são apontadas, mais tem outras que elas apenas são citadas e que é muito difícil você identificar isso na ata, neste trabalho que as pessoas estão fazendo na madrugada, nas horas de dormir elas fizeram este levantamento.

Então, aquele instrumento, quer dizer um instrumento metodológico e talvez ele possa ser retomado agora a partir do próximo ano, mas independente disso já que nós não fizemos esta tarefa preliminar, talvez até mesmo para uma tarefa posterior, com as atas que já se tem aí não sei talvez uma equipe, porque é desumano pensar que duas pessoas façam, mais uma equipe que possa a partir das atas, preencher aquele quadro. Que fica mais possível é aferir os resultados, agora já está fazendo levantamento isto o que a gente está apontando já como, talvez uma dificuldade do segmento é esse porque não é fácil seguir aquelas atas. Você começa a ler quando você termina, eu não lembro mais o que foi que eu li, se era da 12ª da 11ª. Então só para lembrar este instrumento que a gente perdeu na estrada.

Presidente Márcio Meira - Acho que é importante também aí a contribuição do Saulo, porque e ai me faz lembrar também um ponto que é o fato das atas todas nossas estarem disponíveis na internet, quer dizer, a gente tem as nossas atas de CNPI todas elas que estão já disponíveis, disponíveis que eu digo politicamente que já foram aprovadas e colocadas no site da FUNAI. Talvez a gente pudesse fazer um upgrade nisso daí. Que além do texto eu a gente vai fazer de balanço a gente possa ter, melhorar um pouco esse link com as atas da CNPI disponibilizadas, porque ai quem quiser mais detalhes, ai pode, quer dizer, ver o resumo, mas quem quiser mais detalhes, poderá ir as atas para consulta. Coronel.

Delegado Cota-GSI – Dr. Marcio eu concordo com o que foi dito aqui, realmente o documento foi muito bem elaborado eu li o texto hoje de manhã, então para nós que estamos aqui da CNPI retrata porque a gente se recorda, a gente vê ah teve a reunião lá no Acre e volta na nossa memória tudo o que aconteceu lá. Realmente tudo o que foi desenvolvido, todo o trabalho que foi desenvolvido aqui é muito rico e isso seria muito difícil realmente de expressar isso no papel, teria que ser realmente um documento muito extenso, seria um memorial muito longo e nós teríamos o defeito, mesmo defeito que o Saulo apontou com relação às atas.

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Tendo em vista a reunião que nós fizemos no inicio desta semana, na terça feira que o propósito da elaboração desse documento foi justamente que dá uma panorâmica para quem viesse para os novos componentes da CNPI e da FUNAI e eu acho que ali seria um estrato que realmente não daria uma visão profunda, mas que talvez a gente pudesse com um pouquinho de tecnologia e os técnicos ali da informática poderiam verificar a viabilidade disso, seria nós aprimorarmos um pouco este documento sem torná-lo muito extenso que eu acho que ele está claro, preciso e conciso, mais fazermos um link para que se a gente fosse distribuir este balanço em mídia, quando se referisse aquele evento ou aquela ação a gente pudesse puxar a ata, ai a pessoa abriria a ata. Então a pessoa que fosse, teria possibilidade de ampliar o conhecimento relativo aquele assunto, porque de repente nem todos os assuntos, vão ser os assuntos considerados mais relevantes para quem venha a nos substituir.

Mas um determinado assunto sendo relevante ele pode puxar ai se fazer um link e ai abrirem a ata, abrir um documento, uma planilha que tenha sido elaborada. Então seria minha sugestão da gente superar realmente esta deficiência de não estar expressando toda a riqueza do que foi desenvolvido e a gente suprir isto através da tecnologia.

Presidente Márcio Meira - Você vai à mesma linha de raciocínio acho que do Saulo e que também aqui tinha apontado. É uma questão técnica que a gente tem que ver lá como que a CNPI pode construir este link. Lembrei-me agora também enquanto estou aguardando alguém se inscrever também um ponto importante que não apareceu ai na nossa apresentação, foi a participação da CNPI em eventos internacionais. Porque a CNPI foi convidada a participar de alguns eventos internacionais e inclusive para mostrar a experiência da própria CNPI, foi convidada, por exemplo, pela ONU, para o Brasil foi convidado pela ONU na verdade para apresentar experiência da CNPI como um instrumento importante de participação, gestão participativa indígena no Brasil. Então eventos como este devem também serem destacados aí no nosso balanço. Por exemplo, a visita do Rei e da Rainha da Suécia que fizeram questão de prestigiar a CNPI, a visita do James Anaya, a nossa reunião. O Raoni que esteve presente e outras lideranças. Simone.

Simone Karipuna – Uma questão de ordem, Simone Karipuna do Amapá. A minha intervenção vem quando se trata dos eventos previstos. A subcomissão de Etnodesenvolvimento ontem viu este levantamento e ela faz uma discussão em relação e nós avaliamos que dentro da subcomissão, que nós queríamos mais um tempo para discutir como seria a estrutura da oficina ou seria uma oficina ou seria mais de uma e que isto precisaria de outro momento da subcomissão para poder fazer uma discussão mais aprofundada para que a gente realmente faça uma reunião, uma oficina que realmente atenda toda demanda que é essa grandeza que é Etnodesenvolvimento dentro das terras

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indígenas. Então eu queria sugerir que tivesse, se a gente tivesse tempo para poder pautar aí como uma atividade prevista, mas que nos deixasse com uma abertura para fazer esta proposição futura.

Presidente Márcio Meira - Certo mais alguém? Bom enquanto ninguém se inscreve eu mesmo estou aqui anotando uma série de pontos ai que acho que seria interessante a gente ressaltar. Eu já tinha falado da questão internacional dessa pauta internacional. Eu acho que outra questão importante foi...eu já tinha falado um pouco disso, mas acho que é importante detalhar mais isto, quer dizer, enfatizar mais essas atividades que a CNPI fez que foram o processo do estatuto, eu acho que a riqueza que foi o processo do estatuto precisa estar bem mais destacada. Talvez outros pontos que ele discutiu, a discussão do estatuto na verdade é a discussão de toda a política indigenista.

Nós fizemos uma discussão porque como diz o nosso Presidente acho que nunca antes na historia do Brasil tinha sido feita uma discussão tão ampla com tantos indígenas participando, sobre a política indigenista como um todo no Brasil. Eu acho que este é um ponto que tem que dar relevância que ele merece e que representa uma mudança muito significativa. E até para que ele possa contar e servir como um elemento político importante no balanço para o período seguinte, porque nós precisamos disputar isto no Congresso. Quer dizer, a grande disputa na verdade do estatuto agora é no Congresso na próxima legislatura. Então é importante que o nosso balanço chegue lá num deputado, num senador dizendo olha, a CNPI fez aquele trabalho todo e agora nós queremos que este trabalho seja reconhecido, ou seja, que os senadores, os deputados reconheçam que o Estatuto dos Povos Indígenas é importante ser recolocado ser novamente discutido e pautado aqui no Congresso. Então esse é um ponto que eu acho que é muito importante documentar com fotos, com os momentos em que isto foi discutido, os lugares, onde isto foi discutido, os povos indígenas que participaram do processo etc. E o mesmo raciocínio eu faço em relação à Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial, que também é uma pauta para o próximo período. Estes pontos que a CNPI atuou e que remetem a uma pauta para o próximo período são muito importantes a gente poder ter um balanço bem substanciado para que o grupo que venha pela frente ai o próximo governo, a próxima equipe o próximo Congresso possam ter elementos substantivos para poder se justificar no processo político que vem pela frente. Pierlângela.

Pierlângela Wapichana – Eu vejo assim que esse momento também, eu acho que não só a importância da publicação, mas a própria reflexão do nosso trabalho eu acho que enquanto os ministérios, enquanto o governo, enquanto indígenas a gente possa usar agora esse momento também para fazer uma reflexão um pouco sobre isso, o nosso papel não só também só se baseando na publicação, mais fazer uma avaliação um pouco de como é, nós

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enquanto CNPI, tanto instituições indígenas conseguimos porque se a gente usa este momento só para publicação a gente visualiza uma coisa, fazer uma avaliação geral é fazer uma avaliação do nosso próprio desempenho aqui. E é uma coisa que a gente tem colocado e tem visto e falando da criação do Conselho que nós estivemos acompanhando lá na plenária e estas atuações nossa também que partiu daqui a proposta e que não foi aprovado esse ano que era uma meta nossa enquanto CNPI que saísse este ano.

E para a nossa infeliz surpresa o relator vai mudar, não foi reeleito e ai a gente tem todo um processo também ai que com essa mudança de governo, abancada governamental do governo que vai entrar também, essas composições que vai entrar no Congresso nós enquanto CNPI também temos que avaliar isto, por que esta falta que nós tivemos de ter este espaço de divulgação, de ter este link de ter as atas foi muito pouco, isto também prejudicou porque ao dado momento em que uma pessoa, um parlamentar, um assessor parlamentar ele quer saber mais informações sobre este processo como ocorreu, se nós não formos lá dizer o que aconteceu, ninguém sabe nada, se a gente não for fazer o lobby essa coisa toda e não ter esta conversa, ninguém consegue saber se realmente houve a discussão se houve as oficinas, como foi.

Então a meu ver a CNPI em si ela precisa disso urgente, dessa divulgação através de internet, porque para lá para as nossas aldeias até tem internet, porque os alunos nossos já acessam internet, o G Sat chegou lá e tem internet, tem lá no meio da aldeia lá bem longe já tem internet. Mas aqui quem trabalha com assessoria parlamentar vai direto à internet e não tem nenhuma informação, a não ser as atas do jeito grosso modo do jeito que está lá. Acho que é uma das nossas grandes... problemas que nós tivemos e isso reflete diretamente, nós nos deparamos com os assessores parlamentares eles não conhecem este processo. Tentam buscar na internet mais o que eles acham é pouco, é insuficiente.

Então eu vejo assim meus colegas, parentes e as próprias instituições que nós também poderemos fazer esta avaliação um pouco das instituições, enquanto membro desta Comissão, a gente está vendo hoje a bancada governamental é pouca que isto reflete fim de governo, que refletiu essas ações, a gente vê aqui o Ministério da Defesa, Gabinete de Segurança Institucional, Ministério da Justiça, MDA, o MDS algumas instituições aqui que participaram ativamente, outras sequer falavam enquanto pontuavam alguma coisa. Então a gente tem que fazer um pouco esta (?) para ter reflexão não no trabalho da subcomissão mais enquanto CNPI, enquanto instituição e ai eu quero lembrar até a gente discutiu lá nas subcomissões a gente viu o papel de algumas instituições, de órgãos e Ministérios que a partir das discussões de plenária da CNPI, como foi o caso do edital que foi aberto pela Carteira Indígena, para as mulheres foi a partir dessas discussões desse amadurecimento da plenária da CNPI.

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Eu vejo que o André sempre falava desta questão do MDA, a equipe é pequena como é que isso vai ser, como é que isso vai ficar, então a gente sabe que há mudança, mais nós enquanto CNPI o que, que nós também esperamos, o que é que nós propomos, para isso. Porque que a meu ver também a Casa Civil nós temos representação da Casa Civil temos representação da Secretaria Geral da Presidência da Republica, tudo isto tem que estar pactuado também daqui para frente nós estamos em um processo de transição, o que nós enquanto CNPI vamos apresentar nesse processo de transição, ou nós vamos só esperar vir os novos representantes para a gente poder demandar alguma coisa... eu vejo assim, que muito mais a gente tem que sair no final dessa reunião com uma coisa mais resumida, mas também alguns encaminhamentos que são necessários para a gente apresentar pro processo de transição que está ai nesse novo governo é Dilma, mas a gente sabe que mudou o governo não muda muita coisa.

Então nós enquanto CNPI nós vamos encaminhar algum documento, fazendo essa avaliação todo esse processo, o que nós vamos querer enquanto CNPI o que nós vamos propor para a equipe de transição então eu vejo também que a gente tem que aproveitar esse momento para fazer isso.

Presidente Márcio Meira – Arão.

José Arão Marizê – Representação do Estado do Maranhão. Só para retomar aqui, não quero ser repetitivo, mas vou ser breve. Em relação as situações pontuais uma delas eu lembro que na 1ª reunião e na 2ª reunião da CNPI a gente conseguiu superar uma situação que era tido como certa, que era aquele projeto paralelo que era a aprovação imediata sem levar em conta o projeto do estatuto que era aquele projeto de mineração de terras indígenas que fosse aprovado logo de imediato pelos membros da CNPI e ai a bancada indígena, nós indígenas conseguimos com o diálogo, que esse processo fosse feito de outra forma incluindo a importância da avaliação do processo do estatuto como foi feito, e esse para nós foi o ganho considero um ganho dado positivo que merece destaque também.

Outra situação em relação a criação da Secretaria de Saúde indígena vinculado diretamente ao Ministério da Saúde, eu lembro que quando as subcomissões tiveram 5 minutos de tempo lá no Salão Negro em que o Lula, o Presidente Lula naquela pauta foi designada 5 minutos, eu fiquei com 5 minutos apenas para tentar fazer um diagnóstico da situação de saúde como um todo no Brasil e uma delas foi dito por mim por recomendação da bancada indígena do movimento indígena que a questão da FUNASA não era recursos humanos nem financeiros e sim gestão e foi naquele momento ali que houve uma decisão por parte do governo de que ali teria que ser feito mudança e para nós, juntamente com o movimento indígena, foi um ganho sim da CNPI.

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Em relação a fala da Pierlângela existe uma situação que é complicada, a falta de divulgação das nossas ações. Ela complica a nossa situação nas áreas, complica nossa situação principalmente aqui no Congresso, porque alguns indígenas infelizmente andam nos corredores dia e noite conversando com os deputados, senadores dizendo que essa CNPI não representa na sua totalidade um anseio do povo indígena e ontem mesmo teve outra baderna lá nos corredores em isso reflete de forma negativa também alguns deputados que já não tem aquela boa vontade de aprovar esse projeto da CNPI e acaba atrapalhando de forma direta ou indiretamente esse encaminhamento, como aconteceu ontem.

Agora em relação a apresentação o que apresentar e para quem apresentar é uma reflexão que a gente tem que fazer aqui nesse processo, nesse grupo de transição nessa equipe de transição que está ai, eu acho que é válido a gente resolver isso.

Presidente Márcio Meira - E até respondendo a sua pergunta a último ai, porque uma falha minha não ter esclarecido isso desde o inicio, quer dizer, obviamente que o que nós vamos apresentar como resultado do nosso trabalho da CNPI, balanço e inclusive ai as reflexões como disse a Pierlângela de sugestões de agenda para o próximo período, nós temos que apresentar isto para quem? Para o Ministro da Justiça. O novo Ministro da Justiça é quem? A CNPI ela é vinculada ao Ministério da Justiça? Então a quem nós temos que apresentar esse balanço e essas reflexões? Ao Ministro da Justiça. Então a pessoa a quem nós vamos entregar o trabalho que nós fizemos com a reflexão que a gente tenha subsídios sobre isto agora no inicio do próximo governo é o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso que já foi anunciado. Ai ele diante dessa apresentação do trabalho que foi feito pela CNPI com certeza vai ai então dar o encaminhamento que precisa ser dado.

Eu queria só também ressaltar aqui a partir da fala da Pierlângela e também a fala do Arão duas coisas. Uma, que também na reunião da CNPI com o Presidente Lula foi quando houve também um reforço da CNPI através da fala do Ak´Jabor em relação as mudanças que eram necessárias e foram necessárias serem feitas na FUNAI. Aquele momento ali que o Ak´Jajor se referiu a necessidade, por exemplo, da realização do concurso. O reforço e o fortalecimento da FUNAI foram decisivos sem aquele momento ali, sem aquele pronunciamento da CNPI nós não teríamos tido certamente as medidas que foram tomadas pelo Presidente e pelo Ministro do Planejamento.

E outro ponto que eu queria também ressaltar tudo isto está sendo anotado e gravado é que eu acho que com relação a esta questão da divulgação, nós precisamos pensar no próximo período de termos um site específico da CNPI. Acho que não pode mais a CNPI ficar pendurada no site da FUNAI, acho que a CNPI precisa ter um site próprio dela que nesse site da CNPI tenha todas as informações, as atas o que precisa ter em termos de informação

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sobre a CNPI no próprio site da CNPI, o que não impede obviamente de o site da CNPI esteja vinculado ao site da FUNAI, ao site do Ministério da Justiça e vice e versa. Eu acho que é um ponto também que poderia ser ressaltado ai como, digamos uma prospecção ai para o próximo período.

Secretária Executiva Teresinha Gasparin Maglia – Teresinha Secretaria Executiva. Ouvindo atentamente o que o pessoal colocava que nós devemos enfatizar mais a criação do Conselho, a criação do estatuto. Eu só gostaria de lembrar que de repente foi uma falha nossa ter colocado então como dentro das subcomissões, tudo isso está citado aqui, inclusive bem enfatizado, o primeiro ponto da subcomissão é o projeto de lei da criação do Conselho, que não entrou aqui, não foi apresentado ainda. Então tem muita coisa que está sendo colocado agora que está pela frente. Tipo assim a questão do estatuto também está aqui dentro, inclusive com fotos. A questão do Ak´Jabour colocando na reunião do Presidente Lula também está aqui dentro, com fotos, mais adiante. A questão do PNGATI a gente não aprofundou muito mais, porque o PNGATI foi discutido na CNPI, porém era uma ação da FUNAI e do Ministério do Meio Ambiente que a gente não quis se apropriar totalmente dela dizendo que era uma coisa da CNPI. A CNPI esteve presente sim, aprovou sim, mas era uma atividade da FUNAI e do Ministério do Meio Ambiente, a gente procurou separar. A questão da divulgação de como é a criação da CNPI, como ela funciona ao relator da subcomissão, da comissão da Câmara de Finanças e Tributação a Secretaria-Executiva sentou sim com o deputado e passou para ele tudo o que era a CNPI, como funcionava, qual era a representatividade que tinha. Então o relator quando fez o seu relato ele tinha, claro que foi um pouco difícil fazer só a Secretaria-Executiva e não no âmbito de todos os indígenas é por isto então que ontem (?) foi para lá. A questão também da importância da reestruturação da FUNAI também não está aqui, mais está mais adiante, ontem a gente colocou como avanços das subcomissões. Então de repente nós estamos aqui pontuando algumas coisas que estão faltando que está mais adiante. Vocês vão perceber que está bem pontuado dentro de cada subcomissão que levantou este problema, claro que tudo isto foi aprovado em plenária, porém como é uma demanda das subcomissões a gente achou também que deveria dar méritos as subcomissões que levantaram essa demanda. Então por isso que ela está na parte seguinte. Não sei se deu para clarear ou eu confundi mais ainda, obrigada.

Presidente Márcio Meira - Caboquinho.

Caboquinho - Presidente, Caboquinho Potiguara. Só queria acrescentar mais duas coisas, quanto a vinda também do Ministro na reunião quando ele assinou a portaria da demarcação da Terra Indígena Monte Mor, Potiguara.

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Presidente Márcio Meira - O Ministro Tarso Genro veio mais de uma vez e uma das vezes foi quando ele assinou a portaria da Terra Indígena Potiguara de Monte Mor.

Caboquinho - A outra coisa é o seguinte, pelo que eu estou sabendo a FUNAI agora me parece que tem uma assessoria parlamentar, não é isso?

Presidente Márcio Meira - Tem.

Caboquinho – Porque não se pode criar uma assessoria parlamentar da CNPI também para estar fazendo esse intercâmbio?

Presidente Márcio Meira - Eu posso te responder já, porque a CNPI como ela é parte do Ministério da Justiça, membro, ela faz parte do Ministério da Justiça ela já tem a assessoria parlamentar, que é a assessoria parlamentar do Ministério da Justiça. O Bernardo que é o assessor parlamentar do Ministério da Justiça ele acompanhou todo o processo ai no Congresso em relação ao Conselho, ao estatuto, o Bernardo ele acompanha o trabalho da CNPI, além da FUNAI que ele também está sempre junto. A Luana estava inscrita.

Luana Arantes – Luana MDS. Então... a Pierlângela já estava também com várias coisas que você colocou na cabeça em ser melhor, eu acho o seguinte Márcio. Essa coisa que a gente tem uma pauta única que é o balanço, na verdade esta pauta única tem varias sub pautas. E ai assim, o que eu tinha entendido é que isto o que a gente está falando aqui é sobre transição CNPI para CNPI, seria para uma nova CNPI. Aí eu acho que a gente tem que se organizar para a te amanhã para ver quais pautas em relação a transição que nós vamos lidar. Nós temos a intenção que eu acho que isso é uma idéia muito boa, que seria fazer uma carta para a presidenta a CNPI apresentando, pautando, que é uma carta sucinta, política, duas páginas. Isso a gente quer fazer eu acho que tem outra coisa que é esta questão da própria avaliação interna, quais impactos das nossas estratégias, quais que não é. Eu acho que está questão de um plano de comunicação da CNPI é mais urgente a gente pensar a questão do site, entraria neste plano de comunicação é uma coisa que eu acho que já tem muitas plenárias também que várias vezes se aparecem como esse plano de comunicação seria também uma forma da gente combater o preconceito de informar a sociedade brasileira porque o desconhecimento não são só dos parlamentares. Eu acho que a gente não utilizou essa instancia aqui devidamente para comunicar mesmo e ai eu acho que a toda a sociedade, então a gente precisa realmente ter um plano de comunicação melhor assim.

E eu acho que avaliações também em relação a nossa representação, como é que é isso, a representação de governo, como é que é a nossa representação governamental que consegue impactar as pautas dentro dos nossos Ministérios, porque isto e complicado também. Porque a gente tem um limite, somos delegados, tem a delegação para estarem

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aqui representando os nossos Ministérios, mas na hora da gente devolver a pauta lá para dentro, muitas vezes a gente não consegue fazer com que elas sejam prioritárias. E que isto algumas estratégias para pensar para o próximo ano também resolva. Então eu acho que a gente poderia tentar nos organizar entendeu? quais os produtos que a gente quer dessa reunião de hoje para pensar transição. Porque isto talvez até facilitasse a nossa reflexão, as nossas falas enfim.

Presidente Márcio Meira - Mas é isso mesmo. O objetivo dessa reunião quando a gente coloca o balanço para o próximo período é para que a gente faça isto que nós estamos fazendo aqui, façamos esta reflexão ou estas reflexões que estão sendo feitas aqui que sejam reflexões críticas obviamente, quer dizer, que indicam aquilo tudo que foi feito e indicam também aquilo que precisa ser feito ainda, para que a gente possa a partir do que foi, toda a reflexão que está sendo feita aqui, a gente produzir um material para ser entregue para o Ministro da Justiça, o que não impede também de uma mensagem curta seja entregue também para a Presidenta Dilma, entendeu?

Mas o objetivo dessa discussão do balanço é esse, quer dizer, a gente justamente poder fazer essa reflexão, por exemplo, a questão que foi levantada pela Pierlângela que você agora levantou que é a participação governamental ao longo desses 3 anos. Ela foi muito instável, muitas vezes estava presente ativamente, outras vezes tinha uma ausência significativa é importante que a gente aponte para o próximo Ministro ele tem que ter algumas medidas que precisam ser tomadas para que isso seja corrigido.

A mesma coisa em relação a bancada indígena, quer dizer, a própria bancada indígena tem levantado uma série de problemas de representatividade. Agora mesmo nós estamos com problemas ai nesse aspecto pela a comunidade lá manda para cá para a Secretaria-Executiva cartas dizendo que o representante não tem representatividade e que precisa mudar etc. nós enfrentamos isso algumas vezes nós precisamos também então fazer reflexões críticas sobre estes pontos para que a gente possa enfrentar isso no próximo período também. Então o objetivo é esse, quer dizer, a gente não pode concluir um período um ciclo que é esse que nós estamos fazendo agora sem que a gente faça uma avaliação. Avaliação, que a avaliação é positiva e também tem desafios ainda que precisem ser para a gente apresentar para o próximo ciclo.

Mesmo que muitos de nós aqui possamos continuar no próximo ciclo. Até espero que muitos continuem, mas o que é importante a gente fazer este rito tudo de passagem, para que possa haver ai um processo de melhoria de aperfeiçoamento do processo da CNPI, enquanto o Conselho não for criado por lei no Congresso. O Ak’Jabour também tinha se inscrito aqui, depois o coronel.

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Ak´Jabor – Ak´Jabor Kaiapó. Por causa disso que senhor Presidente que o parente está cobrando a respeito disso o trabalho da CNPI para o Presidente. É por isso que estou pedindo para a Teresinha que antes disso que eu já fui conversar um pouquinho com a Presidente eleita, já um pouquinho com isso. Mas já estou avisando para ela também que eu posso, eu vou cobrar também. Então por isso que eu falo para a Teresinha, a Teresinha poderia convidar a Presidente eleito para visitar a gente antes de assumir para nós querer saber o que, que eles podem ajudar o que, que eles podem ajudar a população indígena, como CNPI que nós estamos trabalhando ajudando nossos parentes. Por isso que nós queremos convidar a presidente eleita Dilma para cá, para nós perguntar também. Primeiro que nós estamos ajudando muito o Presidente Lula e realmente eu falei para ela, eu falei para ela eu conheço você, você pode me cobrar que é seu direito. Então falou mesmo o que eu estou cobrando do Presidente Lula eu estou do lado de você, você vai assumir realmente agora nesse presidente que nós vamos cobrar também, eu quero que você ajude a gente a questão indígena, eu já falei para ela já.

É por isso que os parentes estão cobrando que temos que divulgar os trabalhos da CNPI realmente, nós estamos brigando, por exemplo, eu mesmo que estou ajudando a CNPI, a FUNAI e todo lado e ainda a saúde demarcação de tudo o que eu Ak´Jabor particularmente ajudando e tem provas como igual nossos companheiro a FUNAI aí em Brasília mesmo que fazem a cabeça dos parentes das aldeias dizendo que tem que mudar quem ficar no meu lugar. Tudo bem, já que eu estou brigando aqui a fazer os trabalhos ajudando vocês, se vocês quiserem fazer, manda documento, fazemos se quiser eu saio, eu também não tem problemas não, a minha luta, minha energia e a minha inteligência ninguém vai tirar. Mas a minha luta continua ainda.

Então é isso que está acontecendo que nós estamos cobrando aqui e o senhor pode convidar o Presidente para o que, que eles podem ajudar a gente nesta CNPI e do futuro. Então é isso que eu quero levantar para os parentes, para o plenário para nós caminhar e convidar a Dilma até aqui para perguntar o que eles pensam no futuro, porque não tem tempo para eu conversar muita coisa, porque jogar a primeira coisa que eu vou jogar só uma coisa do ponto grande que eu possa ajudar e ela me respondeu, não cacique eu vou ajudar vocês mais eu quero saber qual motivo que eles podem ajudar a gente. Era isso que eu queria colocar.

Presidente Márcio Meira - O coronel também está inscrito o coronel e mais o Marquinhos está pedindo uma questão de ordem, encaminhamento? diga rapidamente.

Marquinhos Xukuru - Marcos Xukuru da Região Nordeste e Leste. Dentro do que a Teresinha colocou se mais a frente nós temos todos os relatos das subcomissões e trata justamente dos encaminhamentos, enfim, de tudo aquilo que foi feito, então eu diria que a

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gente poderia entrar nesse, então, já relatando, continuando e se fosse possível aquelas subcomissões que já fizeram o trabalho ontem porque eu poderia fazer as complementações e tal, do que já foi discutido ontem, porque teve uma subcomissões que trabalhou hoje então não sei se já deu para vocês terem acesso a algumas outras informações que foram discutidos hoje.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia – Teresinha Secretaria-Executiva. O que as subcomissões discutiram ontem e hoje elas não estão inclusas aqui dentro ainda, porque não houve tempo hábil, porque já estava praticamente pronto o Power Point então a sugestão do Márcio é que conforme agora a subcomissão apresente, abre para a inclusão, inclusive a 1ª subcomissão doutor Márcio ela já foi extinta que era aquela que criava o PL da criação do Conselho, então eu acho que teria que ter alguém que participou dessa subcomissão para poder apresentar essa primeira parte porque ela, a subcomissão não existe mais, mais ela foi um primeiro ato nosso, acho que um ato muito importante que teve no começo da nossa CNPI que deve estar aparecendo aqui na primeira exposição.

Presidente Márcio Meira - Coronel. Depois a gente vai dar o encaminhamento.

Coronel Antonio Cecchi – Presidente eu concordo com tudo o que foi dito, e agora em especial com o que o Marcos disse, eu acho que nós temos que dar o foco do nosso objetivo hoje aqui, e se o objetivo é o que o senhor transmitiu para nós na nossa primeira reunião com a bancada do governo, se é fazer um balanço, a gente pode até aprimorar aquele documento, aquele texto que foi feito, foi muito bem elaborado e insisto porque está claro, preciso e conciso se o objetivo é fazer um balanço para a autoridade eu insisto que o documento tem que ser sucinto, se nós formos levar um documento minucioso, extenso não vai ler.

Citando como exemplo, a gente as vezes faz alguns trabalhos cumpre algumas missões no GSI a gente enche laudas de relatório, e tudo a gente acha relevante, se nós não resumimos isso em duas páginas, o ministro não tem tempo de ler, não adianta a gente pensar que se o objetivo foi esse, um balanço para o fim da transição se nós formos enxertar tudo de relevante, de tudo de valioso que foi feito pela CNPI vai dar um material que o ministro não vai conseguir ler, e nós não temos tempo para isso. Eu acho que a gente poderia pensar em propor ou se esse grupo aqui for continuar de realmente se elaborar todo uma memória minuciosa de tudo o que é deito aqui e de uma forma agradável, palatável, mas se o objetivo é fazer um balanço para transição não adianta a gente pensar, primeiro que nós não vamos ter tempo e segundo que a autoridade não vai ler.

Presidente Márcio Meira - Deixa só eu dar um esclarecimento uma coisa não exclui a outra, na verdade, porque o que nós estamos falando aqui, nós temos um balanço que a

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CNPI pode e deve fazer porque eu acho que é uma questão de prestação de contas que nós aqui temos a fazer para cada um dos nossos Ministérios e cada indígena que tem que prestar contas com suas comunidades, isso é uma prestação de contas ai sim um pouco mais robusta, e que é necessário que seja bastante esclarecedor o que foi feito, porque cada um que está aqui é cobrado na sua comunidade, então é bom que ele tenha um material que chegue lá e diga: o trabalho que nós fizemos, cada um de nós e o governo também, isso é uma coisa, a outra coisa é que também pode ser levado e deve ser levada ao ministro, a presidenta, um posicionamento político da CNPI isso sim eu concordo que não pode ser um livro, não pode ser uma publicação porque eu não tenho tempo para ler, a presidenta nem o ministro, mas um posicionamento no sentido de apontar o que a CNPI aqui considera importante para o próximo período. Tipo o que foi feito e o que pode ser feito em um texto objetivo, as duas coisas se complementam não há exclusão nesse sentido em, que o senhor está se referindo.

Simone Karipuna – Simone Karipuna. Eu estou com dúvida, desculpa a minha ignorância em relação a isso, porque foram faladas duas coisas. A Lylia falou que achava interessante pontuar algumas ações que foram feitas ao tempo que se iniciou a CNPI e vocês estão falando agora que a gente vai entrar nas subcomissões. Mas tem ações que foram feitas em plenária geral, então significa que vai ser considerada ações que estão dentro das subcomissões, mas vai ser pontuadas porque teve umas que veio para a plenária geral e foi decidido como todo é isso, vai ser pontuado mais também vai ser mencionada na subcomissão.

Presidente Márcio Meira - Então eu queria consultar aqui o plenário de seguir aqui o encaminhamento que foi feito pelo Marquinhos e a gente continuar então a apresentação, alguém se opõe a esse encaminhamento? Não havendo nenhuma objeção nós vamos seguir a apresentação. A cada balanço da subcomissão eu vou abrir para a gente complementar o que for necessário complementar e tudo o que foi comentado nessa primeira discussão aqui é que nós vamos agregar no nosso balanço e esta tudo gravado.

Então vamos às subcomissões. A primeira subcomissão é justamente a subcomissão que a Teresinha se referiu que foi criada para a elaboração do APL do CNPI e que foi concluída em dezembro de 2007. Eu me pergunto se vale a pena a gente abrir para a discussão desse ponto porque ele foi concluído em 2007 e encaminhado, acho que o relatório nosso balanço já é um balanço no sentido de apontar e mostrar o trabalho que foi feito e já está no Congresso Nacional o andamento do projeto de lei lá e o encaminhamento pelo presidente Lula do projeto de lei ao Congresso.

A elaboração do anteprojeto de lei para a criação do Conselho encaminhado ao Congresso Nacional em 2008, já aprovado por unanimidade na Comissão de Direitos Humanos e

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Minorias e na Comissão de Trabalho. Atualmente o PL aguarda parecer e votação da Comissão de Finanças e Tributação. Então isso está encaminhado e nós vamos fazer o balanço exatamente de todo o trabalho que foi feito apontando já que o próximo período cabe a CNPI a tarefa de continuar acompanhando, principalmente porque vai mudar a composição, provavelmente vai ter que ter um novo relator, nova comissão tudo isto. Então nós vamos ter que estar acompanhando tudo isto, isto tem que ser apontado ai no balanço e no encaminhamento.

A próxima subcomissão é a subcomissão de Assuntos Legislativos e tem como função acompanhar os projetos de lei e projetos de emenda constitucional em tramitação no Congresso Nacional e propor atualização do Estatuto do Índio. Entre as varias atividades desenvolvidas destacam-se a seguir algumas deliberações adotadas pelas subcomissões ao longo de sua atuação.

A votação do recurso que trata do PL 2057/91 Estatuto das Sociedades Indígenas. Criação de Comissões Especiais e Temporárias na câmara e no senado com o objetivo de discutir e apresentar propostas de modificação dos seus respectivos regimentos internos, a fim de disciplinar a tramitação de proposições legislativas suscetíveis de afetar diretamente os povos indígenas.

Realização de consultas previas aos povos indígenas em relação as proposições legislativas já em tramitação nas duas casas conforme a convenção 169 da OIT.

Rejeição de projetos e decretos legislativos que visam sustar os decretos de homologação da demarcação das terras indígenas por não constituírem atos normativos.

Rejeição de projetos e decretos legislativos sobre aproveitamento de recursos hídricos em terras indígenas, por não estarem previstas em lei complementar como ato de relevante interesse público da União, conforme estabelece o parágrafo 6º do artigo 231 da Constituição Federal por não estarem previstos em lei ordinária as condições especificas para este aproveitamento conforme estabelece o parágrafo primeiro do artigo 176 da Constituição Federal.

Demanda ao Congresso Nacional e a Casa Civil, definição com respeito ao projeto de lei complementar número 260 que tramita a 18 anos e define os atos de relevante interesse público na União previsto no parágrafo 6º do artigo 231.

Atividade realizada pela subcomissão, um seminário nacional e 10 oficinas regionais sobre o Estatuto dos Povos Indígenas, a proposta da CNPI foi entregue em 5 de agosto de 2009 pelo Ministro da Justiça Tarso Genro e em 14 de agosto de 2009 pelo Presidente da CNPI

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Marcio Meira e por representantes indígenas e governamentais ao Presidente da Câmara o Deputado Michel Temer.

Este foi o ato da entrega ao Presidente Michel Temer lá na Câmara dos Deputados.

Antes de entrar na próxima subcomissão, então é importante que a gente agora abra ai a discussão em relação a Subcomissão Assuntos Legislativos em relação a complementações enfim tudo aquilo que for necessário para acrescentar aí o que foi feito até agora. Não sei se a Subcomissão se reuniu ontem ou hoje de manhã, mas é importante que agora a gente possa abrir ai para a Subcomissão.

Caboquinho Potiguara - Caboquinho. Bem Presidente, ontem nós tivemos reunião da Subcomissão, na reunião de ontem nós fizemos uma memória estava presente o Anastácio, Saulo, o Frederico, o coronel Antônio Fernandes e Lilian Almeida do Ministério da Justiça. Nós fizemos uma análise da subcomissão, e dessa análise nós fizemos um tipo de relatório, e nesse relatório ele traz alguns pontos aqui.

O ponto fala sobre os estudos do Estatuto dos Povos Indígenas que foi realizado pela PUC de Santa Catarina contratado pela SAL e os especialistas de direitos coordenados pelo professor Carlos Frederico Marés participaram dos seminários regionais para a elaboração do Estatuto dos Povos Indígenas.

No terceiro ponto a SAL da CNPI não apresentou proposta ao texto.

O ponto quatro fala sobre as demandas do Congresso Nacional que é sobre a proposta que foi apresentada no intuito de propor ao Congresso Nacional, que se adequasse a convenção.

O outro ponto fala sobre a metodologia adotada para a elaboração do Estatuto dos Povos Indígenas a partir de consultas regionais sobre coordenação nas organizações indígenas e apoio da CNPI, FUNAI. Foi considerado exitoso, na maneira em que se cumpriu no tempo previsto o encaminhamento das propostas consensuadas na CNPI e com o governo federal, fora o Congresso Nacional ainda fala que recomenda se que a metodologia devido a sua eficácia comprovada seja adotada como referencia para a discussão dos demais temas de interesse dos povos indígenas no âmbito da CNPI.

Fizemos também que a perspectiva para 2011 nós trazemos aqui como prioridade, investir esforço na criação da Comissão Parlamentar Especial para tratar da criação do Conselho Nacional de Política Indigenista, do Estatuto dos Povos Indígenas, e demais matérias relacionadas aos interesses dos povos indígenas no Congresso Nacional, mas aquela discussão que nós estávamos levantando aqui. Também falar sobre o consentimento prévio sobre a realização de estudos da Consultoria Jurídica do Ministério da Justiça para subsidiar a normatização do consentimento prévio a partir da elaboração de proposta da

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CNPI. Outra coisa é a realização de estudos da FUNAI/Ministério da Justiça sobre as mais recentes decisões judiciais que suspenderam as portarias, decretos e GTs certificação e demarcações de terras indígenas com o propósito de aprimorar procedimentos administrativos de demarcação de terras indígenas. Isto aqui foram algumas perspectivas que nós tiramos para o ano de 2011 e o Saulo quer contribuir? Frederico e tem também Lilian, está aberto, só isso.

Presidente Márcio Meira - Então está aberto ai para contribuições ai em relação a subcomissão, Lilian, Ministério da Justiça

Lilian Barros O. Almeida – Boa tarde, em relação às perspectivas para esclarecer um pouco aqui, lá na Consultoria Jurídica do MJ a gente já tinha feito um parecer a respeito da interpretação do 231 parágrafo 4º no que tange a ordem da consulta aos indígenas, do estudo ambiental etc. no que tange a aproveitamento dos recursos hídricos. Porque hoje o que acontece, são feitos Decretos Legislativos tais como o que aconteceu no Belo Monte e que julgamos que não tem uma ordem muito adequada e depois surgiu outros decretos legislativos com outras ONGs etc. e até hoje não sai uma lei que fixa essa ordem procedimental, então a partir desse parecer nós vamos desenvolver mais estudos ainda para apresentar uma proposta de fixação na interpretação da Constituição em relação a essa ordem procedimental.

Especificamente em relação as consultas nós verificamos também que hoje existe um vácuo normativo, de jeito, quando é necessária a consulta e quando não é. Então o que eu expliquei para eles que pelo menos a Consultoria Jurídica do MJ pode muito ajudar é naquilo que depende ainda muito de normatização que demora a gente pode interpretar e a partir dos pareceres a gente pode criar muita coisa para que não permaneça esta laguna normativa. Então nesse ponto eu dei essa idéia para a gente contribuir dessa maneira.

E a outra questão também dessas decisões judiciais é porque frequentemente muitas portarias, muitos Decretos de Homologação tem sido judicializado então, o judiciário tem suspendido muitos desses atos do executivo e isto tem gerado uma insegurança jurídica muito grande para as comunidades indígenas e daí a proposta seria estudar quais são os principais pontos que estão gerando essa judicialização, porque que os juízes estão fazendo isto. Será que é uma falha na legislação no 1775 e nos demais atos normativos em relação a procedimentos, que a partir daí a gente vai tentar verificar alguns meios para evitar que todos estes atos do executivo continuem sendo fragilizados dessa maneira.

Presidente Márcio Meira - Entendido, Saulo.

Saulo Feitosa – Só a titulo de precisar melhor, talvez fazer uma pequena alteração na redação enquanto prioridade, é porque a proposta nossa de se criar esta Comissão Especial

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para tratar do estatuto dos índios e as demais matérias, mas no caso especifico do Conselho Nacional de Política Indigenista, dada a sua tramitação já adiantada e o seu caráter terminativo sem uma necessária, sem ser necessária submeter o projeto de lei ao plenário, então talvez tirar ser prioridade, investir na criação do Conselho Nacional de Política Indigenista começa a ser e criação de Comissão Parlamentar.

Então é isso, então separa o projeto de lei do conselho dos demais. Porque a gente espera que ele seja aprovado o mais breve possível.

Presidente Márcio Meira - Lylia

Lylia Galetti – Lylia Galetti, Meio Ambiente. Eu acho só que devia ter dado um destaque nesta linha ai do Saulo, ficaria a criação da CNPI e a criação da Comissão Parlamentar, para Estatuto e demais matérias. Eu acho que uma matéria que mereceria um destaque maior dessa comissão, é essa que está ai também tramitando com certa brevidade com relação a questão da demarcação de terras indígenas pelo Congresso. Acho que é uma iniciativa.

Presidente Márcio Meira - É o projeto de lei do Deputado Aldo Rebelo e Deputado Ibsen Pinheiro.

Lylia Galetti – Que na verdade é um projeto que já vem sendo tentado há bastante tempo, se eu não me engano pelo menos tem, existia mais de 3 propostas. Os Deputados do Mato Grosso, a cada mês eles inventam uma, toda vez que uma terra indígena é demarcada em Mato Grosso, eles entram com um projeto de proposta de projeto de lei para acabar com a demarcação pelo executivo. Eu acho que deve ter tido uma frente parlamentar ai no meio deles entendeu, antiindígena, para se chegar na situação que está hoje, eu acho que é uma questão que mereceria um grau de prioridade de deixar isto muito explicito aqui, se concordamos todos que esse caminho não é o melhor.

Presidente Márcio Meira - Anastácio depois o Saulo.

Anastácio Peralta - Boa tarde. Anastácio Peralta - Guarani Kaiowá de Mato Grosso do Sul. Naquele encontro que a gente teve lá da 6ª Câmara em Campo Grande que o Presidente também estava lá, saiu uma proposta daquele juiz, Marcelo, que de tanto a gente reclamar da demarcação que não saia, que não sabia quem que mandava se era o juiz se era o Presidente, se era o Congresso, ai ele teve uma proposta de um seminário, uma coisa assim. Eu acabei conversando com ele falei que nós tínhamos a CNPI e ele falou que era importante talvez a CNPI puxar isto, porque é uma coisa grande, porque ele acha que os indígenas, os Guaranis Kaiowás e outros povos estão sendo injustiçados com os próprios juízes, os magistrados que não estão conhecendo muito bem essa situação.

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Ai eu queria trazer para cá para a gente pensar até e também a nível internacional isso também acho que é interessante ter esse seminário, essa discussão porque se tem lei e não cumpre alguma coisa está acontecendo. Era isso.

Presidente Márcio Meira - Saulo.

Saulo Feitosa - A questão que a Lylia levantou, aquele projeto de lei Lylia, é um dos que a gente entende que tem que ser submetido à Comissão Especial, por isto que a gente está colocando fora o projeto de lei que trata especificamente do Conselho Nacional de Política Indigenista dada esta peculiaridade do Conselho e o caráter dele não envolve matérias outras como ocaso de demarcação de terras, então esse deve seguir a tramitação.

Agora a gente não deu destaque porque a gente acha que todos os demais devem se submeter á discussão na Comissão Especial, exceto aquele que já está em processo avançado.

Presidente Márcio Meira - Eu queria destacar esta proposta do Anastácio e solicitar que seja incluída, porque nós participamos, eu participei também do encontro promovido pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana lá em Campo Grande em conjunto, logo em seguida também um Encontro Nacional da 6ª Câmara do Ministério Público Federal e este juiz me pareceu um juiz bastante interessado na discussão sobre a questão dos direitos indígenas no âmbito do judiciário. E se ele se expõe e quer participar não só participar, mas porque ele também chamaria outros juízes para participar.

Eu acho que seria interessante que a CNPI pudesse fazer um convite a ele via CNPI e a partir dessa primeira conversa com ele na CNPI ter como consequência ter talvez um seminário, alguma coisa com o poder judiciário. Isto é muito importante. Porque de fato, nós estamos verificando que o poder judiciário no Brasil principalmente na primeira instância está muito mal informado, eu diria sobre os direitos indígenas e sobre quem são os indígenas mesmo no Brasil, suas características e tudo o mais.

Eu queria destacar essa proposta do Anastácio. E um ponto que eu queria lembrar aqui também com relação a proposta ai da Subcomissão em relação a agenda legislativa que eu entendi já a proposta acho que está correta com relação a PEC também que está em tramitação, uma Emenda Constitucional que está em tramitação lá no senado que visa acrescentar no ato das disposições constitucionais transitórias a possibilidade de pagamento pela União, ou pelo Estado Brasileiro de uma indenização pelas terras nuas ou pela terra nua de títulos de boa fé, comprovados etc.

Essa PEC estava em tramitação esse ano, foi submetida a votação nós tínhamos a concordância tanto dos indígenas, principalmente lá do Mato Grosso do Sul porque isso

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afeta diretamente lá soluções para questão indígenas, questão das terras indígenas no Mato Grosso do Sul como também o governo, mas infelizmente não foi aprovada porque a senadora Kátia Abreu do DEM ela quis acrescentar a PEC outros pontos que não eram obviamente de interesse do governo ai o governo não aceitou em hipótese nenhuma, que era mexer no conteúdo mesmo do artigo 231. Então, nós do governo consideramos que o artigo 231 ele não tem que ser mexido tem que estar lá intacto, apenas mexer no ato das disposições constitucionais transitórias.

Então eu queria perguntar se o Saulo e a equipe da subcomissão se talvez este tema dessa PEC não tenha que ser tratada da mesma forma como o do Conselho, quer dizer, na medida em que tem um caráter de emergência, urgência/emergência e se a gente puder no senado, no próximo senado que tem uma composição nova no senado, a gente ter condições políticas para aprová-la a gente poder fazer isso logo separadamente. Esta é uma questão que eu queria levantar porque está em discussão no âmbito ai da não só do senado mais também em relação ao campo indigenista como um todo, então uma consulta que eu queria fazer a subcomissão.

Lylia Galetti – Marcio só uma questão de ordem, eu vou ter que me retirar, estou sendo chamada lá pelo gabinete da Ministra porque tem um grupo de índios do Acre lá e eles estão me pedindo que eu acompanhe a conversa, amanhã eu estou aqui o dia todo. Obrigada e desculpa.

Presidente Márcio Meira – Lilian, é do Ministério da Justiça.

Luana Arantes - Só um minutinho que a questão de ordem não acabou era para ela falar de mim também, eu peço desculpa mais eu também preciso me ausentar, fim de ano gente problemas de execução orçamentária mesmo, então eu tenho que ir lá encaminhar projeto, gastar recursos público ai em desenvolvimento social.

Então eu não tenho, o problema é a dificuldade que a gente tem todo ano é isso, chega uma altura dessa do campeonato a gente está ai pelejando. Então assim realmente eu preciso ir lá resolver alguns pepinos, mais amanhã de manhã também estou aqui integralmente pela manhã, obrigada e desculpe.

Presidente Márcio Meira – Bom, Lilian do Ministério da Justiça

Lilian Barros O. Almeida – Eu queria aproveitar esta questão desta PEC que o Presidente estava falando, ontem eu comentei na Subcomissão uma novidade que eu acho que o Presidente não sabe ainda que é muito positiva é o seguinte: enquanto não sai esta PEC o que é que a gente fez lá no Ministério da Justiça? Como eu falei a Consultoria Jurídica verifica que existem várias lacunas, enquanto tem isso a gente quer resolver os problemas.

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Então, a gente fez um parecer em que a gente interpretou independentemente da PEC de qualquer alteração na Constituição a gente interpretou que se estiver lá especifico para o Mato Grosso do Sul, em casos em que existem proprietários de boa fé que adquiriram títulos da União, nesses casos em que a própria União posteriormente ela demarcou a terra e considerou a terra como tradicionalmente ocupada pelos índios, nós entendemos que existe um dano causado pela União, a este proprietário de boa fé.

Nesse caso a própria constituição no artigo 37 parágrafo 6º ela diz que se um agente público se houver, se a administração pública causar um dano deve haver a responsabilização, então é prevista a indenização etc. Essa indenização não é que ela é vedada pelo 231 parágrafos 6º porque se trata de um dano causado pela União. E ai eu participei de uma reunião lá na SPU do Mato Grosso do Sul, participei de duas reuniões e eu apresentei esta proposta lá para eles.

A idéia inicial era esse parecer ser aprovado pelo advogado geral da União posteriormente aprovado pelo Lula ter um caráter vinculante para que em todos os casos em que se configurasse esse requisito que a gente pontuou, houvesse este pagamento de indenização e isto seria benéfico às comunidades indígenas porque assim a gente imagina que os fazendeiros iam sair, ia ocorrer de fato a desinstrução e ia diminuir muito o conflito, mas como existe burocracia, a gente a nossa parte a gente fez o parecer na consultoria do MJ ai a gente pediu para ouvir a consultoria do planejamento e lá enrolou muito, qual foi a idéia que SPU fez e que já vai se concretizar amanhã, por isso que é bem novidade.

Estão aqui me ligando hoje, isso foi prioridade e o Lula pediu para agilizar. Esteve lá no Mato Grosso do Sul.

Presidente Márcio Meira - É porque a gente não comenta muito, porque o Presidente ele falou pessoalmente, tem certas coisas que o Presidente é que tem que dar a noticia, não é nós. Então o presidente já tinha falado para o Anastácio.

Lilian Barros O. Almeida - Mais ontem mesmo ele falou que nem sabia que era ele, ele falou que sabia que tinha uma surpresa. Mas então a própria SPU a gente optou em a SPU abrir um processo considerando todos os argumentos do parecer, falando assim da possibilidade de pagamento de indenização, então a própria SPU abriu e isto vai ser concretizado com Sombrerito.

Presidente Márcio Meira - Exatamente a gente está acompanhando isso ai, mas a gente já estava acompanhando isso daí, tanto a FUNAI quanto a Consultoria Jurídica e SPU, mas quem deu a noticia foi o Presidente para o nosso companheiro ali.

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Lilian Barros O. Almeida – Que ótimo, está á maior pressão lá para a gente. Acredito que vai.

Presidente Márcio Meira - A gente está tentando fazer tudo para fazer antes do final do ano.

Lilian Barros O. Almeida – E ai a idéia é expandir isto para todas as demais terras indígenas que existem conflitos.

Presidente Márcio Meira - Na medida em que a gente consiga fazer isso, essa agora significa o seguinte, quer dizer se faz uma, significa que é possível fazer isso depois em outros porque cria uma jurisprudência favorável. Então é claro que isso ai não é assim viu gente, assim em qualquer coisa não, isto tem rigor, tem vários requisitos, não é.

Lilian Barros O. Almeida – Tem que ser comprovado o dano mesmo no processo administrativo.

Presidente Márcio Meira - Isto vai valer realmente só para aqueles casos em que haja o dano e que a União realmente, por exemplo, é o caso, vou dar um exemplo aqui, é o caso de terras indígenas Guarani ou Kaingang no Sul do Brasil que no final do século XIX, inicio do século passado o Estado Brasileiro levou para lá imigrantes europeus, então, por exemplo, alemães, italianos, poloneses foram trazidos da Europa para o Brasil e colonizou-se lá. São as avós aqui da nossa companheira Teresinha. É por isso que ela está aqui porque o Estado Brasileiro foi lá na Alemanha, na Itália e tal, pegou lá os parentes dela, a avó dela sei lá quem, avô, bisavô e trouxe para o Brasil. Ai colocou lá e levou e colocou lá está aqui esta terra é para vocês aqui, deu o titulo.

Só que este Estado Brasileiro naquela época não informou a bisavó dela que aquela terra era dos Guaranis, ou que aquela terra era dos Kaingang. Então o que está acontecendo hoje, ela está pagando aqui a pena dela aqui, das bisavós dela.

Mas na verdade tirando a brincadeira aqui com a Teresinha, na verdade é o seguinte, eu mesmo já fiz reuniões, por exemplo, como Presidente da FUNAI com 3, 4, 5 ou 6 famílias de descendentes de italianos, alemães lá de Santa Catarina e do Paraná, que já são 3ª geração, neto do pessoal que veio. Então esse pessoal não tem nada, eles tem ás vezes 5 hectares, são pequenos proprietários, são pessoas de bem, não são pessoas que foram para lá para roubar ninguém. Então não é justo que o Estado Brasileiro tenha colocado essas pessoas lá e agora que vai tirar, porque tem que resolver o direito dos indígenas que é um direito originário, anterior aos direitos deles, mas não é justo que eles saiam de lá assim.

Então é totalmente diferente de um grileiro, por exemplo, um grileiro na Amazônia, o cara lá que grilou uma terra lá pública, não tem titulo, expropriou, desmatou, cometeu as

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maiores atrocidades e ilegalidades, é muito diferente a situação, é diferente, por exemplo, lá da Raposa Serra do Sol o que aconteceu lá é diferente, agora nesses casos ai é que essa solução ela vem contribuir, porque que ela contribui? Porque ai a gente tem condições não só de solucionar o direito dos indígenas, como também solucionar o direito também desses cidadãos não indígenas que não necessariamente tem que ser inimigos dos indígenas ali da região. Podem conviver pacificamente ali vizinhos, trabalhando ali naquela região. E isso acontece muito principalmente no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina no Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e também um pouco no Nordeste.

Mas no Pará é outra situação, lá no meu estado o negócio é muito mais complexo, no nosso está lá a gente diz que lá não tem bala perdida, bala perdida é só lá no complexo do alemão, lá no Pará não tem bala perdida, só tem bala achada. Então eu estou falando aqui é de situações que acontecem principalmente, como eu falei, no Sul, Sudeste, Mato Grosso do Sul e também no Nordeste. Então essa solução que a Lilian está se referindo aqui, que o Presidente Lula pediu parra nós e nós fizemos. Porque o Presidente Lula vem pedindo mais a gente encontrou finalmente ai, e a gente tem que agradecer aqui ao Ministério da Justiça, porque nós conseguimos encontrar uma saída jurídica inovadora ai nesse caso para isso, sem precisar, embora a PEC possa ser ainda aprovada. O importante é que isso pode abrir um canal novo para que a gente solucione muitos conflitos nessas regiões ai, eu acho que vai ser positivo para os indígenas porque isso, em duvida nenhuma, vai baixar ai a tensão nessas regiões eu só estou acrescentando e obrigada pela reverencia.

Caboquinho – Caboquinho. Bem presidente baseado nesse relato que a Lilian fez e o senhor fez também, nós tivemos verificando uma preocupação que é quanto à questão das demarcações das terras indígenas, e na maioria das vezes, principalmente lá no nordeste onde o senhor falou, o senhor esqueceu de falar dos Xokleng em Santa Catarina.

Quanto à questão de desintrusada, pelo menos a minha área é demarcada, monologada, registrada desde 1984, mas não foi feito o desintrusamente. E isso como o senhor falou esses pequenos produtores, às vezes causam mais problemas do que certos grandes latifúndios, porque causa muito divergência entre índios da própria aldeia, muitos deles terminam casando, e isso vai causando cada dia, e a nossa proposta que quando fosse fazer a legalização da terra, fizesse por completa, não que desintrusando, outras fases.

Presidente Márcio Meira - Eu acho que essa medida vai ajudar, ela não vai solucionar todos os casos, porque tem casos em que o titulo não é de boa fé. Quando o titulo não é de boa fé ai não tem jeito, mas ela vai ajudar, vai sem dúvida nenhuma contribuir para a gente distencionar a questão de demarcação e desintrusão de terras indígenas no Brasil.

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Eu queria consultar se tem mais algum acréscimo mais alguma sugestão nesse ponto da subcomissão de assuntos legislativos além desses que já foi citado. Não havendo nenhum, o propósito de encaminhamento é de 5 minutos de intervalo para o lanche que a Teresinha já me informou.

Arão Marizê – Só para não perder a fala do Caboquinho, acredito que lá esteja mais fácil também porque a promotora abandonou a casa e ele está morando na casa da promotora.

Presidente Márcio Meira - É rapaz uma casa pequena, na beira do mar. Então 5 minutinhos aqui de intervalo.

Intervalo

Presidente Márcio Meira - A próxima Subcomissão é a Subcomissão de Acompanhamento de Empreendimentos com Impactos de Terras Indígenas. Função, fazer o acompanhamento de todos os projetos que tenham possibilidades de impactar terras indígenas, seja no âmbito do PAC ou outros em empreendimentos.

Pautas mais relevantes de liberações: estabelecimento de critérios para a definição de impactos diretos e indiretos de empreendimento de terras de povos indígenas; estabelecimento de mecanismos de participação dos povos indígenas na definição de prioridades e desenvolvimento do país; abertura de diálogo com a Casa Civil, para tratar das obras do PAC sobre os povos indígenas; regulamentação do componente indígena no processo de cerceamento ambiental de empreendimentos que afetam terras e povos indígenas; definição de procedimentos para a realização de consulta livre prévia informada prevista pela convenção 69 da OIT; participação no grupo de trabalho interministerial criado por vistas a elaboração da proposta de política nacional e gestão ambiental das terras indígenas, conforme portaria interministerial MJNMA 276 de 12 de setembro de 2008. Atividade realizada pela subcomissão: quatro seminários regionais com o objetivo de analisar, complementar e discutir as estagias fornecidas pela FUNAI com respeito aos empreendimentos que afetam as terras indígenas; prevista para 2011 a realização de outros 6 seminários regionais.

Então está aberto ai para a subcomissão, Marquinhos.

Marcos Xukuru – Marcos Xukuru da Região Nordeste e Leste. Tem um acréscimo que a gente quer fazer, a proposta para 2011 e o único que já trata sobre a questão da realização dos próximos seis seminários regionais sobre Empreendimentos que Afetam Terras Indígenas, a continuidade dele agora é garantir isso.

2º - recomendar o Ministério do Meio Ambiente que solicite a participação do IBAMA nos Seminários Regionais de empreendimentos tendo em vista que o mesmo é responsável pela

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condução e coordenação do licenciamento ambiental. O IBAMA tem sido convidado para a Subcomissão, tem sido convidado para os seminários, mas não tem comparecido e isso é um prejuízo imenso para a gente e ai a gente quer reforçar isso também na Subcomissão. Ela é membro efetivo da Subcomissão e até hoje dentro do processo de instalação até hoje a gente não tem ninguém do IBAMA que compareça a essa Subcomissão, isso fica muito difícil para a gente dialogar enfim, conversarmos sobre esta questão dos empreendimentos.

3º - recomendação do Conselho Nacional de Meio Ambiente, CONAMA que discuta na próxima reunião a regulamentação do componente indígena no licenciamento ambiental dos empreendimentos que afetam povos e terras indígenas, envolvendo os órgãos responsáveis, como o IBAMA e a FUNAI entre outros.

4º - solicitar do Ministério do Planejamento uma apresentação na CNPI do programa do PAC 2 com o objetivo de que a comissão tenha, a comissão tome conhecimento do que está planejado para o exercício de 2011/2014 e possa tecer recomendações bem como acompanhar a implementação do principal programa de infra estrutura do governo federal.

Isso porque também a gente entende a importância dessa Comissão e um programa como esse, não tem passado por essa Comissão e quando o governo o próprio governo Lula, trata de que as questões todas têm que passar por essa Comissão e temos representantes da Casa Civil inclusive nesta comissão e preparar, foi feito esse programa no PAC e qual foi a participação efetiva dessa comissão? ou do movimento indígena ou das lideranças indígenas neste aspecto que a gente sabe que afetam as terras indígenas? Então por isso a gente gostaria de solicitar essa apresentação aqui na CNPI.

E por fim a gente tem sim de convidar a Presidente Dilma, em reunião da plenária da CNPI tendo em vista que esta foi convidada já na época algumas vezes, quando era Ministra, infelizmente nós não tivemos a honra de tê-la nessa Comissão para discutirmos e ai a gente reitera o convite já enquanto Presidenta participar de uma plenária nesta reunião da CNPI.

Presidente Márcio Meira - Certo, há mais alguém da Subcomissão que quer, Marcela quer complementar, o Brasílio também depois.

Marcela Menezes – Marcela, FUNAI. Eu acho que a grande reflexão que a gente fez na Subcomissão, da parte do governo é que a gente avançou muito na proposição de procedimentos e no acompanhamento de empreendimentos que impactam povos e terras indígenas.

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A gente apresentou aqui o procedimento que a FUNAI tem a necessidade de melhorar cada vez mais o próprio novo estatuto estabelece um procedimento de consulta, trata sobre a matéria e a gente tem avançado e tem visto isto nos seminários que agente tem feito seminários regionais. A importância de repassar essa informação, de melhorar este procedimento e como desafio que a gente está colocando aqui por isso todas estas pautas para o CONAMA e para o IBAMA, é que esta questão de licenciamento ambiental e povos indígenas seja mesmo objeto de uma matéria de regulamentação na legislação. Porque a gente tem tido uma prática que é positiva do ponto de vista da FUNAI, de acompanhar isso, mas ela não é suficiente para enfrentar a realidade toda. E também não é ela sozinha, a FUNAI que coordena isso que, porque ela não é o órgão licenciador.

Então o que a gente tem visto é que a Subcomissão quis tomar conhecimento dessa realidade e empreendimento está tomando nesses seminários regionais que tem sido a participação indígena tem sido grande, a gente tem feito um bom levantamento da situação, mas a função da CNPI é indicar políticas, então seria super importante que no próximo exercício, mesmo que os seminários ainda não tenham concluído, mas que a gente possa iniciar um dialogo com o IBAMA, com o Ministério do Meio Ambiente, com o próprio CONAMA, para propor uma legislação que deixe claro, como deve ser esse relacionamento de empreendimento, baseado nas praticas que a própria FUNAI tem tido e que tudo.

Acho que este governo avançou muito nesse dialogo, mas precisa consolidar em termos de legislação. Então é isso.

Presidente Márcio Meira - Eu acho muito importante registrar também que agora a partir do ano que vem como já foi dito pela presidenta, o PAC vai ser coordenado pelo Ministério do Planejamento, não é mais pela Casa Civil. Então a gente também quando, neste item 4 aqui a gente já pode até também solicitar que a equipe nova que vai estar no planejamento e coordena este programa possa vir fazer essa apresentação aqui, do PAC 2 para nós. Acho que é interessante a Miriam Belchior que é a nova Ministra é quem coordenava o PAC e conhece bem o tema, conhece bem a questão da relação com a FUNAI, tem sido uma pessoa que acompanhou esse processo todo, pode favorecer esse acompanhamento. Brasílio

Brasílio Priprá – Brasilio Priprá do povo Xokleng Santa Catarina. Presidente o que a gente percebeu acho que toda a comunidade, nós que fazemos parte da comissão de grandes empreendimentos é que na verdade é um trabalho assim muito importante, nem nós mesmos achávamos que seria tão importante a gente fazer estes encontros seminários, sobre os grandes empreendimentos, a gente percebeu que as pessoas que vieram ali, todas elas vieram e na verdade trouxeram aquilo que precisava passar até para a FUNAI isso foi

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bom para o próprio governo, eu acho que estes 4 que a gente fez foi um aprendizado muito bom e para as comunidades que vieram também saíram muito feliz do assim de poder passar, dizer o que esta acontecendo, quais são os empreendimentos, então assim foi muito importante para nós um aprendizado e para eles também ficaram muito assim tranquilos de poder, assim estar colaborando com nós, nós colaborando com eles e eles com a FUNAI e com o próprio governo também relatando aquilo que precisava ser passado e a FUNAI também precisava saber.

Então acho que foi importante, acho que até por isso que a gente deixa aqui uma preocupação e gostaria que isso os outros 6 acontecessem no ano que vem, que a nossa Presidenta Dilma ela tivesse uma sequência para que outros estados, outras comunidades, faltando ainda 6, mais da metade do país traga também as suas reivindicações as suas idéias os seus pensamentos sobre o s grandes empreendimentos porque na verdade são as pessoas interessadas, afetadas e eles também tem propostas, eles também tem muita coisa para passar para nós, para nós aprender e a gente aprender com eles também. É isto que vou deixar, obrigado.

Presidente Márcio Meira - Pierlângela.

Pierlângela Wapichana - Eu queria fazer uma pergunta aqui, que é esta questão do licenciamento ambiental, nós discutimos bastante durante este período e eu queria saber assim pela FUNAI como foi e como é que está, a Marcela pode falar sobre isso, os licenciamentos ambientais para as terras indígenas, quantas durante este ano foram dados, como é que está este processo dentro das questões que nós acompanhamos e que a FUNAI acompanha e que claro tem conhecimento de que obras que já estão ai que são impactantes.

Porque algumas a gente já conhece e outras não eu queria saber sés podem nos colocar, como é que anda, quais são as obras importantes, que já tem autorização dentro do PAC, porque se está discutindo o PAC, a meu ver, a gente tem que saber que obra já tem licenciamento e que já vão impactar os povos indígenas. Porque são processos que estão em andamento. Fazer avaliação do PAC é importante, mas já também trabalhar em cima do que, que se conseguiu fazer e de que não se conseguiu fazer, quais são essas obras, porque o nosso grande debate aqui foi isso.

Sempre a gente pautou esta questão dos empreendimentos em terras indígenas, a questão do licenciamento a FUNAI fez todo esse trabalho, que foi muito bom. Mas quem da este respaldo também é o IBAMA, quem dÁ o licenciamento é o IBAMA e a gente precisa saber quantas dessas terras indígenas, quantas já tem esse, durante 2010, o que, quantos licenciamentos ambientais e quais são essas obras, é importante.

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Presidente Márcio Meira - Não sei se a Marcela pode responder logo antes do Ak Jabor, porque o Ak´Jabor se inscreveu também. Quer escutar primeiro a resposta dela.

Marcela – A gente repassou para a CNPI aquela lista dos empreendimentos, não lembro se foi a 2 anos atrás, mais ou menos, aquela listagem ai os seminários nós estamos atualizando isso, porque tem muito empreendimento que não chega na FUNAI como processo, muita coisa que acontece ali nas regiões que a gente não tem tanto conhecimento e nós fizemos agora um balanço que a FUNAI é obrigada a fazer para apresentar a MJ, a gente fez um balanço lá do que, que a gente acompanhou, posso ver se eu consigo trazer aqui amanhã, agora em termos do que, quais foram os processos que a gente acompanhou, qual é a terra indígena isso a gente fez nesse exercício na gestão do Presidente Marcio. O que a gente conseguiu acompanhar, não sei se vai ter tanto detalhes assim a etapa da licença e tal, mas de fato a gente conseguiu acompanhar vários processos ai nisso e eu posso trazer amanhã.

Presidente Márcio Meira - Ak´Jabor depois Helington.

Ak´Jabor – Ak´Jabor Kayapó, Estado do Pará. Senhor Presidente eu quero saber também, já que tem nome do governo, FUNAI, IBAMA, indígena, então quer dizer Ministério da Justiça, do governo, IBAMA é do governo, FUNAI é do governo e vocês sabem muito bem que nós indígenas nós estamos, nós ficamos a área como do governo, nós estamos na área do governo, como área de terra da União.

Já que nós muitas lideranças já foi ameaçada pela terra, muitas lideranças e também e alguns de nossos companheiros de trabalho da FUNAI também já foram ameaçados pela terra. Então o que é que eu estou pensando comigo, vocês já sabem, os senhores já sabem muito bem, comigo que eu aprendi com isso, porque com esse empreendimento que eu estou colocando isso para ver se vocês, a FUNAI, Ministério o governo tem que pensar isso para ver como é que nós podemos fazer para que nós tenhamos proteção.

Agora nesse momento que nós indígenas tirar os garimpeiros, os garimpeiros estão ameaçando a gente. Então qual de nós tem como nós defender. Nós não temos armas, funcionário da FUNAI também não tem armas. Se um funcionário da FUNAI que para usar armas para defender a terra justamente com índio, então tem alguns garimpeiros, madeireiros, invasores que podem até ameaçar ele também.

Então isso aqui eu no meu ponto de vista que eu aprendi com isso comigo. Fui ameaçado pelo nosso colega da FUNAI lá e ele não tem arma que eu perguntei, como é que é, como é que você defender de vocês mesmos, falei se não tem, se nós vamos pegar armas a polícia vai prender.

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Então isso que eu quero falar para o senhor, para ver se vocês fazem um porte de arma, para ver se aprender porte de arma para o funcionário da FUNAI para usar também justamente com o IBAMA, o IBAMA esta usando arma, só o IBAMA está usando arma, federal está usando arma, federal e IBAMA vem tirar o garimpeiro, tirar os madeireiros, tirar os posseiros, tirar o pessoal ele leva a arma deles para fora e nós ficar sem nada, não tem como se defender.

Então por isso que eu quero pedir ao senhor para ver se caminhar, como é que nós podemos defender lá na base, na base mesmo que eu estou falando. Porque aqui é difícil mais lá na base que é muito fácil, que é federal e IBAMA que vai tirar, juntamente com a FUNAI, tirar as pessoas para fora ai sim, já vem culpar a gente.

Então isso que eu quero colocar para vocês. A CNPI junto também com o Presidente da CNPI e o Presidente da FUNAI encaminhar isso para ver como é que nós podemos usar arma também para se defender pra próprios seus direitos lá. Isso que eu quero colocar.

Presidente Márcio Meira - Eu vou responder logo em seguida Helington quer falar. Eu vou responder então primeiro.

Esta questão que a Ak´Jabor está levantando é muito importante, porque ela tem, ela diz respeito a regulamentação do poder de polícia da FUNAI. A FUNAI na lei que criou a FUNAI está estabelecida que a FUNAI tem poder de polícia, quer dizer isso está estabelecido em lei. No decreto que estabelece o estatuto da FUNAI foi colocada lá também esta questão do poder de polícia, mas a gente precisa regulamentar isso inclusive tem necessidade de mudanças legislativas também, eu não tenho conhecimento detalhado, estou aqui olhando para a Lilian, para ver se ela pode ajudar a gente nisso ai, porque tem a questão do porte de arma que a FUNAI não está autorizada por lei, o IBAMA está, mais a FUNAI não está. Então nós temos que ter ai talvez este ponto que o Ak´Jabor está levantando aqui ele seja interessante ser incluído na pauta do próximo período em algum ponto de alguma Subcomissão ou um ponto geral, porque isto tem a ver com o poder de polícia da FUNAI.

Porque realmente o que ele está falando aqui só para quem não ouviu o relato dele, mas o relato dele não é um relato hipotético, ele está falando de uma operação que foi feita esse ano agora no mês de outubro agora, a FUNAI coordenou junto com a Polícia Federal, junto com o IBAMA uma operação lá na Terra Indígena Kaiapó e nós fechamos o garimpo lá, um garimpo que já estava um tempão lá na área dos Gorotire que era um garimpo ali encruado há muito tempo. Por solicitação da comunidade que estava sendo prejudicado, o Rio Fresco que é o rio que passa lá onde o garimpo funcionava, poluía toda as águas do rio e as aldeias estavam todas sendo atingida.

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Então nós fizemos a operação, o que, que acontece a operação foi lá e fechou, pegou as máquinas, destruiu as máquinas, retirou todos os garimpeiros de lá ai depois que a operação termina ai o que, que acontecem os nossos funcionários da FUNAI que ficam lá e os indígenas ficam sendo ameaçados pelos garimpeiros que foram retirados da área e ai não pode ter o porte de arma, não tem como se defender, manter a vigilância da fiscalização ali. Eu acho que é importante essa colocação dele para que a gente possa efetivamente priorizar essa questão da regulamentação do poder de polícia, que implica em mudanças legislativas, estatuto do desarmamento, então a resposta é essa viu Ak’Jabor que a gente precisa realmente mudar a legislação para a FUNAI poder ter esse mesmo poder que o IBAMA tem. O estatuto a gente discutiu sobre isso, só que como o estatuto é um projeto de lei, se ele for aprovado ai é uma lei que substitui, ai muda a lei, lá no nosso estatuto a gente trata desse assunto teria que ver se a gente no estatuto precisa modificar ou corrigir alguma coisa em função dessa lei do desamamento, para poder exatamente corrigir esse ponto, para garantir que a FUNAI atua, isso realmente é uma questão, ..... então ou pode ser alterado o estatuto do desamamento o que seria mais rápido, ou via ao Estatuto dos Povos Indígenas, então ai tem que analisar a melhor maneira jurídica para resolver isso, legislativo.

O fato é que realmente existe um problema que a Ak’Jabor levantou que é real, que nós precisamos tratar e resolver esta questão. Helington.

Helington Gavião – Helington da Região Amazônica. Bom eu acho, presidente, um tema muito polemico para mim e também preocupantes para cada um de nós que está aqui, discutindo esse tema do impedimento, até eu estava colocando a minha preocupação para uma Marcela, os parentes que estavam fazendo parte da subcomissão, a gente sabe muito bem que foi realizado pelo menos 4 seminários regionais, para discutir sobre esse tema e tem ainda mais seminários para ser realizado nesse ano que vem, mas com certeza, parente, tanto representante do governo, eu para mim não posso dizer assim, que isso é importante a gente estar realizando, fazer levantamento de projetos do impacto das terras indígenas, até porque eu acho que a gente tem que se preocupar em duas partes.

Claro que é necessário a gente fazer levantamento desses projetos, desses grandes projetos que possam trazer impacto das terras indígenas, e ao mesmo tempo a gente tem que pensar parente, principalmente nós indígenas, de que forma, de qual momento que a gente poderia estar fazendo parte desse processo de acompanhamento, de construção de qualquer obra, e a gente não pode simplesmente fazer levantamento dos projetos que possam impactar as terras indígenas.

A minha preocupação maior é isso, de que forma a gente pode efetivamente acompanhar, desde estudos, tanto também quanto construção da obra do impacto. Também na gestão da

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compensação de empreendimento. A minha preocupação maior é isso até porque, no estado de Rondônia você sabe muito bem, tem vários projetos tanto também PCH tanto também o BR, que vai trazer com certeza impacto, para as terras indígenas, e tem aquele projeto dos projetos grandes que esta sendo construída dos empreendimentos no rio Madeira, com certeza a maior parte das terras indígenas vai ser atingidos e, além disso, tem vários ainda projetos já quase no final do seu estudo, então eu acho que com certeza a gente tem que começar a se preocupar tanto também com a realização desses seminários. Fazer levantamento desses grandes empreendimentos e depois a gente se preocupar de que forma a gente poderia estar fazendo parte desse processo de construção, tanto também na elaboração desses grandes estudos, tanto também esses projetos de médio e longo prazo desses projetos, e acompanhar mais de perto esse empreendimento.

Outra questão aqui o meu liderança Henrique estava sugerindo e esse negócio da FUNAI ter o poder de polícia e onde que queria saber de ti, já que você é pai de um funcionário e é uma preocupação muito grande, eu lembro que a gente, eu acho que em 2006, com certeza o movimento indígena ainda não era na sua gestão, em 2006 aconteceu a Conferência Nacional dos Povos Indígenas, onde o movimento indígena tirou essa proposta para encaminhar para o governo, para que a FUNAI, tenha poder da polícia para defender territórios indígenas da invasão.

Eu queria entender melhor se os funcionários vão ter números suficientes tanto também se atuar na fiscalização, se vai ter direito de usar a arma. Nesse momento é uma questão complicada você, sabe muito bem que essa lei que vocês estavam falando agora que desarmamento da arma de qualquer cidadão, será que a FUNAI vai ter direito de usar a arma durante tanta operação, fiscalização, dos territórios indígenas, mas será que a FUNAI nesse momento, eu tenho a maior preocupação, porque ainda a FUNAI, tem aquela visão não a FUNAI siglas, os funcionários antigos, tem ainda a visão política, antiga do SPI, poder autoritário, com certeza já que foi regulamentado, garantido ao poder da FUNAI se atuar como polícia, com certeza vai querer usar poder dele para também prender os índios, sei lá uma coisa assim, essa é a minha preocupação maior.

Presidente Márcio Meira - Primeiro eu vou responder pela segunda parte porque, quando a gente fala em poder de polícia da FUNAI, não estou falando só do porte de arma, o porte de arma é um detalhe pequeno até do poder de polícia. Quando a gente fala do poder de polícia que precisa ser regulamentado é que, por exemplo, é que se um madeireiro entra na terra indígena e o funcionário da FUNAI flagra o madeireiro, hoje ele não pode exercer plenamente a sua capacidade de prender o camarada, ele precisar chamar o cara do IBAMA ou da Polícia Federal para poder prender o sujeito, até ele fazer isso o cara já foi embora.

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Não é a questão do porte de arma, o porte de arma, digamos assim ajuda num determinado momento de tensão máxima, em que precisa se defender. Essa pergunta é boa se o ilícito está sendo feito, por um indígena em termos de apreensão de madeira ou outro ilícito, o Estado Brasileiro tem a obrigação de fazer cumprir a lei, e prender o cidadão que esta fazendo isso. Então o funcionário da FUNAI como é funcionário do Estado Brasileiro junto com o Policial Federal com o funcionário do IBAMA, ele vai ter que cumprir a lei, agora por isso que é muito importante que a regulamentação do poder de polícia, ele seja estabelecido com muita clareza, regras, para não ter abuso que eu acho que é a preocupação que o Helington levantou o funcionário da FUNAI não cometer abusos mais também ele não pode se omitir no caso de acontecer uma situação como essa.

Se o servidor qualquer um que seja quando é Polícia Federal é uma coisa, se o policial federal, por exemplo, comete algum abuso, ele vai para a corregedoria da Polícia Federal, e muitas vezes o policial é demitido, tem vários não é Lilian. A Lilian acompanha esses processos lá no Ministério da Justiça, toda vez que você tem processo na corregedoria, mesmo na FUNAI ou na Polícia Federal, vai parar na mão lá da consultoria jurídica, então a Lilian sabe que lá da FUNAI já foram vários demitidos, por mim, porque cometeram abusos e foram demitidos.

Agora a gente não pode, a corregedoria não é para dizer que os funcionários não prestam, pelo contrario, a corregedoria para dizer que os funcionários públicos, servidores públicos, prestam e faz um serviço bem feito, porque aqueles que não fazem são punidos. Então tanto na Polícia Federal, quanto na FUNAI, quanto no IBAMA, por isso que foi importante na FUNAI a gente criar corregedoria, porque não tinha hoje a corregedoria está lá funcionando. Só para vocês terem uma idéia o nosso balanço, porque assim como nós estamos fazendo o balanço da CNPI, nós elaboramos nosso balanço da FUNAI, fechando ai para transição, nós criamos mais de 100 comissões só esse ano. 100 só depois que a corregedoria foi criada para apurar irregularidade de servidores, só esse ano depois que a corregedoria foi criada, então por isso que é importante ter a corregedoria para não ter abuso, então regulamentação é feito para ter clareza e não ter abusos.

Com relação a tua preocupação aos empreendimentos, eu acho que bate com a preocupação da FUNAI também, nossa preocupação é igual, a gente não quer só que a gente tenha o processo por licenciamento, que tem que ser feito obrigatório por lei, mas que esse processo seja regulamentado, item 03 aqui que é a recomendação ao CONAMA exatamente eu acho que ela vem nesse sentido, essa regulamentação do componente indígena, do licenciamento, é importante porque ela vai estabelecer exatamente tudo isso que o Hellington levantou daí, como é que é, desde o inicio até o final do processo como é que há o acompanhamento disso por parte dosa indígenas e também por parte da FUNAI,

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em todo o processo, a gente já criou na prática esse procedimento, mais precisa regulamentar, nós avançamos, avançamos mais precisa regulamentar.

O que a preocupação da FUNAI que a Marcela levantou aqui de regulamentar, porque se amanha não estiver regulamentado e a FUNAI mudar de direção política, a nova direção política não tem nenhuma regulamentação que vai garantir que isso seja mantido. Então a preocupação nossa agora nós temos que regulamentar isso, porque regulamentando e combinando bem essa regulamentação, entra a FUNAI o IBAMA o Ministério do Meio Ambiente e todas as partes envolvidas, a gente tem condições de se tornar uma política pública, independentemente de quem é presidente da FUNAI de quem é dirigente do MMA, ou dirigente do IBAMA ou dirigente do Ministério da Justiça, quem é o coordenador geral de gestão ambiental, hoje é a Marcela, mas amanhã não sei quem vai ser, eu sou presidente da FUNAI hoje, amanhã não sei quem vai ser, independente de quem seja, a política está estabelecida numa regulamentação, é isso que a gente quer que avance no próximo período, por isso que esse ponto 3 é importante. Então eu acho que nós temos um acordo em relação a isso ai, não há divergências, concordo eu acho que o caminho é esse mesmo. Tem mais alguém.

Carlos Cota-GSI – Presidente eu acho que em relação a esta questão do porte de arma para os servidores da FUNAI eu acho que isso ai a gente tem que pensar muito, eu concordo inteiramente, eu acho que foi muito relevante à colocação da Pierlângela e do Marcos. Nós temos que estabelecer, será que os índios querem isso? Será que os servidores querem isso? Será que isso é justo para com os servidores? Quais servidores irão portar arma? Com que objetivo? Defesa pessoal, pra uso no exercício de suas atribuições? Então acho que é um caso a pensar.

Nós estamos vendo hoje que a criminalidade ela não está se intimidando de invadir quartel do exercito para tomar armamento, será que é justo a gente submeter a risco aqueles servidores da FUNAI que estão num posto lá num lugar ermo para serem alvos da criminalidade? E outra coisa, na hora que o servidor da FUNAI estiver armado, a pessoa que estiver cometendo ilícito e for abordada sabe disso e vai ter uma reação de quem vai enfrentar alguém que está armado.

Outra coisa a pessoa pensar que pode prover a própria segurança isso ai é uma falácia, Presidente isso é uma falácia, os policiais, morrem muitos policiais fora da atividade de serviço. Porque o policial quando ele está com a sua atividade de laser na sua atividade pessoal ele está na mesma situação de qualquer cidadão. Ai ele está em condições de inferioridade numérica, ele não está esperando, ele é surpreendido, eu acho que a gente tem que pensar com muito critério com relação a isso.

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E por exemplo, será que muitos policiais quando saem com suas famílias eles não saem armados, porque ele vai partir para o confronto com marginal estando com sua família? Vai trocar tiro com um bandido, para ver sua esposa seus filhos serem atingidos? Eu acho que isso é uma coisa que a gente tem que pensar e tem que ter uma discussão muito profunda com relação quase que, com se vai armar e outra coisa, será que é correto fazer isto com os servidores que já estão no órgão e, que ingressaram no órgão numa situação funcional, com o compromisso, será que agora ele vai ser obrigado a usar arma? Então acho que a gente teria de pensar, acho que esse é um tema que agente tem que tratar com muitíssimo cuidado.

Presidente Márcio Meira - Eu acho muito importante a sua colocação coronel, porque a gente que é civil não tem tanto conhecimento de quem é militar, quer dizer, que conhece esse tema, inclusive o senhor já atuou trabalhou na Polícia Federal também, o senhor é delegado da Polícia Federal é verdade, eu ás vezes eu acabo confundindo ás vezes essa composição.

Mas então essa contribuição sua é muito importante, que só ressalta o que eu chamei atenção no sentido de que nós temos de trabalhar a regulamentação disso de uma forma muito bem feita, porque se o servidor puder usar arma e no ato na sua função com poder de polícia em que condições podem ser feita, com todo o cuidado pode ser feita. Por isso que eu chamei atenção também que o poder de polícia não é apenas o uso, o porte de arma, o porte de arma é um elemento que pode até ser pequeno no âmbito do poder de polícia. E o poder de polícia também tem haver como, por exemplo, o pagamento de multas que a FUNAI pode aplicar multas, para pagamento de multas etc. Então por isso é muito importante a gente realmente detalhar isso com muito cuidado. Eu estou de pleno acordo com a sua colocação. Capitão.

Capitão Potiguara – Capitão Potiguara Leste e Nordeste. A minha pergunta é ao coronel qual a diferença que faz de funcionário do IBAMA para funcionário da FUNAI? Porque eles são preparados os funcionários do IBAMA para ter porte de arma? E os funcionários da FUNAI eles tinham que ter uma preparação para receber o porte de arma?

Carlos Cota - GSI– Olha só é liberado o porte dentro de determinados critérios, isso ai é muito importante o senhor ter levantado isso capitão, porque além de tudo a pessoa tem que estar capacitada a usar a arma. E outra coisa, em consonância com os princípios de direitos humanos nenhuma instituição policial, nenhuma instituição que use e empregue arma ela faz, ela tem a preocuparão hoje em dia de adotar a doutrina do uso progressivo da força.

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Uma coisa é você usar os meios necessários para um determinado tipo de reação, o emprego da arma de fogo ela só se justifica diante de uma situação iminente de risco de confronto de que a pessoa esteja, a pessoa também esteja utilizando arma de fogo. Porque se você tem um servidor que ele o único equipamento que ele porta é arma de fogo e ele vai tentar, com o uso da força controlar outra pessoa, ele vai usar essa arma e arma vai ter efeito letal. Então que as polícias hoje observando os princípios dos direitos humanos estão empregando, outros instrumentos que não tenham efeito letal, ou seja, que possa dominar a pessoa sem causar graves lesões e sem colocar em risco a vida das pessoas. Então perfeitamente a sua indagação é pertinente e é relevante.

Presidente Márcio Meira - Muito bem, então acho que, este ponto foi devidamente esclarecido, acho que é um ponto a ser incluído na nossa pauta. E considero que os pontos levantados pela Subcomissão os pontos estão, serão acrescentados ai ao nosso balanço, na nossa pauta da CNPI no que tange a este tema. Vamos passar para a próxima.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia – Uma questão de ordem antes de passar para a próxima. Eu gostaria de pedir aqui, quem tem esses pontos acrescentar, a Karla está se propondo não nessas comissões subcomissões que foram relatadas agora, mas nas subcomissões, a próxima e as de amanhã. Tendo em vista que a gente está pensando em que cada um leve para casa já o seu material impresso ou o pendrive já com ele dentro e, por favor, nos alcance ainda antes ou apenas encerrar esta plenária de hoje. Que ainda hoje a noite, não é Karla é possível trabalhar um pouquinho mais e incluir para que fique impresso amanhã.

Outra coisa os coordenadores de grupo que fizeram as atas ontem das subcomissões que só passaram ela impressa, por favor, nós precisamos já digitalizados em pen drive ou de alguma forma, porque senão a Karla vai ter que digitar toda ela novamente e é mais complexo. Então quem tiver, os coordenadores nos alcançar hoje também para que a gente consiga colocar na memória da CNPI. Obrigada.

Presidente Márcio Meira - Bom eu vou passar para a próxima, eu estou propondo que a gente faça a leitura da próxima e ai a gente encerra nas atividades de hoje, que já são 6 e meia.

Então vamos para a próxima que é Subcomissão de Justiça, Segurança e Cidadania que tem como função propor diretrizes, instrumentos e normas para combater a criminalização de líderes indígenas e o genocídio.

As pautas mais relevantes e liberações: fim da criminalização e prisão arbitraria de lideranças indígenas especialmente as que lutam pelos direitos territoriais de seus povos e

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comunidades influenciando a soltura de índios detidos de forma injusta e arbitraria. Ai tem uma foto, é o delegado da Polícia Federal.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia – É o delegado que fez a explanação.

Presidente Márcio Meira - Parece mais não é, é o delegado Carlos Santos.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia – Carlos Santos isso.

Presidente Márcio Meira - É o delegado Carlos Santos, a Dra. Débora Duprat, então o pessoal da subcomissão ai tem, quem é da subcomissão, pautas mais relevantes e deliberações:

- Desconhecimento e falta de qualidade no tratamento dos servidores policiais para com os indígenas demonstrando falta de sensibilização e capacitação para trabalhar com os mesmos.

- Expedição de convite ao alto comissariado, alto comissário da ONU para que visite o Brasil, como resultado em 13 de agosto de 2008 o senhor James Anaya fez visita a CNPI, ocasião em que se reuniu com a bancada indígena para discussão de temas de interesse dos povos indígenas. Ai a foto da presença do nosso companheiro lá grande amigo da gente o James Anaya, eu estive com ele mais uma vez depois dessa reunião ai, lá nos Estados Unidos.

Pauta mais relevante e deliberações:

- Levantamento por parte das coordenações regionais da FUNAI sobre os indígenas que estão recolhidos no sistema prisional.

- Necessidade de edição de medidas provisória dada a urgência e relevância a fim de que as autoridades judiciais identifique os presos como indígenas e sejam obrigados a comunicar a FUNAI a prisão de qualquer indígena, as condições desses recolhimentos e o local para onde foram levados.

- Capacitação dos policiais federais que atuam em terras indígenas inclusão na matriz curricular na Secretaria Nacional de Segurança Pública e capacitação aos policiais e agentes penitenciários estaduais que atuam na apuração e no encarceramento em suas regiões.

- Que a FUNAI reitere aos juízes federais a possibilidade dos indígenas cumprirem pena em suas comunidades, visando com isso a contribuir para a recuperação dos infratores.

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- Estabelecimento de punição aos prefeitos pela não aplicação das verbas destinadas ao atendimento medico dos indígenas, como resultado do desvio de verbas.

- Criação no âmbito da Defensoria Pública da União de uma Defensoria Publica Indígena visando oferecer assistência jurídica gratuita aos indígenas que não possam arcar com os custos de um advogado.

- Expedição de convite ao alto comando do Ministério da Defesa para que apresente a posição da instituição sobre a questão de terras indígenas em região de fronteira e a relação desse tema com a soberania nacional.

Ok, então foram esse ai as pautas mais relevantes e deliberações, muitas dessas inclusive foram, me lembro de encaminhadas ai teve encaminhamentos, todas tiveram encaminhamentos. Agora vamos passar ai aos membros da Subcomissão.

Sandro Tuxá – Boa tarde, Sandro, pelo Leste e Nordeste, boa noite perdão acho que já é boa noite mesmo. Bem eu vou ler aqui o trabalho da nossa memória da nossa Subcomissão, mais ai eu peço posteriormente que nossos integrantes da Subcomissão possam acrescentar alguma coisa naquilo que não foi lembrado, que não foi dito aqui.

Memória da reunião da Subcomissão de Justiça, Segurança e Cidadania. Após vários relatos dos membros presentes na reunião houve um entendimento que não foi concluído o levantamento solicitado pela Subcomissão à FUNAI sobre os indígenas que estão no sistema prisional. Como recomendação, sugerimos que seja acrescentado ao texto do novo Estatuto dos Povos Indígenas, um artigo porque nós estivemos olhando e lendo o estatuto, então aqui uma proposta para que seja apreciada pela nossa plenária da CNPI, que como recomendação sugerimos que seja acrescentado ao novo texto do Estatuto dos Povos Indígenas um artigo que no qual venha a ser assegurada como norma no sistema prisional a identificação obrigatória dos indígenas presos, identificando sua localidade e povo bem como que seja informado ao órgão indigenista oficial.

Porque depois de muito nós solicitarmos do DEPEN eles também não tem dados reais e não se tem critérios, não tem uma norma a ser adotada quanto à identificação dos indígenas.

2º parágrafo, que seja acrescentado ao 1º parágrafo informando que das reuniões propostas pela nossa Subcomissão para serem realizadas não houve a reunião com o DEPEN, com o Departamento Penitenciário Nacional. Infelizmente não conseguimos ter essa reunião da Subcomissão com o DEPEN.

Que seja acrescentada ao parágrafo que relata sobre o convite expedido ao Ministério da Defesa que ai foi feito o convite ao Ministério da Defesa, que a solicitação foi atendida e

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como resultado houve apresentação realizada através do coronel Marinho do Ministério da Defesa e o Coronel Marinho fez a apresentação solicitada pela CNPI através da Subcomissão.

Que a proposta da criação no âmbito da Defensoria Pública da União de uma Defensoria Pública Indígena aqui a gente faz um relato, deu-se devido ao fato de haver várias reivindicações feitas pelos indígenas de não haver procuradores lotados da FUNAI suficientes para atender toda a demanda dos povos indígenas, que estão na grande maioria em constantes conflitos pela luta da garantia do seu território, exemplo, o povo Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul, os Pataxós e os Tupinambás na Bahia.

Entendemos que esta matéria ora trabalhada por esta Subcomissão apareceu no balanço da subcomissão dos assuntos legislativo, já como resultado e que deveria corrigir, e que a partir da presença do doutor Marcelo Cerqueira Freitas na reunião do CNPI o mesmo apresentou uma portaria disciplinar, que tem uma proposta da Procuradoria Geral Federal, uma portaria disciplinar que estabelece critérios para a atuação dos órgãos da procuradoria federal na devesa dos direitos indígenas, cujo conteúdo da referida minuta, ficou ao contento de todos, sobretudo porque a segura atuação dos procuradores federais nas ações civis criminais, trabalhistas e eleitorais.

Na reunião Saulo informou sobre o caso Avá-Canoeiro, são índios localizados na ilha do Bananal, no Tocantins, que esse grupo que foi extremamente reduzido devido ao conflito pela posse da terra, sobretudo no ano de 1973, a frente de atração da FUNAI levou 11 indígenas, para a Terra Indígena de Javaé, alegando que os mesmos teriam direito a terra própria, até hoje vive ali 19 pessoas entre adultos e crianças, que o mesmos vivem em condições de subordinação, uma vez que na época quando levados eles foram como prisioneiros de guerra, uma vez que dois povos eram inimigos históricos. Então até hoje esses indígenas não tem uma ocupação definitiva dentro do território Javaé e hoje querem ter o seu espaço assegurado.

Como encaminhamento solicitamos que seja incluída na pauta da próxima reunião a questão dos Avá-Canoeiro com a presença dos representantes do povo e juntamente com a antropóloga Patrícia Mendonça, que esta a frente desse trabalho através do próprio órgão FUNAI.

Continuando, que seja assegurado como ponta de pauta para a próxima reunião ordinária, o extraordinário no próximo ano a presença da apresentação do relatório da visita da CNPI através da Subcomissão de Justiça, Segurança e Cidadania, ao povo Cinta Larga, ao mesmo tempo em que seja assegurada a participação de 3 lideranças indígenas, do referido povo.

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A gente fez questão de mencionar aqui por que eles fizeram questão de dizer que queriam estar presente na hora da apresentação desse relatório, enviando convite que a gente não conseguiu lembrar os nomes, mas eu acho que nossa secretária Teresinha deve ter conhecimento dos nomes, convidando o procurador lotado na FUNAI, que eu só me lembrei do primeiro nome que é o Dr. Ilo lá de Cacoal ao coordenador da administração da FUNAI Cacoal, ao procurador do Ministério Público Federal que vem acompanhando o caso Cinta Larga, ao delegado da Polícia Federal responsável pela operação Roosevelt.

Participaram da reunião que foi o coordenador da reunião o nosso parente indígena Anastácio Peralta pela representação indígena Saulo e eu Sandro Tuxá, pela bancada indígena e pela bancada do governo ficou como coordenador na reunião o representante do GSI o doutor Carlos Ferreira Cota e seu Euclides Junior que veio pela ouvidoria da FUNAI e antes de terminar a minha fala nossa representante que não pode vir, se justificou muito bem, quer acrescentar alguma coisa no que tange a Polícia Federal.

Lilian Barros O. Almeida – Lilian do Ministério da Justiça. Outra proposta futura para o próximo ano seria tal como a Procuradoria Geral Federal, ela fez uma minuta de portaria, disciplinando como que os procuradores federais poderiam, digamos assim, representar juridicamente os índios, entendo que a Polícia Federal também visse que o único dispositivo que existe normativa hoje, é o dispositivo da constituição, no artigo 109 fala que cada justiça federal deve julgar casos em que envolvam disputas sobre direitos indígenas, e a partir daí a Polícia Federal não tem agido de maneira uniforme no Brasil todo no que tange a disputa de direitos indígenas e outras questões relacionadas aos indígenas.

Então a sugestão é de solicitar a Polícia Federal, talvez a coordenação de defesa institucional, que seja feita uma editada alguma regulamentação para que a Polícia Federal ela aja de maneira uniforme, inclusive para disciplinar quando que é da competência da Polícia Federal atuar em questões indígenas ou não, porque nós verificamos principalmente na Bahia que existe uma grande dificuldade, já em outros estados não, então o ideal seria uniformizá-la, ai seria uma proposta.

Sandro Tuxá - Não sei Presidente, mas talvez pelo próprio Ministério da Justiça na portaria do Ministério da Justiça orientando como.

Presidente Márcio Meira - Eu vejo com muito bom olhos isso porque, como a Polícia Federal, tanto a FUNAI quanto a Polícia Federal e também a CNPI todos somos Ministério da Justiça, então assim como a Procuradoria Geral Federal fez que é da AGU fez uma iniciativa como essa, acho que seria muito útil que entre na pauta ai da próxima, do próximo período que o Ministério da justiça possa definir junto com a Polícia Federal, quer

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dizer, a própria Polícia Federal pode contribuir, eu tenho certeza porque o delegado Muriel, por exemplo, tem sido um grande parceiro nosso da FUNAI e outros delegados. Então eu tenho certeza que tem como conduzir isso, quer dizer, conjuntamente, a CNPI, FUNAI e Polícia Federal como uma regulamentação. Acho que seria muito interessante para o próximo período colocar como pauta. Acho que é uma boa idéia isso.

Sandro Tuxá – E os outros 2 pontos estão aprovados para que sejam contemplados na próxima reunião?

Presidente Márcio Meira - Os outros 2 pontos são aqueles dos Avá-Canoeiros e também a dos Cintas Largas. Sim a das Cintas Largas já estava inclusive pautado e dos Avá-Canoeiros também. A gente pode convidar até o Milton Nascimento para vir cantar aquela música linda que ele fez para os Avá-Canoeiros, você sabe não é? Porque na época que aconteceu esse fenômeno, esse fato também foi um fenômeno, porque uma coisa absurda que aconteceu dos Avá-Canoeiros, o Milton Nascimento grande músico, ele fez uma música em homenagem aos Avá-Canoeiros, uma música belíssima em homenagem ao povo Avá-Canoeiro.

Saulo Feitosa – Só comentar, aproveitar que a gente está falando, eu acho que realmente essa proposta dos Avá-Canoeiros, porque independente da necessidade que eles tem de ter sua terra demarcada, a própria reparação que o estado tem que fazer, essas pessoas que vivem nessa condição de cativeiro, desde 73, acho que é importante para eles também a CNPI poder ouvi-los, eles antes não queriam falar, agora querem falar,. A FUNAI já tem conhecimento disso através do GT que estava identificando a terra dos Avá-Canoeiros, acho que vai ser muito bom eles poderem ter a oportunidade aqui serem ouvidos por todos nós e ai se da algum encaminhamento.

Presidente Márcio Meira - Acho que essa idéia, gostei muito de ter vindo á tona essa questão dos Avá-Canoeiros. Tem outras questões que certamente virão á tona ainda de reparações. Eu acho que é um pouco o que o Saulo falou, tem casos de reparações que precisam ser tratados, acho que a CNPI precisa no próximo período pautar essa questão também.

Eu tenho outros exemplos ai que a gente poderá identificar e que no mínimo a CNPI poder abrir um espaço para ouvir esses povos, muitas vezes são, se a gente pudesse chamar aqui o índio do buraco, como ele é conhecido, por exemplo, mas a gente não pode, porque senão não daria, porque ele está lá sem contato. Mas estou dando um exemplo extremo, mas o fato é que existem povos que foram violados no extremo do seu direito humano. Foram como é o caso do índio do buraco que é o único sobrevivente de um povo. E ele mora dentro de um buraco, por isso que ele é conhecido como índio do buraco. Então tem o caso

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também dos Mutsú(?) que acho que são uns 4 só sobreviventes, aqueles 2 lá do Maranhão que foram encontrados.

Então tem situações de povos que sofreram violação extrema, isso no período recente, olha ai o nosso companheiro assessor aqui para assuntos internacionais da FUNAI, verdade não estou brincando não, o André.

Eu me esqueci de apresentar o André para vocês aqui ele está participando aqui da nossa comissão, ele é recém-concursado da FUNAI, está trabalhando na FUNAI há três meses e ele está trabalhando na assessoria de relações internacionais, que nós criamos na nova estrutura da FUNAI, ele e o Filipe, o Filipe está viajando, está no Equador agora acompanhando o Paulo Pankararu numa reunião lá que a FUNAI foi convidada e os dois estão coordenando lá os trabalhos junto com a assessoria e tem sido muito importante, já participou de varias pautas internacionais. E como a gente tem interesse muito que essa pauta internacional também ganhe uma relevância aqui da própria CNPI na FUNAI o André está participando ai com a gente.

Marcos Xucuru – Presidente antes mesmo de ler, eu estou com uma dúvida e eu gostaria da Subcomissão saber em relação a esta questão que trata também da criminalização, que eu vi colocando sobre a questão da criminalização das lideranças indígenas. Eu lembro que teve um momento, não sei se foi na Subcomissão, ou foi na plenária, que a gente tratou em relações porque a gente tem problemas sérios com alguns juízes que tomam algumas decisões de forma que venha a prejudicar e condenar, um caso que a gente está sofrendo isso na ponta lá, principalmente lá no território Xukuru, foi de dar uma conversada, haver conciliado e conversado com o Conselho Nacional de Justiça, eu não sei como ficou isso e se a Subcomissão, ai não estou lembrado se foi na Subcomissão ou se foi na plenária que houve uma conversa sobre isso. Para ter uma reunião, acho que ter uma conversa com eles, explicar um pouco a Subcomissão, eu não sei se nós tivemos.

Presidente Márcio Meira - Acho que se houve um encaminhamento desse e não houve retorno ainda, então é bom realmente a gente retomar. É importante destacar que o CNJ, na atual gestão do CNJ a gente teve uma aproximação interessante com eles através da Coordenação Geral de Promoção de Direitos Sociais na FUNAI, então seria interessante talvez lá com eles conseguir este contato. Porque a Irania, a equipe dela lá conseguiu desenvolver um trabalho de aproximação com eles e fizemos uma ação muito importante agora lá no Mato grosso do Sul com o CNJ, de Registro Civil de Indígenas urbanos, principalmente em Campo Grande, uma grande ação com o CNJ de mutirão de documentação etc. Então talvez via o pessoal de CG PDS a gente podia ter esse contato com o CNJ. A gente reitera. Bom, considero que ficou aprovado ai esses acréscimos ao balanço ai da Subcomissão, eu vou ler aqui a letra da música, na verdade a música quem

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canta é o Milton Nascimento, mais eu estou vendo aqui que a letra a composição na verdade não é dele, a composição é do Nelson Ângelo e do Fernando Brant, o Fernando Brant é um compositor de Minas Gerais e o Nelson Ângelo eu não lembro agora de onde ele é. O Saulo e o Sandro vão cantar.

Sandro Tuxá – Como o Saulo já começou Presidente, vamos ceder à honra.

Presidente Márcio Meira - Vou ler a letra aqui para vocês, quem não conhece vai poder conhecer. Chama Canoa, Canoa o nome da música “Canoa, canoa desce no meio do Rio Araguaia desce, no meio da noite alta da floresta, levando a solidão e a coragem dos homens que são Avá, Ava-Canoeiro, Avá, Canoeiro, Ava-Canoeiro prefere as águas, Ava canoeiro prefere o rio, Ava canoeiro prefere os peixes, Ava-Canoeiro prefere remar. Avá prefere pescar, Avá prefere pescar, dourado arraia, grumatá, piracara, pirandira, jatuarana, taiabucu, piracanjuba, peixe mulher, Ava-Canoeiro, quer viver, Ava-Canoeiro só quer pescar, dourado, arraia e grumatá, piracanjuba, peixe mulher”.

Palmas para Fernando Brant, Nelson Angeles, Milton Nascimento e para os Ava -Canoeiros principalmente, se vocês gostaram da letra comigo aqui falando, com essa voz horrível, não sei se vocês repararam que a minha voz está a três semanas assim, imagina vocês ouvirem a musica na voz do Milton Nascimento. Então quem sabe a gente de hoje para amanhã ter acesso a musica, e vocês poderem ouvir.

Saulo Feitosa – Eu acho que a sua sugestão e muito boa, na ocasião que vierem aqui os Ava-Canoeiro, Convidar alguém de preferência o próprio Milton Nascimento, ou alguém que possa interpretar a musica, eu acho que é um momento que poderia dar visibilidade, convocar a imprensa seria muito bom.

Presidente Márcio Meira - Sem duvida. Vamos convidar o Milton Nascimento, e convidar caso ele não possa, alguém que possa interpretar a musica, o convite será feito, Teresinha você está anotando ai, nós vamos convidar o Milton Nascimento para vir para poder cantar a musica aqui, se ele não puder vir a gente convida outro interprete, para cantar, e agora tenho a informação que está disponível agora no YouTube agora a música, quem quiser e poder tem como trazer aqui. Então amanhã nós vamos ouvir a musica Canoa-Canoa, para abrir os trabalhos de amanhã. Então boa noite a todos, até amanhã, amanhã nós começamos a que horas Teresinha?.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia – 09:00h.

Presidente Márcio Meira - Então amanhã 09:00h.

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Dia 17 - Manhã

Vice-Presidente Aloysio Guapindaia - Vamos lá gente Bom dia, vamos abrir a pauta do 2º dia da plenária, o Presidente Marcio Meira, está com outra agenda e pediu para eu presidir a reunião de hoje, eventualmente ele vai também se fazer presente no período da manhã, porque à tarde ele está com uma agenda com o Presidente Lula e nós vamos dar continuidade a tarde, ok.

Tenho aqui na seqüência das Subcomissões a apresentação a de educação e a saúde vai entrar por 2º porque o secretario Antônio Alves nos pediu também que pudesse logo fazer a apresentação porque na agenda ele estaria por último e seria no período da tarde e a tarde o secretario tem compromisso, com o Presidente também. Exatamente é o mesmo compromisso do Presidente Márcio Meira. Então a professora Francisca vai apresentar a da educação, então vamos lá. Na seqüência a saúde.

Professora Francisca Pareci - Bom dia a todos e a todas, Francisca Navantino, Mato Grosso. Aproveito a oportunidade para me, acho que já foi justificada a minha ausência de ontem, aproveito para justificar a de hoje novamente, por conta de que nós estamos numa atividade de trabalho junto ao MEC e com a constituição, criação da Comissão Nacional da Educação Escolar Indígena no MEC, nós estamos com uma agenda de trabalho bastante carregada e uma delas eu tenho a responsabilidade de coordenar. Então por isso que eu fiz questão de vir agora para apresentar a da educação, porque nós fizemos o trabalho da nossa Subcomissão.

A nossa Subcomissão se reuniu dia 15, estava eu a professora Pierlângela a Deusuleide, Sirlene, professor Luiz Donizete, onde nós trouxemos e pudemos fazer um apanhado sobre um balanço e umas discussões sobre a educação escolar indígena. Penso que os senhores já estão com eles nas mãos, a ata da nossa reunião ela é bem sucinta e ainda temos algumas outras complementações, mais eu queria frisar aqui uma das discussões que nós tivemos, o balanço da educação escolar indígena em 2010 do que nós encaminhamos como Subcomissão de Educação Escolar Indígena.

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Então depois que nós com a criação da CNPI a educação escolar indígena, a Subcomissão se debruçou em algumas demandas muito importantes que vinham acumulando ao longo desses anos. Depois da Constituição Federal, depois da LDB o processo de toda implementação das políticas. E ai a gente começa a fazer a discussão sobre a implementação dessas demandas. E uma das principais que a gente inclusive coloca aqui, alguns seminários que foram realizados, políticas de financiamento, fortalecimento da equipe do MEC que até agora a gente não se debruçou nisso, tem o entendimento que durante esse período a gente se dedicou muito mais a questão das demandas e também um pouco da pauta muito mais da FUNAI do que das outras, de outros segmentos de outros Ministérios. E uma das questões que estava pendente, o Presidente colocou aqui já, que foram tiradas inclusive dos seminários, que tem a ver com o que aqui debruçou, que foi a Conferência, foi a pauta principal e a CNPI tem uma grande responsabilidade nisso, porque a Conferência só saiu a partir do momento que assumimos essa responsabilidade, muito importante, já era necessário mesmo que essa Conferência pudesse fazer uma análise das políticas e da própria legislação brasileira na pauta da educação escolar indígena. Então uma delas, é a Conferência, a gente coloca lá em baixo, mais assim, dentro deste balanço eu vou seguindo esse roteiro, porque ele é um roteiro assim bem sucinto, não vou me alongar muito também, mas a gente vai para discussões assim bem rapidamente.

Mas assim, nós colocamos aqui os seminários do ensino superior que foram colocados nesses seminários se tira também dentro da pauta da educação, da Conferência de Educação Escolar Indígena. Nós colocamos aqui os encaminhamentos propostos, uma delas, das recomendações que nós fizemos Conferência Nacional, Plano Nacional de Educação, que também foi uma pauta muito importante da nossa Subcomissão e também da CNPI que deliberou aquela avaliação independente, que a FUNAI assumiu a responsabilidade e que agora a gente quer que seja publicada.

Fizemos estas recomendações que vocês estão vendo aí. A constituição do trabalho, fizemos também e também a disponibilização para o MEC desse novo PNE que já está circulando, foi encaminhada para o Congresso para que a gente possa começar a fazer uma análise. Então nós temos ai o Plano Nacional de Educação, a Conferência Nacional e temos também a elaboração para educação das diretrizes.

As diretrizes que também a gente considera muito importante, então essas três matérias e mais outras que a gente, ainda vai, nós temos outro relatório que não está aqui no momento, a gente está fechando ele para acrescentar, mas da pauta principal de tudo o que nós discutimos, nós temos ai do balanço, eu estou falando do balanço, nós temos a Conferência que foi primordial, muito importante para nós que dela deliberou uma serie de demandas e também propostas de políticas para educação. E ai vem uma questão muito importante que são os territórios educacionais.

Os territórios foram aprovados na Conferência desses territórios está desencadeando uma implementação delas nas comunidades indígenas nos estados, envolvendo varias

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instituições e que está na responsabilidade do MEC na responsabilidade da FUNAI, ou seja, a FUNAI e o MEC elas terão, tem essas responsabilidades de tocar os territórios educacionais. Dentro do próprio PNE que ontem saiu a publicação, já foi mandado para o Congresso, nas metas não aparecem claramente a educação escolar indígena, mas nas estratégias já estão posto a educação escolar indígena, que se tem para fazer.

Dentro dessa análise que nós fizemos, nós temos um trabalho para mais de 10 anos pela frente ainda. Muita coisa para acontecer, muita coisa começou-se agora, então o balanço que a gente fez e que depois a Piezinha que esteve comigo participando ela vai poder se manifestar, nós temos muita coisa para ser feita, nós começamos apenas. Penso que a CNPI deu uma alavancada, mas o que nós temos de implementação de ações ainda para serem feitas é muito grande no campo da educação. Começando pela questão mesmo da própria implantação dos territórios.

Começa também pela situação mesmo do ensino superior e começa também principalmente que a gente está verificando ali muitas fragilidades ainda, apesar de todo esforço das instituições, ainda temos muita coisa para fazer. E dentro dessa questão como a FUNAI tem um papel definido, ali está colocado acompanhar e propor, mas para nós não é só acompanhar não, tem muito mais do que acompanhar, para acompanhar é muito superficial, da impressão que a FUNAI só vai ficar acompanhando e pronto, não é isso não. Ela tem uma responsabilidade muito grande na implementação e isso está posto inclusive saiu nas deliberações que nós estamos tendo lá no MEC esse está bem claro qual vai ser o papel da FUNAI desses novos encaminhamentos de implementações do que a CNPI fez nos encaminhamentos principais.

Outra coisa importante é no campo da própria educação básica indo para a educação superior. Nós temos ainda situações, por exemplo, não temos uma ausência ainda de políticas de financiamento, está muito confusa a historia do PIBID que foi implementado, muito do esforço que o MEC fez, mais ainda temos um gargalo muito grande. De anos atrás para cá, nós tivemos mudanças e aumento de uma demanda muito grande. Não está definido os papeis de determinados setores dentro do MEC, apesar do setor mesmo da CECAD a Coordenação de Educação Escolar Indígena, mais ela está sem nenhuma estrutura, essa é a nossa grande preocupação.

E é uma preocupação muito grande da gente, por conta de que com essa ausência de estrutura dentro do MEC fragiliza completamente os encaminhamentos das políticas que nós deliberamos aqui inclusive na CNPI que uma delas que foi tirada da própria Conferência. Outra questão importante que eu queria colocar, que está aqui no documento, foi a questão de que a partir do momento que a Conferência ela passa a ser uma instancia de consulta, mais principalmente de deliberação das comunidades indígenas de propostas de avaliação de políticas ela passa a ser também uma agenda, uma agenda de trabalho, uma agenda de governo de que o que nós esperamos daqui a 4 anos se aconteça a Conferência e daqui a 2 anos as regionais também, Conferências Regionais.

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Se não for assim, fica muito difícil para a gente ter uma análise e principalmente da gente poder de fato consolidar políticas públicas na ponta. Outra questão importante que nós fizemos até recomendação aqui, que sejam publicadas tudo que foi tanto do PNE que foi feito inclusive aqui pela própria CNPI que foi a avaliação do PNE, mas que ela seja publicada. Ela só tem sentido quando a comunidade tiver acesso às propostas do PNE, principalmente a avaliação que a FUNAI fez, que ela tenha que ser publicada ainda o mais rapidamente possível antes que a gente possa começar o trabalho de fazer até me parece até abril ou maio já é para entrar com o novo Plano Nacional, a proposta já está no Congresso.

Então a gente está muito preocupada, se demorar muito para sair à publicação terão problemas inclusive de fazer com que as comunidades indígenas, do que o segmento possa se debruçar nas propostas para o Plano Nacional de Educação. E consequentemente para os planos estaduais de educação que cada estado terá. Em relação as diretrizes para Educação Escolar Indígena nos temos ainda varias diretrizes, nós temos o acompanhamento, não só do MEC, mas das comunidades indígenas e principalmente da FUNAI.

Então nós estamos agora neste momento muitas das discussões que foram tiradas do GT e também do MEC serão apreciadas pela Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena, então por isso que a comissão foi criada justamente ela vai ter essa finalidade. Por último depois eu vou abrir por isso que eu vou encerrar por aqui, mais eu queria uma preocupação nossa imensamente é de que, como a FUNAI tem um papel fundamental nesse processo de discussão com as comunidades indígenas em parceria ativa com o MEC, como fica, por exemplo, a situação da CGE, diante do contexto de que nós estamos vendo agora. A gente queria saber porque a gente tem a sensação de que a CNPI está deliberando uma coisa e as coisas na pratica está acontecendo outra. Então a gente queria saber presidente como vai ficar a situação da CGE, a coordenação da CGE.

Para nós foi uma surpresa muito grande isso e uma decepção também por outro lado, por conta de que nós entendemos de que um dos setores que tem dado visibilidade para atuação da FUNAI positivamente é exatamente o setor de educação. E a gente tem visto isso em vários encaminhamentos. Então era isso que eu queria fazer, vou passar aqui a palavra para a Piezinha minha companheirinha, para ela fazer as considerações dela.

Vice-Presidente Aloysio Guapindaia - Eu só tenho uma questão, porque a professora Francisca não estava aqui ontem, eu acho que ela não acompanhou o dia de ontem e nós estamos trabalhando a apresentação do balanço. E o balanço da Subcomissão de Educação tem que ser apresentada para discussão, para a gente estar todos nós aqui pactuarmos o que fica no balanço e o que não fica. O que é importante incorporar se o que está colocado ai é isso mesmo se vamos colocar mais coisa, até diante daquilo que você já apresentou do trabalho da Subcomissão.

Então antes de fazer debates e discussões é importante que a gente veja o balanço e a 59

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gente a partir daí possa fazer a nossa discussão. Se não nós vamos discutir somente o que você apresentou neste momento. Então vamos embora apresentar o balanço, acho que você ou a professora Pierlângela poderiam apresentar e a gente abre para discussão então. Então eu vou apresentar a e ai a gente abre para discussão. Bom, Subcomissão de Educação Escolar Indígena, função acompanhar e propor normas e diretrizes para a educação escolar indígena. Atividades realizadas pela subcomissão, proposta de realização e acompanhamento de avaliação do atual Plano Nacional de Educação, PNE, que a professora Francisca acabou de citar, que está terminado o trabalho e precisa ser publicado e apresentado ainda e tudo o mais.

Fotografia do trabalho nosso, pauta de mais relevantes deliberações. Gestão do Sistema Nacional de Educação Escolar Indígena, controle social e participação indígena nas políticas públicas de Educação Escolar Indígena, educação básica nas terras indígenas. A próxima. Infraestrutura das escolas indígenas, formação inicial e continuada, ensino superior e formação de profissionais indígenas. É isso, é isso que está colocado em termos de balanço, a gente precisa saber se vamos incluir mais coisas e se isso corresponde a todas as discussões nossas e deliberações e encaminhamentos, nesse período de 2006 a 2010. E até em função do que já foi apresentada aqui pela professora Francisca, se vamos incluir mais coisas nesse balanço. Então eu abro para discussão.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia - Só lembrando aqui que tem tiver inclusão para incluir nisso aqui tem que deixar por escrito para a Karla, para a Karla conseguir colocar já incluindo no PowerPoint.

Professora Francisca Pareci - Bom nós temos, ainda está faltando viu Teresinha a gente vai concluir, já está concluído vou passar para a menina para incluir ai, está bom?

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Sim Luana.

Luana Arantes – Luana MDS, bom dia gente, eu acho só assim, que as pautas estão bem colocadas, mas como tal como em algumas Subcomissões ontem a gente não consegue saber o que, que encaminhou o que se conquistou e o que, que ainda ficou enquanto pendência e que está ai enquanto recomendação. Eu acho que no relato da Subcomissão está muito explicito, não é Chiquinha, então eu acho que isso tem que aparecer ainda não é Aloysio, porque está ali, está pauta e informação inicial está, mas enfim o que se queria com isso, o que, que se conseguiu e o que, que ficou para o próximo ano.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - O que alcançou o que não alcançou.

Luana Arantes - Exatamente, mas de forma sucintas sim mais pelo menos listar isso ai, era isso.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Concordo com isso.

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Professora Francisca Pareci – Então exatamente isso que a Luana falou e algumas que a gente colocou até as recomendações, mas assim a gente quer saber os resultados de tudo que está posto ai. Então é isto que a gente vai colocar no documento para inserir mais ai, além disso, do que está posto, essa é a pauta, essas deliberações, que a CNPI fez durante esse tempo. Mas ainda falta, ainda tem questões, por exemplo, do resultado disso ai, para mim o balanço que tem que, que falta.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Pierlângela.

Pierlângela Wapichana- E na nossa Subcomissão foi até difícil para fazer todo o balanço, porque o Ministério da Educação não veio, para dar alguns, porque algumas competências aqui são exclusivamente do Ministério da Educação e quando nós fizemos aquela avaliação para apresentar para o governo Lula, naquela a reunião, nós colocamos naquele quadro todo que já tinha conseguido. Então agora o objetivo era ter feito isso novamente, mas não foi possível pelo representante do MEC não estar presente, até para ele dizer alguns processos, como é que estão e andamento dentro do Ministério da Educação.

Então ficou inviabilizou aprofundar algumas questões que a gente pretendia colocar ali. E pelo que nós trabalhamos na Subcomissão, o que a Chiquinha relatou aqui é o que a gente vai complementar lá nas metas, inclusive as metas. Agora essa questão o nosso olhar sobre isso é hoje a CNEI está reunida desde ontem e uma destas questões como são as diretrizes para educação, está sendo discutida lá. Então a gente vai também como nós temos essa ligação com a CNEI e o MEC, o representante do MEC não está aqui devido esta atividade lá. Então a gente entende que ficou um pouco prejudicada o nosso balanço, por causa dessas atividades que estão ao mesmo tempo ocorrendo.

E para incluir claro que ai, quando foi colocado lá no inicio, poderia voltar, por favor. Proposta de realização e acompanhamento de avaliação do plano, ai vai ser incluído ai a questão da recomendação que foi feito para realização da Conferência. As recomendações que foram feitas para a composição do grupo de trabalho, para trabalhar uma proposta de sistema, de Educação Escolar Indígena. Então foram algumas recomendações, porque nós tivemos aqui alguns debates fortíssimos sobre alguns encaminhamentos, nós tivemos pauta de plenária aqui dentro, então é o que está faltando e não foi incluído lá. E lá nessas pautas mais relevantes e deliberações também como foi sugerido essas pautas ai elas foram discutidas na Conferência Nacional de Educação e que a Subcomissão em conjunto com a Comissão Nacional de Educação Escolar Indígena pautou e tiveram esses encaminhamentos que realmente é o que falta ai.

Então assim e a partir daí ver com o MEC como é que está estes encaminhamentos. Agora tem uma questão ai que a FUNAI também é parte desse processo e estava lá 2 representantes da FUNAI e foi o ultimo questionamento que a Chiquinha colocou, que é o ensino superior e formação de profissionais indígenas, formação inicial e continuada que isto é pauta conjunta MEC e FUNAI. E ai nós a nossa preocupação e ai as pessoas que estavam representando, não souberam responder, como é que vai ficar esse processo,

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porque a partir desse balanço que nós fizemos o nosso olhar, mesmo não estando o representante do MEC é que alguns dos pontos de formação superior, financiamento e formação de profissionais e formação inicial e continuada, nós não temos políticas instituídas dentro do Ministério da Educação, durante esses 8 anos de governo do Presidente Lula e nós estamos fazendo esse balanço dos 4 anos, nós hoje estamos comprometidos na formação dos profissionais indígenas.

Não só por quê? Porque o Ministério da Educação ele é a CECAD tentou implementar uma política dentro do Ministério, mais não conseguiu e nós tivemos apenas editais. Então hoje nós temos ai um curso de formação de licenciaturas nas universidades e ai nós tivemos agora um seminário de formação superior onde foi colocado. Então nesse seminário nós vimos a avaliação que todo o processo de formação está prejudicado, porque não houve essa implementação dessa política.

Então hoje o edital que saiu, que era para financiar a formação de professores pela CAPS, vai financiar novos cursos, mais de uma forma também que não foi, não teve sucesso o dialogo para que pudesse apoiar melhor esses cursos de formação. Então o que nós queremos hoje ouvir também que está ai pontuado, esses 2 pontos principalmente que é a formação inicial e continuada, que a FUNAI tem um resultado espetacular, porque foi a FUNAI, eu sou produto do investimento que FUNAI fez na formação superior, eu sou formada porque se não fosse a FUNAI que não tivesse investido, se eu fosse esperar pela parte do Ministério da Educação de financiamento, nós não teríamos conseguido colocar os cursos que nós temos no país hoje, que está formando professores indígenas que já estão no mestrado, que é o processo que a gente está fazendo todo.

Então a nossa preocupação é isso diante dessa e mais preocupante ainda ficou que a gente não consegue ter acesso a equipe de transição, nós não estamos conseguindo chegar a mostrar isso para a Presidente como é que vai ficar tudo isso e ai com a saída da Maria Helena, que prestou um serviço relevante durante estes 10 anos, nós também queremos saber como é que a FUNAI vai pautar isso daqui para frente, visto a saída da gestora com certeza vai ter outro gestor, outra pessoa que vai assumir. Mas se estes compromissos que foram assumidos, porque a FUNAI ela tinha um orçamento que apoiava a gente que é um pouco, porque ficou assim todo mundo, como é que vai ficar agora, se o MEC os editais não vão contemplar para o ano que vem e isso a gente está falando é igual saúde, saúde se não tiver orçamento não funciona, educação, os cursos de formações a gente está vendo nessa posição.

Então só para clarear, porque assim, nós da Subcomissão e quando a gente discutiu, não estamos falando de pessoas, nós estamos falando de políticas e a continuidade dessa política dentro da FUNAI na área de educação. E a gente sabe que não é responsabilidade da FUNAI com a reestruturação a gente sabe como é que ficou, mas nos preocupa muito, porque se a FUNAI conforme for sair desse processo, ou diminuir, ou não sei como é que vai ser.

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Nós vamos estar órfãos, porque assim hoje a gente não vê perspectivas no Ministério da Educação que é o responsável, que é o responsável de fato e que deveria por, só que é uma instituição muito grande, muito ainda que precisa muito caminhar para democratizar a educação neste país. Então a nossa preocupação é isso, é com essas políticas públicas ai que nós vamos ter, então final de balanço hoje para nós na educação, enquanto Educação Escolar Indígena, hoje o nosso balanço é avançou, avançou, muito por parte do que a FUNAI bancou para a educação neste país. Então a FUNAI tem um mérito nisso muito grande. E ai nos preocupa essa linha inclusive lembrando que Conferência saiu via CNPI, o MEC ele tinha recursos, mas não tinha estrutura e só saiu o fato que a FUNAI assumiu isso, a realização junto, Então nos preocupa enquanto política pública a educação, porque é um ponto hoje que está assim para nós um ponto de interrogação. Então a nossa pergunta é em relação a isso também, para a gente poder incluir ali essa perspectiva.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Bom, me deixa fazer algumas observações. Nós estamos aqui discutindo um balanço 2006/2010, então vocês levantam certas questões que eu acho, eu considero relevantes para a discussão e para o debate, porque é da política a necessidade de você avançar na discussão política, de tirar encaminhamentos, de tomar decisões, que são extremamente importantes. O momento não é hoje porque essa plenária aqui nós fizemos para discutir o balanço 2006/ 2010 que é extremamente importante até para a gente, todos nós podermos nos pautar para as reuniões futuras do próximo período de governo.

O próximo período de governo são inúmeros os desafios da CNPI, não só da CNPI como da FUNAI, como da política indigenista de um modo geral. O balanço ele precisa refletir o que nós conquistamos o que nós avançamos e o que nós não avançamos e que precisamos avançar. Nós temos uma pauta de trabalho a CNPI e a FUNAI o governo, tem uma pauta de trabalho que essa pauta ela é discutida aqui na CNPI que vamos ter que dar continuidade no próximo período de governo, isso aqui não tem nenhuma dúvida, agora o balanço a gente precisa fechar.

Acho que no balanço essas questões que vocês estão levantando da política de alguma forma precisam refletir. Claro que o balanço não é um relatório detalhado de toda a atividade, ele é um documento orientador daquilo que se fez o que se realizou e daquilo que podemos ainda e que devemos obrigatoriamente assumir como compromisso para o próximo período. E a discussão na CNPI continua se processando. Eu considero extremamente importante que a CNPI possa pautar com mais relevância a discussão da Educação Escolar Indígena. Esse processo é um processo complexo e precisa ter tempo para a discussão, não só na CNPI, mas essa discussão precisa chegar às instâncias da discussão da educação de um modo geral. Então esse trabalho nós temos procurado fazer, concordo que tem muita que avançar ainda. Agora precisamos entender algumas questões, a Educação Escolar Indígena.

Ela avançou sabemos disso, mas precisa ainda muito avançar tem muito coisa ainda para se realizar e tem muitos problemas ainda a serem resolvidos e a gente precisa entender que a

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FUNAI sozinha não faz. Porque não é na questão meramente orçamentária se a FUNAI tem 8 milhões, 10 milhões ou 12 milhões entendeu, porque a questão do recurso ele não pode estar descolado da política. Então a discussão é da política, porque recursos para a educação indígena têm no governo, se está na FUNAI, se está no MEC, mais tem o que precisa é melhorar e discutir é a política é isso que a gente precisa avançar.

Porque você tendo a política o orçamento quem vai executar se vai ser a FUNAI se vai ser o MEC ou se vai ser o estado, ou se vai ser o município dentro do sistema, que é o sistema federativo, ai temos que ver. Acho que a CNPI tanto CNPI quanto a FUNAI tem um papel importantíssimo na condução desse processo. Então nós precisamos assumir nossas obrigações. Agora a gente também não pode pensar que a FUNAI apesar de ter avançado, que eu concordo que a FUNAI avançou bastante nesse campo, mais a gente também não pode considerar que a FUNAI tem a responsabilidade de tudo, porque não é assim que funciona dentro do governo.

E o MEC precisa de fato, e tem buscado isso, a gente tem assistido que o MEC tem buscado assumir com suas obrigações, agora é verdade que essas coisas não mudam rapidamente. Então eu acho que a CNPI tem que continuar discutindo, o momento não é esse, o momento agora em função do tempo nosso é fechar o nosso balanço da melhor forma possível, acho que o balanço que está aqui apresentado em tela, ele não reflete os avanços que nós fizemos aqui na CNPI, então ele precisa refletir e precisamos então de forma sucinta tentar melhorar esse balanço.

O MEC não está, o Gersem não pode vir, tem uma contribuição do MEC importante que precisa ser colocada, mas acho que para de fato fechar o balanço eu quero sugerir como encaminhamento que a Subcomissão possa dentro de um prazo pequeno apresentar aquilo que de fato precisamos incluir aqui. Não sei se os membros da CNPI concordam com o encaminhamento, porque aqui não vai dar para discutir detalhadamente, vocês apresentaram uma serie de proposições que são relevantes, que são conquistas da CNPI, por exemplo, a Conferência, a PNE, PNE, a avaliação do PNE nós terminamos.

Estava marcado um seminário com a Juri para essa semana, nós suspendemos em função da agenda desta semana. Não tinha como fazer um bom seminário com a agenda que estava colocada, por outro lado esse seminário da PNE da apresentação dos resultados é extremamente importante até para cumprir a clausula contratual da parceira que nós contratamos, não é? Mas vamos ter que jogar para o ano que vem, porque eu acho que essa apresentação e essa discussão tem que ser uma discussão que nós temos que fazer com calma e aqui na CNPI.

Não é chegar na FUNAI e simplesmente apresentar. Eu acho que talvez mereça uma convocação extraordinária da CNPI para discussão e para apresentação desse trabalho que foi feito. Que eu acredito que foi um trabalho da melhor qualidade e que vai servir para todos nós, para orientar também a discussão da política. Então enfim, eu estou sugerindo que como encaminhamento que a Subcomissão possa apresentar. Não sei se dá tempo de

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fazer isso hoje, mas apresentar com as suas alterações que precisamos ter nesse balanço, para que a gente possa publicar ele. E continuar avançando nas nossas discussões. Anastácio. Anastácio Peralta - Na minha avaliação eu vejo Anastácio Peralta, Guarani-Kaiowá. Na minha avaliação o lugar mais difícil que a gente teve para trabalhar a CNPI foi o MEC, ele não conseguiu dialogar muito, ele fechou, fazer igual o Lula quando a gente se fecha é porque não tem nada a mostrar. E na minha avaliação o MEC fez isso, teve vez do próprio companheiro se afastar dos problemas, ele também não conseguiu mostrar, se dialogar o que tinha para nós, para apresentar e acabou assim fechando.

Se a gente for fazer uma avaliação de todos os Ministérios que no lugar que eu pensava que ia ser muito mais fácil porque é lugar da educação do MEC foi o mais difícil. Dialogou-se com todos os Ministérios, até com o Ministério da Defesa que a gente achava que ia ser difícil, foi um dos mais fáceis, então eu acho que o MEC precisa ter uma grande, precisa sim ter uma discussão grande e repensar o que, que ele fez, porque é muito complicado o lugar que a gente acha que as portas estão abertas, se fecham. Eu quero uma proposta de dialogo, mas mais profunda e não um diálogo do que ele trás está bom, mais uma troca de experiência para ver, Eu acho que precisa na próxima, agora o ano que vem a gente precisa abrir estas portas. Acho que abrindo as portas a gente vai conseguir dialogar. Era isso.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Até para dialogar Anastácio com as suas observações, que é por isso que eu estou defendendo aqui, que o ano que vem ou o próximo período de governo a CNPI ou o futuro conselho, quem sabe, a gente efetivamente possa instalar o conselho, que isso é a ansiedade de todos nós, é enfim, esse espaço aqui de discussão nós possamos ter uma dedicação mais cuidadosa com relação á educação indígena.

Porque os desafios ainda são muito grandes e a gente precisa reconhecer que o governo federal precisa avançar, não só o governo federal, porque nós estamos num processo de implantação dos territórios educacionais, e estamos partindo para um modelo de gestão que é um modelo previsto na constituição que é do pacto federativo. Então estados e municípios também tem uma responsabilidade muito grande.

Mas a gente sabe como essas coisas se realizam lá na ponta, lá no município lá no estado. Então a questão não se restringe exclusivamente a FUNAI ou ao MEC, apesar de que a gente precisa reconhecer e ai, eu não quero transferir os problemas que são do governo federal para estados e municípios, mas nós precisamos reconhecer que o governo federal tem problemas e precisamos avançar nessa discussão. Então a CNPI e o futuro conselho ele precisa trazer para si essa responsabilidade.

Porque também se a gente não consegue, se nós todos não conseguimos fazer essa discussão aqui e tirar os encaminhamentos que são extremamente necessários e as pactuações, não tem como avançar. Então a CNPI, a CNPI ou o CNPI tem essa

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responsabilidade de encontrar os mecanismos necessários não só da pactuação política, mas da formulação da política. Que é o que falta para todos nós. Nós precisamos avançar na discussão para que as nossas formulações possam ser formulações que apontem possibilidade de resolução das problemáticas. Então evidentemente não é esse momento aqui hoje, mas eu quero deixar isso como encaminhamento, como possibilidade de que a gente possa realizar isso no ano seguinte, no ano de 2011, que eu tenho certeza que as portas não estão fechadas, elas estão abertas, apesar das tuas observações Anastácio que são pertinentes, mais eu não acredito que o MEC, não queira discutir ou não queira avançar nesse processo. E nem tampouco a FUNAI, certo? Então precisamos ter como tarefa para o ano seguinte aqui da nossa comissão a discussão e a dedicação da Educação Escolar Indígena. Alguém quer mais fazer alguma observação? Pierlângela.

Pierlângela Wapichana – Pierlângela. Eu vejo assim, quando, discordo quando você diz que esse não é momento, eu acho que ontem nós tivemos essa dinâmica de fazer um pouco esse debate, esse debate, essa discussão, porque a gente faz o balanço de fim de governo, a gente tem que por algumas questões, eu vejo que nós enquanto CNPI nós temos que também ser autocríticos o que nós conseguimos e o que nós não conseguimos dentro daquilo que nós pretendíamos e o que não pretendíamos e colocar isso.

Acho que até uma aprendizagem para a gente, se a gente colocar só o que foi bonito e maravilhoso, não é, um balanço a meu ver de mostrar para o chefe o que está bom. Quando a gente faz balanço positivo que a gente coloca tudo e assim eu estou falando aqui quanto indígena, para nós não foi bom e fazer esse balanço realmente a gente queria que o MEC estivesse aqui para a gente estar colocando e dialogando que não foi bom. Eu acho que a gente tem todo o direito de colocar e dizer o que foi bom e o que não foi bom.

Eu vejo assim questionar nos faz pensar até nos próprios encaminhamentos desse balanço. Porque se a gente fizer um balanço só positivo e está tudo bem, está tudo bom, o próximo governo. Bom, vamos seguir do jeito que está, porque está tudo bom. Então assim só discordando nesse sentido do que ontem a gente estava nos propondo já discutir, fazer um balanço era isso, inclusive entrava até o sistema e dentro e pautando mesmo.

Eu acho que a gente tem que fazer esse balanço de uma forma em que a gente possa pautar nossa próxima, você fecha 4 anos e um ciclo 3 anos de CNPI se fecha um ciclo e começa outro, então Presidente estava falando ontem a CNPI acho que o novo plano de trabalho que nós temos pela frente, mas hoje essa ausência do Ministério da Educação aqui, até para eles mostrarem para a gente o balanço deles positivo, que sempre o balanço é sempre mais positivo para eles do que para a gente, e colocar aqui, essa nossa insatisfação mesmo de dizer assim, que essas pautas que nós colocamos a gente, nós temos um ano de Conferência, um ano de Conferência, nós queremos ver o balanço da Educação Escolar Indígena como foi.

Para nós também, porque para vocês é um entendimento. A visão de vocês sempre vai ser positiva para o lado em que foi bom, vai ser um balanço sempre positivo, agora para nós

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que somos as pessoas lá na ponta, claro e eu estou aqui como indígena hoje e vou dizer o que, que está ruim, porque que o balanço o que, que não foi bom enquanto instituição e fica mais ainda a duvida que é um período de transição porque se fosse o mesmo governo para nós ainda pé mais inquietante essa questão da educação e concordo com você que a gente tem que aprofundar trazer mais, tentar pautar mais, mas desde que o MEC, que a gente consiga fazer uma força junto ao MEC. Que é o MEC que tem que se abrir, não somos nós, porque a gente já trabalhou, discutiu, mas a gente tem que avançar e ai eu queria colocar isso sim.

Não é questionar aqui neste balanço é olhar pessoal, assim, assim, nós precisamos de políticas estruturantes, para, queremos uma posição do Ministério que é responsável. E a FUNAI também tem parte disso e nós só colocamos dois pontos, formação FUNAI. A gente sabe que não é responsabilidade da FUNAI construir escolas essas coisas que a gente sabe como é que funciona o sistema. Mas assim a nossa inquietação é na formação dos profissionais no papel da FUNAI também que a FUNAI fez seu balanço e a gente queria ouvir também o balanço da FUNAI para gente colocar, poder dentro da CNPI, é composto pelas instituições e pelos indígenas, então a gente quer agregar.

O balanço que a FUNAI tem hoje da educação para a gente poder saber o que, que nós vamos ver do MEC também enquanto instituição, porque se a FUNAI vai atuar numa frente nós sabemos que tem que ter outra responsabilidade que a maior parte é do MEC. Então a gente tem que saber que frente é esta, só para colocar um pouco essa compreensão melhor dessa nossa inquietação e desses nossos questionamentos.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia – Arão.

José Arão Marizê Guajajara - Bom dia, José Arão Marizê Lopes, Maranhão. Presidente me preocupa, são duas coisas bem pontuais e objetivas que eu vou falar. Primeiro em relação aos indígenas universitários, como é que fica a manutenção mesmo fugindo um pouco da ordem da discussão, mas é uma situação que eu preciso levar uma resposta para os indígenas universitários para esse próximo ano.

A gente sabe que tem todo um processo de mudança de governo e tudo o mais, porque temos ai alguns alunos, muitos alunos universitários. Uns aqui em Brasília e outros lá em São Luiz e outros não sei onde, como é que fica a continuidade dos estudos desses indígenas universitários através da FUNAI, através do MEC. Eu queria que o senhor me desse esta resposta porque eu preciso levar esta resposta, porque estou sendo cobrado praticamente todos os dias porque existe um ponto de interrogação em relação a esses universitários indígenas.

E outra situação em relação a coordenação de educação da FUNAI, eu posso estar até falando bobagem mais em relação a mudança que teve dentro da FUNAI é claro que eu não estou aqui para, pedindo que eu fosse consultado, que A, B, C ou D dentro da instituição seja substituída, porque eu não tenho essa competência de ser ouvido e tudo,

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mas como indígena eu preciso que alguém me de uma resposta em relação a essa mudança.

Respeitando ai a decisão institucional que é competência de vocês que são, presidente, diretores e tudo, e também a futura coordenadora ou futuro coordenador deste setor que para nós é um ponto chave dentro da instituição FUNAI que é a referencia indígena dentro da FUNAI, porque entendemos que a FUNAI até enquanto ela existir ela vai continuar sendo nossa referencia, apesar de 18 Ministérios existentes, apesar da demonstração do governo que está ai, uma sensibilidade voltada para as causas indígenas, mas a FUNAI ainda vai continuar sendo referencia para a saúde, para a educação, terras indígenas e questões sociais.

Então, eu gostaria de fazer um apelo para os senhores neste sentido porque há uma preocupação muito grande, porque é comum existir dentro das instituições do governo, pessoas assumirem funções sem ter uma noção mínima de noção voltada para aquela parte. Então, nós, eu não estou aqui querendo, não tenho candidato, nem cabe a mim, colocar esse candidato lá, mais eu preciso entender e saber pelo menos ter uma referência voltada em relação a isso também, não sei se é mais um acordo que existe entre FUNAI e CTI, porque o que a gente sabe é que dentro da FUNAI, CTI e FUNAI que ocupam os cargos mais elevados dentro da instituição, obrigado.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Dodô

Dodô - Quero dar bom dia a todos, etnia Terenas Mato Grosso do Sul, Dodô Reginaldo. Eu me preocupo bastante também quando fala Educação Escolar Indígena, quanto já foi falado, por parentes ai e companheiros, me preocupo bastante também, porque a educação no meio que vai dar o progresso dentro da nossa comunidade e não é diferente no Mato Grosso do Sul, muitas pessoas, muitos acadêmicos, começam a parar, não tem condições da conclusão do ensino superior.

Gostaria de agradecer também a Subcomissão da Educação Escolar Indígena, a professora Chiquinha e Pierlângela que tem se debruçado diante da Educação Escolar Indígena, isso é bastante importante quando fala da educação, principalmente das nossas crianças lá na base, porque todos os pontos, objetivos que nós vemos trazendo aqui diante do governo, isto nós trazemos lá da base, isso é a reivindicação dos alunos, da comunidade lá da base e por isso que nós estamos aqui, na CNPI junto com a bancada indígena, junto com o governo, mais isso foi o nosso pedido, porque a FUNAI vai ser o nosso companheiro.

Ainda que isso, lá no Mato Grosso do Sul nós acompanhamos de perto, lá também quanto a formação dos nossos alunos superior. Também uma pergunta que eu deixo aqui é a saída da professora Maria Helena da FUNAI eu gostaria de questionar e perguntar para o Presidente, era isso. Muito obrigado.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Bom, não tem ninguém inscrito eu vou dialogar com as observações de vocês. Primeiro eu preciso esclarecer a Pierlângela e a todos, que eu aqui

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não defendi um balanço chapa branca. Então, de maneira nenhuma e não acho que um balanço desse tipo produzido por uma comissão como a nossa, traga algum tipo de beneficio, isso aqui do meu ponto de vista é uma questão tranquila. Então até por isso mesmo eu fiz a observação de que o que está colocado ali, não reflete o grau de discussão dessa matéria que a CNPI fez e também não reflete os avanços que nós tivemos na política, porque tivemos avanços.

E os avanços nós temos que reconhecer. É evidente que a FUNAI ou o MEC ou o governo federal, fazem um balanço diferente. O próprio Presidente Lula publicou ai um grande relatório e registrou em cartório sobre o balanço de 8 anos de governo que está, que a FUNAI está lá, a FUNAI está lá está todos os setores lá colocados. Mais o que nós estamos fazendo e inclusive nós estamos produzindo na FUNAI outro relatório dessa gestão, desse período do Presidente Marcio Meira, e lá evidentemente esses 2 balanços eles vão ter um posicionamento um pouco diferenciado, ou mesmo diferenciado desse nosso aqui. Esse balanço aqui é da CNPI.

Então nós aqui somos CNPI, CNPI evidentemente é formado por um, pelo governo e pela sociedade. Mais de qualquer maneira aqui nós temos que refletir aquilo que a CNPI avançou e a sua visão da política. Então o relatório, o nosso balanço tem que refletir isso, porque se não refletir não serve para nós enquanto comissão. Agora o balanço de governo serve para o governo e serve para a sociedade também, para a sociedade enxergar aquilo que o governo está fazendo, o que ele fez e o que ele realizou. Até mesmo para fazer a critica, e até mesmo para o governo fazer a critica, porque nós também fazemos as nossas criticas.

Então, eu não estou aqui, não quero que seja assim, eu quero que reflita aquilo que se realizou efetivamente que a gente reconheça as nossas realizações, mas também que a gente reconheça que ainda temos o que avançar e muito avançar neste campo eu considero que temos muito a avançar. Então e também faço a critica, quer dizer eu enquanto governo, faço a critica para dentro do governo.

O nosso balanço da FUNAI evidentemente vai refletir também esses posicionamentos. Então de maneira nenhuma acho que nós precisamos ter aqui de uma forma condensada, sucinta, mas que reflita efetivamente o que o grau de amadurecimento também, dessa comissão em relação ás discussões da política. Outra coisa que eu quero esclarecer aqui até porque o debate, eu não quero que o debate aqui, vá para uma direção que vá fugir da nossa pauta também, o nosso tempo é curto e eu estou me esforçando para fazer a discussão com vocês aqui.

Mais se nós formos abrir algumas discussões aqui neste momento, nós não vamos vencer a nossa pauta e ai eu acho que a gente trás prejuízo para quilo que efetivamente precisamos ter como concluído aqui no dia de hoje. É a última reunião do ano da CNPI e nós precisamos concluir esse trabalho aqui. Mais quero dizer a todos que a partir dessas observações que eu escutei que nós estamos nos esquecendo de uma coisa que eu considero

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fundamental.

É aquilo que está colocado no estatuto da FUNAI no novo estatuto da FUNAI. Muito se fala muito se discute com relação ao que está colocado lá que compete a FUNAI fazer o acompanhamento das ações de educação. E se faz um recorte ali se faz ali a leitura a e a partir dali se faz a critica. Então eu acho que todos nós olhar o estatuto como um todo, para depois fazer a critica. Porque lá é colocado, lá foi criada uma nova atribuição da FUNAI que é fundamental. Lá diz que compete a FUNAI coordenar e formular política indigenista do estado brasileiro.

A FUNAI não tinha esse papel até então, coordenar e formular, isso ai é para tudo, é para todas as áreas é da política indigenista. Então a gente tem que tomar cuidado com algumas críticas porque o estatuto da FUNAI ele é um estatuto que buscou refletir a necessidade do governo federal ter um órgão coordenador da política. Porque a gente e a CNPI também reconhecendo isso e reconheceu que a política indigenista que vários Ministérios realizam ação, acaba não tendo alguém que coordene e acaba por isso não tendo o resultado que a gente precisa alcançar. Então, fazer a leitura que compete somente a FUNAI acompanhar, não é a realidade, até porque nós não podíamos ferir outro decreto a não ser que revogássemos, ele.

Que é aquele decreto que eu esqueço o número dele que tirou a educação da FUNAI e passou para o MEC, estados e municípios e lá diz ouvir da FUNAI. Não é nem acompanhada, lá diz ouvir da FUNAI. Compete ao MEC coordenar a educação escolar indígena em conjunto com estados e municípios, ouvir da FUNAI. O estatuto da FUNAI já fala em acompanhar no que é especifico ao tema, mais fala que compete a FUNAI coordenar e formular política do estado brasileiro, a política indigenista.

Então isso trás um avanço considerável. Agora a FUNAI precisa implantar competência formuladora, coordenadora que nós estamos neste processo. E ai para tranquilizar a todos também, que no novo período de governo, independente de quem fique ocupando os cargos, não acredita que, vai haver quebra de orientação política, está certo? Então nós estamos vendo ai um governo de transição, nós estamos assistindo a oficialização de novos Ministros que estão assumindo ou de outros que estão ficando, ou de outras pessoas que estão trocando de posição, mais nós não acreditamos que vai haver quebra de orientação política do governo como um todo.

Com relação ao teu questionamento Arão, só pra te dizer o seguinte, não há quebra de contrato, aquilo que está sendo encaminhando os nossos garotos e garotas que estão na universidade recebendo auxilio financeiro, continuarão recebendo. O que nós querermos inclusive, é ter uma política que realmente a gente possa universalizar o acesso dos nossos adolescentes indígenas ás universidades. Então acho que essa é a discussão, inclusive quero dizer a vocês que o MEC quis fazer um destaque orçamentário para a FUNAI para de um valor considerável para que a FUNAI pudesse ampliar o auxilio financeiro que dá aos estudantes indígenas universitários.

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Nós recusamos por 2 motivos, primeiro porque tem questionamento da AGU com relação ao pagamento da FUNAI a esse auxilio financeiro que nós estamos enfrentando essa discussão e esse debate para que a gente não corte o pagamento. Mais tem o questionamento. A outra razão que é da razão política é que não resolve do nosso ponto de vista você aumentar o auxilio financeiro e incorporar mais estudantes a receber o auxilio, sem que aja uma política efetiva do ensino superior.

E nós queremos fazer a discussão da política do ensino superior. Então na direção daquilo que eu já tratei com vocês antes, precisamos a CNPI precisa discutir a política. Quem tem dinheiro para o ensino superior, não é a FUNAI é o MEC que tem agora a FUNAI tem um papel de formular a política, de coordenar a política. Então não vamos nunca nos esquecermos disto. Para a gente não cair aqui numa discussão ideológica e que nós não vamos chegar ao fim do dia de hoje tendo este produto discutido e fechado entre nós.

Arão - Presidente eu sei que estou aqui desobedecendo á ordem, em relação ao questionamento da AGU, em relação a este incentivo, entendendo que a AGU deve estar colocando dificuldade do ponto de vista jurídico em relação ao pagamento desse auxilio para os estudantes indígenas, ainda assim vai estar garantido a continuidade desse auxilio financeiro aos estudantes indígenas?

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Até que se tenha uma política que efetivamente de segurança ao acesso dos nossos garotos as universidades. Então a FUNAI vai manter dentro dos limites que nós temos para isso evidentemente. Porque nós batemos no limite, a gente não quer ampliar para além do que, até o MEC ofereceu a possibilidade de ampliar, certo. Nós não queremos ampliar sem que aja efetivamente uma política, porque você dá o auxilio financeiro evidentemente que ajuda quem precisa se manter.

Agora não resolve a problemática, o que resolve é você ter políticas que de acesso amplo, quer dizer, universalize o acesso dos nossos garotos e garotas indígenas a universidade está certo? Então nós defendemos isso, agora o que está colocado hoje, não está falando para você, os nossos garotos que recebem auxilio da FUNAI continuarão recebendo, certo. O que a FUNAI não tem condições é de ampliar, ou seja, assinar novos convênios, novos contratos, incorporar novas universidades neste processo.

E para que aja isso a gente precisa discutir a política e ter a política, efetivamente implantada. Quem vai financiar precisamos ver se vai ser a FUNAI se vai ser o MEC enfim, quem vai financiar precisamos ver, mais tendo a política a gente resolve a questão do financiamento.

Arão – Eu estou fazendo este, a teimosia de fazer este questionamento Presidente, porque eu ouvi um comentário não cheguei a ver o documento, mas eu tenho informações que a FUNAI ou o MEC encaminhou um documento para as administrações, para as Coordenações Regionais praticamente confirmando que no próximo ano talvez não tenha

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recursos para bancar essas despesas.

Ou existe uma duvida sobre isso, por isso que eu fiz pela segunda e pela terceira vez essa pergunta para eu sair daqui ciente, daquilo que eu vou falar, para não passar mais uma vez como mentiroso como eu tenho passado, não da sua pessoa mais em relação as outras instituições que pagam para a gente repassar essas informações não verdadeiras.

E eu quero aproveitar aqui a oportunidade eu já vou encerrar, inclusive para a Subcomissão de Educação Indígena, existe um Projeto de Lei aprovado pela Assembléia Legislativa do estado do Maranhão, a pedido nosso um deputado que é aliado da governadora Roseana, foi aprovado e a descentralização de 20% das vagas da Universidade Estadual do Maranhão em todos os cursos para as comunidades indígenas quilombolas.

Eu gostaria que a Subcomissão de Educação Indígena pudesse ir até naquele estado para ajudar elaborar o plano de como isso poderia ser estendido da melhor forma Chiquinha para os indígenas daquele estado ou não pode ser os indígenas de outros estados, porque não é especifico só para os indígenas daquele estado, ele abrange, quer dizer, lá temos vagas na Universidade Estadual para medicina e outros cursos importantes.

Então eu gostaria de fazer esse apelo para a Subcomissão aproveitando aqui o Presidente que essa Subcomissão pudesse acompanhar o desenvolvimento desse processo, viu Presidente. É um pedido que eu estou fazendo aqui ao senhor, mas destinado a Subcomissão de Educação Indígena, para colaborar no processo de elaboração desse processo. Obrigado.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Bom, alguém mais quer

Kohalue Karajá - Bom dia Presidente e aos demais integrantes da CNPI. Então a última vez que eu participei da reunião, eu gostaria de fazer a pergunta para a professora Pierlângela e a Chiquinha muitas vezes nós esquecemos que quando estamos graduando na universidade e eu tenho certeza que alguns parentes pretendem dar continuidade no estudo, mestrado, doutorado. E até o momento não há uma política que pudesse estar apoiando. Eu gostaria de sugerir que pudesse colocar para futuramente estar contemplando nossos parentes estudantes, obrigado.

Professora Francisca Pareci – Bom o que eu tenho para colocar aqui em relação a esta questão é uma preocupação muito grande e também compartilho com vocês a situação dos estudantes universitários, diante do contexto de fato a FUNAI teve um papel muito importante, agora por outro lado eu fico preocupada, mais ainda eu fico preocupada viu Presidente, por conta de que se a FUNAI a coordenadora, elaboradora de políticas indigenista isto não está acontecendo, por exemplo, junto as instâncias governamentais.

A gente vê assim, se vai coordenar, se vai elaborar a política, o único setor que eu sempre 72

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vi que teve esta luta e agente acompanhou gradativamente foi o setor de educação. Para a gente chegar onde nós chegamos, teve uma luta de 10 anos ou mais até talvez de mais de 10 anos que a gente vem lutando ai para fazer com que se consolide pelo menos uma parte do que está posto na Constituição Federal no campo da educação e a gente até que conseguimos, conseguimos alguns avanços, mais só que, vocês sabem melhor do que eu, para estar a frente de determinadas ações, são pessoas que assumem esta responsabilidade, são pessoas que assumem a vontade de querer fazer.

Quantas gestoras eu já vi assumir determinadas funções e não fizeram, passaram o tempo lá engabelando, você está entendendo, é indicação política, então fica lá enrolando todo mundo e não fizeram, perdemos muito tempo com isso. E essa luta de 10 anos agora eu fico preocupada porque eu também estou sendo cobrada no meu estado e a cobrança não é fácil, porque até para eu dar uma resposta do porque, do porque, fico na mesma situação do parente lá do Arão, que ele coloca esta situação de quando volta o pessoal vai para cima querendo saber.

Como vai ficar agora a situação da universidade, mediante de que não há política por parte do MEC o MEC não assumiu isso está claro, remeteu aos programas existentes para todo mundo, programa que está com o povão brasileiro está para os indígenas também. Como vai fazer isso se você tem na ponta povos diferenciados, situações diferenciadas é muito complexo isso ai.

Por outro lado o que, que se faz a FUNAI ela fez esse papel, ela fez este trabalho e eu acho que ai nesse campo é a única eu não vi outro setor que fez isso, muito pelo contrario porque eu estou recebendo um monte de coisas aqui, empreendimentos, empreendimentos em terras indígenas. Está lá os índios sem saber até de nada o que está acontecendo nas terras deles e a gente o setor que a gente acompanhou passo a passo, você está entendendo e agora a gente está diante de uma situação se isso confirmado o que o Arão colocou de que há uma recomendação de que não é mais para ver é muito preocupante, mais ainda. Eu fico preocupada. Porque ai você vai ver agora o que vai acontecer lá quando a gente retornar. Então eu fico assim Presidente extremamente preocupada exatamente por contra de que a política indigenista, se a FUNAI tem esse papel, o papel dela ela tem que ter pessoas para poder fazer esse trabalho de elaboração de políticas exatamente nas diferentes instancias dos governos.

Porque hoje a FUNAI não é sozinha responsável pela política indigenista, não é mais ela que faz as ações, ela pode pensar coordenar elaborar, mais quem executa é o outro. Quem vai executar é o MEC vai executar, quem vai executar é a saúde. Então eu não estou vendo isso, você está entendendo, então eu estou muito preocupada com esta questão e mais ainda com essa situação que o Arão colocou aqui do problema que a gente vai enfrentar se os estudantes se tem essa recomendação desse documento, eu até gostaria de saber, para eu não ser pega de surpresa, quando retornar.

Eu estou indo para as aldeias agora para a minha comunidade passar o natal e o ano novo e, 73

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a gente sabe que lá as noticias chegam rápidas, quanto mais se trata de noticias que não é muito boa para nós então eu fico muito preocupada com isso, por outro lado o que o parente falou ai sobre realmente a necessidade que nós estamos tendo de demandas pra a pós-graduação, especialização tanto da educação, especialização, mestrado e até doutorado como algumas, mais a maioria até a especialização e a continuidade dos estudos para dar o retorno.

Esta é uma situação também que a gente está na discussão inclusive sobre esta questão de dar o retorno. Então eu queria, volto a questionar Presidente, queria saber do senhor o que vai ser do nosso destino na CGE, na coordenação com a saída da Maria Helena. Porque para nós ela foi muito mais do que uma companheira uma servidora da FUNAI, ela foi muito mais do que isso, ela exerceu realmente a pratica de uma política indigenista atendendo os direitos dos povos indígenas.

Então a gente está aguardando a resposta de vocês até para a gente ver os encaminhamentos que vamos tomar como movimento indígena. Mas a gente gostaria de saber, com todo o direito, com todo o respeito que vocês têm de fazer o que vocês acham mudar, tirar a pessoas colocar fulano e sicrano. Mais nesse caso da educação realmente eu questiono por conta do processo que a gente acompanhou, era isso obrigada.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Bom gente, eu já disse aqui que não vou entrar nessa discussão, porque se for apresentar o que a professora Francisca está pedindo, o debate não vai terminar hoje, certo? Porque está claro o posicionamento professora com relação a defesa da Maria Helena e por outro lado nós tivemos as nossas razões políticas para fazer o que fizemos. Quero dizer ao Arão que esse documento que possivelmente tenha sido encaminhado, não vou aqui questionar se foi ou não foi encaminhado, porque eu não tenho conhecimento dele, não partiu da diretoria da FUNAI, não partiu da presidência das FUNAI.

Até acredito que possa ter sido encaminhado, quero afirmar isso, e se você tiver conhecimento desse documento, encaminhe para a gente que nós vamos tomar as providencias administrativas para punir quem encaminhou. Porque de fato eu estou falando isto, porque de fato têm sido encaminhados vários documentos para a ponta sem o conhecimento da diretoria colegiada da FUNAI. Nós já identificamos essa problemática não é de agora, não é de agora, então não vou aqui negar se foi ou se não foi, o que eu posso afirmar com todas as letras é que não partiu esse documento, não tem a minha assinatura, não tem a assinatura de qualquer outro diretor, não tem assinatura do Presidente da FUNAI.

Então, ou seja, não é uma decisão política o que está naquele documento, não é decisão política da direção da FUNAI. Então só para tranqüilizar a todos aqui, está certo. E ai só para falar para a professora Francisca não vai entrar neste debate aqui, das razões da exoneração da Maria Helena, não vale a pena entrar neste debate aqui. Nós não vamos concluir a nossa pauta, isto foi uma decisão política da direção da FUNAI e da presidência

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da FUNAI. E para voltar a afirmar para vocês que ao tomar essa decisão política não significa que as orientações políticas que a direção da FUNAI está tentando empreender na FUNAI como um todo ou nessa coordenação geral de educação elas serão mudadas. Está certo? Não tem aqui mudança de orientação política até este momento, assim como eu afirmei que o governo também não vai mudar suas orientações políticas independente de quem esteja ocupando os cargos.

Os cargos são cargos políticos e vocês sabem disso. E como cargo político cabe a qualquer um de nós enquanto ocupante desse cargo político seguir as orientações políticas de governo, orientações essas que são construídas dentro de um debate interno no governo em que todos nós participamos. Não tem um mágico no governo que de uma orientação, mais isto é construída um processo de construção.

Outra coisa que eu quero afirmar aqui, voltar a falar que a capacidade aquela obrigação da FUNAI que está estabelecida no estatuto de coordenar e formular a política, afirmei aqui que essa capacidade não está instalada na FUNAI, ela precisa estar instalada, uma coisa é você preparar a instituição administrativamente para que ela cumpra com seu papel e ai é preciso ter um decreto é preciso ter um novo estatuto, é preciso ter uma nova estrutura. E vocês precisam entender que esta estrutura nova ela não surgiu do nada, ela surgiu a partir de um projeto político, um projeto político desse governo e tem uma estrutura porque tem um projeto, agora a instituição ela está num processo, nós estamos contatando 3100 novos servidores justamente para da a instituição FUNAI esta capacidade formuladora e coordenadora de política.

Então não vamos aqui achar que com saída da Maria Helena se perde tudo, está certo? Porque se a gente for achar isso aqui nós vamos achar que não existe políticas institucional, existe política de pessoas e isso não é verdade, está certo? Existe uma política de governo e o governo implementa as políticas a partir de suas instituições onde as pessoas que ocupam um cargo de confiança tem por obrigação encaminhar as decisões de governo.

Decisões estas que nós participamos enquanto dirigentes de governo, está certo? Então volto a afirmar aqui as orientações políticas que são dadas neste governo ou que estão sendo dadas na FUNAI elas vão persistir no novo período de governo que se inauguram em primeiro de janeiro. Alguém mais tem observação sobre este tema, porque senão eu gostaria de passar para a saúde, ok. Fica o encaminhamento assim só para a gente resumir, que a Subcomissão de Educação nos apresenta é reformulado esse balanço da Subcomissão, dentro dessas orientações que nós debatemos aqui e dentro de que vocês nos apresentaram aqui no plenário das suas observações.

Pierlângela Wapichana – Presidente, Pierlângela. Eu queria que o senhor coloca-se em votação, as recomendações que nós fizemos também. Não sei se já foi incluindo nesse bojo, porque tem algumas recomendações que a gente teria que encaminhar até a próxima reunião.

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Vice Presidente Aloysio Guapindaia - As recomendações aqui apresentadas.

Pierlângela Wapichana – Apresentadas na leitura da ATA.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Eu não botei votação porque como não teve nenhuma observação contra e nem tampouco as minhas observações foram contra, então eu considerei que elas estão aprovadas, mas de qualquer maneira volto a perguntar se alguém tem alguma observação a mais ou que se contra ponha as que foram apresentadas, bom, como ninguém se manifestou está aprovado, certo? Próximo ponto de pauta que é da Subcomissão de Saúde Indígena, eu vou fazer o seguinte, secretário me permita antes da sua apresentação, eu vou apresentar o balanço que está no documento para que a gente possa dialogar com a apresentação, está lá por ultimo.

Subcomissão de Saúde - Tem por função acompanhar e propor normas e diretrizes para a saúde indígena pauta mais relevante de liberações, criação de mecanismo de repasse financeiro diretamente do Fundo Nacional de Saúde aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, realização de concurso público federal atendendo ao termo de conciliação a ser firmada entre o governo e o Ministério Público do Trabalho, reposição do orçamento para a saúde indígena.

Criação imediata de comissão institucional, para a elaboração de uma política de recursos humanos para o subsistema de saúde indígena com o plano de carreira para o trabalho no contexto intercultural. Investimento em infraestrutura e logística para a atenção básica de saúde nas terras indígenas. Substituição do Projeto de Lei que propõe a criação de uma secretaria de atenção básica, evitando-se um novo que propõe a criação de duas a Secretaria de Atenção Primaria e Atenção a Saúde e a Secretaria Especial de Saúde Indígena.

Estruturação e fornecimento de apoio técnico e logístico aos conselhos locais e distritais de saúde indígena e ao Fórum de presidente dos CONDISE para o seu pleno funcionamento com a criação de uma obriga orçamentária própria para o financiamento das ações de controle social. Garantia de que possa existir nos DISEIS um setor próprio de saneamento básico, endemias e vigilância ambiental. Não municipalização da saúde indígena de maneira que ela fique responsável pela execução direta da atenção básica de saúde dos DISEIS e pela atuação complementar dos municípios e estados nas ações diretas de média e de alta complexidade assegurando a participação do controle social em todas as ações, inclusive na pactuação da portaria 2656/2007.

Regulamentação imediata da categoria profissional do agente indígena de saúde e agente indígena de saneamento, que não são reconhecidas como categorias profissionais até agora, bom é isso. Secretário então.

José Arão Marizê Lopes – Presidente. Eu só queria fazer uma observação, eu queria fazer 76

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uma observação em relação aos itens que foram pautados, por exemplo, dentre as questões enumeradas, foi observado que a redação do item, referente ao concurso publico deve passar a ter a seguinte redação, eu queria até que retornasse lá.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Pode voltar a tela que fala do concurso público, por favor.

José Arão Marizê Lopes – Realização de concurso público federal atendendo ao termo de conciliação a ser firmado, na verdade realização de concurso público federal atendendo o termo de conciliação judicial que teve a substituição dos terceirizados até 2012, isso ai já é um acordo, já existe um acerto neste sentido, era só para. E aqui vem um relato do que a gente fez, a Subcomissão está sendo distribuído, eu não sei se é interessante eu fazer a leitura aqui do que, que a gente, a memória, mas só para adiantar em relação a pactuação 2656/2007, me parece que isso, ai já está superado, aquela portaria 2656 no meu ponto de vista já é uma situação superada, quer dizer, como memória sim, mas como uma coisa a ser ainda trabalhada eu acho que já é uma situação superada.

Que no nosso ponto de vista, já se avançou muito, mais do que aquela situação lá. Eu só queria fazer aqui essa leitura Presidente, que tem umas coisas aqui que precisa ser levado como encaminhamento, depois o Secretário retoma a palavra que ele vai fazer a explanação de fato do que, que avançou neste processo.

De acordo com a memória que nós fizemos, depois de feita a leitura que fala da realização de concurso público federal atendendo o termo de conciliação judicial que prevê a substituição do terceirizado até 2012, 1.1 inicialmente foi feito um momento de discussão sobre a situação, a transição da saúde indígena e foi entregue as participantes da Subcomissão uma cópia do pacto de governabilidade que foi acordada ente a Secretaria Especial de Saúde Indígena, Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena e os Presidentes de Conselhos Distritais de Saúde Indígena.

Foi deliberado que a cópia do referido pacto ira ser lavada a plenária da CNPI para o conhecimento, acredito que deve ter sido já distribuída. 1.2 fomos denunciados pelo representante da APOIMI, da CNPI a insatisfação das comunidades indígenas do estado da Bahia, quanto a permanência do chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena da Bahia, solicitando a sua substituição imediata.

È uma situação que a gente entende que é de prerrogativa do governo, mais o que foi repassado, Secretário e Presidente é que há uma insatisfação generalizada nesse Distrito Sanitário Especial Indígena e que uma vez o chefe do distrito tendo apadrinhamento político ele acaba desafiando os irmãos indígenas daquela região.

Então a CNPI confirma o apoio a esse tipo de pedido, e gostaria de contar com a sensibilidade do Secretário, do Ministério da Saúde para que possa tomar as devidas providencias em relação a essa situação. E os encaminhamentos da Subcomissão no ponto

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1, a Subcomissão de Saúde Indígena ratifica a deliberação da reunião da bancada indígena da CNPI realizada no INESP na data de 14 de dezembro de 2010 e da reunião dos Presidentes dos Conselhos Distritais de Saúde Indígena, que teve a participação de representantes indígenas da CNPI de lideranças indígenas que foi realizado durante a reunião de trabalho. Transição das relações de atenção a saúde indígena da Fundação Nacional de Saúde, para a Secretaria Especial Indígena em 15 de dezembro de 2010 no Hotel Kubitschek.

Ambas as reuniões realizadas em Brasília, quanto a realização de seminários regionais com a finalidade compartilhar informações com as comunidades indígenas sobre a transição de saúde indígenas da FUNASA para a SESAI e sobre as perspectivas para 2011. 1.2 a Subcomissão recomenda que seja realizada uma reunião ampliada com cacique, lideranças do estado da Bahia, conselheiros do CONDISE da Bahia representantes da Subcomissão de Saúde Indígena da CNPI e representantes da APOIMI, e da Secretaria Especial de Saúde Indígena da FUNASA no município de Ilhéus na Bahia na segunda quinzena de janeiro de 2011 com o objetivo de compartilhar as informações sobre os encaminhamentos referente a criação implantação e implementação da saúde indígena, sobre a responsabilidade da Secretaria Especial de Saúde Indígena.

Aqui Presidente eu gostaria de acrescentar que a representatividade da bancada indígena pudesse participar dessa reunião porque uma vez que eles serão também multiplicadores dessas informações em outros estados. Não somente a Subcomissão indígena, só queria que fosse feito esse acréscimo nesse documento nesse sentido. Então, essa é a memória e encerro aqui a minha fala, senhor Presidente e Secretário.

Lindomar - Presidente me permita

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Pois não.

Lindomar - Lindomar região Nordeste e Leste a Subcomissão de Saúde da qual eu faço parte, Arão acho que nós esquecemos aqui de um ponto que foi aprovado e encaminhado e foi discutido também na Subcomissão e faltaram aqui que é a reunião ampliada entre fórum do Presidente, organizações e a bancada da CNPI para que a gente possa trilhar um caminho, uma proposta a partir da situação que estamos vivendo, principalmente de transição que seria a principio agora no mês de janeiro, não só com as organizações, não só com a CNPI com o fórum como as organizações indígenas para que a gente possa estar falando o mesmo linguajar dentro do que estamos vivendo. Obrigado.

Arão – Bom, só para colocar aqui como observação Lindomar no ponto 2 eu entendo que essa Subcomissão que foi recomendada aqui que seja realizada uma reunião ampliada com caciques, lideranças do estado da Bahia, conselheiros é essa reunião ampliada na segunda quinzena de janeiro de 2011.

Lindomar – Uma proposta só para a Bahia outra coisa só.78

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Arão - Não a questão aqui não trata só a Bahia pode ser incluso esse pedido, aproveitando este momento.

Lindomar - Valeu só isso.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Só uma observação rápida antes de o Titiah falar. 15 de janeiro é uma data cruel para nós do governo, está certo, só para falar a vocês é ainda período de férias, o orçamento ainda não abriu, está certo? Então eu só faço esta ponderação porque a gente vai tirar uma data aqui, que vamos acabar não conseguindo cumprir em função das nossas limitações dos órgãos nossos todos, está certo?

Arão - Presidente trata de uma proposta pode ser que em fevereiro nossa proposta seja atendida. Ou coincidindo com o carnaval, quem sabe na Bahia.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Tudo bem a gente pode, segunda quinzena, pode jogar mais para o final de janeiro, inicio de fevereiro, vamos lá, vamos Titiah.

Luiz Titiah – Bom dia a todos Luiz Titiah representando o Nordeste e Leste. Senhor presidente eu participei dessa Subcomissão ai, uma participação e assim não só a região do estado da Bahia, como outras regiões, nós fizemos alguma avaliação. Acho que nós também podíamos ter colocado aqui Lindomar naquela questão também que nós avaliamos na ida nossa lá nos Cinta Larga, a casa de apoio a saúde lá, onde nós registramos alguns fatos, acho que o delegado estava presente e demais, a comissão que foi representando o CNPI que foi uma coisa absurda que nós registramos lá dentro da casa de saúde lá na cidade de Cacoal em Rondônia.

E tem outras e outras regiões. Eu só queria dizer assim que a preocupação nossa a bancada indígena dentro da CNPI, na questão dessa nova secretaria ai criada eu queria desde já deixar aqui registrado na CNPI, Dr. Antônio nós estamos ai tratar junto com o senhor, somando essa nova caminhada ai junto com o parente ai Edemilson Terena e outros companheiro e parente.

Mas queria dizer assim que levasse em consideração, vocês pontuassem algumas regiões que está grave a situação de saúde. O estado da Bahia está sendo assim um estado que nós sabemos as outras regiões o que está passando, mas assim como nós colocamos aqui de prioridade o estado da Bahia por motivo de ter nós que somos representantes do movimento indígena nós estamos enfrentando isso, em alguma fala do chefe lá do DISEI ele está achando que é uma briga pessoal minha e do Sandro Tuxá e da Glicéria da CNPI.

Eu queria deixar registrado aqui que não a gente encaminhou uma coisa que a base pediu para nós como representantes do movimento indígena da região e como CNPI trazer aqui para a CNPI. E agora acho que chegou ao conhecimento do senhor, tem alguns outros

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documentos das organizações indígenas do estado da Bahia e tem no seminário de empreendimentos lá no estado da Bahia onde saiu uma assinatura de varias lideranças pedindo o afastamento dessa pessoa.

Não é eu particularmente eu não tenho nada contra a pessoa dele, mas assim na questão do profissionalismo dele dentro da saúde está sendo péssimo lá para nós e assim ele não usa o lado profissional, ele sempre desrespeita nós liderança lá, bate o telefone na cara da gente quando, a gente está reivindicando os direitos da comunidade. E que estou assim contando senhor Antonio que seja imediata tomada providência. O pessoal já queria fazer uma mobilização lá dentro do estado da Bahia, eu pedi que aguentasse um pouco essa vinda minha de novo na CNPI.

E eu penso assim que não só fica essa preocupação para a bancada indígena dentro da CNPI, que eu queria também que os companheiros ai do governo visse essa questão da saúde com carinho, para ajudar essa nova secretaria e ter também, Presidente a própria FUNAI também começar, dar uma fiscalizada em outros setores para estar ajudando a nós construir essa nova política ai. E para encerrar senhor Antonio, nós estamos ai pode contar com o apoio da gente para o que precisar, como movimento indígena, mais também deixa de nós vamos ter essa esperança, até o mês de março ai nós também entendemos essa mudança, que não é de uma hora para outra que a gente vai conseguir tudo o que a gente vem lutando a muito tempo, mais assim, esperamos também de ver também sócio para resolver a situação. Porque nós fazemos 2 papel, nós fazemos o papel de ajudar e também faz o nosso papel que é de cobrar e avaliar os trabalhos dos parceiros e dos companheiros ai, muito obrigado.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Capitão.

Capitão Potiguara – Capitão Potiguara, Leste e Nordeste. Dr. Antonio eu não sei se era o momento de fazer essa pergunta ao senhor, em relação a situação dos índios urbanos, se a Secretaria Especial de Saúde Indígena está pensando como vai tratar esse pessoal que está justamente fora das aldeias que chamam os índios urbanos. Preocupa-me pelo seguinte fato, Baia da Traição, Marcação e Rio Tinto, são duas cidades praticamente dentro da terra indígena e sou questionado a quase todo o momento, quando esses índios que moram na cidade, não tem o atendimento. Por isso eu faço este questionamento e queria que o senhor me desse assim se tem alguma maneira como vai trabalhar com esse pessoal no atendimento, dessas comunidades que moram na cidade.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Só uma observação, o secretario ele tem aqui uma apresentação que até pode ajudar a responder os questionamentos, então acho que a gente podia passar para esta apresentação e depois a gente abrir o debate, que eu acho que fica mais rico o debate a partir da apresentação. Então está? Vamos embora, depois a gente faz a apresentação.

Sandro Tuxá - Depois faz a apresentação. Desculpa interromper Presidente Sandro Tuxá 80

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pelo Leste e Nordeste é porque me remetido mais 2 documento pelos povos indígenas do Sul, extremo Sul e baixo Sul, pelo conselho de lideranças de Coroa Vermelha e também de uma reunião do encontro dos fóruns de políticas públicas do estado da Bahia realizado no dias 29 e 30, chegou até a mim, me pediram para entregar ao Dr. Antonio Alves em relação ao pedido dos índios da Bahia que se refere ao Dr. Jorge.

Então assim, como estava tratando ao tema, eu queria entregar ao senhor e mais uma vez fazer um apelo em nome da nossa região para que se priorizasse um encontro realmente de fato no estado da Bahia para a gente sanar sérios problemas que há por lá e nós estamos confiantes que realmente com a sua ida ou do Antonio Costa nosso companheiro Edemilson a gente vai conseguir avançar no nosso estado. Obrigado.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - Ok. Então vamos passar a apresentação posteriormente a gente abre para discussão.

Arão - Presidente, só para esclarecer, eu tenho que me retirar agora, porque meu vôo é agora ao meio dia e trinta, não conseguiram para amanhã e nem para depois, portanto eu vou me retirar mais desejando a todos um feliz natal, um feliz ano novo, que no próximo ano eu juntamente com vocês ou algum representante do estado do maranhão possa estar junto com vocês para continuar a discussão e encaminhamento dessas proposições que venham beneficiar ao nosso povo neste país.

Confio muito nessa equipe, nessa comissão e estou confiante que a gente vai alcançar os objetivos que tanto almejamos. Então os meus parabéns a todos nós e também ao governo a representatividade do governo e também um abraço especial para as mulheres sem as quais nós não resistiríamos e não conseguiríamos viver, um abraço. E um parabéns especial a mãe do ano da CNPI que é a nossa colega aqui e que está grávida, parabéns.

Vice Presidente Aloysio Guapindaia - O Arão tem que garantir o futuro dele é claro. Bom retorno Arão. Bom, vamos embora então, o Secretário Antonio Alves, por favor. A sua apresentação.

Dr. Antonio Alves – Bom dia. Quero saudar o Aloysio meus companheiros aqui do governo, as lideranças indígenas e os demais participantes dessa reunião da CNPI. Quero dizer da minha satisfação em agora oficialmente participar dessa primeira reunião, já nomeado Secretário Especial de Saúde Indígena da SESAI na secretaria criada com a luta, como resultado da luta de todos que aqui estão e outros que aqui não estão, mas que contribuíram, colaboraram a CNPI teve um papel fundamental nesse processo todo, quando foi aqui nesse plenário, que em 2008 na presença do Presidente Lula inicia-se todo um debate sobre as condições de atendimento a saúde dos povos indígenas no Brasil.

E naquele momento o Presidente chama o Danilo Forte então Presidente da FUNASA e o Ministro Temporão e determina que os dois encontrasse uma solução definitiva para as questões relacionadas a saúde dos povos indígenas, porque em todo encontro que ele tinha

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com as comunidades indígenas, as queixas não só se repetiam, como se ampliavam. Portanto naquele momento ele entendeu e determinou que houvesse uma compreensão de que algo tinha que ser feito para dar um novo rumo a está questão.

E ai vem todo um trabalho que vamos apresentar aqui como um balanço para vocês, na verdade eu não estava na saúde indígena em 2006, 2007 nesse período. Minha primeira intervenção como coordenador do GT foi do dia 5 de janeiro de 2009, quando instalamos o grupo de trabalho em saúde indígena lá no plenário do Conselho Nacional de Saúde e ai iniciamos todo um trabalho que culmina com o resultado que aqui estaremos apresentando.

Felizmente hoje o Arão já saiu, mas podemos afirmar que muitas das questões que estão colocadas naquela apresentação já foram vencidas, não só a questão que ele levanta, como o da questão da portaria 2656, mais outras e tantas e principalmente a criação da SESAI, como a grande novidade, quer dizer a grande conquista desse balanço ai de 2006/2010. Pode ir passando ai para nós, por favor. Essa imagem ela é o símbolo GT, daí eu ter feito questão de colocá-la na nossa apresentação porque ela andou conosco nos seminários que fizemos no Brasil todo, e ela é a demonstração final de um grupo de trabalho vitorioso naquilo que nos propomos, nos propusemos. Para chegar até aqui foi uma caminhada com muita luta, com muito enfrentamento, enfrentamento dentro do governo, fora do governo, nos partidos que é a luta social em defesa de algo quando se busca implementar algo que contraria interesses e beneficia interesses, então este embate ele é permanente na nossa vida e na nossa sociedade.

Então, nós vamos falar do subsistema de atenção a saúde indígena e ai fizemos questão já de dar uma sigla para o subsistema e associá-lo ao SUS porque ele pertence ao sistema de saúde para que não esqueçamos que não é algo a parte, não vamos estar inventando princípios e diretrizes num subsistema que está dentro de um sistema maior que é o Sistema Único de Saúde que foi resultado de outra luta maior da sociedade brasileira com o movimento capitaneado pelo movimento da reforma sanitária brasileira que em 86 culmina com a 8ª Conferência Nacional de Saúde aqui em Brasília que define e pela primeira vez se reúne uma delegação paritária metade usuário e metade trabalhador e gestor e que define então as bases que seriam levadas a Constituinte de 87 e 88 para a construção do SUS.

Naquele momento o setor privado na área da saúde se recusa a participar dessa Conferência que os 25% de gestor e prestador só foi preenchido por gestor, o setor privado não participa da 8ª em 86. Mas se organiza fortemente e elege parlamentares que são encaminhados a Constituinte de 87/88 e lá então é que se dá o grande debate das propostas que vinham da 8ª Conferência onde era majoritário o entendimento de que deveríamos ter no país um Sistema Único de Saúde público e estatal, entendendo saúde como direito de todos e dever do estado, e cidadania.

Que não poderia ser trabalhada como mercadoria que necessitasse a troca, venda e a 82

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compra por meio do setor privado. Como o setor privado se organiza e encaminha uma base parlamentar forte, tanto no Senado como na Câmara dos Deputados o resultado final foi que criamos o SUS, mais está previsto no artigo 198 a complementaridade do setor privado naqueles locais onde o setor público não se organiza, ou não se organizou adequadamente.

Claro que isso tem uma implicação concreta, porque à medida que o setor público se organizar, o setor privado complementar ele deixa de ser estar presente, por outro lado a própria conformação política nacional não permite que esta questão se avance na plenitude e aja substituição do privado pelo somente pelo público. Então essa questão concreta, porque ele financia eleições de prefeitos, de vereadores, de deputados estaduais, de governadores, de senadores, de presidência da republica, de deputados federais, isso faz com que nós continuemos vivendo com a conformação que ai está, o setor público avançando lógico avançou muito mais ainda a complementaridade do setor privado.

E hoje o Sistema Único de saúde que tem um financiamento federal, um orçamento ai colocado de 72 bilhões, está lá no Congresso para ser aprovado, grande parte desse recurso vai para pagar procedimentos de alta complexidade e media que são executados pelo setor privado. Então é uma correlação de forças que nós vamos enfrentar isso a todo o momento, porque ela é real e existe na sociedade brasileira. Bom então ai eu coloquei alguns dados importantes neste balanço em 2006 nós temos ai a edição desta portaria que é a aprovação da política nacional de atenção básica já que o subsistema trabalha com principalmente na execução da atenção primaria, atenção básica e a realização da 4ª Conferência Nacional de Saúde Indígena, que foi lá em Águas Quentes no estado de Goiás, onde o tema central que foi um grande debate naquele momento foi o DISEI como produção de saúde e autonomia desse Distrito Sanitário Especial Indígena criado pela Lei Sergio Arouca 9836 de 29 de setembro de 1999.

Então essa Lei cria o subsistema, define comunidade assistencial básica do subsistema o DISEI e naquele momento foi uma grande reivindicação do movimento é aprovado como um ponto central autonomia do Distrito Sanitário Especial Indígena, nós vamos falar mais um pouco a frente. Em 2007 tem a edição dessa portaria que o Arão se referiu agora a pouco que definiu o incentivo de atenção básica aos povos indígenas que ele é repassado via Secretaria de Atenção a Saúde, chamada SAS que é a secretaria mais conhecida do Ministério da Saúde pelos povos indígenas.

Todo mundo sabe, não isso é recurso SAS, alguns chamam o SAS, da até um artigo masculino ai o SAS na verdade é uma secretaria que é a que congrega no Ministério da Saúde toda a parte de atenção propriamente dita da assistência. Media complexidade, alta complexidade e atenção básica. E nessa secretaria então está também a grande parte da concentração dos recursos do Ministério da Saúde. Quase 50% dos 70 bilhões são coordenados pela Secretaria de Atenção a Saúde que pega toda a parte de urgência e emergência, transplante de órgãos, procedimentos de alta complexidade, atenção básica.

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Os hospitais do Rio de Janeiro e de Porto Alegre, toda a relação com setor hospitalar pública e privada se dá nessa secretaria. E definiu então a época, que foi uma tentativa de correção, mas acho que, eu avalio que foi equivocada porque já sinalizava uma perspectiva de trazer para a atenção primaria da saúde indígena uma relação com as prefeituras que não é bem aceito e não é o que nós propomos na nossa reestruturação do subsistema, em função dos próprios conflitos que existem ainda hoje entre prefeituras ou governos estaduais e a população indígena de espaço, luta por espaço territorial, disputa de terras, demarcação.

Quem é de Mato Grosso sabe a realidade que tem lá, os Guarani-Kaiowá quando até hoje não se conseguiu a demarcação daquelas terras e essa luta ela é permanente. Então quando joga esse incentivo para a prefeitura, para a Secretaria Municipal de Saúde você acaba dividindo um pouco a responsabilidade do financiamento da ação por meio das prefeituras e a Secretaria do Estado da Saúde, que nós pretendemos acabar com isso rapidamente.

Bom, iniciam algumas reformas na saúde indígena, nós temos essa portaria 1235 de 2008 que é uma portaria que já na perspectiva de reestruturar o subsistema sinaliza para a criação de uma comissão que pudesse fazer um estudo mais aprofundado que sinalizasse para o governo para o Ministério da Saúde, qual é de fato a necessidade em termos de pessoal para atenção básica aos povos indígenas e também um perfil desses profissionais entendendo que um quadro que nós vamos apresentar mais a frente também, mostra que isto está muito disperso hoje em vários locais. Nessa época em 2008 também foi encaminhado ao Congresso Nacional um Projeto de Lei por parte do executivo, o Ministério do Planejamento para dividir a SAS aquela secretaria que eu me referi em duas secretarias, continuaria uma com a incumbência de coordenar as políticas no campo da media e alta complexidade e outra que cuidaria da atenção primaria e da promoção da saúde.

E na exposição de motivos desse PL que foi encaminhado ao Congresso Nacional fazia uma referencia que a saúde indígena seria então transferida da FUNASA para o Ministério e estaria num departamento dentro dessa futura secretaria. E ai houve um levante nacional no bom sentido, uma reação dos povos indígenas, comunidades indígenas e o debate foi colocado e se na FUNASA num departamento esta questão já estava ruim, quando ela só tinha duas missões, saneamento e saúde indígena, imagina trazer isso para um departamento de uma secretaria que cuidaria da atenção básica de toda a população brasileira dos 190 milhões de brasileiros.

Então a chance de dar certo ou de ter uma priorização como se queria era mínima dada esta complexidade que é o Sistema Nacional, o Sistema Único de Saúde de todo o Brasil para 5564 municípios e 27 unidades da federação em municípios com 80% na base de 20 mil habitantes onde a atenção básica, atenção primaria é basicamente é a atenção principal no campo da saúde.

E ai o Ministro havia criado uma portaria com a incumbência de estudar essa transferência 84

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da FUNASA para cá, que a partir de um seminário que ocorreu promovido pela CISA, Comissão Institucional de Saúde Indígena do Conselho Nacional de Saúde, aqui em Brasília em novembro, se debateu fortemente essa questão então foi feito um encaminhamento de se reformular aquela portaria e ai trabalhar com outro grupo de trabalho na perspectiva de fato fazer um estudo mais aprofundado destra questão e com a composição ampliada.

Foi quando o Ministro reformula então, tem ai também a magistração do fórum e o Ministro reformula. Está ai o seminário que foi realizado em novembro, para o encaminhamento de propostas e o modelo para a saúde indígena. Em dezembro então o Ministro muda a portaria anterior e cria um GT com a composição de 26 membros onde 17 integrantes eram representantes dos povos indígenas e 9 de nós não indígenas e me designam então para coordenar esse GT, que inicia o seu trabalho dia 5 de janeiro de 2009, quando instalamos e começamos um grande trabalho que fizemos com realização de seminários regionais, ai foram 4 seminários, não fizemos da Região Sul, uma divida que tivemos com eles e que agora será recuperada nesta proposta que temos em realizar seminários regionais para agora divulgar já a secretaria criada e a nossa proposta de trabalho, com as comunidades indígenas.

Bom, dentro das propostas apresentadas por este GT tinha a autonomia do DISEI, criação da Secretaria Especial de Saúde Indígena, fazer essa transição e ai tivemos já nesta perspectiva o Presidente então acata um proposta nossa encaminhada, durante o trabalho do GT e em 18 de junho de 2009 ele por meio de um Decreto 6878 ele então assegura a autonomia dos DISEIs ainda na FUNASA. Quer dizer os DISEIs eram unidades, não era gestora dentro das coordenações regionais da FUNASA e ele então destaca isso no Decreto e coloca o DISEI como uma possibilidade de ser organizada como unidade gestora autônoma. Esse decreto nos deu um prazo até 31 de dezembro de 2010, porque o Presidente imaginava que essa secretaria pudesse ser criada neste intervalo de lá até agora e que nós tivéssemos a possibilidade com asa condições para garantir autonomia dos DISEIs.

Infelizmente não foi possível porque a secretaria só foi criada no dia 20 de outubro desse ano, portanto encaminhamos outra proposta que está lá na Casa Civil onde a gente amplia esse prazo e coloca, quer dizer, não amplia, dá uma define como questão central a autonomia, mais não coloca mais prazo para a sua efetivação.

Como resultado do trabalho no dia 24 de março de 2010 desse ano, você veja que trabalhamos durante todo o ano de 2009 em agosto nós encaminhamos no inicio de agosto uma proposta para o planejamento, esse projeto fica no planejamento discutindo internamente conosco o vai e vem. E somente foi possível em março de 2010 o Presidente tomar aquela atitude e a decisão corajosa na minha avaliação, que era o seu ultimo ano de governo de editar a medida provisória 483, que foi convertida na Lei 12314 de 19 de agosto, portanto já no segundo semestre desse ano autorizando a criação no âmbito do Ministério uma nova secretaria.

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Também ele encaminha nessa MP que depois foi transformada em lei, uma alteração da lei 8745 de 93, ampliando o prazo de contratação temporária para até 5 anos na área de saúde indígena. Autoriza a Presidência da República a criar uma tabela especial de renumeração já que a contratação por meio do carreirão, saúde, trabalho e previdência não nos permite contratar diretamente pela SESAI já na perspectiva de atender o termo de conciliação judicial que o Arão se referiu. E essa proposta da tabela especial está na Casa Civil hoje eu imagino que ela essa semana, senão na próxima que ela seja publicada e que vai nos permitir a fazer uma serie de ações com outra visão, com outra perspectiva para os profissionais que trabalharão ou que trabalham na saúde indígena do subsistema de atenção.

No dia 20 de outubro então se publica o decreto 7336 criando na estrutura do Ministério, aqui ainda falando um pouquinho da demografia, vocês conhecem melhor do que nós, só destacando ali em baixo que a população indígena está num crescimento positivo, onde temos provavelmente hoje com o censo de 2010 esse número vai ser diferente. Mais oficialmente no censo de 2008, 538.154 indígenas, mostrando um crescimento em 8 anos de 75%. E aqui também mostrando que na distribuição nacional por região, em todas elas esse crescimento ele é real.

A Região Norte mostrando um crescimento maior, mais a população indígena ela, isso significa com certeza algumas ações que foram feitas tanto a FUNAI e FUNASA na perspectiva, o próprio Sistema Único de Saúde que garante uma qualidade melhor e oferta de serviços, não aquilo que se esperava, mais pelo menos contribuindo. E aqui a distribuição desse mapa nacional da população indígena por região.

E aqui mostrando a pirâmide que nós chamamos populacional dos indígenas, da população, registrada pelo SIASI que é o Sistema de Informação na Área de Saúde Indígena da FUNASA, que agora migra para nós onde há uma grande concentração e uma população jovem e isso quando visitamos as aldeias você vê isso no real, na quantidade de crianças abaixo de 10 anos é uma comunidade que são curumins para todo o lado. E uma população assim muito jovem e que o subsistema tem uma responsabilidade enorme para estruturar serviços que garantam, não só que se mantenha essa base da pirâmide, mais também que aumente lá no topo da pirâmide. E que as populações possam viver mais, já que hoje a expectativa de vida nossa do sistema de saúde nacional é em torno de quase 73 anos. A gente observa que ainda está uma faixa pequena ali acima dos 70 anos, dos 60, portanto ai que também vem um desafio para nós da saúde indígena que é garantir ações não só no subsistema, mas também nos SUS que possa oferecer ações de qualidade na população acima de 60 anos.

Que começam independente de qualquer ação nossa, o envelhecimento das nossas células e vêm as doenças degenerativas e alguns casos até por mudança de costumes e cultura. Como é o caso, por exemplo, dos Enawene-Nawe lá no Mato Grosso, na região de Brasnorte onde ainda eles mantêm o costume de não comer sal e nem carboidratos nem

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açúcar, mais com certeza com esse contato eu testemunhei recentemente um encontro nosso aqui com algumas lideranças no aeroporto de Brasília, aonde os jovens, essas lideranças que vieram estavam com a latinha de coca cola de guaraná, isso é uma questão que nos vai nos preocupar com certeza.

Que quando eles vêm acabam pegando, adquirido os nossos hábitos, então compartilhando também dos nossos hábitos e o que, que isso vai fazer com que interfira lá na saúde dos Enawene lá na região de Brasnorte do Mato Grosso. Então é uma preocupação que o subsistema tem que ter. Essa é a organização atual do subsistema hoje com 34 DISEIs 354 pólos bases, 62 CASAIs esses são números oficiais, claro que vamos rever tudo isso, para buscar uma política de reestruturação de recuperação, de construção.

Já sabemos que temos mais CASAIs do que no passado, mais menos pólos bases do que foi passado, então é o que temos. E um quadro de profissionais de 12.895 dados de 2008, pode ter alguma mudança mais recente, onde 1.681 de nível superior e 11.214 de nível médio intermediário, que inclui técnicos, agentes indígenas de saúde, a ESAN e também e ao a ESAN.

Esse é o mapa da distribuição dos DISEIs, tem ali o nome e o número de cada um onde estão localizados, aqui é como é que funciona a estrutura nesse mapa ai, nessa esta faltando agora a introdução da SESAI que temos que refazê-lo mais é a secretaria com 34 DISEIs os polos bases, as CASAIs as aldeias e os postos de saúde nas aldeias. Então essa é a estrutura organizacional do subsistema incluindo ai também a Secretaria Especial de Saúde Indígena.

Ai algumas dificuldades na operacionalidade desse subsistema, temos regiões em que o acesso se dá por meio de barco, outro só por meio de avião e outros que se dá por meio barco avião ou até terrestre e outros mais por via terrestre, a grande maioria. Então esse é o quadro nacional que nos mostra o que é necessário para chegar até as aldeias e levar as ações até as comunidades que é o objetivo do subsistema.

Algumas doenças ou morbidades que nós chamamos em termo técnico, malária, desnutrição, tuberculose, diarréia, infecções de vias aéreas superiores e gripes, pneumonias as hepatites virais, a leishmaniose e as parasitoses, claro que tem outras intercorrências, aqui são as mais comuns, mais frequentes. E muitas delas inclusive tendo uma participação efetiva dos não indígenas, como é o caso da garimpagem na região dos Ianomâmis lá em Roraima, que acabam levando a malárias e outras doenças inclusive sexualmente transmissíveis também, fazendo com que exigindo de nós governo uma integração e uma ação efetiva, Ministério da Defesa, Ministério da Justiça e CNPI e a própria FUNAI, Ministério de Desenvolvimento Social, porque muitas questões que vão aparecer na saúde a causa não está no âmbito da saúde e o enfrentamento tem que ser interinstitucional e nós enquanto setor saúde vamos estar buscando esta articulação permanente e podendo colaborar e contribuir no debate e também na busca de solução coletiva por parte do governo.

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Aqui mostrando que por mais que tenhamos dificuldades a mortalidade infantil ela está caindo, mais ainda é um número que nos preocupa, 2008 nós tínhamos 44.93 ali por mil crianças, ou seja, cada mil crianças nascidas vivas, 44.93 morriam antes de completar um ano de vida. Quando a mortalidade infantil nacional hoje está em torno de 19 por mil, portanto 19 a 44 é até um número que nossa meta é reduzir, reduzir, claro até eliminar, mais é difícil eliminar a mortalidade infantil nenhum país conseguiu em todo o mundo, porque tem as doenças que elas ocorrem independente de qualquer ação, como as chamadas cardiopatias congêneres, a criança já nasce com algum problema que não consegue viver, por mais que se ofereça melhor serviço de saúde.

Então tem que ser meta nossa, buscar a redução da mortalidade infantil pelo menos chegando ai num nível nacional e cada vez caindo mais. Pois não, você quer perguntar agora ou pode perguntar depois?

Pierlângela – É só para esclarecer, você pode informar quais são as doenças da causa da mortalidade?

Dr. Antonio Alves – Não, isso aqui, acho que não dá para fazer esse debate agora, porque tem varias, mais a mortalidade infantil se dá por desnutrição, diarréia, quer dizer a diarréia num desnutrido ela é mais grave do que a diarréia numa criança nutrida normalmente nutrida. Mas são as doenças infecto parasitarias, e desnutrição também, que mais causam. Aqui tem a questão do saneamento, lá tinha no documento apresentado pelo Arão que uma reivindicação era o saneamento agora sobre a coordenação do subsistema.

E hoje é uma realidade aqui eu trouxe só um número. O mapa da situação é claro que isso ai nós vamos rever e agora temos uma coordenação na SESAI de saneamento e edificação em terra indígena e se observar ali, grande parte das aldeias ainda sem água em condições adequadas de tratamento, que é o ponto central do saneamento. Alguns desafios que estão aí colocados, 85% dos recursos humanos para a saúde indígena são terceirizados, ou via convenio e FUNASA 35% ou prefeituras, ainda com recursos da SAS, formas precárias de contratação, falta de um plano de carreira ou de uma perspectiva para os trabalhadores, e investimento nesses 10 anos do subsistema.

Isso levando a uma alta rotatividade onde as pessoas para o convenio de um ano fica e não tem perspectiva, a maioria sai e não volta mais, então é um trabalho que eu considero um dos grandes desafios hoje, porque não se faz implementação de saúde, sem pessoas. Você pode ter o melhor equipamento, mais se não tiver quem manuseia qualificadamente, logicamente o equipamento não vai trabalhar sozinho. Alguns avanços que nós temos que reconhecer no controle social, eu acho que hoje mesmo precisando da gente fazer uma revisão, mais os conselhos locais, os conselhos distritais e o próprio fórum é uma grande conquista e a própria CNPI também como um fórum ai de controle social importante da gestão do governo. Investimento em estruturas físicas, aquisição de veículos, barcos, equipamento, então esse é um grande desafio que também já tiveram avanço mais hoje

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temos que fazer revisão, principalmente na manutenção, já que parte, grande parte dos DISEIs está em municípios pequenos, onde o contrato de manutenção que a FUNASA tinha era na capital.

Você pega o exemplo que eu dei de Brasnorte em que os Enawene-Nawé para chegar no município tem que descer 3 horas de barco, depois andar mais uma hora de caminhonete e chegar na cidade. São estradas de terra, rurais de difícil locomoção, portanto os veículos não aguentam muito, mesmo com tração 4 rodas e tudo, mas o contrato de manutenção fica em Cuiabá. Então quando o veiculo quebra você tem que se valer do contrato de manutenção na capital.

Então isso tudo nós temos que rever a partir de agora na criação da SESAI. Melhoria em alguns indicadores de saúde, nós vimos aqui da própria maternidade infanti,l e algumas melhorias sanitárias com questão do saneamento. Bom, então o Decreto o que, que ele trouxe, foi assinado no dia 19 pelo Presidente Lula, muito aqui estavam lá, publicado dia 20 e ele então aprova a estrutura regimental do Ministério e o anexo número um trás no artigo primeiro, trazendo para a competência do Ministério, administração direta, portanto, essa responsabilidade pela execução da saúde ambiental, ações de promoção, proteção e recuperação da saúde individual e coletiva, inclusive a dos trabalhadores que já tinha e ai incluiu a dos índios, que antigamente não tinha, tinha no Decreto da FUNASA, portanto trouxe para a administração direta essa execução, condução da política.

E na alínea F do artigo 2º cria-se então a Secretaria especial de Saúde Indígena. Foi possível colocar esse nome Secretaria Especial, porque na MP que o Presidente encaminhou 483 ele eliminou esse especial das secretarias que tinham status de Ministérios, a SEPIR, Mulheres, Pesca e Direitos Humanos e ai nós pudemos agora na estruturação da SESAI colocar o especial.

E porque que ela é especial e as outras do Ministério não são especiais? Porque justamente ela vai ter como execução na ponta uma atribuição que até então era do SUS que são a atenção básica nos municípios. E ela vai executar por meio dos distritos sanitários especiais que estão ali colocados, pertencente a essa estrutura a gente vai ver no organograma. Mantém os órgãos colegiados, Conselho Nacional de Saúde, Conselho de Saúde Suplementar.

Que nós da o organograma ai agora do Ministério da Saúde e coloca lá a direita de que está mais próximo ai vai poder ver, a Secretaria Especial de Saúde Indígena. E mantém âmbito nacional o controle social que é o Conselho Nacional de Saúde. E ai o organograma da SESAI, está faltando ficar pontilhado ali, mais na estrutura não aparece, porque o controle nacional social e representado pelo Conselho Nacional de Saúde, mais nós teremos ali pontilhado, junto com o gabinete do secretario, o fórum de presidente de CONDISI, inclusive com estrutura especifica, Secretaria-Executiva está com a coordenação lá da Bianca que veio lá do Maranhão e tem toda experiência de controle social e que vai nos ajudar, mais o Edemilson que está conosco na SESAI e o Cacareco também vai estar

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conosco na secretaria e ai toda a estrutura dela, com o gabinete e com a coordenação geral do planejamento, criamos uma coordenação diferenciada também que as outras secretarias do Ministério não têm nenhuma na esplanada tem, que é essa coordenação, desenvolvimento de recursos, de pessoas com atuação na inter-culturalidade em função da especificidade da população indígena.

E os departamentos, 2 departamentos com coordenações e no departamento de atenção a saúde indígena a coordenação geral de edificações e saneamento. Ai o organograma do DISEI, com a seção de apoio administrativo, uma divisão de atenção a saúde, que vai coordenar toda a parte da CASAI e também das equipes multiprofissionais de saúde indígena. Os escritórios locais, naquelas regiões em que tinham assessorias, como é o caso do DISEI interior Sul e DISEI litoral, onde nós temos, estão em quatro estados, portanto escritório local e as CASAIs e os 4 serviços, serviços de edificação e saneamento, serviços de recursos humanos, serviços de orçamento e finanças e o serviço de recurso logístico.

Que foi uma estrutura que nós conseguimos graças ao PL em que a comunidade indígena reagiu que estava no Congresso, que foi retirado, mais tinha previsão dos DAS que estavam lá 118 e nós conseguimos transformar nessa estrutura maior com 34 DISEIs que a estrutura repete, com exceção do DAS do coordenador do DISEI. Nós perdemos essa batalha para a FUNASA no embate, não conseguimos trazer todos os cargos que queríamos que estivessem lá. E só foi possível obter 34 dos 34 21 coordenações com DAS 4 e 13 com DAS 3.

Continuaremos na luta para no governo da Dilma, conseguirmos reformular isso ai e assegurar uma coordenação nacional idêntica para todos os Distritos Sanitários Especiais Indígenas. E ai a competência da SESAI eu não vou me meter porque vocês estão, vão receber isso ai também, e cada um pode copiar se quiser essa apresentação. A competência são 8 competências da SESAI, a competência, os DISEIs e o artigo 45 do anexo então define aos Distritos Sanitários Especiais Indígenas subordinados as SESAI compete coordenar supervisionar e executar as atividades subsistema de atenção a saúde indígena do SUS criado pela Lei 9836 de 99 na suas respectivas áreas de atuação.

Neste primeiro momento vamos continuar trabalhando com os DISEIs como estão depois a gente vai fazer uma revisão para saber se o que tem hoje é suficiente, ou se precisamos fazer uma revisão dessa estrutura. Inclusive com as sedes, viu Titiah do DISEI, muito estão na capital enquanto grande parte da concentração da população não está na capital ou próxima, então é o caso da Bahia, mais não da para fazer esse debate agora, porque a transição vai exigir tanta energia, tanto esforço que se nós nos dispersarmos, não vamos conseguir fazer a transição sem prejuízo das comunidades indígenas. Portanto é um debate para o futuro.

Isso aqui é um perfil que a gente definiu no dia 21 e 22 que eu vou entrar nele mais na frente. Perfil do chefe, depois tem outra apresentação que é das diretrizes. Nós fizemos uma reunião agora de 13 a 15 aqui em Brasília, trouxemos chefia de DISEIs, trouxemos

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Presidente de CONDISI, convidamos apresentações das organizações indígenas, algumas conveniadas vieram também e trouxemos a representação do Ministério da Saúde nos estados que são os núcleos estaduais do Ministério da Saúde. Estavam conosco as representações de recursos humanos, de recursos logísticos e de apoio administrativo. Porque nós entendemos que agora neste período chamados de transição é importante que os órgãos do Ministério da Saúde que estão nos estados nos de apoio para reestruturar os DISEIs da forma que estamos propondo. Por exemplo, hoje eu não tenho nenhum DISEI com autonomia, mais a partir de 1º de janeiro não tem mais nenhum centavo de orçamento na FUNASA, nós vamos ter que fazer tudo via SESAI.

Os contratos que a FUNASA está prorrogando agora ainda com orçamento da saúde indígena, até 31 de dezembro vão precisar ser sub-rogados para a SESAI, só que eu não tenho DISEI com autonomia, eu não tenho CNPJ não tenho estrutura, então quem vai sub-rogar com a parceria do DISEI, vai ser o nosso núcleo do Ministério que já está organizado e o DISEI vai ser parceiro nesse processo. Enquanto nós trabalhamos ai na perspectiva da autonomia do DISEI que vai depender de pessoal, de criação do CNPJ de comissão de licitação de pregoeiro, de pessoal qualificado, de criação de relação com o Fundo Nacional de Saúde. Então um trabalho que não tivemos tempo e não vamos ter até 31 de dezembro. Então, o pessoal veio vai dar um exemplo aqui do Amazonas, onde já me ligou a chefe do núcleo do Amazonas que já criou na própria sede do Ministério da Saúde uma estrutura de apoio ao DISEI Manaus.

E logicamente vai dar apoio aos DISEIs do Amazonas que são 7. E a Dada que estava aqui conosco nesse encontro junto com o pessoal nosso, vai poder nos ajudar, inclusive alguma licitação que precisa ser encaminhada o Ministério tem estrutura para fazer isso e pode fazer para nós e a gente pode sair dessa ligação com a FUNASA a partir de 1º de Janeiro. E ai nós discutimos algumas diretrizes que eu vou me referir para vocês, planejamento das ações a serem desenvolvidas pelo DISEIs de 2011, porque o nosso PPA do governo ele foi 2008 e 2011, ele entra no primeiro ano do governo que começa no dia 1º de Janeiro que é o governo da Dilma e os planos distritais dos DISEIs ele ia até dezembro de 2010.

Então nós temos que dar uma complementada até 2011, já começar a discussão do PPA de 2011, aliás, 2012 e 2015, que é o que vai balizar as nossas ações no período de 2012 e 2015. O planejamento o plano distrital que vai elaborado no ano que vem para 2012 e 2015 ele tem que ser baseado no PPA que vai ser aprovado pelo governo em 2011 no Congresso Nacional. Então está ai também a discussão do plano distrital, criamos no âmbito do SESAI um comitê de resposta rápida, que eu vou falar um pouco a frente, as comissões de transição, a participação do subsistema em um debate que vai acontecer a partir de março do ano que vem que é a 14ª Conferência Nacional de Saúde convocada pelo Conselho Nacional de Saúde, e já fazer um debate para a 5ª Conferência que nós estamos sinalizando, ainda vai ser levada ao próprio Conselho Nacional de Saúde, e com a nova gestão do Ministério que é a 5ª Conferência que não pode ser em 2011 para não bater, chocar com a Conferência Nacional.

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Então com relação ao planejamento, cada DISEI com a participação dos CONDISIs, os conselhos locais, vai elabora o seu planejamento para 2011 que é justamente para completar o plano distrital que tem que fechar até o final do ano, que abrange o período de transição que é até 19 de abril, que foi o prazo que o decreto nos deu. E já começar a discutir com os conselhos o PPA 2012/2015. O PPA é o plano que se todo o planejamento não estiver, não se orientar pelo PPA nós não podemos fazer o planejamento, ele é que vai dizer as grandes rubricas nacionais de investimento, e de custeio, portanto ele é fundamental. E o governo tem que encaminhar o PPA, 2012 e 2015 até 31 de agosto de 2011. Então o ano que vem nós temos algumas coisas do planejamento coincidindo, por exemplo, a Lei de Diretrizes orçamentária o governo já começa o debate de 2012, o governo já começa a fazer o debate sobre ela em março de 201. Depois aprovada a LDO tem o chamado PROA que é o Projeto de Lei Orçamentária Anual. O orçamento de 2011 já está no Congresso deve ser aprovado até 22 de dezembro. A semana que vem. O ano que vem nós vamos discutir oi orçamento de 2012, já na perspectiva do PPA e tudo isso tem prazo constitucional, que é 31 de agosto. Então o nosso debate tem já que começar, a fazer o debate da transição, mas também do planejamento normal do governo.

Cada DISEI com a participação do CONDISI, sempre do controle social, iniciara o debate para construir o plano Distrital de Saúde Indígena 2012/2015. Logicamente nós temos que respeitar o PPA e fazer isso, temos que planejar der tal forma que nós possamos ter tempo para fazer. Então o PPA como ele vai ser aprovado até o final de 2011, esse plano distrital nós podemos deixar para iniciar o debate, mais não concluí-lo enquanto não for aprovado pelo Congresso Nacional o PPA, que é o que vai ser a nossa grande bússola a nossa grande orientadora.

E cada DISEI será constituído de isso é outra diretriz, um comitê de resposta rápida para atender as situações emergenciais que porventura surjam no âmbito de DISEI neste período de transição. Este comitê devera ser ai no campo da gestão, está composta pela chefia do DISEI, pelo responsável pela divisão de atenção a saúde, seção de logística e seção de orçamento e finanças e foi sugerido lá no nosso evento que tivesse também a seção de edificação e saneamento, que pode ter alguma questão emergencial no campo do saneamento também básico.

Esses comitês elas são no campo da gestão e a SESAI então vai instituir esse comitê, a gente vai baixar uma portaria até para dar visibilidade que será constituído pelo secretário chefia de gabinete, diretoria de atenção a saúde, diretoria de gestão da saúde e a coordenação geral de planejamento que é a área do SESAI que vai nos dizer se tem orçamento, se tem, quanto tem, se precisa buscar em outra área do Ministério.

Em cada DISEI também como outra diretriz será constituído uma comissão de transição que terá que finalizar o seu trabalho, a sua existência em 19 de abril, é claro que ela poderá ser extinta antes se nós conseguirmos fazer a transição em cada área antes do dia 19, por exemplo, eu vou dar um exemplo que ele faz parte desse trabalho. Levantamento patrimonial e transferência patrimônio da FUNASA para o Ministério. Se a comissão de

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levantamento e inventariante, concluiu o seu trabalho sobre o acompanhamento ai dessa comissão, até fevereiro essa é uma tarefa que a transição, a comissão não precisara mais se preocupar.

Portanto cada etapa vai ser sendo vencida na medida em que a gente consiga completar esse período de transição. Cada DISEI discutira com o CONDISI, com os conselhos locais a sua participação no subsistema na 14ª Conferência Nacional de Saúde. Porque as etapas municipais elas já começam em março, então tem que se organizar para nós fazermos parte do debate da 14ª já na etapa principal. É importante que o subsistema encaminhe delegados para a etapa municipal depois eleja delegados para a etapa estadual e também para a etapa nacional que é o processo de organização das Conferências comandadas pelo Conselho Nacional de Saúde. Cada DISEI iniciara após o período de transição, a gente está colocando isso ai para não ter conflitos sobre a realização da 5ª Conferência Nacional, sinalizando que deve ser realizada em 2012, como proposta de temário central, quais são os eixos programados desta Conferência, critérios de participação dos delegados ou da comunidade na Conferência. A realização da chamada Pré Conferência ou Conferências por comunidade ou Conferência por DISEI, Conferências locais etc.

Bom, então estas foram as diretrizes que nós pactuamos nesse evento que fizemos aqui de 13 a 15, acabou antes de ontem. Tem outra que eu quero também falar com vocês, rapidinho aqui, porque eu não sei como é que está o meu tempo. Bom isso ai é uma novidade que nós queremos introduzir na condução do subsistema de atenção a saúde indígena. Isto não está fechado, foi o inicio deste debate, mas é o que? A SESAI assinara com cada DISEI um contrato de condução do subsistema e ai também não precisa entrar em detalhes, mais coloca ai só para nós a clausula 1ª. Esse modelo nós queremos também praticá-lo com a relação com os municípios, ou seja, estabelecer com os municípios que tem que nos assegurar a atenção na media e alta complexidade um contrato de gestão entre SESAI, DISEI e prefeitura.

Qual que é o objeto desse contrato, ele visa pactuação de resultados com a finalidade de permitir avaliação de desempenho do DISEI, mediante estabelecimento de objetivo, diretriz, estratégia, metas, ações, e indicadores, fazer parte de um anexo 1, 2 e 3, ou seja, nós vamos contratualizar, esse contrato será aprovado pelo CONDISI e ai o próprio CONDISI vai acompanhar e fiscalizar a sua execução e numa periodicidade que nós vamos estar definindo quando assinarmos esta contratualização prestando contas daquilo que estamos fazendo.

E periodicamente o DISEI prestara conta para a SESAI e a SESAI prestara conta para o fórum de presidentes dentro da periodicidade que estaremos definindo. Então acho que com isso nós sairemos do contrato do plano distrital de gaveta ou daquilo que acha que deve fazer também do emergencial. É o planejamento que devera ser seguido. Então esse é o contrato que eu quero também compartilhar com vocês, podem levar também e apresentar sugestão enquanto CNPI para que possa aperfeiçoar esse contato entre entes públicos, que eu acho que é fundamental e termos compromissos, por meio deste contrato

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eu vou poder avaliar o desempenho de cada chefia de DISEI.

E ai aqui não está previsto, mais é importante que tenha neste contrato quais as punições que teremos que implantar quando do não cumprimento das metas pactuadas. Que pode ser inclusive a substituição da chefia ou de alguém daquelas caixinhas que estiver coordenando cada DISEI. E logicamente o Ministro Temporão já tinha com as outras secretarias um contrato parecido com esse, e a gente espera que o Ministro, ou a Ministra que entrar também tenha e que possa avaliar também o desempenho da SESAI. E fazer a substituição quando for necessário do nosso desempenho, coordenação da SESAI e mudar essa forma de trabalhar no subsistema e de assumir compromisso.

O último, essa última apresentação que é o pacto de governabilidade que entre si acordam a SESAI os Distritos Sanitários Especiais Indígenas e os Presidentes de CONDISI que estavam presente na nossa reunião. Tem vários considerandos e vocês estão recebendo aqui, nós assinamos este pacto de governabilidade. Fizemos vários considerando que eu não preciso ler aqui, agora, mas todos que estavam lá se comprometeram a 1- contribuir de forma pactuada e pacifica neste momento de construção desta política buscando nos fórum definidos a resolução dos conflitos, através de negociação acordadas entre os entes envolvidos. Convergir esforços na resolução dos problemas a serem enfrentados utilizando para tanto a pratica do dialogo e da negociação, observar na definição das equipes de gestão da SESAI e dos DISEIs o perfil definido na reunião do fórum de presidentes que faz parte anexo ai, Realizar o processo de avaliação da fase de transição englobando a gestão, atenção a saúde e controle social, até 19 de abril. Então 19 de abril é nosso período final da transição.

Nós queremos nesse período e ai já tem uma proposta recomendação aqui apresentada realizar um fórum ampliado que ocorra lá e que ocorra no âmbito nacional, fazer uma avaliação desse período e se de fato temos que mudar rumos, trocar dirigentes e recomeçar, redirecionar nosso trabalho enquanto gestores que temos responsabilidades de assegurar que as ações de fato sejam oferecidas de qualidade em cada aldeia. Esse é um aspecto fundamental, responsabilidade de gestão do subsistema é do governo federal, compartilhada com o controle social naquela atribuição que cabe ao controle social, mas a gestão é a grande responsável por essa condução.

Utilizar as diretrizes para o funcionamento do subsistema, que eu apresentei para vocês na perspectiva sempre do fortalecimento do controle social. E ai já está na nossa pagina da SESAI quando entrar, www.saude.gov.br, vocês vão entrar nos órgãos do Ministério, tem lá a SESAI, inclusive com as fotos já hoje colocadas dos participantes desse encontro, foi uma reunião de trabalho que tivemos a honra de receber lá o representante indígena da CNPI, que dialogaram com os que aqui vieram e assinamos esse grande pacto, que eu acho que ele é fundamental.

E ai tudo o que acontecer em termo de conflito onde ele ocorra nós estaremos buscando sempre na perspectiva do dialogo, já temos ai expectativa de reunião no Vale do Javari,

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vamos marcar essa lá na Bahia, já fomos para o Acre, já mandamos uma equipe, toda a nossa equipe dos departamentos controle social foi para o Acre, em Parintins também, e a perspectiva é nós estarmos dentro das nossas possibilidades, as nossas pernas, estar buscando isso.

E claro é importante que vocês nos ajudem também a de enfrentar os conflitos que porventura ocorra. Nunca nos furtaremos ao dialogo permanente. Agora também não eximiremos de assumir a responsabilidade que nos cabe quanto gestor. Porque quando houver qualquer problema quem responde legalmente é a chefia do DISEI o secretario, o Ministro e o Presidente da República nos cargos que ele nomeia ou que ele delega com a nomeação por meio do Ministro da Casa Civil, que, por exemplo, o meu cargo ele é nomeado pelo Ministro, era o Presidente. Para o presidente não ficar nomeando todos DAS seis ele delegou competência ao Ministro da Casa Civil. O Ministro da Casa Civil subdelegou ao Ministro Temporão, ou ao Ministro da Saúde a nomeação dos cargos de DAS 4 para baixo, mas todos eles passam por uma pesquisa nacional que é feita ai sim na Presidência da República.

Nós tivemos, por exemplo, alguns nomes que foram encaminhados ou de recondução ou de perspectiva de pessoas que não puderam assumir ou porque tem algum processo administrativo em andamento quando é servidor, ou porque tem algum processo na justiça, ou porque tem algum cheque sem fundo que foi emitido e, portanto, o órgão de segurança lá da Presidência da Republica faz isso para todo mundo e quando tem qualquer indicativo, volta e você tem que rever ou até suspender aquela determinada indicação. Portanto há um rigor porque nós queremos que o princípio da lei da ficha limpa seja exercido com todo o rigor no subsistema. Quem tiver qualquer problema com a justiça não poderá assumir nenhum cargo no nosso subsistema. A gente vai ser rigoroso claro com o apoio do Ministro e da Presidência da Republica que é a recomendação que nós temos.

Portanto essa regra vale para todos nós indígenas e não indígenas, ninguém está isento de assumir qualquer cargo em qualquer instancia do subsistema desde que atenda o perfil, porque nós estamos coordenando um subsistema que é como se fosse um Ministério da Saúde, da saúde indígena com as Secretarias de Saúde Nacional e as Secretarias Municipais de Saúde que qualquer deslize que temos nessa linha de direção poderemos estar colocando em risco a vida de muitas pessoas, a vida de populações ou de crianças de jovens e de adultos.

Tivemos um caso recente que nos preocupou mais a gente, felizmente conseguiu resolver, mais poderia ter tido um desfecho complicado, que foi quando da ocupação do DISEI Parintins e que nós tivemos o impedimento porque os cartões de combustíveis estavam trancados, não pudemos mandar, não poderia naquele momento mandar fazer a remoção de uma gravidez de alto risco, precisava ser trazida da aldeia para a cidade.

Ai, tivemos que negociar, então estas questões elas podem levar há uma complicação maior se não tivermos m dialogo permanente e uma compreensão de todo mundo, porque é a

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remoção ela trabalha com urgência, urgência essa que pode significar a perda de uma vida ou de algumas vidas, portanto assinamos este pacto e vamos tentar conduzi-lo ai enquanto eu estiver na coordenação da secretaria, não sabemos se vai ter continuidade ou não, até a definição, mais até 31 de dezembro eu serei o gestor do subsistema com essa equipe que nós constituímos até este momento e estamos ouvindo as lideranças também para que nós possamos estar encontrando um ponto de convergência na condução lá na ponta dos DISEIs.

Ouvimos a manifestação das populações indígenas da Bahia, não efetivamos a gestão, nós tivemos que como a FUNASA baixou uma portaria e exonerou todo mundo dos DISEIs o Ministro teve que se valer de um dispositivo legal que permite a ele indicar pessoas respondendo pelo DISEI até que se encontre um titular. E ai quem não era servidor teve que sair e aqueles que não tiveram prazo para fazer este estudo de perfil nacionalmente tiveram que fazer algumas reconduções que não agradaram algumas comunidades, então agente está revendo isso.

Não há nenhuma intenção nossa de impor, mais também temos que ressaltar que nós temos que ter compartilhamento de responsabilidade nas indicações nas nomeações em qualquer cargo, em qualquer instancia do subsistema. Que vai desde a ponta das seções, da divisão, da chefia, da SESAI e também logicamente ai da presidência com o Ministério da Saúde como um todo. Então eram essas apresentações que eu tinha o dever e agradeço a oportunidade Aloysio de aqui estar apresentando para vocês, agradecer o apoio incondicional que a FUNAI tem nos dado neste período em alguns momentos a FUNAI tem inclusive colaborado, contribuído com recursos, que nós ficamos com a secretaria sem um centavo de recursos, foi uma decisão política porque se nós fizéssemos a transferência orçamentária da FUNASA para a SESAI, muitos processos que estavam em andamento tinham que ser cancelados e não dava tempo legal de começar do zero. E ai, estamos acompanhando alguma comissão nossa, estamos assinando todo processo que está vindo da FUNASA de compras de licitação, prorrogação, vamos sub-rogar os contratos, vamos acompanhar a execução dos convênios prorrogados até abril e já assumir a partir de janeiro com orçamento da SESAI.

Em alguns momentos a FUNAI teve que nos ajudar com orçamento dela nesta parceria que acho que tem sido fundamental e eu acredito e tenho certeza que será a nossa grande parceira na reestruturação do subsistema, junto com a CNPI, com os CONDISIs e com o fórum de Presidentes. Já distribuímos simbolicamente na nossa reunião de trabalho o primeiro kit canal saúde para o CONDISI quem foi sorteado foi o CONDISI dos Xavantes, a televisão 32 polegadas, o computador, a impressora, o estabilizador, o sinal para receber o canal saúde, que é uma TV por assinatura em parceria com a OI, o canal saúde é acesso gratuito.

E incluindo os Conselhos de Saúde Indígena no PID que é o Programa de Inclusão Digital que eu já falei com vocês em outro momento, ai que vem depois garantir qualificação, treinamento e contato permanente por meio desse grande programa da SGEP. E também a

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secretaria que eu coordeno ainda interinamente acumulando lá no Ministério que é a SGEP foi a grande parceira desse processo da transição, é graças a ela que ainda eu consigo deslocar alguém e ainda tem orçamento na SGEP e eu posso enquanto secretário ordenar essa despesa, porque eu não tenho nenhum orçamento na SESAI. Então somos 2 órgãos assim que tem além de todo o apoio do Ministério há um envolvimento grande do Ministério da Saúde neste debate, nesta discussão.

Isto eu acho que vai garantir e assegurar o sucesso dessa reestruturação nacionalmente, porque o Ministério todo está envolvido com a saúde indígena. E até então, era mais envolvimento pontual, porque era estava na FUNASA e por ser uma fundação e ter autonomia, ela acaba conduzindo isso com certa autonomia também na própria integração interna no âmbito do Ministério. Obrigado.

Presidente Marcio Meira - Obrigado Secretario Antonio Alves pela apresentação, só observar que foi um esforço enorme que agora a gente começa a implementar o esforço de governo em que a FUNAI e o Ministério da Saúde e a CNPI participaram ativamente, não só nós mais outras organizações indígenas também representativas e de fato eu considero unto com a reestruturação da FUNAI, a implantação de toda uma estrutura, que vai ter aqui uma como consequência, não é a reformulação da política indigenista do Estado Brasileiro e que outras ações também precisam entrar nesse processo. De qualquer maneira a saúde clamava urgência na resolução.

Agora é um processo de transição que também vai exigir da gente muito trabalho e também muita discussão e pactuações políticas para que as coisas de fato possam vir acontecer. Mas aqui todos nós temos que ter orgulho da vitória, não é fácil colher essas vitórias porque sabemos que mesmo internamente dentro do governo, entre você tomar a decisão política e você efetivamente encaminhar essa decisão exige ai um tempo de amadurecimento de discussão e gera também, exige da gente um trabalho com muita dedicação. Enfim vou abrir a discussão aqui o Titiah já está inscrito, então só observar o horário, nosso 12,14 então vamos ver se a gente consegue depois o Sandro, nós vamos ver se a gente consegue fechar esse debate até no máximo 15 para uma porque nós temos uma agenda ainda grande a tarde, tem 5 Subcomissões ainda que precisamos tratar, ok. Então Titiah e depois. Pois não?

Sandro Tuxá - Presidente eu só queria sugerir, tomar um pouco a palavra para quando na fala do Luiz Titiah encerra as inscrições para não.

Presidente - Na fala do Titiah.

- Encerra as inscrições. Eu vou ser bem breve.

Presidente – Então vamos lá.

Luiz Vieira Titiah – É o seguinte eu só queria fazer uma observação no levantamento 97

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senhor Antonio Alves eu queria ver como vai ser agora nessa nova secretaria uma política implantada para os índios deficientes, os indígenas deficientes. Porque a gente, eu mesmo fui num encontro mais o Sandro agora no estado da Bahia e nós fomos cobrados como lideranças indígenas, como representantes do movimento indígena que a gente está esquecendo-se de cobrar dentro da política do governo uma saúde de qualidade para os índios deficientes.

E ai eu queria aproveitar aqui que nosso parente Edmilson está aqui Terena que na próxima reunião do Conselho Nacional convidasse o representante da organização dos índios deficientes do estado da Bahia para ele levar esta discussão a nível nacional, para ver se nós implantamos e fortalecemos uma política de qualidade de saúde para os indígenas deficientes desse Brasil. Muito obrigado.

Presidente – Sandro.

Sandro Tuxá – Sandro Leste e Nordeste e lembrar também que esta organização tem caráter jurídico já tem uma organização na Bahia, tem caráter jurídico também. Bem queria parabenizar o nosso Secretário pela posse a última vez que nós encontramos o Secretário foi em outro momento lá em Roraima. Mais Secretário eu queria tirar um dúvida que ai você pode nos tranquilizar, muitas das pessoas que foram contrários, trabalharam contrario a criação da SESAI, você sabe muito bem que na sua atuação você teve vários impedimentos ai de como se mover dentro do próprio órgão, porque muito não queriam que fosse criada a Secretaria.

E alegam até hoje, muitos desses do contra que na verdade o movimento indígena deu um tiro no pé, um tiro no pé com a criação da secretaria, porque varias ações vão ser impedidas de ocorrer porque nós estamos burocratizando ainda mais todo esse processo. Que pelo fato de a FUNASA tem um departamento especifico para atender a saúde do índio havia outras facilitações que poderiam ajudar os encaminhamentos na agilização de algum processo. Eu pergunto, essa burocracia vai emperrar alguma coisa ou já tem as respostas necessárias para que tudo transcorra na perfeita ordem e realmente a gente possa calar esses do contra. Era isso que eu queria perguntar, muito obrigado.

Helton Gavião - Eu queria agradecer a presença do companheiro Antonio Alves, uma pessoa que acompanhou desde inicio do processo da discussão também a criação dessa secretaria, eu sei que foi uma luta muito incansável e tanto também nossa parte das lideranças indígenas que faz parte da CONDISI e só queria lembrar Antonio Alves eu sei que você sempre vinha repetindo na sua fala, na sua discussão e tanto nós também lideranças indígenas que acompanhou esse processo da criação da Secretaria Especial da Saúde Indígena e lembrando um pouco referente a transição e tanto também a transferência dos recursos humanos para a SESAI, você sabe muito bem que nós sempre vinha cobrando o senhor, tanto também o Antônio Costa referente a isto, que a gente poderia estar fazendo uma avaliação dessas equipes que já vinha atuando na ações da saúde indígena, na gestão da FUNASA seria avaliado por nós antes de ser transferido para a

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SESAI.

Mas com certeza teve esta falha durante esta transição e também a transferência desses recursos humanos para a SESAI com certeza nós falhamos nesta parte ai. É porque a mesma pessoa que já vinha trabalhando com a gente que não tinha compromisso efetivo com a questão da saúde indígena, a gente sabe muito bem que foi transferido para a SESAI, mais eu cobro nesta parte ai, porque nós sofremos com a consequência causada por esses companheiros que vinha atuando na saúde indígena.

Dia 17 - Tarde

Secretária-Executiva da CNPI Teresinha Gasparin Maglia - Eu pedi um espaço fora do balanço tendo em vista da urgência do documento que a gente recebeu da ouvidoria da FUNAI que trata de um documento encaminhado, que a Secretaria-Executiva recebeu da ouvidoria através de uma correspondência de uma ata que foi encaminhado a eles e uma solicitação de mudança de membros da CNPI, e que coloca da seguinte forma:

A Secretaria-Executiva encaminha para análise de adoção de providências cabíveis a ata da reunião realizada com a participação de técnicos da FUNAI e cerca de 250 indígenas Guajajara, no dia 1º de setembro em curso na cidade de São Luiz para tratar da Reestruturação da FUNAI e outras questões. Dentro dos pontos discutidos solicitaram que as sessões da CNPI sejam abertas de modo que as lideranças que não sejam membros efetivos possam acompanhar os debates, que atenderia o principio da publicidade.

As lideranças indígenas Guajajara, indicam para fazerem parte da CNPI as indígenas Edinara Guajajara Bento da Silva e Alessandra Bento de Almeida, aqui é juntado uma ata dessa reunião deles, do qual não é ponto especifico a escolha de membros é citado só onde fala que será discutido as representações nos conselhos nacionais, conforme lista de presença em anexo.

A lista de presença não está em anexo, e a gente tomou por liberdade por ser uma coisa rápida a secretaria respondeu da seguinte forma: que eu queria que vocês avaliassem por que novamente chega outra correspondência pedindo a ratificação dos membros indígenas da CNPI. A sua senhoria Paulo Cesar de Oliveira ouvidor da FUNAI, senhor ouvidor cumprimentando em resposta ao seu memorando numero 153 da ouvidoria da FUNAI 2010, encaminha a vossa senhoria e essa secretaria encaminhada por vossa senhoria a essa

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Secretaria Executiva, conforme regime interno da CNPI, portaria 1.396 em 15 de agosto de 2007, publicado no Diário Oficial da União para participar da CNPI e suas reuniões a de se respeitar os seguintes passos:

Primeiro os representantes indígenas deverão ser escolhidos em reuniões ou assembléias das organizações e povos indígenas localizadas em respectivas áreas geográficas, convocadas e coordenadas por organizações indígenas regionais, 2º libera ampla divulgação junto aos povos indígenas da região correspondente, 3º devera se registrado em ata especifica, 4º devera contar com a participação de pelo menos um dos órgãos federais que participam efetivamente da CNPI, eu coloquei entre parêntesis, exemplo: Ministério da Educação, Ministério da Defesa, Gabinete de Segurança Institucional do Presidente da República, Secretaria Geral da Presidência e República, Ministério da Justiça entre outros, 5º obrigatório o convite para participação de membros ou representante do Ministério Público Federal, 6º devera ser encaminhado formalmente ao Ministro da Justiça designado por ato formal portaria ministerial através do Diário Oficial da União, 7º o mandato dos atuais representantes expira com a criação do conselho nacional de política indigenista que procedera nova escolha ou permanência dos atuais membros conforme artigo 36, ou conforme determinado em assembléias regionais.

Conforme cópia da ata da reunião dos representantes indígenas comandados da Região Amazônica, encaminhado a esta Secretaria-Executiva demonstra que primeiro não houve convocação por parte da coordenação das organizações indígenas das nações brasileira COAIB e das coordenações e articulação das organizações e povos indígenas do Maranhão COAPIMA e nem não pouco ficou provada ampla divulgação da reunião assembléia para substituição de membros e representantes da Região Amazônica.

Segundo não ficou demonstrado na ata participação dos demais povos do Maranhão a não ser do povo indígena Guajajara.

Terceiro não ficou demonstrada a participação do convite ao Ministério Publico Federal, quarto não participou nenhum membro de órgão federal que participam efetivamente da CNPI, quanto a solicitação de que as reuniões da CNPI sejam abertas esclarecemos que se trata de reuniões de trabalho de uma comissão nacional e o Regimento Interno diz que será facultada a presença de assessoria técnica nas reuniões da CNPI para os membros da comissão limitada no máximo 6 assessores do setor governamental e 6 assessores do não governamental, excepcionalmente com direito a voz com deliberação na plenária.

Anexamos cópia do Regimento Interno e do Decreto de 22 de março que cria, que trata da criação da Comissão Nacional de Política Indigenista para melhor esclarecimento, sendo assim, enquanto não for comprovadamente seguidas todas as determinações do Regimento

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Interno e do Decreto Presidencial os representantes atuais senhor Jose Arão Marizê Lopes e Lourenço Milhomem continuaram sendo os representantes formais na CNPI, sendo que tínhamos para o momento colocamos a disposição para as maiores esclarecimentos.

Esta foi a resposta que a Secretaria-Executiva deu ao ouvidor da FUNAI mesmo assim ele volta com a correspondência novamente solicitando que: não vou ler a primeira parte, bom eu acho que tem que ser lido por que esta sendo gravado. A Assessoria de Assuntos Indígenas no Ministério da Justiça e Secretaria-Executiva da CNPI, reivindicações dos indígenas Guajajara, considerando o envio da emenda 153 expedido em 24 de setembro por meio da qual se encaminhou para providências pertinentes a ata da reunião realizada com a participação com técnicos da FUNAI com cerca de 150 indígenas Guajajara, na cidade de São Luiz para tratar da Reestruturação da FUNAI e outras questões, dentre as quais a solicitação de que as seções da Comissão Nacional de Política Indigenista CNPI sejam abertas, de modo que as lideranças não sejam membros efetivos possam acompanhar os debates e atendimento ao principio de publicidade e indicação pelas lideranças Guajajara de duas indígenas que para fazerem parte da CNPI, considerando a resposta encaminhada por vossa senhoria por meio de memorando 108 CNPI, Secretaria-Executiva CNPI. Apresentamos os requisitos necessários para participação da CNPI, bem como em suas reuniões consoantes no Regimento Interno da CNPI Portaria 1396 de 15 de agosto de 2007 e demais informações considerando a visita novamente a essa ouvidoria das indígenas Edinária Bento da Silva, Marinasta Bento Lopes Guajajara, e Elaine Bento da Silva em 29 de novembro do ano em curso a fim de manifestar as reivindicações acerca do assunto em questão recomendo que os documentos hora apresentados a vossa senhoria sejam levados aos conhecimentos dos membros indígenas que integram a Comissão Nacional de Políticas Indigenistas para que estes procedam a uma análise e posteriormente emitam parecer referente ao caso em tela com o fim de agregar subsidio para as respostas as reivindicações das indígenas Guajajara.

Essa ouvidoria se coloca a disposição para colocar, para colaborar nas discussões relacionadas ao assunto atenciosamente Paulo Celso de Oliveira, ouvidor da FUNAI. Ou seja, a Secretaria-Executiva respondeu dentro do nosso Regimento Interno e do Decreto e, no entanto, novamente volta à pauta isso e eu puxei esse assunto nesse momento por que é nossa última reunião e a bancada indígena devera se manifestar para que eu consiga novamente responder para eles ou a posição da bancada indígena a esse respeito, então eu gostaria de ver qual é a palavra de vocês. Titiah.

Luiz Vieira Titiah - Titiah representando o Nordeste e Leste. Teresinha mais eu fico assim um pouco analisando a situação, o ano passado este ano nós deparamos com essas pessoas que está citando nome ai, eu e Sandro Tuxá o Cacique e Anselmo e outras pessoas no acampamento nós quase apanhava dessas pessoas ai, por não entender a política da CNPI.

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Eu queria deixar registrado aqui, que cada um de nós aqui fomos escolhidos pelos movimentos indígenas locais, eu mesmo passei em uma assembléia onde tinha quase 500 lideranças a gente do Nordeste e Leste, eu Marquinho, o Sandro Tuxá e outros que representa Nordeste e Leste. Eu vejo assim, eu não vejo a visão dos parentes que estão aqui, como funcionário da FUNAI, desde quando os movimentos os indicaram por que eles têm respaldo de dar a resposta e o recado do seu povo de cada região e eu acho que nós aqui da bancada indígena tem que ter a coragem de mandar uma carta para esses parentes lá da região dizendo o comportamento dessas pessoas que estão indicando que era bom ter sido o documento ter sido lido quando o Arão tivesse aqui por que Arão trouxe outra proposta para gente.

Nós conversamos aqui fora da reunião da CNPI aqui e é coisa preocupante esse pessoal tem interesse próprio esta acompanhando o tal do Arão que quer ser o presidente da FUNAI, a bancada indígena viu agora o comportamento dessas pessoas ai lá no Congresso na hora que foi para acompanha o Projeto lá da criação do conselho, essas pessoas ai jogando contra, o encaminhamento do movimento indígena ate levantaram faixas esculhambando a CNPI eu acho que nós também precisamos ter um respeito, merecemos um respeito, e precisamos fazer uma carta aqui não sei se os outros parentes concordam, mas mandar uma carta, para lá para região dizendo o comportamento dessas pessoas e se for possível também se for não sei uma comissão ir lá, na região, para dizer. (sem áudio).Capitão Potiguara - Capitão Leste e Nordeste, Teresinha eu acho que além do atrevimento daquele grupo que esteve na Câmara elas tem pessoas por trás delas que é justamente alguns deputados que eles procuraram, eu não estou falando aqui do deputado Pedro Wilson que ele não sabia do que estava acontecendo quando eu conversei com o assessor dele, mas deputado de esquerda e de direito do PSDB e do PFL que eles justamente estão financiando, estão alimentando esse grupo que justamente acampou aqui em Brasília que ela quando conversou comigo me disse que queria uma vaga na CNPI custasse o que custasse que ela tinha sido escolhida por direito e tinha mandado eu acho que nem na comunidade dela ela vive, ela vive aqui em Brasília e vai para lá e para Cá, para que desestruturar uma CNPI que justamente tem respeito e tem compromisso com os povos indígenas nesse país.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia- Obrigada Capitão, Lylia.

Lylia Galetti - Bom que sei que demanda da ouvidoria é apenas para a representação indígena, mas eu queria fazer um comentário rápido, por que essa não é a primeira que representações indígenas dentro da CNPI são contestadas vocês mesmo sabem disso melhor do que eu. Eu acho que em todos os casos que aconteceram que eu vi encaminhamento formal sempre tem alguma questão o outro, que não é bem esclarecida inclusive com os movimentos dos próprios funcionários da FUNAI.

Mas eu acho que tem outra questão que esta relacionada diretamente com essa, eu acho que a resposta da Secretaria-Executiva esta perfeita, não tem o que fazer com isso, o

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ouvidor esta se precavendo querendo ouvir a própria representação. Mas eu acho que tem outra questão que esta associada que a gente já tratou aqui na CNPI inclusive com proposta de buscar superar esse problema, por que tem esses casos extrema má fé, por que são conhecidos e tem casos em que as bases como vocês chama desconhecem mesmo, desconhecem não tem clareza do que é CNPI, desse ponto de vista eu acho que é interessante um esforço, talvez da própria CNPI quando vai julgar, os próprios de seminários de estruturação, algum tipo de comunicação, algum tipo de divulgação, do que é a CNPI e como é que ela funciona e tal.

Eu me lembro de que eu cheguei a propor que a gente levasse, eu não lembro se era para esse seminário, levamos um pouco para as consultas PNGATI aquele CD sobre a CNPI com o Lula, que tem uma fala de todas as lideranças, que tem demonstra muito o trabalho que vocês fazem aqui, de defesa dos Povos Indígenas, das questões fundamentais para os povos indígenas, e não deixa aquele grupo.

Eu acho que a gente teria que separar um pouco essas manifestações que estão atreladas a certas posições políticas ou interesses políticos às vezes até individuais, de uma coisa que é legitima que é esse desconhecimento, da dificuldades, tanto de saber o que é a CNPI, como ela funciona ou cada um de vocês não tem condições de dar conta de divulgar isso para todo os estados, para todas as bases isso não existe. Então assim sempre que a gente tentar avançar daqui a pouco vem o conselho ai tentar avançar também um pouco mais nisso, por que tem um lado da boa fé, quer dizer dos índios que não compreendem muito bem até por que tem dificuldade de lidar, vocês sabem disso melhor do que eu estou chovendo no molhado.

Mas eu acho que só assim para marca independente desse caso agora que esta correta a posição da Secretaria Executiva, esta correta a posição de vocês. A gente pensar um pouco mais longe da importância dos indígenas conhecerem o trabalho da CNPI, saberem que tem que legítimos representantes defendendo o que é melhor do ponto de vista de política pública para os Povos Indígenas.

E ai eu acho que as ONGS também podem ajudar nisso não sei qual é, por exemplo, a circulação do Porantin, mas é um espaço legitimo em que os próprios membros da CNPI poderiam escrever e colocar o que é CNPI e tal enfim é só para dar essa idéia por que a gente já teve outros momentos aqui que claramente é de compreensão como tem esse ai por que não é bem o caso de ser por na que não compreende a gente sabe de todos os outros fatos que envolve essa carta entregue na ouvidoria da FUNAI era isso mais para lembrar.

Eu queria que Pierlângela não esta ai, na reunião da CNPI em Raposa no Maturuca lá, foi votado uma proposta, foi aprovado, foi deliberado, uma proposta de criação, eu não lembro bem como é que chamava mais alguma coisa de controle sobre as deliberações da CNPI no sentido de monitorar o encaminhamento concreto. Isso assim em um balanço não é Teresinha seria interessante ter noção de quais foram essas deliberações que ainda não

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foram encaminhados e vê se a gente avança nisso, estuda um pouco isso não sei se tem uma comissão para ver isso, o que é prioridade por que a gente também aprovou coisa para caramba, deliberou muita coisa importante e nem sempre o estado, o órgão que cuida da CNPI tem condição de ir lá e implementar de imediato, mas pelo menos ter clareza que houve essas deliberações e alguma estratégia para ir aos poucos cumprindo.

Eu lembro bem de uma deliberação nesse sentido em torna mais conhecido entre os povos indígenas, a CNPI o papel que ela desempenha, como é que ela funciona, assim como tinha também uma que era uma indicação de uma campanha televisiva com relação aos direitos dos Povos Indígenas, não sei se você lembra disso e resgatar lá essa decisão de Raposa por que eu acho que ela ajudaria gente, azeitar essa maquininha da CNPI em direção ao cumprimento ao encaminhamento das deliberações, que por outros serem prioridades acabam às vezes ficando para trás e isso é importante também, é isso.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia - Obrigada Lylia eu me comprometo então de nós colocarmos, voltarmos esse assunto o ultimo assunto que a Lilia puxou na próxima reunião da CNPI, ai a gente voltar a discutir isso, mas eu só queria fechar esse assunto para nós já entrarmos no balanço, e nós, Marcos Xucuru.

Marcos Xucuru - É só questão de encaminhamento saber se a bancada esta de acordo no encaminhamento que foi dado pela Secretaria-Executiva da CNPI se a gente ratifica por que ai não precisa ninguém mais esta se pronunciando enfim, e pelo que eu puder perceber todos que falaram foi nessa linha e eu também reitero o que foi dito pelos colegas e ratifico o documento também. E só dizer a Lylia a gente nos seminários que nós estamos fazendo sobre os Empreendimentos e Impactos em Terra Indígenas a gente, faz questão de fazer uma apresentação de como a CNPI funciona. Então, acredito também que nós outros seminários que já foram realizados inclusive no próprio Estatuto foi também falado, então eu acho que em relação e nessas oficinas que nós estamos realizando é importante que esta vindo os caciques, esta vindo os pajés, esta vindo às pessoas, as lideranças de fato que tem uma grande responsabilidade com a questão, então, estão sendo conhecedores, eu acho que é isso.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia- Obrigada cacique Marcos eu só queria justificar rapidão para encerrar, não foi levantado hoje de manha quando o Arão Marizê, aliás, o Arão Marizê não o Arão da Previdência, que estava aqui, tendo em vista que eu não sabia que ele ia embora hoje e quando entrou o assunto ele veio me comunicar que ia embora e eu já não tinha o que fazer.

Então por isso nós estamos puxando agora sem a presença dele, mas é só para justificar isso para vocês. Quanto a questão de a reunião ser aberta ou não aberta nós continuamos com nosso regimento interno, ratifica esse documento que foi feito?

Marcos Xucuru - O documento permanece da forma que foi encaminhando que a secretaria encaminhou permanece ate por que quando a necessidade de trazer alguma

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liderança, quando á um caso emblemático é convidado as lideranças vem fazer as defesas, participam efetivamente inclusive sobre comissões. Então não há necessidade de abrir a plenária da CNPI por que senão vai criar um tumulto a gente não vai conseguir trabalhar nem encaminhar nada, então permanece da forma que foi encaminhado pela secretaria.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia- Muito obrigada cacique Marquinhos, ratificado o documento eu volto a responder ao ouvidor anexando a cópia dessa ata, de hoje ao menos essa parte aonde vocês com membros indígenas da CNPI e também da manifestação da Lylia como governamental ratifica esse documento dizendo que o Regimento Interno e o Decreto Presidencial devem ser cumprindo a risca enquanto nós estivermos como comissão. Depois o Regimento Interno novo do conselho, será discutido novamente e poderá abrir ou não, mas nesse momento então cumprisse o Regimento Interno e cumprisse o Decreto Presidencial. Ak´Jabor.

Ak’Jabor – Ak´Jabor Kaiapó. Por causa disso desse documento eu vou falar também em cima desse documento é por isso que eu estou trazendo sempre liderança para cá, só que a CNPI não tem recurso e hoje é um dia que eu não trouxe, por que eu tenho que trazer as lideranças para conhecer o trabalho da gente, eu já pedi para o plenário, eu já pedi para o Presidente, eu já pedi para a senhora, então essa é minha palavra abertamente, qualquer coisa eu vou trazer outra liderança, outro dia eu vou trazer outra liderança, vai vindo.

Por isso que olha até o Payakan já veio participar nessa reunião, ele foi convidado, foi eu que convidei ele então ele me apoiou realmente ele me ajudou, não esta bom o pessoal está trabalhando o Ak’Jabor esta trabalhando. E como é que dona Lylia falou se uma pessoa que não da conta de muitas, realmente isso e também eu não tenho transporte para eu andar em varias aldeias e quando eu chego eu pego um radio por que eu não tenho avião, uma aldeia só de avião, outra de barco, outra terrestre. Então eu não tenho transporte para fazer reunião de cada aldeia e falar, mas por isso que mesmo assim que peguei os trabalhos aqui nós estamos discutindo isso pelo radio. E tem pessoas que igual o medico falou tem pessoa que falou não ele esta mentido, não sei o que, entre eles mesmo todas as aldeias mesmo pelo radio de comunicação entre eles discutindo e muita gente falando junto o Ak’Jabor está falando correto, mas sempre tem uma pessoa atrapalhando o nosso trabalho deixa Ak’Jabor trabalhar, por isso que eu estou trazendo sempre lideranças para cá, para conhecer o nosso trabalho.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia - Obrigada Ak’Jabor, então fechamos esse assunto dessa forma, voltando ao encaminhamento e voltando ao nosso balanço, vamos localizar Aloysio que já chegou e já voltou quando estávamos no outro assunto, só um minuto por favor. Bom nós já podemos e o Márcio esta chegando também, seja bem vindo Presidente e Vice-Presidente. Nós estávamos em outra pauta.

Presidente Marcio Meira - Bom então vamos continuar as Subcomissões, a próxima Subcomissão é a Subcomissão de Terras Indígenas, sim você levantou uma questão de ordem, então levante ela de novo, por favor.

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Saulo Feitosa - De manhã eu levantei o questionamento sobre a participação governamental na reunião e a pouca presença que nós estamos fazendo o processo de balanço de avaliação, muitos dos Ministérios que estão envolvidos nas Subcomissões que vão fazer apresentações essa tarde não estão presentes. E eu levantei essa discussão se nós vamos continuar fazendo esse levantamento com a representação governamental tão esvaziada da importância da avaliação que nós começamos ontem houve uma interação boa por parte de alguns Ministérios que estavam presentes, agora de manhã a gente já consultou algumas pessoas que não voltariam e por isso que eu cheguei indagar se a gente de fato reconhece que esse momento é um momento importante que está se fazendo avaliação, nós temos a representação não governamental presente, mas a representação governamental bastante limitada, basicamente os resistentes e as resistentes de sempre elas encontram, a gente sabe que foi uma data complicada, mas levantei essa discussão.

Presidente Márcio Meira - É de fato nós estamos com dificuldade de ser hoje o último dia do ano de empenhos. A gente não o fato é que muita gente se ausentou e se justificou aqui de manhã, para o Aloysio dizendo que não poderia vim de tarde por que senão não consegue terminar os empenhos, para concluir pagamentos e tudo mais. Então é uma justificativa bastante forte, tem a transição também. O pessoal da Casa Civil tanto o Celso, quanto a Milena, eles mandaram recado para nós dizendo que eles não conseguiram se deslocar por conta da transição que estão com muitas tarefas lá na transição, o caso da Casa Civil especificamente. Más dos outros Ministérios que saíram falaram que estavam saindo por conta da questão dos empenhos mesmo por que hoje é o ultimo dia para os empenhos. Ou empenha agora ou perde o orçamento do restante, então foram essas justificativas a gente tem que avaliar a bancada indígena sobre tudo, avaliar se a gente deve continuar a apresentação mesmo assim ou se a gente.

Lylia Galetti - Eu queria me manifestar, de manhã eu estava atendendo a concordava com a questão de ordem do Saulo, naquele momento na verdade tinha os companheiros daqui da Defesa e Cecchi eu Luana, Luana estava saindo, a Silvia acho que tinha ido resolver alguma coisa não estava ai, nós íamos ficar reduzidos a 2 ou 3 pessoas nós estamos em 4 Órgãos Federais e a Irania está chegando eu imagino pela Secretaria de Saúde e tem a Teresinha aqui pela Justiça eu acho que a gente devia continuar a gente esta fazendo comentários ao balanço ainda vai sair depois um documento não é uma deliberação sobre se isso é o melhor ou pior balanço.

A gente esta tentando construir um documento de balanço, eu acho que a gente devia continuar, agora também eu acho que a gente perde um pouco essa noção do tempo nós estamos em 5 comissões. Se nós considerarmos que todas elas são importantes eu sugeriria como encaminhamento dividir o tempo que nós temos e as comissões cumprir rigorosamente aquilo deu chegou é meia hora para cada comissão acabou. Por que senão por um motivo ou pelo outro foi bastante desigual à apresentação, algumas mereceram um longo tempo, outros menos, tudo bem tem haver com varias justificativas, mas acho que a gente devia tentar ser mais objetivo ate pensando nisso nós estamos construindo o

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documento de balanço que eu acho que deve voltar na primeira reunião de 2011, para um referendo ou algo que o valha. Então eu acho que a gente deve continuar.

Presidente Marcio Meira - Nós estamos na presença agora aqui, na pratica de 6 Ministérios, Ministério da Justiça, Ministério GSI, Ministério da Defesa, Ministério da Saúde a Irania eu consulto o plenário aqui por que a Irania esta vindo como suplente do secretario Antonio Alves ela não é formalmente ainda, mas já como substituta dele consulto o plenário aqui se a gente aprova a participação dela, como nós aprovamos a da Silvia.

Então nós temos o MDA e temos o MMA, então e o Ministério da Saúde. Então eu considero que eu sugeriria que até a gente aproveitar essa sugestão da Lylia estabelecesse o teto de meia hora para cada Subcomissão máximo que a gente ai acho que dá para cumprir se for cumprido efetivamente e consulta o Saulo.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia - 10 para exposição e 20 para debate acabou o papo.

Saulo Feitosa - Essa questão que eu estou levantando na verdade é muito mais uma questão pedagógica por que se a gente for verificar o quorum, quer dizer o quorum é suficiente. E na reunião passada no momento que foi presidida pelo Aloysio ele recorreu ao regimento para viabilizar algumas discussões. Então eu estou levantando muito mais pedagogicamente eu acho que fica para ponto de avaliação por que nós temos presenciado isso sucessivamente, esse esvaziamento da representação governamental agora tem entendido que muitas vezes o presidente conduziu ate o final essas seções nunca fazendo essa verificação por que eu acho que é um desafio a ser superado pela representação governamental.

Agora não podemos quando for conveniente requerer ao regimento, por que ai se torna uma atitude autoritária por parte da presidência da CNPI. Então o meu questionamento é esse se a gente encara que esse balanço esta avaliação esta sendo uma avaliação seria e eu acho que não só o governo que tem que fazer os seus empenhos todo mundo aqui, não é só o dele que tem atribuições, sim todo mundo tem, eu não estou desconhecendo, eu estou dizendo que é verdade é verdade e não estou dizendo que não deve se ausentar. Agora muita gente tem que se ausentar não é só o governo o que eu estou colocando é isso é que não pode o governo autoritariamente recorrer ao regimento quando lhe é conveniente, vai haver momento que não vai haver quorum, só isso.

Presidente Marcio Meira - Eu acho que quando estamos tratando de alguma votação, de uma resolução ou de algum encaminhamento que seja polemico no âmbito da comissão é uma coisa que era o caso que aconteceu da última reunião, naquele ultimo momento da reunião que tinha que votar uma resolução, certo. Não é o caso aqui, nós estamos aqui fazendo um balanço, fazendo uma discussão e que não vamos colocar em votação nenhum tema polemico aqui na comissão é diferente a situação.

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Saulo Feitosa - Não eu não acho que se vai recorrer ao regimento quando tem um assunto polemico eu acho que a gente tem que assumir uma condução.

Presidente Marcio Meira - Eu estou falando apenas Saulo, você levantou uma questão e eu estou respondendo estou dizendo que quando é necessário fazer votação você precisa contar se tem quorum para votação, não é o caso aqui hoje.

Saulo Feitosa - Certo para mim esse levantamento é muito mais importante do que as resoluções que já foram votadas já na última reunião ou não foram votadas o que eu estou colocando é a importância do tema por isso que eu estou dizendo que a questão é pedagógica. Eu estou só dizendo que do ponto de vista da avaliação dada essa limitação da representação governamental esse é um problema. Por que isso é muito ruim que aconteça esse esvaziamento, agora eu espero que a gente não fique usando esses artifícios quando nos for conveniente e eu não estou reconhecendo a necessidade de ausência, eu reconheço. Mas acho que tem que se pensar, estou levantando isso por que, próxima reunião a gente tem que pensa a data o governo sabe dessa limitação então a data, não da para a gente manter a plenária esvaziada como esta hoje é só isso agora se decidirmos continuar, vamos continuar.

Presidente Marcio Meira - Só queria registrar o seguinte a questão de data quando nós definimos essa data que foi a data possível para a agenda de todos diante do final de ano, dos prazos de final de ano que são difíceis. Com relação a presença do governo aqui, já foi registrado pela presidência da comissão, varias vezes nessa reunião da comissão, inclusive em manifestação formal da comissão da Secretaria-Executiva da Comissão aos Ministérios que tem acento nessa Comissão reclamando da ausência muitas vezes de seus representantes aqui nessa comissão e quanto a isso a Presidência da Comissão tem pleno acordo de que muitas vezes há essa ausência e que necessitaria de mais assiduidade de representante do governo na Comissão. Isso é um problema que nós temos que enfrentar e já fizemos varias manifestações nesse sentindo. Então quanto a isso já foi manifestado varias vezes essa questão. O ponto agora aqui é temos que decidi a questão que foi levantada pelo Saulo vale no sentindo aqui da nossa plenária ou se nós continuamos, tem a posição do Saulo nesse sentindo de que a gente paralise em função da, a não ser que ele retire essa posição.

Saulo Feitosa - Não na verdade eu disse que era uma questão pedagógica, eu espero que a gente discuta na próxima reunião quando é que a reunião deve ou não ser suspensa? Quando é que a gente deve ou não votar? Quando é que deva ou não continuar? É por isso que eu estou dizendo que esse balanço na verdade ele tem um caráter avaliativo também essa é a minha discussão eu levantei a questão a Lylia colocou a posição dela eu tendo a concorda com a ponderação que ela fez, mas já registrei em ata essa consideração. Então eu retiro a questão.

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Presidente Marcio Meira - Então o entendimento é que você retira a sua questão. Por tanto vamos continuar aqui o trabalho eu vou apresentar a Subcomissão a gente abre para a Subcomissão 10 minutos e depois mais 20 minutos para dar o tempo de meia hora para cada Subcomissão, vou pedir para que a nossa Secretaria-Executiva, 10 minutos para apresentação e 20 para a discussão. Subcomissão de Terras Indígenas, função acompanhar e propor prioridade para o processo de reconhecimento e de desintrusão e proteção de terras indígenas.

Pautas mais relevante e deliberações. Consolidação de listagem única de terras indígenas reivindicados pelos povos indígenas como base para um estabelecimento de um programa e cronograma de demarcações. Necessidade que o órgão indigenista seja dotado de pessoal técnico a fim de atuar no processo que estão paralisados por falta de levantamento fundiário, em especial aqueles que se encontram paralisados por falta de pessoal para análise. Demanda pela reestruturação urgente da FUNAI com vista a que a instituição possa cumprir efetivamente com as suas obrigações legais sobre tudo no tocante a regularização fundiária nas terras indígenas.

Garantia de recursos humanos, assim como infra-estrutura e logística necessária ao órgão indigenista oficial para demarcação desintrusão e demarcação das terras indígenas. Recomendação ao Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão para que agilize a aprovação e implementação no plano de cargos e salários da reestruturação da FUNAI. Recomendação a FUNAI para que busque parcerias para as ações de regularização fundiária. Adoção pelos órgãos responsáveis de procedimentos visando a inserção dos povos indígenas nas discussões sobre o zoneamento ecológico, econômico regional.

Demarcação, proteção e desintrusão das terras indígenas, priorizando casos críticos como o Mato Grosso do Sul que expressam processos atinocidas e de extermínios dos povos indígenas sob o comando dos fazendeiros e representantes do agronegócio. Tem uma foto ai na nossa reunião, bom está aberto ai para algum representante da Subcomissão poder representar. Quem é da Subcomissão o Brasilio.

Brasílio Priprá - Brasílio Priprá do povo Xokleng Santa Catarina. Presidente na verdade tem quase um ano a gente vem pedindo a listagem das terras que não estava no sistema da FUNAI, mas sim aqueles que tinham pedido na verdade na nossa reunião da subcomissão de terra no dia 15 a Marcela acabou entregando, aliás, a Leila desculpa. Então, na verdade ela entregou, então na verdade não deu tempo da gente olhar muita coisa, mais na verdade era isso que a gente precisava e o que nós estamos discutindo a muito tempo que precisa fazer não sei se da para fazer eu acho que era um conjunto para um sistema de priorizar, encontrar critérios, vou dar um exemplo bem pratico.

Quem tem 1 milhão de hectares não que ele não tenha direito a mais 1 milhão ou 10 milhões, mas que encontrasse um caminho, desse uma prioridade para aquele não tem nenhum hectares. Então um critério mais ou menos nesse sentindo, mas é uma discussão longa por que tem que discuti muito acho que tem que ver também com lá governo se há a

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possibilidade eu só dei um exemplo não estou falando que não precisa de 10 milhões, então foi isso que nós discutimos. Mas foi pouca a discussão até por que só tinha 1 pessoa ou 2 e ai é aquele negocio que o Saulo comentou o esvaziamento do governo já vem principalmente na terra, e de grandes empreendimentos vem faltando muito e gente fica as vezes ate sem ação por que é difícil a gente olhar um para o outro e discutir por que o governo precisa esta junto por que na verdade é uma experiência nova entre a gente e o governo é uma discussão para tentar fazer uma proposta.

Mais então ficou assim discutido assim dessa forma, então algumas não, mas a gente sabe que algumas coisas andaram mais na verdade esse critério assim que a gente tinha intenção de que no conjunto a gente discutisse para encontrar esse critério para melhorar e facilitar uma demarcação de uma terra que ninguém tem, por exemplo, assim o cara esta lá na beira da estrada e precisa de uma terra. Esse é um caminho, um critério nesse sentindo então essa era a proposta que a gente tinha feito a muito tempo mas a discussão parou faltou muita gente era o Azanha, o pessoal do governo e ai acabou e ficou parado a quase um ano. Mais eu acho que alguma coisa foi demarcado, mas eu acho que precisa discutir melhor isso ano que vem eu espero que a gente tenha essa liberdade até para melhorar junto com o governo para ver o que se pode melhorar. Era isso o que eu tinha a dizer Obrigado.

Presidente Márcio Meira – Capitão.

Capitão Potiguara - Leste e Nordeste, seu Presidente eu trabalhei na Subcomissão como convidado e me deixou muito preocupado foi a fala da Leila, quando ela fez algumas colocações com relação a terra Caramuru que disse que vai ter mais problema do que a terra Raposa do Sol, com o Decreto daquele Ministro, aquele período. Então eu não sei como vai se trabalhar daqui para a frente não é só o Caramuru no estado da Bahia como nós temos também os Tupinambás que vai ser a mesma situação. Eu acho que 2011 a gente tem que centralizar mais um esforço para ver se a gente conseguia demarcar essas terras que esta dando mais problemas nas terras indígenas.

Presidente Marcio Meira - Com relação a esse exemplo ai, são exemplos que nós temos problemas judiciais. Então eu acho que o que é importante destacar ai, a partir da lista que foi apresentada pela Leila a gente ano que vem precisa ter: 1º definição e discussão de critérios que foram levantados ai pelo Brasilio. 2º que a gente tenha que fazer os levantamento das terras que estão judicializadas para que a gente possa também ter uma estratégia também em relação a essa questão das terra judicializadas e enfrentar essas questão ai das terra que estão judicializadas. Então é um segundo ponto de pauta para o ano que vem. Quer dizer nós avançamos em muitos pontos mais precisamos pautar ai pela frente as questões de critérios e a questão de enfretamento de situações de terra que estão em situação de judicializadas que inclui também as terras Guarani no Mato Grosso do Sul. Mas alguém que Dodô.

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Dodô Terena - Boa tarde a todos fiz parte dessa Subcomissão de terras e desde já quero agradecer, a bancada indígena e quanto o governo, quanto no Mato Grosso do Sul, quero dizer que deu um avanço muito grande principalmente na etnia Terena recentemente quando a população indígena Terena no município dos de Dois Irmãos, Sidrolândia, recebeu a portaria declaratória da terra isso agradeço a parte da FUNAI, agradeço ao presidente Marcio Meira isso foi a fala dos caciques de quando eu vim para cá, agradecer a FUNAI e também tem a parte de Pila de Reduar que as pessoas lá tem a região de Miranda, Bananal que falta ainda para ser solucionada, também na área lá minha região simplesmente nós dialogamos com grandes autoridade principalmente na parte dos fazendeiros tipo. Então como estava lembrando parte da área do Mato Grosso do Sul ainda falta alguma coisa para ser regularizada principalmente lá no município que eu falei recentemente Dois Irmãos do Buriti de Sidrolândia já estão tirando a madeira já, lá estão vendo que vai perder a área e os fazendeiros estão tirando as madeiras lá e na semana retrasada tive que ir na FUNAI em campo grande no IBAMA na Polícia Federal entregar o documento lá.

Estamos passando essa situação lá na minha região no município de Sidrolândia, Dois Irmãos, a gente fica um pouco triste por que a madeira é o futuro da geração nossa, da nossa população indígena com as crianças futuramente. Mas eu deixo com a bancada com os governos não somente lembrar da etnia Terena, mas me preocupa bastante também quando a etnia Guarani-Kaiowá esta aqui o nosso parente Anastácio Peralta a gente tem dialogado, conversado de que maneira nós vamos solucionar a conscientização do povo Guarani e isso me dói bastante também quando sou representante do Mato Grosso do Sul quanto a sobrevivência do povo Guarani-Kaiowá. Então, essa é minha fala, obrigada a todos.

Presidente Marcio Meira - Obrigada Dodô.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia - Presidente só uma questão de ordem, dentro desse relato do balanço o senhor fez a leitura, não foi lido a ata da Subcomissão de terras indígenas o que foi discutido na reunião da Subcomissão. Então eu acho que seria importante antes que o pessoal fizesse os comentários que o pessoal lesse o que foi discutido na Subcomissão. Obrigada.

Presidente Marcio Meira - Quem está inscrito para fazer? Saulo.

Saulo Feitosa - Eu não estou inscrito para fazer a leitura, eu ia fazer esse comentário nós tínhamos o relatório da Subcomissão, depois foi levantado essa questão importante aqui pelo Dodô essa Portaria Declaratória, também na quarta–feira foi declarada a Terra Indígena Xucuru Cariri, uma área de muito conflito também, eu acho que na pessoa da resolução dos conflitos já que a gente sempre esta trazendo essas situações de conflito, são acontecimentos importantes não é. Lembrando também que essa terra Xucuru Cariri, está ligado a memória a uma grande mulher guerreira Maninha Xucuru Cariri. Embora ela tenha lutado por 36 mil hectares e tenha saído a Portaria Declaratório de quase 7 mil mas

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na perspectiva da resolução do conflito eu acho importante e sugeri para a subcomissão que talvez na primeira reunião do próximo ano já fazer uma agenda dessas áreas mais conflituosas, para priorizar essas demandas. Presidente Marcio Meira - Eu queria consultar quem que é da Subcomissão que vai fazer a leitura da ata, Dodô? Então Dodô, por favor.

Dodô Terena - Ata da reunião da reunião da Subcomissão de Terras Indígenas, Brasília 15 de dezembro de 2010 estava presente eu Dodô Lourenço Reginaldo, Brasilio Pripá, (?) Leila, Giovana, Rosa e Jose Siríaco, Jocsley e Kohalue Karajá, Denise da Veiga Alves do CIMI,. O primeiro ponto é a CNPI deve acompanhar e gestionar a tramitação das PEC 0034 dita PEC da terra nua, que indenizaria o valor da terra nua, em caso de invasão de boa fé e da PEC dita do INCRA que versa sobre obtenção de terras para desentrosadas de terras indígenas uma vez que 54% das terras indígenas homologadas estão ocupada por não índios. 2º a CGID FUNAI, entrou informação sobre as terras indígenas e das reivindicações registrada no banco de dados da DPT referente a 450 terras classificadas, como em qualificação, ou seja, as demandas que vem sendo trazidas a FUNAI que não constam da lista oficial da FUNAI que consta com 660 terras. 3º dentro os 84 relatórios de identificação que restam para analisar pela CGID foram destacadas alguns casos para informação a plenária, isoladas PAC e quem analisa os impactos de empreendimentos em terras indígenas isolados em algumas áreas tem trabalhado de identificação com o pedido de restrição de uso das terras.

E entra contra a solicita restrição de área estudo que eles acompanham por períodos médios longos exemplo: Pontal dos Apiaca Isolados, Teres Pires, Jurema que está em fase final e cujo autorização para licenciamento acaba de ser concedido Kaiowá, Rio Pardo, e judicializado Itauna, Itata, área de impacto de Belos Montes, cujo o parecer esta sendo feito pessoalmente por Leila, atualmente em estudo para ser área de restrição de uso próximo ao Xicrin no Barcaja. Guarani do Mato Grosso do Sul os estudos do IGT de identificação não puderam entrar na propriedades para fazer os levantamentos, a questão judicial foi superada mais os fazendeiros não permitiram acesso as equipes e o (?) os estudos foram feitos o cadastro sócio econômico dos fazendeiros de forma limitada. alguns GTs avançaram no sensoriamento remoto, no levantamento fundiário um balanço será feito em dezembro dos estudos com vista continuidade do processo PAC que foi executado MTF no qual foi a FUNAI, tinha um prazo para finalizar os estudos a FUNAI recorreu da multa recorrente desse descumprimento do PAC.

Tupinambá, Bahia as 4 contestações com a identificação da Terra Indígena Tupinambá somam 6 mil paginas e estão sendo tratados por uma equipe de antropólogos e outros profissionais diante de um contexto da FUNAI, do processo violento paralisadas. Em abril desde ano a FUNAI informara quem em julho de 2010 finalizaria análises das contestações, Leila informa que até o momento cerca de 30% da análise está concluído sem previsão de prazo para finalização. E que tendo o Jenipapo, Canindé Ceará, Lagoa Encantada e Aquiraz o procedimento que esteve esquecido foi encaminhado pela procuradoria da FUNAI do

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Ministério da Justiça na semana passada também no contexto de grande violência vivida pela comunidade.

Jarú Dori, Mato Grosso, força tarefa indígenas ocupam apenas 20 hectares de uma grande área invadida por ocupantes não índios, que respondem com uma ação civil publica atualmente em fase de informação. Pataxó Bahia sobreposição de Terra Indígena Barra Velha e Parque do Monte Pascoal após a arbitragem da AGU desfavorável aos indígenas foi composto o grupo de estudo entre a FUNAI e ICMBIO, FUNAI sobre a USP, a USP da Presidência da República que concluiu pela gestão compartilhada o documento final de acordo aguarda encaminhamento de nota técnica do INCRA a FUNAI para a conclusão deste longo processo que será enviado ao Ministério da Justiça para fazer frente às contestações e finalmente finalização, Truka demarcada inicialmente com mil hectares o antropólogo refere esse estudo que identifica 5 mil hectares.

A portaria declaratória foi publicada mais a demarcação não teria saído por conflitos internos. Na época não havia nenhuma reivindicação fora da área identificada em 2003, que apareceu posteriormente fazendo toco preto etc. Não documentada fora da Ilha da Assunção em função do acordam do Supremo Tribunal Federal sobre a Raposa Serra do Sol, haveria dificuldade em registra limites. Outra questão a se tratar nessa área de forma indígena e indivíduos não índios casados com indígenas, que não quer a demarcação como a terra indígena e o que dificultaria a identificação como terra tradicional já esta concluída a análise da versão preliminar do relatório, realizado pelo GT que será aprofundado para determinar tradicionalmente da terra Tupi Tumbalalá a identificação foi iniciado em 2003 na gestão anterior o estudo foi paralisado o relatório foi publicado em 2008, a análise das concitações está praticamente pronta. Município de Abaré associação local de produtores, falta análise da coordenadora.

Presidente Marcio Meira - Bom na leitura, usou todo o tempo disponível que tinha ainda da nossa discussão aqui. Então por isso eu vou dar prorrogada de mais 5 minutos para se alguém quiser se inscrever, ah eu queria registrar aqui a presença do nosso secretario Claudio Scliar do Ministério de Minas e Energia que chegou ai para participar da nossa reunião, obrigado agradeço a presença Claudio. E o titular do Carlão, que é o suplente não esta no momento à tarde temos a presença do titular, alguém tem algum ponto ainda a acrescentar com relação a essa questão das terras?

Vamos lá, vamos ver se não tem outro, o Claudio (?) já ligou? Tu ligaste para o Lobão? É para o Lobão que ele tem que ligar. Não é o Lobo mau não né? Vamos lá. Participação na realização de treze oficinas regionais sobre a Lei Maria da Penha. Aprovação de moções dos integrantes da Frente Parlamentar Indígena do Congresso Nacional pela rejeição do Projeto de Lei n° 1057, de 2007. Qual é esse Projeto de Lei? É o que trata do infanticídio. Tem que colocar depois o que é que é.

Atividades realizadas pela subcomissão. Participação nos seguintes eventos: Encontro Nacional de Mulheres Indígenas para proteção e promoção de direitos. Oficinas regionais

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sobre direitos e políticas para crianças e adolescentes indígenas realizados pelo CDDPH e CONANDA. Conferência Nacional da Juventude. Encontro Nacional da Juventude Indígena organizado pela FUNAI. Reunião do CONANDA realizado em Mato Grosso do Sul. Acompanhamento das propostas das considerações antropológicas legais do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, que foi feito também pela Funai. Acompanhamento e manifestação por meio de recomendação ao Congresso Nacional à proposta do PL sobre infanticídio indígena.

Acompanhamento das ações da CGE e CMI FUNAI; a CMI é a antiga Coordenação de Mulheres Indígenas que agora se chama Coordenação de Género e Relações e Assuntos Geracionais e a CGE, Coordenação Geral de Educação. Garantia da participação permanente de um representante de juventude indígena CNPI e no CONJUVE como convidado permanente. Pauta em mais relevantes considerações. Implementação de políticas públicas a partir das especificidades dos povos indígenas com a participação dos diferentes povos levando-se em consideração a questão de gênero, infância e juventude.

Garantia efetiva da participação das mulheres e jovens indígenas na construção das políticas públicas em suas várias fases, execução, monitoramento e avaliação. Garantia de apoio ao fortalecimento das organizações indígenas a fim de se assegurar uma maior efetividade e controle social das políticas públicas destinadas a esse segmento. Garantia da participação dos jovens e mulheres nos diversos Conselhos Nacionais e Fóruns específicos sobre Políticas Públicas. Implementação de Políticas Públicas para as mulheres e jovens indígenas como, por exemplo, as voltadas ao enfrentamento da violência contra as mulheres e as de cunho geracional. Pauta nas relevantes deliberações ainda. Que sejam assegurados programas de ações específicas para os povos indígenas e enfrentamento a incidência de alcoolismo, drogas, exploração sexual e prostituição. Garantia de programas e ações educacionais voltadas para as especificidades dos povos indígenas assegurando a formação e capacitação voltadas ao protagonismo das mulheres e jovens indígenas.

Que sejam asseguradas ações na área de cultura e esportes para mulheres e jovens a partir das especificidades dos povos indígenas. Fortalecimento do espaço institucional voltados para as mulheres e jovens indígenas na FUNAI e interlocução com os demais órgãos de governo que atuam com essa temática. Efetivação das ações propostas no Segundo Encontro Nacional de Políticas para as Mulheres destacando-se o enfrentamento da violência contra as mulheres indígenas e as políticas de geração de trabalho e renda. Que sejam assegurados os recursos orçamentários específicos dos vários programas de governo que garantam a efetivação dos direitos das mulheres, jovens e crianças indígenas. Bom, ai já passa para a próxima, então agora com a palavra a Subcomissão de Gênero Infância e Juventude.

Pierlângela Wapichana - Nós fizemos, colocamos ai, mas o nosso trabalho que foi feito e ajudamos um pouco a buscar nas Atas; essas pautas mais importantes; foi desse trabalho todo que foi feito durante esses anos, junto com a Coordenação de Mulheres Indígenas e a Coordenação Geral de Educação. Todo esse trabalho que foi feito interinstitucional

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chamando a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, a Secretaria Nacional de Juventude, então todos esses espaços onde se tratava das questões foram sendo construídos.

Então o mérito aqui foi desse trabalho em conjunto, até porque foi um trabalho novo e para nós, tanto para as instituições quanto para os indígenas, deu um salto muito grande nesse trabalho porque a gente não tinha muita experiência nessa área tratando de mulheres jovens e crianças indígenas. Para nós foi um ganho muito grande e foi um trabalho feito em conjunto, então tanto a Subcomissão quanto o que foi aprovado em plenária, deu esse norte tanto para as instituições quanto para o Movimento Indígena. Nós colocamos ali aquelas participações e os encontros, a realização do Seminário Nacional da Juventude e Mulheres Indígenas.

Agora mediante isso, nós vamos incluir o que foi discutido como pauta prioritária para o próximo exercício, que é o que está na Ata aqui, visto que a gente tem uma experiência com as mulheres, nós vamos aprofundar. Então a primeira pauta que nós vamos incluir ai como prioritária, propor ações que atendam demanda das crianças, adolescentes e idosos indígenas a partir das propostas dos encontros, seminários e outros. Uma das coisas que nós temos muito que trabalhar é a questão das crianças, dos jovens e dos idosos. Acho que as mulheres, a gente já conseguiu alguma coisa. Queria agradecer aqui a Carteira Indígena por ter lançado o Edital que para nós é trabalho desse debate aqui dentro da CNPI, dessa construção mas as questões das crianças, dos jovens, a gente tem muito que andar, e dos idosos. A gente vendo aquele levantamento que foi feito pela Saúde, nós vimos ai que a maior população é entre jovens e crianças, então é um foco que a Subcomissão precisa se apropriar e trabalhar mais nisso. O segundo ponto é fazer um mapeamento desses programas específicos para as mulheres e produzir uma cartilha com informações dos mesmos para ser encaminhados para as comunidades indígenas. Nós queremos produzir em conjunto com essas instituições que compõem a Subcomissão; uma cartilha, para que seja enviado para as comunidades. O terceiro é acompanhar e propor modificações aos programas e políticas públicas já existentes específico para as mulheres indígenas.

Nós temos o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, o quê é que nós queremos? É agora trabalhar nessa nova gestão, essa questão se só os Editais como política pública, melhorar essas questões dentro da política pública. Nós conseguimos fazer Editais, mas será que o Edital é o melhor? Porque o Edital tem uma série de burocracias, mas nós queremos agora trabalhar mais isso para ver se melhora esse processo dentro do acesso. Encaminhar e acompanhar os tramites de documentos finais com as propostas das mulheres indígenas sobre perspectivas de gênero para ser incluída no Estatuto dos Povos Indígenas. Vocês receberam um documento que foi apontado. Foi todo um consolidado feito para ser incluído ainda na proposta do Estatuto, para ser colocado nesse Seminário que foi realizado com a participação de 450 mulheres indígenas de todo o país, então esse trabalho feito pela FUNAI nas regiões junto com as organizações, tem produzido muitos dados que precisam ser agora implementados e colocados nas suas devidas instancias de discussão.

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A outra á aprofundar discussões sobre o ECA e a questão de adoção de crianças indígenas. A FUNAI fez uma versão do estudo antropológico e a aplicabilidade do ECA dentro das comunidades indígenas, então a gente precisa rever isso com a FUNAI, como é que vai ser a publicação, esse estudo ficou de ser realizado um seminário, precisa ser levado isso em conta, e a adoção de crianças que é uma coisa que a Subcomissão nas reuniões logo no inicio foi apontado, nós não aprofundamos a questão da adoção de crianças e a Subcomissão nós não demos a devida atenção ao tema.

Então são questões que nós vamos retomar, aprofundar. A Subcomissão deverá acompanhar e realizar em conjunto com a FUNAI seminários regionais com os homens sobre os direitos dos povos indígenas com foco na Lei Maria da Penha, demandada pelas mulheres indígenas em diversos seminários. Agora o foco é trabalhar com os homens a Lei Maria da Penha, porque a gente tem exemplo que foi realizado em seminário desses e um parente disse assim, que ele só empurrava a mulher dele e a partir de quando ele viu a explicação e tudo ele disse, agora nem empurrão vou te dar mais. Agora o foco as mulheres querem que seja tratado isso diretamente com os homens. Então a parceria com a FUNAI foi um trabalho interessante e as mulheres querem fortalecer.

Presidente Márcio Meira - Vou fazer só um parêntesis ai, acho que é interessante que no processo, isso foi ressaltado um dia desses num debate interno na FUNAI, pela Valéria, uma das componentes da equipe, junto com a Léa que é a coordenadora, é que nesse processo ficou muito mais claro para vocês, que realmente muito mais que uma coordenância de mulheres é que a coordenação tem que ser uma coordenação de gênero. Porque não é só uma questão do gênero feminino, mas também uma questão do gênero masculino, ou seja, se os homens não mudarem a sua prática, o seu modo de ver a questão, não ajuda a resolver a questão da violência. Vai ser interessante realmente abordar.

Pierlângela Wapichana - Então agora o foco são os homens. O último, nós solicitamos aqui que seja, na próxima plenária da CNPI, seja apresentado inquérito nutricional dos povos indígenas, apresentado em reunião do CONSEA, realizado pela Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde, e pelo Instituto Ibero Americano, financiado pelo projeto VIGISUS II, Banco Mundial e FUNASA. Para conhecimento, para nós é muito importante à apresentação desse inquérito, está aqui a Irânia que pode articular isso e nós pautarmos isso porque nos preocupou com a questão da saúde hoje, até a gente ver a questão da mortalidade infantil, então nós temos que nos apropriar dessas informações para a partir daí estar discutindo políticas públicas nesse âmbito. Então era o que nós queríamos incluir ali que está faltando.

Presidente Márcio Meira - Obrigado. A inscrição, quanto tempo tem para o debate? 15 minutos, 10 minutos. A Lylia Galetti, MMA, depois a Simone, depois o Capitão.

Lylia Galetti – Bom, parabenizar a Subcomissão pelo trabalho, mas eu acho só, e isso vale para todos; é mais uma tentativa de contribuir com o balanço. Esse item que está pautas mais relevantes e deliberações a gente nunca sabe o que é que foi só pauta e o que é que de

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fato foi deliberação, encaminhamento, o que é a coisa consolidada. Então fica, eu acho pouco objetivo o balanço se permanecer da maneira que está ai. Com relação ao conteúdo mesmo dessa questão, eu acho que o que está sendo proposto para o ano que vem, é bastante pertinente.

Queria destacar aqui com relação ao inquérito nutricional dos povos indígenas, o foco do inquérito são mulheres e crianças, e que a situação, que o inquérito apresenta sobre as mulheres especificamente é muito dramático do ponto de vista de saúde, segurança alimentar, principalmente das mulheres e, sobretudo na região norte, que é onde os índices de anemia, diabete, problemas gerais de saúde das mulheres é mais grave. Isso é uma coisa e queria sugerir, já falei disso antes, que a Subcomissão, a FUNAI, e, sobretudo o Ministério do Meio Ambiente, abrisse essa agenda de gênero e mudança climática, promovendo uma oficina sobre impactos da mudança climática sobre mulheres indígenas especificamente.

Só para justificar, 2009 a ONU publicou um relatório extremamente denso, muito consistente como são em geral os relatórios da ONU, sobre impactos de mudança climática sobre mulheres; mudança climática e gênero, e os estudos de especialistas no mundo inteiro, demonstram terríveis sobre as mulheres. O estudo, por exemplo, dos mortos do furacão Katrina, levantamento dos defuntos mesmo, não foi assim alguém veio fazendo pesquisa e perguntando, foi contagem de corpos e chega até 70% dos mortos, são mulheres. Porque a maior parte dos analfabetos do mundo são mulheres? Tem dois estudos importantes feitos por instituições de pesquisa renomadas nos Estados Unidos e na Europa, sobre o furacão Katrina e o tsunami na Ásia.

Nos dois, mais de 50% dos mortos são mulheres, e quando você vai analisar as causas, tem muito a ver com a condição de vulnerabilidade em que a mulher está colocada. Não é que a mulher é vulnerável, sexo fraco, essa bobagem nada não, a condição de vida dela que a torna no grupo mais vulnerável a impactos de mudança climática; junto com as crianças obviamente que elas carregam junto. Então vai desde o fato de ser analfabetas

Presidente Márcio Meira - Só fazer um, acho que está bastante justificado. Só estou preocupado com o tempo

Lylia Galetti - Estou querendo sugerir uma oficina e colocar, não sei se eu continuo no Ministério do Meio Ambiente não, mas eu vou deixar indicado para os novos gestores do relatório de transição, que essa agenda seja encampada pela Secretaria onde está a gerência indígena e também pela Secretaria de mudanças climáticas.

Presidente Márcio Meira - Obrigado. A inscrita é a Simone, depois o Capitão, e depois a Irânia. Simone Karipuna. Eu queria primeiramente fazer um comentário em relação ao Seminário sobre a Lei Maria da Penha, o regional, onde eu tive participando com lideranças

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indígenas, as mulheres lá da minha região e que foi muito importante para isso. Eu ouvi de muitos relatos, de várias lideranças que me acompanharam nesse seminário, da importância da Lei Maria da Penha, e só veio a concluir no Seminário Nacional onde teve uma boa participação. De antemão eu gostaria de parabenizar a Léa, que a gente esteve lá presente, viu o grande esforço na pessoa da Irânia, que estava ainda na coordenação.

A importância que foi esse seminário para as mulheres indígenas de todo o Brasil. Então é uma vitória para nós, para mim um orgulho muito grande como mulher indígena estar falando sobre essa questão. E ai também eu gostaria de também estar levantando, na Subcomissão eu sou convidada permanente. Também nos foi levado até a Subcomissão pela representante de Secretaria Especial para as Mulheres, uma Ata de um seminário que ocorreu de mulheres indígenas sobre a Lei Maria da Penha na aldeia Bahetá, onde elas pediram para a representante da Secretaria trazer esse documento até a gente, para mostrar a importância e a preocupação delas em relação à questão de tanta importância para todas as mulheres. E está pontuado, tem vários pontos, eu não sei se todo o mundo tem, se não tem eu gostaria de sugerir a coordenadora da Subcomissão, que passasse porque ai tem muitos pontos que as outras subcomissões podem estar também sugerindo, podendo estar contribuindo na luta dessas mulheres. Eu acho que era isso que eu gostaria de falar. Obrigada.

Presidente Marcio Meira - Capitão.

Capitão Potiguara - Capitão Potiguara, Região Leste e Nordeste. Senhor presidente, como membro titular desta Subcomissão, nós trabalhamos e conversamos muito com relação ao seminário para os homens. Por quê? Eu participei, durante o longo desse tempo, em dois seminários, um em Cuiabá e outro em Alagoas, e por incrível que pareça, quando eu me identifiquei que ia participar do seminário de Alagoas, fui questionado pelo administrador no período, e me perguntaram o que eu ia fazer lá. Eu comecei a conversar e perguntar o que impedia de participar do seminário e esse seminário só se realizou lá em Alagoas com eles, por causa da comissão que saiu daqui de Brasília, porque os funcionários de Alagoas foram impedidos. O próprio administrador não queria que o seminário fosse realizado. Depois a menina conversando comigo, ela me explicou direitinho. Então, esse seminário é para justamente, os homens abrir mais a cabeça dos homens, para que eles tenham mais respeito pelas mulheres e tratem elas com mais carinho que é como elas devem ser tratadas.

Presidente Marcio Meira - Muito bem, Capitão. Irânia.

Irânia Marques - Boa tarde a todas e a todos. Sou Irânia, representando o Ministério da Saúde. Eu queria falar de um ponto que eu não sei como a gente poderia encaminhar aqui na CNPI, quer dizer, eu ouvi num relato, mas eu senti que está faltando uma questão muito importante. com relação a crianças, que é o infanticídio. Eu acho, Saulo poderia ajudar nisso com aquele documento, a pesquisa que foi realizada acho que pela UnB, que tem todo um retrato da questão do infanticídio, porque a gente não está tratando de forma

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assim, eu vejo não ainda avançou para tratar a questão do infanticídio, a gente está vendo que outras instituições estão vindo com muita força.

Tenho aqui uma carta de repúdio em cima desse tema, até com a criminalização dos próprios indígenas, acusando os indígenas de matarem suas crianças; e a minha sugestão é a seguinte, que a gente pudesse por meio da Coordenação Geral de Promoção Social e da Coordenação de Gêneros e Assuntos Geracionais da FUNAI, promover a criação de um grupo de trabalho para que a gente a partir desse trabalho que foi realizado, desse documento sobre uma pesquisa, sobre infanticídio, que a gente pudesse aprofundar o tema. E ter a nossa posição tanto de governo como de movimento indígena com debate com as comunidades, porque o que a gente observa é só denúncia. E a gente não tem como. Ai chega e qual é o assunto? Chegou um tempo que a imprensa queria colocar que a mortalidade infantil era causada por infanticídio, e não é verdade. Mortalidade infantil em menores de 5 anos tem outras questões que não é isso. ai eu até respondi o seguinte, como é que a gente vai dizer, quem é que testemunhou o infanticídio? Porque é o médico que dá o diagnóstico, não é? o laudo, o Atestado de Óbito, então qual médico que testemunhou que era isso? Então, a gente não pode culpar as comunidades indígenas de questões que as vezes nós somos os culpados, o próprio governo, porque a gente não promove ações de saúde adequadas. Ou outras ações de promoção para a saúde.

Então eu acho que esse é um tema que realmente nós temos que enfrentar esse ano quando eu estava na Funai, colocando isso, não é Presidente? Da importância disso, não é Léa? E eu acho que na Secretaria de Saúde Indígena nós temos que colocar na agenda e poderíamos fazer isso junto com outros órgãos de governo, ou entidades não governamentais, com o Movimento Indígena, sob a coordenação da FUNAI, a gente trabalhar esse tema. É uma sugestão, mas que eu acho que temos que enfrentar. É um problema sério. Só isso.

Presidente Marcio Meira - Colocar na agenda para o próximo período. Pierlângela.

Pierlângela Wapichana - Só para complementar,

Presidente Marcio Meira - Falta um minuto do nosso tempo, viu?

Pierlângela Wapichana - Só para complementar, eu gostaria de dizer o seguinte. Sobre a PL foi aprovada uma resolução 10 de fevereiro de 2010, nessa plenária, e que a nossa posição foi pela retirada, o arquivamento da PL. ela está tramitando, mas nós aprovamos e foi encaminhada. Essa votação saiu de pauta, e nós vamos reconstruir ela agora em fevereiro para que a gente possa estar levando, fazendo lobby e explicando os motivos. Sendo que nós vamos defender o que nós definimos aqui em plenária. E referente a esse tema, foi feito uma Carta de Repúdio ao programa exibido pela TV Record no Domingo Espetacular no dia 7 de novembro de 2010, vocês receberam, estão aqui as assinaturas das pessoas, inclusive quem aparece no vídeo, e elas solicitaram uma posição também que nós vamos encaminhar para as devidas providências até porque se elas estão se sentindo

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prejudicadas enquanto pessoas, apareceram que foi montagem, cabe ai a representação judicial e tudo mais.

Então nós vamos encaminhar ao Presidente daqui da Comissão para as devidas providências porque as pessoas estão sendo prejudicadas. Isso foi colocado por elas mesmas nesse encontro realizado em Cuiabá. Então sobre a nossa posição, quando a gente discute, acho que colocar isso em foco, nós vamos ter que discutir até como? Porque aprofundar um tema cultural que alguns povos têm, vamos ter que tratar com muito cuidado, com muita delicadeza. O relatório que o Saulo fez, ele fez com consultor, pela UNICEF, não foi nem como CIMI, foi como consultor, então a gente tomou uma posição que nós não queremos, até porque naquele momento a discussão foi pelo trato que isso requer um cuidado para ser colocado então, esse nosso trabalho.

Presidente Marcio Meira - Eu queria só concluindo esse nosso ponto da Subcomissão, não podia deixar de ressaltar aqui a importância que teve a CNPI no processo de Reestruturação da FUNAI, que permitiu à FUNAI ter uma estrutura que respondesse à essa questão, quer dizer, praticamente todos os encaminhamentos da CNPI pautou nesse assunto de gênero e relações geracionais, foi feito em função, como consequência, muito pouco e a FUNAI foi dotada de uma estrutura capaz de conduzir isso, aliás muito bem conduzida, quero registrar aqui pela Léa que é a coordenadora de gênero e assuntos relacionais e pela Irânia que era coordenadora antes; agora está no Ministério da Saúde.

Foi criada essa coordenação, ela não existia, criada a coordenação geral e criada a coordenação. Então todos os seminários que foram realizados e tudo isso que a gente viu, grande parte foi resultado disso; então queria registrar esse avanço que foi conquistado graças também à manifestação da CNPI. A FUNAI incorporou e se apropriou disso de uma forma estruturante, hoje não é mais um tema isolado, mas um tema transversal dentro da FUNAI e não só dentro da FUNAI. Isso é uma ação que a FUNAI como coordenadora da política indigenista brasileira, pauta como tema transversal em todo o governo brasileiro. Então acho que isso é um ponto que deve ser registrado aqui como grande avanço. Então, esses pontos todos serão considerados no nosso balanço como acréscimos ao que foi já levantado no processo, todo o histórico desse tema. O Saulo tinha pedido a palavra? Não tinha visto. Saulo Feitosa - Serei breve, só alguns esclarecimentos. O relatório a que se referiram algumas pessoas é um trabalho de consultoria do UNICEF, a responsável é a Professora Rita Sagatti que já esteve aqui no CNPI. Eu só colaborei, mas só dizer que independente da discussão futura, a Procuradoria Jurídica da FUNAI, já poderia analisar a possibilidade de uma ação judicial porque, possui a gravação daquele programa da Record, com acusações absurdas dizendo que 600 crianças indígenas assassinadas anualmente, isso não tem o menor cabimento então nós tivemos o cuidado de transcrever as falas, depois teve um caso concreto que tem que ser protegido. Aquela mulher Guarani-Kaiowá que aparece protegendo a criança, a pessoa da ONG Atini vai lá querendo que ela entregue a criança. Quer dizer, ela não pode falar, eles não deixam falar, mas ela mostra que ela está cuidando

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da criança e eles dizem não a criança vai morrer porque ela não tem condições de cuidar da criança. Apresenta a mulher protegendo a mãe carinhosamente e encerra o programa dizendo que ela vai matar a criança.

Aquela mulher foi exposta. Depois a gente ouviu as reações. Teve uma indígena de Manaus que foi ameaçada de apedrejamento, várias mulheres indígenas foram xingadas de assassinas. O porteiro do prédio onde o CIMI fica ele começou a impedir que a filhinha dele ande lá porque passa muito índio. A gente foi perguntar qual era o problema e foi quando ele viu os índios matando crianças na Record. Tem muitos relatos desses. Acho que tem que tomar uma providencia urgente. Depois informar que nesses Porantins que a gente distribuiu, tem um Porantim de dezembro que Porantim faz uma entrevista com uma irmã, uma freira que há 58 anos que mora com os Tapirapé. Eles também andaram dizendo que nos Tapirapés havia muito infanticídio e que depois deixaram de fazer Em 58 anos ela teve conhecimento de dois abandonos, em 58 anos! A mulher mora na aldeia. Então essas mentiras absurdas que estão sendo dito por ai, lógico que tem um único propósito que é esse de tornar a população cada vez mais anti-indígena. Então a minha sugestão é que a Procuradoria Jurídica da FUNAI veja logo esse documento, essa reportagem de 30 minutos, tome providências e acho que assim no próximo ano a gente possa retomar essa discussão, a partir da subcomissão. Meus Porantim viu gente?

Presidente Marcio Meira - Queria também registrar que, eu me lembrei disso agora, Saulo falando me lembrei disso, a nossa Frente de Proteção Ambiental da FUNAI, lá no Rio Urus, no Amazonas, o nosso chefe da Frente que é o Kaká, em recente reunião aqui em Brasília, comunicou informalmente ainda, pedi para ele formalizar e ele está formalizando, que estando ele na aldeia Zuruahã, por Zuruahã recentemente, as mulheres mãe, pais da família de duas ou três crianças foram retiradas de lá, nunca mais voltaram, por religiosos que estiveram por lá, que tiveram que sair por determinação judicial solicitaram a ele – é bom lembrar que Zuruahã é um povo de recente contato, então eles não sabem a quem solicitar formalmente- então solicitaram a quem realmente está lá que é o nosso chefe da Frente; solicitaram a ele que ele comunicasse, solicitasse, eles pediram a volta das crianças para lá. Então o Kaká, que é nosso chefe da Frente, solicitou informalmente que a CNPI, por isso estou relatando aqui, que esse tema pudesse vir à CNPI para que a CNPI pudesse se manifestar também publicamente ou através de alguma resolução para que essas crianças pudessem retornar. Simone.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia - Só uma questão de ordem, lembrando que já passamos 10 minutos do nosso prazo. Simone Karipuna - Eu acho que é um assunto que está muito forte e é um minutinho que eu gostaria de falar. Como teve encontro nacional das mulheres e lá estavam presentes mulheres desta região, que passam no filme da Record, e ai, pessoas que, teve um momento, e a gente baixou da internet para passar o filme para que todo o mundo visse o impacto que era esse filme porque a gente só tinha ouvido falar disso. E quando elas viram, elas quiseram se posicionar em relação ao filme. Teve uma que foi falar, e ela ficou uns

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minutos sem conseguir falar porque era muito chocante para elas. Elas já tinham ouvido falar, mas não tinham visto o filme e falaram, fizeram um depoimento muito interessante, eu pediria até que a CNPI entrasse em contato com a coordenação da Lea, que se a gente pudesse depois ter acesso, porque não dá para relatar tudo e também nem transmitir o sentimento que foi naquele momento, porque muitas mulheres que estavam lá choraram, porque elas relataram que tudo aquilo era mentira. Uma das mulheres que aparece, que eles acabam dizendo que ela participou, que não estava querendo, falaram um monte de coisa, ela disse é mentira, é mentira. Então eu só pediria que a coordenação, a subcomissão pudesse ter acesso e quem quisesse mais.

Presidente Marcio Meira - O Heliton queria falar alguma coisa também?

Heliton. Só um minuto.

Presidente Marcio Meira - Eu também vou me ausentar um minuto e já volto aqui.

Helington Gavião. Eu queria colocar, parente, principalmente nós, lideranças das bases, e a minha preocupação maior, e a gente sabe muito bem que tem vários parentes que já são acostumados com costume do branco, e eu lembro que ano passado, não sei se inicio desse ano, a gente teve na chácara do Jocum, aonde tem parente, com certeza usando essa imagem dos parentes que dizem que estão enterrando o filho vivo, o representante do Jocum que é o parente, com certeza ele está usando essa imagem para prejudicar e também aproveitar ganhar dinheiro em cima dessa imagem dos parentes. Então eu queria que a gente, nós Bancada Indígena, solicitar a vinda da Igreja Jocum para que ele venha se explicar, por qual motivo, de que forma, quando que está sendo feito esse trabalho junto com essa comunidade que está sendo usada essa imagem para prejudicar a vida de todo o mundo.

Secretária Executiva Teresinha Gasparin Maglia - Obrigada, Gavião. O Heliton levanta uma sugestão de que seja convidado o coordenador da Jocum para que venha aqui, falar com respeito à essa matéria. Consultou a Bancada Indígena e a governamental dessa possibilidade. Que seja feito um convite para a próxima reunião para que o representante e o coordenador da Jocum venham até a CNPI para explicações sobre infanticídio. Quem sabe a gente deixa para a próxima reunião aprofundar esse assunto, discutir mais profundamente, Heliton. Cota

Carlos Rogério Cota - Eu acho que esse é um assunto extremamente delicado, estava conversando aqui com o Coronel Cecchi. Eu acho que a CNPI deveria discutir isso mais internamente para a gente decidir com muito bom senso, com muito cuidado, com muito comedimento o quê que se vai fazer com relação a isso. a gente pode até no final chegar a conclusão que talvez seja até mais aconselhável até nem se mexer com isso. Não sei. Mas eu acho que o que é importante que a gente faça é que a gente discuta na CNPI e delibere isso, mas isso vai ter que ser feito com calma e com tempo e a gente não vai ter oportunidade tão cedo de fazer isso. só no ano que vem.

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Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia - Ok. última inscrita. Lylia.

Lylia Galetti - Tudo bem eu concordo, mas também vamos lembrar, e já foi lembrado rapidamente isso aqui, que a CNPI discutiu isso, trouxe a Rita Segato que é uma especialista, tem o Saulo que participou de um estudo, que dizer, tem subsídios já e para tomar a disposição do que foi sugerido aqui, que também foi sugerido na reunião que a Rita Segato veio e expôs tudo, é que esse tipo de coisa não fica sem resposta. Nós já temos subsídios sim para interpelar diretamente, até vir o Ministério Público Federal, a TV Record, e essa ONG está se querendo trazer aqui pra quê, para ela se apresentar? Eu acho que como deliberação é complicada nesse momento, você vai trazer a tal da ONG ou não, mas a medida que já foi colocada aqui, que está no abaixo assinado, eu acho que a CNPI tem, a FUNAI tem elementos de sobra para inquirir a Record, porque ai já é outra coisa, é discriminação, é crime contra a imagem dos índios; é outra coisa bem diferente.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia - Dr. Claudio Scliar pediu a palavra, um minutinho para nós encerrarmos.

Dr. Cláudio Scliar – Só para ver se eu entendi corretamente, o que o companheiro Gavião ali levantou, é no sentido de chamar para uma próxima reunião. O que está sendo proposto é que numa próxima reunião, seja discutido o assunto. Então o que me parece, é exatamente isso, seja agendado para uma próxima reunião, não sei se a primeira ou a segunda, mas que tenha o informe, o Saulo, sobre esse estudo ou dele ou de outros sobre o estudo que foi feito e outras informações que tenha. Talvez a primeira ou a segunda próxima reunião, mas pelo que eu entendi que ele disse, seria, foi o que eu entendi o chamar para uma próxima reunião.

Então me parece que pela seriedade do assunto, seria positiva a comissão aqui agendar esse assunto, o quando. Por favor, eu não tenho participado, não é deliberação agora, a deliberação agora é do agendamento da discussão. Me parece que é isso que o companheiro levantou de que uma pessoa estaria disposta a vir à CNPI. Nesse agendamento essa pessoa e outras poderiam estar agendadas para dar um quadro e depois a CNPI discutir e decidir daqui a 2, 3 meses. Sei lá, o mais rápido possível dentro do que for necessário, mas que não se deixe em branco. Então que deixe assim, em aberto.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia - Acho que já fica definido assim. Nós voltamos esse assunto na próxima, senão nós não vamos concluir hoje. Nós temos três subcomissões ainda.

Helington Gavião - Eu acho que você entende a minha preocupação. Próxima reunião nós tentamos agendar reunião com eles.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia - Não, a gente volta esse assunto entre nós, discute aqui entre nós, para uma possível ou não convide para ele vir até aqui.

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Helington Gavião: Então, até estava falando com Saulo agora, quem sabe a gente poderia estar trazendo o relator desse projeto. Se for possível, se conseguir Agendar reunião com ele também, né?

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia - Ok. Então encerrada a Subcomissão de Gênero, Infância e Juventude e só por uma questão de ordem rapidamente, se alguém viu a lista de presença que ela desapareceu. Desculpa gente, ela tinha achado e não tinha avisado. Então vamos à Subcomissão de Políticas Públicas, Orçamento e Gestão, que tem como função propor diretrizes e normas para o acompanhamento das políticas públicas em vários Ministérios e acompanhar a formulação e execução do PPA. Atividades realizadas pela Subcomissão. Presidente assumindo?

Presidente Marcio Meira - Acompanhamento da execução orçamentária do Plano Plurianual 2004/2007. Programa Proteção de Terras Indígenas. Gestão Territorial e Etno Desenvolvimento. Identidade Étnica e Patrimonial dos Povos Indígenas 2008/2011. Programa Promoção e Proteção dos Povos Indígenas coordenado pela FUNAI. Acompanhamento da agenda social do Governo Federal, agenda social dos povos indígenas imagino, né? Consulta aos novos integrantes da CNPI, sobre ações relacionadas à questão indígena. Elaboração de matriz a ser preenchida pelos órgãos na busca de informações para realização de balanços da agenda social dos povos indígenas. Proposta de metodologia para discussão de programação de assuntos para 2010. Reestruturação da FUNAI com medidas para fortalecimento das ações indigenistas.

Composição do quadro técnico. Aprovação do plano de cargos e salários da FUNAI, visando ao aumento da capacidade de atuação do órgão indigenista. Ai a foto do nosso companheiro Ak´Jabor Kaiapó, atuando lá naquela reunião. Pautas mais relevante e deliberações. Solicitação de apresentação por parte do MMA e da Presidência da República do programa Amazônia Sustentável. Sistema de acompanhamento das políticas que se relacionam com os povos indígenas. Políticas e projetos em andamento no Governo Federal, especificamente na FUNAI e outros Órgãos Federais que realizam ações na área de política indigenista. Experiências e planejamentos orçamentário e participativo. Só. Quem é o membro relator da Subcomissão? Está aqui a Ata. Eu vou ler a Ata da Subcomissão, não sei se tem algum membro da Subcomissão. É o Heliton? Toya? Você lê, Toya?

Elcio Machinere Toya. Vou passar a ler a Ata da Subcomissão de Políticas Públicas, Orçamento e Gestão. Ata da 15ª Reunião Ordinária aos 15 dias do mês de dezembro de 2010, reuniram-se na dependência da Academia de Tênis em Brasília os representantes da Subcomissão de Políticas Públicas, Orçamento com a participação dos seguintes membros. Representantes indígenas: Elcio Machinere e Helington Gavião. Representantes do Governo Felipe do MPOG, Representante da FUNAI José Maria de Almeida e Silva. Antes do inicio da reunião, a Secretaria-Executiva da CNPI apresentou um texto para avaliação da Subcomissão contendo o balanço geral da CNPI que relaciona as atividades envolvidas. Pauta mais importante e deliberações discutidas e encaminhadas por esta Comissão de

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Políticas Públicas, Orçamento e Gestão. Iniciaram a reunião foi franqueada a palavra a todos os presentes um a um e fizeram balanço e avaliação da CNPI e por unanimidade consideraram um avanço por tratar-se de um instrumento que permitiu de forma efetiva a participação dos indígenas na discussão das Políticas Públicas voltadas para os povos indígenas além de atender uma reivindicação antiga das comunidades indígenas. Nesse sentido foi aprovado o balanço da CNPI apresentado pela Secretária Executiva da CNPI. Nada mais havendo a tratar foi lavrada a presente Ata e que vai assinada por todos.

Lylia Galetti - Ou seja, a Subcomissão se reuniu, concordou com o balanço e acabou. Foi isso?

Elcio Machinere- Toya. Isso. Como não houve quorum suficiente e como a questão da Subcomissão sempre foi o trabalho que não aconteceu a contento. Sempre faltou gente, não conseguiu encaminhar muitas coisas com relação a todo o ano corrente. Uma das questões que foi apresentado dentro da Subcomissão, foi a questão, por exemplo, dos seminários de reestruturação da FUNAI, que não aparece também ai na questão. Por exemplo, o resultado que se teve o número de seminários que foram realizados e os resultados dos mesmos e o que falta ainda. Outra coisa que não aparece na ata e que foi conversado entre a gente, é que o espaço, a gente reconhece que o espaço muito importante, mas que não funcionou. Não funcionou até porque as reivindicações e as socializações que foram feitas de informação aos Ministérios, essas informações nunca vieram para a Subcomissão para ser debatido. Isso que a gente deliberou sobre isso ai. Uma questão também que nós sentimos muita falta, foi à presença do próprio governo na participação mais ativa durante o período. Certo?

Heliton Gavião - Só para acrescentar na fala do companheiro, a gente sabe muito bem que essa Política Pública e também a Gestão, Orçamento Gestão, é mais importante e também um ponto que me deixa preocupado, como o Machinere falou, que muitas vezes a gente tenta se reunir, a Subcomissão tenta se reunir, mas o Governo não aparece. Mas claro que cabe a nós também, lideranças indígenas, que são pessoas interessadas nessa parte, se interessar mais nessa parte ai. Eu me preocupo muito até porque a gente sabe muito bem que tem vários programas criados pelo Governo e nós indígenas não temos acesso nesse orçamento da gestão e com certeza esse ano de 2011 eu queria que seja mais participação do Governo tanto nós indígenas também.

Até estava falando para o meu companheiro que a gente precisa fazer um levantamento desses programas, quantos programas que tem recursos destinados para atender a demanda das comunidades indígenas. Não adianta a gente fazer um acompanhamento sem ter a participação dessa gestão. Eu acho que a partir do momento que a gente fazer levantamento da gestão e estando também o programa a gente sabe a realidade, quanto que está sendo destinado cada tanto para tal secretaria, tanto também o órgão que trabalha diretamente com a questão indígena. Eu acho que a gente tem que fazer essa parte do processo da gestão para a gente saber quanto está sendo destinado à questão indígena. Com certeza a partir desse momento a gente pode fazer a Política Pública. Construir uma

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Política Pública direcionado dessa gestão. Eu acho que 2011 com certeza a gente quer fazer melhor nesse sentido ai.

Presidente Marcio Meira - GSI.

Carlos Rogério Cota - Como foram feitas várias menções aqui com relação à participação dos representantes dos órgãos governamentais eu queria aproveitar o ensejo e pedir aqui que a gente respeitasse a agenda, que a gente nas nossas reuniões, adotasse alguém que assumisse o papel de mediador por ocasião dos debates e que regulasse o tempo. Eu queria citar, por exemplo, já se falou muito na ausência dos órgãos do governo, mas eu lá em Sobradinho passei a semana toda lá. A Teresinha se sentiu extremamente constrangida porque eu estive todos os dias cumprindo os horários. O Coronel Eustáquio estávamos ambos. Em alguma ocasião estava um ou outro porque nós tínhamos outras missões lá e a agenda foi totalmente desrespeitada. Em algumas ocasiões estávamos somente eu e a Simone. A Simone extremamente constrangida porque não tinha ninguém da Bancada Indígena para que a gente pudesse discutir. eu não estou fazendo aqui nenhuma denúncia nem nada. O que estou fazendo é um apelo para que a gente respeite a agenda, que a gente respeite os horários para que os trabalhos também tenham maior, que a gente atinja os resultados e que não seja uma coisa tão cansativa porque às vezes a gente está tratando de um tema, e a gente respeitosamente ouve alguma reclamação ou algum encaminhamento, solicitação de companheiros da Bancada Indígena e também dos órgãos do governo, não estou falando apenas do pessoal da Bancada Indígena, e às vezes o assunto começa a desviar totalmente do foco da reunião. Fica cansativo, a gente não atinge nosso objetivo e então o que eu estou fazendo não é uma reclamação, é um pedido no sentido que a gente adote o padrão adequado para que a reunião de trabalho tenha resultado.

Presidente Marcio Meira - Eu acho que os comentários feitos sobre esse tema, eles apontam para um tema que já havia sido citado em outros momentos, que no próximo período acho que a gente, é necessária no próximo ano, no próximo período que a CNPI e ai eu estou falando de todos os membros da CNPI, quer dizer, tanto governo quanto Bancada Indígena, que a gente possa procurar nós todos sermos um pouco mais rigorosos em termos de princípios e participação e de respeito ao nosso regulamento e ter um pouco mais de cuidado para que a gente possa ter reuniões um pouco mais produtivas.

Eu acho que é um ponto que é preciso fazer essa reflexão mesmo considerando o avanço. Todos nós aqui sabemos o grande avanço que tem sido as nossas reuniões, mas é importante a gente ter essa questão como um ponto de amadurecimento mesmo da CNPI que é uma comissão ainda muito nova. Eu acho que precisa ainda ter, a Bancada Indígena tem muita razão, levanta essas questões as vezes de ausência de algum representante do governo e assim como também, assim como também muitas vezes ocorre de ambos os lados. Então por isso acho que é importante a gente registrar como um ponto a ser levantado daqui para frente. De repente nessa fala aqui teve inscrição da Lylia, do Titiah, do Sandro e agora do Ak'Jabor. O ponto é que, só lembrando, a gente está na pauta da

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Subcomissão de Orçamento e Gestão e nós estamos com o tempo correndo. Acho que a Teresinha.

Ak'Jabor - Eu quero só um pouquinho, é um problema que eu falei que eu quero jogar em cima dela. Já que nós estamos reclamando do Governo mesmo, então vou falar. Umas pouquinhas coisas que eu quero falar. Tem uns resultados que já foi feito agora e eu recebi ligação agora. Eu recebi resultado. Aquela questão dona Irânia, daqueles caras lá de São Félix do Xingu que fizeram que desse problema que tem duas crianças que morreram, já te passei para você, passo para a Secretaria. Então tem resultado agora. O pai da criança que foram e não chegou lá e levaram os barcos até lá. Então o sogro deles chegou e entra eles, acho que briga interna, ele bateu muito e até homem saiu para Redenção lá para o regional. Está ruim. Esse é o resultado. Isso que quero pedir para você, quero que sai logo esse homem agora. Eu não quero isso não. Eu quero também, Presidente, eu quero também ajuda da FUNAI. Eu mandei dois representantes meus para segurar as duas aldeias para não entrar mais briga ainda entre eles mesmos. Precisa ajuda da FUNAI, porque amanhã é sábado. Então tenho que viajar amanhã ou hoje à noite, eu vou pra lá e não quero nem saber de sábado, não quero saber de domingo, eu quero que os próprios funcionários da FUNAI pode me pegar lá, e eu quero lá segurar, porque eu mandei representante para segurar os dois lados. Esse resultado que quero jogar para vocês ai e próprio Irânia que pode encaminhar isso logo para Secretaria. Eu quero demitir logo esse homem, porque senão vai dar problema de novo lá entre nós mesmos. Então eu preciso ajuda da FUNAI, Presidente, pode ligar para o Aldenildo para fazer o que quiser para mim, porque eu quero chegar lá e resolver esse problema?

Presidente Marcio Meira - Esse era um ponto da pauta anterior, da Gênero, Infância e Juventude que eu quero que Ak'Jabour trouxe ai. Mas então seguindo a inscrição que foi feita. Foi a Lylia que foi primeira inscrita, depois o Titiah, depois o Sandro.

Lylia Galetti - Me inscrevi antes do Ak'Jabor.

Presidente Marcio Meira - Então, Lylia

Lylia Galetti - Muito rapidamente, só deixar uma recomendação, acho que essa comissão realmente precisa ser fortalecida. Nós tivemos problemas de mudança de representantes do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão, no meio do caminho. Tinha o Fred que estava na Comissão, que contribuía, que estava ai há mais tempo, até foi convidado, ele foi para o IPEA, mas foi convidado a permanecer, não sei se permaneceu; como convidado sim, e talvez para o ano que vem ter alguma pauta dessa Comissão relacionada ao PPA.

O acompanhamento. E mesmo essa questão do orçamento agora que a gente não sabe como é que está a LOA para as questões indígenas e recomendar aos membros da Subcomissão, talvez um contato para conhecer, um intercâmbio, uma Comissão Permanente dos Povos Indígenas do CONSEA, que trabalha todo o ano com orçamento indígena, levanta tudo o que tem, o que não tem, onde está o dinheiro. Talvez uma visita

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ou uma participação em algum momento, membros dessa comissão na Comissão Permanente do CONSEA, no momento da discussão do orçamento. E para deixar registrado por conta da discussão aqui do esvaziamento da Bancada Federal e tal, acho que a gente tem que qualificar melhor isso. no momento que a gente contou lá, teve um momento que tinha muito pouca gente no final da manhã de hoje, mas nós estamos agora com 6, tirando a FUNAI, com 6 representantes de dois órgãos federais aqui presentes.

Presidente Marcio Meira - 7, fora a FUNAI.

Lylia Galetti - 7, só para não parecer, porque como está sendo dito e está gravado, de repente quem lê ou quem escuta só o que está gravando, vai achar que não tem ninguém aqui. De fato fica esquisito.

Presidente Marcio Meira - Já tinha sido registrado no inicio. É que no inicio a gente não tinha registrado a presença do Ministério das Minas e Energia que chegou logo em seguida. Titiah, depois o Sandro e Anastácio.

Luiz Vieira Titiah - Presidente, vou ser bem breve. Eu acho que para acabar com essa questão de esvaziamento e tal, eu acharia que para ajudar o encaminhamento o ano que vem que essas reuniões da CNPI não sejam sempre situadas aqui em Brasília. Porque vou ser sincero, tem do lado da Bancada Indígena que as vezes vem com alguns outros compromissos e sai da reunião, e que esvazia um pouco também. E outra questão também da parte do governo que em outras reuniões já houve muitas pessoas do governo, eu não vou citar o nome dizer, não eu vou sair da reunião porque vou buscar meu filho no colégio e tal, essas coisas; então isso é muito complicado para a gente. Acho que as reuniões que foram feitas fora de Brasília, a participação foi muito boa. Então acho que para encaminhamento deixar para fazer aqui em Brasília para quando tiver necessidade mesmo. Mas até que vai ajudar a gente nessa questão de estar fortalecendo o trabalho da CNPI nas regiões.

Presidente Marcio Meira - Eu só faço um reparo de que então a gente tem que no ano que vem fazer algum ajuste no nosso Regimento, porque o Regimento diz o seguinte: Reuniões Ordinárias só podem ser feitas em Brasília. Então a gente também só faz reuniões fora de Brasília poucas vezes, porque são só Extraordinárias. Então a gente vai ter que ver isso ai.

Lylia Galetti – É porque vocês estão falando em Regimento, eu não me lembro, mas acho que não tem nada no Regimento sobre faltas continuadas ou coisas do tipo. Essas discussões, eu estou aflita um pouco porque estou ficando até o final, mas ainda vou ter que ir lá para o Ministério para trabalhar. Então pelo menos a gente, não é, não é ponto de pauta, mas acho que era legal ver isso porque é muito desigual a participação. Você tem órgãos que estão aqui religiosamente, que raramente falta a uma reunião ou sai e tem outros que tem 3, 4 reuniões que não vem. Por isso que eu não gosto dessas coisas de generalizar, Porque a Bancada do Governo está faltando espera ai, meu, e eu sou o que?

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Presidente Marcio Meira - Você já registrou? Sandro.

Sandro Tuxá - Sandro Emanuel pelo Leste e Nordeste. Bem eu tinha um assunto aqui para tratar, mas eu vou deixar para tratar em outra Subcomissão quando apresentar, porque eu acho mais pertinente. Mas só queria lembrar, porque a Lylia tirou as minhas falas, acho que a Pierlângela falou. Acho que a gente tinha que fazer melhor exercício do Regimento porque eu lembro que havia uma ciumeira muito grande por parte do Governo que a maioria dos integrantes do governo estava se justificando porque não fazia parte, porque não faria parte e ai foi feito todos os arranjos necessários pensando no Conselho, para ver a participação de todo o mundo e depois que; eu estava vendo ali a lista e realmente a falta é muito grande.

Mas a gente poder dar uma olhada no Regimento, que eu acho que nem lembro mais como está esse Regimento, para a gente ver como é que a gente vai ajustar nas próximas reuniões. Acho que todo Conselho ou Comissão, duas ou três faltas consecutivas sem justificativa não faz mais parte. É melhor a gente saber com quem a gente vai estar contando, no quotidiano de reuniões, do que a gente estar imaginando se a pessoa vem, fazendo o trabalho e a pessoa não vem. Eu deixo minha fala para falar mais especificamente na Subcomissão na próxima reunião.

Presidente Marcio Meira - Foi mais ou menos o que eu falei a pouco, que no ano que vem a gente tem que observar, com mais rigor, o funcionamento da nossa Comissão. Seja o Regulamento, lê, cada um relê o Regulamento para a gente poder, se for necessário até corrigir algum ponto do regulamento, mas a gente vai ter que realmente ter um pouco mais de observação nessa questão. Anastácio.

Anastácio Peralta - Questão de ordem. Eu estou vendo que desde cedo está esse jogo de governo que não vem, Bancada Indígena, eu estou desconfiado que vai acabar virando um debate grande aqui. Está parecendo filho feio, ninguém quer assumir. Eu queria que nós afirmássemos nisso e deixar. Já é um problema, vamos deixar para o ano que vem que problema a gente resolve só o ano que vem; é sempre assim. Então eu acho que daqui um pouco não vai dar discussão, eu estou vendo muita culpa ai. eu acho que todos nós somos culpados.

Presidente Marcio Meira - Eu acho que já foi registrado isso ai várias vezes. A gente tem que passar para o próximo ponto. A Subcomissão de Etnodesenvolvimento. 30 segundos.

Brasilio Priprá - 30 segundos. Parabéns ao Coronel, teve coragem de falar como hoje ao meio dia também falei, acho que nós indígenas temos que ter responsabilidade. Concordo com o Coronel, parabéns a ele. Eu acho que nós temos caráter de poder cobrar ao outro. Parabéns ao Coronel volto a dizer, eu acho que nós também temos que ter responsabilidade. Não é só cobrar aos outros, mas também olhar o nosso resultado. Muito obrigado.

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Presidente Marcio Meira - Ele foi promovido a condição de Coronel, porque eu também chamo ele sempre de Coronel, ou foi rebaixado. Porque na verdade antes dele, o representante do GSI era um Coronel, o Coronel Eustáquio e ai agora a gente chama, aliás o titular é o Coronel Eustáquio exatamente. Como o Coronel Eustáquio não tem vindo, tem vindo o suplente, que tem sido assíduo, a gente tem que registrar a assiduidade do nosso representante do GSI, também representante do Ministério da Defesa. Ele é Delegado da Polícia Federal, não é Coronel, só para fazer esse reparo ai. Vamos passar em frente ai.

Subcomissão de Etnodesenvolvimento. Função, tratar da gestão e sustentabilidade das terras indígenas, no sentido de promoção com questões ambientais implícitas, segurança alimentar entre outros. Atividade realizada pela Subcomissão. Reunião na Terra Indígena Cinta Larga, no Estado de Rondônia a fim de tratar de problemas relacionados a extração ilegal de diamantes no interior da terra indígena, alternativas econômicas. Marco legal específico visando a facilitar o repasse para as comunidades indígenas e associações indígenas dos recursos financeiros do Governo Federal. capacitação dos indígenas para a elaboração e implementação de projetos e dos jovens para lidar com novas tecnologias. Fortalecimento da capacidade da gestão interna da FUNAI e criação de instancias de participação e controle social das organizações indígenas. Fortalecimento da capacidade da FUNAI para articular as ações em curso e demais órgãos, visando a maior efetividade da ação governamental. Criação de um fundo nacional de sustentação de povos indígenas visando a propiciar maior integração das ações governamentais e facilitar o acesso e gestão dos recursos públicos unificando as ações em um único fundo e possibilitando a gestão direta.

Realização de oficinas para avaliar as políticas públicas relacionadas ao Etnodesenvolvimento dos povos indígenas. Implantação de política nacional para articulação das várias iniciativas setoriais inclusas no governo. Constituição de fundo indígena de fomento autodesenvolvimento sustentável e autônomo dos povos indígenas. Solicitação para que seja feita a apresentação.

Não Identificado - Por favor, um pouco mais devagar porque nós não temos na mão.

Presidente Marcio Meira - Ah desculpe. É que nesse caso ai estava repetindo inclusive uma anterior, essa do fundo. Constituição de fundo indígena de fomento, já tinha sido falada antes. Com outro nome. Fundo Nacional de Sustentabilidade dos Povos Indígenas. Seguindo. Implantação de política nacional para articulação das várias iniciativas setoriais incluso no governo. Seguindo. Solicitação para que seja feita a apresentação, Secretaria Geral da Presidência da República sobre novo marco legal para regulamentar o repasse de recursos públicos para as entidades da sociedade civil, particularmente para os povos indígenas e comunidades tradicionais. Só. Quem é o relator dessa Subcomissão de Etno- desenvolvimento? Simone.

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Simone Karipuna - A Subcomissão de Etnodesenvolvimento teve acesso a esse levantamento que foi feito pela Secretaria da CNPI e teve avaliando, desculpa Titiah, teve avaliando os pontos que foram colocados no balanço da CNPI e a gente acabou cortando alguns pontos que você acabou de ler, Presidente, porque a gente viu que eram pontos que estão em discussão, mas que merecia a gente adequar melhor o texto lá. Então agora vou fazer o relato da Subcomissão. A Subcomissão de Etno desenvolvimento, pontuando ali no que se refere à pauta relevante, queríamos que fosse acrescentado a incorporação ao plano, a solicitação da criação do GT interinstitucional, eu gostaria muito que a Silvia estivesse aqui do MDA, interinstitucional pelo MDA com a FUNAI para prestar adequações políticas públicas, originalmente pensadas para a agricultura familiar, os povos indígenas do Pronaf, do PAA etc.

As solicitações que foram discutidas na subcomissão e que a gente achou muito interessante trazer para cá para a plenária, é que fosse, nós estamos sugerindo, a cópia do documento final do PNGATI, porque a gente ouviu comentário, já foi passado pela FUNAI, e está no Ministério da Justiça, mas era interessante que a Bancada já tivesse um pré, desde já desse documento para poder avaliar depois em que esteve alguma mudança ou não, sei que não vai ter mas só para a gente ter em mãos esse documento. A gente gostaria de sugerir e requerer esse relatório. A gente queria também parabenizar a questão do GEF, do GEF indígena, mas também mostrar uma preocupação na implementação desse projeto.

Lamentamos muito que na nossa discussão da Subcomissão a gente não teve uma discussão sobre essa questão porque não tínhamos por parte de pessoas lá representando, as maiores informações em relação ao seminário que aconteceu do GEF, e como está caminhando essa questão, sobre o GEF indígena. Então eu vejo que a Marcela passou aqui uma relação do cronograma de atividades do GEF, mas eu sei que além desse cronograma de atividades, é muito interessante e isso é uma alerta que eu faço, e para os Ministérios aqui representados, que quando se trata de discussões que envolva Etnodesenvolvimento, a gente possa fazer uma discussão dentro da Subcomissão para que a gente possa também, contribuir nas discussões; não desmerecendo seminários que venham concorrendo, mas só para estar também fortalecendo. Atividades prioritárias para 2011. Retomada da discussão para realização dos seminários sobre o tema Etnodesenvolvimento que poderão ser temáticos ou regionais e deverão tratar de temas como qualidade de vida, renda e alimentação partindo de experiências concretas com a participação de produtores indígenas e representantes de base visando subsidiar a construção do PAA 2012 a 2015. Convocação de uma reunião extraordinária de trabalho da Subcomissão para definição de temas, metodologias, etc. com a participação de convidados e assessoramento para elaboração da proposta. Por quê? Vou explicar. A gente pontuou aqui embaixo dessa primeira proposta nossa, a das atividades para 2011, porque havia sido colocado ali quem teve acesso ao balanço geral completo ao que se refere a Etnodesenvolvimento a proposta de se fazer um seminário sobre Etnodesenvolvimento e nós discutimos dentro da Subcomissão a necessidade de realmente acontecer esse seminário.

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Eu lembro que eu entrei na Subcomissão de Etnodesenvolvimento e havia uma discussão de que fosse feito um seminário para valorizar, para poder mapear as ações de Etnodesenvolvimento dentro das terras indígenas e provocar para que a gente chegasse a um denominador comum de uma melhor política. Isso não aconteceu e agora nós estamos propondo para 2011. Ai nós vimos que o que estava pautando dentro do balanço precisava de uma discussão maior em relação ao que propor dentro do seminário. Por isso que nós pautamos primeiro, falamos primeiro do seminário e logo depois a gente sugere uma reunião extraordinária para que a gente possa chamar MMA, também chamar e eu até sugeri à Subcomissão de Gênero para participar e outros Ministérios que tem alguma ação com a questão de Etnodesenvolvimento para a gente poder discutir e já propor um seminário.

Então por isso que eu coloco logo depois. Que na próxima reunião extraordinária a gente vem reforçando o que já foi lido a questão dos Cinta-Larga que nós tivemos lá, com a Subcomissão de Etnodesenvolvimento, com a Subcomissão de Justiça e Segurança e Cidadania, tivemos em Rondônia e a gente esse ano não conseguiu apresentar o relatório e a gente sugere, só reforçando pois a outra subcomissão já falou, que no próximo ano possa ser garantida a realização da apresentação dos relatórios. Ai nós também vamos retomar as discussões acerca da facilitação de acesso às comunidades indígenas e recursos financeiros.

Incorporar a dinâmica da CNPI, nas prestações de contas dos órgãos sobre ações que executa e avaliação dos resultados dos avanços. Porque a gente coloca isso? Porque foi também colocada uma discussão em relação a mapear várias ações dos Ministérios dentro das terras indígenas e que não tem, não requer uma discussão que possa avaliar os avanços que tiveram as políticas públicas voltadas para a questão de etno- desenvolvimento. A gente fica falando, mas não consegue visualizar em documentos, só em um, esses avanços, então a gente propõe que a Subcomissão possa estar discutindo nas próximas reuniões que houver em 2011, essa sistematização dessas informações, dessas atividades de vários Ministérios na questão de Etnodesenvolvimento. Eu queria só também lembrar que no nosso relato da Subcomissão nós colocamos aqui uma data, que é a data de hoje, mas a Subcomissão se reuniu no dia 15; queria que vocês, por favor, fizessem essa alteração ai; e dizer que a Subcomissão também foi um ponto falado agora, ela pede que vários encaminhamentos que saíram de outras reuniões e relato da Subcomissão de Etnodesenvolvimento, fosse fortalecida no próximo ano para que a gente pudesse chegar num momento como hoje e conseguir dizer que a gente avançou muito mais do que a gente hoje consegue pautar aqui. Eu só acredito que essa Subcomissão, próximo ano eu tenho certeza que ela vai chegar aqui, e 20 minutos não vão ser suficientes para falar tudo o que a gente né, dentro da avaliação que a gente fez. Eu queria abrir a fala, Presidente, para a equipe da Subcomissão que é o Titiah e a Silvia que agora está ficando no lugar do André.

Eu também queria lembrar, ontem eu não fiz a fala, mas o André ele foi sempre convidado efetivo da Subcomissão, sempre esteve muito presente dentro da discussão, e dizer da importância que era o André dentro da Subcomissão e também dizer para a Silvia que a

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gente conta muito com ela nessa Subcomissão. Também pedir o fortalecimento do MMA, na nossa discussão, e além do MMA também a FUNAI não só na pessoa do Ivan que hoje representa à FUNAI, mas que outras coordenações que tenham atividades que desenvolvem ações de Etnodesenvolvimento. Obrigada.

Presidente Marcio Meira -. Silvia.

Silvia Ferrari - Só porque ficou faltando aqui também a questão da construção dos critérios para priorização das áreas de atendimento da terra indígena 2010/2011. Esse processo de transição da Lei de ATER, até a Primeira Conferência Nacional de ATER que foi construído nessa discussão com os órgãos de governo e que a gente fechou numa reunião ampliada da Subcomissão de Etnodesenvolvimento e depois fizemos ajustes por causa dos dados, porque ao mesmo tempo em que a gente teve um processo de discussão bem intensa com a FUNAI, MMA, MDS, Casa Civil, Funasa e os dados não vieram. Também não se encaixavam porque cada órgão sistematiza de uma forma, então a gente teve que adequar isso; foi rediscutido na Subcomissão, teve aprovação, foi trazido para plenária, enfim, a gente acrescentar isso a esse processo.

Presidente Marcio Meira - Lylia.

Lylia Galetti – Vou pedir licença para demorar um pouco aqui, porque tenho várias coisas em relação a isso. Primeiro o balanço.

Presidente Marcio Meira - Não precisa pedir licença não, Lylia.

Lylia Galetti – É porque a gente tem pouco tempo, por isso, mas é um tema que eu estou diretamente envolvida em pelo menos 3, 4 coisas aqui; então pela minha função no Ministério do Meio Ambiente, por ser Coordenadora do PNGATI, por estar no Comitê Diretor do GEF, então é coisa demais. Primeira coisa balanço. Eu não entendi nada. A única coisa que entendi é a questão relativa à Cinta-Larga que eu me lembro ter acompanhado, houve a visita, aquela coisa toda. As outras coisas, a mesma coisa. eu não sei se é pauta, se foi deliberação. Para mim a maior parte ali é pauta. Inclusive me chamou muito a atenção que a comissão está com uma pauta importantíssima que é a questão de mecanismo, instrumento, repasse de recursos para as organizações indígenas, associações comunitárias fazerem os seus projetos de Etnodesenvolvimento. Eu acho, e vou fazer aqui e quero deixar já registrado isso, é que essa deva ser uma pauta de orçamento gestão, do pessoal da área de Planejamento, Orçamento e Gestão. Que assuma isso. Que levante, ai na explanada tem um Projeto de Lei que é da época da gestão da Marina Silva, que está na Casa Civil e que parou por lá, agora ABOG Associação Brasileira de Organizações não Governamentais. Entregou nas mãos da nova Presidenta, um documento em que se fala algumas coisas, mas que dá muita ênfase a essa questão de uma legislação que atenda a especificidade de povos indígenas e comunidades tradicionais no acesso a recursos públicos, porque todo o mundo sabe que e ou é Convênio 8666, ou são Editais públicos para posterior contratação de Convênios, ou chamadas públicas e que o mecanismo que

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nós temos sem ser esse da 8666, é rara, é uma acordo através de cooperação internacional com PNUD ou outros mecanismos tipo o do VIGISUS mas ai dinheiro do Banco Mundial, não é orçamento nacional. Precisamos de uma legislação para o orçamento nacional.

Então eu acho que essa é uma pauta absolutamente fundamental, nós estamos enfrentando essa dificuldade no GEF para operar as propostas, a implementação mesmo do GEF no repasse de recursos, Toya conhece bem essa história. O homem da CNPI no GEF e na PNGATI precisa também, porque a comissão está sempre cobrando, ah porque PNDATI isso GEF aquilo, pombas! A gente está com uma proposta, trouxe a proposta das duas coordenadoras, minha e da Marcela, da FUNAI e do MMA com relação a essa questão para ver se a gente avança. Então a primeira coisa é isso, fomento, instrumento de repasse de recursos, eu sugeriria que a Comissão de Orçamento assumisse, e fizesse esse trabalho mais específico de propor. Nós tivemos aqui uma comissão que elaborou o Estatuto, tudo bem, acho que essa nem precisaria ter consulta pública porque está em todos os documentos, em fóruns do Movimento Indígena essa questão.

É sentar e escrever. Pegar o que já está encaminhado e a gente encaminhar a CNPI se a gente quer ter um resultado mais consistente com relação a isso. Segunda coisa é com relação à memória; estava falando agora de balanço e mais uma vez eu acho que a sugestão que estou dando de separar, porque isso está muito genérico. Pautas relevantes, e deliberações, de fato. Fazer mesmo um apanhado de deliberações porque acho que são muitas e para nós internamente, pelo menos um balanço do que não foi encaminhado e o quê que ainda tem sentido e encaminhar. Com relação à memória aqui, solicitação de cópia final da PNGATI. Nós estamos entendendo o seguinte, documento final da PNGATI ele foi apresentado a CNPI, ele foi entregue um CD onde consta a apresentação em Power Point e o Projeto de Decreto, a minuta de Decreto está lá.

Então os membros da CNPI e da Comissão de Desenvolvimento já tem esse material. Tem tempo que esquece um pouco, mas tem que puxar pela memória. O documento final nós não temos ainda porque está tramitando. O Ministério do Meio Ambiente fez alterações, isso foi para a FUNAI, a FUNAI já fez a sua Nota Técnica e o processo agora está no MJ. Deve estar voltando para o MMA no inicio da semana que vem, imagino que vai voltar rápido para encaminhamento com exposição de motivos à Casa Civil e ai já fica nas mãos da Casa Civil o trabalho de buscar a assinatura do Presidente da República, tomar as providências que tem que ser tomadas anteriores a isso. Com relação ao GEF, a proposta é que a CNPI encaminhe, não sei se a Comissão faz isso, se a Comissão prepara o documento, ou a própria Secretaria de imediato, se a deliberação aqui for para recomendação, que a gente está fazendo, foi aprovada, que é solicitar ao Comitê Gestor do GEF, atualmente coordenado pela FUNAI, ele é uma coordenação que vai mudando, um ano é a FUNAI, um ano MMA. Essa primeira coordenação, coordenação do Comitê Gestor está com a FUNAI, para incorporar um ou dois membros da Comissão de Etnodesenvolvimento como observador dentro do Comitê Gestor, para participar, para fazer a ponte entre uma coisa e outra. Na PNGATI nós temos o Toya e o Almir Suruí, são dois membros da CNPI dentro do GTI da PNGATI. Que também devem ser chamados a atenção para essa necessidade de

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pensar nessas comunicações ou fazer o serviço braçal, mas está ai, passa um e-mail para o povo da CNPI, sei lá o que. E pedir também à Secretaria-Executiva para encaminhar para todos os membros do Comitê Gestor da CNPI, o projeto. É público. O projetão mesmo, o PRODOC, Projeto Internacional que foi aprovado.

Para todo o mundo saber quais são as terras, qual os objetivos do Projeto, quem é que está botando dinheiro, tudo, está tudo lá, e é público. É botar no e-mail. Com relação à GEF então vocês tem aqui os seminários regionais, e eu acho que em cada lugar os membros da CNPI deviam pegar isso aqui, botar na sua agenda e buscar o apoio da CNPI, da FUNAI, do MMA para estar lá presentes. Não ficar também esperando chegar o convitinho, chegar o e-mailzinho, tem que correr atrás, são seminários, são seminários de implantação do GEF que vão discutir com as áreas e até as linhas gerais de referência.

E rede de experiências e gestores, mas Movimento Indígena sempre, como é que vai se estruturar o GEF em cada região dessas; a montagem do Comitê, local, essa coisa toda. Então são esses os períodos que foram pensados para enfim, para implementação do GEF e pegar velocidade ai. Eu queria repassar, tem tudo a ver, eu não dei essa notícia antes que é a questão do Edital de Mulheres Indígenas foi uma experiência extremamente rica, eu acho que para todos os órgãos que se envolveram, é o primeiro edital, chamada pública, fomento diretamente para mulheres indígenas, para protagonismo das mulheres indígenas com dinheiro público federal, com absoluta certeza que é o único até agora e que seja apenas o primeiro e não o único.

Nós recebemos 156 Projetos, a Coordenação de Gênero da FUNAI e a Coordenação de Etnodesenvolvimento se envolveram profundamente com o trabalho todo, desde a elaboração até agora e eu espero que isso permaneça, senão os projetos estão aqui, estão aprovados e não vão ter implementação. É essa notícia triste que eu quero dar, mas eu acho que ela é alegre também porque 156 Projetos, 65 habilitados e 26 classificados. Nós aprovamos bem mais, eram 1 milhão de reais, nós botamos mais 300 mil para atender os 26 e os que estão também classificados, mas não entraram no valor total de 1 milhão 300 eles podem ainda ser chamados para receber recursos, dependendo da disponibilidade financeira da carteira, eles poderão ser atendidos também.

Agora, a carteira a partir de dia 1° de fevereiro de 2011, ela estará na área técnica que é a área que analisa projetos, que acompanha projetos, que monitora projetos, ela vai estar apenas com 3 pessoas. Nós temos hoje 223 projetos, um projeto de colaboração internacional, esses estão todos terminando, entregando prestação de contas, vai ficar dentro do Ministério mesmo a finalização deles, e a gente ainda vai fazer um monitoramento externo de avaliação, mas o outro projeto que é o de povos e comunidades tradicionais onde nós temos 120 Projetos novos. Só para pagamento nós estamos com 30 projetos até 15 de janeiro, já deve estar saindo todo o recurso, não tem quem acompanhe. E os 26 projetos das mulheres que tem um compromisso da FUNAI e que a gente precisava institucionalizar mesmo, botar no papel um termo de compromisso que são os 26 projetos das mulheres e esses outros, em contato com a coordenação com a CG Etno, e eu tenho

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dito que é parte do trabalho que a carteira realiza, sobretudo na área de formação da Segurança Alimentar e atividades produtivas sustentáveis, poderia ser assumido pela coordenação de promoção e etno- desenvolvimento da FUNAI, com, inclusive garantindo-se o repasse da ação, o dinheiro da ação para a FUNAI; e que poderia operar uma carteira indígena, a Carteira Indígena lá dentro, mantendo todos os princípios de transparência, de análise técnico dos projetos, etc. Então é isso e para a Comissão de Etnodesenvolvimento se fortalecer seria interessante uma oficina com a coordenação de Etnodesenvolvimento para saber como é que funciona. Estou sempre vendo esse discurso de como é que é o fomento não sei onde, não sei onde e tal, quem mais faz e tem a maior atribuição legal de fazer fomento a Etnodesenvolvimento é a FUNAI através da coordenação de promoção do Etnodesenvolvimento, então interessante também que a Subcomissão dialogue e saiba também como é que funciona a CGE, o fomento dela, como é que ela promove o etno- desenvolvimento, para a gente num quadro só juntar o que é que os outros Ministérios fazem e ver onde é que estão os buracos, somar para que avance essa agenda do etno desenvolvimento. É isso. Obrigada pelo tempo.

Presidente Marcio Meira - O tempo já está esgotado, mas estão inscritos a Simone, o Toya e o Sandro. A Teresinha também.

Simone Karipuna - Eu pediria para que a Lylia não saísse da plenária. Eu gostaria de dizer o seguinte. Duas ou três andorinhas por mais que se diz, tem o ditado popular, não faz verão. Eu ainda agora pouco falei, a Subcomissão de Etnodesenvolvimento tem uma composição e raras vezes eu vi a participação do MMA. Nós que viemos da base, nessa última reunião da Subcomissão, eu não venho para cá só reclamar não, porque essa é a minha função como representante do meu povo aqui, é vir buscar informação para eu levar para a base. Se eu não tenho informações dentro da Subcomissão das políticas que estão sendo discutidas, logicamente que eu venho aqui buscar onde tem um representante para que possa nos informar.

Sei que tem na internet, sabemos, mas sabemos também que dentro da subcomissão um dos objetivos dela é fazer uma discussão, pautar ações voltadas para dentro das comunidades indígenas. Se isso não é o suficiente, eu não sei. E ai também eu gostaria de dizer que uma coisa também, Lylia, que eu aprendi, é não desvalorizar o trabalho alheio, tá? Então a gente pautou várias ações dentro da Subcomissão que a gente tinha como discutir porque nós tínhamos muito pouco pessoal para fazer uma discussão aprofundada, isso a gente vem falando em relação a isso, e por isso que a gente vem sempre pedindo. Nós estamos vindo lá da base. Lá na base, apesar de ter várias informações, mas ainda é muito pouco, da dimensão que é essa estrutura grande que é a composição de vários Ministérios dentro de uma política muito grande.

Então é interessante que a gente venha aqui e possa reivindicar. Uma coisa quando a gente pontua aqui a questão do PNGATI, realmente vocês repassaram relatório, nós temos cópia em CD, só que eu lembro que na última reunião apesar de eu ter problemas sérios de memória, mas eu lembro que na última reunião nós fizemos alguma sugestão de alteração,

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então significa que o texto não está na integra no documento, que teve alteração. Por isso que eu estou sugerindo que a gente tenha uma cópia porque eu fui uma das pessoas que sugeriu alguma alteração. Então por isso que eu fiz essa sugestão.

Lylia Galetti - Só um pouquinho. Não houve alteração. A CNPI não decidiu fazer alteração.

Presidente Marcio Meira - A decisão da CNPI, só para lembrar, a decisão da CNPI na reunião passada, sobre o PNGATI qual foi? Nós aprovamos no mérito, o texto da PNGATI porque teve solicitações do Governo principalmente em relação à questão de alguns Ministérios que não tiveram tempo suficiente para apresentar alguma proposta. Então nós demos um tempo, aprovamos no mérito, toda a proposta e demos um prazo para os Ministérios. Não só para os Ministérios, para todos os membros da CNPI apresentarem.

Simone Karipuna - Então é o seguinte, porque eu havia feito em plenária geral uma sugestão de uma alteração lá que se referia, que era de muita relevância, porque eu ouvi, vindo da reunião onde eu participei, que foi uma análise em relação a uma questão super importante lá. Por isso que eu achei que houvesse alguma alteração no texto. Tá? Então se não foi eu peço desculpas pela minha ignorância de estar sugerindo aqui esse pedido desse relatório. Porque eu achei que tivesse. Tá? A outra coisa quando eu falo do GEF é porque é uma preocupação, veio pessoas da minha região participar do GEF e que querem maiores informações em relação, sabemos que está pautado seminários regionais, para acontecer, mas além desses seminários tem várias ações como a implementação da questão de um coordenador dentro da FUNAI, que a gente possa lá estar entrando em contato com ele porque até hoje ainda não tem um coordenador.

Então é nesse sentido que a gente precisa fazer. Buscar essas informações para fazer uma discussão dentro da Subcomissão para que a gente não venha aqui para a Plenária Geral fazer uma discussão que a gente poderia fazer muito bem na Subcomissão e trazer só encaminhamento para cá. Então eu pediria muito, você viu Teresinha, rapidinho, que na próxima reunião da Subcomissão que fosse pego os últimos encaminhamentos das reuniões de Plenária Geral, que fosse levantado nosso pedido, para que a gente pudesse estar, até os Ministérios que tivessem alguma atividade com Etnodesenvolvimento, que fossem convidados para que a gente não fizesse uma discussão que lá poderíamos fazer e trazer aqui para Plenária Geral.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia. Obrigada, Simone. Agora o Toya.

Toya Machinere - Toya Machinere, Região Amazônica, Estado do Acre. Com relação ao tema Subcomissão de Etnodesenvolvimento, é um tema bastante relevante que tem, eu acho, a não ser o assunto legislativo, é uma das Subcomissões que tem fora outras, tem feito um papel bastante importante. Através daí foi a questão da política nacional, que já está me parece, na Casa Civil, no Ministério da Justiça; tem a questão do próprio GEF que vem desde 2003 e se constituiu já toda uma diretoria para implementação do GEF, né.

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Com relação às informações, sempre estava passando para a Simone, via e-mail, passei o endereço do site também onde tem todas as informações, só que a última reunião eu não fiz essa comunicação e também nas outras reuniões participar também da Subcomissão de Etnodesenvolvimento, só participar porque eu sou de Orçamento e Gestão. Só que nessa última reunião agora, tinha uma coisa bastante interessante que era a questão de saúde e eu fiquei na Saúde. Houve o desencontro entre a gente nessa questão. Também deixou aqui que algumas vezes foi pautado no grupo de trabalho, que pudesse estar participando membros da subcomissão, que não foi, não sei se devido às condições, não sei se foi dada as condições, mas foi colocado para a gente que seria essa interlocução entre os membros da CNPI e a Subcomissão que estão no grupo de trabalho. Eram só essas explicações, Simone.

Simone Karipuna - Sinta-se convidado.

Sandro Tuxá – Sandro Tuxá pelo Leste e Nordeste. As minhas palavras Lylia já tirou. Acho que algumas coisas que nós poderíamos, Lylia, estar revendo para o ano que vem quanto seja comissão seria aproveitar o potencial de cada membro da CNPI, por exemplo, Toya que já está ai em PNGATI, já está em outras ações, deveriam ser aumentados dentro da Subcomissão de Etnodesenvolvimento. Talvez a nossa Dra. Lylia que é muito ocupada, talvez fizesse um esforço mais para estar presente nessas reuniões da Subcomissão, pelo menos em algum momento ou mandar alguém que venha diretamente acompanhando todos os passos e trâmites.

Trazer algumas pessoas, mas na verdade o que eu noto, gente, é que nós temos que repensar na próxima reunião, Senhor Presidente da CNPI a composição de algumas subcomissões, também repensar a composição da nossa assessoria; a assessoria que nós tínhamos antes era uma assessoria, hoje essa assessoria, sei lá, esfacelou ao ponto que acontecem várias questões, a gente fica correndo atrás de informação; a gente chega em Brasília e alguns parentes acabam não conseguindo circular informação, tanto que eu queria sugerir para a gente lembrar e ver como pensar isso conjuntamente, para que na próxima reunião a gente possa definir um quadro já que a gente tem direito a assessoria, porque é muita coisa para nós estarmos acompanhando, então a gente fica leigo quando a gente não faz parte da outra subcomissão.

O máximo que a gente pode fazer parte é de duas subcomissões e agora para completar estamos tendo esse atropelo de agenda, de data, que nós não temos algumas vezes a participação qualificada por parte de n e n pessoas, e quando temos a participação garantida, alguns não vem. Eu quero lembrar que nesse questionamento de falta, de ausência e tudo mais, por mais difícil que seja nossa participação e tímida, mas nós estamos tentando nos fazermos presentes. Então queria que a gente lembrasse, lembrássemos ou pudéssemos por isso em pauta, para que nós pudéssemos na próxima reunião, isso a Bancada Indígena, que a gente tentou até indicar uma pessoa na última reunião que era Patrícia Pataxó, falamos até alguma coisa nesse sentido, talvez as parentes não se faziam presentes, eu lamento, mas foi dito alguma coisa com a Bancada Indígena e socializada lá.

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Mas a gente vai tentar fazer isso na próxima reunião, Presidente, e eu queria que o Presidente pudesse acatar essa indicação que nós decidíssemos. Porque ai nós vamos pensar, assessoria jurídica no sentido de ter gente que transita na questão ambiental, gente que transita na área não só jurídica da questão ambiental, mas Direitos Humanos, várias áreas para a gente poder estar tentando coordenar nossas ações. A gente ter um debate mais qualificado e dar respostas para nossas bases, porque quando a gente pega parentes que querem saber alguma informação, ele entra em contato comigo que sou da Subcomissão de Justiça e Direitos Humanos e eles querem saber tudo da CNPI, como anda passo a passo. Então para a gente melhorar a nossa participação, vamos definir a subcomissão e fazer com que cada parente aqui, se volte a olhar em cada comissão, cada subcomissão que ele pode desenvolver melhor perfil. E assim também do Governo. Obrigado, Presidente.

Presidente Márcio Meira - É, eu considero importante essa fala do Sandro. Acho que ele colocou questões importantes que devem ser consideradas aqui na nossa pauta do ano que vem. Não é? Eu queria fazer um comentário final porque nós passamos o tempo total ai. Ainda falta uma subcomissão ainda? Ah, você pediu a palavra. Desculpe, Teresinha.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia - Eu só gostaria de tecer alguns, rapidamente, prometo não levar mais do que um minuto. Quando a Simone fala da questão, já tinha sido decidido que os seminários de Etnodesenvolvimento, de fato Simone, isso foi pautado só que a gente decidiu em conjunto que esse ano de 2010 nós faríamos os seminários de impacto. Seriam uns dez e não conseguimos fazer os 10, conseguimos fazer 4 e fica 6 para o ano que vem. Então foi por questão de recursos, uma questão de final de ultimo ano de gestão, mas enfim, vamos procurar para o ano que vem, de repente se pautar não sabemos quantos seminários estão programando e eu preciso fazer essa programação esse ano para o ano que vem.

Outra coisa é lembrar que os membros que fazem parte das subcomissões, que puxam os seminários, ou os que integram tanto a Bancada Indígena quanto Governamental, é importante a participação deles todos nesses seminários. Porque por exemplo os de impacto, impactos que afetam as terras indígenas, nós tínhamos a participação em todos os 4 até agora do Brasílio, do Marcos Xucuru, do Gilberto Azanha acho que foi um, mas faltou membros do Governo. A FUNAI esteve presente em todas, e, por exemplo, não criticando Lylia, por favor só gostaria que você chamasse a atenção da pessoa que é da Subcomissão de Empreendimentos com Impacto em Terras Indígenas, a Márcia. A Márcia sempre foi convidada, em todos os 4 seminários e, no entanto não comparece. Então falta ela nos seminários. Desculpe então mas.

Presidente Marcio Meira - Deixa eu. Teresinha terminou Teresinha? Tem mais alguma coisa, Teresinha?

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia - Me perdi. Bom, assim então. Se não é possível, por exemplo, não ter gente nas subcomissões, tem subcomissões que nosso pessoal

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do Governo não tem participado mesmo. E isso enfraquece, entendo o outro lado porque fica um debate entre indígenas e um que outro e é importante a participação do Governo, em todas a gente chega aqui e nós ficamos só.

Presidente Marcio Meira – Sim, mas questão aqui que eu queria levantar para fechar esse ponto, aqui, passar para o próximo até porque tem um lanche já esperando, cheirando, um bolo gostoso, eu estou aqui agoniado já. Deixa eu falar uma coisa. Eu compreendo, viu Sandro, dialogando com a sua fala também, o balanço que a gente está fazendo na CNPI esse ano, agora de ontem para hoje, é um balanço de todo o trabalho da CNPI durante três anos e o balanço necessariamente implica , e a gente não tem porque ficar preocupado com isso, porque isso faz parte de um processo, a gente apontar as limitações. A gente não está aqui só para dizer, olha tudo o que nós fizemos foi tudo bom, tudo foi maravilhoso.

Não. Nós estamos também aqui para dizer, porque tem muita coisa boa e tem muita coisa maravilhosa, certo? Mas também nós temos as nossas limitações e nós temos que colocar o dedo na ferida. Porque se nós não colocarmos o dedo na ferida, quem é que vai colocar? Por isso que eu considero que tudo o que está sendo colocado aqui, é importante para a gente registrar como limitações que a CNPI apresentou também nesse período, certo? Acho que você levantou algumas, a Lylia levantou algumas, certo? Nosso Delegado Cota levantou algumas e tantos outros aqui levantaram, né? Então por isso é importante a gente ter aqui claro isso, senão a gente vai ficar aqui achando que também que a gente não conseguiu avançar. Avançamos.

Mas temos limitações, é claro que tem que ter limitações, nós temos 3 anos de trabalho só. Três anos é muito pouco. Bom, dito isso eu queria fazer um comentário também sobre essa questão do Etnodesenvolvimento, que é o seguinte. Essa questão do Etnodesenvolvimento, talvez seja uma das questões mais complexas que tem da agenda indigenista do Brasil, certo? Por quê? Porque ela é pela sua característica, transversal, ela não é só uma questão de atribuição de um único órgão de Governo como a FUNAI, ela tem a ver com o Ministério de Desenvolvimento Agrário; ela tem a ver com o Ministério do Meio Ambiente; ela tem a ver com o Ministério de Desenvolvimento Social; ela tem a ver com o Ministério da Agricultura que a gente nem falou aqui; tem a ver com o INCRA; tem a ver com EMBRAPA, tem a ver com um monte de instituições do Governo Federal, mas também tem a ver com as Prefeituras; tem a ver com os governos estaduais.

Ou seja, a agenda do Etnodesenvolvimento a gente pode até quase dizer que a agenda indigenista mais importante do próximo período, é a agenda do Etnodesenvolvimento se a gente considerar o Etnodesenvolvimento como tem que ser. Uma coisa que realmente toca em tudo aquilo que diz respeito à vida da comunidade, daquilo que ela precisa e necessita. Então por isso mesmo talvez as nossas angústias aqui. Mas ninguém tem que ficar culpando ninguém, eu acho que aqui não é para dizer olha acho que você é o culpado. Nada disso. Quer dizer, aqui nós temos que apontar as nossas limitações. E temos realmente ainda muitos desafios pela frente nesse campo da agenda do Etnodesenvolvimento. Por isso acho que, por exemplo, o Ministério da Saúde, agora Secretaria de Saúde Indígena, a área de

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saneamento que foi para a Secretaria de Saúde tem que fazer parte dessa agenda. Não tem como pensar o Etnodesenvolvimento sem o saneamento nas aldeias.

Certo? Então tudo isso significa que alguém lá da SESAI deve participar dessa Subcomissão, então estou reforçando aqui o que disse o Sandro. Acho que a Subcomissão, essa e as outras precisam ser repensadas a sua composição, observado é claro o nosso Regulamento, nosso Regimento Interno. A gente tem que recompor naquilo que é necessário recompor. Pessoas que tem acumulado mais, em determinados assuntos poderem contribuir naqueles assuntos, e em outros assuntos. Tudo isso faz parte desse balanço também, tem que registrar isso. E considerando que o PNGATI foi um debate profundo que nós fizemos sobre esse tema, do Etnodesenvolvimento. Quando a gente fala que nós fizemos 10 seminários né? Juntando tudo, mais de 10 encontros nós fizemos sobre a Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial em Terras Indígenas. Quer dizer, o que é essa política do Etnodesenvolvimento? Então quer dizer, nós fizemos uma discussão muito grande sobre Etnodesenvolvimento.

Muito grande sobre Etnodesenvolvimento. Agora falta execução. Começar a ver como isso vai ser traduzido nas Políticas Públicas que precisam ter no âmbito dos governos do Estado brasileiro. Então acho que a pauta daqui pra frente é essa, e a subcomissão poder acompanhar esse tema tão complexo que tem ai na pauta, na agenda indigenista brasileira no próximo período. Eu queria consultar aqui à Plenária, se a gente passa para a próxima Subcomissão e já conclui. Porque a Teresinha está levando só falta uma, a gente incluiria essa última e em seguida a gente vai para o lanche, e o lanche já é confraternização final de Natal já.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia - Só queria justificar o seguinte. A Subcomissão de Cultura, Comunicação e Cultura ou Cultura e Comunicação, não conseguiu se reunir nessa reunião última que teve, tendo em vista que foi trocado; se lembra que nós fomos para a Câmara, o Levinho veio do Rio de Janeiro, chegou aqui e não teve reunião, mas ele voltava naquela mesma noite, a Rosa Pitaguary que também faz parte, veio mas como a Subcomissão não conseguiu se reunir no primeiro dia, que era dia 14 ou 15 de manhã, ai no dia seguinte não deu quorum ou seja, a Subcomissão de Cultura acabou não se reunindo. Então aqui ninguém avaliou e ninguém se reuniu para discutir este tema. Então nós poderíamos discutir hoje aqui, todo mundo em conjunto agora ou somente ler. Só isso. Dá para fechar aqui.

Presidente Marcio Meira - Sim, Sandro.

Sandro Tuxá - Na ordem da Subcomissão de Cultura, eu queria lembrar que nós deveríamos aproveitar também essa oportunidade para repensarmos, porque tem a participação da índia do Ceará que é a Rosa Pitaguary que ela saiu daqui extremamente chateada. Ela veio conversar comigo, me ligou até, dizendo, olha, Sandro, por causa de uma manhã não vou conseguir participar da Subcomissão e nem tampouco participar do

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encontro. Como nós já temos dificuldade para trazer esses índios que vêm dispostos a somar conosco, a gente poderia ver formas deles participarem de forma integral na nossa reunião. Porque geralmente vai ajudar nos encaminhamentos, vai lembrar a gente do que foi tratado na subcomissão. Obrigado, Presidente.

Presidente Marcio Meira - Correto. Correto. Eu vou ler então aqui a questão da Subcomissão. Vou fazer a leitura do tema da Subcomissão e em seguida a gente faz uma discussão geral nossa aqui, mesmo considerando que a Subcomissão não pode reunir. Subcomissão de Comunicação e Cultura, que tem como função acompanhar e propor normas e diretrizes para as políticas na área de comunicação e cultura relacionadas aos povos indígenas. A pauta mais relevante e deliberações: A Segunda Conferência Nacional de Cultura; a Pré Conferência Setorial de Culturas Indígena; Colegiado Setorial de Cultura Indígena; Sistema Nacional de Cultura; Plano Nacional de Cultura e Plano Setorial de Cultura Indígena, ou seja, o mundo inteiro; Acordo de cooperação MinC/ FUNAI, pontos de cultura indígena; Reestruturação da área de Cultura na FUNAI, envolvendo a SEGART, o programa ARTID, o Museu do Índio; Museus ponto de memória indígena; O capítulo das culturas e conhecimentos tradicionais do novo Estatuto dos Povos Indígenas; Política de proteção e fomento dos conhecimentos tradicionais no CGEN (Conselho de Gestão do Patrimônio Genético) e Comissão de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais; Reforma da Lei do Direito Autoral; Prêmio Culturas Indígenas; Encontro dos Povos Guarani da América do Sul; Ações do IPHAN; Grupo de trabalho para línguas indígenas e ETNODOC; Fundo Setorial da Diversidade de Cidadania e Acesso a ser criado com a reforma do Pronac; Reforma das diretrizes do Carteira Indígena; Projeto Encontro de Saberes MinC/MEC. Bom, aí terminou.

Essa agenda que tá colocada aí da Subcomissão de Cultura e Comunicação, eu me lembro que ela remonta a participação primeira do representante do Ministério da Cultura, que já saiu do Ministério da Cultura, né, nem é mais o representante também do Ministério da Cultura porque ele já nem é do Ministério da Cultura mais. E eu me lembro que era muito uma espécie de relato dele sobre tudo aquilo que o Ministério da Cultura vinha fazendo ou pretendendo fazer sobre o tema. Por isso que apareceu aí tanta. Vocês viram que o Plano Nacional de Cultura foi aprovado por Lei, o Presidente Lula ré sancionou faz o quê. 15 dias ou 20 dias o Plano Nacional de Cultura.

O que é importante é o seguinte, é que em todos esses instrumentos eu posso falar sobre esse tema porque esse é um tema que eu conheço, todos esses instrumentos da política nacional de cultura: o Plano Nacional de Cultura, o Sistema Nacional de Cultura, a 1ª Conferência Nacional, a 2ª Conferência Nacional, é o Conselho Nacional de Política Cultural, todos esses instrumentos de política cultural do Brasil foram produzidos e elaborados, eles passaram a contar com a participação de indígenas, no caso do Conselho né.. das Conferências, do Comitê Setorial também, como também é, a questão indígena ou as culturas indígenas, o tema das culturas indígenas está incluído nesses planos e programas o Ministério da Cultura passou a ter alguns programas que não tinham antes, de valorização, inclusive os pontos de cultura que avançou em alguns pontos mas ainda tem

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algumas, algumas limitações, alguns desafios e também é. o IPHAN, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que é vinculado ao Ministério da Cultura tem uma política específica também de registro como patrimônio nacional de bens culturais indígenas. Inclusive recentemente na última reunião do Conselho do Patrimônio Nacional foram registrados dois bens indígenas como patrimônio nacional, que foi o ritual indígena do povo Enawené-Nawe que foi considerado e a partir de agora é considerado Patrimônio Nacional, Patrimônio da Cultura Nacional.

E também o sistema agrícola indígena tradicional dos índios do Rio Negro que também foi considerado pelo IPHAN como Patrimônio Nacional. Já tinha sido feito antes o registro da Cachoeira de Iauaretê no Rio Negro como um dos lugares sagrados do Patrimônio Nacional, que é um lugar sagrado indígena, inclusive Tucano, do povo Tucano e também a arte, pintura, as artes corporais, as pinturas corporais do povo Waiãpi, do Amapá que também já tinha sido considerado Patrimônio Nacional. Estou falando aqui alguns exemplos e considero que como essa Subcomissão foi a última subcomissão a ser criada pela CNPI, ela teve pouco tempo para ser consolidada, a FUNAI no seu processo de reestruturação acolheu uma série de sugestões que vieram de vários debates na área das culturas indígenas, e as ações do programa de Proteção e Promoção dos Povos Indígenas relativo à Cultura somam, todas somadas, todas elas, estão agora sob a coordenação de uma única instituição da FUNAI que é o Museu do Índio, que inclusive tem desenvolvido uma política cada vez mais ampla e com editais também nessa área nos últimos anos e foi fortalecida nesse processo, com inclusive servidores novos e protagonistas novos, então creio que isso é uma pauta que houve avanços embora com limitações ainda. Acho que, considero que para o próximo período essa Subcomissão de Cultura e Comunicação deveria enfatizar mais a questão da comunicação, não só das Culturas; da questão, por exemplo, da divulgação das culturas indígenas. Tem sido feito no Museu do Índio, o Ministério da Cultura tem feito atividades nesse sentido, mas certamente é necessário ainda políticas mais amplas nesse sentido. Queria também ressaltar um ponto importante dessa agenda que foi a questão das línguas indígenas, tem um Decreto quase pronto também, talvez dê para o Presidente Lula assinar, talvez não ainda, mas que é o decreto que trata da questão das línguas indígenas como Patrimônio Nacional também, no registro; criar um livro específico de registro de línguas faladas no Brasil além do português como Patrimônio Nacional, e o programa de documentação de Línguas e Culturas Indígenas que a FUNAI lançou no ano retrasado que tem um grande investimento ai de recursos nesse programa.

Tem uma porção de línguas indígenas ameaçadas de extinção porque tem poucos falantes ou quando os falantes existem são idosos que muitas vezes não conseguiram transmitir o conhecimento da língua e das culturas indígenas. Então todo esse conjunto de iniciativas foi feito. Agora, considero que ainda há muitos desafios. Essa Subcomissão certamente terá que ter um papel abrangente também de composição ou recomposição como a gente falou aqui em relação à outras subcomissões como o Sandro levantou. Então queria só colocar esses pontos ai em relação a esses temas. Acho que um dos grandes avanços desse período foi o fato do próprio Ministério da Cultura ter no seu corpo de políticas, as culturas

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indígenas, porque sequer isso existia antes do Governo Lula. Isso foi um avanço importante. A Lylia estava inscrita, depois o Capitão.

Lylia Galetti – Concordo com quase tudo que o Márcio falou sobre a importância dessa agenda e sobre os problemas que a gente teve nos encaminhamentos. Eu só queria rever ali o balanço, corrigir dois pontos. Um é se o pessoal pudesse por ai novamente, é porque tem uma referência diretriz da Carteira Indígena que está com problema de redação mesmo. Da maneira como entrou. Eu me lembro bem da discussão que inclusive, dentro do próprio comitê da Carteira isso apareceu puxado por representantes indígenas que tem trabalhado mais no âmbito do Ministério da Cultura. É o Rildo e Cretã. Bom isso é o da reforma das diretrizes da Carteira Indígena, evidentemente não pode ser uma pauta da Comissão porque a revisão das diretrizes da Carteira Indígena é prerrogativa de suas oficinas nacionais, é quem pode reformar as diretrizes e isso, para consertar o texto, me lembro que a Comissão expôs aqui, que queria propor alguns itens para as diretrizes da Carteira, no que se refere à questão cultural. Das culturas indígenas, então pediria a Teresinha que não está aqui, que fosse corrigido porque senão fica esquisito, uma subcomissão da CNPI querer fazer reforma das diretrizes da Carteira porque não pode. Não tem esse poder porque tem um órgão dos próprios indígenas, que é a Oficina Nacional que faz isso.

Ai pra cima tem uma coisa sobre o plano de Política Nacional de Povos e Comunidades, ai. Políticas de Proteção, isso ai então foi uma pauta relevante para a Subcomissão, é isso? Porque as vezes fica muito confuso com essa coisa de pauta relevante e tal. Eu não sei, exatamente, até gostaria de saber, mas não vou perguntar isso agora, vou pesquisar nas Atas porque a questão da SEGEN diz respeito também ao Ministério do Meio Ambiente, e à Comissão também. São duas, dois fóruns em que o Ministério do Meio Ambiente está diretamente envolvido e seria interessante a gente saber o que a Subcomissão de Cultura tem a propor em relação a esses dois fóruns, enfim o do Patrimônio Genético e o de Povos e Comunidades Tradicionais.

Presidente Marcio Meira - Capitão? Último inscrito.

Capitão Potiguara - Capitão Leste Nordeste. Só em termos de informe, em relação ao Ministério da Cultura, foi realizado em Porto Alegre semana passada o encontro dos membros que o nosso coordenador lá da Bahia, da Funai faz parte, o Josafá, para a seleção de projetos desse ano no Ministério da Cultura. Eu estava viajando pra cá e ele estava voltando e não conversei com ele para saber como é que foi isso ai, que ele ministrou uma oficina sobre Línguas pelo Estado, né, que o Estado promoveu lá uma oficina, mas ele participou o Josafá, ele participou dos projetos, semana passada em Porto Alegre.

Presidente Marcio Meira - Prêmio Culturas Indígenas. A Teresinha também estava. O Premio Culturas Indígenas é uma das iniciativas, Brasílio também estava. É uma das iniciativas que eu citei do Ministério da Cultura, que é o Edital de premiação que se eu não me engano, já está na terceira edição. Quero registrar inclusive que eu era do Ministério da Cultura quando foi criado esse prêmio e participei ativamente da sua elaboração. Acho que

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nós concluímos as inscrições, a Teresinha tem alguns informes para nós podermos ir para o nosso lanche ali.

Secretária-Executiva Teresinha Gasparin Maglia - Bom, como a gente falou no começo da nossa, ontem de manhã... ontem a tarde..., que a gente prepararia o material para o pessoal levar pra casa sobre esse balanço, eu gostaria de colocar que não está completo. Porque o que foi discutido no dia de hoje, não foi possível ser acrescido no ato, mas o que foi na parte de ontem, por exemplo, só queria colocar e a gente vai estar dando uma cópia para cada membro da CNPI levar pra casa, quem tiver pen-drive a gente já pode disponibilizar ai, e lembrando que nós ainda vamos complementar na sua integra com a data de hoje e vamos colocar no site. Então para não chegar a casa com as mãos abanando, ou seja, já é uma boneca que a gente diz, né, já está levando com 142 lâminas, já incluído algumas pontes de ontem, por exemplo: quando foi colocado que a presença do Ministro da Justiça duas vezes, uma vez o Ministro Tarso Genro e uma vez o Paulo Barreto. As nossas reuniões com o Presidente Lula, já estão inclusas nesse de hoje. Ontem à noite a Karla trabalhou até meia noite, mas conseguiu incluir. Então o que a gente está alcançando para vocês um exemplar para cada um de vocês levar para casa, e lembrando que assim que estiver pronto a gente coloca no site e vocês terão acesso na integra já mais atualizado. E quem quiser pegar.

Presidente Marcio Meira - Pessoal me lembrei de uma coisa agora, antes da gente terminar. Titiah vai falar?

Luiz Vieira Titiah – Pode falar, talvez é o que nós queremos falar

Presidente Marcio Meira - É que como nós terminamos aqui, antes da nossa ida para o lanche e como ficou prometido por mim ontem, a gente vai colocar a música do Milton Nascimento, Fernando Brant, sobre os Avá-Canoeiros, certo? ai para tocar para todo o mundo poder ouvir, porque ontem eu li a letra, né, e agora a gente vai poder ouvir a música em homenagem, a melodia e a letra né?, em homenagem ao povo Avá- Canoeiros que foi citado ontem, e bastante referendado. Vamos fazer silêncio para a gente ouvir a música ai antes? Então diga ai Titiah.

Luiz Vieira Titiah - Gente é o seguinte, desde ontem eu fiquei ouvindo todas as colocações no balanço, as avaliações, avanços, o que falta ainda encaminhar e tudo, queria propor aqui dentro da CNPI, se nós pudéssemos levar encaminhamento e ter a preocupação que nós passamos esta semana dentro do Congresso Nacional. Se tiver como na próxima reunião da CNPI, se daqui pra lá não for votado aquele projeto da criação do Conselho, se tinha como segurar aqui uma semana a Bancada Indígena na CNPI, para a gente fazer uma visita no Congresso Nacional e no Senado, não só para a gente tratar desse projeto da criação do Conselho, mas fazer um lobby, uma conversa com os políticos que a gente ajudou a eleger, em vários assuntos. A questão da terra e muitos assuntos que estão envolvidos dentro da política; questão de Estatuto e outros projetos que estão lá ainda parados, tramitando lá naquela casa.

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Presidente Márcio Meira. Olha, eu não posso te responder aqui agora porque eu não sei como é que está a questão do orçamento e da CNPI para poder mantê-los porque isso implica em diárias. Nesse caso eu sugiro o seguinte, que a Comissão da Bancada Indígena pelo menos, possa indicar não todos, mas pelo menos uma comissão de 5 talvez, 1 por região, para poder ai a gente considerar, a Teresinha vai analisar o nosso orçamento para ver se pelo menos 5 representantes possam ficar para tratar desse tema, que semana que vem vai ser votado na Comissão. Pelo menos foi o que eu escutei dizer, que parece que semana que vem vai ser votado. Colocaram na pauta. Alguém comentou comigo isso. Então, se é verdade isso,

Luiz Vieira Titiah - Acho que vai ficar para o ano.

Presidente Marcio Meira - Se ficar para o ano,

Luiz Vieira Titiah - É porque não deu quorum, só deu cloro no salário deles. No salário deles deu.

Presidente Marcio Meira - É que só vai aumentar o salário deles o ano que vem.

Luiz Vieira Titiah - O nosso projeto não deu quorum.

Presidente Marcio Meira - O ano que vem, se for necessário, o ano que vem no inicio do ano que alguns representante da CNPI venha a Brasília, a gente providencia isso. tá? Kohalue quer passar um recado.

Kohalue Karajá - Kohalue Karajá, Região Norte, especificamente Tocantins. Então, senhor Presidente, meu pedido vai ser a sua pessoa, como a UnB vai estar abrindo curso de mestrado para 2011, eu tenho certeza que alguns meninos, companheiros, parentes indígenas tem interesse de fazer. Vai estar disponibilizando 13 vagas para indígenas, inclusive eu estou interessado a fazer, a gente precisa de apoio da FUNAI ou se pudesse procurar nos ajudar. É isso. Obrigado.

Presidente Marcio Meira - Está certo. Vamos depois poder tratar desse tema ai, vamos ver com o MEC também como ele vai poder ajudar a gente nesse assunto. Pierlângela.

Pierlângela Wapichana - Vou me despedir também.

Presidente Marcio Meira - A gente não vai conseguir ouvir o Nascimento hoje. Vamos lá, Pierlângela. A gente vai convidar ele para a próxima reunião.

Pierlângela Wapichana - Em nome da Bancada Indígena e nós como mulheres temos essa sensibilidade aflorada a gente quer desejar a todos um Feliz Natal, comemorações, Boas Festas, boas férias para quem vai tirar, renovar as suas energias e que o ano que vem a gente venha com mais força, com a cabeça, sem que nessa última reunião a cabeça de todo

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o mundo está cheia de muita coisa, mas a gente vai renovar, tomar um banho de rio ai para passear, para quem vai para a praia, para quem vai para o exterior, então vai renovar e vai voltar o ano que vem, com certeza, cheio de energia. Então para nós, acho que todos nós merecemos que a partir dessa avaliação, nós temos muitas conquistas sim que a gente tem que se orgulhar e dizer temos muito trabalho pela frente, mas nós temos força e nós vamos trabalhar até o último momento. Obrigado.

Presidente Marcio Meira - Bom agora vamos ouvir a música ai. Não, Lylia, desculpe.

Lylia Galetti - Deixa eu dar, porque assim, o governo está acabando, eu ocupo um cargo de confiança, não sei se eu permaneço no Governo, possivelmente vá voltar para a minha Universidade o ano que vem, que também não é ruim, mas quero primeiro parabenizar todos nós. Acho que a gente tem que reconhecer que a CNPI fez um trabalho muito importante, está fazendo; é um fórum inédito em termos de Estado Brasileiro que eu acho que só vai se consolidar mesmo com a criação do Conselho, que está ai na bica, e dizer que para mim, para minha experiência pessoal foi riquíssimo. Tudo o que eu vivi aqui, tudo o que aprendi nas reuniões extraordinárias, no dia a dia aqui, a gente enriquece muito, abre muitos horizontes porque são todos os assuntos.

Até mineração eu aprendi, viu? Nomes de pedra, para que servem, um bando de coisas. Mas enfim, acho que a gente tem ai um fórum especial, precisa chegar mais perto, das populações indígenas naquela discussão que a gente fez, acho que o Márcio não estava aqui, da importância do reconhecimento de todos os povos, lá da aldeia ,pode ser que a gente não consiga nem seja o caso, de todo o mundo tem saber o que é a CNPI, qual o seu regimento, quantos índios tem, etc. mas saber que esse órgão existe para defesa e promoção dos direitos indígenas, e acho que isso é fundamental porque, ainda mais com a criação do Conselho, o Conselho vai ser muito demandado como espaço político onde as populações indígenas vêm trazer suas denúncias, suas reivindicações a nível de Estado.

Então queria deixar um abraço grande para toda a Bancada Indígena, homens e mulheres, para os meus companheiros e companheiras de governo. Agradecer aqui a paciência de todos vocês, as vezes eu falo demais, as vezes sou um pouco agressiva mas é estilo, não é nunca e todo o mundo sabe disso, nunca má fé, nunca desejo agredir. Muito pelo contrário, acolho todos com muito carinho, e todas, e sugiro também que no Conselho, as mulheres fiquem atentas para cobrar o seu no mínimo 1/3 de participação dentro do Conselho para que a gente fortaleça a questão de Gênero. Feliz Natal, próspero 2011 para todos.

Presidente Marcio Meira - Brasílio.

Brasílio Priprá - Eu queria agradecer, Presidente, todos aqui, pedir desculpas por alguma vez ter ofendido algum companheiro e quero agradecer todos aqui que tem colaborado conosco, as meninas que estão ali atrás, o Presidente, nosso companheiro Saulo, desculpa chamar de Coronel, mas, promovi ele, mas foi no bom sentido. Então quero pedir desculpas a todos, quero desejar um Feliz Natal e um próspero 2011 e quero agradecer uma

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pessoa especial aqui, que acho que para mim e para toda a Bancada Indígena não quem está aqui, mas quem conhece ela, Teresinha Maglia. Muito obrigado. Presidente Marcio Meira - Bom, a gente vai ouvir a música já, já na verdade é que como a gente vai ouvir uma música muito bonita; essa música bonita é muito emocionante, depois que essa música terminar não vai caber nem mais uma palavra para a gente falar aqui, então por isso antes da música tocar, eu queria agora como Presidente da CNPI, agradecer realmente aqui a todos os membros da CNPI, todo esforço, toda dedicação, todo trabalho que nós tivemos ao longo desses quase 3 anos aproximadamente, de trabalho da CNPI, queria agradecer especialmente a Teresinha, nossa Secretária Executiva e a equipe, pequena equipe mas que é dedicada, e espero que continue, né, nós aqui que somos, já ia dizer exatamente isso, já vou chegar ai, mas queria agradecer Teresinha, pela dedicação sua, incansável Teresinha. De madrugada, final de semana, não tem horário, isso é típico de quem é militante.

Você é uma militante da causa indígena, todos nós somos aqui militantes, a Graci, eu disse a equipe toda, a Teresinha e a sua equipe, a Graci, Karla que tem se dedicado, a Léa, todo o mundo que tem trabalhado, que tem se dedicado a essa CNPI. Todos os membros de Governo que estamos aqui, vocês que são da bancada não governamental, eu queria reforçar o que foi dito pela Lylia. Todos nós que somos ponto gov, vocês são ponto org, todos nós somos ponto gov aqui e estamos aqui na última reunião da CNPI que nós somos Governo. Porque a partir do dia 1º de janeiro, já é um outro Governo. Nós não sabemos aqui quem fica, quem sai, talvez até eu tenha que voltar lá para a minha sala no Museu Goeldi, talvez a gente continue em outra posição de Governo, cada um de nós aqui não sabe do nosso destino ainda, porque a nossa Presidenta ainda está montando o seu Governo.

Os Ministros estão montando o seu Governo, mas independentemente, eu estou falando aqui pela Bancada do Governo, nesse sentido, porque todos os que estamos aqui, e os que já passaram por aqui também, não estão hoje na Bancada do Governo que todos nós aqui, entramos na CNPI de um jeito e estamos saindo da CNPI com outra visão, mais rica, muito mais elaborada, muito mais sensível sobre a questão indígena, a causa indígena no Brasil graças a vocês. Graças à contribuição que vocês tiveram, de nos ensinar muita coisa; a gente aprendeu muita coisa com vocês aqui nessa convivência na CNPI. Acredito que vocês também nesse período, como foi dito por vocês em vários momentos, aproveitaram essa oportunidade e puderam também crescer, amadurecer, nós aqui todos do Governo, crescemos e amadurecemos. Isso daí não tem preço. O trabalho que nós fizemos aqui foi uma conquista de vocês, uma conquista desse Governo, e isso não podem ficar parado. Nós vamos ter que no próximo período, independente onde nós estejamos, seja nós do governo que estejamos no governo ou onde nós estejamos, sejam vocês da Bancada Indígena, nós teremos que estar sempre levantando a bandeira dessa Comissão, do Conselho futuro continue desenvolvendo esse trabalho tão importante para o Brasil. Importantíssimo para o Brasil. Então eu queria agradecer muito vocês todos, desejar também a todos um Feliz Natal, Feliz Ano Novo, bom descanso, para quem for poder descansar e que a gente se

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renove nessa virada de ano, com muita força, muita garra, muita coragem, muito rigor no nosso trabalho para que a gente possa continuar. Agradecer aos companheiros também das organizações não governamentais, do CIMI, do CTI que são as duas organizações titulares aqui, da Comissão, dos dois titulares, da ISA e do INESC, aliás, os dois suplentes, que também contribuíram muito, os assessores que tem participado que participaram ao longo desses anos, tanto do governo quantos da Bancada Indígena, quer dizer, todos aqueles que contribuíram para que essa CNPI fosse o que fosse, com uma Comissão que teve uma participação do Presidente da República por 3 vezes, inclusive na Raposo Terra do Sol, 3 vezes, com a presença do Vice-Presidente uma vez, Ministro da Justiça 2 ou 3 vezes junto com o Presidente, as vezes sozinho; Secretários, etc. tudo isso só reforça o quão importante essa Comissão foi nesse Governo.

E que será no Governo da Presidenta Dilma com certeza. Ainda mais ela sendo mulher, as mulheres tendo cada vez mais participação, espero, no Conselho. Aquilo que a Lylia falou. Então dito isso acho que a gente pode ouvir, queria agradecer a vocês todos a colaboração. Eu como Presidente da CNPI com certeza não poderia ter cumprido com a minha missão de Presidente aqui, se não fosse a colaboração de todos vocês aqui. Em momentos muito difíceis as vezes, mas se não fosse a contribuição de todos vocês ..., mas é assim mesmo. Acho que a gente tem que respeitar cada um como é, do jeito do seu jeito. Então agradecer os servidores da FUNAI através do Fred que está aqui presente. Os servidores da FUNAI as vezes não estão aqui mas se não fosse eles lá na FUNAI, garantindo todas as coisas, a gente não realizaria muitas das coisas que a gente realizou pela CNPI esses anos.

Então é isso pessoal, obrigado mesmo pra valer, de coração porque eu não sei se vou estar aqui no próximo ano, na companhia de vocês, mas sempre estarei, vocês sabem, junto carregando a bandeira na frente da luta, quando for necessário. Se por acaso eu não estiver nessa posição que estou ocupando hoje. Mas saibam que sempre estarei junto com vocês ai nessa luta pelo causa indígena brasileira porque isso sempre foi minha luta e nunca deixará de ser, independentemente da minha posição dentro do Governo ou não. Então era isso, agradecer. Obrigado e vamos ouvir ai a nossa música. Acho que essa música representa muito para uma geração inteira de brasileiros que lutou pela Causa Indígena. Ontem o Saulo fez referência a isso, e foi muito importante. Acho que o Saulo tem reforçado isso.

Eu me lembrei da música naturalmente, quando a gente falou do povo Avá-Canoeiro que é uma música que marcou mais de uma geração no Brasil, porque essa música de certa forma fez parte também de um conjunto de expressões culturais produzidas no Brasil, numa época de ditadura quando nós todos vivíamos sobre uma ditadura militar e que todos nós lutávamos pela democracia e que os povos indígenas sofriam muito também naquele momento. O que aconteceu com Avá-Canoeiro, mas com tantos outros povos não foi à toa, e hoje nós estamos aqui. Muitos dos que estamos aqui, alguns que são um pouco mais velhos, outros mais jovens, mas os que são um pouco mais velhos lutaram nesse momento pela democracia no Brasil, alguns lutaram já no finalzinho, naquele período, e outros já lutando aqui pela nossa consolidação democrática neste país, então essa música ela expressa um pouco essa história. Então por isso acho que é importante a gente poder

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compartilhar aqui essa música que o Saulo ontem reforçou. Então vamos ouvir a música e em seguida a gente vai poder festejar um pouco comendo ali um pouco de bolo, tomando um pouco de refrigerante. Então, vamos lá. Música.

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